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ENTREVISTAS PARA MONITORAMENTO DAS

CONDIÇÕES DE TRABALHO:
COLETA DE DADOS E ORGANIZAÇÃO DAS
INFORMAÇÕES

O ambiente de trabalho representa um dos


espaços de valorização e reconhecimento para o
homem, de acordo com os parâmetros da sociedade.
A partir da atividade que desempenha, ele pode
manter a família e adquirir bens materiais. Porém, é
também no trabalho que, muitas vezes, uma atividade
prejudicial à saúde pode estar sendo desempenhada,
na medida em que ela seja responsável por fadiga ou
doença.
Os trabalhadores podem estar expostos a
agentes de risco, de acordo com a tarefa laboral
exercida. Esta exposição ocorre pelo envolvimento
direto com estes agentes (caso ele faça parte do
processo de trabalho) ou por contato acidental, por
exemplo, pela contaminação do ambiente ou por
meio de tarefas realizadas por outros trabalhadores
(produtos manipulados por outro setor).

O GRANDE DESAFIO NA AVALIAÇÃO DA


EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL É RECONHECER TODAS AS
FORMAS EXISTENTES, AVALIAR CADA UMA COMO
ACEITÁVEL OU NÃO E DESENVOLVER ESTRATÉGIAS
PARA MONITORAR AS NÃO ACEITÁVEIS.

A gestão da segurança e saúde precisa de um


olhar atento, que identifique os riscos e desenvolva
estratégias de melhorias e adequações dos
ambientes. Entretanto, os ambientes de trabalho são
complexos, e as concentrações podem variar ao longo
do dia; é a partir dessa informação que muitas vezes
se faz necessário, por parte do profissional de
segurança e saúde do trabalho, a realização de
entrevistas, como forma de coletar dados e
informações, com os funcionários, sobre o ambiente,
a ocupação etc. Ouvi-los permite um mapeamento
das condições de exposição, para que então formas
de monitoramento dos riscos ocupacionais possam
ser elaboradas.

ENTREVISTAS

Entrevista é um processo de interação entre


duas pessoas (entrevistado e entrevistador), no qual o
entrevistador objetiva adquirir informações sobre um
determinado assunto previamente determinado e
delineado.

O OBJETIVO DO ENTREVISTADOR É OBTER


INFORMAÇÕES MAIS DETALHADAS AO COLETAR OS
DADOS, OS QUAIS NÃO PODERIAM SER
APROPRIADOS APENAS COM UMA PESQUISA
BIBLIOGRÁFICA, ACRESCIDA DE OBSERVAÇÃO. A
ENTREVISTA É UMA DAS TÉCNICAS MAIS UTILIZADAS
PARA A COLETA DE DADOS E PERMITE ADQUIRIR
INFORMAÇÕES QUE REALMENTE AGREGAM E
ELUCIDAM A PRÁTICA DO TRABALHADOR.
Por meio desta ferramenta de coleta de dados o
entrevistador terá como adquirir informações de caráter
objetivo e subjetivo. Os dados objetivos também podem ser
obtidos por meio de fontes secundárias, tais como: censos,
estatísticas etc. Já os dados subjetivos só poderão ser obtidos
com a entrevista, pois eles se relacionam com os valores, com
as atitudes e com as opiniões dos sujeitos entrevistados
(BONI e QUARESMA, 2005).

A SEGUIR SÃO APRESENTADAS ALGUMAS


DICAS PARA A CONDUÇÃO ADEQUADA DE
UMA ENTREVISTA DE MONITORAMENTO
DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO:

ELABORAR UM ROTEIRO
É importante ressaltar que a qualidade da
entrevista está atrelada a forma como ela foi
planejada e pensada. Para isso, é indicado que o
entrevistador elabore um roteiro que sirva como guia
durante a entrevista e que permita o registro de todas
as informações importantes para a obtenção de
dados fidedigno e com informações uniformes para
todos os entrevistados, padronizando as informações
que temos a pretensão de coletar.
É FUNDAMENTAL CONHECER O PÚBLICO QUE
SERÁ ENTREVISTADO: NÍVEL DE ESCOLARIZAÇÃO,
TIPO DE TRABALHO, DISPONIBILIDADE, ENTRE
OUTRAS INFORMAÇÕES QUE CARACTERIZAM O
PERFIL DO TRABALHADOR. PARA ASSIM SER
POSSÍVEL TRAÇAR UM ROTEIRO ADEQUADO QUE
CONTRIBUA DIRETAMENTE PARA O SUCESSO DO
ENTREVISTADOR.

