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Curso de Medicina

Meninges
e
espaços meníngeos.
Prof Leão HZ
• No século 12, o anatomista italiano
Stefano di Pisa traduziu para o Latim os
antigos termos árabes cunhados por um
médico islâmico anônimo, que referiam as
meninges como “mães” do cérebro e
introduziu o nome máter, subdividindo em
dura-máter e pia-máter. Embora já tenha
sido mencionada nos textos de Herófilo, a
aracnoide só foi identificada e detalhada
em 1699 pelo anatomista holandês
Frederick Ruysch.
Jotz, 2017
• O neuroeixo (SNC) está mergulhado no
líquido cerebrospinal (ou líquor) -
produzido nos ventrículos encefálicos e
absorvido nas granulações aracnoideas
• O líquor circula no espaço delimitado
pelas membranas de tecido conjuntivo
que circundam o encéfalo e a medula - as
meninges
• As meninges possuem funções
importantes, desde a proteção ao SNC até
a hospedagem das estruturas de
drenagem venosa do neuroeixo
de Netter
escalpo
calvária

dura-máter

aracnoide

vaso

pia-máter

Laboratório
Feevale
A dura máter pode ser dividida em duas partes distintas: craniana e espinal. A dura
máter craniana acompanha os nervos cranianos até a sua saída pelos respectivos
forames. No forame magno a dura máter continua pelo canal vertebral até a região
sacral.

Dura craniana
idiana
raqu
Dura
A dura máter vertebral ou raquidiana é continuidade da dura-
máter craniana mas, contando apenas com a lâmina interna
ou meníngea.

Dura-máter raquidiana

dura-máter

Medula coberta pela aracnóide

raíz espinal
Recorte no crânio
para expor a
dura-máter

A dura-máter é a mais espessa


das meninges
PAQUIMENINGE

Possui os seios venosos


que drenam o sangue
encefálico e produz dobras
que dividem o crânio em
compartimentos
Leão e Cesar Santos
Lâmina perióstica Lâmina meníngea

A dura-máter craniana é formada por dois folhetos, um ligado ao crânio


chamado folheto parietal (ou externo) e outro em contato internamente
com a membrana aracnoide, o folheto meníngeo ou interno. O folheto
parietal equivale ao periósteo da superfície interna do crânio, embora
não tenha a capacidade de regeneração óssea como o periósteo.
A dura-máter craniana possui algumas pregas que são extensões em
forma de folhetos, insinuando-se em espaços e delimitando regiões.
As duas mais importantes são a foice do cérebro e a tenda do
cerebelo ou tentório

Foice do
cérebro

Tentório
Tenda do cerebelo ou
tentório

A tenda do cerebelo,
insinua-se no espaço
entre os hemisférios
cerebrais e o cerebelo, mesencéfalo
deixando uma incisura
onde passa o
mesencéfalo.

A tenda separa o
conteúdo intracraniano
em regiões tentório
supratentorial e
infratentorial.
Cavum de Meckel ou trigeminal
A dura máter acompanha os nervos cranianos até a saída pelos forames
cranianos, com uma
particularidade
relacionada ao
nervo trigêmio.
Nesse caso, forma-se
uma espécie de
envelope de dura
máter para
acomodar o gânglio
trigeminal, na
topografia do cavo
trigeminal
Diafragma da sela
A dura-máter também delimita a região selar,
formando um espaço onde apenas transita a haste da
hipófise, chamado de diafragma da sela.

n. óptico

Hipófise
na sela Carótida interna
Existe ainda uma pequena prega que ocupa o espaço
entre os hemisférios cerebelares, chamada de foice do
cerebelo
Vascularização arterial da dura máter
• De diferentes ramos da artéria carótida externa
• Da artéria maxilar e da artéria faríngea
ascendente.
• Da artéria carótida interna (principalmente do
ramo oftálmico)
• Da artéria vertebral.

Devido a essa múltiplicidade de ramos nutridores, muitas


vezes esses ramos propiciam o aparecimento de rotas
alternativas entre a circulação intra e extracraniana, que
requerem atenção clínica em algumas doenças
cerebrovasculares.
Paquimeninge: mais superficial, rica em colágeno, inclui vasos e nervos.

DURA-MÁTER

Art.
meníngea média

O ramo com maior


importância clínica na
vascularização da dura-máter é
a artéria meníngea média, devido à
íntima relação com o osso temporal,
local frequente de fraturas de crânio
Prof Leão e Técnico Cesar Santos
Vascularização venosa da dura-máter

• As veias tendem a acompanhar um trajeto


inverso dos ramos arteriais.
• Também encontram-se, no interior de algumas
pregas da dura-máter, importantes estruturas
venosas que também contribuem para a
drenagem venosa.
Seio sagital superior – onde é recolhido o sangue e o líquor
Prof Leão e Técnico Cesar Santos
Inervação da
dura-máter V1

A principal inervação é V2
do nervo trigêmio.
Na porção adjacente
V3
ao forame magno, a
contribuição vem dos
ramos de C2 e C3.

V1 C2 C3

Standring, 2016
– Gray’s Anatomy
Inervação da
dura-máter

A dor ocorre por afecções


da dura máter e tende a V1
se projetar nas regiões
V1
correspondentes ao
território inervado, seja V1

trigeminal craniana) ou
nucal.

