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Uninove Prof. MSc Eng. Osvando Braga Jr.

Cimento Portland

Definição
É um aglomerante hidráulico resultante da mistura homogênea de clínquer e adições finamente moídos.

As matérias-primas do clínquer são o calcário (CaCO3) e a argila (SiO2 + Al2O3 + Fe2O3+ H2O).

Dentre as adições, o gesso (CaSO4 . 2H2O) é adicionado para regular o tempo de pega do clínquer.

História
Em 1824, o construtor inglês Joseph Aspdin queimou conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-
as num pó fino. Percebeu que obtinha uma mistura que, após secar, tornava-se tão dura quanto as pedras
empregadas nas construções. A mistura não se dissolvia em água e foi patenteada pelo construtor no mesmo
ano, com o nome de cimento Portland, que recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de
durabilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland.

No Brasil, em 1897 o comendador Antônio Proost Rodovalho lançou, a partir de sua fábrica em Sorocaba-SP,
o cimento marca Santo Antonio, e operou até 1904. Voltou em 1907, mas experimentou problemas de
qualidade e extinguiu-se definitivamente em 1918. Em Cachoeiro do Itapemirim, o governo do Espírito Santo
fundou, em 1912, uma fábrica que funcionou até 1924, com precariedade e produção de apenas 8.000
toneladas por ano, sendo então paralisada, voltando a funcionar em 1935, após modernização.

Em 1924 foi implantada uma fábrica em Perus, Estado de São Paulo, pela Companhia Brasileira de Cimento
Portland, que pode ser considerada como o marco da implantação da indústria brasileira de cimento. As
primeiras toneladas foram produzidas e colocadas no mercado em 1926. Até então, o consumo de cimento no
país dependia exclusivamente do produto importado. A produção nacional foi gradativamente elevada com a
implantação de novas fábricas, totalizando 58 em todo o Brasil hoje em dia.

Fabricação

A fabricação do cimento envolve as seguintes operações:

(a) Extração, Dosagem, Secagem e Homogeneização das Matérias-Primas


O calcário é a matéria-prima básica, contribui de 85 a 95 % na fabricação do cimento, é constituído
basicamente de carbonato de cálcio (CaCO 3) e, dependendo de sua origem geológica, pode conter
várias impurezas, como magnésio, silício, alumínio e ferro.

Componente Características Químicas do Calcário


CaO 47,82
SiO2 6,00
Al2O3 1,83
Fe2O3 0,92
MgO 2,08
K2O 0,4
Na2O 0,06
SO3 0,37
P.F. 40,52
Total 100,00
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Figura 01: Esquema da Fabricação do Cimento Portland.

A rocha calcária é extraída de jazidas com o auxílio de explosivos.


Os grandes blocos de pedra fragmentados, obtidos através de explosão, são submetidos ao
processo de britagem, sendo reduzidos ao tamanho de grão menor ou igual a 25 mm.

Para melhorar a qualidade do clínquer, o calcário recebe algumas correções de:

Filito (argila): colabora com o alumínio, Al2O3;


Quartzito (material arenoso): colabora com SiO 2;
Minério de Ferro: colabora com Fe2O3.

Componente Características Químicas da Argila Características Químicas do Quartzito (areia)

SiO2 63,45 85,67


Al2O3 16,70 9,02
Fe2O3 8,81 2,38
CaO 0,35 2,40
K2O 2,85 0,51
Na2O 0,12 0,01
P.F. 5,35 ***
Outros 2,01 0,01
Total 100,00 100,00
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Figura 2: Jazida de Calcário

Figura 3: Britador

Este conjunto de materiais é enviado para moagem no moinho de bolas ou de rolos, em proporções
pré-determinadas, onde se processa o início da mistura íntima, secagem e a homogeneização
necessária, formando-se a farinha crua.TABE
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Figura
4: Moinho de bolas utilizado na trituração da Farinha (Cru).A DAS CARACTERÍSTICAS QÚIMICAS DE
DIFERENTESLCÁRIOSARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DE DIFERENTES ARGILAS QUARTZITO

(b) Clinquerização
A farinha crua moída é calcinada até fusão incipiente, a uma temperatura de 1450 ºC em um forno
rotativo, onde então obtém-se o clínquer.

Figura 5: Forno de clinquerização

(c) Adições finais e moagem


Para a obtenção do cimento Portland, faz-se a moagem do clínquer com diversas adições, como o
gesso, calcário, pozolana e escória de alto-forno, onde assegura-se ao produto a finura e
homogeneidade convenientes, além de se obterem cimentos de características diversas, adequados
aos diferentes tipos de concretos e argamassas.

