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Durante muito tempo, nós químicos, fizemos química de frente para a bancada, mas de costas para
a janela dos laboratórios. Quando vimos a primeira fotografia de nosso planeta tirada de uma nave espacial,
descobrimos que a terra era realmente azul, flutuando no espaço como se fosse um organismo vivo, único.
Descobrimos também que uso indiscriminado de pesticidas estava colocando a nossa saúde em risco ao
contaminar os alimentos e a água, que o lixo industrial e urbano estavam sendo descartados
inadequadamente e que o nosso ar estava se tornando irrespirável.
Ainda não conhecemos com exatidão a magnitude do efeito estufa, nem todas as suas
conseqüências. Também não podemos prever em detalhes a toxicidade ou o poder mutagênico de todas as
novas moléculas que são produzidas. No entanto, devemos nos empenhar na avaliação dos riscos
ambientais de tudo o que por nós é produzido.
Num laboratório químico, inúmera é a variedade de substâncias que podem ser manipuladas.
Durante os experimentos muito rejeito sólido e líquido é gerado nestes laboratórios e não devem ser
descartados de qualquer maneira, em qualquer lugar. E o que fazer com este material residual que é
produzido? Se nós, químicos, não formos responsáveis pelo destino final deste “lixo”, quem será.
A evolução na química analítica nos mostra que a tendência é minimizar a quantidade de reagente
necessária para as análises, com o desenvolvimento de equipamentos de alta sensibilidade. Substâncias
hoje conhecidas como tóxicas vêm sendo substituídas por outras, que desempenhem a mesma finalidade, de
menor prejuízo à saúde humana e ao ambiente.
Esperamos, ao final deste curso, que você tenha desenvolvido não só o conteúdo técnico e as
habilidades em laboratório, o que é importante, mas que também tenha se engajado no correto manuseio e
destino dos insumos utilizados durante as aulas.
PARA SUA SEGURANÇA, É INDISPENSÁVEL O USO DE EPI’S DURANTE AS AULAS PRÁTICAS. 1
Marcelo Antunes Gauto
Análise Química
Através de uma mentalidade ecológica madura, poderemos garantir um ambiente sustentável para as
futuras gerações.
Bom trabalho!
LABORATÓRIO QUÍMICO
Apesar do grande desenvolvimento teórico da Química, ela continua a ser uma ciência
eminentemente experimental; daí a importância das aulas práticas de Química. A experiência treina o aluno
no uso de métodos, técnicas e instrumentos de laboratório e permite a aplicação dos conceitos teóricos
aprendidos.
O laboratório Químico é o lugar privilegiado para a realização de experimentos, possuindo
instalações de água, luz e gás de fácil acesso em todas as bancadas. Possui ainda local especial para
manipulação das substâncias tóxicas (a capela), que dispõe de sistema próprio de exaustão de gases. O
laboratório é um local onde há um grande número de equipamentos e reagentes que possuem os mais
variados níveis de toxidez. Este é um local bastante vulnerável a acidentes, desde que não se trabalhe com
as devidas precauções. Abaixo, apresentamos alguns cuidados que devem ser observados, para a realização
das práticas, de modo a minimizar os riscos de acidentes.
Não se entra num laboratório sem um objetivo específico, portanto é necessário uma preparação
prévia ao laboratório: O que vou fazer? Com que objetivo? Quais os princípios químicos envolvidos nesta
atividade?
Durante a realização dos experimentos é necessária anotações dos fenômenos observados, das
massas e volumes utilizados, tempo decorrido, condições iniciais e finais do sistema, portanto um caderno
deve ser usado especialmente para o laboratório. Este caderno de laboratório possibilitará uma descrição
precisa das atividades de laboratório. Não confie em sua memória, tudo deve ser anotado.
Após o experimento vem o trabalho de compilação das etapas anteriores através de um relatório. O
relatório é um modo de comunicação escrita de cunho científico sobre o trabalho laboratorial realizado.
Pré-laboratório
1. Estude os conceitos teóricos envolvidos, leia com atenção o roteiro da prática e tire todas as dúvidas.
2. Obtenha as propriedades químicas, físicas e toxicológicas dos reagentes a serem utilizados. Essas
instruções são encontradas no rótulo do reagente.
AULA PRÁTICA
1. O laboratório é um local de trabalho sério; portanto, evite brincadeiras
que dispersem sua atenção e de seus colegas.
2. O cuidado e aplicação de medidas de segurança é responsabilidade de
cada indivíduo; cada um deve precaver-se contra perigos devido a seu
próprio trabalho e ao dos outros. Consulte o professor sempre que tiver
dúvidas ou ocorrer algo inesperado ou anormal.
3. Faça apenas a experiência prevista; qualquer atividade extra não deve
ser realizada sem a prévia consulta ao professor.
4. Não cheire, toque ou prove qualquer reagente. Lembre-se que a
contaminação ocorre por inalação e/ou ingestão e/ou absorção pela
pele. Não fume, coma ou beba no laboratório.
5. Nunca deixe o bico de Bunsen aceso quando não estiver usando. Não use substâncias inflamáveis
próximo a chama.
6. Trabalhe com cuidado com substâncias tóxicas e corrosivas, como ácidos, álcalis e solventes. Todo
material tóxico e/ou que exale vapor deve ser usado na capela.
7. Leia com atenção o rótulo do frasco de reagente antes de usá-lo para certificar-se que é o frasco
certo. Todo frasco contendo reagentes, amostras e soluções devem ser devidamente etiquetados
(identificação do material e do responsável e data).
8. Não contamine os reagentes, voltando o reagente não utilizado ao frasco original ou usando
espátulas e pipetas sujas ou molhadas.
Pós-laboratório
1. Lave todo o material logo após o término da experiência, pois conhecendo a natureza do resíduo
pode-se usar o processo adequado de limpeza e descarte.
2. Guarde todo o equipamento e vidraria utilizado. Feche bem todos os frascos de reagentes, não os
deixe aberto nas bancadas ou capelas. Desligue todos os aparelhos e lâmpadas e feche as torneiras
de gás.
MATERIAIS DE VIDRO
a) Béquer b) Erlenmeyer
Usados para conter líquidos ou como
frascos de reação. Os de fundo redondo
são mecanicamente mais resistentes e
mais adequados a operações que
envolvam aquecimento. Os de fundo chato
têm a vantagem de não requerer uso de
suporte para serem mantidos em posição
vertical.
Balões (fundo chato/fundo redondo)
Tubos de Ensaios
Proveta
São aparelhos de medidas precisas de
volumes de líquidos. O líquido é introduzido
por sucção, aplicada na parte superior, até
acima do menisco. Deixa-se escoar
lentamente o líquido para o acerto do
menisco e posterior transferência do
volume medido. É muito importante o
tempo de escoamento, pois dele depende o
teor em líquido que fica aderente às
paredes internas. Ex. para pipeta de 10
mL, o tempo mínimo de escoamento é de
20 segundos. Pipetas volumétricas medem
um único volume, enquanto a graduada
escoa volumes distintos de acordo com sua
capacidade.
Bureta
Dessecador
Balão Volumétrico
a b c
Condensadores
Placa de Petri
Termômetro
MATERIAIS DE PORCELANA
Cadinhos
Cápsula de Porcelana
Espátulas
Funil de Büchner
Triângulo
Pinça de madeira
Trompa de vácuo
Estufa
Aquecimento com bico de gás: É uma dos aparelhos mais usados em laboratórios para fins de
aquecimento, permitindo alcançarem-se temperaturas da ordem de 15000C. Seu uso restringe-se apenas ao
PARA SUA SEGURANÇA , É INDISPENSÁVEL O USO DE EPI ’S DURANTE AS AULAS PRÁTICAS . 13
Marcelo Antunes Gauto
Análise Química
aquecimento de sólidos e líquidos não inflamáveis, a não ser em condições extremas de segurança. É
proibido, por medidas de segurança, aquecer líquidos inflamáveis sobre bico de gás. O bico de gás é usado
somente para aquecimento de porcelana e outros materiais resistentes, e para evaporação de soluções
aquosas. Quando se vai aquecer um líquido à ebulição, recomenda-se colocar algumas esferas de vidro,
pedaços de algum material poroso (cerâmica, porcelana, carborundum, etc.), a fim de evitar uma ebulição
violenta, provocada pelo superaquecimento. Contudo, faça isto antes de iniciar o aquecimento.
Banhos líquidos de alta temperatura: São usados para aquecer substâncias de ponto de ebulição
superior ao da água. Os líquidos mais comumente empregados são a glicerina (ponto de ebulição de 220 oC)
e os óleos minerais (ponto de ebulição variando entre 2500 e 3000C). Os banhos de óleo são usados quando
o aquecimento é feito até cerca de 2200C. A máxima temperatura alcançada para tais banhos irá depender do
tipo de óleo usado. A parafina medicinal pode ser empregada para temperaturas até 220 0C. Para
temperaturas até cerca de 2500C recomenda-se o óleo de semente de algodão; é claro e não é viscoso. Os
fluidos de silicone são provavelmente os melhores líquidos para banhos de óleo, pois podem ser aquecidos
até 2500C sem perda e escurecimento apreciáveis; são, no entanto, atualmente, muito caros para o uso
geral. Os banhos de óleo devem, sempre que possível, serem realizados em capela; deve-se colocar sempre
um termômetro no banho para evitar aquecimento excessivo. Os banhos de óleo são aquecidos, geralmente,
por um bico de gás ou uma resistência elétrica.
