Você está na página 1de 39

10

1 INTRODUÇÃO

A nutrição adequada é condição fundamental para a manutenção dos seres


humanos, principalmente em fase de crescimento.
Informações sobre o estado nutricional de crianças que apresentam desnutrição e
certo grau de obesidade são dados importantes na verificação de baixo rendimento
escolar e pouco estímulo, principalmente para atividade física.
Vale lembrar que, nesta fase escolar, a criança necessita de uma grande
quantidade e variedade de alimentos, pois apresenta um metabolismo muito mais
intenso comparado com o adulto, e com freqüência, apresenta também, intensa atividade
corporal e mental (MAESTRO, 2002).
Por isso, o governo brasileiro mantém o Programa Nacional de Alimentação
(PNAE) desde 1995, tendo como objetivo propiciar às crianças uma alimentação
equilibrada, contribuindo para o bem-estar e melhoria do aprendizado, no entanto, a
maioria das escolas não dispõe de nutricionistas para orientar a escolha do cardápio
(MOURA, 2005).
A merenda escolar deve constituir de complementações alimentares, importantes
para os alunos de classes populares, pois as crianças estão em fase de crescimento e
necessitam de uma alimentação equilibrada, que seja rica em nutrientes, a fim de evitar
a obesidade e a desnutrição.
Segundo Pinho (2000), a merenda escolar não pode ser vista como uma mera
forma de atrair o aluno para a escola, mas também como fator de otimização da
aprendizagem, através da educação nutricional.
A educação nutricional é uma possibilidade de difundir conhecimentos, e é
também um processo que visa levar as pessoas informações da ciência da nutrição que
serão decisivas para que se estabeleçam mudanças de hábitos alimentares (CECCIM,
1995).
Dessa forma, este trabalho teve como objetivo analisar e quantificar
nutricionalmente a merenda escolar, assim como o estado nutricional das crianças em
uma Escola Municipal da cidade de Ijaci – MG.
Pois é fato hoje que a merenda escolar ganhou um papel de relevância na
nutrição infanto-juvenil. Segundo Ceccim (1995), além de matar a fome do dia, a
11

merenda escolar proporciona um maior incentivo à educação das crianças, cabendo por
isso, à escola oferecer uma merenda nutricionalmente adequada e na forma de uma
refeição coletiva, geralmente no intervalo das aulas.
Nesse sentido, cabe ao profissional de nutrição averiguar a qualidade da
merenda escolar, que em muitos casos, infelizmente, fica bem abaixo do recomendado
pelas políticas públicas.
12

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Importância da Alimentação e a Merenda Escolar

A alimentação escolar constitui-se de uma política compensatória, sendo um


meio de correção nutricional em crianças de classe social baixa, que frequentemente
estão sujeitas a diversos tipos de desnutrição (CHAVES, 2007).
Pois, segundo o mesmo autor, o crescimento das crianças durante os anos
escolares é lento, porém estável, paralelo a um aumento constante na ingestão alimentar
que precisa ser bem orientada para evitar transtornos futuros.
Como as crianças estão crescendo e desenvolvendo ossos, dentes, músculos e
sangue, elas precisam de mais alimentos nutritivos em proporção ao seu peso do que os
adultos. Elas podem ficar em risco de desnutrição quando houver uma diminuição de
apetite por muito tempo e aceitarem um número limitado de alimentos (MAHAN,
ESCOTT e STUMPF, 2002).
E é nas escolas que as crianças tem maior oportunidade de ampliar o acesso a
informações sobre saúde e nutrição, bem como a construção de habilidades e
competências fundamentais como autonomia e capacidade decisória, sendo assim, uma
das maneiras que se tem para que se produza a melhoria destas competências é a
educação nutricional (ACCIOLY, SAUDERS e LACERDA, 1998).

2.2 Educação Nutricional

A educação é um processo que visa capacitar o indivíduo para agir


conscientemente diante de situações novas da vida, com aproveitamento de experiências
anteriores, tendo sempre em vista a integração, a continuidade e o progresso no âmbito
social segundo as necessidades de cada um (GOUVEIA, 1999).
De acordo com Corbini (2004), a educação nutricional tem por finalidade ajudar
as nações, famílias e os indivíduos a compreenderem os princípios básicos da nutrição,
a escolher os alimentos apropriados, assegurar a todos uma alimentação tão equilibrada
quanto permitam a produção local e o poder aquisitivo, a observar as regras de higiene
na manipulação e conversão dos alimentos. Deve ser direcionada a todos os
13

componentes familiares, contribuindo para a saúde familiar e a prevenção na geração


seguinte.
Sendo assim, propostas de educação nutricional devem incluir atividades
práticas para que os alunos estabeleçam contato com os alimentos e se responsabilizem
em alterar sua história alimentar, visando a adequação dos hábitos. Desta forma, trena-
se o indivíduo na tomada de decisão sobre a escolha dos alimentos e métodos de
preparo. Ressalta-se a importância dos indivíduos, considerando as peculiaridades das
diversas faixas etárias, facilitando a tradução dos conhecimentos teóricos de nutrição,
amplamente disponíveis, viabilizando a interpretação e conversão destes, para a prática
diária (CASTRO, 2001).
Porém, Martiniz (2005) relata que independentemente da metodologia
considerada ideal para a educação nutricional, o trabalho deve ser em conjunto e
participativo, visando à resolução de todos os aspectos da questão alimentar de um
indivíduo, de um grupo ou de uma população. É importante discutir e conhecer os
fatores que interferem nas escolhas alimentares, na motivação e adesão do paciente às
prescrições dietéticas, nos tipos de programas, nas estratégias de intervenção e nos
resultados obtidos adicionalmente às teorias e principais modelos utilizados nos
programas de intervenção nutricional que desempenham fundamental papel nesse
espaço.
Por isso, atualmente se tem em atividade um programa de alimentação do
escolar que visa não só fazer a oferta da merenda e sua adequação nutricional, mas
também fomentar a educação nutricional às crianças, e o programa instituído atualmente
nas escolas públicas do Brasil é o PNAE.