O processo de moagem do clínquer com suas adições é um fator importante, pois irá influenciar em
características como a hidratação e as resistências inicial e final do cimento.
ARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DAOZOLANA
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(c.1) Gesso
É adicionado, no teor de 3% a 4%, na moagem final do cimento, com a finalidade de regular o tempo
de pega, permitindo com que o cimento permaneça trabalhável por pelo menos uma hora, conforme
ABNT. Sem a adição de gesso, o cimento tem início de pega em aproximadamente 15 minutos, o
que tornaria difícil a sua utilização em concretos.

(c.2) Fíler Calcário


A adição de calcário finamente moído é efetuada para diminuir a porcentagem de vazios, melhorar a
trabalhabilidade, o acabamento e pode até elevar a resistência inicial do cimento.

(c.3) Pozolana
A pozolana é a cinza resultante da combustão do carvão mineral utilizado em usinas termoelétricas;
da queima de argilas ricas em alumínio a temperaturas próximas de 700 ºC; de cinzas de casca de
arroz, ou de rochas vulcânicas.

A pozolana reage com a cal liberada na hidratação do cimento, formando compostos cimentantes.

A adição de pozolana propicia ao cimento maior resistência a meios agressivos como esgotos, água
do mar, solos sulfurosos e a agregados reativos. Diminui também o calor de hidratação,
permeabilidade, segregação de agregados e proporciona maior trabalhabilidade e estabilidade de
volume, tornando o cimento pozolânico adequado a aplicações que exijam baixo calor de hidratação,
como concretagens de grandes volumes.

(c.4) Escória de Alto-Forno


A escória de alto-forno, é subproduto da produção de ferro-gusa em alto-forno, obtida sob forma
granulada por resfriamento brusco. É um produto não metálico que consiste essencialmente de
silicatos e alumino-silicatos de cálcio.

Tem propriedades aglomerantes isoladamente, e quando combinada ao Cimento Portland, a


hidratação é acelerada.

Composição Química
ABELA DE COMPONENTES DOS CIMENTOS PORTLAND BRASILEIROS
óxido abreviatura compostos abreviatura
CaO C 3CaO.SiO2 C3S
SiO2 S 2CaO.SiO2 C2S
Al2O3 A 3CaO.Al2O3 C3A
Fe2O3 F 4CaO.Al2O3.Fe2O3 C4AF
MgO M 4CaO.3Al2O3.SO3 C4A3S
SO3 S-- 3CaO.2
C4S2H3
SiO2.3H2O
H2O H CaSO4.2H2O CSH2

Mineralogia do clínquer
A sílica, alumina, ferro e cal reagem no interior do forno, dando origem ao clínquer, cujos compostos
principais são os seguintes:

C3S (Alita) 3CaO.SiO2 (Silicato tricálcico, 18 a 66 %)


C2S (Belita) 2CaO.SiO2 (Silicato dicálcico, 11 a 53 %)
C3A (Aluminato) 3CaO.Al2O3 (Aluminato tricálcico, 5 a 20 %)
C4AF (Ferrita) 4CaO.Fe2O3.Al2O3 (Ferro-aluminato tetracálcico, 4 a 14 %)
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Composição Potencial do Cimento Portland a Partir da Análise Química


É prática comum na indústria do cimento calcular-se o teor dos compostos do cimento Portland a
partir da análise dos óxidos, usando-se uma série de equações desenvolvidas originalmente por R.
H. Bogue, em 1929 .

%C3S = 4,071% CaO – 7,60%SiO2 – 6,718%Al2O3 – 1,43%Fe2O3 – 2,85%SO3


%C2S = 2,867%SiO2 – 0,7544C3S
%C3A = 2,65%Al2O3 – 1,692%Fe2O3
%C4AF = 3,043%Fe2O3
%CaSO4  1,7%SO3 .
Nota: Essas equações são aplicáveis aos cimentos Portland com relação Al 2O3/Fe2O3 ≥ 0,64.

