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TEORIA DOS SISTEMAS

RESUMO

Teoria dos sistemas começou a ser aplicada a administração principalmente em função


da necessidade de uma síntese e uma maior integração das teorias anteriores, sendo
elas: Científicas e Relações Humanas, Estruturalista e Comportamental oriundas das
Ciências Sociais e da intensificação do uso da cibernética e da tecnologia da
informação nas empresas.

Os sistemas vivos, sejam indivíduos ou organizações, são analisados como “sistema


abertos”, mantendo um continuo intercâmbio de matéria/energia/informação com o
ambiente. A Teoria de Sistema permite reconceituar os fenômenos em uma abordagem
global, permitindo a inter-relação e integração de assuntos que são, na maioria das
vezes, de natureza completamente diferentes.

Palavras-chave: sistemas, organização, ambiente.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................................3
CAPÍTULO I...................................................................................................................................4
1.HISTÓRICO............................................................................................................................4
1.1 OS SISTEMAS....................................................................................................................4
1.2 ABORDAGEM E CONCEITO DAS ORGANIZAÇÕES NA TEORIA DOS
SISTEMAS.................................................................................................................................7
1.3 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA TEORIA DOS SISTEMAS EM
ADMINISTRAÇÃO....................................................................................................................8
CAPÍTULO II................................................................................................................................10
2. PARÂMETROS DOS SISTEMAS........................................................................................10
2.1 PRINCIPAIS ESTUDIOSOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES.........................................11
2.2 QUANTO ÀS CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS................................................12
2.3 SISTEMAS ORGANIZACIONAIS.................................................................................14
CONCLUSÃO..............................................................................................................................15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................17
INTRODUÇÃO

A origem da Teoria dos Sistemas ocorreu a partir dos estudos do biólogo alemão
Ludwig von Bertalanffy. A Teoria Geral dos Sistemas foi introduzida na Administração,
não para buscar ou solucionar problemas ou mesmo tentar soluções práticas, mas
compreender o funcionamento das organizações e sua complexidade.

A Teoria dos Sistemas é importante tendo em vista a necessidade de avaliar a


organização como um todo e não somente em departamentos ou setores. O fator mais
importante ao considerar a Teoria dos Sistemas é a identificação do maior número de
variáveis possíveis, externas e internas que, de alguma forma, influenciam em todo o
processo existente na organização.

O presente trabalho tem por fim apresentar ponderações introdutórias sobre a


teoria dos sistemas, bem como demonstrar sua contribuição para a gestão e tomada de
decisões nas organizações.

Assim, foi dividido em dois capítulos. O primeiro apresenta a respeito dos


Sistemas e da Teoria dos Sistemas, seu processo histórico, conceitos e evolução
dentro da organização. O segundo capítulo realizando uma abordagem geral sobre o
tema, inserindo, nesse contexto os parâmetros dos sistemas, seus principais
estudiosos, as características dos Sistemas e os Sistemas Organizacionais.
CAPÍTULO I

1.HISTÓRICO

A Teoria dos Sistemas foi introduzida na Administração, a partir da década de


1960, tornando-se parte integrante da ciência administrativa. “Surgiu com os trabalhos
do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy, após análise em que fez verificação de que
existia uma tendência para a integração das ciências naturais e sociais”
(CHIAVENATO, 2004, p. 474).

A Teoria dos Sistemas baseia-se nas premissas de que os sistemas são


compostos de subsistemas (moléculas – célula – órgão), que os sistemas são abertos
(meio ambiente constituído de sistemas) e que as funções de um sistema dependem
de sua estrutura.

Segundo Chiavenato (2004), alguns fatores contribuíram para a introdução da


Teoria dos Sistemas na Administração: a necessidade de síntese e integração das
teorias anteriores, que possuíam poucas variáveis da situação como um todo; a
fragilidade das outras teorias que tinham uma abordagem mínima, causando pouca
importância para a Administração; e os resultados bem sucedidos da aplicação dessa
teoria nas outras ciências.

