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ENTREVISTA PSICOLÓGICA

Prof. Lúcia Helena Miranda

Métodos para a Obtenção de Informações

A maior parte das informações obtidas em uma entrevista clínica baseia-se no


relato do paciente, juntamente com a observação clínica do terapeuta.
É importante considerar outras fontes de informações, tais como relatos de
pessoas significativas, registros anteriores do caso ou entrevista
estruturada suplementar.

Tipos de Entrevista

Tomada de Dados
História de Caso
Entrevista Breve de Avaliação

Técnicas de Entrevista

Questionamento
Reflexão
Reexposição
Clarificação
Confrontação
Auto-Revelação
Silêncio
Exploração
Auto-Revelação
Silêncio
Exploração
Reframing (Reestruturação Cognitiva)
Interpretação
Humor
Setting Físico

Confortável, tanto para o paciente quanto para o terapeuta.


Consultório bem mobiliado.
Temperatura agradável.
Fixar tempo de atendimento.
Evitar interrupções, e quando previstas deverá ser colocada para o paciente.
Sigilo e privacidade, o que é difícil quando o atendimento ocorre ‘a beira do
leito.

Exemplos

Questionamento:
P. ”Quando criança , eu sempre estava com problemas”.
T. “Que tipos de problemas?”

Reflexão:
P. “Parece que eu não consigo chegar a lugar nenhum na vida”.
T. “A tua falta de progresso te deixa frustrado”.

Reexposição:
P. “ Os pensamentos voam na minha cabeça. Eu não consigo me concentrar.
Estou tão confuso”.
T. “Essas coisas estranhas na sua cabeça estão te perturbando”.

Clarificação:
P. “ Minha mãe fica fora a maior parte do tempo ‘a noite, me deixa sozinha. Ela
volta nas horas mais estranhas, e ‘as vezes nem volta...”
T. “ O que sua mãe faz quando se ausenta dessa maneira?”

Confrontação:
P. “ Eu bebo apenas duas vezes por dia”.
T. Vamos ser honestos! Você bebe todas as manhãs e todas as noites depois do
trabalho. Enfrente isso! Você depende do álcool”.

Auto-Revelação:
P. “ As pessoas não entendem o que significa não ser capaz de aprender...”
T. “ Quando eu estava na escola , eu também tinha dificuldades com leitura.
Mas você pode sair-se bem deste problema. Você é capaz!

Reframing:
P. “ Agora eu sei que ele nunca vai mudar. Preciso aceitar isso.”
T. “Como você poderia tirar vantagem desta situação para se beneficiar?”

Exploração:
P. “Meu pai costumava me bater”.
T. “ Eu preciso de mais informações. Com que freqüência ele te batia? Ele
bebia?

Silêncio:
P. “Eu fico com tanta raiva que me dá vontade de bater nele onde mais dói.”
T. “Nenhuma resposta”.

Humor:
P. “ Algumas vezes eu me sinto como duas pessoas num corpo só.”
T. “Bem, ao menos você nunca se sentirá sozinho... Terão sempre um ao outro.”

Qualidades Interpessoais do Terapeuta

Em seu trabalho,o terapeuta deve trazer muito mais que uma simples
orientação teórica,um conjunto de valores e crenças pessoais ou uma história
de treinamentos...

Características do Terapeuta

- RESPEITO
Levar o paciente a reconhecer que é capaz de modificar-se e participar de
forma ativa do processo, dentro do SEU TEMPO.
- CONSIDERAÇÃO POSITIVA
Aceitar o paciente, apesar do seu perfil, comportamentos ou ações negativas.
EMPATIA
Capacidade de compreender o paciente a partir da perspectiva própria do
mesmo.
- AUTENTICIDADE, CALOR
Liberdade de ser o que é, SEM FALSIDADE.
- CORDIALIDADE
Ser aberto, responsivo e positivo dentro da relação .

Fases da Entrevista

Uma boa entrevista deve ser desenvolvida em fases progressivas e estágios


previsíveis, controlados pelo terapeuta.
Sullivan (1954), do ponto de vista de um psiquiatra social foi um dos primeiros
a caracterizar a entrevista como uma seqüência de fases.

Classificação de Sullivan

Início Formal: ao ser concluído o terapeuta deve saber porque o paciente veio à
entrevista.
Reconhecimento: é o período da entrevista em que o terapeuta tem um breve
esboço do paciente (20 min).Identificação do problema???
Investigação Detalhada: as impressões iniciais obtidas são analisadas mais
profundamente.
Término: o terapeuta sintetiza o que viu na entrevista, dando ao paciente
sugestões de procedimentos, fazendo uma avaliação final (Prognóstico) e
iniciando uma despedida formal.

