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m dia depois de termos pu- para onde o ministro da Economia e leiane disse que o crescimento será à
blicado a entrevista na qual Finanças e, dias depois, o primeiro- volta dos 4 por cento.
o embaixador cessante da -ministro, Carlos Agostinho do Ro- “A economia não vai crescer a 7 por
Alemanha, em Moçambi- sário, foram obrigados a ir prestar cento, como nós tínhamos programa-
que, Philip Schauer, disse, publica- explicações durante as reuniões da do, estamos a estimar que cresça 4.5
mente, que a exigência de uma au- primavera da Bretton Woods, desig- e, crescendo menos, significa que as
ditoria forense internacional sobre nadamente, o Fundo Monetário In- receitas também têm de ser revisita-
o escândalo da dívida mal parada ternacional e o Banco Mundial. das e, revisitando as receitas, conse-
prende-se com a falta de confiança, “Tivemos a oportunidade de expli- quentemente, temos de olhar para as
tanto na competência, assim como car que 2016 começou muito difícil. despesas”, disse, reiterando que tudo
na independência de instituições Nós tivemos seca que não tínhamos, está sendo feito para que sectores
como a Procuradoria, o Governo, há muitos anos, tivemos cheias que como a educação e saúde não sejam
confrontando com a sensível ques- também foram atípicas, para além afectados.
tão, disse que acredita nas institui- disso as nossas exportações continu- A uma pergunta do SAVANA so-
ções moçambicanas. aram a ser afectadas e por isso é que
bre se terá ou não colocado o cargo
estávamos a ter e continuamos a ter
à disposição, o ministro da Economia
Decorria a cerimónia dos 41 anos da a nossa moeda fraca e também a in-
e Finanças respondeu que nunca es-
independência nacional, quando in- flação a subir, mas que há um esforço
creveu a pedir demissão pelo fardo da
terpelamos, no sábado, na Praça dos muito grande. Partilhamos também
dívida pública.
Heróis em Maputo, o ministro da informação sobre outras áreas de or-
ganização, as medidas que estamos a “Quem escreveu é quem tem de cla-
Economia e Finanças que deu a cara
para, em nome do Governo, reagir ao tomar para a contenção da despesa rificar. Eu não escrevi. Eu estou no
que tem sido a grande exigência da como resultado também da suspen- governo porque sua excelência pre-
Adriano Maleiane, Ministro da Economia e Finanças sidente da República depositou con-
comunidade internacional nos últi- são de apoio”, contou.
mos tempos. aquilo que foi dito pela Assembleia que a missão do FMI, que esteve em Contudo, informou que a principal fiança em mim. Então, no dia em que
Basta recordar que, depois da Alta da República. Isso mostra que as nos- Maputo, não deixou decisões porque recomendação deixada pela equipa achar que já não faço parte da equipa,
Comissária britânica, Joanna Kuens- sas autoridades estão preocupadas tratava-se apenas da fase de recolha é a necessidade de se olhar para a vai ser a presidência, não sou eu que
sberg, do embaixador dos Estados com a situação e que, por conseguin- de informações que permitir-lhes-ão política fiscal, nomeadamente, a sua vou colocar essa notícia, nem sei quais
Unidos, Dean Pittman, do embaixa- te, devemos, de modo confiante, es- avaliar o impacto socioeconómico das consolidação e transparência, numa são as motivações que estiveram na
dor cessante de Portugal, José Duar- perar por aquilo que eles vão dirigir”. dívidas e que só depois dessa avalia- altura em que os recursos escasseiam. origem dessa notícia”, comentou, pela
te, e, mais incisivo, o embaixador ces- Entretanto, no fim de nove dias a ção é que poderão tomar decisões. Contra o Standard Bank, que esta se- primeira vez, sobre as informações
sante da Alemanha, a semana passada procurar entender os reais contornos Referiu Maleiane que a missão não mana voltou a baixar as previsões do que, há algum tempo, fazem debate
foi a vez do próprio Fundo Monetá- da dívida não declarada na ordem era mais do que a continuação do crescimento económico de Moçam- nos corredores e, mais recentemente,
rio Internacional (FMI) vir a público de USD 1.4 mil milhões, a missão trabalho iniciado em Washington, bique para 2 por cento, Adriano Ma- nas redes sociais.
defender a realização de uma audito- do FMI mostrou-se satisfeita com
ria internacional e independente, que os passos dados pela Procuradoria-
A teoria guebuziana
não é nada menos que uma operação -geral da República que, segundo
para se saber quem se beneficiou de a respectiva procuradora, Beatriz
cerca de USD 2 mil milhões mal pa- Buchili, estão em curso diligências
D
rados. que incluem audição de pessoas de-
epois de ventos e tro- no plano nacional, incluindo a seca Honwana, ouvido pelo TRC,
Questionado sobre se o Governo terminadas e recolha de elementos
voadas de todo o tipo e cheias”, foi assim que apresentou o à porta fechada, na Cidade do
aceitaria uma auditoria forense in- inerentes à legalização da constitui-
sobre a sua figura, Ara- dogma ao qual os jornalistas não tive- Cabo, a 3 de Junho de 1998, no
ternacional, Adriano Maleiane, o mi- ção da PROINDICUS E MAM, in-
mando Guebuza, o pre- ram direito de rebater, com os segu- âmbito da Comissão de Inquéri-
nistro moçambicano da Economia e cluindo a EMATUM, o destino dado
sidente de Moçambique à data ranças já a fecharem o círculo. to moçambicana instaurada para
Finanças, deixou claro que não. aos valores das dívidas contraídas, os Na verdade, Guebuza não teve tempo
da contracção de dívidas escon- investigar as causas da morte do
“O Governo de Moçambique já ex- prejuízos causados ao Estado, bem didas, apresentou, este 25 de Ju- para se pronunciar sobre o impacto presidente Samora Machel, que
plicou isso na Assembleia, que nós como a consequente determinação nho, a sua versão sobre o actual das dívidas no custo de vida, mas o faleceu na sequência da queda de
acreditamos na capacidade das ins- da responsabilidade criminal, civil e custo de vida em Moçambique teve para dizer que “podemo-nos le- um avião russo nos montes Li-
tituições que existem. Agora, cabe às administrativa. que, como diversos economistas vantar, firmemente, para fazer face a bombos, próximos da aldeia sul-
instituições que têm essa responsabi- Os peritos do FMI disseram ainda têm vindo a mostrar, está propor- esse desafio”. -africana de Mbuzini.
lidade de fazer esse trabalho solici- que o consenso para a constituição cionalmente ligado, em parte, aos Entende o antecessor de Filipe Nyusi O depoimento do antigo mili-
tar o apoio, que pode ser esse, e nós de uma Comissão Parlamentar de empréstimos feitos durante o seu que os moçambicanos sempre sou- tar moçambicano, publicado ano
inquérito para investigar a dívida foi consulado. beram fazer face aos desafios que in- passado, ao abrigo da Lei da Pro-
estaremos disponíveis para apoiar”,
um passo importante para restaurar a Tido como peça fundamental no cluem a consolidação da paz e a luta moção do Acesso à Informação,
respondeu, sem entrar em detalhes.
confiança. esclarecimento do sensível tema, contra a pobreza em prol do desen- em vigor naquele país desde 2000,
É uma resposta que surgiu 24 horas
Mesmo assim, a instituição dirigida Armando Guebuza não recorreu volvimento. revelava “relações tensas” entre
depois de, em entrevista publicada no
pela francesa Christine Lagarde que, a outra coisa senão a uma fuga “Demos provas no passado de ser- Guebuza e Machel, nas vésperas
SAVANA, Philip Schauer, que com
em Maio último, considerou que a para frente, evocando as calami- mos capazes de vencer, eu acredito da morte do considerado funda-
outros parceiros de Moçambique vi-
dívida moçambicana não declarada dades naturais e a baixa de preços que nós continuaremos, firmemente, dor da Nação moçambicana.
nha mantendo, com Maputo, encon- a vencer” ripostou “o filho mais que-
esconde esquemas de corrupção, na dos produtos de exportação de Honwana relatou uma série de
tros nos quais o dossier das dívidas rido da nação”, na mesma cerimónia
sexta-feira finda foi peremptória em Moçambique como os únicos e reuniões do Bureau Político da
escondidas sempre foi incontornável, afirmar que são necessárias medidas em que o actual presidente da Re-
ter confidenciado ao nosso semanário exclusivos factores que levaram à Frelimo em “torno da questão
adicionais, nomeadamente, a realiza- pública, Filipe Nyusi, procedeu ao
que não há consensos no Governo, subida do custo de vida que afec- Guebuza” que motivaram uma
ção de uma auditoria internacional e lançamento das comemorações dos
muito menos no partido, sobre se ta sobretudo as camadas menos “troca de palavras bastante tensas
independente. 30 anos após a morte, nas colinas
desfavorecidas. entre Guebuza e o Presidente Sa-
avança ou não uma auditoria forense Falando também na semana passa- de Mbuzini, de Samora Machel, o
Com a lição estudada para um mora Machel”.
internacional. da, em sede do parlamento, onde foi primeiro presidente de Moçambi-
terreno que sabia de antemão que que, a 25 de Setembro de 1975, Referiu-se também à situação
“Com alguns sim, com outros não. confrontada sobre o esclarecimento que lhe seria desfavorável, dada a proclamava, no Estádio da Machava, militar de Moçambique, na altu-
Não há consenso sobre isso…nem no do assunto, Beatriz Buchili, nomeada presença dos incómodos jornalis- a independência de Moçambique, 10 ra marcada por guerra civil com
Governo, nem no partido”, disse o di- procuradora por Armando Guebuza, tas, Guebuza, com óculos escuros anos depois da insurreição armada, a a Renamo, sobre a qual Samora
plomata que garantiu que a necessi- foi inequívoca em afirmar que, apesar estampados na cara, era um ho- Machel pouco sabia.
dade de uma auditoria dessa natureza 25 de Setembro de 1964.
de os processos estarem em instrução mem com pouco tempo para a “Ele deu a entender que havia
já foi colocada na mesa pela comuni- Neste momento de crises, Nyusi re-
preparatória, não há, até ao momento, imprensa. Instruídos, os seus se- conheceu que as profecias de Samora, sido induzido em erro e levado a
dade internacional, via FMI. arguidos constituídos. Explicou tam- guranças mostraram-se valentes acreditar que as Forças Armadas
um presidente que se batia contra a
Foi na mesma semana que Armando bém que estão em curso demarches para proteger o chefe das “tortu- tinham o controlo da situação”,
má governação, estão presentes, trinta
Guebuza comentou sobre o assunto com vista à obtenção de informação ras” dos homens da pena. quando a realidade era outra, dis-
anos depois da sua morte a 19 de Ou-
pela primeira vez. em poder dos bancos e dos fornece- “Eu gostaria de tornar claro que tubro de 1986, num fatídico acidente se o coronel.
O antigo presidente da República, dores. as causas dos problemas que nós ainda misterioso, mas que, ano passa- Guebuza, entrevistado ano passa-
que é apontado como o arquitecto temos hoje, que felizmente foram do, a Comissão da Verdade e Recon- do pelo Magazine Independen-
do actual endividamento e, por as- 'DSROtWLFDÀVFDODRFUHVFL- apresentados já noutra ocasião, ciliação da África do Sul (TRC), re- te, classificou todas as acusações
sim dizer, o alvo final de uma even- PHQWRHFRQyPLFR por outros dirigentes, é de que é velou suspeitas de envolvimento de como boatos. “Eu não vivo de
tual auditoria forense, recomendou a Na breve declaração a jornalistas, na uma causa económica, tanto no Armando Guebuza no acidente. boatos”, disse, na altura, num tom
jornalistas, na Praça dos Heróis, que Praça dos Heróis, o ministro Adria- plano internacional, assim como O depoimento é do Coronel João intimidatório.