FICAR ATENTO À POSTURA DURANTE A


ENTREVISTA
Além do roteiro de entrevista, é preciso atentar
para o comportamento do entrevistador no processo
efetivo de entrevista. Este não deve ser ríspido nem
muito falante, ao ponto de não deixar o entrevistado
responder ou concluir o pensamento. O entrevistador
deve transmitir confiança ao informante e domínio do
questionário que está utilizando como guia. Deve
possibilitar que o informante esteja confortável, para
que não se sinta constrangido e possa falar
livremente o que ele realmente percebe e identifica
no seu processo de trabalho.

ESSE ROTEIRO NADA MAIS É DO QUE A ESTRUTURA DO


QUESTIONÁRIO, COMPOSTO POR QUESTÕES FECHADAS
(POSSIBILIDADE DE MARCAR SIM OU NÃO, POR EXEMPLO) E
QUESTÕES ABERTAS (O ENTREVISTADO PODE DISSERTAR
SOBRE O ASSUNTO INVESTIGADO). AS INFORMAÇÕES
EXTRAÍDAS DESTA ENTREVISTA CORRESPONDEM AO QUE
CHAMAMOS DE DADOS COLETADOS E PERMITEM UMA
ANÁLISE QUALITATIVA (UMA ANÁLISE DO TEXTO) E
QUANTITATIVA (QUANTIFICAR AS INFORMAÇÕES).

CONTROLAR O TEMPO DA ENTREVISTA


É fundamental respeitar o tempo e a
disponibilidade do entrevistado, pois é no ambiente
de trabalho que o processo acontece. O colaborador
pode estar com muita demanda de serviço e, desta
forma, não pode ser prejudicado, por exemplo.

UTILIZAR OS EPIS
Outro item importante de destacar é a questão
da vestimenta adequada e, se necessário, utilização
dos equipamentos de proteção necessários, de
acordo com o setor e/ou local em que ocorrerá a
entrevista.

ASSIM SENDO, É IMPORTANTE DESTACAR TAMBÉM QUE,


AO FINAL DA ENTREVISTA, DEVE-SE PROMOVER UM CLIMA
DE CORDIALIDADE, POIS É EXTREMAMENTE IMPORTANTE
QUE O ENTREVISTADO NÃO SE SINTA CONSTRANGIDO OU
ATÉ MESMO QUE ESTE NÃO ENTENDA QUE AQUELAS
RESPOSTAS E OBSERVAÇÕES POSSAM LHE PREJUDICAR NO
AMBIENTE DE TRABALHO (BRITO E FERES, 2011).

PENSANDO NA PRÁTICA

Para aplicar este contexto à prática profissional, vamos analisar dois


exemplos de empresas, as respectivas características e depois discutir de que
forma seria possível utilizar a entrevista para coletar os dados necessários ao
monitoramento.

Exemplo 1
Uma serralheria que produz produtos de pequena dimensão, focada no
pequeno consumidor, mas com grande demanda para atender. A empresa é
constituída por um prédio, em que estão centralizados os diversos
departamentos que constituem a organização e operação como: produção,
comercial, técnico, administrativo e financeiro, conforme observamos na figura
1.
A imagem apresenta uma empresa pequena, com várias máquinas
utilizadas no trabalho do serralheiro, dispostas em um grande salão. No fundo
da imagem temos as divisórias de vidro, estas são as salas dos outros
departamentos que compõem a empresa.

Quando observamos este cenário precisamos identificar e ter


conhecimento do processo de trabalho de cada setor, de cada área e também
das funções dos trabalhadores. Mas, neste exemplo, é preciso destacar a
proximidade dos trabalhadores do setor administrativo com relação ao setor
de produção e então certificar-se de que os agentes de riscos de um setor não
vão interferir no outro.

A partir do momento que o responsável pela entrevista chega à estação


de trabalho do empregado (vestido devidamente de forma adequada ao
ambiente) é que inicia efetivamente a entrevista. São então questionadas as
informações pertinentes, tais como: horas de trabalho, funções, processo de
trabalho, ferramentas utilizadas e equipamentos de proteção (se são utilizados
ou não). Sendo que, no momento da entrevista, já é possível observar o
trabalhador e o ambiente de trabalho em que ele está inserido, confirmando,
desta forma, todas essas informações que fazem parte de da coleta de dados.

Exemplo 2
Outro exemplo é o de uma indústria têxtil e de confecções. Este setor
emprega atualmente muitos trabalhadores e requer uma produção em grande
escala. Sendo que a tecnologia é um fator estratégico no desenvolvimento
deste setor produtivo. No entanto, se por um lado temos os maquinários como
aliado ao processo produtivo, por outro eles podem ser considerados como
agravadores das condições de saúde e segurança do trabalhador, já que
emitem ruído e calor no ambiente de trabalho. Por isso, necessitam de um
adequado monitoramento e avaliação.

