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Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco, Bruno Chieregatti e João de Sá Brasil, Ovidio Lopes da Cruz

Netto, Bruna Pinotti, Fernando Zantedeschi, Rodrigo Gonçalves.

Departamento Estadual de Trânsito do Estado de São Paulo

DETRAN-SP
Agente Estadual de Trânsito

AB042-19
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
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OBRA

Departamento Estadual de Trânsito do Estado de São Paulo

Agente Estadual de Trânsito

EDITAL Nº 001/2019

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Matemática e Raciocínio Lógico - Matemático - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil
Noções de Informática - Profº Ovidio Lopes da Cruz Netto
Direito Constitucional - Profª Bruna Pinotti
Direito Administrativo - Profº Fernando Zantedeschi
Conhecimentos Específicos - Profº Rodrigo Gonçalves

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Erica Duarte
Karina Fávaro

DIAGRAMAÇÃO
Elaine Cristina
Thais Regis
Danna Silva

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

www.novaconcursos.com.br

sac@novaconcursos.com.br
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
Ortografia......................................................................................................................................................................................................................... 01
Acentuação gráfica....................................................................................................................................................................................................... 04
Flexão nominal e verbal.............................................................................................................................................................................................. 06
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação............................................................................................................................. 08
Emprego de tempos, modos e aspectos verbais.............................................................................................................................................. 08
Vozes do verbo............................................................................................................................................................................................................... 08
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem..................................................................................................................................... 08
Concordância nominal e verbal............................................................................................................................................................................... 49
Regência nominal e verbal......................................................................................................................................................................................... 55
Ocorrência de crase...................................................................................................................................................................................................... 60
Sintaxe: coordenação e subordinação.................................................................................................................................................................. 63
Pontuação......................................................................................................................................................................................................................... 72
Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas)................................................................................................. 76
Compreensão de texto................................................................................................................................................................................................ 87

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO


Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplica- ção, divisão, potenciação); expressões numéricas;
múltiplos e divisores de números naturais; problemas.................................................................................................................................. 01
Frações e operações com frações........................................................................................................................................................................... 01
Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais; regra de três; porcentagem
e problemas..................................................................................................................................................................................................................... 22
Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios; deduzir novas informações das
relações fornecidas e avaliar as con- dições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações........................................ 30
Compreensão e elaboração da lógica das situações por meio de: raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio
sequencial, orientação espacial e temporal, formação de conceitos, discri- minação de elementos.......................................... 30
Compreensão do processo lógico que, a partir de um conjunto de hipóteses, conduz, de forma válida, a conclusões
determinadas.................................................................................................................................................................................................................. 52

NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Conceitos fundamentais de internet, intranet e redes de computadores.............................................................................................. 01
Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática......... 18
Conceitos e modos de utilização de aplicativos para edição de textos, planilhas e apresentações utilizando-se a suíte de
escritório Microsoft Office 2010 e LibreOffice 5 ou superior....................................................................................................................... 23
Conceitos e modos de utilização de sistemas operacionais Windows 7................................................................................................. 52
Noções básicas de ferramentas e aplicativos de navegação (Google Chrome, Firefox e Internet Explorer) e correio
eletrônico (Webmail e Microsoft Outlook 2010)............................................................................................................................................... 64
Programas de correio eletrônico (Microsoft Outlook e Mozilla Thunderbird);..................................................................................... 64
Sítios de busca e pesquisa na internet;................................................................................................................................................................. 64
Computação na nuvem (cloud computing)........................................................................................................................................................ 64
Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas.................................................. 64
Noções básicas de segurança da informação e proteção: vírus, worms e outros tipos de malware........................................... 64
SUMÁRIO
DIREITO CONSTITUCIONAL
Dos princípios fundamentais da República Federativa do Brasil.............................................................................................................01
Dos Direitos e Garantias Fundamentais.............................................................................................................................................................02
Do controle de constitucionalidade no ordenamento brasileiro: modalidades; efeitos subjetivos e temporais da declaração de
constitucionalidade e inconstitucionalidade;..................................................................................................................................................22
Ações do controle concentrado; súmula vinculante; repercussão geral..............................................................................................33
Da Organização do Estado: Da Organização Político-Administrativa; Da União; Dos Estados Federados; Dos Municípios;
Do Distrito Federal e dos Territórios...................................................................................................................................................................35
Da Administração Pública (Disposições Gerais; Dos Servidores Públicos)...........................................................................................42
Da Organização dos Poderes: Do Poder Legislativo; Do Poder Executivo; Do Poder Judiciário (Disposições Gerais; Do
Supremo Tribunal Federal; Do Superior Tribunal de Justiça; Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais; Dos
Tribunais e Juízes Eleitorais; Dos Tribunais e Juízes dos Estados);...........................................................................................................50
Das Funções Essenciais à Justiça..........................................................................................................................................................................72
Das Finanças Públicas: normas gerais; orçamentos. Da Ordem Econômica e Financeira: dos Princípios Gerais da Atividade
Econômica.....................................................................................................................................................................................................................76
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal..................................................................................................................................................84

DIREITO ADMINISTRATIVO
Administração pública: princípios básicos........................................................................................................................................................01
Poderes administrativos: poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar, poder de polícia, uso e abuso do
poder. ............................................................................................................................................................................................................................03
Serviços públicos: conceito, regime jurídico, princípios, titularidade e competência. Delegação: concessão, permissão e
autorização....................................................................................................................................................................................................................07
Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, revogação e convalidação; discricionariedade e
vinculação......................................................................................................................................................................................................................18
Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e descentralizada; autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista, consórcios públicos (Lei nº 11.107/2005).................................................23
Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação.....................................................................................................................................35
Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos............................................................................................................................38
CLT: empregado e empregador, anotações na CTPS, duração do trabalho, períodos de descanso, trabalho noturno,
teletrabalho, férias anuais, dano extrapatrimonial, contrato individual do trabalho, remuneração e rescisão.....................43
Processo administrativo (Lei estadual nº 10.177/1998): artigos 1º ao 36............................................................................................54
Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo;
responsabilidade civil do Estado..........................................................................................................................................................................57
Lei nº 8.429/1992: disposições gerais; atos de improbidade administrativa......................................................................................68
Licitações e Contratos da Administração Pública - Lei nº 8.666/1993 (com alterações posteriores). Lei n.º
10.520/2002.............................................................................................................................................................................................................81

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


Código de Trânsito Brasileiro: Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 com alterações até a data de publicação do
edital................................................................................................................................................................................................................................01
Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e suas alterações até a data de publicação do edital:
04/1998; 14/1998; 18/1998; 168/2004; 254/2007; 277/2008; 292/2008; 300/2008; 303/2008; 304/2008; 349/2010;
357/2010; 358/2010; 360/2010; 432/2013; 453/2013; 466/2013; 541/2015; 561/2015; 619/2016; 623/2016; 670/2017 e
723/2018..................................................................................................................................................................................................................45
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA
Ortografia. .................................................................................................................................................................................................................................01
Acentuação gráfica. ...............................................................................................................................................................................................................04
Flexão nominal e verbal. ......................................................................................................................................................................................................06
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. .....................................................................................................................................08
Emprego de tempos, modos e aspectos verbais. ......................................................................................................................................................08
Vozes do verbo. .......................................................................................................................................................................................................................08
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem. .............................................................................................................................................08
Concordância nominal e verbal. .......................................................................................................................................................................................49
Regência nominal e verbal. .................................................................................................................................................................................................55
Ocorrência de crase. ..............................................................................................................................................................................................................60
Sintaxe: coordenação e subordinação............................................................................................................................................................................63
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................................72
Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). .........................................................................................................76
Compreensão de texto. ........................................................................................................................................................................................................87
 Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-
ORTOGRAFIA. tamorfose.
 Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera,
quis, quiseste.
 Nomes derivados de verbos com radicais termi-
Ortografia
nados em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão /
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da corre- empreender - empresa / difundir – difusão.
ta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem  Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
grafados segundo acordos ortográficos.  Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren-  Verbos derivados de nomes cujo radical termina
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras – pesquisar.
é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções
e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de São escritos com Z e não S
etimologia (origem da palavra).  Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de
adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo –
1. Regras ortográficas beleza.
Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori-
A) O fonema S gem não termine com s): final - finalizar / concreto
São escritas com S e não C/Ç – concretizar.
 Palavras substantivadas derivadas de verbos com  Consoante de ligação se o radical não terminar
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender com “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
- pretensão / expandir - expansão / ascender - as- Exceção: lápis + inho – lapisinho.
censão / inverter - inversão / aspergir - aspersão /
submergir - submersão / divertir - diversão / impelir C) O fonema j
- impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repul- São escritas com G e não J
sa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir  Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
- sensível / consentir – consensual. gesso.
 Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento,
São escritos com SS e não C e Ç gim.
 Nomes derivados dos verbos cujos radicais termi-  Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
nem em gred, ced, prim ou com verbos termina- poucas exceções): imagem, vertigem, penugem,
dos por tir ou - meter: agredir - agressivo / impri- bege, foge.
mir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão Exceção: pajem.
/ exceder - excesso / percutir - percussão / regredir -
regressão / oprimir - opressão / comprometer - com-  Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
promisso / submeter – submissão. litígio, relógio, refúgio.
 Quando o prefixo termina com vogal que se junta  Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fu-
com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simé- gir, mugir.
trico - assimétrico / re + surgir – ressurgir.  Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir,
 No pretérito imperfeito simples do subjuntivo. surgir.
Exemplos: ficasse, falasse.  Depois da letra “a”, desde que não seja radical ter-
São escritos com C ou Ç e não S e SS minado com j: ágil, agente.
 Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
 Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, São escritas com J e não G
Juçara, caçula, cachaça, cacique.  Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
 Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça,  Palavras de origem árabe, africana ou exótica:
uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, car- jiboia, manjerona.
niça, caniço, esperança, carapuça, dentuço.  Palavras terminadas com aje: ultraje.
 Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção
/ deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção. D) O fonema ch
 Após ditongos: foice, coice, traição. São escritas com X e não CH
 Palavras derivadas de outras terminadas em -te,  Palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba-
to(r): marte - marciano / infrator - infração / absor-
LÍNGUA PORTUGUESA

caxi, xucro.
to – absorção.
 Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu,
lagartixa.
B) O fonema z
 Depois de ditongo: frouxo, feixe.
São escritos com S e não Z
 Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
 Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é
Exceção: quando a palavra de origem não derive de
substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárqui-
outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
cos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa,
princesa.

1
São escritas com CH e não X ALGUNS USOS ORTOGRÁFICOS ESPECIAIS
 Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo,
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, sal- 1. Por que / por quê / porquê / porque
sicha.
POR QUE (separado e sem acento)
E) As letras “e” e “i”
 Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. É usado em:
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. 1. interrogações diretas (longe do ponto de interro-
 Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar gação) = Por que você não veio ontem?
são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Es- 2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale
crevemos com “i”, os verbos com infinitivo em -air, a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por
-oer e -uir: trai, dói, possui, contribui. que faltara à aula ontem.
3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” =
Ignoro o motivo por que ele se demitiu.
FIQUE ATENTO!
Há palavras que mudam de sentido quan- POR QUÊ (separado e com acento)
do substituímos a grafia “e” pela grafia “i”:
área (superfície), ária (melodia) / delatar Usos:
(denunciar), dilatar (expandir) / emergir 1. como pronome interrogativo, quando colocado no
(vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de fim da frase (perto do ponto de interrogação) =
estância, que anda a pé), pião (brinquedo). Você faltou. Por quê?
2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por
quê?

#FicaDica PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico)


Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto Usos:
à ortografia de uma palavra, há a possibili- 1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale
dade de consultar o Vocabulário Ortográfi- a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na escri-
co da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado ta (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até ponto
pela Academia Brasileira de Letras. É uma final) = Compre agora, porque há poucas peças.
obra de referência até mesmo para a criação 2. como conjunção subordinativa causal, substituível
de dicionários, pois traz a grafia atualizada por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu por-
das palavras (sem o significado). Na Internet, que se antecipou.
o endereço é www.academia.org.br.
PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico)

2. Informações importantes Usos:


1. como substantivo, com o sentido de “causa”, “ra-
Formas variantes são as que admitem grafias ou pro- zão” ou “motivo”, admitindo pluralização (porquês). Ge-
núncias diferentes para palavras com a mesma significa- ralmente é precedido por artigo = Não sei o porquê da
ção: aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/quatorze, discussão. É uma pessoa cheia de porquês.
dependurar/pendurar, flecha/frecha, germe/gérmen, in-
farto/enfarte, louro/loiro, percentagem/porcentagem, re- 2. ONDE / AONDE
lampejar/relampear/relampar/relampadar.
Os símbolos das unidades de medida são escritos Onde = empregado com verbos que não expressam
sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar a ideia de movimento = Onde você está?
plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg,
20km, 120km/h. Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. que expressam movimento = Aonde você vai?

Na indicação de horas, minutos e segundos, não 3. MAU / MAL


deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h,
22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três mi- Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se
LÍNGUA PORTUGUESA

nutos e trinta e quatro segundos). como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um
O símbolo do real antecede o número sem espaço: mau elemento.
R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma bar-
ra vertical ($). Mal = pode ser usado como
1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”,
“logo que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu.
2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi
mal na prova?

2
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou 10. Nas formações em que o prefixo tem como segun-
pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático,
não compensa. geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hos-
pitalar, super-homem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa termina com a mesma vogal do segundo elemento:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-obser-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- vação, etc.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. O hífen é suprimido quando para formar outros termos:
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira #FicaDica
Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo:
Saraiva, 2002. Lembrete da Zê!
Ao separar palavras na translineação (mu-
SITE dança de linha), caso a última palavra a ser
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- escrita seja formada por hífen, repita-o na
tografia próxima linha. Exemplo: escreverei anti-in-
flamatório e, ao final, coube apenas “anti-”.
4. Hífen Na próxima linha escreverei: “-inflamatório”
(hífen em ambas as linhas). Devido à diagra-
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para mação, pode ser que a repetição do hífen na
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- translineação não ocorra em meus conteú-
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos dos, mas saiba que a regra é esta!
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se-
B) Não se emprega o hífen:
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo ter-
mina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
A) Uso do hífen que continua depois da Reforma
“s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes:
Ortográfica:
antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema,
1. Em palavras compostas por justaposição que for- minissaia, microrradiografia, etc.
mam uma unidade semântica, ou seja, nos termos 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
que se unem para formam um novo significado: fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se
tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-co- com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coedu-
ronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, ar- cação, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico,
co-íris, primeiro-ministro, azul-escuro. plurianual, autoescola, infraestrutura, etc.
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abó- “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” ini-
bora-menina, erva-doce, feijão-verde. cial: desumano, inábil, desabilitar, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re- 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, o segundo elemento começar com “o”: cooperação,
recém-casado. coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedi-
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas ção, coexistir, etc.
exceções continuam por já estarem consagradas pelo 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé- de composição: pontapé, girassol, paraquedas, para-
-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. quedista, etc.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas com- to, benquerer, benquerido, etc.
binações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria,
Angola-Brasil, etc. Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspon-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- dentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
per- quando associados com outro termo que é ini- não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
LÍNGUA PORTUGUESA

ciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-ra- pressuposto, propor.


cional, etc. Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-huma-
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. no, super-realista, alto-mar.
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, an-
-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. tisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, ul-
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- trassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, au-
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. toajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.

3
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa cadas como:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju –
SITE papel
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/ Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima síla-
ortografia ba: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúlti-
ma sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
EXERCÍCIOS COMENTADOS Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são
os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando
1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Ces- tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré.
pe – 2013 – adaptada)
2 Os acentos
A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e concatena-
dos são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os atos A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”
de comunicação, os quais são indispensáveis para que e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras
os sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos representam as vogais tônicas de palavras como pá, caí,
acontecidos no correr do procedimento e se habilitem a público. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicida-
exercer os direitos que lhes cabem e a suportar os ônus de, timbre aberto: herói – céu (ditongos abertos).
que a lei lhes impõe. B) acento circunflexo – (^) Colocado sobre as letras
Disponível em: <http://jus.com.br> (com adaptações). “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
tâmara – Atlântico – pêsames – supôs.
No que se refere ao texto acima, julgue os itens seguin- C) acento grave – (`) Indica a fusão da preposição “a”
tes. com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
Não haveria prejuízo para a correção gramatical do texto D) trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi total-
nem para seu sentido caso o trecho “A fim de solucionar mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado
o litígio” fosse substituído por Afim de dar solução à de- em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros:
manda e o trecho “tomem conhecimento dos atos acon- mülleriano (de Müller)
tecidos no correr do procedimento” fosse, por sua vez, E) til – (~) Indica que as letras “a” e “o” representam
substituído por conheçam os atos havidos no transcurso vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã
do acontecimento.
2.1 Regras fundamentais
( ) CERTO ( ) ERRADO
A) Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas
Resposta: Errado. “A fim” tem o sentido de “com a terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plu-
intenção de”; já “afim”, “semelhança, afinidade”. Se a ral(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém.
primeira substituição fosse feita, o trecho estaria in- Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
correto gramatical e coerentemente. Portanto, nem há Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
a necessidade de avaliar a segunda substituição. guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas
terminadas em:
i, is: táxi – lápis – júri
Acentuação. us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
Quanto à acentuação, observamos que algumas pa- fórceps
lavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
Por isso, vamos às regras! não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Regras básicas
#FicaDica
A acentuação tônica está relacionada à intensida-
de com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que
Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se esta palavra apresenta as terminações das
como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U
com menos intensidade, são denominadas de átonas. (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim
ficará mais fácil a memorização!

4
C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona quando 2.4 Regra do Hiato
a sua antepenúltima sílaba é tônica (mais forte). Quanto à
regra de acentuação: todas as proparoxítonas são acen- Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, segun-
tuadas, independentemente de sua terminação: árvore, da vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
paralelepípedo, cárcere. acento: saída – faísca – baú – país – Luís
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato
2.2 Regras especiais quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento verem seguidas do dígrafo nh:
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em ra-i-nha, ven-to-i-nha.
palavras paroxítonas. Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vie-
rem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, forman-
FIQUE ATENTO! do hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxí-
Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos aber- tonas):
tos estiverem em uma palavra oxítona (he-
rói) ou monossílaba (céu) ainda são acen-
Antes Agora
tuados: dói, escarcéu.
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura
Antes Agora Sauípe Sauipe
assembléia assembleia
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
idéia ideia abolido:
geléia geleia
jibóia jiboia Antes Agora
apóia (verbo apoiar) apoia crêem creem
paranóico paranoico lêem leem
vôo voo
2.3 Acento Diferencial
enjôo enjoo
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
diferenciar classes gramaticais entre determinadas pala- #FicaDica
vras e/ou tempos verbais. Por exemplo: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito per- verbos que, no plural, dobram o “e”, mas
feito do Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do que não recebem mais acento como antes:
Indicativo do mesmo verbo). CRER, DAR, LER e VER.
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se, Repare:
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição. O menino crê em você. / Os meninos creem em você.
Os demais casos de acento diferencial não são mais Elza lê bem! / Todas leem bem!
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti- Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes grama- garotos deem o recado!
ticais são definidos pelo contexto. Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
Polícia para o trânsito para que se realize a operação Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm
planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, con- à tarde!
junção (com relação de finalidade). As formas verbais que possuíam o acento tônico na
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
“e” ou “i” não serão mais acentuadas:
#FicaDica
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando, na frase, der para substituir o Antes Depois


“por” por “colocar”, estaremos trabalhando apazigúe (apaziguar) apazigue
com um verbo, portanto: “pôr”; nos de-
mais casos, “por” é preposição: Faço isso averigúe (averiguar) averigue
por você. / Posso pôr (colocar) meus livros argúi (arguir) argui
aqui?

5
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pes- Resposta: Errado. Pó = monossílaba terminada em
soa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm “o”; só = monossílaba terminada em “o”; céu = monos-
(verbo vir). A regra prevalece também para os verbos con- sílaba terminada em ditongo aberto “éu”.
ter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele
obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém
– eles convêm. FLEXÃO NOMINAL E VERBAL.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Flexão Nominal
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- 1. Flexão de número
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. Os nomes (substantivo, adjetivo etc.), de modo geral, ad-
mitem a flexão de número: singular e plural: animal/animais.
SITE
I – Na maioria das vezes, acrescenta-se S: ponte/pontes;
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.htm
bonito/bonitos;
II – Palavras terminadas em R ou Z: acrescenta-se ES: éter/
éteres; avestruz/avestruzes. O pronome qualquer faz o plural
EXERCÍCIOS COMENTADOS no meio: quaisquer;
III – Palavras oxítonas terminadas em S: acrescenta-se ES:
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Cespe ananás/ananases. As paroxítonas e as proparoxítonas são in-
– 2014) Os termos “série” e “história” acentuam-se em variáveis: o pires/os pires, o ônibus/os ônibus;
conformidade com a mesma regra ortográfica. IV – Palavras terminadas em IL: átono: trocam IL por EIS:
fóssil/fósseis;
( ) CERTO ( ) ERRADO tônico: trocam L por S: funil/funis.
V – Palavras terminadas em EL:
Resposta: Certo. “Série” = acentua-se a paroxítona átono: plural em EIS: nível/níveis.
terminada em ditongo / “história” - acentua-se a pa- tônico: plural em ÉIS: carretel/carretéis.
roxítona terminada em ditongo VI – Palavras terminadas em X são invariáveis: o clímax/
Ambas são acentuadas devido à regra da paroxítona os clímax.
terminada em ditongo. Há palavras cuja sílaba tônica avança: júnior/juniores; ca-
Observação: nestes casos, admitem-se as separações ráter/caracteres. A palavra
“sé-ri-e” e “his-tó-ri-as”, o que as tornaria proparoxí- Caracteres é plural tanto de caractere quanto de caráter.
tonas. VII – Palavras terminadas em ão fazem o plural em ãos,
ães e ões.
2. (Anatel – Técnico Administrativo – cespe – 2012) Em ões: balões, corações, grilhões, melões, gaviões.
Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acento Em ãos: pagãos, cristãos, cidadãos, bênçãos, órgãos. Os
gráfico tem justificativas gramaticais diferentes. paroxítonos, como os dois últimos, sempre fazem o plural
em ãos.
( ) CERTO ( ) ERRADO Em ães: escrivães, tabeliães, capelães, capitães, alemães.
Em ões ou ãos: corrimões/corrimãos; verões/verãos;
Resposta: Errado. Análise = proparoxítona / mínimos
anões/anãos.
= proparoxítona. Ambas são acentuadas pela mesma
Em ões ou ães: charlatões/charlatães; guardiões/guar-
regra (antepenúltima sílaba é tônica, “mais forte”).
diães; cirugiões/cirurgiães.
Em ões, ãos ou ães: anciões/anciãos/anciães; ermitões/
3. (Ancine – Técnico Administrativo – cespe – 2012)
Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem ermitãos/ermitães.
acento gráfico com base na mesma regra de acentuação VIII – Plural dos diminutivos com a letra z. Coloca-se a
gráfica. palavra no plural, corta-se o S e acrescenta-se zinhos (ou zi-
nhas): coraçãozinho/corações/corações/coraçõezinhos.
( ) CERTO ( ) ERRADO IX – Plural com metafonia (ô - ó). Algumas palavras, quan-
do vão ao plural, abrem o timbre da vogal “o”, outras não.
Resposta: Certo. Indivíduo = paroxítona terminada Com metafonia singular (ô) plural (ó): coro/coros; corvo/cor-
em ditongo; diária = paroxítona terminada em diton- vos; destroço/destroços. Sem metafonia singular (ô) plural
LÍNGUA PORTUGUESA

go; paciência = paroxítona terminada em ditongo. Os (ô): adorno/adornos; bolso/bolsos; transtorno/transtornos.


três vocábulos são acentuados devido à mesma regra. X – Casos especiais: aval/avales e avaiscal; cales/caiscós;
coses/cós; fel/feles e féis; mal/males; cônsul/cônsules.
4. (Ibama – Técnico Administrativo – cespe – 2012) As XI – Os dois elementos variam. Quando os compostos
palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo com são formados por substantivo mais palavra variável (ad-
a mesma regra de acentuação gráfica. jetivo, substantivo, numeral, pronome): amor-perfeito/
amores-perfeitos; couve-flor/couves-flores; segunda-fei-
( ) CERTO ( ) ERRADO ra/segundas-feiras.

6
- Só o primeiro elemento varia. Quando há prepo- de/freira; ilhéu/ilhoa; judeu/judia; marajá/marani; mon-
sição no composto, mesmo que oculta: pé-de-moleque ge/ monja; pigmeu/pigmeia; píton/pitonisa; sandeu/san-
− pés-de-moleque; cavalo-vapor − cavalos-vapor (de ou dia; sultão/sultana.
a vapor). Quando o segundo substantivo determina o Alguns substantivos são uniformes quanto ao gêne-
primeiro (fim ou semelhança): banana-maçã − bananas- ro, ou seja, possuem uma única forma para masculino e
-maçã (semelhante a maçã); navio-escola − navios-esco- feminino. Podem ser:
la (a finalidade é a escola). Sobrecomuns: admitem apenas um artigo, podendo de-
Alguns autores admitem a flexão dos dois elemen- signar os dois sexos: a pessoa, o cônjuge, a testemunha.
tos. É uma situação polêmica: mangas-espada (preferível) Comuns de dois gêneros: admitem os dois artigos, po-
ou mangas-espadas. Quando dizemos (e isso vai ocorrer dendo então ser masculinos ou femininos: o estudante/a es-
outras vezes) que é uma situação polêmica, discutível, tudante; o cientista/a cientista; o patriota/a patriota.
convém ter em mente que a questão do concurso deve Epicenos: admitem apenas um artigo, designando os
ser resolvida por eliminação, ou seja, analisando bem as animais: O jacaré, a cobra, o polvo;
outras opções. O feminino de elefante é elefanta e não elefoa. Aliá
XII – Apenas o último elemento varia. Quando os ele- é correto, mas designa apenas uma espécie de elefanta.
mentos são adjetivos: hispano-americano/hispano-ame- Mamão, para alguns gramáticos, deve ser considerado
ricanos. A exceção é surdo-mudo, em que os dois ad- epiceno. É algo discutível.
jetivos se flexionam: surdos-mudos. Nos compostos em Há substantivos de gênero duvidoso, que as pessoas
que aparecem os adjetivos grão, grã e bel: grão-duque/ costumam trocar: champanha aguardente, dó, alface,
grão-duques; grã-cruz/grã-cruzes; bel-prazer/bel-praze- eclipse, calformicida, cataplasma, grama (peso), grafite,
res. Quando o composto é formado por verbo ou qual- milhar libido, plasma, soprano, mousse, suéter, preá, te-
quer elemento invariável (advérbio, interjeição, prefixo lefonema.
etc.) mais substantivo ou adjetivo: arranha-céu/arranha- Existem substantivos que admitem os dois gêneros:
-céus; sempre-viva/sempre-vivas; super-homem/super- diabetes (ou diabete), laringe, usucapião etc.
-homens. Quando os elementos são repetidos ou ono-
matopaicos (representam sons): reco-reco/reco-recos; 3. Flexão de Grau
pingue-pongue/pingue-pongues; bem-te-vi/bem-te-vis.
Como se vê pelo segundo exemplo, pode haver algu- Grau do substantivo
ma alteração nos elementos, ou seja, não serem iguais. I – Normal ou Positivo: sem nenhuma alteração.
II – Aumentativo: Sintético: chapelão.
Se forem verbos repetidos, admite-se também pôr os
Analítico: chapéu grande, chapéu enorme etc.
dois no plural: pisca-pisca/pisca-piscas ou piscas-piscas.
III – Diminutivo: Sintético: chapeuzinho. Analítico: cha-
XIII – Nenhum elemento varia. Quando há verbo mais
péu pequeno, chapéu reduzido etc. Um grau é sintético
palavra invariável: O cola-tudo/os cola-tudo. Quando há
quando formado por sufixo; analítico, por meio de outras
dois verbos de sentido oposto: o perde-ganha/os per-
palavras.
de-ganha. Nas frases substantivas (frases que se trans-
formam em substantivos): O maria-vai-com-as-outras/os Grau do adjetivo
maria-vai-com-as-outras. IV – Normal ou Positivo: João é forte.
São invariáveis arco-íris, louva-a-deus, sem-vergonha, V – Comparativo: de superioridade: João é mais forte
sem-teto e sem-terra: Os sem-terra apreciavam os arco-í- que André. (ou do que); de inferioridade: João é menos
ris. Admitem mais de um plural: pai-nosso/pais-nossos ou forte que André. (ou do que); de igualdade: João é tão
pai-nossos, padre-nosso/padres-nossos ou padre-nos- forte quanto André. (ou como)
sos; terra-nova/terras-novas ou terra-novas; salvo-con- VI – Superlativo: Absoluto: sintético: João é fortíssimo;
duto/salvos-condutos ou salvo-condutos; xeque-mate/ analítico: João é muito forte (bastante forte, forte demais etc.);
xeques-mates ou xeques-mate; fruta-pão/frutas-pães ou Relativo: de superioridade: João é o mais forte da tur-
frutas-pão; guarda-marinha/guardas-marinhas ou guar- ma; de inferioridade: João é o menos forte da turma.
das-marinha. Casos especiais: palavras que não se en-
caixam nas regras: o bem-me-quer/os bem-me-queres; O grau superlativo absoluto corresponde a um aumen-
o joão-ninguém/os joões-ninguém; o lugar-tenente/os to do adjetivo. Pode ser expresso por um sufixo (íssimo,
lugar-tenentes; o mapa-múndi/os mapas-múndi. érrimo ou imo) ou uma palavra de apoio, como muito,
bastante, demasiadamente, enorme etc. As palavras maior,
2. Flexão de Gênero menor, melhor, e pior constituem sempre graus de supe-
rioridade: O carro é menor que o ônibus; menor (mais pe-
Os substantivos e as palavras que o acompanham na queno): comparativo de superioridade. Ele é o pior do gru-
frase admitem a flexão de gênero: masculino e femini- po; pior (mais mau): superlativo relativo de superioridade.
LÍNGUA PORTUGUESA

no: Meu amigo diretor recebeu o primeiro salário. Minha Alguns superlativos absolutos sintéticos que podem
amiga diretora recebeu a primeira prestação. A flexão de apresentar dúvidas. Acre/acérrimo, amargo/amaríssimo;
feminino pode ocorrer de duas maneiras. amigo/amicíssimo; antigo/antiquíssimo; cruel/crudelís-
I – Com a troca de O ou E por a: lobo – loba; mestre simo; doce/dulcíssimo; fácil/facílimo; feroz/ferocíssimo;
– mestra; fiel/fidelíssimo; geral/generalíssimo; humilde/humílimo;
II – Por meio de diferentes sufixos nominais de gê- magro/macérrimo; negro/nigérrimo; pobre/paupérrimo;
nero, muitas vezes com alterações do radical: ateu/ateia, sagrado/sacratíssimo; sério/seriíssimo; soberbo/super-
bispo/episcopisa, conde/condessa, duque/duquesa, fra- bíssimo.

7
Flexão Verbal
PRONOMES: EMPREGO, FORMAS DE
As flexões verbais são expressas por meio dos tem- TRATAMENTO E COLOCAÇÃO. EMPREGO
pos, modo e pessoa da seguinte forma: O tempo indica DE TEMPOS, MODOS E ASPECTOS
o momento em que ocorre o processo verbal; O modo VERBAIS. VOZES DO VERBO. CLASSES DE
indica a atitude do falante (dúvida, certeza, impossibili- PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO,
dade, pedido, imposição, etc.); A pessoa marca na forma
ARTIGO, NUMERAL, PRONOME, VERBO,
do verbo a pessoa gramatical do sujeito.
Tempos: Há tempos do presente, do passado (preté- ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO:
rito) e do futuro. EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS
RELAÇÕES QUE ESTABELECEM.
4.1 Modo

Modo Indicativo: Indica uma certeza relativa do falan- Adjetivo


te com referência ao que o verbo exprime; pode ocorrer
no tempo presente, passado ou futuro: É a palavra que expressa uma qualidade ou caracterís-
Presente: Processo simultâneo ao ato da fala, fato tica do ser e se relaciona com o substantivo, concordan-
corriqueiro, habitual: Compro livros nesta livraria. Usa-se do com este em gênero e número.
também o presente com o valor de passado, passado his- As praias brasileiras estão poluídas.
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos
tórico (nos contos, narrativas)
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
Tempos do Pretérito (passado): Exprimem processos
anteriores ao ato da fala. São eles:
1. Locução adjetiva
- Pretérito Imperfeito: Exprime um processo habitual,
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
ou com duração no tempo: Naquela época eu cantava
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mes-
como um pássaro.
ma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição +
- Pretérito Perfeito: Exprime uma ação acabada: Paulo
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Lo-
quebrou meu violão de estimação. cução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo).
- Pretérito Mais-que-Perfeito: Exprime um processo Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem
anterior a um processo acabado: Embora tivera deixado freio (paixão desenfreada).
a escola, ele nunca deixou de estudar.
Tempos do Futuro: Indicam processos que irão acon- Observe outros exemplos:
tecer:
- Futuro do Presente: Exprime um processo que ainda
não aconteceu: Farei essa viagem no fim do ano. de águia aquilino
- Futuro do Pretérito: Exprime um processo posterior de aluno discente
a um processo que já passou: Eu faria essa viagem se não
de anjo angelical
tivesse comprado o carro.
Modo Subjuntivo: Expressa incerteza, possibilidade de ano anual
ou dúvida em relação ao processo verbal e não está li- de aranha aracnídeo
gado com a noção de tempo. Há três tempos: presente,
imperfeito e futuro. Quero que voltes para mim; Não de boi bovino
pise na grama; É possível que ele seja honesto; Espero de cabelo capilar
que ele fique contente; Duvido que ele seja o culpado;
de cabra caprino
Procuro alguém que seja meu companheiro para sem-
pre; Ainda que ele queira, não lhe será concedida a vaga; de campo campestre ou rural
Se eu fosse bailarina, estaria na Rússia; Quando eu tiver de chuva pluvial
dinheiro, irei para as praias do nordeste.
Modo Imperativo: Exprime atitude de ordem, pedido de criança pueril
ou solicitação: Vai e não voltes mais. de dedo digital
Pessoa: A norma da língua portuguesa estabelece três
pessoas: Singular: eu, tu, ele, ela. Plural: nós, vós, eles, de estômago estomacal ou gástrico
elas. No português brasileiro é comum o uso do prono- de falcão falconídeo
me de tratamento você (s) em lugar do tu e vós. de farinha farináceo
de fera ferino
LÍNGUA PORTUGUESA

de ferro férreo
de fogo ígneo
de garganta gutural
de gelo glacial
de guerra bélico

8
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal
de lago lacustre
de leão leonino
de lebre l eporino
de lua lunar ou selênico
de madeira lígneo
de mestre magistral
de ouro áureo
de paixão passional
de pâncreas pancreático
de porco suíno ou porcino
dos quadris ciático
de rio fluvial
de sonho onírico
de velho senil
de vento eólico
de vidro vítreo ou hialino
de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico

Observação:
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª série.
/ O muro de tijolos caiu.

2 Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):


O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

3 Adjetivo Pátrio (ou gentílico)


Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:

Estados e cidades brasileiras:

Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense
LÍNGUA PORTUGUESA

9
4 Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

5 Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

6. Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos
substantivos, classificam-se em:

A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano,
a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

7 Número dos Adjetivos

A) Plural dos adjetivos simples


Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos subs-
tantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a
palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo.
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.
Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
LÍNGUA PORTUGUESA

B) Adjetivo Composto
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o últi-
mo elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos
elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável.
Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará
como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo adjeti-
vado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja:

10
Camisas rosa-claro. B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a quali-
Ternos rosa-claro. dade de um ser é intensificada, sem relação com outros
Olhos verde-claros. seres. Apresenta-se nas formas:
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.  Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).
Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Observação:  Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in-
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vesti- Observe alguns superlativos sintéticos:
dos cor-de-rosa.
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. benéfico - beneficentíssimo
bom - boníssimo ou ótimo
8 Grau do Adjetivo
comum - comuníssimo
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in- cruel - crudelíssimo
tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do ad- difícil - dificílimo
jetivo: o comparativo e o superlativo.
doce - dulcíssimo
A) Comparativo fácil - facílimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica
atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais caracte- fiel - fidelíssimo
rísticas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser
de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de
No comparativo de igualdade, o segundo termo da seres. Essa relação pode ser:
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto  De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
ou quão. todas.
 De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Su- todas.
perioridade
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de In- dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
ferioridade antepostos ao adjetivo.
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de duas formas: uma erudita - de origem latina – e outra
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São popular - de origem vernácula. A forma erudita é cons-
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/supe- tituída pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos
rior, grande/maior, baixo/inferior. -íssimo, -imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo;
a popular é constituída do radical do adjetivo português
Observe que: + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
 As formas menor e pior são comparativos de su- Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
perioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi-
mau, respectivamente. nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
 Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas – cheíssimo.
(melhor, pior, maior e menor), porém, em compa-
rações feitas entre duas qualidades de um mesmo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
elemento, deve-se usar as formas analíticas mais Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
exemplo: Paulo: Saraiva, 2010.
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
elementos. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
duas qualidades de um mesmo elemento. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
LÍNGUA PORTUGUESA

Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In-


ferioridade SITE
Sou menos passivo (do) que tolerante. http://www.sopor tugues.com.br/secoes/morf/
morf32.php
B) Superlativo
O superlativo expressa qualidades num grau muito
elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou rela-
tivo e apresenta as seguintes modalidades:

11
Advérbio 2. Classificação dos Advérbios

Compare estes exemplos: De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


O ônibus chegou. bio pode ser de:
O ônibus chegou ontem. A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, aco-
lá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, de-
sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de fronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures,
tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e aquém, embaixo, externamente, à distância, à dis-
do próprio advérbio. tância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei esquerda, ao lado, em volta.
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
(bem) amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um ad- antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora,
jetivo (claros) sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constan-
temente, entrementes, imediatamente, primeira-
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acres- mente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
centar ideia de: à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em
Tempo: Ela chegou tarde. quando, de quando em quando, a qualquer mo-
Lugar: Ele mora aqui. mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
Modo: Eles agiram mal. dia.
Negação: Ela não saiu de casa. C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, de-
Dúvida: Talvez ele volte. pressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às cla-
ras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
1. Flexão do Advérbio poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em
geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- vão e a maior parte dos que terminam em “-men-
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, te”: calmamente, tristemente, propositadamente,
porém, admitem a variação em grau. Observe: pacientemente, amorosamente, docemente, escan-
dalosamente, bondosamente, generosamente.
A) Grau Comparativo D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto,
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo efetivamente, certo, decididamente, deveras, indu-
modo que o comparativo do adjetivo: bitavelmente.
 de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
Renato fala tão alto quanto João. de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
 de inferioridade: menos + advérbio + que (do F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, pro-
que): Renato fala menos alto do que João. vavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo,
 de superioridade: quem sabe.
A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em ex-
fala mais alto do que João. cesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto,
A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo,
fala melhor que João. nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,
extremamente, intensamente, grandemente, bem
B) Grau Superlativo (quando aplicado a propriedades graduáveis).
O superlativo pode ser analítico ou sintético: H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Re- mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo:
nato fala muito alto. Brando, o vento apenas move a copa das árvores.
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam-
de modo bém. Por exemplo: O indivíduo também amadurece
B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala al- durante a adolescência.
tíssimo. J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer
Observação: aos meus amigos por comparecerem à festa.
As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são
LÍNGUA PORTUGUESA

comuns na língua popular. Saiba que:


Maria mora pertinho daqui. (muito perto) Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se
A criança levantou cedinho. (muito cedo) ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível.
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente,
em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu
calma e respeitosamente.

12
3. Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Há palavras como muito, bastante, que podem apare- Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
cer como advérbio e como pronome indefinido. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro bio: Cheguei primeiro.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. adverbial desempenham na oração a função de adjunto
adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advér-
#FicaDica bio. Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
Como saber se a palavra bastante é advérbio verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
(não varia, não se flexiona) ou pronome Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
indefinido (varia, sofre flexão)? Se der, na dade e de tempo, respectivamente.
frase, para substituir o “bastante” por “muito”,
estamos diante de um advérbio; se der para REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
substituir por “muitos” (ou muitas), é um Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
pronome. Veja: reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
1. Estudei bastante para o concurso. (estudei Paulo: Saraiva, 2010.
muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
2. Estudei bastantes capítulos para o concurso. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
(estudei muitos capítulos) = pronome indefinido SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

4. Advérbios Interrogativos SITE


http://www.sopor tugues.com.br/secoes/morf/
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? morf75.php
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referen-
tes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Artigo

Interrogação Direta Interrogação Indireta O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
-se como o termo variável que serve para individualizar
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu. ou generalizar o substantivo, indicando, também, o gê-
Onde mora? Indaguei onde morava. nero (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
Por que choras? Não sei por que choras. riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
Aonde vai? Perguntei aonde ia. “uma”[s] e “uns]).
Donde vens? Pergunto donde vens.
A) Artigos definidos – São usados para indicar se-
Quando voltas? Pergunto quando voltas. res determinados, expressos de forma individual: O
concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam
5. Locução Adverbial muito.
B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres de
Quando há duas ou mais palavras que exercem fun- modo vago, impreciso: Uma candidata foi aprova-
ção de advérbio, temos a locução adverbial, que pode da! Umas candidatas foram aprovadas!
expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordi-
nariamente por uma preposição. Veja: 1. Circunstâncias em que os artigos se manifestam:
A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto,
para dentro, por aqui, etc. Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc. numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal con-
C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, teúdo.
em geral, frente a frente, etc. Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos)
LÍNGUA PORTUGUESA

D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
hoje em dia, nunca mais, etc. Janeiro, Veneza, A Bahia...
A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo, Quando indicado no singular, o artigo definido pode
o adjetivo e outro advérbio: indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Chegou muito cedo. (advérbio) No caso de nomes próprios personativos, denotando
Joana é muito bela. (adjetivo) a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
De repente correram para a rua. (verbo) do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O
Pedro é o xodó da família.

13
No caso de os nomes próprios personativos estarem 1. Morfossintaxe da Conjunção
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
os Incas, Os Astecas... As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”. 2. Classificação da Conjunção
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- De acordo com o tipo de relação que estabelecem,
dos. (qualquer classe) as conjunções podem ser classificadas em coordenati-
Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa- vas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos
cultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso. ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro.
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da uni-
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve dade de sentido que cada um dos elementos possui. Já
ter é uns vinte anos. no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela
O artigo também é usado para substantivar palavras conjunção depende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o por- Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
quê de tudo isso. / O bem vence o mal. Podemos separá-las por ponto:
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
2. Há casos em que o artigo definido não pode ser
usado: Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas quentemente, orações coordenadas) coordenativa –
conhecidas: O professor visitará Roma. “mas”. Já em:
Espero que eu seja aprovada no concurso!
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre- Não conseguimos separar uma oração da outra, pois
sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração
bela Roma. principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período te-
mos uma oração subordinada substantiva objetiva direta
(ela exerce a função de objeto direto do verbo da oração
Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria
principal).
sairá agora?
Exceção: O senhor vai à festa?
3. Conjunções Coordenativas
Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Esse
São aquelas que ligam orações de sentido completo
é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o can-
e independente ou termos da oração que têm a mesma
didato cuja nota foi a mais alta. função gramatical. Subdividem-se em:
A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- não), não só... mas também, não só... como também,
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São bem como, não só... mas ainda.
Paulo: Saraiva, 2010. A sua pesquisa é clara e objetiva.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Não só dança, mas também canta.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SAC-
CONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras,
30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. expressando ideia de contraste ou compensação.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São no entanto, não obstante.
Paulo: Saraiva, 2010. Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.

SITE
http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expres-
sando ideia de alternância ou escolha, indicando
fatos que se realizam separadamente. São elas: ou,
Conjunção ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, tal-
vez... talvez.
Além da preposição, há outra palavra também inva- Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
LÍNGUA PORTUGUESA

riável que, na frase, é usada como elemento de ligação:


a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
palavras de mesma função em uma oração: que expressa ideia de conclusão ou consequência.
O concurso será realizado nas cidades de Campinas e São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
São Paulo. conseguinte, por isso, assim.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito. Marta estava bem preparada para o teste, portanto
não ficou nervosa.
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.

14
E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São #FicaDica
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. Você deve ter percebido que a conjunção con-
Não demore, que o filme já vai começar. dicional “se” também é conjunção integrante.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! A diferença é clara ao ler as orações que são
introduzidas por ela. Acima, ela nos dá a ideia
4. Conjunções Subordinativas da condição para que recebamos um telefo-
nema (se for preciso ajuda). Já na oração: Não
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma de- sei se farei o concurso. Não há ideia de
las dependente da outra. A oração dependente, intro- condição alguma, há? Outra coisa: o verbo da
duzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome oração principal (sei) pede complemento (ob-
de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha jeto direto, já que “quem não sabe, não sabe
começado quando ela chegou. algo”). Portanto, a oração em destaque exerce
O baile já tinha começado: oração principal a função de objeto direto da oração principal,
quando: conjunção subordinativa (adverbial tempo- sendo classificada como oração subordinada
ral) substantiva objetiva direta.
ela chegou: oração subordinada

As conjunções subordinativas subdividem-se em in- D) Conformativas: introduzem uma oração que ex-
tegrantes e adverbiais: prime a conformidade de um fato com outro. São
elas: conforme, como (= conforme), segundo, con-
Integrantes - Indicam que a oração subordinada por soante, etc.
elas introduzida completa ou integra o sentido da prin- O passeio ocorreu como havíamos planejado.
cipal. Introduzem orações que equivalem a substantivos,
ou seja, as orações subordinadas substantivas. São elas: E) Finais: introduzem uma oração que expressa a fi-
que, se. nalidade ou o objetivo com que se realiza a oração
Quero que você volte. (Quero sua volta) principal. São elas: para que, a fim de que, que, por-
que (= para que), que, etc.
Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exer- Toque o sinal para que todos entrem no salão.
ce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo
com a circunstância que expressam, classificam-se em: F) Proporcionais: introduzem uma oração que ex-
pressa um fato relacionado proporcionalmente à
A) Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência do expresso na principal. São elas: à
ocorrência da oração principal. São elas: porque, medida que, à proporção que, ao passo que e as
que, como (= porque, no início da frase), pois que, combinações quanto mais... (mais), quanto me-
visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde nos... (menos), quanto menos... (mais), quanto me-
que, etc. nos... (menos), etc.
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. O preço fica mais caro à medida que os produtos es-
casseiam.
B) Concessivas: introduzem uma oração que expres-
Observação:
sa ideia contrária à da principal, sem, no entanto,
São incorretas as locuções proporcionais à medida
impedir sua realização. São elas: embora, ainda
em que, na medida que e na medida em que.
que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por
mais que, posto que, conquanto, etc.
G) Temporais: introduzem uma oração que acrescen-
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
ta uma circunstância de tempo ao fato expresso na
oração principal. São elas: quando, enquanto, antes
C) Condicionais: introduzem uma oração que indica
que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde
a hipótese ou a condição para ocorrência da princi- que, sempre que, assim que, agora que, mal (= as-
pal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não sim que), etc.
ser que, desde que, a menos que, sem que, etc. A briga começou assim que saímos da festa.
Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
H) Comparativas: introduzem uma oração que ex-
pressa ideia de comparação com referência à ora-
LÍNGUA PORTUGUESA

ção principal. São elas: como, assim como, tal como,


como se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do
que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (com-
binado com menos ou mais), etc.
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.

15
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a consequência da principal. São elas: de sorte que, A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo ale-
de modo que, sem que (= que não), de forma que, gria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito interes-
de jeito que, que (tendo como antecedente na oração sante!
principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, ta- B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da mi-
manho), etc. nha frente.
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
exame. As interjeições podem ser formadas por:
 simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
FIQUE ATENTO!  palavras: Oba! Olá! Claro!
Muitas conjunções não têm classificação única,  grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu
imutável, devendo, portanto, ser classificadas Deus! Ora bolas!
de acordo com o sentido que apresentam no
contexto (destaque da Zê!). 1. Classificação das Interjeições

Comumente, as interjeições expressam sentido de:


A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Atenção! Olha! Alerta!
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Paulo: Saraiva, 2010. Ânimo! Adiante!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamen-
SITE
te! Essa não! Chega! Basta!
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Quei-
php
ra Deus!
J) Desculpa: Perdão!
Interjeição
K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo- L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê!
ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus!
linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios!
sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma de- Puxa! Pô! Ora!
corrente de uma situação particular, um momento ou um O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
contexto específico. Exemplos: P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me,
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição Deus!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Q) Silêncio: Psiu! Silêncio!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjei- R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
ção
O significado das interjeições está vinculado à maneira Saiba que:
como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti- As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não so-
do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que frem variação em gênero, número e grau como os no-
for utilizada. Exemplos: mes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e
voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
Psiu! gumas interjeições sofrem variação em grau. Não se trata
contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua; de um processo natural desta classe de palavra, mas tão
significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! só uma variação que a linguagem afetiva permite. Exem-
Ei, espere!” plos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.

Psiu! 2. Locução Interjetiva


LÍNGUA PORTUGUESA

contexto: alguém pronunciando em um hospital; signi-


ficado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!” Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia Toda frase mais ou menos breve dita em tom excla-
mativo torna-se uma locução interjetiva, dispensando
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! análise dos termos que a compõem: Macacos me mor-
puxa: interjeição; tom da fala: decepção dam!, Valha-me Deus!, Quem me dera!

16
1. As interjeições são como frases resumidas, sinté-
ticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por #FicaDica
essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe)
As palavras anterior, posterior, último, antepe-
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é
núltimo, final e penúltimo também indicam
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras
posição dos seres, mas são classificadas como
classes gramaticais podem aparecer como inter-
adjetivos, não ordinais.
jeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora!
Francamente! (Advérbios)
3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
-frase” porque sozinha pode constituir uma men- C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade,
sagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silêncio! ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois
Fique quieto! quintos, etc.
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi- D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação
tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: dos seres, indicando quantas vezes a quantidade
Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-ta- foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
que! Quá-quá-quá!, etc.
5. Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” 2. Flexão dos numerais
com a sua homônima “oh!”, que exprime admira-
ção, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
do “oh!” exclamativo e não a fazemos depois do uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
“ó” vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe pie- duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
dosa e pura!” (Olavo Bilac) quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão,
variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS cardinais são invariáveis.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Os numerais ordinais variam em gênero e número:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá- primeiro segundo milésimo
tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus
Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
SITE
http://www.sopor tugues.com.br/secoes/morf/ primeiras segundas milésimas
morf89.php
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
NUMERAL atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do es-
forço e conseguiram o triplo de produção.
Numeral é a palavra variável que indica quantidade Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes- flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa deter- triplas do medicamento.
minada sequência. Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
Os numerais traduzem, em palavras, o que os núme- duas terças partes.
ros indicam em relação aos seres. Assim, quando a ex-
pressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
trata de numerais, mas sim de algarismos. dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
a ideia expressa pelos números, existem mais algumas nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização
palavras consideradas numerais porque denotam quan- de sentido. É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
tidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos:
É artigo de primeiríssima qualidade!
década, dúzia, par, ambos(as), novena.
O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
segunda divisão de futebol)
1. Classificação dos Numerais
3. Emprego e Leitura dos Numerais
A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determi-
LÍNGUA PORTUGUESA

nada de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns car-


Os numerais são escritos em conjunto de três algaris-
dinais têm sentido coletivo, como por exemplo: mos, contados da direita para a esquerda, em forma de
século, par, dúzia, década, bimestre. centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma
B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém separação através de ponto ou espaço correspondente a
ou alguma coisa ocupa numa determinada se- um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
quência: primeiro, segundo, centésimo, etc. Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.

17
No português contemporâneo, não se usa a conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil novecentos
e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos
reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até dé-
cimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo;

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associação. Ficará mais fácil!

Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma
e outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua uti-
lização exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é
dispensado caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
LÍNGUA PORTUGUESA

onze décimo primeiro - onze avos


doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos

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dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, nor-
malmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na
estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreen-
são do texto.

1. Tipos de Preposição
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em
frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

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A preposição é invariável e, no entanto, pode unir-se REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
gênero ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
a = pela. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
Essa concordância não é característica da preposição, reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
mas das palavras às quais ela se une. Paulo: Saraiva, 2010.
Esse processo de junção de uma preposição com ou- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
tra palavra pode se dar a partir dos processos de: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
 Combinação: união da preposição “a” com o ar-
tigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, SITE
aos. Os vocábulos não sofrem alteração. http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
 Contração: união de uma preposição com outra
palavra, ocorrendo perda ou transformação de fo- Substantivo
nema: de + o = do, em + a = na, per + os = pelos,
de + aquele = daquele, em + isso = nisso. Substantivo é a classe gramatical de palavras variá-
 Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposi- veis, as quais denominam todos os seres que existem,
ção + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e
do pronome “aquilo”). fenômenos, os substantivos também nomeiam:
 lugares: Alemanha, Portugal
#FicaDica  sentimentos: amor, saudade
 estados: alegria, tristeza
O “a” pode funcionar como preposição, prono-  qualidades: honestidade, sinceridade
me pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-  ações: corrida, pescaria
-los? Caso o “a” seja um artigo, virá preceden-
do um substantivo, servindo para determiná-lo 1. Morfossintaxe do substantivo
como um substantivo singular e feminino: A
matéria que estudei é fácil! Nas orações, geralmente o substantivo exerce fun-
ções diretamente relacionadas com o verbo: atua como
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto di-
reto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda,
Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do obje-
Irei à festa sozinha.
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é ar- to ou como núcleo do vocativo. Também encontramos
tigo; o segundo, preposição. substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem-
lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a penhadas por grupos de palavras.
apostila. = Nós a trouxemos.
2. Classificação dos Substantivos
2. Relações semânticas (= de sentido) estabeleci-
das por meio das preposições: A) Substantivos Comuns e Próprios
Observe a definição:
Destino = Irei a Salvador.
Modo = Saiu aos prantos. Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas
Lugar = Sempre a seu lado. casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil,
Assunto = Falemos sobre futebol. toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma
Tempo = Chegarei em instantes. cidade (em oposição aos bairros).
Causa = Chorei de saudade. Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
Fim ou finalidade = Vim para ficar. e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Instrumento = Escreveu a lápis. cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substan-
Posse = Vi as roupas da mamãe. tivo comum.
Autoria = livro de Machado de Assis Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
Companhia = Estarei com ele amanhã. uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
Matéria = copo de cristal. homem, mulher, país, cachorro.
Meio = passeio de barco. Estamos voando para Barcelona.
LÍNGUA PORTUGUESA

Origem = Nós somos do Nordeste.


Conteúdo = frascos de perfume. O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais. aquele que designa os seres de uma mesma espécie de
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
positiva por trás de.

20
B) Substantivos Concretos e Abstratos cancioneiro canções, poesias líricas
B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa o
ser que existe, independentemente de outros seres. colmeia abelhas
concílio bispos
Observação:
Os substantivos concretos designam seres do mundo congresso parlamentares, cientistas
real e do mundo imaginário. elenco atores de uma peça ou filme
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, esquadra navios de guerra
Brasília.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas- enxoval roupas
ma. falange soldados, anjos

B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa se- fauna animais de uma região
res que dependem de outros para se manifestarem ou feixe lenha, capim
existirem. Por exemplo: a beleza não existe por si só, flora vegetais de uma região
não pode ser observada. Só podemos observar a beleza
numa pessoa ou coisa que seja bela. A beleza depende frota navios mercantes, ônibus
de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra bele- girândola fogos de artifício
za é um substantivo abstrato.
Os substantivos abstratos designam estados, quali- horda bandidos, invasores
dades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem junta médicos, bois, credores, exa-
ser abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida minadores
(estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
júri jurados
(sentimento).
legião soldados, anjos, demônios
 Substantivos Coletivos leva presos, recrutas

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, malta malfeitores ou desordeiros
outra abelha, mais outra abelha. manada búfalos, bois, elefantes,
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
matilha cães de raça
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
molho chaves, verduras
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- multidão pessoas em geral
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas nuvem insetos (gafanhotos, mosqui-
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um subs- tos, etc.)
tantivo no singular (enxame) para designar um conjunto penca bananas, chaves
de seres da mesma espécie (abelhas).
pinacoteca pinturas, quadros
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, quadrilha ladrões, bandidos
mesmo estando no singular, designa um conjunto de se- ramalhete flores
res da mesma espécie.
rebanho ovelhas

Substantivo coletivo Conjunto de: repertório peças teatrais, obras musicais

assembleia pessoas reunidas réstia alhos ou cebolas

alcateia lobos romanceiro poesias narrativas

acervo livros revoada pássaros

antologia trechos literários selecionados sínodo párocos

arquipélago ilhas talha lenha

banda músicos tropa muares, soldados

bando desordeiros ou malfeitores turma estudantes, trabalhadores


LÍNGUA PORTUGUESA

banca examinadores vara porcos

batalhão soldados
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas

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3. Formação dos Substantivos A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo
se faz mediante a utilização das palavras “macho”
A) Substantivos Simples e Compostos e “fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra. macho e o jacaré fêmea.
O substantivo chuva é formado por um único ele- B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes
mento ou radical. É um substantivo simples. a pessoas de ambos os sexos: a criança, a teste-
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um munha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o in-
único elemento. divíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros:
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- indicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. colega e a colega, o doente e a doente, o artista e
A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por a artista.
dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, pas-
satempo. Substantivos de origem grega terminados em ema
ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o
sintoma, o teorema.
B) Substantivos Primitivos e Derivados  Existem certos substantivos que, variando de
B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva gênero, variam em seu significado:
de nenhuma outra palavra da própria língua por- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça
tuguesa. (líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) e
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origi- a capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma (ca-
na de outra palavra. O substantivo limoeiro, por beleira, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de au-
exemplo, é derivado, pois se originou a partir da mento); o moral (estado de espírito) e a moral (ética; con-
palavra limão. clusão); o praça (soldado raso) e a praça (área pública);
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora).
4. Flexão dos substantivos
6. Formação do Feminino dos Substantivos Bifor-
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá- mes
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
exemplo, pode sofrer variações para indicar: Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - aluna.
meninão / Diminutivo: menininho  Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a
ao masculino: freguês - freguesa
A) Flexão de Gênero  Substantivos terminados em -ão: fazem o femini-
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- no de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa. Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substanti-
vos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns.  Substantivos terminados em -or:
Veja estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz
Um Natal inesquecível  Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
Os reis da praia cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poe-
tisa / duque - duquesa / conde - condessa / profeta
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:  Substantivos que formam o feminino trocando o
A história sem fim -e final por -a: elefante - elefanta
Uma cidade sem passado  Substantivos que têm radicais diferentes no mas-
As tartarugas ninjas culino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
 Substantivos que formam o feminino de maneira
5. Substantivos Biformes e Substantivos Unifor- especial, isto é, não seguem nenhuma das regras
LÍNGUA PORTUGUESA

mes anteriores: czar – czarina, réu - ré

1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresen-


tam uma forma para cada gênero: gato – gata, ho-
mem – mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única
forma, que serve tanto para o masculino quanto
para o feminino. Classificam-se em:

22
7. Formação do Feminino dos Substantivos Uni- Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata,
formes a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a
libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Epicenos:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. São geralmente masculinos os substantivos de ori-
gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema,
forma para indicar o masculino e o feminino. o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tra-
Alguns nomes de animais apresentam uma só for- coma, o hematoma.
ma para designar os dois sexos. Esses substantivos são Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando
houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exce-
palavras macho e fêmea. ções, nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro
A cobra macho picou o marinheiro. Preto. / A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Ale-
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. gre. / Uma Londres imensa e triste.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
8. Sobrecomuns:
Entregue as crianças à natureza. 10. Gênero e Significação

A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Muitos substantivos, como já mencionado anterior-
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem mente, têm uma significação no masculino e outra no fe-
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o minino. Observe: o baliza (soldado que à frente da tropa,
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
A criança chorona chamava-se João. que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um
A criança chorona chamava-se Maria. bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite
ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (par-
Outros substantivos sobrecomuns: te do corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzen-
boa criatura. ta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro),
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma
Marcela faleceu (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado
9. Comuns de Dois Gêneros: na administração da crisma e de outros sacramentos), a
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a
cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? (vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que guia ou-
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma tras), a guia (documento, pena grande das asas das aves),
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. o grama (unidade de peso), a grama (relva), o caixa (fun-
A distinção de gênero pode ser feita através da análi- cionário da caixa), a caixa (recipiente, setor de pagamen-
se do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o subs- tos), o lente (professor), a lente (vidro de aumento), o mo-
tantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; ral (ânimo), a moral (honestidade, bons costumes, ética),
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa; o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a fonte),
repórter francês - repórter francesa. o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor), maria-
-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala (poncho), a
A palavra personagem é usada indistintamente nos pala (parte anterior do boné ou quepe, anteparo), o rádio
dois gêneros. Entre os escritores modernos nota-se acen- (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga (remador),
tuada preferência pelo masculino: O menino descobriu a voga (moda).
nas nuvens os personagens dos contos de carochinha.
Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino: B) Flexão de Número do Substantivo
O problema está nas mulheres de mais idade, que não
aceitam a personagem. Em português, há dois números gramaticais: o singu-
lar, que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural,
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo que indica mais de um ser ou grupo de seres. A caracte-
LÍNGUA PORTUGUESA

fotográfico Ana Belmonte. rística do plural é o “s” final.

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó 11. Plural dos Substantivos Simples


)pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
proclama, o pernoite, o púbis. “n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural).
Exceção: cânon - cânones.

23
Os substantivos terminados em “m” fazem o plural A) Flexionam-se os dois elementos, quando for-
em “ns”: homem - homens. mados de:
Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
plural pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
- raízes. feitos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
Atenção: mens
O plural de caráter é caracteres. numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras

Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexio- B) Flexiona-se somente o segundo elemento,
nam-se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quin- quando formados de:
tais; caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
males, cônsul e cônsules. palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
Os substantivos terminados em “il” fazem o plural alto-falantes
de duas maneiras: palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis -recos
2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
C) Flexiona-se somente o primeiro elemento,
Observação: quando formados de:
A palavra réptil pode formar seu plural de duas ma- substantivo + preposição clara + substantivo = água-
neiras: répteis ou reptis (pouco usada). -de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = ca-
Os substantivos terminados em “s” fazem o plural valo-vapor e cavalos-vapor
de duas maneiras: substantivo + substantivo que funciona como deter-
1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam in- bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-
variáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. -rã, peixe-espada - peixes-espada.

Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
de três maneiras. verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os
2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães saca-rolhas
3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
13. Casos Especiais
Observação:
Muitos substantivos terminados em “ão” apresen- o louva-a-deus e os louva-a-deus
tam dois – e até três – plurais:
aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos an- o bem-te-vi e os bem-te-vis
cião – anciões/anciães/anciãos o bem-me-quer e os bem-me-queres
charlatão – charlatões/charlatães cor-
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
rimão – corrimãos/corrimões
guardião – guardiões/guardiães vilão
14. Plural das Palavras Substantivadas
– vilãos/vilões/vilães
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
classes gramaticais usadas como substantivo apresen-
o látex - os látex.
tam, no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
12. Plural dos Substantivos Compostos
O aluno errou na prova dos noves.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
A formação do plural dos substantivos compostos
depende da forma como são grafados, do tipo de pa-
Observação:
lavras que formam o composto e da relação que esta-
Numerais substantivados terminados em “s” ou “z”
LÍNGUA PORTUGUESA

belecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen


não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui-
comportam-se como os substantivos simples: aguar-
tos seis e alguns dez.
dente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/ponta-
pés, malmequer/malmequeres.
O plural dos substantivos compostos cujos elemen-
tos são ligados por hífen costuma provocar muitas dú-
vidas e discussões. Algumas orientações são dadas a
seguir:

24
15. Plural dos Diminutivos fosso fossos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” fi- imposto impostos
nal e acrescenta-se o sufixo diminutivo. olho olhos
osso (ô) ossos (ó)
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
ovo ovos
animai(s) + zinhos = animaizinhos
poço poços
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
porto portos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
posto postos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
tijolo tijolos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços,
bolsos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, so-
flore(s) + zinhas = florezinhas
ros, etc.
mão(s) + zinhas = mãozinhas
papéi(s) + zinhos = papeizinhos Observação:
Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas molho (ó) = feixe (molho de lenha).
funi(s) + zinhos = funizinhos
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
pai(s) + zinhos = paizinhos
pé(s) + zinhos = pezinhos Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsa-
mes, as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
pé(s) + zitos = pezitos
Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probida-
16. Plural dos Nomes Próprios Personativos
de, bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas
sempre que a terminação preste-se à flexão. com sentido de plural:
Os Napoleões também são derrotados. Aqui morreu muito negro.
As Raquéis e Esteres. Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em cape-
las improvisadas.
17. Plural dos Substantivos Estrangeiros
C) Flexão de Grau do Substantivo
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser
escritos como na língua original, acrescentando-se “s” Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
shorts, os jazz. 1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho consi-
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de derado normal. Por exemplo: casa
acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os cho- 2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tama-
pes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, nho do ser. Classifica-se em:
os réquiens. Analítico = o substantivo é acompanhado de um
Observe o exemplo: adjetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Este jogador faz gols toda vez que joga. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. dicador de aumento. Por exemplo: casarão.

18. Plural com Mudança de Timbre 3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tama-
nho do ser. Pode ser:
Certos substantivos formam o plural com mudança Analítico = substantivo acompanhado de um adje-
de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um tivo que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
fato fonético chamado metafonia (plural metafônico). Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
LÍNGUA PORTUGUESA

dicador de diminuição. Por exemplo: casinha.


Singular Plural REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
corpo (ô) corpos (ó) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
esforço esforços Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
fogo fogos reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
forno fornos

25
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, 1. Pronomes Pessoais
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São aqueles que substituem os substantivos, indi-
São Paulo: Saraiva, 2002. cando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala
ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se
SITE os pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar
http://www.sopor tugues.com.br/secoes/morf/ a quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer
morf12.php referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
ou do caso oblíquo.
Pronome
A) Pronome Reto
Pronome é a palavra variável que substitui ou acom- Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma tença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos
forma. flores.
O homem julga que é superior à natureza, por isso o Os pronomes retos apresentam flexão de número,
homem destrói a natureza... gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa úl-
Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é tima a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do
superior à natureza, por isso ele a destrói... discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de ter- assim configurado:
mos (homem e natureza). 1.ª pessoa do singular: eu
Grande parte dos pronomes não possuem significa- 2.ª pessoa do singular: tu
dos fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação 3.ª pessoa do singular: ele, ela
dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a 1.ª pessoa do plural: nós
referência exata daquilo que está sendo colocado por 2.ª pessoa do plural: vós
meio dos pronomes no ato da comunicação. Com ex- 3.ª pessoa do plural: eles, elas
ceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os de-
mais pronomes têm por função principal apontar para as Esses pronomes não costumam ser usados como
pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando-
complementos verbais na língua-padrão. Frases como
-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude
“Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu
dessa característica, os pronomes apresentam uma for-
até aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem ser
ma específica para cada pessoa do discurso.
evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala]
dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
-me até aqui”.
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se fala]
Frequentemente observamos a omissão do pronome
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
se fala] formas verbais marcam, através de suas desinências, as
pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras boa viagem. (Nós)
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência B) Pronome Oblíquo
através do pronome seja coerente em termos de gênero Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, sentença, exerce a função de complemento verbal
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. (objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (ob-
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da jeto indireto)
nossa escola neste ano.
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân- Observação:
cia adequada] O pronome oblíquo é uma forma variante do prono-
[neste: pronome que determina “ano” = concordância me pessoal do caso reto. Essa variação indica a função
adequada] diversa que eles desempenham na oração: pronome reto
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = con- marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o
complemento da oração. Os pronomes oblíquos sofrem
LÍNGUA PORTUGUESA

cordância inadequada]
variação de acordo com a acentuação tônica que pos-
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, suem, podendo ser átonos ou tônicos.
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
2. Pronome Oblíquo Átono
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tô-
nica fraca: Ele me deu um presente.

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Lista dos pronomes oblíquos átonos A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
1.ª pessoa do singular (eu): me está correta, já que “para mim” é complemento de “fá-
2.ª pessoa do singular (tu): te cil”. A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil
3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe para mim!
1.ª pessoa do plural (nós): nos A combinação da preposição “com” e alguns prono-
2.ª pessoa do plural (vós): vos mes originou as formas especiais comigo, contigo, consi-
3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes go, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
frequentemente exercem a função de adjunto adverbial
de companhia: Ele carregava o documento consigo.
FIQUE ATENTO! A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
Os pronomes o, os, a, as assumem formas es- Ela veio até mim, mas nada falou.
peciais depois de certas terminações verbais: Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na
pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao prova, até eu! (= inclusive eu)
mesmo tempo que a terminação verbal é su-
primida. Por exemplo: As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
fiz + o = fi-lo por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pes-
fazeis + o = fazei-lo soais são reforçados por palavras como outros, mesmos,
dizer + a = dizê-la próprios, todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
2. Quando o verbo termina em som nasal, o Estávamos com vós outros quando chegaram as más
pronome assume as formas no, nos, na, nas. notícias.
Por exemplo: Ele disse que iria com nós três.
viram + o: viram-no
repõe + os = repõe-nos 3. Pronome Reflexivo
retém + a: retém-na São pronomes pessoais oblíquos que, embora fun-
tem + as = tem-nas cionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao
sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe
a ação expressa pelo verbo.
B.2 Pronome Oblíquo Tônico Lista dos pronomes reflexivos:
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. lembro disso.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função de 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo.
objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte. 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo = Gui-
Lista dos pronomes oblíquos tônicos: lherme já se preparou.
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo Ela deu a si um presente.
2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo Antônio conversou consigo mesmo.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco 1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio.
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco 2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas com esta conquista.
3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô- conheceram. / Elas deram a si um dia de folga.
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
#FicaDica
As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
O pronome é reflexivo quando se refere à mes-
pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos
ma pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu
contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal,
me arrumei e saí.
os pronomes costumam ser usados desta forma:
É pronome recíproco quando indica recipro-
Não há mais nada entre mim e ti.
cidade de ação: Nós nos amamos. / Olhamo-
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
-nos calados.
Não há nenhuma acusação contra mim.
O “se” pode ser usado como palavra expletiva
Não vá sem mim.
ou partícula de realce, sem ser rigorosamente
LÍNGUA PORTUGUESA

necessária e sem função sintática: Os explora-


Há construções em que a preposição, apesar de surgir
dores riam-se de suas tentativas. / Será que eles
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração
se foram?
cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter
sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá
ser do caso reto.
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Não vá sem eu mandar.

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C) Pronomes de Tratamento Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri- teus cabelos. (errado)
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (por-
tanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
pessoa. Alguns exemplos: seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais ou
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, 4. Pronomes Possessivos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repúbli-
ca (sempre por extenso) São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universida- (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
des (coisa possuída).
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais singular)
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de
igual categoria
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes NÚMERO PESSOA PRONOME
de direito singular primeira meu(s), minha(s)
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento ce-
rimonioso singular segunda teu(s), tua(s)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus singular terceira seu(s), sua(s)
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se- plural primeira nosso(s), nossa(s)
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre-
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- plural segunda vosso(s), vossa(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados plural terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma Note que:
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou A forma do possessivo depende da pessoa gramatical
literária. a que se refere; o gênero e o número concordam com o
objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição
Observações:
naquele momento difícil.
1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados
Observações:
em relação à pessoa com quem falamos: Espero que
1. A forma “seu” não é um possessivo quando resul-
V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.
tar da alteração fonética da palavra senhor: Muito
2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da
obrigado, seu José.
pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que
Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu 2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam
com propriedade. posse. Podem ter outros empregos, como:
3. Os pronomes de tratamento representam uma forma A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40
Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por anos.
exemplo, estamos nos endereçando à excelência que C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
esse deputado supostamente tem para poder ocupar lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
o cargo que ocupa. 3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2.ª o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Ex-
pessoa, toda a concordância deve ser feita com a celência trouxe sua mensagem?
3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi- 4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-
vos e os pronomes oblíquos empregados em relação vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus
a eles devem ficar na 3.ª pessoa. livros e anotações.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promes- 5. Em algumas construções, os pronomes pessoais
LÍNGUA PORTUGUESA

sas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou
5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos)
ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, 6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhi- prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo,
da inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos para que não ocorra redundância: Coloque tudo
a chamar alguém de “você”, não poderemos usar nos respectivos lugares.
“te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na
terceira pessoa.

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5. Pronomes Demonstrativos Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
invariáveis, observe:
São utilizados para explicitar a posição de certa pa- Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
lavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação aquela(s).
pode ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Também aparecem como pronomes demonstrativos:
A) Em relação ao espaço:  o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que”
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s),
pessoa que fala: aquilo.
Este material é meu. Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da indiquei.)
pessoa com quem se fala:
Esse material em sua carteira é seu?  mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s):
variam em gênero quando têm caráter reforçativo:
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com Eu mesma refiz os exercícios.
quem se fala: Elas mesmas fizeram isso.
Aquele material não é nosso. Eles próprios cozinharam.
Vejam aquele prédio! Os próprios alunos resolveram o problema.

B) Em relação ao tempo:  semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.


Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em  tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.
relação à pessoa que fala: 1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
Esta manhã farei a prova do concurso! eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este.
(ou então: este solteiro, aquele casado) - este se re-
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po- fere à pessoa mencionada em último lugar; aquele,
rém relativamente próximo à época em que se situa a à mencionada em primeiro lugar.
pessoa que fala: 2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afastamen- 3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
to no tempo, referido de modo vago ou como tempo com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste,
remoto: desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que esta-
Naquele tempo, os professores eram valorizados. va vendo. (no = naquilo)

C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se 6. Pronomes Indefinidos


falará ou escreverá):
Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discur-
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se fa- so, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
lará: quantidade indeterminada.
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
ortografia, concordância. -plantadas.
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou: imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja- humano que seguramente existe, mas cuja identidade é
mos! desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:

Este e aquele são empregados quando se quer fazer A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o
referência a termos já mencionados; aquele se refere ao lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres
termo referido em primeiro lugar e este para o referido na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, bel-
por último: trano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Algo o incomoda?
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Pau- Quem avisa amigo é.
LÍNGUA PORTUGUESA

lo; este está mais bem colocado que aquele. (= este [São
Paulo], aquele [Palmeiras]) B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um
ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de
ou quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s),
certa(s).
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Pau- Cada povo tem seus costumes.
lo; aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Certas pessoas exercem várias profissões.
Paulo], aquele [Palmeiras])

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Note que: Observe:
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pro- Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
nomes indefinidos adjetivos: quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, mui- quantas.
tos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, ne- Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
nhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),
qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, Note que:
tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), O pronome “que” é o relativo de mais largo empre-
vários, várias. go, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser
Menos palavras e mais ações. substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando
Alguns se contentam pouco. seu antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va- A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (=
riáveis e invariáveis. Observe: a qual)
 Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, quais)
muita, pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (=
quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos, as quais)
vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas,
todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quan- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
tas. pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamen-
 Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, te para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde”
nada, algo, cada. (que podem ter várias classificações) são pronomes rela-
tivos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou
*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que- coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas
preposições: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de
rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo
minha tia, o qual me deixou encantado. O uso de “que”,
plural é feito em seu interior).
neste caso, geraria ambiguidade. Veja: Regressando de
Todo e toda no singular e junto de artigo significa in-
São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que me deixou en-
teiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
cantado (quem me deixou encantado: o sítio ou minha
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
tia?).
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utili-
Trabalho todo dia. (= todos os dias)
za-se o qual / a qual)
São locuções pronominais indefinidas: cada qual, O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que,
cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas
(que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.
qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma
ou outra, etc. O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com
Cada um escolheu o vinho desejado. o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
quente (o ser possuído, com o qual concorda em gêne-
7. Pronomes Relativos ro e número); não se usa artigo depois deste pronome;
“cujo” equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
São aqueles que representam nomes já mencionados Existem pessoas cujas ações são nobres.
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem (antecedente) (consequente)
as orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
um grupo racial sobre outros. nome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (re-
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre ou- feriu-se a)
tros = oração subordinada adjetiva).
“Quanto” é pronome relativo quando tem por ante-
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “siste- cedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
ma” e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a tudo:
LÍNGUA PORTUGUESA

palavra “sistema” é antecedente do pronome relativo que.


O antecedente do pronome relativo pode ser o pro- Emprestei tantos quantos foram neces-
nome demonstrativo o, a, os, as. sários.
Não sei o que você está querendo dizer. (antecedente)
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
expresso. Ele fez tudo quanto ha-
Quem casa, quer casa. via falado.
(antecedente)

30
O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
precedido de preposição. tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
diferentemente dos segundos, que são sempre precedi-
É um professor a quem mui- dos de preposição.
to devemos. A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o
(preposição) que eu estava fazendo.
B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para
“Onde”, como pronome relativo, sempre possui ante- mim o que eu estava fazendo.
cedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
casa onde morava foi assaltada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
em que: Sinto saudades da época em que (quando) morá- Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
vamos no exterior. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
lavras: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
 como (= pelo qual) – desde que precedida das CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
palavras modo, maneira ou forma: Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Não me parece correto o modo como você agiu sema- Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
na passada. São Paulo: Saraiva, 2002.

 quando (= em que) – desde que tenha como SITE


antecedente um nome que dê ideia de tempo: http://www.sopor tugues.com.br/secoes/morf/
Bons eram os tempos quando podíamos jogar video- morf42.php
game.
9. Colocação Pronominal
Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase. Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste pronomes oblíquos átonos na frase.
esporte.
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
#FicaDica
Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de Pronome Oblíquo é aquele que exerce a fun-
gente que conversava, (que) ria, observava. ção de complemento verbal (objeto). Por isso,
memorize:
8. Pronomes Interrogativos OBlíquo = OBjeto!

São usados na formulação de perguntas, sejam elas


diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefini- Embora na linguagem falada a colocação dos prono-
dos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo im- mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas
preciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e devem ser observadas na linguagem escrita.
variações), quanto (e variações).
Com quem andas? Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo.
Qual seu nome? A próclise é usada:
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
 Quando o verbo estiver precedido de palavras
O pronome pessoal é do caso reto quando tem fun- que atraem o pronome para antes do verbo. São elas:
ção de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
oblíquo quando desempenha função de complemento. jamais, etc.: Não se desespere!
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. B) Advérbios: Agora se negam a depor.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia C) Conjunções subordinativas: Espero que me expli-
lhe ajudar. quem tudo!
LÍNGUA PORTUGUESA

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao esforçou.
caso reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportu-
função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. nidade.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discur- F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito.
so. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta
para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não
sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).

31
 Orações iniciadas por palavras interrogativas: 11. Emprego de o, a, os, as
Quem lhe disse isso?
 Orações iniciadas por palavras exclamativas:  Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral,
Quanto se ofendem! os pronomes: o, a, os, as não se alteram.
 Orações que exprimem desejo (orações optativas): Chame-o agora.
Que Deus o ajude. Deixei-a mais tranquila.
 A próclise é obrigatória quando se utiliza o pro-
nome reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o  Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoan-
material amanhã. / Tu sabes cantar? tes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
verbo. A mesóclise é usada:
 Em verbos terminados em ditongos nasais (am,
Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu- em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se
turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam para no, na, nos, nas.
precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos: Chamem-no agora.
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em Põe-na sobre a mesa.
prol da paz no mundo.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
lizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma
palavra que justificasse o uso da próclise, esta prevalece- #FicaDica
ria. Veja: Não se realizará...
Dica da Zê!
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que sig-
nessa viagem.
nifica “antes”! Pronome antes do verbo!
(com presença de palavra que justifique o uso de pró-
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end,
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa-
em Inglês – que significa “fim, final!). Pronome
nharia nessa viagem).
depois do verbo!
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do ver-
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
bo
A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis:
 Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Quando eu avisar, silenciem-se todos.
 Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Não era minha intenção machucá-la. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
 Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
se inicia período com pronome oblíquo). reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Vou-me embora agora mesmo. Paulo: Saraiva, 2010.
Levanto-me às 6h.
 Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo SITE
no concurso, mudo-me hoje mesmo! http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao-
 Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a -pronominal-.html
proposta fazendo-se de desentendida.
Observação: Não foram encontradas questões
10. Colocação pronominal nas locuções verbais abrangendo tal conteúdo.

 Após verbo no particípio = pronome depois do VERBO


verbo auxiliar (e não depois do particípio):
Tenho me deliciado com a leitura! Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número,
Eu tenho me deliciado com a leitura! tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o
Eu me tenho deliciado com a leitura! nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
 Não convém usar hífen nos tempos compostos e é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
nas locuções verbais: outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenôme-
Vamos nos unir! no (choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
LÍNGUA PORTUGUESA

Iremos nos manifestar.


 Quando há um fator para próclise nos tempos 1. Estrutura das Formas Verbais
compostos ou locuções verbais: opção pelo uso
do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = Não Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos preo- os seguintes elementos:
cupar”). A) Radical: é a parte invariável, que expressa o signi-
ficado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-
-ava; fal-am. (radical fal-)

32
B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que
indica a conjugação a que pertence o verbo. Por #FicaDica
exemplo: fala-r. São três as conjugações:
Observe que, retirando os radicais, as desi-
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática
nências modo-temporal e número-pessoal
- E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
mantiveram-se idênticas. Tente fazer com
C) Desinência modo-temporal: é o elemento que
outro verbo e perceberá que se repetirá o
designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
fato (desde que o verbo seja da primeira
falávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo)
conjugação e regular!). Faça com o verbo
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
“andar”, por exemplo. Substitua o radical
D) Desinência número-pessoal: é o elemento que
“cant” e coloque o “and” (radical do verbo
designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o
andar). Viu? Fácil!
número (singular ou plural):
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam
(indica a 3.ª pessoa do plural.) B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações
no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
FIQUE ATENTO! Observação:
O verbo pôr, assim como seus derivados (com- Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas
por, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/
pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais altera-
A vogal “e”, apesar de haver desaparecido do ções não caracterizam irregularidade, porque o fonema
infinitivo, revela-se em algumas formas do permanece inalterado.
verbo: põe, pões, põem, etc.
C) Defectivos: são aqueles que não apresentam con-
jugação completa. Os principais são adequar, pre-
2. Formas Rizotônicas e Arrizotônicas caver, computar, reaver, abolir, falir.
D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e,
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura normalmente, são usados na terceira pessoa do
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- singular. Os principais verbos impessoais são:
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acen-
to tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, 1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali-
por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico zar-se ou fazer (em orações temporais).
não cai no radical, mas sim na terminação verbal (fora do Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia =
radical): opinei, aprenderão, amaríamos. Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
3. Classificação dos Verbos
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Classificam-se em:
2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
A) Regulares: são aqueles que apresentam o radi-
Faz invernos rigorosos na Europa.
cal inalterado durante a conjugação e desinências
Era primavera quando o conheci.
idênticas às de todos os verbos regulares da mes-
Estava frio naquele dia.
ma conjugação. Por exemplo: comparemos os ver-
bos “cantar” e “falar”, conjugados no presente do 3. Todos os verbos que indicam fenômenos da natu-
Modo Indicativo: reza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, tro-
vejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém,
canto falo se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo
“amanhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo
cantas falas
impessoal, empregado em sentido figurado, dei-
canta falas xa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá
cantamos falamos conjugação completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
cantais falais Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
cantam falam Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
LÍNGUA PORTUGUESA

4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando


tempo: Já passa das seis.

5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição


“de”, indicando suficiência:
Basta de tolices.
Chega de promessas.

33
6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência
a sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como
hipotético, tornando-se, tais verbos, pessoais.

7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
São unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais
(cacarejar, cricrilar, miar, latir, piar).

Os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

 Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

 Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que,
além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
LÍNGUA PORTUGUESA

Pegar Pegado Pego


Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

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FIQUE ATENTO!
Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/
dito, escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois,
fui) e ir (fui, ia, vades).

H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo prin-
cipal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é
expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar todos!
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

4. Conjugação dos Verbos Auxiliares

4.1. SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

4.2. SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

4.3. SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
LÍNGUA PORTUGUESA

seja você não seja você


sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

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4.4. SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

4.5. ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.


estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

4.6. ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

4.7. ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

4.8. HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


LÍNGUA PORTUGUESA

hei houve havia houvera haverei haveria


hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

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4.9. HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

4.10. HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
Haverem

4.11. TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

4.12. TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
Tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
 Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
LÍNGUA PORTUGUESA

abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a refle-
xibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço
da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respec-
tivos pronomes):

37
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem.
 Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto re-
presentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele
mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os
pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou-
-me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à
do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular.

5. Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro.
Existem três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

6. Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adje-
tivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de subs-
tantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exem-
plo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:


Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

38
C) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o re-
sultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames,
os candidatos saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função
de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

8. Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
tempos.

A) Tempos do Modo Indicativo


Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

B) Tempos do Modo Subjuntivo


Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse
o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)
LÍNGUA PORTUGUESA

39
Tabelas das Conjugações Verbais

1. Modo Indicativo

1.1. Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

1.2. Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

1.3. Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

1.4. Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
LÍNGUA PORTUGUESA

cantAVAS vendIAS partAS


CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

40
1.5. Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

1.6. Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

1.7. Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M
LÍNGUA PORTUGUESA

41
1.8. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

1.9. Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

C) Modo Imperativo

1. Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
LÍNGUA PORTUGUESA

Vós cantais CantAI vós Que vós canteis


Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

42
2. Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

 No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem,
pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
 O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

3. Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

 O verbo parecer admite duas construções:


Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

 O verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php

VOZES DO VERBO

Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três as
LÍNGUA PORTUGUESA

vozes verbais:

A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo:
Ele fez o trabalho.
sujeito agente ação objeto (paciente)

43
B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo:
O trabalho foi feito por ele.
sujeito paciente ação agente da passiva

C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
O menino feriu-se.

#FicaDica
Não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro)

1. Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte maneira:
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os alunos pintarão a escola)
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)

Observações:
 O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a pre-
posição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados.
 Pode acontecer de o agente da passiva não estar explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
 A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação
das frases seguintes:

Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)


O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz ativa)

Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)


O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indicativo)

Ele fará o trabalho. (futuro do presente)


O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)

 Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, seguido
do pronome apassivador “se”. Por exemplo:
Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola.

Observação:
O agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.

1.1 Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva


LÍNGUA PORTUGUESA

Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase.
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto

A apostila foi comprada pelo concurseiro. (Voz Passiva)


Sujeito da Passiva Agente da Passiva

44
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; 2. (TST – Analista Judiciário – Área Apoio Especiali-
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo zado – Especialidade Medicina do Trabalho – FCC –
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo 2012) Está inadequado o emprego do elemento subli-
tempo. nhado na seguinte frase:
Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos a) Sou ateu e peço que me deem tratamento similar ao
mestres. que dispenso aos homens religiosos.
b) A intolerância religiosa baseia-se em preconceitos de
Eu o acompanharei. que deveriam desviar-se todos os homens verdadeira-
Ele será acompanhado por mim. mente virtuosos.
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não c) A tolerância é uma virtude na qual não podem prescin-
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: dir os que se dizem homens de fé.
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
d) O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito de nada
Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
e) Respeito os homens de fé, a menos que deixem de
porque o sujeito não pode ser visto como agente, pacien-
fazer o mesmo com aqueles que não a têm.
te ou agente paciente.
Resposta: Letra C.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Corrigindo o inadequado:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Em “a”: Sou ateu e peço que me deem tratamento si-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. milar ao que dispenso aos homens religiosos.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- Em “b”: A intolerância religiosa baseia-se em precon-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São ceitos de que deveriam desviar-se todos os homens
Paulo: Saraiva, 2010. verdadeiramente virtuosos.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Em “c”: A tolerância é uma virtude na qual (de que)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. não podem prescindir os que se dizem homens de fé.
Em “d”: O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito
SITE de nada fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
http://www.sopor tugues.com.br/secoes/morf/ Em “e”: Respeito os homens de fé, a menos que dei-
morf54.php xem de fazer o mesmo com aqueles que não a têm.

3. (TST – Analista Judiciário – Área Apoio Especiali-


zado – Especialidade Medicina do Trabalho – FCC –
EXERCÍCIOS COMENTADOS 2012)
Transpondo-se para a voz passiva a construção Os ateus
1. (TST – Técnico Judiciário – Área Administrativa – FCC despertariam a ira de qualquer fanático, a forma ver-
– 2012) As vitórias no jogo interior talvez não acrescen- bal obtida será:
tem novos troféus, mas elas trazem recompensas valiosas,
[...] que contribuem de forma significativa para nosso su- a) seria despertada.
cesso posterior, tanto na quadra como fora dela. b) teria sido despertada.
c) despertar-se-á.
Mantêm-se adequados o emprego de tempos e modos
d) fora despertada.
verbais e a correlação entre eles, ao se substituírem os
e) teriam despertado.
elementos sublinhados na frase acima, na ordem dada,
por:
a) tivessem acrescentado − trariam − contribuírem Resposta: Letra A.
b) acrescentassem − têm trazido − contribuírem Os ateus despertariam a ira de qualquer fanático
c) tinham acrescentado − trarão − contribuiriam Fazendo a transposição para a voz passiva, temos: A
d) acrescentariam − trariam− contribuíram ira de qualquer fanático seria despertada pelos ateus.
e) tenham acrescentado − trouxeram − Contribuíram GABARITO OFICIAL: A

Resposta: Letra E. 4. (TST – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


Questão que envolve correlação verbal. Realizando as Especialidade Segurança Judiciária – FCC – 2012)
alterações solicitadas, segue como ficariam (em des- ...ela nunca alcançava a musa.
taque): Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “a”: tivessem acrescentado – trariam − contribui- verbal resultante será:


riam
Em “b”: acrescentassem – trariam − contribuiriam a) alcança-se.
Em “c”: tinham acrescentado – trouxeram − contribuí- b) foi alcançada.
ram c) fora alcançada.
Em “d”: acrescentassem – trariam − contribuíram d) seria alcançada.
Em “e”: tenham acrescentado – trouxeram − Contribuí- e) era alcançada.
ram = correta

45
Resposta: Letra E. 7. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – Analista Judiciário – Área
Temos um verbo na voz ativa, então teremos dois Administrativa – FCC – 2016 ) ... para quem Manoel de
na passiva (auxiliar + o verbo da oração da ativa, no Barros era comparável a São Francisco de Assis...
mesmo tempo verbal, forma particípio): A musa nun- O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
ca era alcançada por ela. O verbo “alcançava” está no frase acima está em:
pretérito imperfeito, por isso o auxiliar tem que estar
também (é = presente, foi = pretérito perfeito, era = a) Dizia-se um “vedor de cinema”...
imperfeito, fora = mais que perfeito, será = futuro do b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no es-
presente, seria = futuro do pretérito). paço...
c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e
5. (TST – Analista Judiciário – Área Apoio Especiali- Charles Baudelaire.
zado – Especialidade Medicina do Trabalho – FCC – d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Bar-
2012) Aos poucos, contudo, fui chegando à constatação ros na literatura...
de que todo perfil de rede social é um retrato ideal de nós e) ... para depois casá-las...
mesmos.
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra al- Resposta: Letra A.
teração seja feita na frase, o elemento grifado pode ser “Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do Indicati-
substituído por: vo. Procuremos nos itens:
a) ademais. Em “a”: Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo
b) conquanto. Em “b”: Porque não seria = futuro do pretérito do In-
c) porquanto. dicativo
d) entretanto. Em “c”: Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfei-
e) apesar. to do Indicativo
Em “d”: Quase meio século separa = presente do Indi-
Resposta: Letra D. cativo
Contudo é uma conjunção adversativa (expressa opo- Em “e”: para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar
sição). A substituição deve utilizar outra de mesma elas)
classificação, para que se mantenha a ideia do perío-
do. A correta é entretanto. 8. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – Analista Judiciário – Área
Administrativa – FCC – 2016 ) Aí conheci o escritor e
6. (TST – Analista Judiciário – Área Administrativa – historiador de sua gente, meu saudoso amigo Alcino Al-
FCC – 2012) O verbo indicado entre parênteses deverá ves Costa. E foi dele que ouvi oralmente a história de Zé
flexionar-se no singular para preencher adequadamente de Julião. Considerando-se a norma-padrão da língua,
a lacuna da frase: ao reescrever-se o trecho acima em um único período, o
segmento destacado deverá ser antecedido de vírgula e
a) A nenhuma de nossas escolhas...... (poder) deixar de substituído por
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
b) Não se...... (poupar) os que governam de refletir sobre a) perante ao qual
o peso de suas mais graves decisões. b) de cujo
c) Aos governantes mais responsáveis não...... (ocorrer) c) o qual
tomar decisões sem medir suas consequências. d) frente à quem
d) A toda decisão tomada precipitadamente...... (cos- e) de quem
tumar) sobrevir consequências imprevistas e injustas.
e) Diante de uma escolha,...... (ganhar) prioridade, reco- Resposta: Letra E.
menda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor Voltemos ao trecho: ... meu saudoso amigo Alcino Alves
humana. Costa. E foi dele que ouvi oralmente... = a única alter-
nativa que substitui corretamente o trecho destacado é
Resposta: Letra C. “de quem ouvi oralmente”.
Flexões em destaque e sublinhei os termos que esta-
belecem concordância: 9. (TRT 14.ª REGIÃO-RO e AC – Técnico Judiciário –
Em “a”: A nenhuma de nossas escolhas podem deixar FCC – 2016) “Isto pode despertar a atenção de outras pes-
de corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. soas que tenham documentos em casa e se disponham
Em “b”: Não se poupam os que governam de refletir a trazer para a Academia, que é a guardiã desse tipo de
sobre o peso de suas mais graves decisões. acervo, que é muito difícil de ser guardado em casa, pois o
Em “c”: Aos governantes mais responsáveis não ocor- tempo destrói e aqui temos a melhor técnica de conserva-
LÍNGUA PORTUGUESA

re tomar decisões sem medir suas consequências. = ção de documentos”, disse Cavalcanti.
Isso não ocorre aos governantes – uma oração exerce O termo sublinhado faz referência a
a função de sujeito (subjetiva)
Em “d”: A toda decisão tomada precipitadamente cos- a) pessoas.
tumam sobrevir consequências imprevistas e injustas. b) acervo.
Em “e”: Diante de uma escolha, ganham prioridade, c) Academia.
recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta d) tempo.
a dor humana. e) casa.

46
Resposta: Letra B. Resposta: Letra C.
Ao trecho: a guardiã desse tipo de acervo, que (o qual) Há um verbo na ativa, então teremos dois na passiva
é muito difícil de ser guardado... (auxiliar + o particípio de “privilegia”) = O Estado e
o mundo são privilegiados pelo modelo ainda domi-
10. (TRT 14.ª REGIÃO-RO e AC – Técnico Judiciário – nante.
FCC – 2016) O marechal organizou o acervo...
A forma verbal está corretamente transposta para a voz 13. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – Técnico Judiciário – FCC –
passiva em: 2016 ) Empregam-se todas as formas verbais de acordo
com a norma culta na seguinte frase:
a) estava organizando
b) tinha organizado a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento
c) organizando-se não poderia receber qualquer tipo de retificação.
d) foi organizado b) Os documentos com assinatura digital disporam de
e) está organizado algoritmos de criptografia que os protegeram.
Resposta: Letra D. c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
Temos: sujeito (o marechal), verbo na ativa (organizou) contar com a proteção de uma assinatura digital.
e objeto (o acervo). Como há um verbo na ativa, ao d) Quem se propor a alterar um documento criptogra-
passarmos para a passiva teremos dois (o auxiliar no fado deve saber que comprometerá sua integridade.
mesmo tempo que o verbo da ativa + o particípio do e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem
verbo da voz ativa = organizado). O objeto exercerá comprometer a integridade dos documentos.
a função de sujeito paciente, e o sujeito da ativa será
o agente da passiva (ufa!). A frase ficará: O acervo foi Resposta: Letra E.
organizado pelo marechal. Em “a”: Para que se mantesse (mantivesse) sua auten-
ticidade, o documento não poderia receber qualquer
tipo de retificação.
11. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
Em “b”: Os documentos com assinatura digital dispo-
FCC – 2016) Precisamos de um treinador que nos ajude
ram (dispuseram) de algoritmos de criptografia que os
a comer...
protegeram.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o
Em “c”: Arquivados eletronicamente, os documentos
sublinhado acima está também sublinhado em:
poderam (puderam) contar com a proteção de uma
assinatura digital.
a) [...] assim que conseguissem se virar sem as mães ou
Em “d”: Quem se propor (propuser) a alterar um docu-
as amas...
mento criptografado deve saber que comprometerá
b) Não é por acaso que proliferaram os coaches. sua integridade.
c) [...] país que transformou a infância numa bilionária in- Em “e”: Não é possível fazer as alterações que convie-
dústria de consumo... rem sem comprometer a integridade dos documentos
d) E, mesmo que se esforcem muito [...] = correta
e) Hoje há algo novo nesse cenário.
14. (TRT 21.ª REGIÃO-RN – Técnico Judiciário – FCC
Resposta: Letra D. – 2017) Sessenta anos de história marcam, assim, a traje-
que nos ajude = presente do Subjuntivo tória da utopia no país.
Em “a”: que conseguissem = pretérito do Subjuntivo Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
Em “b”: que proliferaram = pretérito perfeito (e tam- verbal resultante será:
bém mais-que-perfeito) do Indicativo
Em “c”: que transformou = pretérito perfeito do Indi- a) foram marcados.
cativo b) foi marcado.
Em “d”: que se esforcem = presente do Subjuntivo c) são marcados.
Em “e”: há algo novo nesse cenário = presente do In- d) foi marcada.
dicativo e) é marcada.

12. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – Técnico Judiciário – FCC Resposta: Letra E.


– 2016) O modelo ainda dominante nas discussões ecoló- Temos um verbo (no tempo presente) na ativa, então
gicas privilegia, em escala, o Estado e o mundo... teremos dois na passiva (auxiliar [no tempo presente]
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma + particípio de “marcam”) = Assim, a trajetória da uto-
LÍNGUA PORTUGUESA

verbal resultante será: pia do país é marcada pelos sessenta anos de história.

a) é privilegiado. 15. (Polícia Militar do Estado de São Paulo – Soldado


b) sendo privilegiadas. PM 2.ª Classe – Vunesp – 2017) Considere as seguintes
c) são privilegiados. frases:
d) foi privilegiado. Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos.
e) são privilegiadas. Segundo, não memorize apenas por repetição.
Terceiro, rabisque!

47
Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos d) Bem, o fato é que eu era o técnico de som do horário,
empregados nessas frases está em destaque em: precisava “passar” a transmissão lá para a câmara, e o
locutor não chegava para os textos de abertura, pu-
a) [...] o acesso rápido e a quantidade de textos fazem blicidade, chamadas.
com que o cérebro humano não considere útil gravar e) ... estremecíamos quando ele nos chamava para qual-
esses dados [...] quer coisa, fazendo-nos entrar na sua sala imensa, já
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem- suando frio e atentos às suas finas e cortantes pala-
-número de informações. vras.
c) [...] após discar e fazer a ligação, não precisamos mais
dele... Resposta: Letra C.
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em Aos itens:
que morou quando era criança? Em “a”: há = presente / acabam = presente / são =
e) É o que mostra também uma pesquisa recente condu- presente
zida pela empresa de segurança digital Kaspersky [...] Em “b”: Voltei = pretérito perfeito / acreditei = preté-
rito perfeito
Resposta: Letra D. Em “c”: deixe / largue / vá / ponha = verbos no modo
Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperati- imperativo afirmativo (ordens)
vo (expressam ordem). Vamos aos itens: Em “d”: era = pretérito imperfeito / precisava = pretéri-
Em “a”: ... o acesso rápido e a quantidade de textos to imperfeito / chegava = pretérito imperfeito
fazem = presente do Indicativo Em “e”: fazendo-nos = gerúndio / suando = gerúndio
Em “b”: Na internet, basta um clique = presente do
Indicativo 18. (PC-SP – Agente de Polícia – Vunesp – 2013) Em
Em “c”: ... após discar e fazer a ligação, não precisamos – O destino me prestava esse pequeno favor: completa-
= presente do Indicativo va minha identificação com o resto da humanidade, que
Em “d”: Pense rápido: = Imperativo tem sempre para contar uma história de objeto achado;
Em “e”: É o que mostra também uma pesquisa = pre- – o pronome em destaque retoma a seguinte palavra/
sente do Indicativo expressão:

16. (PC-SP – Atendente de Necrotério Policial – Vu- a) o resto da humanidade.


nesp – 2014) Assinale a alternativa em que a palavra em b) esse pequeno favor.
c) minha identificação.
destaque na frase pertence à classe dos adjetivos (pala-
d) O destino.
vra que qualifica um substantivo).
e) completava.
a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eu-
Resposta: Letra A.
tanásia...
Completava minha identificação com o resto da huma-
b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
nidade, que (a qual) tem sempre para contar uma his-
c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar
tória de objeto achado = pronome relativo que retoma
a morte. o resto da humanidade.
d) Ela é proibida por lei no Brasil,...
e) E como seria a verdadeira boa morte? 19. (PC-SP – Agente de Polícia – Vunesp – 2013) Con-
sidere o trecho a seguir.
Resposta: Letra E. É comum que objetos ____________ esquecidos em locais
Em “a”: Existe grande confusão = substantivo públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados
Em “b”: o médico ou alguém causa ativamente a mor- se as pessoas __________ a atenção voltada para seus per-
te = pronome tences, conservando-os junto ao corpo.
Em “c”: prolonga o processo de morrer procurando Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva-
distanciar a morte = substantivo mente, as lacunas do texto.
Em “d”: Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo
Em “e”: E como seria a verdadeira boa morte? = ad- a) sejam ... mantesse
jetivo b) sejam ... mantém
c) sejam ... mantivessem
17. (PC-SP – Escrivão de Polícia – Vunesp – 2014) As for- d) seja ... mantivessem
mas verbais conjugadas no modo imperativo, expressan- e) seja ... mantêm
do ordem, instrução ou comando, estão destacadas em
LÍNGUA PORTUGUESA

Resposta: Letra C.
a) Mas há outros cujas marcas acabam ficando bem ní- Completemos as lacunas e depois busquemos o item
tidas na memória: são aqueles donos de qualidades correspondente. A pegadinha aqui é a conjugação do
incomuns. verbo “manter”, no presente do Subjuntivo (mantiver):
b) Voltei uns cinquenta minutos depois, cauteloso, e É comum que objetos sejam esquecidos em locais pú-
quase não acreditei no que ouvi. blicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se
c) – Ei rapaz, deixe ligado o microfone, largue isso aí, vá as pessoas mantivessem a atenção voltada para seus
pro estúdio e ponha a rádio no ar. pertences, conservando-os junto ao corpo.

48
20. (PC-SP – Atendente de Necrotério Policial – Vu-
nesp – 2013) Nas frases – Não vou mais à escola!… – e CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
– Hoje estão na moda os métodos audiovisuais. – as pala-
vras em destaque expressam, correta e respectivamente,
circunstâncias de Concordância Verbal e Nominal

a) dúvida e modo. Os concurseiros estão apreensivos.


b) dúvida e tempo. Concurseiros apreensivos.
c) modo e afirmação.
d) negação e lugar. No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na
e) negação e tempo. terceira pessoa do plural, concordando com o seu su-
jeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo
Resposta: Letra E. “apreensivos” está concordando em gênero (masculino)
“não” – advérbio de negação / “hoje” – advérbio de e número (plural) com o substantivo a que se refere: con-
tempo. curseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa,
número e gênero se correspondem. A correspondência
21. (PC-SP – Escrivão de Polícia – Vunesp – 2013) de flexão entre dois termos é a concordância, que pode
Assinale a alternativa que completa respectivamente as ser verbal ou nominal.
lacunas, em conformidade com a norma-padrão de con-
jugação verbal. 1. Concordância Verbal
Há quem acredite que alcançará o sucesso profissional
quando __________ um diploma de mestrado, mas há É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
aqueles que _________ de opinião e procuram investir em seu sujeito.
cursos profissionalizantes.
1.1. Sujeito Simples - Regra Geral
a) obtiver … divirgem O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
b) obter … divergem em número e pessoa. Veja os exemplos:
c) obtesse … devirgem
d) obter … divirgem A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h.
e) obtiver … divergem 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular

Resposta: Letra E. Os candidatos à vaga chegarão às 12h.


Há quem acredite que alcançará o sucesso profissio- 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
nal quando obtiver um diploma de mestrado, mas há
aqueles que divergem de opinião e procuram investir 1.1.1. Casos Particulares
em cursos profissionalizantes.
A) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
22. (PC-SP – Auxiliar de Necropsia – Vunesp – 2014) titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade
Considerando que o adjetivo é uma palavra que modifica de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...)
o substantivo, com ele concordando em gênero e núme- seguida de um substantivo ou pronome no plural, o
ro, assinale a alternativa em que a palavra destacada é verbo pode ficar no singular ou no plural.
um adjetivo. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
Metade dos candidatos não apresentou / apresenta-
a) ... um câncer de boca horroroso, ... ram proposta.
b) Ele tem dezesseis anos...
c) Eu queria que ele morresse logo, ... Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às fa- dos coletivos, quando especificados: Um bando de vân-
mílias. dalos destruiu / destruíram o monumento.
e) E o inferno não atinge só os terminais.
Observação:
Resposta: Letra A. Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a
Em “a”: um câncer de boca horroroso = adjetivo unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque
Em “b”: Ele tem dezesseis anos = numeral aos elementos que formam esse conjunto.
Em “c”: Eu queria que ele morresse logo = advérbio
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “d”: com a crueldade adicional de dar esperança às B) Quando o sujeito é formado por expressão que
famílias = substantivo indica quantidade aproximada (cerca de, mais de,
Em “e”: E o inferno não atinge só os terminais = subs- menos de, perto de...) seguida de numeral e subs-
tantivo tantivo, o verbo concorda com o substantivo.
Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últi-
mas Olimpíadas.

49
Observação: F) O pronome “que” não interfere na concordância;
Quando a expressão “mais de um” se associar a ver- já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa
bos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: do singular.
Mais de um colega se ofenderam na discussão. (ofende- Fui eu que paguei a conta.
ram um ao outro) Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
C) Quando se trata de nomes que só existem no Sou eu quem faz a prova.
plural, a concordância deve ser feita levando-se Não serão eles quem será aprovado.
em conta a ausência ou presença de artigo. Sem
artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve as-
no plural, o verbo deve ficar o plural. sumir a forma plural.
Os Estados Unidos possuem grandes universidades. Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan-
Estados Unidos possui grandes universidades. taram os poetas.
Alagoas impressiona pela beleza das praias. Este candidato é um dos que mais estudaram!
As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.  Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou singular:
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou Nem uma das que me escreveram mora aqui.
“de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro
pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o  Quando “um dos que” vem entremeada de subs-
pronome pessoal. tantivo, o verbo pode:
Quais de nós são / somos capazes? 1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atraves-
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? sa o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- que faça o mesmo).
vadoras. 2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão po-
luídos (noção de que existem outros rios na mesma
Observação: condição).
Veja que a opção por uma ou outra forma indica a
inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso Vossa Excelência está cansado?
não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de Vossas Excelências renunciarão?
tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido esti- I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se
de acordo com o numeral.
ver no singular, o verbo ficará no singular.
Deu uma hora no relógio da sala.
Qual de nós é capaz?
Deram cinco horas no relógio da sala.
Algum de vós fez isso.
Soam dezenove horas no relógio da praça.
Baterão doze horas daqui a pouco.
E) Quando o sujeito é formado por uma expressão
que indica porcentagem seguida de substantivo, o
Observação:
verbo deve concordar com o substantivo.
Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino,
25% do orçamento do país será destinado à Educação. torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
85% dos entrevistados não aprovam a administração O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
do prefeito. Soa quinze horas o relógio da matriz.
1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova. J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do sin-
 Quando a expressão que indica porcentagem não gular. São verbos impessoais: Haver no sentido de
é seguida de substantivo, o verbo deve concordar existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que indi-
com o número. cam fenômenos da natureza. Exemplos:
25% querem a mudança. Havia muitas garotas na festa.
1% conhece o assunto.
LÍNGUA PORTUGUESA

Faz dois meses que não vejo meu pai.


Chovia ontem à tarde.
 Se o número percentual estiver determinado por
artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-
-á com eles:
Os 30% da produção de soja serão exportados.
Esses 2% da prova serão questionados.

50
1.2. Sujeito Composto Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi-
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, ção”. Já em:
a concordância se faz no plural: Juca ou Pedro será contratado.
Pai e filho conversavam longamente. Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.
Sujeito
Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
Pais e filhos devem conversar com frequência. no singular.
Sujeito
 Com as expressões “um ou outro” e “nem um
B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra- nem outro”, a concordância costuma ser feita no singular.
maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma- Um ou outro compareceu à festa.
neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a Nem um nem outro saiu do colégio.
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
terceira (eles). Veja:  Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. ou no singular: Um e outro farão/fará a prova.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)
 Quando os núcleos do sujeito são unidos por
Tu e teus irmãos tomareis a decisão. “com”, o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos re-
Segunda Pessoa do Plural (Vós) cebem um mesmo grau de importância e a palavra “com”
tem sentido muito próximo ao de “e”.
Pais e filhos precisam respeitar-se. O pai com o filho montaram o brinquedo.
Terceira Pessoa do Plural (Eles) O governador com o secretariado traçaram os planos
para o próximo semestre.
Observação: O professor com o aluno questionaram as regras.
Quando o sujeito é composto, formado por um elemen-
to da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é possível Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se
empregar o verbo na terceira pessoa do plural (eles): “Tu e a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos
C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em
O professor com o aluno questionou as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su-
Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito
jeito mais próximo.
composto. O sujeito é simples, uma vez que as expres-
Faltaram coragem e competência.
Faltou coragem e competência. sões “com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos
Compareceram todos os candidatos e o banca. adverbiais de companhia. Na verdade, é como se hou-
Compareceu o banca e todos os candidatos. vesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân- “O governador traçou os planos para o próximo semes-
cia é feita no plural. Observe: tre com o secretariado.”
Abraçaram-se vencedor e vencido. “O professor questionou as regras com o aluno.”
Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
Casos em que se usa o verbo no singular:
1.2.1. Casos Particulares Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
 Quando o sujeito composto é formado por nú-
cleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no sin- Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
gular. pressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não
Descaso e desprezo marca seu comportamento. somente”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”,
A coragem e o destemor fez dele um herói. o verbo ficará no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
 Quando o sujeito composto é formado por nú- Nordeste.
cleos dispostos em gradação, verbo no singular: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
LÍNGUA PORTUGUESA

Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- notícia.


do me satisfaz.
Quando os elementos de um sujeito composto são
 Quando os núcleos do sujeito composto são uni- resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância
dos por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de é feita com esse termo resumidor.
acordo com o valor semântico das conjunções: Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
sia brasileira. na vida das pessoas.

51
1.2.2 Outros Casos B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro
no plural, o verbo SER concordará, preferencial-
O Verbo e a Palavra “SE” mente, com o que estiver no plural:
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há Os livros são minha paixão!
duas de particular interesse para a concordância verbal: Minha paixão são os livros!
A) quando é índice de indeterminação do sujeito;
B) quando é partícula apassivadora. Quando o verbo SER indicar
Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos  horas e distâncias, concordará com a expressão
e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na numérica:
terceira pessoa do singular: É uma hora.
Precisa-se de funcionários. São quatro horas.
Confia-se em teses absurdas. Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilô-
metros.
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver-
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indi-  datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
retos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse estar expressa ou subentendida:
caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
Exemplos: Hoje é dia 26 de agosto.
Construiu-se um posto de saúde. Hoje são 26 de agosto.
Construíram-se novos postos de saúde.
Aqui não se cometem equívocos  Quando o sujeito indicar peso, medida, quantida-
Alugam-se casas. de e for seguido de palavras ou expressões como
pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER
fica no singular:
#FicaDica Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Para saber se o “se” é partícula apassivadora
Duas semanas de férias é muito para mim.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente
transformar a frase para a voz passiva. Se a fra-
 Quando um dos elementos (sujeito ou predica-
se construída for “compreensível”, estaremos
tivo) for pronome pessoal do caso reto, com este
diante de uma partícula apassivadora; se não, o
concordará o verbo.
“se” será índice de indeterminação. Veja:
No meu setor, eu sou a única mulher.
Precisa-se de funcionários qualificados.
Aqui os adultos somos nós.
Tentemos a voz passiva:
Funcionários qualificados são precisados (ou
Observação:
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” des-
Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) repre-
tacado é índice de indeterminação do sujeito.
sentados por pronomes pessoais, o verbo concorda com
Agora:
o pronome sujeito.
Vendem-se casas.
Eu não sou ela.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção
Ela não é eu.
correta! Então, aqui, o “se” é partícula apassi-
vadora. (Dá para eu passar para a voz passiva.
 Quando o sujeito for uma expressão de sentido
Repare em meu destaque. Percebeu semelhan-
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plu-
ça? Agora é só memorizar!)
ral, o verbo SER concordará com o predicativo.
A grande maioria no protesto eram jovens.
O resto foram atitudes imaturas.
O Verbo “Ser”
O Verbo “Parecer”
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordân-
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo cias:
do sujeito.  Ocorre variação do verbo PARECER e não se fle-
xiona o infinitivo: As crianças parecem gostar do
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o sujeito ou o predicativo for: desenho.

A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo  A variação do verbo parecer não ocorre e o infini-
SER concorda com a pessoa gramatical: tivo sofre flexão:
Ele é forte, mas não é dois. As crianças parece gostarem do desenho.
Fernando Pessoa era vários poetas. (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho
A esperança dos pais são eles, os filhos. aas crianças)

52
C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
O adjetivo fica no masculino singular, se o substanti-
FIQUE ATENTO!
vo não for acompanhado de nenhum modificador:
Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER Água é bom para saúde.
fica no singular. Por exemplo: As paredes pa- O adjetivo concorda com o substantivo, se este for
rece que têm ouvidos. (Parece que as paredes modificado por um artigo ou qualquer outro determina-
têm ouvidos = oração subordinada substantiva tivo: Esta água é boa para saúde.
subjetiva).
D) O adjetivo concorda em gênero e número com os
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encon-
Concordância Nominal trou-as muito felizes.

A concordância nominal se baseia na relação entre E) Nas expressões formadas por pronome indefinido
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes DE + adjetivo, este último geralmente é usado no
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: masculino singular: Os jovens tinham algo de mis-
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de terioso.
um termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adno- F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem
minal. função adjetiva e concorda normalmente com o
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as nome a que se refere:
seguintes regras gerais: Cristina saiu só.
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando Cristina e Débora saíram sós.
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas
denunciavam o que sentia. Observação:
Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “ape-
nas”, tem função adverbial, ficando, portanto, invariável:
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos,
Eles só desejam ganhar presentes.
a concordância pode variar. Podemos sistematizar
essa flexão nos seguintes casos:
#FicaDica
 Adjetivo anteposto aos substantivos:
Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
O adjetivo concorda em gênero e número com o
a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se
substantivo mais próximo.
de advérbio, portanto, invariável; se houver
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
coerência com o segundo, função de adjetivo,
Encontramos caída a roupa e os prendedores.
então varia:
Encontramos caído o prendedor e a roupa.
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Ele está só descansando. (apenas descansando)
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
- advérbio
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula de-
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
pois de “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e des-
cansando)
 Adjetivo posposto aos substantivos:
O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
ou com todos eles (assumindo a forma masculina G) Quando um único substantivo é modificado por
plural se houver substantivo feminino e masculi- dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usa-
no). das as construções:
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.  O substantivo permanece no singular e coloca-se
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. espanhola e a portuguesa.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.  O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e
Observação: portuguesa.
Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza,
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos 1. Casos Particulares
LÍNGUA PORTUGUESA

dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado


no plural masculino, que é o gênero predominante quan- É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
do há substantivos de gêneros diferentes. mitido
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural.  Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se
O carro e o iate novo(s). referem possuir sentido genérico (não vier prece-
dido de artigo).

53
É proibido entrada de crianças. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Em certos momentos, é necessário atenção. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
No verão, melancia é bom. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
É preciso cidadania. Paulo: Saraiva, 2010.
Não é permitido saída pelas portas laterais. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
 Quando o sujeito destas expressões estiver deter- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
o verbo como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças. SITE
Esta salada é ótima. http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.php
A educação é necessária.
São precisas várias medidas na educação.

Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - EXERCÍCIOS COMENTADOS


Quite
1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Ces-
Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú- pe – 2013) Formas de tratamento como Vossa Excelência
mero com o substantivo ou pronome a que se referem. e Vossa Senhoria, ainda que sejam empregadas sempre
Seguem anexas as documentações requeridas. na segunda pessoa do plural e no feminino, exigem fle-
A menina agradeceu: - Muito obrigada. xão verbal de terceira pessoa; além disso, o pronome
Muito obrigadas, disseram as senhoras. possessivo que faz referência ao pronome de tratamento
Seguem inclusos os papéis solicitados. também deve ser o de terceira pessoa, e o adjetivo que
Estamos quites com nossos credores. remete ao pronome de tratamento deve concordar em
gênero e número com a pessoa — e não com o pronome
Bastante - Caro - Barato - Longe
— a que se refere.
Estas palavras são invariáveis quando funcionam
( ) CERTO ( ) ERRADO
como advérbios. Concordam com o nome a que se refe-
rem quando funcionam como adjetivos, pronomes adje-
Resposta: Certo. Afirmações corretas. As concordân-
tivos, ou numerais.
cias verbal e nominal ao se utilizar pronome de trata-
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
mento devem ser na terceira pessoa e concordar em
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
(pronome adjetivo) gênero (masculino ou feminino) com a pessoa a quem
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) se dirige: “Vossa Excelência está cansada(o)?” – con-
As casas estão caras. (adjetivo) cordará com quem está se falando: uma mulher ou um
Achei barato este casaco. (advérbio) homem / “Vossa Santidade trouxe seus pertences?” /
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) “Vossas Senhorias gostariam de um café?”.

Meio - Meia 2. (Prefeitura de São Luís-MA – Conhecimentos Bási-


cos Cargos de Técnico Municipal – Nível Médio – Ces-
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, pe – 2017)
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi
meia porção de polentas. Texto CB3A2BBB
Quando empregada como advérbio permanece inva-
riável: A candidata está meio nervosa. O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos
estão na base das Constituições democráticas modernas.
A paz, por sua vez, é o pressuposto necessário para o re-
#FicaDica conhecimento e a efetiva proteção dos direitos humanos
em cada Estado e no sistema internacional. Ao mesmo
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim tempo, o processo de democratização do sistema in-
saberei que se trata de um advérbio, não de ternacional, que é o caminho obrigatório para a busca
adjetivo: “A candidata está um pouco nervosa”. do ideal da paz perpétua, não pode avançar sem uma
gradativa ampliação do reconhecimento e da proteção
LÍNGUA PORTUGUESA

dos direitos humanos, acima de cada Estado. Direitos


Alerta - Menos humanos, democracia e paz são três elementos funda-
mentais do mesmo movimento histórico: sem direitos
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem humanos reconhecidos e protegidos, não há democra-
sempre invariáveis. cia; sem democracia, não existem as condições mínimas
Os concurseiros estão sempre alerta. para a solução pacífica dos conflitos. Em outras palavras,
Não queira menos matéria! a democracia é a sociedade dos cidadãos, e os súditos se
tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns

54
direitos fundamentais; haverá paz estável, uma paz que 5. (Tribunal de Contas do Distrito Federal-df – Conhe-
não tenha a guerra como alternativa, somente quando cimentos BÁSICOS – ANALISTA DE ADMINISTRAÇÃO
existirem cidadãos não mais apenas deste ou daquele Es- PÚBLICA – ARQUIVOLOGIA – cespe – 2014 – adapta-
tado, mas do mundo. da) (...) Há décadas, países como China e Índia têm envia-
Norberto Bobbio. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson do estudantes para países centrais, com resultados muito
Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 1 (com adap- positivos.(...)
tações). A forma verbal “Há” poderia ser corretamente substituída
por Fazem.
Preservando-se a correção gramatical do texto CB3A2B-
BB, os termos “não há” e “não existem” poderiam ser subs- ( ) CERTO ( ) ERRADO
tituídos, respectivamente, por
a) não existe e não têm. Resposta: Errado. O verbo “fazer”, quando empre-
b) não existe e inexiste. gado no sentido de tempo passado, não sofre flexão.
c) inexiste e não há. Portanto, sua forma correta seria: “faz décadas”
d) inexiste e não acontece.
e) não tem e não têm.
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL.
Resposta: Letra C.
Busquemos o contexto:
- sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, não há REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
democracia = poderíamos substituir por “não existe”, ine-
xiste (verbo “haver” empregado com o sentido de “existir”) Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
- sem democracia, não existem as condições mínimas que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome
para a solução pacífica dos conflitos = sentido de “exis- (regência nominal) e seus complementos.
tir”. Poderíamos substituir por inexiste, mas no plural, já 1. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
que devemos concordar com “as condições mínimas”.
A única “troca” adequada seria o verbo “haver” – que A regência verbal estuda a relação que se estabele-
pode ser utilizado com o sentido de “existir”. Teríamos: ce entre os verbos e os termos que os complementam
sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, ine- (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (ad-
xiste democracia; sem democracia, não há as condições juntos adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma
mínimas para a solução pacífica dos conflitos. regência, o que corresponde à diversidade de significa-
dos que estes verbos podem adquirir dependendo do
3. (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comér- contexto em que forem empregados.
cio Exterior – Analista Técnico Administrativo – cespe A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
– 2014) Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita com os contentar.
resultados das negociações”, o adjetivo estará corretamen- A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
te empregado se dirigido a ministro de Estado do sexo agrado ou prazer”, satisfazer.
masculino, pois o termo “satisfeita” deve concordar com Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
a locução pronominal de tratamento “Vossa Excelência”. “agradar a alguém”.

( ) CERTO ( ) ERRADO O conhecimento do uso adequado das preposições


é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência
Resposta: Errado. Se a pessoa, no caso o ministro, for verbal (e também nominal). As preposições são capazes
do sexo feminino (ministra), o adjetivo está correto; de modificar completamente o sentido daquilo que está
mas, se for do sexo masculino, o adjetivo sofrerá flexão sendo dito.
de gênero: satisfeito. O pronome de tratamento é ape- Cheguei ao metrô.
nas a maneira como tratar a autoridade, não regendo Cheguei no metrô.
as demais concordâncias. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no
segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
4. (Abin – Agente Técnico de Inteligência – cespe –
2010 – adaptada) (...) Da combinação entre velocidade, A voluntária distribuía leite às crianças.
persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge a no- A voluntária distribuía leite com as crianças.
ção contemporânea de agilidade, transformada em princi- Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
pal característica de nosso tempo. como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (ob-
LÍNGUA PORTUGUESA

A forma verbal “surge” poderia, sem prejuízo gramatical para jeto indireto: às crianças); na segunda, como transitivo
o texto, ser flexionada no plural, para concordar com “veloci- direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto
dade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade” adverbial).
Para estudar a regência verbal, agruparemos os ver-
( ) CERTO ( ) ERRADO bos de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é
um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de dife-
Resposta: Errado. O verbo está concordando com o rentes formas em frases distintas.
termo “combinação”, por isso deve ficar no singular.

55
A) Verbos Intransitivos verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tô-
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos nicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. átonos lhe, lhes.

Chegar, Ir Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:


Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo-
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
indicar destino ou direção são: a, para. iguais para todos.

Fui ao teatro. Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-


Adjunto Adverbial de Lugar mentos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Ricardo foi para a Espanha.
Adjunto Adverbial de Lugar
Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
Comparecer
quem” ou “ao que” se responde.
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por Respondi ao meu patrão.
em ou a. Respondemos às perguntas.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o Respondeu-lhe à altura.
último jogo. Observação:
O verbo responder, apesar de transitivo indireto quan-
B) Verbos Transitivos Diretos do exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
Os verbos transitivos diretos são complementados por analítica:
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição O questionário foi respondido corretamente.
para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre- Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver- tos introduzidos pela preposição “com”.
bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após Antipatizo com aquela apresentadora.
formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e Simpatizo com os que condenam os políticos que gover-
lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos. nam para uma minoria privilegiada.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxi-
liar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, de- Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
fender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem des-
prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. taque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São ver-
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente bos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e
como o verbo amar: objeto indireto relacionado a pessoas.
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Agradeço aos ouvintes a audiência.
Amo aquela moça. / Amo-a.
Objeto Indireto Objeto Direto
Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto
Observação:
Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos ad- com particular cuidado:
nominais): Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
LÍNGUA PORTUGUESA

C) Verbos Transitivos Indiretos Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.


Os verbos transitivos indiretos são complementados
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi- Informar
gem uma preposição para o estabelecimento da relação Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos Informe os novos preços aos clientes.
são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se uti- Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no-
lizam os pronomes o, os, a, as como complementos de vos preços)

56
Na utilização de pronomes como complementos, veja Agradar
as construções: Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou Sempre agrada o filho quando.
sobre eles) Aquele comerciante agrada os clientes.

Observação: Agradar é transitivo indireto no sentido de causar


A mesma regência do verbo informar é usada para os agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. introduzido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
Comparar O cantor não lhes agradou.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite
as preposições “a” ou “com” para introduzir o comple- O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indire-
mento indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com to: O cantor desagradou à plateia.
o) de uma criança.
Aspirar
Pedir Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, ins-
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente pirar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
na forma de oração subordinada substantiva) e indireto Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
de pessoa. como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (As-
pirávamos a ele)
Pedi-lhe favores. Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes-
Objeto Indireto Objeto Direto soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”.
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs- Aspiravam a ela)
tantiva Objetiva Direta
Assistir
A construção “pedir para”, muito comum na lingua- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na lín- tar assistência a, auxiliar.
gua culta. No entanto, é considerada correta quando a As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
palavra licença estiver subentendida. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em
casa. Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
ciar, estar presente, caber, pertencer.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” intro- Assistimos ao documentário.
duz uma oração subordinada adverbial final reduzida de Não assisti às últimas sessões.
infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). Essa lei assiste ao inquilino.

Preferir No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-


Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
indireto introduzido pela preposição “a”: lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. conturbada cidade.
Prefiro trem a ônibus.
Chamar
Observação: Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, so-
Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem licitar a atenção ou a presença de.
termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil ve- Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
zes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo má-la.
prefixo existente no próprio verbo (pre). Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
Mudança de Transitividade - Mudança de Significado apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere pre-
Há verbos que, de acordo com a mudança de transi- dicativo preposicionado ou não.
tividade, apresentam mudança de significado. O conhe- A torcida chamou o jogador mercenário.
LÍNGUA PORTUGUESA

cimento das diferentes regências desses verbos é um re- A torcida chamou ao jogador mercenário.
curso linguístico muito importante, pois além de permitir A torcida chamou o jogador de mercenário.
a correta interpretação de passagens escritas, oferece A torcida chamou ao jogador de mercenário.
possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
os principais, estão: Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.

57
Custar Querer
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adver- vontade de, cobiçar.
bial: Frutas e verduras não deveriam custar muito. Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
duzida de infinitivo. estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

Muito custa viver tão longe da família. Visar


Verbo Intransitivo Oração Subordinada Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
Custou-me (a mim) crer nisso. O gerente não quis visar o cheque.
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
A Gramática Normativa condena as construções que O ensino deve sempre visar ao progresso social.
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-es-
pessoa: Custei para entender o problema. tar público.
= Forma correta: Custou-me entender o problema.
Esquecer – Lembrar
Implicar Lembrar algo – esquecer algo
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes nal)
implicavam um firme propósito.
B) ter como consequência, trazer como consequência, No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,
acarretar, provocar: Uma ação implica reação. exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o li-
vro.
Como transitivo direto e indireto, significa compro- No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc)
meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões e exigem complemento com a preposição “de”. São, por-
econômicas. tanto, transitivos indiretos:
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transiti- Ele se esqueceu do caderno.
vo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com Eu me esqueci da chave.
quem não trabalhasse arduamente. Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Namorar
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois anos. Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-
brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Obedecer - Desobedecer alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Sempre transitivo indireto: gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
Todos obedeceram às regras. clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado
Ninguém desobedece às leis. de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias
vezes.
Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
Proceder momentos é sujeito)
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa Simpatizar - Antipatizar
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
adverbial de modo. Não simpatizei com os jurados.
As afirmações da testemunha procediam, não havia Simpatizei com os alunos.
como refutá-las.
LÍNGUA PORTUGUESA

Você procede muito mal. A norma culta exige que os verbos e expressões que dão
ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introdu- Cláudia desceu ao segundo andar.
zido pela preposição “a”) é transitivo indireto. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.

58
2 Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será com-
pletiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; pa-
ralelamente a; relativa a; relativamente a.

59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- OCORRÊNCIA DE CRASE.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Crase
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a”
SITE com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61. aos pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s),
php aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a
qual (as quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se
demarcada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele,
àquilo, à qual, às quais.
EXERCÍCIO COMENTADO O uso do acento indicativo de crase está condiciona-
do aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Cespe e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
– 2014 – adaptada) regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome -
O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, sé- que exige complemento regido pela preposição “a”, e o
ria e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade termo regido é aquele que completa o sentido do termo
das estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
culturais de todos os Estados e sociedades. Suas con- Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela
sequências infligem considerável prejuízo às nações do contratada recentemente.
mundo inteiro, e não são detidas por fronteiras: avançam Após a junção da preposição com o artigo (destaca-
por todos os cantos da sociedade e por todos os espaços dos entre parênteses), temos:
geográficos, afetando homens e mulheres de diferen- Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contra-
tes grupos étnicos, independentemente de classe social tada recentemente.
e econômica ou mesmo de idade. Questão de relevân-
cia na discussão dos efeitos adversos do uso indevido O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos refe-
dos crimes conexos — geralmente de caráter transna- rimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição
cional — com a criminalidade e a violência. Esses fato- a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o
res ameaçam a soberania nacional e afetam a estrutura pronome demonstrativo aquela (àquela).
social e econômica interna, devendo o governo adotar
uma postura firme de combate ao tráfico de drogas, ar- Observações importantes:
ticulando-se internamente e com a sociedade, de forma Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de prevenção confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns:
e repressão e garantir o envolvimento e a aprovação dos  Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
cidadãos. equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>. crase está confirmada.
Os dados foram solicitados à diretora.
Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição “com”, em Os dados foram solicitados ao diretor.
“com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência  No caso de nomes próprios geográficos, substitui-
do vocábulo “conexos”. -se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte
na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
( ) CERTO ( ) ERRADO Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)
Resposta: Errado. Ao texto: (...) Questão de relevância
na discussão dos efeitos adversos do uso indevido de Não me esqueço da viagem a Roma.
drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
crimes conexos — geralmente de caráter transnacional mais vividos.
— com a criminalidade e a violência.
O termo está se referindo à associação – associação Nas situações em que o nome geográfico se apresen-
LÍNGUA PORTUGUESA

do tráfico de drogas e crimes conexos (1) com a crimi- tar modificado por um adjunto adnominal, a crase está
nalidade (2) (associação daquilo [1] com isso [2]) confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias.

60
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos
#FicaDica uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedes-
tre foi arremessado à distância de cem metros.
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou  De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a -, faz-se necessário o emprego da crase.
Campinas. = Volto de Campinas. (crase pra Ensino à distância.
quê?) Ensino a distância.
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)  Em locuções adverbiais formadas por palavras re-
petidas, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
Quando o nome de lugar estiver especificado, ocor- Eu o seguirei passo a passo.
rerá crase. Veja:
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo Casos em que não se admite o emprego da crase:
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Irei à Salvador de Jorge Amado. Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Esta caneta pertence a Pedro.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo
regente exigir complemento regido da preposição “a”. Antes de verbos no infinitivo.
Entregamos a encomenda àquela menina. Ele estava a cantar.
(preposição + pronome demonstrativo) Começou a chover.

Iremos àquela reunião. Antes de numeral.


(preposição + pronome demonstrativo) O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando
criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) Observações:
(preposição + pronome demonstrativo)  Nos casos em que o numeral indicar horas – fun-
cionando como uma locução adverbial feminina –
A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad- ocorrerá crase: Os passageiros partirão às dezenove
verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento horas.
grave:  Diante de numerais ordinais femininos a crase está
 locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às confirmada, visto que estes não podem ser empre-
pressas, à vontade... gados sem o artigo: As saudações foram direciona-
 locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro- das à primeira aluna da classe.
cura de...  Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando
 locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que. essa não se apresentar determinada: Chegamos to-
dos exaustos a casa.
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto
a função de locuções não ocorrerá crase. Repare: adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
Eu adoro a noite! exaustos à casa de Marcela.
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não  Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa
preposição. indicar chão firme: Quando os navegantes regressa-
ram a terra, já era noite.
Casos passíveis de nota: Contudo, se o termo estiver precedido por um de-
terminante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase.
 A crase é facultativa diante de nomes próprios fe- Paulo viajou rumo à sua terra natal.
mininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza. O astronauta voltou à Terra.
 Também é facultativa diante de pronomes posses-
sivos femininos: O diretor fez referência a (à) sua  Não ocorre crase antes de pronomes que reque-
empresa. rem o uso do artigo.
 Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja Os livros foram entregues a mim.
ficará aberta até as (às) dezoito horas. Dei a ela a merecida recompensa.
LÍNGUA PORTUGUESA

 Constata-se o uso da crase se as locuções prepo-


sitivas à moda de, à maneira de apresentarem-se  Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos
implícitas, mesmo diante de nomes masculinos: à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o
Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à uso da crase está confirmado no “a” que os antece-
moda de Luís XV) de, no caso de o termo regente exigir a preposição.
 Não se efetiva o uso da crase diante da locução Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana,
observamos a queima de fogos a distância.

61
 Não ocorre crase antes de nome feminino utiliza- Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis pelo
do em sentido genérico ou indeterminado: dinheiro público que, por alguma razão, não a cumpriram.
Estamos sujeitos a críticas. De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigorosa, se nem
Refiro-me a conversas paralelas. nas condições atuais esses responsáveis estão sendo capa-
zes de cumpri-la? O problema não está na lei. Mudá-la pode
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ser o pretexto não para torná-la mais rigorosa, mas para atri-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa buir-lhe alguma flexibilidade que a desfigure. O verdadeiro
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. problema é a dificuldade do setor público de adaptar suas
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- despesas às receitas em queda por causa da crise.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adapta-
ções).
SITE
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-cra- O emprego do acento grave em “às receitas” decorre da
se-.html regência do verbo “adaptar” e da presença do artigo defi-
nido feminino determinando o substantivo “receitas”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Resposta: Certo. Texto: O verdadeiro problema é a di-
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Cespe ficuldade do setor público de adaptar suas despesas às
– 2014 – adaptada) O acento indicativo de crase em “à receitas em queda por causa da crise = quem adapta,
humanidade e à estabilidade” é de uso facultativo, razão adapta algo/alguém A algo/alguém.
por que sua supressão não prejudicaria a correção gra-
matical do texto. 3. (Fnde – Técnico em Financiamento e Execução de
Programas e Projetos Educacionais – cespe – 2012) O
( ) CERTO ( ) ERRADO emprego do sinal indicativo de crase em “adequando os
objetivos às necessidades” justifica-se pela regência do ver-
Resposta: Errado. Retomemos o contexto: (...) O uso bo adequar, que exige complemento regido pela preposi-
indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e per- ção “a”, e pela presença de artigo definido feminino antes
sistente ameaça à humanidade e à estabilidade das es- de “necessidades”.
truturas e valores políticos (...).
O uso do acento indicativo de crase é obrigatório, já ( ) CERTO ( ) ERRADO
que os termos “humanidade” e “estabilidade” comple- Resposta: Certo. Adequar o quê? – os objetivos (obje-
mentam o nome “ameaça” – “ameaça a quê? a quem?” to direto) – adequar o quê a quê? – a + as (=às) neces-
= a regência nominal pede preposição. sidades – objeto indireto. A explicação do enunciado
está correta.
2. (TCE-PA – Conhecimentos Básicos – AUDITOR DE
CONTROLE EXTERNO – EDUCACIONAL – Cespe – 2016) 4. (Tribunal de Justiça-se – Técnico Judiciário – cespe
– 2014 – adaptada) No trecho “deu início à sua cami-
Texto CB1A1BBB nhada cósmica”, o emprego do acento grave indicativo
de crase é obrigatório.
Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com
o funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou que ( ) CERTO ( ) ERRADO
estouraram o limite de gastos com pessoal fixado pela Lei
Complementar n.º 101/2000, denominada Lei de Respon- Resposta: Errado. “deu início à sua caminhada cós-
sabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria legis- mica” – o uso do acento indicativo de crase, neste caso, é
lação destinada a assegurar, como alegam, maior rigor na facultativo (antes de pronome possessivo).
gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de respon-
sabilidade fiscal para, segundo argumentam, fortalecer a
estrutura legal que protege o dinheiro público do mau uso
por gestores irresponsáveis.
Examinando-se a situação financeira dos estados que pre-
param sua versão da lei de responsabilidade fiscal, fica di-
LÍNGUA PORTUGUESA

fícil aceitar a argumentação. Desde maio de 2000, quando


entrou em vigor a LRF, esses estados, como os demais,
estão sujeitos a regras precisas para a gestão do dinheiro
público, para a criação de despesas e, em particular, para
os gastos com pessoal. Por que, tendo descumprido al-
gumas dessas regras, estariam interessados em torná-las
ainda mais rigorosas?

62
Período composto é aquele constituído por duas ou
SINTAXE: COORDENAÇÃO E mais orações:
SUBORDINAÇÃO. Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.

1.1. Termos da Oração


Frase, oração e período
1.1.1 Termos essenciais
1. Sintaxe da Oração e do Período
O sujeito e o predicado são considerados termos es-
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para senciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por para a formação das orações. No entanto, existem ora-
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato- ções formadas exclusivamente pelo predicado. O que de-
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou fine a oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo
muito ontem à noite. que estabelece concordância com o verbo.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em O candidato está preparado.
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais Os candidatos estão preparados.
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
sentido global: to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
A) frases interrogativas = o emissor da mensagem for- minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
mula uma pergunta: Que dia é hoje?
no singular: candidato = está).
B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz
A função do sujeito é basicamente desempenhada
um pedido: Dê-me uma luz!
por substantivos, o que a torna uma função substantiva
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um esta-
da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer
do afetivo: Que dia abençoado! outras palavras substantivadas (derivação imprópria)
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A também podem exercer a função de sujeito.
prova será amanhã. Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
tantivo)
Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
(oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: plo: substantivo)
sujeito e predicado.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo Os sujeitos são classificados a partir de dois elemen-
em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o tos: o de determinação ou indeterminação e o de núcleo
tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da do sujeito.
frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o Um sujeito é determinado quando é facilmente
que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo identificado pela concordância verbal. O sujeito determi-
a declaração do que se atribui ao sujeito. nado pode ser simples ou composto.
Quando o núcleo da declaração está no verbo (que indi- A indeterminação do sujeito ocorre quando não é
que ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signifi- possível identificar claramente a que se refere a concor-
cativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não
em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um pre- interessa indicar precisamente o sujeito de uma oração.
dicado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os Estão gritando seu nome lá fora.
que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação): Trabalha-se demais neste lugar.
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação O sujeito simples é o sujeito determinado que apre-
(predicado verbal) senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o núcleo plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo,
é “fácil” (predicado nominal) sublinhei os núcleos dos sujeitos:
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída Nós estudaremos juntos.
A humanidade é frágil.
por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
Ninguém se move.
completo. O período pode ser simples ou composto.
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve
uma derivação imprópria, tranformando-o em substan-
Período simples é aquele constituído por apenas uma
LÍNGUA PORTUGUESA

tivo)
oração, que recebe o nome de oração absoluta. As crianças precisam de alimentos saudáveis.
Chove.
A existência é frágil. O sujeito composto é o sujeito determinado que
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso. apresenta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
Ela e eu sabemos o conteúdo.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.

63
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a Está tarde.
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o Já são dez horas.
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo Faz frio nesta época do ano.
do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido Há muitos concursos com inscrições abertas.
pela desinência verbal ou pelo contexto.
Abolimos todas as regras. = (nós) Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
Falaste o recado à sala? = (tu) informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na se- um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado
gunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os é aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com ex-
pronomes não estejam explícitos. ceção do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implíci- difere do sujeito numa oração é o seu predicado.
to na desinência verbal “-mos” Chove muito nesta época do ano.
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na de- Houve problemas na reunião.
sinência verbal “-ais”
Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Mas: cado. Na segunda oração, “problemas” funciona como
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós objeto direto.
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós As questões estavam fáceis!
Sujeito simples = as questões
O sujeito indeterminado surge quando não se quer - Predicado = estavam fáceis
ou não se pode - identificar a que o predicado da oração
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
contrário, teríamos uma oração sem sujeito. Sujeito = uma ideia estranha
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermi- Predicado = passou-me pelo pensamento
nado de duas maneiras:
Para o estudo do predicado, é necessário verificar
se seu núcleo é um nome (então teremos um predicado
A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
nominal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se con-
o sujeito não tenha sido identificado anteriormen-
siderar também se as palavras que formam o predicado
te:
referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da
Bateram à porta;
oração.
Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres
nistro. de opinião.
Predicado
Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
ou composto: O predicado acima apresenta apenas uma palavra
Os meninos bateram à porta. (simples) que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto) ligam direta ou indiretamente ao verbo.
A cidade está deserta.
B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres- O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típi- -se ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como
ca dos verbos que não apresentam complemento elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o
direto: sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta =
Precisa-se de mentes criativas. predicativo do sujeito).
Vivia-se bem naqueles tempos.
Trata-se de casos delicados. O predicado verbal é aquele que tem como núcleo
Sempre se está sujeito a erros. significativo um verbo:
Chove muito nesta época do ano.
O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice Estudei muito hoje!
de indeterminação do sujeito. Compraste a apostila?

As orações sem sujeito, formadas apenas pelo pre- Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
dicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam
mensagem está centrada no processo verbal. Os princi- processos.
LÍNGUA PORTUGUESA

pais casos de orações sem sujeito com:


 os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Amanheceu. O predicado nominal é aquele que tem como nú-
Está trovejando. cleo significativo um nome; este atribui uma qualidade
ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo
 os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a ou-
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tro nome da oração por meio de um verbo (o verbo de
tempo em geral: ligação).

64
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado a crise)
do sujeito: Os dados parecem corretos. O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como Gosto de música popular brasileira.
elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele Necessito de ajuda.
relacionadas.
A função de predicativo é exercida, normalmente, 1.2.1 Objeto Pleonástico
por um adjetivo ou substantivo.
É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos.
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- Normalmente, as frases em que ocorrem objetos
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No pleonásticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir objeto, antecipado para o início da oração; em seguida,
ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto). ele é repetido através de um pronome oblíquo. É à repe-
tição que se dá o nome de objeto pleonástico.
“Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçal-
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
ves Dias)
nificativo, indicando processos. É também sempre por
intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com
objeto pleonástico
o termo a que se refere.
O dia amanheceu ensolarado; Ao traidor, nada lhe devemos.
As mulheres julgam os homens inconstantes.
O termo que integra o sentido de um nome chama-se
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta complemento nominal, que se liga ao nome que com-
duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de pleta por intermédio de preposição:
ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a pala-
um verbal e outro nominal. vra “necessária”
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado. Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”

No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona 1.3 Termos acessórios da oração e vocativo
o complemento homens com o predicativo “inconstan-
tes”. Os termos acessórios recebem este nome por serem
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
1.2 Termos integrantes da oração junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o voca-
tivo – este, sem relação sintática com outros temos da
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o oração.
complemento nominal são chamados termos integrantes
da oração. O adjunto adverbial é o termo da oração que indi-
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
Os complementos verbais integram o sentido dos sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função
verbos transitivos, com eles formando unidades signifi- adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
cativas. Estes verbos podem se relacionar com seus com- exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei
plementos diretamente, sem a presença de preposição, a pé àquela velha praça.
ou indiretamente, por intermédio de preposição.
O adjunto adnominal é o termo acessório que de-
O objeto direto é o complemento que se liga dire-
termina, especifica ou explica um substantivo. É uma fun-
tamente ao verbo.
ção adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas
Houve muita confusão na partida final.
que exercem o papel de adjunto adnominal na oração.
Queremos sua ajuda.
Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os
numerais e os pronomes adjetivos.
O objeto direto preposicionado ocorre principal- O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
mente: amigo de infância.
A) com nomes próprios de pessoas ou nomes co-
muns referentes a pessoas:
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjunto adnominal se liga diretamente ao subs-


Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais. tantivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi- predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de um
na-se: objeto direto preposicionado) verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes O poeta deixou-a.
de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero (originalíssima não precisou ser repetida, portanto:
cansar a Vossa Senhoria. adjunto adnominal)

65
O poeta português deixou uma obra inacabada. Podemos dizer:
O poeta deixou-a inacabada. 1. Estou comprando um protetor solar.
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo 2. Irei à praia.
do objeto)
Separando as duas, vemos que elas são independen-
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um tes. Tal período é classificado como Período Composto
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se por Coordenação.
relaciona apenas ao substantivo. Quanto à classificação das orações coordenadas, te-
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um Sindéticas.
termo que exerça qualquer função sintática: Ontem, se-
gunda-feira, passei o dia mal-humorado. A) Coordenadas Assindéticas
São orações coordenadas entre si e que não são li-
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tem- gadas através de nenhum conectivo. Estão apenas jus-
po “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao tapostas.
termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: Se- Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
gunda-feira passei o dia mal-humorado.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu B) Coordenadas Sindéticas
valor na oração, em: Ao contrário da anterior, são orações coordenadas
A) explicativo: A linguística, ciência das línguas hu- entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção
manas, permite-nos interpretar melhor nossa rela- coordenativa, que dará à oração uma classificação. As
ção com o mundo. orações coordenadas sindéticas são classificadas em cin-
B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas co tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
coisas: amor, arte, ação. explicativas.
C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e so-
Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
nho, tudo forma o carnaval.
 Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas:
D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fi-
suas principais conjunções são: e, nem, não só... mas tam-
xaram-se por muito tempo na baía anoitecida.
bém, não só... como, assim... como.
Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
O vocativo é um termo que serve para chamar, in-
Comprei o protetor solar e fui à praia.
vocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não
mantendo relação sintática com outro termo da oração.
 Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas:
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substan- suas principais conjunções são: mas, contudo, to-
tivos, pronomes substantivos, numerais e palavras subs- davia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim,
tantivadas esse papel na linguagem. senão.
João, venha comigo! Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
Traga-me doces, minha menina! Li tudo, porém não entendi!
1.4 Períodos Compostos  Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas:
1.4.1 Período Composto por Coordenação suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora;
quer...quer; seja...seja.
O período composto se caracteriza por possuir mais Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
de uma oração em sua composição. Sendo assim:
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma  Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas:
oração) suas principais conjunções são: logo, portanto, por
Estou comprando um protetor solar, depois irei à fim, por conseguinte, consequentemente, pois (pos-
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas posto ao verbo).
orações) Passei no concurso, portanto comemorarei!
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar A situação é delicada; devemos, pois, agir.
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três
orações).  Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas:
suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a sa-
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer ber, na verdade, pois (anteposto ao verbo).
LÍNGUA PORTUGUESA

entre as orações de um período composto: uma relação Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
de coordenação ou uma relação de subordinação. mingo.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco
de informações, marcado pela pontuação final), mas têm, 1.4.2 Perío
ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
(Período Composto)

66
do Composto Por Subordinação

Quero que você seja aprovado!


Oração principal oração subordinada
Observe que na oração subordinada temos o verbo “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular do pre-
sente do subjuntivo, além de ser introduzida por conjunção. As orações subordinadas que apresentam verbo em qualquer
dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por conjunção, chamam-se
orações desenvolvidas ou explícitas.

Podemos modificar o período acima. Veja:


Quero ser aprovado.
Oração Principal Oração Subordinada

A análise das orações continua sendo a mesma: “Quero” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su-
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso, a
conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa
das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) são chamadas de orações reduzidas ou implícitas (como no
exemplo acima).

Observação:
As orações reduzidas não são introduzidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente,
introduzidas por preposição.

A) Orações Subordinadas Substantivas


A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante
(que, se).

Não sei se sairemos hoje.


Oração Subordinada Substantiva

Temos medo de que não sejamos aprovados.


Oração Subordinada Substantiva

Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introduzem as orações subordinadas substantivas, bem
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como).

O garoto perguntou qual seu nome.


Oração Subordinada Substantiva

Não sabemos quando ele virá.


Oração Subordinada Substantiva

1.4.3 Classificação das Orações Subordinadas Substantivas

Conforme a função que exerce no período, a oração subordinada substantiva pode ser:
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal:
É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Sujeito

É fundamental que você compareça à reunião.


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
LÍNGUA PORTUGUESA

67
FIQUE ATENTO!
Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim, temos
um período simples:
É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a função de sujeito.

Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal:


 Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece
certo - É claro - Está evidente - Está comprovado
É bom que você compareça à minha festa.

 Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado,
Ficou provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

 Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer


Convém que não se atrase na entrevista.

Observação:
Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa do
singular.
2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto do verbo da oração principal:
Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto

Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso)


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas (desenvolvidas) são iniciadas por:


 Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
 Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
 Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
não sei por que ela fez isso.

3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.

Meu pai insiste em meu estudo.


Objeto Indireto

Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste nisso)


Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Observação:
Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

4. Completiva Nominal = completa um nome que pertence à oração principal e também vem marcada por pre-
posição.
Sentimos orgulho de seu comportamento.
Complemento Nominal
LÍNGUA PORTUGUESA

Sentimos orgulho de que você se comportou. (= Sentimos orgulho disso.)


Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

As orações subordinadas substantivas objetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações
subordinadas substantivas completivas nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é ne-
cessário levar em conta o termo complementado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o complemento nominal:
o primeiro complementa um verbo; o segundo, um nome.

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5. Predicativa = exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo
ser.
Nosso desejo era sua desistência.
Predicativo do Sujeito

Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo era isso)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa

6. Apositiva = exerce função de aposto de algum termo da oração principal.


Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
Aposto
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
Oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo

(Fernanda tinha um grande sonho: isso)

Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )

B) Orações Subordinadas Adjetivas


Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)

O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
Esta foi uma redação que fez sucesso.
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva

Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita
pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma fun-
ção sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso, “redação”
é sujeito, então o “que” também funciona como sujeito).

FIQUE ATENTO!
Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser substi-
tuído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Forma das Orações Subordinadas Adjetivas

Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as ora-
ções subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas redu-
zidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o verbo
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo
“que” e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada adje-
tiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas

Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de
duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem, individuali-
zando-o. Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem tam-
bém orações que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente
definido. Estas orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.

69
Exemplo 1: vida, pois é introduzida por uma conjunção subordina-
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que tiva (quando) e apresenta uma forma verbal do modo
passava naquele momento. indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva possível reduzi-la, obtendo-se:
Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de mi-
No período acima, observe que a oração em desta- nha vida.
que restringe e particulariza o sentido da palavra “ho- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
mem”: trata-se de um homem específico, único. A oração das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não
limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por
os homens, mas sim àquele que estava passando naque- uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
le momento.
Exemplo 2: Observação:
A classificação das orações subordinadas adverbiais
O homem, que se considera racional, muitas vezes é feita do mesmo modo que a classificação dos adjun-
age animalescamente. tos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa oração.

Agora, a oração em destaque não tem sentido restri- 2. Classificação das Orações Subordinadas Adver-
tivo em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas biais
explicita uma ideia que já sabemos estar contida no con-
ceito de “homem”. A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
Saiba que: que se declara na oração principal. Principal conjunção
A oração subordinada adjetiva explicativa é separa- subordinativa causal: porque. Outras conjunções e locu-
da da oração principal por uma pausa que, na escrita, ções causais: como (sempre introduzido na oração ante-
é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a posta à oração principal), pois, pois que, já que, uma vez
que, visto que.
pontuação seja indicada como forma de diferenciar as
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito
orações explicativas das restritivas; de fato, as explicativas
forte.
vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.
Já que você não vai, eu também não vou.
C) Orações Subordinadas Adverbiais
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
Uma oração subordinada adverbial é aquela que
sindética explicativa é que esta “explica” o fato que acon-
exerce a função de adjunto adverbial do verbo da ora-
teceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apre-
ção principal. Assim, pode exprimir circunstância de tem- senta a “causa” do acontecimento expresso na oração à
po, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando qual ela se subordina. Repare:
desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções 1. Faltei à aula porque estava doente.
subordinativas (com exclusão das integrantes, que intro- 2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
duzem orações subordinadas substantivas). Classifica-se Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa)
de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o
a introduz (assim como acontece com as coordenadas fato de estar doente impediu-me de ir à aula. No
sindéticas). exemplo 2, a oração sublinhada relata um fato que
aconteceu depois, já que primeiro ela chorou, de-
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. pois seus olhos ficaram vermelhos.
Oração Subordinada Adverbial
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-
A oração em destaque agrega uma circunstância de cia, é efeito do que se declara na oração principal.
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada ad- São introduzidas pelas conjunções e locuções: que,
verbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos aces- de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas
sórios que indicam uma circunstância referente, via de estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que.
regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
depende da exata compreensão da circunstância que ex- (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
prime. Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de concretizando-os.
minha vida. Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Redu-
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de zida de Infinitivo)


minha vida.
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe
No primeiro período, “naquele momento” é um ad- como necessário para a realização ou não de um
junto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal fato. As orações subordinadas adverbiais condicio-
“senti”. No segundo período, este papel é exercido pela nais exprimem o que deve ou não ocorrer para que
oração “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração se realize - ou deixe de se realizar - o fato expresso
subordinada adverbial temporal. Esta oração é desenvol- na oração principal.

70
Principal conjunção subordinativa condicional: se. ções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, des- passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...
de que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, (maior), quanto maior...(menor), quanto menor...
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). (maior), quanto menor...(menor), quanto mais...
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, (mais), quanto mais...(menos), quanto menos...
certamente o melhor time será campeão. (mais), quanto menos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertá-
vamos.
D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradi-
ção ou um fato inesperado. A ideia de concessão I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao
está diretamente ligada ao contraste, à quebra de fato expresso na oração principal, podendo expri-
expectativa. Principal conjunção subordinativa con- mir noções de simultaneidade, anterioridade ou
cessiva: embora. Utiliza-se também a conjunção: posterioridade. Principal conjunção subordinativa
conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, temporal: quando. Outras conjunções subordina-
mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. tivas temporais: enquanto, mal e locuções conjun-
Só irei se ele for. tivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita. Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Compare agora com: Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando ter-
Irei mesmo que ele não vá. minou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: 3. Orações Reduzidas
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida.
A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial
As orações subordinadas podem vir expressas como
concessiva.
reduzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas
Observe outros exemplos:
nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem co-
Embora fizesse calor, levei agasalho.
nectivo subordinativo que as introduza.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
É preciso estudar! = reduzida de infinitivo
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
É preciso que se estude = oração desenvolvida (pre-
E) Comparativa= As orações subordinadas adver-
sença do conectivo)
biais comparativas estabelecem uma comparação
Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam
com a ação indicada pelo verbo da oração princi-
pal. Principal conjunção subordinativa comparati- “desenvolvidas” – como no exemplo acima.
va: como. É preciso estudar = oração subordinada substantiva
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) subjetiva reduzida de infinitivo
Você age como criança. (age como uma criança age) É preciso que se estude = oração subordinada subs-
tantiva subjetiva
• geralmente há omissão do verbo.
4. Orações Intercaladas
F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado São orações independentes encaixadas na sequên-
para a execução do que se declara na oração prin- cia do período, utilizadas para um esclarecimento, um
cipal. Principal conjunção subordinativa conforma- aparte, uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou
tiva: conforme. Outras conjunções conformativas: travessões.
como, consoante e segundo (todas com o mesmo Nós – continuava o relator – já abordamos este as-
valor de conforme). sunto.
Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
direitos iguais. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
se declara na oração principal. Principal conjunção Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
subordinativa final: a fim de. Outras conjunções Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
LÍNGUA PORTUGUESA

finais: que, porque (= para que) e a locução con- São Paulo: Saraiva, 2002.
juntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas. SITE
Estudarei muito para que eu me saia bem na prova. http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/
H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou frase-periodo-e-oracao
seja, um fato simultâneo ao expresso na oração
principal. Principal locução conjuntiva subordina-
tiva proporcional: à proporção que. Outras locu-

71
PONTUAÇÃO.
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (Cnj – Técnico Judiciário – cespe – 2013 – adaptada) Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
Jogadores de futebol de diversos times entraram em cam- servem para compor a coesão e a coerência textual, além
po em prol do programa “Pai Presente”, nos jogos do Cam- de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
peonato Nacional em apoio à campanha que visa reduzir Um texto escrito adquire diferentes significados quando
o número de pessoas que não possuem o nome do pai em pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
sua certidão de nascimento. (...) depende, em certos momentos, da intenção do autor do
A oração subordinada “que não possuem o nome do pai discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamen-
em sua certidão de nascimento” não é antecedida por vír- te relacionados ao contexto e ao interlocutor.
gula porque tem natureza restritiva.
Principais funções dos sinais de pontuação
( ) CERTO ( ) ERRADO
A) Ponto (.)
Resposta: Certo. A oração restringe o grupo que par-
ticipará da campanha (apenas os que não têm o nome  Indica o término do discurso ou de parte dele, en-
do pai na certidão de nascimento). Se colocarmos uma cerrando o período.
vírgula, a oração se tornará “explicativa”, generalizan-  Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com-
do a informação, o que dará a entender que TODAS as panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final
pessoas não têm o nome do pai na certidão. de período, este não receberá outro ponto; neste
caso, o ponto de abreviatura marca, também, o fim
2. (Instituto Rio Branco – Admissão à Carreira de Di- de período. Exemplo: Estudei português, matemári-
plomata – cespe – 2014 – adaptada) ca, constitucional, etc. (e não “etc..”)
 Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma ponto, assim como após o nome do autor de uma
literatura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o citação:
brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos Haverá eleições em outubro
e poetas. Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napo-
um cronista, por melhor que fosse. Portanto, parece mes- leão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
mo que a crônica é um gênero menor.  Os números que identificam o ano não utili-
“Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque, sendo as- zam ponto nem devem ter espaço a separá-los,
sim, ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir bem como os números de CEP: 1975, 2014, 2006,
de caminho não apenas para a vida, que ela serve de 17600-250.
perto, mas para a literatura. Por meio dos assuntos, da
composição solta, do ar de coisa sem necessidade que B) Ponto e Vírgula (;)
costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo
dia. Principalmente porque elabora uma linguagem que  Separa várias partes do discurso, que têm a mes-
fala de perto ao nosso modo de ser mais natural. Na sua ma importância: “Os pobres dão pelo pão o traba-
despretensão, humaniza; e esta humanização lhe permi- lho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos
te, como compensação sorrateira, recuperar com a outra generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum espí-
mão certa profundidade de significado e certo acaba- rito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
mento de forma, que de repente podem fazer dela uma  Separa partes de frases que já estão separadas por
inesperada, embora discreta, candidata à perfeição. vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; ou-
Antonio Candido. A vida ao rés do chão. In: Recortes. São tros, montanhas, frio e cobertor.
Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 23 (com adapta-  Separa itens de uma enumeração, exposição de
ções). motivos, decreto de lei, etc.
Ir ao supermercado;
As formas verbais “imagina” (R.1), “atribuir” (R.4) e “ser- Pegar as crianças na escola;
vir” (R.8) foram utilizadas como verbos transitivos indi- Caminhada na praia;
retos. Reunião com amigos.

( ) CERTO ( ) ERRADO C) Dois pontos (:)


LÍNGUA PORTUGUESA

Resposta: Errado.  Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio


imagina uma literatura = transitivo direto Coutinho trata este assunto:
atribuir o Prêmio Nobel a um cronista = bitransitivo  Antes de um aposto = Três coisas não me agra-
(transitivo direto e indireto) dam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
pode servir de caminho = intransitivo  Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá es-
tava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
a rotina de sempre.

72
 Em frases de estilo direto B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
Maria perguntou: pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
- Por que você não toma uma decisão? C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.
D) Ponto de Exclamação (!)
3. Para separar entre si elementos coordenados
 Usa-se para indicar entonação de surpresa, cóle- (dispostos em enumeração):
ra, susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
casar com você! A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e ani-
 Depois de interjeições ou vocativos mais.
Ai! Que susto!
João! Há quanto tempo! 4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós que-
remos comer pizza; e vocês, churrasco.
E) Ponto de Interrogação (?)
5. Para isolar:
 Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole bra-
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze- sileira, possui um trânsito caótico.
vedo) B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
Observações: Considerando-se que “etc.” é abrevia-
F) Reticências (...) tura da expressão latina et coetera, que significa “e ou-
tras coisas”, seria dispensável o emprego da vírgula antes
 Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lá- dele. Porém, o acordo ortográfico em vigor no Brasil exi-
pis, canetas, cadernos... ge que empreguemos etc. predecido de vírgula: Falamos
de política, futebol, lazer, etc.
 Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero
As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
dizer... é verdad... Ah!”
binados o ponto de interrogação e o de exclamação:
 Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
Você falou isso para ela?!
mal... pega doutor?
 Indica que o sentido vai além do que foi dito: Dei-
Temos, ainda, sinais distintivos:
xa, depois, o coração falar...
 a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa-
ração de siglas (IOF/UPC);
G) Vírgula (,)
 os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira
Não se usa vírgula: opção aos parênteses, principalmente na matemá-
tica;
Separando termos que, do ponto de vista sintático,  o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a
ligam-se diretamente entre si: uma nota de rodapé ou no fim do livro, para subs-
1. Entre sujeito e predicado: tituir um nome que não se quer mencionar.
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
2. Entre o verbo e seus objetos: char - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Re-
O trabalho custou sacrifício aos form. – São Paulo: Saraiva, 2010.
realizadores. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa.
V.T.D.I. O.D. O.I. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

Usa-se a vírgula: SITE


Disponível em: <http://www.infoescola.com/portu-
1. Para marcar intercalação: gues/pontuacao/>
A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua Disponível em: <http://www.brasilescola.com/grama-
abundância, vem caindo de preço. tica/uso-da-virgula.htm>
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
produzindo, todavia, altas quantidades de alimen-
tos.
LÍNGUA PORTUGUESA

C) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-


trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto
é, não querem abrir mão dos lucros altos.

2. Para marcar inversão:


A) do adjunto adverbial (colocado no início da ora-
ção): Depois das sete horas, todo o comércio está de
portas fechadas.

73
No texto 1, os termos inseridos nos parênteses – na Ale-
manha imperial de Bismarck e na Itália fascista de Musso-
EXERCÍCIOS COMENTADOS lini – têm a finalidade textual de:

1. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) a) enumerar os sistemas políticos fechados do passado;


O enunciado em que a vírgula foi empregada em desa- b) destacar os sistemas onde se originaram os regimes
cordo com as regras de pontuação é trabalhista e previdenciário;
c) criticar o atraso político de alguns sistemas da História;
a) Como esse metal é limitado, isso garantia que a produ- d) condenar nossos regimes trabalhista e previdenciário
ção de dinheiro fosse também limitada. por serem muito antigos;
b) Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- e) exemplificar alguns dos nossos erros do passado.
-ouro.
c) Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é Resposta: Letra B. Arquitetados de início em siste-
criado assim, inventado em canetaços a partir da con- mas políticos fechados (na Alemanha imperial de Bis-
cessão de empréstimos. marck e na Itália fascista de Mussolini) = os termos
d) Assim, o sistema monetário atual funciona com uma entre parênteses servem para se referir aos sistemas
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. políticos fechados, exemplificando-os.
e) Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abun- Em “a”, enumerar os sistemas políticos fechados do
dante porque é gerada pela simples manipulação de passado = incorreta
bancos de dados. Em “b”, destacar os sistemas onde se originaram os
regimes trabalhista e previdenciário = correta
Resposta: Letra E. O enunciado pede a alternativa em Em “c”, criticar o atraso político de alguns sistemas da
desacordo: História = incorreta
Em “a”, Como esse metal é limitado, isso garantia que Em “d”, condenar nossos regimes trabalhista e previ-
a produção de dinheiro fosse também limitada = cor- denciário por serem muito antigos = incorreta
reta Em “e”, exemplificar alguns dos nossos erros do pas-
Em “b”, Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o sado = incorreta
padrão-ouro = correta
Em “c”, Praticamente todo o dinheiro que existe no 3. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE DA-
mundo é criado assim, inventado em canetaços a par- DOS – FGV-2010) Assinale a alternativa em que a vírgula
tir da concessão de empréstimos = correta está corretamente empregada.
Em “d”, Assim, o sistema monetário atual funciona
com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e a) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode
abundante = correta ser considerado, sem dúvida, um desvio de caráter.
Em “e”, Escassa porque só banqueiros podem criá-la, b) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora
(X) e abundante porque é gerada pela simples mani- competente, nem sempre conseguia resolvê-los.
pulação de bancos de dados = incorreta - a vírgula c) Ainda que os níveis de educação estivessem avançan-
pode ser utilizada antes da conjunção “e”, desde que do, o sentimento geral, às vezes, era de frustração.
haja mudança de sujeito, por exemplo (o que não d) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, mui-
acontece na questão) tos sofreriam sanções diariamente.
e) O tempo não para as transformações sociais são ur-
2. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO gentes mas há quem não perceba esse fato, que é evi-
GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) dente.

Texto 1 Resposta: Letra C. Indiquei com (X) os lugares inade-


quados e acrescentei a pontuação que faltou:
Em artigo publicado no jornal carioca O Globo, 19/3/2018, Em “a”, O jeitinho, essa instituição tipicamente brasi-
com o nome Erros do passado, o articulista Paulo Gue- leira , pode ser considerado, sem dúvida, um desvio
des escreve o seguinte: “Os regimes trabalhista e pre- de caráter.
videnciário brasileiros são politicamente anacrônicos, Em “b”, Apareciam novos problemas , (X) e o funcio-
economicamente desastrosos e socialmente perversos. nário , embora competente, nem sempre conseguia
Arquitetados de início em sistemas políticos fechados resolvê-los.
(na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista de Em “c”, Ainda que os níveis de educação estivessem
Mussolini), e desde então cultivados por obsoletos pro- avançando, o sentimento geral, às vezes, era de frustra-
LÍNGUA PORTUGUESA

gramas socialdemocratas, são hoje armas de destruição ção.= correta


em massa de empregos locais em meio à competição Em “d”, É claro , (X) que se fôssemos levar a lei ao pé da
global. Reduzem a competitividade das empresas, fabri- letra, muitos sofreriam sanções diariamente.
cam desigualdades sociais, dissipam em consumo cor- Em “e”, O tempo não para , as transformações sociais
rente a poupança compulsória dos encargos recolhidos, são urgentes , mas há quem não perceba esse fato, que
derrubam o crescimento da economia e solapam o valor é evidente.
futuro das aposentadorias”. (adaptado)

74
4. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão da língua portugue-
sa, a pontuação está corretamente empregada em:

a) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando atendem, de forma voluntária, aos funcionários e à comuni-
dade em geral, pode ser definido como responsabilidade social.
b) As empresas que optam por encampar a prática da responsabilidade social, beneficiam-se de conseguir uma melhor
imagem no mercado.
c) A noção de responsabilidade social foi muito utilizada em campanhas publicitárias: por isso, as empresas precisam
relacionar-se melhor, com a sociedade.
d) A responsabilidade social explora um leque abrangente de beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de vida o
bem-estar dos trabalhadores, a redução de impactos negativos, no meio ambiente.
e) Alguns críticos da responsabilidade social defendem a ideia de que: o objetivo das empresas é o lucro e a geração
de empregos não a preocupação com a sociedade como um todo.

Resposta: Letra A. Assinalei com (X) as inadequações e destaquei as inclusões:


Em “a”: O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando atendem, de forma voluntária, aos funcionários e à
comunidade em geral, pode ser definido como responsabilidade social = correta
Em “b”: As empresas que optam por encampar a prática da responsabilidade social, (X) beneficiam-se de conseguir
uma melhor imagem no mercado.
Em “c”: A noção de responsabilidade social foi muito utilizada em campanhas publicitárias: (X) ; por isso, as empresas
precisam relacionar-se melhor, (X) com a sociedade.
Em “d”: A responsabilidade social explora um leque abrangente de beneficiários, envolvendo , assim: (X) , a qualida-
de de vida , o bem-estar dos trabalhadores, (X) e a redução de impactos negativos, (X) no meio ambiente.
Em “e”: Alguns críticos da responsabilidade social defendem a ideia de que: (X) o objetivo das empresas é o lucro e
a geração de empregos , não a preocupação com a sociedade como um todo.

5. (PC-SP - Investigador de Polícia – Vunesp-2014)

De acordo com a norma-padrão, no primeiro quadrinho, na fala de Hagar, deve ser utilizada uma vírgula, obrigatoria-
mente,

a) antes da palavra “olho”.


b) antes da palavra “e”.
c) depois da palavra “evitar”.
d) antes da palavra “evitar”.
e) depois da palavra “e”.

Resposta: Letra C. “Não posso evitar doutor” = no diálogo, Hagar fala com o doutor (vocativo); portanto, presença
obrigatória de vírgula após o verbo “evitar”.

6. (TJ-RS – JUIZ DE DIREITO – SUBSTITUTO – VUNESP-2018) No trecho do primeiro parágrafo do texto – Nas escolas
da Catalunha, a separação da Espanha tem apoio maciço. É uma situação que contrasta com outros lugares de Barcelona,
LÍNGUA PORTUGUESA

uma cidade que vive hoje em duas dimensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas, que se cotovelam nos pontos
turísticos da cidade, … –, empregam-se as vírgulas para separar as expressões destacadas porque elas

a) acrescem às informações precedentes comentários que lhes ampliam o sentido.


b) sintetizam as ideias centrais das informações precedentes.
c) apresentam informações que se opõem às informações precedentes.
d) retificam as informações precedentes, dando-lhes o correto matiz semântico.
e) estabelecem certas restrições de sentido às informações precedentes.

75
Resposta: Letra A. É uma situação que contrasta com Outros procedimentos rotineiros na redação de co-
outros lugares de Barcelona, uma cidade que vive municações oficiais foram incorporados ao longo do
hoje em duas dimensões. De um lado, há a Barcelona tempo, como as formas de tratamento e de cortesia,
dos turistas, que se cotovelam nos pontos turísticos certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes,
da cidade etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para
Os períodos destacados acrescentam informações aos comunicações oficiais, regulados pela Portaria n.º 1 do
termos citados anteriormente. Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937.
Acrescente-se, por fim, que a identificação que se
buscou fazer das características específicas da forma ofi-
REDAÇÃO (CONFRONTO E cial de redigir não deve ensejar o entendimento de que
RECONHECIMENTO DE FRASES CORRETAS se proponha a criação – ou se aceite a existência – de
uma forma específica de linguagem administrativa, o que
E INCORRETAS).
coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês.
Este é antes uma distorção do que deve ser a redação
oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês
O que é Redação Oficial do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção
de frases.
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a A redação oficial não é, portanto, necessariamente
maneira pela qual o Poder Público redige atos normati- árida e infensa à evolução da língua. É que sua finali-
vos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de dade básica – comunicar com impessoalidade e máxima
vista do Poder Executivo. clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoa- língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto
lidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, con- jornalístico, da correspondência particular, etc.
cisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente Apresentadas essas características fundamentais da
esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, redação oficial, passemos à análise pormenorizada de
no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou cada uma delas.
fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 1. A Impessoalidade
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, pu-
blicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impes- A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala,
soalidade princípios fundamentais de toda administração quer pela escrita. Para que haja comunicação, são neces-
pública, claro está que devem igualmente nortear a ela- sários: a) alguém que comunique, b) algo a ser comuni-
boração dos atos e comunicações oficiais. cado, e c) alguém que receba essa comunicação. No caso
Não se concebe que um ato normativo de qualquer da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço
natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou
Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Depar-
impossibilite sua compreensão. A transparência do sen-
tamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é
tido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade,
sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão
são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável
que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o
que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos.
público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão públi-
A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e
co, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
concisão.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que
Além de atender à disposição constitucional, a forma
dos atos normativos obedece a certa tradição. Há nor- deve ser dado aos assuntos que constam das comunica-
mas para sua elaboração que remontam ao período de ções oficiais decorre:
nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigato- a) da ausência de impressões individuais de quem co-
riedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de de- munica: embora se trate, por exemplo, de um expediente
zembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em
o número de anos transcorridos desde a Independência. nome do Serviço Público que é feita a comunicação. Ob-
Essa prática foi mantida no período republicano. Esses tém-se, assim, uma desejável padronização, que permite
mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformida- que comunicações elaboradas em diferentes setores da
de, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às Administração guardem entre si certa uniformidade;
comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma b) da impessoalidade de quem recebe a comunica-
única interpretação e ser estritamente impessoais e uni- ção, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um
formes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. cidadão, sempre concebido como público, ou a outro ór-
LÍNGUA PORTUGUESA

Nesse quadro, fica claro também que as comuni- gão público. Nos dois casos, temos um destinatário con-
cações oficiais são necessariamente uniformes, pois há cebido de forma homogênea e impessoal;
sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se
receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço o universo temático das comunicações oficiais se restrin-
Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão ge a questões que dizem respeito ao interesse público, é
a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições natural que não cabe qualquer tom particular ou pessoal.
tratados de forma homogênea (o público). Desta forma, não há lugar na redação oficial para im-
pressões pessoais, como as que, por exemplo, constam

76
de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de
jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial expressão, desde que não seja confundida com pobreza
deve ser isenta da interferência da individualidade que a de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto
elabora. implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos con-
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade torcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios
de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais da língua literária.
contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária Pode-se concluir, então, que não existe propriamente
impessoalidade. um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do
padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que
2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
A necessidade de empregar determinado nível de lin- sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
guagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um consagre a utilização de uma forma de linguagem buro-
lado, do próprio caráter público desses atos e comuni- crática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser
cações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
entendidos como atos de caráter normativo, ou estabe- A linguagem técnica deve ser empregada apenas em
lecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indis-
o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcan- criminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo
çado se em sua elaboração for empregada a linguagem o vocabulário próprio à determinada área, são de difícil
adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, entendimento por quem não esteja com eles familiariza-
cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e do. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em
objetividade. As comunicações que partem dos órgãos comunicações encaminhadas a outros órgãos da admi-
públicos federais devem ser compreendidas por todo e nistração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há
que evitar o uso de uma linguagem restrita a determina- 3. Formalidade e Padronização
dos grupos. Não há dúvida que um texto marcado por
As comunicações oficiais devem ser sempre formais,
expressões de circulação restrita, como a gíria, os regio-
isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já
nalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua com-
mencionadas exigências de impessoalidade e uso do pa-
preensão dificultada.
drão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa for-
Ressalte-se que há necessariamente uma distância
malidade de tratamento. Não se trata somente da eterna
entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente
dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele
dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração
pronome de tratamento para uma autoridade de certo;
de costumes, e pode eventualmente contar com outros
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual
gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns cuida a comunicação.
dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua A formalidade de tratamento vincula-se, também, à
escrita incorpora mais lentamente as transformações, necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a ad-
tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas ministração federal é una, é natural que as comunicações
de si mesma para comunicar. que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimen-
A língua escrita, como a falada, compreende diferen- to desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que
tes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por se atente para todas as características da redação oficial e
exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer que se cuide, ainda, da apresentação dos textos.
de determinado padrão de linguagem que incorpore ex- A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes
pressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um para o texto definitivo e a correta diagramação do texto
parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do são indispensáveis para a padronização.
vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há
um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz 4. Concisão e Clareza
da língua, a finalidade com que a empregamos.
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu ca- A concisão é antes uma qualidade do que uma carac-
ráter impessoal, por sua finalidade de informar com o terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do transmitir um máximo de informações com um mínimo
padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão de palavras. Para que se redija com essa qualidade, é fun-
culto é aquele em que a) se observam as regras da gra- damental que se tenha, além de conhecimento do assun-
LÍNGUA PORTUGUESA

mática formal, e b) se emprega um vocabulário comum to sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revi-
ao conjunto dos usuários do idioma. É importante res- sar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas
saltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições
redação oficial decorre do fato de que ele está acima das desnecessárias de ideias.
diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, O esforço de sermos concisos atende, basicamente,
dos modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísti- ao princípio de economia linguística, à mencionada fór-
cas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendi- mula de empregar o mínimo de palavras para informar o
da compreensão por todos os cidadãos. Lembre-se de máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como

77
economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos
passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em à sua análise, vejamos outros aspectos comuns a quase
tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inú- todas as modalidades de comunicação oficial: o empre-
teis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao go dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a
que já foi dito. identificação do signatário.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe
em todo texto de alguma complexidade: ideias funda- 6. Pronomes de Tratamento
mentais e ideias secundárias. Estas últimas podem es-
clarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; 6.1. Breve História dos Pronomes de Tratamento
mas existem também ideias secundárias que não acres-
centam informação alguma ao texto, nem têm maior re- O uso de pronomes e locuções pronominais de tra-
lação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dis- tamento tem larga tradição na língua portuguesa. De
pensadas. acordo com Said Ali, após serem incorporados ao por-
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto tuguês os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento
oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que pos- direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”,
sibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a passou-se a empregar, como expediente linguístico de
clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende es- distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no
tritamente das demais características da redação oficial. tratamento de pessoas de hierarquia superior. Prossegue
Para ela concorrem: o autor: “Outro modo de tratamento indireto consistiu
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de inter- em fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou qua-
pretações que poderia decorrer de um tratamento lidade eminente da pessoa de categoria superior, e não
personalista dado ao texto; a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princí- rei com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...);
pio, de entendimento geral e por definição avesso assim usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e
a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e adotaram-se na hierarquia eclesiástica vossa reverência,
o jargão; vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.”
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a A partir do final do século XVI, esse modo de trata-
imprescindível uniformidade dos textos; mento indireto já estava em voga também para os ocu-
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os exces- pantes de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu
sos linguísticos que nada lhe acrescentam. para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o prono-
É pela correta observação dessas características que me vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição
se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável que provém o atual emprego de pronomes de tratamen-
releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em tex- to indireto como forma de dirigirmo-nos às autoridades
tos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais civis, militares e eclesiásticas.
provém, principalmente, da falta da releitura que torna
possível sua correção. 6.2. Concordância com os Pronomes de Tratamento
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda,
se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O Os pronomes de tratamento (ou de segunda pes-
que nos parece óbvio pode ser desconhecido por ter- soa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto
ceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos à concordância verbal, nominal e pronominal. Embora
em decorrência de nossa experiência profissional muitas se refiram a segunda pessoa gramatical (à pessoa com
vezes faz com que os tomemos como de conhecimento quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam
geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo con-
esclareça, precise os termos técnicos, o significado das corda com o substantivo que integra a locução como seu
siglas e abreviações e os conceitos específicos que não núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”;
possam ser dispensados. “Vossa Excelência conhece o assunto”.
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
pressa com que são elaboradas certas comunicações pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes-
quase sempre compromete sua clareza. Não se deve soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa
proceder à redação de um texto que não seja seguida ... vosso...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pro-
por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos nomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da
atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua pessoa a que se refere, e não com o substantivo que com-
indesejável repercussão no redigir. põe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o
correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria
LÍNGUA PORTUGUESA

5. As Comunicações Oficiais deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está
atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.
5.1. Introdução
6.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento
A redação das comunicações oficiais deve, antes de
tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, As- Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento
pectos Gerais da Redação Oficial. Além disso, há caracte- obedece a secular tradição. São de uso consagrado:
rísticas específicas de cada tipo de expediente, que serão Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

78
a) do Poder Executivo; Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tra-
Presidente da República; tamento Digníssimo (DD), às autoridades arroladas na
Vice-Presidente da República; lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se
Ministros de Estado; ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do repetida evocação.
Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Vossa Senhoria é empregado para as demais autori-
Embaixadores; dades e para particulares. O vocativo adequado é:
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocu- Senhor Fulano de Tal,
pantes de cargos de natureza especial; (...)
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; No envelope, deve constar do endereçamento:
Prefeitos Municipais. Ao Senhor
Fulano de Tal
b) do Poder Legislativo: Rua ABC, n.º 123
Deputados Federais e Senadores; 12345-000 – Curitiba. PR
Ministros do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais; Como se depreende do exemplo acima, fica dispen-
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; sado o emprego do superlativo ilustríssimo para as au-
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. toridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria
e para particulares. É suficiente o uso do pronome de
c) do Poder Judiciário: tratamento Senhor.
Ministros dos Tribunais Superiores; Acrescente-se que doutor não é forma de tratamen-
Membros de Tribunais; to, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminada-
Juízes; mente. Como regra geral, empregue-o apenas em co-
Auditores da Justiça Militar. municações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por
terem concluído curso universitário de doutorado. É cos-
O vocativo a ser empregado em comunicações diri- tume designar por doutor os bacharéis, especialmente os
gidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, se- bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos,
o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às
guido do cargo respectivo:
comunicações.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
empregada, por força da tradição, em comunicações di-
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal
rigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vo-
Federal.
cativo: Magnífico Reitor, (...)
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acor-
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo
do com a hierarquia eclesiástica, são:
Senhor, seguido do cargo respectivo:
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao
Senhor Senador,
Papa. O vocativo correspondente é: Santíssimo Padre,
Senhor Juiz, (...)
Senhor Ministro, Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendís-
Senhor Governador, sima, em comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe
o vocativo: Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Eminen-
No envelope, o endereçamento das comunicações di- tíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, (...)
rigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá Vossa Excelência Reverendíssima é usado em co-
a seguinte forma: municações dirigidas a Arcebispos e Bispos;
A Sua Excelência o Senhor Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reveren-
Fulano de Tal díssima para Monsenhores, Cônegos e superiores reli-
Ministro de Estado da Justiça giosos.
70064-900 – Brasília. DF Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clé-
rigos e demais religiosos.
A Sua Excelência o Senhor
Senador Fulano de Tal 7. Fechos para Comunicações
Senado Federal
LÍNGUA PORTUGUESA

70165-900 – Brasília. DF O fecho das comunicações oficiais possui, além da


finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o des-
A Sua Excelência o Senhor tinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo uti-
Fulano de Tal lizados foram regulados pela Portaria n.º 1 do Ministério
Juiz de Direito da 10.ª Vara Cível da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com
Rua ABC, n.º 123 o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual es-
01010-000 – São Paulo. SP tabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
para todas as modalidades de comunicação oficial:

79
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente – desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado;
da República: Respeitosamente, se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que
rarquia inferior: Atenciosamente, confere maior clareza à exposição;
– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações di- reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.
rigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto
tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual nos casos em que estes estejam organizados em itens ou
de Redação do Ministério das Relações Exteriores. títulos e subtítulos. Já quando se tratar de mero encami-
nhamento de documentos a estrutura é a seguinte:
8. Identificação do Signatário – introdução: deve iniciar com referência ao expe-
diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presiden- documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a
te da República, todas as demais comunicações oficiais informação do motivo da comunicação, que é encami-
devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as nhar, indicando a seguir os dados completos do docu-
expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da mento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário,
identificação deve ser a seguinte: e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo
(espaço para assinatura) encaminhado, segundo a seguinte fórmula: “Em resposta
NOME ao Aviso n.º 12, de 1.º de fevereiro de 1991, encaminho,
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República anexa, cópia do Ofício n.º 34, de 3 de abril de 1990, do
(espaço para assinatura) Departamento Geral de Administração, que trata da re-
NOME quisição do servidor Fulano de Tal.” Ou “Encaminho, para
Ministro de Estado da Justiça exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no
12, de 1.º de fevereiro de 1991, do Presidente da Confe-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a as- deração Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de
sinatura em página isolada do expediente. Transfira para modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.”
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. – desenvolvimento: se o autor da comunicação dese-
jar fazer algum comentário a respeito do documento que
9. O Padrão Ofício
encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvol-
vimento; em caso contrário, não há parágrafos de desen-
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes
volvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.
pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se ado-
g) assinatura do autor da comunicação; e
tar uma diagramação única, que siga o que chamamos
de padrão ofício. h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do
Signatário).
10. Partes do documento no Padrão Ofício
11. Forma de diagramação
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as se-
guintes partes: Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do seguinte forma de apresentação:
órgão que o expede: Exemplos: Mem. 123/2002-MF Aviso a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman
123/2002-SG Of. 123/2002-MME de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com 10 nas notas de rodapé;
alinhamento à direita: Exemplo: b) para símbolos não existentes na fonte Times New
Brasília, 15 de março de 1991. Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e
Wingdings;
c) assunto: resumo do teor do documento Exemplos: c) é obrigatório constar a partir da segunda página o
Assunto: Produtividade do órgão em 2002. número da página;
Assunto: Necessidade de aquisição de novos compu- d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão
tadores. ser impressos em ambas as faces do papel. Neste
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem caso, as margens esquerda e direita terão as dis-
é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser in- tâncias invertidas nas páginas pares (“margem es-
cluído também o endereço. pelho”);
e) texto: nos casos em que não for de mero encami- e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm
LÍNGUA PORTUGUESA

nhamento de documentos, o expediente deve conter a de distância da margem esquerda;


seguinte estrutura: f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
– introdução, que se confunde com o parágrafo de g) o campo destinado à margem lateral direita terá
abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a 1,5 cm;
comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, O constante neste item aplica-se também à exposição
“Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, empre- de motivos e à mensagem (v. 4. Exposição de Moti-
gue a forma direta; vos e 5. Mensagem).

