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LIMPEZA E DESCARTE DE RESÍDUOS DE LABORATÓRIO

1- Introdução.
A limpeza correta de todos os materiais a serem utilizados em um trabalho
prático é de extrema importância na garantia da qualidade dos produtos obtidos e dos
resultados das análises realizadas. Os problemas provenientes da geração de resíduos,
tanto na produção industrial como nos laboratórios, afetam significativamente todo
processo industrial. As formas de tratamento desses resíduos normalmente contribuem
muito para a elevação dos custos industriais, porém são de extrema importância para
garantia da qualidade do ambiente e da saúde da população.

Os novos programas de qualidade implantados nas grandes empresas vêem


propiciando medidas de controle e tratamento dos resíduos e a melhoria das condições
ambientais. Nesse sentido, novos processos e substâncias têm sido desenvolvidos a fim
de eliminar possíveis fontes de poluição.

Mais do que nunca, nos dias de hoje, torna-se indispensável que as pessoas
diretamente envolvidas nos processos industriais tenham uma consciência crítica e
atitude rigorosa no seu trabalho, procurando colaborar para diminuir ao máximo a
geração de resíduos, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de todos.

2- Orientação para limpeza dos materiais:


a) Lavar todo material antes de seu uso. No caso do mesmo precisar ser
reutilizado, repetir a sua lavagem.
b) Sempre que possível é conveniente o uso de escovas apropriadas para
limpeza dos materiais.
c) Na lavagem dos materiais deve ser utilizada uma solução de detergente
comum. Depois de limpos, ser enxaguados de 3 a 4 vezes com água corrente,
depois com água destilada ou deionizada também de 3 a 4 vezes, e secados
em estufa ou, na temperatura ambiente, dependendo do material.
d) Na limpeza de materiais de vidro, nos quais o uso de detergentes comuns
mostra-se ineficiente, são utilizadas soluções alcalinas como detergentes
alcalinos ou a solução ou solução de alcoolato de sódio ou potássio,
preparada a partir da reação entre hidróxido de sódio ou potássio, ou até
sódio metálico, e álcool etílico.
e) Na utilização do alcoolato, deixa-se de molho a vidraria na solução por
alguns minutos (aproximadamente 3 -15 minutos), desenvolvendo em
seguida, a solução para seu frasco original, e enxaguando a vidraria com
água corrente, em seguida com solução diluída de ácido clorídrico (HCl)
0,01 mol/Le, finalmente, com água destilada. (no mínimo 3 vezes).
f) A secagem dos materiais de vidro, de laboratório, pode ser feita em estufa a
80°C, porém, os materiais volumétricos, devem ser secados naturalmente ou,
através do uso de acetona e corrente de ar.

Nota:
1. A eficiência do enxágüe não está na quantidade de água que se utiliza
nesta operação e sim, no número de vezes que se enxágua. Portanto, é
mais eficiente enxaguar, no mínimo 3 vezes com pouca quantidade de
água em cada enxágüe do que fazê-lo uma única vez.
2. A solução sulfocrômica foi muito utilizada até algum tempo atrás. De
fato é uma solução muito eficiente para limpeza de vidraria de
laboratório, principalmente para remoção de sujeira de origem orgânica.
Ocorre que o cromo VI é altamente poluente e, a solução sulfocromica
que vai para descarte, apesar da maior parte dos íons ser cromo III
(verde), ainda possui Cromo VI (laranja).

3- Procedimentos gerais para tratamento dos resíduos gerados em laboratório.


a) Utilizar capelas ou coifas de captação nos trabalhos em que se tenha a geração
de gases, vapores ou névoas.
b) Em líquido sem metais pesados e sem fluoretos, como soluções geradas em
análises titulométricas ácido/base, de precipitação, etc. deve-se acertar o pH
entre 5 e 9, diluir e descartar no esgoto.
c) Líquidos contendo fluoretos, devem ser precipitados com cálcio e filtrados. O
sólido deve ser acumulado e, posteriormente, enviando para aterro sanitário. O
filtrado deve ser descartado no esgoto.
d) Líquidos contendo metais pesados requerem um tratamento especial pela alta
toxidez. Inicialmente esses metais devem ser removidos com acerto de pH ou
fazendo co-precipitação com hidróxido férrico ou adsorção em carvão ativo.
e) Líquidos biológicos de laboratórios de análises clínicas e microbiológicas,
quando patológicos, devem passar por autoclavagem ou esterilização com
solução 1,0 e 2,5% de hipoclorito de sódio ou com solução de ácido peracético e
destinados ao esgoto.
f) Solventes orgânicos clorados devem ser armazenados em separado em
recipientes especiais. A queima desses solventes produz fosgênio ou fosfogênio
(COCl2) que é um gás altamente tóxico que pode causar edema pulmonar com
efeito retardado, após 5 a 6 horas da aspiração pelo trabalhador.

