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ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO............................................................................................................................3
1.1.Objectivos..............................................................................................................................4
1.1.1.Objectivo geral................................................................................................................4
1.1.2.Objectivos específicos.....................................................................................................4
2.Metodologia da pesquisa..............................................................................................................4
3.Revisão de literatura.....................................................................................................................5
3.1.Conceito de sanção.................................................................................................................5
3.1.1.Conceito de direito e sanção............................................................................................5
3.1.2.Sanção positiva e sanção negativa...................................................................................6
4.Conceito da ilicitude.....................................................................................................................7
4.1.Elementos objectivos e subjectivos das causas de exclusão da ilicitude...............................7
4.2.Causas da ilicitude.................................................................................................................8
4.3.O regime da legítima defesa no direito penal Moçambicano.................................................9
4.4.Requisitos constitutivos da legítima defesa.........................................................................10
5.Âmbito da agressão ilícita..........................................................................................................10
6.Grau da agressão ilícita...............................................................................................................11
7.Estado da agressão ilícita............................................................................................................11
7.1.Protecção de direitos e interesses legais..............................................................................12
7.2.Forma de Culpa do Excesso de Legítima Defesa................................................................12
8.O Regime do Estado de Necessidade no Direito Penal Moçambicano......................................12
9.O Acto Consentido no Direito Penal Moçambicano...................................................................13
Conclusão......................................................................................................................................15
Bibliografias..................................................................................................................................16
1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objectivo geral, falar sobre as ‘’Sanções e ilicitude’’. Dai que,
para a perfeita compreensão, é imprescindível o estudo aprofundado da doutrina antiga e
Tem-se assistido nos últimos tempos ao discurso funcional que procura renormativizar a matéria
sobre Sanções e ilicitude, seja a partir dos fins para as duas teorias, seja a partir dos fins do
direito. Assim, a teoria dos fins da pena está em candente actualidade e importância.
Pretende-se, neste trabalho, tracejar breves e superficiais observações sobre tão controvertido
tema. Nada além do propósito da contribuição para o sistema penal de cunho funcionalista, como
era esperado pelos partidários dessa corrente, calha dizer que dista muito do almejado.
A definição dos objectivos determinam o que o pesquisador quer atingir com a realização do
trabalho de pesquisa, pois são sinónimo de meta, fim.
1.1.1.Objectivo geral
MARCONI e LAKATOS (2002) referem que os objectivos gerais "estão ligados a uma visão
global e abrangente do tema, relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e
eventos.
1.1.2.Objectivos específicos
2.Metodologia da pesquisa
Sanção jurídica deve ser compreendida modernamente, como uma reacção ou retribuição
prevista no ordenamento normativo, blindando-se esta contraprestação de uma feição premial
(sanção premial), quando o agente adopta a conduta aprovada ou esperada, ou um carácter
punitivo (sanção negativa), quando o ato praticado é indesejado ou dissonante. Diante dessa nova
realidade, da mutabilidade e da abertura das regras jurídicas ao progresso e à mudança social,
imperioso, reformular-se o vetusto e arraigado pensamento jurídico, a fim de abrir-se espaço para
a existência e aceitação doutrinária da sanção premial.
O vocábulo sanção provem do latim santio, sanctionis, de sancire (estabelecer por lei), possuindo
o vocábulo, etimologicamente, dois significados distintos.
Já na segunda acepção, que será objecto de estudo no presente trabalho, representa consequência
positiva ou negativa prevista em lei norma para determinado ato praticado por determinado
indivíduo. Realizada certa acção ou omissão prevista na norma jurídica, a retribuição será a
aplicação de uma sanção igualmente nela prevista.
Conforme o modo pelo qual as acções humanas são prescritas ou proibidas, podem distinguir-se
diferentes tipos ou ideais, não tipos médios. A ordem social pode prescrever uma determinada
conduta humana sem ligar à observância ou não observância deste imperativo quaisquer
consequências. Também pode, porém, estatuir uma determinada conduta humana e,
simultaneamente, ligar a esta conduta a concessão de uma vantagem, de um prémio, ou ligar à
conduta oposta uma desvantagem, uma pena (no sentido mais amplo da palavra).