80
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de co-
linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o municação eminentemente interna. Pode ter caráter me-
editor de texto utilizado não comportar tal recurso, ramente administrativo, ou ser empregado para a expo-
de uma linha em branco; sição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, por determinado setor do serviço público. Sua caracterís-
sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, tica principal é a agilidade. A tramitação do memorando
relevo, bordas ou qualquer outra forma de forma- em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela
tação que afete a elegância e a sobriedade do do- simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar
cumento; desnecessário aumento do número de comunicações, os
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta despachos ao memorando devem ser dados no próprio
em papel branco. A impressão colorida deve ser documento e, no caso de falta de espaço, em folha de
usada apenas para gráficos e ilustrações; continuação. Esse procedimento permite formar uma
k) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício espécie de processo simplificado, assegurando maior
devem ser impressos em papel de tamanho A-4,
transparência à tomada de decisões, e permitindo que se
ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
l) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
arquivo Rich Text nos documentos de texto;
m) dentro do possível, todos os documentos elabora- 13.2. Forma e Estrutura
dos devem ter o arquivo de texto preservado para
consulta posterior ou aproveitamento de trechos Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo
para casos análogos; do padrão ofício, com a diferença de que o seu destina-
n) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos tário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exem-
devem ser formados da seguinte maneira: tipo do plos:
documento + número do documento + palavras- Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
-chaves do conteúdo. Ex.: “Of. 123 - relatório pro- Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos
dutividade ano 2002”
14. Exposição de Motivos
12. Aviso e Ofício
14.1. Definição e Finalidade
12.1. Definição e Finalidade
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Pre-
Aviso e ofício são modalidades de comunicação ofi- sidente da República ou ao Vice-Presidente para:
cial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é a) informá-lo de determinado assunto;
que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de b) propor alguma medida; ou
Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo c) submeter a sua consideração projeto de ato nor-
que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. mativo.
Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi-
oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, dente da República por um Ministro de Estado. Nos casos
no caso do ofício, também com particulares. em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério,
a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os
12.2. Forma e Estrutura Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de
interministerial.
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca
14.2. Forma e Estrutura
o destinatário (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), seguido
de vírgula. Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República Formalmente, a exposição de motivos tem a apresen-
Senhora Ministra tação do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício).
Senhor Chefe de Gabinete A exposição de motivos, de acordo com sua finalida-
de, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e
as seguintes informações do remetente: outra para a que proponha alguma medida ou submeta
– nome do órgão ou setor; projeto de ato normativo.
– endereço postal; No primeiro caso, o da exposição de motivos que
– telefone e endereço de correio eletrônico. simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do
LÍNGUA PORTUGUESA

Presidente da República, sua estrutura segue o mode-


13. Memorando lo antes referido para o padrão ofício. Já a exposição de
motivos que submeta à consideração do Presidente da
13.1. Definição e Finalidade República a sugestão de alguma medida a ser adotada
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embo-
O memorando é a modalidade de comunicação en- ra sigam também a estrutura do padrão ofício –, além de
tre unidades administrativas de um mesmo órgão, que outros comentários julgados pertinentes por seu autor,
podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em devem, obrigatoriamente, apontar:

81
a) na introdução: o problema que está a reclamar a Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao
adoção da medida ou do ato normativo proposto; Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medi- art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual
da ou aquele ato normativo o ideal para se solucio- sobre as leis financeiras em sessão conjunta, mais preci-
nar o problema, e eventuais alternativas existentes samente, “na forma do regimento comum”. E à frente da
para equacioná-lo; Mesa do Congresso Nacional está o Presidente do Sena-
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser to- do Federal (Constituição, art. 57, § 5.º), que comanda as
mada, ou qual ato normativo deve ser editado para sessões conjuntas.
solucionar o problema. As mensagens aqui tratadas coroam o processo de-
senvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à ex- minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financei-
posição de motivos, devidamente preenchido, de acordo ro das matérias objeto das proposições por elas encami-
Com o modelo previsto no Anexo II do Decreto n.º 4.176, nhadas.
de 28 de março de 2002. Tais exames materializam-se em pareceres dos di-
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presen- versos órgãos interessados no assunto das proposições,
te que a atenção aos requisitos básicos da redação oficial entre eles o da Advocacia-Geral da União. Mas, na ori-
(clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padro- gem das propostas, as análises necessárias constam da
nização e uso do padrão culto de linguagem) deve ser exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1.
redobrada. Exposição de Motivos) – exposição que acompanhará, por
A exposição de motivos é a principal modalidade de cópia, a mensagem de encaminhamento ao Congresso.
comunicação dirigida ao Presidente da República pelos b) encaminhamento de medida provisória.
Ministros. Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Cons-
Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada tituição, o Presidente da República encaminha mensa-
cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, gem ao Congresso, dirigida a seus membros, com aviso
ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo para o Primeiro Secretário do Senado Federal, juntando
ou em parte. cópia da medida provisória, autenticada pela Coordena-
ção de Documentação da Presidência da República.
15. Mensagem c) indicação de autoridades.
As mensagens que submetem ao Senado Federal a
15.1. Definição e Finalidade indicação de pessoas para ocuparem determinados car-
gos (magistrados dos Tribunais Superiores, Ministros do
É o instrumento de comunicação oficial entre os Che- TCU, Presidentes e Diretores do Banco Central, Procura-
fes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens en- dor-Geral da República, Chefes de Missão Diplomática,
viadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, in-
para informar sobre fato da Administração Pública; expor cisos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional
o plano de governo por ocasião da abertura de sessão competência privativa para aprovar a indicação.
legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que O curriculum vitae do indicado, devidamente assina-
dependem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; do, acompanha a mensagem.
enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vi-
seja de interesse dos poderes públicos e da Nação. ce-Presidente da República se ausentar do País por mais
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos de 15 dias.
Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art.
caberá a redação final. 49, III, e 83), e a autorização é da competência privativa
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao do Congresso Nacional.
Congresso Nacional têm as seguintes finalidades: O Presidente da República, tradicionalmente, por cor-
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, com- tesia, quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz
plementar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou uma comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-
complementar são enviados em regime normal (Consti- -lhes mensagens idênticas.
tuição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1.º e) encaminhamento de atos de concessão e renova-
a 4.º). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminha- ção de concessão de emissoras de rádio e TV.
do sob o regime normal e mais tarde ser objeto de nova A obrigação de submeter tais atos à apreciação do
mensagem, com solicitação de urgência. Congresso Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Mem- Constituição. Somente produzirão efeitos legais a ou-
bros do Congresso Nacional, mas é encaminhada com torga ou renovação da concessão após deliberação do
LÍNGUA PORTUGUESA

aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da República Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3.º). Des-
ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para cabe pedir na mensagem a urgência prevista no art. 64
que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, da Constituição, porquanto o § 1.º do art. 223 já define o
caput). prazo da tramitação.
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreen- Além do ato de outorga ou renovação, acompanha
dem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamen- a mensagem o correspondente processo administrativo.
tos anuais e créditos adicionais), as mensagens de en- f) encaminhamento das contas referentes ao exercício
caminhamento dirigem-se aos Membros do Congresso anterior.

82
O Presidente da República tem o prazo de sessenta – proposta de modificação de projetos de leis finan-
dias após a abertura da sessão legislativa para enviar ao ceiras (Constituição, art. 166, § 5.º);
Congresso Nacional as contas referentes ao exercício an- – pedido de autorização para utilizar recursos que
terior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e parecer ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência
da Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166, de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamen-
§ 1.º), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a tária anual (Constituição, art. 166, § 8.º);
tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedi- – pedido de autorização para alienar ou conceder ter-
mento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno. ras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição,
g) mensagem de abertura da sessão legislativa. art. 188, § 1.º); etc.
Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre
a situação do País e solicitação de providências que jul- 5.2. Forma e Estrutura
gar necessárias (Constituição, art. 84, XI).
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da As mensagens contêm:
Presidência da República. Esta mensagem difere das de- a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
mais porque vai encadernada e é distribuída a todos os horizontalmente, no início da margem esquerda:
Congressistas em forma de livro. Mensagem n.º
h) comunicação de sanção (com restituição de autó-
grafos). b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congres- e o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da
so Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secre- margem esquerda;
tário da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela se Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
informa o número que tomou a lei e se restituem dois
exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
Presidente da República terá aposto o despacho de san- d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do
ção. texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com
i) comunicação de veto. a margem direita.
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constitui- A mensagem, como os demais atos assinados pelo
ção, art. 66, § 1.º), a mensagem informa sobre a decisão Presidente da República, não traz identificação de seu
de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, signatário.
e as razões do veto. Seu texto vai publicado na íntegra
no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e Estrutura), ao 16. Telegrama
contrário das demais mensagens, cuja publicação se res-
tringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. 16.1. Definição e Finalidade
j) outras mensagens.
Também são remetidas ao Legislativo com regular Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar
frequência mensagens com: os procedimentos burocráticos, passa a receber o títu-
– encaminhamento de atos internacionais que acarre- lo de telegrama toda comunicação oficial expedida por
tam encargos ou compromissos gravosos (Constituição, meio de telegrafia, telex, etc.
art. 49, I); Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa
– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve
às operações e prestações interestaduais e de exporta- restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situa-
ção (Constituição, art. 155, § 2.º, IV); ções que não seja possível o uso de correio eletrônico ou
– proposta de fixação de limites globais para o mon- fax e que a urgência justifique sua utilização e, também
tante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI); em razão de seu custo elevado, esta forma de comuni-
– pedido de autorização para operações financeiras cação deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e
externas (Constituição, art. 52, V); e outros. Clareza).
Entre as mensagens menos comuns estão as de:
– convocação extraordinária do Congresso Nacional 16.2. Forma e Estrutura
(Constituição, art. 57, § 6.º);
– pedido de autorização para exonerar o Procurador- Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e
-Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2.º); a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos
– pedido de autorização para declarar guerra e decre- Correios e em seu sítio na Internet.
tar mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
– pedido de autorização ou referendo para celebrar a 17. Fax
LÍNGUA PORTUGUESA

paz (Constituição, art. 84, XX);


– justificativa para decretação do estado de defesa ou 17.1. Definição e Finalidade
de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4.º);
– pedido de autorização para decretar o estado de O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile)
sítio (Constituição, art. 137); é uma forma de comunicação que está sendo menos
– relato das medidas praticadas na vigência do estado usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utiliza-
de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo do para a transmissão de mensagens urgentes e para o
único); envio antecipado de documentos, de cujo conhecimen-

83
to há premência, quando não há condições de envio do Elementos de Ortografia e Gramática
documento por meio eletrônico. Quando necessário o
original, ele segue posteriormente pela via e na forma 1. Problemas de Construção de Frases
de praxe.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com A clareza e a concisão na forma escrita são alcança-
cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, das, principalmente, pela construção adequada da frase,
em certos modelos, deteriora-se rapidamente. “a menor unidade autônoma da comunicação”, na defini-
ção de Celso Pedro Luft.
17.2. Forma e Estrutura A função essencial da frase é desempenhada pelo
predicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser en-
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a tendido como “a enunciação pura de um fato qualquer”.
estrutura que lhes são inerentes. Sempre que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe
É conveniente o envio, juntamente com o documento o nome de período, que terá tantas orações quantos fo-
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com rem os verbos não auxiliares que o constituem.
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
conforme exemplo a seguir: pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substan-
[Órgão Expedidor] tivo. Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações
[setor do órgão expedidor] substantivos (nomes ou pronomes) que desempenham a
[endereço do órgão expedidor] função de complementos (objetos direto e indireto, pre-
Destinatário:____________________________________ dicativo e complemento adverbial). Função acessória de-
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ sempenham os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente
Remetente: ____________________________________ ao final da oração, mas que podem ser ou intercalados
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ aos elementos que desempenham as outras funções, ou
No de páginas: ________No do documento:____________ deslocados para o início da oração.
Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos
Observações:___________________________________ elementos que compõem uma oração (Observação: os
parênteses indicam os elementos que podem não ocor-
18. Correio Eletrônico rer):
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adver-
18.1 Definição e finalidade bial).

O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e Podem ser identificados seis padrões básicos para as
celeridade, transformou-se na principal forma de comu- orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portu-
nicação para transmissão de documentos. guesa (a função que vem entre parênteses é facultativa e
pode ocorrer em ordem diversa):
18.2. Forma e Estrutura
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô- O Presidente - regressou - (ontem).
nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir for-
ma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o 2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto -
uso de linguagem incompatível com uma comunicação (adjunto adverbial)
oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Ofi- O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
ciais). manhã de terça-feira).
O campo assunto do formulário de correio eletrônico
deve ser preenchido de modo a facilitar a organização 3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto
documental tanto do destinatário quanto do remetente. - (adjunto adverbial).
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser uti- O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os
lizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensa- setores).
gem que encaminha algum arquivo deve trazer informa-
ções mínimas sobre seu conteúdo. 4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. di-
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de reto - obj. indireto - (adj. Adv.)
confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve Os desempregados - entregaram - suas reivindicações
constar da mensagem pedido de confirmação de rece- - ao Deputado - (no Congresso).
bimento.
LÍNGUA PORTUGUESA

5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento


18.3 Valor documental adverbial - (adjunto adverbial)
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Bue-
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensa- nos Aires - (na próxima semana).
gem de correio eletrônico tenha valor documental, e para O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira)
que possa ser aceito como documento original, é neces- 6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad-
sário existir certificação digital que ateste a identidade verbial)
do remetente, na forma estabelecida em lei. O problema - será - resolvido - prontamente.

84
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
seja, as frases que possuem apenas um verbo conjuga- metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consul-
do. Na construção de períodos, as várias funções podem tadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
ocorrer em ordem inversa à mencionada, misturando-se Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
e confundindo-se. Não interessa aqui análise exaustiva metido ao Presidente da República, que o aprovou, consulta-
de todos os padrões existentes na língua portuguesa. das as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
O que importa é fixar a ordem normal dos elementos
nesses seis padrões básicos. Acrescente-se que períodos 4. Erros de Paralelismo
mais complexos, compostos por duas ou mais orações,
em geral podem ser reduzidos aos padrões básicos (de Uma das convenções estabelecidas na linguagem es-
que derivam). crita “consiste em apresentar ideias similares numa forma
Os problemas mais frequentemente encontrados na gramatical idêntica”, o que se chama de paralelismo. As-
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à sim, incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a
ambiguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos elementos paralelos. Vejamos alguns exemplos:
paralelismos, erros de comparação, etc. Decorrem, em Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Minis-
geral, do desconhecimento da ordem das palavras na térios economizar energia e que elaborassem planos de
frase. Indicam-se, a seguir, alguns desses defeitos mais redução de despesas.
comuns e recorrentes na construção de frases, registra-
dos em documentos oficiais. Na frase temos, nas duas orações subordinadas que
completam o sentido da principal, duas estruturas dife-
2. Sujeito rentes para ideias equivalentes: a primeira oração (eco-
nomizar energia) é reduzida de infinitivo, enquanto a se-
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que gunda (que elaborassem planos de redução de despesas)
executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter com- é uma oração desenvolvida introduzida pela conjunção
plemento, mas não ser complemento. Devem ser evita- integrante que. Há mais de uma possibilidade de escre-
das, portanto, construções como: vê-la com clareza e correção; uma seria a de apresentar
as duas orações subordinadas como desenvolvidas, in-
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. troduzidas pela conjunção integrante que:
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda. Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministé-
rios que economizassem energia e (que) elaborassem pla-
Errado: Apesar das relações entre os países estarem nos para redução de despesas.
cortadas, (...).
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem Outra possibilidade: as duas orações são apresenta-
cortadas, (...). das como reduzidas de infinitivo:
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Minis-
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. térios economizar energia e elaborar planos para redução
Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim. de despesas.
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...). coordenação de orações subordinadas.
Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
Mais um exemplo de frase inaceitável na língua es-
Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...). crita culta:
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...). Errado: No discurso de posse, mostrou determinação,
não ser inseguro, inteligência e ter ambição.
3. Frases Fragmentadas O problema aqui decorre de coordenar palavras
(substantivos) com orações (reduzidas de infinitivo).
A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
oração subordinada ou uma simples locução como se Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou
fosse uma frase completa”. Decorre da pontuação errada por transformá-la em frase simples, substituindo as ora-
de uma frase simples. Embora seja usada como recurso ções reduzidas por substantivos:
estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser Certo: No discurso de posse, mostrou determinação,
evitada nos textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a segurança, inteligência e ambição.
compreensão. Exemplo:
Errado: O programa recebeu a aprovação do Congres- Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso
LÍNGUA PORTUGUESA

so Nacional. Depois de ser longamente debatido. paralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equi-
Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso valente) a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao
Nacional, depois de ser longamente debatido. se apresentar, de forma paralela, estruturas sintáticas
Certo: Depois de ser longamente debatido, o progra- distintas:
ma recebeu a aprovação do Congresso Nacional. Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o
Papa.

85
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades 6. Ambiguidade
(Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibili-
dade de correção é transformá-la em duas frases simples, Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada
com o cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): em mais de um sentido. Como a clareza é requisito bási-
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta co de todo texto oficial, deve-se atentar para as constru-
última capital, encontrou-se com o Papa. ções que possam gerar equívocos de compreensão.
A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado de identificar a qual palavra se refere um pronome que
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode
que não contém nenhum “que” anterior. ocorrer com:
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que
tem sólida formação acadêmica. A) pronomes pessoais:
Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: que ele seria exonerado.
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu
sólida formação acadêmica. secretariado.
Ou então, caso o entendimento seja outro:
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Errado: Neste momento, não se devem adotar medi- neração deste.
das precipitadas, e que comprometam o andamento de
todo o programa. B) pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repú-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo an- blica, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu
terior, aqui podemos suprimir a conjunção: Estado, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
precipitadas, que comprometam o andamento de todo o
programa.
Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presiden-
te da República. No pronunciamento, solicitou a interven-
5. Erros de Comparação
ção federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Pre-
sidente da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compa-
ração, omissão própria da língua falada, deve ser evitada C) pronome relativo:
na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
nem sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o costumava trabalhar.
termo omitido. A ausência indevida de um termo pode Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
impossibilitar o entendimento do sentido que se quer ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambi-
dar a uma frase: guidade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca
de gênero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual,
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que os quais, as quais, que marcam gênero e número.
um médico. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu cos-
A omissão de termos provocou uma comparação in- tumava trabalhar.
devida: “o salário de um professor” com “um médico”. Se o entendimento é outro, então:
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu cos-
o salário de um médico. tumava trabalhar.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que
o de um médico. Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria. dúvida sobre a que se refere a oração reduzida:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o
Novamente, a não repetição dos termos comparados funcionário.
confunde. Alternativas para correção: Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima,
Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida.
Portaria. Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este
Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria. indisciplinado.
Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais ver-
LÍNGUA PORTUGUESA

bas do que os Ministérios do Governo. Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma se-
nhora chamou o médico.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi
“demais”) acarretou imprecisão: chamado por uma senhora.
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais ver-
bas do que os outros Ministérios do Governo. SITE
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais ver- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual-
bas do que os demais Ministérios do Governo. redpr2aed.pdf

86
4. (Tribunal de Justiça-se – Técnico Judiciário – cespe
– 2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas direcio-
EXERCÍCIOS COMENTADOS nadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso dos
fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de acordo
1. (antaq – Especialista em Regulação de Serviços de com as hierarquias do destinatário e do remetente.
Transportes Aquaviários – superior – cespe – 2014) Con-
siderando aspectos estruturais e linguísticos das correspon- ( ) CERTO ( ) ERRADO
dências oficiais, julgue os itens que se seguem, de acordo
com o Manual de Redação da Presidência da República. Resposta: Certo. Segundo o Manual de Redação Ofi-
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to- cial: (...) Manual estabelece o emprego de somente
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig- dois fechos diferentes para todas as modalidades de
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de comunicação oficial:
cargos públicos. a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
da República: Respeitosamente,
( ) CERTO ( ) ERRADO b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
quia inferior: Atenciosamente,
Resposta: Errado. Vamos ao Manual: O Manual ainda
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
preceitua que a forma de tratamento “Digníssimo” fica
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
abolida (...) afinal, a dignidade é condição primordial
tradição próprios, devidamente disciplinados no Ma-
para que tais cargos públicos sejam ocupados.
nual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
cial_publicacoes_ver.php?id=2
5. (antaq – Especialista em Regulação de Serviços de
2. (tribunal de justiça-se – técnico judiciário – Médio – Transportes Aquaviários – cespe – 2014) Considerando
cespe – 2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas aspectos estruturais e linguísticos das correspondências
direcionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer oficiais, julgue os itens que se seguem, de acordo com o
uso dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de Manual de Redação da Presidência da República.
acordo com as hierarquias do destinatário e do reme- O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
tente. das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
( ) CERTO ( ) ERRADO cargos públicos.

Resposta: Certo. Segundo o Manual de Redação Ofi- ( ) CERTO ( ) ERRADO


cial: (...) Manual estabelece o emprego de somente
dois fechos diferentes para todas as modalidades de Resposta: Errado. Vamos ao Manual: O Manual ainda
comunicação oficial: preceitua que a forma de tratamento “Digníssimo” fica
A) para autoridades superiores, inclusive o Presidente abolida (...) afinal, a dignidade é condição primordial
da República: Respeitosamente, para que tais cargos públicos sejam ocupados.
Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
B) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- cial_publicacoes_ver.php?id=2
rarquia inferior: Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e COMPREENSÃO DE TEXTO.
tradição próprios, devidamente disciplinados no Ma-
nual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
3. (anp – Conhecimento Básico para todos os Cargos –
cespe – 2013) Na redação de uma ata, devem-se relatar
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela-
exaustivamente, com o máximo de detalhamento possí-
vel, incluindo-se os aspectos subjetivos, as discussões, as cionadas entre si, formando um todo significativo capaz
propostas, as resoluções e as deliberações ocorridas em de produzir interação comunicativa (capacidade de codi-
reuniões e eventos que exigem registro. ficar e decodificar).
Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
( ) CERTO ( ) ERRADO Em cada uma delas, há uma informação que se liga com
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para
LÍNGUA PORTUGUESA

Resposta: Errado. Ata é um documento administrativo a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa in-
que tem a finalidade de registrar de modo sucinto a terligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento
sequência de eventos de uma reunião ou assembleia de entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada
pessoas com um fim específico. É característica da Ata de seu contexto original e analisada separadamente, po-
apresentar um resumo, cronologicamente disposto, de derá ter um significado diferente daquele inicial.
modo infalível, de todo o desenrolar da reunião. Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
(Fonte: https://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/a_ rências diretas ou indiretas a outros autores através de
redacao_oficial_ata/) citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.

87
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A par- relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
tir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fundamen- si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de
tações), as argumentações (ou explicações), que levam ao um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
esclarecimento das questões apresentadas na prova. pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
que se vai dizer e o que já foi dito.
Normalmente, em uma prova, o candidato deve:
 Identificar os elementos fundamentais de uma São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre
argumentação, de um processo, de uma época eles, está o mau uso do pronome relativo e do prono-
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, me oblíquo átono. Este depende da regência do verbo;
os quais definem o tempo). aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer tam-
 Comparar as relações de semelhança ou de dife- bém de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
renças entre as situações do texto. semântico, por isso a necessidade de adequação ao an-
 Comentar/relacionar o conteúdo apresentado tecedente.
com uma realidade.
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
 Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
 Parafrasear = reescrever o texto com outras pa-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
lavras.
existe um pronome relativo adequado a cada circunstân-
1. Condições básicas para interpretar cia, a saber:
que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literá- te, mas depende das condições da frase.
rio (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), lei- qual (neutro) idem ao anterior.
tura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qua- quem (pessoa)
lidades do texto) e semântico; capacidade de observação cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
e de síntese; capacidade de raciocínio. o objeto possuído.
como (modo)
2. Interpretar/Compreender onde (lugar)
quando (tempo)
Interpretar significa: quanto (montante)
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. Exemplo:
Através do texto, infere-se que... Falou tudo QUANTO queria (correto)
É possível deduzir que... Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
O autor permite concluir que... aparecer o demonstrativo O).
Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
3. Dicas para melhorar a interpretação de textos
Compreender significa
Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.  Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral
O texto diz que... do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos
É sugerido pelo autor que... candidatos na disputa, portanto, quanto mais infor-
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... mação você absorver com a leitura, mais chances
O narrador afirma... terá de resolver as questões.
 Se encontrar palavras desconhecidas, não inter-
3. Erros de interpretação
rompa a leitura.
 Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas
 Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai
do contexto, acrescentando ideias que não estão forem necessárias.
no texto, quer por conhecimento prévio do tema  Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma
quer pela imaginação. conclusão).
 Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se  Volte ao texto quantas vezes precisar.
atenção apenas a um aspecto (esquecendo que um  Não permita que prevaleçam suas ideias sobre
texto é um conjunto de ideias), o que pode ser insu- as do autor.
ficiente para o entendimento do tema desenvolvido.  Fragmente o texto (parágrafos, partes) para me-
 Contradição = às vezes o texto apresenta ideias lhor compreensão.
contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con-  Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado
LÍNGUA PORTUGUESA

clusões equivocadas e, consequentemente, errar a de cada questão.


questão.  O autor defende ideias e você deve percebê-las.
 Observe as relações interparágrafos. Um parágra-
Observação: fo geralmente mantém com outro uma relação de
Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi-
ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em uma prova que muito bem essas relações.
de concurso, o que deve ser levado em consideração é o  Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou
que o autor diz e nada mais. seja, a ideia mais importante.

88
 Nos enunciados, grife palavras como “correto” c) de demandar ao sistema judicial a concretização de
ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão seus direitos.
na hora da resposta – o que vale não somente d) à institucionalização do seu direito em detrimento dos
para Interpretação de Texto, mas para todas as de- direitos de outros.
mais questões! e) a uma vida plena e adequada, direito esse que está na
 Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia prin- essência de todos os direitos.
cipal, leia com atenção a introdução e/ou a con-
clusão. Resposta: Letra E. O ser humano tem direito a uma
 Olhe com especial atenção os pronomes relativos, vida digna, adequada, para que consiga gozar de seus
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, direitos – saúde, educação, segurança – e exercer seus
etc., chamados vocábulos relatores, porque reme- deveres plenamente, como prescrevem todos os di-
tem a outros vocábulos do texto. reitos: (...) O direito à vida é a substância em torno da
qual todos os direitos se conjugam (...).
SITES
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/por- 2. (PCJ-MT – Delegado Substituto – Superior – Ces-
tugues/como-interpretar-textos pe – 2017)
http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas Texto CG1A1BBB
http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
ra-voce-interpretar-melhor-um.html Segundo o parágrafo único do art. 1.º da Constituição
http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques- da República Federativa do Brasil, “Todo o poder emana
tao-117-portugues.htm do povo, que o exerce por meio de representantes elei-
tos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Em
virtude desse comando, afirma-se que o poder dos juízes
emana do povo e em seu nome é exercido. A forma de
EXERCÍCIOS COMENTADOS sua investidura é legitimada pela compatibilidade com as
regras do Estado de direito e eles são, assim, autênticos
1. (PCJ-MT – Delegado Substituto – Superior – Ces- agentes do poder popular, que o Estado polariza e exer-
pe – 2017) ce. Na Itália, isso é constantemente lembrado, porque
toda sentença é dedicada (intestata) ao povo italiano, em
Texto CG1A1AAA nome do qual é pronunciada.

A valorização do direito à vida digna preserva as duas Cândido Rangel Dinamarco. A instrumentalidade do pro-
faces do homem: a do indivíduo e a do ser político; a cesso. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987, p. 195 (com
do ser em si e a do ser com o outro. O homem é inteiro adaptações).
em sua dimensão plural e faz-se único em sua condição Conforme as ideias do texto CG1A1BBB,
social. Igual em sua humanidade, o homem desiguala-se,
singulariza-se em sua individualidade. O direito é o ins- a) o Poder Judiciário brasileiro desempenha seu papel
trumento da fraternização racional e rigorosa. com fundamento no princípio da soberania popular.
O direito à vida é a substância em torno da qual todos os b) os magistrados do Brasil deveriam ser escolhidos pelo
direitos se conjugam, se desdobram, se somam para que voto popular, como ocorre com os representantes dos
o sistema fique mais e mais próximo da ideia concretizá- demais poderes.
vel de justiça social. c) os magistrados italianos, ao contrário dos brasileiros,
Mais valeria que a vida atravessasse as páginas da Lei exercem o poder que lhes é conferido em nome de
Maior a se traduzir em palavras que fossem apenas a re- seus nacionais.
velação da justiça. Quando os descaminhos não condu- d) há incompatibilidade entre o autogoverno da magis-
zirem a isso, competirá ao homem transformar a lei na tratura e o sistema democrático.
vida mais digna para que a convivência política seja mais e) os magistrados brasileiros exercem o poder consti-
fecunda e humana. tucional que lhes é atribuído em nome do governo
Cármen Lúcia Antunes Rocha. Comentário ao artigo 3.º. federal.
In: 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Hu-
manos 1948-1998: conquistas e desafios. Brasília: OAB, Resposta: Letra A. A questão deve ser respondida se-
Comissão Nacional de Direitos Humanos, 1998, p. 50-1 gundo o texto: (...) “Todo o poder emana do povo, que
(com adaptações). o exerce por meio de representantes eleitos ou direta-
LÍNGUA PORTUGUESA

mente, nos termos desta Constituição.” Em virtude des-


Compreende-se do texto CG1A1AAA que o ser humano se comando, afirma-se que o poder dos juízes emana
tem direito do povo e em seu nome é exercido (...).

a) de agir de forma autônoma, em nome da lei da sobre-


vivência das espécies.
b) de ignorar o direito do outro se isso lhe for necessário
para defender seus interesses.

89
3. (PCJ-MT – DELEGADO SUBSTITUTO – SUPERIOR D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de
– CESPE – 2017 – ADAPTADA) No texto CG1A1BBB, o uma modalidade na qual as ações são prescritas de
vocábulo ‘emana’ foi empregado com o sentido de forma sequencial, utilizando-se de verbos expres-
sos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente:
a) trata. Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador
b) provém. até criar uma massa homogênea.
c) manifesta. E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar-
d) pertence. cam-se pelo predomínio de operadores argumen-
e) cabe. tativos, revelados por uma carga ideológica cons-
tituída de argumentos e contra-argumentos que
Resposta: Letra B. Dentro do contexto, “emana” tem justificam a posição assumida acerca de um deter-
o sentido de “provém”. minado assunto: A mulher do mundo contemporâ-
neo luta cada vez mais para conquistar seu espaço
TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL no mercado de trabalho, o que significa que os gê-
neros estão em complementação, não em disputa.
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a pre- 2. Gêneros Textuais
sença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência
daquilo que está sendo transmitido entre os interlocu- São os textos materializados que encontramos em
tores. Estes interlocutores são as peças principais em um nosso cotidiano; tais textos apresentam características
diálogo ou em um texto escrito. sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função,
É de fundamental importância sabermos classificar os composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos:
textos com os quais travamos convivência no nosso dia a receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema,
dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais editorial, piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum,
blog, etc.
e gêneros textuais.
A escolha de um determinado gênero discursivo de-
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
pende, em grande parte, da situação de produção, ou
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa
seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são os
opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum
locutores e os interlocutores, o meio disponível para vei-
lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre al-
cular o texto, etc.
guém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a
nessas situações corriqueiras que classificamos os nossos
esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por
textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição
exemplo, são comuns gêneros como notícias, reporta-
e Dissertação. gens, editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divul-
gação científica são comuns gêneros como verbete de
1. As tipologias textuais se caracterizam pelos as- dicionário ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico,
pectos de ordem linguística seminário, conferência.
Os tipos textuais designam uma sequência definida REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
pela natureza linguística de sua composição. São obser- Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
vados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, rela- Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. –
ções logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, São Paulo: Saraiva, 2010.
argumentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo. Português – Literatura, Produção de Textos & Gra-
A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de mática – volume único / Samira Yousseff Campedelli,
ação demarcados no tempo do universo narrado, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
como também de advérbios, como é o caso de an-
tes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu SITE
carro quando ele apareceu. Depois de muita conver- http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex-
sa, resolveram... tual.htm
B) Textos descritivos – como o próprio nome indica,
descrevem características tanto físicas quanto psi-
cológicas acerca de um determinado indivíduo ou
objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados
no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os
LÍNGUA PORTUGUESA

cabelos mais negros como a asa da graúna...”


C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar
um assunto ou uma determinada situação que se
almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das ra-
zões de ela acontecer, como em: O cadastramento
irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portan-
to, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o
benefício.

90
HORA DE PRATICAR!

1. (MAPA – Auditor Fiscal Federal Agropecuário – Médico Veterinário – Superior – ESAF – 2017) Assinale a opção
que apresenta desvio de grafia da palavra.
A acupuntura é uma terapia da medicina tradicional chinesa que favorece a regularização dos processos fisiológicos do
corpo, no sentido de promover ou recuperar o estado natural de saúde e equilíbrio. Pode ser usada preventivamente (1)
para evitar o desenvolvimento de doenças, como terapia curativa no caso de a doença estar instalada ou como método
paliativo (2) em casos de doenças crônicas de difícil tratamento. Tem também uma ação importante na medicina rejenera-
tiva (3) e na reabilitação. O tratamento de acupuntura consiste na introdução de agulhas filiformes no corpo dos animais.
Em geral são deixadas cerca de 15 a 20 minutos. A colocação das agulhas não é dolorosa para os animais e é possível
observar durante os tratamentos diferentes reações fisiológicas (4), indicadoras de que o tratamento está atingindo o
efeito terapêutico (5) desejado.

Disponível: <http://www.veterinariaholistica.net/acupuntura-fitoterapia-e-homeopatia.html/>. Acesso em 28/11/2017.


(Com adaptações)

a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)

2. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área Administrativa – Médio – FCC – 2017) Respeitando-se as
normas de redação do Manual da Presidência da República, a frase correta é:

a) Solicito a Vossa Senhoria que verifique a possibilidade de implementação de projeto de treinamento de pessoal para
operar os novos equipamentos gráficos a serem instalados em seu setor.
b) Venho perguntar-lhe, por meio desta, sobre a data em que Vossa Excelência pretende nomear vosso representante
na Comissão Organizadora.
c) Digníssimo Senhor: eu venho por esse comunicado, informar, que será organizado seminário, sobre o uso eficiente
de recursos hídricos, em data ainda a ser definida.

d) Haja visto que o projeto anexo contribue para o desenvolvimento do setor em questão, informamos, por meio deste
Ofício, que será amplamente analisado por especialistas.
e) Neste momento, conforme solicitação enviada à Vossa Senhoria anexo, não se deve adotar medidas que possam
com- prometer vossa realização do projeto mencionado.

3. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) Analise as assertivas abaixo:

I. O ladrão era de menor.


II. Não há regra sem exceção.
III. É mais saudável usar menas roupa no calor.
IV. O policial foi à delegacia em compania do meliante.
V. Entre eu e você não existe mais nada.

A opção que apresenta vícios de linguagem é:

a) I e III.
b) I, II e IV.
c) II e IV.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) I, III, IV e V.
e) III, IV e V.

91
4. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que todas
as palavras estão corretas:

a) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.


b) supracitado – semi-novo – telesserviço.
c) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
d) contrarregra – autopista – semi-aberto.
e) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.

5. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) O uso correto do porquê está na opção:

a) Por quê o homem destrói a natureza?


b) Ela chorou por que a humilharam.
c) Você continua implicando comigo porque sou pobre?
d) Ninguém sabe o por quê daquele gesto.
e) Ela me fez isso, porquê?

6. (TJ-PA – Médico Psiquiatra – Superior – VUNESP – 2014)

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas, de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa, considerando que o termo que preenche a terceira lacuna é empregado para indicar que um evento está
prestes a acontecer

a) anúncio ... A ... Iminente.


b) anuncio ... À ... Iminente.
c) anúncio ... À ... Iminente.
d) anúncio ... A ... Eminente.
e) anuncio ... À ... Eminente.
LÍNGUA PORTUGUESA

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7. (CEFET-RJ – REVISOR DE TEXTOS – CESGRANRIO 11. (Estrada de Ferro Campos do Jordão-SP – Analista
– 2014) Observe a grafia das palavras do trecho a seguir. Ferroviário – Oficinas – Elétrica – IDERH – 2014) Leia
A macro-história da humanidade mostra que todos en- as orações a seguir:
caram os relatos pessoais como uma forma de se man- Minha mãe sempre me aconselha a evitar as _____ compa-
terem vivos. Desde a idade do domínio do fogo até a era nhias. (mas/más)
das multicomunicações, os homens tem demonstrado que A cauda do vestido da noiva tinha um _________ enorme.
querem pôr sua marca no mundo porque se sentem su- (cumprimento/comprimento)
periores. Precisamos fazer as compras do mês, pois a _________ está
A palavra que NÃO está grafada corretamente é vazia. (despensa/dispensa).

a) macro-história. Completam, correta e respectivamente, as lacunas acima


b) multicomunicações. os expostos na alternativa:
c) tem.
d) pôr. a) mas – cumprimento – despensa.
e) porque. b) más – comprimento – despensa.
c) más – cumprimento – dispensa.
8. (Liquigás – Profissional Júnior – Ciências Contábeis d) mas – comprimento – dispensa.
– cegranrio – 2014) O grupo em que todas as palavras e) más – comprimento – dispensa.
estão grafadas de acordo com a norma-padrão da Lín-
gua Portuguesa é 12. (TRT-2ª REGIÃO-SP – Técnico Judiciário - Área Ad-
ministrativa – Médio – FCC – 2014) Está redigida com
a) gorjeta, ogeriza, lojista, ferrujem clareza e em consonância com as regras da gramática
b) pedágio, ultrage, pagem, angina normativa a seguinte frase:
c) refújio, agiota, rigidez, rabujento
d) vigência, jenipapo, fuligem, cafajeste a) Queremos, ou não, ele será designado para dar a pa-
e) sargeta, jengiva, jiló, lambujem lavra final sobre a polêmica questão, que, diga-se de
passagem, tem feito muitos exitarem em se pronun-
9. (SIMAE – Agente Administrativo – ASSCON-PP – ciar.
2014) Assinale a alternativa que apresenta apenas pala- b) Consultaram o juíz acerca da possibilidade de voltar
vras escritas de forma incorreta. atraz na suspensão do jogador, mas ele foi categórico
quanto a impossibilidade de rever sua posição.
a) Cremoso, coragem, cafajeste, realizar; c) Vossa Excelência leu o documento que será apresen-
b) Caixote, encher, análise, poetisa; tado em rede nacional daqui a pouco, pela voz de Sua
c) Traje, tanger, portuguesa, sacerdotisa; Excelência, o Senhor Ministro da Educação?
d) Pagem, mujir, vaidozo, enchergar; d) A reportagem sobre fascínoras famosos não foi nada
positiva para o público jovem que estava presente, de
10. (Receita Federal – Auditor Fiscal – ESAF – 2014) que se desculparam os idealizadores do programa.
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou e) Estudantes e professores são entusiastas de oferecer
de grafia de palavra inserido na transcrição do texto. aos jovens ingressantes no curso o compartilhamento
de projetos, com que serão também autores.
A Receita Federal nem sempre teve esse (1) nome. Secre-
taria da Receita Federal é apenas a mais recente denomi- 13. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014)
nação da Administração Tributária Brasileira nestes cinco A acentuação correta está na alternativa:
séculos de existência. Sua criação tornou-se (2) necessária
para modernizar a máquina arrecadadora e fiscalizadora, a) eu abençôo – eles crêem – ele argúi.
bem como para promover uma maior integração entre o b) platéia – tuiuiu – instrui-los.
Fisco e os Contribuintes, facilitando o cumprimento ex- c) ponei – geléia – heroico.
pontâneo (3) das obrigações tributárias e a solução dos d) eles têm – ele intervém – ele constrói.
eventuais problemas, bem como o acesso às (4) informa- e) lingüiça – feiúra – idéia.
ções pessoais privativas de interesse de cada cidadão. O
surgimento da Secretaria da Receita Federal representou 14. (EBSERH – HUCAM-UFES – Advogado – AOCP –
um significativo avanço na facilitação do cumprimento 2014) A palavra que está acentuada corretamente é:
das obrigações tributárias, contribuindo para o aumento
da arrecadação a partir (5) do final dos anos 60. a) Históriar.
LÍNGUA PORTUGUESA

(Adaptado de <http://www.receita.fazenda.gov.br/srf/ b) Memórial.


historico.htm>. Acesso em: 17 mar. 2014.) c) Métodico.
d) Própriedade.
a) (1). e) Artifício.
b) (2).
c) (3).
d) (4).
e) (5).

93
15. (prodam-am – assistente – funcab – 2014 – adap- 21. (Prefeitura de Brusque-sc – Educador Social – fe-
tada) Assinale a opção em que o par de palavras foi pese – 2014) Assinale a alternativa em que só palavras
acentuado segundo a mesma regra. paroxítonas estão apresentadas.

a) saúde-países a) facilitada, minha, canta, palmeiras


b) Etíope-juízes b) maná, papá, sinhá, canção
c) olímpicas-automóvel c) cá, pé, a, exílio
d) vocês-público d) terra, pontapé, murmúrio, aves
e) espetáculo-mensurável e) saúde, primogênito, computador, devêssemos

16. (Advocacia Geral da União – Técnico em Contabi- 22. (Ministério do Desenvolvimento Agrário – Técni-
lidade – idecan – 2014) Os vocábulos “cinquentenário” co em Agrimensura – funcab – 2014) A alternativa que
e “império” são acentuados devido à mesma justificativa. apresenta palavra acentuada por regra diferente das de-
O mesmo ocorre com o par de palavras apresentado em mais é:

a) prêmio e órbita. a) dúvidas.


b) rápida e tráfego b) muitíssimos.
c) satélite e ministério. c) fábrica.
d) pública e experiência. d) mínimo.
e) sexagenário e próximo. e) impossível.

17. (Rioprevidência – Especialista em Previdência So- 23. (prodam-am – Assistente de Hardware – funcab
cial – ceperj – 2014) A palavra “conteúdo” recebe acen- – 2014) Assinale a alternativa em que todas as palavras
tuação pela mesma razão de: foram acentuadas segundo a mesma regra.

a) juízo a) indivíduos - atraí(-las) - período


b) espírito b) saíram – veículo - construído
c) jornalístico c) análise – saudável - diálogo
d) mínimo d) hotéis – critérios - através
e) disponíveis e) econômica – após – propósitos

18. (Ministério do Meio Ambiente – icmbio – cespe – 24. (Corpo de Bombeiros Militar-pi – Curso de Forma-
2014) A mesma regra de acentuação gráfica se aplica aos ção de Soldados – uespi – 2014) “O evento promove a
vocábulos “Brasília”, “cenário” e “próprio”. saúde de modo integral.” A regra que justifica o acento
gráfico no termo destacado é a mesma que justifica o
( ) CERTO ( ) ERRADO acento em:

19. (Prefeitura de Balneário Camboriú-sc – Guarda a) “remédio”.


Municipal – fepese – 2014 – adaptada) Assinale a alter- b) “cajú”.
nativa em que todas as palavras são oxítonas. c) “rúbrica”.
d) “fráude”.
a) pé, lá, pasta e) “baú”.
b) mesa, tábua, régua
c) livro, prova, caderno 25. (TJ-BA – Técnico Judiciário – Área Administrativa
d) parabéns, até, televisão – Médio – FGV – 2015)
e) óculos, parâmetros, título Texto 3 – “A Lua Cheia entra em sua fase Crescente no
signo de Gêmeos e vai movimentar tudo o que diz respeito
à sua vida profissional e projetos de carreira. Os próximos
20. (Advocacia Geral da União – Técnico em Comuni- dias serão ótimos para dar andamento a projetos que co-
cação Social – idecan – 2014) Assinale a alternativa em meçaram há alguns dias ou semanas. Os resultados che-
que a acentuação de todas as palavras está de acordo garão rapidamente”.
com a mesma regra da palavra destacada: “Procuradorias
comprovam necessidade de rendimento satisfatório para O texto 3 mostra exemplos de emprego correto do “a”
renovação do FIES”. com acento grave indicativo da crase – “diz respeito à sua
LÍNGUA PORTUGUESA

vida profissional”. A frase abaixo em que o emprego do


a) após / pó / paletó acento grave da crase é corretamente empregado é:
b) moído / juízes / caído
c) história / cárie / tênue a) o texto do horóscopo veio escrito à lápis;
d) álibi / ínterim / político b) começaram à chorar assim que leram as previsões;
e) êxito / protótipo / ávido c) o horóscopo dizia à cada leitora o que devia fazer;
d) o leitor estava à procura de seu destino;
e) o astrólogo previa o futuro passo à passo

94
26. (Prefeitura de Sertãozinho-SP – Farmacêutico – 30. (prefeitura de são Paulo-sp – técnico em saúde –
Superior – VUNESP – 2017) O sinal indicativo de crase laboratório – médio – vunesp – 2014) Reescrevendo-se
está empregado corretamente nas duas ocorrências na o segmento frasal – ... incitá-los a reagir e a enfrentar o
alternativa: desconforto, ... –, de acordo com a regência e o acento
indicativo da crase, tem-se:
a) Muitos indivíduos são propensos à associar, inadverti-
damente, tristeza à depressão. a) ... incitá-los à reação e ao enfrentamento do descon-
b) As pessoas não querem estar à mercê do sofrimento, forto, ...
por isso almejam à pílula da felicidade. b) ... incitá-los a reação e o enfrentamento do descon-
c) À proporção que a tristeza se intensifica e se prolonga, forto, ...
pode-se, à primeira vista, pensar em depressão. c) ... incitá-los à reação e à enfrentamento do descon-
d) À rigor, os especialistas não devem receitar remédios forto, ...
às pessoas antes da realização de exames acurados. d) ... incitá-los à reação e o enfrentamento do descon-
e) Em relação à informação da OMS, conclui-se que exis- forto, ...
tem 121 milhões de pessoas à serem tratadas de de- e) ... incitá-los a reação e à enfrentamento do descon-
pressão. forto, ..

27. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área 31. (CONAB – Contabilidade – Superior – IADES –
Administrativa – Médio – FCC – 2017) É difícil planejar 2014 – adaptada) Considerando o trecho “atualizou os
uma cidade e resistir à tentação de formular um projeto dados relativos à produção de grãos no Brasil.” e conforme
de sociedade. a norma-padrão, assinale a alternativa correta.
O sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso o ver-
bo sublinhado acima seja substituído por: a) a crase foi empregada indevidamente no trecho.
b) o autor poderia não ter empregado o sinal indicativo
a) não acatar. de crase.
b) driblar. c) se “produção” estivesse antecedida por essa, o uso do
c) controlar. sinal indicativo de crase continuaria obrigatório.
d) superar. d) se, no lugar de “relativos”, fosse empregado referen-
e) não sucumbir. tes, o uso do sinal indicativo de crase passaria a ser
facultativo.
28. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área e) caso o vocábulo minha fosse empregado imediata-
Administrativa – Médio – FCC – 2017) A frase em que mente antes de “produção”, o uso do sinal indicativo
há uso adequado do sinal indicativo de crase encontra-se de crase seria facultativo.
em:
32. (Sabesp-SP – atendente a clientes – Médio – fcc
a) A tendência de recorrer à adaptações aparece com – 2014 – adaptada) No trecho Refiro-me aos livros que
foram escritos e publicados, mas estão – talvez para sem-
maior força na Hollywood do século 21.
pre – à espera de serem lidos, o uso do acento de crase
b) É curioso constatar a rapidez com que o cinema agre-
obedece à mesma regra seguida em:
gou à máxima.
c) A busca pela segurança leva os estúdios à apostarem
a) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia como
em histórias já testadas e aprovadas.
evitá-la.
d) Tal máxima aplica-se perfeitamente à criação de peças
b) Informou à paciente que os remédios haviam surtido
de teatro.
efeito.
e) Há uma massa de escritores presos à contratos fixos c) Vou ficar irritada se você não me deixar assistir à no-
em alguns estúdios. vela.
d) Acabou se confundindo, após usar à exaustão a velha
29. (Prefeitura de Marília-SP – Auxiliar de Escrita – fórmula.
Médio – VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que e) Comunique às minhas alunas que as provas estão cor-
o sinal indicativo de crase está empregado corretamente. rigidas.
a) A voluntária aconselhou a remetente à esquecer o 33. (TRT-AL – Analista Judiciário – Superior – FCC–
amor de infância. 2014) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chi-
b) O carteiro entregou às voluntárias do Clube de Julieta nesas...
uma nova remessa de cartas. O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com-
LÍNGUA PORTUGUESA

c) O médico ofereceu à um dos remetentes apoio psico- plemento que o da frase acima está em:
lógico.
d) As integrantes do Clube levaram horas respondendo a) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...
à diversas cartas. b) Esses caminhos floresceram durante os primórdios da
e) O Clube sugeriu à algumas consulentes que fizessem Idade Média.
novas amizades. c) ... viajavam por cordilheiras...
d) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
e) O maquinista empurra a manopla do acelerador.

95
34. (CASAL-AL – Administrador De Rede – COPEVE – 38. (prodam-am – Assistente de Hardware – funcab –
UFAL – 2014) Na afirmação abaixo, de Padre Vieira, 2014) O termo destacado em: “As pessoas estão sempre
“O trigo não picou os espinhos, antes os espinhos o pica- muito ATAREFADAS.” exerce a seguinte função sintática:
ram a ele... Cuidais que o sermão vos picou a vós” o subs-
tantivo “espinhos” tem, respectivamente, função sintática a) objeto direto.
de, b) objeto indireto.
c) adjunto adverbial.
a) objeto direto/objeto direto. d) predicativo.
b) sujeito/objeto direto. e) adjunto adnominal.
c) objeto direto/sujeito.
d) objeto direto/objeto indireto. 39. (trt-13ª região-pb – Técnico Judiciário – Tecnolo-
e) sujeito/objeto indireto. gia da Informação – Médio – fcc – 2014) Ao mesmo
tempo, as elites renunciaram às ambições passadas...
35. (CASAL-AL – Administrador De Rede – COPEVE – O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com-
UFAL – 2014) No texto, “Arranca o estatuário uma pedra plemento que o grifado acima está empregado em:
dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe; e, depois
que desbastou o mais grosso, toma o maço e cinzel na a) Faltam-nos precedentes históricos para...
mão para começar a formar um homem, primeiro mem- b) Nossos contemporâneos vivem sem esse futuro...
bro a membro e depois feição por feição.” c) Esse novo espectro comprova a novidade de nossa si-
VIEIRA, P. A. In Sermão do Espírito Santo. Acervo da Aca- tuação...
demia Brasileira de Letras d) As redes sociais eram atividades de difícil implemen-
A oração sublinhada exerce uma função de tação...
e) ... como se imitássemos o padrão de conforto...
a) causalidade.
b) conclusão. 40. (Cia de Serviços de Urbanização de Guarapuava-
c) oposição. -pr – Agente de Trânsito – consulplam – 2014) Quanto
d) concessão. à função que desempenha na sintaxe da oração, o trecho
e) finalidade. em destaque “Tenho uma dor que passa daqui pra lá e de
lá pra cá” corresponde a:

36. (EBSERH – HUCAM-UFES – Advogado – Superior a) Oração subordinada adjetiva restritiva.


– AOCP – 2014) Em “Se a ‘cura’ fosse cara, apenas uma b) Oração subordinada adjetiva explicativa.
pequena fração da sociedade teria acesso a ela.”, a expres- c) Adjunto adnominal.
são em destaque funciona como: d) Oração subordinada adverbial espacial.

a) objeto direto. 41. (Advocacia-Geral da União – Técnico em Comu-


b) adjunto adnominal. nicação Social – idecan – 2014) Acerca das relações
c) complemento nominal. sintáticas que ocorrem no interior do período a seguir
d) sujeito paciente. “Policiais de Los Angeles tomam facas de criminosos, per-
e) objeto indireto. seguem bêbados na estrada e terminam o dia na delega-
cia fazendo seu relatório.”, é correto afirmar que
37. (EBSERH – HUSM-UFSM-RS – Analista Adminis-
trativo – Jornalismo – Superior – AOCP – 2014) a) “o dia” é sujeito do verbo “terminar”.
“Sinta-se ungido pela sorte de recomeçar. Quando seu fi- b) o sujeito do período, Policiais de Los Angeles, é com-
lho crescer, ele irá entender - mais cedo ou mais tarde -...” posto.
No período acima, a oração destacada: c) “bêbados” e “criminosos” apresentam-se na função de
sujeito.
a) estabelece uma relação temporal com a oração que d) “facas” possui a mesma função sintática que “bêba-
lhe é subsequente. dos” e “relatório”.
b) estabelece uma relação temporal com a oração que a e) “de criminosos”, “na estrada”, “na delegacia” são ter-
antecede. mos que indicam circunstâncias que caracterizam a
c) estabelece uma relação condicional com a oração que ação verbal.
lhe é subsequente.
d) estabelece uma relação condicional com a oração que
LÍNGUA PORTUGUESA

a antecede.
e) estabelece uma relação de finalidade com a oração
que lhe é subsequente.

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42. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio – 43. TJ-BA – Técnico Judiciário – Área Administrativa –
VUNESP – 2015) Leia o texto, para responder às ques- Médio – FGV – 2015
tões.
O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para Texto 2 - “A primeira missão tripulada ao espaço profundo
consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito desde o programa Apollo, da década 1970, com o objetivo
às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o de enviar astronautas a Marte até 2030 está sendo prepa-
mundo for mundo –, ele não poderá prescindir da luta. A rada pela Nasa (agência espacial norte-americana). O pri-
vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das meiro passo para a concretização desse desafio será dado
classes sociais, dos indivíduos. nesta sexta-feira (5), com o lançamento da cápsula Orion,
Todos os direitos da humanidade foram conquistados da base da agência em Cabo Canaveral, na Flórida, nos
pela luta; seus princípios mais importantes tiveram de Estados Unidos. O lançamento estava previsto original-
enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; mente para esta quinta-feira (4), mas devido a problemas
todo e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja técnicos foi reagendado para as 7h05 (10h05 no horário
o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição de Brasília).”
ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples (Ciência, Internet Explorer).
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa
das mãos a balança com que pesa o direito, enquanto na “com o lançamento da cápsula Orion, da base da agência
outra segura a espada por meio da qual o defende. em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos.”
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a Os termos sublinhados se encarregam da localização do
espada, a impotência do direito. Uma completa a outra, lançamento da cápsula referida; o critério para essa loca-
e o verdadeiro estado de direito só pode existir quando lização também foi seguido no seguinte caso: Os protes-
a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade tos contra as cotas raciais ocorreram:
com que manipula a balança.
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder a) em Brasília, Distrito Federal, na região Centro-Oeste;
Público, mas de toda a população. A vida do direito nos b) em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, região Sul;
oferece, num simples relance de olhos, o espetáculo de c) em Pedrinhas, São Luís, Maranhão;
um esforço e de uma luta incessante, como o despendi- d) em São Paulo, São Paulo, Brasil;
do na produção econômica e espiritual. Qualquer pessoa e) em Goiânia, região Centro-Oeste, Brasil.
que se veja na contingência de ter de sustentar seu direi-
to participa dessa tarefa de âmbito nacional e contribui 44. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área
para a realização da ideia do direito. É verdade que nem Administrativa – Médio – FCC – 2017) Está plenamente
todos enfrentam o mesmo desafio. adequada a pontuação do seguinte período:
A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranqui-
lamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados pelo a) A produção cinematográfica como é sabido, sempre
direito. Se lhes disséssemos que o direito é a luta, não bebeu na fonte da literatura, mas o cinema declarou-
nos compreenderiam, pois só veem nele um estado de -se, independente das outras artes há mais de meio
paz e de ordem. século.
(Rudolf von Ihering, A luta pelo direito) b) Sabe-se que, a produção cinematográfica sempre con-
siderou a literatura como fonte de inspiração, mas o
Assinale a alternativa em que uma das vírgulas foi em- cinema declarou-se independente das outras artes, há
pregada para sinalizar a omissão de um verbo, tal como mais de meio século.
ocorre na passagem – A espada sem a balança é a força c) Há mais de meio século, o cinema declarou-se inde-
bruta, a balança sem a espada, a impotência do direito. pendente das outras artes, embora a produção cine-
matográfica tenha sempre considerado a literatura
a) O direito, no sentido objetivo, compreende os princí- como fonte de inspiração.
pios jurídicos manipulados pelo Estado. d) O cinema declarou-se independente, das outras ar-
b) Todavia, não pretendo entrar em minúcias, pois nunca tes, há mais de meio século; porém, sabe-se, que a
chegaria ao fim. produção cinematográfica sempre bebeu na fonte da
c) Do autor exige-se que prove, até o último centavo, o literatura.
interesse pecuniário. e) A literatura, sempre serviu de fonte inspiradora do ci-
d) É que, conforme já ressaltei várias vezes, a essência do nema, mas este, declarou-se independente das outras
direito está na ação. artes há mais de meio século − como é sabido.
e) A cabeça de Jano tem face dupla: a uns volta uma das
faces, aos demais, a outra.
LÍNGUA PORTUGUESA

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45. (Correios – Técnico em Segurança do Trabalho Jú- 48. (Prefeitura de Paulista-PE – Recepcionista – UPE-
nior – Médio – IADES – 2017 – adaptada) Quanto às NET – 2014) Sobre os SINAIS DE PONTUAÇÃO, observe
regras de ortografia e de pontuação vigentes, considere os itens abaixo:
o período “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam em
seu rosto numa mistura de amor e saudade.” e assinale a I. “Calma, gente”.
alternativa correta. II. “Que mundo é este que chorar não é “normal”?
III. “Sustentabilidade, paradigma de vida”
a) O uso da vírgula entre as orações é opcional. IV. “Será que precisa de mais licitações? Haja licitações!”
b) A redação “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam V. “E, de repente, aquela rua se tornou um grande lago...”
em seu rosto por que sentia um misto de amor e sauda-
de.” poderia substituir a original. Sobre eles, assinale a alternativa CORRETA.
c) O uso do hífen seria obrigatório, caso o prefixo re fosse
acrescentado ao vocábulo “lia”. a) No item I, a vírgula isola um aposto.
d) Caso a ordem das orações fosse invertida, o uso da b) No item II, a interrogação indica uma mensagem in-
vírgula entre elas poderia ser dispensado. terrompida.
e) Assim como o vocábulo “lágrimas”, devem ser acen- c) No item III, a vírgula isola termos que explicam o seu
tuados graficamente rúbrica, filântropo e lúcida. antecedente.
d) No item IV, os dois sinais de pontuação, a interrogação
46. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) e a exclamação, indicam surpresa.
Verifique a pontuação nas frases abaixo e marque a as- e) No item V, as vírgulas poderiam ser substituídas, ape-
sertiva correta: nas, por um ponto e vírgula após o termo “repente”.
a) Céus: Que injustiça. 49. (Prefeitura de Paulista-PE – Recepcionista – UPE-
b) O resultado do placar, não o abateu. NET – 2014 – adaptada)
c) O comércio estava fechado; porém, a farmácia estava
“Já vi gente cansada de amor, de trabalho, de política, de
em pleno atendimento.
ideais. Jamais conheci alguém sinceramente cansado de
d) Comam bastantes frutas crianças!
dinheiro.”
e) Comprei abacate, e mamão maduro.
(Millôr Fernandes)
47. (SAAE-SP – Fiscal Leiturista – VUNESP – 2014)
Sobre as vírgulas existentes no texto, é CORRETO afirmar
que:

a) são facultativas.
b) isolam apostos.
c) separam elementos de mesma função sintática.
d) a terceira é facultativa.
e) separam orações coordenadas assindéticas.

50. (Polícia Militar-SP – Oficial Administrativo – Mé-


dio – vunesp – 2014) A reescrita da frase – Como sempre,
a resposta depende de como definimos os termos da per-
gunta. – está correta, quanto à pontuação, em:

a) A resposta como sempre, depende de, como defini-


mos os termos da pergunta.
b) A resposta, como sempre, depende de como defini-
mos os termos da pergunta.
c) A resposta como, sempre, depende de como defini-
mos os termos da pergunta.
d) A resposta, como, sempre depende de como defini-
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pon- mos os termos da pergunta.
tuação está correta em: e) A resposta como sempre, depende de como, defini-
mos os termos da pergunta.
a) Hagar disse, que não iria.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bifes


e lagostas, aos vizinhos.
c) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: para
Hagar e Helga
d) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Hagar
à Helga.
e) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos
Stevensens, para jantar bifes e lagostas.

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51. (Emplasa-Sp – Analista Jurídico – Direito – vunesp 54. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio –
– 2014) Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, VUNESP – 2017)
a pontuação está correta em: Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos
no setor de tecnologia já tinham feito – ele transferiu sua
a) Como há suspeita, por parte da família de que João equipe para um chamado escritório aberto, sem paredes
Goulart tenha sido assassinado; a Comissão da Ver- e divisórias.
dade decidiu reabrir a investigação de sua morte, em Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele
maio deste ano, a pedido da viúva e dos filhos. queria que todos estivessem juntos, para se conectarem
b) Em maio deste ano, a Comissão da Verdade acatou o e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo fi-
pedido da família do ex-presidente João Goulart e rea- cou claro que Nagele tinha cometido um grande erro.
briu a investigação da morte deste, visto que, para a Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove
viúva e para os filhos, Jango pode ter sido assassinado. empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio
c) A investigação da morte de João Goulart, foi reaberta, chefe.
em maio deste ano pela Comissão da Verdade, para Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para
apuração da causa da morte do ex-presidente uma vez o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para um
que, para a família, Jango pode ter sido assassinado. espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio es-
d) A Comissão da Verdade, a pedido da família de João paço, com portas e tudo.
Goulart, reabriu em maio deste ano a investigação de Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório
sua morte, porque, a hipótese de assassinato não é aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Uni-
descartada, pela viúva e filhos. dos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram
e) Como a viúva e os filhos do ex-presidente João Gou- ao modelo de espaços tradicionais com salas e portas.
lart, suspeitando que ele possa ter sido assassinado Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até
pediram a reabertura da investigação de sua morte, 15% da produtividade, desenvolver problemas graves
à Comissão da Verdade, esta, atendeu o pedido em de concentração e até ter o dobro de chances de ficar
maio deste ano. doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que
estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de
organização.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele
52. (Caixa Econômica Federal – Médico do Trabalho – já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem sentir
cespe – 2014 – adaptada) A correção gramatical do tre- falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita
cho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as gente concorda – simplesmente não aguentam o escri-
mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso tório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e é
se inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”. preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele.
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em
( ) CERTO ( ) ERRADO desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exemplo
de Nagele e voltando aos espaços privados.
53. (Prefeitura de Arcoverde-PE – Administrador de Há uma boa razão que explica por que todos adoram um
Recursos Humanos – CONPASS – 2014) Leia o texto a espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A verdade
seguir: é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo
“Pagar por esse software não é um luxo, mas uma necessi- tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco
dade”. O uso da vírgula justifica-se porque: por até 20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um
a) estabelece a relação entre uma coordenada assindéti- local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e
ca e uma conclusiva. design de interiores.
b) separar a oração coordenada “não é um luxo” da ad- (Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos po-
versativa “mas uma necessidade”, em que o verbo está dem ser ruins para funcionários.” Disponível em:<w-
subentendido. ww1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adapta-
c) liga a oração principal “Pagar” à coordenada “não é um do)
luxo, mas uma necessidade”.
d) indica que dois termos da mesma função estão ligados Iniciando-se a frase – Retemos mais informações quando
por uma conjunção aditiva. nos sentamos em um local fixo... (último parágrafo) – com
e) isola o aposto na segunda oração. o termo Talvez, indicando condição, a sequência que
apresenta correlação dos verbos destacados de acordo
com a norma-padrão será:
LÍNGUA PORTUGUESA

a) reteríamos ... sentarmos


b) retínhamos ... sentássemos
c) reteremos ... sentávamos
d) retivemos ... sentaríamos
e) retivéssemos ... sentássemos

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42 E
GABARITO 43 A
44 C
1 C 45 D
2 A 46 C
3 D 47 E
4 A 48 C
5 C 49 C
6 A 50 B
7 C 51 B
8 D 52 Certo
9 D 53 C
10 C 54 E
11 B
12 C
13 D
14 E
15 A
16 B
17 A
18 Certo
19 D
20 C
21 A
22 E
23 E
24 E
25 C
26 C
27 E
28 D
29 B
30 A
31 E
32 D
33 E
34 C
35 E
36 C
LÍNGUA PORTUGUESA

37 A
38 D
39 A
40 A
41 D

100
ANOTAÇÕES

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101
ANOTAÇÕES

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102
ÍNDICE

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO


Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplica- ção, divisão, potenciação); expressões numéricas;
múltiplos e divisores de números naturais; problemas. ..........................................................................................................................................01
Frações e operações com frações. ...................................................................................................................................................................................01
Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais; regra de três; porcentagem e
problemas. .................................................................................................................................................................................................................................22
Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios; deduzir novas informações das
relações fornecidas e avaliar as con- dições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. .................................................30
Compreensão e elaboração da lógica das situações por meio de: raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio sequencial,
orientação espacial e temporal, formação de conceitos, discri- minação de elementos...........................................................................30
Compreensão do processo lógico que, a partir de um conjunto de hipóteses, conduz, de forma válida, a conclusões
determinadas............................................................................................................................................................................................................................52
NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS: OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO,
DIVISÃO, POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES NUMÉRICAS; MÚLTIPLOS E DIVISORES DE NÚMEROS
NATURAIS; PROBLEMAS. FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM FRAÇÕES.

Números Naturais e suas operações fundamentais

1. Definição de Números Naturais

Os números naturais como o próprio nome diz, são os números que naturalmente aprendemos, quando estamos
iniciando nossa alfabetização. Nesta fase da vida, não estamos preocupados com o sinal de um número, mas sim em
encontrar um sistema de contagem para quantificarmos as coisas. Assim, os números naturais são sempre positivos e
começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, obtemos os seguintes elementos:

ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … .

Sabendo como se constrói os números naturais, podemos agora definir algumas relações importantes entre eles:

a) Todo número natural dado tem um sucessor (número que está imediatamente à frente do número dado na
seqüência numérica). Seja m um número natural qualquer, temos que seu sucessor será sempre definido como
m+1. Para ficar claro, seguem alguns exemplos:
Ex: O sucessor de 0 é 1.
Ex: O sucessor de 1 é 2.
Ex: O sucessor de 19 é 20.

b) Se um número natural é sucessor de outro, então os dois números que estão imediatamente ao lado do outro
são considerados como consecutivos. Vejam os exemplos:
Ex: 1 e 2 são números consecutivos.
Ex: 5 e 6 são números consecutivos.
Ex: 50 e 51 são números consecutivos.

c) Vários números formam uma coleção de números naturais consecutivos se o segundo for sucessor do primeiro, o
terceiro for sucessor do segundo, o quarto for sucessor do terceiro e assim sucessivamente. Observe os exemplos
a seguir:
Ex: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.
Ex: 5, 6 e 7 são consecutivos.
Ex: 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.

d) Analogamente a definição de sucessor, podemos definir o número que vem imediatamente antes ao número
analisado. Este número será definido como antecessor. Seja m um número natural qualquer, temos que seu an-
tecessor será sempre definido como m-1. Para ficar claro, seguem alguns exemplos:
Ex: O antecessor de 2 é 1.
Ex: O antecessor de 56 é 55. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Ex: O antecessor de 10 é 9.

FIQUE ATENTO!
O único número natural que não possui antecessor é o 0 (zero) !

1.1. Operações com Números Naturais

Agora que conhecemos os números naturais e temos um sistema numérico, vamos iniciar o aprendizado das opera-
ções matemáticas que podemos fazer com eles. Muito provavelmente, vocês devem ter ouvido falar das quatro opera-
ções fundamentais da matemática: Adição, Subtração, Multiplicação e Divisão. Vamos iniciar nossos estudos com elas:

Adição: A primeira operação fundamental da Aritmética tem por finalidade reunir em um só número, todas as
unidades de dois ou mais números. Antes de surgir os algarismos indo-arábicos, as adições podiam ser realizadas por
meio de tábuas de calcular, com o auxílio de pedras ou por meio de ábacos. Esse método é o mais simples para se
aprender o conceito de adição, veja a figura a seguir:

1
Observando a historinha, veja que as unidades (pedras) foram reunidas após o passeio no quintal. Essa reunião das
pedras é definida como adição. Simbolicamente, a adição é representada pelo símbolo “+” e assim a historinha fica da
seguinte forma:

3 2 5
+ =
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑒𝑔𝑢𝑒𝑖 𝑛𝑜 𝑞𝑢𝑖𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜

Como toda operação matemática, a adição possui algumas propriedades, que serão apresentadas a seguir:

a) Fechamento: A adição no conjunto dos números naturais é fechada, pois a soma de dois números naturais será
sempre um número natural.

b) Associativa: A adição no conjunto dos números naturais é associativa, pois na adição de três ou mais parcelas
de números naturais quaisquer é possível associar as parcelas de quaisquer modos, ou seja, com três números
naturais, somando o primeiro com o segundo e ao resultado obtido somarmos um terceiro, obteremos um re-
sultado que é igual à soma do primeiro com a soma do segundo e o terceiro. Apresentando isso sob a forma de
números, sejam A,B e C, três números naturais, temos que:
𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 𝐴 + (𝐵 + 𝐶)

c) Elemento neutro: Esta propriedade caracteriza-se pela existência de número que ao participar da operação de
adição, não altera o resultado final. Este número será o 0 (zero). Seja A, um número natural qualquer, temos que:

𝐴+0 = 𝐴

d) Comutativa: No conjunto dos números naturais, a adição é comutativa, pois a ordem das parcelas não altera a
soma, ou seja, somando a primeira parcela com a segunda parcela, teremos o mesmo resultado que se somando
a segunda parcela com a primeira parcela. Sejam dois números naturais A e B, temos que:

𝐴+𝐵 =𝐵 +𝐴
Subtração: É a operação contrária da adição. Ao invés de reunirmos as unidades de dois números naturais, vamos
retirar uma quantidade de um número. Voltando novamente ao exemplo das pedras:
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Observando a historinha, veja que as unidades (pedras) que eu tinha foram separadas. Essa separação das pedras é
definida como subtração. Simbolicamente, a subtração é representada pelo símbolo “-” e assim a historinha fica da se-
guinte forma:
5 3 2
− =
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑎𝑚𝑖𝑔𝑜 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜

2
A subtração de números naturais também possui suas propriedades, definidas a seguir:

a) Não fechada: A subtração de números naturais não é fechada, pois há um caso onde a subtração de dois núme-
ros naturais não resulta em um número natural. Sejam dois números naturais A,B onde A < B, temos que:
A−B< 0
Como os números naturais são positivos, A-B não é um número natural, portanto a subtração não é fechada.

b) Não Associativa: A subtração de números naturais também não é associativa, uma vez que a ordem de resolução é
importante, devemos sempre subtrair o maior do menor. Quando isto não ocorrer, o resultado não será um número
natural.
c) Elemento neutro: No caso do elemento neutro, a propriedade irá funcionar se o zero for o termo a ser subtraído
do número. Se a operação for inversa, o elemento neutro não vale para os números naturais:
d) Não comutativa: Vale a mesma explicação para a subtração de números naturais não ser associativa. Como a
ordem de resolução importa, não podemos trocar os números de posição

Multiplicação: É a operação que tem por finalidade adicionar o primeiro número denominado multiplicando ou
parcela, tantas vezes quantas são as unidades do segundo número denominadas multiplicador. Veja o exemplo:

Ex: Se eu economizar toda semana R$ 6,00, ao final de 5 semanas, quanto eu terei guardado?

Pensando primeiramente em soma, basta eu somar todas as economias semanais:


6 + 6 + 6 + 6 + 6 = 30

Quando um mesmo número é somado por ele mesmo repetidas vezes, definimos essa operação como multiplica-
ção. O símbolo que indica a multiplicação é o “x” e assim a operação fica da seguinte forma:
6+6+6+6+6 6𝑥5
= = 30
𝑆𝑜𝑚𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖çõ𝑒𝑠

A multiplicação também possui propriedades, que são apresentadas a seguir:

a) Fechamento: A multiplicação é fechada no conjunto dos números naturais, pois realizando o produto de dois ou
mais números naturais, o resultado será um número natural.

b) Associativa: Na multiplicação, podemos associar três ou mais fatores de modos diferentes, pois se multiplicar-
mos o primeiro fator com o segundo e depois multiplicarmos por um terceiro número natural, teremos o mesmo
resultado que multiplicar o terceiro pelo produto do primeiro pelo segundo. Sejam os números naturais m,n e p,
temos que:
𝑚 𝑥 𝑛 𝑥 𝑝 = 𝑚 𝑥 (𝑛 𝑥 𝑝)

c) Elemento Neutro: No conjunto dos números naturais também existe um elemento neutro para a multiplicação
mas ele não será o zero, pois se não repetirmos a multiplicação nenhuma vez, o resultado será 0. Assim, o ele- MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
mento neutro da multiplicação será o número 1. Qualquer que seja o número natural n, tem-se que:
𝑛𝑥1=𝑛

d) Comutativa: Quando multiplicamos dois números naturais quaisquer, a ordem dos fatores não altera o produto,
ou seja, multiplicando o primeiro elemento pelo segundo elemento teremos o mesmo resultado que multiplican-
do o segundo elemento pelo primeiro elemento. Sejam os números naturais m e n, temos que:

𝑚𝑥𝑛 = 𝑛𝑥𝑚

e) Prioridade sobre a adição e subtração: Quando se depararem com expressões onde temos diferentes opera-
ções matemática, temos que observar a ordem de resolução das mesmas. Observe o exemplo a seguir:

Ex: 2 + 4 𝑥 3

Se resolvermos a soma primeiro e depois a multiplicação, chegamos em 18.


Se resolvermos a multiplicação primeiro e depois a soma, chegamos em 14. Qual a resposta certa?
A multiplicação tem prioridade sobre a adição, portanto deve ser resolvida primeiro e assim a resposta correta é 14.

3
FIQUE ATENTO!
Caso haja parênteses na soma, ela tem prioridade sobre a multiplicação. Utilizando o exemplo, temos que: .
(2 + 4)𝐱3 = 6 𝐱 3 = 18 Nesse caso, realiza-se a soma primeiro, pois ela está dentro dos parênteses

f) Propriedade Distributiva: Uma outra forma de resolver o exemplo anterior quando se a soma está entre
parênteses é com a propriedade distributiva. Multiplicando um número natural pela soma de dois números
naturais, é o mesmo que multiplicar o fator, por cada uma das parcelas e a seguir adicionar os resultados ob-
tidos. Veja o exemplo:
2 + 4 x 3 = 2x3 + 4x3 = 6 + 12 = 18

Veja que a multiplicação foi distribuída para os dois números do parênteses e o resultado foi o mesmo que do item
anterior.

Divisão: Dados dois números naturais, às vezes necessitamos saber quantas vezes o segundo está contido no pri-
meiro. O primeiro número é denominado dividendo e o outro número é o divisor. O resultado da divisão é chamado
de quociente. Nem sempre teremos a quantidade exata de vezes que o divisor caberá no dividendo, podendo sobrar
algum valor. A esse valor, iremos dar o nome de resto. Vamos novamente ao exemplo das pedras:

No caso em particular, conseguimos dividir as 8 pedras para 4 amigos, ficando cada um deles como 2 unidades e
não restando pedras. Quando a divisão não possui resto, ela é definida como divisão exata. Caso contrário, se ocorrer
resto na divisão, como por exemplo, se ao invés de 4 fossem 3 amigos:

Nessa divisão, cada amigo seguiu com suas duas pedras, porém restaram duas que não puderam ser distribuídas,
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

pois teríamos amigos com quantidades diferentes de pedras. Nesse caso, tivermos a divisão de 8 pedras por 3 amigos,
resultando em um quociente de 2 e um resto também 2. Assim, definimos que essa divisão não é exata.
Devido a esse fato, a divisão de números naturais não é fechada, uma vez que nem todas as divisões são exatas.
Também não será associativa e nem comutativa, já que a ordem de resolução importa. As únicas propriedades válidas
na divisão são o elemento neutro (que segue sendo 1, desde que ele seja o divisor) e a propriedade distributiva.

FIQUE ATENTO!
A divisão tem a mesma ordem de prioridade de resolução que a multiplicação, assim ambas podem ser
resolvidas na ordem que aparecem.

4
1.2 Definições Importantes dos Números inteiros

EXERCÍCIO COMENTADO Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a


distância ou afastamento desse número até o zero, na reta
1. (Pref. De Bom Retiro – SC) A Loja Berlanda está com numérica inteira. Representa-se o módulo pelo símbolo | |.
promoção de televisores. Então resolvi comprar um tele- Vejam os exemplos:
visor por R$ 1.700,00. Dei R$ 500,00 de entrada e o res-
tante vou pagar em 12 prestações de: Ex: O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
Ex: O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7
a) R$ 170,00 Ex: O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
b) R$ 1.200,00
c) R$ 200,00 a) O módulo de qualquer número inteiro, diferente de
d) R$ 100,00 zero, é sempre positivo.

Resposta: Letra D Números Opostos: Voltando a definição do inicio do


Dado o preço inicial de R$ 1700,00, basta subtrair a capítulo, dois números inteiros são ditos opostos um do
entrada de R$ 500,00, assim: R$ 1700,00-500,00 = R$ outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos que
os representam distam igualmente da origem. Vejam os
1200,00. Dividindo esse resultado em 12 prestações,
exemplos:
chega-se a R$ 1200,00 : 12 = R$ 100,00
Ex: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2,
pois 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0
Números Inteiros e suas operações fundamentais Ex: No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a
é – a, e vice-versa.
1.1 Definição de Números Inteiros Ex: O oposto de zero é o próprio zero.
Definimos o conjunto dos números inteiros como a 1.3 Operações com Números Inteiros
união do conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3,
4,..., n,...}, com o conjunto dos opostos dos números na- Adição: Diferentemente da adição de números naturais,
turais, que são definidos como números negativos. Este a adição de números inteiros pode gerar um pouco de con-
conjunto é denotado pela letra Z e é escrito da seguinte fusão ao leito. Para melhor entendimento desta operação,
forma: associaremos aos números inteiros positivos o conceito de
“ganhar” e aos números inteiros negativos o conceito de
ℤ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, … } “perder”. Vejam os exemplos:
Sabendo da definição dos números inteiros, agora é
Ex: (+3) + (+5) = ?
possível indiciar alguns subconjuntos notáveis:
Obviamente, quem conhece a adição convencional,
a) O conjunto dos números inteiros não nulos: São sabe que este resultado será 8. Vamos ver agora pelo con-
todos os números inteiros, exceto o zero: ceito de “ganhar” e “perder”:
+3 = Ganhar 3
ℤ∗ = {… , −4, −3, −2, −1, 1, 2, 3, 4, … } +5 = Ganhar 5

b) O conjunto dos números inteiros não negativos: Logo: (Ganhar 3) + (Ganhar 5) = (Ganhar 8)
São todos os inteiros que não são negativos, ou
seja, os números naturais: Ex: (−3) + (−5) = ?
ℤ+ = 0, 1, 2, 3, 4, … = ℕ Agora é o caso em que temos dois números negativos, MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
c) O conjunto dos números inteiros positivos: São to- usando o conceito de “ganhar” ou “perder”:
-3 = Perder 3
dos os inteiros não negativos, e neste caso, o zero
-5 = Perder 5
não pertence ao subconjunto:
ℤ∗+ = 1, 2, 3, 4, … Logo: (Perder 3) + (Perder 5) = (Perder 8)
Neste caso, estamos somando duas perdas ou dois pre-
d) O conjunto dos números inteiros não positivos: juízos, assim o resultado deverá ser uma perda maior.
São todos os inteiros não positivos: E se tivermos um número positivo e um negativo? Va-
ℤ_ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, } mos ver os exemplos:

e) O conjunto dos números inteiros negativos: São Ex: (+8) + (−5) = ?


todos os inteiros não positivos, e neste caso, o zero
não pertence ao subconjunto: Neste caso, temos um ganho de 8 e uma perda de 5, que
ℤ∗ _ = {… , −4, −3, −2, −1} naturalmente sabemos que resultará em um ganho de 3:
+8 = Ganhar 8
-5 = Perder 5

Logo: (Ganhar 8) + (Perder 5) = (Ganhar 3)

5
Se observarem essa operação, vocês irão perceber que Considere as seguintes situações:
ela tem o mesmo resultado que 8 − 5 = 3. Basicamente
ambas são as mesmas operações, sem a presença dos pa- 1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião
rênteses e a explicação de como se chegar a essa simplifi- passou de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da
cação será apresentado nos itens seguintes deste capítulo. temperatura?
Agora, e se a perda for maior que o ganho? Veja o Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6)
exemplo: – (+3) = +3

Ex: −8 + +5 = ? 2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, du-


rante o dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura bai-
Usando a regra, temos que: xou de 3 graus. Qual a temperatura registrada na noite
de terça-feira?
-8 = Perder 8 Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) +
+5 = Ganhar 5 (–3) = +3

Logo: (Perder 8) + (Ganhar 5) = (Perder 3) Se compararmos as duas igualdades, verificamos que


(+6) – (+3) é o mesmo que (+5) + (–3).
Após a definição de adição de números inteiros, va-
mos apresentar algumas de suas propriedades: Temos:
(+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
a) Fechamento: O conjunto Z é fechado para a adição, (+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3
isto é, a soma de dois números inteiros ainda é um número (–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3
inteiro.
Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros
b) Associativa: Para todos 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℤ : é o mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do
segundo.
𝑎 + (𝑏 + 𝑐) = (𝑎 + 𝑏) + 𝑐

Ex: 2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Comutativa: Para todos a,b em Z:
a+b=b+a 1. Calcule:
3+7=7+3
a) (+12) + (–40) ;
Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a b) (+12) – (–40)
cada z em Z, proporciona o próprio z, isto é: c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20)
z+0=z d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15)
7+0=7
Resposta: Aplicando as regras de soma e subtração
Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em de inteiros, tem-se que:
Z, tal que a) (+12) + (–40) = 12 – 40 = -28
z + (–z) = 0 b) (+12) – (–40) = 12 + 40 = 52
9 + (–9) = 0 c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) = +5 -16 – 9 + 20 = 25 – 25
=0
Subtração de Números Inteiros d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) = -3 + 6 – 4 – 2 – 15
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

= 6 – 24 = -18
A subtração é empregada quando:
- Precisamos tirar uma quantidade de outra quanti- 1.4. Multiplicação de Números Inteiros
dade;
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto A multiplicação funciona como uma forma simplifi-
uma delas tem a mais que a outra; cada de uma adição quando os números são repetidos.
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto Poderíamos analisar tal situação como o fato de estar-
falta a uma delas para atingir a outra. mos ganhando repetidamente alguma quantidade, como
por exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes consecutivas,
A subtração é a operação inversa da adição. significa ganhar 30 objetos e esta repetição pode ser in-
dicada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9 Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos:
2 + 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60
diferença Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos:
subtraendo (–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60
Observamos que a multiplicação é um caso particular
minuendo da adição onde os valores são repetidos.

6
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode Considerando os exemplos dados, concluímos que,
ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum para efetuar a divisão exata de um número inteiro por
sinal entre as letras. outro número inteiro, diferente de zero, dividimos o mó-
Para realizar a multiplicação de números inteiros, de- dulo do dividendo pelo módulo do divisor. Daí:
vemos obedecer à seguinte regra de sinais: - Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal,
(+1) x (+1) = (+1) o quociente é um número inteiro positivo.
(+1) x (-1) = (-1) - Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferen-
(-1) x (+1) = (-1) tes, o quociente é um número inteiro negativo.
(-1) x (-1) = (+1) - A divisão nem sempre pode ser realizada no conjun-
to Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são divisões
Com o uso das regras acima, podemos concluir que: que não podem ser realizadas em Z, pois o resultado não
é um número inteiro.
Sinais dos números Resultado do produto - No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é
associativa e não tem a propriedade da existência do ele-
Iguais Positivo mento neutro.
Diferentes Negativo
1- Não existe divisão por zero.
Propriedades da multiplicação de números intei- Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não existe
ros: O conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a um número inteiro cujo produto por zero seja igual a –15.
multiplicação de dois números inteiros ainda é um número 2- Zero dividido por qualquer número inteiro, dife-
inteiro. rente de zero, é zero, pois o produto de qualquer número
inteiro por zero é igual a zero.
Associativa: Para todos a,b,c em Z: Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 /b) 0 : (+6) = 0 /c) 0 : (–1) = 0
a x (b x c) = (a x b) x c
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7 1.6. Potenciação de Números Inteiros

Comutativa: Para todos a,b em Z: A potência an do número inteiro a, é definida como


axb=bxa um produto de n fatores iguais. O número a é denomina-
3x7=7x3 do a base e o número n é o expoente.
an = a x a x a x a x ... x a
Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por a é multiplicado por a n vezes
todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
zx1=z Exemplos:
7x1=7 33 = (3) x (3) x (3) = 27
(-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125
Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de (-7)² = (-7) x (-7) = 49
zero, existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que (+9)² = (+9) x (+9) = 81
z x z–1 = z x (1/z) = 1
9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1 - Toda potência de base positiva é um número intei-
ro positivo.
Distributiva: Para todos a,b,c em Z: Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9
a x (b + c) = (a x b) + (a x c)
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5) - Toda potência de base negativa e expoente par é
um número inteiro positivo.
1.5. Divisão de Números Inteiros Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

- Toda potência de base negativa e expoente ímpar


é um número inteiro negativo.
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125

Propriedades da Potenciação:

Sabemos que na divisão exata dos números naturais: Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se
40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40 a base e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 = (–7)9
36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36
Quocientes de Potências com bases iguais: Conser-
Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a di- va-se a base e subtraem-se os expoentes. (+13)8 : (+13)6
visão exata de números inteiros. Veja o cálculo: = (+13)8 – 6 = (+13)2

(–20) : (+5) = q  (+5) . q = (–20)  q = (–4) Potência de Potência: Conserva-se a base e multipli-
Logo: (–20) : (+5) = +4 cam-se os expoentes. [(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10

7
Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (+9)1 = Multiplicidade e Divisibilidade
+9 (–13)1 = –13
Um múltiplo de um número é o produto desse núme-
Potência de expoente zero e base diferente de ro por um número natural qualquer. Já um divisor de um
zero: É igual a 1. Exemplo: (+14)0 = 1 (–35)0 = 1 número é um número cujo resto da divisão do número
pelo divisor é zero.
Radiciação de Números Inteiros Ex: Sabe-se que 30 ∶ 6 = 5, porque 5× 6 = 30.

A raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro a Pode-se dizer então que:
é a operação que resulta em outro número inteiro não “30 é divisível por 6 porque existe um numero natural
negativo b que elevado à potência n fornece o número a. (5) que multiplicado por 6 dá como resultado 30.”
Um numero natural a é divisível por um numero na-
O número n é o índice da raiz enquanto que o número a
tural b, não-nulo, se existir um número natural c, tal que
é o radicando (que fica sob o sinal do radical). c.b=a.
A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro Voltando ao exemplo 30 ∶ 6 = 5 , conclui-se que: 30 é
a é a operação que resulta em outro número inteiro não múltiplo de 6, e 6 é divisor de 30.
negativo que elevado ao quadrado coincide com o nú-
mero a. Analisando outros exemplos:
a) 20 : 5 = 4 → 20 é múltiplo de 5 (4×5=20), e 5 é
Observação: Não existe a raiz quadrada de um nú- divisor de 20
mero inteiro negativo no conjunto dos números inteiros. b) 12 : 2 = 6 → 12 é múltiplo de 2 (6×2=12), e 2 é
divisor de 12
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais
didáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas apare- 1. Conjunto dos múltiplos de um número natural:
cimento de:
É obtido multiplicando-se o número natural em questão
= ±3 pela sucessão dos números naturais: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,...
9 Ex: Conjunto dos múltiplos de 7. Para encontrar esse
mas isto está errado. O certo é: conjunto basta multiplicar por 7 cada um dos números
da sucessão dos naturais:
7x0=0
9 = +3 7x1=7
7 x 2 = 14
Observamos que não existe um número inteiro não 7 x 3 = 21
negativo que multiplicado por ele mesmo resulte em um 7 x 4 = 28
número negativo. 7 x 5 = 35

A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a O conjunto formado pelos resultados encontrados for-
é a operação que resulta em outro número inteiro que ma o conjunto dos múltiplos de 7: M(7) = {0, 7, 14, 21,
elevado ao cubo seja igual ao número a. Aqui não res- 28,...}.
tringimos os nossos cálculos somente aos números não
negativos. Observações:
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
Exemplos - Todo número natural é múltiplo de 1.
- Todo número natural, diferente de zero, tem infini-
(a)
3
8 = 2, pois 2³ = 8. tos múltiplos.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural.
(b)
3
−8 = –2, pois (–2)³ = -8. - Os múltiplos do número 2 são chamados de núme-
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

ros pares, e a fórmula geral desses números é .


(c)
3
27 = 3, pois 3³ = 27. Os demais são chamados de números ímpares, e a fór-
mula geral desses números é .

(d)
3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27. 1.1. Critérios de divisibilidade:

Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o São regras práticas que nos possibilitam dizer se um
produto de números inteiros, concluímos que: número é ou não divisível por outro, sem efetuarmos a
divisão.
(a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de núme-
ro inteiro negativo. Divisibilidade por 2: Um número é divisível por 2
quando ele é par, ou seja, quando ele termina em 0, 2, 4,
(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a 6 ou 8.
raiz de qualquer número inteiro.
Exs:
a) 9656 é divisível por 2, pois termina em 6.
b) 4321 não é divisível por 2, pois termina em 1.

8
Divisibilidade por 3: Um número é divisível por 3 Procedimento:
quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos - Último algarismo: 4. Multiplica-se por 2: 4×2=8
é divisível por 3. - Subtrai-se o resultado do número inicial sem o úl-
timo algarismo: 176-8=168
Exs: - O resultado é múltiplo de 7? Para isso precisa veri-
a) 65385 é divisível por 3, pois 6 + 5 + 3 + 8 + 5 = 27, ficar se 168 é divisível por 7.
e 27 é divisível por 3.
b) 15443 não é divisível por 3, pois 1+ 5 + 4 + 4 + 3 = Aplica-se o procedimento novamente, agora para o
17, e 17 não é divisível por 3. número 168.
- Último algarismo: 8. Multiplica-se por 2: 8×2=16
Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4
- Subtrai-se o resultado do número inicial sem o úl-
quando termina em 00 ou quando o número formado
pelos dois últimos algarismos for divisível por 4. timo algarismo: 16-16=0
- O resultado é múltiplo de 7? Sim, pois zero (0) é
Exs: múltiplo de qualquer número natural.
a) 536400 é divisível por 4, pois termina em 00.
b) 653524 é divisível por 4, pois termina em 24, e 24 Portanto, conclui-se que 168 é múltiplo de 7. Se 168 é
é divisível por 4. múltiplo de 7, então 1764 é divisível por 7.
c) 76315 não é divisível por 4, pois termina em 15, e
15 não é divisível por 4. Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8
quando termina em 000 ou quando o número formado
Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5 pelos três últimos algarismos for divisível por 8.
quando termina em 0 ou 5. Exs:
Exs: a) 57000 é divisível por 8, pois termina em 000.
a) 35040 é divisível por 5, pois termina em 0. b) 67024 é divisível por 8, pois seus três últimos alga-
b) 7235 é divisível por 5, pois termina em 5. rismos formam o número 24, que é divisível por 8.
c) 6324 não é divisível por 5, pois termina em 4. c) 34125 não é divisível por 8, pois seus três últimos
algarismos formam o número 125, que não é divi-
sível por 8.
EXERCÍCIO COMENTADO
1. Escreva os elementos dos conjuntos dos múltiplos EXERCÍCIO COMENTADO
de 5 positivos menores que 30.
2. Escreva os elementos dos conjuntos dos múltiplos de
Resposta: Seguindo a tabuada do 5, temos que:
8 compreendidos entre 30 e 50.
{5,10,15,20,25}.
Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6
Resposta: Seguindo a tabuada do 8, a partir do 30:
quando é divisível por 2 e por 3.
{32,40,48}.
Exs:
a) 430254 é divisível por 6, pois é divisível por 2 (ter- Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9
mina em 4) e por 3 (4 + 3 + 0 + 2 + 5 + 4 = 18). quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos
b) 80530 não é divisível por 6, pois não é divisível por formam um número divisível por 9.
3 (8 + 0 + 5 + 3 + 0 = 16).
c) 531561 não é divisível por 6, pois não é divisível por Exs:
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
2 (termina em 1). a) 6253461 é divisível por 9, pois 6 + 2 + 5 + 3 + 4 +
6 + 1 = 27 é divisível por 9.
Divisibilidade por 7: Para verificar a divisibilidade b) 325103 não é divisível por 9, pois 3 + 2 + 5 + 1 + 0
por 7, deve-se fazer o seguinte procedimento. + 3 = 14 não é divisível por

- Multiplicar o último algarismo por 2 Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10
- Subtrair o resultado do número inicial sem o últi- quando termina em zero.
mo algarismo
- Se o resultado for um múltiplo de 7, então o núme- Exs:
ro inicial é divisível por 7. a) 563040 é divisível por 10, pois termina em zero.
b) 246321 não é divisível por 10, pois não termina em
É importante ressaltar que, em caso de números com zero.
vários algarismos, será necessário fazer o procedimento
mais de uma vez. Divisibilidade por 11: Um número é divisível por 11
quando a diferença entre a soma dos algarismos de posi-
Ex: ção ímpar e a soma dos algarismos de posição par resulta
em um número divisível por 11.
Analisando o número 1764

9
Exs: Por exemplo: 43=4×4×4=64, sendo a base igual a 4 e
a) 43813 é divisível por 11. Vejamos o porquê o expoente igual a 3.
Esta operação não passa de uma multiplicação com fa-
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos tores iguais, como por exemplo: 23 = 2 × 2 × 2 = 8 → 53
nas posições 1, 3 e 5. Ou seja, 4,8 e 3. A soma desses = 5 × 5 × 5 = 125
algarismos é 4 + 8 + 3 = 15
1. Propriedades da Potenciação
Os algarismos de posição par são os algarismos nas
posições 2 e 4. Ou seja, 3 e 1. A soma desses algarismos Propriedade 1: potenciação com base 1
é 3+1 = 4 Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente natu-
ral é n, denotada por 1n, será sempre igual a 1. Em resumo,
1n=1
15 – 4 = 11→ A diferença divisível por 11. Logo 43813
é divisível por 11. Exemplos:
a) 13 = 1×1×1 = 1
b) 83415721 não é divisível por 11. Vejamos o porquê b) 17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos Propriedade 2: potenciação com expoente nulo
nas posições 1, 3, 5 e 7. Ou seja, 8, 4, 5 e 2. A soma desses Se n é um número natural não nulo, então temos que nº=1.
algarismos é
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos
Exemplos:
nas posições 1, 3, 5 e 7. Ou seja, 8, 4, 5 e 2. A soma desses
a) 5º = 1
algarismos é 8+4+5+2 = 19
b) 9º = 1
Os algarismos de posição par são os algarismos nas
Propriedade 3: potenciação com expoente 1
posições 2, 4 e 6. Ou seja, 3, 1 e 7. A soma desses algaris-
mos é 3+1+7 = 11
19 – 11 = 8→ A diferença não é divisível por 11. Logo Qualquer que seja a potência em que a base é o nú-
83415721 não é divisível por 11. mero natural n e o expoente é igual a 1, denotada por n1 ,
é igual ao próprio n. Em resumo, n1=n
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12
quando é divisível por 3 e por 4. Exemplos:
a) 5¹ = 5
Exs: b) 64¹ = 64
a) 78324 é divisível por 12, pois é divisível por 3 ( 7 +
8 + 3 + 2 + 4 = 24) e por 4 (termina em 24). Propriedade 4: potenciação de base 10
Toda potência 10n é o número formado pelo algarismo
b) 652011 não é divisível por 12, pois não é divisível 1 seguido de n zeros.
por 4 (termina em 11).
Exemplos:
c) 863104 não é divisível por 12, pois não é divisível a) 103 = 1000
por 3 (8 + 6 + 3 +1 + 0 + 4 = 22). b) 108 = 100.000.000
c) 104 = 1000
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15
Propriedade 5: multiplicação de potências de mes-
quando é divisível por 3 e por 5.
ma base
Em uma multiplicação de duas potências de mesma
Exs:
base, o resultado é obtido conservando-se a base e so-
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

a) 650430 é divisível por 15, pois é divisível por 3 (6 +


mando-se os expoentes.
5 + 0 + 4 + 3 + 0 =18) e por 5 (termina em 0).
Em resumo: xa × xb = x a+b
b) 723042 não é divisível por 15, pois não é divisível Exemplos:
por 5 (termina em 2). a) 23×24 = 23+4 = 27
b) 34×36 = 34+6=310
c) 673225 não é divisível por 15, pois não é divisível c) 152×154 = 152+4=156
por 3 (6 + 7 + 3 + 2 + 2 + 5 = 25).
Propriedade 6: divisão de potências de mesma base
POTENCIAÇÃO Em uma divisão de duas potências de mesma base, o
resultado é obtido conservando-se a base e subtraindo-se
Define-se potenciação como o resultado da multi- os expoentes.
plicação de fatores iguais, denominada base, sendo o Em resumo: xa : xb = xa-b
número de fatores igual a outro número, denominado
expoente. Diz-se “b elevado a c”, cuja notação é: Exemplos:
𝑏𝑐 = 𝑏 × 𝑏 ×⋯×𝑏 a) 25 : 23 = 25-3=22
𝑐 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠
b) 39 : 36 = 39-6=33
c) 1512 : 154 = 1512-4 = 158

10
FIQUE ATENTO! Números Primos, MDC e MMC
Dada uma potência x , onde o número real a
a

é negativo, o resultado dessa potência é igual O máximo divisor comum e o mínimo múltiplo co-
1 mum são ferramentas extremamente importantes na
ao inverso de x elevado a a, isto é, 𝑥 𝑎 = 𝑎 matemática. Através deles, podemos resolver alguns
𝑥
se a<0. problemas simples, além de utilizar seus conceitos em
1 1 outros temas, como frações, simplicação de fatoriais, etc.
Por exemplo, 2−3 = , 5−1 = 1 .
23 5 Porém, antes de iniciarmos a apresentar esta teoria, é
importante conhecermos primeiramente uma classe de
Propriedade 7: potência de potência números muito importante: Os números primos.
Quando uma potência está elevado a outro expoente, o
expoente resultante é obtido multiplicando-se os expoentes 1. Números primos
Em resumo: (xa )b=xa×b
Um número natural é definido como primo se ele tem
Exemplos:
exatamente dois divisores: o número um e ele mesmo.
a) (25 )3 = 25×3=215
b) (39 )2 = 39×2=318 Já nos inteiros, p ∈ ℤ é um primo se ele tem exatamente
c) (612 )4= 612×4=648 quatro divisores: ±1 e ±𝑝 .

Propriedade 8: potência de produto


Quando um produto está elevado a uma potência, o
resultado é um produto com cada um dos fatores eleva- FIQUE ATENTO!
do ao expoente Por definição, 0, 1 e − 1 não são números pri-
Em resumo: (x×y)a=xa×ya mos.

Exemplos:
a) (2×3)3 = 23×33 Existem infinitos números primos, como demonstra-
b) (3×4)2 = 32×42 do por Euclides por volta de 300 a.C.. A propriedade de
c) (6×5)4= 64×54 ser um primo é chamada “primalidade”, e a palavra “pri-
mo” também são utilizadas como substantivo ou adje-
tivo. Como “dois” é o único número primo par, o termo
#FicaDica “primo ímpar” refere-se a todo primo maior do que dois.
Em alguns casos podemos ter uma multiplica- O conceito de número primo é muito importante
ção ou divisão potência que não está na mes- na teoria dos números. Um dos resultados da teoria dos
ma base (como nas propriedades 5 e 6), mas números é o Teorema Fundamental da Aritmética, que
pode ser simplificada. Por exemplo, 43×25 =(22 afirma que qualquer número natural diferente de 1 pode
)3×25= 26×25= 26+5=211 e 33:9 = 33 : 32 = 31. ser escrito de forma única (desconsiderando a ordem)
como um produto de números primos (chamados fato-
res primos): este processo se chama decomposição em
fatores primos (fatoração). É exatamente este conceito
EXERCÍCIOS COMENTADOS que utilizaremos no MDC e MMC. Para caráter de me-
morização, seguem os 100 primeiros números primos
1. (MPE-RS – 2017) A metade de 440 é igual a: positivos. Recomenda-se que memorizem ao menos os
10 primeiros para MDC e MMC:
a) 220 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53,
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
b) 239 59, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113
c) 240 , 127, 131, 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181,
d) 279 191, 193, 197, 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251,
e) 280 257, 263, 269, 271, 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317,
331, 337, 347, 349, 353, 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397,
Resposta: Letra D.
401, 409, 419, 421, 431, 433, 439, 443, 449, 457, 461, 463,
Para encontrar a metade de 440, basta dividirmos esse
40 467, 479, 487, 491, 499, 503, 509, 521, 523, 541
número por 2, isto é, 4 . Uma forma fácil de resolver
2 2. Múltiplos e Divisores
essa fração é escrever o numerador e denominador
dessa fração na mesma base como mostrado a seguir: Diz-se que um número natural a é múltiplo de outro
natural b, se existe um número natural k tal que:
440 22 40 280
= = = 280−1 = 279 𝑎 = 𝑘. 𝑏
2 2 2 .

Note que para resolver esse exercício utilizamos as Ex. 15 é múltiplo de 5, pois 15=3 x 5
propriedades 6 e 7.

11
Quando a=k.b, segue que a é múltiplo de b, mas tam- Fatorando os dois números:
bém, a é múltiplo de k, como é o caso do número 35 que
é múltiplo de 5 e de 7, pois: 35 = 7 x 5.
Quando a = k.b, então a é múltiplo de b e se conhe-
cemos b e queremos obter todos os seus múltiplos, basta
fazer k assumir todos os números naturais possíveis.
Ex. Para obter os múltiplos de dois, isto é, os números
da forma a = k x 2, k seria substituído por todos os nú-
meros naturais possíveis.

FIQUE ATENTO!
Um número b é sempre múltiplo dele Temos que:
mesmo. a = 1 x b ↔ a = b. 300 = 22.3 .52
504 = 23.32 .7

A definição de divisor está relacionada com a de múl- O MDC será os fatores comuns com seus menores
tiplo. expoentes:
Um número natural b é divisor do número natural a, Mdc (300,504)= 22.3 = 4 .3=12
se a é múltiplo de b.
Ex. 3 é divisor de 15, pois , logo 15 é múltiplo de 3 e MMC
também é múltiplo de 5.
O mínimo múltiplo comum de dois ou mais números
é o menor número positivo que é múltiplo comum de
#FicaDica todos os números dados. Consideremos:
Ex. Encontrar o MMC entre 8 e 6
Um número natural tem uma quantida- Múltiplos positivos de 6: M(6) =
de finita de divisores. Por exemplo, o número 6 {6,12,18,24,30,36,42,48,54,...}
poderá ter no máximo 6 divisores, pois traba- Múltiplos positivos de 8: M(8) =
lhando no conjunto dos números naturais não {8,16,24,32,40,48,56,64,...}
podemos dividir 6 por um número maior do
que ele. Os divisores naturais de 6 são os nú- Podem-se escrever, agora, os múltiplos positivos co-
meros 1, 2, 3, 6, o que significa que o número 6 muns: M(6)∩M(8) = {24,48,72,...}
tem 4 divisores. Observando os múltiplos comuns, pode-se identificar
o mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou seja:
Outra técnica para o cálculo do MMC:
MDC
Decomposição isolada em fatores primos: Para ob-
Agora que sabemos o que são números primos, múl- ter o MMC de dois ou mais números por esse processo,
tiplos e divisores, vamos ao MDC. O máximo divisor co- procedemos da seguinte maneira:
mum de dois ou mais números é o maior número que é - Decompomos cada número dado em fatores pri-
divisor comum de todos os números dados. mos.
Ex. Encontrar o MDC entre 18 e 24. - O MMC é o produto dos fatores comuns e não-
Divisores naturais de 18: D(18) = {1,2,3,6,9,18}. -comuns, cada um deles elevado ao seu maior ex-
Divisores naturais de 24: D(24) = {1,2,3,4,6,8,12,24}. poente.
Pode-se escrever, agora, os divisores comuns a 18 e
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

24: D(18)∩ D (24) = {1,2,3,6}. Ex. Achar o MMC entre 18 e 120.


Observando os divisores comuns, podemos identifi-
car o maior divisor comum dos números 18 e 24, ou seja: Fatorando os números:
MDC (18,24) = 6.
Outra técnica para o cálculo do MDC:

Decomposição em fatores primos: Para obter o


MDC de dois ou mais números por esse processo, proce-
de-se da seguinte maneira:
Decompõe-se cada número dado em fatores primos.
O MDC é o produto dos fatores comuns obtidos, cada
um deles elevado ao seu menor expoente.
Exemplo: Achar o MDC entre 300 e 504.
18 = 2 .32
120 = 23.3 .5

mmc (18, 120) = 23 � 32 � 5 = 8 � 9 � 5 = 360

12
1.1. Soma (Adição) de Números Racionais

EXERCÍCIOS COMENTADOS Como todo número racional é uma fração ou pode


ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição
1. (FEPESE-2016) João trabalha 5 dias e folga 1, enquan- a c
to Maria trabalha 3 dias e folga 1. Se João e Maria folgam
entre os números racionais e , , da mesma forma que
b d
no mesmo dia, então quantos dias, no mínimo, passarão
a soma de frações, através de:
para que eles folguem no mesmo dia novamente?
a c a�d+b�c
a) 8 + =
b) 10 b d b�d
c) 12
d) 15
1.1.1. Propriedades da Adição de Números Racionais
e) 24
O conjunto é fechado para a operação de adição,
Resposta: Letra C.
isto é, a soma de dois números racionais resulta em um
O período em que João trabalha e folga corresponde
número racional.
a 6 dias enquanto o mesmo período, para Maria, cor-
- Associativa: Para todos em : a + ( b + c ) = ( a + b
responde a 4 dias. Assim, o problema consiste em en-
)+c
contrar o mmc entre 6 e 4. Logo, eles folgarão no mes-
- Comutativa: Para todos em : a + b = b + a
mo dia novamente após 12 dias pois mmc(6,4)=12.
- Elemento neutro: Existe em , que adicionado a
todo em , proporciona o próprio , isto é: q + 0 = q
Números Racionais: Frações, Números Decimais e
- Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em
suas Operações
Q, tal que q + (–q) = 0
1. Números Racionais
1.2. Subtração de Números Racionais
Um
m número racional é o que pode ser escrito na for- A subtração de dois números racionais e é a própria
ma n , onde m e n são números inteiros, sendo que n
operação de adição do número com o oposto de q, isto
deve ser diferente de zero. Frequentemente usamos m
n é: p – q = p + (–q)
para significar a divisão de m por n .
Como podemos observar, números racionais podem
1.3. Multiplicação (Produto) de Números Racio-
ser obtidos através da razão entre dois números inteiros,
nais
razão pela qual, o conjunto de todos os números racio-
nais é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos
Como todo número racional é uma fração ou pode
na literatura a notação:
ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto
Q= { m
n
: m e n em Z,n diferente de zero } de dois números racionais
a
b
e
c
d
, da mesma forma que o
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjun- produto de frações, através de:
tos:

• 𝑄 = conjunto dos racionais não nulos; a c a�c
• 𝑄+ = conjunto dos racionais não negativos; � =
• 𝑄+∗
= conjunto dos racionais positivos; b d b� d
• 𝑄− = conjunto dos racionais não positivos;
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

• 𝑄−∗ = conjunto dos racionais negativos. O produto dos números racionais a e b também pode
ser indicado por a × b, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto entre as letras.
que representa esse número ao ponto de abscissa zero. Para realizar a multiplicação de números racionais,
3 3 3 3 devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em
Exemplo: Módulo de - 2 é 2 . Indica-se − = toda a Matemática:
2 2
(+1)�(+1) = (+1) – Positivo Positivo = Positivo
Módulo de+ 3 é 3 . Indica-se 3 3
= (+1)�(-1) = (-1) - Positivo Negativo = Negativo
2 2 2 2 (-1)�(+1) = (-1) - Negativo Positivo = Negativo
3 3 (-1)� (-1) = (+1) – Negativo Negativo = Positivo
Números Opostos: Dizemos que− 2 e 2 são núme-
ros racionais opostos ou simétricos e cada um deles é #FicaDica
o oposto do outro. As distâncias dos pontos− 3 e 3
ao
2 2 O produto de dois números com o mesmo sinal
ponto zero da reta são iguais. é positivo, mas o produto de dois números
com sinais diferentes é negativo.

13
1.3.1. Propriedades da Multiplicação de Números - Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.
Racionais
1
 9 9
O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, −  =−
o produto de dois números racionais resultaem um nú-  4 4
mero racional.
- Associativa: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b ∙ c ) = ( a - Toda potência com expoente negativo de um núme-
∙b)∙c ro racional diferente de zero é igual a outra potência que
- Comutativa: Para todos a,b em Q: a ∙ b = b ∙ a tem a base igual ao inverso da base anterior e o expoente
- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado igual ao oposto do expoente anterior.
por todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é:
q∙1=q −2
25 2
 3  5
a b −  = −  =
- Elemento inverso: Para todo q=
b em Q,
q−1 =
a di-  5  3 9
ferente de zero, existe em Q: q � q −1
= 1, ou seja,
a b
- Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo
×a =1 sinal da base.
b
- Distributiva: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b + c ) = ( a 3
8
∙ b ) + ( a∙ c )
2 2 2 2
  =   .  .   =
 3   3   3   3  27
1.4. Divisão de Números Racionais
- Toda potência com expoente par é um número positivo.
A divisão de dois números racionais p e q é a própria
operação de multiplicação do número p pelo inverso de 2
 1  1  1 1
q, isto é: p ÷ q = p × q-1 −  = −  .−  =
De maneira prática costuma-se dizer que em uma di-  5   5   5  25
visão de duas frações, conserva-se a primeira fração e
multiplica-se pelo inverso da segunda:
a
Observação: É possível encontrar divisão de frações - Produto de potências de mesma base. Para redu-
c.
da seguinte forma: b . O procedimento de cálculo é o zir um produto de potências de mesma base a uma só
mesmo. potência, conservamos a base e somamos os expoentes.
d
1.5. Potenciação de Números Racionais 2 3 2+3 5
 2  2  2 2 2 2 2  2 2
𝐧   .   =  . . . .  =   = 
A potência q do número racional é um produto  5  5 5 55 5 5 5 5
de fatores iguais. O número é denominado a base e o
número é o expoente. - Quociente de potências de mesma base. Para redu-
n zir um quociente de potências de mesma base a uma só
q = q � q � q � q � . . .� q, (q aparece n vezes) potência, conservamos a base e subtraímos os expoentes.

Exs: 3 3 3 3 3
5 2 . . . . 5− 2 3
a)  2  =  2  .  2  .  2  =
3
8 3 3
    2 2 2 2 2 3 3
  :  = =  = 
5 3 5     5 5 125
2 2 3 3 2 2
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

b)  − 1  =  − 1  .  − 1  .  − 1  = 1
.
  − 2 2
 2  2  2  2 8
c) (– 5)² = (– 5) � ( – 5) = 25 - Potência de Potência. Para reduzir uma potência de
potência a uma potência de um só expoente, conserva-
d) (+5)² = (+5) � (+5) = 25 mos a base e multiplicamos os expoentes.

3
1.5.1. Propriedades da Potenciação aplicadas a nú-  1  2  2 2
1 1 1
2
1
2+ 2+ 2
1
3+ 2
1
6

   =   .  .  =   =  = 
meros racionais  2   2 2 2 2 2 2

Toda potência com expoente 0 é igual a 1.


1.6. Radiciação de Números Racionais
0
 2
+  = 1 Se um número representa um produto de dois ou
 5 mais fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do
número. Vejamos alguns exemplos:

14
Ex:
4 Representa o produto 2. 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz quadrada de 4. Indica-se 4 = 2.
Ex:

2
1 1 1 1 1 1 1 1
Representa o produto . ou   .Logo, é a raiz quadrada de .Indica-se =
9 3 3 3 3 9 9 3
Ex: 3
0,216 Representa o produto 0,6 � 0,6 � 0,6 ou (0,6)3 . Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 0,216 = 0,6 .

Assim, podemos construir o diagrama:

FIQUE ATENTO!
Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o número zero ou um número racional po-
sitivo. Logo, os números racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.

100
O número − não tem raiz quadrada em Q, pois tanto − 10 como + 10 , quando elevados ao quadrado, dão 100 .
9 3 3 9
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no conjunto dos números racionais se ele for um quadrado
perfeito.

O número 2 não tem raiz quadrada em Q, pois não existe número racional que elevado ao quadrado dê 2 .
3 3

Frações
x
Frações são representações de partes iguais de um todo. São expressas como um quociente de dois números ,
sendo x o numerador e y o denominador da fração, com y ≠ 0 . y

1. Frações Equivalentes MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

São frações que, embora diferentes, representam a mesma parte do mesmo todo. Uma fração é equivalente a outra
quando pode ser obtida multiplicando o numerador e o denominador da primeira fração pelo mesmo número.

Ex: 3 e 6 .
5 10
A segunda fração pode ser obtida multiplicando o numerador e denominador de 3 por 2:
5
3�2 6
=
5 � 2 10

6
Assim, diz-se que é uma fração equivalente a 3
10 5

15
2. Operações com Frações
#FicaDica
2.1. Adição e Subtração
Na adição e subtração de duas ou mais frações
2.1.1. Frações com denominadores iguais: que têm os denominadores diferentes, reduzi-
mos inicialmente as frações ao menor denomi-
Ex: nador comum, após o que procedemos como
Jorge comeu 3 de um tablete de chocolate e Miguel no primeiro caso.
8
5
desse mesmo tablete. Qual a fração do tablete de cho-
8
colate que Jorge e Miguel comeram juntos? 2.2. Multiplicação

A figura abaixo representa o tablete de chocolate. Ex:


Nela também estão representadas as frações do tablete De uma caixa de frutas, 4 são bananas. Do total de
2
que Jorge e Miguel comeram: bananas, estão estragadas.
5 Qual é a fração de frutas
3 estão estragadas?
da caixa que

3 2 5
Observe que = =
8 8 8 Representa 4/5 do conteúdo da caixa
5
Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos do table-
8
te de chocolate.

Na adição e subtração de duas ou mais frações que


têm denominadores iguais, conservamos o denominador
comum e somamos ou subtraímos os numeradores.

Outro Exemplo: Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa.

3 5 7 3+5−7 1 Repare que o problema proposto consiste em calcular


+ − = = 2
2 2 2 2 2 o valor de de 4 que, de acordo com a figura, equivale
3 5
2.1.2. Frações com denominadores diferentes: a 8 do total de frutas. De acordo com a tabela acima, 2
15 3
3 5 2 4
Calcular o valor de + Inicialmente, devemos re- de 4 equivale a � . Assim sendo:
duzir as frações ao mesmo8 6denominador comum. Para 5 3 5
isso, encontramos o mínimo múltiplo comum (MMC) en-
tre os dois (ou mais, se houver) denominadores e, em se- 2 4 8
� =
guida, encontramos as frações equivalentes com o novo 3 5 15
denominador: Ou seja:
2 de
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

4 2 4 2�4 8
3 5 9 20 = � = =
mmc (8,6) = 24 = = = 3 5 3 5 3�5 15
8 6 24 24 O produto de duas ou mais frações é uma fração cujo
numerador é o produto dos numeradores e cujo deno-
24 ∶ 8 � 3 = 9 minador é o produto dos denominadores das frações
24 ∶ 6 � 5 = 20 dadas.
2 4 7 2�4�7 56
Outro exemplo: � � = =
Devemos proceder, agora, como no primeiro caso, 3 5 9 3 � 5 � 9 135
simplificando o resultado, quando possível:

9 20 29
+ =
24 24 24

3 5 9 20 29
Portanto: + = + =
8 6 24 24 24

16
#FicaDica
Sempre que possível, antes de efetuar a multiplicação, podemos simplificar as frações entre si, dividindo
os numeradores e os denominadores por um fator comum. Esse processo de simplificação recebe o
nome de cancelamento.

2.3. Divisão

Duas frações são inversas ou recíprocas quando o numerador de uma é o denominador da outra e vice-versa.

Exemplo
2 é a fração inversa de 3
3 2
5 ou 5 é a fração inversa de 1
1 5

Considere a seguinte situação:

Lúcia recebeu de seu pai os 4 dos chocolates contidos em uma caixa. Do total de chocolates recebidos, Lúcia deu a
5
terça parte para o seu namorado. Que fração dos chocolates contidos na caixa recebeu o namorado de Lúcia?

A solução do problema consiste em dividir o total de chocolates que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja, 4
:3
5

Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular 1 desse algo.
3
4 1
Portanto: : 3 = de 4
5 3 5

1 4 1 4 4 1 4 4 3 4 1
Como de 5= 3 � 5 = 5 � 3 , resulta que : 3 = : = �
3 5 5 1 5 3

3 1
Observando que as frações e são frações inversas, podemos afirmar que:
1 3
Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a primeira pelo inverso da segunda.
4 4 3 4 1 4
Portanto 5 : 3 = 5 ∶ 1 = 5 � 3 = 15
4
Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu do total de chocolates contidos na caixa. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
15
1
4 8 4 5 5
Outro exemplo: : = . =
3 5 3 82 6

Observação:

Note a expressão: . Ela é equivalente à expressão 3 1


:
2 5

Portanto

17
Números Decimais

De maneira direta, números decimais são números que possuem vírgula. Alguns exemplos: 1,47; 2,1; 4,9587;
0,004; etc.

1. Operações com Números Decimais

1.1. Adição e Subtração

Vamos calcular o valor da seguinte soma:


5,32 + 12,5 + 0, 034

Transformaremos, inicialmente, os números decimais em frações decimais:

352 125 34 5320 12500 34 17854


5,32 + 12,5 + 0,034 = + + = + + = = 17,854
100 10 1000 1000 1000 1000 1000

Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854

Na prática, a adição e a subtração de números decimais são obtidas de acordo com a seguinte regra:

- Igualamos o número de casas decimais, acrescentando zeros.


- Colocamos os números um abaixo do outro, deixando vírgula embaixo de vírgula.
- Somamos ou subtraímos os números decimais como se eles fossem números naturais.
- Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vírgula dos números dados.

Exemplo

2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5

Disposição prática:
2,3500
14,3000
+ 0,0075
5,0000
21,6575

1.2. Multiplicação

Vamos calcular o valor do seguinte produto: 2,58 � 3,4 .


MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Transformaremos, inicialmente, os números decimais em frações decimais:

258 34 8772
2,58 � 3,4 = � = = 8,772
100 100 1000
Portanto 2,58 � 3,4 = 8,772

#FicaDica
Na prática, a multiplicação de números decimais é obtida de acordo com as seguintes regras:
- Multiplicamos os números decimais como se eles fossem números naturais.
- No resultado, colocamos tantas casas decimais quantas forem as do primeiro fator somadas às do
segundo fator.

18
Exemplo:

Disposição prática:

652,2  1 casa decimal

X 2,03  2 casas decimais


19 566

1 304 4

1 323,966  1 + 2 = 3 casas decimais

1.3. Divisão

Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão: 24 ∶ 0,5

Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor da divisão dada por 10.

24 ∶ 0,5 = (24 � 10) ∶ (0,5 � 10) = 240 ∶ 5

A vantagem de tal procedimento foi a de transformarmos em número natural o número decimal que aparecia na
divisão. Com isso, a divisão entre números decimais se transforma numa equivalente com números naturais.

Portanto: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48

#FicaDica
Na prática, a divisão entre números decimais é obtida de acordo com as seguintes regras:
- Igualamos o número de casas decimais do dividendo e do divisor. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
- Cortamos as vírgulas e efetuamos a divisão como se os números fossem naturais.

Ex: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48

Disposição prática:

Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o quociente é
exato.

Ex: 9,775 ∶ 4,25

19
Disposição prática: 2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se pe-
riodicamente. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
1
= 0,333 …
3
Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero.
Assim sendo, a divisão é chamada de divisão aproximada 1
e o quociente é aproximado. = 0,04545 …
22
Se quisermos continuar uma divisão aproximada, de-
167
vemos acrescentar zeros aos restos e prosseguir dividin- = 2,53030 …
do cada número obtido pelo divisor. Ao mesmo tempo 66
em que colocamos o primeiro zero no primeiro resto,
colocamos uma vírgula no quociente.
FIQUE ATENTO!
Se após as vírgulas os algarismos não são pe-
riódicos, então esse número decimal não está
contido no conjunto dos números racionais.

3.Representação Fracionária dos Números Deci-


mais

Ex: 0,14 ∶ 28 Trata-se do problema inverso: estando o número ra-


cional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo
na forma de fração. Temos dois casos:

1º) Transformamos o número em uma fração cujo


numerador é o número decimal sem a vírgula e o deno-
Ex: 2 ∶ 16 minador é composto pelo numeral 1, seguido de tantos
zeros quantas forem as casas decimais do número deci-
mal dado:

9
0,9 =
10

2. Representação Decimal das Frações


57
p
Tomemos um número racional q tal que não seja
5,7 =
10
múltiplo de . Para escrevê-lo na forma decimal, basta efe-
tuar a divisão do numerador pelo denominador.
76
0,76 =
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Nessa divisão podem ocorrer dois casos: 100


1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
um número finito de algarismos. Decimais Exatos: 348
3,48 =
100
2
= 0,4
5
1 5 1
= 0,25 0,005 = =
4 1000 200
35
= 8,75
4 2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada;
153 para tanto, vamos apresentar o procedimento através de
= 3,06 alguns exemplos:
50

Ex:
Seja a dízima 0,333...

20
Façamos e multipliquemos ambos os membros por 10:
10x = 0,333

Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade da segunda:


3
10x – x = 3,333 … – 0,333. . . 9x = 3 x =
9
3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
Ex: 9
Seja a dízima 5,1717...

Façamos x = 5,1717. . . e 100x = 517,1717. . .

Subtraindo membro a membro, temos:

99x = 512 x = 512⁄99


512
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
99
Ex:
Seja a dízima 1,23434...

Façamos x = 1,23434 … ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …

Subtraindo membro a membro, temos:

1222
990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222 x =
990
611
Simplificando, obtemos x = , a fração geratriz da dízima 1,23434...
495

Analisando todos os exemplos, nota-se que a idéia consiste em deixar após a vírgula somente a parte periódica (que
se repete) de cada igualdade para, após a subtração membro a membro, ambas se cancelarem.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (EBSERH – Médico – IBFC/2016) Mara leu 1/5 das páginas de um livro numa semana. Na segunda semana, leu mais
2/3 de páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta) páginas do livro, então o total de páginas do livro é de:
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
a) 300
b) 360
c) 400
d) 450
e) 480

Resposta: Letra D.

13 do livro. Logo, ainda falta 1 13 15−13 2


Mara leu 1 2 3+10 − 15 = = 15 para ser lido. Essa fração que
5
+3= 15
= 15 15

falta ser lida equivale a 60 páginas

2 1
Assim:  60 páginas. Portanto,  30 páginas.
15 15

Logo o livro todo (15/15) possui: 15∙30=450 páginas

21
Razão entre grandezas de mesma espécie: A razão
NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS: entre duas grandezas de mesma espécie é o quociente
RAZÕES E PROPORÇÕES; DIVISÃO EM dos números que expressam as medidas dessas grande-
PARTES PROPORCIONAIS; REGRA DE TRÊS; zas numa mesma unidade.
PORCENTAGEM E PROBLEMAS. Ex. Um automóvel necessita percorrer uma estrada de
360 km. Se ele já percorreu 240 km, qual a razão entre a
distância percorrida em relação ao total?
Como os dois números são da mesma espécie (distân-
Razão cia) e estão na mesma unidade (km), basta fazer a razão:

Quando se utiliza a matemática na resolução de pro- 240 𝑘𝑚 2


𝑟= =
blemas, os números precisam ser relacionados para se 360 𝑘𝑚 3
obter uma resposta. Uma das maneiras de se relacionar
No caso de mesma espécie, porém em unidades di-
os números é através da razão. Sejam dois números reais ferentes, deve-se escolher uma das unidades e converter
a e b, com b ≠ 0,define-se razão entre a e b (nessa ordem) a outra.
𝑎 Ex. Uma maratona possui aproximadamente 42 km de
o quociente a ÷ b, ou .
𝑏 extensão. Um corredor percorreu 36000 metros. Qual a
razão entre o que falta para percorrer em relação à ex-
A razão basicamente é uma fração, e como sabem,
tensão da prova?
frações são números racionais. Entretanto, a leitura des-
Veja que agora estamos tentando relacionar metros
te número é diferente, justamente para diferenciarmos
com quilômetros. Para isso, deve-se converter uma das
quando estamos falando de fração ou de razão.
unidades, vamos utilizar “km”:
3 36000 m=36 km
a) Quando temos o número 5 e estamos tratando de
Como é pedida a razão entre o que falta em relação
fração, lê-se: “três quintos”.
ao total, temos que:
3
b) Quando temos o número 5
e estamos tratando
42 𝑘𝑚 − 36 𝑘𝑚 6 𝑘𝑚 1
de razão, lê-se: “3 para 5”. 𝑟=
42 𝑘𝑚
= =
42 𝑘𝑚 7

Além disso, a nomenclatura dos termos também é Ex. Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse compri-
diferente: mento é representado num desenho por 20 cm. Qual é a
razão entre o comprimento representado no desenho e
O número 3 é numerador o comprimento real?
Convertendo o comprimento real para cm, temos que:
3
a) Na fração 5 𝑒=
20 𝑐𝑚
=
1
800 𝑐𝑚 40
O número 5 é denominador
#FicaDica
O número 3 é antecedente
3
A razão entre um comprimento no desenho
b) Na razão e o correspondente comprimento real, cha-
5
ma-se escala
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

O número 5 é consequente

Ex. A razão entre 20 e 50 é


20 2
= 5 já a razão entre 50 Razão entre grandezas de espécies diferentes: É pos-
50 5
50 sível também relacionar espécies diferentes e isto está nor-
e 20 é = . Ou seja, deve-se sempre indicar o antece- malmente relacionado a unidades utilizadas na física:
20 2
dente e o consequente para sabermos qual a ordem de Ex. Considere um carro que às 9 horas passa pelo qui-
montarmos a razão. lômetro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilô-
metro 170. Qual a razão entre a distância percorrida e o
Ex.Numa classe de 36 alunos há 15 rapazes e 21 mo- tempo gasto no translado?
ças. A razão entre o número de rapazes e o número de Para montarmos a razão, precisamos obter as infor-
mações:
moças é 15
, se simplificarmos, temos que a fração equi-
21 Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km
valente
5
, o que significa que para “cada 5 rapazes há 7 Tempo gasto: 11h – 9h = 2h
7 Calculamos a razão entre a distância percorrida e o
moças”. Por outro lado, a razão entre o número de rapa- tempo gasto para isso:
zes e o total de alunos é dada por 15
=
5
, o que equivale 140 𝑘𝑚 70
36 12
𝑣= = = 70 𝑘 𝑚 ⁄ℎ
a dizer que “de cada 12 alunos na classe, 5 são rapazes”. 2ℎ 1

22
Como são duas espécies diferentes, a razão entre elas
será uma espécie totalmente diferente das outras duas. #FicaDica
Se multiplicarmos em cruz (ou em x), tere-
#FicaDica mos que os produtos entre o numeradores
e os denominadores da outra razão serão
A razão entre uma distância e uma medida iguais.
de tempo é chamada de velocidade.
2 6
Ex. Na igualdade = , temos 2 x 9=3 x 6=18, logo,
3 9
Ex. A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais,
Rio de Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de temos uma proporção.
927 286 km2 e uma população de 66 288 000 habitantes,
aproximadamente, segundo estimativas projetadas pelo Ex. Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o a seguinte dosagem: 7 gotas para cada 3 kg do “peso” da
ano de 1995. Qual a razão entre o número de habitantes criança. Se uma criança tem 15 kg, qual será a dosagem
e a área total? correta?
Dividindo-se o número de habitantes pela área, obte- Como temos que seguir a receita, temos que atender
remos o número de habitantes por km2 (hab./km2): a proporção, assim, chamaremos de x a quantidade de
gotas a serem ministradas:
66288000 ℎ𝑎𝑏 ℎ𝑎𝑏
𝑑= = 71,5 7 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 𝑥 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠
927286 𝑘𝑚² 𝑘𝑚2
=
3 𝑘𝑔 15 𝑘𝑔
#FicaDica
Logo, para atendermos a proporção, precisaremos
A razão entre o número de habitantes e a encontrar qual o número que atenderá a proporção. Mul-
área deste local é denominada densidade tiplicando em cruz, temos que:
demográfica.
3x=105
Ex. Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L
de gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros per- 105
corridos pelo número de litros de combustível consumi- 𝑥= 3
dos, teremos o número de quilômetros que esse carro
percorre com um litro de gasolina:
x=35 gotas

83,76 𝑘𝑚 𝑘𝑚 Ou seja, para uma criança de 30 kg, deve-se ministrar


𝑐= = 10,47
8𝑙 𝑙 35 gotas do remédio, atendendo a proporção.

Outro jeito de ver a proporção: Já vimos que uma


#FicaDica proporção é verdadeira quando realizamos a multiplica-
ção em cruz e encontramos o mesmo valor nos dois pro-
A razão entre a distância percorrida em rela- dutos. Outra maneira de verificar a proporção é verificar MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
ção a uma quantidade de combustível é de- se a duas razões que estão sendo igualadas são frações
finida como “consumo médio” equivalentes. Lembra deste conceito?

Proporção FIQUE ATENTO!


Uma fração é equivalente a outra quando
A definição de proporção é muito simples, pois se tra- podemos multiplicar (ou dividir) o nume-
ta apenas da igualdade de razões. rador e o denominador da fração por um
3 6 mesmo número, chegando ao numerador e
Na proporção = (lê-se: “3 está para 5 assim denominador da outra fração.
5 10
como 6 está para 10”).
4 12
Ex. e são frações equivalentes, pois:
Observemos que o produto 3 x 10=30 é igual ao pro- 3 9
duto 5 x 6=30, o que caracteriza a propriedade funda-
mental das proporções
4x=12 →x=3
3x=9 →x=3

23
4
Ou seja, o numerador e o denominador de quan-
3
EXERCÍCIOS COMENTADOS
do multiplicados pelo mesmo número (3), chega ao nu-
merador e denominador da outra fração, logo, elas são 1. O estado de Tocantins ocupa uma área aproximada de
278.500 km². De acordo com o Censo/2000 o Tocantins
equivalentes e consequentemente, proporcionais. tinha uma população de aproximadamente 1.156.000 ha-
bitantes. Qual é a densidade demográfica do estado de
Agora vamos apresentar algumas propriedades da Tocantins?
proporção:
Resposta :
a) Soma dos termos: Quando duas razões são pro- A densidade demográfica é definida como a razão en-
porcionais, podemos criar outra proporção somando os tre o número de habitantes e a área ocupada:
numeradores com os denominadores e dividindo pelos
numeradores (ou denominadores) das razões originais: 1 156 000 hab.
d= = 4,15 ha b⁄k m²
278 500 km²
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
= → = → =
2 4 5 10 5 10
2. Se a área de um retângulo (A1 ) mede 300 cm² e a
ou área de um outro retângulo (A2 ) mede 100 cm², qual é o
valor da razão entre as áreas (A1 ) e (A2 ) ?
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
= → = → =
2 4 2 4 2 4 Resposta : Ao fazermos a razão das áreas, temos:
A1 300
b) Diferença dos termos: Analogamente a soma, = =3
A2 100
temos também que se realizarmos a diferença entre os
termos, também chegaremos em outras proporções:
Então, isso significa que a área do retângulo 1 é 3 ve-
4 8 4−3 8−6 1 2 zes maior que a área do retângulo 2.
= → = → =
3 6 4 8 4 8 3.(CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE/2016)
Dois amigos decidem fazer um investimento conjunto
ou
por um prazo determinado. Um investe R$ 9.000 e o ou-
tro R$ 16.000. Ao final do prazo estipulado obtêm um
4 8 4−3 8−6 1 2
= → = → = lucro de R$ 2.222 e decidem dividir o lucro de maneira
3 6 3 6 3 6 proporcional ao investimento inicial de cada um. Portan-
to o amigo que investiu a menor quantia obtém com o
investimento um lucro:
c) Soma dos antecedentes e consequentes: A soma
dos antecedentes está para a soma dos consequentes as- a) Maior que R$ 810,00
sim como cada antecedente está para o seu consequente: b) Maior que R$ 805,00 e menor que R$ 810,00
c) Maior que R$ 800,00 e menor que R$ 805,00
12 3 12 + 3 15 12 3 d) Maior que R$ 795,00 e menor que R$ 800,00
= → = = = e) Menor que R$ 795,00
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

8 2 8+2 10 8 2
Resposta : Letra D.
Ambos aplicaram R$ 9000,00+R$ 16000,00=R$
d) Diferença dos antecedentes e consequentes:
25000,00 e o lucro de R$ 2222,00 foi sobre este valor.
A soma dos antecedentes está para a soma dos conse-
Assim, constrói-se uma proporção entre o valor apli-
quentes assim como cada antecedente está para o seu cado (neste caso, R$ 9000,00 , pois o exercício quer o
consequente: lucro de quem aplicou menos) e seu respectivo lucro:
12 3 12 − 3 9 12 3
= → = = =
8 2 8−2 6 8 2 9000 25000
= → 25x = 19998 → x = R$ 799,92
x 2222
FIQUE ATENTO!
Usamos razão para fazer comparação entre
duas grandezas. Assim, quando dividimos
uma grandeza pela outra estamos compa-
rando a primeira com a segunda. Enquanto
proporção é a igualdade entre duas razões.

24
Regra de Três Simples Ex: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 km/h,
eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando
Os problemas que envolvem duas grandezas direta- a velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse
mente ou inversamente proporcionais podem ser resol- percurso?
vidos através de um processo prático, chamado regra de Solução: Indicando por x o número de horas e colo-
três simples. cando as grandezas de mesma espécie em uma mesma
Ex: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos coluna e as grandezas de espécies diferentes que se cor-
litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km? respondem em uma mesma linha, temos:

Solução: Velocidade (km/h) Tempo (h)


O problema envolve duas grandezas: distância e litros 60 4
de álcool. 80 x
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser
consumido. Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), va-
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma mos colocar uma flecha:
mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que
se correspondem em uma mesma linha: Velocidade (km/h) Tempo (h)
60 4
Distância (km) Litros de álcool 80 x
180 15 Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo
210 x fica reduzido à metade. Isso significa que as grandezas
Na coluna em que aparece a variável x (“litros de ál- velocidade e tempo são inversamente proporcionais.
cool”), vamos colocar uma flecha: No nosso esquema, esse fato é indicado colocando-se na
coluna “velocidade” uma flecha em sentido contrário ao
da flecha da coluna “tempo”:

Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo


de álcool também duplica. Então, as grandezas distância
e litros de álcool são diretamente proporcionais. No
esquema que estamos montando, indicamos esse fato
colocando uma flecha na coluna “distância” no mesmo
sentido da flecha da coluna “litros de álcool”: Na montagem da proporção devemos seguir o senti-
do das flechas. Assim, temos:

Armando a proporção pela orientação das flechas,


temos:

Resposta: Farei esse percurso em 3 h.


MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CBTU – ASSISTENTE OPERACIONAL – FU-


MARC/2016) Dona Geralda comprou 4 m de tecido im-
Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool. portado a R$ 12,00 o metro linear. No entanto, o metro
linear do lojista media 2 cm a mais. A quantia que o lojis-
ta deixou de ganhar com a venda do tecido foi:
#FicaDica
a) R$ 0,69
Procure manter essa linha de raciocínio nos di- b) R$ 0,96
versos problemas que envolvem regra de três c) R$ 1,08
simples ! Identifique as variáveis, verifique qual d) R$ 1,20
é a relação de proporcionalidade e siga este
exemplo !

25
Resposta: Letra B.
As grandezas (comprimento e preço) são diretamente
proporcionais. Assim, a regra de três é direta:

Metros Preço
1 12
0,02 x As grandezas máquinas e dias são inversamente pro-
porcionais (duplicando o número de máquinas, o número
1 � x = 0,02 � 12 → x = R$ 0,24 de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema isso
será indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma
Note que foi necessário passar 2 cm para metros, para flecha no sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”:
que as unidades de comprimento fiquei iguais. Assim,
cada 2 cm custaram R$ 0,24 para o vendedor. Como
ele vendeu 4 m de tecido, esses 2 cm não foram con-
siderados quatro vezes. Assim, ele deixou de ganhar

2. Para se construir um muro de 17m² são necessários 3


trabalhadores. Quantos trabalhadores serão necessários
para construir um muro de 51m²? Agora vamos montar a proporção, igualando a razão

que contém o x, que é 4 , com o produto das outras ra-


Resposta: 9 trabalhadores. x
zões, obtidas segundo a orientação das flechas 6 160
� :
As grandezas (área e trabalhadores) são diretamente 8 300
proporcionais. Assim, a regra de três é direta:

Área N Trabalha-
dores
17 3
51 x

17 � x = 51 � 3 → x = 9 trabalhadores
Resposta: Em 10 dias.

Regra de Três Composta


FIQUE ATENTO!
O processo usado para resolver problemas que en- Repare que a regra de três composta, embo-
volvem mais de duas grandezas, diretamente ou inver- ra tenha formulação próxima à regra de três
samente proporcionais, é chamado regra de três com- simples, é conceitualmente distinta devido à
posta. presença de mais de duas grandezas propor-
Ex: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças. Em cionais.
quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produzi-
riam 300 dessas peças?
Solução: Indiquemos o número de dias por x. Co-
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

loquemos as grandezas de mesma espécie em uma só


coluna e as grandezas de espécies diferentes que se EXERCÍCIOS COMENTADOS
correspondem em uma mesma linha. Na coluna em que
aparece a variável x (“dias”), coloquemos uma flecha: 1. (SEDUC-SP - ANALISTA DE TECNOLOGIA DA IN-
FORMAÇÃO – VUNESP/2014) Quarenta digitadores
preenchem 2 400 formulários de 12 linhas, em 2,5 ho-
ras. Para preencher 5 616 formulários de 18 linhas, em 3
horas, e admitindo-se que o ritmo de trabalho dos digi-
tadores seja o mesmo, o número de digitadores neces-
Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
sários será
As grandezas peças e dias são diretamente propor-
cionais. No nosso esquema isso será indicado colocan- a) 105
do-se na coluna “peças” uma flecha no mesmo sentido b) 117
da flecha da coluna “dias”: c) 123
d) 131
e) 149

26
Resposta: Letra B. Porcentagem
A tabela com os dados do enunciado fica:
A definição de porcentagem passa pelo seu próprio
Digitadores Formulários Linhas Horas nome, pois é uma fração de denominador centesimal, ou
seja, é uma fração de denominador 100. Representamos
40 2400 12 2,5 porcentagem pelo% e lê-se: “por cento”.
x 5616 18 3
50
Deste modo, a fração ou qualquer uma equivalente a
Comparando-se as grandezas duas a duas, nota-se 100
que: ela é uma porcentagem que podemos representar por 50%.
• Digitadores e formulários são diretamente propor-
cionais, pois se o número de digitadores aumenta, A porcentagem nada mais é do que uma razão, que
a quantidade de formulários que pode ser digitada representa uma “parte” e um “todo” a qual referimos
também aumenta. como 100%. Assim, de uma maneira geral, temos que:
• Digitadores e linhas são diretamente proporcio-
nais, pois se a quantidade de digitadores aumenta, 𝑝
𝐴= .𝑉
o número de linhas que pode ser digitado também 100
aumenta.
• Digitadores e horas são inversamente proporcio- Onde A, é a parte, p é o valor da porcentagem e V é o
nais, pois se o número de horas trabalhadas au- todo (100%). Assim, os problemas básicos de porcenta-
menta, então são necessários menos digitadores gem se resumem a três tipos:
para o serviço e, portanto, a quantidade de digi-
tadores diminui. Cálculo da parte (Conheço p e V e quero achar A):
Para calcularmos uma porcentagem de um valor V, bas-
A regra de três fica:
ta multiplicarmos a fração correspondente, ou seja, 𝑝
100
40 2400 12 3 por V. Assim:
= � �
x 5616 18 2,5 𝑝
40 86400 P% de V =A= 100 .V
→ =
x 252720
→ 86500x = 10108800
Ex. 23% de 240 = 23 .240 = 55,2
→ x = 117 digitadores 100
Ex. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que
2. Em uma fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 67% de uma amostra assistem a certo programa de TV.
carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos serão montados Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
por 4 homens em 16 dias? assistem ao tal programa?
Aqui, queremos saber a “parte” da população que as-
Resposta: siste ao programa de TV, como temos a porcentagem e o
total, basta realizarmos a multiplicação:
Homens Carrinhos Dias 67
67% de 56000=A= 56000=37520
8 20 5 100
4 x 16 Resp. 37 520 pessoas. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Observe que, aumentando o número de homens, a Cálculo da porcentagem (conheço A e V e quero


produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação achar p): Utilizaremos a mesma relação para achar o va-
é diretamente proporcional (não precisamos inverter lor de p e apenas precisamos rearranjar a mesma:
a razão).
𝑝 𝐴
Aumentando o número de dias, a produção de carri- 𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100
nhos aumenta. Portanto a relação também é direta- 100 𝑉
mente proporcional (não precisamos inverter a razão).
Devemos igualar a razão que contém o termo x com o Ex. Um time de basquete venceu 10 de seus 16 jogos.
produto das outras razões. Qual foi sua porcentagem de vitórias?
Montando a proporção e resolvendo a equação, temos: Neste caso, o exercício quer saber qual a porcenta-
gem de vitórias que esse time obteve, assim:
20 8 5
= �
π 4 16 𝐴 10
𝑝= . 100 = . 100 = 62,5%
𝑉 16
Logo, serão montados 32 carrinhos.

Resp: O time venceu 62,5% de seus jogos.

27
Ex. Em uma prova de concurso, o candidato acertou Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial
48 de 80 questões. Se para ser aprovado é necessário V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Cha-
acertar 55% das questões, o candidato foi ou não foi memos de VD o valor após o desconto.
aprovado?
p
Para sabermos se o candidato passou, é necessário VD = V – .V
calcular sua porcentagem de acertos: 100

𝐴 48 Fatorando:
𝑝= . 100 = . 100 = 60% > 55% p
𝑉 80 VD = (1 – ) .V
100
Logo, o candidato foi aprovado. p
Em que (1 – ) será definido como fator de descon-
100
Calculo do todo (conheço p e A e quero achar V): to, que pode estar representado tanto na forma de fração
No terceiro caso, temos interesse em achar o total (Nosso
100%) e para isso basta rearranjar a equação novamente: ou decimal.

𝑝 𝐴 𝐴 Ex. Uma empresa admite um funcionário no mês de ja-


𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 → 𝑉 = . 100 neiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de aumento.
100 𝑉 𝑝 Se a empresa deseja que o salário desse funcionário, a partir
de março, seja R$ 3 500,00, com que salário deve admiti-lo?
Ex. Um atirador tem taxa de acerto de 75% de seus Neste caso, o problema deu o valor de e gostaria de
tiros ao alvo. Se em um treinamento ele acertou 15 tiros, saber o valor de V, assim:
quantos tiros ele deu no total? p
Neste caso, o problema gostaria de saber quanto vale VA = ( 1 + ).V
100
o “todo”, assim: 40
3500 = ( 1 + ).V
100
𝐴 15
𝑉= . 100 = . 100 = 0,2.100 = 20 𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠 3500 =(1+0,4).V
𝑝 75
3500 =1,4.V
Forma Decimal: Outra forma de representação de
3500
porcentagens é através de números decimais, pois to- V= =2500
dos eles pertencem à mesma classe de números, que são 1,4
os números racionais. Assim, para cada porcentagem, há Resp. R$ 2 500,00
um numero decimal equivalente. Por exemplo, 35% na
forma decimal seriam representados por 0,35. A conver- Ex. Uma loja entra em liquidação e pretende abaixar
são é muito simples: basta fazer a divisão por 100 que em 20% o valor de seus produtos. Se o preço de um deles
está representada na forma de fração: é de R$ 250,00, qual será seu preço na liquidação?
75 Aqui, basta calcular o valor de VD :
75% = = 0,75
100 p
VD = (1 – ) .V
Aumento e desconto percentual 100
20
VD = (1 – ) .250,00
Outra classe de problemas bem comuns sobre porcen- 100
tagem está relacionada ao aumento e a redução percentual VD = (1 –0,2) .250,00
de um determinado valor. Usaremos as definições apresen-
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

VD = (0,8) .250,00
tadas anteriormente para mostrar a teoria envolvida VD = 200,00
Resp. R$ 200,00
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial
V que deve sofrer um aumento de de seu valor. Chame-
mos de VA o valor após o aumento. Assim: FIQUE ATENTO!
Em alguns problemas de porcentagem são
p
VA = V + .V necessários cálculos sucessivos de aumentos
100
Fatorando: ou descontos percentuais. Nesses casos é ne-
p
cessário ter atenção ao problema, pois erros
VA = ( 1 + ) .V costumeiros ocorrem quando se calcula a por-
100 centagens do valor inicial para obter todos os
valores finais com descontos ou aumentos. Na
Em que (1 + p ) será definido como fator de au-
verdade, esse cálculo só pode ser feito quando
100 o problema diz que TODOS os descontos ou
mento, que pode estar representado tanto na forma de aumentos são dados a uma porcentagem do
fração ou decimal. valor inicial. Mas em geral, os cálculos são fei-
tos como mostrado no texto a seguir.

28
Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos Este problema clássico tem como finalidade concei-
um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer tuar esta parte de aumento e redução percentual e evitar
dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor o erro do leitor ao achar que aumentando p% e dimi-
após o primeiro aumento, temos: nuindo p%, volta-se ao valor original. Se usarmos o que
𝑝1 aprendemos, temos que:
V1 = V .(1 + ) 𝑝1 𝑝2
100 V2 = V . 1+ . 1–
100 100
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, ou seja, 𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜
após já ter aumentado uma vez, temos que:
𝑝2 20 20
V2 = V1 .(1 + ) V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100 100
Como temos também uma expressão para V1, basta
substituir: V2 = V .(1+0,2) .(1 – 0,2 )
𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1 + ) .(1 + ) V2 = V .(1,2) .(0,8)
100 100
96
V2 = 0,96.V= V=96% de V
Assim, para cada aumento, temos um fator corres- 100
pondente e basta ir multiplicando os fatores para chegar Ou seja, o valor final corresponde a 96% de V e não
ao resultado final. 100%, assim, eles não são iguais, portanto deve-se assi-
No caso de desconto, temos o mesmo caso, sendo V nalar a opção ERRADO
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois
descontos sucessivos de p1% e p2%.

Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos: EXERCÍCIOS COMENTADOS


𝑝1
V1 = V.(1 – ) 1. (UNESP) Suponhamos que, para uma dada eleição,
100 uma cidade tivesse 18.500 eleitores inscritos. Suponha-
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, ou seja, mos ainda que, para essa eleição, no caso de se verificar
após já ter descontado uma vez, temos que: um índice de abstenções de 6% entre os homens e de 9%
entre as mulheres, o número de votantes do sexo mas-
𝑝2 culino será exatamente igual ao número de votantes do
V2 = V_1 .(1 – )
100 sexo feminino. Determine o número de eleitores de cada
Como temos também uma expressão para , basta sexo.
substituir:
Resposta: Denotamos o número de eleitores do sexo
𝑝1 𝑝2 femininos de F e de votantes masculinos de M. Pelo
V2 = V .(1 – ) .(1 – )
100 100 enunciado do exercícios, F+M = 18500. Além disso, o
Além disso, essa formulação também funciona para índice de abstenções entre os homens foi de 6% e
aumentos e descontos em sequência, bastando apenas de 9% entre as mulheres, ou seja, 94% dos homens
a identificação dos seus fatores multiplicativos. Sendo V e 91% das mulheres compareceram a votação, onde
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um 94%M = 91%F ou 0,94M = 0,91F. Assim, para deter-
aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%. minar o número de eleitores de cada sexo temos os
seguinte sistema para resolver:
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Sendo V1 o valor após o aumento, temos:


𝑝1 F + M = 18500
V1 = V .(1+ )

0,94M = 0,91F
100
Sendo V2 o valor após o desconto, temos que: 0,91
Da segunda equação, temos que M =
0,94
F . Agora,
𝑝2
V2 = V_1 .(1 – )
100 substituindo M na primeira equação do sistema en-
Como temos uma expressão para , basta substituir:
contra-se F = 9400 e por fim determina-se M = 9100.
𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100
Ex. Um produto sofreu um aumento de 20% e depois
sofreu uma redução de 20%. Isso significa que ele voltará
ao seu valor original.
( ) Certo ( ) Errado

29
ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS
OU EVENTOS FICTÍCIOS; DEDUZIR NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E
AVALIAR AS CON- DIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER A ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES.
COMPREENSÃO E ELABORAÇÃO DA LÓGICA DAS SITUAÇÕES POR MEIO DE: RACIOCÍNIO
VERBAL, RACIOCÍNIO MATEMÁTICO, RACIOCÍNIO SEQUENCIAL, ORIENTAÇÃO ESPACIAL E
TEMPORAL, FORMAÇÃO DE CONCEITOS, DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS.

Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um pensamento de sentido completo.
Nossa professora, bela definição!
Não entendi nada!
Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas
também no sentido lógico.
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verdadeira
ou falsa.

Exemplos:
(A) A Terra é azul.
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é uma proposição.
(B) >2

Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico falso.


Todas elas exprimem um fato.
Agora, vamos pensar em uma outra frase:
O dobro de 1 é 2?
Sim, correto?
Correto. Mas é uma proposição?
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos declarar se é falso ou verdadeiro.
Bruno, vá estudar.
É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não
é proposição.
Passei!
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque
é uma sentença exclamativa.
Vamos ver alguns princípios da lógica:
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um desses
casos e nunca um terceiro caso.

1. Valor Lógico das Proposições

Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se
a proposição é falsa (F).
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)=V essa é a simbologia para indicar que o valor lógico de p é verdadeira, ou
V(p)=F
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou falso, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor
lógico falso.

30
2. Classificação -Conjunção

Proposição simples: não contém nenhuma outra pro-


posição como parte integrante de si mesma. São geral-
mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
E depois da letra colocamos “:”
Nossa, são muitas formas de se escrever com a con-
Exemplo: junção.
p: Marcelo é engenheiro. Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais:
q: Ricardo é estudante. “e”, “mas”, “porém”.
Exemplos
Proposição composta: combinação de duas ou mais p: Vinícius é professor.
proposições. Geralmente designadas pelas letras maiús- q: Camila é médica.
culas P, Q, R, S,...
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
Exemplo: p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica.
P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante. p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica.
Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.
Se quisermos indicar quais proposições simples fa- - Disjunção
zem parte da proposição composta:
P(p,q)
Se pensarmos em gramática, teremos uma proposi-
ção composta quando tiver mais de um verbo e proposi- p: Vitor gosta de estudar.
ção simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que q: Vitor gosta de trabalhar.
para ser proposição, temos que conseguir definir o valor p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra-
lógico. balhar.

3. Conectivos - Disjunção Exclusiva


Extensa: Ou...ou...
Agora que vamos entrar no assunto mais interessante Símbolo: ∨
e o que liga as proposições. p: Vitor gosta de estudar.
Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co- q: Vitor gosta de trabalhar
nectivos vem a parte prática. p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra-
balhar.
3.1. Definição
-Condicional
Palavras que se usam para formar novas proposições, Extenso: Se..., então..., É necessário que, Condição ne-
a partir de outras. cessária
Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma Símbolo: →
coisa?
Sim, vão conectar as proposições, mas cada conectivo Exemplos
terá um nome, vamos ver? p→q: Se chove, então faz frio.
p→q: É suficiente que chova para que faça frio.
-Negação p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio.
p→q: É necessário que faça frio para que chova.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

p→q: Fazer frio é condição necessária para chover.

-Bicondicional
Exemplo Extenso: se, e somente se, ...
p: Lívia é estudante. Símbolo: ↔
~p: Lívia não é estudante. p: Lucas vai ao cinema.
q: Pedro é loiro. q: Danilo vai ao cinema.
¬q: É falso que Pedro é loiro. p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai
r: Érica lê muitos livros. ao cinema.
~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros.
s: Cecilia é dentista. Referências
¬s: É mentira que Cecilia é dentista. ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica mate-
mática – São Paulo: Nobel – 2002.

31
Tabela-verdade - Conjunção
Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se
Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor eu tiver as duas coisas, certo?
lógico de proposições compostas facilmente, analisando Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só
cada coluna. chocolate.
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois.
ou V(p)=F.
p p q p ∧q
V V V V
F V F F
F V F
Quando temos duas proposições, não basta colocar
só VF, será mais que duas linhas. F F F

-Disjunção
p q Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o
V V conectivo “ou”.
V F Eu comprei bala ou chocolate.
Eu comprei bala e também comprei a chocolate, está
F V certo pois poderia ser um dos dois ou os dois.
F F Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
forma se eu comprei apenas chocolate.
Observe, a primeira proposição ficou VVFF Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará
E a segunda intercalou VFVF certo.
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 pos- p q p ∨q
sibilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver
um padrão para se tornar mais fácil! V V V
As possibilidades serão 2n, V F V
F V V
Onde:
n=número de proposições F F F

-Disjunção Exclusiva
p q r Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
V V V chocolate OU comprei bala.
V F V Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mes-
mo tempo.
V V F
V F F p q p ∨q
F V V V V F
F F V V F V
F V F F V V
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

F F F F F F

A primeira proposição, será metade verdadeira e me- -Condicional


tade falsa. Se chove, então faz frio.
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF. Se choveu e fez frio.
E a terceira VVFFVVFF. Estamos dentro da possibilidade.(V)
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos Choveu e não fez frio.
operadores lógicos? Não está dentro do que disse. (F)
Não choveu e fez frio.
-Negação Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover,
p ~p certo?(V)
Não choveu, e não fez frio.
V F Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V)
F V

Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico


oposto, faz sentido, não?

32
p q p →q Resposta: Letra C. P: A empresa alegou ter pago suas
obrigações previdenciárias.
V V V Q: apresentou os comprovantes de pagamento.
V F F R: o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
F V V
Número de linhas: 2³=8
F F V
3.(SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCI-
-Bicondicional ÁRIA – CESPE – 2017) A partir das proposições simples
Ficarei em casa, se e somente se, chover. P: “Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço”, Q:
Estou em casa e está chovendo. “As lojas do centro comercial Bom Preço estavam reali-
A ideia era exatamente essa. (V) zando liquidação” e R: “Sandra comprou roupas nas lojas
Estou em casa, mas não está chovendo. do Bom Preço” é possível formar a proposição composta
Você não fez certo, era só pra ficar em casa se cho- S: “Se Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço
vesse. (F) e se as lojas desse centro estavam realizando liquidação,
Eu sai e está chovendo. então Sandra comprou roupas nas lojas do Bom Preço ou
Aiaiai não era pra sair se está chovendo (F) Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço”. Con-
Não estou em casa e não está chovendo. siderando todas as possibilidades de as proposições P, Q
Sem chuva, você pode sair, ta?(V) e R serem verdadeiras (V) ou falsas (F), é possível cons-
truir a tabela-verdade da proposição S, que está iniciada
p q p ↔q na tabela mostrada a seguir.
V V V
V F F
F V F
F F V

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.(EBSERH – ÁREA MÉDICA – CESPE – 2018) A respei-


to de lógica proposicional, julgue o item que se segue.
Se P, Q e R forem proposições simples e se ~R indicar
a negação da proposição R, então, independentemente
dos valores lógicos V = verdadeiro ou F = falso de P, Q e Completando a tabela, se necessário, assinale a opção
R, a proposição P→Q∨(~R) será sempre V. que mostra, na ordem em que aparecem, os valores ló-
gicos na coluna correspondente à proposição S, de cima
( )CERTO ( )ERRADO para baixo.

Resposta: Errado Se P for verdadeiro, Q falso e R fal- a) V / V / F / F / F / F / F / F.


so, a proposição é falsa. b) V / V / F / V / V / F / F / V.
c) V / V / F / V / F / F / F / V.
2. (TRT 7ª REGIÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS – d) V / V / V / V / V / V / V / V.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
CESPE – 2017) e) V / V / V / F / V / V / V / F.

Texto CB1A5AAA – Proposição P Resposta: Letra D


A proposição S é composta por: (p∧q)→(r∨p)
A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciá-
P Q R p∧q r∨p S(p∧q)→(r∨p)
rias, mas não apresentou os comprovantes de pagamen-
to; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo V V V V V V
ex-empregado. V V F V V V
A quantidade mínima de linhas necessárias na tabela-
-verdade para representar todas as combinações possí- V F V F V V
veis para os valores lógicos das proposições simples que V F F F V V
compõem a proposição P do texto CB1A5AAA é igual a F V V F V V
a) 32. F V F F F V
b) 4. F F V F V V
c) 8.
F F F F F V
d) 16.

33
TAUTOLOGIA p∨~(p∧q)

Definição: Chama-se tautologia, toda proposição P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q)


composta que terá a coluna inteira de valor lógico V.
Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se V V V F V
a coluna da proposição composta for verdadeira é tau- V F F V V
tologia.
F V F V V
Vamos ver alguns exemplos.
F F F V V
A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da
não contradição. Está lembrado? Novamente, coluna deu inteira com valor lógico ver-
Princípio da não Contradição: uma proposição não dadeiro, é tautologia.
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
Exemplo 3
Se João é estudante ou não é estudante, então Ma-
P ~p p∧~p ~(p∧∼p)
teus é professor.
V F F V
F V F V P Q ~p p∨~p p∨~p→q
V V F V V
A proposição p∨ ~p é tautológica, pelo princípio do V F F V F
Terceiro Excluído.
Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” F V V V V
é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um F F V V F
desses casos e nunca um terceiro caso.
Deu pelo menos uma falsa e agora?
P ~p p∨~p Não é tautologia.
V F V Referências
F V V ALENCAR FILHO, Edgar de. Iniciação a lógica mate-
mática. São Paulo: Nobel – 2002.
Esses são os exemplos mais simples, mas normalmen-
te conseguiremos resolver as questões com base na ta-
bela verdade, por isso insisto que a tabela verdade dos
operadores, têm que estar na “ponta da língua”, quase EXERCÍCIO COMENTADO
como a tabuada da matemática.
Veremos outros exemplos. 1.(INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
2016) Com relação a lógica proposicional, julgue o item
Exemplo 1 subsequente.
Vamos pensar nas proposições: Considerando-se as proposições simples “Cláudio pratica
P: João é estudante. esportes” e “Cláudio tem uma alimentação balanceada”,
Q: Mateus é professor. é correto afirmar que a proposição “Cláudio pratica es-
Se João é estudante, então João é estudante ou Ma- portes ou ele não pratica esportes e não tem uma ali-
teus é professor. mentação balanceada” é uma tautologia.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Em simbologia: p→p∨q ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado
P Q p∨q p→p∨q
p: Cláudio pratica esportes.
V V V V q: Cláudio tem uma alimentação balanceada.
V F V V (p∨~p)∧~q
F V V V
P ~P Q ~q p∨~P (p∨∼p)∧∼q
F F F V
V F V F V F
A coluna inteira da proposição composta deu verda- V F F V V V
deiro, então é uma tautologia.
F V V F V F
Exemplo 2 F V F V V V
Com as mesmas proposições anteriores:
João é estudante ou não é verdade que João é estu-
dante e Mateus é professor.

34
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS Exemplo
p: Coelho gosta de cenoura
Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente q: Coelho é herbívoro.
equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se
as tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊN- p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é
TICAS. herbívoro.
Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguin- ~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é her-
te notação: bívoro
P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..)
A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção
Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha, p∨~q
mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas.
p q ~p ~q ~p→~q p∨~q
Regra da Dupla negação
V V F F V V
~~p⇔p V F F V V V
p ~p ~~p F V V F F F
V F V F F V V V V
F V F
Equivalências fundamentais (Propriedades Fun-
São iguais, então ~~p⇔p damentais): a equivalência lógica entre as proposições
goza das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva.
Regra de Clavius
1 – Simetria (equivalência por simetria)
~p→p⇔p
a) p ∧ q ⇔ q ∧ p
p ~p ~p→p p q p∧q q∧p
V F V V V V V
F V F V F F F
F V F F
Regra de Absorção F F F F
p→p∧q⇔p→q
b) p ∨ q ⇔ q ∨ p
p q p∨q q∨p
p q p∧q p→p∧q p→q
V V V V
V V V V V
V F V V
V F F F F
F V V V
F V F V V
F F F F
F F F V V
c) p ∨ q ⇔ q ∨ p MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Condicional
p q p∨q q ∨ p
Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são
as mais pedidas nos concursos. V V F F
V F V V
A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas-
F V V V
-verdades idênticas
F F F F
p ~p q p∧q p→q ~p∨q
d) p ↔ q ⇔ q ↔ p
V F V V V V
V F F F F F p q p↔q q↔p
F V V F V V V V V V
F V F F V V V F F F
F V F F
F F V V

35
Equivalências notáveis: b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)

1 - Distribuição (equivalência pela distributiva) p q r q p


p ∨ (q p∨ (p ∨ q) ∨
∨r ∨ r) q ∨r (p ∨ r)
a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
V V V V V V V V
p q r q p ∧ (q p∧ p (p ∧ q) ∨ (p V V F V V V V V
∨r ∨ r) q ∧r ∧ r) V F V V V V V V
V V V V V V V V V F F F V V V V
V V F V V V F V F V V V V V V V
V F V V V F V V F V F V V V F V
V F F F F F F F F F V V V F V V
F V V V F F F F F F F F F F F F
F V F V F F F F
3 – Idempotência
F F V V F F F F
F F F F F F F F a) p ⇔ (p ∧ p)

b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer duas


colunas com p
p q r q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∧
∧r ∧ r) q ∨r (p ∨ r) p p p∧p
V V V V V V V V V V V
V V F F V V V V F F F
V F V F V V V V
b) p ⇔ (p ∨ p)
V F F F V V V V
p p p∨p
F V V V V V V V
V V V
F V F F F V F F
F F F
F F V F F F V F
F F F F F F F F 4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se
outra condicional equivalente à primeira, apenas inver-
2 - Associação (equivalência pela associativa) tendo-se e negando-se as proposições simples que as
compõem.
a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r) Da mesma forma que vimos na condicional mais aci-
ma, temos outros modos de definir a equivalência da
condicional que são de igual importância.
p q r q p ∧ (q ∧ r) p∧q p (p ∧ q) ∧
∧r ∧r (p ∧ r) 1º caso: (p → q) ⇔ (~q → ~p)
V V V V V V V V
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

V V F F F V F F p q ~p ~q p→q ~q → ~p
V F V F F F V F V V F F V V
V F F F F F F F V F F V F F
F V V V F F F F F V V F V V
F V F F F F F F F F V V V V
F F V F F F F F
2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p)
F F F F F F F F
p q ~p ~p → q ~q ~q → p
V V F V F V
V F F V V V
F V V V F V
F F V F V F

36
3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p) Proposições Associadas a uma Condicional (se, en-
tão)
p q ~q p → ~q ~p q → ~p
Chama-se proposições associadas a p → q as três pro-
V V F F F F posições condicionadas que contêm p e q:
V F V V F V
– Proposições recíprocas: p → q: q → p
F V F V V V
– Proposição contrária: p → q: ~p → ~q
F F V V V V – Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p

5 - Pela bicondicional Observe a tabela verdade dessas quatro proposições:

a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição


p q ~p ~q p→ q→ ~p → ~q →
q p ~q ~p
p q p↔q p→q q→p (p → q) ∧ (q → p) V V F F V V V V
V V V V V V V F F V F V V F
V F F F V F
F V V F V F F V
F V F V F F
F F V V V V V V
F F V V V V
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua
b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q) recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO
EQUIVALENTES.
p q p↔ ~q ~p ~q → ~p → (~q → ~p) ∧
q ~p ~q (~p → ~q)
V V V F F V V V EXERCÍCIOS COMENTADOS
V F F V F F V F
1. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE –
F V F F V V F F
2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora
F F V V V V V V menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o
próximo item.
c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q) Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é
equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”.
p q p p∧ ~p ~q ~p ∧ (p ∧ q) ∨ (~p
↔ ( ) CERTO ( ) ERRADO
q ~q ∧ ~q)
q
Resposta: Certo Uma dica é que normalmente quan-
V V V V F F F V do tem vírgula é condicional, não é regra, mas aconte-
V F F F F V F F ce quando você não acha o conectivo.
F V F F V F F F
2. (PC-PE – PERITO PAPILOSCOPISTA – CESPE –
F F V F V V V V 2016)
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

6 - Pela exportação-importação Texto CG1A06AAA

[(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)] A Polícia Civil de determinado município prendeu, na


sexta-feira, um jovem de 22 anos de idade suspeito de
p q r p∧q (p ∧ q) → r q→r p → (q → r) ter cometido assassinatos em série. Ele é suspeito de cor-
tar, em três partes, o corpo de outro jovem e de enterrar
V V V V V V V as partes em um matagal, na região interiorana do mu-
V V F V F F F nicípio. Ele é suspeito também de ter cometido outros
dois esquartejamentos, já que foram encontrados vídeos
V F V F V V V
em que ele supostamente aparece executando os crimes
V F F F V V V Assinale a opção que é logicamente equivalente à propo-
F V V F V V V sição “Ele é suspeito também de ter cometido outros dois
esquartejamentos, já que foram encontrados vídeos em
F V F F V F V que ele supostamente aparece executando os crimes”,
F F V F V V V presente no texto CG1A06AAA.
F F F F V V V

37
a) Se foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, ele é suspeito
também de ter cometido esses crimes.
b) Ele não é suspeito de outros dois esquartejamentos, já que não foram encontrados vídeos em que ele supostamente
aparece executando os crimes.
c) Se não foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, ele não
é suspeito desses crimes.
d) Como ele é suspeito de ter cometido também dois esquartejamentos, foram encontrados vídeos em que ele supos-
tamente aparece executando os crimes.
e) Foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, pois ele é tam-
bém suspeito de ter cometido esses crimes.

Resposta: A A expressão já que=pois


Que se for escrita com a condicional, devemos mudar as proposições de lugar.
Se foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, ele é suspei-
to também de ter cometido esses crimes.

Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro:
Elsevier, 2013.

Negação de uma proposição composta

Definição: Quando se nega uma proposição composta primitiva, gera-se outra proposição também composta e
equivalente à negação de sua primitiva.
Ou seja, muitas vezes para os exercícios teremos que saber qual a equivalência da negação para compor uma frase,
por exemplo.

Negação de uma conjunção (Lei de Morgan)

Para negar uma conjunção, basta negar as partes e trocar o conectivo conjunção pelo conectivo disjunção.

~(p ∧ q) ⇔ (~p ∨ ~q)


p q ~p ~q p∧q ~(p ∧ q) ~p ∨ ~q
V V F F V F F
V F F V F V V
F V V F F V V
F F V V F V V

Negação de uma disjunção (Lei de Morgan)

Para negar uma disjunção, basta negar as partes e trocar o conectivo-disjunção pelo conectivo-conjunção.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

~(p ∨ q) ⇔ (~p ∧ ~q)


p q ~p ~q p∨q ~(p ∨ q) ~p ∧ ~q
V V F F V F F
V F F V V F F
F V V F V F F
F F V V F V V

Resumindo as negações, quando é conjunção nega as duas e troca por “ou”


Quando for disjunção, nega tudo e troca por “e”.

38
Negação de uma disjunção exclusiva
~(p ∨ q) ⇔ (p ↔ q)
p q p∨q ~( p∨q) p↔q
V V F V V
V F V F F
F V V F F
F F F V V

Negação de uma condicional


Famoso MANE
Mantém a primeira e nega a segunda.
~(p → q) ⇔ (p ∧ ~q)
p q p→q ~q ~(p → q) p ∧ ~q
V V V F F F
V F F V V V
F V V F F V
F F V V F F

Negação de uma bicondicional


~(p ↔ q) = ~[(p → q) ∧ (q → p)] ⇔ [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]

P Q p↔q p→q q→p p → q) ∧ (q → p)] ~[(p → q) ∧ (q → p)] p ∧ ~q q ∧ ~p [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]


V V V V V V F F F F
V F F F V F V V F V
F V F V F F V F V V
F F V V V V F F F F

Dupla negação (Teoria da Involução)

a) De uma proposição simples: p ⇔ ~ (~p)

P ~P ~ (~p)
V F V
F V F

b) De uma condicional: Definição: A dupla negação de uma condicional dá-se da seguinte forma: nega-se a 1ª parte
da condicional, troca-se o conectivo-condicional pela disjunção e mantém-se a 2ª parte.
Demonstração: Seja a proposição primitiva: p → q nega-se pela 1ª vez: ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q nega-se pela 2ª vez:
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

~(p ∧ ~q) ⇔ ~p ∨ q
Conclusão: Ao negarmos uma proposição primitiva duas vezes consecutivas, a proposição resultante será equiva-
lente à sua proposição primitiva. Logo, p → q ⇔ ~p ∨ q

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora
menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o próximo item.
A negação da proposição P pode ser expressa por “Quem não pode mais, não chora menos”

( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. Negação de uma condicional: mantém a primeira e nega a segunda

39
2. (PC-PE – PERITO CRIMINAL – CESPE – 2016) Con-
sidere as seguintes proposições para responder a questão.
P1: Se há investigação ou o suspeito é flagrado cometen- EXERCÍCIOS COMENTADOS
do delito, então há punição de criminosos.
P2: Se há punição de criminosos, os níveis de violência 1. (IF-BA – ADMINISTRADOR – FUNRIO – 2016) Ou
não tendem a aumentar. João é culpado ou Antônio é culpado. Se Antônio é ino-
P3: Se os níveis de violência não tendem a aumentar, a cente então Carlos é inocente. João é culpado se e so-
população não faz justiça com as próprias mãos. mente se Pedro é inocente. Ora, Pedro é inocente. Logo,

Assinale a opção que apresenta uma negação correta da a) Pedro e Antônio são inocentes e Carlos e João são cul-
proposição P1. pados.
b) Pedro e Carlos são inocentes e Antônio e João são
a) Se não há punição de criminosos, então não há investi- culpados.
gação ou o suspeito não é flagrado cometendo delito. c) Pedro e João são inocentes e Antônio e Carlos são cul-
b) Há punição de criminosos, mas não há investigação pados.
nem o suspeito é flagrado cometendo delito. d) Antônio e Carlos são inocentes e Pedro e João são
c) Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo culpados.
delito, mas não há punição de criminosos. e) Antônio, Carlos e Pedro são inocentes e João é culpado.
d) Se não há investigação ou o suspeito não é flagrado
cometendo delito, então não há punição de criminosos. Resposta: Letra E.
e) Se não há investigação e o suspeito não é flagrado co- Vamos começar de baixo pra cima.
metendo delito, então não há punição de criminosos.
Ou João é culpado ou Antônio é culpado.
Resposta: Letra C Famoso MANE Se Antônio é inocente então Carlos é inocente.
Mantém a primeira e nega a segunda. João é culpado se e somente se Pedro é inocente.
Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo
Ora, Pedro é inocente.
delito e não há punição de criminosos.
(V)
No caso, a questão ao invés de “e”utilizou mas
Sabendo que Pedro é inocente,
João é culpado se e somente se Pedro é inocente.
ARGUMENTOS
João é culpado, pois a bicondicional só é verdadeira se
ambas forem verdadeiras ou ambas falsas.
Um argumento é um conjunto finito de premissas (pro-
posições), sendo uma delas a consequência das demais.
Tal premissa (proposição), que é o resultado dedutivo ou João é culpado se e somente se Pedro é inocente
consequência lógica das demais, é chamada conclusão. Um (V) (V)
argumento é uma fórmula: P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn → Q Ora, Pedro é inocente
OBSERVAÇÃO: A fórmula argumentativa P1 ∧ P2 ∧ (V)
... ∧ Pn → Q, também poderá ser representada pela se- Sabendo que João é culpado, vamos analisar a primei-
guinte forma: ra premissa.
Ou João é culpado ou Antônio é culpado.
Então, Antônio é inocente, pois a disjunção exclusiva
só é verdadeira se apenas uma das proposições for.

Se Antônio é inocente então Carlos é inocente.


Carlos é inocente, pois sendo a primeira verdadeira, a
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

condicional só será verdadeira se a segunda proposi-


1. Argumentos válidos ção também for.

Um argumento é válido quando a conclusão é verda- Então, temos:


deira (V), sempre que as premissas forem todas verdadei- Pedro é inocente, João é culpado, António é inocente
ras (V). Dizemos, também, que um argumento é válido e Carlos é inocente.
quando a conclusão é uma consequência obrigatória das
verdades de suas premissas. 2. (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE –
2016) Considere que as seguintes proposições sejam
Argumentos inválidos verdadeiras.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema.
Um argumento é dito inválido (ou falácia, ou ilegítimo • Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
ou mal construído), quando as verdades das premissas • Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
são insuficientes para sustentar a verdade da conclusão. • Quando Fernando está estudando, não chove.
Caso a conclusão seja falsa, decorrente das insuficiências • Durante a noite, faz frio.
geradas pelas verdades de suas premissas, tem-se como
conclusão uma contradição (F).

40
Tendo como referência as proposições apresentadas, jul- Representação de uma proposição quantificada
gue o item subsecutivo.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. (∀x)(x ∈ N)(x + 3 > 15)
Quantificador: ∀
( ) CERTO ( ) ERRADO Condição de existência da variável: x ∈ N.
Predicado: x + 3 > 15.
Resposta: Errado
• Durante a noite, faz frio. (∃x)[(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)]
V Quantificador: ∃
Condição de existência da variável: não há.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. Predicado: “(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)”.
F F
Negações de proposições quantificadas ou funcionais
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. Seja uma sentença (∀x)(A(x)).
V V Negação: (∃x)(~A(x))

• Quando chove, Maria não vai ao cinema. Exemplo


F F (∀x)(2x-1=3)
Negação: (∃x)(2x-1≠3)
• Quando Fernando está estudando, não chove. Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).
V/F V Negação: (∀x)(~Q(x)).
Portanto, Se Maria foi ao cinema, então Fernando es- (∃x)(2x-1=3)
tava estudando. Negação: (∀x)(2x-1≠3)
Não tem como ser julgado.
1. Definição das proposições
Diagramas Lógicos
Todo A é B.
As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro-
O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo
posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solu-
elemento de A também é elemento de B.
ção requer que desenhemos figuras, os chamados dia-
gramas.
Podemos representar de duas maneiras:
Quantificadores são elementos que, quando asso-
ciados às sentenças abertas, permitem que as mesmas
sejam avaliadas como verdadeiras ou falsas, ou seja, pas-
sam a ser qualificadas como sentenças fechadas.

O quantificador universal
O quantificador universal, usado para transformar
sentenças (proposições) abertas em proposições fecha-
das, é indicado pelo símbolo “∀”, que se lê: “qualquer
que seja”, “para todo”, “para cada”.

Exemplo: Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como


(∀x)(x + 2 = 6) ficam os valores lógicos das outras?
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6”
(falsa). Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.
É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a
afirmação ser verdadeira. Nenhum A é B é necessariamente falsa.
O quantificador existencial Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
O quantificador existencial é indicado pelo símbolo “∃” que TODA criança é linda? Por isso é falsa.
que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe um”.
Algum A é B é necessariamente verdadeira.
Exemplos: Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
(∃x)(x + 5 = 9) lindas.
Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (ver-
dadeira). Algum A não é B necessariamente é falsa, pois A está
Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem... claro contido em B.
que existe algum número que essa afirmação será ver- Alguma criança não é linda, bem como já vimos im-
dadeira. possível, pois todas são.
Ok? Sem maiores problemas, certo?

41
Nenhum A é B. c) Todos os elementos de B estão em A

A e B não terão elementos em comum.

d) O conjunto A é igual ao conjunto B.

Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver


como ficam os valores lógicos das outras?
Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex-
trema, mas assim é bom para entendermos..hehe)

Todo A é B é necessariamente falsa.


Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?
Algum A é B é necessariamente falsa.
Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.

Algum A não é B necessariamente verdadeira.


Algum cachorro não é gato. Ah, sim! Espero que to- Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como
dos não sejam, mas se já está dizendo “algum” vou con- ficam os valores lógicos das outras?
cordar. Frase: Algum copo é de vidro.
Nenhum A é B é necessariamente falsa.
Nenhum copo é de vidro.
Algum A é B.
Com frase fica mais fácil né? Porque assim, consegui-
mos ver que é falsa, pois acabei de falar que algum copo
Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em
é de vidro, ou seja, tenho pelo menos 1 copo de vidro.
comum com o conjunto B
Todo A é B.
Não conseguimos determinar, podendo ser verda-
Temos 4 representações possíveis
deira ou falsa (podemos analisar também os diagramas
mostrados nas figuras a e c).
a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen- Todo copo é de vidro.
tos em comum. Pode ser que sim, ou não.

Algum A não é B.
Não conseguimos determinar, podendo ser verdadei-
ra ou falsa (contradiz com as figuras b e d)
Algum copo não é de vidro.
Como não sabemos se todos os copos são de vidros,
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

pode ser verdadeira.

Algum A não é B.
O conjunto A tem pelo menos um elemento que não
pertence ao conjunto B.

b) Todos os elementos de A estão em B. Aqui teremos 3 modos de representar:

a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-


tos em comum.

42
b) Todos os elementos de B estão em A. 2. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –
UFES – 2017) Em um determinado grupo de pessoas,
• todas as pessoas que praticam futebol também prati-
cam natação,
• algumas pessoas que praticam tênis também praticam
futebol,
• algumas pessoas que praticam tênis não praticam na-
tação.

É CORRETO afirmar que no grupo

a) todas as pessoas que praticam natação também pra-


ticam tênis.
c) Não há elementos em comum entre os dois conjuntos. b) todas as pessoas que praticam futebol também prati-
cam tênis.
c) algumas pessoas que praticam natação não praticam
futebol.
d) algumas pessoas que praticam natação não praticam
tênis.
e) algumas pessoas que praticam tênis não praticam fu-
tebol.

Resposta: Letra E.
Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver
como ficam os valores lógicos das outras?
Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior.
Frase: Algum copo não é de vidro.

Nenhum A é B é indeterminada (contradição com as


figuras a e b).
Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se
todos não são de vidro.

Todo A é B é necessariamente falsa.


Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo
não era.
Algum A é B é indeterminada.
Algum copo é de vidro, não consigo determinar se 3. (SEPOG-RO – TÉCNICO EM TECNOLOGIA DA IN-
tem algum de vidro ou não. FORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – FGV – 2017) Consi-
dere a afirmação:
“Toda pessoa que faz exercícios não tem pressão alta”.
De acordo com essa afirmação é correto concluir que
EXERCÍCIOS COMENTADOS
a) se uma pessoa tem pressão alta então não faz exer-
1. (PC-RS – ESCRIVÃO – FUNDATEC – 2018) Supondo cícios.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

a verdade da sentença aberta: Alguns investigados são b) se uma pessoa não faz exercícios então tem pressão
advogados mas nem todos os investigados têm domicí- alta.
lio conhecido. Podemos deduzir a verdade da alternativa: c) se uma pessoa não tem pressão alta então faz exercí-
cios.
a) Todos investigados são advogados e têm domicílio co- d) existem pessoas que fazem exercícios e que têm pres-
nhecido. são alta.
b) Todos investigados são advogados e não têm domicí- e) não existe pessoa que não tenha pressão alta e não
lio conhecido. faça exercícios.
c) Alguns investigados são advogados e têm domicílio
conhecido. Resposta: Letra A Se toda pessoa que faz exercício
d) Alguns investigados são advogados e alguns investi- não tem pressão alta, ora, se a pessoa tem pressão
gados têm domicílio conhecido. alta, então não faz exercício.
e) Alguns investigados são advogados e alguns investi-
gados não têm domicílio conhecido. Referências
CARVALHO, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série
Resposta: Letra E Nem todos os investigados têm do- Provas e Concursos, 2010.
micilio = Existem investigados que não têm domicilio.

43
Sequências Numéricas

EXERCÍCIO COMENTADO
Definição
O diário do professor é composto pelos nomes de 1. (FCC-2016 – MODIFICADO) Determine o termo ge-
seus alunos e esses nomes obedecem a uma ordem (são
escritos em ordem alfabética). Essa lista de nomes (diá- 1 3 5 7
ral an da sequência numérica , , , , … , an
rio) pode ser considerada uma sequência. Os dias do mês 2 4 6 8
são dispostos no calendário obedecendo a certa ordem
que também é um tipo de sequência. Assim, sequências Resposta:
estão presentes no nosso dia a dia com mais frequência Mediante análise dos termos da sequência, nota-se
que você pode imaginar. que termo geral é

A definição formal de sequência é todo conjunto ou


2n − 1
an =
grupo no qual os seus elementos estão escritos em uma 2n
determinada ordem ou padrão. No estudo da matemáti-
ca estudamos obviamente, as sequências numéricas. 2. (FCC-2016) A sequência numérica 1/2, 3/4, 5/6, 7/8;...é
Ao representarmos uma sequência numérica, deve- ilimitada e criada seguindo o mesmo padrão lógico. A
mos colocar seus elementos entre parênteses. Veja al- diferença entre o 500º e o 50º termos dessa sequência
guns exemplos de sequências numéricas: é igual a:

Ex: (2,4,6,8,10,12,…) - números pares positivos. a) 0,9


Ex: (1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11...) - números naturais. b) 9
Ex: (10,20,30,40,50...) - números múltiplos de 10. c) 0,009
Ex: (10,15,20,30) - múltiplos de 5, maiores que 5 e me- d) 0,09
nores que 35. e) 0,0009
Pelos exemplos, observou-se dois tipos básicos de
sequências: Resposta: Letra C. 2n−1
Sequência finita: Sequência numérica onde a quanti- Utilizando o termo geral dessa sequência an =
dade dos elementos é finita. 2n
, facilmente a500 e a50 são identificados. Substituin-
Sequência infinita: Sequência que seus elementos do para n=500 e n=50, chega-se ao resultado.
seguem ao infinito.
Representação Progressão Aritmética
Em uma sequencia numérica qualquer, o primeiro
termo será representado por uma letra minúscula segui- Definição
do de sua posição na sequência. Assim, o primeiro termo As progressões aritméticas, conhecidas com “PA”, são se-
é representado por , o segundo termo é , o terceiro e quências de números, que seguem um determinado padrão.
assim por diante. Este padrão caracteriza-se pelo termo seguinte da sequência
ser o termo anterior adicionado de um valor fixo, que cha-
#FicaDica maremos de constante da PA, representado pela letra “r”.
Os exemplos a seguir ilustrarão a definição acima:
Na matemática, achar uma expressão que a) S={1,2,3,4,5…} : Esta seqüência é caracterizada por
possa descrever a sequência numérica em sempre somar o valor 1 no termo seguinte, ou seja, tra-
função da posição do termo na mesma torna- ta-se de uma PA com razão . Se , classificaremos com PA
se conveniente e necessário para se usar essa crescente.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

teoria. Os exemplos a seguir exemplificam esse b) S={13,11,9,7,5…} : Também podemos ter sequên-
conceito: cias onde ao invés de somar, estaremos subtraindo um
valor fixo. Neste exemplo, o termo seguinte é o termo an-
terior subtraído 2, assim, trata-se de uma PA com razão .
Ex: (1,2,3,4,…)→Essa sequência pode ser descrita Se , classificaremos com PA decrescente.
como sendo: . Ou seja, qualquer termo da sequência é c) S={4,4,4,4,4…} : Além disso, podemos ter uma se-
exatamente o valor de sua posição. quência de valores constantes, nesse caso, é como se
estivéssemos somando 0 ao termos. Assim, se , classifica-
Ex: (5,8,11,14,…)→Essa sequência pode ser descrita remos com PA constante.
como sendo: . Ou seja, qualquer termo da sequência é o
triplo da sua posição somado 2. Termo Geral
Dado esta lógica de formação das progressões arit-
Ex: (0,3,8,15,…)→ Essa sequência pode ser descrita méticas, pode-se definir o que chamamos de “expressão
como sendo: . Ou seja, qualquer termo da sequência é o do termo geral”. Trata-se de uma fórmula matemática
quadrado da sua posição subtraído 1. que relaciona dois termos de uma PA com a razão r:
Essa expressão de an é definida como expressão do
termo geral da sequência. an = ap + n − p � r , com n ∈ ℕ∗

44
Onde an e ap são termos quaisquer da PA. Essa ex- Assim, com , a1 = 2, a5 = 10 e n = 5 , podemos
pressão geral pode ser utilizada de 2 formas:
calcular a soma:
a) Sabemos um termo e a razão e queremos encon-
trar outro termo. 2 + 10 � 5 12 � 5 60
Ex: O primeiro termo da PA igual a 7 e a razão é 3, qual Sn = = = = 30
2 2 2
é o quinto termo?
Temos então a1 = 7 e r = 3 e queremos achar a5.
Ou seja, não precisamos saber nem a razão da PA
Substituindo na fórmula do termo geral, temos que p = para acharmos a soma.
1 e n = 5. Assim:
Propriedades
an = ap + n − p � r
a5 = a1 + 5 − 1 � r
As progressões aritméticas possuem algumas pro-
priedades interessantes que podem ser exploradas em
a5 = 7 + 4 � 3
provas de concursos:
a5 = 19
P1: Para três termos consecutivos de uma PA, o termo
Ou seja, o quinto termo desta PA é 19. médio é a média aritmética dos outros dois termos. Essa
propriedade é fácil de verificar com o exemplo: Vamos
b) Sabemos dois termos quaisquer e queremos obter considerar três termos consecutivos de uma PA sendo
a razão da PA. an−1, an e an+1 .Podemos afirmar a partir da fórmula
Ex: O terceiro termo da PA é 2 e o sexto é -1, qual será do termo geral que:
a razão da PA?
an = an−1 + r
Temos então a3 = 2 e a6 = −1 e queremos achar r. an = an+1 – r
Substituindo na fórmula do termo geral, temos que p = Somando as duas expressões:
3 e n = 6. Assim:

an = ap + n − p � r 2an = an−1 + r + an +1 − r
a6 = a3 + 6 − 3 � r 2an = an−1 + an + 1
−1 = 2 + 3 � r
3r = −3 O que leva a:
r = −1
an−1 + an + 1
an =
Ou seja, a razão desta PA é -1.
2

Soma dos termos P2: Termos equidistantes dos Extremos. Numa se-
Outro ponto importante de uma progressão arit- quência finita, dizemos que dois termos são equidistan-
mética é a soma dos termos. Considerando uma PA tes dos extremos se a quantidade de termos que prece-
que queremos saber a soma dos 5 primeiros termos: derem o primeiro deles for igual à quantidade de termos
S={2,4,6,8,10…}. Como são poucos termos e sabemos to- que sucederem ao outro termo. Assim, na sucessão: MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

dos eles, podemos simplesmente somá-los: 2+4+6+8+10


= 30. Agora, considere que você saiba apenas o primei- (a1 , a2 , a3, a4 , . . . , ap , . . . , ak , . . . , an 3 , an 2 , an 1 , an ),
ro e o quinto termo, ou seja: a1 = 2 e a5 = 10 e . − − −

Como você calcularia a soma dos 5 termos?


O jeito que você aprendeu até agora seria obter os Temos:
outros termos e a razão a partir da expressão do termo
geral, porém você teria que fazer muitas contas para che-
a2 e an 1 são termos equidistantes dos extremos;
gar ao resultado, gastando tempo. Como a PA segue um −
padrão, foi possível deduzir uma expressão que dependa a3 e an 2 são termos equidistantes dos extremos;

apenas do primeiro termo e do último: a4 e an 3 são termos equidistantes dos extremos.

a1 + an � n
Sn = Nota-se que sempre que dois termos são equidis-
2 tantes dos extremos, a soma dos seus índices é igual ao
valor de n + 1. Assim sendo, podemos generalizar que,
se os termos e são equidistantes dos extremos, então:
p + k = n+1

45
a15 = 10 + (15 – 1). 7
FIQUE ATENTO! a15 = 10 + 14 . 7
a15 = 10 + 98
Com as considerações anteriores, temos
que numa PA com termos, a soma de dois ter- a15 = 108
mos equidistantes dos extremos é constante e
igual a soma do primeiro termo com o último O 15° termo da progressão é 108.
termo.
2. (CONED-2016) Em uma PA com 12 termos, a soma
dos três primeiros é 12 e a soma dos dois últimos é 65. A
Ex: Sejam, numa PA de termos, ap e ak termos equi- razão dessa PA é um número:
distantes dos extremos, teremos, então: a) Múltiplo de 5
b) Primo
ap = a1 + (p – 1) � r ⇒ ap = a1 + p � r – r c) Com 3 divisores positivos
ak = a1 + (k – 1) � r ⇒ ak = a1 + k � r – r d) Igual a média geométrica entre 9 e 4
e) Igual a 4!

Somando as expressões: Resposta: Letra B.