É importante salientar, mais uma vez, que o aquecimento de qualquer líquido acima de seu ponto de
ebulição, pode provocar superaquecimento e mesmo uma explosão. Isto pode ser evitado adicionado-se ao
líquido, pérolas de vidro (carbeto de silício ou carburundum), pedaços de porcelana ou de vidro poroso. Sob
aquecimento, esses materiais perdem uma pequena quantidade de ar na forma de bolhas, assegurando uma
ebulição uniforme, devendo ser colocados na líquidos ainda frio.
Para se aquecer béquer, erlenmeyer, balões etc., não se deve usar diretamente o bico de Bunsen;
estes aquecimentos são feitos através da tela de refratário, cuja função é deixar passar o calor
uniformemente e não permitir que passe a chama.
Para acender o bico do gás, proceda da seguinte maneira:
a) Feche completamente a entrada de ar no bico;
b) Gire a válvula de gás do bico;
c) Abra lentamente a válvula do gás (cor amarela) e aproxime a chama de um fósforo lateralmente,
obtendo uma chama grande e luminosa, de cor amarela.
d) Abra vagarosamente a entrada de ar de modo que a chama fique completamente azul;
e) Caso a chama se apague ou haja combustão no interior do tubo, feche a entrada do gás e reinicie as
operações anteriores. O gás combustível é geralmente o gás de rua ou o G.L.P. (gás liquefeito de
petróleo). O comburente, via de regra, é o ar atmosférico.
f) Para apagar a chama, primeiramente feche o registro de gás que fornece gás ao bico, pois assim
todo gás que está na mangueira é queimado pelo bico. Após, feche a válvula do bico de Bunsen.
2.2.2 Aquecimento de tubos de ensaio
Os tubos de ensaio com líquidos podem ser aquecidos diretamente na chama do bico de Bunsen. A
chama deve ser média e o tubo deve estar seco por fora, para evitar que se quebre ao ser aquecido. O tubo
deve ficar virado para a parede ou numa direção em que não se encontre ninguém, pois é comum, aos
operadores sem prática, deixar que repentinamente o líquido quente salte fora do tubo, o que pode ocasionar
queimaduras. O tubo é seguro próximo de sua boca, pela pinça de madeira e agita-se brandamente, para
evitar superaquecimento do líquido.
O manejo de qualquer balança requer cuidados especiais por ser um instrumento de alto custo e de
grande sensibilidade.
a) Não remova os pratos, nem os troque com os de outra balança. Mantenha a balança no seu
lugar;
b) Não coloque na balança nenhuma substância que não esteja à temperatura ambiente;
d) Conserve a balança sempre limpa, retirando qualquer respingo, partículas ou poeira de seus
pratos com uma escova especial;
f) Toda transferência de substância e/ou de pesos, deve ser feita somente quando os pratos
estivem travados;
h) Use pinças e espátulas; nunca use os dedos para manusear os objetos e substâncias que estão
sendo pesadas;
i) Ao terminar seu trabalho, remova todos os pesos e objetos da balança. Mantenha-a coberta ou
fechada. No caso de balanças elétricas, tenha a certeza de que ela esteja desligada.
A análise mineral qualitativa tem por objetivo identificar, classificar e separar os componentes de um
material.
Ensaios qualitativos podem, entretanto, indicar o teor aproximado de constituintes mediante a
comparação do resultado de um ensaio com o de outro obtido a partir de uma quantidade conhecida de
material puro.
Para reconhecer uma substância, esta é transformada, em geral, com o auxílio de outra substância
de natureza conhecida, em novo composto que apresente propriedades distintivas. A esta transformação
chamamos de REAÇÃO QUÍMICA, e a substância por meio do qual é a reação conseguida, REAGENTES.
A reação por via seca é empregada principalmente nos chamados ENSAIOS PRELIMINARES na
verificação da pureza dos precipitados e no exame dos minerais.
As mais importantes reações desta natureza consistem no ensaio de uma substância com respeito a
sua:
a)fusibilidade
b)faculdade de colorir a chama não luminosa do bico de bunsen
c)volatilidade
d)comportamento para a oxidação e redução
As reações por via úmida tem por objetivo observar as reações perceptíveis aos nossos sentidos
através de ensaios em solução.
VIA SECA
Ensaio de fusibilidade
Este ensaio é principalmente feito no exame dos minerais, que se introduzem na chama colocados
no anel de um fio de platina ou Ni-Cr (alça de platina). Examina-se a amostra, depois de aquecida, por meio
de uma lente, para ver se os cantos se arredondam em conseqüência da fusão.
A temperatura potencialmente mais quente da zona de fusão sobe a cerca de 2300 oC. Não será
possível nunca atingir esta temperatura no ensaio, porque a própria substância perde calor por irradiação.
Desde que a quantidade de calor perdido é proporcional à superfície exposta, é evidente que obteremos o
máximo de calor utilizando-se de uma amostra e de um suporte muito pequenos para isto. Por esta razão,
não se deve usar para este ensaio um fio grosso.
Efetuados os ensaios, deve-se limpar o fio de platina com HCl concentrado. É bom hábito conservar
o fio de platina constantemente mergulhado em ácido.
Ensaio de volatilidade
Aquecendo-se um pouco de substância num pequeno tubo de ensaio ou em tubo fechado, a
substância volátil transforma-se em vapor, muitas vezes condensa nas paredes mais frias do tubo.
Ensaio na chama
Os compostos de certos metais volatilizam na chama não luminosa de Bunsen e lhe transmitem
cores características. Os cloretos se encontram entre os compostos mais voláteis, e são preparados
misturando-se o composto com um pouco de HCl concentrado.
O cloreto cúprico comunica à chama primeiro cor azul ultramar, porém depois, uma vez volatilizado o
cloro, aparece a cor verde que indica o óxido cúprico.
Técnica
1) Emprega-se um fio delgado de platina (ou Ni-Cr) de uns 5cm de comprimento, fixado na extremidade de
um bastão de vidro ou numa alça metálica.
2) Primeiro limpa-se bem o fio de platina submergindo-o em HCl concentrado, aquecendo logo em seguida
na zona de fusão da chama de Bunsen.
3) O fio de platina estará limpo, quando não mais transmitir cor à chama.
4) Uma vez limpo o fio de platina, submerge-se-o em HCl concentrado e, logo após, toca-se a substância a
ser analisada, de modo que se adira ao fio uma quantidade suficiente para efetuar a análise. A
substância a ser analisada assim estará transformada em cloreto volátil.
5) Depois introduz-se o fio de platina com a substância, na zona oxidante inferior e se observa a cor
transmitida à chama. A tabela abaixo dá alguns resultados:
1) Preparar os tubos fechados, empregando tubo de vidro fusível (pyrex) medindo de 8 a 12cm de
comprimento e 7 - 8 mm de diâmetro.
2) O tubo deve estar perfeitamente seco. Este pormenor deve ser verificado antes do início do ensaio para
limpeza e descontaminação.
4) A substância a ser examinada, seca e reduzida a pó, é introduzida no fundo do tubo fechado
aproximadamente 0,1g com cuidado para não aderir as paredes do tubo.
b) Levar à base da chama, conservando-o em posição quase horizontal para que os sublimados condensem
nas paredes do tubo.
c) Após, erguer lentamente até a zona mais quente da chama . Eleva-se a temperatura gradualmente a fim
de formar os produtos de sublimação, em diferentes graus de temperatura.
d) Observar os fenômenos que se passam na substância tais como: fusão, volatilização, sublimação,
desprendimento de vapores, mudança de coloração.
Ensaio para caracterização do cloreto de sódio – NaCl As rolhas podem ser projetadas, não esqueça
dos óculos de proteção!
Substância cristalina de cor azul, introduzida em tubo fechado e aquecida, descora devido a perda
de água de cristalização. Adicionando-se água à substância descorada, tomará a cor azul primitiva. É a
característica do sulfato cúprico.
Substância branca cristalina, introduzida em tubo fechado e aquecida, sublima sem fundir. O
sublimado tratado com 1 ou 2 gotas de lixívia de soda dá desprendimento de um gás, caracterizado pelo
cheiro, como amônia (NH3) e pelo papel de tornassol vermelho que colocado na saída do tubo, molhado com
água, fica azul. É característica do sal volátil de amônio, no caso, o cloreto de amônio.
Substância branca amorfa, introduzida num tubo fechado e aquecido, não funde e sim, sublima sem
deixar resíduos. Adicionando ao sublimado lixívia de soda, observa-se a formação de um precipitado preto. É
a característica do sal mercuroso, no caso presente, é o cloreto mercuroso (calomelano).
Substância branca cristalina, introduzida em tubo fechado e aquecida, funde e depois sublima.
Adicionando lixívia de soda ao sublimado, observa-se a formação de um precipitado amarelo laranja de óxido
mercúrico . É a característica de sal mercúrico, no caso presente é o cloreto mercúrico (sublimado corrosivo).
Substância branca amorfa, introduzida em tubo fechado e aquecida, funde e após sublima.
