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A PNL e o alívio da dor crônica

Escrito por:
Richard Bolstad
Libu_ka Prochazka
Publicado em:
dom, 13/02/2005

Alívio da dor e a hipnose

Devem existir poucas tarefas mais satisfatórias do que enxergar uma pessoa que sofreu de
dor física por meses, ou mesmo por anos, quando elas, de repente, descobrem como criar
conforto interno. Por sermos ambos profissionais da saúde e Practitioners de PNL, tivemos
vantagens ao escrever esse artigo (Libu_ka é fisioterapeuta e Richard enfermeiro). Cada um
de nós foi capaz de aplicar a PNL em combinação com tratamentos médicos padrões para o
tratamento de clientes com dor crônica (de longo prazo). Entretanto, como os estudos de
casos que vamos explorar aqui irão mostrar, também um practitioner de PNL sem prévio
conhecimento médico pode atingir resultados aparentemente surpreendentes no alívio da dor.

Não é nenhuma surpresa que podemos aprender muito sobre o alívio da dor da própria PNL.
A origem da PNLrepousa parcialmente no trabalho do hipnoterapeuta Milton H. Erickson, cuja
habilidade de aliviar dores foi estudado por Richard Bandler e John Grinder em um dos seus
primeiros livros (1975, pp. 26-50). Já nos anos de 1850, o cirurgião inglês James Esdaile
(1957) demonstrou que a hipnose podia remover a dor aguda das maiores cirurgias, muito
confiável e efetiva se comparada com a anestesia química.

Existiram muitos estudos mostrando como e em que grau a dor artificialmente induzida podia
ser aliviada pela hipnose, mas isso agora está bem estabelecido visto que os resultados
clínicos do método de longe ultrapassaram aqueles experimentais (Hilgard e Hilgard, 1994).
Colocando de uma maneira simples, é muito mas fácil parar a dor de uma pessoa prestes a
ser cortada numa cirurgia real do que parar a dor que você induziu experimentalmente ao
pedir para um voluntário mergulhar a mão numa água com gelo por alguns minutos.

Esse fato em si nos diz algo extremamente importante sobre o alívio da dor pela "hipnose."
Ela trabalha melhor quando a pessoa realmente necessita que ela funcione. A técnica
da hipnose não é uma droga que irá funcionar não obstante a atitude da pessoa. Ela é uma
técnica que aproveita a atitude da pessoa. De fato, a dor, como veremos tanto nas pesquisas
como nos estudos de casos, é fortemente determinada pela atitude da pessoa. Esse é o
motivo pelo qual o hipnoterapista Joseph Barber (1996, pp. 20-21) recomenda que
a hipnoterapia para o alívio da dor só deve ser usada quando:

1) O cliente, mais tarde, não irá tirar vantagem do estado hipnótico para se machucar (p.ex.,
evitando avaliação e tratamento médico necessário; obviamente, alguém com dor permanente
é beneficiada ao ter as causas físicas verificadas cuidadosamente antes que você remova o
seu desconforto).

2) O cliente não irá perder outros benefícios por padecer de dores (p.ex., compensação
financeira advinda de ação legal; esses benefícios são muitas vezes chamados de "ganho
secundário").

3) O cliente pode administrar a interação pessoal envolvida ao falar com um hipnoterapeuta.

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4) O cliente está disposto a assumir a responsabilidade para iniciar o seu próprio tratamento.

A dor e a mente

A pesquisa da dor em si é intrigante porque a dor não é o fenômeno que muitas pessoas
pensam que é ...ou colocando de outro modo, a dor em grande parte é o que as pessoas
pensam que é. Vamos explicar...

A pele, os músculos, os ossos e os outros tecidos têm células nervosas com terminações
especializadas para responder somente a estímulos fortes o suficiente para causarem danos
aos tecidos. Esses terminais são chamados de nociceptores e eles se tornam mais sensíveis
com estimulação continuada (diferente de muitas terminações nervosas as quais se tornam
menos sensíveis pela estimulação prolongada). Tecidos danificados liberam produtos
químicos como prostaglandinas, a qual torna os nociceptores mais sensíveis, e drogas, como
a aspirina, inibem a produção de prostaglandina.

Quando as próprias células nervosas são danificadas, os nociceptores podem falhar


repetidamente, produzindo dor de longa duração (crônica) a qual não fornece mais ao cérebro
informações úteis sobre um ferimento atual ou uma situação de perigo. As mensagens dos
nociceptores são passadas através das células nervosas para a espinha dorsal, onde outras
células especializadas que funcionam como interruptores, decidem se as mensagens têm
prioridade suficiente para serem enviadas ao cérebro. Situações de perigo mais urgentes
elevam a prioridade de uma mensagem de dor; porém as dores que acompanham as
experiências seguras e agradáveis podem ser classificadas como irrelevantes e nunca
chegam até o cérebro.

