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MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E

ADMINISTRAÇÃO - PPGCCA 2020


TEORIA DA CONTABILIDADE

Mestrandas:
Ana Cláudia Deconto
Cheila Nunes dos Santos
Vaine Maria Folle Mattiello

Professora Dra. Silvana Dalmutt Kruger


TEORIA DA
AGÊNCIA
Sumário

Conceitos, surgimento da Teoria

Relação principal e agente

Custos de agência

Conflitos de agência

Estudos correlatos
CONCEITO
A teoria da agência surgiu da necessidade dos proprietários contratarem
agentes (executivos) que lhe representassem na execução de estratégias
junto aos diferentes níveis da organização, garantindo os seus propósitos,
metas e objetivos.

Busca explicar os conflitos de interesses que podem surgir da relação


contratual entre o principal e o agente.
(Flavia Zobolli Dlamacio-2004)
RELAÇÃO
PRINCIPAL-AGENTE
Jensen e Mackling (1976), definem a relação entre principal e agente,
como um contrato em que uma das partes (principal), engaja a outra parte
(agente) a desempenhar algum serviço em seu nome e que envolve uma
delegação de autoridade para o agente.

Diretrizes para o relacionamento entre principal e agente.


TEORIA DA AGÊNCIA
Jensen e Meckling (1976) mencionam que:
❑ O proprietário do capital é designado como principal e;
❑ O administrador dos recursos como o agente, pois, agenciam os
recursos transferidos pelo principal.

Principal Agente

* Detentor da
propriedade;

* Detentor do
Capital;

* Fornece
autoridade.
X * Executar as
tarefas;

* Poder de
decisão.

(JENSEN; MECKLING, 1976)


TEORIA DA AGÊNCIA

Nesse contexto, o agente pode tomar decisões que não sejam compatíveis com
as diretrizes determinadas pelos interesses do principal.

(JENSEN; MECKLING, 1976)


DESENVOLVIMENTO DA TEORIA DA AGÊNCIA

Ross (1973) e Mitnick (1973) foram os primeiros que propuseram


explicitamente a criação da Teoria da Agência. No entanto, os autores mais
amplamente citados em trabalhos acadêmicos como sendo os precursores e
formalizadores da Teoria da Agência foram Jensen e Meckling (1976).

Uma boa relação de agência estaria voltada para congruência de objetivos no


ambiente empresarial, porém conflitos de agência podem surgir a partir de
divergências.

(MOURA, 2014).
CONFLITOS DE AGÊNCIA
De modo geral, os principais mecanismos para redução dos
conflitos de agência são:

❏ Contabilidade: Gerar informações que possibilitam o


monitoramento;
❏ Auditoria: Atestar a validade das informações;
❏ Diminuição do fluxo de caixa livre: Evitar desperdícios de
recursos e investimentos desalinhados aos propósitos da empresa;
❏ Exigência de relatórios internos: Proporcionar maior
acompanhamento das ações;
❏ Visitas periódicas: Inibir comportamento oportunista.

(NASSIFF; DE SOUZA, 2013)


CONFLITOS DE AGÊNCIA

A Teoria da Agência tem como objetivo entender os conflitos oriundos da


relação de dois, ou mais indivíduos. De modo geral, o problema mais
comum é advindo da relação de um proprietário (principal) e um gestor
(agente), por mais que haja outros tipos de conflitos, como entre dois
principais, por exemplo.

(SENSI FILHO; VALE; LANA, 2019).


CONFLITOS DE AGÊNCIA

Segundo Jensen e Meckling (1976), o conflito de agência surge no


momento em que ocorre a separação entre a propriedade (principal) de
uma entidade e sua gestão empresarial (agente).
Os ambientes institucionais moldam a natureza dos problemas de
agência. Estes, por sua vez, expressos na assimetria de informação,
conflito de interesses e comportamento oportunista, são universais. Os
incentivos não são apenas de ordem financeira, podem ser
socioemocionais,
(DE SOUSA NETO et al., 2014)
CONFLITOS DE AGÊNCIA

❏ Alta sobreposição propriedade-direção;


❏ Conselhos de administração de baixa efetividade;
❏ Em grupos familiares, os papeis dos acionistas, dos conselhos e
da direção não são bem definidos;
❏ Pouca clareza quanto a relação entre beneficio-custo da boa
governança;
❏ Baixa eficácia dos conselhos de administração; e
❏ Indícios de conflitos de interesses.