Adicionando ao sublimado lixívia de soda, solubiliza formando o antimonito de sódio (NaSbO2) ou
ortoantimoniato de sódio (Na3SbO3).
A solução alcalina é diluída com água destilada e acidificada com gotas de HCl concentrado.
Passando uma corrente de gás sulfídrico pela solução, teremos um ppt. vermelho alaranjado de trisulfeto de
antimônio (Sb2S3). É a característica do sal de antimônio, no caso presente o óxido antimonioso.
Substância branca cristalina, introduzida em tubo fechado e aquecida, funde. Desprende um gás
inodoro e incolor que fortalece a queima de um pedaço de lã de aço. É a característica do oxigênio.
Emprega-se para esta análise uma chama não luminosa de Bunsen. Esta análise se efetua sobre um
pedaço de carvão (de preferência de tíbia ou pinheiro, que não pode produzir faísca nem dar chispas e não
dar cinzas) no qual se faz uma cavidade com a ponta de um canivete. Coloca-se nesta cavidade uma
pequena porção de substância a ser analisada e se aquece na chama oxidante.
Os sais cristalinos como NaCl e KCl, crepitam. Uma deflagração assinala a presença de um oxidante,
tais como: nitratos, nitritos, cloratos, percloratos, iodatos, permanganatos.
Quando a substância funde e é absorvida pelo carvão ou forma uma pérola líquida é devido a sais
alcalinos e alguns sais dos alcalinos-terrosos.
No caso da substância ser infusível, ou incandescente ou formar uma incrustação sobre o carvão
deve-se, neste caso, colocar uma pitada da substância a ser analisada, previamente reduzida a pó e
misturada com uma quantidade duas vezes maior de carbonato de sódio anidro, e se aquece na chama
redutora do maçarico.
A reação inicial consiste na formação de carbonatos dos cátions presentes e de sais alcalinos dos
ânions. Os sais alcalinos são absorvidos pelo carvão poroso e os carbonatos são em sua maior parte,
decompostos em óxidos e em CO2. Os óxidos dos metais podem decomporem-se ulteriormente ou reduzir-se
a metais ou podem ficar inalterados. Portanto, os produtos finais da reação são metais, metais e seus óxidos
ou óxidos.
Os óxidos dos metais nobres (prata e ouro) decompõem-se, sem o auxílio do carvão no metal e em
oxigênio sob forma de glóbulos.
Os compostos de enxofre se reduzem a sulfeto com este tratamento; o resíduo pode se umedecer
com água e posta em contato com uma moeda de prata dá uma mancha parda ou negra de sulfeto de prata
ou se pode extrair com um pouco de água e o filtrado dá, com solução recém preparada de nitroprussiato de
sódio, uma coloração púrpura instável, que indica a presença de enxofre.
A substância ou resíduo infusível do ensaio anterior se umedece com uma ou duas gotas de solução
de nitrato de cobalto e se calcina fortemente evidenciando:
Observação Substância
1)Resíduo azul Al2O3 , fosfetos , arseniatos, silicatos e boratos
2)Resíduo verde ZnO
3)Resíduo rosado MgO
No ensaio com o maçarico usa - se o cone externo para os processos de oxidação e o interno para
os de redução.
Para produzir-se a chama de oxidação, coloca-se a ponta do maçarico na parte mais externa da
chama, aproximadamente a um terço de sua largura e sopra-se fortemente; desta maneira a zona de
oxidação torna-se mais larga, obtendo-se assim uma chama cônica azulada, rodeada de um manto
ligeiramente luminoso, permitindo aquecer as substâncias que se pretendem oxidar, colocadas geralmente
sobre um pedaço de carvão vegetal.
Nos ensaios de oxidação sobre o carvão deve soprar-se mais fracamente, pois senão parte do
carvão queima-se formando gás CO, que impede a oxidação. Para conseguir-se a chama de redução coloca-
se a ponta do maçarico na região externa da chama e sopra-se suavemente; desta maneira alarga-se a zona
de redução. Em conjunto se forma uma chama luminosa amarela.
Graças a zona de redução, a chama pode absorver oxigênio a custa de seu carbono livre. O oxigênio
é extraído total ou parcialmente do óxido metálico dependendo da redução fácil ou difícil. A redução é assim
conseguida pelas partículas do carvão incandescentes que formam a chama luminosa. Por conseguinte, a
amostra que vai ser reduzida deve estar completamente envolvida pela chama.
2PbO + C 2 Pb + CO2 ↑
∆ glóbulo metálico
7)Colocar os glóbulos metálicos numa cápsula de porcelana e adicionar HNO3 diluído ao meio e evaporar até
secar, sem calcinar ( pois oxidando fica preto) .
Primeira reação : colocar 2mL do filtrado em um tubo de ensaio e gotejar solução de KI a 1% ; formará um
ppt. amarelo de iodeto de chumbo, solúvel a quente e que precipita a frio. Também é solúvel em excesso de
reagente.
Segunda reação : colocar em outro tubo 2mL do filtrado e gotejar uma solução de cromato de potássio a
1%. Formará um ppt. amarelo de cromato de chumbo.
Terceira reação : colocar em um terceiro tubo de ensaio 2mL do filtrado e adicionar ácido sulfúrico; formará
um ppt. branco de sulfato de chumbo.
Reações observadas :
Obs: Não devemos realizar estes ensaios com arsênio e antimônio uma vez que seus óxidos são venenosos.
Outras observações:
• carvão empregado é vegetal. A madeira deve ser branca, leve e deixar pouca cinza. O carvão é resultado
da combustão incompleta da madeira.
• Cinzas são substâncias inorgânicas resultantes da combustão que não queimam. Há cinzas brancas,
amarelas, pardas, conforme os óxidos que existem na madeira queimada.
PARA SUA SEGURANÇA , É INDISPENSÁVEL O USO DE EPI ’S DURANTE AS AULAS PRÁTICAS . 28
Marcelo Antunes Gauto
Análise Química
As reações de identificação que têm aspecto conclusivo são reações por via úmida , isto é , fazendo-
se uma solução do material a analisar. Logo, o material sólido deve ser solubilizado afim de obter uma
solução . Nem todos os materiais se dissolvem em água, portanto, devemos tentar a dissolução com a
seguinte ordem rigorosa:
1) Tenta-se primeiro solubilizar o material com água destilada a frio me se não solubilizar, tenta-se à quente.
2) HCl (6M) diluído a frio e após à quente.
3) HCl (12M) concentrado a frio e após à quente.
4) HNO3 (7,5M) diluído a frio e após à quente.
5) HNO3 (15M) concentrado a frio e após à quente.
6) Água régia ( 3 partes de HCl concentrado e 1 parte de HNO3 concentrado).
Se após todas estas tentativas não for solubilizado o material sólido, considera-se insolúvel.
Os materiais insolúveis (aqueles que foram tratados com água régia e não solubilizaram) devem sofrer um
tratamento especial afim de poderem ser analisados por via úmida. Esse processo chama-se
DESAGREGAÇÃO.
TÉCNICA DA DESAGREGAÇÃO
As desagregações ( fusões ) são feitas utilizando-se substâncias auxiliares, que são misturadas ao
material e reduzidas a pós finíssimos em gral de ágata. Estas substâncias chamam-se DESAGREGANTES.
Procedimento: O material é intimamente misturado com o desagregante anidro ( sem água ) que pode ser :
Na2CO3 , KCN ou B2O3 . A proporção normalmente usada é de 1g de amostra para 5g de desagregante .
Este material, uma vez misturado, é colocado no cadinho. O conjunto é levado a um forno elétrico. Uma vez
conseguida a fusão, o cadinho é retirado do forno com o auxílio de uma TENAZ.
Uma vez o material desagregado dentro do cadinho, remove-se colocando água destilada ou mesmo
solução ácida, recorrendo-se , às vezes, ao aquecimento afim de remover totalmente o material do cadinho.
Finalmente a solução é produzida, apartir do sólido .
VIA ÚMIDA
Na via úmida as reações se efetuam com substâncias em solução. A maioria das reações na análise
qualitativa se efetuam por via úmida.
O sentido da visão é especialmente utilizado na análise qualitativa, sendo visual a maioria das reações
ocorridas. O sentido do olfato também ajuda a identificar muitas substâncias. Assim, o gás sulfídrico , o gás
cianídrico, o bromo, o sulfeto de carbono e um grande número de substâncias apresentam odores
característicos.
O sentido do gosto é algumas vezes útil, porém empregado raramente em virtude do perigo de efeitos
venenosos. O sentido do tato fornece, às vezes, pequeno auxílio; assim a grafite deixa uma sensação
peculiar, graxosa, e o alcalóide cocaína, bem como certas substâncias congêneres, provoca a paralisia
temporária da língua e pálpebras (não precisa experimentar!).
As reações empregadas em análise qualitativa são, em sua maioria, reações entre ácidos, bases e sais
inorgânicos em solução aquosa. Raramente se empregam outros solventes, salvo em operações especiais.
Regra geral, as reações características da análise qualitativa , efetuam-se por adição de uma solução
contendo a substância chamada reagente à outra solução obtida da mesma substância em exame. A essas
reações chamamos de via úmida.
