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CONFORMAÇÃO MECÂNICA
PROF. ALEXANDRE ALVARENGA PALMEIRA
RESUMO
O presente trabalho apresenta aspectos gerais acerca dos principais processos de
estampagem. Como estão intimamente ligados, outros processos de conformação
mecânica, grupo ao qual pertence a estampagem, também são citados, especialmente o
processo de dobramento.
O objetivo do texto que se segue é descrever, em linhas gerais, os principais
aspectos pertinentes aos processos de estampagem, quais sejam: descrição e características
e metalurgia do processo, equipamentos envolvidos, cálculos dos esforços básicos,
principais falhas e defeitos decorrentes do processo, mecanismos de controle de qualidade,
exemplos de empresas que se utilizam do processo de estampagem, exemplo de
fluxograma de processo e novas tendências e tecnologias.
A extensa bibliografia pode trazer ao leitor bem mais informações do que as que
estão colocadas a seguir, especialmente no que se refere às especificações técnicas.
Finalmente, intenciona-se esclarecer o leitor acerca de algumas das novas técnicas
utilizadas no mundo científico e industrial de ponta, a partir de extensa pesquisa em
trabalhos científicos.
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ENGENHARIA MECÂNICA
CONFORMAÇÃO MECÂNICA
Alexandre Alvarenga Palmeira, MSc
SUMÁRIO
I- INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 1
II- DESCRIÇÃO DO PROCESSO ...............................................................................................................3
II.1 CORTE DE CHAPAS............................................................................................................................3
II.2 CONFORMAÇÃO EM GERAL: ......................................................................................................4
II.3 ESTAMPAGEM PROFUNDA: ...................................................................................................... 6
III- CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO ................................................................................................ 8
III.1 CARACTERÍSTICAS DO DOBRAMENTO:................................................................................. 8
III.2 CARACTERÍSTICAS DA ESTAMPAGEM: ................................................................................9
III.2.1 Uniformidade de tensões......................................................................................................9
III.2.2 Propriedades dos produtos estampados.......................................................................9
III.3 MATERIAIS ENVOLVIDOS...........................................................................................................10
IV- METALURGIA DO PROCESSO ............................................................................................................11
IV.1 CONFORMAÇÃO EM GERAL .......................................................................................................11
IV.2 DOBRAMENTO: .............................................................................................................................. 13
IV.3 ESTAMPAGEM PROFUNDA ...................................................................................................... 15
V- EQUIPAMENTOS ENVOLVIDOS E SEUS DESDOBRAMENTOS............................................... 19
V.1 MÁQUINAS DE ESTAMPAGEM ............................................................................................... 19
V.2 FERRAMENTAS DE ESTAMPAGEM ...................................................................................... 21
V.2.1 Ferramentas de Corte......................................................................................................... 21
V.2.2 Ferramentas de Dobramento ..........................................................................................23
V.2.3 Ferramentas de Estampagem Profunda ..................................................................... 24
V.3 MATERIAIS PARA FERRAMENTAS DE ESTAMPAGEM ................................................ 25
V.3.1 Aços USIMINAS ...................................................................................................................26
VI- NÍVEL DE AUTOMAÇÃO E CONTROLE DO PROCESSO.............................................................28
VII-CÁLCULO BÁSICOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO ...................................................................30
VII.1 CÁLCULO PARA DETERMINAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DA LINHA NEUTRA ..............30
VII.2 CÁLCULO DO ESFORÇO NECESSÁRIO AO CORTE: ........................................................... 31
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CONFORMAÇÃO MECÂNICA
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CONFORMAÇÃO MECÂNICA
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. 5
Figura 2. 6
Figura 3. 7
Figura 4. 8
Figura 5. 8
Figura 6. 9
Figura 7. 11
Figura 8. 12
Figura 9. 13
Figura 10. 14
Figura 11. 15
Figura 12. 16
Figura 13. 16
Figura 14. 17
Figura 15. 17
Figura 16. 18
Figura 17. 19
Figura 18. 20
Figura 19. 21
Figura 20. 22
Figura 21. 22
Figura 22. 23
Figura 23. 24
Figura 24. 27
Figura 25. 28
Figura 26. 28
Figura 27. 29
Figura 28. 31
Figura 29. 32
Figura 30. 33
Figura 31. 34
Figura 32. 35
Figura 33. 36
iv
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CONFORMAÇÃO MECÂNICA
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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 8- 1: Aços USI-STAR............................................................................................. 27
Tabela 8- 2: Aços USI-R-COR........................................................................................... 27
Tabela 8- 3: Defeitos em processos industriais. ................................................................. 42
Tabela 8- 4: Defeitos de estampagem profunda. ................................................................ 43
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I- INTRODUÇÃO
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Figura 1.