(DE SOUSA NETO et al., 2014)


PROBLEMAS E CONFLITOS
DA AGÊNCIA
Confronto de interesses entre acionistas e seus gestores:

❏ Remuneração por desempenho;


❏ Competição entre profissionais;
❏ Falta de sintonia entre os profissionais;
❏ Choques entre o que cada um entende ser o melhor para a
organização.
Problemas/Conflitos de Agência - Exemplos

(OKIMURA; SILVEIRA; ROCHA, 2007; LAMBERT, 2007).


CUSTOS DE AGÊNCIA
Custo de agência é um termo usado em Administração, oriundo da
forma original em inglês – agency cost – para denominar um tipo
especial de gasto que decorre de conflitos de interesse existentes
numa organização.

O custo de agência é considerado uma despesa interna de uma


empresa, resultado das ações tomadas por uma ou mais pessoas, que
seriam os chamados agentes, gestores ou administradores.
(Jensen e Meckling 1976)
CUSTOS DE AGÊNCIA
❏ Segundo Jensen e Meckling (1976, p. 308), os custos de agência são a soma dos:

❏ Custos de elaboração e estruturação de contratos entre o principal e o agente;


❏ Despesas de monitoramento das atividades dos agentes pelo principal;
❏ Gastos realizados pelo próprio agente para mostrar ao principal que seus atos não
serão prejudiciais a ele;
❏ Perdas residuais, provenientes da diminuição da riqueza do principal por eventuais
divergências entre as decisões do agente e as decisões que iriam maximizar a
riqueza do principal.
ORIGEM DOS CUSTOS DE
AGÊNCIA
A origem dos custos de agência se dá na separação entre propriedade
(acionistas) e controle (gestores) e decorre do natural desalinhamento de
interesses entre estes agentes e do custo inerente ao monitoramento a
ser exercido pelos acionistas sobre os gestores.

Jensen e Meckling (1976) afirmam que tais custos surgem em qualquer


situação que envolva esforço conjunto, mesmo em situações nas quais
não é clara a separação dos papéis do agente e do principal.
ORIGEM DOS CUSTOS DE AGÊNCIA

Segundo Jensen e Meckling (1976), os custos de agência compreendem


os custos de contratos entre o principal e o agente, seu monitoramento, os
custos incorridos pelos agentes na sinalização ao principal de sua
honestidade e perdas decorrentes dos conflitos entre agentes e principal
no que tange às decisões tomadas que não maximizem valor.
PARA QUE SERVEM OS CUSTOS DE AGÊNCIA?
Em geral, para amenizar os conflitos de agência, os acionistas arcam
com o custo de agência, que incluem todos os custos relativos para
fazer com que os interesses dos administradores visem ao atendimento
de seus próprios interesses, que é o de maximizar o preço das ações da
empresa.
TIPOS DE CUSTO DE AGÊNCIA
Acionistas x Administradores
Segundo Brigham e Brigham (2004) os principais custos de agência entre acionistas e
administradores são:
1. Gasto para monitorar as ações dos administradores, tais como auditoria.
2. Gastos para estruturar a organização, de forma a limitar o comportamento
indesejável dos administradores, como nomear investidores externos para o conselho
de administração;
3. Custo de oportunidade, que ocorrem quando existem restrições impostas aos pelos
acionistas, como a exigência de voto dos acionistas em determinados assuntos,
limitando a habilidade dos administradores em tomar decisões que iriam aumentar a
riqueza do acionista.
TIPOS DE CUSTO DE AGÊNCIA
Acionistas X Credores

O custo de agência entre acionistas e credores surge principalmente quando


a empresa encontra-se em dificuldades financeiras, o que costuma gerar nos
acionistas estratégias egoísticas, prejudicando os credores em benefício
próprio. Estas estratégias acarretam custos porque reduzem o valor de
mercado* da empresa como um todo.