“a melhor coisa que podemos dizer é no Maleiane explicou, por outro lado,
TEMA DA SEMANA
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L
uísa Diogo defendeu em 2VPHUFDGRVQmRJRVWDPGH Para Sven von Burgsdorff, “a longo
Lisboa que a confiança entre LQFHUWH]DYRQ%XUJVGRUII prazo Moçambique tem um futuro
Moçambique e os parceiros Na resposta, o embaixador da União óptimo, mas a curto e médio prazo
internacionais “implica um Europeia em Moçambique, que as- algumas medidas têm de ser toma-
tratamento diferenciado quando há sumiu também a presidência do das” e outros aspectos corrigidos:
tropeços”, referindo-se às dívidas grupo de doadores internacionais “Uma actuação mais bem coorde-
de USD1,4 mil milhões descobertas conhecido como G14, rebateu o pe- nada a nível ministerial poderia ser
pelo FMI (Fundo Monetário Inter- dido de excepção pedido por Luísa facilitadora deste trabalho”, exempli-
nacional) em Abril deste ano. Diogo e lembrou que os mercados ficou.
internacionais “não têm paciência O governo de Moçambique ainda
“A confiança implica um tratamen- nem tempo para esperar pelo resta- não tornou pública a decisão em
to diferenciado quando há tropeços, belecimento da confiança”. apoiar ou uma auditoria internacio-
implica dar o apoio necessário e con- “Os mercados não gostam de insegu- nal, nem as linhas de um Orçamento
fiança no trabalho que estamos a fa- rança nem de incerteza”, disse Sven rectificativo, tendo em conta o boi-
zer”, disse Luísa Diogo que está em von Burgsdorff, acrescentando: “na cote que está a enfrentar da comu-
Portugal na conferência ‘Portugal- situação actual é muito importante nidade internacional e a queda do
Joaquim Chissano Luísa Diogo
-Moçambique, Pontes para o De- e cabe ao Governo tomar decisões
investimento externo.
senvolvimento Económico’. lidade. A dívida moçambicana, cerca Para Chissano, trata-se de assuntos rápidas para que a confiança se resta-
O Fundo Monetário Internacional
de USD11,64 mil milhões a 31 de que “devem ser encarados com mui- beleça nos mercados internacionais,
“Moçambique demonstrou durante (FMI) defendeu na sexta-feira, no fi-
ta paciência e com vontade de trazer que votam cada dia na disponibilida-
anos ter um registo de país sério e Dezembro de 2015, está próxima dos nal de uma visita a Moçambique, que
de dos seus dinheiros”.
de conformidade com as regras in- níveis de insustentabilidade, segundo soluções mais do que apenas casti- o Governo deve adoptar um pacote
Para o representante da diplomacia
ternacionalmente aceites e mostrou a última avaliação do FMI, a semana gos”, de forma a ultrapassar-se esta urgente e decisivo de medidas para
da União Europeia em Maputo, para
também ser um grande exemplo a passada. fase, seguindo para uma “nova acti- evitar uma maior deterioração da
além de liderar actualmente o gru-
nível regional e internacional”, vin- vidade positiva”. O antigo presidente economia e alerta que o país pode ter
po dos doadores internacionais que
cou a antiga ministra das Finanças, 'HVOL]HVRXLQDGYHUWrQFLDV moçambicano defendeu que a credi- suspenderam a ajuda financeira no atingido um risco elevado de sobre-
Primeira-Ministra e candidata nas Na rebuscada explicação de Chissa- bilidade de Moçambique no exterior seguimento da divulgação de dívidas endividamento. O FMI exige uma
eleições internas da Frelimo à Presi- no, “há dificuldade da parte econó- “não necessita de ser recriada”, uma ocultas no valor de mais de USD1,4 auditoria internacional independen-
dência da República. mica que foi criada por um, não sei vez que “não desapareceu”, admitin- mil milhões de dólares, a criação de te às contas das empresas Ematum,
Também o antigo presidente de como dizer - porque são questões do, porém, que tudo depende da “boa condições favoráveis ao ambiente de Proindicus e MAM, deixando claro
Moçambique, Joaquim Chissano, as- ainda em investigação e não gosto de vontade” com que se vê o “erro”. negócios vai ser fundamental. que negociações sobre potenciais
sumiu a mesma postura desculpabi- pôr rótulos às coisas. Talvez o mais “Depende da boa vontade de encarar “O ambiente de negócios vai ser novos financiamentos estão depen-
lizadora em relação à administração que posso dizer é que houve um des- um erro, se é que é isso que se deve muito importante, para que os em- dentes de “progressos adicionais na
do seu sucessor Armando Guebuza, lize ou inadvertência, ou qualquer dizer, e que não pode descredibilizar presários portugueses, moçambica- implementação efectiva das medi-
que endividou o país na compra de coisa, que criou problemas de des- tudo, ou toda a base (de confiança) nos, chineses, ou quaisquer outros, das macroeconómicas correctivas e
um sistema de protecção costeira de confiança dos doadores, das institui- criada. A base está lá”, sustentou se sintam bem tratados para poder das medidas com vista ao reforço da
contornos ainda pouco conhecidos e ções de Bretton Woods, o que cria Chissano, que, quinta-feira, recebeu investir e criar emprego”, vincou o transparência, melhoria da governa-
outras obras de duvidosa sustentabi- também uma tensão no país”. em Lisboa o Prémio Norte-Sul. diplomata. ção e garantia da responsabilização”.
independente às empresas
Também é pouco usual que uma o Governo acordou que tais medi-
missão técnica (já que esta missão das efectivamente vão ser imple-
desde o princípio anunciava que mentadas e menos ainda quando
O
não estava aqui para negociar) te- poderiam ser implementadas.
Outra evidência da necessidade de Fundo Monetário autores, elogiando as iniciativas cambial, para restaurar o equi-
nha um encontro com um Presi-
medidas é a menção do equilíbrio Internacional (FMI) que estão a ser empreendidas pela líbrio entre oferta e procura no
dente. O facto de ter-se encontra-
entre a demanda e a oferta de di- exige uma auditoria Procuradoria-Geral da República e mercado cambial.
do com ambos, o Presidente Nyusi
internacional e inde- pela Assembleia da República, que “Foi ainda acordado que o ajus-
e o Primeiro Ministro do Rosário, visas.
pendente às empresas Ematum, anunciou a criação de uma Comis- tamento deve preservar os pro-
implica que o Governo está muito O CIP interpreta isto como uma
Proindicus e MAM, que recebe- são Parlamentar de Inquérito, para gramas sociais críticos”, refere
preocupado (o que é bom). indicação que a missão está preo-
ram o dinheiro proveniente dos investigar as dívidas escondidas. ainda a nota de imprensa.
A missão apresentou o contexto da cupada pelo aumento (parcialmen- empréstimos escondidos pelo
situação económica, a qual carac- te especulativo) da taxa de câmbio Para o FMI, o país enfrenta uma
Governo entre 2013 e 2014. 0HGLGDVXUJHQWHVH
terizou como sendo de “desafios no mercado informal, onde o dólar GHFLVLYDV alta probabilidade de ter atingi-
económicos difíceis”. já está a 66/70 MT para compra/ A exigência consta do comu- A missão, chefiada por Michel La- do um nível de risco elevado de
As novas projecções do PIB da venda. nicado daquele organismo de zare, defendeu que o país precisa sobreendividamento (debt dis-
missão são de 4,5% (comparadas Ao falar das medidas discutidas Bretton Woods, na sequência de que adotar um pacote urgente e de- tress) e a dívida pública chegava
com 6,6% em 2015 e três pontos com o Governo, a missão enfatiza uma missão que a instituição en- cisivo de medidas de política para a 86% do PIB no final de 2015
percentuais abaixo de níveis histó- a necessidade de evitar outra des- viou para Moçambique, entre 16 evitar uma maior deterioração da (incluindo as dívidas ocultas),
ricos). A missão indicou ao mesmo coberta de dívidas ocultas. e 24 do mês em curso, para uma economia, avisando que o país pode como resultado da descoberta
tempo que há riscos substanciais Para o CIP, isto indica a grande avaliação do impacto macro- ter atingido um risco elevado de so- dos empréstimos escondidos.
que ainda podem contribuir para -económico do montante de 1,4 breendividamento. As chamadas dívidas escondidas
preocupação do FMI com a deso-
um crescimento menor do PIB.1 mil milhões de dólares em dívi- “A missão e as autoridades acor- (USD1,4 mil milhões), segundo
nestidade demonstrada pelo Go-
A missão confirmou o que já se das não autorizadas pela Assem- daram que este contexto exige um
verno até agora. a missão, representam 10,4% do
conhecia: que a situação fiscal era bleia da República nem comuni- pacote urgente e decisivo de medi-
Ao mesmo tempo, a missão indica PIB.
demasiado expansionista, tanto cadas às instituições financeiras das de política para evitar uma de-
que não está satisfeita com o pro- Do total das dívidas públicas não
durante 2015 como durante os internacionais e aos doadores. terioração acrescida do desempenho
primeiros cinco meses de 2016 gresso feito até agora com as inves- reveladas, a Ematum beneficiou
“Seria necessária uma auditoria económico”, lê-se no comunicado
(de Janeiro a Maio)2, resultando tigações sobre as dívidas ocultas. de 850 milhões de dólares ava-
internacional e independente às do FMI.
numa subida da inflação homólo- Isto leva à insistência pela missão lizados pelo Estado moçambi-
empresas Ematum, Proindicus e Aquela instituição financeira inter-
ga de 18,3% e uma depreciação do de uma auditoria internacional, cano, dos quais 500 milhões de
MAM, sendo as duas últimas as nacional entende que as autorida-
Metical de 28% em 2016, com as mesmo quando a missão diz que dólares acabaram assumidos pelo
empresas que receberam finan- des moçambicanas devem pôr em
reservas internacionais em queda está satisfeita com os últimos pas- ciamento dos empréstimos an- marcha apertos substanciais ao nível Governo como dívida soberana,
contínua. sos, que incluíam a criação duma teriormente não revelados”, diz a fiscal e monetário, flexibilidade da a Proindicus, criada para activi-
O CIP interpreta isto no sentido comissão de investigação no Par- nota distribuída pelo FMI. taxa de câmbio, para restaurar a sus- dades de protecção costeira, re-
de que a política fiscal do Gover- lamento. O FMI considera necessárias tentabilidade macroeconómica, re- cebeu 622 milhões de dólares, e
no está fora do controlo dos ins- O final da declaração de imprensa medidas adicionais no apura- dução das pressões sobre a inflação e a MAM também ligada à defesa
trumentos à disposição tanto do representa um forte golpe às espe- mento da extensão das dívi- a balança de pagamentos, bem como marítima, beneficiou de 535 mi-
Governo como do Banco de Mo- ranças do Governo que, segundo das ocultas e dos respectivos alívio das pressões sobre o mercado lhões de dólares.
çambique. as indicações recebidas pelo CIP,
TEMA DA SEMANA
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SOCIEDADE
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arece que desta é de vez. Assim, a partir desta sexta-feira, à são responsáveis pelo abastecimen- básica, porque os preços de farinha, nisse para deliberar e depois infor-
Depois de em Março últi- boca da padaria, o pão de 200 gra- to do pão ao grosso da população. fermento, vitaminas e salários, cujo mar a governo. Mas sublinhou que
mo a Associação Moçam- mas passa dos actuais seis meticais O presidente da AMOPÃO, Victor reajustamento foi feito em Abril o mesmo está ciente dos elevados
bicana de Panificadores para sete meticais, enquanto que o Miguel, justifica esta medida com último, tornaram os custos de pro- custos de produção, pelo que, caso
(AMOPÃO) ter ensaiado aumen- de 250 gramas deverá passar dos o aumento dos custos de produção, dução mais elevados”, disse. queira travar a subida, terá de apre-
tar o preço do pão, facto pronta- 7,5 para nove meticais. pois de Janeiro a esta parte regista- Apontou que um saco de trigo de sentar outras alternativas.
mente travado pelo Governo, esta Estes preços serão praticados pelos ram uma subida de 70%. 50 quilos, que em Outubro de 2015 Em Março último, a AMOPÃO
quarta-feira, os panificadores vol- dos panificadores, sendo que ficam “Estamos a tentar fazer a reposi- custava 1.080 meticais, subiu para ensaiou agravar o preço de pão, fac-
taram à carga e apresentaram no- desconhecidas as tarifas que serão ção daquilo que foi corroído pelos 1.390 meticais, num espaço de oito to que foi prontamente “barrado”
vos preços. praticadas pelos comerciantes que custos da subida da matéria-prima meses. Falou ainda do preço de fer- pelo governo. Na altura, o ministro
mento, que uma embalagem de 10 de Indústria Comércio, Max To-
quilos antes custava 1.600 meticais nela, disse que para evitar a subida
agora passou para 2.340 meticais. do preço, os panificadores estavam
Segundo Victor Miguel, esta si-
a identificar ofertas de trigo relati-
tuação colocava os panificadores a
vamente mais barata fora do país,
trabalharem numa situação extre-
por considerarem que as fábricas de
mamente deficitária, o que já levou
moagem nacionais praticam tarifas
ao encerramento de cerca de 98 pa-
elevadas que acabam encarecendo o
darias até Janeiro do presente ano.
