Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Governo
- O Governo Português é o único europeu que decreta com força de lei – participa do processo
legislativo através dos diplomas de lei.
Execução da Lei
A Administração executa a lei. → Se a lei é a vontade de todos, existe uma validade dessa
autoridade; há uma presunção (relativa) de Validação dos Actos.
- Relativa por que o cidadão pode recorrer ao Tribunal caso se sinta lesado e for provado que
ele está com a razão (ex: uma lei que fira seus direitos fundamentais).
Tribunais
- Poder Judicial.
Os Tribunais não exercem nenhum outro poder do Estado.
Não podem fazer lei; não podem exercer a função legislativa.
Tribunais Marítimo – por que é uma matéria altamente especializada (Direito Comercial
Marítimo).
São contratos informais, a carga passa por várias transições comerciais em alto mar.
Tribunais Arbitrais – são tribunais constituídos por particulares (e não pelo Estado).
Os juízes são indicados pelos particulares.
A sentença é judicial e há recursos.
- São muito vantajosos, são vulgares e a muito mais rápidos (essa é a grande vantagem).
- Muito comum entre transições de comércio internacionais.
A Função Judicial pode ser constituída pela vontade de particulares. Não é uma função estrita
do Estado.
- Algumas matérias não são permitidas serem julgadas em Tribunais Arbitrários – questões de
interesse público (ex: Direito Penal e Fiscal).
A independência dos juízes não significa que eles não sejam responsáveis pelas sentenças que
dão (ex: se ele aplicar uma que prejudique alguém ele responde por isso), quer dizer que os
juízes não dependem do Governo.
Independência funcional – o juiz não está sujeito a directivas de ninguém.
Vantagem de não ter juízes de carreira – independência total. → Sistema Inglês e Norte-
americano.
- Não se faz profissão de juiz, como cá.
Desvantagem – os juízes não têm muita experiência.
- Mas o Direito Inglês é diferente do Português – menos sistematizado, não há códigos, o
tribunal julga sobre a regra do precedente (caso concreto semelhante anterior); virado para a
resolução e o caso concreto; é um Direito do Casuísmo – apreciação caso a caso.
Outra desvantagem: nunca se sabe o que vai sair – margem de insegurança jurídica.
O Ministério Público
A Lei prevê que os juízes possam ser responsabilizados pelos seus actos em exercício da
profissão.
- Pode um particular pedir indemnização a um juiz? – É uma questão.
Trata-se da responsabilidade do exercício da Função Jurídica.
Quem é responsável não é o juiz, é o Estado.
- Existem especializações dentro dos tribunais – são áreas autónomas mas não independentes.
Ex: Família – por lidar com menores e com situações por vezes dramáticas (crianças precisam
de psicólogos, por exemplo).
Tribunais Constitucionais
- O facto de não serem de carreira têm sido muito criticado – pois trás um prejuízo a
independência.
Em Portugal – a solução encontrada pelo legislador: estes juízes têm um mandato de nove
anos (os mandatos dos deputados são de quatro – para não coincidir) e só podem exercer esse
mandato uma vez.
Os Juízes (todos) não podem exercer certas profissões – por questão de incompatibilidade.
Podem dar aulas, desde que não recebam o ordenado.
Juízes:
1ª Estância – não têm designação especial.
2ª Estância – “desembargadores”.
Supremo Tribunal – “conselheiros”.
26.02.10 (sexta)
Processo Legislativo
Lei e Decreto-Lei:
Lei – da Assembléia da República.
Decreto-lei – um decreto do Poder Executivo (Governo), com força de Lei.
- Escrito em 1940.
- A Democracia, no sentido moderno, surgiu primeiro nos EUA.
- Últimos capítulos do livro – abordagem dos perigos que estão sujeitas as sociedades
modernas.
- “seria semelhante ao poder paternal se, como este, tivesse como objectivo tornar as pessoas
adultas. Mas, ao contrário, tem de mantê-los eternamente na infância.”
- Se acha-se que, cumprindo essas providências do Estado Social chegaremos a perfeição
social, enganam-se. Aparece uma nova forma de opressão: opressão tutelar do Estado –
dependência do indivíduo ao Estado.
- O Espaço para a auto-determinação do indivíduo fica cada vez menor.
