Pré-Molares Superiores Fundamentos em Endodontia COMPONENTES DO GRUPO
Alessandra de Jesus Silva Sarmento
Calebe Silva Martins Santos Dante Westphalen Neto Emanuell da costa Alves Silva Erick Johnny Franco Queiroz • Introdução: O grupo dos pré-molares é exclusivo da dentição permanente e o primeiro a localizar-se na porção posterior do arco dental. Composto por oito dentes, tem quatro em cada arco, sendo dois em cada lado do arco. Os pré-molares situam-se entre os caninos e os molares, refletindo, um caráter de transição. Por estar localizado posteriormente e devido à sua relação com a bochecha, o grupo dos pré- molares, em conjunto com o grupo dos molares, também recebe o nome de dentes posteriores ou dentes jugais. • Função: Pode-se dizer que os pré-molares congregam tanto a função de dilacerar os alimentos quanto a de triturá-los. Isso ocorre porque o primeiro pré-molar, que se situa logo após o canino, apresenta um alongamento da cúspide vestibular, semelhante ao canino, auxiliando-o na função de dilaceração. Já o segundo pré-molar, que se situa mais próximo aos molares, apresenta uma forma coronária mais semelhante a estes, adaptada para a função de trituração dos alimentos. • Morfologia: Os pré-molares apresentam maior detalhamento morfológico do que os dentes anteriores. Os primeiros pré- molares superiores são maiores que os segundos pré- molares superiores, formando uma série descendente. O inverso ocorre no arco inferior, onde os primeiros pré- molares são menores que os segundos pré-molares, formando uma série ascendente. • Coroa: As coroas dos pré-molares apresentam forma de cubo, pois há um grande desenvolvimento do lóbulo lingual, que desenvolverá uma verdadeira face oclusal. • Raiz: Com exceção do primeiro pré-molar superior (frequentemente birradiculado), todos os elementos do grupo dos pré-molares são unirradiculados. A raiz dos pré- molares apresenta formato conicopiramidal. As raízes dos pré-molares superiores são mais achatadas no sentido mesiodistal; e as raízes dos pré-molares inferiores, mais arredondadas. Primeiro pré-molar superior: O primeiro pré-molar superior localiza-se após o canino, sendo o quarto dente de um hemiarco superior. Seu comprimento total é de, aproximadamente, 22,5 mm, e sua erupção inicia-se em torno dos 10 a 11 anos de idade. Sua oclusão ocorre com a metade distal do primeiro pré-molar inferior e a metade mesial do segundo pré- molar inferior. • Coroa: A coroa do primeiro pré-molar superior compõe-se de quatro lóbulos de desenvolvimento: três vestibulares e um lingual. Além disso, é a mais larga entre todos os pré- molares. Geometricamente, assemelha-se a um cubo, apresentando as faces vestibular, lingual, mesial, distal e oclusal, bem como uma face cervical virtual. • Face Oclusal: Possui a forma de um pentágono assimétrico, apresentando o diâmetro vestibulolingual maior que o diâmetro mesiodistal. O lado vestibular é convexo e formado por dois lados do pentágono, equivalendo à cúspide vestibular. Ele se mostra irregular, com depressões que correspondem à união dos lóbulos de desenvolvimento. • Raiz: O primeiro pré-molar superior pode ser unirradiculado (35,5%), birradiculado (61%), ou trirradiculado (3,5%). Nos dentes unirradiculados, a raiz é similar à do segundo pré-molar superior. Os dentes birradiculados apresentam uma raiz vestibular e outra lingual, que podem ser distintas (42%) ou fusionadas (19%). Nos dentes trirradiculados, as raízes assumem a mesma disposição apresentada pelos molares superiores, ou seja, duas raízes vestibulares e uma lingual.
A descrição seguinte refere-se aos dentes birradiculados, por serem os de
maior frequência. Ambas as raízes são delgadas, com ápices afilados e formato conicopiramidal. A raiz vestibular é mais longa, mais espessa e com formato mais piramidal. Já a raiz lingual apresenta formato cônico com secção circular. Ambas se ligam à coroa por uma base comum de implantação das raízes, e a bifurcação entre elas pode ocorrer a qualquer nível da raiz, mas, quando ocorre no terço médio, as raízes podem mostrar divergência. Segundo pré-molar superior O segundo pré-molar superior está localizado entre o primeiro pré- molar superior e o primeiro molar superior, sendo o quinto elemento dental de um hemiarco superior (Figura 19.5). Em comparação com o primeiro pré-molar superior, apresenta um comprimento total ligeiramente menor, de 22,0 mm (Quadro 19.2). Assemelha-se anatomicamente a ele, mas é menor em suas dimensões e apresenta características próprias que permitem distingui-lo perfeitamente. Sua erupção ocorre por volta dos 10 a 12 anos de idade. Oclui com a metade distal do segundo pré-molar e o terço mesial do primeiro molar inferior. • Coroa: Apresenta forma idêntica ao primeiro pré-molar superior, ou seja, um cubo constituído por faces vestibular, lingual, mesial, distal e oclusal, além de uma face cervical virtual. Sua coroa também é formada por quatro lóbulos de desenvolvimento: três vestibulares e um lingual. As características anatômicas não oferecem diferenças substanciais quando comparadas com as do primeiro pré- molar superior, exceto com relação ao aumento do tamanho da cúspide lingual. • Face Oclusal: Apresenta a mesma forma pentagonal que o primeiro pré-molar, porém, devido à ausência da convergência para lingual da face distal, é menos assimétrica. Os caracteres anatômicos são semelhantes – vale ressaltar apenas as mudanças que ocorrem na superfície oclusal (Figura 19.6). O sulco principal localiza-se mais para o centro da face oclusal e é menos nítido e mais curto (2,5 a 3,0 mm). Isso implica cristas marginais mais largas. Os sulcos secundários são menores, mais frequentes e mais irregulares, o mesmo ocorrendo com as fossetas. A característica anatômica mais marcante, de fundamental importância no auxílio comparativo entre os primeiro e segundo pré-molares, é o tamanho das cúspides. O segundo pré-molar superior apresenta quase a mesma altura entre as cúspides vestibular e lingual. No primeiro pré-molar superior, a cúspide vestibular é maior do que a lingual. • Raiz: O segundo pré-molar superior costuma ser unirradiculado (94,6%), dificilmente apresentando bifurcação. A raiz tem formato conicopiramidal e forte achatamento mesiodistal. Realizando-se um corte transversal, pode-se encontrar uma secção em forma de halteres, devido a sulcos longitudinais profundos nas faces proximais, ou em forma oval, quando estes sulcos não são muito profundos. A raiz apresenta inclinação distal semelhante à do primeiro pré-molar. O ápice da raiz pode angular-se para distal ou, às vezes, para vestibular. Caso a raiz apresente bifurcação, esta pode envolver desde apenas o ápice ou prolongar-se por toda sua extensão. Nesse caso, as duas raízes formadas apresentarão a mesma disposição das raízes do primeiro pré-molar superior. • BIBLIOGRAFIA: - Anatomia Aplicada à Odontologia, Peter Reher, Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro – RJ, 3ª Edição, 2020.
- Endodontia Pré-Clínica, Equipe de Endodontia da
UFRGS, Editora EvanGraf, Porto Alegre – RS, 1ª Edição, 2020.