Refere que, de modo que não hou- custo de pão.
vesse crise de pão no país devido ao A última vez que o país registou
efeito dominó dos encerramentos, uma subida no preço do pão foi em
era necessário que a AMOPÃO to- Outubro de 2015, tendo o agrava-
masse uma posição para favorecer a mento sido encarado com passivi-
todos, estabelecendo um preço que dade, uma atitude que contrariou
chamou de possível, porque o justo os cenários vividos em 2010, em
poderia gerar caos nas actual con- que as cidades de Maputo e Mato-
juntura do país. la ficaram literalmente paralisadas.
Questionado se esta decisão era do É que, o pão constituí um dos ali-
conhecimento do governo, Miguel mentos indispensáveis para a maio-
respondeu que, antes de mais era ria dos moçambicanos residentes
preciso que a Associação se reu- nos centros urbanos.
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SOCIEDADE
8 Savana 01-07-2016
Vassourada na EDM
O
ministro dos Recursos um cenário caracterizado por cor- competitiva, transparente, eficiente, “Para começar este processo, era Administração executivos pelo que
Minerais e Energia, Pe- tes prolongados e constantes. sustentável e de referência regio- preciso termos um ponto de parti- gostaria mais uma vez de contar
dro Couto, exonerou os A situação financeira da empresa nal e mundial no fornecimento de da. Assim, brevemente será lançado com todos os trabalhadores da em-
quatro administradores não é das melhores e aponta-se a energia electrica e serviços asso- um concurso público para selecção presa”, lê-se no documento.
executivos da Empresa Electrici- gestão danosa como uma das ra- ciados. de novos membros do Conselho de (R.S.)
dade de Moçambique . zões da situação calamitosa em que
Trata-se de Carlos Alberto Yum, se encontra a empresa pública de
responsável pelo pelouro de Plane- distribuição de energia eléctrica.
amento e Projectos; Isaura Cumbe, Nos últimos anos, a EDM serviu
do pelouro de Finanças e Serviços como “vaca leiteira” das elites do
gerais; Isaias Rebeca, responsável partido Frelimo bem como dos
pela área de Distribuição e Agos- seus gestores seniores que, usando
tinho Mucauro do cargo de admi- a manobra de tercialização de ser-
nistrador para o pelouro de Produ- viços, introduzem as suas empresas
ção e Transportes. para prestarem serviços e, em con-
tra partida, recebem pagamentos
sub-facturados.
Segundo o despacho de Couto,
A bancada do Movimento Demo-
os executivos exonerados deverão
crático de Moçambique (MDM)
continuar em funções até à nomea- na Assembleia da República che-
ção dos novos titulares. gou a exigir a constituição de uma
A exoneração dos quatro adminis- comissão parlamentar de inqué-
tradores verifica-se um ano depois rito para averiguar a real situação
da tomada de posse de Mateus da empresa, mas tal proposta foi
Magala como novo Presidente de chumbada pela bancada maioritá-
Conselho de Administração (PCA) ria, a Frelimo.
da empresa em substituição de Gil-
do Sibumbe. Concurso público
Embora o comunicado do ministro Nesta quarta-feira, Mateus Magala
dos Recursos Minerais e Energia emitiu uma circular na qual convi-
aponte a exoneração dos adminis- da todos os trabalhadores habilita-
tradores da EDM como estando dos para concorrer às vagas deixa-
no quadro normal de rotação de das pelos quatro administradores.
quatros e introdução de nova dinâ- Os lugares estão também abertos
mica, dados em poder do SAVA- para os exonerados.
NA indicam que a medida tem a Segundo o documento assinado
ver com a deficiente gestão daquela por Magala, as reformas vão abran-
empresa. ger outros cargos de direcção e en-
Nos últimos anos, a EDM tem-se quadram-se no processo de trans-
mostrado sem capacidade para dis- formação da firma com objectivo
tribuir convenientemente a energia, de torná-lo numa empresa mais
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SOCIEDADE
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- CONVOCATÓRIA –
A Mesa da Assembleia Geral da Associação MISA-Moçambique convoca a todos
os seus membros a participarem na Assembleia Geral Ordinária (2016), a realizar-
-se no dia 08 de Julho de 2016, das 8:00 às 13:00 horas, no Hotel Moçambicano, na
cidade de Maputo.
O Presidente da Mesa da AG
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António Zefanias
SOCIEDADE
10 Savana 01-07-2016
D
epois de ter ensaiado, como consequências da falta de
sem sucesso, a criação do equipamentos modernos e evolu-
Serviço de Investigação ídos para a investigação criminal.
Criminal (SECRIM) Por seu turno, a Ordem dos Ad-
em 2010, a Assembleia da Re- vogados de Moçambique (OAM)
pública (AR) está novamente a entende que a reorganização da
experimentar a transferência da PIC é a etapa mais importante e
Polícia de Investigação Criminal urgente que actualmente se impõe,
(PIC) do Ministério do Interior no âmbito da reforma do sector ju-
(MINT) para o Ministério Públi- diciário em Moçambique.
co (MP) ou para o Ministério da Para Flávio Menete, bastonário
Justiça. da OAM, a introdução de refor-
mas na PIC assume-se como um
O fracasso da primeira tentativa imperativo para que esta possa de-
de reformar a PIC foi apadrinha- sempenhar, com rigor, a sua missão
do pelas elites da Polícia da Repú- no combate ao crime.
blica de Moçambique (PRM) que Não haverá, nem pode haver, re-
contaram com o apoio da bancada sultados palpáveis no combate à
da Frelimo que chumbou, pelo seu criminalidade sem uma reforma
voto maioritário, a proposta em Ministro da Justiça, Isac Chande, e o seu elenco durante audição na primeira comissão sobre a reforma da PIC profunda e determinada da PIC.
sede do Parlamento. Sublinha que não adianta introdu-
vando os cidadãos a adoptar medi- investigação criminal profissio- compadece com a missão própria
A denominar-se Serviço Nacional zir melhorias a nível do Ministério
das de precaução, redução de actos nalizada, mas dentro do MINT”, do MINT, que na verdade se resu-
de Investigação Criminal (SER- Público, dos Tribunais, do Insti-
e situações que possam facilitar a frisou. mem com questões que têm a ver
NIC), a proposta de lei atinente tuto do Patrocínio e Assistência
ocorrência de condutas criminosas. Sobre a autonomia administrativa, com a defesa da lei, tranquilidade e
a esta reforma foi entregue à AR Jurídica (IPAJ) e da advocacia sem
Entende o executivo que o SER- Chachine diz que não vê nenhu- segurança públicas.
pelo governo em Março do pre- que se melhore, e muito, o funcio-
NIC deverá ser tutelado pelo mi- ma inconveniência nesse sentido. Defende que o director do SER-
sente ano. namento da PIC.
nistro que superintende a área da Porém, a autonomia financeira é NIC e o seu vice devem ser esco-
O governo não quer tirar a PIC do Menete defende que a reforma
ordem, segurança e tranquilidade quase impossível porque a PIC lhidos entre magistrados judiciais
MINT, mas quer que deixe de ser deve começar na formação espe-
públicas, neste caso o Ministro do não produz receitas tal como ou- de carreira ou magistrados do
uma instituição subordinada e de- cializada dos seus agentes, pas-
Interior. tras instituições de Estado. Ministério Público, também de
pendente, passando a ser uma ins- sando pela correcta atribuição de
A Associação Moçambicana de carreira, e empossados pelo Presi-
tituição tutelada e com autonomia
administrativa.
O nó da bronca Juízes entende que o SERNIC dente da República. meios materiais, tecnológicos e
A proposta legal para a transfor- deve tutelar-se ao Ministério da A proposta dos juízes difere da financeiros e terminando numa vi-
A bancada parlamentar da Fre- são conceptual que leve à transfor-
mação da PIC em SERNIC está Justiça, discordando, deste modo, Sociedade Civil e da Ordem dos
limo também alinha no mesmo mação desta Polícia, de um mero
a ser analisada ao nível das Comis- com as posições do governo e da Advogados de Moçambique que
diapasão e não quer a PIC fora departamento da Polícia da Re-
sões dos Assuntos Constitucio- Frelimo em relação à manutenção defendem a tese de que a nova
do MINT, enquanto que o grupo da tutela no Ministério do Interior. entidade de investigação criminal pública de Moçambique (PRM),
nais, Direitos Humanos e de Le-
parlamentar da Renamo quer que Na defesa da sua proposta, Carlos deve tutelar-se ao Ministério Pú- para um verdadeiro órgão moder-
galidade e da Defesa, Segurança e
a nova PIC esteja sob tutela do Mondlane, presidente da Associa- blico. no e especializado de investigação
Ordem Pública.
Ministério da Justiça. ção Moçambicana de Juízes, disse Para o presidente da Comissão
Para tal, várias esferas da sociedade criminal e que se assuma como
O documento com 22 páginas diz que a proposta da sua organização Nacional dos Direitos Humanos
moçambicana foram convidadas parte integrante do subsistema de
que, tendo em conta as caraterís- irá assegurar e proteger a compo- (CNDH), Custódio Duma, o ac-
para dar o seu parecer sob a futura administração da justiça penal.
ticas actuais da criminalidade que nente da fiscalização. tual cenário é de dupla subordina-
composição e a entidade que deve- A Ordem dos Advogados reite-
se mostram cada vez mais sofisti- “Desde logo, no artigo segundo da ção da PIC, um facto que concorre
rá tutelar o SERNIC. ra a necessidade de a PIC passar
cadas bem como o fenómeno da proposta, a Associação Moçambi- para a prestação de maus serviços
O Ministro do Interior, Basílio a subordinar-se ao Ministério da
integração regional e da globaliza- cana de Juízes, no que diz respeito ao cidadão.
Monteiro, defende que, tal como a Justiça e que o seu director seja
ção, há necessidade de se introdu- à natureza deste órgão, entende Para o Presidente da CNDH, a
PIC, o SERNIC deverá estar sob um magistrado judicial ou do Mi-
zir reformas profundas no seio das alçada do seu ministério. que não basta que ela tenha uma ideia de se pretender que o SER- nistério Público, em comissão de
instituições de investigação crimi- Para Basílio Monteiro, o actual autonomia administrativa, mas é NIC seja um serviço público de serviço.
nal com vista a dar resposta a esta sistema de dependência não pode importante que o SERNIC tenha natureza paramilitar, auxiliar da
nova realidade. ser visto como barreira para o bom uma autonomia financeira e este- administração da justiça, dotado Ministério da Justiça está sa-
Para tal, a investigação criminal funcionamento da instituição. Os ja sob a tutela do Ministério da de autonomia administrativa e turado
deve profissionalizar-se e especia- problemas que a PIC actualmente Justiça. Desde logo descartamos tutelado pelo Ministro que su- Para não fugir da linha do gover-
lizar-se cada vez mais, quer sob enfrenta não se resolvem pela mu- a possibilidade de colocar a PIC perintende a área de ordem, se- no e da bancada da Frelimo, Isac
ponto de vista material e tecnoló- dança do sistema de dependência sob tutela do Ministério Público, gurança e tranquilidade públicas Chande, ministro da Justiça, As-
gico bem como sob ponto de vista ou pela mudança do nome da ins- porque o MP, que é o titular da denota a ausência da autonomia suntos Constitucionais e Religio-
da capacitação dos recursos huma- tituição, mas antes pela reorgani- acção penal, está comprovado que, da PIC, facto que pode fragilizar sos, foi à audiência da Primeira
nos. zação da sua estrutura, formação por o ser, ele tem de ter um poder este sector que precisa de recursos Comissão dizer que a sua institui-
A proposta governamental propõe dos quadros nas várias especiali- funcional para qualquer que seja a humanos altamente qualificados e ção está saturada e que neste mo-
que a PIC deve actuar na tramita- dades, apetrechamento adequado entidade, para que possa exercer o de condições de trabalho dignifi- mento não está em condições de
ção do processo-crime sob direc- e motivação dos seus profissionais. ónus investigativo. Se nós colocar- cantes. albergar o SERNIC.
