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U N I V E R S I DA D E

CANDIDO MENDES

CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA


PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010

MATERIAL DIDÁTICO

GESTÃO DE PROJETOS

Impressão
e
Editoração

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO .......................................................................... 03

UNIDADE 2 – HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA GESTÃO DE PROJETOS ........ 04

UNIDADE 3 – CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DA GESTÃO DE


PROJETOS ...................................................................................................... 07

UNIDADE 4 – SUCESSOS E FRACASSOS DE PROJETOS ......................... 13

UNIDADE 5 – CARTEIRA DE PROJETOS DE INOVAÇÃO ........................... 20

UNIDADE 6 – GERENCIAMENTO DE RISCOS.............................................. 30

UNIDADE 7 – ESTRUTURA, METODOLOGIA E FERRAMENTAS PARA


GERENCIAMENTO DE PROJETOS: OS PADRÕES PMI® / PMBOK® .......... 37

UNIDADE 8 – OS STAKEHOLDERS .............................................................. 48

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 55

ANEXOS .......................................................................................................... 57

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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

A gestão de projetos e gestão de riscos são, respectivamente, subárea de


conhecimento da Engenharia de Produto, Engenharia Organizacional e Engenharia
Econômica.

Dentre as competências que o Engenheiro de Produção deve desenvolver


nestas subáreas, estão: formulação, estimação e avaliação de resultados
econômicos para avaliar alternativas e riscos para a tomada de decisão, consistindo
em um conjunto de técnicas matemáticas que simplificam a comparação econômica;
o planejamento estratégico e operacional, as estratégias de produção, a gestão
empreendedora, a propriedade intelectual, a avaliação de desempenho
organizacional, os sistemas de informação e sua gestão e os arranjos produtivos,
bem como, conhecer e utilizar o conjunto de ferramentas e processos de projeto,
planejamento, organização, decisão e execução envolvidas nas atividades
estratégicas e operacionais de desenvolvimento de novos produtos, compreendendo
desde a concepção até o lançamento do produto e sua retirada do mercado com a
participação das diversas áreas funcionais da empresa. Enfim, uma gama de
conhecimentos deve permear o cotidiano desse profissional.

Veremos ao longo desta apostila alguns dos tópicos relacionados acima.


Esperamos que apreciem o material e busquem nas referências anotadas ao final da
apostila subsídios para sanar possíveis lacunas que venham surgir ao longo dos
estudos.

Ressaltamos que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser


científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às
regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem
de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original.

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UNIDADE 2 – HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA GESTÃO DE


PROJETOS

O gerenciamento de projetos, ao contrário do que muitos pensam, não é um


campo de estudo e aplicação novos. Ele vem sendo estudado há muitos anos, o que
nos permite determinar com precisão sua evolução por meio dos conhecimentos já
acumulados.

Segundo Valle et al (2010), foi por volta de 1950 que o conceito de


gerenciamento de projetos passou a ser utilizado de forma isolada, mais
precisamente quando do lançamento do satélite Sputnik, pela antiga União
Soviética, no auge da Guerra Fria que surpreendeu os americanos, os quais
decidiram investir no desenvolvimento de novas técnicas e ferramentas destinadas a
acelerar a implementação de projetos militares.

O programa de avaliação e revisão de técnicas, mais conhecido como Pert,


foi criado e desenvolvido com sucesso para construir um míssil nuclear no ano de
1957. Já naquela época, tiveram que lidar com cerca de 9 mil fornecedores, e o seu
cronograma continha mais de 70 mil tarefas estabelecidas.

Posteriormente, a empresa DuPont desenvolveu uma técnica similar,


denominada Método do Caminho Crítico (CPM) e, concomitantemente, Peter
Drucker popularizou nas grandes corporações o termo gerenciamento por objetivos,
um processo de gestão, no qual o corpo diretivo e os funcionários concordam em
objetivos comuns e passam a estabelecer prazos, métricas e modo de atingi-los.

Eis que este conceito de gerenciamento por objetivos influenciaria


significativamente a formulação da teoria de gerenciamento de projetos, tão utilizado
nas décadas seguintes. Apenas dois anos depois, em 1959, Gaddis usou pela
primeira vez o termo “gerente de projetos” que conhecemos na atualidade.

As boas práticas no gerenciamento de projetos se estabeleceram pouco


tempo depois, em 1967, quando o Departamento de Defesa americano publica o
chamado Cost/Schedule Control Systems Criteria (ClSCSC), constituído de mais de
35 padrões de gestão e controle de projetos, com o qual seus fornecedores
deveriam mostrar alinhamento e adequação.

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Depois do uso militar, essas técnicas foram aos poucos sendo incorporadas
por inúmeras empresas. Além disso, diversos outros fatores incentivaram a adoção
do gerenciamento de projetos, entre eles:

 a reengenharia, um método que busca eficiência e eliminação de atividades


que não possuam valor agregado, por meio de um novo desenho de
processos de negócios, visando melhor integração entre as diversas áreas de
uma organização. A reengenharia levou diversas corporações a reduzir seus
quadros fixos de funcionários, e a ter operações mais enxutas, obrigando a
que demandas excedentes fossem estruturadas em projetos, com o aporte de
recursos humanos externos à organização;

 a globalização, marcada pela crescente interdependência econômica dos


países, pela profusão de empresas transnacionais, pelo aumento de
integração e interação entre pessoas e equipes de diversas localidades do
mundo. A globalização trouxe padronização no modo de gerenciar projetos
nas empresas transnacionais, tornando possível que equipes em diferentes
países trabalhem de maneira coordenada para atingir objetivos comuns em
prazos preestabelecidos;

 a automação de processos, que encurtou os ciclos de negócios, e fez com


que a fonte fundamental de progresso econômico passasse a se basear na
inteligência e capacidade de inovação. E quando se tratar de pôr em prática
as inovações, as habilidades de gerenciamento de projetos devem ser
utilizadas;

 a popularização dos computadores, a qual permitiu que ferramentas de


gerenciamento de projetos como o CPM estivessem disponíveis para a
maioria dos gerentes de projeto;

 a internet, com sua capacidade de comunicação e troca de documentos


instantaneamente, integrando um grande número de pessoas dispersas
geograficamente, potencializando a administração por projetos (VALLE et al,
2010).

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Fizemos uma retrospectiva tomando por base os acontecimentos da metade


do século XX, mas se voltarmos num tempo muito remoto, podemos perceber que
no Egito Antigo, já eram empregadas técnicas de engenharia e gerenciamento bem
sofisticadas para a época. Lembremos da construção das pirâmides, dos sistemas
de esgoto e irrigação, as embarcações e os canais.

As pirâmides são um bom exemplo: a história nos conta que foram


empregados algo em torno de 100 mil trabalhadores em 30 anos até que ficassem
construídas. Existia um escopo de projeto que era o de um edifício funerário, e mais
de 80 foram construídas, fazendo parte de um conjunto integrado de construções.
Internamente, as pirâmides continham corredores subterrâneos, interligando salas
funerárias e outros recintos de apoio, assim, somente tendo um projeto bem
elaborado para que todas fossem terminadas a contento dos faraós.

Se fossemos lembrar todas as obras da antiguidade e outras épocas teríamos


assunto para um bela aula de história da humanidade intercalada com as técnicas
de gerência quer seja de pessoal, quer seja de material ou de tempo, mas vamos
caminhar em nosso curso e passar a alguns conceitos e características da gestão de
projetos.

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UNIDADE 3 – CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DA


GESTÃO DE PROJETOS

O gerenciamento de projetos tem por objetivo, entre outros, propiciar redução


de custos, minimização dos riscos e redução dos erros nos processos produtivos.
Sua validação, no entanto, consolida-se a partir de indicadores de eficácia de
desempenho na gestão de seus fluxos de trabalho.

Em um projeto, buscam-se resultados satisfatórios desde o início ao final de


sua execução, isto é, atender as exigências e expectativas de seus clientes e
acionistas da organização contratante.

Na visão de Sipper e Bulfin (1997):

(...) os objetivos são múltiplos para as empresas. Elas devem: produzir bens
e serviços de qualidade soberba, entregar exatamente no momento que o
cliente deseja, a um mínimo custo possível e que ainda forneça um retorno
satisfatório para seus acionistas(...).

Essa visão holística aplica-se exatamente aos objetivos atuais de gerenciamento de


projetos de construção civil.

Com essas preocupações, gestores deparam com questões relacionadas em


como gerenciar com eficácia seus negócios. Partindo, muitas vezes por modelos
próprios de gestão; nem sempre tão eficazes como aquele apresentado pelo PMI ®1.

Além dos prazos nos projetos, serem cada vez mais curtos, administrar e
controlar o tempo para cumpri-los, dentro dos custos predeterminados, é tarefa cada
vez mais preocupante ao gerenciador, pois o ritmo de desenvolvimento do projeto
não depende apenas da dinâmica interna de sua realização e sim de todos os
fatores que influenciam resultados. Fatores como integração dos projetos, gestão do
escopo, disponibilidade dos recursos necessários, entre outros.

1 ®
Mais adiante falaremos sobre o PMI – Project Management Institute, uma organização não
lucrativa que tem o intuito de desenvolver e divulgar métodos de desenvolvimento de projetos.
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Limmer (1997) já se preocupava com um fator considerável no gerenciamento


de projetos:

(...) o risco incorrido em cada decisão gerencial, pode ser a probabilidade de


ocorrência de um evento e as consequências adversas decorrentes desse
evento. Assim, ao tomar a decisão de ampliar ou reduzir o prazo de
execução de uma atividade qualquer (...) deve-se medir e analisar as
consequências que tal decisão possa trazer para o projeto e em que
probabilidade elas ocorrem.

De Meyer estudou projetos de construção predial, entre outros, e pôde avaliar


as causas de riscos e desastres administrativos, os quais comprometem as
especificações dos projetos; estudou ainda como deve o gerente manusear esses
problemas. “Administração de projetos não pode prever o futuro, mas reduzindo as
incertezas nesses projetos, podem ser socorridos a tempo e adaptados à realidade”
(MEYER, 2002). Meyer afirma ainda que “durante o projeto gestores devem
constantemente monitorar todos os riscos e comunicá-los aos stakeholders”.

Brealey (2003) identifica, na definição do risco de cada projeto, o fator de


oportunidade de custo do capital a ser empenhado no empreendimento. Essa
discussão evidencia a necessidade da gestão e análise de riscos apontada como
impactante no PMBOK®2.

3.1 Definição e conceitos

Um projeto pode ser entendido como um conjunto de ações realizadas de


forma coordenada por uma organização temporária, onde são alocados os insumos
necessários para alcançar um objetivo em um determinado prazo.

Neste conceito, os projetos possuem um ciclo de vida (isso é muito importante


ser guardado – tem começo, meio e fim), onde as técnicas de administração,
voltadas para o planejamento, organização, execução, são planejadas e praticadas,
com o objetivo de possibilitar o controle das atividades neles inseridas.

A administração de projetos sistematizou suas práticas, convertendo-se em


uma disciplina nos anos 1980, consolidando-se num movimento para identificar as

2
É um conjunto de práticas em gerenciamento de projetos que também será explicado em maiores
detalhes mais adiante.

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áreas do conhecimento que concentram as técnicas e os conceitos mais importantes


para o gerenciamento de projetos (MAXIMIANO, 2002).

Este movimento foi liderado pelo Project Management Institute (PMI®), que
produziu o Guia dos Conhecimentos sobre a Administração de Projetos (Guide to
the Project Management Body of Knowledge – PMBOK®/1996).

