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Profª Enfª Fabiana F.

Beserra
 Métodos de esterilização e desinfecção
 Rápido
 Eficaz contra todos microrganismos
 Não tóxico
 De fácil penetração
 Estável
 Aplicável a vários materiais e tecido humano
 Sem odor e cor
 Custo reduzido
 Portaria nº 930 ( D.O.U. de 27/08/92) substituída
pela Portaria 2616, de 12-05-99, que atualiza
conceitos e normas do controle de infecção
hospitalar, relaciona, no seu anexo V, métodos e
produtos químicos para limpeza, desinfecção e
esterilização de artigos e áreas em
estabelecimentos de saúde do pais.
 É recomendado que todo processamento de artigos seja
centralizado, por motivos de custo, eficiência de
operacionalização, facilidade de manutenção do padrão de
qualidade e aumento do tempo de vida útil dos mesmos.

 O manuseio de artigos requer que cada procedimento seja


acompanhado da indicação do Equipamento de Proteção
Individual (EPI) especifico, em relação à natureza do risco
ao qual o pessoal hospitalar se expõe. Os riscos são em
relação ao material biológico, químico e térmico.
 Independentemente do processo a ser submetido, todo
artigo deverá ser considerado como “contaminado”, sem
levar em consideração o grau de sujidade presente;
 Os passos sequenciais são: a limpeza ou descontaminação,
desinfecção e/ou esterilização ou estocagem, conforme o
objetivo de uso do artigo;
 É necessário classificar o artigo de acordo com o risco
potencial de infecção envolvido em seu uso e definir o tipo
de processamento a que será submetido (desinfecção ou
esterilização);
 Para que a remoção da sujidade ou matéria
orgânica não se constitua em risco a pessoa que
os manuseia e ao local onde esta limpeza ou
descontaminação é realizada, é imprescindível o
uso de EPI, como preconizado nos procedimentos
de precauções universais e de segurança
A limpeza de artigos poderá ser feita por qualquer
das seguintes alternativas:
 fricção mecânica, utilizando água e sabão,
auxiliada por esponja, pano, escova (padronizar
pia ou recipiente para este fim), OU
 máquina de limpeza com jatos de água quente ou
detergente, OU
 máquinas de ultra-som com detergentes /
desencrostantes.
A descontaminação de artigos poderá ser feita por qualquer
uma das seguintes alternativas:
 fricção auxiliada por esponja, pano, escova, etc.; embebidos
com produto para esta finalidade, OU
 imersão completa do artigo em solução desinfetante
acompanhada ou não de fricção com escova/esponja, OU
 pressão de jatos d’água com temperatura entre 60 e 90 graus
centígrados, durante 15 minutos ( maquinas lavadoras
sanitizadoras, esterilizadoras de alta pressão,
termodesinfetadoras e similares), OU
 imersão do artigo na água em ebulição por 30 minutos, OU
 autoclavagem previa do artigo ainda contaminado, sem o
ciclo de secagem.
A escolha da alternativa deve ser baseada nas possibilidades do
estabelecimento, obedecendo a natureza do artigo em
processamento.
 Para o enxágüe após a limpeza e/ou descontaminação, a
água deve ser potável e corrente.
 A secagem dos artigos objetiva evitar a interferência da
umidade nos processos e produtos posteriores e poderá ser
feita por uma das seguintes alternativas:
 pano limpo ou seco, OU
 secadora de ar quente/frio, OU
 estufa ( regulada para este fim ), OU
 ar comprimido medicinal.

Conforme o destino do artigo, armazená-lo ou submete-lo à


desinfecção ou esterilização. É necessária a validação e
monitorização dos processos e produtos, utilizando testes
comercializados ou indicadores químicos desenvolvidos
pelos farmacêuticos do Serviço e/ou Comissão de Controle
de Infecção Hospitalar.
 Desinfecção de alto nível : Destrói as bactérias vegetativas,
micobactérias, fungos, vírus e parte dos esporos, sendo mais
comumente utilizadas as soluções químicas a base de
glutaraldeído. É recomendado o enxagüe com água estéril, e
manipulação asséptica. Indicada para artigos de assistência
ventilatória, e endoscópios de fibra flexível.

 Desinfecção de nível intermediário : Tem ação viruscida,


bactericida para formas vegetativas, incluindo o bacilo da
tuberculose; no entanto, não destrói esporos. Os
agentesquímicos mais utilizados, são os álcoois, cloro
(hipoclorito 1%), iodo e fenol.
(SOBECC, 2003 )
Água em ebulição:
Indicações de uso:
 Desinfecção e descontaminação: tempo de

exposição de 30 minutos.
 Artigos a serem submetidos:

