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Revista de Estudos Cabo-Verdianos Nº Edição Especial / Atas I EIRI Dez.

2013

Q"EWTTìEWNQ"G"Q"FGUGPXQNXKOGPVQ"EWTTKEWNCT"PQU"
VGORQU"CEVWCKU"Ï"NðIKECU"G"FGUCHKQU"FQ"RTQEGUUQ"FG"
INQDCNK¥C ËQ1

Dctvqnqogw"Nqrgu"Xctgnc
Wpkxgtukfcfg"fg"Ecdq"Xgtfg
dctvqnqogw0xctgncBcfo0wpkex0gfw0ex

Resumo
C"vgpf‒pekc"rctc"c"wpkhqtok|c›«q"ewttkewnct"g"c"korquk›«q"fg"rcft gu."pq"eqpvgzvq"
da globalização hegemónica da educação, bem patente nas directivas e prescrições
curriculares que enformam, cada vez mais, as políticas educacionais, constitui um
ugxgtq"fgucÞq" u"kpuvkvwk› gu"gfwecvkxcu."cq"r»t"ugtkcogpvg"go"ecwuc"q"ugw"rtqr„ukvq"
de promover, pela educação, a identidade, a diversidade cultural, a emancipação
e o empoderamento das pessoas. Porém, o desenvolvimento curricular, enquanto
processo dinâmico e interactivo, não envolve apenas a dimensão instituída, ou seja,
a prescrição do currículo a nível macro, havendo, a nível das escolas e ou dos cursos,
wo"gurc›q"fg"tgàgz«q."tgetkc›«q"g"kpqxc›«q"pq"¤odkvq"fc"tgcnk|c›«q"fq"ewtt ewnq0"
Por outro lado, é possível contrariar o hegemonismo curricular através de políticas
g"rt zku"fg"inqdcnk|c›«q"uqnkf tkc"fc"gfwec›«q."cvgpfgpfq."cuuko." u"gurgekÞekfcfgu"
institucionais, nacionais e locais.

Rcncxtcu/ejcxg<"educação, currículo, globalização.

Abstract
The tendency for curriculum standardization and imposition of standards, in the
eqpvgzv"qh"jgigoqpke"inqdcnk|cvkqp"qh"gfwecvkqp."xgt{"qdxkqwu"kp"rqnkekgu"cpf"kp"vjg"
curriculum requirements, increasingly shaped to the educational policies, is a serious
challenge to educational institutions, when seriously test its purpose to promote,
through education, identity and cultural diversity, the emancipation and the
empowerment of people. However, the development of the curriculum as a dynamic
and iterative process not only involves the size established, i.e., the prescription of
vjg"ewttkewnwo"cv"vjg"ocetq"ngxgn."cu"uejqqnu"cpf"eqwtugu"jcxg"c"urgekÞe"ctgc"hqt"
tgàgevkqp."tgetgcvkqp."kppqxcvkqp"cpf"eqpenwukqp"qh"ewttkewnwo0"Qp"vjg"qvjgt"jcpf."
kv" ku" rquukdng" vq" eqpvtcfkev" vjg" ewttkewnct" jgigoqp{" vjtqwij" rqnkvkecn" cpf" rtczku"
of inclusive globalization of the education, attending, therefore, the institutional,
national and local particularities.

Mg{yqtfu< education, curriculum, globalization.

30"Pguvg"xqnwog."gpeqpvtco/ug"cu"fwcu"xgtu gu"fc"pqtoc"qtvqit Þec."ugiwpfq"c"qr›«q"fq"cwvqt"fg"


cada artigo.

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1. A centralidade do Sobretudo a partir do século XX, a


ewtt ewnq"g"cu"hwp› gu"fc" vinculação, cada vez mais estreita, entre
a educação e o progresso económico e
gfwec›«q"gueqnct""""
social fez com que a questão curricular
Se, ao longo dos tempos, os professores ganhasse cada vez maior centralidade
lidaram sempre com o currículo, nas conceptualizações teóricas e nas
mesmo antes de esta palavra ser decisões de política educativa, nem
utilizada na educação, a emergência sempre marcadas por convergências,
do currículo como campo de estudos mas antes por divergências e,
só ocorre no século XX, nos Estados inclusive, por antagonismos. Tais
Wpkfqu" fc" Cofitkec." pq" eqpvgzvq" fc" divergências estão bem patentes nas
“institucionalização da educação teorias e políticas curriculares que
de massas” (Silva, 2000: 17), com o rtqewtco" kpàwgpekct" cu" fgeku gu" g"
contributo decisivo de J. F. Bobbit, práticas educacionais – as de cariz
que publica, em 1918, o livro The tyleriana, tradicional ou tecnocrática,
Curriculum, considerado como o marco alegadamente neutrais, por um lado,
referencial no estabelecimento do campo e as de orientação crítica e pós-crítica,
especializado de estudos curriculares. de orientação emancipatória, por outro
–, propugnando, umas e outras, qual o
Pode dizer-se, no entanto, que, conhecimento que, por ser importante,
de certa forma, todas as teorias válido ou essencial (Silva, 2000), deve
rgfci„ikecu" g" ÞnquqÞcu" gfwecekqpcku." ugt"gpukpcfq."crtgpfkfq."gzrgtkgpekcfq"
mesmo antes da institucionalização e avaliado, à luz do entendimento
dos estudos curriculares como campo sobre que aluno(a)s se quer formar e,
gurgekcnk|cfq." p«q" fgkzctco" fg" em última instância, sobre o tipo de
teorizar ou fazer “especulações sobre o sociedade que se pretende construir.
currículo” (Silva, 2000: 17-18), embora
não chegassem a ser, estritamente, É assim que, saindo “de um obscuro
teorias sobre o currículo, que viriam domínio da política doméstica”, a
a desenvolver-se posteriormente, educação “tem vindo a tornar-se
constituindo actualmente um campo progressivamente um tema central
vasto e especializado de estudos. nos debates políticos, a nível nacional
e internacional” (Teodoro, 2003: 13),
Assume-se, nesta comunicação, que ganhando cada vez mais centralidade
conceptualizar o currículo fi."cpvgu"fg" nos processos de desenvolvimento
ocku."considerar o que se quer que o(a) humano, para que concorrem as
s aluno(a)s seja(m) ou “em que eles ou políticas educacionais e curriculares.
elas se devem tornar” durante e depois
de um percurso formativo (Silva, 2000: Efectivamente, o que está em causa
14), o que implica encará-lo como um é a concepção que se tem da sociedade
projecto, que se realiza no âmbito de um e, correlativamente, da educação e do
processo de formação, necessariamente currículo, razão por que importa fazer-
interactivo, “que implica unidade, se, em seguida, uma breve referência
continuidade e interdependência à problemática da função da educação
entre o que se decide ao nível do plano escolar.
pqtocvkxq." qw" qÞekcn." g" cq" p xgn" fq"
plano real, ou do processo de ensino- Ug."pq"¤odkvq"fc"ÞnquqÞc"fc"gfwec›«q."
aprendizagem“ (Pacheco, 2001: 20). ainda ecoam as polémicas entre os

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partidários da doutrina empirista ou transformadoras, quando a sociedade