Segundo a NBR 10.006 (ABNT – Associação Brasileira de Normas técnicas)


Projeto é,

Processo único, consistindo de um grupo de atividades coordenadas e


controladas com datas para início e término, empreendido para alcance de
um objetivo conforme requisitos específicos, incluindo limitações de tempo,
custo e recursos.

No PMBOK® (2000, 2004) encontramos “Um empreendimento temporário,


planejado, executado e controlado, com objetivo de criar um produto ou serviço
único ou resultado exclusivo.”

Os projetos são, na realidade, planejados e implementados para que resultem


na inovação ou na melhoria radical dos processos permanentes da organização, ou
na implementação de novos processos de geração de valor ao cliente (DINSMORE,
1997 apud VALANDRO E KRONMEYER FILHO, 2005).

Numa explicação mais detalhada de Sato, Dergint e Hatakeyama (2005):

 o “temporário” significa que todo projeto tem um início e um fim definidos,


sendo regulares.

 “Único” significa que o produto ou serviço é diferente, em alguma forma


distinta, de todos os outros produtos ou serviços; e, por fim,

 a gestão de projetos, por sua vez, é a aplicação de conhecimento,


habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto para atender aos
requisitos do projeto.

Segundo PMI® (2008), o aprimoramento da competência de gerenciar


projetos deve ser baseado no seu perfeito conhecimento de conceitos e

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características próprias e também nas particularidades e fatores críticos de sucesso


da Gerência de Projetos. Os projetos cooperativos aumentam a importância de
algumas de suas características, bem como de seus fatores de sucesso.

O conhecimento dos conceitos e características é completado com o


aprofundamento do entendimento de algumas das funções administrativas da
gerência de projetos, entre as quais o planejamento e o acompanhamento. Da
mesma forma, outros temas devem ser relacionados com sua gerência, tais como
percepção e ambiguidade, o conceito de paradigma, as técnicas de planejamento e
revisão, software de apoio à gerência de projetos no ambiente da Internet, etc.

Ao considerar o projeto como um instrumento fundamental para qualquer


atividade de mudança e geração de produtos e serviços temos em mente que ele
envolve todas as pessoas existentes em uma organização e deve ter uma duração
de alguns dias ou vários anos, e voltamos a frisar: ele deve ser considerado como
um empreendimento único, com início e fim definidos, que utiliza recursos limitados
e é conduzido por pessoas, visando atingir metas e objetivos pré-definidos
estabelecidos dentro de parâmetros de prazo, custo e qualidade.

O equilíbrio entre as demandas de escopo, tempo, custo, qualidade e bom


relacionamento com o cliente deve-se diretamente a gestão de projetos. O sucesso
na gestão de um projeto está relacionado ao alcance dos seguintes objetivos:

 entrega dentro do prazo previsto;

 dentro do custo orçado;

 com nível de desempenho adequado;

 aceitação pelo cliente;

 atendimento de forma controlada às mudanças de escopo; e,

 respeito à cultura da organização.

De acordo com Hashimoto (2006, p. 111), na geração de uma cultura


corporativa empreendedora, este mesmo movimento está acontecendo agora dentro
da organização. Almeja-se assim que funcionários e líderes se tornem parceiros da
empresa, gozando de autonomia e independência para iniciar e conduzir projetos de
alto valor agregado, capacitando seus colaboradores a se tornarem verdadeiras
empresas, com noções de marketing, finanças, operações, dando-lhes condições
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para estruturar uma ideia e negociá-la, noções de gestão de projetos e liderança,


habilidades para tecer relações e obter apoio, tanto político como financeiro.

3.2 Características dos projetos

A abordagem de projetos complexos parte da conceituação de sistemas


complexos, que se originou de uma necessidade da Biologia em tratar sistemas
complexos considerando o organismo como um todo e não apenas como uma soma
de suas partes constituintes, visto que o tratamento dado a essa questão, segundo
uma abordagem mecanicista, não conduzia a resultados satisfatórios (KRÜGER,
2003 2002 apud SATO, DERGINT E HATAKEYAMA, 2005).

Bar-Yam (1997, 2002 apud Sato, Dergint e Hatakeyama, 2005) define a


complexidade como uma medida da dificuldade inerente de alcançar a compreensão
desejada. Em outras palavras, a complexidade de um sistema é a quantidade de
informação necessária para descrevê-la.

Neste sentido, Maximiano (2002) cita que a complexidade de uma situação é


medida pelo número de variáveis que contém e, assim, que projeto complexo é
aquele que apresenta grande número de variáveis a serem administradas, como, por
exemplo:

 Multidisciplinaridade ou várias especialidades profissionais necessárias para a


realização do projeto;

 Número de pessoas envolvidas;

 Número de instalações ocupadas e distância entre elas (dispersão da equipe);

 Diversidade e volume de informações a serem processadas;

 Duração;

 Número de organizações envolvidas;

 Condições a serem observadas (risco e segurança, por exemplo).

A complexidade também pode ser colocada numa escala, desde projetos

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pouco complexos até projetos muito complexos. Ao se combinar a complexidade


com a incerteza, obtêm-se quatro categorias de projetos, conforme mostrado na
Figura 1 abaixo:

Figura 1 – Em Função da Complexidade e Incerteza, há quatro categorias de


projetos

Fonte: Maximiano (2002)

Um projeto complexo contém todas as seguintes características:

 Muitos subsistemas/subprojetos e elementos inter-relacionados devem ser


levados em conta dentro das estruturas de um projeto complexo e as relações
ao seu contexto;

 Muitas empresas envolvidas e/ou diferentes unidades organizacionais são


gerenciadas num projeto complexo;

 Muitas diferentes disciplinas estão trabalhando para um projeto complexo;

 O gerenciamento de um projeto complexo é feito durante várias diferentes


fases com uma duração mínima;

 Muitos dos métodos, técnicas e ferramentas conhecidos de gestão de


projetos (mais do que cerca de 60 a 80%) são necessários e aplicados no
gerenciamento de um projeto complexo (SATO; DERGINT; HATAKEYAMA,
2005).

UNIDADE 4 – SUCESSOS E FRACASSOS DE PROJETOS


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Sem a presença de uma pessoa cuja função seja direcionar o esforço global,
interesses e diferenças pessoais podem levar à falta de alinhamento em relação aos
objetivos do projeto.

Além disso, com a crescente globalização, os desafios lançados às


organizações se tornam mais complexos, mais competitivos e, consequentemente,
mais críticos e uma das maneiras para responder a estes desafios seria por meio da
aplicação intensiva dos conhecimentos em gerenciamento de projetos, permitindo a
implementação de objetivos estratégicos para as organizações, tais como:

 permitir rápidas respostas às mudanças das condições do mercado e novas


oportunidades estratégicas;

 possibilitar que a organização produza mais com menos recursos;

 reduzir perdas financeiras por meio da monitoração das fases iniciais dos
projetos, encerrando aqueles que não atendam às premissas planejadas;

 permitir uma melhor tomada de decisões por parte das organizações,


baseada em métricas internacionais;

 maximizar iniciativas nas organizações, privilegiando o foco e a comunicação


aberta.

Além disso, do ponto de vista do profissional, o gerenciamento de projetos


também possibilita uma série de vantagens, tais como:

 busca assegurar que o seu trabalho seja utilizado da melhor forma pela
organização;

 permite seguir uma carreira única, com novos desafios a cada projeto, e
possibilita uma série de novos conhecimentos, como os de gestão, negócios
e técnicos;

 possibilita uma valorização cada vez maior da carreira de gerente de projeto,


levando naturalmente a posições de liderança nas organizações.

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Esses benefícios também se relacionam com as lições aprendidas com o


gerenciamento de projetos, permitindo a criação de uma base de conhecimento e,
dessa forma, documentando uma série de fatores que podem levar ao fracasso ou
ao sucesso dos projetos.

Com relação ao sucesso de um projeto, ele é considerado bem-sucedido


quando:

 produziu todas as entregas planejadas;

 foi completado dentro do cronograma aprovado;

 foi executado dentro do orçamento aprovado;

 foi entregue de acordo com todas as especificações funcionais, de


performance e de qualidade;

 alcançou todas as suas metas, objetivos e propósitos;

 atingiu todas as expectativas das partes interessadas (VALLE et al, 2010).

Embora o aprendizado das melhores práticas em muito facilite o


entendimento da ciência de gerenciamento de projetos, olhar para o passado e
resgatar experiências malsucedidas também pode ser muito importante para o
planejamento dos projetos futuros. Entre os erros comuns no gerenciamento de
projetos, podemos listar:

 o não entendimento do alinhamento do projeto com a organização;

 a falta de gerenciamento das expectativas das partes interessadas em


relação ao projeto;

 a falta de acordo das partes interessadas em relação aos fatores de sucesso


do projeto;

 a falta de um cronograma realista, em que fatores como quantidade de


trabalho, dependências obrigatórias, estimativas de custos e nivelamento de
recursos tenham sido previstos;

 a falta de definição e comunicação sobre as responsabilidades da equipe do


projeto;

 a falta de aceitação formal do cronograma do projeto;

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 a falta de identificação preliminar de riscos para o projeto;

 a falta de recursos humanos capacitados e disponíveis para trabalhar no


projeto;

 a falta de definição de requerimentos e escopo do projeto;

 a inadequação do gerenciamento e liderança da equipe do projeto (VALLE et


al, 2010).

Após a análise dos principais itens que tornam um projeto bem-sucedido, e


olhando-se uma série de elementos que podem levar um projeto ao fracasso,
podemos perceber uma série de características compartilhadas por projetos bem-
sucedidos, tais como:

a) o projeto está alinhado com os objetivos da organização;

b) o projeto tem apoio efetivo da alta administração;

c) o projeto tem uma liderança efetiva;

d) todas as partes interessadas estão de acordo com o propósito, as metas e os


objetivos do projeto;

e) todas as partes interessadas compartilham uma visão comum dos resultados e


têm expectativas realistas a respeito do projeto;

f) as expectativas das partes interessadas são continuamente gerenciadas e


validadas no decorrer do projeto;

g) o escopo, a abordagem e as entregas do projeto são claramente definidos e


acordados durante o seu planejamento;

h) o papel e a responsabilidade de cada parte interessada e de membros da equipe


do projeto são claramente comunicados e entendidos;

i) o cronograma é realista e acordado entre todas as partes interessadas;

j) as comunicações do projeto são consistentes, efetivas e focadas no entendimento;

l) o progresso do projeto é medido frequentemente em relação a uma linha de base;

m) um forte senso de colaboração e trabalho em grupo é alcançado;

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n) expectativas e mudanças em relação a escopo, cronograma, custos e qualidade


são gerenciadas cuidadosamente;

o) os recursos humanos do projeto são capacitados e estão disponíveis quando


necessário;

p) a equipe do projeto identifica proativamente seus riscos e trata essas


vulnerabilidades diminuindo a sua exposição (VALLE et al, 2010).

Decompondo algumas dessas características é importante frisar:

Segundo Wysocki (2003), uma metodologia de gerenciamento de projetos


deve possuir um processo formal para o estabelecimento de objetivos claros de
negócio. Projetos que são iniciados sem essa informação frequentemente se tornam
problemáticos, a não ser que a metodologia proporcione uma forma de
compensação para essa falha.

Todos os envolvidos no projeto devem compartilhar a mesma visão, que deve


ser clara, concisa e compreensiva, tornando explícitos os objetivos do projeto. Além
disso, todos os objetivos devem possuir fatores mensuráveis de sucesso e devem
permitir um direcionamento para a visão da corporação.

