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The Vincent Boys 01 - Abbi Glines PDF
The Vincent Boys 01 - Abbi Glines PDF
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Sinopse
Ser a boa menina não é tão bom como deveria ser. Ashton Gray
esta cansada de brincar disso para agradar seus pais, e para ser digna
do príncipe azul da cidade, Sawyer Vincent. Talvez por isso ela tenha
se permitido passar o tempo com o primo de Sawyer, Beau, enquanto
ele está fora no acampamento de verão com a família. Beau não tem
nada a ver com o namorado perfeito. Ele é o homem mais sexy que já
viu, perigoso de forma que apenas havia sonhado, e o cara do qual
deve permanecer afastada.
Caramba, sim.
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Prólogo
Dez anos atrás...
— Você percebeu alguma coisa diferente em Ash? — meu primo
Sawyer perguntou enquanto subia na árvore para se sentar ao meu
lado em nosso galho favorito com vista para o lago.
— Não. — respondi sem olhar para Sawyer, com medo que ele
pudesse ver a mentira em meu olhar.
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— Você está certo, quem se importa com quem tem o cabelo
como uma espécie de fada? É Ash. Falando em balões de água,
poderiam parar de escapulir à noite e jogá-los nos carros fora da
minha casa, os meus pais vão descobrir um dia e eu não poderei
ajudá-los.
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Capítulo 1
ASHTON
— Por que não poderia ter vindo para casa sem ela? — estava
sem vontade de bancar a maldita boa samaritana para Beau e sua
namorada barata. Embora não estivesse aqui, Sawyer teria esperado
que me detivesse. Com um gemido de frustração, eu desacelerei e
parei ao lado de Beau, que havia colocado alguma distância entre ele e
sua namorada que não parava de vomitar. Aparentemente “vomitona”
não era uma palavra apropriada a ela.
Ele me deu aquele sorriso estupidamente sexy que ele sabia que
fazia todas as mulheres da cidade se derreterem a seus pés. Eu
gostaria de pensar que era imune, depois de todos esses anos, mas
não era. Ser imune ao bad boy da cidade era impossível.
— Obrigado linda, mas eu posso lidar com isso. Assim que Nic
parar de vomitar, vou colocá-la na minha caminhonete.
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Discutir com ele seria inútil. Apenas continuaria a fazer mais
comentários sarcásticos sobre mim.
Fiquei tão furiosa que não podia nem enxergar direito. Apertei o
acelerador e me virei para o estacionamento. Como se eu pudesse sair
e deixá-lo dirigir bêbado. Eu podia me enfurecer com um piscar de
olhos e eu me esforçava muito para ser legal com todos. Examinei os
carros estacionados à procura de sua velha Chevrolet preta. Assim que
a vi, andei em direção a ele e estendi minha mão.
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para todos os lugares, aqui estava eu, agora com 17 anos, sentada em
sua caminhonete.
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Ele me olhou esperando uma reação. Sabendo que seus olhos
estavam em mim, tornava difícil me concentrar na condução.
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falta também. Trabalhei muito duro para mantê-la trancada. Ter
alguém que realmente quer soltá-la torna muito mais difícil mantê-la
sobcontrole.
Desta vez eu agarrei o volante com tanta força que os nós dos
meus dedos ficaram brancos.
Beau deu uma risada curta e dura. — Sim, Ash, você finge ser.
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— Quer que eu ajude uma puta “vomitona”? — ele perguntou
em um tom divertido.
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mais tempo juntos ou vamos aterrorizar vizinhos, mas ainda me
importo com você.
— Desde quando?
Seria mais fácil acreditar que era o álcool falando, mas eu sabia
que não era. Não ficávamos sozinhos há mais de quatro anos. Desde o
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momento em que me tornei a namorada de Sawyer, nosso
relacionamento mudou.
— Bem, eu realmente estou. Quer dizer, ela tem você. Por que
quer Sawyer?
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Isso não era o que eu esperava que ele dissesse. Incapaz de
pensar em uma resposta, eu me sentei ali, segurando seu olhar.
— Vou colocar o seu carro de volta antes que seus pais vejam
minha caminhonete em sua casa pela manhã.
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Capítulo 2
Ashton,
Olá baby. Desculpe estar respondendo o e-mail depois de tanto tempo. Nossa
internet aqui não é muito boa e o serviço 3G é inexistente então o meu telefone é inútil.
Estou sentindo muito sua falta. Penso em você todos os dias e me pergunto o que você
está fazendo. Passamos a maior parte do tempo explorando. O caminho que pegamos
ontem nos levou a uma cachoeira incrível. 8046.72 metros de altura e depois do calor,
a água fria da cachoeira ficou muito boa.
Continuo desejando que você estivesse aqui. É seguro dizer que o meu futuro
não está na pesca. Eu estrago tudo. Cade me chuta o traseiro. Ontem, ele disse que
precisava resistir no futebol americano.
HAHA
Estou me divertindo com o tempo que passo com ele. Obrigado por
compreender o quanto eu precisava fazer isso. Ele precisa de mim. Seu irmão mais
velho irá embora em um ano e eu vou estar em um telefone à longa distância, mas não
vou estar aqui para ver a sua prática de futebol ou ajudar com a sua primeira paixão.
Tento compartilhar tudo o que sei com ele.
Eu te amo muito Ashton Sultey Gray. Sou o cara mais sortudo do mundo,
Sawyer.
Sawyer,
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Ashton.
Hesitei em contar sobre o passeio que dei com Beau e Nicole até
sua casa.
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Em vez de ficar em casa com meu rosto colado a um livro, eu
visitei no asilo a bisavó de Sawyer e Beau e me ofereci como voluntária
para lavar os pratos na cozinha. Isto me levou toda a manhã.
Aqui eu poderia relaxar. Era minha avó, ela não esperava que eu
fosse perfeita. Só queria que eu fosse feliz.
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— Então, tem falado com esse seu namorado desde que ele saiu
ou tem se divertido com outro cara enquanto estive fora?
— Bem, quem é ele? Ele fez você espirrar chá no colo. Pelo
menos quero um nome e alguns detalhes.
Ela sempre brincava sobre meu pai ser Pastor. Ele tinha sido
um pequeno "diabo" enquanto crescia, segundo ela. Quando me
contava histórias sobre ele quando criança, seus olhos brilhavam. Às
vezes, eu poderia jurar que sentia falta da pessoa que seu filho
costumava ser.
— Bem, o que eu sei é que passei na casa dos Lowry e seu primo
Beau estava cortando a grama. — ela fez uma pausa e sacudiu a
cabeça com um grande sorriso em seu rosto. — Menina, nenhum
homem nesta cidade pode se comparar com Beau sem camisa.
Ela sufocou.
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Eu só podia imaginar como devia ser Beau sem camisa e suado.
Quase desmaiei na semana passada, quando passei pela casa dos
Green e ele estava cortando a grama sem camisa. Era difícil tentar não
observá-lo. Disse a mim mesma que estava apenas olhando para a
tatuagem em suas costelas, mas sabia que não era verdade.
Por isso amava minha avó. Estar com ela sempre me fazia rir.
Ela levava a vida do jeito que era. Não pretendia. Ela era minha avó.
— Não sei como é Beau sem camisa. — eu disse, o que era uma
mentira. — O que eu sei é ele não é nada além de problemas.
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Ela suspirou teatralmente. — Sim, é claro, orou por minha
alma. O menino não tem senso de aventura.
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BEAU
Ela não deveria estar aqui e eu não deveria ter lhe chamado.
Então, ao invés de esclarecer as coisas como queria, eu fiquei
encostado na árvore, olhando como demônio e esperando ela se virar e
começar a correr.
Inferno, ela era fantástica. Nunca invejei nada que Sawyer tinha.
O amava como a um irmão, era a única família que realmente amava.
Ele estava lá ao meu lado em uma infância difícil, implorando aos pais
para me deixar dormir em sua casa nas noites em que eu estava com
muito medo de voltar para o escuro e vazio trailer. Ele sempre teve o
que eu não tive: os pais perfeitos, casa, vida, mas nada disso
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importava, porque eu tinha Ashton. Claro, nós três éramos amigos,
mas Ashton foi sempre minha. Ela sempre foi minha aliada, a pessoa
que eu contava todos os meus sonhos e medos, minha alma gêmea.
Depois, como tudo na vida perfeita de Sawyer, ele tinha também a
minha garota. A única coisa que poderia chamar de "minha" tornou-se
"dele".
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Levei três longas tardes para lhe ensinar a soltar a corda e
pousar suavemente sobre a água. Ela tinha oito anos e estava
empenhada em aprender a fazer tudo o que Sawyer e eu fazíamos.
— Não, mas o velho Beau não era sexy. — eu disse com uma
piscadela e jogando-lhe água no rosto. Sua risada familiar fez meu
peito doer um pouco.
— Ponto para você. Acho que ter alguém como Nicole em cima
de você distrai um pouco.
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atenção. Mas, na maioria das vezes, ela estava emaranhada nos
braços de Sawyer e eu precisava de Nicole como distração.
— Nicole não é tão ruim, apenas vai atrás do que quer. — disse
eu, na esperança de provar a reação de Ashton. Um olhar de
aborrecimento passou por seu rosto e começou ficar rígida.
Ela franziu o cenho e mordeu seu lábio inferior. Essa não era a
reação que eu estava esperando. Eu queria fazê-la rir.
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O que diabos isso significa?
Ela olhou para mim com um sorriso triste. O sol da tarde estava
justo ao seu lado, fazendo com que os longos cachos louros ao redor
da cabeça começassem a brilhar um pouco. O efeito a fazia parecer o
anjo que parecia ser intocável a menos que você fosse o perfeito
Sawyer Vincent.
— Não sou cega, Beau. Não é que eu ache que sou feia. Sei que
sou razoavelmente bonita. Tenho cabelo longo e minha pele não é
ruim. Não tenho olhos grandes, azuis e longos cílios, mas meus olhos
não são ruins. Não sou excitante ou chamativa. Sawyer é perfeito. Às
vezes é difícil acreditar que me queira.
Ela suspirou e olhou para suas mãos. Tive que virar a cabeça
antes que meus olhos começassem a se mover além de seu decote.
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Mantê-la sobcontrole? Obriguei-me a relaxar as mãos que
tinham se fechado nos punhos. Sawyer a fez pensar que havia algo
errado com ela? Certamente ele não sabia que ela se sentia assim.
— Ash, eu acho que não tem sido mais que perfeita desde que
você decidiu amadurecer. Claro, você costumava me ajudar a colocar
sapos nas caixas de correio das pessoas, mas essa garota se foi. Você
queria ser perfeita e você conseguiu.
— Por quê?
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— Essas são coisas que Sawyer tem que me ajudar a lembrar...
Mas realmente não me referia a isso.
Ela disse isso tão baixo que quase não a escutei. Eu parei e me
virei para ela. Ela me olhava fixamente através de seus cílios
molhados.
— Sim, é verdade.
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Capítulo 3
ASHTON
Vi quando a minivan dos meus pais deixava a calçada antes de
pegar o telefone e enviar uma mensagem para Beau.
“Eles vão estar fora por duas noites. Meu pai levou minha mãe
para Birmingham para seu aniversário”.
Ele não quer que ninguém veja sua caminhonete aqui. Eu sabia
que era para meu benefício. Provavelmente, a melhor coisa era que ele
não estacionasse na frente da minha casa. Ele era apenas o meu
amigo, mas... ele ainda era um garoto. Um garoto mal. Ashton Grey
não traria garotos para casa enquanto os pais estão fora da cidade.
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Eu estava olhando para o telefone na palma da minha mão
tentando descobrir por que o havia convidado para vir. Isto pode não
ser uma boa ideia. Joguei meu telefone na cama e fui para o chuveiro.
Não queria pensar que estava quebrando regras. Isso não poderia ser
ruim. Era apenas uma pequena regra em comparação com regras
gerais. Quero dizer, havia regras maiores que eu poderia quebrar.
Além disso, precisava quebrar alguma regra antes de enlouquecer.
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— Eu sempre tenho fome. — respondeu.
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Eu virei na ponta dos pés.
Corri para fora do meu quarto e topei cara a cara com Beau.
Para ser mais exata, cara com peito. Um peito que cheirava muito
bem. Fechei os olhos e respirei profundamente.
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Pensei o mesmo, mas acreditava que não poderia comer nada.
Beau pegou a caixa de minhas mãos, aproximou-se do sofá e colocou
a caixa sobre a mesa de café.
— Quer dizer que você não parou de comer porque estava cheio?
Recostei-me no sofá.