2.3 Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é um dos mais antigos


programas sociais do governo federal, gerenciado pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), sendo este programa considerado um dos
maiores na área da alimentação (MOURA, 2005).
Para o mesmo autor de acordo com o Ministério da Educação, o PNAE tem o
objetivo de suprir no mínimo 15% das necessidades nutricionais diárias dos alunos,
contribuírem para uma melhor aprendizagem, favorecer a formação de bons hábitos
14

alimentares em crianças e adolescentes do país, tudo isso dentro do espírito de uma


política de segurança alimentar e nutricional.
Para tanto, o montante dos recursos financeiros do PNAE a ser repassado é
calculado com base no número de alunos devidamente matriculados no ensino pré-
escolar e fundamental em escolas municipais e qualificadas como entidades
filantrópicas ou por elas mantidas, utilizando-se para esse fim os dados oficiais de
matrículas obtidos no censo escolar relativo ao ano anterior ao do atendimento.
Pois, segundo Barbosa (2004) combater a fome e consequentemente a
desnutrição e a obesidade no país são desafios do governo federal. Mas, normalmente
ao se propor uma política para uma alimentação, essa ação esbarra nas influências que
os hábitos alimentares errados produzem.
O PNAE traz em suas diretrizes o emprego da alimentação saudável e adequada,
compreendendo o uso de alimentos variados e seguros para a composição de cardápios
oferecidos nas escolas que ainda respeitam a cultura e as tradições alimentares,
contribuindo para o resgate da tradição cultural da região e das populações atendidas,
mas ainda, o PNAE esbarra numa problemática de sua implantação, que é o hábito
alimentar arraigado das crianças, que deve ser levado em consideração ao se implantar
cardápios na merenda escolar (CHAVES , 2007).

2.4 A influência dos hábitos alimentares em escolares

Que a alimentação saudável é essencial para o crescimento e manutenção da


saúde não há contestação. Os hábitos alimentares inadequados acarretam problemas na
saúde imediatos e também em longo prazo (CERVATO, 2004).
Segundo Turkk e Rynbergen (1998), as crianças de cinco até sete anos preferem
alimentos comuns como carne, batatas, vegetais crus, leite e frutas. Já em torno de seis a
sete anos, a criança apresenta um grande interesse pelo alimento. Algumas comem de
tudo nesta idade, porém, os alimentos comuns ainda são os mais preferidos, por isso, os
hábitos alimentares junto com outros aspectos de seu crescimento são capazes de
interferir na alimentação destas crianças.
Os fatores que podem interferir na formação do hábito alimentar na infância são
instituídas durante o período de alimentação materna e na fase escolar (WEIS, 2007).
15

Assim, torna-se imprescindível os cuidados com a nutrição adequada na fase


escolar da criança e do adolescente (CHAVES, 2007).
Segundo Bizzo e Leder (2005), no Brasil há expressiva carência de estudos
comportamentais sobre hábitos alimentares de pessoas dessa faixa etária.
Para os mesmos autores a mudança de hábitos alimentares requer, muito mais do
que a prescrição ou a proibição de alimentos, mas sua compreensão. Sendo assim, há a
necessidade de se analisar a aceitação da merenda escolar.

2.5 Aceitação da merenda escolar

Várias situações de encorajamento do consumo de alimentos saudáveis na escola


têm sido avaliadas.
Dentre elas estão casos de professor consumindo os alimentos da merenda
escolar; professor consumindo e expressando satisfação; o oferecimento de opções de
escolha dentro do mesmo grupo de alimentos; a simples exposição de alimentos
saudáveis; o uso exploratório do olfato; o uso da sobremesa como recompensa; diversas
condições ambientais no refeitório; oferecimento de alimentos novos e comparação com
a aceitabilidade de alimentos anteriormente oferecidos; aceitação imediata e de longo
prazo; estímulo através da verbalização de atributos positivos do alimento; e simples
ingestão de alimentos saudáveis, por professores ou funcionários, na presença do
escolar, sem manifestações verbais (BIZZO e LERDER, 2005).
O mesmo autor relata que pesquisas em outros países analisam o papel do
professor como modelo de estímulo à aceitação de alimentos no ambiente escolar;
alguns desses estudos chegaram à conclusão de que, de fato, é relevante o papel do
professor nessa modelagem, porém outras investigações deduziram ser essa modelagem
relativa ou pequena, sendo mais importante do que ela o papel exercido por colegas de
similar faixa etária.
Sendo assim, há evidências de que a disponibilidade de alimentos em
lanchonetes influencia hábitos alimentares e não o contrário. Manipular, preparar e
provar alimentos pode estimular seu consumo. Gostar de frutas e legumes é,
logicamente, um fator mais relevante de determinação do consumo de tais alimentos
entre escolares do que a ingestão por parte de seus pais ou suas atitudes em relação à
16

alimentação dos filhos, porém, no ambiente escolar há ainda muitas variáveis a serem
estudadas.
Então não adianta oferecer os alimentos saudáveis através da merenda se as
crianças não aceitam, pois assim, elas continuariam no estado nutricional deficiente,
podendo afetar sua capacidade de aprendizado escolar.

2.6 Relação do Estado Alimentar e a capacidade cognitiva

O fracasso escolar é, sem dúvida, um dos mais graves problemas com o qual a
realidade educacional brasileira vem convivendo há muitos anos. Sabe-se que tal
ocorrência se evidencia praticamente em todos os níveis de ensino do país. Todavia,
incide com maior frequência nos primeiros anos da escolarização.
Para Collares (1992), o fracasso escolar possui vários fatores relacionados dentre
os quais aparecem os extra-escolares como os intra-escolares. Os extra-escolares dizem
respeito às más condições de vida e subsistência de grande parte da população escolar
brasileira. Assim, as péssimas condições econômicas, responsáveis dentre outros fatores
pela fome e desnutrição; a falta de moradias adequadas e de saneamento básico, enfim,
todo o conjunto de privações com o qual convivem as classes sociais menos
privilegiadas surge como o elemento explicativo fundamental.
A relação desnutrição e desenvolvimento cognitivo vem sendo bastante estudada
nos últimos 30 anos, e hoje é possível afirmar que a desnutrição não é causa
significativa de fracasso escolar. Os prejuízos da desnutrição, extremamente graves, se
expressam mais profundamente no período pré-natal, primeiro semestre de vida e até os
dois primeiros anos de idade (ANGELIS, 2002).
Segundo Ceccim (1995), o programa de merenda escolar responsável pelo
alcance de 15% das necessidades protéico-calóricas da criança não alterou a prevalência
do fracasso escolar em 40 anos de existência.
Além do mais, Collares (1992) chama a atenção para o fato de que já se
transformou em preconceito a questão da desnutrição ser taxada como condicionante do
fracasso escolar e do retardamento mental.
De acordo com o mesmo autor, geralmente estas crianças são encaminhadas a
um serviço médico ou a um serviço de saúde mental, onde são atendidas por médicos ou
psicólogos imbuídos dos mesmos preconceitos da professora – são profissionais que,
17

embora na maioria dos casos sem formação adequada, não hesitam em atribuir às
crianças, sem avaliação aprofundada, um retardo mental, que justificam ser
conseqüência do estado de desnutrição. Para as crianças pobres, assim, fracasso escolar
é sinônimo de deficiência intelectual.
Mas é necessário reafirmar que além da merenda escolar prover alimentos
saudáveis nos hábitos das crianças ela também desenvolve um papel educativo