Um ponto muito importante que deve ser ressaltado é que, a despeito de


todos os esforços para a definição clara do objetivo e meta do projeto, eles não são
estáticos e podem mudar com o tempo, já que as condições do mercado podem ser
alteradas, a competição força as empresas a reagir e o próprio negócio da
corporação pode mudar de um dia para o outro. Isso impõe desafios para o
gerenciamento dos projetos, que devem estar alinhados com os outros processos de
negócio das corporações.

Escopo realista - Uma característica quase onipresente nos projetos é que


quanto mais extenso o seu escopo, maior o risco e possibilidade de mudanças. A
mudança de escopo altera o plano do projeto e com isso é aumentada a
possibilidade de alterações no seu cronograma e nos seus custos.

Grandes projetos são, frequentemente, decompostos em diversos projetos


menores e interdependentes, que devem possuir entregas específicas.

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A infraestrutura necessária para o trabalho do projeto é um importante fator


de sucesso. Isso inclui investimentos em tecnologia da informação,
telecomunicações e no próprio ambiente de trabalho. A ausência desses fatores
pode levar a riscos como atrasos, uso incorreto de recursos humanos, incapacidade
de alcançar as necessidades dos clientes e uma série de outros impactos
relacionados.

Segundo Wysocki (2003), metodologias replicáveis e adaptáveis de


gerenciamento de projetos são valiosas para as organizações, já que proporcionam
normas, melhores práticas, desenvolvimento de habilidades e outros inúmeros
benefícios para as organizações.

Estimativos confiáveis - As estimativas históricas, quando confrontadas com


o cronograma e custos sendo executados, são as melhores ferramentas para a
produção de novas estimativas. A disponibilidade e manutenção dessas informações
históricas é um sinal de maturidade do gerenciamento do projeto.

Habilidade dos recursos humanos - Wysocki (2003) nota que existem dois
fatores a considerar sob este aspecto. O primeiro diz respeito à habilidade dos
recursos humanos da organização, atendendo às necessidades atuais do projeto.

Segundo o PMBOK® (PMI®, 2008), as seguintes habilidades interpessoais são


fundamentais para o gerenciamento de projetos:

 Infraestrutura disponível e comunicação eficaz – a troca de informações;

 influência sobre a organização – a capacidade de “fazer com que as coisas


aconteçam”;

 liderança – desenvolver uma visão e uma estratégia e provocar a motivação


nas pessoas para que alcancem essa visão e essa estratégia;

 motivação – estimular as pessoas para que alcancem altos níveis de


desempenho e superem as barreiras que impedem as mudanças;

 negociação e gerenciamento de conflitos – conversar com outras pessoas


para chegar a um entendimento ou a um acordo;

 resolução de problemas – a combinação entre definição do problema,

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identificação e análise de alternativas e tomada de decisões.

Outro aspecto se refere à extensão da habilidade da equipe do projeto, de


forma a atender as demandas que o projeto se propõe. Sendo um dos mais
importantes ativos do projeto, a habilidade da equipe pode ser assegurada por meio
dos seguintes elementos:

 identificação das competências necessárias;

 disponibilização de um programa de treinamento relevante, de qualidade e


contínuo;

 recrutamento interno e externo;

 fornecimento de incentivos à equipe;

 verificação de aderência ao foco do projeto.

Todas essas características, ou a ausência delas, podem ser constatadas por


meio da análise de algumas pesquisas, como a realizada na seção Rio de Janeiro
do PMI, que vem desenvolvendo anualmente um relatório de benchmarking em
empresas brasileiras (PMI, RJ, 2009).

O grande mérito desse relatório é a possibilidade de obtenção de dados reais


sobre práticas e tendências observadas no mercado brasileiro. A última edição
contou com a colaboração de 183 grandes empresas, o que permite um grande
aprofundamento das pesquisas. No quadro seguinte, temos as principais conclusões
do relatório.

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UNIDADE 5 – CARTEIRA DE PROJETOS DE INOVAÇÃO

Schumpeter (1982) adota um conceito amplo de inovação. Para ele, novos


mercados, novas fontes de suprimento e nova organização industrial contam como
inovação. Para March e Simon (1958 apud NASCIMENTO, 2007), até mesmo
planejamento e novos procedimentos administrativos contam como inovação.

Focaremos a inovação industrial em produtos e processos tomando por base


o capítulo escrito por Nascimento no livro organizado por Otávio Oliveira, sob o
título: Gestão Empresarial: sistemas e ferramentas.

Freeman (1982 apud NASCIMENTO, 2007) sugere que a inovação industrial


é a conjugação da oportunidade de mercado com a possibilidade tecnológica. Na
perspectiva de gestão, a inovação industrial é caracterizada pela incerteza de
resultados técnicos e de mercado e pela complexidade das atividades, recursos e
tecnologias que concorrem para a sua concepção e realização. Na Figura 2, isso é
ilustrado pela flecha diagonal que mostra a relação entre o grau de inovação em
produto e processo e o aumento da incerteza e complexidade dos projetos. No
moderno ambiente competitivo, a gestão da inovação também é caracterizada pela
urgência, tendo em vista a necessidade de adiantar-se à concorrência e conquistar
mercados.

Figura 2 – Tipos de projetos de inovação

Fonte: adaptado de Clark eWheelwright (1993)

20
21

Qualquer sistema de desenvolvimento de produtos precisa diferenciar entre


tipos de projetos de diferentes classes de investimento, potencial de negócios e
risco. Sem uma tipologia, é muito difícil criar e gerir uma carteira balanceada
(COOPER; EDGETT; KLEINSCHMIDT,1998 apud NASCIMENTO, 2007). Não é
possível, por exemplo, estabelecer uma estratégia inovadora com investimentos
concentrados em projetos incrementais.

Clark e Wheelwright (1993 apud NASCIMENTO, 2007) recomendam que a


empresa reconheça os diferentes tipos de projeto e sua relação com a sua futura
situação competitiva. Para tanto, eles oferecem uma classificação de projetos
alicerçada nos objetivos e grau de inovação dos projetos, mostrada na Figura 2.

Um ponto básico a ser reconhecido por quem precisa gerir uma carteira de
projetos de inovação é a distinção profunda entre projetos de pesquisa e
desenvolvimento de tecnologia, de um lado, e projetos de desenvolvimento de
produtos e processos, de outro. Reinertsen (1997 apud NASCIMENTO, 2007), por
exemplo, enfatiza a importância de tirar o desenvolvimento de tecnologia do
caminho crítico dos projetos de desenvolvimento de produtos e processos para
reduzir a incerteza sobre prazos, alocação de recursos e cumprimento de objetivos
de desempenho e negócios.

Para não prejudicar a inovação tecnológica, Clark e Wheelwright (1993 apud


NASCIMENTO, 2007) mostram então como grandes organizações fazem o
desenvolvimento de tecnologia em ambiente separado e a coloca numa “prateleira”
de tecnologias dominadas, de onde pode ser retirada diretamente pelos projetos de
desenvolvimento de produtos e processos.

Para projetos e empreendimentos na fronteira do conhecimento, a separação


pode não ser tão fácil. Congelar especificações pode não ser boa prática. Nesses
casos, é melhor maior autonomia para as equipes, adiar o congelamento das
especificações e incluir o desenvolvimento de tecnologia no projeto (IANSITE, 1995
apud NASCIMENTO, 2007). Quando possível, Reinertsen (1997 apud
NASCIMENTO, 2007) sugere confinar o desenvolvimento de tecnologia a um
subsistema crítico, com planos de contingência para enfrentar o risco de insucesso.
Se isso também não for possível, então a solução é abandonar a distinção nítida

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entre projetos de inovação radical e desenvolvimento de tecnologia.

São os conhecidos centros de pesquisa e desenvolvimento, com recursos e


gestão próprios. A vantagem é concentrar o esforço dos pesquisadores e
engenheiros na resolução dos problemas e na melhora do desempenho das
tecnologias.

Com as tecnologias dominadas, outras equipes se dedicam a integrá-Ias em


produtos e sistemas de produção e marketing complexos e dispendiosos. Na Natura,
por exemplo, a aquisição e o desenvolvimento da tecnologia são responsabilidade
de um grupo separado (NASCIMENTO; 2007).

Segregados os projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, mesmo


assim não dá para tratar igualmente todos os projetos de desenvolvimento de
produtos e processos. É antiga na literatura a distinção entre inovações incrementais
e radicais. Há inovações de caráter incremental, que pouco alteram as operações
das empresas. Há também inovações radicais. Nesses casos, a inovação coloca
sérios desafios à estratégia de negócios e gestão funcional das operações e do
marketing e coloca a necessidade de mecanismos de gestão integrativos no
desenvolvimento. Essencialmente, por colocar a empresa diante de novos cenários
estratégicos e porque os procedimentos administrativos adequados ao
gerenciamento de projetos incrementais não permitem bom desempenho nos
projetos de inovação radical (OLSON; WALKER;RUEKERT,1995; SHENHAR, 2001).

No caso de indústrias de produto complexo, faz sentido distinguir ainda um


nível intermediário de inovação que diz respeito a significativas alterações no
sistema do produto e produção, sem que haja uma inovação radical. São as
chamadas novas plataformas – os componentes e processos em comum nas
famílias de produtos. A noção de plataformas de produtos complexos se revela útil
para caracterizar as necessidades integrativas de projetos de grau médio de
inovação em produto e processo nas indústrias de produtos montados, o que se
costuma chamar de a próxima geração de produtos de uma determinada classe.

Além disso, a noção de plataforma capta bem a ideia de produtos com


diferenças importantes do ponto de vista de atender a diferentes segmentos de
mercado, mas que ainda assim permitem manter muitos componentes e processos
em comum, gerando escala de produção e vendas e permitindo redução de custos.

22
23

Em tais casos, frisam Clark e Wheelwright (1993 apud NASCIMENTO, 2007), há


necessidade de intensa comunicação e coordenação decisória na condução dos
projetos para capturar as oportunidades de economia e as vantagens competitivas
decorrentes do bom desempenho de sistema do produto ampliado.

Outro ponto a se considerar e que é um aspecto cada vez mais vital da


estratégia de inovação das empresas é como dividir riscos e atividades de
desenvolvimento com parceiros e fornecedores. No passado, a transferência de
tecnologia sempre foi um caminho adotado por muitas empresas brasileiras para
entrar em mercados inovadores.

Sobral, Nascimento e Oliva (2003), por exemplo, nos mostram como as


atividades de desenvolvimento conjunto estão tornando-se cada vez mais
importantes e os diversos níveis de precocidade e responsabilidade no engajamento
de fornecedores no desenvolvimento de produtos e processos. Em consequência,
Clark e Wheelwright (1993 apud NASCIMENTO, 2007) sugerem uma categoria
separada para os casos de projetos em aliança. Tais projetos podem pertencer a
qualquer uma das categorias anteriores, mas têm a peculiaridade de dividir a aposta
de negócios com parceiros e fornecedores.

5.1 Diferentes carteiras de projetos de inovação

Se uma empresa coloca muitos recursos em inovação, há necessidade de


verificar se estão concentrados em um ou dois projetos. Nesse caso, o melhor que a
empresa tem a fazer é concentrar-se em dominar bem as metodologias de gestão
de projetos individuais. A questão da gestão de carteiras será de importância menor.

Com poucos projetos, o grande desafio é conciliar o projeto de inovação com


as operações correntes. São as carteiras de projeto concentradas, cuja gestão é
centralizada na alta direção da empresa face ao grande risco para o negócio como
um todo. Um bom exemplo era a Embraer no final dos anos de 1990, como relatam
Camargo et al (2001).

Um grande programa de desenvolvimento de novos produtos (a nova família


de jatos Embraer 170/190, com investimentos estimados em US$ 850 milhões)

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concentrava todas as energias da empresa. Um fracasso nesse programa poderia


acarretar a falência da firma. Nesse caso, a estratégia de inovação da empresa e
também a carteira praticamente coincidiam com esse programa. A alta direção,
naturalmente, participava diretamente das grandes decisões do programa. Essa
situação se presta a um modo de gestão centralizado, no qual a alta direção
participa intensamente das grandes decisões relativas aos projetos que têm líderes
com acesso fácil a ela. Não é necessária uma metodologia para a gestão
sistemática da carteira de projetos de inovação.

Nascimento, Max e Yu (2001 apud NASCIMENTO, 2007) mostraram como,


na mesma época, era diferente a situação da Natura. Dezenas de projetos
simultâneos, com duração curta, representavam o esforço de inovação. 1/3 da linha
de produtos era renovada a cada ano. Aqui um comitê de negócios, integrado por
membros do segundo e terceiro escalões da empresa, cuidava da carteira de
projetos. Também havia um comitê de inovação integrado pelo primeiro escalão
para apreciar o desempenho do conjunto do esforço de inovação: estratégia geral,
estruturação dos recursos e processo de inovação da Natura. Esse comitê só se
envolvia diretamente nas decisões de projeto se pudessem afetar as principais
linhas de produtos da empresa. A gestão, naturalmente, assume um modo
descentralizado, e a alta direção cria o ambiente de decisão e execução para os
demais gestores.

Com a Daimler Chrysler do Brasil, Nascimento (2002 apud NASCIMENTO,


2007) exemplifica uma situação mista. A divisão dos projetos entre programas
estratégicos permitiu à alta direção ter alguns diretores dedicados aos três
programas. Eram os programas de caminhões leves, de caminhões médios e
pesados e de chassis de ônibus. Cada programa tinha uma equipe dirigente e seu
diretor reunia-se mensalmente com a diretoria da empresa. Nesse caso, havia forte
interdependência técnica e comercial entre os projetos, o que justificava o
agrupamento em programas estratégicos.

Na medida em que o risco se dilui entre muitos projetos, a tomada de


decisões sobre a realização dos projetos tende a descentralizar-se na empresa. A
alta direção concentra-se nas grandes decisões de estratégia, estrutura ou processo
que afetam todos os projetos ou em algumas decisões individuais muito importantes.

24
25

Nesse caso, a gestão de carteira é um instrumento importante. Mas se há


apenas um ou poucos projetos, a alta direção pode dedicar-se diretamente a cada
um. Chega-se assim a três modos de gestão das carteiras de projetos para
desenvolvimento de produtos: centralizado, descentralizado e misto.

No modo centralizado, a ênfase gerencial deve ser em metodologias de


gestão de projetos, já que não há muitos projetos simultâneos e a alta direção se
engaja diretamente nas principais decisões de cada um deles. A gestão de carteiras
ganha importância nos modos descentralizado e misto, onde é preciso administrar
um conjunto de projetos simultâneos. Nesses casos, a empresa necessita de
metodologia de gestão de projetos, mas também de metodologia e conceitos de
gestão de carteiras de projetos.

Já deu para perceber que a inovação decorre de atividades e decisões


organizadas das empresas que resultam em novos produtos e serviços com os
quais realizam seus negócios. Tais atividades e decisões são sistematizadas e
organizadas sob a forma de projetos de pesquisa tecnológica e projetos de
desenvolvimento de tecnologias, produtos e processos. O resultado de tais
atividades e decisões é a futura carteira de produtos com a qual a empresa realizará
seus negócios. A pergunta que se coloca é: em qual carteira de projetos a empresa
deve investir hoje para ter amanhã os produtos que garantam sua sobrevivência,
crescimento e lucros?

Concordamos com Nascimento (2007) ao dizer que se trata de uma pergunta


difícil. Não só pela incerteza das condições futuras nas quais a empresa irá
competir, mas também pela necessidade de mobilizar o conjunto das suas
competências para melhorar a seleção dos projetos a empreender e executá-los
com sucesso.

Rúbio e Nascimento (2005 apud NASCIMENTO, 2007) constataram que,


mesmo com esforço significativo de Pesquisa e Desenvolvimento, as empresas não
empregam um processo formalizado na gestão de carteiras. Ao contrário,
predominam a informalidade e a ausência de critérios e procedimentos definidos. As
carteiras de projetos resultam da inclusão, conclusão ou abandono de projetos, sem
um esforço de avaliação global. O estudo tratou de apenas três casos, mas

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confirmou o que constataram Cooper, Edgett e Kleinschmidt (1998 apud


NASCIMENTO, 2007). Além disso, não há razões para crer que as empresas em
geral ajam de forma diferente, mais disciplinada. Não há dúvida, a questão continua
atual.

Rúbio e Nascimento (2005 apud NASCIMENTO, 2007), baseados na


literatura de inovação, elaboraram uma lista de desafios que as empresas enfrentam
na composição das suas carteiras de projetos de desenvolvimento de produtos.
Seriam:

1. Falta de coerência entre a carteira e a estratégia da empresa, o que resulta


numa falta de foco e ineficiente aplicação dos recursos para alcançar os objetivos de
negócios;

2. Baixa qualidade da carteira, cheia de projetos medíocres, inadequados


para comercialização e com baixos índices de sucesso e rentabilidade;

3. Seleção deficiente de projetos, devido à ausência de critérios de decisão


formais, avaliações rigorosas e métodos de priorização, o que acarreta a presença
de projetos inadequados e pouco atraentes;

4. Recursos insuficientes para assegurar a conclusão bem-sucedida dos


projetos escolhidos;

5. Tendência a escolher projetos incrementais, simples, baratos e rápidos,


mas de baixo retorno potencial, o que tende a acarretar a exclusão dos projetos
inovadores, a principal fonte de competitividade futura das empresas;

6. Informações incompletas e pouco confiáveis;

7. Interdependência técnica e comercial dos projetos, que dificulta a análise e


a avaliação das carteiras cogitadas;

8. Falta de comprometimento da organização com as decisões de carteira,


vistas como arbitrárias pela dificuldade de justificá-Ias de modo consistente e claro.

Além desses, deve-se acrescentar o desafio de fomentar a criatividade na


concepção e o sucesso na execução de projetos com a necessidade de ter uma
carteira de projetos que faça sentido do ponto de vista estratégico.

26
27

Para enfrentar esses desafios, Rúbio e Nascimento (2005 apud


NASCIMENTO, 2007) formularam um modelo que permite, de um lado, pesquisar e
analisar o processo de gestão de carteiras de projetos de inovação e, de outro,
formular as principais necessidades a ser atendidas por esse processo. A Figura 3
apresenta esse modelo na forma de um esquema visual. O modelo de referência
exibido mostra quatro aspectos fundamentais na Gestão de Carteiras de Projetos de
Inovação, a saber:

1. A definição dos participantes na deliberação da carteira;

2. A prescrição de procedimentos para a elaboração de propostas e seleção e


gestão da carteira;

3. A avaliação e seleção individual de projetos de P&D;

4. A avaliação e seleção da melhor carteira.

Figura 3 - Modelo de referência: o processo de composição da carteira de projetos

Fonte: Rúbio e Nascimento (2005).

O que realmente conta como estratégia de desenvolvimento é o conjunto de


projetos em andamento e como se articulam entre si, do ponto de vista tecnológico,
mercadológico, operacional e organizacional. Uma vez montada uma carteira de
projetos, é necessária uma avaliação de conjunto sobre seu alinhamento com a

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estratégia e se é factível.

Uma bela carteira de projetos no papel está fadada à má execução, por


exemplo, se não houver recursos suficientes para desenvolver todos os projetos
aprovados. Ou se algum recurso crítico for escasso demais e necessário em muitos
projetos. Em ambas as situações haverá atrasos, projetos abandonados ou ambos.
Essa é a razão de ser do Plano Agregado de Projetos, uma proposta de Wheelwright
e Clark (1992 apud NASCIMENTO, 2007) para gerir essa problemática.

A ideia, na verdade, é bem simples. E imita a ideia de planejamento agregado


de produção. Definida a estratégia, Wheelwright e Clark (1992 apud NASCIMENTO,
2007) sugerem que se dividam os recursos disponíveis entre cestas de projetos do
mesmo tipo. Na proposta deles, os tipos são os cinco apresentados na Figura 2. Ao
trabalhar com tipos, a avaliação da carteira já está comparando propostas de
mesmo nível de desafio, investimentos, potencial e riscos.

A forma de representar os recursos pode variar. Mas, considerando a


importância do recurso humano e dos prazos no desenvolvimento, a sugestão de
ambos é estimar a capacidade de desenvolvimento em termos de número de
homens/hora.

Os autores sugerem que se estimem os recursos necessários para cada


projeto típico e quantos caberiam em cada cesta respectivamente. Essa seria a
forma de estimar o fôlego total de desenvolvimento da empresa. Também se deve
estimar a demanda por recursos críticos. Uma carteira viável do ponto de vista global
pode, mesmo assim, exigir mais recursos críticos do que os disponíveis, caso em
que estes recursos se tomariam um gargalo sério. Quanto mais ousada a carteira,
maior a necessidade de prever recursos de folga para acomodar os imprevistos do
desenvolvimento.

Essa checagem deve ser feita para cada carteira cogitada, descontando-se
dos recursos disponíveis, é claro, os recursos comprometidos com os projetos
firmes. É evidente que não é preciso comparar carteiras inviáveis por exigirem mais
recursos do que os disponíveis.

Enfim, à medida que as empresas crescem, diversificam-se e enfrentam uma


concorrência mais dinâmica, torna-se necessário para elas sistematizar a gestão de
carteiras de projetos de inovação. Mas a utilidade da gestão de carteiras depende do

28
29

domínio dos fundamentos das metodologias de gerenciamento de projetos e, em


particular, de um processo de desenvolvimento.

Somente após o domínio dessas metodologias é que vale a pena investir em


técnicas de avaliação de projetos, um recurso sofisticado, mas de baixa utilidade
sem um ambiente adequado de aplicação.

Chamamos a atenção para a conveniência de separar a carteira de projetos


de desenvolvimento de tecnologia da carteira de desenvolvimento de produtos e
processos. A primeira deve ser administrada em função da segunda. Enfatiza-se
também a necessidade de evitar carteiras de projetos excessivamente incrementais.
É preciso abrir espaço sistemático para novas plataformas e o ocasional projeto de
inovação radical, mormente em mercados de muito dinamismo tecnológico.

Como frisam Rúbio e Nascimento (2005 apud NASCIMENTO, 2007),


conhecer a gestão da carteira de projetos de desenvolvimento quer dizer dominar as
etapas, os participantes do processo e os critérios de decisão na definição dessa
carteira.

UNIDADE 6 – GERENCIAMENTO DE RISCOS


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Uma das áreas estabelecidas pela gestão de projetos, difundida pelas


melhores práticas no Project Management Institute (PMI®), está intimamente
relacionada com o gerenciamento de riscos.

Segundo Baccarini (2001 apud MORANO; MARTINS; FERREIRA, 2006), tem


havido um crescimento constante da prática deste gerenciamento que passou a ser
um elemento importante no processo de tomada de decisão dentro do
gerenciamento de projeto. Todavia, observa-se que existem inúmeras técnicas de
identificação, avaliação e análise de risco na literatura que auxiliam e fazem parte de
todo este processo e que não são aplicados como o estabelecido ou propostos pelos
autores.

Da mesma forma, Akintoye e Macleod (1997, apud MARTINS, 2006, p. 31)


menciona que o gerenciamento de risco tem sido aplicado recentemente pelas
indústrias da construção, de defesa e petróleo. Entretanto, os resultados obtidos e
as técnicas empregadas neste gerenciamento e na análise de risco ainda são
poucos conhecidos.

O modelo de gerenciamento de risco que vem sendo adotado pelas grandes


empresas construtoras das mais diversas áreas é o do PMI ®, cujo propósito é a
aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do
projeto a fim de que sejam atendidos os objetivos estabelecidos. Deste modo, o
gerenciamento de risco consiste no planejamento, identificação, análise, respostas,
monitoramento e controle dos riscos em um projeto, sendo que o seu principal
objetivo é o de aumentar a probabilidade e o impacto dos eventos positivos e
minimizar a probabilidade e o impacto dos eventos adversos ao projeto (PMBOK®-
PMI®, 2004).

No trabalho realizado por Morano (2003) verificou-se que de uma forma geral,
as metodologias de gerenciamento de risco seguem a seguinte divisão:
identificação, análise ou avaliação, ações de prevenção e controle ou
monitoramento.

De uma forma geral, observa-se na literatura que os autores consideram a


fase de identificação de risco como uma das mais importantes em todo processo do
gerenciamento de risco, pois apresenta um impacto maior na acuracidade das

30
31

avaliações de risco, já que a forma como os riscos são identificados e coletados


constituem-se na questão central para a efetividade de todo este processo.
(MARTINS, 2006).

Da mesma forma Kerzner (1998 apud MORANO; MARTINS; FERREIRA,


2006) menciona que o primeiro passo para identificar os riscos é detectar as áreas
potenciais de risco, sendo que através da eficácia desta identificação resultará a
eficiência do gerenciamento de risco.

Segundo o PMBOK® (PMI®, 2004), a fase de identificação de risco


compreende a determinação de quais riscos podem afetar o projeto e em
documentar as suas características.

De maneira semelhante, Baccarini (2001 apud MORANO; MARTINS;


FERREIRA, 2006) define a identificação de risco como “o processo de determinar o
que pode acontecer, porque e como”.

De acordo com Chapman (1998 apud MORANO; MARTINS; FERREIRA,


2006), a identificação dos riscos pode ser dividida em três categorias:

 A identificação de risco, conduzido somente pelo analista de riscos baseando-


se apenas em sua experiência, conhecimento e habilidade, sendo que este
especialista levará em conta a revisão do ciclo de vida do projeto e os dados
históricos da organização;

 A identificação de risco, conduzida através da entrevista do analista de riscos


com um ou mais membros da equipe de projeto, analisando também os
dados históricos e o ciclo de vida do projeto, e baseando-se no conhecimento
e experiência dos profissionais que forem entrevistados;

 A identificação de risco, onde o analista de riscos lidera um ou mais grupos de


trabalho, utilizando as técnicas de identificação de risco.

Por outro lado, devido à fase de identificação de risco corresponder a um dos


processos do ciclo de gerenciamento de risco, pressupõe que existam entradas e
que sejam produzidas saídas. Deste modo, o quadro 1 exemplifica os itens que
compõem o processo de identificação de risco.

Quadro 1 - Identificação de Risco: Entradas, Ferramentas e Técnicas, Saídas.

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Entradas Ferramentas e técnicas Saídas

Fatores ambientais Revisões da Registro do risco.


corporativos. documentação.
Ativos de Processos Técnicas de Captura de
Organizacionais. Informação.
Declaração de Escopo do Análise de Checklists.
Projeto. Análise de Premissas.
Plano de Gerenciamento Técnicas de
de Risco. Diagramação.
Plano de Gerenciamento
do Projeto.

®
Fonte: (PMBOK , 2004, p. 246)

De acordo com PMBOK® – PMI® (2004) verifica-se que as entradas do


processo de identificação de risco englobam os seguintes pontos:

1. Fatores Ambientais Corporativos – são fatores da empresa que circundam


e influenciam o sucesso do projeto, e que desta forma devem ser considerados. Tais
fatores incluem, mas não se limitam a: estrutura e cultura organizacional, tolerância
dos envolvidos no projeto ao risco, padrões da indústria, condições de mercado,
sistemas interno de trabalho;

2. Ativos de Processos Organizacionais - são políticas, padrões, processos,


modelos, guias ou requisitos que fazem parte do ativo do conhecimento e
aprendizado da organização;

3. Declaração de Escopo do Projeto – é utilizada basicamente neste processo


para que as premissas encontradas neste documento sejam avaliadas quanto ao
seu grau de incerteza e como potenciais causas de risco;

4. Plano de Gerenciamento de Risco – é usado basicamente para a consulta


das definições de atribuições e responsabilidades, e das categorias de risco;

5. Plano de Gerenciamento do Projeto – através deste plano revisam-se as


saídas das demais áreas do gerenciamento do projeto para identificação de
possíveis riscos, além do entendimento dos planos de gerenciamento de áreas
críticas tais como prazo, custo e qualidade.

32
33

Da mesma forma, as Ferramentas e Técnicas abordam os seguintes pontos:

1. Revisões da Documentação – procede-se a uma revisão estruturada da


documentação gerada no projeto. (planos, premissas, documentos e
informações arquivadas) em busca de indicadores de risco;

2. Técnicas de Captura de Informação – são técnicas estruturadas que auxiliam


na captura individual ou em grupo de informações;

3. Análise de “Checklists” – “Checklists” de identificação de risco geradas a partir


de informações históricas e conhecimentos acumulados de projetos
anteriores similares;

4. Análise de Premissas – é uma ferramenta que explora a validade das


premissas aplicadas ao projeto, baseada na falta de acuracidade,
inconsistência e falta de complementação destas;

5. Técnicas de Diagramação – são técnicas gráficas que auxiliam no


levantamento e compreensão de possíveis riscos.

Em relação às Saídas teremos como resultado o registro do risco que irá


conter as características principais de cada um dos riscos identificados, incluindo
sua descrição, categoria e causas. Este registro é atualizado nas demais fases do
gerenciamento de risco (MORANO, MARTINS, FERREIRA, 2006).

6.1 Técnicas para gerenciar riscos

6.1.1 Brainstorming

Palavra inglesa que tem como tradução “tempestade mental”, na realidade é


uma técnica de dinâmica de grupo (de coleta de informações) que propõe que esse
grupo, geralmente com duas a dez pessoas, se reúna e se utilize das diferenças em
seu pensamento e ideias para que possam chegar a um denominador comum eficaz
e com qualidade, gerando assim ideias inovadoras que levem o projeto adiante. A
reunião de brainstorming segue sem interrupção e sem expressar julgamentos ou
críticas sobre as ideias apresentadas e sem levar em conta a posição que o
indivíduo ocupa na organização. Será eficaz se os participantes se prepararem

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previamente, se o moderador sugerir alguns riscos antecipadamente, e se a reunião


for estruturada por segmento do projeto e categoria de risco (ROVAI, 2005).

O Brainstorming é baseado em dois princípios e quatro regras básicas, a


saber:

Primeiro Princípio – suspensão do julgamento, o que requer esforço e


treinamento;

Segundo Princípio – sugere que a quantidade origine a qualidade. Quanto


maior o número de ideias geradas, maior será a possibilidade de encontrar a
solução do problema.

Primeira regra – eliminar qualquer crítica, no primeiro momento do processo,


para que não haja inibição nem bloqueios, e ocorra o maior número de ideias;

Segunda regra – apresentar as ideias tais quais elas surgem na cabeça, sem
rodeios, elaborações ou maiores considerações;

Terceira regra – como quantidade gera qualidade, quanto mais ideias


surgirem, melhor, portanto, maior será a chance de conseguir, diretamente ou por
meio de associações, as ideias realmente boas;

Quarta regra – feita a seleção de ideias, aquelas potencialmente boas devem


ser aperfeiçoadas. (LUPPI e ROCHA, 1994, p.40)

6.1.2 A matriz SWOT

É uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de


ambiente), sendo usada como base para gestão e planejamento estratégico de uma
corporação ou empresa, mas podendo, devido a sua simplicidade, ser utilizada para
qualquer tipo de análise de cenário.

A técnica foi criada por Kenneth Andrews e Roland Christensen, dois


professores da Harvard Business School, e posteriormente aplicada por numerosos
acadêmicos. Estuda a competitividade de uma organização segundo quatro
variáveis: Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities
(oportunidades) e Threats (ameaças) (VANA, MONTEIRO E VOLOCH, 2008).

34
35

Uma maneira de representar a análise SWOT é pela construção de um


retângulo, dividido em quatro partes, onde as forças, fraquezas, oportunidades e
ameaças são colocadas separadamente em cada pedaço, conforme quadro abaixo.

Quadro 2 – A matriz SWOT

INFORMAÇÕES Strenghts Vantagens internas da empresa em


INTERNAS (Pontos Fortes / relação às empresas concorrentes.
Análise do Forças)
Ambiente Interno
da Organização Weaknesses
(Pontos Fracos / Desvantagens internas da empresa
Fraquezas) em relação às concorrentes.

Opportunities Aspectos positivos do ambiente que


INFORMAÇÕES (Oportunidades) envolve a empresa com potencial de
EXTERNAS trazer-lhe vantagem competitiva.
Análise Fora do
Aspectos negativos do ambiente que
Ambiente Interno
Threats (Ameaças) envolve a empresa com potencial
da Organização
para comprometer a vantagem
competitiva que ela possui.

Quadro 1: Representação da análise SWOT.


Fonte: www.cobbenfactorin.com.br.

Tem então como objetivo, definir estratégias para manter pontos fortes,
reduzir a intensidade de pontos fracos, aproveitando oportunidades e protegendo-se
de ameaças. Dentre os benefícios da análise SWOT mencionados por Dornelas
(2008) têm-se:
 Simplicidade, podendo ser conduzida sem treinamento ou habilidades
técnicas extensivas;
 Custos menores, pois sua simplicidade elimina a necessidade e as despesas
envolvidas no treinamento formal;
 Flexibilidade, podendo ser desempenhada com ou sem sistema de
informações de marketing;
 Integração, uma vez que integra e sintetiza tipos diversos de informações,
quantitativas e qualitativas, de várias áreas da empresa;
 Colaboração, porque tem a habilidade de estimular a colaboração entre as

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áreas funcionais da empresa que são interdependentes, mas com pouco


contato entre si.
Enfim, a matriz SWOT garante o exame do projeto sobre cada uma dessas
perspectivas, aumentando a amplitude de risco considerado.

UNIDADE 7 – ESTRUTURA, METODOLOGIA E


FERRAMENTAS PARA GERENCIAMENTO DE PROJETOS:
OS PADRÕES PMI® / PMBOK®
36
37

7.1 PMI3® (Project Management Institute)

Visando a sistematização de procedimentos que aumentassem a eficácia no


gerenciamento de projetos, a promoção e a ampliação do conhecimento existente
sobre o tema, bem como a melhoria do desempenho dos profissionais e
organizações que atuam nesta área, foi criado o Project Management Institute,
organização sem fins lucrativos, sediada na Pensylvania, Estados Unidos (PMI®,
2008).

Nos anos setenta, a primeira edição do Project Management Quarterly (PMQ)


foi publicada e, posteriormente, renomeada para Project Management Journal
(PMJ). O primeiro evento anual “Seminars & Symposium” foi realizado fora dos EUA,
o primeiro Capítulo do PMI® foi oficializado e o primeiro Programa de Prêmios
Profissionais estabelecido. Ao final da década, o PMI ® somava mais de 2.000
associados no mundo.