Propriedades Físicas e Químicas do Cimento Portland


- Finura do Cimento
 influencia a reação com a água: quanto mais fino o cimento mais rápida é a reação.
 moagem mais fina:
– aumenta a taxa de reatividade e, portanto, a resistência
– aumenta também o custo da moagem
– aumenta o calor de hidratação
 determinada pelos ensaios:
 NBR 11579 Cimento Portland - Determinação da finura por meio da peneira 75 μm (n° 200)
 Cimento Portland - Determinação da finura pelo método de permeabilidade ao ar (Método de Blaine)

- Propriedades dos Compostos

C3S
 maior resistência inicial (4 primeiras semanas)
 menor resistência final
C2S
 maior resistência final (após 4 semanas)
 menor resistência inicial
 baixa liberação de calor
C3A
 maior resistência inicial (contribui para a resistência apenas nos 3 primeiros dias)
 menor resistência final
C4AF
 praticamente não contribui para a resistência.

- Hidratação
 reação do cimento com a água, gera produtos que possuem características de pega e
endurecimento
 numa reação química são importantes:
⌐ transformações da matéria
⌐ variações de energia
⌐ a velocidade de reação
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 o cimento em si não é aglomerante e sim os seus produtos de hidratação.


 a quantidade de calor é importante porque algumas vezes o calor é favorável, outras vezes, não.
 a velocidade de reação é importante porque determina o tempo de pega e endurecimento: a
reação inicial deve ser lenta o suficiente para permitir o lançamento do concreto, mas após o
lançamento é desejável um endurecimento rápido.
 os aluminatos hidratam-se + rapidamente que os silicatos: determinam a pega (perda de
consistência)
 os silicatos têm papel importante na determinação das características de endurecimento (taxa de
desenvolvimento de resistência).

hidratação dos aluminatos


 A reação do C3A com a água é imediata formando C3AH6, C4AH9 e C2AH8 e liberação de
grande quantidade de calor.
 há necessidade de se desacelerar a reação com o C 3A, caso contrário, não há
utilidade; para isto faz-se a adição de gipsita. A gipsita diminui a solubilidade do C3A.
 A gipsita possui efeito retardador sobre os aluminatos, porém um efeito acelerador sobre os
silicatos: há necessidade de serem estabelecidos limites.

hidratação dos silicatos


 quando completamente hidratados, ocorre a formação de C3S2H3:
2C3S + 6H  C3S2H3 + 3CH
2C2S + 4H  C3S2H3 + CH

 hidratação do C3S e do C2S:

C3S C2S
61% de C3S2H3 82% de C3S2H3
39% de Ca(OH)2 18% de Ca(OH)2

 a resistência é determinada pelo C-S-H: portanto a resistência de um cimento com alto teor
de C3S é menor que a resistência de um cimento com alto teor de C 2S.
 a durabilidade de um concreto submetido à ação de águas ácidas e sulfáticas é reduzida
pela presença de Ca(OH)2

> durabilidade de um cimento com > C2S

limitação do teor de C3S
uso de pozolanas
 o C3S hidrata-se mais rapidamente que o C2S

C3S é importante na composição dos CP´s ARI

Calor de Hidratação
 as reações de hidratação dos compostos do cimento portland são exotérmicas.
 isto pode ser um problema ou pode ser desejável:
 em concreto massa
 em concretagem em clima frio

 determinado pelo ensaio da norma NBR 12006 Determinação do calor de hidratação pelo
método da garrafa de Langavant.

 valores de calor de hidratação para os compostos do cimento:


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Calores de hidratação (cal/g)


compostos
3 dias 90 dias 13 anos
C3S 58 104 122
C2S 12 42 59
C3A 212 311 324
C4AF 69 98 102

 aproximadamente 50 % do calor é liberado nos 3 primeiros dias e 90 % nos três primeiros


meses.

Aspectos Físicos da Pega e Endurecimento


enrijecimento
 perda de consistência da pasta plástica
 associada ao fenômeno de perda de abatimento do concreto
 água livre na pasta que é responsável pela sua plasticidade
 causas:
 perda de água livre devido às reações iniciais de hidratação
 adsorção na superfície dos produtos de hidratação
 evaporação
pega
 definição: solidificação da pasta em estado plástico
 início de pega:
 momento a partir do qual a pasta se torna não trabalhável
 impossibilita o lançamento, compactação e acabamento do concreto
 fim de pega:
 momento em que a pasta se solidifica completamente
 não deve ser longo para permitir outras atividades
 determinação
 aparelho de VICAT
 resistência da pasta de consistência padrão à penetração de uma agulha sob carga
de 300g
 início de pega
 tempo em que a agulha não consegue penetrar entre 5 e 7mm do fundo (de 40mm)
 fim de pega
 quando a agulha faz uma impressão na superfície mas não consegue penetrar
 pela NBR 11581
 início: após 1 h
 fim antes de 10 h

endurecimento
 definição: fenômeno de ganho de resistência com o tempo
 mecanismo: preenchimento progressivo dos espaços vazios na pasta com os produtos de reação

diminuição da porosidade
diminuição da permeabilidade
acréscimo de resistência
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Tipos Normalizados de Cimento Portland no Brasil