Thomas Hobbes e Maquiavel são os primeiros a fazer a separação entre Direito e Moral.
Escrevem que o Estado não têm nada que levar em consideração princípios morais.
Regiões Autónomas
Regiões Autónomas
Autarquias
Indivíduo
• Centro de Poder
O livro “Sociedade Aberta e Seus Inimigos” usa essas imagens para exemplificar o sistema político centralizado e descentralizado.
Poder do Estado
Regiões Autónomas e Autarquias (fazem suas próprias leis).
sfera de autonomia do indivíduo (liberdade para usufruir dos seus direitos).
→ As Regiões autónomas têm os órgãos do Estado português, e para além desses, órgãos
próprios.
Órgãos Próprios: a assembleia legislativa regional e o governo regional.
Órgão do Estado Português: Representante da República (antes chamado Ministro da
República). Ele representa o Estado português nas Regiões Autónomas, não tem
muitos poderes, mas tem poder de veto.
→ Uma grande parcela dos impostos de Portugal vai para os Açores e a Madeira (e esse é um
dos motivos principais para que estas regiões não queiram independência total de Portugal).
- Em matéria de Reserva Absoluta, o Governo não pode legislar, pode apenas tomar iniciativas
(propostas).
- O Governo legisla por decretos-lei.
- A Assembleia legisla por criação de leis.
- O Poder Constituinte é exclusivo da Assembleia.
Caso Prático
2) Tipicidade da Matéria – é uma matéria orgânica (identifica-se pelo Art. 164º) – por ser uma
matéria orgânica, há um conjunto de regras especiais (não são todas as leis orgânicas que
precisam de especificidade).
- Maioria Absoluta (o processo legislativo de uma lei orgânica precisa de maioria absoluta para
aprovação) – essa lei tem maioria absoluta? (maioria absoluta = 50% + 1 dos deputados em
efectividade de funções.)
4) Mesmo assim a Assembleia vota de novo (ou seja, após veto a AR confirma).
F – 116 | C – 99 | A – 15
- Perante um veto político, uma lei orgânica precisa de 2/3 para confirmação.
Lógica de degraus (Teoria da Escada):
Precisa*de
Não
maioria
são 2/3 de todos os deputados, são 2/3 dos deputados presentes.
de 2/3* para aprovar
Vetada
Aprovada com
maioria absoluta
- Nesse caso: tem maioria absoluta, mas não tem maioria de 2/3.
- Se só houvesse 150 deputados presentes, o número de votos a favor fosse 100 (seria maioria
de 2/3) – mas não podia aprovar a lei, porque 100 é menos que a maioria absoluta de
deputados em efectividade de funções.
- A lei pode ser aprovada?
- É inconstitucional?
Artigo 6.º Estado unitário
1. O Estado é unitário e respeita na sua organização e funcionamento o
regime autonómico insular e os princípios da subsidiariedade, da autonomia das
autarquias locais e da descentralização democrática da administração pública.
2. Os arquipélagos dos Açores e da Madeira constituem regiões autónomas
dotadas de estatutos político-administrativos e de órgãos de governo próprio.
(Art. 51º) 4. Não podem constituir-se partidos que, pela sua designação ou
pelos seus objectivos programáticos, tenham índole ou âmbito regional.
- A Constituição não permite essa lei – a Constituição claramente proíbe.
- É uma inconstitucionalidade da matéria da lei (inconstitucionalidade material – não pode ser
solucionada).
- Sendo uma lei orgânica, há uma especialidade – votação por maioria absoluta.
- Quando a Assembleia manda para a promulgação uma lei que vai ser publicada como lei
orgânica – o Presidente da Assembléia tem que dar conhecimento do facto ao Governo, ao 1º
Ministro e aos grupos parlamentares. – Por quê? – para possibilitar o que está previsto no Art.
278º nº 4, ou seja, que os grupos parlamentares (precisa ter 1/5 deles), o 1º Ministro ou o
Presidente da República peçam a fiscalização preventiva de constitucionalidade.
- Em regra só o Presidente da República pode pedir verificação de constitucionalidade – mas,
no caso das leis orgânicas, além do Presidente da República, podem também requerer
apreciação constitucional o 1º Ministro ou 1/5 dos deputados em efectividade de funções.