Tipos de análises
Antes de iniciar os experimentos práticos deste capítulo, é importante que você tenha um
conhecimento sucinto a respeito dos seguintes tópicos, exigidos na realização das aulas no laboratório:
Preencha as lacunas:
Saiba mais! Procure em livros sobre como funcionam os indicadores. No anexo, ao final da apostila, você
encontrará uma tabela que mostra em que pH ocorre as mudanças de coloração de alguns indicadores
importantes.
- Os tubos colocados na centrífuga devem conter quantidades aproximadas de material a ser centrífugado,
apresentar tamanho, espessura e diâmetros semelhantes;
- Caso ocorram vibrações na centrífuga quando esta for ligada, revise as informações acima fornecidas
para evitar danos ao equipamento e graves acidentes.
Prepara-se água régia misturando-se 3 partes de ácido clorídrico concentrado com 1 parte de ácido
nítrico concentrado. A água régia é uma água clorada, com diferença de que o cloro existe em estado
nascente, o que explica porque a água régia é um reagente muito mais energético do que a água clorada
comum.
HNO3 + 3 HCl NOCl + 2 H2O + Cl2 ↑
Quando se produz um precipitado na análise qualitativa é necessário separá-lo do líquido por meio da
filtração ou centrifugação. O trabalho com filtro gera muitas perdas, sendo necessário uma quantidade
considerável de precipitado para a análise. A fim de evitar estes prejuízos utiliza-se centrifugação na
separação dos precipitados do restante do líquido, também conhecido como filtrado.
Antes de ser examinado um precipitado deve ser inteiramente libertado de todos os vestígios do
filtrado. Isto é conseguido pela lavagem. A lavagem deve ser repetida até que nenhuma reação possa ser
obtida com a água de lavagem, para esta substância que se saiba estar presente no filtrado.
Via de regra, não é aconselhável derramar a água de lavagem ao filtrado obtido, porque isso
ocasiona uma diluição desnecessária do mesmo, mas em muitos casos isto será praticado.
Os cátions do grupo I são: chumbo (2+), mercúrio (1+) e prata. Os compostos destes metais
caracterizam-se porque precipitam como cloretos com o HCl diluído ou com cloretos solúveis. O cloreto de
chumbo, PbCl2 , é algo solúvel em água e, por isso, não se precipita totalmente como cloreto neste grupo, e
se encontra também no grupo II onde é precipitado como sulfeto insolúvel.
A análise dos metais do 1o grupo está baseada na solubilidade do cloreto de chumbo em água
quente, na solubilidade do cloreto de prata no hidróxido de amônio e no enegrecimento do cloreto mercuroso
pelo hidróxido de amônio.
Chumbo
Em HNO3 concentrado forma-se uma película protetora de nitro de chumbo, insolúvel neste ácido,
que impede a dissolução do metal puro. Os ácidos clorídrico e sulfúrico diluídos tem pouca ação devido a
formação de películas protetoras de cloreto e de sulfato de chumbo, respectivamente.
Mercúrio
O mercúrio apresenta-se na natureza sob a forma de Cinábrio, HgS. É obtido deste minério por
destilação. A mina mais rica é a de Almaden na Espanha. O mercúrio é o único metal líquido à temperatura
ambiente. Recebeu o nome do planeta Mercúrio e o símbolo é Hg, que deriva do latim, Hydrargirum, que
significa água de pedra. Apresenta a densidade de 13,6 g / cm3 e P. E. de 357 oC.
Não é atacado pelos ácidos clorídrico ou sulfúrico diluídos; porém reage facilmente com HNO3 .
O HNO3 diluído com um excesso de mercúrio dá, a frio, nitrato mercuroso, ao passo que com
excesso de ácido concentrado, e a quente, produz-se nitrato mercúrico.
O mercúrio forma duas séries de sais: os compostos mercurosos, que correspondem ao óxido
mercuroso, Hg2O, que contém o grupo bivalente mercuroso, Hg2+2, e os compostos mercúricos que
correspondem ao óxido mercúrico, HgO, e contém o íon bivalente Hg+2.
Prata
A prata é um metal branco maleável e dúctil. A prata ocorre tanto nativa quanto combinada,
especialmente com o enxofre, arsênio e antimônio. Dos minérios que contem prata, pode-se citar a Argentita.
A prata também é encontrada com a Galena. A prata deve seu símbolo ao termo latino ARGENTUM. É
usada em moedas, joalherias, produtos químicos, fotográficos e espelhos. A prata é insolúvel em HCl e
H2SO4 concentrados, em ebulição, mas sóluvel em ácido nítrico sob determinadas condições.
PROCESSO 1- Precipitação do grupo: colocar dez gotas de solução problema em tubo de centrífuga e
adicionar 2 gotas de HCl 3mol/L (1). Centrifugar até que a solução se torne límpida. Verificar se a
precipitação se completou, mediante a adição de mais uma gota de ácido clorídrico 3mol/L. Se houver
turvação, continuar adicionando o reagente até que o mesmo não provoque turbidez na solução. Centrifugar
o conteúdo do tubo. O centrifugado, também chamado de solução, contém os cátions do grupo II, III, IV e V,
e é reservado para a análise dos mesmos. O precipitado, composto dos cloretos do grupo I, após separado
do centrifugado, é lavado com uma mistura de 4 gotas de água, com 2 gotas de HCl 3mol/L (2). Centrifugar e
desprezar o líquido de lavagem. A análise segue o processo 2.
PROCESSO 2- Análise do grupo: tratar o precipitado branco, obtido no processo anterior, com 4 a 6 gotas
de água, misturar, aquecer em banho-maria durante 3 minutos. Centrifugar logo em seguida (antes de
esfriar), transferindo o centrifugado para outro tubo. Repetir o tratamento do precipitado com água sob
aquecimento. Centrifugar e reunir os dois centrifugados.
2a – Centrifugado: pode conter 2b – Resíduo: pode conter AgCl e Hg2Cl2. Adicionar dez gotas
Pb2+. Juntar algumas gotas de de NH4OH 3mol/L. Agitar a solução com bastão de vidro e
cromato de potássio. O centrifugar. O aparecimento de um precipitado de cor preta indica
aparecimento de um a presença de mercúrio.
precipitado amarelo confirma a
presença de chumbo.
Centrifugado: pode conter Resíduo: pode conter HgNH2Cl
prata sob a forma de complexo. (4). Lavar com 10 gotas de
Acidificar com HNO3 3mol/L (3). água. Centrifugar desprezando
O aparecimento de um o líquido de lavagem. Dissolver,
precipitado branco assinala a sob aquecimento, em água
presença de prata. régia (1gota de HNO3conc.+
3gotas de HCl conc.). Diluir
com 5 gotas de água destilada.
Homogeneizar e dividir em
duas porções (5).
Obs.:Todos os resíduos
gerados devem ser 1ª porção: adicionar 2 gotas de
acondicionados em difenilcarbazida. Deixar
recipiente apropriado escorrer KOH 2mol/L em leve
indicado pelo professor. Não excesso pelas paredes do tubo
jogue nada nas pias! em posição inclinada. O
aparecimento de cor violeta
identifica o mercúrio(6).
(1) A solução original pode apresentar pecipitado branco, antes mesmo da adição de HCl. Nesse caso, o
precipitado pode ser constituído de cloretos dos cátions do grupo I ou oxicloretos de Sb ou Bi. O
aparecimento deste precipitado é devido à presença de íons cloreto na solução, pois alguns cátions do
grupo II (As3+, Sb3+, Sn2+) provêm da solubilização de seus cloretos. O precipitado contendo os cátions do
grupo II pode ser formado pela hidrólise de Bi3+ ou Sb3+.
É possível também diferenciar os dois tipos de precipitados pelo aspecto físico, pois o precipitado do
grupo I é grumoso, grosseiro, de sedimentação rápida, enquanto que o do 2º grupo é finamente dividido, de
aparência leitosa, que sedimenta lentamente.
Quando o HCl é adicionado à solução problema para precipitar o grupo I, é desejável um leve
excesso de reagente, não apenas para promover a precipitação completa do grupo, mas também para evitar
a formação de oxicloretos de Sb e Bi. Uma grande concentração de HCl ou Cl-, deve, no entanto, ser evitada,
pois pode aumentar a solubilidade dos cloretos pela formação de complexos solúveis.
AgCl(s) + Cl- AgCl2-
PbCl2(s) + 2Cl- PbCl42-
(2) O ácido clorídrico é adicionado à água de lavagem para diminuir, através do efeito do íon comum, a
solubilidade do cloreto de chumbo.
(3) A acidez da solução deve ser testada com papel tornassol. A precipitação do AgCl em meio ácido ocorre
com qualquer concentração do íons prata, porém, em meio básico amoniacal a precipitação de AgCl dar-
se-á somente para concentrações elevadas de cátion prata. O fenômeno pode ser compreendido
considerando-se as reações envolvidas:
Logo que o produto iônico [Ag+] . [Cl-] ultrapassar o valor da constante do produto de solubilidade do
AgCl, aparecerá um precipitado branco de cloreto de prata.
(4) O resíduo sólido produzido no tratamento do cloreto mercuroso com hidróxido de amônio em excesso
deve ser preto e caracteriza a presença de mercúrio I, através da seguinte reação:
Na hipótese do aparecimento de resíduo branco, o fenômeno pode ser atribuído à formação de oxicloreto
ou hidróxido de chumbo, que pode ocorrer se a solubilização do cloreto de chumbo em água quente for
incompleta. De qualquer forma, se Ag+ ou Pb2+ não forem encontrados nos teste específicos, é conveniente
testar sua presença nesse resíduo sólido branco.