ção e dependência funcional do O posicionamento de Basílio mos a polícia sob a dependência A CNDH propôs que o parla- Chande refere que o seu ministé-
MP, sem prejuízo da sua autono- Monteiro foi repisado por Paulo do Ministério Público vai se per- mento aprove uma lei que possibi- rio coordena o sistema judiciário
mização e organização hierárquica, Chachine, actual director Nacional der o poder de fiscalização. Quem lite a existência duma PIC que não do país, tem a missão formar juí-
operacional e técnica. da PIC, que defende que o SER- vai fiscalizar o próprio Ministério se subordina ao Ministério do In-
zes, procuradores e notários, asses-
Na proposta de lei submetida à NIC será uma força paramilitar Público? É importante que o MP, terior nem ao Ministério Público,
AR, o executivo de Filipe Nyusi sora o Presidente da República em
que sempre que necessário deverá neste poder, oriente a polícia na- mas actua de forma independen-
define como funções da nova PIC assuntos Constitucionais, atende
recorrer ao uso de armas de fogo quilo que são as instruções proces- te, podendo inclusive rejeitar por
a garantia da realização de diligên- suais”, disse. meio de despachos as orientações questões religiosas, vela pela situ-
para atender determinada situação.
cias que, nos termos da lei proces- O magistrado refere que a colo- do poder judicial ou administrati- ação prisional para além dos regis-
Nessa óptica, continua Chachine,
sual penal, se destinam a verificar cação da PIC ou SERNIC sob vo, sem incorrer em crime de de- tos e notariados.
sendo uma força paramilitar, deve-
a existência de infracções de natu- rá obedecer uma voz de comando alçada do Ministério do Interior, à sobediência. São atribuições que ainda não são
reza criminal, determinar os seus que só pode vir do MINT que é a partida, pode-se dizer que o facto Duma defende, ainda, uma polícia totalmente satisfeitas devido à fal-
agentes e averiguar a sua respon- única instituição do Estado habili- de ser uma polícia é aceitável que que esteja devidamente equipada ta de meios materiais, humanos e
sabilidade. tada para tal. fique sob tutela do MINT. para investigar crimes, tendo ex- financeiros, sendo que a transfe-
O SERNIC deverá ainda promo- “A presente proposta foi desenha- Mas o problema que daí ad- plicado que a impunidade, a tortu- rência do SERNIC para aquele
ver e realizar acções destinadas a da de acordo com os nossos an- vém é que a natureza jurídica de ra na investigação e o crescimento ministério traria outros constran-
incentivar a prevenção geral, moti- seios. Sempre sonhamos com uma qualquer polícia judiciária não se da criminalidade são apontados gimentos.
INTERNACIONAL
SOCIEDADE
Savana 01-07-2016 11
&RPRÀFDPRV0U3UHVLGHQWH"
Por Armando Nhantumbo
O
insistido coro de alguns A divergência da semana passada Chissano, que este ano foi apontado
sectores da Frelimo, se- abre a segunda fase da maior con- pela Africa Inteligence como estan-
mana passada, para a ile- tradição de sempre na história da do em sintonia com o seu sucessor
galização da Renamo ou Frelimo, entre membros e presi- Armando Guebuza, numa estraté-
então para a continuação de bom- dente. A primeira vez foi em 2015, gia para encurralamento da Rena-
bardeamentos na serra da Goron- logo depois de Filipe Nyusi se ter mo, voltou a defender bombardea-
gosa, abriu o capítulo 2 da maior reunido com o presidente da Re- mento contra a Renamo.
contradição de sempre na história namo, a quem terá recomendado Chissano, que durante muito tem-
do partido, envolvendo membros o envio ao Parlamento do Projecto po foi visto como o homem da paz,
e um presidente daquela formação Lei sobre as autarquias provinciais tem vindo a defender, nos últimos
política. para ser aprovado com o que Afon- tempos, as incursões armadas contra
so Dhlakama descreveu como trata- a Renamo, numa estratégia de diá-
O sinal de abertura manifestado por mento especial igual ao dado a nova logo debaixo de fogo que considera
Filipe Nyusi, a 16 de Junho último, legislação eleitoral, em 2014. normal.
para o restabelecimento da paz em Em reposta, membros da Frelimo, No SAVANAde 15 de Janeiro pas-
Moçambique, pode ter irritado os sobretudo elementos da poderosa sado, João Pereira dizia que na Fre-
sectores mais radicais dentro do seu Comissão Política, na altura diri- limo houve sempre vários grupos
partido, que sempre defenderam a gida por Guebuza, desdobraram- de interesse, mas sempre reinou a
via militar para com a Renamo de -se pelas províncias deixando claro noção de coesão para a salvaguarda
Afonso Dhlakama. que a Frelimo nunca irá permitir tal do partido. Vincava que os camara-
O que é certo é que não tardou a partilha de poder com um inimigo das sempre foram especialistas em
contradição a um presidente que, Filipe Nyusi está num apertado colecte de forças
por abater. fazer alianças para manter a coesão
segundo analistas políticos, levará Entretanto e coincidentemente, interna.
o seu tempo para ter uma Frelimo procuradora-geral da República so- “perdiz”, Ivone Soares, disse que na mesma semana em que os de- O que fica por saber agora é qual
que o dê ouvidos. bre o Estado da Justiça, quando os o seu partido está à espera de ver putados da Frelimo apregoaram a será o caminho para a paz. Se será
“Não será em cinco anos que se vai deputados da Frelimo defenderam, quem é esse que vai “ilegalizar a ilegalização da Renamo, o antigo ilegalizar e bombardear a Renamo
apagar o que vem de há mais de de viva voz, a necessidade urgente Renamo”. presidente da República, Joaquim ou com ela se dialogar.
10 anos”, vaticinava em Janeiro, ao de ilegalização da Renamo, o maior
SAVANA, o politólogo João Perei- partido da oposição.
ra, nas vésperas da II Sessão Extra- Num tom bastante intransigente, os
ordinária do Comité Central (CC) deputados, com o pontapé de saída Crise política e militar
da Frelimo. dado por aquela que já foi conheci-
Dizia o professor universitário que,
apesar de ser filho de antigos com-
da como senhora das patinhas, Lu- *RYHUQRH5HQDPRjHVSHUDGH´PmRH[WHUQDµ
O
cília Hama, bateram-se duro para
batentes, o presidente Nyusi não é que a Renamo e o seu líder sejam Governo e a Rena- principal partido da oposição, José entrou em detalhes.
veterano da luta e isso não joga a mo aguardam a res- Manteigas afirmou que a delegação O Governo e a Renamo discu-
responsabilizados em sede da justi-
seu favor. posta da África do da Renamo ouviu da contraparte tiram igualmente as condições
ça, transferindo para o campo legal
Na mesma senda, o docente de ci- Sul, União Europeia governamental que Maputo já expe- em que os seis novos membros
um assunto meramente político que
ência política, Domingos do Rosá- e Igreja Católica aos convites diu os pedidos de mediação às três das duas delegações vão integrar
num passado mais recente até me-
rio, mostrava-se céptico quanto à endereçados às três partes para entidades, aguardando resposta. as negociações.
receu amnistia.
afirmação imediata de Filipe Nyusi mediarem as negociações desti- “Ainda não tivemos a reacção das Questionado sobre as acusações
Na verdade, vários sectores de opi-
na Frelimo, afirmando que “há po- nadas ao fim da guerra no país, entidades convidadas para media- do principal partido da oposi-
nião, incluindo de dentro do parti-
deres que bloqueiam o presidente” e anunciou quarta-feira o deputa- rem as negociações, mas sabemos ção de que a serra da Gorongo-
do governamental, não entendem a
que o fariam por muito mais tempo. do José Manteigas, falando em que mostraram abertura”, declarou sa está a ser flagelada por bom-
pertinência do apelo para a ilegali-
“Nyusi não vai governar este País”, nome da chamada equipa mista Manteigas. bardeamentos, José Manteigas
zação da Renamo, precisamente na
sentenciava, na altura, indicando entre o executivo moçambicano Na sessão de quarta-feira, que de- afirmou que o seu mandato na-
altura em que o presidente da Re-
ainda que o presidente até poderia e o principal partido da oposi- morou cerca de três horas, Man- quela sala era narrar o conteúdo
pública e do partido parece estar a
fazer alterações na Comissão Po- ção. teigas declarou que as duas partes das conversações travadas entre
abrir a mão rumo à paz.
lítica e no Comité Central, mas as Em declarações à imprensa, na alcançaram um entendimento sobre as duas delegações e não relatar
mudanças não se fazem por decreto. Insistem que essa só pode ser obra
presença de representantes das os termos de referência da partici- sobre aspectos fora daquele âm-
O tempo, esse, vai se encarregando de quadros de topo do partido no
delegações do executivo e do pação dos mediadores, contudo, não bito.
por mostrar as divergências entre poder, os mesmos que, alegadamen-
Filipe Nyusi e alguns dos seus te- te, no passado, tudo fizeram para
óricos subordinados que, na prática, reduzir o timbre mais conciliatório
parecem ser seus superiores, que por que Nyusi tem dado a Dhlakama, o
detrás de sombra ditam regras no rival eterno dos “libertadores”.
partido e no Governo. É que, ao que se comenta, a exigên-
Nem a retirada, a saca-rolhas, de cia a ferro e fogo dos deputados não
Armando Guebuza da presidência inspira confiança para a Renamo e
da Frelimo, na “sangrenta” IV Ses- Afonso Dhlakama irem à mesa de
são Ordinária do Comité Central negociações.
de Março de 2015, parece não ter Aliás, depois de passos significati-
dado o verdadeiro martelo que o vos para a paz, Dhlakama voltou a
engenheiro do planalto de Mueda colocar na ordem do dia aquilo que
necessita para governar ao seu es- chama de falta de condições de se-
tilo. gurança para sair das matas da Go-
Foi assim que, uma semana depois rongosa, desde que a 9 de Outubro
de Filipe Nyusi ter recuado da ne- de 2015 viu sua residência assalta-
gação de haver observadores no di- da na Beira, por forte contingente
álogo com a Renamo, devolvendo misto das forças governamentais,
esperança aos moçambicanos, os pelo que, para o restabelecimento
deputados da bancada parlamen- da confiança, um discurso reconci-
tar do seu partido, na sua maioria liatório precisa-se.
descritos como saudosistas do que Em reacção à preocupação dos seus
na gíria ficou conhecido como gue- camaradas para ilegalizar a Rena-
buzismo, voltaram a enviar um “não, mo, a procuradora Beatriz Buchili
senhor presidente”, em sede da As- prometeu agir, assegurando ter to-
sembleia da República. mado nota do pedido. Em respos-
Decorria a sessão reservada à apre- ta, também com tom ameaçador, a
sentação e debate do informe da chefe da bancada parlamentar da
Savana 01-07-2016 13
0DSXWRGH-XOKRGH$12;;,,,1o 1173
A
Central Térmica de Res- de Responsabilidade Social, a mentos de ensino que mais crian- sector da educação para constituir Agosto de 2014 e tem capacidade
sano Garcia (CTRG), CTRG elegeu o sector da edu- ças acolhe naquele distrito. Mais o enfoque das acções de respon- para a produção de 150 MW de
um empreendimento cação como uma das suas prin- ainda, o gesto serve para que os sabilidade social da Central Tér- energia a partir de gás natural. É
de produção de energia cipais apostas no País e irá ain- alunos tenham uma formação mica é o facto de ter constatado o a maior central no país construída
eléctrica a partir de gás natural, mais completa com exposição a de raiz e destina-se ao abasteci-
da no presente ano proceder à elevado índice de emigração dos mento de energia eléctrica à zona
procedeu nesta quinta-feira à entrega de uma biblioteca que, testes laboratoriais”, sublinha a jovens de Ressano Garcia para a
CTRG. sul do País.
entrega de laboratórios (devida- paulatinamente, será preenchida África do Sul, devido a reduzidas Erguido em aproximadamente
mente apetrechados) de Química, Recorde-se que a 5 de Março do
com livros de diversas áreas. Com oportunidades existentes. 18 meses, o projecto da constru-
Física e Biologia à Escola 4 de presente ano, a CTRG efectuou à ção da CTRG é resultado de uma
este investimento, acredita-se que “Assim, com o nosso envolvimen-
Outubro, localizada em Ressa- entrega de uma sala de informáti- pareceria entre a Electricidade
os futuros quadros da CTRG to no sector da educação preten-
no Garcia, distrito de Moamba, ca reabilitada e apetrechada com de Moçambique, E.P. e a sul-
provenham também de Ressano 25 computadores e carteiras no- demos contribuir para a criação
Província de Maputo, sul de Mo- -africana SASOL e está orçado
Garcia. vas, à mesma escola, um investi- de maior interesse nos estudos e
em cerca de 250 milhões de dó-
çambique, num investimento de “Um dos factores determinantes cativar os alunos para prossegui-
mento que totaliza 7.467.363,03 lares americanos. A Electricidade
pouco mais de sete milhões de para a escolha da Escola 4 de Ou- meticais. rem os seus estudos no território de Moçambique é o accionista
meticais. tubro prende-se com o facto de a A CTRG lembra que um dos nacional”, sublinha. maioritário com 51%, contra os
Enquadrada nas suas actividades mesma ser um dos estabeleci- factores que ditou a eleição do A CTRG foi inaugurada em 49% da SASOL.