10.03.10 (quarta)
- O poder das Regiões Autónomas de legislar é uma capacidade limitada – não pode por em
causa a competência da Assembleia da República.
- Esta questão da possibilidade das Regiões Autónomas poderem legislar faz com que Portugal
não tenha uniformidade legislativa sobre várias questões.
- É possível que hajam, em uma mesma matéria, leis diferentes em cada Região Autónoma e
no “continente”.
- As Regiões Autónomas podem também desenvolver leis de base – só não podem se na lei
estiver explícito que o Governo da República tenha que as desenvolver e depende também do
conteúdo dessa lei de base.
Artigo 227.º (Poderes das regiões autónomas)
1. As regiões autónomas são pessoas colectivas territoriais e têm os
seguintes poderes, a definir nos respectivos estatutos:
a) Legislar no âmbito regional em matérias enunciadas no respectivo
estatuto político-administrativo e que não estejam reservadas aos órgãos de
soberania;
b) Legislar em matérias de reserva relativa da Assembleia da República,
mediante autorização desta, com excepção das previstas nas alíneas a) a c), na
primeira parte da alínea d), nas alíneas f) e i), na segunda parte da alínea m) e nas
alíneas o), p), q), s), t), v), x) e aa) do n.º 1 do artigo 165.º;
c) Desenvolver para o âmbito regional os princípios ou as bases gerais dos
regimes jurídicos contidos em lei que a eles se circunscrevam;
d) Regulamentar a legislação regional e as leis emanadas dos órgãos de
soberania que não reservem para estes o respectivo poder regulamentar;
e) Exercer a iniciativa estatutária, bem como a iniciativa legislativa em
matéria relativa à eleição dos deputados às respectivas Assembleias Legislativas, nos
termos do artigo 226.º;
f) Exercer a iniciativa legislativa, nos termos do n.º 1 do artigo 167.º,
mediante a apresentação à Assembleia da República de propostas de lei e respectivas
propostas de alteração;
g) Exercer poder executivo próprio;
h) Administrar e dispor do seu património e celebrar os actos e contratos
em que tenham interesse;
i) Exercer poder tributário próprio, nos termos da lei, bem como adaptar o
sistema fiscal nacional às especificidades regionais, nos termos de lei-quadro da
Assembleia da República;
j) Dispor, nos termos dos estatutos e da lei de finanças das regiões
autónomas, das receitas fiscais nelas cobradas ou geradas, bem como de uma
participação nas receitas tributárias do Estado, estabelecida de acordo com um
princípio que assegure a efectiva solidariedade nacional, e de outras receitas que lhes
sejam atribuídas e afectá-las às suas despesas;
l) Criar e extinguir autarquias locais, bem como modificar a respectiva
área, nos termos da lei;
m) Exercer poder de tutela sobre as autarquias locais;
n) Elevar povoações à categoria de vilas ou cidades;
o) Superintender nos serviços, institutos públicos e empresas públicas e
nacionalizadas que exerçam a sua actividade exclusiva ou predominantemente na
região, e noutros casos em que o interesse regional o justifique;
p) Aprovar o plano de desenvolvimento económico e social, o orçamento
regional e as contas da região e participar na elaboração dos planos nacionais;
q) Definir actos ilícitos de mera ordenação social e respectivas sanções,
sem prejuízo do disposto na alínea d) do n.º 1 do artigo 165.º;
r) Participar na definição e execução das políticas fiscal, monetária,
financeira e cambial, de modo a assegurar o controlo regional dos meios de
pagamento em circulação e o financiamento dos investimentos necessários ao seu
desenvolvimento económico-social;
s) Participar na definição das políticas respeitantes às águas territoriais, à
zona económica exclusiva e aos fundos marinhos contíguos;
t) Participar nas negociações de tratados e acordos internacionais que
directamente lhes digam respeito, bem como nos benefícios deles decorrentes;
u) Estabelecer cooperação com outras entidades regionais estrangeiras e
participar em organizações que tenham por objecto fomentar o diálogo e a
cooperação inter-regional, de acordo com as orientações definidas pelos órgãos de
soberania com competência em matéria de política externa;
v) Pronunciar-se por sua iniciativa ou sob consulta dos órgãos de
soberania, sobre as questões da competência destes que lhes digam respeito, bem
como, em matérias do seu interesse específico, na definição das posições do Estado
Português no âmbito do processo de construção europeia;
x) Participar no processo de construção europeia, mediante representação
nas respectivas instituições regionais e nas delegações envolvidas em processos de
decisão da União Europeia, quando estejam em causa matérias que lhes digam
respeito, bem como transpor actos jurídicos da União, nos termos do artigo 112.º
2. As propostas de lei de autorização devem ser acompanhadas do
anteprojecto do decreto legislativo regional a autorizar, aplicando-se às
correspondentes leis de autorização o disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 165.º.