*Valor de mercado é aquele pelo qual a companhia


pode realmente ser vendida.
COMO FUNCIONAM OS
CUSTOS DE AGÊNCIA?

O custo de agência dimensiona a disparidade entre ganhos e uso dos


recursos. São custos que envolvem taxas associadas ao gerenciamento
das necessidades entre ambas as partes e, por isso, também são
conhecidos como risco da agência.

(Arruda, Madruga, & Freitas, 2008)


PERSPECTIVA DE AGÊNCIA EM UM
CONTEXTO DE ACIONISTAS DISPERSOS
O modelo anglo-saxão preocupa-se primordialmente com a geração de
riqueza e obtenção de retorno máximo para os investimentos realizados
visando à redução de conflitos de agência na apropriação dos valores
gerados e a sua equânime distribuição entre os acionistas. Nesse modelo as
participações acionárias são relativamente pulverizadas existindo assim uma
separação entre propriedade e gestão, de forma que o principal conflito de
agência é entre administradores e acionistas (SILVEIRA, 2002; OKIMURA,
2003; DE PAULA, 2003; ANDRADE; ROSSETTI, 2004)
PERSPECTIVA DE AGÊNCIA EM UM
CONTEXTO DE ACIONISTAS DISPERSOS
O modelo nipo-germânico caracteriza-se pelo equilíbrio dos interesses
dos stakehoholders (todos os públicos envolvidos com a companhia)
como objetivo primordial das empresas, ao invés da maximização da
riqueza dos acionistas. Nesse modelo predomina a gestão coletiva e a
presença de grandes investidores (bancos, outras instituições financeiras,
famílias) que possuem uma parcela significativa de ações (SILVEIRA,
2002; OKIMURA, 2003; DE PAULA, 2003, ANDRADE e ROSSETI, 2004).
ACIONISTAS DISPERSOS X
GRANDES ACIONISTAS
De acordo com Carvalhal-da-Silva (2004, p.350):
Diversas pesquisas sugerem que a concentração do direito
de voto nas mãos dos acionistas controladores pode ser
associada com maior grau de expropriação dos minoritários,
uma vez que grandes acionistas preferem auferir benefícios
privados do controle, que não são divididos com os
minoritários. Sendo assim, maior concentração dos direitos
de voto pelos acionistas controladores estaria associada a
maior expropriação dos acionistas minoritários.
PERSPECTIVA DE AGÊNCIA EM UM
CONTEXTO DE EMPRESAS FAMILIARES

Somente o dono é capaz de se dedicar a uma


empresa ao ponto de obter resultados satisfatórios?

De que maneira o gestor pode se comportar como dono?

(SENSI FILHO; VALE; LANA, 2019).


PERSPECTIVA DE AGÊNCIA EM UM CONTEXTO DE EMPRESAS FAMILIARES

(MOURA, 2014 p. 62)


QUAL A SUA RELAÇÃO COM A
CONTABILIDADE?

A Teoria da Agência permite que os pesquisadores em contabilidade estudem


a relação entre os problemas de incentivo, as informações contábeis e os
sistemas de compensação.
(LOURENÇO; SAUERBRONN, 2017).
QUAL A SUA RELAÇÃO COM A
CONTABILIDADE?
A perspectiva econômica da Teoria da Agência tem oferecido importantes
contribuições, e entre suas aplicações para a Contabilidade Gerencial
destacam-se:
i) orçamento de capital;
ii) agregação de medidas de desempenho;
iii) controle do desempenho e avaliação do desempenho relativo;
iv) uso de medidas não financeiras;
v) medidas de performance adicional;
vi) transferências de preços e limites da firma;
vii) alocação de custos.
(LOURENÇO; SAUERBRONN, 2017).
ESTUDOS
RELACIONADOS
ABORDAGEM DA
TEORIA DA AGÊNCIA
❖ Relação entre desempenho, remuneração e criação de valor das
empresas cotadas na EURONEXT-LISBOA.

