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Caso 1
Caso 1
JOANA, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portadora da Cédula de Identidade nº ..., inscrita no CPF
sob o nº ..., residente e domiciliada na ... (endereço), por seu advogado e bastante procurador infra-assinado, com
endereço de escritório na ... onde receberá as intimações, conforme artigo 39, inciso I e 282 ambos do Código de
Processo Civil, com endereço profissional à ... (endereço), vem, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
nos termos dos artigos 801, 839 e 840 do Código de Processo Civil, em face de FLÁVIO, (nacionalidade), (estado
civil), (profissão), portador da Cédula de Identidade RG nº ..., inscrito no CPF sob o nº ..., residente e domiciliado na
... (endereço), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – DOS FATOS
A requerente teve um relacionamento esporádico com o requerido, do qual nasceu Pedro. O menor, durante
cinco anos, foi cuidado exclusivamente por sua mãe e sua avó, nunca tendo recebido visita ou auxílio financeiro do
genitor, mesmo tendo ele reconhecido a paternidade.
Entretanto, no final do mês de fevereiro do corrente ano, a requerente, a pedido do requerido, pai da criança,
levou o menor para a cidade de Belo Horizonte/MG para que conhecesse os avós paternos.
Ao chegar à casa de Flávio, Joana foi agredida fisicamente por ele e por outros familiares, sendo expulsa do
local sob ameaça de morte e obrigada a deixar seu filho Pedro com eles contra a sua vontade. Em seguida, ainda sob
coação física, foi forçada a ingressar em um ônibus e retornar ao Rio de Janeiro. Com receio de perder sua vida, a
requerente, relutante, deixou o menor e viajou às pressas para a cidade do Rio de Janeiro, onde reside com sua mãe, a
fim de buscar auxílio para reaver seu filho.
O Conselho Tutelar foi notificado, porém não conseguiu entrar em contato com o requerido, que, inclusive,
reteve todos os documentos do menor (certidão de nascimento e carteira de vacinação).
II – DO DIREITO
A retenção da criança pelo pai, da forma como se deu, através do emprego de violência contra a mãe,
despojando-a do poder familiar que exercia sobre o menor, que sempre conviveu unicamente com a mãe, de fato
violou e continua violando direitos consagrados no Estatuto da Criança e do Adolescente.
De acordo com a legislação protecionista, o menor tem direto ao respeito à sua integridade psíquica e moral,
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e
objetos pessoais (art. 17 do ECA).
É certo que para a preservação de cada direito é atribuído uma lista de deveres, neste caso preciso constitui
dever de todos, incluindo o requerente, velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor (art. 18 do ECA).
Sendo assim, não resta outra alternativa senão a medida cautelar de busca e apreensão do menor Pedro,
autorizado pelos arts. 839 e 840 do CPC, para fins de preservação da integridade psíquica e moral, que, pelos fatos
narrados foi e está sendo submetido a tratamento aterrorizante, pois foi separado de sua genitora, a qual sempre
conviveu com ele e única responsável por sua educação, de forma repentina e abrupta Vale ressaltar que a mesma foi
forçada a deixar o filho com o pai e impedida, sob fortes e sérias ameaças contra sua vida, de ter qualquer contato com
o filho.
Ante a urgência da medida, a concessão de medida liminar inaldita altera pars (art. 804 do CPC) demonstra-
se mais do que necessária para preservar a integridade psíquica e moral de Pedro ou, ao menos, amenizar os danos
causados pelo seu despojamento forçado da guarda de sua mãe.
Para tanto, o fumus boni iuris é vislumbrado na própria separação forçada de mãe e filho, que sempre
conviveram juntos, e na forma que ocorrera, totalmente aterrorizante às vistas do filho, pois a requerente foi proibida,
sob ameaças, a manter qualquer contato com a criança. Sem dúvida o direito à integridade psíquica e moral da criança,
prescrito no art. 17 do ECA, restou violado. Mais uma prova disso é o fato da mãe ter exercido exclusivamente a
guarda da criança, não tendo o pai qualquer participação na formação psicológica e educacional do filho, até porque
também nunca o visitou tampouco prestou alimentos a ele.