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Figura 2.
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Figura 3.
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Figura 4.
Figura 5.
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Figura 6.
A Figura 6 mostra as fases de operações simples do dobramento, em que se procura
manter a espessura da chapa ou evitar qualquer outra alteração dimensional.
Em operações mais simples, para obtenção de elementos curtos, usam-se matrizes,
montadas em prensas de estampagem.
No dobramento, dois fatores são importantes: o raio de curvatura e a elasticidade do
material.
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Devem-se sempre evitar cantos vivos; para isso, devem-se usar raios de curvatura
que correspondem a 1 a 2 vezes a espessura da chapa, tratando-se de materiais moles, e 3 a
4 vezes, para materiais duros.
As chapas desses materiais mais duros comumente, depois de realizado o esforço
do dobramento, tendem a voltar às suas formas primitivas, de modo que é recomendada a
construção de matrizes com ângulos de dobramento mais acentuados, além da realização
da operação em várias etapas.
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Quanto aos materiais envolvidos, os de uso mais comum nas chapas são os aços de
baixo carbono que, para as operações de estampagem profunda, devem possuir
características de elevada conformabilidade.
A conformabilidade é baseada, primeiramente, na ruptura: um material com boa
conformabilidade não deve romper durante a conformação; e, em segundo lugar, na rigidez
de forma e na ocorrência de rugas.
O latão 70-30 é o material que apresenta um dos maiores índices de
estampabilidade, e por isso é empregado em peças cujos requisitos justificam a seleção de
material de custo elevado. O cobre, o alumínio, o zinco e outros metais não-ferrosos e suas
ligas podem ser também submetidos, com relativa facilidade, aos processos de
conformação mecânica.
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Figura 7.
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denominado ponto neutro. Linha neutra é a linha de união de todos os pontos neutros ao
longo da chapa, num corte feito pelo plano transversal, que contém as forças e o raio o de
curvatura.
A linha neutra é utilizada como referência, pois seu comprimento não varia na
conformação, servindo para verificação do desenvolvimento da peça conformada, ou seja,
para determinação das dimensões do esboço inicial que atingirá as dimensões da peça
desejada. Após a conformação, a linha neutra se desloca em direção à superfície
interna. A determinação da linha neutra pode ser feita mediante um cálculo bem simples,
conforme será explanado posteriormente.
Como pôde-se notar, a chapa diminui de diâmetro, dobra-se no raio de curvatura da
matriz e se move para dentro dessa, formando a parede lateral; nessa situação, o material se
deforma somente segunda a direção radial e na direção da espessura (esse modo de
deformação é chamado encolhimento).
Eventualmente, se a resistência à compressão for muito grande, o material da chapa
(ou flange) parará de fluir, para dentro da matriz e, com o aumento da força no punção,
toda a deformação ocorrerá apenas na região da cabeça desse; a conseqüência é a redução
gradativa de espessura do material na região da cabeça do punção e o posterior
estiramento.
Qualquer processo de conformação pode ser descrito em termos dessas
deformações: dobramento, estiramento e encolhimento (Figura 8). Por exemplo, a
estampagem profunda, é uma combinação de encolhimento com dobramento.
Figura 8.
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IV.2 DOBRAMENTO:
No dobramento de uma peça inicial na forma de uma tira, os esforços são aplicados
em duas direções opostas para provocar a flexão e a deformação plástica conseqüente,
mudando a forma de uma superfície plana para duas superfícies concorrentes, em ângulo, e
formando, na junção, um raio de concordância (Figura 9). Na parte interna da região de
concordância, surgem esforços de compressão e, na externa, de tração. A eventual fratura
de peça ocorre na parte externa e o possível enrugamento na parte interna.
Figura 9.
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Figura 10.
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Figura 11.
Figura 12.
Ainda na aba, atuam os esforços de tração, que trazem essa parte para a região
central, denominados tensões de estiramento radial, e também os esforços de atrito que
dependem do nível da tensão de sujeição, dos estados das superfícies e do tipo de
lubrificante empregado (Figura 12).
Nas chapas finas, a tensão de sujeição é maior do que para as chapas mais espessas,
e, para as chapas grossas, não há necessidade de se utilizar sujeitador, pois não ocorre o
enrugamento da aba.
