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Modelagem e Simulaçao em HYSYS - Modulo3 PDF
Modelagem e Simulaçao em HYSYS - Modulo3 PDF
(Módulo 3)
Operações de Separação por Destilação
1. Introdução 1
2. Coluna de Despropanização 3
2.1. Enunciado do Problema 3
2.2. Fase 1 – Implementação da Unidade no Simulador 4
2.3. Fase 2 – Optimização do Funcionamento da Unidade 8
2.3.1. Número de Pratos da Coluna 8
2.3.2. Localização do Prato de Alimentação 9
2.3.3. Pressões de Funcionamento da Coluna 10
2.3.4. Temperatura da Corrente de Alimentação 11
1. Introdução1
A separação de misturas de líquidos nos seus constituintes é uma das principais operações das
indústrias química e petrolífera, e a destilação é o método mais utilizado para conseguir este
objectivo. Quando se aquece um líquido, que contenha dois ou mais constituintes, até ao seu
ponto de ebulição, a composição do vapor será normalmente diferente da do líquido. É esta
diferença na composição das duas fases em equilíbrio que constitui a base do processo de
destilação e, por esta razão, é essencial conhecer os equilíbrios líquido/vapor para o tratamento
analítico dum problema de destilação.
Praticamente em nenhum outro campo da engenharia química as unidades completas variam
tanto em tamanho, desde as pequenas unidades de laboratório, com capacidades de alguns litros
por hora, até às gigantescas colunas de destilação da indústria do petróleo, que lidam com vários
milhares de litros por hora.
Figura 1. Coluna de destilação de pratos2, Figura 2. Corte de uma secção de uma coluna
corte de uma secção. de destilação com enchimento3.
1
J. M. Coulson e J. F. Richardson, Tecnologia Química, Volume II Operações Unitárias, 2ª edição, Fundação
Calouste Gulbenkian (1987).
2
a) “downcomer”, b) suporte dos pratos, c) pratos, d) saídas laterais, e) descarregadores de saída, f) descarregador
de entrada, g) parede lateral do downcomer, h) selo de líquido.
3
a) distribuidor de líquido, b) colector de líquido, c) enchimento estruturado, d) suporte da grelha, e) saídas laterais,
f) redistribuidor de líquido.
MSUP (Módulo 3)
4
Primeira linha: enchimentos cerâmicos, segunda linha: enchimentos metálicos; terceira linha: enchimentos
plásticos.
2. Coluna de Despropanização
Pretende-se obter no destilado 191 lbmol/h de propano (C3H8), todo o etano (C2H6) e somente
um máximo de 5 lbmol/h de n-butano (C4H10).
De forma semelhante, pretende-se obter 365 lbmol/h de n-butano (C4H10) na corrente de fundo
(resíduo), juntamente com um máximo de 9 lbmol/h de propano (C3H8) e a totalidade dos
restantes compostos mais pesados.
1. Inicie a construção de um novo caso (Ctrl N), da base de dados do HYSYS introduza todas as
espécies químicas envolvidas no processo (Components), e seleccione como “Fluid
Package”, a equação SRK (Soave-Redlich-Kwong). Depois de concluídas estas operações
carregue no botão <Enter Simulation Environment …> do “Simulation Basis Manager” para
entrar no PFD (Process Flow Diagram).
NOTA:
Sendo o enunciado fornecido em unidades inglesas, é necessário alterar o sistema de unidades de
default (SI) para introduzir directamente os valores das variáveis no sistema imperial. Use o menu
“Tools”, “Preferences”, “Variables”, “Units”, e escolha “Field” na janela das “Available Unit
Sets”. Feche a janela das “Session Preferences” e poderá trabalhar no sistema de unidades
inglesas.
2. A partir da “Object Palette” introduza na interface PFD uma coluna de destilação (Distillation
Column). Esta acção invoca a página “Destilation Column Input Expert” formada por quatro
páginas.
