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RELATÓRIO DE FÍSICO – QUÍMCA EXPERIMENTAL III

Determinação de Ordem de Reação e Constante de


Velocidade

Cibely da Silva Martin


Danielli dos Santos Baeta
Glenda Gonçalves de Souza
Júlio Cesar Rodrigues de Souza Fiorillo
Mauro Anísio da Silva Ribeiro

Profª. Drª. Silvania Lanfredi.


Universidade Estadual Paulista - UNESP
Faculdade de Ciência e Tecnologia - FCT
Licenciatura em Química

Presidente Prudente
07/04/2009

_____________________________________________________________________ Licenciatura em Química 1


Sumário
1 OBJETIVO .................................................................................................. 02

2 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 02

3 PROCEDIMENTOS ................................................................................... 14
3.1 Materiais e Equipamentos .................................................................... 14
3.2 Preparo das soluções ............................................................................. 14
3.3 Medidas de Absorbância ...................................................................... 15

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................... 21

5 CONCLUSÃO ............................................................................................. 29

6 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 30

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Determinação de Ordem de Reação e Constante de Velocidade

1. OBJETIVO

O objetivo desse experimento foi determinar a ordem de uma reação bimolecular e sua
respectiva constante de velocidade, através da técnica de fotocolorimétrica.

2. INTRODUÇÃO

Corantes

Corantes, como cristal violeta, verde de malaquita e fenolftaleína, são compostos


orgânicos que reagem lentamente com o íon hidroxila, originando produtos desprovidos de
coloração. Dessa forma, à medida que a reação transcorre, a intensidade de cor diminui,
grandeza que é medida com o auxílio de um espectrofotômetro ou fotocolorímetro.
A fenolftaleína, Figura 1, é um dos mais comuns indicadores ácido-base usados para
determinar o ponto final de titulações ácido-base. Este composto é utilizado como ingrediente
ativo de alguns laxativos, é muito usado para realizar teste de identificação de sangue,
comumente conhecido como teste de Kastle-Meyer.

Figura 1 – Fórmula Estrutural da Fenolftaleína.

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Em pH igual a 8 ou menor, a estrutura da fenolftaleína pode ser representada por H2P.
+ -
Na faixa de pH entre 8 a 10, íons H são rapidamente retirados do H2P por OH , gerando a cor
2-
rosa característica do íon P , equação 01.
H 2 P( aq)  OH (aq) 
 P(2aq)  2H 2 O(l ) (1)

Incolor Rosa
-
Em valores de pH superiores ou igual a 10, a cor rosa do íon P2 desaparece lentamente
- 3-
devido à reação com OH , promovendo a formação de POH , equação 02.
P(2aq)  OH (aq)  
 POH (3aq) (2)

Rosa Incolor

Espectro Eletromagnético

Atualmente é denominado espectro eletromagnético à faixa de freqüências e respectivos


comprimentos de ondas que caracterizam os diversos tipos de ondas eletromagnéticas. Os
raios gama, raios X, ultravioleta, luz ou espectro visível, infravermelho, microondas e ondas
de rádio, são ondas eletromagnéticas que compõe o espectro eletromagnético, as quais são
definidas como vibrações de campos magnéticos e elétricos, que se propagam no vácuo com a
mesma velocidade. A Figura 2 mostra as divisões do espectro eletromagnético.

Figura 2 – Divisão do espectro eletromagnético.

Divisões do Espectro Eletromagnético

De forma geral, o espectro eletromagnético pode ser dividido em regiões características,


as quais são denominadas de raios cósmicos, raios gama, raios X, ultravioleta, visível,
infravermelho, microondas e rádio freqüência. Onde os raios gamas apresentam o
comprimento mais curto e as ondas de rádio a mais longo, por conseqüência, apresentam a

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freqüência mais alta e a mais baixa, respectivamente. O que diferencia uma onda
eletromagnética de outra é a distribuição da intensidade da radiação eletromagnética com
relação ao seu comprimento de onda, a distância entre dois picos ou freqüência e o número de
ciclos da onda por segundo, dada em Hertz (Hz). A Figura 3 mostra a divisão detalhada do
espectro eletromagnético.

Figura 3 – Espectro eletromagnético com suas subdivisões.