Aplicando a fórmula do termo geral nas duas conside-
rações do enunciado, chega-se a razão igual a 3, que
ap + ak = a1 + p � r – r + a1 + k � r – r é um número primo
ap + ak = a1 + a1 + (p + k – 1 – 1) � r
Progressão Geométrica (PG)

Considerando que p + k = n + 1 , ficamos com: Definição


As progressões geométricas, conhecidas com “PG”,
ap + ak = a1 + a1 + (n + 1 – 1) � r são sequências de números, como as PA, mas seu padrão
está relacionado com a operação de multiplicação e di-
ap + ak = a1 + a1 + (n – 1) � r visão. Ou seja, o termo seguinte de uma PG é composto
ap + ak = a1 + an pelo termo anterior multiplicado por uma razão cons-
tante, que será chamada de “q”.
Os exemplos a seguir ilustrarão melhor essas definições:

a) S={2,4,8,16,32…}: Esta sequência é caracterizada por


EXERCÍCIOS COMENTADOS sempre multiplicar o termo anterior por uma razão cons-
tante, q = 2. Como os termos subseqüentes são maiores,
1. Em relação à progressão aritmética (10, 17, 24, …), de-
temos uma PG crescente (caracterizada por q>0)
termine:
1 1 1
b) S = {9,3,1, 3 , 9 , 27 … }: Esta sequência é ca-
a) o termo geral dessa PA;
b) o seu 15° termo;
racterizada por sempre multiplicar o termo anterior por
1
Resposta: uma razão constante q = , ou seja, estar sendo divi-
3
dida sempre por 3. Assim, como os termos subseqüentes
a) Para encontrar o termo geral da progressão aritmé-
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

tica, devemos, primeiramente, determinar a razão r: são menores, temos uma PG decrescente (caracterizada
r = a2 – a1
r = 17 – 10 por a1 > 0 e 0 < q < 1 ).
r=7
c) S={-1,-2,-4,-8 ,-16,…}: Esta sequência é caracteri-
zada por sempre multiplicar o termo anterior por uma
A razão é 7, e o primeiro termo da progressão (a1) é 10.
constante q=-2. Assim, como os termos subseqüentes
Através da fórmula do termo geral da PA, temos:
são menores, temos outro caso de PG decrescente (ca-
an = a1 + (n – 1). r
racterizada por a1 < 0 e q > 1 ).
an = 10 + (n – 1). 7
d) S={1,-4,16,-64,256…}: Esta sequência mostra al-
Portanto, o termo geral da progressão é dado por an =
ternância de sinal entre os termos. A razão neste caso é
10 + (n – 1). 7.
q=-4 e quando isto ocorre, definimos como PG alterna-
da. (caracterizada por q < 0 ).
b) Como já encontramos a fórmula do termo geral,
vamos utilizá-la para encontrar o 15° termo. Tendo em e) S={5,5,5,5,5,5,…}: Esta sequência possui termos
vista que n = 15, temos então: constantes e é caracterizada por ter uma razão q=1. Nes-
an = 10 + (n – 1). 7 te caso, é definido o que chamamos de PG constante.

46
Soma finita dos termos
FIQUE ATENTO! Seguindo o mesmo princípio da PA, temos na PG a so-
Atenção as definições de PG decrescen- matória dos “n” primeiros termos também. Uma fórmula
te e PG alternada, muitos alunos se confundem foi deduzida e está apresentada a seguir:
e dizem que PG decrescente ocorre quando ,
em uma analogia a PA. a1 � qn − 1
Sn =
q−1
Termo Geral
O ponto interessante desta fórmula é que ela depende
Dado esta lógica de formação das progressões geo- apenas da razão e do primeiro termo, sem a necessidade
métricas, podemos também definir a “expressão do ter- de obter o termo . Caso você tenha qualquer outro termo
mo geral”. Trata-se de uma fórmula matemática que rela- e a razão q, você obtém primeiramente o primeiro termo
ciona dois termos de uma PG com a razão q: com a fórmula do termo geral e depois obtém a soma. O
exemplo a seguir ilustra isso:
Exemplo: Calcule a soma dos quatro primeiros temos
an = ap � qn−p , n ∈ ℕ∗ , q ∈ ℝ
de uma PG, com q = 3 e a2 = 12

Onde an e ap são termos quaisquer da PG. Essa ex- Resolução: Para aplicar a fórmula da soma, é necessá-
pressão geral pode ser utilizada de 2 formas: rio obter o primeiro termo da PG. Usando o termo geral
(com n=2 e p=1):
a) Sabemos um termo e a razão e queremos encon-
trar outro termo. Exemplo: O primeiro termo da PG igual
a 5 e a razão é 2, qual é o quarto termo? an = ap � qn−p
a2 = a1 � q2−1
Resolução: Temos então a1 = 5 e q = 2 e quere-
12 = a1 � 31
mos achar a4 . Substituindo na fórmula do termo geral,
a1 = 4
temos que p = 1 e n = 4. Assim:

an = ap � qn−p Com o primeiro termo obtido, podemos encontrar a


somatória (com n=4):
a4 = a1 � q4−1
a4 = 5 � 23 a1 qn − 1
Sn =
a4 = 5 � 8 = 40 q−1

Ou seja, o quarto termo desta PG é 40. a1 q4 − 1


S4 =
q−1
b) Sabemos dois termos quaisquer e queremos obter a
razão da PG. Exemplo: O segundo termo da PG é 3 e o quar- 4 34 − 1
to é 1/3, qual será a razão da PG, sabendo que q < 0 ? S4 =
3−1
1
Resolução: Temos então a2 = 3 e a4 = 3 e que-
4 � 343 − 1
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

remos achar q. Substituindo na fórmula do termo geral, S4 = = 2 � 342 = 684


2
temos que p = 2 e n = 4. Assim:
Assim, a soma dos primeiros quatro termos desta PG
an = ap � qn−p é igual a 684.
a4 = a2 � q4−2
Soma da PG infinita
1
= 3 � q2
3 Além da soma dos “n” primeiros termos, as progres-
1 sões geométricas possuem uma particularidade. Para PG
q2 = com , ou seja, para PG decrescentes ou alternadas, pode-
9 mos definir a “soma da PG infinita”. Em outras palavras,
se tivermos uma PG com infinitos termos com q < 1 ,
podemos obter a somar todos eles e obter um valor finito.
A fórmula da PG infinita é apresentada a seguir:
a1
S∞ =
Como q < 0 , temos que a razão dessa PG é -1/3. 1−q

47
Lógica sentencial (ou proposicional)
#FicaDica As sequências lógicas aparecem com frequências nas
A fórmula é bem simples e como na fórmula da provas de concurso. São vários tipos: números, letras,
soma dos “n” primeiros termos, temos depen- figuras, baralhos, dominós e como é um assunto mui-
dência apenas do primeiro termo e da razão. to abrangente, e pode ser pedido de qualquer forma, o
que ajudará nos estudos serão as práticas de exercícios
e algumas dicas que darei. Em cada exemplo, darei al-
Exemplo: Calcule a soma infinita da seguinte PG: gumas dicas para toda vez que você visualizar esse tipo
de questão já ajude a analisar que tipo será. Vamos lá?
1 1 1 1 1
S = {1, , , , , ,…�
2 4 8 16 32 1. Sequência de Números

Resolução: Como se trata de uma PG decrescente Pode ser feita por soma, subtração, divisão, multipli-
1 cação.
com a1 = 1 e q = , ela atende aos requisitos da soma Mas lembre-se, se estamos falando de SEQUÊNCIA,
2
infinita: Substituindo na fórmula: ela vai seguir um padrão, basta você achar esse padrão,
alguns serão mais difíceis, outro beeem fácil e não se as-
a1 suste se achar rápido, não terá uma “PEGADINHA”, será
S∞ = isso e ponto.
1−q
Vamos ver alguns tipos de sequências:
1 -Progressão Aritmética
S∞ =
1 2 5 8 11
1−2

2. Progressão aritmética sempre terá a mesma ra-


1 zão.
S∞ = =2
1
2 No nosso exemplo, a razão é 3, pois para cada núme-
ro seguinte, temos que somar 3.
Ou seja, a soma dos termos desta PG infinita vale 2.
-Progressão Geométrica
9 18 36 72
EXERCÍCIO COMENTADO
3. E agora para essa nova sequência?
1. (FUNAI – CONHECIMENTOS GERAIS – Se somarmos 9, não teremos uma sequência, então
ESAF/2016) O limite da série infinita S de razão 1/3, não é soma.
1 1 é: O próximo que tentamos é a multiplicação,9x2=18
S = 9 + 3 + 1 + + + ⋯) 18x2=36
3 9
36x2=72
a) 13,444... Opa, deu certo?
b) 13,5 Progressão geométrica de razão 2.
c) 13,666...
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

d) 13,6 -Incremento em Progressão


e) 14 1 2 4 7

Resposta: Letra B. a1 Observe que estamos somando 1 a mais para cada


Aplicando a fórmula da PG infinita S∞ = , che- número.
1−q
ga-se na resposta. 1=1=2
2+2=4
2. Determine o valor do sexto termo da seguinte pro-
4+3=7
gressão geométrica (1, 2, 4, 8, ...).
-Série de Fibonacci
Resposta: a6 = 32
1 1 2 3 5 8 13
Nota-se que a razão da progressão geométrica é igual
a 2. Então, tem-se que: Cada termo é igual à soma dos dois anteriores.

an = ap � qn−p -Números Primos


a6 = a1 � q6−1 2 3 5 7 11 13 17
Naturais que possuem apenas dois divisores naturais.
a6 = 1 � 25 = 32

48
-Quadrados Perfeitos Resposta: Letra A.
1 4 9 16 25 36 49 Primeiro tentamos número de sílabas ou letras.
Números naturais cujas raízes são naturais. Letras já não deu certo.
Galo=4
Exemplo 1 Pato=4
Carneiro=8
(UFPB – ADMINISTRADOR – IDECAN/2016) Consi- Cobra=4
dere a sequência numérica a seguir: Jacaré=6
3, 6, 3, 3, 2, 5/3, 11/9. . . Não tem um padrão
Sabendo-se que essa sequência obedece uma regra de Número de sílabas
formação a partir do terceiro termo, então o denomina- Está dividido em 2 e 3 e sem padrões
dor do próximo termo da sequência é: Começadas com as letras dos meses?não...
Difícil...
a) 9. São animais, então:
b) 11. Galo e pato são aves
c) 26. Cobra e jacaré são répteis
d) 27. O carneiro é mamífero, se estão aos pares, devemos
procurar outro mamífero que no caso é o boi
Resposta: Letra D. Resposta: A.
Quando há uma sequência que não parece progres-
são aritmética ou geométrica, devemos “apelar” para 2. (IBGE - TÉCNICO EM INFORMAÇÕES GEOGRÁ-
soma os dois anteriores, soma 1, e assim por diante. FICAS E ESTATÍSTICAS – FGV/2016) Considere a se-
No caso se somarmos os dois primeiros para dar o quência infinita
terceiro: 3+6=9 IBGEGBIBGEGBIBGEG...
Para dar 3, devemos dividir por 3: 9/3=3 A 2016ª e a 2017ª letras dessa sequência são, respecti-
Vamos ver se ficará certo com o restante vamente:
6+3=9
9/3=3 a) BG;
3+2=5 b) GE;
5/3 c) EG;
Opa...parece que deu certo d) GB;
e) BI.
Então:
Resposta: Letra E.
É uma sequência com 6
Cada letra equivale a sequência
I=1
B=2
G=3
E=4
G=5
3. Sequência de Letras B=0
2016/6=336 resta 0
Sobre a sequência de Letras, fica um pouco mais difí- 2017/6=336 resta 1
cil de falar, pois podem ser de vários tipos.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Às vezes temos que substituir por números, outras Portanto, 2016 será a letra B, pois resta 0, será equiva-
analisar o padrão de como aparecem. Vamos ver uns lente a última letra
exemplos? E 2017 será a letra I, pois resta 1 e é igual a primeira
letra.
Exemplos
4. Sequência de Figuras
1. (AGERIO – ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO –
FDC/2015) Considerando a sequência de vocábulos: Do mesmo modo que a sequência de letras, é um
galo - pato - carneiro - X - cobra – jacaré tema abrangente, pois a banca pode pedir a figura que
A alternativa lógica que substitui X é: convém.

a) boi
b) siri
c) sapo
d) besouro
e) gaivota

49
Exemplo Resposta: Letra C.
Os termos tem uma sequência começando por 2²+1
1. (FACEPE – Assistente em Gestão de Ciência e Tec- Portanto, para sabermos o 12º termo, fazemos
nologia – UPENET/2015) Assinale a alternativa que con- 213+1=8193
tém a próxima figura da sequência.
02. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITUTO
AOCP/2017) Uma máquina foi programada para distri-
buir senhas para atendimento em uma agência bancária
alternando algarismos e letras do alfabeto latino, no qual
estão inclusas as letras K, W e Y, sendo a primeira senha
(A) o número 2, a segunda a letra A, e sucessivamente na
seguinte forma: (2; A; 5; B; 8; C; ...). Com base nas infor-
mações mencionadas, é correto afirmar que a 51ª e a 52ª
senhas, respectivamente, são:

a) 69 e Z.
(B) b) 90 e Y.
c) T e 88.
d) 77 e Z.
e) Y e 100.
(C) Resposta: Letra D
A 51ª senha segue a sequência ímpar que são: (2, 5, 8,...)
51/2=25 e somamos 1, para saber qual posição ocu-
pará na sequência. Portanto será a 26
A26=a1+25r
A26=2+25⋅3
(D) A26=2+75=77

A 52ª senha ocupará a posição 26 também, mas na


sequência par, ou seja, a 26ª letra do alfabeto que é
a letra Z.
(E) 03. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO –
FAURGS/2017) Na figura abaixo, encontram-se repre-
sentadas três etapas da construção de uma sequência
elaborada a partir de um triângulo equilátero.

Resposta: Letra B.
Primeiro risco vai na parte de baixo, depois do lado
E depois 2 riscos e assim por diante.
Então nossa figura terá que ter 3 riscos, mas a B ou D?
É a B, pois o risco de cima, tem que ser o maior de
todos.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Na etapa 1, marcam-se os pontos médios dos lados do


triângulo equilátero e retira-se o triângulo com vértices
nesses pontos médios, obtendo-se os triângulos pre-
EXERCÍCIO COMENTADO
tos. Na etapa 2, marcam-se os pontos médios dos lados
dos triângulos pretos obtidos na etapa 1 e retiram-se os
01. ( TRE/RJ - TÉCNICO JUDICIÁRIO - OPERAÇÃO triângulos com vértices nesses pontos médios, obtendo-
DE COMPUTADORES – CONSULPLAN/2017) Os ter- -se um novo conjunto de triângulos pretos. A etapa 3 e
mos de uma determinada sequência foram sucessiva- as seguintes mantêm esse padrão de construção.
mente obtidos seguindo um determinado padrão: Mantido o padrão de construção acima descrito, o nú-
(5, 9, 17, 33, 65, 129...) mero de triângulos pretos existentes na etapa 7 é
O décimo segundo termo da sequência anterior é um
número a) 729.
b) 1.024.
a) menor que 8.000. c) 2.187.
b) maior que 10.000. d) 4.096.
c) compreendido entre 8.100 e 9.000. e) 6.561.
d) compreendido entre 9.000 e 10.000.

50
Resposta: Letra C 07. (IF/PE – Técnico em Eletrotécnica – IFPE/0217)
Considere a seguinte sequência de figuras formadas por
É uma PG de razão 3 e o a1 também é 3. círculos:

04. (SESAU/RO – ENFERMEIRO – FUNRIO/2017) Ob- Continuando a sequência de maneira a manter o mesmo
serve a sequência: 43, 46, 50, 55, 61, ... padrão geométrico, o número de círculos da Figura 18 é:
O próximo termo é o:
a) 334.
a) 65.
b) 314.
b) 66.
c) 342.
c) 67.
d) 324.
d) 68.
e) 69. e) 316.

Resposta: Letra D. Resposta: Letra D.


Observe que de 43 para 46 são 3 Figura 1:1
50-46=4 Figura 2:4
55-50=5 Figura 3:9
61-55=6 Figura 4:16
Portanto, o próximo será somando 7 O número de círculos é o quadrado da posição
61+7=68 Figura 18: 18²=324

05. (TRT 24ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 08. (CODEBA – GUARDA PORTUÁRIO – FGV/2016)
FCC/2017) Na sequência 1A3E; 5I7O; 9U11A; 13E15I; Para passar o tempo, um candidato do concurso escre-
17O19U; 21A23E; . . ., o 12° termo é formado por algaris- veu a sigla CODEBA por sucessivas vezes, uma após a
mos e pelas letras outra, formando a sequência:
C O D E B A C O D E B A C O D E B A C O D ...
a) EI. A 500ª letra que esse candidato escreveu foi:
b) UA.
c) OA. a) O
d) IO. b) D
e) AE. c) E
d) B
Resposta: Letra D. e) A
A partir do 5º termo começa a repetir as letras, por-
tanto: Resposta: Letra A.
12/5=2 e resta 2
É uma sequência com 6 letras:
Assim, será igual ao segundo termo, IO.
500/6=83 e resta 2
C=1
06. (EBSERH – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
O=2
IBFC/2017) Considerando a sequência de figuras @, %
, &, # , @, %, &, #,..., podemos dizer que a figura que D=3
estará na 117ª posição será: E=4
B=5
a) @ A=0
b) % Como restaram 2, então será igual a O.
c) &
d) # 09. (MPE/SP – OFICIAL DE PROMOTORIA I – VU-
e) $ NESP/2016) A sequência ((3, 5); (3, 3, 3); (5; 5); (3, 3,
5); ...) tem como termos sequências contendo apenas
Resposta: Letra A. os números 3 ou 5. Dentro da lógica de formação da
117/4=29 e resta 1 sequência, cada termo, que também é uma sequência,
Portanto, é igual a figura 1 @ deve ter o menor número de elementos possível. Dessa
forma, o número de elementos contidos no décimo oi-
tavo termo é igual a:

51
a) 5.
b) 4. COMPREENSÃO DO PROCESSO LÓGICO
c) 6. QUE, A PARTIR DE UM CONJUNTO DE
d) 7. HIPÓTESES, CONDUZ, DE FORMA VÁLIDA, A
e) 8. CONCLUSÕES DETERMINADAS.
Resposta: Letra A.
Vamos somar os números:
3+5=8 TEORIA DOS CONJUNTOS
3+3+3=9
5+5=10 1. Representação
3+3+5=11
- Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1,
Observe que 2, 3, 4, 5}
os termos formam uma PA de razão 1. - Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando es-
a18=? ses elementos temos:
a18=a1+17r B={3,4,5,6,7}
a18=8+17 - por meio de diagrama:
a18=25
Para dar 25, com o menor número de elementos pos-
síveis, devemos ter (5,5,5,5,5)

10. (CODAR – RECEPCIONISTA – EXATUS/2016) A


sequência numérica (99; 103; 96; 100; 93; 97; ...) possui
determinada lógica em sua formação. O número corres-
pondente ao décimo elemento dessa sequência é:

a) 91
b) 88.
c) 87
d) 84
Quando um conjunto não possuir elementos chama-
Resposta: Letra A. res de conjunto vazio: S=∅ ou S={ }.
A princípio, queremos ver a sequência com os termos
seguidos mesmo, o que seria: 2. Igualdade
99+4=103
103-7=96 Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem
96+4=100 exatamente os mesmos elementos. Em símbolo:
100-7=93
Alternando essa sequência, mas se conseguirmos vi-
sualizar uma outra maneira, ficará mais fácil.
Observe que os termos ímpares (a1,a3,a5...)formam Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisa-
uma PA de razão r=-3 mos saber apenas quais são os elementos.
Os termos pares (a2,a4,a6..) formam uma PA de razão Não importa ordem:
também r=-3 A={1,2,3} e B={2,1,3}
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Como a10 é par, devemos tomar como base a sequên- Não importa se há repetição:
cia par, mas para isso, vamos lembrar que se estamos A={1,2,2,3} e B={1,2,3}
tratando apenas dela, a10=a5
Pois, devemos transformar o a2 em a1 e assim por 3. Relação de Pertinência
diante.
A5=a1+4r Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação
A5=103-12 que o elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)
A5=31 Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5}
0∈A
2∉A

4. Relações de Inclusão

Relacionam um conjunto com outro conjunto.


Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido),
⊃(contém), (não contém)

52
A Relação de inclusão possui 3 propriedades: A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o
Exemplo: complementar de B em relação a A.
{1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5} A este conjunto pertencem os elementos de A que
{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5} não pertencem a B.
Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina,
boca aberta para o maior conjunto A\B = {x : x∈A e x∉B}.

5. Subconjunto

O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento


de A é também elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}

6. Operações

6.1. União B-A = {x : x∈B e x∉A}.

Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um tercei-


ro formado pelos elementos que pertencem pelo menos
um dos conjuntos a que chamamos conjunto união e re-
presentamos por: A∪B.
Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou x B}
Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}
Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do
conjunto A menos os elementos que pertencerem ao
conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

6.3. Complementar
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto for-
mado pelos elementos do conjunto universo que não
pertencem a A.
6.2. Interseção

A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto forma-


do pelos elementos que são ao mesmo tempo de A e de
B, e é representada por : A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x B}
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

7. Fórmulas da união

n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-
-n(A∩C)-n(B C)
Exemplo: Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao in-
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g} vés de fazer todo o digrama, se colocarmos nessa fórmu-
A∩B={d,e} la, o resultado é mais rápido, o que na prova de concurso
é interessante devido ao tempo.
Diferença Uma outra operação entre conjuntos é a Mas, faremos exercícios dos dois modos para você
diferença, que a cada par A, B de conjuntos faz corres- entender melhor e perceber que, dependendo do exercí-
ponder o conjunto definido por: cio é melhor fazer de uma forma ou outra.

53
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO –


FCC/2015) Em um grupo de 32 homens, 18 são altos, 22 são
barbados e 16 são carecas. Homens altos e barbados que não
são carecas são seis. Todos homens altos que são carecas, são
também barbados. Sabe-se que existem 5 homens que são
altos e não são barbados nem carecas. Sabe-se que existem
5 homens que são barbados e não são altos nem carecas. Sa-
be-se que existem 5 homens que são carecas e não são altos
e nem barbados. Dentre todos esses homens, o número de
barbados que não são altos, mas são carecas é igual a

a) 4.
b) 7.
c) 13.
d) 5.
e) 8. Sabemos que 18 são altos

Resposta: Letra A. Primeiro, quando temos 3 diagra-


mas, sempre começamos pela interseção dos 3, de-
pois interseção a cada 2 e por fim, cada um

Se todo homem careca é barbado, não teremos ape- Quando somarmos 5+x+6=18
nas homens carecas e altos. X=18-11=7
Homens altos e barbados são 6 Carecas são 16
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e


não são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 ho-
mens que são carecas e não são altos e nem barbados

54
7+y+5=16
Y=16-12
Y=4 HORA DE PRATICAR!

Então o número de barbados que não são altos, mas (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
são carecas são 4. 2016) Julgue os itens a seguir, relativos a raciocínio lógi-
co e operações com conjuntos.

1. A sentença “Bruna, acesse a Internet e verifique a data


EXERCÍCIO COMENTADO da aposentadoria do Sr. Carlos!” é uma proposição com-
posta que pode ser escrita na forma p ∧ q.
1. (INSS - ANALISTA DO SEGURO SOCIAL- CES-
PE/2016) Uma população de 1.000 pessoas acima de 60 ( )CERTO ( )ERRADO
anos de idade foi dividida nos seguintes dois grupos:
A: aqueles que já sofreram infarto (totalizando 400 pes- 2. Para quaisquer proposições p e q, com valores lógicos
soas); e quaisquer, a condicional p ⇒ (q ⇒ p) será, sempre, uma
B: aqueles que nunca sofreram infarto (totalizando 600 tautologia.
pessoas).
( )CERTO ( )ERRADO
Cada uma das 400 pessoas do grupo A é ou diabética ou
fumante ou ambos (diabética e fumante).
3. Caso a proposição simples “Aposentados são idosos” te-
A população do grupo B é constituída por três conjun-
nha valor lógico falso, então o valor lógico da proposição
tos de indivíduos: fumantes, ex-fumantes e pessoas que
“Aposentados são idosos, logo eles devem repousar” será
nunca fumaram (não fumantes).
falso.
Com base nessas informações, julgue o item subsecutivo.
Se, das pessoas do grupo A, 280 são fumantes e 195 são ( )CERTO ( )ERRADO
diabéticas, então 120 pessoas desse grupo são diabéticas
e não são fumantes. 4. Dadas as proposições simples p: “Sou aposentado” e
q: “Nunca faltei ao trabalho”, a proposição composta “Se
( ) CERTO ( ) ERRADO sou aposentado e nunca faltei ao trabalho, então não sou
aposentado” deverá ser escrita na forma (p ∧ q) ⇒ ~p,
Resposta: Certo. usando-se os conectivos lógicos.

( )CERTO ( )ERRADO

5. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CES-


PE – 2008) Proposições são sentenças que po-
dem ser julgadas como verdadeiras ou falsas,
mas não admitem ambos os julgamentos. A esse
respeito, considere que A represente a proposição
simples “É dever do servidor apresentar-se ao tra-
balho com vestimentas adequadas ao exercício da
função”, e que B represente a proposição simples “É
permitido ao servidor que presta atendimento ao
público solicitar dos que o procuram ajuda finan-
280-x+x+195-x=400 ceira para realizar o cumprimento de sua missão”.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

x=75 Considerando as proposições A e B acima, jul-


Diabéticos: 195-75=120 gue os itens subsequentes, com respeito ao Có-
digo de Ética Profissional do Servidor Públi-
Referências co Civil do Poder Executivo Federal e às regras
YOUSSEF, Antonio Nicolau (et al.). Matemática: ensino inerentes ao raciocínio lógico. A proposição composta
médio, volume único. – São Paulo: Scipione, 2005. “Se A então B” é necessariamente verdadeira.
CARVALHO, S. Raciocínio Lógico Simplificado, volume
1, 2010 ( )CERTO ( )ERRADO

6. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE


– 2016) Na lógica proposicional, a oração “Antônio fuma
10 cigarros por dia, logo a probabilidade de ele sofrer
um infarto é três vezes maior que a de Pedro, que é não
fumante” representa uma proposição composta.

( )CERTO ( )ERRADO

55
7. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE – tão contempladas na tabela a seguir, em que cada célula,
2016) Supondo-se que p seja a proposição simples “João correspondente ao cruzamento de uma linha com uma
é fumante”, que q seja a proposição simples “João não coluna, foi preenchida com V (verdadeiro) no caso de a
é saudável” e que p ⇒ q, então o valor lógico da pro- servidora listada na linha ter tomado a atitude represen-
posição “João não é fumante, logo ele é saudável” será tada na coluna, ou com F (falso), caso contrário.
verdadeiro.

( )CERTO ( )ERRADO

Texto para as questões de 8 a 10

Proposições são sentenças que podem ser julgadas como


verdadeiras — V — ou falsas — F —, mas não como am-
bas. Se P e Q são proposições, então a proposição “Se P Com base nessas informações, julgue os itens seguintes.
então Q”, denotada por PÚQ, terá valor lógico F quando
P for V e Q for F, e, nos demais casos, será V. Uma expres- ( )CERTO ( )ERRADO
são da forma ¬P, a negação da proposição P, terá valores
lógicos contrários aos de P. P∨Q, lida como “P ou Q”, terá 10. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE
valor lógico F quando P e Q forem, ambas, F; nos demais – 2008) Se P for a proposição “Rejane alterou texto de
casos, será V. documento oficial que deveria apenas ser encaminhado
para providências” e Q for a proposição “Renata buscou
Considere as proposições simples e compostas apresen- evitar situações procrastinatórias”, então a proposição
tadas abaixo, denotadas por A, B e C, que podem ou não P→Q tem valor lógico V.
estar de acordo com o artigo 5.º da Constituição Federal.
A: A prática do racismo é crime afiançável. ( )CERTO ( )ERRADO
B: A defesa do consumidor deve ser promovida pelo Es-
tado. (EBSERH – ÁREAS MÉDICAS – CESPE – 2018) Uma
C: Todo cidadão estrangeiro que cometer crime político pesquisa revelou características da população de uma
em território brasileiro será extraditado. pequena comunidade composta apenas por casais e
seus filhos. Todos os casais dessa comunidade são ele-
De acordo com as valorações V ou F atribuídas correta- mentos do conjunto A∪B∪C, em que
mente às proposições A, B e C, a partir da Constituição A = {casais com pelo menos um filho com mais de 20
Federal, julgue os itens a seguir. anos de idade};
B = {casais com pelo menos um filho com menos de 10
8. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE anos de idade};
– 2008) Para a simbolização apresentada acima e seus C = {casais com pelo menos 4 filhos}.
correspondentes valores lógicos, a proposição B→C é V.
Considerando que n(P) indique a quantidade de elemen-
( )CERTO ( )ERRADO tos de um conjunto P, suponha que n(A) = 18; n(B) =
20; n(C) = 25; n(A∩B) = 13; n(A∩C) = 11; n(B∩C) = 12 e
9. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE n(A∩B∩C) = 8. O diagrama a seguir mostra essas quanti-
– 2008) De acordo com a notação apresentada acima, é dades de elementos.
correto afirmar que a proposição (¬A)∨(¬C) tem valor
lógico F.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

( )CERTO ( )ERRADO

Roberta, Rejane e Renata são servidoras de um mesmo


órgão público do Poder Executivo Federal. Em um trei-
namento, ao lidar com certa situação, observou-se que
cada uma delas tomou uma das seguintes atitudes:
A1: deixou de utilizar avanços técnicos e científicos que
estavam ao seu alcance;
A2: alterou texto de documento oficial que deveria ape-
nas ser encaminhado para providências;
A3: buscou evitar situações procrastinatórias. Cada uma
dessas atitudes, que pode ou não estar de acordo com
o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
do Poder Executivo Federal (CEP), foi tomada por exa-
tamente uma das servidoras. Além disso, sabe-se que a
servidora Renata tomou a atitude A3 e que a servidora
Roberta não tomou a atitude A1. Essas informações es-

56
11. Com base nas informações e no diagrama precedentes, julgue o item a seguir.
Pelo menos 30 casais dessa comunidade têm 2 ou mais filhos.

( )CERTO ( )ERRADO

12. Com base nas informações e no diagrama precedentes, julgue o item a seguir.
Se um casal dessa comunidade for escolhido ao acaso, então a probabilidade de ele ter menos de 4 filhos será superior
a 0,3.

( )CERTO ( )ERRADO

13. Com base nas informações e no diagrama precedentes, julgue o item a seguir.
A referida comunidade é formada por menos de 180 pessoas.

( )CERTO ( )ERRADO

14. (EBSERH – TÉCNICO EM RADIOLOGIA – CESPE – 2018) Considere as seguintes proposições: P: O paciente re-
ceberá alta; Q: O paciente receberá medicação; R: O paciente receberá visitas.
Tendo como referência essas proposições, julgue o item a seguir, considerando que a notação ~S significa a negação
da proposição S.
Se, em uma unidade hospitalar, houver os seguintes conjuntos de pacientes: A = {pacientes que receberão alta}; B =
{pacientes que receberão medicação} e C = {pacientes que receberão visitas}; se, para os pacientes dessa unidade hos-
pitalar, a proposição ~P→[Q∨R] for verdadeira; e se Ac foro conjunto complementar de A, então Ac⊂B∪C.

( )CERTO ( )ERRADO

15. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CESPE – 2017) Em uma reunião de colegiado, após a aprovação de
uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte afirmação: “Basta
um de nós mudar de ideia e a decisão será totalmente modificada.”
Considerando a situação apresentada e a proposição correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item.
Se A for o conjunto dos presentes que votaram a favor e B for o conjunto dos presentes que votaram contra, então o
conjunto diferença A\B terá exatamente um elemento.

( )CERTO ( )ERRADO

16. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) Se A, B e C forem conjuntos quaisquer tais que A, B ⊂
C, então (C \ A) ∩ (A ∪ B) = C ∩ B.

( )CERTO ( )ERRADO

A Guia da Previdência Social (GPS), cujo modelo é apresentado abaixo, é o documento hábil para o recolhimento das
contribuições sociais dos contribuintes individuais da previdência social.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

57
Os prazos para recolhimento das contribuições previden- 21. (CPRM – TÉCNICO EM GEOCIÊNCIAS – CESPE –
ciárias em GPS são: 2016) A represa X, que abastece de água determinada
• até o dia 15 do mês seguinte àquele a que as contri- cidade, tem capacidade para 480 milhões de metros cú-
buições se referirem, prorrogando-se o vencimento para bicos de água.
o dia útil subsequente quando não houver expediente Se, em determinado dia, a água contida na represa X re-
bancário, para os contribuintes individuais, facultativos e presentava 35% de sua capacidade máxima, então, nesse
domésticos; dia, havia na represa
• até o dia 20 de dezembro, antecipando-se o vencimen-
to para o dia útil imediatamente anterior, quando não a) 168 milhões de litros de água.
houver expediente bancário, para as contribuições inci- b) 312 milhões de litros de água.
dentes sobre o 13.º salário. c) 384 mil litros de água.
d) 312 mil litros de água.
17. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE e) 168 bilhões de litros de água.
– 2003) Considerando que o “VALOR DO INSS” constan-
te na GPS acima corresponda a 19,65% do salário-de- 22. (ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA – CESPE –
-contribuição de um empregado doméstico, é correto 2018) As seguintes proposições lógicas formam um con-
concluir que esse empregado recebe um salário mensal junto de premissas de um argumento:
superior a R$ 340,00. • Se Pedro não é músico, então André é servidor da ABIN.
• Se André é servidor da ABIN, então Carlos não é um
( ) CERTO ( ) ERRADO espião.
• Carlos é um espião.
18. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
2003) A GPS acima foi gerada após 15/2/2003 e o valor A partir dessas premissas, julgue o item a seguir, acerca
relativo ao campo “ATM/MULTA E JUROS” corresponde a de lógica de argumentação.
mais de 4% do “VALOR DO INSS”. Se a proposição lógica “Pedro é músico.” for a conclusão
desse argumento, então, as premissas juntamente com
( ) CERTO ( ) ERRADO essa conclusão constituem um argumento válido.

19. (IFF – Técnico Administrativo – CESPE – 2018) A ( ) CERTO ( ) ERRADO


quantia de R$ 360.000 deverá ser repassada às escolas A,
B e C para complemento da merenda escolar. A distribui- 23. (TRT 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
ção será em partes diretamente proporcionais às quanti- PE – 2017) Texto CB1A5BBB – Argumento formado pelas
dades de alunos de cada escola. Sabe-se que a escola A premissas (ou proposições) P1 e P2 e pela conclusão C
tem 20% a mais de alunos que a escola B e que a escola P1: Se eu assino o relatório, sou responsável por todo
C tem 20% a menos de alunos que a escola B. Nesse caso, o seu conteúdo, mesmo que tenha escrito apenas uma
a escola A deverá receber parte.
P2: Se sou responsável pelo relatório e surge um proble-
a) R$ 140.000. ma em seu conteúdo, sou demitido.
b) R$ 144.000. C: Logo, escrevo apenas uma parte do relatório, mas sou
c) R$ 168.000. demitido.
d) R$ 192.000.
e) R$ 216.000.
O argumento apresentado no texto CB1A5BBB se tor-
naria válido do ponto de vista da lógica sentencial, se,
20. (FUB – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –
além das premissas P1 e P2, a ele fosse acrescentada a
CESPE – 2016) Diariamente, o tempo médio gasto pelos
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

proposição.
servidores de determinado departamento para executar
a) Não sou demitido ou não escrevo uma parte do rela-
suas tarefas é diretamente proporcional à quantidade de
tório.
tarefas executadas e inversamente proporcional à sua
produtividade individual diária P. b) Sou responsável apenas pela parte que escrevi do re-
Com base nessas informações, julgue o item a seguir. latório.
Considere que na terça-feira a quantidade de tarefas a c) Eu escrevo apenas uma parte do relatório, assino o re-
serem executadas por um servidor correspondia a 50% latório e surge um problema em seu conteúdo.
a mais do que a quantidade de tarefas executadas no d) Se não escrevo nenhuma parte do relatório, não sou
dia anterior. Nesse caso, para que o servidor concluís- demitido.
se seu trabalho da terça-feira no mesmo tempo gasto
para concluí-lo na segunda-feira, a sua produtividade na
terça-feira deveria aumentar em 50% em relação à pro-
dutividade da segunda-feira.

( ) CERTO ( ) ERRADO

58
24. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE 27. (PC-MA – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2018)
– 2017) Texto CB2A6BBB Proposição CG1A5AAA
A maior prova de honestidade que realmente posso dar A qualidade da educação dos jovens sobe ou a sensação
neste momento é dizer que continuarei sendo o cidadão de segurança da sociedade diminui.
desonesto que sempre fui. Assinale a opção que apresenta uma proposição equiva-
lente à proposição CG1A5AAA.
Considerando o texto CB2A6BBB, julgue o item seguinte,
concernente à argumentação e aos tipos de argumentos. a) Se a qualidade da educação dos jovens não sobe, en-
Verifica-se a ocorrência de falácia no argumento da frase. tão a sensação de segurança da sociedade diminui.
b) Se qualidade da educação dos jovens sobe, então a
sensação de segurança da sociedade diminui.
( ) CERTO ( ) ERRADO
c) Se a qualidade da educação dos jovens não sobe, en-
tão a sensação de segurança da sociedade não dimi-
25. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE
nui.
– 2017) Texto CB2A6BBB
d) Se a sensação de segurança da sociedade diminui, en-
A maior prova de honestidade que realmente posso dar tão a qualidade da educação dos jovens sobe.
neste momento é dizer que continuarei sendo o cidadão e) Se a sensação de segurança da sociedade não diminui,
desonesto que sempre fui. então a qualidade da educação dos jovens não sobe.
Considerando o texto CB2A6BBB, julgue o item seguinte, 28. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
concernente à argumentação e aos tipos de argumentos. PE – 2017) Em uma reunião de colegiado, após a apro-
Pode-se inferir da frase que a maior parte dos cidadãos é vação de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos
corrupta e que, portanto, a sociedade é corrupta em sua a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte
totalidade. afirmação: “Basta um de nós mudar de ideia e a decisão
será totalmente modificada.”
( ) CERTO ( ) ERRADO Considerando a situação apresentada e a proposição
correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item.
26. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
CIÁRIA – CESPE – 2017) De uma urna que continha 20 A proposição é equivalente, sob o ponto de vista da ló-
bolas idênticas, identificadas por números de 1 a 20, foi gica sentencial, à proposição “Desde que um membro
extraída aleatoriamente uma bola. Esse evento define o mude de ideia, a decisão será totalmente modificada”.
espaço amostral Ω = {1, 2, 3, ..., 20}. Considere os seguin-
tes eventos: A = {a bola retirada da urna é identificada ( ) CERTO ( ) ERRADO
por um número múltiplo de 4}; B = {a bola retirada da
urna é identificada por um número múltiplo de 5}. A par- 29. (TRT 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
tir das probabilidades P(A), P(B) e P(A∪B) — que são, PE – 2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P
respectivamente, as probabilidades de os eventos A, B A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciá-
e A∪B ocorrerem —, considere o argumento formado rias, mas não apresentou os comprovantes de pagamen-
pelas premissas P1 e P2 e pela conclusão C, em que to; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
Assinale a opção que apresenta uma proposição equiva-
lente, sob o ponto de vista da lógica sentencial, à propo-
sição P do texto CB1A5AAA.

a) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de pa-
gamento, ou o juiz julgou procedente a ação movida
Com base nessas informações, assinale a opção correta. pelo ex-empregado.
b) Se o juiz julgou procedente a ação movida pelo ex-
a) A premissa P1 é uma proposição verdadeira, e a con- -empregado, então a empresa alegou ter pago suas
clusão C é uma proposição falsa. obrigações previdenciárias, mas não apresentou os
b) A premissa P2 e a conclusão C são proposições ver- comprovantes de pagamento.
dadeiras. c) Se a empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
c) A conclusão C é falsa, mas o argumento é válido. denciárias, mas não apresentou os comprovantes de
d) A premissa P1 é falsa e o argumento não é válido. pagamento, então o juiz julgou procedente a ação
e) A premissa P1 e a conclusão C são proposições verda- movida pelo ex-empregado.
deiras e o argumento é válido. d) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de pa-
gamento, mas o juiz julgou procedente a ação movida
pelo ex-empregado.

59
30. (CORPO DE BOMBEIROS – MILITAR-AL – SOL- 34. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
DADO COMBATENTE – CESPE – 2018) A proposição: CIÁRIA – CESPE – 2017) Assinale a opção que corres-
“Se determinado candidato foi aprovado nas provas ob- ponde a uma negativa da seguinte proposição: “Se nas
jetivas do concurso e no curso de formação de praças, cidades medievais não havia lugares próprios para o tea-
ele se tornou soldado combatente do corpo de bombei- tro e as apresentações eram realizadas em igrejas e cas-
ros local.” é equivalente à seguinte proposição: “Se de- telos, então a maior parte da população não era excluída
terminado candidato não se tornou soldado combatente dos espetáculos teatrais”.
do corpo de bombeiros local, então ele foi reprovado nas
provas objetivas do concurso e no curso de formação de a) Nas cidades medievais havia lugares próprios para o
praças.” teatro ou as apresentações eram realizadas em igrejas
e castelos e a maior parte da população era excluída
( ) CERTO ( ) ERRADO dos espetáculos teatrais.
b) Se a maior parte da população das cidades medievais
31. (CORPO DE BOMBEIROS – MILITAR-AL – OFI- era excluída dos espetáculos teatrais, então havia lu-
CIAL COMBATENTE – CESPE – 2018) A respeito de gares próprios para o teatro e as apresentações eram
proposições lógicas, julgue os itens a seguir. Considere realizadas em igrejas e castelos.
que P e Q sejam as seguintes proposições: c) Se nas cidades medievais havia lugares próprios para
P: Se a humanidade não diminuir a produção de material o teatro e as apresentações não eram realizadas em
plástico ou não encontrar uma solução para o problema igrejas e castelos, então a maior parte da população
do lixo desse material, então o acúmulo de plástico no era excluída dos espetáculos teatrais.
meio ambiente irá degradar a vida no planeta. d) Se nas cidades medievais havia lugares próprios para o
Q: A humanidade diminui a produção de material plásti- teatro ou as apresentações eram realizadas em igrejas
co e encontra uma solução para o problema do lixo desse e castelos, então a maior parte da população era ex-
material ou o acúmulo de plástico no meio ambiente de- cluída dos espetáculos teatrais.
gradará a vida no planeta. e) Nas cidades medievais não havia lugares próprios para
Nesse caso, é correto afirmar que as proposições P e Q o teatro, as apresentações eram realizadas em igrejas
são equivalentes. e castelos e a maior parte da população era excluída
dos espetáculos teatrais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
35. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
32. (EBSERH – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR – CES- PE – 2017) Em uma reunião de colegiado, após a apro-
PE – 2018) A respeito de lógica proposicional, julgue o vação de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos
item que se segue. a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte
A negação da proposição “Se o fogo for desencadeado afirmação: “Basta um de nós mudar de ideia e a decisão
por curto-circuito no sistema elétrico, será recomendá- será totalmente modificada.”
vel iniciar o combate às chamas com extintor à base de Considerando a situação apresentada e a proposição
espuma.” é equivalente à proposição “O fogo foi desen- correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item.
cadeado por curto-circuito no sistema elétrico e não será A negação da proposição pode ser corretamente expres-
recomendável iniciar o combate às chamas com extintor sa por “Basta um de nós não mUdar de ideia ou a decisão
à base de espuma.” não será totalmente modificada”.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO


33. (PC-MA – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2018)
36. (TRT 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
Proposição CG1A5AAA
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

PE – 2017) Texto CB1A5AAA


A qualidade da educação dos jovens sobe ou a sensação
Proposição P: A empresa alegou ter pago suas obriga-
de segurança da sociedade diminui.
ções previdenciárias, mas não apresentou os comprovan-
Assinale a opção que apresenta uma proposição que
tes de pagamento; o juiz julgou, pois, procedente a ação
constitui uma negação da proposição CG1A5AAA.
movida pelo ex-empregado.
a) A qualidade da educação dos jovens não sobe e a sen- Proposição Q: A empresa alegou ter pago suas obriga-
sação de segurança da sociedade não diminui. ções previdenciárias, mas não apresentou os comprovan-
b) A qualidade da educação dos jovens desce ou a sensa- tes de pagamento.
ção de segurança da sociedade aumenta. A proposição Q, anteriormente apresentada, está presen-
c) A qualidade da educação dos jovens não sobe ou a te na proposição P do texto CB1A5AAA.
sensação de segurança da sociedade não diminui. A negação da proposição Q pode ser expressa por
d) A qualidade da educação dos jovens sobe e a sensa-
ção de segurança da sociedade diminui. a) A empresa não alegou ter pago suas obrigações pre-
e) A qualidade da educação dos jovens diminui ou a sen- videnciárias ou apresentou os comprovantes de paga-
sação de segurança da sociedade sobe. mento.
b) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-
ciárias ou não apresentou os comprovantes de paga-
mento.

60
c) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- 39. Com relação ao composto E, a quantidade de laudos
ciárias e apresentou os comprovantes de pagamento. falsos distintos constituídos com dados dos exames de
d) A empresa não alegou ter pago suas obrigações pre- Amanda, Bárbara e Carlos que poderia ser produzida é
videnciárias nem apresentou os comprovantes de pa- superior a 50
gamento.
( ) CERTO ( ) ERRADO
37. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA –
CESPE – 2018) Como forma de melhorar a convivência, 40. Caso o laboratório escolhesse aleatoriamente, entre
as famílias Turing, Russell e Gödel disputaram, no parque os dados dos 7 pacientes-fonte, aqueles que seriam usa-
da cidade, em um domingo à tarde, partidas de futebol dos nas medições referentes ao composto E, a probabi-
e de vôlei. O quadro a seguir mostra os quantitativos de lidade de serem usados os dados de Amanda, Bárbara e
membros de cada família presentes no parque, distribu- Carlos seria inferior a 3%.
ídos por gênero.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Família Masculino Feminino
41.(SAAE de Aimorés – MG) Em uma festa de aniver-
Turing 5 7
sário, cada pessoa ingere em média 5 copos de 250 ml
Russel 6 5 de refrigerante. Suponha que em uma determinada festa,
Gödel 5 9 havia 20 pessoas presentes. Quantos refrigerantes de 2
litros o organizador da festa deveria comprar para ali-
A partir dessa tabela, julgue o item subsequente. mentar as 20 pessoas?
Considere que, em eventual sorteio de brindes, um nome
tenha sido retirado, ao acaso, do interior de uma urna a) 12
que continha os nomes de todos os familiares presentes b) 13
no evento. Nessa situação, sabendo-se que o sorteado c) 15
não é uma mulher da família Gödel, a probabilidade de d) 25
ser uma mulher da família Russel será superior a 20%.
42. Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa
( ) CERTO ( ) ERRADO CORRETA:
I) 3 𝑥 4 ∶ 2 = 6
(PM-MA – 1º TENENTE – PM – CIRURGIÃO DENTIS- II) 3 + 4 𝑥 2 = 14
TA – CESPE – 2017) Determinado laboratório de aná- III) O resto da divisão de 18 por 5 é 3
lises clínicas está sendo investigado por emitir laudos
falsos de um exame constituído por 7 indicadores, cor- a) I somente
respondentes à concentração de 4 compostos na corren- b) I e II somente
te sanguínea, obtidos da seguinte forma: uma medição c) I e III somente
da concentração de cada um dos compostos A, B, C e D, d) I, II e III
e 3 medições, por 3 diferentes técnicas, da concentração
do composto E. Os laudos verdadeiros de 7 pacientes 43. (Pref. de Timon – MA) O problema de divisão 648 :
(chamados pacientes-fonte), com prenomes distintos, 2 é equivalente à:
entre eles Amanda, Bárbara, Carlos e Daniel, eram usados
para compor laudos falsos para os demais pacientes. Para a) 600: 2 𝑥 40: 2 𝑥 8: 2
dificultar a ação da autoridade policial, na montagem de b) 6: 2 + 4: 2 + 8: 2
um laudo falso, o laboratório tomava o cuidado de, no c) 600: 2 − 40: 2 − 8: 2
conjunto de 7 medições que constituíam cada laudo d) 600: 2 + 40: 2 + 8: 2
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

falsificado, usar apenas uma medição de cada paciente- e) 6: 2𝑥4: 2𝑥8: 2


-fonte, ou seja, de nunca usar 2 ou mais medições de um
mesmo paciente-fonte. 44. (Pref. de São José do Cerrito – SC) Qual o valor da
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens expressão: 34 + 14.4⁄2 − 4 ?
seguintes.
a) 58
38. Se fosse adotada a estratégia de falsificar laudos se- b) -31
guindo-se a ordem sucessiva de medições referentes aos c) 92
compostos A, B, C e D e, em seguida, as medições referen- d) -96
tes ao composto E, a quantidade de laudos falsos distintos
que poderiam ser gerados pelo laboratório seria superior
a 800.

( ) CERTO ( ) ERRADO

61
45. (IF-ES) Um caminhão tem uma capacidade máxima 50. Três números inteiros são consecutivos e o menor
de 700 kg de carga. Saulo precisa transportar 35 sacos deles é +99. Determine o produto desses três números.
de cimento de 50 kg cada um. Utilizando-se desse cami-
nhão, o número mínimo de viagens que serão necessá- a) 999.000
rias para realizar o transporte de toda a carga é de: b) 999.111
c) 999.900
a) 4 d) 999.999
b) 5 e) 1.000.000
c) 2
d) 6 51. Adicionando –846 a um número inteiro e multiplican-
e) 3 do a soma por –3, obtém-se +324. Que número é esse?

46. (Pref. Teresina – PI) Roberto trabalha 6 horas por dia a) 726
de expediente em um escritório. Para conseguir um dia b) 738
extra de folga, ele fez um acordo com seu chefe de que c) 744
trabalharia 20 minutos a mais por dia de expediente pelo d) 752
número de dias necessários para compensar as horas de e) 770
um dia do seu trabalho. O número de dias de expediente
que Roberto teve que trabalhar a mais para conseguir 52. Numa adição com duas parcelas, se somarmos 8 à
seu dia de folga foi igual a Parte superior do formulário primeira parcela, e subtrairmos 5 da segunda parcela, o
que ocorrerá com o total?
a) 16
b) 15 a) -2
c) 18 b) -1
d) 13 c) +1
e) 12 d) +2
e) +3
47.(ITAIPU BINACIONAL) O valor da expressão:
1 + 1 + 1 + 1𝑥7 + 1 + 1𝑥0 + 1 − 1 é 53. (Prefeitura de Chapecó – Engenheiro de Trânsito
– IOBV/2016) A alternativa cujo valor não é divisor de
a) 0 18.414 é:
b) 11
c) 12 a) 27
d) 29 b) 31
e) 32 c) 37
d) 22
48. Qual a diferença prevista entre as temperaturas no
Piauí e no Rio Grande do Sul, num determinado dia, se- 54. Verifique se os números abaixo são divisíveis por 4.
gundo as informações? Tempo no Brasil: Instável a enso-
larado no Sul. Mínima prevista -3º no Rio Grande do Sul. a) 23418
Máxima prevista 37° no Piauí. b) 65000
c) 38036
a) 34 d) 24004
b) 36 e) 58617
c) 38
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

d) 40
e) 42

49. Qual é o produto de três números inteiros consecuti-


vos em que o maior deles é –10?

a) -1320
b) -1440
c) +1320
d) +1440
e) nda

62
55. (ALGÁS – ASSISTENTE DE PROCESSOS ORGANI- 60. (PREF. GUARULHOS-SP –ASSISTENTE DE GES-
ZACIONAIS – COPEVE/2014) TÃO ESCOLAR – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita
monitorada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos
Critério de divisibilidade por 11 do 9º ano de certa escola foram divididos em grupos,
todos com o mesmo número de alunos, sendo esse nú-
Esse critério é semelhante ao critério de divisibilidade por mero o maior possível, de modo que cada grupo tivesse
9. Um número é divisível por 11 quando a soma alter- somente alunos de um único ano e que não restasse ne-
nada dos seus algarismos é divisível por 11. Por soma nhum aluno fora de um grupo. Nessas condições, é cor-
alternada queremos dizer que somamos e subtraímos al- reto afirmar que o número total de grupos formados foi
garismos alternadamente (539  5 - 3 + 9 = 11).
Disponível em:<http://educacao.globo.com> . Acesso a) 8
em: 07 maio 2014. b) 12
c) 13
Se A e B são algarismos do sistema decimal de numera- d) 15
ção e o número 109AB é múltiplo de 11, então e) 18

a) B = A 61. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINIS-


b) A+B=1 TRATIVO – IDHTEC/2016) Um ciclista consegue fazer
c) B-A=1 um percurso em 12 min, enquanto outro faz o mesmo
d) A-B=10 percurso 15 min. Considerando que o percurso é circular
e) A+B=-10 e que os ciclistas partem ao mesmo tempo do mesmo
local, após quanto tempo eles se encontrarão?
56. (IF-SE – TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFO-
R5AÇÃO - FDC-2014) João, nascido entre 1980 e 1994, a) 15 min
irá completar, em 2014, x anos de vida. Sabe-se que x b) 30 min
é divisível pelo produto dos seus algarismos. Em 2020, c) 1 hora
João completará a seguinte idade: d) 1,5 horas
e) 2 horas
a) 32
b) 30 62. (PREF. SANTA TERIZINHA DO PROGRESSO-SC
c) 28 – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CURSIVA/2018)
d) 26 Acerca dos números primos, analise.
I- O número 11 é um número primo;
57. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINIS- II- O número 71 não é um número primo;
TRATIVO – IDHTEC/2016) O número 102 + 101 + 100 é III- Os números 20 e 21 são primos entre si.
a representação de que número?
Dos itens acima:
a) 100
b) 101 a) Apenas o item I está correto.
c) 010 b) Apenas os itens I e II estão corretos.
d) 111 c) Apenas os itens I e III estão corretos.
e) 110 d) Todos os itens estão corretos.

58. (TRF-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) O 63. (SAMAE DE CAXIAS DO SUL –RS – OPERADOR
resultado da expressão numérica 53 : 51 × 54 : 5 × 55 : 5 : DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

56 - 5 é igual a : – OBJETIVA/2017) Marcar C para as afirmativas Certas,


E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apre-
a) 120. senta a sequência CORRETA:
(---) Pertencem ao conjunto dos números naturais ímpa-
1
b) res os números ímpares negativos e os positivos.
5
(---) O número 72 é divisível por 2, 3, 4, 6, 8 e 9
c) 55. (---) A decomposição do número 256 em fatores primos
d) 25. é 27
e) 620. (---) Considerando-se os números 84 e 96, é correto afir-
mar que o máximo divisor comum é igual a 12.
59. (FEI-SP) O valor da expressão B = 5 . 108 . 4 . 10-3 é:
a) E - E - C - C.
a) 206 b) E - C - C - E.
b) 2 . 106 c) C - E - E - E.
c) 2 . 109 d) E - C - E - C.
d) 20 . 10-4 e) C - E - C - C.

63
64. (PREF. GUARULHOS-SP – AGENTE ESCOLAR Leia o texto, para responder a Questão a seguir:
– VUNESP/2016) No ano de 2014, três em cada cinco
estudantes, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, estavam Uma loja vende peças de MDF (mistura de fibras de
cursando o ensino superior, segundo dados do Instituto madeira prensada) retangulares para artesãos. A unidade
Brasileiro de Geografia e Estatística. Supondo-se que na- padrão mede 22 cm de comprimento por 15 cm de lar-
quele ano 2,4 milhões de estudantes, naquela faixa etária, gura e custa R$ 24,00.
não estivesse cursando aquele nível de ensino, o número
dos que cursariam o ensino superior, em milhões, seria:

a) 3,0
b) 3,2
c) 3,4
d) 3,6
e) 4,0 Fonte: http://voltarelliprudente.com.br/ o-que-e-m-
df-cru/
O catálogo desta loja disponibiliza peças com outras
65 (PREF. TERRA DE AREIA-RS – AGENTE ADMI- medidas cortadas a partir da unidade padrão. Observe
NISTRATIVO – OBJETIVA/2016) Três funcionários que ele está com informações incompletas em relação a
(Fernando, Gabriel e Henrique) de determinada empresa área e preço das peças.
deverão dividir o valor de R$ 950,00 entre eles, de forma
diretamente proporcional aos dias trabalhos em certo
mês. Sabendo-se que Fernando trabalhou 10 dias, Ga-
briel, 12, e Henrique, 16, analisar os itens abaixo:
I - Fernando deverá receber R$ 260,00.
II - Gabriel deverá receber R$ 300,00.
III - Henrique deverá receber R$ 410,00.
Está(ão) CORRETO(S):

a) II
b) I e II
c) I e III
d) II e III
e) Todos os itens

66. (TRT- 15ª REGIÃO SP– ANALISTA JUDICIÁRIO –


FCC/2018) André, Bruno, Carla e Daniela eram sócios em
um negócio, sendo a participação de cada um, respecti-
vamente, 10%, 20%, 20% e 50%. Bruno faleceu e, por não
ter herdeiros naturais, estipulara, em testamento, que sua
parte no negócio deveria ser distribuída entre seus só-
cios, de modo que as razões entre as participações dos
três permanecessem inalteradas. Assim, após a partilha, a
nova participação de André no negócio deve ser igual a:

a) 20%.
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

b) 8%
c) 12,5%
d) 15%
e) 10,5%

67. (PREF. GUARULHOS-SP – AUXILIAR ADMINIS-


TRATIVO – VUNESP/2018) Um terreno retangular tem
35 m de largura e 1750 m2 de área. A razão entre a largu-
ra e o comprimento desse terreno é

a) 0,8.
b) 0,7.
c) 0,6.
d) 0,5.
e) 0,4.

64
68. (UTPR 2018) O preço de cada peça é definido pro- 73. (PREF. PIRAÚBA-MG – OFICIAL DE SERVIÇO PÚ-
porcionalmente à área de cada uma em relação à unida- BLICO – MS CONCURSOS/2017) Certo estabelecimen-
de padrão. Por exemplo, a área da peça B é metade da to de ensino possui em seu quadro de estudantes alunos
área da unidade padrão, desse modo o preço da peça B de várias idades. A quantidade de alunos matriculados
é metade do preço da unidade padrão, ou seja, R$ 12,00. neste estabelecimento é de 1300. Sabendo que deste to-
Assim, as peças A, C e D custam respectivamente: tal 20% são alunos maiores de idade, podemos concluir
que a quantidade de alunos menores de idade que estão
a) R$ 12,00; R$ 12,00; R$ 4,00 matriculados é:
b) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 6,00
c) R$ 6,00; R$ 4,00; R$ 4,00 a) 160
d) R$ 12,00; R$ 4,00; R$ 6,00 b) 1040
e) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 4,00 c) 1100
d) 1300

69. Dividindo-se 660 em partes inversamente proporcio- 74. (PREF. JACUNDÁ-PA – AUXILIAR ADMINISTRA-
nais aos números 1/2, 1/3 e 1/6 obtém-se que números? TIVO – INAZ/2016) Das 300 dúzias de bananas que seu
José foi vender na feira, no 1° dia, ele vendeu 50% ao
a) 30, 10, 5. preço de R$ 3,00 cada dúzia; no 2° dia ele vendeu 30% da
b) 30, 20, 10. quantidade que sobrou ao preço de R$ 2,00; e no 3° dia
c) 40, 30, 20. ele vendeu 20% do que restou da venda dos dias ante-
d) 20, 10, 5 riores ao preço de R$ 1,00. Quanto seu José apurou com
as vendas das bananas nos três dias?
70. Certo concreto é obtido misturando-se uma parte de
cimento, dois de areis e quatro de pedra. Qual será (em a) R$ 700,00
m³) a quantidade de areia a ser empregada, se o volume b) R$ 540,00
a ser concretado é 378 m³? c) R$ 111,00
d) R$ 450,00
a) 108m3 e) R$ 561,00
b) 100m3
c) 80m3 75. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2016) Com
e) 60m3 a criação de leis trabalhistas, houve muitos avanços em
relação aos direitos dos trabalhadores. Entretanto, ainda
71. A herança de R$ 30.000,00 deve ser repartida entre há muitas barreiras. Atualmente, a renda das mulheres
Antonio, Bento e Carlos. Cada um deve receber em partes corresponde, aproximadamente, a três quartos da renda
diretamente proporcionais a 3, 5 e 6, respectivamente, e dos homens. Considerando os dados apresentados, qual
inversamente proporcionais às idades de cada um. Sa- a diferença aproximada, em termos percentuais, entre a
bendo-se que Antonio tem 12 anos, Bento tem 15 anos renda do homem e a da mulher?
e Carlos 24 anos, qual será a parte recebida por Bento?
a) 75%
a) R$ 12.000,00. b) 60%
b) R$ 14.000,00. c) 34%
b) R$ 8.000,00. d) 25%
c) R$ 24.000,00.

72. (SAAE Aimorés- MG – Ajudante – MÁXIMA/2016)


MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Misturam-se 30 litros de álcool com 20 litros de gasolina.


A porcentagem de gasolina na mistura é igual a:

a) 40%
b) 20%
c) 30%
d) 10%

65
76. (EBSERH – TÉCNICO EM ENFERMAGEM –
IBFC/2017) Paulo gastou 40% de 3/5 de seu salário e
ainda lhe restou R$ 570,00. Nessas condições o salário GABARITO
de Paulo é igual a:
1 Errado
a) R$ 2375,00
b) R$ 750,00 2 Certo
c) R$ 1240,00 3 Errado
d) R$ 1050,00
e) R$ 875,00 4 Certo
5 Errado
77. (PREF. TANGUÁ-RJ – TÉCNICO E ENFERMAGEM 6 Certo
– MS CONCURSOS/2017) Raoni comprou um fogão
com 25% de desconto, pagando por ele R$ 330,00. Qual 7 Errado
era o preço do fogão sem o desconto? 8 Errado

a) R$ 355,00 9 Errado
b) R$ 412,50 10 Certo
c) R$ 440,00 11 Certo
d) R$ 460,00
12 Errado
78. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Ao comprar 13 Errado
um produto, José obteve um desconto de 12% (doze
por cento) por ter pagado à vista e pagou o valor de R$ 14 Errado
105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas 15 Errado
condições, o valor do produto, sem desconto, é igual a: 16 Errado
a) R$ 118,27 17 Certo
b) R$ 125,00 18 Certo
c) R$ 120,00
d) R$ 130,00 19 B
e) R$ 115,00 20 Certo
21 E
79. (PREF. ITAPEMA-SC – AGENTE MUNICIPAL DE
TRÂNSITO – MS CONCURSOS/2016) Segundo da- 22 Certo
dos do IBGE, a população de Itapema (SC) em 2010 era 23 C
de, aproximadamente, 45.800 habitantes. Já atualmente,
essa população é de, aproximadamente, 59.000 habitan- 24 Errado
tes. O aumento percentual dessa população no período 25 Errado
de 2010 a 2016 foi de:
26 C
a) 22,4% 27 A
b) 28,8% 28 Errado
c) 71,2%
d) 77,6% 29 C
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

30 Errado
80. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Joana gas-
31 Certo
tou 60% de 50% de 80% do valor que possuía. Portanto,
a porcentagem que representa o que restou para Joana 32 Certo
do valor que possuía é: 33 A

a) 76% 34 E
b) 24% 35 Errado
c) 32%
36 A
d) 68%
e) 82% 37 Errado
38 Certo
39 Errado
40 Certo
41 B

66
42 C ANOTAÇÕES
43 D
44 A
45 E ________________________________________________

46 C _________________________________________________
47 B _________________________________________________
48 D
_________________________________________________
49 A
50 C _________________________________________________
51 B _________________________________________________
52 E
_________________________________________________
53 C
_________________________________________________
54 B
55 C _________________________________________________
56 B _________________________________________________
57 D
_________________________________________________
58 A
59 B _________________________________________________

60 D _________________________________________________
61 C _________________________________________________
62 C
_________________________________________________
63 D
64 D _________________________________________________
65 A _________________________________________________
66 C
_________________________________________________
67 B
_________________________________________________
68 E
69 A _________________________________________________
70 B _________________________________________________
71 A
_________________________________________________
72 A
73 B _________________________________________________

74 E _________________________________________________ MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

75 D _________________________________________________
76 B
_________________________________________________
77 C
78 C _________________________________________________
79 B _________________________________________________
80 A
_________________________________________________

_________________________________________________

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67
ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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69
ANOTAÇÕES

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70
ÍNDICE

NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Conceitos fundamentais de internet, intranet e redes de computadores. .......................................................................................................01
Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática ..................18
Conceitos e modos de utilização de aplicativos para edição de textos, planilhas e apresentações utilizando-se a suíte de
escritório Microsoft Office 2010 e LibreOffice 5 ou superior. ...............................................................................................................................23
Conceitos e modos de utilização de sistemas operacionais Windows 7. .........................................................................................................52
Noções básicas de ferramentas e aplicativos de navegação (Google Chrome, Firefox e Internet Explorer) e correio eletrônico
(Webmail e Microsoft Outlook 2010). ............................................................................................................................................................................64
Programas de correio eletrônico (Microsoft Outlook e Mozilla Thunderbird); ..............................................................................................64
Sítios de busca e pesquisa na internet; ..........................................................................................................................................................................64
Computação na nuvem (cloud computing). ................................................................................................................................................................64
Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas. ..........................................................64
Noções básicas de segurança da informação e proteção: vírus, worms e outros tipos de malware.....................................................64
Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re-
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE INTERNET, des espalhadas pelo mundo podendo ser interconecta-
INTRANET E REDES DE COMPUTADORES. das a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem
maiores, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
REDES DE COMPUTADORES eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
Redes de Computadores refere-se à interligação por para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
meio de um sistema de comunicação baseado em trans- grandes distâncias.
missões e protocolos de vários computadores com o ob-
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa 2. Topologia de Redes
ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos
ou dispositivos de rede). Astopologias das redes de computadores são as es-
Atualmente, existe uma interligação entre computa- truturas físicas dos cabos, computadores e componen-
dores espalhados pelo mundo que permite a comunica- tes. Existem as topologias físicas, que são mapas que
ção entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam mostram a localização de cada componente da rede que
pela internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessá- serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo
rio utilizar recursos como impressoras para imprimir do- modo que os dados trafegam na rede:
cumentos, reuniões através de videoconferência, trocar Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas estão
e-mails, acessar às redes sociais ou se entreter por meio interconectadas por pares através de um roteamento de
de jogos, etc. dados;
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, Topologia de Estrela – modelo em que existe um pon-
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à inter- to central (concentrador) para a conexão, geralmente um
net nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, hub ou switch;
o crescimento das redes de computadores também tem Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
seu lado negativo. A cada dia surgem problemas que automação industrial e na década de 1980 pelas redes
prejudicam as relações entre os indivíduos, como pirata- Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores
ria, espionagem, phishing - roubos de identidade, assun- são entreligados formando um anel e os dados são pro-
tos polêmicos como racismo, sexo, pornografia, sendo pagados de computador a computador até a máquina
destacados com mais exaltação, entre outros problemas. de origem;
Há muito tempo, o ser humano sentiu a necessida- Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
de de compartilhar conhecimento e estabelecer relações meiras conexões feitas pelas redes Ethernet. Refere- se
com pessoas a distância. Na década de 1960, durante a computadores conectados em formato linear, cujo ca-
a Guerra Fria, as redes de computadores surgiram com beamento é feito sequencialmente;
objetivos militares: interconectar os centros de comando Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
dos EUA para com objetivo de proteger e enviar dados. estão interligadas por um mesmo canal através de paco-
tes endereçados (unicast, broadcast e multicast).
1. Alguns tipos de Redes de Computadores

Antigamente, os computadores eram conectados em


distâncias curtas, sendo conhecidas como redes locais.
Mas, com a evolução das redes de computadores, foi ne-
cessário aumentar a distância da troca de informações
entre as pessoas. As redes podem ser classificadas de
acordo com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token
ring, etc.), a extensão geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN,
etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, ponto-a-
-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por cabo de
fibra óptica, trançado, via rádio, etc.).
Veja alguns tipos de redes:
Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se
comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Bluetooth;
Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala,


um prédio ou um campus de universidade;
Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network –
MAN) – quando a distância dos equipamentos conec-
tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
10km. Ex.: TV à cabo;
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network –
WAN) – rede que faz a cobertura de uma grande área
geográfica, geralmente, um país, cerca de 100 km;

1
3. Cabos máquina consegue enviar um determinado sinal até que
os dados sejam distribuídos completamente. Eles são uti-
Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura lizados em redes domésticas e podem ter 8, 16, 24 e 32
física utilizada para conectar computadores em rede, es- portas, variando de acordo com o fabricante. Existem os
tando relacionados a largura de banda, a taxa de trans- Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes e Empilháveis.
missão, padrões internacionais, etc. Há vantagens e des- Bridges: É um repetidor inteligente que funciona
vantagens para a conexão feita por meio de cabeamento. como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede, além
Os mais utilizados são: de relacionar diferentes arquiteturas.
Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por sua Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub, mas
velocidade, pode ser feito sob medida, comprados em que funciona como uma ponte: ele envia os dados ape-
lojas de informática ou produzidos pelo usuário; nas para a máquina que o solicitou. Ele possui muitas
Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância portas de entrada e melhor performance, podendo ser
maior na transmissão de dados, apesar de serem flexíveis, utilizado para redes maiores.
são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento ISA, Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
suporte não encontrado em computadores mais novos; e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e de como um tipo de ponte na camada de rede do modelo
difícil instalação. São velozes e imunes a interferências OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter-
eletromagnéticas. conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de
diferentes fabricantes), identificando e determinando um
IP para cada computador que se conecta com a rede.
#FicaDica Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de da-
Após montar o cabeamento de rede é necessário dos na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os
realizar um teste através dos testadores de roteadores estáticos, capaz de encontrar o menor cami-
cabos, adquirido em lojas especializadas. nho para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver con-
Apesar de testar o funcionamento, ele não gestionada; e os roteadores dinâmicos que encontram
detecta se existem ligações incorretas. É preciso caminhos mais rápidos e menos congestionados para o
que um técnico veja se os fios dos cabos estão tráfego.
na posição certa.
Modem: Dispositivo responsável por transformar a
onda analógica que será transmitida por meio da linha
telefônica, transformando-a em sinal digital original.
4. Sistema de Cabeamento Estruturado
Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes
de computadores, como por exemplo, envio de arquivos
Para que essa conexão não prejudique o ambiente de
ou e-mail. Os computadores que acessam determinado
trabalho, em uma grande empresa, são necessárias várias
servidor são conhecidos como clientes.
conexões e muitos cabos, sendo necessário o cabeamen-
to estruturado. Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunica-
Por meio dele, um técnico irá poupar trabalho e tem- ção entre os computadores da rede. Cada arquitetura de
po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção rede depende de um tipo de placa específica. As mais
da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos- utilizadas são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em
sibilitam que vários conectores possam ser inseridos em anel).
um único local, sem a necessidade de serem conectados
diretamente no hub. Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado e Intranet, busca e pesquisa na Web, mecanismos de
possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os busca na Web.
cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um
concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção O objetivo inicial da Internet era atender necessida-
das redes. Eles são adaptados e construídos para serem des militares, facilitando a comunicação. A agência nor-
inseridos em um rack. te-americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PRO-
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto JECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano,
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é na década de 60, criaram um projeto que pudesse conec-
pensada de forma a realizar a sua expansão. tar os computadores de departamentos de pesquisas e
Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o cabea- bases militares, para que, caso um desses pontos sofres-
mento de rede. Ele poderá transformar os sinais recebi- se algum tipo de ataque, as informações e comunicação
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

dos e enviá-los para outros pontos da rede. Apesar de não seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas em
serem transmissores de informações para outros pontos, outros pontos estratégicos.
eles também diminuem o desempenho da rede, poden- O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co-
do haver colisões entre os dados à medida que são ane- nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
xas outras máquinas. Esse equipamento, normalmente, fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
encontra-se dentro do hub. de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar informação poderia ser realizado por várias rotas, assim,
todos os dados da rede e compartilhá-los entre as outras caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados
estações (máquinas). Nesse momento nenhuma outra poderiam seguir por outro caminho garantindo a entre-

2
ga da informação, é importante mencionar que a maior Faz a solicitação de um arquivo de
distância entre um ponto e outro, era de 450 quilôme- http://
hiper mídia para a Internet.
tros. No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as
barreiras de distância, passando a interligar e favorecer Estipula que esse recurso está na
a troca de informações de computadores de universi- rede mundial de computadores
www
dades dos EUA e de outros países, criando assim uma (veremos mais sobre www em um
rede (NET) internacional (INTER), consequentemente seu próximo tópico).
nome passa a ser, INTERNET. É o endereço de domínio. Um
A evolução não parava, além de atingir fronteiras endereço de domínio representará
continentais, os computadores pessoais evoluíam em novaconcursos
sua empresa ou seu espaço na
forte escala alcançando forte potencial comercial, a Internet.
Internet deixou de conectar apenas computadores de
universidades, passou a conectar empresas e, enfim, Indica que o servidor onde esse site
usuários domésticos. Na década de 90, o Ministério das está
.com
Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do hospedado é de finalidades
Brasil trouxeram a Internet para os centros acadêmicos comerciais.
e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando .br Indica queo servidor está no Brasil.
conta de todos os setores sociais até atingir a amplitude
de sua difusão nos tempos atuais. Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que
Um marco que é importante frisar é o surgimento demonstram a finalidade e organização que o criou, como:
do WWW que foi a possibilidade da criação da interfa- .gov - Organização governamental
ce gráfica deixando a internet ainda mais interessante e .edu - Organização educacional
vantajosa, pois até então, só era possível a existência de .org - Organização
textos. .ind - Organização Industrial
Para garantir a comunicação entre o remetente e o .net - Organização telecomunicações
destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido .mil - Organização militar
como o pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que .pro - Organização de profissões
são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMIS- .eng – Organização de engenheiros
SION CONTROL PROTOCOL (Protocolo de Controle de E também, do país de origem:
Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo .it – Itália
de Internet) são conjuntos de regras que tornam possí- .pt – Portugal
vel tanto a conexão entre os computadores, quanto ao .ar – Argentina
entendimento da informação trocada entre eles. .cl – Chile
A internet funciona o tempo todo enviando e rece- .gr – Grécia
bendo informações, por isso o periférico que permite a
conexão com a internet chama MODEM, porque que ele Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos
MOdula e DEModula sinais, e essas informações só po- que se trata de um site hospedado em um servidor dos
dem ser trocadas graças aos protocolos TCP/IP. Estados Unidos.
- HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Se-
1. Protocolos Web melhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam
transmitidos através de uma conexão criptografada e
Já que estamos falando em protocolos, citaremos que se verifique a autenticidade do servidor e do cliente
outros que são largamente usados na Internet: através de certificados digitais.
- HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de - FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de trans-
transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para ferência de arquivo, é o protocolo utilizado para poder
trocar informações na Internet. Quando digitamos um subir os arquivos para um servidor de internet, seus pro-
site, automaticamente é colocado à frente dele o http:// gramas mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e Lee-
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br chFTP, ao criar um site, o profissional utiliza um desses
programas FTP ou similares e executa a transferência dos
Onde: arquivos criados, o manuseio é semelhante à utilização
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermí- de gerenciadores de arquivo, como o Windows Explorer,
dia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter por exemplo.
texto, som, imagem, filmes e links. - POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão Correios permite, como o seu nome o indica, recuperar o
de recursos, serve para endereçar um recurso na web, seu correio num servidor distante (o servidor POP). É ne-
é como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de cessário para as pessoas não ligadas permanentemente à
acessar um determinado site. Internet, para poderem consultar os mails recebidos offline.
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde: Existem duas versões principais deste protocolo, o POP2 e
o POP3, aos quais são atribuídas respectivamente as portas
109 e 110, funcionando com o auxílio de comandos tex-
tuais radicalmente diferentes, na troca de e-mails ele é o
protocolo de entrada.

3
- IMAP (Internet Message Access Protocol): É um pro- 4. Plug-ins
tocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece muitas
mais possibilidades, como, gerir vários acessos simultâneos Os plug-ins são programas que expandem a capaci-
e várias caixas de correio, além de poder criar mais critérios dade do Browser em recursos específicos - permitindo,
de triagem. por exemplo, que você toque arquivos de som ou veja
- SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo filmes em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas
padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz a vali- de software vêm desenvolvendo plug-ins a uma veloci-
dação de destinatários de mensagens. Ele que verifica se o dade impressionante. Maiores informações e endereços
endereço de e-mail do destinatário está corretamente digi- sobre plug-ins são encontradas na página:
tado, se é um endereço existente, se a caixa de mensagens http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/
do destinatário está cheia ou se recebeu sua mensagem, na Software/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/
troca de e-mails ele é o protocolo de saída. Indices/
- UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Permi- temos uma relação de alguns deles:
te que a aplicação escreva um datagrama encapsulado - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
num pacote IP e transportado ao destino. É muito co- etc.).
mum lermos que se trata de um protocolo não confiável, - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
isso porque ele não é implementado com regras que ga- - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
rantam tratamento de erros ou entrega. PCX, etc.).
- Negócios e Utilitários.
2. Provedor - Apresentações.

O provedor é uma empresa prestadora de serviços INTRANET


que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é
necessário conectar-se com um computador que já este- A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de
ja na Internet (no caso, o provedor) e esse computador uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
deve permitir que seus usuários também tenham acesso empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes
a Internet. de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada na Internet. Como um jornal editado internamente, e que
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros pode ser acessado apenas pelos funcionários da empre-
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, sa.
que é a conexão física que interliga o provedor de aces- A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais
so com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida e departamentos, mesclando (com segurança) as suas
como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet informações particulares dentro da estrutura de comuni-
no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse cações da empresa.
uma avenida de três pistas e os links como se fossem as O grande sucesso da Internet, é particularmente da
ruas que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
como o backbone possui uma velocidade de transmis- evolução da informática nos últimos anos.
são, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados. Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
que fornecerá um nome de usuário, uma senha de aces- multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democrati-
so e um endereço eletrônico na Internet. zaram o acesso à informação através de redes de com-
putadores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca
3. Home Page base de usuários, já familiarizados com conhecimentos
básicos de informática e de navegação na Internet. Fi-
Pela definição técnica temos que uma Home Page é nalmente, surgiram muitas ferramentas de software de
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de com- custo zero ou pequeno, que permitem a qualquer orga-
putadores rodando um Navegador (Browser), que per- nização ou empresa, sem muito esforço, “entrar na rede”
mite o acesso às informações em um ambiente gráfico e começar a acessar e colocar informação. O resultado
e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de inevitável foi a impressionante explosão na informação
informações dentro das Home Pages. disponível na Internet, que segundo consta, está dobran-
do de tamanho a cada mês.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

#FicaDica Assim, não demorou muito a surgir um novo concei-


to, que tem interessado um número cada vez maior de
O endereço de Home Pages tem o seguinte empresas, hospitais, faculdades e outras organizações
formato: interessadas em integrar informações e usuários: a intra-
http://www.endereço.com/página.html net. Seu advento e disseminação promete operar uma
Por exemplo, a página principal do meu pro- revolução tão profunda para a vida organizacional quan-
jeto de mestrado: to o aparecimento das primeiras redes locais de compu-
http://www.youtube.com/canaldoovidio tadores, no final da década de 80.

4
1. O que é Intranet? 4. A intranet é baseada em quatro conceitos:

O termo “intranet” começou a ser usado em meados - Conectividade - A base de conexão dos compu-
de 1995 por fornecedores de produtos de rede para se tadores ligados por meio de uma rede, e que podem
referirem ao uso dentro das empresas privadas de tec- transferir qualquer tipo de informação digital entre si;
nologias projetadas para a comunicação por computa- - Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa-
dor entre empresas. Em outras palavras, uma intranet dores e sistemas operacionais podem ser conectados de
consiste em uma rede privativa de computadores que forma transparente;
se baseia nos padrões de comunicação de dados da In- - Navegação - É possível passar de um documento a
ternet pública, baseadas na tecnologia usada na Internet outro por meio de referências ou vínculos de hipertexto,
(páginas HTML, e-mail, FTP, etc.) que vêm, atualmente que facilitam o acesso não linear aos documentos;
fazendo muito sucesso. Entre as razões para este suces- - Execução Distribuída - Determinadas tarefas de
so, estão o custo de implantação relativamente baixo e a acesso ou manipulação na intranet só podem ocorrer
facilidade de uso propiciada pelos programas de nave- graças à execução de programas aplicativos, que podem
gação na Web, os browsers. estar no servidor, ou nos microcomputadores que aces-
sam a rede (também chamados de clientes, daí surgiu à
2. Objetivo de construir uma Intranet expressão que caracteriza a arquitetura da intranet: clien-
te-servidor).
Organizações constroem uma intranet porque ela é - A vantagem da intranet é que esses programas são
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficien- ativados através da WWW, permitindo grande flexibili-
te para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dade. Determinadas linguagens, como Java, assumiram
distância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de grande importância no desenvolvimento de softwares
capital com conhecimentos das operações e produtos aplicativos que obedeçam aos três conceitos anteriores.
da empresa.
5. Mecanismos de Buscas
3. Aplicações da Intranet
Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de co- exatamente o que você queria pode trazer algumas ho-
ras de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os
municações corporativas em uma intranet dá para sim-
algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem
plificar o trabalho, pois estamos virtualmente todos na
de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça,
mesma sala. De qualquer modo, é cedo para se afirmar
lançar mão de alguns artifícios para que sua busca seja
onde a intranet vai ser mais efetiva para unir (no sentido
otimizada poupará seu tempo e fará com que você tenha
operacional) os diversos profissionais de uma empresa.
acesso a resultados mais relevantes.
Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por
Os mecanismos de buscas contam com operadores
exemplo:
para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no
- Marketing e Vendas - Informações sobre produtos,
entanto, pode não interessar a você, caso não seja um
listas de preços, promoções, planejamento de eventos; praticante de SEO. Contudo, alguns são realmente úteis e
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de estão listados abaixo. Realize uma busca simples e depois
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de aplique os filtros para poder ver o quanto os resultados
membros das equipes, situações de projetos; podem ser mais especializados em relação ao que você
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis- procura.
temas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), ma-
nuais de qualidade; 5.1. -palavra_chave
- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apos-
tilas, políticas da companhia, organograma, oportuni- Retorna uma busca excluindo aquelas em que a pa-
dades de trabalho, programas de desenvolvimento pes- lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
soal, benefícios. por computação, provavelmente encontrarei na relação
Para acessar as informações disponíveis na Web cor- dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computa-
porativa, o funcionário praticamente não precisa ser trei- ção“. Contudo, se eu fizer uma busca por computação
nado. Afinal, o esforço de operação desses programas se -ciência, os resultados que tem a palavra chave ciência
resume quase somente em clicar nos links que remetem serão omitidos.
às novas páginas. No entanto, a simplicidade de uma
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

intranet termina aí. Projetar e implantar uma rede desse 5.2. +palavra_chave
tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de pro-
fissionais especializados. Essa dificuldade aumenta com Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
o tamanho da intranet, sua diversidade de funções e a uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
quantidade de informações nela armazenadas. ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
putação, terei como retorno uma gama mista de resul-
tados. Caso eu queira filtrar somente os casos em que
ciências aparece, e também no estado de SP, realizo uma
busca do tipo computação + ciência SP.

5
5.3. “frase_chave” Porém, muitos destes programas não são o que se
pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão
Retorna uma busca em que existam as ocorrências dos em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes.
termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exatas Caso o que você precise seja apenas um programa para
ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca do visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples
tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da palavra ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar
FAZER, verá resultados em que a frase idêntica foi empre- uma conferida em alguns aplicativos mais leves e com re-
gada. cursos mais enxutos como os visualizadores de imagens.
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos
5.4. palavras_chave_01 OR palavra_chave_02 deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis
de se utilizar dos editores, para você que não precisa de
Mostra resultado para pelo menos uma das palavras tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um trata-
chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por mento especial para as suas mais variadas imagens.
exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas O Picasa está com uma versão cheia de inovações que
relevantes sobre pelo menos um dos dois temas - nesse faz dele um aplicativo completo para visualização de fo-
caso, como as duas palavras chaves são populares, os dois tos e imagens. Além disso, ele possui diversas ferramen-
resultados são apresentados em posição de destaque. tas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de
imagem do computador.
5.5. filetype:tipo As ferramentas de edição possuem os métodos mais
avançados para automatizar o processo de correção de
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o
extensão especificada. Por exemplo, em uma busca fi- programa consegue identificar e corrigir todos os olhos
letype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra vermelhos da foto automaticamente sem precisar selecio-
chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos de nar um por um. Além disso, é possível cortar, endireitar,
extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC. adicionar textos, inserir efeitos, e muito mais.
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa
5.6. palavra_chave_01 * palavra_chave_02 biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligente
de armazenamento capaz de filtrar imagens que conte-
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * nham apenas rostos. Assim você consegue visualizar ape-
um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados nas as fotos que contém pessoas.
em que os termos inicial e final aparecem, independente Depois de tudo organizado em seu computador, você
pode escolher diversas opções para salvar e/ou compar-
do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo face-
tilhar suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso
book * msn e veja o resultado na prática.
pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via
Web. O programa possui integração com o PicasaWeb, o
6. Áudio e Vídeo
qual possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em
poucos segundos.
A popularização da banda larga e dos serviços de
O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve
e-mail com grande capacidade de armazenamento está e com uma interface gráfica simples porém otimizada e
aumentando a circulação de vídeos na Internet. O proble- fácil de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade
ma é que a profusão de formatos de arquivos pode tornar com este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns
a experiência decepcionante. recursos simples de editor. Com ele é possível fazer ope-
A maioria deles depende de um único programa para rações como copiar e deletar imagens até o efeito de re-
rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai neces- moção de olhos vermelhos em fotos. O programa oferece
sitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de um player alternativas para aplicar efeitos como texturas e alteração
de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo de de cores em sua imagem por meio de apenas um clique.
“COder/DECoder”, codec é uma espécie de complemento Além disso sempre é possível a visualização de ima-
que descomprime - e comprime - o arquivo. É o caso do gens pelo próprio gerenciador do Windows.
MPEG, que roda no Windows Media Player, desde que o
codec esteja atualizado - em geral, a instalação é auto- 7. Transferência de arquivos pela internet
mática.
Com os três players de multimídia mais populares - FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferên-
Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você di- cia de Arquivos) é uma das mais antigas formas de inte-
ficilmente encontrará problemas para rodar vídeos, tanto ração na Internet. Com ele, você pode enviar e receber
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

offline como por streaming (neste caso, o download e a arquivos para, ou de computadores que se caracterizam
exibição do vídeo são simultâneos, como na TV Terra). como servidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito
Atualmente, devido à evolução da internet com os de arquivo texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não
mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, há texto (Binários – código 8 bits). Há uma diferença interes-
uma grande demanda por programas para trabalhar com sante entre enviar uma mensagem de correio eletrônico e
imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a isso, realizar transferência de um arquivo. A mensagem é sem-
também há no mercado uma ampla gama de ferramen- pre transferida como uma informação textual, enquanto a
tas existentes que fazem algum tipo de tratamento ou transferência de um arquivo pode ser caracterizada como
conversão de imagens. textual (ASCII) ou não-textual (binário).

6
Um servidor FTP é um computador que roda um pro- Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas.
capaz de se comunicar com outro computador na Rede No mesmo ano, também surge uma plataforma que per-
que o esteja acessando através de um cliente FTP. mite a interação com antigos colegas da escola, o Classmates.
FTP anônimo versus FTP com autenticação existem dois Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma
tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a cone- que, desta vez, tinha como foco a publicação de fotogra-
xão anônima, na qual não é preciso possuir um username fias.
ou password (senha) no servidor de FTP, bastando apenas Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda-
identificar-se como anonymous (anônimo). Neste caso, o deira rede social, o Friendster.
que acontece é que, em geral, a árvore de diretório que No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede
se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto é social de caráter profissional do mundo.
muito importante, porque garante um nível de segurança E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o
adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas Facebook, surgem o Orkut e o Flickr.
as informações da empresa. Quando se estabelece uma Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença en-
conexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que tre elas é o seu objetivo, os quais podem ser:
a conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de di- • Estabelecimento de contatos pessoais (relações de
retórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing amizade ou namoro).
e incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma au- • Networking: partilha e busca de conhecimentos pro-
tenticação, e portanto, é indispensável que o usuário pos- fissionais e procura emprego ou preenchimento de vagas.
sua um username e uma password que sejam reconhecidas • Partilha e busca de imagens e vídeos.
pelo sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Nes- • Partilha e busca de informações sobre temas varia-
te caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamento dos.
é no diretório criado para a conta do usuário – diretório • Divulgação para compra e venda de produtos e ser-
home, e dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, viços.
mas só escrever e ler arquivos nos quais ele possua. • Jogos, entre outros.
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci-
operacional UNIX, que foi o grande percursor e responsável das, destacamos:
pelo sucesso e desenvolvimento da Internet. • Facebook: interação e expansão de contatos.
• Youtube: partilha de vídeos.
8. Algumas dicas • Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e cha-
madas de voz.
1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú- • Instagram: partilha de fotos e vídeos.
mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecarga • Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais
na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de ho- são conhecidas como “tweets”.
rário de acesso, que muitas vezes é considerada nobre em • Pinterest: partilha de ideias de temas variados.
horário comercial, e portanto, o FTP anônimo é temporaria- • Skype: telechamada.
mente desativado. • LinkedIn: interação e expansão de contatos profis-
2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites espe- sionais.
lhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo acessado. • Badoo: relacionamentos amorosos.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo • Snapchat: envio de mensagens instantâneas.
verifique se você está usando o modo correto, isto é, no • Messenger: envio de mensagens instantâneas.
caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de arqui- • Flickr: partilha de imagens.
vos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é binário. • Google+: partilha de conteúdos.
Esta prevenção pode evitar perda de tempo. • Tumblr: partilha de pequenas publicações, seme-
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um ser- lhante ao Twitter.
vidor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que
um amigo seu consiga acessar o seu computador como um 10. Vantagens e Desvantagens
servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao
número IP, que lhe é atribuído dinamicamente. Existem várias vantagens em fazer parte de redes so-
ciais e é principalmente por isso que elas tiveram um cres-
9. Grupos de Discussão e Redes Sociais cimento tão significativo ao longo dos anos.
Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
São espaços de convivências virtuais em que grupos de pes- soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

soas ou empresas se relacionam por meio do envio de mensa- lações e o contato com quem está distante, propiciando,
gens, do compartilhamento de conteúdo, entre outras ações. assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
As redes sociais tiveram grande avanço devido a evolu- As redes também facilitam a relação com quem está
ção da internet, cujo boom aconteceu no início do milênio. mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
Vejamos como esse percurso aconteceu: nem sempre há tempo para que as pessoas se encontrem
Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comunida- fisicamente.
de que se assemelha a uma rede social. O GeoCities que, Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rápi-
no entanto, não existe mais, orientava as pessoas para que da e eficaz de comunicar algo para um grande número de
elas próprias criassem suas páginas na internet. pessoas ao mesmo tempo.

7
Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar Com base na figura acima, que ilustra as configurações
um acontecimento, a preparação de uma manifestação ou da rede local do navegador Internet Explorer (IE), versão
a mobilização de um grupo para um protesto. 9, julgue os próximos itens.
No entanto, em decorrência de alguns perigos, as re-
des sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas é ( ) CERTO ( ) ERRADO
a falta de privacidade.
Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido cada Resposta: Certo. HTTP (Hyper Text Transfer Protocol)
vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta para é um protocolo, ou seja, uma determinada regra que
algumas precauções. permite ao seu computador trocar informações com
um servidor que abriga um site. Isso significa que,
#FicaDica uma vez conectados sob esse protocolo, as máquinas
podem receber e enviar qualquer conteúdo textual –
Por ser algo muito atual, tem caído muitas ques- os códigos que resultam na página acessada pelo na-
tões de redes sociais nos concursos atualmente. vegador.
O problema com o HTTP é que, em redes Wi-Fi ou
outras conexões propícias a phishing (fraude eletrôni-
ca) e hackers, pessoas mal-intencionadas podem atra-
EXERCÍCIOS COMENTADOS vessar o caminho e interceptar os dados transmitidos
com relativa facilidade. Portanto, uma conexão em
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma im- HTTP é insegura.
pressora estiver compartilhada em uma intranet por meio Nesse ponto entra o HTTPS (Hyper Text Transfer Pro-
de um endereço IP, então, para se imprimir um arquivo tocol Secure), que insere uma camada de proteção na
nessa impressora, é necessário, por uma questão de pa- transmissão de dados entre seu computador e o ser-
dronização dessa tecnologia de impressão, indicar no na- vidor. Em sites com endereço HTTPS, a comunicação
vegador web a seguinte url: é criptografada, aumentando significativamente a se-
, em gurança dos dados. É como se cliente e servidor con-
que deve estar acessível via rede e versassem uma língua que só as duas entendessem,
dificultando a interceptação das informações.
deve ser do tipo PDF. Para saber se está navegando em um site com crip-
tografia, basta verificar a barra de endereços, na qual
será possível identificar as letras HTTPS e, geralmente,
( ) CERTO ( ) ERRADO um símbolo de cadeado que denota segurança. Além
disso, o usuário deverá ver uma bandeira com o nome
Resposta: Errado. Pelo comando da questão, esta afir- do site, já que a conexão segura também identifica pá-
ma que somente arquivos no formato PDF, poderiam ginas na Internet por meio de seu certificado.
ser impressos, o que torna o item errado, o comando
para impressão não verifica o formato do arquivo, tão 3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se o ser-
somente o local onde está o arquivo a ser impresso. vidor proxy responder na porta 80 e a conexão passar
por um firewall de rede, então o firewall deverá permitir
2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se, em uma conexões de saída da estação do usuário com a porta 80
intranet, for disponibilizado um portal de informações de destino no endereço do proxy.
acessível por meio de um navegador, será possível aces-
sar esse portal fazendo-se uso dos protocolos HTTP ou ( ) CERTO ( ) ERRADO
HTTPS, ou de ambos, dependendo de como esteja confi-
gurado o servidor do portal. Resposta: Certo. E muitas redes LAN o servidor pro-
xy e o firewall estão no mesmo servidor físico/virtual,
porém isso não é uma regra, ou seja, os dois serviços
podem aparecer eventualmente em servidores físicos/
virtuais separados. Para que uma estação de usuário
(que utiliza proxy na porta 80) possa “sair” da rede
LAN para o mundo exterior “WAN” é necessário que
o firewall permita conexões de saída na mesma porta
em que o proxy está respondendo, ou seja, a porta 80.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) A opção


de usar um servidor proxy para a rede local faz que o IE
solicite autenticação em toda conexão de Internet que
for realizada.

( ) CERTO ( ) ERRADO

8
Resposta: Errado. Somente é solicitado a autentica- Resposta: Errado. O recurso Sites Sugeridos é um ser-
ção se o servidor assim estiver configurado, do con- viço online que o Internet Explorer usa para recomendar
trário nenhuma senha é solicitada, além de que foi de- sítios de que o usuário possa gostar, com base nos sítios
finido para a rede Interna e não para acesso à Internet. visitados com frequência. Para acessá-lo, basta clicar o
menu Ferramentas-Arquivo- Sites Sugeridos.
5. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que
um usuário necessite utilizar diferentes dispositivos com- Considere que um delegado de polícia federal, em uma ses-
putacionais, permanentemente conectados à Internet, são de uso do Internet Explorer 6 (IE6), obteve a janela ilus-
que utilizem diferentes clientes de e-mail, como o Outlook trada acima, que mostra uma página web do sítio do DPF,
Express e Mozilla Thunderbird. Nessa situação, o usuário cujo endereço eletrônico está indicado no campo .
deverá optar pelo uso do protocolo IMAP (Internet mes- A partir dessas informações, julgue os itens de 09 a 12.
sage access protocol), em detrimento do POP3 (post office
protocol), pois isso permitirá a ele manter o conjunto de 9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O conteúdo
e-mails no servidor remoto ou, alternativamente, fazer o da página acessada pelo delegado, por conter dados im-
download das mensagens para o computador em uso. portantes à ação do DPF, é constantemente atualizado por
seu webmaster. Após o acesso mencionado acima, o dele-
( ) CERTO ( ) ERRADO gado desejou verificar se houve alteração desse conteúdo.
Nessa situação, ao clicar no botão , o delegado terá con-
Resposta: Certo. Em clientes de correios eletrônicos o dições de verificar se houve ou não a alteração menciona-
padrão é utilizar o Protocolo POP ou POP3 que tem a da, independentemente da configuração do IE6, mas des-
função de baixar as mensagens do servidor de e-mail de que haja recursos técnicos e que o IE6 esteja em modo
para o computador que o programa foi configurado. online.
Quando o POP é substituído pelo IMAP, essas mensa-
gens são baixadas para o computador do usuário só ( ) CERTO ( ) ERRADO
que apenas uma cópia delas, deixando no servidor as
mensagens originais; quando o acesso é feito por outro Resposta: Certo. O botão atualizar (F5) efetua uma nova
computador essas mensagens que estão no servidor
consulta ao servidor WEB, recarregando deste modo o
são baixadas para este outro computador, deixando
arquivo novamente, se houver alterações, estas serão
sempre a original no servidor.
exibidas, caso contrário o arquivo será reexibido sem al-
terações.
6. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Twitter, Orkut,
Google+ e Facebook são exemplos de redes sociais que
utilizam o recurso scraps para propiciar o compartilha-
mento de arquivos entre seus usuários
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O ar-
( ) CERTO ( ) ERRADO mazenamento de informações em arquivos denominados
Resposta: Errado. Scrap é um recado e sua função cookies pode constituir uma vulnerabilidade de um siste-
principal é enviar mensagens e não o compartilhamen- ma de segurança instalado em um computador. Para re-
to de arquivos. Ainda que algumas redes permitam o duzir essa vulnerabilidade, o IE6 disponibiliza recursos para
compartilhamento de fotos e gifs animados, o objetivo impedir que cookies sejam armazenados no computador.
não é o compartilhamento de arquivos e nem todas as Caso o delegado deseje configurar tratamentos referentes
redes citadas na questão permitem. a cookies, ele encontrará recursos a partir do uso do menu
.
7. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Nas
versões recentes do Mozilla Firefox, há um recurso que ( ) CERTO ( ) ERRADO
mantém o histórico de atualizações instaladas, no qual são
mostrados detalhes como a data da instalação e o usuário Resposta: Certo. No navegador Internet Explorer 11, a
que executou a operação. seguinte sequência de ação pode ser usada para fazer
o bloqueio de cookies: Clicar no botão Ferramentas,
( ) CERTO ( ) ERRADO depois em Opções da Internet, ativar guia Privacidade
e, em Configurações, mover o controle deslizante até
Reposta: Errado. Esse recurso existe nas últimas ver- em cima para bloquear todos os cookies e, em segui-
sões do Firefox, contudo o histórico não contém o da, clicar em OK.
usuário que executou a operação. Este recurso está dis-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ponível no menu Firefox – Opções – Avançado – Atuali- 11. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Caso o
zações – Histórico de atualizações. acesso à Internet descrito tenha sido realizado mediante um
provedor de Internet acessível por meio de uma conexão a
8. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No uma rede LAN, à qual estava conectado o computador do
Internet Explorer 10, por meio da opção Sites Sugeridos, o delegado, é correto concluir que as informações obtidas
usuário pode registrar os sítios que considera mais impor- pelo delegado transitaram na LAN de modo criptografado.
tantes e recomendá-los aos seus amigos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO

9
Resposta: Errado. Pela barra de endereço se verifica Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na-
que o protocolo utilizado é o HTTP; dessa forma se vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter
conclui que não há uma criptografia, se fosse o proto- uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores
colo HTTPS, poderia se aferir que haveria algum tipo mais rápidas e com maior segurança contra hackers.
de criptografia do tipo SSL.

12. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Por


meio do botão , o delegado poderá obter, desde que
disponíveis, informações a respeito das páginas previa-
mente acessadas na sessão de uso do IE6 descrita e de
outras sessões de uso desse aplicativo, em seu computa-
dor. Outro recurso disponibilizado ao se clicar nesse bo-
tão permite ao delegado realizar pesquisa de conteúdo Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox
nas páginas contidas no diretório histórico do IE6.
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande
( ) CERTO ( ) ERRADO desempenho, porém especialistas em segurança o consi-
dera o navegador com menos segurança.
Resposta: Certo. É possível através do botão descrito,
o botão de histórico, que se encontre informações das
páginas acessadas anteriormente, e também permite
que se pesquise a respeito de conteúdos nas páginas
contidas no diretório do IE6.

Noções básicas de ferramentas e aplicativos de nave-


gação e correio eletrônico Figura 3: Símbolo do Opera
Um browser ou navegador é um aplicativo que opera
Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo
através da internet, interpretando arquivos e sites web
navegador considerado pelos especialistas e possui uma
desenvolvidos com frequência em código HTML que
interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
contém informação e conteúdo em hipertexto de todas
Apple existem versões para Windows.
as partes do mundo.
Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
são programas de computador especializados em vi-
sualizar e dar acesso às informações disponibilizadas na
web, até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet
Explorer e o Netscape, hoje temos uma série de navega-
dores no mercado, iremos fazer uma breve descrição de
cada um deles, e depois faremos toda a exemplificação
utilizando o Internet Explorer por ser o mais utilizado em
todo o mundo, porém o conceito e usabilidade dos ou-
tros navegadores seguem os mesmos princípios lógicos. Figura 4: Símbolo do Safari
Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-
sequentemente um dos melhores navegadores existen- Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave-
tes. Outra vantagem devido ser o navegador da Google gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é
é o mais utilizado no meio, tem uma interface simples um programa preparado para explorar a Internet dando
muito fácil de utilizar. acesso a suas informações. Representado pelo símbolo
do “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo
clique em seu símbolo.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 1: Símbolo do Google Chrome

Figura 5: Símbolo do Internet Explorer


#FicaDica
Ultimamente tem caído perguntas
relacionadas a guia anônima que não deixa
rastro (senhas, auto completar, entre outros),
e é acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N

10
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de cone-
#FicaDica xão recebeu o nome de internet e até a década de 80
Glossário interessante que abordam internet e ficou apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela
correio eletrônico chegou apenas na década de 90. É na internet que é exe-
Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro de cutada a World Wide Web (www), sistema que contém
mensagens indesejadas. milhares de informações (gráficos, vídeos, textos, sons,
Browser: Programa utilizado para navegar etc) que também ficou conhecido como rede mundial.
na Web, também chamado de navegador. Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um
Exemplo: Mozilla Firefox. projeto que pode ser considerado o princípio da World
Cliente de e-mail: Software destinado a gerenciar Wide Web. No início da década de 90 ele já havia elabo-
contas de correio eletrônico, possibilitando rado uma nova proposta para o que ficaria conhecido
a composição, envio, recebimento, leitura e como WWW. Tim falava sobre o uso de hipertexto e a
arquivamento de mensagens. A seguir, uma partir disso surgiu o “http” (em português significa pro-
lista de gerenciadores de e-mail (em negrito tocolo de transferência de hipertexto). Vinton Cerf tam-
os mais conhecidos e utilizados atualmente): bém é um personagem importante e inclusive é conheci-
Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook do por muitos como o pai da internet.
Express, Mozilla Thunderbird, Eudora,
Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail (Linux)
e Windows Mail. #FicaDica
URL: Tudo que é disponível na Web tem seu
próprio endereço, chamado URL, ele facilita a
Outros pontos importantes de conceitos que podem navegação e possui características específicas
ser abordado no seu concurso são: como a falta de acentuação gráfica e palavras
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Exten- maiúsculas. Uma url possui o http (protocolo),
sões multiuso do correio da Internet): Provê mecanismos www (World Wide Web), o nome da empresa
para o envio de outros tipo sde informações por e-mail, que representa o site, .com (ex: se for um site
como imagens, sons, filmes, entre outros. governamental o final será .gov) e a sigla do
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência país de origem daquele site (no Brasil é usado
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores o BR).
de Correio Eletrônico.
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio):
Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunder- Mecanismos de Buscas
bird, Microsoft Outlook Express etc.
POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para exatamente o que você queria pode trazer algumas ho-
receber e-mails. Através do POP, um usuário transfere ras de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os
para o computador as mensagens armazenada sem sua algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem
caixa postal no servidor. de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça,
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de lançar mão de alguns artifícios para que sua busca seja
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de en- otimizada poupará seu tempo e fará com que você tenha
vio de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um acesso a resultados mais relevantes.
usuário descarregue suas mensagens de umservidor. Os mecanismos de buscas contam com operadores
Esse protocolo utiliza a porta 25 do protocolo TCP. para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no
Spam: Mensagens de correio eletrônico não autori- entanto, pode não interessar e você, caso não seja um
zadas ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente praticante de SEO. Contudo alguns são realmente úteis e
de conotação publicitária ou obscena, enviadas em larga estão listados abaixo. Realize uma busca simples e depois
escala para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de aplique os filtros para poder ver o quanto os resultados
discussão. podem sem mais especializados em relação ao que você
procura.
Um pouco de história
-palavra_chave
A internet é uma rede de computadores que liga os Retorna um busca excluindo aquelas em que a pala-
computadores a redor de todo o mundo, mas quando vra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ela começou não era assim, tinham apenas 4 computa- por computação, provavelmente encontrarei na relação
dores e a maior distância entre um e outro era de 450 dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computa-
KM. No fim da década de 60, o Departamento de Defesa ção“. Contudo, se eu fizer uma busca por computação
norte-americano resolveu criar um sistema interligado -ciência , os resultados que tem a palavra chave ciên-
para trocar informações sobre pesquisas e armamen- cia serão omitidos.
tos que não pudesse chegar nas mãos dos soviéticos.
Sendo assim, foi criado o projeto Arpanet pela Agência +palavra_chave
para Projeto de Pesquisa Avançados do Departamento Retorna uma busca fazendo uma inclusão força-
de Defesa dos EUA. da de uma palavra chave nos resultados. De maneira

11
análoga ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do
tipo computação, terei como retorna uma gama mista de #FicaDica
resultados. Caso eu queira filtrar somente os casos em Um e-mail hoje é um dos principais meios de
que ciências aparece, e também no estado de SP, realizo comunicação, por exemplo:
uma busca do tipo computação + ciência SP. canaldoovidio@gmail.com
Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer
“frase_chave” dizer na, o gmail é o servidor e o .com é a ti-
Retorna uma busca em que existam as ocorrências pagem.
dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exa-
tas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca
do tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrô-
palavra FAZER, verá resultados em que a frase idêntica nicas em um único computador, sem necessariamente
foi empregada. estarmos conectados à Internet no momento da criação
ou leitura do e-mail, podemos usar um programa de cor-
palavras_chave_01 OR palavra_chave_02 reio eletrônico. Existem vários deles. Alguns gratuitos,
Mostra resultado para pelo menos uma das palavras como o Mozilla Thunderbird, outros proprietários como
chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por o Outlook Express. Os dois programas, assim como vá-
exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas rios outros que servem à mesma finalidade, têm recursos
relevantes sobre pelo menos um dos dois temas- nes- similares. Apresentaremos os recursos dos programas de
se caso, como as duas palavras chaves são populares, os correio eletrônico através do Outlook Express que tam-
dois resultados são apresentados em posição de desta- bém estão presentes no Mozilla Thunderbird.
que. Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos
filetype:tipo de teclado para a realização de diversas funções dentro
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de do Outlook. Para você começar os seus estudos, anote
extensão especificada. Por exemplo, em uma busca fi- alguns atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta
letype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra apertar Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada
chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos mensagem aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso
de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, em consideração inclua os atalhos de teclado na sua ro-
DOC tina de estudos e vá preparado para o concurso com os
palavra_chave_01 * palavra_chave_02 principais na cabeça.
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para
um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados profissionais que compartilham uma mesma área é o
compartilhamento de calendário entre membros de uma
em que os termos inicial e final aparecem, independente
mesma equipe.
do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo fa-
Por isso mesmo é importante que você tenha o co-
cebook * msn e veja o resultado na prática.
nhecimento da técnica na hora de fazer uma prova de
concurso que exige os conhecimentos básicos de infor-
Correios Eletrônicos
mática, pois por ser uma função bastante utilizada tem
maiores chances de aparecer em uma ou mais questões.
Os correios eletrônicos se dividem em duas formas:
O calendário é uma ferramenta bastante interessante
os agentes de usuários e os agentes de transferência de do Outlook que permite que o usuário organize de for-
mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo ma completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas,
Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de compromissos e reuniões de maneira organizada por dia,
transferência realizam um processo de envio dos agentes de forma a ter um maior controle das atividades que de-
usuários e servidores de e-mail. vem ser realizadas durante o seu dia a dia.
Os agentes de transferência usam três protoco- Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite
los: SMTP (Simple Transfer Protocol), POP (Post Office que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou
Protocol) e IMAP (Internet Message Protocol). O SMTP parte dele com quem você desejar, de forma a permitir
é usado para transferir mensagens eletrônicas entre os que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o
computadores. O POP é muito usado para verificar men- que pode ser uma ótima pedida para profissionais dentro
sagens de servidores de e-mail quando ele se conecta ao de uma mesma equipe, principalmente quando um de-
servidor suas mensagens são levadas do servidor para o terminado membro entra de férias.
computador local. Pode ser usado por quem usa conexão Para conseguir utilizar essa função basta que você en-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

discada. tre em Calendário na aba indicada como Página Inicial.


Já o IMAP também é um protocolo padrão que per- Feito isso, basta que você clique em Enviar Calendário
mite acesso a mensagens nos servidores de e-mail. Ele por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta
possibilita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não per- no seu Outlook.
mite que eles sejam baixados. O IMAP é ideal para quem Nessa janela é que você vai poder escolher todas as
acessa o e-mail de vários locais diferentes. informações que vão ser compartilhadas com quem você
deseja, de forma que o Outlook vai formular um calen-
dário de forma simples e detalhada de fácil visualização
para quem você deseja enviar uma mensagem.

12
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura própria para
deixar os comunicados enviados por e-mail com uma aparência mais profissional.
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que este
conteúdo pode ser cobrado em alguma questão dentro de um concurso público.
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua
preparação para concurso. Ao contrário do que muita gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma as-
sinatura é bastante simples, de forma que perder pontos por conta dessa questão em específico é perder pontos à toa.
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de
Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve
clicar. Feito isso, você vai conseguir adicionar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem maiores problemas.
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura acima,
ao clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir:

Figura 6: Tela de Envio de E-mail

#FicaDica
Para: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário da
mensagem. Campo obrigatório.
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário que
servirá para ter ciência desse e-mail.
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam ocultos.

Assunto: campo onde será inserida uma breve descrição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase sobre o
conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode levar o
destinatário a não dar a devida importância à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la.
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
A mensagem, após digitada, pode passar pelas formatações existentes na barra de formatação do Outlook:
Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

criadora do Mozilla Firefox).


Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já
que funciona como uma página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu
login e senha. Desta forma, o usuário ganha mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de
e-mail está instalado para acessar seu e-mail.

13
#FicaDica
Segmentos do Outlook Express
Painel de Pastas: permite que o usuário salve seus e-mails em pastas específicas e dá a possibilidade de
criar novas pastas;
Painel das Mensagens: onde se concentra a lista de mensagens de determinada pasta e quando se clica
em um dos e-mails o conteúdo é disponibilizado no painel de conteúdo.
Painel de Conteúdo: esse painel é onde irá aparecer o conteúdo das mensagens enviadas.
Painel de Contatos: nesse local se concentram as pessoas que foram cadastradas em sua lista de endereço.

REDES SOCIAIS

Quando as pessoas ouvem o termo “rede social”, pensam automaticamente em redes sociais online. Também co-
nhecidas como sites de rede social, elas foram uma explosão em termos de popularidade. Sites como MySpace, Face-
book e Linkedln estão entre os sete dos 20 Websites mais visitados no mundo, e o site de relacionamentos criado pelo
Google, o Orkut, acabou virando o predileto dos brasileiros. Para muitos usuários, principalmente aqueles que ficam
muito conectados e que fazem parte da chamada Geração Internet, as redes sociais online não são apenas uma maneira
de manter contato, mas um modo de vida.
Muitos dos recursos das redes sociais online são comuns para cada um dos mais de 300 sites de rede social exis-
tentes atualmente. A capacidade de criar e compartilhar um perfil pessoal é o recurso mais básico. Essa página de perfil
normalmente possui uma foto, algumas informações pessoais básicas (nome, idade, sexo, local) e um espaço extra para
que a pessoa informe suas bandas, livros, programas de TV, filmes, hobbies e Websites preferidos.
A maioria das redes sociais na Internet permite postar fotos, vídeos e blogs pessoais na sua página de perfil. Mas o
recurso mais importante das redes sociais online é encontrar e fazer amigos com membros de outro site. Na sua página
de perfil, esses amigos aparecem como links, assim os visitantes podem navegar facilmente na sua rede de amigos online.
Cada rede social online possui regras e métodos diferentes de busca e contato com amigos potenciais. A rede do
MySpace é a mais aberta. No MySpace, você pode buscar e entrar em contato com pessoas em toda a rede, sejam elas
membros afastados da sua rede social ou estranhos. Mas você só vai ter acesso às informações completas de seus perfis
se elas concordarem em aceitar você como amigo e fazer parte da sua rede.
A rede do Facebook, que começou como um aplicativo de rede social de uma faculdade, é muito mais restrita e
orientada a grupos. No Facebook, só é possível encontrar pessoas que estão em uma das suas “redes” existentes. Elas
podem incluir a empresa onde você trabalha, a faculdade onde você estudou e até o seu colégio; mas você também
pode participar de várias das centenas de redes menores “groups” criadas por usuários da Facebook, algumas baseadas
em organizações reais, outras que só existem na mente de seus fundadores.
A Linkedln, que é a rede social online mais popular para profissionais de negócios, permite que você busque cada
um dos membros do site, e você também tem acesso aos perfis completos e informações de contato dos seus contatos
já existentes, ou seja, as pessoas que aceitaram o convite para participar da sua rede (ou que convidaram você para
participar da rede delas). No entanto, seus contatos podem apresentá-lo a pessoas que estão distantes de você duas ou
três posições na rede maior da Linkedln. Ou você pode pagar um adicional para entrar em contato direto com qualquer
usuário por meio de um serviço chamado InMail.
O Orkut, rede social do Google, foi a mais popular entre os brasileiros por um bom tempo. Seu uso era tão fácil que
os brasileiros acabaram dominando a rede e chegaram a 80% de seus usuários. Uma vez cadastrado na rede, o usuá-
rio tinha uma página pessoal onde podia adicionar, além de seus dados pessoais e profissionais, amigos, amigos dos
amigos, amigos dos amigos dos amigos, criar comunidades online e participar das já existentes, enviar recados para
sua rede de contatos e para quem ainda não faz parte dela, criar álbuns de fotos e paquerar, flertar, namorar. E, o mais
importante para grande parte dos participantes, xeretar a vida das pessoas através das páginas de recados.

Fazendo contatos em uma rede social online


Você precisa criar um perfil em uma rede social antes de fazer contatos online. Você vai precisar escolher um nome
para login e uma senha. Depois de fazer isso, você vai fornecer algumas informações pessoais básicas, como nome,
sexo, idade, local e alguns hobbies ou interesses específicos.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Você pode personalizar seu perfil adicionando fotos, música ou vídeos. Mas lembre-se de que o seu perfil é a ima-
gem que você está apresentando ao mundo online. Na maioria dos sites você pode ter um controle sobre quem pode
visualizar seu perfil completo.
Em alguns sites, só amigos ou aqueles que você convidou podem visualizar seu perfil. Quando tiver terminado de
criar seu perfil, você pode começar a procurar amigos e fazer contatos. Isso acontece quando você convida amigos que
estão offline no momento para participar ou procurar amigos que já são membros.
Na maioria dos sites de rede social você pode enviar um e-mail convidando amigos para participar do Website e
fazer parte da sua rede social online. Em alguns casos, como no Facebook ou Linkedln, você pode importar sua lista de
endereços das suas contas de e-mail, como o Google ou Yahoo.

14
Depois de convidar seus amigos atuais, você pode qualquer em um site como o Linkedln para se encaixar
começar a procurar pessoas que têm interesses pareci- perfeitamente nos interesses comerciais de seu alvo. Se
dos com os seus. Por exemplo, se você gosta de ler os o alvo aceita o hacker como contato, ele pode ter acesso
livros da Jane Austen, você pode procurar outras pessoas às informações de todos os outros contatos de seu alvo.
que gostam de Jane Austen e convidá-las para participar Com essas informações, é possível criar uma elaborada
da sua rede. identidade falsa.
Ou, ainda, você pode procurar pessoas que estudaram Para lutar contra a engenharia social, a chave é a
no mesmo colégio ou faculdade que você, pessoas que atenção. Se você sabe que hackers de engenharia social
têm a mesma marca de carro ou que gostam do mesmo existem, deve ter mais cuidado com aquilo que vai postar
tipo de música. Você pode convidar essas pessoas para em seus perfis online. Se você está familiarizado com as
também participarem da sua rede, aumentando, assim, a trapaças mais comuns da engenharia social, vai reconhe-
sua rede social. cer uma enquanto ela está acontecendo, e não quando
Mesmo que tenha a impressão de que conhece as for tarde demais.
pessoas que encontra no ciberespaço, você deve ter cui-
dado porque a ação de hackers é bastante comum. Redes sociais para adultos
Além de participarem de redes sociais online que an-
A ação de hackers e as redes sociais tes eram dominadas por adolescentes, como o MySpace
Quando as pessoas falam sobre a ação de hackers em e o Facebook, os usuários adultos também estão partici-
redes sociais, elas não estão usando a definição comum pando de redes sociais online destinadas a eles. As redes
de hackers, que são aqueles que usam códigos ou bre- sociais para adultos não têm um conteúdo “adulto” espe-
chas em redes de computadores de forma mal-intencio- cializado (embora também exista). Elas são redes sociais
nada, para causar danos aos sistemas ou roubar informa- para profissionais, e não somente para amigos.
ções confidenciais. A ação dos hackers em redes sociais Com mais de 15 milhões de membros, o LinkedIn é a
requer muito pouca habilidade técnica. Trata-se mais de maior rede social online para profissionais. No LInkedln,
um jogo psicológico: usar informações dos perfis pes- as páginas de perfil são mais parecidas com currículos,
soais para ganhar a confiança de um estranho. com informações sobre experiência profissional e for-
Este segundo tipo de hacker é chamado de engenhei- mação acadêmica, deixando de fora informações como
ro social. A engenharia social usa técnicas psicológicas livros e bandas favoritos. Até pouco tempo atrás, o Linke-
persuasivas para explorar o elo mais fraco do sistema de
dln não permitia que os usuários postassem uma foto em
segurança da informação: as pessoas. Veja alguns exem-
seu perfil, temendo que o site estritamente profissional
plos de engenharia social:
se tornasse uma desculpa para namoros online.
• chamar um administrador de sistemas fingindo
Os usuários do Linkedln podem fortalecer os contatos
ser um executivo irritado que esqueceu sua senha e pre-
e relacionamentos existentes para encontrar novos em-
cisa acessar seu computador imediatamente;
pregos e parcerias. No Linkedln, por exemplo, você pode
• fingir ser um funcionário de banco e ligar para
um cliente pedindo o número do seu cartão de crédito; fazer uma busca por emprego na sua rede. Se acontecer
• fingir ter perdido seu crachá e pedir gentilmente de o seu melhor amigo ter estudado com a pessoa que
a um funcionário para deixar você entrar no escritório. está contratando, isso pode dar a você uma vantagem
significativa em relação a outros candidatos.
Muitas pessoas não levam os possíveis riscos de se- Os recrutadores de profissionais também estão ga-
gurança em consideração quando criam uma página rimpando os enormes bancos de dados profissionais em
de perfil em uma rede social. Quanto mais informações sites como o Linkedln. Eles podem pagar um adicional
pessoais e profissionais você incluir no seu perfil público, pelo Linkedln Corporate Services, um serviço que permi-
mais fácil será para um hacker explorar essas informa- te realizar buscas direcionadas por membros que aten-
ções para ganhar sua confiança. dem aos seus requisitos de experiência e localização. A
Vamos supor que você seja um engenheiro e faz um vantagem de um serviço como o LInkedln é que os re-
blog sobre um dos seus projetos atuais na sua página crutadores podem atingir “candidatos passivos,” isto é,
do Facebook. Um hacker pode usar essas informações profissionais altamente qualificados que não estão ne-
para fingir ser um funcionário da empresa. Ele sabe seu cessariamente procurando um novo emprego. Eles são
nome e seu cargo na empresa, então você está sujeito a mais atraentes para os empregadores, pois têm sua ca-
confiar nele. Assim; ele pode tentar conseguir de você pacidade provada, já que permanecem em seus cargos.
uma senha ou informação confidencial para vender aos Várias redes sociais para adultos são dedicadas a pro-
concorrentes. fissões específicas. De acordo com um artigo do Wall
A segurança da maioria das redes sociais online é que Street Journal, médicos estão se encontrando em um site
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

somente seus “amigos” ou membros da sua rede podem de rede social para médicos chamado Sermo e execu-
ver seu perfil completo. Mas isso só é eficaz se você for tivos de publicidade, marketing e mídia estão trocando
extremamente seletivo sobre quem você inclui em sua dicas e truques em um outro site de rede social chamado
rede. Se você aceita convites de qualquer pessoa, uma AdGabber [fonte: Wall Street Journal].
delas pode ser um hacker.
O problema com as redes sociais online é que elas Redes do mal
não possuem um sistema integrado de autenticação As redes sociais tem o lado bom de aproximar pes-
para verificar se alguém é realmente quem diz ser [fon- soas de diferentes lugares, mas a facilidade de criar perfis
te: SearchSecurity.com]. Um hacker pode criar um perfil e comunidades também tem um lado negro. Em março

15
de 2008, o Orkut foi obrigado a revelar à polícia os da- a) A mensagem original, sem o anexo, foi automaticamen-
dos de usuários pedófilos. A Polícia brasileira descobriu te apagada no computador do destinatário e substituí-
uma rede de pedofilia infiltrada nas páginas do Orkut e da pela segunda mensagem, uma vez que ambas têm o
obrigou a empresa a revelar os dados dos usuários en- mesmo assunto e são do mesmo remetente.
volvidos. Em maio de 2006, a rede social foi obrigada a b) Como as duas mensagens têm o mesmo assunto, a se-
retirar do ar comunidades consideradas pelas autorida- gunda mensagem não foi transmitida, permanecendo
des como criminosas e racistas. no computador do destinatário apenas a primeira men-
sagem.
c) A segunda mensagem não pode ser transmitida e fica
EXERCÍCIOS COMENTADOS bloqueada na caixa de saída do remetente, até que a
primeira mensagem tenha sido lido pelo destinatário.
1. (TJ-ES – CBNM1-01 – NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2011) d) O destinatário recebeu 2 mensagens, sendo, a primeira,
UM PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO VIA WEB sem anexo, e a segunda, com o anexo.
(WEBMAIL) é uma opção viável para usuários que es- e) O remetente não recebeu nenhuma das mensagens,
tejam longe de seu computador pessoal. A partir de pois não é possível transmitir mais de uma mensagem
qualquer outro computador no mundo, o usuário pode, com o mesmo assunto e mesmo remetente.
via Internet, acessar a caixa de correio armazenada no
próprio computador cliente remoto e visualizar eventuais Resposta: Letra D.
novas mensagens. Alternativa “A” está incorreta, pois todas mensagens en-
viadas são armazenadas de forma independente, novas
( ) CERTO ( ) ERRADO mensagens com mesmo assunto ou ainda idênticas a
anteriores não influenciam em mensagens já enviadas.
Resposta: Errado. O programa WebMail irá acessar o Alternativa “B” está incorreta, pois é perfeitamente pos-
servidor de e-mail, e não a máquina dousuário (com- sível enviar mensagens com mesmo assunto ou ainda
putador cliente remoto). idênticas, sem prejuízo algum de mensagens anteriores.
Alternativa “C” está incorreta, pois Todas as mensagens
2. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) No MS- serão enviadas, independentemente do destinatário ler
-Outlook 2010, em sua configuração padrão, quando uma as anteriores.
mensagem está sendo preparada, o usuário pode indicar Alternativa “D” está correta, pois o destinatário recebeu
aos destinatários que a mensagem precisa de atenção uti- 2 mensagens, sendo, a primeira, sem anexo, e a segun-
lizando a marca de _________________. Esse recurso pode ser da, com o anexo.
encontrado no grupo Marcas, da guia Mensagem. Alternativa “E” está incorreta, pois é possível enviar mais
Assinale a alternativa que apresenta a opção que preen- de uma mensagem, com mesmo assunto e mesmo des-
che corretamente a lacuna do enunciado. tinatário.

a) SPAM. 4. (SOLDADO – PM DE 2ª CLASSE – VUNESP – 2017)


b) Alta Prioridade. João recebeu uma mensagem de correio eletrônico com
c) Baixa Prioridade. as seguintes características:
d) Assinatura Personalizada. De: Pedro
e) Arquivo Anexado. Para: João; Marta
Cc: Ricardo; Ana
Resposta: Letra B. É possível sinalizar a mensagem Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração
como sendo de alta prioridade quando se deseja que padrão, ele usou um recurso para responder a mensagem
as pessoas saibam que a mensagem precisa de aten- que manteve apenas Pedro na lista de destinatários. Isso
ção urgente. Se a mensagem é apenas um informativo significa que João usou a opção:
ou se está enviando um e-mail sobre um tema que
não precisa ser priorizado, defina o indicador de baixa a) Responder.
prioridade. b) Arquivar.
A maioria dos clientes de e-mail, os destinatários veem c) Marcar como não lida.
um indicador específico na lista de mensagens ou nos d) Responder a todos.
cabeçalhos. e) Marcar como lida
Na faixa de opções, é possível saber quando a priori-
dade foi definida, pois o botão fica realçado. Resposta: Letra A. Se o João deseja “responder” ao
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

e-mail recebido de Pedro, e deseja responder apenas


3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2017) Um usuário ao remetente já se pode eliminar as alternativas “B”,
preparou uma mensagem de correio eletrônico usando o “C” e “E” por não terem correspondência com a função
Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão, e “Resposta”.
enviou para o destinatário. Porém, algum tempo depois, Tem-se então, apenas duas alternativas, “A” e “D”, mas
percebeu que esqueceu de anexar um arquivo. Esse mes- como o João deseja responder apenas para Pedro ele
mo usuário preparou, então, uma nova mensagem com deve escolher a opção “Responder”, pois se escolhes-
o mesmo assunto, e enviou para o mesmo destinatário, se “Responder a todos”, Marta, Ricardo e Ana também
agora com o anexo. Assinale a alternativa correta. receberiam a mensagem.

16
5. (AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2013)Observe o ar- Ao pressionar o botão F5 do teclado, a página exibida
gumento de busca que o usuário fará utilizando o Goo- será
gle, na ilustração apresentada a seguir.
a) imediatamente fechada.
b) enviada para impressão.
c) atualizada.
d) enviada por e-mail.
e) aberta em uma nova aba.

Resposta: Letra C.
a) Imediatamente fechada.
۰ Alt + F4 = fecha todas as guias
۰ Ctrl + F4 = fecha só guia atual
Com base na figura e no que foi digitado, assinale a al- b) Enviada para impressão.
ternativa correta. ۰ Ctrl + P
c) Atualizada.
a) Será pesquisado o conjunto exato de palavras. ۰ F5
b) A pesquisa trará como resultados o que encontrar d) Enviada por e-mail.
como antônimo do que foi digitado. ۰ CTRL + Enter (MS Outlook)
c) O conjunto de palavras será excluído dos resultados e) Aberta em uma nova aba.
pesquisados. ۰ Ctrl + T = abre uma nova aba
d) A pesquisa trará somente as imagens e vídeos não re- ۰ Ctrl + N = abre um novo comando
lacionados ao argumento digitado.
e) Além das palavras digitadas, a pesquisa também trará
os seus sinônimos

Resposta: Letra A. O comando “entre aspas” durante


uma busca, efetua a busca pela ocorrência exata de
tudo que está entre as aspas, agrupado da mesma for-
ma, desta forma, para esta questão será retornado o
resultado da ocorrência “garota de Ipanema”.
Obs.: As pesquisas com aspas podem excluir resulta-
dos relevantes. Por exemplo, uma pesquisa por “Ale-
xander Bell” excluirá páginas que se referem a Alexan-
der G. Bell.

6. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) Considere a


imagem a seguir, extraída do Internet Explorer 11, em sua
configuração padrão. A página exibida no navegador foi
completamente carregada.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

17
Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais
CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE para o entendimento de informática em concursos públicos.
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS, Hardware, são os componentes físicos do computador,
FERRAMENTAS, APLICATIVOS E ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos peri-
PROCEDIMENTOS DE INFORMÁTICA féricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou
apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Processa-
mento)
Software, são os programas que permitem o funciona-
mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica
A Informática é um meio para diversos fins, com isso do computador, e pode ser dividido em Sistemas Operacio-
acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A nais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programação.
sua utilização passou a ser um diferencial para pessoas O primeiro software necessário para o funcionamento
e empresas, visto que, o controle da informação passou de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope-
a ser algo fundamental para se obter maior flexibilidade racional). Os diferentes programas que você utiliza em um
no mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os
integrar sua área de atuação com a informática, atingirá, aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam
com mais rapidez, os seus objetivos e, consequentemen- na manutenção do computador, o antivírus é o principal
te, o seu sucesso, por isso em quase todos editais de con- exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Progra-
cursos públicos temos Informática. mação que são programas que fazem outros programas,
como o JAVA por exemplo.
Importante mencionar que os softwares podem ser li-
vres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes ca-
#FicaDica
racterísticas:
Informática pode ser considerada como • O usuário pode executar o software, para qualquer
significando “informação automática”, ou seja, a uso.
utilização de métodos e técnicas no tratamento
• Existe a liberdade de estudar o funcionamento do
automático da informação. Para tal, é preciso
uma ferramenta adequada: O computador. programa e de adaptá-lo às suas necessidades.
• É permitido redistribuir cópias.
A palavra informática originou-se da junção de • O usuário tem a liberdade de melhorar o programa
duas outras palavras: informação e automática. e de tornar as modificações públicas de modo que a
Esse princípio básico descreve o propósito comunidade inteira beneficie da melhoria.
essencial da informática: trabalhar informações
para atender as necessidades dos usuários de Entre os principais sistemas operacionais pode-se des-
maneira rápida e eficiente, ou seja, de forma
tacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes versões, o
automática e muitas vezes instantânea.
Macintosh (Apple) e o Linux (software livre criado pelo fin-
landês Linus Torvalds), que apresenta entre suas versões o
Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras.
O que é um computador? É o principal software do computador, pois possibilita
O computador é uma máquina que processa dados, que todos os demais programas operem.
orientado por um conjunto de instruções e destinado a
produzir resultados completos, com um mínimo de inter-
venção humana. Entre vários benefícios, podemos citar: #FicaDica
: grande velocidade no processamento e disponibili-
zação de informações; Android é um Sistema Operacional desenvolvido
pelo Google para funcionar em dispositivos
: precisão no fornecimento das informações;
móveis, como Smartphones e Tablets. Sua
: propicia a redução de custos em várias atividades distribuição é livre, e qualquer pessoa pode
: próprio para execução de tarefas repetitivas; ter acesso ao seu código-fonte e desenvolver
aplicativos (apps) para funcionar neste Sistema
Como ele funciona? Operacional.
Em informática, e mais especialmente em computado- iOS, é o sistema operacional utilizado pelos
res, a organização básica de um sistema será na forma de: aparelhos fabricados pela Apple, como o iPhone
e o iPad.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, memó-


rias, processadores (CPU) e disco de armazenamento
HDs, CDs e DVDs)
Os gabinetes são dotados de fontes de alimentação de
energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão de reset,
baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD, saídas de ven-
Figura 1: Etapas de um processamento de dados. tilação e painel traseiro com recortes para encaixe de pla-
cas como placa mãe, placa de som, vídeo, rede, cada vez
mais com saídas USBs e outras.

18
No fundo do gabinete existe uma placa de metal onde será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é possível
verificar se será possível ou não fixar determinada placa mãe em um gabinete, pois eles têm que ser proporcionais aos
furos encontrados na placa mãe para parafusá-la ou encaixá-la no gabinete.

#FicaDica
Placa-mãe, é a placa principal, formada por um conjunto de circuitos integrados (“chip set“) que reconhece e
gerencia o funcionamento dos demais componentes do computador.

Se o processador pode ser considerado o “cérebro” do computador, a placa-mãe (do inglês motherboard) represen-
ta a espinha dorsal, interligando os demais periféricos ao processador.
O disco rígido, do inglês hard disk, também conhecido como HD, serve como unidade de armazenamento perma-
nente, guardando dados e programas.
Ele armazena os dados em discos magnéticos que mantêm a gravação por vários anos, se necessário.
Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus dados gravados ou acessados por um braço móvel composto
por um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham com valores discretos) são totalmente binários. Toda infor-
mação introduzida em um computador é convertida para a forma binária, através do emprego de um código qualquer
de armazenamento, como veremos mais adiante.
A menor unidade de informação armazenável em um computador é o algarismo binário ou dígito binário, conheci-
do como bit (contração das palavras inglesas binarydigit). O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1.
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as
informações manipuladas por um computador são codificadas em grupos ordenados de bits, de modo a terem um
significado útil.
O menor grupo ordenado de bits representando uma informação útil e inteligível para o ser humano é o byte (leia-
-se “baite”).
Como os principais códigos de representação de caracteres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos
de byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras, quase sinônimas.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo acesso, armazenamento e recuperação de informações são
efetuados byte a byte. Por essa razão, em anúncios de computadores, menciona-se que ele possui “512 mega bytes de
memória”; por exemplo, na realidade, em face desse costume, quase sempre o termo byte é omitido por já subentender
esse valor.
Para entender melhor essas unidades de memórias, veja a imagem abaixo:

Figura 2: Unidade de medida de memórias

Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3 é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe
basta multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo:
Destacar essa tabela
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Transformar 16422282522 kilobytes em terabytes:


Transformar 4 gigabytes em kilobytes:
16422282522 / 1024 = 16037385,28 megabytes
4 * 1024 = 4096 megabytes
16037385,28 / 1024 = 15661,51 gigabytes
4096 * 1024 = 4194304 kilobytes.
15661,51 / 1024 = 15,29 terabytes.

USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de entrada mais usada atualmente.
Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia.
Por isso permite que os conectores USB sejam usados por carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.
A fonte de energia do computador ou, em inglês é responsável por converter a voltagem da energia elétrica, que
chega pelas tomadas, em voltagens menores, capazes de ser suportadas pelos componentes do computador.

19
Monitor de vídeo Contém um conjunto de restritos de células de me-
Normalmente um dispositivo que apresenta informa- mória chamados registradores que podem ser lidos e
ções na tela de LCD, como um televisor atual. escritos muito mais rapidamente que em outros dispo-
Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados sitivos de memória. Os registradores são unidades de
de touchscreen), onde podemos escolher opções tocan- memória que representam o meio mais caro e rápido de
do em botões virtuais, apresentados na tela. armazenamento de dados. Por isso são usados em pe-
quenas quantidades nos processadores.
Impressora Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos
Muito popular e conhecida por produzir informações RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Com-
impressas em papel. plex Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]:
Atualmente existem equipamentos chamados im- ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento,
pressoras multifuncionais, que comportam impressora, enquanto que a maior parte das arquiteturas CISC per-
scanner e fotocopiadoras num só equipamento. mite que outras operações também façam referência à
Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuá- memória.
rios de computadores atualmente. Possuem um clock interno de sincronização que de-
Ele não precisar recarregar energia para manter os fine a velocidade com que o processamento ocorre. Essa
dados armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao velocidade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008):
contrário dos antigos disquetes. É utilizado através de Em um computador, a velocidade do clock se refere
uma porta USB (Universal Serial Bus). ao número de pulsos por segundo gerados por um os-
Cartões de memória, são baseados na tecnologia cilador (dispositivo eletrônico que gera sinais), que de-
flash, semelhante ao que ocorre com a memória RAM termina o tempo necessário para o processador executar
do computador, existe uma grande variedade de formato uma instrução. Assim para avaliar a performance de um
desses cartões. processador, medimos a quantidade de pulsos gerados
São muito utilizados principalmente em câmeras em 1 segundo e, para tanto, utilizamos uma unidade de
fotográficas e telefones celulares. Podem ser utilizados medida de frequência, o Hertz.
também em microcomputadores.

#FicaDica
BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sistema
Básico de Entrada e Saída, trata-se de um
mecanismo responsável por algumas atividades
consideradas corriqueiras em um computador,
mas que são de suma importância para o correto
funcionamento de uma máquina.

Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao


iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e
identificar todos os componentes de hardware conecta-
dos à máquina.
Só depois de todo esse processo de identificação é Figura 3: Esquema Processador
que a BIOS passa o controle para o sistema operacional e
o boot acontece de verdade. Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM com seus circuitos que recebem e transmite dados para
(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desli- Internet e a outros computadores e, como não poderia
gamento do computador. faltar, possibilitar a saída de imagens no monitor.
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibili- ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
tam a regravação dos dados por meio de equipamentos mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
especiais. Essas memórias são utilizadas para o armaze- não estão implementados nesses chips, da própria mo-
namento do BIOS. therboard. Geralmente esse fato implica na redução da
O processador que é uma peça de computador que velocidade, mas hoje essa redução é pouco considerada,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

contém instruções para realizar tarefas lógicas e mate- uma vez que é aceitável para a maioria dos usuários.
máticas. O processador é encaixado na placa mãe atra- No entanto, quando se pretende ter maior potência
vés do socket, ele que processa todas as informações do de som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de
computador, sua velocidade é medida em Hertz e os fa- imagens e uma rede mais veloz, a opção escolhida são as
bricantes mais famosos são Intel e AMD. placas off board. Vamos conhecer mais sobre esse termo
O processador do computador (ou CPU – Unidade e sobre as placas de vídeo, som e rede:
Central de Processamento) é uma das partes principais Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
do hardware do computador e é responsável pelos cál- lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas
culos, execução de tarefas e processamento de dados. podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na

20
placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes
na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de EXERCÍCIOS COMENTADOS
dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens,
o resultado do processamento de vários outros dados.
Você já deve ter visto placas de vídeo com especi-
ficações 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o
número, maior será a quantidade de dados que passarão
por segundo por essa placa, o que oferece imagens de
vídeo, por exemplo, com velocidade cada vez mais próxi-
ma da realidade. Além dessa velocidade, existem outros
itens importantes de serem observados em uma placa
de vídeo: aceleração gráfica 3D, resolução, quantidade de
cores e, como não poderíamos esquecer, qual o padrão
de encaixe na placa mãe que ela deverá usar (atualmente
seguem opções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens
um a um:
Placas de som são hardwares específicos para traba-
lhar e projetar a sons, seja em caixas de som, fones de
ouvido ou microfone. Essas placas podem ser onboard,
ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou of-
fboard, conectadas em slots presentes na placa mãe. São
dispositivos de entrada e saída de dados, pois tanto per-
mitem a inclusão de dados (com a entrada da voz pelo
microfone, por exemplo) como a saída de som (através
das caixas de som, por exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para inte-
Considerando a figura acima, que ilustra as propriedades
grar um computador a uma rede, de forma que ele possa
de um dispositivo USB conectado a um computador com
enviar e receber informações. Essas placas podem ser on-
sistema operacional Windows 7, julgue os itens a seguir
board, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou
offboard, conectadas em slots presentes na placa mãe.
1) Escrivão de Polícia CESPE 2013
As informações na figura mostrada permitem inferir que
#FicaDica o dispositivo USB em questão usa o sistema de arquivo
NTFS, porque o fabricante é Kingston.
Alguns dados importantes a serem observados
em uma placa de rede são: a arquitetura de rede ( ) Certo ( ) Errado
que atende os tipos de cabos de rede suportados
e a taxa de transmissão.
Resposta: Errado - Por padrão os pendrives (de baixa
capacidade) são formatados no sistema de arquivos
Periféricos de computadores FAT, mas a marca do dispositivo ou mesmo a janela
Para entender o suficiente sobre periféricos para con- ilustrada não apresenta informações para afirmar sobre
curso público é importante entender que os periféricos qual sistema de arquivos está sendo utilizado.
são os componentes (hardwares) que estão sempre liga-
dos ao centro dos computadores. 2) Escrivão de Polícia CESPE 2013
Os periféricos são classificados como: Ao se clicar o ícone , será mostrado, no
Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a Resumo das Funções do Dispositivo, em que porta USB o
informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, dispositivo está conectado.
microfone, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador
Biométrico, Touchpad e outros. ( ) Certo ( ) Errado
Dispositivos de Saída: É responsável em receber a in-
formação do computador. Exemplos: Monitor, Impresso- Resposta: Certo - Ao se clicar no ícone citado será de-
ras, Caixa de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros. monstrada uma janela com informações/propriedades
Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em do dispositivo em questão, uma das informações que
transmitir e receber informação ao computador. Exem- aparecem na janela é a porta em que o dispositivo USB
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

plos: Drive de Disquete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, mo- foi/está conectado.
dem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo
de Som e outros. 3) Escrivão de Polícia CESPE 2013
Um clique duplo em fará
#FicaDica que seja disponibilizada uma janela contendo funcionali-
dades para a formatação do dispositivo USB.
Periféricos sempre podem ser classificados em
três tipos: entrada, saída e entrada e saída. ( ) Certo ( ) Errado

21
Resposta: Errado - O Clique duplo para o caso da ilus- Resposta: Errado - O uso dos processadores era algo
tração fará abrir a janela de propriedades do dispositivo. que até um tempo atrás ficava restrito a desktops, no-
A respeito de tipos de computadores e sua arquitetura tebooks e, em uma maior escala, a servidores, mas com
de processador, julgue os itens subsequentes a popularização de smartphones e tablets esse cenário
mudou. Grandes players como Samsung, Apple e NVI-
4) Escrivão de Polícia CESPE 2013 DIA passaram a fabricar seus próprios modelos, conhe-
Diferentemente de um processador de 32 bits, que não cidos como SoCs (System on Chip), que além da CPU
suporta programas feitos para 64 bits, um processador incluem memória RAM, placa de vídeo e muitos outros
de 64 bits é capaz de executar programas de 32 bits e componentes.
de 64 bits.
8) Delegado de Polícia CESPE 2004
( ) Certo ( ) Errado Ao se clicar a opção , será executado um programa
que permitirá a realização de operações de criptografia
Resposta: Certo - Se o programa for especialmente pro- no arquivo para protegê-lo contra leitura indevida.
jetado para a versão de 64 bits do Windows, ele não
funcionará na versão de 32 bits do Windows. (Entretan- ( ) Certo ( ) Errado
to, a maioria dos programas feitos para a versão de 32
bits do Windows funciona com uma versão de 64 bits Resposta: Errado - WinZip é um dos principais progra-
do Windows.) mas para compactar e descompactar arquivos de seu
computador. Perfeito para organizar e economizar es-
5) Escrivão de Polícia CESPE 2013 paço em seu disco rígido.
Um processador moderno de 32 bits pode ter mais de
um núcleo por processador. 9) Delegado de Polícia CESPE 2004
A comunicação entre a CPU e o monitor de vídeo é feita,
( ) Certo ( ) Errado na grande maioria dos casos, pela porta serial.

Resposta: Certo - O processador pode ter mais de um ( ) Certo ( ) Errado


núcleo (CORE), o que gera uma divisão de tarefas, eco-
nomizando energia e gerando menos calor. EX. dual Resposta: Errado - As portas de vídeo mais comuns são:
core (2 núcleos). Os tipos de processador podem ser de VGA, DVI, HDMI
32bits e 64 bits
10) Delegado de Polícia CESPE 2004
6) Escrivão de Polícia CESPE 2013 Alguns tipos de mouse se comunicam com o computa-
Se uma solução de armazenamento embasada em hard dor por meio de porta serial.
drive externo de estado sólido usando USB 2.0 for subs-
tituída por uma solução embasada em cloud storage, ( ) Certo ( ) Errado
ocorrerá melhoria na tolerância a falhas, na redundância
e na acessibilidade, além de conferir independência fren- Resposta: Certo - A interface serial ou porta serial,
te aos provedores de serviços contratados. também conhecida como RS-232 é uma porta de co-
municação utilizada para conectar pendrives, modems,
( ) Certo ( ) Errado mouses, algumas impressoras, scanners e outros equi-
pamentos de hardware. Na interface serial, os bits são
Resposta: Errado - Não há “maior independência frente transferidos em fila, ou seja, um bit de dados de cada
aos provedores de serviço contratados”, pois o acesso vez.
aos dados dependerá do provedor de serviços de nuvem
no qual seus dados ficarão armazenados, qualquer que
seja a nuvem. Independência para mudar de fornece-
dor, quando existente, não implica em dizer que o usu-
ário fica independente do fornecedor que esteja usando
no momento.

Acerca de conceitos de hardware, julgue o item seguinte.


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

7) Papiloscopista CESPE 2012


Diferentemente dos computadores pessoais ou PCs tra-
dicionais, que são operados por meio de teclado e mou-
se, os tablets, computadores pessoais portáteis, dispõem
de recurso touchscreen. Outra diferença entre esses dois
tipos de computadores diz respeito ao fato de o tablet
possuir firmwares, em vez de processadores, como o PC.

( ) Certo ( ) Errado

22
CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS PARA EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS
E APRESENTAÇÕES UTILIZANDO-SE A SUÍTE DE ESCRITÓRIO MICROSOFT OFFICE 2010 E
LIBREOFFICE 5 OU SUPERIOR.

Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

#FicaDica
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de
cada guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um co-
mando ou exibem um menu de comandos.

23
Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo
da imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo
do grupo, contendo mais opções de formatação.
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquer-
da, direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar
o botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha dese-
jada, pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o
restante do parágrafo selecionado.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionar-
mos a tecla Tab.

Figura 9: Réguas
4. Grupo edição

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e
selecionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que dese-
jamos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em
minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra
maiúscula.
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos
localizar a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção
não estiver marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o
caractere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e
“término”).

24
Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

Para localizar digite exemplo


Qualquer caractere único ? s?o localiza salvo e sonho.
Qualquer sequência de caracteres * t*o localiza tristonho e término.
<(org) localiza
O início de uma palavra < organizar e organização,
mas não localiza desorganizado.
(do)> localiza medo e cedo, mas não
O final de uma palavra >
localiza domínio.
Um dos caracteres especificados [] v[ie]r localiza vir e ver
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere único neste intervalo [-] Os intervalos devem estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere único, exceto os caracteres no F[!a-m]rro localiza forro, mas não localiza
[!x-z]
intervalo entre colchetes ferro.
Exatamente n ocorrências do caractere ou expressão ca{2}tinga localiza caatinga, mas não
{n}
anterior catinga.
Pelo menos n ocorrências do caractere ou expressão
{n,} ca{1,}tinga localiza catinga e caatinga.
anterior
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
{n,m}
caractere ou expressão anterior 100 e 1000.
Uma ou mais ocorrências do caractere ou expressão ca@tinga localiza
@
anterior catinga e caatinga.

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 10: Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e de-
mais itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombrea-
mento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma
tabela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 11: Bordas e sombreamento

25
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defi- 6. Grupo Links:
nição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:
- Nenhuma: retira a borda; Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa; uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador para
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabe- atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador pode
la iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais se tornar um link dentro do próprio documento.
campos de opção; Referência cruzada: referência tabelas.
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções Grupo cabeçalho e rodapé:
da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e Insere cabeçal
as bordas internas permanecem iguais. hos, rodapés e números de páginas.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas
da tabela, uma cor e uma largura. Grupo texto:
- Visualização: através desse recurso, podemos definir
bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo,
podemos escolher um estilo e, em visualização, clicar na
borda superior; escolher outro estilo e clicar na borda in-
ferior; e assim colocar em cada borda um tipo diferente
de estilo, com cores e espessuras diferentes, se assim de-
sejarmos.

A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz re-


cursos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A di-
ferença é que se trata de criar bordas na página de um Figura 13: Grupo Texto
documento e não em uma tabela.
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata-
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que das. As caixas de texto são espaços próprios para inser-
envolve vários tipos de desenhos. ção de textos que podem ser direcionados exatamente
Alguns desses desenhos podem ser formatados onde precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”,
com cores de linhas diferentes, outros, porém não per- os números ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adi-
mitem outras formatações a não ser o ajuste da largura. cionados através de caixas de texto.
Podemos aplicar as formatações de bordas da página 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reuti-
no documento todo ou apenas nas sessões que dese- lizáveis, incluindo campos, propriedades de documentos
jarmos, tendo assim um mesmo documento com bordas como autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-for-
em uma página, sem bordas em outras ou até mesmo mado.
bordas de página diferentes em um mesmo documento. 3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
como base para a assinatura de um documento.
5. Grupo Ilustrações: 4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no do-
cumento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no
início de cada parágrafo. É uma opção de formatação
decorativa, muito usada principalmente, em livros e re-
vistas. Para inserir a letra capitular, basta clicar no pará-
grafo desejado e depois na opção “Letra Capitular”. Veja
o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

Figura 12: Grupo Ilustrações 7. Guia revisão

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto 7.1. Grupo revisão de texto
uma imagem que esteja salva no computador ou em ou-
tra mídia, como pendrive ou CD.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras


que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para co-
municar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar
dados.
Figura 14: Grupo revisão de texto

26
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando
pesquisas em materiais de referência como jornais, enci- #FicaDica
clopédias e serviços de tradução.
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre Por exemplo, a palavra informática. Se
algumas palavras é possível realizar sua tradução para clicarmos com o botão direito do mouse
outro idioma. sobre ela, um menu suspenso nos será
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar mostrado, nos dando a opção de escolher
a correção de ortografia e gramática. a palavra informática. Clicando sobre ela, a
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os palavra do texto será substituída e o texto
caracteres, parágrafos e linhas de um documento. ficará correto.
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte-
rar a palavra selecionada por outra de significado igual
ou semelhante. 8. Grupo comentário:
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para
outro idioma. Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser-
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica ve como comentário do texto selecionado, onde é possível
e gramatical do documento. Assim que clicamos na op- realizar exclusão e navegação entre os comentários.
ção “Ortografia e gramática”, a seguinte tela será aberta:
9. Grupo controle:

Figura 16: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões, ex-
clusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no próprio
documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de
exibir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de
marcação a ser exibido ou ocultado no documento.
Figura 15: Verificar ortografia e gramática
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já
busca trechos do texto ou palavras que não se enqua- 10. Grupo alterações:
drem no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais
e ortográficas. Na parte de cima da janela “Verificar or-
tografia e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou pa-
lavra considerada inadequada. Em baixo, aparecerão as
sugestões. Caso esteja correto e a sugestão do Word não
se aplique, podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a
regra apresentada esteja incorreta ou não se aplique ao
trecho do texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

regra”; caso a sugestão do Word seja adequada, clicamos


em “Alterar” e podemos continuar a verificação de orto-
grafia e gramática clicando no botão “Próxima sentença”.
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, Figura 17: Grupo alterações
indicando que o Word a considera incorreta, podemos
apenas clicar com o botão direito do mouse sobre ela e 1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a
verificar se uma das sugestões propostas se enquadra. próxima alteração proposta.
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que
seja aceita ou rejeitada.

27
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que
possa ser rejeitada ou aceita. #FicaDica
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave-
gação para aceitação ou rejeição. Perguntas de intervalos de impressão são
constantes em questões de concurso!
Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão
do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”.
Este procedimento nos dará as seguintes opções: Word 2013
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso-
ra, o número de cópias e outras opções de configuração Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na
antes de imprimir. plataforma Word 2013:
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a
para a impressora configurada como padrão e não abre leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença,
opções de configuração. pois seu novo Modo de Leitura conta com um método que
abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia,
- Visualização da Impressão – promove a exibição do ocultando as barras de ferramentas, edição e formatação.
documento na forma como ficará impresso, para que Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo nas
possamos realizar alterações, caso necessário. telas sensíveis ao toque) para a troca e rolagem da página
durante a leitura, basta o usuário dar um duplo clique sobre
uma imagem, tabela ou gráfico e o mesmo será ampliado,
facilitando sua visualização. Como se não bastasse, clicando
com o botão direito do mouse sobre uma palavra desco-
nhecida, é possível ver sua definição através do dicionário
integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um do-
cumento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe
Acrobat. Em seu novo formato, o Word é capaz de conver-
ter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de edita-
do, salvá-lo novamente no formato original. Esta façanha,
contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o uso de
arquivos PDF está sendo cada vez mais corriqueiro no am-
biente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata normal-
mente a colaboração de outras pessoas na criação de um
documento, ou seja, os comentários realizados neste, como
se cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013 é pos-
sível responder diretamente o comentário de outra pessoa
clicando no ícone de uma folha, presente no campo de lei-
tura do mesmo. Esta interação de usuários, realizada através
dos comentários, aparece em forma de pequenos balões à
margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus documen-
tos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por e-mail
tornou-se um grande diferencial da nova plataforma Office
Figura 18: Imprimir 2013. O responsável por esta apresentação online é o Office
Presentation Service, porém, para isso, você precisa estar lo-
As opções que temos antes de imprimir um arquivo gado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao terminar
estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher a o arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar / Apre-
impressora, caso haja mais de uma instalada no compu- sentar Online / Apresentar Online e o mesmo será enviado
tador ou na rede, configurar as propriedades da impres- para a nuvem e, com isso, você irá receber um link onde
sora, podendo estipular se a impressão será em alta qua- poderá compartilhá-lo também por e-mail, permitindo aos
lidade, econômica, tom de cinza, preto e branca, entre demais usuários baixá-lo em formato PDF.
outras opções. Ocultar títulos em um documento: apontado como uma
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja, dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e edi-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá- ção de determinadas partes de um arquivo muito extenso,
gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou com vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais fácil
um intervalo de páginas. Podemos determinar o número e menos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar as
de cópias e a forma como as páginas sairão na impres- seções e/ou títulos do documento, bastando os mesmos
são. Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos estarem formatados no estilo Títulos (pré-definidos pelo
se sairão primeiro todas as páginas de número 1, depois Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma
as de número 2, assim por diante, ou se desejamos que espécie de triângulo a sua esquerda, onde, ao ser clicado,
a segunda cópia só saia depois que todas as páginas da o conteúdo referente a ele será ocultado, bastando repe-
primeira forem impressas. tir a ação para o mesmo reaparecer.

28
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
para a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre
um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda esta
relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para seus
aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft.
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e down-
load de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu
conteúdo sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada.
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instala-
do pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou
baixar fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem
acessados e contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, mi-
nutos Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso
pagando uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém,
aqui estamos falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.
Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 19: Versões Office 365

14. LibreOffice Writer

O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como
base o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou
seja, é multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Appli-
cations (ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress
utilizam o mesmo “prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer
→ .odt (Open Document Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presen-
tations).
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades
do aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Writer.

29
Figura 20: Tela do Libreoffice Writer

O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lin-
guagem LibreOffice Basic).
O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As
principais teclas de atalho do Writer são:
Destacar essa tabela devido a recorrência em cair atalhos em concurso
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 21: Atalhos Word x Writer

30
Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013

Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os co-
mandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e,
para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 24: Faixa de Opções

31
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:
A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões
de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Figura 25: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:


Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta bar-
ra, clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais
Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas
teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 27: Barra de Status


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

32
Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.

Figura 28: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontal-
mente, e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados
e fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas
com letras (A, B, C, etc.).

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 29: Planilha de Cálculo

33
Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda
a coluna é selecionada.

Figura 30: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde
as opções deste menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado
e, após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido
recortadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatação das células (tal procedimento
será visto detalhadamente adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, neces-
sários para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no
cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 31: Cabeçalho de linha

#FicaDica
Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a
célula A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

34
Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

Figura 32: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após
dar um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já
eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessi-
tar. Para criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as planilhas,
basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de traba-
lho diferentes, utilizando as guias de planilhas.
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

Figura 33: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

os dados nela contidos.


-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados
importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o
principal documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Uma
planilha consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de trabalho.) ou
da pasta de trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou
parte de uma planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É necessário digitar
as letras maiúsculas e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a proteção da planilha,
quando necessário.

35
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de
planilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

Figura 34: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias
de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos
que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos ou números
comuns de uma fórmula.

Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes formas
de fazê-lo:

Figura 35: Soma simples

Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.


Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até o
último valor.
Após a sequência de células a serem somadas, clicar no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
A última forma que veremos é a função soma digitada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamental:
= nome da função (
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1 - Sinal de igual.
2 – Nome da função.
3 – Abrir parênteses.

Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possível clicar
e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a seguir, a função = soma(B2:B4).
Lembre-se, basta colocar a célula que contém o primeiro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a célula
que contém o último valor.

36
Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va- Inteiro: Com essa função podemos obter o valor in-
lores, por isso não precisamos de uma função específica. teiro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2).
Tendo dois valores em células diferentes, podemos Lembramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) com a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a
seguir a fórmula = B2-B3. Arredondar para cima: Com essa função, é possível
arredondar um número com casas decimais para o nú-
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, proce- mero mais distante de zero.
demos de forma semelhante à subtração. Clicamos no Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação que, dígitos)
para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último Onde:
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se
seguinte função: deseja arredondar núm.
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo va-
lor da célula C2.

Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de


forma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos
no primeiro número, digitamos o sinal de divisão que,
para o Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
Figura 37: Início da função arredondar para cima
Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial
a maior idade digitada no intervalo de células de A2 até da função, o Excel nos mostra que temos que selecio-
A5. A função digitada será = máximo(A2:A5). nar o num, ou seja, a célula que desejamos arredondar
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver dígitos para a qual queremos arredondar.
qual é o maior valor. No caso a resposta seria 10. Na próxima figura, para efeito de entendimento, dei-
xaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um in- na coluna C:
tervalo de células selecionadas.
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi- A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será = mesmo conceito.
mínimo (A2:A5). Resto: Com essa função podemos obter o resto de
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver = mod (núm;divisor)
qual é o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00. Onde:
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar
Média: A função da média soma os valores de uma o resto.
sequência selecionada e divide pela quantidade de valo- divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o
res dessa sequência. número.
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados
os valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter
for pressionada, o resultado será automaticamente colo-
cado na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for altera-
do, recalculam o valor final.
Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD
Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
planilha. Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente:
1,5 e 1.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o


valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o nú-
mero sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Figura 36: Exemplo função hoje Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja
obter.
Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.

37
Figura 39: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias).
Sua sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.

No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial
o dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

Figura 40: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.
A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta

38
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a res- =SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
posta da pergunta for falsa, define o resultado. MULHERES:
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI-
queremos colocar uma mensagem se o funcionário rece- NO, ENTÃO
be um salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00. TERVALO D3 ATÉ D10
Assim, temos a condição: MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então Traduzindo a condição em variáveis teremos:
ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
RESULTADO NA CÉLULA E3 onde devemos digitar a fórmula
Traduzindo a condição em variáveis teremos: Intervalo para análise: C3:C10
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é Critério: “FEMININO”
onde devemos digitar a fórmula Intervalo para soma: D3:D10
Teste lógico: C3>=724 Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
Valor_se_verdadeiro: “Acima” =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
Valor_se_falso: “Abaixo”
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de
registros, SE determinada condição for verdadeira. A sin-
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as taxe desta função é a seguinte:
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: = : significa a chamada para uma fórmula/função
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”) dos dados
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
“intervalo”
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Usando a planilha acima como exemplo, queremos
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”)
saber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e
mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma
abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determina-
D15. Para isso precisamos criar a seguinte condição:
da condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a
seguinte:
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) R$ 1.200,00 ou MAIS:
=Significa a chamada para uma fórmula/função SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
SomaSe: função SOMASE OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
dos dados MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava-
liados a fim de chegar à condição verdadeira Traduzindo a condição em variáveis teremos:
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
cada a condição para soma dos valores onde devemos digitar a fórmula
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar Intervalo para análise: C3:C10
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar Critério: >=1200
o resultado na célula D16. E também queremos somar Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resul- =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
tado na célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte MENOS DE R$ 1.200,00:
condição: SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
HOMENS: NOR QUE 1200, ENTÃO
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCU- CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
LINO, ENTÃO MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

INTERVALO D3 ATÉ D10 Traduzindo a condição em variáveis teremos:


MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
onde devemos digitar a fórmula
Traduzindo a condição em variáveis teremos: Intervalo para análise: C3:C10
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é Critério: <1200
onde devemos digitar a fórmula Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
Intervalo para análise: C3:C10 =CONT.SE(C3:C10;”<1200”)
Critério: “MASCULINO”
Intervalo para soma: D3:D10

39
Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200)
não entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Figura 42: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 43: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras
opções de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1)

40
Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos
mudar o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as for-
matações.

Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser rea-
lizado vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está
escrito geral e escolher.

Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente)
ou classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação cres-
cente ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá
classificar os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão
alterados. Nas versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

dos dados junto com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da
nossa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e
visualizar somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

41
Grupo ferramentas de dados:
- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores inválidos
para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapida-
mente e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 48: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido

Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na
página, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

#FicaDica
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do
Office 365, que podem ser comprados conforme figura 39.

42
LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet).
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:

Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 50: Exemplo de Operação no Calc

Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_pla-
nilha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito
usando o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, plani-
lhas, gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

43
PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova
apresentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos ele-
mentos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 52: Tela Principal do PowerPoint 2013

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao
iniciar o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo
de atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 53: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da
tela e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será
exibida uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

44
Figura 54: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o
menu Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além
da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre
o ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na
sua apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom
e os botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 55: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando
os antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresenta-
ção. Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado
o Modo de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a
apresentação).

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a
criação de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é
necessário estar conectado à internet).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 56: Modelos e temas online

45
Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão
vários modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 57: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo
em seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA
APRESENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender
às suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor
como funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação,
assim:
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de
Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 58: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides: Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções,
no menu ‘EXIBIÇÃO’.

46
Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 59: Modo de Exibição ‘Normal’.

#FicaDica
Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela,
ou utilize as teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a
construção do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides
pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação
de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de
animação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 60: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode
ocultar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

47
Alterando o Design: A utilização destes recursos é muito simples, bastan-
O design de um slide é a apresentação visual do mes- do clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja
mo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O utilizar.
PowerPoint disponibiliza vários temas prontos para apli- Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’
car ao design de sua apresentação. e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver
Para inserir um Tema de design pronto nos slides aces- a utilização dos recursos de Conteúdo.
se a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta late- Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta la-
ral para visualizar todos os temas existentes. teral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecio- opções. Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
nado. O tema será aplicado em todos os slides. Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mos-
Variantes -> Cores e Variantes -> Fontes: ainda na trado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro
guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, al- do slide possui diversas opções de tipo de conteúdo que
terando cores e fontes, criando novos temas de cores.
se pode utilizar.
Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:
Passe o mouse sobre cada tema para visualizar o efeito na
apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um
• Escolher Elemento Gráfico SmartArt
clique com o mouse para aplicá-la à apresentação.
• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para


enriquecer seus conhecimentos e, em consequência,
criar apresentações muito mais interessantes. O funcio-
namento de cada item é semelhante aos já abordados.

Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procuran-
do utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de
Figura 61: Variantes de Temas de Design conteúdo. Desta forma, você estará aprendendo ainda
mais utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.
Variantes -> Efeitos: os efeitos de tema especificam
como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas Animação dos Slides: A animação dos slides é um
e imagens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar dos últimos passos da criação de uma apresentação.
a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapida- Essa é uma etapa importante, pois, apesar dos inúmeros
mente a aparência dos objetos. recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável
exagerar na utilização dos mesmos, pois além de tornar
Layout de Texto: a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que
O primeiro slide criado em nossa apresentação é um estão assistindo, ao invés de dar foco ao conteúdo da
‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da apresentação, passam a dar foco para as animações.
palestra ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo
pois trata-se do slide inicial.
Transições: A transição dos slides nada mais é que
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para
a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher
adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação.
entre diversas transições prontas, através da faixa de op-
A apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
ções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adi-
cionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da em- apresentação e clique nesta opção.
presa em que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao Escolha uma das transições prontas e veja o que
tema da apresentação. acontece. Explore os diversos tipos de transições, ape-
Formate o texto da forma como desejar, selecionando nas clicando sobre elas e assistindo os efeitos que elas
o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando so- produzem. Isso pode ser bastante divertido, mas depen-
bre a ‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações. dendo do intuito da apresentação, o exagero pode tor-
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. nar sua apresentação pouco profissional.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Será criado um novo slide com layout diferente do an- Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o
terior. Isso acontece porque o programa entende que o avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao
próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e Clicar com o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você
assim sucessivamente para a criação da sua apresentação. também pode aplicar som durante a transição.

Layouts de Conteúdo: Animações: As animações podem ser definidas para


Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua
figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe apresentação você pode optar em ir abrindo o texto
de mídia (que podem ser animações, imagens, sons, etc.). conforme trabalha os assuntos.

48
Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma
das caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 62: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te
agradar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

Figura 63: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção
de animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o
anterior. Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer
juntos após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos
aparecerão ao mesmo tempo na tela.
Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presen-
tations).
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide.
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.

- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substi-
tuir, Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides,
Layout de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em
objetos e na transição de slides.

49
Resposta: CERTO. A opção Inserir, Ilustrações, Imagem
possibilita a inserção de imagens no documento, sejam
EXERCÍCIOS COMENTADOS elas armazenadas no computador, na rede ou na Inter-
net (no 2013 é possível na opção Imagens on-line, no
1. (ESCRIVÃO – DE POLÍCIA – CESPE 2013) Título, as- 2010 não).
sunto, palavras-chave e comentários de um documento
são metadados típicos presentes em um documento pro- 5. (AGENTE – CESPE – 2014) Para criar um documento
duzido por processadores de texto como o BrOffice e o no Word 2013 e enviá-lo para outras pessoas, o usuário
Microsoft Office. deve clicar o menu Inserir e, na lista disponibilizada, sele-
cionar a opção Iniciar Mala Direta.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: CERTO. Quando um determinado documento
de texto produzido tanto pelo BrOffice quanto pelo Mi- Resposta: ERRADO. A mala direta é usada para criar
crosoft Office ele fica armazenado em forma de arquivo correspondências em massa que podem ser personali-
em uma memória especificada no momento da gravação zadas para cada destinatário. É possível adicionar ele-
deste. Ao clicar como botão direito do mouse no arquivo mentos individuais a qualquer parte de uma etiqueta,
de texto armazenado e clicar em propriedades é possível carta, envelope, ou e-mail, desde a saudação até o con-
por meio da guia Detalhes perceber os metadados “Títu- teúdo do documento, inclusive imagens. O Word preen-
lo, assunto, palavras-chave e comentários”. che automaticamente os campos com as informações
do destinatário e gera todos os documentos individuais.
2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que Contudo, não envia um arquivo a outros usuários como
um usuário disponha de um computador apenas com Li- diz a questão.
nux e BrOffice instalados. Nessa situação, para que esse
computador realize a leitura de um arquivo em formato 6. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, ao se se-
de planilha do Microsoft Office Excel, armazenado em um lecionar uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito
pendrive formatado com a opção NTFS, será necessária a do mouse e, na lista disponibilizada, selecionar a opção
definir, será mostrado, desde que estejam satisfeitas to-
conversão batch do arquivo, antes de sua leitura com o
das as configurações exigidas, um dicionário contendo
aplicativo instalado, dispensando-se a montagem do sis-
significados da palavra selecionada.
tema de arquivos presente no pendrive.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: CERTO. A inclusão do dicionário no botão
Resposta: ERRADO. Um pendrive formatado com o
direito na versão Word 2013 é novidade, mas já é an-
sistema de arquivos NTFS será lido normalmente pelo
tiga no Word pelo comando Shift + F7(dicionário de
Linux, sem necessidade de conversão de qualquer natu- sinônimos).
reza. E o fato do suposto arquivo estar em formato Excel
(xls ou xlsx) é indiferente também, já que o BrOffice é
capaz de abrir ambos os formatos.

3. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) O BrOffice 3, que


reúne, entre outros softwares livres de escritório, o editor
de texto Writer, a planilha eletrônica Calc e o editor de
apresentação Impress, é compatível com as plataformas
computacionais Microsoft Windows, Linux e MacOS-X

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO. O BrOffice 3 faz parte de um con-


junto de aplicativos para escritório livre multiplataforma
chamado OpenOffice.org.
Distribuída para Microsoft Windows, Unix, Solaris, Linux
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

e Mac OS X, mantida pela Apache Software Foundation.

4. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, a partir de


opção disponível no menu Inserir, é possível inserir em um
documento uma imagem localizada no próprio compu-
tador ou em outros computadores a que o usuário esteja
conectado, seja em rede local, seja na Web.

( ) CERTO ( ) ERRADO

50
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Para en-
contrar todas as ocorrências do termo “Ibama” no docu-
mento em edição, é suficiente realizar o seguinte proce-
dimento: aplicar um clique duplo sobre o referido termo;
clicar sucessivamente o botão .

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: ERRADO. O botão mostrado na questão não


deve ser utilizado para encontrar ocorrências de um de-
terminado termo no documento que se está editando,
tal recurso pode ser conseguido através do botão Loca-
lizar ou do atalho CTRL+L.

Considerando a figura acima, que ilustra uma janela do


Word 2000 contendo parte de um texto extraído e adap-
tado do sítio http://www.funai.gov.br, julgue os itens sub-
sequentes. A figura acima mostra uma janela do Excel 2002 com uma
planilha em processo de edição. Com relação a essa figu-
7. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Conside- ra e ao Excel 2002, e considerando que apenas a célula
re o seguinte procedimento: selecionar o trecho “Funai, C2 está formatada como negrito, julgue o item abaixo.
(...) Federal”; clicar a opção
Estilo no menu ; na janela decorrente dessa ação, 10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) É possí-
marcar o campo todas em maiúsculas; clicar OK. Esse vel aplicar negrito às células B2, B3 e B4 por meio da se-
procedimento fará que todas as letras do referido trecho guinte sequência de ações, realizada com o mouse: clicar
fiquem com a fonte maiúscula. a célula C2; clicar ; posicionar o ponteiro sobre o centro
da célula B2; pressionar e manter pressionado o botão
( ) CERTO ( ) ERRADO esquerdo; posicionar o ponteiro no centro da célula B4;
liberar o botão esquerdo.
Resposta: ERRADO. O procedimento correto é: selecio- Em um computador cujo sistema operacional é o Windo-
nar o trecho “Funai, (...) Federal”; clicar a opção FONTE ws XP, ao se clicar, com o botão direito do mouse, o ícone
no menu FORMATAR na janela decorrente dessa ação, , contido na área de trabalho e referente a determi-
marcar o campo Todas em maiúsculas; clicar OK. nado arquivo, foi exibido o menu mostrado na figura ao
lado. A respeito dessa figura e do Windows XP, julgue os
8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) As infor- itens a seguir.
mações contidas na figura mostrada permitem concluir
que o documento em edição contém duas páginas e,
caso se disponha de uma impressora devidamente ins-
talada e se deseje imprimir apenas a primeira página do
documento, é suficiente realizar as seguintes ações: clicar
a opção Imprimir no menu ; na janela aberta em
decorrência dessa ação, assinalar, no campo apropriado,
que se deseja imprimir a página atual; clicar OK.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO. A opção para imprimir documentos


assim como para efetuar as devidas configurações da
( ) CERTO ( ) ERRADO
impressão podem ser feitas através do Menu Arquivo
/ Imprimir ou utilizando-se do atalho CTRL+P.
Resposta: CERTO. Com o botão “Pincel” é possível co-
piar toda a formatação de uma célula para outra célu-
la, e o procedimento correto foi descrito na questão.

51
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7,
CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE você precisará de um processador capaz de executar uma
SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS 7. versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um siste-
ma operacional de 64 bits ficam mais claros quando você
tem uma grande quantidade de RAM (memória de aces-
so aleatório) no computador, normalmente 4 GB ou mais.
Windows Nesses casos, como um sistema operacional de 64 bits
pode processar grandes quantidades de memória com
O Windows assim como tudo que envolve a informá- mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema de 64 bits
tica passa por uma atualização constante, os concursos poderá responder melhor ao executar vários programas
públicos em seus editais acabam variando em suas ver- ao mesmo tempo e alternar entre eles com frequência”.
sões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
as versões do Windows quanto do Linux. reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um caso, é possível instalar:
software, um programa de computador desenvolvido por - Sobre o Windows XP;
programadores através de códigos de programação. Os - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista
Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, (Win Vista), também 32 bits;
são considerados como a parte lógica do computador, - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
apenas quando o computador está em funcionamento. O - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é - Win 7 em um computador e formatar o HD durante
o primeiro a ser instalado na máquina. a insta- lação;
Quando montamos um computador e o ligamos pela - Win 7 em um computador sem SO;
primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algu-
mas rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para uti- Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
lizarmos todos os recursos do computador, com toda a tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
qualidade das placas de som, vídeo, rede, acessarmos a chave do produto, que é um código que será solicitado
Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hard- durante a instalação.
ware, temos que instalar o SO. Vamos adotar a opção de instalação com formatação
Após sua instalação é possível configurar as placas de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Cor-
para que alcancem seu melhor desempenho e instalar poration:
os demais programas, como os softwares aplicativos e - Ligue o seu computador, de forma que o Windows
utilitários. seja inicializado normalmente, insira do disco de instala-
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e ge- ção do Windows 7 ou a unidade flash USB e desligue o
rencia os demais programas. seu computador.
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits - Reinicie o computador.
e 64 bits está na forma em que o processador do com- - Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
putador trabalha as informações. O Sistema Operacional isso, e siga as instruções exibidas.
de 32 bits tem que ser instalado em um computador que - Na página de Instalação Windows, insira seu idioma
tenha o processador de 32 bits, assim como o de 64 bits ou outras preferências e clique em avançar.
tem que ser instalado em um computador de 64 bits. - Se a página de Instalação Windows não aparecer e
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, se- o programa não solicitar que você pressione alguma te-
gundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais me- cla, talvez seja necessário alterar algumas configurações
mória que as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda do sistema. Para obter mais informações sobre como fa-
a reduzir o tempo despendido na permuta de processos zer isso, consulte. Inicie o seu computador usando um
para dentro e para fora da memória, pelo armazenamen- disco de instalação do Windows 7 ou um pen drive USB.
to de um número maior desses processos na memória de - Na página Leia os termos de licença, se você acei-
acesso aleatório (RAM) em vez de fazê-lo no disco rígido. tar os termos de licença, clique em aceito os termos de
Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral licença e em avançar.
do programa”. - Na página que tipo de instalação você deseja? cli-
que em Personalizada.
Windows 7 - Na página onde deseja instalar Windows? clique em
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

opções da unidade (avançada).


Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta: - Clique na partição que você quiser alterar, clique na
1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito opção de formatação desejada e siga as instruções.
em computador e clique em Propriedades. - Quando a formatação terminar, clique em avançar.
2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema. - Siga as instruções para concluir a instalação do
Windows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a
configuração de uma conta do usuário inicial.

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Conceitos de organização e de gerenciamento de
informações; arquivos, pastas e programas.

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar


arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos por
meio de programas aplicativos. Por exemplo, quando
abrimos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a sal-
vamos no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a
programas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.

1. Criação de pastas (diretórios)


Figura 66: Tela da pasta criada

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e


agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o
procedimento: botão direito, Novo, Pasta.

2. Área de trabalho:

Figura 64: Criação de pastas


Figura 67: Área de Trabalho
#FicaDica
A figura acima mostra a primeira tela que vemos
Clicando com o botão direito do mouse em quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome
um espaço vazio da área de trabalho ou outro de área de trabalho, pois a ideia original é que ela sir-
apropriado, podemos encontrar a opção pasta. va como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e
Clicando nesta opção com o botão esquerdo documentos para dar início ou continuidade ao trabalho.
do mouse, temos então uma forma prática de Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra
criar uma pasta. de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:

Figura 68: Barra de tarefas

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato


com todos os outros programas instalados, programas
que fazem parte do sistema operacional e ambientes de
Figura 65: Criamos aqui uma pasta configuração e trabalho. Com um clique nesse botão,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

chamada “Trabalho”. abrimos uma lista, chamada Menu Iniciar, que contém
opções que nos permitem ver os programas mais aces-
sados, todos os outros programas instalados e os recur-
sos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de
acesso para todas as opções disponíveis no computador.
Por meio do botão Iniciar, também podemos:
- desligar o computador, procedimento que encerra
o Sistema Operacional corretamente, e desliga efetiva-
mente a máquina;

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- colocar o computador em modo de espera, que
reduz o consumo de energia enquanto a máquina estiver
ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos casos em que
vamos nos ausentar por um breve período de tempo da
frente do computador;
- reiniciar o computador, que desliga e liga automa-
ticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns
programas que precisam da reinicialização do sistema
para efetivarem sua instalação, durante congelamento
de telas ou travamentos da máquina.
- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
nome e senha de outro usuário, tendo assim um ambien-
te com características diferentes para cada usuário do
mesmo computador.

Figura 70: Propriedades de data e hora

Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora,


determinarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Inter-
net. Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe,
que vimos na figura 26. Quando ele começa a mostrar
um horário diferente do que realmente deveria mostrar,
na maioria das vezes, indica que a bateria da placa mãe
deve precisar ser trocada. Esse horário também é sincro-
nizado com o mesmo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, po-
demos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e
depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma
vez sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão
delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão
para lixeira o que foi excluído, sendo possível a restaura-
ção, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo,
um arquivo enviado para a lixeira, podemos, após abri-la,
Figura 69: Menu Iniciar – Windows 7 restaurar o que desejarmos.

Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com


um clique no botão Iniciar.
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca-
dos como atalhos na barra de tarefas para serem acessa-
dos com facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de
idioma que está sendo usada pelo teclado.
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são
configurados para entrar em ação quando o computa-
dor é iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo Figura 71: Restauração de arquivos
todo no sistema, como é o caso de ícones de programas enviados para a lixeira
antivírus que monitoram constantemente o sistema para
verificar se não há invasões ou vírus tentando ser execu- A restauração de objetos enviados para a lixeira pode
tados. ser feita com um clique com o botão direito do mouse
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o sobre o item desejado e depois, outro clique com o es-
relógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes, querdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente
com o botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessamos o arquivo para seu local de origem.
as Propriedades de data e hora.
#FicaDica
Outra forma de restaurar é usar a opção
“Restaurar este item”, após selecionar o
objeto.

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Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho
muito grande, são excluídos sem irem antes para a Li-
xeira. Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma
mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar
aquele item para a Lixeira, ou avisando que o que foi se-
lecionado será permanentemente excluído. Outra forma
de excluir documentos ou pastas sem que eles fiquem
armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shif-
t+Delete.
A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro
cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e
com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado
(canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).
Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos
que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
está marcada.
Figura 73: Propriedades da barra de
tarefas e do menu iniciar

Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros:


- Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela
seja posicionada em outros cantos da tela que não seja o
inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão
esquerdo do mouse pressionado.
- Ocultar automaticamente a barra de tarefas – ocul-
ta (esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior
aproveitamento da área da tela pelos programas abertos,
e a exibe quando o mouse é posicionado no canto infe-
rior do monitor.

Figura 72: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:


Por meio do clique com o botão direito do mouse na
barra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, pode-
mos acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e
do menu iniciar”.
Figura 74: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu Iniciar

Pela figura acima podemos notar que é possível a


aparência e comportamento de links e menus do menu
Iniciar.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

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Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em
Computador. A janela a seguir será aberta:

Figura 21: Barra de Ferramentas

3. Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Bo- Figura 76: Computador
tão Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encon-
tramos as seguintes opções: Observe que é possível visualizarmos as unidades de
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis- disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada.
tema e da segurança”, permite a realização de backups e Vemos também informações como o nome do computa-
restauração das configurações do sistema e de arquivos. dor, a quantidade de memória e o processador instalado
Possui ferramentas que permitem a atualização do Siste- na máquina.
ma Operacional, que exibem a quantidade de memória
RAM instalada no computador e a velocidade do proces- Windows 8
sador. Oferece ainda, possibilidades de configuração de
Firewall para tornar o computador mais protegido. É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o
- Rede e Internet: mostra o status da rede e possibi- Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celula-
lita configurações de rede e Internet. É possível também res, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no
definir preferências para compartilhamento de arquivos layout, que acabou surpreendendo milhares de usuários
e computadores. acostumados com o antigo visual desse sistema.
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover A tela inicial completamente alterada foi a mudança
hardwares como impressoras, por exemplo. Também que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas
permite alterar sons do sistema, reproduzir CDs automa- as aplicações do computador que ficavam no Menu Ini-
ticamente, configurar modo de economia de energia e ciar e também é possível visualizar previsão do tempo,
atualizar drives de dispositivos instalados. cotação da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as
- Programas: através desta opção, podemos realizar pequenas miniaturas que aparecem em sua tela inicial
a desinstalação de programas ou recursos do Windows. para ter acesso aos programas que mais utiliza.
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui al- Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro
teramos senhas, criamos contas de usuários, determina- de uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer
mos configurações de acesso. um painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando
- Aparência: permite a configuração da aparência da uma das pastas e não encontre algum comando, clique
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu com o botão direito do mouse para que esse painel apa-
iniciar e barra de tarefas. reça.
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para A organização de tela do Windows 8 funciona como
alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de o antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com
números e moedas. imagens animadas. Cada mosaico representa um aplica-
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o com- tivo que está instalado no computador. Os atalhos dessa
putador às necessidades visuais, auditivas e motoras do área de trabalho, que representam aplicativos de versões
usuário. anteriores, ficam com o nome na parte de cima e um pe-
queno ícone na parte inferior. Novos mosaicos possuem
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

3.1. Computador tamanhos diferentes, cores diferentes e são atualizados


automaticamente.
A tela pode ser customizada conforme a conveniência
#FicaDica do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela,
mas podem ser encontrados clicando com o botão direi-
Através do “Computador” podemos con- to do mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que
sultar e acessar unidades de disco e outros um desses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique
dispositivos conectados ao nosso compu- com o botão direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar
tador. na Tela Inicial.

56
1. Charms Bar isso é preciso ir em Programas – Programas Default – Se-
O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa lecionar Windows Photo Viewer e marcar a caixa Set this
e esse recurso possibilita “esconder” algumas configura- Program as Default.
ções e aplicações. É uma barra localizada na lateral que
pode ser acessada colocando o mouse no canto direito e 9. Imagem e Senha
inferior da tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao
C. Essa função substitui a barra de ferramentas presente invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso,
no sistema e configurada de acordo com a página em acesse a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo
em seguida clique em More PC settings. Acesse a opção
que você está.
Usuários e depois clique na opção “Criar uma senha com
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
imagem”. Em seguida, o computador pedirá para você
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial
colocar sua senha e redirecionará para uma tela com um
e em seguida escolha a cor da tela. O usuário também pequeno texto e dando a opção para escolher uma foto.
pode selecionar desenhos durante a personalização do Escolha uma imagem no seu computador e verifique se a
papel de parede. imagem está correta clicando em “Use this Picture”. Você
terá que desenhar três formas em touch ou com o mou-
2. Redimensionar as tiles se: uma linha reta, um círculo e um ponto. Depois, finalize
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou- o processo e sua senha estará pronta. Na próxima vez,
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão repita os movimentos para acessar seu computador.
direito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser 10. Internet Explorer no Windows 8
destacar no computador. Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da pá-
gina inicial, você terá acesso ao software sem a barra de
3. Grupos de Aplicativos ferramentas e menus.
Pode-se criar divisões e grupos para unir programas
parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos Windows 10
podem ser renomeados. O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no
mundo dos Sistemas Operacionais, uma das suas mis-
4. Visualizar as pastas
sões é ficar com um visual mais de smart e touch.
A interface do programas no computador podem ser
vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado
a lado. Para passar de um painel para outro é necessário
usar a barra de rolagem que fica no rodapé.

5. Compartilhar e Receber
Comando utilizado para compartilhar conteúdo, en-
viar uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção
Compartilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há
também a opção Dispositivo que é usada para receber
e enviar conteúdos de aparelhos conectados ao compu-
tador.

6. Alternar Tarefas
Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os Figura 77: Tela do Windows 10
programas abertos no desktop e os aplicativos novos do
SO. Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes ver-
sões (com destaque para as duas primeiras):
lista na lateral esquerda que mostra os aplicativos mo-
dernos.
1. Windows 10
É a versão de “entrada” do Windows 10, que possui a
7. Telas Lado a Lado maioria dos recursos do sistema. É voltada para Desktops
Esse sistema operacional não trabalha com o conceito e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao


mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompa- 2. Windows 10 Pro
nhar o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do Além dos recursos da versão de entrada, fornece pro-
computador. teção de dados avançada e criptografada com o BitLoc-
ker, permite a hospedagem de uma Conexão de Área de
8. Visualizar Imagens Trabalho Remota em um computador, trabalhar com má-
O sistema operacional agora faz com que cada vez quinas virtuais, e permite o ingresso em um domínio para
que você clica em uma figura, um programa específico realizar conexões a uma rede corporativa.
abre e isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar

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3. Windows 10 Enterprise pode ser do tipo filtros de pacotes, proxy de aplica-
Baseada na versão 10 Pro, é disponibilizada por meio ções, etc. Os firewalls são geralmente associados a re-
do Licenciamento por Volume, voltado a empresas. des TCP/IP.
Este dispositivo de segurança existe na forma de sof-
4. Windows 10 Education tware e de hardware, a combinação de ambos é cha-
Baseada na versão Enterprise, é destinada a atender mada tecnicamente de “appliance”. A complexidade
as necessidades do meio educacional. Também tem seu de instalação depende do tamanho da rede, da polí-
método de distribuição baseado através da versão aca- tica de segurança, da quantidade de regras que con-
dêmica de licenciamento de volume. trolam o fluxo de entrada e saída de informações e do
grau de segurança desejado.
5. Windows 10 Mobile
Embora o Windows 10 tente vender seu nome fanta- 2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) A instalação e
sia como um sistema operacional único, os smartphones
a atualização de programas na plataforma Linux a serem
com o Windows 10 possuem uma versão específica do
efetuadas com o comando aptget, podem ser acionadas
sistema operacional compatível com tais dispositivos.
por meio das opções install e upgrade, respectivamente.
Em ambos os casos, é indispensável o uso do comando
6. Windows 10 Mobile Enterprise
sudo, ou equivalente, se o usuário não for administrador
Projetado para smartphones e tablets do setor cor-
porativo. Também estará disponível através do Licencia- do sistema.
mento por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do
Windows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas ( ) CERTO ( ) ERRADO
para o mercado corporativo.
Resposta: Errado. O comando para a atualização é
7. Windows 10 IoT Core “sudo apt-get upgrade”. O comando para instalar pa-
IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet cotes é “sudo apt-get install nome_do_pacote”. O co-
of Things). A Microsoft anunciou que haverá edições do mando é “apt-get” e não “aptget”. O comando sudo
Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise realmente permite a usuários comuns obter privilégios
destinados a dispositivos como caixas eletrônicos, ter- de outro usuário como o administrador
minais de autoatendimento, máquinas de atendimento
para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core 3. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Em compu-
será destinada para dispositivos pequenos e de baixo tadores com sistema operacional Linux ou Windows, o
custo. aumento da memória virtual possibilita a redução do
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro- consumo de memória RAM em uso, o que permite exe-
soft indica como requisitos básicos dos computadores: cutar, de forma paralela e distribuída, no computador,
• Processador de 1 Ghz ou superior; uma quantidade maior de programas.
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para
64bits); ( ) CERTO ( ) ERRADO
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600 Resposta: Errado. O que torna esta alternativa mais
ou maior. eficaz é o uso da memória em um dispositivo alterna-
tivo (para o PC não “travar”), e não uma redução de
EXERCÍCIOS COMENTADOS consumo de memória RAM em uso, visto que esta op-
ção foi projetada para ajudar quando a memória RAM
do PC for insuficiente para a execução de demasiados
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere
programas.
que o usuário de um computador com sistema opera-
cional Windows 7 tenha permissão de administrador e
deseje fazer o controle mais preciso da segurança das 4. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Tanto no siste-
conexões de rede estabelecidas no e com o seu compu- ma operacional Windows quanto no Linux, cada arquivo,
tador. Nessa situação, ele poderá usar o modo de segu- diretório ou pasta encontra-se em um caminho, podendo
rança avançado do firewall do Windows para especificar cada pasta ou diretório conter diversos arquivos que são
precisamente quais aplicativos podem e não podem fa- gravados nas unidades de disco nas quais permanecem
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

zer acesso à rede, bem como quais serviços residentes até serem apagados. Em uma mesma rede é possível ha-
podem, ou não, ser externamente acessados. ver comunicação e escrita de pastas, diretórios e arquivos
entre máquinas com Windows e máquinas com Linux.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo. Um firewall (em português: Parede
de fogo) é um dispositivo de uma rede de computa- Resposta: Certo. O sistema Linux e o sistema Windo-
dores que tem por objetivo aplicar uma política de se- ws conseguem compartilhar diretórios/pastas entre si
gurança a um determinado ponto da rede. O firewall pois utilizam se do protocolo, o SMB.CIFS.

