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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


SETOR DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
Curso Superior de Tecnologia em Negócios Imobiliários
Projeto Interdisciplinar II

Modelo de parecer técnico para Negócios Imobiliários 1

Prof.a Dr.a Silvana Maria Carbonera2

I. Aspectos gerais

Um parecer técnico para Negócios Imobiliários 3 é um documento elaborado para


analisar uma situação real que contenha um problema relacionado à área imobiliária. Em
tal documento, o negociador imobiliário examinará a situação e, partir de conhecimentos
técnicos, poderá:
a) Apresentar uma solução técnica para a matéria que é objeto de análise;
b) Apresentar várias as soluções técnicas possíveis para a matéria que é objeto de
análise;
c) Expressar um posicionamento técnico que esclareça dúvidas ou indagações
específicas do(s) interessado(s).
Um parecer técnico poderá atender tanto à necessidade de uma pessoa leiga que
necessita de esclarecimento e informação acerca de uma situação de seu interesse
quando servir de suporte técnico a profissionais e empresas da área que não conheçam
de forma suficiente o assunto que está sendo analisado. E este interessado será
denominado, a partir de agora, de demandante.
É importante considerar que a elaboração de um parecer, antes de mais nada,
tem como objetivo analisar tecnicamente uma situação, identificar e examinar todos

1
Documento produzido para orientar atividade da disciplina de Projeto Interdisciplinar II, ministrada no
Curso Superior de Tecnologia em Negócios Imobiliários. O conteúdo foi elaborado e adaptado tendo como
base o documento disponível em http://www.seplan.am.gov.br/arquivos/download/arqeditor/pareceres.pdf,
acesso em 07 dez 2012.
2
Professora da disciplina de Projeto Interdisciplinar II no primeiro semestre letivo de 2016.
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É importante observa que as considerações feitas neste documento também podem ser observadas para a
elaboração de parecer em qualquer outra área, sempre observando as peculiaridades de cada área.
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aspectos relevantes e apontar as soluções possíveis, juntamente com as consequências


que cada uma delas pode produzir para o demandante.
A rigor, um parecer bem elaborado deve dar todas as condições para que o
demandante possa tomar uma decisão esclarecida sobre a situação prática que lhe diz
respeito e/ou interessa, conhecendo todos os aspectos relevantes e todos os efeitos
passíveis de serem produzidos com sua decisão. Neste caso, o esclarecimento do
demandante é o principal objetivo.

II. Recomendações para elaboração

A elaboração de um parecer em negócios imobiliários deverá observar os


seguintes aspectos:
a) A linguagem a ser utilizada deve ser simples, acessível a todas as pessoas, com
correção gramatical, mas sempre respeitando os termos técnicos necessários, que
devem ser explicados e cuja fonte de pesquisa deve ser referenciada
adequadamente;
b) A linguagem a ser utilizada deve ser neutra, deixando claro que eventuais juízos de
valor são proferidos unicamente com base nos critérios técnicos utilizados para a
elaboração do parecer;
c) Recomenda-se utilizar sempre a linguagem no impessoal (v.g. entende-se que...),
evitando o uso tanto da 3a pessoa do singular (v.g. eu entendo que...) quanto da 3a
pessoa do plural (v.g. nós entendemos que...). Como se trata de um texto técnico,
o uso das 3as pessoas sugere texto de opinião, o que não é o caso;
d) Ao elaborar o texto, o parecerista deve considerar que está respondendo ao seu
demandante. Por tal razão, deve se ater ao que os questionamentos pedem e deve
evitar colocar informações desnecessárias. Um parecer não é um documento para
mostrar a extensão do conhecimento de seu elaborador mas sim para analisar uma
situação específica ou para responder dúvidas precisas;
e) O elaborador deve avaliar todas as alternativas possíveis para aquela situação,
discutindo prós e contras e, num processo de dedução, apontar quais podem ser
as alternativas possíveis e/ou mais adequadas naquela situação concreta, de modo
a atender às necessidades de informação para o demandante;
f) É importante considerar que um parecerista não pode, diante de várias
possibilidades, escolher uma única para analisar pois, desta forma, já estaria
fazendo uma escolha em nome de seu demandante e tornaria a elaboração do
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parecer sem sentido já que este é feito exatamente para permitir ao demandante
uma escolha pessoal esclarecida;
g) Outro aspecto importante consiste na clareza das informações, das orientações e
das recomendações feitas, sem uso de meias palavras ou subterfúgios que
possam tornar o texto ambíguo. O demandante precisa ser esclarecido e não ser
confundido ainda mais com o parecer que receberá;
h) Sempre que possível, apontar as várias possibilidades que o exame da situação
concreta permitiu apontar, com a análise de cada uma delas, bem como de suas
consequências se forem adotada pelo demandante;

