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Sintese Do Metanol
Sintese Do Metanol
São Carlos
08/06/2011
Sumário
1. Introdução 2
1.1 Resumo 2
1.2 Algumas propriedades 2
2. Informações econômicas 3
2.1 Mercados do metanol 3
2.2 Metanol da Biomassa 3
2.3 Exportação e Importação de Metanol 4
3. O processo de produção 8
3.1 Resumo 8
3.2 Síntese do metanol 8
4. Expressões 11
4.1 Equações Globais 11
4.2 Equações Elementares 11
5. Expressões da taxa 13
6. Catalisadores Utilizados 15
6.1 Catalisador Cu/ZnO-Al2O3 15
6.2 Catalisadores com Zircônio 16
6.3 Catalisadores baseados em Pd 18
6.4 Outros catalisadores 18
7. Condições Operacionais 19
8. Tipos de Reatores 20
8.1 Reator Convencional para Síntese de Metanol (RCM) 20
8.2 Reator Esférico (RE) 20
8.3 Reator de Leito Empacotado 22
9. Modelagem 23
9.1 Condições Operacionais 23
9.2 Equação de projeto de um PBR 23
9.3 Resultados obtidos pelo Polymath 25
9.4 Produção Anual 28
10. Bibliografia 29
1. Introdução
1.1 Resumo
O metanol, CH3OH, é um líquido neutro e incolor a temperatura ambiente, com um leve odor
semelhante ao do etanol. É uma substância altamente tóxica, que se ingerida ou inalada pode
causar cegueira ou até a morte.
O primeiro asintetizar o metanol foi Barthelot, em 1857 pela saponificação do clorometil,
CH3Cl. Em 1923 foi sintetizado pela primeira vez a partir de H2 e CO, que atualmente é
predominante.
O metanol é principalmente usado como solvente industrial e produção de formaldeído. É
ainda utilizado na indústria de plásticos, na extração de produtos animais e vegetais, e como
solvente em reações de importância farmacológica, como no preparo de colesterol, vitaminas
e hormônios. Em alguns lugares é também utilizado como combustível.
1.2 Algumas propriedades
3. O processo de produção
3.1 Resumo
Atualmente a maior parte do gás de síntese usado para a produção de metanol é obtido do
processo de reforma por vapor do gás natural. O gás de síntese ideal para a produção de
metanol deve ter uma relação H2/CO de cerca de 2. Uma pequena quantidade de CO2 (5%)
aumenta a atividade catalítica. Uma relação H2/CO menor de 2 incrementa a formação de
produtos colaterais e uma relação maior do que 2 diminui a eficiência da planta devido ao
excesso deH2 no gás de síntese.
A composição do gás de síntese depende da alimentação usada, quando se usa nafta, a
estequiometria é aproximadamente a correta, mas quando se usa metano o hidrogênio está
em excesso.
Na prática o hidrogênio em excesso é queimado como combustível ou se incrementa o teor de
óxidos de carbono no gás de síntese, isto pode ser feito de duas maneiras:
a) Quando está disponível a adição de CO2 ao processo é uma forma simples e eficiente de
balancear o teor de hidrogênio e óxidos de carbono no gás de síntese. A adição de CO2 pode
ser feita por injeção do mesmo na alimentação do reformador de vapor ou no gás de síntese
usado como matéria prima. Em ambos os casos deve ser atingida a relação estequiométrica
para a síntese de metanol
b) Instalando um reformador auto-térmico, neste caso o gás de síntese é tão rico em óxidos de
carbono e somente seria necessário ajustar a relação por remoção de CO2.
3.2 Síntese do metanol
A primeira planta industrial foi baseada em um catalisador que era bastante resistente ás
impurezas, mas não muito ativo e seletivo. Portanto, para alcançar uma conversão a metanol
razoável estas plantas operavam a altas pressões. A Figura 3 mostra o esquema de fluxo de
uma planta a alta pressão.
Figura 3- Esquema de fluxo simplificado de um processo clássico de metanol.
O coração do processo é o reator com um circuito de recirculação similar ao princípio da
síntese de amônia. Todosos processos de metanol ainda seguem este princípio. O metanol cru
é destilado para separar-lo da água e das impurezas. A conversão por passagem é baixa, o que
facilita o controle da temperatura. Reatores com resfriamento ou multi-tubulares esfriados são
usados.
A operação a alta pressão (300 bar) de este processo clássico de metanol resulta em um alto
custo de investimento e de compressão do gás de síntese. Além disso, é formada uma grande
quantidade de subprodutos devido à baixa seletividade do catalisador.