E o periculum in mora também é factível no perigo de se agravar os danos psicológicos causados à criança por
causa da medida destemperada do pai, que inclusive agrediu e ameaçou a requerente para conseguir afastá-la do filho.
Destarte, ante a presença do fumus boni iuris e do periculum in mora, demonstra-se imperiosa a concessão da
liminar inaudita altera pars pretendida para que a criança retorne aos cuidados da mãe.
a) A concessão do pedido liminar inaudita altera parte, para a busca e apreensão do menor Pedro, no
endereço requisitado, para que seja entregue à guarda de sua mãe, bem como sejam devolvidos à Requerente a
certidão de nascimento e a carteira de vacinação do menor, por estarem presentes os requisitos do art. 804 do Código
de Processo Civil.
b) Prévia justificação, com aplicação do art. 841 do Código de Processo Civil, no caso do pedido anterior não
ser acolhido.
c) A citação do Requerido, no endereço acima indicado, para que, no prazo legal, apresente defesa, no prazo
de 5 (cinco) dias, nos termos do art. 802 do Código de Processo Civil, sob pena de serem presumidos como
verdadeiros os fatos elencados na inicial, conforme disposição do art. 803 do mesmo diploma.
d) A intimação do Ministério Público para que intervenha no feito, consoante dispõe o artigo 82, I, do Código
de Processo Civil.
e) Seja julgada totalmente procedente a demanda, confirmando a liminar concedida, para buscar e apreender o
menor, levando-o à guarda da Requerida, bem como de sua Certidão de Nascimento e Carteira de Vacinação.
Dá-se a causa o valor de R$ 788,00 (setecentos e oitenta e oito reais), para fins meramente fiscais.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
ADVOGADO
OAB/UF ...
CASO 2
em face de SONHOS ENCANTADOS COMÉRCIO DE DOCES LTDA., pessoa jurídica de direito privado,
domiciliada nesta cidade, Estado do Rio de Janeiro, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I. DOS FATOS
A Exequente é credora da Executada, por meio de uma duplicata de venda de mercadorias, não aceita pela
Executada, e vencida em 02/02/2011, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Tentou a Exequente pelos meios legais o recebimento de seu crédito de forma amigável, não conseguindo,
contudo, lograr êxito, pelo que propõe a presente ação, visando o recebimento de seu crédito.
II. DO DIREITO
Consoante ao disposto no artigo 585, inciso I do Código de Processo Civil, a duplicata é título executivo
extrajudicial, por conseguinte, deve ser paga a ordem expressa nele.
Para a validade da duplicata, é necessário está presente requisitos essenciais elencados no artigo 2º, parágrafo
1º da Lei 5474/68, por ser ela um título formal. Vale dizer também que é fundamental a existência da anuência do
devedor.
Ocorre que a Executada deixou de cumprir um dos requisitos, a saber, aceitar ou justificar a recusa do aceite,
requisito constante no inciso VIII do artigo anterior, assim foi descumprida a obrigação consubstanciada na falta de
aceite, conforme o artigo 7º da lei 5474/68.
Tal ato, ou seja, a recusa do aceite, se justificaria na hipótese do artigo 8, da mesma norma, o que não restou
caraterizado, pois conforme se pode constatar o canhoto da correspondente fatura, foi assinado pelo preposto da
Executada, dando conta do recebimento da mercadoria (artigo 615, IV do CPC).
Diante disso a Exequente, protestou o título, objeto da ação, com base no artigo 13 e seu parágrafo 1º da lei
5474/68 (Lei da fatura e da Duplicata)
a) a concessão da procedência da ação de execução do título extrajudicial, consoante o artigo 614, inciso I e II
do Código de Processo Civil;
b) a citação da mesma, através de oficial de justiça, para pagar no prazo de 03 (três) dias, conforme disposto
no artigo 652 do Código de Processo Civil, o principal, juros de mora, atualização monetária, custas, despesas
processuais e honorários advocatícios;
c) seja a Executada intimada caso não efetue o pagamento, para que aponte os bens a serem penhorados de
forma a garantir a execução, e querendo, oponha embargos, contados da juntada aos autos da prova de sua intimação.