As substâncias químicas naturais do corpo chamadas de endorfinas (liberadas durante


exercícios, massagens ou outra experiência positiva como atividade sexual) desligam as
dores nesses casos, e opíoides, como a morfina, imitam a ação dessas endorfinas. O que
esse processo do sistema nervoso central significa é que a pessoa que está contente por
outras razões pode não sentir nenhuma dor.

Esses estímulos podem nem chegar perto do cérebro! Se as mensagens passam do sistema
nervoso central, elas são transmitidas para o tálamo no cérebro e de lá para o sistema
límbico, onde a pessoa responde a elas emocionalmente.

Um bebe que bate a sua cabeça pode sentir uma dor extrema enquanto estiver sozinho, mas
vai relaxar quando for seguro por alguém conhecido que lhe dê carinho. Tais contextos
emocionais tanto intensificam ou reduzem os sinais da dor muito antes dela atingir o córtex
cerebral e são registradas conscientemente. No caso do bebe sendo "confortado" depois de
bater a cabeça, o estímulo da dor pode ser sentido, mas sentido num contexto em que não é
considerado significante.

Uma dor que persiste ou ocorre periodicamente por mais de seis meses é chamada de dor
crônica. A dor crônica parece alterar o processamento do cérebro, pois lá existe uma
atividade anormal nos nociceptores do córtex somato-sensorial (área de cérebro que
finalmente registra em que parte do corpo ocorreu a sensação cinestésica). Quando o cérebro
é explorado usando PET (tomografia de emissão de pósitrons) essa anormalidade é clara.
Estudos feitos por Pierre Rainville, Catherine Bushnell e Gary Duncan (2001) mostram que
sugestões hipnóticas podem aumentar ou diminuir essa atividade anormal na dor crônica, e
por essa razão alteram a experiência da dor. Outros estudos mais recentes, usando fMRI

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(imagem de ressonância magnética funcional) mostram que a mera expectativa da dor produz
40% da reação produzida por uma dor "real" nos receptores da dor no córtex cerebral (Porro
et alia 2002). Os pesquisadores Dennis Turk e Akiko Okifuji explicaram os resultados de
diversos estudos mostrando que "em dor crônica, ansiedade relacionada a dor e medo podem
realmente acentuar a experiência da dor... Quando pessoas com sintomas de dor são
expostas a situações de temor (p.ex., subindo as escadas de um avião), alguns
experimentavam uma grande quantidade de reações de fuga... Pacientes com medo parecem
prestar mais atenção a sinais de ameaça e a serem menos capazes de ignorar informações
relacionadas a dor." (Turk e Okifuji, 2002, pp. 679-680).

Em resumo, a "dor" como nós a conhecemos é basicamente um resultado do nosso


pensamento sobre ela. Milton Erickson diz "a dor é uma ideia fixa, um constructo, composta
de dores lembradas do passado, de uma dor experimentada no presente, e de uma dor
antecipada do futuro... O estímulo imediato é somente um terço da experiência total. Nada
intensifica tanto a dor como o medo de que ela estará ali no dia seguinte... De modo oposto, a
realização de que a dor atual é um evento único e que chegará definitivamente a um final
agradável serve muito para diminuir a dor." (Erickson, 1980, Vol. 4, p. 238).

Como a hipnose pode ser usada para mudar a dor

Isso não é para desmentir que a presente estimulação dos nociceptores no corpo irá muitas
vezes conduzir para reações dolorosas. Nós estamos apenas chamando a atenção que
experimentando dor por um período prolongado de tempo requer muito mais do que esta
estimulação.

Pesquisas feitas por Harold Crasilneck e James Hall (1985, p.102) mostram que a bem
sucedida melhora hipnótica da dor de origem orgânica ("física") se reduz, inicialmente, na
mesma relação que a melhora advinda de analgésicos químicos como a morfina (i.e., o alívio
da dor cessa dentro de poucas horas). Dor de origem funcional (i.e., incapaz de ser explicada
pelas atuais condições físicas) pode ser imediatamente aliviada por dias, por semanas ou
mesmo permanentemente. O próprio Milton Erickson sofreu de dor crônica orgânica e
necessitava tratá-la diariamente (Erickson, 1980, Vol 1, p. 122). Ele notou que o sono
geralmente terminava com o seu alívio hipnótico da dor, já que acordava necessitando
restabelecer o estado. Por essa razão, muitos hipnoterapeutas recomendam ensinar auto-
hipnose para os clientes se tratarem de suas próprias dores orgânicas.