Todos os processos modernos são a baixa pressão com plantas de capacidade de produção
entre 150 e 6000 t/dia, apesar de que as plantas que usam gás de síntese remoto podem ter
uma capacidade maior, 10 000 t/dia. As plantas diferem principalmente no projeto do reator e
na forma como o calor de reação é removido.
No processo ICI é usado um reator adiabático com um leito simples de catalisador. A reação é
resfriada pela adição do gás reagente frio a diferentes alturas do leito do catalisador dentro do
reator. O conversor de metanol opera com pressão de 50 a 100 atm e temperatura de 250°C.
Por esse motivo, há um compressor antes do conversor para que seja atingida a pressão
desejada. O catalisador utilizado no processo é uma mistura ternária de cobre, óxido de zinco e
alumina.
A Figura 4 apresenta um esquema de fluxo do processo ICI.
4. Expressões
4.1 Equações Globais
Reação (A): Hidrogenação do Monóxido de Carbono
CO+ 2H2⇋CH3OH(1) ΔH298=-90,55KJ/mol (1)
Reação (B): “Reverse Water Gas Shift Reaction”
CO2+H2⇋CO+H2O (2) ΔH298=41,12KJ/mol (2)
Reação (C): Hidrogenação do Dióxido de Carbono
CO2+3H2⇋CH3OH +H2O (3) ΔH298=-49,43KJ/mol (3)
4.2 Equações Elementares
É interessante notar que os sítios de adsorção para o CO e CO2 são considerados diferentes,
ou seja, S1 e S3 para o CO e CO2, respectivamente (Liu etal., 1985; Coteron & Hayhurst, 1994),
e ambos H2 e H2O são adsorvidas em um outro sítio (S2) (Dennisonet et AL., 1989)
Reação (A):
H2+2 S2→2 H·S2 (4)
CO+S1→CO·S1 (5)CO·S1+ HS2→HCO·S1+S2 (6)
HCO·S1+ H·S2→ H2CO·S1+S2 (7)
H2CO·S1+ H·S2→ H3CO·S1+S2 (8)
H3CO·S1+ H·S2→ CH3OH+S1+S2 (9)
Reação (B):
CO2·S3+ H·S2→HCO2·S3+ S2 (10)
HCO2·S3+ H·S2→CO·S3+ H2O·S2 (11)
Reação (C):
5. Expressões da taxa
rA=kAKCOKH22KCH,COpCOPH22-pCH3OH/KPA1+KCOpCO1+KH20,5PH20,5+KH2OpH20
rB=kBKCO2KH22pCO2pH2-pCOpH2O/KPB/pH20,51+KH20,5PH20,5+KH2OPH201+KCO2PCO2
rC=kCKCO2KH2KCH,CO2pCO2PH23-
pCH3OHpH2O/KPC/P1+KH20,5pH20,5+KH2OpH201+KCO2pCO2
As constantes de equilíbrio KPA, KPB e KPC para hidrogenação do CO (A), “reverse Water Gas
Shift Reaction” (B) e hidrogenação CO2 (C), respectivamente, são determinadas por um ajuste
experimental dado no trabalho de Graaf et al.
lnKPA=9,8438×104RT-29,07
lnKPB=-4,3939×104RT+5,639
KPC=KPAKPB
kB=2,82×10-5exp-2,70×102R1T-1523
kC=1,15×10-6exp-1,19×102R1T-1523
KCO=4,96×10-8exp9,93×103R1T-1523
KCH3OH=1,41×10-3exp6,05×103R1T-1523
KCH,CO2=1,43×10-4exp-2,43×103R1T-1523
KH2=6,37×10-3exp-6,29×103R1T-1523
KCH,CO=7,12exp-3,17×103R1T-1523KH2O=2,85×10-3exp-1,08×105R1T-1523
KCO2=70,015
6. Catalisadores Utilizados
O primeiro catalisador utilizado para a produção de metanol a partir do gás de síntese. Foi
comercializado pela BASF e utilizado para síntese em alta pressão e alta temperatura. As
melhorias na purificação da síntese de metanol na alimentação (em especial a remoção do
enxofre) levaram a um avanço significativo em catalisadores uma vez que o uso de catalisador
Cu-ZnO tornou-se viável. Ele possui uma alta eficiência e na síntese pode ser operado a baixas
pressões e temperaturas. Atualmente, o catalisador de Cu/ZnO-Al2O3 é utilizado quase
exclusivamente na indústria.
Este tipo de catalizador é amplamente estudado na literatura. Modelos cinéticos de síntese de
metanol são baseados em experimentos realizados com catalisadores comerciais. O
catalizador mostra-se muito eficiente para a alimentação rica em CO, masperde um pouco de
eficiência com alimentação rica em CO2. Entretanto, a utilização de CO2 vem sendo cada vez
mais difundida em vista da nocividade do CO2 ao meio ambiente. Portanto, muitos estudos
têm sido realizados com o objetivo de encontrar um catalisador com a alimentação rica em
CO2. Para esta tarefa, os catalisadores baseado em Cu com aditivos metálicos foram
estudados.
Catalisadores baseados em Cu / ZnO apresentaram um bom desempenho com uma
alimentação rica em CO mas perdem sua eficiência com o aumento da quantidade de CO2 na
alimentação. Nota-se que a perda da atividade é devido à água, que é formada junto com
metanol na hidrogenação de CO2. Além disso, foram encontrados resultados provando que a
água é responsável pela perda de atividade do catalisador CuO/ZnO-Al2O3. Estudos foram
realizados utilizando diferentes composições de alimentação para provar os efeitos nocivos da
água para catalisadores de Cu / ZnO. Foi descoberto que o metanol diminui o rendimento e
aumenta a produção de água com o aumento da quantidade de CO2 na alimentação. Por fim,
concluiu-se que a presença de água acelera a desativação de catalisadores à base de ZnO/Cu.
No entanto, há indícios de que a sílica adicionada a um catalisador baseado em Cu / ZnO
poderia inibir os efeitos nocivos da água, permitindo assim a síntese de metanol na
alimentação rica em CO2. Além disso, podem diminuir a eficiência dos catalisadores:
sinterização térmica;envenenamento por enxofre e cloreto; deposição de carbono e danos
físicos. E ainda, pesquisas comprovam que, em algumas fases de síntese de metanol, pode
haver arsina na alimentação, um forte desativador.
Um novo método para a síntese de metanol a baixa pressão foi desenvolvido utilizando
catalisadores Cu / ZnO com promotores de álcool. Um estudo foi realizado com um catalisador
à base de Cu/ZnO-Al2O3 e outro à base de Cu / ZnO. Nestes estudos, o etanol, propanol e
butanol têm sido estudados como possiveis promotores de álcool. Este novo método foi
operado à temperatura de 443 K e à pressão de 3,0 MPa. A baixa temperatura de reação levou
à uma boa taxa de conversão de CO (50-80%) .
Outros óxidos de zinco foram testados. Por exemplo, Huang et al. realizou um estudo sobre a
influência do Zn, Cr e Co aditivos de óxido de catalisadores Cu-base. Ele constatou melhorias
significativas na atividade catalítica para a reação ‘water gas shift’ na síntese de metanol
quando Cr2O3 foi adicionado a um catalisador de cobre. Nenhuma mudança significativa foi
observada com a adição de CoO. Além disso, foi estudado a influência do SiO2 para a atividade
de os catalisadores baseados em CU. Foi observado que a adição de SiO2 aumentou a
atividade catalítica para a metanol síntese a partir de CO2.
6.2 Catalisadores com Zircônio
8. Tipos de Reatores
9. Modelagem
9.1 Condições Operacionais
Comprimento | 3m |
Diâmetro Interno | 3,8.10-2 |
Diâmetro Externo | 4,2.10-2 |
Número de Tubos | 735 tubos |
Tabela 3 - Condições operacionais.
9.2 Equação de projeto de um PBR
dFidW=ri
w=ρ.V
Substituindo:
dFidV=ri.ρ
Escrevendo as concentraçõestotais:
CT=PRT
CT0=P0RT0
A razão entre as concentrações, operando isotermicamente e sem queda de pressão, fornece
o seguinte:
CTCT0=PP0.T0T=1
Concentração em função dos fluxos:
CT=FTv
CT0=FT0v0
Dividindo, obtém-se a vazão volumétrica que varia com o fluxo total:
CTCT0=FTFT0v0v=1
v=FTv0FT0
Substituindo na expressão da pressão parcial
Pi=RTCi=RTFiv=RTFiFT0v0FT
rB=rCO2-1=rH2-1=rCO1=rH2O1
rC=rCO2-1=rH2-3=rCH3OH1=rH2O1
Então a expressão da taxa para cada composto é:
rCO=-rA+rB
rH2=-2rA-rB--3rC
rCH3OH=rA+rC
rH2O=rB+rC
rCO2=-rB-rC
A planta produz
Para alcançar este objetivo, tem-se que aumentar a produção. Uma solução para isto é
aumentar o número de tubos (volume total do reator) utilizados:
Comprimento | 3m |
Diâmetro Interno | 3,8.10-2 |
Diâmetro Externo | 4,2.10-2 |
Número de Tubos | 1103 tubos |
Volume do Reator | 3,753 m³ |
10. Bibliografia
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