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Passagem de Drake (Argentina vs. Chile)
• o presidente chileno, Sebastián Piñera, em 2021, aprovou por decreto uma
atualização de uma carta náutica estendendo os limites marítimos do Chile
em cerca de 30 mil km².
• Só que dentro desta extensão está incluída uma área de cerca de 5.500 km²
de plataforma submarina em forma de meia-lua, que a Argentina considera
sua: a Passagem de Drake.
• A decisão de Piñera reacendeu a disputa história dos vizinhos do cone Sul,
que quase foram à guerra por uma região próxima nos anos 1970 e são os
dois únicos países do continente americano que reivindicam uma parte da
Antártida.
• Em um comunicado, o governo argentino acusou o Chile de tentar "se
apropriar de uma parte da plataforma continental argentina".
• A Argentina argumenta que essa área foi considerada sua pela Comissão de
Limites da Plataforma Continental da ONU (CLPC).
• Em 2016, a CLPC aprovou os novos limites marítimos apresentados pelo
país, que representavam uma ampliação de cerca de 1,6 milhões de km²,
incluindo a área que o Chile agora reivindica.
• No entanto, o governo chileno considera que a comissão é um "órgão
científico" que não tem autoridade para determinar os limites legais de um
país.
• O ministro de Relações Exteriores do Chile respondeu ao comunicado
argentino dizendo que "ninguém pode se apropriar do que já lhe
pertence", mas garantiu que a situação será resolvida por meio do diálogo
entre os países, de acordo com os tratados já firmados.
Essequibo (Guiana vs. Venezuela)
• A região conhecida como Essequibo ou Guiana Essequiba tem 159
mil km² ricos em recursos naturais e florestas, o equivalente a dois
terços do território guianês.
• O Essequibo é o epicentro de uma disputa entre a Guiana e a
Venezuela que já dura 180 anos, e na qual a Venezuela já contou
até com o apoio dos Estados Unidos.
• A região costuma aparecer nos mapas venezuelanos chamada
de "Área sob reivindicação".
• Nas últimas décadas, o conflito teve altos e baixos, mas a descoberta de
grandes reservas de petróleo na Guiana nos últimos anos fez com que as
tensões aumentem.
• O país começou a explorar suas reservas e já construiu inclusive plataformas
de alto-mar próximo à região reivindicada pela Venezuela.
• Em 2018, a Guiana entrou com um pedido na CIJ (Comissão Internacional de
Justiça, em Haia para que o conflito seja resolvido, mas a Venezuela nega a
legitimidade da instituição para resolver a questão.
• Em dezembro de 2020, a Corte se declarou competente no assunto, mas a
Venezuela ainda não aceita.
• Em março de 2021, Haia afirmou que a Guiana teria um ano, até março de
2022, para apresentar seus documentos sobre o caso e a Venezuela, um ano a
mais, até 2023.
Área de fronteira (Belize vs. Guatemala)
• A disputa fronteiriça entre a Guatemala e Belize dura mais de 160 anos.
Começou no período colonial, quando a Espanha concedeu à coroa britânica
o direito de extrair madeira em uma parte do território da atual Belize para
evitar o assédio dos piratas ingleses a seus navios.
• Hoje, a Guatemala reivindica essa região ao sul de Belize, desde o rio
Sibún até o rio Sarstún, que tem mais de 11 mil km² e inclui ilhas,
abrolhos, ilhotas e superfície marítima no golfo de Honduras.
• No entanto, a área reivindicada equivale a quase a metade do território de
Belize.
• Depois de muitas tentativas fracassadas de negociação, os dois países
consultaram suas populações e em 2019 levaram a disputa à CIJ, que
deverá estabelecer uma fronteira real entre eles.
Arquipélago de San Andrés, Providência e Santa
Catalina (Colômbia vs. Nicarágua)
• O arquipélago de San Andrés, Providência e Santa Catalina está a 110 km da costa
nicaraguense e a 720 km da costa colombiana.