❖ O objetivo de estudo foi, compreender as relações entre Diretor


executivo (CEO) e o desempenho organizacional, por um lado, e
as relações entre a criação de valor para o acionista e
remuneração total do CEO , de outro lado.
O objetivo do estudo foi dividido em duas partes:

A primeira parte examinou se a performance organizacional baseada nas


medidas contábeis influencia a performance organizacional baseada nas
medidas de mercado (H1) influência na compensação do CEO ( H2, H3).

A segunda, examinou se a performance organizacional baseada nas


medidas contábeis e de mercado e a compensação total do CEO
influenciam a criação de valor do acionista (H4,H5,H6)
H1, H2 e H4 foram confirmadas.
H1- confirmou que a avaliação de um companhia pelo mercado é
condicionada pelas medidas contábeis;
H2- confirmou que a performance organizacional baseada nas medidas
contábeis determina a compensação total do CEO;
H4- confirmou que a performance organizacional baseada nas medidas
contábeis condiciona a criação de valor do acionista.

Limitação da pesquisa: Forma de divulgação da compensação do CEO não


favorece a coleta de dados.
❖ Resumo da teoria associada aos problemas da agência nas
empresas familiares abordados na literatura financeira.

❖ Carecem estudos em empresas da América Latina.

❖ Não existe esclarecimento sobre o impacto da propriedade


familiar em relação aos custos de agência.
A Teoria de Agência aplicada aos
Fundos de Investimento
Autores: Flávia Zóboli Dalmácio e Valcemiro Nossa
Periódico: Brazilian Business Review
Qualis: A2
Mantenedora: FUCAPE Business School
v. 1, n. 1, p. 31-44, 2004.
A Teoria de Agência aplicada aos
Fundos de Investimento
A pesquisa buscou sob a perspectiva da Teoria de Agência, verificar a
existência de uma relação entre a taxa de remuneração cobrada pelos
administradores de fundos de investimento e a rentabilidade dessas
carteiras. A Teoria de Agência busca explicar os conflitos de interesses
que podem surgir da relação contratual entre um principal e um agente.
O agente é o indivíduo que, motivado por seus próprios interesses, se
compromete a realizar certas tarefas para o principal.
A Teoria de Agência aplicada aos
Fundos de Investimento

Este trabalho foi desenvolvido a partir de uma revisão bibliográfica e


com base em uma pesquisa experimental, foram feitas investigações
empíricas cujo objeto principal foi o teste de hipótese a respeito da
relação de causa-efeito que pudesse existir entre a taxa de
administração e a rentabilidade dos fundos de investimento.
A Teoria de Agência aplicada aos
Fundos de Investimento
Verificou-se que em 80% dos fundos analisados, os que cobram
menores taxas de administração obtiveram os maiores rendimentos, ou
as menores perdas no período.

Assim, a hipótese de que quanto maior a taxa de remuneração atribuída


aos administradores dos fundos de investimento maior será o retorno
para os investidores foi refutada.
A Teoria de Agência aplicada aos
Fundos de Investimento
Como sugestão os autores trazem a possibilidade de em vez da utilização
da taxa de administração (remuneração), utilizar os tipos de remuneração
(fixa ou variável) recebidos pelos administradores dos fundos de
investimento. Nesse caso, a hipótese poderia ser: um administrador de
fundo de investimento que tenha uma remuneração fixa por seus serviços
tenderá a defender, primeiramente, seus interesses pessoais. Por outro
lado, se recebe uma remuneração fixa, mais uma variável, pelos resultados
apresentados, tenderá a priorizar os objetivos dos investidores para
atender seus próprios interesses. Os conflitos de interesses decorrentes
das relações entre agente e principal possibilitam muitas pesquisas
empíricas, ainda pouco exploradas, no Brasil.
Teoria do Agente, Teoria da Firma e os
Mecanismos de Governança
Corporativa no Brasil

