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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU

COORDENAÇÃO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA


DISCIPLINA: ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
DOCENTE: MARCOS FERNANDO DANTAS MAFRA
DISCENTE: MARCELINO MACHADO DE MELO

RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

NATAL
2015
MARCELINO MACHADO DE MELO

RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

Relatório Final do Estágio Supervisionado II


apresentado ao Professor Marcos Fernando Dantas
Mafra, Docente da Disciplina Estágio II, da
Faculdade Maurício de Nassau, para fins
avaliativos e obtenção de nota final.

NATAL
2015
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 04

2. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 04

3. OBJETIVOS ............................................................................................................. 05

3.1. OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 05

3.2. OBJETIVO ESPECÍFICO ..................................................................................... 05

4. DESENVOLVIMENTO............................................................................................ 05

4.1. CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO .........06

4.2. ATIVIDADES OBSERVADAS NA INICIAÇÃO AO ESPORTE JUDÔ ..........10

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 14

6. REFERÊNCIAS.........................................................................................................15

7. ANEXOS ... .............................................................................................................. 16


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1. INTRODUÇÃO

Este relatório tem por objetivo sistematizar e analisar as informações coletadas durante
os meses de março a maio do ano de 2015, no Colégio Hipócrates Zona Sul, Natal/RN.
Durante o tempo de competência e seguindo a estrutura curricular da disciplina Estágio
Supervisionado II do curso Educação Física da Faculdade Maurício de Nassau, foram
observados, portanto, o que concerne aos processos de ensino-aprendizagem da iniciação ao
esporte Judô.
Diante do desafio e oportunidade propostos a mim, Marcelino Machado de Melo,
matrícula 06022431, brasileiro, solteiro, residente à Rua Pr. Gabino Brelaz, 1401 – Capim
Macio, de realizar estágio de vivência em ambiente de prática de atividade física e recreativa,
aceitei dedicar-me ao estágio e vivenciar a troca de conhecimento a fim de aprimorar minhas
habilidades, contribuindo também com a instituição, ora parceira, na troca de conhecimentos.
Diferentemente do estágio anterior, onde o ambiente se tratava de uma academia, a
prática do semestre foi vivenciada num ambiente de escola, onde a iniciação esportiva, parte
importante na formação do indivíduo, foi vivenciada por meio da minha participação nas
aulas de Judô no Colégio Hipócrates Zona Sul.

2. JUSTIFICATIVA

A LEI Nº 11.788, DE 25 de setembro de 2008, Dispõe sobre o estágio de estudantes;


altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996;
revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o
parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida
Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Em conjunto com
a referida lei, as instituições de ensino preveem em seus currículos a obrigatoriedade dos
estágios, visando à prática de conteúdos adquiridos no ambiente acadêmico.
O estágio fornece meios de utilizarmos os conhecimentos na vivência profissional,
num ambiente supervisionado, isso facilita a interação e a aprendizagem no ambiente de
trabalho.
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O estágio supervisionado é parte da proposta da disciplina ESTÁGIO


SUPERVISIONADO II, Código: 054103 do Curso de Educação Física, com Carga Horária de
80 horas, divididas em percentual de 40hrs em estudos e 60% em laboratório, sendo
obrigatório para obtenção de grau.

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL


O presente estágio tem como objetivo adquirir conhecimentos práticos na vivência da
iniciação esportiva direcionado as lutas através do esporte Judô.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS


O estágio objetiva ainda:
 Identificar e discriminar os serviços, produtos e áreas de atuação da Educação
Física;
 Fazer um diagnóstico institucional das práticas de atividades motoras relacionadas
à Educação Física e ao Esporte;
 Observar através de acompanhamento o planejamento e a execução de áreas
profissionais em diferentes intervenções no contexto da prática da Educação
Física;
 Conhecer as habilidades sobre a seleção, organização e avaliação de atividades e
recursos auxiliares utilizados em programas de Educação Física;
 Desenvolver estudos individuais aplicados à diferentes intervenções pedagógicas;
 Discutir e criticar nos momentos de encontro, situações de estágio vivenciadas
socializando os conhecimentos adquiridos;
 Elaborar relatório das atividades de estágio.