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Savana 01-07-2016
ao Joy of Jazz
O Presidente do Município re- mento da cultura no país.
feriu que as festividades do dia Refira-se que a vinda do Kool
da cidade de Maputo não se & The Gang será uma oportu-
resumem só ao concerto, apesar nidade para os artistas nacio-
E
de ser o ponto mais alto. As ac- nais, no caso de Rockfellers e
ntre várias estrelas do jazz festival. vasta gama de benefícios como tividades tradicionais vão tam-
Banda Kakana, que irão actuar
mundial, a presente edição Habilitar-se-ão a este magnífico Chip EMV para reforço da segu- bém fazer parte das comemora-
no concerto, de interagirem
do festival anual Standard prémio os clientes que efectuarem rança e minimização do risco de ções, nomeadamente, o festival
com aqueles veteranos da mú-
Bank Joy of Jazz, a ter lugar transacções de no mínimo qui- clonagem e outras fraudes; isenção do batuque, a travessia Mapu-
sica. E para os jovens, este será
nos dias 16 e 17 de Setembro, em nhentos Meticais até 20 de Agosto, de comissão de uso (30.00 Rands) to/Catembe, concurso literário
entre outras festividades. um momento único de convi-
Sandton, África do Sul, contará com recurso ao cartão de débito do nas ATMs do Standard Bank, na
Simango referiu que, nos úl- ver com ídolos de uma gera-
com as participações de Bob Ja- Standard Bank. África do Sul, sem prejuízo das ta-
timos tempos, a cidade de ção que ficou marcada com a
mes, Judith Sephuma, Lira, Jona- Durante esse período, vários brin- xas aplicadas pela VISA pelo uso
Maputo tem sido palco de vá- música Cheris, Lets Go dance
than Butler, Sibongile Khumalo, des serão disponibilizados ao pú- de cartões bancários no estrangeiro;
rios eventos e o desafio que se e Celebration e muitas outras
Ringo Madlingozi, Sipho Hotstix blico nas actuações de jazz progra- ausência de encargos sobre as ope-
coloca é a falta de locais para misturas de Pop e Jazz que o
Mabuse. madas para as principais ruas da rações realizadas em POS e, ainda, acolher espetáculos de grande Kool & The Gang faz.
cidade de Maputo, estabelecimen- a conveniência de evitar o uso de dimensão internacional, daí O concerto tem lugar no Cam-
O Standard Bank vai levar três tos comerciais e agências do Banco, dinheiro físico, o que, para além de que é chegado o momento de pus da UEM, no dia 10 de
clientes, e respectivos acompa- visando promover o festival. eliminar o risco de perda, dá acesso repensar nos locais para con- Novembro, das 17 horas às 21
nhantes, com todas as despesas De referir que os cartões de débito ao dinheiro a qualquer momento e certos desta envergadura, espa- horas.
pagas, para assistir a este grandioso do Standard Bank possuem uma em qualquer lugar
INTERNACIONAL
SOCIEDADE
Savana 01-07-2016 17
EDITORIAL Cartoon
O remédio da
FRQÁLWXDOLGDGH
pós-eleitoral
É
interessante como o tempo passa rápido. Dentro de alguns
meses, Mocambique estará a entrar para um novo ciclo elei-
toral, que deverá começar com a preparação das eleições au-
tárquicas de 2018.
E o tempo para a preparação desse novo ciclo eleitoral é agora,
quando a máquina de gestão das eleições deve ser recalibrada para
evitar o habitual frenesim de última hora.
Está claro que as últimas eleições gerais foram realizadas num
ambiente de grande tensão, com base num modelo de gestão elei-
toral que deve ser o menos recomendado para uma democracia
que se prese como tal. Ainda que seja apenas pelos custos que tal
modelo envolve.
Como se sabe, este modelo foi imposto pela Renamo, e era a úni-
ca garantia que havia para permitir que nas circunstâncias de en-
Crise económica e divisões (?) na FRELIMO
tão, aquele partido participasse nas eleições. Mesmo assim, como Por Emmanuel de Oliveira Cortês*
N
é sobejamente sabido, de nada ou pouco valeu.
a obra “Transitions from Authoritarian Rule: com a crise, e a fim de capitalizar o descontentamento
Aproveitar o tempo que se tem pela frente para envolver toda Tentative Conclusions about Uncertain De- popular, eles têm a esperança de desafiar com sucesso
a sociedade num debate mais amplo e profundo sobre um me- mocracies” Guillermo O’Donnell e Phillipe o regime.
lhor e mais consensual modelo de gestão de eleições deveria ser a Schmitter apontam que não existe nenhuma Na mesma linha de pensamento, Beatriz Magaloni na
principal preocupação do governo e das demais entidades ligadas transição cujo início não seja a consequência de divi- obra “Voting for Autocracy: Hegemonic Party Survival
a esta matéria. Exercícios de última hora, mais inquinados para sões dentro do regime autoritário. As divisões dentro and its Demise in Mexico” afirma que a insatisfação dos
das elites políticas em muitos países da América Latina eleitores decorrentes de recessões económicas não só
aliviar pressões político-partidárias de curto prazo, é sempre a re-
e no Bloco Soviético levaram à transição de regimes fazem com que os eleitores virem as costas para o par-
ceita mais recomendável para o insucesso. autoritários durante os anos 1980 e 1990, com uma tido dominante, mas também causam divisões dentro
Deixar que a questão sobre a administração eleitoral seja relegada série de regimes militares e comunistas declinando e da elite, porque os incentivos para permanecerem uni-
para mais tarde é abrir caminho para que se repita o que tem sido sendo substituídos por governos civis através de elei- dos dentro do partido diminui juntamente com o apoio
prática neste país, em que as grandes questões políticas nacionais ções regulares. das massas. Além do mais, quando o apoio eleitoral
tenham de obedecer a uma lógica bi-partidária, onde acordos de A 27 de Maio de 2016, o Savana publicou uma en- começa a murchar, os potenciais desertores possuem
conveniência entre a Frelimo e a Renamo se tornam vinculativos trevista com o veterano da Luta de Libertação, Jorge mais chances de desafiar o partido dominante através
Rebelo, e um dos fundadores da FRELIMO. Rebelo, da mobilização de cidadãos descontentes nas urnas.
para toda a sociedade. Este modelo de uma sociedade bi-parti-
figura conhecida como sendo uma das mais sonantes Num telegrama publicado no Wikileaks, de 27 de Feve-
zada é anti-democrático, e deve ser desencorajado por todos os vozes críticas internas no seio da FRELIMO, veio
meios. Moçambique não pode ser tratado como uma carcaça que reiro de 2009, o antigo ministro do Negócios Estran-
através desta entrevista afirmar que as dívidas ocultas
geiros na chancelaria de Joaquim Chissano, Leonardo
deve ser divida entre dois abutres. e sua consequente contribuição na queda do desem-
Simão, presumivelmente afirmou ao então Encarre-
A Renamo impôs o modelo de administração eleitoral que presi- penho económico poderiam criar rupturas no seio do
gado de Negócios norte-americano em Moçambique,
diu às últimas eleições, pretensamente para evitar a mesma fraude partido dominante.
Todd Chapman, que a FRELIMO continuaria a ser
de que hoje se queixa de ter sido vítima. Apesar de ter provado Mas como poderá ocorrer essa ruptura? Num texto
unida pois mesmo aqueles que se sentiam preocupados
intitulado “Economic Performance and the Unraveling of
a sua irrelevância, este modelo serviu quer para a Frelimo quer com o ritmo vagaroso das reformas, reconhecem que
Hegemonic Parties”, Jennifer Gandhi e Ora John Reu-
para a Renamo, dado que se tornou numa grande oportunidade ter argumentam que existem pelo menos dois motivos devem ao partido os empregos que possuem a nível
para os dois partidos exercitarem o seu sistema de clientelismo, pelos quais as crises económicas criam deserções em do governo, sendo que não há outra via para se obter
criando oportunidades de emprego para alguns dos seus acólitos. partidos dominantes: em primeiro lugar, os incentivos emprego ou progredir em termos económicos. E por
Eleições caóticas, caracterizadas por boletins de voto que são rou- para as elites permanecerem unidas diminuem à me- temerem perder seus postos de trabalho no aparelho de
dida que o acesso aos recursos públicos diminui, por Estado, Leonardo Simão supostamente afirmou que os
bados ao longo do caminho, uma polícia de intervenção rápida
conta da crise; em segundo lugar, pode haver dispu- membros do partido não iriam criar divisões internas.
que rompe pelas assembleias de voto adentro, apoderando-se de Mas com a questão da crise da dívida, e iminente redu-
tas internas relacionadas com outras coisas além das
urnas que depois são levadas para o comando da polícia local, condições económicas. Em tempos de prosperidade, ção da despesa pública, que pode incluir privatizações
são algumas das ocorrências que resultam em disputas eleitorais as facções dentro das elites têm menos incentivos para e despedimentos no aparelho de Estado, haverá incen-
infindáveis, conduzindo ao tipo de instabilidade em que Moçam- desertar do partido porque sabem que não terão chan- tivos para a FRELIMO continuar unida? Ou o mau
bique se encontra hoje mergulhado. ces contra o regime. Contudo, durante crises económi- desempenho económico pode trazer consigo fracturas
Uma acção nacional e inclusiva, trazendo à mesa do diálogo di- cas, os potenciais desertores podem aproveitar a opor- no seio deste partido dominante, culminando com a
ferentes sensibilidades políticas e de outra natureza é o que se tunidade para mobilizar o apoio devido à insatisfação criação de uma nova força política num futuro breve?
do eleitorado. Membros descontentes podem desertar
precisa para que Moçambique tenha uma legislação eleitoral mais
em tempos de crise económica, porque a sua quota *Mestrando em Comunicação, Cultura e Tecnologias de
consensual, e como tal menos propensa à conflitualidade pós- de patrocínio é afectada pela crise e eles podem não Informação no ISCTE-IUL (emmanuelcortezon@gmail.
-eleitoral. concordar com as políticas implementadas para lidar com)
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OPINIÃO
Savana 01-07-2016 19
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(Sobre o nós matamos o cão tinhoso e o Luís Bernardo)
Por Óscar Monteiro
A
o reler a coletânea que estão representados em tempo real, Os figurões da administração co- haver”, a dele “bateram-me, mas outra realidade. A de um povo que
tira o nome do seu maior como se diz hoje, os personagens lonial parecem à distância perso- o pior é que eles me fizeram sen- lhes passava ao lado e de onde
conto, Nós Matámos o dessa sociedade. nagens de opereta. Mas ao mesmo tir pequenino”, Luís dá um passo apenas emergiam os moleques dos
Cão Tinhoso, revivi o Falham esforços de transmitir às tempo aparecem como o que eram, gigante para se descolonizar. Ao quintais.
sentimento pungente de tristeza gerações sucessivas o que terá sido pessoas capazes de jogar à sueca, e escrever este livro, o autor/perso- Depois da independência, eu me
que me invadiu quando o li pela o nosso tempo. É frequente dizer logo a seguir comparsas potenciais nagem exorciza, creio que delibe- perguntei muitas vezes o que tinha
primeira vez em 1964. Um mis- que os jovens de hoje têm a vida na espoliação das terras férteis de radamente, os demónios que o ro- feito sair precipitadamente tantos
to de desolação e impotência que facilitada, não conheceram o colo- Goana que não poderiam permitir deiam externamente ou o habitam colonos a despeito dos apelos do
perpassa de forma sustentada toda nialismo. E o mais fácil é insistir o crime de lesa majestade, como por dentro, para emergir intacto movimento libertador e do Presi-
a narração, um crescendo insupor- nas datas e acontecimentos. Ora um negro, o Alexandre Vírgula e intemporal como homem sem dente Samora de que a nacionali-
tável perante uma morte que sen- o livro do Luís vem trazer – já lá Oito Massinga, a prosperar mais rancores. dade moçambicana não se definia
timos inevitável. vão 50 anos e eu não cesso de me do que os brancos nas terras cuja Mas há um segundo simbolismo pela cor da pele. É que para os co-
admirar – atmosferas e ambien- fertilidade o Rodrigues, dito Lo- que agora entrevejo: há um per- lonos, coitados, alguns algozes mas
Tanto mais insuportável quan- tes, personagens reais ou tornados drica, descobrira e logo cobiçara. digueiro que morre no quintal do todos vítimas da história, o negro
to o cão nos tinha ganho a todos reais, pessoas comuns tiradas do Irrompe no livro a revolta, “nas- pai do Autor mordido por uma como entidade era o moleque que
desde as primeiras linhas, “com os anonimato, e são elas que nos dão cemos aqui, esta terra é nossa” mamba preta e há um ser simples- eles conheciam, como podiam eles
seus olhos azuis que não tinham o quadro animado de uma época. diz Vírgula Oito a que responde mente descrito como o Sr. Castro pretender governar? “Não vos da-
brilho nenhum, enormes e sem- Mas o Autor não o faz de forma o contraponto resignado de Ma- que obriga o pai a pagar setecentos mos seis meses”, era a imprecação
pre com lágrimas”. O cão já não é esquemática, brancos maus de um tchumbutana, “não podemos nada, escudos de indemnização. Este Sr. mais comum.
