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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO EDUCAÇÃO – CURSO DE PEDAGOGIA


DISCIPLINA: FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO I – PROFª JUDY ROSAS
ALUNA: PATRÍCIA HELENA M. F. DE MEDEIROS
MAT.: 11016003 – 2010.1 – TURNO NOITE

A FILOSOFIA NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR

Este texto pretende deixar claro o ponto de vista e o trabalho da Filosofia na Educação.
A Filosofia é indispensável na construção do ser humano integral, referindo-se ao educador
determina-se que a Filosofia da Educação configure como matéria curricular, sumamente
importante devido a necessidade na sua formação acadêmica de conhecimentos bem direcionados,
coerentes, ousados, reflexivos que visem soluções.
Em algum momento da existência emerge os questionamentos a respeito do existir, do que
estamos fazendo, por que fazemos, até aonde iremos, etc. É quando começamos a pensar, a
filosofar, eis que é dada a largada da Filosofia, pois, é a partir dos desafios existenciais que
percebemos os problemas, o alvo da Filosofia.

1. NOÇÃO DE PROBLEMA

1.1 Os Usos Correntes da Palavra “Problema”:

Um problema é uma coisa prática, empírica, que pode ser de natureza teórica, hipotética ou
concreta, sensível se constituindo como tal, na medida em que se apresenta como uma dificuldade
real e concreta, empiricamente posta diante de quem e examina e tem por tarefa solucioná-la,
transpô-la ou construir alguma estratégia de relacionamentos para diminuir seus efeitos, quando
necessário.
Invariavelmente o que se entende por problemas é um desvirtuamento do seu real significado
proveniente do mau uso da palavra. A palavra problema para muitos significa perguntas, questões,
no entanto esta compreensão é superficial, porque não especifica ou caracteriza a natureza do real
sentido da palavra.
Não se deve concluir que a magnitude se um problema se encontre na dificuldade de se
encontrar respostas aos questionamentos suscitados, por vezes o não-saber por si só é um
problema.
Baseado em definições de vários dicionaristas chegamos a pensar que problema é tudo o que
nos é desconhecido, no entanto, dificuldade, mistério, questão, desconhecimento, dúvida, não são
problema, muitas vezes é o objeto que nos leva a solucionar questões problemáticas.
Uma questão de elevada complexidade, de difícil aceitação, misteriosa ou mesmo duvidosa não
se configura como uma situação problemática, freqüentemente acontece que a intuição direciona o
foco do entendimento e aponta caminhos para novas atitudes racionais, daí partindo-se
especificamente para a solução do problema, sem que seja necessário ser uma situação
problemática.

1.2 Necessidade de se Recuperar a Problematicidade do”Problema”

O uso costumeiro da palavra problema nos leva a concluir aparentemente e incoerentemente


que o “problema não é problemático”. Julián Marías(MARÍAS,J.- Introdução à Filosofia, p.22)
com muita propriedade afirma que o homem moderno acostumou-se a viver sossegado entre
problemas, ausente da real série de episódios complicados de uma situação quando se torna
problemática.
Assim sendo, cabe restaurar a problematicidade do problema, já que o problema deixou de ser
problemático. O problema suscitado diretamente pela noção de realidade é o da existência das
coisas ou do mundo exterior, é o objeto, o alvo da pesquisa, aquilo que será estudado, seja um
fato/pessoa/situação onde o fato de natureza social ou moral se mostra ao mesmo tempo a oculta. É
aqui que adentramos “no mundo da pseudo-concretividade”. É importante destruir a falsa-realidade
para que se possa absorver a legítima concreticidade. Para que isto ocorra o homem necessita
observar o modo como cria as situações de sua vida, buscando desvendar a essência das
ocorrências.
O homem quando imaturo acredita que o que ocorre em sua existência independe do mesmo,
ou seja, considera como algo que existe mas de responsabilidade dos outros, se isentando do real
processo existencial, portanto se encontra vivendo no “mundo da pseudo-concretividade”.
No transcurso da vida o homem é levado a vivenciar situações que o leva a busca de superar
obstáculos e para isto ele encara a necessidade que é a essência do problema. Assim lhe é dada a
possibilidade de destruição da “pseudo-concreticidade” e a assimilação da “concreticidade”.
Algo que não sabemos não se constitui um problema, mas quando ignoramos uma coisa que
precisamos saber, nos encontramos diante de um problema, já que o objeto é conhecido se faz
necessário transcender, portanto aí se configura o real problemático.
O problema apresenta-se em duas dimensões: objetiva e subjetiva interligadas pelo raciocínio e
método. O homem é o próprio escultor de sua vida, mas a estrutura dependendo de situações
circunstanciais, sendo o mesmo o alvo.
O legítimo sentido da definição de problema, é a necessidade, quando entendida pelo homem
conscientemente em seu aspecto subjetivo(a compreensão da situação de necessidade) e também no
aspecto objetivo(a situação conscientizadora da necessidade).