Art.738, parágrafo 1º do Código de Processo Civil;
d) caso não seja encontrada a Executada, ou em caso desta tentar frustrar a execução, que lhe sejam arrestados
bens suficientes conforme o artigo 653 do Código de Processo Civil, independentemente de novo mandado, dando-lhe
ciência para que tome as providências previstas no artigo 654 do Código de Processo Civil;
e) permissão para que o oficial de justiça encarregado das diligências, possa cumpri-las de acordo com o
artigo 172 do Código de Processo Civil, respeitando-se, contudo, as restrições contidas na Carta Magna, atinentes aos
direitos e garantias individuais do executado;
f) seja a Executada condenada, nas custas, despesas processuais e honorários advocatícios, nos termos do
parágrafo 3º do artigo 20 do CPC.
Protesta-se provar o alegado por todos os meios de provas admitidas pelo Direito, inclusive o depoimento
pessoal do executado, sob pena de confissão, caso não compareça ou comparecendo se recuse a depor (artigo 343 e §
1º do Código de Processo Civil), inquirição de testemunhas, juntada, requisição e exibição de documentos.
V. DO VALOR DA CAUSA
Nestes termos,
Pede deferimento.
Petrópolis, data.
ADVOGADO
OAB/UF ...
CASO 3
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 45ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA
COMARCA DA CAPITAL/SP.
MEFISTÓFELES, (nacionalidade), (estado civil), empresário, portador do RG nº ..., inscrito no CPF sob o nº
..., residente e domiciliado na ..., por seu advogado e bastante procurador, infra-assinado, com endereço de escritório
na..., onde receberá as intimações, conforme artigo 39, inciso I do Código de Processo Civil, vem mui respeitosamente
à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 282, do Código de Processo Civil, nos autos da EXECUÇÃO,
que lhe move Atacadista Central Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ..., com sede na
rua ..., fundamentado nos artigos 738, 739 e 739-A, do Código de Processo Civil, opor
EMBARGOS À EXECUÇÃO,
I. DOS FATOS
Mefistófeles e Aristides são sócios da Comércio de Alimentos Peloponeso Ltda., sociedade empresária cujos
atos constitutivos, apesar de assinados, não foram levados a registro na Junta Comercial do Estado de São Paulo/
JUCESP. Aristides, administrador da sociedade, negociou junto ao Atacadista Central Ltda. gêneros alimentícios no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), mas não honrou o pagamento, apesar de a sociedade possuir recursos em caixa
para tal. A respectiva duplicata foi sacada pelo credor e está agora sendo executada, acompanhada do comprovante de
entrega das mercadorias. Em razão de a sociedade ser irregular, a execução foi movida contra os sócios, contra quem
também foi sacada a duplicata. Recentemente, Mefistófeles foi intimado da penhora de bens de sua propriedade para
pagamento integral da dívida. O mandado de intimação foi juntado aos autos há 5 dias.
A execução, contudo, não merece prosperar, devendo a penhora ser levantada de imediato, conforme restará
demonstrado.
II. DO DIREITO
Na falta de registro dos atos constitutivos da sociedade, devem-se aplicar as regras das sociedades simples e
neste caso a responsabilidade dos sócios é subsidiária, nos moldes do artigo 986 do Código Civil.
Desta forma é imperioso que se trate como sociedade em comum, devendo primeiro ser excutidos os bens da
sociedade, dispõe o artigo 1.024 do Código Civil, que os bens particulares dos sócios não podem ser executados por
dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.
Ora, a sociedade possui bens suficientes para o pagamento da dívida contraída por Aristides, (sócio
administrador) não havendo razão para o Embargante sofrer com a penhora de seus bens particulares.