⌐ cimento portland comum


⌐ cimento portland composto
⌐ cimento portland de alto-forno
⌐ cimento portland pozolânico

composição (% em massa)
Tipo Sigla
CLQ + gesso escória pozolana fíler
CP I 100 – – –
comum
CP I – S 95–99 – 1–5 –
CP II – E 56–94 6–34 – 0–10
composto CP II – Z 76–94 – 6–14 0–10
CP II – F 90–94 – – 6–10
alto forno CP III 25–65 35–70 – 0–5
pozolânico CP IV 45–85 – 15–50 0–5

outros tipos

 cimento portland ARI


⌐ dosagem diferente de calcário e argila na produção do clínquer
⌐ moagem mais fina
 cimento portland resistente a sulfatos
⌐ teor de C3A < 8 %
⌐ adições carbonáticas < 5 %
⌐ cimentos AF com 60 a 70 % de escória
⌐ cimentos pozolânicos com 25 a 40 % de pozolanas
 cimento portland branco
 cimento portland de baixo calor de hidratação

composição (% em massa)
Tipo Sigla
CLQ + gesso escória pozolana fíler
ARI CP – V–ARI 95-100 – – –

O aumento da temperatura no interior de grandes estruturas de concreto devido ao calor desenvolvido durante a
hidratação do cimento pode levar ao aparecimento de fissuras de origem térmica, que podem ser evitadas se forem
usados cimentos com taxas lentas de evolução de calor, os chamados cimentos portland de baixo calor de
hidratação. Os cimentos portland de baixo calor de hidratação, de acordo com a NBR 13116, são aqueles que geram
até 260 J/g e até 300 J/g aos 3 dias e 7 dias de hidratação, respectivamente, e podem ser qualquer um dos tipos
básicos. O ensaio é executado de acordo com a norma NBR 12006 - Determinação do Calor de Hidratação pelo
Método da Garrafa de Langavant.

Nomenclatura

CP II - F - 32
CP Cimento Portland
II Tipo de cimento: Composto
F Tipo de adição (F fíler, Z pozolana, E escória)
32 Classe de resistência à compressão aos 28 dias, em MPa (NBR 7215)
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Norma Composição (% massa)


Nome Identifi-
Sigla Classe Brasileira Clínquer +
Técnico cação E (1) Z (2) F (3)
(NBR) gesso
Cimento 25 CPI-25
Portland CPI 32 CPI-32 5732 100 - - -
comum 40 CPI-40
Cimento
25 CPI-S-25
Portland
CPI-S 32 CPI-S-32 5732 95 a 99 5a1 5a1 5a1
comum c/
40 CPI
adição
Com 25 CPII-E-25
escó 32 CPII-E-32
CPII-E 11578 56 a 94 34 a 8 - 10 a 0
Cimento Portland

- 40 CPII-E-40
ria
composto

Com 25 CPII-Z-25
pozo CPII-Z 32 CPII-Z-32
11578 76 a 94 - 14 a 6 10 a 0
- 40 CPII-Z-40
lana
Com 25 CPII-F-25
filler CPII-F 32 CPII-F-32 11578 90 a 94 - - 10 a 6
40 CPII-F-40
Cimento 25 CPIII-25
5a0
Portland de CPIII 32 CPIII-32 5735 25 a 65 70 a 35 -
alto-forno 40 CPIII-40
Cimento
25 CPIV-25
Portland CPIV 5736 45 a 85 - 50 a 15 5a0
32 CPIV-32
pozolânico
Cimento
Portland de
CPV - CPV-ARI 5733 95 a 100 - - 5a0
alta resist.
inicial
Cimento
Portland Sigla e classe dos tipos 25
resistente originais acrescidos do 32 5737 Obedecem à composição dos tipos originais
aos sufixo RS (4) 40
sulfatos
Cimento
Portland de Sigla e classe dos tipos 25
baixo calor originais acrescidos do 32 13116 Obedecem à composição dos tipos originais
de sufixo BC (5) 40
hidratação
Cimento
25 CPB-25
Portland
CPB 32 CPB-32 12989 75 a 100 - - 25 a 0
Branco
40 CPB-40
estrutural
Cimento
Portland
CPB - CPB 12989 50 a 74 - - 50 a 26
Branco não
estrutural
Cimentos p/
CPP-Classe
poços CPP G 9831 100 - - -
G
petrolíferos