Milton Erickson categorizou onze métodos de tratar a dor usando a hipnose (Erickson, 1980,
Vol. 4, pp. 240-245). Essas categorias, as quais algumas se sobrepõem, são:

1) A dor desaparece com sugestão direta.

2) A dor desaparece com sugestão indireta (Erickson, no estudo do seu trabalho feito em
1957 por Bandler e Grinder, diz, por exemplo, na página 37 deste livro: "Você sabe, Joe, uma
planta é uma coisa maravilhosa, e é tão agradável, portanto seja apenas amável ao pensar
numa planta como se fosse um homem. Essa planta poderia ter sentimentos agradáveis, uma
sensação de conforto...").

3) Criando amnésia para experiências passadas da dor.

3
4) Criando dormência ou analgesia na área dolorosa do corpo. Na hipnose tradicional isso é
feito ensinando a pessoa a criar dormência na sua mão e então "transferindo" essa dormência
para a parte afetada do corpo.

5) Criando uma amnésia mais completa ao fazer a pessoa se imaginar que está em algum
lugar distante da dor.

6) Alterando as sensações de dor para sensações de calor, de afeto, de frieza ou outra


sensação menos perturbadora.

7) Deslocando a dor para uma área do corpo mais controlável. (p.ex., movendo uma dor
abdominal para a mão.)

8) Dissociação, p.ex., fazendo a pessoa imaginar que eles estão do outro lado da sala
observando eles mesmos.

9) Reinterpretando a dor como uma sensação de lentidão, pulsação ou movimento.

10) Distorcendo a percepção do tempo para que um período prolongado de dor pareça passar
muito mais ligeiro.

11) Insinuar que a dor irá se reduzir sozinha muito gradualmente; tão gradualmente que a
pessoa nem consegue acompanhar se isto está ou não acontecendo.

Essas categorias não cobrem todas as possibilidades abertas para nós como practitioners
de PNL. A pesquisa no relacionamento do medo com a dor nos faz lembrar que usando os
processos de redução do medo, como a cura da fobia pela PNL, elimina muitas vezes
também a dor. De um modo semelhante, a pesquisa mostra que qualquer metodologia que dá
a pessoa um sentido de autoeficácia (definido como a convicção pessoal que uma pessoa
pode realizar quando for preciso nas ações da vida dele) irá reduzir a dor. (Turk e Okifuji,
2002, p. 680).

Existe alguma evidência nas pesquisas sugerindo que diferentes abordagens hipnóticas
afetam diferentes estágios no processo da dor, exatamente como fazem diferentes drogas
analgésicas (Donald Price "Hypnotic Analgesia: Psychological and Neural Mechanisms" in
Barber, 1996, p. 67-84). Primeiro, algumas hipnoses parecem prevenir que a dor seja
percebida pela mente consciente, embora permitam que o interior do cérebro a registre. Isso
produz o que alguns pesquisadores como Ernest Hilgard chamam de um "observador oculto"
(Hilgard e Hilgard, 1994). Em tais circunstâncias, quando é solicitado aos pesquisados para
fazerem um sinal não verbal se eles tiverem dor (p.ex., pressionando um botão), eles
sinalizam ainda que conscientemente informem que se sentem bem. De modo especial isso
parece ocorrer quando métodos, como a dissociação, são usados para tratar da dor.
Segundo, métodos de redução da dor que alteram diretamente o local da sensação, p.ex.
produzindo dormência, parecem atuar no nível espinhal, impedindo de qualquer modo que a
comunicação da dor atinja o cérebro. Um terceiro tipo de técnica permite a dor atingir a
consciência mas altera emocionalmente o significado dela. Uma pessoa subindo uma
montanha pode experimentar uma considerável "dor" mas a sua percepção de que isto é um
evento excitante supera as sensações físicas.

Estudo de caso um: curando o medo cura a dor

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Carmen veio me ver (Libu_ka) para tratar da dor na parte de baixo das suas duas pernas com
fisioterapia. O tornozelo direito dela havia sido reconstruído cirurgicamente três anos atrás
depois de uma grave distensão no ligamento lateral. Ela sofria de dores nas duas pernas por
pelo menos um ano ou mais. Quando jogava softbol (beisebol feminino), ela amarrava as
pernas com fita, mas sofria de graves dores depois de cada jogo. As duas pernas doíam
durante todo dia, e a dor a mantinha acordada de noite. Ela já tinha tentado antes a
fisioterapia, bem como exercícios prescritos por um fisioterapeuta específicos para serem
feitos em casa, usava palmilhas ortopédicas no sapato e enrolava suas pernas com fitas.
Todas essas intervenções tiveram sucesso limitado.

Quando a examinei, ela estava nervosa e ansiosa com o seu problema. Eu podia sentir o
inchaço no seu tornozelo esquerdo, e ela queixou-se de sensibilidade nas duas panturrilhas,
particularmente na esquerda. Eu tratei dela usando algumas técnicas de fisioterapia
(massagem, ultra-som, acupuntura e uma revisão nos seus exercícios de casa). Depois de
quatro tratamentos e muito pouco progresso, discuti com ela sobre a PNL e ela ficou
entusiasmada para experimentar.

Carmen era muito cinestésica. Muito raramente olhava direto nos meus olhos enquanto
falávamos, mas gesticulava muito e estava muito ‘em contato’ com as sensações no seu
corpo. E logo ela revelou um medo que tinha havia muitos anos e era capaz de acessar as
sensações que vinham junto com facilidade. Esse medo, ou fobia, era de subir qualquer coisa
mesmo que parecesse insignificante. Escadas eram as piores pois ela se imaginava
despencando escada abaixo pois era muito pesada. O mero pensamento de escadas,
escadas de mão, cercas, ou mesmo levantar-se da cabeceira da cama, podiam lhe provocar
um suador (eu fui testemunha disso enquanto ela falava disso), aumento das batidas do
coração e fazer suas pernas tremerem que nem geleia. Eu lhe expliquei que existia uma
possibilidade de que a dor na perna fosse resultado da proteção da sua
mente inconsciente contra o medo constante que ela tinha todos os dias e que limitava muitas
das suas atividades diárias. Com a permissão dela, eu decidi usar a ‘Cura da Fobia’ (Bolstad,
2002, p 57-64).

Cinco dias depois, eu fiz uma sessão de revisão com ela. Desde o momento em que ela
deixou a clínica depois da cura da fobia, ela não teve mais nenhuma dor nas suas pernas.
Para dizer a verdade, ela se sentiu tão bem que no dia seguinte foi jogar (sem as fitas) e as
outras integrantes do time comentaram do seu entusiasmo no jogo. Ela me disse que estava
jogando como ‘a velha Carmen,’ confiante e muita mais competitiva. Ela não experimentou
nenhuma dor tanto durante como depois do jogo e se sentiu tão confiante que foi jogar de
novo no dia seguinte. De novo, jogou melhor do que nunca, não sentindo nenhuma dor.

Carmen quase pulava dentro da sala, e percebia-se, ao ouvi-la dizer que se sentia ‘totalmente
diferente,’ que ela parecia muito mais confiante. Eu verifiquei a sensibilidade nas suas pernas
e, não considerando uma leve sensibilidade no seu tendão de Aquiles, não havia nenhuma
outra marcante.

Ela conversou sobre seu velho temor e disse que isto não era mais um problema. De fato ela
estava aguardando com interesse para subir no telhado (em segurança, acrescentou ela) para
olhar as estrelas com sua filha. Isso, aparentemente, era uma atividade que a sua filha fazia
com frequência e ela, há muito tempo, queria que a sua mãe a acompanhasse. Suas palavras
"Minha vida mudou totalmente, isso é quase mágica!"

Estudo de caso dois: pedindo para a mente inconsciente fazer o trabalho

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Janet veio me ver (Richard) dez meses depois de uma cirurgia abdominal. Durante todo esse
tempo, ela tinha uma dor muito violenta, e para aguentar, estava tomando 60 miligramas de
codeína três vezes ao dia. A dor era mais violenta de manhã antes dela tomar a codeína e
voltava toda vez que ela atrasava a dosagem. Um médico lhe disse "Bem, parece uma dor
neuropática. Você provavelmente vai tê-la pelo resto da vida, portanto é melhor aprender a
conviver com ela." Porém noutra oportunidade, uma enfermeira lhe explicou que, algumas
vezes, as pessoas, depois de alguns anos, acordam um dia e simplesmente descobrem que a
dor sumiu. Uma ressonância recente do seu abdômen mostrou que, embora a sua doença
original tivesse sido removida pela cirurgia, existiam muitos tecidos conectivos que formam as
cicatrizes deixadas pela terapia de radiação que ela havia feito. Isso a deixou convencida de
que aquela dor era de origem orgânica, notícia que a deixou muito desolada.

Depois dos seus esclarecimentos, eu comecei lhe explicando a minha crença de que o seu
corpo podia não somente curar os tecidos da cicatriz como também reorganizar os sinais
nervosos, pois assim ela sentiria alívio. Eu enfatizei que a sua crença era um pré-requisito
importante para o sucesso dessa mudança. Janet disse que ela também estava consciente,
como psicóloga que era, de que tinha granjeado empatia e simpatia por ter um sintoma
evidente para falar para as outras pessoas (a dor) e que tirando da mente a dor significava
perder esse ganho secundário.

Eu a convidei para relaxar e levantei o seu braço, demonstrando uma catalepsia no braço
(quando o seu braço flutua sob controle do inconsciente). Inicialmente, ela estava muito cética
sobre essa demonstração, querendo saber se de fato o braço dela estava se movendo, mas
depois de alguns minutos ela aceitou que ele parecia capaz de se mover para cima, para
baixo e de um lado para outro sem que ela realmente "fizesse" o movimento. Eu chamei
atenção dela que para fazer isto, a mente inconsciente dela tinha usado todas as habilidades
que eram necessárias para curar totalmente a dor.

Depois pedi para a sua mente inconsciente mover um dos seus dedos para sinalizar "sim" e
outro para o sinal "não." Esse processo de sinalização ideomotor me permite perguntar à sua
"mente inconsciente" se ela sabia que tinha a capacidade de remover a dor, e se era aceitável
para ela remover a dor. Uma vez que ela concordou em fazer isso, eu lhe disse para começar
e para fazer suficientemente devagar para que Janet pudesse acreditar que isso era possível.
Eu contei uma história para Janet sobre um outro cliente que veio me ver com dor, e com
quem eu tinha usado a mesma técnica (descrita em Bolstad, 2002, pg 66-69). Depois fiz
algumas sugestões sobre como a cética mente consciente dela poderia permitir que essa
mudança acontecesse. O processo todo durou um pouco mais de meia hora.

No final da sessão, Janet contou que não tinha dor. Quando voltei a encontrá-la duas
semanas depois, ela contou que não tinha tido nenhuma dor no dia seguinte e na metade do
outro. "Eu me senti absolutamente bem!" A dor, disse ela, retornou em certas horas durante
essas duas semanas e ela foi capaz de reduzi-la usando várias técnicas da PNL, incluindo
estabelecer o objetivo de ficar sem dor por um dia na sua linha do tempo. Ela reduziu a sua
medicação para 30 miligramas duas vezes ao dia e relatou que, além de tudo, o seu bem
estar continuava a aumentar.

Conclusões

Esses dois casos demonstraram tratamentos de uma sessão usando processos ensinados na
maioria dos treinamentos de PNL Practitioner e Master Practitioner. Eles claramente contam
com a maleabilidade incrível da dor na nossa experiência humana. Em ambos os casos, os

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clientes tinham boa razão em acreditar que a dor deles era insolúvel; algo que deveria
permanecer igual pelo resto de suas vidas. Usando duas técnicas da PNLcompletamente
diferentes, nós demos a eles uma poderosa experiência com nossas pressuposições da
unidade do corpo e da mente, do efeito da emoção e da memória no corpo e das suas
próprias habilidades para tomar conta de suas vidas. Essas pressuposições fundamentais, as
quais formam a base de nossas técnicas, nasceram de várias décadas de pesquisas
em hipnose no alívio de dores, e pelos recentes estudos da ressonância sobre o alívio da dor.

Libu_ka trabalhou com sua cliente menos de um mês depois do seu treinamento inicial em
Practitioner, demonstrando que essas habilidades podem ser aprendidas rapidamente por um
confiante Practitioner.

Nós dois temos diversas experiências de alívios de dores usando a PNL. Para nós está claro
que, embora o nosso background como profissionais da saúde nos permite fazer contato com
tais clientes, acessar o seu estadomédico e recomendar congruentemente a PNL, esse
background não é necessário para conduzir o presente processo que provoca a cura nesses
casos.

Nossa esperança é que esse artigo provoque alguma pesquisa e indicações para inspirar
outros Practitioners de PNL a alcançar resultados semelhantes. Por outro lado, esse também
é um artigo em que outros profissionais da saúde podem se interessar. O que ele sugere é
quase uma mudança radical nas técnicas de administração da dor.

Bibliografia

Bandler, R. e Grinder, J. , Patterns of the Hypnotic Techniques of Milton H. Erickson, M.D. Volume 1. Meta Publications, Cupertino, Ca
1975

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Artigo original:NLP and Relief of Chronic Pain

Artigo publicado na Anchor Point de janeiro de 2003


Categoria:

 Artigos de PNL para Saúde e Cura


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