Neste exemplo, observamos que o processo produtivo de uma empresa


do setor de confecção é composto pelos seguintes setores: almoxarifado de
tecidos e aviamentos, criação, modelagem, corte, costura, artesanato,
lavanderia, passadoria, acabamento, etiquetagem e embalagem. Esses setores
seguem uma linha de produção e consequentemente uma proximidade para a
facilidade da confecção das roupas que são desenvolvidas nessa empresa.
Observe a figura 2.

A imagem apresenta um indústria de confecção. O setor da passadoria


está representado na imagem e é possível visualizar inúmeras posições de
trabalho umas próximas das outras. Um volume grande de roupas e cabides
está presente na imagem. Quatro mulheres desenvolvem as atividades diárias,
utilizando prensas a vapor e ferro de passar, desta forma permitem a
continuidade da linha de produção.

Ao observarmos a imagem, percebemos que em alguns ambientes não


temos uma divisão física entre os setores, o que facilita a linha de produção
dos produtos, mas que pode afetar os níveis de exposição dos trabalhadores
que se encontram em outros setores.

QUAIS SERIAM ENTÃO AS INFORMAÇÕE


NECESSÁRIAS PARA UMA ENTREVISTA
NESTES AMBIENTES DE TRABALHO?
Primeiramente, precisamos pensar no que será
útil para essa coleta de dados. Depois, o que
efetivamente faremos com os resultados obtidos
nesta entrevista. Para então questionar sobre o
segmento e o setor que estão atuando e quais são as
informações sobre o processo de trabalho
desenvolvidos nestas empresas. Não esquecendo de
que é preciso analisar todo o ambiente empresarial,
considerando também a proximidade dos setores, o
fluxo de trabalho, a demanda e a linha de produção.

Observe agora a figura 3, referente ao exemplo


da serralheria:
Na figura 3 temos um soldador com o arco de solda
fazendo o seu trabalho. Será que os outros
trabalhadores, colegas de linha de produção, também
estão expostos aos riscos? Será que o calor emitido
nesta soldagem não afeta os colegas que estão ao
lado? E os fumos metálicos? E o ruído? Além disso,
num ambiente compartilhado como o da serralheria,
precisamos estar atentos ao que os outros
trabalhadores estão fazendo?
Figura 03 - Trabalhador metalúrgico
Fonte: Disponível em: <http://rcnserralheria.com.b
r/industrial/img6.jpg>. Acesso em: 30 jan. 2017.

LEMBRE-SE DE QUE TRATA-SE DE UMA LINHA DE PRODUÇÃO E


QUE PROVAVELMENTE OS OUTROS TALHADORES ESTEJAM FAZENDO
CORTE, SOLDAGEM, ACABAMENTO, PINTURA E MONTAGEM. SENDO
ASSIM, PRECISAMOS SEMPRE IDENTIFICAR O PROCESSO DE
TRABALHO DOS DIFERENTES SETORES E INVESTIGAR, POR MEIO DA
ENTREVISTA, ALGUMA QUEIXA E/OU SINTOMA QUE ESTEJA
DIRETAMENTE RELACIONADO COM OS RISCOS QUE NÃO FORAM
IDENTIFICADOS NO PROCESSO DE TRABALHO (TIPO DE EXPOSIÇÃO
QUE NÃO ESTÁ ASSOCIADA DIRETAMENTE À FUNÇÃO DAQUELE
TRABALHADOR).

Observe a figura 4, que corresponde ao layout da


serralheria.
Figura 04 - Layout de uma serralheria
Fonte: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-q0BCan
K6fEc/TfQR080SVdI/AAAAAAAAAM0/JOp7_Hknnd4/
s1600/LAYOUT+METAIS+MODELO+-+NOVO.jpg>. Acesso em:
30 jan. 2017.

Perceba no layout a proximidade dos setores


que compõem este ambiente de trabalho. Logo, é
pensando neste ambiente e nas características das
diferentes funções exercidas nesse espaço, que vamos
planejar as perguntas da entrevista - o questionário
que servirá de roteiro - contemplando informações
que permitam visualizar todos os profissionais que
fazem parte da empresa.

Para isso, as questões não podem ser muito


fechadas, pois devem permitir que o trabalhador
possa expressar-se livremente sobre as atividades, as
facilidades, as dificuldades, as principais funções
desenvolvidas diariamente, as queixas e as
manifestações.
VOCÊ DEVE ESTAR SE PERGUNTANDO:
COMO PLANEJAR PREVIAMENTE PERGUNT
DE ENTREVISTAS, CONSIDERANDO O TOD
DE FORMA A NÃO FECHAR DEMAIS A
RESPOSTA DOS ENTREVISTADOS?