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5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) ma operacional Windows 7, e, portanto, a afirmação
No Windows, não há possibilidade de o usuário intera- não pode ser absoluta, devido à flexibilidade inerente
gir com o sistema operacional por meio de uma tela de a este sistema software. A premissa de que a infor-
computador sensível ao toque. mação fosse apresentada na barra de ferramentas não
compromete o entendimento da questão.”
( ) CERTO ( ) ERRADO
9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
Resposta: Errado. As versões mais recentes do Win- ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar
dows existe este recurso. Para usá-lo há a necessidade arquivos de um diretório para um pen drive.
de que a tela seja sensível ao toque.
( ) CERTO ( ) ERRADO
6. (AGENTE – CESPE – 2014) Comparativamente a
computadores com outros sistemas operacionais, com- Resposta: Certo. No ambiente Linux, é permitida a
putadores com o sistema Linux apresentam a vantagem execução de vários comandos por meio de um con-
de não perderem dados caso as máquinas sejam desliga- sole. O comando “cp” é utilizado para copiar arquivos
das por meio de interrupção do fornecimento de energia entre diretórios e arquivos para dispositivos.
elétrica.
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se
( ) CERTO ( ) ERRADO clicar a opção , será exibida uma janela por
meio da qual se pode verificar diversas propriedades do
Resposta: Errado. Nenhum sistema operacional pos- arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos.
sui a vantagem de não perder dados caso a máquina Em computadores do tipo PC, a comunicação com peri-
seja desligada por meio de interrupção do forneci- féricos pode ser realizada por meio de diferentes interfa-
mento de energia elétrica. ces. Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens.

7. (AGENTE – CESPE – 2014) As rotinas de inicialização ( ) CERTO ( ) ERRADO


GRUB e LILO, utilizadas em diversas distribuições Linux,
podem ser acessadas por uma interface de linha de co- Resposta: Certo. Dentre as diversas opções que po-
mando. dem ser consultadas ao se ativar as propriedades de
um arquivo estão as opções: tamanho e os seus atri-
( ) CERTO ( ) ERRADO butos

Resposta: Certo. É possível acessar as rotinas de ini-


cialização GRUB e LILO para realizar a sua configura-
ção, assim como é possível alterar as opções de inicia-
lização do Windows (em Win+Pause, Configurações
Avançadas do Sistema, Propriedades do Sistema, Ini-
cialização e Recuperação).

8. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Conside-


re que um usuário de login joao_jose esteja usando o
Windows Explorer para navegar no sistema de arquivos
de um computador com ambiente Windows 7. Considere
ainda que, enquanto um conjunto de arquivos e pastas é
apresentado, o usuário observe, na barra de ferramentas
do Windows Explorer, as seguintes informações: Biblio-
tecas > Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais
provável que tais arquivos e pastas estejam contidos no
diretório C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no di-
retório C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos.

( ) CERTO ( ) ERRADO
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Resposta: Errado. O correto é “C:\Users\joao_jose\


Documents\Projetos”. Há possibilidade das pastas es-
tarem em outro diretório, se forem feitas configura-
ções customizadas pelo usuário. Mesmo na configu-
ração em português o diretório dos documentos do
usuário continua sendo nomeado em inglês: “docu-
ments”. Portanto, a afirmação de que o diretório seria
“C:\biblioteca\documentos\projetos” não está correta.
O item considera o comportamento padrão do siste-

59
Conceitos básicos sobre Linux e Software Livre 1. Comandos básicos

O Linux é um sistema operacional inicialmente basea- Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos
do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambien- que podemos usar no Shell do Linux:
tes gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. - addgroup - adiciona grupos
Apesar desses ambientes gráficos serem cada vez mais - adduser - adiciona usuários
adotados, os comandos do Linux ainda são largamente - apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
empregados, sendo importante seu conhecimento e es- - cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou
tudo. texto
Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é - cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou re-
o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz torna para home
a ligação entre software e máquina, é a camada de soft- cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exem-
ware mais próxima do hardware, considerado o núcleo plo: cd /usr/bin/
do sistema. O Linux teve início com o desenvolvimento de - chfn - altera informação relativa a um utilizador
um pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em
- chmod - altera as permissões de arquivos ou di-
1991, quando era apenas um estudante finlandês. Ao ker-
retórios. É um comando para manipulação de ar-
nel que Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o
kernel é capaz de fazer gerenciamentos primários básicos quivos e diretórios que muda as permissões para
e essenciais para o funcionamento da máquina, foi neces- acesso àqueles. Por exemplo, um diretório que
sário desenvolver módulos específicos para atender várias poderia ser de escrita e leitura, pode passar a ser
necessidades, como por exemplo um módulo capaz de apenas leitura, impedindo que seu conteúdo seja
utilizar uma placa de rede ou de vídeo lançada no merca- alterado.
do ou até uma interface gráfica como a que usamos no - chown - altera a propriedade de arquivos e pastas
Windows. (dono)
Uma forma de atender a necessidade de comunicação - clear - limpa a tela do terminal
entre kernel e aplicativo é a chamada do sistema (System - cmd>>txt - adiciona o resultado do comando
Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço (cmd) ao fim do arquivo (txt)
de usuário e um serviço que o kernel fornece. - cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente
Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada - df - reporta o uso do espaço em disco do sistema
direta não pode ser executada; em vez disso, você deve de arquivos
utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço - dig - testa a configuração do servidor DNs
do usuário/kernel. - dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log)
No Linux também existem diferentes run levels de - du - exibe estado de ocupação dos discos/parti-
operação. O run level de uma inicialização padrão é o de ções
número 2. - du -msh - mostra o tamanho do diretório em me-
Como o Linux também é conhecido por ser um sis- gabytes
tema operacional que ainda usa muitos comandos digi- - env - mostra variáveis do sistema
tados, não poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que - exit - sair do terminal ou de uma sessão de root
é justamente o programa que permite ao usuário digitar - /etc - é o diretório onde ficam os arquivos de con-
comandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacio- figuração do sistema
nal e executem funções. - /etc/skel - é o diretório onde fica o padrão de ar-
No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.
quivos para o diretório Home de novos usuários
com, através do qual podíamos usar comandos como o
dir, cd e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, - fdisk - l - mostra a lista de partições
que, para usuários comuns, aparece com o símbolo $, e - find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3
para o root, aparece com o símbolo #. - find - busca arquivos no disco rígido
Temos também os termos usuário e superusuário. En- - halt - p - desligar o computador
quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de co- - head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo
mandos simples, ao superusuário é permitido configurar - history - mostra o histórico de comandos dados no
quais comandos os usuários podem usar, se eles podem terminal
apenas ver ou também alterar e gravar diretórios, ou seja, - ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as
ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa- infor- mações relacionadas a cada uma delas
drão que contém os programas utilizados pelo superusuá- - iptraf - analisador de tráfego da rede com interface
rio para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o gráfica baseada em diálogos
/sbin. - kill - manda um sinal para um processo. Os sinais
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

/bin - Comandos utilizados durante o boot e por sIG- TErm e sIGKILL encerram o processo
usuários comuns. - kill -9 xxx – mata o processo de número xxx
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são - killall - manda um sinal para todos os processos
utilizados pelos usuários comuns. - less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto
Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de su- com controle
perusuário, pois existem comandos que só podem ser - ls - listar o conteúdo do diretório
utilizados nesse diretório. É como se quem estivesse no - ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório
diretório sbin fosse o administrador do sistema, com per-
missões especiais de inclusões, exclusões e alterações.

60
- ls - ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) os usuários comuns só podem executar o comando
em ordem inversa (r) de data (t) sem opções. Ele os levará para que sua senha velha
- man - mostra informações sobre um comando smb seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua nova
- mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado senha duas vezes, para garantir que a senha foi digi-
na raiz do Linux para a criação de novos diretórios. tada corretamente. Nenhuma senha será mostrada
na tela enquanto está sendo digitada.
Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretó- - su - troca para o superusuário root (é exigida a senha)
rio chamado “myfolder”. -su user - troca para o usuário especificado em
‘user’ (é exigida a senha)
- tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem
- tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas li-
nhas. Sua sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode
ser acrescentado de alguns parâmetros como o -n
que mostra o [numero] de linhas do final do arqui-
vo; o – c [numero] que mostra o [numero] de bytes
do final do arquivo e o – f que exibe continuamen-
te os dados do final do arquivo à medida que são
Figura 78: Prompt “ftp” acrescentados.
- tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que
- mount - montar partições em algum lugar do siste- “ouve” os pacotes
ma. - top - mostra os processos do sistema e dados do
- mtr - mostra rota até determinado IP processador.
- mv - move ou renomeia arquivos e diretórios - touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio;
- nano - editor de textos básico também altera data e hora de modificação para
- nfs - sistema de arquivos nativo do sistema operacio- agora
nal Linux, para o compartilhamento de recursos pela - traceroute - traça uma rota do host local até o des-
rede tino mostrando os roteadores intermediários
- netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sis- - umount - desmontar partições
tema - uname - a - informações sobre o sistema operacio-
- nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais nal
atrás de portas abertas - userdel - remove usuários
- nslookup - consultas a serviços DNs - vi - editor de ficheiros de texto
- ntsysv - exibe e configura os processos de inicializa- - vim - versão melhorada do editor supracitado
ção - which - mostra qual arquivo binário está sendo cha-
- passwd - modifica senha (password) de usuários mado pelo shell quando chamado via linha de co-
- ps - mostra os processos correntes mando
- ps - aux - mostra todos os processos correntes no - who - informa quem está logado no sistema
sistema
- ps - e - lista os processos abertos no sistema Não são só comandos digitados via teclado que po-
- pwd - exibe o local do diretório atual. O prompt pa- demos executar no Linux. Várias versões foram desenvol-
drão do Linux exibe apenas o último nome do cami- vidas e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais
nho do diretório atual. Para exibir o caminho comple- diversas interfaces gráficas, baseadas principalmente no
to do diretório atual digite o comando pwd. Linux@ servidor de janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces
fedora11 – é a versão do Linux que está sendo usada. gráficas criadas para o Linux, vamos citar o KDE.
help pwd – é o comando que nos mostrará o conteú-
do da ajuda sobre o pwd. A informação do help nos
mostra que pwd imprime o nome do diretório atual.
- reboot - reiniciar o computador.
- recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
15.. utf8 file_to_change.txt
- rm - remoção de arquivos (também remove diretó-
rios)
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo


- rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
- route - mostra as informações referentes às rotas
- shutdown - r now - reiniciar o computador
- split - divide um arquivo
- smbpasswd - No sistema operacional Linux, na ver-
são samba, smbpasswd permite ao usuário alterar
sua senha criptografada smb que é armazenada Figura 79: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de
no arquivo smbpasswd (normalmente no diretório http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in-
privado sob a hierarquia de diretórios do samba). terface_gr%C3%A1fica_KDE

61
Um dos motivos que ainda desestimula várias pes- /dev – onde ficam as entradas das placas de dispositi-
soas a adotarem o Linux como seu sistema operacional vos como rede, som, impressoras
é a quantidade de programas compatíveis com ele, o que /lib – bibliotecas do sistema
vem sendo solucionado com o passar do tempo. Sua in- /media – possui a instalação de dispositivos como dri-
terface familiar, semelhante ao do Windows, tem ajudado ve de CD, pen drives e outros
a aumentar os adeptos ao Linux. /opt – usado por desenvolvedores de programas
Distribuição Linux é um sistema operacional que utili- /proc – armazena informações sobre o estado atual do
za o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Existem sistema
várias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu, De- /root – diretório do superusuário
bian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e desvan-
tagens. O que torna a escolha de uma distribuição bem O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja,
pessoal. copiar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que
estamos usando o Nautilus, da seguinte forma:

#FicaDica - Copiar: clique com o botão direito do mouse so-


bre o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido
Distribuições são criadas, normalmente, para para a área de transferência, mas o original perma-
atender razões específicas. Por exemplo, necerá no local.
existem distribuições para rodar em servidores, - Recortar: clique com o botão direito do mouse so-
redes - onde a segurança é prioridade - e, bre o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido
também, computadores pessoais. para a área de transferência, sendo removido do seu
Assim, não é possível dizer qual é a melhor local de origem.
distribuição. Pois, depende da finalidade do - Colar: clique com o botão direito do mouse no local
seu computador. desejado e depois em colar. O conteúdo da área de
transferência será colado.
Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar-
2. Sistema de arquivos: organização e gerencia- quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressio-
mento de arquivos, diretórios e permissões no Linux nar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado
e movê-lo para o destino.
Dependendo da versão do Linux é possível encontrar
gerenciadores de arquivos diferentes. Por exemplo, no Li- 2.1. Instalar, remover e atualizar programas
nux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite a cópia,
recorte, colagem, movimentação e organização dos arqui- Para instalar ou remover um programa, considerando
vos e pastas. No Linux, vale lembrar que os dispositivos de o Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/
armazenamento não são nomeados por letras. Remover Aplicações, que possibilita a busca de drives pela
Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na Internet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplica-
máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs, um ções, Adicionar/Remover.
será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de um Na parte superior da janela encontramos uma linha de
mesmo sistema da mesma estrutura de pastas. busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo de-
sejado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração
de mostrar apenas os itens suportados pelo Ubuntu.
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra-
mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição é
mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos de
categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais, Jogos,
Gráficos, Internet, entre outros.

2.2. Manipulação de hardware e dispositivos

A manipulação de hardware e dispositivos pode ser


feita no menu Locais, Computador, através do qual aces-
samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos
Figura 80: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

simplesmente instalados. Quando se trata de um pen dri-


As principais pastas do Linux são: ve, após sua conexão física, aparecerá uma janela do ge-
/etc - possui os arquivos gerais de configuração do sis- renciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispositivo.
tema e dos É importante, porém, lembrar-se de desmontar correta-
programas instalados. mente os dispositivos de armazenamento e outros antes
/home – cada conta de usuário possui um diretório sal- de encerrar seu uso. No caso do pen drive, podemos clicar
vo na pasta home com o botão direito do mouse sobre o ícone localizado na
/boot – arquivos de carregamento do sistema, incluin- área de trabalho e depois em Desmontar.
do configuração do gerenciador de boot e o kernel

62
2.3. Agendamento de tarefas 2.7.Compactação e descompactação de arquivos

O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza- Comandos básicos para compactação e descompacta-
do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite ção de arquivos:
estipular horários e intervalos para que tarefas sejam exe- gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos
cutadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora que compactados com gzip.
ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de texto gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis.
que armazena a lista de comandos a serem acionados no gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos. zcat
horário e data estipulados. [opções] [arquivos] descompacta arquivos.

2.4. Administração de usuários e grupos no Linux


#FicaDica
Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:
Comandos básicos para backups
- superusuário: é o administrador do sistema. Ele tem tar agrupa vários arquivos em somente um.
acesso e permissão para executar todos os coman- compress faz a compressão de arquivos padrão
dos. do Unix.
- usuário comum: tem as permissões configuradas uncompress descomprime arquivos
pelo superusuário para o grupo em que se encon- compactados pelo compress.
tra. zcat permite visualizar arquivos compactados
pelo compress.
Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
grupo pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos
atribuir permissões aos grupos e colocar o usuário que
desejamos que tenha determinada permissão no grupo
correspondente.

2.5. Comandos básicos para grupos

- Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo


- Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g
nomegrupo nomeusuario
- Definir senha para o usuário: sudo password no-
meusuario
- Remover usuário do sistema: sudo userdel nomeu-
suario

2.6. Permissões no Linux

Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem Figura 81: Centro de controle do KDE imagem obtida
acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros de- de http://pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_
pendem de sua permissão para executar comandos. As interface_gr%C3%A1fica_KDE
permissões podem ser sobre tipo do arquivo, permissões
do proprietário, permissões do grupo e permissões para Como no Painel de controle do Windows, temos o cen-
os outros usuários. tro de controle do KDE, que nos permite personalizar toda
Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos a parte gráfica, fontes, temas, ícones, estilos, área de traba-
comuns com o ‘-‘. lho e ainda Internet, periféricos, acessibilidade, segurança
Alguns dos comandos utilizados em permissões são: e privacidade, som e configurações para o administrador
ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permissões do sistema.
do proprietário do grupo
r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence r-
-permissão para os outros usuários

As permissões do Linux são: leitura, escrita e execução.


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas


veja, ou seja, leia o arquivo.
- Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode
criar e alterar arquivos.
- Execução: (x, de eXecution) o usuário pode executar
arquivos.

Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, signifi-


ca que ela não é atribuída ao usuário.

63
NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE
E APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES,
(GOOGLE CHROME, FIREFOX E INTERNET ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS.
EXPLORER) E CORREIO ELETRÔNICO
(WEBMAIL E MICROSOFT OUTLOOK 2010).
PROGRAMAS DE CORREIO ELETRÔNICO “Prezado Candidato, O Tópico Acima Foi Abordado
No Decorrer Da Matéria”
(MICROSOFT OUTLOOK E MOZILLA
THUNDERBIRD); SÍTIOS DE BUSCA E
PESQUISA NA INTERNET;
NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA DA
INFORMAÇÃO E PROTEÇÃO: VÍRUS, WORMS
E OUTROS TIPOS DE MALWARE.
“Prezado Candidato, O Tópico Acima Foi Abordado
No Decorrer Da Matéria”
1. Segurança da informação: procedimentos de
segurança
COMPUTAÇÃO NA NUVEM (CLOUD
A Segurança da Informação refere-se às proteções
COMPUTING). existentes em relação às informações de uma determi-
nada empresa, instituição governamental ou pessoa. Ou
seja, aplica-se tanto às informações corporativas quanto
Computação na nuvem (cloud computing) às pessoais.
Entende-se por informação todo e qualquer conteú-
Ao utilizar e acessar arquivos e executar tarefas pela do ou dado que tenha valor para alguma corporação ou
internet, o usuário está utilizando o conceito de compu- pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou ex-
tação em nuvens, não há a necessidade de instalar apli- posta ao público para consulta ou aquisição.
cativos no seu computador para tudo, pois pode acessar
diferentes serviços online para fazer o que precisa, já que
#FicaDica
os dados não se encontram em um computador específi-
co, mas sim em uma rede, um grande exemplo disso é o Antes de proteger, devemos saber:
Google com o Google Docs, Planilhas, e até mesmo por- - O que proteger;
- De quem proteger;
ta aquivos como o Google Drive, ou de outras empresas
- Pontos frágeis;
como o One Drive. - Normas a serem seguidas.
Uma vez devidamente conectado ao serviço online,
é possível desfrutar suas ferramentas e salvar todo o tra-
balho que for feito para acessá-lo depois de qualquer A Segurança da Informação se refere à proteção exis-
lugar — é justamente por isso que o seu computador tente sobre as informações de uma determinada empresa
estará nas nuvens, pois você poderá acessar os aplicati- ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações corpo-
vos a partir de qualquer computador que tenha acesso rativas quanto aos pessoais. Entende-se por informação
à internet. todo conteúdo ou dado que tenha valor para alguma or-
ganização ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso
restrito ou exibida ao público para consulta ou aquisição.
#FicaDica Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não
de ferramentas) para definir o nível de segurança que há
Basta pensar que, a partir de uma conexão com
e, com isto, estabelecer as bases para análise de melho-
a internet, você pode acessar um servidor capaz
rias ou pioras de situações reais de segurança. A seguran-
de executar o aplicativo desejado, que pode
ça de certa informação pode ser influenciada por fatores
ser desde um processador de textos até mes-
comportamentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo
mo um jogo ou um pesado editor de vídeos.
ambiente ou infraestrutura que a cerca ou por pessoas
Enquanto os servidores executam um progra-
mal-intencionadas que têm o objetivo de furtar, destruir
ma ou acessam uma determinada informação,
ou modificar tal informação.
o seu computador precisa apenas do monitor e
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availability)


dos periféricos para que você interaja.
— Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade —
representa as principais características que, atualmente,
orientam a análise, o planejamento e a implementação
da segurança para um certo grupo de informações que
se almeja proteger. Outros fatores importantes são a
irrevogabilidade e a autenticidade. Com a evolução do
comércio eletrônico e da sociedade da informação, a pri-
vacidade é também uma grande preocupação.

64
Portanto as características básicas, de acordo com os - Honeypot: É uma ferramenta que tem a função
padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as se- proposital de simular falhas de segurança de um
guintes: sistema e obter informações sobre o invasor en-
- Confidencialidade – especificidade que limita o ganando-o, e fazendo-o pensar que esteja de fato
acesso a informação somente às entidades autên- explorando uma fraqueza daquele sistema. É uma
ticas, ou seja, àquelas autorizadas pelo proprietário espécie de armadilha para invasores. O HoneyPot
da informação. não oferece forma alguma de proteção.
- Integridade – especificidade que assegura que a - Protocolos seguros: Uso de protocolos que garan-
informação manipulada mantenha todas as carac- tem um grau de segurança e usam alguns dos me-
terísticas autênticas estabelecidas pelo proprietá- canismos citados.
rio da informação, incluindo controle de mudanças
e garantia do seu ciclo de vida (nascimento, manu- 3. Mecanismos de encriptação
tenção e destruição).
- Disponibilidade – especificidade que assegura que
a informação esteja sempre disponível para o uso #FicaDica
legítimo, ou seja, por aqueles usuários que têm au-
torização pelo proprietário da informação. A criptografia vem, originalmente, da fusão en-
- Autenticidade – especificidade que assegura que tre duas palavras gregas:
• CRIPTO = ocultar, esconder.
a informação é proveniente da fonte anunciada e
• GRAFIA= escrever
que não foi alvo de mutações ao longo de um pro-
cesso.
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou em
que assegura a incapacidade de negar a autoria códigos. Ou seja, é um conjunto de técnicas que tornam
em relação a uma transação feita anteriormente. uma mensagem ininteligível, e permite apenas que o
destinatário que saiba a chave de encriptação possa de-
2. Mecanismos de segurança
criptar e ler a mensagem com clareza.
O suporte para as orientações de segurança pode ser
Permitem a transformação reversível da informação
encontrado em:
de forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se
Controles físicos: são barreiras que limitam o contato
para isso, algoritmos determinados e uma chave secreta
ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que
para, a partir de um conjunto de dados não encriptados,
assegura a existência da informação) que a suporta.
produzir uma continuação de dados encriptados. A ope-
Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou
ração inversa é a desencriptação.
limitam o acesso à informação, que está em ambiente
controlado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, Existem dois tipos de chave: a chave pública e a chave
ficaria exibida a alteração não autorizada por elemento privada.
mal-intencionado. A chave pública é usada para codificar as informa-
Existem mecanismos de segurança que sustentam os ções, e a chave privada é usada para decodificar.
controles lógicos: Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas para
- Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem ‘abrir’ os dados da informação, que aparentemente não
a modificação da informação de forma a torná-la tem sentido, é preciso da chave privada, que apenas o
ininteligível a terceiros. Utiliza-se para isso, algo- emissor e receptor original possui.
ritmos determinados e uma chave secreta para, a Hoje, a criptografia pode ser considerada um método
partir de um conjunto de dados não criptografa- 100% seguro, pois, quem a utiliza para enviar e-mails e
dos, produzir uma sequência de dados criptogra- proteger seus arquivos, estará protegido contra fraudes
fados. A operação contrária é a decifração. e tentativas de invasão.
- Assinatura digital: Um conjunto de dados cripto- Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’
grafados, agregados a um documento do qual são são usados para expressar o tamanho da chave, ou seja,
função, garantindo a integridade e autenticidade quanto mais bits forem utilizados, mais segura será essa
do documento associado, mas não ao resguardo criptografia.
das informações. Um exemplo disso é se um algoritmo usa uma chave
- Mecanismos de garantia da integridade da infor- de 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usadas para
mação: Usando funções de “Hashing” ou de checa- decodificar essa informação, pois 2 elevado a 8 é igual a
gem, é garantida a integridade através de compa- 256. Assim, um terceiro pode tentar gerar 256 tentativas
ração do resultado do teste local com o divulgado de combinações e decodificar a mensagem, que mes-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

pelo autor. mo sendo uma tarefa difícil, não é impossível. Portanto,


- Mecanismos de controle de acesso: Palavras-cha- quanto maior o número de bits, maior segurança terá a
ve, sistemas biométricos, firewalls, cartões inteli- criptografia.
gentes. Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves
- Mecanismos de certificação: Atesta a validade de simétricas e as chaves assimétricas
um documento. Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é
- Integridade: Medida em que um serviço/informa- usada para a codificação e decodificação. Entre os algo-
ção é autêntico, ou seja, está protegido contra a ritmos que usam essa chave, estão:
entrada por intrusos.

65
- DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves car, ser esperado por um morador e não portar qualquer
de 56 bits, que corresponde à aproximadamente objeto que possa trazer riscos à segurança; para sair, não
72 quatrilhões de combinações. Mesmo sendo um se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a
número extremamente elevado, em 1997, quebra- devida autorização.
ram esse algoritmo através do método de ‘tentati- Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de
va e erro’, em um desafio na internet. ações maliciosas: um malware que utiliza determinada
- RC (Ron’s Code ou RivestCipher): É um algoritmo porta para se instalar em um computador sem o usuário
muito utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a saber, um programa que envia dados sigilosos para a
1024 bits. Além disso, ele tem várias versões que internet, uma tentativa de acesso à rede a partir de com-
diferenciam uma das outras pelo tamanho das putadores externos não autorizados, entre outros.
chaves. Você já sabe que um firewall atua como uma espécie
- EAS (Advanced Encryption Standard): Atualmente é de barreira que verifica quais dados podem passar ou
um dos melhores e mais populares algoritmos de não. Esta tarefa só pode ser feita mediante o estabeleci-
criptografia. É possível definir o tamanho da chave mento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo
como sendo de 128 bits, 192 bits ou 256 bits. usuário.
- IDEA (International Data Encryption Algorithm): É Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser
um algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no
com o DES. Seu ponto forte é a fácil execução de computador ou na rede. O problema é que esta condi-
software. ção isola este computador ou esta rede, então pode-se
criar uma regra para que, por exemplo, todo aplicativo
As chaves simétricas não são absolutamente seguras aguarde autorização do usuário ou administrador para
quando referem-se às informações extremamente valio- ter seu acesso liberado. Esta autorização poderá inclusi-
sas, principalmente pelo emissor e o receptor precisa- ve ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes
rem ter o conhecimento da mesma chave. Dessa forma, serão automaticamente permitidos.
a transmissão pode não ser segura e o conteúdo pode Em um modo mais versátil, um firewall pode ser con-
chegar a terceiros. figurado para permitir automaticamente o tráfego de
Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a determinados tipos de dados, como requisições HTTP
pública. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave (veja mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear
pública para codificar e a chave privada para decodificar, outras, como conexões a serviços de e-mail.
considerando-se que a chave privada é secreta. Entre os Perceba, como estes exemplos, tem políticas de um
algoritmos utilizados, estão: firewall que são baseadas, inicialmente, em dois princí-
- RSA (Rivest, Shmirand Adleman): É um dos algo- pios: todo tráfego é bloqueado, exceto o que está expli-
ritmos de chave assimétrica mais usados, em que citamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto
dois números primos (aqueles que só podem ser o que está explicitamente bloqueado.
divididos por 1 e por eles mesmos) são multipli- Firewalls mais avançados podem ir além, direcionan-
cados para obter um terceiro valor. Assim, é preci- do determinado tipo de tráfego para sistemas de segu-
so fazer fatoração, que significa descobrir os dois rança internos mais específicos ou oferecendo um refor-
primeiros números a partir do terceiro, sendo um ço extraem procedimentos de autenticação de usuários,
cálculo difícil. Assim, se números grandes forem por exemplo.
utilizados, será praticamente impossível descobrir O trabalho de um firewall pode ser realizado de vá-
o código. A chave privada do RSA são os números rias formas. O que define uma metodologia ou outra são
que são multiplicados e a chave pública é o valor fatores como critérios do desenvolvedor, necessidades
que será obtido. específicas do que será protegido, características do sis-
- El Gamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é tema operacional que o mantém, estrutura da rede e as-
um problema matemático que o torna mais segu- sim por diante. É por isso que podemos encontrar mais
ro. É muito usado em assinaturas digitais. de um tipo de firewall. A seguir, os mais conhecidos.
Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras
NOÇÕES DE VÍRUS soluções de firewall surgiram na década de 1980 ba-
seando-se em filtragem de pacotes de dados (packetfil-
Firewall é uma solução de segurança fundamentada tering), uma metodologia mais simples e, por isso, mais
em hardware ou software (mais comum) que, a partir de limitada, embora ofereça um nível de segurança signifi-
um conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego cativo.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de rede para determinar quais operações de transmissão Para compreender, é importante saber que cada pa-
ou recepção de dados podem ser realizadas. “Parede de cote possui um cabeçalho com diversas informações a
fogo”, a tradução literal do nome, já deixa claro que o seu respeito, como endereço IP de origem, endereço IP
firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defe- do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Fi-
sa. A sua missão, consiste basicamente em bloquear trá- rewall então analisa estas informações de acordo com as
fego de dados indesejados e liberar acessos desejados. regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja
Para melhor compreensão, imagine um firewall como para sair ou para entrar na máquina/rede), podendo
sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é neces- também executar alguma tarefa relacionada, como re-
sário obedecer a determinadas regras, como se identifi- gistrar o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de log.

66
O firewall de aplicação, também conhecido como do qualquer configuração específica. Todo acesso é feito
proxy de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma normalmente do cliente para a rede externa e vice-ver-
solução de segurança que atua como intermediário entre sa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e
um computador ou uma rede interna e outra rede, exter- responder adequadamente, como se a comunicação, de
na normalmente, a internet. Geralmente instalados em fato, fosse direta.
servidores potentes por precisarem lidar com um grande É válido ressaltar que o proxy transparente também
número de solicitações, firewalls deste tipo são opções tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «nor-
interessantes de segurança porque não permitem a co- mal» é capaz de barrar uma atividade maliciosa, como
municação direta entre origem e destino. um malware enviando dados de uma máquina para a
A imagem a seguir ajuda na compreensão do concei- internet; o proxy transparente, por sua vez, pode não
to. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para con-
diretamente com a internet, há um equipamento entre seguir se comunicar externamente, o malware teria que
ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e ser configurado para usar o proxy «normal» e isso geral-
entre o proxy e a internet. Observe: mente não acontece; no proxy transparente não há esta
limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente.

1. Limitações dos firewalls

#FicaDica
Firewalls têm lá suas limitações, sendo que
estas variam conforme o tipo de solução e
a arquitetura utilizada. De fato, firewalls são
recursos de segurança bastante importantes,
mas não são perfeitos em todos os sentidos.

Figura 91: Proxy


Seguem abaixo algumas dessas limitações:
- Um firewall pode oferecer a segurança desejada,
Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar
mas comprometer o desempenho da rede (ou
pelo proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, esta-
mesmo de um computador). Esta situação pode
belecer regras que impeçam o acesso de determinados
gerar mais gastos para uma ampliação de infraes-
endereços externos, assim como que proíbam a comuni-
cação entre computadores internos e determinados ser- trutura capaz de superar o problema;
viços remotos. - A verificação de políticas tem que ser revista pe-
Este controle amplo também possibilita o uso do pro- riodicamente para não prejudicar o funcionamento
xy para tarefas complementares: o equipamento pode de novos serviços;
registrar o tráfego de dados em um arquivo de log; con- - Novos serviços ou protocolos podem não ser devi-
teúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espé- damente tratados por proxies já implementados;
cie de cache (uma página Web muito acessada fica guar- - Um firewall pode não ser capaz de impedir uma
dada temporariamente no proxy, fazendo com que não atividade maliciosa que se origina e se destina à
seja necessário requisitá-la no endereço original a todo rede interna;
instante, por exemplo); determinados recursos podem - Um firewall pode não ser capaz de identificar uma
ser liberados apenas mediante autenticação do usuário; atividade maliciosa que acontece por descuido do
entre outros. usuário - quando este acessa um site falso de um
A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja banco ao clicar em um link de uma mensagem de
visto a enorme quantidade de serviços e protocolos exis- e-mail, por exemplo;
tentes na internet, fazendo com que, dependendo das - Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou ata-
circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija cantes experientes podem tentar descobrir ou ex-
muito trabalho de configuração para bloquear ou autori- plorar brechas de segurança em soluções do tipo;
zar determinados acessos. - Um firewall não pode interceptar uma conexão que
Proxy transparente: No que diz respeito a limitações, não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário
é conveniente mencionar uma solução chamada de pro- acessar a internet em seu computador a partir de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

xy transparente. O proxy “tradicional”, não raramente, uma conexão 3G ( justamente para burlar as res-
exige que determinadas configurações sejam feitas nas trições da rede, talvez), o firewall não conseguirá
ferramentas que utilizam a rede (por exemplo, um na- interferir.
vegador de internet) para que a comunicação aconteça
sem erros. O problema é, dependendo da aplicação, este 2. Sistema antivírus
trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
O proxy transparente surge como uma alternativa Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus,
para estes casos porque as máquinas que fazem parte spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca
da rede não precisam saber de sua existência, dispensan- precisou formatar seu computador?

67
Os vírus representam um dos maiores problemas para seu disco. Outros, mais inteligentes, se escondem entre
usuários de computador. Para poder resolver esses pro- os espaços do programa original, para não dar a menor
blemas, as principais desenvolvedoras de softwares cria- pista de sua existência.
ram o principal utilitário para o computador, os antivírus, Cada vírus possui um critério para começar o ataque
que são programas com o propósito de detectar e elimi- propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apa-
nar vírus e outros programas prejudiciais antes ou depois gados, o micro começa a travar, documentos que não são
de ingressar no sistema. salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram
Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de pro- mensagens chatas, outros mais elaborados fazem estra-
gramas de software que são implementados sem o con- gos muito grandes.
sentimento (e inclusive conhecimento) do usuário ou Existe uma variedade enorme de softwares antivírus
proprietário de um computador e que cumprem diversas no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-
funções nocivas para o sistema. Entre elas, o roubo e per- -o sempre atualizado. Isso porque surgem vírus novos
da de dados, alteração de funcionamento, interrupção todos os dias e seu antivírus precisa saber da existência
do sistema e propagação para outros computadores. deles para proteger seu sistema operacional.
Os antivírus são aplicações de software projetadas A maioria dos softwares antivírus possuem serviços
como medida de proteção e segurança para resguardar de atualização automática. Abaixo há uma lista com os
os dados e o funcionamento de sistemas informáticos antivírus mais conhecidos:
caseiros e empresariais de outras aplicações conhecidas Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br
comumente como vírus ou malware que tem a função de - Possui versão de teste.
alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Pos-
computadores. sui versão de teste.
Um programa de proteção de vírus tem um funcio- AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga
namento comum que com frequência compara o código e outra gratuita para uso não comercial (com menos fun-
de cada arquivo que revisa com uma base de dados de cionalidades).
códigos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoft-
determinar se trata de um elemento prejudicial para o ware.com.br - Possui versão de teste.
sistema. Também pode reconhecer um comportamento É importante frisar que a maioria destes desenvolve-
ou padrão de conduta típica de um vírus. Os antivírus dores possuem ferramentas gratuitas destinadas a re-
podem registrar tanto os arquivos encontrados dentro mover vírus específicos. Geralmente, tais softwares são
do sistema como aqueles que procuram ingressar ou in- criados para combater vírus perigosos ou com alto grau
teragir com o mesmo. de propagação.
Como novos vírus são criados de maneira quase
constante, sempre é preciso manter atualizado o pro-
grama antivírus de maneira de que possa reconhecer as
novas versões maliciosas. Assim, o antivírus pode perma-
necer em execução durante todo tempo que o sistema
informático permaneça ligado, ou registrar um arquivo
ou série de arquivos cada vez que o usuário exija. Nor-
malmente, o antivírus também pode verificar e-mails e
sites de entrada e saída visitados.
Um antivírus pode ser complementado por outros
aplicativos de segurança, como firewalls ou anti-spywa-
res que cumprem funções auxiliares para evitar a entrada
de vírus.
Então, antivírus são os programas criados para man- Figura 92: Principais antivírus do mercado atual
ter seu computador seguro, protegendo-o de programas
maliciosos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar 2. Tipos de Vírus
dados de seu computador.
Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre es- Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia”
colha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers es- (Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permi-
tão usando este mercado para enganar pessoas com fal- tem a invasão de um computador alheio com espanto-
sos softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa sa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso
seu computador vulnerável aos ataques. artefato militar fabricado pelos gregos espartanos. Um
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado “amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de
ao baixar programas de segurança em sites desconheci- grego”, que seria um aplicativo qualquer. Quando o leigo
dos, e divulgue, para que ninguém seja vítima por falta o executa, o programa atua de forma diferente do que
de informação. era esperado.
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também Ao contrário do que é erroneamente informado na
todos os arquivos que estão sendo ou e serão execu- mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele
tados. Alguns às vezes recontaminam o mesmo arquivo não se reproduz e não tem nenhuma comparação com
tantas vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um vírus de computador, sendo que seu objetivo é totalmen-
espaço considerável (que é sempre muito precioso) em te diverso. Deve-se levar em consideração, também, que

68
a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classificam rede e que infectará o micro do destinatário enquanto a
como tal. A expressão “Trojan” deve ser usada, exclusi- mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar
vamente, como definição para programas que capturam em determinada tecla ou link. Quem cria a mensagem
dados sem o conhecimento do usuário. O Cavalo de Tróia hoax normalmente costuma dizer que a informação par-
é um programa que se aloca como um arquivo no com- tiu de uma empresa confiável, como IBM e Microsoft, e
putador da vítima. Ele tem o intuito de roubar informa- que tal vírus poderá danificar a máquina do usuário. Des-
ções como passwords, logins e quaisquer dados, sigilosos considere a mensagem.
ou não, mantidos no micro da vítima. Quando a máquina
contaminada por um Trojan conectar-se à Internet, pode- 3. Política de segurança da Informação
rá ter todas as informações contidas no HD visualizadas
e capturadas por um intruso qualquer. Estas visitas são Hoje as informações são bens ativos da empresa, ima-
feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve dentro de gine uma Universidade perdendo todos os dados dos
um computador alheio sabe as possibilidades oferecidas. seus alunos, ou até mesmo o tornar públicos, com isso
Worms (vermes) podem ser interpretados como um pode-se dizer que a informação se tornou o ativo mais
tipo de vírus mais inteligente que os demais. A princi- valioso das organizações, podendo ser alvo de uma série
pal diferença entre eles está na forma de propagação: de ameaças com a finalidade de explorar as vulnerabilida-
os worms podem se propagar rapidamente para outros des e causar prejuízos consideráveis. A informação é en-
computadores, seja pela Internet, seja por meio de uma carada, atualmente, como um dos recursos mais impor-
rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de ma- tantes de uma organização, contribuindo decisivamente
neira discreta e o usuário só nota o problema quando o para a uma maior ou menor competitividade, por isso é
computador apresenta alguma anormalidade. O que faz necessária a implementação de políticas de segurança da
destes vírus inteligentes é a gama de possibilidades de informação que busquem reduzir as chances de fraudes
propagação. O worm pode capturar endereços de e-mail ou perda de informações.
em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema A Política de Segurança da Informação é um docu-
de envio de e-mails) próprios ou qualquer outro meio que mento que contém um conjunto de normas, métodos e
permita a contaminação de computadores (normalmente procedimentos, que obrigatoriamente precisam ser co-
milhares) em pouco tempo. municados a todos os funcionários, bem como analisado
e revisado criticamente, em intervalos regulares ou quan-
Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não do mudanças se fizerem necessárias.
serem necessariamente vírus, estes três nomes também Para se elaborar uma Política de Segurança da Infor-
representam perigo. Spywares são programas que ficam mação, deve se levar em consideração a NBR ISO/IEC
«espionando» as atividades dos internautas ou capturam 27001:2005, que é uma norma de códigos de práticas
informações sobre eles. Para contaminar um computador, para a gestão de segurança da informação, na qual po-
os spywares podem vir embutidos em softwares desco- dem ser encontradas as melhores práticas para iniciar, im-
nhecidos ou serem baixados automaticamente quando o plementar, manter e melhorar a gestão de segurança da
internauta visita sites de conteúdo duvidoso. informação em uma organização.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem Importante mencionar que conforme a ISO/IEC
vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, 27002:2005(2005), a informação é um conjunto de dados
destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado. O que representa um ponto de vista, um dado processado é
objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas. o que gera uma informação. Um dado não tem valor an-
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram» tes de ser processado, a partir do seu processamento, ele
navegadores de Internet, principalmente o Internet Explo- passa a ser considerado uma informação, que pode gerar
rer. Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial conhecimento, logo, a informação é o conhecimento pro-
do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe pro- duzido como resultado do processamento de dados.
pagandas em pop-ups ou janelas novas, instala barras De fato, com o aumento da concorrência de mercado,
de ferramentas no navegador e podem impedir acesso a tornou-se vital melhorar a capacidade de decisão em to-
determinados sites (como sites de software antivírus, por dos os níveis. Como resultado deste significante aumento
exemplo). da interconectividade, a informação está agora exposta
Os spywares e os keyloggers podem ser identifica- a um crescente número e a uma grande variedade de
dos por programas anti-spywares. Porém, algumas des- ameaças e vulnerabilidades.
tas pragas são tão perigosas que alguns antivírus podem Segundo a ABNT NBR ISO/IEC 17799:2005 (2005, p.ix),
ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus. “segurança da informação é a proteção da informação de
No caso de hijackers, muitas vezes é necessário usar uma vários tipos de ameaças para garantir a continuidade do
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ferramenta desenvolvida especialmente para combater negócio, minimizar o risco ao negócio, maximizar o re-
aquela praga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar torno sobre os investimentos e as oportunidades de ne-
no sistema operacional de uma forma que nem antivírus gócio, para isso é muito importante a confidencialidade,
nem anti-spywares conseguem “pegar”. integridade e a disponibilidade, onde:
A confidencialidade é a garantia de que a informa-
Hoaxes: São boatos espalhados por mensagens de ção é acessível somente por pessoas autorizadas a terem
correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de acesso (NBR ISO/IEC 27002:2005). Caso a informação
computador. Uma mensagem no e-mail alerta para um seja acessada por uma pessoa não autorizada, intencio-
novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na nalmente ou não, ocorre a quebra da confidencialidade.

69
A quebra desse sigilo pode acarretar danos inestimáveis
para a empresa ou até mesmo para uma pessoa física.
Um exemplo simples seria o furto do número e da senha HORA DE PRATICAR!
do cartão de crédito, ou até mesmo, dados da conta ban-
cária de uma pessoa.
A integridade é a garantia da exatidão e completeza 1. (LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - ASSISTENTE
da informação e dos métodos de processamento (NBR ADMINISTRATIVO) Um computador é um equipamen-
ISO/IEC 27002:2005) quando a informação é alterada, to capaz de processar com rapidez e segurança grande
falsificada ou furtada, ocorre à quebra da integridade. A quantidade de informações.
integridade é garantida quando se mantém a informação Assim, além dos componentes de hardware, os compu-
no seu formato original. tadores necessitam de um conjunto de softwares deno-
A disponibilidade é a garantia de que os usuários minado:
autorizados obtenham acesso à informação e aos ati-
vos correspondentes sempre que necessário (NBR ISO/ a) arquivo de dados.
IEC 27002:2005). Quando a informação está indisponí- b) blocos de disco.
vel para o acesso, ou seja, quando os servidores estão c) navegador de internet.
inoperantes por conta de ataques e invasões, considera- d) processador de dados.
-se um incidente de segurança da informação por quebra e) sistemaoperacional.
de disponibilidade. Mesmo as interrupções involuntárias
de sistemas, ou seja, não intencionais, configuram que- 2. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO –
bra de disponibilidade. ADMINISTRATIVA) As características básicas da segu-
rança da informação — confidencialidade, integridade e
disponibilidade — não são atributos exclusivos dos siste-
mas computacionais.

( ) CERTO ( ) ERRADO

3. (TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO – JURÍ-


DICA) São ações para manter o computador protegido,
EXCETO:

a) Evitar o uso de versões de sistemas operacionais ultra-


passadas, como Windows 95 ou 98.
b) Excluir spams recebidos e não comprar nada anuncia-
do através desses spams.
c) Não utilizar firewall.
d) Evitar utilizar perfil de administrador, preferindo sem-
pre utilizar um perfil mais restrito.
e) Não clicar em links não solicitados, pois links estranhos
muitas vezes são vírus.

4. (Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional Segu-


rança do Trabalho) A ferramenta Outlook :

a) é um serviço de e-mail gratuito para gerenciar todos


os e-mails, calendários e contatos de um usuário.
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compatível com o
Windows 10, o Windows 8.1 e o Windows 7.
c) permite que todas as pessoas possam ver o calendá-
rio de um usuário, mas somente aquelas com e-mail
Outlook.com podem agendar reuniões e responder a
convites.
d) funciona apenas em dispositivos com Windows, não
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

funcionando no iPad, no iPhone, em tablets e em tele-


fones com Android.
e) versão 2015 oferece acesso gratuito às ferramentas do
pacote de webmail Office 356 da Microsoft.]

70
5. (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um 9. (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do Pará
computador com o sistema operacional Windows insta- - Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma forma
lado, um funcionário deseja enviar 50 arquivos, que jun- de prevenir perda de informações. Qual é o Backup que
tos totalizam 2 MB de tamanho, anexos em um e-mail. só efetua a cópia dos últimos arquivos que foram criados
Para facilitar o envio, resolveu compactar esse conjunto pelo usuário ou sistema?
de arquivos em um único arquivo utilizando um softwa-
re compactador. Só não poderá ser utilizado nessa tarefa a) Backup incremental
o software: b) Backup diferencial
c) Backup completo
a) 7-Zip. d) Backup Normal
b) WinZip. e) Backup diário
c) CuteFTP.
d) jZip. 10. (CRO-PR 2016 - Quadrix - Auxiliar de Departa-
e) WinRAR. mento) Como é chamado o backup em que o sistema
não é interrompido para sua realização?
6. (MPE-CE 2013 - FCC - Analista Ministerial - Direito)
Sobre manipulação de arquivos no Windows 7 em portu- a) Backup Incremental.
guês, é correto afirmar que, b) Cold backup.
c) Hot backup.
a) para mostrar tipos diferentes de informações sobre d) Backup diferencial.
cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão e) Backup normal
Classificar na barra de ferramentas da janela e escolher
o modo de exibição desejado. 11. (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo)
b) quando você exclui um arquivo do disco rígido, ele Um funcionário precisa conectar um projetor multimídia
é apagado permanentemente e não pode ser poste- a um computador. Qual é o padrão de conexão que ele
riormente recuperado caso tenha sido excluído por deve usar?
engano.
a) RJ11
c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta clicar
b) RGB
com o botão direito do mouse sobre ele e selecionar a
c) HDMI
opção Enviar para a lixeira.
d) PS2
d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas que
e) RJ45
estão no mesmo disco rígido, ele será compartilhado
entre todos os usuários que possuem acesso a essas
12. (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Ad-
pastas. ministração) Correspondem, respectivamente, aos ele-
e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do disco mentos placa de som, editor de texto, modem, editor de
rígido para uma mídia removível, como um pen drive, planilha e navegador de internet:
ele será copiado.
a) software, software, hardware, software e hardware.
7. (SUDECO 2013 - FUNCAB - Contador) No sistema b) hardware, software, software, software e hardware.
operacional Linux,o comando que NÃO está relacionado c) hardware, software, hardware, hardware e software.
a manipulação de arquivos é: d) software, hardware, hardware, software e software.
e) hardware, software, hardware, software e software.
a) kill 13. (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo)
b) cat Um computador à venda em um sítio de comércio ele-
c) rm trônico possui 3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas USB. Essa
d) cp configuração indica que:
e) ftp
a) a velocidade do processador é 3.2 GHz.
8. (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas b) a capacidade do disco rígido é 8 GB.
- Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um c) a capacidade da memória RAM é 2 TB.
desenvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade d) a resolução do monitor de vídeo é composta de 6 por-
de backup em uma aplicação móvel para, de tempos em tas USB.
tempos, armazenar dados automaticamente. A classe da
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

API de Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a: 14. (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da
Informação) São dispositivos ou periféricos de entrada
a) BkpAgent; de um computador:
b) BkpHelper;
c) BackupManager; a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner.
d) BackupOutputData; b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner.
e) BackupDataStream. c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner.
d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor.
e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner.

71
15. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO- a) pwd, mv e rm.
GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Li- b) md, ls e rm.
nux e Windows, julgue os itens seguintes.2No sistema c) mkdir, cd e rmdir.
operacional Windows 8, há a possibilidade de integrar- d) cdir, lsdir e erase.
-se à denominada nuvem de computadores que fazem e) md, cd e rd.
parte da Internet.
19. (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO
( ) CERTO ( ) ERRADO - ADMINISTRATIVA) Acerca dos conceitos de sistema
operacional (ambientes Linux e Windows) e de redes de
16. (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁ- computadores, julgue os itens.3Por ser um sistema ope-
TICA) Alguns programas do computador de Ana estão racional aberto, o Linux, comparativamente aos demais
muito lentos e ela receia que haja um problema com o sistemas operacionais, proporciona maior facilidade de
hardware ou com a memória principal. Muitos de seus armazenamento de dados em nuvem.
programas falham subitamente e o carregamento de ar-
quivos grandes de imagens e vídeos está muito demo- ( ) CERTO ( ) ERRADO
rado. Além disso, aparece, com frequência, mensagens
indicando conflitos em drivers de dispositivos. Como ela
20. (TJ/RR 2012 - CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO)
utiliza o Windows 7, resolveu executar algumas funções
Acerca de organização e gerenciamento de informações,
de diagnóstico, que poderão auxiliar a detectar as cau-
arquivos, pastas e programas, de segurança da informa-
sas para os problemas e sugerir as soluções adequadas. ção e de armazenamento de dados na nuvem, julgue os
Para realizar a verificação da memória e, em seguida do itens subsequentes.1Um arquivo é organizado logica-
hardware, Ana utilizou, respectivamente, as ferramentas: mente em uma sequência de registros, que são mapea-
dos em blocos de discos. Embora esses blocos tenham
a) Diagnóstico de memória do Windows e Monitor de um tamanho fixo determinado pelas propriedades físicas
desempenho. do disco e pelo sistema operacional, o tamanho do re-
b) Monitor de recursos de memória e Diagnóstico de gistro pode variar.
conflitos do Windows.
c) Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de ( ) CERTO ( ) ERRADO
desempenho de hardware.
d) Mapeamento de Memória do Windows e Mapeamen- 21. (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉC-
to de hardware do Windows. NICO ADMINISTRATIVO - RH) Paulo utiliza em seu tra-
e )Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnósti- balho o editor de texto Microsoft Word 2010 (em portu-
co de hardware do Windows. guês) para produzir os documentos da empresa. Certo
dia Paulo digitou um documento contendo 7 páginas de
17. (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - texto, porém, precisou imprimir apenas as páginas 1, 3, 5,
EXECUÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um 6 e 7. Para imprimir apenas essas páginas, Paulo clicou no
escritório de advocacia e utiliza um computador com o Menu Arquivo, na opção Imprimir e, na divisão Configu-
Windows 7 Professional em português. Certo dia notou rações, selecionou a opção Imprimir Intervalo Personali-
que o computador em que trabalha parou de se comu- zado. Em seguida, no campo Páginas, digitou
nicar com a internet e com outros computadores ligados a) 1,3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
na rede local. Após consultar um técnico, por telefone, b) 1;3-5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
foi informada que sua placa de rede poderia estar com c) 1−3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
problemas e foi orientada a checar o funcionamento do d) 1+3,5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
e) 1,3,5;7 e clicou no botão Imprimir.
adaptador de rede. Para isso, Beatriz entrou no Painel de
Controle, clicou na opção Hardware e Sons e, no grupo
Dispositivos e Impressoras, selecionou a opção:

a) Central de redes e compartilhamento.


b) Verificar status do computador.
c) Redes e conectividade.
d) Gerenciador de dispositivos.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

e) Exibir o status e as tarefas de rede.

18, (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁ-


TICA) No console do sistema operacional Linux, alguns
comandos permitem executar operações com arquivos e
diretórios do disco.
Os comandos utilizados para criar, acessar e remover um
diretório vazio são, respectivamente,

72
22. (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS) João trabalha no departamento
financeiro de uma grande empresa de vendas no varejo e, em certa ocasião, teve a necessidade de enviar a 768 clientes
inadimplentes uma carta com um texto padrão, na qual deveria mudar apenas o nome do destinatário e a data em que
deveria comparecer à empresa para negociar suas dívidas. Por se tratar de um número expressivo de clientes, João pes-
quisou recursos no Microsoft Office 2010, em português, para que pudesse cadastrar apenas os dados dos clientes e
as datas em que deveriam comparecer à empresa e automatizar o processo de impressão, sem ter que mudar os dados
manualmente. Após imprimir todas as correspondências, João desejava ainda imprimir, também de forma automática,
um conjunto de etiquetas para colar nos envelopes em que as correspondências seriam colocadas. Os recursos do Mi-
crosoft Office 2010 que permitem atender às necessidades de João são os recursos

a) para criação de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
b) de automatização de impressão de correspondências disponíveis na guia Mala Direta do Microsoft PowerPoint 2010.
c) de banco de dados disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
d) de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Inserir do Microsoft Word 2010.
e) de banco de dados e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Excel 2010.

23. (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA II) No editor de textos Writer do pacote BR
Office, é possível modificar e criar estilos para utilização no texto. Dentre as opções de Recuo e Espaçamento para um
determinado estilo, é INCORRETO afirmar que é possível alterar um valor para

a) recuo da primeira linha.


b) recuo antes do texto.
c) recuo antes do parágrafo.
d) espaçamento acima do parágrafo.
e) espaçamento abaixo do parágrafo.

24. CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para ordenar,
por data, os registros inseridos na planilha, é suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados e, na
lista disponibilizada, clicar ordenar data.

( ) CERTO ( ) ERRADO

25. (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-se
o Microsoft Excel 2010 (em português).

A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2) com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 meses
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que deve
ser digitada na célula E2 para calcular o montante que será pago é
a) =(B2+B2)*C2*D2.
b) =B2+B2*C2/D2.
c) =B2*C2*D2.
d) =B2*(1+(C2*D2)).
e) =D2*(1+(B2*C2)).

73
26. (MINISTÉRIO DA FAZENDA 2012 - ESAF - ASSIS- 28. (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ADMINISTRADOR)
TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO) O BrOffice é uma Em um slide em branco de uma apresentação criada uti-
suíte para escritório gratuita e de código aberto. Um dos lizando-se o Microsoft PowerPoint 2010 (em português),
aplicativos da suíte é o Calc, que é um programa de pla- uma das maneiras de acessar alguns dos comandos mais
nilha eletrônica e assemelha-se ao Excel da Microsoft. O importantes é clicando-se com o botão direito do mouse
Calc é destinado à criação de planilhas e tabelas, permi- sobre a área vazia do slide. Dentre as opções presentes
tindo ao usuário a inserção de equações matemáticas e nesse menu, estão as que permitem
auxiliando na elaboração de gráficos de acordo com os
dados presentes na planilha. O Calc utiliza como padrão a) copiar o slide e salvar o slide.
o formato: b) salvar a apresentação e inserir um novo slide.
c) salvar a apresentação e abrir uma apresentação já exis-
a) XLS. tente.
b) ODF. d) apresentar o slide em tela cheia e animar objetos pre-
c) XLSX. sentes no slide.
d) PDF. e) mudar o layout do slide e a formatação do plano de
e) DOC. fundo do slide.

27. (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA 29. (TRT 11ª 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO -
ADMINISTRATIVA) Após ministrar uma palestra sobre JUDICIÁRIA) Em um slide mestre do BrOffice.org Apre-
Segurança no Trabalho, Iracema comunicou aos funcio- sentação (Impress), NÃO se trata de um espaço reserva-
nários presentes que disponibilizaria os slides referentes do que se possa configurar a partir da janela Elementos
à palestra na intranet da empresa para que todos pudes- mestres:
sem ter acesso. Quando acessou a intranet e tentou fazer
o upload do arquivo de slides criado no Microsoft Po- a) Número da página.
b) Texto do título.
werPoint 2010 (em português), recebeu a mensagem do
c) Data/hora.
sistema dizendo que o formato do arquivo era inválido
d) Rodapé.
e que deveria converter/salvar o arquivo para o formato
e) Cabeçalho.
PDF e tentar realizar o procedimento novamente. Para
realizar a tarefa sugerida pelo sistema, Iracema
30. (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉC-
NICO ADMINISTRATIVO - RH) No Microsoft Internet
a) clicou no botão Iniciar do Windows, selecionou a op-
Explorer 9 é possível acessar a lista de sites visitados nos
ção Todos os programas, selecionou a opção Micro-
últimos dias e até semanas, exceto aqueles visitados em
soft Office 2010 e abriu o software Microsoft Office modo de navegação privada. Para abrir a opção que per-
Converter Professional 2010. Em seguida, clicou na mite ter acesso a essa lista, com o navegador aberto, cli-
guia Arquivo e na opção Converter. Na caixa de diálo- ca-se na ferramenta cujo desenho é
go que se abriu, selecionou o arquivo de slides e clicou
no botão Converter. a) uma roda dentada, posicionada no canto superior di-
b) abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint reito da janela.
2010, clicou na guia Ferramentas e, em seguida, clicou b) uma casa, posicionada no canto superior direito da
na opção Converter. Na caixa de diálogo que se abriu, janela.
clicou na caixa de combinação que permite definir o c) uma estrela, posicionada no canto superior direito da
tipo do arquivo e selecionou a opção PDF. Em seguida, janela.
clicou no botão Converter. d) um cadeado, posicionado no canto inferior direito da
c) abriu a pasta onde o arquivo estava salvo, utilizando os janela.
recursos do Microsoft Windows 7, clicou com o botão e) um globo, posicionado à esquerda da barra de ende-
direito do mouse sobre o nome do arquivo e selecio- reços.
nou a opção Salvar como PDF.
d) abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint 31. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
2010, clicou na guia Arquivo e, em seguida, clicou na GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito de redes de
opção Salvar Como. Na caixa de diálogo que se abriu, computadores, julgue os itens subsequentes. Lista de
clicou na caixa de combinação que permite definir o discussão é uma ferramenta de comunicação limitada a
tipo do arquivo e selecionou a opção PDF. Em seguida, uma intranet, ao passo que grupo de discussão é uma
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

clicou no botão Salvar. ferramenta gerenciável pela Internet que permite a um


e) baixou da internet um software especializado em fazer grupo de pessoas a troca de mensagens via email entre
a conversão de arquivos do tipo PPTX para PDF, pois todos os membros do grupo.
verificou que o PowerPoint 2010 não possui opção
para fazer tal conversão. ( ) CERTO ( ) ERRADO

74
32. (CEITEC 2012 - FUNRIO - ADMINISTRAÇÃO/CIÊN- 36. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
CIAS CONTÁBEIS/DIREITO/PREGOEIRO PÚBLICO) Na TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação à certifi-
internet o protocolo_________ permite a transferência de cação digital, julgue os itens que se seguem.O certificado
mensagens eletrônicas dos servidores de _________para digital revogado deve constar da lista de certificados re-
caixa postais nos computadores dos usuários. As lacunas vogados, publicada na página de Internet da autoridade
se completam adequadamente com as seguintes expres- certificadora que o emitiu.
sões:
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) Ftp/ Ftp.
b) Pop3 / Correio Eletrônico. 37. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
c) Ping / Web. ADMINISTRATIVA) Acerca de segurança da informação,
d) navegador / Proxy. julgue os itens a seguir. O vírus de computador é assim
e) Gif / de arquivos denominado em virtude de diversas analogias poderem
ser feitas entre esse tipo de vírus e os vírus orgânicos.
33. (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - AS-
SISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO AD- ( ) CERTO ( ) ERRADO
MINISTRATIVO) Em uma rede local, cujas estações de
trabalho usam o sistema operacional Windows XP e en- 38. (MPE/PE 2012 - FCC - TÉCNICO MINISTERIAL -
dereços IP fixos em suas configurações de conexão, um ADMINISTRATIVO) Existem vários tipos de vírus de
novo host foi instalado e, embora esteja normalmente computadores, dentre eles um dos mais comuns são ví-
conectado à rede, não consegue acesso à internet distri- rus de macros, que:
buída nessa rede.
Considerando que todas as outras estações da rede es- a) são programas binários executáveis que são baixados
tão acessando a internet sem dificuldades, um dos moti- de sites infectados na Internet.
vos que pode estar ocasionando esse problema no novo b) podem infectar qualquer programa executável do
host é computador, permitindo que eles possam apagar ar-
quivos e outras ações nocivas.
a) a codificação incorreta do endereço de FTP para o do- c) são programas interpretados embutidos em documen-
mínio registrado na internet. tos do MS Office que podem infectar outros docu-
b) a falta de registro da assinatura digital do host nas mentos, apagar arquivos e outras ações nocivas.
opções da internet. d) são propagados apenas pela Internet, normalmente
c) um erro no Gateway padrão, informado nas proprieda- em sites com software pirata.
des do Protocolo TCP/IP desse host. e) podem ser evitados pelo uso exclusivo de software le-
d) um erro no cadastramento da conta ou da senha do gal, em um computador com acesso apenas a sites da
próprio host. Internet com boa reputação.
e) um defeito na porta do switch onde a placa de rede
desse host está conectada. 39. (SABESP 2012 - FCC - ANALISTA DE GESTÃO I -
SISTEMAS)Sobre vírus, considere:
34. (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS- I. Para que um computador seja infectado por um vírus
TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMI- é preciso que um programa previamente infectado seja
NISTRATIVO) Para conectar sua estação de trabalho a executado.
uma rede local de computadores controlada por um ser- II. Existem vírus que procuram permanecer ocultos, in-
vidor de domínios, o usuário dessa rede deve informar fectando arquivos do disco e executando uma série de
uma senha e um[a] atividades sem o conhecimento do usuário.
III. Um vírus propagado por e-mail (e-mail borne vírus)
a) endereço de FTP válido para esse domínio. sempre é capaz de se propagar automaticamente, sem a
b) endereço MAC de rede registrado na máquina cliente. ação do usuário.
c) porta válida para a intranet desse domínio. IV. Os vírus não embutem cópias de si mesmo em outros
d) conta cadastrada e autorizada nesse domínio. programas ou arquivos e não necessitam serem explici-
e) certificação de navegação segura registrada na intra- tamente executados para se propagarem.
net. Está correto o que se afirma em

35. (CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 - CESPE - ANA- a) II, apenas.


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

LISTA LEGISLATIVO - TÉCNICA LEGISLATIVA) Com b) I e II, apenas.


relação a redes de computadores, julgue os próximos c) II e III, apenas.
itens.5Uma rede local (LAN — local area network) é ca- d) I, II e III, apenas.
racterizada por abranger uma área geográfica, em teoria, e) I, II, III e IV.
ilimitada. O alcance físico dessa rede permite que os da-
dos trafeguem com taxas acima de 100 Mbps.

( ) CERTO ( ) ERRADO

75
40. (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL -
INFORMÁTICA) Sobre Cavalo de Tróia, é correto afirmar:
GABARITO
a) Consiste em um conjunto de arquivos .bat que não
necessitam ser explicitamente executados. 1 E
b) Contém um vírus, por isso, não é possível distinguir as
ações realizadas como consequência da execução do 2 Certo
Cavalo de Tróia propriamente dito, daquelas relacio- 3 C
nadas ao comportamento de um vírus. 4 B
c) Não é necessário que o Cavalo de Tróia seja executado
5 C
para que ele se instale em um computador. Cavalos de
Tróia vem anexados a arquivos executáveis enviados 6 E
por e-mail. 7 A
d) Não instala programas no computador, pois seu único 8 C
objetivo não é obter o controle sobre o computador,
mas sim replicar arquivos de propaganda por e-mail. 9 A
e) Distingue-se de um vírus ou de um worm por não 10 C
infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si 11 C
mesmo automaticamente.
12 E
13 A
14 C
15 Certo
16 A
17 D
18 C
19 Errado
20 Certo
21 A
22 A
23 C
24 Errado
25 D
26 B
27 D
28 E
29 B
30 C
31 Errado
32 B
33 C
34 D
35 Errado
36 Certo
37 Certo
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

38 C
39 B
40 E

76
ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

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ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

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ÍNDICE

DIREITO CONSTITUCIONAL
Dos princípios fundamentais da República Federativa do Brasil..........................................................................................................................01
Dos Direitos e Garantias Fundamentais..........................................................................................................................................................................02
Do controle de constitucionalidade no ordenamento brasileiro: modalidades; efeitos subjetivos e temporais da declaração de
constitucionalidade e inconstitucionalidade;...............................................................................................................................................................22
Ações do controle concentrado; súmula vinculante; repercussão geral...........................................................................................................33
Da Organização do Estado: Da Organização Político-Administrativa; Da União; Dos Estados Federados; Dos Municípios; Do
Distrito Federal e dos Territórios.......................................................................................................................................................................................35
Da Administração Pública (Disposições Gerais; Dos Servidores Públicos)........................................................................................................42
Da Organização dos Poderes: Do Poder Legislativo; Do Poder Executivo; Do Poder Judiciário (Disposições Gerais; Do Supremo
Tribunal Federal; Do Superior Tribunal de Justiça; Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais; Dos Tribunais e Juízes
Eleitorais; Dos Tribunais e Juízes dos Estados);............................................................................................................................................................50
Das Funções Essenciais à Justiça.......................................................................................................................................................................................72
Das Finanças Públicas: normas gerais; orçamentos. Da Ordem Econômica e Financeira: dos Princípios Gerais da Atividade Eco-
nômica.........................................................................................................................................................................................................................................76
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal...............................................................................................................................................................84
Também importante destacar que se trata de uma
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA república “federativa”, ou seja, é uma república composta
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. por estados federados (estados-membros) e municípios que
não podem se dissolver por vontade de quem quer que seja.
Os fundamentos que regem a República são: sobera-
Princípios fundamentais:
nia, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores so-
ciais do trabalho de da livre iniciativa, além do pluralismo
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
político. A soberania tem duplo aspecto, tanto interno
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Dis-
como externo.
trito Federal, constitui-se em Estado democrático de
Do ponto de vista externo, a soberania informa aos
direito e tem como fundamentos:
demais países que dentro de nossos limites regem-se
I - a soberania;
nossas próprias leis e que não serão aceitas interferên-
II - a cidadania;
cias de outros; assim como do ponto de vista interno,
III - a dignidade da pessoa humana;
têm-se a obrigatoriedade de obediências às nossas leis,
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
por quem quer que seja, independente de serem brasi-
V - o pluralismo político.
leiros ou não.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
A cidadania é a manifestação expressa de que todos
exerce por meio de representantes eleitos ou direta-
aqueles que estiverem em solo brasileiro terão sua dig-
mente, nos termos desta Constituição.
nidade respeitada, ainda que aos estrangeiros. Também
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmô-
defendemos os valores sociais do trabalho, já que acima
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
de tudo tem sua função econômica, mas também social,
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Repú-
permitindo ao indivíduo se inserir no contexto social.
blica Federativa do Brasil:
O pluralismo político também merece atenção, uma
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
vez que a República Federativa do Brasil não adotou uma
II - garantir o desenvolvimento nacional;
única ideologia político-partidária.
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
O artigo 2º traz em seu bojo a teoria da separação de
as desigualdades sociais e regionais;
poderes. No Brasil, cada um dos três poderes constituí-
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
dos atuará de forma livre, sem interferência dos demais,
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for-
porém, deverão agir harmonicamente entre si.
mas de discriminação.
Os objetivos da república encontram-se previstos no
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas
art. 3º e tem por escopo a orientação do legislador no
suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
tocante a suas ações que refletem diretamente no povo.
I - independência nacional;
Podemos, por sinônimo, considerar que os objetivos são
II - prevalência dos direitos humanos;
metas que nossa República deve alcançar. São eles:
III - autodeterminação dos povos;
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
IV - não-intervenção;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
V - igualdade entre os Estados;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
VI - defesa da paz;
as desigualdades sociais e regionais;
VII - solução pacífica dos conflitos;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for-
manidade;
mas de discriminação.
X - concessão de asilo político.
Por fim, no artigo 4º encontramos os princípios que
manidade;
orientam as relações internacionais entre o Brasil e os
X - concessão de asilo político.
demais países. Vejamos:
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil bus-
I - independência nacional;
cará a integração econômica, política, social e cultural
II - prevalência dos direitos humanos;
dos povos da América Latina, visando à formação de
III - autodeterminação dos povos;
uma comunidade latino-americana de nações.
IV - não-intervenção;
O art. 1º da CF/88 tem diversos elementos que mere-
V - igualdade entre os Estados;
cem atenção face ao conteúdo de valores que carrega.
VI - defesa da paz;
Em primeiro, informa o artigo que a constituição rege
VII - solução pacífica dos conflitos;
as normas da república federativa do Brasil. O vocá-
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
bulo “república” informa que todo poder vem do povo
IX - cooperação entre os povos para o progresso da
DIREITO CONSTITUCIONAL

e como tal deve ser respeitado.


humanidade;
X - concessão de asilo político.
A democracia brasileira é chamada de democracia
participativa, posto que o povo pode se manifestar di-
Cabe também destacar que o parágrafo único do art.
retamente (plebiscito, referendo, entre outros) ou, em
4º traz uma incumbência ainda maior para o Brasil no que
determinadas situações, por seus representantes legal-
tange as relações internacionais. O Brasil, também tem
mente constituídos Exemplo: deputados, senadores, etc).
por princípio buscar a integração econômica, política, so-
cial e cultural dos povos da América Latina, visando à for-
mação de uma comunidade latino-americana de nações.

1
#FicaDica #FicaDica
Fundamentos: socidivaplu = soberania, O presente estudo tem por finalidade a
cidadania, dignidade da pessoa humana, análise pormenorizada de todos os incisos
valores sociais do trabalho e livre iniciativa, previstos no art. 5º da Constituição Federal;
pluralismo político. referido artigo elenca os direitos e os deveres
individuais e coletivos, assegurando-os a
todos que estejam em território nacional,
seja brasileiro nato, naturalizado ou mesmo
estrangeiro por motivos diversos. Cada inciso
EXERCÍCIOS COMENTADOS receberá o comentário pertinente.
1. (Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: TCM-BA
Prova: Auditor Estadual de Infraestrutura). O princí- Título II
pio fundamental da Constituição que consiste em fun- Dos direitos e garantias fundamentais
damento da República Federativa do Brasil, de eficácia Capítulo I
plena, e que não alcança seus entes internos é: Dos direitos e deveres individuais e coletivos
a) o pluralismo político. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
b) a soberania. qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
c) o conjunto dos valores sociais do trabalho e da livre estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di-
iniciativa. reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
d) a prevalência dos direitos humanos. propriedade, nos termos seguintes:
e) a dignidade da pessoa humana.
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
ções, nos termos desta Constituição;
Resposta: Letra B. A soberania não se confunde com
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
autonomia. A soberania revela que nosso Estado não se
alguma coisa senão em virtude de lei;
subordina a nenhum outro país e que, as leis aqui vi-
III - ninguém será submetido a tortura nem a trata-
gentes não podem sofrer interferência de outros países.
mento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
2. Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: CGM de João
Pessoa - PB Prova: Conhecimentos Básicos - Cargos: 1, 2 dado o anonimato;
e 3. À luz do disposto na Constituição Federal de 1988 V - é assegurado o direito de resposta, proporcional
(CF), julgue o item a seguir, acerca dos princípios consti- ao agravo, além da indenização por dano material,
tucionais e dos direitos fundamentais. Conforme a CF, o moral ou à imagem;
poder emana do povo e é exercido por meio de repre- VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
sentantes eleitos, não havendo previsão do exercício do sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos
poder diretamente pelo povo. e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;
( ) CERTO ( ) ERRADO VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de
Resposta: Errado. O Brasil adota a democracia par- internação coletiva;
ticipativa, ou seja, o povo participa diretamente dos VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
rumos do Estado, assim como o faz por seus repre- crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
sentantes eleitos. A democracia participativa é exata- salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
mente a junção da possibilidade de manifestação das todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter-
decisões pelo próprio povo como por seus represen- nativa, fixada em lei;
tantes eleitos de forma direta. IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís-
tica, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença;
DOS DIREITOS E GARANTIAS X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon-
FUNDAMENTAIS. ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in-
denização pelo dano material ou moral decorrente de
DIREITO CONSTITUCIONAL

sua violação;
Antes de ingressarmos no estudo da temática pro- XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
posta pelo edital, importante justificar o motivo pelo nela podendo penetrar sem consentimento do mora-
qual os tópicos foram unificados. Cumpre destacar que dor, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
a Constituição Federal trata os direitos individuais e para prestar socorro, ou, durante o dia, por determi-
coletivos dentro do capítulo I do Título II chamado de nação judicial;
“Dos Direitos e garantias fundamentais”. Portanto, di- XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das co-
daticamente se torna indispensável a unificação de tais municações telegráficas, de dados e das comunicações
temas. telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,

2
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
fins de investigação criminal ou instrução processual distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen-
penal; volvimento tecnológico e econômico do País;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou XXX - é garantido o direito de herança;
profissão, atendidas as qualificações profissionais que XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
a lei estabelecer; País será regulada pela lei brasileira em benefício do
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao seja mais favorável a lei pessoal do de cujus ;
exercício profissional; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
XV - é livre a locomoção no território nacional em do consumidor;
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públi-
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus cos informações de seu interesse particular, ou de in-
bens; teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra-
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem ar- zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
mas, em locais abertos ao público, independentemente aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
de autorização, desde que não frustrem outra reunião sociedade e do Estado;
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; do pagamento de taxas:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins líci- a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa
tos, vedada a de caráter paramilitar; de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
a de cooperativas independem de autorização, sendo para defesa de direitos e esclarecimento de situações
vedada a interferência estatal em seu funcionamento; de interesse pessoal;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi-
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci- ciário lesão ou ameaça a direito;
são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
em julgado; jurídico perfeito e a coisa julgada;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
permanecer associado; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
XXI - as entidades associativas, quando expressamen- organização que lhe der a lei, assegurados:
te autorizadas, têm legitimidade para representar seus a) a plenitude de defesa;
filiados judicial ou extrajudicialmente; b) o sigilo das votações;
XXII - é garantido o direito de propriedade; c) a soberania dos veredictos;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; d) a competência para o julgamento dos crimes dolo-
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa- sos contra a vida;
propriação por necessidade ou utilidade pública, ou XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
por interesse social, mediante justa e prévia indeniza- nem pena sem prévia cominação legal;
ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar
Constituição; o réu;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autorida- XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
de competente poderá usar de propriedade particular, dos direitos e liberdades fundamentais;
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável
houver dano; e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida da lei;
em lei, desde que trabalhada pela família, não será XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce-
objeto de penhora para pagamento de débitos decor- tíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico
rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
os meios de financiar o seu desenvolvimento; os definidos como crimes hediondos, por eles respon-
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de dendo os mandantes, os executores e os que, podendo
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, evitá-los, se omitirem;
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
a) a proteção às participações individuais em obras ordem constitucional e o Estado democrático;
DIREITO CONSTITUCIONAL

coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condena-
inclusive nas atividades desportivas; do, podendo a obrigação de reparar o dano e a decre-
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô- tação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
mico das obras que criarem ou de que participarem estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre- até o limite do valor do patrimônio transferido;
sentações sindicais e associativas; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ado-
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus- tará, entre outras, as seguintes:
triais privilégio temporário para sua utilização, bem a) privação ou restrição da liberdade;
como proteção às criações industriais, à propriedade b) perda de bens;

3
c) multa; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido
d) prestação social alternativa; quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
e) suspensão ou interdição de direitos; sem fiança;
XLVII - não haverá penas: LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos responsável pelo inadimplemento voluntário e ines-
termos do art. 84, XIX; cusável de obrigação alimentícia e a do depositário
b) de caráter perpétuo; infiel;
c) de trabalhos forçados; LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al-
d) de banimento; guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
e) cruéis; ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilega-
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos lidade ou abuso de poder;
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
e o sexo do apenado; proteger direito líquido e certo, não amparado por
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integrida- habeas corpus ou habeas data , quando o responsá-
de física e moral; vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
L - às presidiárias serão asseguradas condições para pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
que possam permanecer com seus filhos durante o pe- atribuições do poder público;
ríodo de amamentação; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser im-
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natu- petrado por:
ralizado, em caso de crime comum, praticado antes a) partido político com representação no Congresso
da naturalização, ou de comprovado envolvimento Nacional;
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
forma da lei; ção legalmente constituída e em funcionamento há
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;
crime político ou de opinião;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
que a falta de norma regulamentadora torne inviável
pela autoridade competente;
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobera-
bens sem o devido processo legal;
nia e à cidadania;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administra-
LXXII - conceder-se-á habeas data :
tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con-
a) para assegurar o conhecimento de informações re-
traditório e a ampla defesa, com os meios e recursos lativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
a ela inerentes; ou bancos de dados de entidades governamentais ou
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas de caráter público;
por meios ilícitos; b) para a retificação de dados, quando não se prefira
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administra-
em julgado de sentença penal condenatória; tivo;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô-
em lei; nio público ou de entidade de que o Estado participe,
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
pública, se esta não for intentada no prazo legal; patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, sal-
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos vo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
processuais quando a defesa da intimidade ou o inte- ônus da sucumbência;
resse social o exigirem; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito e gratuita aos que comprovarem insuficiência de re-
ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade cursos;
judiciária competente, salvo nos casos de transgres- LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro ju-
são militar ou crime propriamente militar, definidos diciário, assim como o que ficar preso além do tempo
em lei; fixado na sentença;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente po-
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz bres, na forma da lei:
competente e à família do preso ou à pessoa por ele a) o registro civil de nascimento;
DIREITO CONSTITUCIONAL

indicada; b) a certidão de óbito;


LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada habeas data , e, na forma da lei, os atos necessários ao
a assistência da família e de advogado; exercício da cidadania.
LXIV - o preso tem direito à identificação dos respon- LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; são assegurados a razoável duração do processo e os
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
pela autoridade judiciária; § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.

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§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constitui- Característica: Liberdade real e igual para todos. Ex:
ção não excluem outros decorrentes do regime e dos igualdade – saúde, educação, trabalho entre outros. São
princípios por ela adotados, ou dos tratados interna- chamados de direitos sociais não por serem direitos da
cionais em que a República Federativa do Brasil seja coletividade, mas por alusão ao termo justiça social. Os
parte. titulares são os próprios indivíduos singularizados, ape-
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre di- sar dos mesmos poderem se voltar a coletividade.
reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa - 3ª Geração de direitos: direitos de titularidade difu-
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin- sa. Proteção do homem em sua forma coletiva, grupos,
tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva- não mais individualmente.
lentes às emendas constitucionais. Característica: proteção do homem em grupos. Ex: di-
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal reito ao meio ambiente equilibrado, direito a paz.
Internacional a cuja criação tenha manifestado ade-
são.
Conclusão
Histórico
A visão dos direitos fundamentais em termos de ge-
rações indica a evolução desses direitos no tempo. Cada
- Direitos Fundamentais
direito de cada geração interage com os das outras e,
nesse processo, dá-se à compreensão.
Normas obrigatórias: os direitos fundamentais não
são sempre os mesmos em todas as épocas. Porém de-
vem constar obrigatoriamente em textos constitucionais Características dos direitos fundamentais
considerados democráticos; constando referidos direitos
podem anuir que aquela constituição está alicerçada nos - Universais e absolutos
pilares da democracia.
Dignidade humana: foi impulsionada pelo cristianis- A questão da universalidade: direito previsto para
mo, uma vez que segundo essa religião o homem era todo homem, ainda que nem todo homem o exerça.
feito a imagem e semelhança de Deus. Sendo assim, ga- Absoluto: os direitos fundamentais não são abso-
nhou uma proteção especial no texto da Constituição. lutos, apesar de gozarem de prioridade absoluta sobre
Importante lembrar que falar em dignidade humana é fa- qualquer outro direito.
lar em garantir o direito do indivíduo ter direitos – iguais
entre seres humanos. - Historicidade
Positivação dos direitos fundamentais: Bill of Rights,
Declaração da Virgínia, Declaração Francesa. Tais docu- Os direitos fundamentais são um conjunto de facul-
mentos trataram de positivar direitos que naturalmente dades e instituições que somente faz sentido num deter-
são inerentes ao homem. minado contexto histórico. A história permite entender a
Regra geral: indivíduos têm primeiro direitos, depois existência de cada um dos direitos.
deveres e os direitos que o Estado tem sobre o indivíduo A história explica que os direitos possam ser apre-
estão ordenados de modo a melhor cuidar de seus ci- goados em certa época, desaparecendo em outras, ou
dadãos. É a demonstração clara do pacto social firmado se modificam no tempo. Verifica-se, portanto, a evolução
entre os indivíduos e o Estado – é a cessão de parte de dos direitos fundamentais.
suas liberdades, entregando-as ao Estado de modo que
este, em contrapartida, devolva algo que seja positivo – - Inalienabilidade e Indisponibilidade
como, por exemplo, proíbe-se (exceto as possibilidade
previstas na lei) da autotutela (exercício da autodefesa) Inalienável: o titular do direito não pode impossibili-
entregando essa função ao Estado para que este exerça tar o exercício para si mesmo. Encontra fundamento no
a tutela da segurança do indivíduo. valor da dignidade humana. A indisponibilidade gera nu-
lidade de qualquer disposição contratual feita.
Geração de Direitos Fundamentais Podem, tais direitos, terem seu exercício. Ex.: manifes-
tação religiosa em templo religioso diverso do seu.
- 1ª Geração de direitos: são postulados de abstenção - Direitos humanos são direitos postulados em bases
dos governantes se obrigando a não intervir na vida pes- jusnaturalistas, contam índole filosófica e não possuem
soal de cada indivíduo. Indispensável a todos os homens. como característica básica a positivação numa ordem ju-
Como por exemplo, direito a vida, ou seja, salvo em si- rídica particular.
tuações específicas, o Estado não privará o indivíduo de - Direitos Fundamentais: é reservada aos direitos rela-
DIREITO CONSTITUCIONAL

seguir sua vida. cionados com posições básicas das pessoas, inscritos em
Característica: universal; não ocasiona desigualdade diplomas normativos de cada Estado. São direitos que
social. Ex: liberdade, vigem numa ordem jurídica concreta, sendo, por isso, ga-
- 2ª Geração de direitos: surge com a necessidade do rantidos e limitados no espaço e no tempo.
povo de não apenas ter liberdade, mas outros direitos - Vinculação dos Poderes Públicos
que o conduzem a exercer a liberdade, seguir sua vida,
com dignidade. São os valores sociais variados, impor- O fato de os direitos fundamentais estarem previs-
tando intervenção ativa do Estado na vida econômica tos na Constituição torna-os parâmetros de organização
com o viés de proporcionar justiça social. e de limitação dos poderes constituídos. A constitucio-

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nalização dos direitos fundamentais impede que sejam A segurança é outro importante direito fundamental,
considerados meras autolimitações dos poderes consti- pois compreende não apenas aquela que visa a proteção
tuídos - dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário patrimonial (seja ele material ou mesmo imaterial), mas
-, passíveis de serem alteradas ou suprimidas ao talante também a segurança jurídica. Deste modo, todo cidadão
destes. deve ter conhecimento das leis que regem o país para
que não “sejam mais pegos de surpresa”.
- Aplicabilidade imediata Por fim, o direito à propriedade abarca o último gru-
po dos direitos fundamentais. A CF/88 confere a todo
As normas que definem direitos fundamentais são cidadão o direito à propriedade privada, particular. Po-
normas de caráter preceptivo, e não meramente progra- rém, importante que aquele que detenha a propriedade
mático. Explicita-se, além disso, que os direitos funda- se atente para a função social que a mesmo carrega.
mentais se fundam na Constituição, e não na lei - com I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
o que se deixa claro que é a lei que deve mover-se no ções, nos termos desta Constituição;
âmbito dos direitos fundamentais, não o contrário. Neste inciso está insculpido o princípio da isonomia,
A Constituição brasileira de 1988 filiou-se a essa ten- que é exatamente o tratamento igualitário, para todos,
dência, conforme se lê no §1º do art. 5º do Texto, em que vedada qualquer forma de discriminação – modalidade
se diz que “as normas definidoras dos direitos e garantias de preceito universal. Segundo a Declaração Universal
fundamentais têm aplicação imediata”. O texto se refere dos direitos do homem, “todos os seres humanos nas-
aos direitos fundamentais em geral, não se restringindo cem livres e iguais em dignidade e direitos.
apenas aos direitos individuais. II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção alguma coisa senão em virtude de lei;
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e Eis o princípio da legalidade. Referido princípio limita
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do toda forma de arbitrariedade; evidente que o convívio
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à em sociedade pressupõe o aceite de determinadas re-
propriedade, nos termos seguintes: gras de convívio. Porém, tais regras derivam de autori-
O caput do art. 5º é talvez um dos mais importantes dade com competência para tanto que agem de maneira
artigos do texto constitucional, para não dizer o princi- impessoal e geral.
pal artigo da constituição federal. Esse artigo nos elenca III - ninguém será submetido a tortura nem a trata-
cinco grupos de direitos que são amplamente protegidos mento desumano ou degradante;
pela nossa lei maior. A saber: Entende-se por tortura qualquer forma de castigo
- Direito à vida (integridade física e moral), - direi- corpóreo agressivo, violento, que utilize de qualquer ins-
to à liberdade (manutenção de qualquer forma de trumento mecânico ou psicológico levando aquele que
manifestação do indivíduo), - direito à igualdade está sendo torturado praticar ato que não o faria se esti-
(o tratamento da lei é conferido igualmente para vesse em condições normais. A tortura é crime inafiançá-
todos), - direito à segurança (direito de todos – ne- vel e insuscetível de fiança.
cessidade de leis que definam crimes e sanções) IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
e – direito à propriedade (propriedade particular, dado o anonimato;
privada, desde que atendida sua função social). É a liberdade conferida ao indivíduo para que o mes-
mo possa expressar de qualquer forma o que pensa a
O direito à vida pressupõe a negativa do Estado de respeito de religião, política, ciência ou qualquer outro
promover qualquer ato que ofenda a integridade física instituto. Importante lembrar que essa liberdade de ma-
ou moral do indivíduo; por esta razão, proíbe-se a tortura nifestação está condicionada ao não anonimato; deste
ou qualquer exposição vexatória. Também não permite modo, todos podem se manifestar sendo porém vedada
que a vida chegue ao fim se não pelas causas naturais – a manifestação anônima.
caso venha ocorrer, o Estado oferece sanções àquele que Também importante lembrar que a liberdade de ma-
promoveu o encurtamento da vida humana. nifestação protegida pela CF/88 não protege a prática de
No que tange a liberdade, pode o indivíduo fazer tudo crimes sob a argúcia da liberdade. Qualquer manifesta-
aquilo que a lei não proíbe, tem a faculdade de decidir os ção ofensiva a terceiros que fira sua honra, imagem ou
rumos de sua própria vida. Por esta razão sua liberdade integridade poderá ser punida pela lei.
de locomoção é amplamente protegida; dentro do con- V - é assegurado o direito de resposta, proporcional
ceito de liberdade se enquadra o direito a manifestação ao agravo, além da indenização por dano material,
de toda espécie: religiosa, de pensamento, de associa- moral ou à imagem;
ção, ou seja, a todos é conferido o direito de expor seus A CF/88 assegura o direito de resposta proporcional ao
pensamentos e suas escolhas. Neste ponto é importante agravo. Assim, aquele que causar prejuízo a outrem tem as-
DIREITO CONSTITUCIONAL

demonstrar que essa liberdade de expressão não pode segurado para si o direito a indenização por dano material
ocasionar danos a outrem de modo que se assim o fizer, ou moral. O prejuízo a que se refere o inciso V pode patri-
estará praticando ato contra terceiros e por isso poderá monial ou não. Prejuízo de ordem não patrimonial é aquele
ser responsabilizado. causado por pessoa (física ou jurídica) que ofenda liberda-
A igualdade também é dos pilares dos direitos fun- de, honra, família ou profissão de determinado indivíduo.
damentais. Por conta desse princípio a lei deve conferir VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
tratamento igualitário para todos; assim, não se permite sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos
qualquer espécie de distinção da lei, além de vedar toda e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
espécie de discriminação. culto e a suas liturgias;

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VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de Das formas de comunicação, sejam elas por corres-
assistência religiosa nas entidades civis e militares de pondência, comunicação telegráfica ou telefônica, so-
internação coletiva; mente a última, por determinação judicial, poderá ser
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de parcialmente quebrada, com prazo de duração.
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a profissão, atendidas as qualificações profissionais que a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter- lei estabelecer;
nativa, fixada em lei; Toda atividade profissional exercida espontaneamen-
Assegurada a plena liberdade de consciência, ofer- te pelo indivíduo é respeitada pela CF/88, inclusive aque-
tando a lei de proteção aos locais de culto e suas litur- las não classificadas para efeito de registro em carteira
gias. Esse inciso compreende três formas de liberdade: de trabalho. Assim, em se tratando de atividade lícita po-
crença, culto e organização religiosa. A possibilidade de derá o indivíduo exercê-la livremente.
escolher qual religião seguir, ou mesmo não seguir ne- XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
nhuma religião está amparada pela liberdade de crença. resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
Porém, importante destacar que a liberdade de escolher exercício profissional;
sua própria religião não pode servir de amparo ao emba- Tem esse inciso a função de afastar o indivíduo da
raçamento daquele que pretende praticar outra religião. censura; permite-se a liberdade de expressão do indiví-
A assistência religiosa é assegurada a quem dela duo desde que não venha a ferir direitos de outrem.
queira fazer uso; logo, não será ofertada assistência reli- XV - é livre a locomoção no território nacional em
giosa sem a anuência do interessado. tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
Por fim, sob o tópico “religião”, importante fazer da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
menção ao direito de professar ou não qualquer religião bens;
inclusive exercer suas práticas, com cultos. Importante É a possibilidade conferida em tempos de paz a todos
lembrar que a prática religiosa amparada pela CF/88 não os indivíduos de circular livremente no território nacional
pode se confundir com aquelas práticas consideradas ile- sem qualquer limitação, nos termos da lei.
gais para o direito brasileiro, como por exemplo aquelas XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem ar-
que leva a necessidade de sacrifício humano. Neste caso, mas, em locais abertos ao público, independentemente
sendo considerado crime o encurtamento da vida, não de autorização, desde que não frustrem outra reunião
será amparado o sacrifício pela liberdade religiosa. anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís- apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
tica, científica e de comunicação, independentemente O direito de reunião vem estampado no art. 5º como
de censura ou licença; modalidade de direito fundamental para demonstrar a
Este inciso é autoexplicativo. No que tange a liber- força da democracia. Por conta desse direito, todos po-
dade de expressão é importante destacar alguns institu- dem reunir-se em local público com finalidades diversas,
tos legislativos que conferem regulamentação ao tema, independentemente de autorização. É necessário, no en-
como por exemplo, a lei de imprensa (Lei 5.250/67), Lei tanto, que aqueles que desejam se reunir comuniquem
de Direitos autorais (Lei 9.610/98) entre outras. autoridade competente, especialmente para não ferir
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon- direitos daqueles que previamente se decidiram pela re-
ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in- união em local da vontade de ambos. Assim, desde que
denização pelo dano material ou moral decorrente de pacificamente, sem armas, indivíduos podem se reunir
sua violação; em locais públicos, necessitando apenas informar as au-
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém toridades. Não é necessário autorização do poder públi-
nela podendo penetrar sem consentimento do mora- co, mas apenas sua comunicação.
dor, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou XVII - é plena a liberdade de associação para fins líci-
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determi- tos, vedada a de caráter paramilitar;
nação judicial; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei,
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das co- a de cooperativas independem de autorização, sendo
municações telegráficas, de dados e das comunicações vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci-
fins de investigação criminal ou instrução processual são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
penal; em julgado;
É inviolável tudo aquilo que não pode ser entregue ao XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
DIREITO CONSTITUCIONAL

público, que merece ser preservado. Sempre que violada permanecer associado;
a honra, a imagem, a vida privada, sem consentimento XXI - as entidades associativas, quando expressamen-
do indivíduo, a este caberá indenização pelo dano mate- te autorizadas, têm legitimidade para representar seus
rial ou moral pelo ato cometido. No que tange ao domi- filiados judicial ou extrajudicialmente;
cílio, este poderá ser violado a qualquer horário sempre Referidos incisos tratam da questão da associação.
que caso de flagrante delito ou desastre, ou ainda no Em primeiro, a associação é livre, não podendo ninguém
caso de determinação judicial, neste último caso apenas ser compelido a associar-se se assim não desejar. As as-
durante o dia (06h00 as 18h00). sociações poderão ser criadas para fins lícitos; de forma
alguma será autorizado funcionar associações com obje-

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tivos paramilitares (corporações privadas de nacionais ou Importante também explicar que a necessidade pú-
também de estrangeiros normalmente aparelhados por blica ocorre sempre que o Estado se coloca diante de
uniformes e armamentos militares sem contudo perten- uma situação extremamente urgente que não pode ser
cer aos quadros das forças armadas). adiada. A utilidade pública é quando impõe ao Poder Pú-
blico a possibilidade de propor o uso de determinado
#FicaDica bem em contrapartida a oferta de alguma serviço que
seja útil para a coletividade. Por fim, tem interesse social
Cumpridos tais requisitos, poderá a associação
aquilo que venha a trazer melhorias as classes menos pri-
funcionar sem, inclusive, sofrer qualquer
vilegiadas.
interferência do Estado; no entanto, por meio
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
de decisão judicial transitada em julgada
utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
poderá ser dissolvida a associação ou ter suas
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
atividades suspensas. Além das associações
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
também possíveis as cooperativas com
a) a proteção às participações individuais em obras
objetivos diferentes das associações.
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô-
XXII - é garantido o direito de propriedade; mico das obras que criarem ou de que participarem
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre-
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa- sentações sindicais e associativas;
propriação por necessidade ou utilidade pública, ou XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus-
por interesse social, mediante justa e prévia indeniza- triais privilégio temporário para sua utilização, bem
ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta como proteção às criações industriais, à propriedade
Constituição; das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
XXV - no caso de iminente perigo público, a autorida-
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen-
de competente poderá usar de propriedade particular,
volvimento tecnológico e econômico do País;
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
Esse conjunto de incisos trata dos direitos autorais;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida
são os frutos a serem colhidos por aqueles que desenvol-
em lei, desde que trabalhada pela família, não será
vem trabalho intelectual. Referidos direitos versam sobre
objeto de penhora para pagamento de débitos decor-
o ineditismo da obra; importante lembrar que os suces-
rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre
os meios de financiar o seu desenvolvimento; sores do autor permanecerão recebendo a título univer-
Os incisos acima compõem o grupo dos direitos indi- sal os louros da obra daquele que sucedeu.
viduais e coletivos voltados à propriedade. A CF/88 con-
fere a todos o direito de propriedade, ter para si proprie- A marca também é protegida em todo território na-
dade particular (privada); no entanto, o uso deve atender cional e o seu uso exclusivo a quem dela fez o registro;
a função daquela propriedade. Assim, por exemplo, de- esse tema consta inserido na seara do direito empresa-
terminada propriedade rural deve atender sua finalidade, rial, em especial no código de propriedade industrial.
qual seja, produção de riqueza por meio do agronegócio XXX - é garantido o direito de herança;
(seja para o próprio sustento ou comércio com terceiros). XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
Não exercendo sua função social, a propriedade pode- País será regulada pela lei brasileira em benefício do
rá ser destacada do patrimônio daquele indivíduo. Em cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
outras palavras, a propriedade urbana exerce sua função seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
social quando atende às exigências fundamentais de or- Entende-se por herança a totalidade dos bens móveis
ganização da cidade expressas em seu plano diretor; já e imóveis deixados por aquele que veio a falecer, tam-
a propriedade rural exercerá sua função social quando bém chamado de de cujus. Aquele que vier a suceder o
fizer o aproveitamento correto dos recursos naturais, falecido poderá aceitar a herança, renunciá-la ou mesmo
preservando o meio ambiente e protegendo relações de imitir-se na posse.
trabalho e exploração que favoreçam o bem estar dos XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
proprietários e dos trabalhadores. do consumidor;
Enquadra-se no conceito de consumidor a coletivida-
de de pessoas, ainda que não seja possível determiná-
#FicaDica -las, que tenham participado de uma relação de consu-
DIREITO CONSTITUCIONAL

O direito à propriedade também poderá ser mo composta por fornecedor e consumidor.


relativizado quando o Estado necessitar de No Brasil, as relações de consumo são disciplinadas
determinada propriedade, bem ou serviços pelo Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90,
prestados por particular, mediante indenização. além de outras cuja matéria é mais específica como leis
A CF/88 autoriza o poder público a se utilizar relacionadas a crimes contra ordem tributária, ordem
da propriedade particular na iminência ou na econômica, entre outras.
ocorrência de alguma situação que ofereça XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públi-
perigo à coletividade. cos informações de seu interesse particular, ou de in-
teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra-

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zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da o réu;
sociedade e do Estado; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente dos direitos e liberdades fundamentais;
do pagamento de taxas: A exceção ao princípio da irretroatividade, anterior-
a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa mente explicado, é exatamente com relação ao bene-
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; fício para o réu.
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e im-
para defesa de direitos e esclarecimento de situações prescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
de interesse pessoal; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce-
Essência da democracia, ao cidadão cabível a prote- tíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico
ção do seu direito de manter-se informado de tudo aqui- ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
lo que envolve tanto o Estado como seu próprio nome. os definidos como crimes hediondos, por eles respon-
Ato contínuo, protege-se também o direito de petição ao dendo os mandantes, os executores e os que, podendo
indivíduo; assim, todo aquele que pretender buscar pela evitá-los, se omitirem;
tutela jurisdicional do Estado ou mesmo acessar legisla- XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
tivo e executivo, terá assegurado seu direito de petição. ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi- ordem constitucional e o Estado democrático;
ciário lesão ou ameaça a direito; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condena-
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato do, podendo a obrigação de reparar o dano e a decre-
jurídico perfeito e a coisa julgada; tação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
O Brasil adota uma jurisdição. Assim, não serão to- até o limite do valor do patrimônio transferido;
lerados tribunais de exceção ou o exercício de juízes XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ado-
ad-hoc, voltados a julgar um ou outro caso. Marco da tará, entre outras, as seguintes:
democracia, onde a lei vale para todos e todos devem a) privação ou restrição da liberdade;
cumpri-la. Uma lei nova não pode prejudicar direitos já b) perda de bens;
conquistados pelo indivíduo sob pena de ferir o pacto c) multa;
social firmado entre o indivíduo e o Estado – aceitando d) prestação social alternativa;
mudanças sem previsão legal estar-se-ia referendando e) suspensão ou interdição de direitos;
arbitrariedades – é o chamado princípio da irretroati- XLVII - não haverá penas:
vidade. Vale lembrar que, em se tratando de retroação a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
benéfica da lei, nenhum obstáculo se imporá. Portanto, termos do art. 84, XIX;
uma crime praticado cuja pena seja alta passe por um b) de caráter perpétuo;
abrandamento dessa pena por nova lei, aquilo punido c) de trabalhos forçados;
nos moldes da lei antiga será beneficiado pela novel le- d) de banimento;
gislação. e) cruéis;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos
organização que lhe der a lei, assegurados: distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade
a) a plenitude de defesa; e o sexo do apenado;
b) o sigilo das votações; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integrida-
c) a soberania dos veredictos; de física e moral;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolo- L - às presidiárias serão asseguradas condições para
sos contra a vida; que possam permanecer com seus filhos durante o pe-
O júri é o formato mais antigo de tribunal. Compos- ríodo de amamentação;
tos por pessoas comuns, chamados de jurados, formam Rol de incisos relacionados a seara do direito penal e
o conselho de sentença, cuja função principal é opinar direito processual penal. As penas no Brasil são definidas
pela culpa ou não do indivíduo que praticou um crime pela CF/88; assim, possível apenas as penas de privação
doloso contra a vida. Serão escolhidos 07, dentre 21 pes- ou restrição da liberdade, perda de bens, multa, prestação
soas a comporem o conselho de sentença. Aos jurados é alternativa e suspensão parcial ou temporária de direitos.
assegurado o sigilo das votações e ao réu a plenitude de Toda pena diferente destas não será autorizada pela legis-
defesa; ao júri, como um todo, assegurado a soberania lação infraconstitucional em especial aquelas que levem a
do veredicto. O tribunal do júri funcionará sempre que morte, tortura, caráter perpétuo, trabalho forçado, cruéis
DIREITO CONSTITUCIONAL

houver um crime doloso contra a vida. ou de banimento. Inserido no sistema prisional, ao indiví-
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, duo assegurado respeito a sua integridade física e moral.
nem pena sem prévia cominação legal; Para as mulheres, tratativa diferenciada em períodos de
Também chamado de princípio da legalidade. Por este amamentação, podendo ficar com seu filho.
princípio o indivíduo só poderá responder criminalmente LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natu-
por alguma conduta por ele praticado se esta conduta ralizado, em caso de crime comum, praticado antes
houver sido considerada crime antes de sua prática. Ou da naturalização, ou de comprovado envolvimento
seja, a conduta definida como crime deve ser anterior a em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
sua prática. forma da lei;

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LII - não será concedida extradição de estrangeiro por LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
crime político ou de opinião; quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão assistência da família e de advogado;
pela autoridade competente; LXIV - o preso tem direito à identificação dos respon-
Os incisos acima compõem a proteção do direito à sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
nacionalidade. Ao brasileiro nato (aquele que nasceu em LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
território brasileiro – respeitada exceção em que os geni- autoridade judiciária;
tores, estrangeiros, estão a serviço de seu país – ou aque- LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido quan-
le tem por seus genitores algum, ou ambos, brasileiros) do a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
não será autorizada a extradição. Portanto, o brasileiro LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do res-
nato não será extraditado em hipótese alguma. O natu- ponsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável
ralizado, em regra não será extraditado; salvo se houver de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
praticado crime comum antes de sua naturalização ou Rol de incisos que garante direitos àqueles que esti-
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpe- verem presos. Em regra, o indivíduo somente será preso
centes e drogas afins. por determinação judicial ou em caso de flagrante delito.
Outra vedação à extradição é aquela solicitada em Aquele que vier a ser preso indicará alguém de sua família
razão de estrangeiro ter praticado crime político ou de ou qualquer outro sobre a prisão. Além da assistência da
opinião em seu país de origem. Por defendermos a li- família e de advogado, terá o preso direito de permanecer
berdade de manifestação, seja ela qual for, asseguramos em silêncio.
também ao estrangeiro esse direito. LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al-
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
bens sem o devido processo legal; ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegali-
Este inciso revela em simples palavras que ninguém dade ou abuso de poder;
pode “ser pego de surpresa”, que “as regras do jogo” de- LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para pro-
vem ser cumpridas. Logo, tanto a privação da liberdade teger direito líquido e certo, não amparado por habeas
como a privação de bens deve observar o cumprimento corpus ou habeas data , quando o responsável pela ile-
de um processo judicial e o esgotamento das formas de galidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
defesa.
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administra-
poder público;
tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con-
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impe-
traditório e a ampla defesa, com os meios e recursos
trado por:
a ela inerentes;
a) partido político com representação no Congresso Na-
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
cional;
por meios ilícitos;
b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal condenatória; ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo
LVIII - o civilmente identificado não será submetido menos um ano, em defesa dos interesses de seus mem-
a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas bros ou associados;
em lei; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre
Rol de incisos que estipulam regras aos processos que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
judiciais ou administrativos. Princípios de extrema im- exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
portância, o contraditório e a ampla defesa derivam do prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
princípio da legalidade. Assim, ao indivíduo garantido o à cidadania;
direito de se defender e ofertar contestação a tudo quan- LXXII - conceder-se-á habeas data :
to a ele estiver sendo alegado. a) para assegurar o conhecimento de informações rela-
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação tivas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou
pública, se esta não for intentada no prazo legal; bancos de dados de entidades governamentais ou de
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos caráter público;
processuais quando a defesa da intimidade ou o inte- b) para a retificação de dados, quando não se prefira
resse social o exigirem; fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administra-
Cabe ao Ministério Público o exercício das ações penais tivo;
públicas. No entanto, a lei faculta ao indivíduo, nas hipóteses LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
previstas em lei, a possibilidade do próprio indivíduo intentar ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô-
a ação. Em regra, todos os atos são públicos, resguardada a nio público ou de entidade de que o Estado participe,
DIREITO CONSTITUCIONAL

defesa da intimidade e do interesse social do indivíduo. à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao


LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judici- comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
ária competente, salvo nos casos de transgressão militar da sucumbência;
ou crime propriamente militar, definidos em lei; Este rol de incisos apresentam os remédios constitu-
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se en- cionais. São eles, habeas corpus, habeas data, mandado
contre serão comunicados imediatamente ao juiz com- de segurança, mandado de injunção e ação popular, cada
petente e à família do preso ou à pessoa por ele indi- qual disciplinado por lei específica.
cada;

10
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de re- para os que percebem remuneração variável;
cursos; VIII - décimo terceiro salário com base na remunera-
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro ju- ção integral ou no valor da aposentadoria;
diciário, assim como o que ficar preso além do tempo IX - remuneração do trabalho noturno superior à do
fixado na sentença; diurno;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente po- X - proteção do salário na forma da lei, constituindo
bres, na forma da lei: crime sua retenção dolosa;
a) o registro civil de nascimento; XI - participação nos lucros, ou resultados, desvincu-
b) a certidão de óbito; lada da remuneração, e, excepcionalmente, participa-
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e ção na gestão da empresa, conforme definido em lei;
habeas data , e, na forma da lei, os atos necessários ao XII - salário-família pago em razão do dependente do
exercício da cidadania. trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
são assegurados a razoável duração do processo e os horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. a compensação de horários e a redução da jornada,
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
fundamentais têm aplicação imediata. XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constitui- em turnos ininterruptos de revezamento, salvo nego-
ção não excluem outros decorrentes do regime e dos ciação coletiva;
princípios por ela adotados, ou dos tratados interna- XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente
cionais em que a República Federativa do Brasil seja aos domingos;
parte. XVI - remuneração do serviço extraordinário superior,
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre di- no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;
reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin- menos, um terço a mais do que o salário normal;
tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva- XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
lentes às emendas constitucionais. do salário, com a duração de cento e vinte dias;
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
Internacional a cuja criação tenha manifestado ade- XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, me-
são. diante incentivos específicos, nos termos da lei;
Regras gerais a respeito dos direitos fundamentais. XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
Dos direitos sociais XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a ali- XXIII - adicional de remuneração para as atividades
mentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
a segurança, a previdência social, a proteção à mater- XXIV - aposentadoria;
nidade e à infância, a assistência aos desamparados, XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
na forma desta Constituição. (Artigo com redação dada desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) creches e pré-escolas;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, XXVI - reconhecimento das convenções e acordos co-
além de outros que visem à melhoria de sua condição so- letivos de trabalho;
cial: XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
I - relação de emprego protegida contra despedida ar- XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
bitrária ou sem justa causa, nos termos de lei comple- do empregador, sem excluir a indenização a que este
mentar, que preverá indenização compensatória, den- está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
tre outros direitos; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das re-
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego invo- lações de trabalho, com prazo prescricional de cin-
luntário; co anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até
III - fundo de garantia do tempo de serviço; o limite de dois anos após a extinção do contrato de
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente uni- trabalho;
ficado, capaz de atender às suas necessidades vitais a) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº
DIREITO CONSTITUCIONAL

básicas e às de sua família com moradia, alimentação, 28, de 2000)


educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte b) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº
e previdência social, com reajustes periódicos que lhe 28, de 2000)
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vin- XXX - proibição de diferença de salários, de exercício
culação para qualquer fim; de funções e de critério de admissão por motivo de
V - piso salarial proporcional à extensão e à comple- sexo, idade, cor ou estado civil;
xidade do trabalho; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em a salário e critérios de admissão do trabalhador porta-
convenção ou acordo coletivo; dor de deficiência;

11
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às
técnico e intelectual ou entre os profissionais respec- penas da lei.
tivos; Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou in- e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos
salubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho em que seus interesses profissionais ou previdenciários
a menores de dezesseis anos, salvo na condição de sejam objeto de discussão e deliberação.
aprendiz, a partir de quatorze anos; Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empre-
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador gados, é assegurada a eleição de um representante
com vínculo empregatício permanente e o trabalha- destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o
dor avulso. entendimento direto com os empregadores.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos tra-
balhadores domésticos os direitos previstos nos inci- Direitos sociais em espécie (11 espécies): os direitos
sos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, sociais “disciplinam situações subjetivas pessoais ou gru-
XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as pais de caráter concreto”. Tratam-se de prestações posi-
condições estabelecidas em lei e observada a simpli- tivas do Estado a serem implementadas, no sentido de
ficação do cumprimento das obrigações tributárias, possibilitar busca por melhores condições de vida. São
principais e acessórias, decorrentes da relação de tra- irrenunciáveis. Ao contrário dos direitos individuais que
balho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, se apresentam pelo “não fazer” do Estado, no que tange
II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração aos direitos sociais, estes demandam o “agir” do Estado.
à previdência social. (Parágrafo único com redação Rol de direitos sociais
dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013) - Art. 6
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, - Art. 7 a 11
observado o seguinte: - Art. 193 a 232 (Da ordem Social)
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para Cláusula pétrea? Art. 60 §4 IV
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no ór- Destinatários dos direitos sociais: todos os indivíduos,
gão competente, vedadas ao poder público a interfe- especialmente os hipossuficientes. Aqueles que necessi-
rência e a intervenção na organização sindical; tam da ação positiva do Estado.
II - é vedada a criação de mais de uma organização Modalidades do artigo 6º (círculo virtuoso) (rol exem-
sindical, em qualquer grau, representativa de catego- plificativo)
ria profissional ou econômica, na mesma base territo- 5 - Educação
rial, que será definida pelos trabalhadores ou empre- 2 – Saúde (art. 196 a 200)
gadores interessados, não podendo ser inferior à área 3 - Alimentação
de um Município;
7 - Trabalho
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes-
4 - moradia
ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
11 - Lazer
questões judiciais ou administrativas;
10 - Segurança
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em
9 - Previdência Social
se tratando de categoria profissional, será descontada
1 - Proteção a maternidade e a infância
em folha, para custeio do sistema confederativo da
8 - Assistência aos desamparados (art. 194 e 195)
representação sindical respectiva, independentemen-
te da contribuição prevista em lei; 6 - Transportes
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se Educação – direito de todos / dever do Estado e da
filiado a sindicato; família: exercício da cidadania e qualificação para o tra-
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas balho. Ver art. 205 a 214.
negociações coletivas de trabalho; - Educação de baixa qualidade = reflexos políticos ne-
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo- gativos. Ex: referendo / plesbicito.
tado nas organizações sindicais; Saúde – direito de todos / dever do Estado: redução
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado do risco de doenças e acesso universal aos serviços de
a partir do registro da candidatura a cargo de direção saúde. Ver art. 196
ou representação sindical e, se eleito, ainda que su- - SUS – Art. 200: atendimento integral, com priorida-
plente, até um ano após o final do mandato, salvo se de para atividades preventivas.
cometer falta grave nos termos da lei. - Judicialização do direito a saúde. (problemas de gestão)
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam- Alimentação – Comissão de Direitos Humanos da
-se à organização de sindicatos rurais e de colônias ONU (1993). EC 64/2010. Direito a alimentação adequa-
DIREITO CONSTITUCIONAL

de pescadores, atendidas as condições que a lei esta- da, ou seja, inerente a dignidade da pessoa humana e
belecer. indispensável.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo Trabalho – instrumento para assegurar uma existência
aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de digna. Governo, política econômica não recessiva, possi-
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio bilitando a busca por empregos.
dele defender. Moradia - promover programas de construção de
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essen- moradias e melhoria das condições habitacionais e de
ciais e disporá sobre o atendimento das necessidades saneamento básico. Princípios: intimidade, privacidade,
inadiáveis da comunidade. inviolabilidade de domicílio.

12
Impenhorabilidade do bem de família
Regra geral: impenhorabilidade.
Exceções: fiador em contrato de aluguel, devedor de IPTU, pagamento de débitos trabalhistas aos trabalhadores
domésticos do imóvel. E imóvel de maior valor?
Lazer – função urbanística do Estado. O lazer interfere nas condições de trabalho e de vida do ser humano.
Segurança: também presente no artigo 5. Porém, lá com as características de garantia individual. Já como social,
volta-se a segurança pública.
Previdência social: direitos relacionados com a seguridade social. Erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as
desigualdades sociais e promover o bem de todos.
Proteção a maternidade e a infância: dois aspectos:
Direito previdenciário: assistência pelo afastamento, desoneração do empregador.
Direito assistencial: estatuto da juventude.
Assistência aos desamparados: ver art. 203 V – LOAS. Garantir o sustento, provisório ou permanente, dos que não
têm condições para tanto. Não significa estabelecer boas condições de vida, mas condições suficientes para manuten-
ção de sua dignidade.
Transporte: transporte público tem influência direta em outros aspectos da vida dos cidadãos. Ex: evasão escolar;
trabalho; bem estar.

Direitos relativos aos trabalhadores

Quem é empregado? Pessoa física presta serviços de natureza não eventual para um empregador mediante salário.
Como se identificar um contrato de trabalho? Caráter personalíssimo, subordinação, remuneração e permanência de
vínculo.
Art. 7 cabível para empregado urbano ou rural que preencha as características acima.
Direitos das relações individuais de trabalho (exemplos)
- Proteção contra dispensa arbitrária, sem justa causa.
- Seguro desemprego
- Fundo de garantia
- Salário mínimo fixado em lei.
- Piso salarial
- 13 Salário
- remuneração trabalho noturno
- repouso semanal
- Férias
DIREITO CONSTITUCIONAL

- Licença gestante
Atenção para o Art. 7 parágrafo único: empregado doméstico.
Direitos das relações coletivas
- direito de associação profissional ou sindical;
Vedado impedir a criação
Liberdade de ser associado ou não
Possibilidade de cobranças para custos
Vedação de dispensa de empregado sindicalizado
- direito de greve;

13
Cabe aos empregados decidir o momento oportuno a) de reconhecimento de nacionalidade originária
e a pauta de reinvindicações. Alguns serviços são consi- pela lei estrangeira;
derados essenciais, necessários. Nesse caso, a lei definirá b) de imposição de naturalização, pela norma estran-
que tipo de serviço será considerado essencial. geira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro,
- direito de substituição processual; como condição para permanência em seu território ou
Legitimidade dos sindicatos para a representação para o exercício de direitos civis;
dos empregados sindicalizados. Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Re-
- direito de participação; pública Federativa do Brasil.
Participação de trabalhadores em colegiados de ór- § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a
gãos públicos em assuntos de interesse da categoria. bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
- direito de representação classista. § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
Empresas com mais de 200 empregados podem derão ter símbolos próprios.
eleger um representante para estabelecer diálogo com
empregadores. Direitos de nacionalidade

Introdução
Capítulo III
Da nacionalidade
Conceitos importantes: segundo Nathália Masson,
entende-se por nacionalidade o “vínculo jurídico-político
Art. 12. São brasileiros:
que liga o indivíduo a um determinado Estado, coman-
I - natos:
do-o um componente do povo, o que o capacita a exi-
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda gir a proteção estatal, a fruição de prerrogativas ínsitas
que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam à condição de nacional, bem como o sujeita ao cumpri-
a serviço de seu país; mento de deveres. Referida associação - entre indivíduo
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de e Estado é que determina e permite a identificação dos
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a ser- sujeitos que compõe a dimensão pessoal do Estado, um
viço da República Federativa do Brasil; dos seus elementos constitutivos básicos”. Trata-se de
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de direito previsto no artigo 15 da Declaração Universal dos
mãe brasileira, desde que sejam registrados em repar- Direitos do Homem.
tição brasileira competente ou venham a residir na - Elementos do Estado: território, soberania e povo.
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer - Vínculo político e social: nacionalidade. (obs: nacio-
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacio- nalidade ≠ nação).
nalidade brasileira;
II - naturalizados: Modalidades de aquisição da nacionalidade
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade - Primária: nascimento do indivíduo.
brasileira, exigidas aos originários de países de língua - Secundário: obtida voluntariamente pelo indivíduo
portuguesa apenas residência por um ano ininterrup- – Ex: casamento.
to e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residen- Critérios para determinar nacionalidade
tes na República Federativa do Brasil há mais de quin- - Jus soli: indivíduo nascido em território específico.
ze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde - jus sanguinis: prioriza laços familiares, filiação.
que requeiram a nacionalidade brasileira. Apátridas: conhecidos por serem aqueles que não de-
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no têm pátria por não se enquadrarem no critério previsto
País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, para aquisição da nacionalidade. Os poliapátridas são
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, sal- aqueles que preenchem tanto os critérios para aquisição
vo os casos previstos nesta Constituição. de nacionalidade do Estado que nasceu como no Estado
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasi- de origem dos pais.
leiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos Exemplo: nascido em território estrangeiro que adota
nesta Constituição. com exclusividade o critério jus sanguinis; ou ainda pelo
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: cancelamento da naturalização cujo país não admite du-
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; pla naturalização. Atualmente os países adotam critérios
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; mistos.
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 1) Espécies de nacionalidade
DIREITO CONSTITUCIONAL

V - da carreira diplomática; - Originária: é aquela que se adquire pela ocorrência


VI - de oficial das Forças Armadas; do fato natural (nascimento). Trata-se de um meio
VII – de Ministro de Estado da Defesa. involuntário.
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do bra- - Secundária: trata-se, normalmente, de ato voluntá-
sileiro que: rio. A naturalização decorre da vontade do interes-
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença sado de compor o povo de um Estado específico.
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

14
Hipóteses de aquisição
- Originária

- Critério jus soli


Trata-se de critério territorial. Será considerado nato o indivíduo nascido em território nacional; independe da na-
cionalidade de seus ascendentes. O que faz parte do território nacional?
Território nacional: - Terras delineadas pelos limites geográficos do país
- rios, baías, golfos, ilhas, bem como o espaço aéreo e o mar territorial;
Atenção! Extensão ficcional:
É o ato de reconhecer como parte do território nacional os navios e as aeronaves públicos (ou requisitados) bra-
sileiros, onde quer que se encontrem, assim como os navios privados brasileiros em alto mar, as aeronaves privadas
brasileiras em voo sobre o alto mar e as embarcações privadas estrangeiras em mar (ou espaço aéreo) brasileiro.
Obs: se o nascido for filho de estrangeiros a serviço do seu país de origem, não haverá o reconhecimento da nacio-
nalidade. Ex: casal de suíços a serviço da Suíça (o mesmo não se pode falar daqueles a serviço de empresa privada ou
outro país) concebem seu filho em solo brasileiro – o filho, ainda que nascido em território no Brasil não será brasileiro.
No exemplo acima, caso um dos genitores seja brasileiro, o fato do outro cônjuge estar a serviço de seu país, será o
nascido brasileiro.

- Critério jus sanguinis


Trata-se de uma espécie de mitigação do critério territorial com a finalidade de se evitar a existência de apátridas.
Oportuno registrar que esse critério não se resume sozinho. Sempre dependerá da conjugação com alguns elementos:

- Critério funcional: um dos pais brasileiros (ou ambos) a serviço do Brasil. Ex: nascido em território estrangeiro, filho
de um dos pais (ou ambos) brasileiro, estando este a serviço do país. Mesmo não nascendo em território brasileiro, será
considerado brasileiro nat.

- Registro em repartição brasileira: criança nascida no estrangeiro, filho de brasileiro (ou ambos), com registro de
nascimento feito em repartição brasileira competente, como por exemplo, embaixada ou consulado. Em tempo, esse
direito foi suprimido e posteriormente reinserido no texto em 2007.
DIREITO CONSTITUCIONAL

15
- Opção após maioridade: nascido no estrangeiro, filho de pai ou mãe (ou ambos) brasileiro, resolve residir, após a
maioridade, no Brasil. Esta poderá fazer a opção de se registrar como brasileira.

- Secundária
- Tácita: países com número de nacionais inferior ao desejado; caso não declare o estrangeiro sua intenção de per-
manecer estrangeiro, automaticamente se torna nacional daquele país. (não aceito no Brasil).
- Expressa (duas formas: ordinária / extraordinária).
Ordinária
- Estatuto do Estrangeiro:
Residência permanente por mais de 04 anos
Capacidade Civil
Domínio da língua
Exercício da profissão
Bons procedimentos
Boa saúde.
- Países de língua Portuguesa:
Residência permanente por no mínimo 01 ano
Demais condições apontadas acima.
- Radicação precoce:
Vem residir no Brasil antes de completar 05 anos.
Necessário requerimento de naturalização
Prazo: 02 anos a partir da maioridade (18 anos).
- Conclusão ensino superior:
Estrangeiros vindo a residir no país antes da maioridade;
Conclusão ensino superior instituição nacional;
Requisição nacionalidade até 01 ano formado.
- Procedimento
Tem natureza administrativa uma vez que todo o procedimento ocorre no Ministério da Justiça até decisão final do
Presidente da República; a entrega, porém, é feita pela Justiça Federal. Trata-se de ato ex nunc.
Extraordinária
- Quinze anos de residência ininterrupta
- Ausência de condenação penal
- Requerimento de naturalização.
DIREITO CONSTITUCIONAL

2) Diferença de tratamento (natos e naturalizados)


Vedação: nos termos do art. 5º, desdobrado no art. 12§2º da Constituição Federal. Exceções:
1º) Cargos: Presidente da República e aqueles em sua linha de sucessão, além dos cargos responsáveis pela Segu-
rança Nacional:
- Presidente da República e Vice-Presidente da República,
- Presidente da Câmara dos Depurados, Presidente do Senado Federal e Ministro do STF,
- Membro da carreira diplomática,
- Oficial das Forças Armadas e
- Ministro de Estado da Defesa.

16
2º) Conselho da República: art. 89 VII (formação) a) os analfabetos;
I - o Vice-Presidente da República; b) os maiores de setenta anos;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
III - o Presidente do Senado Federal; § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangei-
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos ros e, durante o período do serviço militar obrigatório,
Deputados; os conscritos.
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Fe- § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
deral; I - a nacionalidade brasileira;
VI - o Ministro da Justiça; II - o pleno exercício dos direitos políticos;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trin- III - o alistamento eleitoral;
ta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Pre- IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
sidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal V - a filiação partidária;
e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com VI - a idade mínima de:
mandato de três anos, vedada a recondução. a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente
3º) Extradição (brasileiro nato não pode ser extradi- da República e Senador;
tado). No que tange ao naturalizado, a CF/88 permitiu a b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
extradição do naturalizado em duas situações). Estado e do Distrito Federal;
- Crime comum antes da naturalização. c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
- Envolvimento comprovado com o tráfico ilícito de Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
entorpecentes ou drogas afins. paz;
4º) Propriedade de empresa jornalística e de radiodi- d) dezoito anos para Vereador.
fusão sonora e de sons e imagens. § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
- Privativo de brasileiros natos ou naturalizados há § 5º O Presidente da República, os Governadores de Es-
mais de 10 anos. tado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os hou-
ver sucedido ou substituído no curso dos mandatos po-
3) Perda do Direito de Nacionalidade derão ser reeleitos para um único período subsequente.
Previsão: art. 12 §4º CF/88 § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
Hipóteses: da República, os Governadores de Estado e do Distrito
- Cancelamento por sentença judicial (atividade noci- Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
va ao interesse nacional: mandatos até seis meses antes do pleito.
Ordem pública ou segurança nacional) Chamada de § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular,
perda-punição. o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o
- Aquisição voluntária de nova nacionalidade (perda segundo grau ou por adoção, do Presidente da Repú-
mudança). Vale tanto para natos como naturalizados. blica, de Governador de Estado ou Território, do Distri-
to Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído
4) Quase naturalização dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já
Segundo Nathália Masson, “o texto constitucional, titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
se houver reciprocidade em favor de brasileiros residen- § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
tes em Portugal, os portugueses que aqui residam terão condições:
tratamento jurídico similar ao dispensado ao brasileiro I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afas-
naturalizado, sem precisarem, para isso, de se submete- tar-se da atividade;
rem a qualquer procedimento de naturalização. Como a II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado
reciprocidade existe, os portugueses residentes na Re- pela autoridade superior e, se eleito, passará automa-
pública Federativa do Brasil em caráter permanente po- ticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
derão comparecer ao Ministério da Justiça, munidos de § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de ine-
documento que comprove a nacionalidade portuguesa, legibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de pro-
a capacidade civil e a admissão na República Federativa teger a probidade administrativa, a moralidade para o
do Brasil em caráter permanente, para requerer a quase exercício do mandato, considerada a vida pregressa do
nacionalidade”. candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições
contra a influência do poder econômico ou o abuso do
Capítulo IV exercício de função, cargo ou emprego na administra-
Dos direitos políticos ção direta ou indireta.
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
DIREITO CONSTITUCIONAL

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrá- Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
gio universal e pelo voto direto e secreto, com valor diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: poder econômico, corrupção ou fraude.
I - plebiscito; § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em
II - referendo; segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da
III - iniciativa popular. lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; perda ou suspensão só se dará nos casos de:
II - facultativos para:

17
I - cancelamento da naturalização por sentença tran- - Plesbicito (consulta prévia): primeiro ocorre a con-
sitada em julgado; sulta popular para só então ser tomada a decisão
II - incapacidade civil absoluta; política. Ex: sistema de governo.
III - condenação criminal transitada em julgado, en- - Referendo (consulta a posteriori): primeiro é toma-
quanto durarem seus efeitos; da a decisão política para então ser levada a apre-
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou ciação do povo que poderá ratificar ou rejeitar. Ex:
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; desarmamento.
V - improbidade administrativa, nos termos do art. - Iniciativa popular: apresentação de projeto de lei
37, § 4º. para a Câmara dos Deputados, subscrito por no
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em mínimo 1% do eleitorado brasileiro, distribuídos
vigor na data de sua publicação, não se aplicando à por no mínimo 5 estados com não menos de 0,3%
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. dos eleitores de cada um deles.
- Ação popular: Lei 4.717/65
Trata-se de prerrogativa do direito de nacionalidade. É
assegurado a determinado grupo de pessoas chamados
de cidadãos. São os meios pelos quais o povo exerce sua #FicaDica
soberania, ou seja, a soberania popular. É a exteriorização Atenção! Uma vez proclamado o resultado
da vontade do povo na condução da coisa pública. do plesbicito ou do referendo, seria
possível sua alteração por meio de Emenda
Constitucional ou Lei? Não. Tais medidas
#FicaDica seriam inconstitucionais. Logo, a democracia
Nacionalidade ≠ Cidadania: segundo José direta prevalece sobre a representativa. Sua
Afonso da Silva, “a nacionalidade é o vínculo mudança poderia ocorrer apenas após nova
ao território estatal por nascimento ou por consulta popular.
naturalização, tem status político”; cidadania
“qualifica os participantes da vida do Estado, é
atributo das pessoas integradas na sociedade Conceitos (Teoria Geral do Estado)
estatal, atributo político decorrente do direito Cidadania: capacidade de possuir direitos políticos,
de participar no governo e direito de ser votar e ser votado.
ouvido pela representação política”. Sufrágio: direito de votar e ser votado.
Voto: modo pelo qual se exerce o sufrágio.
Escrutínio: modo pelo qual se exercita o voto.
E continua:
“Cidadão, no direito brasileiro, é o indivíduo que seja 2. Classificação dos Direitos Políticos
titular dos direitos políticos de votar e ser votado e suas
consequências. Nacionalidade é o conceito mais amplo Memorizar:
do que cidadania, e é pressuposto desta, uma vez que só
o titular da nacionalidade brasileiro poder ser cidadão”.

1. Regime democrático
- Democracia direta: exercício do poder diretamente
pelo povo, sem intermediários.
- Democracia representativa: povo elege seus repre-
sentantes.
- Democracia participativa: sistema híbrido; parte
exercida diretamente pelo povo e parte pelos represen-
tantes eleitos pelo povo.

#FicaDica 2.1 Positivos (liberdade do cidadão participar ati-


Modelo brasileiro: democracia participativa – vamente da vida pública)
CF Art. 1º par. Único e Art. 14.
Ativo: direito de votar, capacidade de ser eleitor, alis-
DIREITO CONSTITUCIONAL

tabilidade.
Democracia direta (institutos) Passivo: direito de ser votado, elegibilidade.
- Plesbicito, referendo, participação popular e ação - Ativa (pressupostos para votar) – Palavra chave:
popular. alistabilidade (capacidade de ser eleitor).
Plesbicito e referendo: ambos são formas de consulta - Alistamento eleitoral: qualificação e inscrição da
ao povo de matéria de extrema relevância (ex: sistema de pessoa como eleitor perante a Justiça Eleitoral (título de
governo; desarmamento). O que os difere é o momento eleitor)
em que essa consulta é feita. - Nacionalidade brasileira (excluídos os estrangeiros)
- Idade mínima de 16 anos

18
Facultativo: entre 16 e 18 anos; acima de 70 anos.
Obrigatório: entre 18 e 70 anos.
- Não ser conscrito (serviço militar obrigatório): o conscrito não poderá votar. E se por acaso o conscrito se engajar
no serviço miltar permanente? São obrigados a se alistarem como eleitores
- Soberania Popular: exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto. É possível classificar a soberania
como: una, indivisível, inalienável e imprescritível.
- Sufrágio: direito que o cidadão possui de participar da organização política estatal. É a permissão para eleger e/
ou ser eleito. Sufrágio universal: “quando se outorga o direito de votar a todos os nacionais de um país, sem restrições
derivadas das condições de nascimento, de fortuna e capacidade especial”.
- Direito de voto e escrutínio: o voto é uma das formas do exercício do sufrágio; é o instrumento pelo qual se ex-
terioriza sua vontade. Tem por características: direto, secreto, Periódico e universal. No Brasil, tem por característica ser
personalíssimo e obrigatório. A obrigatoriedade do voto é cláusula pétrea? Não, nos termos do art. 60 §4º II.

#FicaDica
Características do voto: direto, secreto, universal e periódico.

- Direto: o eleitor vota diretamente no candidato. Obs: eleição indireta – possível. Vacância do cargo de presidente
e vice presidente nos dois últimos anos de mandato – eleição realizada pelo Congresso nacional.
- Secreto: veda-se a publicidade do voto. Votação parlamentar: aberta. O sigilo do voto deverá ser assegurado e,
adotadas as seguintes providências:
- Isolamento em cabine indevassável
- Verificação documental e sua autenticidade
- Urna que assegure a inviolabilidade.
- Universal: direcionada a qualquer cidadão, sem discriminação de natureza econômica, social, racial.
- Periódica: posto que o mandato é por prazo determinado.
Eleitorado: conjunto de todos aqueles que detém o direito ao sufrágio. A organização brasileira é da seguinte forma:
- Circunscrições eleitorais: nas eleições presidenciais a circunscrição será o país; nas eleições federais e estaduais a
circunscrição será o estado e nas municipais o próprio município.
- Zonas eleitorais: unidades territoriais de natureza jurisdicional sob a titularidade de um juiz de direito.
- Seções eleitorais (de 300 a 400 eleitores)
- Passiva (pressupostos para ser votado) – Palavra chave: elegibilidade
Condições de elegibilidade (capacidade de ser eleito)
- Nacionalidade: brasileira
- Pleno exercício dos direitos políticos
- Alistamento eleitoral
- Domicílio eleitoral na circunscrição (onde for concorrer ao mandato)
- Filiação partidária
- Idade Mínima:
35 – Presidente, vice, senador.
30 – Governador e vice.
21 – Deputados estaduais e federais, prefeito e vice.
18 – Vereador.

#FicaDica
DIREITO CONSTITUCIONAL

19
2.2 Direitos Políticos Negativos - Improbidade administrativa.
- Exercício de direitos políticos em outro país. Pode
Podem ser definidas como as suspensões e/ou priva- votar em Portugal, suspende o direito de votar no Brasil.
ções de direitos políticos. Atenção! Segundo Nathália Mas-
son, “importante, desde já, deixar firmado que a cassação
dos direitos políticos, consistente na retirada arbitrária dos #FicaDica
direitos, engendrada por perseguições ideológicas, tão tí- Não existe “cassação” de direitos políticos.
picas dos períodos de hiato constitucional (antidemocráti- Ou poderá ocorrer a perda ou mesmo a
cos), é vedada pela atual Constituição de 1988”. suspensão. O termo cassação pressupõe ato
- Inelegibilidade (Art. 14 §4º a 8º) unilateral em contraditório e ampla defesa,
Absolutas: impedimento eleitoral para qualquer car- ferindo os alicerces da democracia.
go eletivo, taxativamente previstas na CF/88.
- Inalistável: se não pode ser eleitor, não pode se ele-
ger (estrangeiros e conscritos). 5. Das Eleições
- Analfabeto: pode se alistar, mas não pode ser eleito.
- Relativas: impedimento eleitoral para algum cargo Segundo José Afonso da Silva, “as eleições são pro-
eletivo ou mandato, em função de situações em cedimentos técnicos para a designação de pessoas para
que se encontre o cidadão candidato, previstas na um cargo (outras maneiras de designação são a suces-
CF/88 ou lei complementar. são, a cooptação, a nomeação, a aclamação) ou para a
- Em razão da função exercida: formação de assembleias. Eleger significa, geralmente,
- Referente ao mesmo cargo: - Chefes do executivo expressar uma preferência entre alternativas, realizar um
nas 03 esferas, não podem ser eleitos para um ter- ato formal de decisão”.
ceiro mandato. (subsequente e sucessivo). Reeleição: “possibilidade que a Constituição reco-
- Referente a outro cargo (desincompatibilização). nhece ao titular de um mandato eletivo de pleitear sua
- Prefeito profissional: cumpre dois mandatos, trans- própria eleição para um mandato sucessivo ao que está
fere seu domicílio para concorrer ao terceiro. Im- desempenhando”.
possibilidade tanto para o próprio município como
para diverso.
- Desincompatibilização: afastamento das funções
por 06 meses para concorrer a outros cargos. Ex: é
deputado, quer concorrer para prefeito.
- Grau de parentesco.
- Cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o
segundo grau. (presidente, governador e prefeito).
- Conhecida como inelegibilidade reflexa, haja vista Majoritário: “a representação, em dado território,
incidir sobre terceiros, isto é, “refletir” em indiví- cabe ao candidato ou candidatos que obtiveram a maio-
duos em razão do parentesco, da afinidade ou da ria (absoluta/relativa) dos votos. O Brasil consagra o sis-
condição de cônjuge que possuem freme a um tema majoritário por maioria absoluta (com dois turnos
chefe do Poder Executivo. se preciso) para a eleição de Presidenta e Vice-Presidente
- Candidato for militar. da República, de Governador e Vice-governador de esta-
- Menos de 10 anos de atividade: afastamento defi- do e de Prefeito e Vice-Prefeito municipal e por maioria
nitivo. relativa para a eleição de Senadores”.
- Mais de 10 anos: afastamento temporário. Se eleito, Proporcional: utilizado para as eleições de deputados
inatividade. federais, estaduais e para vereadores.
- Outras inelegibilidades previstas pela LC 64/90
- Probidade administrativa Capítulo v
- Moralidade Dos partidos políticos
- Normalidade e legitimidade das eleições.
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extin-
3. Perda dos direitos políticos ção de partidos políticos, resguardados a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo,
Definitiva. os direitos fundamentais da pessoa humana e obser-
- Cancelamento da naturalização vados os seguintes preceitos:
DIREITO CONSTITUCIONAL

- Recusa de cumprir obrigação imposta a maioria I - caráter nacional;


- Perda da nacionalidade em razão de ter adquirido II - proibição de recebimento de recursos financeiros
outra. de entidade ou governo estrangeiros ou de subordi-
nação a estes;
4. Suspensão dos direitos políticos III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Temporária. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
- Incapacidade civil absoluta para definir sua estrutura interna e estabelecer regras
- Condenação criminal definitiva. sobre escolha, formação e duração de seus órgãos

20
permanentes e provisórios e sobre sua organização e A lei 9.096/95, também chamada de “Lei dos Partidos
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e Políticos” também tratou de conceituar os partidos polí-
o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, ticos no Brasil. Nos termos do art. 1º desta lei, “o partido
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a
sem obrigatoriedade de vinculação entre as candida- assegurar, no interesse do regime democrático, a auten-
turas em âmbito nacional, estadual, distrital ou munici- ticidade do sistema representativo e a defender os direi-
pal, devendo seus estatutos estabelecer normas de dis- tos fundamentais definidos na Constituição Federal”.
ciplina e fidelidade partidária. (Parágrafo com redação
dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) Natureza Jurídica
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem persona-
lidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus Pessoa Jurídica de Direito Privado. Sua organização
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. está prevista no texto da Constituição Federal, lhes as-
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo parti- segurando autonomia, liberdade de criação, fusão, in-
dário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na for- corporação e extinção, além de resguardar a soberania
ma da lei, os partidos políticos que alternativamente: nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
(“Caput” do parágrafo com redação dada pela Emen- direitos fundamentais. Essa pessoa jurídica deve ser re-
da Constitucional nº 97, de 2017) gistrada em Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas e
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputa- os estatutos do partido registrados no TSE.
dos, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, - Requisitos a serem observados quando de sua cria-
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da ção
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) - Caráter Nacional: evitar partidos com projetos re-
dos votos válidos em cada uma delas; ou (Inciso acres- gionais ou mesmo municipais.
cido pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) - Critério: 0,5% dos votos válidos nas últimas eleições
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Fe- para a Câmara dos Deputados, distribuídos no mí-
derais distribuídos em pelo menos um terço das uni- nimo entre 1/3 dos estados-membros (9 estados)
dades da Federação. (Inciso acrescido pela Emenda e, em cada estado, 1/10 dos eleitores daquele es-
Constitucional nº 97, de 2017) tado.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de - Proibição de recebimento de recursos financeiros de
organização paramilitar. entidades ou governos estrangeiros ou de subor-
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os re- dinação
quisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o Vedado receber qualquer recurso de entidade ou
mandato e facultada a filiação, sem perda do manda- governo estrangeiro, pois o aceite poderia tornar
to, a outro partido que os tenha atingido, não sendo o partido subordinado a estes apoiadores. É uma
essa filiação considerada para fins de distribuição dos forma indireta de também proteger a soberania
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao nacional.
tempo de rádio e de televisão. (Parágrafo acrescido - Prestação de constas à Justiça Eleitoral
pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
Com o propósito de afastar o abuso do poder econô-
Instrumento indispensável no regime democrático mico, tudo aquilo que for recebido deve ser apresentado
por ser responsável pela organização da vontade popular em forma de prestação de contas para a justiça eleito-
na busca de realização de projetos comuns. Vale lembrar ral. Esta prestação vem disciplinada pela lei 9.504/97 em
que o exercício da cidadania não se faz exclusivamen- seus arts. 17 a 27.
te através de partidos políticos; no entanto, o exercício Características dos Partidos Políticos
desse mister quando estivermos diante da elegibilidade, Autonomia: o Estado evitará intervir em qualquer par-
a filiação partidária se torna obrigatória – requisito indis- tido político, posto que os mesmos possuem liberdade
pensável. para definir sua estrutura, organização e funcionamento.
Atualmente o Brasil tem 35 partidos políticos regis- Por esta razão as coligações eleitorais são possíveis.
trados no Tribunal Superior Eleitoral, sendo o PMDB o
partido mais antigo, registrado em 30/06/1981, seguido Fidelidade Partidária: sua não observância acarreta a
neste mesmo ano pelos Partidos PTB (03/11/81) e PDT perda do mandato de Deputado Federal e de Senador se
(10/11/1981) e o partido político mais jovem é o PMB estes trocarem de partido sem justa causa. Sobre a fide-
(Partido da Mulher Brasileira) registrado em 29/09/2015. lidade partidária, importante consignar que:
- a vaga do titular do mandato parlamentar pertence
DIREITO CONSTITUCIONAL

Conceito à coligação e não ao partido político.


- Reconhecida a justa causa, afastamento da perda do
A Professora Nathália Masson, destaca em sua obra mandato eletivo.
conceito de Georg Jellinek, segundo o qual os partidos
políticos podem ser definidos como “grupos políticos
formados sob a influência de convicções comuns volta-
das para cercos fins políticos, que se esforçam para rea-
lizar”. Em regra, esses grupos têm por base concepções
políticas ou interesses políticos comuns.

21
4. Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: ABIN Pro-
va: Agente de Inteligência. Julgue o item seguinte, re-
EXERCÍCIOS COMENTADOS lativo ao direito de nacionalidade. Filho de brasileiros
nascido no estrangeiro que opte pela nacionalidade bra-
1. Aplicada em: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRF - 1ª sileira não poderá ser extraditado, uma vez que os efeitos
REGIÃO Prova: Técnico Judiciário - Segurança e dessa opção são plenos e têm eficácia retroativa.
Transporte.
Considerando o que dispõe a Constituição Federal de ( ) CERTO ( ) ERRADO
1988 (CF) sobre direitos humanos, julgue o item que se
segue. Desde que não frustrem outra reunião anterior- Resposta: Certo. Brasileiro nato não poderá ser ex-
mente convocada para o mesmo local, todos podem reu- traditado, salvo se vier a perder, nos casos previsto na
nir-se em locais abertos ao público, independentemente Constituição Federal, a sua nacionalidade. O naturali-
de autorização, sendo apenas exigido prévio aviso à au- zado também não será extraditado, exceto se pratica
toridade competente. comprovada de crime comum antes de sua naturaliza-
ção ou tráfico ilícito de drogas e entorpecentes.
( ) CERTO ( ) ERRADO
5. Aplicada em: 2017Banca: CESPE Órgão: TRE-TO Pro-
Resposta: Certo. Trata-se de direito fundamental pre- va: Analista Judiciário - Área Administrativa. A perda ou
visto no art. 5º XVI que aborda o direito de reunião. a suspensão dos direitos políticos do eleitor ocorrerá se:
Todos podem se reunir pacificamente, sem armas, em
locais públicos; não necessitam de autorização do po- a) sua naturalização for cancelada por sentença transita-
der público, mas sim a sua comunicação para evitar da em julgado.
frustrar outra reunião já previamente agendada. b) for-lhe imposta condenação criminal, ainda que seja
passível de recurso.
2. Aplicada em: 2017Banca: CESPEÓrgão: TCE-PE Pro- c) ele completar setenta anos de idade.
va: Analista de Gestão – Julgamento. d) ele completar oitenta anos de idade.
Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e de- e) sobrevier-lhe, por qualquer motivo, incapacidade civil
veres individuais e coletivos, julgue o item a seguir. relativa.
A liberdade para o exercício de qualquer trabalho, ofí-
cio ou profissão está condicionada ao atendimento das Resposta: Letra A. Nos termos do art. 15 é vedada a
qualificações profissionais estabelecidas por lei, mas nem cassação de direitos políticos, mecanismo característi-
todos os ofícios ou profissões, para serem exercidos, es- co de períodos de regimes ditatoriais, desvinculados
tarão sujeitos à existência de lei. da democracia. No entanto, possível a suspensão ou a
perda nas seguintes hipóteses:
( ) CERTO ( ) ERRADO I - cancelamento da naturalização por sentença tran-
sitada em julgado;
Resposta: Certo. A constituição coloca no art. 5º XIII II - incapacidade civil absoluta;
que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou III - condenação criminal transitada em julgado, en-
profissão; porém, algumas profissões podem ser re- quanto durarem seus efeitos;
gulamentadas por lei infraconstitucional. É o caso, por IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
exemplo, do exercício da advocacia que além da con- prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
clusão do bacharelado em direito, necessário aprova- V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
ção no exame da OAB.

3. Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA DO CONTROLE DE


Prova: Investigador de Polícia. Entre os direitos sociais CONSTITUCIONALIDADE NO
previstos pela Constituição Federal de 1988 (CF) inclui-se ORDENAMENTO BRASILEIRO:
o direito à MODALIDADES; EFEITOS SUBJETIVOS
E TEMPORAIS DA DECLARAÇÃO
a) amamentação aos filhos de presidiárias. DE CONSTITUCIONALIDADE E
b) moradia.
INCONSTITUCIONALIDADE;
c) propriedade.
d) gratuidade do registro civil de nascimento.
DIREITO CONSTITUCIONAL

e) assistência jurídica e integral gratuita. Conceito:


Resposta: Letra B. Nos termos do art. 6º são direitos Controle de constitucionalidade é um exercício de
sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, verificação de compatibilidade entre um ato jurídico de
a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ- qualquer natureza, mas principalmente normativo, com
dência social, a proteção à maternidade e à infância, a relação à Constituição Federal, de modo que a ausência
assistência aos desamparados, na forma desta Cons- de adequação deste ato jurídico quanto ao texto cons-
tituição. titucional gera a declaração de inconstitucionalidade e,
por consequência, o afastamento de sua aplicabilidade.

22
Fundamento O controle misto realiza-se quando a constituição sub-
mete certas categorias de leis ao controle político e outras
O fundamento do controle de constitucionalidade é ao controle jurisdicional, como ocorre na Suíça, onde as
a supremacia da Constituição. Com efeito, a Constituição leis federais ficam sob controle político da Assembléia Na-
Federal e os demais atos normativos que compõem o cional, e as leis locais sob o controle jurisdicional.
denominado bloco de constitucionalidade, notadamen-
te, emendas constitucionais e tratados internacionais de Fonte: http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,o-
direitos humanos aprovados com quórum especial após -sistema-de-controle-de-constitucionalidade-brasilei-
a Emenda Constitucional nº 45/2004, estão no topo do ro,25996.html
ordenamento jurídico.
Sendo assim, todos os atos abaixo deles devem guar- Incostitucionalidade: por ação e por omissão.
dar uma estrita compatibilidade, sob pena de serem in-
constitucionais. O respeito a esta relação de compatibili- Por ação:
dade vertical é, assim, essencial para que um ato jurídico
adquira validade no ordenamento jurídico nacional. Segundo José Afonso da Silva (2005, p. 47), a incons-
titucionalidade por ação ocorre quando:

Ocorre com a produção de atos legislativos ou ad-


ministrativos que contrariem normas ou princípios da
constituição. O fundamento dessa inconstitucionalida-
de está no fato de que do princípio da supremacia da
constituição resulta o da compatibilidade vertical das
normas da ordenação jurídica de um país, no sentido de
que as normas de grau inferior somente valerão se forem
compatíveis com as normas de grau superior, que é a
constituição. As que não forem compatíveis com ela são
inválidas, pois a incompatibilidade vertical resolve- se em
favor das normas de grau mais elevado, que funcionam
Sistemas de controle de constitucionalidade: como fundamento de validade das inferiores.

Dando continuidade à idéia proposta no início do Nas palavras do autor supracitado o dispositivo ou
presente trabalho, a da supremacia constitucional fren- a lei por completo se encaixaria nessa classificação de
te às inconstitucionalidades, vislumbramos, segundo a inconstitucionalidade quando houver expressamente no
teoria do Direito Constitucional, técnicas especiais para a dispositivo algo que vá de encontro com o que a consti-
realização do controle de constitucionalidade. Em razão tuição já normatizou. Assim, SILVA (2005, p.47) também
disso, são propostos 3 sistemas de controle de constitu- afirma que haveriam duas subdivisões para esse tipo de
cionalidade, quais sejam: a) político, b) jurisdicional e, c) contradição normativa, uma seria formal onde o vício es-
misto. taria no agente ou no processo de surgimento da norma,
e a outra seria material, quando o conteúdo em si estaria
O controle político, originário dos países da Europa, indo de encontro com a Carta Magna.
é exercido atualmente na França. Recebe tal denomina-
ção justamente pelo fato de outorgar a constatação da Já nas palavras de MORAES (2002, p.635), a presun-
inconstitucionalidade aos Órgãos Políticos. A verificação ção de constitucionalidade das normas será sempre re-
da constitucionalidade fica vinculada, exclusivamente, a lativa, cabendo ao Poder Judiciário a verificação quando
eles. Não existe a possibilidade do Poder Judiciário reali- provocado através do controle difuso de constituciona-
zar o controle. O Órgão Político é totalmente desvincula- lidade, ou pelo Poder Executivo pela omissão conforme
do do Poder Judiciário. segue o trecho a seguir:

O controle jurisdicional, por sua vez, surge nos Esta- Ressalta-se que as leis e atos normativos são presu-
dos Unidos, em meados de 1803, com base na decisão midamente constitucionais, porém essa presunção, por
do famoso caso Marbury X Madison, presidido pelo Juiz ser relativa, poderá ser afastada, tanto pelos órgãos do
Marshall. Denomina-se também de Judicial Review e é Poder Judiciário, por meio do controle difuso de consti-
forma pelo qual o controle é efetivado e reservado a es- tucionalidade, quanto pelo Poder Executivo, que poderá
DIREITO CONSTITUCIONAL

trutura do Poder Judiciário. recusar-se a cumprir determinada norma legal por en-
tende-la inconstitucional.
Por fim, o controle misto, que é adotado pela grande
maioria dos países como, por exemplo, o Brasil. Como o Tal afirmação parece ser ambígua e confusa, uma vez
próprio nome sugere, ele traça um meio termo entre o que pode levar o cidadão que sentir lesado pela omissão
controle político e o controle jurisdicional, pois adota ao do Estado pelo simples fato de entender que tal norma
mesmo tempo tanto um quanto o outro. é inconstitucional a não seguir regimentos legais, o que
aumentaria demandas judiciárias em busca de fazer-se
Nesse sentido, Silva (2008, p. 49) leciona: cumprir o regramento. Já para MACHADO (2004, p. 282):

23
Define-se a inconstitucionalidade como qualquerin- Esse tipo de inconstitucionalidade é mais difícil de sa-
compatibilidade vertical entre as normas infraconstitu- nar, uma vez que há realmente uma lacuna na harmonia
cionaise a Constituição. Haverá inconstitucionalidade entre as normas vigentes, o que não exime de todo o
quando sepratica um ato em linha de colisão com a Lei agente público de cumpri-las. Porém, na gritante maio-
Maior(inconstitucionalidade por ação) ou quando se dei- ria das vezes faz-se necessário recorrer ao judiciário para
xa depraticar um ato determinado pela Constituição(in- conseguir a eficácia de tal norma constitucional, o que
constitucionalidade por omissão). [SIC] pode levar a divergentes interpretações pelo mesmo,
uma vez que não se há um paradigma legislativo.
Nas palavras de OLIVEIRA (2014, p.77)os órgãos com-
petentes pela ação ou omissão de inconstitucionalidade Para OLIVEIRA (2014, p.185) a inconstitucionalidade:
deverão ser cientes em 30 dias da decisão do Supremo É decorrente de omissão do Estado, que deixa de editar
Tribunal Federal que forem consideradas contraditórias à leis ou atos normativos indispensáveis à aplicabilidade
Constituição: de normas constitucionais que dependam de comple-
mentação legislativa. E para PAULO E ALEXANDRINO
[...] o Supremo Tribunal Federal deverá dar ciência ao (2015, P. 2015):
poder competente para que sejam tomadas as medidas
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, Temos a inconstitucionalidade por omissão quando a
para fazê-lo em 30 dias (art.103, §2º da CF/88). afronta à Constituição resulta de uma omissão do legisla-
dor, em face de um preceito constitucional que determi-
Destaque-se que o §1º. do art. 12-H da Lei 9.868/1999 ne seja elaborada norma regulamentando suas disposi-
estabelece que, em caso de omissão de órgão adminis- ções. Constitui, portanto, uma conduta omissiva frente a
trativo as providencias deverão ser adotadas no prazo de uma obrigação de legislar, imposta ao Poder Público pela
trinta dias , ou em prazo razoável a ser estipulado excep- própria Constituição.
cionalmente pelo Tribunal, tendo em vistas as circunstan-
cias especificas do caso e o interesse publico envolvido. Nas palavras de MORAES (2002, p. 631):

Por omissão: Na conduta negativa consiste a inconstitucionalidade.


A constituição determinou que o Poder Público tivesse
Ainconstitucionalidade por omissão ocorre quando uma conduta positiva, com a finalidade de garantir a apli-
autoridade legislativa ou administrativa deixa de agir em cabilidade e eficácia da norma constitucional. O Poder
conformidade com um procedimento que já consta na Público omitiu-se, tendo, pois, uma conduta negativa.
Constituição ou de forma a se negar direito já positivado
nela. Fonte: https://jus.com.br/artigos/53932/conceituando-
-as-inconstitucionalidades-por-acao-e-por-omissao
Voltando ao doutrinador SILVA (2005, p.47 e 48), tal
omissão poderá ocorrer quando o agente público for Efeitos subjetivos e temporais da declaração de cons-
omisso na aplicação de uma norma por lacuna da consti- titucionalidade e incostitucionalidade:
tuição que prevê que uma lei especifica deveria tratar de
tal direito, conforme no trecho a seguir: Sabemos que controle de constitucionalidade é a fis-
calização da compatibilidade dos atos normativos com o
Verifica-se nos casos em que não sejam praticados texto constitucional. A partir da supremacia e centralida-
atos legislativos ou administrativos requeridos para tor- de constitucional, toda e qualquer lei, para permanecer
nar plenamente aplicáveis normas constitucionais. Mui- válida no ordenamento jurídico nacional, deve guardar
tas destas, de fato, requerem uma lei ou uma providência respeito, formal e material, ao texto constitucional. É
administrativa ulterior para que os direitos ou situações nesse momento em que entra a atividade do controle
nelas previstos se efetivem na prática. A Constituição, de constitucionalidade, exercida de forma difusa pelos
por exemplo, prevê o direito de participação dos traba- diferentes órgãos do judiciário e de também de forma
lhadores nos lucros e na gestão das empresas, confor- concentrada pela Corte Suprema. A partir desse controle
me definido em lei, mas, se esse direito não se realizar, de compatibilidade, expurga-se do ordenamento toda e
por omissão do legislador em produzir a lei aí referida qualquer lei que viole à Constituição. Contudo, de acordo
e necessária à plena aplicação da norma, tal omissão com a espécie de controle e a forma de exercê-lo, dife-
se caracterizará como inconstitucional. Ocorre, então, o rentes efeitos poderão decorrer da decisão judicial que
pressuposto para a propositura de uma ação de inconsti- reconhece a constitucionalidade ou a inconstitucionali-
DIREITO CONSTITUCIONAL

tucionalidade por omissão, visando obter do legislador a dade de determinada lei em face do texto constitucional.
elaboração da lei em causa. Outro exemplo: a Constitui-
ção reconhece que a saúde e a educação são direitos de Nesse contexto, o art. 102, §2°, da Constituição Fe-
todos e dever do Estado (arts. 196 e 205), mas, se não se deral de 1988, dispõe acerca dos efeitos das decisões
produzirem os atos legislativos e administrativos indis- definitivas de mérito proferidas nas ações de constitucio-
pensáveis para que se efetivem tais direitos em favor dos nalidade. Como já se sabe, o controle jurisdicional bra-
interessados, aí também teremos uma omissão inconsti- sileiro admite o controle concreto e o controle abstrato.
tucional do Poder Público que possibilita a interposição Cada espécie terá efeitos próprios. No controle concreto
da ação de inconstitucionalidade por omissão (art. 103). temos um processo constitucional subjetivo e a finalida-

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de principal é proteger o direito invocado, já no controle que faz coisa julgada. Então, no controle concreto temos,
abstrato temos um processo constitucional objetivo e a quanto ao aspecto objetivo, a análise da questão de in-
finalidade principal é assegurar a supremacia constitucio- constitucionalidade na fundamentação e, no dispositivo,
nal. Sendo espécies diferentes, obviamente, seus efeitos somente o que se refere ao direito subjetivo pleiteado.
também o serão. Vejamos, então, de forma sistemática e Logo, esse é o efeito objetivo em sede de controle con-
comparada, a repercussão prática e os efeitos produzi- creto de constitucionalidade: a decisão não atinge a lei
dos no mundo jurídico a partir de uma decisão em sede considerada inconstitucional, porque esta foi impugnada
de controle de constitucionalidade. de forma incidental, assim, o julgamento recai sobre o
direito subjetivo discutido em juízo e somente sobre ele
EFEITOS OBJETIVOS NO CONTROLE DE CONSTITU- faz coisa julgada material. A decisão incidental sobre a
CIONALIDADE questão de inconstitucionalidade é apenas o fundamen-
to de validade para o dispositivo.
Neste aspecto inicial, analisamos “o que” a decisão
no controle de constitucionalidade atinge. Em outros Já no controle abstrato, não se parte de um caso con-
termos, qual a declaração emitida no controle de cons- creto, não há partes materiais envolvidas, não há proces-
titucionalidade? O que a decisão em controle se propõe so subjetivo, a questão de inconstitucionalidade não é
a pronunciar? Para tanto, partindo dessa premissa inicial, analisada apenas incidentalmente na fundamentação de
devemos verificar em que parte da decisão será constará qualquer processo sob o rito do direito processual civil.
a chamada questão de inconstitucionalidade. Sabemos Agora, o processo é meramente objetivo, a finalidade é
que as três partes de uma sentença judicial são: relatório, a própria declaração de inconstitucionalidade. O que se
fundamentação e dispositivo. Isso vale tanto para o con- discute agora é a lei em relação à sua compatibilidade
trole concreto, quanto para o controle abstrato. Primeira- abstrata com a Constituição, e não a aplicação da lei in-
mente, no que se refere ao controle concreto, já se sabe constitucional ao caso concreto. A inconstitucionalidade
que nele temos um processo constitucional subjetivo, o da lei, então, passa a ser atacada de forma direta, tor-
objeto é um direito subjetivo. No controle concreto o nando-se o próprio pedido, e não mais apenas a causa
pedido não se liga propriamente à inconstitucionalidade de pedir.
da lei, esta é apenas incidental, mas a finalidade da ação
é que o direito subjetivo seja concedido. Esse é o pedi- Isso significa que o efeito objetivo no controle abstra-
do: proteção ao direito subjetivo. Mas para esse pedido to não é a obtenção do direito subjetivo, mas a própria
ser atendido, a causa de pedir é a inconstitucionalida- declaração de inconstitucionalidade, porque esta, agora,
de da lei (incidental). Quer dizer, o pedido está baseado constará no dispositivo da sentença. O pedido no con-
na inconstitucionalidade da lei. Por entender que a lei trole abstrato é a própria declaração de costitucionali-
é inconstitucional é que se pede a proteção do direito dade ou não do objeto impugnado. Assim, a declaração
subjetivo. de inconstitucionalidade da lei será feita no dispositivo
da decisão: “julgo procedente o pedido para declarar
Exatamente por isso, sendo a inconstitucionalidade a inconstitucionalidade da lei...”. Temos, nesse aspecto,
apenas uma questão incidental que se encontra na causa o efeito objetivo das decisões em sede de controle de
de pedir, e não no pedido, quando o juiz julga no caso constitucionalidade abstrato. Como o dispositivo da de-
concreto, ele apreciará a inconstitucionalidade da lei na cisão refere-se ao pedido, a questão de inconstituciona-
fundamentação da sua decisão. No controle concreto, lidade vai estar decidida no dispositivo, por ser a causa
então, é na fundamentação que é feita a análise da ques- principal, (principaliter tantum), fazendo coisa julgada
tão de inconstitucionalidade, justamente porque esta re- material.
side na causa de pedir, e não no pedido. Não existe nes-
sa hipótese uma decisão do tipo: “julgo procedente para EFEITOS SUBJETIVOS NO CONTROLE DE CONSTI-
declarar a inconstitucionalidade da lei “A”...”, ao contrá- TUCIONALIDADE
rio, o juiz decide no caso concreto dizendo: “julgo pro-
cedente o pedido para que o autor tenha assegurado o Neste aspecto, agora, analisamos “quem” a decisão
seu direito de...”. De fato, estaria no dispositivo a decisão no controle de cosntitucionalidade atinge. Quem são os
quanto à inconstitucionalidade da lei se este fosse o pró- destinatários da decisão em contole de constituciona-
prio objeto requerido, como ocorre no controle abstrato, lidade? Nesse sentido, temos, então, o plano subjetivo
mas no controle concreto não é o caso. Portanto, temos da decisão. Primeiramente, no que se refere ao controle
que, a partir do antecedente (inconstitucionalidade ou concreto, temos um processo constitucional subjetivo
não da lei), julga-se o consequente (pedido procedente onde se discute incidentalmente a questão de inconsti-
DIREITO CONSTITUCIONAL

ou improcedente quanto ao direito subjetivo). tucionalidade com a presença de partes materiais envol-
vidas, existindo efetiva lide (conflito de interesses qualifi-
A consequência disto é que, como sabemos das li- cado por uma pretenção resistida), na busca pelo direito
ções de processo civil, apenas o dispositivo da sentença subjetivo. Isso significa que, se o objeto do controle não
faz coisa julgada material, porque se relaciona ao pedi- é a declaração em abstrato da inconstitucionalidade da
do (princípio da congruência), aquilo que se requereu da lei, mas tão somente o reconhecimento ou não de deter-
instância judiciária. A fundamentação é apenas a exposi- minado direito subjetivo, obviamente, a decisão irá pro-
ção das razões de fato e de direito que levaram ao con- duzir efeitos somente para as partes que se relacionam
vencimento do juiz, mas o principal é o dispositivo, é este àquele direito invocado, porque o processo diz respeito

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à eles, é um processo subjetivo (concreto), e não obje- de forma diversa do STF em controle concreto, justa-
tivo (abstrato). Justamente por isso o nome é controle mente porque a questão incidental não faz coisa julga-
concreto, porque vai atingir o caso concreto e as pessoas da, somente o dispositivo referente ao direito subjetivo
em concreto. concreto. A regra no controle concreto é que a decisão
produz efeitos inter partes, apenas entre as partes mate-
Se é assim, é claro que, via de regra, o processo im- rials envolvidas, inclusive quando proferida pelo STF. A
porta apenas para as pessoas nele envolvidas, que se exceção ocorre somente se o processo subir até o STF,
relacionam ao direito subjetivo. Logo, diz-se, por isso, e este, se assim quiser, vier a encaminhar a decisão ao
que o efeito subjetivo no controle concreto é inter par- Senado e solicitar deste a ampliação “erga omnes” dos
tes (abrange somente as partes materiais envolvidas), e efeitos subjetivos no controle concreto, caso em que a
não orga omnes (produção de efeitos para todos abs- respectiva Casa legislativa poderá, facultativamente, por
tratamente). A decisão em controle concreto não atin- meio de Resolução, suspender, no todo ou em parte, a
ge terceiros, pessoas que não fazem parte do processo. execução da lei incidentalmente reconhecida como in-
Isso é uma decorrência natural da própria essência do constitucional.
controle concreto. Se há um processo subjetivo, é óbvio
que a decisão não poderia se aplicar às pessoas que não Observe-se que o Senado, ao editar uma Resolução
estão envolvidas com o direito subjetivo discutido. Uma para suspender a execução da lei, atua de forma discri-
decisão judicial não se aplica a quem está fora da relação cionária, da forma como foi delineado pelo legislador
jurídica processual. O que se discute no controle con- constituinte. Nesse ponto, existem divergências na dou-
creto é o direito subjetivo, e não a inconstitucionalidade trina se o ato do Senado seria vinculado ou discricionário,
de lei (mero incidente). Logo, a decisão produz efeitos isto é, se estaria obrigado a editar essa resolução solici-
somente entre as pessoas que discutem esse direito (in- tada pela Corte Maior ou assim faria apenas se entender
ter partes), não atingindo terceiros indistintamente (erga conveniente. Pelo prncípio da separação dos poderes,
omnes). não há como se pensar em imposição do judiciário so-
bre o legislativo. O entendimento majoritário é de que a
Contudo, existe uma exceção: quando o processo em Resolução suspendendo a execução da lei a partir de um
controle concreto consegue chegar até o STF via recur- controle concreto exercido pelo STF trata-se mesmo de
sal (manejo de recurso extraordinário em caso de ofensa um ato discricionário do Senado.
direta à Constituição), é possível que o Senado Federal,
após encaminhamento da decisão pelo STF, venha exa- Contudo, exatamente para tentar driblar essa discri-
rar resolução suspendendo para todos a execução da lei, cionariedade do legislativo, existe uma teoria que vem se
caso em que, o aspecto subjetivo no controle concreto, levantando no âmbito do STF, mas que agora ficou um
excepcionalmente, deixa de ser inter partes e passa a ser pouco arrefecida, que se trata da chamada Abstrativiza-
erga omnes. Trata-se da chamada suspensão da execu- ção ou Objetivização do Controle Concreto, por meio da
ção da lei pelo Senado, hipótese em que a decisão, mes- qual se defende que, hoje, seria dispiscienda a Resolução
mo em controle concreto, operará efeitos erga omnes, do Senado para conferir efeitos erga omnes à decisão da
nos moldes previstos no art. 52, X, da Constituição Fede- Corte em controle concreto, porquanto haveria ocorrido
ral. Trata-se, pois, de possibilidade do controle concreto a chamada mutação informal constitucional do art. 52,
ter ampliado seus efeitos subjetivos. X, CF/88, devendo este ser interpretado atualmente de
forma a extrair dele o mandamento de que a Resolução
O objetivo dessa possibilidade levantada pelo legis- do Senado teria função apenas de publicidade, mas a
lador constituinte decorre do fato de que o Brasil adota ampliação subjetiva erga omnes já decorreria da própria
um sistema combinado de controle jurisdicional (difuso decisão do STF no controle concreto. De toda sorte, a
e concentrado), logo, quando o STF profere uma decisão regra geral no controle concreto quanto aos efeitos no
em controle difuso, essa decisão, como, em regra, tem plano subjetivo é que a decisão produzirá efeitos inter
apenas efeitos inter partes, mas isso poderia cria uma partes, não atingem terceiros que não participaram da
situação de injustiça, porque em outros processos espa- relação processual.
lhados pelos demais órgãos do judiciário poderia haver
uma causa análoga aplicando a lei que incidentalmen- Já no controle abstrato, não há polêmicas acadêmicas.
te foi reconhecida pelo Supremo como inconstitucional. Sempre a decisão vai operar efeitos erga omnes. Quando
Nesse caso, teríamos quebra do princípio da isonomia. falamos no efeito subjetivo erga omnes referimo-nos ao
Para alguns a lei seria aplicada e para outros não, embora efeito oponível a todas as pessoas e, também, poderes
em situações jurídicas semelhantes. Para evitar tal discre- públicos. Ou seja, todos os sujeitos existentes, públicos
DIREITO CONSTITUCIONAL

pância, quando a Corte Maior decide incidentalmente se ou privados, são atingidos pela decisão em controle abs-
uma lei é inconstitucional, torna-se possível vislumbrar trato. Como nessa espécie não se trata de processo sub-
a hipótese de suspensão da lei pelo Senado com efeitos jetivo, obviamente a decisão nunca será restrita apenas a
subjetivos erga omnes. quem faz parte do processo, justamente porque o pro-
cesso é objetivo, não existem partes materiais envolvidas.
Mas, via de regra, não sendo o caso de aplicação do Dessa forma, pela própria natureza do processo objetivo,
art. 52, X, CF/88, considerando a sistemática do controle as decisões em controle abstrato sempre terão efeitos
difuso admitido pelo modelo constituinte, outros órgãos erga omnes. Não teria o menor sentido se ações próprias
e tribunais do judiciário têm competência para julgar em controle abstrato não tivessem o efeito oponível a

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todos. Considerando o caráter de generalidade e abstra- vs. Madison, decisão dada pelo juiz John Marshall em
tividade da lei, assim também será a decisão judicial que 1803, que foi considerado o início do controle difuso de
a declara inconstitucional. Portanto, o efeito no controle constitucionalidade, é considerado nos EUA que uma lei
abstrato, sempre teremos efeitos subjetivos erga omnes, inconstitucional seria um ato nulo e o Poder Judiciário
não há exceção, abrangendo todos os sujeitos existentes, tem apenas que declarar essa nulidade. O Brasil absorveu
particulares e Poder Público. essa doutrina e, hoje, temos o entendimento de que a
lei inconstitucional nem é somente anulável, mas tam-
EFEITOS TEMPORAIS NO CONTROLE DE CONSTI- bém não chega a ser inexistente, trata-se de ato nulo. A
TUCIONALIDADE decisão judicial, para essa teoria de que o ato inconsti-
tucional é nulo, teria natureza declaratória. Sendo a lei
Neste aspecto, agora, passamos a analisar “quando” inconstitucional existente, porém nula, esta já possui um
os efeitos da decisão no controle de constitucionalidade vício de origem, independente da decisão judicial. Isto é,
são efetivametne produzidos, isto é, a partir de que pe- a decisão judicial apenas vai declarar uma nulidade que
ríodo temporal a decisão terá sua eficácia. Ou seja, a lei já havia desde sempre, a partir de quando a lei passou a
é inconstitucional em que momento? A partir da decisão existir. Nesse caso, a lei é inconstitucional não porque o
(ex nunc), a partir de quando ela foi criada (ex tunc), ou judiciário assim o disse, mas já era inconstitucional des-
a partir de um momento futuro (pro futuro). Enfim, qual de sempre, o judiciário apenas declarou essa inconstitu-
o efeito temporal desta decisão? Para tanto, primeiro é cionalidade. Logo, aqui a natureza da decisão é apenas
necessário entender a natureza do ato inconstitucional. declaratória de nulidade, porque a lei já nasceu morta,
Nesse ponto, existem três correntes principais em rela- incompatível com a Constituição.
ção a uma lei ou um ato inconstitucional: (i) 1ª Corrente:
a lei inconstitucional é um ato inexistente; (ii) 2ª Corrente: Já a terceira teoria é a da anulabilidade, em que a
a lei inconstitucional seria um ato nulo; (iii) 3ª Corrente: a lei é inconstitucional, mas não se considera um ato nulo,
lei inconstitucional seria um ato anulável. apenas anulável. A diferença é que um ato anulável de-
pende de uma decisão judicial para reconhecer essa
Das três, a que goza de menor prestígio é a primei- nulidade, caso contrário será um ato válido. Essa teoria
ra, seguida apenas por uma pequena parcela da doutri- tem como principal defensor o austríaco Hans Kelsen
na. O raciocínio dos que sustentam essa ideia é que no que utiliza como fundamento o princípio da presunção
topo do ordenamento está a Constituição, logo abaixo de constitucionalidade das leis. Nesse sentido, a norma é
na pirâmide temos os atos normativos primários (que constitucional até que seja anulada. Logo, enquanto a lei
tem por fundamento de validade a Constituição) e, abai- não for declarada inconstitucional, todos são obrigados
xo desses, os atos normativos secundários (que tem por a cumpri-la. Por isso, segundo essa terceira corrente, a
fundamento de validade diretamente os atos normativos lei inconstitucional não se trataria de ato nulo, mas so-
primários e indiretamente a Constituição), logo, para um mente ato anulável, e a decisão que assim a reconhece
ato pertencer ao ordenamento ele tem que ter sido feito não é declaratória, porque antes havia a presunção de
de acordo com o seu fundamento de validade. Uma lei constitucionalidade, mas trata-se de decisão constitutiva,
só poderia pertencer ao ordenamento se feita de acor- porque a partir dela a lei é anulada. Mas se a lei incons-
do com a Constituição. Se não for assim, ela não fará titucional fosse, de fato, apenas anulável, isso significaria
parte do ordenamento, estará fora deste ordenamento que o vício não estaria na origem, porque a decisão não
e, portanto, juridicamente será inexistente. Essa é a ideia seria meramente declaratória (como ocorre ao se consi-
da primeira corrente. Observe-se que esse sentido de derar a lei inconstitucional nula), ao contrário, teríamos
inexistência refere-se ao plano de pertinência junto ao uma decisão judicial constitutiva. Nesse caso, a inconsti-
ordenamento jurídico: uma norma que não é produzida tucionalidade surgiria tão somente na declaração judicial,
de acordo com o seu fundamento de validade não pode e não desde sempre. O ato anulável admite convalidação
ser considerada como pertencente àquele ordenamento (diferentemente do ato nulo), daí porque os efeitos an-
jurídico, logo, é uma lei juridicamente inexistente. Con- teriores nesse caso seriam preservados, expurgando-se
tudo, assim não entende a doutrina majoritária e nem a lei apenas a partir do momento da declaração judicial
a Suprema Corte, sendo rechaçada essa corrente. Se a constitutiva.
lei inconstitucional fosse inexistente, ela não produziria
efeitos nenhum, mas não é isso que ocorre, porque en- No Brasil, a doutrina e jurisprudência adotam a se-
quanto ela está em vigor efeitos são produzidos, embora gunda corrente, isto é, a lei inconstitucional é nula e a
se fale em inexistência no plano da pertinência jurídica. decisão judicial que assim a reconhece apenas declara
Nesse caso a decisão judicial nem declara e nem constitui essa nulidade. Isso, obviamente, não difere em relação
DIREITO CONSTITUCIONAL

a nulidade, mas reconhece a inexistência. Não adotamos aos controles concreto e abstrato. Estamos falando de
essa tese no Brasil. inconstitucionalidade e não de espécie de controle. A
teoria da inconstitucionalidade se aplica tanto para o
De fato, o posicionamento majoritário adotado na controle concreto como para o controle abstrato. Portan-
doutrina é a segunda corrente, sendo inclusive o en- to, adota-se no Brasil, seja para controle concreto, seja
tendimento encampado pelo Supremo Tribunal Federal, para controle abstrato, o entendimento de que a lei in-
sob o fundamento de que a lei inconstitucional é um ato constitucional é existente, porém nula, e a decisão que a
nulo. É o posicionamento também da doutrina nortea- reconhece tem natureza declaratória. A partir daí, então,
mericana. Desde aquele famoso lead in case, Marbury podemos agora perceber quando a decisão em controle

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de constitucionalidade inicia seus efeitos. Ora, se o ví- ça jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o
cio existe desde o nascimento da lei e a decisão judicial Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de
possui caráter declaratório, daí decorre que a declaração seus membros, restringir os efeitos daquela declaração
de inconstitucionalidade deve produzir, em regra, efeitos ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trân-
retroativos (ex tunc), isto é, a decisão declara a nulidade sito em julgado ou de outro momento que venha a ser
não dali em diante, mas desde o seu nascedouro, como fixado”. Esta é a chamada modulação temporal dos efei-
se a lei nunca tivesse existido. tos da decisão, que pode ser feita em decisão de controle
de constitucionalidade, concreto ou abstrato, de forma
Aqui, não se trata da primeira corrente pela qual a lei exclusiva pelo STF. Apesar da regra geral ser a declaração
inconstitucional é inexistente, ao contrério, reconhece-se de inconstitucionalidade com efeitos ex tunc, é conferi-
que esta efetivamente tenha existido e produzido efeitos do à Corte Suprema a possibilidade de modulação tem-
enquanto esteve em vigor, mas a decisão judicial declara poral dos efeitos da decisão, instrumento que permite
a nulidade existente desde o seu nascedouro, anulando, seja dado à decisão efeitos ex nunc (a partir do trânsito
por isso, seus efeitos de forma retroativa como se a lei em julgado da decisão) ou pro futuro (a partir de outro
nunca tivesse existido (embora tenha existido). Por ou- momento que venha a ser fixado na decisão). Assim, por
tro lado, não se confunde também com a terceira cor- meio da modulação temporal, a Corte Maior não consi-
rente, pela qual a lei inconstitucional seria anulável, caso dera nula a lei desde o seu nascimento, mas considera-
contrário seus efeitos teriam que ser somente a partir do -a válida até determinado período, fazendo com que a
momento da decisão que a declarasse, convalidando os declaração de inconstitucionalidade surta efeitos em um
efeitos produzidos anteriores, mesmo em se tratando de momento futuro ao nascimento da lei. Esse momento fu-
uma lei inconstitucional. Não é isso que temos aqui. No turo pode a própria decisão ou outra data fixada.
Brasil, a lei inconstitucional é um ato nulo, que embora
tenha existido, seja no controle concreto, seja no controle Vale observar que, embora se admita a modulação
abstrato. Por isso, a decisão judicial que decara a incons- temporal tanto para o controle concreto como para o
titucionalidade, incidental ou principal, de uma lei, surte controle abstrato, a previsão normativa, de acordo com a
efeitos temporais, em regra, retroativos, desde a origem literalidade da lei, restringe-se à este último. Logo, para
da lei inconstitucional (ex tunc). Não interessa quando foi o controle abstrato há previsão legislativa de modulação
a decisão judicial (porque apenas declaratória), o que in- dos efeitos, mas para o controle concreto não há pre-
teressa é quando a lei inconstitucional foi criada. É deste visão legal. O STF entende, contudo, que se aplica por
último momento, isto é, desde o nascimento da lei in- analogia ao controle concreto realizado no âmbito do
constitucional, que se iniciam retroativamente os efeitos Supremo a possibilidade de modulação temporal. Assim,
da decisão judicial. apesar de não haver previsão legislativa para a modu-
lação temporal no controle concreto, o Supremo utiliza
Existem, contudo, três exceções à essa regra geral: (i) por analogia a possibilidade conferida pelas leis da ADI,
Decisão em controle concreto onde o Senado suspen- ADC e ADPF, típicas de controle abstrato. Daí se explica
deu a execução da lei: em regra, tem efeitos ex nunc; porque a modulação temporal é exclusiva do STF, seja no
(ii) Modulação temporal: excepcionalmente o STF pode controle abstrato (que já é concentrado e exclusivo do
conferir efeitos ex nunc ou pro futuro; (iii) Decisão em STF), seja no controle concreto (porque essa possibilida-
liminar de controle abstrato: em regra, tem efeitos ex de é extraída por analogia das ações típicas de controle
nunc. Portanto, a regra geral é que a decisão em con- abstrato, de competência exclusiva do STF). Então, so-
trole de constitucionalidade, seja concreto ou abstrato, mente a Corte Maior poderá modular os efeitos em ação
surtirá efeitos terporais ex tunc, salvo nessas três possibi- de constitucionalidade, seja no controle abstrato, seja no
lidades acima, quando poderá ser ex nunc ou pro futuro. controle concreto.
Quanto à primeira exceção, já sabemos que a resolução
do Senado suspendendo a execução da lei após decisão Em qualquer cado, a modulação temporal é utilizada
definitiva do STF amplia os efeitos subjetivos para todos quando os efeitos retroativos forem mais prejudiciais do
(erga omnes). Nesse caso, teremos ainda a alteração dos que a manutenção da inconstitucionalidade pretérita. Isto
efeitos temporais no sentido de que, ao invés da decisão é, poderia resultar em prejuízo muito maior a retirada re-
retroagir como se a lei nunca tivesse existido (ex tunc), troativa da lei inconstitucional do que continuar com ela
para a valer somente dali em diante (ex nunc). Isso ocorre valendo no ordenamento até determinado período. Então,
porque quando o Senado não está fazendo um juízo de opta-se por manter a lei inconstitucional com validade ex-
inconstitucionalidade, mas simplesmente suspendendo cepcional e, somente de uma determinada data em diante,
a execução da lei. Logo, prevalece o entendimento de torna-se nula. Ou ainda, também é muito utilizada a mo-
DIREITO CONSTITUCIONAL

que a Resolução do Senado tem efeitos temporais para a dulação em mudança de jurisprudência da Corte, quando
frente (ex nunc), e não retroativos (ex tunc). se confere efeitos prospectivos para os tribunais inferiores
adequarem seus processos. É o que se chama de prospec-
Já no que se refere à segunda exceção, qual seja, a tive overruling. Trata-se de superação de precedente judi-
possibilidade de modulação temporal, trata-se de hipó- cial (stare decisis) com efeitos para uma data futura. Seja
tese prevista no art. 27, da Lei 9.868/99 (ADI e ADC) e qual for a ocorrência, o Supremo Tribunal Federal deverá
no art. 11 da Lei 9882/99 (ADPF), os quais dispõem no necessariamente justificar a modulação temporal em ra-
seguinte sentido: “Ao declarar a inconstitucionalidade de zões de segurança jurídica ou excepcional interesse social,
lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de seguran- do contrário não poderá fazê-lo.

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Por fim, a terceira exceção em que a declaração de o dispositivo que vincula. Logo, no direito brasileiro não
inconstitucionalidade não terá efeitos ex tunc, trata-se há efeito vinculante no controle concreto, só no controle
da decisão em liminar de controle abstrato, que nesse abstrato, pois agora a declaração de constitucionalidade
caso, em regra, produz efeitos ex nunc, salvo se o STF ou inconstitucionalidade é o próprio pedido, por ser a
reconhecer expressamente efeitos ex tunc. Ou seja, na causa principal (principaliter tantum), decidida no dispo-
decisão liminar de inconstitucionalidade, a ordem se in- sitivo.
verte, ao invés da regra ser efeitos ex tunc e a exceção
ser efeitos ex nunc ou pro futuro, agora a regra é pro- Na verdade, o binding efect ocorre no direito norte-
duzir efeitos ex nunc e a exceção são os efeitos ex tunc. -americano porque lá se reconhece o instituto do sta-
Nesse sentido, dispõe o art. 11, §1°, da Lei 9868/99: “A re decisis, doutrina do Precedente Judicial, que significa
medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será “estar com as coisas decididas”, ou ainda, “não mover as
concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal en- coisas quietas”. O stare decisis é o instituto segundo o
tender que deva conceder-lhe eficácia retroativa”. Isso qual as Cortes devem dar o devido peso e valor ao pre-
ocorre porque a decisão liminar é precária, não é definiti- cedente, de forma que uma questão de direito já ana-
va. Não faria sentido desde logo desconstituir os efeitos lisada e decidida pela Corte Suprema deve ser seguida
já produzidos se a decisão ainda não é definitiva. Pode- sem reconsideração. A doutrina do Precedente Judiciário
ria causar um caos jurídico muito maior a produção dos exige, essencialmente, que os fundamentos da decisão
efeitos da declaração de inconstitucionalidade de forma adotada pelo tribunal superior sejam subsequentemen-
retroativa em sede de liminar e esta futuramente não vir te seguidos pelos tribunais inferiores, em decisões que
a ser confirmada na decisão definitiva de mérito, tendo envolvam as mesmas questões. O stare decisis se divide
que voltar novamente os efeitos anteriormente descons- em horizontal e o vertical. No primeiro plano, verifica-se
tituídos. Logo, tratando-se de decisão precária, a decla- a vinculação do precedente dentro do próprio tribunal
ração de inconstitucionalidade em liminar opera efeitos de que emanou. No entanto, quando a decisão vincula
apenas ex nunc (dali em diante) e, somente quando con- tribunais inferiores, fala-se em efeito vertical. Esse efeito
firmada a decisão de mérito, passará a produzir efeitos vertical (vinculação dos tribunais inferiores), para o di-
ex tunc (retroativos). Contudo, mesmo em se tratando reito norte-americano é denominado de binding effect.
de decisão liminar, pode o STF entender que já é o caso
de produzir efeitos retroativos (ex tunc), apesar de ainda No Brasil, essa doutrina não é formalmente aplicável.
ser decisão liminar, mas nesse caso deve manifestar-se Trazendo esse conceito do stare decisis para o ordena-
expressamente nesse sentido, pois o silêncio da Corte mento jurídico brasileiro, é possível traçarmos o seguinte
revela que os efeitos em liminar fora conferidos dali em paralelo: o seu efeito horizontal está para a cláusula de
diante (ex nunc). reserva de plenário (artigo 97 da CF), assim como o efeito
vertical binding effect está para o efeito vinculante do
EFEITOS VINCULANTES NO CONTROLE DE CONS- controle abstrato. Mas no direito brasileiro não há a apli-
TITUCIONALIDADE cação formal da doutrina do precedente judicial (stare
decisis), tampouco o chamado binding efect, tal como
Além dos efeitos objetivos (“o que”), subjetivos idealizado no direito americano, que é a vinculação dos
(“quem”) e temporais (“quando”), que falamos para o órgãos inferiores do judiciário à decisão da Corte Supre-
controle concreto e controle abstrato, cada qual com ma no controle concreto difuso. Há no Brasil, sim, o efei-
suas particularidades, há ainda um efeito típico exclusi- to vinculante no controle abstrato, mas não o binding
vamente do controle abstrato, seja em decisão de méri- efect típico do controle difuso norte-americano. Em sede
to, seja ainda em decisão liminar: trata-se do efeito vin- de controle concreto, o Supremo até vem tentando ainda
culante das decisões em sede de controle abstrato de emplacar a chamada teoria da abstrativização do con-
constitucionalidade. Quer dizer, qualquer decisão em trole concreto, pela qual busca fazer com que suas de-
controle abstrato, de mérito ou até mesmo em sede de cisões em sede de controle concreto tenham efeito erga
liminar, produzirá efeito vinculante. No controle concreto omnes independente da suspensão da execução da lei
não existe, em regra, o efeito vinculante. pelo Senado (art. 52, X, CF/88), do que resultaria efeitos
vinculantes à decisão da Corte Suprema, mas essa teoria
Historicamente, nos EUA o precedente judicial, mes- ainda não venceu, é mera tendência que se observou no
mo se tratando de controle difuso, é vinculante para Supremo e hoje em dia não tem ganho tanto destaque.
os outros órgãos. Quer dizer, quando a Suprema Corte Portanto, em suma: o direito brasileiro não incorporou
americana dá uma decisão, vinculam-se todos os demais formalmente o modelo americano no que tange ao stare
órgãos do judiciário, mesmo em se tratando de um con- decisis e ao binfing efect, conceitos que se referem à dou-
DIREITO CONSTITUCIONAL

trole concreto de constitucionalidade. Trata-se do cha- trina do precedente judicial, pela qual a fundamentação
mado binding effect, que significa exatamente efeito da Corte Suprema em controle difuso concreto vincula os
vinculante. No Brasil isso não ocorre. O efeito vinculan- demais órgãos do judiciário. No Brasil só temos o efeito
te se dá tão somente no controle abstrato. Em sede de vinculante no controle abstrato de constitucionalidade.
controle concreto no direito brasileiro, ainda quanto é o
STF quem decide, não há produção de efeitos vinculan- E o que vem a ser o efeito vinculante nas decisões
tes. E porque não? Porque, como vimos, a questão de em controle abstrato concentrado? O efeito erga omnes
inconstitucionalidade no controle concreto é decidida na já não seria vinculante, eis que se aplica a todos? Pois
fundamentação de forma incidental. Mas é tão somente bem, efeito vinculante e efeito erga omnes não se con-

29
fundem. O efeito erga omnes, subjetivamente falando, é ADI ser julgada procedente ou improcedente, o entendi-
mais amplo do que o efeito vinculante. Este último atinge mento do Supremo vai ser vinculante em qualquer caso.
diretamente apenas alguns Poderes Públicos, enquanto Justamente por isso que junto com a criação do efeito
o efeito erga omnes atinge não apenas os Poderes Pú- vinculante surgiu também a ADC. Se não fosse o efeito
blicos, mas também os particulares. Na verdade, o efeito vinculante, perderia o sentido da criação da ADC, pois
vinculante foi criado somente em 1993, 5 anos após a confirmar a constitucionalidade de uma lei não signifi-
Constituição Federal. O efeito erga omnes era o efeito caria necessariamente ter caráter vinculativo tal decisão.
originário previsto na CF/88 para controle abstrato. Na
época, só existia ADI, não sendo previstos ainda ADC e É para a hipótese de confirmação da constituciona-
ADPF. Mas poderia se indagar: se a eficácia erga omnes lidade, portanto, que decorreu a necessidade do efeito
já atinge tanto Poderes Públicos quanto particulares, vinculante. E por isso, direciona-se ao poder público, já
porque foi introduzido posteriormente o efeito vinculan- que particulares se obrigam à lei pelo princípio da pre-
te, já que no aspecto subjetivo este último é mais restrito sunção de constitucionalidade. Mas é claro que o efeito
e abrange apenas alguns Poderes Públicos? Ocorre que vinculante, atingindo diretamente o Poder Público, ob-
uma coisa é a abrangência subjetiva para todos no con- viamente atinge também indiretamente o particular. De
trole abstrato (efeito erga omnes), outra coisa é a vincu- toda sorte, o que importa é que esse efeito vinculante
lação dos poderes públicos à decisão do Supremo (efeito das decisões em controle abstrato não é voltado para o
vinculante). Vejamos. particular, mas é dirigido ao Poder Público, apenas res-
pinga nos particulares de forma reflexa como consequên-
Até antes de 1993, a existência somente do efeito cia. Quando se fala em efeito vinculante, então, fala-se em
erga omnes trazia um problema: quando uma ADI era vinculação de atuação. Quer dizer, a decisão vincula uma
julgada improcedente, entendendo-se, por consequên- atuação. O Poder Público só poderá atuar de forma vincu-
cia, que a lei era constitucional, essa decisão não tinha o lada ao que foi decidido no controle abstrato. Daí resulta
efeito de vincular os demais poderes públicos. E porque a diferença conceitual entre efeito “erga omnes” e efeito
vinculante: enquanto o primeiro refere-se meramente à
não? Ora, não havia ainda ADC, que foi criada somente
abrangência subjetiva (dirigido a todos), o segundo refe-
em 1993. O efeito vinculante foi introduzido na Constitui-
re-se à vinculação de atuação (dirigido ao poder público).
ção junto com a criação da ADC. Então, até 1993, como
não havia o efeito vinculante, se a ADI fosse julgada pro-
E quais são os Poderes Públicos atingidos pela deci-
cedente, nesse caso não haveria embates, a lei era de-
são com efeito vinculante? Dissemos anteriormente que
clarada inconstitucional e a decisão produzia efeito erga
só parte dos Poderes Públicos são atingidos pelo efeito
omnes, mas automaticamente também já produzia efei-
vinculante. De fato, o efeito vinculante no controle abs-
to vinculante, porque a lei é expurgada do ordenamen- trato atinge todo o Poder Executivo e o Poder Judiciário,
to jurídico quando declarada inconstitucional. Todavia, mas não o Poder Legislativo. Isso é o que está no art. 102,
quando a ADI era declarada improcedente, a lei sendo §2º, da CF/88: “As decisões definitivas de mérito, proferi-
tida por constitucional, a decisão tinha efeito erga om- das pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
nes, porém, a lei continuava sendo normalmente válida inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de cons-
para todos, permanecendo no ordenamento jurídico, só titucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito
que isso não impedia que os demais órgãos do judiciário vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder
eventualmente deixassem de aplicá-la, porque a decisão Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
do Supremo não tinha efeito vinculante, não vinculava esferas federal, estadual e municipal, com exceção do
os demais poderes públicos. Ora, como na procedência próprio STF”. Nesse ponto, vale destacar três pontos im-
da ADI a lei é expurgada do ordenamento, naturalmente portantes. O primeiro deles refere-se ao fato de que, nos
não tem como a decisão do STF ser desrespeitada, o efei- termos expressos do art. 102, §2º, da CF/88, só há men-
to virava automaticamente vinculante, mas na improce- ção às decisões definitivas de mérito, restando silente
dência da ADI, embora a decisão tivesse efeitos erga om- quanto às decisões liminares. Contudo, as decisões limi-
nes, não vinculava os poderes públicos, porque dizer que nares, tanto quando as definitivas de mérito, produzem
uma ADI é improcedente é manter a lei no ordenamento efeito vinculante. A única diferença entre elas é quanto
para todos. Mas manter a lei no ordenamento para todos ao efeito temporal. O segundo ponto refere-se ao fato
(efeito erga omnes), por si só, não vincula. de que, embora todo o Judiciário, juntamente com todo
o Executivo, sejam contemplados como destinatários
Assim, para fazer valer a decisão do Supremo para do efeito vinculante, há um órgão do Poder Judiciário
os poderes públicos era necessário surgir um específico que não fica vinculado pelos efeitos da decisão: o STF.
efeito vinculante. Exatamente por isso é que, quanto ao Ou seja, a Corte Suprema não se vincula à decisão por
DIREITO CONSTITUCIONAL

aspecto subjetivo, enquanto o efeito erga omnes se volta ela própria proferiu. Por fim, o terceiro destaque é que
para todos, particulares e Poder Público, o efeito vincu- o efeito vinculante não atinge o Legislativo. Isso ocorre
lante se dirige apenas ao Poder Público. Então, até 1993, para evitar, no linguajar do Supremo, o inconcebível fe-
mesmo quando o Supremo julgava a ADI improcedente, nômeno da Fossilização da Constituição. Fossilizar signi-
outros juízes e tribunais poderiam continuar declarando fica petrificar, virar fóssil, paralisar, tornar-se retrógrado,
aquela lei inconstitucional. A decisão em ADI, a rigor, inimigo do progresso. Por isso, a Carta Magna é clara
só vinculava os poderes públicos na hipótese de proce- ao limitar a extensão dos efeitos vinculantes justamente
dência, e não na improcedência. Foi somente a partir do para impedir que nem o Supremo e nem o Legislativo
efeito vinculante, que agora não faz diferença entre uma fiquem vinculados.