2.7 O caráter pedagógico da merenda escolar

O destaque de que a alimentação seja nutricionalmente adequada e em forma de


uma refeição coletiva é porque o caráter pedagógico da merenda se alicerça nas relações
do servir e do comer, na escolha de quais alimentos são oferecidos e com que
apresentação, na forma como foram preparados, na forma como é compartilhado o
tempo à mesa.
Quando se fala do pedagógico à mesa, logo se vêem o ensino das regras de
etiqueta ou a tradicional educação nutricional de adestramento e modificação de hábitos
alimentares, um padrão crítico-repetitivo: prescrição de uma atuação transformadora da
realidade. O pedagógico não é isto, é o universo simbólico e expressivo que preenche
esse momento e o organiza (CECCIM, 1995).
Assim, o mesmo autor descreve que há uma dimensão simbólica: a alimentação
escolar é um espaço coletivo de prazer, nutrição e aproximação, de construção cultural e
convivencial. Há também uma dimensão concreta: a fome biológica, a falta de
alimentos em casa, a sensação de fome durante o período escolar e a necessidade de
aporte calórico para a atenção em sala de aula e energia na recreação.
Mas é necessário, além de fornecer alimentação saudável e equilibrada através
da merenda escolar às crianças, é necessário dialogar informando a respeito da
importância de uma dieta balanceada para que o estado de crescimento e
desenvolvimento seja possibilitado, e hoje uma das maneiras de avaliar o estado
nutricional das crianças é através da análise do IMC.

2.8 Índice de Massa Corporal - IMC


18

O índice de massa corporal (IMC) é uma medida internacional usada para


calcular se uma pessoa está no peso ideal (FONTES, 2007).
Ele foi desenvolvido pelo Polímata Lambert Quételet no fim do século XIX.
Trata-se de um método fácil e rápido para a avaliação do nível de gordura de cada
pessoa, ou seja, é um preditor internacional de obesidade adotado pela Organização
Mundial da Saúde – OMS – (CORBINI, 2004).
O IMC é determinado pela divisão da massa do indivíduo pelo quadrado de sua
altura, onde a massa está em quilogramas e a altura está em metros 2: IMC =
massa/altura2 (FONTES, 2007).
A OMS determina que se use o percentil como padrão de referência, para que as
crianças em idade escolar tenham a possibilidade de se preparar para o 2º estágio de
crescimento que irá acontecer na adolescência (MOURA, 2005).
O IMC por idade utiliza a altura, peso e idade de uma criança para determinar a
quantidade de massa corporal e compara os resultados com os de outras crianças da
mesma idade e gênero. Ele pode ajudar a prever se as crianças possuem risco de excesso
ou baixa de massa corporal. Cada gráfico contém um conjunto de curvas que indica o
percentil da criança e os seus resultados devem ser analisados no gráfico proposto pelo
CDC (2000) e classificados de acordo com o percentil como demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1: Classificação do estado nutricional de crianças e adolescentes de acordo com


o IMC

CATEGORIA DE PESO FAIXA PERCENTIL


abaixo do peso menos de 5 percentil
peso saudável entre 5 e 85 percentil
risco de sobrepeso entre 95 e 95 percentil
Sobrepeso igual ou maior que 95 percentil
Fonte: CDC (2000)

2.9 Estado nutricional das crianças escolares

As crianças naturalmente começam a vida com um alto índice de gordura


corpórea, mas vão ficando mais magras conforme envelhecem. Além disso, também há
diferenças entre a composição corporal de meninos e meninas. E foi para poder levar
todas essas diferenças em consideração que os cientistas criaram um IMC especialmente
19

para as crianças, chamado de IMC por idade. Usa-se um conjunto de gráficos de


crescimento para seguir o desenvolvimento das crianças e jovens adultos dos dois aos
20 anos de idade (FONTES, 2007).
Então, para se estabelecer o estado nutricional das crianças é necessário a
identificação dos parâmetros antropométricos: peso e altura.

2.9.1 Peso e altura

Devido às mudanças importantes que ocorrem na infância, é ideal que as


crianças sejam avaliadas periodicamente pelos profissionais da saúde. Esta avaliação
inclui uma série de medidas antropométricas, principalmente peso e altura, que devem
guardar proporção entre si, já estabelecidas por padrões mundialmente conhecidos.
Segundo Moura (2005) avaliar periodicamente o crescimento da criança poderá
representar o diagnóstico de alguma doença precoce ou mesmo de um distúrbio
alimentar – obesidade ou desnutrição, por exemplo – e assim, corrigi-las.
Cabe ao profissional da nutrição, em busca da solução desses problemas,
analisar com cuidado cada caso, a fim de que possa evitar futuramente graves
anormalias de comportamento, como a anorexia nervosa (CORBINI, 2004).
Para pesar uma criança, esta deve apresentar-se de pé numa balança portátil, de
preferência digital, na posição de costas, com o olhar para o horizonte, usando o mínimo
de roupas possíveis (CASTRO, 2001).
Já o procedimento para a medição da altura da criança consiste em posicioná-la
de pé frente a um estadiômetro portátil fixado na parede. O avaliado deve apresentar-se
descalço, os braços estendidos ao longo do corpo e calcanhares juntos, tocando a haste
vertical do estadiômetro. A cabeça deve ficar ereta, com os olhos fixos a frente, no
plano horizontal de Frankfort. Não se pode ter nenhum adorno na cabeça (MOURA,
2005).
Todos estes procedimentos são úteis para determinar as necessidades
nutricionais de uma criança.