4. DESENVOLVIMENTO

Diante dos desafios propostos entre o contexto acadêmico e as realidades encontradas


no ambiente de prática estão, dentre outras, a barreira da realidade. Ora vivenciadas pela
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oportunidade do Estágio Supervisionado II. Mas é no processo de ensinar que se aprende,


como cita Paulo Freire, (FREIRE, 2006, P. 23):
“Quem ensina aprende ao ensinar”.

4.1. CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

De localização adequada, e bem servida pelo sistema de transportes público encontra-


se o Colégio Hipócrates Zona Sul. Como o próprio nome sugere, o colégio está localizado na
Zona Sul de Natal, na Alameda das Mansões, 2110, Candelária. Atende alunos do Infantil ao
Ensino Médio. Possui em sua vizinhança, três shoppings center, três supermercados e está
cercado por conjuntos residenciais. Apresenta boa infraestrutura, tanto para as aulas teóricas,
como para a prática esportiva, excelentes salas de aula, todas climatizadas, auditório, também
climatizado, sala de multimídia, uma biblioteca bem servida de livros, periódicos e mídia,
área verde, pátio, banheiros, vestiários masculino e feminino no ambiente esportivo e local de
lanche com mesas, bancos e boas opções de alimentação. Outro fato positivo a destacar é a
estrutura de acessibilidade, contando com elevadores, rampas e alguns letreiros em braile. O
material esportivo, por exemplo: bolas para os esportes (vôlei, basquete, futsal, futebol de
areia, handebol e beach handebol), flutuadores para a natação, cones, redes, etc. estão em
ótimo estado e o número é adequado para os praticantes e para as aulas. Possui área de lutas e
sala para dança e ginástica.
O Ginásio: polivalente, marcado para todos os esportes com as medidas oficiais.
Possui arquibancadas para o público, porém pouca área de mobilidade entre os degraus. No
mesmo, existe ainda o espaço destinado à prática de lutas como o Judô e o Karatê com
tatames. Fato negativo é a fraca ventilação, uma vez que o horário das aulas práticas é no
período mais quente do dia.
As Quadras: existem duas, a saber: uma para uso do infantil, na sua grande maioria, e
outra para os esportes de areia.
As Piscinas: Assim como as quadras, o colégio disponibiliza duas piscinas, sendo uma
para o uso do Infantil e outra, semiolímpica, para uso dos demais.
O corpo discente é formado por alunos oriundos da classe média, entretanto, possui
um programa de bolsa de estudos para alunos atletas, dentre outros. Isso funciona, em partes,
como um meio de inclusão. Apesar de todas as facilidades, os alunos se interessam pouco
pelas aulas de Educação Física. Isso no que diz respeito aos alunos do Fundamental II e
Ensino Médio, mas esses últimos ficam para a próxima intervenção. Apesar da
obrigatoriedade de participação, e do desinteresse, estratégias vêm sendo usadas para motivar
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a coletividade. Um programa interdisciplinar proporcionou uma boa interação entre a