(5) O aparecimento de um precipitado nessa altura da análise, insolúvel em HNO 3, pode ser de AgCl,
devendo ser testado para a prata, na forma usual. Como o potencial padrão de redução do Hg 22+ é menor
que o de Ag+, quando houver quantidade suficiente de Hg0 no resíduo esse pode reduzir o cátion prata à
prata metálica, comprometendo a identificação desse íon.
PARA SUA SEGURANÇA , É INDISPENSÁVEL O USO DE EPI ’S DURANTE AS AULAS PRÁTICAS . 36
Marcelo Antunes Gauto
Análise Química
Nesse caso o resíduo deverá ser tratado com água-régia a quente, seguido de diluição com água,
centrifugação e dissolução do resíduo com hidróxido de amônio. A reacidificação com HNO3 permitirá a
identificação do cátion prata, conforme processo normal.
Solução problema
HCl 3M (2-3gotas)
Centrifugar
ppt.
Água 80-100ºC
ppt. amarelo
PbCrO4
Ag(NH3)2+(aq.) Hg0/HgNH2Cl (ppt)
Água-Régia
HNO3 3M
(1HNO3 : 3HCl)
acidificar
Solubilização e
ppt. branco Hg2+/HgCl42+ complexação
AgCl do mercúrio
Dividir em 2 porções
Difenilcarbazida SnCl2
4 gotas
Hg2Cl2/Hg0
OH- (ppt. cinza ou branco)
ppt. púrpura
Hg[O=C(N-NH-C6H5)2
Os cátions do 2.° grupo são: mercúrio, chumbo, bismuto, cobre, cádmio, arsênio, antimônio e
estanho.
Os compostos destes elementos caracterizam-se porque precipitam como sulfetos, em solução
ácida (acidez 0,3N) pelo gás sulfídrico.
Os sulfetos de arsênio, antimônio e estanho são solúveis KOH ou em solução de hidróxido de sódio,
ao passo que os demais cátions deste grupo são insolúveis. Por isso, é comum subdividir este grupo em dois
subgrupos: sub-grupo II-A ou grupo do cobre que compreende o mercúrio, chumbo, bismuto, cobre e cádmio,
e sub-grupo II-B ou grupo do arsênio que inclui o arsênio, antimônio e estanho.
O chumbo é quase sempre encontrado no segundo grupo porque a sua separação como cloreto é
incompleta no grupo I, a menos que a concentração de HCl seja cuidadosamente ajustada e se adicione
álcool. Certos elementos raros pertencem a este grupo, tais como: molibdênio, selênio, telúrio, germânio,
ouro, platina, paládio, ródio, ósmio, rutênio, irídio. O 2.0 grupo também é denominado de grupo do gás
sulfídrico.
Bismuto
O bismuto é um metal quebradiço, branco avermelhado. Os seus óxidos e sais são utilizados em
muitos preparados farmacêuticos. O bismuto é insolúvel em HCl porém se dissolve em H2SO4 concentrado,
quente, e em água-régia. O melhor dissolvente é o HNO3.
Os sais de bismuto são hidrolisados por um excesso de água produzindo sais básicos escassamente
solúveis comumente denominados de bismutila, isto é, que contém o radical BiO-.
O cobre ocorre nos minérios cuprita ( Cu2O ), calcopirita ( CuFeS2 ) e outros. É um ótimo condutor de
eletricidade. O ar seco não oxida o cobre, mas o ar úmido contendo CO 2 reveste o cobre de uma camada de
carbonato básico, chamado verdeto, que protege o metal da corrosão. Não é atacado pelos ácidos clorídrico
e sulfúrico diluídos; o melhor dissolvente do cobre é o HNO3 .
Existe duas séries de compostos de cobre: os que provém do óxido cuproso, Cu2O , que é vermelho
e os que provém do óxido cúprico, CuO, que é negro. Os compostos cuprosos são extremamente instáveis,
sendo oxidados rapidamente a compostos cúpricos. Os sais cuprosos são incolores, insolúveis em água. Os
sais cúpricos, quando se dissolvem em água, são soluções azuis ou verdes; os sais anidros são brancos ou
amarelos.
Cádmio
O cádmio está geralmente associado ao zinco em seus minérios. O único mineral de cádmio de
importância é a grinoquita, CdS. Formas ligas úteis de baixo ponto de fusão e seu sulfeto é utilizado nas
tintas amarelas. É empregado sobretudo no recobrimento eletrolítico do aço uma vez que o cádmio conduz
a um recobrimento mais uniforme que o zinco, sendo este recobrimento mais resistente à corrosão e mais
facilmente soldável que o zinco.
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Marcelo Antunes Gauto
Análise Química
Antimônio
O antimônio raramente ocorre livre na natureza. Os compostos mais importantes que contém
antimônio são os de enxofre. Usa-se o antimônio, principalmente, na fabricação de ligas.
O sulfeto de antimônio, Sb2S3, usa-se como pigmento e vários compostos de antimônio são utilizados
em medicamentos. Queima facilmente ao ar, dando trióxido de antimônio. O melhor dissolvente do antimônio
é a água régia, pela qual se converte no tricloreto ou no pentacloreto de antimônio. O antimônio é insolúvel
em ácido clorídrico e sulfúrico diluídos. Conhece-se duas séries de sais: os antimoniosos e os antimônicos
que correspondem, respectivamente, aos óxidos Sb2O3 e Sb2O5 . Os compostos antimoniosos reagem com
água em forma semelhante aos sais de bismuto, dando compostos que contém o grupo antimonila, SbOCl.
O estanho metálico não ocorre livre na natureza, mas sim, na maioria das vezes, sob a forma de
dióxido.
Quando se curva um pedaço de estanho ele “GRITA “devido a um fenômeno de fricção entre os
cristais. Abaixo de 20oC forma-se estanho cinzento, e os objetos feitos de estanho deterioram-se no tempo
frio, devido à formação dessa modificação alotrópica. Uma vez formada, espalha-se por sobre o metal. O
estanho cinzento é muitas vezes chamado “PESTE DO ESTANHO“ e a uma baixa temperatura o estanho
cinzento infecta o metal puro e o torna pulverulento. Acima de 200oC forma-se os cristais de estanho
ortorrômbicos, que são duros e quebradiços. O estanho forma ligas úteis com muitos metais. O metal se
dissolve lentamente em ácidos clorídrico ou sulfúrico diluídos com liberação de hidrogênio e formação de sais
estanosos; dissolve-se facilmente a quente em ácidos concentrados.
O HNO3 diluído dissolve o estanho lentamente sem desprendimento do gás, formando-se nitrato
estanoso e nitrato de amônio; com HNO 3 concentrado produz-se uma reação intensa e obtém-se um sólido
branco ao que se atribui a composição de um óxido estânico hidratado de fórmula SnO 2 . x H2O, que pode-se
denominar óxido metaestânico. A dissolução do estanho se efetua facilmente mediante água régia, formando-
se somente cloreto estânico.
Arsênio
O arsênio está largamente distribuído na natureza, sendo encontrado em pequenas quantidades em
quase todos os sulfetos como, por exemplo, piritas; portanto, quase todo o zinco e o H2SO4 do comércio
contém arsênio.
O arsênio é insolúvel em água, mas é atacado pelo flúor, cloro e bromo secos, formando compostos
de arsênio trivalente (venenosos!). Sublima por aquecimento dando odor aliáceo característico; aquecido ao
ar, arde com chama azul pálida produzindo fumaça branca de óxido arsenioso, As 2O3. É insolúvel no ácido
clorídrico e sulfúrico diluídos; dissolve-se facilmente em HNO3 diluído, produzindo óxido arsenioso e no
hipoclorito de sódio dando ácido arsênico de fórmula H3AsO4 .
O precipitado obtido contém os sulfetos dos cátions do grupo II e é tratado de acordo com o processo
4, o centrifugado contém os grupos III, IV, e V. Aquecê-lo em banho-maria, até expulsão total do H2S (7).
Reservar o centrifugado para análise do grupo III.
PROCESSO 4: Separação dos sub grupos II-A e II-B: Lavar o precipitado obtido no processo anterior com
uma solução contendo 10 gotas de água, 4 gotas de tioacetamida e 1 gota de solução saturada de cloreto de
amônio a quente (8). Centrifugar e desprezar o líquido de lavagem. Tratar o resíduo com 4 gotas de hidróxido
de potássio 2mol/L, agitar, aquecer em banho-maria durante 2 minutos e centrifugar (9). Transferir o
centrifugado (C1) para um outro tubo. Tratar novamente o resíduo com 4 gotas de hidróxido de potássio
2mo/L, agitar, aquecer e centrifugar. Separar o centrifugado (C2) que deve ser incorporado ao centrifugado
(C1).
O centrifugado (C1+C2) constitui o sub-grupo II-B, formado pelos tioânions e oxitioânions dos
elementos As, Sb e Sn, e é analisado segundo o processo 6.
O resíduo insolúvel em KOH constitui o sub-grupo II-A, formado pelos sulfetos de Hg, Bi, Pb, Cu e Cd
e é analisado de acordo com o processo 5.
