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Sala: S201
Turma: B
Grupo: 8
LUANDA,2023
INTEGRANTES DO GRUPO
Índice
Introdução.........................................................................................................................4
Panorama Económico........................................................................................................8
Conclusão........................................................................................................................12
Referência Bibliográfica..................................................................................................13
Introdução
Geralmente, os países em que a maior parte das despesas públicas são sustentadas pelas
receitas de venda de petróleo, podem apresentar uma forte instabilidade económica
durante as crises de preços ou de ofertas sofridas no setor. Nos últimos anos, Angola
tem verificado enormes condicionamentos nos níveis de crescimento económico,
provocados pela queda do preço do mesmo no mercado internacional, que se agravou
aquando da pandemia da Covid-19, levando assim a economia angolana a um estado de
alerta.
Objectivos específicos
O termo surgiu pela primeira vez em 1977 na revista The Economist (The Economist,
1977). A expressão pretende caracterizar os presumíveis efeitos negativos na indústria
holandesa provocados pelas descobertas de gás natural no Mar do Norte, em 1956,
nomeadamente através do seu impacto na taxa de câmbio real, pois, isso levou a um
aumento nas exportações desse recurso e, então, o valor da Florim – a moeda do país na
época – disparou. Além de uma moeda demasiado forte, o artigo aponta para os custos
industriais elevados e para o uso desadequado das receitas provenientes do gás natural
como as principais causas do aumento do desemprego e do forte declínio no sector
industrial.
No entanto, a teoria da doença foi desenvolvida por W.Max Corden e J. Peter Neary em
1982, no artigo “Booming Sector and De-industrialization in a Small Open Economy”.
As suas teorias baseavam-se no pressuposto de uma economia com três setores, dois
deles relacionados a bens comercializáveis (o setor de recursos naturais “booming”
(florescente) e o setor manufatureiro “lagging” (atrasado) e um terceiro setor constituído
de bens não comercializáveis. (Corden & Neary, 1982)
Vamos supor que um país descobre uma grande jazida de um certo minério. Então, ele
começa a explorar esse minério e exportá-lo para vários outros países. Até aqui, tudo vai
bem.
Depois de algum tempo, como consequência económica desse cenário, a sua moeda
passa por uma valorização.
Acontece que, com a moeda valorizada, esse país perde competitividade no mercado
externo, porque seus preços ficam menos atrativos para os outros países. É importante
lembrar que, para as exportações, ter uma moeda desvalorizada é uma vantagem.
Consequências da doença:
Sintomas da doença:
Por isso, acrescenta-se, “o desenvolvimento dos setores não petrolíferos é ainda mais
crítico para alcançar um crescimento sustentável, tendo em conta as incertezas
relativamente às perspetivas de longo prazo para a produção petrolífera local e as
tendências mundiais rumo à neutralidade das emissões de carbono”.
Panorama Económico
O crescimento acelerou em 2022 para 3% (de 1,2% em 2021) graças à expansão nos
sectores não petrolíferos e a uma pequena recuperação na produção de petróleo. O
aumento dos preços do petróleo permitiu a expansão orçamental, especialmente nos
investimentos públicos, e a apreciação da moeda nacional, sustentando o reforço da
procura interna e gerando um crescimento de 7% no consumo privado.
No primeiro trimestre de 2023, a economia registou uma expansão anual de 0,3%, uma
vez que o crescimento dos serviços (4,1%) foi compensado por um declínio na produção
de petróleo (-8,0%). Com o aumento dos preços do petróleo, a moeda registou uma
apreciação de 26,2% em 2022, embora as pressões de apreciação tenham diminuído no
segundo semestre do ano, quando os preços do petróleo começaram a cair. Entre
meados de maio e o final de junho de 2023, o kwanza desvalorizou-se cerca de 40% em
relação ao dólar norte-americano, devido à menor oferta de moeda estrangeira por parte
do governo, resultante de receitas petrolíferas mais baixas e de um maior serviço da
dívida externa, à medida que os acordos de alívio da dívida expiraram.