Autores: Raquel Lourenço do Carvalhal e Ricardo Bordeaux-Rêgo


Periódico: Relatórios de Pesquisa em Engenharia de Produção - RPEP
Qualis: B4
Unidade: Departamento de Engenharia de Produção - UFF
v. 10, n. 13
Teoria do Agente, Teoria da Firma e os
Mecanismos de Governança
Corporativa no Brasil
O artigo traz uma revisão de literatura sobre as Teorias do Agente e da
Firma, importantes referenciais sobre o assunto. A partir da revisão de
literatura, o trabalho foca na ligação entre as teorias estudadas e os tipos de
contratos e as ferramentas para alinhamento de interesse entre as partes.
Finalmente, é feita uma reflexão sobre os mecanismos de governança
utilizados no Brasil para amenizar os conflitos entre firma e mercado e
incentivar os agentes a adotarem uma conduta que torne o mercado mais
eficiente.
Teoria do Agente, Teoria da Firma e os
Mecanismos de Governança
Corporativa no Brasil
Os autores avaliaram os impactos das práticas de governança nos índices
IBrX-100, IBrX-50 e Ibovespa, utilizando carteiras estáticas dos índices no
período de setembro a dezembro de 2004, extrapolando-as para o período
de junho de 2001 à setembro de 2004. A metodologia de avaliação utilizada
foi a variação acumulada dos índices, composta pela rentabilidade de cada
ação no período ponderada por sua participação na carteira. Pesquisa
bibliográfica e descritiva.
Teoria do Agente, Teoria da Firma e os
Mecanismos de Governança
Corporativa no Brasil
Como resultados do trabalho, observam-se, primeiramente uma
rentabilidade superior do grupo de empresas associadas às boas práticas
de governança. E ainda, nota-se que, em todos os índices, a rentabilidade
das ações de empresas classificadas em algum nível de governança da
Bovespa é muito superior à daquelas que se encontram fora desse grupo e
que, conseqüentemente, a rentabilidade total de cada índice é influenciada
positivamente pelas ações de empresas com práticas de boa governança.
Teoria do Agente, Teoria da Firma e os
Mecanismos de Governança
Corporativa no Brasil
Os resultados mostram ainda uma clara tendência de que as empresas com
práticas de boa governança tendem a superar a rentabilidade daquelas que
optaram por não se adequar a tais critérios. Expandindo um pouco mais a
análise, foi calculada a relação existente entre o valor da ação e o lucro
líquido por ação. Nota-se que as empresas presentes no IGC apresentaram
uma superioridade representativa em relação aos outros índices quando se
trata de avaliar o preço da ação em relação ao lucro líquido.
Teoria do Agente, Teoria da Firma e os
Mecanismos de Governança
Corporativa no Brasil
Sugere-se para futuros trabalhos a comparação de desempenho do Índice
de Governança Corporativa com outros índices da bolsa de São Paulo em
períodos mais recentes de forma a se obter maior base de dados para se
possa avaliar o impacto das boas práticas no desempenho das ações.
Além disso, pode-se trabalhar no sentido de buscar uma relação de
causalidade entre eventos adversos ligados à falta de Governança
Corporativa no Brasil e a evolução das suas práticas, quer por meio de
regulamentação institucional, que por auto regulação.
Pesquisa e teoria da agência comportamental:
uma revisão e agenda de pesquisa
Autores: RUBENS MUSSOLIN MASSA; RAUL BEAL PARTYKA e
JEFERSON LANA.
Periódico: Cad. EBAPE.BR vol.18 no.2 Rio de Janeiro abr./jun. 2020
Epub 10-Jul-2020
https://doi.org/10.1590/1679-39517701
Pesquisa e teoria da agência
comportamental: uma revisão e
agenda de pesquisa
A Teoria da agência comportamental verifica a relação entre os executivos,
CEOs e gerentes da empresa e suas decisões dentro da empresa. Os
mecanismos de governança e as formas de remuneração passam a ser
monitores dos membros internos quanto à experiência do conselho de
administração para evitar desvalorizações.

