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Introdução à Economia

E-Fólio A Maria Manuela R.R. Canaverde


Nº 1005823 Turma 8
Introdução
A economia assenta em dois princípios básicos: O postulado da Racionalidade e o postulado do
equilíbrio, é a partir destes princípios que todos os resultados económicos são obtidos. As coisas em
economia são sempre duplas. Os soberanos da decisão económica são o benefício e o custo, a
procura e a oferta, os gostos e a tecnologia. A Cruz marshalliana ajuda-nos a encontrar o ponto de
equilíbrio, onde podemos encontrar o preço que faz com que a procura e a oferta sejam iguais, onde
consumidores e produtores estão satisfeitos. Em economia tudo tem a ver com tudo. O Estado
intervêm na Economia com a sua política, mas não produz recursos. Os recursos do estado são os
impostos (verdadeiros), a divida pública (impostos da dívida) e a emissão de moeda (imposto
da inflação). O agente económico, com as suas preferências e desejos, é que dá o valor às coisas.
Ao grau com que os bens dão satisfação às necessidades do indivíduo dá-se o nome de utilidade. A
utilidade é uma forma de medir o “bem-estar” que os bens oferecem, mais propriamente a sua
utilidade marginal.

O Estado como regulador da actividade As três causas


económica tem dois problemas fundamentais que
fundamentais: afectam a totalidade
da Economia são:
 Conflito Eficiência-Equidade O Estado, o espaço e
 Conflito Desenvolvimento- o tempo.
Cruz Marshalliana Estabilidade
Portugal encontra-se actualmente num autêntico labirinto em termos de saída de uma crise, que
começou há mais de três anos e que também é mundial. Os elevados défices orçamentais e os
efeitos que as medidas provocam, são actualmente um grande dilema. O aumento da taxa de IVA
em alguns bens de primeira necessidade como produtos de alimentação infantil e derivados de leite
e fruta é uma realidade com que os portugueses terão de lidar. O IVA é um imposto geral que incide
sobre a generalidade das despesas de consumo, é um imposto indirecto que se repercute sobre o
consumidor final e é plurifásico, já que é liquidado em todas as fases do circuito económico.
De acordo com o fiscalista Tiago Guerreiro, «o IVA é um imposto extraordinariamente eficaz em
termos de controlo e em termos de fraude e evasão fiscal e esta é uma das razões da sua aplicação».
Por outro lado, segundo explicou, «o imposto em si é bom», na medida em que «penaliza o
consumo e não a actividade produtiva». Mas esqueceu-se de salientar, na minha modesta opinião,
que a sua aplicação a bens de primeira necessidade e de grande consumo é um imposto injusto, pois
tributa de igual forma qualquer consumidor, independentemente dos seus rendimentos. Atinge
muito mais as classes sociais de menores recursos e tem naturalmente um impacto muito negativo
sobre os mais jovens. Reduz o poder de compra, provocando naturalmente numa redução do