O comprimento de onda é inversamente proporcional a energia (freqüência), ou seja


regiões que possuem comprimento de onda garndes são de baixa energia e os de comprimento
de onda pequenos são os mais energéticos. Assim os raios gama são os mais energéticos e as
ondas de rádio são as menos energéticas. Desse modo a região entre os raios gamas até o
espectro visível atua nas camadas eletrônica dos átomos (exitação de elétrons), da região do
infrevermelho até próximo do microondas atua na vibração molecular, e as regiões superiores
a de microondas atua na rotação molecular, como pode ser observado na Figura 4.

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Figura 4 – Regiões do especrto eletromagnético e as respectivas interferências na matéria.

Espectro Visível

Newton foi o primeiro a reconhecer que a luz branca é constituída por todas as cores do
espectro visível. A experiência consistiu na incidência da luz do Sol (luz branca) em uma das
faces de um prisma de vidro e na face oposta foi possível observar uma faixa de luz com
diferentes cores.
A Figura 5 mostra a faixa de cores observadas quando a luz branca atravessa um prisma.

Figura 5 – Decomposição da luz branca quando atravessa um prisma.


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O espectro visível ou óptico é a porção do espectro eletromagnético cuja radiação é
composta por fótons, os quais podem ser captados pelo olho humano. Essa região do espectro
extende-se de 10-6 m até 10-7 m (780 nm a 380 nm) com freqüências que variam entre 1014 e
1015 Hz.
O espectro visível (Figura 6) pode ser subdividido de acordo com a cor, sendo vermelho
para os comprimentos de onda longos e violeta para os comprimentos de onda mais curtos
[10-11], conforme mostra a Tabela 1.

Tabela 1 – Subdivisão do espectro visível.

Cor Comprimento de Onda (nm) Freqüência (1014 Hz)


Violeta 390 − 455 7,69 − 6,59
Azul 455 − 492 6,59 − 6,10
Verde 492 − 577 6,10 − 5,20
Amarelo 577 − 597 5,20 − 5,03
Alaranjado 597 − 622 5,03 − 4,82
Vermelho 622 − 780 4,82 − 3,84

Figura 6 – Espectro eletromagnético na região do visível.

A percepção visual varia muito de uma espécie animal para a outra. Os cachorros e
gatos, por exemplo, não vêem todas as cores, apenas azul e amarelo, mas de maneira geral,
em preto e branco e numa escala de cinzas. Nós humanos vemos numa faixa que vai do
vermelho ao violeta, passando pelo verde, o amarelo e o azul. As cobras vêem no
infravermelho e as abelhas no ultravioleta, região do espectro que o olho humano é incapaz de
ver. Mesmo entre os humanos pode haver grandes variações. Por isto, os limites do espectro

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ótico não estão bem definidos. Pessoas daltônicas costumam ter dificuldades em visualizar
cores contidas em certas faixas do espectro.

Cores complementares

Outro fator importante do espectro são as cores complementares, como mostra a Figura
7. Cada cor do espectro apresenta uma cor complementar, ou seja, para cada cor refletida por
uma solução ou objeto a uma cor sendo absorvida. Observando a Figura 10 note que as
tonalidades azuis apresentam as tonalidades vermelhas como cores complementares, ou seja,
quando se reflete o azul se absorve o vermelho.

Figura 7 – Círculo de cores complementares.

Espectrofotometria

A espectrofotometria baseia-se na absorção da radiação nos comprimentos de onda


entre o ultravioleta e o infravermelho (espectro visível).
Um espectrofotômetro é um aparelho que faz passar um feixe de luz monocromática
através de uma solução, e mede a quantidade de luz que foi absorvida por essa solução
(Figura 8).

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Figura 8 – Representação esquemática de um espectrofotômetro .

Usando um prisma o aparelho separa a luz em feixes com diferentes comprimentos de


onda (tal como acontece no arco-íris com a separação das cores da luz branca). Pode-se assim
fazer passar através da amostra um feixe de luz monocromática (de um único comprimento de
onda, ou quase). O espectrofotômetro nos permite saber que quantidade de luz é absorvida a
cada comprimento de onda.

Espectrofotometria e quantificação

Princípios de absorção da luz:

1. A absorção da luz é tanto maior quanto mais concentrada for a solução por ela
atravessada, como esquematiza a Figura 9.

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Figura 9 – Esquematização da absorção de luz em função da concentração da amostra.

2. A absorção da luz é tanto maior quanto maior for à distância percorrida pelo feixe
luminoso através das amostras, como mostra a Figura 10.

Figura 10 – Relação entre a distância percorrida pelo feixe luminoso e a luz absorvida por uma solução. A
solução da cubeta com 3 cm absorve 3 vezes mais luz que a contida na de 1 cm.