30
Quanto à inaplicabilidade dos efeitos vinculantes ao efeito vinculante, já a questão de inconstitucionalidade é
próprio STF, significa que todos os órgãos do judiário decidida no dispositivo, enquanto no controle concreto
deverão observar a decisão abstrata do Supremo, mas a a inconstitucionalidade é tratada de forma incidental na
este não vincula a sua própria decisão. É óbvio que seja fundamentação. Ocorre que alguns defensores da cha-
assim, porque somente aquele que decidiu terá poder mada Teoria Extensiva, sustentam que os motivos de-
para decidir de modo diverso futuramente. Não seria terminantes da decisão (ratio decidendi), as razões que
concebível impedir o STF de rever futuramente aquela levaram a decidir pela constitucionalidade ou inconstitu-
decisão, isso causaria o engessamento do judiciário. Para cionalidade, também seriam vinculantes. Ou seja, o efeito
não impedir que, futuramente, outras soluções melhores vinculante estaria não só no dispositivo, mas também na
sejam dadas, o Supremo, ante motivação idônea, pode fundamentação. É a chamada Teoria da Transcendência
apreciar aquela questão novamente. Mas vale ressaltar dos Motivos Determinantes, ou efeito transcendente dos
que, quando se diz que o Supremo não fica vinculado motivos determinantes. De acordo com essa teoria, a efi-
é apenas o Plenário que não se vincula. Isso significa cácia vinculante das deliberações em sede de controle
que um ministro da Corte ou uma das turmas do STF abstrato de constitucionalidade não se cingiria somente
não pode dar uma decisão contrária ao que o Supremo à parte dispositiva do julgado, mas abrangeria também
adotou com efeito vinculante. Tanto é assim que existe os próprios fundamentos determinantes da decisão (teo-
no âmbito interno do Supremo o pedido de revisão de ria extensiva). Na fundamentação há os motivos da deci-
jurisprudência. Ministros e Turmas ficam vinculados aos são, as razões principais (ratio decidendi), assim também
precedentes vinculantes adotados pela Corte, apenas o como questões secundárias, acessórias (obiter dicta). O
Plenário não fica, podendo futuramente mudar o seu en- que ficar decidido em obiter dicta não vincularia, mas a
tendimento. Logo, quando se diz que o Supremo não fica ratio decidendi da fundamentação seria vinculante, tanto
vinculado, significa dizer que aquela questão poderá ser quanto o dispositivo. Quer dizer, segundo essa teoria, a
submetida novamente à apreciação formal do Supremo interpretação vincula. Por isso que fala em transcendên-
para que ele analise através do Plenário e este, formal- cia dos motivos determinantes, porque os motivos que
mente, evolua na sua jurisprudência.
a Corte utilizou para decidir irão transcender, isto é, sair
daquela decisão e se aplicarão de forma vinculante à ou-
Já em relação ao poder legislativo, a inaplicabilidade
tros casos.
dos efeitos vinculantes neste caso ocorre para preservar
a relação de equilíbrio existente entre os poderes. Em um
Seguindo essa doutrina, durante algum tempo o STF
Estado democrático, o Poder Judiciário não pode impedir
passou a conferir efeitos vinculantes inclusive para os
o Legislador de elaborar novas leis. Se o legislativo quiser,
fundamentos determinantes das suas deliberações em
poderá dispor novamente sobre o mesmo assunto decla-
rado inconstitucional no STF e, até mesmo, alterar o texto sede de controle abstrato. Assim, passou-se a admitir a
da Constituição para retirar a inconstitucionalidade, res- existência do fenômeno da transcendência dos motivos
peitadas as cláusulas pétreas. As Constituições, enquanto que determinam a decisão proferida pela Suprema Cor-
planos normativos voltados para o futuro, não podem de te em sede de controle normativo abstrato, em ordem
maneira nenhuma perder a sua flexibilidade e abertura. a proclamar que o efeito vinculante refere-se, também,
Assim, a declaração de inconstitucionalidade não impede à própria razão da decisão, projetando-se, em conse-
o legislador de promulgar lei de conteúdo idêntico ao qüência, para além da parte dispositiva do julgamento
texto anteriormente censurado. Caso contrário, além do em abstrato de constitucionalidade. Isso ocorreu porque
chamado fenômeno da fossilização constitucional, tería- se ao STF, que é o guardião da Constituição, cabe dar
mos também comprometida a relação de equilíbrio entre a última palavra sobre como ela deve ser interpretada,
o tribunal constitucional e o legislador, reduzindo este a para que a força normativa da Constituição fosse assegu-
papel subalterno perante o poder incontrolável daquele, rada seria necessário que a interpretação dada na funda-
com evidente prejuízo do espaço democrático-represen- mentação tivesse efeito vinculante. Interpretações diver-
tativo da legitimidade política do órgão legislativo. Vale gentes enfraquecem a força normativa da Constituição.
ressaltar que quando a Constituição não faz referência ao A teoria da força vinculante dos motivos determinantes,
Poder Legislativo no efeito vinculante, na verdade, o que em sede de controle concentrado de constitucionalidade,
não fica vinculado pela decisão do Supremo não é o Le- objetiva exatamente conferir eficácia normativa constitu-
gislativo em si, mas sim, a função legiferante do Estado, a cional, conferindo força aos pronunciamentos da Corte
sua função típica de legislar. Isto é, o Legislativo não pode Constitucional. A eficácia prática disso é que, não apenas
ser impedido de fazer nova lei, mesmo que seja idêntica a lei impugnada em controle abstrato seria expurgada
àquela declarada inconstitucional, mas na sua função ad- do ordenamento se reconhecida a sua inconstituciona-
ministrativa, porém, fica vinculado ao que o STF decida lidade, mas também, caso outra lei qualquer violasse os
DIREITO CONSTITUCIONAL

sobre o tema. Portanto, apenas na sua função típica de motivos determinantes daquela decisão, ao invés de ser
legislar é que fica preservada. Quando se refere ao efeito necessário propor uma nova ação em controle abstrato,
vinculante no controle abstrato, melhor falar que a decisão poderia-se simplesmente impugnar por via de Reclama-
vincula a função administrativa e jurisdicional (salvo Corte ção, justamente para garantir a autoridade da decisão do
Suprema), não atingindo a função legislativa. Supremo.

Por fim, vale relembrar que, como já se sabe, apenas Contudo, a teoria da transcendência dos motivos de-
o que fica decidido no dispositivo da decisão faz coisa terminantes tem passado por uma gradativa crise e redu-
julgada. Por isso é que somente no controle abstrato há ção na sua aceitação. O próprio Supremo vem reduzindo

31
fortemente o escopo de sua utilização e, hoje, podemos métodos são utilizados quando o STF reconhece a in-
verificar nitidamente que essa teoria está em franco de- compatibilidade do objeto impugnado com a Constitui-
clínio, não vindo a ser mais utilizada. Isso ocorre porque a ção, porque quando se reconhece a compatibilidade, não
teoria da transcendência dos motivos determinantes, por há o que se alterar, o texto normativo é constitucional.
um lado, implica prestígio máximo ao órgão de cúpula
do Judiciário, mas por outro lado, resulta no desprestígio Existem basicamente três técnicas principais que o
igualmente superlativo aos órgãos da judicatura de base, Supremo vem utilizando quando declara uma lei incons-
já havendo decisões mais recentes do STF se recusando titucional ou incompatível com a Constituição em sede
à eficácia vinculante dos motivos determinantes das suas de controle abstrato: (a) Declaração de Inconstitucio-
decisões. Como se retiram dos atuais julgados da Corte, nalidade com redução de texto, total ou parcial; (b) De-
o entendimento atual do STF é que não é possível o ajui- claração de Inconstitucionalidade sem redução de texto
zamento de reclamação para preservação da autoridade (Interpretação Conforme à Constituição); (c) Declaração
de suas decisões contra ato judicial que desrespeite ape- de Inconstitucionalidade por Arrastamento ou Atração
nas os motivos determinantes de julgado proferido pela (Inconstitucionalidade Consequente). No que se refere à
Corte no âmbito do controle abstrato de constituciona- primeira delas, isto é, a declaração com redução de texto
lidade. Logo, a teoria da transcendência dos motivos de- (total e parcial), o STF vai atuar como se fosse uma es-
terminantes vem sendo reavaliada no âmbito do próprio pécie de legislador negativo, expressão consagrada por
Supremo, sendo nítido o seu declínio e, atualmente, a Hans Kelsen, para o qual, quando o tribunal retira uma
Corte não tem mais admitido a adequação de reclama- norma do ordenamento, esse ato tem a mesma genera-
ção fundamentada nessa teoria. É que, por um lado, a lidade e abstração daquele ato do poder legislativo que
aplicação da teoria dos motivos determinantes, diminuia revoga uma lei. É como se, nesse caso, o Judiciário atuas-
a quantidade de ADI’s, ADC’s e ADPF’s, mas por outro se como um Legislador, só que negativamente. Daí falar-
lado, aumentava o número de Reclamações, em quann- -se em legislador negativo, como se estivesse revogando
tidade bem maior do que as ações em controle abstrato, a lei que declara inconstitucional. Contudo, embora no
porque a Reclamação não precisa de legitimados pró- direito brasileiro se fale no judiciário com uma atuação
prios do art. 103 da CF/88, diferente do controle abs- de legislador negativo nessa hipótese, já se sabe que, a
trato. Ou seja, a legitimação subjetiva nas Reclamações rigor, não há revogação na declaração de inconstitucio-
é muito maior. Além disso, como cada Ministro, em seu nalidade, porque não temos um ato constitutivo, operan-
voto, dá uma fundamentação diferente, muitas vezes não do efeitos apenas dali em diante (ex nunc), tratando-se,
há como identificar precisamente qual é o motivo de- de fato, de um ato declaratório, desconstituindo os efei-
terminante da decisão adotada, o que causaria extremo tos retroativamente (ex tunc). De toda sorte, fala-se em
subjetivismo judiciário. Hoje, portanto, o STF já pacificou legislador negativo quando o Judiciário extirpa uma lei
o entendimento de que não cabe reclamação com base do ordenamento jurídico, com redução de texto, parcial
na teoria da transcendência dos motivos determinantes. ou total.

EFEITOS QUANTO À EXTENSÃO DA DECLARAÇÃO No que se refere à decaraçao de nulidade sem re-
NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE dução de texto, temos uma decisão que, apesar de ser
reconhecida uma inconstitucionalidade, não é feita qual-
Por fim, no que se refere especificamente ao contro- quer alteração no texto da norma. Nessa hipótese, há
le abstrato, analisamos ainda a decisão no que tange à um texto com mais de um possível significado. Um deles
extensão da declaração de inconstitucionalidade do ob- compatível com a Constituição, o outro incompatível. Se
jeto impugnado. Sabemos que no controle concreto a a norma for interpretada da maneira que lhe confira o
decisão refere-se ao direito subjetivo invocado, logo, o seu primeiro significado, ela será constitucional, contudo,
dispositivo vai ater-se a julgar procedente ou improce- se for interpretada a partir do seu segundo significado,
dente o pedido para a entrega do bem da vida, tal como o mesmo texto será agora inconstitucional. O texto em
pedido pelo autor. No entanto, no que se refere ao con- si não é inconstitucional, o que é inconstitucional é de-
trole abstrato, o pedido, como se sabe, é a declaração em terminada interpretação que é dada ao texto. Ou seja,
abstrato da constitucionalidade ou inconstitucionalidade é a interpretação que é inconstitucional, e não o texto
da lei, sem envolver direito subjetivo. O dispositivo da da lei. De fato, a norma é o produto da interpretação.
decisão em controle abstrato volta-se para a própria lei Uma coisa é lei (texto), outra coisa é norma (interpreta-
em abstrato. Nesse plano, o STF, ao julgar uma ação em ção da lei). Assim, podemos ter uma lei que, embora seja
controle abstrato, pode ao final declarar a lei inconstitu- textualmente constitucional, dela se extraia uma norma
cional apenas em parte, ou no seu conjunto, ou ainda tão inconstitucional, porque se trata de texto polissêmico ou
DIREITO CONSTITUCIONAL

somente utilizar-se de métodos interpretativos. Enfim, plurissignificativo, que admite mais de uma interpreta-
é possível que uma mesma ação em controle abstrato ção possível, sendo uma delas inconstitucional. De toda
possa ter diferentes meios de solução, conforme a téc- sorte, ainda que existam interpretações inconstitucionais
nica utilizada pelo Supremo no âmbito do controle de extraídas de um texto de lei, se esse texto comportar uma
constitucionalidade. A isso chamamos de efeitos da de- interpretação compatível com a Constituição, deverá ser
cisão quanto à extensão da declaração do Supremo. De mantido. Esta, então, é a tendência atual: somente na úl-
acordo com a técnica utilizada no dispositivo da decisão, tima hipótese o judiciário deve retirar a lei do ordena-
poderemos ter diferentes efeitos quanto à extensão da mento jurídico. Nesse caso, quando o texto de lei pluris-
declaração do Supremo. E, obviamente, esses diferentes significativa tiver pelo menos uma interpretação que seja

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compatível com a Constituição, o STF poderá declarar a obviamente, no controle abstrato. O Supremo só vai jul-
inconstitucionalidade sem reduçao de texto. Observe-se gar aqueles dispositivos que foram impugnados. Não se
que o STF, nesse caso, não está alterando propriamente poderia imaginar por exemplo, que alguém impugnasse
a lei, apenas excluindo uma interpretação incompatível um determinado artigo de lei e o Supremo, por liberali-
com a Constituição que dela podia ser extraída. dade própria, declarasse a inconstitucionalidade de ou-
tro dispositivo qualquer. O princípio na inércia e o prin-
Na verdade, a partir do constitucionalismo contem- cípio da adstrição ao pedido teriam sido desrespeitados.
porâneo houve uma ampliação do métodos hermeneu- Contudo, é possível que exista uma relação de interpen-
ticos constitucionais. A interpretação constitucional mo- dência entre dois dispositivos, ou entre dois diplomas
derna surgiu como resposta a várias décadas de descaso normativos (lei e ato infralegal, por exemplo), nesse caso,
com o texto constitucional. Nos últimos anos houve uma poderá haver uma declaração de inconstitucionalidade
ascensão científica e política da Constituição, materiali- por arrastamento. O Supremo tem flexibilidade para ve-
zada na elaboração de uma densa teoria constitucional rificar se a inconstitucionalidade decorre de um outro
e uma jurisprudência voltada para a efetivação das suas fundamento não suscitado pelo autor. A regra é que o
normas. A moderna interpretação constitucional é fun- STF fica adstrito ao pedido, só pode declarar a constitu-
damentada na utilização de princípios balizadores para cionalidade ou inconstitucionalidade do dispositivo que
solucionar as antinomias do texto da Carta Magna, como foi impugnado. Todavia, se existir outro dispositivo que,
os princípios da força normativa, o princípio da unidade embora não tenha sido impugnado, dependa para a sua
constitucional, da razoabilidade e proporcionalidade, e existência do dispositivo levado ao Supremo em controle
sobretudo o princípio da presunção de constitucionali- abstrato, nesse caso, admite-se que o Supremo, além de
dade, o qual determina que, na dúvida, deve o intérprete declarar a inconstitucionalidade do objeto impugnado,
considerar o ato impugnado como válido, ou seja, com- declare também, por arrastamento ou atração, a incons-
patível com o texto constitucional, devendo-se, sempre titucionalidade do outro dispositivo que, embora não
que possível, contornar a inconstitucionalidade das nor- atacado pelo autor, depende diretamente do objeto cuja
mas. Relembre-se que o controle de constitucionalidade inconstitucionalidade foi declarada. Nesse caso temos a
chamada inconstitucionalidade consequente, como mais
pressupõe crise entre os Poderes. Assim, a expurgação
um dos possíveis efeitos quanto à extensão da declara-
de texto via declaração de inconstitucionalidade deve
ção de inconstitucionalidade.
ser medida excepcional se houver outra solução possível,
utilizada somente quando não for possível outras formas
Fonte: http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-
de controle.
nalise-dos-efeitos-nas-decisoes-em-sede-de-controle-
-de-constitucionalidade,46440.html.
Foi a partir daí que que surgiu a técnica da Interpre-
tação Conforme a Constituição, que se inclina em bus-
car, dentre as várias interpretações possíveis, aquela que AÇÕES DO CONTROLE CONCENTRADO;
possibilita a manutenção da norma dentro dos limites SÚMULA VINCULANTE, REPERCUSSÃO
constitucionais, sendo utilizada quando há mais de uma GERAL.
possibilidade de interpretação da lei, alguma delas con-
trárias à Constituição. Nesse caso, a interpretação con-
forme determina não expurgar do ordenamento lei que, Súmula Vinculante
embora em determinado sentido seja declarada inconsti-
tucional, comporte uma interpretação em harmonia com Art. 103-A. CF. O Supremo Tribunal Federal poderá, de
a Constituição. Quando isso ocorre, a Corte apenas retira ofício ou por provocação, mediante decisão de dois ter-
do seu sentido aquela interpretação contrária à Consti- ços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
tuição. Assim, no caso de normas plurissignificativas de- matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de
ve-se dar preferência à interpretação que lhe dê um sen- sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculan-
tido em conformidade com a Constituição. Se dentre os te em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e
vários significados que da norma puderem ser extraídos, à administração pública direta e indireta, nas esferas fe-
um deles for inconstitucional, será passível a utilização deral, estadual e municipal, bem como proceder à sua
da interpretação conforme a Constituição. No âmbito do revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
STF, a técnica da interpretação conforme à Constituição § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpre-
é utilizada como uma declaração de inconstitucionali- tação e a eficácia de normas determinadas, acerca das
dade sem redução de texto. Na jurisprudência do STF, quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários
costuma-se tratar como equivalente a essa declaração ou entre esses e a administração pública que acarrete
DIREITO CONSTITUCIONAL

de nulidade sem redução de texto, um princípio de in- grave insegurança jurídica e relevante multiplicação
terpretação, que é o chamado Princípio da Interpretação de processos sobre questão idêntica. 
Conforme a Constituição. § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em
lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula
Por fim, no que se refere à extensão da declaração, poderá ser provocada por aqueles que podem propor
temos a inconstitucionalidade por arrastamento ou atra- a ação direta de inconstitucionalidade.
ção, ou ainda, a chamada inconstitucionalidade conse- § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que
quente. Já se sabe que, pelo princípio da congruência, o contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente
Estado-juiz fica adstrito ao pedido. Isso também ocorre, a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Fe-

33
deral que, julgando-a procedente, anulará o ato ad- Artigo 105, CF. Compete ao Superior Tribunal de Jus-
ministrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, tiça:
e determinará que outra seja proferida com ou sem a I - processar e julgar, originariamente:
aplicação da súmula, conforme o caso.  a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e
do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade,
2) Superior Tribunal de Justiça os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Es-
Criado pela Constituição Federal de 1988, o Superior tados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais
Tribunal de Justiça (STJ) é a corte responsável por unifor- de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos
mizar a interpretação da lei federal em todo o Brasil, se- Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais
guindo os princípios constitucionais e a garantia e defesa Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
do Estado de Direito. Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério
O STJ é a última instância da Justiça brasileira para Público da União que oficiem perante tribunais;
as causas infraconstitucionais, não relacionadas direta- b) os mandados de segurança e os ‘habeas data’ contra
mente à Constituição. Como órgão de convergência da ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha,
Justiça comum, aprecia causas oriundas de todo o ter- do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; 
ritório nacional, em todas as vertentes jurisdicionais não c) os ‘habeas corpus’, quando o coator ou paciente for
especializadas. qualquer das pessoas mencionadas na alínea ‘a’, ou
Sua competência está prevista no art. 105 da Cons- quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição,
tituição Federal, que estabelece os processos que têm Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do
início no STJ (originários) e os casos em que o Tribunal Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência
age como órgão de revisão, inclusive nos julgamentos de da Justiça Eleitoral; 
recursos especiais. d) os conflitos de competência entre quaisquer tribu-
O STJ julga crimes comuns praticados por governa- nais, ressalvado o disposto no art. 102, I, ‘o’, bem como
dores dos estados e do Distrito Federal, crimes comuns e entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre
de responsabilidade de desembargadores dos tribunais juízes vinculados a tribunais diversos;
de justiça e de conselheiros dos tribunais de contas es- e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus
taduais, dos membros dos tribunais regionais federais, julgados;
eleitorais e do Trabalho. f) a reclamação para a preservação de sua competên-
Julga também habeas corpus que envolvam essas cia e garantia da autoridade de suas decisões;
autoridades ou ministros de Estado, exceto em casos g) os conflitos de atribuições entre autoridades admi-
relativos à Justiça eleitoral. Pode apreciar ainda recursos nistrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades
contra habeas corpus concedidos ou negados por tribu- judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou
nais regionais federais ou dos estados, bem como causas do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
decididas nessas instâncias, sempre que envolverem lei h) o mandado de injunção, quando a elaboração da
federal. norma regulamentadora for atribuição de órgão, en-
Em 2005, como parte da reforma do Judiciário, o STJ tidade ou autoridade federal, da administração direta
assumiu também a competência para analisar a conces- ou indireta, excetuados os casos de competência do
são de cartas rogatórias e processar e julgar a homolo- Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Mi-
gação de sentenças estrangeiras. Até então, a apreciação litar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da
desses pedidos era feita no Supremo Tribunal Federal Justiça Federal;
(STF)1. i) a homologação de sentenças estrangeiras e a con-
O artigo 104 da Constituição regula sua composição, cessão de ‘exequatur’ às cartas rogatórias; 
ao passo que o artigo 105 regula sua competência. II - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última
Artigo 104, CF. O Superior Tribunal de Justiça compõe- instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de quando a decisão for denegatória;
Justiça serão nomeados pelo Presidente da República,
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos Repercussão Geral
de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela A Emenda Constitucional nº 45/2004 incluiu a neces-
maioria absoluta do Senado Federal, sendo:  sidade de a questão constitucional trazida nos recursos
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Fe- extraordinários possuir repercussão geral para que fosse
DIREITO CONSTITUCIONAL

derais e um terço dentre desembargadores dos Tribu- analisada pelo Supremo Tribunal Federal. O instituto foi re-
nais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada gulamentado mediante alterações no Código de Processo
pelo próprio Tribunal; Civil e no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e As características do instituto demandam comunica-
membros do Ministério Público Federal, Estadual, do ção mais direta entre os órgãos do Poder Judiciário, prin-
Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indica- cipalmente no compartilhamento de informações sobre
dos na forma do art. 94. os temas em julgamento e feitos sobrestados e na siste-
matização das decisões e das ações necessárias à plena
efetividade e à uniformização de procedimentos.
1 http://www.stj.jus.br/sites/STJ/

34
Nesse sentido, essa sistematização de informações
destina-se a auxiliar a padronização de procedimentos DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO:
no âmbito do Supremo Tribunal Federal e nos demais DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
órgãos do Poder Judiciário, de forma a atender os objeti- ADMINISTRATIVA; DA UNIÃO; DOS
vos da reforma constitucional e a garantir a racionalidade ESTADOS FEDERADOS; DOS MUNICÍPIOS;
dos trabalhos e a segurança dos jurisdicionados, destina-
DO DISTRITO FEDERAL E DOS
tários maiores da mudança que ora se opera.
TERRITÓRIOS.
FUNDAMENTOS
Título III
* CF/88, artigo 102, § 3º, acrescido pela Emenda Cons- Da organização do estado
titucional nº 45/04. Capítulo I
* CPC, artigos 1.035 e 1.036, acrescido pela Lei nº Da organização político-administrativa
13.105, de 16 de março de 2015.
* RISTF, Art. 18. A organização político-administrativa da Re-
- Artigo nº 13, com a redação das Emendas Regimen- pública Federativa do Brasil compreende a União, os
tais nº 24/2008, nº 29/2009 e nº 41/2010. Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autô-
- Artigos nº 21, 340 e 341, com a redação das Emen- nomos, nos termos desta Constituição.
das Regimentais nº 41/2010 e 42/2010. § 1ºBrasília é a Capital Federal.
§ 2ºOs Territórios Federais integram a União, e sua
- Artigos nº 38, 57, 59, 60, 67, 78, 323-A e 325-A, com criação, transformação em Estado ou reintegração ao
a redação da Emenda Regimental nº 42/2010 Estado de origem serão reguladas em lei complemen-
- Artigos nºs 322-A e 328, com a redação da Emenda tar.
Regimental nº 21/2007. § 3ºOs Estados podem incorporar-se entre si, subdivi-
- Artigo nº 324, com a redação das Emendas Regi- dir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros,
mentais nº 31/2009, nº 41/2010, nº 47/2012 e nº ou formarem novos Estados ou Territórios Federais,
49/2014. mediante aprovação da população diretamente inte-
- Artigo nº 328-A, com a redação da Emenda Re- ressada, através de plebiscito, e do Congresso Nacio-
gimental nº 23/08 e da Emenda Regimental nº nal, por lei complementar.
27/2008. § 4ºA criação, a incorporação, a fusão e o desmem-
bramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual,
FINALIDADES dentro do período determinado por Lei Complementar
Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante
- Delimitar a competência do STF, no julgamento de plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos,
recursos extraordinários, às questões constitucio- após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
nais com relevância social, política, econômica ou apresentados e publicados na forma da lei.
jurídica, que transcendam os interesses subjetivos Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Fe-
da causa. deral e aos Municípios:
- Uniformizar a interpretação constitucional sem exi- I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencio-
gir que o STF decida múltiplos casos idênticos so- ná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter
bre a mesma questão constitucional. com eles ou seus representantes relações de depen-
dência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a cola-
NATUREZA E COMPETÊNCIA PARA O EXAME boração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
A existência da repercussão geral da questão consti- III - criar distinções entre brasileiros ou preferências
tucional suscitada é requisito necessário para o conheci- entre si.
mento de todos os recursos extraordinários, inclusive em
matéria penal. Capítulo II
Exige-se demonstração da repercussão geral, sob Da união
pena de inadmissão do recurso extraordinário.
A verificação de efetiva demonstração da repercussão Art. 20. São bens da União:
geral é de competência concorrente do Tribunal, Turma I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vie-
Recursal ou Turma de Uniformização de origem e do STF. rem a ser atribuídos;
DIREITO CONSTITUCIONAL

A análise da existência ou não da repercussão geral, II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das
inclusive o reconhecimento de presunção legal de reper- fronteiras, das fortificações e construções militares,
cussão geral, é de competência exclusiva do STF.” das vias federais de comunicação e à preservação am-
biental, definidas em lei;
Fonte: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto. III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
asp?servico=jurisprudenciaRepercussaoGeral&pagi- terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
na=apresentacao Estado, sirvam de limites com outros países, ou se es-
tendam a território estrangeiro ou dele provenham,
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;

35
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com c)a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura
outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas aeroportuária;
e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a d)os serviços de transporte ferroviário e aquaviário
sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
serviço público e a unidade ambiental federal, e as transponham os limites de Estado ou Território;
referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda e)os serviços de transporte rodoviário interestadual e
Constitucional nº 46, de 2005) internacional de passageiros;
V - os recursos naturais da plataforma continental e f)os portos marítimos, fluviais e lacustres;
da zona econômica exclusiva; XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Minis-
VI - o mar territorial; tério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; Defensoria Pública dos Territórios;
VIII - os potenciais de energia hidráulica; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia mili-
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; tar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal,
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios ar- bem como prestar assistência financeira ao Distrito
queológicos e pré-históricos; Federal para a execução de serviços públicos, por meio
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. de fundo próprio;
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao XV - organizar e manter os serviços oficiais de esta-
Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos tística, geografia, geologia e cartografia de âmbito
da administração direta da União, participação no re- nacional;
sultado da exploração de petróleo ou gás natural, de XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
recursos hídricos para fins de geração de energia elé- diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
trica e de outros recursos minerais no respectivo terri- XVII - conceder anistia;
tório, plataforma continental, mar territorial ou zona XVIII - planejar e promover a defesa permanente con-
econômica exclusiva, ou compensação financeira por tra as calamidades públicas, especialmente as secas e
essa exploração. as inundações;
§ 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de
largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada recursos hídricos e definir critérios de outorga de direi-
como faixa de fronteira, é considerada fundamental tos de seu uso; XX - instituir diretrizes para o desen-
para defesa do território nacional, e sua ocupação e volvimento urbano, inclusive habitação, saneamento
utilização serão reguladas em lei. básico e transportes urbanos;
Art. 21. Compete à União: XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
I - manter relações com Estados estrangeiros e partici- nacional de viação;
par de organizações internacionais;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aero-
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
portuária e de fronteiras;
III - assegurar a defesa nacional;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
que forças estrangeiras transitem pelo território na-
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamen-
cional ou nele permaneçam temporariamente;
to, a industrialização e o comércio de minérios nuclea-
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a
res e seus derivados, atendidos os seguintes princípios
intervenção federal;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de e condições:
material bélico; a)toda atividade nuclear em território nacional so-
VII - emitir moeda; mente será admitida para fins pacíficos e mediante
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fis- aprovação do Congresso Nacional;
calizar as operações de natureza financeira, espe- b)sob regime de permissão, são autorizadas a comer-
cialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem cialização e a utilização de radioisótopos para a pes-
como as de seguros e de previdência privada; quisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais c)sob regime de permissão, são autorizadas a produ-
de ordenação do território e de desenvolvimento eco- ção, comercialização e utilização de radioisótopos de
nômico e social; meia-vida igual ou inferior a duas horas;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; d)a responsabilidade civil por danos nucleares inde-
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, pende da existência de culpa;
concessão ou permissão, os serviços de telecomunica- XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do tra-
ções, nos termos da lei, que disporá sobre a organiza- balho;
DIREITO CONSTITUCIONAL

ção dos serviços, a criação de um órgão regulador e XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exer-
outros aspectos institucionais; cício da atividade de garimpagem, em forma associa-
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, tiva.
concessão ou permissão: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
a)os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
aproveitamento energético dos cursos de água, em ar- II - desapropriação;
ticulação com os Estados onde se situam os potenciais III - requisições civis e militares, em caso de iminente
hidroenergéticos; perigo e em tempo de guerra;

36
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e V -proporcionar os meios de acesso à cultura, à
radiodifusão; educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à
V - serviço postal; inovação;(Redação dada pela Emenda Constitucional
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garan- nº 85, de 2015)
tias dos metais; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferên- em qualquer de suas formas;
cia de valores; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - comércio exterior e interestadual; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
IX - diretrizes da política nacional de transportes; abastecimento alimentar;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, ma- IX - promover programas de construção de moradias
rítima, aérea e aeroespacial; e a melhoria das condições habitacionais e de sanea-
XI - trânsito e transporte; mento básico;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e meta- X - combater as causas da pobreza e os fatores de
lurgia; marginalização, promovendo a integração social dos
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; setores desfavorecidos;
XIV - populações indígenas; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e ex- direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos
pulsão de estrangeiros; e minerais em seus territórios;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e XII - estabelecer e implantar política de educação para
condições para o exercício de profissões; a segurança do trânsito.
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas
Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pú- para a cooperação entre a União e os Estados, o Dis-
blica dos Territórios, bem como organização adminis- trito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilí-
trativa destes; brio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de nacional.
geologia nacionais; Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da Federal legislar concorrentemente sobre:
poupança popular; I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econô-
XX - sistemas de consórcios e sorteios; mico e urbanístico;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material II - orçamento;
bélico, garantias, convocação e mobilização das polí- III - juntas comerciais;
cias militares e corpos de bombeiros militares; IV - custas dos serviços forenses;
XXII - competência da polícia federal e das polícias V - produção e consumo;
rodoviária e ferroviária federais; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natu-
XXIII - seguridade social;
reza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
do meio ambiente e controle da poluição;
XXV - registros públicos;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artísti-
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
co, turístico e paisagístico;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
todas as modalidades, para as administrações públicas
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estéti-
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados,
co, histórico, turístico e paisagístico;
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no
art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tec-
de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; nologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Reda-
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa ção dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
marítima, defesa civil e mobilização nacional; X - criação, funcionamento e processo do juizado de
XXIX - propaganda comercial. pequenas causas;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar XI - procedimentos em matéria processual;
os Estados a legislar sobre questões específicas das XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
matérias relacionadas neste artigo. XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, XIV - proteção e integração social das pessoas porta-
do Distrito Federal e dos Municípios: doras de deficiência;
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das XV - proteção à infância e à juventude;
instituições democráticas e conservar o patrimônio XVI - organização, garantias, direitos e deveres das
DIREITO CONSTITUCIONAL

público; polícias civis.


II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção § 1ºNo âmbito da legislação concorrente, a competên-
e garantia das pessoas portadoras de deficiência; cia da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de § 2ºA competência da União para legislar sobre nor-
valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as mas gerais não exclui a competência suplementar dos
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; Estados.
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracteriza- § 3ºInexistindo lei federal sobre normas gerais, os Es-
ção de obras de arte e de outros bens de valor históri- tados exercerão a competência legislativa plena, para
co, artístico ou cultural; atender a suas peculiaridades.

37
§ 4ºA superveniência de lei federal sobre normas ge- § 1ºPerderá o mandato o Governador que assumir ou-
rais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for tro cargo ou função na administração pública direta
contrário. ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. (R
Capítulo III § 2ºOs subsídios do Governador, do Vice-Governador
Dos estados federados e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de
iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
Constituições e leis que adotarem, observados os prin- § 2º, I.
cípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que Capítulo IV
não lhes sejam vedadas por esta Constituição. Dos municípios
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou me-
diante concessão, os serviços locais de gás canalizado, Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, vo-
na forma da lei, vedada a edição de medida provisória tada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez
para a sua regulamentação. dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câ-
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, mara Municipal, que a promulgará, atendidos os prin-
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urba- cípios estabelecidos nesta Constituição, na Constitui-
nas e microrregiões, constituídas por agrupamentos ção do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
de municípios limítrofes, para integrar a organização, I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Verea-
o planejamento e a execução de funções públicas de dores, para mandato de quatro anos, mediante pleito
interesse comum. direto e simultâneo realizado em todo o País;
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, primeiro domingo de outubro do ano anterior ao tér-
mino do mandato dos que devam suceder, aplicadas
emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na
as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais
forma da lei, as decorrentes de obras da União;
de duzentos mil eleitores;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que esti-
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de
verem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio
janeiro do ano subseqüente ao da eleição;
da União, Municípios ou terceiros;
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à
observado o limite máximo de:
União;
a)9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as (quinze mil) habitantes;
da União. b)11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legis- 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta
lativa corresponderá ao triplo da representação do Es- mil) habitantes;
tado na Câmara dos Deputados e, atingido o número c)13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de
de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cin-
os Deputados Federais acima de doze. quenta mil) habitantes;
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados d)15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de
Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Consti- 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oi-
tuição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imuni- tenta mil) habitantes;
dades, remuneração, perda de mandato, licença, im- e)17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais
pedimentos e incorporação às Forças Armadas. de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado (cento e vinte mil) habitantes;
por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na ra- f)19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais
zão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até
estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, g)21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre 300.000 (trezentos mil) habitantes;
seu regimento interno, polícia e serviços administrati- h)23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais
vos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos. de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no proces- (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes;
DIREITO CONSTITUCIONAL

so legislativo estadual. i)25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais


Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes
de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes;
no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, j)27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de
e no último domingo de outubro, em segundo turno, mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até
se houver, do ano anterior ao do término do mandato 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes;
de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro k)29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e
mais, o disposto no art. 77. de até 900.000 (novecentos mil) habitantes;

38
l)31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de c)em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil
mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corres-
1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; ponderá a quarenta por cento do subsídio dos Depu-
m)33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de tados Estaduais;
mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habi- d)em Municípios de cem mil e um a trezentos mil ha-
tantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corres-
habitantes; ponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos Depu-
n)35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de tados Estaduais;
mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habi- e)em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos
tantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
cinquenta mil) habitantes; corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos
o)37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de Deputados Estaduais;
1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) ha- f)em Municípios de mais de quinhentos mil habitan-
bitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos tes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
mil) habitantes; a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados
p)39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de Estaduais;
mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) ha- VII - o total da despesa com a remuneração dos Ve-
bitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos readores não poderá ultrapassar o montante de cinco
mil) habitantes; por cento da receita do Município;
q)41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões,
mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habi- palavras e votos no exercício do mandato e na cir-
tantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos cunscrição do Município;
mil) habitantes; IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da
r)43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta
mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) Constituição para os membros do Congresso Nacional
habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habi- e na Constituição do respectivo Estado para os mem-
tantes; ( bros da Assembléia Legislativa;
s)45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Jus-
mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de tiça; (
até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; XI - organização das funções legislativas e fiscalizado-
ras da Câmara Municipal;
t)47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de
XII - cooperação das associações representativas no
mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de
planejamento municipal;
até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse
u)49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de
específico do Município, da cidade ou de bairros, atra-
mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de
vés de manifestação de, pelo menos, cinco por cento
até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída
do eleitorado;
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do
v)51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de
art. 28, parágrafo único.
mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de Art.29-A.O total da despesa do Poder Legislativo Mu-
até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; nicipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluí-
w)53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de dos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os
mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de seguintes percentuais, relativos ao somatório da recei-
até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e ta tributária e das transferências previstas no § 5o do
x)55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado
mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; no exercício anterior:
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secre- I - 7% (sete por cento) para Municípios com população
tários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câ- de até 100.000 (cem mil) habitantes;
mara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, II - 6% (seis por cento) para Municípios com popula-
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; ção entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil)
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respec- habitantes;
tivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a III - 5% (cinco por cento) para Municípios com popu-
subseqüente, observado o que dispõe esta Constitui- lação entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000
DIREITO CONSTITUCIONAL

ção, observados os critérios estabelecidos na respecti- (quinhentos mil) habitantes;


va Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento)
a)em Municípios de até dez mil habitantes, o subsí- para Municípios com população entre 500.001 (qui-
dio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por nhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de ha-
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; bitantes;
b)em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil ha- V - 4% (quatro por cento) para Municípios com popu-
bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corres- lação entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000
ponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados (oito milhões) de habitantes;
Estaduais;

39
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Capítulo V
Municípios com população acima de 8.000.001 (oito Do distrito federal e dos territórios
milhões e um) habitantes. Seção I
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de seten- Do distrito federal
ta por cento de sua receita com folha de pagamento,
incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Mu-
§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito nicípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois
Municipal: turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprova-
I - efetuar repasse que supere os limites definidos nes- da por dois terços da Câmara Legislativa, que a pro-
te artigo; mulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; Constituição.
ou § 1ºAo Distrito Federal são atribuídas as competências
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
na Lei Orçamentária. § 2ºA eleição do Governador e do Vice-Governador,
§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presiden- observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Dis-
te da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste tritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados
artigo. Estaduais, para mandato de igual duração.
Art. 30. Compete aos Municípios: § 3ºAos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa
I - legislar sobre assuntos de interesse local; aplica-se o disposto no art. 27.
II - suplementar a legislação federal e a estadual no § 4ºLei federal disporá sobre a utilização, pelo Gover-
que couber; no do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competên- corpo de bombeiros militar.
cia, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balance- Seção II
tes nos prazos fixados em lei; Dos territórios
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
legislação estadual; Art. 33. A lei disporá sobre a organização administra-
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de tiva e judiciária dos Territórios.
concessão ou permissão, os serviços públicos de inte- § 1ºOs Territórios poderão ser divididos em Municí-
resse local, incluído o de transporte coletivo, que tem pios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto
caráter essencial; no Capítulo IV deste Título.
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da § 2ºAs contas do Governo do Território serão subme-
União e do Estado, programas de educação infantil e tidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do
de ensino fundamental; Tribunal de Contas da União.
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da § 3ºNos Territórios Federais com mais de cem mil ha-
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde bitantes, além do Governador nomeado na forma des-
da população; ta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamen- e segunda instância, membros do Ministério Público
to territorial, mediante planejamento e controle do e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as
uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; eleições para a Câmara Territorial e sua competência
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cul- deliberativa.
tural local, observada a legislação e a ação fiscaliza-
dora federal e estadual. Capítulo VI
Da intervenção
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo
Poder Legislativo Municipal, mediante controle exter- Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Dis-
no, e pelos sistemas de controle interno do Poder Exe- trito Federal, exceto para:
cutivo Municipal, na forma da lei. I - manter a integridade nacional;
§ 1ºO controle externo da Câmara Municipal será II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da
exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Es- Federação em outra;
tados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais III - pôr termo a grave comprometimento da ordem
de Contas dos Municípios, onde houver. pública;
§ 2ºO parecer prévio, emitido pelo órgão competente IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes
DIREITO CONSTITUCIONAL

sobre as contas que o Prefeito deve anualmente pres- nas unidades da Federação;
tar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços V - reorganizar as finanças da unidade da Federação
dos membros da Câmara Municipal. que:
§ 3ºAs contas dos Municípios ficarão, durante sessen- a)suspender o pagamento da dívida fundada por
ta dias, anualmente, à disposição de qualquer contri- mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força
buinte, para exame e apreciação, o qual poderá ques- maior;
tionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. b)deixar de entregar aos Municípios receitas tributá-
§ 4ºÉ vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou ór- rias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos es-
gãos de Contas Municipais. tabelecidos em lei;

40
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão
judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios EXERCÍCIOS COMENTADOS
constitucionais:
a)forma republicana, sistema representativo e regime 1. APLICADA EM: 2018BANCA: VUNESP ÓRGÃO:
democrático; PC-BAPROVA: INVESTIGADOR DE POLÍCIA. Imagine
b)direitos da pessoa humana; que a Câmara Municipal da Cidade X aprovou projeto de
c)autonomia municipal; lei dispondo sobre interesses das comunidades indíge-
d)prestação de contas da administração pública, dire- nas localizadas em seu território. Nesse caso, partindo
ta e indireta. das regras constitucionais sobre a repartição de compe-
e)aplicação do mínimo exigido da receita resultante tências, é correto afirmar que a lei é
de impostos estaduais, compreendida a proveniente
de transferências, na manutenção e desenvolvimento a) inconstitucional sob o prisma formal, já que se trata de
do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. competência legislativa concorrente entre União, Esta-
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, dos e Distrito Federal a regulamentação de qualquer
nem a União nos Municípios localizados em Território matéria relativa às populações indígenas.
Federal, exceto quando: b) inconstitucional sob o prisma formal, já que se trata de
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por competência legislativa privativa da União tratar sobre
dois anos consecutivos, a dívida fundada; as populações indígenas.
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; c) inconstitucional sob o prisma formal, já que a matéria
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da re- é de competência exclusiva dos Estados membros e
ceita municipal na manutenção e desenvolvimento do Distrito Federal.
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; d) constitucional, uma vez que, por se tratar de nítido
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a represen- interesse local, a competência é privativa dos Muni-
tação para assegurar a observância de princípios in- cípios.
dicados na Constituição Estadual, ou para prover a e) constitucional, já que se trata de interesse local e re-
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. gional, de modo que compete aos Estados membros,
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: Distrito Federal e Municípios, de forma comum, legis-
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Le- lar sobre a questão.
gislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido,
ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a Resposta: Letra B. Nos termos do art. 22 XIV, compe-
coação for exercida contra o Poder Judiciário; te privativamente à União legislar sobre populações
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judi- indígenas.
ciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do
Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior 2. APLICADA EM: 2018BANCA: VUNESPÓRGÃO:
Eleitoral; PREFEITURA DE BAURU - SPPROVA: PROCURADOR
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de JURÍDICO
representação do Procurador-Geral da República, na Considerando as competências dos Municípios previstas
hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução na Constituição Federal, é correto afirmar que seria in-
de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitu- constitucional a Lei do Município que:
cional nº 45, de 2004)
IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de a) fixasse o horário de funcionamento dos estabeleci-
2004) mentos comerciais, o que não abrangeria os bancos.
§ 1ºO decreto de intervenção, que especificará a am- b) estabelecesse alíquotas progressivas para o Imposto
plitude, o prazo e as condições de execução e que, se Predial e Territorial Urbano – IPTU, destinadas a asse-
couber, nomeará o interventor, será submetido à apre- gurar o cumprimento da função social da propriedade
ciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Le- urbana.
gislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. c) desvinculasse o reajuste dos servidores públicos muni-
§ 2ºSe não estiver funcionando o Congresso Nacional cipais dos índices federais de correção monetária.
ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação ex- d) instituísse contribuição, na forma de respectiva lei mu-
traordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. nicipal, para o custeio do serviço de iluminação pú-
§ 3ºNos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, blica.
dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou e) impedisse a instalação de estabelecimentos comerciais
DIREITO CONSTITUCIONAL

pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a do mesmo ramo em uma determinada área.
suspender a execução do ato impugnado, se essa me-
dida bastar ao restabelecimento da normalidade. Resposta: Letra E. A ordem econômica, fundada na
§ 4ºCessados os motivos da intervenção, as autorida- valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
des afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo tem por fim assegurar a todos existência digna, con-
impedimento legal. forme os ditames da justiça social, observados, dentre
outros, o seguinte princípio: livre concorrência.

41
3. APLICADA EM: 2018BANCA: CESPE ÓRGÃO: I - os cargos, empregos e funções públicas são aces-
EMAP PROVA: CONHECIMENTOS BÁSICOS - CAR- síveis aos brasileiros que preencham os requisitos es-
GOS DE NÍVEL MÉDIO. No que se refere à organiza- tabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
ção dos poderes, julgue o item que segue. A criação de forma da lei;
cargo público federal é matéria que cabe ao Congresso II - a investidura em cargo ou emprego público de-
Nacional dispor, mas depende da sanção do presidente pende de aprovação prévia em concurso público de
da República. provas ou de provas e títulos, de acordo com a nature-
za e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
( ) CERTO ( ) ERRADO prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação e
Resposta: Certo. Nos termos do art. 48 X, Cabe ao exoneração;
Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da III - o prazo de validade do concurso público será de
República, não exigida esta para o especificado nos até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital
competência da União, especialmente sobre criação, de convocação, aquele aprovado em concurso público
transformação e extinção de cargos, empregos e fun- de provas ou de provas e títulos será convocado com
ções públicas, observado o que estabelece o art. 84, prioridade sobre novos concursados para assumir car-
VI, b. go ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente
4. APLICADA EM: 2018BANCA: CESPE ÓRGÃO: PGM por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
- MANAUS - AM PROVA: PROCURADOR DO MU- em comissão, a serem preenchidos por servidores de
NICÍPIO. Conforme regras e interpretação da CF, julgue carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
o item subsequente, relativo a autonomia municipal e previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
intervenção de estado-membro em município.Da capa- direção, chefia e assessoramento;
cidade de auto-organização municipal decorre a cons- VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
tatação de que o estado-membro não pode ingerir na livre associação sindical;
autonomia organizatória do município, o que confere a VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
este a possibilidade de ordenar internamente, inclusive limites definidos em lei específica;
por meio de lei orgânica, sem a necessidade de anuência VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
do respectivo governo estadual. públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
definirá os critérios de sua admissão;
( ) CERTO ( ) ERRADO IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por
tempo determinado para atender a necessidade tem-
Resposta: Certo. Os entes da federação são indepen- porária de excepcional interesse público;
dentes e autônomos entre si. Tem por característica X - a remuneração dos servidores públicos e o sub-
auto-organização, autogoverno e auto-administração. sídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão
É o que dispõe o art. 18 e também o art. 29, segundo ser fixados ou alterados por lei específica, observada a
o qual, Município reger-se-á por lei orgânica, votada iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
e aprovada por dois terços dos membros da Câmara de índices;
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do cargos, funções e empregos públicos da administra-
respectivo Estado e os seguintes preceitos. ção direta, autárquica e fundacional, dos membros
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
(DISPOSIÇÕES GERAIS; DOS SERVIDORES percebidos cumulativamente ou não, incluídas as van-
PÚBLICOS). tagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se
Capítulo VII como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e
Da administração pública nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
DIREITO CONSTITUCIONAL

Seção I Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio


Disposições gerais dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Po-
der Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
Art. 37. A administração pública direta e indireta de Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida- no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
de e eficiência e, também, ao seguinte: aos membros do Ministério Público, aos Procuradores
e aos Defensores Públicos;

42
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
pagos pelo Poder Executivo; responsável, nos termos da lei.
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quais- § 3º A lei disciplinará as formas de participação do
quer espécies remuneratórias para o efeito de remu- usuário na administração pública direta e indireta, re-
neração de pessoal do serviço público; gulando especialmente:
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servi- I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
dor público não serão computados nem acumulados públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser-
para fins de concessão de acréscimos ulteriores; viços de atendimento ao usuário e a avaliação perió-
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de dica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (II
cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalva- - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
do o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos informações sobre atos de governo, observado o dis-
arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; posto no art. 5º, X e XXXIII;
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos III - a disciplina da representação contra o exercício
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função
horários, observado em qualquer caso o disposto no na administração pública.
inciso XI: § 4º Os atos de improbidade administrativa impor-
a) a de dois cargos de professor; tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou função pública, a indisponibilidade dos bens e o res-
científico; sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis- em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
sionais de saúde, com profissões regulamentadas; § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou
e funções e abrange autarquias, fundações, empresas não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
públicas, sociedades de economia mista, suas subsi- respectivas ações de ressarcimento.
diárias, e sociedades controladas, direta ou indireta- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de di-
mente, pelo poder público; reito privado prestadoras de serviços públicos respon-
XVIII - a administração fazendária e seus servidores derão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
jurisdição, precedência sobre os demais setores admi- contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
nistrativos, na forma da lei; § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições
XIX – somente por lei específica poderá ser criada au- ao ocupante de cargo ou emprego da administração
tarquia e autorizada a instituição de empresa pública, direta e indireta que possibilite o acesso a informações
de sociedade de economia mista e de fundação, ca- privilegiadas.
bendo à lei complementar, neste último caso, definir § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira
as áreas de sua atuação; dos órgãos e entidades da administração direta e indi-
XX - depende de autorização legislativa, em cada reta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser fir-
caso, a criação de subsidiárias das entidades mencio- mado entre seus administradores e o poder público, que
nadas no inciso anterior, assim como a participação tenha por objeto a fixação de metas de desempenho
de qualquer delas em empresa privada; para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
as obras, serviços, compras e alienações serão con- I - o prazo de duração do contrato;
tratados mediante processo de licitação pública que
II - os controles e critérios de avaliação de desempe-
assegure igualdade de condições a todos os concor-
nho, direitos, obrigações e responsabilidade dos diri-
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
gentes;
pagamento, mantidas as condições efetivas da pro-
III - a remuneração do pessoal.”
posta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas pú-
exigências de qualificação técnica e econômica indis-
blicas e às sociedades de economia mista, e suas subsi-
pensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
diárias, que receberem recursos da União, dos Estados,
XXII - as administrações tributárias da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
servidores de carreiras específicas, terão recursos prio- § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos
ritários para a realização de suas atividades e atuarão de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
DIREITO CONSTITUCIONAL

de forma integrada, inclusive com o compartilhamen- 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou
to de cadastros e de informações fiscais, na forma da função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
lei ou convênio. forma desta Constituição, os cargos eletivos e os car-
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços gos em comissão declarados em lei de livre nomeação
e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter e exoneração.
educativo, informativo ou de orientação social, dela § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
que caracterizem promoção pessoal de autoridades artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas
ou servidores públicos. em lei.

43
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput tória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art.
deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito 37, X e XI.
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do res- maior e a menor remuneração dos servidores públi-
pectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros cos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art.
e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio men- 37, XI.
sal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pu-
se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios blicarão anualmente os valores do subsídio e da re-
dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. muneração dos cargos e empregos públicos.)
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
autárquica e fundacional, no exercício de mandato dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos or-
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: çamentários provenientes da economia com despesas
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou aplicação no desenvolvimento de programas de quali-
função; dade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do modernização, reaparelhamento e racionalização do
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou
pela sua remuneração; prêmio de produtividade.
III - investido no mandato de Vereador, havendo com- § 8º A remuneração dos servidores públicos organiza-
patibilidade de horários, perceberá as vantagens de dos em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remu- Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da
neração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili- União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
dade, será aplicada a norma do inciso anterior; cípios, incluídas suas autarquias e fundações, é asse-
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para gurado regime de previdência de caráter contributivo
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
será contado para todos os efeitos legais, exceto para público, dos servidores ativos e inativos e dos pensio-
promoção por merecimento; nistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
afastamento, os valores serão determinados como se § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previ-
no exercício estivesse. dência de que trata este artigo serão aposentados, cal-
culados os seus proventos a partir dos valores fixados
Seção II na forma dos §§ 3º e 17:
Dos servidores públicos I - por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decor-
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os rente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
Municípios instituirão conselho de política de adminis- doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da
tração e remuneração de pessoal, integrado por servi- lei;
dores designados pelos respectivos Poderes. II - compulsoriamente, com proventos proporcionais
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
componentes do sistema remuneratório observará: idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a comple- forma de lei complementar;
xidade dos cargos componentes de cada carreira; III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
II - os requisitos para a investidura; nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço pú-
III - as peculiaridades dos cargos. blico e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão aposentadoria, observadas as seguintes condições:
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoa- a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui-
mento dos servidores públicos, constituindo-se a par- ção, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e
ticipação nos cursos um dos requisitos para a promo- trinta de contribuição, se mulher;
ção na carreira, facultada, para isso, a celebração de b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessen-
convênios ou contratos entre os entes federados. ta anos de idade, se mulher, com proventos proporcio-
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo pú- nais ao tempo de contribuição.
blico o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
DIREITO CONSTITUCIONAL

XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei esta- ocasião de sua concessão, não poderão exceder a re-
belecer requisitos diferenciados de admissão quando a muneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em
natureza do cargo o exigir. que se deu a aposentadoria ou que serviu de referên-
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato ele- cia para a concessão da pensão.
tivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria,
e Municipais serão remunerados exclusivamente por por ocasião da sua concessão, serão consideradas as
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo remunerações utilizadas como base para as contribui-
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, ções do servidor aos regimes de previdência de que
verba de representação ou outra espécie remunera- tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.

44
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios di- § 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
ferenciados para a concessão de aposentadoria aos nicípios, desde que instituam regime de previdência
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, res- complementar para os seus respectivos servidores ti-
salvados, nos termos definidos em leis complementa- tulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor
res, os casos de servidores: das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
I - portadores de deficiência; regime de que trata este artigo, o limite máximo esta-
II - que exerçam atividades de risco; belecido para os benefícios do regime geral de previ-
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições dência social de que trata o art. 201.
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade § 15. O regime de previdência complementar de que
física. trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do res-
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição pectivo Poder Executivo, observado o disposto no art.
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio
no § 1º, III, “a”, para o professor que comprove exclu- de entidades fechadas de previdência complementar,
sivamente tempo de efetivo exercício das funções de de natureza pública, que oferecerão aos respectivos
magistério na educação infantil e no ensino funda- participantes planos de benefícios somente na moda-
mental e médio. lidade de contribuição definida.
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos § 16 Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servi-
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à dor que tiver ingressado no serviço público até a data
conta do regime de previdência previsto neste artigo. da publicação do ato de instituição do correspondente
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pen- regime de previdência complementar.
são por morte, que será igual: § 17. Todos os valores de remuneração considerados
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão de-
falecido, até o limite máximo estabelecido para os be- vidamente atualizados, na forma da lei.
nefícios do regime geral de previdência social de que § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da par- sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
cela excedente a este limite, caso aposentado à data trata este artigo que superem o limite máximo esta-
do óbito; ou belecido para os benefícios do regime geral de previ-
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor dência social de que trata o art. 201, com percentual
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o igual ao estabelecido para os servidores titulares de
limite máximo estabelecido para os benefícios do regi- cargos efetivos.
me geral de previdência social de que trata o art. 201, § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a completado as exigências para aposentadoria volun-
este limite, caso em atividade na data do óbito. tária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por per-
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para manecer em atividade fará jus a um abono de per-
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, manência equivalente ao valor da sua contribuição
conforme critérios estabelecidos em lei. previdenciária até completar as exigências para apo-
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou mu- sentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
nicipal será contado para efeito de aposentadoria e o § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
tempo de serviço correspondente para efeito de dis- próprio de previdência social para os servidores titu-
ponibilidade. lares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de gestora do respectivo regime em cada ente estatal,
contagem de tempo de contribuição fictício. ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.
§ 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo in-
total dos proventos de inatividade, inclusive quando cidirá apenas sobre as parcelas de proventos de apo-
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos sentadoria e de pensão que superem o dobro do limite
públicos, bem como de outras atividades sujeitas a máximo estabelecido para os benefícios do regime ge-
contribuição para o regime geral de previdência so- ral de previdência social de que trata o art. 201 desta
cial, e ao montante resultante da adição de proventos Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei,
de inatividade com remuneração de cargo acumulável for portador de doença incapacitante.
na forma desta Constituição, cargo em comissão de- Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercí-
clarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cio os servidores nomeados para cargo de provimento
cargo eletivo. efetivo em virtude de concurso público.
DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 12 Além do disposto neste artigo, o regime de previ- § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
dência dos servidores públicos titulares de cargo efe- I - em virtude de sentença judicial transitada em jul-
tivo observará, no que couber, os requisitos e critérios gado;
fixados para o regime geral de previdência social. II - mediante processo administrativo em que lhe seja
§ 13 Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo assegurada ampla defesa;
em comissão declarado em lei de livre nomeação e III - mediante procedimento de avaliação periódica de
exoneração bem como de outro cargo temporário ou desempenho, na forma de lei complementar, assegu-
de emprego público, aplica-se o regime geral de pre- rada ampla defesa.
vidência social.

45
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do para estruturar seus poderes – sem interferência
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual federal. A saber:
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo - Legislativo: art. 27 / - Executivo: art. 28 / - Judiciário:
de origem, sem direito a indenização, aproveitado em art. 125
outro cargo ou posto em disponibilidade com remune- - Municípios: passaram a integrar a estrutura da fede-
ração proporcional ao tempo de serviço. ração com a CF/88 que lhes garantiu plena auto-
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessida- nomia. Alguns pontos merecem análise no tocante
de, o servidor estável ficará em disponibilidade, com a participação dos municípios na estrutura da fe-
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até deração. O primeiro ponto é que nenhuma fede-
seu adequado aproveitamento em outro cargo. ração fez esse tipo de inclusão; o segundo ponto é
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, a ausência de participação nacional, uma vez que
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por vereadores não participam das assembleias legis-
comissão instituída para essa finalidade. lativas. Por fim, caso afrontem a indissolubilidade
do pacto federativo, não poderão sofrer interven-
Introdução ção federal, apenas estadual.
- Forma de organização: Lei Orgânica – votada em
- Princípio Federativo: descentralização do poder. dois turnos com interstício de 10 dias com apro-
Uma ordem jurídica central e outras ordens jurí- vação de 2/3 da Câmara Municipal. O legislativo,
dicas parciais, de forma que a primeira abarca to- composto por vereadores, tem a quantidade pre-
dos os indivíduos que se encontrem no território vista na CF/88. A faixa de habitantes no município
do Estado Nacional, e as outras, os sujeitos que se corresponderá ao número de vereadores.
achem na circunscrição dos entes federados. - Distrito Federal: local no qual os órgãos do Poder
Federal possam se estabelecer e apresentar as di-
Estado Federado retrizes governamentais ora pertinentes a toda a
federação, ora relacionadas somente à União. É
- Segundo Jellinek, citado por Nathália Masson, fe- um ente federativo autônomo, com capacidade de
deralismo por ser entendido como a unidade na auto-organização. Possui atribuições legislativas
pluralidade. É a reunião, feita por uma constituição, (tanto de estado-membro como de município) e
de entidades políticas autônomas unidas por um judiciárias.
vínculo indissolúvel. - Territórios federais: antes da CF/88 eram asseme-
lhados aos estados-membros. Com a novel consti-
Características tuição os antigos territórios se tornaram estados-
- Descentralização no exercício do poder político; -membros (Roraima e Amapá). Atualmente não
- Auto-organização existem territórios; mas, se criados fossem, não
- Auto-governo passaram de unidades descentralizadas de admi-
- Auto-administração nistração.
- Indissolubilidade do vínculo federativo; - Formação de novos estados-membros e municípios
- Rigidez Constitucional; - Inadmissibilidade do direito à secessão
- Existência de um Tribunal Constitucional - Formação de novos estados-membros (possibilida-
des):
Federalismo pelo CF/88
É o primeiro princípio da CF/88. Trata-se, inclusive, de Requisitos para incorporação, subdivisão ou des-
cláusula pétrea. Compreende a seguinte divisão: União, membramento:
estados-membros, Distrito Federal e municípios. - Consulta a população interessada (plebiscito): tanto
- União: “União é o ente central da federação, possui da população da área desmembrada como da área
total autonomia em relação às demais entidades remanescente. Somente a manifestação da maioria
federadas e concentra um grande volume de atri- permitirá que o processo dê sequência;
buições administrativas, legislativas e tributárias - Oitiva assembleias legislativas envolvidas (parecer
enunciadas ao longo do texto constitucional”. Pre- opinativo – não vincula o CN): fornecimento de de-
sença de duas personalidades: ambas representa- talhamento técnico;
das pelo Pres. da República: a primeira como chefe - Aprovação do Congresso Nacional expedindo-se Lei
de Estado e a segunda como chefe de governo. complementar;
- Formação de novos municípios (possibilidades):
DIREITO CONSTITUCIONAL

Trata-se de um ente autônomo e central. - Edição de lei complementar federal fixando o perío-
União ≠ Federação: união é a congregação dos esta- do em que poderá ocorrer a mudança;
dos-membros. Federação é a reunião dos entes federa- - Aprovação de Lei ordinária apresentando a viabili-
dos, leia-se, união, estados-membros, municípios e DF. dade municipal;
- Estados-membros: resultado da descentralização do - Consulta a população interessada (plebiscito), não
poder político; são partes autônomas do Estado podendo ser substituída por outra espécie de con-
Federal. Podem ter sua própria constituição, desde sulta;
que analisados os limites traçados pelo texto da - Aprovação de lei ordinária estadual.
lei maior. Cada estado-membro tem competência - Vedações Constitucionais

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- Estabelecer cultos religiosos ou embaraçar o funcionamento de igrejas.
- Entes federados não podem adotar oficialmente uma religião.
- Repartição de competências

#FicaDica

Trata-se de elemento fundamental do federalismo. A descentralização propõe que cada ente federado pode disci-
plinar determinados comandos e, por conta disso, necessária a repartição de competências. A temática se alicerça ao
princípio da preponderância dos interesses.

- Técnicas de Repartição
Sistema Americano: (modelo adotado no Brasil) – prevê competências taxativas da União e os remanescentes ao
estado; como nossos municípios também são entes autônomos, estes também recebem atribuições.
Sistema canadense: a atribuição taxativa fica voltada aos estados, reservados aqueles da União.
Sistema indiano: enumeração exaustiva de atribuições para todos os entes da federação. Constituição robusta,
prolixa ao extremo. Muitos artigos.

Técnicas de efetivação
- Repartição horizontal: Constituição Federal delega a cada ente atribuições que lhe sejam próprias, particulares.
Distribui, portanto, a cada um, o que é seu; a cada entidade, matéria específica de sua competência. (competências
privativas e exclusivas)
- Repartição vertical: distribuição de competências exercidas em conjunto. (competências comuns e concorrentes).
- Das competências

As competências podem ser divididas em duas espécies. São as chamadas competências não legislativas (são com-
petências políticas e administrativas) e as legislativas (autorização para legislar). A saber, em formato esquematizado:
- Da união: - exclusivas: art. 21
- privativas: art. 22 (cunho legislativo)
- comuns: art. 23 (dispostas para todos os entes da federação)
- concorrentes: art. 24

Competências exclusivas (art. 21) dão a ideia da necessidade de fazer algo (organizar / administrar). Estão todas
organizadas em verbos. Por serem indelegáveis (intransferíveis), devem ser necessariamente prestadas pela União. Ex:
“organizar”, “manter”, “emitir”, “conceder”.
Obs: dos incisos I ao V do art. 21 apresentam-se as competências pelas quais a União representa o Estado brasi-
leiro internacionalmente. Exemplo:
DIREITO CONSTITUCIONAL

- Manter relações com Estados estrangeiros.


- Assegurar a defesa nacional.
- Declarar guerra e celebrar a paz.
Outros destaques (segundo Nathália Masson) das competências mais importantes:
Inciso I – União representa a República Federativa no Brasil na esfera internacional. Porém, União e RFB são pessoas
jurídicas distintas. A primeira, de direito público interno; a segunda, de direito público externo.
Inciso X – compete a União a manutenção do serviço postal e correio aéreo nacional.
Inciso XI – disciplinar e prestar serviços de telecomunicação.
Inciso XII “a” – obrigatoriedade de irradiação da voz do Brasil.

47
Competências privativas (art. 22): se tratam de temas em que a União irá legislar. Os incisos iniciam sempre com
substantivos. Ao contrário das exclusivas, estas podem ser delegáveis, inclusive com autorização expressa no art. 22,
parágrafo único. Importante aduzir que essa modalidade de competência pode ser transferida e não cedida pela
União; é possível aos estados-membros legislarem sobre temas dentre os assuntos principais de competência da
União, sempre que a estes forem feitas delegações.
Exemplo:
- Estado do Maranhão edita lei estadual dando prioridade no andamento processual em litígios que apresente
mulher vítima de violência doméstica. Referida lei foi declarada inconstitucional por vício formal, já que invadida
competência privativa da União.
- Estado do Paraná editou lei que obrigava empresas comerciantes de GLP a pesarem os botijões na frente do con-
sumidor e abater eventual irregularidade. Referida lei julgada inconstitucional pelo STF, por vício formal, já que
compete privativamente a União legislar sobre recursos energéticos.
- Estado de Santa Catarina teve lei estadual declarada inconstitucional, pois proibia veiculação de propaganda de
medicamentos. Como a competência para legislar sobre propaganda comercial é privativa da União, não pode-
ria ter o estado-membro legislado.
- Requisitos para delegação:
- Formal: apenas a União pode efetuar a delegação por meio de lei complementar.
- Material: a delegação não será voltada para legislar sobre toda a matéria, mas sim alguns temas afetos ao tema.
- Implícito: a delegação não pode privilegiar um ou outro ente da federação; a delegação deverá ser para todos –
princípio da isonomia.

Competências comuns (art. 23) serão cumpridas pela União e demais entes federados. São atribuições exercitadas
por todos os entes concomitantemente; podem ser intituladas “cumulativas”, uma vez que não há limites prévios es-
tipulados para o cumprimento delas, isto é, a atuação de um ente não inviabiliza ou restringe a atuação dos demais.
Por conta de serem comuns, ideal que se faça pelo legislativo federal a normatização das matérias que podem ser
alvo de conflitos entre os entes. Em havendo o conflito, o STF irá analisar mediante os critérios de preponderância
dos interesses.
Exemplos:
- Zelar pela guarda da Constituição e das leis, das instituições democráticas e patrimônio público.
- Cuidar da saúde, da assistência pública.
- Proteger documentos, obras e outros bens de valor histórico.
- Proteger o meio ambiente e combater a poluição.
- Preservar as florestas, fauna, flora.

Competência concorrente (art. 24) – verificação explícita do chamado federalismo de cooperação (marble cake):
verifica-se para a União competências legislativas concorrentes, pertencentes ao ente em estudo em concorrência
com os Estados-membros e o Distrito Federal. Ao contrário das “comuns” que são cumulativas, a competência concor-
rente é “não cumulativa”, pois existem limitações expressas à atuação dos entes, ou seja, as tarefas são previamente
definidas.
A União deverá fazer a normatização geral e os estados-membros fazer a sua complementação (competência com-
plementar), adequando-a a sua realidade. Se a União não fizer, os estados poderão fazer (competência suplementar).
Caso o estado-membro tenha feito pela inércia da União e esta depois resolva fazer, prevalecerá a norma da união
pela superveniência da norma geral federal; isso não significa que a lei estadual será revogada, mas sim suspensa a
sua eficácia no que for contrária a lei federal.

Exemplos:
- Legislar sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza. Em âmbito federal presente a Lei dos Crimes
ambientais (Lei 9605/98) e no âmbito estadual, como no Rio Grande do Sul, lei dispondo sobre essa temática.
DIREITO CONSTITUCIONAL

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- Dos estados-membros

Competem aos estados-membros e DF as atribuições que não são reservadas, posto que vedadas à União. Confor-
me doutrina, trata-se de uma atuação bastante esvaziada em virtude da existência de diversas atribuições já previstas
para a União.
- Materiais exclusivos (art. 25§1º) são as matérias remanescentes; aquelas não enumeradas pelo art. 21 e/ou de
interesse local.
- Legislativas privativas: poderão legislar sobre matérias que não tenham sido previstos nem para a União nem para
os municípios, ou que sejam vedadas pela CF/88.
- Atenção! Competência legislativa tributária expressa: art. 155. Tratam-se dos impostos com possibilidade de regu-
lamentação pelos estados-membros e DF.

Municípios

Competência não legislativa: - Comum (art.23)


- Exclusiva (art. 30 III a IX)
Competência legislativa: - Elaborar Lei Orgânica (art. 29 caput)
- Legislar assunto de interesse local (art. 30 I)
- Suplementar (art. 30 II)
- Elaborar plano diretor (art. 182 §1º)
- Tributária (art. 156).
- Competência do Distrito Federal: este ente da federação acumula competências voltadas aos estados-membros e
aos municípios, posto que não é apenas reconhecido como estado ou como município. Ao ente serão atribuídas
as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (art. 32, § 1°, CF/88) e a competência tributária
dos Municípios (art. 147 CF/88).

Competências (Nathália Masson)


(i) editar sua própria Lei Orgânica;
(ii) exercer a competência legislativa remanescente (e as eventuais enumeradas) dos Estados-membros;
(iii) exercer a eventual competência legislativa delegada pela União;
(iv) exercer a competência legislativa concorrente-suplementar (complementar e supletiva) com os Estados-mem-
bros;
DIREITO CONSTITUCIONAL

(vi) exercer a competência legislativa enumerada dos Municípios; e


(vii) exercer a competência legislativa suplementar dos Municípios.

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Aplicada em: 2018Banca: CESPE Órgão: EMAP Prova: Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Médio. No que
se refere à organização dos poderes, julgue o item que segue. A criação de cargo público federal é matéria que cabe
ao Congresso Nacional dispor, mas depende da sanção do presidente da República.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo . Nos termos do art. 48 X, Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exi-
gida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente
sobre criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b.

2. Aplicada em: 2018Banca: CESPE Órgão: PGM - Manaus - AM Prova: Procurador do Município. Conforme regras
e interpretação da CF, julgue o item subsequente, relativo a autonomia municipal e intervenção de estado-membro em
município. Da capacidade de auto-organização municipal decorre a constatação de que o estado-membro não pode
ingerir na autonomia organizatória do município, o que confere a este a possibilidade de ordenar internamente, inclu-
sive por meio de lei orgânica, sem a necessidade de anuência do respectivo governo estadual.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Os entes da federação são independentes e autônomos entre si. Tem por característica auto-orga-
nização, autogoverno e auto-administração. É o que dispõe o art. 18 e também o art. 29, segundo o qual, Município
reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços
dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na
Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos.

DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES: DO PODER LEGISLATIVO; DO PODER EXECUTIVO;


DO PODER JUDICIÁRIO (DISPOSIÇÕES GERAIS; DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL; DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA; DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES
FEDERAIS; DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS; DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS);

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 32. São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Parágrafo único. Salvo as expressas exceções previstas nesta Constituição, é vedado a qualquer dos Poderes delegar
competências.
Questões sobre a Separação dos Poderes foram aprofundadas no tópico introdutório deste material.

CAPÍTULO II
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 33. O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, constituída de Deputados, representantes do povo,
eleitos pelo voto direto e secreto, em sistema proporcional, dentre brasileiros maiores de vinte e um anos, atendidas
as demais condições da legislação eleitoral.
DIREITO CONSTITUCIONAL

Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.


Art. 34. A eleição para Deputado se fará simultaneamente com as eleições gerais para Governador, Vice-Governador,
Senador e Deputado Federal.
Art. 35. O número de Deputados a Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na
Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Federais acima de doze.
Art. 36. Salvo disposição constitucional em contrário, todas as deliberações da Assembleia Legislativa e de suas comis-
sões, presente a maioria absoluta dos seus membros, serão tomadas através do voto aberto, exigida a maioria simples.
Quórum de instalação – maioria absoluta;

50
Quórum de deliberação – maioria simples. III - (Revogado diante o julgamento da ADI STF
Art. 37. O Poder Legislativo será representado judicial 1857/98)
e extrajudicialmente por seu Presidente, através da IV - dar posse ao Governador e ao Vice-Governador
Procuradoria da Assembleia Legislativa. eleitos e:
a) conhecer de suas renúncias;
Parágrafo único. Resolução disciplinará a organização b) conceder-lhes ou recusar-lhes licença para inter-
e o funcionamento da Procuradoria da Assembleia Le- romper o exercício das funções;
gislativa. c) autorizar o Governador e o Vice-Governador do Es-
Art. 38. Ao Poder Legislativo é assegurada autonomia tado a se ausentarem do País ou do Estado, quando a
administrativa e financeira, na forma desta Constitui- ausência exceder a quinze dias.
ção. V - aprovar ou suspender a intervenção nos Municí-
Parágrafo único. A Assembleia Legislativa elaborará pios;
sua proposta orçamentária dentro dos limites fixados VI - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
pela lei de diretrizes orçamentárias. exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa;
SEÇÃO II VII - mudar temporariamente sua sede;
DAS ATRIBUIÇÕES DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA VIII - (Revogado).
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Go-
Art. 39. Cabe a Assembleia Legislativa, com a san- vernador e apreciar os relatórios sobre a execução dos
ção do Governador, dispor sobre todas as matérias de planos de governo;
competência do Estado, especialmente sobre: X - (Inciso X revogado pela EC/38, de 2004).
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de XI - fiscalizar e controlar diretamente os atos adminis-
rendas; trativos dos órgãos dos Poderes Executivo e Judiciário,
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orça- incluídos os das entidades da administração indireta e
mento anual, operações de crédito e dívida pública; do Tribunal de Contas;
III - fixação e modificação dos efetivos da Policia Mi- XII - zelar pela preservação de sua competência le-
litar; gislativa em face da atribuição normativa dos outros
IV - planos e programas estaduais, regionais e seto- Poderes;
riais de desenvolvimento; XIII - suspender, no todo ou em parte, a execução de
V - transferência temporária da sede do Governo Es- lei estadual ou municipal declarada inconstitucional
tadual; por decisão definitiva do Tribunal de Justiça;
VI - organização administrativa, judiciária, do Minis- XIV - solicitar, quando couber, intervenção federal no
tério Público e da Defensoria Pública; Estado;
VII - criação, transformação e extinção de cargos, em-
pregos e funções públicas, observado o disposto no XV - pronunciar-se sobre incorporação, subdivisão
art.71, IV, b; ou desmembramento de áreas do território estadual,
VIII - criação e extinção das Secretarias de Estado e quando solicitada pelo Congresso Nacional;
órgãos da administração pública; XVI - autorizar, por deliberação de dois terços de seus
IX - aquisição, administração, alienação, arrendamen- membros, a instauração de processo contra o Gover-
to e cessão de bens imóveis do Estado; nador, Vice-Governador e Secretários de Estado;
X - prestação de garantia, pelo Estado, em operação ADI STF 4386/10 (Artigo 40, inciso XVI) Aguardando
de crédito contratada por suas autarquias, fundações, julgamento.
empresas públicas, sociedades de economia mista e XVII - proceder a tomada de contas do Governador do
seus Municípios; Estado, quando não apresentadas dentro de sessenta
XI - criação, incorporação, fusão e desmembramento dias após a abertura da sessão legislativa;
de Municípios; XVIII - elaborar seu regimento interno;
XII - procedimentos em matéria processual; XIX - dispor sobre sua organização, funcionamento,
XIII - proteção, recuperação e incentivo a preservação polícia, criação, transformação ou extinção dos car-
do meio ambiente. gos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa
XIV - fixar, por lei, o subsídio do Deputado em cada de lei para a fixação da respectiva remuneração, ob-
Legislatura, para a subsequente, na razão de, no má- servados os parâmetros estabelecidos na lei de diretri-
ximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, zes orçamentárias;
em espécie, para o Deputado Federal; e XX - processar e julgar o Governador e o Vice-Gover-
DIREITO CONSTITUCIONAL

XV - fixar, por lei, os subsídios do Governador, do Vice- nador do Estado nos crimes de responsabilidade, bem
-Governador e dos Secretários de Estado, observado como os Secretários de Estado nos crimes da mesma
o que dispõe o art. 28, § 2°, da Constituição Federal. natureza conexos com aqueles;
Art. 40. É da competência exclusiva da Assembleia Le- XXI - processar e julgar o Procurador-Geral de Justiça
gislativa: e o Procurador-Geral do Estado nos crimes de respon-
I - emendar a Constituição; sabilidade;
II - autorizar referendo e convocar plebiscito, median- XXII - escolher cinco dentre os sete membros do Tribu-
te solicitação subscrita por no mínimo dois terços de nal de Contas do Estado;
seus membros;

51
XXIII - aprovar, previamente, após arguição pública, § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do
a escolha dos: Poder Legislativo Estadual, não poderão ser presos,
a) Conselheiro do Tribunal de Contas indicados pelo salvo em flagrante de crime inafiançável. Neste caso,
Governador do Estado; os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro ho-
b) titulares de outros cargos ou funções que a lei de- ras à Assembleia Legislativa, para que, pelo voto da
terminar; maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
XXIV - destituir, por deliberação da maioria absoluta, § 3º Recebida a denúncia contra Deputado, por crime
na forma de lei complementar, o Procurador-Geral de ocorrido após a diplomação, o Tribunal de Justiça dará
Justiça; ciência à Assembleia Legislativa, que, por iniciativa
XXV - aprovar, previamente, por maioria absoluta dos de partido político nela representado e pelo voto da
Deputados, proposta de empréstimo externo. maioria de seus membros, poderá, até a decisão final,
§1º Nos casos previstos nos incisos XX e XXI, funcio- sustar o andamento da ação.
nará como presidente o do Tribunal de Justiça, limi-
tando-se a condenação, que somente será proferida § 4º O pedido de sustação será apreciado no prazo
por dois terços dos votos de seus membros, à perda do improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebi-
cargo, com inabilitação por oito anos para o exercício mento pela Mesa.
de função pública, sem prejuízo das demais sanções § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, en-
judiciais cabíveis. quanto durar o mandato.
§ 2º O voto dos representantes do Estado nos con- § 6º Os Deputados não serão obrigados a testemu-
selhos administrativos das Sociedades de Economia nhar sobre informações recebidas ou prestadas em
Mista, exceto da Companhia Catarinense de Águas razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas
e Saneamento S.A. – Casan, que implique em altera- que lhes confiaram ou deles receberam informações.
ção do estatuto social, será precedido de autorização § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados,
do Poder Legislativo, pela maioria absoluta dos seus embora militares e ainda que em tempo de guerra, de-
membros. penderá de prévia licença da Assembleia Legislativa.
Art. 41. A Assembleia Legislativa ou qualquer de suas § 8º As imunidades de Deputados subsistirão durante
comissões poderá convocar Secretário de Estado e ti- o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o
tulares de Fundações, Autarquias, Empresas Públicas voto de dois terços dos membros da Assembleia Legis-
e Sociedades de Economia Mista para prestar, pesso- lativa, nos casos de atos praticados fora do recinto do
almente, informações sobre assuntos previamente de- Poder Legislativo Estadual, que sejam incomparáveis
terminados, importando a ausência injustificada em com a execução da medida.
crime de responsabilidade. Art. 43. Os Deputados não poderão:
ADI STF 3279/04 – Decisão Final: procedente, com I - desde a expedição do diploma:
efeito ex tunc da expressão “e titulares de Fundações, a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de
Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Econo- direito público, autarquia, empresa pública, socieda-
mia Mista”, contida no caput do art. 41. de de economia mista ou empresa concessionária de
§ 1º Os Secretários de Estado e titulares de Fundações, serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Econo- cláusulas uniformes;
mia Mista poderão comparecer a Assembleia Legisla- b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego re-
tiva, ou a qualquer de suas comissões, por sua iniciati- munerado, inclusive os de que sejam demissíveis “ad
va e mediante entendimento com a Mesa, para expor nutum”, nas entidades constantes da alínea anterior;
assunto de relevância de sua Secretaria ou órgãos. II - desde a posse:
§ 2º A Mesa da Assembleia Legislativa encaminhará, a) ser proprietários, controladores ou diretores de em-
após deliberação do Plenário, pedidos de informação presa que goze de favor decorrente de contrato com
ao Governador, aos Secretários de Estado e aos titu- pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer fun-
lares de Fundações, Autarquias, Empresas Públicas e ção remunerada;
Sociedades de Economia Mista, sendo que a resposta b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis
deverá estar acompanhada de cópias de documentos “ad nutum” nas entidades referidas no inciso 1, “a”;
compatíveis com as informações prestadas pelo órgão c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer
inquirido, importando em crime de responsabilidade das entidades a que se refere o inciso 1, “a”;
a recusa ou não atendimento no prazo de trinta dias, d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato pú-
bem como a prestação de informações falsas. blico eletivo.
Art. 44. Perderá o mandato o Deputado:
DIREITO CONSTITUCIONAL

SEÇÃO III I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas


DOS DEPUTADOS no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com
Art. 42. Os Deputados são invioláveis civil e penalmen- o decoro parlamentar;
te, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. III - que deixar de comparecer, em cada sessão legis-
§ 1º Os Deputados, desde a expedição do diploma, se- lativa, a terça parte das sessões ordinárias da Assem-
rão submetidos a julgamentos perante o Tribunal de bleia Legislativa, salvo licença ou missão por esta au-
Justiça do Estado. torizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

52
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos da Mesa, com mandato de dois anos, vedada a recon-
previstos na Constituição Federal e nesta Constituição; dução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
VI - que sofrer condenação criminal em sentença tran- subsequente.
sitada em julgado. § 4º A convocação extraordinária da Assembleia Le-
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além gislativa, que requer a exigência de motivo urgente e a
dos casos definidos no regimento interno, o abuso das demonstração de interesse público relevante, far-se-á:
prerrogativas asseguradas a membro da Assembléia I - pelo Presidente da Assembleia, para o compromis-
Legislativa ou a percepção de vantagens indevidas. so e posse do Governador e do Vice-Governador e no
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do man- caso de intervenção em Município ou edição de medi-
dato será decidida pela Assembleia Legislativa, por da provisória;
maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou II - pelo Governador do Estado, pelo Presidente da
de partido político representado na Casa, assegurada Assembleia ou a requerimento da maioria de seus
ampla defesa. membros, em caso de urgência ou interesse público
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V a perda será relevante.
declarada pela Mesa da Assembleia, de ofício ou me- § 5º Na sessão legislativa extraordinária a Assembleia
diante provocação de qualquer de seus membros, ou Legislativa somente deliberará sobre a matéria para a
de partido político representado na Casa, assegurada qual foi convocada, ressalvada a hipótese do § 6º, ve-
ampla defesa. dado o pagamento de parcela indenizatória, em razão
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a proces- da convocação.
so que vise ou possa levar à perda do mandato, nos § 6º Havendo medidas provisórias em vigor, na data
termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as da convocação extraordinária da Assembleia Legisla-
deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. tiva, serão elas automaticamente incluídas na pauta
Art. 45. Não perderá o mandato o Deputado: da convocação.
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Gover- § 7º O caráter de urgência e o conceito de interesse
nador de Território, Secretário de Estado, do Distrito público serão regulamentados em lei ordinária espe-
Federal, de Território, da Prefeitura da Capital ou de cífica.
chefe de missão diplomática temporária;
II - licenciado pela Assembleia Legislativa por motivo SEÇÃO V
de doença, ou para tratar, sem remuneração, de inte- DAS COMISSÕES
resse particular, desde que, neste caso, o afastamento
não ultrapasse a cento e vinte dias por sessão legis- Art. 47. A Assembleia Legislativa terá comissões per-
lativa. manentes e temporárias, constituídas na forma e com
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, as competências previstas no regimento interno ou no
de investidura nas funções previstas no inciso I, ou de ato de que resultar sua criação.
licença igual ou superior a sessenta dias. § 1º Na constituição da Mesa e de cada comissão, e
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á assegurada, tanto quanto possível, a representação
eleição para preenche-la se faltarem mais de quinze proporcional dos partidos ou dos blocos parlamenta-
meses para o término do mandato. res que participam da Casa.
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado poderá optar § 2º As comissões, constituídas em razão da matéria
pela remuneração do mandato. de sua competência, cabe:
§ 4º O suplente poderá formalmente abdicar do direi- I - discutir, emendar e votar projeto de lei que dispen-
to ao exercício do cargo, situação em que não perderá sar, na forma do regimento, a competência do Plená-
a qualidade de suplente e a condição de exercício do
rio, salvo se houver recurso de dois décimos dos mem-
cargo em futuras convocações, assegurando-se-lhe,
bros da Casa;
nesta última hipótese, a precedência sobre os suplen-
II - realizar audiências públicas com entidades da so-
tes subsequentes.
ciedade civil;
SEÇÃO IV III - realizar audiência pública em regiões do Estado,
DAS REUNIÕES para subsidiar o processo legislativo, observada a dis-
ponibilidade orçamentária;
Art. 46. A Assembleia Legislativa se reunirá anual- IV - convocar Secretários de Estado para prestar infor-
mente na Capital do Estado, de dois de fevereiro a de- mações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
zessete de julho e de primeiro de agosto a vinte e dois V - fiscalizar os atos que envolvam gastos de órgãos e
de dezembro. entidades da administração pública;
DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão VI - receber petições, reclamações, representações ou
transferidas para o primeiro dia útil subsequente, queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões
quando recaírem em sábados, domingos e feriados. das autoridades ou entidades públicas ou prestadoras
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a de serviços públicos;
aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentá- VII - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou
rias. cidadão;
§ 3º No primeiro ano da legislatura, a Assembleia se VIII - apreciar programas de obras, planos estaduais,
reunirá em sessão preparatória, a partir de primeiro regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles
de fevereiro, para a posse de seus membros e eleição emitir parecer.

53
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que te- § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de
rão poderes de investigação próprios de autoridades emenda que:
judiciais, além de outros previstos no regimento inter- I - ferir princípio federativo;
no da Assembleia, serão constituídas mediante reque- II - atentar contra a separação dos Poderes.
rimento de um terço de seus membros, para a apura- § 5º A matéria constante da proposta de emenda re-
ção de fato determinado e por prazo certo, sendo suas jeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Público para que promova a responsabilidade civil ou
criminal dos infratores. SUBSEÇÃO III
§ 4º A omissão de informações as comissões parla- DAS LEIS
mentares de inquérito, inclusive as que envolvam si-
gilo, ou a prestação de informações falsas constituem Art. 50. A iniciativa das leis complementares e ordi-
crime de responsabilidade. nárias cabe a qualquer membro ou comissão da As-
§ 5º Durante o recesso haverá uma comissão repre- sembleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao
sentativa da Assembleia, eleita pelo Plenário na últi- Tribunal de Justiça, ao Procurador-Geral de Justiça e
ma sessão ordinária da sessão legislativa, com compe- aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
tência definida no regimento interno, cuja composição Constituição.
reproduzira, tanto quanto possível, a proporcionalida- § 1º A iniciativa popular de leis será exercida junto a
de da representação partidária. Assembleia Legislativa pela apresentação de projeto
de lei subscrito por no mínimo um por cento dos elei-
SEÇÃO VI tores do Estado, distribuídos por pelo menos vinte Mu-
DO PROCESSO LEGISLATIVO nicípios, com não menos de um por cento dos eleitores
SUBSEÇÃO I de cada um deles.
DISPOSIÇÃO GERAL § 2º São de iniciativa privativa do Governador do Esta-
do as leis que disponham sobre:
Art. 48. O processo legislativo compreende a elabo- I - a organização, o regime jurídico, a fixação ou mo-
ração de: dificação do efetivo da Polícia Militar e do Corpo de
I - proposta de emenda a Constituição Federal; Bombeiros, o provimento de seus cargos, promoções,
II - emendas a esta Constituição; estabilidade, remuneração, reforma e transferência
III - leis complementares; para a reserva;
IV - leis ordinárias; II - a criação de cargos e funções públicas na adminis-
V - leis delegadas; tração direta, autárquica e fundacional ou o aumento
VI - medidas provisórias; de sua remuneração;
VII - decretos legislativos; III - o plano Plurianual, diretrizes orçamentárias e or-
VIII - resoluções. çamento anual;
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a IV - os servidores públicos do Estado, seu regime jurí-
elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. dico, provimento de cargos, estabilidade, aposentado-
ria de civis, reforma e transferência de militares para
SUBSEÇÃO II a inatividade;
DAS EMENDAS À CONSTITUIÇÃO V - a organização da Procuradoria-Geral do Estado e
da Defensoria Pública;
Art. 49. A Constituição poderá ser emendada median- VI - a criação e extinção das Secretarias de Estado e
te proposta: órgãos da administração pública, observado o dispos-
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Assem- to no art. 71, IV.
bleia Legislativa; Art. 51. Em caso de relevância e urgência, o Gover-
II - do Governador do Estado; nador do Estado poderá adotar medidas provisórias,
III - de mais da metade das Câmaras Municipais do com força de lei, devendo submetê-las de imediato à
Estado, manifestando-se, cada uma delas, pela maio- Assembleia Legislativa.
ria relativa de seus membros; § 1º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos
IV - de pelo menos dois e meio por cento do eleitorado §§ 7º e 8º, perderão eficácia, desde a edição, se não
estadual, distribuído por no mínimo quarenta Municí- forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias,
pios, com não menos de um por cento dos eleitores de prorrogável, nos termos do § 6º, uma vez por igual
cada um deles. período, devendo a Assembleia Legislativa disciplinar,
DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vi- por decreto legislativo, as relações jurídicas delas de-
gência de intervenção federal no Estado, de estado de correntes.
sítio ou de estado de defesa. § 2º É vedada a edição de medida provisória sobre
§ 2º A proposta de emenda será discutida e votada matéria que não possa ser objeto de lei delegada.
pela Assembleia em dois turnos, considerando-se § 3º É vedada a reedição, na mesma Sessão Legislati-
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos va, de medida provisória não deliberada ou rejeitada
de seus membros. pela Assembleia Legislativa.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pela § 4º O prazo a que se refere o § 1º contar-se-á da
Mesa da Assembleia Legislativa. publicação da medida provisória, suspendendo-se du-

54
rante os períodos de recesso da Assembleia Legislativa. § 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta
§ 5º Se a medida provisória não for apreciada em até e oito horas pelo Governador do Estado, nos casos dos
quarenta e cinco dias, contados de sua publicação, en- §§ 3º e 5º, o Presidente da Assembleia a promulgará,
trará em regime de urgência, ficando sobrestadas, até e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-
que se ultime a votação, todas as demais deliberações -Presidente fazê-lo.
legislativas da Assembleia Legislativa. Art. 55. A matéria constante de projeto de lei rejeita-
§ 6º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período do somente poderá constituir objeto de novo projeto,
a vigência de medida provisória que, no prazo de ses- na mesma sessão legislativa, mediante proposta da
senta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua maioria absoluta dos Deputados.
votação encerrada na Assembleia Legislativa. Art. 56. As leis delegadas serão elaboradas pelo Go-
§ 7º Não editado o decreto legislativo a que se refe- vernador do Estado, que deverá solicitar a delegação à
re o § 1º até sessenta dias após a rejeição ou perda Assembleia Legislativa.
de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas § 1º Não serão objeto de delegação os atos de compe-
constituídas e decorrentes de atos praticados durante tência exclusiva da Assembleia Legislativa, a matéria re-
a sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. servada a lei complementar, nem a legislação sobre pla-
§ 8º Aprovado o projeto de lei de conversão alterando nos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
o texto original da medida provisória, esta manter-se- § 2º A delegação ao Governador do Estado terá a for-
-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou ma de resolução da Assembleia Legislativa, que espe-
vetado o projeto. cificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
Art. 52. Não será admitido aumento da despesa pre- § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto
vista: pela Assembleia Legislativa, esta a fará em votação
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador única, vedada qualquer emenda.
do Estado, ressalvado o disposto no art. 120, §§ 9º e 10 Art. 57. As leis complementares serão aprovadas por
e art. 122, §§ 3º e 4º; maioria absoluta dos votos dos deputados.
II - nos projetos sobre organização dos serviços admi-
nistrativos da Assembleia Legislativa, do Poder Judici- Parágrafo único. Além de outros casos previstos nesta
ário e do Ministério Público. Constituição, serão complementares as leis que dispu-
Art. 53. O Governador do Estado poderá solicitar ur- serem sobre:
gência, a qualquer tempo, para a apreciação de proje- I - organização e divisão judiciárias;
tos de sua iniciativa. II - organização do Ministério Público, da Procurado-
§ 1º Indicado e justificado o pedido de urgência na men- ria-Geral do Estado e da Defensoria Pública;
sagem enviada a Assembleia Legislativa, se esta não se III - organização do Tribunal de Contas;
manifestar sobre a proposição em até quarenta e cinco IV - regime jurídico único dos servidores estaduais e
dias, será ela incluída na ordem do dia da primeira ses- diretrizes para a elaboração de planos de carreira;
são subsequente, sobrestando-se a deliberação quanto V - organização da Polícia Militar e do Corpo de Bom-
aos demais assuntos, para que se ultime a votação. beiros Militar e o regime jurídico de seus servidores;
§ 2º Esse prazo não corre nos períodos de recesso da VI - atribuições do Vice-Governador do Estado;
Assembleia Legislativa. VII - organização do sistema estadual de educação;
Art. 54. Concluída a votação e aprovado o projeto de VIII - plebiscito e referendo.
lei, a Assembleia Legislativa o encaminhará ao Gover- ADI STF 5003/13 (incisos IV, V, VII e VIII) - Aguardando
nador do Estado para sanção. julgamento.
§ 1º Se o Governador do Estado considerar o projeto,
no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao SEÇÃO VII
interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E OR-
prazo de quinze dias úteis, contados da data do re-
ÇAMENTÁRIA
cebimento, e comunicará dentro de quarenta e oito
Art. 58. A fiscalização contábil, financeira, orçamentá-
horas ao Presidente da Assembleia os motivos do veto.
ria, operacional e patrimonial do Estado e dos órgãos
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral
e entidades da administração pública, quanto a lega-
de artigo, parágrafo, inciso ou alínea.
lidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela
Governador do Estado importará em sanção.
Assembleia Legislativa, mediante controle externo, e
§ 4º O veto será apreciado pela Assembleia Legislativa
pelo sistema de controle interno de cada Poder.
dentro de trinta dias a contar do seu recebimento, só
DIREITO CONSTITUCIONAL

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa físi-


podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta
ca ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arreca-
dos Deputados.
de, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado
valores públicos ou pelos quais o Estado responda, ou
ao Governador do Estado para promulgação.
que, em nome deste, assuma obrigações de natureza
§ 6º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido
pecuniária.
no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da ses-
Art. 59. O controle externo, a cargo da Assembleia Le-
são imediata, sobrestadas as demais proposições até
gislativa, será exercido com o auxílio do Tribunal de
sua votação final, ressalvadas as matérias de que tra-
Contas do Estado, ao qual compete:
tam os arts. 51 e 53.

55
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo § 2º Se a Assembleia Legislativa ou o Poder Executivo, no
Governador, as quais serão anexadas às dos Poderes prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas
Legislativo e Judiciário, do Ministério Público, da De- no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
fensoria Pública e do Tribunal de Contas, mediante § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de
parecer prévio que levará em consideração as contas débito ou multa terão eficácia de título executivo.
dos três últimos exercícios financeiros e que deverá § 4º O Tribunal encaminhará à Assembleia Legislativa,
ser elaborado em sessenta dias a contar de seu rece- trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
bimento; Art. 60. A comissão permanente a que se refere o art.
II - julgar as contas dos administradores e demais res- 122, § 1º, diante de indícios de despesas não autori-
ponsáveis por dinheiros, bens e valores da adminis- zadas, ainda que sob a forma de investimentos não
tração direta e indireta, incluídas as sociedades ins- programados ou de subsídios não aprovados, poderá
tituídas e mantidas pelo Poder Público estadual, e as solicitar a autoridade governamental responsável que,
contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos ne-
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário; cessários.
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos § 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na ad- estes insuficientes, a comissão solicitará ao Tribunal de
ministração direta e indireta, incluídas as fundações Contas pronunciamento conclusivo sobre a matéria no
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas prazo de trinta dias.
as nomeações para cargo de provimento em comis- § 2º Entendendo o Tribunal de Contas irregular a despe-
são, bem como a das concessões de aposentadorias, sa, a comissão, se julgar que o gasto possa causar dano
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias pos- irreparável ou lesão a economia pública, determinará ao
teriores que não alterem o fundamento legal do ato Poder competente sua sustação.
concessório; § 3º Da determinação mencionada no parágrafo ante-
IV - realizar, por iniciativa própria, da Assembleia rior cabe recurso ao Plenário da Assembleia Legislativa,
sem efeito suspensivo.
Legislativa, de comissão técnica ou de inquérito, ins-
Art. 61. O Tribunal de Contas do Estado, integrado por
peções e auditorias de natureza contábil, financeira,
sete Conselheiros, tem sede na cidade de Florianópo-
orçamentária, operacional e patrimonial, nas unida-
lis, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o
des administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo
território estadual, exercendo, no que couber, a com-
e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
petência prevista no art. 83.
V - fiscalizar as contas de empresas de cujo capital
§ 1º Os Conselheiros do Tribunal de Contas serão
social o Estado participe, de forma direta ou indireta,
nomeados dentre os brasileiros que satisfaçam os se-
nos termos do documento constitutivo; guintes requisitos:
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repas- I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
sados pelo Estado a Municípios, mediante convênio, anos de idade;
acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento congê- II - idoneidade moral e reputação ilibada;
nere, e das subvenções a qualquer entidade de direito III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, eco-
privado; nômicos e financeiros ou de administração pública;
VII - prestar, dentro de trinta dias, sob pena de respon- IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efe-
sabilidade, as informações solicitadas pela Assembleia tiva atividade profissional que exija os conhecimentos
Legislativa, ou por qualquer de suas comissões, sobre mencionados no inciso anterior.
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária e pa- § 2º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado
trimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções serão escolhidos:
realizadas; I - três pelo Governador do Estado, com a aprovação
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalida- da Assembleia Legislativa, sendo dois alternadamente
de de despesa ou irregularidade de contas, as sanções dentre auditores e membros do Ministério Público junto
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras comi- ao Tribunal, indicados em listra tríplice pelo Plenário,
nações, multa proporcional ao dano causado ao erá- segundo os critérios de antiguidade e merecimento;
rio; II - quatro pela Assembleia Legislativa.
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote § 3º O processo de escolha de Conselheiro do Tribunal
as providências necessárias ao exato cumprimento da de Contas do Estado, obedecerá ao seguinte critério:
lei, se verificada a ilegalidade; I - na primeira, segunda, quarta e quinta vagas, a es-
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impug- colha será de competência da Assembleia Legislativa;
nado, comunicando a decisão a Assembleia Legisla- II - na terceira, sexta e sétima vagas, a escolha caberá
DIREITO CONSTITUCIONAL

tiva; ao Governador do Estado, devendo recair as duas últi-


XI - representar ao Poder competente sobre irregulari- mas, alternadamente, em auditor e membro do Minis-
dades ou abusos apurados; tério Público junto ao Tribunal;
XII - responder a consultas sobre interpretação de lei III - a partir da oitava vaga reinicia-se o processo pre-
ou questão formulada em tese, relativas a matéria su- visto nos incisos anteriores.
jeita a sua fiscalização. § 4º Os Conselheiros do Tribunal de Contas terão as
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, venci-
diretamente pela Assembleia Legislativa, que solicitará, mentos e vantagens dos Desembargadores do Tribunal
de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. de Justiça.

56
§ 5º Os auditores, nomeados pelo Governador do Estado Art. 65. O Governador e o Vice-Governador tomarão
após aprovação em concurso público de provas e títulos, posse em sessão da Assembleia Legislativa, prestando
terão, quando em substituição a Conselheiro, as mesmas o compromisso de manter, defender, cumprir e fazer
garantias e impedimentos do titular e, quando no exer- cumprir a Constituição Federal e a do Estado, observar
cício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de as leis, promover o bem-estar geral e desempenhar o
direito da ultima entrância. seu cargo honrada, leal e patrioticamente.
Art. 62. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada
manterão, de forma integrada, sistema de controle in- para a posse, o Governador ou o Vice-Governador, sal-
terno com a finalidade de: vo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo,
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no pla- este será declarado vago pela Assembleia Legislativa.
no Plurianual, a execução dos programas de governo Art. 66. Substituirá o Governador, no caso de impedi-
e dos orçamentos do Estado; mento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Governa-
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados dor.
quanto à eficácia e a eficiência da gestão orçamen- Parágrafo único. O Vice-Governador, além de outras
tária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades atribuições que lhe forem conferidas por lei comple-
da administração estadual, bem como da aplicação mentar, auxiliará o Governador sempre que por este
de recursos públicos por entidades de direito privado; convocado para missões especiais.
III - exercer o controle das operações de crédito, avais Art. 67. Em caso de impedimento do Governador e do
e outras garantias, bem como dos direitos e haveres Vice-Governador, ou vacância dos respectivos cargos,
do Estado; serão sucessivamente chamados ao exercício da go-
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua mis- vernança o Presidente da Assembleia Legislativa e o
são institucional. Presidente do Tribunal de Justiça.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao toma- Art. 68. Vagando os cargos de Governador e Vice-
rem conhecimento de qualquer irregularidade ou ile- -Governador, far-se-á eleição noventa dias depois de
galidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas, aberta a última vaga.
sob pena de responsabilidade solidária. § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação período governamental, a eleição para ambos os car-
ou sindicato e parte legítima para, na forma da lei, gos será feita trinta dias depois da última vaga, pela
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Assembleia Legislativa, por maioria absoluta.
Tribunal de Contas. § 2º Se, no primeiro escrutínio, nenhum candidato ob-
tiver essa maioria, a eleição se fará em segundo es-
CAPÍTULO III crutínio por maioria relativa, considerando-se eleito o
DO PODER EXECUTIVO mais idoso, no caso de empate.
SEÇÃO I
DO GOVERNADOR E DO VICE-GOVERNADOR DO § 3º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão com-
ESTADO pletar o período de seus antecessores.
Art. 69. O mandato do Governador é de quatro anos e
Art. 63. O Poder Executivo é exercido pelo Governador terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao
do Estado, auxiliado pelos Secretários de Estado. de sua eleição.
Art. 64. O Governador e o Vice-Governador serão elei- Parágrafo único. O Governador e quem o houver suce-
tos dentre brasileiros maiores de trinta anos, noven- dido ou substituído no curso do mandato, poderá ser
ta dias antes do término do mandato governamental reeleito para um único período subsequente.
vigente, atendidas as demais condições da legislação § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir
eleitoral. outro cargo ou função na administração pública dire-
§ 1º A eleição do Governador importará a do Vice- ta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de con-
-Governador com ele registrado. curso público e observado o disposto no art. 25, I, IV
§ 2º Será considerado eleito Governador o candidato e V.
que, registrado por partido político, obtiver a maioria § 2º O Governador e quem o houver sucedido ou subs-
absoluta de votos, não computados os em branco e tituído no curso do mandato, poderá ser reeleito para
os nulos. único período subsequente.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar a maioria absolu- Art. 70. O Governador e o Vice-Governador do Es-
ta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até tado residirão na Capital do Estado e não poderão,
vinte dias após a proclamação do resultado, concor- sem licença da Assembleia Legislativa, ausentar-se do
rendo os dois candidatos mais votados e consideran- território nacional ou estadual por período superior a
DIREITO CONSTITUCIONAL

do-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos quinze dias, sob pena de perda do cargo.
válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO GOVERNADOR
morte, desistência ou impedimento legal de candida-
to, convocar-se-á dentre os remanescentes o de maior
Art. 71. São atribuições privativas do Governador do
votação.
Estado:
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, rema-
I - exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado, a
nescer, em segundo lugar, mais de um candidato com
direção superior da administração estadual;
a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

57
II - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos Parágrafo único. O Governador poderá delegar as
previstos nesta Constituição; atribuições mencionadas nos incisos IV e XX, primeira
III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem parte, aos Secretários de Estado, ao Procurador-Geral
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel de Justiça ou ao Procurador-Geral do Estado, que ob-
execução; servarão os limites traçados nos respectivos atos de
IV - dispor, mediante decreto, sobre: delegação.
a) organização e funcionamento da administração
estadual, quando não implicar aumento de despesa SEÇÃO III
nem criação ou extinção de órgãos públicos; e DA RESPONSABILIDADE DO GOVERNADOR
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va-
gos; Art. 72. São crimes de responsabilidade os atos do
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; Governador do Estado que atentem contra a Consti-
tuição Federal, contra a Constituição Estadual e espe-
VI - nomear e exonerar os Secretários de Estado e o
cialmente contra:
Procurador-Geral do Estado;
I - a existência da União, Estado ou Município;
VII - nomear o Procurador-Geral de Justiça dentre os
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Ju-
integrantes da carreira, em lista tríplice elaborada pelo
diciário e do Ministério Público;
Ministério Público, na forma de lei complementar;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e so-
VIII - nomear, observado o disposto no art. 61, os Con-
ciais;
selheiros do Tribunal de Contas do Estado; IV - a segurança interna do Estado e dos Municípios;
V - a probidade na administração pública;
IX - prestar, anualmente, a Assembleia Legislativa, VI - a lei orçamentária;
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão le- VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
gislativa, as contas referentes ao exercício anterior; Parágrafo único. As normas de processo e julgamento
X - remeter mensagem e plano de governo a Assem- desses crimes serão definidas em lei especial.
bleia Legislativa, por ocasião da abertura da sessão Art. 73. O Governador será submetido a processo e
legislativa, expondo a situação do Estado e solicitando julgamento, nos crimes de responsabilidade, peran-
as providências que julgar necessárias; te a Assembleia Legislativa e, nos comuns, perante o
XI - enviar a Assembleia Legislativa o plano Pluria- Superior Tribunal de Justiça, depois de declarada, por
nual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as aquela, pelo voto de dois terços de seus membros, a
propostas de orçamento previstos nesta Constituição; procedência da acusação.
XII - ministrar, por escrito, as informações e esclare- ADI STF 1634/97 (“(...) depois de declarada, por aque-
cimentos que lhe forem solicitados pela Assembleia la, pelo voto de dois terços de seus membros, a proce-
Legislativa, no prazo máximo de trinta dias; dência da acusação.”) – Decisão Final: Pendente.
XIII - realizar operações de crédito mediante prévia e § 1º O Governador ficará suspenso de suas funções:
específica autorização da Assembleia Legislativa e, se I - nas infrações penais comuns, se recebida a denún-
for o caso, do Senado Federal; cia ou queixa-crime pelo Superior Tribunal de Justiça;
XIV - celebrar com a União, outros Estados, Distrito II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração
Federal e Municípios convenções e ajustes “ad-refe- do processo pela Assembleia Legislativa.
rendum” da Assembleia Legislativa; ADI STF 1628 - Resultado final: julgada procedente o
ADI STF 1857/98 (Artigo 71, inciso XIV) Decisão Final inciso II do § 1º - DJ. 24.11.2006.
procedente. DJ. 07.03.2003. § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o
(Ante julgamentos de mérito do Supremo Tribunal Fe- julgamento não estiver concluído, cessará o afasta-
deral, o Art. 5º da EC/38, de 2004, revoga a expressão mento, sem prejuízo do regular prosseguimento do
“ad referendum” da Assembleia Legislativa). processo.
XV - nomear e exonerar o Comandante-Geral da Po- § 3º e § 4º (Revogados diante do julgamento de in-
lícia Militar e o Comandante- Geral do Corpo de Bom- constitucionalidade).
beiros Militar, bem como os militares estaduais, para ADI STF 1024 (parágrafos 3º e 4º) Decisão final: pro-
o exercício de cargos de interesse policial militar e de cedente. DJ. 24.11.1995. ADI STF 1628 (§§ 3º e 4º) Re-
bombeiro militar, respectivamente, assim definidos em sultado final: procedente. DJ 24.11.2006.
Lei, e promover os oficiais das respectivas corporações. (Ante julgamentos de mérito, do Supremo Tribunal
XVI - decretar, quando couber, intervenção nos Muni- Federal, o Art. 4º da EC/38, de 2004, revoga os pará-
cípios; grafos 3º e 4º).
XVII - mudar temporariamente a sede do Governo, em
DIREITO CONSTITUCIONAL

caso de perturbação da ordem; SEÇÃO IV


DOS SECRETÁRIOS DE ESTADO
XVIII - abrir crédito extraordinário, na forma do art.
123, § 2º XIX - promover desapropriação;
Art. 74. Os Secretários de Estado são auxiliares diretos
XX - prover e extinguir os cargos públicos estaduais,
do Governador, escolhidos dentre brasileiros maiores
na forma da lei
de vinte e um anos e no gozo dos direitos políticos.
XX - prover os cargos públicos, na forma da lei; e Parágrafo único. São atribuições dos Secretários de Es-
XXI - exercer outras atribuições previstas nesta Cons- tado, além de outras estabelecidas nesta Constituição
tituição. e nas leis:

58
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos VI - os Tribunais e Juízes Militares;
órgãos e entidades da administração estadual na área VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito
de sua competência; Federal e Territórios.
II - referendar os decretos e atos assinados pelo Go- § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacio-
vernador; nal de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na
III - expedir instruções para a execução das leis, decre- Capital Federal.
tos e regulamentos; § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Su-
IV - apresentar ao Governador relatório anual de sua periores têm jurisdição em todo o território nacional.
gestão na Secretaria de Estado; Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
V - praticar os atos pertinentes as atribuições que lhes Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magis-
forem outorgadas ou delegadas pelo Governador do tratura, observados os seguintes princípios:
Estado; I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de
VI - comparecer a Assembleia Legislativa ou a suas juiz substituto, mediante concurso público de provas e
comissões, nos casos e para os fins indicados nesta títulos, com a participação da Ordem dos Advogados
Constituição. do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel
Art. 75. Os Secretários de Estado serão, nos crimes em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica
comuns e de responsabilidade, processados e julga- e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classi-
dos pelo Tribunal de Justiça e, nos conexos com os do ficação;
Governador, pelo órgão competente para o processo e II - promoção de entrância para entrância, alternada-
julgamento deste, ressalvada a competência dos ór- mente, por antiguidade e merecimento, atendidas as
gãos judiciários federais. seguintes normas:
Parágrafo único. São crimes de responsabilidade dos a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por
Secretários de Estado os referidos no art. 72 e os de- três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista
mais previstos nesta Constituição, entre os quais se de merecimento;
inclui o não comparecimento, sem justa causa, a As- b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos
sembleia Legislativa, quando convocado. de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz
a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta,
SEÇÃO V salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o
DO CONSELHO DE GOVERNO lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e
Art. 76. Ao Conselho de Governo, órgão superior de pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no
consulta do Poder Executivo, compete pronunciar-se, exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento
quando convocado pelo Governador do Estado, sobre em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
assuntos de relevante complexidade e magnitude. d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente
§ 1º Integram o Conselho de Governo: poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto funda-
I - o Governador do Estado, que o preside; mentado de dois terços de seus membros, conforme
II - o Vice-Governador do Estado; procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, re-
III - os ex-Governadores do Estado; petindo-se a votação até fixar-se a indicação;
IV - o Presidente da Assembleia Legislativa; e) não será promovido o juiz que, injustificadamente,
V - os líderes das bancadas dos partidos políticos re- retiver autos em seu poder além do prazo legal, não
presentados na Assembleia Legislativa; podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despa-
VI - o Procurador-Geral de Justiça; cho ou decisão;
VII - três cidadãos brasileiros maiores de trinta e cin- III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-
co anos, nomeados pelo Governador do Estado para -á por antiguidade e merecimento, alternadamente,
mandato de dois anos, permitida a recondução. apurados na última ou única entrância;
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do IV - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfei-
Conselho de Governo. çoamento e promoção de magistrados, constituindo
etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a parti-
DO PODER JUDICIÁRIO cipação em curso oficial ou reconhecido por escola na-
cional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;
Seção I V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores
Disposições Gerais corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio
mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal
DIREITO CONSTITUCIONAL

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: Federal e os subsídios dos demais magistrados serão
I - o Supremo Tribunal Federal; fixados em lei e escalonados, em nível federal e esta-
I-A - o Conselho Nacional de Justiça; dual, conforme as respectivas categorias da estrutu-
II - o Superior Tribunal de Justiça; ra judiciária nacional, não podendo a diferença entre
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Inciso acresci- uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior
do pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016) a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;

59
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto
seus dependentes observarão o disposto no art. 40; nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo 2º, I.
autorização do tribunal; Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentado- I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo
ria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á ou função, salvo uma de magistério;
em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegu- participação em processo;
rada ampla defesa; III - dedicar-se a atividade político-partidária.
VIII-A - a remoção a pedido ou a permuta de magis- IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
trados de comarca de igual entrância atenderá, no que contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II; privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciá- V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
rio serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, afastou, antes de decorridos três anos do afastamento
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presen- do cargo por aposentadoria ou exoneração.
ça, em determinados atos, às próprias partes e a seus Art. 96. Compete privativamente:
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a I - aos tribunais:
preservação do direito à intimidade do interessado no a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regi-
sigilo não prejudique o interesse público à informação; mentos internos, com observância das normas de pro-
X - as decisões administrativas dos tribunais serão cesso e das garantias processuais das partes, dispondo
motivadas e em sessão pública, sendo as disciplina- sobre a competência e o funcionamento dos respecti-
res tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus vos órgãos jurisdicionais e administrativos;
membros; b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e
XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com exercício da atividade correicional respectiva;
o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco mem- c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os car-
bros, para o exercício das atribuições administrativas gos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal d) propor a criação de novas varas judiciárias;
pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e) prover, por concurso público de provas, ou de provas
e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo
XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo único, os cargos necessários à administração da justi-
vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de se- ça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
gundo grau, funcionando, nos dias em que não houver f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
expediente forense normal, juízes em plantão perma- membros e aos juízes e servidores que lhes forem ime-
nente; XIII - o número de juízes na unidade jurisdicio- diatamente vinculados;
nal será proporcional à efetiva demanda judicial e à II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Supe-
respectiva população; riores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Le-
XIV - os servidores receberão delegação para a prática gislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
de atos de administração e atos de mero expediente a) a alteração do número de membros dos tribunais
sem caráter decisório; inferiores;
XV - a distribuição de processos será imediata, em to- b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração
dos os graus de jurisdição. dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regio- vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus
nais Federais, dos tribunais dos Estados, e do Distrito membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores,
Federal e Territórios será composto de membros do onde houver;
Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
e de advogados de notório saber jurídico e de reputa- d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
ção ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros
de representação das respectivas classes. do Ministério Público, nos crimes comuns e de respon-
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal sabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleito-
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, ral.
que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
DIREITO CONSTITUCIONAL

seus integrantes para nomeação. membros ou dos membros do respectivo órgão especial
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adqui- de lei ou ato normativo do poder público.
rida após dois anos de exercício, dependendo a perda Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e
do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a os Estados criarão:
que o juiz estiver vinculado e, nos demais casos, de I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou
sentença judicial transitada em julgado; togados e leigos, competentes para a conciliação, o jul-
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú- gamento e a execução de causas cíveis de menor com-
blico, na forma do art. 93, VIII; plexidade e infrações penais de menor potencial ofen-

60
sivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titula-
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação res, originários ou por sucessão hereditária, tenham
e o julgamento de recursos por turmas de juízes de pri- 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de
meiro grau; doença grave, ou pessoas com deficiência, assim de-
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos finidos na forma da lei, serão pagos com preferência
eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com man- sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente
dato de quatro anos e competência para, na forma da ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no §
lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa
de impugnação apresentada, o processo de habilitação finalidade, sendo que o restante será pago na ordem
e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdi- cronológica de apresentação do precatório.
cional, além de outras previstas na legislação. § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados es- expedição de precatórios não se aplica aos pagamen-
peciais no âmbito da Justiça Federal. tos de obrigações definidas em leis como de pequeno
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclu- valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtu-
sivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades de de sentença judicial transitada em julgado.
específicas da Justiça. § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fi-
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia xados, por leis próprias, valores distintos às entidades
administrativa e financeira. de direito público, segundo as diferentes capacidades
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentá- econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior
rias dentro dos limites estipulados conjuntamente com benefício do regime geral de previdência social.
os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das enti-
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros dades de direito público, de verba necessária ao paga-
tribunais interessados, compete: mento de seus débitos, oriundos de sentenças transita-
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo das em julgado, constantes de precatórios judiciários
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamen-
aprovação dos respectivos tribunais; to até o final do exercício seguinte, quando terão seus
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Ter- valores atualizados monetariamente.
ritórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos
aprovação dos respectivos tribunais. serão consignados diretamente ao Poder Judiciário,
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a de-
as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo cisão exequenda determinar o pagamento integral e
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Po-
autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente
der Executivo considerará, para fins de consolidação da
para os casos de preterimento de seu direito de pre-
proposta orçamentária anual, os valores aprovados na
cedência ou de não alocação orçamentária do valor
lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da
limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
quantia respectiva.
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este ar-
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato
tigo forem encaminhadas em desacordo com os limites
comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a
estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo proce-
derá aos ajustes necessários para fins de consolidação liquidação regular de precatórios incorrerá em crime
da proposta orçamentária anual. de responsabilidade e responderá, também, perante o
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, Conselho Nacional de Justiça.
não poderá haver a realização de despesas ou a as- § 8º É vedada a expedição de precatórios complemen-
sunção de obrigações que extrapolem os limites es- tares ou suplementares de valor pago, bem como o
tabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto fracionamento, repartição ou quebra do valor da exe-
se previamente autorizadas, mediante a abertura de cução para fins de enquadramento de parcela do total
créditos suplementares ou especiais. ao que dispõe o § 3º deste artigo.
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas § 9º No momento da expedição dos precatórios, inde-
Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, pendentemente de regulamentação, deles deverá ser
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusi- abatido, a título de compensação, valor correspon-
vamente na ordem cronológica de apresentação dos dente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibi- em dívida ativa e constituídos contra o credor origi-
da a designação de casos ou de pessoas nas dotações nal pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja
DIREITO CONSTITUCIONAL

este fim. execução esteja suspensa em virtude de contestação


§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem administrativa ou judicial.
aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proven- § 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal
tos, pensões e suas complementações, benefícios pre- solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta
videnciários e indenizações por morte ou por invali- em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direi-
dez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de to de abatimento, informação sobre os débitos que
sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos preencham as condições estabelecidas no § 9º, para
com preferência sobre todos os demais débitos, exceto os fins nele previstos.
sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.

61
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em tual poderá ser financiada, excetuada dos limites de
lei da entidade federativa devedora, a entrega de cré- endividamento de que tratam os incisos VI e VII do
ditos em precatórios para compra de imóveis públicos art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros
do respectivo ente federado. limites de endividamento previstos, não se aplicando
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitu- a esse financiamento a vedação de vinculação de re-
cional, a atualização de valores de requisitórios, após ceita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição
sua expedição, até o efetivo pagamento, independen- Federal. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitu-
temente de sua natureza, será feita pelo índice oficial cional nº 94, de 2016)
de remuneração básica da caderneta de poupança, § 20. Caso haja precatório com valor superior a 15%
e, para fins de compensação da mora, incidirão juros (quinze por cento) do montante dos precatórios apre-
simples no mesmo percentual de juros incidentes so- sentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze
bre a caderneta de poupança, ficando excluída a inci- por cento) do valor deste precatório serão pagos até
dência de juros compensatórios. o final do exercício seguinte e o restante em parcelas
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas
seus créditos em precatórios a terceiros, independen- de juros de mora e correção monetária, ou mediante
temente da concordância do devedor, não se aplican- acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conci-
do ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. liação de Precatórios, com redução máxima de 40%
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efei- (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado,
tos após comunicação, por meio de petição protoco- desde que em relação ao crédito não penda recurso
lizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora. ou defesa judicial e que sejam observados os requi-
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei com- sitos definidos na regulamentação editada pelo ente
plementar a esta Constituição Federal poderá estabe- federado. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitu-
lecer regime especial para pagamento de crédito de cional nº 94, de 2016)
precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios,
dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida Seção II
e forma e prazo de liquidação. Do Supremo Tribunal Federal
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União
poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de
Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando- onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais
-os diretamente. de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
nicípios aferirão mensalmente, em base anual, o com- Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal
prometimento de suas respectivas receitas correntes Federal serão nomeados pelo Presidente da República,
líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta
de pequeno valor. do Senado Federal.
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, pre-
fins de que trata o § 17, o somatório das receitas tri- cipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
butárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de I - processar e julgar, originariamente:
contribuições e de serviços, de transferências correntes a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do normativo federal ou estadual e a ação declaratória
§ 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
período compreendido pelo segundo mês imediata- b) nas infrações penais comuns, o Presidente da Re-
mente anterior ao de referência e os 11 (onze) meses pública, o Vice-Presidente, os membros do Congresso
precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas: Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Ge-
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao ral da República;
Distrito Federal e aos Municípios por determinação c) nas infrações penais comuns e nos crimes de res-
constitucional; ponsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandan-
II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios tes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressal-
por determinação constitucional; vado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os
Municípios, a contribuição dos servidores para custeio chefes de missão diplomática de caráter permanente;
de seu sistema de previdência e assistência social e d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pes-
as receitas provenientes da compensação financeira soas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de
DIREITO CONSTITUCIONAL

referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal. segurança e o habeas data contra atos do Presidente
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e
94, de 2016) do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União,
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes do Procurador-Geral da República e do próprio Supre-
de condenações judiciais em precatórios e obrigações mo Tribunal Federal;
de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ul- e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo in-
trapasse a média do comprometimento percentual da ternacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou
receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediata- o Território;
mente anteriores, a parcela que exceder esse percen-

62
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos
a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, do Poder Judiciário e à administração pública direta
inclusive as respectivas entidades da administração e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
indireta; § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; demonstrar a repercussão geral das questões consti-
h) (Revogada pela Emenda Constitucional nº 45, de tucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim
2004) de que o Tribunal examine a admissão do recurso, so-
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Supe- mente podendo recusá-lo pela manifestação de dois
rior ou quando o coator ou o paciente for autoridade terços de seus membros.
ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucio-
à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate nalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única I - o Presidente da República;
instância; II - a Mesa do Senado Federal;
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julga- III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
dos; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara
l) a reclamação para a preservação de sua competên- Legislativa do Distrito Federal;
cia e garantia da autoridade de suas decisões; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
m) a execução de sentença nas causas de sua compe- VI - o Procurador-Geral da República;
tência originária, facultada a delegação de atribuições VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
para a prática de atos processuais; Brasil;
n) a ação em que todos os membros da magistratura VIII - partido político com representação no Congresso
sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela Nacional;
em que mais da metade dos membros do tribunal de IX - confederação sindical ou entidade de classe de
origem estejam impedidos ou sejam direta ou indire- âmbito nacional.
tamente interessados; § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser pre-
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribu- viamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade
nal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais e em todos os processos de competência do Supremo
Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; Tribunal Federal.
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de
inconstitucionalidade; medida para tornar efetiva norma constitucional, será
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da dada ciência ao Poder competente para a adoção das
norma regulamentadora for atribuição do Presiden- providências necessárias e, em se tratando de órgão
te da República, do Congresso Nacional, da Câmara administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
dos Deputados, do Senado Federal, da Mesa de uma § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a
dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato
União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da
Supremo Tribunal Federal; União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e § 4º (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional
contra o Conselho Nacional do Ministério Público. nº 3, de 1993 e revogado pela Emenda Constitucional
II - julgar, em recurso ordinário: nº 45, de 2004)
a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o ha- Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofí-
beas data e o mandado de injunção decididos em úni- cio ou por provocação, mediante decisão de dois ter-
ca instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória ços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
a decisão; matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de
b) o crime político; sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vincu-
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas lante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário
decididas em única ou última instância, quando a de- e à administração pública direta e indireta, nas esferas
cisão recorrida: federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua
a) contrariar dispositivo desta Constituição; revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpre-
federal; tação e a eficácia de normas determinadas, acerca das
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários
em face desta Constituição. ou entre esses e a administração pública que acarrete
DIREITO CONSTITUCIONAL

d) julgar válida lei local contestada em face de lei fe- grave insegurança jurídica e relevante multiplicação
deral. de processos sobre questão idêntica.
§ 1º A argüição de descumprimento de preceito fun- § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em
damental, decorrente desta Constituição, será apre- lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula
ciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. poderá ser provocada por aqueles que podem propor
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas a ação direta de inconstitucionalidade.
pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente
constitucionalidade, produzirão eficácia contra todos a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Fe-

63
deral que, julgando-a procedente, anulará o ato ad- III - receber e conhecer das reclamações contra mem-
ministrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, bros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra
e determinará que outra seja proferida com ou sem a seus serviços auxiliares, serventias e órgãos presta-
aplicação da súmula, conforme o caso. dores de serviços notariais e de registro que atuem
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe- por delegação do poder público ou oficializados, sem
-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) prejuízo da competência disciplinar e correicional dos
anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: tribunais, podendo avocar processos disciplinares em
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indi- a aposentadoria com subsídios ou proventos propor-
cado pelo respectivo tribunal; cionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, in- administrativas, assegurada ampla defesa;
dicado pelo respectivo tribunal; IV - representar ao Ministério Público, no caso de cri-
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indica- me contra a administração pública ou de abuso de
do pelo Supremo Tribunal Federal; autoridade;
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal V - rever, de ofício ou mediante provocação, os pro-
Federal; cessos disciplinares de juízes e membros de tribunais
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado julgados há menos de um ano;
pelo Superior Tribunal de Justiça; VI - elaborar semestralmente relatório estatístico so-
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal bre processos e sentenças prolatadas, por unidade da
de Justiça; Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indi- VII - elaborar relatório anual, propondo as providên-
cado pelo Tribunal Superior do Trabalho; cias que julgar necessárias, sobre a situação do Poder
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Supe- Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual
rior do Trabalho; deve integrar mensagem do Presidente do Supremo
X - um membro do Ministério Público da União, indi-
Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacio-
cado pelo Procurador-Geral da República;
nal, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
XI - um membro do Ministério Público estadual, es-
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exer-
colhido pelo Procurador-Geral da República dentre os
cerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído
nomes indicados pelo órgão competente de cada ins-
da distribuição de processos no Tribunal, competindo-
tituição estadual;
-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal
pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
da Ordem dos Advogados do Brasil;
I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputa-
ção ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados interessado, relativas aos magistrados e aos serviços
e outro pelo Senado Federal. judiciários;
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Su- II - exercer funções executivas do Conselho, de inspe-
premo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impe- ção e de correição geral;
dimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal III - requisitar e designar magistrados, delegando-lhes
Federal. atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribu-
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomea- nais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territó-
dos pelo Presidente da República, depois de aprovada rios.
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. § 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações pre- da República e o Presidente do Conselho Federal da
vistas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tri- Ordem dos Advogados do Brasil.
bunal Federal. § 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Terri-
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação tórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do receber reclamações e denúncias de qualquer interes-
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, ca- sado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
bendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem ou contra seus serviços auxiliares, representando dire-
conferidas pelo Estatuto da Magistratura: tamente ao Conselho Nacional de Justiça.
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo
cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo Seção III
expedir atos regulamentares, no âmbito de sua com- Do Superior Tribunal de Justiça
DIREITO CONSTITUCIONAL

petência, ou recomendar providências;


II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de,
ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos no mínimo, trinta e três Ministros.
administrativos praticados por membros ou órgãos do Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de
Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou Justiça serão nomeados pelo Presidente da República,
fixar prazo para que se adotem as providências neces- dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos
sárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e
competência do Tribunal de Contas da União; reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

64
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Fe- III - julgar, em recurso especial, as causas decididas,
derais e um terço dentre desembargadores dos Tribu- em única ou última instância, pelos Tribunais Regio-
nais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada nais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Dis-
pelo próprio Tribunal; trito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vi-
membros do Ministério Público Federal, Estadual, do gência;
Distrito Federal e dos Territórios, alternadamente, in- b) julgar válido ato de governo local contestado em
dicados na forma do art. 94. face de lei federal;
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe
I - processar e julgar, originariamente: haja atribuído outro tribunal.
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribu-
do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, nal de Justiça:
os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Es- I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento
tados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções,
de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e pro-
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais moção na carreira;
Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exer-
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério cer, na forma da lei, a supervisão administrativa e or-
Público da União que oficiem perante tribunais; çamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo
b) os mandados de segurança e os habeas data con- graus, como órgão central do sistema e com poderes
tra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio
Tribunal; Seção IV
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais
qualquer das pessoas mencionadas na alínea a, ou
quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do I - os Tribunais Regionais Federais;
Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência II - os Juízes Federais.
da Justiça Eleitoral; Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribu- de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possí-
nais, ressalvado o disposto no art. 102, I, o , bem como vel, na respectiva região e nomeados pelo Presidente
entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre da República dentre brasileiros com mais de trinta e
juízes vinculados a tribunais diversos; menos de sessenta e cinco anos, sendo:
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus I - um quinto dentre advogados com mais de dez
julgados; anos de efetiva atividade profissional e membros do
f) a reclamação para a preservação de sua competên- Ministério Público Federal com mais de dez anos de
cia e garantia da autoridade de suas decisões; carreira;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades admi- II - os demais, mediante promoção de juízes federais
nistrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades com mais de cinco anos de exercício, por antiguidade
judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou e merecimento, alternadamente.
do Distrito Federal, ou entre as deste e da União; § 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juí-
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da zes dos Tribunais Regionais Federais e determinará
norma regulamentadora for atribuição de órgão, en- sua jurisdição e sede.
tidade ou autoridade federal, da administração direta § 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justi-
ou indireta, excetuados os casos de competência do ça itinerante, com a realização de audiências e demais
Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Mi- funções da atividade jurisdicional, nos limites territo-
litar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da riais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipa-
Justiça Federal; mentos públicos e comunitários.
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a con- § 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcio-
cessão de exequatur às cartas rogatórias; nar descentralizadamente, constituindo Câmaras re-
II - julgar, em recurso ordinário: gionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdi-
a) os habeas corpus decididos em única ou última cionado à justiça em todas as fases do processo.
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
DIREITO CONSTITUCIONAL

tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, I - processar e julgar, originariamente:


quando a decisão for denegatória; a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluí-
b) os mandados de segurança decididos em única dos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, do Ministério Público da União, ressalvada a compe-
quando denegatória a decisão; tência da Justiça Eleitoral;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julga-
ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, dos seus ou dos juízes federais da região;
Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

65
c) os mandados de segurança e os habeas data contra cia social e segurado, sempre que a comarca não seja
ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa con-
d) os habeas corpus , quando a autoridade coatora for dição, a lei poderá permitir que outras causas sejam
juiz federal; também processadas e julgadas pela Justiça estadual.
e) os conflitos de competência entre juízes federais § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso ca-
vinculados ao Tribunal; bível será sempre para o Tribunal Regional Federal na
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pe- área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
los juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos hu-
da competência federal da área de sua jurisdição. manos, o Procurador-Geral da República, com a fi-
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e jul- nalidade de assegurar o cumprimento de obrigações
gar: decorrentes de tratados internacionais de direitos hu-
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou manos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
empresa pública federal forem interessadas na condi- perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer
ção de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto fase do inquérito ou processo, incidente de desloca-
as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas mento de competência para a Justiça Federal.
à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal,
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo constituirá uma seção judiciária, que terá por sede a
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou respectiva capital, e varas localizadas segundo o esta-
residente no País; belecido em lei.
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição
União com Estado estrangeiro ou organismo interna- e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão
cional; aos juízes da Justiça local, na forma da lei.
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas
em detrimento de bens, serviços ou interesse da União Seção V
ou de suas entidades autárquicas ou empresas públi- Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Re-
cas, excluídas as contravenções e ressalvada a compe- gionais do Trabalho e dos Juízes do Trabalho
tência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; (Denominação da Seção com redação dada pela
V - os crimes previstos em tratado ou convenção inter- Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
nacional, quando, iniciada a execução no País, o resul-
tado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
reciprocamente; I - o Tribunal Superior do Trabalho;
V-A - as causas relativas a direitos humanos a que se II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
refere o § 5º deste artigo; III - Juizes do Trabalho.
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos § 1º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de
casos determinados por lei, contra o sistema financei- 2004)
ro e a ordem econômico-financeira; § 2º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de
VII - os habeas corpus , em matéria criminal de sua 2004)
competência ou quando o constrangimento provier de § 3º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujei- 2004)
tos a outra jurisdição; Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-
VIII - os mandados de segurança e os habeas data -se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre bra-
contra ato de autoridade federal, excetuados os casos sileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de
de competência dos tribunais federais; sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e repu-
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aerona- tação ilibada, nomeados pelo Presidente da Repúbli-
ves, ressalvada a competência da Justiça Militar; ca após aprovação pela maioria absoluta do Senado
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular Federal, sendo: (“Caput” do artigo com redação dada
de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
exequatur , e de sentença estrangeira, após a homolo- I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos
gação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive de efetiva atividade profissional e membros do Minis-
a respectiva opção, e à naturalização; tério Público do Trabalho com mais de dez anos de
XI - a disputa sobre direitos indígenas. efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
§ 1º As causas em que a União for autora serão afo- II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do
radas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indi-
DIREITO CONSTITUCIONAL

parte. cados pelo próprio Tribunal Superior.


§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser § 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Su-
aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o perior do Trabalho.
autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que § 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Tra-
deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, balho:
ou, ainda, no Distrito Federal. I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamen-
§ 3º Serão processadas e julgadas na Justiça estadual, to de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre
no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o
as causas em que forem parte instituição de previdên- ingresso e promoção na carreira;

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II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, ca- I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos
bendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão ad- de efetiva atividade profissional e membros do Minis-
ministrativa, orçamentária, financeira e patrimonial tério Público do Trabalho com mais de dez anos de
da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
como órgão central do sistema, cujas decisões terão II - os demais, mediante promoção de juízes do traba-
efeito vinculante. lho por antiguidade e merecimento, alternadamente.
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho pro- § 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão
cessar e julgar, originariamente, a reclamação para a a justiça itinerante, com a realização de audiências
preservação de sua competência e garantia da autori- e demais funções de atividade jurisdicional, nos limi-
dade de suas decisões. tes territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, po- equipamentos públicos e comunitários.
dendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdi- § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão fun-
ção, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para cionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do juris-
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidu- dicionado à justiça em todas as fases do processo.
ra, jurisdição, competência, garantias e condições de Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será
exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. exercida por um juiz singular.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitucio-
julgar: nal nº 24, de 1999)
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangi- Art. 117. (Revogado pela Emenda Constitucional nº
dos os entes de direito público externo e da adminis- 24, de 1999)
tração pública direta e indireta da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios; Seção VI
II - as ações que envolvam exercício do direito de gre- Dos Tribunais e Juízes Eleitorais
ve;
III - as ações sobre representação sindical, entre sindi-
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
catos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindi-
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
catos e empregadores;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e ha-
III - os juízes eleitorais;
beas data, quando o ato questionado envolver maté-
IV - as Juntas Eleitorais.
ria sujeita à sua jurisdição;
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no
V - os conflitos de competência entre órgãos com ju-
mínimo, de sete membros, escolhidos:
risdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102,
I, o; I - mediante eleição, pelo voto secreto:
VI - as ações de indenização por dano moral ou patri- a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal
monial, decorrentes da relação de trabalho; Federal;
VII - as ações relativas às penalidades administrativas b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscaliza- de Justiça;
ção das relações de trabalho; II - por nomeação do Presidente da República, dois
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico
previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal
decorrentes das sentenças que proferir; Federal.
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá
trabalho, na forma da lei. seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes pode- do Supremo Tribunal Federal, e o corregedor eleitoral
rão eleger árbitros. dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na ca-
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de pital de cada Estado e no Distrito Federal.
comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza § 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o I - mediante eleição, pelo voto secreto:
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribu-
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas nal de Justiça;
anteriormente. b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos
DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com pelo Tribunal de Justiça;


possibilidade de lesão do interesse público, o Ministé- II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede
rio Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coleti- na capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não
vo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso,
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho com- pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
põem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quan- III - por nomeação, pelo Presidente da República, de
do possível, na respectiva região, e nomeados pelo dois juízes dentre seis advogados de notável saber ju-
Presidente da República dentre brasileiros com mais rídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de
de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: Justiça.

67
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presi- § 1º A competência dos tribunais será definida na
dente e o Vice-Presidente dentre os desembargadores. Constituição do Estado, sendo a lei de organização ju-
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organiza- diciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
ção e competência dos Tribunais, dos juízes de direito § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação
e das Juntas Eleitorais. de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos
§ 1º Os membros dos Tribunais, os juízes de direito estaduais ou municipais em face da Constituição es-
e os integrantes das Juntas Eleitorais, no exercício de tadual, vedada a atribuição da legitimação para agir
suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de a um único órgão.
plenas garantias e serão inamovíveis. § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do
§ 2º Os juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, consti-
justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca tuída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos
por mais de dois biênios consecutivos, sendo os subs- Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio
titutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar
processo, em número igual para cada categoria. nos Estados em que o efetivo militar seja superior a
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior vinte mil integrantes.
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e
e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
segurança. definidos em lei e as ações judiciais contra atos dis-
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais ciplinares militares, ressalvada a competência do júri
somente caberá recurso quando: quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal compe-
I - forem proferidas contra disposição expressa desta tente decidir sobre a perda do posto e da patente dos
Constituição ou de lei; oficiais e da graduação das praças.
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre § 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar
dois ou mais Tribunais Eleitorais; processar e julgar, singularmente, os crimes militares
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos
diplomas nas eleições federais ou estaduais; disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justi-
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de ça, sob
mandatos eletivos federais ou estaduais; § 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descen-
V - denegarem habeas corpus, mandado de seguran- tralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim
ça, habeas data ou mandado de injunção. de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
em todas as fases do processo.
Seção VII § 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante,
Dos Tribunais e Juízes Militares com a realização de audiências e demais funções da
atividade jurisdicional, nos limites territoriais da res-
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar: pectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públi-
I - o Superior Tribunal Militar; cos e comunitários.
II - os Tribunais e juízes militares instituídos por lei.
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de
de Justiça proporá a criação de varas especializadas,
quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presiden-
com competência exclusiva para questões agrárias.
te da República, depois de aprovada a indicação pelo
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente
Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da
prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no lo-
Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército,
cal do litígio.
três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da
ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco den-
tre civis. 1. Garantias do Judiciário
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos
pelo Presidente da República dentre brasileiros maio- Institucionais:
res de trinta e cinco anos, sendo: - Autonomia orgânico administrativa: eleger seus ór-
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e gãos de direção / elaborar regimento interno / organizar
conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva ati- a administração interna.
vidade profissional; - Autonomia financeira: elaborarão suas próprias pro-
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes-auditores postas financeiras, desde que compatíveis com os limites
e membros do Ministério Público da Justiça Militar. estipulados pela Lei.
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar 1.1. Funcionais:
DIREITO CONSTITUCIONAL

os crimes militares definidos em lei.


Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o - Independência os órgãos:
funcionamento e a competência da Justiça Militar. - Vitaliciedade: somente perderá o cargo por senten-
ça transitada em julgado. Estabilidade adquirida após 02
Seção VIII anos (estágio probatório).
Dos Tribunais e Juízes dos Estados Atenção!
1º grau – vitaliciedade após 02 anos
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, obser- Tribunais – após a posse no cargo superior
vados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

68
- Inamovibilidade: impossibilidade de remoção sem COMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS
anuência do juiz, exceto por interesse público, sendo
essa decisão aprovada e votada por 2/3 do TJ ou do CNJ. COMPOSIÇÃO TRIBUNAIS SUPERIORES
- Irredutibilidade de subsídios: salário não pode ser
reduzido, garantindo livre exercício profissional. STF – membros: 11 ministros
- Garantia de imparcialidade (vedações que possam Brasileiros natos, mais de 35 e menos de 65, notável
prejudicar a imparcialidade) saber jurídico, reputação ilibada.
Indicação do presidente / aprovação do Senado
Art. 95 parágrafo único Federal (sabatina) maioria absoluta / nomeação Pres.
República. Vontades complexas. Necessário ser juiz de
- exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo carreira? Não. Basta a indicação e aprovação do Senado.
ou função, salvo uma de magistério; A doutrina pacificou a necessidade do curso de direito.
- receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
participação em processo; STJ – membros: mínimo 33 ministros
- dedicar-se à atividade político-partidária; Brasileiro nato ou naturalizado
- receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou 1/3 juízes dos TRF
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou 1/3 desembargadores TJ
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei (EC n. 1/6 dentre advogados; e
45/2004); 1/6 dentre membros do MP
- exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do TST – membros: 27 ministros
cargo por aposentadoria ou exoneração (EC n. 45/2004
— a assim denominada quarentena de saída). 4/5 juízes do TRT
Art.92 – Órgãos do poder judiciário 1/5 advogados e membros do MP

DIVISÕES EM INSTÂNCIAS TSE – membros: 07 ministros


03 ministros do STF (eleitos entre si por voto secreto)
1ª Instância (1º grau – órgãos singulares): juízes sin- 02 ministros do STJ (eleitos entre si por voto secreto)
gulares. Exercem a jurisdição – apenas 01 juiz pode “dizer 02 advogados indicados em lista sêxtupla pelo STF e
o direito”. Decisão individual. nomeado pelo Pres. República.
2ª Instância (2º grau – órgão colegiado) podem ser STM – membros: 15 ministros
divididos internamente. Ex: STF – 02 turmas. Outros casos 03 oficiais da marinha
podem depender do plenário. Decisão colegiada. 03 da aeronáutica
04 do exercito
SEQUÊNCIA DO PROCESSO 03 advogados + 10 anos profissão
02 membros do MP da justiça militar
O andamento processual não obedece a uma sequen-
cia predeterminada. Ex: começa em primeira instância e Nomenclatura: ministros.
encerra no STF. Eu posso ter processos que podem iniciar
direto no STF face a competência originária. COMPOSIÇÃO TRIBUNAIS 2º GRAU
Regra: Os órgãos do judiciário são órgãos federais,
da união; exceto Tribunais de Justiça e Juízes de direito TRF / TRT / TRE: repetir o menor número de membros: 07
(estaduais). TJ/DF embora competência de tribunal esta- TJ: cada estado define o seu
dual, é mantido pela união. Tribunal Militar: em caso de guerra pode ser criado.
Juízes: conforme a demanda.
JUSTIÇA ESPECIALIZADA Todos os membros dos tribunais superiores e cnj
são indicados. Nomeados pelo presidente com aprova-
Tribunais específicos – Justiça especializada. ção do Senado. Estaduais: chefe do executivo
TRE / TSE – TRT / TST – STM (jurisdição em território
nacional) REGRA DO QUINTO CONSTITUCIONAL

- SEDE E JURISDIÇÃO APENAS PARA TJ - TRF - TRT - -TST


DIREITO CONSTITUCIONAL

Sede dos Tribunais Superiores / STF e CNJ: sede na Quinto constitucional: TJ / TRF / TRT / TST – 1/5 dos
capital federal. Atenção: CNJ não exerce jurisdição. O CNJ membros vem de advogado e membros do MP indica-
é um órgão de controle interno do poder judiciário. Tem dos. Arredonda pra cima. (Art. 94)
a função de controlar a atuação administrativa e finan- Regra: OAB e representativo do MP propõem uma
ceira do poder judiciário e fiscalizar a atuação dos juízes lista sêxtupla e submete ao Tribunal para que dentro os
– não haverá julgamento de litígios, mas sim fiscalizar 06 escolha 03. Os 03 escolhidos serão levados a conhe-
administração, despesas e atuação funcional. cimento do chefe do executivo que fará a escolha final e
TJ – Jurisdição estadual nomeação.
TRE / TST / Justiça Federal: divididos em regiões. STJ: regra do terço: 1/3 advogados e membros do MP

69
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

CNJ: 15 membros – Art. 103B mandato de 02 anos (uma recondução)

09 membros do Judiciário.
- 01 STF – Presidente.
- 01 STJ – indicado pelo próprio Tribunal
- 01 TRF – indicado pelo STJ
- 01 Juiz federal – indicado pelo STJ
- 01 TST – indicado pelo próprio Tribunal
- 01 TRF – indicado pelo TST
- 01 Juiz Trabalho indicado pelo TST
- 01 Desembargador indicado pelo STF
- 01 Juiz estadual indicado pelo STF

E os demais?
02 – 02 – 02
02 Advogados – indicados pelo Conselho Federal OAB
02 Ministério Público: 01 MPU indicado pelo PGR / 01 MP estados (26: escolhido pelo PGR.
02 cidadãos: notável saber jurídico e reputação ilibada: 01 indicado pela Câmara e outro pelo Senado Federal.
Exceto presidente e vice presidente do STF, os demais serão indicados e nomeados pelo Presidente da República.
Presidente do CNJ: Presidente do STF e na ausência o vice.
Ministro Corregedor: Ministro do STJ
Controle dos atos do CNJ: STF / CNJ controla STF? Não

ESTATUTO DA MAGISTRATURA

Estatuto da magistratura – art. 93 (aprovado por Lei Complementar – maioria absoluta) – Lei ordinária (maioria sim-
ples) Projeto de Iniciativa do STF – Câmara vota e aprova, senado vota e aprovada – Presidente promulga.

- Ingresso na carreira
DIREITO CONSTITUCIONAL

Art. 93 I
Concurso público – provas e títulos – participação da OAB em todas as fases.
Bacharel em Direito, mínimo de 03 experiência jurídica.
Entra como juiz substituto. (Residência) após, promoção para juiz titular.
- Promoção (antiguidade e merecimento)
Art. 93 II – Promoção entrância para entrância / classificação de comarcas diferente de instância. 1ª entrância (vara
única) 2ª entrância (mais de uma vara) Entrância especial (Ex: capital ou grandes cidades)
Critério: alternadamente 7 - por antiguidade ou merecimento.

70
Promoção por antiguidade: juiz mais antigo; salvo se 2. Aplicada em: 2017Banca: CESPEÓrgão: TRE-TOPro-
2/3 recusarem. TJ va: Analista Judiciário - Área Administrativa.
Promoção por merecimento: 02 anos na entrância / É permitido ao magistrado
1ª quinta parte
Merecimento: desempenho, atualização em cursos. a) receber contribuições de entidades privadas a título
Promoção obrigatória: aparecer 03 x consecutivas lista gratuito.
tríplice ou 5 alternadas. Não serão promovidos aque- b) exercer qualquer outro cargo, caso tenha disponibili-
les que obstaculizarem o desenvolvimento processual. dade durante o exercício da magistratura.
c) receber participação em processo no qual tenha atua-
COMPETÊNCIAS DO PODER JUDICIÁRIO do em substituição a juiz que se encontrava no gozo
de férias.
- SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (ART. 102 E 103) d) advogar perante juízo do qual tenha sido afastado por
Guardião da CF – controle de constitucionalidade exoneração, desde que decorridos três anos do afas-
- Competências originárias: art. 102 I tamento.
- Competências recursais: Recurso Ordinário (Art. 102 e) envolver-se em atividades político-partidárias, desde
II) e Extraordinário (Art.102 III) – Repercussão geral para que comunique à presidência do respectivo tribunal.
o extraordinário (recusar apreciação pela votação de 2/3
dos membros) Resposta: Letra D. Art. 95 Parágrafo único. Aos juízes
- SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (art. 105) é vedado:
Guardião da Lei infraconstitucional I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo
- Competências originárias: art. 105 I ou função, salvo uma de magistério;
- Competências recursais: Recurso Ordinário (Art. 105 II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou par-
II) e Recurso Especial (Art. 105 III) ticipação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
- JUSTIÇA TRABALHISTA (ART. 113 E 114) em re- IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
gra as relações regidas pela CLT, excetuando as relações contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
estatutárias. privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
- JUSTIÇA ELEITORAL (ART. 121 E CÓDIGO ELEI- V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
TORAL) afastou, antes de decorridos três anos do afastamento
- JUSTIÇA MILITAR (ART. 124 E DL 1001/96) do cargo por aposentadoria ou exoneração.
- JUSTIÇA FEDERAL E TRF (ART. 109 E 108)
- JUSTIÇA ESTADUAL (competência residual – de- 3,Aplicada em: 2017Banca: CESPEÓrgão: TRE-PEPro-
finida pela Constituição do Estado) va: TécnicoJudiciário – Área Administrativa.
De acordo com a CF, ao juiz

a) é garantida a inamovibilidade, ainda que haja motivo


EXERCÍCIOS COMENTADOS de interesse público que recomende sua remoção.
b) é permitido dedicar-se à atividade político-partidária,
1. Aplicada em: 2018Banca: CESPEÓrgão: STJProva: desde que ele esteja em disponibilidade.
Conhecimentos Básicos - Cargo: 9. c) que esteja em disponibilidade é permitido exercer
A respeito do que dispõe a Constituição Federal de 1988 qualquer outro cargo público.
(CF) sobre o regime jurídico da administração pública e o d) é permitido receber custas em processo judicial, desde
Poder Judiciário, julgue o item seguinte. Um quinto das que ele esteja em disponibilidade.
vagas de magistrados de todos os tribunais superiores e) é garantida a vitaliciedade, que, no primeiro grau, será
é destinado a membros da advocacia, eleitos por meio adquirida após dois anos de exercício.
de lista tríplice indicada pela Ordem dos Advogados do
Brasil. Resposta: Letra D. Os juízes gozam das seguintes ga-
rantias:
( ) CERTO ( ) ERRADO I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquiri-
da após dois anos de exercício, dependendo a perda do
Resposta Letra B. Art. 94. Um quinto dos lugares dos cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Esta- juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
dos, e do Distrito Federal e Territórios será composto de judicial transitada em julgado;
DIREITO CONSTITUCIONAL

membros, do Ministério Público, com mais de dez anos II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú-
de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e blico, na forma do art. 93, VIII;
de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto
atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal for-
mará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que,
nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus inte-
grantes para nomeação.

71
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA. Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre in-
tegrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para
escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado
pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois
CAPÍTULO IV
anos, permitida uma recondução.
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito
SEÇÃO I Federal e Territórios poderão ser destituídos por deli-
DO MINISTÉRIO PÚBLICO beração da maioria absoluta do Poder Legislativo, na
forma da lei complementar respectiva.
Art. 127. O Ministério Público é instituição perma- § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja
nente, essencial à função jurisdicional do Estado, in- iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-
cumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime -Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições
democrático e dos interesses sociais e individuais in- e o estatuto de cada Ministério Público, observadas,
disponíveis. relativamente a seus membros:
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a I - as seguintes garantias:
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não po-
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia dendo perder o cargo senão por sentença judicial
funcional e administrativa, podendo, observado o transitada em julgado;
disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú-
criação e extinção de seus cargos e serviços auxilia- blico, mediante decisão do órgão colegiado competen-
res, provendo-os por concurso público de provas ou de te do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta
provas e títulos, a política remuneratória e os planos de seus membros, assegurada ampla defesa;
de carreira; a lei disporá sobre sua organização e fun- c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art.
cionamento. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI,
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta or- 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;
çamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de II - as seguintes vedações:a) receber, a qualquer título
diretrizes orçamentárias. e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a res- custas processuais;
pectiva proposta orçamentária dentro do prazo esta- b) exercer a advocacia;
belecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
Executivo considerará, para fins de consolidação da d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer ou-
proposta orçamentária anual, os valores aprovados tra função pública, salvo uma de magistério;
na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com e) exercer atividade político-partidária;
os limites estipulados na forma do § 3º. f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este arti- contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
go for encaminhada em desacordo com os limites esti- privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
pulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o
aos ajustes necessários para fins de consolidação da disposto no art. 95, parágrafo único, V.
proposta orçamentária anual. Art. 129. São funções institucionais do Ministério Pú-
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, blico:
não poderá haver a realização de despesas ou a as- I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
sunção de obrigações que extrapolem os limites es- forma da lei;
tabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e
se previamente autorizadas, mediante a abertura de dos serviços de relevância pública aos direitos asse-
créditos suplementares ou especiais. gurados nesta Constituição, promovendo as medidas
Art. 128. O Ministério Público abrange: necessárias a sua garantia;
I - o Ministério Público da União, que compreende: III - promover o inquérito civil e a ação civil públi-
a) o Ministério Público Federal; ca, para a proteção do patrimônio público e social, do
b) o Ministério Público do Trabalho; meio ambiente e de outros interesses difusos e cole-
c) o Ministério Público Militar; tivos;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou re-
II - os Ministérios Públicos dos Estados. presentação para fins de intervenção da União e dos
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
DIREITO CONSTITUCIONAL

Procurador-Geral da República, nomeado pelo Pre- V - defender judicialmente os direitos e interesses das
sidente da República dentre integrantes da carreira, populações indígenas;
maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de VI - expedir notificações nos procedimentos adminis-
seu nome pela maioria absoluta dos membros do Se- trativos de sua competência, requisitando informações
nado Federal, para mandato de dois anos, permitida e documentos para instruí-los, na forma da lei com-
a recondução. plementar respectiva;
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, VII - exercer o controle externo da atividade policial,
por iniciativa do Presidente da República, deverá ser na forma da lei complementar mencionada no artigo
precedida de autorização da maioria absoluta do Se- anterior;
nado Federal.

72
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instau- Ministério Público da União e dos Estados, podendo
ração de inquérito policial, indicados os fundamentos desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se
jurídicos de suas manifestações processuais; adotem as providências necessárias ao exato cumpri-
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, mento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribu-
desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe nais de Contas;
vedada a representação judicial e a consultoria jurídi- III receber e conhecer das reclamações contra mem-
ca de entidades públicas. bros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem
civis previstas neste artigo não impede a de tercei- prejuízo da competência disciplinar e correicional da
ros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta instituição, podendo avocar processos disciplinares em
Constituição e na lei. curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser aposentadoria com subsídios ou proventos proporcio-
exercidas por integrantes da carreira, que deverão re- nais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções ad-
sidir na comarca da respectiva lotação, salvo autoriza- ministrativas, assegurada ampla defesa;
ção do chefe da instituição. IV rever, de ofício ou mediante provocação, os proces-
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far- sos disciplinares de membros do Ministério Público da
-se-á mediante concurso público de provas e títulos, União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
assegurada a participação da Ordem dos Advogados V elaborar relatório anual, propondo as providências
do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel que julgar necessárias sobre a situação do Ministério
em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica Público no País e as atividades do Conselho, o qual
e observando-se, nas nomeações, a ordem de classi- deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
ficação.
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o § 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um
disposto no art. 93. Corregedor nacional, dentre os membros do Minis-
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público tério Público que o integram, vedada a recondução,
será imediata. competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos conferidas pela lei, as seguintes:
Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta I receber reclamações e denúncias, de qualquer inte-
seção pertinentes a direitos, vedações e forma de in- ressado, relativas aos membros do Ministério Público
vestidura. e dos seus serviços auxiliares;
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Públi- II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção
co compõe-se de quatorze membros nomeados pelo e correição geral;
Presidente da República, depois de aprovada a esco- III requisitar e designar membros do Ministério Públi-
lha pela maioria absoluta do Senado Federal, para co, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores
um mandato de dois anos, admitida uma recondução, de órgãos do Ministério Público.
sendo: § 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
I o Procurador-Geral da República, que o preside; Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
II quatro membros do Ministério Público da União, as- § 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias
segurada a representação de cada uma de suas car- do Ministério Público, competentes para receber re-
reiras; clamações e denúncias de qualquer interessado contra
III três membros do Ministério Público dos Estados; membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Fe- contra seus serviços auxiliares, representando direta-
deral e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; mente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil; Seção II
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação DA ADVOCACIA PÚBLICA
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e
outro pelo Senado Federal. Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério que, diretamente ou através de órgão vinculado, re-
Público serão indicados pelos respectivos Ministérios presenta a União, judicial e extrajudicialmente, caben-
Públicos, na forma da lei. do -lhe, nos termos da lei complementar que dispuser
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Pú- sobre sua organização e funcionamento, as ativida-
blico o controle da atuação administrativa e financei- des de consultoria e assessoramento jurídico do Poder
DIREITO CONSTITUCIONAL

ra do Ministério Público e do cumprimento dos deve- Executivo.


res funcionais de seus membros, cabendo lhe: § 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo
Ministério Público, podendo expedir atos regulamen- Presidente da República dentre cidadãos maiores de
tares, no âmbito de sua competência, ou recomendar trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e repu-
providências; tação ilibada.
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício § 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da
ou mediante provocação, a legalidade dos atos ad- instituição de que trata este artigo far-se-á mediante
ministrativos praticados por membros ou órgãos do concurso público de provas e títulos.

73
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tribu- As funções essenciais à justiça são todas aquelas ati-
tária, a representação da União cabe à Procuradoria- vidades (públicos e privadas) profissionais sem as quais o
-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em poder judiciário não funcionaria, ou funcionaria mal, tem
lei. o objetivo de dinamizar a atividade jurisdicional, chama-
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Fe- das de funções essenciais à justiça. É a mola propulso-
deral, organizados em carreira, na qual o ingresso de- ra do judiciário, lembrando que a atividade judiciária é
penderá de concurso público de provas e títulos, com inerte. Apesar de extrema importância, tais funções não
a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em integram o poder judiciário.
todas as suas fases, exercerão a representação judi-
cial e a consultoria jurídica das respectivas unidades 1 - Ministério Público (Art. 127 A 130-A)
federadas.
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste Definição: O Ministério Público é instituição perma-
artigo é assegurada estabilidade após três anos de nente, essencial à função jurisdicional do Estado, incum-
efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho bindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime demo-
perante os órgãos próprios, após relatório circunstan- crático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
ciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda Parte da doutrina fala em quarto poder, no entanto,
Constitucional nº 19, de 1998) essa classificação não é unânime, já que a CF não prevê
um quarto poder, apenas o legislativo, executivo e ju-
SEÇÃO III diciário. Em suma, o Ministério Público foi, pela Consti-
DA ADVOCACIA tuição de 1988, “arquitetado para atuar desinteressada-
mente na persecução dos valores mais encarecidos da
Art. 133. O advogado é indispensável à administração ordem constitucional”.
da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifesta-
ções no exercício da profissão, nos limites da lei.
#FicaDica
SEÇÃO IV
Natureza jurídica: instituição independente
DA DEFENSORIA PÚBLICA
e autônoma, que não se inclui na estrutura
de nenhum dos poderes tradicionais.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanen-
te, essencial à função jurisdicional do Estado, incum-
bindo-lhe, como expressão e instrumento do regime
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídi- Princípios
ca, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em - Unidade (existência de uma divisão orgânica, todas
todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos in- sob a chefia do Procurador Geral de Justiça).
dividuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos - Indivisibilidade (possibilidade de um ser substituí-
necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta do por outro; o promotor não se vincula pessoalmente
Constituição Federal. a causa).
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pú- - Independência funcional (membros do MP não se
blica da União e do Distrito Federal e dos Territórios e subordinam as convicções de outrem).
prescreverá normas gerais para sua organização nos
Estados, em cargos de carreira, providos, na classe Funções do MP (competências exemplificativas, po-
inicial, mediante concurso público de provas e títulos, dendo ser ampliadas).
assegurada a seus integrantes a garantia da inamo- - Defesa da Ordem Jurídica
vibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das - Defesa do Regime Democrático
atribuições institucionais. - Defesa dos interesses sociais e individuais indispo-
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são assegura- níveis.
das autonomia funcional e administrativa e a inicia- Obs: proteção e fiscalização.
tiva de sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e su- Ingresso (concurso público) – art. 129 § 3º
bordinação ao disposto no art. 99, § 2º. -Bacharelado em direito
- Ocuparão as funções do MP apenas membros de
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públi- carreira.
cas da União e do Distrito Federal. - Mínimo de 03 anos de atividade jurídica (documen-
DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pú- tada e formalizada)


blica a unidade, a indivisibilidade e a independência - Observância da classificação.
funcional, aplicando-se também, no que couber, o dis-
posto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Consti- Regulamentação
tuição Federal.
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disci- Nacional: Lei 8.625/93
plinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remu- Federal: LC 75/93
nerados na forma do art. 39, § 4º. Estaduais: cada estado elabora sua respectiva lei or-
gânica

74
Garantias 2 – Advocacia Geral da União (art. 131)
Natureza
Institucionais (ligadas ao órgão) - Representação da União extra ou judicialmente.
- Princípios Institucionais (Art. 127 §1º) - Consultoria e assessoria jurídica do Poder Executivo.
Unidade
Indivisibilidade Organização
Independência Ingresso nas classes iniciais
- Autonomia (Art. 127 §2º) Concurso público de provas e títulos. Não tem vitali-
Financeira ciedade, mas sim estabilidade após 03 anos.
Funcional Chefe da Instituição (advogado-geral da União)
Administrativa Livre nomeação e exoneração pelo Presidente da Re-
Funcionais (ligadas ao membro do MP) pública dentre cidadãos:
+ de 35 anos
- Independência (art. 128 §5º I) Reputação ilibada.
Inamovibilidade Atenção: não precisa de autorização do senado.
Exceção: por motivo de interesse público, mediante Obs: tem status de Ministro. STF – julga por crime co-
decisão, por maioria absoluta de votos, do órgão cole- mum / Senado – julga por crimes de responsabilidade.
giado competente (que é o Conselho Nacional do Minis-
tério Público), assegurada ampla defesa. 3 – Advocacia Privada – Art. 133
Vitaliciedade (após 02 anos)
Irredutibilidade de subsídios (submetido ao teto / - Habilitação perante a Ordem dos Advogados do
SFT) Brasil
Resumo das garantias: - Declarado constitucional em 2011 pelo plenário do
STF
Vedações - Capacidade postulatória (participação facultativa
- receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, em algumas ações)
honorários, percentagens ou custas processuais. - Inviolabilidade da advocacia
- exercer a advocacia Imunidade material: imune aos crimes de injuria e di-
- participar de sociedade comercial famação.
- exercer função pública, salvo uma de magistério. Obs: a imunidade não vale para calúnia.
- exercer atividade político partidário. - Direitos do advogado: Código de Ética Profissional.
- receber qualquer forma de auxílio ou contribuição
de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, exceto 4 – Defensorias Públicas – art. 134
nas situações autorizadas em lei.
- Gozam de autonomia funcional e administrativa
Estrutura do Ministério Público - Regidas pelos mesmos princípios do Ministério Pú-
Procurador Geral da República blico
- Membro da carreira - Unidade
- Mais de 35 anos - Indivisibilidade
- Aprovação do nome pela maioria absoluta do Se- - Independência funcional
nado Federal. - Ingresso: concurso público
- Mandato: 02 anos. - Garantias e prerrogativas:
- Possibilidade de várias reconduções. Inamovibilidade
Independência funcional
Procurador Geral de Justiça (estadual) Irredutibilidade de subsídios
- Lista tríplice dos membros da carreira Estabilidade
- Nomeação pelo Chefe do Executivo. - Vedações
- Mandato de 02 anos, uma única recondução. Exercício da advocacia fora dos limites da instituição.

CONAMP (CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉ-


RIO PÚBLICO)

Composição
DIREITO CONSTITUCIONAL

01 PGR (presidente)
01 membro MPF
01 membro MPT
01 membro MPM
01 membro MPDF
06 membros de outras carreiras
02 Advogados
02 Cidadãos (01 Câmara / 01 Senado)
02 Juízes (01 STF / 01 STJ)

75
da lei orçamentária anual, disporá sobre as altera-
DAS FINANÇAS PÚBLICAS: NORMAS ções na legislação tributária e estabelecerá a políti-
GERAIS; ORÇAMENTOS. DA ORDEM ca de aplicação das agências financeiras oficiais de
ECONÔMICA E FINANCEIRA: DOS fomento.
PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após
ECONÔMICA. o encerramento de cada bimestre, relatório resumi-
do da execução orçamentária.
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e se-
Capítulo II toriais previstos nesta Constituição serão elaborados
Das finanças públicas em consonância com o plano plurianual e apreciados
Seção I pelo Congresso Nacional.
Normas gerais § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União,
Art. 163. Lei complementar disporá sobre: seus fundos, órgãos e entidades da administração di-
I - finanças públicas; reta e indireta, inclusive fundações instituídas e man-
II - dívida pública externa e interna, incluída a das au- tidas pelo Poder Público;
tarquias, fundações e demais entidades controladas II - o orçamento de investimento das empresas em
pelo Poder Público; que a União, direta ou indiretamente, detenha a
III - concessão de garantias pelas entidades públicas; maioria do capital social com direito a voto;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo
V - fiscalização financeira da administração pública todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da ad-
direta e indireta; ministração direta ou indireta, bem como os fundos e
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanha-
e dos Municípios; do de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre
VII - compatibilização das funções das instituições as receitas e despesas, decorrente de isenções, anis-
oficiais de crédito da União, resguardadas as caracte- tias, remissões, subsídios e benefícios de natureza
rísticas e condições operacionais plenas das voltadas financeira, tributária e creditícia.
ao desenvolvimento regional. § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste ar-
Art. 164. A competência da União para emitir moeda tigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão
será exercida exclusivamente pelo banco central. entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou -regionais, segundo critério populacional.
indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo
qualquer órgão ou entidade que não seja instituição estranho à previsão da receita e à fixação da despe-
financeira. sa, não se incluindo na proibição a autorização para
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos abertura de créditos suplementares e contratação de
de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de operações de crédito, ainda que por antecipação de
regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. receita, nos termos da lei.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão § 9º Cabe à lei complementar:
depositadas no banco central; as dos Estados, do I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os
Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou prazos, a elaboração e a organização do plano plu-
entidades do Poder Público e das empresas por ele rianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei or-
controladas, em instituições financeiras oficiais, res- çamentária anual;
salvados os casos previstos em lei. II - estabelecer normas de gestão financeira e patri-
monial da administração direta e indireta bem como
Seção II condições para a instituição e funcionamento de fun-
Dos orçamentos dos.
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa,
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo esta- além de procedimentos que serão adotados quando
belecerão:
houver impedimentos legais e técnicos, cumprimen-
I - o plano plurianual;
to de restos a pagar e limitação das programações
II - as diretrizes orçamentárias;
de caráter obrigatório, para a realização do disposto
DIREITO CONSTITUCIONAL

III - os orçamentos anuais.


no § 11 do art. 166. (Incluído pela Emenda Constitu-
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelece-
cional nº 86, de 2015)
rá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano pluria-
metas da administração pública federal para as des-
nual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual
pesas de capital e outras delas decorrentes e para as
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas
relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá Casas do Congresso Nacional, na forma do regimen-
as metas e prioridades da administração pública fe- to comum.
deral, incluindo as despesas de capital para o exer- § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de
cício financeiro subsequente, orientará a elaboração Senadores e Deputados:

76
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos re- § 11. É obrigatória a execução orçamentária e finan-
feridos neste artigo e sobre as contas apresentadas ceira das programações a que se refere o § 9º deste
anualmente pelo Presidente da República; artigo, em montante correspondente a 1,2% (um in-
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e pro- teiro e dois décimos por cento) da receita corrente
gramas nacionais, regionais e setoriais previstos nes- líquida realizada no exercício anterior, conforme os
ta Constituição e exercer o acompanhamento e a fis- critérios para a execução equitativa da programação
calização orçamentária, sem prejuízo da atuação das definidos na lei complementar prevista no § 9º do
demais comissões do Congresso Nacional e de suas art. 165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86,
Casas, criadas de acordo com o art. 58. de 2015)
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão § 12. As programações orçamentárias previstas no §
mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, 9º deste artigo não serão de execução obrigatória
na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (In-
do Congresso Nacional. cluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento § 13. Quando a transferência obrigatória da União,
anual ou aos projetos que o modifiquem somente para a execução da programação prevista no §11
podem ser aprovadas caso: deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Fe-
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com deral e a Municípios, independerá da adimplência
a lei de diretrizes orçamentárias; do ente federativo destinatário e não integrará a
II - indiquem os recursos necessários, admitidos ape- base de cálculo da receita corrente líquida para fins
nas os provenientes de anulação de despesa, excluí-
de aplicação dos limites de despesa de pessoal de
das as que incidam sobre:
que trata o caput do art. 169. (Incluído pela Emenda
a) dotações para pessoal e seus encargos;
Constitucional nº 86, de 2015)
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Esta- § 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no
dos, Municípios e Distrito Federal; ou empenho de despesa que integre a programação, na
III - sejam relacionadas: forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as se-
a) com a correção de erros ou omissões; ou guintes medidas: (Incluído pela Emenda Constitu-
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. cional nº 86, de 2015)
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes or- I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da
çamentárias não poderão ser aprovadas quando in- lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legis-
compatíveis com o plano plurianual. lativo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a
§ 5º O Presidente da República poderá enviar men- Defensoria Pública enviarão ao Poder Legislativo as
sagem ao Congresso Nacional para propor modifica- justificativas do impedimento; (Incluído pela Emen-
ção nos projetos a que se refere este artigo enquanto da Constitucional nº 86, de 2015)
não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo pre-
cuja alteração é proposta. visto no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Po-
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das di- der Executivo o remanejamento da programação
retrizes orçamentárias e do orçamento anual serão cujo impedimento seja insuperável; (Incluído pela
enviados pelo Presidente da República ao Congresso Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
Nacional, nos termos da lei complementar a que se III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após
refere o art. 165, § 9º. o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo en-
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste ar- caminhará projeto de lei sobre o remanejamento da
tigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, programação cujo impedimento seja insuperável;
as demais normas relativas ao processo legislativo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emen- IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias
da ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, após o término do prazo previsto no inciso III, o Con-
ficarem sem despesas correspondentes poderão ser gresso Nacional não deliberar sobre o projeto, o re-
utilizados, conforme o caso, mediante créditos espe-
manejamento será implementado por ato do Poder
ciais ou suplementares, com prévia e específica auto-
Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária.
rização legislativa.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orça-
mentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um in- § 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as
teiro e dois décimos por cento) da receita corrente programações orçamentárias previstas no § 11 não
líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder serão de execução obrigatória nos casos dos impedi-
DIREITO CONSTITUCIONAL

Executivo, sendo que a metade deste percentual será mentos justificados na notificação prevista no inciso
destinada a ações e serviços públicos de saúde. (In- I do § 14. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
cluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) 86, de 2015)
§ 10. A execução do montante destinado a ações e § 16. Os restos a pagar poderão ser considerados
serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive para fins de cumprimento da execução financeira
custeio, será computada para fins do cumprimento prevista no § 11 deste artigo, até o limite de 0,6%
do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação (seis décimos por cento) da receita corrente líquida
para pagamento de pessoal ou encargos sociais. (In- realizada no exercício anterior. (Incluído pela Emen-
cluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) da Constitucional nº 86, de 2015)

77
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapas-
e da despesa poderá resultar no não cumprimento se um exercício financeiro poderá ser iniciado sem
da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de di- prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que
retrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11 autorize a inclusão, sob pena de crime de responsa-
deste artigo poderá ser reduzido em até a mesma bilidade.
proporção da limitação incidente sobre o conjunto § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vi-
das despesas discricionárias. (Incluído pela Emenda gência no exercício financeiro em que forem autori-
Constitucional nº 86, de 2015) zados, salvo se o ato de autorização for promulgado
§ 18. Considera-se equitativa a execução das progra- nos últimos quatro meses daquele exercício, caso
mações de caráter obrigatório que atenda de forma em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
igualitária e impessoal às emendas apresentadas, in- incorporados ao orçamento do exercício financeiro
dependentemente da autoria. (Incluído pela Emenda subsequente.
Constitucional nº 86, de 2015) § 3º A abertura de crédito extraordinário somente
Art. 167. São vedados: será admitida para atender a despesas imprevisíveis
I - o início de programas ou projetos não incluídos na e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção
lei orçamentária anual; interna ou calamidade pública, observado o disposto
II - a realização de despesas ou a assunção de obri- no art. 62.
gações diretas que excedam os créditos orçamentá- § 4º É permitida a vinculação de receitas próprias ge-
rios ou adicionais; radas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e
III - a realização de operações de créditos que exce- 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158
dam o montante das despesas de capital, ressalvadas e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou
as autorizadas mediante créditos suplementares ou contragarantia à União e para pagamento de débitos
especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Po- para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional
der Legislativo por maioria absoluta; nº 3, de 1993)
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transfe-
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão,
rência de recursos de uma categoria de programa-
fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do pro-
ção para outra poderão ser admitidos, no âmbito das
duto da arrecadação dos impostos a que se referem
atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o
os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as
objetivo de viabilizar os resultados de projetos restri-
ações e serviços públicos de saúde, para manuten-
tos a essas funções, mediante ato do Poder Executi-
ção e desenvolvimento do ensino e para realização
vo, sem necessidade da prévia autorização legislati-
de atividades da administração tributária, como de-
va prevista no inciso VI deste artigo. (Incluído pela
terminado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações
crédito por antecipação de receita, previstas no art. orçamentárias, compreendidos os créditos suple-
165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; mentares e especiais, destinados aos órgãos dos Po-
V - a abertura de crédito suplementar ou especial deres Legislativo e Judiciário, do Ministério Público
sem prévia autorização legislativa e sem indicação e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o
dos recursos correspondentes; dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei
VI - a transposição, o remanejamento ou a transfe- complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
rência de recursos de uma categoria de programa- Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da
ção para outra ou de um órgão para outro, sem pré- União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
via autorização legislativa; pios não poderá exceder os limites estabelecidos em
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; lei complementar.
VIII - a utilização, sem autorização legislativa especí- § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumen-
fica, de recursos dos orçamentos fiscal e da segurida- to de remuneração, a criação de cargos, empregos e
de social para suprir necessidade ou cobrir déficit de funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem
empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencio- como a admissão ou contratação de pessoal, a qual-
nados no art. 165, § 5º; quer título, pelos órgãos e entidades da administra-
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, ção direta ou indireta, inclusive fundações instituídas
sem prévia autorização legislativa. e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:
X - a transferência voluntária de recursos e a con- I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente
cessão de empréstimos, inclusive por antecipação de para atender às projeções de despesa de pessoal e
receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas aos acréscimos dela decorrentes;
DIREITO CONSTITUCIONAL

instituições financeiras, para pagamento de despesas II - se houver autorização específica na lei de diretri-
com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, zes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas
do Distrito Federal e dos Municípios. e as sociedades de economia mista.
XI - a utilização dos recursos provenientes das con- § 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei comple-
tribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para mentar referida neste artigo para a adaptação aos
a realização de despesas distintas do pagamento de parâmetros ali previstos, serão imediatamente sus-
benefícios do regime geral de previdência social de pensos todos os repasses de verbas federais ou esta-
que trata o art. 201. duais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
pios que não observarem os referidos limites.

78
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei comple-
mentar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento
da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que
ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade adminis-
trativa objeto da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês
de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de
cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º

A presente temática consta na Constituição Federal, porém, é abordada com maior riqueza de detalhes na matéria
de direito tributário, razão pela qual serão apresentados os principais temas, não aprofundando o estudo tal como seria
feito na sessão de direito tributário.

- Espécies de Tributos
A classificação comumente adotada é a teoria tripartite que se compõe de impostos, taxa e contribuições de me-
lhoria; oportuno mencionar a teoria quinquipartite, que além dos elencados anteriormente, somam-se o empréstimo
compulsório e contribuições especiais.

1 – Dos tributos em espécie

DIREITO CONSTITUCIONAL

79
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Aplicada em: 2018Banca: CESPEÓrgão: EMAPProva: Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Médio. No que
diz respeito à ordem econômica e financeira, aos serviços públicos e às formas de outorgas, julgue o item seguinte. Lei
pode estabelecer condições para o exercício de certas atividades econômicas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo - Nos termos do art. 170 parágrafo único, é assegurado a todos o livre exercício de qualquer ativi-
dade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

2. Aplicada em: 2016Banca: CESGRANRIO Órgão: ANPProva: Técnico em Regulação de Petróleo e Derivados -
Especialidade Geral. No regime de distribuição de competências na área de finanças públicas, têm atuação bastante
presente a União Federal, especialmente pela Secretaria do Tesouro e pelo Ministério da Fazenda, e o Banco Central,
autarquia federal que emite moeda a mando da União Federal. Para regular o mercado, para quem o Banco Central
pode, de acordo com a Constituição Federal, conceder empréstimos?

a) Estados
b) Municípios
c) Ministério Público
d) Instituição Financeira
e) Federação de Servidores Públicos

Resposta: Letra D - A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central. É
vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão
ou entidade que não seja instituição financeira.

Dos Princípios gerais da atividade econômica

Embora o título VI da Constituição aborde o tema tributação e orçamento, depreende-se que o título VII colaciona
normas gerais que servem de compreensão não somente do referido título VI, foco de estudo neste capítulo, mas tam-
bém de toda a questão econômico-financeira que cerca a efetivação das normas constitucionais.
Neste viés, o título VII, intitulado “Da Ordem Econômica e Financeira” conta com quatro capítulos: princípios gerais
da atividade econômica, política urbana, política agrícola e fundiária e reforma agrária, e sistema financeiro nacional.
A questão da política urbana e a da política agrícola já foram abordadas em momento oportuno quando do estu-
do do direito à propriedade. Contudo, a propriedade é não somente direito fundamental, mas também vetor para a
estruturação econômica do país. Neste sentido, a propriedade privada e a função social da propriedade aparecem nos
incisos II e III do artigo 170 da Constituição Federal como princípios que regem a atividade econômica.
Também a defesa do consumidor foi abordada quando do estudo do direito à propriedade, encontrando-se como
DIREITO CONSTITUCIONAL

princípio enumerado no artigo 170, V, CF. E a defesa do meio ambiente remetida no estudo dos direitos transindivi-
duais.
Por seu turno, demais princípios que guiam a política econômico-financeira do país se encontram também descritos
no artigo 170, CF e se relacionam diretamente com os fundamentos e objetivos da República Federativa.
Nota-se que o texto constitucional se alinhava perfeitamente e reserva espaço específico para lidar com os impactos
econômico-financeiros dos compromissos assumidos desde seus primeiros dispositivos.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

80
I - soberania nacional; Artigo 173, § 2º, CF. As empresas públicas e as socie-
II - propriedade privada; dades de economia mista não poderão gozar de privi-
III - função social da propriedade; légios fiscais não extensivos às do setor privado.
IV - livre concorrência; Artigo 173, § 3º, CF. A lei regulamentará as relações
V - defesa do consumidor; da empresa pública com o Estado e a sociedade.
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tra- Artigo 173, § 4º, CF. A lei reprimirá o abuso do poder
tamento diferenciado conforme o impacto ambiental econômico que vise à dominação dos mercados, à eli-
dos produtos e serviços e de seus processos de elabo- minação da concorrência e ao aumento arbitrário dos
ração e prestação; lucros.
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; Artigo 173, § 5º, CF. A lei, sem prejuízo da responsa-
VIII - busca do pleno emprego; bilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica,
IX - tratamento favorecido para as empresas de pe- estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a
queno porte constituídas sob as leis brasileiras e que às punições compatíveis com sua natureza, nos atos
tenham sua sede e administração no País.  praticados contra a ordem econômica e financeira e
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício contra a economia popular.
de qualquer atividade econômica, independentemente
de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos pre- Correlata à disciplina do artigo 173 é a do artigo 175,
vistos em lei. que aborda a questão dos serviços públicos, exceção que
se enquadra no tipo de atividade econômica que pode –
Ainda na abordagem dos princípios gerais da ativida- e deve – ser desenvolvida pelo Estado. Assim, nos termos
de econômica, o constituinte trabalha com algumas es- do artigo 175, CF:
pecificidades que circundam, principalmente, os limites e
as metas de investimento a serem traçadas na exploração Art. 175, CF. Incumbe ao Poder Público, na forma da
das atividades econômicas. lei, diretamente ou sob regime de concessão ou per-
No que tange à abertura ao capital estrangeiro, o ar- missão, sempre através de licitação, a prestação de
tigo 172, CF, disciplina: serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
Artigo 172, CF. A lei disciplinará, com base no interes- I - o regime das empresas concessionárias e permis-
se nacional, os investimentos de capital estrangeiro, sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa seu contrato e de sua prorrogação, bem como as con-
de lucros. dições de caducidade, fiscalização e rescisão da con-
cessão ou permissão;
A propósito, a Lei nº 4.131, de 3 de setembro de 1962, II - os direitos dos usuários;
disciplina a aplicação do capital estrangeiro e as remes- III - política tarifária;
sas de valores para o exterior e dá outras providências. IV - a obrigação de manter serviço adequado.
O Estado, como agente normativo e regulador da
atividade econômica, não deve, em regra, ser também O papel de exploração dos serviços públicos é do Es-
seu explorador, exceção que se abre somente no caso tado, mas é inviável para ele em termos estruturais cobrir
de necessidade aos imperativos da segurança nacional todas as necessidades desta natureza. Por isso, a Cons-
ou relevante interesse coletivo (artigo 173, caput, CF). tituição autoriza não a transferência do papel para insti-
Neste viés, evita-se a concessão de benefícios indevidos tuições privadas, mas sim a delegação de determinadas
às empresas do Poder Público que explorem atividade atividades de exploração de serviços públicos a elas. O
econômica, ao mesmo tempo em que se exige destas o regime utilizado para tanto é o de concessão e permis-
respeito a preceitos básicos que guiam a administração são, regulamentado pela Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro
pública: de 1995.
Ademais, a função do Estado como agente normativo
Artigo 173, § 1º, CF. A lei estabelecerá o estatuto ju- e regulador da atividade econômica é exercida por meio
rídico da empresa pública, da sociedade de economia de atividades de fiscalização, incentivo e planejamento,
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade sendo o planejamento determinante para o setor público
econômica de produção ou comercialização de bens e indicativo para o setor privado (artigo 174, caput, CF).
ou de prestação de serviços, dispondo sobre: I - sua O §1º do artigo 174 da Constituição descreve que in-
função social e formas de fiscalização pelo Estado cumbe à lei o estabelecimento de diretrizes e bases do
e pela sociedade; II - a sujeição ao regime jurídico planejamento do desenvolvimento nacional equilibra-
DIREITO CONSTITUCIONAL

próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos do, mas afirma desde logo a necessidade de compatibili-
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e zar os planos nacionais com os regionais.
tributários; III - licitação e contratação de obras, ser- Já os §§ 2º, 3º e 4º deste artigo 174, CF, descrevem
viços, compras e alienações, observados os princípios uma das diretrizes de incentivo econômico, voltada à ex-
da administração pública; IV - a constituição e o fun- ploração de atividade garimpeira:
cionamento dos conselhos de administração e fiscal,
com a participação de acionistas minoritários; V - os Artigo 174, § 2º, CF. A lei apoiará e estimulará o coo-
mandatos, a avaliação de desempenho e a responsa- perativismo e outras formas de associativismo.
bilidade dos administradores.