PROCESSO 5: Análise do sub-grupo II-A: Lavar o resíduo do processo 4 com 10 gotas de água (1),
centrifugar e desprezar o líquido de lavagem. Adicionar então 5 gotas de ácido nítrico 3mol/L (2) mais 1 gota
de HNO3 conc., agitar e aquecer em banho-maria por 3 minutos, centrifugar e guardar o centrifugado.
Resíduo: Pode conter HgS Centrifugado: Pode conter Cu2+, Cd2+, Pb2+ e Bi3+. Adicionar
preto ou então 2HgS.Hg(NO3)2 NH4OH concentrado (até o meio ficar nitidamente alcalino),
branco. (3). Dissolver em água centrifugar (6). Separar o centrifugado. Lavar o resíduo com 5
régia (1 gotas de HNO3 conc. + gotas de água, centrifugar e reunir o líquido de lavagem ao
3 gotas de HCl conc.) por centrifugado.
aquecimento (4). Diluir com 5
gotas de água, homogeneizar e Centrifugado: pode conter
dividir em duas porções: Resíduo: pode conter
Cu2+ e Cd2+ sob a forma de íons
Pb(OH)NO3 e BiONO3.
complexos. Uma coloração azul
1ª- Adicionar 2 gotas de Adicionar 5 gotas de KOH
forte indica a presença de
difenilcarbazida. Pelas paredes 2mol/L, agitar, aquecer e
cobre. Dividir em duas porções:
do tubo inclinado deixar centrifugar. Separar o
escorrer KOH ou Na2CO3 em centrifugado. Adicionar mais 2
1ª- Adicionar 10 gotas de água
excesso. Em presença de Hg2+ gotas de KOH ao resíduo,
deionizada e 4 gotas de alfa-
forma-se uma coloração aquecer, diluir com 4 gotas de
benzoinoxima. A formação de
violeta(5). água. Centrifugar e adicionar o
um precipitado verde-amarelo
líquido ao centrifugado
mostra a presença de cobre(7)
2ª- Adicionar até seis gotas de anterior(9).
SnCl2. O aparecimento de um 2ª- Adicionar à segunda porção
precipitado branco, que se quantidade suficiente de KCN
torna cinzento sob a adição de para descorá-la (8); adicionar 5 Resíduo: pode conter BiOOH.
excesso de SnCl2 indica e gotas de tioacetamida e Lavar com água. Desprezar o
presença de mercúrio. aquecer. Um precipitado líquido de lavagem. Dissolver
amarelo indica a presença de em 1 gota de HCl conc. (10).
cádmio. Adicionar 10 gotas de
Cinchonina/KI. O aparecimento
de um precipitado intensamente
alaranjado caracteriza o
bismuto.
Centrifugado: pode conter Sb3+ e Sn4+, Dividir Resíduo: pode conter sulfeto de arsênio.
em duas porções: Dissolver em uma gota de ácido nítrico
1ª porção: adicionar 0,05g de NaNO2, concentrado, sob aquecimento, e adicionar 5 a
vagarosamente, e depois, 2 gotas de HCl 3mol/L 10 gotas de molibdato de amônio. Aquecer em
(3). Colocar duas gotas desta solução sobre a banho-maria durante 3 minutos, diluir a 5mL e
cavidade de uma placa de porcelana e adicionar esfriar na água. Adicionar 2 gotas de cloreto
2 gotas de Rodamina B. O aparecimento de estanoso. A formação de uma coloração azul
uma cor violeta identifica o antimônio. indica a presença de arsênio.
(1) A adição de HNO3 tem por finalidade oxidar o Sn2+ a Sn4+. O íon estanoso é demasiadamente básico,
dificultando a solubilização de seu sulfeto em bases fortes. Com o aumento do número de oxidação de +2
para +4, a espécie iônica torna-se mais ácida, de modo que o SnS2 solubiliza facilmente em KOH.
(2) É possível que apareça um precipitado branco antes da precipitação do grupo devido à hidrólise dos
possíveis compostos de Sb e bi. Ocorrendo o fato, não se deve dar maior importância ao mesmo,
porque, ao se adicionar o reagente coletor do grupo, os oxicloretos de Sb e Bi serão convertidos nos
seus respectivos sulfetos.
(3) No momento da adição do reagente coletor do grupo é necessário que a solução apresente uma acidez
adequada, a fim de que todos os cátions do grupo estejam contidos no precipitado que irá se formar.
Caso a solução seja demasiadamente ácida, poderão não precipitar os sulfetos de Cd, Pb e Sn.
(4) Como reagente gerador de íons sulfeto emprega-se a tioacetamida que, por hidrólise a quente, produz
H2S segundo a equação:
H2S H+ + HS-
HS- H+ + S2-
(5) A coloração dos sulfetos pode prestar informações úteis. Quando o precipitado for preto pode indicar a
presença de sulfetos de Hg, Cu, Pb e Bi. O Hg pode também formar precipitado branco de
2HgS.Hg(NO3)2 que enegrece pelo acréscimo de mais H2S. Um precipitado amarelo é indicativo da
presença de sulfetos de As, Sb, Sn ou Cd. O sulfeto de antimônio é normalmente alaranjado, o do
arsênio é amarelo brilhante, o de chumbo, mesmo a frio, é preto.
(6) Na precipitação do 2º grupo é possível, mesmo na ausência de cátions desse grupo, obter-se um
precipitado branco finamente dividido. Esse precipitado pode ser causado pela oxidação do íons sulfeto a
enxofre elementar por causa da presença de Fe3+, NO3-, CrO42- e MnO4-. O fato poderá ser negligenciado.
(7) O aquecimento é feito para expulsar os vapores de H2S, impedindo que o sulfeto se oxide a sulfato,
lentamente, em repouso.
(8) O precipitado do 2º grupo, cosntutuído dos sulfetos, poderá oxidar-se parcialmente aos respectivos
sulfatos, que por serem solúveis, se perdem no líquido de lavagem. A adição de H 2S aos líquido de
lavagem impede a oxidação dos sulfetos. Além disso, adiciona-se cloreto de amônio ao líquido de
lavagem para manter o precipitado na forma coagulada, evitando a peptização e a consequente
dispersão coloidal que dificulta a separação do precipitado por filtração ou centrifugaão.
(9) A separação dos sulfetosdo sub-grupo II-A em relação aos sulfetos do II-B deve-se à insolubilidade dos
primeiros e a solubilidade dos segundos em bases fortes (como KOH)
Os seis sulfetos metálicos do sub-grupo II-B possíveis de se formarem (As2S3, As2S5, Sb2S3, Sb2S5,
SnS e SnS2) têm sua solubilidade aumentada de acordo com suas características ácidas. O As2S5, por ser o
mais ácido é o mais solúvel em KOH, ao passo que o SnS é o menos solúvel. Por essa razão, antes da
precipitação dos sulfetos, é conveniente oxidar o Sn2+ a Sn4+ com HNO3, conforme o processo 3.
(1) a lavagem com água é feita visando diminuir a alcalinidade provocada pelo KOH.
(2) A adição de HNO3 provoca a solubilização dos sulfetos de Pb, Bi, Cu e Cd.
Obs.: a solubilização em ácido forte não oxidante (HCl, por exemplo) não se dá devido ao baixo valor de Kps
desses sulfetos, criando dificuldade para a formação de H2S segundo a reação:
(3) O resíduo preto insolúvel não é devido exclusivamente ao HgS, podendo provir de outros sulfetos, tais
como o de cobre, que se incorpora às pequenas quantidades de enxofre elementar formado na reação
com HNO3. Às vezes, forma-se um resíduo branco contendo Hg, em presença de HNO3 concentrado ou
por aquecimento muito prolongado. O produto resultante tem fórmula 2HgS.Hg(NO3)2. Em qualquer
circunstância, o teste para mercúrio deve ser complementado.
(4) O HNO3 não é oxidante satisfatório para dissolver HgS. Recomenda-se o emprego de água régia (3HCl +
1HNO3), que alia as propriedades oxidantes do íon nitrato e complexantes do íon cloreto sobre o mercúrio
II.
(7) O precipitado verde de cobre com alfa-benzoinoxima não é muito nítido para baixas concentrações de
Cu2+. Nesse caso, convém centrifugar e observar o precipitado verde separado no fundo do tubo.
(8) Em presença de KCN o íon complexo tetramincobre (II) converte-se na espécie Cu(CN)32- muito estável
que não produz CuS nem CuS2 em presença de sulfeto. No que diz respeito ao tetramincádmio, o mesmo
é convertido para Cd(CN)42-, muito menos estável do que o correspondente cianeto de cobre. Dessa
maneira, o tetramincádmio, ao sofrer dissociação, fornece quantidade suficiente de cádmio à solução de
modo a precipitar sulfeto de cádmio (amarelo) em presença de sulfeto. É possível, então, afirmar que o
KCN impede a interferência do íons cúprico.
(9) O hidóxinitrato de chumbo é anfótero e dissolve-se em KOH. Formando plumbito. O nitrato de bismutila
não se dissolve em KOH, convertendo-se em hidróxido de bismutila.
(10) O teste é melhor observado em acidez não muito elevada, por isso o BiOOH deve ser dissolvido na
menor quantidade de HCl possível. A chinchomina é uma substância básica que forma sais com ácidos.
