Português 3º
Grupo I
1.1. O sujeito poético, ao dizer “Acho-te graça por nunca te ter visto antes” demonstra (10
pontos)
(A) a graça por ser desconhecida e o facto de nada saber dela antes.
(B) o prazer de ter pensado nela sem nunca a ter visto antes.
(C) o encanto da descoberta, com a apreciação do que capta com os sentidos.
(D) o contentamento por nunca a ter visto, embora suspeitasse da sua existência.
1.2. Ao “eu” não lhe interessa “um recado de símbolos”, pois conhecer através do
pensamento é (10 pontos)
(A) Conseguir o verdadeiro sentido das coisas por saber pensar nelas a cada momento.
(B) não alcançar o sentido autêntico, que só se consegue se a cada momento
soubermos ver.
(C) não conseguir presenciar e descobrir através dos sentidos, mas alcançar o sentido
autêntico.
(D) descobrir o sentido íntimo das coisas graças às certezas da filosofia.
2. Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se
seguem.
O “eu” caracteriza-se como alguém que recusa o pensamento (“conhecer é como nunca
ter visto pela primeira vez”) e que valoriza, sobretudo, as sensações que lhe são
transmitidas pela sua visão, através da qual é como se visse as coisas pela primeira vez,
numa eterna novidade: “Aprecio a tua presença só com os olhos. / Vale mais a pena ver
uma coisa sempre pela primeira vez (…)”
2.2. Refere os efeitos produzidos pelos traços de discurso oral presentes no poema. (20
pontos)
GRUPO II
Lê o texto.
“(…) se o Guadiana foi já cenário [de] (…) disputas bélicas, também foi testemunha de uniões
bucólicas entre Portugal e Espanha. Sempre que os dois reinos decidiam algum desposório
régio, é certo e sabido que o ponto de encontro era na fronteira, perto da confluência entre o rio
Caia e o Guadiana. Por regra, as comitivas de entrega e receção encontravam-se à beira deste
5 rio e a infanta, espanhola ou portuguesa, ficava então em posse do nobre que a levaria. O seu
protocolo foi alterado no início de 1728, quando os dois países se quiseram unir em duplos
laços matrimoniais, num evento que ficou conhecido pela “troca das princesas”. Com efeito, em
vez de se enviar a infanta portuguesa para Madrid, de modo a casar com o futuro rei espanhol
Fernando VI, e receber em Lisboa a princesa castelhana para desposar o futuro rei D. José,
10 fez-se o casório em Caia, com o Guadiana e numerosa comitiva a assistir. E com pompa e
circunstância —além de muito dinheiro gasto. De facto, para se celebrar os casamentos,
fizeram-se dois palácios em madeira, em ambas as margens, concebidos pelos mais distintos
arquitetos de cada país. No caso de Portugal, foram incumbidos desta tarefa o bávaro João
Frederico Ludovice, arquiteto do convento de Mafra, e pelo romano António Canevari, o
15 primeiro diretor das obras do aqueduto das Águas Livres, na região de Lisboa. Haveriam de se
desentender e foram substituídos por um engenheiro militar português.”
1.1 No enunciado “O seu protocolo foi alterado no início de 1728, quando os dois países se
quiseram unir em duplos laços matrimoniais, num evento que ficou conhecido pela “troca
das princesas”.” “que” é (8 pontos)
a. um pronome relativo.
b. uma conjunção subordinativa causal.
c. um pronome interrogativo.
d. uma conjunção subordinativa consecutiva.
1.2. Em “ficava então em posse do nobre que a levaria”, as palavras são, respetivamente: (8
pontos)
a. verbo-conjunção-conjunção-verbo-preposição-adjetivo-conjunção-determinante-verbo
b. verbo-advérbio-preposição-nome-preposição-adjetivo-pronome-pronome-verbo
c. verbo-conjunção-preposição-nome- preposição-nome-pronome-pronome-verbo
d. verbo-advérbio-preposição-nome-preposição-nome-pronome-pronome-verbo
1.3. Em “O seu protocolo foi alterado no início de 1728”, o complexo verbal destacado é
constituído por: (8 pontos)
1.5. Em “se o Guadiana foi já cenário [de] (…) disputas bélicas”, a palavra “se” é (8 pontos)
1.6. Atenta na frase “De facto, para se celebrar os casamentos, fizeram-se dois palácios em
madeira, em ambas as margens, concebidos pelos mais distintos arquitetos de cada país.” A
oração destacada é (8 pontos)
a. a oração subordinante.
b. subordinada adverbial concessiva.
c. subordinada adjetiva restritiva.
d. subordinada adverbial final.
1.7. De entre os enunciados que se seguem, assinala a alínea onde encontras uma oração
subordinada adverbial final. (8 pontos)
a. “Sempre que os dois reinos decidiam algum desposório régio, certo e sabido que o
porto o ponto de encontro era na fronteira, perto da confluência entre o rio Caia e o
Guadiana.”
b. “Por regra, as comitivas de entrega e receção encontravam-se à beira deste rio e a
infanta, espanhola ou portuguesa, ficava então em posse do nobre que a levaria.”
c. “Com efeito, em vez de se enviar a infanta portuguesa para Madrid, de modo a
casar com o futuro rei espanhol Fernando VI, e receber em Lisboa a princesa”
d. “E com pompa e circunstância — além de muito dinheiro gasto.”
1.8. Em “Sempre que os dois reinos decidiam algum desposório régio, é certo e sabido que o
ponto de encontro era na fronteira”, a oração destacada é (8 pontos)
1.9. “de modo a casar com o futuro rei espanhol” - o verbo “casar” pede (8 pontos)
a. um complemento direto.
b. um complemento oblíquo.
c. um complemento do nome.
d. um modificador do grupo verbal.
1.10. Qual é a função sintática exercida pelo grupo de palavras sublinhadas em “Haveriam de
se desentender e foram substituídos por um engenheiro militar português.”? (8 pontos)
a. Complemento direto.
b. Sujeito.
c. Complemento oblíquo.
d. Complemento agente da passiva.
Num texto entre 80 palavras e 120 palavras, e apoiando-te nos conhecimentos que tens
da obra de Alberto Caeiro, comenta a afirmação que se segue.
A poesia de Alberto Caeiro é, sem dúvida, a poesia das sensações, dado que o poeta
vive de impressões, sobretudo visuais, preferindo uma objetividade baseada no que
observa, recusando toda e qualquer influência do pensamento, ao contrário do que
acontecia com o ortónimo. De facto, abre-se para o mundo exterior de uma forma
instintiva, espontânea e harmoniosa, identificando-se com a natureza e vivendo de
acordo com as suas leis. O poeta vive no momento presente e a forma como
compreende a realidade pode, inclusive, ser vista na forma como escreve, na qual utiliza
uma linguagem simples e familiar, cultivando o verso livre.