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consumo, afectando posteriormente também o sistema produtivo. Promove desigualdades sociais,
deixando os pobres com menos recursos económicos, o que poderá conduzir a conflitos sociais.
Neste caso, poderá acontecer o efeito de substituição, ou seja, a quantidade procurada desce quando
o seu preço sobe, na medida em que o consumidor o substitui por outro de melhor preço. Assim
como, o efeito rendimento, a quantidade procurada desce quando o seu preço sobe, na medida em
que o consumidor tem menos capacidade para o comprar.
O conflito eficiência-equidade também se demonstra evidente neste caso do IVA, uma vez que os
mais atingidos são os compradores com menos recursos económicos. O conflito Desenvolvimento-
Estabilidade também não está alheio a este caso, uma vez que, uma redução do poder de compra e
do consumo afecta o consumidor e o produtor, podendo resultar em menores rendimentos para
ambos, menor capacidade de investimento para o produtor e naturalmente um possível aumento da
taxa de desemprego. Transformando consequente em estagnação ou mesmo recessão económica.
Impactos possíveis desta medida económica:
 Aumento da inflação;
 Retracções ao consumo
 Recessão sectorial
 Possível aumento da fraude fiscal;
 Menor competitividade, redução no investimento, possível aumento da taxa de desemprego;
 Aumento da importação de produtos estrangeiros; (efeito substituição)
Compreendo que a medida é provavelmente inevitável face às pressões internacionais no sentido de
correcção dos défices. Mas receio que se traduza em estagnação ou mesmo recessão económica,
uma a vez que, o efeito rendimento obriga o consumidor a deslocar-se para uma curva de
indiferença inferior, embora os bens de primeira necessidade tenham uma procura muito mais
rígida, a existência de substitutos gera naturalmente diferentes elasticidades da procura ao preço,
não esquecendo também o tempo de reacção, que nos bens alimentares é naturalmente mais rápido
do que numa subida do preço do petróleo.
Nos mercados internacionais e consequentemente nacionais, o preço do petróleo mantém a
tendência de subida de preços, com a possibilidade se prolongar em virtude dos actuais conflitos
internacionais e toda a actual conjectura económica internacional. No inicio do ano, os factores
directores dos mercados das matérias-primas resumiam-se às expectativas relacionadas coma curva
da oferta e da procura, com especial relevo para o aumento do consumo das economias emergentes
como a China e a Índia. Entretanto surgiu o inesperado factor geoestratégico. O aumento rápido e
acentuado dos bens alimentares levou a conflitos e instabilidades, em algumas regiões do mundo

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(Magreb, Canal do Suez, Egipto, Líbia). Este conjunto de situações faz aumentar a preocupação e
isso reflecte-se nos preços. As razões principais para o aumento do preço dos combustíveis são: a
escassez de petróleo, a lei da oferta e da procura, a especulação e os custos de produção cada vez
maiores.
Constituem razões de grande preocupação:
 A grande dependência mundial de consumíveis fosseis como o petróleo;
 O seu aumento de preço é abrangente a toda a economia;
 Pode traduzir-se num aumento generalizado das matérias-primas, que pode ter
consequências inflacionistas e recessivas, pois provoca menos poder de compra.
 No caso de Portugal, como pais periférico, com fronteira com a vizinha Espanha, onde o seu
preço é mais baixo, poderá fazer baixar as vendas no sector, o que é uma verdadeira ameaça
para o aumento do desemprego.
 A política fiscal de cada país e o modo como tributa os combustíveis também contribui para
algumas diferenças de preços entre os vários países da UE;
 A existência, em Portugal de uma petrolífera que domina 90% do mercado de refinaria e que
abastece a quase totalidade dos postos de combustíveis (monopólio), também não traz
vantagens para o consumidor porque a concorrência praticamente não existe.
 A situação económica do país não é propícia a uma redução do ISP, pois o Estado não tem
folga orçamental para o fazer.
Assim, conforme a economista Paula Carvalho, “Numa primeira fase a subida dos preços dos
combustíveis e a sua transmissão à economia poderá ter um efeito positivo, pelo aumento das
receitas de impostos, mas sendo um efeito prolongado tem um impacto negativo, porque
provocará a retracção global do consumo”. E menos consumo implica menor actividade
económica e uma receita fiscal menor. Não esquecendo também que, empresas têm ainda muita
intensidade energética, consomem muita energia, logo a subida dos preços tem um impacto
significativo na balança de transacções correntes.
Conclusão:
Ambas as situações (aumento IVA e Aumento dos Preços do petróleo) têm consequências ao
nível do consumo e da produção. Embora com elasticidades diferentes. Qualquer uma reduz o
poder de compra e é abrangente, directa ou indirectamente, a toda a população. Importa
verificar se estas medidas serão benéficas ou não para o actual estado da economia portuguesa.
Pois tal como referido, ainda esta semana pelo Prémio Nobel da Economia, “a estratégia
correcta é criar empregos agora e reduzir défices depois”. Justifica a preferência pelo adiamento
da redução do défice com o argumento de que “o aumento dos impostos deprimirá ainda mais as
economias, agravando o desemprego”. Aguardamos, intervindo …
Bibliografia:
http:/www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1815587
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Neves, João Luís César. 2007. Introdução à Economia – 8ª Edição
Www.economico.sapo.pt

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