O princípio que conduz a reagir a uma determinada conduta com um prémio ou uma pena é o
princípio retributivo (Vergeltung). O prémio e o castigo podem compreender-se no conceito de
sanção. No entanto, usualmente, designa-se por sanção somente a pena, isto é, um mal - a
Para Aristóteles, o Direito representa uma ordem à conduta humana. O Direito vale-se de um ato
coactivo para punir um delito com uma pena. Por coação entende-se a reacção Estatal às
condutas consideradas indesejáveis, reacção esta externada através da inflicção de uma sanção –
sempre acompanhada de um ato impositivo ou de força – nota que distinguiria o Direito dos
outros sistemas de controlo social.
O conceito de sanção, latu sensu, faz menção às medidas que um ordenamento normativo dispõe
com o escopo de reforçar o respeito às suas leis e, em alguns casos, remediar os efeitos de uma
possível inobservância. Infere-se, desta forma, que, em primeiro lugar, todo sistema normativo
pode ter suas regras violadas e que, em maior ou menor medida, uma considerável quantidade de
normas integrantes dos referidos sistemas restam escoriadas.
Assim, todo ordenamento jurídico que assume a pretensão de ser efectivo, isto é, de não
desaparecer em consequência de uma generalizada falta de atenção às normas que o compõem,
estatui medidas que podem ser classificadas em função do momento da violação.
Ilicitude é a contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico como um todo, não
existindo qualquer excepção determinando, incentivando ou permitindo a conduta típica.
1. Concepção objectiva: À lei só interessa que a finalidade actual do agente seja conforme
a norma jurídica. Para que actue uma causa de justificação, basta que o agente tenha
conhecido e querido a situação de fato em que esta consiste. Os motivos permanecem
irrelevantes. No caso, A não cometeu crime.
Nos termos do artigo 30.º (exclusão da ilicitude) sobre as «causas que excluem a ilicitude e a
culpa» do Capítulo III do Título II do Código Penal de Moçambicano, «1. O facto não é punível
quando a sua ilicitude for excluída pela ordem jurídica considerada na sua totalidade. 2.
Nomeadamente, não é ilícito o facto praticado: a) Em legítima defesa; b) No exercício de um
direito; c) No cumprimento de um dever imposto por lei ou por ordem legítima da autoridade; ou
d) Com o consentimento do titular do interesse jurídico lesado».
Assim, podemos ver que nestes termos de exclusão da ilicitude, o direito penal de Macau
consagra especificamente quatro causas de exclusão da ilicitude, designadamente: a legítima
defesa, o estado de necessidade, o cumprimento de um dever ou de uma ordem e o acto
consentido.
Segundo a teoria de direito penal, a exclusão da ilicitude também é designada por exclusão da
violação de lei ou descriminalização. A teoria de direito penal Moçambicano, que também faz
parte do sistema jurídico continental ocidental, defende que: «A ilicitude e a ofensa provocadas
pelo acto são ambos requisitos para a constituição do crime mas têm natureza diferente. A ofensa
é o estado em que uma conduta ofende o interesse jurídico, enquanto a ilicitude é o valor passivo
que uma conduta manifesta, ou seja, em relação às várias condutas puníveis que violam a ordem
jurídica e que ofendem os bens jurídicos públicos e privados, o direito penal elabora disposições
abstractas.
A ciência de direito penal chama a isto factos constituintes do crime juridicamente previstos.
Quanto ao seu conteúdo objectivo, por um lado revela quais os vários bens jurídicos públicos e
privados ofendidos, é uma configuração no direito penal da ofensa dos bens jurídicos; por outro
lado revela as consequências de violação da ordem jurídica, é uma configuração no direito penal
de actos ilícitos.
Tendo actos como a legítima defesa uma característica aparente de crime mas não tendo na
realidade perigo social, o direito penal, que prevê especificamente o crime, pode não abranger
outros actos favoráveis à sociedade, mas não pode deixar de ter disposições especiais para actos
como a legítima defesa e excluí-los do crime tendo em consideração a ordem jurídica na sua
globalidade. Partindo deste pressuposto, a teoria penal ocidental tem razão quando considera
actos, tais como a legítima defesa, como actos que excluem a ilicitude penal.