NÃO EXISTE UMA RECEITA OU UM MODELO PADRÃO. PORÉM,


SE, ANTES DE PLANEJARMOS A ENTREVISTA, OBSERVARMOS AS
CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE DE TRABALHO, POR MEIO DE UM
LAYOUT, POR EXEMPLO, EXAMINANDO AS ATIVIDADES
DESENVOLVIDAS EM CADA FUNÇÃO OU SETOR E OS RISCOS DE
EXPOSIÇÃO DE CADA UMA DELAS, IDENTIFICANDO OS GRUPOS
HOMOGÊNEOS DE EXPOSIÇÃO, CERTAMENTE JÁ TEREMOS UMA BOA
PERCEPÇÃO DO TODO PARA ENTÃO PLANEJAR UMA ENTREVISTA
QUE TENHA SIGNIFICADO E APRESENTE DADOS QUE SEJAM
REALMENTE VÁLIDOS.

Mesmo assim, durante um processo de


entrevista, alguns dados são sempre fundamentais e
podem servir como base para um planejamento inicial
da entrevista, principalmente no que diz respeito aos
dados do trabalhador e do ambiente de trabalho.

COLETA DE DADOS

A entrevista é um dos principais meios para que o investigador possa


realizar a coleta de dados inicialmente necessária. Porém, é preciso sempre
fazer uma aproximação e confirmação das informações. Para isso, tais dados
precisam ser tabulados e organizados, tendo como objetivo a checagem das
informações obtidas no monitoramento, pois nem sempre os trabalhadores
conseguem identificar os riscos presentes no ambiente de trabalho e que
constam nos documentos que fazem parte da área de saúde e segurança do
trabalhado.
COMO ORGANIZAR AS INFORMAÇÕES COLETADAS?

Uma vez coletados os dados temos em mãos muitas informações qu


extrema relevância para uma efetiva gestão da saúde e segura
trabalhadores. Nesta hora é fundamental que tenhamos muita organ
cuidado ao apresentar as informações coletadas.

VALE RESSALTAR QUE ENQUANTO PROFISSIONAIS NÃO É POSSÍVEL


OS FUNCIONÁRIOS QUE PARTICIPARAM DA ENTREVISTA E DA COLETA DE D
O OBJETIVO É FORMAR UM BANCO DE DADOS SEM DIVULGAR E OU PREJU
OS INFORMANTES.

Para organizar os dados é preciso analisar as informações de


respeitar a natureza da informação. Os dados qualitativos e quantitativ
úteis e devem atuar de forma complementar para que tenhamos a melh
possível e para que a realidade seja traduzida com uma adequada format

PARA DADOS QUANTITATIVOS (QUESTÕES FECHADAS), AS AN


ESTATÍSTICAS SÃO AS MAIS COMUNS; JÁ OS DADOS QUALITATIVOS (QUE
ABERTAS) EXIGEM ABORDAGENS DISTINTAS, COMO A ANÁLISE DO DIS
PRESENTE NAS QUESTÕES ABERTAS E NAS OBSERVAÇÕES REALIZADAS
ENTREVISTADOR.
Estes dados e informações precisam ser organizados e agrupados
tipo de exposição e grupo homogêneo. O banco de dados deve ser dis
maneira organizada para permitir a comparação com as informações c
identificadas e descritas no PPRA.

Clique no botão para abrir a imagem.

(objetos/tabela.png)
Ao analisar as informações e apresentar os resultados obtidos na e
temos como propósito ordenar os dados para que eles tenham um s
sirvam para fazer o comparativo das entrevistas realizadas de um an
outro. Para os resultados e dados que podem ser quantificáveis, oriundo
pesquisa qualitativa, é possível apresentar as informações por meio da e
descritiva (caracterização da amostra pesquisada). Podemos explorar os
das tabelas e dos gráficos. Este formato facilita a análise e a interpret
resultados, conforme as figuras expostas a seguir.

GÊNERO

feminino

masculino

Figura 05 – Total de respondente da pesquisa (g

19% menos de 2 anos


21% entre 6 e 10 anos
22% acima de 10 anos
38% entre 2 e 5 anos

Figura 06 – Tempo de serviço dos entrevistados

RESUMO:

Nesta etapa do estudo foi possível conceituar, identificar e compreender


a importância das entrevistas de monitoramento das condições de trabalho.
Essas entrevistas devem ser realizadas anualmente e as informações precisam
ser comparadas de um ano para outro. Destacando também que as
informações coletas na entrevista devem ser comparadas com o que
efetivamente o PPRA identifica e mensura.
A coleta de dados deve ser der realizada pelo entrevistador, a partir do
uso da ferramenta questionário (ou seja, o roteiro da entrevista), diretamente
no ambiente de trabalho. Deve-se estabelecer um diálogo adequado, de
acordo com o público participante e o setor. Quanto à organização das
informações, estas devem ser objetivas e compreensíveis para que
componham um banco de dados organizado e bem detalhado, de acordo com
os dados extraídos das entrevistas.

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