2. NOÇÃO DE REFLEXÃO

Filosofar é examinar a realidade, e isso, de um modo ou de outro, todos fazemos constantemente,


pois é uma necessidade, ao tentar resolver os problemas o homem é levado a uma tomada de atitude
diante da realidade e refletir a forma de compreender o mundo.
O verdadeiro filósofo é antes de tudo um observador atento da realidade, um pensador, dedicado, e
que tenta pelo próprio esforço desvendar o universo que o cerca, começando por uma reflexão
analítica dos problemas que o influenciou e influencia o mundo e determinam todos os movimentos
sociais, econômicos, políticos, religiosos da história em sua totalidade.

3. AS EXIGÊNCIAS DA REFLEXÃO FILOSÓFICA

Uma reflexão é tida por filosófica quando satisfaz pré-requisitos visando a radicalidade, o rigor e a
globalidade.
Para que uma reflexão seja adjetivada como radical se faz necessário ir até sua essência basilar, com
procedimentos rigorosos, metódicos, com conhecimentos empíricos e científicos, visando evitar
generalizações e também com uma visão de conjunto, pois uma reflexão filosófica não pode ser
verificada parcialmente, já que o objeto se encontra no meio em que está inserido, portanto, tem
vários aspectos interligados. A Filosofia não tem alvo específico, examina todo e qualquer formato
da realidade, desde que seja problemático, buscando a compreensão do problema onde ele se
encontra.
A Filosofia contribui para a Ciência através da reflexão, mostrando onde se encontra o problema,
deixando a cargo da Ciência a possível solução por meios sistemáticos.
A atitude filosófica em sua radicalidade e visão de conjunto tem íntima ligação com o método
dialético que fornece as bases par uma interpretação dinâmica e totalizante da realidade, já que
estabelece que os fatos sociais não podem ser entendidos quando considerado isoladamente.
A caracterização de uma reflexão filosófica é a conscientização da situação problemática,
encaminhando o problema originário a um salto qualitativo sem privilégios.
O senso comum leva a acreditar que existem problemas filosóficos, científicos, artísticos, religiosos,
etc, no entanto, o que caracteriza um problema é a atitude do homem perante o mesmo. Não se deve
concluir que os filósofos criam problemas, mas que se ocupam com assuntos problemáticos
revelando os problemas na forma que se revestem, demonstrando a produção existencial do homem
e a real necessidade do re-pensar a existência.

4. NOÇÃO DE FILOSOFIA

O conceito “Filosofia da Educação” trata-se de um repensar sobre os problemas que a realidade


educacional apresenta. Neste caso a Filosofia faz referência as diretrizes, regras, modelos que
orientam as instituições, cabendo ao ser humano decidir, fazer escolhas, refletir ou não sobre os
problemas educacionais, tendo em vista que cada qual tem uma noção de filosofia de vida, fruto da
convivência familiar e do meio em que está inserido.
Por ocasião do surgimento de um problema e somos levados a refletir, é a soma de fatores
provenientes das escolhas que regem a forma da qual pensamos e nos comportamos que direciona
nossa reflexão com mais profundidade e a resposta se clarifica, configurando objetivos, ações,
princípios elaborados, coerente e bem fundamentada.

5. NOÇÃO DE IDEOLOGIA

Em contra-ponto com a “Filosofia de Vida” encontramos a “Ideologia” com seus conjuntos de


idéias, pensamentos(muitas vezes revolucionários), por vezes conflitantes, podendo levar a atitudes
incoerentes pela ambigüidade e dualismo das mesmas, o que se torna necessário o cuidado com a
reflexão.
Na seqüência dialética existe um processo de interligação, onde ação-problema-reflexão-ação se
desenrola no transcurso da existência em sua totalidade, embora não exista reflexão completa, a
ação sempre enviará novos problemas para reflexão e reformulação da ideologia e ação da mesma,
aqui afirmamos que a Filosofia é sempre necessária e a Ideologia parcial, fragmentária e superável.

6. NOÇÃO DE FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

O que temos noção de saber por Filosofia da Educação é inverídico, mas semelhanças, por que se
parece ora com a “Filosofia de Vida”, ora com a “Ideologia”.
Cremos que a Filosofia da Educação só se torna essencial na formação do educador, se for vista,
como uma reflexão(radical, rigorosa e de conjunto) sobre os problemas que a realidade apresenta.
O trabalho da Filosofia da Educação será ofertar aos educadores sistemas para refletir, que lhes
dêem condições de enfrentar os problemas educacionais, adentrando na complexidade e
direcionando a soluções de questões como: as oposições de idéias entre “Filosofia de Vida” e
“Ideologia” no trabalho do educador.
São inúmeras as questões problemáticas na tarefa educativa o que explicita a magnitude e
necessidade da reflexão filosófica para o educador visando o êxito na empreitada escolhida.

7. CONCLUSÃO

Podemos concluir que a função da Filosofia da Educação será o acompanhamento reflexivo, crítico
nas tarefas educativas de forma que mostre as bases, clarifique o trabalho e cooperação nas várias
disciplinas pedagógicas, avaliando as soluções escolhidas, resultando numa pedagogia mais lúcida,
mais justa e coerente com a natureza humana.

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