O regime da legítima defesa é vulgar no direito penal moderno. O Código Penal Moçambicano,
que faz parte do direito penal moderno, também não é excepção. O seu artigo tem um regime
específico para a legítima defesa: «Constitui legítima defesa o facto praticado como meio
necessário para repelir a agressão actual e ilícita de interesses juridicamente protegidos do agente
ou de terceiro». Esta disposição fornece o fundamento jurídico para o regime de legítima defesa
no direito penal Moçambicano.
É um princípio universal do direito penal moderno que a constituição da legítima defesa tem que
preencher certos requisitos. Através do artigo 31º do Código Penal de Moçambicano, podemos
ver que a constituição da legítima defesa exige os seguintes requisitos:
A agressão ilícita representa o acto com perigo social que viola os interesses juridicamente
protegidos. Este é o requisito primordial para a constituição da legítima defesa. Quando um
código prevê o regime da legítima defesa e a exclui juridicamente como crime, é porque a
legítima defesa em si é um acto que exclui o perigo social. Sem a existência de uma agressão
ilícita, a legítima defesa torna-se uma seta sem alvo. No entanto, a forma como se qualifica a
natureza, âmbito, grau e estado da agressão ilícita é uma grande questão para a qualificação
correcta da legítima defesa e merece um estudo.
A existência de uma agressão ilícita é uma condição prévia para a legítima defesa. Sem agressão
ilícita, não há legítima defesa. No entanto, a agressão ilícita em si é um conceito muito vago.
Temos que determinar primeiro o que é agressão ilícita para saber se houve ou não legítima
defesa constituída com base nela.
Quanto à agressão ilícita, a sua natureza reside na ilicitude, ilegalidade e perigo social do seu
acto. A prática de qualquer acto social tem que ter relação com a sociedade, resultando numa
reacção objectiva por parte da sociedade. Na sociedade do sistema jurídico moderno, um acto
social só é qualificado como acto legal e protegido pela lei quando tem fundamento jurídico
bastante. Um acto de agressão ilícita reside primeiro na falta de fundamento jurídico-legal do
próprio acto e tem uma característica jurídica que é a ilicitude.
A característica jurídica da agressão ilícita revela o seu conteúdo. Mas a forma como se define a
extensão do âmbito da agressão ilícita, tem a ver com a qualificação correcta da legítima defesa.
Do ponto de vista jurídico, a agressão ilícita pode dividir-se em crime e outros actos ilegais.
Achamos que não existe uma barreira inultrapassável entre o acto ilegal e o crime. Não são
imutáveis mas são convertíveis. Na vida social quotidiana, através da legítima defesa, destrói-se
o acto ilegal no seu percurso, antes de este se transformar em crime, defendendo mais os direitos
e interesses legais juridicamente protegidos.
Quanto ao estado de existência da agressão ilícita, este pode dividir-se em: agressão passada,
agressão actual e agressão iminente. Conforme a teoria penal, a agressão ilícita já passada e a
agressão ilícita que vai acontecer só podem ser sancionadas ou prevenidas através de penas do
Estado.
É que caso se pratique a legítima defesa também nestes estados da agressão ilícita, esta será uma
«defesa inadequada» que deve responsabilizar juridicamente o agente. É precisamente por causa
disso que o artigo 31.º do Código Penal Moçambicano prevê explicitamente que só constitui
legítima defesa o facto praticado para repelir uma agressão actual e ilícita.
Nos termos do artigo do Código Penal Moçambicano, a legítima defesa é o facto praticado para
repelir a agressão actual e ilícita de interesses juridicamente protegidos do agente ou de terceiro.
Quando o meio empregado na legítima defesa é excessivo, o facto é ilícito. Apesar de a pena
poder ser especialmente atenuada, é indubitável que o facto já constitui um crime. O crime
implica a existência duma culpa subjectiva. No direito penal de Moçambique, a qualificação da
forma de culpa no excesso de legítima defesa merece ser estudada.