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poderia estar gastando seu tempo com sua namorada sexy e com tesão
fazendo coisas que eu nunca tinha sequer ouvido falar. Eu o estava
privando de uma noite emocionante. A ideia de que ele, provavelmente,
veio à minha casa para me fazer companhia porque seu primo estava
fora da cidade, me fez sentir-me terrível. Ele estava fazendo uma
caridade e eu não podia falar sobre algo mais interessante. Bem, pelo
menos lhe dei de comer.
— O quê?
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— Eu não mordo, sou eu Ash. Eu prometo. Venha aqui e vamos
ver o filme.
— O que você está fazendo? — sua voz não soava bem. Havia
um tom de pânico que me trouxe de volta à realidade. Engoli em seco
quando percebi que tinha subido a perna sobre a coxa de Beau. A
barra do meu vestido mal cobria minha calcinha. Para piorar as
coisas, minha mão afundou sob sua camisa preta e sua pele estava
macia e quente. O horror tomou conta de mim me fazendo tirar a mão
da camisa e me sentar.
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— Oh meu Deus! — chorei. — Desculpe... eu não estava...
desculpe. — eu não podia olhar em seus olhos. Não depois de ter
estado sobre ele! Em vez disso, eu fiz a única coisa que conseguia
pensar: corri para o meu quarto.
— Eu não posso fazer isso, Ash. Deus sabe que eu quero, mas
eu não posso. — e depois se foi.
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Eu me virei para vê-lo atravessar a porta. Queria chamá-lo de
volta mais do que tudo no mundo, mas não o fiz.
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Capítulo 4
O alerta de mensagem de texto me acordou. Esfreguei os olhos e
tentei me concentrar antes de alcançar o meu telefone. A mensagem
era de Beau.
"Bom dia."
— Alô.
— Hey.
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— Tudo bem. — eu disse rapidamente.
— Parece bom.
***
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BEAU
Peguei meu celular pela décima vez para ligar e cancelar,
quando vi o Jetta de Ashton passando pelo caminho de cascalho,
ótimo. Lutei sem sucesso contra todas as minhas boas intenções o
suficiente para que ela viesse aqui. Isso estava errado.
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— Sinto muito sobre a maneira como agi.
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— Bem, obrigada por dizer isso. — ela se virou, caminhou até o
balcão e começou a remover o plástico da bandeja.
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— Hmmm, de acordo.
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Eu a vi se aproximando lentamente do balde de água com sabão
para pegar a esponja que havia caído. Antes que eu pudesse
responder, me jogou uma úmida e ensaboada esponja na cara e riu
antes de se virar e correr de volta para o outro lado da caminhonete.
Droga! Isso não era bom, Ashton era a única pessoa por quem
Nicole se sentia ameaçada, não importava o quão bem Ashton sempre
se comportou, Nicole a odiava e encontrá-la molhada de água e sabão
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com um fino e pequeno vestido, lavando meu carro não parecia muito
inocente.
— Oi Nicole, estou atrasada para sair, estou feliz que você tenha
chegado para ocupar meu lugar. — Ashton disse, quebrando o silêncio
tenso.
— Sawyer vai saber que eu vim para ver como você estava e que
entreti você em sua ausência como podia. Parece que você tem alguém
que não hesitará muito em ACELERAR. — disse olhando para mim,
então voltou sua atenção para Nicole e deu o mesmo sorriso forçado.
— Acho que é difícil acreditar que Sawyer pediu para que viesse
para uma luta de água e sabão com você. — Nicole disse andando em
minha direção.
— Que ódio, Beau, você que sabe se precisa de alguém para ser
babá, mas ela não é sua preocupação.
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— Não me diga com quem eu posso ou não passar o tempo,
Nicole.
— Quero dizer que ela te agrada, que você gosta dela. A maneira
como você a olha, você a quer.
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Capítulo 5
ASHTON
— Oh, vamos, será divertido! — me assegurou Leann pela
enésima vez.
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Eu caminhava junto à Leann escutando sua conversa contínua
sobre o novo caminhão que Noah tinha comprado. Estava tentando
com muito esforço ignorar o que me rodeava e a todos ao meu redor,
que fiquei surpresa quando Leann se sentou em um tronco e me
puxou para seu lado.
— Este lugar é para casais e minha outra metade não está aqui.
— forcei um sorriso em meus lábios para que permanecessem no
lugar. Ele passou o braço ao redor da minha cintura e me segurou do
seu lado.
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— A deixe ir, Ryan. Se Sawyer souber disso, ele vai te matar. —
a ordem de Leann entrou em ouvidos surdos. Ryan riu entre dentes e
passou sua mão na minha perna. Dei-lhe uma bofetada e lutei para
me levantar de novo.
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não sabia como reagir diante de situações como esta. Odiava ser tão
ingênua.
— Sou eu. Agora você está salva. — com o som da voz de Beau,
deixei escapar um soluço e me virei para me ajeitar em seus braços.
— Obrigada. Eu disse a ela que vir aqui era uma má ideia. Este
lugar não é para mulheres solteiras. — tentei fazer com que minha voz
soasse clara, mas não consegui.
— Oh meu Deus!
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— Não é meu sangue, Ash. — me tranquilizou. Pouco a pouco
soltei seu pulso e o deixei terminar de limpar o que eu supus que era o
sangue de Ryan. — Como eu já disse, Ryan não chegará perto de você
outra vez.
Assenti com a cabeça. Não estava segura do que tinha que dizer.
Nunca tive alguém que lutasse por mim antes. Era uma sensação
estranha. O calor correndo em mim enquanto olhava os nós dos dedos
um pouco raspados de Beau serem limpos, foi surpreendente. Pelo
jeito, eu gostava da ideia dele partindo a cara de Ryan.
— Não tem que pedir desculpas. Não tenho nenhuma razão para
esperar que me ligue. Só espero que vir aqui não cause problemas
entre você e Nicole.
— Bilhar?
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— Sim, bilhar. Há um pequeno lugar fora dos limites da cidade
aonde vou para jogar bilhar.
Isto soava como uma má ideia. Na verdade, sabia que era uma
má ideia.
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gordurosos com barrigas que caíam sobre suas calças jeans, tatuagens
nos braços e mulheres vulgares empoleiradas em seus colos ou que se
esfregavam neles enquanto dançavam, enchiam o lugar. Beau soltou
minha mão e passou o braço ao redor da minha cintura.
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— Olá, senhora Vincent. É bom vê-la de novo.
— Sim, isso é o que quer dizer a você mesmo filho, mas não é
burro e pelo seu bem espero que ela também não seja. — logo tocou a
bochecha de Beau com a mão e se virou para ir de volta para o bar.
— Sinto muito por ela, mas não é uma grande fã dos pais de
Sawyer e qualquer coisa relacionada com eles é imediatamente
questionável. Ela vai se acostumar depois que te conhecer.
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de mim. Sua mão cobria a minha, me deixando tonta. Precisei de um
segundo para lembrar-me de respirar.
— Vai ter que parar de fazer isso Ash. — sussurrou Beau com a
voz rouca e diminuiu o espaço entre nós, pressionando seu corpo
contra o meu. Eu consegui sacudir minha fascinação por seus lábios e
o olhei nos olhos. Olhava para mim com um brilho faminto que não
estava acostumada a ver. Mas eu gostei. Gostei muito.
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— Ash, eu estou me esforçando muito para ser bom. Ser bom
não é comigo, mas Sawyer é importante para mim. Por favor, lembre
que tenho meus limites e você olhando para a minha boca como se
quisesse um pedaço me coloca, perigosamente, perto da borda destes
limites.
Não me dei conta até que seus braços me rodearam e senti seu
cheiro de sabonete, que isso não havia sido um sucesso.
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Ele estudou a mesa e assentiu com a cabeça.
— Confio em você.
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Pegou minha mão e me conduziu até a saída.
Dizer que não me importava de ser puxada para seu lado, não
parecia uma boa ideia, então fiquei de boca calada.
Assim que nos soltamos, estudei o caminho até o bar que havia
passado o último par de horas. Não era tão assustador como pensei
que seria um bar. Depois de jogar bilhar, havia me esquecido de todos
os outros que estavam no lugar.
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— Eu percebi. Gosto de ver você se divertir. Você é incrível
quando deixa o muro ao seu redor cair.
Ele não disse nada. Mas mantive os olhos fixos nele, esperando.
— Seu muro perfeito. O que você mantém para que todo mundo
veja. O que você usa para esconder a garota que conheço por trás dele.
A garota que quer rir e se divertir. Perfeito não é divertido, Ash.
— Não posso ser essa garota o tempo todo. Meus pais, Sawyer,
as pessoas da cidade, todos esperam uma boa garota. Não posso fazê-
los ver este lado meu. Mas me sinto tão bem em deixá-la solta. Mesmo
que seja por pouco tempo. Então, obrigada.
Não olhei para o lado para ver sua reação, não era preciso. Sua
mão buscou a minha e a segurou. Não eram necessárias as palavras
porque ele entendia.
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Capítulo 6
ASHTON
Acordei e encontrei minha mãe sentada na beirada da cama.
Mesmo que minha visão estivesse embaçada pelo sono, era difícil não
ver seus olhos vermelhos e os círculos escuros embaixo.
— O quê?
— À noite sua avó foi dormir. Quando seu pai chegou esta
manhã para garantir seu aquecedor de água antes que fosse para a
igreja, encontrou-a na cama. Foi um enfarto.
— Querida, sei que era muito próxima de sua avó. Isso é dificl
para todos, mas sei que especialmente para você. Tudo bem se chorar,
estou aqui e te segurarei.
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Nunca tinha pensado que minha avó morreria. Ela era uma
parte da minha vida. Meu escape do mundo que vivia diariamente. Ela
me entendia de uma forma que meus pais nunca fariam. Minha avó
não esperava que eu fosse perfeita, como faziam meus pais e Sawyer.
Estando com ela eu era livre. Era como quando estava com Beau.
Ashton,
De novo, me desculpe pelos atrasos dos meus e-mails. Depois de um dia inteiro
de caminhada, caí quando voltava à cabana. Estou combatendo o cansaço, então posso
te escrever.
Hoje Cade e eu fizemos uma caminhada que nem minha mãe, nem minha irmã
queriam provar, então papai ficou com elas. Era muito íngreme em alguns pontos. Era
incrível. A vista de lá, quando chegamos, era impressionante e Cade viu seu primeiro
urso pardo. Acho que tirou uma dezena de fotos.
Aguente firme. Seu tédio está na metade do caminho. Estarei em casa em vinte
dias.
Te amo,
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Sawyer.
Sawyer,
Hey...
Não queria lhe dizer pela tela de um computador que minha avó
estava morta.
Não podia dizer sobre lavar o carro com Beau ou jogar bilhar no
bar. Minha visão estava nublada por chorar e conversar pelo
computador era a última coisa que eu queria fazer. Apaguei minha
resposta, peguei minha bolsa e fui até o carro.
Podia mentir a mim mesma e dizer que não sabia aonde ia, que
só precisava me afastar e dirigir. Mas no fundo sabia extamente aonde
ia.
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me perguntou. Sabia que não perguntaria. Esperaria que eu estivesse
pronta.
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BEAU
Puxei Ashton para meu colo enquanto me sentava debaixo de
um carvalho velho. Seus braços apertavam meu pescoço enquanto
soluçava contra meu peito. Estava com medo de perguntar o que
estava errado. Ao invés disso, eu a segurei e esperei.
Meu peito doía tanto com cada soluço que era difícil respirar
fundo. Sentar aqui esperando que ela se acalmasse o suficiente para
me dizer em quem tinha que dar uma surra por fazê-la chorar, não era
fácil. Um soluço sacudiu seu corpo e eu a embalei com mais força
contra mim.
— Só me abrace. — respondeu.
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quando sua mão se moveu pelo meu peito e suavemente começou a
secar as gotas de umidade.
Parei de respirar. Sabia que era errado deixá-la fazer isso, mas
não podia me importar menos. Moveu-se em meu colo até que se
sentou montando sobre mim. Deixei minhas mãos caírem sobre sua
cintura enquanto ela continuava tocando meu peito. Meu coração
começou a golpear minhas costelas com tanta força, que eu sabia que
ela podia senti-lo. Precisava parar isso.
Deixei de olhar suas mãos sobre meu peito e olhei fixamente seu
rosto. Havia uma pergunta em seus olhos, podia vê-la.
Tracei uma linha em sua clavícula até a curva de seus seios. Ela
gemeu em voz alta e se deixou cair em meu colo fazendo pressão em
minha ereção. Ia me deixar louco se continuasse.
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— Oh, droga. — gemi antes de pegar seu rosto e atrair sua boca
para a minha.