Artigos termorresistentes que necessitam de


desinfecção ou descontaminação.
Recomendações de uso (água em ebulição):
 no inicio do dia de trabalho, ferver a água durante 10
minutos, sem a presença de artigos, para precipitar o óxido
de cálcio;
 imergir o artigo quando a água estiver em abolição, de modo
a cobrir cerca de 2,5 cm dos artigos, dispondo-os de maneira
a não facilitar a formação ou represamento de bolhas de ar;
 após o término do tempo, retirar o material com auxílio de
pinça desinfetada e luvas de amianto de cano longo, secar e
guardar em recipiente limpo ou desinfetado e seco,
 guardar o artigo nestas condições por, no máximo, uma
semana;
os artigos submetidos à descontaminação deverão
prosseguir o processamento, se indicado.
Máquinas automáticas com água quente
Indicações de uso:
 Descontaminação e desinfecção de artigos: tempo de
exposição conforme indicações do fabricante.
Artigos a serem submetidos:
 inaloterapia;
 acessórios de respiradores;
 material de intubação( cânulas, bocais, lâminas de
laringoscópio sem lâmpada, ambus, máscaras).
Recomendações de uso:
 conforme recomendado pelo fabricante;
 validar o processamento, conforme indicações do fabricante
 Imergir o artigo em solução desinfetante
recomendada ou realizar fricção com pano
embebido. Na impossibilidade de imersão:
 utilizar EPI, no manuseio de produtos, garantir farta
ventilação do local;
 preencher o interior das tubulações e reentrâncias,
evitando formação de bolhas de ar;
 observar e respeitar o tempo de exposição ao
produto, de acordo com o recomendado para cada
tipo;
 Manter recipientes tampados durante o
processamento dos artigos e a validade do produto;
 Enxaguar artigos submetidos aos produtos, inclusive
o interior das tubulações, com água potável ou água
esterilizada de acordo com a criticidade do artigo.
Recomendam-se múltiplos enxágües, para eliminar
os resíduos do produto utilizado. Os recipientes com
água esterilizada devem ter todo o conteúdo utilizado
de uma só vez. Evitar recipientes para múltiplo uso;
 Etílico e isopropílico:
 São bactericidas rápidos, eliminando também o bacilo da
tuberculose, os fungos e os vírus, não agindo, porém,
contra os esporos bacterianos.
 Sua concentração ótima dá-se entre 60 e 90% por
volume, sua atividade caindo muito com concentração
abaixo de 50%.
 Suas propriedades são atribuídas ao fato de causarem
desnaturação das proteínas quando na presença de água.
 Observa-se também ação bacteriostática pela
inibição da produção de metabólitos essenciais para a
divisão celular rápida. São usados como desinfetante
de alto nível para alguns materiais semi-críticos e
para os não-críticos.
 não devem ser usados em materiais constituídos de
borracha e certos tipos de plásticos, podendo
danificá-los.
 Evaporam rapidamente, dificultando exposição
prolongada, a não ser por imersão do material a ser
desinfetado.
 Hipocloritos, de sódio ou cálcio com amplo espectro de
atividade antimicrobiana, baixo custo e ação rápida;
 É o desinfetante mais amplamente utilizado. Apresenta ação
rápida e baixo custo. Bastante instável e inativado por
matéria orgânica.
 Acredita-se que estes produtos agem por inibição de
algumas reações enzimáticas-chave dentro das células, por
desnaturação de proteína e por inativação do ácido nucléico.
 São ativos contra bacilo da tuberculose, vírus e fungos.
 São geralmente usados para desinfecção de materiais não
críticos.
 Compatibilidade com materiais: é bastante corrosivo,
principalmente de metais e tecidos de algodão e sintéticos.
 É usado como desinfetante ou esterilizante nas formas
gasosa ou líquida. Pouco utilizado por ser considerado
cancerígeno.
 Comumente encontrado como formalina, sendo esta sua
diluição aquosa a 37%.
 A formalina é bactericida potente, fungicida, agindo
também contra vírus, bacilos da tuberculose e esporos
bacterianos.
 Até hoje ainda é utilizado para tratamento de
hemodializadores. No entanto está sendo substituído
cada vez mais por Ácido Peracético para esta
aplicação.
 Utilização para outros fins: conservação de peças
anatômicas e tecidos e preparo de vacinas virais.
 É bactericida, esporicida, fungicida, eliminando também os
vírus.
 Usado como desinfetante em concentração de 3%, para
superfícies não orgânicas.
 Não é usado como esterilizador, por ter atividade inferior à
do glutaraldeído.
 Tempo: a inativação de microorganismos é dependente de
tempo, temperatura e concentração. Existem inúmeros
estudos na literatura onde foram demonstradas atividades
de 10 a 60 minutos em concentrações variáveis de 0,6 a
7,5%.
 Polivinilpirrolidona iodada, que mantém as propriedades
 desinfetantes do iodo sem suas características tóxicas ou
irritantes.
 0 composto iodado penetra a parede celular dos
microorganismos, rompendo a estrutura e a síntese das
proteínas e do ácido nucléico.
 É bactericida e virucida, mas necessita de contato prolongado
para eliminar o bacilo da tuberculose e os esporos bacterianos.