É sabido que, na qualidade de sócio da pessoa jurídica Comércio de Alimentos Peloponeso Ltda., o
Embargante possui responsabilidade pelos atos negociais realizados em nome da sociedade empresária da qual faz
parte. Todavia, na hipótese em exame, o Executado, que se manteve alheio às negociações entabuladas pelo sócio
administrador Aristides, com a fornecedora de gêneros alimentícios, a saber, a Embargada, faz jus ao benefício de
ordem previsto no artigo 1.024 do Código Civil, uma vez que a empresa tem em caixa recursos suficientes para efetuar
o pagamento da dívida. Assim, a responsabilidade dos sócios pelas dívidas sociais, nas sociedades em comum, é
subsidiária, pois primeiro deverão ser excutidos os fundos sociais da entidade empresarial.
Em reforço, nos termos do artigo 990 do Código Civil, apenas responde em caráter solidário com a sociedade
o sócio que contratou pela sociedade, neste caso Aristides, o sócio administrador.
DA CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO: ARTIGO 739-A § 1º DO CPC. Nos moldes do artigo 739-A,
parágrafo 1º do CPC, é possível conceder o efeito suspensivo nos Embargos do Executado se o Embargante trouxer
fundamentos relevantes. Ora, a execução incidiu sobre bens particulares enquanto que a sociedade possui bens
suficientes para responder pela dívida, ora executada.
Ademais o outro sócio também deve responder solidariamente, não sendo justo que apenas o embargante
viesse a sofrer com a penhora.
Tudo isso é altamente relevante para obstar o prosseguimento da execução.
DO RECEIO DE DANO IRREPARÁVEL. Prosseguir com a execução com os vícios apontados causará dano
irreparável para o Executado. Afinal de contas a empresa possui bens e nos moldes que se apresentam as coisas o
Embargante deverá pagar a dívida da empresa para depois se valer da repetição do indébito. É um absurdo que o
executado tenha o patrimônio penhorado para depois tentar reavê-los pela regra da cláusula do solve et repet.
DA GARANTIA DO JUÍZO. Por fim, para conceder o efeito suspensivo é necessário garantia do juízo. Neste
caso o juízo está garantido com a penhora já realizada.
a) a distribuição dos presentes embargos por dependência à execução, nos termos do artigo 736 parágrafo
único do CPC;
c) a citação da Embargada para, querendo apresentar a impugnação no prazo disposto no artigo 740 do CPC;
d) a citação do sócio representante legal da empresa para efetuar o pagamento na pessoa do senhor Aristides,
residente e domiciliado na...;
g) seja a Embargada ora Exequente, condenada ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios, conforme o artigo 20, parágrafo 3º do Código de Processo Civil;
Pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o depoimento
pessoal do representante legal da Embargada e a oitiva das testemunhas arroladas abaixo, se necessárias, que deverão
ser intimadas para tal, consoante disposição do artigo 332 do Código de Processo Civil
V. DO VALOR DA CAUSA
Nestes Termos
Pede e espera deferimento.
Local, data.
ADVOGADO
OAB/UF ...
CASO 4
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA
COMARCA DA CAPITAL.
CAIO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do RG nº ..., inscrito no CPF sob o nº ..., residente
e domiciliado na ..., por seu advogado e bastante procurador infra-assinado, com endereço de escritório na ..., onde
receberá as intimações, conforme artigo 39, inciso I do Código de Processo Civil, vem mui respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, nos termos do artigo 282, do Código de Processo Civil, nos autos da AÇÃO DE EXECUÇÃO,
que move Tadeu, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do RG nº ..., inscrito no CPF sob o nº ...,
residente e domiciliado na ..., em face de João, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do RG nº ...,
inscrito no CPF sob o nº ..., residente e domiciliado na ..., fundamentado nos artigos 1.046 e seguintes do Código de
Processo Civil, opor
EMBARGOS DE TERCEIRO,
I. DOS FATOS
Caio prometeu vender a João imóvel de sua propriedade, por intermédio de compromisso particular celebrado
em agosto de 2010. João recebeu a respectiva posse, mas não a propriedade, que lhe deveria ser transmitida após o
pagamento de todas as parcelas do preço. Contudo, João deixou de solver as parcelas em outubro de 2011, o que
motivou Caio a mover ação de rescisão contratual, precedida de notificação extrajudicial em que aquele foi constituído
em mora. Recentemente, Caio soube que o imóvel fora penhorado em execução movida por Tadeu em relação a João,
e que irá à primeira praça na próxima semana.