64
ASHTON
Abri a porta do carro e olhei para Beau. Meu coração batia
selvagemente com sua visão. Queria ir até o fim, mas ele me parou.
Um sorriso saiu dos meus lábios porque eu sabia que não tinha me
parado porque estava ruim. Ou porque não queria. Havia parado só
porque não tínhamos proteção. Beau tinha ficado tão louco quanto eu.
Tinha me olhado com esses olhos lindos cor de avelã sem continuar
escondendo seus sentimentos.
***
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casa. Enviei uma mensagem de texto para deixá-la saber que estava
indo para casa porque minha cabeça doía e eu a dexei lá.
— Menina, você tinha que ver o caos sangrento que Beau fez no
rosto de Ryan. Ele o atingiu. Estava furioso.
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Não precisava disso. Porque as pessoas pensavam que eu queria
escutar sobre a última vez que viram minha avó, isso estava além de
mim. Estava tentando esquecer. Queria fingir que minha avó e eu
íamos ficar abraçadas na rede quando todos se fossem e falaríamos de
coisas engraçadas que vimos ou alguém disse. Não precisava dos
detalhes da última vez que cada um aqui viu minha avó viva.
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— Eu vou assistir um filme com Leann. — eu disse logo que
entrei em casa.
Meu pai não parecia ser capaz de falar muito hoje. Olhar para
ele me causou uma dor que abriu o meu peito e eu estava tentando me
segurar. Olhei para a minha mãe.
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mentindo com quem estaria e o que estaria fazendo, mas estava
fazendo o que, indiretamente, ela queria.
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Capítulo 7
Caminhei a curta distância da minha casa até o bosque. Eu não
quis que meu carro ficasse no bosque para que todos vissem. Não
seria preciso muita inteligência até perceberem que Beau estava
estacionado lá antes e agora o meu carro vazio estava no seu lugar.
Ninguém esperava que a filha do pastor pecasse, mas certamente eles
adorariam descobrir que sim. Não que isso fosse exatamente um
pecado.
Bem, mentir para os meus pais era, mas Beau era primo de
Sawyer e... Meu amigo. Estou certa de que alguns dos lugares onde
Beau havia me tocado e beijado esta tarde se enquadravam na
categoria de pecado, mas não me atrevi a me preocupar. No momento
em que cheguei ao bosque, eu havia convencido a mim mesma de
nossa inocência.
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tonta quando suas mãos pousaram sobre o câmbio de marcha entre os
meus joelhos.
— Oh, hm, eles não disseram nada, mas normalmente não saio
tão tarde. Eu disse a eles que ia ver um filme de meia-noite. — ele
trocou de marcha, então descansou a mão na minha coxa. Eu estava
começando a entender por que ele gostava de vestidos de verão.
Eu não havia ido até à baía há anos. Sawyer nunca quis dirigir
por esses lados. Ele dizia que a água era desagradável, mas eu sempre
pensei que era bonito.
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A mão de Beau saiu da minha coxa e voltou para o câmbio de
marcha. Estudei sua mão grande e bronzeada, me perguntando se era
justo para alguém ter todas as partes do seu corpo perfeitas.
Seu aperto no câmbio era tão forte que a cor de sua pele morena
ficou um pouco pálida. Eu queria alcançar sua mão e acalmá-lo. Fazer
com que a tensão desaparecesse, mas tínhamos que falar sobre isso.
Ele não disse mais nada, nem fez um movimento para me tocar.
Um nó doente de medo estabeleceu-se em meu estômago enquanto eu
esperava para ver se ele virava e me levava de volta. Eu lembrei o quão
ruim era o que estávamos fazendo e ele não estava bem com isso.
Beau nos levou por uma estrada de terra e por entre os arbustos
e as ervas daninhas, eu podia ver um espaço aberto mais à frente. Era
terminada com um cais. Beau deu a volta e deu ré para que a parte
de trás ficasse de frente para a água.
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Em poucos minutos ele estava de volta do lado de fora da porta aberta.
Enroscou os dedos para que eu fosse até ele. Aproximando-me até que
eu estava perto o suficiente para agarrar-me sob as pernas e ele me
levasse. No momento em que me pegou, de repente eu me preocupei
que eu podia ser muito pesada. Tentei não pensar sobre o meu peso,
mas geralmente não havia garotos que me pegavam e me carregavam
no colo. Felizmente o meu peso não pareceu ser um problema e ele me
levou ao redor da caminhonete e me colocou na “cama” com facilidade.
Ele tinha estendido várias colchas e um par de almofadas. Uma
geladeira estava num canto mais distante. Eu me arrastei até o meio e
sentei.
Uma vez que meus dois pés estavam descalços, levantou o olhar
para encontrar meus olhos.
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Sua mão quente pressionou meu pé mais próximo a ele
enquanto se movia para sentar ao meu lado. Nenhum de nós falou
enquanto observávamos a água quieta.
Meu coração doeu por ele. Eu apertei sua mão apoiada em seu
estômago em um punho para chegar a alcançá-lo e acalmá-lo, como
uma criança.
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Fechei os olhos contra as lágrimas que ameaçavam derramar
pelo meu rosto. Eu queria dizer que eu nunca me senti tonta quando
Sawyer me deu um beijo ou como a terra não se movia com seu toque.
Mas eu fiquei em silêncio, sabendo que não podia. Embora Beau fosse
o que eu queria, eu sabia que nunca poderia tê-lo. Estas duas últimas
semanas eram tudo o que teríamos. Sawyer voltaria para casa e eu
ficaria com ele novamente. Não havia outra opção.
75
me entregaria a Beau porque era o que eu queria. Ele era o bad boy da
cidade e eu era a filha do pastor. Não deveria acontecer desta forma.
76
Capítulo 8
BEAU
Hoje era para eu cortar três gramados diferentes. No entanto, só
liguei e reprogramei todos, momentos antes de Ashton sair do bosque
para a minha caminhonete. Ontem à noite tudo mudou para mim.
Precisava dizer exatamente como eu me sentia, mas não podia fazê-lo
agora, não queria ter essa conversa, no entanto, só queria desfrutar de
estar com ela.
77
Franziu os lábios como se tivesse tomado o seu brinquedo
favorito e se sentou cruzando os braços sobre o peito.
— Talvez um pouco.
78
Tudo estava bem com o mundo. Uma vez que saí da estrada sul,
eu coloquei minhas mãos em suas coxas e aproveitei o passeio.
79
ASHTON
— Eu sempre soube que você seria irresistível quando parasse
de agir como alguém que não é. — Beau sussurrou enquanto envolvia
seus braços ao meu redor.
Ele ainda estava ofegante por correr através das ondas. Soltei
uma risadinha sem fôlego e descansei minha cabeça contra seu peito
duro.
— Fico feliz que você me veja dessa forma. Eu não estou dizendo
que eu concordo, mas me faz feliz saber que você não vê meus
defeitos.
80
Ele se recusou. Eu esperei ele falar e depois de alguns minutos
de silêncio, ele virou a cabeça para me estudar.
—Você age como outra pessoa com ele. Alguém que você acha
que combina com ele. Uma boa menina perfeita que segue todas as
regras. No entanto, você quer quebrar cada uma delas, Ash. Você não
é uma criminosa, apenas quer abrir suas asas um pouco e aproveitar
a vida. Mas você o quer tanto que está disposta a negar a liberdade de
ser você só para tê-lo. — ele fez uma pausa, mas continuou com seu
olhar suplicante em mim.
— Não disse que você era má. Você é boa, Ash. Não está me
ouvindo? Você tem o ouvido distorcido para o que é bom. Querer
escapar com seu namorado e saber se você é desejável, desejar seu
maldito namorado ou deixar um carro maldito em um estacionamento
local não faz de você uma pessoa ruim. Faz de você um ser humano.
81
Mas este era Beau Vincent. Ele bebia muito e fazia aquelas
coisas com as meninas em lugares públicos, coisas que nunca tinha
feito na minha vida... Até que eu comecei a passar tempo com ele.
— Nada sobre você é feio. Você é tão bonita por dentro como
você é por fora, mas não vê isso. Isso é o que me mata. Sawyer é meu
primo e eu faria qualquer coisa por ele. Mas ele é louco por ter te
mantido num pedestal maldito. Eu quero ver a verdadeira Você. Que
gosta de usar shorts, porque sabe que me deixa louco. A que corre no
bosque para a minha caminhonete sorrindo como se nada mais
importasse. — acariciou meu rosto com a mão. — A verdadeira Ashton
Gray é perfeita e eu estou loucamente apaixonado por ela.
82
Os lábios de Beau encontraram os meus e tudo desapareceu.
Não me importava com todas as preocupações e argumentos no fundo
da minha cabeça. Eu só queria ser eu. E em seus braços, eu sabia que
eu poderia ser.
83
Capítulo 9
Todos na cidade, de alguma forma, conseguiram entrar na igreja
para prestar suas homenagens à minha avó. Eu não tinha sido capaz
de falar ao olhá-la deitada ali, imóvel e pálida. Não tinha colocado sua
maquiagem. Ela era uma especialista em maquiagem e sempre se
arrumava bastante. Eu gostava de saber que tinha a avó de 70 anos
mais bonita do mundo. Quando mamãe e papai não queriam que eu
começasse a usar maquiagem ainda, mesmo depois das minhas
orações e súplicas, vovó me levou para passar o fim de semana com
ela para que ela pudesse me ensinar a arte de colocar "o rosto", como
ela o chamava.
Vovó era muito semelhante à Beau pelo fato de que ela abraçou
a garota má em mim. Pensar em Beau fez com que outro nó se
formasse em minha garganta. Eu estava começando a confiar demais
nele. Sawyer estaria casa em breve e tudo mudaria.
84
em cima da camisa que eu tinha certeza, nunca tinha sido usada até
esta noite. A camisa estava escondida em um par de calças caqui que
também nunca o havia visto usar. Quando eu olhei de novo para
encontrar seus olhos, sorri pela primeira vez em horas, apreciando seu
evidente desconforto.
— Já foi vê-la?
85
Então, muitos planos foram feitos. Muitos sonhos foram
lançados, sentadas em sua varanda bebendo chá doce e comendo
biscoitos de açúcar.
Ela estava sorrindo. Eu estava feliz que ela estava sorrindo. Ela
sorria muito. Eles tinham usado sua maquiagem. Reconheceria esse
batom cor de framboesa madura em qualquer lugar. O cheiro de rosas
era forte, lembrando ainda mais as tardes que havíamos passado fora
de sua casa, conversando.
86
falecido uma lição da arte de colocar "o rosto". Os cantos da minha
boca se levantaram.
Desta vez, um soluço chegou aos meus lábios. Cobri minha boca
e deixei a cabeça cair enquanto as memórias tomavam conta de mim.
Saber que esta era a última vez que a veria, rasgou meu peito. Um
braço reconfortante me envolveu e dei um passo, enquanto ele me
puxava contra seu peito duro. Beau não disse nada para me confortar.
Ele simplesmente me deixou ter este último adeus da única maneira
que sabia fazer. Quando as lágrimas diminuíram e a dor em meu peito
pareceu aliviar, levantei a cabeça para ele.
87
sido meu amigo desde que tinha puxado o meu cabelo no jardim de
infância e em troca eu peguei sua mão e torci seu braço atrás de suas
costas. Depois que a professora do pré-escolar nos colocou na
detenção e ameaçou chamar nossos pais, Beau olhou para mim e
perguntou: — Você quer se sentar perto de mim e do meu primo no
almoço?
88
Capítulo 10
ASHTON
Não tem me respondido, isso significa que meu e-mail nunca chegou (o que é
provável já que o acesso à Internet daqui não é confiável) ou algo está errado. Tentei
ligar várias vezes, mas não se pode conseguir sinal aqui, não importa onde você esteja.
Eu tenho boas e más notícias. A má notícia é que Catherine teve reações
alérgicas a alguma planta desconhecida e explodiu em urticária, papai teve que levá-la
para a cidade mais próxima. Ele voltou há uma hora e ela vai ficar bem, mas mamãe
está pronta para ir para casa. Isso me leva à boa notícia. Estou voltando para casa.
Estamos empacotando enquanto eu escrevo isso e logo que eu tiver sinal no meu
telefone eu te ligo. Mantenha o seu telefone com você. Preciso ouvir a sua voz. Ligue
também para Beau por mim e diga a ele que estou voltando para casa. Ele e eu podemos
ir para a musculação uma semana antes dos treinos de futebol. Também diga a ele para
dizer adeus à cerveja, eu preciso do meu melhor receptor em forma. Eu te amo,
Sawyer
— Alô.