mais simples cão, o dog torna-se o lado, pretos bons do outro. Os eles levaram-nos a terra e nós te- Castro tout court é afinal a repre- Compacto e enxuto, escrito de
“underdog”, o marginal, o de baixo, personagens do Luís conhecem- mos de não dizer nada”. Um dua- sentação do sistema. Um sistema uma forma refinadamente inocen-
refúgio e símbolo de uma cruelda- -se, brincam juntos, juntos fazem lismo revolta/resignação que mar- que tudo pode, nem é preciso ter te, este livro anuncia o militante
de fútil e inexorável contra um cão grandes empreendimentos como ca toda uma época. O conto não título, farda ou função de autori- nacionalista, o preso político, o co-
sozinho, para o proteger só mesmo matar um cão, adivinham-se ou- diz, mas logo se pressente que Ro- dade. laborador de Samora, o homem de
uma Isaura que não regulava bem tras malandrices, mas também se drigues vai ficar com as terras de * Estado impoluto. Pude conhecê-
da cabeça. insultam em momentos de tensão, Goana, é ele que arma a matilha E porque razão eu, que não sou -lo e admirá-lo na Presidência de
* monhé de um raio grita Quim que vai matar o Vírgula, enlouque- crítico literário, enveredei por este Samora, numa unidade dedicada à
Mas esta releitura recente do con- para o Gulamo, seu preto de m... cido pelo vento Nhinguitimo, o da caminho de analisar o livro para libertação da África Austral, sem
junto do texto revela uma faceta falar de Luís Bernardo. É que se nome nem pompa. Com seu ir-
foi a paga do Luís por ter querido raiva implodida.
todos os livros contêm laivos da mão Fernando, que pereceu com
que não havia compreendido total- estar com a malta, mesmo numa *
personalidade do autor, outros há Samora, (o Nandito que no livro
mente até agora: é a reconstituição acção (a da morte do cão) que não Ao ter a candura e a coragem de
que a definem. O autor não faz o fugiu de uma cobra e chorou de-
da textura social de uma vila rural apoiava. Como está presente essa abordar, de frente e de forma au-
livro, o livro é o autor. sabaladamente durante horas) e
colonial, a Moamba, vista e conta- triste sociedade no capataz que tobiográfica, a humilhação, melhor
Rui Baltazar, numa esplêndida por quem verto uma lágrima de
da com a candura de um menino derruba e possui Maria em frente dizendo as humilhações, (cada um
apresentação aquando do lança- saudade.
negro, o único a poder estar perto, do pai, afinal não sabia que a ra- sente a sua), neste caso a do pai,
mento da edição comemorativa Em regra é difícil encontrar ou
sem o estar totalmente, do conjun- pariga era filha do Madala, “merda, humilhado perante o filho e que
do livro em Maputo, descreve o identificar os marcos da nossa
to desta micro-sociedade, em que como havia de saber!”. reza “porque alguma saída tem de
que o livro significou como sacu- maneira de ser, da nossa atitude,
didela, bomba atómica diz ele, na o que nos faz ser, mas sobretu-
sociedade colonial. Em reflexão, do permane-ser. Não neste caso.
fica claro para mim qual a bomba Porque o cão tinhoso, o coitado, o
atómica. Foi simplesmente pegar marginal, marca uma época dentro
na Moamba agrícola, transportá-la do Luís, inicializa o homem tole-
num Enola Gay mais (re)conhece- rante e o nacionalista maduro, li-
dor do que bombardeiro e despejar berto de preconceitos e complexos,
essa realidade como uma luz, “mais bem dentro de si próprio, (bien
brilhante que mil sóis” numa cida- dans sa peau!) sem necessidade de
de anestesiada na sua opulência, se afirmar e afirmar permanente-
Depoimento 1
nas suas dinâmicas de ascensão tí- mente ou agressivamente quem é,
picas da sociedade colonial e fazer pela invectiva ou pela exaltação da
os seus habitantes/leitores encarar diferença. Tranquilamente negro.
C
hamo-me Balbina, tenho é que os políticos, os fazedores de – “Porquê?”
34 anos de idade. Nasci e opinião nos utilizam, porque quan- E ela respondeu que precisava de
vivo no Bairro de Muelé, do se faz um discurso sobre o albi- arranjar dinheiro para dar de comer
nos arredores da cidade nismo e coisas que tais, não é pro- aos irmãos mais novos. Ela arranjou
de Inhambane. Fiz a 12.ª classe priamente para o nosso bem, nós o dinheiro para alimentar os irmãos
Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
na escola secundária desse mesmo os albinos: é em prol de políticas mais novos, mas, em consequência Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
bairro. Tenho um segredo muito pouco claras – e, aliás, em política disso, ficou grávida. Com 14 anos. 483
O mister
grande para te revelar: sou albina nunca nada é claro. Em Nacala.
e tenho uma irmã, dois anos mais Eu não acredito muito que a polícia Tu podes perguntar – “Mas porque
nova, que também é albina. Fiz essa esteja interessada em proteger-nos, é que essa adolescente não exigiu
H
escolaridade toda porque os meus como se diz nos balanços da PRM. aos seus clientes que usassem pre-
á, certamente, palavras ter. Treinador? Não. É mister,
pais nos amam: a mim, Balbina, e à Se, de facto, o Estado moçambica- servativos?”
mágicas, palavras que termo mágico que os jornalistas
minha irmã, Cesarina. no e a polícia estivessem preocu- Ela, na verdade, já respondeu – “Eu são bem mais signifi- desportivos do nosso país tanto
Fico sem perceber, hoje, 34 anos pados, não seríamos as vítimas que pedi, mas eles disseram sempre que cativas e operatórias do amam dizer e redizer.
depois de ter nascido, porque é que, somos. não; que ou eu era prostituta, ou que as palavras simples, as pala- Treinador é coisa sem relevo,
em pleno século XXI, nos perse- Nunca tinha pensado em dar este não era. Que, se era, então íamos vras profanas, as palavras afinal sem brilho. Mas mister, isso sim,
guem. Não consigo entender como depoimento, mas faço-o por uma fazer sempre como eles queriam, sem encanto. misteriza definitivamente a rea-
é que há gente que, 2 000 anos razão muito simples: há dias ouvi portanto, sem preservativo.” Essas palavras especiais têm o lidade. Em meio a um discurso
depois do nascimento de Cristo, numa rádio qualquer, nossa, a his- Chamo-me Balbina. Tenho 34 condão de erigir pessoas a pata- totalmente em português no re-
acredita que dentro dos ossos dum tória de uma jovem moçambicana anos, nasci em Muelé, tenho a 12.ª mares não reservados ao comum lato das partidas, sobe de repente
albino, em vez de tutano, existem de 14 anos, nascida em Nacala. Foi classe. Graças a Deus, sobrevivo. dos mortais. ao tablado a divindade possante
barras de ouro. Não consigo perce- expulsa de casa por ser albina. Na Mas não é bem graças a Deus: so- “Mister” é uma dessas palavras. do mister, como se este angli-
ber porque é que acreditam que os verdade, foram expulsos ela e dois brevivo porque os meus pais me Seja treinador de elite, seja trei- cismo revestisse o treinador de
nossos órgãos genitais podem ser- irmãos. Por serem albinos. Só por criaram e protegem até hoje. nador de bairro, seja competen- poderes extraordinários únicos.
vir como matéria-prima para fazer isso. Tenho três filhos. Um deles é al- te, seja incompetente, no futebol “Mister, o que acha do resulta-
pó para se ficar rico. Ela prostituiu-se. Perguntaram- bino. O albinismo é um problema em Moçambique é sempre mis- do?”
Também fico sem perceber como -lhe: genético. Tenho culpa?
OPINIÃO
20 Savana 01-07-2016
N
Por Machado da Graça
P
a Declaração Global contra a Corrupção das regras relativas ao emprego dos trabalhadores
produzida na Cimeira sobre Anti-corrup- estrangeiros pareça introduzir mais espaço para o
ção de Londres em Maio deste ano, vários julgamento arbitrário. O governo poderia respon-
líderes mundiais concordaram que: “A cor- der à actual crise económica e financeira que o país
rupção está no coração de muitos dos problemas atravessa por meio do alívio da burocracia, e não de
FMI
mundiais. Nós temos de ultrapassá-la se quisermos seu incremento.
que sejam bem-sucedidos os nossos esforços para Julgo muito relevante a proposta de aprofundar a
acabar com a pobreza, promover a prosperidade e reflexão sobre o potencial das normas internacio-
ganhar a luta contra o terrorismo e o extremismo.” nais influenciarem a conduta das empresas nacio-
Como sabemos, o caminho é árduo, os desafios nais que fazem parte da cadeia de valor das empre-
A
imensos e os riscos são altos, inclusive para a in- sas multinacionais.
missão do FMI chegou, A tentativa por parte da RENAMO
tegridade física das pessoas envolvidas. Contudo, a O combate à corrupção continuará a ser uma prio-
constatou e partiu. Se a de levar o Conselho Constitucional
causa é justa e estamos juntos nessa luta. ridade do Reino Unido em Moçambique. Este es-
minha interpretação do a declarar a inconstitucionalidade Eu destacaria, em particular, a coragem de todos os tudo nos ajudará a desenhar programas, projectos e
comunicado que produziu das dívidas contraídas está a esbar- moçambicanos que participam no combate contra actividades contra a corrupção que sejam pertinen-
está correcta, a decisão, para já, é rar com a exigência daquele órgão a corrupção e na promoção da transparência. Isto é tes ao sector privado, em parceria com as empresas
continuar a não libertar os fundos de que lhe sejam apresentados os um serviço público importantíssimo, mas sabemos e a sociedade civil.
para o nosso país enquanto não for contratos que foram celebrados que não é nada fácil. Sabemos que a corrupção custa mais para aqueles
feita uma auditoria internacional para a concessão dos empréstimos. O foco deste evento hoje é a corrupção e o sector que menos condições têm - os mais pobres e vul-
independente às nossas contas e Mas o governo recusa-se a facultar privado. O estudo feito pelo Ethics Institute e pela neráveis acabam por pagar pelo enriquecimento de
responsabilização dos culpados por esses contratos inviabilizando assim MAP (empresa de consultoria) mostra claramente um pequeno grupo de indivíduos.
esta situação. E, como é sabido, isso a declaração de inconstitucionali- a correlação entre o crescimento empresarial e as Uma sociedade que passa a aceitar a corrupção
significa que todos os demais doa- práticas de negócios responsáveis. como prática normal, desde a escola até o governo,
dade.
dores irão seguir pelo mesmo cami- Há 10 anos, quando trabalhava no Ministério não será uma sociedade justa - a corrupção é, acima
Mas o que é que o governo está a de Negócios Exteriores em Londres, fiz parte de de tudo, um abuso de poder, uma injustiça.
nho. esconder ao não facultar os con-
O crédito das nossas autoridades muitas actividades na área de anti-corrupção. Em O estudo lamenta claramente o impacto da im-
tratos assinados? E porquê? O ob- conjunto com colegas de vários ministérios, traba- punidade, que reduz a motivação das empresas a
não podia estar mais baixo. O em-
jectivo só pode ser continuar a dar lhamos com muitas empresas que estavam empe- afastarem-se dos actos corruptos. Em Moçambi-
baixador cessante alemão foi muito
cobertura a quem, sem quaisquer nhadas em acabar com a corrupção, reconhecendo que é necessário um grande esforço para inverter
claro ao afirmar que a comunidade
poderes para isso, endividou gravis- o impacto negativo, não só para as sociedades mas esta tendência, para incentivar as práticas éticas e
internacional não confia nas autori- também para as próprias empresas. condenar o suborno, a evasão fiscal e outras con-
simamente o país.
dades moçambicanas. Por exemplo - depois de ter subornado um funcio- dutas imorais.
