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982 1 3653 2 10 20160224 PDF
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Credenciamento
Portaria MEC 3.613, de 08.11.2004 - D.O.U. 09.11.2004
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Acadêmicos do Curso de Psicologia do Cesuca Faculdade Inedi, Disciplina de Avaliação Psicológica I
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Mestre em Psicologia e Docente da Disciplina de Avaliação Psicológica I - Cesuca - Faculdade Inedi
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CESUCA – Faculdade INEDI
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Portaria MEC 3.613, de 08.11.2004 - D.O.U. 09.11.2004
1. INTRODUÇÃO
A Psicologia tem adentrado nos mais diversos setores da sociedade. Abandonando seu
caráter exclusivamente clínico, passa a atuar, também, no atendimento as populações que não
teriam acesso ao atendimento psicológico. Sendo assim, a Psicologia utiliza-se de seus
saberes para atender demandas que até poucas décadas atrás não teriam acesso à mesma. Um
dos setores que se procurará destacar, neste relato, é o da avaliação psicológica no contexto
hospitalar. De acordo com Fossi e Guareschi (2004) a história da psicologia hospitalar tem
ocorrido de forma paulatina, contemplam que a menos de duas décadas as intervenções
psicológicas ocorridas em hospitais, ainda não eram regulamentadas. Entendendo que o ser
humano é muito mais do que um corpo físico, as autoras consideram que o atendimento
integral a saúde é indiscutível, portanto torna-se imprescindível a presença de múltiplos
profissionais que venham contribuir para um atendimento efetivo e eficaz, que favoreça a
atuação de todos diante do sofrimento de quem busca auxílio no ambiente hospitalar.
Este artigo tem como objetivo analisar o contexto da avaliação psicológica em
hospitais, verificando sua utilização e utilidade para melhor atender os diferentes sujeitos que
necessitam de atendimento e as diferentes demandas desses. Besteiro e Barreto (2003),
citados por Castro e Bornholdt (2004) afirmam que a formação do psicólogo da saúde deve
contemplar diferentes conhecimentos sendo um deles a avaliação. Complementam que se
espera que os psicólogos sejam capazes de realizarem avaliações psicológicas. Um dos
espaços onde a avaliação psicológica acontece é no contexto hospitalar, podendo ser utilizada
para realização de cirurgia bariátrica, cirurgia de redesignação de sexo, cirurgia de laqueadura
e vasectomia, além de outras situações que envolvem o dia a dia das instituições hospitalares.
Sendo assim, serão elencados, neste relato alguns dos testes utilizados nos diferentes
atendimentos realizados nos hospitais, nos quais cabe a atuação do psicólogo, enquanto
avaliador psicológico. Procurar-se-á discutir sobre a atuação do psicólogo a partir de
entrevista realizada com uma psicóloga e com usuários dos serviços de avaliação psicológica
em intervenções cirurgicas. E, por fim, se analisará a funcionalidade e importância dos testes
psicológicos neste contexto.
2. METODOLOGIA
Como metodologia de trabalho realizou-se uma entrevista semiestruturada com uma
psicóloga que atua em uma instituição hospitalar na região metropolitana de Porto Alegre, RS.
Também foram entrevistadas, na forma de entrevista semiestruturada, duas usuárias do
sistema de saúde hospitalar, sendo uma na situação de cirurgia bariátrica e outra de cirurgia de
laqueadura. Complementando, analisaram-se relatos de estudos de casos sobre cirurgias de
redesignação sexual realizada no Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de
Janeiro.
Aliado aos relatos procedeu-se a revisão teórica, buscando conhecer o contexto da
utilização de testes psicológicos dentro da instituição Hospital. A revisão teórica se deu a
partir de termos chave, tais como: avaliação psicológica, instituição hospitalar, atendimentos
hospitalares que necessitam de avaliação psicológica.
A partir dos termos chaves, foi feita a leitura exploratória de treze artigos das bases de
dados do scielo, bireme e pepsic. Após esta primeira leitura, selecionou-se dez artigos dos
treze lidos.
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mulheres jovens pressionadas por familiares, mães solteiras pressionadas pelos pais, o
relacionamento conjugal conflituoso e o abandono por parte do cônjuge.
É possível perceber nos exemplos citados acima a importância da avaliação
psicológica no contexto hospitalar. Ao verificar o uso de testes psicológicos tanto no que diz
respeito aos fatores relacionados pela psicóloga entrevistada ou pelos autores aqui citados
verifica-se o quão útil é a utilização destas técnicas, para que profissionais da Psicologia
tenham excelência nos atendimentos frente às diferentes demandas dos usuários de
atendimentos hospitalares.
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possam refletir, tomando uma decisão consciente e amadurecida, buscando que o processo
seja o mais saudável possível.
Outro contexto de avaliação psicológica, ao qual se buscou conhecimento, através de
uma entrevista com uma usuária, é o que diz respeito à cirurgia bariátrica. A entrevistada
relata que tinha 33 anos quando realizou a cirurgia de redução do estômago. Tal procedimento
foi feito em um Hospital de Porto Alegre, RS. Segundo Fandiño et al. (2004), a gastroplastia
vertical é um procedimento cirúrgico que visa reduzir uma porção do estômago através de
uma sutura, ficando um compartimento fechado. É utilizado um anel de contenção que
auxiliará num esvaziamento mais lento deste pequeno estômago. Quando questionada sobre
os motivos que a levaram a realização da cirurgia, ela relata que, o que motivou na realização
de uma cirurgia tão invasiva, foi sua filha, pois a mesma tinha cinco anos e faltava fôlego para
acompanhá-la; percebeu que sua saúde poderia piorar com o tempo, devido ao sobrepeso.
Tinha receio de que isto a levasse a não ver o crescimento de sua filha.
Depois da decisão de realizar a cirurgia, o especialista lhe encaminhou para realização
de um acompanhamento psicológico pela psicóloga e a equipe do cirurgião, o que durou oito
meses, mais três meses de pós-operatório. Toda a preocupação estava relacionada à perda da
identidade, como não ser reconhecida na rua. Outro fator levando em consideração para
avaliação psicológica neste caso de intervenção são situações em que o paciente já possua
alguma comorbidade, como depressão, por exemplo, o que pode ser agravado no pós-
operatório. Ressalta-se assim, a importância da figura do psicólogo dentro deste contexto,
pois sabemos que os pacientes ficam vulneráveis, quanto se trata de uma cirurgia mais
invasiva. Fandiño et al. (2004) diz que que a avaliação psiquiátrica antes da cirurgia tem uma
função clínica, mas que podem ser enriquecida se os testes psicológicos forem agregadas no
processo Segundo os autores, podem ocorrer aumento de psicopatologias associadas o que
gerará complicações pós-operatórias de caráter psicológico nos pacientes que se submetem a
cirurgia de redução de estômago ou outras com o mesmo fim.
Assim como na realização de cirurgia de esterilização humana, e a cirurgia bariátrica,
o processo pelo qual passam os usuários de sistema de saúde, que buscam a cirurgia de
redesignação sexual, é avaliado como de suma importância para o sucesso do mesma. Para
compreensão da visão do usuário neste contexto de processo para cirurgia, buscou-se analisar
a fala de três usuários do Hospital Universitário da UFRJ, que fazem parte do estudo de Arán,
Zaidhaft e Murta sobre Transexualidade: corpo, subjetividade e saúde coletiva, produzido em
2004. O primeiro cliente, com 33 anos na época, fez menção a reconhecer-se, biologicamente
como do sexo masculino, porém não se sentia como tal. Relatou que tal sentimento o induziu
a procurar ajuda, pois frequentemente entrava em depressão. Considerava importante viver
uma vida normal e sugeriu querer ter os direitos que lhe cabem como cidadão. O segundo
usuário, com 41 anos, quando da produção do artigo, relatou não se sentir bem, relacionou
que seu espírito está num corpo que não lhe pertence. Já o terceiro usuário, com 36 anos em
2004, disse querer fazer a cirurgia, pois se sentia uma mulher, disse ser feliz consigo mesma,
mas que possuía algo que lhe incomodava. Relatou que tal incômodo partia do suposto de ter
algo que não combinava com o seu corpo. Complementou que só descobriu que não era
mulher quando viu uma mulher pelada em sua frente.
