REFLEXÃO
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REFLEXIVO/REFLEXIONANTE
conceitos da reflexão). Além disso. Kant elistin-guia a R.
lógica,
cjue é o simples confronto dasrepresentações entre si. da R.
transcendental,
dirigida para os objetos, que contém "a razàocia possibilidade da comparação objetiva dasrepresentações entre si. O objeto da R. trans-cendental, portanto, são os conceitos cie identi-dade-diversidade, de concordância-posiçào, deinterior-exterior, de matéria-forma. que repre-sentam o fundamento cie qualquer possívelconfronto entre as representações"
(Ibid.).
Ocaráter ativo e criativo cia R.. que traz à luz averdadeira natureza daquilo que se investiga, eportanto
produz
tal natureza de algum modo.foi um dos pontos fundamentais da filosofia deHegel: "Uma vez que, na R.. se obtém a verda-deira natureza, e esse pensamento e minha ati-vidade, essa verdadeira natureza é do mesmomodo produto do meu espírito, isto é, do meuespírito como Sujeito pensante, de mim na mi-nha simples universalidade, como Eu que épor si mesmo, da minha liberdade" (/•.'//</.. § 23).Maine de Biran também atribuiu à R. uma fun-ção metafísica: "Chamo de R. a faculdade queo espírito tem cie perceber, num grupo de sensa-ções ou numa combinação cie fenômenos, asrelações comuns de todos os elementos comuma unidade fundamental: p. ex.: de váriosmodos ou qualidades com a unidade de resis-tência, de vários efeitos diferentes com umamesma causa, de modificações variáveis com omesmo eu ou sujeitei, etc."
(Fondenients de Ia psychologie,
ed. Naville, 11. p.
IZ^).
Não é muitodiferente o significado que Husserl lhe atribuiquando afirma: "Toda
co(>itíttiopoác
tornar-seobjeto da chamada
percepção interna
e de-pois objeto de uma avaliação reflexa, de apro-vação ou desaprovação, etc."
(Ideai,
1, § 68).Neste sentido, a R. é aquilo que Husserl chamade
percepção ímanenle.
que constitui unidadeimediata com o percebido, sendo a própriaconsciência
(Ibid..
§ 68). Husserl distinguiutambém a R.
natural,
que se realiza na vida co-mum, da R.
fenonienol(\i>ica
ou transcendental,feita através da
epoché
(v.) universal quanto áexistência ou à náo-existência do mundo (
C.íirt.
Meti.,
§15).
3
a
O terceiro conceito de R. considera-acomo abstração, mais precisamente como abs-tração falseadora; esse conceito pertence aoidealismo romântico. Começou com Fichte,que viu na R. o ato com que o eu se consideralimitado pelo objeto: "() Eu tem em si a lei derefletir sobre si mesmo como algo que preen-che o infinito. Mas não pode refletir sobre simesmo e. em geral, sobre nada, se aquilo so-bre que reflete não é limitado. Portanto, o cum-primento desta lei é condicionado e dependedo objeto"
(Wissenscbafts/ebn;
I
T
94, § 8).Como esclarecia Schelling, neste sentido a K. éuma abstração, porque leva a separar o objetodo Eu do próprio Eu, enquanto, na realida-de, o objeto não passa de produto do Eu."Essa separação entre ato e produto, no usoordinário cia linguagem, chama-se abstração.Portanto, como primeira condição da R. tem-sea abstração"
(Syslcni des írcniszciiclciilcilen Idealisnuis.
III, época III, I; trad. it., p. 1
7
9).Quanto a Hegel. ao mesmo tempo em queexaltava (como se viu) a R. como atividade quenão só traz á tona, mas também produz a na-tureza racional das coisas que investiga,considerava falseador o intelecto reflexivo."Por intelecto retlexionante ou reflexivo deve-se entender, em geral, o intelecto abstrator.portanto separativo. que persiste em suas sepa-rações. Fazendo face á razão, esse intelectocomporta-se como o intelecto humano comum,ou senso comum, e impõe sua visão de que averdade repousa na realidade sensível: de queos pensamentos são apenas pensamentos (nosentido de que a percepção sensível lhes tkisubstância e realidade) e cie que a razão, quepermanece em si e por si, nada produz alémcie sonhos" (
Wissenscbajt der logik,
Intr.; trad.it., I, p.
2").
Em outros termos, a R. caracteriza-se pela separação entre conceito e realidade, oque é uma falsa abstração: ao mesmo tempo, arazão caracteriza-se pela identidade entre con-ceito e realidade. Assim, para Hegel, a filosofiada K. é a do senso comum, cujo ápice está nafilosofia de Kant, que afirma a incognoscihi-lidade da coisa em si.Na filosofia contemporânea, esse termo éusado principalmente no 2" significado, sendo,portanto, sinônimo de consciência (nos senti-dos 1 e 2 do verbete respectivo), introspecçâo,sentido interior, observação interior.
REFLEX1BILIDADE
(in.
Reflectirity,
fr.
Re-
Jlexirité;
ai.
Reflectiritdt;
it.
Rijlessivitã).
Caráter
da relação não
aliorrelativa,
ou seja. tal queum termo possa ter consigo mesmo. P. ex., a
relação
não maiorijiteé
reflexiva (v. RKI.ACÀO).
REFLEXIVA, PSICOLOGIA.
V. PSICOLOGIA,
B).
REFLEXIVO/REFLEXIONANTE E DETER
MINANTE
(in.
Repectíug and delerniinaul;
fr.
Rójlecbissaut et déteniüiiant;
ai.
Rejlectierend
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