A deformação plástica que ocorre não é decorrente somente da ação de estiramento,
mas também da extrusão causada pela compressão do sujeitador e pela compressão
circunferencial. A ação dessa tensão tende a aumentar a espessura da chapa nessa região,
mas isso ocorre apenas em pequena intensidade diante da ação restritiva da pressão do
sujeitador.
Nas regiões de dobramento na matriz e no punção, agem tensões de tração na
superfície externa das regiões dobradas e tensões de compressão na superfície interna
(Figura 13).
Figura 13.
Figura 14.
Figura 15.
No fundo do copo, o esforço predominante é a tensão de compressão exercida pela
extremidade do punção, que é transmitida através de tensões de tração radiais (Figura 15).
O esforço total exercido pelo punção, ou seja, o esforço de estampagem, é igual à
soma dos esforços atuantes em todas a partes do copo. Se o esforço de estampagem
provocar em qualquer parte do copo uma tensão superior ao limite de resistência do
material da chapa, ocorrerá a fissura desta nessa parte.
Pode-se observar, pela Figura 16, que a máxima força ocorre logo no início da
operação para, cair visivelmente de intensidade logo a seguir, assim que o punção começa
a penetrar na matriz; portanto, a condição de tensão máxima ocorre no início do processo
de conformação, e aí devem surgir os efeito de enrugamento da aba ou de fissuramento da
lateral em formação, que dificilmente ocorrem nos estágios finais da operação.
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Figura 16.
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Figura 17.
As prensas de duplo efeito (ou dupla ação) possuem dois carros, em duas mesas
superiores, uma correndo dentro da outra, para permitir a combinação das operações de
forma sucessiva. As prensas mecânicas de duplo efeito são utilizadas para as operações de
corte, dobramento e estampagem rasa.
As prensas hidráulicas, mais usadas para estampagem profunda, podem ser de
duplo ou triplo efeito (Figura 18). São acionadas por sistemas hidráulicos constituídos de
bomba, cilindros e válvulas reguladoras arranjadas de forma a ser possível o controle de
deslocamento, da pressão e da velocidade de operação. Como conseqüência, essas prensas
apresentam uma melhor condição de controle das variáveis mecânicas do processo do que
as prensas mecânicas excêntricas, apesar de operarem a velocidades menores.
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Figura 18.
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Figura 19.
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Figura 20.
Figura 21.
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Figura 22.
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A fabricação de uma peça pode exigir várias etapas de embutimento, o que torna
necessária a utilização de um série de ferramentas com diâmetros da matriz e do punção
decrescentes. O número de etapas depende do material da chapa e das relações entre o
disco inicial e os diâmetros das peças estampadas (Figura 23).
Figura 23.
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A título de exemplo, pode-se citar as aços desenvolvidos pela USIMINAS para suas
aplicações em estampagem. Os aços da USIMINAS dividem-se em duas grandes
categorias: USI-STAR e USI-R-COR. Esses são aços desenvolvidos junto à indústria
automobilística, visando a atender às necessidades de maior resistência mecânica e à
corrosão atmosférica.
Aços USI-STAR
São aços de baixa liga, com 400 e 450 N/mm2 de resistência, para aplicação em
peças estruturais de veículos automotores, visando a diminuição do peso e,
conseqüentemente, a redução do consumo de combustíveis.
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Aços USI-R-COR:
São aços laminados a frio, resistentes à corrosão atmosférica, que após fosfatização
e pintura, apresentam maior resistência à corrosão que os aços carbono comuns em
condições idênticas. A aplicação principal é na indústria automobilística coma fabricação
de peças críticas à corrosão e na de eletrodomésticos.
OBS.: Para ambas as tabelas, as curvas de embutimento são como as da norma NBR5915.
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Figura 24.
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Uma tira de chapa correspondente ao material que vai ser dobrado é submetida a
um dobramento preliminar. Seu comprimento é c e sua espessura e; dobrada a tira,
medem-se os comprimentos a e b e o raio r (Figura 25). Admitindo-se que o valor y
corresponda à distância da linha neutra, tem-se:
Figura 25.
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Figura 26.
Em vista dos resultados práticos obtidos, conclui-se que linha neutra está sempre
situada na metade da secção quando a espessura da chapa é, no máximo, de 1
milímetro. Em espessuras superiores, admite-se que a linha neutra se situe a 1/3 da curva
interna, aproximadamente. Se a chapa dobrada apresenta contracurvas, admite-se que, em
cada caso, a linha neutra se localize em direção à curva interna.
