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Analítica Quantitativa Experimental

DETERMINAÇÃO DE FERRO (II) EM AMOSTRA POR


TÉCNINCADE PERMANGANOMETRIA
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1. INTRODUÇÃO

As titulações de oxidação e redução são métodos de análise em que as reações


envolvidas são de transferência de elétrons entre as substâncias,
consequentemente, as reações de oxidação e redução podem ser desdobradas em
duas semi-reações: uma envolvendo a “doação de elétrons” e outra envolvendo a
“fixação” destes elétrons.
As espécies capazes de doar elétrons são agentes redutores e aquelas
capazes de receber elétrons são agentes oxidantes. Quando um agente redutor age
como tal, ou seja, doa elétrons a uma espécie, ele reduz esta última e ele próprio é
oxidado. Da mesma forma, quando um agente oxidante atua como tal, isto é, fixa
elétrons oriundos de um agente redutor, este último é oxidado e ele próprio sofre
redução. Em uma reação de oxidação e redução, a relação do número de mols do
agente redutor para o número de mols do agente oxidante é tal que o número de
elétrons doados pela primeira espécie iguala-se exatamente aquele número de
elétrons fixados pela segunda. Para a oxidação de Fe2+ pelo MnO4- , as semi-
reações são:
 + 5  + 8 →  + 4  
5   → 5   + 5  
Na primeira semi-reação, a carga líquida do lado esquerdo é (-1-5+8) = 2, que é
a mesma da direita. Note também que a semi-reação Fe2+ / Fe3+ foi multiplicada por
5, de tal modo que o número de elétrons ganhos pelo MnO4- é igual ao número de
elétrons perdidos pelo Fe2+ . A equação balanceada fica assim:
 + 5   + 8 →  + 5   + 4  
O poder de oxidação de uma espécie está ligado à sua capacidade de receber
elétrons de uma outra fonte (espécie química ou uma fonte eletromotriz), diminuindo
seu número de oxidação. As reações de oxidação e redução que interessam à
Química Analítica são, em maior parte, reações reversíveis.
Em algumas titulações de oxidação e redução, o ponto final da titulação pode
ser determinado pela alteração das colorações das substâncias envolvidas na
reação. Em outros casos, isto não é possível, sendo necessário o uso de
indicadores próprios, que são também sistemas de oxidação e redução.
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Um dos métodos utilizados em titulações de oxidação e redução é a


permanganometria que utiliza soluções de permanganato, que é um forte agente
oxidante, para titular soluções de algumas substâncias redutoras. A mais importante
técnica permanganométrica baseia-se na redução do permanganato a Mn2+, em
meio ácido.
O permanganato de potássio (KMnO4) não é um reagente-padrão primário e
as suas soluções são relativamente instáveis. Para ser utilizado como padrão, o
permanganato deve ser padronizado com o reagente-padrão primário oxalato de
sódio (Na2C2O4) e essa padronização repetida periodicamente. A solução de
permanganato de potássio possui coloração violeta intensa. Na maioria das
titulações, o ponto final pode ser assinalado pela coloração do íon permanganato,
não sendo necessário o uso de indicadores.

2. OBJETIVOS

• Padronizar uma solução de KMnO4 por titulação com Na2C2O4 em


meio ácido;
• Determinar a quantidade de íons Fe2+ em uma amostra, utilizando a
técnica de permanganometria dentro da titulação de oxi-redução.

3. PARTE EXPERIMENTAL

3.1. Materiais

Bureta de 50 mL;
Agitador magnético com sistema de aquecimento;
Barras magnéticas (peixinhos);
Suporte universal com garra;
Erlenmeyer;
Pipeta volumétrica de 25 mL;
Pêra de borracha;
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Béqueres.