2.10 Adequação e composição nutricional para crianças em fase escolar


20

A infância constitui-se a base da formação do ser humano. É neste período que


ocorre a formação dos hábitos alimentares, por isso a necessidade de uma alimentação
saudável neste período. A escola tem papel fundamental, pois é por meio dela que
muitos valores serão repassados, podendo auxiliar na formação de bons hábitos
alimentares (CASTRO, 2001).
Através da avaliação da adequação da merenda escolar é possível verificar se os
objetivos do PNAE estão sendo alcançados (MOURA, 2005).
Para o PNAE o ideal seria a merenda escolar suprir, no mínimo, 15% das
necessidades nutricionais diárias dos alunos. No caso dos indígenas, essa percentual
sobe para 30% (CASTRO, 2001).
Segundo Krause apud Moura (2005), a proporção sugerida é de 50 a 60% de
carboidratos, 25 a 35% como gorduras, e de 10 a 15%, como proteínas em relação às
calorias totais. De acordo com a DRI`s (2005), as quantidades utilizadas são de 130 g de
carboidratos para crianças de 4 a 13 anos, as proteínas de 19 g para crianças de 4 a 8
anos e de 34 g para crianças de 9 a 13 anos.
Para o cálculo da adequação nutricional, utiliza-se as médias do consumo de
calorias (energia) e proteínas, recomendadas pelo PNAE (COLLARES, 1992).
Todos os cardápios devem ser desmembrados em ingredientes e, a partir da
composição e do per-capita (quantidade em gramas), e avaliado o teor de calorias e de
proteínas (MOURA, 2005).
Infelizmente, a presente pesquisa constatou que em muitos casos a merenda
escolar está abaixo dos padrões do PNAE, devido provavelmente, à falta de subsídios
para a merenda escolar.
21

3 CASUÍSTICA E MÉTODOS

3.1 Casuística

O trabalho foi realizado numa Escola Municipal da cidade de Ijaci-MG, através


de uma pesquisa quantitativa transversal com escolha aleatória, em que foi avaliado
10% dos alunos matriculados com faixa etária entre 6 a 10 anos, de ambos os sexos,
durante o 2˚ semestre do ano 2008 e no ano de 2009.
Foi avaliado o estado nutricional dos alunos pela identificação do IMC/idade e a
oferta dietética da merenda escolar, comparando-a com a média das necessidades
nutricionais para esta faixa etária de acordo com a DRI`s (2003). Para tanto, este
trabalho foi submetido ao CEP – Unilavras, sendo os participantes e seus responsáveis
convidados a participar da pesquisa, através da assinatura do TCLE – Termo de
consentimento livre e esclarecido – (ANEXOS 1 e 3). Esta pesquisa foi aprovada pelo
CEP – Unilavras.

3.2 Métodos

O trabalho constou da identificação do IMC das crianças através da mensuração


e coleta do peso e altura.
O peso foi obtido através de uma balança digital portátil de plataforma, marca
G-Life Premium, capacidade de 180 Kg e subdividida em 100 g, onde o avaliado
apresentou-se de pé, estando de costas, com o olhar para o horizonte, usando o mínimo
de roupas possíveis – roupas leves e com os braços estendidos ao longo do corpo
(MOURA, 2005).
Já, a altura foi obtida através de um estadiômetro de parede portátl, marca
Welmy, que estava fixado na parede, sem rodapé e em piso plano. O avaliado
apresentou-se descalço e teve o peso igualmente distribuído entre os pés, os braços
estendidos ao longo do corpo e calcanhares juntos, tocando a haste vertical do
estadiômetro. A parte superior da cabeça estava levantada, com os olhos fixos a frente,
seguindo o plano horizontal de Frankfort. Foi retirado qualquer adorno utilizado na
cabeça (MOURA, 2005).
22

O IMC (índice de massa corporal) foi obtido pela razão feita entre a altura e peso
dado pelo índice Quetelet, P/A2 (Kg/m2) e sua classificação foi obtida segundo a
proposta CDC (2000) (Tabela 1).
Também foi aplicado às crianças um questionário (Anexo 2) em que foi avaliado
o conhecimento sobre alimentos e suas práticas alimentares diárias.
A merenda escolar das crianças foi avaliada pela quantificação diária de três dias
consecutivos em horários alternados e diferentes através da média oferecida obtida pela
pesagem direta em balança Fitizola digital, capacidade de 15 Kg, subdividida em 100 g
e os macronutrientes e micronutrientes quantificados foram: a energia apurada pela
soma das proteínas, dos carboidratos e lipídeos, a adequação protéica, vitamínica
(Vitaminas A e C) e mineral (Fe, Ca, P e K), usando a tabela de composição química da
TACO (2006) e Franco (2007), sendo comparado com a necessidade determinada pela
DRI’s (2005) em percentual, de acordo com a Tabela 2.

Tabela 2: Necessidades nutricionais diárias

Micronutrientes Necessidades nutr. diárias para crianças de até 10 anos


Vitamina A (mcg) 500
Vitamina C (mg) 35
Fe (mg) 9
Ca (mg) 1050
P (mg) 875
K (g) 4,15
Macronutrientes
Proteínas (g) 26,5
Calorias (Kcal) 3014,91
Fonte: DRI`S (2005)
23

4 RESULTADO E DISCUSSÃO

A partir dos dados observou-se que dos participantes da pesquisa, 45% eram do
sexo masculino e 55% eram do sexo feminino, numa faixa etária de 6 a 10 anos.
Quando questionados sobre o número de refeições realizadas diariamente a
maioria 53,5% disseram fazer apenas três (3) refeições diárias, enquanto que 28,8%
disseram fazer seis (6) refeições, 16,7% apenas duas (2) e somente 1% relatou não fazer
nenhuma refeição, como pode ser visto no Gráfico 1.

Gráfico 1: Número de refeições diárias relatadas pelas crianças

Maestro (2002), em sua pesquisa sobre hábitos alimentares encontrou mais de


70% dos alunos nessa faixa etária referindo fazer 3 refeições diárias e 30% diziam fazer
apenas duas. Para o autor, esse resultado geralmente reflete as condições
socioeconômicas dos pais das crianças.
Quando questionados sobre os hábitos alimentares (Gráfico 2), a pesquisa
revelou que mais de 90% das crianças descreveram uma ingestão dos representantes de
todos os grupos alimentares, mas 96% descreveram a ingestão de picolé e chocolate
como fonte de grupos calóricos. Dos analisados, 85% referiram ingerir ovo e peixe
habitualmente.
24