Noções básicas: Algarismos significativos

Todas as medidas de uma propriedade físico-química estão afetadas por uma


incerteza, chamada em geral erro, desvio ou imprecisão da medida. Por isso, os
resultados das medidas devem ser expressos de modo tal que se possa avaliar a precisão
com que elas foram feitas (ou calculadas). Portanto, o número que representa a medida
de uma propriedade não pode ter uma quantidade qualquer de algarismos, ele deve
conter apenas algarismos que representem realmente a precisão com que a medida foi
feita, ou seja, todos os algarismos devem ter um significado. Introduzimos assim o
conceito de algarismos significativos, procurando indicar que nem todos os algarismos
que aparecem na representação de uma medida ou no resultado de uma operação
matemática tem significado científico.

Quando se escrevemos 6,41mL quer-se dizer que a imprecisão (a dúvida da


medida de volume) está no último algarismo "1". É errado escrever que 6,41 mL =
6,410 mL, pois neste último caso a dúvida está no milésimo de centímetro e não em
centésimo como no primeiro caso.
A situação se complica um pouco se aparecem zeros no início ou no fim do
número. Os zeros que aparecem no início não são significativos, pois indicam
simplesmente a posição da vírgula. Assim, 0,003702 e 0,3702 têm o mesmo número de
algarismos significativos (4): 3, 7, 0 e 2. Às vezes (não é sempre), os zeros que
aparecem como últimas cifras indicam apenas a ordem de grandeza. Por exemplo,
74000 poderia ter apenas dois algarismos significativos (7 e 4) e os três zeros indicam o
milhar. Ou então, temos de fato cinco algarismos significativos: 7, 4, 0, 0 e 0. Para
evitar confusões, costuma-se escrever o número em potências de 10: 74x103 significa
que temos dois algarismos significativos. Se os algarismos significativos fossem cinco,
dever-se-ia escrever: 74000. O uso de potência de 10 é indispensável quando tratamos
com grandezas muito pequenas ou muito grandes: 6,022x1023, 6,63x10-34j.s. etc.
Portanto, quando se escreve um número em potência de 10, o primeiro fator deve
indicar os algarismos significativos e o segundo nos diz de quantos zeros se deve
deslocar a vírgula.

Para se saber quantos algarismos significativos existem em um número que


expressa à medida de uma propriedade, deve-se proceder assim:

 O algarismo que fica mais à esquerda, diferente de zero, é o mais


significativo,
 Se não há vírgula, o algarismo que fica mais à direita, diferente de
zero, é o algarismo menos significativo,
 Se há vírgula, o último algarismo da direita é o menos significativo,
mesmo que ele seja zero,
 Todos os algarismos entre o mais e o menos significativo são
significativos.

Durante os cálculos, pode-se trabalhar com um algarismo a mais, mas ao se


apresentar o resultado final, deve-se usar o número correto de algarismos significativos,
obedecendo às seguintes regras:

 Se o algarismo a ser cortado forma maior que 5, soma-se 1 ao algarismos


anterior;
 Se o algarismo a ser cortado for menor que 5, o algarismo
anterior mantém-se inalterado.
 Se o algarismo a ser cortado for igual a 5, soma-se 1 ao
anterior se ele for ímpar, mantendo-o inalterado se for par.
Operações: Fazer as contas com todos os algarismos e no final eliminar os
algarismos não significativos, conforme as regras práticas abaixo.

Multiplicação: Subtração e adição


1,2 x 1,2 = 1,4 -23.441 + 57,71+ 1,001 + 0,0032+211,0 1=
23.710,7142

5 x 5 = 25
Divisão
3,6/1,2=3,0
36/9=4 Resultado final: 23.710
Experimentos N 1 A, B, C

Técnicas de Medidas de Massa, Volume e Temperatura


2 Aulas/ 1 Relatório

Listas de Exercícios (opcional)

Objetivos

 Aprendizado de técnicas de medidas de temperatura, massa e volume.


 Diferenciar as vidrarias volumétricas das graduadas;
 Utilizar algarismos significativos;
 Distinguir o significado de precisão e exatidão.

Introdução
As experiências de laboratório em química, assim como em outras ciências
quantitativas, envolvem muito freqüentemente medidas de massa e volume, que são
posteriormente utilizados em cálculos. Nesta experiência, você medirá as massas e
volumes da água, e utilizará os resultados obtidos para calcular a densidade da água.

Medidas
Sempre que uma medida é efetuada, deve-se levar em consideração o erro a
ela inerente. O erro de uma medida é muitas vezes limitado pelo equipamento que é
empregado na sua obtenção. Em uma medida exata, os valores encontrados estão
muito próximos do valor verdadeiro. A precisão refere-se a quão próximos diversas
determinações de uma medida estão entre si. Medidas podem ser precisas sem serem
exatas, devido a algum erro sistemático. O ideal é que as medidas sejam precisas e
exatas. A precisão de uma medida pode ser melhorada aumentando-se o número de
determinação de uma medida e fazendo-se o valor médio das mesmas.

Medidas de Volume
Para se efetuar medidas de volume, faz-se necessário a utilização de pipetas,
provetas e buretas. As medidas de volume de um líquido com esses instrumentos são
feitas comparando-se o nível do mesmo com os traços marcados na parede do
recipiente. Na leitura do volume de um líquido usando-se um destes instrumentos,
ocorre uma concavidade que recebe a denominação de menisco.

