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Operadores de Leitura Do Texto Dramatico PDF
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PLATÃO ARISTÓTELES
• A arte é cópia da cópia (simulacro) • A arte são possíveis interpretações do
• A arte não visa a essência das coisas. É real através das ações humanas
cópia e prejudica o discurso do • Representação do que é possível, não
filósofo. do que é real – verossimilhança.
• A arte é oposta à verdade (os poetas • O homem tem a tendência inata a
seriam banidos de sua cidade ideal) imitar, e disposição inata para o ritmo
e melodia.
Aristóteles, o
primeiro
miçangueiro das
Humanas, prazer!
A Poética, para
Aristóteles
A poesia e suas espécies
Como se realiza a imitação
1.Meios: cores, voz, ritmo, linguagem, etc.
2.Objetos: pessoas elevadas, pessoas vis, etc.
3.Modos: narração e representação
Meios: ritmo, linguagem, harmonia; Objetos: ações, caracteres e
Tragédia paixões de seres elevados; Modo: representação
Literatura
Meios: ritmo e linguagem; Objetos: ações, caracteres e paixões
Epopeia de seres elevados; Modo: narração e representação
Artes miméticas
Música
Citarística Meios: ritmo, harmonia; Objetos: ações, caracteres e paixões
NARRATIVA DRAMA
ENREDO Permite multiplicidade de núcleos Concentrado em uma ação nuclear.
narrativos. Pode se desenvolver e se Circunscrito a poucos episódios.
desdobrar em muitos episódios.
PERSONAGENS Podem ser inumeráveis e apresentar Em número reduzido e retratadas com
múltiplas dimensões, sendo possível pinceladas precisas. Traços essenciais,
descrevê-las em pormenores e analisar valores e formas de pensar são revelados
seu íntimo cuidadosamente. por atitudes e pelo diálogo.
TEMPO Pode ser distendido indefinidamente, Reduzido ao necessário para o desenlace
acolhendo antecipações ou flashbacks. do conflito, focalizando as personagens
Possibilita grandes transformações das numa situação bastante específica.
personagens.
Diferenças entre texto narrativo e texto dramático
NARRATIVA DRAMA
ESPAÇO Múltiplo e variado. Pode ser descrito Limitado ao essencial. Organizado em
minuciosamente. função das necessidades do desenrolar da
ação. Geralmente reduzido a um ou dois
ambientes.
RECEPÇÃO Ritmo da leitura solitária. A leitura das indicações cênicas possibilita
a construção imaginária de espaços,
movimentos e caracteres. Prevê a
recepção coletiva pelo público no teatro.
Gênero dramático
• Apresenta o mundo como autônomo, livre da visão determinante de personagens
ou narradores.
• A ação deve obedecer a um encadeamento causal a fim de que a intriga caminhe
coerentemente rumo à resolução do conflito.
Traços estilísticos da obra dramática pura
• Apagamento das figuras do autor e do narrador por meio do diálogo direto entre as
personagens;
• Mecanismo dramático deve desenrolar-se sozinho, por meio da ação das personagens e
sem a interferência de um mediador (narrador);
• Ponto de arranque do texto coincide com o desencadeamento imediato da ação, da qual
apenas os pontos essenciais devem ser retratados;
• Ação deve obedecer a um rígido encadeamento causal;
• Um conflito de vontades desencadeia a ação;
• O drama representa sempre um presente que caminha para o futuro (desenrolar da ação
e seu desfecho);
• As categorias essenciais do drama são ação, diálogo e conflito dramático;
• Respeito às unidades de ação (concentrada no essencial), lugar (preferencialmente único)
e tempo (apenas o necessário para que o conflito chegue ao desenlace).
Drama clássico
• Estabelece-se com o teatro grego e posteriormente é tomado como modelo
durante o Classicismo.
• Shakespeare frequentemente rompia esses modelos e o Romantismo, herdeiro
de Shakespeare, propala a mistura de gêneros e defende a liberdade da criação
literária acima de quaisquer modelos.
Tensão dramática
• Pathos – sofrimento, emoção, circunstância que provoca piedade ou tristeza.
Pauta-se pela distância entre o que é representado e o público (quanto maior a
distância, maior a tensão)
• Problemático – concentra-se em torno de um problema ou de uma ideia. A
tensão é alimentada pela pergunta “por que razão?”
• A tensão dramática também é um elemento essencial ao desenvolvimento da
comédia, com a diferença de que “o autor cômico cria a tensão para desfazê-la
em seguida”.
Dramas limítrofes
• Drama lírico – com expressão poética de sentimentos (O Marinheiro, Fernando
Pessoa)
• Drama épico – Pode lançar mão de expedientes tipicamente narrativos, como a
presença de um mensageiro que relata fatos externos à cena, ou o recurso ao
monólogo, chegando a procedimentos mais explícitos como os utilizados por
Bertolt Brecht na criação do teatro épico.
Teatro épico
• Deve mostrar ações de forma objetiva, de modo que o espectador consiga
manter um distanciamento em relação à ação relatada. Para alcançar esse efeito,
são constantes os cortes e interrupções da ação e nos diálogos, inserindo a figura
do narrador como mediador da ação dramática.