Redação e os temas das aulas de Educação Física.
Um fato positivo acerca dessa interação diz respeito à projeção da escola em virtude
das inúmeras aprovações em concursos e vestibulares. Há, portanto, boas perspectivas para o
futuro e desejo de estarem inseridos a curto prazo em um mercado de trabalho, as aulas de
Educação Física têm contribuído, assim, para a formação do cidadão que reflete e
problematiza seu contexto, buscando soluções para as questões sociais.
O corpo docente do DEF também demonstra um grande interesse em motivar os
alunos a progredirem academicamente e possuem bom relacionamento com os demais
professores. A escola possui cinco professores graduados/pós-graduados e outros quatro
Provisionados nas áreas de dança, lutas e natação, além de um bom número de estagiários
vindos de diversas instituições de ensino superior. São dinâmicos e excelentes no trabalho,
planejamento e cumprimento do planejado. Além das atividades avaliativas como as
apresentadas pelos PCNs, ainda existem as especiais, e as que são cobertas pelos temas
transversais, onde são expressas por meio de redações sobre os temas propostos e discutidos.
A avaliação interna do processo de ensino e da aprendizagem é realizada de forma contínua e
sistemática; a avaliação do processo de ensino e aprendizagem envolve a análise do
conhecimento e das técnicas específicas adquiridas pelo aluno e também aspectos formativos,
através da observação de suas atividades pedagógicas e responsabilidades com que assume o
cumprimento de seu papel; as avaliações são realizadas por meio de provas escritas, trabalhos,
pesquisas e observação direta; no processo de avaliação os aspectos qualitativos prevalecem
sobre os quantitativos. À frente do DEF está o Prof. Marcos Fernando Dantas Mafra,
pernambucano que muito tem investido em nosso estado e município na área do ensino e do
esporte, além de investir também na formação de novos e futuros professores.
A equipe técnica da escola é composta pelo Professor José Ferreira de Góis e Magaly
Góis, à frente da coordenação pedagógica está a Professora Luciene R. de Azevedo. Possuem
como missão e visão o seguinte: MISSÃO - O Colégio Hipócrates Zona Sul tem compromisso
de possibilitar ao aluno uma formação acadêmica, sem jamais perder de vista seus ideais de
construtores do mundo, com convicções dos valores éticos, morais e espirituais educando-os
para a vida. Numa proposta integrada família-escola. VISÃO - Ser uma instituição
educacional reconhecida pelo seu aprimoramento e a excelência na qualidade do ensino
aprendizagem em Natal/RN. Seus valores são: Muitos são os valores que trabalhamos no
nosso dia-a-dia, porém optamos em elencar os mais importantes para convivência com
próximo e com o ambiente a qual estamos inseridos. Acreditamos na vida, na capacidade do
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homem compreender a realidade e nela atuar, para melhorar a qualidade de vida de toda a
sociedade.
Como Projeto Político-Pedagógico tem-se: A filosofia educacional adotada pelo
Hipócrates Zona Sul está embasada na formação de um indivíduo com consciência de suas
possibilidades e limitações, munido de uma cultura que lhe permita conhecer, compreender e
refletir sobre o mundo. Um indivíduo com visão crítica da realidade, capaz de atuar de forma
eficaz e eficiente na nossa realidade e no exercício pleno de sua liberdade interior.
No Hipócrates Zona Sul o aluno é considerado um ser participante e a escola uma agência
estimuladora e integradora do processo de desenvolvimento individual, exercendo a disciplina
com o objetivo de desenvolver a responsabilidade, o respeito e o dever.
A metodologia de ensino está voltada para o desenvolvimento harmonioso das
potencialidades da criança e do jovem por meio de técnicas didáticas e estratégias de aulas
atuais e incentivadoras do trabalho escolar.
Além disso, como forma de extensão, funciona a Escola de Pais do Colégio Hipócrates
Zona Sul. Trata-se de um movimento particular, voluntário, gratuito que tem como finalidade
aprimorar a formação dos pais, ajudando-os a melhor exercerem suas funções educativas na
família e na sociedade, conscientizando-os sobre sua responsabilidade na formação de seus
filhos, para que encontrem soluções alternativas para os problemas que os afligem. Possui
como missão: ajudar pais, futuros pais e agentes educadores a formar verdadeiros cidadãos.
Dentre os objetivos da Escola de Pais, destacam-se:
 Conscientizar os pais de seu papel de educadores;
 Estudar sobre o desenvolvimento psicológico dos filhos;
 Atualizar permanentemente os pais, em um mundo de constantes mudanças;
 Contribuir para o planejamento e realização de uma educação consciente.