3. As autorizações referidas no número anterior caducam com o termo da
legislatura ou a dissolução, quer da Assembleia da República, quer da Assembleia
Legislativa a que tiverem sido concedidas.
4. Os decretos legislativos regionais previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1
devem invocar expressamente as respectivas leis de autorização ou leis de bases,
sendo aplicável aos primeiros o disposto no artigo 169.º, com as necessárias
adaptações.
- Os órgãos são próprios: Governo Regional e Assembleia Regional.
- O chefe do Governo Regional é chamado “Presidente”.
- O Representante da República não é um órgão próprio, é um órgão da República.
- 4 níveis normativos (alíneas a), b), c) e d) do Art. 227º) – 3 legislativos e 1 regulamentar.
- Estatutos
- Não são leis regionais, são leis da República – pois elas têm que ser aprovadas pela
Assembleia da República.
- Servem para definir, como a Constituição diz, quais são as matérias de competências
especializadas das Regiões Autónomas, em que só ela pode legislar.
- Os Estatutos são de iniciativa das próprias regiões, mas precisam ser aprovadas pela
Assembleia da República, portanto são leis da Assembleia da República.
- A Assembleia da República deve ter muito cuidado com o que aprova para os Estatutos, pois
estão a renunciar a competência legislativa nessas matérias. Depois não poderão revogar as
leis das Regiões Autónomas.
- Em matéria de interesses específicos das Regiões Autónomas a Assembleia da República não
pode legislar – as matérias de interesses específicos são identificados pelos Estatutos – esses
Estatutos são aprovados pela Assembleia da República – por isso que a Assembleia da
República deve ter cuidado com o que aprova para esses Estatutos.
Artigo 228º (Autonomia legislativa)
1. A autonomia legislativa das regiões autónomas incide sobre as matérias
enunciadas no respectivo estatuto político-administrativo que não estejam reservadas
aos órgãos de soberania.
2. Na falta de legislação regional própria sobre matéria não reservada à
competência dos órgãos de soberania, aplicam-se nas regiões autónomas as normas
legais em vigor.
- É possível relações jurídicas entre Regiões Autónomas – com isso surge o “Direito
Interegional” (Art. 227º, alínea a)).
(Art. 227º) 1. As regiões autónomas são pessoas colectivas territoriais e têm
os seguintes poderes, a definir nos respectivos estatutos:
a) Legislar no âmbito regional em matérias enunciadas no respectivo
estatuto político-administrativo e que não estejam reservadas aos órgãos de
soberania;
- O Representante da República tem o importante poder de veto – que poderia ser exercido
pelo próprio Presidente da República. (Com isto o Prof. Moncada acredita que é um órgão que
não tem grande função e poderia deixar de existir.)
17.03.10 (quarta)
Regiões Autónomas
Representante da República
- É mais fácil a Assembleia Regional aprovar uma lei depois da mesma ter sido vetada pelo
Representante da República do que a Assembleia da Republica aprovar uma lei vetada pelo
Presidente da República.
- O Representante da República é um representante do Presidente da República.
- Tem as mesmas competências do Presidente da República, mas em escala regional.
- O Presidente da República, antes de vetar uma norma, pode pedir apreciação de
constitucionalidade pelo Tribunal Constitucional. Se a norma for declarada inconstitucional, a
norma volta à Assembleia e se esta for confirmada (com maioria qualificada – de 2/3) o
Presidente da República tem que a promulgar.
- O Tribunal Constitucional é um órgão nacional. Os elementos foram eleitos.
- Pela Assembleia Regional é o mesmo – se a norma for confirmada, o Representante da
República tem que a promulgar e a norma entra em vigor.
