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1 INTRODUÇÃO
merenda escolar proporciona um maior incentivo à educação das crianças, cabendo por
isso, à escola oferecer uma merenda nutricionalmente adequada e na forma de uma
refeição coletiva, geralmente no intervalo das aulas.
Nesse sentido, cabe ao profissional de nutrição averiguar a qualidade da
merenda escolar, que em muitos casos, infelizmente, fica bem abaixo do recomendado
pelas políticas públicas.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
alimentação dos filhos, porém, no ambiente escolar há ainda muitas variáveis a serem
estudadas.
Então não adianta oferecer os alimentos saudáveis através da merenda se as
crianças não aceitam, pois assim, elas continuariam no estado nutricional deficiente,
podendo afetar sua capacidade de aprendizado escolar.
O fracasso escolar é, sem dúvida, um dos mais graves problemas com o qual a
realidade educacional brasileira vem convivendo há muitos anos. Sabe-se que tal
ocorrência se evidencia praticamente em todos os níveis de ensino do país. Todavia,
incide com maior frequência nos primeiros anos da escolarização.
Para Collares (1992), o fracasso escolar possui vários fatores relacionados dentre
os quais aparecem os extra-escolares como os intra-escolares. Os extra-escolares dizem
respeito às más condições de vida e subsistência de grande parte da população escolar
brasileira. Assim, as péssimas condições econômicas, responsáveis dentre outros fatores
pela fome e desnutrição; a falta de moradias adequadas e de saneamento básico, enfim,
todo o conjunto de privações com o qual convivem as classes sociais menos
privilegiadas surge como o elemento explicativo fundamental.
A relação desnutrição e desenvolvimento cognitivo vem sendo bastante estudada
nos últimos 30 anos, e hoje é possível afirmar que a desnutrição não é causa
significativa de fracasso escolar. Os prejuízos da desnutrição, extremamente graves, se
expressam mais profundamente no período pré-natal, primeiro semestre de vida e até os
dois primeiros anos de idade (ANGELIS, 2002).
Segundo Ceccim (1995), o programa de merenda escolar responsável pelo
alcance de 15% das necessidades protéico-calóricas da criança não alterou a prevalência
do fracasso escolar em 40 anos de existência.
Além do mais, Collares (1992) chama a atenção para o fato de que já se
transformou em preconceito a questão da desnutrição ser taxada como condicionante do
fracasso escolar e do retardamento mental.
De acordo com o mesmo autor, geralmente estas crianças são encaminhadas a
um serviço médico ou a um serviço de saúde mental, onde são atendidas por médicos ou
psicólogos imbuídos dos mesmos preconceitos da professora – são profissionais que,
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embora na maioria dos casos sem formação adequada, não hesitam em atribuir às
crianças, sem avaliação aprofundada, um retardo mental, que justificam ser
conseqüência do estado de desnutrição. Para as crianças pobres, assim, fracasso escolar
é sinônimo de deficiência intelectual.
Mas é necessário reafirmar que além da merenda escolar prover alimentos
saudáveis nos hábitos das crianças ela também desenvolve um papel educativo
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS
3.1 Casuística
3.2 Métodos
O IMC (índice de massa corporal) foi obtido pela razão feita entre a altura e peso
dado pelo índice Quetelet, P/A2 (Kg/m2) e sua classificação foi obtida segundo a
proposta CDC (2000) (Tabela 1).
Também foi aplicado às crianças um questionário (Anexo 2) em que foi avaliado
o conhecimento sobre alimentos e suas práticas alimentares diárias.
A merenda escolar das crianças foi avaliada pela quantificação diária de três dias
consecutivos em horários alternados e diferentes através da média oferecida obtida pela
pesagem direta em balança Fitizola digital, capacidade de 15 Kg, subdividida em 100 g
e os macronutrientes e micronutrientes quantificados foram: a energia apurada pela
soma das proteínas, dos carboidratos e lipídeos, a adequação protéica, vitamínica
(Vitaminas A e C) e mineral (Fe, Ca, P e K), usando a tabela de composição química da
TACO (2006) e Franco (2007), sendo comparado com a necessidade determinada pela
DRI’s (2005) em percentual, de acordo com a Tabela 2.