Gráfico 2: Hábitos alimentares das crianças descritos em percentuais

Observa-se que os alimentos tradicionais da dieta brasileira, como arroz, feijão,


pão e leite, estão entre os mais ingeridos, também constatado em pesquisa realizada por
Maestro (2002).
Inversamente, nesta pesquisa foi revelado que o hábito do consumo de peixe é
alto (85%) comparado com a pesquisa de Maestro (2002), o qual encontrou somente 1%
dos pesquisados com consumo de peixe. Pode-se inferir que este elevado consumo no
presente trabalho seja pelo fato de que na região há uma represa e os pais dessas
crianças podem ter mais facilidade para obter tal produto.
Quando questionados sobre o consumo habitual de hortaliças, legumes,
tubérculos e frutas, foi encontrado que mais de 80% das crianças analisadas consomem
estes tipos de alimentos.
Fato semelhante foi encontrado por Maestro (2002) em sua pesquisa, na qual
85% de seus avaliados também disseram consumir hortaliças e frutas.
25

Após o conhecimento dos hábitos alimentares dos alunos foi questionado se eles
levavam merenda para a escola e 65% disseram que sim, mas 35% não tinham o
costume de levar (Gráfico 3), ficando assim como responsabilidade da merenda escolar
oferecer um percentual calórico, vitamínico e mineral para estas crianças.

Gráfico 3: Percentuais de alunos que levam merenda para a escola

O fato de os alunos não levarem merenda para a escola é muito complexa, pois
os motivos podem ser variados, como preferência alimentícia ou questão financeira.
Assim, os alunos considerados carentes, necessitam da merenda como
complemento ou até mesmo como oferta principal de suas necessidades nutricionais
diárias. Quando a merenda escolar não atinge a meta dos 15% das necessidades
nutricionais diárias, proposta pelo PNAE, muitos alunos tendem a complementar a
merenda escolar levando suas próprias merendas, o que não ocorre em se tratando dos
alunos carentes (MAESTRO, 2002).
Em sua pesquisa, Maestro (2002) revela que mais de 80% das crianças levam
merenda para a escola, a fim de complementarem a dieta alimentar. Contudo, o autor
relata que a qualidade nutricional dessa merenda deixava a desejar, pois muitos alunos
preferem levar bolachas e doces ao invés de alimentos mais saudáveis.
Sobre o conhecimento dos grupos alimentares foi possível detectar que 16% dos
entrevistados conheciam os grupos alimentares, mas 83,3% dos pesquisados não
conheciam os nutrientes e suas funções.
26

Posteriormente, foi indagado aos alunos se eles tinham o conhecimento sobre o


que é uma alimentação saudável, 78,3% afirmaram que conheciam o que era
alimentação saudável, mas 21,6% desconheciam o assunto.
Com relação ao estado nutricional dos participantes da pesquisa, de acordo com
o IMC foi diagnosticado em 6,6% a obesidade, 8% estavam em pré-obesidade, 73,8%
em estado de eutrofia e por fim, 11,6% com o peso abaixo do normal. Se somado os em
excesso de peso e os acima do peso esperado tem-se que 14,6% das crianças se
encontravam em obesidade e pré obesidade, como pode ser visto no Gráfico 4.

Gráfico 4: Classificação do estado nutricional das crianças pelo IMC

Com relação ao IMC dos alunos, a pesquisa mostra que grande parte da amostra
pesquisada está com peso normal. Em momentos de repercussão mundial sobre os
problemas de obesidade e de desnutrição escolares, pode-se dizer que o resultado foi
parcialmente otimista, com altos níveis de eutrofismo, mas se somado as distrofias por
excesso de peso e baixo peso consegue-se perceber que é um percentual palpável
(26,2%), assim, medidas devem ser tomadas para verificar os motivos do elevado
número de crianças nestas situações.
Moura (2005), em sua pesquisa constatou que 86,4% das crianças analisadas
tinham peso adequado ou eutrofia, 5,2% obesidade e 8,4% apresentaram peso abaixo do
normal, dados estes diferentes e inferiores ao da presente pesquisa.
Quanto a quantificação da merenda escolar a qual foi analisada em três dias
consecutivos, foi revelado que a média de calorias fornecidas pela escola foi de 307,2
27

Kcal, não atingindo os 15% da média de calorias recomendadas pelo PNAE,pois a


média do gasto energético para essa faixa etária é de 3.014, 9 Kcal (DRI’s 2005), e de
acordo com o PNAE é necessário oferecer pelo menos 15% das necessidades
nutricionais, ou seja, 452,23 Kcal/dia.
Então a média ofertada na escola de 307,2 Kcal/dia, perfaz assim, somente 10%
das necessidades nutricionais diárias que é oferecido às crianças como mostram o
Gráfico 5.

Gráfico 5: Comparação da necessidade global calculada, com o recomendado


pelo PNAE e o ofertado pela escola

Deduz-se daí que a merenda oferecida pela escola em estudo está muito aquém
da média nutricional recomendada pelo PNAE, o qual pode comprometer o estado
nutricional das crianças, já que a maioria relata fazer apenas 3 refeições por dia.
Tal resultado também é corroborado pela pesquisa de Carvajal, Koehnlein e
Bennemann (2009), analisando a oferta diária da merenda escolar encontraram que a
oferta escolar cumpria somente 12% do que é recomendado para as crianças, estando
também abaixo do que preconiza o PNAE.
Com relação a oferta de micro e macronutrientes, a Tabela 3 mostra as
necessidades das crianças, o preconizado pelo PNAE e o que é ofertado pela escola.
28

Tabela 3: Necessidades nutricionais diárias, recomendadas e ofertadas na escola

Micronutrientes Média diária Média da merenda Média de


recomendada recomendada: 15% quantidade ofertada
(PNAE) (PNAE) na escola
Vit. A (mcg) 500 75 22,33

Vit. C (mg) 35 5,25 ---

Fe (mg) 9 1,35 1,16

Ca (mg) 1050 157,5 87,5

P (mg) 875 131,25 211,5

K (g) 4,15 0,62 0,29

Macronutrientes

Proteínas (g) 26,5 4 12,25

Assim, pode-se perceber que apenas o P (Fósforo) e as Proteínas conseguiram


satisfazer os 15% determinado pelo PNAE, como mostra o Gráfico 6.