Experimentalismos
• Da possibilidade do diálogo depende a possibilidade do drama
• Exposição da interioridade
• O passado pode entrar em cena
Elementos fundamentais do texto dramático
Ação
• Elemento fundamental do texto dramático; tudo o mais se organiza em torno
dele
• Ler uma peça de teatro é estar diante de uma série de ações não apenas
concatenadas umas às outras, mas uma decorrendo diretamente da anterior. A
conexão entre duas ações permite a progressão da peça.
• Metáfora do jogo de dominó.
Diálogo
• Tragédia
• Os protagonistas estão em embate com o próprio destino (moira) e com a força dos
deuses.
• As noções de moira e ananké (necessidade) apresentam o destino humano como
imutável e mostram o cosmos como algo organizado onde não se pode intervir sob pena
de instalação do caos.
• Procurando guiar-se pelo próprio caráter (ethos), mas subordinado ao gênio mal
(dáimon), o herói incorre na falha trágica (hamartia) impulsionado pela desmedida
(hybris); a conjugação desses elementos envolve o herói num acontecimento
aterrorizante.
• Ao final do evento trágico, a ordem do cosmos deve ser restabelecida.
Formas dramáticas
• Tragédia
• O trágico nasce do confronto do herói com uma fatalidade, inevitável e insolúvel, geralmente
provocada pelo conflito do homem com algo que lhe é superior (princípio moral, preceito
religioso)
• O trágico surge da tensão entre o dever e o querer do herói
• A tragédia clássica deixa de existir quando o homem se assume, na modernidade, senhor de
seu destino.
• O individualismo burguês poupa o herói do confronto com o mundo, tornando o conflito
interno ao próprio sujeito.
Formas dramáticas
• Comédia
• Caminha para o reestabelecimento do equilíbrio
• Seu alvo é o cotidiano de pessoas comuns
• Tendo o riso como um de seus componentes, a comédia lança mão de expedientes
variados para provocá-lo, como:
• Exagero na composição de tipos
• Contraste entre personagens espertas e ingênuas
• Repetição de expressões e situações
• Vocabulário e imagens que apelam para o baixo corporal
• Palavras de duplo sentido ou com conotação maliciosa
• Recorrência de quiproquós (mal-entendidos) e confusões
• Descompasso entre gesto e discurso da personagem
• Inversão de papéis e posições sociais com posterior desmascaramento
Formas dramáticas
• Tragicomédia
• Poderia facilmente acabar em catástrofe, mas chega a um final feliz (Renascimento)
• Mistura o grotesco e o sublime (Romantismo)
• Farsa:
• Remonta aos mistérios medievais, nos intervalo dos quais era inserida para provocar
riso e relaxamento em meio a apresentações sérias.
• Riso grotesco e pouco refinado
• Exagero, obscenidades e escatologia
• O espectador é instado a se sentir superior – o riso é mais cruel do que na comédia
• Comédia “inferior”
Formas dramáticas
• Drama
• Drama burguês – meio do caminho entre tragédia e comédia, coloca em cena o
homem fruto da revolução industrial
• Drama romântico – ruptura de regras de tempo e espaço, mistura de gêneros,
recurso a ações espetaculares
• Drama lírico – com propósito de revelar liricamente os estados da alma, advindo de
formas musicais de teatro (ópera)
• Drama litúrgico – ligado a representações de cenas bíblicas, surgido na Idade Média
• Drama histórico
Formas dramáticas
• Melodrama
• Presença da música para intensificar momentos mais dramáticos.
• Luta do bem contra o mal, maniqueísmo, efeitos cênicos emocionantes
• Amor impossível, bons sendo perseguidos injustamente, triunfo da virtude, punição dos
vilões.
• Reviravoltas, assassinatos, suspense, salvamentos miraculosos
• Mundo idealizado, diferente da realidade
• Muito do que há nas novelas vem desse estilo
Formas dramáticas
• Auto
• Forma predominante no período medieval
• Teatro como evangelização e doutrinação
• Cantos, danças, alegorias (sentimentos e valores como personagens)
• Formas:
• Auto de milagres: sobre a vida de santos
• Auto de mistério: episódios bíblicos
• Auto de moralidade: exaltação do modo de vida cristão
• Auto sacramental: problemas morais e teológicos, sacramentos e outros dogmas
Formas dramáticas
• Commedia dell’arte
• 09 a 12 pessoas, sempre com papeis fixos identificados por máscaras (jovens enamorados, velhos,
criadas, servos – espertos ou estúpidos)
• Improvisos cômicos a partir de um roteiro inicial, criação coletiva dos atores
• Quiproquós, jovens enamorados atrapalhados por velhos libidinosos, “travestimentos”, pobres que
viram ricos, desaparecidos que reaparecem, criados tratantes
• Pierro, Colombina, Arlequim
Recepção do texto dramático
• Ler em silêncio
• Buscar o contexto de produção
• Ler em voz alta
• Identificar o conflito: que quer a personagem? Identificação das
forças atuantes na peça
• Qual o objeto do querer? Quem se opõe ao personagem na busca
desse objeto?
• Observar signos recorrentes (objetos, fala, tom, expressões,
iluminação, etc.)
Características do teatro épico