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O texto e seus contextos, organizado por Ronaldo de Oliveira Batista. Cap. 5, O texto na
semiótica. Diana Luz Pessoa Barros. 1 ed. – São Paulo: Parábola Editorial, 2016.
Célia Lopes
Selma Alves
CAPÍTULO 5
O texto na semiótica
5.1 Introdução
• Semiótica discursiva francesa
• Noções de texto e discurso
• Conceito semiótico de texto:
- organização temporal (plano da expressão)
- relação entre expressão e conteúdo (semissimbolismo e simbolismo)
• Expressão de texto não verbais.
• O discurso, a especificidade do literário do ponto de vista linguístico e discursivo não pode ser
determinado, a não ser pela organização do plano da expressão e pela forma peculiar de inserção
desse tipo de texto na cultura, na sociedade, na história.
• Os aspectos da organização da expressão e o das relações com o "extralinguístico" são
fundamentais no exame da literatura.
• O caráter "literário" ou poético" de um texto não pode ser determinado:
* por um único elemento ou por um único nível de descrição
* a partir do exame das estruturas narrativas ou das elaborações discursivas tomadas
separadamente.
• A inclusão do exame do plano da expressão na rota dos estudos semióticos leva, portanto, ao
estabelecimento de diálogos com:
* os estudos sobre a arte em geral
* a estética e a retórica,
* no Brasil, principalmente a literatura, a música, a canção e as artes visuais,
• Autores que produzem diálogos entre semiótica e retórica:
* Perelman, 1970, 1977;
* Dubois,
* Edeline & Klinkenberg, 1974;
* Perelman & Obbrechts-Tyteca, 1970;
* Discini, 2003
Nos estudos semióticos das figuras de conteúdo, dos dois tipos, as figuras de retórica deixam
de ser figuras de palavras' ou de "pensamento", para ser retomadas como figuras de discurso.
• As figuras da expressão — simbolismos e semissimbolismos — são diferentes das figuras do
conteúdo, anteriormente citadas:
* as figuras do conteúdo produzem os efeitos de sentido de uma sensorialidade "de papel", de
"linguagem";
* as figuras da expressão estabelecem relações sensoriais novas entre a expressão e o conteúdo,
e criam efeitos de leitura do mundo, entre a novidade e a estereotipia cultural.
• O conceito de semissimbolismo assinala, em semiótica, a relação entre uma categoria (uma
relação) da expressão e uma categoria do conteúdo e diferencia-se, assim, dos sistemas
simbólicos de Hjelsmelv (1968), em que há relação termo a termo entre expressão e conteúdo.
• Os dois tipos de sistemas criam relações motivadas" entre expressão e conteúdo, são fortemente
sensoriais e corporais, e estão fundamentados sobre a tensividade que sobredetermina os termos
dos dois planos.
• A diferença entre eles, decorrente da diferença de relação que os caracteriza, é que, nos
sistemas simbólicos, a relação entre expressão e conteúdo é culturalmente determinada e
perpassa diferentes textos.
• A relação com a tensividade permite o exame das relações simbólicas semissimbólicas em um
patamar mais afastado do da substância da expressão e do conteúdo.
• Duas importantes variações do semissimbolismo:
* a da extensão do semissimbolismo no texto;
* a de nível de analise, tanto no plano do conteúdo quanto no da expressão.
• Os textos falados conversacionais, graças aos diferentes recursos e procedimentos utilizados
correlaciona-se, por sua vez, com organizações do plano do conteúdo construindo assim um
sistema semissimbólico que recobre o texto inteiramente.
• Em relação ao plano do conteúdo, podem ser correlacionadas a categorias da expressão
categorias abstratas fundamentais do plano do conteúdo. ação.
• Dessa forma, os semissímbolos, nos discursos poéticos, refazem o mundo e o saber sobre ele,
nas conversações, criam envolvimento interacional e emocional.
• Os textos conversacionais e os poéticos distinguem-se, portanto, pela dimensão do
semissimbolismo — de texto inteiro ou localizado — e pelo tipo de conteúdo — do nível
fundamental ou interacional — envolvido no semissimbolismo.
• O semissimbolismo nos textos sincréticos poderá, portanto, ser diferente, conforme as
categorias da expressão, com substâncias de ordens sensoriais diversas, correlacionem-se a uma
só categoria do conteúdo ou homologuem-se, cada uma delas, a uma categoria do conteúdo,
produzindo efeitos de sentido também diferentes:
* no primeiro caso, o efeito de sinestesia é quase o de confusão, sem distinção, das ordens
sensoriais;
*no segundo, as ordens sensoriais são mais bem diferenciadas e a relação
sinestésica entre elas aparece como o resultado de um trabalho de construção de sentidos.