1.1 OS SISTEMAS

A principal característica da ciência moderna é a especialização, que acaba


dividindo a ciência em vários ramos e sub-ramos, prendendo o cientista em um
universo privado, com pouca comunicação com outras áreas à sua volta.

Esse fato se opõe a outro aspecto. Concepções (e problemas) semelhantes


surgiram em áreas bem diferentes.Contrastando com essa concepção mecanicista,
criou-se problemas de totalidade, interação dinâmica e organização em vários ramos
da física.

Moraes (2004) assevera que na concepção organimística da biologia, é


necessário estudar todo o sistema, e não somente as partes isoladas, sistema esse
resultante da interação dinâmica das partes. Se as partes fossem estudadas
separadamente, iam se obter outros resultados. Este conceito também serve para
outras áreas, como por exemplo na psicologia.

Pouco tempo atrás, a ciência exata identificava-se quase por completo com a
física teórica. Não se tentava enunciar leis exatas em campos diferentes da física
(poucos obtiveram reconhecimento).

Com o progresso nessas áreas, torna-se necessário uma expansão dos


conceitos, com o objetivo de permitir o estabelecimento de sistemas de leis onde a
física não pode estar presente.

“Organismos vivos são tomados como sistemas abertos, pois interagem com o
ambiente, enquanto a física e outros campos exatos tratam de sistemas
fechados. Somente mais tarde a física passou a englobar também sistemas
abertos e estados de desequilíbrio”. (MORAES, 2004)

Moraes (2004) complementa que, por conseqüência desse entendimento


começam a aparecer semelhanças nas estruturas em diferentes áreas. Uma mesma lei
pode servir ao mesmo tempo para o campo da biologia quanto ao campo da
matemática.

Chiavenato (2004) afirma que a formulação de uma teoria geral dos sistemas
poderia fornecer modelos a serem usados em vários campos, economizando tempo e
trabalho, aumentando o progresso nos campos.

“O método clássico era adequado para resolução de problemas que podiam ser
isolados e calculados separadamente, porém não serve para processos que
incluem interações, exigindo um novo pensamento matemático.”
(CHIAVENATO, 2004)
Não se deve pensar que, por exemplo, pela teoria geral dos sistemas os países
são organismos superiores, e as pessoas são apenas células insignificantes. Esse
pensamento está errado e leva a analogias sem significação.
Existem áreas, como a genética e a economia, que são de alta complexidade,
e formular uma teoria completa é uma tarefa muito difícil, e devemos nos contentar com
uma “explicação em princípio”.

Segundo Moraes (2004), pontos de vistas semelhantes surgiram em várias


disciplinas da ciência, como também problemas que não são entendíveis se analisar
apenas as partes isoladas. Essa correspondência é muito importante e indica uma
mudança na atitude da física, que passa a tentar achar uma teoria geral que sirva para
todas as áreas da ciência, tentando encontrar uma teoria exata nos campos não físicos
da ciência.

Estas considerações levam ao postulado de uma nova disciplina, chamada de


“Teoria Geral dos Sistemas”, que deixa menos vago o conceito de “totalidade”.

Segundo Oliveira (2001) existe uma relação entre todos os elementos e


constituintes de uma sociedade. Os fatores essenciais de uma ciência, de um problema
público, de um programa ou qualquer tema deve considerar e avaliar sempre a
existência de componentes interdependentes de um sistema total.

De uma forma ou de outra, somos forçados a lidar com complexos, com


totalidades ou sistemas em todos os campos de conhecimento. Isto implica uma
fundamental reorientação do pensamento científico.

Moraes (2004) explica que nos últimos anos, o triunfo da biologia molecular, o
“fracionamento” do código genético, as consecutivas realizações na genética, na
evolução, na medicina, fisiologia celular e muitos outros campos tornaram-se
conhecimento comum. Não há como negar que existe uma relação entre as diversas
áreas do conhecimento.