Localizada a posição da linha neutra, pode-se facilmente calcular o comprimento do
elemento dobrado. A Figura 26 representa uma chapa dobrada em U, cujo
desenvolvimento, representado pela linha neutra, pode ser obtido, haja vista que o desenho
dá todas as dimensões necessárias e um ensaio prévio de dobramento permite localizar a
linha neutra.
onde:
Q esforço de corte ou cisalhamento (kgf)
p perímetro da chapa (mm)
e espessura da chapa (mm)
σc resistência ao cisalhamento do material (kgf/mm2)
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Suponha-se uma chapa metálica colocada sobre uma matriz de dobramento e sujeita
ao esforço de dobramento (Figura 27). Admitindo-se que a chapa se comporte como um
sólido apoiado nas extremidades e carregado no centro, a determinação do esforço de
dobramento é relativamente simples.
Sejam, dessa forma:
P força necessária para o dobramento (kgf)
b largura da chapa (mm)
l distância entre os apoios (mm)
e espessura da chapa (mm)
Mf momento fletor (kgf.mm)
σt limite de resistência à tração (kgf/mm2)
σf tensão de flexão necessária à deformação permanente
momento de inércia da secção, em relação ao eixo neutro
I
(mm4)
z distância máxima das fibras ao eixo neutro (mm)
I/z módulo de resistência (mm3)
Figura 27.
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onde σf = 2. σt (aproximadamente)
Altura h
Área da Base S
Logo:
π.D2 / 4 = π.d2 / 4 + π.d.h
ou:
D2 = d2 + 4.d.h ⇒ D = (d2 + 4.d.h)1/2
Admitindo-se h = 2d, tem-se:
D = d + h = 3d .
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Figura 28.
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Figura 29.
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Figura 30.
A Usiminas Mecânica S.A. foi fundada pela Usiminas em 1970, com o objetivo de
promover a utilização do aço na construção civil e mecânica no Brasil. A empresa, que já
nasceu de grande porte, instalada no Vale do Aço, em Ipatinga, Minas Gerais, é uma
fábrica moderna e capaz de atender as necessidades de um país em pleno desenvolvimento
(Figura 30).
Após um período sob controle e administração do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, voltou a ser controlada pela
Usiminas. Hoje, considerada uma das maiores empresas do setor de bens de capital do
País, já inclui entre as certificações internacionais adquiridas as ISO 9001, ISO 9002 e ISO
14001, esta última referente à gestão ambiental.
A empresa se subdivide em três sub-empresas, de acordo com o negócio praticado,
quais sejam:
- Usistamp (estampagem de peças automotivas seriadas);
- Usiblanks (cortes padronizados para indústrias automotiva, ferroviária e naval);
- Usicorte (cortes em chapas e conformação de peças) para a indústria
automotiva.
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Figura 31.
A primeira etapa do fluxo, uma vez estabelecido o projeto do carro a ser fabricado,
é o projeto do processo de produção., que engloba o projeto das peças e dos protótipos a
serem utilizados. Logo após a produção e aprovação de um protótipo, segue o projeto do
ferramental de produção e a confecção desse ferramental. Após testes e simulações
diversas com os protótipos, havendo aprovação, é hora dos testes de produção.
Como a seqüência à direita mostra, o objetivo da indústria de estampagem
automobilística é reduzir o tempo entre o começo do projeto e o início da produção, através
do desenvolvimento de confiáveis técnicas de simulação, capazes de prever todos os
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defeitos e prover dados consistentes para a produção, sendo possível, assim, eliminar todas
as fases dos protótipos.
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Figura 32.
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Figura 33.
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Esse método consiste na marcação por sobre a superfície do esboço, de uma rede de
círculos cujos diâmetros sejam conhecidos e, em seguida, ensaia-se o material até a
fratura. Os círculos transformam-se em elipses e os diâmetros máximos e mínimos
fornecem as direções das deformações principais. As duas técnicas mais usadas
atualmente para a determinação das curvas limite de conformação são o método IRSID
(utiliza corpos de prova de tração com entalhe e ensaios de embutimento conhecidos) e o
método Nakajima (que utiliza uma única ferramenta, variando-se as dimensões do esboço.
Efetuada a curva limite de conformação para um material, podemos efetuar o
mesmo sistema de marcação e testar o material em escala industrial, verificando o grau de
severidade (distância da região mais deformada na peça industrial à curva limite) e obtendo
dados para decidir como proceder em caso de recusa do material por ruptura.
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XII.1 SIMULAÇÃO
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