III. Estrutura do parecer

Um parecer deve conter, necessariamente, os seguintes tópicos:


1. Abertura do parecer com a explanação do caso concreto a ser analisado: neste tópico é
necessário informar a data de elaboração do parecer e definir os limites do tema que será
examinado. Com a descrição completa da situação imobiliária que deverá ser analisada, é
possível identificar todos os aspectos relevantes para que o parecer possa elaborado de
forma completa.
É no momento da redação do caso concreto que torna-se possível identificar se
todas as informações necessárias foram prestadas ou se ainda faltam dados necessários
para a análise.
Todavia, se for identificada a incompletude mas não for possível completar os
dados, é importante, no momento da análise, apontá-la definir, a partir de sua existência,
qual(is) o(s) caminho(s) de análise será(ão) adotado(s).
Neste tópico também é importante apresentar os seguintes aspectos:
a) Identificação do solicitante, ou solicitantes;
b) Descrição do objetivo do trabalho;
c) Descrição dos motivos que tornam o parecer necessário;
d) Indicação das questões/problema relevantes para o esclarecimento das dúvidas
que deram origem ao parecer;
e) Metodologia que será utilizada;
f) Necessidade, se for o caso, de auxílio de terceiros para o esclarecimento das
questões/problema.

2. Corpo do parecer: uma vez apresentada a situação concreta e as dúvidas que


precisam ser esclarecidas, é no corpo do parecer que seu elaborador analisará cada um
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dos aspectos importantes, sejam fatos ou dúvidas, de modo a esclarecer a seu


demandante, de forma completa, todos os aspectos relevantes e necessários para uma
tomada de decisão esclarecida.
Não há um formato pré-definido para a organização do texto do corpo do parecer
mas uma alternativa interessante é fazer sob a forma de tópicos, iniciando pelos aspectos
importantes e dando sequência com as dúvidas específicas já apontadas na abertura do
parecer. Com isso tem-se uma sistematização de informações e menor possibilidade de
deixar de contemplar um aspecto relevante para a análise como um todo.
Também é neste tópico que o posicionamento técnico deve ficar claro. É
importante evitar opiniões ou conhecimento de senso comum pois, como se trata de um
documento técnico, o parecerista foi contratado para fazer uma análise técnica e
especializada, e não para elaborar um texto de opinião.
Desta forma, os conceitos técnicos que serão utilizados (e, destaca-se, o
conhecimento técnico deve ser utilizado, não se trata de uma escolha!) devem ser
referenciados de forma completa, ou em nota de rodapé, ou utilizando o formato
autor/data/página, nos termos da ABNT. As informações prestadas devem ser suficientes
para o que o demandante, se tiver curiosidade, possa acessar com facilidade e precisão
os documentos consultados pelo parecerista.

3. Fechamento ou conclusão: após apresentados os fatos, as dúvidas a eles relacionadas


e as análises técnicas correspondentes, é no fechamento do parecer o local no qual o
parecerista conclui sua análise. Aqui também não há uma fórmula fechada de elaboração
mas um roteiro de conteúdos que pode ser observado é o seguinte:
a) Retomar, de forma resumida, os principais argumentos descritos no corpo do
parecer;
b) Reafirmar as informações importantes que foram utilizadas para se chegar às
conclusões;
c) Recomendar, pontual e individualmente, as ações, sugestões e procedimentos
possíveis que o demandante pode adotar para dirimir suas dúvidas e tomar uma
decisão esclarecida sobre a situação concreta. Afinal, é exatamente para isso que
um parecer é elaborado.
Para finalizar o documento, é necessário utilizar uma expressão de fechamento
como, por exemplo, É o que se apresenta à Vossa Senhoria, ou, ainda É o que se tem a
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apresentar. Mas outras formas de conclusão também são possíveis pois o parecer não é
um documento com forma pré-estabelecida e rígida.
Por fim, o elaborador, ou elaboradores, assinam o documento. Também é
possível, neste caso, colocar a data ao final, tanto acima das assinaturas quanto abaixo
delas.

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