— AHHH bebê, é bom ouvir sua voz. Você recebeu meu e-mail?
Esperei até estar acordada para ligar. Estamos a duas horas de
chegar. Meu pai vai me deixar em sua casa. Eu não posso esperar
para ver você.
89
— Hm, uh, sim, acabo de ler o seu e-mail. Não posso acreditar
que está voltando antes.
90
de luxo de ouro e uma mansão fabulosa. Ela sempre disse que Deus
teria um jardim de rosas para ela cuidar.
— Ok, eu te amo.
91
odiando-o por roubar a garota de Sawyer. Isso é impossível. Toda esta
situação estúpida.
92
A amargura em meu tom de voz era inegável. As sobrancelhas
de papai franziram. Ele não gostou da minha voz, mas eu estava
pensando em minha desculpa. Esperei calada rezando que ele
acreditasse. Depois de uma eternidade, ele assentiu e suspirou
profundamente.
— Eu sei que isto tem sido difícil para você. Com Sawyer fora,
sua mãe e eu ocupados com o funeral e parentes vindos de fora, não
tivemos tempo para estar com você. Eu aprecio o fato de que Beau
percebeu que precisava de alguém e aparecera. No entanto, Beau
Vincent não é o tipo de rapaz que quero que você se relacione. É primo
de Sawyer e quando Sawyer estiver por aqui, tudo bem, mas Beau não
vem de boas raízes. Seu pai era um palhaço e sua mãe "white trash1".
Você pode obter uma má reputação passando tempo com pessoas
como ele. As más companhias corrompem os bons costumes, lembre-
se disso.
— Sawyer. — disse.
— Bem, bem, estou contente por vir para o funeral de sua avó, é
um bom menino. — com sua cara de satisfação, papai deixou o quarto
fechando a porta atrás de si.
1
Lixo branco.
93
Olhei para a porta fechada, como eu queria bater nele.
Entrei com o carro pela estrada de cascalho antes de desligar o
motor. A caminhonete de Beau era o único veículo fora de seu trailer.
Sua mãe não estava aqui. Essa era a única coisa boa sobre essa visita.
Eu tinha que fazer isso sozinha. Sawyer estaria na cidade em cerca de
trinta minutos. Eu teria vindo mais cedo, mas depois da conversa com
o meu pai nesta manhã, eu decidi que era melhor esperá-lo sair para a
igreja.
94
Esquecer as consequências e me jogar nos braços de Beau. Eu queria
dizer a ele que o amava. Eu queria beijar seu rosto aqui para todo o
mundo, que tivesse o nariz pressionado contra a janela, ver. Queria
reivindicar Beau como meu, mas eu não podia fazer qualquer uma
dessas coisas. Nosso conto de fadas nunca funcionaria. Ele perderia
Sawyer. As pessoas o odiariam ao invés de apenas falar que era como
seu pai, meu pai nunca aceitaria isso, eu provavelmente seria
trancada no meu quarto ou me mandaria para uma escola de
mulheres. Não permitiria isso.
Eu não podia deixar que Beau soubesse os motivos, ele era mais
corajoso do que eu, lutaria por mim, perderia o pouco que tem nesta
cidade estúpida por mim e para nada. Meus pais nunca o aceitariam,
teria que deixá-lo ir. O que eu queria não era importante. O futuro de
Beau era.
95
— Nós sabíamos que esse dia chegaria. Só chegou mais cedo do
que eu pensava. Estive pensando sobre isso e eu quero que você deixe-
me falar com ele. Eu acho que posso.
— Não. — eu disse, parando-o. Eu tinha que dizer algo antes
que ele dissesse mais.
Seus planos não tinham sentido. Não havia nada para planejar.
Eu me virei para olhá-lo no rosto e, em seguida, ele colocou as mãos
no meu cabelo.
Havia muito mais que eu queria dizer. Tantas coisas que haviam
sido praticadas no caminho, mas o caroço na minha garganta estava
lutando contra mim.
96
Tudo isso poderia ter significado tão pouco para ele? Ele disse
que me amava, por que mentir sobre isso? Vi quando puxou o telefone
da bolsa e começou a mandar mensagem para alguém. Eu queria
gritar para que mostrasse alguma emoção, para que demonstrasse que
se importava. Que era difícil para ele também. Pensei que lutaria por
mim.
Atordoada, passei por ele sem dizer nada. Nem disse adeus.
97
Capítulo 11
BEAU
Quando escutei o carro de Ash sair, atirei o telefone contra a
parede. Ele caiu no chão em pedaços. Eu sabia como ele se sentia,
destroçado, quebrado.
— Maldita Ash.
— Alô?
98
— O que há de errado com todo mundo? Alguém pode reagir
com felicidade por eu voltar para casa mais cedo?
— Tenho certeza que sua... Ash está feliz por voltar. — eu disse,
me perguntei se ele tinha escutado que me detive ao chamá-la de sua
namorada. Eu não estava pronto para aceitar isso.
Eu tinha que ter cuidado, ela fez sua escolha. Isso não significa
que não podia fazê-la mudar de ideia, mas eu tinha que ter cuidado.
Eu tinha que protegê-la.
Sawyer suspirou.
— Obrigado cara, eu agradeço por ter ido. Sei que isso significa
muito para Ash.
99
— Tudo bem, bem, obrigado novamente. Não estou brincando
sobre a sala de pesos amanhã. Tenho que colocar a sua barriga de
cerveja em forma.
100
ASHTON
— Você realmente disse à Sawyer que ele era bem-vindo para
jantar conosco?
Forcei um sorriso para meu pai não ver nada de diferente. Ele
saiu, fechando a porta atrás de si. Deitei na cama, olhando para o teto
e me perguntando como eu olharia no rosto de Sawyer com a culpa do
que havia feito. Eu amo Sawyer. Minhas ações não fazem parecer isso,
mas eu o amo. O problema é que eu não estou apaixonada por ele. Eu
não sabia das diferentes formas de amor que você pode sentir por um
garoto. Sawyer era tudo o que eu respeitava, era doce e carinhoso,
nunca tive que me preocupar porque me deixaria ou me magoaria, era
impossível não amá-lo. Infelizmente, sua namorada era uma farsa. Ele
merecia saber a farsa que eu sou, mas como explicaria porque estava
agindo assim? Por meus pais, pela maldita cidade. Eu não podia dizer
nada a Sawyer. As fofocas em uma cidade pequena correm rápidas.
101
— Ei, deixe, eu limpo isso. Não tem visto Sawyer nas últimas
semanas, vá, eu sei que querem passar tempo juntos.
Este não era meu pai. Ele normalmente diria que nós
deveríamos ficar aqui, em casa ou na varanda. Raramente queria que
saíssemos para passar tempo juntos. Aparentemente estava mais
preocupado com Beau do que pensei. Mas antes tivesse razão para
desconfiar de Beau. Talvez seja a intuição de pai.
Ele não era alto como Beau. Eu nunca tinha prestado atenção a
isso. Eles tinham várias semelhanças físicas, mas eles eram muito
diferentes. O cabelo castanho escuro de Sawyer era longo o suficiente
para tocar seu pescoço e enrolar nas pontas. Seus lábios não eram tão
carnudos como os de Beau, mas seus ombros eram mais largos. Eles
sempre brincavam sobre quem tinha o braço mais forte quando se
referiam a atirar balões, mas Beau, quando se tratava de dar golpes,
era mais forte. Eu olhei para minha mãe, que sempre sorria tolamente
quando Sawyer vinha aqui. A culpa em meu peito crescia. Ela nunca
sorriria se Beau estivesse comigo.
— Ah, não se preocupe com a hora. Eu sei que vocês têm muito
que conversar.
102
Sawyer parecia tão surpreso quanto eu. Se não o conhecesse tão
bem, pensaria que estava tomando as pílulas para ansiedade da
minha mãe.
103
Ele apertou o meu ombro. — Tudo bem, eu entendo.
Ele saiu da estrada e foi para sua casa. Nós estávamos indo
para o buraco. Não tinha que perguntar. Estava fora e segura.
Provavelmente ligaria para seu pai para dizer onde estávamos e então
poderíamos ir para lá, só para se certificar que tudo estava bem.
Estacionarmos lá não era algo que faria. Isso arruinaria sua reputação
e não podíamos permitir isso. Podia ouvir o sarcasmo nos meus
pensamentos assim que fechei os olhos para me repreender. A menina
má não voltaria à sua jaula sem lutar desta vez.
— Sinto muito que não estivesse aqui, Ash. Perder a sua avó
dessa maneira deve ser difícil, você está com raiva de mim por não
estar aqui?
— É claro que não estou brava com você. Eu gostaria que você
voltasse para uma namorada feliz, você não merece isso.
Ele acariciou meu joelho e observei sua mão, não era tão grande
ou tão bronzeada como a de Beau.
104
— Algumas das senhoras da igreja mencionaram que Beau te
segurava pela mão. — soltou uma risada. — Isso lhes preocupava e
pensaram que eu tinha que saber.
105
Capítulo 12
Caminhamos em direção à fogueira. Decidi não dizer a Sawyer
sobre o episódio estúpido sobre a bebedeira de Ryan. Aconteceu e não
foi tão ruim. Claro que Ryan me tocar foi nojento, mas terminei o dia
jogando sinuca com Beau, a lembrança dele sorrindo para mim
enquanto eu jogava, me causava uma dor no coração. Sentia muito
sua falta.
106
— Diga-nos. Conte-nos como vai nos colocar em forma. — disse
Toby Chifre, que joga no canto traseiro, porque interceptou um passe
no campeonato estadual no ano passado para contornar dois
defensores e fazer um touchdown que nos deu a vitória.
Depois desse jogo seu status social foi elevado. O que explica
por que a capitã das líderes de torcida, Kayla Jenkiss sentava em seu
colo. Ela estava empenhada em conseguir chamar a atenção de Beau
no ano passado. Aparentemente, desistiu.
— Eu não sou o único que nos fez ganhar o jogo estadual no ano
passado. — lembrou Sawyer enquanto me puxava para ele quando se
recostava na caminhonete.
107
menina que as animadoras de torcida adicionam ao seu clube, de
maneira que cada jogador tenha uma menina que faça mimos nos
dias de jogos. Também extra oficialmente as meninas com espírito
ajudam com a lição de casa, pedem uma pizza para o almoço e, às
vezes massagens e outras coisas. A equipe principal sempre escolhe
sua garota com espírito e outros participam de um sorteio para
adquirir a sua.
Entre seus pés, usando jeans, estava Nicole. Que tinha uma
mão ao redor de seu pescoço e outra no joelho. Teria sido melhor me
dar um golpe no estômago. Talvez atingir algumas vezes. O momento
da dor seria uma distração bem-vinda para o peso que sentia no
coração. Os olhos de Beau me olharam, depois de tudo que passamos
juntos, eu esperava que mostrasse um pouco de... Oh... Eu não sei.
Apenas algo. Mas, ele não parecia se incomodar absolutamente com
nada. Era como se essas duas semanas nunca tivessem passado. Eu
engoli o nó na garganta.
108
Isso revirou meu estômago. Eu espero não vomitar.
— Não é uma coisa Nic, ela é perfeita em tudo o que faz. — a voz
de Sawyer soou calma e amigável como sempre.
Eu deveria estar com raiva que meu namorado não era tão
inexperiente como eu pensava. O fato de que ele não foi capaz de
manter suas mãos longe de Nicole, e não tinha problema em não me
tocar, eu deveria me preocupar. Mas isso não aconteceu. Tudo o que
eu sentia era alívio de ver que Beau tinha empurrado Nicole.
109
Havia dor nesse olhar, que me perseguia em meus sonhos. Eu
dei-lhe um sorriso triste antes de virar para seguir o meu namorado
nas árvores. A luz do fogo desapareceu assim como os ruídos. A lua
deslizava por entre os ramos das árvores, nos dando luz suficiente
para não tropeçar em cima de um galho caído.
Como você pode estar apaixonado por alguém e não querer fazer
sexo com aquela pessoa? Éramos humanos. Ele era um adolescente,
pelo amor de Deus, ele tinha hormônios.
110
— Você não está atraído por mim dessa maneira? Quer dizer, eu
sei que não tenho o corpo de Nicole e não ganharia nenhum concurso
de beleza, mas se você me ama, então pensei que fazer sexo comigo te
atrairia.