Gráfico 6: Porcentagem nutricional da adequação de micro e macronutrientes ofertados


pela escola
29

Ainda é preciso comentar e discutir sobre a adequação protéica, pois o presente


trabalho não analisou quantitativamente a alimentação ingerida fora da escola, e a
merenda escolar consegue oferecer quase 50% da necessidade diária de proteínas às
crianças, e como não se sabe o que elas ingerem fora da escola, se faz necessário
estudos continuados para verificar se esta não ultrapassa a necessidade máxima ou dose
diária máxima em proteína, para que não provoque danos orgânicos como lesão renal.
É necessário ressaltar que a defasagem nutricional da merenda escolar não é um
caso isolado. Várias pesquisas nacionais demonstram que em muitos municípios a
merenda escolar não está atendendo aos padrões nutricionais recomendados pelo PNAE
(CARVAJAL, KOEHNLEIN E BENNEMANN, 2009).
Contudo, mais preocupante é questão da deficiência de Fe na merenda escolar, a
qual só oferece 11,6% do que são recomendados pelo PNAE.
Pesquisas revelam que 45% das crianças brasileiras de até 3 anos apresentam
quantidades insuficientes de ferro no sangue, resultando no que se chama de anemia
ferropriva (CASTRO, 2001). Nesse sentido, é preciso ajustar urgentemente a merenda
escolar para as crianças não tenham o crescimento retardado e o aprendizado escolar
comprometido.
Entretanto, para Castro (2001), esse problema não é típico de populações mais
pobres nem de crianças mais magras. A dieta inadequada faz com que a anemia apareça
em todas as classes sociais e em crianças rechonchudas, que aparentemente gozam de
excelente saúde. Tudo depende do que está no prato das crianças.
30

CONCLUSÃO

Através deste trabalho foi possível concluir que apesar de a maioria (> 70%) das
crianças estarem em estado de eutrofia, mais de 25% se encontravam em estados de
distrofias ponderais.
Também foi possível concluir que a maioria (> 90%) das crianças analisadas
referiam a ingestão de uma variedade de alimentos, mas a maioria (> 50%) referiam
fazer apenas 3 refeições/dia, mesmo descrevendo saber o que é uma refeição adequada.
Cerca de 30% das crianças não levavam lanche para a escola, ficando assim, a
oferta calórica e nutricional a ser cumprida e oferecida pela escola. E pode-se observar
que a escola analisada não cumpre o que é preconizado pelo PNAE, na qual a merenda
deve ofertar 15% das necessidades globais de calorias às crianças, além disso o Ca, o
Fe, Vitamina A e a Vitamina C oferecidas pela merenda mostrou percentuais abaixo da
recomendação, sendo que estes micronutrientes são extremamente importantes para o
período da vida das crianças em fase escolar.
Assim, se faz necessário uma revisão dos cardápios e dos alimentos oferecidos
por esta escola para que deste modo, seja viabilizado às crianças pelo menos 15% do
que elas necessitam em calorias e nutrientes.
Sabe-se que o profissional nutricionista inserido no âmbito da merenda escolar é
fato preponderante para que ações, atitudes, adequações sejam estabelecidas, afim de
que o desenvolvimento das crianças em fase escolar não seja comprometido.
31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACCIOLY, E.; SAUDERS, G.; LACERDA, E. M. de A. Nutrição em obstetrícia e


pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1998.

ANGELIS, R. C. Educação Nutricional: a importância da prática Dietética. Nutrição


em Pauta, v., n., p. 9, jan./fev., 2002.

BARBOSA, V. L. P. Prevenção da obesidade na infância e na adolescência.


Exercícios Nutrição e Psicologia. Bueri, SP: Manole, 2004.

BIZZO, M. L. G.; LERDER, L. Educação nutricional nos parâmetros curriculares


nacionais para o ensino fundamental. Revista de Nutrição Scielo. vol. 18, n. 5.
Campinas Sept./Oct. 2005. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S141552732005000500009&script=sci_arttext&tlng=pt Acesso em 02/02/2010.

CARVAJAL, A. E. S. S.; KOEHNLEIN, E. A.; BENNEMANN, R. M.. Avaliação da


merenda escolar de uma Escola Municipal de 1ª a 4ª série de Maringá – PR. VI EPCC –
Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar, Resumos..., out., 2009.

CASTRO, M. P. S. Hábitos alimentares de estudantes brasileiros das zonas urbanas


e rural: um estudo de Garça – São Paulo. 2001, 95p. Dissertação (Mestrado em
Nutrição Humana e Aplicada). Faculdade de Saúde Pública da USP, SP.

CDC, Center For Disease and Control and Prevention. Serie 11. Estados Unidos,
246 p., 2000.

CECCIM, R. B.. A merenda escolar na virada do século. Em Aberto. Brasilia, n. 67,


p.63-72, jul./set. 1995.

CERVATO, A. M. Bases teóricas para a prática da educação nutricional. Nutrição em


Pauta, São Paulo, n. 67, p. 12, jul./ago., 2004.

CHAVES, S. Sistema nervoso, nutrição e educação. Rio de Janeiro: 2007.

COLLARES, C. A. L.. Ajudando a Desmistificar o Fracasso Escolar. Série Idéias, São


Paulo, n. 6, p. 24-28, 1992.

CORBINI, P. Alimentos e nutrição. São Paulo: UNESP, 2004.

DRI`S, Dietary refernce Intakes. Institute of Medicine the National Academies.


Washington, 2003.
32

DRI`S, Dietary refernce Intakes. Institute of Medicine the National Academies.


Washington, 2005.

FONTES, H. A. F. IMC para crianças e adolescentes. Copacabana Runners. 2007.


Disponível em: http://www.copacabanarunners.net/imc-criancas.html Acesso em
05/02/2010.

FRANCO, G. Tabela de Composição Química dos alimentos: São Paulo, 2007.

GOUVEIA, M. Programa 5S’s adaptado ao gerenciamento da alimentação no contexto


da descentralização. Revista de Nutrição, v. 2, n. 3, p. 289, set./dez. 1999.

MAESTRO, V. Padrão Alimentar e Estado Nutricional: caracterização de escolares


de Município Paulista. 2002, 130p. Dissertação (Mestrado em Ciências). Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002.

MARTINIZ, S. Marketing Nutricional em educação escolar. Revista Nutrição em


Pauta, São Paulo, n. 73, p. 4, jul./ago., 2005.

MAHAN, L. K. Escott – Strump, S. E. Krause Alimentos. Nutrição e Dietoterapia.


São Paulo: Roca, 2002.

MOURA, P. N. de. Estado nutricional de alunos de 6 a10 anos do ensino


fundamental (1º e 2º ciclos) de escolas públicas municipais da zona urbana do
município de Pinhão – PR. 2005, 99p. Dissertação (Mestrado em Enfermagem em
Saúde Pública). Universidade São Paulo. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto,
Ribeirão Preto.