O artigo destaca a importância da teoria da agência comportamental tanto para


empresas que confiam em seu processo de tomada de decisão a um agente
quanto para o comportamento desse agente.
Pesquisa e teoria da agência
comportamental: uma revisão e
agenda de pesquisa
Ambos os aspectos estão sujeitos a preocupações que geralmente levam
a recomendações para estabelecer ou melhorar os planos de remuneração
dos executivos.

A contribuição teórica e empírica deste estudo aponta para a necessidade


de pesquisas futuras sobre esse tema, uma vez que a compreensão do
comportamento do agente é estratégica para que as empresas ajudem o
agente a atuar em benefício dela enquanto reduzem as possibilidades de
comportamentos inadequados e prejudiciais.
A GOVERNANÇA CORPORATIVA E A TEORIA DA
AGÊNCIA EM CONSONÂNCIA COM A
CONTROLADORIA

A estrutura de controle e de gestão das firmas tem sido alterada juntamente


com as mudanças que vêm ocorrendo na economia. Empresas que antes
estavam nas mãos do proprietário, que além das ações também detinha a
administração da empresa, agora se deparam com a separação das funções de
proprietário e de administrador. A partir do momento em que aparecem dois
papéis dentro da firma, emergem alguns problemas, entre os quais se pode
citar a adequação das decisões tomadas pelo administrador com as
necessidades do acionista, problema este que é estudado pela Teoria da
Agência.
A GOVERNANÇA CORPORATIVA E A TEORIA DA
AGÊNCIA EM CONSONÂNCIA COM A
CONTROLADORIA

A partir da revisão bibliográfica a respeito dos conceitos apresentados, foi


possível demonstrar a interdependência entre a Teoria da Agência, a
Governança Corporativa e a Controladoria, evidenciando que estes conceitos
estão intimamente ligados e que, se utilizados em consonância, ajudam a
adequar os resultados obtidos com os desejados pelos proprietários.
PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE A TEORIA DA AGÊNCIA

Artigo: Teoria da Agência: Uma Avaliação e Revisão


Autores: Kathleen M. Eisenhardt
Periódico: RGC – Revista de Governança Corporativa, São Paulo, v.
2, n.1, art. esp, pp. 1-36, abr 2015.
Objetivo: Descrever a teoria da agência e indicar caminhos em que
os pesquisadores organizacionais podem usar seus insights.
Principais resultados: A teoria da agência fornece uma perspectiva
única, realista e empiricamente testável sobre problemas de esforço
cooperativo. A intenção deste artigo foi de esclarecer algumas das
confusões que rondam a teoria da agência e levam estudiosos
organizacionais a usarem a teoria da agência em seu estudo sobre a ampla
gama de assuntos de principal-agente voltado para empresas.
USO DA TEORIA DA AGÊNCIA EM PESQUISAS DE
CONTABILIDADE GERENCIAL: PREMISSAS, LIMITAÇÕES E
FORMULAÇÕES ALTERNATIVAS AOS SEUS
PRESSUPOSTOS
Autores: Rosenery Loureiro Lourenço e Fernanda Filgueiras
Sauerbronn.
Periódico: Advances in Scientific and Applied Accounting ISSN
1983-8611 São Paulo v.10, n.2 p. 153-171 Maio / Ago. de 2017
A TEORIA DO AGENCIAMENTO E A CONTABILIDADE

Autores: Valcemiro Nossa, José Roberto Kassai e Sílvia Kassai


Evento:
Encontro da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação
em Administração
- 2000

Kassai, J. R., Casa Nova, S. P. de C., & Nossa, V. (2000). A teoria do


agenciamento e a contabilidade. In Anais. Rio de Janeiro: ANPAD.
O caso Qualicorp e a Teoria da Agência
Notícia veiculada pelo jornal Valor Econômico em 02 de Outubro de 2018.
A notícia original pode ser encontrada no endereço:
https://www.valor.com.br/empresas/5897647/qualicorp-cai-na-bolsaapos-acordo-com-ceo.