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
A partir dos dados observou-se que dos participantes da pesquisa, 45% eram do
sexo masculino e 55% eram do sexo feminino, numa faixa etária de 6 a 10 anos.
Quando questionados sobre o número de refeições realizadas diariamente a
maioria 53,5% disseram fazer apenas três (3) refeições diárias, enquanto que 28,8%
disseram fazer seis (6) refeições, 16,7% apenas duas (2) e somente 1% relatou não fazer
nenhuma refeição, como pode ser visto no Gráfico 1.
Após o conhecimento dos hábitos alimentares dos alunos foi questionado se eles
levavam merenda para a escola e 65% disseram que sim, mas 35% não tinham o
costume de levar (Gráfico 3), ficando assim como responsabilidade da merenda escolar
oferecer um percentual calórico, vitamínico e mineral para estas crianças.
O fato de os alunos não levarem merenda para a escola é muito complexa, pois
os motivos podem ser variados, como preferência alimentícia ou questão financeira.
Assim, os alunos considerados carentes, necessitam da merenda como
complemento ou até mesmo como oferta principal de suas necessidades nutricionais
diárias. Quando a merenda escolar não atinge a meta dos 15% das necessidades
nutricionais diárias, proposta pelo PNAE, muitos alunos tendem a complementar a
merenda escolar levando suas próprias merendas, o que não ocorre em se tratando dos
alunos carentes (MAESTRO, 2002).
Em sua pesquisa, Maestro (2002) revela que mais de 80% das crianças levam
merenda para a escola, a fim de complementarem a dieta alimentar. Contudo, o autor
relata que a qualidade nutricional dessa merenda deixava a desejar, pois muitos alunos
preferem levar bolachas e doces ao invés de alimentos mais saudáveis.
Sobre o conhecimento dos grupos alimentares foi possível detectar que 16% dos
entrevistados conheciam os grupos alimentares, mas 83,3% dos pesquisados não
conheciam os nutrientes e suas funções.
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Com relação ao IMC dos alunos, a pesquisa mostra que grande parte da amostra
pesquisada está com peso normal. Em momentos de repercussão mundial sobre os
problemas de obesidade e de desnutrição escolares, pode-se dizer que o resultado foi
parcialmente otimista, com altos níveis de eutrofismo, mas se somado as distrofias por
excesso de peso e baixo peso consegue-se perceber que é um percentual palpável
(26,2%), assim, medidas devem ser tomadas para verificar os motivos do elevado
número de crianças nestas situações.
Moura (2005), em sua pesquisa constatou que 86,4% das crianças analisadas
tinham peso adequado ou eutrofia, 5,2% obesidade e 8,4% apresentaram peso abaixo do
normal, dados estes diferentes e inferiores ao da presente pesquisa.
Quanto a quantificação da merenda escolar a qual foi analisada em três dias
consecutivos, foi revelado que a média de calorias fornecidas pela escola foi de 307,2
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Deduz-se daí que a merenda oferecida pela escola em estudo está muito aquém
da média nutricional recomendada pelo PNAE, o qual pode comprometer o estado
nutricional das crianças, já que a maioria relata fazer apenas 3 refeições por dia.
Tal resultado também é corroborado pela pesquisa de Carvajal, Koehnlein e
Bennemann (2009), analisando a oferta diária da merenda escolar encontraram que a
oferta escolar cumpria somente 12% do que é recomendado para as crianças, estando
também abaixo do que preconiza o PNAE.
Com relação a oferta de micro e macronutrientes, a Tabela 3 mostra as
necessidades das crianças, o preconizado pelo PNAE e o que é ofertado pela escola.
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Macronutrientes
CONCLUSÃO
Através deste trabalho foi possível concluir que apesar de a maioria (> 70%) das
crianças estarem em estado de eutrofia, mais de 25% se encontravam em estados de
distrofias ponderais.
Também foi possível concluir que a maioria (> 90%) das crianças analisadas
referiam a ingestão de uma variedade de alimentos, mas a maioria (> 50%) referiam
fazer apenas 3 refeições/dia, mesmo descrevendo saber o que é uma refeição adequada.
