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FREDERICO WESTPHALEN-RS
2018
BRUNO CAVALHEIRO
FERNANDO PIAIA
FRANCIS CAMPAGNOLO
LUCAS WIRTI RATOVA
FREDERICO WESTPHALEN-RS
2018
IDENTIFICAÇÃO
Instituição de Ensino/Unidade
URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões
Campus de Frederico Westphalen
Direção do Campus
Diretor Geral: Silvia Regina Canan
Diretora Acadêmica: Elisabete Cerutti
Diretor Administrativo: Clovis Quadro Hempel
Departamento/Curso
Departamento de Engenharias e Ciência da Computação - Chefe: Mauro Cesar
Marchetti
Curso de Engenharia Civil - Coordenador: Prof. Me. William Widmar Cadore
Disciplina
Patologia em Construções
Professor
Me. Fabio Dischkaln do Amaral
Orientandos
Bruno Cavalheiro
Fernando Piaia
Francis Campagnolo
O termo patologia vem do grego pathos (doença) e logos (estudo) e sua aplicação não
se restringe apenas a engenharia, mas sim em qualquer área científica quando é necessário
elucidar fenômenos que possam causar danos a um organismo, objeto ou sistema. Para
compreender como ocorrem e quais os fatores que levam a deterioração de uma edificação, não
basta apenas analisar a situação sob uma visão macro, mas sim investigar a fundo o
comportamento das menores unidades que compõem a estrutura, ou seja, os materiais utilizados
em sua construção e como estes interagem com o ambiente externo.
Nenhum projeto está a salvo de erros, principalmente em relação ao fator humano, pois
este está mais sujeito as condições de trabalho, relacionamento profissional e até problemas
pessoais podem interferir no desempenho, seja do projetista ou executor. Isso significa que
nenhuma edificação está livre de apresentar patologias de diversas origens, porém não há
motivos para preocupações exageradas. O colapso de estruturas é raro de ocorrer, pois as
patologias surgem em estágios distintos e em graus de gravidades diferentes. Uma vez que a
patologia é identificada na edificação, é recomendado que as medidas corretivas, reparos ou
fortalecimento de elementos estruturais sejam adotadas o quanto antes, por questões de
segurança e economia. Conforme descreve a Lei de Sitter (ou Lei dos 5), a intervenção tardia
nos reparos de uma patologia se torna mais dispendiosa, ascendendo em projeção geométrica
de razão 5, se comparadas com os custos estimados na reparação da mesma patologia, ainda na
etapa inicial (HELENE, 1992 apud PEREIRA, 2011).
1.2 Justificativa
Todo a forma de conhecimento é um processo construído ao longo de anos e constituído
por etapas, para que assim, possa ser transferido e aprimorado, servindo de legado e referência
para as futuras gerações. Mesmo que a análise patológica do objeto deste estudo seja mais
superficial, ou seja, sem o rigor avaliatório de uma comissão acadêmica, parte-se do pressuposto
de que toda atividade é no mínimo criteriosa, atendendo aos requisitos explanados em aula. O
produto final desta análise poderá servir, então, como referência para os estudos sobre as
manifestações patológicas ocorridas na Biblioteca Central do campus, que serão desenvolvidos
pelos alunos da disciplina de Patologias em Construções ao longo dos anos, assim como as
análises anteriores serviu de referência para a elaboração deste estudo.
1.3 Objetivos
A Biblioteca Central Dr. Mariano Rocha Filho, ao longo de mais de dez anos de
construção não passou por processos de restauração em sua estrutura. Por ser um edifício com
carga acidental de valor mínimo 6KN/m² (NBR6120,1980) e alto fluxo de visitantes diários,
espera-se encontrar patologias como trincas, fissuras e recalques na estrutura.
As informações coletadas presentes nesta análise foram obtidas em uma visita técnica
ao local estudado na manhã de sábado, dia 07 de abril de 2018.
Ainda sobre a figura 1, Souza e Ripper (1998) destacam que as causas que dão origem
ao problema patológico são várias, portanto, tem-se buscado determinar qual fase foi a
responsável, ao longo do tempo pela maior quantidade de erros. Sendo assim, os problemas
patológicos não estão relacionados apenas com um erro, mas está associado pelo surgimento
de uma sequência de falhas durante a execução e processos construtivos. Ou seja, devemos
definir qual é o processo responsável pela maior parte dos erros, para que possamos fazer as
correções a fim de evitar novos problemas.
Infiltração Fenômeno que ocorre quando a quantidade de água é maior que possa a
pingar, ou até mesmo fluir resultando numa infiltração
Manchas Á agua ao atravessar uma barreira fica aderente, resultando em uma
mancha.