A maior parte dos países não têm disposição concreta relativamente à forma de culpa do excesso
de legítima defesa. Só alguns países referem esta questão. As soluções previstas são diferentes. A
primeira solução consiste em qualificar o excesso de legítima defesa como um crime praticado
com negligência, por exemplo o artigo do Código Penal Moçambicano dispõe que quando o
agente ultrapassa com negligência o limite da legítima defesa, se o acto praticado consubstancia
um crime de negligência, existe responsabilidade penal.
Na teoria de direito penal, o acto consentido também designado acto permitido pelo titular do
direito, é o acto praticado com o consentimento da pessoa com direito de disposição de certos
direitos e interesses. Estes actos também podem ser definidos como actos que embora praticados
com o consentimento da vítima, causam certo «resultado prejudicial».
O acto consentido desenvolve-se a partir do princípio antigo do direito romano segundo o qual:
«os actos consentidos não são imputáveis». Por exemplo, para fazer uma experimentação
científica, a vítima consente que outra pessoa faça uma experiência no seu corpo através de um
meio que ofende a sua integridade física. Este acto é, aparentemente, uma ofensa no direito
penal, mas analisando substancialmente, é um acto favorável à sociedade.
Na vida social, além do acto consentido ser um conceito muito amplo, a sua forma e o seu
conteúdo são muito complicados. Alguns actos consentidos são autorizados pela lei, outros são
proibidos. Alguns actos consentidos são válidos, outros são nulos. Para dar um posicionamento
jurídico claro ao acto consentido, e para que este tipo de actos sejam tratados correctamente na
prática judicial, actualmente em muitos países e territórios eles estão previstos no direito penal.
O direito penal Moçambicano não é uma excepção.
O consentimento pode ser expresso por qualquer meio que traduza uma vontade séria, livre e
esclarecida do titular do interesse juridicamente protegido e pode ser livremente revogado até à
execução do facto. O consentimento só é eficaz se for prestado por maior de 14 anos que possua
o discernimento necessário para avaliar o seu sentido e alcance no momento em que o presta. 4.
Se o consentimento não for conhecido do agente, este é punível com a pena aplicável à
tentativa». De acordo com este artigo, podemos ver que o acto consentido no direito penal
Moçambicano u tem que preencher os seguintes requisitos para não ser ilícito:
Sendo um acto jurídico, o consentimento é também juridicamente um acto civil. Nos termos do
direito civil, o consentimento só é um acto eficaz se revelar efectivamente a vontade livre de
quem o presta. Por isso, nos termos do direito penal Moçambicano, o consentimento tem que
revelar uma vontade séria, livre e esclarecida do titular do interesse juridicamente protegido.
O Homem é um ser social. Na sociedade moderna, existem relações delicadas entre os interesses
pessoais dos membros sociais e os interesses colectivos da sociedade. A fim de harmonizar
melhor os interesses pessoais dos membros socais e os interesses colectivos da sociedade,
geralmente, na sociedade moderna, o direito prevê expressamente que certos interesses pessoais
são livremente disponíveis pelos membros sociais, enquanto outros não o são.
Conclusão
Chegando ao fim deste trabalho, tira-se conclusões de que uma sanção deve ser compreendida
modernamente, como uma reacção ou retribuição prevista no ordenamento normativo,
blindando-se esta contraprestação de uma feição, quando o agente adopta a conduta aprovada ou
Por outro lado, na ilicitude o conceito muda para os adeptos da tipicidade, entendendo-se a
relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico como um todo, não
existindo qualquer excepção permitindo a conduta típica. Visto que, o juízo de ilicitude é
posterior e dependente do juízo de tipicidade, de forma que todo facto penalmente ilícito também
é, necessariamente, típico.
Bibliografias
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária, Ed. Revista dos Tribunais, Maputo, 1973
Diogo Freitas do Amaral, Curso de Direito Administrativo, Almedina, Coimbra - volume II,
2ªEdição, 2011
LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Mariana de Andrade, técnicas de pesquisa, 5ª Ed., São
Paulo, Atlas, 2002.
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