A partir dos relatos é possível verificar de acordo com Arán, Zaidhaft e Murta (2004),
que as buscas por cirurgia partem do desejo de readequação do corpo. Salientam que nem
todas as transexuais desejam a extirpação do pênis, relatam que algumas estabelecem relação
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sexual satisfatória e tem uma vida afetiva que lhes satisfaz. Partido deste pressuposto verifica-
se a importância da avaliação psicológica, como um processo que verificará vários aspectos
na tentativa de auxiliar o usuário. Os autores ressaltam que alguns clientes consideram a
cirurgia imprescindível, enquanto outros podem vir a desistir da mesma, sem deixarem de ser
transexuais.
De acordo com Arán, Zaidhaft e Murta (2004), a cirurgia de transgenitalização deve
estar associada a um diagnóstico de transexualismo, sendo esse exigido pelo Conselho
Federal de Medicina. Carvalho (2008) lista aspectos que devem ser considerados ao se
avaliar aqueles que pretendem passar pelos procedimentos cirúrgicos, sendo eles: nível
intelectual, juízo crítico conservado, sem atividade alucinatória e delirante, perfil de
personalidade que não caracterize psicopatologia, verificando, também interesses e atitudes
compatíveis com o sexo biológico oposto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Elencaram-se, neste relato, as diferentes funções do psicólogo no contexto hospitalar,
dando maior ênfase na atuação do psicólogo frente à avaliação psicológica, o que se
compreende como importante forma de atuação tendo em vista a importância desta para a
compreensão do usuário e de sua demanda, das formas de atuação da equipe multidisciplinar,
da promoção de saúde e da prevenção de doenças.
Iniciamos nossas considerações finais tendo como ponto de partida a visão dos
usuários do contexto da avaliação psicológica em hospitais. Verifica-se na fala dos usuários
entrevistados que o desejo pelo bem estar leva-os a se submeterem a um processo, por vezes
longo, mas que produzirá efeitos que acreditam ser positivos para sua vida futura. Consideram
que a avaliação psicológica se torna importante para que a decisão a ser tomada seja a mais
acertada diante do quadro em que se encontram.
Outro aspecto considerado foi o processo avaliativo como um todo. De acordo com a
Cartilha sobre Avaliação Psicológica do Conselho Federal de Psicologia (2007), a avaliação
psicológica compreende um processo que visa avaliar, através de diferentes instrumentos e
técnicas, os processos psicológicos dos indivíduos. Tal processo tem como finalidade fornecer
diferentes informações a respeito dos usuários nos diferentes contextos para os quais a
avaliação psicológica se faz presente. Cabe ao psicólogo, que faz uso da avaliação
psicológica, ter uma prática consciente, fazendo desta um instrumento que o auxilie, mas que
principalmente auxilie seu cliente, evitando que a mesma seja mais um instrumento
excludente.
Em pesquisa no site do Conselho Federal de Psicologia, foi possível constatar que os
testes destacados pelos autores citados, para realização das cirurgias bariátrica e de
redesignação de sexo, ainda não foram traduzidos ou adaptados para a realidade brasileira,
excluindo-se o WAIS, já utilizado no país. Sendo assim, os psicólogos ao realizarem a
avaliação psicológica utilizam- se de outros recursos para chegarem ao mesmo fim.
Por fim, ao analisar os diferentes contextos da avaliação psicológica nas unidades
hospitalares, é possível concluir que a mesma tem caráter relevante para que procedimentos
cirúrgicos sejam realizados com maior sucesso. Também se pode concluir sobre a importância
da mesma para o atendimento em diferentes setores hospitalares, tendo em vista ser, conforme
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