111
Capítulo 13
O estacionamento da escola estava quase vazio. Havia apenas
alguns carros estacionados. Reconheci a caminhonete de Sawyer e
Beau. Ambos deveriam estar no treino. Eu poderia ter ido para casa há
uma hora. Sawyer estava na sala de pesos e não havia respondido
minha última mensagem. Ir para casa não era algo com que poderia
lidar no momento. Minha tia Caroline e sua filha Lana chegaram
ontem à noite em casa e ficariam por tempo indeterminado. Tio Nolan
foi descoberto fazendo coisas que não deveria com sua secretária, em
cima da copiadora, e tia Caroline deixou sua casa no Mississippi. Nós
éramos o único lugar em que podia pensar, e isso não nos fazia os
ganhadores da loteria. Minha tia Caroline chorava e contava a quem
quisesse ouvir, o que encontrou meu tio fazendo. Ouvir a primeira vez
foi bastante difícil. Na verdade, eu não queria estar sofrendo com os
resumos. Ter Lana invadindo meu espaço pessoal já era mais que
frustrante. Ela era tão educada e fina. Eu queria gritar ou
possivelmente estragar seu cabelo e esbofeteá-la um pouco para que
mostrasse alguma emoção.
— Você esteve parada aqui vendo o seu carro por cinco minutos.
Suponho que algo esteja te incomodando.
112
As lágrimas ardiam nos meus olhos. Estar tão perto dele e tê-lo
me olhando e falando diretamente comigo era maravilhoso e
incrivelmente doloroso.
113
Uma risada ao meu lado deveria ter me incomodado, tê-lo rindo
da minha situação, mas sentia tanta falta desse som, que me fez
sorrir.
Estar com Beau me fazia acreditar que tudo ficaria bem. Que os
problemas que nos mantinham separados, nem sempre importariam e
tudo ficaria bem.
114
— Eu dormi. — eu disse.
Beau riu.
O que ele quis dizer com isso? Desde quando? Desde este Verão,
quando éramos apenas nós? Antes que ele me deixasse ir de seu
trailer, sem discutir?
— É Sawyer.
115
— Deixe-me atender. Vou explicar de qualquer maneira.
Também não fizemos nada ruim.
— Alô.
116
— Dizer-me coisas assim tornam isso mais difícil para mim. Eu
sempre estarei aqui para você. Mas, não me diga que você precisa de
mim.
— Inferno, Ash eu não posso ouvir isso, não posso pensar nisso.
Posso lidar com dizer não ao que eu preciso. Ao que eu quero. Mas eu
não posso negar a você.
— Você ama muito a Sawyer. Ele é como seu irmão. Poderia feri-
lo dessa maneira? Poderia perdê-lo por uma menina? Não posso deixar
que você o faça. Um dia vai me culpar por me intrometer entre vocês
dois. Nunca será capaz de me amar. Sempre seria um lembrete de
como você perdeu Sawyer.
Escutar que ele concordava, era como ter uma espada enterrada
no peito.
117
Não olhei para Beau. Mantive meu rosto enterrado no peito de
Sawyer.
Eu não podia dizer não. Eu não queria dizer não. Ir para casa
significava mais Lana e mais tia Caroline.
— Claro.
118
Capítulo 14
BEAU
— Olá, Beau.
119
meu peito esses dias, apertou, lembrando-me porque eu estava ali,
esse sentimento nunca iria embora? Quanto tempo doeria tanto vê-la?
— Eu a quero.
— Você? Sério?
— Sim.
— Mas você sabe que Noel tem algo para você e eu posso
prometer que vai satisfazer todas as suas necessidades. — começou
Kayla.
Pedir Ashton poderia ser me abrir para mais dor, mas a ideia
dela fazendo coisas por Sawyer era suficiente para me deixar louco. A
ideia de tê-la fazendo seus biscoitos para alguém, decorando seu
armário e fazendo cartões, me deixava furioso. Além disso, eu não
estava indo bem em química e precisava de aulas, dessas em que o
namorado não é convidado.
120
Sawyer me seguiu, eu precisava de alguma distância dele, seu
afeto fazia Ashton me afastar, é claro que ele não sabia.
121
para conseguir este encontro, mas eu não quero deixar Ashton
plantada, você a levaria? Se não tiver nenhum plano com Nic, porque
nós dois sabemos como se sente sobre Nic e eu não quero metê-la em
uma situação desconfortável.
Ela odiava o camarão frito desse lugar e chá doce sempre era
amargo, era o lugar favorito de Sawyer e ela não lhe dava problemas
ao concordar com ele que era o melhor lugar para comer, ele não a
conhecia em nada.
122
Havia cabines isoladas atrás, não queria que o lugar inteiro
percebesse cada movimento nosso, se teria Ashton para mim, eu
queria aproveitar sem uma plateia.
123
ASHTON
124
Ele soava como se estivesse fazendo um favor a Sawyer, não era
uma menina que precisava ser cuidada, não vim porque não suportava
estar em casa, eu vim porque queria estar com Beau.
— Tentarei não ser muito difícil para seu primo. — eu disse com
um inconfundível desconforto que dilacerava minha voz. Sawyer
franziu a testa pelo meu tom, fingiu um sorriso, que sabia que eu iria
acreditar, pareceu ser suficiente, assentiu e saiu.
Esperei até que a porta foi fechada, para me virar para ver Beau.
— O quê?
125
— Você está dizendo que estava me testando? Você tentou me
irritar na frente dele? — perguntei, tentando controlar meu
temperamento.
— Uiii, lá vem de novo, mas desta vez o Sr. Perfeito não está
aqui, então eu vou ver toda a força.
126
Capítulo 15
Minha casa estava a sete milhas e andar na escuridão não foi
muito inteligente. Além disso, Beau imediatamente tinha me
encontrado e conduzido ao meu lado, tentando me enfiar em sua
estúpida caminhonete. Eu me virei e desci a estrada estreita
pavimentada que levava para a escola. As luzes da rua iluminavam o
caminho arborizado, o suficiente para evitar que fosse assustador.
Estava a menos de uma milha do Hanks, poderia ir sentar na
arquibancada do campo de futebol e fazer Sawyer me buscar quando
acabasse.
— Não era uma pergunta que você poderia dizer sim ou não. Era
uma exigência. Agora saia.
— Ash, você tem que me ouvir. Eu não quis dizer nada que te
disse. Estava apenas tentando ver o fogo atrás de seus olhos. Eu
127
sentia falta dele e egoisticamente te provoquei, sabendo que você
ficaria com raiva. Eu estava errado e eu sinto muito. Por favor.
128
— Eu sou o maior idiota do mundo por não pensar sobre isso
antes. Tratar você como eu tratei. Ash me desculpe, por favor, me
perdoe.
— Eu não poderia deixar você ir para casa esta noite sem comer.
Especialmente depois de ter certeza de que fomos a algum lugar para
comer o que você realmente gosta. Eu não te salvei do Shrimp Shack
para nada.
129
Suas sobrancelhas arquearam. — De verdade... que você acha
isso?
— Então Sawyer está de acordo com você sair com Beau? Bom,
caramba. Tinha certeza que teria um ataque dos infernos uma vez que
soubesse que vocês dois andam pela cidade juntos.
— Aposto que ele não tem ideia que você está em um bar com
Beau. Se soubesse que Beau te traz aqui, não estaria muito feliz que
estivessem passeando.
130
— Desculpe-me por ela. Havia se acostumado com você, mas a
família de Sawyer não a agrada e ser sua namorada faz de você parte
dela.
“Está em casa?”
Não queria ir para casa agora, mas não havia outra explicação
que podia dar a Sawyer.
Respondi a mensagem.
131
Ele não estendeu sua mão para agarrar a minha, nem tocou
minhas costas da forma que costumava fazer quando saíamos daqui.
No caminho, caminhou ao meu lado sem me tocar, nem me olhar.
Isso não era algo que eu pudesse pedir a Beau. Ele havia sido
maravilhoso comigo esta noite depois de nossa briga. Pedir-lhe que me
deixasse na casa de Sawyer, era demais.
— Que foi Ash? O que ele disse para você começar a morder o
lábio inferior? — suspirei e mantive meus olhos no telefone.
— Quer que você me leve à sua casa da piscina. Não quero que o
faça.
— Por quê?
Eu o olhei.
— Não posso fazer isso, Ash. Está me matando. Ter você tão
perto e não poder te tocar, está me deixando louco. É sua Ash. É dele.
Você tomou sua decisão e entendo que o escolheu. Não sou contra,
mas, porra Ash, dói.
132
— Sinto muito Beau. Sinto ter te feito isso. Perdoe-me por tudo.
Lamento não poder fazer melhor. Perdão.
133
Capítulo 16
Lana estava sentada na borda da minha cama, folheando meu
álbum de fotos das últimas férias de verão, quando finalmente cheguei
em casa. Fechei a porta do meu quarto com um pouco mais de força
do que necessário para esconder minha frustração, porque ela havia
mexido nas minhas coisas de novo.
Essa menina não era real. Era como se falasse sempre com voz
suave e nunca mostrasse nenhuma emoção. Era como se minha tia
Caroline houvesse dado à luz um maldito robô. Estava de mau humor
e vê-la se intrometer no meu espaço pessoal não o melhorou.
— Lamento ter te deixado com eles aqui tanto tempo. Estive com
Sawyer mais do que pretendia. — não era exatamente verdade, mas
isso era tudo que ela precisava saber.
134
— Você é tão sortuda, Ash. Sawyer deve ser o garoto mais bonito
no mundo. Lembro-me de desejar poder trocar de lugar com você
quando éramos meninas porque você brincava com ele e seu primo o
tempo todo. Desde criança já era tão cavalheiro e elegante.
— Suponho que seja verdade. Antes pensava que meu pai era
perfeito. — disse lentamente.
135
— Não é engraçado. Você sabe que tenho este medo bobo de
cachorros. E esse garoto mau me fez cantar “I’m a little tea pot” com
todos os meus pulmões uma e outra vez. Falava-me para cantar cada
vez mais alto se quisesse que me libertasse. E quanto mais alto
cantava, mais os cachorros se enfureciam. Era horrível. — parou e um
sorriso suave cobriu seus lábios substituindo o olhar anterior. —
Depois Sawyer apareceu, repreendeu Beau e me soltou. Finalmente
apareceu do nada nesse momento e deu uma desculpa que precisava
de Beau para algo.
136
— Sim, você disse. Beau não gostou muito, então decidiu que
faria algo para você pagar por me dizer algo assim. Essa é a razão
porque te algemou e te fez cantar.
137
Ocorreu-me que Lana pensou que eu estava me metendo em
problemas e eu quis rir.
138
pálido. Sempre invejei seu cabelo ruivo. Podia viver sem uma pele
pálida e sardenta, mas invejava seu cabelo. Caminhou até mim e tirou
os fones dos meus ouvidos.
Conhecendo minha tia, ela contou à Lana que seu pai viria
amanhã à noite. A mulher era idiota como uma caixa de pedras. Como
seu sangue estava relacionado ao da minha mãe? Ru não tinha a
menor ideia.
139
Capítulo 17
BEAU
Decidi terminar completamente as coisas com Nicole. Ela não
estava levando as coisas bem, mas Nicole não estava acostumada a ser
rejeitada. Dei um passo na clareira e o familiar cheiro de madeira
queimada e a música alta me davam as boas-vindas. Escutei gritar
meu nome várias vezes em cumprimentos, mas não prestei atenção a
quem era. Não estava aqui esta noite para socializar. Havia vindo por
uma razão. Havia outras coisas que poderia ter feito esta noite. Mas,
outras coisas não incluíam dar uma olhada em Ashton. Meu mundo
gira ao redor para vê-la. Se soubesse que ela ia a algum lugar, eu ia
também. Estava a ponto de começar a considerar ir à igreja aos
domingos.
Eu sabia por ouvir Sawyer dizer, que Ash canta na maioria dos
domingos na igreja. Não havia escutado sua voz doce cantando em
anos.
— Então ela pode brincar livre ou vai pegar os garotos que forem
atrás dela?
— Cara, ela é uma ave livre, por favor, seja meu convidado.
140
— Muito gostosa.
— Ash.
141
Lembro-me de ter visto a cabeça de Ashton, cheia de cachos
loiros, me olhando atrás do tronco da árvore cobrindo e sua boca
enquanto seus ombros sacudiam com a risada. Eu estava tão
orgulhoso por vingar sua honra e fazer, ao mesmo tempo, ela rir.
Encontrei o olhar de Ashton, desejando pela milionésima vez que as
coisas houvessem sido diferentes e que ela fosse minha.
— Ah, sim, mas acho que você pediu por isso. Costumava dizer
algumas coisas bastante rudes a Ash e nunca deixei que ninguém se
dirigisse a ela dessa forma.
142
— Há mais alguém? — perguntou Sawyer.