Bolor ou É entendido como a colonização de diversos fungos filamentosos sobre
mofo diferentes tipos de substrato, inclusive as argamassas inorgânicas. Se define
como uma alteração observável macroscopicamente na superfície de
diferentes materiais, sendo uma consequência do desenvolvimento de
microrganismos pertencentes ao grupo dos fungos. O desenvolvimento
desses fungos nas fachadas causa alteração estética, formando manchas
escuras indesejáveis e de tonalidade preta, marrom e verde, ou
ocasionalmente, manchas claras esbranquiçadas ou amareladas.
Eflorescência Formações salinas nas superfícies das paredes, trazidas de seu interior pela
umidade. Ela se apresenta de aspecto esbranquiçado na superfície da
pintura ou reboco; Criptoflorescência: formação de cristais no interior da
parede ou da estrutura pela ação de sais. Causam rachaduras e até queda da
parede; Gelividade: Ação da agua depositada nos poros e canais capilares
dos materiais que ao se congelar podem causar a desagregação dos mesmos
devido ao seu aumento de volume.
Fonte: Adaptado de (MIOTTO, apud SHIRAKAWA, 2010).
3. ESTUDO DE CASO
A edificação analisada é a Biblioteca (Prédio 9) da URI, localizada na Av. Assis Brasil,
709 - Bairro Itapagé - Frederico Westphalen-RS. A edificação situada entre o prédio 10 e o
estacionamento do salão de atos da URI, conforme figura abaixo.
Fonte: O Autor.
3.1 Patologias Encontradas na Edificação
3.1.1 Recalque
Os solos levam são constituídos por partículas sólidas misturadas com água e material
orgânico. Com as cargas externas todos os solos, em maior ou menor proporção, se deformam.
Se as deformações forem diferenciadas ao longo do plano das fundações de uma obra, tensões
de grande intensidade serão introduzidas na estrutura da mesma, podendo gerar o aparecimento
de trincas (PAULA, 2012).
Fonte: O Autor.
Fonte: O Autor
Figura 8 - Fissuras nos encontros pilar-laje e pilar-viga. 2º Pavimento.
Fonte: O Autor
Fonte: O Autor
Fonte: O Autor
3.1.3 Patologias causadas por umidade
De acordo com Souza (2008), a umidade não é apenas uma causa de patologias,
ela age também como um meio necessário para que grande parte das patologias em
construções ocorra. Ela é fator essencial para o aparecimento de eflorescências, ferrugens,
mofo, bolores, perda de pinturas, de rebocos e até a causa de acidentes estruturais.
Fonte: O Autor
Fonte: O Autor
Figura 13 - Presença de bolor na junção da fundação com a superestrutura.
Fonte: O Autor
Fonte: O Autor
3.1.4 Trincas nos cantos de portas e janelas
Fonte: O Autor
Figura 16 - Fissura no canto superior de porta.
Fonte: O Autor.
Fonte: O Autor.
Fonte: O Autor.
4. ALTERNATIVA DE MEDIDAS CORRETIVAS
Existem várias soluções que podem ser empregadas para corrigir manifestações
patológicas apresentadas por uma edificação, mas para a escolha da intervenção a ser
realizada devem ser considerados vários fatores. Segundo Helene (2003) deve-se existir
um estudo da aplicação e dos materiais a serem utilizados, para verificar se a medida de
correção é viável. Outro fator preponderante que deve ser levado em conta antes de
medidas corretivas serem tomadas é adquirir conhecimento se as patologias a serem
corrigidas estão ativas ou inativas. Sabe-se também que quanto mais cedo forem aplicadas
as medidas corretivas mais baratas elas são, sendo que com o passar do tempo vão
aumentando o seu valor.
Segundo Zuchetti (2015), pode ser usada como alternativa de medida corretiva
para fissuras e trincas originadas a partir de movimentação térmica à renovação completa
do revestimento da parede. Também pode ser realizado o preenchimento das fissuras e
trincas com materiais de formulação acrílica elástica e em seguida efetuar a renovação da
pintura.
Os danos causados por umidade podem ser gerados por diversos fatores, que vão
desde problemas na fase de projeto, no processo de execução das edificações e até a ação
da natureza, principalmente da água da chuva (HELENE, 2003).
Para Zuchetti (2015) em superfícies que apresentam presença de bolores causados
pela umidade recomenda-se que seja realizada a limpeza da superfície com a utilização
de escova e produtos à base de cloro e após isso sejam eliminadas as infiltrações
causadoras de umidade. A pintura também pode ser renovada.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS