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(Prof.Doutor FEA/USP )
I - INTRODUÇÃO
Neste texto iremos analisar as diferenças básicas entre o que seja Planejamento Educacional
e Planejamento do Ensino.
Embora possam parecer sinônimos iremos verificar que há uma enorme diferença entre os
dois termos que poderíamos definir como sendo uma questão de hierarquia de planejamento.
II - PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
A educação é hoje em dia concebida como fator de mudança, renovação e progresso. Por tais
circunstâncias o planejamento se impõe, neste setor, como recurso de organização. É o fundamento
de toda ação educacional.
Como toda inovação ou mudança vai encontrar resistências o planejamento é a forma de
gerenciar essas mudanças para que sua implantação se realize com o mínimo de resistências.
A educação, por ser considerada um investimento indispensável à globalidade
desenvolvimentista, passou, nos últimos decênios de nosso século a merecer maior atenção das
autoridades, legisladores e educadores, pelo menos no mundo desenvolvido.
Amparados em legislação pertinente, foram desencadeados processos de aceleração,
principalmente no que diz respeito à expansão e melhoria da rede escolar e preparação de recursos
humanos.
O planejamento educacional põe em relevo esta área, integrando-a, ao mesmo tempo, no
progresso global do país.
Nessa ampla perspectiva constatamos que planejamento educacional é:
· “processo contínuo que se preocupa com o “para onde ir” e “quais as maneiras adequadas para
chegar lá”, tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento
da educação atenda tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade, quanto as do
indivíduo”.[1]
· processo de abordagem racional e científica dos problemas da educação, incluindo definição de
prioridades e levando em conta a relação entre os diversos níveis do contexto educacional.
II.1. - Objetivos do Planejamento Educacional
São objetivos do planejamento educacional, segundo Joanna Coaracy:
“relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o desenvolvimento econômico, social,
político e cultural do país, em geral, e de cada comunidade, em particular;
· “estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos fatores que influem
diretamente sobre a eficiência do sistema educacional (estrutura, administração, financiamento,
pessoal, conteúdo, procedimentos e instrumentos);
· alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos meios mais adequados
para atingi-los;
· conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema”.[2]
É condição primordial do processo de planejamento integral da educação que, em nenhum
caso, interesses pessoais ou de grupos possam desviá-lo de seus fins essenciais que vão contribuir
para a dignificação do homem e para o desenvolvimento cultural, social e econômico do país.
III.2. - Requisitos
O planejamento curricular deve refletir os melhores meios de cultivar o desenvolvimento da
ação escolar, envolvendo, sempre, todos os elementos participantes do processo .
Seus elaboradores devem estar alertas paras novas descobertas e para os novos meios postos
ao alcance das escolas. Estes devem ser minuciosamente analisados para verificar sua real validade
naquele âmbito escolar. Posto isso, fica evidente a necessidade dos organizadores explorarem,
aceitarem, adaptarem, enriquecerem ou mesmo rejeitarem tais inovações. O planejamento curricular
é de complexa elaboração. Requer um contínuo estudo e uma constante investigação da realidade
imediata e dos avanços técnicos, principalmente na área educacional. Constitui, por suas
características, base vital do trabalho. A dinamização e integração da escola como uma célula viva da
sociedade, que palmilha determinados caminhos conforme a linha filosófica adotada, é o pressuposto
inerente a sua estruturação.
O planejamento curricular constitui, portanto, uma tarefa continua a nível de escola, em função
das crescentes exigências de nosso tempo e dos processos que tentam acelerar a aprendizagem.
Será sempre um desafio a todos aqueles envolvidos no processo educacional, para busca dos meios
mais adequados à obtenção de maiores resultados.
IV - O PLANEJAMENTO DE ENSINO
Alicerçado nas linhas-mestras de ação da escola, isto é, no planejamento curricular, surge, em
nível mais específico, o planejamento de ensino. Este é a tradução, em termos mais próximos e
concretos, da ação que ficou configurada a nível de escola. Indica a atividade direcional, metódica e
sistematizada que será empreendida pelo professor junto a seus alunos, em busca de propósitos
definidos.
O professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve participar, elaborar e
organizar planos em diferentes níveis de complexidade para atender, em classe, seus alunos. Pelo
envolvimento no processo ensino-aprendizagem, ele deve estimular a participação do aluno, a fim de
que este possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa quanto o permitam suas
possibilidades e necessidades.
O planejamento, neste, caso, envolve a previsão de resultados desejáveis, assim como
também os meios necessários para alcançá-los.
A responsabilidade do mestre é imensa. Grande parte da eficácia de seu ensino depende da
organicidade, coerência e flexibilidade de seu planejamento.
Às vezes, o plano é elaborado somente por um professor; outras vezes, no entanto, vários
professores compartilham a responsabilidade de sua elaboração. Neste último caso temos o
planejamento de ensino cooperativo. Este, por sua natureza, resulta de uma atividade de grupo, isto
é, os professores (às vezes, auxiliados por especialistas) congregam esforços para juntos
estabelecerem linhas comuns de ação, com vistas a resultados semelhantes e bastante válidos para
a clientela atendida.
Planejando, executando e avaliando juntos, esses professores desenvolvem habilidades
necessárias à vida em comum com os colegas. Isso proporciona, entre outros aspectos, crescimento
profissional, ajustamento às mudanças, exercício da autodisciplina, responsabilidade e união a nível
de decisões conjuntas.
Inúmeras são as conceituações sobre planejamento de ensino encontradas nos diferentes
autores consultados. No entanto, consideramos as seguintes:
Planejamento de ensino é:
· “previsão inteligente e bem calculada de todas as etapas do trabalho escolar que envolvem as
atividades docentes e discentes, de modo a tornar o ensino seguro, econômico e eficiente”.[5]
· “previsão das situação específicas do professor com a classe”.[6]
· processo de tomada de decisões bem informadas que visam à racionalização das atividades do
professor e do aluno, na situação ensino-aprendizagem, possibilitando melhores resultados e , em
conseqüência, maior produtividade.