Artigo 279.º (Efeitos da decisão)
1. Se o Tribunal Constitucional se pronunciar pela inconstitucionalidade de
norma constante de qualquer decreto ou acordo internacional, deverá o diploma ser
vetado pelo Presidente da República ou pelo Representante da República, conforme
os casos, e devolvido ao órgão que o tiver aprovado.
2. No caso previsto no n.º 1, o decreto não poderá ser promulgado ou
assinado sem que o órgão que o tiver aprovado expurgue a norma julgada
inconstitucional ou, quando for caso disso, o confirme por maioria de dois terços dos
Deputados presentes, desde que superior à maioria absoluta dos Deputados em
efectividade de funções.
3. Se o diploma vier a ser reformulado, poderá o Presidente da República ou
o Representante da República, conforme os casos, requerer a apreciação preventiva
da constitucionalidade de qualquer das suas normas.
4. Se o Tribunal Constitucional se pronunciar pela inconstitucionalidade de
norma constante de tratado, este só poderá ser ratificado se a Assembleia da
República o vier a aprovar por maioria de dois terços dos Deputados presentes,
desde que superior à maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções.
- A Assembleia Regional faz leis sobre matérias específicas, matérias de reserva da Assembleia
da República desde que autorizadas e desenvolve as leis de base (se elas não disserem que o
Estado Português é que o tem que realizar).
- A figura da “Lei Geral da República” desapareceu (vide aula anterior) – lei que vigorava em
todo o país e agora não existe mais. A Constituição não pode mais fazer leis que sejam válidas
nas Regiões Autónomas – limita o seu poder de legislar sobre as ilhas.
Fiscalização da Constitucionalidade
- Trata-se de saber se as leis que o legislador faz são válidas (nem tudo que o legislador faz é
bem feito).
- Saber se as normas violam a Constituição.
- Essa ideia da figura de verificação constitucional é de origem liberal.
- O acto de verificar a constitucionalidade surgiu nos EUA.
Sistema Americano
- Fiscalização “difusa” – difusa porque qualquer tribunal pode verificar.
- A fiscalização da constitucionalidade pertence a todos os tribunais, está difusa entre eles.
- A verificação da constitucionalidade está difusa nos tribunais.
Sistema Europeu
- Mais recente: século XX – influência de Hans Kelsen.
- Fiscalização “concentrada” – só o Tribunal Constitucional fiscaliza – concentrado no Tribunal
Constitucional.
- Na Europa, só a França não tem Tribunal Constitucional – pela influência democrata – ideia
de que se a lei é a vontade de todos, está boa, está válida e pronto. (Uma espécie de herança
Revolução Francesa.)
Em Portugal – os juízes podem não aplicar uma lei por achá-la inconstitucional – por isso trata-
se de um órgão de soberania – não deveriam fazer greves, não são funcionários públicos.
19.03.10 (sexta)
(Caso Prático)
- 1 Lei Autárquica:
1ª votação:
F – 115 Tem maioria
C – 100 absoluta.
(foi vetada)
2ª votação:
F – 129 129 + 70 = 199 (precisaria ter no mínimo
C – 70 199 : 3 = (66,3...) 67 134 votos a favor para ser
67 x 2 = 134 “maioria de 2/3”)
A – 10
- Maioria de confirmação: para uma lei que foi vetada e antes teve uma maioria simples,
precisa ter maioria absoluta para ser confirmada pela Assembleia. Se a lei num primeiro
momento teve maioria absoluta, após o veto ela precisa ter maioria de 2/3 para ser aprovada.
(Teoria da Escada).
Precisa de maioria
Vetada
maioria de 2/3 para confirmar
de 2/3 Aprovada com
maioria absoluta
maioria
absoluta
maioria Precisa de maioria
Vetada
simples absoluta para confirmar
Aprovada com
maioria simples
- No caso dos 2/3 – em relação aos deputados presentes.
- No caso da “maioria absoluta” – em relação aos deputados em efectividade de funções.
- Nesse caso prático, a lei teve maioria absoluta, foi vetada, mas não teve maioria de 2/3,
então ela não pode ser confirmada pela Assembleia.
- Se nesse caso prático houvesse maioria de 2/3 na segunda votação – o Presidente da
República tinha que promulgar a lei num prazo de oito dias (a Constituição determina este
prazo, ou seja, não pode haver “veto de gaveta”).