3.2. Reagentes

Permanganato de potássio (KMnO4)


Oxalato de sódio (Na2C2O4)
Sulfato ferro (II) (FeSO4)
Ácido sulfúrico (H2SO4)

3.3. Procedimento

• Calculamos a massa de Na2C2O4;


• A partir da massa de Na2C2O4 diluímos para um balão volumétrico de125mL;
• Da solução de Na2C2O4 tiramos uma alíquota de 25 mL, e colocamos em um
erlenmeyer;
• Adicionamos 15 mL de H2SO4 0,5 M junto a alíquota de 25 mL;
• Na bureta, já escorvada com água e depois com a solução de permanganato;
• Completamos a bureta com a solução de KMnO4, acertamos o menisco,
secamos a ponta da bureta e iniciamos a titulação;
• O erlenmeyer foi colocado sobre uma chapa de aquecimento com agitação
magnética;
• Na segunda parte titulamos o FeSO4 com KMnO4, sem aquecimento e sem
agitação magnética, em meio acidificado com H2SO4 0,5 M.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A padronização da solução de KMnO4 foi feita pela titulação de Na2C2O4 em


meio ácido:
5   + 16 + 2  → 2  + 10  + 8  
4

O ponto de viragem se torna visível devido a solução de KMnO4 possuir um


coloração violeta bem intensa.
Sabendo que a solução de KMnO4 já preparada possuía concentração de
aproximadamente 0,01 mol/L, realizamos o cálculo para o preparo da solução de
Na2C2O4 para ser utilizada na titulação. Pela regra da volumetria temos que:
 = 
!"#$ %"&$
=
2 5
∗( )
=
2 5∗
0,01 )+,-. ∗ 45 ∗ 10 - )
=
2 5 ∗ 134 0)+, .
) = 0,1507 0
Essa massa de Na2C2O4 de 0,1507 g é para um volume de 25 mL, então
decidimos preparar 125 mL de solução, desta maneira pesamos 0,7537 g, segundo
é recomendado pelas regras analítica. Foi pesado uma massa de 0,7432 g; então
temos a massa de 0,1486 g para cada 25 mL da solução.
Já com a solução preparadas realizamos a titulação em duplicata devido a
quantidade de reagente disponível, mas o correto seria realizarmos em triplicata. A
titulação foi realizada após a alíquota ser acidificada com H2SO4 e depois aquecida
até 80ºC, assim obtivemos para a titulação obtivemos os seguintes volumes gasto
de KMnO4:
( = 239,63 )-; 39,72 )-5
Então o volume médio gasto de KMnO4 para titulação é de 39,67 mL. Logo
podemos calcular a concentração real da solução:
!"#$ ∗ 39,67 ∗ 10 - 0,1486 0
=
2 5 ∗ 134 0)+, .
!"#$ = 0,0112 )+,-.
Com a solução de KMnO4 padronizada, a utilizaremos para a realização da
titulação para a determinação da quantidade de ferro (II) numa amostra.
A amostra foi tratada com 15 mL da solução de H2SO4 0,5M, para que ficasse
acido o suficiente para favorecer a reação de oxi-redução da próxima titulação.
Assim temos a reação:
 + 5   + 8 →  + 5   + 4  
5

Para esta reação também não é preciso o uso de indicador, pois, o ponto de
viragem se torna visível devido a solução de KMnO4 possuir um coloração violeta
bem intensa. As titulações foram feitas em temperatura ambiente, devido o fato de a
reação ocorrer muito bem em condições mais leves. Assim obtivemos os seguintes
volumes gastos de KMnO4:
( = 28,34 )-; 8,37 )-5
Logo o valor médio gasto de KMnO4 é de 8,35 mL. Então podemos calcular a
quantidade de Fe2+ presente na amostra.
 = 
6 &7
!"#$ =
5
Logo:
)6
0,0112 )+,-. ∗ 39,67 ∗ 10 - =
5 ∗ 56 0)+, .
Então:
)6 = 0,0262 0 ) 25 )-
0,0262 0 → 25 )-
8 :
9 0 → 100 )-
9 = 0,1048 0
Então temos 10,48% de Fe2+ na amostra.

5. CONCLUSÃO

Nesta prática podemos concluir que o próprio titulante serve como indicador, a
partir do oxalato podemos padronizar o solução de permanganato e em seguida
determinamos Fe2+ por permanganometria. Por fim obtivemos um resultado bastante
significativo de 10,48% de Fe2+ na amostra, embora se deva considerar que o
resultado se encontra dentro de uma margem de erro, pois as titulações foram feitas
em duplicatas.
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6. BIBLIOGRAFIA

BACCAN, N.; ANDRADE, J. C. de; GODINHO, O. E. S.; BARONE, J. S. Química


Analítica Elementar. 3ª. Edição. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 2001.

MENDHAM, J. ; DENNEY, R. C. ; BARNES, J. D.; THOMAS, M. J. K. VOGEL.


Análise Química Quantitativa. 6ª. Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2002.

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