6. Na última página os dois graus de liberdade para a coluna de refluxo total são definidos por
resolução das especificações de default, ou sejam 226 lbmol/h para o caudal de vapor (Vapour
Rate) do destilado (D), e 6,06 para a razão de refluxo (Reflux Ratio). No final carregue no
botão <DONE>.
8. Carregue no botão <RUN> da Object Window da coluna de destilação (T-100). Esta acção
inicia o processo de cálculo iterativo dos balanços de massa e energia nesta unidade. Note que
estes balanços foram resolvidos para as especificações de default (“Overhead Vapour Flow”
de 226 lbmol/h e “Reflux Ratio” de 6,06).
NOTA:
Na página “Monitor” do “Column Design”, é possível o acompanhamento do progresso no
cálculo numérico dos balanços de massa e de energia. Todas as especificações da coluna, quer
estejam activas ou não, são listadas na metade inferior da página. Uma representação gráfica da
solução em termos de perfis de temperatura, pressão ou fluxo, é apresentada no quadrante
superior direito. Finalmente os erros do equilíbrio e balanços são apresentados durante o processo
iterativo no quadrante superior esquerdo.
NOTA:
Os resultados calculados pelo simulador, podem ser analisados em várias páginas. Na pasta
Performance/Summary são apresentadas as temperaturas, pressões, e composições (líquido e
vapor) dos pratos. Nesta pasta são ainda apresentados a razão de refluxo, caudais externos
(alimentação, produto de fundo e produto de topo), e utilidades (calores fornecido e retirado no
ebulidor e condensador respectivamente).
A página Parameters/Profile dá ao utilizador acesso aos perfis de temperatura, pressão, caudal e
composição calculados para a coluna. Estes valores podem ser apresentados graficamente ou em
forma de quadro.
Note-se que os perfis são dados em função do número de estágios, onde o estágio número 1 é o
condensador e o estágio número 14 é o ebulidor (subtrai-se 1 ao valor do estágio para ter o
número do prato da coluna).
10. De volta à página “Monitor” sabe-se que a razão de refluxo (6,06) e o caudal de vapor no
topo (226 lbmol/h) são as especificações activas enquanto que as restantes estão inactivas.
Invertendo esta situação activam-se as especificações implementadas anteriormente (caudal
NOTA:
A tabela do Workbook pode ser adicionada ao PFD piscando com o botão direito do rato e
seleccionando Add Workbook Table e escolhendo Material Streams, Composition e/ou Energy
Streams.
1. Com base no último estudo realizado na FASE 1 (coluna de 12 pratos), coloque a alimentação a
entrar na coluna no prato médio (prato 6), e registe no quadro seguinte os valores das
correntes energéticas (D-DUTY e R-DUTY) e da razão de refluxo.
10
12
14
16
20
25
30
3. Com base nos valores recolhidos conclua sobre qual a relação entre o número de pratos da
coluna, os gastos energéticos e a razão de refluxo.
NOTA:
Normalmente, este tipo de estudo não apresenta de imediato um número de pratos óptimo para o
funcionamento da coluna. O número de pratos ideal só poderá ser obtido após uma avaliação
económica da coluna (custos de investimento versus custos de funcionamento).
16 8000
12 6000
8 4000
4 2000
Co ndensado r
Ebulido r
0 0
0 5 10 15 20 25 30 0 10 20 30
NÚM ERO DE P RA TOS DA COLUNA NÚM ERO DE P RA TOS DA COLUNA
NOTA:
Embora o estudo possa ser parcialmente inconclusivo, é possível retirar algumas conclusões
perante a imposição de restrições. Por exemplo, “qual é o menor número de pratos da coluna de
destilação se, por razões técnicas a razão de refluxo for no máximo igual a 6?”. Ou ainda, “qual a
poupança percentual de energia quando se passa de 10 para 20 pratos? E de 20 para 30?”.
1. Para a coluna de 12 pratos com a alimentação localizada no prato 6, registe no quadro seguinte
os valores das correntes energéticas e da razão de refluxo da coluna, para diferentes
localizações da alimentação, entre o condensador e o ebulidor.