culturalista, para os quais é necessário é dinâmica”. Defendemos, no
que “se eduque (…) para a sociedade, entanto, que uma visão política
em função dos valores próprios desta”, e conservadora da sociedade não
os defensores das doutrina naturalista, ukipkÞec." pgeguuctkcogpvg." c" pgic›«q."
swg" rgtÞnjco" q" gpvgpfkogpvq" fg" swg" em absoluto, de mudança social e
se deve educar o indivíduo “para lhe educacional, nem uma visão progressista
permitir desenvolver-se segundo a a rejeição, na esfera educacional, de
sua própria natureza” (Reboul, 2000: algum status quo, incluindo o legado
22), defendemos uma tese ecléctica, cultural de anteriores gerações. Na
entendendo que as duas perspectivas verdade, todos os grupos sociais e
podem convergir, posto que a educação políticos reconhecem a educação
não deve focalizar-se unicamente como um meio indispensável para a
no desenvolvimento da natureza do consecução dos seus propósitos políticos,
indivíduo mas também na preparação que podem incluir perspectivas de
do mesmo para, enquanto ser social, reprodução ou de transformação social.
se realizar no seio (e com os demais
membros) da sociedade. Deste modo, Nessa perspectiva, Althusser (1985)
e ainda que Durkheim coloque mais enfatiza que a sociedade capitalista
ênfase na segunda perspectiva, mantém-se e reproduz-se através dos
convergimos, em larga medida, com mecanismos e instituições que garantam
este autor quando sustenta que “muito a defesa do status quo, sustentando
nqpig" fg" c" gfwec›«q" vgt" rqt" qdlgevkxq" que a escola, através do currículo, é um
¿pkeq"qw"rtkpekrcn"q"kpfkx fwq"qw"qu"ugwu" dos aparelhos ideológicos de Estado
kpvgtguugu." c" gfwec›«q" fi" cpvgu" fg" ocku" e, como tal, um dos instrumentos de
q" ogkq" rgnq" swcn" c" uqekgfcfg" tgpqxc" perpetuação da classe dominante.
rgtrgvwcogpvg" cu" eqpfk› gu" fc" uwc"
rt„rtkc"gzkuv‒pekcÒ* (Durkheim (1984: Por seu turno, ao abordarem a
69). dinâmica da reprodução social,
Bourdieu e Passeron (1970) situam-na
Importa, entretanto, salientar no âmbito do processo de reprodução
que a função social da educação e do ewnvwtcn." swg" ug" xgtkÞec" cvtcxfiu" fqu"
currículo não é encarada de modo mecanismos da dominação simbólica,
rce Þeq." rqnctk|cpfq/ug" cu" fkuewuu gu." que propendem no sentido de fazer com
no âmbito das ciências sociais, em torno que a cultura dominante seja assumida
de duas perspectivas aparentemente como algo natural, como a cultura, e não
dicotómicas, a saber: o papel reprodutor como uma das culturas possíveis, sendo
e o papel transformador, ou seja, e um desses mecanismos a educação.
respectivamente, a contribuição da
educação e do currículo para preservar Enfatizando a função das escolas
o status quo ou, ao invés, para mudar a como instituições de preservação e
sociedade. distribuição cultural e económica,
através das quais os grupos dominantes
Assim, Enguita (2007: 26) sustenta tratam de assegurar o controlo social,
que as escolas e demais instituições Apple (1999: 32) defende, contudo, que
educativas “são ou tendem a ser a função de reprodução não é impeditiva
conservadoras quando a sociedade da possibilidade de uma acção concreta
é estável, estática, e progressistas, no sentido da mudança e da melhoria

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das práticas educativas na perspectiva desenvolvimento na sua ownvk/


da obtenção de “ganhos contínuos e referencialidade, ou seja, como uma
progressivos”. problemática que envolve perspectivas
Þnqu„Þecu." rqn vkecu." kfgqn„ikecu."
Posicionando-se no campo das culturais, económicas e sociais
teorias críticas, que questionam os diferenciadas, com os respectivos
pressupostos e opções enformadores propósitos educacionais, e se traduz
das teorias conservadoras ou num projecto de formação que, por ser
tecnocráticas do currículo, propugnando interactivo, envolve agentes situados
a transformação radical, emancipadora aos diversos níveis e nas diversas
e progressista da escola, Santos (1999: dimensões do processo formativo, como
9) sustenta que a educação deve ug"gzrnkekvct "c"ugiwkt0"
traduzir “um compromisso ético que
liga valores universais aos processos Ora, quando se encara o Currículo
de transformação social”. como um processo interactivo e
dinâmico de concepção e realização,
Ao defender que a escola tem por está-se a falar de Desenvolvimento
função promover o acesso dos alunos Curricular, o qual envolve várias fases,
ao conhecimento poderoso (que não swg." c" ugiwkt." gzrnkekvcoqu." pc" guvgktc"
deve confundir-se com o conhecimento de Pacheco (2001: 69-70), sintetizando
dos “poderosos ou da elite dominante”), abordagens feitas por diversos autores.
Young (2010) releva a natureza do
conhecimento que deve ter centralidade A primeira fase do processo
no currículo escolar: um conhecimento de desenvolvimento curricular,
que, indo além do saber de senso denominada de currículo prescrito
eqowo." swqvkfkcpq" qw" eqpvgzvwcn." *Ikogpq." 3;::+." ewtt ewnq" qÞekcn"
permite aos indivíduos (aprendentes), *Iqqfncf." 3;9;+." ewtt ewnq" hqtocn"
ascender a um nível superior. Trata- (Perrenoud, 1995) ou currículo escrito
ug"fq"eqpjgekogpvq"ekgpv Þeq."swg"rqfg" *Iqqfuqp."4223+."eqttgurqpfg" "cfqr›«q"
e deve ser mobilizado pelos alunos na da proposta formal de currículo pela
perspectiva do seu empoderamento, ou instância decisória central.
seja, para a resolução de problemas e
realização de seus projectos de vida. A segunda fase corresponde à do
ewtt ewnq" crtgugpvcfq" *Ikogpq." 3;::+"
Em suma, o currículo, enquanto às escolas e aos professores, através dos
gzrtguu«q" fq" Ñeqpjgekogpvq" x nkfqÒ" mediadores escolares, como os manuais
que deve ser ensinado e “moldar” g" nkxtqu" fg" vgzvq." pwo" oqogpvq" go"
a formação dos indivíduos, não é que os docentes não lidam ainda
neutro, correspondendo a concepções, fktgevcogpvg"eqo"q"ewtt ewnq"qÞekcn0
saberes, valores e atitudes, social e
culturalmente construídos. A terceira fase é a do currículo
oqnfcfq" *Ikogpq." 3;::+" qw" rgtegdkfq"
*Iqqfncf." 3;9;+" c" p xgn" fcu" gueqncu"
40"Eqpegr›«q"fg" e dos professores, no âmbito dos
fgugpxqnxkogpvq"ewttkewnct" instrumentos de planeamento da escola,
qw" fc" rncpkÞec›«q" fkf evkec." hgkvc." fg"
Go" hceg" fcu" tgàgz gu" rtgegfgpvgu." forma colectiva ou individual, pelos
assume-se aqui o currículo e o seu professores na sua acção quotidiana.

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Iqqfncf"*3;9;<"82+"wvknk|c"c"gzrtguu«q" 70), “os processos e os efeitos que,


de currículo percebido, pois, a esse não estando previstos nos programas
nível, o currículo é uma representação qÞekcku." hc|go" rctvg" fc" gzrgtk‒pekc"
ogpvcn<"Ñq"swg"fi"qÞekcnogpvg"crtqxcfq" escolar”.
para a instrução e a aprendizagem não
é, necessariamente, o que as várias A quinta fase corresponde à do
pessoas e grupos interessados tomam ewtt ewnq" cxcnkcfq" *Ikogpq." 3;::+0"
mentalmente como sendo o currículo”. Trata-se aqui de submeter à avaliação
não apenas os alunos mas também os
A quarta fase corresponde à do vgzvqu"ewttkewnctgu"*rncpqu"ewttkewnctgu."
ewtt ewnq" pwo" eqpvgzvq" eqpetgvq" fq" rtqitcocu." ocpwcku" g" nkxtqu" fg" vgzvq."
ensino e toma, nomeadamente, as circulares e orientações), os professores,
denominações de currículo real (Kelly, a escola, a administração educativa,
1980; Perrenoud, 1995), currículo em etc..
ce›«q" *Ikogpq." 3;::+." ewtt ewnq" cevkxq"
*Iqqfuqp."4223+"g"ewtt ewnq"qrgtcekqpcn" Podemos ainda sintetizar o rtqeguuq"
*Iqqfncf." 3;9;+0" Ugiwpfq" guvg" de desenvolvimento curricular em três
último autor (Kdkf., p. 61), o currículo etapas, a saber: a de “concepção do
operacional é aquele “que acontece hora currículo”, em que é adoptado o currículo
a hora, dia após dia, na escola e na sala qÞekcn." cvtcxfiu" fg" fktgevkxcu." pqtocu."
de aula”, correspondendo também ao planos de estudo, planos curriculares,
ewtt ewnq" rgtegdkfq." xkuvq" swg" Ñgzkuvg" programas, manuais, etc.); a de
nos olhos de quem o observa”. Do “implementação” ou “operacionalização”
eqphtqpvq" gpvtg" q" ewtt ewnq" qÞekcn." do currículo prescrito; a de “avaliação
ou seja, o que está determinado no fq" ewtt ewnqÒ" *Icurct" (" Tqnf«q." 4229<"
papel, nomeadamente nos programas, 76-99).
e o currículo real, que denota o que se
faz na prática (Kely, 1980), resulta o Em suma, o Desenvolvimento
ewtt ewnq"tgcnk|cfq"*Ikogpq."3;::+"qw"q" Curricular, enquanto currículo em
ewtt ewnq"gzrgtkgpekcn"*Iqqfncf."3;9;+." acção, é um processo interactivo que
swg"gzrtguuc"q"tguwnvcfq"fc"kpvgtce›«q" envolve uma dimensão prescritiva ou
que tem lugar no âmbito do processo instituída, com o envolvimento dos
de ensino-aprendizagem, traduzindo, actores situados ao nível macro na
por isso, o currículo vivenciado tanto cfqr›«q" fq" ewtt ewnq" qÞekcn" *rncpqu."
pelos alunos como pelos professores. pqtocvkxqu."fgeku gu."ocpwcku"qÞekcku+."
Na perspectiva de quem o investiga, o e uma dimensão instituinte, que
ewtt ewnq" xkxgpekcfq" qw" gzrgtkgpekcfq" corresponde à actuação dos agentes
pelos alunos e professores vem a ser intervenientes na realização do
q" Ñewtt ewnq" qdugtxcfqÒ." tgàgevkpfq" currículo, na acção pedagógica.
“as opiniões dos seus participantes”
*Ikogpq." Kdkf., p. 70). Quando o
currículo realizado não corresponde 50"C"gfwec›«q"g"q"ewtt ewnq"
cq" rtguetkvq" *ewtt ewnq" qÞekcn+." vgo/ug" pq"eqpvgzvq"fc"inqdcnk|c›«q
o currículo oculto (Torres, 1995), que
Pq" eqpvgzvq" fc" inqdcnk|c›«q." cu"
toma igualmente as denominações
mudanças educacionais preconizadas
de currículo implícito, latente, não
traduzem-se numa viragem
intencional, não ensinado e escondido,
paradigmática, com a introdução
gzrtguucpfq." ugiwpfq" Rcejgeq" *4223<"

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de reformas ou mutações profundas a secundarização do currículo como


tendencialmente orientadas para a ecorq" kpvgngevwcn" fg" fgueqfkÞec›«q"
uniformização das políticas educativas de discursos e de análise crítica
e a sua tradução em currículos das práticas, com a concomitante
uniformes de pronto-a-vestir e tamanho valorização de movimentos orientados
único, a que, há vários anos, se referia por uma lógica mercadológica. O que
Formosinho (1987). ceqpvgeg."rctcfqzcnogpvg."fi"swg"c"n„ikec"
do mercado, orientada para a obtenção
Ao incidirem na esfera educacional, de proveitos económicos imediatos,
os processos de globalização tendem a não é necessariamente a da educação,
kpàwgpekct" g" c" cnvgtct" rtqhwpfcogpvg" que deve preparar para a vida, numa
a natureza, os objectivos e as perspectiva de longo prazo, ainda que
formas de concretização do direito à sem ignorar as necessidades de curto
gfwec›«q."eqpfw|kpfq" "tgfgÞpk›«q"fcu" prazo da economia e da sociedade.
funções dos Estados e à progressiva
desresponsabilização do poder central As pressões no sentido de a
(Morgado, 2007). Tal como assinala universidade, em particular, ser
Spring (2008: 331-332), “a linguagem assumida como uma empresa e o ensino
da globalização rapidamente entrou superior como mercadoria de consumo
nos discursos acerca da escolaridade; individual, provenientes do interior
os discursos educacionais referem-se g" fq" gzvgtkqt" fq" ukuvgoc" fg" gpukpq"
ao capital humano, à aprendizagem superior (Magalhães (2004), constituem
ao longo da vida, para a melhoria das uma séria ameaça à preservação da
competências de empregabilidade, e ao essência da Universidade, com riscos
desenvolvimento económico”. que podem traduzir-se na privação das
próprias empresas de uma entidade
De acordo com a lógica mercadológica capaz de as subsidiar com estudos e
presente na globalização hegemónica tghgt‒pekcu"ekgpv Þecu"rctc"q"ugw"rt„rtkq"
da educação (Santos, 1999), ganham desenvolvimento.
cada vez mais ênfase os discursos sobre
c" gÞe ekc" g" gzegn‒pekc" gfwecvkxcu."
sobre a abordagem por competências 4. Contra a fatalidade do
cuuqekcfcu" cqu" rgtÞu" pgeguu tkqu" " jgigoqpkuoq"ewttkewnct."
inserção competitiva no mundo do woc"rgturgevkxc"eqpvtc/
trabalho e sobre a prestação de contas,
jgigo„pkec"fg"gfwec›«q"
estas últimas obedecendo às políticas de
ceeqwpvcdknkv{, ainda que marcadas por Não obstante as pressões e tendências
“oscilações mais ou menos acentuadas, no sentido da imposição de padrões
a que não são indiferentes os regimes curriculares uniformes à escala global,
políticos, a natureza dos governos e os na lógica imediatista do mercado,
dinamismos emergentes das sociedades o hegemonismo curricular não é
civis e transnacionais” (Afonso, 2010: necessariamente uma fatalidade, como
147). uwuvgpvc" Rkpct" *4228+." rqku" gzkuvgo"
muitas possibilidades de tradução
Ora, com a tendência crescente para fc" fkxgtukfcfg" g" fcu" gurgekÞekfcfgu"
se subordinar a educação e o currículo locais, sobretudo quando se encara o
à lógica do mercado (Pacheco (2010), desenvolvimento curricular como um
torna-se evidente a tendência para processo dinâmico que envolve vários

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actores, a diversos níveis, etapas ou actuação que torna possível a realização


dimensões desse mesmo processo, com dessas políticas numa perspectiva
possibilidades, ainda que diferenciadas, interpretativa e menos determinista
fg"kpàwgpekct"c"qdtc"gfwecvkxc0"" (Pacheco, 2000).

Efectivamente, as instituições Eis a razão pela qual, no âmbito


educativas podem contrariar o do processo curricular, constitui
hegemonismo curricular, em prol uma necessidade inelutável uma
de uma educação libertadora e tgnc›«q" fg" rtqzkokfcfg" g" fg" dwuec" fg"
emancipadora, posto que, entre a eqpxgti‒pekc"gpvtg"qu"eqpvgzvqu"macro
prescrição curricular, mais ou menos (o da administração central), meso (o
uniforme, a nível da macroestrutura nível local ou de escola) e micro (o das
educacional e a realização do currículo, relações professor-alunos), ainda que
no âmbito dos processos de formação, o reconhecimento e a aceitação desse
Ñgzkuvgo"gurc›qu"rqvgpekcku"fg"tgàgz«q." korgtcvkxq"p«q"uglco"rce Þequ0
recriação e apropriação inovadora do
currículo apresentado”, através da De todo o modo, se não é viável,
pedagogia, que permitem resgatar “o mormente no ensino não superior, uma
sentido mais profundo da educação, descentralização da política educativa
que não visa formar autómatos mas e curricular à revelia das prescrições
indivíduos autónomos, cientes do seu da macroestrutura educativa,
papel social e capazes de se integrarem pgpjwoc" rqn vkec" gfwecvkxc" fgÞpkfc"
na vida activa na perspectiva da sua centralmente, numa perspectiva vqr"
tgcnk|c›«q"rguuqcn."rtqÞuukqpcn"g"uqekcnÒ" down," rqfg" ugt" gÞec|" ugo" q" eqpewtuq"
(Varela, 2013: 9). dos níveis meso e micro do processo
de desenvolvimento do currículo. No
É nesta perspectiva que Leite eqpvgzvq" fq" gpukpq" uwrgtkqt." q" gngxcfq"
(2006: 74) defende o imperativo de itcw"fg"cwvqpqokc"ekgpv Þec."ewttkewnct"
as instituições educativas escolas e e pedagógica de que, em geral, gozam as
os seus agentes serem reconhecidos instituições não torna menos pertinente
como parceiros do desenvolvimento guvc" tgàgz«q." rquvq" swg." cnfio" fcu"
do currículo, criando-se, deste modo, tendências de condicionamento
condições “para que sejam mobilizados curricular e das pressões de
nos projectos curriculares processos de wpkhqtok|c›«q." swg" ug" xgtkÞeco" "
tgàgz«q"swg"ecfc"kpuvkvwk›«q"hc›c"uqdtg" escala global, continental, regional e
si e sobre as práticas que institui”. do próprio Estado nacional, como é
fkuuq" gzgornq" q" fgpqokpcfq" Rtqeguuq"
Com efeito, para serem bem-sucedidas de Bolonha, nem sempre as prescrições
g"eqttgurqpfgtgo" "tgcnkfcfg"eqorngzc" curriculares a nível dos órgãos de
e dinâmica do processo educativo, as cúpula das academias resultam de um
políticas educativas e curriculares não envolvimento consequente dos demais
devem restringir-se a uma perspectiva intervenientes, incluindo docentes e
de linearidade política traduzida estudantes.
no papel da administração na sua
prescrição, posto que os docentes e Cuuko."c"fghguc"fc"crtqzkoc›«q"gpvtg"
outros actores locais do processo de as dimensões instituída e instituinte do
desenvolvimento curricular têm uma processo curricular é válida para todas
margem de autonomia e de liberdade de as instituições educativas, incluindo as