Assuntos discutidos nos Círculos


 Como atender as necessidades básicas de crianças e adolescentes e enfrentar as
dificuldades de educar nos dias de hoje;
 Importância das atitudes e comportamentos dos pais na relação com seus filhos;
 Etapas e características do desenvolvimento e necessidades específicas de nossos
filhos que precisam ser atendidas nas fases pré-escolares, escolares e adolescência;
 Desenvolvimento de uma sexualidade saudável de nossos filhos;
 Maturidade dos pais e seus reflexos nas relações familiares;
 Como se comunicar melhor com os filhos;
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 Situações de risco na adolescência: drogas, gravidez, violência e outros temas;


 Disciplinando e colocando limites de forma adequada.

Benefícios esperados:
 Melhor comunicação, o diálogo e a convivência entre pais e filhos;
 Definir os limites dos pais e filhos de forma mais adequada;
 Melhorar a educação para uma sexualidade sadia;
 Prevenir o uso de drogas;
 Atender melhor as necessidades de seu filho; fazê-lo feliz e prepará-lo para o
mundo.

A Escola de Pais utiliza uma metodologia prática com vivências e trocas de


experiências que muito enriquecem o trabalho. O Círculo é aberto para toda a comunidade,
portanto não é necessário ter filhos no Colégio Hipócrates.
A responsabilidade da Escola de pais é do próprio diretor, o Prof. José Ferreira de Góis
e da Coordenadora pedagógica, a Profª. Luciene Azevedo. A coordenação está sob os
cuidados da Profª. Lídia Salzer.

Periodicamente os professores do DEF juntamente com a equipe pedagógica se


reúnem para tratar das questões vivenciadas em sala no contexto aulas teóricas e práticas
estabelecendo assim, temas para serem abordados nas aulas e redações.

Com base no Projeto Pedagógico Político, os alunos da disciplina de Educação Física


devem participar de atividades de natureza relacional, onde haja o respeito as características
físicas e de desempenho motor individual, com adoção de atitudes de respeito mútuo,
dignidade e solidariedade na prática dos jogos, lutas e dos esportes.

Seguindo o que rege o PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola, o aluno deverá
participar de atividades corporais, valorizando, respeitando e desfrutando da pluralidade de
manifestações cultural corporal, onde o mesmo deverá reconhecer-se como integrante do
ambiente para poder organizar e interferir no espaço de forma autônoma bem como
reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer reconhecendo-as
como uma necessidade básica do ser humano e um direito do cidadão.
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Os conteúdos das disciplinas no Projeto estão organizados em três blocos, que devem
ser desenvolvidos ao longo do ensino fundamental, sendo esses três blocos articulados entre
si, com vários conteúdos em comum, mas que guardam suas especificidades.

As Atividades rítmicas e expressivas têm como característica comum a intenção de


expressão e comunicação mediante gestos e a presença de estímulos sonoros como referência
para o movimento corporal, nos esportes serão adotadas regras de caráter oficial e
competitiva, organizadas em confederações que regulamentam a atuação amadora e
profissional, nos Jogos por possuírem flexibilidade maior nas regulamentações, sendo
adaptadas em função das condições disponíveis.

As lutas serão caracterizadas por regulamentação específica, a fim de punir atitudes de


violência ou deslealdade, a Ginástica, trabalhará a técnica corporal que assume caráter
individualizado, servindo de base para outras modalidades como relaxamento, manutenção ou
recuperação da saúde, como forma recreativa ou competitiva, podendo envolver ou não
materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços fechados, ao ar livre ou na água.