Terminar com Nic havia sido justo porque a estava usando para
aliviar o stress, mas agora não havia nenhuma distração para deixar
de olhar Sawyer com Ash.
143
ASHTON
Sawyer estava se esforçando para ter certeza de que Lana se
sentisse confortável com todos. Apresentou-a aos seus amigos mais
próximos e foi buscar uma bebida para ela.
Franzi a testa.
144
como se vocês pensassem que são os únicos ali. Todos nós temos
olhos, sabe?
— Queria ferir a mão que tinha em seu corpo, Ash. Sawyer, por
quem deveria fazer qualquer coisa. Queria feri-lo. Se ele te tocar de
novo na minha frente, vou explodir. Não posso com isso.
Eliminei o espaço que havia entre nós e rodeei sua cintura com
meus braços. Eu havia feito isso. Minha necessidade de estar perto de
Beau havia criado esta situação impossível.
145
— O que posso fazer para que isso fique bem, Beau? Não quero
me meter entre vocês. Essa é a razão principal porque estou fazendo
isso. Ele é sua família. — Beau enfiou os dedos no meu cabelo e
acariciou minha cabeça.
— Beau flertava comigo e Ash não gostou. Pensa que ele não é
suficientemente bom para mim ou algo assim. Eles começaram a
discutir quando disse a Beau que me deixasse sozinha.
146
Deixei de observar o olhar tímido de minha prima e me virei
para estudar o rosto de Sawyer. Será que ele havia acreditado? Com
certeza não. Ele olhava com o cenho franzido para Beau.
— Beau, deixe a prima de Ash em paz. Ela não é uma das suas
garotas de uma noite. Procure outra garota para substitui-la. Não há
motivo para deixar Ash irritada por tudo isso.
Inacreditável.
Precisava me assegurar que ele estava bem, mas não podia fazer
isso com Sawyer parado atrás de mim, esperando para voltar ao
campo. De novo para fingir. De novo para ser miserável.
147
Capítulo 18
Quando entramos em casa, acendi a luz. Lana caminhou ao
meu redor e deixou cair sua bolsa em cima da cômoda, em seguida
ficou na minha frente com o cenho franzido. Não havia dito nada na
volta para casa. Havia me visto obrigada a manter uma conversa com
Sawyer como se nada tivesse acontecido, enquanto ela se sentava em
silêncio na parte de trás. Mas parece que agora estava pronta para
falar.
— Esta noite eu fiz por você, não porque acho que o que você
está fazendo é certo ou errado, e sim porque acredito que precisa fazer
uma ligação a não crucificação.
Aqui estava eu, tendo que terminar com dois garotos e ela havia
estado comigo esta noite, porque seu pai traidor havia traído sua mãe
detestável. No magnífico esquema das coisas, seus problemas eram
muito maiores.
148
Soava muito simples, mas era impossível. Ela não via isso?
149
e eu me deitei na cama, sussurrei uma pequena oração por Lana.
Deus sabe o que ela precisa com uma mãe como a sua.
— Vou sentir sua falta. — disse, desejando que minha voz não
soasse tão triste.
— De nada. — sussurrou.
150
— Muito bem, entraremos em contato. — disse minha tia e se
virou para ir até seu carro Lincoln Town.
Meu olhar desviou de novo para Beau, mesmo que soubesse que
era uma má ideia. Ele era responsável por me fazer esquecer as
palavras. Um sorriso lento de estímulo tocou seus lábios, a igreja de
repente parecia ter cem graus.
Seu pai era o pastor associado, ele achava que nossa pobre
relação lhe dava o direito de questionar minhas ações. Ao invés de
insultá-lo, respirei fundo, em seguida forcei um sorriso e olhei em
cima dele.
151
— Não, estou com dor de cabeça. Preciso de um descanso.
— Bom, vou deixar a porta aberta, assim não tem que dar a
volta no prédio quando quiser entrar.
152
roçando delicadamente meu lábio inferior como se estivesse pedindo
para entrar e eu me senti perdida.
153
Os dois estavam em forma, mas Beau era o bad boy do pedaço. Não
podia deixá-lo fazer algo que nunca se perdoaria.
O triste era que eu sabia que nem chegava perto da verdade, ele
nunca imaginaria que tinha eu perdido minha virgindade com Beau na
traseira de uma caminhonete.
Odiava saber que as palavras que tinha que dizer a ele não
apagaria isso e, sim, deixaria a situação pior. Empurrei Beau para trás
de mim quando me coloquei na frente dele.
Virar-me e ver sua reação era tentador, mas não o fiz. Ao invés
disso, mative meus olhos em Sawyer, orando em silêncio que Beau me
escutasse e fosse. Já era hora de terminar isso e salvar a amizade
antes que fosse tarde demais.
154
CAPÍTULO 19
— Comece pelo início Ash, e me diga tudo.
Não havia como lhe dizer tudo. Olhei para a rua e vi como a
caminhonete de Beau se distanciava. O silêncio era ensurdecedor
enquanto Sawyer esperava que eu falasse.
— Então isso é uma coisa de amigos, porque pela forma que ele
estava acariciando sua boca e te comendo com os olhos acho difícil
acreditar.
— Tudo o que pode ser com Beau é amizade. E ele sabe disso.
Beau é carinhoso. Toca um monte de bocas de garotas.
Está bem, isso não era o que havia esperado. Culpar a mim, não
Beau. Precisava redirigir sua raiva.
155
aconteceu. O que você viu foi seu primo tentando me convencer a não
terminar com você.
Seu rosto havia ficado pálido, como se eu tivesse dito que ele
nunca mais jogaria futebol. Isso não era o fim do mundo.
— Eu finjo quando estou com você. Não sou a garota boa que
acha que sou. Você ama uma Ashton falsa. Estou tentando ser digna
de você há tanto tempo que estou esgotada. Não gosto de voltar os
carrinhos estúpidos até o estacionamento e não gosto de me sentir
como se tivesse que ser a boa samaritana com todos que eu cruzo. Às
vezes, só quero correr e me preocupar comigo. Sou egoísta e intratável
e uma grande farsa. Essa garota que você ama e quer se casar, não
existe.
156
Fechei o espaço entre nós dois, me coloquei na ponta dos pés e
dei um beijo em sua bochecha.
157
— Querida, no momento em que ficou evidente que não voltaria
para a igreja, recebi uma mensagem da minha tia Linda e Kayla, em
seguida Kyle publicou em seu mural no facebook.
— Oh, bom Deus! Quer dizer que isso tem alguma coisa a ver
com Beau? Beau Vincent?
158
— Nessa noite, na parte traseira de sua caminhonete, Beau e
eu... nós... — engoli saliva e fechei os olhos. — Fizemos sexo.
— Eu sei. Não foi a única vez tampouco e... e eu ainda sei que
não voltará a acontecer... acredito que... que o amo. Talvez sempre o
tenha amado. Não, sei que sempre o amei. Quando estou com Beau
sinto coisas que nunca senti com Sawyer. Posso ser eu mesma. Não
tenho que fingir. Beau conhece meus piores defeitos.
— Mas eu arruinei a vida dele. Tudo o que ele tinha era Sawyer.
Não se engane, eu fui atrás de Beau. Posso olhar para trás e ver isso
agora. Tudo isso é culpa minha. Nunca devia ter me metido entre os
dois. — solucei e enfiei a cabeça em seu ombro.
— Beau poderia ter dito não. Sabia que estava destruindo sua
relação com Sawyer em cada momento que passou com você. Não
assuma toda a culpa por isso. — o tom severo de Leann só me fez
chorar mais. Beau precisava de Sawyer. Ele podia não se dar conta
disso, mas precisava. De alguma forma eu tinha que...
— Não pode resolver este problema por eles. Beau sabia o que
estava fazendo, Ash. Ele te escolheu ao invés de Sawyer. Agora que
deixou Sawyer ir, vai escolher Beau?
159
— Escolher Beau fará com que todos em Grove o odeiem. Todos
vão vê-lo como o garoto que afastou a garota de Sawyer. Não posso
fazer isso.
160
Capítulo 20
BEAU
— Beau, o inferno deve ter congelado. Sawyer Vincent está
entrando em um bar.
— Não estou aqui para uma visita social, tia Honey. Vim para
ter minhas costas apunhaladas pelo filho da puta do meu primo.
— Não.
161
— Eu não sei.
Devia lhe dizer a verdade? Ele merecia, mas eu não podia fazê-lo
sem o consentimento de Ash. Era sua história também.
— Eu a amo.
162
— Você – a – ama. — repetiu furioso e incrédulo. — Você tem
consciência de que eu pensava em me casar com ela um dia? E você
Beau? Planeja se casar com ela? Se mudar com ela para o trailer da
sua mãe? Talvez ela pudesse conseguir um emprego aqui, com a tia
Honey, quando seus pais deixarem de lhe dar dinheiro.
Meu punho colidiu contra seu rosto antes que ele soubesse o
que estava acontecendo.
163
— É o suficiente, saia daí, Beau. Isso já foi longe demais. Estão
deixando que uma menina arruíne a amizade de vocês. Nenhum de
vocês se casará com ela. Ela é doce e bonita, isso eu concordo, mas
não vale a pena desfazer de sua família por ela.
— Sinto muito menino, mas estar com raiva dele por causa
dessa garota não removerá o sangue que também corre por suas veias.
Vocês são e sempre serão parte da mesma família.
Não reagi. Ele queria que eu fizesse isso. Mas eu não lhe dei
esse gosto. Minha mãe estalou a língua como fazia quando sabia algo
importante que os outros não sabiam. Deixei meus olhos se fixarem
nela por um segundo, para descobrir o que ela queria dizer.
164
Não podia olhá-lo. Não agora.
— Não. Você é mais do que nunca, uma puta estúpida. Meu pai
nunca faria isso.
Minha mãe riu e rodeou o bar para pegar uma toalha que jogou
para Sawyer.
— Não sei o que é pior. Saber que são “White trash” depois de
tudo ou ter sua mãe tentando acusar meu pai. — cuspiu Sawyer antes
de dar a volta e caminhar até a porta, que havia entrado quinze
minutos antes.
165
ASHTON
— Bem, vovó eu estou de volta. É tempo de encarar a música. —
eu disse enquanto colocava o caule da rosa, na lápide de seu túmulo
na manhã seguinte. Levantei-me às quatro da manhã depois de passar
a noite com Leann, para poder voltar a tempo de ir à escola. Não
precisava adicionar uma falta injustificada em minha lista de
transgressões. Meus pais provavelmente me deixariam trancada se
isso acontecesse.
— Meti os pés pelas mãos. Não estava aqui para correr para
você, então fui até Leann, o que provavelmente só piorou as coisas. Até
saí da igreja depois do solo do coral. Acho que meus pais ainda não
sabem o motivo, mas também não acho que isso importa.
166
Tomei outro gole do meu café com leite e me recostei no banco.
O cemitério da igreja estava em silêncio ao amanhecer. Um ônibus
escolar passando perto, era o único sinal de vida.
Era de Sawyer.
“Estou no túmulo da minha avó. Não tenho visto Beau desde que
saí da igreja ontem”.
167
Capítulo 21
Antes que pudesse fechar a porta do meu carro, Sawyer já
estava na minha frente.
— O que aconteceu?
— Não me toque. Fez sua escolha, Ashton, agora pode ficar com
ela. Eu não sou seu para me tocar.
— Você fez isso sabia? Ele se foi por sua culpa. Arruinou sua
vida. Espero que tenha valido a pena. — a voz de Sawyer se misturou
com a raiva que brilhava em seus olhos. Uma coisa eu tinha certeza,
ele me odiava.
168
Beau. Não ligar para ele ontem havia sido um erro, mas eu me negava
a acreditar que havia saído correndo. Ele estava disposto a lutar por
mim.
O medo de que ele tivesse razão havia ficado mais forte durante
o dia. Eu deveria ter ligado para Beau ontem. Não, deveria ter ficado
ao seu lado. Ao invés disso, ao primeiro sinal de luta, menti e corri,
deixando-o em apuros. Eu sou uma pessoa horrível.
— Bom, entre de uma vez, pelo amor de Deus, quanto tempo vai
ficar aí e estudar a porta? Ele não está aqui, assim, não pode esperar
que ele escape.
169
Beau não estava aqui também, mas talvez ela soubesse onde ele
estava. Apressei-me para segui-la enquanto se virava e entrava.
— Acho que seria bom, mas o estrago está feito. Esses garotos
estiveram perto de espancar um ao outro ontem. Estavam loucos.
Nunca pensei que veria uma menina se colocar entre eles, mas
também é verdade que nunca imaginei que veria Beau de outra forma.
