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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

COLEGIADO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO

PROFESSOR: Nilton de Almeida Araújo

ALUNO: Demétrio Cardoso da Silva

RELATÓRIO DE PALESTRA

STEDILE, João Pedro. Palestra realizada no auditório da biblioteca da UNIVASF,


Campus de Petrolina-PE, dia 09/11/2012.

O palestrante já estava usando da palavra quando cheguei ao auditório, chegando a


acompanhar a linha de sua abordagem, com os seguintes pontos:

1. Stedile enfatizou que a economia brasileira está totalmente comprometida com


as regras do capital estrangeiro, na medida em que toda a conjuntura econômica está
assediada pelas vias estabelecidas no capitalismo global; neste sentido, a economia
brasileira cumpre um papel de indexação pelo capital que circula nos banco, fazendo
com que esta auto-regulação possa garantir o pagamento da dívida internacional;

2. Segundo Stedile, o orçamento do governo obedece às diretrizes internacionais,


na medida em que paga primeiro os juros, inclusive os aposentados também
participam com este pagamento, enfatizando que o superávit primário do governo
brasileiro custa 30% de tudo que se produz, o que torna a economia ligada ao capital
estrangeiro e aos bancos, apesar de crescer, gerar emprego e de certa forma
movimentar certo crescimento econômico, mas comprometido com esse capital; isto
impõe certa hegemonia do capitalista que faz o que quer e o que propõe as
multinacionais, que têm seu poder na economia brasileira, muito maior do que tem o
governo brasileiro;

3. O governo brasileiro tem a frente a política e compõe-se do agronegócio, as


metalúrgicas e demais setores legitimados pela burguesia, pela classe média, pelos
trabalhadores e também pelos pobres, estes estão dentro do governo pela ligação
estabelecida com os benefícios de bolsa-família e outros; isto torna o governo
brasileiro hegemônico, mas contraditório, não sendo um governo da burguesia, mas
também não é um governo da classe trabalhadora;

4. Para Stedile, a classe trabalhadora brasileira, nos últimos vinte anos de sua
história somente perdeu, inclusive a classe comerciária foi a que mais cresceu neste
período, tornando-se o maior contingente, acompanhada pela classe de empregados
domésticos. Essas transformações são decorrentes de uma luta de classes que funciona
em onda em qualquer sociedade; isto mostra que estamos vivendo um período de
dessenso, com dois Estados: o formal e o ampliado, onde a informação é um espaço de
poder ampliado, fazendo da educação também um espaço ampliado, com lideranças
frutos de dessenso dos anos 80;

5. Segundo o palestrante, as eleições alteram o quadro da conjuntura da sociedade


brasileira, onde alguns partidos já estão sepultados, a exemplo do DEM, com outros
ganhando, a exemplo do PT. Toda essas sensações de equilíbrio atual pode ser alterado
com alguma crise na economia mundial.

6. Respondendo uma pergunta de minha autoria sobre o ganho da classe


trabalhadora, ele consignou que os benefícios da Previdência Social foi um exemplo
de ganho, entre outros, mas que na realidade esta somente perdeu. Ele enfatizou que o
ser humano consegue se adaptar a situações complexas em qualquer parte do mundo,
em qualquer região, inclusive aqui na região do semi-árido.

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