A execução, contudo, não merece prosperar, devendo a penhora ser levantada de imediato, conforme restará
demonstrado.
II. DO DIREITO
O Executado não tem direito de propriedade sobre o imóvel, em razão de não a ter recebido por ter deixado de
solver as parcelas em outubro de 2011 que acarretou a propositura da Ação de Rescisão Contratual do compromisso
de compra e venda do imóvel, precedida de notificação extrajudicial em que aquele foi constituído em mora,que
tramita perante a 8º Vara Cível do Foro Central de São Paulo.
De acordo com o artigo 1.046 do Código de Processo Civil, o embargo de terceiro é a defesa do direito de um
terceiro, ou seja, trata-se de uma ação, procedimento especial de jurisdição contenciosa, que tem por finalidade a
proteção da posse ou propriedade daquele que, não tendo sido parte no feito, tem um bem de que é proprietário ou
possuidor, apreendido por ato judicial originário de processo de que não foi parte.
“Enquanto, na intervenção assistencial, o terceiro se intromete em processo alheio para tutelar direito de
outrem, na esperança de, indiretamente, obter uma sentença que seja útil a seu interesse dependente do
sucesso da parte assistida, nos embargos, o que o terceiro divisa é uma ofensa direta ao seu direito ou a sua
posse, ilegitimamente atingidos num processo entre estranhos”.
“eles distinguem-se da oposição porque, nesta, o pedido é coincidente, no todo ou em parte, com o pedido da
ação principal e tende a excluí-lo por uma relação de prejudicialidade. Procedente a oposição,
necessariamente será improcedente a ação. Nos embargos de terceiro não se discute o objeto da ação de que
emanou a ordem de apreensão. Pede-se, apenas, a exclusão do bem dessa apreensão, sem questionar o
direito do autor da ação primitiva. Daí a denominação, também, de embargos de separação.”
Não se confundem os embargos de terceiro com a oposição, pois esta se apresenta como típica ação de
conhecimento, cujo objetivo é discutir o direito ou a coisa disputada pelas partes da causa primitiva, onde o opoente
ataca frontalmente a pretensão daquelas partes e “procura contrapor-lhe um outro direito capaz de excluir, em caráter
prejudicial, tanto o do autor como o do réu. Na ação de embargos de terceiro, entretanto, o que se tem em vista não é o
direito das partes em litígio, mas sim, o ato estatal do juiz que indevidamente constringiu - ou ameaçou de fazê-lo -
bem de quem não era parte no feito.
Sendo o Embargante, proprietário do imóvel fica configurado o seu interesse na Ação de Execução
mencionada, que gerou a penhora de seu bem.
Quanto ao assunto, já decidiu o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo:
Embargos de terceiros - Imóvel adquirido por escritura de venda e compra, não registrada, antes do registro
da penhora - Embargos de terceiros procedentes - Recaindo a penhora, em executivo fiscal, sobre imóvel
adquirido por contrato de compra e venda não registrado, cabível a oposição de embargos de terceiro para
afastar a penhora sobre o imóvel anteriormente adquirido. (Embargos de Terceiros 0065777-
30.2003.8.26.0000, 11ª Câmara de Direito Público, Relator: Luis Ganzerla, Julgado em: 11/08/2008)
No caso dos embargos o artigo 1049 do CPC diz que deverão ser distribuídos por dependência e correrão em
autos apartados perante o mesmo juiz que ordenou a apreensão.
De acordo com o artigo 1.047, inciso II, do CPC, o embargo de terceiro é aceito para o credor com garantia
real obstar alienação judicial do objeto da hipoteca, penhor ou anticrese.
A violência sofrida pelo Embargante é evidente, razão por que não participa, em hipótese alguma, da
mencionada execução, portanto, os presentes embargos são cabíveis para excluir da penhora o referido bem,
considerando-se, também, que o executado deve fazer o juízo com outro bem competente para garantir a dita
execução.