Assim que ele começou a mostrar algum interesse, eu soube que tudo
iria paro o inferno rapidamente. Você sempre foi a fraqueza do meu
filho.
— Ele quem?
170
— Bom, acho que ele não é tão bobo quanto eu acreditava.
Pensei que aquele garoto havia perdido tudo por uma menina que só o
procurava para passar o tempo. Não acreditava que você se
preocupava com ele também.
Eu queria ficar com raiva, mas como poderia? Não havia feito
nada para demonstrar que realmente me importava com ele. O amor
arruína sua vida.
— Sabe onde ele está? Só quero conversar com ele. Tenho que
consertar isso.
171
— Acredito que poderia chegar a gostar de você, menina. Como
saber, que eu gostaria da filha do pastor. Que coisa mais louca.
Tirou um sorriso dos meus lábios pela primeira vez durante todo
o dia. Nesse momento ela me lembrava de Beau. A expressão divertida
e os mesmos olhos cor de avelã.
— Preciso falar com ele. Por favor, assim que vê-lo, fale para ele
me ligar.
172
— Sente? Não parece sentir. Vou dizer que fico contente que
tenha chegado à escola a tempo e que tenha encontrado tempo para ir
ao túmulo de sua avó. Não se surpreenda. Eu a visito todos os dias e
percebi a rosa fresca em sua lápide. Só você levaria uma rosa de seu
próprio jardim. Ninguém mais teria pensado nisso. É uma menina boa,
Ashton. Sempre foi, mas este verão aconteceu algo, e temos que
consertar isso.
173
— As boas companhias corrompem as boas maneiras. Se ler
Provérbios todos os dias, saberá.
174
CAPÍTULO 22
BEAU
Beau,
Sinto muito, por não ter te ligado. Por fugir. Por Sawyer. Eu arruinei tudo
para você. Fui tão egoísta. Não posso te explicar o quanto estou arrependida. Por favor,
só me escute. Posso suportar qualquer coisa se souber que me ouvirá. Talvez o que
fizemos seja ruim. Talvez devêssemos ter feito de outra forma, mas não me arrependi
de nenhum momento que passamos juntos. Deu-me lembranças que sempre apreciarei.
Não quero fazer isto mais difícil para você. Eu te deixarei partir por seu próprio
caminho. Só me deixe saber que não me odeia.
Te amo.
Ashton.
Chorar pelo homem que havia sido o único pai que havia
conhecido e perdido tão cedo. Chorar pelo irmão que nunca soube que
tinha, mas, se me lembro, amava. Chorar pela única menina que eu
amei, a única pessoa além de Sawyer por quem morreria e pela
situação impossível em que estávamos. Eu a amo tanto. Escolhi-a ao
invés de Sawyer e o faria de novo.
175
Mas as coisas mudaram agora. Sawyer estava enfrentando a
mesma dor que eu. Talvez mais, porque era seu pai, nosso pai, quem
havia enganado sua esposa, quem havia me ignorado a vida toda, e
que havia mentido para ele.
176
ASHTON
O ensino médio sempre foi fácil para mim. Tendo Sawyer como
namorado que me protegia da perseguição. Estava parada de frente ao
meu armário e vi a palavra “puta” pintada com esmalte vermelho sobre
a pintura azul clara que havia descascado durante os últimos três
anos, era um momento de compreensão. Realmente não tinha ideia de
como era estar no ensino médio. Talvez eu fosse uma puta. Já não era
virgem e muito menos estava casada. Por acaso isso me fazia uma
puta? Ninguém sabia sobre Beau e eu, portanto o fato de ter sido
etiquetada como puta somente significava que eles estavam
insinuando.
— Acho que chega um ponto que você pensa que merece isso ou
o que seja, mas chega um momento que o suficiente é o suficiente.
177
Precisa pará-los ou eles continuarão se excedendo com você. Tenha
um pouco de garra, menina. — ela tomou os livros dos meus braços e
fechou meu armário.
Kayla bufou.
— Não vai passar. Para Sawyer ou para você. Onde está Beau?
Se ele estivesse aqui, poderia parar tudo isso.
Que ueria Beau. Sentia sua falta. Alcancei e toquei meu bolso
para garantir que a carta que havia escrito a noite, estava ali. Tinha
decidido entregá-la a Honey mais tarde. No caso de ela ser capaz de
lhe entregar as cartas, queria ter certeza que ele sabia como eu me
sentia. Não queria que estivesse sozinho.
— Você realmente fez isso? Quero dizer, trair Sawyer com Beau?
Achava difícil de acreditar que Beau tinha feito algo assim a Sawyer.
Mas Sawyer não está falando e Beau sumiu.
178
Eu não ia mais mentir. Sawyer sabia a verdade. Já não podia
mais evitar esses sentimentos. Mentir causaria danos a Beau. Eu não
podia negá-lo.
— Sim, eu fiz.
Kayla fez uma pausa e eu pensei que ela ia jogar meus livros no
chão ou alguma outra reação dramática, mas, ao contrário, soltou um
assovio baixo.
Encolhi-me.
— Talvez, mas não vou mentir sobre Beau e eu. Ele não merece
isso. Não tenho nada para me envergonhar exceto de arruinar sua
relação com Sawyer.
179
ameaçados de suspensão por serem pegos sujando a escola. Então
haviam escolhido pregar notas com comentários cruéis em meu
armário. Deixei de lê-las quando percebi que eram só outra forma de
me castigar.
Fiquei ali, pensando em como lidar com isso. Kayla disse que
teria que ser dura, mas a luta havia me abandonado. Só queria que
Beau voltasse para casa. Estiquei minhas mãos, limpei a Coca-Cola
dos meus olhos e alisei meu cabelo encharcado, colocando-o atrás do
meu rosto. Então, sem dar-lhes a satisfação de qualquer reação, me
dirigi de novo às portas duplas que levavam até o vestiário. Podia ir
para casa agora. Isso era uma desculpa boa o bastante.
180
A porta se abriu antes que eu chegasse até ela e meus olhos se
encontraram com os de Sawyer. Os olhos azuis que alguma vez amei
se abriram surpreendidos pelo meu aspecto. Isso não era culpa dele.
Não mesmo.
Não olhei para trás, mesmo quando podia sentir seus olhos em
mim. Talvez isso fosse o fim para ele. Por outro lado, talvez não.
181
Capítulo 23
BEAU
Querido Beau,
Sinto sua falta. Sinto falta de seu sorriso. Sinto falta de sua risada. Sinto falta
da maneira como você fica em um par de jeans.
Sinto falta do brilho perverso em seus olhos quando planeja algo ruim. Sinto
falta de você. Por favor, volte para casa. Penso em você todos os dias e todas as noites.
Sabe, isso está me tirando o sono. À noite me deitei no telhado e pensei em todas as
noites que havíamos deitado e olhado as mesmas estrelas. Antes que a vida fosse
danificada. Antes que escolhesse o Vincent errado.
Sawyer te perdoará. Acho que está começando a entender que o que nós
tínhamos era amor, mas não amor de verdade. Ele não conhece a verdadeira Ashton e
eu descobri que não conheço o verdadeiro Sawyer.
As coisas que amava nele já não existem mais. Ele não é você. Nunca foi. Mas,
só pode haver um bad boy ridiculamente sexy na cidade. Acho que é uma questão de
quota.
Estou brincando.
Você não é mau, tem muitas qualidades boas. Eu te admiro. Queria que todos
pudessem ver o Beau que eu vejo. Se eles apenas soubessem o quanto você é especial.
Por favor, volte para casa. Não posso dizer isso o suficiente. Sinto sua falta.
Te amo,
Ashton.
182
Ela era um presente. Um que nunca tive e que eu me
condenaria se o arruinasse. Ao invés de ligar meu celular e ver as
mensagens que ela tinha enviado, apertei a carta em meu coração e
fechei os olhos. Por enquanto isso teria que ser suficiente.
183
ASHTON
— Não as deixe cair. As malditas coisas custam caro. — Honey
me disse da cozinha.
Eu, com muito gosto, havia aceitado. Dessa forma poderia falar
com alguém próximo de Beau e não teria que ir para meu quarto,
sozinha.
— Ele é como o pai, eu não sei por que me surpreende. Isso não
vai ajudar ninguém quando Beau voltar. Quando meu menino vir que
Sawyer deixou isso acontecer, vai ficar louco. Tinha esperanças que
fizessem as pazes assim que Beau voltasse.
184
— Não tenho a intenção de contar a Beau sobre isso. Ele não
saberá e tenho esperança de que quando voltar, tudo terá diminuído.
Assim não terá razão para ficar zangado com Sawyer.
— Sei que ele descobrirá, mas quero que façam as pazes. Não
me perdoarei até que o façam.
— Sim, bem, meu conselho é que fique longe dos rapazes. Sei
que pensa que ama meu filho, mas os garotos Vincent são um
problema. Eles têm problemas que você não conhece, precisam de
tempo. A única coisa que você vai conseguir, é banguçar suas cabeças.
Além disso, eles correm quando as coisas ficam difíceis, Beau é o
melhor exemplo agora mesmo. Onde está ele enquanto você está sendo
tratada como se tivesse a letra escarlate tatuada na testa? E Sawyer
não é melhor, ele está deixando que uma menina pague o pato de tudo
isso, sem dizer uma palavra. Amo meu garoto, mas ele não é o tipo de
homem com quem você quer planejar seu futuro. Precisa seguir em
frente menina. Encontrar alguém cujo sobrenome não seja Vincent.
Já que esses dias eu era uma persona non grata, decidi que o
melhor seria levar meu próprio almoço e comer escondida na
biblioteca. Dessa forma, estaria bastante longe de Nicole e de Coca-
Cola, para continuar seca e agradável. Ninguém pareceu notar minha
ausência e ninguém se preocupou.
185
ombro esquerdo não era nada comparado com ser empurrada contra
um armário.
186
Levantar-me parecia algo inútil. Mantive minha cabeça baixa e
esperei algo acontecer. Não passou muito tempo. Com um puxão
arrancaram minha mochila de meus ombros e jogaram meus livros em
minha cabeça. Encolhi-me e soltei um grito abafado quando minha
cabeça foi atingida pelos livros pesados, que carreguei durante todo o
dia.
187
Dei a volta e comecei a me dirigir até a porta. Havia tido o
suficiente.
Concordei, mas mantive meu olhar fixo nas portas através das
quais, desesperadamente, queria fugir.
188
— Nunca quis magoá-lo. — respondi, enquanto distanciava meu
olhar para meus tênis.
— Mas magoou.
189
Capítulo 24
Uma simples e honesta resposta que foi como um soco em meu
estomago.
Por fim, levantei os olhos para encontrar seu olhar, ele tinha a
testa franzida e lentamente sacudiu a cabeça.
190
Eu gostaria de dizer que Beau se deu mal, mas nós dois sabemos que
estaria mentindo. Talvez eu tenha um braço bom para lançar quando
falamos de futebol, mas quando falamos de brigar, ele ganha de mim
de goleada. De fato, poderia ter me deixado mal. Mas ele passou a
maior parte do tempo bloqueando meus golpes. — Sawyer parou e
suspirou frustrado.
— Minha tia Honey estava lá, só estávamos nós três, ela tentou
separar a briga, mas não estávamos escutando. Eu queria ver Beau
sangrar. Vocês dois negaram, mas eu sabia que ele a havia beijado.
Judas! Ele é Beau, eu já sabia que, provavelmente, haviam feito mais
que isso. Odiava saber que finalmente havia te perdido para ele, era
algo que eu sempre temia, mesmo quando não se diziam muita coisa,
ele te olhava e quando você achava que ninguém estava olhando,
olhava para ele. Não sou um completo idiota.
191
Sawyer se moveu até a ponta do estacionamento vazio e desligou
o motor, esperei pacientemente enquanto colocava suas ideias em
ordem. Uma sacola de plástico bailava ao vento, atravessando o
estacionamento e eu a olhei, pensando que sabia perfeitamente como
se sentia, estava em um caminho que não podia controlar, como eu.
— O que?
— Honey foi namorada do meu pai na escola. Então meu pai foi
para a faculdade e conheceu minha mãe, no primeiro ano de Direito.