81
Artigo 174, § 3º, CF. O Estado favorecerá a organiza- IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de ori-
ção da atividade garimpeira em cooperativas, levando gem nacional ou de derivados básicos de petróleo
em conta a proteção do meio ambiente e a promoção produzidos no País, bem assim o transporte, por meio
econômico-social dos garimpeiros. de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás
natural de qualquer origem;
Artigo 174, § 4º, CF. As cooperativas a que se refere o V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reproces-
parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou samento, a industrialização e o comércio de minérios
concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas e minerais nucleares e seus derivados, com exceção
de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atu- dos radioisótopos cuja produção, comercialização e
ando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, utilização poderão ser autorizadas sob regime de per-
na forma da lei. missão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do ca-
put do art. 21 desta Constituição Federal. 
A preocupação com a questão das jazidas e demais § 1º A União poderá contratar com empresas estatais
recursos minerais vai além do incentivo específico e se ou privadas a realização das atividades previstas nos
mostra no artigo 176, CF, que ainda aborda a questão da incisos I a IV deste artigo observadas as condições es-
energia hidráulica: tabelecidas em lei. 
§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: 
Art. 176, CF. As jazidas, em lavra ou não, e demais I - a garantia do fornecimento dos derivados de petró-
recursos minerais e os potenciais de energia hidráu- leo em todo o território nacional; 
lica constituem propriedade distinta da do solo, para II - as condições de contratação; 
efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do
à União, garantida ao concessionário a propriedade monopólio da União; 
do produto da lavra. § 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o materiais radioativos no território nacional.
aproveitamento dos potenciais a que se refere o caput § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no
deste artigo somente poderão ser efetuados mediante domínio econômico relativa às atividades de importa-
autorização ou concessão da União, no interesse na- ção ou comercialização de petróleo e seus derivados,
cional, por brasileiros ou empresa constituída sob as gás natural e seus derivados e álcool combustível de-
leis brasileiras e que tenha sua sede e administração verá atender aos seguintes requisitos: 
no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições I - a alíquota da contribuição poderá ser: 
específicas quando essas atividades se desenvolverem a) diferenciada por produto ou uso; 
em faixa de fronteira ou terras indígenas.  b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo,
§ 2º É assegurada participação ao proprietário do solo não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; 
nos resultados da lavra, na forma e no valor que dis- II - os recursos arrecadados serão destinados: 
puser a lei. a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo de álcool combustível, gás natural e seus derivados e
determinado, e as autorizações e concessões previstas derivados de petróleo; 
neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, b) ao financiamento de projetos ambientais relaciona-
total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder dos com a indústria do petróleo e do gás; 
concedente. c) ao financiamento de programas de infraestrutura
§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o de transportes.
aproveitamento do potencial de energia renovável de
capacidade reduzida. Por seu turno, a questão do transporte de pessoas e
mercadorias, seja ele terrestre, aéreo ou aquático, gera
O artigo 177, CF regulamenta o monopólio da União impacto econômico, razão pela qual é disciplinada no
sobre determinadas atividades econômicas. Monopólio artigo 178, CF:
é uma situação particular de concorrência imperfeita, em
que uma única empresa detém o mercado de um de- Art. 178, CF. A lei disporá sobre a ordenação dos trans-
terminado produto ou serviço, conseguindo portanto in- portes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à
fluenciar o preço do bem que comercializa. Quando a lei ordenação do transporte internacional, observar os
estabelece a regra do monopólio, denominado monopó- acordos firmados pela União, atendido o princípio
lio legal ou coercitivo, o faz para preservar os interesses da reciprocidade. Parágrafo único. Na ordenação do
do Estado. transporte aquático, a lei estabelecerá as condições
DIREITO CONSTITUCIONAL

em que o transporte de mercadorias na cabotagem e


Art. 177. Constituem monopólio da União: a navegação interior poderão ser feitos por embarca-
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás ções estrangeiras.
natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; Já o artigo 170, IX, CF já havia colocado como prin-
III - a importação e exportação dos produtos e deri- cípio da ordem econômica o tratamento favorecido de
vados básicos resultantes das atividades previstas nos microempresas e empresas de pequeno porte, questão
incisos anteriores; que é reforçada no artigo 179, CF:

82
Art. 179, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e c) A atividade econômica depende sempre de autoriza-
os Municípios dispensarão às microempresas e às em- ção dos órgãos públicos para que possa ser exercida,
presas de pequeno porte, assim definidas em lei, tra- pois é necessário o respeito aos direitos fundamentais
tamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las dos trabalhadores.
pela simplificação de suas obrigações administrativas, d) Tratamento favorecido para as empresas de pequeno
tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela elimi- porte constituídas sob as leis brasileiras ainda que te-
nação ou redução destas por meio de lei. nham sua sede e administração em outro país.
Ae) imposição de sentenças normativas para dirimir conflitos
A propósito, a Lei Complementar nº 123/2006 institui que imponham obstáculos ao equilíbrio entre o capital e o
o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de trabalho.
Pequeno Porte, que cuida deste tratamento diferenciado.
No artigo 180, CF, coloca-se a promoção e o incen- Resposta: Letra A. Nos termos do artigo 170, CF, “a
tivo ao turismo como fator de desenvolvimento social e ordem econômica, fundada na valorização do traba-
econômico. lho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar
Por fim, disciplina o artigo 181, CF, quanto à requisi- a todos existência digna, conforme os ditames da jus-
ção de documento ou informação de cunho comercial tiça social, observados os seguintes princípios: [...] IX
por autoridade estrangeira: - tratamento favorecido para as empresas de pequeno
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham
Art. 181, CF. O atendimento de requisição de docu- sua sede e administração no País”.
mento ou informação de natureza comercial, feita por
autoridade administrativa ou judiciária estrangeira, a 2. (TJ/MT - Juiz - FMP-RS/2014) São princípios gerais
pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no da atividade econômica brasileira:
País dependerá de autorização do Poder competente.
a) a propriedade democrática, a soberania nacional e a
#FicaDica livre concorrência.
b) a defesa do consumidor, a igualdade salarial e a liber-
Princípios da ordem econômica:
dade do consumo.
- soberania nacional;
c) a redução das desigualdades regionais e sociais, a pro-
- propriedade privada;
priedade comunitária e a igualdade salarial.
- função social da propriedade;
d) o tratamento favorecido para as empresas de peque-
- livre concorrência;
no porte, a igualdade salarial e a propriedade demo-
- defesa do consumidor;
crática.
- defesa do meio ambiente, inclusive me-
e) a defesa do consumidor, a defesa do meio ambiente e
diante tratamento diferenciado conforme o
a livre concorrência.
impacto ambiental dos produtos e serviços
e de seus processos de elaboração e pres-
Resposta: Letra E. Nos termos do artigo 170, CF, “a
tação;
ordem econômica, fundada na valorização do traba-
- redução das desigualdades regionais e
lho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar
sociais;
a todos existência digna, conforme os ditames da jus-
- busca do pleno emprego;
tiça social, observados os seguintes princípios: I - so-
- tratamento favorecido para as empresas
berania nacional; II - propriedade privada; III - função
de pequeno porte constituídas sob as leis
social da propriedade; IV - livre concorrência; V - de-
brasileiras e que tenham sua sede e admi-
fesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente,
nistração no País.
inclusive mediante tratamento diferenciado conforme
o impacto ambiental dos produtos e serviços e de
seus processos de elaboração e prestação; VII - redu-
ção das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca
EXERCÍCIO COMENTADO do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
1. (TRT 2ª Região/SP - Juiz do Trabalho - TRT 2R/2014) brasileiras e que tenham sua sede e administração no
A ordem econômica é fundada na valorização do traba- País”. Conforme os grifos, a alternativa “E” traz três dos
lho humano e na livre iniciativa. Em relação a esta afirma- princípios que regem a ordem econômica.
ção, aponte a alternativa correta:
DIREITO CONSTITUCIONAL

a) Uma das finalidades da ordem econômica é dar trata-


mento favorecido às pequenas empresas, desde que
sejam constituídas de acordo com a lei nacional e te-
nham sua sede e administração no Brasil.
b) A busca do pleno emprego constitui um direito funda-
mental coletivo e não se confunde, nem se comunica,
com a ordem econômica nacional, cujo objetivo é a
garantia de lucro às empresas.

83
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO
HORA DE PRATICAR!
TRIBUNAL FEDERAL.
1.. (MDIC - Agente Administrativo - CESPE/2014)
Com referência à CF, aos direitos e garantias fundamen-
A importância do tema está no fato de que o orça- tais, à organização político-administrativa, à administra-
mento é elemento central dos direitos fundamentais in- ção pública e ao Poder Judiciário, julgue os itens subse-
dividuais, sociais e econômicos, uma vez que é nele que cutivos.
estão articulados os recursos necessários à promoção do A CF prevê o direito de greve na iniciativa privada e de-
Estado Social de Direito. Noutras palavras, a satisfa- termina que cabe à lei definir os serviços ou atividades
ção de um grande número de direitos constitucionais essenciais e dispor sobre o atendimento das necessida-
do cidadão passa pelo desenho orçamentário. Nesse des inadiáveis da comunidade.
contexto, saber se o Poder Judiciário poderá intervir
no Poder Público, como fiscalizador dos recursos ( ) CERTO ( ) ERRADO
públicos destinados aos direitos fundamentais, é de
vital importância para promover a efetivação da dig- 2. (TJ/SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária - CES-
nidade da pessoa, enquanto fim do Estado e também PE/2014)
do direito.A questão de saber se é possível conciliar Julgue os itens seguintes, em relação à organização polí-
a atividade judicial com o controle de constitucionali- tico-administrativa da República Federativa do Brasil.
dade do orçamento públicoé verdadeiramente complexa O poder constituinte dos estados, dada a sua condição
epolêmica, pois envolve a definição dos limites da de ente federativo autônomo, é soberano e ilimitado.
atuação do Poder Judiciário enquanto guardião da
Constituição Federal, além de ser um debate multidisci- ( ) CERTO ( ) ERRADO
plinar que toca em diversos princípios fundamentais do
Estado Democrático de Direito. 3. (TJ/SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária - CES-
PE/2014)
Deste modo, as relações envolvendo a implemen- Julgue os itens seguintes, em relação à organização polí-
tação de direitos sociais oponíveis ao Estado perante tico-administrativa da República Federativa do Brasil.
o Poder Judiciário implicam o questionamento sobre A despeito de serem entes federativos, os territórios fe-
a legitimidade deste poder para definir a destina- derais carecem de autonomia.
ção dos recursos públicos, tarefa que normalmente
incumbe aos poderes políticos –assim considerados ( ) CERTO ( ) ERRADO
aqueles que congregam os representantes eleitos
pela sociedade, tais como o Poder Executivo e o 4. (MDIC - Agente Administrativo - CESPE/2014)
Legislativo. David Beatty (2014, p.284), em seu livro No que se refere aos Poderes Legislativo, Executivo e Ju-
“A essência do Estado de Direito”, apresenta um estudo diciário, bem como às funções essenciais à justiça, julgue
da jurisprudência de vários países e analisa a função dos os seguintes itens.
tribunais em relação ao tema,informando que muitos A CF garante autonomia funcional e administrativa à de-
juízes são categóricos ao afirmar que não se deve con- fensoria pública estadual e ao Ministério Público.
fiar aos tribunais decisões políticas, sociais e econômicas,
( ) CERTO ( ) ERRADO
devido ao fato de que essa postura judicial seria ina-
ceitávelpor ensejar um total rompimento com o Prin-
5. (TJ/SE - Titular de Serviços de Notas e de Registro
cípio da Separação dos Poderes e uma grave limitação à
- CESPE/2014)
soberania do povo.
No que se refere às funções essenciais à justiça, assinale
a opção correta de acordo com a CF.
Mesmo assim, a cada dia se acumulam deman-
das judiciais contra o Estado visando a concretização
a) De acordo com a CF, a representação judicial dos Esta-
dos direitos constitucionalmente garantidos, demandas dos, do Distrito Federal e dos municípios cabe exclu-
que inserem o Judiciário na rota das disposições orça- sivamente aos procuradores organizados em carreira,
mentárias, eis que a tutela desses direitos implicará dependendo o ingresso nessa carreira de aprovação
um dispêndio de recursos pelo Poder Público. Diante em concurso público de provas e títulos.
disso, para além de analisar as implicações orça- b) As defensorias públicas dos Estados, do Distrito Fede-
mentárias. decorrentes da judicialização dos direitos
DIREITO CONSTITUCIONAL

ral e da União possuem autonomia funcional e admi-


sociais positivos, o objetivo do presente estudo é nistrativa, sendo-lhes assegurada a iniciativa de suas
analisar a postura do Poder Judiciário (STF) com re- propostas orçamentárias na forma estabelecida na CF.
lação ao próprio orçamento, que no Brasil assume a c) Cabe ao Ministério Público Federal representar a União
forma de lei e, como tal, está sujeita ao controle formal na execução de sua dívida ativa de natureza tributária.
de constitucionalidade.Existem, no entanto, demandas d) A CF estabelece um rol exemplificativo de funções institucio-
pelo controle judicial do próprio controle material nais do MP, como, por exemplo, a função de promover, pri-
do orçamento, daí a importância em saber qual a vativamente, as ações civil e penal públicas, na forma da lei.
posição do STF sobre o tema, que segue evoluindo e) À imunidade profissional do advogado não se podem
através do tempo. aplicar restrições de qualquer natureza.

84
6. (PGE/PI - Procurador do Estado Substituto - CES-
PE/2014) Acerca da interpretação das normas constitu-
cionais, assinale a opção correta. GABARITO

a) Em razão do caráter aberto e indeterminado de muitas


1 Certo
de suas normas, a CF admite o fenômeno da constru-
ção jurídica, sem que isso configure necessariamente 2 Errado
usurpação de poder constituinte. 3 Errado
b) Lacunas constitucionais devem ser preenchidas por
4 Certo
meio dos processos formais de mudança constitucio-
nal, não se admitindo a via interpretativa como meca- 5 B
nismo de solução dessas deficiências. 6 A
c) A existência de métodos específicos de interpretação
constitucional exclui a incidência dos métodos tradi- 7 E
cionais.
d) A normatividade constitucional não é compatível com
as chamadas normas implícitas.
e) Interpretação extensiva e analogia são procedimentos
estranhos ao direito constitucional.

7. (TJ/DF - Juiz - CESPE/2014) No que se refere à apli-


cabilidade e à interpretação das normas constitucionais,
assinale a opção correta.

a) Conforme o método de interpretação denominado


científico-espiritual, a análise da norma constitucional
deve-se fixar na literalidade da norma, de modo a ex-
trair seu sentido sem que se leve em consideração a
realidade social.
b) As denominadas normas constitucionais de eficácia
plena não necessitam de providência ulterior para sua
aplicação, a exemplo do disposto no art. 37, I, da CF,
que prevê o acesso a cargos, empregos e funções pú-
blicas a brasileiros e estrangeiros.
c) O dispositivo constitucional que assegura a gratuida-
de nos transportes coletivos urbanos aos maiores de
sessenta e cinco anos não configura norma de eficácia
plena e aplicabilidade imediata, pois demanda uma lei
integrativa infraconstitucional para produzir efeitos.
d) A norma constitucional de eficácia contida é aquela
que, embora tenha aplicabilidade direta e imediata,
pode ter sua abrangência reduzida pela norma infra-
constitucional, como ocorre com o artigo da CF que
confere aos estados a competência para a instituição
de regiões metropolitanas.
e) Conforme o método jurídico ou hermenêutico clássi-
co, a Constituição deve ser considerada como uma lei
e, em decorrência, todos os métodos tradicionais de
hermenêutica devem ser utilizados na atividade inter-
pretativa, mediante a utilização de vários elementos
de exegese, tais como o filológico, o histórico, o lógico
e o teleológico.
DIREITO CONSTITUCIONAL

85
ANOTAÇÕES

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ÍNDICE

DIREITO ADMINISTRATIVO
Administração pública: princípios básicos.....................................................................................................................................................................01
Poderes administrativos: poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar, poder de polícia, uso e abuso do po-
der. ............................................................................................................................................................................................................................... 03
Serviços públicos: conceito, regime jurídico, princípios, titularidade e competência. ................................................................................07
Delegação: concessão, permissão e autorização........................................................................................................................................................07
Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, revogação e convalidação; discricionariedade e vinculação.....18
Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e descentralizada; autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, consórcios públicos (Lei nº 11.107/2005)...................................................................................23
Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação..................................................................................................................................................35
Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos.........................................................................................................................................38
CLT: empregado e empregador, anotações na CTPS, duração do trabalho, períodos de descanso, trabalho noturno, teletrabalho,
férias anuais, dano extrapatrimonial, contrato individual do trabalho, remuneração e rescisão............................................................43
Processo administrativo (Lei estadual nº 10.177/1998): artigos 1º ao 36.........................................................................................................54
Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; responsabilidade
civil do Estado...........................................................................................................................................................................................................................57
Lei nº 8.429/1992: disposições gerais; atos de improbidade administrativa...................................................................................................68
Licitações e Contratos da Administração Pública - Lei nº 8.666/1993 (com alterações posteriores).....................................................81
Lei n.º 10.520/2002.................................................................................................................................................................................................................81
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS #FicaDica
BÁSICOS. São ramos de Direito Público: Direito Cons-
titucional, Administrativo, Tributário, Penal,
Administração vem do latim “administrare”, que signi- Processo Penal, Processo Civil, Eleitoral,
fica direcionar ou gerenciar negócios, pessoas e recursos, Ambiental, Urbanístico, Trabalhista, entre
tendo sempre como objetivo alcançar metas específicas. outros. Somente o Direito Civil, o Direito
A noção de gestão de negócios está intimamente ligada Empresarial e o Direito do Trabalho perten-
com o ramo de Direito Administrativo. Compreender as cem à esfera de Direito Privado. O Direito do
noções básicas de Direito Administrativo significa definir Trabalho é uma anomalia, pois apresenta na-
a ele um conceito, determinar sua natureza, as fontes de tureza mista.
onde se origina, e também os princípios que o regem.
As fontes do Direito são os elementos que dão ori-
CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS
gem ao próprio direito. O Direito Administrativo tem al-
gumas peculiaridades em relação a suas fontes que são
A doutrina possui divergências quanto ao conceito
importantes para nossos estudos.
de Direito Administrativo. Enquanto uma corrente dou-
Primeiramente, devemos salientar que o Direito Ad-
trinária define Direito Administrativo tendo como base a
ministrativo não é ramo jurídico codificado. Isso quer
ideia de função administrativa, outros preferem destacar
dizer que não existe na legislação brasileira um “Códi-
o objeto desse ramo jurídico, isso é, o Estado (Adminis-
go de Direito Administrativo”. A matéria encontra-se de
tração Pública e Estado são utilizados como sinônimos),
um modo muito mais amplo. É possível verificar normas
composto por seus órgãos e agentes. Há também uma
administrativas presentes, por exemplo, na Constituição
terceira corrente de doutrinadores que, ao conceituar
Federal de 1988, em seu art. 37, que estabelece os mem-
Direito Administrativo, evidenciam as relações jurídicas
bros da Administração Pública e seus princípios; na Lei
existentes entre as pessoas e os órgãos do Estado.
nº 8.666/1993, que dispõe sobre normas de licitações e
Embora haja essa diferença de correntes na doutri-
contratos administrativos; na Lei nº 8.987/1995, que re-
na, nenhuma delas está incorreta. Todos os elementos
gulamenta as concessões e permissões de serviços públi-
apontados fazem parte do Direito Administrativo. Por
cos para entidades privadas; entre outros.
isso, vamos conceituá-lo utilizando todos esses aspectos
É costume dividir as fontes de Direito Administrati-
em comum.
vo em fontes primárias e fontes secundárias. As fontes
Assim, podemos definir Direito Administrativo como
primárias são aquelas de caráter principal, são capazes
o conjunto de princípios e regras que regulam o exercício
de originar normas jurídicas por si só. Já as fontes se-
da função administrativa exercida pelos órgãos e agentes
cundárias são derivadas das primeiras, por isso possuem
estatais, bem como as relações jurídicas entre eles e os
caráter acessório. Elas ajudam na compreensão, interpre-
demais cidadãos.
tação e aplicação das fontes de direito primárias.
Não devemos confundir Direito Administrativo com
a Ciência da Administração. Apesar da nomenclatura ser
São fontes de Direito Administrativo:
parecida, são dois campos bastante distintos. A admi-
nistração, como ciência propriamente dita, não é ramo
a) Legislação em sentido amplo, seja na Constituição,
jurídico. Consiste no estudo de técnicas e estratégias de
seja nas Leis esparsas, nos Princípios, em qualquer
controle da gestão governamental. Suas regras não são
veículo normativo.
independentes, estão subordinadas às normas de Direi-
b) Doutrina, todo o trabalho científico realizado por
to Administrativo. Os concursos públicos não costumam
um renomado autor, seja uma obra, ou um parecer
exigir que o candidato tenha conhecimentos de técnicas
jurídico, com o objetivo de divulgar conhecimento;
administrativas, mas requerem que conheçam a Admi-
c) Jurisprudência, o conjunto de diversos julgados
nistração como entidade governamental, com suas prer-
num mesmo sentido;
rogativas e prestando serviços para a sociedade.
d) Costumes jurídicos, tudo que for considerado uma
Determinar a natureza jurídica de um ramo do Direito
conduta que se repete no tempo. Importante frisar
significa, de modo geral, estabelecer em qual grupo ele
que, das fontes mencionadas, apenas a Lei é fonte
pertence. Podemos classificar os ramos de Direito brasi-
primária do Direito Administrativo, sendo o único
leiro em dois grandes grupos: os ramos de Direito Públi-
veículo habilitado para criar diretamente obriga-
co, e os de Direito Privado. Quanto à natureza jurídica,
ções de fazer e não fazer. A doutrina, a jurispru-
não há dúvida de que o Direito Administrativo é ramo
DIREITO ADMINISTRATIVO

dência, e os costumes jurídicos são consideradas


de Direito Público. Isso porque o Direito Administrativo
fontes secundárias.
regula as atividades estatais na gestão de seus negócios,
recursos e pessoas. A simples presença do Poder Público
faz com que ele não se enquadre no grupo do Direito Pri-
vado, que são os ramos jurídicos cujas regras disciplinam
as atividades dos particulares.

1
contra os cidadãos. Os membros da Administração são
FIQUE ATENTO! absolutamente submissos às leis, não podem expressar
A jurisprudência pode, excepcionalmente, vontades pessoais. Este princípio, além de passar segu-
apresentar força cogente igual às leis quan- rança jurídica ao indivíduo, limita o poder do Estado.
do versar sobre matéria disposta em Súmula O princípio da legalidade é fruto do próprio Estado
Vinculante do Supremo Tribunal Federal. Tra- de Direito. O art. 5º, II, da CF/1988, dispõe que “ninguém
ta-se de decisão colegiada de cumprimento será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se-
obrigatório, conforme dispõe o art. 103-A da não em virtude de lei;”. Mas o princípio da legalidade, no
CF/1988. Direito Administrativo, ganha um contorno especial. Por
ser ramo de Direito Público, o princípio da legalidade im-
Por fim, convém estudar os Princípios de Direito Ad- põe que o Poder Público não pode agir por vontade pró-
ministrativo. Por motivos didáticos, costuma-se dividir as pria, e que todos os seus atos estejam previstos em lei.
normas cogentes em regras e princípios. Completamente distinta é a aplicação da legalidade em
Regras são normas cogentes que traduzem um co- um ramo de Direito Privado, pois os particulares agem
mando direto, são criadas pelo legislador (portanto, são com ampla liberdade para praticar os atos da vida civil
positivadas), e são utilizadas para a solução de casos e empresarial. Assim, o princípio da legalidade é mais
concretos e específicos. brando, e configura apenas em atribuir limites às liber-
Os princípios, por sua vez, delimitam os valores fun- dades dos cidadãos.
damentais de um ramo do Direito, possuem conteúdo
muito mais abrangente. São considerados de hierarquia 2. Princípio da impessoalidade
superior, dado o seu caráter geral e abstrato. Os prin-
cípios são descobertos pela doutrina, através da análise O princípio da impessoalidade, como o próprio nome
das regras, retirando os aspectos concretos desta. O le- diz, impõe à Administração Pública um dever de agir com
gislador, dessa forma, tem um papel indireto na criação imparcialidade na defesa do interesse público. É vedado
dos princípios. qualquer forma de discriminação ou tratamento diferen-
ciado entre os administrados.
Tal princípio é de extrema importância pois ele tam-
#FicaDica bém traduz em uma diferença entre a Administração e
os seus agentes enquanto pessoas físicas. A atuação dos
As regras são específicas, e sempre positi- agentes públicos é sempre imputada ao Estado. O agir
vadas na legislação. Já os princípios, mais impessoal da Administração faz com que a responsabi-
gerais, podem ser, ou não, positivados, ou lidade pela execução de seus atos recaia somente nela
seja, previstos expressamente ou podendo mesma. Por isso que, em regra, havendo má conduta de
ser implícitos, interpretados pelas fontes se- um agente público, capaz de causar danos a outrem, a
cundárias com base nas regras. responsabilização para a reparação dos danos é imputa-
da à própria Administração, e não ao agente que prati-
cou a conduta danosa.
Apesar das diferenças mencionadas, é indiscutível
que os princípios e as regras são normas que apresen- 3. Princípio da moralidade
tam força cogente máxima. Porém, como os princípios
possuem valores fundamentais de um ramo jurídico, são Este princípio diz respeito aos atos administrativos
considerados hierarquicamente superiores. Violar uma praticados pelo Poder Público. Trata-se de um requisi-
regra é um erro grave, mas violar um princípio é erro to de validade desses atos, assim como a legalidade e a
gravíssimo: é cometer ofensa a todo um ordenamento impessoalidade. Sem a moralidade, a própria Administra-
de comandos. ção perderia o seu motivo de existir, pois tornar-se-ia em
Os princípios de Direito Administrativo estão expres- algo completamente inútil.
sos no caput do artigo 37 da Constituição Federal. Por Não basta apenas que os agentes exerçam suas fun-
isso, muitos costumam denominá-los como Princípios ções: é imprescindível que exerçam uma “boa-adminis-
Constitucionais de Direito Administrativo. Prescreve o ar- tração”. Muitos concursos gostam de fazer uma compa-
tigo constitucional que: ração entre a moralidade administrativa e a moral comum
a todos os cidadãos, embora é evidente que trata-se de
A administração pública direta e indireta de qualquer dois conceitos bastante distintos: enquanto a moral co-
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e mum se baseia nas ideias de honestidade, boa-fé, deco-
DIREITO ADMINISTRATIVO

dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, ro, e lealdade, a moral administrativa toma por base tais
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...] valores, e atribui a seus agentes algo a mais, qual seja, o
dever de zelar pela boa execução de seu serviço.
1. Princípio da legalidade Nossa legislação impõe a moralidade aos agentes da
Administração em diversos dispositivos. Além, claro, do
O princípio da legalidade remete ao fato de que a Ad- preceito disposto no caput do art. 37, temos também
ministração Pública só pode fazer aquilo que a lei permi- o conteúdo do art. 5º, LXXIII, também da CF/1988 que
te. Trata-se de uma garantia de que nenhum agente es- permite qualquer cidadão propor ação popular que vise
tatal tenha poderes para agir fora da lei e praticar abusos a anular ato lesivo à moralidade administrativa. Temos

2
também o preceito do art. 166 da Lei nº 8.112/1990, que bre-se que o Estado é pessoa jurídica de Direito Públi-
elenca como deveres dos servidores públicos ser leal às co e, por isso a ele não é aplicável a lógica da iniciativa
instituições que servir. Por fim, o art. 85, V, da CF/1988, privada. Não pode, por exemplo, objetivar ao lucro, não
determina como crime de responsabilidade do Presiden- são aplicáveis as regras de compliance, encontradas com
te da República os atos que atentarem contra a probida- maior frequência nas grandes empresas privadas, entre
de na administração. outros.

4. Princípio da publicidade
#FicaDica
Para que os atos sejam conhecidos pela sociedade, é
Para facilitar a memorização dos princípios
necessário que eles sejam publicados e divulgados. So-
constitucionais administrativos, lembre-se da
mente com a publicação de certos atos é que passarão
palavra “limpe”!
a ter eficácia no âmbito jurídico. Por isso a grande im-
portância da publicidade dos atos administrativos: além • Legalidade
de demonstrar transparência para com os administrados, • Impessoalidade
trata-se de uma questão de eficácia jurídica erga omnes, • Moralidade
isso é, que é de conhecimento por todas as pessoas. • Publicidade
Além disso, o princípio da publicidade também se tra- • Eficiência
duz no direito que toda pessoa tem para obter acesso
a informações de seu interesse. Ou, nos termos do art.
5º, XXXIII, da CF/1988: “todos têm direito a receber dos
órgãos públicos informações de seu interesse particular, EXERCÍCIO COMENTADO
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 1. (TRE-TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CESPE – 2017)
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da so- O direito administrativo consiste em um conjunto de re-
ciedade e do Estado” gramentos e princípios que regem a atuação da adminis-
Os atos gerais da Administração sempre serão publi- tração pública, sendo esse ramo do direito constituído
cados no Diário Oficial. Já os atos individuais, cujo des- pelo seguinte conjunto de fontes:
tinatário é uma pessoa certa, ou os atos internos da Ad-
ministração, serão comunicados pela pessoa interessada.
a) lei em sentido amplo e estrito, doutrina, jurisprudência
A publicidade dos atos administrativos, todavia, com-
e costumes.
porta algumas exceções, isso é, hipóteses em que é au-
b) lei em sentido amplo e estrito, jurisprudência e nor-
torizado o sigilo das informações: nos casos em que a
mas.
divulgação promova riscos para a segurança do Estado
c) costumes, jurisprudência e doutrina.
ou da sociedade (art. 5º, XXXIII da CF/1988); ou que pos-
d) lei em sentido amplo, doutrina e costumes.
sam atingir a intimidade dos envolvidos (art. 5º, X, da
CF/1988). e) lei em sentido estrito, jurisprudência e doutrina.

5. Princípio da eficiência Resposta: Letra A. As leis são fontes primárias e ime-


diatas de direito administrativo, independentemente
O princípio da eficiência é de origem mais recente. se adveio de processo originário do Poder Legislativo
Foi adicionado ao dispositivo constitucional por meio da ou não. Além da legislação, a doutrina, jurisprudência
Emenda Constitucional nº 19/1998. Este princípio zela e os costumes também são fontes de direito adminis-
pela implantação de um modelo de administração ge- trativo, porém secundárias ou mediatas.
rencial, voltada para um maior alcance de resultados na
atuação do Poder Público.
É também dever do servidor público prestar serviço com
economicidade, celeridade, redução de custos e desperdí- PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER
cios; sempre buscando atingir os melhores resultados com HIERÁRQUICO, PODER DISCIPLINAR,
produtividade e rendimento funcional. Esses são os valores PODER REGULAMENTAR, PODER DE
principais da eficiência, garantindo à sociedade uma real POLÍCIA, USO E ABUSO DO PODER.
efetivação dos propósitos necessários, como por exemplo,
saúde, educação, etc.
A adoção da eficiência fez com que a Administração PODER HIERÁRQUICO
DIREITO ADMINISTRATIVO

Pública brasileira elevasse de patamar, pois com a reforma


proposta pela EC nº 19/1998, surge o modelo de adminis- Poder hierárquico é o poder que dispõe o Executi-
tração pública gerencial, que se contrapõe ao modelo pas- vo para organizar e distribuir as funções de seus órgãos,
sado de administração burocrática, que apresentava maior bem como ordenar e rever a atuação de seus agentes,
ênfase em processos e ritos do que no alcance de objetivos estabelecendo uma relação de subordinação entre os
e resultados. servidores do seu quadro de pessoas. As relações de hie-
Contudo, a eficiência não autoriza sua prevalência em rarquia são características únicas, existem somente no
relação ao princípio da legalidade. A busca por melhores âmbito do Poder Executivo, isso é, não existe hierarquia
resultados deve estar sempre nos ditames da Lei. Lem- entre órgãos do Poder Legislativo e do Judiciário. Além

3
disso, importante frisar que não existe poder hierárquico A avocação encontra-se disposta no art. 15 da Lei nº
entre membros da Administração Indireta, pois estes são 9.784/1999. Consiste na possibilidade da autoridade com-
entidades autônomas, que não se subordinam aos entes petente de chamar para si a competência de um agente
que o criaram. Pela hierarquia, há a imposição ao subal- ou órgão subordinado. Trata-se de medida excepcional e
terno da estrita obediência às ordens e instruções legais temporária, e somente pode ser realizada dentro da mes-
superiores, além de definir a responsabilidade de cada ma linha hierárquica, o que significa que a avocação só
um de seus agentes e órgãos públicos. pode ser vertical, não se admite a avocação horizontal.
Quanto às suas características, diz-se que o poder Por fim, a revisão é a capacidade de rever os atos dos
hierárquico é interno e permanente. Interno é o poder inferiores hierárquicos, apreciando todos os seus aspec-
que atinge apenas os próprios membros da Administra- tos para a análise de sua manutenção ou invalidação. É
ção, não tem o condão de atingir as relações dos parti- somente possível a revisão de atos praticados pelos ór-
culares. É também um poder permanente, porque não é gãos públicos e agentes subordinados hierarquicamente.
exercido de modo esporádico e episódico, como o que Para as entidades da Administração Indireta, existe
acontece no poder disciplinar. apenas uma forma de controle fiscalizatório e finalístico
Do poder hierárquico são decorrentes certas faculda- de seus atos, o qual denomina-se supervisão ministerial,
des implícitas ao superior, tais como dar ordens e fisca- que não tem relação com o poder hierárquico. A supervi-
lizar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições, são ministerial não admite a revisão dos atos praticados
bem como rever atos de seus inferiores. pelas autarquias, fundações, e demais entidades da Ad-
ministração Indireta.

#FicaDica
A Lei nº 9.784/1999 dispõe sobre a dele- EXERCÍCIO COMENTADO
gação e a avocação. A delegação traduz-se
numa distribuição temporária de competên- 1 (PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP – 2018)
cias para um subalterno, representando um Os poderes de comando, de fiscalização e revisão de atos
movimento centrífugo. As delegações devem administrativos, assim como os poderes de delegação e
ser feitas nos casos em que as atribuições fo- avocação de competências são expressão do poder ad-
rem genéricas e não fixadas como privativas ministrativo:
de certo executor. A avocação, por sua vez,
concentra (absorve) as competências em um a) de autotutela.
único agente, caracterizando um movimento b) hierárquico.
centrípeto. Para melhor recordação: c) disciplinar.
d) de polícia judiciária.
Delegação = Distribuição de competências e) de polícia.
Avocação = Absorção de competências
Resposta: Letra B. Alternativa A está errada pois a
autotutela não é poder, mas uma característica pró-
A delegação é a transferência temporária de com- pria da Administração Pública de rever os próprios
petência administrativa de seu titular, a outro órgão ou atos sem a necessidade de intervenção judicial. Alter-
agente público subordinado à autoridade outorgante nativa C está incorreta pois poder disciplinar sempre
(delegação vertical), ou fora da sua linha hierárquica (de- pressupõe a prática de uma infração por um agente
legação horizontal). O art. 12 da Lei nº 9.784/1999 dispõe público (característica sancionadora). Alternativas D
do mesmo modo: “Um órgão administrativo e seu titular e E estão incorretas porque o poder de polícia é, em
poderão, se não houver impedimento legal, delegar par- regra, exercido contra os particulares, e não dentro da
te da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda esfera da Administração. Lembre-se que a delegação
que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, e a avocação são elementos característicos do poder
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de hierárquico.
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial”.
Essa transferência de competência é sempre provisória, o
que significa que pode ser revogada a qualquer tempo. PODER DISCIPLINAR
A regra geral é sempre a delegabilidade das compe-
tências. Todavia, a própria legislação (art. 13 da Lei nº O poder disciplinar consiste na faculdade da Adminis-
DIREITO ADMINISTRATIVO

9.784/1999) assevera três matérias que não podem ser tração de punir seus agentes, nas hipóteses em que estes
delegadas. Assim, são indelegáveis: a edição de ato de tenham cometido alguma infração de ordem funcional.
caráter normativo, pois constituem-se em regras gerais Correlato com o poder hierárquico, mas não se confunde
aplicáveis a todos os órgãos, incompatível com a dele- com o mesmo. No poder hierárquico, a Administração
gação; a decisão em recursos administrativos, para evitar Pública distribui e escalona as suas funções executivas.
que a mesma autoridade possa julgar o mesmo processo Já no uso do poder disciplinar, a Administração simples-
mais de uma vez pela delegação; e as matérias que fo- mente controla o desempenho de funções e a condu-
rem consideradas de competência exclusiva do órgão ou ta de seus servidores, responsabilizando-os pelas faltas
autoridade. porventura cometidas.

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Em relação as suas características, o poder discipli- incorreta pois o poder revisional diz respeito à capa-
nar é interno, não-permanente ou temporário, . Assim cidade da Administração de rever seus próprios atos,
como o poder hierárquico, a imposição de sanções pela é intrínseco ao poder hierárquico. Alternativa E está
Administração não se aplica aos particulares, somente a incorreta pois, na verdade, descreve as características
seus próprios servidores, salvo as hipóteses destes serem do poder regulamentar.
contratados pela Administração Pública. Todavia, distin-
gue-se do poder hierárquico na medida em que é não-
-permanente, isso é, só será aplicado apenas se e quan- PODER DE POLÍCIA
do o servidor cometer infração funcional. Percebe-se,
então, que o poder disciplinar apresenta caráter punitivo A expressão “poder de polícia” pode ser interpretada
e sancionador, enquanto o poder hierárquico advém da de duas maneiras: em um sentido amplo, corresponde a
simples obediência dos subalternos para com a entida- qualquer limitação estatal à liberdade e propriedade pri-
de detentora deste poder. A discricionariedade do poder vada, de origem administrativa ou legislativa. Há também
disciplinar traduz-se na possibilidade da Administração o poder de polícia em sentido restrito, mais utilizado pela
em poder escolher qual a punição mais apropriada para doutrina, que engloba apenas as restrições impostas pe-
cada caso, isso é, ela possui certa margem de liberdade las limitações administrativas, excluindo as limitações de
para o seu exercício. ordem legal. Em sentido restrito, envolve atividades ad-
Os servidores públicos que cometerem qualquer ministrativas de fiscalização e condicionamento da esfera
infração no exercício de suas funções estão sujeitos às privada de interesses, em prol da coletividade.
seguintes penalidades, dispostas no art. 127 da Lei nº O poder de polícia tem grande destaque no exercí-
8.112/1990: advertência; suspensão; demissão; cassa- cio das funções da Administração moderna, junto com a
ção de aposentadoria ou disponibilidade; destituição de prestação de serviços públicos e o fomento à iniciativa pri-
cargo em comissão; e destituição de função comissio- vada. Porém, essas duas funções representam uma atua-
nada. A aplicação de qualquer uma dessas penalidades ção estatal ampliativa, enquanto que o poder de polícia
depende de prévio processo administrativo, respeitada representa uma atuação restritiva do Estado, limitando a
a garantia de contraditório e ampla defesa, sob pena de liberdade e a propriedade individual em favor do interesse
nulidade da sanção. público.
O art. 78 do Código Tributário Nacional (CTN) tem seu
conceito legal de poder de polícia:
EXERCÍCIO COMENTADO Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da
administração pública que, limitando ou disciplinan-
1. (PC-PI – AGENTE DE POLÍCIA CIVIL – NUCEPE – do direito, interesse ou liberdade, regula a prática de
2018) ato ou abstenção de fato, em razão de interesse públi-
Para que a Administração Pública possa exercer suas fun- co concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
ções, se faz necessário que seja dotada de poderes, a fim costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
de que organize e cumpra o seu planejamento. Assim, exercício de atividades econômicas dependentes de
marque a alternativa CORRETA em relação aos Poderes concessão ou autorização do Poder Público, à tran-
Administrativos: quilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos.
a) Poder hierárquico ocorre quando há a faculdade de
punir internamente as infrações funcionais dos servi- Diante de tudo que foi exposto, podemos conceituar
dores. poder de polícia como a atividade da Administração Pública,
b) Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para com fundamento na lei e na supremacia geral, que consis-
organizar e distribuir as funções de seus órgãos, esta- te na imposição de limites à liberdade e à propriedade dos
belecendo a relação de subordinação entre os servi- particulares, regulando a prática desses atos, ou a abstenção
dores do seu quadro de pessoal. dos mesmos, manifestando-se por meio de atos normativos
c) Poder regulamentar tem como objetivo ordenar, coor- ou concretos, tudo isso em benefício do interesse público.
denar, controlar e corrigir as atividades administrati- Ao dizer que se trata de atividade da Administração
vas, no âmbito interno da Administração Pública. Pública, procuramos enfatizar a concepção stricto sensu
d) Poder Revisional é o poder de avocar, delegar ou con- do poder de polícia, que não se confunde com as limi-
ferir a outrem, da própria Administração Pública, seus tações à liberdade e ao direito de propriedade impostas
poderes originais. pelo legislador. Por ser atividade da Administração, deve
DIREITO ADMINISTRATIVO

e) Poder hierárquico deve detalhar a lei para sua correta ser exercido, respeitando os princípios da razoabilidade e
execução, ou de expedir decretos autônomos sobre proporcionalidade.
matéria de sua competência ainda não disciplinada
por lei. É um poder inerente do Chefe do Executivo. A fundamentação legal é outro aspecto importante do
poder de polícia, uma vez que a lei condiciona o exercí-
Resposta: Letra B. Alternativa A está errada, pois na cio de determinadas atividades à obtenção de licenças ou
verdade ela descreve hipótese do poder disciplinar. concessões pelo Poder Público. O legislador deve, então,
Alternativa C está incorreta porque ela descreve as ca- elaborar os requisitos necessários para o exercício do poder
racterísticas do poder hierárquico. Alternativa D está de polícia pelo Estado.

5
O poder de polícia tem por objeto a imposição de li- A polícia administrativa tem um caráter preventivo. Isso
mitações à liberdade e propriedade dos particulares, ins- significa que a sua atuação deve ocorrer antes da práti-
tituindo condições capazes de compatibilizar seu exercí- ca do crime, tendo por finalidade evitar a sua ocorrência.
cio às necessidades de interesse público. Tais imposições Submete-se às regras de Direito Administrativo. No Bra-
também podem ser aplicadas ao Estado. Isso significa que sil, a polícia administrativa é exercida pela Polícia Militar e
até mesmo o Poder Público pode ter suas liberdades e os vários órgãos de fiscalização de diversas áreas, como
propriedades limitadas em detrimento das necessidades saúde, educação, trabalho, previdência e assistência social.
do interesse público. A polícia administrativa protege os interesses primordiais
Para o seu exercício, a Administração Pública deve regu- da sociedade ao impedir comportamentos individuais que
lar a prática dos atos ou a abstenção de fatos. Em regra, o possam causar prejuízos maiores à coletividade.
poder de polícia manifesta-se em obrigações negativas, ou A polícia judiciária, por sua vez, apresenta caráter re-
de não fazer, impostas aos particulares, limitando a esfera de pressivo. Sua atuação ocorre após a constatação do cri-
atuação dos seus direitos. Excepcionalmente, pode também me. Após a ocorrência do crime, deve a polícia judiciária
manifestar-se mediante obrigações positivas ou de fazer, abrir um processo de investigação em busca da autoria
como é o caso da imposição da função social da proprieda- e materialidade do crime. Sua razão de ser é a punição
de ao dono do imóvel, disposta no art. 5º, XXII, da CF/1988. dos infratores. Rege-se pelas regras de Direito Processual
O poder de polícia se manifesta pela expedição de atos Penal. Ela incide sobre pessoas, ao contrário da polícia ad-
normativos, como é o caso das regras sobre o direito de ministrativa, que age sobre a atividade das pessoas. A po-
construir, ou por meio de atos concretos, como a obten- lícia judiciária é exercida pelas corporações especializadas,
ção de licença para a reforma de um imóvel, cujo interesse denominadas Polícia Civil e Polícia Federal.
é exclusivo do particular (proprietário do imóvel, no caso).
Por fim, convém ressaltar a finalidade do poder de po-
lícia, qual seja, agir em prol do interesse público. Por isso,
o Estado deve conciliar os direitos individuais, com o inte- EXERCÍCIO COMENTADO
resse da coletividade. Tal finalidade é típica da Administra-
ção Pública, pois tem como fundamento o princípio sis- 4. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV – 2018)
têmico da primazia do interesse público sobre o privado. Poder de polícia pode ser conceituado como uma ativi-
dade da Administração Pública que se expressa por meio
1. Natureza jurídica do poder de polícia de seus atos normativos ou concretos, com fundamento
na supremacia geral do interesse público para, na forma
Quanto a sua natureza jurídica, é entendimento ma- da lei, condicionar a liberdade e a propriedade individual,
joritário que o poder de polícia é discricionário. Na dou- mediante ações fiscalizadoras preventivas e repressivas.
trina, muitos autores costumam definir poder de polícia, De acordo com ensinamentos da doutrina de Direito Ad-
utilizando-se a expressão “faculdade que o Estado possui ministrativo, são características ou atributos do poder de
de impor limites...”. Isso quer dizer que não apresenta ca- polícia:
racterísticas de obrigação legal, mas de uma permissão.
A escolha sobre qual método utilizar para o exercício do a) a hierarquia, a disciplina e a legalidade.
referido poder, e quando, compete somente à própria Ad- b) a imperatividade, a delegabilidade e a imprescritibi-
ministração Pública. lidade.
Porém, vale ressaltar as hipóteses de obtenção de li- c) a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coerci-
cença. A licença é ato administrativo relacionado ao poder bilidade.
de polícia, que apresenta previsão legal para a sua ob- d) a indelegabilidade, a hierarquia e o respeito às forças
tenção, tratando-se por isso, de ato vinculado. Com isso, de segurança pública.
podemos afirmar que a manifestação do poder de polícia e) a imposição da força policial, a voluntariedade e a dis-
pode ocorrer mediante a expedição de atos no exercício ciplina.
da competência discricionária da Administração, ou por
meio de atos vinculados, com a devida previsão legal. O Resposta: Letra C. Lembre-se que, como regra ge-
poder de polícia também é indelegável, uma vez que pres- ral, o poder de polícia é função da Administração que
supõe a posição de superioridade de quem o exerce, não atinge os particulares, o que a diferencia do poder
podendo ser transferido a particulares (art. 4º, III, da Lei nº hierárquico e disciplinar. O poder de polícia não pre-
11.079/2004). cisa de prévia autorização do Poder Judiciário (autoe-
xecutoriedade). Não há relação de hierarquia, embora
2. Polícia administrativa e polícia judiciária o Poder Público utilize-se de força física (coercibili-
DIREITO ADMINISTRATIVO

dade) para impor limitações aos direitos e liberdades


A concepção do poder de polícia abrange muito mais dos particulares. A Administração possui margem de
do que a simples promoção de segurança pública. Toda- liberdade para escolher a melhor forma de impor tais
via, imprescindível destacar as atividades estatais de pre- limites (discricionariedade).
venção e repressão da criminalidade sob a ótica do poder
de polícia. Assim, costuma-se dividir a atuação do Estado
para promoção da segurança pública em duas categorias
de “polícias” distintas: a polícia administrativa, e a polícia
judicial.

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SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITO, REGIME #FicaDica
JURÍDICO, PRINCÍPIOS, TITULARIDADE E
Os usuários têm direito, nos termos do arti-
COMPETÊNCIA. DELEGAÇÃO: CONCESSÃO,
go 7o, Lei nº 8.987/1995:
PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO. – Receber serviço adequado;
– Receber informações para defesa dos in-
teresses individuais e coletivos;
Conceito de serviço público – Obter e utilizar o serviço, com liberdade
de escolha.
Serviço público é todo aquele prestado pela adminis-
tração ou por particulares debaixo de regras de direito
público para a preservação dos interesses da coletivi- Concessão, permissão, autorização e delegação;
dade. A titularidade da prestação de um serviço público
sempre será da Administração Pública, somente poden- Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
do ser transferido a um particular a execução do serviço diretamente ou sob regime de concessão ou permis-
público. As regras serão sempre fixadas unilateralmente são, sempre através de licitação, a prestação de ser-
pela Administração, independentemente de quem esteja viços públicos.
executando o serviço público. Qualquer contrato admi- Parágrafo único. A lei disporá sobre:
nistrativo aos olhos do particular é contrato de adesão. I - o regime das empresas concessionárias e permis-
Com efeito, quem presta o serviço público pode ser sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
a Administração ou um particular, fazendo-o sob regras seu contrato e de sua prorrogação, bem como as con-
de direito público e com vistas a preservar o interesse dições de caducidade, fiscalização e rescisão da con-
público. cessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
#FicaDica III - política tarifária;
Serviço público IV - a obrigação de manter serviço adequado.
– Pode ser prestado pelo Estado ou não;
– Contudo, a titularidade é da Administração; O referido artigo dispõe que a prestação dos serviços
– Devem ter por foco a preservação do inte- públicos é de titularidade da Administração Pública, po-
resse público; dendo ser centralizada ou descentralizada. Sempre que
– O Estado pode delegar a prestação em ca- a prestação do serviço público for descentralizada, por
sos determinados. meio de concessão ou permissão, deverá ser precedida
de licitação. As duas figuras, concessão ou permissão,
surgem como instrumentos que viabilizam a descentrali-
zação dos serviços públicos, atribuindo-os para terceiros,
Princípios aplicáveis são reguladas pela Lei nº 8.987/95.
Assim, a titularidade de um serviço público é sempre
a) Princípio da adaptabilidade: impõe a atualização e da Administração Pública, que possui competência para
modernização na prestação do serviço público; fixar as regras de execução do serviço e para fiscalizar o
b) Princípio da universalidade: significa que os servi- cumprimento das mesmas, aplicando sanções em caso
ços devem ser estendidos a todos administrados; de descumprimento.
c) Princípio da impessoalidade: determina a vedação A Administração Pública pode decidir executar ela
de discriminações entre os usuários; mesma um serviço público através de órgãos que inte-
d) Princípio da continuidade: impossibilidade de in- gram a sua Administração direta; ou então fazê-lo através
terrupção; de uma pessoa que integre a sua Administração indireta
e) Princípio da modicidade das tarifas: impõe tarifas (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia
módicas aos usuários; mista e fundações públicas); além de poder resolver que
f) Princípio da cortesia: prevê que os usuários devem a execução do serviço público será transferida a particu-
ser tratados com urbanidade; lares, cabendo escolher quem deles reúne a melhor con-
g) Princípio da eficiência: estabelece que o serviço dição por meio de licitação, isto é, permissão, concessão
público deve ser prestado de maneira satisfatória e autorização de serviço.
ao usuário; Os particulares, no máximo, assumem a execução do
DIREITO ADMINISTRATIVO

h) Princípio da segurança: o serviço não pode ser pres- serviço, mediante delegação do poder público. Logo, a
tado de forma que coloque em risco a vida dos usu- prestação pode ser centralizada quando a própria Admi-
ários. nistração Pública executa os serviços, ou descentralizada
quando a Administração Pública passa a execução para
terceiros. Esses terceiros podem estar dentro ou fora da
Administração Direta.

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4. Subconcessão
#FicaDica
Forma direta – próprio Estado; Conforme artigo 26, é a transferência do objeto da
Forma indireta – delegação por contrato: concessão para terceiros, sujeitando-se aos seguintes li-
Concessão; mites: autorização ou concordância do poder constituin-
Permissão; te, previsão contratual e licitação. Ocorre a sub-rogação
Autorização; de direitos e obrigações perante a Administração Públi-
Forma indireta – delegação legal (empresas ca. A subconcessão pode ser parcial.
públicas e sociedades de economia mista).
5. Conceito de serviço público

1. Serviços indelegáveis Serviço público é todo aquele prestado pela adminis-


tração ou por particulares debaixo de regras de direito
Existem serviços próprios do Estado, que são aque- público para a preservação dos interesses da coletivi-
les que se relacionam intimamente com as atribuições dade. A titularidade da prestação de um serviço público
do Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde sempre será da Administração Pública, somente poden-
públicas etc.) e para a execução dos quais a Administra- do ser transferido a um particular a execução do serviço
ção usa da sua supremacia sobre os administrados, os público. As regras serão sempre fixadas unilateralmente
quais não podem ser delegados a particulares. Tais servi- pela Administração, independentemente de quem esteja
ços, por sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou executando o serviço público. Qualquer contrato admi-
de baixa remuneração. nistrativo aos olhos do particular é contrato de adesão.
Todos os serviços públicos que não são próprios do Com efeito, quem presta o serviço público pode ser
Estado são delegáveis. a Administração ou um particular, fazendo-o sob regras
de direito público e com vistas a preservar o interesse
público.
2. Descentralização: concessão e permissão (art.
2º, Lei nº 8.987/95)
#FicaDica
Concessão de Serviço Público: é a delegação da pres- Serviço público
tação do serviço público feita pelo poder concedente, – Pode ser prestado pelo Estado ou não;
mediante licitação na modalidade concorrência, à pes- – Contudo, a titularidade é da Administração;
soa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem – Devem ter por foco a preservação do
capacidade de desempenho por sua conta e risco, com interesse público;
prazo determinado. Essa capacidade de desempenho é – O Estado pode delegar a prestação em
averiguada na fase de habilitação da licitação. Qualquer casos determinados.
prejuízo causado a terceiros, no caso de concessão, será
de responsabilidade do concessionário – que responde
de forma objetiva (art. 37, § 6.º, da CF) tendo em vista a 6. Caracteres jurídicos
atividade estatal desenvolvida, respondendo a Adminis-
tração Direta subsidiariamente. Trata-se de uma espécie Somente por regras de direito público é possível
de contrato administrativo. prestar serviços públicos. Para distinguir quais serviços
Permissão de Serviço Público: é a delegação a título são públicos e quais não, deve-se utilizar as regras de
precário, mediante licitação feita pelo poder concedente competência dispostas na Constituição Federal. Sempre
à pessoa física ou jurídica que demonstrem capacidade que não houver definição constitucional a respeito, de-
de desempenho por sua conta e risco. Trata-se de um ato vem-se observar as regras que incidem sobre aqueles
administrativo precário, que pode ser desfeito a qualquer serviços, bem como o regime jurídico ao qual a atividade
momento. se submete. Sendo regras de direito público, será servi-
ço público; sendo regras de direito privado, será serviço
3. Responsabilidade civil privado.

Nos termos do artigo 25, quem responde é o conces- 7. Classificação


sionário/permissionário. Responde por danos causados
ao poder concedente, aos usuários e a terceiros. Deve-se Meirelles1 apresenta a seguinte classificação dos ser-
privilegiar a atividade que causou o dano (serviço públi- viços públicos:
DIREITO ADMINISTRATIVO

co), independente da vítima ser ou não usuária do servi-


ço. Em regra, a responsabilidade é objetiva, não cabendo a) Quanto à essencialidade:
provar a culpa ou dolo, bastando a prova do nexo de - serviços públicos propriamente ditos – são aqueles
causalidade, do dano e da ação (artigo 37, §6º, CF), à ex- prestados diretamente pela Administração para a
ceção dos casos de omissão, em que a responsabilidade comunidade, por reconhecer a sua essencialidade
é subjetiva. e necessidade de grupo social. São privativos do
Poder Público.
1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasilei-
ro. São Paulo: Malheiros, 1993.

8
- serviços de utilidade pública – são os que a Admi- Quanto à continuidade da prestação do serviço públi-
nistração, reconhecendo a sua conveniência para co e o direito de greve, destaca-se que apesar da previ-
a coletividade, presta-os diretamente ou aquiesce são constitucional de que somente lei específica poderia
que sejam prestados por terceiros. definir os termos e limites deste direito no setor público
e afins, diante da ausência de previsão, deve-se aplicar a
b) Quanto aos destinatários: lei geral que regula o direito de greve. Contudo, a greve
- serviços gerais ou uti universi – são aqueles que a total é inconstitucional, devendo-se manter serviços mí-
Administração presta sem ter usuários determina- nimos à população.
dos para atender à coletividade no seu todo. Ex.:
iluminação pública. São indivisíveis, isto é, não
mensuráveis. Daí por que devem ser mantidos por #FicaDica
tributo, e não por taxa ou tarifa. Princípio da continuidade dos serviços públi-
- serviços individuais ou uti singuli – são os que pos- cos:
suem usuários determinados e utilização particular – Os serviços públicos não poderão ser inter-
e mensurável para cada destinatário. São remune- rompidos;
rados por taxa ou tarifa. – Devem ter a devida regularidade;
– Os funcionários não podem praticar greve
em serviços essenciais e imprescindíveis.
#FicaDica
Classificação:
– Quanto à essencialidade: 10. Prestação de serviço adequado
Públicos propriamente ditos;
Serviços de utilidade pública. O serviço deve ser regular, contínuo, eficaz, seguro,
– Quanto aos destinatários: módico, atual e cortês. O princípio básico é o da con-
Gerais; tinuidade dos serviços públicos; entretanto, a prestação
Individuais. poderá ser interrompida em duas hipóteses (art. 6.º, § 3º):
- em situação de emergência, como no caso de atos
de vandalismo de terceiros;
8. Princípios aplicáveis - com aviso prévio, por razões de ordem técnica ou
de segurança das instalações e em caso de inadim-
a) Princípio da adaptabilidade: impõe a atualização e plemento do usuário (no caso de inadimplemen-
modernização na prestação do serviço público; to, o usuário deve ser notificado, conferindo-se a
b) Princípio da universalidade: significa que os servi- oportunidade de pagamento antes da interrupção,
ços devem ser estendidos a todos administrados; bem como de defesa, alegando que não deve, que
c) Princípio da impessoalidade: determina a vedação deve menos ou que precisa parcelar).
de discriminações entre os usuários;
d) Princípio da continuidade: impossibilidade de in- Tarifa módica é aquela acessível ao usuário comum
terrupção; do serviço.
e) Princípio da modicidade das tarifas: impõe tarifas O art. 22 do Código de Defesa do Consumidor dis-
módicas aos usuários; põe que “os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
f) Princípio da cortesia: prevê que os usuários devem concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
ser tratados com urbanidade; forma de empreendimento, são obrigados a fornecer
g) Princípio da eficiência: estabelece que o serviço pú- serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos
blico deve ser prestado de maneira satisfatória ao essenciais, contínuos”. Tem-se, então, um conflito entre
usuário; a Lei n. 8.987/95 e o Código de Defesa do Consumidor
h) Princípio da segurança: o serviço não pode ser (Lei n. 8.078/90). Se fossem seguidas as regras de inter-
prestado de forma que coloque em risco a vida pretação, a Lei n. 8.987/95 prevaleceria sobre o Código
dos usuários. de Defesa do Consumidor por ser posterior e especial. Os
Tribunais, entretanto, entendem que se o serviço é essen-
9. Continuidade da Prestação do Serviço Público cial, a prestação deve ser contínua, prevalecendo, então,
o disposto no art. 22 do Código de Defesa do Consumi-
Entre as regras do regime jurídico público, destaca-se dor. Assim, os serviços essenciais não podem ser inter-
o princípio da continuidade de sua prestação. rompidos por inadimplemento.
DIREITO ADMINISTRATIVO

Num contrato administrativo, quando o particular


descumpre suas obrigações, há rescisão contratual. Se é 11. Política tarifária
a Administração, entretanto, que descumpre suas obri-
gações, o particular não pode rescindir o contrato, tendo A tarifa surge como a principal fonte de arrecadação
em vista o princípio da continuidade da prestação. do concessionário/permissionário. É através dela que se
Essa é a chamada “cláusula exorbitante”, que visa dar garante a margem de lucro. Tarifa não é tributo, se o fos-
à Administração Pública uma prerrogativa que não existe se, sobre ela incidiriam todos os princípios constitucio-
para o particular, colocando-a em uma posição superior nais tributários, o que não ocorre.
em razão da supremacia do interesse público.

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Ninguém fixa o valor inicial, é automático e pré-es- Por fim temos os serviços autorizados que são aque-
tabelecido na licitação. O poder público que autoriza o les que o Poder Público, por ato unilateral, precário e
aumento, mas o aumento não pode permitir que o valor discricionário, consente na sua execução pelo particular
deixe de ser módico. para atender a interesses coletivos instáveis ou a emer-
gência transitória.
12. Usuário do serviço público
Lei nº 8.987, De 13 de fevereiro de 1995
O art. 7.º estabelece um rol de seis situações que tratam
dos direitos e obrigações do usuário sem prejuízo dos pre- Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da
vistos no Código de Defesa do Consumidor. É um rol exem- prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da
plificativo, incluindo-se outros, como: direito do consumidor Constituição Federal, e dá outras providências.
(artigo 5º, XXXII, CF); direito de obter dos órgãos públicos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
informações de interesse particular, coletivo ou geral (artigo gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
5º, XXXIII, CF); mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo em caráter residual (artigo 5º, LXIX, CF). Capítulo I
Das disposições preliminares
#FicaDica
Art. 1º As concessões de serviços públicos e de obras
Os usuários têm direito, nos termos do artigo
públicas e as permissões de serviços públicos reger-se-
7o, Lei nº 8.987/1995:
-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal,
– Receber serviço adequado;
por esta Lei, pelas normas legais pertinentes e pelas
– Receber informações para defesa dos inte-
cláusulas dos indispensáveis contratos.
resses individuais e coletivos;
Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Fede-
– Obter e utilizar o serviço, com liberdade de
ral e os Municípios promoverão a revisão e as adapta-
escolha.
ções necessárias de sua legislação às prescrições desta
Lei, buscando atender as peculiaridades das diversas
modalidades dos seus serviços.
13. Extinção
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Fe-
As causas de extinção estão descritas no artigo 35:
deral ou o Município, em cuja competência se encon-
termo, que é o término do prazo descrito; encampação,
tre o serviço público, precedido ou não da execução de
que é a extinção por razões de interesse público; cadu-
cidade, que é a extinção por descumprimento de obri- obra pública, objeto de concessão ou permissão;
gações pelo concessionário; rescisão, que é a extinção II - concessão de serviço público: a delegação de sua
durante a vigência pelo descumprimento das obrigações prestação, feita pelo poder concedente, mediante lici-
pelo poder público; anulação, que é a extinção por força tação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurí-
da configuração de ilegalidade; falência, que é a extinção dica ou consórcio de empresas que demonstre capaci-
por conta de falta de condições financeiras para conti- dade para seu desempenho, por sua conta e risco e por
nuar arcando com as obrigações do contrato; e morte, prazo determinado;
que é o falecimento da parte contratada em contrato III - concessão de serviço público precedida da exe-
personalíssimo. cução de obra pública: a construção, total ou parcial,
conservação, reforma, ampliação ou melhoramen-
14. Reassunção e reversão to de quaisquer obras de interesse público, delegada
pelo poder concedente, mediante licitação, na moda-
Reassunção, que é a retomada da execução de um lidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio
serviço público pelo poder público uma vez extinta a de empresas que demonstre capacidade para a sua
concessão. realização, por sua conta e risco, de forma que o inves-
Reversão, que é a transferência de bens utilizados du- timento da concessionária seja remunerado e amorti-
rante a concessão para o patrimônio público a partir da zado mediante a exploração do serviço ou da obra por
extinção da concessão. prazo determinado;
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título
15. Permissão e autorização precário, mediante licitação, da prestação de serviços
públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física
Serviços concedidos são aqueles que o particular exe- ou jurídica que demonstre capacidade para seu de-
DIREITO ADMINISTRATIVO

cuta em seu nome, por sua conta e risco, remunerados sempenho, por sua conta e risco.
por tarifa. A concessão dá-se por meio de contrato. Art. 3º As concessões e permissões sujeitar-se-ão à
Os serviços permitidos são aqueles aos quais a Admi- fiscalização pelo poder concedente responsável pela
nistração estabelece os requisitos para a sua prestação delegação, com a cooperação dos usuários.
ao público e, por ato unilateral (termo de permissão), Art. 4º A concessão de serviço público, precedida ou
comete a execução aos particulares que demonstrarem não da execução de obra pública, será formalizada
capacidade para seu desempenho. A permissão é uni- mediante contrato, que deverá observar os termos
lateral, precária e discricionária. Serve para serviços de desta Lei, das normas pertinentes e do edital de lici-
utilidade pública. tação.

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Art. 5º O poder concedente publicará, previamente ao § 1º A tarifa não será subordinada à legislação especí-
edital de licitação, ato justificando a conveniência da fica anterior e somente nos casos expressamente pre-
outorga de concessão ou permissão, caracterizando vistos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada
seu objeto, área e prazo. à existência de serviço público alternativo e gratuito
para o usuário.
Capítulo II § 2º Os contratos poderão prever mecanismos de revi-
Do serviço adequado são das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio econô-
mico-financeiro.
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a pres- § 3º Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação,
tação de serviço adequado ao pleno atendimento dos alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encar-
usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas gos legais, após a apresentação da proposta, quando
pertinentes e no respectivo contrato. comprovado seu impacto, implicará a revisão da tari-
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições fa, para mais ou para menos, conforme o caso.
de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, § 4º Em havendo alteração unilateral do contrato que
atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o
modicidade das tarifas. poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitan-
§ 2º A atualidade compreende a modernidade das téc- temente à alteração.
nicas, do equipamento e das instalações e a sua con- Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do
servação, bem como a melhoria e expansão do serviço. contrato, considera-se mantido seu equilíbrio econô-
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do ser- mico-financeiro.
viço a sua interrupção em situação de emergência ou Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada
após prévio aviso, quando: serviço público, poderá o poder concedente prever, em
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segu- favor da concessionária, no edital de licitação, a pos-
rança das instalações; e, sibilidade de outras fontes provenientes de receitas al-
II - por inadimplemento do usuário, considerado o in- ternativas, complementares, acessórias ou de projetos
teresse da coletividade. associados, com ou sem exclusividade, com vistas a
favorecer a modicidade das tarifas, observado o dis-
Capítulo III posto no art. 17 desta Lei.
Dos direitos e obrigações dos usuários Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste
artigo serão obrigatoriamente consideradas para a
Art. 7º Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078, de aferição do inicial equilíbrio econômico-financeiro do
11 de setembro de 1990, são direitos e obrigações dos contrato.
usuários: Art. 12. (VETADO)
I - receber serviço adequado; Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função
II - receber do poder concedente e da concessionária das características técnicas e dos custos específicos
informações para a defesa de interesses individuais ou provenientes do atendimento aos distintos segmentos
coletivos; de usuários.
III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de esco-
lha entre vários prestadores de serviços, quando for o Capítulo V
caso, observadas as normas do poder concedente. Da licitação
IV - levar ao conhecimento do poder público e da con-
cessionária as irregularidades de que tenham conhe- Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedi-
cimento, referentes ao serviço prestado; da ou não da execução de obra pública, será objeto
V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos de prévia licitação, nos termos da legislação própria
praticados pela concessionária na prestação do serviço; e com observância dos princípios da legalidade, mo-
VI - contribuir para a permanência das boas condições dos ralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por
bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços. critérios objetivos e da vinculação ao instrumento
Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de convocatório.
direito público e privado, nos Estados e no Distrito Fe- Art. 15. No julgamento da licitação será considerado
deral, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao um dos seguintes critérios:
usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser
seis datas opcionais para escolherem os dias de venci- prestado;
mento de seus débitos. II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder
DIREITO ADMINISTRATIVO

concedente pela outorga da concessão;


Capítulo IV III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos
Da política tarifária nos incisos I, II e VII;
IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edi-
Art. 8º (VETADO) tal;
Art. 9º A tarifa do serviço público concedido será fi- V - melhor proposta em razão da combinação dos cri-
xada pelo preço da proposta vencedora da licitação e térios de menor valor da tarifa do serviço público a ser
preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, prestado com o de melhor técnica;
no edital e no contrato.

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VI - melhor proposta em razão da combinação dos X - a indicação dos bens reversíveis;
critérios de maior oferta pela outorga da concessão XI - as características dos bens reversíveis e as condi-
com o de melhor técnica; ou ções em que estes serão postos à disposição, nos casos
VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após em que houver sido extinta a concessão anterior;
qualificação de propostas técnicas. XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus
§ 1º A aplicação do critério previsto no inciso III só será das desapropriações necessárias à execução do serviço
admitida quando previamente estabelecida no edital ou da obra pública, ou para a instituição de servidão
de licitação, inclusive com regras e fórmulas precisas administrativa;
para avaliação econômico-financeira. XIII - as condições de liderança da empresa responsá-
§ 2º Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, vel, na hipótese em que for permitida a participação
V, VI e VII, o edital de licitação conterá parâmetros e de empresas em consórcio;
exigências para formulação de propostas técnicas. XIV - nos casos de concessão, a minuta do respectivo
§ 3º O poder concedente recusará propostas manifes- contrato, que conterá as cláusulas essenciais referidas
tamente inexequíveis ou financeiramente incompatí- no art. 23 desta Lei, quando aplicáveis;
veis com os objetivos da licitação. XV - nos casos de concessão de serviços públicos pre-
§ 4º Em igualdade de condições, será dada preferência cedida da execução de obra pública, os dados relativos
à proposta apresentada por empresa brasileira. à obra, dentre os quais os elementos do projeto básico
Art. 16. A outorga de concessão ou permissão não terá que permitam sua plena caracterização, bem assim as
caráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilida- garantias exigidas para essa parte específica do con-
de técnica ou econômica justificada no ato a que se trato, adequadas a cada caso e limitadas ao valor da
refere o art. 5º desta Lei. obra;
Art. 17. Considerar-se-á desclassificada a proposta XVI - nos casos de permissão, os termos do contrato de
que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou adesão a ser firmado.
subsídios que não estejam previamente autorizados Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da or-
em lei e à disposição de todos os concorrentes. dem das fases de habilitação e julgamento, hipótese
§ 1º Considerar-se-á, também, desclassificada a pro- em que:
posta de entidade estatal alheia à esfera político-ad- I - encerrada a fase de classificação das propostas ou
ministrativa do poder concedente que, para sua viabi- o oferecimento de lances, será aberto o invólucro com
lização, necessite de vantagens ou subsídios do poder os documentos de habilitação do licitante mais bem
público controlador da referida entidade. classificado, para verificação do atendimento das con-
§ 2º Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que tra- dições fixadas no edital;
ta este artigo, qualquer tipo de tratamento tributário II - verificado o atendimento das exigências do edital,
diferenciado, ainda que em consequência da natureza o licitante será declarado vencedor;
jurídica do licitante, que comprometa a isonomia fis- III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão
cal que deve prevalecer entre todos os concorrentes. analisados os documentos habilitatórios do licitante
Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder com a proposta classificada em segundo lugar, e as-
concedente, observados, no que couber, os critérios e sim sucessivamente, até que um licitante classificado
as normas gerais da legislação própria sobre licitações atenda às condições fixadas no edital;
e contratos e conterá, especialmente: IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto
I - o objeto, metas e prazo da concessão; será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e
II - a descrição das condições necessárias à prestação econômicas por ele ofertadas.
adequada do serviço; Art. 19. Quando permitida, na licitação, a participação
III - os prazos para recebimento das propostas, julga- de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguin-
mento da licitação e assinatura do contrato; tes normas:
IV - prazo, local e horário em que serão fornecidos, I - comprovação de compromisso, público ou particu-
aos interessados, os dados, estudos e projetos neces- lar, de constituição de consórcio, subscrito pelas con-
sários à elaboração dos orçamentos e apresentação sorciadas;
das propostas; II - indicação da empresa responsável pelo consórcio;
V - os critérios e a relação dos documentos exigidos III - apresentação dos documentos exigidos nos incisos
para a aferição da capacidade técnica, da idoneidade V e XIII do artigo anterior, por parte de cada consor-
financeira e da regularidade jurídica e fiscal; ciada;
VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, com- IV - impedimento de participação de empresas con-
plementares ou acessórias, bem como as provenientes sorciadas na mesma licitação, por intermédio de mais
DIREITO ADMINISTRATIVO

de projetos associados; de um consórcio ou isoladamente.


VII - os direitos e obrigações do poder concedente e da § 1º O licitante vencedor fica obrigado a promover,
concessionária em relação a alterações e expansões a antes da celebração do contrato, a constituição e re-
serem realizadas no futuro, para garantir a continui- gistro do consórcio, nos termos do compromisso refe-
dade da prestação do serviço; rido no inciso I deste artigo.
VIII - os critérios de reajuste e revisão da tarifa; § 2º A empresa líder do consórcio é a responsável pe-
IX - os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a rante o poder concedente pelo cumprimento do con-
serem utilizados no julgamento técnico e econômico- trato de concessão, sem prejuízo da responsabilidade
-financeiro da proposta; solidária das demais consorciadas.

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Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela conces-
previsto no edital, no interesse do serviço a ser conce- sionária, das obrigações relativas às obras vinculadas
dido, determinar que o licitante vencedor, no caso de à concessão.
consórcio, se constitua em empresa antes da celebra- Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o
ção do contrato. emprego de mecanismos privados para resolução de
Art. 21. Os estudos, investigações, levantamentos, pro- disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, in-
jetos, obras e despesas ou investimentos já efetuados, clusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em
vinculados à concessão, de utilidade para a licitação, língua portuguesa, nos termos da Lei nº 9.307, de 23
realizados pelo poder concedente ou com a sua au- de setembro de 1996.
torização, estarão à disposição dos interessados, de- Art. 24. (VETADO)
vendo o vencedor da licitação ressarcir os dispêndios Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do ser-
correspondentes, especificados no edital. viço concedido, cabendo-lhe responder por todos os
Art. 22. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários
certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo
relativos à licitação ou às próprias concessões. órgão competente exclua ou atenue essa responsabi-
lidade.
Capítulo VI § 1º Sem prejuízo da responsabilidade a que se refe-
Do contrato de concessão re este artigo, a concessionária poderá contratar com
terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes,
Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de con- acessórias ou complementares ao serviço concedido,
cessão as relativas: bem como a implementação de projetos associados.
I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão; § 2º Os contratos celebrados entre a concessionária e
II - ao modo, forma e condições de prestação do ser- os terceiros a que se refere o parágrafo anterior re-
viço; ger-se-ão pelo direito privado, não se estabelecendo
III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder
definidores da qualidade do serviço; concedente.
§ 3º A execução das atividades contratadas com ter-
IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos
ceiros pressupõe o cumprimento das normas regula-
para o reajuste e a revisão das tarifas;
mentares da modalidade do serviço concedido.
V - aos direitos, garantias e obrigações do poder con-
Art. 26. É admitida a subconcessão, nos termos previs-
cedente e da concessionária, inclusive os relaciona-
tos no contrato de concessão, desde que expressamen-
dos às previsíveis necessidades de futura alteração
te autorizada pelo poder concedente.
e expansão do serviço e consequente modernização,
§ 1º A outorga de subconcessão será sempre precedi-
aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das
da de concorrência.
instalações; § 2º O subconcessionário se sub-rogará todos os direi-
VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção tos e obrigações da subconcedente dentro dos limites
e utilização do serviço; da subconcessão.
VII - à forma de fiscalização das instalações, dos equi- Art. 27. A transferência de concessão ou do contro-
pamentos, dos métodos e práticas de execução do ser- le societário da concessionária sem prévia anuência do
viço, bem como a indicação dos órgãos competentes poder concedente implicará a caducidade da concessão.
para exercê-la; § 1º Para fins de obtenção da anuência de que trata o
VIII - às penalidades contratuais e administrativas a caput deste artigo, o pretendente deverá:
que se sujeita a concessionária e sua forma de apli- I - atender às exigências de capacidade técnica, ido-
cação; neidade financeira e regularidade jurídica e fiscal ne-
IX - aos casos de extinção da concessão; cessárias à assunção do serviço; e
X - aos bens reversíveis; II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do
XI - aos critérios para o cálculo e a forma de paga- contrato em vigor.
mento das indenizações devidas à concessionária, § 2º (Revogado).
quando for o caso; § 3º (Revogado).
XII - às condições para prorrogação do contrato; § 4º (Revogado).
XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da Art. 27-A. Nas condições estabelecidas no contrato de
prestação de contas da concessionária ao poder con- concessão, o poder concedente autorizará a assunção
cedente; do controle ou da administração temporária da con-
DIREITO ADMINISTRATIVO

XIV - à exigência da publicação de demonstrações fi- cessionária por seus financiadores e garantidores com
nanceiras periódicas da concessionária; e quem não mantenha vínculo societário direto, para
XV - ao foro e ao modo amigável de solução das diver- promover sua reestruturação financeira e assegurar a
gências contratuais. continuidade da prestação dos serviços.
Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de § 1º Na hipótese prevista no caput, o poder conceden-
serviço público precedido da execução de obra pública te exigirá dos financiadores e dos garantidores que
deverão, adicionalmente: atendam às exigências de regularidade jurídica e fis-
I - estipular os cronogramas físico-financeiros de exe- cal, podendo alterar ou dispensar os demais requisitos
cução das obras vinculadas à concessão; e previstos no inciso I do parágrafo único do art. 27.

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§ 2º A assunção do controle ou da administração tem- V - na hipótese de ter sido indicada instituição finan-
porária autorizadas na forma do caput deste artigo ceira, conforme previsto no inciso IV do caput deste
não alterará as obrigações da concessionária e de seus artigo, fica a concessionária obrigada a apresentar a
controladores para com terceiros, poder concedente e essa os créditos para cobrança;
usuários dos serviços públicos. VI - os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser
§ 3º Configura-se o controle da concessionária, para depositados pela concessionária ou pela instituição
os fins dispostos no caput deste artigo, a propriedade encarregada da cobrança em conta corrente bancária
resolúvel de ações ou quotas por seus financiadores e vinculada ao contrato de mútuo;
garantidores que atendam os requisitos do art. 116 da VII - a instituição financeira depositária deverá trans-
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. ferir os valores recebidos ao mutuante à medida que
§ 4º Configura-se a administração temporária da as obrigações do contrato de mútuo tornarem-se exi-
concessionária por seus financiadores e garantidores gíveis; e
quando, sem a transferência da propriedade de ações VIII - o contrato de cessão disporá sobre a devolução à
ou quotas, forem outorgados os seguintes poderes: concessionária dos recursos excedentes, sendo vedada
I - indicar os membros do Conselho de Administração, a retenção do saldo após o adimplemento integral do
contrato.
a serem eleitos em Assembleia Geral pelos acionistas,
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, serão consi-
nas sociedades regidas pela Lei nº 6.404, de 15 de de-
derados contratos de longo prazo aqueles cujas obri-
zembro de 1976; ou administradores, a serem eleitos
gações tenham prazo médio de vencimento superior a
pelos quotistas, nas demais sociedades; 5 (cinco) anos.
II - indicar os membros do Conselho Fiscal, a serem
eleitos pelos acionistas ou quotistas controladores em Capítulo VII
Assembleia Geral; Dos encargos do poder concedente
III - exercer poder de veto sobre qualquer proposta
submetida à votação dos acionistas ou quotistas da Art. 29. Incumbe ao poder concedente:
concessionária, que representem, ou possam represen- I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar per-
tar, prejuízos aos fins previstos no caput deste artigo; manentemente a sua prestação;
IV - outros poderes necessários ao alcance dos fins II - aplicar as penalidades regulamentares e contra-
previstos no caput deste artigo. tuais;
§ 5º A administração temporária autorizada na forma III - intervir na prestação do serviço, nos casos e con-
deste artigo não acarretará responsabilidade aos fi- dições previstos em lei;
nanciadores e garantidores em relação à tributação, IV - extinguir a concessão, nos casos previstos nesta
encargos, ônus, sanções, obrigações ou compromissos Lei e na forma prevista no contrato;
com terceiros, inclusive com o poder concedente ou V - homologar reajustes e proceder à revisão das ta-
empregados. rifas na forma desta Lei, das normas pertinentes e do
§ 6º O Poder Concedente disciplinará sobre o prazo da contrato;
administração temporária. VI - cumprir e fazer cumprir as disposições regula-
Art. 28. Nos contratos de financiamento, as concessio- mentares do serviço e as cláusulas contratuais da con-
nárias poderão oferecer em garantia os direitos emer- cessão;
gentes da concessão, até o limite que não comprome- VII - zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apu-
ta a operacionalização e a continuidade da prestação rar e solucionar queixas e reclamações dos usuários,
do serviço. que serão cientificados, em até trinta dias, das provi-
Art. 28-A. Para garantir contratos de mútuo de lon- dências tomadas;
VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários
go prazo, destinados a investimentos relacionados a
à execução do serviço ou obra pública, promovendo
contratos de concessão, em qualquer de suas modali-
as desapropriações, diretamente ou mediante outorga
dades, as concessionárias poderão ceder ao mutuante,
de poderes à concessionária, caso em que será desta a
em caráter fiduciário, parcela de seus créditos opera- responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
cionais futuros, observadas as seguintes condições: IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para
I - o contrato de cessão dos créditos deverá ser regis- fins de instituição de servidão administrativa, os bens
trado em Cartório de Títulos e Documentos para ter necessários à execução de serviço ou obra pública,
eficácia perante terceiros; promovendo-a diretamente ou mediante outorga de
II - sem prejuízo do disposto no inciso I do caput deste poderes à concessionária, caso em que será desta a
artigo, a cessão do crédito não terá eficácia em re- responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
DIREITO ADMINISTRATIVO

lação ao Poder Público concedente senão quando for X - estimular o aumento da qualidade, produtividade,
este formalmente notificado; preservação do meio-ambiente e conservação;
III - os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo XI - incentivar a competitividade; e
serão constituídos sob a titularidade do mutuante, in- XII - estimular a formação de associações de usuários
dependentemente de qualquer formalidade adicional; para defesa de interesses relativos ao serviço.
IV - o mutuante poderá indicar instituição financei- Art. 30. No exercício da fiscalização, o poder conce-
ra para efetuar a cobrança e receber os pagamentos dente terá acesso aos dados relativos à administração,
dos créditos cedidos ou permitir que a concessionária contabilidade, recursos técnicos, econômicos e finan-
o faça, na qualidade de representante e depositária; ceiros da concessionária.

14
Parágrafo único. A fiscalização do serviço será feita Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a
por intermédio de órgão técnico do poder concedente concessão, a administração do serviço será devolvida
ou por entidade com ele conveniada, e, periodicamen- à concessionária, precedida de prestação de contas
te, conforme previsto em norma regulamentar, por pelo interventor, que responderá pelos atos praticados
comissão composta de representantes do poder con- durante a sua gestão.
cedente, da concessionária e dos usuários.
Capítulo X
Capítulo VIII Da extinção da concessão
Dos encargos da concessionária
Art. 35. Extingue-se a concessão por:
Art. 31. Incumbe à concessionária: I - advento do termo contratual;
I - prestar serviço adequado, na forma prevista nesta II - encampação;
Lei, nas normas técnicas aplicáveis e no contrato; III - caducidade;
II - manter em dia o inventário e o registro dos bens IV - rescisão;
vinculados à concessão; V - anulação; e
III - prestar contas da gestão do serviço ao poder conce- VI - falência ou extinção da empresa concessionária
dente e aos usuários, nos termos definidos no contrato; e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de
IV - cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as empresa individual.
cláusulas contratuais da concessão; § 1º Extinta a concessão, retornam ao poder conce-
V - permitir aos encarregados da fiscalização livre dente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios
acesso, em qualquer época, às obras, aos equipamen- transferidos ao concessionário conforme previsto no
tos e às instalações integrantes do serviço, bem como edital e estabelecido no contrato.
a seus registros contábeis; § 2º Extinta a concessão, haverá a imediata assunção
VI - promover as desapropriações e constituir servi- do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos
dões autorizadas pelo poder concedente, conforme levantamentos, avaliações e liquidações necessários.
previsto no edital e no contrato; § 3º A assunção do serviço autoriza a ocupação das
VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à instalações e a utilização, pelo poder concedente, de
prestação do serviço, bem como segurá-los adequa- todos os bens reversíveis.
damente; e § 4º Nos casos previstos nos incisos I e II deste arti-
VIII - captar, aplicar e gerir os recursos financeiros ne- go, o poder concedente, antecipando-se à extinção da
cessários à prestação do serviço. concessão, procederá aos levantamentos e avaliações
Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão- necessários à determinação dos montantes da indeni-
-de-obra, feitas pela concessionária serão regidas pe- zação que será devida à concessionária, na forma dos
las disposições de direito privado e pela legislação tra- arts. 36 e 37 desta Lei.
balhista, não se estabelecendo qualquer relação entre Art. 36. A reversão no advento do termo contratual
os terceiros contratados pela concessionária e o poder far-se-á com a indenização das parcelas dos inves-
concedente. timentos vinculados a bens reversíveis, ainda não
amortizados ou depreciados, que tenham sido rea-
Capítulo IX lizados com o objetivo de garantir a continuidade e
Da intervenção atualidade do serviço concedido.
Art. 37. Considera-se encampação a retomada do ser-
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na conces- viço pelo poder concedente durante o prazo da con-
são, com o fim de assegurar a adequação na prestação cessão, por motivo de interesse público, mediante lei
do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas autorizativa específica e após prévio pagamento da
contratuais, regulamentares e legais pertinentes. indenização, na forma do artigo anterior.
Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do po- Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acar-
der concedente, que conterá a designação do interventor, retará, a critério do poder concedente, a declaração de
o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida. caducidade da concessão ou a aplicação das sanções
Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do
deverá, no prazo de trinta dias, instaurar procedimen- art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.
to administrativo para comprovar as causas determi- § 1º A caducidade da concessão poderá ser declarada
nantes da medida e apurar responsabilidades, assegu- pelo poder concedente quando:
rado o direito de ampla defesa. I - o serviço estiver sendo prestado de forma inade-
DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 1º Se ficar comprovado que a intervenção não ob- quada ou deficiente, tendo por base as normas, crité-
servou os pressupostos legais e regulamentares será rios, indicadores e parâmetros definidores da qualida-
declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imedia- de do serviço;
tamente devolvido à concessionária, sem prejuízo de II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais
seu direito à indenização. ou disposições legais ou regulamentares concernentes
§ 2º O procedimento administrativo a que se refere o à concessão;
caput deste artigo deverá ser concluído no prazo de III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer
até cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se in- para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de
válida a intervenção. caso fortuito ou força maior;

15
IV - a concessionária perder as condições econômi- Capítulo XII
cas, técnicas ou operacionais para manter a adequada Disposições finais e transitórias
prestação do serviço concedido;
V - a concessionária não cumprir as penalidades im- Art. 41. O disposto nesta Lei não se aplica à concessão,
postas por infrações, nos devidos prazos; permissão e autorização para o serviço de radiodifu-
VI - a concessionária não atender a intimação do po- são sonora e de sons e imagens.
der concedente no sentido de regularizar a prestação Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas
do serviço; e anteriormente à entrada em vigor desta Lei conside-
VII - a concessionária não atender a intimação do po- ram-se válidas pelo prazo fixado no contrato ou no
der concedente para, em 180 (cento e oitenta) dias, ato de outorga, observado o disposto no art. 43 desta
apresentar a documentação relativa a regularidade Lei.
fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da § 1º Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. de outorga, o serviço poderá ser prestado por órgão ou
§ 2º A declaração da caducidade da concessão deverá entidade do poder concedente, ou delegado a tercei-
ser precedida da verificação da inadimplência da con- ros, mediante novo contrato.
cessionária em processo administrativo, assegurado o § 2º As concessões em caráter precário, as que estive-
direito de ampla defesa. rem com prazo vencido e as que estiverem em vigor
§ 3º Não será instaurado processo administrativo de por prazo indeterminado, inclusive por força de legis-
inadimplência antes de comunicados à concessioná- lação anterior, permanecerão válidas pelo prazo ne-
ria, detalhadamente, os descumprimentos contratuais cessário à realização dos levantamentos e avaliações
referidos no § 1º deste artigo, dando-lhe um prazo indispensáveis à organização das licitações que pre-
para corrigir as falhas e transgressões apontadas e cederão a outorga das concessões que as substituirão,
para o enquadramento, nos termos contratuais. prazo esse que não será inferior a 24 (vinte e quatro)
§ 4º Instaurado o processo administrativo e compro- meses.
vada a inadimplência, a caducidade será declarada § 3º As concessões a que se refere o § 2º deste arti-
por decreto do poder concedente, independentemente go, inclusive as que não possuam instrumento que as
de indenização prévia, calculada no decurso do pro- formalize ou que possuam cláusula que preveja pror-
cesso. rogação, terão validade máxima até o dia 31 de de-
§ 5º A indenização de que trata o parágrafo anterior, zembro de 2010, desde que, até o dia 30 de junho de
será devida na forma do art. 36 desta Lei e do contra- 2009, tenham sido cumpridas, cumulativamente, as
to, descontado o valor das multas contratuais e dos seguintes condições:
danos causados pela concessionária. I - levantamento mais amplo e retroativo possível dos
§ 6º Declarada a caducidade, não resultará para o elementos físicos constituintes da infra-estrutura de
poder concedente qualquer espécie de responsabili- bens reversíveis e dos dados financeiros, contábeis e
dade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou comerciais relativos à prestação dos serviços, em di-
compromissos com terceiros ou com empregados da mensão necessária e suficiente para a realização do
concessionária. cálculo de eventual indenização relativa aos investi-
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido mentos ainda não amortizados pelas receitas emer-
por iniciativa da concessionária, no caso de descum- gentes da concessão, observadas as disposições legais
primento das normas contratuais pelo poder conce- e contratuais que regulavam a prestação do serviço ou
dente, mediante ação judicial especialmente intenta- a ela aplicáveis nos 20 (vinte) anos anteriores ao da
da para esse fim. publicação desta Lei;
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste II - celebração de acordo entre o poder concedente e
artigo, os serviços prestados pela concessionária não o concessionário sobre os critérios e a forma de in-
poderão ser interrompidos ou paralisados, até a deci- denização de eventuais créditos remanescentes de in-
são judicial transitada em julgado. vestimentos ainda não amortizados ou depreciados,
apurados a partir dos levantamentos referidos no inci-
Capítulo XI so I deste parágrafo e auditados por instituição espe-
Das permissões cializada escolhida de comum acordo pelas partes; e

Art. 40. A permissão de serviço público será formali- III - publicação na imprensa oficial de ato formal de
zada mediante contrato de adesão, que observará os autoridade do poder concedente, autorizando a pres-
termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do tação precária dos serviços por prazo de até 6 (seis)
DIREITO ADMINISTRATIVO

edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à meses, renovável até 31 de dezembro de 2008, me-
revogabilidade unilateral do contrato pelo poder con- diante comprovação do cumprimento do disposto nos
cedente. incisos I e II deste parágrafo.
Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto § 4º Não ocorrendo o acordo previsto no inciso II do
nesta Lei. § 3º deste artigo, o cálculo da indenização de inves-
timentos será feito com base nos critérios previstos
no instrumento de concessão antes celebrado ou, na
omissão deste, por avaliação de seu valor econômico
ou reavaliação patrimonial, depreciação e amortiza-

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ção de ativos imobilizados definidos pelas legislações nômico, seu exercício passa a ser vedado à livre iniciativa
fiscal e das sociedades por ações, efetuada por em- dos particulares, salvo se o Estado delegar a prestação do
presa de auditoria independente escolhida de comum serviço por meio de delegações, concessões, permissões
acordo pelas partes. ou autorizações.
§ 5º No caso do § 4º deste artigo, o pagamento de Entende-se por domínio econômico o conjunto de
eventual indenização será realizado, mediante garan- atividades constitucionalmente reservadas à iniciativa
tia real, por meio de 4 (quatro) parcelas anuais, iguais privada. Não se confunde com ordem econômica, que é
e sucessivas, da parte ainda não amortizada de in- o complexo de princípios e normas jurídicas que discipli-
vestimentos e de outras indenizações relacionadas à nam as atividades econômicas.
prestação dos serviços, realizados com capital próprio Para melhor compreender como o Estado pode in-
do concessionário ou de seu controlador, ou originá- fluenciar a iniciativa privada no domínio econômico, im-
rios de operações de financiamento, ou obtidos me- prescindível é conhecer os princípios e normas gerais da
diante emissão de ações, debêntures e outros títulos ordem econômica, que se encontram dispostas no art.
mobiliários, com a primeira parcela paga até o último 170 da CF/1988:
dia útil do exercício financeiro em que ocorrer a rever- Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização
são. do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
§ 6º Ocorrendo acordo, poderá a indenização de que assegurar a todos existência digna, conforme os dita-
trata o § 5º deste artigo ser paga mediante receitas de mes da justiça social, observados os seguintes princí-
novo contrato que venha a disciplinar a prestação do pios:
serviço. I - soberania nacional;
Art. 43. Ficam extintas todas as concessões de servi- II - propriedade privada;
ços públicos outorgadas sem licitação na vigência da III - função social da propriedade;
Constituição de 1988. IV - livre concorrência;
Parágrafo único. Ficam também extintas todas as V - defesa do consumidor;
concessões outorgadas sem licitação anteriormente à VI - defesa do meio ambiente;
Constituição de 1988, cujas obras ou serviços não te- VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
nham sido iniciados ou que se encontrem paralisados VIII - busca do pleno emprego;
quando da entrada em vigor desta Lei. IX - tratamento favorecido para as empresas brasilei-
Art. 44. As concessionárias que tiverem obras que se ras de capital nacional de pequeno porte.
encontrem atrasadas, na data da publicação desta Lei, Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício
apresentarão ao poder concedente, dentro de cento e de qualquer atividade econômica, independentemen-
oitenta dias, plano efetivo de conclusão das obras. te de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos
Parágrafo único. Caso a concessionária não apresente previstos em lei.
o plano a que se refere este artigo ou se este plano não
oferecer condições efetivas para o término da obra, o Pela leitura do dispositivo constitucional, percebe-se
poder concedente poderá declarar extinta a conces- que a ordem econômica rege-se pelas normas de direi-
são, relativa a essa obra. to privado, mais especificamente pelas regras de Direito
Art. 45. Nas hipóteses de que tratam os arts. 43 e 44 Civil e Direito Empresarial, em respeito às liberdades in-
desta Lei, o poder concedente indenizará as obras e dividuais garantida a todos os cidadãos. Todavia, essas
serviços realizados somente no caso e com os recursos liberdades também podem sofrer restrições, principal-
da nova licitação. mente se acabarem partindo de encontro contra aspec-
Parágrafo único. A licitação de que trata o caput deste tos sociais, ou contra interesses difusos, como a proteção
artigo deverá, obrigatoriamente, levar em conta, para ao meio ambiente, aos direitos do consumidor, a fun-
fins de avaliação, o estágio das obras paralisadas ou ção social da propriedade, etc. O Estado brasileiro não é
atrasadas, de modo a permitir a utilização do crité- uma figura ausente e passiva, devendo agir e intervir na
rio de julgamento estabelecido no inciso III do art. 15 medida em que o exercício descontrolado da atividade
desta Lei. econômica possa causar danos irreparáveis contra a so-
Art. 46. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi- ciedade.
cação.
Art. 47. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 13 de fevereiro de 1995; 174º da Indepen-
dência e 107º da República.
DIREITO ADMINISTRATIVO

6. Intervenção do Estado no domínio econômico:

A Constituição Federal de 1988 trouxe uma grande


inovação, ao estabelecer claramente quais atividades es-
tariam dentro do campo de atuação do Estado, caracteri-
zando-se como “serviços públicos”, e qual seria o domí-
nio das atividades econômicas, de competência da livre
iniciativa. Na medida em que o ordenamento define uma
tarefa como serviço público, retirando-a do domínio eco-

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Os atos administrativos são as manifestações de von-
tade da Administração Pública que objetivam adquirir,
EXERCÍCIO COMENTADO resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar di-
reitos ou impor obrigações aos particulares ou a si pró-
1. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC – 2017) Quando o pria. Isso significa que a Administração, antes mesmo de
Estado atua no domínio econômico pode fazê-lo: iniciar sua atuação, deve expedir uma declaração que ex-
prime a sua vontade de realizar o referido ato.
a) diretamente, por meio de empresas públicas ou socie- Importante frisar o caráter infra legal dos atos ad-
dades de economia mista, pessoas jurídicas de direito ministrativos, pois imprescindível é a submissão da Ad-
público que integram a Administração pública indire- ministração Pública, seus agentes e órgãos à soberania
ta mas atuam no mercado em regime de competição popular. O ato administrativo, dessa forma, deve estar
com o setor privado. previsto em lei, e seu conteúdo não pode ser contrário à
b) por meio de intervenção direta, seja na propriedade lei (contra legem), mas complementar a ela, isso é, deve
privada, seja regulando o mercado em seus diversos estar conforme a lei (secundum legem).
setores, não podendo, contudo, submeter-se a regime
jurídico de direito privado quando envolver emprego 2. Requisitos dos atos administrativos
de recursos públicos.
c) diretamente ou indiretamente, neste caso admitida a Os requisitos ou elementos dos atos administrativos
modalidade de fomento, incentivando o fortalecimen- é matéria com grande divergência doutrinária. A maioria
to ou desenvolvimento de determinados segmentos, dos concursos públicos ainda adota a concepção mais
categorias ou setores de mercado conforme o interes- clássica dos requisitos dos atos administrativos e, por
se público, afastada, contudo, qualquer possibilidade isso, daremos maior destaque a ela. De modo geral, a
de favorecimento. corrente clássica, defendida por autores como Hely Lo-
d) preferencialmente de forma direta em alguns setores pes Meirelles, tende a atribuir aos atos administrativos
da economia, criando pessoas jurídicas de direito pú- cinco requisitos para a sua formação, utilizando como
blico e privado para atuarem em regime de concor- inspiração o preceito legal disposto no art. 2º da Lei nº
rência ou parceria com a iniciativa privada. 4.717/1965. São eles: a) competência, b) objeto, c) forma,
e) por meio da prestação de serviços públicos de forma d) motivo, e e) finalidade.
direta, seja pela Administração direta, seja pela indireta,
não se incluindo na atuação a delegação dos referidos 2.1 Competência
serviços, hipótese em que o Estado transfere ao particular
a responsabilidade pela atuação no domínio econômico. Competência diz respeito à capacidade do agente pú-
blico para o exercício dos atos administrativos. É requisi-
Resposta: Letra C. Letra A está incorreta pois as em- to de validade, haja vista que, no Direito Administrativo, a
presas públicas e sociedades de economia mista são lei é quem estabelece as competências atribuídas a seus
pessoas jurídicas de direito privado. Letra B está incor- agentes para o desempenho de suas funções. Quando o
reta pois a intervenção da empresa pública e socie- agente atua fora dos limites da lei, diz-se que cometeu
dade de economia mista na exploração de atividade ato nulo por excesso de poder. É, por isso, sempre um
econômica importa em sujeição às regras de direito ato vinculado.
privado. Letra D está incorreta, pois os casos de inter- A competência possui certas características próprias,
venção direta do Estado são apenas excepcionais, pre- a saber: obrigatória, intransferível, irrenunciável, imodi-
ferencialmente ele deve intervir de forma indireta (art. ficável, imprescritível e improrrogável. Obrigatória por-
173 da CF/1988). Letra E está incorreta pois, no caso, que representa um dever do agente público. Irrenun-
não há que se falar em prestação de serviço público, e ciável porque o agente público não pode abrir mão de
sim em exploração de atividade econômica. sua competência. Imprescritível, porque a competência
perdura ao longo do tempo, ela não caduca. Improrro-
gável significa dizer que se é competente hoje, continua-
rá sendo sempre, exceto por previsão legal expressa em
ATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, sentido contrário. Intransferível, ou inderrogável, é a im-
REQUISITOS E ATRIBUTOS; ANULAÇÃO, possibilidade de se transferir a competência de um para
REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO; outro, por interesse das partes.
DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO. No entanto, essas características não vedam a possi-
bilidade de delegação ou avocação, quando prevista em
DIREITO ADMINISTRATIVO

lei. Por isso, pode-se dizer também que a delegabilidade


1. Conceito de ato administrativo é outra característica da competência. Porém, atente-se
ao disposto no art. 13 da Lei nº 9.784/1999: “Não podem
Tudo que praticamos nas nossas vidas podem ser ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter
considerados atos. Mas, para o Direito, os atos são aque- normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III
les capazes de produzir efeitos jurídicos. E, assim como - as matérias de competência exclusiva do órgão ou au-
as pessoas na vida privada, a Administração Pública tam- toridade”. Alguns atos, então, não podem ser delegados
bém pratica atos, que são capazes de produzir efeitos a outras autoridades, principalmente se tais atos são de
jurídicos diversos. competência exclusiva do agente público.

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2.2 Objeto 2.5 Finalidade

Objeto é o conteúdo do ato, ou o resultado que pre- Finalidade é o objetivo a ser almejado pela prática
tende ser almejado pela prática do ato administrativo. daquele ato administrativo. Em muitos casos, o objetivo
Todo ato administrativo tem por objeto a criação, modi- almejado é a proteção do interesse público. Sempre que
ficação, ou comprovação de situações jurídicas concer- o ato for praticado tendo em vista o interesse alheio, será
nentes a pessoas, bens, ou atividades sujeitas ao exercí- nulo por desvio de finalidade.
cio do Poder Público. É através dele que a Administração Além dessa concepção clássica, há também uma clas-
exerce seu poder, concede um benefício, aplica uma sificação mais moderna dos requisitos dos atos admi-
sanção, declara sua vontade, estabelece um direito do nistrativos, elaborada por autores como Celso Antônio
administrado, etc. Bandeira de Mello. Por ser pouco utilizada em concursos
O objeto pode não estar previsto expressamente na públicos, observaremos apenas os pontos essenciais e
didáticos da referida classificação.
legislação, cabendo ao agente competente a opção que
Para essa concepção moderna, são requisitos dos
seja mais oportuna e conveniente ao interesse público.
atos administrativos: a) sujeito; b) motivo; c) requisitos
A definição de objeto do ato administrativo trata-se,
procedimentais; d) finalidade; e) causa e f) formalização.
por isso, de ato discricionário.
Sujeito, requisitos procedimentais e causa são os requi-
sitos vinculados, enquanto que o motivo, a finalidade e a
2.3 Forma formalização são requisitos discricionários.
A forma é o modo através do qual se exterioriza o 3. Atributos dos atos administrativos
ato administrativo, é seu revestimento. O desrespeito à
forma do ato acarreta na sua nulidade. Trata-se de ato Atributos são as características dos atos administra-
vinculado, quando exigida por Lei, e discricionário quan- tivos, que os distinguem dos demais atos jurídicos, pois
do a sua escolha couber ao próprio agente público. estão submetidos ao regime jurídico administrativo. Es-
Em regra, os atos administrativos são sempre exte- sas características traduzem em prerrogativas concedi-
riorizados por escrito, mas podem também ser orais, das à Administração Pública para que ela possa atender
gestuais, ou até mesmo expedidos por máquinas. O art. de maneira adequada às necessidades da população.
22 da Lei nº 9.784/1999 determina que “os atos do pro- A doutrina mais moderna faz referência a cinco atri-
cesso administrativo não dependem de forma determi- butos distintos: a) presunção de legitimidade e veracida-
nada senão quando a lei expressamente a exigir”. de; b) imperatividade; c) exigibilidade; d) autoexecutorie-
dade; e e) tipicidade.
2.4 Motivo
3.1 Presunção de legitimidade e veracidade
O motivo é a circunstância de fato ou de direito que
determina ou autoriza a prática do ato, isso é, a situação Também pode ser denominado presunção de legalidade,
fática que justifica a realização do ato. Situação de fato significa que todo ato administrativo é considerado válido no
é o conjunto de circunstâncias que motivam a realização âmbito jurídico, até surgir prova em contrário. Se, pelo princí-
do ato; questões de direito é a previsão legal que leva à pio da legalidade, ao Administrador só cabe fazer o que a lei
realização do ato. permite, então presume-se que o fez respeitando a lei.
Nosso Direito admite duas formas de presunção:
O motivo pode ser tanto requisito vinculado como
presunção juris et de jure que significa “de direito e por
discricionário, dependendo do comando legal imposto
direito”, é presunção absoluta, que não admite prova
aos agentes. O motivo será vinculado quando a lei ex-
em contrário. Temos também a presunção juris tantum,
pressamente obrigar o agente a agir de um certo modo,
resultante do próprio direito e, embora por ele estabe-
como na hipótese de lançamento tributário (o fiscal da lecida com verdadeira, admite prova em contrário. A pre-
Receita não tem direito de escolha, se deve ou não fa- sunção dos atos administrativos é juris tantum. Trata-se,
zer o lançamento). Situação diversa é a do pedido de então, de presunção relativa. Cabe ao particular que ale-
demissão de servidor público no caso de incontinência gou a ilegalidade do ato administrativo provar a carência
pública (art. 132, V, da Lei nº 8.112/1990), hipótese em de legitimidade do mesmo.
que a autoridade competente tem maior liberdade para A presunção atinge todos os atos, inclusive aqueles
avaliar se a demissão é realmente ato necessário ou não, praticados pela Administração com base no direito priva-
dependendo do caso concreto. do. Qualquer que seja o ato, se praticado pela Administra-
Não se confunde motivo com motivação. Esta é a jus- ção Pública, será presumidamente legítimo e verdadeiro.
DIREITO ADMINISTRATIVO

tificativa para a realização de determinado ato. O motivo


ocorre em momento anterior a prática do ato, enquanto 3.2 Imperatividade
que a motivação, por ser uma série de explicações que
justificam a expedição do ato, ocorre sempre em mo- Compreendida também como coercibilidade, os atos
mento posterior. Assim, todo o ato tem seu motivo, mas administrativos se impõem aos destinatários, indepen-
nem sempre é expedido adjunto com a motivação, que dentemente de sua concordância, outorgando-lhes de-
nada mais é do que a exteriorização dos motivos. veres e obrigações. A imperatividade garante ao Poder
Público a capacidade de produzir atos que geram conse-
quências perante terceiros.

19
A justificativa da criação unilateral, ainda que contra a 4. Classificação dos atos administrativos
vontade dos administrados, dos atos administrativos é o
Poder coercitivo do Estado, também denominado Poder Ex- Atos administrativos existem dos mais variados tipos.
troverso. Esse não é um atributo comum a todos os atos, Para efeitos didáticos, costuma-se dividir e agrupá-los,
mas tão somente aos que impõem obrigações aos adminis- formando-se uma verdadeira classificação desses atos.
trados. Assim, não têm essa característica os atos que ou- Portanto, passemos a analisar as diversas modalidades
torgam direitos (autorização, permissão, licença), bem como de atos administrativos, observando os seguintes crité-
aqueles meramente administrativos (certidão, parecer). rios:

3.3 Exigibilidade 4.1 Quanto ao grau de liberdade

Consiste no atributo que permite à Administração A) Atos vinculados: são aqueles praticados pela Ad-
Pública aplicar sanções aos particulares por violação da ministração Pública sem nenhuma liberdade de
ordem jurídica, sem a necessidade de recorrer ao proces- atuação. A lei define todas as margens de sua
so judicial, que é demasiado longo e repleto de soleni- conduta. Havendo vício no ato vinculado, pode-se
dades. A exigibilidade permite ao Administrador aplicar pleitear a sua anulação e não a revogação, pois tra-
as sanções administrativas, como multas, advertências, e ta-se de vício de legalidade. É o caso, por exemplo,
interdição de estabelecimentos comerciais. da concessão de aposentadoria para o contribuin-
te beneficiário.
3.4 Autoexecutoriedade B) Atos discricionários: a lei também estabelece uma
série de regras para a prática de um ato, mas dei-
A autoexecutoriedade permite que a Administração xa certo grau de liberdade ao agente público, que
Pública possa realizar a execução material de seus atos. A poderá optar por um entre vários caminhos igual-
expressão “auto” advém do fato de que o Poder Público mente válidos. Há uma avaliação subjetiva prévia à
não necessita de autorização judicial para desconstituir edição do ato. É o caso das permissões para o uso
a situação irregular e violadora da ordem jurídica, o que de bem público.
a difere da exigibilidade, que não tem o condão de, por
si só, desconstituir a irregularidade do ato, apenas pune 4.2 Quanto à formação de vontade
o infrator. Para tanto, necessita da presença de dois re-
quisitos: a previsão legal, como nos casos de Poder de A) Atos simples: são aqueles que nascem da mani-
Polícia; e o caráter de urgência, a fim de preservar o in- festação de vontade de apenas um órgão, seja ele
teresse coletivo. unipessoal (formado só por uma pessoa) ou co-
legiado (composto por várias pessoas). O ato que
3.5 Tipicidade altera o horário de atendimento da repartição pú-
blica, emitido por uma única pessoa, bem como
A tipicidade diz respeito à necessidade de respeitar a decisão administrativa do Conselho de Contri-
as finalidades específicas delimitadas pela lei, para cada buintes do Ministério da Fazenda, que expressa
espécie de ato administrativo. Dependendo da finalidade vontade única apesar de ser órgão colegiado, são
que o Poder Público almeja, existe um ato definido em exemplos de atos simples.
lei. A lei deve sempre estabelecer os tipos de atos e suas B) Atos complexos: são aqueles que se formam pela
consequências, promovendo ao particular a garantia de união de várias vontades, isso é, que necessitam da
que a Administração Pública não fará uso de atos inomi- manifestação de vontade de dois ou mais órgãos
nados, sem tipificação, que impõe obrigações cuja previ- diferentes para a sua formação. Enquanto todos os
são legal não existe. É um atributo que deriva do próprio órgãos competentes não se manifestarem da for-
princípio da legalidade. ma devida, o ato não estará perfeito.
C) Atos compostos: é aquele que advém de mani-
festação de apenas um órgão. Porém, para que
#FicaDica
produza efeitos, depende da aprovação, visto, ou
A tipicidade é característica marcante da ex- anuência de outro ato, que o homologa, como
propriação de bens particulares pelo Poder condição para a executoriedade daquele ato. Cos-
Público. É o caso de desapropriação adminis- tuma-se afirmar que o ato posterior é acessório
trativa, hipótese em que o Poder Público tem do anterior, pois a manifestação do segundo ato
a prerrogativa de tirar da esfera de alguma não possui a mesma matéria do primeiro: ele ape-
DIREITO ADMINISTRATIVO

pessoa física a titularidade sobre bem imóvel, nas complementa a aplicação deste. Exemplo: a
transformando-o em bem público. Para tanto, nomeação de servidor público, que deve sempre
deve realizar um procedimento envolvendo anteceder a sua aprovação em concurso público.
aspectos mais complexos, como a declaração
de utilidade ou necessidade pública (art. 5º, 4.3 Quanto aos destinatários
XXIV, da CF/1998), bem como a necessidade
de prévia indenização ao particular que teve
A) Atos gerais: são o conjunto de regras de caráter
seu bem expropriado, em pecúnia (art. 182, §
abstrato e impessoal. Seus destinatários são mui-
3º, da CF/1988).
tos, mas unidos por características em comum, que

20
os faz destinatários do mesmo ato. Para produzi- B) Atos imperfeitos: são os que ainda não completa-
rem seus efeitos, já que externos, devem ser publi- ram seu processo de formação, e por isso mesmo,
cados na imprensa oficial. Exemplos: os editais de não estão aptos a produzirem efeitos. Atos imper-
concurso público, as instruções normativas. feitos geralmente necessitam de outro ato que o
B) Atos coletivos: são aqueles expedidos a um grupo homologue.
definido de destinatários. É o caso, por exemplo, C) Atos pendentes: são aqueles que se sujeitam a
de alteração de horário de funcionamento de uma condição ou termo para começar a produzir efei-
repartição pública. Tal ato, evidentemente, somen- tos. Seu ciclo de formação está concluído, porém
te é do interesse daqueles funcionários. A publici- depende ainda de um evento para tornar-se apto
dade é atendida apenas com a comunicação dos a produzir efeitos.
interessados, visto que é um ato interno da Admi-
nistração Pública. Os critérios apresentados não são exaustivos: há
C) Atos individuais: são aqueles destinados a apenas outras formas de classificação dos atos administrativos
um único destinatário. Exemplo: a promoção de adotadas por diversos autores. Escolhemos apresen-
um determinado servidor público. A exigência da tar aqueles que têm mais chances de aparecer em uma
publicidade depende somente da comunicação questão de concurso público.
do interessado, não há necessidade de publicação
pelo Diário Oficial. 5. Espécies de atos administrativos

4.4 Quanto aos efeitos Os atos administrativos tipificados pela legislação


brasileira são diversos. Por isso, também é utilizado, para
A) Atos constitutivos: são aqueles que geram uma fins didáticos, uma sistematização dos atos administrati-
nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser vos. A doutrina divide os atos administrativos previstos
pela outorga de um novo direito, como permissão da legislação em cinco espécies distintas:
de uso de bem público, ou a imposição de uma A) Atos normativos: são aqueles que apresentam co-
obrigação, como estabelecer um período de sus- mandos gerais e abstratos para o cumprimento da
pensão. lei. Alguns autores, inclusive, chegam a considerar
B) Atos declaratórios: são aqueles que afirmam uma tais atos “leis em sentido material”. São atos nor-
situação já existente, seja de fato ou de direito. mativos: os decretos e regulamentos; as instruções
Não cria, transfere ou extingue situação jurídica, normativas; os regimentos; as resoluções; e as de-
apenas a reconhece. É o caso da expedição de uma liberações.
certidão de tempo de serviço. B) Atos ordinatórios: correspondem a manifestações
C) Atos modificativos: são os que tem capacidade internas da Administração Pública decorrentes do
de alterar a situação já existente, sem que seja ex- poder hierárquico, estabelecendo regras de fun-
tinta. Todavia, não tem o condão de criar direitos
cionamento de seus órgãos internos e regras de
e obrigações. Exemplo: a alteração do horário de
conduta de seus agentes. Tais atos não podem
atendimento da repartição
disciplinar as condutas dos particulares. São atos
D) Atos extintivos: também denominados atos des-
ordinatórios: as instruções; as circulares; os avisos;
constitutivos, são aqueles que põem termo a um
as portarias; os ofícios; as ordens de serviço; os
direito ou dever pré-existentes. Exemplo: a demis-
despachos; entre outros.
são de servidor público.
C) Atos negociais: são aqueles que manifestam a von-
4.5 Quanto ao objeto tade da Administração em consonância com o in-
teresse dos particulares. Exemplos: a licença, a au-
A) Atos de império: são aqueles praticados pela Ad- torização, a permissão, a concessão, a aprovação,
ministração em posição de superioridade perante a homologação, a renúncia, etc. Os atos negociais
os particulares, como na imposição de multa por podem ser vinculados (licença) ou discricionários
infração administrativa. (autorização), definitivos ou precários, sendo pas-
B) Atos de gestão: são expedidos pela Administração, síveis de revogação pelo Poder Público a qualquer
em posição de igualdade em relação aos adminis- tempo. A característica especial desses atos é que
trados. É o caso da alienação de bem público. eles não disciplinam direitos, e sim interesses dos
C) Atos de expediente: são atos internos, elaborados particulares.
por autoridade subalterna, que não tem capacida- D) Atos enunciativos: também denominados “atos de
de decisória. Exemplo: numeração dos autos no pronúncia”, são aqueles que certificam, ou atestam
DIREITO ADMINISTRATIVO

processo judicial. a existência de uma situação jurídica peculiar. Tais


atos possuem caráter predominantemente de-
4.6 Quanto à exequibilidade claratório. São atos enunciativos: as certidões; os
atestados; os pareceres; etc.
A) Atos perfeitos: são aqueles que completaram seu E) Atos punitivos: como o próprio nome supõe, são
processo de formação, e estão prestes a produzir os atos que aplicam sanções aos particulares, ou
seus efeitos. Perfeição não se confunde com vali- aos servidores que pratiquem condutas irregula-
dade, pois um ato válido pode não ser obrigatoria- res, nos termos da lei. São atos punitivos: as mul-
mente perfeito. tas, as interdições; e a destruição de coisas.

21
6. Invalidação dos atos administrativos O conceito de revogação tem previsão no art. 53 da
Lei nº 9.784/1999: “A Administração deve anular seus
Os atos administrativos possuem um ciclo de vida. próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
Eles são criados, começam a produzir efeitos, e depois pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportu-
de um tempo, desaparecem. Vamos analisar com mais nidade, respeitados os direitos adquiridos”. Sobre o mes-
detalhes justamente o desaparecimento dos atos admi- mo assunto, a Súmula nº 473, do STF: “A administração
nistrativos, embora seja preferível utilizar o termo “extin- pode anular seus próprios atos, quando eivados de ví-
ção” (ou “invalidação”) dos atos administrativos. cios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
Para melhor compreensão do tema, a doutrina utili- direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
za-se de uma sistematização das formas de extinção dos oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e res-
atos administrativos. A principal divisão que deve ser fei- salvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
ta é em relação a produção de efeitos: existem atos ad- Por tratar-se de questão de mérito, a revogação so-
ministrativos eficazes, e atos ineficazes. Quando ineficaz, mente pode ser decretada pela própria Administração
o ato pode ser extinto pela retirada, ou pela sua recusa Pública. É, também, decorrência do princípio da autotu-
pelo beneficiário. Tratando-se de atos eficazes, há quatro tela: a Administração Pública tem competência para anu-
formas de distinção dos atos administrativos: lar e revogar seus atos, sendo descabido a manifestação
A) Extinção ipsu iure pelo cumprimento dos efeitos: é do Poder Judiciário nos atos administrativos discricioná-
a extinção que ocorre pelo cumprimento integral rios. A revogação é elaborada pela mesma autoridade
dos efeitos do ato administrativo. É a extinção na- que praticou o ato principal.
tural esperada por todo ato administrativo. Pode O ato revocatório é sempre secundário, constitutivo e
ocorrer mediante: a.1) esgotamento do conteúdo, discricionário. Seu objeto será sempre o ato administra-
como a vacinação de enfermos após expedição de tivo ou a relação jurídica anterior perfeita e eficaz, desti-
ordem de entrega das vacinas; a.2) execução da or- tuído de qualquer vício. A revogação atinge somente os
dem, como o guinchamento de veículo; a.3) imple- atos discricionários: para os atos vinculados, a medida
mento de condição resolutiva ou termo final, como cabível é a anulação.
o prazo final para renovação da CNH. Por fim, em relação a seus efeitos, a revogação não
B) Extinção ipsu iure pelo desaparecimento da pes- pode atingir as situações jurídicas do passado. Isso signi-
soa ou objeto: os atos administrativos podem di- fica que a revogação produz efeitos futuros, não retroa-
zer respeito a pessoas, ou coisas. Desaparecendo tivos, ou ex nunc. Há a possibilidade do particular, que se
um desses elementos, o ato extingue-se automa- sentiu prejudicado com a referida medida, ingressar em
ticamente, pois perdeu a sua utilidade. As pessoas juízo com pedido de indenização contra a Administração.
“desaparecem” com seu falecimento, como a mor-
te de servidor público que receberia promoção; e 6.2 Anulação
as coisas com a sua ruína ou destruição, como o
desabamento de prédio que recebeu licença para É a extinção de ato administrativo defeituoso, pois
a sua reforma. carece de legalidade, podendo ser expedido pela Admi-
C) Extinção por renúncia: ocorre quando o próprio nistração Pública, ou até mesmo pelo Poder Judiciário.
beneficiário abre mão da situação proporcionada A anulação deriva do próprio princípio da legalidade e
pelo ato administrativo. É o caso da exoneração de autotutela. Também possui fundamento no art. 53 da Lei
cargo público a pedido do seu ocupante. nº 9.784/1999, bem como na Súmula nº 473, do STF.
D) Retirada do ato: é a forma mais importante de ex- A anulação realizada pela própria Administração
tinção dos atos administrativos, para os concursos ocorre mediante a expedição de ato anulatório. Suas ca-
públicos. É a extinção que se dá pela expedição racterísticas principais são: é ato secundário, constitutivo,
de um segundo ato, elaborado para extinguir ato e vinculado. Tanto a Administração como o Poder Judi-
administrativo anterior a ele. Comporta cinco mo- ciário podem decretar a anulação de ato administrativo.
dalidades, que serão vistas com maiores detalhes: Outra característica importante é o prazo definido pelo
revogação, anulação, cassação, caducidade, e con- caput do art. 54 da Lei nº 9.784/1999: “O direito da Ad-
traposição. ministração de anular os atos administrativos de que de-
corram efeitos favoráveis para os destinatários decai em
6.1 Revogação cinco anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé”. O prazo decadencial de cinco
Revogação é a extinção de ato administrativo que anos é atributo exclusivo da anulação.
Por fim, em relação a seus efeitos, importante frisar
DIREITO ADMINISTRATIVO

encontra-se perfeito e apto a produzir seus efeitos, pra-


ticado pela própria Administração Pública, fundada em que o ato defeituoso (aquele que carece de legalidade),
razões de conveniência e oportunidade, sempre alme- encontra-se com o referido defeito desde sua concep-
jando a proteção do interesse público. Nessa hipótese, ção. Por isso, a anulação deve desconstituir os efeitos
ocorre uma causa superveniente, que altera o juízo de desde a data da prática do ato administrativo. Podemos
conveniência e oportunidade sobre a permanência de afirmar, então, que a anulação possui efeito retroativo,
ato discricionário, obrigando a Administração a expedir ou ex tunc. Em regra, não gera ao particular direito à
um segundo ato capaz de revogar esse ato anterior. indenização pela anulação de ato ilegal, salvo se com-
provar ter sofrido dano anormal para ocorrência, do qual
não tenha participado.

22
Convalidação do ato administrativo
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA:
Convalidação é o ato administrativo que, com efeitos ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA;
retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo a CENTRALIZADA E DESCENTRALIZADA;
torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES, EMPRESAS
ato posterior que sana um vício de um ato anterior,
PÚBLICAS, SOCIEDADES DE ECONOMIA
transformando-o em válido desde o momento em que
MISTA, CONSÓRCIOS PÚBLICOS (LEI Nº
foi praticado.
Há alguns autores que não aceitam a convalidação 11.107/2005).
dos atos, sustentando que os atos administrativos so-
mente podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam
à convalidação seriam os atos anuláveis. Administração direta e indireta
Existem três formas de convalidação:
- Ratificação: é a convalidação feita pela própria auto- Administração Direta
ridade que praticou o ato;
- Confirmação: é a convalidação feita por autoridade Administração Pública direta é aquela formada pelos
superior àquela que praticou o ato; entes integrantes da federação e seus respectivos ór-
- Saneamento: é a convalidação feita por ato de ter- gãos. Os entes políticos são a União, os Estados, o Dis-
ceiro, ou seja, não é feita nem por quem praticou o ato trito Federal e os Municípios. À exceção da União, que é
nem por autoridade superior. dotada de soberania, todos os demais são dotados de
autonomia.
Atos discricionários Dispõe o Decreto nº 200/1967:

São os atos que possuem parte de seus pressupostos Art. 4° A Administração Federal compreende:
e elementos previamente fixados pela lei autorizadora. I - A Administração Direta, que se constitui dos servi-
No mínimo, a competência, a finalidade e a forma ços integrados na estrutura administrativa da Presi-
estão previamente fixados na lei – são os pressupostos dência da República e dos Ministérios.
vinculados. Aquilo que está em branco ou indefinido
na lei será preenchido pelo administrador. Tal A administração direta é formada por um conjunto de
preenchimento deve ser feito motivadamente com base núcleos de competências administrativas, os quais já fo-
em fatos e circunstâncias que somente o administrador ram tidos como representantes do poder central (teoria
pode escolher. Contudo, tal escolha não é livre, os fatos da representação) e como mandatários do poder central
e circunstâncias devem ser adequados (razoáveis e (teoria do mandato).
proporcionais) aos limites e intenções da lei. Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke, se-
gundo a qual os órgãos e agentes são apenas núcleos
Atos vinculados administrativos criados e extintos exclusivamente por lei,
mas que podem ser organizados por decretos autôno-
São os que possuem todos os pressupostos e mos do Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de
elementos necessários para sua prática e perfeição personalidade jurídica própria.
previamente estabelecidos em lei que autoriza a prática Assim, os órgãos da Administração direta não pos-
daquele ato. O administrador é um “mero cumpridor de suem patrimônio próprio; e não assumem obrigações
leis”. Também se denomina ato de exercício obrigatório. em nome próprio e nem direitos em nome próprio (não
Quanto ao grau de subordinação à norma, os atos podem ser autor nem réu em ações judiciais, exceto para
administrativos se classificam em vinculados ou discri- fins de mandado de segurança – tanto como impetrante
cionários. “Os atos vinculados são aqueles que tem o como quanto impetrado).
procedimento quase que plenamente delineados em lei, Já que não possuem personalidade, atuam apenas no
enquanto os discricionários são aqueles em que o dispo- cumprimento da lei, não atuando por vontade própria.
sitivo normativo permite certa margem de liberdade para Logo, órgãos são impessoais quando agem no estrito
a atividade pessoal do agente público, especialmente no cumprimento de seus deveres, não respondendo dire-
que tange à conveniência e oportunidade, elementos tamente por seus atos e danos – o órgão central, com
do chamado mérito administrativo. A discricionariedade personalidade, que responderá.
como poder da Administração deve ser exercida conso- Esta impossibilidade de se imputar diretamente a res-
ante determinados limites, não se constituindo em opção ponsabilidade a agentes ou órgãos públicos que estejam
DIREITO ADMINISTRATIVO

arbitrária para o gestor público, razão porque, desde há exercendo atribuições da Administração direta é deno-
muito, doutrina e jurisprudência repetem que os atos de minada teoria da imputação objetiva, de Otto Giërke, que
tal espécie são vinculados em vários de seus aspectos, institui o princípio da impessoalidade.
tais como a competência, forma e fim”2.
- Órgãos Públicos: teorias
“Várias teorias surgiram para explicar as relações do
Estado, pessoa jurídica, com suas agentes: Pela teoria
do mandato, o agente público é mandatário da pessoa
2 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revis- jurídica; a teoria foi criticada por não explicar como o
ta_artigos_leitura&artigo_id=3741

23
Estado, que não tem vontade própria, pode outorgar o - Órgãos Públicos: classificações
mandato”3. A origem desta teoria está no direito privado, Quanto se faz desconcentração da autoridade central
não tendo como prosperar porque o Estado não pode – chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara
outorgar mandato a alguém, afinal, não tem vontade com diversos níveis de órgãos, que podem ser classifica-
própria. dos em simples ou complexos (simples se possuem ape-
Num momento seguinte, adotou-se a teoria da re- nas uma estrutura administrativa, complexos se possuem
presentação: “Posteriormente houve a substituição dessa uma rede de estruturas administrativas) e em unitários
concepção pela teoria da representação, pela qual a von- ou colegiados (unitário se o poder de decisão se concen-
tade dos agentes, em virtude de lei, exprimiria a vontade tra em uma pessoa, colegiado se as decisões são toma-
do Estado, como ocorre na tutela ou na curatela, figuras das em conjunto e prevalece a vontade da maioria):
jurídicas que apontam para representantes dos incapa- a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou
zes. Ocorre que essa teoria, além de equiparar o Estado, estrutura do Estado, gozando de independência
pessoa jurídica, ao incapaz (sendo que o Estado é pessoa para agir e não se submetendo a outros órgãos.
jurídica dotada de capacidade plena), não foi suficiente Cabe a eles definir as políticas que serão imple-
para alicerçar um regime de responsabilização da pes- mentadas. É o caso da Presidência da República,
soa jurídica perante terceiros prejudicados nas circuns- órgão complexo composto pelo gabinete, pela
tâncias em que o agente ultrapassasse os poderes da Advocacia-Geral da União, pelo Conselho da Re-
representação”4. Criticou-se a teoria porque o Estado es- pública, pelo Conselho de Defesa, e unitário (pois
taria sendo visto como um sujeito incapaz, ou seja, uma o Presidente da República é o único que toma as
pessoa que não tem condições plenas de manifestar, de decisões).
falar, de resolver pendências; bem como porque se o re- b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do
presentante estatal exorbitasse seus poderes, o Estado poder, com autonomia funcional, porém subordi-
não poderia ser responsabilizado. nados politicamente aos independentes. É o caso
Finalmente, adota-se a teoria do órgão, de Otto de todos os ministérios de Estado.
Giërke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos c) Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia
administrativos criados e extintos exclusivamente por lei, ou independência, sendo plenamente vinculados
mas que podem ser organizados por decretos autôno- aos órgãos autônomos. Ex.: Delegacia Regional
mos do Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de do Trabalho, vinculada ao Ministério do Trabalho
personalidade jurídica própria. Com efeito, o Estado bra- e Emprego; Departamento da Polícia Federal, vin-
sileiro responde pelos atos que seus agentes praticam, culado ao Ministério da Justiça.
mesmo se estes atos extrapolam das atribuições estatais d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima
conferidas, sendo-lhe assegurado o direito de regresso. deles com plena subordinação administrativa. Ex.:
A teoria da imputação objetiva, derivada da teoria do órgãos que executam trabalho de campo, policiais
órgão, também de Otto Giërke, impõe que o órgão cen- federais, fiscais do MTE.
tral da Administração, por ser o único dotado de perso-
nalidade jurídica, responderá por danos praticados em
seus órgãos despersonalizados e por seus agentes. Não FIQUE ATENTO!
significa que os agentes ficarão impunes, mas caberá à O Ministério Público, os Tribunais de Contas
Administração buscar contra ele o direito de regresso, e as Defensorias Públicas não se encaixam
retomando o que foi obrigada a indenizar. Ex.: se uma nesta estrutura, sendo órgãos independen-
pessoa é vítima de dano numa delegacia estadual por tes constitucionais. Em verdade, para Canoti-
parte de um delegado da polícia civil, ajuizará deman- lho e outros constitucionalistas, estes órgãos
da indenizatória contra a Fazenda Pública do Estado, a não pertencem nem mesmo aos três pode-
qual poderá exercer direito de regresso contra o agente res.
público, delegado causador do dano. Repare que a Ad-
ministração não se exime de indenizar mesmo que seu
agente seja culpado. Conforme Carvalho Filho5, “a noção de Estado, como
visto, não pode abstrair-se da de pessoa jurídica. O Es-
tado, na verdade, é considerado um ente personalizado,
#FicaDica seja no âmbito internacional, seja internamente. Quando
Teoria do mandato e teoria da representa- se trata de Federação, vigora o pluripersonalismo, por-
ção: ultrapassadas. que além da pessoa jurídica central existem outras inter-
Teoria do órgão: adotada. nas que compõem o sistema político. Sendo uma pessoa
DIREITO ADMINISTRATIVO

A teoria da imputação objetiva deriva da jurídica, o Estado manifesta sua vontade através de seus
teoria do órgão. Ambas são de autoria de agentes, ou seja, as pessoas físicas que pertencem a seus
Otto Giërke. quadros. Entre a pessoa jurídica em si e os agentes, com-
põe o Estado um grande número de repartições internas,
necessárias à sua organização, tão grande é a extensão
3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São que alcança e tamanha as atividades a seu cargo. Tais
Paulo: Atlas editora, 2010. repartições é que constituem os órgãos públicos”.
4 NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo – esquematizado,
completo, atualizado, temas polêmicos, conteúdo dos principais 5 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
concursos públicos. 3. ed. São Paulo: Atlas editora, 2013. ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

24
Apresenta-se, detalhes, a classificação dos órgãos: Com efeito, de acordo com as regras constantes do
artigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só
a) Quanto à pessoa federativa: federais, estaduais, poderá explorar atividade econômica a título de exceção,
distritais e municipais. em duas situações, conforme se colhe do caput do refe-
b) Quanto à situação estrutural: os diretivos, que são rido artigo, a seguir reproduzido:
aqueles que detêm condição de comando e de di- Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta
reção, e os subordinados, incumbidos das funções Constituição, a exploração direta de atividade econômica
rotineiras de execução. pelo Estado só será permitida quando necessária aos im-
c) Quanto à composição: singulares, quando integra- perativos de segurança nacional ou a relevante interesse
dos em um só agente, e os coletivos, quando com- coletivo, conforme definidos em lei.
postos por vários agentes. Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras cons-
d) Quanto à esfera de ação: centrais, que exercem titucionais e em razão dos fins desejados pelo Estado,
atribuições em todo o território nacional, estadu- ao Poder Público não cumpre produzir lucro, tarefa esta
al, distrital e municipal, e os locais, que atuam em deferida ao setor privado. Assim, apenas explora ativida-
parte do território. des econômicas nas situações indicadas no artigo 173 do
e) Quanto à posição estatal: são os que representam Texto Constitucional. Quando atuar na economia, con-
os poderes do Estado – o Executivo, o Legislativo corre em grau de igualdade com os particulares, e sob o
e o Judiciário. regime do artigo 170 da Constituição, inclusive quanto à
f) Quanto à estrutura: simples ou unitários e compos- livre concorrência, submetendo-se ainda a todas as obri-
tos. Os órgãos compostos são constituídos por vá- gações constantes do regime jurídico de direito privado,
rios outros órgãos. inclusive no tocante às obrigações civis, comerciais, tra-
balhistas e tributárias.
Administração Indireta
A Administração Pública indireta pode ser definida
como um grupo de pessoas jurídicas de direito público #FicaDica
ou privado, criadas ou instituídas a partir de lei específi- Administração indireta: autarquias (inclui
ca, que atuam paralelamente à Administração direta na agências reguladoras e agências executivas),
prestação de serviços públicos ou na exploração de ativi- fundações públicas, empresas públicas e so-
dades econômicas. ciedades de economia mista.
“Enquanto a Administração Direta é composta de Não compõem a Administração indireta:
órgãos internos do Estado, a Administração Indireta se concessionárias e permissionárias, além de
compõe de pessoas jurídicas, também denominadas de
entidades paraestatais (terceiro setor).
entidades”6. Em que pese haver entendimento diverso
registrado em nossa doutrina, integram a Administração
indireta do Estado quatro espécies de pessoa jurídica, administração Centralizada
a saber: as Autarquias, as Fundações, as Sociedades de
Economia Mista e as Empresas Públicas. Centralizar envolve manter na estrutura da Adminis-
Dispõe o Decreto nº 200/1967: tração direta o desempenho de funções administrativas
Art. 4° A Administração Federal compreende: de interesses não essenciais do Estado, que poderiam ser
II - A Administração Indireta, que compreende as se- atribuídos a entes de fora da Administração por outorga
guintes categorias de entidades, dotadas de personali- ou delegação.
dade jurídica própria:
Administração descentralizada
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
Descentralizar envolve a delegação de interesses es-
c) Sociedades de Economia Mista.
tatais para fora da estrutura da Administração direta, o
d) fundações públicas.
que é possível porque não se refere a essencialidades, ou
seja, a atos administrativos que somente possam ser pra-
Ao lado destas, podemos encontrar ainda entes que
prestam serviços públicos por delegação, embora não ticados pela Administração direta porque se referem a
integrem os quadros da Administração, quais sejam, os interesses estatais diversos previstos ou não na CF. Des-
permissionários, os concessionários e os autorizados. centralizar é uma delegação sem relação de hierarquia,
Essas quatro pessoas integrantes da Administração pois é uma delegação de um ente para outro (não há
indireta serão criadas para a prestação de serviços públi- subordinação nem mesmo quanto ao chefe do Executivo,
DIREITO ADMINISTRATIVO

cos ou, ainda, para a exploração de atividades econômi- há apenas uma espécie de tutela ou supervisão por parte
cas, como no caso das empresas públicas e sociedades dos Ministérios – se trata de vínculo e não de subordi-
de economia mista, e atuam com o objetivo de aumentar nação).
o grau de especialidade e eficiência da prestação do ser- Basicamente, se está diante de um conjunto de pes-
viço público ou, quando exploradoras de atividades eco- soas jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei para
nômicas, visando atender a relevante interesse coletivo e prestarem serviços de interesse do Estado. Possuem pa-
imperativos da segurança nacional. trimônio próprio e são unidades orçamentárias autôno-
mas. Ainda, exercem em nome próprio direitos e obriga-
6 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- ções, respondendo pessoalmente por seus atos e danos.
ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

25
Existem duas formas pelas quais o Estado pode efe- se originou. Na verdade, até mesmo em relação a esse
tuar a descentralização administrativa: outorga e dele- sentido, o termo está ultrapassado e não mais reflete
gação. uma noção exata do instituto. [...] Pode-se conceituar au-
A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade tarquia como a pessoa jurídica de direito público, inte-
e a ela transfere, através de previsão em lei, determinado grante da Administração Indireta, criada por lei para de-
serviço público e é conferida, em regra, por prazo inde- sempenhar funções que, despidas de caráter econômico,
terminado. Isso é o que acontece quanto às entidades da sejam próprias e típicas do Estado”7.
Administração Indireta prestadoras de serviços públicos. Logo, as autarquias são regidas integralmente pelo
Neste sentido, o Estado descentraliza a prestação dos regime jurídico de direito público, podendo, tão-somen-
serviços, outorgando-os a outras entidades criadas para te, ser prestadoras de serviços públicos, contando com
prestá-los, as quais podem tomar a forma de autarquias, capital oriundo da Administração direta. O Código Civil,
empresas públicas, sociedades de economia mista e fun- em seu artigo 41, IV, as coloca como pessoas jurídicas de
dações públicas. direito público, embora exista controvérsia na doutrina.
A delegação ocorre quando o Estado transfere, por Carvalho Filho8 classifica quanto ao regime jurídico:
contrato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço, “a) autarquias comuns (ou de regime comum); b) au-
para que o ente delegado o preste ao público em seu tarquias especiais (ou de regime especial). Segundo a
próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do própria terminologia, é fácil distingui-las: as primeiras
Estado. A delegação é geralmente efetivada por prazo estariam sujeitas a uma disciplina jurídica sem qualquer
determinado. Ela se dá, por exemplo, nos contratos de especificidade, ao passo que as últimas seriam regidas
concessão ou nos atos de permissão, pelos quais o Es- por disciplina específica, cuja característica seria a de
tado transfere aos concessionários e aos permissionários atribuir prerrogativas especiais e diferenciadas a certas
apenas a execução temporária de determinado serviço. autarquias”. São exemplos de autarquias especiais aque-
las criadas para serviços especiais, como autarquias de
ensino (ex.: USP) e autarquias de fiscalização (ex.: CRM
#FicaDica e CREA).
Todos envolvem transferência na execução A título de exemplo, citamos as seguintes autarquias:
de serviços: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
Descentralização – da Administração para (Incra), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), De-
terceiros; partamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER),
Centralização – de terceiros para a Adminis- Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE),
tração; Departamento nacional de Registro do Comércio (DNRC),
Desconcentração – de um órgão central para Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Insti-
outro na Administração; tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu-
Concentração – de um órgão na Administra- rais Renováveis (Ibama), Banco Central do Brasil (Bacen).
ção para o órgão central. Ainda sobra as autarquias:
Descentralização e centralização são movi- Contam com patrimônio próprio, constituído a partir
mentos externos, desconcentração e concen- de transferência pela entidade estatal a que se vinculam,
tração são movimentos internos. portanto, capital exclusivamente público.
São dotadas, ainda, de autonomia financeira, plane-
jando seus gastos e compromissos a cada exercício. A
Autarquias, fundações, empresas públicas e socieda- proposta orçamentária é encaminhada anualmente ao
des de economia mista chefe do Executivo, que a inclui no orçamento fiscal da
lei orçamentária anual. A própria autarquia presta contas
Autarquias diretamente ao Tribunal de Contas.
Podem pagar aos seus credores por meio de precató-
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: rios e requisição de pequeno valor, tal como a Adminis-
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com tração direta. Podem emitir sozinhas certidão de dívida
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, ativa de seus devedores.
para executar atividades típicas da Administração Pú- Gozam de imunidade tributária recíproca em relação
blica, que requeiram, para seu melhor funcionamento, a todas unidades da federação.
gestão administrativa e financeira descentralizada. A elas se conferem as mesmas prerrogativas proces-
As autarquias são pessoas jurídicas de direito públi- suais que à Fazenda Pública, inclusive prazo em dobro
co, de natureza administrativa, criadas para a execução para contestar e recorrer, além de reexame necessário
DIREITO ADMINISTRATIVO

de serviços tipicamente públicos, antes prestados pelas da causa em situações de condenação acima de certos
entidades estatais que as criam. Por serviços tipicamente valores.
públicos entenda-se aqueles sem fins lucrativos criados Todas autarquias devem ser criadas, organizadas e
por lei e comum monopólio do Estado. extintas por lei, que podem ser complementadas por
“O termo autarquia significa autogoverno ou gover- atos do Executivo, notadamente Decretos.
no próprio, mas no direito positivo perdeu essa noção
semântica para ter o sentido de pessoa jurídica adminis- 7 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administra-
trativa com relativa capacidade de gestão dos interesses tivo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administra-
a seu cargo, embora sob controle do Estado, de onde
tivo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

26
As autarquias podem ser federais, estaduais, distritais se distinguem das agências reguladoras por não terem
e municipais, contudo não podem ser interestaduais ou como objetivo principal o de exercer controle sobre par-
intermunicipais (não é permitida a associação de unida- ticulares que prestam serviços públicos, que é o objetivo
des federativas para a criação de autarquias). fundamental das agências reguladoras. Assim, a expres-
Devem executar atividades típicas do direito público são “agências executivas” corresponde a um título ou
e, notadamente, serviços públicos de natureza social e qualificação atribuída à autarquia ou a fundações públi-
atividades administrativas, com a exclusão dos serviços e cas cujo objetivo seja exercer atividade estatal.
atividades de cunho econômico e mercantil.
O patrimônio da autarquia é formado por bens públi-
#FicaDica
cos, razão pela qual seu patrimônio se sujeita às mesmas
regras aplicáveis aos bens públicos em geral, inclusive no As agências reguladoras sempre serão au-
que se refere à impenhorabilidade e à impossibilidade de tarquias, embora sujeitas a regime especial.
oneração e de usucapião. As agências executivas podem ser autar-
Os agentes públicos das autarquias são concursados quia, fundação pública ou órgão da admi-
e estatutários, logo, se sujeitam a estatuto próprio e não nistração direta que firme contrato de ges-
à CLT. Já os dirigentes não precisam ser concursados e tão.
são nomeados e destituídos livremente pelo chefe do
Executivo. Fundações públicas

Agências reguladoras Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:


IV - Fundação Pública - a entidade dotada de perso-
São figuras muito recentes em nosso ordenamento nalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrati-
jurídico. Possuem natureza jurídica de autarquias de regi- vos, criada em virtude de autorização legislativa, para
me especial, são pessoas jurídicas de Direito Público com o desenvolvimento de atividades que não exijam exe-
capacidade administrativa, aplicando-se a elas todas as cução por órgãos ou entidades de direito público, com
regras das autarquias. autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido
O dirigente é nomeado pelo chefe do Executivo, mas pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento
a nomeação se sujeita à aprovação do legislativo, que se custeado por recursos da União e de outras fontes.
baseia nos critérios de conhecimento. Uma vez nome-
ado, o dirigente passa a gozar de mandato com prazo As Fundações são pessoas jurídicas compostas por
determinado e só pode ser destituído por processo com um patrimônio personalizado, destacado pelo seu insti-
decisão motivada. tuidor para atingir uma finalidade específica, denomina-
Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execu- das, em latim, universitas bonorum. Entre estas finalida-
ção de serviços públicos. Elas não executam o serviço des, destacam-se as de escopo religioso, moral, cultural
propriamente, elas o fiscalizam. Logo, são entidades com ou de assistência.
típica função de controle da prestação dos serviços pú- Essa definição serve para qualquer fundação, inclu-
blicos e do exercício de atividades econômicas, evitando sive para aquelas que não integram a Administração
a prática de abusos por parte de entidades do setor pri- indireta (não-governamentais). No caso das fundações
vado. que integram a Administração indireta (governamentais),
São titulares da matéria técnica que regulam, de quando forem dotadas de personalidade de direito pú-
modo que somente elas podem disciplinar as regras e blico, serão regidas integralmente por regras de direito
padrões técnicos desta determinada seara. público. Quando forem dotadas de personalidade de di-
No exercício de seus poderes, compete a elas: fiscali- reito privado, serão regidas por regras de direito público
zar o cumprimento de contratos de concessões e o atin- e direito privado.
gimento de metas neles fixadas, fiscalizar e controlar o Quando as fundações são criadas pelo Estado são
atendimento a consumidores e usuários (inclusive rece- conhecidas como fundações públicas, ou autarquias
bendo e processando denúncias e reclamações, aplican- fundacionais ou fundações autárquicas. O estatuto da
do penas administrativas e multas, bem como rescindin- fundação, no caso, terá a forma de lei, cujo escopo será
do contratos), definir política tarifária e reajustá-la. criar e organizar a fundação. As fundações públicas são
Entre as agências reguladoras inseridas no ordena- regulamentadas por lei complementar. Sendo fundações
mento brasileiro, destacam-se: ANEEL – Agência Nacio- públicas que adotam regime jurídico de direito público,
nal de Energia Elétrica, criada pela Lei nº 9.427/1996; a se equiparam às autarquias e se sujeitam às mesmas re-
ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações, pela gras que elas.
DIREITO ADMINISTRATIVO

Lei nº 9.472/1997; e a ANP – Agência Nacional do Petró- Obs.: é possível que a lei autorize (não crie) uma
leo, pela Lei nº 9.478/1997. fundação pública que adote regime jurídico de direito
privado, ou então um regime misto, caso em que seus
Agências executivas servidores poderão se sujeitar à CLT, seu patrimônio não
será exclusivamente oriundo de verbas estatais. A lei au-
Agência executiva é a qualificação conferida a autar- torizadora deve ser expressa neste sentido.
quia, fundação pública ou órgão da administração direta
que celebra contrato de gestão com o próprio ente po-
lítico com o qual está vinculado. As agências executivas

27
Empresas públicas

Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:


II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e
capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer
por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas
em direito.
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas para a prestação de serviços públicos ou para a
exploração de atividades econômicas, que contam com capital exclusivamente público, e são constituídas por qualquer
modalidade empresarial, após autorização legislativa do ente federativo criador.
Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços públicos, estará submetida a regime jurídico público, ainda
que constituída segundo o modelo imposto pelo Direito Privado. Se a empresa pública é exploradora de atividade
econômica, estará submetida a regime jurídico denominado pela doutrina como semipúblico, ante a necessidade de
observância, ao menos em suas relações com os administrados, das regras atinentes ao regime da Administração, a
exemplo dos princípios expressos no “caput” do artigo 37 da Constituição Federal.
Podemos citar, a título de exemplo, algumas empresas públicas, nas mais variadas esferas de governo, como o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); a Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo
(EMURB); a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT); a Caixa Econômica Federal (CEF).
Estas empresas públicas se caracterizam e se diferenciam das sociedades de economia mista por: não possuírem
fins lucrativos (o capital excedente não se transforma em lucro, é reinvestido na própria empresa), podem adotar perfis
empresariais diversos (LTDA, comandita, nome coletivo, S/A), o capital social é formado por recursos públicos e só ad-
mite sócios públicos (pode ter apenas um sócio – unipessoalidade originária ou inicial).

Sociedades de economia mista

Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:

III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para
a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam
em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado criadas para a prestação de serviços pú-
blicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com capital misto e constituídas somente sob a forma
empresarial de S/A.
Por capital misto, entenda-se que não é apenas o Estado que participa dela, existem acionistas a ela vinculados.
Entretanto, o Estado deve ser o acionista controlador do direito a voto, mesmo que não seja o acionista majoritário (se
o Estado for sócio, mas não for controlador, trata-se de empresa comum, não sociedade de economia mista).

Alguns exemplos de sociedade mista:

- Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil e Banespa.


- Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô e CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional
Urbano).
Estas sociedades de economia mista se caracterizam e se diferenciam das empresas públicas por: possuírem fins
lucrativos (os lucros são distribuídos entre os acionistas), adotam o perfil de sociedade anônima S/A, o capital social é
formado por recursos públicos e privados, os sócios são privados e públicos (Estado).

Empresas públicas e sociedades de economia mista: semelhanças

Embora a Constituição Federal reserve a atividade econômica à iniciativa privada, resguardando ao Estado os papéis
de integração (integrar o Brasil na economia global), regulação (definindo regras e limites na exploração da atividade
econômica por particulares) e intervenção (fixação de regras e normas para combater o abuso do poder econômico)
(conforme artigos 173 e seguintes, CF), autoriza-se excepcionalmente que o Estado explore diretamente atividades
econômicas se houver um relevante interesse em matérias (serviços públicos em geral) ou atividades de soberania.
DIREITO ADMINISTRATIVO

Quando está autorizado a fazê-lo, somente atua por meio de sociedades de economia mista e empresas públicas.
Tais empresas são regidas por regime jurídico de direito privado, o que evita que o próprio Estado possa abusar do
poder econômico. Logo, o Estado não pode dar às suas próprias empresas benefícios previdenciários, tributários e tra-
balhistas. Além disso, em termos processuais, não gozam das prerrogativas que as autarquias gozam.

28
FIQUE ATENTO!
o impedimento de prerrogativas somente se aplica quando o Estado está explorando atividade econômi-
ca propriamente dita, não quando está ofertando serviços públicos. Afinal, se o serviço é público, então
o Estado pode sobre ele exercer monopólio, o que afasta a necessidade de regras que impeçam o abuso
do poder econômico. Por exemplo, os Correios são uma empresa pública e possuem isenção fiscal e
impenhorabilidade de bens.

Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista são criadas por lei e a existência delas deve ser
fundada em contrato ou estatuto. Ambas se sujeitam, ainda, ao regime jurídico de direito privado. Inclusive, seus bens
são, a princípio, penhoráveis (exceto se for prestadora de serviço público e não exploradora de atividade econômica).
No entanto, não se sujeitam à falência ou à recuperação judicial (art. 2º, Lei nº 11.101/2005).
Contudo, devem obedecer ao núcleo obrigatório mínimo: licitar (exceto no que tange à prestação da atividade-fim),
concursar (os agentes se sujeitam ao regime da CLT, são celetistas e não estatutários, mas são contratados mediante
concurso público de provas ou provas e títulos), prestar contas ao Tribunal de Contas e obedecer ao teto de remunera-
ção (exceto no caso de sociedade de economia mista que subsista sem qualquer auxílio do governo, apenas com seus
lucros).

#FicaDica
Empresa Pública Sociedade de Economia Mista
Não possuem fins lucrativos Possuem fins lucrativos
Adotam perfis empresariais diversos (inclusive Adotam o perfil de sociedade anônima
pode ser S/A) S/A

Capital social de recursos públicos Capital social de recursos públicos e pri-


vados

Apenas sócios públicos Sócios públicos e privados

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018) Em relação ao direito administrativo, julgue o item seguinte.
Somente por decreto específico poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de socieda-
de de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar definir as áreas de atuação.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Disciplina o artigo 37, XIX, CF: “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação”. Somente fundação pública tem suas áreas de atuação determinadas
por lei federal. Basta lei ordinária para criar autarquia e autorizar a instituição de empresa pública ou sociedade de
economia mista – Decreto é insuficiente para tanto.

2. (STM - Técnico Judiciário - Área Administrativa - CESPE/2018) A respeito dos princípios da administração públi-
ca, de noções de organização administrativa e da administração direta e indireta, julgue o item que se segue.
DIREITO ADMINISTRATIVO

As autarquias são pessoas jurídicas criadas por lei e possuem liberdade administrativa, não sendo subordinadas a ór-
gãos estatais.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. O artigo 5o, I, Decreto-Lei nº 200/1967 descreve a autarquia como serviço autônomo, ou seja, estas
possuem independência em relação aos órgãos da Administração direta; e também diz que estas são criadas por lei.

29
3. (STM - Analista Judiciário - Área Judiciária - CES- pois, as autarquias), recebem amparo oficial do Poder
PE/2018) Considerando a doutrina majoritária, julgue o Público, como as empresas públicas, as sociedades de
próximo item, referente ao poder administrativo, à orga- economia mista, as fundações públicas e as entidades
nização administrativa federal e aos princípios básicos da de cooperação governamental (ou serviços sociais autô-
administração pública. Quando criadas como autarquias nomos), como o SESI, SENAI, SESC, SENAC etc. Outros
de regime especial, as agências reguladoras integram a pensam exatamente o contrário: entidades paraestatais
administração direta. seriam as autarquias. Alguns, a seu turno, só enquadram
nessa categoria as pessoas colaboradoras que não se
( ) CERTO ( ) ERRADO preordena a fins lucrativos, estando excluídas, assim, as
empresas públicas e as sociedades de economia mista.
Resposta: Errado. Como autarquias de regime espe- Para outros, ainda, paraestatais seriam as pessoas de
cial, as agências reguladoras fazem parte da Adminis- direito privado integrantes da Administração Indireta,
tração Indireta. excluindo-se, por conseguinte, as autarquias, as funda-
ções de direito público e os serviços sociais autônomos.
4. (STM - Técnico Judiciário - Programação de Siste- Por fim, já se considerou que na categoria se incluem
mas - CESPE/2018) Em relação à organização adminis- além dos serviços sociais autônomos até mesmo as es-
trativa e à licitação administrativa, julgue o item a seguir. colas oficializadas, os partidos políticos e os sindicatos,
Por ser dotada de personalidade jurídica de direito públi- excluindo-se a administração indireta. Na prática, tem-se
co e integrar a administração pública indireta, a empresa encontrado, com frequência, o emprego da expressão
pública não pode explorar atividade econômica. empresas estatais, sendo nelas enquadradas as socieda-
des de economia mista e as empresas públicas. Há tam-
( ) CERTO ( ) ERRADO bém autores que adotam o referido sentido”11. Para Car-
valho Filho, “deveria abranger toda pessoa jurídica que
Resposta: Errado. A empresa pública é integrante da tivesse vínculo institucional com a pessoa federativa, de
Administração Indireta e possui personalidade jurídica forma a receber desta os mecanismos estatais de contro-
de direito privado. Pode ser criada para exploração de le. Estariam, pois, enquadradas como entidades paraes-
atividades econômicas ou para prestação de serviços pú- tatais as pessoas da administração indireta e os serviços
blicos (artigo 5o, II, Decreto-Lei nº 200/1967). sociais autônomos”12.
Com efeito, o conceito de Alexandrino e Paulo é mais
amplo, abrangendo como entidades paraestatais tam-
Entidades paraestatais e terceiro setor bém as OSCIPs e entidades de apoio. A doutrina mais
clássica, de Meirelles e Carvalho Filho, coloca as organi-
Desde a última década do século passado vêm sendo zações civis e as entidades de apoio como pertencentes
promovidas no Brasil reformas constitucionais e legais ao terceiro setor, sendo que as entidades paraestatais
para implantar um modelo de administração gerencial, juntamente o compõem. Basicamente, o terceiro setor
que se concentra num Estado mínimo, isto é, que inter- é constituído por organizações sem fins lucrativos e or-
fira o mínimo possível na sociedade, em consonância ganizações não governamentais – ONG, que tem como
com o defendido pela doutrina neoliberalista. Entre as objetivo gerar serviços de caráter público:
providências tomadas, colocam-se: reforço à autonomia a) Serviços sociais autônomos: Serviços sociais autô-
das agências reguladoras, privatizações, parcerias públi- nomos são as típicas entidades paraestatais, assim
co-privadas, incentivo à iniciativa privada9 – inclusive às como SESI, SENAI, entre outras, conforme conceito
denominadas entidades paraestatais. do tópico anterior.
Alexandrino e Paulo10 afirmam: “no conceito de enti- b) Entidades de apoio: Entidades de apoio são pes-
dades paraestatais que adotamos estão enquadrados: a) soas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos
os serviços sociais autônomos; b) as organizações sociais; e compostas por servidores públicos que atuam
c) as organizações da sociedade civil de interesse coleti- em nome próprio, adotando a forma de fundação,
vo (OSCIP); d) as ‘entidades de apoio’”. Para os autores, associação ou cooperativa, prestando serviços so-
com as reformas, ocorreu uma ampliação do conceito ciais que não são exclusivos do Estado e firmando
clássico de Meirelles, para o qual apenas eram entida- com este convênio. Ex.: fundações de amparo à
des paraestatais as pessoas jurídicas de direito privado pesquisa.
da Administração Indireta (empresas públicas e socieda- c) Organizações sociais: Organizações sociais (OS)
des de economia mista) e os serviços sociais autônomos são reguladas pela Lei nº 9.637/1998, são entida-
(SESC, SENAI, SESI, etc.). des privadas que se associam ao Estado, exercendo
DIREITO ADMINISTRATIVO

Em detalhes sobre a controvérsia, entidades paraes- atividades privadas, em seu próprio nome, com in-
tatais “são aquelas pessoas jurídicas que atuam ao lado centivos do Poder Público. Para atuarem, é impres-
e em colaboração com o Estado. [...] Há juristas que en- cindível que firmem contrato de gestão com o Es-
tendem serem entidades paraestatais aquelas que, tendo tado. Para uma entidade privada assumir a posição
personalidade jurídica de direito privado (não incluídas, de organização social deve receber autorização do

9 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo 11 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
10 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo 12 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

30
ministro atuante na específica área de atuação da to de gestão, a organização deve ter sido previamente
entidade (ex.: se pretende ser uma organização so- qualificada como OS (Organização Social) pelo ministério
cial que atue na saúde, o ministro da saúde deve correspondente”13.
autorizar), sendo que há discricionariedade deste Art. 2o, Lei nº 13.019/2014:
em conceder o título. VII - termo de colaboração: instrumento por meio do
d) Organizações da sociedade civil de interesse pú- qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela ad-
blico: Organizações da sociedade civil de interes- ministração pública com organizações da sociedade civil
se público (OSCIP) criadas pela Lei 9.790/1999, para a consecução de finalidades de interesse público e
posteriormente regulamentada pelo Decreto recíproco propostas pela administração pública que en-
3.100/1999, são entidades privadas que se asso- volvam a transferência de recursos financeiros;
ciam ao Estado e recebem dele incentivos, atuando VIII - termo de fomento: instrumento por meio do
em nome próprio em atividades que não são ex- qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela ad-
clusivas do Estado, mas que são de interesse social ministração pública com organizações da sociedade civil
e coletivo. Recebem um título por parte do Poder para a consecução de finalidades de interesse público e
Público, sendo que este ato de concessão é vincu- recíproco propostas pelas organizações da sociedade ci-
lado. Firmam termo de compromisso. vil, que envolvam a transferência de recursos financeiros;
VIII-A - acordo de cooperação: instrumento por meio
do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
FIQUE ATENTO! administração pública com organizações da sociedade
as principais distinções entre OS e OSCIP civil para a consecução de finalidades de interesse pú-
são: nas OS é exigida a presença de um blico e recíproco que não envolvam a transferência de
conselho de administração no qual o Es- recursos financeiros.
tado participe, o que nas OSCIP é dispen-
sado; as OS celebram contrato de gestão,
as OSCIP termo de parceria; as exigências
contábeis com relação à OSCIP são mais
EXERCÍCIOS COMENTADOS
amplas (deve apresentar balanço contábil,
demonstrativo de resultados e declaração 1. (STJ - Analista Judiciário - Judiciária - CESPE/2018)
de isenção de imposto de renda); as OS re- Acerca das organizações da sociedade civil de interesse
cebem delegação de serviço público e as público (OSCIP) e dos atos administrativos, julgue o item
OSCIP exercem atividade de direito privado seguinte. A concessão, pelo poder público, da qualifica-
com apoio do Estado. ção como OSCIP de entidade privada sem fins lucrativos
é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos legais es-
tabelecidos para tal.
“O CONVÊNIO é o instrumento utilizado para a exe-
cução descentralizada de qualquer programa de traba- ( ) CERTO ( ) ERRADO
lho, projeto/atividade ou evento de interesse recíproco,
em regime de mútua cooperação. No plano normativo,
Resposta: Certo. As Organizações da Sociedade Ci-
há praticamente um único dispositivo legal que o regu- vil de Interesse Público (OSCIP) foram criadas pela
lamenta: o artigo 116 da Lei nº. 8.666/93; por essa razão, Lei 9.790/1999, a qual fixa requisitos para o enqua-
a maioria de suas normas é de caráter infralegal e está dramento nesta condição. A concessão do status de
consubstanciada em decretos do Presidente da Repú- OSCIP é de caráter vinculado – se preenchidos os re-
blica (decretos nº. 5.504/05 e 6.170/07) e em instruções quisitos deverá ser concedido, não há faculdade por
normativas da Secretaria do Tesouro Nacional, a IN nº. parte do poder público. O ato é vinculado, não discri-
1/97. A princípio, pode ser celebrado com qualquer or- cionário.
ganização sem fins lucrativos, independentemente de ti-
tulação ou qualificação. 2. (CGM de João Pessoa/PB - Conhecimentos Básicos
O Termo de Parceria é voltado ao fomento e execução - Cargos: 1, 2 e 3 - CESPE/2018) No tocante às organi-
das atividades definidas como de interesse público pelo zações da sociedade civil de interesse público e aos con-
artigo 3º da Lei nº. 9.790/99 e disciplinado pelo Decreto sórcios públicos, julgue o item subsequente.
nº. 3.100/99. Apenas aquelas organizações que cumpri- O consórcio formado por entes públicos pode assumir a
rem os requisitos legais e sejam qualificadas como OSCIP forma de pessoa jurídica de direito privado.
DIREITO ADMINISTRATIVO

(Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público)


pelo Ministério da Justiça é que estão aptas a celebrar a
parceria com o Poder Público. ( ) CERTO ( ) ERRADO
O Contrato de Gestão tem por objetivo a formação
de parceria para o fomento de organizações que pres- Resposta: Certo. Nos termos da Lei nº 11.107/2005,
tam serviços públicos não-exclusivos do Estado: ensino, em seu artigo 1o, § 1o: “Esta Lei dispõe sobre normas
pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, prote- gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e
ção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. É
13 http://aldeirfelixhonorato.blogspot.com.br/2011/05/convenio-
regulado pela Lei nº. 9.637/98. Para firmar um contra- -termo-de-parceria-e-o-contrato.html

31
os Municípios contratarem consórcios públicos para a Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de in-
realização de objetivos de interesse comum e dá ou- tenções as que estabeleçam:
tras providências. § 1o O consórcio público constituirá I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e
associação pública ou pessoa jurídica de direito pri- a sede do consórcio;
vado”. II – a identificação dos entes da Federação consorcia-
dos;
III – a indicação da área de atuação do consórcio;
LEI Nº 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005. IV – a previsão de que o consórcio público é associação
pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins
Dispõe sobre normas gerais de contratação de con- econômicos;
sórcios públicos e dá outras providências. V – os critérios para, em assuntos de interesse comum,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- autorizar o consórcio público a representar os entes
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: da Federação consorciados perante outras esferas de
governo;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a VI – as normas de convocação e funcionamento da
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios assembléia geral, inclusive para a elaboração, aprova-
contratarem consórcios públicos para a realização de ção e modificação dos estatutos do consórcio público;
objetivos de interesse comum e dá outras providên- VII – a previsão de que a assembléia geral é a instân-
cias. cia máxima do consórcio público e o número de votos
§ 1º O consórcio público constituirá associação públi- para as suas deliberações;
ca ou pessoa jurídica de direito privado. VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do
§ 2º A União somente participará de consórcios públi- representante legal do consórcio público que, obriga-
cos em que também façam parte todos os Estados em toriamente, deverá ser Chefe do Poder Executivo de
cujos territórios estejam situados os Municípios con- ente da Federação consorciado;
sorciados.
IX – o número, as formas de provimento e a remune-
§ 3º Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão
ração dos empregados públicos, bem como os casos
obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regu-
de contratação por tempo determinado para atender
lam o Sistema Único de Saúde – SUS.
a necessidade temporária de excepcional interesse pú-
blico;
Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão de-
X – as condições para que o consórcio público celebre
terminados pelos entes da Federação que se consor-
contrato de gestão ou termo de parceria;
ciarem, observados os limites constitucionais.
§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consór- XI – a autorização para a gestão associada de serviços
cio público poderá: públicos, explicitando:
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer a) as competências cujo exercício se transferiu ao con-
natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sórcio público;
sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a
do governo; área em que serão prestados;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito pú- c) a autorização para licitar ou outorgar concessão,
blico, promover desapropriações e instituir servidões permissão ou autorização da prestação dos serviços;
nos termos de declaração de utilidade ou necessidade d) as condições a que deve obedecer o contrato de
pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Pú- programa, no caso de a gestão associada envolver
blico; e também a prestação de serviços por órgão ou entida-
III – ser contratado pela administração direta ou indi- de de um dos entes da Federação consorciados;
reta dos entes da Federação consorciados, dispensada e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas
a licitação. e de outros preços públicos, bem como para seu rea-
§ 2º Os consórcios públicos poderão emitir documen- juste ou revisão; e
tos de cobrança e exercer atividades de arrecadação XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando
de tarifas e outros preços públicos pela prestação de adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno
serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públi- cumprimento das cláusulas do contrato de consórcio
cos por eles administrados ou, mediante autorização público.
específica, pelo ente da Federação consorciado. § 1º Para os fins do inciso III do caput deste artigo,
§ 3º Os consórcios públicos poderão outorgar conces- considera-se como área de atuação do consórcio pú-
são, permissão ou autorização de obras ou serviços blico, independentemente de figurar a União como
DIREITO ADMINISTRATIVO

públicos mediante autorização prevista no contrato consorciada, a que corresponde à soma dos territórios:
de consórcio público, que deverá indicar de forma es- I – dos Municípios, quando o consórcio público for
pecífica o objeto da concessão, permissão ou autoriza- constituído somente por Municípios ou por um Estado
ção e as condições a que deverá atender, observada a e Municípios com territórios nele contidos;
legislação de normas gerais em vigor. II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Fede-
ral, quando o consórcio público for, respectivamente,
Art. 3º O consórcio público será constituído por con- constituído por mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um)
trato cuja celebração dependerá da prévia subscrição ou mais Estados e o Distrito Federal;
de protocolo de intenções. III – (VETADO)

32
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o § 1º O contrato de rateio será formalizado em cada
consórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Mu- exercício financeiro e seu prazo de vigência não será
nicípios; e superior ao das dotações que o suportam, com exce-
V – (VETADO) ção dos contratos que tenham por objeto exclusiva-
§ 2º O protocolo de intenções deve definir o número mente projetos consistentes em programas e ações
de votos que cada ente da Federação consorciado pos- contemplados em plano plurianual ou a gestão as-
sui na assembleia geral, sendo assegurado 1 (um) voto sociada de serviços públicos custeados por tarifas ou
a cada ente consorciado. outros preços públicos.
§ 3º É nula a cláusula do contrato de consórcio que § 2º É vedada a aplicação dos recursos entregues por
preveja determinadas contribuições financeiras ou meio de contrato de rateio para o atendimento de des-
econômicas de ente da Federação ao consórcio públi- pesas genéricas, inclusive transferências ou operações
co, salvo a doação, destinação ou cessão do uso de de crédito.
bens móveis ou imóveis e as transferências ou cessões § 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto,
de direitos operadas por força de gestão associada de bem como o consórcio público, são partes legítimas
serviços públicos. para exigir o cumprimento das obrigações previstas
§ 4º Os entes da Federação consorciados, ou os com no contrato de rateio.
eles conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na § 4º Com o objetivo de permitir o atendimento dos
forma e condições da legislação de cada um. dispositivos da Lei Complementar no 101, de 4 de
§ 5º O protocolo de intenções deverá ser publicado na maio de 2000, o consórcio público deve fornecer as
imprensa oficial. informações necessárias para que sejam consolidadas,
nas contas dos entes consorciados, todas as despesas
Art. 5º O contrato de consórcio público será celebra- realizadas com os recursos entregues em virtude de
do com a ratificação, mediante lei, do protocolo de contrato de rateio, de forma que possam ser contabi-
intenções. lizadas nas contas de cada ente da Federação na con-
§ 1º O contrato de consórcio público, caso assim pre- formidade dos elementos econômicos e das atividades
veja cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) ou projetos atendidos.
parcela dos entes da Federação que subscreveram o § 5º Poderá ser excluído do consórcio público, após
protocolo de intenções. prévia suspensão, o ente consorciado que não consig-
§ 2º A ratificação pode ser realizada com reserva que, nar, em sua lei orçamentária ou em créditos adicio-
aceita pelos demais entes subscritores, implicará con- nais, as dotações suficientes para suportar as despesas
sorciamento parcial ou condicional. assumidas por meio de contrato de rateio.
§ 3º A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subs-
crição do protocolo de intenções dependerá de homo- Art. 9º A execução das receitas e despesas do consór-
logação da assembleia geral do consórcio público. cio público deverá obedecer às normas de direito fi-
§ 4º É dispensado da ratificação prevista no caput des- nanceiro aplicáveis às entidades públicas.
te artigo o ente da Federação que, antes de subscrever Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à
o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua par- fiscalização contábil, operacional e patrimonial pelo
ticipação no consórcio público. Tribunal de Contas competente para apreciar as con-
Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade tas do Chefe do Poder Executivo representante legal
jurídica: do consórcio, inclusive quanto à legalidade, legitimi-
I – de direito público, no caso de constituir associação dade e economicidade das despesas, atos, contratos e
pública, mediante a vigência das leis de ratificação do renúncia de receitas, sem prejuízo do controle externo
protocolo de intenções; a ser exercido em razão de cada um dos contratos de
II – de direito privado, mediante o atendimento dos rateio.
requisitos da legislação civil. Art. 10. (VETADO)
§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica Parágrafo único. Os agentes públicos incumbidos da
de direito público integra a administração indireta de gestão de consórcio não responderão pessoalmente
todos os entes da Federação consorciados. pelas obrigações contraídas pelo consórcio público,
§ 2º No caso de se revestir de personalidade jurídica mas responderão pelos atos praticados em desconfor-
de direito privado, o consórcio público observará as midade com a lei ou com as disposições dos respecti-
normas de direito público no que concerne à realiza- vos estatutos.
ção de licitação, celebração de contratos, prestação de
contas e admissão de pessoal, que será regido pela Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio
DIREITO ADMINISTRATIVO

Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. público dependerá de ato formal de seu representante
na assembleia geral, na forma previamente discipli-
Art. 7º Os estatutos disporão sobre a organização e o nada por lei.
funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos § 1º Os bens destinados ao consórcio público pelo con-
do consórcio público. sorciado que se retira somente serão revertidos ou re-
trocedidos no caso de expressa previsão no contrato de
Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão re- consórcio público ou no instrumento de transferência
cursos ao consórcio público mediante contrato de ra- ou de alienação.
teio.

33
§ 2º A retirada ou a extinção do consórcio público não § 5º Mediante previsão do contrato de consórcio públi-
prejudicará as obrigações já constituídas, inclusive os con- co, ou de convênio de cooperação, o contrato de pro-
tratos de programa, cuja extinção dependerá do prévio grama poderá ser celebrado por entidades de direito
pagamento das indenizações eventualmente devidas. público ou privado que integrem a administração in-
direta de qualquer dos entes da Federação consorcia-
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de con- dos ou conveniados.
sórcio público dependerá de instrumento aprovado § 6º O contrato celebrado na forma prevista no § 5o
pela assembleia geral, ratificado mediante lei por to- deste artigo será automaticamente extinto no caso de
dos os entes consorciados. o contratado não mais integrar a administração in-
§ 1º Os bens, direitos, encargos e obrigações decorren- direta do ente da Federação que autorizou a gestão
tes da gestão associada de serviços públicos custeados associada de serviços públicos por meio de consórcio
por tarifas ou outra espécie de preço público serão público ou de convênio de cooperação.
atribuídos aos titulares dos respectivos serviços. § 7º Excluem-se do previsto no caput deste artigo as
§ 2º Até que haja decisão que indique os responsáveis obrigações cujo descumprimento não acarrete qual-
por cada obrigação, os entes consorciados responde- quer ônus, inclusive financeiro, a ente da Federação
rão solidariamente pelas obrigações remanescentes, ou a consórcio público.
garantindo o direito de regresso em face dos entes be-
neficiados ou dos que deram causa à obrigação. Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os
consórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a des-
Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por con- centralização e a prestação de políticas públicas em
trato de programa, como condição de sua validade, as escalas adequadas.
obrigações que um ente da Federação constituir para
com outro ente da Federação ou para com consórcio Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização
público no âmbito de gestão associada em que haja a e funcionamento dos consórcios públicos serão disci-
prestação de serviços públicos ou a transferência total
plinados pela legislação que rege as associações civis.
ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou de bens
Art. 16. O inciso IV do art. 41 da Lei nº 10.406, de 10
necessários à continuidade dos serviços transferidos.
de janeiro de 2002 - Código Civil, passa a vigorar com
§ 1º O contrato de programa deverá:
a seguinte redação:
I – atender à legislação de concessões e permissões
de serviços públicos e, especialmente no que se refere
“Art. 41. [...] IV – as autarquias, inclusive as associações
ao cálculo de tarifas e de outros preços públicos, à de
públicas; [...]” (NR)
regulação dos serviços a serem prestados; e
II – prever procedimentos que garantam a transparên-
cia da gestão econômica e financeira de cada serviço Art. 17. Os arts. 23, 24, 26 e 112 da Lei nº 8.666, de 21
em relação a cada um de seus titulares. de junho de 1993, passam a vigorar com a seguinte
§ 2º No caso de a gestão associada originar a trans- redação:
ferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal
e bens essenciais à continuidade dos serviços transfe- “Art. 23. [...]
ridos, o contrato de programa, sob pena de nulidade, § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o
deverá conter cláusulas que estabeleçam: dobro dos valores mencionados no caput deste artigo
I – os encargos transferidos e a responsabilidade sub- quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e
sidiária da entidade que os transferiu; o triplo, quando formado por maior número.»
II – as penalidades no caso de inadimplência em rela-
ção aos encargos transferidos; “Art. 24. [...]
III – o momento de transferência dos serviços e os de- XXVI – na celebração de contrato de programa com
veres relativos a sua continuidade; ente da Federação ou com entidade de sua adminis-
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os pas- tração indireta, para a prestação de serviços públicos
sivos do pessoal transferido; de forma associada nos termos do autorizado em con-
V – a identificação dos bens que terão apenas a sua trato de consórcio público ou em convênio de coope-
gestão e administração transferidas e o preço dos que ração.
sejam efetivamente alienados ao contratado; Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I
VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento)
avaliação dos bens reversíveis que vierem a ser amor- para compras, obras e serviços contratados por con-
tizados mediante receitas de tarifas ou outras emer- sórcios públicos, sociedade de economia mista, empre-
DIREITO ADMINISTRATIVO

gentes da prestação dos serviços. sa pública e por autarquia ou fundação qualificadas,


§ 3º É nula a cláusula de contrato de programa que na forma da lei, como Agências Executivas.” (NR)
atribuir ao contratado o exercício dos poderes de pla-
nejamento, regulação e fiscalização dos serviços por “Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art.
ele próprio prestados. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de
§ 4º O contrato de programa continuará vigente mes- inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
mo quando extinto o consórcio público ou o convênio justificadas, e o retardamento previsto no final do pa-
de cooperação que autorizou a gestão associada de rágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comu-
serviços públicos. nicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior,

34
para ratificação e publicação na imprensa oficial, no sua vontade através de seus agentes, ou seja, as pessoas
prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia físicas que pertencem a seus quadros. Entre a pessoa ju-
dos atos” (NR). rídica em si e os agentes, compõe o Estado um grande
número de repartições internas, necessárias à sua orga-
“Art. 112. [...] nização, tão grande é  a extensão que alcança e tamanha
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação as atividades a seu cargo. Tais repartições é que consti-
da qual, nos termos do edital, decorram contratos ad- tuem os órgãos público.
ministrativos celebrados por órgãos ou entidades dos Extrai-se do fragmento da obra deste autor, a impor-
entes da Federação consorciados. tância de estudar e compreender a teoria do órgão, for-
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanha- mulada pelos europeus e que abastece a seara jurídica
mento da licitação e da execução do contrato.» (NR) administrativa brasileira.

Art. 18. O art. 10 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de A evolução teórica da relação visualizada na dou-
1992, passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos: trina entre o Órgão e a Pessoa.
“Art. 10. [...]
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que te- No campo do Direito administrativo existe um legado
nha por objeto a prestação de serviços públicos por deixado pelos europeus acerca das outras teorias que an-
meio da gestão associada sem observar as formalida- tecederam a teoria do órgão aceita pelos doutrinadores
des previstas na lei; brasileiros. Dentre elas iremos ressaltar as que fizeram
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público parte dos primeiros degraus para alicerçar o pensamento
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem alemão sobre o assunto e que foi aceito no Brasil.
observar as formalidades previstas na lei.” (NR) Primeiramente, a ideia jurídica era agasalhada pela
teoria do mandato. O que esta teoria dizia ? Em seu arca-
Art. 19. O disposto nesta Lei não se aplica aos con- bouço, os agentes públicos eram mandatários do Estado.
vênios de cooperação, contratos de programa para Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro:
gestão associada de serviços públicos ou instrumentos “Várias teorias surgiram para explicar as relações do
congêneres, que tenham sido celebrados anteriormen- Estado, pessoa jurídica, com suas agentes: 1. pela teoria
te a sua vigência. do mandato, o agente público é mandatário da pessoa
Art. 20. O Poder Executivo da União regulamentará o jurídica; a teoria foi criticada por não explicar como o
disposto nesta Lei, inclusive as normas gerais de con- Estado, que não tem vontade própria, pode outorgar o
tabilidade pública que serão observadas pelos consór- mandato.”
cios públicos para que sua gestão financeira e orça- Esta teoria teve sua gênese no direito privado e  não
mentária se realize na conformidade dos pressupostos poderia prosperar, até porque, o Estado não poderia ou-
da responsabilidade fiscal. torgar mandato a alguém. Como dito acima, a teoria foi
bastante questionada, pois se o Estado não tem vontade
própria, haveria então duas vontades existentes, uma do
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi- agente e outra distinta. Tal teoria não sobreviveu.
cação. Em outro momento, teoria diferente surgiu. Foi de-
nominada de teoria da representação. Aqui, passou-se a
Brasília, 6 de abril de 2005; 184º da Independência e compreender que os agentes públicos são representan-
117º da República. tes do Estado. Na visão de Irene Patrícia Nohara:
“Posteriormente houve a substituição dessa concep-
ção pela teoria da representação, pela qual a vontade
ÓRGÃOS PÚBLICOS: CONCEITO, dos agentes, em virtude de lei, exprimiria a vontade do
NATUREZA E CLASSIFICAÇÃO. Estado, como ocorre na tutela ou na curatela, figuras ju-
rídicas que apontam para representantes dos incapazes.
Ocorre que essa teoria, além de equiparar o Estado, pes-
Os órgãos públicos e a noção de estado. soa jurídica, ao incapaz (sendo que o Estado é pessoa
jurídica dotada de capacidade plena), não foi suficiente
Na seara do Direito administrativo existe uma sólida para alicerçar um regime de responsabilização da pessoa
doutrina que cuida da pesquisa e da publicação de textos jurídica perante terceiros prejudicados nas circunstâncias
voltados para o estudo dos órgãos públicos. No Estado em que o agente ultrapassasse os poderes da represen-
brasileiro não podemos afastar a compreensão entre ór- tação”.
DIREITO ADMINISTRATIVO

gão público, federalismo e pessoa jurídica. Não obstante o conceito acima trazido pela doutrina
Daí segundo José dos Santos Carvalho Filho: brasileira, é perceptível que acerbas foram também as
“A noção de Estado, como visto, não  pode abstrair-se ácidas críticas a esta teoria.  Inicialmente, porque o Esta-
da de pessoa jurídica. O Estado, na verdade, é considera- do estaria sendo visto como um sujeito incapaz, ou seja,
do um ente personalizado, seja no âmbito internacional, uma pessoa que não tem condições plenas de manifes-
seja internamente. Quando se trata de Federação, vigo- tar, de falar, de resolver pendências.  E depois, porque se
ra o pluripersonalismo, porque além da pessoa jurídica o representante estatal exorbitasse seus poderes, o Esta-
central existem outras internas que compõem o sistema do não poderia ser responsabilizado. Ora, tal situação é
político. Sendo uma pessoa jurídica, o Estado manifesta totalmente estranha, inadequada.

35
Pois bem, superadas tais teorias, surge então uma ter- Na primeira, surge a teoria subjetiva os órgãos são
ceira que agrada a classe jurídica tanto europeia como identificados com os agentes públicos. Em síntese esta
também a brasileira. Surge então a denominada teoria teoria entende que desaparecendo o funcionário públi-
do órgão. Por inspiração do jurista germânico Otto Frie- co, o órgão também deixa de existir. Tal interpretação é
drich von Gierke, foi construída a teoria do órgão, capaz a manifestação de sua enorme falha. Não pode o órgão
de nos apresentar a compreensão de que segundo ela, a desaparecer, com o sumiço do funcionário.
vontade da pessoa jurídica estatal deve ser atribuída aos Na segunda, surge a teoria objetiva, por outro lado,
órgãos que a compõem. Acredito que nos dias atuais, vê no órgão  público um conjunto de atribuições, mas
a teoria do órgão também poderia ser compreendida inconfundível com o agente público. Leva uma certa
como uma teoria das células administrativas. Assim, peço vantagem sobre a teoria anterior, uma vez que, desapa-
venia aos doutrinadores brasileiros, para apresentar esta recendo o funcionário, o órgão público não desaparece
nova nomenclatura, a saber, teoria das células adminis- com ele. Porém, é criticada pelo aspecto de que o órgão
trativas. não tem vontade própria, da mesma forma que o Estado.
As células administrativas, são nada mais do que ór- Esta teoria não consegue explicar como o Estado expres-
gãos, componentes públicos, junção de agentes, de ca- sa sua vontade.
tegorias, de atribuições, que todos juntos fazem o Estado Enfim, por último surge a teoria eclética. Aqui o órgão
e o apresentam como organismo vivo, dinâmico e pul- é forjado pois dois elementos. Surge claramente a figura
sante, que deve acompanhar as transformações sociais, do agente e a figura do complexo de atribuições. Entre-
administrativas e energéticas do mundo globalizado. tanto, esta teoria incide na mesma falha que a subjetiva, à
Em razão da teoria do órgão, no Brasil houve a cria- medida que, exigindo os dois elementos para a existência
ção da noção de imputação dos atos praticados pelos do órgão, levará à mesma conclusão de que, desapare-
agentes ao Estado, numa relação orgânica. No dizer de cendo um deles, no caso o agente, também desaparecerá
Hely Lopes Meireles “os órgãos são, centros de compe- o órgão.
tências instituídos para o desempenho de funções estatais, Vê-se então que várias são as teorias que apresentam
através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa a natureza jurídica do órgão público. Entretanto, a teoria
jurídica a que pertencem.” que prevalece no Brasil vigente é a de que o órgão é um
A teoria alemã, tem aplicação direta na hipótese da feixe de atribuições, de atividades vivas e orgânicas. Com
chamada função de fato. Esta imputação tem reflexos na isto ressaltamos a doutrina exposta por Maria Sylvia Za-
responsabilidade, pois o Estado brasileiro responde pe- nella di Pietro:
los atos que seus agentes praticam, mesmo se estes atos “Acreditamos que a doutrina que hoje prevalece no
extrapolam das atribuições estatais conferidas, sendo-lhe direito brasileiro é a que vê no órgão apenas um feixe de
assegurado o intocável e assustador direito de regresso. atribuições, uma unidade inconfundível com os agentes.
Cabe ao servidor público brasileiro extremo zelo nas Como diz Hely Lopes Meirelles (2003:67), “cada órgão,
suas atitudes profissionais, tendo em vista que qualquer como centro de competência governamental ou admi-
ato praticado, que seja interpretado com prejudicial ou nistrativa, tem necessariamente funções, cargos e agen-
desprezível ao patrimônio de alguém, sofre o desprazer
tes, mas é distinto desses  elementos, que podem ser
de suportar o irascível desgosto de pagar a conta pelo
modificados, substituídos ou retirados sem  supressão
prejuízo causado.
da unidade orgânica. Isto explica por que a alteração
de funções, ou a vacância dos cargos, ou a mudança de
Conceito De Órgão Público.
seus titulares não acarreta a extinção do órgão”. Além
disto, grande parte dos órgãos é constituída por vários
Com base na teoria do órgão, podemos conceituar
agentes, cada um exercendo uma parcela das atribuições
órgão público como uma unidade que une atribuições
totais dos órgãos que integram”.
praticadas pelos agentes públicos que o formam com o
Cremos que a existência de órgãos públicos, com es-
objetivo de manifestar a vontade do Estado, o seu pensa-
trutura e atribuições definidas em lei, corresponde a uma
mento, ou pelo menos a sua tendência de agir.
necessidade de distribuir de forma racional as várias e
Na visão de Celso Antônio Bandeira de Mello “os ór-
complexas atribuições que incumbem ao Estado brasi-
gãos nada mais significam que círculos de atribuições, os
leiro nos dias atuais. A diretriz constitucional vigente diz
feixes individuais de poderes funcionais repartidos no in-
isto, e enfatiza que os órgãos públicos não são criados
terior da personalidade estatal e expressados através dos
livremente e também extintos só pela vontade  pura e
agentes neles providos.”
simples.  As reservas legais estão disciplinas na Consti-
Vale dizer que a teoria do órgão, de onde procede
tuição Federal de 1988 e devem ser observadas como
o conceito acima foi bem aceita por outros juristas, tais
caminhos adequados pelo governo.
como, Jellinek, Carré de Malberg, Renato Alessi, Marcello
DIREITO ADMINISTRATIVO

Caetano entre tantos outros.


A Classificação Dos Órgãos Públicos.
Evolução Da Natureza Jurídica E A Teoria Do Ór-
São várias e diversas as classificações adotadas pela
gão.
doutrina brasileira acerca dos órgãos públicos. Entretan-
to, demonstraremos duas em destaque. A primeira, na
Acerca da natureza dos órgãos também foram ela-
visão de José dos Santos Carvalho Filho e a última na
boradas teorias dentre as quais enquadramos a natureza
visão jurídica de Maria Sylvia Zanella di Pietro.
jurídica. Dentre elas citamos a teoria subjetiva, a teoria
Em José dos Santos Carvalho Filho:  
objetiva e a teoria eclética.