Durante os anos oitenta, o número de associados do PMI ® continuou


crescendo, bem como os programas e serviços oferecidos pela associação. Um
Código de Ética foi adotado para a profissão e o primeiro Project Management
Professional (PMP®) foi credenciado.

Em 1990, o PMI® somava mais de 8.500 associados e em 1993 este número


crescia cerca de 20% ao ano. Durante os anos noventa foram formados os Grupos
de Interesses Específicos, os Colleges e o Seminars, uma série de programas
educacionais em Gerenciamento de Projeto (depois renomeado como World
Seminars). O PMI® também marcou presença na rede mundial da Internet e publicou
o “A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK® Guide)”, um
guia englobando todas as áreas do conhecimento que regem as regras do
gerenciamento de projetos. O PMI Today®, boletim informativo mensal do PMI®, foi
impresso pela primeira vez e o Programa de Desenvolvimento Profissional
3
"PMI", "PMP" e "PMBOK" são marcas do Project Management Institute que estão registradas nos
Estados Unidos e demais países.

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(Professional Development Program - PDP) foi estabelecido para que os


profissionais credenciados como PMP® mantenham sua certificação.

No início do século 21, o PMI® tinha mais de 50.000 associados, mais de


10.000 Profissionais de Gerenciamento de Projeto (PMP) credenciados e mais de
270.000 cópias do PMBOK Guide® estavam em circulação (HOZUMI E SOARES,
2006).

Atualmente, o PMI® conta com mais de 250.000 associados em 170 países.


Os associados do PMI® são indivíduos praticando e estudando o Gerenciamento de
Projeto nas mais diversas áreas, como aeroespacial, automobilística, administração,
construção, engenharia, serviços financeiros, tecnologia da informação,
farmacêutica e telecomunicações (PMI®, 2008).

Com o passar do tempo, o PMI® se tornou, e continua sendo, a principal


associação profissional em Gerenciamento de Projetos. Os associados e
interessados em Gerenciamento de Projetos têm à sua disposição uma extensa
relação de produtos e serviços oferecidos pelo PMI®. Estes produtos e serviços são
descritos abaixo e estão detalhados no site do PMI®.

Além do PMBOK® Guide, outros padrões foram desenvolvidos para áreas


específicas tais como governo, construção e vários outros padrões estão sendo
construídos para possibilitar o aumento do conhecimento em gerenciamento de
projetos.

7.2 PMBOK® (Project Management Body of Knowledge)

O estudo do PMBOK® é fundamental para que os gerentes de projetos


possam compreender os ensinamentos e relacionamentos que, através das áreas
de conhecimento e de processos preconizados pela metodologia, traduzem os
conceitos mais atuais da prática de Gerenciamento de Projetos no mundo.

O PMBOK® reúne os conhecimentos e práticas do universo de conhecimento


em Gerência de projetos. Neste sentido, agrupa as ações de gerenciamento em
processos e técnicas organizados em nove áreas de conhecimento: Gerência da
Integração do Projeto, Gerência do Escopo do Projeto, Gerência do Tempo do
Projeto, Gerência do Custo do Projeto, Gerência da Qualidade do Projeto, Gerência
38
39

dos Recursos Humanos do Projeto, Gerência das Comunicações do Projeto,


Gerência dos Riscos do Projeto e Gerência das Aquisições do Projeto. Processos
estes organizados em fluxos que determinam o desenvolvimento das atividades a
serem executadas em cada projeto (HOZUMI; SOARES, 2006, ROCHA; BELCHIOR,
2004).

7.3 Como implantar o PMBOK®

A gestão de projetos é descrita pelo PMBOK® como constituída por nove


áreas de conhecimento: integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos
humanos, comunicações, riscos e aquisições/contratos. As áreas de tempo, custo,
qualidade e escopo são as mais visíveis e controladas no projeto. São o que se
pode chamar de “ponta do iceberg”. As áreas de comunicações e riscos são as que
vêm recebendo maior atenção ultimamente, por estarem cada vez mais intimamente
ligadas ao sucesso dos projetos.

A abordagem formal de gestão de projetos é relativamente nova, embora


projetos existam desde a história antiga, com os egípcios e suas pirâmides e outras
construções, os romanos com seus aquedutos e estradas e os gregos com os seus
monumentos. Mais recentemente, a área de projetos de defesa militar e de
construção pesada foram e são ainda um terreno fértil para a aplicação das técnicas
de gestão de projetos. Modernamente, percebeu-se que a gestão de projetos é útil
não somente nos projetos de grande porte, mas para gerenciar todo o conjunto de
projetos de uma organização, seja de P&D (Planejamento e Desenvolvimento),
marketing, logística, tecnologia da informação, instalações em campo, etc. Assim,
surge a moderna gestão de projetos e a gestão de projetos corporativos aplicadas
nas mais diversas áreas da organização (SATO; DERGINT; HATAKEYAMA, 2005).

7.4 As fases ou os processos envolvidos em um projeto

Os grupos de processos não são fases, e sim agrupamentos de processos de


gerenciamento de projetos, podendo todos eles se repetir dentro de cada uma das
fases do projeto. Eles também podem existir em apenas algumas das fases do

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projeto, dependendo da prática de gerenciamento de projetos adotada em cada


momento do projeto.

Os processos de planejamento, execução e controle podem se repetir em


diversas iterações e ciclos de retroalimentações até que o resultado do projeto seja
atingido.

Os processos podem ser divididos em áreas, agrupados por requisitos de


conhecimento, ou seja, processos que são tratados por um conjunto de técnicas em
comum e que trabalham com um conjunto similar de entradas e saídas. As áreas de
conhecimento de gerenciamento de projetos, de acordo com o PMBOK®, são:

1. integração do gerenciamento do projeto;

2. gerenciamento do escopo do projeto;

3. gerenciamento de tempo do projeto;

4. gerenciamento de custos do projeto;

5. gerenciamento da qualidade do projeto;

6. gerenciamento de recursos humanos do projeto;

7. gerenciamento das comunicações do projeto;

8. gerenciamento de riscos do projeto;

9. gerenciamento de aquisições do projeto.

Os 42 processos podem ser visualizados por grupos de processos ou por


área de conhecimento.

As três disciplinas principais da gestão por projetos são:

1. Gerenciamento de portfólio – é o processo sistemático pelo qual a


organização avalia as oportunidades existentes, transformando-as em
projetos mediante a avaliação de seu alinhamento à estratégia da empresa,
valor que gera para organização, risco e capacidade de execução. O
gerenciamento de portfólio reforça o apoio executivo e é responsável por
fazer a avaliação, em longo prazo, do atendimento de objetivos de negócio
pelos projetos e programas;

40
41

2. Gerenciamento de programas – programas são conjuntos de projetos e


iniciativas que têm objetivos comuns e que precisam ser coordenados entre
si. O gerenciamento de programas cuida do compartilhamento de recursos e
da capital intelectual entre os projetos, bem como do gerenciamento dos
riscos globais;

3. Gerenciamento de projetos – disciplina clássica coberta pelos processos do


PMBOK®, que tem como objetivo principal viabilizar a entrega de projetos
individuais que atendam às especificações de prazo, escopo, custo e
qualidade acordadas com o cliente.

Figura 4 – Disciplina da gestão por projetos

Fonte: Valle et al (2010, p. 70)

O PMBOK® formaliza diversos conceitos em gerenciamento de projetos, como


a própria definição de projeto e do seu ciclo de vida, reconhece 5 grupos de
processos de gerenciamento de projetos e 9 áreas de conhecimento (D`ÀVILA,
2006).

Os cinco grupos essenciais de processos são:

1. Iniciação
2. Planejamento

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3. Execução
4. Monitoramento e controle
5. Encerramento

Os grupos de processos de gerenciamento de projetos têm uma certa


correspondência com o conceito do Ciclo PDCA (Plan - Do - Check - Act ou Planejar
- Fazer - Verificar - Agir). O grupo de Planejamento corresponde ao Planejar;
Execução, ao Fazer; e Monitoramento e controle englobam Verificar e Agir. E como
a natureza dos projetos é finita, o PMBOK® ainda caracteriza os grupos de
processos que iniciam (Iniciação) e finalizam (Encerramento) um projeto. As nove
áreas de conhecimento abordam, respectivamente, o gerenciamento do projeto (já
citadas anteriormente). Cada área de conhecimento abrange diversos processos de
gerenciamento de projetos.

Escopo, Tempo, Custos e Qualidade são os principais focos para o objetivo


de um projeto: entregar um resultado de acordo com o escopo, o prazo e o custo
definidos, com qualidade adequada. Recursos Humanos e Aquisições são os
insumos que movem um projeto. Comunicações e Riscos são elementos aos quais
deve haver sempre atenção e tratamento constantes em um projeto. E Integração
abrange a orquestração de todos estes aspectos.

O escopo:

Sobre o escopo podemos dizer que é a definição do produto, que é a base


para o planejamento subsequente. É importante salientar que existe uma diferença
entre escopo do produto e escopo do projeto.

O escopo do produto está relacionado ao conjunto de características e


funções que o produto final deve possuir. O escopo do projeto corresponde ao
trabalho que deve ser realizado para que seja construído um produto final com um
conjunto de características e funções já definidas. O escopo deve conter:

 Justificativa do Projeto – requisitos do negócio que o projeto pretende


atender;

 Produto do Projeto – descrição do objeto e subprodutos, relacionando tudo


que deve entregar;

42
43

 Objetivos do Projeto – critérios que possam servir de parâmetro para medir o


sucesso do projeto, recurso/custos, prazo total e alguns marcos
intermediários, requisitos do produto e medidas de qualidade;
A figura 5 abaixo nos mostra a integração e interação entre as áreas de
conhecimento de um projeto.

Figura 5 – Integração e interação entre as áreas de conhecimento de um projeto

Fonte: D`Ávila, 2006.

A iniciação do projeto: o processo começa com a identificação da


oportunidade para um projeto. Isso muitas vezes costuma ser a existência de um
problema que pode ser resolvido, uma oportunidade de negócios, condições para
melhorar a participação da empresa no mercado, aumentar os níveis de serviços,
etc.

De acordo com Costa e Fioranelli (2005), um projeto pode ser iniciado por
qualquer membro da empresa, a qualquer momento, dependendo das políticas da
empresa e dos procedimentos e escopo. Entretanto, é importante que não sejam
feitos esforços significativos até que a abordagem adequada tenha sido identificada
e as devidas aprovações tenham sido dadas.

A iniciação do projeto notifica as pessoas ou organizações afetadas,

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especialmente aquelas que serão solicitadas a trabalhar no projeto. O documento


legal e formal da fase de iniciação é o Project Charter (COSTA; FIORANELLI, 2005,
p. 11).

O Project Charter ou Plano do Projeto é um documento que descreve o


projeto e é usado para autorizar o gerente do projeto a começar a trabalhar. Deve
declarar a razão do projeto, seus principais objetivos, as principais premissas e
restrições, a macro descrição do produto, uma avaliação dos riscos, os fatores
críticos de sucesso, quem é o gerente de projeto, suas responsabilidades e
autoridade, e os principais stakeholders e respectivos papéis (COSTA; FIORANELLI,
2005).

O planejamento cria e mantém uma abordagem viável para atingir os


objetivos do projeto. Listas de atividades e descrições, cronograma, orçamento e
suas necessidades implícitas de recursos contribuem para as estimativas de tempo
e custo que refletem esta abordagem. Ela inclui todos os procedimentos, padrões,
metodologias e ferramentas necessárias para a execução do projeto (COSTA;
FIORANELLI, 2005).

Utiliza-se o planejamento para modelar como o projeto será executado,


avaliar e ajustar o modelo até ficar satisfatório os resultados do planejamento.