A Teoria Geral dos Sistemas foi elaborada, em 1937, por Ludwig Von
Bertalanffy, para preencher uma lacuna na pesquisa e na teoria da Biologia. Os seus
primeiros enunciados são de 1925 e ela é amplamente reconhecida na administração
na década de 60.

Na teoria geral dos sistemas a ênfase é dada à inter-relação e interpendência


entre os componentes que formam um sistema que é visto como uma totalidade
integrada, sendo impossível estudar seus elementos isoladamente. É disso que trata os
conceitos de transação e globalidade, o primeiro se refere à interação simultânea e
interdependente entre os componentes de um sistema e o segundo diz que um sistema
constitui um todo técnico.

Figura 1 - Sistemas1

Qualquer mudança em uma das partes afetará todo o conjunto. Buscava-se


uma teoria que fosse comum a todos os ramos da ciência e se pesquisavam os
denominadores comuns para o estudo e abordagem dos sistemas vivos. Esta foi uma
percepção de diversos cientistas, que entenderam que certos princípios e conclusões
eram válidos e aplicáveis a diferentes setores do conhecimento humano.

1.2 ABORDAGEM E CONCEITO DAS ORGANIZAÇÕES NA TEORIA DOS


SISTEMAS

Na abordagem administrativa da teoria sistêmica, as organizações atuam como


um sistema, em que o estudo do geral se sobrepuja ao particular, privilegiando uma
visão mais abrangente e permitindo uma análise, ao mesmo tempo profunda e mais
ampla das organizações.

1
MORAES, Anna Maris Pereira de. Introdução à Administração. 3. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
Conforme Oliveira (2001) sistema significa um “Conjunto de partes interagentes
e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado
objetivo e efetuam determinada função.”

Nessa teoria, “as organizações são abordadas como sistemas abertos, com
interação e independência entre as partes e com o ambiente que o envolve, tendo
várias entradas e saídas para garantir o intercâmbio com o meio” (CHIAVENATO,
2004, p. 496).

Por conceituação, os sistemas são conjuntos de partes ou elementos,


interdependentes, que formam um todo complexo, unitário e organizado, no sentido de
alcançar um objetivo, anteriormente proposto.

[...] Sistema é um processo circular que, embora sob o aspecto energético seja
aberto para o meio ambiente, sob o aspecto estrutural ou organizacional é
fechado sobre si mesmo, que é estável, que se retrodetermina (feed back), se
realimenta, se recompõe e se reorganiza de maneira plástica a partir de seu
meio ambiente, que exerce seletividade em suas interações para com este, que
em muitos casos replica ou reproduz que, quando afastado do seu ponto de
equilíbrio, em muitos casos, engendra novas formas de organização e
comportamento, as quais se inserem num processo de evolução que é regido
pela lei da coerência universal (seleção natural) (CIRNE-LIMA, 2003, p. 27).

A partir da Teoria dos Sistemas, passa-se a compreender melhor o universo de


outras ciências. Surgiram então novas denominações como sistema solar em
Astronomia, sistema social em sociologia, sistema monetário em Economia, sistema
nervoso, digestório e respiratório em Fisiologia e, assim por diante. “O conceito de
sistemas passou a dominar as ciências, e principalmente, a Administração”
(CHIAVENATO, 2004, p. 474).

1.3 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA TEORIA DOS SISTEMAS EM


ADMINISTRAÇÃO

Da definição de sistema como conjunto de unidades intimamente relacionadas,


decorrem duas características básicas: propósito ou objetivo – definem um arranjo que
visa uma finalidade a alcançar; e globalismo ou totalidade – reação global a qualquer
estímulo produzido em parte ou na unidade.

Segundo Chiavenato (2004), as características das organizações como


sistemas abertos são:

· Comportamento probabilístico e não determinístico – significa que as organizações


são afetadas por variáveis externas, desconhecidas e imprevisíveis no seu
comportamento.

· As organizações como partes de uma sociedade maior, constituídas de partes


menores – são vistas como sistemas dentro de sistemas.