36
“São os mais diversos os critérios adotados para de- Ou seja, os poderes implicam nos deveres de atuar
finir-se a classificação dos órgãos públicos. Veremos os em nome do interesse alheio, implicando numa sujeição.
mais importantes: “a)-quanto à pessoa federativa;  b)- Os poderes tem caráter meramente instrumental. A or-
-quando à situação estrutural; c)-quanto à composição; dem jurídica pretende não que um sujeito desfrute de
d)-quanto aos órgãos de representação unitária; e)- um poder, mas que realize certa finalidade. O realce é na
-quanto aos órgãos de representação plúrima.” ideia de dever e não de poder.
Quanto à pessoa federativa, os “órgãos dividem-se O estado não dispõe de competências para a auto –
em federais, estaduais, distritais e municipais. Quanto satisfação. A CF não permite.
à situação estrutural, este critério leva em consideração Assim, as competências administrativas são feixes de
a situação do órgão, sua estrutura estatal, assim temos:  atribuições concebidos para proporcionar a realização
a)-os diretivos que são aqueles que detêm condição de em concreto dos fins legais, via órgãos e agentes. Os po-
comando, de direção. b)-os subordinados, os incumbi- deres, assim, ficarão limitados ao necessário e suficiente
dos das funções rotineiras de execução. para o cumprimento da lei, jamais podendo excedê-los.
De outro lado, quanto à composição, podem os ór- O conceito de competências segundo Celso Antônio
gãos dividir-se em  singulares e coletivos. Os singulares, Bandeira De Mello é de um plexo de deveres públicos a
quando integrados em um só agente. Podemos exem- serem satisfeitos mediante o exercício de correlatos e de-
plificar, na figura do chefe do Executivo. E os coletivos, marcados poderes instrumentais, legalmente conferidos
quando compostos por vários agentes, é o caso dos ór- para a satisfação dos interesses públicos.
gãos colegiados ou de representação plúrima (como nos Assim, as competências outorgam em concreto ape-
Tribunais, Conselhos)  e os de representação unitária, em nas o quantum necessário de poder indispensável para
que a vontade do agente exterioriza a vontade do pró- atender a finalidade, nada mais do que o requerido para
prio órgão (como no caso dos Departamentos, Coorde- atender o dever prescrito em lei.
nadorias). O plus no uso da competência, seja em extensão, seja
Em Maria Sylvia Zanella di Pietro, a classificação em intensidade, desbordando dos seus limites, enseja
dos órgãos públicos “vários são os critérios para clas- desvio de poder, abuso, arbítrio e ilegalidade, ensejan-
sificar os órgãos públicos: 1.quanto à esfera de ação [...] do a fulminação do ato administrativo pela autoridade
2.quanto à posição estatal [...] 3.quanto à estrutura [...] administrativa superior de ofício ou por provocação, ou
4.quanto à composição”. pelo judiciário.
Quanto à esfera de ação, classificam-se em centrais e  
locais. Os centrais, exercem atribuições em todo o territó- Características das competências:
rio nacional, estadual, distrital e municipal. Assim, temos  
os ministérios e secretarias. E os locais, atuam em parte do • de exercício obrigatório para os órgãos e agentes
território, como delegacias de polícia, postos de saúde etc. públicos. Devem sempre ser exercitadas, não ca-
Quanto à posição estatal, são os originários da cons- bendo ao agente escolher
tituição federal vigente, e representam os poderes do • irrenunciáveis. O seu titular não pode abrir mão delas
Estado. No Brasil, como temos apenas três poderes, cita- • intransferíveis. Não podem ser objeto de transação, re-
mos o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. passe, cabendo delegação só nos casos previstos em lei.
Quanto à estrutura os órgãos podem ser simples ou • Imodificáveis pela vontade do  próprio titular, pois
unitários e compostos. Os órgãos compostos são consti- não podem ser aumentadas ou diminuídas, pois
tuídos por vários outros órgãos, como ocorre nos minis- decorrem da lei.
térios e secretarias. • Imprescritíveis. Sempre existirão, mesmo que não
Quanto à composição, classificam-se em singulares, se utilizem delas.
integrando-se a um único agente. E os coletivos, inte-
grando-se por vários agentes, como é o caso da Presi- Afinal, como bem anotou Eduardo García de Enterría:
dência da República. como consequência de sua “origem, legal e não nego-
cial, as competências são inalienáveis, intransmissíveis e
Fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_ irrenunciáveis, justamente porque são indisponíveis pelo
link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13579 sujeito, enquanto criação do direito supraordenado ao
mesmo.” (nossa tradução, sem grifos no original)
Competências Públicas.
Fonte: https://direitocuritiba.wordpress.
 Os órgãos constituem-se de um plexo de competên- com/2012/09/28/competencias-publicas/
cias públicas. A doutrina costuma dizer que competência
DIREITO ADMINISTRATIVO

é uma demarcação de poderes, um feixe de poderes ou


um círculo de poderes. FIQUE ATENTO!
Mas na verdade a sua natureza é outra. O Ministério Público, os Tribunais de Con-
Celso Antônio Bandeira De Mello assinala que as tas e as Defensorias Públicas não se en-
competências são deveres – poderes. caixam nesta estrutura, sendo órgãos in-
São atribuídas ao estado, a seus órgãos e agentes dependentes constitucionais. Em verdade,
para que possam atender a certas finalidades públicas, para Canotilho e outros constitucionalistas,
para que cumpram o dever legal de atender os interesses estes órgãos não pertencem nem mesmo
da coletividade. aos três poderes.

37
O agente político é aquele detentor de cargo eleti-
SERVIDORES PÚBLICOS: CARGO, EMPREGO vo, eleito por mandatos transitórios.
E FUNÇÃO PÚBLICOS.
b) servidores públicos, que se dividem em funcionário
público, empregado público e contratados em ca-
Agente público é expressão que engloba todas as rátertemporário. Os servidores públicos formam a
pessoas lotadas na Administração, isto é, trata-se daque- grande massa dos agentes do Estado, desenvolvendo
les que servem ao Poder Público. “A expressão agente variadas funções. O funcionário público é o tipo de
público tem sentido amplo, significa o conjunto de pes- servidor público que é titular de um cargo, se sujei-
soas que, a qualquer título, exercem uma função públi- tando a regime estatutário (previsto em estatuto pró-
ca como prepostos do Estado. Essa função, é mister que prio, não na CLT). O empregado público é o tipo de
se diga, pode ser remunerada ou gratuita, definitiva ou servidor público que é titular de um emprego, sujei-
transitória, política ou jurídica. O que é certo é que, quan- tando-se ao regime celetista (CLT). Tanto o funcioná-
do atuam no mundo jurídico, tais agentes estão de algu- rio público quanto o empregado público somente se
ma forma vinculados ao Poder Público. Como se sabe, o vinculam à Administração mediante concurso públi-
Estado só se faz presente através das pessoas físicas que co, sendo nomeados em caráter efetivo. Contratados
em seu nome manifestam determinada vontade, e é por em caráter temporário são servidores contratados por
isso que essa manifestação volitiva acaba por ser imputa- um período certo e determinado, por força de uma
da ao próprio Estado. São todas essas pessoas físicas que situação de excepcional interesse público, não sendo
constituem os agentes públicos”14. nomeados em caráter efetivo, ocupando uma função
Neste sentido, o artigo 2º da Lei nº 8.429/92 (Lei de pública.
Improbidade Administrativa): c) particulares em colaboração com o Estado – são
Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, agentes que, embora sejam particulares, executam
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou funções públicas especiais que podem ser qualifica-
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, das como públicas. Ex.: mesário, jurado, recrutados
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou para serviço militar.
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entida-
des mencionadas no artigo anterior.
Quanto às entidades as quais o agente pode estar
#FicaDica
vinculado, tem-se o artigo 1º da Lei nº 8.429/92: Os agentes públicos podem ser agentes políti-
Os atos de improbidade praticados por qualquer cos, particulares em colaboração com o Estado
agente público, servidor ou não, contra a administração e servidores públicos. Logo, o servidor público
direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes é uma espécie do gênero agente público. Com
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municí- efeito, funcionário público é uma espécie do
pios, de Território, de empresa incorporada ao patrimô- gênero servidor público, abrangendo apenas
nio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o os servidores que se sujeitam a regime esta-
erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquen- tutário.
ta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão
punidos na forma desta lei. Natureza jurídica da relação de emprego público
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalida-
des desta lei os atos de improbidade praticados contra O servidor público de sociedade de economia mista e
o patrimônio de entidade que receba subvenção, bene- de empresa pública não se sujeita a Estatuto, mas sim à
fício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Em suma, não
bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário são estatutários e sim celetistas. Logo, a natureza jurídi-
haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta ca da relação de emprego público é contratual, embo-
por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando- ra o vínculo tenha natureza pública. Inclusive, eventuais
-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do conflitos trabalhistas são resolvidos perante a justiça do
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. trabalho.
Apesar disso, são contratados mediante concurso pú-
Espécies; cargo, emprego e função blico de provas ou provas e títulos, pois mesmo as em-
Os agentes públicos subdividem-se em: presas públicas e as sociedades de economia mista são
a) agentes políticos – “são os titulares dos cargos obrigadas a respeitar um núcleo obrigatório mínimo, que
estruturais à organização política do País [...], envolve o dever de contratar apena s por concurso.
DIREITO ADMINISTRATIVO

Presidente da República, Governadores, Prefeitos


e respectivos vices, os auxiliares imediatos dos
chefes de Executivo, isto é, Ministros e Secretários
#FicaDica
das diversas pastas, bem como os Senadores, Empregado público é celetista – Sujeita-se à
Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores”15. CLT – Relação contratual
Servidor público é estatutário – Sujeita-se à
14 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito respectiva lei especial – Relação estatutária
administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
15 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Ad-
ministrativo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2015.

38
Ausência de competência: agente de fato Em todas outras situações, a administração direta e
indireta é obrigada a prover seus cargos, empregos e
O agente precisa estar legitimamente investido num funções por meio de concursos públicos. Inclusive, por
cargo para praticar um ato administrativo, isto é, deve mais que empresas públicas e sociedades de economia
ter competência para tanto. Contudo, existe a situação mista sejam pessoas jurídicas de direito privado, devem
do agente de fato, que é aquele em relação ao qual a respeitar o núcleo mínimo de imposições ao poder pú-
investidura está maculada de um defeito. blico, inclusive a imposição de prover seus empregos por
Di Pietro16 exemplifica tal situação: “falta de requisito meio de con curso público.
legal para investidura, como certificado de sanidade ven-
cido; inexistência de formação universitária para função Servidor ocupante de cargo em comissão
que a exige, idade inferior ao mínimo legal; o mesmo
ocorre quando o servidor está suspenso do cargo, ou Os cargos em comissão são de nomeação livre, dis-
exerce funções depois de vencido o prazo de sua contra- pensando concurso público.
tação, ou continua em exercício após a idade-limite para O ocupante de cargo em comissão não precisa ser
aposentadoria compulsória”. titular de cargo efetivo.
Essa ilegalidade gera efeitos na competência do ato Serve para cargos de chefias, assessoramento e dire-
administrativo, mas não pode ser confundida com o cri- ção, notadamente, cargos de confiança.
me de usurpação de função (art. 328, CP), no qual o su- Os servidores que ocupam cargo em comissão po-
jeito exerce uma atribuição de cargo, emprego ou função dem ser exonerados a qualquer tempo, pois não adqui-
pública, sem ocorrer nenhuma forma de investidura. No rem estabilidade e nem as garantias que dela decorrem
caso do agente de fato, há investidura, mas ela se deu (exonerado “ad nutum”).
sem os devidos requisitos. Se sujeita ao regime geral da previdência social.
Quanto aos atos praticados pelo agente de fato, a Quanto ao regime de trabalho, será o mesmo dos de-
doutrina majoritária considera-os válidos, por causa da mais servidores do órgão em que ocupa o cargo – se for
aparência de conformidade com a lei e em preservação estatutário, seguirá o mesmo estatuto e fará jus aos direi-
da boa-fé dos administrados. Entretanto, será necessá- tos ali previstos, exceto os de natureza previdenciária; se
rio ponderar no caso concreto, utilizando como vetores for celetista, seguirá as normas da CLT e terá os mesmos
a segurança jurídica e a boa-fé da população, bem como direitos ali assegurados, inclusive FGTS.
observando se a falta de competência não poderia ser
facilmente detectada.
#FicaDica
Exigência de concurso público para investidura em Servidor que ocupe cargo em comissão ja-
cargo ou emprego público mais adquire estabilidade.
Pode ser exonerado a qualquer tempo.
Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego Não se sujeita a regime estatutário – contri-
público depende de aprovação prévia em concurso pú- bui pelo INSS e se sujeita à CLT.
blico de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomea- Servidor efetivo e vitalício: garantias
ção e exoneração.
Neste sentido, preconiza o artigo 10 da Lei nº O servidor público efetivo, aquele que foi provido em
8.112/1990: cargo mediante nomeação seguida da aprovação em con-
curso público, está apto a adquirir estabilidade, nos mol-
Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de des do artigo 41, CF, após três anos de efetivo exercício.
carreira ou cargo isolado de provimento efetivo de- Os primeiros 3 anos de serviço correspondem ao es-
pende de prévia habilitação em concurso público de tágio probatório, período em que o servidor deverá ser
provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de submetido a uma avaliação especial de desempenho.
classificação e o prazo de sua validade. Nos moldes do artigo 41, §1º, CF, o servidor apenas
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso perderá o cargo em virtude de sentença judicial transi-
e o desenvolvimento do servidor na carreira, median- tada em julgado, mediante processo administrativo em
te promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as que lhe seja assegurada ampla defesa ou mediante pro-
diretrizes do sistema de carreira na Administração Pú- cedimento de avaliação periódica de desempenho, na
DIREITO ADMINISTRATIVO

blica Federal e seus regulamentos. forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
No concurso de provas o candidato é avaliado ape- Logo, é possível a perda do cargo mesmo após adquirir a
nas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos estabilidade, mas há garantias quanto à forma como isso
concursos de provas e títulos o seu currículo em toda sua pode ocorrer.
atividade profissional também é considerado. Além das hipóteses citadas, existe mais uma possibi-
Cargo em comissão é o cargo de confiança, que não lidade de perda de cargo (sem caráter punitivo), mesmo
exige concurso público, sendo exceção à regra geral. que o seu detentor seja estável no serviço público. Tra-
ta-se da perda de cargo para adequação dos gastos do
16 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed.
Estado à Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.
São Paulo: Atlas editora, 2010.

39
A Constituição Federal inicialmente impõe que os en- é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
tes federativos, no caso de extrapolação dos limites de comissão instituída para essa finalidade.
gastos previstos na LRF, reduzam as despesas com servi- Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o
dores públicos comissionados e não estáveis, conforme servidor nomeado para cargo de provimento efetivo
art. 169, §3º, CF. Mas se as medidas previstas no §3º do ficará sujeito a estágio probatório por período de 24
art. 169 não forem suficientes para adequar e controlar (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e
as despesas públicas, a CF/88 prevê, em seu §4º, a perda capacidade serão objeto de avaliação para o desem-
do cargo até mesmo na hipótese em que o seu ocupante penho do cargo, observados os seguinte fatores:
detenha estabilidade no serviço público. Se ocorrer esta I - assiduidade;
hipótese, o servidor estável que perder o cargo terá di- II - disciplina;
reito a indenização correspondente a 1 mês de remune- III - capacidade de iniciativa;
ração por ano de serviço público. IV - produtividade;
Existem alguns servidores públicos efetivos que não V - responsabilidade.
possuem apenas estabilidade, mas sim vitaliciedade. São § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do
eles os membros do Poder Judiciário e do Ministério Pú- estágio probatório, será submetida à homologação da
blico (artigo 95, I, CF; artigo 128, §5º, I, “a”, CF). autoridade competente a avaliação do desempenho
O prazo para a aquisição da vitaliciedade é diferente do servidor, realizada por comissão constituída para
do prazo para aquisição da estabilidade, sendo adquiri- essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei
da após 2 anos de serviço público. Durante esse perío- ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo,
do, também é submetido o servidor a “estágio probató- sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores
rio”, chamado de processo de vitaliciamento. enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo.
Um fator importantíssimo a favor dos agentes vi- § 2º O servidor não aprovado no estágio probatório
talícios é que eles somente podem perder o cargo em será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo
decorrência de decisão judicial transitada em julgado. anteriormente ocupado, observado o disposto no
Então, as várias hipóteses de perda de cargo previstas parágrafo único do art. 29.
para servidores estáveis não se aplicam aos servidores § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer
vitalícios. quaisquer cargos de provimento em comissão ou
funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão
ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido
#FicaDica a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de
Apenas o servidor público efetivo pode se Natureza Especial, cargos de provimento em comissão
tornar estável. do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS,
A estabilidade depende de aprovação no es- de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
tágio probatório, cujo período é de 3 anos. § 4º Ao servidor em estágio probatório somente
poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos
previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96,
Estágio probatório bem assim afastamento para participar de curso de
formação decorrente de aprovação em concurso para
Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a outro cargo na Administração Pública Federal.
ser lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990: § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as
Artigo 41, CF.  São estáveis após três anos de efetivo licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84,
exercício os servidores nomeados para cargo de provi- § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação
mento efetivo em virtude de concurso público. em curso de formação, e será retomado a partir do
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: término do impedimento.
I -  em virtude de sentença judicial transitada em jul- O estágio probatório pode ser definido como um lap-
gado; so de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor
II -  mediante processo administrativo em que lhe seja serão avaliadas de acordo com critérios de assiduidade,
assegurada ampla defesa; disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e res-
III -  mediante procedimento de avaliação periódica de ponsabilidade. O servidor não aprovado no estágio pro-
desempenho, na forma de lei complementar, assegu- batório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao
rada ampla defesa. cargo anteriormente ocupado. Não existe vedação para
§ 2º  Invalidada por sentença judicial a demissão do um servidor em estágio probatório exercer quaisquer
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual cargos de provimento em comissão ou funções de di-
DIREITO ADMINISTRATIVO

ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo reção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade
de origem, sem direito a indenização, aproveitado em de lotação.
outro cargo ou posto em disponibilidade com remune- Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a dis-
ração proporcional ao tempo de serviço. ciplina do estágio probatório mudou, notadamente au-
§  3º  Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, mentando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista
o servidor estável ficará em disponibilidade, com re- que a norma constitucional prevalece sobre a lei federal,
muneração proporcional ao tempo de serviço, até seu mesmo que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir
adequado aproveitamento em outro cargo. o disposto no artigo 41 da Constituição Federal.
§ 4º  Como condição para a aquisição da estabilidade, Uma vez adquirida a aprovação no estágio probató-

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rio, o servidor público somente poderá ser exonerado
nos casos do §1º do artigo 40 da Constituição Federal, #FicaDica
notadamente: em virtude de sentença judicial transitada Vacância = liberação do cargo que antes se
em julgado; mediante processo administrativo em que encontrava ocupado/provido.
lhe seja assegurada ampla defesa; ou mediante procedi- Provimento = preenchimento do cargo vago,
mento de avaliação periódica de desempenho, na forma podendo ser originário ou derivado.
de lei complementar, assegurada ampla defesa (sendo
esta lei complementar ainda inexistente no âmbito fe- Direitos, deveres e responsabilidades dos servido-
deral). res públicos civis
Formas de provimento e vacância dos cargos pú- No âmbito federal, são objeto da Lei nº 8.112/1990,
blicos que institui o regime jurídico dos servidores públicos ci-
vis federais.
Provimento é o preenchimento do cargo público; ao
passo que vacância é a sua desocupação.
O provimento pode se dar de forma originária ou de- EXERCÍCIOS COMENTADOS
rivada.
De forma originária, o provimento pressupõe que não
exista uma relação jurídica anterior entre servidor público 1.(EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018)
e Administração. Acerca do regime jurídico dos servidores públicos fede-
A única forma de provimento originário é a nomea- rais, julgue o item a seguir. A promoção não constitui
ção, que pode ser em caráter efetivo (mediante aprova- forma de provimento em cargo público.
ção em concurso) ou em comissão (tratando-se de cargo
de confiança). ( ) CERTO ( ) ERRADO
De forma derivada, o provimento pressupõe que exis-
ta uma relação jurídica anterior entre servidor público e Resposta: Errado, A promoção é uma forma deriva-
Administração. da de provimento do cargo público, acessível àqueles
Pode se dar de diversas formas: promoção, readap- que estão na carreira e vão galgar novo degrau em
tação, reversão, aproveitamento, reintegração e recon- cargo de nível superior ao ocupado no momento.
dução.
Promoção é a elevação de um servidor de uma classe 2. (STJ - Técnico Judiciário - Administrativa - CES-
para outra dentro de uma mesma carreira. PE/2018) Julgue o seguinte item de acordo com as
Readaptação é a passagem do servidor para outro disposições constitucionais e legais acerca dos agentes
cargo compatível com a deficiência física que ele venha públicos.
a apresentar. A investidura em cargo, emprego ou função pública exi-
Reversão é o retorno ao serviço ativo do servidor ge a prévia aprovação em concurso público de provas ou
aposentado entado por invalidez quando insubsistentes de provas e títulos, na forma prevista em lei.
os motivos da aposentadoria.
Aproveitamento é o retorno ao serviço ativo do ser- ( ) CERTO ( ) ERRADO
vidor que se encontrava em disponibilidade e foi apro-
veitado em cargo semelhante àquele anteriormente ocu- Resposta: Errado. A função pública é exercida por
pado. servidores contratados temporariamente com base
Reintegração é o retorno ao serviço ativo do servi- no artigo 37, IX, CF, não dependendo de concurso.
dor que fora demitido, quando a demissão for anulada Destaca-se que o artigo 37, II, CF, prevê: “a investidura
administrativamente ou judicialmente, voltando para o em cargo ou emprego público depende de aprovação
mesmo cargo que ocupava anteriormente. prévia em concurso público de provas ou de provas e
Recondução é o retorno ao cargo anteriormente ocu- títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
pado, do servidor que não logrou êxito no estágio pro- do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressal-
batório de outro cargo para o qual foi nomeado decor- vadas as nomeações para cargo em comissão declara-
rente de outro concurso. do em lei de livre nomeação e exoneração”.
Obs.: São consideradas formas inconstitucionais de
provimento a transferência, que era a passagem de um 3.(STM - Técnico Judiciário - Administrativa - CES-
servidor de um quadro para outro dentro de um mesmo PE/2018) Acerca do direito administrativo, dos atos
DIREITO ADMINISTRATIVO

poder, e a ascensão, que significava a passagem de uma administrativos e dos agentes públicos, julgue o item a
carreira para outra. seguir.
Em relação às formas de vacância, que ocorre quando Em que pese ocuparem cargos eletivos, as pessoas físi-
o cargo púbico anteriormente ocupado fica livre, colo- cas que compõem o Poder Legislativo são consideradas
cam-se: falecimento, aposentadoria, promoção, demis- agentes públicos.
são, exoneração, readaptação, posse em outro cargo cuja
acumulação seja vedada. ( ) CERTO ( ) ERRADO

41
Resposta: Certo. Existem três espécies de agentes públicos: agentes políticos, agentes administrativos (entram aqui
os servidores e empregados públicos) e particulares em colaboração com o Estado. Aqueles que ocupam cargo ele-
tivo, exercendo assim mandato, são agentes políticos, espécie do gênero agente público.

Preceitos constitucionais

O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os princípios da administração pública estudados no tópico anterior,
aos quais estão sujeitos servidores de quaisquer dos Poderes em qualquer das esferas federativas, e, em seus incisos,
regras mínimas sobre o serviço público:
Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

Aprofundando a questão, tem-se o artigo 5º da Lei nº 8.112/1990, que prevê:

Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para investidura em cargo público:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. [...]
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com
professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.

Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº 8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no artigo
207 da Constituição, permitindo que estrangeiros assumam cargos no ramo da pesquisa, ciência e tecnologia.
Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em
lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Preconiza o artigo 10 da Lei nº 8.112/1990:

Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de
prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo
de sua validade.

Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante pro-
moção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e
seus regulamentos.

No concurso de provas o candidato é avaliado apenas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos concur-
sos de provas e títulos o seu currículo em toda sua atividade profissional também é considerado. Cargo em comissão
é o cargo de confiança, que não exige concurso público, sendo exceção à regra geral.
Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual pe-
ríodo.
Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo
ou emprego, na carreira.
Prevê o artigo 12 da Lei nº 8.112/1990:
Artigo 12, Lei nº 8.112/1990. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma
única vez, por igual período.
§1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no
DIREITO ADMINISTRATIVO

Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.


§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade
não expirado.

O edital delimita questões como valor da taxa de inscrição, casos de isenção, número de vagas e prazo de validade.
Havendo candidatos aprovados na vigência do prazo do concurso, ele deve ser chamado para assumir eventual vaga
e não ser realizado novo concurso.
Destaca-se que o §2º do artigo 37, CF, prevê:

42
Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da auto-
ridade responsável, nos termos da lei.
Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabilização daquele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingresso
no serviço público, que em regra se dá por concurso de provas ou de provas e títulos.
Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os car-
gos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Observa-se o seguinte quadro comparativo17:

Função de Confiança Cargo em Comissão


Exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de Qualquer pessoa, observado o percentual mínimo reserva-
cargo efetivo. do ao servidor de carreira.
Com concurso público, já que somente pode exercê-la
Sem concurso público, ressalvado o percentual mínimo
o servidor de cargo efetivo, mas a função em si não
reservado ao servidor de carreira.
prescindível de concurso público.
É atribuído posto (lugar) num dos quadros da
Somente são conferidas atribuições e responsabilida-
Administração Pública, conferida atribuições e
de
responsabilidade àquele que irá ocupá-lo
Destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia Destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
e assessoramento assessoramento
De livre nomeação e exoneração no que se refere à
De livre nomeação e exoneração
função e não em relação ao cargo efetivo.

É atribuído posto (lugar) num dos quadros da


Somente são conferidas atribuições e responsabilida-
Administração Pública, conferida atribuições e
de
responsabilidade àquele que irá ocupá-lo
Destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia Destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
e assessoramento assessoramento
De livre nomeação e exoneração no que se refere à
De livre nomeação e exoneração
função e não em relação ao cargo efetivo.

CLT: EMPREGADO E EMPREGADOR, ANOTAÇÕES NA CTPS, DURAÇÃO DO TRABALHO,


PERÍODOS DE DESCANSO, TRABALHO NOTURNO, TELETRABALHO, FÉRIAS ANUAIS, DANO
EXTRAPATRIMONIAL, CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO, REMUNERAÇÃO E RESCISÃO.

Empregado e empregador

Empregado

De acordo com o que preceitua o art. 3º da CLT, o empregado é toda pessoa física que presta serviços de natureza
não eventual ao empregador, sob dependência deste e mediante salário.
Os requisitos básicos para identificar o empregado (configurar o vínculo empregatício) são:
Pessoalidade – contrato é  realizado por pessoa física, contratado por suas características, não podendo ser substi-
tuída na prestação dos serviços, salvo hipóteses excepcionais.
Não Eventualidade (habitualidade) – assiduidade.
c) Subordinação jurídica – prevista em lei, art. 2º da CLT, em respeito ao contrato de trabalho.
d) Onerosidade – a principal prestação do laborador é desenvolver sua atividade profissional, ao passo que, a prin-
DIREITO ADMINISTRATIVO

cipal contraprestação do empregador é realizar o pagamento do trabalho prestado.

São elementos não essenciais para caracterizar o Vínculo:


a) Exclusividade – a CLT não exige exclusividade, pode ter vários vínculos empregatícios, não precisa de baixa de car-
teira. Se o empregador exigir exclusividade, deve haver uma contraprestação para que compense a exclusividade.
b) Local da Prestação do Serviço – qualquer local.
c) Nível cultural/grau de escolaridade (art. 3º, CLT) – independente do grau, tendo os requisitos do vinculo é em-
pregado. Não pode abrir mão disto.
17 http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/quadro-comparativo-funcao-de-confianca.html

43
Outros tipos de empregados: Além da garantia de direitos, as anotações na CTPS
a) Empregado em domicílio – é o empregado em te- são de extrema importância para a aposentadoria do
letrabalho. trabalhador. A necessidade de comprovar a vigência de
b) Empregado Doméstico – presta serviços contínuos antigos contratos de trabalho para conseguir o benefício
à pessoa ou à família no âmbito residencial (moto- previdenciário, muitas vezes, obriga o trabalhador a ter
rista, babá, enfermeira contratada). que ingressar com um procedimento administrativo jun-
c) Empregador Rural – aquele que trabalha para em- to ao INSS ou perante a justiça.
pregador rural independentemente da atividade Esse ingresso pode ser demorado e ter poucas chan-
por ele exercida. ces de êxito.

Empregador  Muitos empregados costumam negligenciar as ano-


tações até o final do período de experiência que ante-
Em conformidade com o disposto pelo art. 2º da CLT, cede a efetiva contratação, temendo que, caso sejam
o empregador seria a empresa individual ou coletiva, dispensados, isso possa prejudicá-los em oportunidades
que, assumindo os riscos da atividade econômica, admi- futuras de emprego.
te, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. A lei, no entanto, não possibilita que o período de
1º – Equiparam-se ao empregador, para os efeitos experiência seja feito sem registro. Caso o empregador
exclusivos da relação de emprego, os profissionais libe- não proceda com as anotações no início da contratação,
rais, as  instituições de beneficência, as  associações re- poderá sofrer multa de até 10 salários mínimos, além de
creativas  ou  outras instituições sem fins lucrativos, que correr o risco de sofrer uma ação trabalhista.
admitirem trabalhadores como empregados.
2º – Sempre que uma ou mais empresas, tendo, em- Caso a empresa mantenha empregado não registra-
bora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, do, a lei também prevê a aplicação de multa no valor
estiverem sob a direção, controle ou administração de igual a 30 vezes o valor de referência regional por cada
outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma empregado não registrado, acrescido de igual valor em
sua autonomia, integram grupo econômico, serão res-
cada reincidência.
ponsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes
da relação de emprego.
Fonte: https://capitalsocial.cnt.br/anotacoes-na-car-
Princípio da Alteridade – o empregador assume ex-
teira-de-trabalho/.
clusivamente os riscos da atividade econômica. Não divi-
de os prejuízos com os empregados.
Duração do Trabalho, períodos de descanso
Anotação na CPTS
A jornada de trabalho é o tempo que o empregado
Anotações na CTPS auxiliam a garantia de direitos ao fica a disposição do empregador, aguardando ou execu-
trabalhador e asseguram o empregador da aplicação de tando ordens em dado período (dia ou semana), como
possíveis multas e ações judiciais decorrência do contrato de trabalho. É o tempo máxi-
mo previsto para a execução dos encargos decorrentes
Também conhecida como CTPS, a Carteira de Traba- da relação de emprego, sem a prestação de serviços ex-
lho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de traordinários. (SUSSEKIND, p. 812)
qualquer profissão, ainda que em caráter temporário. A lei Ainda assim, definida pela Constituição Federal, em
também exige a CTPS para os casos em que o profissional seu art. 7º, XIII, a jornada regular de trabalho é de 8 horas
exerça qualquer atividade remunerada por conta própria. diárias ou 44 horas semanais, com acréscimo máximo de
2 horas extras por dia.
Quando contratado, o empregado deve apresentar a Importante ressaltar, que a Reforma Trabalhista trou-
CTPS para que o empregador faça as anotações no prazo xe 2 grandes mudanças significativas quanto a esse tó-
de 48 horas. Pode ser manualmente ou por sistema ele- pico.
trônico. São elas: a) Tempo a Disposição: Conforme previsão legal no
Data de admissão; art. 4º, §2º da CLT, não será mais considerado tem-
Valor da remuneração; po á disposição quando o empregador por escolha
Condições especiais, se houver. própria, buscar proteção pessoal (em caso de más
condições climáticas ou de vias públicas perigosas)
Adicionalmente, serão anotados os dados relativos bem como, entrar ou permanecer na empresa para
à qualificação civil ou profissional de cada trabalhador, realizar atividades particulares como: lazer, des-
DIREITO ADMINISTRATIVO

como as referências relativas à sua admissão no empre- canso, estudo, alimentação e etc.
go, a duração e efetividade do trabalho, as férias, os aci-
dentes e demais circunstâncias que estejam relacionadas Ainda assim, no art. 58, §2º da CLT, o legislador aca-
à proteção do trabalhador. bou com as horas in itinere, não considerando mais o
Popularmente chamadas de “registro”, as anotações tempo despendido de casa ao trabalho como tempo a
na CTPS, além de obrigatórias ao empregador, são fun- disposição em nenhuma hipótese.
damentais para a garantia de direitos ao empregado. É
por meio do registro que o empregado garante os reco-
lhimentos necessários ao FGTS e ao INSS.

44
b) Livre estipulação da jornada de trabalho: Atualmente com a inovação do texto legal que traz o art. 611-A da CLT,
a jornada de trabalho poderá ser estabelecida através de acordo coletivo e convenção coletiva de trabalho, pois
esses documentos prevaleceram quanto a CLT.

Ainda assim, no art. 611-B da CLT, passou adequar 50% sobre o valor da hora normal, em casos em que o trabalha-
dor laborar no período noturno e também realizar horas extras.
Com a implantação do art. 611-A da CLT, a jornada de trabalho alterou-se, principalmente, nesses seguimentos:

12x36

A possibilidade de adequar esse tipo de jornada a qualquer contrato de trabalho, a partir de convenção e acordo
coletivo, é uma inovação que veio junto com a Lei nº 13.467/2017.

Jornada Parcial

A jornada parcial, atualmente, possibilita através de acordo e convenções coletivas a aplicação do empregado labo-
rar 30 horas semanais sem possibilidade de realização de horas extras, ou então, laborar por 26 horas semanais, com
até 6 horas extras.

Sobreaviso e prontidão

O regime de horas de prontidão é previsto no art. 244, §3º da CLT e é caracterizado quando o trabalhador fica nas
dependências da empresa aguardando ordens. A escala de prontidão não pode ultrapassar 12 horas, as quais serão
remuneradas à base de 2/3 do valor da hora normal de trabalho.
Já o regime de horas em sobreaviso, está previsto no art. 244, §2º da CLT e estabelece que o empregado aguardará
eventual chamado em sua residência , de acordo com as escalas que o empregador realizar, não podendo ultrapassar
24 horas, as quais são remuneradas com 1/3 do valor da hora normal de trabalho.

FIQUE ATENTO!
A Súmula 428 do TST, que o simples porte de instrumento telemático fornecido pelo empregador,
não caracteriza jornada de sobreaviso.

O período de descanso do trabalho serve para o funcionário se recompor psicologicamente, fisicamente, bem
como, manter a higiene pessoal e alimentação.
Neste diapasão, além dos descansos comuns (intervalo intrajornada e interjornada) que veremos a seguir, em algu-
mas profissões é obrigatório um intervalo diferenciado para a continuação e prosseguimento do trabalho. Veja abaixo
o quadro ilustrativo, com alguns exemplos:

ATIVIDADE DURAÇÃO DO TRABALHO DURAÇÃO DO INTERVALO


Serviços de digitação 90 minutos 10 minutos
Serviços de ambiente artificialmente
1 hora e 40 minutos 20 minutos
frio
Serviço em minas de subsolo 3 horas 15 minutos
Jornada de Trabalho para menores Jornada normal 15 minutos
Serviço de Telefonia 3 horas 20 minutos
Amamentação _ 2 intervalos de 30 minutos

Trabalho Noturno, teletrabalho:


DIREITO ADMINISTRATIVO

O trabalho noturno tem a tutela prevista em lei, e ocorre quando o empregado trabalho no período noturno.

-Das 22h às 5h
-hora noturna reduzia= 52´30´´
EMPREGADO URBANO
-Adicional de 20%
-Agricultura: 21h às 5h
-Pecuária: 20h às 4h
EMPREGADO RURAL - Não há hora noturna reduzia
-Adicional de 25%

45
-Das 19h às 7h
- Não há hora noturna reduzia
PORTUÁRIOS
-Adicional de 20%
-Das 20 às 5h
ADVOGADOS EMPREGA- -Não há hora noturna reduzia
DOS -Adicional de 25%

MENOR DE 18 ANOS Proibido

Com a realização do trabalho noturno surge para o empregado o direito ao recebimento do adicional noturno, o
qual esta fundamentado no art. 73 da CLT, e sua remuneração terá um acréscimo de no mínimo 20%, sobre a hora
diurna.

- Horas extras
A jornada extraordinária é realizada além da jornada normal do trabalhador, seja máxima ou especial. A jornada
extraordinária pode ocorrer tanto antes do início da jornada normal, como após o seu término, ou ainda, durante a
jornada quando existir trabalho nos intervalos intrajornadas. (ROMAR, 2018, p. 363)
A jornada extraordinária tem como cumprimento máximo 2 horas extras e deverá ser remunerada com acréscimo
mínimo de 50% sobre a hora normal, aplicando-se os seguintes divisores:
-jornada de trabalho de 44 horas semanais: divisor 220
-jornada de trabalho de 40 horas semanais: divisor 200
-jornada de trabalho de 6 horas diárias: divisor 180
Quanto a jornada em locais insalubres, é permitido ao trabalhador realizar hora extraordinária, no entanto, tendo
a licença prévia do Ministério do Trabalho, conforme art. 60 da CLT. Porém, o art. 611-A, XII da CLT, dá a possibilidade
do empregador, através de convenção e acordo coletivo (afastando a prévia autorização do Ministério do Trabalho),
poderão dispor sobre a realização de horas extras em locais insalubres.
Ainda assim, destaca-se, que para as jornadas 12x36 também fora permitida a realização de horas extras em locais
insalubres de acordo com o parágrafo único do art. 60 da CLT.

FIQUE ATENTO!
A realização de horas extras habituais, iraá integrar o salário do obreiro para todos os efeitos legais, refletindo
em parcelas trabalhistas (13º salário, férias, fgts, dsr, aviso prévio, parcelas previdenciárias, gratificações e inde-
nizações por tempo de serviço. Súmulas 115 e 24 do TST)

- Horas extras por força maior ou de serviços inadiáveis


Com previsão legal no art. 61 da CLT, é possível a realização de horas extras em decorrência de serviços inadiáveis,
necessidade imperiosa e decorrente de força maior.
Caso estejam presentes esses requisitos, o empregador esta dispensado da obrigatoriedade de previsão em con-
venção ou acordo coletivo, bem como, comunicação prévia ao Ministério do Trabalho, podendo assim exigir do empre-
gado o labor em jornada extraordinária, remunerando-o 50% a mais da sua hora normal.

- Supressão de horas extras.


Caso o empregado realize horas extras habituais, conforme a súmula 291, o empregador que desejar retirá-las,
deverá indenizar o obreiro em um mês para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço
acima da jornada normal.

- Sistema de compensação de jornada


O instituto da compensação de jornada surgiu para substituir o pagamento das horas extras que o trabalhador
realizava dentro da empresa.
DIREITO ADMINISTRATIVO

Assim, para haver a compensação, fora criado o “banco de horas semestral”, o qual esta previsto no art. 59,§5º da
CLT e pode ser estabelecido por acordo individual escrito, e também, foi criado o banco anual, conforme rege o art.
611-A da CLT. Vejamos:
CLT. art. 59º,§ 5º. O banco de horas de que trata parágrafo § 2º deste artigo poderá ser pactuado por acordo indi-
vidual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.
CLT, art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre:
(...)
II- banco de horas anual;

46
Outra mudança drástica fora quanto o entendimento
sobre as horas extras, conforme traz o art. 59-B da CLT: EXERCÍCIO COMENTADO
CLT, art. 59-B. O não atendimento das exigências le-
gais para a compensação de jornada, inclusive quando 1. (TRT - 7ª Região (Ce) – Analista Judiciário - Área
estabelecida mediante acordo tácito, não implica a re- Administrativa – Nível média - CESPE – 2017)
petição do pagamento das horas excedentes à jornada A respeito dos períodos de descanso, assinale a opção
normais diárias se não ultrapassada a duração máxima correta.
semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
Ex: O empregado que trabalha com banco de horas a) Intervalos de descanso serão computados na duração
que foi feito por acordo tácito, que não é permitido so- do trabalho.
mente por acordo escrito, trabalhou durante 44 horas na b) Entre duas jornadas de trabalho deverá existir um re-
semana sendo que, laborou alguns dias mais que oito pouso de, no mínimo, oito horas.
horas e nos outros dias trabalhou de modo que com- c) O descanso semanal remunerado deverá ser concedi-
pletou às 44 horas da semana. Por mais que tivesse dias do necessariamente aos domingos.
que ele trabalhou mais que 8 horas, ele não ultrapassou a d) Um trabalhador que tenha jornada de sete horas con-
duração máxima semanal de 44 horas. Portanto, ele não tínuas terá direito a um intervalo para repouso ou ali-
vai receber as horas que ele trabalhou a mais como extra, mentação de, no mínimo, uma hora.
somente fará jus ao adicional de 50% sobre cada uma
delas. (MELO SOUSA, 2017) Resposta: Letra D - Conforme art. 71 da CLT é devido
A Lei nº 13.467/2017 também inovou com o art. 59- 1 hora de repouso de alimentação para o trabalhador
B,  parágrafo único,  CLT, afirmando que a prestação de que labore mais do que 6 horas. Atenção, com a re-
horas extras habituais não descaracteriza o acordo de forma da CLT, essa 1 hora poderá ser suprimida para
compensação de jornada e o banco de horas. Indo com 30 min.
isso de encontro ao que era entendido na Súmula 85, IV,
TST. (MELO SOUSA, 2017)
SÚMULA 85, IV, TST. A prestação de horas extras habi- Teletrabalho:
tuais descaracteriza o acordo de compensação de jornada.
Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada sema- A Lei nº 13.467 de 13 de julho de 2017 alterou pro-
nal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias fundamente a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser Dentre as alterações, destaca-se a nova disciplina do te-
pago a mais apenas o adicional de trabalho extraordinário. letrabalho, por meio da criação do Capítulo II-A. Embora
tenha havido nítida inspiração no Código do Trabalho
Período de Forma do Acordo de Português, o legislador preferiu negligenciar algumas
Compensação Compensação proteções previstas em terras lusitanas.

Convenção Coletiva ou O art. 75-B a CLT passa a considerar como teletraba-


Anual
Acordo Coletivo lho “a prestação de serviços preponderantemente fora
Convenção Coletiva, das dependências do empregador, com a utilização de
Semestral Acordo Coletivo ou tecnologias de informação e de comunicação que, por
Acordo individual escrito sua natureza, não se constituam como trabalho externo”.
Convenção Coletiva, Apesar da redação de difícil leitura, pode-se perceber
Acordo Coletivo ou que o Legislador Brasileiro foi mais restritivo no conceito
Mensal
Acordo individual escrito de teletrabalhador. Para a CLT, o operário que labora ex-
ou tácito. ternamente, ou seja, o vendedor externo, o motorista, o
QUADRO (ROMAR, 2018, p. 368) trocador, os ajudantes de viagem, dentre outros, que não
possuem um local fixo para exercer suas atividades, não
Ainda assim, lembra-se, que existe a compensação de são teletrabalhadores. Isso porque são considerados ex-
horas extras dentro da semana, ou no máximo, compen- ternos e podem vir a ser enquadrados na disposição do
sada dentro de uma semana para outra. art. 62, inciso I da CLT, ainda que utilizem equipamentos
Semana inglesa: ocorre quando o empregado realiza informáticos, como palms, smartphones e rastreadores
hora extra em um dia, e dentro daquela mesma semana, via GPS para se comunicar com o empregador.
compensa aquela hora extra trabalhada. Ex: Trabalha-se
DIREITO ADMINISTRATIVO

4 horas a mais de segunda a sexta, para poder no sábado Por outro lado, estará no regime jurídico do teletra-
tirar de folga. balho quem exercer, na maior parte do tempo, suas ativi-
Semana espanhola: ocorre quando em uma semana o dades extramuros empresariais, mas, via de regra, em um
empregado labora a mais, para que possa compensar na local específico, sem a necessidade de se locomover para
outra semana. Ex: labora 48 horas semanais, nesta sema- exercer suas atividades. Por exemplo, residência própria,
na, pois, na próxima, ele irá laborar 40h. biblioteca, cafeteria, mas desde que utilizando das tecno-
Esses dois tipos de compensações podem ser reali- logias da informação e telecomunicação, especialmente
zados através de acordo individual expresso ou tácito, por meio da internet, como email, Whatsapp, Facebook,
entre o empregado e o empregador. para recebimento e envio das atribuições ao empregado.

47
De forma perversa, o legislador incluiu no inciso III transição mínimo de quinze dias. Essa é a determinação
do art. 62 da CLT o teletrabalhador, de modo a retirar a do art. 166, item 6, do Código do Trabalho de Portugal
proteção à jornada, desconsiderando o grande avanço , aplicável como direito comparado por força do art. 8°
tecnológico que permite atualmente aos empregadores da CLT.
controlar a localização exata do trabalhador, as ativida-
des que estão sendo desempenhadas e os horários de Em relação ao art. 75-D da CLT, observa-se que não
início e fim. ocorre a transferência para o empregado das despesas
relativas à atividade, pois essas são do empregador,
A regra no direito brasileiro é a jornada de 8 hs. diá- pelo princípio da alteridade. Apenas determina-se que
rias e 44 hs. semanais, prevista no art. 7°, da CF/88, sem o reembolso das despesas deve ser previsto em contrato
distinção. Além disso, há o parágrafo único do art. 6° da escrito. Por isso, deve ser disciplinado o prazo para os
CLT, que equipara o controle telemático e informatizado pedidos de reembolso por parte do trabalhador, os do-
à supervisão direta do empregador. cumentos que serão necessários e a disponibilidade de
equipamentos e material que podem ser adquiridos ou
Assim, para se atribuir uma interpretação conforme se o empregador realizará a aquisição diretamente, como
à Constituição, de modo a compatibilizar os dispositi- prevê claramente o art. 168, item I, do CT de Portugal.
vos da CLT, o inciso III do art. 62 deve ser compreendido
como: encontram-se excluídos da proteção da jornada Diante das considerações supra, nota-se que o legis-
os teletrabalhadores que não possuem nenhuma forma lador não cumpriu a finalidade de proteção jurídica ao
de controle do tempo de trabalho. Isto é, aqueles empre- teletrabalhador, uma vez que questões essenciais da re-
gados que iniciam e terminam suas atividades no horário lação de trabalho são todas remetidas ao contrato entre
que bem entenderem, com total liberdade. A cobrança as partes, o que impõe à maioria dos empregados brasi-
patronal é feita por meio de metas e resultados, sem leiros a subsunção às ordens empresariais, sob o receio
acompanhar os momentos em que a atividade está efeti- do desemprego iminente.
vamente sendo desempenhada.
É preciso refletir se a reforma atinge os fundamentos
Os teletrabalhadores que sofrerem vigilância dos
da República Federativa do Brasil de preservar a dignida-
períodos de conexão, controle de login e logout, locali-
de da pessoa humana e atribuir valor social ao trabalho,
zação física, pausas ou ligações ininterruptas para saber
art. 1°, incisos III e IV da CF/88. Na parte do teletrabalho,
o andamento dos trabalhos, especialmente se de forma
não se protege o trabalhador como parte hipossuficiente
periódica, estão enquadrados na disposição do art. 7° da
da relação. Ao contrário, buscou-se livrar o empregador
CF/88 e no art. 6°, parágrafo único da CLT e possuem
da observância do direito constitucional do trabalhador
direito à proteção da jornada, inclusive eventuais horas
à proteção da jornada, submetendo-o à uma perigosa
extras.
hiperconexão digital, sem o correspondente pagamento
O fato de eventualmente o empregado ir na empresa por parte dos donos da produção, o que é preciso ser
não afasta sua condição de teletrabalhador, pois o con- alertado à sociedade brasileira.
tato esporádico é salutar até para se evitar o isolamento
total e estimular o convívio social entre colegas ou trei- 6 - O trabalhador em regime de teletrabalho pode
namento e, porventura, entrega de documentos pessoais passar a trabalhar no regime dos demais trabalha-
ou profissionais. O que não pode acontecer é a exigência dores da empresa, a título definitivo ou por perío-
contínua de comparecimento ao ambiente de trabalho do determinado, mediante acordo escrito com o
que se equipare a um controle diário e fixo de forma ca- empregador. (grifou-se).
muflada. Havendo um simples agendamento para me-
lhor organizar as atividades, não há descaracterização do Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do
regime de teletrabalho. Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais,
decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por ana-
No parágrafo primeiro do art. 75-C previu-se que logia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de
para o início do teletrabalho é necessário mútuo acordo. direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de
Porém, o parágrafo segundo afirma que o empregador acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas
pode determinar, sem anuência do obreiro, o retorno do sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou
empregado ao ambiente empresarial. A disposição con- particular prevaleça sobre o interesse público. (grifou-se).
flita com o art. 468 da CLT, que exige bilateralidade nas
alterações contratuais, em razão do princípio da inaltera- 1 – Na falta de estipulação no contrato, presume-se
DIREITO ADMINISTRATIVO

bilidade contratual lesiva, bem como por força do art. 7° que os instrumentos de trabalho respeitantes a
da CF/88 que diz que os direitos devem visar a melhoria tecnologias de informação e de comunicação uti-
da condição social do trabalhador. lizados pelo trabalhador pertencem ao emprega-
dor, que deve assegurar as respetivas instalação e
Nesse contexto, entende-se que o parágrafo segun- manutenção e o pagamento das inerentes despe-
do deve ser lido à luz do princípio da inalterabilidade e sas. (grifou-se).
da CF/88. Assim, apenas se o teletrabalhador entrar em
acordo com o empregador é que poderá retornar ao am- Fonte: https://www.anamatra.org.br/artigos/
biente intramuro empresarial, garantindo-se o prazo de 25552-o-teletrabalho-na-nova-clt.

48
Férias anuais: Ex: Funcionário ganha o valor de R$ 1000,00, e mais
R$ 500,00 de outras verbas salariais. O salário do em-
O art. 7º, XVII da Constituição Federal, declara que pregado totaliza R$ 1.500,00. Quando for sair de férias,
todos os empregados tem o direito de férias remunera- o mesmo ganhará R$ 1.500,00 mais 1/3 do salário que é
das anualmente, com pelo menos 1/3 de acréscimo no R$ 500,00, os quais totalizam uma verba de R$ 2.000,00.
salário. Em caso de rescisão contratual antes de completar 12
O trabalhador adquirirá o direito de Férias, após la- meses, o empregador deverá pagar férias proporcionais
borar 12 meses, e terá o direito de tirar 30 dias de férias. ao obreiro, na forma que tem-se que calcular o valor das
As férias são períodos de descanso que devem ser férias, com o respectivo terço. Encontrado o valor, divi-
usufruídos ao longo da vigência do contrato de trabalho, de-se por 12 (número de meses do período aquisitivo)
pois tem a finalidade de permitir que o empregado re- e em seguida multiplica-se pela quantidade de meses
componha suas energias físicas e mentais, para que volte trabalhados (incluindo projeção do aviso prévio). (LAPA,
a sua função laboral revitalizado. KERTZMAN, 2018, p. 294).
Normalmente, o tempo de férias para o trabalhador Já no caso do empregador não conceder as férias no
que laborou por 12 meses, é de 30 dias de descanso. período correto ou não conceder em período nenhum,
Caso o trabalhador falte do trabalho justificadamente, o mesmo deverá efetuar o pagamento das férias em do-
nada se altera nesses dias, caso o trabalhador falte injus- bro, conforme o art.134 e 147 da CLT.
tificadamente, será aplicada as férias da seguinte manei- Após ter alcançado o período aquisitivo, o emprega-
ra de acordo com o art. 130 da CLT. do entra no período concessivo. Nesse período conces-
sivo de 12 meses, o empregador é obriga a conceder as
FALTAS INJUSTIFICADAS DURAÇÃO DAS FÉRIAS férias ao funcionário, sob pena de efetuar o pagamento
Até 5 faltas 30 dias em dobro, conforme Sumula 450 do TST.
De 6 a 14 faltas 24 dias - Fracionamento e Abono de Férias
De 15 a 23 faltas 18 dias Com a Reforma Trabalhista, o instituto do fracionamento
das férias alterou, e atualmente fundamentado pelo art. 134,
De 24 a 32 faltas 12 dias
§1º, trouxe a possibilidade de fracionamento das férias em 3
Mais de 32 faltas Perde o direito de férias períodos. Deve-se atentar-se, que um desses períodos não
podem ser menor que 14 dias, e o restante, não pode ser
inferior a 5 dias.
FIQUE ATENTO! Neste mesmo diapasão, a Reforma Trabalhista revogou
Candidato, memorize apenas a primeira linha o §2º,134 da CLT, dando possibilidade de fracionamento
do quadro que ensina até 5 faltas injustifica- das férias dos maiores de 50 anos e menores de 18 anos.
das. Para as linhas seguintes do quadro, basta Ainda assim, como uma inovação, o art. 134, §3º da CLT,
observar que o número de faltas cresce de 09
em 09 dias, ao passo que a duração das férias
vedou a concessão de férias aos trabalhadores em 02 dias que
diminui de 06 em 06. antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado.
No tocante ao abono de férias, insta salientar que o
empregado tem a opção de converter 1/3 de suas férias
#FicaDica em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe
seria devido nos dias correspondentes.
Se tiver familiares laborando dentro da
mesma empresa, os mesmos poderão ter a
Importante ter em mente, que o abono terá de ser
oportunidade de gozar as férias juntos, se o requerido com até 15 dias antes do término do período
evento não causar prejuízo para a empresa e aquisitivo, e o valor pecuniário não pode ser superior a
se fizerem o pedido, conforme o art. 136, §1º 20 dias, conforme dispõe o art. 144 da CLT.
da CLT.
Ainda assim, importante destacar que o art.
136, §2º, informa que os estudantes possuem
o direito de tirar férias junto com as férias
EXERCÍCIO COMENTADO
escolares.
1. (TRT - 7ª Região (Ce) – Analista Judiciário - Área
Administrativa – Nível média - CESPE – 2017)
Após adquirir o direito das férias, o gozo das férias No que se refere a férias, assinale a opção correta.
ocorrerá no período concessivo. O qual se encontra nos
12 meses seguintes. a) O empregado receberá, durante as férias, a remune-
DIREITO ADMINISTRATIVO

Conforme o art.136 da CLT, é o empregador quem ração que lhe for devida durante o período aquisitivo.
escolhe quando o empregado irá tirar férias. No entanto, b) O período de férias não é computado como tempo de
o mesmo tem o dever de avisá-lo com antecedência mí- serviço.
nima de 30 dias. c) O empregado que receber auxílio-doença por mais
O pagamento das férias será realizado 2 dias antes do de sete meses durante o período aquisitivo, ainda que
início do descanso, conforme art. 145 da CLT, e será pago de forma descontínua, perderá o direito às férias.
a título de férias, o valor correspondente ao salário do d) O empregado poderá exigir do empregador que as
empregado, acrescido das demais verbas salariais com férias sejam concedidas no período que melhor aten-
mais um 1/3 do salário. da aos seus interesses.

49
Resposta: Letra C - Conforme o art. 133 – “Não terá ponderação, fixe a justa indenização ao caso concreto
direito a férias o empregado que, no curso do período que se lhe apresente. II. AS ALTERAÇÕES RELATIVAS AO
aquisitivo: IV - tiver percebido da Previdência Social DANO EXTRAPATRIMONIAL NA LEI N. 13.467/2017.
prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-do- Com o advento da Lei n. 13.467/2017 (Nova CLT),
ença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínu- passamos a comentar os novos dispositivos legais, como
os”. segue:

TÍTULO II-A
Dano extrapatronial: DO DANO EXTRAPATRIMONIAL

Não obstante o avanço do instituto do dano moral ou Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natu-
dano extrapatrimonial no Direto do Trabalho no Brasil, reza extrapatrimonial decorrentes da relação de tra-
tanto na doutrina, como na jurisprudência, com o alar- balho apenas os dispositivos deste Título.
gamento dos casos de incidência privilegiando a digni-
dade da pessoa humana, que constitui o fundamento de O legislador inicia o regramento do instituto do dano
validade do Estado Democrático de Direito, a novel Lei não patrimonial, ou moral, limitando as hipóteses de in-
n. 13.467/2017, denominada Reforma Trabalhista, veio cidência apenas às elencadas neste título, o que não se
apresentar um novo regramento, nesta temática, a partir coaduna com a própria realidade dos fatos, haja vista a
do art. 223-A, que passaremos a analisar, de forma per- dinâmica da sociedade moderna. A rigor, a norma aci-
functória, artigo a artigo, nas próximas linhas. ma se apresenta como numerus clausus, e não numerus
Em primeiro plano, o legislador brasileiro passou a apertus, como deveria ser.
adotar a expressão dano extrapatrimonial em substitui- O Código Napoleônico de 1804, na França, consi-
ção a dano moral, da mesma forma que este instituto derado um dos mais avançados na época, caminhou na
é denominado em Portugal, na Itália e Alemanha, espe- mesma vertente, ao considerar que seus artigos pode-
cialmente por ser de mais amplo espectro, abrangendo riam enquadrar todos os fatos sociais da época, ou seja,
inclusive o dano estético. fazer a subsunção do fato à norma, fenômeno que ficou
conhecido como dogma da completude do ordenamen-
I UM NOVO CRITÉRIO PARA DETERMINAÇÃO to jurídico civilista.
DO VALOR DA REPARAÇÃO POR DANO MORAL IN- Porém, o caminhar da sociedade veio mostrar, em
pouco tempo após a sua promulgação que, enquanto a
DIVIDUAL COM O ADVENTO DA LEI n. 13.467/2017
lei é petrificada, estática, os fatos sociais são dinâmicos
(NOVA CLT)
e no evolver das relações humanas criam novos fatos e
Com o objetivo de colaborar com debate acadêmico,
novas situações que passam a não ser albergadas pelo
doutrinário e jurisprudencial quanto à determinação do
direito posto ou pré-existente na norma cristalizada.
quantum satis do dano moral individual, agora dano ex-
trapatrimonial, pelo seu caráter subjetivo que conduz a
Na sociedade reurbanizada, globalizada, consumeris-
maior dificuldade, com base em nossa experiência ante-
ta, politizada e altamente cibernética em que vivemos,
rior, apresentamos aos aplicadores do Direito, em nosso
não há possibilidade de estancar ou de represar a ocor-
livro[1], uma reflexão quanto ao critério para fixação do rência de um instituto tão amplo como o dano não pa-
valor da reparação, como consta da tabela abaixo. trimonial.
É cediço que a honra, dignidade, intimidade, vida pri- Portanto, entendemos que uma legislação, por mais
vada de um ser humano não tem preço, que só as coi- avançada e moderna que seja, não tem o condão de al-
sas têm preços, como já dizia Kant, pois a pessoa é um bergar todos os casos de incidência na contemporanei-
ser único, insubstituível, feito à imagem e semelhança de dade, como se extrai do dispositivo legal acima mencio-
Deus, daí sua dupla natureza jurídica, uma material e ou- nado.
tra imaterial ou extrapatrimonial. Além disso, em sua evolução, a sublimidade e nobre-
Porém, quando ocorre um vilipêndio a esta especial za do instituto do dano extrapatrimonial, longe de levar
natureza do ser humano, que deveria ser indevassável, à sua banalização, como muitos já quiseram fazer crer,
por ato ilícito ou abusivo por outrem e a devida repa- cada nova hipótese de ocorrência ou novidade jurídica
ração se faz necessária, havendo a movimentação da o enobrece, pois é produto do desenvolvimento do pró-
máquina judiciária neste sentido, não será permitido ao prio espírito humano. Isto provém exatamente do fato
julgador deixar de se pronunciar a respeito (princípio do de que o dano moral segue a mesma trajetória do ser
non liquet), na fixação da justa reparação. humano, pois um é corolário do outro.
DIREITO ADMINISTRATIVO

Portanto, é neste sentido que, em nome dos princí- Dentro deste contexto, entendemos que não há
pios mais elevados emanados da Constituição Federal de como limitar ou restringir a aplicação deste instituto do
1988, entre eles a isonomia, a segurança jurídica, bem dano extrapatrimonial a apenas aos casos especificados
como a previsibilidade das decisões judiciais, de modo neste estreito limite legal, como dispõe este novel artigo.
a se evitar decisões colidentes, conflitantes ou contradi- Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial
tórias, consideramos de bom alvitre estabelecer critérios, a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou exis-
de modo a parametrizar os valores das reparações por tencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as ti-
dano extrapatrimonial, mas sempre deixando ao livre ar- tulares exclusivas do direito à reparação.
bítrio do magistrado, para que, dentro de seu juízo de

50
Este artigo além de trazer um conceito de dano mo- Com efeito, o acolhimento da admissibilidade do
ral limita sua ocorrência apenas aos titulares do direito dano não patrimonial em relação à pessoa jurídica veio
material à reparação, o que refoge à realidade dos fa- acolher o disposto na Súmula n. 227 do Superior Tribunal
tos. Muitas vezes os titulares do dano não patrimonial de Justiça, in verbis:
ultrapassam a pessoa do trabalhador, para atingir seus “Súmula n. 227 – A pessoa jurídica pode sofrer dano
familiares mais próximos, situação que não se confunde moral”.
com o dano indireto ou por ricochete. Obviamente tal especificidade de dano moral só re-
Vejamos a situação de um pequeno núcleo familiar, cairá sobre a pessoa do empregado ou de terceiro, que
constituído pelo trabalhador empregado, esposa e filhos, por ação ou omissão, culpa (negligência, imprudência ou
que vivem em situação de plena felicidade, saúde e es- imperícia) ou dolo, cometer ato ilícito e lesar a imagem
tabilidade, partilhando tudo o que a natureza lhes pode ou reputação da empresa ou empregador no mercado
proporcionar. A partir de uma doença profissional desen- em que opera.
cadeada no emprego ou um acidente de trabalho, por Se houver a judicialização da demanda empresarial,
negligência do empregador, pode provocar uma com- o Judiciário poderá condenar o ofensor a uma sanção
pleta desestruturação deste núcleo familiar. pecuniária, por meio de pagamento de indenização, ou
Neste caso, entendemos que o titular do direito à re- ainda em uma obrigação de fazer (retratação pública, pu-
paração pelo dano não patrimonial sofrido não é apenas blicação de anúncio em jornais ou revistas, ou prestação
o trabalhador, mas também o cônjuge e membros da fa- de serviços à comunidade).
mília, pois todos, sem exceção, foram atingidos pelo nú- Art. 223-E. São responsáveis pelo dano extrapatrimo-
cleo do instituto, ou seja, pela dor e angústia espiritual, já nial todos os que tenham colaborado para a ofensa
que juntos compartilhavam dos momentos de felicidade. ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da
Como muitas vezes não será mais possível o retorno omissão.
à situação anterior (status quo ante bellum), de forma Este artigo contempla a possibilidade de responsabi-
equivalente à situação de não ocorrência do dano, ou lidade solidária ou subsidiária, com base no princípio da
o mais próximo possível dela, não restará outra opção a
razoabilidade e proporcionalidade, de forma que o par-
não ser o pagamento da indenização ou reparação à víti-
tilhamento da indenização seja feita de forma equitativa
ma e familiares próximos, conforme recomenda o princí-
entre os co-responsáveis pela lesão.
pio do restitutio in integrum.
Ressaltamos que a solidariedade não se presume, ela
Para aprofundar ainda mais a análise deste caso hi-
decorre da lei ou do contrato.
potético, imaginemos que o trabalhador, em decorrência
Art. 223-F. A reparação por danos extrapatrimoniais
da doença profissional ou do acidente ficou impotente
pode ser pedida cumulativamente com a indenização
sexualmente. Daí, configurada a culpa da empresa, tere-
mos uma hipótese de dano sexual em face da privação por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo.
da esposa a uma vida sexual normal, que ostentava an- § 1º. Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao pro-
teriormente ao evento danoso, fato que, por se constituir ferir a decisão, discriminará os valores das indeniza-
em um direito da personalidade levará à extensão da re- ções a título de danos patrimoniais e das reparações
paração à pessoa da esposa. por danos de natureza extrapatrimonial.
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liber- § 2º A composição das perdas e danos, assim com-
dade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o preendidos os lucros cessantes e os danos emergentes,
lazer e a integridade física são os bens juridicamente não interfere na avaliação dos danos extrapatrimo-
tutelados inerentes à pessoa física. niais.
Em uma análise preliminar, sem maiores pretensões, Verifica-se dos artigos retro mencionados, o acolhi-
podemos perceber que vários direitos da personalidade mento também da Súmula n. 37 do STJ, que assim dis-
que encarnam a configuração do dano extrapatrimonial põe:
não foram compreendidos neste artigo, entre os quais o “Súmula 37 – São cumuláveis as indenizações por
direito à vida privada, à vida familiar sã, plena e feliz, à dano material e dano moral oriundos do mesmo fato”.
beleza, a qualidade de vida, etc, o que exigirá do magis- Desta forma, poderá haver a cumulação de danos pa-
trado, no caso concreto, à devida subsunção do fato real trimoniais (danos emergentes e lucros cessantes), com
à norma legal. os danos extrapatrimoniais, decorrentes da indenização
Vejamos os demais artigos da Lei da Reforma Traba- por dano moral ou dano estético, decorrentes do mesmo
lhista, no tópico: evento lesivo e ultrapassado o filtro do nexo causal entre
Art. 223-D. A imagem, a marca, o nome, o segredo o dano e a lesão.
empresarial e o sigilo da correspondência são bens ju- Ademais, a lei exige que o magistrado discrimine,
ridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica. caso a caso, os valores relativos a cada tipo de indeniza-
DIREITO ADMINISTRATIVO

A novidade jurídica deste artigo está relacionada ao ção ou reparação.


reconhecimento de que a pessoa jurídica também pode Já o parágrafo 2º do presente artigo é até mesmo
ser afetada pelo dano extrapatrimonial, porém, de forma redundante, na medida em que os magistrados, no caso
tão somente objetiva, já que por se constituir uma abs- concreto, atuam neste sentido, ou seja, não há interfe-
tração, a empresa não possui espírito. rência da avaliação dos danos patrimoniais com os danos
Como o núcleo basilar da responsabilidade subjetiva morais, pois possuem natureza jurídica diversa, o que,
repousa no tripé dor, humilhação e angústia, a empresa por si só, enseja a cumulação dos respectivos pedidos.
ou pessoa jurídica não poderá ser acometida nesta ver- Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará:
tente da responsabilidade civil. I. a natureza do bem jurídico tutelado;

51
II. a intensidade do sofrimento ou da humilhação; verá uma parametrização do valor da reparação aos ma-
III. a possibilidade de superação física ou psicológica; gistrados e aplicadores do direito, bem como uma maior
IV. os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omis- previsibilidade e segurança jurídica aos atores sociais.
são; O problema que se afigura e que terá que ser aferido
V. a extensão e a duração dos efeitos da ofensa; pelo magistrado no caso concreto é que a dignidade hu-
VI. as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo mana não é mensurável, não tem preço, possui um valor
moral; inestimável em face da natureza insubstituível e única da
VII. o grau de dolo ou culpa; personalidade humana, que nada tem a ver com as fun-
VIII. a ocorrência de retratação espontânea; ções ou atribuições que cada um exerce no dia a dia, seja
IX. o esforço efetivo para minimizar a ofensa; na vida profissional ou privada, daí a imponderabilidade
de se usar idênticos parâmetros para todos os indivíduos.
X. o perdão, tácito ou expresso; Em outras palavras, colocar todos na mesma balança.
XI. a situação social e econômica das partes envolvi- Exemplo: um diretor de uma grande empresa, com
das; remuneração elevada, certamente terá uma indenização
XII. o grau de publicidade da ofensa. muito superior a um operário que labora no chão de fá-
§ 1º Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a brica, com remuneração muito inferior. Será que a digni-
indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em dade do diretor é superior axiologicamente à dignidade
um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação: do operário? Em termos de indenização pela ocorrência
I. ofensa de natureza leve, até três vezes o último salá- do dano extrapatrimonial, o valor pecuniário da indeni-
rio contratual do ofendido; zação do diretor se apresentará muito superior à do ope-
II. ofensa de natureza média, até cinco vezes o último rário, ensejando uma situação de não equidade, como se
salário contratual do ofendido; a dignidade do operário fosse considerada de segunda
III. ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último linha. Mas este é apenas um dos inúmeros percalços que
salário contratual do ofendido; deverão ser solucionados pela doutrina e pela jurispru-
dência futura.
IV. ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes
Deste fato decorreu nossa reflexão no sentido de se
o último salário contratual do ofendido.
estabelecer parâmetros de fixação do valor da reparação,
§ 2º. Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização
em uma escala de valores, mas sempre deixando uma
será fixada com observância dos mesmos parâmetros
janela aberta ao magistrado, para em seu juízo de pon-
estabelecidos no § 1º deste artigo, mas em relação ao
deração, fixar a justa indenização em cada caso concreto
salário contratual do ofensor.
que se lhe fosse apresentado.
§ 3º. Na reincidência entre partes idênticas, o juízo
poderá elevar ao dobro o valor da indenização. Fonte: http://genjuridico.com.br/2017/08/22/o-
Certamente este artigo trata da parte mais tormen- -dano-extrapatrimonial-na-lei-13-4672017-da -
tosa para os aplicadores do direito, especialmente os -reforma-trabalhista/.
magistrados que deverão fixar o quantum satis da inde-
nização, nos termos do art. 944 do Código Civil Brasileiro: Contrato individual de trabalho:
“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do
dano. O art. 442 da CLT define o contrato de trabalho como
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção um acordo tácito ou expresso, correspondente à relação
entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz de emprego. Isto é, o contrato de trabalho é um acordo
reduzir, eqüitativamente, a indenização”. de vontades, manifestado de forma expressa (verbal ou
O arbitramento da indenização por dano moral deve escrita) ou de forma tácita, por meio do qual uma pessoa
considerar a gravidade do dano e a dimensão dos pre- física (empregado) se compromete a prestar serviços de
juízos sofridos, a capacidade patrimonial dos ofensores, forma subordinada a pessoa, mediante uma remunera-
o princípio da razoabilidade e o caráter pedagógico da ção. (ROMAR, 2018, p. 264)
medida (arts. 5º, V e X da CF/88 e arts. 12, 186, 187 e 944, De acordo com a Carla Teresa Martin Romar, o con-
do Código Civil Brasileiro). trato de trabalho apresenta as seguintes características:
Sem dúvida que a reparação pecuniária do dano a) Contrato de Direito Privado;
moral deverá ser pautada pela força criativa da doutri- b) Natureza: privada;
na e da jurisprudência, devendo o magistrado, diante do c) Celebração do contrato como fruto da autonomia
caso concreto, considerar, em linhas objetivas, todos os das partes, os quais se obrigam reciprocamente;
detalhes e aspectos, às vezes colocando-se no lugar do d) Pactua-se o Contrato conforme estipulações de
lesante e do lesado, para fazer a subsunção do caso con- ambos os lados – art. 444 da CLT;
DIREITO ADMINISTRATIVO

creto à norma legal, postando-se muitas vezes como se e) Contrato é consensual;


psicólogo fosse, para fixar a indenização que se afigure f) Oneroso;
mais justa no caso concreto. g) Celebrado intuitu personae, obrigação pessoal;
Embora o Superior Tribunal de Justiça, pela Súmula
nº 281 tenha fixado o entendimento no sentido de que: - Classificações
“A indenização por dano moral não está sujeita a tarifa- I) O contrato de trabalho pode ser:
ção prevista na Lei de Imprensa“, cremos que o estabe- - Expresso: quando é escrito, elaborado um docu-
lecimento de critérios objetivos, como ora proposto pela mento, ajustando direitos e deveres da relação tra-
Lei da Reforma Trabalhista (Lei n. 13.467/2017) promo- balhistas.

52
- Tácito: ocorre quando há a falta deste documento, Resposta: Certo - De acordo com o art. 443 da CLT,
no entanto, o empregado está laborando para o o contrato de trabalho poderá ser verbal ou escrito,
empregador. Houve tacitamente um contrato re- de forma tácita ou expresso, tendo sua duração por
alizado entre os dois polos da relação trabalhista. prazo determinado ou indeterminado, podendo ain-
da, destinar-se a trabalha intermitente.
II) Quanto sua duração:
- Contrato por prazo determinado: essa modalidade REMUNERAÇÃO E RESCISÃO
de contrato tem previsão legal fundamentada no
art. 443 da CLT, e é utilizada como exceção a regra. a) Salário: é a remuneração correspondente à con-
Levando-se em consideração o princípio da conti- traprestação pecuniária paga ao empregado em
nuidade da relação de trabalho, os contratos são decorrência da sua prestação de serviços. Isto
realizados para durarem, por um período determi- é, o salário é uma das parcelas da remuneração,
nado. Ex: Atividades de caráter transitórias. equivalente ao valor pago diretamente pelo em-
pregador ao empregado como contraprestação
Por essa modalidade de contratação ser excepcional, da relação de emprego, abrangendo os períodos
conforme o art. 445 da CLT, a duração máxima de um de interrupção do contrato de trabalho (art. 457,
contrato com essa característica, não pode ultrapassar a CLT). O valor do salário abrange as parcelas contra
2 anos. No entanto, vale ressaltar, conforme súmula 188 prestativas que o empregador paga ao emprega-
do TST, o contrato por experiência não poderá ultrapas- do. (ROMAR, 2018, p. 403).
sar a 90 dias. b) Remuneração: seria o gênero do qual o salário é a
O contrato por prazo determinado QUALQUER que espécie. A remuneração consiste em ser a totalida-
seja sua modalidade, poderá ser prorrogado apenas 1 de dos ganhos do empregado, pagos diretamente
(uma) vez, sobe pena de vigorar o contrato por prazo ou não pelo empregador.
indeterminado, conforme art. 445, CLT.
Após o fim do prazo do contrato de trabalho por
prazo determinado, o empregador pagará as seguintes RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO:
verbas: 13º proporcional, férias proporcionais acrescidas
de 1/3, saldo salário e a liberação do FGTS sem multa de - justa causa Essa modalidade de rescisão contratual
40%. ocorre quando o empregado comete alguma falta
Ocorre que, algumas vezes essa modalidade de con- grave, conforme elencado no art. 482 da CLT que
trato se extingue antes do prazo previsto. Ou seja, a res- apresenta as seguintes hipóteses:
cisão contratual poderá ocorrer por vontade do empre- - improbidade: ato lesivo ao patrimônio do empre-
gador, o qual será submetido á aplicação do art. 479 da gador. Ex: Roubo.
CLT, pagando ainda saldo de salário proporcional, férias - incontinência de conduta: comportamento irregular
proporcionais acrescidas de 1/3 e liberação do FGTS. Se com a moral sexual. Ex: Acesso a site pornográfico.
a rescisão contratual ocorrer por parte do empregado, o - mau procedimento: comportamento irregular. Ex:
mesmo será compelido a efetuar o pagamento de even- Adulteração de cartão de ponto.
tuais prejuízos que causar ao empregador, e poderá re- - negociação habitual ou em serviço: informa a clien-
ceber apenas o saldo de salário e 13º e as férias propor- te da empresa que possui produtos com valores
cionais acrescidas de 1/3 (art. 480, CLT). inferiores ou iguais ao do empregador, ou que
- Contrato por prazo indeterminado: essa modalida- tem outra loja que tem produto com menor custo.
de de contrato tem previsão legal na Súmula 212 - condenação criminal sem sursis: é a condenação do
do TST e é a espécie adotada como regra geral da empregado transitado e julgado, do qual ocorre a
celebração de contrato de trabalhado. prisão sem o direito a suspensão da pena.
- desídia: Falta de cuidado, zelo na realização das ati-
vidades laborais.
- embriaguez habitual ou em serviço: nessa hipótese
EXERCÍCIO COMENTADO só ocorre a dispensa quando a embriaguez não
for considerada causa de doença.
1. (EMAP – Analista Portuário - Área Jurídica – Nível - violação de segredo da empresa: divulgação não
Superior - CESPE – 2018) autorizada de segredos da empresa.
Conforme as disposições da Consolidação das Leis do - indisciplina: descumprimento de ordem geral de ser-
Trabalho (CLT), julgue o seguinte item. viço.
DIREITO ADMINISTRATIVO

O contrato individual de trabalho poderá ser celebrado - insubordinação: descumprimento de ordem pesso-
de forma tácita ou expressa, verbal ou escrita; poderá ter al de serviço.
prazo indeterminado ou determinado; e poderá desti- - abandono de empregado: ausência continuada no
nar-se à prestação de trabalho intermitente. trabalho.
- ato lesivo da honra e boa fama: empregado ofende
( ) CERTO ( ) ERRADO por palavra ou gesto a qualquer um da empresa
(não é justa causa quando for legítima defesa).
- ofensas físicas: agressões físicas (não é justa causa
quando for legitima defesa).

53
- prática de jogos de azar: praticar jogos ilícitos.perda TÍTULO I
da habilitação quando for inerente ao desenvolvi- Das Disposições Preliminares
mento da função: quando a função exigir carteira
de habilitação. Ex. Motorista. Artigo 1.º - Esta lei regula os atos e procedimentos
administrativos da Administração Pública centraliza-
Despedida indireta - A dispensa indireta define-se da e descentralizada do Estado de São Paulo, que não
como uma forma de extinção do contrato de trabalho tenham disciplina legal específica.
por iniciativa do empregado, provocada por ato faltoso Parágrafo único - Considera-se integrante da Admi-
do empregador. Trata-se de inexecução contratual por nistração descentralizada estadual toda pessoa jurí-
parte da empresa empregadora. dica controlada ou mantida, direta ou indiretamente,
O art. 483 da CLT apresenta as hipóteses de falta gra- pelo Poder Público estadual, seja qual for seu regime
ve do empregador que pode gerar a dispensa indireta jurídico.
do empregado: Artigo 2.º - As normas desta lei aplicam-se subsidia-
- Exigir do empregado serviços superiores às suas riamente aos atos e procedimentos administrativos
forças com disciplina legal específica.
- Exigir serviços defesos por lei Artigo 3.º - Os prazos fixados em normas legais espe-
- Exigir serviços contrários ao bom costume cíficas prevalecem sobre os desta lei.
- Exigir serviço alheio ao contrato
- Tratar o empregado com rigor excessivo TÍTULO II
- Colocar o empregado em situação em que corra Dos Princípios da Administração Pública
perigo manifesto de mal considerável
- Não cumprir as obrigações contratuais Artigo 4.º - A Administração Pública atuará em obe-
- Praticar contra o empregado ou a sua família, ato diência aos princípios da legalidade, impessoalidade,
lesivo da honra moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade,
- Ofender fisicamente o empregado, salvo em legíti- interesse público e motivação dos atos administrati-
ma defesa própria ou de outrem vos.
- Reduzir o trabalho do empregado de forma que Artigo 5.º - A norma administrativa deve ser inter-
afeta seu salário pretada e aplicada da forma que melhor garanta a
realização do fim público a que se dirige.
Deste modo, o empregador estará vinculado a efe- Artigo 6.º - Somente a lei poderá:
tuar o pagamento das seguintes verbas rescisórias: Saldo I - criar condicionamentos aos direitos dos particula-
de Salário, aviso prévio, 13º salário proporcional, Férias res ou impor-lhes deveres de qualquer espécie; e
vencidas (se houver) +1/3, férias proporcionais + 1/3 e a II - prever infrações ou prescrever sanções.
indenização de 40 % do FGTS.
TÍTULO III
Dispensa arbitrária A rescisão contratual arbitrária, Dos Atos Administrativos
também chamada de “sem justa causa”, é a rescisão con- CAPÍTULO I
tratual unilateral por parte do empregador. Disposição Preliminar
Ou seja, o empregador não gostaria mais de ficar com
o empregado, e desta forma, rescinde o contrato de tra- Artigo 7.º - A Administração não iniciará qualquer
balho dele, indenizando-o de todos seus direitos, isto é, atuação material relacionada com a esfera jurídica
efetuará o pagamento das seguintes verbas rescisórias: dos particulares sem a prévia expedição do ato admi-
Saldo de Salário, aviso prévio, 13º salário proporcional, nistrativo que lhe sirva de fundamento, salvo na hipó-
Férias vencidas (se houver) +1/3, férias proporcionais + tese de expressa previsão legal.
1/3 e a indenização de 40 % do FGTS.
CAPÍTULO II
Da Invalidade dos Atos
PROCESSO ADMINISTRATIVO (LEI
ESTADUAL Nº 10.177/1998): ARTIGOS 1º Artigo 8.º - São inválidos os atos administrativos que
AO 36. desatendam os pressupostos legais e regulamentares
de sua edição, ou os princípios da Administração, es-
pecialmente nos casos de:
LEI Nº 10.177, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1998 I - incompetência da pessoa jurídica, órgão ou agente
DIREITO ADMINISTRATIVO

de que emane;
Regula o processo administrativo no âmbito da Admi- II - omissão de formalidades ou procedimentos essen-
nistração Pública Estadual ciais;
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: III - impropriedade do objeto;
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu IV - inexistência ou impropriedade do motivo de fato
promulgo a seguinte lei: ou de direito;
  V - desvio de poder;
VI - falta ou insuficiência de motivação.

54
Parágrafo único - Nos atos discricionários, será razão Artigo 14 - Os atos de conteúdo normativo e os de
de invalidade a falta de correlação lógica entre o moti- caráter geral serão numerados em séries específicas,
vo e o conteúdo do ato, tendo em vista sua finalidade. seguidamente, sem renovação anual.
Artigo 9.º - A motivação indicará as razões que jus- Artigo 15 - Os regulamentos serão editados por decre-
tifiquem a edição do ato, especialmente a regra de to, observadas as seguintes regras:
competência, os fundamentos de fato e de direito e a I - nenhum regulamento poderá ser editado sem base
finalidade objetivada. em lei, nem prever infrações, sanções, deveres ou con-
Parágrafo único - A motivação do ato no procedimen- dicionamentos de direitos nela não estabelecidos;
to administrativo poderá consistir na remissão a pare- II - os decretos serão referendados pelos Secretários de
ceres ou manifestações nele proferidos. Estado em cuja área de atuação devam incidir, ou pelo
Artigo 10 - A Administração anulará seus atos inváli- Procurador Geral do Estado, quando for o caso;
dos, de ofício ou por provocação de pessoa interessa- III - nenhum decreto regulamentar será editado sem
da, salvo quando: exposição de motivos que demonstre o fundamento
I - ultrapassado o prazo de 10 (dez) anos contado de legal de sua edição, a finalidade das medidas adota-
sua produção; das e a extensão de seus efeitos;
II - da irregularidade não resultar qualquer prejuízo; IV - as minutas de regulamento serão obrigatoria-
III - forem passíveis de convalidação. mente submetidas ao órgão jurídico competente, an-
Artigo 11 - A Administração poderá convalidar seus tes de sua apreciação pelo Governador do Estado.
atos inválidos, quando a invalidade decorrer de vício
de competência ou de ordem formal, desde que: CAPÍTULO IV
I - na hipótese de vício de competência, a convalida- Da Publicidade dos Atos
ção seja feita pela autoridade titulada para a prática
do ato, e não se trate de competência indelegável; Artigo 16 - Os atos administrativos, inclusive os de ca-
II - na hipótese de vício formal, este possa ser suprido ráter geral, entrarão em vigor na data de sua publica-
de modo eficaz. ção, salvo disposição expressa em contrário.
§ 1.º - Não será admitida a convalidação quando dela Artigo 17 - Salvo norma expressa em contrário, a pu-
resultar prejuízo à Administração ou a terceiros ou blicidade dos atos administrativos consistirá em sua
quando se tratar de ato impugnado. publicação no Diário Oficial do Estado, ou, quando for
§ 2.º - A convalidação será sempre formalizada por o caso, na citação, notificação ou intimação do inte-
ato motivado. ressado.
Parágrafo único - A publicação dos atos sem conteúdo
CAPÍTULO III normativo poderá ser resumida.
Da Formalização dos Atos
CAPÍTULO V
Artigo 12 - São atos administrativos:
Do Prazo para a Produção dos Atos
I - de competência privativa:
a) do Governador do Estado, o Decreto;
Artigo 18 - Será de 60 (sessenta) dias, se outra não for
b) dos Secretários de Estado, do Procurador Geral do
Estado e dos Reitores das Universidades, a Resolução; a determinação legal, o prazo máximo para a prática
c) dos órgãos colegiados, a Deliberação; de atos administrativos isolados, que não exijam pro-
II - de competência comum: cedimento para sua prolação, ou para a adoção, pela
a) a todas as autoridades, até o nível de Diretor de autoridade pública, de outras providências necessárias
Serviço; as autoridades policiais; aos dirigentes das à aplicação de lei ou decisão administrativa.
entidades descentralizadas, bem como, quando esta- Parágrafo único - O prazo fluirá a partir do momen-
belecido em norma legal específica, a outras autorida- to em que, à vista das circunstâncias, tornar-se logi-
des administrativas, a Portaria; camente possível a produção do ato ou a adoção da
b) a todas as autoridades ou agentes da Administra- medida, permitida prorrogação, quando cabível, me-
ção, os demais atos administrativos, tais como Ofícios, diante proposta justificada.
Ordens de Serviço, Instruções e outros.
§ 1.º - Os atos administrativos, excetuados os decre- CAPÍTULO VI
tos, aos quais se refere a Lei Complementar n. 60, de Da Delegação e da Avocação
10 de julho de 1972, e os referidos no Artigo 14 desta
lei, serão numerados em séries próprias, com renova- Artigo 19 - Salvo vedação legal, as autoridades supe-
ção anual, identificando-se pela sua denominação, riores poderão delegar a seus subordinados a prática
DIREITO ADMINISTRATIVO

seguida da sigla do órgão ou entidade que os tenha de atos de sua competência ou avocar os de compe-
expedido. tência destes.
§ 2.º - Aplica-se na elaboração dos atos administrati- Artigo 20 - São indelegáveis, entre outras hipóteses
vos, no que couber, o disposto na Lei Complementar n. decorrentes de normas específicas:
60, de 10 de julho de 1972. I - a competência para a edição de atos normativos
Artigo 13 - Os atos administrativos produzidos por es- que regulem direitos e deveres dos administrados;
crito indicarão a data e o local de sua edição, e conte- II - as atribuições inerentes ao caráter político da au-
rão a identificação nominal, funcional e a assinatura toridade;
da autoridade responsável.

55
III - as atribuições recebidas por delegação, salvo au- Artigo 27 - Durante a instrução, os autos do procedi-
torização expressa e na forma por ela determinada; mento administrativo permanecerão na repartição
IV - a totalidade da competência do órgão; competente.
V - as competências essenciais do órgão, que justifi- Artigo 28 - Quando a matéria do processo envolver
quem sua existência. assunto de interesse geral, o órgão competente pode-
Parágrafo único - O órgão colegiado não pode delegar rá, mediante despacho motivado, autorizar consulta
suas funções, mas apenas a execução material de suas pública para manifestação de terceiros, antes da de-
deliberações. cisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte
interessada.
TITULO IV § 1.º - A abertura da consulta pública será objeto de
Dos Procedimentos Administrativos divulgação pelos meios oficiais, a fim de que os autos
CAPÍTULO I possam ser examinados pelos interessados, fixando-se
Normas Gerais prazo para oferecimento de alegações escritas.
Seção I § 2.º - O comparecimento à consulta pública não
Dos Princípios confere, por si, a condição de interessado no proces-
so, mas constitui o direito de obter da Administração
Artigo 21 - Os atos da Administração serão precedidos resposta fundamentada.
do procedimento adequado à sua validade e à prote- Artigo 29 - Antes da tomada de decisão, a juízo da
ção dos direitos e interesses dos particulares. autoridade, diante da relevância da questão, poderá
Artigo 22 - Nos procedimentos administrativos obser- ser realizada audiência pública para debates sobre a
var-se-ão, entre outros requisitos de validade, a igual- matéria do processo.
dade entre os administrados e o devido processo legal, Artigo 30 - Os órgãos e entidades administrativas, em
especialmente quanto à exigência de publicidade, do matéria relevante, poderão estabelecer outros meios
contraditório, ampla defesa e, quando for o caso, do de participação dos administrados, diretamente ou
por meio de organizações e associações legalmente
despacho ou decisão motivados.
reconhecidas.
§ 1.º - Para atendimento dos princípios previstos neste
Artigo 31 - Os resultados da consulta e audiência públi-
artigo, serão assegurados às partes o direito de emitir
ca e de outros meios de participação dos administrados
manifestação, de oferecer provas e acompanhar sua
deverão ser acompanhados da indicação do procedi-
produção, de obter vista e de recorrer.
mento adotado.
§ 2.º - Somente poderão ser recusadas, mediante deci-
são fundamentada, as provas propostas pelos interes-
Seção IV
sados quando sejam ilícitas, impertinentes, desneces- Dos Prazos
sárias ou protelatórias.
Artigo 32 - Quando outros não estiverem previstos
Seção II nesta lei ou em disposições especiais, serão obedeci-
Do Direito de Petição dos os seguintes prazos máximos nos procedimentos
administrativos:
Artigo 23 - É assegurado a qualquer pessoa, física ou ju- I - para autuação, juntada aos autos de quaisquer
rídica, independentemente de pagamento, o direito de elementos, publicação e outras providências de mero
petição contra ilegalidade ou abuso de poder e para a expediente: 2 (dois) dias;
defesa de direitos. II - para expedição de notificação ou intimação pesso-
Parágrafo único - As entidades associativas, quando al: 6 (seis) dias;
expressamente autorizadas por seus estatutos ou por III - para elaboração e apresentação de informes sem
ato especial, e os sindicatos poderão exercer o direito caráter técnico ou jurídico: 7 (sete) dias;
de petição, em defesa dos direitos e interesses coleti- IV - para elaboração e apresentação de pareceres ou
vos ou individuais de seus membros. informes de caráter técnico ou jurídico: 20 (vinte) dias,
Artigo 24 - Em nenhuma hipótese, a Administração prorrogáveis por 10 (dez) dias quando a diligência
poderá recusar-se a protocolar a petição, sob pena de requerer o deslocamento do agente para localidade
responsabilidade do agente. diversa daquela onde tem sua sede de exercício;
V - para decisões no curso do procedimento: 7 (sete) dias;
Seção III VI - para manifestações do particular ou providências
Da Instrução a seu cargo: 7 (sete) dias;
VII - para decisão final: 20 (vinte) dias;
DIREITO ADMINISTRATIVO

Artigo 25 - Os procedimentos serão impulsionados e VIII - para outras providências da Administração: 5
instruídos de ofício, atendendo-se à celeridade, econo- (cinco) dias.
mia, simplicidade e utilidade dos trâmites. § 1.º - O prazo fluirá a partir do momento em que, à
Artigo 26 - O órgão ou entidade da Administração es- vista das circunstâncias, tornar-se logicamente possí-
tadual que necessitar de informações de outro, para vel a produção do ato ou a adoção da providência.
instrução de procedimento administrativo, poderá § 2.º - Os prazos previstos neste artigo poderão ser, caso
requisitá-las diretamente, sem observância da vincu- a caso, prorrogados uma vez, por igual período, pela au-
lação hierárquica, mediante ofício, do qual uma cópia toridade superior, à vista de representação fundamenta-
será juntada aos autos. da do agente responsável por seu cumprimento.

56
Artigo 33 - O prazo máximo para decisão de requeri-
mentos de qualquer espécie apresentados à Adminis- CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO
tração será de 120 (cento e vinte) dias, se outro não for DA ADMINISTRAÇÃO: CONTROLE
legalmente estabelecido. ADMINISTRATIVO; CONTROLE
§ 1.º - Ultrapassado o prazo sem decisão, o interes- JUDICIAL; CONTROLE LEGISLATIVO;
sado poderá considerar rejeitado o requerimento na RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
esfera administrativa, salvo previsão legal ou regula-
mentar em contrário.
§ 2.º - Quando a complexidade da questão envolvida
não permitir o atendimento do prazo previsto neste Controle da Administração Pública é o exercício de
artigo, a autoridade cientificará o interessado das pro- vigilância, orientação e revisão sobre a conduta funcio-
vidências até então tomadas, sem prejuízo do disposto nal, exercido por um poder, órgão ou autoridade pública
no parágrafo anterior. com relação a outro.
§ 3.º - O disposto no § 1.° deste artigo não desonera a “O controle do Estado pode ser exercido através de
autoridade do dever de apreciar o requerimento. duas formas distintas, que merecem ser desde logo dife-
renciadas. De um lado, temos o controle político, aquele
Seção V que tem por base a necessidade de equilíbrio entre os
Da Publicidade Poderes estruturais da República – o Executivo, o Legisla-
tivo e o Judiciário. Nesse controle, cujo delineamento se
Artigo 34 - No curso de qualquer procedimento ad- encontra na Constituição, pontifica o sistema de freios e
ministrativo, as citações, intimações e notificações, contrapesos, nele se estabelecendo normas que inibem
quando feitas pessoalmente ou por carta com aviso de o crescimento de qualquer um deles em detrimento de
recebimento, observarão as seguintes regras: outro e que permitem a compensação de eventuais pon-
I - constitui ônus do requerente informar seu endereço tos de debilidade de um para não deixá-lo sucumbir à
para correspondência, bem como alterações posterio- força de outro. São realmente freios e contrapesos dos
res; Poderes políticos. [...] O que ressalta de todos esses casos
II - considera-se efetivada a intimação ou notificação é a demonstração do caráter que tem o controle político:
por carta com sua entrega no endereço fornecido pelo seu objetivo é a preservação e o equilíbrio das institui-
interessado; ções democráticas do país. O controle administrativo tem
III - será obrigatoriamente pessoal a citação do acusa- linhas diversas. Nele não se procede a nenhuma medida
do, em procedimento sancionatório, e a intimação do para estabilizar poderes políticos, mas, ao contrário, se
terceiro interessado, em procedimento de invalidação; pretende alvejar os órgãos incumbidos de exercer uma das
IV - na citação, notificação ou intimação pessoal, caso o funções do Estado – a função administrativa. Enquanto o
destinatário se recuse a assinar o comprovante de rece- controle político se relaciona com as instituições políticas,
bimento, o servidor encarregado certificará a entrega e o controle administrativo é direcionado às instituições ad-
a recusa; ministrativas. [...] Podemos denominar de controle da Ad-
V - quando o particular estiver representado nos autos ministração Pública o conjunto de mecanismos jurídicos
por procurador, a este serão dirigidas as notificações e e administrativos por meio dos quais se exerce o poder
intimações, salvo disposição em contrário. de fiscalização e de revisão da atividade administrativa em
Parágrafo único - Na hipótese do inciso III, não encon- qualquer das esferas de Poder”18.
trado o interessado, a citação ou a intimação serão O princípio da legalidade e o princípio das políticas
feitas por edital publicado no Diário Oficial do Estado. administrativas, juntos, fundamentam o Controle da Ad-
Artigo 35 - Durante a instrução, será concedida vista ministração Pública. Neste sentido, “mais precisamente,
dos autos ao interessado, mediante simples solicita- a ideia central, quando se fala em controle da Adminis-
ção, sempre que não prejudicar o curso do procedi- tração Pública, reside no fato de que o titular do patri-
mento. mônio público (material e imaterial) é o povo, e não a
Parágrafo único - A concessão de vista será obriga- Administração, razão pela qual ela se sujeita, em toda a
tória, no prazo para manifestação do interessado ou sua atuação, sem qualquer exceção, ao princípio da in-
para apresentação de recursos, mediante publicação disponibilidade do interesse público”19.
no Diário Oficial do Estado.
Artigo 36 - Ao advogado e assegurado o direito de re-
tirar os autos da repartição, mediante recibo, durante
o prazo para manifestação de seu constituinte, salvo
DIREITO ADMINISTRATIVO

na hipótese de prazo comum.

18 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Adminis-


trativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
19 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo
Descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008.

57
b) Provocado: ocorre mediante provocação de tercei-
#FicaDica ro, postulando a revisão do ato administrativo dito
Controle da Administração é: ilegal ou inconveniente.
- Faculdade de vigilância, orientação e
correção que um poder, órgão ou autoridade - Conforme a origem ou a extensão do controle
exerce sobre a conduta funcional de outro; a) Controle interno: é aquele realizado pelas autori-
- Regulamentado por diversos atos dades no âmbito do próprio órgão ou entidade em
normativos, os quais trazem regras, que atuam no âmbito da administração. Exemplo:
modalidades e instrumentos para sua chefe que na repartição controla os seus subordina-
organização; dos; corregedoria que faz inspeção em um fórum.
- O que assegura que a Administração vá Basicamente, sempre se está diante de controle
atuar de acordo com princípios jurídicos, interno quando um Poder exerce controle sobre
previstos no artigo 37, caput, CF – legalidade, ele mesmo, isto é, Judiciário fiscalizando Judiciário,
impessoalidade, moralidade, publicidade e Legislativo fiscalizando Legislativo e Executivo fis-
eficiência. calizando Executivo.
Quando, no exercício do controle interno, uma
Elementos e natureza jurídica do controle autoridade ocultar uma irregularidade ou ilegali-
dade da entidade responsável pelo controle exter-
Segundo Carvalho Filho20, dois são os elementos bási- no, notadamente um Tribunal de Contas, haverá
cos do controle: a fiscalização e a revisão. “A fiscalização e responsabilidade solidária entre a autoridade que
a revisão são os elementos básicos do controle. A fiscali- praticou a ocultação e a autoridade que praticou o
zação consiste no poder de verificação que se faz sobre a ilícito.
atividade dos órgãos e dos agentes administrativos, bem b) Controle externo: é aquele realizado por um Poder
como em relação à finalidade pública que deve servir de que é diferente do Poder fiscalizado, exteriorizan-
objetivo para a Administração. A revisão é o poder de do um sistema de freios e contrapesos. É o caso
corrigir as condutas administrativas, seja porque tenham do controle de atos do Executivo por decisões do
vulnerado normas legais, seja porque haja necessidade Poder Judiciário, ou mesmo da sustação de ato
de alterar alguma linha das políticas administrativas para normativo do Executivo pelo Legislativo, além do jul-
que melhor seja atendido o interesse coletivo”. gamento de contas do Presidente da República pelo
Para o autor, a natureza jurídica do controle é de prin- Congresso Nacional, e de auditorias do Tribunal de
cípio fundamental da administração pública, conforme Contas da União quanto ao Executivo federal.
teor do próprio Decreto-lei nº 200/1967, que assegura c) Controle externo popular: realizado pelo contri-
também que o controle deve ser exercido em todos ní- buinte pelo acesso das contas públicas (artigo 31,
veis e em todos órgãos. §3º, CF; artigo 74, §2º, CF).
- Conforme o momento a ser exercido
Classificação das formas de controle a) Controle prévio ou preventivo: exercido antes do
início da prática ou antes da conclusão do ato ad-
“O poder-dever de controle é exercitável por todos os Po- ministrativo.
deres da República, estendendo-se a toda a atividade adminis- b) Controle concomitante: exercido durante a realiza-
trativa (vale lembrar, há atividade administrativa em todos os ção do ato, verificando a sua validade enquanto ele
Poderes) e abrangendo todos os seus agentes. Por esse mo- é praticado.
tivo, diversas são as formas pelas quais o controle se exercita, c) Controle posterior ou corretivo: busca rever os
sendo, destarte, inúmeras as denominações adotadas” 21. atos já praticados, corrigindo, desfazendo ou con-
firmando. Envolve atos como os de aprovação, ho-
- Conforme o âmbito da administração mologação, anulação, revogação ou convalidação.
a) Por subordinação: exercido por meio dos patama-
res de hierarquia dentro da mesma Administração. - Conforme a amplitude ou a natureza do controle
Trata-se de controle tipicamente interno. a) Controle de legalidade: verifica se o ato foi prati-
b) Por vinculação: exercido por uma pessoa a qual são atri- cado em conformidade com a lei. O controle pode
buídos poderes de fiscalização e revisão em relação a ser interno ou externo. O resultado final é a confir-
pessoa diversa. Trata-se de controle tipicamente externo. mação ou a rejeição do ato, anulando-o.
b) Controle de mérito: visa verificar a oportunidade e
- Conforme a iniciativa a conveniência administrativas do ato controlado.
DIREITO ADMINISTRATIVO

a) De ofício: executado pela própria Administração Trata-se do controle sobre a atuação discricionária
quando está regularmente exercendo as suas fun- da Administração Pública, mantendo-o ou revo-
ções. Afinal, a Administração tem a prerrogativa da gando-o. Diz-se que o Judiciário não pode fazer
autotutela, que a permite invalidar ou revogar suas este controle, o que é verdade, em termos: o Judi-
condutas de ofício (súmulas 346 e 473, STF). ciário não pode controlar a atividade discricionária
que é legítima, mas se ela exceder parâmetros de
20 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Adminis- razoabilidade e proporcionalidade pode fazê-lo.
trativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
Nesta questão se insere a polêmica sobre o con-
21 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo
trole judicial de políticas públicas.
Descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008.

58
alteração em punição aplicada pela Administração
#FicaDica no exercício do poder disciplinar diante do surgi-
- Quanto ao órgão que o exerce mento de fatos novos).
Executivo - Controle social: é aquele exercido pela própria so-
Legislativo ciedade, em demanda emanada de grupos sociais,
Judiciário no exercício da atividade democrática que tem
- Quanto ao fundamento amparo constitucional notadamente na garantia
Hierárquico pelo artigo 37, §3º, CF de edição de lei que regule
Finalístico formas de participação do usuário na administra-
- Conforme a origem ção direta e indireta. Entre as formas que já são
Interno trazidas por algumas leis, como a Lei nº 9.784/1999
Externo sobre o processo administrativo federal, estão as
Popular audiências e consultas públicas. Neste âmbito do
- Quanto à atividade administrativa controle social, é possível fixar uma divisão entre
Legalidade controle natural, feito pela população em si, e con-
Mérito trole institucional, feito por órgãos em atuação por
- Quanto ao momento de exercício legitimidade extraordinária, como o Ministério Pú-
Preventivo blico e a Defensoria Pública.
Concomitante
Corretivo - Recurso de administração
Recursos administrativos são meios hábeis que po-
dem ser utilizados para provocar o reexame do ato ad-
Controle exercido pela administração pública ministrativo, pela PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Conforme conceitua Carvalho Filho22, “são os meios
É o controle exercido pela Administração quanto formais de controle administrativo, através dos quais o
aos seus próprios atos. Ou seja, é o exercido pelo Poder interessado postula, junto a órgãos da Administração, a
Executivo, pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciá- revisão de determinado ato administrativo”. É necessário,
rio quanto aos seus próprios atos, tanto no que tange à para recorrer, que o interessado tenha tido a sua preten-
legalidade quanto em relação à conveniência. É sempre são contrariada pela administração, logo, é da essência
um controle interno, que deriva do poder-dever de au- do recurso a manifestação de inconformismo, retratando
totutela. ilegalidade ou abuso do poder público.
Entre os meios de controle, destacam-se:
- Fiscalização Hierárquica: esse meio de controle é Os principais recursos de administração são os se-
inerente ao poder hierárquico, ocorrendo o exer- guintes: representação, em que se faz denúncia de irre-
cício dos órgãos superiores em relação aos infe- gularidades feita perante o poder público; reclamação,
riores; em que há oposição expressa a atos da administração
- Controle ou Supervisão Ministerial: aplicável nas que afetam direitos ou interesses legítimos do interes-
entidades de administração indireta vinculadas a sado; pedido de reconsideração, em que se solicita ree-
um Ministério, não havendo subordinação; xame à mesma autoridade que praticou o ato; recurso
- Recursos Administrativos: serve para provocar o hierárquico próprio, que se dirige à autoridade ou ins-
reexame do ato administrativo pela própria Admi- tância superior do mesmo órgão administrativo em que
nistração Pública. foi praticado o ato; recurso hierárquico impróprio, que se
- Direito de petição: é um direito fundamental con- dirige à autoridade ou órgão estranho à repartição que
ferido a toda pessoa de defender seus direitos e expediu o ato recorrido, mas com competência julgadora
noticiar ilegalidades e abusos (artigo 5º, XXXIV, expressa; e revisão, em que se busca a alteração de pu-
CF). Pode ser exercido por diversas vias, como re- nição aplicada pela Administração no exercício do poder
presentação (denúncia de irregularidade perante a disciplinar diante do surgimento de fatos novos, abrin-
Administração, Tribunal de Contas ou outro órgão do-se novo processo.
de controle), reclamação administrativa (oposição Outra classificação relevante é a que separa os recursos
expressa a ato administrativo que ofenda direito mencionados em duas categorias: recursos incidentais, que
ou interesse legítimo, podendo ser interposta pe- são interpostos quando o processo administrativo está em
rante o Supremo Tribunal Federal se o ato adminis- curso e o inconformismo é contra um ato nele praticado
trativo contrariar súmula vinculante), pedido de re- (enquadram-se aqui o pedido de reconsideração, o recurso
DIREITO ADMINISTRATIVO

consideração (solicitação de mudança da decisão hierárquico próprio e o recurso hierárquico impróprio); re-
pela própria autoridade que praticou um ato), re- cursos deflagradores ou autônomos, que são aqueles que
curso hierárquico próprio (solicitação de mudança formalizam a própria abertura de processo (enquadram-se
da decisão por autoridade hierarquicamente supe- aqui a reclamação, a representação e a revisão).
rior àquela que praticou o ato), recurso hierárquico Vale apontar sobre os efeitos dos recursos adminis-
impróprio (solicitação de mudança da decisão por trativos: em regra, terão apenas efeito devolutivo, pois
autoridade diversa, com competência especifica- os atos administrativos têm em seu favor a presunção de
da em lei, porém não hierarquicamente superior
22 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Adminis-
àquela que praticou o ato), revisão (solicitação de
trativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

59
legitimidade; excepcionalmente, caso concedido pela au- durante os prazos respectivamente estabelecidos para
toridade competente, terá efeito suspensivo. Vale desta- extinção do seu direito à ação ou reclamação.
car que caso o recurso tenha efeito suspensivo, também Art. 6º O direito à reclamação administrativa, que
o prazo prescricional ficará suspenso, enquanto que se o não tiver prazo fixado em disposição de lei para ser
efeito for apenas devolutivo irá continuar correndo. formulada, prescreve em um ano a contar da data do
Súmula 429, STF. A existência de recurso administrati- ato ou fato do qual a mesma se originar.
vo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado Entretanto, a reclamação se torna um instrumento
de segurança contra omissão da autoridade. mais usual com a fixação em lei da possibilidade de
Ressalta-se, complementando o teor da súmula, que sua apresentação ao Supremo Tribunal Federal se o
nada impede o uso simultâneo das esferas administrativa ato administrativo contrariar súmula vinculante. As
e judicial, considerando que são independentes entre si. hipóteses de reclamação são ampliadas pelo Código
Aliás, apenas existem duas hipóteses em que o esgota- de Processo Civil de 2015:
mento dos recursos administrativos é imposto: trata-se Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou
de demanda perante a justiça desportiva, conforme o do Ministério Público para:
artigo 217, §1º, CF; se ocorre contrariedade de súmula I - preservar a competência do tribunal;
vinculante na via administrativa e o administrado preten- II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
de invoca-la mediante reclamação, conforme artigo 7º, III – garantir a observância de enunciado de súmula
§1º, Lei nº 11.417/2006. Em todos os demais casos, tal vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal
exigência é proibida. em controle concentrado de constitucionalidade;
Outra questão que merece ser abordada no campo IV – garantir a observância de acórdão proferido em
dos recursos administrativos é a da reformatio in pejus, julgamento de incidente de resolução de demandas
ou seja, da reforma da decisão tomada pela administra- repetitivas ou de incidente de assunção de competên-
ção de modo a agravar a situação do administrado. Devi- cia;
do a previsão expressa na Lei nº 9.784/1999, a reformatio § 1o A reclamação pode ser proposta perante qual-
in pejus em recurso administrativo modificando a decisão quer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão
recorrida é permitida, mas o recorrente deverá ter opor- jurisdicional cuja competência se busca preservar ou
tunidade de manifestar-se antes dele ocorrer; já em se cuja autoridade se pretenda garantir.
tratando de reformatio in pejus em processo de revisão, § 2o A reclamação deverá ser instruída com prova do-
há vedação. Quanto à possibilidade de gravame na pri- cumental e dirigida ao presidente do tribunal.
meira hipótese, a doutrina afirma que apenas é permi- § 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada
tida a reformatio in pejus caso o ato inferior tenha sido e distribuída ao relator do processo principal, sempre
praticado em desconformidade com a lei, considerados que possível.
critérios objetivos, sendo assim proibida a reformatio in § 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a
pejus caso seja feita apenas nova avaliação subjetiva. aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplica-
Último ponto que se coloca tange à coisa julgada ad- ção aos casos que a ela correspondam.
ministrativa, que basicamente é uma “situação jurídica § 5º É inadmissível a reclamação:
pela qual determinada decisão firmada pela Administra- I – proposta após o trânsito em julgado da decisão
ção não mais pode ser modificada na via administrati- reclamada;
va”23, embora o possa na via judicial; diferenciando-se da II – proposta para garantir a observância de acórdão
coisa julgada jurisdicional, cujo caráter definitivo impede de recurso extraordinário com repercussão geral re-
a rediscussão da matéria em qualquer via. conhecida ou de acórdão proferido em julgamento de
recursos extraordinário ou especial repetitivos, quan-
- Reclamação do não esgotadas as instâncias ordinárias.
Segundo Di Pietro24, “a reclamação administrativa é o § 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso
ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor interposto contra a decisão proferida pelo órgão recla-
público, deduz uma pretensão perante a Administração mado não prejudica a reclamação.
Pública, visando obter o reconhecimento de um direito Art. 989.  Ao despachar a reclamação, o relator:
ou a correção de um erro que lhe cause lesão ou ameaça I - requisitará informações da autoridade a quem for
de lesão”. imputada a prática do ato impugnado, que as presta-
A primeira referência à reclamação no ordenamento rá no prazo de 10 (dez) dias;
está no Decreto nº 20.910/1932, que fixa o prazo de 1 II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou
ano para que ocorra a prescrição: do ato impugnado para evitar dano irreparável;
III - determinará a citação do beneficiário da decisão
DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 5º Não tem efeito de suspender a prescrição a impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para
demora do titular do direito ou do crédito ou do seu apresentar a sua contestação.
representante em prestar os esclarecimentos que lhe Art. 990.  Qualquer interessado poderá impugnar o
forem reclamados ou o fato de não promover o anda- pedido do reclamante.
mento do feito judicial ou do processo administrativo Art. 991.  Na reclamação que não houver formulado,
o Ministério Público terá vista do processo por 5 (cin-
23 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Adminis- co) dias, após o decurso do prazo para informações e
trativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015. para o oferecimento da contestação pelo beneficiário
24 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed.
do ato impugnado.
São Paulo: Atlas editora, 2010.

60
Art. 992.  Julgando procedente a reclamação, o tribu- No pedido de reconsideração, será a própria autori-
nal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou dade que praticou um ato, reconsiderando nestes mol-
determinará medida adequada à solução da contro- des a decisão que foi tomada.
vérsia. No recurso hierárquico próprio, será a autoridade
Art. 993.  O presidente do tribunal determinará o ime- hierarquicamente superior àquela que praticou o ato,
diato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão tratando-se de clássico exercício do poder hierárquico
posteriormente. inerente à estrutura escalonada da administração. Esta
é a forma típica de se recorrer da decisão administrativa.
Logo, a reclamação é uma forma bastante diferen- No recurso hierárquico impróprio, será autoridade di-
ciada de controle da administração porque é exercido versa, com competência especificada em lei, porém não
tipicamente por órgão externo sem superioridade hie- hierarquicamente superior àquela que praticou o ato. Na
rárquica, notadamente, tribunal que componha o Poder verdade, a reclamação administrativa perante o STF pode
Judiciário. Por isso, autores como Carvalho Filho25 afir- ser enquadrada nesta categoria.
mam que se trata mais de controle jurisdicional do que
de controle administrativo. - Prescrição administrativa
Significa perda de prazo para apresentar uma preten-
- Pedido de reconsideração e recurso hierárquico são perante a Administração. No caso, o administrado
próprio e impróprio não perde o direito, o que ocorre na decadência, mas
Todos são espécies do gênero direito de petição, que sim a pretensão de postulá-lo. Pode ocorrer nos casos
confere o direito fundamental de toda pessoa buscar pe- de perda de prazo para recorrer de decisão tomada ou
rante a administração a alteração de um ato administrati- revisá-la (prescrição correndo contra o administrado e a
vo ou representar a prática de ato ilegal ou abusivo. favor da administração, convalidando seus atos), caso em
que se segue a regra da prescrição quinquenal (5 anos)
Art. 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, indepen- prevista no artigo 1º do Decreto nº 20.910; ou na hipóte-
dentemente do pagamento de taxas: a) o direito de se de perda do prazo para o exercício do poder punitivo
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos (prescrição correndo a favor do administrado e contra a
ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obten- administração, que não mais poderá aplicar a punição),
ção de certidões em repartições públicas, para defesa que é a típica prescrição administrativa, e de perda de
de direitos e esclarecimento de situações de interesse prazo para que seja adotada determinada providência
pessoal. administrativa (prescrição correndo a favor do adminis-
trado e contra a administração, que não mais poderá
O direito de petição deve resultar em uma manifesta- anular seus próprios atos dos quais decorram efeitos be-
ção do Estado, normalmente dirimindo (resolvendo) uma néficos aos administrados, salvo prova de má-fé).
questão proposta, em um verdadeiro exercício contínuo - Poder punitivo de polícia – 5 anos (Lei nº
de delimitação dos direitos e obrigações que regulam 9.873/1999);
a vida social e, desta maneira, quando “dificulta a apre- - Poder disciplinar funcional – no âmbito federal, 5
ciação de um pedido que um cidadão quer apresentar” anos (infração grave), 2 anos (infração média) ou
(muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); “de- 180 dias (infração leve), a contar do conhecimento
mora para responder aos pedidos formulados” (adminis- de sua prática (Lei nº 8.112/1990);
trativa e, principalmente, judicialmente) ou “impõe restri- - Adoção de providência administrativa – 5 anos (Lei
ções e/ou condições para a formulação de petição”, traz nº 9.784/1999).
a chamada insegurança jurídica, que traz desesperança e - Representação e reclamação administrativas
faz proliferar as desigualdades e as injustiças.
Dentro do espectro do direito de petição se insere, As representações e as reclamações administrativas
por exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de são ambas formas de se exercer o direito de petição (art.
solicitar cópias reprográficas e certidões, bem como de 5º, XXXIV, CF). Em sentido genérico são, ao lado dos re-
ofertar denúncias de irregularidades. Contudo, o consti- cursos hierárquicos e do pedido de representação, espé-
tuinte, talvez na intenção de deixar clara a obrigação dos cies de recursos administrativos, mas que se diferenciam
Poderes Públicos em fornecer certidões, trouxe a letra b) daqueles por serem autônomos e não incidentais.
do inciso, o que gera confusões conceituais no sentido Assim, trata-se de exercício deste direito de forma
do direito de obter certidões ser dissociado do direito originária (recurso deflagrador), isto é, o ato administrati-
de petição. vo ilegal ou abusivo foi praticado e será denunciado pelo
Nas hipóteses de pedido de reconsideração, recur- administrado. Será a primeira vez que a estão será levada
DIREITO ADMINISTRATIVO

so hierárquico próprio e recurso hierárquico impróprio à administração para a devida apreciação.


denota-se que o processo administrativo ainda está em Na representação é feita uma denúncia de irregulari-
curso, pois uma autoridade tomou uma decisão admi- dade, ilegalidade ou abuso de poder perante a Adminis-
nistrativa da qual se pretende recorrer (logo, trata-se de tração, Tribunal de Contas ou outro órgão de controle,
recurso incidental). A diferença entre as três modalidades como o Ministério Público.
está na autoridade que apreciará o pedido de alteração Na reclamação administrativa se dá uma oposição
da decisão administrativa. expressa a ato administrativo que ofenda direito ou inte-
resse legítimo.
25 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

61
- Sistemas de controle jurisdicional da administração VI - examinar, prévia e conclusivamente, no âmbito do
pública: contencioso administrativo e sistema da jurisdi- Ministério, Secretaria e Estado-Maior das Forças Armadas:
ção uma a) os textos de edital de licitação, como os dos respec-
Sistema administrativo é o regime que um Estado tivos contratos ou instrumentos congêneres, a serem
adota para controlar os atos administrativos ilegais ou publicados e celebrados;
ilegítimos praticados pela Administração em seus di- b) os atos pelos quais se vá reconhecer a inexigibilida-
versos níveis, podendo ser de duas espécies: francês, de, ou decidir a dispensa, de licitação.
também conhecido como sistema do contencioso ad-
ministrativo; e inglês, também denominado sistema do
controle judicial, judiciário ou da jurisdição una. #FicaDica
O sistema francês se caracteriza por excluir os atos Controle administrativo é o controle que o
administrativos da apreciação judicial, sujeitando-os a Executivo e os órgãos internos do Legislativo
uma jurisdição especial do contencioso administrativo e do Judiciário exercem sobre suas próprias
que é composta por tribunais de caráter administrativo. atividades, buscando mantê-las conforme a lei.
Neste sistema, se evidencia a dualidade de jurisdição, Se exerce por:
havendo a jurisdição comum composta pelos órgãos do Fiscalização hierárquica – Dos órgãos
Poder Judiciário que resolve os litígios não abrangidos superiores em relação aos inferiores,
pelo contencioso administrativo e a jurisdição especial corrigindo as atividades dos agentes;
composta apenas por tribunais de natureza administra- Recursos administrativos – Meios que
tiva. permitem que os administrados provoquem
Já o sistema inglês se caracteriza pela intervenção o reexame de decisões internas.
do Poder Judiciário no controle dos atos administrati-
vos. Deste modo, a jurisdição é una e apenas o Judiciário
possui competência para resolver todos os litígios, tanto Controle judicial
os administrativos quanto os estritamente privados. As
decisões do Judiciário, por sua vez, são protegidas pela O controle judicial é exercido pelo Judiciário sobre
força da coisa julgada, que impede a rediscussão de ma- os atos administrativos praticados pelo Poder Executivo,
térias já decididas em juízo em seu mérito. pelo Poder Legislativo ou pelo próprio Poder Judiciá-
No Brasil adota-se o sistema inglês. rio, quando realiza atividades administrativas. Por ele, é
possível se decretar a anulação de um ato. Não cabe a
- Advocacia pública administrativa revogação, porque significaria análise de mérito, que o
No âmbito federal, as atividades de advocacia pública Judiciário não pode fazer.
consultiva são prestadas pela Advocacia-Geral da União, “O controle judicial sobre atos da Administração é
conforme artigo 3º da Lei Complementar nº 73/93. Ele irá exclusivamente de legalidade. Significa dizer que o Judi-
assessorar o chefe do Executivo federal em assuntos de ciário tem o poder de confrontar qualquer ato adminis-
natureza jurídica, elaborando pareceres e estudos, sendo trativo com a lei ou com a Constituição e verificar se há
tal vinculação de caráter exclusivo. Logo, a AGU presta ou não compatibilidade normativa. Se o ato for contrário
consultoria apenas para o Presidente da República. Os à lei ou à Constituição, o Judiciário declarará a sua invali-
Ministérios, Secretarias e Forças Armadas solicitam con- dação de modo a não permitir que continue produzindo
sultoria para as Consultorias Jurídicas: efeitos ilícitos. [...] O que é vedado ao Judiciário, como
correntemente têm decidido os Tribunais, é apreciar o
Art. 11. Às Consultorias Jurídicas, órgãos administra- que se denomina normalmente de mérito administrativo,
tivamente subordinados aos Ministros de Estado, ao vale dizer, a ele é interditado o poder de reavaliar os cri-
Secretário-Geral e aos demais titulares de Secretarias térios de conveniência e oportunidade dos atos, que são
da Presidência da República e ao Chefe do Estado- privativos do administrador público”, sob pena de se vio-
-Maior das Forças Armadas, compete, especialmente: lar a cláusula fundamental da separação dos Poderes26.
I - assessorar as autoridades indicadas no caput deste Quanto ao momento em que o controle judicial deverá
artigo; ocorrer, a regra impõe que seja feito de forma posterior,
II - exercer a coordenação dos órgãos jurídicos dos res- quando os atos administrativos já estão produzindo efeitos
pectivos órgãos autônomos e entidades vinculadas; no mundo jurídico. Em situações excepcionais o controle
III - fixar a interpretação da Constituição, das leis, dos pode ser prévio, por exemplo, quando a lei autoriza a con-
tratados e dos demais atos normativos a ser unifor- cessão de liminar diante de fumus boni iuris e periculum in
memente seguida em suas áreas de atuação e coor- mora.
DIREITO ADMINISTRATIVO

denação quando não houver orientação normativa do Existem atos que se sujeitam a controle especial, são
Advogado-Geral da União; eles:
IV - elaborar estudos e preparar informações, por soli-
citação de autoridade indicada no caput deste artigo; a) Atos políticos: não são atos tipicamente administra-
V - assistir a autoridade assessorada no controle inter- tivos, mas verdadeiros atos de governo, emanados
no da legalidade administrativa dos atos a serem por da cúpula política do país, no exercício de compe-
ela praticados ou já efetivados, e daqueles oriundos de tências organizacionais-administrativas constitu-
órgão ou entidade sob sua coordenação jurídica;
26 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

62
cionais. A peculiaridade é que o Judiciário não pode indireta e de associação constituída há pelo menos
controlar os critérios governamentais que direcio- 1 ano em área de pertinência temática. A legitimi-
nam a edição de atos políticos. Contudo, o controle dade passiva é de qualquer pessoa, física ou jurí-
de legalidade e o controle de constitucionalidade dica, que tenha cometido dano ou tenha colocado
são possíveis. sob ameaça o patrimônio público e social, o meio
b) Atos legislativos típicos: todos os atos que ema- ambiente e outros direitos difusos e coletivos. A re-
nam do Poder Legislativo com caráter genérico, gulação está na Lei nº 7.437/85.
abstrato e geral são passíveis de controle. Entre- c) Habeas corpus (artigo 5º, LXXVII, CF): ação que
tanto, se trata de controle de constitucionalidade, serve para proteger a liberdade de locomoção.
que se sujeita a regras específicas. O sistema brasi- Apenas serve à lesão ou ameaça de lesão ao direito
leiro adota duas vias de realização de tal controle, de ir e vir. Trata-se de ação constitucional de cunho
a via da exceção, com caráter difuso, exercida inci- predominantemente penal, pois protege o direito
dentalmente sem ação específica; e a via da ação, de ir e vir e vai contra a restrição arbitrária da liber-
com caráter concentrado, exercida por meio de dade. Pode ser preventivo, para os casos de ameaça
ações específicas – ação direta de inconstituciona- de violação ao direito de ir e vir, conferindo-se um
lidade, ação direta de constitucionalidade, argui- “salvo conduto”, ou repressivo, para quando amea-
ção de descumprimento de preceito fundamental. ça já tiver se materializado. Legitimado ativo é qual-
c) Atos interna corporis: são os atos praticados den- quer pessoa pode manejá-lo, em próprio nome ou
tro da competência interna e exclusiva dos diversos de terceiro, bem como o Ministério Público (artigo
órgãos do Legislativo e do Judiciário; por exemplo, 654, CPP). Impetrante é o que ingressa com a ação
as competências de elaboração de regimentos in- e paciente é aquele que está sendo vítima da res-
ternos. Como os atos são internos e exclusivos, não trição à liberdade de locomoção. As duas figuras
é possível fazer o controle sobre as razões que le- podem se concentrar numa mesma pessoa. Legi-
varam à elaboração. Contudo, o controle de vícios timado passivo é pessoa física, agente público ou
de ilegalidade e de inconstitucionalidade é plena- privado. Está regulamentado nos artigos 647 a 667
mente válido. do Código de Processo Penal.
d) Habeas data (artigo 5º, LXXII, CF): serve para pro-
Conforme prevê o próprio artigo 5º, XXXV, CF, “a lei teção do acesso a informações pessoais constantes
não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou de registros ou bancos de dados de entidades go-
ameaça a direito”. Logo, toda ofensa ou ameaça de ofen- vernamentais ou de caráter público, para o conhe-
sa a direitos dos administrados é passível de controle cimento ou retificação (correção). Trata-se de ação
judicial. Ciente disso, o legislador cria inúmeros meca- constitucional que tutela o acesso a informações
nismos específicos para que tal controle seja realizado, pessoais. Legitimado ativo é pessoa física, brasilei-
como mandado de segurança, ação popular, ação civil ra ou estrangeira, ou por pessoa jurídica, de direito
pública, mandado de injunção, habeas data, habeas cor- público ou privado, tratando-se de ação persona-
pus e as próprias ações do controle de constitucionali- líssima – os dados devem ser a respeito da pessoa
dade. Entretanto, não se trata de rol taxativo de formas que a propõe. Legitimados passivos são entidades
pelas quais é possível exercer tais pretensões contra a governamentais da Administração Pública Direta
Administração, porque em tese é possível utilizar qual- e Indireta nas três esferas, bem como instituições,
quer tipo de ação judicial que venha a socorrer adequa- órgãos, entidades e pessoas jurídicas privadas
damente à inibição de violação ou ameaça a direito pela prestadores de serviços de interesse público que
Administração. Sobre os meios específicos, aponta-se: possuam dados relativos à pessoa do impetrante.
a) Ação popular (artigo 5º, LXXIII, CF): é instrumento Está regulado pela Lei nº 9.507, de 12 de novembro
de exercício direto da democracia, permitindo ao de 1997.
cidadão que busque a proteção da coisa pública, e) Mandado de segurança individual (artigo 5º, LXIX,
ou seja, que vise assegurar a preservação dos in- CF): Trata-se de remédio constitucional com natu-
teresses transindividuais. Trata-se de ação consti- reza subsidiária pelo qual se busca a invalidação
tucional, que visa anular ato lesivo ao patrimônio de atos de autoridade ou a suspensão dos efei-
público ou de entidade de que o Estado participe, tos da omissão administrativa, geradores de lesão
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e a direito líquido e certo, por ilegalidade ou abuso
ao patrimônio histórico e cultural. O legitimado ati- de poder. São protegidos todos os direitos líqui-
vo deve ser cidadão, ou seja, aquele nacional que dos e certos à exceção da proteção de direitos hu-
esteja no pleno gozo dos direitos políticos. O legi- manos à liberdade de locomoção e ao acesso ou
DIREITO ADMINISTRATIVO

timado passivo é o ente da Administração Pública, retificação de informações relativas à pessoa do


direta ou indireta, ou então a pessoa jurídica que de impetrante, constantes de registros ou bancos de
algum modo lide com a coisa pública. A regulação dados de entidades governamentais ou de caráter
está na Lei nº 4.717/65. público, ambos sujeitos a instrumentos específicos.
b) Ação civil pública (artigo 129, III, CF): Busca prote- A natureza é de ação constitucional de natureza
ger o patrimônio público e social, o meio ambiente civil, independente da natureza do ato impugnado
e outros direitos difusos e coletivos. A legitimidade (administrativo, jurisdicional, eleitoral, criminal, tra-
ativa é do Ministério Público, da Defensoria Públi- balhista). Pode ser preventivo, quando se estiver na
ca, das pessoas jurídicas da administração direta e iminência de violação a direito líquido e certo, ou

63
reparatório, quando já consumado o abuso/ilegali-
dade. Fundamenta-se na existência de direito líqui- #FicaDica
do e certo, que é aquele que pode ser demonstra- Controle judiciário é o controle exercido
do de plano mediante prova pré-constituída, sem pelos órgãos do Poder Judiciário sobre
a necessidade de dilação probatória, isto devido à os atos administrativos dos Três Poderes
natureza célere e sumária do procedimento. A legi- (inclusive do próprio Judiciário) no que
timidade ativa é a mais ampla possível, abrangen- tange a atividades administrativas.
do não só a pessoa física como a jurídica, nacional Verifica-se a legalidade e a legitimidade do
ou estrangeira, residente ou não no Brasil, bem ato impugnado.
como órgãos públicos despersonalizados e uni- Abrange ações específicas
versalidades/pessoas formais reconhecidas por lei. constitucionalmente previstas, denominadas
Legitimado passivo é a autoridade coatora deve remédios constitucionais.
ser autoridade pública ou agente de pessoa jurí-
dica no exercício de atribuições do Poder Público.
Neste viés, o art. 6º, §3º, Lei nº 12.016/09, precei- Controle legislativo
tua que “considera-se autoridade coatora aquela
que tenha praticado o ato impugnado ou da qual Controle parlamentar ou legislativo é a prerrogativa
emane a ordem para a sua prática”. Encontra-se atribuída ao Poder Legislativo de fiscalizar a Administra-
regulamentada pela Lei nº 12.016, de 07 de agosto ção Pública sob os critérios político e financeiro. Deve
de 2009. se ater às hipóteses previstas na Constituição. Pode ser
f) Mandado de segurança coletivo (artigo 5º, LXX, exercido quanto ao Executivo e ao Judiciário.
CF): Visa a preservação ou reparação de direito Entre os meios de controle, destacam-se:
líquido e certo relacionado a interesses transin- - Controle Político: tem por base a possibilidade de
dividuais (individuais homogêneos ou coletivos), fiscalização sobre atos ligados à função adminis-
e devido à questão da legitimidade ativa, perten- trativa e organizacional. Conforme artigo 49, X, CF,
cente a partidos políticos e determinadas associa- compete exclusivamente ao Congresso Nacional
ções. Trata-se de ação constitucional de natureza “fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer
civil, independente da natureza do ato, de caráter de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos
coletivo. A legitimidade ativa é de partido político os da administração indireta”. Do poder genérico
com representação no Congresso Nacional, bem de controle podem ser depreendidos outros po-
como de organização sindical, entidade de classe deres, como o poder convocatório, que permite à
ou associação legalmente constituída e em funcio- Câmara ou Senado convocar Ministro de Estado ou
namento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de autoridade relacionada ao Presidente (artigo 50,
direitos líquidos e certos que atinjam diretamente CF); o poder de sustação, que permite ao Congres-
seus interesses ou de seus membros. Encontra-se so Nacional “sustar os atos normativos do Poder
regulamentado pelo artigo 22 da Lei nº 12.016/09, Executivo que exorbitem do poder regulamentar
que regulamenta o mandado de segurança indivi- ou dos limites de delegação legislativa” (artigo 49,
dual. V, CF); e o controle das Comissões Parlamentares
g) Mandado de injunção (artigo 5º, LXXI, CF): os dois de Inquérito – CPI (artigo 58, §3º, CF).
requisitos constitucionais para que seja proposto - Controle Financeiro: a fiscalização contábil, finan-
o mandado de injunção são a existência de norma ceira, orçamentária, operacional e patrimonial da
constitucional de eficácia limitada que prescreva União e das entidades da administração direta e
direitos, liberdades constitucionais e prerrogativas indireta, quanto à legalidade, legitimidade, econo-
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidada- micidade, aplicação das subvenções e renúncia de
nia; além da falta de norma regulamentadores, im- receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,
possibilitando o exercício dos direitos, liberdades e mediante controle externo, e pelo sistema de con-
prerrogativas em questão. Assim, visa curar o há- trole interno de cada Poder.
bito que se incutiu no legislador brasileiro de não
regulamentar as normas de eficácia limitada para Quanto às áreas fiscalizadas, enquadram-se: contábil,
que elas não sejam aplicáveis. Trata-se de ação financeira, orçamentária, operacional e patrimonial no
constitucional que objetiva a regulamentação de que se refere a legalidade, legitimidade, economicidade,
normas constitucionais de eficácia limitada. Legiti- subvenções e renúncia de receitas.
mado ativo é qualquer pessoa, nacional ou estran-
DIREITO ADMINISTRATIVO

geira, física ou jurídica, capaz ou incapaz, que ti- - Tribunal de Contas da União
tularize direito fundamental não materializável por O Tribunal de Contas da União é órgão integrante do
omissão legislativa do Poder público, bem como Congresso Nacional que tem a função de auxiliá-lo no
o Ministério Público na defesa de seus interesses controle financeiro externo da Administração Pública. No
institucionais. Não se aceita a legitimidade ativa de âmbito estadual e municipal, aplicam-se, no que couber,
pessoas jurídicas de direito público. Regulamenta- aos respectivos Tribunais e Conselhos de Contas, as nor-
do pela Lei nº 13.300/2016. mas sobre fiscalização contábil, financeira e orçamentá-
ria.

64
As atribuições de controle do Tribunal de Contas da XI - representar ao Poder competente sobre irregula-
União encontram-se descritas no artigo 71 da Constitui- ridades ou abusos apurados.
ção, envolvendo notadamente o auxílio ao Congresso § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será
Nacional no controle externo (tanto é assim que o Tribu- adotado diretamente pelo Congresso Nacional,
nal não susta diretamente os atos ilegais, mas solicita ao que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as me-
Congresso Nacional que o faça): didas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo,
Artigo 71, CF. O controle externo, a cargo do Con- no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas
gresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tri- previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a
bunal de Contas da União, ao qual compete: respeito.
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo § 3º As decisões do Tribunal de que resulte impu-
Presidente da República, mediante parecer prévio que tação de débito ou multa terão eficácia de título
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu executivo.
recebimento; § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
II - julgar as contas dos administradores e demais trimestral e anualmente, relatório de suas ativida-
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da des.
administração direta e indireta, incluídas as fundações
e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Públi- - Controle da atividade financeira do Estado
co federal, e as contas daqueles que derem causa a O controle financeiro é uma das espécies de controle
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte parlamentar ou legislativo, ao lado do controle político.
prejuízo ao erário público; No controle financeiro o objeto se relaciona às receitas,
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos às despesas e à gestão dos recursos públicos, enfim, toda
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na matéria que abranja finanças públicas.
administração direta e indireta, incluídas as fundações Quanto às formas de controle, pode se dar em con-
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas trole interno, sendo que cada Poder possui órgãos inter-
as nomeações para cargo de provimento em comis- nos destinados à verificação dos recursos do erário; ou
são, bem como a das concessões de aposentadorias, em controle externo, sendo o tipo de controle no âmbito
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias pos- federal feito pelo Congresso Nacional e pelo Tribunal de
teriores que não alterem o fundamento legal do ato Contas da União.
concessório; As áreas fiscalizadas são: contábil (registro de receitas
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos e despesas), financeira (depósitos bancários, empenhos,
Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica pagamentos e recebimento de valores), orçamentário
ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza (orçamento e fiscalização dos registros), operacional
contábil, financeira, orçamentária, operacional e (atividades administrativas em geral) e patrimonial (bens
patrimonial, nas unidades administrativas dos Po- públicos).
deres Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II; Em relação à natureza do controle, cabe fixar:
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas su- a) Quanto à legalidade: verificação do cumprimento da
pranacionais de cujo capital social a União partici- lei;
pe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado b) Quanto à legitimidade: trata-se de controle exter-
constitutivo; no de mérito, consistente em verificação ao respei-
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos re- to aos princípios jurídicos da boa administração;
passados pela União mediante convênio, acordo, ajus- c) Quanto à economicidade: verificação do custo-be-
te ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao nefício dos gastos da administração;
Distrito Federal ou a Município; d) Quanto à aplicação de subvenções: verificação so-
VII - prestar as informações solicitadas pelo Con- bre a correta destinação das verbas previstas no
gresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por orçamento;
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscaliza- e) Quanto à renúncia de receitas: verificação da vali-
ção contábil, financeira, orçamentária, operacional e dade da postura de renúncia a receitas que o go-
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspe- verno deveria receber, devendo sempre ser justifi-
ções realizadas; cada.
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade
de despesa ou irregularidade de contas, as sanções
DIREITO ADMINISTRATIVO

previstas em lei, que estabelecerá, entre outras co- #FicaDica


minações, multa proporcional ao dano causado ao Controle legislativo é aquele exercido pelo
erário; Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote Contas, com relação às atividades administra-
as providências necessárias ao exato cumprimento tivas do Executivo e do Judiciário.
da lei, se verificada ilegalidade; Classifica-se em controle político ou financei-
X - sustar, se não atendido, a execução do ato im- ro.
pugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;

65
Responsabilidade civil do Estado. dever de indenizar a concepção de risco administrati-
vo. Quem presta um serviço público, assume o risco dos
Conceito prejuízos que eventualmente causar a outrem. Não cabe,
dessa forma, a discussão sobre aspectos subjetivos da
Nos dias atuais, temos a total compreensão da ideia responsabilidade estatal, exceto nas hipóteses de ação
de responsabilidade civil e extracontratual do Estado. regressiva.
Significa dizer que ao Estado é imputado o dever de res- A Constituição Federal de 1988 adotou a teoria da
sarcir particulares pelos prejuízos praticados na conduta responsabilidade objetiva, na variação de risco adminis-
de seus agentes, independente de qualquer acordo ou trativo, que admite algumas excludentes ao dever de in-
pacto estabelecido. Todavia, essa concepção que temos denizar, conforme se depreende da leitura do art. 37, §
atualmente não “brotou da terra”: ela foi o resultado de 6º, da CF/1988: “As pessoas jurídicas de direito público
uma longa evolução histórica sobre a forma de atuação e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
do Poder Público na esfera privada. Por isso, importante responderão pelos danos que seus agentes, nessa qua-
analisar a evolução histórica da responsabilidade estatal, lidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de re-
tendo como foco os países ocidentais, sobretudo o Brasil. gresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.
Observe que o texto constitucional imputa as pessoas ju-
Evolução histórica da responsabilidade do Estado rídicas de direito privado, como sociedades de economia
mista e empresas públicas, o dever de reparar na mesma
De modo geral, pode-se afirmar que a responsabi- modalidade que as pessoas da Administração Direta. A
lidade civil da Administração passou por três grandes Lei nº 8.112/1990, que dispõe sobre o regime dos servi-
fases. A primeira fase, denominada Teoria da Irresponsa- dores públicos, apresenta uma seção sobre responsabi-
bilidade, adveio na época dos Estados Absolutistas, onde lidades dos agentes públicos, colocando em destaque a
havia uma concentração do poder político nas mãos de responsabilidade objetiva. Prescreve o art. 112 da referi-
uma única pessoa. O Monarca, assim, praticava atos que da Lei: “A responsabilidade civil decorre de ato omissivo
jamais poderiam ensejar a reparação pelos danos, uma ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo
vez que o Monarca fazia a sua vontade ter força de lei. ao erário ou a terceiros”.
A fundamentação dessa soberania dos reis absolutistas O dever estatal de indenizar os particulares possui
era baseada na teoria político-teológica de que eles eram dois fundamentos distintos: a legalidade, e a igualdade.
representantes de Deus na terra, investidos desse Poder Na hipótese do Poder Público praticar um ato ilícito, cau-
por obra divina. Tal teoria seria superada com o advento sador de danos patrimoniais para a coletividade, o dever
do Estado de Direito francês, sobretudo do julgamento de indenizar advém do princípio da legalidade, uma vez
pelo Tribunal de Conflitos da França, denominado Aresto que a atuação do agente público deve ser feita sempre
Blanco, no ano de 1873. O julgamento consistia na im- de acordo com a lei (secundum legem). Há, também, ca-
putação ao Estado do dever de reparar danos causados sos em que a Administração pratique atos lícitos, mas
por um vagão da Companhia Nacional de Manufatura que também podem causar prejuízos especiais ao parti-
do Fumo, que havia atropelado uma menina enquanto cular. Nessas hipóteses, o dever de indenizar advém do
brincava na rua. princípio da isonomia, que pressupõe a igual repartição
A Teoria da Responsabilidade Subjetiva foi a primeira dos encargos sociais.
tentativa de explicar a imputação ao Estado do dever de
reparar os danos patrimoniais e demais prejuízos causa- Características do dano indenizável
dos pela conduta de seus agentes. Por essa corrente teó-
rica, o Estado passaria a adquirir uma segunda personali- Para que haja a configuração da responsabilidade ci-
dade denominada “fisco”, sendo esta uma personalidade vil do Estado, importante a presença de três elementos:
patrimonial, capaz de ressarcir os particulares. Tem seu a) um ato do agente público, b) dano ao particular, c)
fundamento ligado às noções de responsabilidade no nexo de casualidade entre o dano e o ato praticado. Em
âmbito do Direito Civil, o que significa que, para o Estado relação ao segundo elemento, a doutrina costuma apon-
ser considerado responsável, deve haver a comprovação tar quais são os danos que ensejam o dever de indenizar,
de que este agiu com culpa lato sensu, abrangendo as isso é, quais são os denominados danos indenizáveis.
hipóteses de dolo (intenção de lesar), bem como as de Assim, considera-se dano indenizável:
negligência, imprudência e imperícia (culpa stricto sensu). a) Dano anormal: é o dano que ultrapassa os inconve-
Essa era a grande dificuldade dessa teoria: pelo fato da nientes naturais e esperados da vida em sociedade.
relação entre a Administração Pública e o particular ser A vida em sociedade é caracterizada pelo advento
desigual, a vítima muitas vezes não possuía meios sufi- de certos incômodos normais e toleráveis a todos
DIREITO ADMINISTRATIVO

cientes para comprovar a conduta dolosa ou culposa do os cidadãos. Tais desconfortos só ensejaram o de-
Estado. No Brasil, adotamos a teoria subjetiva no Direito ver de indenizar se forem considerados intolerá-
Público, excepcionalmente, nos casos de omissão da Ad- veis. Assim, por exemplo, a feira colocada em rua
ministração, ou na possibilidade de ação regressiva desta residencial não enseja dever de indenizar.
perante seus agentes. b) Dano específico: é aquele que atinge uma certa
A terceira teoria, denominada Teoria da Responsabi- pessoa, ou uma certa categoria de pessoas. Dessa
lidade Objetiva, surge nos meados de 1946. Consiste no forma, se o ato da Administração é capaz de cau-
afastamento da necessidade de comprovação de dolo sar danos de modo geral, para toda a coletividade,
ou culpa do agente público, tendo por fundamento do não se caracteriza dano indenizável. Por exemplo:

66
não é considerado dano indenizável o aumento da Administração e o prejuízo sofrido pela vítima. Ge-
tarifa do transporte público, haja vista que todos as ralmente são causados pela força da natureza. É o
pessoas daquela cidade sofrerão com tal medida. caso, por exemplo, do desabamento de terras que
arruínam as casas de um bairro, devido às fortes
Danos por ação e danos por omissão chuvas. Não se confunde com o caso fortuito, em
que o dano decorre de ato humano, ou da pró-
O Estado pode causar danos aos particulares por ação pria Administração, como o desabamento de uma
ou por omissão. Quando o fato administrativo é comis- estrada. O caso fortuito enseja o dever de respon-
sivo, não há questionamento acerca da culpa do Estado sabilidade somente se tal evento for causado pelo
em sua conduta. Nesse caso a responsabilidade objetiva agente público.
do Estado se dará pela presença dos seus pressupostos: c) Culpa de terceiro: é a hipótese em que o prejuí-
o fato administrativo, o dano, e o nexo causal existente zo é atribuído a pessoa estranha aos quadros da
entre os dois. Administração Pública. Dessa forma, não há como
Todavia, quando a conduta estatal for omissiva, será o Estado ser imputado responsável por atos pra-
preciso distinguir se a omissão constitui ou não fato ge- ticados por pessoas que não fazem parte de sua
rador da responsabilidade civil do Estado. Isso significa composição.
que nem toda conduta omissiva caracteriza-se em um
dever de indenizar. Somente quando o Estado se omitir
diante do dever legal de impedir a ocorrência do dano #FicaDica
é que será civilmente responsável. Observe que em tais Curioso é o caso dos danos causados pelas
casos, há uma análise subjetiva da conduta do Poder enchentes, sobretudo em cidades onde o
Público. Assim, o entendimento mais correto é de que escoamento das águas é precário, como
a responsabilidade civil do Estado, no caso de conduta ocorre em algumas regiões da cidade de
omissiva, só ocorrerá quando presentes os elementos São Paulo. Como regra geral, o Estado não
que caracterizam a culpa. se responsabiliza por prejuízos causados
pelas enchentes. A 3º Câmara de Direito
Causas excludentes e atenuantes da responsabili- Público do TJ/SP negou provimento à AC
dade nº 0170440220058260602 interposta por
três proprietários de imóveis afetados pelas
Dentro do âmbito da teoria objetiva da responsabili- fortes chuvas do início do ano de 2012, que
dade estatal, existem duas vertentes distintas. A primeira, pleiteavam pedido de indenização pelos
denominada risco integral, dispõe que o Estado possui o danos causados pelas chuvas, pois as galerias
dever de indenizar todo e qualquer dano causado pela pluviais de seu bairro não eram suficientes
prática de seus atos, não admitindo nenhuma excluden- para escoar toda a água, caracterizando-se
te. Trata-se de uma variação radical, em que a Adminis- em falta no serviço público. Segundo voto
tração se transforma em um indenizador universal. Não do relator, porém, não havia qualquer prova
é adotado em nenhum país, sendo adotado no Brasil so- que defina a ocorrência de qualquer falta de
mente como exceção em alguns casos específicos, como serviço que possa ser atribuída ao Município
nos acidentes de trabalho, na indenização coberta pelo e que tenha sido causa concorrente para o
seguro obrigatório para automóveis (DPVAT), etc. evento.
A segunda vertente, denominada teoria do risco ad-
ministrativo, é a adotada como regra geral no direito
brasileiro. Tal teoria reconhece algumas excludentes da Todo aquele que se sentir prejudicado por conduta
responsabilidade do Estado. Excludentes são circunstân- comissiva ou omissiva de agente público pode pleitear,
cias que, como o próprio nome diz, afastam o dever de pela via administrativa ou judicial, a devida reparação pe-
indenizar durante a sua ocorrência. São, ao todo, três los danos causados. Na via administrativa, basta que o
modalidades: prejudicado formule o pedido a autoridade competente,
a Culpa exclusiva da vítima: são hipóteses em que o que instaurará processo administrativo para apurar a res-
prejuízo é consequência da intenção deliberada da ponsabilidade e o pagamento de indenização.
própria vítima. O prejudicado, ao utilizar o referi- Porém, é preferível que a vítima utilize a via judicial,
do serviço público, acaba sofrendo danos por uma hipótese mais comum haja vista o direito de petição, que
ação tomada por ela mesma, não havendo qual- caracteriza-se no dever do Poder Judiciário de atender
quer relação com as condutas do Poder Público. todas as demandas feitas pelos cidadãos. O direito à in-
DIREITO ADMINISTRATIVO

É o caso, por exemplo, de pessoa que se joga na denização da vítima se instrumentaliza pela ação indeni-
frente de viatura policial para ser atropelada. Não zatória. A ação indenizatória, dessa forma, é aquela pro-
se confunde com a culpa concorrente, que se tra- posta pela vítima contra a pessoa jurídica à qual o agente
duz no dano causado pela conduta recíproca do público causador do dano pertence. Conforme dispõe o
Estado e da própria vítima. Neste caso, há uma art. 206, § 3º, V, do Código Civil, o prazo prescricional
análise pericial para determinar os diferentes graus para a propositura de ação indenizatória é de três anos,
de culpa de cada agente, ensejando reparação. contados da ocorrência do evento danoso.
b) Força maior: é o evento imprevisível e involuntário
que rompe o nexo de casualidade entre o ato da

67
Com o advento da Lei nº 8.429/92, os agentes públi-
cos passaram a ser responsabilizados na esfera civil pelos
EXERCÍCIO COMENTADO atos de improbidade administrativa descritos nos artigos
9º, 10 e 11, ficando sujeitos às penas do art. 12. A existên-
1. (UNIFAP – ADMINISTRADOR – DEPSEC – 2018) cia de esferas distintas de responsabilidade (civil, penal
Sobre a responsabilidade do servidor público federal, de e administrativa) impede falar-se em bis in idem, já que,
acordo com a Lei 8.112/90, julgue os itens seguintes em ontologicamente, não se trata de punições idênticas, em-
verdadeiro (V) ou falso (F) e assinale a alternativa correta. bora baseadas no mesmo fato, mas de responsabilização
em esferas distintas do Direito.
( ) A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de
comissivo, praticado unicamente na forma dolosa, que improbidade administrativa em três categorias:
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. a) Ato de improbidade administrativa que importe
( ) Em respeito à independência das esferas cível, penal e enriquecimento ilícito;
administrativa, a responsabilidade administrativa do ser- b) Ato de improbidade administrativa que importe
vidor não será afastada no caso de absolvição criminal lesão ao erário;
que negue a existência do fato ou sua autoria. c) Ato de improbidade administrativa que atente con-
( ) A responsabilidade penal abrange as infrações penais tra os princípios da administração pública.
imputadas ao servidor, nessa qualidade.
FIQUE ATENTO!
a) V, F, V.
b) V, V, F. Os atos de improbidade administrativa não
c) F, V, V. são crimes de responsabilidade. Trata-se
d) F, F, V. de punição na esfera cível, não criminal. Por
e) F, F, F. isso, caso o ato configure simultaneamente
um ato de improbidade administrativa desta
Resposta: Letra D. A primeira frase é falsa, pois a lei e um crime previsto na legislação penal, o
responsabilidade civil abrange não só os atos dolo- que é comum no caso do artigo 9°, respon-
sos como também os atos culposos (art. 122 da Lei derá o agente por ambos, nas duas esferas.
nº 8.112/1990). A segunda frase é também falsa, so-
mente na parte final: as esferas penais, civil e admi-
nistrativas são independentes entre si (art. 127 da Lei Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte
nº 8.112/1990), mas a absolvição de servidor público forma: inicialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito
na esfera penal, em caso de inexistência do fato ou ne- passivo) e daqueles que podem praticar os atos de im-
gativa de autoria, são motivos excepcionais para a sua probidade administrativa (sujeito ativo); ainda, aborda a
absolvição também nas demais esferas. A terceira frase reparação do dano ao lesionado e o ressarcimento ao
é verdadeira (art. 123 da Lei nº 8.112/1990). patrimônio público; após, traz a tipologia dos atos de im-
probidade administrativa, isto é, enumera condutas de
tal natureza; seguindo-se à definição das sanções aplicá-
veis; e, finalmente, descreve os procedimentos adminis-
LEI Nº 8.429/1992: DISPOSIÇÕES GERAIS; trativo e judicial.
ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos
nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de man-
dato, cargo, emprego ou função na administração pública
A Lei n° 8.429/92 trata da improbidade administra- direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.
tiva, que é uma espécie qualificada de imoralidade, si-
nônimo de desonestidade administrativa. A improbidade O preâmbulo da lei em estudo já traz alguns elemen-
é uma lesão ao princípio da moralidade, que deve ser tos importantes para a sua boa compreensão:
respeitado estritamente pelo servidor público. O agente a) o agente público pode estar exercendo mandato,
ímprobo sempre será um violador do princípio da mo- quando for eleito para tanto; cargo, no caso de
ralidade, pelo qual “a Administração Pública deve agir um conjunto de atribuições e responsabilidades
com boa-fé, sinceridade, probidade, lhaneza, lealdade e conferido a um servidor submetido a regime esta-
ética”27. tutário (é o caso do ingresso por concurso); em-
A atual Lei de Improbidade Administrativa foi criada prego público, se o servidor se submeter a regime
DIREITO ADMINISTRATIVO

devido ao amplo apelo popular contra certas vicissitudes celetista (CLT); função pública, que corresponde
do serviço público que se intensificavam com a ineficá- à categoria residual, valendo para o servidor que
cia do diploma então vigente, o Decreto-Lei nº 3240/41. tenha tais atribuições e responsabilidades mas não
Decorreu, assim, da necessidade de acabar com os atos exerça cargo ou emprego público. Percebe-se que
atentatórios à moralidade administrativa e causadores de o conceito de agente público que se sujeita à lei é
prejuízo ao erário público ou ensejadores de enriqueci- o mais amplo possível.
mento ilícito, infelizmente tão comuns no Brasil. b) o exercício pode se dar na administração direta,
indireta ou fundacional. A administração públi-
27 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. ca apresenta uma estrutura direta e outra indire-
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

68
ta, com seus respectivos órgãos. Por exemplo, são Basicamente, o dispositivo enumera os principais su-
órgãos da administração direta os ministérios e jeitos passivos do ato de improbidade administrativa, di-
secretarias, isto é, os órgãos que compõem a es- vidindo-os em três grupos: a) pessoas da administração
trutura do Executivo, Legislativo ou Judiciário; são direta, diretamente vinculados a União, Estados, Distrito
integrantes da administração indireta as autar- Federal ou Municípios; b) pessoas da administração in-
quias, fundações públicas, empresas públicas e so- direta, isto é, autarquias, fundações públicas, empresas
ciedades de economia mista. públicas e sociedades de economia mista; c) pessoa cuja
criação ou custeio o erário tenha contribuído com mais
CAPÍTULO I de 50% do patrimônio ou receita naquele ano.
Das Disposições Gerais No parágrafo único, a lei enumera os sujeitos passi-
vos secundários, que são: a) entidades que recebam sub-
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qual- venção, benefício ou incentivo creditício pelo Estado; b)
quer agente público, servidor ou não, contra a admi- pessoa cuja criação ou custeio o erário tenha contribuído
nistração direta, indireta ou fundacional de qualquer com menos de 50% do patrimônio ou receita naquele
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, ano.
dos Municípios, de Território, de empresa incorporada Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos des-
ao patrimônio público ou de entidade para cuja cria- ta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoria-
ção ou custeio o erário haja concorrido ou concorra mente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da
designação, contratação ou qualquer outra forma de
receita anual, serão punidos na forma desta lei.
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalida-
função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
des desta lei os atos de improbidade praticados contra
o patrimônio de entidade que receba subvenção, be-
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que
nefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão pú-
couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
blico bem como daquelas para cuja criação ou custeio
induza ou concorra para a prática do ato de improbi-
o erário haja concorrido ou concorra com menos de
dade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anu-
ou indireta.
al, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos. Os sujeitos ativos do ato de improbidade administra-
tiva se dividem em duas categorias: os agentes públicos,
“Sujeito passivo é a pessoa que a lei indica como ví- definidos no art. 2°, e os terceiros, enumerados no art. 3°.
tima do ato de improbidade administrativa”. A lei adota “Denomina-se sujeito ativo aquele que pratica o ato
uma noção ampla, pela qual são abrangidas entidades de improbidade, concorre para sua prática ou dele extrai
que, sem integrarem a Administração, possuem alguma vantagens indevidas. É o autor ímprobo da conduta. Em
espécie de conexão com ela.28 alguns casos, não pratica o ato em si, mas oferece sua
O agente público pode ser ou não um servidor públi- colaboração, ciente da desonestidade do comportamen-
co. O conceito de agente público é melhor delimitado no to, Em outros, obtém benefícios do ato de improbidade,
artigo seguinte. muito embora sabedor de sua origem escusa”29.
Ele poderá estar vinculado a qualquer instituição A ampla denominação de agentes públicos conferida
ou órgão que desempenhe diretamente o interesse do pela lei de improbidade administrativa apenas tem efeito
Estado. Assim, estão incluídos todos os integrantes da para os fins desta lei, ou seja, visando a imputação dos
administração direta, indireta e fundacional, conforme o atos de improbidade administrativa. Percebe-se a ampli-
preâmbulo da legislação. Pode até mesmo ser uma en- tude pelos elementos do conceito:
tidade privada que desempenhe tais fins, desde que a a) Tempo: exercício transitório ou definitivo;
verba de criação ou custeio tenha sido ou seja pública b) Remuneração: existente ou não;
em mais de50% do patrimônio ou receita anual. c) Espécie de vínculo: por eleição, nomeação, desig-
Caso a verba pública que tenha auxiliado uma entida- nação, contratação ou qualquer outra forma de
de privada a qual o Estado não tenha concorrido para investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego
criação ou custeio, também haverá sujeição às penali- ou função;
dades da lei. Em caso de custeio/criação pelo Estado d) Local do exercício: em qualquer entidade que pos-
que seja inferior a 50% do patrimônio ou receita anual, sa ser sujeito passivo. Por exemplo, o funcionário
a legislação ainda se aplica. Entretanto, nestes dois ca- de uma ONG criada pelo Estado é considerado
DIREITO ADMINISTRATIVO

sos, a sanção patrimonial se limitará ao que o ilícito agente público para os efeitos desta lei.
repercutiu sobre a contribuição dos cofres públicos. Sig-
nifica que se o prejuízo causado for maior que a efetiva O terceiro, por sua vez, é aquele que pratica as con-
contribuição por parte do poder público, o ressarcimento dutas de induzir ou concorrer em relação ao agente pú-
terá que ser buscado por outra via que não a ação de blico, ou seja, incentivando-o ou mesmo participando
improbidade administrativa. diretamente do ilícito. Este terceiro jamais será pessoa
jurídica, deve necessariamente ser pessoa física.
28 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- 29 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito admi-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. nistrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

69
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hie- Será oferecida representação ao Ministério Público
rarquia são obrigados a velar pela estrita observância para que ele postule a indisponibilidade dos bens do in-
dos princípios de legalidade, impessoalidade, morali- diciado, de modo a garantir que ele não aliene seu pa-
dade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são trimônio para não reparar o ilícito. Por indisponibilidade
afetos. entende-se bloquear os bens para que não sejam vendi-
dos ou deteriorados, garantindo que o dano possa ser
Trata-se de referência expressa aos princípios do art. reparado quando da condenação judicial.
37, caput, CF. Não se menciona apenas o princípio da efi- A indisponibilidade será suficiente para dar integral
ciência, o que não significa que possa ser desrespeitado, ressarcimento ao dano ou retirar todo o acréscimo patri-
afinal, ele é abrangido indiretamente. monial resultante do ilícito.

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patri-


Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por
mônio público ou se enriquecer ilicitamente está su-
ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de
jeito às cominações desta lei até o limite do valor da
terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
herança.
Integral ressarcimento do dano é a devolução corrigi- Caso o sujeito ativo faleça no curso da ação de impro-
da monetariamente de todos os valores que foram retira- bidade administrativa, os herdeiros arcarão com o dever
dos do patrimônio público. No entanto, destaca-se que a de ressarcir o dano, claro, nos limites dos bens que ele
lei garante não só o integral ressarcimento, mas também deixar como herança.
a devolução do enriquecimento ilícito: mesmo que a pes-
soa não cause prejuízo direto ao erário, mas lucre com CAPÍTULO II
um ato de improbidade administrativa, os valores devem Dos Atos de Improbidade Administrativa
ir para os cofres públicos.
Como não é possível ser desonesto sem saber que se
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o está agindo desta forma, o elemento comum a todas as
agente público ou terceiro beneficiário os bens ou va- hipóteses de improbidade administrativa é o dolo, que
lores acrescidos ao seu patrimônio. consiste na intenção do agente em praticar o ato deso-
nesto (alguns entendem como inconstitucionais todas as
Estabelece o artigo 186 do Código Civil: “aquele que, referências a condutas culposas - inclusive parte do STJ).
por ação ou omissão voluntária, negligência ou impru- Os atos de improbidade administrativa foram dividi-
dência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que dos, originalmente, em três grupos, nos artigos 9°, 10 e
exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo
11, conforme a gravidade do ato, indo do grupo mais
central do instituto denominado responsabilidade civil,
grave ao menos grave. Em seguida, foi inserido um novo
que tem como elementos: ação ou omissão voluntária
grupo no artigo 10-A. A cada grupo é aplicada uma es-
(agir como não se deve ou deixar de agir como se deve),
pécie diferente de sanção no caso de confirmação da
culpa ou dolo do agente (dolo é a vontade de cometer
prática do ato apurada na esfera administrativa.
uma violação de direito e culpa é a falta de diligência),
Nos três grupos originais do capítulo II, enquanto o
nexo causal (relação de causa e efeito entre a ação/omis-
são e o dano causado) e dano (dano é o prejuízo sofrido caput traz as condutas genéricas, os incisos delimitam
pelo agente, que pode ser individual ou coletivo, moral condutas específicas, que nada mais são do que exem-
ou material, econômico e não econômico). É a este ins- plos de situações do caput, logo, os incisos são uma re-
tituto que se relacionam as sanções da perda de bens e lação meramente exemplificativa30, sendo suficiente bem
valores e de ressarcimento integral do dano. compreender como encontrar os requisitos genéricos
O tipo de dano que é causado pelo agente ao Estado para fins de provas. No grupo acrescido posteriormen-
é o material. No caso, há um correspondente financeiro te, o legislador não discriminou em incisos as condutas
direto, de modo que a condenação será no sentido de praticáveis.
pagar ao Estado o equivalente ao prejuízo causado.
O agente público e o terceiro que com ele concor- #FicaDica
ra responderão pelos danos causados ao erário público
com seu patrimônio. Inclusive, perderão os valores patri- Todos os atos de improbidade descritos
moniais acrescidos devido à prática do ato ilícito. O dano nos artigos 9o, 10 e 11 contam com um rol
causado deverá ser ressarcido em sua totalidade. de condutas que se enquadram nos ele-
mentos do caput. Contudo, basta o enqua-
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao dramento no caput para se caracterizar o
DIREITO ADMINISTRATIVO

patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, ato de improbidade administrativa. Signifi-


caberá a autoridade administrativa responsável pelo ca dizer que o rol é apenas exemplificativo
inquérito representar ao Ministério Público, para a in- em cada um dos artigos.
disponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o
caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o
integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo
patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
30 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito admi-
nistrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

70
Seção I centagem, gratificação ou presente de quem tenha
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Im- interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou
portam Enriquecimento Ilícito amparado por ação ou omissão decorrente das atri-
buições do agente público;
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa
importando enriquecimento ilícito auferir qualquer Significa receber qualquer vantagem econômica, in-
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do clusive presentes, de pessoas que tenham interesse dire-
exercício de cargo, mandato, função, emprego ou ati- to ou indireto em que o agente público faça ou deixe de
vidade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, fazer alguma coisa.
e notadamente:
O grupo mais grave de atos de improbidade adminis- II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
trativa se caracteriza pelos elementos: enriquecimento para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
+ ilícito + resultante de uma vantagem patrimonial móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas
indevida + em razão do exercício de cargo, mandato, entidades referidas no art. 1° por preço superior ao
emprego, função ou outra atividade nas entidades do valor de mercado;
artigo 1°: III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
a) O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado público ou o fornecimento de serviço por ente estatal
não se opõe que o indivíduo enriqueça, desde que por preço inferior ao valor de mercado;
obedeça aos ditames morais, notadamente no de- Tratam-se de espécies da conduta do inciso anterior,
sempenho de função de interesse estatal. na qual o fim visado é permitir a aquisição, alienação, tro-
b) Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimo- ca ou locação de bem móvel ou imóvel por preço diverso
nial ilícita. Contudo, é dispensável que efetivamen- ao de mercado. Percebe-se um ato de improbidade que
te tenha ocorrido dano aos cofres públicos (por causa prejuízo direto ao erário.
exemplo, quando um policial recebe propina pra- No inciso II, o Estado que compra, troca ou aluga bem
tica ato de improbidade administrativa, mas não móvel ou imóvel para sua utilização acima do preço de
atinge diretamente os cofres públicos). mercado; no inciso III, um bem móvel ou imóvel perten-
c) É preciso que a conduta se consume, ou seja, que cente ao Estado é vendido, trocado ou alugado em preço
realmente exista o enriquecimento ilícito decor- inferior ao de mercado.
rente de uma vantagem patrimonial indevida. IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
d) Como fica difícil imaginar que alguém possa se en- máquinas, equipamentos ou material de qualquer na-
riquecer ilicitamente por negligência, imprudência tureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
ou imperícia, todas as condutas configuram atos das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem
dolosos (com intenção). como o trabalho de servidores públicos, empregados
e) Não cabe prática por omissão.31 ou terceiros contratados por essas entidades;

Entende Carvalho Filho32 que no caso do art. 9° o re- Todo aparato dos órgãos públicos serve para atender
quisito é o enriquecimento ilícito, ao passo que “o pres- ao Estado e, consequentemente, à preservação do bem
suposto exigível do tipo é a percepção de vantagem pa- comum na sociedade. Logo, quando um servidor públi-
trimonial ilícita obtida pelo exercício da função pública co utiliza esta estrutura material ou pessoal para atender
em geral. Pressuposto dispensável é o dano ao erário”. O aos seus próprios interesses, causa prejuízo direto aos
elemento subjetivo é o dolo, pois fica difícil imaginar que
cofres públicos e obtém uma vantagem indevida (a na-
um servidor obtenha vantagem indevida por negligência,
tural vantagem decorrente do uso de algo que não lhe
imprudência ou imperícia (culpa). Da mesma forma, é in-
compatível com a conduta omissiva, aceitando apenas a pertence).
comissiva (ação). V - receber vantagem econômica de qualquer nature-
za, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a
prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico,
FIQUE ATENTO! de contrabando, de usura ou de qualquer outra ativi-
todas as condutas descritas abaixo são me- dade ilícita,
ros exemplos de condutas compostas pelos
elementos genéricos da cabeça do artigo. Nenhum ato administrativo pode ser praticado ou
Com efeito, estando eles presentes, não im- omitido para facilitar condutas como lenocínio (explorar,
porta a ausência de dispositivo expresso no estimular ou facilitar a prostituição), narcotráfico (envol-
ver-se em atividades no mundo das drogas, como venda
DIREITO ADMINISTRATIVO

rol abaixo.
e distribuição), contrabando (importar ou exportar mer-
cadoria proibida), usura (agiotagem, fornecer dinheiro
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem a juros absurdos) ou qualquer outra atividade ilícita. Se,
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem eco- ainda por cima, se obter vantagem indevida pela tole-
nômica, direta ou indireta, a título de comissão, per- rância da prática do ilícito, resta caracterizado um ato de
31 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo:
improbidade administrativa da espécie mais grave, ora
Método, 2011. descrita neste art. 9° em estudo.
32 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

71
VI - receber vantagem econômica de qualquer nature- não cabendo a utilização em proveito próprio, o que
za, direta ou indireta, para fazer declaração falsa so- gera uma natural vantagem econômica, sob pena de in-
bre medição ou avaliação em obras públicas ou qual- cidir em improbidade administrativa.
quer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida,
qualidade ou característica de mercadorias ou bens Seção II
fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no Dos Atos de Improbidade Administrativa que Cau-
art. 1º desta lei; sam Prejuízo ao Erário

Da mesma forma, é vedado o recebimento de vanta- Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa
gens para fazer declarações falsas na avaliação de obras que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
e serviços em geral. dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, des-
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de vio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º des-
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à ta lei, e notadamente:
evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
O grupo intermediário de atos de improbidade admi-
A desproporção entre o rendimento percebido no nistrativa se caracteriza pelos elementos: causar dano ao
exercício das funções e o patrimônio acumulado é um erário ou aos cofres públicos + gerando perda patrimo-
forte indício da percepção indevida de vantagens. Claro, nial ou dilapidação do patrimônio público. Assim como
se comprovada que a desproporção se deu por outros o artigo anterior, o caput descreve a fórmula genérica e
motivos lícitos, não há ato de improbidade administrati- os incisos algumas atitudes específicas que exemplificam
va (por exemplo, ganhar na loteria ou receber uma boa o seu conteúdo.33
herança). a) Perda patrimonial é o gênero, do qual são espé-
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade cies: desvio, que é o direcionamento indevido;
de consultoria ou assessoramento para pessoa física apropriação, que é a transferência indevida para
ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingi- a própria propriedade; malbaratamento, que sig-
do ou amparado por ação ou omissão decorrente das nifica desperdício; e dilapidação, que se refere a
atribuições do agente público, durante a atividade; destruição.34
b) É preciso que seja causado dano a uma das pesso-
O agente público não pode trabalhar em funções in- as do art. 1° da lei. No entanto, o enriquecimento
compatíveis com as que desempenha para o Estado, no- ilícito é dispensável.
tadamente quando isso influenciar nas atitudes por ele c) O crime pode ser praticado por ação ou omissão.
tomadas no exercício das funções públicas. Afinal, acei-
tando uma posição que comprometa sua imparcialidade, O objeto da tutela é a preservação do patrimônio pú-
o agente prejudicará o interesse público. blico, em todos seus bens e valores. O pressuposto exi-
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a gível é a ocorrência de dano ao patrimônio dos sujeitos
liberação ou aplicação de verba pública de qualquer passivos.
natureza; Este artigo admite expressamente a variante culposa,
o que muitos entendem ser inconstitucional. O STJ, no
Para que as verbas públicas sejam liberadas ou aplica- REsp n° 939.142/RJ, apontou alguns aspectos da incons-
das há todo um procedimento estabelecido em lei, não titucionalidade do artigo. Contudo, “a jurisprudência do
cabendo ao servidor violá-lo e muito menos receber van- STJ consolidou a tese de que é indispensável a existência
tagem por tal violação. Há improbidade, por exemplo, na de dolo nas condutas descritas nos artigos 9º e 11 e ao
fraude em licitação. menos de culpa nas hipóteses do artigo 10, nas quais o
X - receber vantagem econômica de qualquer nature- dano ao erário precisa ser comprovado. De acordo com o
za, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, ministro Castro Meira, a conduta culposa ocorre quando
providência ou declaração a que esteja obrigado; o agente não pretende atingir o resultado danoso, mas
atua com negligência, imprudência ou imperícia (REsp
A percepção de vantagem econômica para omitir n° 1.127.143)”35. Para Carvalho Filho36, não há inconsti-
qualquer ato que seja obrigado a praticar caracteriza ato tucionalidade na modalidade culposa, lembrando que é
de improbidade administrativa. possível dosar a pena conforme o agente aja com dolo
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio ou culpa.
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acer-
DIREITO ADMINISTRATIVO

vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1°


33 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo:
desta lei;
Método, 2011.
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou 34 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
valores integrantes do acervo patrimonial das entida- trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
des mencionadas no art. 1° desta lei. 35 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Improbidade adminis-
trativa: desonestidade na gestão dos recursos públicos. Disponível
Como visto, todo o aparato material e financeiro pro- em: <http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.
piciado para o desempenho das funções públicas perten- area=398&tmp.texto=103422>. Acesso em: 26 mar. 2013.
36 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
cem à máquina estatal e devem servir ao bem comum,
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

72
O ponto central é lembrar que neste artigo não se exi- A realização de operações financeiras, como a libe-
ge que o sujeito ativo tenha percebido vantagens indevi- ração de verbas e o investimento destas, e a concessão
das, basta o dano ao erário. Se tiver recebido vantagem de benefícios são papéis muito importantes desempe-
indevida, incide no artigo anterior. Exceto pela não per- nhados pelo agente público, que deverá cumprir estrita-
cepção da vantagem indevida, os tipos exemplificados mente a lei.
se aproximam muito dos previstos nos incisos do art. 9°.
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a in- processo seletivo para celebração de parcerias com
corporação ao patrimônio particular, de pessoa física entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevi-
ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores inte- damente;
grantes do acervo patrimonial das entidades mencio-
nadas no art. 1º desta lei; Processo licitatório é aquele em que se realiza a li-
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou citação, procedimento detalhado prescrito em lei pelo
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valo- qual o Estado contrata serviços, adquire produtos, aliena
res integrantes do acervo patrimonial das entidades bens, etc. A finalidade de cumprir o procedimento legal
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância de forma estrita é garantir a preservação do interesse da
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis sociedade, não cabendo ao agente público passar por
à espécie; cima destas regras (Lei n° 8.666/93).
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou as- IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não
sistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimô- autorizadas em lei ou regulamento;
nio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º
desta lei, sem observância das formalidades legais e Todas as despesas que podem ser assumidas pelo Po-
regulamentares aplicáveis à espécie; der Público encontram respectiva previsão em alguma lei
ou diretriz orçamentária.
Todos os bens, rendas, verbas e valores que integram
a estrutura da administração pública somente devem ser
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou
utilizados por ela. Por isso, não cabe a incorporação de
renda, bem como no que diz respeito à conservação
seu patrimônio ao acervo de qualquer pessoa física ou
do patrimônio público;
jurídica e mesmo a simples utilização deve obedecer aos
ditames legais. Quem agir, aproveitando da função pú-
A arrecadação de tributos é essencial para a manu-
blica, de modo a permitir tais situações, incide em ato
de improbidade administrativa, ainda que não receba tenção da máquina estatal, não podendo o agente públi-
nenhuma vantagem por seu ato (havendo enriquecimen- co ser negligente (se omitir, deixar de ser zeloso) no que
to ilícito, está presente um ato do art. 9°, categoria mais tange ao levantamento desta renda.
grave).
Aliás, nem ao menos importa se o ato é benéfico, por XI - liberar verba pública sem a estrita observância
exemplo, uma doação. O patrimônio público deve ser das normas pertinentes ou influir de qualquer forma
preservado e sua transmissão/utilização deve obedecer para a sua aplicação irregular;
a legislação vigente.
Para que as verbas públicas sejam aplicadas é preciso
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou lo- obedecer o procedimento previsto em lei, preservando o
cação de bem integrante do patrimônio de qualquer interesse estatal.
das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a Dos incisos VI a XI resta clara a marca desta catego-
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ria intermediária de atos de improbidade administrativa:
ao de mercado; que seja causado prejuízo ao erário, sem que o agen-
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou loca- te responsável pelo dano receba vantagem indevida. A
ção de bem ou serviço por preço superior ao de mer- questão é preservar o interesse estatal, garantindo que
cado; os bens e verbas públicas sejam corretamente utilizados,
arrecadados e investidos.
Incisos diretamente correlatos aos incisos II e III do
artigo anterior, exceto pelo fato do sujeito ativo não per- XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro
ceber vantagem indevida pela sua conduta. Aliás, é exa- se enriqueça ilicitamente;
tamente pela falta deste elemento que o ato se enquadra
DIREITO ADMINISTRATIVO

na categoria intermediária, e não mais grave, dentro da Como visto, quanto o agente público obtém vanta-
classificação das improbidades. gem própria, direta ou indireta, incide nas hipóteses mais
graves do artigo anterior. Caso concorde com o enri-
VI - realizar operação financeira sem observância das quecimento ilícito de terceiro, por exemplo, seu superior
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia hierárquico, ou colabore para que ele ocorra, também
insuficiente ou inidônea; cometerá ato de improbidade administrativa, embora de
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a menor gravidade.
observância das formalidades legais ou regulamenta-
res aplicáveis à espécie;

73
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço par- Seção II-A
ticular, veículos, máquinas, equipamentos ou material Dos Atos de Improbidade Administrativa Decor-
de qualquer natureza, de propriedade ou à disposi- rentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Be-
ção de qualquer das entidades mencionadas no art. nefício Financeiro ou Tributário
1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
empregados ou terceiros contratados por essas enti-
dades. Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrati-
va qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar
Não se deve permitir que terceiros utilizem do apa- ou manter benefício financeiro ou tributário contrário
rato da máquina estatal, tanto material quanto pessoal, ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
mesmo que não se obtenha vantagem alguma com tal Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
concessão.
Art. 8º-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Ser-
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que te- viços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cento).
nha por objeto a prestação de serviços públicos por § 1º O imposto não será objeto de concessão de isen-
meio da gestão associada sem observar as formalida- ções, incentivos ou benefícios tributários ou financei-
des previstas na lei; ros, inclusive de redução de base de cálculo ou de cré-
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público dito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga
observar as formalidades previstas na lei. tributária menor que a decorrente da aplicação da alí-
quota mínima estabelecida no caput, exceto para os
A celebração de contratos de qualquer natureza com- serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01
promete diretamente o orçamento público, causando da lista anexa a esta Lei Complementar.
prejuízo ao erário. Por isso, deve-se obedecer as pres-
crições legais que disciplinam a celebração de contra- Uma das alterações recentes à disciplina do ISS visou
tos administrativos, deliberando com responsabilidade evitar a continuidade da guerra fiscal entre os municí-
a respeito das contratações necessárias e úteis ao bem pios, fixando-se a alíquota mínima em 2%.
comum. Com efeito, os municípios não poderão fixar dentro
de sua competência constitucional alíquotas inferiores a
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para 2% para atrair e fomentar investimentos novos (incentivo
a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa fiscal), prejudicando os municípios vizinhos.
física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores Em razão disso, tipifica-se como ato de improbidade
públicos transferidos pela administração pública a administrativa a eventual concessão do benefício abaixo
entidades privadas mediante celebração de parcerias, da alíquota mínima.
sem a observância das formalidades legais ou regula-
mentares aplicáveis à espécie; Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Aten-
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou tam Contra os Princípios da Administração Pública
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
públicos transferidos pela administração pública a en- Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa
tidade privada mediante celebração de parcerias, sem que atenta contra os princípios da administração pú-
a observância das formalidades legais ou regulamen- blica qualquer ação ou omissão que viole os deveres
tares aplicáveis à espécie; de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade
às instituições, e notadamente:
XVIII - celebrar parcerias da administração pública
com entidades privadas sem a observância das forma- O grupo mais ameno de atos de improbidade admi-
lidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; nistrativa se caracteriza pela simples violação a prin-
cípios da administração pública, ou seja, aplica-se a
XIX - frustrar a licitude de processo seletivo para ce- qualquer atitude do sujeito ativo que viole os ditames
lebração de parcerias da administração pública com éticos do serviço público. Isto é, o legislador pretende a
preservação dos princípios gerais da administração pú-
entidades privadas ou dispensá-lo indevidamente;
blica.37
a) O objeto de tutela são os princípios constitucionais;
XX - agir negligentemente na celebração, fiscaliza-
b) Basta a vulneração em si dos princípios, sendo
DIREITO ADMINISTRATIVO

ção e análise das prestações de contas de parcerias


dispensáveis o enriquecimento ilícito e o dano ao
firmadas pela administração pública com entidades
erário;
privadas;
c) Somente é possível a prática de algum destes atos
com dolo (intenção);
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela ad-
d) Cabe a prática por ação ou omissão.
ministração pública com entidades privadas sem a es-
trita observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular.
37 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo:
Método, 2011.

74
Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalida- com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
de para não permitir a caracterização de abuso de poder, vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ain-
diante do conteúdo aberto do dispositivo. da que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
Na verdade, trata-se de tipo subsidiário, ou seja, que sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
se aplica quando o ato de improbidade administrativa II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do
não tiver gerado obtenção de vantagem indevida ou dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamen-
dano ao erário. te ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, per-
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regula- da da função pública, suspensão dos direitos políticos
mento ou diverso daquele previsto, na regra de com- de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até
petência; duas vezes o valor do dano e proibição de contratar
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
de ofício; vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ain-
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência da que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
em razão das atribuições e que deva permanecer em sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
segredo; III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do
IV - negar publicidade aos atos oficiais; dano, se houver, perda da função pública, suspensão
V - frustrar a licitude de concurso público; dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado de multa civil de até cem vezes o valor da remune-
a fazê-lo; ração percebida pelo agente e proibição de contratar
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ain-
de medida política ou econômica capaz de afetar o da que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
preço de mercadoria, bem ou serviço. sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fis- IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função
calização e aprovação de contas de parcerias firmadas pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a
pela administração pública com entidades privadas. 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de do benefício financeiro ou tributário concedido. (Inclu-
acessibilidade previstos na legislação. ído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta
prestação de serviços na área de saúde sem a prévia lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado,
celebração de contrato, convênio ou instrumento con- assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
gênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Lei do SUS). As sanções da Lei de Improbidade Administrativa são
de natureza extrapenal e, portanto, têm caráter civil.
É possível perceber, no rol exemplificativo de condu- Como visto, no caso do art. 9°, categoria mais gra-
tas do artigo 11, que o agente público que pratique qual- ve, o agente obtém um enriquecimento ilícito (vantagem
quer ato contrário aos ditames da ética, notadamente os econômica indevida) e pode ainda causar dano ao erário,
originários nos princípios administrativos constitucionais, por isso, deverá não só reparar eventual dano causado
pratica ato de improbidade administrativa. mas também colocar nos cofres públicos tudo o que ad-
Com efeito, são deveres funcionais: praticar atos vi- quiriu indevidamente. Ou seja, poderá pagar somente o
sando o bem comum, agir com efetividade e rapidez, que enriqueceu indevidamente ou este valor acrescido
manter sigilo a respeito dos fatos que tenha conheci- do valor do prejuízo causado aos cofres públicos (quanto
mento devido a sua função, tornar públicos os atos ofi- o Estado perdeu ou deixou de ganhar). No caso do artigo
ciais, zelar pela boa realização de atos administrativos em 10, não haverá enriquecimento ilícito, mas sempre existi-
geral (como a realização de concurso público), prestar rá dano ao erário, o qual será reparado (eventualmente,
contas, entre outros. ocorrerá o enriquecimento ilícito, devendo o valor adqui-
rido ser tomado pelo Estado). Já no artigo 11, o máximo
CAPÍTULO III que pode ocorrer é o dano ao erário, com o devido res-
Das Penas sarcimento. Na hipótese do artigo 10-A, não se denota
nem enriquecimento ilícito e nem dano ao erário, pois no
Art. 12.  Independentemente das sanções penais, civis máximo a prática de guerra fiscal pode gerar
e administrativas previstas na legislação específica, Em todos os casos há perda da função pública.
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às Nas três categorias iniciais, são estabelecidas sanções
DIREITO ADMINISTRATIVO

seguintes cominações, que podem ser aplicadas isola- de suspensão dos direitos políticos, multa e vedação de
da ou cumulativamente, de acordo com a gravidade contratação ou percepção de vantagem, graduadas con-
do fato: forme a gravidade do ato, enquanto que na quarta cate-
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores goria apenas se prevê a suspensão de direitos políticos
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento e a multa.
integral do dano, quando houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez Vale lembrar a disciplina constitucional das sanções
anos, pagamento de multa civil de até três vezes o va- por atos de improbidade administrativa, que se encontra
lor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar no art. 37, § 4º, CF:

75
Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cabível.

#FicaDica
A única sanção que se encontra prevista na LIA mas não na CF é a de multa. (art. 37, §4°, CF). Não há
nenhuma inconstitucionalidade disto, pois nada impediria de o legislador infraconstitucional ampliasse
a relação mínima de penalidades da Constituição, pois esta não limitou tal possibilidade e porque a lei é
o instrumento adequado para tanto1.

1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

Carvalho Filho38 tece considerações a respeito de algumas das sanções:


a) Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre os bens acrescidos após a prática do ato de improbidade. Se
alcançasse anteriores, ocorreria confisco, o que restaria sem escora constitucional. Além disso, o acréscimo deve
derivar de origem ilícita”.
b) Ressarcimento integral do dano: há quem entenda que engloba dano moral. Cabe acréscimo de correção mone-
tária e juros de mora.
c) Perda de função pública: “se o agente é titular de mandato, a perda se processa pelo instrumento de cassação.
Sendo servidor estatutário, sujeitar-se-á à demissão do serviço público. Havendo contrato de trabalho (servido-
res trabalhistas e temporários), a perda da função pública se consubstancia pela rescisão do contrato com culpa
do empregado. No caso de exercer apenas uma função pública, fora de tais situações, a perda se dará pela revo-
gação da designação”. Lembra-se que determinadas autoridades se sujeitam a procedimento especial para perda
da função pública, ponto em que não se aplica a Lei de Improbidade Administrativa.
d) Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo, mas flexibilidade dentro deste limite, podendo os julgados
nesta margem optar pela mais adequada. Há ainda variabilidade na base de cálculo, conforme o tipo de ato de
improbidade (a base será o valor do enriquecimento ou o valor do dano ou o valor da remuneração do agente).
A natureza da multa é de sanção civil, não possuindo caráter indenizatório, mas punitivo.
e) Proibição de receber benefícios: não se incluem as imunidades genéricas e o agente punido deve ser ao menos
sócio majoritário da instituição vitimada.
f) Proibição de contratar: o agente punido não pode participar de processos licitatórios.