Isso pode ser representado pela Lei de Beer-Lambert, como mostra a equação 3.

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(3)

A absorbância diretamente proporcional à


concentração da solução contida na cubeta. Esta linearidade deixa de ocorrer a concentrações
muito elevadas da substância, podendo nesses casos diluir previamente a amostra a medir.
Uma curva analítica pode ser desenvolvida a partir das absorbâncias observadas para a
mesma solução em diferentes concentrações, como mostra a Figura 11.

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Figura 11 – Representação de uma curva analitica de absorbãncia x concentração. A absorbância de onda
escolhido é diretamente proporcional á concentração do composto na solução.

Velocidade de reação

A Cinética Química é o estudo da velocidade das reações e os fatores que influenciam


no mecanismo das reações. A velocidade de uma reação química é o aumento da concentração
molar do produto em um determinado intervalo de tempo ou o decréscimo na concentração
molar do reagente nesse mesmo intervalo de tempo. A velocidade da reação também pode ser
definida em relação a pressão de cada composto envolvido no sistema.
Considerando a reação genérica:

aA + bB 
 cC + dD (4)
Podemos escrever a velocidade como:
d [A] d [B] d [C] d [D]
Velocidade da reação = - = - = = (5)
a dt b dt c dt d dt
Dessa forma, podemos representar a velocidade da reação para os reagentes e
produtos em relação à concentração (molaridade) e o tempo, como mostra a Figura 12.

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([ ]) Reagentes ([ ]) Produtos

Tempo (t) Tempo (t)


Figura 12 – Velocidade de decomposição dos reagentes e de formação dos produtos.

A Lei da Velocidade pode ser definida como a relação de uma constante de


velocidade em função da concentração dos reagentes envolvidos na reação.

Para uma reação simples : A + B 


 C , temos a seguinte relação de velocidade:
V = K [A].[B] (6)
onde K é a constante de velocidade a qual pode ser definida como uma constante de
proporcionalidade que relaciona velocidade e concentração. O valor da constante de
velocidade varia com a temperatura.
Reescrevendo a Equação 6 podemos definir a ordem da reação, a qual é a somatória
dos expoentes de cada reação. Em geral, lei obedece a reações homogêneas.

V = K [A]a .[B]b , onde a + b = ordem da reação. (7)


Uma determinação importante no estudo da cinética de uma reação química é a da
ordem da reação. Convém recordar, nos casos mais simples, o que se entende por ordem da
reação. Sendo Ao a concentração inicial do reagente, e A a concentração do reagente decorrido
dA
em tempo t de reação, se obedecer à equação (5), n será a ordem da reação.
dT
dA
 k . An (8)
dt
Se n = 0 (reação de ordem zero), podemos reescrever como:
A  Ao  k.t (9)
Apenas reações heterogêneas podem apresentar ordem de reação igual a zero, as
quais em geral envolve o uso de catalisadores heterogêneos. Nos casos de n = 1 (reação de
ordem um, ou de primeira ordem) e n = 2 (reação de ordem dois, ou de segunda ordem), a
Equação (8) conduzirá, respectivamente, às equações (10) e (11).
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ln A  ln Ao  k  t  A  Ao  ek t (10)

1 1 Ao
  k t  A (11)
A Ao 1  Ao  k  t
Medindo-se, durante um experimento, os valores de A em diferentes instantes t,
obtemos os gráficos esquematicamente representados na Figura 13. A Figura 13 (a) mostra um
típico comportamento de reação de ordem zero. A reação de primeira ordem é apresentada na
Figura 13 (b) e de segunda ordem na Figura 13 (c). Em todos os casos podem-se obter valores
da constante de velocidade, representados por K na Figura 13, da reação através do coeficiente
angular das inclinações. Os coeficientes lineares indicam a ordem de reação.[1-13]

Figura 13 – Variação da concentração do reagente A em função do tempo t para três reações de diferentes
ordens n

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3. PROCEDIMENTOS

3.1 Materiais e Equipamentos

Vidrarias e Equipamentos
1 Cubeta de vidro com tampa;
1 Cronômetro;
1 Espectrofotômetro FEMTO – 600 plµs;
1 Pipeta Pauster;
2 Balão volumétrico 50 mL;
2 Pipetas volumétricas 10 mL;
2 Pipetas volumétrica 20 mL;
4 Béqueres de 50 mL.