- Omissão
(Art. 121.º) 2. A lei regula o exercício do direito de voto dos cidadãos Voto dos
portugueses residentes no estrangeiro, devendo ter em conta a existência de laços de emigrantes nas
efectiva ligação à comunidade nacional. eleições para PR.
Artigo 148.º (Composição)
A Assembleia da República tem o mínimo de cento e oitenta e o máximo de
duzentos e trinta Deputados, nos termos da lei eleitoral.
- Ao fim de três vezes que o Tribunal Constitucional declare uma norma inconstitucional, o
Tribunal Constitucional declara esta normal como norma inconstitucional com força
obrigatória geral (é uma medida de economia processual).
- O Tribunal Constitucional fiscaliza normas, mas o conceito de “normas” não se refere apenas
a “leis”. (Também pode verificar a constitucionalidade de um regulamento, por exemplo.)
- Essas normas não precisam ser abstractas e gerais, podem ser concretas e individuais – basta
que sejam normas.
- Qualquer norma está sujeira à fiscalização – até uma norma interna, por exemplo, de uma
faculdade como a Lusófona, estatutos do Benfica...
- Uma associação completamente privada -> é discutível a questão de inconstitucionalidade de
norma em uma associação completamente privada e com interesses somente particulares.
- Por exemplo, um Clube de Golfe. Normas puramente privadas não estão sujeiras a
fiscalização inconstitucional (mas esta é uma questão polêmica, nem todos os autores
concordam com o mesmo).
- Se uma instituição for de interesse público (como é o caso do Benfica e de universidades),
com certeza será sujeita a fiscalização de constitucionalidade.
- O Tribunal Constitucional não julga o fundo da questão, só a norma. -> Não é uma 4ª Estância
(só existem três estâncias).
- Estância Civil
Dois recursos.
Três estâncias.
- Uma norma passa do Supremo Tribunal para o Tribunal Constitucional sempre em sede de
recurso.
Próximo assunto:
Fiscalização Abstracta Preventiva (se a norma ainda não entrou em vigor).
Sucessiva (se a norma já entrou em vigor).
Fiscalização Constitucional
Fiscalização Preventiva
Casos Práticos
- Para resolver um caso prático deve-se ter em conta as Fases do Processo Legislativo e analisar
o caso “passo a passo”, como em um raciocínio matemático.
- Processo = sucessão ordenada de actos, procedimento.
1ª Fase: Iniciativa
- Olhar de onde parte a iniciativa, se é um Projecto ou uma Proposta.
Proposta x Projecto
Proposta: só o Governo (é “exterior” à Assembleia).
Projecto: Deputados, Grupo Parlamentares e Governo.
Nota: a Assembleia da República não apresenta projectos.
Na fase da iniciativa:
Artigo 167.º (Iniciativa da lei e do referendo)
1. A iniciativa da lei e do referendo compete aos Deputados, aos grupos
parlamentares e ao Governo, e ainda, nos termos e condições estabelecidos na lei, a
grupos de cidadãos eleitores, competindo a iniciativa da lei, no respeitante às regiões
autónomas, às respectivas Assembleias Legislativas.
2. Os Deputados, os grupos parlamentares, as Assembleias Legislativas das
regiões autónomas e os grupos de cidadãos eleitores não podem apresentar projectos
de lei, propostas de lei ou propostas de alteração que envolvam, no ano económico
em curso, aumento das despesas ou diminuição das receitas do Estado previstas no
Orçamento.
3. Os Deputados, os grupos parlamentares e os grupos de cidadãos eleitores
não podem apresentar projectos de referendo que envolvam, no ano económico em
curso, aumento das despesas ou diminuição das receitas do Estado previstas no
Orçamento.
4. Os projectos e as propostas de lei e de referendo definitivamente
rejeitados não podem ser renovados na mesma sessão legislativa, salvo nova eleição
da Assembleia da República.
5. Os projectos de lei, as propostas de lei do Governo e os projectos e
propostas de referendo não votados na sessão legislativa em que tiverem sido
apresentados não carecem de ser renovados na sessão legislativa seguinte, salvo
termo da legislatura.