 Usado como anti-séptico e como desinfetante de frascos para
cultura de sangue, tanques de hidroterapia, termômetros e
endoscópios. Não é adequado para desinfecção de superfícies.
 Dialdeído saturado, é largamente aceito como desinfetante
de alto nível e quimioesterilizador.
 Sua solução aquosa necessita de pH alcalino para eliminar
esporos bacterianos.
 Tempo de exposição conforme orientação do fabricante.
Pode variar de poucos minutos, quando é ativo contra a
maior parte dos vírus até 10 horas quando tem sua maior
ação contra formas esporuladas. Sua ação contra
mycobacterias requer no mínimo 20 minutos em
concentração não inferior a 2%. Esterilização a frio:
variação segura de no mínimo 8 horas a 10 horas conforme
orientação do fabricante.
 É mais comumente usado como desinfetante de alto nível
para equipamento médico, como endoscópios, transdutores,
equipamento de anestesia e de terapia respiratória e de
hemodiálise.
 Esta solução apresenta a desvantagem da toxicidade para
manipulação pelos profissionais de saúde. Por este motivo,
como a maioria das soluções químicas, seu manuseio exige
equipamentos de proteção individual. Os resíduos também
permanecem nos materiais tratados quando não forem bem
enxaguados. Apesar desta desvantagem a característica
positiva mais evidente é o amplo espectro de ação que
permite a utilização segura para os pacientes
independentemente do tipo de patologia e tipo de
microorganismo possivelmente associado à contaminação
do material.
 Independentemente dos tipos de procedimentos e materiais
os experts e as associações de profissionais reconhecidas
recomendam a secagem prévia para permitir a completa
imersão.
 Em altas concentrações, os fenóis agem como veneno
protoplasmático, penetrando e rompendo a parede
celular por precipitação de proteínas. Em baixas
concentrações, causa morte celular por inativação dos
sistemas enzimáticos essenciais à manutenção da
integridade da parede celular.
 Foram mais utilizados no século passado. Os resíduos
em materiais porosos estão incluídos nos motivos de
contra-indicação sua utilização em materiais
Semicríticos.
 São usados para desinfecção do ambiente hospitalar,
incluindo superfícies de laboratórios e artigos médico-
cirúrgicos não-críticos.
 São bons agentes de limpeza, porém são inativados por
material orgânico (como gase, algodão e outros), não sendo
mais usados como desinfetantes ou anti-sépticos.
 Cada um dosdiferentes compostos quaternários de amônia
tem sua própria ação antimicrobiana, atribuída à inativação
de enzimas produtoras de energia, desnaturando proteínas
essenciais das células e rompendo a membrana celular.
 São recomendados para sanitarização do meio hospitalar,
como superfícies não-críticas, chão, móveis e paredes.
 Hoje existem algumas resistências de seu uso por parte dos
Serviços de Controle de Infecção pela publicação de alguns
artigos relatando a contaminação das soluções. Além disto,
pela contra-indicação pelo Centers for Disease Control face
a ocorrência de surtos relacionados a seu uso como anti-
séptico.
 Não disponível no Brasil;
 Ação: semelhante à do Glutaraldeído, mas sua forma de
ação específica com relação aos microorganismos foi
pouco estudada até agora .
 Espectro de ação: amplo espectro, conforme ocorre
com outros desinfetantes de alto nível. É ativo contra
mycobactérias (testado contra M.bovis, M.terrae,
M.chelonae).
 Vantagens: a solução não se polimeriza não decaindo a
concentração apenas com o tempo. é menos corrosivo
que o Glutaraldeído odor menos forte do que o do
Glutaraldeído. quando a matéria orgânica está presente
a ação é pouco afetada
 Aplicação: esta é mais uma das alternativas de desinfetantes
de alto nível, estudadas recentemente com o objetivo de
substituir soluções mais tóxicas e/ou corrosivas,
principalmente para uso em instrumentos óticos.
 Espectro de ação: conforme requerido para desinfetantes de
alto nível, é ativo contra mycobacterias. Também é ativo
contra B subtillis van niger.
 Compatibilidade com materiais: embora ainda necessite de
maiores estudos a respeito de sua compatibilidade com
instrumentos óticos e outros, a solução é tida como menos
corrosiva que outros clorados e peroxigenios que são
utilizados em máquinas para tratamento de endoscópios. A
solução apenas recentemente chamou a atenção em revista
de Controle de Infecções Hospitalares, na Inglaterra.
Embora não se trate de uma nova reação química, sua
aplicação é uma novidade na área.
 BRASIL, Ministério da Saúde. Coordenação de
Controle de Infecção Hospitalar. Processamento de
artigos e superfícies em estabelecimentos de
saúde. 2ª ed., Brasília, 1994.
 KALIL, EM; COSTA, AJF. Desinfecção e
Esterilização. Rev. Acta Ort Bras, n.2, v.4, out-dez,
1994.
 HOEFEL et al. CIH – Controle e Prevenção de
Infecções Humanas. Disponível em:
www.cih.com.br/desinfeccao. Acesso em: 29/08/09.

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