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Universidades, traduzindo a assunção aprender a aprender por si e até mesmo


da educação/formação como um campo comparticipar no acto de ensinar (co-
em que a diversidade de perspectivas docência; estudo por pares, etc.).
dos intervenientes é susceptível de
proporcionar ganhos de qualidade, na Como propugna Santos (2008: 43),
linha da abordagem do currículo como “a Universidade tem um papel crucial
eqpxgtuc›«q" eqorngzc." fghgpfkfc" rqt" na construção do lugar dum país num
Pinar (2007). mundo polarizado entre globalizações
contraditórias”, mantendo a ideia de um
Nesta perspectiva, no âmbito da projecto nacional concebido de modo “não
gestão e realização do currículo, torna- autárcico” e que, para ter credibilidade,
se-necessário convocar para o primeiro deve “ser sustentado por forças sociais
plano a Pedagogia, através da qual interessadas em protagonizá-lo”. Para
é possível promover-se a gestão do tal, o autor propugna alianças internas
processo de ensino-aprendizagem g"gzvgtpcu."oqdknk|cpfq"qu"kpvgtguucfqu"
segundo lógicas contra-hegemónicas numa “globalização alternativa” e numa
(Santos, 1999; Varela, 2013), numa “reforma progressista” da instituição
perspectiva inclusiva, de diálogo, universitária, incluindo, além da
partilha, inclusão e emancipação. comunidade académica, grupos ou
qticpk|c› gu" uqekcku." rtqÞuukqpcku" qw"
Pq" eqpvgzvq" wpkxgtukv tkq." cq" sindicais, “o Estado nacional”, quando
propugnar-se um novo paradigma de este opta por uma orientação política
aprendizagem, baseado na centralidade baseada na “globalização solidária
dos estudantes na construção do saber da Universidade ”, os sectores mais
e na sua própria formação, os docentes dinâmicos do “capital nacional”,
são instados a articular adequadamente nos países periféricos, sempre que
os aspectos epistemológicos e reconheçam na universidade a entidade
pedagógicos no desenvolvimento das bem posicionada para garantir a
actividades académicas, superando, rtqfw›«q"fg"eqpjgekogpvq"fg"gzegn‒pekc"
gradativamente, os métodos tradicionais de que precisam para fazerem face às
de ensino baseados na transmissão gzki‒pekcu"pq"rtqeguuq"fg"inqdcnk|c›«q"
docente-alunos. (Santos, 2008: 43-44).