Cerca de 30% das crianças não levavam lanche para a escola, ficando assim, a
oferta calórica e nutricional a ser cumprida e oferecida pela escola. E pode-se observar
que a escola analisada não cumpre o que é preconizado pelo PNAE, na qual a merenda
deve ofertar 15% das necessidades globais de calorias às crianças, além disso o Ca, o
Fe, Vitamina A e a Vitamina C oferecidas pela merenda mostrou percentuais abaixo da
recomendação, sendo que estes micronutrientes são extremamente importantes para o
período da vida das crianças em fase escolar.
Assim, se faz necessário uma revisão dos cardápios e dos alimentos oferecidos
por esta escola para que deste modo, seja viabilizado às crianças pelo menos 15% do
que elas necessitam em calorias e nutrientes.
Sabe-se que o profissional nutricionista inserido no âmbito da merenda escolar é
fato preponderante para que ações, atitudes, adequações sejam estabelecidas, afim de
que o desenvolvimento das crianças em fase escolar não seja comprometido.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CDC, Center For Disease and Control and Prevention. Serie 11. Estados Unidos,
246 p., 2000.
ANEXO 1
Benefícios: Esta pesquisa terá como beneficio o conhecimento dos avaliados sobre a
alimentação.
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Assinatura do Orientador
____________________________________________________________
(Nome e CPF)
____________________________________________________________
(Nome e CPF)
_____________________________________________________________
(Nome e CPF)
Testemunhas: 1. ___________________________________
2. ___________________________________
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ANEXO 2
Carta à Instituição
AO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS
LAVRAS-MG
2010
TAMARA MARIA VILAS BOAS
ORIENTADORA
Profa. Ms. Juliana de Brito Maia Miamoto
CO-ORIENTADORA
Profa. Dra. Carolina Valeriano
UNILAVRAS
LAVRAS-MG
2010
TAMARA MARIA VILAS BOAS
Aprovado em _____/____/____
ORIENTADORA
Profa. Ms. Juliana de Brito Maia Miamoto
CO-ORIENTADORA
Profa. Dra. Carolina Valeriano
UNILAVRAS
LAVRAS-MG
2010
Dedico a Deus o responsável
Por esta vitória, aos meus pais
Que possibilitaram a realização
Desta conquista, aos meus irmãos,
Ao meu namorado e a todos que
Contribuíram direta ou indiretamente
Para a realização deste sonho.
AGRADECIMENTOS
RESUMO...........................................................................................................................9
1 Introdução.....................................................................................................................10
2 Revisão de Literatura....................................................................................................12
2.1 Importância da Alimentação e a Merenda Escolar....................................................12
2.2 Educação Nutricional................................................................................................12
2.3 Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)...............................................13
2.4 A influência dos hábitos alimentares em escolares...................................................14
2.5 Aceitação da merenda escolar...................................................................................15
2.6 Relação do Estado Alimentar e a capacidade cognitiva............................................16
2.7 O caráter pedagógico da merenda escolar.................................................................17
2.8 Índice de Massa Corporal - IMC...............................................................................17
2.9 Estado nutricional das crianças escolares..................................................................18
2.10 Adequação e composição nutricional para crianças em fase escolar......................19
3 casuística e métodos.....................................................................................................21
3.1 Casuística...................................................................................................................21
3.2 Métodos.....................................................................................................................21
Anexos.............................................................................................................................33
Anexo 1...........................................................................................................................34
Anexo 2...........................................................................................................................36
Anexo 3...........................................................................................................................38
Agradecimentos...............................................................................................................43
Sumário............................................................................................................................45
Lista de gráfico................................................................................................................46
Lista de Tabelas...............................................................................................................47
Resumo............................................................................................................................48
LISTA DE GRÁFICO
_________________________
*Comitê orientador: Profa. Ms. Juliana de Brito Maia Miamoto (orientadora) –
UNILAVRAS; Profa. Dr. Carolina Valeriano (co-orientadora) – UNILAVRAS e
Profa. Dr. Ivana Aparecida da Silveira – UNILAVRAS.