PINHO, S. dos R. Da merenda escolar à refeição escolar: uma experiência bem


sucedida. Nutrição em Pauta. São Paulo, n. 34, p. 17-19, jul./ago. 2000.

TACO. Tabela de Composição de Alimentos. Versão 2. Unicamp. Campinas: 113 p.,


2006.

TURKKI, P. R.; RYNBERGEN, O. R. Nutrição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


1998.

WEIS, B. R. Experiências inclusivas. Programa Educação Inclusiva: direito à


diversidade. Brasília, DF, 2007.
ANEXOS
34

ANEXO 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do estudo: Estado Nutricional de Escolares e análise da adequação da merenda


oferecida em uma escola do Município em Minas Gerais.
Pesquisador (es) responsável (is): Tâmara Maria Vilas Boas
Instituição/Departamento: Curso de Nutrição/UNILAVRAS
Telefone para contato: (35) 91269013
Local da coleta de dados: Escola Municipal Padre Luis Lunkes

Prezado (a) Senhor (a):

 Você está sendo convidado (a) a responder às perguntas deste questionário de


forma totalmente voluntária.
 Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionário, é
muito importante que você compreenda as informações e instituições contidas
neste documento.
 Os pesquisadores deverão responder todas as suas dúvidas antes que você se
decidir a participar.
 Você tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento,
sem nenhuma penalidade e sem perder os benefícios aos quais tenha direito.

Objetivo do estudo: analisar o estado nutricional dos escolares e quantificar


nutricionalmente a merenda escolar oferecida na escola; propondo uma educação a
partir do estado nutricional destes alunos.

Procedimentos: As crianças terão participação ao responder os questionários


elaborados e ao serem analisadas através do seu peso e altura. Também será avaliado
nutricionalmente a merenda escolar.

Benefícios: Esta pesquisa terá como beneficio o conhecimento dos avaliados sobre a
alimentação.
35

Riscos: A participação não representará risco de ordem física, moral ou psicológica. Se


vier a ocorrer será minimizado.

Sigilo: As informações fornecidas serão confidenciais e de conhecimento apenas dos


pesquisadores responsáveis. Os sujeitos da pesquisa não serão identificados em nenhum
momento, mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer
forma.

Lavras___________ de ________________ de 200___

Assinatura do Orientador

____________________________________________________________
(Nome e CPF)

Assinatura do Pesquisador Responsável

____________________________________________________________
(Nome e CPF)

Sujeito da Pesquisa/Representante Legal

_____________________________________________________________
(Nome e CPF)

Testemunhas: 1. ___________________________________
2. ___________________________________
36

ANEXO 2

QUESTIONÁRIO DE CONHECIMENTO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS

1) QUANTAS REFEIÇÕES DEVEMOS INGERIR POR DIA?


( )2 ( )3 ( )6 ( ) NENHUMA

2) QUAIS ALIMENTOS ABAIXO ENTRAM NA SUA ALIMENTAÇÃO:


( ) PÃO
( ) LEITE
( ) OVO
( ) CARNE
( ) BANANA
( ) MAÇA
( ) SORVETE
( ) BETERRABA
( ) ARROZ
( ) BOLACHA
( ) BATATA
( ) BOLO
( ) MAMÃO
( ) ALFACE
( ) TOMATE
( ) CHOCOLATE
( ) CENOURA
( ) PICOLÉ
( ) FEIJÃO
( ) COUVE
( ) MACARRÃO
( ) PEIXE
3) VOCÊ TRAZ MERENDA PARA A ESCOLA?
( ) SIM ( ) NÃO

4) VOCÊ CONHECE OS GRUPOS ALIMENTARES?


( ) SIM ( ) NÃO

SE VOCÊ SABE, CITE:


ALIMENTOS ENERGÉTICOS:_________________________________________
ALIMENTOS CONSTRUTORES:_______________________________________
ALIMENTOS REGULADORES:________________________________________

5) VOCÊ SABE O QUE É UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL?


( ) SIM ( ) NÃO

SE VOCÊ SABE, DÊ EXEMPLOS:______________________________________


ANEXO 3

Carta à Instituição
AO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS

Ilmo (a). Coordenador (a)/Diretor (a)


Prf. (a). _______________________________________________
Escola ________________________________________________

Venho por meio desta solicitar a permissão para a realização da pesquisa


intitulada: Identificação do Estado Nutricional de Escolares e da adequação da merenda
oferecida em uma escola do Município de Ijaci: uma proposta de educação, nas
dependências deste estabelecimento de ensino. A finalidade do presente projeto é
analisar e quantificar nutricionalmente a merenda escolar, assim como, o estado
nutricional dos escolares desse estabelecimento de ensino, os dados para o estudo serão
coletados através de pesagem e medição de altura dos alunos e pesagem da merenda
escolar. Os instrumentos de avaliação serão aplicados pela pesquisadora em uma sala
cedida pela escola. Este material será posteriormente analisado e será garantido sigilo
absoluto sobre as questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes,
bem como a identificação do local da coleta de dados. A divulgação do trabalho terá
finalidade acadêmica. Para tal, solicito a autorização desta instituição para a coleta de
dados, não serão oferecidos riscos graves às crianças e a instituição, as crianças não
serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Tudo o
que for usado será confidencial e usado sem a identificação da criança e do local.
Quaisquer dúvidas que existirem agora ou depois poderão ser livremente esclarecidas,
bastando entrar em contato no telefone ou email abaixo mencionados.
Certa de sua compreensão, desde já, coloco-me à sua disposição para eventuais
esclarecimentos que se fizerem necessários.
Atenciosamente,

Tamara Maria Vilas Boas


Aluna do 6˚ período do curso de Nutrição do UNILAVRAS
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES E ANÁLISE DA


ADEQUAÇÃO DA MERENDA OFERECIDA EM UMA ESCOLA
DE MINAS GERAIS

TAMARA MARIA VILAS BOAS

LAVRAS-MG
2010
TAMARA MARIA VILAS BOAS

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES E ANÁLISE DA


ADEQUAÇÃO DA MERENDA OFERECIDA EM UMA ESCOLA
DE MINAS GERAIS

Monografia   apresentada   ao   Centro 


Universitário   de   Lavras   como   parte 
das   exigências   do   Curso   de 
graduação em Nutrição.