6. As propostas de lei e de referendo caducam com a demissão do Governo.
7. As propostas de lei da iniciativa das Assembleias Legislativas das regiões
autónomas caducam com o termo da respectiva legislatura, caducando apenas com o
termo da legislatura da Assembleia da República as que já tenham sido objecto de
aprovação na generalidade.
8. As comissões parlamentares podem apresentar textos de substituição,
sem prejuízo dos projectos e das propostas de lei e de referendo a que se referem,
quando não retirados.
Discussão:
- ver as matérias de reserva das competências
- ver materialmente o que a iniciativa contempla
Governo – matérias exclusivas de legislação do Governo: sobre sua organização interna e o seu
funcionamento (nº 2 do Art. 198º).
Artigo 198.º (Competência legislativa)
1. Compete ao Governo, no exercício de funções legislativas:
a) Fazer decretos-leis em matérias não reservadas à Assembleia da
República;
b) Fazer decretos-leis em matérias de reserva relativa da Assembleia da
República, mediante autorização desta;
c) Fazer decretos-leis de desenvolvimento dos princípios ou das bases
gerais dos regimes jurídicos contidos em leis que a eles se
circunscrevam.
2. É da exclusiva competência legislativa do Governo a matéria respeitante à
sua própria organização e funcionamento.
3. Os decretos-leis previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1 devem invocar
expressamente a lei de autorização legislativa ou a lei de bases ao abrigo da qual são
aprovados.
- Discussão
- na generalidade
- na especialidade
- Votação (fases)
- votação na generalidade
- votação na especialidade
- votação final global
.
. confirmações (ultrapassando o veto do PR)
absoluta leis orgânicas
.
Qualificada . nº 6 do Art. 168º
2/3 alterações na Constituição (Revisões Constitucionais)
. Confirmação de leis inconstitucionais
. c Confirmações após veto (dentro da “Teoria da Escada”)
3ª Fase: Promulgação
Ao receber um diploma, o Presidente da República pode: promulgar
vetar
pedir fiscalização preventiva
- No caso de confirmar – o Presidente da República tem que promulgar em oito dias e não
pode pedir fiscalização preventiva. (O Presidente da República só pode pedir fiscalização
preventiva num primeiro momento, logo quando recebe.)
(Art. 136º) 2. Se a Assembleia da República confirmar o voto por maioria
absoluta dos Deputados em efectividade de funções, o Presidente da República
deverá promulgar o diploma no prazo de oito dias a contar da sua recepção.
5ª Fase: Referenda
- O Governo toma conhecimento, através da sua assinatura.
Artigo 140.º (Referenda ministerial)
1. Carecem de referenda do Governo os actos do Presidente da República
praticados ao abrigo das alíneas h), j), l), m) e p) do artigo 133.º, das alíneas b), d) e f)
do artigo 134.º e das alíneas a), b) e c) do artigo 135.º.
2. A falta de referenda determina a inexistência jurídica do acto.
6ª Fase: Publicação
Artigo 119.º (Publicidade dos actos)
1. São publicados no jornal oficial, Diário da República:
a) As leis constitucionais;
b) As convenções internacionais e os respectivos avisos de ratificação, bem
como os restantes avisos a elas respeitantes;
c) As leis, os decretos-leis e os decretos legislativos regionais;
d) Os decretos do Presidente da República;
e) As resoluções da Assembleia da República e das Assembleias Legislativas
das regiões autónomas;
f) Os regimentos da Assembleia da República, do Conselho de Estado e das
Assembleias Legislativas das regiões autónomas;
g) As decisões do Tribunal Constitucional, bem como as dos outros
tribunais a que a lei confira força obrigatória geral;
h) Os decretos regulamentares e os demais decretos e regulamentos do
Governo, bem como os decretos dos Representantes da República para as regiões
autónomas e os decretos regulamentares regionais;
i) Os resultados de eleições para os órgãos de soberania, das regiões
autónomas e do poder local, bem como para o Parlamento Europeu e ainda os
resultados de referendos de âmbito nacional e regional.
2. A falta de publicidade dos actos previstos nas alíneas a) a h) do número
anterior e de qualquer acto de conteúdo genérico dos órgãos de soberania, das
regiões autónomas e do poder local, implica a sua ineficácia jurídica.