Reagentes
Cloreto de Sódio P.A (preparo solução a 0,3 mol/L);
Hidróxido de Sódio P. A (preparo solução a 0,3 mol/L);
Solução de Fenolftaleína.

3.2 Preparo das soluções

Foi preparado 50 mL de uma solução de NaOH 0,3 mol/L a partir das lentilhas de
NaOH, a massa utilizada foi calculada a partir da relação entre molaridade e número de mols,
como mostra a equações. A Figura 1 mostra o fluxograma para a preparação do NaOH 0,3
mol/L.
nº de mols (n) Massa (m)
M= (12) n= (13)
volume (L) Massa Molar (MM)
Substituindo a equação 13 na equação 12, temos:
m
M=  m = M . MM . V (14)
MM . V
Substituindo os valores na equação 14 para NaOH:
m = M . MM . V = 0,3 mol/L . 40,00 g/mol . 0,05 L = 0,6 gramas de NaOH (15)

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0,6g NaOH

Balão volumétrico
50 mL

NaOH 0,3 mol/L

Figura 14 – Fluxograma da preparação da solução de NaOH 0,3 mol/L.

Também foi preparado uma solução de NaCl 0,3 mol/L, seguindo os mesmos cálculos,
utilizando a equação 14. A Figura 15 mostra o fluxograma da preparação do NaCl 0,3 mol/L.
Substituindo os valores na equação 14 para NaCl:
m = M . MM . V = 0,3 mol/L . 58,44 g/mol . 0,05 L = 0,8766 gramas de NaCl (16)

0,8766 g NaCl

Balão volumétrico
50 mL

NaCl 0,3 mol/L

Figura 15 – Fluxograma da preparação da solução de NaCl a 0,3 mol/L.

3.3 Medidas de Absorbância

O procedimento desse experimento consiste na calibração do equipamento e na


realização de várias medidas de absorbância da solução de NaOH em diferentes
concentrações, na qual é adicionado fenolftaleína para obtenção da coloração durante a
reação. Desse modo vamos descrever os procedimentos em passos.

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1º Passo: Calibração do espectrofotômetro.
O espectrofotômetro foi programado para uma região de 550 nm, o qual corresponde a
absorbância para a coloração na região do vermelho (rósea). Em seguida a cubeta de vidro é
preenchida com água destilada e realizado a leitura. Para que o equipamento esteja calibrado a
absorbância desse ser nula, dessa forma é necessário que a função “calibrar” seja acionada.
Após a calibração as demais medidas podem ser realizadas com segurança. A Figura 16
mostra o fluxograma para a calibração do espectrofotômetro.

Espectrofotômetro

Ajuste em 550 nm

Cubeta de vidro preenchida


com água destilada

Calibração

Absorção nula

Figura 16 – Fluxograma da calibração do espectrofotômetro.

2º Passo: Medidas de NaOH a 0,3 mol/L


A cubeta foi preenchida com a solução de NaOH 0,3 mol/L e em seguida adicionado
10 gotas de fenolftaleína. A cubeta foi tampada e invertida, para que o indicador misturasse na
solução de NaOH. Logo após a medida a cubeta foi seca e colocada no espectrofotômetro. As
leituras de absorbância foram iniciadas quando o valor de absorbância diminuiu até 0,6 nm, o
qual corresponderá ao tempo inicial (t0). Os valores de absorbância foram anotados a cada 30
segundos até um total de 3 minutos, ou seja, foram anotadas sete medidas. A Figura 17 mostra
o fluxograma para os procedimentos do 2º passo.

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Cubeta de vidro preenchida
com NaOH 0,3 mol/L
Adição de gotas de
fenoftaleína
Espectrofotômetro

Absorção: 0,6 nm

Cronometragem

30 segundos 60 segundos 90 segundos 120 segundos 150 segundos 180 segundos

Absorbância

Figura 17 – Fluxograma das medidas de absorbância para a solução de NaOH a 0,3 mol/L (solução 1) com
fenolftaleína.

3º Passo: Medidas de NaOH a 0,2 mol/L


Em um béquer foi adicionado 20 mL de NaOH a 0,3 mol/L e 10 mL de NaCl a 0,3
mol/L . Um pouco da solução preparada foi colocada na cubeta e adicionado 10 gotas de
fenolftaleína. A cubeta foi tampada e invertida, para que o indicador misturasse na solução.
Logo após a medida a cubeta foi seca e colocada no espectrofotômetro. As leituras de
absorbância foram iniciadas quando o valor de absorbância diminuiu até 0,6 nm, o qual
corresponderá ao tempo inicial (t0). Os valores de absorbância foram anotados a cada 1
minuto até um total de 6 minutos, ou seja, foram anotadas sete medidas. A Figura 18 mostra o
fluxograma para os procedimentos do 3º passo.