I- + H+ + B BHI (B = chinchonina)
BHI + BiI3 Bi(BH)I4 (ppt laranja)
(1) Quando a solução básica, formada pelos tios e oxi-ânions de As, Sb, e Sn for acidificada com HCl diluído,
poderão formar-se os ácidos correspondentes que, reagindo entre si, formam os sulfetos pouco solúveis.
A não formação de precipitado neste momento significa a ausência do grupo II-B.
Para que o Sb seja identificado pela Rodamina B, o mesmo deve ser previamente oxidado a Sb 5+ por meio de
NaNO2:
O excesso de nitrito não deve ser demasiado para evitar que o teste seja positivo independentemente da
presença de antimônio.
(4) O magnésio é usado para reduzir o Sn4+ a Sn2+. Nas mesmas condições, o Sb3+ reduz-se a Sb metálico.
Os métodos usados para identificação dos radicais de ácidos ou ÂNIONS, não são tão sistemáticos
como os que se tem descrito para os cátions. Os procedimentos que se empregam pode-se dividir em
CLASSE A e CLASSE B.
Classe A
1)Desprendem gases com ácido clorídrico ou sulfúrico diluídos:
carbonato, bicarbonato, sulfito, tiossulfato, sulfeto, nitrito, hipoclorito, cianeto, cianato.
2)Desprendem gases ou vapores ácidos com ácido sulfúrico concentrado: estão incluídos o do 1 o e mais os
seguintes:
fluoreto, cloreto, brometo, iodeto, nitrato, clorato, perclorato, bromato, iodato, borato, ferrocianeto,
ferricianeto, formiato (HCO2 - ) , acetato , oxalato .
Classe B
1)Reações de precipitação:
sulfato, persulfato, fosfato, fosfito, hipofosfito, arseniato, arsenito, silicato .
2)reações de oxidação e redução em solução :
permanganato, dicromato, cromato .
Por conveniência, as reações de certos ácidos orgânicos se agrupam juntos; incluem-se assim:
formiatos, acetatos, oxalatos, tartaratos, citratos, salicilatos, benzoatos e succinatos. É de assinalar que os
acetatos, formiatos, salicilatos, benzoatos e succinatos podem formar um grupo a parte, pois todos eles dão
coloração característica ou precipitam por adição de solução de cloreto férrico a uma solução neutra dos
mesmos.
Todos os carbonatos normais , exceto os dos metais alcalinos e de amônio , são insolúveis em água.
1)Ácido clorídrico diluído ou qualquer ácido mineral diluído , decompõe o carbonato sólido com efervescência
devido ao desprendimento de dióxido de carbono.
Técnica:
Coloca-se uma ponta de espátula de carbonato de sódio, em tubo de ensaio seco, adiciona-se 1mL
de HCl diluído e, imediatamente, coloca-se papel tornassol azul umidecido com água na boca do tubo.
Aquecer e observar a troca de coloração do papel.
Reação : .........................................................................................
2)Solução de cloreto de bário ou cloreto de cálcio a 1% com soluções de carbonatos neutros forma-se um
ppt. branco de carbonato de bário.
Reação : .........................................................................................
3)Solução de nitrato de prata a 0,5% com soluções de carbonatos neutros, produz um ppt. branco de
carbonato de prata, solúvel em hidróxido de amônio e ácido nítrico.
Reação : .........................................................................................
Colocar este resíduo no frasco para
resíduos de prata
1)A uma solução fria de bicarbonato agrega-se uma solução de sulfato de magnésio a 1%. Forma-se ppt. a
frio visto que o bicarbonato de magnésio é insolúvel em água fria. Fervendo-se a solução, produz-se a
solubilização do ppt. branco de carbonato de magnésio.
Reação : .........................................................................................
2)Fervendo-se uma solução de bicarbonato, desprende-se dióxido de carbono que se pode identificar com
papel tornassol azul umidecido .
3)Agregando-se uma solução de cloreto mercúrico a uma solução de bicarbonato , não se forma precipitado.
Os carbonatos a frio produzem um ppt. pardo avermelhado de carbonato básico. (Só teórico, não realizar na
prática).
4)Aquecendo-se um pouco de bicarbonato de sódio sólido em um tubo de ensaio seco, desprende-se dióxido
de carbono. O resíduo desprende CO2 por tratamento com ácido mineral diluído .
Reação : .........................................................................................
Os sulfitos dos metais alcalinos e de amônio são os únicos solúveis em água; os sulfitos dos outros
metais são escassamente solúveis ou insolúveis.
1)Ácido clorídrico ou sulfúrico diluídos. Os sulfitos se decompõem mais facilmente aquecendo diretamente
com ácidos diluídos; desprende-se dióxido de enxofre, que se pode reconhecer:
a)por seu odor sufocante de enxofre queimado;
b)pela cor verde que adquire a solução de dicromato de potássio a 1%.
Adicionar ponta de espátula de sulfito de sódio, em tubo de ensaio seco, e colocar 1mL de ácido
clorídrico concentrado. Observar o odor, conforme técnica adequada. Adicionar 5 gotas de dicromato de
potássio diluído à efervescência e verificar a coloração verde devido a redução do cromo
2)Solução de cloreto de bário a 1% forma-se um ppt. branco de sulfito de bário, solúvel em HCl diluído .
Reação : .........................................................................................
3)Solução de permanganato de potássio a 0,5% acidificada com ácido sulfúrico diluído, descora-se devido a
formação de soluções de sulfato de potássio e de sulfato manganoso. Colocar 2 gotas de KMnO 4 com 10
gotas de água e 3 gotas de ácido sulfúrico diluído. Acrescentar ponta de espátula de sulfito e observar o
descoramento da solução.
4)Solução de acetato de chumbo a 1% produz um ppt. de sulfito de chumbo. Misturar 1mL da solução de
acetato de chumbo com 1mL da solução do sulfito.
Reação : .........................................................................................
Descartar este reíduo no frasco para
metais pesados.
Os sulfetos ácidos e neutros e os polissulfetos dos metais alcalinos são solúveis em água; suas
soluções aquosas são alcalinas porque estão hidrolisados. Os demais são insolúveis.
1)Ácidos clorídrico ou sulfúrico diluídos, desprende H2S, que se pode reconhecer por seu odor característico
e pelo enegrecimento do papel de acetato de chumbo. Colocar 1mL de sulfeto de sódio com 1mL de ácido
sulfúrico concentrado. Aquecer se necessário. Adicionar à boca do tubo um pequeno pedaço de papel filtro
umidecido com acetato de chumbo. Observar.
Reação : .........................................................................................
2)Solução de nitrato de prata a 0,5% produz um ppt. negro de sulfeto de prata, insolúvel em HNO 3 diluído a
frio; solúvel a quente. Adicionar 1mL e sulfeto de sódio com 1mL de nitrato de prata 0,5%.
Técnica :
Mistura-se em uma placa de toque 1 gota da solução em análise, 1 gota e NaOH 10% e 1 cristal de
nitroprussiato de sódio; aparecerá uma cor violeta.
O nitrito de prata é escassamente solúvel em água. Todos os demais nitritos são solúveis na água.
1)Ácido clorídrico diluído. A adição cuidadosa de ácido a um nitrito sólido a frio produz uma solução azul
pálida fugaz (devido a presença de ácido nitroso livre e o desprendimento de vapores pardos de dióxido de
nitrogênio que é produzido, em sua maior parte, pela combinação do óxido nítrico com o oxigênio do ar) .
(Não será realizada experimentalmente).
2)Solução de sulfato ferroso. Agregando-se cuidadosamente 1mL da solução de nitrito com 1mL de solução
concentrada de sulfato ferroso acidificada com ácido acético diluído, forma-se na interface , um anel pardo.
Se a adição não se efetua com cautela, resulta uma coloração parda.
3)Adicionando 1mL da solução de iodeto de potássio 2% a 1mL de solução de nitrito, seguido por uma
acidificada com ácido acético diluído, produz-se a liberação de iodo, que se pode identificar pela cor azul que
dá com adição de gotas de solução de amido.
1)Ácido clorídrico diluído. No princípio a solução toma uma coloração amarela , produz-se uma efervescência
e se desprende cloro. Pode-se identificar o gás:
a)por sua cor amarela esverdeada e seu odor irritante;
b)pelo papel de tornassol que se descora;
c)por sua ação sobre o papel de iodeto de potássio - amido que fica com cor azul escuro.
Adicionar 1mL de hipoclorito de sódio com 1mL de ácido clorídrico concentrado em tubo de ensaio.
Imediatamente, colocar na saído do tubo um papel tornassol azul umidecido com água e observar a
coloração. Após, adicionar ao tubo10 gotas de KI diluído e 1 gota de solução de amido.
3)Solução de acetato ou nitrato de chumbo a 1% por aquecimento produz o dióxido de chumbo pardo.
Colocar 1mL de nitrato de chumbo com 1mL da solução de sulfito e quecer levemente. Observar a cor
produzida.
Reação : .........................................................................................
Descartar este reíduo no frasco para
metais pesados.
4)Solução de nitrato de cobalto a 1%: agrega-se algumas gotas do reativo à solução de hipoclorito ; obtém-se
um ppt. negro de óxido de cobalto.
Os fluoretos de sódio, potássio, prata, alumínio e níquel são facilmente solúveis em água e os dos
metais alcalinos-terrosos são insolúveis em água.