O conhecimento sobre o corpo, deverá conter abordagem dos conhecimentos


anatômicos (refere-se a estrutura muscular e óssea envolvidos nos diferentes movimentos e
posições em situação de relaxamento de tensão), fisiológicos (compreensão das alterações
ocorridas durante e após as atividades físicas), biomecânicos (relacionados a anatomia,
contemplando a adequação dos hábitos posturais) e bioquímicos (processos metabólicos de
produção de energia, alimentação e reposição de nutrientes).

Além do que consta no PPP, outras atividades, essas, via escolinhas e equipes
esportivas, são estimuladas e funcionam como substitutivo para as aulas da Educação Física
Escolar. É nesse ambiente que entra a prática do Judô como esporte de construção esportiva e
do caráter do cidadão, além de proporcionar a oportunidade de surgir futuros atletas.

2.3. ATIVIDADES OBSERVADAS NA INICIAÇÃO AO ESPORTE JUDÔ


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As turmas do Judô estavam divididas em: Escolinha e Equipe. As sessões de treino


observadas e coparticipadas foram as da Equipe do Colégio. Os horários de treino eram assim
distribuídos:

TURMAS DIAS HORÁRIO


Equipe Segundas 13:00 às 14:30
Equipe Quartas 13:00 às 14:30

As sessões de treino eram bem exploradas e diversificadas no que diz respeito às


variações entre técnicas, táticas e o lúdico. Nos temas, práticos e teóricos, eram abordadas as
qualidades físicas, como velocidade, coordenação, equilíbrio e ritmo, bem como os
fundamentos e a filosofia do Judô. Como mencionado, o uso do lúdico estava presente como
forma de diversificar e motivar, criando um ambiente acolhedor, diante da rigidez dos treinos.
Lembrando que quando se trata dos métodos de ensino, é bom considerar o que diz Libâneo,
(LIBÂNEO, 1994, p.152):

Os métodos de ensino são ações do professor pelas quais se organizam as


atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente
em relação a um conteúdo específico. Eles regulam as formas de interação
entre ensino e aprendizagem, entre o professor e os alunos, cujo resultado é a
assimilação consciente dos conhecimentos e o desenvolvimento das
capacidades cognoscitivas e operativas dos alunos.

Considerando a importância do lúdico, presentes nas ministrações e sessões de


treinamento, era elemento que proporcionava enriquecimento, de tal forma que facilitava o
aprendizado em suas dimensões conceitual, procedimental e atitudinal. Como sintetiza
Huizinga, (HUIZINGA, 1971, p. 85)
[...] “negar o vínculo das atividades lúdicas ao homem seria o mesmo
que negar aquilo que constitui “os fundamentos da civilização, porque
o jogo é mais antigo e muito mais original do que a civilização”.
E Freire, (FREIRE, 1991, p. 117):
[...] o jogo para a criança é o espaço que possibilita a sua relação com
uma série de informações novas, ou antigas, mas que são possíveis de
serem enfrentadas e resolvidas dentro de um universo particular, ou
seja, através do fazer.
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A observação das aulas, o acompanhamento dos alunos e professores é de grande valia


para o aprimoramento da didática, entretanto, a ministração em si é que leva o indivíduo a
internalizar sua missão pedagógica, no Judô, em questão, mas também em todos os outros
esportes. Com base nas observações dos treinos acima vivenciados, foram desenvolvidas
ferramentas capazes de melhor construir a dinâmica do ensino-aprendizagem da área de lutas
na Educação Física. Saiki e Godoi afirmam que, (Saiki & Godoi. 2007, p. 28):
[...] durante a formação do professor como posteriormente, na sua
atuação em sala (ou dojô), é indissociável a produção constantemente
articulada entre teoria e prática. Na graduação, grande parte dos
alunos não tem experiência prática, eles apenas construíram o
conhecimento teórico.