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10 mL NaOH 0,3 M 10 mL NaCl 0,3 M

Cubeta de vidro preenchida


com NaOH 0,2 mol/L (solução 2)
Adição de gotas de
fenoftaleína
Espectrofotômetro

Absorção: 0,6 nm

Cronometragem

60 segundos 120 segundos 180 segundos 240 segundos 300 segundos 360 segundos

Absorbância

Figura 18 – Fluxograma das medidas de absorbância para a solução de NaOH a 0,2 mol/L (solução 2) com
adição de fenolftaleína .

4º Passo: Medidas de NaOH a 0,1 mol/L


Em um béquer foi adicionado 10 mL da solução 2 preparada no 3º passo e 10 mL de
NaCl a 0,3 mol/L . Um pouco da solução preparada foi colocada na cubeta e adicionado 6
gotas de fenolftaleína. A cubeta foi tampada e invertida, para que o indicador misturasse na
solução. Logo após a medida a cubeta foi seca e colocada no espectrofotômetro. As leituras de
absorbância foram iniciadas quando o valor de absorbância diminuiu até 0,6 nm, o qual
corresponderá ao tempo inicial (t0). Os valores de absorbância foram anotados a cada 2
minutos até um total de 12 minutos, ou seja, foram anotadas sete medidas. A Figura 19 mostra
o fluxograma para os procedimentos do 4º passo.

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10 mL Solução 2 10 mL NaCl 0,3 M

Cubeta de vidro preenchida


com NaOH 0,1 mol/L (solução 3)
Adição de gotas de
fenoftaleína
Espectrofotômetro

Absorção: 0,6 nm

Cronometragem

2 minutos 4 minutos 6 minutos 8 minutos 10 minutos 12 minutos

Absorbância

Figura 19 – Fluxograma das medidas de absorbância para a solução de NaOH a 0,1 mol/L (solução 3) com
adição de fenolftaleína.

5º Passo: Medidas de NaOH a 0,05 mol/L


Em um béquer foi adicionado 10 mL da solução 3 preparada no 4º passo e 10 mL de
NaCl a 0,3 mol/L . Um pouco da solução preparada foi colocada na cubeta e adicionado 6
gotas de fenolftaleína. A cubeta foi tampada e invertida, para que o indicador misturasse na
solução. Logo após a medida a cubeta foi seca e colocada no espectrofotômetro. As leituras de
absorbância foram iniciadas quando o valor de absorbância diminuiu até 0,6 nm, o qual
corresponderá ao tempo inicial (t0). Os valores de absorbância foram anotados a cada 2
minutos até um total de 12 minutos, ou seja, foram anotadas sete medidas. A Figura 20 mostra
o fluxograma para os procedimentos do 5º passo.

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10 mL Solução 3 10 mL NaCl 0,3 M

Cubeta de vidro preenchida


com NaOH 0,1 mol/L (solução 4)
Adição de gotas de
fenoftaleína
Espectrofotômetro

Absorção: 0,6 nm

Cronometragem

2 minutos 4 minutos 6 minutos 8 minutos 10 minutos 12 minutos

Absorbância

Figura 20 – Fluxograma das medidas de absorbância para a solução de NaOH a 0,05 mol/L (solução 4) com
adição de fenolftaleína.

Para cada concentração de NaOH foi plotado um gráfico de absorbância em função do


tempo de reação e determinado a ordem de reação como também as constantes de velocidade
para cada concentração de NaOH.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir de pH acima entre 8 e 10 a reação de decomposição da fenolftaleína é descrita


por:

H 2 P(aq) + 2 OH-(aq) 
 P 2-(aq) + 2 H2 O(l)
(16)
sem cor cor rosa
Em valores de pH superiores ou igual a 10, a cor rosa do íon P2- (íon do indicador)
desaparece lentamente devido a reação com OH-, promovendo a formação de POH3-:

P2-(aq) + OH-(aq) 
 POH3-(aq)
(17)
Rosa sem cor
Com as concentrações de NaOH, calculamos o pH das soluções através da relação
entre pH e pOH, como mostra a equação 18. Todas as soluções apresentaram pH acima de 10
(Tabela 2), dessa forma, todas obedecem a reação descrita acima.
pH + pOH = 14
pH = 14 - pOH (18)
pH = 14 - (- log [OH-])

Tabela 2 – Valores de pH das soluções de NaOH.