Nota: Os cimentos de alta resistência inicial, CP V-ARI, têm resistência mínima aos 07 dias de
34 MPa.
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Escolha do Cimento Portland


CP I CP II CP II CP II CP II CP IV CP V
CP III CP III CP IV CP V
APLICAÇÃO S E Z F E 32 ARI-
32 40 32-RS ARI
32 32 32 32 40 R.S.
Concreto armado com
função estrutural
+ ad + ad + ad + ad + ad + ad + ad + ad + ad + ad + ad
Concreto magro (p/ Dep. - ad - ad Dep. - ad - ad
passeios ou enchimento) Mod.
+ ad + ad + ad + ad + ad
(custo) (custo) Mod. (custo) (custo)
Concreto de alto
desempenho
(com aditivos e micro-
TODOS SÃO ADEQUADOS
sílicas)
Concreto armado p/
Dep. Dep. Dep. Dep. Dep. Dep. Dep.
desforma rápida curado a + ad + ad + ad + ad
vapor ou outro tipo de cura Mod. Mod. Mod. Mod. Mod. Mod. Mod.
Concreto protendido, com
Dep. Dep. Dep. Dep. Dep. Dep.
protensão antes do + ad + ad + ad + ad + ad
lançamento do concreto Mod. Mod. Mod. Mod. Mod. Mod.
Idem, com protensão,,
após endurecimento do TODOS SÃO ADEQUADOS
concreto
Concreto massa Dep. Dep. Dep. Dep. Dep. - ad Dep.
(compactado a rolo)
+ ad + ad + ad + ad
Mod. Mod. Mod. Mod. Mod. (custo) Mod.
Elementos ou artefatos de
concreto pré-moldados Dep. Dep. Dep. Dep.
curados c/ aspersão de
TODOS SÃO ADEQUADOS + ad + ad
Mod. Mod. Mod. Mod.
água
Idem p/ desforma rápida
também curados c/ TODOS SÃO ADEQUADOS - ad - ad - ad - ad + ad + ad
aspersão de água
Idem p/ desforma rápida Dep. Dep. Dep.
com cura a vapor
TODOS SÃO ADEQUADOS + ad + ad + ad
Mod. Mod. Mod.
Pavimento de concreto Dep. Dep. Dep.
simples ou armado
TODOS SÃO ADEQUADOS + ad + ad
Mod. Mod. Mod.
Pisos industriais de Dep. Dep. Dep. Dep. Dep. Dep.
concreto
+ ad + ad + ad + ad + ad
Mod. Mod. Mod. Mod. Mod. Mod.
- ad - ad
Solo – cimento TODOS SÃO ADEQUADOS
(custo) (custo)
Argamassa armada Dep. Dep. Dep. Dep. Dep. Dep. Dep.
(placas de concreto)
+ ad + ad + ad + ad
Mod. Mod. Mod. Mod. Mod. Mod. Mod.
Argamassa p/ colocação Dep. - ad - ad - ad - ad
de azulejos e ladrilhos
+ ad + ad + ad + ad + ad + ad
Mod. (custo) (custo) (custo) (custo)
Dep. - ad - ad - ad - ad
Idem p/ tijolos e blocos + ad + ad + ad + ad + ad + ad
Mod. (custo) (custo) (custo) (custo)
Argamassa de concreto p/
Dep. Dep. Dep.
meios agressivos (água do - ad + ad + ad + ad + ad + ad + ad + ad
mar/esgoto) Mod. Mod. Mod.

+ad todos são adequados (mais adequados)


- ad menos adequado (tecnicamente)
- ad (custo) menos adequado devido ao custo
Dep. Mod. depende de modificações (adições)
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Características de Durabilidade do Cimento Portland