Cuidados com a Balança


As balanças são instrumentos adequados para medir massas. O manuseio de
uma balança requer muito cuidado, pois são instrumentos delicados e caros. Quando
de sua utilização, devem ser observados os seguintes cuidados gerais:

 manter a balança limpa;


 não colocar os reagentes diretamente sobre o prato da balança;
 os objetos a serem pesados devem estar limpos, secos e à temperatura
ambiente;
 a balança deve ser mantida travada caso não estiver sendo utilizada;
 as balanças analíticas devem estar travadas quando da retirada e colocação
dos objetos a serem pesados;
 nas balanças analíticas, os objetos devem ser colocados e retirados com a
pinça e não com as mãos;
 o operador não deve se apoiar na mesa em que a balança está colocada.
Materiais

Béqueres de 30, 100, 300 e 1000 mL; Termômetro; Frasco de pesagem; Bastão de
vidro; Rolha; Proveta de 25 mL; Pipeta volumétrica de 25 mL: Pissete, Balança; Conta-
gotas.

Reagentes

Gelo, Água.

Procedimento

A) Medidas de temperatura

A1). Coloque cerca de 200 mL de água de torneira em um béquer e meça a


temperatura utilizando um termômetro. Obs: Obtenha o valor da temperatura com o
número máximo de algarismos significativos. Durante a medida mantenha o bulbo do
termômetro totalmente imerso na água, sem tocar as paredes do recipiente.

A2). Coloque no béquer 3 cubos de gelo picado. Agite com um bastão de vidro e meça
a temperatura da mistura água/ gelo a cada minuto até que fique constante.

A3) Esse procedimento deverá ser feito em triplicata, ou seja, repita a medida 3 vezes.

Qual é o critério necessário para definir se a temperatura está constante? Use um


gráfico para ilustrar a alteração da temperatura em função do tempo.

Anotações:

Temperatura da água:

Temperatura da mistura água e gelo (faça uma tabela: tempo (min) e temperatura)
B) Medidas de massa

Ao se efetuar as pesagens, é importante especificar o erro correspondente.


Assim, ao se realizar três pesagens de um mesmo corpo, cujos resultados sejam: 1,234
g; 1,233 g e 1,233 g, a maneira correta de se expressar a referida massa é a sua média,
acrescida da variação 0,001:

1,233  0,001 g.

B1) Uso da balança

 Verifique a capacidade e a precisão da balança;


 Verifique se o prato está limpo;
 Destrave a balança;
 Zere a balança.

B2) Pese uma proveta de 25 mL. Adicione 100 gotas de água destilada utilizando um
conta-gotas, pese novamente e leia o volume. Determine a massa e o volume de uma
gota e a massa equivalente a 1 mL de água. Esse procedimento deverá ser feito em
triplicata, ou seja, repita a medida 3 vezes. Verifique a temperatura da água.

(Expresse os resultados obtidos; médias e os desvios padrão. Você obteve um dado


amplamente conhecido na literatura (qual?). Compare o dado obtido
experimentalmente com o descrito no livro texto. Discuta a semelhança ou a
disparidade do dado experimental obtido com aquele reportado na literatura.

C) Medidas de volume

C1. Pese um béquer de 100 mL e anote a massa.

C2. Meça 25 mL de água em uma proveta (verifique a temperatura da água) transfira


para o béquer e pese-o novamente.
C3. Adicione mais 25 mL de água ao béquer e pese-o. Repita essa etapa mais uma
vez.

C4. Execute o mesmo procedimento utilizando uma pipeta volumétrica de 25 mL.

(Esse experimento permite comparar a precisão e a exatidão de medidas de volume


obtidas com distintos materiais de vidro - proveta e pipeta. Compare os dados
obtidos: suas médias, seus desvios padrão, os valores esperados e dê uma explicação
plausível para seus resultados).

Sugestão: Utilize uma tabela de densidades da água em várias temperaturas para


determinar a massa de 25 mL de água na temperatura em que a sua experiência foi
realizada. Analise os seus dados e coloque os instrumentos de medição de volume que
você utilizou em ordem crescente de exatidão. Justifique a sua resposta.

Tópicos para Estudo

 Algarismos significativos
 Tratamento estatístico de dados: média, desvio padrão, precisão, exatidão,
erros e propagação de erros;
 Material comum de laboratório: finalidade e condições de uso.

Bibliografia

BRADY, J. & HUMISTON, G.E., Química Geral Vol. 1, Capítulo 1, Rio de Janeiro,
Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1986.

BACCAN, N. ANDRADE, J.C., GODINHO, O.E.S. & BARONE, J.S., Química Analítica
Quantitativa Elementar, Capítulo 1, Campinas, Editora Edgard Blücher Ltda., 1985, 2a
edição.

VOGEL, A.I, et al., Química Analítica Quantitativa, Editora Kapelusz, 1960.

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