1) Adicionar ponta de espátula do fluoreto em tubo de ensaio seco e adicionar 1mL de ácido sulfúrico
concentrado. Aquecendo-se o fluoreto sólido desprende-se um gás incolor corrosivo, de ácido fluorídrico; o
gás produz névoa no ar úmido e o tubo de ensaio fica com uma aparência gordurosa como resultado da ação
corrosiva do vapor sobre a sílica do vidro, o que libera o tetrafluoreto de silício, SiF 4, gasoso. Mantendo um
bastão de vidro úmido no vapor, deposita-se ácido silícico gelatinoso sobre o bastão, H4SiO4 .
Reação : .........................................................................................
2)Solução de nitrato de prata, não se obtém ppt., porque o fluoreto de prata é solúvel em água.
(Não necessita testar experimentalmente.)
3)Solução de cloreto de cálcio a 1% , forma-se um ppt. branco muito fino, de fluoreto de cálcio.
Reação : .........................................................................................
Reação : .........................................................................................
2)Solução de nitrato de prata a 0,5% obtém-se um ppt. branco, caseoso, de cloreto de prata , solúvel em
hidróxido de amônio.
Reação : .........................................................................................
Reações: .........................................................................................
..........................................................................................
2)Solução de nitrato de prata a 0,5% produz um ppt. amarelo pálido, caseoso, de brometo de prata. Colocar
1mL de nitrato de prata 0,5% com 1mL de brometo de potássio.
Reação : .........................................................................................
Colocar este resíduo no frasco para resíduos de prata
4)Solução de acetato de chumbo a 1% produz um ppt. branco cristalino de brometo de chumbo, solúvel em
água fervente.
Reação : .........................................................................................
2)Solução de nitrato de prata a 0,5% forma-se um ppt. amarelo, caseoso, de iodeto de prata. Colocar 1mL de
solução de iodeto com 1mL de AgNO3 0,5%.
Reação : .........................................................................................
Colocar este resíduo no frasco para
resíduos de prata
Reação : .........................................................................................
Descartar este reíduo no frasco para
metais pesados.
4)Colocar ponta de espátula de KI em tubo seco e adicionar gotas de hipoclorito. Libera-se iodo que cora de
amarelo alaranjado a solução; adicionar 2mL de CHCl3 e agitar, dissolve-se o iodo formando uma solução
violeta (rósea se tiver pouco iodo) abaixo da camada aquosa.
Reação : .........................................................................................
5)Solução de nitrito de sódio a 0,5% libera iodo quando se agrega este reativo a uma solução de iodeto
acidificada com ácido acético ou sulfúrico diluídos (diferença com o brometo e cloreto).
Adicionar 1mL de KI 0,2M com 1mL de NaNO 2 0,5% e 2 gotas de ácido sulfúrico concentrado. O iodo pode-
se reconhecer pela cor violeta em clorofórmio de carbono.
Reação : .........................................................................................
2)Solução de sulfato ferroso e ácido sulfúrico concentrado. Esta reação se pode efetuar de duas maneiras:
a)Coloca-se um cristal de sulfato ferroso do tamanho da cabeça de um alfinete sobre uma placa de toque.
Agrega-se 1 gota de solução em análise e espera-se dissolver o cristal colocado anteriormente. Colocar 1
gota de ácido sulfúrico concentrado de modo que esteja em contato com a anterior. Forma-se um anel pardo
ao redor do sulfato ferroso. O anel pardo é devido a formação do composto Fe(NO)SO 4 . Agitando e
aquecendo a mistura, desaparece a cor parda ; desprende-se óxido nítrico e fica uma solução de sulfato
férrico. Nesta reação interferem os brometos e iodetos.
1)Ácido sulfúrico concentrado. Todos os cloratos se decompõem com formação de gás amarelo esverdeado
de dióxido de cloro, ClO2 , que se dissolve em ácido sulfúrico, dando uma solução amarelo alaranjada. Para
efetuar esta reação trata-se a frio um ou dois pequenos cristais de clorato de potássio (não devem pesar
mais que 100mg) com ácido sulfúrico concentrado ; pode-se observar, agitando a solução , o dióxido de
cloro amarelo EXPLOSIVO. Não se deve aquecer o tubo de ensaio e a boca do mesmo deve estar voltada
para um local onde não há ninguém .
Reação : .........................................................................................
2)Solução de nitrito de sódio . Aquecendo este reativo com a solução de clorato, este último se reduz a
cloreto, que se reconhece agregando solução de nitrato de prata depois de acidificar com ácido nítrico
diluído.
Colocar 1mL de clorato de potássio com 1mL de nitrito de sódio. Adicionar 1mL de ácido nítrico
diluído e 1mL de nitrato de prata. Se houver ppt. branco indica que houve redução do clorato.
Reação : .........................................................................................
3)Solução de sulfato ferroso reduz a cloreto fervendo em presença de ácido inorgânico diluído (diferença com
o perclorato).
Colocar 1mL de clorato de potássio com 1mL de sulfato ferroso. Adicionar 1mL de ácido nítrico
diluído e aquecer até próximo à fervura. Após, adicionar 1mL de nitrato de prata. Se houver ppt. branco indica
que houve redução do clorato.
Reação : .........................................................................................
A maioria dos bromatos são solúveis na água, exceto os bromatos de prata, bário e chumbo que
são pouco solúveis.
2)Solução de nitrato de prata a 0,5% com soluções concentradas de bromato, produz um ppt. branco ,
cristalino, de bromato de prata. Colocar 1mL solução do bromato com 1mL de nitrato de prata 0,5%.
Reação : .........................................................................................
Colocar este resíduo no frasco para
resíduos de prata
3)Ação do calor. Aquecendo bromato de potássio desprende oxigênio e permanece brometo. Os bromatos de
cobalto , zinco e outro metais desprendem oxigênio, bromo e deixam um óxido.
Colocar ponta de espátula de bromato em tubo de ensaio seco e aquecer durante alguns minutos. Esperar
resfriar e adicionar 1mL de nitrato de prata 0,5%. Se houver ppt branco indica que houve redução à brometo.
5)Reação com sulfato manganoso. Tratando-se uma solução de bromato com uma pequena quantidade de
uma mistura (1 + 1) de solução saturada de sulfato manganoso e ácido sulfúrico 2N, produz-se uma
coloração vermelha. Concentrando a solução, separa-se dióxido de manganês hidratado, pardo (diferença
com cloratos e iodatos , que não dão coloração nem ppt).
Os iodatos dos metais alcalinos são solúveis em água ; os demais, são escassamente solúveis.
1)Solução de nitrato de prata a 0,5% produz-se um ppt. branco, caseoso, de iodeto de prata, solúvel em
hidróxido de amônio.
3)Solução de cloreto de bário produz um ppt. branco de iodeto de bário (diferença com o clorato).
Reação : .........................................................................................
4)Solução de cloreto mercúrico a 1% obtém-se um ppt. branco de iodeto mercúrico ( diferença com clorato e
bromato ).
Reação : .........................................................................................
Filtrar o resíduo de mercúrio.
6)Ação do calor. Os iodatos alcalinos sólidos se decompõem em oxigênio e iodeto . A maioria dos iodatos
dos metais bivalentes produzem iodo e oxigênio e deixam um resíduo de óxido .
Reação : .........................................................................................
Trata-se uma tira de papel de amido sucessivamente com 1 gota de solução de tiocianato de
potássio a 5% e 1 gota de solução ácida em análise. Obtém-se uma mancha azul.
Os ferrocianeto dos metais alcalinos e alcalinos-terrosos são solúveis em água; os demais metais
são insolúveis.
1)Solução de nitrato de prata, forma-se um ppt. branco (amarelo às vezes) de ferrocianeto de prata, insolúvel
em solução de hidróxido de amônio ( diferença com o ferricianeto ) .
Reação : .........................................................................................
Colocar este resíduo no frasco para
resíduos de prata
3)Solução de cloreto férrico a 1% com soluções neutras e ácidas obtém-se um ppt. de azul da Prússia de
ferrocianeto férrico .
Reação : .........................................................................................
4)Solução de sulfato ferroso a 1% produz um ppt. branco de ferrocianeto ferroso que rapidamente se torna
azul, devido à oxidação.
Reação : .........................................................................................
Bibliografia:
- VOGEL, A. I., Química analítica qualitativa. 5. ed, São Paulo: Editora Mestre Jou, 1981
- MORITA, T.; Assumpção, R. M. V. Manual de soluções, reagentes & solventes. 2. ed, são
paulo: Edgard Blücher LTDA.,1972.
- BERAN, J.A., “Laboratory Manual For Principles of General Chemistry”, 5a ed., John Wiley
& Sons, New York, 1994.
- ROBERTS, JR, J.L., Hollemberg, J.L. and Postma, J.M. “General Chemistry in the
Laboratory”, 3a Ed. W.H. Freeman and Conpany, New York, 1991.
- SILVA, R.R., Bocchi, N. and Rocha Filho, R.C., “Introdução à Química Experimental”,
Mcgraw-Hill, São Paulo, 1990.
- COSTA, M.H. & Honda, N.K., “Apostila de Química Geral – Atividades de Laboratório”,
Depto Química / UFMS, 2000.