Sabendo-se que o peso do FMI e
Ora, isto significa que os próximos nário, com qual legitimidade é que uma empresa Este ano celebramos 400 anos da morte de William
dos outros doadores é muito maior
meses vão ser extremamente difíceis poderá pedir protecção a outra entidade do Estado? Shakespeare. As peças de Shakespeare exploram
para todos nós. Sem esse dinheiro do que o das nossas autoridades,
Esta é uma questão-chave na gestão dos riscos das todas as forças e fragilidades humanas. Falam-se
não haverá importações essenciais adivinha-se que, mais tarde ou mais
empresas. ainda nos tempos modernos. Não faltam exemplos
ao funcionamento da economia, cedo, estas vão ser obrigadas a ceder. Dentre as opções, o estudo frisa a importância de dos custos de corrupção política, corrupção na jus-
empresas vão continuar a fechar, os Será apenas uma questão de ganhar “pactos de integridade”. No Reino Unido, eu traba- tiça, corrupção nos negócios.
preços dos principais produtos vão tempo? E se for, ganhar tempo para lhei com empresas dos sectores de construção, de Tenho a certeza de que todos aqui acreditam na
subir galopantemente, o metical vai quê? defesa e das indústrias extractivas que mostraram o construção de uma sociedade justa e próspera em
desvalorizar ainda mais e as pessoas Enquanto isso acontece, o nome de potencial desta abordagem e concordo plenamente Moçambique. A luta contra a corrupção faz parte
comuns vão ver a sua vida bastante um país que era considerado exem- com a recomendação feita às associações empresa- desse esforço. Gostaríamos de vê-la no centro da
mais agravada. plar a nível internacional afunda-se riais para avaliarem esta opção. agenda de desenvolvimento do país, assim como do
cada vez mais. E com ele, o nome O estudo enumera alguns problemas causados pela desenvolvimento empresarial.
Mas perante isto, não se nota ne-
do partido que o dirige. tendência burocrática do quadro jurídico em Mo-
nhuma tentativa por parte do go-
çambique. As empresas - assim como os cidadãos *Alta Comissária do Reino Unido em Moçambique.
verno de dar satisfação às exigências Quando é que o partido FRELI-
- têm dificuldade em responder a todos os requisi- Versão editada da intervenção no lançamento do estu-
internacionais. Dá a impressão que MO se dará conta da degradação
tos quando a lei exige demasiados documentos para do sobre corrupção patrocinado pelo IoD(Instituto dos
se está a deixar passar o tempo à es- que está a sofrer para protecção que determinada actividade possa ser realizada. E Directores) a 28.06.16. Título e edição da responsabi-
pera que aconteça algum milagre. O duma pequena minoria dos seus esse ‘excesso burocrático’ cria oportunidades de cor- lidade do SAVANA
que não vai acontecer. membros? rupção.
É uma pena que, por exemplo, a proposta de revisão
Por Luís Guevane
SACO AZUL
,QGHSHQGrQFLDGXDVFRUUHQWHV(1)
O
exemplo de união por uma dependente durante um ano? Nesse espaço questão: um País pobre e em guerra, em es- consolidou a crença de que a um escra-
causa justa já vem dos tempos de tempo houve registo de alguma indepen- tonteante processo de instabilidade político- vo não se pergunta se quer a liberdade.
de luta contra o colonialismo dência económica? Os outros 40 anos não -militar marcadamente contínuo e descontí- É importante não nos esquecermos
português. Tempos em que a contam? Sem tabus de espécie alguma pas- nuo, chega mesmo a ser independente? Ou que, devido ao impacto do baixo nível
luta armada objectivava a libertação semos a considerar, em seguida, duas cor- mantém-se dependente na sua totalidade de escolaridade geral acoplado a outros
do País, iniciando, com o “içar da ban- rentes. A primeira corresponde a daqueles se considerarmos a importância do factor factores, poucos moçambicanos perce-
deira”, o processo de compreensão en- que, como referimos, defendem que Mo- económico como luz que acciona todos ou- biam a importância da consulta popular,
dógena do conceito “independência”. çambique só esteve independente durante tros processos? Não ficamos presos à insti- poucos valorizavam o papel dos parti-
Proclamada a independência do País, um ano. A corrente contrária defende que tucionalização do conceito “independência”
dos políticos (independentemente da
gerou-se a euforia por dias melhores, o nosso País tem 41 anos de independência. por parte das Nações Unidas, um conceito
forma como os mesmo terão surgido e
iniciou-se a crença num País melhor. O Ora bem, comecemos pela primeira: dizer europeizado e pregado em países como Mo-
se apresentado por alturas de 1975). A
conceito “independência” estava ainda que o País somente teve um ano de inde- çambique? Ficamos com a “forma” e rego-
vitória da Frente de Libertação Nacio-
fortemente ancorado na percepção de pendência não deixa de lado o “içar da ban- zijamo-nos com ela; e o “conteúdo”? Vamos
substituição rácica de uns pelos outros. deira” como marco importante. O problema analisar o conceito “independência” tendo nal, numa situação de eleições, estaria
Não estava em causa o modelo de go- poderá estar justamente na percepção do por base uma formulação “civilizadora” do garantida, a avaliar pelo ímpeto político
vernação. conteúdo do conceito “independência”. Este mundo ou uma formulação que desafia os e alto nível de espectativas por parte dos
Hoje, uns e outros, mesmo alinhando problema desafia-nos: ter instituições polí- nossos tabus? “desacorrentados”. Tais partidos não ti-
na ideia de que vivemos uma inde- ticas (próprias), administrativas, culturais e Esta primeira corrente que defende que Mo- veram espaço devidos às suas próprias
pendência política e não económica, outras, sob as mãos de moçambicanos não çambique só teve um ano de independência características, tendo sido ofuscados por
questionam se a independência como daria conteúdo ao conceito? E, se conside- depois do “içar da bandeira”, parece ter por várias razões. A substituição rácica, no
tal pode ser política sem antes ter os rarmos a questão da pesada dependência detrás as frustrações criadas pelo conflito imaginário popular, dominou o concei-
ingredientes económicos. E aqui a per- económica (externa) que nos acompanhou político-militar entre moçambicanos. Logo to “independência”.
gunta é: terá Moçambique ficado in- desde a independência, surgiria mais uma depois de 1975 a euforia política e popular (Cont.)
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Savana 01-07-2016 21
DESPORTO
22 Savana 01-07-2016
Q
uatro meses depois da que- a indeminização é Soraya dos San- ria mais tempo e deixaria as famílias carecia de uma reavaliação da segu- O caso foi encaminhado à Procura-
da da parede da Piscina tos, viúva de Frederico dos Santos. na miséria”. rança estrutural”. doria-Geral da República, segundo
Olímpica do Zimpeto, ca- “Foi a forma que as empresas encon- Sobre a implementação do acordo, o O facto, segundo estes, é que o pro- revelou o Ministro das Obras Públi-
racterizados por choros, la- traram para nos indemnizar. O que titular da pasta do desporto garantiu jectista da especialidade de estrutu- cas, Habitação e Recursos Hídricos,
mentações e incerteza, com a perda mais me preocupava era a escola para que o consórcio já definiu os valores ras previa a construção de uma pare- Carlos Boneti Martinho, aquan-
de bens e parentes, a vida das víti- os meninos. Estou satisfeita, embora àacompensar a cada vítima e estes de parcialmente vazada para o alívio do da visita daquele complexo, em
mas parece regressar à normalidade. não possa trazer Fred de volta”, su- serão canalizados a cada um deles das pressões do vento, reforçada com Maio último.
Na semana passada, o empreiteiro, blinhou. sem intermediação. varões de aço embutidos e com uma “O relatório foi encaminhado à
constituído pelo consórcio portu- O Ministro da Juventude e Despor- PGR continua no silêncio estrutura metálica solidariamente PGR para a responsabilização cri-
guês Mota-Engil e Soares da Costa, minal. Neste momento, estamos à
tos, Alberto Nkutumula, felicitou Com as compensações definidas ligada aos elementos estruturais ho-
chegou a acordo com as vítimas no espera do Relatório sobre o estágio
a família da natação e as empresas para as vítimas da tragédia do Zim- rizontais, conferindo à parede uma do Complexo do Zimpeto e será co-
que tange ao pacote das compensa- pelo acordo alcançado e garantiu peto, a questão que falta responder maior resistência à acção do vento. nhecido em tempo oportuno”, disse.
ções. que, para além das compensações é da responsabilização criminal do Porém, por achar que era uma solu- Entretanto, passados quatro meses,
acima referenciadas, o empreiteiro empreiteiro. O relatório da Comis- ção morosa para o cumprimento do a instituição liderada por Beatriz
O acordo, segundo o Presidente da “vai reparar o muro da Piscina”. são de Inquérito criada para averi- prazo de execução da obra, o consór- Buchili ainda não reuniu elementos
Federação Moçambicana de Nata- Questionado sobre a responsabiliza- guar as causas da queda da parede cio Mota-Engil e Soares da Costa para incriminar ou ilibar o emprei-
ção (FMN), Fernando Miguel, com- ção do empreiteiro acerca da quali- responsabilizou o empreiteiro “por optou, unilateralmente, por alterar a teiro, como garantiu o porta-voz,
porta a reposição de bens perdidos, Taibo Mucobora, à nossa reporta-
dade da obra, Nkutumula respondeu negligência ao não ter em conta a solução para uma parede impermeá-
em particular as viaturas; a assistên- gem, nesta quarta-feira, a margem
que esta merecerá outro processo, alteração da solução inicial da pare- vel ao vento e a mesma foi feita sem da apresentação do informe geral da
cia psicológica, médica e medica- pois, “se fosse incluído neste, arrasta- de frontal do complexo das piscinas nenhuma base documental. legalidade.
mentosa aos afectados; a assistência
educacional aos filhos de Frederico
dos Santos, até que o mais novo
conclua o ensino superior ou com-
plete 25 anos de idade; a conclusão
da casa do treinador; e a organização
de competições patrocinadas pelo
consórcio.
Alcançado nesta terça-feira, nas
instalações do Ministério da Juven-
tude e Desportos (MJD), depois da
pressão feita pela imprensa, o acordo
será implementado imediatamente e
satisfaz as vítimas, como garantiu o
timoneiro da natação, indigitado a
dar a conferência de imprensa.
“Saímos satisfeitos porque sentimos
que as vítimas foram tratadas com
muita dignidade e muito respeito.
Houve equilíbrio entre os interes-
ses das vítimas e os interesses do
empreiteiro”, disse, acrescentando:
“é um acordo que resulta de um tra-
balho sério e responsável feito pelas
partes, também com o acompanha-
mento do governo”.
Questionado sobre o tempo que o
caso levou nos gabinetes, deixando
as vítimas à sua sorte (pais do atle-
ta Denilson da Costa custearam as
despesas do tratamento médico e a
viúva de Frederico dos Santos sobre-
vivia do apoio do clube Golfinhos de
Maputo), Fernando Miguel respon-
deu que o assunto é “sensível”, pelo
que “devia ser tratado com muita
cautela”.
“Trata-se de questões envolvendo
famílias e não queríamos expor. Era
nosso desejo que fosse tratado entre
as partes”, justificou.
Tratando-se de um assunto com
perspectiva criminal, Miguel garan-
tiu que este morre no acordo, por-
tanto “não haverá nenhum processo
judicial contra o empreiteiro”.
Entretanto...
Ainda é difícil ver o sorriso das víti-
mas, uma vez que o acordo ainda não
foi implementado. Cardozo da Cos-
ta, pai de Denilson e Valentim da
Costa, ambos afectados, afirma estar
satisfeito pelo acordo alcançado, mas
“nestas situações não há compensa-
ção que possa compensar os danos”.
“Ficarei completamente feliz, quan-
do os meus filhos recuperarem to-
talmente”, confessou, mostrando-se
preocupado com a implementação
do acordo.
“O que me preocupa é a implemen-
tação do acordo. Não sei como será
feito, porque mesmo a negociação
durou quatro meses”, sublinhou.
A outra vítima que se contenta com
DESPORTO
Savana 01-07-2016 23
Mourinho lança
ofensiva por Neymar
E
stá em marcha em Old Tra- anos, operação que resultaria igual-
fford a `operação Neymar´. mente na revisão, e consequente au-
Relatos oriundos de Espa- mento, da cláusula de rescisão fixada
nha, veiculados pelo diário em 190 milhões de euros.
Mundo Deportivo, dão conta da Alertada para a ofensiva do Man-
ofensiva do clube inglês, por indica- chester United, tratou a Direcção
ção expressa de José Mourinho, pelo do Barcelona de acelerar as negocia-
internacional brasileiro do Barcelo- ções, que decorrem no Brasil, ten-
na. dentes à prorrogação do vínculo do
número 11 dos blaugrana.
Segundo aquela publicação, o objec- Em cima da mesa estará uma pro-
tivo imediato do emblema de Old posta para mais três anos de contra-
Trafford passa por evitar a renova- to, até 2022, à razão de 15 milhões
ção de contrato do jogador de 24 de euros limpos por época.