Standring, 2016 – Gray’s Anatomy


Aracnoide

• A membrana aracnoide é muito delicada,


separada da dura-máter por um espaço virtual,
onde em pacientes idosos frequentemente
ocorre o acúmulo anormal de sangue, formando
o chamado de hematoma do espaço subdural..
• A partir da aracnoide existe a projeção de finas
extensões de tecido conjuntivo em direção à
pia-máter, as trabéculas aracnoideas.
• O espaço abaixo da aracnoide, entremeado
pelas trabéculas, é o espaço onde circula o
líquido céfalo-raquidiano.
Removendo a dura e
expondo a aracnoide

Leão e Cesar Santos


Prof. Leão
A aracnoide produz o espaço liquórico –
ESA, espaço subaracnoideo – onde encontram-se o líquor e
os vasos sanguíneos Prof Leão e Técnico Cesar Santos
Granulações aracnoideas
Prof Leão e Técnico Cesar Santos
Gray, 2016 – pg 277
• A aracnoide cobre os contornos irregulares
da superfície cerebral e em alguns pontos forma
espaços preenchidos por líquor, chamados de
cisternas subaracnoideas.

• A mais proeminente delas é a cisterna magna,


que é utilizada para coleta de líquor em punções
suboccipitais (entre o occipital e 1ª vértebra)

• Os neurocirurgiões usam o conhecimento


anatômico das cisternas subaracnoideas para
criar rotas de acesso às estruturas intracranianas
sem necessidade de incisar o tecido nervoso.
Cisternas:
• Quadrigêmina: ______
• Supraselar: ______
• Interpeduncular: ______
• Pontina: ______
• Magna: ______
• Na região inferior da coluna vertebral existe a
formação de uma cisterna lombar, abaixo
término do cone medular, geralmente abaixo da
segunda vértebra lombar.

• Essa cisterna é muito utilizada para punção e


acesso ao espaço subaracnoideo com diversas
finalidades clínicas.
Cisterna lombar
Dura-máter
Espaço peridural
Lig amarelo
Lig interespinhoso
Lig supraespinhoso
Hipoderme
Pele
• As granulações aracnoideas são intumescências que penetram
no interior dos seios venosos e estão presentes no interior da
dura-máter, mais abundantes no seio sagital superior.
• Essas granulações (divertículos) se projetam do espaço
subaracnoideo onde o líquor está separado do sangue apenas
pelo endotélio do seio e por uma delgada camada da aracnoide.
• Nesse ponto o líquor retorna ao sangue, completando o ciclo
iniciado nos plexos corioides dos ventrículos.
Granulações aracnoideas
Ventrículo lateral esquerdo Plexo corioide (produção liquórica)
Pia-máter
• Consiste em uma camada com espessura de uma a duas células
leptomeníngeas, conectadas entre si por prolongamentos longos
e finos, unidos por desmossomos e junções comunicantes.
• Esta camada composta de fibras reticulares e elásticas dá o
contorno ao sistema nervoso, estando intimamente ligada em
toda a sua extensão, inclusive nas fissuras espinais medianas
anterior e posterior.
Pia-máter
• Acompanha os vasos que penetram no tecido nervoso a partir do
espaço subaracnoideo, formando a parede externa dos espaços
perivasculares que circundam os vasos até uma pequena
profundidade e terminam onde há fusão da pia-máter com a
adventícia do vaso.
• Na sua porção mais profunda está em íntimo contato com uma
fina camada formada por numerosos prolongamentos de
astrócitos do parênquima nervoso, a membrana glial limitante.
Aracnoide
ESA (líquor)
Pia máter

Espaço perivascular
Camadas da pia espinal
• Na porção espinal, a pia máter mostra duas
camadas:
- epipial, camada vascular com espessura
uniforme formada por uma rede de fibras
colágenas. Espessa na região ventral junto à
fissura anterior (linea splendes), formando uma
bainha de fibras longitudinais circundando a
artéria espinhal anterior.
• Os vasos espinais subaracnoideos ficam entre as
fibras da camada epipial antes de entrar no
parênquima medular.
• Na porção intracraniana encontra-se essa
membrana epipial ao redor do bulbo raquídeo.
Membrana epipial
Camada epipial
• De cada lado e ao longo da medula espinal
essa camada fica espessa e forma de 20 a 21
pares de septos triangulares distribuídos em
intervalos regulares, chamados de ligamentos
denticulados.
• A base de cada triângulo fica junto à medula
espinal e os ápices funde-se à dura-máter de
cada lado, atuando na fixação da medula.
• Estes ligamentos terminam ao nível do cone
medular onde o último par direciona-se para
baixo, fundindo-se ao filamento terminal.
Laboratório
IPA
Caderno, figura 025.
• Outro derivado da pia-máter, o filamento terminal
estende-se inferiormente a partir do cone medular, funde-
se com a dura-máter em S2 e após um curto trajeto
extra-dural termina no periósteo da superfície posterior
do cóccix
Dr Jezreel
• Meningioma
https://www.youtube.com/watch?v=WY9jby2Hmak
• Trombose do seio venoso
https://www.youtube.com/watch?v=vQR-ofsrz0U
Assista também
NAPEAD – Meninges – 3:28’
https://www.youtube.com/watch?v=W8zKo8tkRkg&t=2s

Com a Dra Suzanne Stensaas


e-Channel - The Meninges: Neuroanatomy Video Lab -
Brain Dissections – 15:12’ - IMPORTANTE

https://www.youtube.com/watch?v=UkffBv4sh4U&t=219s

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