Ela era a filha de um de seus professores, se apaixonaram e se
casaram. Já formado e trabalhando, voltou a Grove para abrir um
escritório. Honey continuava aqui, aparentemente, armando caos e
abalando corações. Ela e meu tio Mack costumavam sair juntos, então
quando ela ficou grávida de Beau, se casou com Mack e todos
acreditaram que era dele. Minha mãe ficou grávida de mim no mesmo
ano. Ela não sabia de Beau e não desconfiou até que eu coloquei meu
pai na frente dela no domingo à tarde. Meu pai e Honey transaram
uma noite no bar, depois que minha mãe e ele tiveram um briga
porque ela tinha gastado muito dinheiro em móveis. Tomaram
algumas doses de tequila e meu pai disse que tudo o que ele se lembra
é de acordar na cama de Honey. Seis semanas depois ela bateu na
porta, dizendo que estava grávida. Ele não acreditou ou pelo menos
não acreditou que era seu, então, meu tio Mack se casou com ela. Ele
acreditou.
192
paternidade. Ele fez e sim, Beau era seu. Meu tio disse que o criaria
como seu. Estava apaixonado por minha tia. Tinha estado desde a
escola. E a partir daí, você já conhece o resto, ele morreu e Honey tem
sido a pior mãe do mundo e Beau teve que cuidar de si mesmo.
— Eu gostaria de saber.
— Sinto muito, sei que também tem sido difícil para você. Agora
entendo porque não queria dizer nada a semana toda sobre o que
estava acontecendo comigo, tem problemas maiores para lidar que
uma pequena perseguição escolar. — alcancei sua mão e a apertei. —
Obrigada Sawyer. Por me contar. Por ser um amigo. Por tudo.
— Não é desculpa para ter te tratado como fiz esta semana, mas
obrigado por tentar me deixar fora disso.
193
Ele assentiu, soltei sua mão e pulei fora de sua caminhonete,
esse havia sido nosso fim.
194
Capítulo 25
A cabeça de Honey girou até mim no momento em que dei um
passo até o bar.
195
— Não estou aqui para te julgar ou qualquer uma dessas coisas.
Estou aqui porque estou preocupada com Beau. Gostaria que tivesse
me contado. Eu teria ido buscá-lo.
— Não era minha história para contar. Assim que contei aos
meninos, se tornou a história deles. Quando eles quisessem que
alguém soubesse tomariam a decisão de contar, não eu. Além disso,
como vai encontrar alguém que fugiu para não ser encontrado?
Ele estava encarando a bomba que havia sido jogada sobre ele e
havia bagunçado sua vida.
— Porque era melhor assim. Você nunca vai ser nada mais que
uma parede entre esses meninos e agora mesmo eles precisam um do
outro, mais do que nunca. Pode ser que eu não seja uma mãe ideal,
mas amo meu filho. Sei que ele precisa do irmão. Você é doce e
honesta, e gosto de você, de verdade. Não é como eu pensava, mas não
é boa para esses meninos. Precisam de você fora de suas vidas para
seguir adiante e encontrarem uma maneira de lidar com isso.
196
Perguntei-me se alguém, alguma vez a havia abraçado. Apertei-a
durante um tempo antes de soltá-la.
***
— Sim. — respondi.
197
— Sim, estou bem. Só queria falar algo com você. — me
respondeu e sentou na cadeira olhando para minha cama.
— Tem falado com ele depois, sobre alguma coisa? Talvez algo
que esteja acontecendo em sua família.
198
— Sawyer e a mãe vieram me ver esta noite. Não estão se dando
bem com esta notícia, mas estou preocupado com Beau. Acho que ele
é o mais afetado. Sabe onde ele está?
— Não pai. Beau não tem me ligado, nem vindo me ver desde
domingo de manhã. Mas... Ele está de volta. Honey me disse que
voltou para a cidade. Eles se viram.
199
vê-lo com Beau e me surpreender com o amor que tinha por seu filho.
O fato de que Beau não era seu e ele sabia só me mostrou de novo o
quanto estava errado. A bíblia nos diz, que não julguemos, eu o fiz.
Lamento não ter confiado em você. Você viu a bondade de Beau que eu
me negava a reconhecer.
Dessa vez saí do meu lugar na cama e caminhei até meu pai.
Sem uma palavra, me sentei em seu colo e apoiei minha cabeça em
seu ombro como fazia quando era criança.
— Tudo bem papai. Sei que tinha boas intenções, que estava
tentando me proteger. Mas tem razão, Beau é especial. De alguma
forma, o descuido que tem sofrido não afetou a bondade dele. Se
chegar a conhecê-lo, você o amará. É difícil não amá-lo.
— Você o ama?
— Sim, e é porque o amo que o estou deixando ir. Não pode ficar
comigo ao invés de salvar sua relação com Sawyer. Sempre os
lembrarei da traição. Eu o entendo.
— Não queria te ver magoada, mas tem razão. Não vejo outra
maneira. Esses dois meninos tem um monte de trabalho a fazer para
se curarem. Precisam um do outro.
— Eu sei.
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Capítulo 26
Toda noite eu dormia com meu celular apertado fortemente na
mão. Para o caso de Beau ligar ou mandar mensagem. Sim, eu deixei
que ele partisse, mas isso não significava que eu não estava
preocupava com ele. Se pelo menos pudesse saber que ele estava em
casa, em sua cama.
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Suas palavras estavam tão densamente mescladas com raiva
que comecei a me preocupar com a segurança de Sawyer, outra vez.
Deslizei minha mão por seu braço e segurei meus dedos ao seu
redor.
Sorri para ele. Ele havia visto tudo o que aconteceu esta
semana, de longe, sem dizer uma palavra. Sabia que só estava
202
ajudando agora porque tentava encontrar algo de redenção nos olhos
de Beau.
— Não quero que o zelador tenha que limpar. Não é sua culpa.
Suspirei sabendo que ele estava certo. Se isso fez que Beau
ficasse furioso, então o grafite com esmalte e o incidente com a Coca-
Cola, o deixaria cego de raiva.
— Não, não quero vingança. Se esta semana era o que fazia falta
para ajudar Sawyer a lidar com tudo, então valeu a pena. Mas acho
que Beau não verá dessa forma.
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— E Beau? — perguntou, inseguro, como se tivesse falado sobre
algo muito pessoal.
— Vai entrar?
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Não estava pronta para contar com isso.
— O que aconteceu?
— Vamos.
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Neguei com a cabeça, explorando a multidão, procurando um
sinal de Sawyer.
— Ele não deveria ter deixado que te maltratassem. Foi seu erro.
Ele já sabe disso... agora.
Esta era a razão por que não podia ter o que queria. Por minha
culpa Beau havia batido em seu primo. NÃO. Seu irmão. Não podia
deixar que isso continuasse acontecendo.
— Ele está bem. Pode ir vê-lo depois da escola. — fez uma pausa
e apertou a mandíbula. — Não, retiro o que disse. É preciso que se
mantenha afastada dele. Não estou seguro de poder lidar com o fato de
que se preocupa com ele neste momento. Preciso de tempo.
— Beau, eu...
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Capítulo 27
Imaginei que, o que Beau não soubesse, não o machucaria.
Sentei-me por horas em meu quarto, pensando se ia visitar Sawyer.
Finalmente, minha consciência foi superior a mim e eu dirigi até lá.
Enfrentar sua mãe estava no fim da minha lista de coisas que queria
fazer. Nem este ano, nem nunca. Passei em frente à sua calçada e virei
para o caminho que levava até o poço.
Subir em uma árvore não era tão fácil como antes, mas nesse
momento, nosso galho favorito não era tão alto como costumava ser.
Só precisou de um pequeno salto do tronco para que pudesse subir
com segurança no galho que havia compartilhado com os meninos
Vincent durante nossa infância.
— Oh! — respondi.
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— Queria ver como estava. Beau disse que tinha uma contusão.
Sawyer riu e fez a pedra que estava em sua mão, pular sobre a
água.
— Hm.
Não sabia o que dizer. Ele estava certo, tinha sido, mas também
não merecia que seu irmão batesse nele por isso.
— Que? — perguntei.
— Ash, você foi minha namorada por anos. Mas antes disso,
éramos amigos. Os melhores amigos. Nunca devia ter deixado que
uma mudança de planos fizesse com que eu te desse as costas dessa
forma. Você levou toda a culpa por algo que não era inteiramente sua.
Era minha e de Beau.
— Sua? Como?
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rompeu. Vocês nunca se falaram. Não havia mais conversas no
telhado de madrugada, nem tirar vocês de problemas. Beau era meu
amigo e você minha namorada. Foi como se a amizade de vocês nunca
tivesse existido. Fui egoísta e ignorei a culpa até que ela desapareceu.
Só às vezes quando o via te olhar com um olhar de dor, minha culpa
se remexia dentro de mim. Misturada com medo. Medo de que você
visse o que eu havia feito e fosse com ele. Medo de te perder.
— Ash, você era perfeita do jeito que era. Fui eu quem te deixou
mudar. Eu gostava da mudança. É uma das razões porque eu temia te
perder. Dentro de mim, eu sabia que esse espírito livre que tinha,
lutaria para se libertar. Passou. E o fato de que tenha ficado com Beau
não me surpreende nem um pouco.
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Sawyer levantou seu braço e girou um cacho do meu cabelo
entre seus dedos.
— Mesmo assim fiquei mal por ficar com você sem pensar nos
sentimentos de Beau, não posso evitar me arrepender. Passei três
anos incríveis com você, Ash.
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BEAU
Sawyer não estava caminhando até o carro que ele havia dirigido
até aqui. Estava vindo direto até mim. Deveria saber que ele sentiu
que eu estava olhando. Não saí das sombras. Ao invés disso, esperei
que me acompanhasse. Longe da vista de Ashton. Meu corpo estava
tenso como a corda de uma guitarra. Quando ele a abraçou, eu não
tinha certeza se seria capaz de me segurar para lançá-lo longe dela e
jogá-lo no maldito rio, se tentasse se aproximar um pouco de sua
boca.
Sawyer assentiu.
— Eu sei.
— Farei o que for preciso para ser digno dela. Ela é tudo o que
eu sempre quis.
— Não mude por ela. Ela cometeu esse erro comigo. Ela está
apaixonada por você. Do jeito que você é. Só seja você mesmo, Beau.
Só seja você mesmo.
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Ela me amava. Ouvir estas palavras enviou um calafrio de
prazer através de mim.
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ASHTON
Dois braços me envolveram.
Girei minha cabeça para o lado para lhe dar melhor acesso
quando deveria estar tentando detê-lo. Mas com seu calor me
rodeando e suas mãos subindo pelos meus lados, decidi que não me
preocuparia no momento.
— Uh. — eu guinchei.
— Não vou te deixar. Você é minha, Ash. Não posso viver sem
você. — sua voz era baixa e feroz enquanto me segurava.
— Mas Sawyer...
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— Sawyer está de acordo com isso. Falei com ele. Ele e eu
estamos resolvendo as coisas. Mas, Ash, eu não posso continuar
querendo você à distância. Te amar e não te ter. Terminaria na cadeia
se alguém tentasse te tocar e que Deus me livre se você resolver sair
com alguém.
Continua...
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Tradução
Marianna Freitas
Revisão e Formatação
After Dark
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A série continua em: The Vincent Brothers
Ele pode ter renunciado a lutar por ela, mas Sawyer Vincent está muito longe de
superar a perda da garota que amou a vida toda. Em vez de desistir de seu melhor amigo
e da garota com quem pensou que iria passar o resto de sua vida, ele deu a Ashton e ao
seu primo irmão Beau, a sua bênção. No entanto, acostumar-se a ver Ashton envolta nos
braços de Beau, não é fácil. Para complicar tudo ainda mais, a prima de Ashton, Lana,
está na cidade durante o verão. Doce, amável e com voz suave que penetra sob sua pele.
Só o fato de estar perto dela o faz esquecer tudo sobre Ashton e seu coração partido. Lana
é tudo o que ele queria que Ashton fosse, exceto que ela não é Ashton. Ela carece de
confiança para se defender, confiança que Ashton carrega como uma coroa.
Lana McDaniel viveu sua vida sob a sombra de sua prima. Enquanto Lana lutava
com suas notas sem importar o quanto tentasse, sua mãe elogiava a inteligência de
Ashton. Ela não tinha sido abençoada com o cabelo loiro e a pele perfeita de Ashton, mas
isso não impedia que sua mãe lamentasse seu natural cabelo vermelho e sardas. Mas,
nada disso teria importado se Ashton nunca tivesse tido Sawyer Vincent enrolado em seu
dedo - o único garoto que Lana queria. Uma vez que Ashton Sawyer terminou com
Sawyer, Lana tinha ficado muito certa que ele continuaria em frente. Determinada a fazer
com que Sawyer finalmente a visse, Lana convenceu sua mãe a deixá-la passar o verão
com Ashton. Mas Sawyer ainda está apaixonado por Ashton e Lana não será a garota
rejeitada de nenhum abandonado. Não importa o quão saborosos sejam os beijos de
Sawyer Vincent.
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