2. Com base nos valores obtidos conclua sobre qual a melhor localização da alimentação à
coluna.
R(REFLUXO)
D-DUTY
R-DUTY
0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12
P OSIÇÃ O DA A LIM ENTA ÇÃ O P OSIÇÃ O DA A LIM ENTA ÇÃ O
1. Para o caso inicial, em que temos uma coluna de 12 pratos com a alimentação localizada no
prato 7, considere 250 psia para pressão de funcionamento da coluna (assuma que é nula a
queda de pressão ao longo da coluna).
210
230
250
270
290
NOTA:
A pressão de funcionamento das colunas de destilação está intimamente relacionada com o nível
de temperatura alcançado. Maiores pressões requerem temperaturas mais elevadas para se atingir
a ebulição assim como pressões mais baixas provocam abaixamento na temperatura de ebulição.
Por esta razão, para evitar trabalhar com temperaturas extremamente baixas, a destilação de
substâncias muito voláteis é normalmente realizada sob condições de pressão elevada.
Inversamente, a destilação de espécies pouco voláteis com temperaturas de ebulição muito altas, é
conduzida em condições de pressão reduzida (pressões subatmosféricas).
9000 9000
E(co ndensado r)
E(ebulido r)
6000 6000
3000
3000
0
0 100 200 300 400 500 0
TEM P ERA TURA DA A LIM ENTA ÇÃ O, F 0 100 200 300 400 500
TEM P ERA TURA DA A LIM ENTA ÇÃ O, F
14
12
10
0
0 100 200 300 400 500
TEM P ERA TURA DA A LIM ENTA ÇÃ O, F
Verifique que, para este parâmetro (temperatura da corrente de alimentação), não existe
correspondência entre o valor da razão de refluxo e o consumo energético global da coluna. A
razão de refluxo acompanha o consumo do condensador.
Considere que a coluna de destilação possui 10 pratos teóricos, que é alimentada à temperatura
de 50°C e à pressão de 102 psia, e que funciona de acordo com as especificações de recuperação
indicadas anteriormente.
Os resultados obtidos (Quadro 1) correspondem a um caudal de destilado de 24,43 mol/h a
65,5°C e a um caudal de resíduo de 75,57 mol/h a 103,4°C. Nestas condições de separação, a
razão de refluxo é de 10,2 consumindo-se um total de 3,008 kW, sendo 1,328 kW no
condensador (arrefecimento) e 1,680 kW no ebulidor (aquecimento).
Partindo desta situação base (coluna de 10 pratos com alimentação a 50°C e 102 psia), analisa-se
seguidamente a influência de algumas das variáveis de processo mais relevantes.
15 2 3.5
14
1.8 3.3
RAZÃO DE REFLUXO
ENERGIA TOTAL, kW
13
ENERGIA, kW
1.6 3.1
12
1.4 2.9
11
1.2 2.7
10
E(cond) E(ebul) E(total)
9 1 2.5
0 50 100 150 0 50 100 150
TEMPERATURA, C TEMPERATURA, C
Figura 11. Influência da temperatura Figura 12. Evolução energética na coluna de destilação
da corrente de alimentação na razão (condensador, ebulidor e total), em função da temperatura
de refluxo da coluna. da corrente de alimentação.
Tomando por exemplo uma coluna de 20 pratos, a razão de refluxo obtida é 3,27 (sendo 9,52
para 10 pratos), consumindo-se um total de 1,34 kW (2,99 kW para 10 pratos). Desta forma,
duplicando a dimensão da coluna, consegue-se uma redução na quantidade de energia total
consumida superior a 55 %, sendo esta redução um pouco mais acentuada no condensador
(66 %) do que no ebulidor (48 %).
10
70
60
8
50
40
6
30
4 20
10
2 0
10 15 20 25 30 0 3 6 9 12 15 18 21
NÚM ERO DE P RA TOS P RA TO DE A LIM ENTA ÇÃ O
Figura 13. Variação da razão de refluxo Figura 14. Variação da razão de refluxo com a
da coluna com a sua dimensão. localização da corrente de alimentação à coluna.