ORIENTADORA
Profa. Ms. Juliana de Brito Maia Miamoto

CO-ORIENTADORA
Profa. Dra. Carolina Valeriano

UNILAVRAS
LAVRAS-MG
2010
TAMARA MARIA VILAS BOAS

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES E ANÁLISE DA


ADEQUAÇÃO DA MERENDA OFERECIDA EM UMA ESCOLA
DE MINAS GERAIS

Monografia   apresentada   ao   Centro 


Universitário   de   Lavras   como   parte 
das   exigências   do   Curso   de 
graduação em Nutrição.

Aprovado em _____/____/____

Profa. Dra. Ivana Aparecida da Silveira - UNILAVRAS

ORIENTADORA
Profa. Ms. Juliana de Brito Maia Miamoto

CO-ORIENTADORA
Profa. Dra. Carolina Valeriano

UNILAVRAS
LAVRAS-MG
2010
Dedico a Deus o responsável
Por esta vitória, aos meus pais
Que possibilitaram a realização
Desta conquista, aos meus irmãos,
Ao meu namorado e a todos que
Contribuíram direta ou indiretamente
Para a realização deste sonho.
AGRADECIMENTOS

A Deus pela presença constante em cada instante de minha vida.


Aos meus pais Antonio e Maria, pelo amor incondicional e por me fazer
acreditar que com sonho, autoconfiança e determinação fazem uma nobre conquista.
Aos meus irmãos Tahís e Thiago, ao meu namorado Alex, as minhas avós e
amigos pelo incentivo e pela compreensão dos vários momentos de ausência.
A minha orientadora Juliana, a co-orientadora Carol e a Ivana por ter
compartilhado todos seus conhecimentos, por ter depositado em mim a confiança e me
conduzido na tarefa do saber.
Aos mestres pelos ensinamentos que irão me guiar e iluminar a trajetória
profissional.
Aos colegas pela longa caminhada, rumo ao mesmo objetivo, o aprendizado.
Em especial a minha amiga Marina que não mediu esforços para me ajudar.
A Escola Municipal “Padre Emílio Luiz Lunkes” por permitir a realização deste
trabalho.
Todos vocês ajudaram a transformar um desafio distante nesta realidade!
“Só é digno da liberdade, como da vida, aquele que se empenha em conquistá-la.”
Johann Goethe
SUMÁRIO

RESUMO...........................................................................................................................9
1 Introdução.....................................................................................................................10
2 Revisão de Literatura....................................................................................................12
2.1 Importância da Alimentação e a Merenda Escolar....................................................12
2.2 Educação Nutricional................................................................................................12
2.3 Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)...............................................13
2.4 A influência dos hábitos alimentares em escolares...................................................14
2.5 Aceitação da merenda escolar...................................................................................15
2.6 Relação do Estado Alimentar e a capacidade cognitiva............................................16
2.7 O caráter pedagógico da merenda escolar.................................................................17
2.8 Índice de Massa Corporal - IMC...............................................................................17
2.9 Estado nutricional das crianças escolares..................................................................18
2.10 Adequação e composição nutricional para crianças em fase escolar......................19
3 casuística e métodos.....................................................................................................21
3.1 Casuística...................................................................................................................21
3.2 Métodos.....................................................................................................................21
Anexos.............................................................................................................................33
Anexo 1...........................................................................................................................34
Anexo 2...........................................................................................................................36
Anexo 3...........................................................................................................................38
Agradecimentos...............................................................................................................43
Sumário............................................................................................................................45
Lista de gráfico................................................................................................................46
Lista de Tabelas...............................................................................................................47
Resumo............................................................................................................................48
LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1: Número de refeições diárias relatadas pelas crianças..............................23


Gráfico 2: Hábitos alimentares das crianças descritos em percentuais.....................24
Gráfico 3: Percentual de alunos que levam merenda para a escola...........................25
Gráfico 4: Classificação do estado nutricional das crianças pelo IMC.....................26
Gráfico 5: Comparação da necessidade global calculada, com o recomendado pelo
PNAE e o ofertado pela escola.................................................................................27
Gráfico 6: Porcentagem nutricional da adequação de micro e macronutrientes
ofertados pela escola.................................................................................................28
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação do estado nutricional de crianças e adolescentes de acordo


com o IMC................................................................................................................18
Tabela 2: Necessidades nutricionais diárias..............................................................22
Tabela 3: Necessidades nutricionais diárias, recomendadas e ofertadas na escola...28
RESUMO

VILAS BOAS, Tamara Maria. Estado Nutricional em escolares e análise da


adequação da merenda oferecida em uma escola de Minas Gerais. 2010. 39 f.
Monografia (Graduação em Nutrição)* - Centro Universitário de Lavras, Lavras, 2010.

O presente trabalho teve como objetivo analisar e quantificar nutricionalmente a


merenda escolar, assim como o estado nutricional dos escolares em uma escola de Ijaci
Minas Gerais. Foi desenvolvido com crianças de ambos os sexos do ensino fundamental
de idade entre seis (6) a dez (10) anos; sendo aplicado um questionário com questões
objetivas aos alunos sobre seus hábitos alimentares, analisando a adequação da merenda
escolar por 3 dias e o estado nutricional, determinado pelo índice de massa corpórea
(IMC)/idade pela tomada de peso e altura, com classificação de acordo com Center for
disease and control and Prevention (CDC). Os resultados obtidos mostraram que a
maioria dos escolares (> de 70%) estavam em estado de eutrofia, enquanto mais de 25%
se encontravam em estados de distrofias ponderais, como obesidade e peso abaixo do
normal. Foi possível concluir que a maioria (mais de 90%) das crianças analisadas
ingeriam uma variedade considerável de alimentos, mas cerca de 50% faziam apenas 3
refeições por dia, mesmo sabendo o que é uma refeição adequada. Contudo, a análise da
merenda escolar revelou que o oferecido está bem abaixo dos padrões indicados pelo
Programa Nacional de Alimentação do Escolar (PNAE), em especial a quantidade de
Fe, o que pode comprometer o estado nutricional das crianças. Nesse sentido, cabe à
política pública a fiscalização e a resolução dos possíveis problemas relacionados com a
nutrição dos alunos e a promoção de uma melhor qualidade de vida.

Palavras-chave: Estado Nutricional; Merenda Escolar; Escolares.

_________________________
*Comitê orientador: Profa. Ms. Juliana de Brito Maia Miamoto (orientadora) –
UNILAVRAS; Profa. Dr. Carolina Valeriano (co-orientadora) – UNILAVRAS e
Profa. Dr. Ivana Aparecida da Silveira – UNILAVRAS.

Você também pode gostar