Tudo isso é altamente relevante para obstar o prosseguimento da execução.
b) O acolhimento dos presentes embargos com a consequente suspensão do processo executivo e, ainda a
desconstituição do ato constritivo praticado.
d) A citação do Embargado bem como do Executado para, querendo apresentarem a impugnação nos termos
do artigo 1.053, do CPC;
e) Seja o Embargado ora Exequente e o executado, condenados ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios, conforme o artigo 20, parágrafo 3º do Código de Processo Civil.
Pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o depoimento
pessoal do representante legal da Embargada e a oitiva das testemunhas arroladas abaixo, se necessárias, que deverão
ser intimadas para tal, consoante disposição do artigo 332 do Código de Processo Civil
V. DO VALOR DA CAUSA
Nestes Termos
Pede e espera deferimento.
Local, data.
Advogado
OAB nº...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE...
ROMÁLIO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG nº ..., inscrito no CPF sob o nº ..., residente
e domiciliado na ..., por seu advogado e bastante procurador infra-assinado, conforme instrumento de procuração
anexo, com endereço de escritório na ... onde receberá as intimações, conforme artigo 39, inciso I do Código de
Processo Civil, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 890 e ss, do Código de
Processo Civil, bem como das demais disposições aplicáveis à espécie, propor a presente
pelo rito especial, em face de CANARINHO CONTABILIDADE LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita
no CNPJ nº..., situada e instalada na..., representada por ..., nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG nº...,
inscrito no CPF sob o nº..., residente e domiciliado na..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostos:
I. DOS FATOS
II. DO DIREITO
No contrato foi previsto uma possibilidade de sua denúncia unilateral por qualquer das partes mediante a
concessão de um pré-aviso de 30 dias. Conforme o art. 473 a rescisão unilateral, nos casos que a lei expressa ou
implicitamente permita, acontece mediante denúncia notificada à outra parte.
O Consignante, não violou cláusula contratual, sendo que o contrato previa a sua denúncia unilateralmente por
qualquer das partes, mediante o prévio aviso de trinta dias, o que foi obedecido. Em outras palavras, o Consignante
avisou previamente a Consignada no prazo pré-estabelecido, bem como entregando a carta, notificando-a de sua
intenção.
DA MORA. A lei civil dispõe, expressamente, nos termos dos artigos 394 do CC e 890 § 3º do Código de
Processo Civil, queé considerado em mora o devedor que não realizar o pagamento e o credor que não quiser recebê-
lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção instituir.
E caso ocorra a recusa, declarada por escrito ao estabeleciemento bancário, o devedor ou terceiro poderá
propor, no prazo de 30 (trinta) dias, a ação de consignação, com a prova do depósito e da recusa.”
Logo entende-se que a Consignada encontra-se em mora, dando ensejo a proprositura da presente ação.
DA POSSIBILIDADE DA AÇÃO. Cumpre anotar também, nos termos do art. 890 caput e §§ 1º e 4º do
Código de Processo Civil, a possibilidade da presente ação: Nos casos previsto em lei, poderá o devedor ou terceiro,
requerer com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
Quando a obrigação for relativa a dinheiro, poderá o devedor ou terceiro optar pelo depósito da quantia
devida, em estabelecimento bancário oficial, onde houver situado no lugar do pagamento, em conta com correção
monetária, cientificando-se o credor por carta ou aviso de recepção, assinado o prazo de dez dias para a manifestação
da recusa.
DOS SEUS EFEITOS. Neste ínterim, deve-se atentar para as disposições do Código Civil , art. 337 , e,
outrossim, para as do Código de Processo Civil, art. 891 , caput, no intuito de se verificar os efeitos necessários da
presente ação.
Qual seja, a cessação, tanto que se efetue, para o depositante, dos juros da dívida e dos riscos, exceto se for
julgado improcedente.
Assim, como se verifica, o depósito tem o condão de liberar o devedor da dívida e demais riscos, como se
houvesse pago o valor devido diretamente ao credor.
Nessa esteira, verificamos que o Consignante é parte legítima a propor a presente ação e seu direito está
devidamente fundado, cabendo ao judiciário a pacificação social.