Os resultados do planejamento geralmente são:

 Descrição do produto e objetivo;

 Plano do Projeto, consistindo de:


-Declaração do Escopo;

-Estrutura de Decomposição do Trabalho – WBS (Work Breakdown


Structure);

-Cronograma do projeto;

-Descrições das atividades;

-Definição dos papéis e responsabilidades;

-Plano de recursos;

-Organização do projeto, limites e interfaces;

-Orçamento;

44
45

-Plano de Qualidade;

-Procedimentos para controle de mudanças;

-Plano de Comunicação;

-Procedimentos de reporte do projeto;

-Plano de documentação;

-Avaliação de riscos e gerenciamento de risco;

-Plano de compras e suprimentos;

-Padrões e procedimentos para a execução do projeto;

-Glossário do projeto;

-Premissas, restrições e principais fatores de sucesso;

-Atualizações do plano do projeto.

O controle do projeto visa comparar os resultados obtidos com os planejados


para:

 Prognosticar resultados;

 Identificar providências necessárias;

 Registrar a experiência para futuros planejamentos;

 Gerenciar qualidade do produto;

 Identificar possibilidades de melhoria dos processos (COSTA; FIORANELLI,


2005).
Ainda como aspectos do controle de projeto, temos que ele consiste em
monitorar e reportar a situação do projeto, a manutenção do plano, o controle dos
fornecedores, o gerenciamento de mudanças e de problemas surgidos, bem como a
administração do projeto e o controle e a garantia de qualidade.

Uma vez que os projetos são transitório, terminando porque são cancelados
ou porque atingiram seus objetivos, encerrá-los não é algo que acontece em um
único momento no tempo. Requer planejamento e ação, para deixar um ambiente

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limpo e um conjunto útil de informações de suporte e utilização do produto e também


para melhorar o desempenho de projetos futuros.

O encerramento de um projeto consiste nos seguintes itens:

 Aceitação formal do resultado do projeto;

 Realocação dos recursos humanos, instalações, equipamentos e materiais;

 Arquivamento das informações;

 Encerramento das contas de custos e dos contratos;

 Entrega dos resultados do projeto (COSTA; FIORANELLI, 2005).

A avaliação do projeto é executada para avaliar a eficácia do desempenho do


produto (utilidade, economia, capacidade de colocação no mercado, impacto no
ambiente comercial) e do projeto (os objetivos foram atingidos a tempo e dentro do
orçamento, os executores desempenharam adequadamente seus papéis e
responsabilidades, as ferramentas e as técnicas se mostram eficazes, etc.). A
avaliação do desempenho do produto é feita depois que ele está em uso, há tempo
suficiente para a obtenção de resultados mensuráveis (normalmente quatro a seis
meses).

A avaliação do desempenho do projeto ou do processo deve ser feita logo


após sua conclusão, para que os acontecimentos ainda estejam frescos na memória
dos participantes. Esta revisão é chamada frequentemente de revisão de pós-
implementação (PIR) ou post mortem.

A avaliação em si pode ser executada pela equipe do projeto ou por um grupo


de alto nível que seja independente da equipe original do projeto e da empresa do
cliente.

Recomendamos o uso de uma pessoa independente e objetiva para revisar


os arquivos do projeto, entrevistar os principais stakeholders, criar uma agenda de
revisões (com base em uma lista de verificação com todos os aspectos do projeto) e
facilitar a seção.

Geralmente, a diretoria não está presente, mas deve receber uma


apresentação dos resultados, que devem ser publicados e disponibilizados como

46
47

parte de base de conhecimentos da empresa, para uso no planejamento de projetos


futuros e para aperfeiçoamento do processo (COSTA; FIORANELLI, 2005).

UNIDADE 8 – OS STAKEHOLDERS

O conceito de stakeholder inclui qualquer grupo, entidades, instituições ou


indivíduo que possa afetar ou ser afetado pela realização dos objetivos de uma
empresa.

Com o objetivo de melhor e especificar o conceito, Clarkson (1994 apud

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Gomes, 2005) considerou que as relações entre os stakeholders e as organizações


devem envolver o sentido da perda ou de um risco associado. Neste sentido, o autor
diferenciou os stakeholders em voluntários e involuntários.

O stakeholders voluntário é aquele que incorre em algum risco por ter


investido alguma forma de capital, humano ou financeiro, ou seja, algum tipo de
valor no empreendimento. Os stakeholders involuntários são aqueles que estão
sujeitos a riscos decorrentes da atuação do empreendimento.

Outros stakeholders diretos, incluindo clientes, empregados, competidores,


fornecedores e credores, têm interesses ou riscos econômicos na empresa – eles
podem afetar ou ser diretamente afetados pelo sucesso financeiro do
empreendimento. Os sindicatos de trabalhadores, grupos comunitários,
organizações ambientalistas, organizações de direitos humanos e dos consumidores
estão expostos ao risco dos impactos da empresa sobre as pessoas e o ambiente,
bem como do impacto econômico (SVENDSEN; WHEELER, 2002 apud GOMES,
2005).

Para Eden e Ackermann (1998 apud Gomes, 2005), somente podem ser
considerados como stakeholders pessoas ou grupos que têm o poder para afetar o
futuro da organização. Contudo, para Mitchell et al (1997 apud Gomes, 2005), a
definição dos stakeholders deve considerar, além do poder para influenciar o
comportamento da empresa, a legitimidade das reivindicações e o seu impacto
sobre a organização.

Assim, numa perspectiva empresarial, o stakeholders pode ser considerado


como sendo uma pessoa ou um grupo que pode causar prejuízo ou lucro ao
negócio. Os stakeholders que detêm poder suficiente para afetar o desempenho da
empresa, de forma positiva ou negativa, são importantes para o futuro da empresa,
sendo considerados os stakeholders prioritários (LASZLO et al, 2004 apud GOMES,
2005).

Apesar de terem uma variedade de interesses, os stakeholders têm somente


três tipos de poder para influenciar o comportamento da corporação. Os
stakeholders tradicionais (acionistas, diretores e gerentes executivos) possuem
poder formal dentro da corporação e podem influenciar as decisões através do
direito de voto.

48
49

Os clientes, fornecedores, credores e empregados têm o poder econômico na


medida em que são capazes de influenciar a estrutura de custo e receitas da
corporação.

Governos, comunidades, grupos de pressão e ativistas possuem poder


político pela sua influência nas condições políticas e sociais nas quais a corporação
opera (WARTICK; WOOD, 1998 apud GOMES, 2005).

O valor do stakeholders, segundo Lazlo et al (2004 apud GOMES, 2005), é


frequentemente mal gerenciado em função de um conhecimento incompleto
referente aos seus impactos sobre a empresa e como esses impactos podem afetar
o valor futuro da empresa, da fragmentação dentro da estrutura da organização das
responsabilidades e do conhecimento das questões sociais e ambientais, que são
frequentemente delegadas às pessoas fora do grupo gerencial e da deficiência de
ferramentas práticas para avaliação e gerenciamento das implicações do
desempenho social e ambiental das empresas e da cultura gerencial voltada para
atendimento das necessidades dos acionistas. Segundo Savage et al (1991 apud
Gomes, 2005), existem duas dimensões críticas que devem ser avaliadas na gestão
dos stakeholders: o potencial de perigo e o potencial de cooperação.

Com base nestas dimensões, os stakeholders podem ser classificados em


quatro tipos distintos, existindo consequentemente quatro estratégias para gerenciá-
los:

1. Stakeholders de suporte – são os que apoiam os objetivos e as ações da


organização, apresentando baixo potencial de perigo e alto potencial para
cooperação. Muitas vezes são ignorados como stakeholders que devem ser
gerenciados e por isso o seu potencial cooperativo pode também ser desprezado;

2. Stakeholders marginal – é aquele que não é altamente perigoso e nem


especialmente cooperativo. Apesar de ter interesse na organização e nas suas
decisões, geralmente não está preocupado com a maioria das questões. Entretanto
certas questões, como segurança dos produtos e poluição, podem ativar um ou mais
desses stakeholders, aumentando o seu potencial de perigo ou de cooperação;

3. Stakeholders que não apoia – apresentam alto potencial de perigo e

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baixo potencial de cooperação, sendo os mais estressantes para a organização e


seus administradores;

4. Stakeholders mistos – representam o principal papel. São aqueles cujo


potencial de ameaçar ou de cooperar são igualmente altos, podendo tornar-se mais
ou menos apoiador.

Segundo Barbi (2009), a Análise dos Stakeholders é um processo sistemático


de coleta e análise de informação sobre os interesses, objetivos e preferências dos
interessados para se mapear os riscos e as necessidades de comunicação do
projeto. Resumidamente, as etapas são estas:

 O primeiro passo é determinar quem pode afetar o projeto. A lista deve ser
exaustiva;

 O segundo passo é identificar os pontos de contato de cada interessado com


o projeto. Pessoas que estão realizando o trabalho diariamente têm maior
influência do que fornecedores pontuais;

 O terceiro passo é identificar como cada interessado pode ajudar e atrapalhar


o andamento do projeto, são as influências positivas e negativas;

 O quarto passo é quantificar os graus de poder/influência e interesse de cada


interessado. Isso pode ser subjetivo, obtido a partir do levantamento do
comportamento passado ou mais objetivo, usando um modelo probabilístico.

Algumas dicas: Para sistematizar a sua análise, faça uma planilha com os
nomes/cargos dos interessados na primeira coluna. Na segunda coluna você lista as
influências positivas e na terceira as negativas. Na quarta coluna coloque uma nota
de 1 a 10 para dimensionar o grau de poder (influência) que cada interessado tem
no projeto (10 é o máximo). Na quarta e quinta colunas coloque o grau de interesse
(de 0 a 10) no projeto.

Na tabela de análise, você pode colocar uma sexta coluna indicando como
você vai tratar cada interessado, que pode ser: monitorar (acompanhar a distância),
manter informado (este caso já merece que se formalize a comunicação no Plano de
Comunicação), manter satisfeito (além de informado, este nível exige um
acompanhamento das expectativas) e gerenciar (nível máximo de
acompanhamento, com contato frequente e muita transparência). Como o

50
51

patrocinador tem poder total sobre todas as etapas do projeto, ele é um stakeholder
crítico que deve ser gerenciado, isto é, deve receber um acompanhamento muito
próximo.

Pela natureza do seu conteúdo, este documento é estratégico e sigiloso. Ele


tem este aspecto:

Fonte: Gomes (2005)

Uma ferramenta gráfica que se usa nesta tarefa é um mapa com dois eixos: o
de poder (vertical) e o de interesse (horizontal). Coloque os interessados no mapa
segundo os parâmetros da análise que você já fez como neste diagrama:

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Fonte: Gomes (2005)

Fonte: Gomes (2005)

Uma das grandes mudanças ao se relacionar com os stakeholders é tratar


visões divergentes e posições conflitantes. Ações que criam valor para um segmento
podem destruir valor para outro. As empresas devem aceitar que mesmo ao
encontrar soluções desejáveis, alguns stakeholders podem continuar a perceber

52
53

uma perda de valor. Outros podem ter questões legítimas que a empresa não está
em posição para alterá-las significativamente. Outros stakeholders podem manter
posições extremas que refletem uma estreita fatia da opinião pública (GOMES,
2005).

Na maioria dos casos, entretanto, a tensão que aparece das visões


divergentes pode ser uma fonte de criatividade capaz de impulsionar a empresa a
desenvolver soluções criativas que não poderiam ser encontradas no curso normal
do negócio. Outra mudança no diagnóstico de valor dos stakeholders é que
percepções são frequentemente mais importantes que fatos científicos (LASZLO et
al, 2004 apud GOMES, 2005).