O excedente da balança corrente diminuiu para 0,4% do PIB no segundo trimestre de
2023, devido à redução das receitas petrolíferas. As reservas internacionais permanecem
estáveis em cerca de 13 mil milhões de dólares, ou seja, cerca de sete meses de
importações. A inflação continuou a cair rapidamente de um pico de 27,7% em janeiro
de 2022 para 10,6% em abril de 2023. No entanto, a remoção parcial dos subsídios à
gasolina e a desvalorização do kwanza inverteram a tendência de descida da inflação. A
reforma aumentou os preços da gasolina de 160 para 300 kwanzas por litro em junho e
as medidas de mitigação foram insuficientes para proteger os consumidores mais
pobres.
Com o ressurgimento das pressões inflacionistas, o Banco Central decidiu manter a taxa
de referência em 17%. Estima-se que o crescimento para 2023 seja de 1,3%, uma vez
que tanto o sector petrolífero como o não petrolífero deverão ter um desempenho
inferior. Apesar da recente recuperação da produção de petróleo, a média em 2023
situar-se-á muito provavelmente perto do nível de 2022. Os sectores não petrolíferos
serão afectados por cortes nos investimentos públicos e por uma recente depreciação
acentuada da moeda, que está a prejudicar o consumo privado e a produção em sectores
que dependem de factores de produção importados. O abrandamento do crescimento e o
aumento dos preços dos alimentos deverão resultar num crescimento negativo do
consumo privado per capita e num aumento da pobreza de 2,15 dólares por dia (PPC
2017) de 32,4 para 32,8% em 2023, com um total de 11,8 milhões de angolanos a viver
na pobreza.
Embora ainda haja muito a fazer para alcançar esta transformação, as reformas dos
últimos anos melhoraram a gestão macroeconómica e a governação do sector público. A
transformação do modelo económico liderado pelo Estado e financiado pelo petróleo
num modelo de crescimento sustentável, inclusivo e liderado pelo sector privado exige
um compromisso político de alto nível, uma forte coordenação e instituições sólidas.
A elevada pobreza está ligada à falta de empregos de boa qualidade: 80% dos empregos
são informais e metade são no sector primário (frequentemente trabalho de
subsistência). O desemprego continua elevado, excedendo 38% e 50%, respetivamente.
A diversificação económica continua a ser difícil de alcançar, enquanto a produção de
petróleo está a diminuir e a descarbonização global se aproxima a médio prazo. Angola
precisa investir urgentemente na remoção das barreiras ao investimento do sector
privado para alcançar a diversificação económica e apoiar o crescimento, a criação de
emprego e a redução da pobreza. Com terras agrícolas e aráveis abundantes e condições
climáticas favoráveis, a agricultura é o sector com maior potencial para impulsionar esta
diversificação. No entanto, Angola terá de desenvolver a resiliência climática, uma vez
que a sua exposição a fenómenos climáticos extremos deverá aumentar a escassez de
água, aumentar as temperaturas e prolongar as estações secas, prejudicando a
produtividade agrícola.
Cada país pode precisar de uma combinação dessas estratégias, dependendo de suas
circunstâncias económicas especificas.
Conclusão
Após pesquisas feitas, e aos objectivos traçados, concluímos que nem sempre a
abundância de recursos naturais tem os reflexos desejados na economia, fazendo com
que os países que beneficiam destes não consigam tirar o máximo partido dos mesmos,
e em certos casos terem até efeitos prejudiciais na economia. A este subaproveitamento
dos recursos naturais que se reflecte no crescimento económico, dá-se o nome de
Doença Holandesa, ou seja, a doença holandesa é um fenómeno económico resultante
do câmbio de uma dada nação, estagnando o desenvolvimento económico e social da
mesma.
Corden, W. M. (1984). Booming sector and Dutch disease economics – Survey and
Ding, N., & Field, B. C. (2004). Natural resource abundance and economic growth.
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