É inconteste que o Consignante, como devedor, tem o direito de solver suas dívidas, sendo, para tanto,
amparado pelo ordenamento jurídico que propugna, justamente, pelo adimplemento das obrigações, conforme se pode
facilmente verificar, nas disposições do Código Civil no artigo 334, onde considera-se pagamento, e extingue a
obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e formas legais. E, em
complemento, há o artigo 335, inciso I do mesmo Diploma Legal que diz que a consignação é possível se o credor não
puder, ou..., se recusar receber o pagamento...
Estipula, ainda, o mesmo diploma legal as hipóteses em que se entende cabível o pagamento em consignação,
sendo certo, a uma simples leitura do artigo 335, inciso I, onde se diz que, se o credor não puder, ou, sem justa causa,
recusar-se de receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma.
O Consignante está amparado legalmente pela legislação, pois o mesmo quer efetuar o pagamento, de acordo
com os ditames legais.
Portanto, nobre julgador, não há óbice que impeça o Consignante de obter o pretendido que é a autorização
para efetuar o pagamento em consignação da última parcela.
Verificamos que a liberação da obrigação é direito subjetivo do devedor, ou seja, libertar-se do débito.
Consoante o disposto no artigo 890 do Código de Processo Civil é a presente a ação legítima a promover tal
tutela.
É importante mencionarmos que o Consignante não possui outro meio de cumprir a obrigação senão por meio
do Judiciário.
Ademais, é entendimento pacífico na doutrina e jurisprudência que o devedor não pode ser punido em face das
atitudes do credor, que o impossibilitam de quitar a obrigação.
Na lição de Nelson Rosenvald temos que a consignação em pagamento é:
“o mecanismo técnico posto à disposição do devedor para efetuar o pagamento, ante o receio de pagar mal.
Consignação é uma modalidade que substitui o pagamento propriamente dito. Não é sinônimo de pagamento,
mas sim uma forma sub-rogada pela qual o obrigado pode liberar-se antes ou independentemente do fato de
haver o credor recebido o pagamento.”
Misael Montenegro Filho aponta que a sentença que julga a consignatória é de natureza declaratória,
reconhecendo e validando o depósito anteriormente efetivado pelo devedor ou pelo terceiro, liberando-o da obrigação.
Entendimentos jurisprudenciais:
Civil e Processual Civil. Recurso especial. Ação de consignação em pagamento. Mora do credor. Mora do
devedor. Possibilidade de ajuizamento. - É vedado o reexame do acervo fático-probatório constante dos autos
em sede de recurso especial. - Verificada a mora do credor por se recusar a receber o pagamento da forma
que lhe é ofertado, para ele é transferida a responsabilidade pelo inadimplemento. Dessa forma, ainda que
esteja em mora, ao devedor é licita a propositura de ação de consignação em pagamento para eximir-se da
obrigação avençada entre as partes. Precedentes. (STJ - REsp: 419016 PR 2002/0025021-2, Relator:
Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 14/05/2002, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJ 24/06/2002 p. 303 RNDJ vol. 32 p. 123)
a) a procedência da presente ação para o fim de autorizar o pagamento em consignação da última parcela
declarando-se plenamente quitada, bem como a extinção da obrigação conforme o artigo 897 do Código de Processo
Civil.
b) a expedição da guia de depósito no valor total de R$... (...), já atualizado e acrescido de juros legais, a ser
efetivado no prazo de 05 (cinco) dias contados do deferimento, consoante ao artigo 893 do Código de Processo Civil;
c) a citação da Consignada por edital, para levantar o depósito ou querendo oferecer resposta, sob pena sob
pena de revelia;
d) a condenação da Consignada no ônus da sucumbência, quais sejam, custas e despesas processuais, além de
honorários advocatícios fixados por Vossa Excelência de forma equânime do artigo 20 § 3º do Código de Processo
Civil.
Pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o depoimento
pessoal do representante legal da Embargada e a oitiva das testemunhas arroladas abaixo, se necessárias, que deverão
ser intimadas para tal, consoante disposição do artigo 332 do Código de Processo Civil.
V. DO VALOR DA CAUSA
Nestes Termos
Pede e espera deferimento.
Local, data.
ADVOGADO
OAB/UF nº...
CASO 6