Concentração NaOH (mol/L) pH


0,3 13,5
0,2 13,3
0,1 13,0
0,05 12,7

Dessa forma, a velocidade da reação pode ser descrita em função das concentrações de
P2- e de OH-:

V = k 2 [P2- ]m [OH- ]n (19)


Através das absorbâncias observadas em cada análise foi determinada a ordem de
reação. Seguindo a Lei da Velocidade para Reações de 1º Ordem, foi plotado o gráfico de ln
([conc]/[conc]0) em função do tempo (t), em segundos, para a concentração de fenolftaleína.
Deve se ressaltar que nesse caso a concentração se refere à concentração de fenolftaleína, a

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qual é diretamente proporcional a absorbância. Dessa forma, podemos escrever a equação da
velocidade como:

V = K 2 [Abs]m [OH- ]n (20)

onde K1 = K 2 [OH- ] .
Os dados obtidos para cada concentração de NaOH estão listadas na Tabela 3 a 6 das
quais foram plotados os gráficos para a determinação da ordem de reação (Figura 21 a 24).

Tabela 3 – Dados de Absorbância para NaOH 0,3 mol/L.

Medidas Tempo (s) Absorbância (nm) [Abs]/0,600 ln([Abs]/0,600)


1 0 0,600 1,000 0
2 30 0,502 0,837 -0,178
3 60 0,415 0,692 -0,368
4 90 0,346 0,577 -0,550
5 120 0,290 0,483 -0,727
6 150 0,246 0,410 -0,891
7 180 0,211 0,352 -1,045

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NaOH (0,3 mol/L)
0,0

-0,3 tg  = -K = 0,00586
ln ([Abs]/0,600)

-0,6

-0,9

-1,2

-20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200


Tempo (s)

Figura 21 – Gráfico da velocidade de reação para a decomposição da fenolftaleína em solução de


NaOH 0,3 mol/L.

Tabela 4 – Dados de Absorbância para NaOH 0,2 mol/L.

Medidas Tempo (s) Absorbância [Abs]/0,600 ln([Abs.]/0,600)


(nm)
1 0 0,600 1,000 0
2 60 0,429 0,715 -0,335
3 120 0,312 0,520 -0,654
4 180 0,236 0,393 -0,933
5 240 0,182 0,303 -1,193
6 300 0,146 0,243 -1,413
7 360 0,115 0,192 -1,652

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0,0 NaOH (0,2 mol/L)

-0,4
tg  = - K = 0,00455
ln ([Abs]/0,600)

-0,8

-1,2

-1,6

-2,0
-50 0 50 100 150 200 250 300 350 400

Tempo (s)

Figura 22 – Gráfico da velocidade de reação para a decomposição da fenolftaleína em solução de


NaOH 0,2 mol/L.

Tabela 5 – Dados de Absorbância para NaOH 0,1 mol/L.

Medidas Tempo (s) Absorbância (nm) [Abs]/0,600 ln([Abs]/0,600)


1 0 0,600 1,000 0
2 120 0,462 0,770 -0,261
3 240 0,360 0,600 -0,511
4 360 0,283 0,472 -0,751
5 480 0,228 0,380 -0,968
6 600 0,188 0,313 -1,160
7 720 0,159 0,265 -1,328

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NaOH (0,1 mol/L)
0,00

tg  = - K = 0,00186
-0,35
ln ([Abs]/0,600)

-0,70

-1,05

-1,40

-100 0 100 200 300 400 500 600 700 800


Tempo (s)

Figura 23 – Gráfico da velocidade de reação para a decomposição da fenolftaleína em solução de


NaOH 0,1 mol/L.

Tabela 6 – Dados de Absorbância para NaOH 0,05 mol/L.

Medidas Tempo (s) Absorbância [Abs]/0,600 ln([Abs.]/0,600)


(nm)
1 0 0,600 1,000 0
2 120 0,551 0,918 -0,085
3 240 0,493 0,822 -0,196
4 360 0,441 0,735 -0,308
5 480 0,398 0,663 -0,410
6 600 0,360 0,600 -0,510
7 720 0,328 0,547 -0,604

_____________________________________________________________________ Licenciatura em Química 25


0,00 NaOH (0,05 mol/L)

-4
-0,15
tg  = - K = 8,55 x 10
ln ([Abs]/0,600)

-0,30

-0,45

-0,60

-100 0 100 200 300 400 500 600 700 800


Tempo (s)

Figura 24 – Gráfico da velocidade de reação para a decomposição da fenolftaleína em solução de


NaOH 0,05 mol/L.