Savage et al (1991 apud Gomes, 2005, p. 20-4) afirmaram que para


sobreviver no futuro, as organizações deveriam estabelecer objetivos para as suas
relações com os stakeholders atuais e potenciais, como parte de seu processo de
gerenciamento estratégico. Esses objetivos deveriam considerar o impacto potencial
sobre as estratégias corporativas. Ao focar no potencial de risco e de cooperação
dos stakeholders-chave, pode-se evitar a implementação de planos que irão ser por
eles combatidos, reconhecer suas necessidades emergentes, modificar planos para
envolvê-los e evitar os problemas associados com uma organização por eles
pressionada.

9.1 Como identificar os Stakeholders

O processo de gerenciamento dos intervenientes (stakeholders ou partes


interessadas) é um passo importante na estratégia do gerenciamento de projetos.
Cabe ao gerente de projeto levantar o exato perfil de cada envolvido e identificar a
forma mais efetiva para interfacear com as partes interessadas e gerar os resultados
esperados para o projeto. O processo de gerenciamento das partes interessadas é
dividido em duas fases: identificação e análise.

1)Identificação dos intervenientes

A identificação da parte interessada é prioritária no processo de

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gerenciamento.

Na categoria de entrega de resultados, a equipe de projetos e alguns


subcontratados seriam os intervenientes. No uso de produtos, os usuários internos
ou clientes; a autoridade financeira é composta por executivos, patrocinadores dos
projeto, gerentes de negócio, financiadores, investidores e acionistas e, na categoria
de contribuintes, temos como intervenientes, grupos de serviços, fornecedores e
subcontratados. No suporte a produtos os intervenientes seriam os grupos de
suporte técnico; na análise e auditoria, os grupos de revisão técnica, grupos de
qualidade, grupos de consumidores, auditores, agências reguladoras e agências
ambientais. Afetados pelos resultados seriam o público, a imprensa, sindicado,
concorrentes, organizações de negociação.

2)Análise dos intervenientes

Depois da identificação das partes interessadas, o próximo passo é a sua


análise, que pode ser realizada por meio das seguintes ações:

 comprometimento necessário - necessidade de ações, crença ou buy-


in, entendimento e conscientização;

 suporte do interveniente (stakeholder ou parte interessada) - contrato


(apoiador ou opositor) e confiança (confiante ou não);

 prioridades do interveniente (stakeholder ou parte interessada) - foco


em custo, prazo, qualidade do produto, interesses no projeto e critérios
de sucesso;

 previsão de comportamento - volatilidade, reação a eventos futuros,


impacto potencial do comportamento futuro.

54
55

REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS BÁSICAS
MENDES, João Ricardo Barroca et al. Gerenciamento de projetos. Rio de Janeiro:
Editora FGV, 2009.

VALLE, André Bittencourt do et al. Fundamentos do gerenciamento de projetos. 2


ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

BARBI, Fernando C. (PMP) Análise dos Stakeholders (2009). Disponível em:


http://www.gestaodeprojeto.info/analise-dos-stakeholders Acesso em: 09 nov. 2011.

CAMARGO, A.S. et al. Desenvolvimento de produtos e processos: um estudo de


caso do ERJ 170. Congresso Brasileiro de Gestão de Desenvolvimento de produtos.
Anais. Florianópolis: UFSC, 2001.

DORNELAS, José. Planejamento estratégico do negócio. Disponível em:


<http://www.planodenegocios.com.br

HOZUMI, Carlos Roberto Joia; SOARES, Carlos Alberto Pereira; BROCHADO,


Marina Rodrigues. Processos de gerenciamento de projetos de engenharia com
padrão PMI: eficácia de sua aplicação. XXVI ENEGEP - Fortaleza, CE, Brasil, 9 a 11
de Outubro de 2006.

LUPPI, Denise; ROCHA, Renata Araújo. Curso Praticando Qualidade, Sebrae


Minas: Perffil Editora, outubro/1994.

MORANO, Cássia Andréa Ruotolo. Aplicação das Técnicas de Análise de Risco em


Projetos de Construção. 2003. 206 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –
Universidade Federal Fluminense – UFF, Niterói, 2003.

MORANO, Cássia Andréa Ruotolo; MARTINS, Claudia Garrido; FERREIRA, Miguel


Luiz Ribeiro Ferreira. Aplicação das técnicas de identificação de risco em
empreendimentos de E & P. ENGEVISTA, v. 8, n. 2, p. 120-133, dezembro 2006.

NASCIMENTO, P.T.S. Embraer, Natura e Daimlr Chrysler do Brasil: três modos de


gerir o desenvolvimento de produtos. ENANPAD, 26. Anais/ Anpad, Salvador, 2002.

NASCIMENTO, Paulo Trombini de Souza. Gestão da carteira de projetos de


inovação. In: OLIVEIRA, Otávio J. (org.) Gestão empresarial: sistemas e
ferramentas. São Paulo: Atlas, 2007.

Site: www.ucamprominas.com.br
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56

ROVAI, Ricardo Leonardo. Modelo estruturado para a gestão de riscos em projetos:


estudo em múltiplos casos. São Paulo: USP, 2005. Tese de Doutorado.

SCHUMPETER, J. A. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação


sobre lucros, capital, crédito, juro e ciclo econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

SOBRAL, M.C.; NASCIMENTO, P.T.S; OLIVA, F.L. Gestão de projetos de


desenvolvimento de produtos com fornecedores em montadoras de veículos no
Brasil. In: Assembleia Anual CLADEA, 37. Lima, Peru, 2003.

VANA, Filipe; MONTEIRO, Leonardo; VOLOCH, Marcus. Análise SWOT. Disponível


em: <http://www.geniodalampada.com/trabalhos_prontos/swot.pdf>

56
57

ANEXOS

Em 2004 (1983 – primeira versão), o PMI® lançou a terceira versão de um


Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (PMBOK®).
Embora não tenhamos espaço para toda sua edição, acreditamos ser interessante
colocar os acrônimos mais comuns porque irão se deparar com eles a todo
momento quando trabalharem projetos de acordo com o PMI ®.

AI Data alvo para início / Target Start date (TS)


ANN Atividade no nó / Aetivity-on-Node (AON)
ANS Atividade na seta / Activity-on-Arrow (AOA)
AT Data alvo para término Target Completion date (TC)
AT Data alvo para término / Target Finish date (TF)
CC Conta de controle / Control Account (CA)
CCM Comitê de controle de mudanças / Change Control Board (CCB)
CDQ Custo da qualidade / Cost of Quality (COQ)
CMPC Custo mais percentual do custo / Cost-Plus-Percentage of Cost (CPPC)
CMR Custo mais remuneração / Cost-Plus-Fee (CPF)
CMRF Custo mais remuneração fixa / Cost-Plus-Fixed-Fee (CPFF)
CMRI Custo mais remuneração de incentivo / Cost-Plus-Incentive-Fee (CPIF)
CONV Convite para licitação / Invitation for Bid (IFB)
COTA Custo orçado do trabalho agendado / Budgeted Cost of Work Scheduled
(BCWS)
COTR Custo orçado do trabalho realizado / Budgeted Cost of Work Perfomied
(BCWP)
CPM Método do caminho crítico / Criticai Path Method (CPM)
CQ Controle da qualidade / Quality Control (QC)
CR Custo real / Actual Cost (AC)
CRTR Custo real do trabalho realizado / Actual Cost of Work Perfomied (ACWP)
DA Descrição da atividade / Activity Description (AD)
DD Data dos dados / Data Date (DD)
DO Duração original / Original Duration (OD)
DR Duração restante / Remainmg Duration (RD)
DT Declaração do trabalho / Statement of Work (SOW)
DU Duração / Duration (DU)
DUR Duração / Duration (DUR)
EAP Estrutura analítica do projeto / Work Breakdown Structure (WBS)
EAPC Estrutura analítica do projeto contratado / Contract Work Breakdown Structure
(CWBS)

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EAR Estrutura analítica dos recursos / Resource Breakdown Structure (RBS)


EAR Estrutura analítica dos riscos / Risk Breakdown Structure (RBS)
EARP Estrutura analítica do resumo do projeto / Project Summary Work Breakdown
Structure (PSWBS)
ED Esforço distribuído / Apportioned Effort (AE)
ENT Estimativa no término / Estimate at Completion (EAC)
EPT Estimativa para terminar / Estimate to Complete (ETC)
EV Engenharia de valor / Value Engmeering (VE)
FL Folga livre / Free Float (FF)
FMEA Análise de modos e efeitos de falha / Failure Mode and Effect Analysis
(FMEA)
FT Folga total / Total Float (TF)
GP Gerenciamento de projetos / Project Management (PM)
GP Gerente de projetos / Project Manager (PM)
GQ Garantia da qualidade / Quality Assurance (QA)
GQT Gerenciamento da qualidade total / Total Quality Management (TQM)
GVA Gerenciamento de valor agregado / Earned Value Management (EVM)
IA Data de início agendada / Scheduled Start date (SS)
IDC índice de desempenho de custos / Cost Performance Index (CPI)
IDP índice de desempenho de prazos / Schedule Performance Index (SPI)
II Início para início / Start-to-Start (SS)
IMC Data de início mais cedo / Early Start date (ES)
IMT Data de início mais tarde / Late Start date (LS)
IP Data de início planejada / Planned Start date (PS)
IR Data de início real / Actual Start date (AS)
IT Início para término / Start-to-Fuúsh (SF)
LPM Lista de preço de materiais / Bül Of Materials (BOM)
MDP Método do diagrama de precedência / Precedence Diagramming Method
(PDM)
MDS Método do diagrama de setas / Arrow Diagramming Method (ADM)
MR Matriz de responsabilidades / Responsibihty Assignment Matrix (RAM)
NDE Nível de esforço / Levei of Effort (LOE)
ONT Orçamento no término / Budget at Completion (BAC)
ORG Organograma / Organizational Breakdown Structure (OBS)
PC Percentual completo / Percent Complete (PC)
PCC Plano de contas de controle / Control Account Plan (CAP)
PCT Percentual completo / Percent Complete (PCT)
PFG Preço fixo garantido / Firm-Fixed-Price (FFP)
PFRI Preço fixo com remuneração de incentivo / Fixed-Price-Incentive-Fee (FPIF)
PMBOK Conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos / Project
Management Body of Knowledge
PMO Escritório de programas / Program Management Office
PMO Escritório de projetos / Project Management Office
PMPS Profissional de gerenciamento de projetos / Project Management Professional

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SDC Solicitação de cotação / Request for Quotation (RFQ)


SDP Solicitação de proposta / Request for Proposal (RFP)
SIGP Sistema de informações do gerenciamento de projetos / Project Management
Information System (PMIS)
SWOT Pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças / Strengths, Weaknesses,
Opportunities, and Threats
T&M Tempo e material / Time and Material
TA Data de término agendada / Scheduled Finish date (SF)
TI Término para início / Finish-to-Start (FS)
TMC Data de término mais cedo / Early Finish date (EF)
TMT Data de término mais tarde / Late Finish date (LF)
TP Data de término planejada / Planned Finish date (PF)
TR Data de término real / Actual Finish date (AF)
TT Término para término / Fuúsh-to-Finish (FF)
TV A Técnica do valor agregado / Eamed Value Techmque (EVT)
VA Valor agregado / Earned Value (EV)
VC Variação de custos / Cost Variance (CV)
VME Valor monetário esperado / Expected Monetary Value (EMV)
VP Variação de prazos / Schedule Vanance (SV)
VP Valor planejado / Plamied Value (PV)

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