Quando se defende a relevância Por seu turno, e insurgindo-se


da pedagogia no processo de contra a fatalidade do hegemonismo
desenvolvimento curricular que ocorre curricular que tende a ser imposto à
pq" eqpvgzvq" wpkxgtukv tkq." p«q" ug" swgt" escala global, Pinar (2006: 5) defende
reduzir a importância do conhecimento que, em termos conceptuais e no
ekgpv Þeq." swg" fi" g" eqpvkpwc" c" ugt" fg" âmbito da pós-reconceptualização, o
grande centralidade, mas sim a forma regresso ao desenvolvimento curricular
de lidar com esse conhecimento, p«q" rqfg" ukipkÞect" c" xcnqtk|c›«q" fq"
swg." pguug" eqpvgzvq." rqfg" g" fgxg" ugt" instrumentalismo tyleriano, mas tão-só
produzido por docentes e estudantes, a recuperação da noção de conhecimento
ligando a investigação e o ensino, como espaço aberto de problematização.
sendo este doravante encarado numa Neste caso, sustenta o autor, importa
lógica de participação ou de rede resgatar-se “o conteúdo intelectual
colaborativa, em que os alunos, sob a do conteúdo escolar”, relevando o seu
orientação do professor, também podem ukipkÞecfq" uqekcn" g" uwdlgevkxqÒ" *Rkpct."

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Revista de Estudos Cabo-Verdianos Nº Edição Especial / Atas I EIRI Dez. 2013

kdkf., p. 5). solidariedade na concepção e realização


de projectos educacionais.
Analisando as diversas tendências
do processo de internacionalização Como temos defendido (Varela,
da educação e do currículo, Moreira 2011), o futuro do currículo passa pela
(2009) propugna esforços no sentido construção, de forma participada e em
da criação de “espaços” além- rede colaborativa, de um espaço de
fronteiras nacionais, em que vários crtqzkoc›«q" ewttkewnct." p«q" crgpcu"
estudiosos possam intercambiar as nos eventos académicos, mas também
suas produções individuais e participar mediante o estreitamento da ligação
no desenvolvimento dos estudos entre o discurso e a prática, entre os
curriculares, procurando, assim, teóricos e os práticos do currículo, em
construir, a despeito das divergências, especial através de uma actividade de
que hão-de persistir, contribuições para kpxguvkic›«q" g" gzvgpu«q" swg" rgtokvc"
a melhoria da obra educativa em que se aprofundar o modo como o currículo
encontram empenhados. *vcpvq"q"rtguetkvq."pq"rncpq"qÞekcn."eqoq"
q"vgqtk|cfq."c"p xgn"fq"ecorq"ekgpv Þeq+"
é percebido, adoptado, adaptado,
Concluindo transformado, apropriado e, em suma,
gzrgtkgpekcfq"rgnqu"fqegpvgu"g"cnwpqu."
A concepção do currículo e do seu
no quotidiano escolar, conformando
desenvolvimento numa perspectiva
woc" rt zku" gfwecvkxc" uwuegrv xgn" fg"
abrangente, que valorize o papel
rtqrkekct"q"crtqhwpfcogpvq"fc"tgàgz«q"
decisivo dos docentes e alunos, enquanto
teórica, com retornos porventura mais
uwlgkvqu"cevkxqu."tgàgzkxqu"g"kpqxcfqtgu"
positivos às instituições educativas.
no processo de operacionalização das
opções de política educativa e das
prescrições curriculares adoptadas a
nível macro, propicia condições para
o resgate e a promoção da essência
emancipadora da educação, conjugando
o conhecimento universal com a
valorização consequente da identidade,
fc" ewnvwtc" g" fcu" gurgekÞekfcfgu"
nacionais e locais,

De modo a contrariar-se, com


sucesso, a lógica do hegemonismo
curricular, que se traduz na tentativa
de imposição do conhecimento válido
ogfkcpvg" c" fgÞpk›«q" fg" standards
e de mecanismos de prestação de
contas, estes últimos orientados
para a valorização dos resultados
rtguetkvqu"go"fgvtkogpvq"fqu"eqpvgzvqu"
e processos de desenvolvimento da
acção educativa, podem instaurar-se
alianças internacionais pautadas por
princípios de colaboração, igualdade e

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Educativo de Cabo Verde.

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