Em todas as concentrações ocorreu uma linearidade demonstrando que a reação da


decomposição da fenolftaleína em solução básica com pH acima de 10 é uma Reação de 1º
Ordem. Como a reação obedece a Reação de 1º Ordem podemos escrever a equação da
velocidade como:
ln[Abs] = K2 .t + ln[Abs]0 (21)
onde K2 corresponde a constante de velocidade da reação da fenolftaleína, a qual pode ser
determinada pelo coeficiente angular de cada reta. A Tabela 7 mostra as constantes de
velocidade para cada concentração de NaOH analisada.

Tabela 7 – Constantes de velocidade de reação da fenolftaleína.

Concentração NaOH (mol/L) Constante de velocidade K2 (mol/L . s)


0,3 0,00586
0,2 0,00455
0,1 0,00186
0,05 0,000855

_____________________________________________________________________ Licenciatura em Química 26


Sabendo que a reação obedece a lei da velocidade de 1º ordem, podemos dizer que:
d [Abs]
= -K . [Abs]0 (22)
dt
Realizando a integração utilizando os dados da Tabela de 3 a 6, podemos obter,
através de cálculos as constantes de velocidade:
Para NaOH 0,3 mol/L:
0,502 30
d [Abs] 0,502
 [Abs]0
= -K  dt  ln
0, 6
  K.30  K = 5,9 x 10-3 (23)
0,6 0

Para NaOH 0,2 mol/L:


0,429 60
d [Abs] 0, 429
 [Abs]0
= -K  dt  ln
0, 6
  K.60  K = ~ 5 x 10-3 (24)
0,6 0

Para NaOH 0,1 mol/L:


0,462 120
d [Abs] 0, 462
 [Abs]0
= -K  dt  ln
0, 6
  K.120  K = ~ 2 x 10-3 (25)
0,6 0

Para NaOH 0,05 mol/L:


0,551 120
d [Abs] 0,551
 [Abs]0
= -K  dt  ln
0, 6
  K.120  K = ~ 7 x 10-4 (26)
0,6 0

Observou-se que todas as constantes de velocidades obtidas através dos cálculos foram
próximas das obtidas graficamente, garantindo a eficiência do método utilizado. Porém para
concentrações baixas de base é aconselhável a utilização do método gráfico, pois para que os
cálculos sejam exatos, mais números significativos devem ser considerados.
Observe que a constante de velocidade aumenta com o aumento da concentração de
NaOH, como mostra a Figura 25, conseqüentemente a constante de velocidade também
aumenta. Analisando a inclinação da reta, podemos concluir que a solução de menor
concentração o consumo de OH- é lento.

_____________________________________________________________________ Licenciatura em Química 27


0,00

-0,35

-0,70
ln ([Abs]/0,600)

-1,05

-1,40
NaOH (0,3 M)
NaOH (0,2 M)
-1,75 NaOH (0,1 M)
NaOH (0,05 M)

60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780
Tempo (s)

Figura 25 – Gráfico da constante de velocidade pelo tempo.

Todas as curvas demonstram uma diminuição da absorção em função do tempo,


indicando o consumo da fenolftaleína pelo OH-, formando um composto incolor. Ou seja,
sem absorção.
Pelo fato da constante de velocidade aumentar com o aumento da concentração de
NaOH, a reação é de primeira ordem em relação ao NaOH e ordem zero em relação a
fenolfetaleína. Assim, a K2 é igual a razão entre K1 e [OH-], razão está que é constante em
todas as concentrações.
Através das constantes encontradas e sabendo que a reação é de 1º ordem, podemos
determinar o tempo de meia vida para cada solução de NaOH, utilizando a expressão:
ln 2
t1/2 = (27)
K2

_____________________________________________________________________ Licenciatura em Química 28


Tabela 8 – Tempo de meia vida do NaOH.