· Interdependência das partes – sistema social cujas partes são interdependentes, mas
inter-relacionadas.

· Homeostase – a organização alcança um “estado firme” ou equilíbrio quando satisfaz


dois requisitos: a unidirecionalidade e o progresso.

· Fronteiras ou limites – os sistemas sociais (organizações) têm fronteiras que não


existem fisicamente. Um mesmo indivíduo pode pertencer a duas organizações.

· Morfogênese – o sistema organizacional tem a capacidade de modificar a si próprio e


à sua estrutura básica.

· Resiliência – é a capacidade de superar o distúrbio imposto por um fenômeno


externo.
CAPÍTULO II

2. PARÂMETROS DOS SISTEMAS

Parâmetros são elementos variáveis que por possuírem determinadas


propriedades caracterizam o valor e a dimensão de um sistema, para demonstrar a
totalidade que o mesmo possui.

Ambiente ou subsistemas – são partes do sistema em que se desenvolvem as


atividades interdependentes, inter-relacionadas e interatuantes, que são especializadas
(conseqüência da divisão do trabalho) e interligadas por uma rede de comunicações
dinâmica e alimentada continuamente conforme as mudanças por que passa o
ambiente.

Os parâmetros dos sistemas são de acordo com Chiavenato (2004) e Moraes


(2004):

Figura 2 – Elementos do sistema2

 Entrada ou insumos (input) – é a força de partida do sistema que fornece


material ou informação para a sua operação. São constituídas por recursos humanos,
financeiros e materiais.

 Processamento ou operação (throughput) – é a conversão das entradas em


saídas e representa a etapa de transformação dos recursos em produtos.

2
MORAES, Anna Maris Pereira de. Introdução à Administração. 3. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
 Saídas ou resultados (output) – é a conseqüência da reunião dos elementos e
relações do sistema. Compreendem as mercadorias, os serviços e as realizações para
alcançar os propósitos do sistema.

 Retroação ou alimentação de retorno (feedback) – é o mecanismo responsável


pelo equilíbrio e estabilidade do sistema e que compara a saída com critérios
estabelecidos. O elemento básico da retroação é a informação e o objetivo principal é o
controle para evitar desvios positivos ou negativos.

2.1 PRINCIPAIS ESTUDIOSOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES

Segundo Chiavenato (2004), os principais representantes da Teoria dos


sistemas, foram:

1. Edgar H. Schein – publicou Organizational Psychology, em que propõe aspectos


que a Teoria dos Sistemas considera na definição de organização, que são: sistema
aberto em constante alteração, objetivos ou funções múltiplas, conjunto de subsistemas
interagindo dinamicamente e mutuamente dependentes e múltiplos elos entre
organização e seu meio ambiente desfizeram fronteiras organizacionais.

2. Daniel Katz e Robert L. Kahn – em 1972, publicaram “Psicologia Social das


Organizações”, em que desenvolveram um modelo de organização por meio da
aplicação da Teoria dos Sistemas à Teoria Administrativa, com as características
abaixo:

 A organização como um sistema aberto - importação (entrada), transformação


(processamento), exportação (saídas), ciclos de eventos que se repetem, entropia
negativa (formas organizadas que chegam à desintegração), informação como insumo,
retroação negativa e processo de codificação, estado firme e homeostase dinâmica,
diferenciação, equifinalidade (vários caminhos, e mesmo resultado final), limites ou
fronteiras (barreiras entre o sistema e o ambiente);
 Características das organizações como sistemas sociais e que não têm limitação
de amplitude; necessitam de entradas de manutenção e de produção; têm sua
natureza planejada;

 Cultura e clima organizacional – cada organização cria sua própria cultura e os


valores inerentes. As organizações possuem padrões distintos de crenças culturais e
coletivas, que são transmitidas às novas gerações.

 Dinâmica de Sistemas – as organizações sociais criam mecanismos de


recompensas a fim de vincular seus membros ao sistema, estimulam as atividades
requeridas e as estruturas de autoridade para controlar e dirigir o comportamento
organizacional.

