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Diversidade humana

O que é diversidade humana?


Na história da psicologia
No primeira metade do século XX:

Positivismo e cientificismo

resultados
Contexto social

Imigração Liga de Patologização


População Higiene da diversidade
negra liberta Mental
urbanização Palavras-
Movimento chave: curar,
eugenista explicar, banir,
exilar
“Na tentativa que era vigente de conferir à psicologia
uma cientificidade regida pelo positivismo, esta
menorização deu suporte ideológico a formas de
exclusão e de eugenismo (de que fazem parte o
etnocentrismo, o racismo ou o extermínio nazi) através
da patologização da diversidade" (p.41)
A Liga Brasileira de Higiene Mental (1923-1945)

Acatavam o conceito de “degeneração”


(Morel, 1857).

Recomendavam a segregação de
deficientes, esterilização dos ‘anormais
e criminosos’, regulamentação do
casamento com exame pré-nupcial
obrigatório, educação eugênica
obrigatória nas escolas, testes mentais
em crianças de 8 a 14 anos,
regulamentação de ‘filhos ilegítimos’ e
exames que assegurassem o divórcio,
caso comprovado ‘defeitos hereditários’
em uma família. Controle de imigração.
A partir dos anos 1960

Desfavorecimento das posições


Diversidade relacionada a ideia de sociais e psicológicas por quem
“déficit” não se enquadrava num registro
normativo de expressão identitária

• Econômico • Pela raça


• Educacional • Os “outros”
• Familiar • integração
“De um registo conceptual anteriormente ancorado na
inferiorização, a diversidade vai-se fundindo com a
ideia de “déficit” (Trickett, Watts, & Birrman, 1993),
ideia que traduz o desfavorecimento das posições social
e psicologicamente experienciadas por quem não se
enquadrava num registo “normativo” de expressão
identitária.” (Carneiro, 2013, p.41)
A partir dos anos 1980
A partir dos anos 80, começa a se fazer uma crítica aos estereótipos
negativos que foram associados aos chamados grupos minoritários.

• situam a diversidade no tecido social, e não nas diferenças individuais;


• deixam de enfatizar as minorias, enxergando as diferenças em todos os grupos
sociais;
• enfatiza as contribuições desses grupos para a cultura. A diversidade é vista como
um valor positivo;
• ideia de "diversidade humana". O conceito é ampliado para incluir todas as
pessoas e grupos que são alvo de opressão em virtude de múltiplos critérios
(orientação sexual, gênero, etnia, pobreza, incapacidade física ou psíquica, etc.)
“(...)quando falamos de “humana” ampliamos a
definição de diversidade para que nesta sejam incluídas
as experiências de pessoas que são alvo de opressão
em virtude de critérios múltiplos (orientação sexual,
gênero, etnia, pobreza, incapacidade física ou
psíquica…), não inferiorizando, mas celebrando a
riqueza contida nessas experiências (Carneiro, 2013, p.41)
epistemologias críticas da diversidade humana
• questionamento de ideias essencialistas, imutáveis e universais sobre
os indivíduos e grupos

• a diversidade humana é simultaneamente produto e produtora das


posições pessoais, relacionais e culturais que ocupamos - ou que
somos impedidos de ocupar (ideia de identidade)

• epistemologias críticas e ecológicas

• questionar de que forma os valores sociais, refletidos nas estruturas e


políticas sociais, afetam a experiência dos diversos grupos sociais.
valores do paradigma da diversidade humana

orientado por uma agenda de empoderamento (autodeterminação - dimensão


política)

promova a adesão a valores das comunidades e a integração delas a


diversidade humana

reflexividade como valor central (autoavaliação contínua)

buscar a justiça social (distribuição igualitária dos recursos)


Na prática...

desenvolvimento
de identidades
pessoais e grupais
positivas
reconhecimentos
identitários que
contrariam as
normas e valores
predominantes
denuncia das situações que
promovem a opressão e anulam a
diversidade humana
descolonização
do espaço
psíquico

abrir-se a
existência do
"outro"
“Enquanto valor-chave de uma esfera relacional do
pensamento e da ação, a diversidade humana é o
pano-de-fundo em que se tece o desenvolvimento de
identidades pessoais e grupais positivas e em que se
consolida o orgulho por essas identidades, requerendo-
se para tal a criação de contextos de reconhecimento
identitário que contrariam as normas e os valores
mainstream.” (Carneiro, 2013, p. 45)
Referências

Carneiro, N. S (2013). Contra a “violência de inexistir”: psicologia crítica


e diversidade humana. Psicologia & Sociedade; 25(1): 40-47

Seixas A.A.A., Mota A., Zilbreman M.L. A origem da Liga Brasileira de


Higiene Mental e seu contexto histórico. Rev Psiquiatr RS.2009;31(1):82

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