Concentração Constante de Tempo de meia Tempo de


NaOH (mol/L) velocidade K2 (mol/L . vida t1/2(s) meia vida
s) t1/2(min)
0,3 0,00586 118,3 2
0,2 0,00455 152,3 2,5
0,1 0,00186 372,6 6,2
0,05 0,000855 810,6 13,50

O tempo de meia vida aumenta com a diminuição da concentração de NaOH,


indicando que para a concentração reduzir a metade é necessário um tempo maior, ou seja, a
velocidade de reação diminui. Observou-se que o tempo utilizado no procedimento está
compatível com o tempo obtido no cálculo de meia vida.
Durante a realização da diluição da solução de NaOH foi utilizado solução de NaCl, a
qual mantém a força iônica do meio, garantindo que a reação entre a fenolftaleína e o OH-
seja efetiva, até mesmo em baixas concentrações.

5. CONCLUSÃO

Através da análise dos dados obtidos experimentalmente, observou-se que durante a


reação da fenolftaleína com o NaOH, a absorbância diminui com o decorrer do tempo, devido
à diminuição da intensidade da coloração da solução com o avanço da reação. Isso mostra que
o produto formado na reação apresenta-se incolor no visível. O aumento da concentração de
NaOH promoveu a aceleração da velocidade da reação, com isso, os valores de absorbância
foram diminuídos. Os valores da constante de velocidade também indicam o aumento da
velocidade da reação com o aumento da concentração de base. A reação da fenolftaleína com
o hidróxido se sódio apresenta uma reação de primeira ordem.

_____________________________________________________________________ Licenciatura em Química 29


6. REFERÊNCIAS

[1] RUSSELL, J.B. Química Geral. Tradução: Márcia Guekezian et all. 2. ed. São Paulo:
Person Education do Brasil, 1994.

[2] ATKINS, P. W.; PAULA, J. Físico-química. Tradução: Edilson Clemente da Silva,


Márcio José Estillac de Mello Cardoso, Oswaldo Esteves Barcia. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC –
Livros Técnicos e Científicos, 2002. v. 3.

[3] LEVENSPIEL, O. Engenharia das Reações Químicas. São Paulo: Editora Edgard
Blücher, 2000

[4] Cinética das reações químicas. São Paulo: on line, 2008. Disponível em:
<http://vega.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=227&I
temid=439> Acesso em: 06 abr. 2009.

[5] CASTELLAN, G. Fundamentos de físico-química. Tradução: Cristina Maria Pereira dos


Santos, Roberto de Barros Faria. 12. ed. Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e Científicos,
2001. p. 527.

[6] Lei de Beer. Disponível em: <http://plato.if.usp.br/~fap0181d/texts/espectro-2006.pdf>


Acesso em: 06 abr. 2009.

[7] Bioquímica – In: Bioquímica - Prática I – Introdução teórica (espectrofotometria)


Disponivel em: <http://www.uac.pt/~anaseca/pdf_bioquimica/introd_espectrof.pdf> Acesso
em: 06 abr. 2009.

[8] CORRÊA, M. L.; WALLAU, M.; SCHUCHART. Zeólitas do Tipo Aipo: Síntese,
Caracterização e Propriedades Catalíticas. Química Nova.19, n. 1, p.43-50, 1996.

[9]PERGHER, S. B. C.; OLIVEIRA, L. C. A.; SMANIOTTO, A.; PETKOWICZ, D. I.


Materiais Magnéticos Baseados em Diferentes Zeólitas para Remoção de Metais em água.
Química Nova. V.28, n. 5, p. 751 – 755, 2005.

[10]FUNGARO, D. A.; SILVA, M. G. Utilização de Zeólita Preparada a Partir de Cinza


Residuária de Carvão como Adsorverdor de Metais em Água. Química Nova. v. 25. N.6B, p
1081-1085, 2002.

_____________________________________________________________________ Licenciatura em Química 30


[11]DETONI, C.; CAOVILLA, M. PERGHER, S. B. C. Síntese da Zeólita NaY e seu uso na
Remoção de Cu2+ em Soluções Aquosas. Espaço da Química UFRGS. V.1, n. 1, p. 1-5,
2004.

[12] SKOOG, D. A.; HOLLER, F. J.; NIEMAN, T. A. Princípios de Análises Instrumental,


5ª ed.; (Ignez Caracelli, Paulo C. Isolani et al. – trad., Célio Pasquini, supervisão e revisão),
Porto Alegre/São Paulo, Artmed – Bookmam (2002).

[13] Espectrofotômetros. Disponível em <http://www.if.ufrgs.br/oei/cgu/espec/intro.htm>


Acesso em: 06 abr. 2009.

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