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COLÉGIO ESTADUAL NATÁLIA REGINATO

JUSCELINO: PLANOS E METAS

Esse é um trabalho da disciplina de Geografia, ministrada pelo professor


Edilson e apresentado por Álvaro Lopes, Felipe Domingos, Isabella
Nonemacher e Jdiordy Lucca.
JUSCELINO KUBISCHEK – PLANOS E METAS

INTRODUÇÃO
O Plano de Metas foi um importante programa de industrialização e modernização
levado a cabo na presidência de Juscelino Kubitschek, na forma de um "ambicioso
conjunto de objetivos setoriais", que "daria continuidade ao processo de substituição
de importações que se vinha desenrolando nos dois decênios anteriores". Bandeira
importante de sua campanha eleitoral, ainda que nesta fase de sua candidatura os
projetos fossem mencionados de forma sintética pela falta de estudos detalhados,
posteriormente se "constituiu o mais completo e coerente conjunto de investimentos
até então planejados" resultado dos trabalhos efetuados pelo Conselho de
Desenvolvimento, instituído pelo Decreto nº 38.744 de 01 de fevereiro de 1956. O
plano, que contemplou apenas marginalmente o setor industrial, continha metas tanto
para o setor público como para o privado, e foi consideravelmente mal-sucedido,
impulsionando um período de crescimento econômico acelerado, às custas de um alto
endividamento público. Apesar de ter sido realizada na presidência de Juscelino, o
plano teve consequências em administrações futuras, quando aconteceram diversos
planos de levantamento na economia.
CONTEXTO ECONÔMICO
Em 1956 a economia brasileira apresentava um quadro de grandes desequilíbrios:
grandes déficits fiscais agravado por dificuldades de financiamento externo. Nesse
contexto, dado que a adoção de políticas contracionistas seriam politicamente
insustentáveis para o governo (as tentativas anteriores de contração do crédito para
controlar a inflação foram efêmeras), o presidente optou um conjunto de políticas
econômicas que podem ser chamadas de heterodoxas, aumentando o gasto público
apesar dos graves desequilíbrios macroeconômicos. Essa opção por crescimento ao
invés de estabilidade, também chamada de desenvolvimentismo, estava em desacordo
com as políticas ortodoxas recomendadas à época pelo FMI, e seguidas pela maioria
dos países latino-americanos. O desenvolvimentismo era apresentado pelos seus
defensores perante à opinião pública sob a bandeira do "nacionalismo".

CONTEXTO POLÍTICO
Juscelino Kubitschek, foi o primeiro presidente do chamado período “populista” a
concorrer às eleições presidenciais com programa de governo com propostas claras de
ação. Inserido à corrente nacional-desenvolvimentista, de caráter liberal Kubitschek
trabalhava sob a perspectiva de uma ideologia de superação do subdesenvolvimento
brasileiro através do “50 anos em 5 anos de mandato”.

Assim, aderiu a um modelo econômico auto-sustentável, propondo uma espécie de


rompimento com o modelo agrário-exportador e com a oligarquia latifundiária. A ideia
era a de que exportando matérias-primas o país estava fadado ao aniquilamento e
perecimento. Logo, para os nacionalistas, a solução econômica para o país era a de
substituir a elite agrária por uma revolução democrático-burguesa. Para isso, JK
comprometeu-se com o processo de industrialização, confiado a ele pelos
nacionalistas. E assim, lutava contra o Imperialismo através da batalha contra o
subdesenvolvimento brasileiro, embora seu Plano de Metas venha a ser criado com
investimentos diretos do capital externo, o que recebeu apoio dos liberais e oposição
das esquerdas que eram contra a entrada do capital estrangeiro. Ainda que não
constasse no plano, a construção de Brasília, no interior de Goiás, posteriormente
acabou se tornando um compromisso político de campanha.
COMPOSIÇÃO DO PLANO DE METAS
Subdividido em setores, o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek era marcado por
investimentos em estradas, em siderúrgicas, em usinas hidrelétricas, na marinha
mercante e pela construção de Brasília e baseava-se em “30 metas”, divididas em:
Setores da energia (1 a 5), Setores do transporte (6 a 12), Setores da alimentação (13 a
18), Setor da indústria de base (19 a 29), Setor da educação (30).