Da iniciação esportiva, em seu aspecto conceitual, foi apresentado o histórico do Judô


e suas origens no Japão e Brasil com a seguinte abordagem: O estilo de luta que hoje em dia
denominamos como Judô foi idealizado no ano de 1882 por um jovem de 23 anos chamado
Jigoro Kano, que fundou o Instituto Kodokan. No Brasil um fator decisivo na escalada do
Judô foi à chegada ao país de grupo de nipônicos em 1938. A influência exercida por
lutadores profissionais representantes de diversas escolas de ju-jutsu japonês também
contribuiu para o desenvolvimento do judô. O início do judô no Brasil ocorreu sem
instituições organizadoras. Apenas na década de 1920 e início dos anos 1930 chegaram ao
Brasil os imigrantes que conseguiram organizar as práticas do judô e kendô no país. Em São
Paulo, destaque para Tatsuo Okoshi (1924), Katsutoshi Naito (1929), Tokuzo Terazaki (1929
em Belém e 1933 em São Paulo), Yassuishi Ono (1928), Sobei Tani (1931) e Ryuzo Ogawa
(1934). Takaji Saigo e Geo Omori, ambos com vínculo na Kodokan, chegaram a abrir
academias em São Paulo na década de 1920, porém, essa atividade não teve continuidade. Na
década de 1930 Omori foi instrutor na Associação Cristã de Moços no Rio de Janeiro e,
posteriormente, se radicou em Minas Gerais. No norte do Paraná, nas cidades de Assaí, Uraí e
Londrina, o judô deu seus primeiros passos com Sadai Ishihara (1932) e Shunzo Shimada
(1935). Os primeiros professores a chegarem ao Rio de Janeiro, foram Masami Ogino (1934),
Takeo Yano (1931), Yoshimasa Nagashima (1935-6 em São Paulo e 1950 no Rio de Janeiro) e
Geo Omori, vindo de São Paulo (1930 aproximadamente). Sob a liderança do professor Riuzo
Ogawa, fundaram a Academia Ogawa, com o objetivo de aprimorar a cultura física, moral e
espiritual, através do esporte do quimono. Daí por diante disseminaram-se a cultura e os
ensinamentos do Mestre Jigoro Kano e em 18/03/1969 era fundada a Confederação Brasileira
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de Judô, sendo reconhecida por decreto em 1972. Na atualidade é ensinado em academias e


clubes e reconhecido como um esporte saudável que não está relacionado à violência.
Com milhares de praticantes e federações espalhados pelo mundo, o Judô se tornou
um dos esportes mais praticados, não restringindo seus adeptos a homens com vigor físico, e
estendendo seus ensinamentos para mulheres, crianças e idosos. No fundo, este confronto
desportivo entre dois judocas (nome dado aos praticantes do judô), recorre à “não resistência”
para controlar, desequilibrar e vencer o adversário com um esforço mínimo. O judô é, em
primeiro lugar, uma atividade física com um forte componente educativo, racional, objetiva e
eficaz. O uso da inteligência é estimulado, principalmente no sentido de um judoca utilizar a
própria força e peso do seu oponente contra ele. Nas palavras do Mestre Jigoro Kano: “o judô
é a arte em que se usa ao máximo a força física e espiritual e a vitória representa um
fortalecimento espiritual”.
A primeira qualidade, o condicionamento físico, é obtida pela prática do esporte que
exige esforço físico extenuante, de forma ordenada e metódica para proporcionar um corpo
forte e saudável. Pois todas as funções corporais tornam-se melhor adaptada pela atividade
que promove aumento de força muscular geral, da resistência, da coordenação, da agilidade e
do equilíbrio.
Devido ao treinamento o indivíduo tende a tomar mais cuidado com a sua saúde,
prevenindo doenças, o envolvimento com drogas e condicionando a reagir reflexivamente
para evitar acidentes e atos de violência.
No Hipócrates, a equipe tem sua periodização baseada nas principais competições do
ano: Jerninhos, Jogos Estudantis e campeonatos, além do calendário de competições da
Academia Leão de Judô. No Hipócrates o Sansei responsável e representante do Clube Leão é
o Ni-dan Claudemir Miranda, que com zelo e dedicação investe na vida e na formação
esportiva e social de cada aluno. As aulas são ministradas no Dojô localizado dentro do
ginásio poliesportivo. O colégio possui um bom número de atletas e alguns que já se destacam
em competições municipais, estaduais, regionais e nacionais.
Mesmo se tratando de um contexto de lutas, observei ainda os seguintes pontos nas
sessões de treinamento: na dimensão conceitual, o histórico do Judô, a cultura japonesa, a
história dos Jogos Olímpicos com a participação do Judô, nossos medalhistas, etc. foram
apresentados e o diálogo sobre quem conhecia o esporte, os atletas foi criado. Na dimensão
procedimental, a base do Judô no respeito pelo adversário, os nomes, a demonstração do
princípio de equilíbrio, força, agilidade e técnica, foram demonstrados. Algo que ajudou
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bastante foi o fato de haverem atletas do Judô na turma. Na dimensão atitudinal, o respeito, a
honra, e a camaradagem foram vivenciados pelo cuidado com o companheiro e a
demonstração que em momentos da vida existiram momentos de equilíbrio e desequilíbrio e
que é necessário saber lidar com eles e que, com a ajuda de outros, podemos superar mais
facilmente os momentos de aperto.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa experiência proporcionou momentos únicos de interação do convívio