 Conceito de eficácia organizacional – as organizações sobrevivem enquanto


forem capazes de manter a importação de quantidades cada vez maiores de energia
do que possam devolver ao ambiente como produto.

 Organização como sistema de papéis – a organização consiste em papéis ou


aglomerados de atividades esperadas aos indivíduos. É uma estrutura de papéis.

Ainda segundo o autor, outros estudiosos da Teoria dos Sistemas são:


Johnson, Kast, Rice, Rosenzweig, Churchman, Burns, Trist e Hichs, entre outros.

A Teoria dos Sistemas trouxe para a ciência administrativa, uma ampliação na


visão dos problemas organizacionais se contrapondo às abordagens mais antigas de
sistemas fechados. A concepção de homem funcional, com desempenho de vários
papéis e seus conflitos somados aos da organização (mistos) compõem o quadro
organizacional dessa abordagem, que necessita de melhor sistematização e possui
pouca aplicação prática (CHIAVENATO, 2003).

2.2 QUANTO ÀS CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS

As observações científicas mostram que os sistemas recebem do meio


ambiente fluxo de matéria, de energia e de informações. Mostram ainda que os
elementos que compõem um Sistema mudam constantemente, mas que a estrutura
permanece idêntica. Pode-se afirmar que um Sistema continua em equilíbrio com o
meio ambiente, mesmo sendo atravessado constantemente por diversos fluxos.

Segundo Oliveira (2001), quanto às suas características podemos dividi-los em:

 Sistemas fechados: são os sistemas que não apresentam intercâmbio com o


meio ambiente que os circunda, pois são herméticos a qualquer influência ambiental.
Sendo assim, os sistemas fechados não recebem nenhuma influência do ambiente e,
por outro lado, também não o influenciam. Não recebem nenhum recurso externo e
nada produzem que seja enviado para fora. A rigor, não existem sistemas fechados, na
acepção exata do termo. Os autores têm dado o nome de sistemas fechados àqueles
sistemas cujo o comportamento é totalmente determinístico e programado e que
operam com pouquíssimo intercâmbio de matéria e energia com o meio ambiente . O
termo também é utilizado para os sistemas completamente estruturados, onde os
elementos e relações combinam-se de uma maneira peculiar e rígida produzindo uma
saída invariável. São os chamados sistemas mecânicos, como as máquinas.

 Sistemas abertos: são os sistemas que apresentam relações de intercâmbio com


o ambiente, através de entradas e saídas. Os sistemas abertos trocam matéria e
energia regularmente com o meio ambiente. São eminentemente adaptativos, isto é,
para sobreviverem devem reajustar-se constantemente às condições do meio. Mantêm
um jogo recíproco com as forças do ambiente e a qualidade de sua estrutura é
otimizada quando o conjunto de elementos do sistema se organiza, aproximando-se de
uma operação adaptativa. A adaptabilidade é um contínuo processo de aprendizagem
e de auto-organização. Os sistemas abertos não podem viver em isolamento. Os
sistemas fechados – isto é, os sistemas que estão isolados de seu meio ambiente –
cumprem o segundo princípio da termodinâmica que diz que “uma certa quantidade,
chamada entropia, tende a aumentar a um máximo”. A conclusão é que existe uma
“tendência geral dos eventos na natureza física em direção a um estado de máxima
desordem”. Porém, um sistema aberto “mantém a si próprio, em um contínuo fluxo de
entrada e saída, uma manutenção e sustentação dos componentes, nunca estando ao
longo de sua vida em um estado de equilíbrio químico e termodinâmico, obtido através
de um estado firme, chamado “homeostasia”. Para tanto, os sistemas abertos podem
utilizar como forma de REGULAÇÃO dois mecanismos: feedback negativo e feedback
positivo. Por meio do FEEDBACK NEGATIVO, o sistema tende a anular as variações
do meio ambiente, recusando qualquer informação que ponha em jogo seu equilíbrio a
fim de mantê-lo invariante. Por outro lado, o FEEDBACK POSITIVO tende a amplificar
o fluxo vindo do meio ambiente, levando o sistema a um novo estado de equilíbrio, o
que caracteriza a capacidade de mudança e de adaptação de um organismo.

