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Em primeiro lugar, é fundamental entender a importância da lição de casa. Já que se trata de uma parte
significativa do processo de aprendizagem escolar.
Segundo a educadora Eliane Palermo Romano, em seu texto “Lição de casa – que prática é esta?”, as tarefas
são “uma oportunidade de autoaprendizagem, autoconhecimento, de reflexão, de expressão e de crescimento
pessoal do aluno”.
Para isto, continua a autora, “é preciso repensar duas crenças arraigadas: a de que a tarefa de casa tem como
objetivo que o aluno aprenda o que foi trabalhado em classe, fazendo exercícios repetitivos e mecânicos; e a
crença de que a obrigatoriedade da lição diária gera, por si só, a responsabilidade e o hábito de estudo”.
Desenvolvendo a responsabilidade escolar
Na Educação Infantil e nas séries iniciais, a lição de casa faz parte do relacionamento da criança com os
estudos e suas obrigações. Assim, a escola tem o papel de sistematizar atividades que favoreçam o processo
de aprendizagem. Além da fixação do conteúdo, é importante a responsabilidade que, aos poucos, a criança
irá adquirindo. Dessa forma, irá entregar uma tarefa em ordem, limpa, sem rasuras, tendo comprometimento
com a escola.
A professora Simone Gusman Gomes, que dá aulas para o 3º ano do Ensino Fundamental, envia todos os dias
o caderno com as tarefas de casa. E faz as correções diariamente. “É uma estratégia para acompanhar o
desenvolvimento de cada um, perceber as dificuldades e poder melhorar o aproveitamento escolar”, diz.
Como forma de estimular as crianças nas tarefas de casa, a professora Denise Diogo, do 1º ano, costuma
solicitar atividades que usem e abusem da criatividade. Ela manda materiais diversos para casa, como cola,
lantejoulas, barbante e palitos. Desse modo, solicita tarefas que tenham a ver com o que está sendo visto em
sala de aula.
“Eles ficam muito felizes e valorizados por levar lição para casa”, diz Denise.
“É uma forma simples de pais e filhos trocarem ricas experiências que irão contribuir para o desenvolvimento
da criança. Esse momento precisa ser prazeroso, sem que os pais apontem erros, mas, sim, reforcem
conquistas”, diz.
Para a coordenadora Mônica Miotto Bertolini, os pais devem ajudar no que for possível, mas sempre
respeitando a forma como o aluno está aprendendo um conteúdo.
“Muitas vezes, na ânsia de ajudar, os pais se atrapalham porque não aprenderam da mesma forma, por
exemplo, os cálculos matemáticos”, afirma.
Assim, querendo ajudar, é possível que a família até confunda a criança. Para possibilitar vivências em família
em torno da vida acadêmica das crianças, a professora Denise Diogo também solicita tarefas que requerem a
participação direta dos pais.
Na prática
Recentemente, para aprender conceitos de temporalidade e trabalhar com a memória afetiva e a identidade
dos pequenos, cada um trouxe de casa fotografias de três épocas distintas de suas vidas e o relato das famílias.
Os pais têm percebido a importância da lição de casa, enxergando-a como algo que vai muito além do
rendimento escolar.
A professora Simone Dias, do infantil do período da manhã, ressalta que, muitas vezes, as crianças pequenas
voltam para a escola sem fazer a lição de casa. Alguns pais acreditam que, por estarem na Educação Infantil,
a falta da lição de casa não implica em prejuízo, o que não é verdade.
“Além de perder o conteúdo, a criança se sente muito mal quando vê que os colegas fizeram a lição e ela, não.
Isso causa tristeza e o rendimento cai. É preciso valorizar a lição de casa, olhar a agenda e conferir o material
da criança diariamente”, orienta Simone.
São cuidados que começam desde cedo, mas que refletirão no desenvolvimento do aluno por toda a vida.