Fases da Entrevista

Perspectiva Psicossocial: Benjamin (1969) divide a entrevista em três estágios


principais: Início ou Apresentação do Problema, Desenvolvimento, no qual
paciente e terapeuta concordam com a natureza do problema e o
encerramento.

Epistemologia Comportamental: Kanfer e Scheft(1988), dividiram a entrevista


em Estruturação de Papéis, Formação da Aliança Terapêutica,
Desenvolvimento do Comprometimento da Mudança, Análise do
Comportamento, Discussão dos Objetivos do Tratamento e Planejamento.

Há diversas formas e perspectivas de estruturação da Entrevista, porém


existe um consenso quanto a alguns estágios que devem estar presentes.
INTRODUÇÃO : Compreensão da razão do paciente buscar a ajuda, nesta fase
é fundamental o estabelecimento do VÍNCULO através da CONFIANÇA.
EXPLORAÇÃO :Desenvolvimento de uma hipótese consistente dentro do seu
referencial teórico.
TESTE DA HIPÓTESE : Depois da formulação, o terapeuta realiza uma série
de investigações adicionais, examinando outras áreas ou situações da vida
do paciente.
FEEDBACK : O terapeuta revela ao paciente os pontos mais importantes da
avaliação. É um ponto que muitas vezes é ignorado até por terapeutas
experientes, isto não ocorre em entrevistas médicas! É importante dizer ao
paciente , numa linguagem compreensiva , o que em sua opinião, está
causando as dificuldades.

Interação Dinâmica

A postura do terapeuta durante o processo da entrevista é fundamental.


O relacionamento entre paciente e terapeuta é importante na medida em que
facilita o desenvolvimento de estratégias dentro do plano terapêutico.

Os Últimos Cinco Minutos...

Encerramento Abrupto, sem um final ou orientações específicas.


A última parte da entrevista deve ser dedicada à redução da ansiedade do
paciente e assegurar que todas as informações importantes foram
apresentadas.
Assim como o cirurgião ao terminar a cirurgia, passa os últimos minutos
suturando o ferimento, o terapeuta precisa gastar os últimos minutos
certificando-se de que há um fechamento,preocupando-se com processos
que podem ocorrer neste momento e ocupando-se da tarefa de
fechamento.

Setting Hospitalar
Atípico e adverso à atividade terapêutica clínica.
Exige do profissional uma postura flexível no sentido de contornar as
dificuldades.
Necessidade da apresentação do trabalho ,no sentido de que a partir do seu
conhecimento possa ser solicitado.
Deve-se ter em mente que se trata de uma situação em que haverá
interrupções, adiamentos e cancelamentos, fora da esfera de controle e que
independem da vontade do paciente .
A prioridade é das ações médicas.
A freqüência e duração das sessões só são estabelecidas na forma de intenção.
Quase sempre o paciente é atendido em seu leito, em enfermarias ou boxes na
UTI, onde a privacidade nem sempre é obtida.
O ideal é aconselhar o paciente a que ele próprio divulgue certas informações a
seu médico.
A evolução deve ser anotada no prontuário,com algumas ressalvas em relação à
informações sigilosas.
Os registros devem ser genéricos, constando apenas informações pertinentes
ao tratamento médico, e que venham ajudar a equipe como um todo.
A intervenção psicoterápica reconhece a presença de uma disfunção
psicológica como pressupõe técnicas baseadas em referenciais teóricos com
um objetivo determinado e com avaliação da eficácia da intervenção.
A intervenção psicoterápica reconhece a presença de uma DISFUNÇÃO
PSICOLÓGICA como pressupõe TÉCNICAS baseadas em referenciais
teóricos com um OBJETIVO determinado e com AVALIAÇÃO da eficácia da
intervenção.

Teoria de Crise

Certos eventos adversos e danosos que provocam na pessoa uma resposta :


CRISE, que é sentida sob a forma de um estado emocional doloroso.
No sentido de aliviar este estado, mecanismos adaptativos são desencadeados
no sentido de solucionar o problema.
Dependendo dos recursos utilizados , e do desgaste gerado a Crise pode ser
agravada pela SAG.

Psicoterapia Breve : Principais Características

Maior atividade do Terapeuta.


Planejamento obtido através da formulação do plano terapêutico a ser
atingido(objetivo do suporte).
Dinamização do processo terapêutico: o trabalho em busca do foco coloca em
ação mais rapidamente um processo de crescimento, à medida que dá
condições ao indivíduo de utilizar recursos mais saudáveis.
Maior flexibilidade de ação:trabalho com o paciente em todas as vertentes
biopsicosociais.

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