2.3 SISTEMAS ORGANIZACIONAIS

Segundo Magalhães (2000), sistemas organizacionais é um “Conjunto de


partes e funções dinâmicas, interdependentes, com objetivos comuns.” Esses sistemas
podem ser:

 Abertos.
 Pertencem a sistemas maiores.
 Contem sistemas menores.
 Tem objetivos especificos (e usam feedback).
 Tem estrutura complexa.

Figura 3 – Visão sistêmica da empresa3

3
Adaptado de: PADOVEZE, Clóvis L. Sistemas de Informações Contábeis. São Paulo: Atlas, 2004.
Um sistema é um conjunto de partes interdependentes que atuam visando a
um objetivo comum. As partes podem ter objetivos bem-definidos e nenhuma liberdade
para ação individual, como nos sistemas mecânicos, ou exercerem a sua vontade,
seguindo ou não os papéis que lhes foram destinados, como nas organizações
humanas. No segundo caso, a luta pelo poder individual leva, no limite, à desnutrição
da organização como sistema humano.

A sobrevivência da organização depende de ações coordenadas e harmônicas


das pessoas que a compõem. Para administrá-la, é preciso que haja uma missão forte,
capaz de tocar os corações, e visões de futuro compartilhadas.

Ter visão sistêmica implica trabalhar em equipe, e não em bando, ou em grupo


apenas. A equipe é um conjunto de pessoas que se aplicam a um trabalho. Na equipe
não se dá atenção apenas às tarefas mas, sobretudo, às relações entre as pessoas. A
equipe mantém a sua união pela confiança mútua, amizade e solidariedade. O mais
forte abdica-se da ostentação do seu poder pela união de todos. O mais fraco é
ajudado a encontrar uma tarefa adequada, na qual possa dar o melhor de si. Cada
membro da equipe contribui para a coletividade com aquilo que tem de ser melhor.

CONCLUSÃO

O desenvolvimento teórico no campo organizacional tem perpassado por


diversas discussões e formulações, cujos fundamentos estão ancorados em múltiplas
formas de encarar as organizações, absorvendo contribuições das mais variadas áreas
do conhecimento. O pensamento sistêmico promoveu o inicio do debate sobre
organizações vistas como sistemas abertos, que realizam trocas com o ambiente
externo importando insumos, processando-os e gerando outputs.

Com o objetivo de evidenciar a influência do agora reconhecido ambiente


externo, a teoria contingencial procurou tratar daqueles fatores contingenciais
(estratégia, tamanho, incerteza da tarefa e tecnologia) que moldam a estrutura da
organização, evidenciando a necessidade de adaptação das formas organizacionais às
demandas ambientais.

Contudo, limitações de ordem conceitual, no que tange às questões


adaptativas, fizeram com que a perspectiva ecológica tratasse de ajustar algumas
distorções da abordagem contingencial, propondo uma análise a partir do padrão de
relacionamento entre organização e ambiente e entre as populações de organização.
Destaca-se, assim, o potencial colaborativo entre organizações, a fim de
fornecerem respostas mais adequadas às demandas ambientais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CIRNE-LIMA, Carlos. Dialética e Auto-Organização. São Leopoldo: Ed. Unisinos,


2003.

MAGALHAES, A. D. F., LUNKES, I. C. Sistemas Contábeis. São Paulo: Atlas, 2000.

MORAES, Anna Maris Pereira de. Introdução à Administração. 3. ed. São Paulo:
Prentice Hall, 2004.

OLIVEIRA, Djalma P. R. Sistemas, Organização e Métodos. São Paulo: Atlas, 2001.

PADOVEZE, Clóvis L. Sistemas de Informações Contábeis. São Paulo: Atlas, 2004.

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