Assim, tendo como base exclusivamente a análise energética, é preferível operar em refluxo total
sendo a corrente de destilado condensada posteriormente fora da coluna. Nestas condições
(refluxo total), por envolver menores caudais e montantes energéticos, a dimensão e/ou
eficiência do condensador poderá ser inferior.
Como se pode observar pelos valores apresentados na Figura 15, a localização da corrente lateral
afecta de forma significativa a razão de refluxo na coluna de destilação. A gama de valores
mínimos de razão de refluxo corresponde aos menores consumos energéticos, quer no
condensador quer no ebulidor (Figura 16). Deste modo, em termos energéticos, a melhor
localização da corrente lateral corresponde ao prato 14/15.
40 60
E(co nd)
35 E(ebul)
50
30
25 40
20
30
15
10 20
9 12 15 18 21 9 12 15 18 21
SIDE STREA M STA GE SIDE STREA M STA GE
No entanto é também necessário analisar a composição das correntes de saída uma vez que se
pretende maximizar o seu conteúdo em compostos específicos (Figura 17). Até ao prato 14,
verifica-se um aumento das fracções molares dos compostos desejados nas correntes de saída da
coluna. A partir desse ponto, na corrente de resíduo e na corrente lateral, as suas fracções
reduzem-se à medida que a corrente lateral se posiciona mais perto do ebulidor. Uma vez que
não é possível, em simultâneo, maximizar as composições das três correntes, opta-se por
considerar como melhor localização para a corrente lateral a correspondente ao menor consumo
energético que é ao mesmo tempo a de maior composição em nonano na corrente de resíduo
(84,6 %), e em octano na corrente lateral (72,9 %). Nestas condições, a corrente de destilado
possui igualmente uma alta composição em heptano (84,0 %).
0.9
0.8
MOLAR FRACTION
0.7
0.6 C7 (dist)
C8 (side)
C9 (bott)
0.5
9 12 15 18 21
De modo a obter uma primeira aproximação de como deverá funcionar a coluna que queremos
projectar, podem usar-se métodos expeditos, designados vulgarmente por “Shortcut Methods”,
para se obterem as estimativas iniciais.
Um dos principais métodos shortcut para colunas de refluxo simples, é o FUGK (Fenske,
Underwood, Gilliland e Kirkbridge). Neste método, a equação de Fenske é usada para estimar o
número mínimo de pratos, a equação de Underwood para o cálculo do refluxo mínimo, a de
Gilliland para obter o número de pratos teóricos e a equação de Kirkbridge para calcular o prato
de alimentação.
O método shortcut no HYSYS é tratado como uma ferramenta acessória à simulação dos
processos de separação por destilação, mas funciona praticamente como uma operação de
destilação com refluxo simples, necessitando igualmente de correntes de entrada e saída (massa e
energia).
Crie uma corrente (Feed) com as mesmas características das introduzidas anteriormente para a
corrente de alimentação da coluna (use a função “Define from other stream”), e introduza a
operação “Shortcut Column” (carregue em <F12> ou use a “Object Palette”), no
“Process Flow Diagram” (PFD).
Ainda na página Parameters (grupo Reflux Ratios), deve aparecer o valor da razão de refluxo
mínima (Minimum Reflux Ratio), calculado através da equação de Underwood. Pode-se impor
um valor para a razão de refluxo da coluna (External Reflux Ratio), o qual deve ser sempre
superior (ou igual) ao valor da razão de refluxo mínima. O valor introduzido para a razão de
refluxo será usado para calcular os fluxos de matéria no interior da coluna, as energias
necessárias no condensador e ebulidor, o número de pratos ideal e a localização óptima da
corrente de alimentação (página Performance).
NOTA:
Para se efectuar uma dada separação, utilizar a razão de refluxo mínima implica possuir uma
coluna com dimensão infinita. O aumento da razão de refluxo provoca um aumento no consumo
energético mas em simultâneo permite utilizar colunas de menores dimensões.