professor/aluno, técnico/atleta, de forma excelente, pois o aprendizado produzido em ambos
os lados resultou em satisfação e dever cumprido.
Hodiernamente, existe uma grande dificuldade encontrada no sistema de ensino, trata-
se do tipo de metodologia utilizada nas salas de aula e em clubes, academias, etc. Alguns
métodos são ineficazes e nada atraentes, tanto para professores como para os alunos. A falta
de um preparo adequado durante o processo de formação dos futuros professores e técnicos é
uma das principais causas dessa problemática.
O Estágio Supervisionado, portanto, torna-se um importante aliado para a melhoria do
ensino, principalmente se ele for posto em prática desde o início dos cursos, tornando-se
instrumento indispensável para o amadurecimento da prática pedagógica na iniciação
esportiva.
A experiência do estágio supervisionado nas turmas, além de terem sido extremamente
benéfica para minha formação, proporcionou a possibilidade de estabelecer a relação
teoria/prática, bem como uma maior experiência com a resolução de possíveis problemas do
cotidiano. Pois concluí que apenas o conteúdo teórico não capacita os graduandos para a
realidade diária do contexto clubes/academias, capacitando-os a sanar os problemas advindos,
apenas recheia-os de conhecimento que em situações práticas e dificuldades reais de nada
servem.
Considerei, portanto, de grande valia meu tempo em contato com a escola, com os
alunos e toda a equipe do DEF. Sem dúvidas, o Colégio Hipócrates Zona Sul está de parabéns.
Não por ser perfeito, longe disso, mas por ter a preocupação de querer acertar, mesmo
errando, entretanto, considerando as críticas e sugestões de todos, que, como eu, estiveram em
estágio durante es semestre.
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6. REFERÊNCIAS

BRASIL, lei11.788, de 25 de setembro de 2008. Publicada no diário oficial da união em 26 de


setembro de 2008.

FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da Educação Física.
2ed. São Paulo: Scipioni, 1991.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 33. Ed.
São Paulo: Paz e Terra, 2006. (Coleção Leitura)

HUIZINGA, J. Homo Ludens. São Paulo: EDUSP, 1971.

SAIKI, Kim & GODOI, Francisco Bueno de. A Prática de Ensino e o Estágio
Supervisionado. In: PASSINI, Elza Yasuko et al (org.). São Paulo: Contexto, 2007.

Web Site do Colégio Hipócrates Zona Sul


http://www.hipocrates.com.br/novo2/

Web Site da Confederação Brasileira de Judô


www.cbj.com.br/

7. ANEXOS
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