A notícia diz respeito a uma queda significativa do valor de mercado da empresa Qualicorp (Grupo
empresarial líder brasileiro na comercialização e administração de planos de saúde coletivos.) na B3. As
ações (QUAL3) estavam sendo negociadas a R$16,35 (fechamento de 28/09/18) e, então, caíram para
R$11,87 em 01 de outubro (mesmo patamar do IPO em 2011), uma redução de 29%. Esta queda está
relacionada à divulgação de informação pela Companhia de um acordo realizado com o seu fundador e
presidente no montante de R$150 milhões; para que o mesmo não vendesse toda a sua participação na
empresa e assumisse o compromisso de não criar negócios que concorressem com a Qualicorp. A
reportagem também apurou que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) irá analisar se o pagamento é
devido, visto que o CEO já tem o dever de zelar pelos interesses da empresa que dirige (comprometimento
do acionista a firma).

No caso da Qualicorp notamos que o fundador e CEO é também acionista majoritário, ou seja, este fato
pode ter reduzido o fator de proteção dos acionistas que, sem a informação adequada não pôde se utilizar
do mecanismo de liquidez do mercado de ações antes que a empresa perdesse significativo valor de
mercado.
REFERÊNCIAS
❖ Carvalhal. D.S e A. L. Governança corporativa, valor, alavancagem e política de dividendos das empresas brasileiras. Revista
de Administração da USP (RAUSP), São Paulo, v.39, n.4, p.348-361, out/nov/dez. 2004
❖ Dalmácio, F. Z., & Nossa, V. (2004). A Teoria de Agência aplicada aos fundos de investimento. Brazilian Business Review, 1(1), 31-
44.
❖ Darus, F., Mohamad, A. (2011). Corporate Governance and Corporate Failure in the Context of Agency Theory. The Journal of
American Academy of Business, Cambridge, v. 17, n. 1., 2011.
❖ De Arruda, G. S., & Madruga, S. R., De Freitas Junior, N. I. (2008). A governança corporativa e a teoria da agência em
consonância com a controladoria. Revista de Administração da UFSM, v. 1, n. 1, 71-84.
❖ Eisenhardt, K. M. Agency Theory: An Assessment and Review. (1989). Academy of Management Review, 14(1), 57-74.
❖ Sunder, S. (2014). Teoria da Contabilidade e do Controle, Atlas. (capítulo 2, disponível na minha biblioteca/livro digital).
❖ Jensen, M.; Meckling, W. Theory of the firm: managerial behavior, and agency cost and capital structure. Journal of Financial
Economics, p. 305-360, Oct. 1976
❖ Kassai, J. R., Casa Nova, S. P. de C., & Nossa, V. (2000). A teoria do agenciamento e a contabilidade. In Anais. Rio de Janeiro:
ANPAD.
❖ Lourenço, R. L.; Sauerbronn, F. F. Uso da Teoria da Agência em Pesquisas de Contabilidade Gerencial: Premissas, Limitações e
Formulações Alternativas aos seus Pressupostos. Advances in Scientific and Applied Accounting, v. 10, n. 2, p. 153-171, 2017.
❖ Sensi Filho O, M. A.; Vale, M. K.; Lana, J. Manda quem Pode, mas até Quando? . Revista Gestão Organizacional, v. 12, n. 4, p. 172-
187, 2019
❖ De Souza Neto,, Jose Antonio et al. Juros sobre capital próprio como forma de remuneração de acionistas: um estudo sobre o
conflito de agência e as práticas de planejamento tributário. Revista de Administração FACES Journal, v. 13, n. 4, p. 91-108, 2014.
❖ Massa, R.M; Partyka,R.B.L; Lana, Jeferson. Pesquisa e teoria da agência comportamental: uma revisão e agenda de
pesquisa. Cad. EBAPE.BR, Rio de Janeiro , v. 18, n. 2, p. 220-236, jun. 2020 .
PPGCCA 2020
Mestrado em Ciências Contábeis e Administração

TEORIA DA CONTABILIDADE
Professora Dra. Silvana Dalmutt Kruger

Mestrandas:
Ana Cláudia Deconto
Cheila Nunes dos Santos
Vaine Maria Folle Mattiello

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