• Os dois países levam décadas disputando em instâncias internacionais a soberania
dessas ilhas, que têm cerca de 100 mil habitantes, além de praias de areia branca, mar
cristalino, enormes montanhas, abrolhos, ilhotas e reservas de petróleo e gás natural.
• Há dois séculos, a coroa espanhola deu o controle das ilhas à Colômbia e da Costa dos
Mosquitos, como é chamada a região, à Nicarágua.
• Em 2001, a Nicarágua reivindicou as ilhas à CIJ, mas a Corte ratificou, em 2012, a posse
colombiana do arquipélago. No entanto, a mesma resolução deu à Nicarágua a
exclusividade de exploração econômica de uma parte importante do espaço marítimo
que antes pertencia à Colômbia.
• Desde então, a Colômbia afirmou que não pode aplicar a decisão de Haia até assinar um
tratado com a Nicarágua, e decidiu delimitar uma "zona contígua integral", que considera
como suas as águas do arquipélago como um todo.
Rio Silala (Chile vs. Bolívia)
• O conflito entre os países vizinhos pelo direito às águas do rio ou manancial Silala foi reavivado no
final dos anos 1990 e chegou à CIJ em 2016. No entanto, parece ter perdido força política em ambos
os países desde então.
• O Silala nasce no departamento de Potosí, no sudeste da Bolívia, a 4 km da fronteira com o Chile.
• A Bolívia afirma que as águas do manancial fluem para o Chile, em parte, por canais artificiais
construídos em 1908, e que o Chile está fazendo um "uso ilegal e abusivo" destas águas "sem pagar
por isso".
• O governo chileno, por sua vez, afirma que o rio é internacional, já que nasce na Bolívia, cruza a
fronteira e desemboca no rio chileno San Pedro de Inacaliri, na bacia hidrográfica do Pacífico. Suas
águas, portanto, pertenceriam a ambos os países.
• Em 2016, o então presidente Evo Morales anunciou que seu governo apresentaria um pedido à CIJ
para que o Chile "reconhecesse uma dívida milionária" pelo uso das águas do Silala, por causa de
uma permissão de uso concedida pela Bolívia em 1908 a uma empresa ferroviária chilena que foi
revogada em 1997.
• No entanto, o Chile se adiantou e levou o tema a Haia no mesmo ano, pedindo que a Corte
reconhecesse o rio como internacional e que determinasse a partilha de suas águas "de forma
igualitária e razoável".
Rincão de Artigas e Ilha Brasileira (Brasil vs. Uruguai)
• Há quase 90 anos existe uma disputa entre Uruguai e Brasil por dois pequenos
trechos da fronteira entre os dois países, mas eles não se pronunciam a
respeito desde o final dos anos 1980.
• A partir de um decreto da ditadura militar, em 1974, o Uruguai passou a
representar as duas áreas como zonas de limites contestados em seus mapas.
O Brasil não reconhece a reivindicação.
• Em 1934, o Uruguai contestou pela primeira vez uma parte do tratado de
limites de 1851 entre os dois países, mais especificamente uma região
chamada Rincão de Artigasy, de cerca de 220 km².
• O governo uruguaio da época afirmou que o riacho registrado como marco da
fronteira estava incorreto e que, por isso, a área pertenceria a seu país.
• Em nota, o Brasil respondeu que confiava na demarcação feita no século 19 e
que estranhava que o vizinho demorasse tantos anos para disputá-la.
• Cerca de 220 km à leste da vila fica a Ilha Brasileira, uma ilhota deserta de 2
km² no rio Quaraí, também reivindicada pelo Uruguai desde 1940.
• O governo uruguaio afirma que a ilha está localizada na foz do rio Uruguai e
que sua posse, portanto, estaria determinada pelos tratados de fronteiras. O
Brasil, que pôs seu marco na ilha em 1862 e chegou a instalar uma família ali
nos anos 1960, discorda dessa interpretação.
• O Itamaraty afirmou à BBC News Brasil que "o tema não faz parte da
agenda bilateral do Brasil com o Uruguai".

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