3. A lei determina as formas de publicidade dos demais actos e as
consequências da sua falta.
28.04.10 (quarta)
- Deveres do Legislador.
- Imposições concretas que a CP faz ao legislador.
- Exemplo:
Art. 58º/1:
“Todos têm direito ao trabalho.” – não é uma imposição.
Art. 59º/2, alínea b): “A fixação, a nível de nacional, dos limites da duração do trabalho” – é
uma imposição.
Nota – o TC nunca declara que uma norma é constitucional, declara que é inconstitucional ou
não constitucional.
- Caso o TC declarasse uma norma como constitucional, a mesma depois não poderia ser
sujeita novamente a uma apreciação de inconstitucionalidade.
Revisão Constitucional
A CRP é rígida (normalmente uma Constituição feita após uma revolução são mesmo rígidas). –
Existem limites para a revisão constitucional.
São eles: temporais, formais e materiais.
- Temporal: Art. 284º. Só podem haver revisões constitucionais de 5 em 5 anos – o que não
significa que não possa haver uma revisão extraordinária.
- Formais: Art. 268º. A revisão da Constituição é feita por uma lei aprovada pela AR, mas é uma
lei especial: o PR não pode vetá-la.
- Materiais: Art. 288º. Nota: o que não é susceptível à revisão são os princípios, e não a
disciplina desses princípios. A preservação de cada princípio é compatível com diversas
disciplinas para o mesmo.
Nem todos os princípios têm a mesma dignidade.
- Poderia ter uma revisão alterando o Art. 288º? É uma questão da qual os autores não têm a
mesma opinião.
- Deve-se atentar a diferença entre a preservação do princípio (existência) e da disciplina deles.
A questão é de saber até que nível a disciplina do principio pode agir sem deixar que o sentido
do princípio perca-se.
Nota: Os princípios Jurídicos são o modo de ser das leis. Mais perfeita será a lei se refletir os
princípios.
A lei deve servir não como ponto de chegada, mas como ponto de partida.
A lei é apenas um veiculo de transmissão de algo que está além dela.
30.04.10 (sexta)
Caso Prático
Dia 30 de Abril de 2010 após pedido urgente de reunião, por parte do Ministro da
Saúde, o 1º Ministro e o Ministro da Saúde decidiram no sentido de aumentar as taxas
moderadoras, ligando-as aos rendimentos dos utentes.
Enviada para promulgação no dia 31 de Abril, o Presidente da República devolveu ao
Governo enviando uma SMS ao 1º Ministro com o seguinte teor: “Não curto desta lei lol. Não
sabem fazer melhor?”.
O 1º Ministro, inconformado com o facto, anuncia de urgência ao Conselho de
Ministros e confirma com maioria de 4/5 dos Ministros presentes o diploma, reinviado para o
Presidente da República.
Notas:
- O PR tem o prazo de 20 dias para apreciar um decreto da AR e 40 dias para apreciar um
decreto do Governo. (Art. 136º nº 1 e 4.)→ PORQUÊ?
Pois o processo legislativo da AR é, todo ele, público. Já o processo legislativo do
Governo é secreto. Quando um decreto da AR chega ao PR, ele já tem conhecimento de tudo
que está ocorrendo em volta daquilo, no caso dos decretos enviados pelo Governo não é
assim, então entende-se que o PR precisa de um tempo maior para apreciar estes decretos.
Veto do PR
- Confirmação pela AR após veto (no caso de um decreto enviado pela AR) → (em regra)
maioria absoluta. (excepto casos de norma declarada inconstitucional pelo TC, Teoria da
Escada – ou seja, que antes tenha sido aprovada com maioria absoluta, então no segundo
momento precisa de maioria de 2/3 –, matérias previstas no Art. 168º/6, etc.)
- O veto do PR, neste caso, configura-se numa devolução do decreto à AR.
- Um decreto proveniente do Governo e vetado pelo PR não pode ser confirmado pela
Assembleia. → é um veto definitivo (vide Art. 136º/4)
- O veto do PR, neste caso, implica num comunicado do PR ao Governo, por escrito e contendo
o sentido do veto.
- Neste caso, se a matéria poder ser legislada pela AR, uma forma de confirmar o decreto é
fazê-lo pela AR, assim pode-se ultrapassar o veto do PR.