Neymar
VENDE-SE
Uma viatura de marca Mazda Axela
cor cinzenta, em bom estado
Contacto: 82 46 55 100
(Horas normais de expedientes)
CULTURA
24 Savana 01-07-2016
F
CCFM, “O mar de Maputo e para os abaixo mencionados, que foram
outros contos”, no sábado, 2 de Julho, às oi lançada recentemente, no Centro Maria Clara Soeiro é moçambicana, natu-
apresentados no CCFM: “O mar de Ma- Cultural Brasil-Moçambique, a obra li- ral da Ilha do Ibo, nascida numa família que
10h30 e às 17h, no Auditório do Centro puto blacklight”, “Tudo sobre o dragão”, terária intitulada “Entre prosa e poesia, herdou do seu pai, Abílio de Lobão Soeiro, o
Cultural Franco-Moçambicano. “Liliana contra seus medos”, “A fortaleza apenas escrevia…”, da autoria de Maria gosto pelo teatro e a literatura. Como amado-
do terror”, e “Na sombra do embondeiro”, Clara Soeiro. ra, ela trabalhou em algumas peças de teatro
Rafo Diaz convida os seus amigos e se- respectivamente. com Luís Soeiro, seu irmão, em apresentações
guidores para as suas duas últimas apre- O contador conta também com CDs O evento contou com a participação especial montadas pelo grupo da Casa Velha.
sentações no CCFM este ano. Depois de áudio de contos publicados: “Madre sel- da cantora sul-africana de blues e jazz, Miss A sua irmã Manuela Soeiro, directora do teatro
8 anos em Moçambique, chegou o mo- Lindiwe Maxolo. Nesta estreia literária, a au- Avenida e encenadora, tem apresentado diver-
va: a criação do mundo e do Amazonas”,
mento de se despedir do público com um tora, como se depreende do título, intercala sos trabalhos já do conhecimento do público
“Contos do Mundo”, “Amazónia Mági-
show. trechos em prosa e poemas até há pouco man- tanto moçambicano como além-fronteiras. O
ca”. Rafo Dias ganhou o 3º Prémio do tidos como anotações. também seu irmão Abílio Soeiro é autor do
“O mar de Maputo e outros contos” é
uma original e divertida história escrita Concurso Internacional Contadores de Os temas abordados são inspirados em vivên- livro autobiográfico “Obrigado, Madiba”, edi-
por Rafo Diaz, que conta com a parti- Histórias - Cidade de Bucaramanga, Co- cias pessoais ou extraídos de episódios ocorri- tado em dez idiomas.
cipação de Benedito Magaia, António lômbia 2004, 1º Prémio do “Salão de Arte dos na nossa sociedade. Prosa e poemas falam “Entre prosa e poesia, apenas escrevia…” é pu-
Chrindza, Enoque Chaúque e Gilberto Amazónico” da Segunda Bienal Nacional também da natureza, de sonhos e aspirações, blicado pela Kwandika Editora. A direcção ar-
Dove, na manipulação dos bonecos. A de Arte - Lima, Perú 2000 e 1º Prémio da infância, do mar, da vida, de lutas e das sur- tística esteve a cargo de João Athayde de Melo,
narração e direcção estarão a cargo do “Cidade de Iquitos”, Concurso Nacional presas oferecidas pelo quotidiano. sendo a ilustração da capa de Nayma Melo.
próprio Rafo Diaz. do Conto Breve - Iquitos, Perú, 1993. A.S A linguagem empregada é simples, coloquial. Sérgio Santimano, o conhecido fotógrafo in-
A suave cor sépia do papel utilizado e o ta- ternacional, fez a foto da autora. A empresa
manho das letras escolhidas tornam o texto de González & Athayde encarregou-se da ma-
fácil e agradável leitura. quetização do livro. A.S
O
Ministério da Cultura e Turismo re- turísticas; dos empreendimentos turísticos,
alizou, de 30 de Junho a 02 de Julho, de restauração e bebidas e salas de dança; dos
na Cidade de Maputo, Hotel Rovu- jogos de fortuna ou azar; e da promoção do
ma, o seu II Conselho Coordenador, País como destino turístico.
sob o lema “Cultura e Turismo Consolidan- O Ministério da Cultura e Turismo, de acor-
do a Unidade Nacional, Paz e Desenvolvi- do com o seu Estatuto Orgânico, aprovado
mento”. O II Conselho Coordenador foi pela Resolução n.º 15/2015, de 9 de Julho,
antecedido pela II Reunião Nacional de Pla- da Comissão Interministerial da Administra-
nificação, que teve também lugar no mesmo ção Pública, que define a estrutura e funções
local, de 27 a 29 de Junho de 2016. orgânicas do Ministério, realiza, numa perio-
dicidade anual o seu Conselho Coordenador,
O Decreto Presidencial nº 1/2015, de 16 de que é um órgão de consulta dirigido pelo Mi-
Janeiro, cria o Ministério da Cultura e Tu- nistro, com as funções de, entre outras, avaliar
rismo, órgão central do Aparelho do Estado, o grau de execução das actividades do Minis-
que, de acordo com os princípios, objectivos tério da Cultura e Turismo; apreciar a pro-
e tarefas definidos pelo Governo, coordena, posta do plano e orçamento anual do sector;
dirige e planifica a execução das Políticas nos balanço dos programas, planos e orçamento
domínios da preservação e valorização do das actividades do sector; coordenar, avaliar
património cultural; da promoção do desen- e controlar a acção conjunta dos órgãos cen-
volvimento artístico e das indústrias culturais; trais e locais do Ministério e das instituições
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da propriedade intelectual; da promoção do subordinadas e tuteladas, na realização dos
desenvolvimento sustentável das actividades objectivos do sector. A.S
Dobra por aqui
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1173 DE JUlHO DE 2016
2 Savana 01-07-2016 Savana 01-07-2016 3
SUPLEMENTO
OPINIÃO
Savana 01-07-2016 27
Conversas agradáveis
M
esmo com a crise que o país atravessa, não há mo-
tivo para que não tenhamos uma conversa afável.
Isso para dizer que não só de dificuldades vive o
Homem. Mesmo com momentos de dificuldades
temos de encontrar momentos para desanuviar a mente.
iz- se
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IMAGEM DA SEMANA D i z - se.. .
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ces, à mistura com almas bondosas pródigas em produção facebookeira,
para que se materialize já ao virar da esquina a anunciada transacção entre
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da Bacia do Rovuma. Só assim se compreende o “nim” às demandas dos
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sitaram durante duas semanas. Será que vai haver auditoria internacional?
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de moderada satisfação pois há “boas notícias” para alimentar os relatórios
de conjuntura e atirarem dívidas e custo de vida e tiroteios para debaixo
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cão, preso por não ter …
R55555Massa crítica ou pelo menos mais acção é o que se esperava dos que tinham
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do diálogo estiveram à beira de um ataque de nervos ao tomarem conhe-
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se fazerem uns disparos sobre a serra do herdeiro do grande Samatenge.
África do Sul R5555Terá sido a lentidão que encorajou um embaixador das lusofonias a mandar
à fava a necessidade de mediadores internacionais, depois de 114 rondas
a provedora de Justiça
anda à procura de emprego pois em breve a loja da tuga vai fechar-se para
o inefável embaixador…
G
que se ensina a dar a outra face para a lei da bofetada, esteve muito activa a
raça Machel terá de- Mbeki afastado advogar um regime de excepcionalidade para o novo governo de Moçam-
clinado a possibilidade ̓527" 55-.)5-/&7 ,#- bique, a propósito das malfadadas dívidas. Só que o jovem diplomata das
de vir a ser provedora estrelinhas europeias resolveu dar-lhe troco, certamente encorajado pelo
no Thabo Mbeki terá sido afasta- conterrâneo que, umas semana antes tinha posto os pontos nos iis, aqui
de justiça da África do do da lista também por motivos mesmo. Toma qui ti dou …
Sul, devido a razões até agora não não revela)-85 ,,#5 &65 /'5
reveladas, de acordo com a im- renomado jurista sul-africano, e R5555Quem está online com a tuga, segundo o seu contraparte luso é o nos-
prensa sul-africana, que acompa- "&("&5 (65 27'#(#-.,)5 -5 so timoneiro que, pelos vistos, é louco de bola. Vamos ver se depois de
nha o processo de candidatura do quinta-feira à noite não entra em babalaza ou, no entretanto, manda o
#((é-65 .'ï'5 &#(,'5 5 mano Baloi mudar a expressão “diplomacia económica” por “afectos de
novo titular do cargo.
inclusão dos seus nomes entre os bola”. Tásse bem memo …
candidatos a provedor de Justiça.
Machel, muito conhecida na R555/'5(ã)5(5(5'-')5'55)&5-ã)5)/.,)-5.#')(#,)-85-5*,ĉ-
5 &#-.5 5 (#.)-5 #(5 (5
África do Sul pelo seu papel em prios que agarram na roda do leme das nossas embarcações. Depois do
corrida inclui Siraja Desai do
acções de intervenção social e Graça Machel
patético “acidente” na baía de Maputo “para o qual ainda não há relatório
Tribunal Superior de Cape, o de causas”, agora é malta Chiveve a não querer ficar atrás. Será que as dra-
por ter sido casada com o histó-
no qual foram expurgados da lista analista legal Pierre de Vos e o !-5)5-ï/&)5 5#2,'55.,5/4#(-55,,-5*4-55^0,'_5
,#)5 &ù,5 (.#7*,."#5 &-)(5
advogado Dali Mpofu. obstáculos no meio do nevoeiro? Mais um relatório que se aguarda com
Mandela, fazia parte de uma lis- inicial personalidades que renun-
curiosidade…
ta inicial de 73 individualidades ciaram à corrida ou que não foram 5 *,-#(.5 )5 )'#.ï5 5 ")5
sul-africanas elaborada por uma encontrados para manifestar a sua para a escolha do novo provedor R5555Por falar de Chiveve, puto Daviz não cabe de contente por ir finalmente
comissão ad hoc do parlamento posição em relação à inclusão do de justiça rejeitou alegações de inaugurar algo com que sempre sonhou ser a sua cereja no bolo em termos
do país, mas terá anunciado a sua seu nome, continuam candidatos que ela poderá manietar o pro- 5'(.)85/5-$50)&0,5)5"#005)5',65)/5)5',5)5"#0065&!)5
cesso por forma a escolher uma que anteriores edis acharam ser uma “maluquice colonial”. Resta saber se
indisponibilidade para a corrida. 59 individualidades, dos quais al-
terá que fazer braço de ferro com a “muthiana orera” que, quando cheira a
5 *,-#(.5 5 /(éã)5 *,5 guns vão passar para a “short list”, figura favorável a Lithuli House, protagonismo está sempre de antena no ar…
o Desenvolvimento da Comuni- da qual sairá o sucessor de Thuli a Presidência sul-africana.
5 BC5 (ã)5 .,(-#.)/5 *,5 Madonsela, que vai deixar o cargo ^ã)5 -)/5 (("/'5 -/-,0#(- R55555)/.,)5#'(!)65)55*#.&65.'ï'5.'5/'5()0)5,#(+/)5*,5-5
a fase seguinte do processo de '5/./,)85 .85 ã)5 !)-.,#5 +/5 -5 *--)-5 (.,.,855'& )5*,)&)(!'(.)55
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pensassem que estou aqui para de cabeça lhe deu, apesar de não ter dado indemnizações a diplomatas
apuramento do futuro provedor 5-)#5-/&7 ,#(5.'5.ï5
pelos terrenos que legalmente retomou. Tão eufóricos andam os seus as-
de Justiça, aparentemente após ao próximo dia 08 de Julho a pos- 2,,5--5**&85-.5(ã)5ï5/'5 ---),-5+/5.ï5#4'5+/5ï55*,ĉ*,#50#5+/50#5-,5#(/!/,85'5
dar a conhecer que não está inte- sibilidade de se pronunciar em processo que vai ser gerido por tanto ao mar…
ressada na função, de acordo com torno dos concorrentes, por for- '#'85 -.5 ï5 /'5 *,)--)5 +/5 )5
declarações prestadas à imprensa ma a que o comité parlamentar parlamento terá de finalizar na Em voz baixa
R555555")''5)5!&)5+/5"#./&'(.5(ã)5.'55)'/(#éã)5-)#&5.,á-5
pela presidente da referida comité responsável pelo processo faça a --' #)(&5 5 *)#-5 )5 5-#65&á5)/55#(/!/,,55^-")*5)5*)0)_5(5*#.&5)5),.655.&5
parlamentar, Makhosi Khoza. escolha final do próximo prove- Presidente irá confirmar a nome- que é suposta de engolir os vendedores de rua. Vamos ver qual vai ser a
Depois do primeiro escrutínio, dor de Justiça. ação”, afirmou Makhosi Khoza. próxima desculpa para se continuar a vender no meio da rua. É assim que
anima mesmo…