ENERGIA

O setor já havia superado o excesso de demanda por energia nos anos 1954-56,
suprindo adequadamente as necessidades da indústria instalada no pós-guerra, mas
para suprir as necessidades da indústria, caso as metas fossem atingidas, o Plano
previa que a oferta de energia deveria crescer pelo menos 10% ao ano durante o
período. Assim, o esforço principal buscava ampliar a capacidade geradora e os
sistemas de distribuição para 5 mil mW em 1960, bem como o início de obras que
elevassem a capacidade em adicionais 60% em 1965. O esforço de construção de
novas hidrelétricas ficou basicamente concentrado em usinas de grande porte.

Desde 1954, com a criação da Petrobrás, havia-se definido uma política que buscava a
total substituição das importações de petróleo e de combustíveis líquidos, o que exigia
a instalação de um parque refinador e de um amplo programa de prospecção e
amplicação da produção de petróleo. A meta para o refino era de 308 mil barris/dia e a
produção interna de 100 mil b./dia para fins de 1960. Apesar de 1958 a capacidade de
refino ainda ser de apenas 108,3 mil b./dia em 1961 foi atingida a marca de 308,6 mil
b./dia.

O Plano também buscava

uma modificação estrutural na indústria carvoeira em crise devido à dieselização da


rede ferroviária, que deixou sem procura os tipos inferiores de carvão, de produção
obrigatória. Apesar de não se ter expandido a produção de carvão para 3 milhões de
toneladas em 1960, como se propunha, tendo-se inclusive contraído a produção
interna, durante a realização do Plano de Metas lançaram-se as bases para a
modificação da composição interna da procura de carvão, através do início da
construção de usinas termelétricas à boca das minas[3].

Outros investimentos estatais durante o Plano de Metas:


Setor Siderúrgico - investimentos na Companhia Siderúrgica Nacional e na Belgo-
Mineira(capital misto) com crescimento de 80%

Setor de Comunicações - criação da Embratel

Setor Energético - investimentos na Eletrobrás com duplicação da produção

Saúde - aumento em 70% dos leitos em hospitais

Educação - investimentos na educação profissional (a exemplo do CEFET) e criação da UnB com


o sistema de créditos

Agricultura - expansão da fronteira agrícola - menor crescimento do Plano(40%)

Moradia Popular e Saneamento Básico - investimentos concentrados na região Sudeste

Transportes - investiu em Rodoviarismo com a construção de grandes rodovias, a exemplo da


Belém-Brasília

O Plano não se preocupava com a má distribuição da renda e não contempalava gastos


"sociais" além de uma meta de treinamento e formação de pessoal técnico. O processo
de industrialização ficou concentrado na região Centro-Sul, e apenas com a criação da
SUDENE em 1959 se ve uma preocupação em dinamizar as antigas regiões agrário-
exportadoras[4].

INVESTIMENTO

Apesar de não existirem dados seguros sobre o tamanho dos investimentos do Plano
em relação à economia como um todo, na IV Exposição sobre o Programa de
Reaparelhamento Econômico do BNDE se apresentam estimativas dos investimentos
do Plano como proporção do PIB, que teria sido de 7,6% em 1957 caindo para 4,1% em
1961. Como o investimento total médio do setor público durante os anos JK
representou 14,5% do PIB, isso mostra a amplitude de ação do Plano. Também, a
participação do setor público no investimento fixo da economia cresceu de 27,5% em
1950-56, excluído 1951-52, para 37,1% em 1957-60. Estes dados provavelmente
subestimam o aumento da participação do investimento público no investimento total,
uma vez que na época as contas das empresas públicas eram agregadas às do setor
privado[5].
RESULTADOS E CRÍTICAS
A implementação do Plano de Metas não conseguiu surtir o efeito de crescimento
esperado. Nacionalistas econômicos apontavam para a necessidade da intervenção
estatal, diante ao número de empresas estrangeiras que feriam os interesses
nacionais. Decidiram ainda que os setores da energia e da indústria, por exemplo,
deveriam ser de controle estatal

Para muitos, com o fim de seu governo, a expansão industrial do país acabou
representando um desenvolvimento dependente da economia externa, em razão da
execução do Plano de Metas. Apesar de registrar elevadas taxas de crescimento e de
dotar o país de uma estrutura industrial integrada e diversificada, levou ao seu
sucessor, o governo Jânio Quadros (janeiro a agosto de 1961), graves desequilíbrios
internos e externos

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