RESISTÊNCIA
TIPOS DE CALOR ÀS ÁGUAS
RESISTÊNCIA À IMPERMEABI-
CIMENTO GERADO NA AGRESSIVAS E DURABILIDADE
COMPRESSÃO LIDADE
PORTLAND CURA ÁGUAS DO
MAR
Comum/ c/ Normal (padrão) Normal (padrão) Normal (padrão) Normal (padrão) Normal (padrão)
adição/
composto .
Alto-forno Menor nos 1ºs Menor (que o Maior (que o Maior (que o Maior ( que o
dias e maior no padrão) padrão) padrão) padrão)
final da cura .
Pozolânico Menor nos 1ºs Menor (que o Maior (que o Maior (que o Maior (que o
dias e maior no padrão) padrão) padrão) padrão)
final da cura .
Alta resistência Muito maior nos Maior (que o Normal (padrão) Menor (que o Normal (padrão)
inicial primeiros dias padrão) padrão)
Resistência aos Normal Normal Normal Maior (que o Maior (que o
sulfatos padrão) padrão)
Branco estrutural Normal Maior (que o Normal Menor (que o Normal
padrão) padrão)
Baixo calor de Menor nos 1ºs Menor (que o Normal Maior (que o Maior (que o
hidratação dias e normal padrão) padrão) padrão)
(padrão) no final
da cura

Nota: As características mostradas são relativas, podendo-se ampliar ou diminuir o efeito sobre as
argamassas e concretos através do aumento ou diminuição dos componentes, principalmente o cimento e a
água. Os demais componentes, agregados graúdo e miúdo, poderão alterar o grau de influência nos
resultados, principalmente se possuirem materiais orgânicos (folhas e raízes).
Podem também serem utilizados aditivos químicos para aumentar ou diminuir certas influências dos
componentes de mistura.
Com isso, concluimos ser de fundamental importância estudar a dosagem ideal dos componentes das
argamassas e concretos a partir do tipo de cimento escolhido.
Além da dosagem correta, é importante fazer nas argamassas e concretos :
a) Um adensamento adequado;
b) uma cura correta, mantendo-se as argamassas e os concretos úmidos, após a pega, de modo que se evite
a evaporação acelerada da água destes, por ação do vento e do calor do sol.
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Limites físico-mecânicos dos Cimentos Portland


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Aplicações dos Diferentes Tipos de Cimento Portland


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Formas de comercialização
a) A granel

O cimento a granel destina-se a consumidores de grande porte, normalmente consumidores


industriais e concreteiras, onde suas instalações são dotadas de silos de armazenagem. O cimento é
entregue ao cliente em caminhões ou em vagões de composições ferroviárias.

Figura 7: Transporte de Cimento Portland em Trens de Carga.


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Figura 8: Transporte de Cimento Portland em Caminhões.

b) Ensacado

O cimento ensacado destina-se a menor consumo ou onde que não há silo de armazenagem, sendo
comercializado em embalagens papel kraft de 50 kg.

São estampadas diversas informações como: dados do fabricante, composição do produto, cuidados
com o manuseio, data de fabricação e validade, indicação para melhor utilização
e dicas de armazenagem.

Normas técnicas de Análise Química

NBR 5742 Análise química do cimento Portland, processo de arbitragem para determinação do
dióxido de silício (SiO2), óxido férrico (Fe2O3), óxido de alumínio (Al2O3), óxido de
cálcio (CaO) e óxido de magnésio (MgO);
NBR 5743 Análise química do cimento Portland para determinação da perda do fogo;
NBR 5744 Análise química do cimento Portland para determinação dos resíduos insolúveis:
NBR 5745 Análise química do cimento Portland para determinação do anidrido sulfúrico (SO3);
NBR 5746 Análise química do cimento Portland para determinação de enxofre em forma de sulfeto
(S);
NBR 5747 Análise química do cimento Portland para determinação do óxido de potássio (Na2O) e
óxido de sódio (K2O) por fotometria de chama (álcalis dos cimentos);

NBR 5748 Análise química do cimento Portland para determinação do óxido de cal livre (CaO) (cal
livre);
Observação: Existe a Norma 7227 que trata da mesma determinação do óxido de cal livre, através do
etileno glicol.
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Observações Importantes:

- O cimento deve ser estocado em local seco, coberto e fechado;


- Não usar cimento quente, pois isto afetará a trabalhabilidade da argamassa ou concreto.
- Proteger o cimento de modo a não ficar exposto a temperaturas abaixo de 12 oC, senão o
início de pega será retardado.
- Utilizar os sacos de cimento obedecendo a ordem de sua entrada no depósito;
- Evitar a formação de pilhas com mais de 10 sacos superpostos, salvo se o tempo de
armazenamento não superar 15 dias. Isto também facilita a contagem para controle de
estoque.
- Formar a pilha sobre um tablado de madeira afastado a pelo menos 30 cm do chão e a
30 cm da parede.
- Não estocar o cimento por mais de 3 meses. O ideal é utilizar o cimento até em 1 mês.

Referências
Cimento Itambé
Uninove – notas de aula MCC I
ABCP-Associação Brasileira de Cimento Portland

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