#FicaDica

Artigo 9° Artigo 10 Artigo 10-A Artigo 11


Suspensão de direitos 8 a 9 anos 5 a 8 anos 5 a 8 anos 3 a 5 anos
políticos

Multa Até 3X o enriqueci- Até 2X o dano cau- Até 3X o valor Até 100X
mento experimentado sado. do benefício o valor da
financeiro ou remune-
tributário con- ração do
cedido agente
DIREITO ADMINISTRATIVO

Vedação de contrata- 10 anos 5 anos – 3 anos


ção ou vantagem

38 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

76
CAPÍTULO IV independentemente do pagamento de taxas: a) o direito
Da Declaração de Bens de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos
ou contra ilegalidade ou abuso de poder; [...]”. Logo, se o
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam art. 14 não existisse, ainda seria possível que o particular
condicionados à apresentação de declaração dos bens representasse o agente público.
e valores que compõem o seu patrimônio privado, a
fim de ser arquivada no serviço de pessoal competen- § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a
te. termo e assinada, conterá a qualificação do represen-
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, se-
tante, as informações sobre o fato e sua autoria e a
moventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra
espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no indicação das provas de que tenha conhecimento.
País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá § 2º A autoridade administrativa rejeitará a represen-
os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou compa- tação, em despacho fundamentado, se esta não conti-
nheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a ver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo.
dependência econômica do declarante, excluídos ape- A rejeição não impede a representação ao Ministério
nas os objetos e utensílios de uso doméstico. Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada
e na data em que o agente público deixar o exercício O §1° delimita o conteúdo da representação que, se
do mandato, cargo, emprego ou função. não respeitado, será rejeitado pela autoridade adminis-
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do trativa (§2°). Ainda assim, em caso de rejeição, será pos-
serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabí-
sível representar ao Ministério Público. Supondo, por
veis, o agente público que se recusar a prestar decla-
ração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que exemplo, que a pessoa não queira se identificar - a repre-
a prestar falsa. sentação será rejeitada, mas o Ministério Público poderá
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia apurar o fato.
da declaração anual de bens apresentada à Delegacia As exigências do §1° servem para evitar denúncias
da Receita Federal na conformidade da legislação do irresponsáveis e coibir acusações levianas. Somente o
Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer na- Ministério Público poderá instaurar procedimento para
tureza, com as necessárias atualizações, para suprir a apurar uma denúncia anônima.
exigência contida no caput e no § 2° deste artigo.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a au-
Para que uma pessoa tome posse e exerça o cargo de toridade determinará a imediata apuração dos fatos
agente público deve apresentar declaração de bens que
que, em se tratando de servidores federais, será pro-
deverá ser renovada anualmente (§2°) sob pena de de-
missão (§3°). Assim, trata-se de condição para o exercício cessada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei
das atribuições de agente público. nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratan-
A finalidade é a de assegurar que o agente público do de servidor militar, de acordo com os respectivos
não receba vantagens indevidas, possuindo instrumento regulamentos disciplinares.
para fiscalizá-lo caso o faça.
Os bens abrangidos pela declaração não são apenas O §3° remete à existência de regras próprias do pro-
os do agente público, mas também os de seus depen- cesso administrativo disciplinar para as diferentes cate-
dentes. Por isso, não adiantará nada o agente colocar os gorias de servidores. Por exemplo, aos servidores públi-
bens decorrentes do enriquecimento ilícito em nome de cos federais será aplicada a Lei n° 8.112/90.
pessoas que dele dependam, e não em seu nome.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao
CAPÍTULO V
Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Con-
Do Procedimento Administrativo e do Processo Ju-
tas da existência de procedimento administrativo para
dicial
apurar a prática de ato de improbidade.
Desde logo, destaca-se que o procedimento na via Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou
administrativa não tem idoneidade para ensejar a apli- Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar
cação de sanções de improbidade. Após o encerramen- representante para acompanhar o procedimento ad-
to do processo administrativo, deverá ser ajuizada ação ministrativo.
de improbidade administrativa. Na sentença judicial será
possível aplicar as sanções da lei de improbidade admi- A lei fala em comissão processante, mas o órgão encar-
nistrativa.39 regado do processo de investigação pode receber outra no-
menclatura conforme o sistema funcional de cada entidade40.
DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autori- O importante é saber que este órgão terá que in-
dade administrativa competente para que seja instau- formar ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas a
rada investigação destinada a apurar a prática de ato
existência do procedimento administrativo apurando o
de improbidade.
ato de improbidade, que poderão designar representan-
O artigo 14 repete um direito assegurado na Cons- te para acompanhá-lo. O objetivo da lei foi contribuiu
tituição Federal, qual seja o direito de representação, para a formação da convicção dos representantes destes
previsto no art. 5°, XXXIV, a: “são a todos assegurados, órgãos desde logo.
39 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- 40 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

77
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilida- § 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas
de, a comissão representará ao Ministério Público ou ações de que trata o caput.
à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo Não é permitido fazer acordos porque a apuração do
competente a decretação do seqüestro dos bens do ato de improbidade administrativa é de interesse públi-
agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente co, sobre o qual não se pode transacionar. Seria absurdo
ou causado dano ao patrimônio público. alguém prejudicar o erário e se livrar da condenação ju-
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo dicial apenas por ter aceitado um acordo quando desco-
com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Pro- berto seu ato.
cesso Civil.
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investiga- § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá
ção, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e as ações necessárias à complementação do ressarci-
aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no ex- mento do patrimônio público.
terior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. Caso não tenha sido totalmente recomposto o patri-
mônio com a ação de improbidade, a Fazenda Pública
Se existirem indício veementes da prática do ato de ajuizará ação própria.
improbidade administrativa, a comissão processante po-
derá representar ao Ministério Público ou ao órgão jurí- § 3°  No caso de a ação principal ter sido proposta pelo
dico da pessoa lesada para que estes postulem o seques- Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto
tro/arresto de bens do terceiro ou agente que tenham no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de
enriquecido ilicitamente. 1965.
O arresto parece ser uma medida mais adequada Dispõe o art. 6°, §3° da Lei n° 4.717/65:
(arts. 813 a 821, CPC), por ser uma garantia geral dos
credores, ou seja, por ser mais abrangente. A pessoa jurídica de direito público ou de direito priva-
Vale lembrar a possibilidade prevista no art. 7° desta do, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se
lei no sentido de representar ao Ministério Público para de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor,
postular a indisponibilidade de bens. desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo
Este artigo e o artigo 7° abrem possibilidade para que do respectivo representante legal ou dirigente.
seja tomada qualquer medida cautelar que vise impedir a
deterioração e a dilapidação do patrimônio do causador Significa que é possível inverter a legitimidade, sendo
do dano, assegurando sua reparação futura. que a pessoa jurídica inicia o processo como legitimado
O procedimento administrativo se encontra discipli- passivo, mas, como é invertido o interesse processual,
nado dos artigos 14 a 16, encerrando-se neste ponto. A passa para o polo ativo. No entanto, como pessoa jurídi-
partir daqui, trata-se da ação de improbidade adminis- ca não figura como ré de ação de improbidade adminis-
trativa que deve tramitar na via judicial (artigos 17 e 18). trativa, somente cabe a aplicação do dispositivo no sen-
tido de autorizar que a pessoa jurídica reforce o pedido
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será de reconhecimento de improbidade e de aplicação de
proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídi- sanções ao lado do Ministério Público.
ca interessada, dentro de trinta dias da efetivação da
medida cautelar. § 4º O Ministério Público, se não intervir no processo
como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da
“Ação de improbidade administrativa é aquela que lei, sob pena de nulidade.
pretende o reconhecimento judicial de condutas de im- A atuação do Ministério Público nos processos judi-
probidade da Administração, perpetradas por adminis- ciais pode ser como parte, quando ajuizar a ação, e como
tradores públicos e terceiros, e a consequente aplicação fiscal da lei, quando outro legitimado o fizer. No caso,
das sanções legais, com o escopo de preservar o princí- como também a pessoa jurídica de direito público preju-
pio da moralidade administrativa. Sem dúvida, cuida-se dicada pode ajuizar a ação, se o fizer, o Ministério Público
de poderoso instrumentos de controle judicial sobre atos atuará como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
que a lei caracteriza como de improbidade”41.
Caso tenha sido postulada alguma medida cautelar, § 5o  A propositura da ação prevenirá a jurisdição do
o prazo para que seja ajuizada a ação de improbidade juízo para todas as ações posteriormente intentadas
administrativa é de 30 dias, sob pena de perda da eficácia que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo
da medida (bens e verbas são desbloqueados). objeto.
A legitimidade ativa é concorrente, porque a ação
DIREITO ADMINISTRATIVO

pode ser proposta tanto pelo Ministério Público quanto Tornar o juízo prevento é assegurar que todas as
pela pessoa jurídica interessada. ações que sejam propostas com mesma causa de pedir
A legitimidade passiva é daquele que cometeu o ato (fatos e fundamentos jurídicos) ou mesmo objeto sejam
de improbidade. julgadas pelo mesmo juízo. Será prevento o juízo em que
No pedido, se postulará, primeiro, o reconhecimento primeiro for proposta a ação.
do ato de improbidade administrativa, depois, a aplica-
ção das sanções cabíveis. § 6o  A ação será instruída com documentos ou justifi-
cação que contenham indícios suficientes da existên-
41 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
cia do ato de improbidade ou com razões fundamen-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

78
tadas da impossibilidade de apresentação de qualquer pela prestação de depoimento por escrito, caso em
dessas provas, observada a legislação vigente, inclusi- que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas
ve as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código pelo juiz, Ihes serão transmitidas por ofício.
de Processo Civil. Percebe-se que os dispositivos tratam da tomada de
A ação de improbidade administrativa será instruída depoimentos de determinados agentes públicos.
com provas do ato de improbidade administrativa prati-
cado, geralmente o processo administrativo que trami- § 13. Para os efeitos deste artigo, também se consi-
tou anteriormente. Todas estas provas serão explicadas, dera pessoa jurídica interessada o ente tributante que
fundamentando porque restou caracterizado o ato de figurar no polo ativo da obrigação tributária de que
improbidade. tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Comple-
mentar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela
§ 7o  Estando a inicial em devida forma, o juiz man- Lei Complementar nº 157, de 2016)
dará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, O §4º do artigo 3º mencionado foi vetado. Interpre-
para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser tando o artigo 8º-A, entende-se ser legitimada para
instruída com documentos e justificações, dentro do propositura da ação a pessoa jurídica de direito pú-
prazo de quinze dias. blico que seria beneficiada pela alíquota que deveria
Se a petição inicial preencher os requisitos do pará- ter sido recolhida na esfera de seu município pois nele
grafo anterior e os demais requisitos processuais civis, o que o prestador se encontrava.
requerido será notificado para se manifestar por escrito
e, se quiser, apresentar documentos. Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil
de reparação de dano ou decretar a perda dos bens
§ 8o  Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trin- havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a
ta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pes-
se convencido da inexistência do ato de improbidade, soa jurídica prejudicada pelo ilícito.
da improcedência da ação ou da inadequação da via
eleita. Na verdade, este dispositivo apenas lembra algumas
§ 9o  Recebida a petição inicial, será o réu citado para das sanções que poderão ser aplicadas na sentença da
apresentar contestação. ação de improbidade administrativa. Não significa que as
Se o juiz se convencer com as informações da mani- demais sanções previstas nesta lei não sejam aplicáveis.
festação do requerido, rejeitará a ação; se não, receberá
definitivamente a petição inicial e determinará a citação CAPÍTULO VI
do réu para contestar a ação. Das Disposições Penais

§ 10  Da decisão que receber a petição inicial, caberá Art. 19. Constitui crime a representação por ato de
agravo de instrumento. improbidade contra agente público ou terceiro bene-
Agravo de instrumento é o recurso interposto contra ficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
decisões que não colocam fim no processo. Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denuncian-
§ 11 Em qualquer fase do processo, reconhecida a ina- te está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos
dequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
processo sem julgamento do mérito.
Durante o processo o juiz pode perceber que a ação A legislação pretende que as denúncias de atos de
de improbidade administrativa não deveria ter sido acei- improbidade administrativas sejam sérias e fundamen-
ta, caso em que a extinguirá. tadas, não levianas. O art. 19 introduz um tipo penal, ele
não faz parte exatamente das outras penalidades da lei,
§ 12.  Aplica-se aos depoimentos ou inquirições rea- por isso exatamente que está apartado das demais.
lizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto Este crime será denunciado e apurado perante um
no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal. juízo criminal, fora da ação de improbidade administra-
Dispõem o artigo 221, caput e §1° do CPP: tiva. O artigo 19 é um crime a ser denunciado em ação
penal pública proposta pelo Ministério Público, único le-
O Presidente e o Vice-Presidente da República, os se- gitimado.
nadores e deputados federais, os ministros de Estado, os Na verdade, ele não passa de uma forma específica
governadores de Estados e Territórios, os secretários de Es- da denunciação caluniosa do Código Penal.
DIREITO ADMINISTRATIVO

tado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os


deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os mem- Art. 339, CP. Dar causa à instauração de investigação
bros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais policial, de processo judicial, instauração de investiga-
de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem ção administrativa, inquérito civil ou ação de impro-
como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, bidade administrativa contra alguém, imputando-lhe
dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. crime de que o sabe inocente. Pena - reclusão de 2 a
§ 1° O Presidente e o Vice-Presidente da República, os 8 anos e multa.
presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Depu-
tados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar

79
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço
direitos políticos só se efetivam com o trânsito em jul- público (por exemplo, na esfera federal, o prazo é de 5
gado da sentença condenatória. anos a contar da data em que o fato se tornou conheci-
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administra- do).
tiva competente poderá determinar o afastamento do
agente público do exercício do cargo, emprego ou fun- CAPÍTULO VIII
ção, sem prejuízo da remuneração, quando a medida Das Disposições Finais
se fizer necessária à instrução processual.
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publi-
Não cabe, em regra, tomar medida cautelar para sus- cação.
pender direitos políticos e determinar a perda da função
pública. O máximo que é possível, visando garantir a ins- Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de
trução processual, é afastar o agente público do exercício junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e
do cargo sem prejuízo da remuneração enquanto tramita demais disposições em contrário.
a ação de improbidade administrativa.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei in- Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Indepen-
depende: dência e 104° da República.
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio públi-
co, salvo quanto à pena de ressarcimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão
de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de EXERCÍCIOS COMENTADOS
Contas.
1 (STJ - Analista Judiciário - Administrativa - CES-
Não importa se o ato praticado pelo agente não cau- PE/2018) Em relação aos princípios aplicáveis à adminis-
sou dano ao erário, tanto que existem os atos da catego- tração pública, julgue o próximo item.
ria mais leve (artigo 11). O servidor público que revelar a particular determinado
Também é irrelevante se o Tribunal de Contas apro- fato sigiloso de que tenha ciência em razão das atribui-
vou ou rejeitou as contas prestadas pelo agente, embora ções praticará ato de improbidade administrativa atenta-
isto sirva de elemento de prova. tório aos princípios da administração pública.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei,
o Ministério Público, de ofício, a requerimento de au- ( ) CERTO ( ) ERRADO
toridade administrativa ou mediante representação
formulada de acordo com o disposto no art. 14, po- Resposta: Certo. A conduta é especificada no rol do
derá requisitar a instauração de inquérito policial ou artigo 11, III, Lei nº 8.429/1992: “Constitui ato de im-
procedimento administrativo. probidade administrativa que atenta contra os prin-
cípios da administração pública qualquer ação ou
O Ministério Público poderá requisitar a instauração omissão que viole os deveres de honestidade, im-
de inquérito policial ou procedimento administrativo de parcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e
ofício, a pedido da autoridade administrativa ou median- notadamente: [...] III - revelar fato ou circunstância de
te representação. que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo”.
CAPÍTULO VII
Da Prescrição 2. (STM - Cargos de Nível Superior - Conhecimentos
Básicos - CESPE/2018) À luz da Lei de Improbidade Ad-
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as san- ministrativa – Lei nº 8.429/1992 –, julgue o item a seguir.
ções previstas nesta lei podem ser propostas: É imprescindível a ocorrência de dolo para a tipificação,
I - até cinco anos após o término do exercício de man- como ato de improbidade administrativa, da conduta de
dato, de cargo em comissão ou de função de confian- agente público que cause prejuízo ao erário.
ça;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei espe- ( ) CERTO ( ) ERRADO
cífica para faltas disciplinares puníveis com demissão
a bem do serviço público, nos casos de exercício de Resposta: Errado. Os atos de improbidade admi-
cargo efetivo ou emprego. nistrativa que causam prejuízo ao erário podem ser
DIREITO ADMINISTRATIVO

dolosos ou culposos, conforme artigo 10, caput, Lei


Prescrição é um instituto que visa regular a perda do nº 8.429/1992: “Constitui ato de improbidade admi-
direito de acionar judicialmente. nistrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
A ação de improbidade administrativa não poderá ser omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patri-
proposta se: a) prescrição no caso de cargo provisório monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dila-
- passados 5 anos após o término do exercício de man- pidação dos bens ou haveres das entidades referidas
dato, cargo em comissão ou função de confiança pelo no art. 1º desta lei, e notadamente [...]”.
réu; b) prescrição no caso de cargo definitivo - dentro do
prazo prescricional previsto em lei específica para faltas

80
3. (STM - Analista Judiciário - Área Administrativa - prazo prescricional do artigo 23 da LIA não se aplica.
CESPE/2018) À luz da Lei de Improbidade Administrativa Estas ações de reparação, aliás, são consideradas im-
– Lei nº 8.429/1992 –, julgue o item a seguir. prescritíveis.
Além dos servidores públicos, são considerados sujeitos
ativos de atos de improbidade administrativa os notários
e registradores, que podem sofrer as penalidades previs- LICITAÇÕES E CONTRATOS DA
tas na lei em apreço. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - LEI
Nº 8.666/1993 (COM ALTERAÇÕES
( ) CERTO ( ) ERRADO POSTERIORES). LEI N.º 10.520/2002.

Resposta: Certo. Vale observar o conceito de agente


público nos termos do artigo 2°, Lei nº 8.429/1992: LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 – LICITA-
“Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, ÇÕES
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, desig- Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Fe-
nação, contratação ou qualquer outra forma de inves- deral, institui normas para licitações e contratos da
tidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função Administração Pública e dá outras providências.
nas entidades mencionadas no artigo anterior”. Neste O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
sentido, o artigo anterior, isto é, o artigo 1o da lei, pre- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: [...]
vê: “os atos de improbidade praticados por qualquer
agente público, servidor ou não, contra a administra-
ção direta, indireta ou fundacional de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,
#FicaDica
dos Municípios, de Território, de empresa incorporada A Lei nº 8.666/1993 é bastante ampla e de-
ao patrimônio público ou de entidade para cuja cria- dica espaço a duas temáticas centrais: licita-
ção ou custeio o erário haja concorrido ou concorra ções e contratos administrativos. Em muitos
com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da concursos públicos é cobrado apenas o con-
receita anual, serão punidos na forma desta lei”. Não teúdo de licitações, enquanto que em outros
há dúvidas que os notários e registradores desempe- é cobrado tanto o conteúdo de contratos
nham típica função do Estado, mediante concessão administrativos quanto o de licitações. Se no
de serviço público, razão pela qual são extensão do seu concurso a Lei nº 8.666/1993 for cobrada
próprio Estado. Assim, seus agentes podem ser res- na íntegra, ambos os conteúdos poderão in-
ponsabilizados por atos que configurem improbidade cidir em questões da prova.
administrativa.

4. (CGM de João Pessoa/PB - Conhecimentos Básicos LICITAÇÕES


- Cargos: 1, 2 e 3 - CESPE/2018) Com relação aos prin-
cípios aplicáveis à administração pública e ao enriqueci- 1. Conceito
mento ilícito por agente público, julgue o item a seguir.
A pretensão estatal de ressarcimento do erário em face Licitação é o processo pelo qual a Administração Pú-
de agente que tenha enriquecido ilicitamente no exercí- blica contrata serviços e adquire bens dos particulares,
cio de suas funções prescreverá em cinco anos. evitando-se que a escolha dos contratados seja fraudu-
lenta e prejudicial ao Estado em favor dos interesses par-
( ) CERTO ( ) ERRADO ticulares do governante.
Segundo Carvalho Filho42, “não poderia a lei deixar ao ex-
Resposta: Errado. Sobre a prescrição, disciplina o arti- clusivo critério do administrador a escolha das pessoas a se-
go 23 da Lei nº 8.429/92: “As ações destinadas a levar rem contratadas, porque, fácil é prever, essa liberdade daria
a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser pro- margem a escolhas impróprias, ou mesmo a concertos escu-
postas: I - até cinco anos após o término do exercício sos entre alguns administradores públicos inescrupulosos e
de mandato, de cargo em comissão ou de função de particulares, com o que prejudicada, em última análise, seria
confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto a Administração Pública, gestora dos interesses públicos”.
em lei específica para faltas disciplinares puníveis com Deste modo, Carvalho Filho43 conceitua licitação
demissão a bem do serviço público, nos casos de exer- como “o procedimento administrativo vinculado por
DIREITO ADMINISTRATIVO

cício de cargo efetivo ou emprego; III - até cinco anos meio do qual os entes da Administração Pública e aque-
da data da apresentação à administração pública da les por ela controlados selecionam a melhor proposta
prestação de contas final pelas entidades referidas no entre as oferecidas pelos vários interessados, com dois
parágrafo único do art. 1o desta Lei”. Contudo, o arti- objetivos – a celebração de contrato, ou a obtenção do
go 37, § 5o, CF, prevê: “A lei estabelecerá os prazos de melhor trabalho técnico, artístico ou científico”.
prescrição para ilícitos praticados por qualquer agen-
te, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, 42 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
43 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
Significa que para as ações civis de ressarcimento o
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

81
Destaca-se a natureza de procedimento administra- § 1°, III”. Por normas gerais de licitação e contratação,
tivo, pois apesar da Lei nº 8.666/93 se referir à licitação entendam-se aquelas com capacidade de criar, alterar
como ato administrativo, não se detecta verdadeiramen- ou extinguir modalidades, tipos e princípios licitató-
te ato, que é um elemento formal que indica uma inten- rios.
ção de agir da administração, mas sim um procedimento,
diante do cumprimento de etapas previstas em lei para Não significa que os Estados e municípios não pos-
que se atinja uma meta ou um objetivo. sam legislar sobre licitações, apenas não podem se imis-
Logo, a licitação é um procedimento administrativo cuir nas normas gerais. Os Estados e municípios podem
que tem por finalidade evitar práticas fraudulentas na regulamentar questões instrumentais e de interesse lo-
Administração Pública, garantindo a contratação do ser- cal, mas não se trata de competência concorrente. Por
viço ou produto que melhor atenda às expectativas de isso mesmo, não podem ampliar os casos de dispensa e
custo-benefício para o aparato público. inexigibilidade, alterar os limites de valor para cada mo-
dalidade de licitação ou reduzir os prazos de publicidade
2. Objeto e dos recursos.

O objeto da licitação é a aquisição de bens e serviços 5. Destinatários


pela Administração Pública, bem como a alienação do
patrimônio dela, conforme a melhor proposta que aten- Além do próprio Poder Público, também são desti-
da aos interesses públicos. Toda licitação que é aberta natários os licitantes interessados em contratar com o
volta-se especificamente para isto, permitindo que a Ad- Poder Público e qualquer pessoa interessada em saber
ministração desempenhe suas atividades uma vez que sobre os procedimentos públicos de licitação.
dispõe dos bens e serviços necessários para tanto. Uma vez que o texto constitucional prevê a obrigato-
riedade da licitação (artigo 37, XXVII, CF), estão obriga-
3. Finalidade/Objetivos dos a licitar todos os entes estatais, incluindo-se a admi-
nistração direta (e o conjunto de órgãos que a compõem
1) Garantir a competição entre os interessados: to- no âmbito do Executivo) e a administração indireta, além
dos os concorrentes devem ter igualdade de condições do Legislativo e do Judiciário, bem como os órgãos in-
quanto à possibilidade de contratar com o Poder Público. dependentes (Tribunais de Contas, Defensoria Pública e
Trata-se de via de mão dupla, pois se de um lado os con- Ministério Público) e os entes sociais autônomos (paraes-
correntes terão a garantia de imparcialidade no proces- tatais).
so licitatório, de outro lado a Administração conseguirá Os particulares do terceiro setor que celebram com o
atrair um contrato mais vantajoso. Estado contratos de convênio são obrigados a licitar para
2) Alcançar a melhor proposta para o interesse públi- gastar as verbas públicas recebidas, prestando contas
co: a finalidade da licitação deve ser sempre atender o nos termos da Instrução Normativa nº 01 da Secretaria
interesse público. Afinal, os agentes públicos são meros do Tesouro Nacional.
representantes do Estado e jamais devem agir em prol de As empresas públicas e sociedades de economia mis-
seus interesses particulares (princípio da impessoalida- ta desempenham operações peculiares de nítido caráter
de), sendo dever a preservação e proteção dos interesses econômico, que estão vinculadas aos próprios objetivos
públicos. Com efeito, é dever do condutor da licitação da entidade, ou seja, são suas atividades-fim. Ex.: Caixa
buscar a proposta mais vantajosa, garantindo a igualda- Econômica Federal estabelece relações bancárias, Cor-
de de condições entre os concorrentes, respeitando to- reios ofertam serviços de postagem. Tais operações com
dos os demais princípios resguardados pela constituição. caráter econômico relacionadas à atividade-fim da socie-
3) Servir de ferramenta de direito econômico: a lici- dade de economia mista ou da empresa pública não se
tação é uma ferramenta que pode ser empregada para a sujeitam às regras de licitação, sendo tratadas conforme
intervenção estatal na economia, promovendo o desen- as regras comerciais comuns. As regras licitatórias ape-
volvimento e a tecnologia nacionais (tanto é verdade que nas incidem quanto as atividades-meio.
empresas nacionais poderão vencer a licitação mesmo
que ofereçam preço até 25% mais caro que empresas es- 6. Princípios
trangeiras).
Entre outros, os princípios básicos que regem a lici-
4. Competência legislativa tação são: legalidade, impessoalidade, moralidade, igual-
dade, publicidade, probidade administrativa, vinculação
A União tem competência privativa para legislar so- ao instrumento convocatório e julgamento objetivo.
DIREITO ADMINISTRATIVO

bre normas gerais licitatórias, conforme previsto no texto “- Legalidade: só é possível fazer o que está previsto
constitucional: na Lei;
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar so- - Impessoalidade: o interesse da Administração pre-
bre: [...] XXVII - normas gerais de licitação e contrata- valece acima dos interesses pessoais;
ção, em todas as modalidades, para as administrações - Moralidade: as regras morais vigentes devem ser
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, obedecidas em conjunto com as leis em vigor;
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o dis- - Igualdade: todos são iguais perante a lei e não pode
posto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e haver discriminação nem beneficiamento entre os
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, participantes da licitação;

82
- Publicidade: a licitação não pode ser sigilosa e as
decisões tomadas durante a licitação devem ser #FicaDica
públicas, garantida a transparência do processo
licitatório; Conceito: Licitação é o procedimento admi-
- Probidade administrativa: a licitação deve ser pro- nistrativo formal utilizado para a contratação
cessada por pessoas que tenham honestidade; de serviços ou para a aquisição/venda de
- Vinculação ao instrumento convocatório: o Edital bens/produtos pela Administração Pública,
é a lei entre quem promove e quem participa da direta ou indireta, em todas esferas da fede-
licitação, não podendo ser descumprido; ração (União, Estados, DF, Municípios).
- Julgamento objetivo: as propostas dos licitantes Objetivo: Proporcionar à Administração Pú-
devem ser julgadas de acordo com o que diz o blica que adquira e venda bens ou contrate
Edital”44. serviços da forma menos onerosa e com a
maior qualidade possível.
Entre os princípios correlatos, Carvalho Filho45 des- Finalidades: Permitir a melhor contratação
taca: possível, selecionando a proposta mais van-
- Competitividade: correlato ao princípio da igualda- tajosa; possibilitar amplo acesso por parte de
de, pelo princípio da competitividade a Adminis- qualquer interessado para que possa partici-
tração não pode criar regras que comprometam, par da disputa pelas contratações; e ser fer-
restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da ramenta de direito econômico.
licitação;
- Indistinção: correlato ao princípio da igualdade,
pelo princípio da indistinção é vedado criar pre- LEGISLAÇÃO SECA
ferências ou distinções relativas à naturalidade, à
sede ou ao domicílio dos licitantes; Os principais aspectos que podem ser observados
- Inalterabilidade do edital: correlato aos princípios nos apontamentos teóricos acima são notadamente ex-
da publicidade e da vinculação ao instrumento traídos da Lei nº 8.666/1993 em seu primeiro capítulo,
convocatório, pelo princípio da inalterabilidade do que também dá atenção a alguns aspectos procedimen-
edital a Administração está vinculada às regras que tais, que se colaciona abaixo com grifos.
foram por ela própria divulgadas;
- Sigilo das propostas: correlato aos princípios da CAPÍTULO I
probidade administrativa e da igualdade, pelo DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
princípio do sigilo das propostas todas as propos- SEÇÃO I
tas devem vir lacradas e só devem ser abertas em DOS PRINCÍPIOS
sessão pública devidamente agendada;
- Formalismo procedimental: correlato ao princípio Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licita-
da legalidade, pelo princípio do formalismo pro- ções e contratos administrativos pertinentes a obras,
cedimental as regras do procedimento adotadas serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações
para a licitação devem seguir os parâmetros que e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Esta-
a lei fixar; dos, do Distrito Federal e dos Municípios.
- Vedação à oferta de vantagens: correlato ao prin-
cípio do julgamento objetivo, pelo princípio da ve- Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei,
dação à oferta de vantagens as regras de seleção além dos órgãos da administração direta, os fundos
devem ser adstritas aos critérios fixados no edital, especiais, as autarquias, as fundações públicas, as em-
não se admitindo a intervenção de fatores adver- presas públicas, as sociedades de economia mista e
sos; demais entidades controladas direta ou indiretamente
- Obrigatoriedade das licitações: consagrado no pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
artigo 37, XXI, CF, determina que “ressalvados os Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade,
casos especificados na legislação, as obras, ser- compras, alienações, concessões, permissões e loca-
viços, compras e alienações serão contratados ções da Administração Pública, quando contratadas
mediante processo de licitação pública que as- com terceiros, serão necessariamente precedidas de
segure igualdade de condições a todos os concor- licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se
de pagamento, mantidas as condições efetivas da contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou en-
DIREITO ADMINISTRATIVO

proposta, nos termos da lei, o qual somente per- tidades da Administração Pública e particulares, em
mitirá as exigências de qualificação técnica e eco- que haja um acordo de vontades para a formação de
nômica indispensáveis à garantia do cumprimento vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja
das obrigações”. Também se repete no artigo 2o da qual for a denominação utilizada.
Lei nº 8.666/1993. Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observân-
cia do princípio constitucional da isonomia, a seleção
da proposta mais vantajosa para a administração e
44 http://www.sebrae.com.br/ a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
45 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito admi-
e será processada e julgada em estrita conformidade
nistrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

83
com os princípios básicos da legalidade, da impesso- V - em suas revisões, análise retrospectiva de resul-
alidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, tados.
da probidade administrativa, da vinculação ao instru- § 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacio-
mento convocatório, do julgamento objetivo e dos que nais resultantes de desenvolvimento e inovação tec-
lhes são correlatos. nológica realizados no País, poderá ser estabelecido
§ 1º É vedado aos agentes públicos: margem de preferência adicional àquela prevista no
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de con- § 5º.
vocação, cláusulas ou condições que comprometam, § 8º As margens de preferência por produto, serviço,
restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, in- grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se refe-
clusive nos casos de sociedades cooperativas, e esta- rem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo Poder Executivo
beleçam preferências ou distinções em razão da na- federal, não podendo a soma delas ultrapassar o mon-
turalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de tante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço
qualquer outra circunstância impertinente ou irrele- dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros.
vante para o específico objeto do contrato, ressalvado § 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo
o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capaci-
Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991; dade de produção ou prestação no País seja inferior:
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou
comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qual- II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do
quer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, art. 23 desta Lei, quando for o caso.
inclusive no que se refere a moeda, modalidade e § 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º
local de pagamentos, mesmo quando envolvidos fi- poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens
nanciamentos de agências internacionais, ressalvado e serviços originários dos Estados Partes do Mercado
o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei nº Comum do Sul - Mercosul.
8.248, de 23 de outubro de 1991. § 11. Os editais de licitação para a contratação de
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de de- bens, serviços e obras poderão, mediante prévia jus-
sempate, será assegurada preferência, sucessivamen- tificativa da autoridade competente, exigir que o
te, aos bens e serviços: contratado promova, em favor de órgão ou entidade
I - (Revogado) integrante da administração pública ou daqueles por
II - produzidos no País; ela indicados a partir de processo isonômico, medi-
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; das de compensação comercial, industrial, tecnológica
IV - produzidos ou prestados por empresas que invis- ou acesso a condições vantajosas de financiamento,
tam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo
no País; Poder Executivo federal.
V - produzidos ou prestados por empresas que com- § 12. Nas contratações destinadas à implantação,
provem cumprimento de reserva de cargos prevista manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilita- tecnologia de informação e comunicação, considera-
do da Previdência Social e que atendam às regras de dos estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a
acessibilidade previstas na legislação. licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tec-
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e nologia desenvolvida no País e produzidos de acordo
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, sal- com o processo produtivo básico de que trata a Lei nº
vo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva 10.176, de 11 de janeiro de 2001.
abertura. § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício fi-
§ 4º (Vetado). nanceiro, a relação de empresas favorecidas em de-
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabeleci- corrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 deste
da margem de preferência para: artigo, com indicação do volume de recursos destina-
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais dos a cada uma delas.
que atendam a normas técnicas brasileiras; e § 14. As preferências definidas neste artigo e nas de-
II - bens e serviços produzidos ou prestados por em- mais normas de licitação e contratos devem privilegiar
presas que comprovem cumprimento de reserva de o tratamento diferenciado e favorecido às microem-
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou presas e empresas de pequeno porte na forma da lei.
para reabilitado da Previdência Social e que atendam § 15. As preferências dispostas neste artigo prevale-
às regras de acessibilidade previstas na legislação. cem sobre as demais preferências previstas na legisla-
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será ção quando estas forem aplicadas sobre produtos ou
DIREITO ADMINISTRATIVO

estabelecida com base em estudos revistos periodica- serviços estrangeiros.


mente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que Art. 4º Todos quantos participem de licitação promo-
levem em consideração: vida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º
I - geração de emprego e renda; têm direito público subjetivo à fiel observância do per-
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estadu- tinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo
ais e municipais; qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimen-
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realiza- to, desde que não interfira de modo a perturbar ou
dos no País; impedir a realização dos trabalhos.
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e

84
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto a) empreitada por preço global - quando se contrata a
nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja execução da obra ou do serviço por preço certo e total;
ele praticado em qualquer esfera da Administração b) empreitada por preço unitário - quando se contrata
Pública. a execução da obra ou do serviço por preço certo de
Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas unidades determinadas;
licitações terão como expressão monetária a moeda c) (Vetado).
corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pe-
desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no quenos trabalhos por preço certo, com ou sem forne-
pagamento das obrigações relativas ao fornecimento cimento de materiais;
de bens, locações, realização de obras e prestação de e) empreitada integral - quando se contrata um em-
serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de re- preendimento em sua integralidade, compreendendo
cursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas todas as etapas das obras, serviços e instalações ne-
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes ra- cessárias, sob inteira responsabilidade da contratada
zões de interesse público e mediante prévia justificati- até a sua entrega ao contratante em condições de en-
va da autoridade competente, devidamente publicada. trada em operação, atendidos os requisitos técnicos e
§ 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus legais para sua utilização em condições de segurança
valores corrigidos por critérios previstos no ato convo- estrutural e operacional e com as características ade-
catório e que lhes preservem o valor. quadas às finalidades para que foi contratada;
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessá-
pagamento será feito junto com o principal, correrá à rios e suficientes, com nível de precisão adequado,
conta das mesmas dotações orçamentárias que aten- para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de
deram aos créditos a que se referem. obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com
§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos base nas indicações dos estudos técnicos prelimina-
decorrentes de despesas cujos valores não ultrapas- res, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado
sem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem tratamento do impacto ambiental do empreendimen-
prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão to, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a
ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, con- definição dos métodos e do prazo de execução, deven-
tados da apresentação da fatura. do conter os seguintes elementos:
Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às fornecer visão global da obra e identificar todos os
microempresas e empresas de pequeno porte na for- seus elementos constitutivos com clareza;
ma da lei.  b) soluções técnicas globais e localizadas, suficiente-
mente detalhadas, de forma a minimizar a necessida-
SEÇÃO II de de reformulação ou de variantes durante as fases
DAS DEFINIÇÕES de elaboração do projeto executivo e de realização das
obras e montagem;
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se: c) identificação dos tipos de serviços a executar e de
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recu- materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem
peração ou ampliação, realizada por execução direta como suas especificações que assegurem os melhores
ou indireta; resultados para o empreendimento, sem frustrar o ca-
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determi- ráter competitivo para a sua execução;
nada utilidade de interesse para a Administração, tais d) informações que possibilitem o estudo e a dedu-
como: demolição, conserto, instalação, montagem, ção de métodos construtivos, instalações provisórias e
operação, conservação, reparação, adaptação, manu- condições organizacionais para a obra, sem frustrar o
tenção, transporte, locação de bens, publicidade, se- caráter competitivo para a sua execução;
guro ou trabalhos técnico-profissionais; e) subsídios para montagem do plano de licitação e
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens gestão da obra, compreendendo a sua programação,
para fornecimento de uma só vez ou parceladamente; a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens e outros dados necessários em cada caso;
a terceiros; f) orçamento detalhado do custo global da obra, fun-
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aque- damentado em quantitativos de serviços e forneci-
las cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cin- mentos propriamente avaliados;
co) vezes o limite estabelecido na alínea “c” do inciso I X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos ne-
DIREITO ADMINISTRATIVO

do art. 23 desta Lei; cessários e suficientes à execução completa da obra,


VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel de acordo com as normas pertinentes da Associação
cumprimento das obrigações assumidas por empresas Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
em licitações e contratos; XI - Administração Pública - a administração direta
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e en- e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
tidades da Administração, pelos próprios meios; e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade com personalidade jurídica de direito privado sob con-
contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes re- trole do poder público e das fundações por ele institu-
gimes: ídas ou mantidas;

85
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade ad- III - houver previsão de recursos orçamentários que
ministrativa pela qual a Administração Pública opera assegurem o pagamento das obrigações decorrentes
e atua concretamente; de obras ou serviços a serem executadas no exercício
XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação financeiro em curso, de acordo com o respectivo cro-
da Administração Pública, sendo para a União o Diário nograma;
Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas
e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis; metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.
do instrumento contratual; § 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de recursos financeiros para sua execução, qualquer
de contrato com a Administração Pública; que seja a sua origem, exceto nos casos de empre-
XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, endimentos executados e explorados sob o regime de
criada pela Administração com a função de receber, concessão, nos termos da legislação específica.
examinar e julgar todos os documentos e procedimen- § 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação,
tos relativos às licitações e ao cadastramento de lici- de fornecimento de materiais e serviços sem previsão
tantes. de quantidades ou cujos quantitativos não correspon-
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos dam às previsões reais do projeto básico ou executivo.
manufaturados, produzidos no território nacional de § 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto in-
acordo com o processo produtivo básico ou com as clua bens e serviços sem similaridade ou de marcas,
regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo características e especificações exclusivas, salvo nos
federal; casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, quando o fornecimento de tais materiais e serviços for
nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo fe- feito sob o regime de administração contratada, pre-
deral; visto e discriminado no ato convocatório.
§ 6º A infringência do disposto neste artigo implica a
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comu-
nulidade dos atos ou contratos realizados e a respon-
nicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia
sabilidade de quem lhes tenha dado causa.
da informação e comunicação cuja descontinuidade
§ 7º Não será ainda computado como valor da obra
provoque dano significativo à administração pública e
ou serviço, para fins de julgamento das propostas de
que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos
preços, a atualização monetária das obrigações de
relacionados às informações críticas: disponibilidade,
pagamento, desde a data final de cada período de
confiabilidade, segurança e confidencialidade.
aferição até a do respectivo pagamento, que será cal-
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, culada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigato-
insumos, serviços e obras necessários para atividade riamente no ato convocatório.
de pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento § 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administra-
de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados ção Pública os quantitativos das obras e preços unitá-
em projeto de pesquisa aprovado pela instituição con- rios de determinada obra executada.
tratante. § 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que
couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de
SEÇÃO III licitação.
DAS OBRAS E SERVIÇOS Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve pro-
gramar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus
Art. 7º As licitações para a execução de obras e para custos atual e final e considerados os prazos de sua
a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste execução.
artigo e, em particular, à seguinte sequência: Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado
I - projeto básico; da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas,
II - projeto executivo; se existente previsão orçamentária para sua execução
III - execução das obras e serviços. total, salvo insuficiência financeira ou comprovado
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente motivo de ordem técnica, justificados em despacho
precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade circunstanciado da autoridade a que se refere o art.
competente, dos trabalhos relativos às etapas anterio- 26 desta Lei.
res, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser
desenvolvido concomitantemente com a execução das Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente,
obras e serviços, desde que também autorizado pela da licitação ou da execução de obra ou serviço e do
DIREITO ADMINISTRATIVO

Administração. fornecimento de bens a eles necessários:


§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser lici- I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física
tados quando: ou jurídica;
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade II - empresa, isoladamente ou em consórcio, respon-
competente e disponível para exame dos interessados sável pela elaboração do projeto básico ou executivo
em participar do processo licitatório; ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente,
II - existir orçamento detalhado em planilhas que ex- acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento)
pressem a composição de todos os seus custos unitá- do capital com direito a voto ou controlador, respon-
rios; sável técnico ou subcontratado;

86
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contra- IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de
tante ou responsável pela licitação. obras ou serviços;
§ 1º É permitida a participação do autor do projeto V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou admi-
ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, nistrativas;
na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, su- VII - restauração de obras de arte e bens de valor his-
pervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço tórico.
da Administração interessada. VIII - (Vetado).
§ 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou § 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licita-
contratação de obra ou serviço que inclua a elabora- ção, os contratos para a prestação de serviços técnicos
ção de projeto executivo como encargo do contratado profissionais especializados deverão, preferencialmen-
ou pelo preço previamente fixado pela Administração. te, ser celebrados mediante a realização de concurso,
§ 3º Considera-se participação indireta, para fins do com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.
disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo § 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-
de natureza técnica, comercial, econômica, financeira -se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.
ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física § 3º A empresa de prestação de serviços técnicos es-
ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços,
pecializados que apresente relação de integrantes
fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos
de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou
de bens e serviços a estes necessários.
como elemento de justificação de dispensa ou inexigi-
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos
membros da comissão de licitação. bilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas referidos integrantes realizem pessoal e diretamente
seguintes formas: os serviços objeto do contrato.
I - execução direta;
II - execução indireta, nos seguintes regimes: SEÇÃO V
a) empreitada por preço global; DAS COMPRAS
b) empreitada por preço unitário;
c) (Vetado). Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada
d) tarefa; caracterização de seu objeto e indicação dos recursos
e) empreitada integral. orçamentários para seu pagamento, sob pena de nuli-
Parágrafo único. (Vetado). dade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos causa.
fins terão projetos padronizados por tipos, categorias Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:
ou classes, exceto quando o projeto-padrão não aten- I - atender ao princípio da padronização, que impo-
der às condições peculiares do local ou às exigências nha compatibilidade de especificações técnicas e de
específicas do empreendimento. desempenho, observadas, quando for o caso, as con-
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de dições de manutenção, assistência técnica e garantia
obras e serviços serão considerados principalmente os oferecidas;
seguintes requisitos: II - ser processadas através de sistema de registro de
I - segurança; preços;
II - funcionalidade e adequação ao interesse público; III - submeter-se às condições de aquisição e paga-
III - economia na execução, conservação e operação; mento semelhantes às do setor privado;
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, mate- IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas ne-
riais, tecnologia e matérias-primas existentes no local cessárias para aproveitar as peculiaridades do merca-
para execução, conservação e operação;
do, visando economicidade;
V - facilidade na execução, conservação e operação,
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos
sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;
órgãos e entidades da Administração Pública.
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segu-
rança do trabalho adequadas; § 1º O registro de preços será precedido de ampla pes-
VII - impacto ambiental. quisa de mercado.
§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestral-
SEÇÃO IV mente para orientação da Administração, na impren-
DOS SERVIÇOS TÉCNICOS PROFISSIONAIS ES- sa oficial.
PECIALIZADOS § 3º O sistema de registro de preços será regulamen-
DIREITO ADMINISTRATIVO

tado por decreto, atendidas as peculiaridades regio-


Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços nais, observadas as seguintes condições:
técnicos profissionais especializados os trabalhos re- I - seleção feita mediante concorrência;
lativos a: II - estipulação prévia do sistema de controle e atuali-
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos zação dos preços registrados;
ou executivos; III - validade do registro não superior a um ano.
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; § 4º A existência de preços registrados não obriga
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias a Administração a firmar as contratações que deles
financeiras ou tributárias; poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de

87
outros meios, respeitada a legislação relativa às lici- habitacionais ou de regularização fundiária de inte-
tações, sendo assegurado ao beneficiário do registro resse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
preferência em igualdade de condições. administração pública;
§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral g) procedimentos de legitimação de posse de que trata
de preços, quando possível, deverá ser informatizado. o art. 29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezembro de 1976,
§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Admi-
preço constante do quadro geral em razão de incom- nistração Pública em cuja competência legal inclua-se
patibilidade desse com o preço vigente no mercado. tal atribuição;
§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda: h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces-
I - a especificação completa do bem a ser adquirido são de direito real de uso, locação ou permissão de uso
sem indicação de marca; de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com
II - a definição das unidades e das quantidades a se- área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros qua-
rem adquiridas em função do consumo e utilização drados) e inseridos no âmbito de programas de regu-
prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que larização fundiária de interesse social desenvolvidos
possível, mediante adequadas técnicas quantitativas por órgãos ou entidades da administração pública;
de estimação; i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita
III - as condições de guarda e armazenamento que ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do In-
não permitam a deterioração do material. cra, onde incidam ocupações até o limite de que trata
§ 8º O recebimento de material de valor superior ao o § 1o do art. 6o da Lei nº 11.952, de 25 de junho de
limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a moda- 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos
lidade de convite, deverá ser confiado a uma comissão os requisitos legais; e
de, no mínimo, 3 (três) membros. II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em ór- de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
gão de divulgação oficial ou em quadro de avisos de a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso
de interesse social, após avaliação de sua oportuni-
amplo acesso público, à relação de todas as compras
dade e conveniência socioeconômica, relativamente à
feitas pela Administração Direta ou Indireta, de ma-
escolha de outra forma de alienação;
neira a clarificar a identificação do bem comprado,
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou
seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome
entidades da Administração Pública;
do vendedor e o valor total da operação, podendo ser
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em
aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa
bolsa, observada a legislação específica;
e inexigibilidade de licitação.
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica e) venda de bens produzidos ou comercializados por
aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso órgãos ou entidades da Administração Pública, em
IX do art. 24. virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros
SEÇÃO VI órgãos ou entidades da Administração Pública, sem
DAS ALIENAÇÕES utilização previsível por quem deles dispõe.
§ 1º Os imóveis doados com base na alínea «b» do
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, inciso I deste artigo, cessadas as razões que justifica-
subordinada à existência de interesse público devida- ram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa
mente justificado, será precedida de avaliação e obe- jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo bene-
decerá às seguintes normas: ficiário.
I - quando imóveis, dependerá de autorização legisla- § 2º A Administração também poderá conceder título
tiva para órgãos da administração direta e entidades de propriedade ou de direito real de uso de imóveis,
autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as dispensada licitação, quando o uso destinar-se:
entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia I - a outro órgão ou entidade da Administração Públi-
e de licitação na modalidade de concorrência, dispen- ca, qualquer que seja a localização do imóvel;
sada esta nos seguintes casos: II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regula-
a) dação em pagamento; mento ou ato normativo do órgão competente, haja
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão implementado os requisitos mínimos de cultura, ocu-
ou entidade da administração pública, de qualquer pação mansa e pacífica e exploração direta sobre área
esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas rural, observado o limite de que trata o § 1o do art. 6o
f, h e i; da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009;
DIREITO ADMINISTRATIVO

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisi- § 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispen-
tos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; sadas de autorização legislativa, porém submetem-se
d) investidura; aos seguintes condicionamentos:
e) venda a outro órgão ou entidade da administração I - aplicação exclusivamente às áreas em que a deten-
pública, de qualquer esfera de governo; ção por particular seja comprovadamente anterior a
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces- 1o de dezembro de 2004;
são de direito real de uso, locação ou permissão de uso II - submissão aos demais requisitos e impedimentos
de bens imóveis residenciais construídos, destinados do regime legal e administrativo da destinação e da
ou efetivamente utilizados no âmbito de programas regularização fundiária de terras públicas;

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III - vedação de concessões para hipóteses de explora- I - avaliação dos bens alienáveis;
ção não-contempladas na lei agrária, nas leis de desti- II - comprovação da necessidade ou utilidade da alie-
nação de terras públicas, ou nas normas legais ou ad- nação;
ministrativas de zoneamento ecológico-econômico; e III - adoção do procedimento licitatório, sob a modali-
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dade de concorrência ou leilão.
dispensada notificação, em caso de declaração de uti-
lidade, ou necessidade pública ou interesse social. 7. Obrigatoriedade e suas exceções
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo:
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não su- A obrigatoriedade das licitações está consagrada no
jeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua artigo 37, XXI, CF, que determina que “ressalvados os
exploração mediante atividades agropecuárias; casos especificados na legislação, as obras, serviços,
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, compras e alienações serão contratados mediante
desde que não exceda mil e quinhentos hectares, ve- processo de licitação pública que assegure igualdade
dada a dispensa de licitação para áreas superiores a de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
esse limite; que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I
somente permitirá as exigências de qualificação técnica
do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II
e econômica indispensáveis à garantia do cumprimen-
deste parágrafo.
to das obrigações”. Logo, a não ser nos casos em que a
IV - (VETADO)
lei expressamente fixe exceções, a licitação é uma provi-
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei:
dência obrigatória para contratação de obras, serviços e
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros
compras e para a alienação do patrimônio da Adminis-
de área remanescente ou resultante de obra pública,
tração.
área esta que se tornar inaproveitável isoladamente,
por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que O princípio da obrigatoriedade se repete no artigo
esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do 2º, caput, da Lei nº 8.666/93: “as obras, serviços, inclu-
valor constante da alínea “a” do inciso II do art. 23 sive de publicidade, compras, alienações, concessões,
desta lei; permissões e locações da Administração Pública, quando
contratadas com terceiros, serão necessariamente pre-
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, cedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas
na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins nesta Lei”.
residenciais construídos em núcleos urbanos anexos
a usinas hidrelétricas, desde que considerados dis- Com efeito, percebe-se que paralelamente à fixação
pensáveis na fase de operação dessas unidades e não do princípio da obrigatoriedade das licitações é deter-
integrem a categoria de bens reversíveis ao final da minado que a lei pode excepcionar quando tal princípio
concessão. será relativizado, o que acontece nas hipóteses de dis-
§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu ins- pensa e inexigibilidade.
trumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o Logo, em alguns casos, a maioria na verdade, a licita-
prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob ção será obrigatória; em outros, poderá ser dispensada
pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação apesar de viável (dispensa), sendo possível ainda que se
no caso de interesse público devidamente justificado; enquadre numa exceção em que nem ao menos é exi-
gida (inexigibilidade) – ambos casos de contratação
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o dona- direta. Todas as hipóteses de contratação direta são ex-
tário necessite oferecer o imóvel em garantia de finan- cepcionais (justamente por serem peculiares).
ciamento, a cláusula de reversão e demais obrigações
serão garantidas por hipoteca em segundo grau em 8. Motivação da dispensa e da inexigibilidade
favor do doador.
§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada Sempre que o administrador enquadrar um caso em
ou globalmente, em quantia não superior ao limite dispensa ou em inexigibilidade deve motivar de forma
previsto no art. 23, inciso II, alínea «b» desta Lei, a clara a sua decisão.
Administração poderá permitir o leilão.
§ 7º (VETADO). Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art.
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imó- 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de
DIREITO ADMINISTRATIVO

veis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cin- justificadas, e o retardamento previsto no final do pa-
co por cento) da avaliação. rágrafo único do art. 8º46 desta Lei deverão ser comu-
Parágrafo único. (Revogado) nicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior,
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, 46 “Artigo 8º, parágrafo único, Lei nº 8.666/93. É proibido o retar-
cuja aquisição haja derivado de procedimentos judi- damento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas
ciais ou de dação em pagamento, poderão ser aliena- parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução to-
dos por ato da autoridade competente, observadas as tal, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem
seguintes regras: técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a
que se refere o art. 26 desta Lei”.

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para ratificação e publicação na imprensa oficial, no ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e
prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia serviços for feito sob o regime de administração con-
dos atos. tratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibi-
lidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será Acompanha-se o entendimento dominante, eis que
instruído, no que couber, com os seguintes elementos: a expressão “salvo”, em destaque confere a ideia de res-
I - caracterização da situação emergencial, calamitosa trição.
ou de grave e iminente risco à segurança pública que
justifique a dispensa, quando for o caso; 9.1. Hipóteses de dispensa de licitação
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço; As hipóteses de dispensa de licitação se concentram
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa no artigo 24 da Lei nº 8.666/93, sendo aplicáveis para
aos quais os bens serão alocados. casos em que a disputa é, em tese, viável, mas o interesse
público é atendido de forma mais adequada se a dispu-
Em algumas hipóteses de alienação de bens públi- ta não ocorrer. Trata-se de causa de natureza discricio-
cos e em outras hipóteses de contratação é dispensável nária, pois o administrador decidirá se irá ou não licitar
a licitação (o que parte da doutrina chama de licitação com base em critérios de oportunidade e conveniência
dispensável), da mesma forma que noutras situações ela – afinal, pode não licitar. São hipóteses taxativas, não
nem mesmo é exigida (o que parte da doutrina chama de podendo o administrador ampliar os casos em que a dis-
licitação dispensada). Contudo, caberá ao administrador pensa é permitida.
motivar a sua decisão pela dispensa ou pela inexigibili-
dade. Art. 24. É dispensável a licitação:
A não ser no caso de dispensa pelo critério do valor,
previstos no artigo 24, I e II, Lei nº 8.666/93, em que se a) Valor baixo
aceita uma motivação mais simples e objetiva, em todas I - para obras e serviços de engenharia de valor até
outras situações o administrador deve motivar em deta- 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”,
do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram
lhes sua decisão, notadamente inserindo no processo de
a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda
dispensa e inexigibilidade: caracterização da situação de
para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo
emergência ou calamidade em que houve dispensa, se
local que possam ser realizadas conjunta e concomi-
for o caso; motivo daquele fornecedor ou executante ter
tantemente;
sido escolhido; justificativa do preço que será pago; do-
II - para outros serviços e compras de valor até 10%
cumento que aprove os projetos de pesquisa aos quais
(dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do in-
os bens serão alocados, se for o caso.
ciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos
Não obstante, deve o administrador comunicar a si-
previstos nesta Lei, desde que não se refiram a par-
tuação de dispensa em três dias à autoridade superior, celas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
cabendo a esta ratifica-la e publicá-la na imprensa oficial maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
em cinco dias, sendo tal publicação condição de eficácia § 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
do ato. Também existe o dever de adotar este procedi- deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras,
mento em caso de retardamento na execução da obra obras e serviços contratados por consórcios públicos,
ou serviço quando existir previsão orçamentária para a sociedade de economia mista, empresa pública e por
execução total. autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei,
como Agências Executivas.
9. Vedação da licitação
É a dispensa de licitação se o valor do objeto licitado
A legislação anterior, qual seja, o Decreto-lei nº for muito baixo de modo que a realização da licitação
2.300/1986, previa a vedação do procedimento de licita- seria mais onerosa do que a aquisição direta do bem ou
ção, estabelecendo-se contratação direta, nos casos em serviço. Isso ocorre sempre que se referir a bens e servi-
que houvesse comprometimento da segurança nacional, ços em geral até R$80.000 e a obras e serviços de enge-
mas a disciplina não se repetiu no atual estatuto. nharia até R$150.000.
Contudo, há posicionamento de que o artigo 7º, §5º Caso o contratante seja consórcio público, sociedade
da Lei nº 8.666/1993 traz um caso remanescente de ve- de economia mista, empresa pública ou por autarquia
dação, mas predomina o posicionamento de Carvalho ou fundação qualificadas o limite dobra: R$160.000 para
DIREITO ADMINISTRATIVO

Filho47, segundo o qual não se trata de vedação, mas sim bens e serviços em geral e R$300.000 para obras e servi-
de restrição. Prevê o dispositivo: ços de engenharia.
Nos termos da Lei nº 11.107/05, que rege normas ge-
Art. 7º, § 5º. É vedada a realização de licitação cujo rais de contratação de consórcios públicos e dá outras
objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de providências, para as associações públicas por ela regidas
marcas, características e especificações exclusivas, o limite também é maior do que o fixado na regra geral:
salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, nas associações formadas por até três entes estatais, o
limite é dobrado (R$160.000 para bens e serviços em ge-
47 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
ral e R$300.000 para obras e serviços de engenharia); nas
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

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associações formadas por mais de três entes estatais o Obs.: Licitação deserta é diferente de licitação fracas-
limite é triplicado (R$240.000 para bens e serviços em sada. Na licitação fracassada aparecem candidatos, mas
geral e R$450.000 para obras e serviços de engenharia). nenhum deles preenche os requisitos e por isso ninguém
Obs.: Em regra, não é permitido fracionar o objeto pode ser contratado. Neste caso a lei não admite a dis-
da licitação em contratações menores, pois assim o ad- pensa, cabendo ao administrador repetir a licitação.
ministrador estaria burlando os limites fixados pelo le-
gislador e induzindo dispensa ilícita. Contudo, é possível d) Intervenção no domínio econômico
fracionar caso exista vantagem ao interesse público, mas VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco-
não caberá a dispensa, cabendo adotar para cada fração nômico para regular preços ou normalizar o abasteci-
a modalidade de licitação que seria empregada se não mento;
houvesse fracionamento. É possível intervir no domínio econômico para regu-
larizar preços e normalizar abastecimento, conforme o
b) Situações excepcionais artigo 173, §4º, CF. Para Carvalho Filho48 apenas a União
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da or- pode dispensar licitação neste caso, pois apenas ela
dem; pode intervir no domínio econômico. Aliás, é o que se
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pú- depreende do próprio texto.
blica, quando caracterizada urgência de atendimento
de situação que possa ocasionar prejuízo ou compro- e) Disparidade de propostas
meter a segurança de pessoas, obras, serviços, equi- VII - quando as propostas apresentadas consignarem
pamentos e outros bens, públicos ou particulares, e preços manifestamente superiores aos praticados no
somente para os bens necessários ao atendimento da mercado nacional, ou forem incompatíveis com os
situação emergencial ou calamitosa e para as par- fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em
celas de obras e serviços que possam ser concluídas que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei
no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias con- e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação
secutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos constante do registro de preços, ou dos serviços;
respectivos contratos;
Na hipótese de disparidade de propostas os candida-
Quando se fala em estado de guerra e grave pertur- tos à contratação, geralmente em conluio, fixam preços
bação da ordem, pode-se depreender da doutrina que as incompatíveis com as condições de mercado e manifes-
dispensas nestes casos são aquelas destinadas ao estado tamente superiores a elas; ou então apresentam propos-
de guerra direta ou indiretamente, bem como as desti- tas com valor tão irrisório que seja impossível dar cumpri-
nadas a atender graves perturbações da ordem, como mento ao contrato. Nestes casos, será possível contratar
protestos, manifestações e paralisações. diretamente, dentro da faixa adequada de preços.
O fundamento da urgência é o mesmo para os casos A verificação da disparidade de preços, se não houver
de emergências e calamidades públicas. Contudo, para a órgão de registro, deve se dar dentro do próprio proces-
doutrina, não é possível fundamentar a dispensa em ur- so administrativo. Deverá a administração dar um prazo
gência se ela decorrer da omissão administrativa – pode de 8 dias úteis para a apresentação de propostas viáveis
até dispensar, porque não é possível deixar a população (artigo 48, §3º, Lei nº 8.666/93) e, caso não sejam apre-
a mercê, mas o administrador poderá ser responsabili- sentadas, poderá adjudicar diretamente os bens e servi-
zado. Nas contratações por emergência e calamidade ços pelo valor adequado.
pública o limite temporal é o necessário ao atendimento
das circunstâncias extraordinárias, pelo prazo máximo de f) Em função do contratante ou do contratado: Poder
180 dias, improrrogável. público
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
c) Licitação deserta público interno, de bens produzidos ou serviços pres-
V - quando não acudirem interessados à licitação an- tados por órgão ou entidade que integre a Adminis-
terior e esta, justificadamente, não puder ser repetida tração Pública e que tenha sido criado para esse fim
sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste específico em data anterior à vigência desta Lei, desde
caso, todas as condições preestabelecidas; que o preço contratado seja compatível com o prati-
cado no mercado;
Quando ocorre a chamada licitação deserta o que se XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de di-
percebe é o total desinteresse na contratação. Na licita- reito público interno de insumos estratégicos para a
DIREITO ADMINISTRATIVO

ção deserta realiza-se a fase preparatória, publica-se o saúde produzidos ou distribuídos por fundação que,
edital, mas nenhum interessado comparece para a dis- regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade
puta. A lei prevê que será necessário repetir o procedi- apoiar órgão da administração pública direta, sua au-
mento, mas se o legislador mostrar que a repetição irá tarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa,
prejudicar o interesse público, principalmente por causa extensão, desenvolvimento institucional, científico e
da demora, será possível dispensar. No caso, o adminis- tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na ges-
trador poderá contratar quem quiser, mas deverá ofere- tão administrativa e financeira necessária à execução
cer exatamente o mesmo contrato ofertado na licitação
48 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
que foi deserta.
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

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desses projetos, ou em parcerias que envolvam trans- das para adquirir e alienar bens e serviços em preço com-
ferência de tecnologia de produtos estratégicos para o patível com o de mercado. A justificativa é que se tratam
Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso de pessoas jurídicas de direito privado. Destaca-se que
XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse a contratação apenas por se der com suas subsidiárias e
fim específico em data anterior à vigência desta Lei, controladas que foram criadas pela empresa pública ou
desde que o preço contratado seja compatível com o sociedade de economia mista.
praticado no mercado.
XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e g) Contratação de entidade sem fim lucrativo
o aprimoramento de estabelecimentos penais, desde XIII - na contratação de instituição brasileira incum-
que configurada situação de grave e iminente risco à bida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do
segurança pública. ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de ins-
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entida- tituição dedicada à recuperação social do preso, desde
de que integre a administração pública estabelecido que a contratada detenha inquestionável reputação
no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
órgãos ou entidades que produzem produtos estraté- XX - na contratação de associação de portadores de
gicos para o SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada
de setembro de 1990, conforme elencados em ato da idoneidade, por órgãos ou entidades da Administra-
direção nacional do SUS. ção Pública, para a prestação de serviços ou forneci-
mento de mão-de-obra, desde que o preço contratado
Se foi criado antes da Lei nº 8.666/93 um órgão pú- seja compatível com o praticado no mercado.
blico ou entidade do poder público apenas para fornecer XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
bens e prestar serviços à Administração, fazendo-o em serviços com as organizações sociais, qualificadas no
respeito ao preço praticado no mercado, será possível âmbito das respectivas esferas de governo, para ativi-
dispensar a licitação e contratá-lo de forma direta. Se dades contempladas no contrato de gestão.
o órgão ou entidade ofertar produtos estratégicos no XXX - na contratação de instituição ou organização,
âmbito do SUS, pode ter sido criado depois da Lei nº pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a
8.666/93 e terá plena validade. prestação de serviços de assistência técnica e extensão
Há entendimento da doutrina de Carvalho Filho49 no rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência
sentido de que apenas se aplica o dispositivo se a dis- Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na
pensa se der entre órgãos do mesmo âmbito federativo, Reforma Agrária, instituído por lei federal.
por exemplo, não seria possível entre a União e uma en- XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins
tidade estadual; além do que apenas valeria entre pes- lucrativos, para a implementação de cisternas ou ou-
soas jurídicas de direito público e a entidade ou órgão tras tecnologias sociais de acesso à água para consu-
contratado (excluídas as sociedades de economia mista mo humano e produção de alimentos, para beneficiar
e empresas públicas). as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca
ou falta regular de água.
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formu-
lários padronizados de uso da administração, e de Em todos os dispositivos apontados, exceto no inci-
edições técnicas oficiais, bem como para prestação de so XXX, exige-se a ausência de fins lucrativos. No arti-
serviços de informática a pessoa jurídica de direito pú- go XXX, embora se aceite o fim lucrativo, se denota o
blico interno, por órgãos ou entidades que integrem propósito social da contratação, viabilizando a reforma
a Administração Pública, criados para esse fim espe- agrária. O propósito social é essencial nas demais hipó-
cífico; teses, sempre se fazendo presente nas OS e OSCIP, ou na
Embora também seja um caso de contratação direta própria causa militada pela associação, como a questão
da administração pela administração, neste caso dos da recuperação social do preso, da inserção da pessoa
diários oficiais, formulários padronizados e edições com deficiência no mercado de trabalho ou do acesso à
técnicas não existe limite temporal, de modo que o água potável.
órgão ou entidade pode ter sido criado depois da Lei Destaca-se que nem toda contratação de entes do
nº 8.666/93. terceiro setor é dispensável. Haverá dispensa principal-
mente para oferecer contratos de gestão, criando uma
XXIII - na contratação realizada por empresa pública OS, ou oferecer termo de parceria, criando uma OSCIP
ou sociedade de economia mista com suas subsidiá- (inciso XXIV); bem como em serviços ou projetos em que
rias e controladas, para a aquisição ou alienação de o ente não tem fins lucrativos e é especializado na ativi-
DIREITO ADMINISTRATIVO

bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o dade, impondo-se a este contratado uma contrapartida,
preço contratado seja compatível com o praticado no isto é, o poder público não entra apenas com o dinheiro
mercado. e cria verdadeira parceria. Se a participação estatal for
exclusivamente econômica, em atividade que mais de
Também independentemente de prazo limite, as em- uma organização ou associação é especializada, deve se
presas públicas e sociedades de economia mista podem licitar.
contratar diretamente com suas subsidiárias e controla-
49 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

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h) Consórcios e convênios de cooperação tia técnica, junto ao fornecedor original desses equi-
XXVI - na celebração de contrato de programa com pamentos, quando tal condição de exclusividade for
ente da Federação ou com entidade de sua adminis- indispensável para a vigência da garantia;
tração indireta, para a prestação de serviços públicos
de forma associada nos termos do autorizado em con- Dispensa-se a licitação para a compra de componen-
trato de consórcio público ou em convênio de coope- tes ou peças na garantia técnica. Logo, deve estar na vi-
ração. gência da garantia. Após o prazo de garantia, a licitação
é obrigatória. Ainda, é preciso que o fornecedor original
O dispositivo sobre consórcios e convênios de coo- seja exclusivo e tal exclusividade seja indispensável, por
peração foi inserido pela Lei nº 11.107/05, tornando dis- exemplo, se ao comprar uma peça paralela a administra-
pensável a licitação no caso de ser celebrado contrato de ção correr o risco de perder a garantia.
programa entre o consórcio público e a entidade da ad-
ministração para que prestem serviços públicos de modo m) Serviços de energia e gás
associado. Justifica-se a hipótese pelo regime de parceria XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento
de energia elétrica e gás natural com concessionário,
i) Gêneros perecíveis permissionário ou autorizado, segundo as normas da
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e ou- legislação específica;
tros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a Para energia e gás serão contratadas as concessio-
realização dos processos licitatórios correspondentes, nárias com dispensa licitatória, ainda que a região seja
realizadas diretamente com base no preço do dia; servida por mais de um concessionário.
A dispensa para a aquisição de gêneros perecíveis
não é permanente, devendo se realizar a licitação assim n) Coleta de materiais recicláveis
que possível. Logo, também se trata de hipótese de dis- XXVII - na contratação da coleta, processamento e co-
pensa em situação emergencial. mercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis
ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta sele-
j) Obras de arte tiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa
e objetos históricos, de autenticidade certificada, des- renda reconhecidas pelo poder público como catado-
de que compatíveis ou inerentes às finalidades do ór- res de materiais recicláveis, com o uso de equipamen-
gão ou entidade. tos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e
de saúde pública.
Na dispensa de licitação para adquirir ou restaurar
obras de arte a lei exige que o objeto tenha autenticida- Trata-se de modalidade de dispensa que serve de
de certificada e que os objetos adquiridos sejam compa- incentivo à formação de cooperativas e associações de
tíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade, reciclagem e reutilização de resíduos sólidos compos-
o que é o caso de museus, bibliotecas e escolas, não ser- tas por pessoas de baixa renda. É uma forma do poder
vindo os objetos adquiridos de adorno aos gabinetes das público incentivar a organização e a união de catadores,
autoridades públicas. No caso de restauração de objeto retirando-os da marginalização. A hipótese de dispensa
que já é do patrimônio do órgão, cabível a dispensa. foi criada pela Lei nº 11.445/07, que estabelece diretrizes
nacionais para saneamento básico.
k) Complementação de objeto
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço o) Risco à segurança nacional
ou fornecimento, em consequência de rescisão con- IX - quando houver possibilidade de comprometimen-
tratual, desde que atendida a ordem de classificação to da segurança nacional, nos casos estabelecidos em
da licitação anterior e aceitas as mesmas condições decreto do Presidente da República, ouvido o Conse-
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao lho de Defesa Nacional;
preço, devidamente corrigido; XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, pro-
duzidos ou prestados no País, que envolvam, cumula-
Trata-se de hipótese de complementação de objeto, tivamente, alta complexidade tecnológica e defesa na-
possível quando a administração rescinde contrato ante- cional, mediante parecer de comissão especialmente
rior antes que a obra, serviço ou fornecimento se encer- designada pela autoridade máxima do órgão.
re, procedendo-se com a contratação direta daquele que
sequencialmente se classificou no certame, respeitadas Em ambos os casos, prioriza-se a manutenção da se-
as mesmas condições de contratação. Se não for pos- gurança nacional e a defesa do país, prevendo-se a dis-
DIREITO ADMINISTRATIVO

sível obedecer à regra de contratação daquele que foi pensa da licitação. É necessário equilibrar os interesses,
classificado na licitação anterior sequencialmente pelas pois se o propósito da licitação é atender ao interesse
mesmas condições, nada resta senão promover nova li- público, sem dúvidas deve ser dispensada quando a sua
citação. realização significar o comprometimento deste interesse.

l) Garantia técnica p) Navios, embarcações, aeronaves e tropas


XVII - para a aquisição de componentes ou peças de XVIII - nas compras ou contratações de serviços para
origem nacional ou estrangeira, necessários à manu- o abastecimento de navios, embarcações, unidades
tenção de equipamentos durante o período de garan- aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quan-

93
do em estada eventual de curta duração em portos, s) Negócios internacionais
aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos
por motivo de movimentação operacional ou de ades- de acordo internacional específico aprovado pelo Con-
tramento, quando a exiguidade dos prazos legais pu- gresso Nacional, quando as condições ofertadas forem
der comprometer a normalidade e os propósitos das manifestamente vantajosas para o Poder Público;
operações e desde que seu valor não exceda ao limite
previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta Lei: Há acordos internacionais que permitem condições
vantajosas para que sejam adquiridos bens e serviços,
Trata-se de dispensa em caso de necessidade de dispensando-se a licitação nestes casos. Contudo, tal
abastecimento de navios, embarcações, aeronaves e tro- acordo internacional deve ter sido regularmente incor-
pas e de seus meios de deslocamento, quando houver porado ao ordenamento brasileiro, com aprovação do
estada eventual de curto período em portos, aeroportos Congresso Nacional e ratificação, promulgação e publi-
e outros locais diversos da sede. O valor não pode ex- cação pela Presidência da República.
ceder a R$80.000, pelo texto da lei, mas isso pode ser
relativizado em uma situação de emergência. t) Pesquisa científica e tecnológica
XXI - para a aquisição ou contratação de produto
q) Materiais de uso militar para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por
Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do
administrativo, quando houver necessidade de manter caput do art. 23;
a padronização requerida pela estrutura de apoio lo- § 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do
gístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante caput, quando aplicada a obras e serviços de enge-
parecer de comissão instituída por decreto; nharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em
XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços regulamentação específica.
para atender aos contingentes militares das Forças § 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput
Singulares brasileiras empregadas em operações de
do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do caput.
paz no exterior, necessariamente justificadas quanto
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do
ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e
disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2
ratificadas pelo Comandante da Força.
de dezembro de 2004, observados os princípios gerais
de contratação dela constantes.
A dispensa para materiais de uso militar apenas é
assegurada para insumos militares ou propriamente bé-
Nos termos do inciso XXI, é dispensável a licitação no
licos. Neste sentido, bens de consumo, bens comuns e
caso de aquisição de bens destinados exclusivamente à
materiais de escritório deverão ser licitados.
pesquisa científica e tecnológica com recursos concedi-
dos pela CAPES, FINEP, CNPq e outras entidades de fo-
r) Compra ou locação de imóvel
X - para a compra ou locação de imóvel destinado mento à pesquisa credenciadas pela última, exigindo-se
ao atendimento das finalidades precípuas da admi- que os recursos venham das entidades específicas e que
nistração, cujas necessidades de instalação e localiza- os bens sejam adquiridos exclusivamente para pesquisa
ção condicionem a sua escolha, desde que o preço seja científica e tecnológica.
compatível com o valor de mercado, segundo avalia- Por motivos óbvios, não se proíbe que o autor do pro-
ção prévia; jeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica partici-
pe, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução
Quando a administração quer comprar ou alugar um de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles ne-
imóvel, é preciso se ater às seguintes diretrizes: caso um cessários. Trata-se de preservação do direito autoral e de
determinado bem privado esteja se opondo ao interesse garantia de que a pesquisa seja devidamente executada.
público, caberá promover a desapropriação; caso a ad- A dispensa para obras e serviços de engenharias vol-
ministração possa motivar o interesse sobre um determi- tados a pesquisa e desenvolvimento se limita ao valor de
nado imóvel, embora não exista a oposição ao interesse R$300.000, seguindo procedimento especial.
público, mas se faça presente a peculiaridade decorrente
da localização ou das características do bem, é possível u) Transferência de tecnologia
adquirir de forma direta mediante dispensa de licitação, XXV - na contratação realizada por Instituição Científi-
desde que os preços sejam compatíveis com os de mer- ca e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para
DIREITO ADMINISTRATIVO

cado; noutras situações, deverá obrigatoriamente licitar. a transferência de tecnologia e para o licenciamento de
Obs.: as operações imobiliárias entre entes estatais direito de uso ou de exploração de criação protegida.
não exige licitação e é classificada por parte da doutrina XXXII - na contratação em que houver transferência
como licitação dispensada (por exemplo, União empresta de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema
imóvel para que município instale uma UPA – unidade de Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de
pronto-atendimento, ou doa tal imóvel sob a condição 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato
de que a UPA seja criada, em verdadeira doação modal; da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da
Estado compra imóvel de município para instalar sua se- aquisição destes produtos durante as etapas de absor-
cretaria estadual). ção tecnológica.

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Há dispensa em caso de transferência de tecnologia ou licença de uso/exploração de criação protegida, consi-
derando esta como invenção, modelo de utilidade, desenho industrial, programa de computador ou qualquer outro
desenvolvimento tecnológico que resulte em novo produto, processo ou aperfeiçoamento de natureza tecnológica
(conforme define a Lei nº 10.973/04, que criou o inciso XXV). A dispensa também vale para transferência de tecnologia
de produto estratégico no âmbito do sistema de saúde.

10. Hipóteses de inexigibilidade de licitação

As hipóteses de inexigibilidade de licitação se concentram no artigo 25 da Lei nº 8.666/93, sendo aplicáveis para
casos em que a disputa nem ao menos é viável. Trata-se de causa de natureza vinculante, de forma que o administrador
não tem a liberdade de decidir se irá ou não licitar – afinal, não deve licitar.

Conforme o § 2º do artigo 25, é fixado um regime de responsabilização solidária pelo dano causado ao erário entre
fornecedor/prestador de serviços e agente público, nada excluindo outra sanção penal, civil ou administrativa: “Na
hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidaria-
mente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável,
sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis”.

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

O rol é meramente exemplificativo, eis que a inexigibilidade pode ser aceita em qualquer outra hipótese de invia-
bilidade da disputa (tanto é que o artigo 25 trata de três hipóteses “em especial” e não “apenas”).

a) Unicidade
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou
representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita
através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou
o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

Trata-se de caso de unicidade, quando houver apenas um fabricante, fornecedor, produtor ou distribuidor. Esta
unicidade deve ser provada por certidões das confederações de indústrias, de comércio, juntas comerciais, etc.
É possível fixar uma determinada região do território nacional que admita participantes da licitação e, se houver
apenas um participante possível se admite a inexigibilidade, não importando que existam participantes em outras re-
giões porque as licitações podem ser usadas como ferramenta de política econômica, incentivando a economia local.
Em regra, não se pode definir/fixar marca no edital porque poderia fraudar o caráter competitivo, mas é possível
indicar a marca motivando-se pelo princípio da padronização. Não é possível burlar a regra indicando especificações
que apenas uma marca pode concluir (ex.: PGR foi alvo de críticas quando licitou tablets e, embora não mencionasse
em nenhum momento que deveriam ser iPads, faziam referências a especificações técnicas que apenas os aparelhos
da Apple poderiam conter).

b) Serviços técnicos notoriamente especializados


II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou
empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

Trata-se de caso de contratação de serviços singulares de profissionais de notória especialização. O que diferencia
dos demais serviços, que devem ser licitados, é a notória especialização, comprovada pelo reconhecimento no merca-
do, por publicações e patentes, etc. Ex.: para um órgão governamental contratar uma consultoria jurídica deve licitar,
mas se a contratação necessária for de um advogado de notório conhecimento em direitos humanos e justiça interna-
cional será possível a inexigibilidade. De forma específica, destaca-se o §1º do dispositivo:

§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade,
decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica,
DIREITO ADMINISTRATIVO

ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivel-
mente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

c) Profissional de setor artístico consagrado


III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, des-
de que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
Trata-se de caso de contratação de trabalhos artísticos de artistas renomados. A intenção é a de explorar o prestígio
do sujeito. A expressão artista deve ser tomada genericamente, por exemplo, pode se encaixar um esportista renomado
ou um cientista renomado. O prestígio do artista deve existir em relação à população local.

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#FicaDica
Regra: Obrigatoriedade de licitação.
Exceções: Licitação dispensada, dispensável e inexigível.
Licitação dispensada: a Administração pode em alguns casos previstos na lei efetuar a contratação direta,
todos eles envolvendo alienações subordinadas ao interesse público e respeitadas avaliações prévias.
Licitação dispensável: A Administração pode em alguns casos previstos taxativamente na lei efetuar a con-
tratação direta de bens, produtos, serviços e obras, entre eles: contratação de pequeno valor, emergência
ou calamidade públicas, licitação fracassada ou deserta.
Inexigibilidade: Em casos que nem ao menos seja possível a competição, a Administração promoverá a
contratação direta. O rol é taxativo e mais restrito: materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser
fornecidos por produtor ou representante comercial exclusivo; serviços técnicos especializados de natureza
singular e promovido por profissionais de notória especialização (não cabe para serviços de publicidade);
e contratações de profissionais do setor artístico, que tenha aceitação pela crítica e pela opinião pública.

11. Modalidades

Prosseguindo o estudo, quanto às modalidades de licitação, podem ser apontadas as seguintes modalidades: Con-
corrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão (artigo 22, Lei nº 8.666/1993). Dos parágrafos 1º a 5º, o artigo
22 conceitua cada uma das modalidades:
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação prelimi-
nar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem
a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,
observada a necessária qualificação.
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não,
escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apro-
priado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade
que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou
artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital
publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a
administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista
no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

Por sua vez, a LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002, trabalha com uma modalidade adicional de licitação, o pregão.
É a modalidade de licitação voltada à aquisição de bens e serviços comuns, assim considerados aqueles cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos no edital por meio de especificações do mercado.

- Concorrência (contratações de maior vultou ou valor) – A habilitação não depende de cadastro prévio, qualquer
um que preencha os requisitos pode participar. Publicidade: edital publicado na imprensa.
Obras, serviços e compras de maior valor – Geral acima de R$650.000; Engenharia acima de R$1.500.000.
Compra ou alienação de bens imóveis, independente do valor;
Concessão de direito real de uso;
Licitações internacionais (também cabe tomada de preços ou convite);
Alienação de bens móveis de maior valor;
Registro de preços.

- Tomada de preços (contratações de valor intermediário) – Os interessados são previamente cadastrados ou devem
apresentar documentos até o 3o dia anterior ao recebimento das propostas. Publicidade: edital publicado na imprensa.
Obras, serviços e compras de valor intermediário – Geral R$80.000 a R$650.000; Engenharia R$150.000 a R$1.500.000.
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- Convite (contratações de menor valor) – Apenas participam os convocados pela Administração (três recebem a
carta-convite) e cadastrados que se manifestem até 24 horas antes da proposta. Publicidade: edital afixado no local da
repartição.
Obras, serviços e compras de valor intermediário – Geral até R$80.000; Engenharia até R$150.000.

- Concurso (ajustado para objetos específicos) – É instituído um prêmio ou remuneração a ser pago pela Adminis-
tração aos vencedores. Publicidade: edital deve ser publicado com antecedência mínima de 45 dias e deve ser ampla-
mente divulgado.

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Trabalhos intelectuais – técnicos, científicos ou lite- Art. 49. A autoridade competente para a aprovação
rários. do procedimento somente poderá revogar a licitação
- Leilão (ajustado para objeto específico) – Utiliza-se por razões de interesse público decorrente de fato su-
para a venda de bens móveis e imóveis da Admi- perveniente devidamente comprovado, pertinente e
nistração, exigindo-se prévia avaliação. Publicida- suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-
de: deve ser ampla. -la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de ter-
ceiros, mediante parecer escrito e devidamente fun-
Bens móveis que não servem mais para a Adminis- damentado.
tração; § 1º A anulação do procedimento licitatório por mo-
Produtos legalmente apreendidos ou penhorados; tivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar,
Bens imóveis cuja aquisição tenha derivado de pro- ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59
cedimentos judiciais ou de dação em pagamento (nesse desta Lei.
caso também seria possível concorrência). § 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do
- Pregão (bens e serviços comuns) – As propostas se- contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do
rão julgadas sempre pelo critério de menor preço. art. 59 desta Lei.
Realiza-se em duas fases – interna e externa. § 3º No caso de desfazimento do processo licitatório,
fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Bens e serviços comuns, que são aqueles cujo padrão § 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-
de desempenho e qualidade podem ser objetivamente -se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigi-
definidos pelo edital, a partir de especificações usuais no bilidade de licitação.
mercado.
Anular é extinguir um ato ou um conjunto de atos
11.1. Tipos em razão de sua ilegalidade. Quando se fala, portanto,
em anulação de uma licitação, pressupõe-se a ilegalida-
Em relação aos tipos de licitação, apontam-se no Es- de da mesma, pois anula-se o que é ilegítimo. A licitação
tatuto: melhor preço, melhor técnica, técnica e preço, e poderá ser anulada pela via administrativa ou pela via
melhor lance ou oferta. Os tipos licitatórios não passam judiciária. A anulação de uma licitação pode ser total (se
de critérios de julgamento para a escolha da proposta o vício atingir a origem dos atos licitatórios) ou parcial (se
mais adequada aos interesses da Administração Públi- o vício atingir parte dos atos licitatórios).
ca. A disciplina encontra-se no caput e no §1º da Lei nº Revogar uma licitação é extingui-la por ser inconve-
8.666/1993: niente ou inoportuna. Desde o momento em que a lici-
tação foi aberta até o final da mesma, pode-se falar em
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, de- revogação. Após a assinatura do contrato, entretanto,
vendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo não poderá haver a revogação da licitação. Somente se
convite realizá-lo em conformidade com os tipos de justifica a revogação quando houver um fato posterior
licitação, os critérios previamente estabelecidos no à abertura da licitação e quando o fato for pertinente,
ato convocatório e de acordo com os fatores exclusi- ou seja, quando possuir uma relação lógica com a re-
vamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua vogação da licitação. Ainda deve ser suficiente, quando
aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. a intensidade do fato justificar a revogação. Deve ser
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de respeitado o direito ao contraditório e ampla defesa, e
licitação, exceto na modalidade concurso: a revogação deverá ser feita mediante parecer escrito e
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da
devidamente fundamentado.
proposta mais vantajosa para a Administração deter-
Logo, anulação e revogação estão previstos no ar-
minar que será vencedor o licitante que apresentar a
tigo 49 da lei nº 8.666/93. Revogação da licitação por
proposta de acordo com as especificações do edital ou
convite e ofertar o menor preço; interesse público decorrente de fato superveniente de-
II - a de melhor técnica; vidamente comprovado, pertinente e suficiente para jus-
III - a de técnica e preço; tificar tal conduta, bem como a obrigatoriedade de sua
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de aliena- anulação por ilegalidade, neste último caso podendo agir
ção de bens ou concessão de direito real de uso. de oficio ou provocado por terceiros, mediante parecer
escrito e devidamente fundamentado.
11.2. Procedimento Revogação segundo Diógenes Gasparini “é o desfazi-
mento da licitação acabada por motivos de conveniência
Além do capítulo introdutório, do artigo 38 ao 53 da e oportunidade (interesse público) superveniente – art.
Lei nº 8.666/93 está descrito o procedimento a ser ado- 49 da lei nº 8.666/93”50. Trata-se de um ato administra-
DIREITO ADMINISTRATIVO

tado nas licitações em geral. A modalidade pregão tem tivo vinculado, embora assentada em motivos de conve-
procedimento próprio, previsto na lei especial. niência e oportunidade; e ainda, a lei referida, prevê que
no caso de desfazimento da licitação ficam assegurados
11.3 Anulação e revogação o contraditório e a ampla defesa, garantia essa que é
dada somente ao vencedor, o único com efeitos interes-
No que tange à revogação e à anulação, ambas volta- ses na permanência desse ato, pois através dele pode
das às consequências dos vícios no processo de licitação, chegar a contrato.
destaca-se a previsão do artigo 49:
50 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 11. ed. São Pau-
lo: Saraiva, 2006.

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Hely Lopes Meireles51 conceitua anulação como “é a II - trinta dias para:
invalidação da licitação ou do julgamento por motivo de a) concorrência, nos casos não especificados na alínea
ilegalidade, pode ser feita a qualquer fase e tempo antes “b” do inciso anterior;
da assinatura do contrato, desde que a Administração ou b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo
o Judiciário verifique e aponte a infringência à lei ou ao “melhor técnica” ou “técnica e preço”;
edital”. Cabe ainda ressaltar que a anulação da licitação III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos
acarreta a nulidade do contrato (art. 49, § 2º). No mesmo não especificados na alínea “b” do inciso anterior, ou
sentido “a anulação poderá ocorrer tanto pela Via Judi- leilão;
cante como pela Via Administrativa”. IV - cinco dias úteis para convite.
§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior
serão contados a partir da última publicação do edi-
LEGISLAÇÃO SECA tal resumido ou da expedição do convite, ou ainda da
efetiva disponibilidade do edital ou do convite e res-
Abaixo, colaciona-se com grifo a disciplina dos tópi- pectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais
cos abordados teoricamente acima, com destaque aos tarde.
procedimentos licitatórios. § 4º Qualquer modificação no edital exige divulga-
ção pela mesma forma que se deu o texto original,
Capítulo II reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto
DA LICITAÇÃO quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar
SEÇÃO I a formulação das propostas.
DAS MODALIDADES, LIMITES E DISPENSA Art. 22. São modalidades de licitação:
I - concorrência;
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se II - tomada de preços;
situar a repartição interessada, salvo por motivo de III - convite;
interesse público, devidamente justificado. IV - concurso;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá V - leilão.
a habilitação de interessados residentes ou sediados § 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre
em outros locais. quaisquer interessados que, na fase inicial de habilita-
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das ção preliminar, comprovem possuir os requisitos míni-
concorrências, das tomadas de preços, dos concursos mos de qualificação exigidos no edital para execução
e dos leilões, embora realizados no local da repartição de seu objeto.
interessada, deverão ser publicados com antecedên- § 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação
cia, no mínimo, por uma vez: entre interessados devidamente cadastrados ou que
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de li- atenderem a todas as condições exigidas para cadas-
citação feita por órgão ou entidade da Administração tramento até o terceiro dia anterior à data do recebi-
Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras fi- mento das propostas, observada a necessária qualifi-
nanciadas parcial ou totalmente com recursos federais cação.
ou garantidas por instituições federais; § 3º Convite é a modalidade de licitação entre interes-
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal sados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados
quando se tratar, respectivamente, de licitação feita ou não, escolhidos e convidados em número mínimo
por órgão ou entidade da Administração Pública Esta- de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará,
dual ou Municipal, ou do Distrito Federal; em local apropriado, cópia do instrumento convoca-
III - em jornal diário de grande circulação no Estado tório e o estenderá aos demais cadastrados na cor-
e também, se houver, em jornal de circulação no Mu- respondente especialidade que manifestarem seu in-
nicípio ou na região onde será realizada a obra, pres- teresse com antecedência de até 24 (vinte e quatro)
tado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, horas da apresentação das propostas.
podendo ainda a Administração, conforme o vulto da § 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quais-
licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação quer interessados para escolha de trabalho técnico,
para ampliar a área de competição. científico ou artístico, mediante a instituição de prê-
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em mios ou remuneração aos vencedores, conforme crité-
que os interessados poderão ler e obter o texto integral rios constantes de edital publicado na imprensa oficial
do edital e todas as informações sobre a licitação. com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco)
§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas dias.
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ou da realização do evento será: § 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quais-


I - quarenta e cinco dias para: quer interessados para a venda de bens móveis inser-
a) concurso; víveis para a administração ou de produtos legalmen-
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado te apreendidos ou penhorados, ou para a alienação
contemplar o regime de empreitada integral ou quan- de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o
do a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
e preço”; § 6º Na hipótese do § 3º deste artigo (CONVITE), exis-
tindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados,
51 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São
a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou
Paulo: Malheiros, 1993.

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assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, e serviços da mesma natureza e no mesmo local que
mais um interessado, enquanto existirem cadastrados possam ser realizadas conjunta e concomitantemente,
não convidados nas últimas licitações. sempre que o somatório de seus valores caracterizar
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto o caso de “tomada de preços” ou “concorrência”, res-
desinteresse dos convidados, for impossível a obten- pectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as
ção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3o parcelas de natureza específica que possam ser execu-
deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devida- tadas por pessoas ou empresas de especialidade diver-
mente justificadas no processo, sob pena de repetição sa daquela do executor da obra ou serviço.
do convite. § 6º As organizações industriais da Administração Fe-
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de li- deral direta, em face de suas peculiaridades, obedece-
citação ou a combinação das referidas neste artigo. rão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo
§ 9º Na hipótese do § 2º deste artigo (TOMADA DE também para suas compras e serviços em geral, desde
PREÇOS), a administração somente poderá exigir do que para a aquisição de materiais aplicados exclusiva-
licitante não cadastrado os documentos previstos nos mente na manutenção, reparo ou fabricação de meios
arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível operacionais bélicos pertencentes à União.
com o objeto da licitação, nos termos do edital. § 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é
os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas permitida a cotação de quantidade inferior à deman-
em função dos seguintes limites, tendo em vista o va- dada na licitação, com vistas a ampliação da compe-
lor estimado da contratação: titividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo
I - para obras e serviços de engenharia: para preservar a economia de escala.
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o
reais); dobro dos valores mencionados no caput deste artigo
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e
e quinhentos mil reais); o triplo, quando formado por maior número.
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão Art. 24. É dispensável a licitação:
e quinhentos mil reais); I - para obras e serviços de engenharia de valor até
II - para compras e serviços não referidos no inciso 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”,
anterior:
do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e
para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo
cinquenta mil reais);
local que possam ser realizadas conjunta e concomi-
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e
tantemente;
cinquenta mil reais).
II - para outros serviços e compras de valor até 10%
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Ad-
(dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do in-
ministração serão divididas em tantas parcelas quan-
tas se comprovarem técnica e economicamente viá- ciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos
veis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor previstos nesta Lei, desde que não se refiram a par-
aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado celas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
e à ampliação da competitividade sem perda da eco- maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
nomia de escala. III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras IV - nos casos de emergência ou de calamidade pú-
de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, blica, quando caracterizada urgência de atendimento
a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço de situação que possa ocasionar prejuízo ou compro-
ou compra, há de corresponder licitação distinta, pre- meter a segurança de pessoas, obras, serviços, equi-
servada a modalidade pertinente para a execução do pamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
objeto em licitação. somente para os bens necessários ao atendimento da
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação ca- situação emergencial ou calamitosa e para as par-
bível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto celas de obras e serviços que possam ser concluídas
na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias con-
o disposto no art. 19, como nas concessões de direito secutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
real de uso e nas licitações internacionais, admitindo- emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
-se neste último caso, observados os limites deste arti- respectivos contratos;
go, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade V - quando não acudirem interessados à licitação an-
DIREITO ADMINISTRATIVO

dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou terior e esta, justificadamente, não puder ser repetida
o convite, quando não houver fornecedor do bem ou sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste
serviço no País. caso, todas as condições preestabelecidas;
§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administra- VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco-
ção poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer nômico para regular preços ou normalizar o abaste-
caso, a concorrência. cimento;
§ 5º É vedada a utilização da modalidade “convite” ou VII - quando as propostas apresentadas consignarem
“tomada de preços”, conforme o caso, para parcelas preços manifestamente superiores aos praticados no
de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras mercado nacional, ou forem incompatíveis com os

99
fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em do em estada eventual de curta duração em portos,
que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes,
e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação por motivo de movimentação operacional ou de ades-
direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao tramento, quando a exiguidade dos prazos legais pu-
constante do registro de preços, ou dos serviços; der comprometer a normalidade e os propósitos das
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito operações e desde que seu valor não exceda ao limite
público interno, de bens produzidos ou serviços pres- previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta Lei:
tados por órgão ou entidade que integre a Adminis- XIX - para as compras de material de uso pelas Forças
tração Pública e que tenha sido criado para esse fim Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e
específico em data anterior à vigência desta Lei, desde administrativo, quando houver necessidade de manter
que o preço contratado seja compatível com o prati- a padronização requerida pela estrutura de apoio lo-
cado no mercado; gístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante
IX - quando houver possibilidade de comprometimen- parecer de comissão instituída por decreto;
to da segurança nacional, nos casos estabelecidos em XX - na contratação de associação de portadores de
decreto do Presidente da República, ouvido o Conse- deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada
lho de Defesa Nacional; idoneidade, por órgãos ou entidades da Administra-
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ção Pública, para a prestação de serviços ou forneci-
ao atendimento das finalidades precípuas da admi- mento de mão-de-obra, desde que o preço contratado
nistração, cujas necessidades de instalação e localiza- seja compatível com o praticado no mercado.
ção condicionem a sua escolha, desde que o preço seja XXI - para a aquisição ou contratação de produto
compatível com o valor de mercado, segundo avalia- para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso
ção prévia; de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do
ou fornecimento, em consequência de rescisão con- caput do art. 23;
tratual, desde que atendida a ordem de classificação XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento
da licitação anterior e aceitas as mesmas condições de energia elétrica e gás natural com concessionário,
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao permissionário ou autorizado, segundo as normas da
preço, devidamente corrigido; legislação específica;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e ou- XXIII - na contratação realizada por empresa pública
tros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a ou sociedade de economia mista com suas subsidiá-
realização dos processos licitatórios correspondentes, rias e controladas, para a aquisição ou alienação de
realizadas diretamente com base no preço do dia; bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o
XIII - na contratação de instituição brasileira incum- preço contratado seja compatível com o praticado no
bida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do mercado.
ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de ins- XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
tituição dedicada à recuperação social do preso, desde serviços com as organizações sociais, qualificadas no
que a contratada detenha inquestionável reputação âmbito das respectivas esferas de governo, para ativi-
ético-profissional e não tenha fins lucrativos; dades contempladas no contrato de gestão.
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos XXV - na contratação realizada por Instituição Cien-
de acordo internacional específico aprovado pelo Con- tífica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento
gresso Nacional, quando as condições ofertadas forem para a transferência de tecnologia e para o licencia-
manifestamente vantajosas para o Poder Público; mento de direito de uso ou de exploração de criação
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte protegida.
e objetos históricos, de autenticidade certificada, des- XXVI - na celebração de contrato de programa com
de que compatíveis ou inerentes às finalidades do ór- ente da Federação ou com entidade de sua administra-
gão ou entidade. ção indireta, para a prestação de serviços públicos de
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formu- forma associada nos termos do autorizado em contrato
lários padronizados de uso da administração, e de de consórcio público ou em convênio de cooperação.
edições técnicas oficiais, bem como para prestação de XXVII - na contratação da coleta, processamento e co-
serviços de informática a pessoa jurídica de direito pú- mercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis
blico interno, por órgãos ou entidades que integrem ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta sele-
a Administração Pública, criados para esse fim espe- tiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas
cífico; formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa
DIREITO ADMINISTRATIVO

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de renda reconhecidas pelo poder público como catado-
origem nacional ou estrangeira, necessários à manu- res de materiais recicláveis, com o uso de equipamen-
tenção de equipamentos durante o período de garan- tos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e
tia técnica, junto ao fornecedor original desses equi- de saúde pública.
pamentos, quando tal condição de exclusividade for XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, pro-
indispensável para a vigência da garantia; duzidos ou prestados no País, que envolvam, cumula-
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para tivamente, alta complexidade tecnológica e defesa na-
o abastecimento de navios, embarcações, unidades cional, mediante parecer de comissão especialmente
aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quan- designada pela autoridade máxima do órgão.

100
XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços § 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do
para atender aos contingentes militares das Forças caput, quando aplicada a obras e serviços de enge-
Singulares brasileiras empregadas em operações de nharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em
paz no exterior, necessariamente justificadas quanto regulamentação específica.
ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e § 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do
ratificadas pelo Comandante da Força. caput do art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do
XXX - na contratação de instituição ou organização, caput.
pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabi-
prestação de serviços de assistência técnica e extensão lidade de competição, em especial:
rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou
Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,
Reforma Agrária, instituído por lei federal. empresa ou representante comercial exclusivo, vedada
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do a preferência de marca, devendo a comprovação de
disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 exclusividade ser feita através de atestado fornecido
de dezembro de 2004, observados os princípios gerais pelo órgão de registro do comércio do local em que se
de contratação dela constantes. realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindi-
A Lei nº 10.973/2004 dispõe sobre incentivos à inova- cato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda,
ção e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente pelas entidades equivalentes;
produtivo e dá outras providências. II - para a contratação de serviços técnicos enume-
XXXII - na contratação em que houver transferência rados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com
de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema profissionais ou empresas de notória especialização,
Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade
19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato e divulgação;
da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da III - para contratação de profissional de qualquer setor
aquisição destes produtos durante as etapas de absor- artístico, diretamente ou através de empresário exclu-
ção tecnológica. sivo, desde que consagrado pela crítica especializada
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins ou pela opinião pública.
lucrativos, para a implementação de cisternas ou ou- § 1º Considera-se de notória especialização o pro-
tras tecnologias sociais de acesso à água para consu- fissional ou empresa cujo conceito no campo de sua
mo humano e produção de alimentos, para beneficiar especialidade, decorrente de desempenho anterior,
as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca estudos, experiências, publicações, organização, apa-
ou falta regular de água. relhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de di- relacionados com suas atividades, permita inferir que
reito público interno de insumos estratégicos para a o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade § 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos
apoiar órgão da administração pública direta, sua au- de dispensa, se comprovado superfaturamento, res-
tarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, pondem solidariamente pelo dano causado à Fazen-
extensão, desenvolvimento institucional, científico e da Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e
tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na ges- o agente público responsável, sem prejuízo de outras
tão administrativa e financeira necessária à execução sanções legais cabíveis.
desses projetos, ou em parcerias que envolvam trans-
ferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art.
Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações
XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamen-
fim específico em data anterior à vigência desta Lei, te justificadas, e o retardamento previsto no final do
desde que o preço contratado seja compatível com o parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser comu-
praticado no mercado. nicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior,
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput para ratificação e publicação na imprensa oficial, no
deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia
obras e serviços contratados por consórcios públicos, dos atos.
sociedade de economia mista, empresa pública e por Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibi-
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, lidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será
DIREITO ADMINISTRATIVO

como Agências Executivas. instruído, no que couber, com os seguintes elementos:


§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entida- I - caracterização da situação emergencial ou calami-
de que integre a administração pública estabelecido tosa que justifique a dispensa, quando for o caso;
no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
órgãos ou entidades que produzem produtos estraté- III - justificativa do preço;
gicos para o SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa
de setembro de 1990, conforme elencados em ato da aos quais os bens serão alocados.
direção nacional do SUS.

101
SEÇÃO II al técnico adequados e disponíveis para a realização
DA HABILITAÇÃO do objeto da licitação, bem como da qualificação de
cada um dos membros da equipe técnica que se res-
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á ponsabilizará pelos trabalhos;
dos interessados, exclusivamente, documentação rela- III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de
tiva a: que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que
I - habilitação jurídica; tomou conhecimento de todas as informações e das
II - qualificação técnica; condições locais para o cumprimento das obrigações
III - qualificação econômico-financeira; objeto da licitação;
IV - regularidade fiscal e trabalhista; IV - prova de atendimento de requisitos previstos em
V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. lei especial, quando for o caso.
7º da Constituição Federal. § 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do
Prevê o artigo 7o, XXXIII, CF: “proibição de trabalho «caput» deste artigo, no caso das licitações pertinen-
noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito tes a obras e serviços, será feita por atestados forneci-
e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, dos por pessoas jurídicas de direito público ou privado,
salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze devidamente registrados nas entidades profissionais
anos”. competentes, limitadas as exigências a:
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídi- I - capacitação técnico-profissional: comprovação do
ca, conforme o caso, consistirá em: licitante de possuir em seu quadro permanente, na
I - cédula de identidade; data prevista para entrega da proposta, profissional
II - registro comercial, no caso de empresa individual; de nível superior ou outro devidamente reconhecido
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vi- pela entidade competente, detentor de atestado de
responsabilidade técnica por execução de obra ou
gor, devidamente registrado, em se tratando de socie-
serviço de características semelhantes, limitadas estas
dades comerciais, e, no caso de sociedades por ações,
exclusivamente às parcelas de maior relevância e va-
acompanhado de documentos de eleição de seus ad-
lor significativo do objeto da licitação, vedadas as exi-
ministradores;
gências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de socie-
II - (Vetado).
dades civis, acompanhada de prova de diretoria em
a) (Vetado).
exercício;
b) (Vetado).
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa § 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor
ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, significativo, mencionadas no parágrafo anterior, se-
e ato de registro ou autorização para funcionamento rão definidas no instrumento convocatório.
expedido pelo órgão competente, quando a atividade § 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão
assim o exigir. através de certidões ou atestados de obras ou serviços
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal similares de complexidade tecnológica e operacional
e trabalhista, conforme o caso, consistirá em: equivalente ou superior.
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas § 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a com-
(CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); provação de aptidão, quando for o caso, será feita
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes es- através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de
tadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio direito público ou privado.
ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de ativi- § 5º É vedada a exigência de comprovação de ativida-
dade e compatível com o objeto contratual; de ou de aptidão com limitações de tempo ou de épo-
III - prova de regularidade para com a Fazenda Fe- ca ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras
deral, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do não previstas nesta Lei, que inibam a participação na
licitante, ou outra equivalente, na forma da lei; licitação.
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social § 6º As exigências mínimas relativas a instalações de
e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico
demonstrando situação regular no cumprimento dos especializado, considerados essenciais para o cumpri-
encargos sociais instituídos por lei. mento do objeto da licitação, serão atendidas median-
V - prova de inexistência de débitos inadimplidos pe- te a apresentação de relação explícita e da declaração
rante a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis,
de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da vedada as exigências de propriedade e de localização
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo De- prévia.
DIREITO ADMINISTRATIVO

creto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943. § 7º (Vetado).


Art. 30. A documentação relativa à qualificação técni- I - (Vetado).
ca limitar-se-á a: II - (Vetado).
I - registro ou inscrição na entidade profissional com- § 8º No caso de obras, serviços e compras de grande
petente; vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Admi-
II - comprovação de aptidão para desempenho de nistração exigir dos licitantes a metodologia de exe-
atividade pertinente e compatível em características, cução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou
quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indi- não, antecederá sempre à análise dos preços e será
cação das instalações e do aparelhamento e do pesso- efetuada exclusivamente por critérios objetivos.

102
§ 9º Entende-se por licitação de alta complexidade te justificados no processo administrativo da licitação
técnica aquela que envolva alta especialização, como que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a
fator de extrema relevância para garantir a execução exigência de índices e valores não usualmente adota-
do objeto a ser contratado, ou que possa comprome- dos para correta avaliação de situação financeira su-
ter a continuidade da prestação de serviços públicos ficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes
essenciais. da licitação.
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins § 6º (Vetado).
de comprovação da capacitação técnico-profissional Art. 32. Os documentos necessários à habilitação po-
de que trata o inciso I do § 1º deste artigo deverão derão ser apresentados em original, por qualquer pro-
participar da obra ou serviço objeto da licitação, ad- cesso de cópia autenticada por cartório competente
mitindo-se a substituição por profissionais de expe- ou por servidor da administração ou publicação em
riência equivalente ou superior, desde que aprovada órgão da imprensa oficial.
pela administração. § 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31
§ 11. (Vetado). desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte,
§ 12. (Vetado). nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens
Art. 31. A documentação relativa à qualificação eco- para pronta entrega e leilão.
nômico-financeira limitar-se-á a: § 2º O certificado de registro cadastral a que se refere
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do o § 1o do art. 36 substitui os documentos enumerados
último exercício social, já exigíveis e apresentados na nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibi-
forma da lei, que comprovem a boa situação financei- lizadas em sistema informatizado de consulta direta
ra da empresa, vedada a sua substituição por balan- indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar,
cetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados sob as penalidades legais, a superveniência de fato
por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 impeditivo da habilitação.
(três) meses da data de apresentação da proposta; § 3º A documentação referida neste artigo poderá ser
II - certidão negativa de falência ou concordata expe- substituída por registro cadastral emitido por órgão
dida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou ou entidade pública, desde que previsto no edital e o
de execução patrimonial, expedida no domicílio da registro tenha sido feito em obediência ao disposto
pessoa física; nesta Lei.
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios pre- § 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no
vistos no caput e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações
a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da internacionais, às exigências dos parágrafos anterio-
contratação. res mediante documentos equivalentes, autenticados
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstra- pelos respectivos consulados e traduzidos por tradu-
ção da capacidade financeira do licitante com vistas tor juramentado, devendo ter representação legal no
aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja Brasil com poderes expressos para receber citação e
adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores responder administrativa ou judicialmente.
mínimos de faturamento anterior, índices de rentabili- § 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata
dade ou lucratividade. este artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolu-
§ 2º A Administração, nas compras para entrega fu- mentos, salvo os referentes a fornecimento do edital,
tura e na execução de obras e serviços, poderá esta- quando solicitado, com os seus elementos constituti-
belecer, no instrumento convocatório da licitação, a vos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução
exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido gráfica da documentação fornecida.
mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1º do § 6º O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art.
art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação 33 e no § 2o do art. 55, não se aplica às licitações in-
da qualificação econômico-financeira dos licitantes e ternacionais para a aquisição de bens e serviços cujo
para efeito de garantia ao adimplemento do contrato pagamento seja feito com o produto de financiamento
a ser ulteriormente celebrado. concedido por organismo financeiro internacional de
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líqui- que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de
do a que se refere o parágrafo anterior não poderá cooperação, nem nos casos de contratação com em-
exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da presa estrangeira, para a compra de equipamentos fa-
contratação, devendo a comprovação ser feita rela- bricados e entregues no exterior, desde que para este
tivamente à data da apresentação da proposta, na caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Po-
forma da lei, admitida a atualização para esta data der Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e
DIREITO ADMINISTRATIVO

através de índices oficiais. serviços realizada por unidades administrativas com


§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromis- sede no exterior.
sos assumidos pelo licitante que importem diminuição § 7o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e
da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade este artigo poderá ser dispensada, nos termos de regu-
financeira, calculada esta em função do patrimônio lí- lamento, no todo ou em parte, para a contratação de
quido atualizado e sua capacidade de rotação. produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que
§ 5º A comprovação de boa situação financeira da em- para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea
presa será feita de forma objetiva, através do cálculo “a” do inciso II do caput do art. 23.
de índices contábeis previstos no edital e devidamen-

103
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação § 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável
de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguin- sempre que atualizarem o registro.
tes normas: § 2º A atuação do licitante no cumprimento de obri-
I - comprovação do compromisso público ou particular gações assumidas será anotada no respectivo registro
de constituição de consórcio, subscrito pelos consor- cadastral.
ciados; Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, sus-
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio penso ou cancelado o registro do inscrito que deixar
que deverá atender às condições de liderança, obriga- de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as
toriamente fixadas no edital; estabelecidas para classificação cadastral.
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts.
28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admi- SEÇÃO IV
tindo-se, para efeito de qualificação técnica, o soma- DO PROCEDIMENTO E JULGAMENTO
tório dos quantitativos de cada consorciado, e, para
efeito de qualificação econômico-financeira, o soma- Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com
tório dos valores de cada consorciado, na proporção a abertura de processo administrativo, devidamente
de sua respectiva participação, podendo a Adminis- autuado, protocolado e numerado, contendo a auto-
tração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de rização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto
até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão
licitante individual, inexigível este acréscimo para os juntados oportunamente:
consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for
pequenas empresas assim definidas em lei; o caso;
IV - impedimento de participação de empresa con- II - comprovante das publicações do edital resumido,
sorciada, na mesma licitação, através de mais de um na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do con-
consórcio ou isoladamente; vite;
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos III - ato de designação da comissão de licitação, do
atos praticados em consórcio, tanto na fase de licita- leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável
ção quanto na de execução do contrato. pelo convite;
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangei- IV - original das propostas e dos documentos que as
ras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa instruírem;
brasileira, observado o disposto no inciso II deste ar-
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julga-
tigo.
dora;
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover,
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a
antes da celebração do contrato, a constituição e o
licitação, dispensa ou inexigibilidade;
registro do consórcio, nos termos do compromisso re-
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da
ferido no inciso I deste artigo.
sua homologação;
SEÇÃO III VIII - recursos eventualmente apresentados pelos lici-
DOS REGISTROS CADASTRAIS tantes e respectivas manifestações e decisões;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licita-
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da ção, quando for o caso, fundamentado circunstancia-
Administração Pública que realizem frequentemente damente;
licitações manterão registros cadastrais para efeito de X - termo de contrato ou instrumento equivalente,
habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no conforme o caso;
máximo, um ano. XI - outros comprovantes de publicações;
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente di- XII - demais documentos relativos à licitação.
vulgado e deverá estar permanentemente aberto aos Parágrafo único. As minutas de editais de licitação,
interessados, obrigando-se a unidade por ele respon- bem como as dos contratos, acordos, convênios ou
sável a proceder, no mínimo anualmente, através da ajustes devem ser previamente examinadas e aprova-
imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento pú- das por assessoria jurídica da Administração.
blico para a atualização dos registros existentes e para Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma lici-
o ingresso de novos interessados. tação ou para um conjunto de licitações simultâneas
§ 2º É facultado às unidades administrativas utiliza- ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite
rem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou en- previsto no art. 23, inciso I, alínea “c” desta Lei, o pro-
tidades da Administração Pública. cesso licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com
DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualiza- uma audiência pública concedida pela autoridade
ção deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá responsável com antecedência mínima de 15 (quin-
os elementos necessários à satisfação das exigências ze) dias úteis da data prevista para a publicação do
do art. 27 desta Lei. edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios
tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em previstos para a publicidade da licitação, à qual terão
grupos, segundo a qualificação técnica e econômica acesso e direito a todas as informações pertinentes e a
avaliada pelos elementos constantes da documenta- se manifestar todos os interessados.
ção relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.

104
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, conside- b) cronograma de desembolso máximo por período,
ram-se licitações simultâneas aquelas com objetos si- em conformidade com a disponibilidade de recursos
milares e com realização prevista para intervalos não financeiros;
superiores a trinta dias e licitações sucessivas aque- c) critério de atualização financeira dos valores a se-
las em que, também com objetos similares, o edital rem pagos, desde a data final do período de adimple-
subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte mento de cada parcela até a data do efetivo paga-
dias após o término do contrato resultante da licitação mento;
antecedente. d) compensações financeiras e penalizações, por even-
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de tuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações
ordem em série anual, o nome da repartição interes- de pagamentos;
sada e de seu setor, a modalidade, o regime de execu- e) exigência de seguros, quando for o caso;
ção e o tipo da licitação, a menção de que será regida XV - instruções e normas para os recursos previstos
por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da nesta Lei;
documentação e proposta, bem como para início da XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, XVII - outras indicações específicas ou peculiares da
o seguinte: licitação.
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; § 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou em todas as folhas e assinado pela autoridade que o
retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele
desta Lei, para execução do contrato e para entrega extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua
do objeto da licitação; divulgação e fornecimento aos interessados.
III - sanções para o caso de inadimplemento; § 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o integrante:
projeto básico; I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas
V - se há projeto executivo disponível na data da pu- partes, desenhos, especificações e outros complemen-
blicação do edital de licitação e o local onde possa ser tos;
examinado e adquirido; II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos
VI - condições para participação na licitação, em con- e preços unitários;
formidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Admi-
apresentação das propostas; nistração e o licitante vencedor;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e IV - as especificações complementares e as normas de
parâmetros objetivos; execução pertinentes à licitação.
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios § 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se
de comunicação à distância em que serão fornecidos como adimplemento da obrigação contratual a pres-
elementos, informações e esclarecimentos relativos à tação do serviço, a realização da obra, a entrega do
licitação e às condições para atendimento das obriga- bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro
ções necessárias ao cumprimento de seu objeto; evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a
IX - condições equivalentes de pagamento entre em- emissão de documento de cobrança.
presas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações § 4º Nas compras para entrega imediata, assim enten-
internacionais; didas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da
data prevista para apresentação da proposta, poderão
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e ser dispensadas:
global, conforme o caso, permitida a fixação de pre- I - o disposto no inciso XI deste artigo;
ços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, II - a atualização financeira a que se refere a alínea
critérios estatísticos ou faixas de variação em relação “c” do inciso XIV deste artigo, correspondente ao perí-
a preços de referência, ressalvado o disposto nos pará- odo compreendido entre as datas do adimplemento e
grafos 1º e 2º do art. 48; a prevista para o pagamento, desde que não superior
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação a quinze dias.
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de § 5º A Administração Pública poderá, nos editais de
índices específicos ou setoriais, desde a data prevista licitação para a contratação de serviços, exigir da
para apresentação da proposta, ou do orçamento a contratada que um percentual mínimo de sua mão
que essa proposta se referir, até a data do adimple- de obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional,
mento de cada parcela; com a finalidade de ressocialização do reeducando, na
DIREITO ADMINISTRATIVO

XII - (Vetado). forma estabelecida em regulamento.


XIII - limites para pagamento de instalação e mobili- Art. 41. A Administração não pode descumprir as nor-
zação para execução de obras ou serviços que serão mas e condições do edital, ao qual se acha estritamen-
obrigatoriamente previstos em separado das demais te vinculada.
parcelas, etapas ou tarefas; § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impug-
XIV - condições de pagamento, prevendo: nar edital de licitação por irregularidade na aplicação
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, con- desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco)
tado a partir da data final do período de adimplemen- dias úteis antes da data fixada para a abertura dos
to de cada parcela; envelopes de habilitação, devendo a Administração

105
julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes
úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde
art. 113. que não tenha havido recurso ou após sua denegação;
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do III - abertura dos envelopes contendo as propostas
edital de licitação perante a administração o licitante dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido
que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido
a abertura dos envelopes de habilitação em concor- desistência expressa, ou após o julgamento dos recur-
rência, a abertura dos envelopes com as propostas em sos interpostos;
convite, tomada de preços ou concurso, ou a realiza- IV - verificação da conformidade de cada proposta
ção de leilão, as falhas ou irregularidades que vicia- com os requisitos do edital e, conforme o caso, com
riam esse edital, hipótese em que tal comunicação não os preços correntes no mercado ou fixados por ór-
terá efeito de recurso. gão oficial competente, ou ainda com os constantes
§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitan- do sistema de registro de preços, os quais deverão ser
te não o impedirá de participar do processo licitatório devidamente registrados na ata de julgamento, pro-
até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente. movendo-se a desclassificação das propostas descon-
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do formes ou incompatíveis;
seu direito de participar das fases subsequentes. V - julgamento e classificação das propostas de acordo
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o com os critérios de avaliação constantes do edital;
edital deverá ajustar-se às diretrizes da política mo- VI - deliberação da autoridade competente quanto à
netária e do comércio exterior e atender às exigências homologação e adjudicação do objeto da licitação.
dos órgãos competentes. § 1º A abertura dos envelopes contendo a documen-
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro co- tação para habilitação e as propostas será realizada
tar preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá sempre em ato público previamente designado, do
fazer o licitante brasileiro. qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos li-
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro even- citantes presentes e pela Comissão.
tualmente contratado em virtude da licitação de que § 2º Todos os documentos e propostas serão rubrica-
trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda dos pelos licitantes presentes e pela Comissão.
brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imedia- § 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior,
tamente anterior à data do efetivo pagamento. em qualquer fase da licitação, a promoção de dili-
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasilei- gência destinada a esclarecer ou a complementar a
ro serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante instrução do processo, vedada a inclusão posterior de
estrangeiro. documento ou informação que deveria constar origi-
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas nariamente da proposta.
apresentadas por licitantes estrangeiros serão acresci- § 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência
das dos gravames consequentes dos mesmos tributos e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de
que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros preços e ao convite.
quanto à operação final de venda. § 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concor-
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços rentes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III),
ou aquisição de bens com recursos provenientes de fi- não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com
nanciamento ou doação oriundos de agência oficial a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes
de cooperação estrangeira ou organismo financeiro ou só conhecidos após o julgamento.
multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser § 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência
admitidas, na respectiva licitação, as condições decor- de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato
rentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados superveniente e aceito pela Comissão.
internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão le-
bem como as normas e procedimentos daquelas en- vará em consideração os critérios objetivos definidos
tidades, inclusive quanto ao critério de seleção da no edital ou convite, os quais não devem contrariar as
proposta mais vantajosa para a administração, o qual normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
poderá contemplar, além do preço, outros fatores de § 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, cri-
avaliação, desde que por elas exigidos para a obten- tério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado
ção do financiamento ou da doação, e que também que possa ainda que indiretamente elidir o princípio
não conflitem com o princípio do julgamento objetivo da igualdade entre os licitantes.
e sejam objeto de despacho motivado do órgão execu- § 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem
DIREITO ADMINISTRATIVO

tor do contrato, despacho esse ratificado pela autori- não prevista no edital ou no convite, inclusive finan-
dade imediatamente superior. ciamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para en- ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitan-
trega no mesmo local de destino. tes.
Art. 43. A licitação será processada e julgada com ob- § 3º Não se admitirá proposta que apresente preços
servância dos seguintes procedimentos: global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor
I - abertura dos envelopes contendo a documentação zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salá-
relativa à habilitação dos concorrentes, e sua aprecia- rios de mercado, acrescidos dos respectivos encargos,
ção; ainda que o ato convocatório da licitação não tenha

106
estabelecido limites mínimos, exceto quando se referi- qualificados e feita então a avaliação e classificação
rem a materiais e instalações de propriedade do pró- destas propostas de acordo com os critérios perti-
prio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou nentes e adequados ao objeto licitado, definidos com
à totalidade da remuneração. clareza e objetividade no instrumento convocatório
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se tam- e que considerem a capacitação e a experiência do
bém às propostas que incluam mão-de-obra estran- proponente, a qualidade técnica da proposta, compre-
geira ou importações de qualquer natureza. endendo metodologia, organização, tecnologias e re-
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, de- cursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a
vendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas
convite realizá-lo em conformidade com os tipos de para a sua execução;
licitação, os critérios previamente estabelecidos no II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proce-
ato convocatório e de acordo com os fatores exclusi- der-se-á à abertura das propostas de preço dos licitan-
vamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua tes que tenham atingido a valorização mínima esta-
aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. belecida no instrumento convocatório e à negociação
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de das condições propostas, com a proponente melhor
licitação, exceto na modalidade concurso: classificada, com base nos orçamentos detalhados
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da apresentados e respectivos preços unitários e tendo
proposta mais vantajosa para a Administração deter- como referência o limite representado pela proposta
minar que será vencedor o licitante que apresentar a de menor preço entre os licitantes que obtiveram a
proposta de acordo com as especificações do edital ou valorização mínima;
convite e ofertar o menor preço; III - no caso de impasse na negociação anterior, proce-
II - a de melhor técnica; dimento idêntico será adotado, sucessivamente, com
III - a de técnica e preço; os demais proponentes, pela ordem de classificação,
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de aliena- até a consecução de acordo para a contratação;
ção de bens ou concessão de direito real de uso. IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, aos licitantes que não forem preliminarmente habi-
e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, litados ou que não obtiverem a valorização mínima
a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, estabelecida para a proposta técnica.
em ato público, para o qual todos os licitantes serão § 2º Nas licitações do tipo “técnica e preço” será ado-
convocados, vedado qualquer outro processo. tado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior,
§ 3º No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre o seguinte procedimento claramente explicitado no
os licitantes considerados qualificados a classificação instrumento convocatório:
se dará pela ordem crescente dos preços propostos, I - será feita a avaliação e a valorização das propostas
prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o de preços, de acordo com critérios objetivos preestabe-
critério previsto no parágrafo anterior. lecidos no instrumento convocatório;
§ 4º Para contratação de bens e serviços de informáti- II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo
ca, a administração observará o disposto no art. 3o da com a média ponderada das valorizações das propos-
Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em tas técnicas e de preço, de acordo com os pesos prees-
conta os fatores especificados em seu § 2o e adotando tabelecidos no instrumento convocatório.
obrigatoriamente o tipo de licitação “técnica e preço”,
permitido o emprego de outro tipo de licitação nos ca- § 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos
sos indicados em decreto do Poder Executivo. neste artigo poderão ser adotados, por autorização
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação expressa e mediante justificativa circunstanciada da
não previstos neste artigo. maior autoridade da Administração promotora cons-
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão se- tante do ato convocatório, para fornecimento de bens
lecionadas tantas propostas quantas necessárias até e execução de obras ou prestação de serviços de gran-
que se atinja a quantidade demandada na licitação. de vulto majoritariamente dependentes de tecnologia
Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “téc- nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado
nica e preço” serão utilizados exclusivamente para por autoridades técnicas de reconhecida qualificação,
serviços de natureza predominantemente intelectual, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções
em especial na elaboração de projetos, cálculos, fisca- alternativas e variações de execução, com repercus-
lização, supervisão e gerenciamento e de engenharia sões significativas sobre sua qualidade, produtividade,
consultiva em geral e, em particular, para a elabora- rendimento e durabilidade concretamente mensurá-
DIREITO ADMINISTRATIVO

ção de estudos técnicos preliminares e projetos básicos veis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos
e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do artigo licitantes, na conformidade dos critérios objetivamen-
anterior. te fixados no ato convocatório.
§ 1º Nas licitações do tipo “melhor técnica” será ado- § 4º (Vetado).
tado o seguinte procedimento claramente explicitado Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e ser-
no instrumento convocatório, o qual fixará o preço viços, quando for adotada a modalidade de execução
máximo que a Administração se propõe a pagar: de empreitada por preço global, a Administração de-
I - serão abertos os envelopes contendo as propostas verá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital,
técnicas exclusivamente dos licitantes previamente todos os elementos e informações necessários para

107
que os licitantes possam elaborar suas propostas de Art. 50. A Administração não poderá celebrar o con-
preços com total e completo conhecimento do objeto trato com preterição da ordem de classificação das
da licitação. propostas ou com terceiros estranhos ao procedimen-
Art. 48. Serão desclassificadas: to licitatório, sob pena de nulidade.
I - as propostas que não atendam às exigências do Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em regis-
ato convocatório da licitação; tro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as
II - propostas com valor global superior ao limite es- propostas serão processadas e julgadas por comissão
tabelecido ou com preços manifestamente inexequí- permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) mem-
veis, assim considerados aqueles que não venham a bros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qua-
ter demonstrada sua viabilidade através de documen- lificados pertencentes aos quadros permanentes dos
tação que comprove que os custos dos insumos são órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
coerentes com os de mercado e que os coeficientes § 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, ex-
de produtividade são compatíveis com a execução do cepcionalmente, nas pequenas unidades administra-
objeto do contrato, condições estas necessariamente tivas e em face da exiguidade de pessoal disponível,
especificadas no ato convocatório da licitação. poderá ser substituída por servidor formalmente de-
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste ar- signado pela autoridade competente.
tigo consideram-se manifestamente inexequíveis, no § 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de ins-
caso de licitações de menor preço para obras e servi- crição em registro cadastral, sua alteração ou cance-
ços de engenharia, as propostas cujos valores sejam lamento, será integrada por profissionais legalmente
inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos se- habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de
guintes valores: equipamentos.
a) média aritmética dos valores das propostas supe- § 3º Os membros das Comissões de licitação respon-
riores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado derão solidariamente por todos os atos praticados
pela administração, ou pela Comissão, salvo se posição individual divergente
estiver devidamente fundamentada e registrada em
b) valor orçado pela administração.
ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágra-
decisão.
fo anterior cujo valor global da proposta for inferior
§ 4º A investidura dos membros das Comissões per-
a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se
manentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recon-
referem as alíneas “a” e “b”, será exigida, para a assi-
dução da totalidade de seus membros para a mesma
natura do contrato, prestação de garantia adicional,
comissão no período subsequente.
dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56,
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por
igual a diferença entre o valor resultante do parágra-
uma comissão especial integrada por pessoas de repu-
fo anterior e o valor da correspondente proposta. tação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou em exame, servidores públicos ou não.
todas as propostas forem desclassificadas, a adminis- Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22
tração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio,
úteis para a apresentação de nova documentação ou a ser obtido pelos interessados no local indicado no
de outras propostas escoimadas das causas referidas edital.
neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução § 1º O regulamento deverá indicar:
deste prazo para três dias úteis. I - a qualificação exigida dos participantes;
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação II - as diretrizes e a forma de apresentação do traba-
do procedimento somente poderá revogar a licitação lho;
por razões de interesse público decorrente de fato su- III - as condições de realização do concurso e os prê-
perveniente devidamente comprovado, pertinente e mios a serem concedidos.
suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá- § 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá au-
-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de torizar a Administração a executá-lo quando julgar
terceiros, mediante parecer escrito e devidamente conveniente.
fundamentado. Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por mo- a servidor designado pela Administração, proceden-
tivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, do-se na forma da legislação pertinente.
ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 § 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avalia-
desta Lei. do pela Administração para fixação do preço mínimo
DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do de arrematação.


contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do § 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no
art. 59 desta Lei. percentual estabelecido no edital, não inferior a 5%
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata
fica assegurado o contraditório e a ampla defesa. lavrada no local do leilão, imediatamente entregues
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica- ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do
-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexi- restante no prazo estipulado no edital de convocação,
gibilidade de licitação. sob pena de perder em favor da Administração o valor
já recolhido.

108
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parce- Capítulo IV
la à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, JUDICIAL
principalmente no município em que se realizará.
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
#FicaDica
Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em
Dos artigos 54 a 80, a Lei nº 8.666/1993 abor- assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento
da os contratos administrativos, disciplina equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Ad-
que costuma incidir em concursos de nível ministração, caracteriza o descumprimento total da
superior ou específicos das áreas de audito- obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades le-
ria. Se em seu concurso for cobrado o conte- galmente estabelecidas.
údo da lei, sem especificação de quais aspec- Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
tos, deve ser dada atenção à abordagem dos aos licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2o
contratos administrativos. desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mes-
mas condições propostas pelo primeiro adjudicatário,
inclusive quanto ao prazo e preço.
12. Sanções administrativas Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem
atos em desacordo com os preceitos desta Lei ou vi-
Em relação ao cumprimento as normas estabelecidas sando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se
pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos - Lei nº às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos pró-
8.666/1993, caso haja alguma irregularidade, comprovação prios, sem prejuízo das responsabilidades civil e crimi-
da prática de atos ilícitos pela parte que causou o dano, nal que seu ato ensejar.
além das responsabilidades civis, caberá também aplicação
das responsabilidades administrativas e judiciais. Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que sim-
A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o plesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando
contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, servidores públicos, além das sanções penais, à perda
dentro do prazo estabelecido pela Administração, carac- do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
teriza o descumprimento total da obrigação assumida, Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins
sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas. desta Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoria-
Isto não se aplica aos licitantes convocados, que não mente ou sem remuneração, cargo, função ou empre-
aceitarem a contratação, nas mesmas condições propos- go público.
tas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo § 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta
e preço. Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em enti-
Os agentes administrativos que praticarem atos em dade paraestatal, assim consideradas, além das fun-
desacordo com os preceitos definidos pela Lei de Licita- dações, empresas públicas e sociedades de economia
ções e Contratos Administrativos ou visando a frustrar os mista, as demais entidades sob controle, direto ou in-
objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas na direto, do Poder Público.
lei licitatória e nos regulamentos próprios, sem prejuízo § 2º A pena imposta será acrescida da terça parte,
das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar. quando os autores dos crimes previstos nesta Lei fo-
rem ocupantes de cargo em comissão ou de função de
confiança em órgão da Administração direta, autar-
#FicaDica quia, empresa pública, sociedade de economia mista,
As sanções administrativas podem ser: fundação pública, ou outra entidade controlada direta
Advertência; ou indiretamente pelo Poder Público.
Multa; Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei per-
Suspensão temporária/Descredenciamento tinem às licitações e aos contratos celebrados pela
temporário - pelo prazo máximo de 2 anos, o União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respecti-
qual cessado permite o automático restabe- vas autarquias, empresas públicas, sociedades de eco-
lecimento, não se condicionando ao ressarci- nomia mista, fundações públicas, e quaisquer outras
mento do erário; entidades sob seu controle direto ou indireto.
Declaração de inidoneidade - por prazo in-
DIREITO ADMINISTRATIVO

determinado, sendo que o restabelecimento SEÇÃO II


depende de reabilitação, condicionada ao DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
ressarcimento do erário, concedida pela au-
toridade sancionadora. Art. 86. O atraso injustificado na execução do contra-
As sanções administrativas são independen- to sujeitará o contratado à multa de mora, na forma
tes de eventuais sanções civis e criminais – prevista no instrumento convocatório ou no contrato.
cabe a cumulação de punição entre as esfe- § 1º A multa a que alude este artigo não impede que
ras, pois elas são independentes entre si. a Administração rescinda unilateralmente o contrato
e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.

109
§ 2º A multa, aplicada após regular processo admi- Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que,
nistrativo, será descontada da garantia do respectivo tendo comprovadamente concorrido para a consuma-
contratado. ção da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou ine-
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da ga- xigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder
rantia prestada, além da perda desta, responderá o Público.
contratado pela sua diferença, a qual será descontada Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combi-
dos pagamentos eventualmente devidos pela Admi- nação ou qualquer outro expediente, o caráter com-
nistração ou ainda, quando for o caso, cobrada judi- petitivo do procedimento licitatório, com o intuito de
cialmente. obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato da adjudicação do objeto da licitação:
a Administração poderá, garantida a prévia defesa, Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
aplicar ao contratado as seguintes sanções: Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
I - advertência; privado perante a Administração, dando causa à ins-
II - multa, na forma prevista no instrumento convoca- tauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja
tório ou no contrato; invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:
III - suspensão temporária de participação em licita- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
ção e impedimento de contratar com a Administração, multa.
por prazo não superior a 2 (dois) anos; Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contra- modificação ou vantagem, inclusive prorrogação con-
tar com a Administração Pública enquanto perdura- tratual, em favor do adjudicatário, durante a execução
rem os motivos determinantes da punição ou até que dos contratos celebrados com o Poder Público, sem
seja promovida a reabilitação perante a própria auto- autorização em lei, no ato convocatório da licitação
ridade que aplicou a penalidade, que será concedida ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ain-
sempre que o contratado ressarcir a Administração da, pagar fatura com preterição da ordem cronológica
pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121
da sanção aplicada com base no inciso anterior. desta Lei:
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da ga- Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.
rantia prestada, além da perda desta, responderá o Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado
contratado pela sua diferença, que será descontada que, tendo comprovadamente concorrido para a con-
dos pagamentos eventualmente devidos pela Admi- sumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou
nistração ou cobrada judicialmente. se beneficia, injustamente, das modificações ou pror-
§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV des- rogações contratuais.
te artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de
inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no qualquer ato de procedimento licitatório:
respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo multa.
é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em
Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, fa- procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o
cultada a defesa do interessado no respectivo proces- ensejo de devassá-lo:
so, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, po- Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
dendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio
de sua aplicação. (Vide art. 109 inciso III) de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do arti- vantagem de qualquer tipo:
go anterior poderão também ser aplicadas às empre- Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa,
sas ou aos profissionais que, em razão dos contratos além da pena correspondente à violência.
regidos por esta Lei: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se
I - tenham sofrido condenação definitiva por pratica- abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem
rem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento oferecida.
de quaisquer tributos; Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, lici-
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os tação instaurada para aquisição ou venda de bens ou
objetivos da licitação; mercadorias, ou contrato dela decorrente:
III - demonstrem não possuir idoneidade para contra- I - elevando arbitrariamente os preços;
tar com a Administração em virtude de atos ilícitos II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercado-
DIREITO ADMINISTRATIVO

praticados. ria falsificada ou deteriorada;


III - entregando uma mercadoria por outra;
SEÇÃO III IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da
DOS CRIMES E DAS PENAS mercadoria fornecida;
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóte- onerosa a proposta ou a execução do contrato:
ses previstas em lei, ou deixar de observar as formali- Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
dades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. empresa ou profissional declarado inidôneo:

110
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos
multa. dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez)
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, dias para proferir a sentença.
declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no
a Administração. prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a Art. 108. No processamento e julgamento das infra-
inscrição de qualquer interessado nos registros cadas- ções penais definidas nesta Lei, assim como nos recur-
trais ou promover indevidamente a alteração, suspen- sos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-
são ou cancelamento de registro do inscrito: -se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e e a Lei de Execução Penal.
multa.
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 CAPÍTULO V
desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS
sentença e calculada em índices percentuais, cuja base
corresponderá ao valor da vantagem efetivamente Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da
obtida ou potencialmente auferível pelo agente. aplicação desta Lei cabem:
§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da
ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou a) habilitação ou inabilitação do licitante;
celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licita- b) julgamento das propostas;
ção. c) anulação ou revogação da licitação;
§ 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, d) indeferimento do pedido de inscrição em registro
conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual cadastral, sua alteração ou cancelamento;
ou Municipal. e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art.
79 desta Lei;
SEÇÃO IV f) aplicação das penas de advertência, suspensão tem-
DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO JUDICIAL porária ou de multa;
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação intimação da decisão relacionada com o objeto da li-
penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério citação ou do contrato, de que não caiba recurso hie-
Público promovê-la. rárquico;
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, con-
efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, forme o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei,
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.
e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se § 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas
deu a ocorrência. «a», «b», «c» e «e», deste artigo, excluídos os relativos
Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, a advertência e multa de mora, e no inciso III, será
mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo
pelo apresentante e por duas testemunhas. para os casos previstos nas alíneas “a” e “b”, se pre-
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que co- sentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi
nhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais adotada a decisão, quando poderá ser feita por comu-
ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos in- nicação direta aos interessados e lavrada em ata.
tegrantes do sistema de controle interno de qualquer § 2º O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I
dos Poderes verificarem a existência dos crimes de- deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autori-
finidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as dade competente, motivadamente e presentes razões
cópias e os documentos necessários ao oferecimento de interesse público, atribuir ao recurso interposto efi-
da denúncia. cácia suspensiva aos demais recursos.
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária § 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais
da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cin-
aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e co) dias úteis.
30 do Código de Processo Penal. § 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual po-
o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa derá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco)
DIREITO ADMINISTRATIVO

escrita, contado da data do seu interrogatório, poden- dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, de-
do juntar documentos, arrolar as testemunhas que ti- vidamente informado, devendo, neste caso, a decisão
ver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar as ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis,
demais provas que pretenda produzir. contado do recebimento do recurso, sob pena de res-
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da ponsabilidade.
defesa e praticadas as diligências instrutórias deferi- § 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pe-
das ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamen- dido de reconsideração se inicia ou corre sem que os
te, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alega- autos do processo estejam com vista franqueada ao
ções finais. interessado.

111
§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na moda- Administração interessada à adoção de medidas cor-
lidade de “carta convite” os prazos estabelecidos nos retivas pertinentes que, em função desse exame, lhes
incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de forem determinadas.
dois dias úteis. Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a
pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser
Disposições finais e transitórias – Legislação seca procedida sempre que o objeto da licitação recomende
Como é de praxe, a Lei de Licitações se encerra com análise mais detida da qualificação técnica dos inte-
disposições finais e transitórias, voltadas à sua aplica- ressados.
bilidade geral na prática, as quais constam abaixo com § 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação
grifos. será feita mediante proposta da autoridade compe-
tente, aprovada pela imediatamente superior.
Capítulo VI § 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigên-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS cias desta Lei relativas à concorrência, à convocação
dos interessados, ao procedimento e à analise da do-
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta cumentação.
Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do ven- Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir
cimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, ex- normas relativas aos procedimentos operacionais a
ceto quando for explicitamente disposto em contrário. serem observados na execução das licitações, no âm-
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos re- bito de sua competência, observadas as disposições
feridos neste artigo em dia de expediente no órgão ou desta Lei.
na entidade. Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo,
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, após aprovação da autoridade competente, deverão
premiar ou receber projeto ou serviço técnico especia- ser publicadas na imprensa oficial.
lizado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que
a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instru-
acordo com o previsto no regulamento de concurso ou mentos congêneres celebrados por órgãos e entidades
no ajuste para sua elaboração. da Administração.
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra
imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privi- § 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos
légio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de órgãos ou entidades da Administração Pública depen-
todos os dados, documentos e elementos de informa- de de prévia aprovação de competente plano de tra-
ção pertinentes à tecnologia de concepção, desenvol- balho proposto pela organização interessada, o qual
vimento, fixação em suporte físico de qualquer natu- deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:
reza e aplicação da obra. I - identificação do objeto a ser executado;
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a II - metas a serem atingidas;
mais de uma entidade pública, caberá ao órgão con- III - etapas ou fases de execução;
tratante, perante a entidade interessada, responder IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
pela sua boa execução, fiscalização e pagamento. V - cronograma de desembolso;
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação VI - previsão de início e fim da execução do objeto,
da qual, nos termos do edital, decorram contratos ad- bem assim da conclusão das etapas ou fases progra-
ministrativos celebrados por órgãos ou entidades dos madas;
entes da Federação consorciados. VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de en-
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanha- genharia, comprovação de que os recursos próprios
mento da licitação e da execução do contrato. para complementar a execução do objeto estão de-
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos con- vidamente assegurados, salvo se o custo total do em-
tratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será preendimento recair sobre a entidade ou órgão des-
feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da centralizador.
legislação pertinente, ficando os órgãos interessados § 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repas-
da Administração responsáveis pela demonstração da sador dará ciência do mesmo à Assembleia Legislativa
legalidade e regularidade da despesa e execução, nos ou à Câmara Municipal respectiva.
termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de § 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estri-
controle interno nela previsto. ta conformidade com o plano de aplicação aprovado,
§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão
DIREITO ADMINISTRATIVO

jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou retidas até o saneamento das impropriedades ocor-
aos órgãos integrantes do sistema de controle interno rentes:
contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os I - quando não tiver havido comprovação da boa e
fins do disposto neste artigo. regular aplicação da parcela anteriormente recebida,
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes na forma da legislação aplicável, inclusive mediante
do sistema de controle interno poderão solicitar para procedimentos de fiscalização local, realizados perio-
exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de dicamente pela entidade ou órgão descentralizador
recebimento das propostas, cópia de edital de licitação dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de
já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da controle interno da Administração Pública;

112
II - quando verificado desvio de finalidade na apli- Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licita-
cação dos recursos, atrasos não justificados no cum- ções instauradas e aos contratos assinados anterior-
primento das etapas ou fases programadas, práticas mente à sua vigência, ressalvado o disposto no art.
atentatórias aos princípios fundamentais de Adminis- 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV
tração Pública nas contratações e demais atos prati- do art. 78, bem assim o disposto no “caput” do art. 5o,
cados na execução do convênio, ou o inadimplemento com relação ao pagamento das obrigações na ordem
do executor com relação a outras cláusulas conveniais cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de
básicas; noventa dias contados da vigência desta Lei, separa-
III - quando o executor deixar de adotar as medidas damente para as obrigações relativas aos contratos
saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos regidos por legislação anterior à Lei nº 8.666, de 21
recursos ou por integrantes do respectivo sistema de de junho de 1993.
controle interno. Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do
§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, patrimônio da União continuam a reger-se pelas dis-
serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de posições do Decreto-lei nº 9.760, de 5 de setembro de
poupança de instituição financeira oficial se a previ- 1946, com suas alterações, e os relativos a operações
são de seu uso for igual ou superior a um mês, ou de crédito interno ou externo celebrados pela União
em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional con-
operação de mercado aberto lastreada em títulos da tinuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-
dívida pública, quando a utilização dos mesmos veri- -se esta Lei, no que couber.
ficar-se em prazos menores que um mês. Art. 122.Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-
§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do pa- -á procedimento licitatório específico, a ser estabeleci-
rágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas do no Código Brasileiro de Aeronáutica.
a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no Art. 123. Em suas licitações e contratações administra-
objeto de sua finalidade, devendo constar de demons- tivas, as repartições sediadas no exterior observarão
trativo específico que integrará as prestações de con- as peculiaridades locais e os princípios básicos desta
tas do ajuste. Lei, na forma de regulamentação específica.
§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou ex- Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para
tinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos finan- permissão ou concessão de serviços públicos os dispo-
ceiros remanescentes, inclusive os provenientes das sitivos desta Lei que não conflitem com a legislação
receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, específica sobre o assunto.
serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos
recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II
evento, sob pena da imediata instauração de tomada a IV do § 2º do art. 7º serão dispensadas nas licita-
de contas especial do responsável, providenciada pela ções para concessão de serviços com execução prévia
autoridade competente do órgão ou entidade titular de obras em que não foram previstos desembolso por
dos recursos. parte da Administração Pública concedente.
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações rea- Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
lizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judici- blicação.
ário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, es-
desta Lei, no que couber, nas três esferas administra- pecialmente os Decretos-leis nºs 2.300, de 21 de no-
tivas. vembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360,
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e de 16 de setembro de 1987, a Lei nº 8.220, de 4 de
as entidades da administração indireta deverão adap- setembro de 1991, e o art. 83 da Lei nº 5.194, de 24 de
tar suas normas sobre licitações e contratos ao dispos- dezembro de 1966.
to nesta Lei.
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas Brasília, 21 de junho de 1993, 172º da Independência
e fundações públicas e demais entidades controladas e 105º da República.
direta ou indiretamente pela União e pelas entidades
referidas no artigo anterior editarão regulamentos
próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às
disposições desta Lei. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este
artigo, no âmbito da Administração Pública, após 1. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018)
DIREITO ADMINISTRATIVO

aprovados pela autoridade de nível superior a que es- Julgue o item subsequente de acordo com a orientação
tiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e traçada pela Lei nº 8.666/1993.
entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial. É inexigível a licitação para a aquisição de bens e insumos
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecno-
anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que lógica com recursos concedidos pela CAPES, pela FINEP,
os fará publicar no Diário Oficial da União, observan- pelo CNPq ou por outras instituições de fomento à pes-
do como limite superior a variação geral dos preços do quisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico.
mercado, no período.
( ) CERTO ( ) ERRADO

113
Resposta: Errado. Tratava-se de hipótese de licitação tação entre quaisquer interessados que, na fase ini-
dispensável, conforme artigo 24, XXI, Lei nº 8.666/1993, cial de habilitação preliminar, comprovem possuir os
que tinha a seguinte redação: “para a aquisição de requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital
bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa para execução de seu objeto”.
científica e tecnológica com recursos concedidos pela
Capes, pela FINEP, pelo CNPq ou por outras institui- 4. (ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área 2 -
ções de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq CESPE/2018) Considerando que a ABIN escolha a mo-
para esse fim específico”. Hoje a redação dada pela dalidade licitatória convite para contratar empresa de
Lei nº 13.242/2016 é a seguinte: “XXI - para a aquisi- engenharia para modernizar suas instalações, julgue o
ção ou contratação de produto para pesquisa e de- item que se segue, com base nas disposições da Lei nº
senvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços 8.666/1993.
de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de Pelo seu caráter simplificado, a modalidade convite não
que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23 pode ser substituída pela concorrência.
(até R$ 1.500.000,00)”. O inciso não mais restringe às
requisições feitas com recursos das entidades de pes- ( ) CERTO ( ) ERRADO
quisa e, de outro lado, restringe no que se refere a
obras e serviços de engenharia (ex.: construção de um Resposta: Errado. Cabe seguir a seguinte máxima: se
laboratório). pode o menos, pode o mais, ou seja, se cabe uma mo-
dalidade simplificada de licitação não há problemas
em optar pela mais complexa (o inverso que não é
FIQUE ATENTO! permitido). Consta na Lei nº 8.666/1993, em seu artigo
Cuidado com a pegadinha muito comum 23, § 4o, o seguinte: “Nos casos em que couber convi-
em concursos, que é a substituição das pa- te, a Administração poderá utilizar a tomada de preços
lavras dispensável ou inexigível. É inexigível e, em qualquer caso, a concorrência”.
apenas nos casos de fornecedor exclusivo,
notória especialização de profissional técni- 5. (STM -Técnico Judiciário - Programação de Siste-
co e artista reconhecido. mas - CESPE/2018) Em relação à organização adminis-
trativa e à licitação administrativa, julgue o item a seguir.
Ao contratar serviços ou obras visando à promoção de
2. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018) baixo impacto sobre recursos naturais, a administração
Julgue o item subsequente de acordo com a orientação pública atende ao princípio do desenvolvimento nacional
traçada pela Lei nº 8.666/1993. sustentável.
Para a habilitação nas licitações, serão exigidas dos lici-
tantes, além de habilitação jurídica, qualificação técnica, ( ) CERTO ( ) ERRADO
qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e
trabalhista. Resposta: Certo. O artigo 3o da Lei nº 8.666/1993 fixa
o princípio do desenvolvimento sustentável como um
( ) CERTO ( ) ERRADO dos que deve ser observado no processo licitatório.
Este princípio do desenvolvimento sustentável está
Resposta: Certo. Preconiza o artigo 27, Lei nº relacionado não só com o âmbito ambiental, como
8.666/1993: “Para a habilitação nas licitações exigir- a maioria das pessoas pensam quando ouve falar
-se-á dos interessados, exclusivamente, documenta- em sustentabilidade, mas aqui também refere-se ao
ção relativa a: desenvolvimento sustentável em diversos aspectos,
I - habilitação jurídica; como social, econômico, político, ético e também o
II - qualificação técnica; ambiental.
III - qualificação econômico-financeira;
IV - regularidade fiscal e trabalhista;
V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o #FicaDica
da Constituição Federal”.
Dos artigos 54 a 80, a Lei nº 8.666/1993
aborda os contratos administrativos, disci-
3. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018)
plina que costuma incidir em concursos de
Julgue o próximo item, relativo às modalidades de licita-
nível superior ou específicos das áreas de
ção.
auditoria. Se em seu concurso for cobrado o
DIREITO ADMINISTRATIVO

A concorrência pública pressupõe uma fase preliminar


conteúdo da lei, sem especificação de quais
denominada habilitação, que habilita os que poderão
aspectos, deve ser dada atenção à aborda-
participar da fase seguinte, a de classificação.
gem dos contratos administrativos.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Se depreende do próprio conceito


de concorrência que a Lei nº 8.666/1993 traz em seu
artigo 22, § 1º: “Concorrência é a modalidade de lici-

114
6. (EBSERH – TECNÓLOGO EM GESTÃO PÚBLICA
– CESPE – 2018) No que concerne a direitos, deveres
HORA DE PRATICAR! e responsabilidades dos servidores públicos, julgue o
próximo item. Em caso de dano causado a terceiros, res-
1. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATI- ponderá o servidor perante a fazenda pública, em ação
VA – CESPE – 2018) Em relação aos princípios aplicáveis regressiva.
à administração pública, julgue o próximo item.
Em decorrência do princípio da segurança jurídica, é ( ) CERTO ( ) ERRADO
proibido que nova interpretação de norma administra-
tiva tenha efeitos retroativos, exceto quando isso se der 7. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
para atender o interesse público. TRATIVA – CESPE – 2018) Julgue o item a seguir, rela-
tivo à responsabilidade civil do Estado.
( ) CERTO ( ) ERRADO As empresas prestadoras de serviços públicos respon-
derão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
2. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
CONHECIMENTOS GERAIS – CESPE – 2018) Julgue o contra o responsável exclusivamente no caso de dolo.
item que se segue, a respeito de aspectos diversos rela-
cionados ao direito administrativo. ( ) CERTO ( ) ERRADO
São considerados princípios informativos da atividade
administrativa a legalidade e a supremacia do interesse 8. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
público, sendo o primeiro mencionado na Constituição TRATIVA – CESPE – 2018) Julgue o item a seguir, rela-
vigente, e o segundo, fundamentado nas próprias ideias tivo à responsabilidade civil do Estado.
do Estado em favor da defesa, da segurança e do desen- A responsabilidade civil do Estado por atos comissivos
volvimento da sociedade. abrange os danos morais e materiais.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

3. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – AUDITOR MUNICI- 9. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
PAL DE CONTROLE INTERNO – CONHECIMENTOS TRATIVA – CESPE – 2018) A respeito do direito admi-
BÁSICOS – CESPE – 2018) Com relação ao controle no nistrativo, dos atos administrativos e dos agentes públi-
âmbito da administração pública, julgue o item seguinte. cos e seu regime, julgue o item a seguir.
O controle administrativo deriva do poder-dever de No direito brasileiro, constitui objeto do direito adminis-
autotutela que a administração pública tem sobre trativo a responsabilidade civil das pessoas jurídicas que
seus próprios atos e agentes. causam danos à administração.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – TÉCNICO MUNI-


10. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁ-
CIPAL DE CONTROLE INTERNO – GERAL – CESPE –
RIA – CESPE – 2018) João, servidor público civil, mo-
2018) Acerca da administração pública e da organização
torista do Exército brasileiro, enquanto conduzia veículo
dos poderes, julgue o item subsequente à luz da CF.
oficial, no exercício da sua função, colidiu com o auto-
O princípio da eficiência determina que a administração móvel de Maria, que não possui qualquer vínculo com
pública direta e indireta adote critérios necessários para o poder público. Após a devida apuração, ficou provado
a melhor utilização possível dos recursos públicos, evi- que os dois condutores agiram com culpa.
tando desperdícios e garantindo a maior rentabilidade A partir dessa situação hipotética e considerando a dou-
social. trina majoritária referente à responsabilidade civil do Es-
tado, julgue o item que se segue.
( ) CERTO ( ) ERRADO A União tem direito de regresso em face de João, considerando
que, no caso, a responsabilidade do agente público é subjetiva.
5. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA
JUDICIÁRIA – CESPE – 2018) No que se refere à teoria ( ) CERTO ( ) ERRADO
do direito administrativo, julgue o item a seguir, conside-
rando o posicionamento majoritário da doutrina. 11. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – AUDITOR MUNI-
DIREITO ADMINISTRATIVO

A autotutela é entendida como a possibilidade de a ad- CIPAL DE CONTROLE INTERNO – CONHECIMENTOS


ministração pública revogar atos ilegais e anular atos in- BÁSICOS – CESPE – 2018) No tocante às organizações
convenientes e inoportunos sem a necessidade de inter- da sociedade civil de interesse público e aos consórcios
venção do Poder Judiciário. públicos, julgue o item subsequente.
O instrumento que estabelece o vínculo entre o poder
( ) CERTO ( ) ERRADO público e as organizações da sociedade civil de interesse
público é o termo de parceria.

( ) CERTO ( ) ERRADO

115
12. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – TÉCNICO MUNI- 18. (STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
CIPAL DE CONTROLE INTERNO – GERAL – CESPE – TRATIVA – CESPE – 2018) Acerca do direito adminis-
2018) Acerca da organização da administração direta e trativo, dos atos administrativos e dos agentes públicos,
indireta, centralizada e descentralizada, julgue o item a julgue o item a seguir.
seguir. Os empregados das empresas públicas submetem-se ao
Autarquia é pessoa jurídica criada por lei específica, com regime celetista e, por isso, estão fora do rol de agentes
personalidade jurídica de direito público. públicos.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

13. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – TÉCNICO MUNI- 19. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – TÉCNICO MUNICI-
CIPAL DE CONTROLE INTERNO – GERAL – CESPE – PAL DE CONTROLE INTERNO – CONHECIMENTOS
2018) Acerca da organização da administração direta e BÁSICOS – CESPE – 2018) No que se refere às carac-
indireta, centralizada e descentralizada, julgue o item a terísticas do poder de polícia e ao regime jurídico dos
seguir. agentes administrativos, julgue o item que se segue.
As sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime A garantia constitucional de permanecer no cargo pú-
trabalhista próprio das empresas privadas. blico após três anos de efetivo exercício denomina-se
efetividade.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
14. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – TÉCNICO MUNI-
CIPAL DE CONTROLE INTERNO – GERAL – CESPE – 20. (TRF-1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
2018) Acerca da organização da administração direta e ÁREA JUDICIÁRIA – CESPE – 2017) Considerando o
indireta, centralizada e descentralizada, julgue o item a disposto nas Leis n° 8.112/1990 e n° 8.429/1992, julgue o
seguir. item que se segue, acerca dos agentes públicos.
Define-se desconcentração como o fenômeno admi- Servidor público estável poderá perder o seu cargo em
nistrativo que consiste na distribuição de competências virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de
de determinada pessoa jurídica da administração direta processo administrativo disciplinar no qual lhe seja asse-
para outra pessoa jurídica, seja ela pública ou privada. gurada ampla defesa.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

15. (CGM DE JOÃO PESSOA/-PB – TÉCNICO MUNI- 21. (TRF-1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFI-
CIPAL DE CONTROLE INTERNO – GERAL – CESPE – CIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL – CESPE –
2018) Acerca da organização da administração direta e 2017) Com base na Lei nº 8.112/1990 e no regime jurídi-
indireta, centralizada e descentralizada, julgue o item a co aplicável aos agentes públicos, julgue o item a seguir.
seguir. A destituição de servidor de cargo em comissão ou de
A empresa pública, entidade da administração indireta, função comissionada não pode ser aplicada como pena-
possui personalidade jurídica de direito público. lidade disciplinar.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

16. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – TÉCNICO MUNI- 22. (TRF-1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA
CIPAL DE CONTROLE INTERNO – GERAL – CESPE – ADMINISTRATIVA – CESPE – 2017) A respeito dos
2018) Acerca da organização da administração direta e agentes públicos, julgue o item seguinte.
indireta, centralizada e descentralizada, julgue o item a Para que pessoas físicas que colaboram com o poder pú-
seguir. É possível a constituição de fundação pública de blico sejam consideradas agentes públicos é necessário
direito público ou de direito privado para a exploração que elas, obrigatoriamente, tenham vínculo empregatí-
direta de atividade econômica pelo Estado, quando rele- cio com a administração pública e sejam por esta remu-
vante ao interesse público. neradas, como ocorre, por exemplo, com os leiloeiros,
tradutores e intérpretes públicos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
DIREITO ADMINISTRATIVO

17. (TRF-1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA


ADMINISTRATIVA – CESPE – 2017) Com relação à ad- 23. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI-
ministração direta e indireta, centralizada e descentrali- NISTRATIVA – CESPE – 2018) A respeito do direito
zada, julgue o item a seguir. administrativo, dos atos administrativos e dos agentes
Administração direta remete à ideia de administração públicos e seu regime, julgue o item a seguir.
centralizada, ao passo que administração indireta se re- Após ser empossado, o servidor que não entrar em exer-
laciona à noção de administração descentralizada. cício no prazo legal será exonerado.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

116
24. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁ- 30. (STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATI-
RIA – CESPE – 2018) Acerca das regras aplicáveis aos VA - CESPE – 2018) Acerca dos poderes da administra-
servidores públicos do Poder Judiciário, e considerando ção pública e da responsabilidade civil do Estado, julgue
o que dispõe a Lei nº 8.112/1990 e a Lei nº 11.416/2006, o item a seguir.
julgue o item a seguir. Em razão da discricionariedade do poder hierárquico,
Provimento é o ato emanado da pessoa física designada não são considerados abuso de poder eventuais exces-
para ocupar um cargo público, por meio do qual ela ini- sos que o agente público, em exercício, sem dolo, venha
cia o exercício da função a que fora nomeada. a cometer.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

25. (TRF-1ª REGIÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 31. (PREFEITURA DE FORTALEZA-CE – PROCURA-


CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2017) Tendo como DOR DO MUNICÍPIO – CESPE – 2017) Com relação
referência o Código de Conduta da Justiça Federal de Primei- a processo administrativo, poderes da administração e
ro e Segundo Graus, as regras para provimento e vacância serviços públicos, julgue o item subsecutivo.
de cargos públicos, direitos e vantagens bem como o regime Situação hipotética: Um secretário municipal removeu
disciplinar dos servidores públicos, julgue o item a seguir. determinado assessor em razão de desentendimentos
Não há vedação para que servidor público que esteja em pessoais motivados por ideologia partidária. Assertiva:
gozo de licença para tratar de interesse particular parti- Nessa situação, o secretário agiu com abuso de poder, na
cipe da gerência ou administração de sociedade privada. modalidade excesso de poder, já que atos de remoção
de servidor não podem ter caráter punitivo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
26. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – AD-
MINISTRAÇÃO – CESPE – 2018) Julgue o item seguin- 32. (SEDF – PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA –
te, relativo ao regime dos servidores públicos federais e à CONHECIMENTOS BÁSICOS - CESPE – 2017) Acerca
ética no serviço público. de administração pública, organização do Estado e agen-
É dever do servidor público facilitar a fiscalização de ser- tes públicos, julgue o item a seguir.
viço público cuja prestação esteja sob sua responsabili- O abuso de poder pelos agentes públicos pode ocorrer
dade. tanto nos atos comissivos quanto nos omissivos.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

27. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRA- 33. (TRF-1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
TIVA – CESPE – 2018) Com base no disposto na Lei nº ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE – 2017) Alguns me-
8.112/1990, julgue o item seguinte. ses após a assinatura de contrato de concessão de gera-
Apesar de as instâncias administrativa e penal serem in- ção e transmissão de energia elétrica, a falta de chuvas
dependentes entre si, a eventual responsabilidade admi- comprometeu o nível dos reservatórios, o que deteriorou
nistrativa do servidor será afastada se, na esfera criminal, as condições de geração de energia, elevando os custos
ele for beneficiado por absolvição que negue a existência da concessionária. A agência reguladora promoveu, en-
do fato ou a sua autoria. tão, alterações tarifárias visando restabelecer o equilíbrio
econômico-financeiro firmado no contrato. Todavia, sem
( ) CERTO ( ) ERRADO que houvesse culpa ou dolo da concessionária, o forneci-
mento do serviço passou a ser intermitente, o que provo-
28. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRA- cou danos em eletrodomésticos de usuários de energia
TIVA – CESPE – 2018) Com base no disposto na Lei nº elétrica. Considerando essa situação hipotética, julgue o
8.112/1990, julgue o item seguinte. Será cassada a apo- item que se segue.
sentadoria voluntária do servidor inativo que for conde- A alteração tarifária promovida pela agência reguladora
nado pela prática de ato de improbidade administrativa é exemplo de exercício do poder hierárquico da agência
à época em que ainda estava na atividade. sobre as concessionárias.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO


DIREITO ADMINISTRATIVO

29. (FUB – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CES- 34. (TRF-1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –ÁREA
PE – 2016) Em conformidade com a Lei nº 8.112/1990 e ADMINISTRATIVA – CESPE – 2017) Com referência
suas alterações, julgue o item que se segue. aos poderes administrativos, julgue o item subsecutivo.
É lícito ao servidor público requerer licença por motivo Em regra, o poder regulamentar é dotado de originarie-
de doença do seu enteado, desde que este conste de dade e, por conseguinte, cria situações jurídicas novas,
seu assentamento funcional, mediante comprovação por não se restringindo apenas a explicitar ou complementar
perícia médica oficial. o sentido de leis já existentes.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

117
GABARITO
ANOTAÇÕES

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1 Errado
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2 Certo
3 Certo _________________________________________________
4 Certo _________________________________________________
5 Errado _________________________________________________
6 Certo
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7 Errado
8 Certo _________________________________________________

9 Certo _________________________________________________
10 Certo _________________________________________________
11 Certo
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12 Certo
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13 Certo
14 Errado _________________________________________________
15 Errado _________________________________________________
16 Errado
_________________________________________________
17 Certo
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18 Errado
19 Errado _________________________________________________
20 Certo _________________________________________________
21 Errado
_________________________________________________
22 Errado
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23 Certo
24 Errado _________________________________________________
25 Certo _________________________________________________
26 Certo _________________________________________________
27 Certo
_________________________________________________
28 Certo
29 Certo _________________________________________________

30 Errado _________________________________________________
31 Errado _________________________________________________
32 Certo
_________________________________________________
33 Errado
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34 Errado
DIREITO ADMINISTRATIVO

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118
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

Código de Trânsito Brasileiro: Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 com alterações até a data de publicação do edital....01
Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e suas alterações até a data de publicação do edital: 04/1998;
14/1998; 18/1998; 168/2004; 254/2007; 277/2008; 292/2008; 300/2008; 303/2008; 304/2008; 349/2010; 357/2010; 358/2010;
360/2010; 432/2013; 453/2013; 466/2013; 541/2015; 561/2015; 619/2016; 623/2016; 670/2017 e 723/2018.................................45
DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO: LEI Nº
9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997 COM Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto
ALTERAÇÕES ATÉ A DATA DE PUBLICAÇÃO de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Dis-
DO EDITAL. trito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o
exercício das atividades de planejamento, administra-
ção, normatização, pesquisa, registro e licenciamen-
to de veículos, formação, habilitação e reciclagem de
De acordo com o edital do concurso, o candidato condutores, educação, engenharia, operação do siste-
deve estudar o Código de Trânsito Brasileiro completo. ma viário, policiamento, fiscalização, julgamento de
Neste sentido, vamos facilitar o estudo. infrações e de recursos e aplicação de penalidades.
Você não será privado do texto em vigor. Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de
Observará que os textos que não estão em vigor, bem Trânsito:
como a indicação da nova lei que alterou o texto original I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trân-
não aparecerá no nosso material. Por que? Porque isso sito, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à
não é objeto de questões na prova e quando não é reti- defesa ambiental e à educação para o trânsito, e fisca-
rado tira a atenção do estudante. lizar seu cumprimento;
Vamos ao código. II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padro-
Vamos ser objetivos. nização de critérios técnicos, financeiros e administra-
tivos para a execução das atividades de trânsito;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes
de informações entre os seus diversos órgãos e entida-
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias ter- des, a fim de facilitar o processo decisório e a integra-
restres do território nacional, abertas à circulação, ção do Sistema.
rege-se por este Código. Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por seguintes órgãos e entidades:
pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, co-
conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, ordenador do Sistema e órgão máximo normativo e
estacionamento e operação de carga ou descarga. consultivo;
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o
todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRAN-
Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âm- DIFE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores;
bito das respectivas competências, adotar as medidas III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da
destinadas a assegurar esse direito. União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema pios;
Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das res- IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da
pectivas competências, objetivamente, por danos cau- União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
sados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou pios;
erro na execução e manutenção de programas, proje- V - a Polícia Rodoviária Federal;
tos e serviços que garantam o exercício do direito do VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Fe-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


trânsito seguro. deral; e
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infra-
ao Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em ções - JARI.
suas ações à defesa da vida, nela incluída a preserva- Art. 7o-A.  A autoridade portuária ou a entidade con-
ção da saúde e do meio-ambiente. cessionária de porto organizado poderá celebrar con-
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as vênios com os órgãos previstos no art. 7o, com a in-
avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, terveniência dos Municípios e Estados, juridicamente
as estradas e as rodovias, que terão seu uso regula- interessados, para o fim específico de facilitar a autu-
mentado pelo órgão ou entidade com circunscrição ação por descumprimento da legislação de trânsito.
sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as § 1o O convênio valerá para toda a área física do porto
circunstâncias especiais. organizado, inclusive, nas áreas dos terminais alfan-
Parágrafo único.  Para os efeitos deste Código, são degados, nas estações de transbordo, nas instalações
consideradas vias terrestres as praias abertas à circu- portuárias públicas de pequeno porte e nos respecti-
lação pública, as vias internas pertencentes aos con- vos estacionamentos ou vias de trânsito internas.
domínios constituídos por unidades autônomas e as Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos organizarão os respectivos órgãos e entidades execu-
privados de uso coletivo. tivos de trânsito e executivos rodoviários, estabelecen-
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a do os limites circunscricionais de suas atuações. Art.
qualquer veículo, bem como aos proprietários, condu- 9º O Presidente da República designará o ministério
tores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às pes- ou órgão da Presidência responsável pela coordena-
soas nele expressamente mencionadas. ção máxima do Sistema Nacional de Trânsito, ao qual
Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os estará vinculado o CONTRAN e subordinado o órgão
efeitos deste Código são os constantes do Anexo I. máximo executivo de trânsito da União.

1
 Art. 10.  O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), § 1º Cada Câmara é constituída por especialistas
com sede no Distrito Federal e presidido pelo dirigente representantes de órgãos e entidades executivos da
do órgão máximo executivo de trânsito da União, tem União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Muni-
a seguinte composição: cípios, em igual número, pertencentes ao Sistema Na-
III - um representante do Ministério da Ciência e Tec- cional de Trânsito, além de especialistas representan-
nologia; tes dos diversos segmentos da sociedade relacionados
IV - um representante do Ministério da Educação e do com o trânsito, todos indicados segundo regimento
Desporto; específico definido pelo CONTRAN e designados pelo
V - um representante do Ministério do Exército; ministro ou dirigente coordenador máximo do Siste-
VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente ma Nacional de Trânsito.
e da Amazônia Legal; § 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no pa-
VII - um representante do Ministério dos Transportes; rágrafo anterior, serão representados por pessoa jurí-
XX - um representante do ministério ou órgão coorde- dica e devem atender aos requisitos estabelecidos pelo
nador máximo do Sistema Nacional de Trânsito; CONTRAN.
XXII - um representante do Ministério da Saúde. § 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão
XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça. eleitos pelos respectivos membros.
XXIV - 1 (um) representante do Ministério do Desen- Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito
volvimento, Indústria e Comércio Exterior; - CETRAN e ao Conselho de Trânsito do Distrito Fede-
XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de ral - CONTRANDIFE:
Transportes Terrestres (ANTT). I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
Art. 12. Compete ao CONTRAN: trânsito, no âmbito das respectivas atribuições;
I - estabelecer as normas regulamentares referidas II - elaborar normas no âmbito das respectivas com-
petências;
neste Código e as diretrizes da Política Nacional de
III - responder a consultas relativas à aplicação da le-
Trânsito;
gislação e dos procedimentos normativos de trânsito;
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trân-
IV - estimular e orientar a execução de campanhas
sito, objetivando a integração de suas atividades; educativas de trânsito;
IV - criar Câmaras Temáticas; V - julgar os recursos interpostos contra decisões:
V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes a) das JARI;
para o funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE; b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos
VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI; casos de inaptidão permanente constatados nos exa-
VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das nor- mes de aptidão física, mental ou psicológica;
mas contidas neste Código e nas resoluções comple- VI - indicar um representante para compor a comissão
mentares; examinadora de candidatos portadores de deficiência
VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para física à habilitação para conduzir veículos automoto-
a aplicação das multas por infrações, a arrecadação e res;
o repasse dos valores arrecadados; VIII - acompanhar e coordenar as atividades de admi-
IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, nistração, educação, engenharia, fiscalização, policia-
relativas à aplicação da legislação de trânsito; mento ostensivo de trânsito, formação de condutores,
X - normatizar os procedimentos sobre a aprendiza- registro e licenciamento de veículos, articulando os
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

gem, habilitação, expedição de documentos de condu- órgãos do Sistema no Estado, reportando-se ao CON-
tores, e registro e licenciamento de veículos; TRAN;
XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência
de sinalização e os dispositivos e equipamentos de de trânsito no âmbito dos Municípios; e
trânsito; X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das
XII - apreciar os recursos interpostos contra as deci- exigências definidas nos §§ 1º e 2º do art. 333.
sões das instâncias inferiores, na forma deste Código; XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hi-
XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre pótese de reavaliação dos exames, junta especial de
conflitos de competência ou circunscrição, ou, quando saúde para examinar os candidatos à habilitação para
necessário, unificar as decisões administrativas; e conduzir veículos automotores.
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, jul-
XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competên-
gados pelo órgão, não cabe recurso na esfera admi-
cia de trânsito no âmbito da União, dos Estados e do
nistrativa.
Distrito Federal.
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRAN-
XV - normatizar o processo de formação do candidato DIFE são nomeados pelos Governadores dos Estados
à obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, es- e do Distrito Federal, respectivamente, e deverão ter
tabelecendo seu conteúdo didático-pedagógico, carga reconhecida experiência em matéria de trânsito.
horária, avaliações, exames, execução e fiscalização. § 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE
Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vincu- são nomeados pelos Governadores dos Estados e do
lados ao CONTRAN, são integradas por especialistas Distrito Federal, respectivamente.
e têm como objetivo estudar e oferecer sugestões e § 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE
embasamento técnico sobre assuntos específicos para deverão ser pessoas de reconhecida experiência em
decisões daquele colegiado. trânsito.

2
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CON- XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado
TRANDIFE é de dois anos, admitida a recondução. à segurança e à educação de trânsito;
Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de XIII - coordenar a administração do registro das in-
trânsito ou rodoviário funcionarão Juntas Administra- frações de trânsito, da pontuação e das penalidades
tivas de Recursos de Infrações - JARI, órgãos colegia- aplicadas no prontuário do infrator, da arrecadação
dos responsáveis pelo julgamento dos recursos inter- de multas e do repasse de que trata o § 1º do art. 320;
postos contra penalidades por eles impostas. XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Na-
Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, ob- cional de Trânsito informações sobre registros de veí-
servado o disposto no inciso VI do art. 12, e apoio ad- culos e de condutores, mantendo o fluxo permanente
ministrativo e financeiro do órgão ou entidade junto de informações com os demais órgãos do Sistema;
ao qual funcionem. XV - promover, em conjunto com os órgãos competen-
Art. 17. Compete às JARI: tes do Ministério da Educação e do Desporto, de acor-
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores; do com as diretrizes do CONTRAN, a elaboração e a
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trân- implementação de programas de educação de trânsito
sito e executivos rodoviários informações complemen- nos estabelecimentos de ensino;
tares relativas aos recursos, objetivando uma melhor XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos
análise da situação recorrida; para a educação de trânsito;
III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos
trânsito e executivos rodoviários informações sobre sobre o trânsito;
problemas observados nas autuações e apontados em XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e
recursos, e que se repitam sistematicamente. entidades do Sistema Nacional de Trânsito, e subme-
Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trân- ter à aprovação do CONTRAN, a complementação ou
sito da União: alteração da sinalização e dos dispositivos e equipa-
I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e mentos de trânsito;
a execução das normas e diretrizes estabelecidas pelo XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os
CONTRAN, no âmbito de suas atribuições; manuais e normas de projetos de implementação da
II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição sinalização, dos dispositivos e equipamentos de trân-
dos órgãos delegados, ao controle e à fiscalização da sito aprovados pelo CONTRAN;
execução da Política Nacional de Trânsito e do Pro- XX – expedir a permissão internacional para conduzir
grama Nacional de Trânsito; veículo e o certificado de passagem nas alfândegas
III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais mediante delegação aos órgãos executivos dos Esta-
de Trânsito, de Transporte e de Segurança Pública, ob- dos e do Distrito Federal ou a entidade habilitada para
jetivando o combate à violência no trânsito, promo- esse fim pelo poder público federal;
vendo, coordenando e executando o controle de ações XXI - promover a realização periódica de reuniões re-
para a preservação do ordenamento e da segurança gionais e congressos nacionais de trânsito, bem como
do trânsito; propor a representação do Brasil em congressos ou
IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de reuniões internacionais;
improbidade contra a fé pública, o patrimônio, ou a XXII - propor acordos de cooperação com organismos
administração pública ou privada, referentes à segu- internacionais, com vistas ao aperfeiçoamento das
rança do trânsito; ações inerentes à segurança e educação de trânsito;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


V - supervisionar a implantação de projetos e progra- XXIII - elaborar projetos e programas de formação,
mas relacionados com a engenharia, educação, ad- treinamento e especialização do pessoal encarrega-
ministração, policiamento e fiscalização do trânsito e do da execução das atividades de engenharia, edu-
outros, visando à uniformidade de procedimento; cação, policiamento ostensivo, fiscalização, operação
VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e administração de trânsito, propondo medidas que
e habilitação de condutores de veículos, a expedição estimulem a pesquisa científica e o ensino técnico-
de documentos de condutores, de registro e licencia- -profissional de interesse do trânsito, e promovendo
mento de veículos; a sua realização;
VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Na- XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito
cional de Habilitação, os Certificados de Registro e o interestadual e internacional;
de Licenciamento Anual mediante delegação aos ór- XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN
gãos executivos dos Estados e do Distrito Federal; as normas e requisitos de segurança veicular para fa-
VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Car- bricação e montagem de veículos, consoante sua des-
teiras de Habilitação - RENACH; tinação;
IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veícu- XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do
los Automotores - RENAVAM; código marca-modelo dos veículos para efeito de re-
X - organizar a estatística geral de trânsito no terri- gistro, emplacamento e licenciamento;
tório nacional, definindo os dados a serem fornecidos XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do
pelos demais órgãos e promover sua divulgação; CONTRAN, ao ministro ou dirigente coordenador má-
XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informa- ximo do Sistema Nacional de Trânsito;
ções sobre as ocorrências de acidentes de trânsito e as XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de
estatísticas do trânsito; trânsito e submetê-los, com proposta de solução, ao

3
Ministério ou órgão coordenador máximo do Sistema petência, com vistas à unificação do licenciamento,
Nacional de Trânsito; à simplificação e à celeridade das transferências de
XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo veículos e de prontuários de condutores de uma para
e financeiro ao CONTRAN. outra unidade da Federação;
XXX - organizar e manter o Registro Nacional de In- XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruí-
frações de Trânsito (Renainf). do produzidos pelos veículos automotores ou pela sua
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a defici- carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além
ência técnica ou administrativa ou a prática constante de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas
de atos de improbidade contra a fé pública, contra o dos órgãos ambientais.
patrimônio ou contra a administração pública, o ór- Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos
gão executivo de trânsito da União, mediante apro- rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal
vação do CONTRAN, assumirá diretamente ou por e dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
delegação, a execução total ou parcial das atividades I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
do órgão executivo de trânsito estadual que tenha trânsito, no âmbito de suas atribuições;
motivado a investigação, até que as irregularidades II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsi-
sejam sanadas. to de veículos, de pedestres e de animais, e promover
§ 2º O regimento interno do órgão executivo de trân- o desenvolvimento da circulação e da segurança de
sito da União disporá sobre sua estrutura organizacio- ciclistas;
nal e seu funcionamento. III - implantar, manter e operar o sistema de sinali-
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e zação, os dispositivos e os equipamentos de controle
executivos rodoviários da União, dos Estados, do Dis- viário;
trito Federal e dos Municípios fornecerão, obrigatoria- IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os aciden-
mente, mês a mês, os dados estatísticos para os fins tes de trânsito e suas causas;
previstos no inciso X. V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de policia-
Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âm-
mento ostensivo de trânsito, as respectivas diretrizes
bito das rodovias e estradas federais:
para o policiamento ostensivo de trânsito;
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar
trânsito, no âmbito de suas atribuições;
as penalidades de advertência, por escrito, e ainda as
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando
multas e medidas administrativas cabíveis, notifican-
operações relacionadas com a segurança pública, com
do os infratores e arrecadando as multas que aplicar;
o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das
VII - arrecadar valores provenientes de estada e re-
pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros;
III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infra- moção de veículos e objetos, e escolta de veículos de
ções de trânsito, as medidas administrativas decor- cargas superdimensionadas ou perigosas;
rentes e os valores provenientes de estada e remoção VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e me-
de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de didas administrativas cabíveis, relativas a infrações
cargas superdimensionadas ou perigosas; por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos,
IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar;
trânsito e dos serviços de atendimento, socorro e sal- IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art.
vamento de vítimas; 95, aplicando as penalidades e arrecadando as multas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar nele previstas;


medidas de segurança relativas aos serviços de remo- X - implementar as medidas da Política Nacional de
ção de veículos, escolta e transporte de carga indivi- Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
sível; XI - promover e participar de projetos e programas
VI - assegurar a livre circulação nas rodovias fede- de educação e segurança, de acordo com as diretrizes
rais, podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção estabelecidas pelo CONTRAN;
de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sis-
das normas legais relativas ao direito de vizinhança, tema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação
promovendo a interdição de construções e instalações e compensação de multas impostas na área de sua
não autorizadas; competência, com vistas à unificação do licenciamen-
VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos so- to, à simplificação e à celeridade das transferências de
bre acidentes de trânsito e suas causas, adotando ou veículos e de prontuários de condutores de uma para
indicando medidas operacionais preventivas e enca- outra unidade da Federação;
minhando-os ao órgão rodoviário federal; XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruí-
VIII - implementar as medidas da Política Nacional de do produzidos pelos veículos automotores ou pela sua
Segurança e Educação de Trânsito; carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além
IX - promover e participar de projetos e programas de dar apoio às ações específicas dos órgãos ambien-
de educação e segurança, de acordo com as diretrizes tais locais, quando solicitado;
estabelecidas pelo CONTRAN; XIV - vistoriar veículos que necessitem de autoriza-
X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema ção especial para transitar e estabelecer os requisitos
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e com- técnicos a serem observados para a circulação desses
pensação de multas impostas na área de sua com- veículos.

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Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do
de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbi- Distrito Federal:
to de sua circunscrição: III - executar a fiscalização de trânsito, quando e con-
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de forme convênio firmado, como agente do órgão ou
trânsito, no âmbito das respectivas atribuições; entidade executivos de trânsito ou executivos rodo-
II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de for- viários, concomitantemente com os demais agentes
mação, aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de credenciados;
condutores, expedir e cassar Licença de Aprendiza- Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos
gem, Permissão para Dirigir e Carteira Nacional de de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circuns-
Habilitação, mediante delegação do órgão federal crição:
competente; I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas
III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de se- de trânsito, no âmbito de suas atribuições;
gurança veicular, registrar, emplacar, selar a placa, e II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsi-
licenciar veículos, expedindo o Certificado de Registro to de veículos, de pedestres e de animais, e promover
e o Licenciamento Anual, mediante delegação do ór- o desenvolvimento da circulação e da segurança de
gão federal competente; ciclistas;
IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, III - implantar, manter e operar o sistema de sinali-
as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito; zação, os dispositivos e os equipamentos de controle
V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar viário;
as medidas administrativas cabíveis pelas infrações IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre
previstas neste Código, excetuadas aquelas relaciona- os acidentes de trânsito e suas causas;
das nos incisos VI e VIII do art. 24, no exercício regular V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia
do Poder de Polícia de Trânsito; ostensiva de trânsito, as diretrizes para o policiamento
VI - aplicar as penalidades por infrações previstas ostensivo de trânsito;
neste Código, com exceção daquelas relacionadas nos VI - executar a fiscalização de trânsito em vias terres-
incisos VII e VIII do art. 24, notificando os infratores e tres, edificações de uso público e edificações privadas
arrecadando as multas que aplicar; de uso coletivo, autuar e aplicar as medidas adminis-
VII - arrecadar valores provenientes de estada e remo- trativas cabíveis e as penalidades de advertência por
ção de veículos e objetos; escrito e multa, por infrações de circulação, estaciona-
VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da mento e parada previstas neste Código, no exercício
União a suspensão e a cassação do direito de dirigir regular do poder de polícia de trânsito, notificando os
e o recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação; infratores e arrecadando as multas que aplicar, exer-
IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre cendo iguais atribuições no âmbito de edificações pri-
acidentes de trânsito e suas causas; vadas de uso coletivo, somente para infrações de uso
X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de vagas reservadas em estacionamentos;
de atividades previstas na legislação de trânsito, na VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito
forma estabelecida em norma do CONTRAN; e multa, por infrações de circulação, estacionamento e
XI - implementar as medidas da Política Nacional de parada previstas neste Código, notificando os infrato-
Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito; res e arrecadando as multas que aplicar;
XII - promover e participar de projetos e programas de VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e me-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


educação e segurança de trânsito de acordo com as didas administrativas cabíveis relativas a infrações
diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos,
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sis-
bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar;
tema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art.
e compensação de multas impostas na área de sua
95, aplicando as penalidades e arrecadando as multas
competência, com vistas à unificação do licenciamen-
nele previstas;
to, à simplificação e à celeridade das transferências de
X - implantar, manter e operar sistema de estaciona-
veículos e de prontuários de condutores de uma para
mento rotativo pago nas vias;
outra unidade da Federação;
XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de XI - arrecadar valores provenientes de estada e remo-
trânsito e executivos rodoviários municipais, os dados ção de veículos e objetos, e escolta de veículos de car-
cadastrais dos veículos registrados e dos condutores gas superdimensionadas ou perigosas;
habilitados, para fins de imposição e notificação de XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e ado-
penalidades e de arrecadação de multas nas áreas de tar medidas de segurança relativas aos serviços de
suas competências; remoção de veículos, escolta e transporte de carga
XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruí- indivisível;
do produzidos pelos veículos automotores ou pela sua XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sis-
carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além tema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação
de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas e compensação de multas impostas na área de sua
dos órgãos ambientais locais; competência, com vistas à unificação do licenciamen-
XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema to, à simplificação e à celeridade das transferências de
Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do veículos e de prontuários dos condutores de uma para
respectivo CETRAN. outra unidade da Federação;

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XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter do-
Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito; mínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cui-
XV - promover e participar de projetos e programas de dados indispensáveis à segurança do trânsito.
educação e segurança de trânsito de acordo com as Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres aber-
diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN; tas à circulação obedecerá às seguintes normas:
XVI - planejar e implantar medidas para redução da I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admi-
circulação de veículos e reorientação do tráfego, com tindo-se as exceções devidamente sinalizadas;
o objetivo de diminuir a emissão global de poluentes; II - o condutor deverá guardar distância de segurança
XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, ve- lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem
ículos de tração e propulsão humana e de tração ani- como em relação ao bordo da pista, considerando-se,
mal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e no momento, a velocidade e as condições do local, da
arrecadando multas decorrentes de infrações; circulação, do veículo e as condições climáticas;
XVIII - conceder autorização para conduzir veículos III - quando veículos, transitando por fluxos que se
de propulsão humana e de tração animal; cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá
XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema preferência de passagem:
Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de ro-
respectivo CETRAN; dovia, aquele que estiver circulando por ela;
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando
XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruí-
por ela;
do produzidos pelos veículos automotores ou pela sua
c) nos demais casos, o que vier pela direita do con-
carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além
dutor;
de dar apoio às ações específicas de órgão ambiental IV - quando uma pista de rolamento comportar vá-
local, quando solicitado; rias faixas de circulação no mesmo sentido, são as da
XXI - vistoriar veículos que necessitem de autoriza- direita destinadas ao deslocamento dos veículos mais
ção especial para transitar e estabelecer os requisitos lentos e de maior porte, quando não houver faixa es-
técnicos a serem observados para a circulação desses pecial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas
veículos. à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de
§ 1º As competências relativas a órgão ou entidade maior velocidade;
municipal serão exercidas no Distrito Federal por seu V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e
órgão ou entidade executivos de trânsito. nos acostamentos, só poderá ocorrer para que se
§ 2º Para exercer as competências estabelecidas neste adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de
artigo, os Municípios deverão integrar-se ao Sistema estacionamento;
Nacional de Trânsito, conforme previsto no art. 333 VI - os veículos precedidos de batedores terão priori-
deste Código. dade de passagem, respeitadas as demais normas de
Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema circulação;
Nacional de Trânsito poderão celebrar convênio dele- VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e sal-
gando as atividades previstas neste Código, com vistas vamento, os de polícia, os de fiscalização e operação
à maior eficiência e à segurança para os usuários da de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de
via. trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e
Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito parada, quando em serviço de urgência e devidamen-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

poderão prestar serviços de capacitação técnica, as- te identificados por dispositivos regulamentares de
sessoria e monitoramento das atividades relativas ao alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente,
trânsito durante prazo a ser estabelecido entre as par- observadas as seguintes disposições:
tes, com ressarcimento dos custos apropriados. a) quando os dispositivos estiverem acionados, indi-
cando a proximidade dos veículos, todos os condutores
deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquer-
DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
da, indo para a direita da via e parando, se necessário;
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão
Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:
aguardar no passeio, só atravessando a via quando o
I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo
veículo já tiver passado pelo local;
ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de ilumina-
ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades
ção vermelha intermitente só poderá ocorrer quando
públicas ou privadas; da efetiva prestação de serviço de urgência;
II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo peri- d) a prioridade de passagem na via e no cruzamen-
goso, atirando, depositando ou abandonando na via to deverá se dar com velocidade reduzida e com os
objetos ou substâncias, ou nela criando qualquer ou- devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais
tro obstáculo. normas deste Código;
Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade
vias públicas, o condutor deverá verificar a existência pública, quando em atendimento na via, gozam de li-
e as boas condições de funcionamento dos equipa- vre parada e estacionamento no local da prestação de
mentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo
da existência de combustível suficiente para chegar ao estar identificados na forma estabelecida pelo CON-
local de destino. TRAN;

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IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento suficiente, nas passagens de nível, nas pontes e viadu-
deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização tos e nas travessias de pedestres, exceto quando hou-
regulamentar e as demais normas estabelecidas neste ver sinalização permitindo a ultrapassagem.
Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condu-
estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda; tor não poderá efetuar ultrapassagem.
X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultra- Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra
passagem, certificar-se de que: deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado para os demais usuários da via que o seguem, prece-
uma manobra para ultrapassá-lo; dem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição,
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não sua direção e sua velocidade.
haja indicado o propósito de ultrapassar um terceiro; Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que impli-
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa que um deslocamento lateral, o condutor deverá indi-
extensão suficiente para que sua manobra não ponha car seu propósito de forma clara e com a devida an-
em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido tecedência, por meio da luz indicadora de direção de
contrário; seu veículo, ou fazendo gesto convencional de braço.
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá: Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, a transposição de faixas, movimentos de conversão à
acionando a luz indicadora de direção do veículo ou direita, à esquerda e retornos.
por meio de gesto convencional de braço; Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, pro-
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultra- cedente de um lote lindeiro a essa via, deverá dar pre-
passa, de tal forma que deixe livre uma distância late- ferência aos veículos e pedestres que por ela estejam
ral de segurança; transitando.
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conver-
trânsito de origem, acionando a luz indicadora de di- são à esquerda e a operação de retorno deverão ser
reção do veículo ou fazendo gesto convencional de feitas nos locais apropriados e, onde estes não existi-
braço, adotando os cuidados necessários para não pôr rem, o condutor deverá aguardar no acostamento, à
em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ul- direita, para cruzar a pista com segurança.
trapassou; Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:
preferência de passagem sobre os demais, respeitadas I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o má-
as normas de circulação. ximo possível do bordo direito da pista e executar sua
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíne- manobra no menor espaço possível;
as a e b do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o
máximo possível de seu eixo ou da linha divisória da
transposição de faixas, que pode ser realizada tanto
pista, quando houver, caso se trate de uma pista com
pela faixa da esquerda como pela da direita.
circulação nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo,
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta
tratando-se de uma pista de um só sentido.
estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os
Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de
veículos de maior porte serão sempre responsáveis
direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedes-
pela segurança dos menores, os motorizados pelos
tres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pe-
contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas
destres. as normas de preferência de passagem.
Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno de-
segue tem o propósito de ultrapassá-lo, deverá: verá ser feita nos locais para isto determinados, quer
I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslo- por meio de sinalização, quer pela existência de locais
car-se para a faixa da direita, sem acelerar a marcha; apropriados, ou, ainda, em outros locais que ofereçam
II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter- condições de segurança e fluidez, observadas as ca-
-se naquela na qual está circulando, sem acelerar a racterísticas da via, do veículo, das condições meteo-
marcha. rológicas e da movimentação de pedestres e ciclistas.
Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às se-
fila, deverão manter distância suficiente entre si para guintes determinações:
permitir que veículos que os ultrapassem possam se I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, uti-
intercalar na fila com segurança. lizando luz baixa, durante a noite e durante o dia nos
Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultra- túneis providos de iluminação pública e nas rodovias;
passar um veículo de transporte coletivo que esteja II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz
parado, efetuando embarque ou desembarque de pas- alta, exceto ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo;
sageiros, deverá reduzir a velocidade, dirigindo com III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e
atenção redobrada ou parar o veículo com vistas à por curto período de tempo, com o objetivo de advertir
segurança dos pedestres. outros motoristas, só poderá ser utilizada para indicar
Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos a intenção de ultrapassar o veículo que segue à frente
em vias com duplo sentido de direção e pista única, ou para indicar a existência de risco à segurança para
nos trechos em curvas e em aclives sem visibilidade os veículos que circulam no sentido contrário;

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IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a
de posição do veículo quando sob chuva forte, neblina parada deverá restringir-se ao tempo indispensável
ou cerração; para embarque ou desembarque de passageiros, des-
V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes de que não interrompa ou perturbe o fluxo de veículos
situações: ou a locomoção de pedestres.
a) em imobilizações ou situações de emergência; Parágrafo único. A operação de carga ou descarga
b) quando a regulamentação da via assim o determi- será regulamentada pelo órgão ou entidade com cir-
nar; cunscrição sobre a via e é considerada estacionamen-
VI - durante a noite, em circulação, o condutor mante- to.
rá acesa a luz de placa; Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga
VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de e nos estacionamentos, o veículo deverá ser posiciona-
posição quando o veículo estiver parado para fins de do no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de
embarque ou desembarque de passageiros e carga ou rolamento e junto à guia da calçada (meio-fio), admi-
descarga de mercadorias. tidas as exceções devidamente sinalizadas.
Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo § 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos
regular de passageiros, quando circularem em faixas parados, estacionados ou em operação de carga ou
próprias a eles destinadas, e os ciclos motorizados de- descarga deverão estar situados fora da pista de ro-
verão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e lamento.
§ 2º O estacionamento dos veículos motorizados de
a noite.
duas rodas será feito em posição perpendicular à guia
Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de
da calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando hou-
buzina, desde que em toque breve, nas seguintes si-
ver sinalização que determine outra condição.
tuações:
§ 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do
I - para fazer as advertências necessárias a fim de evi- condutor poderá ser feito somente nos locais previstos
tar acidentes; neste Código ou naqueles regulamentados por sinali-
II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente zação específica.
advertir a um condutor que se tem o propósito de Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir
ultrapassá-lo. a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veícu-
Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente lo sem antes se certificarem de que isso não constitui
seu veículo, salvo por razões de segurança. perigo para eles e para outros usuários da via.
Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá Parágrafo único. O embarque e o desembarque de-
observar constantemente as condições físicas da via, vem ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para
do veículo e da carga, as condições meteorológicas e a o condutor.
intensidade do trânsito, obedecendo aos limites máxi- Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas
mos de velocidade estabelecidos para a via, além de: adjacentes às estradas e rodovias obedecerá às condi-
I - não obstruir a marcha normal dos demais veícu- ções de segurança do trânsito estabelecidas pelo ór-
los em circulação sem causa justificada, transitando a gão ou entidade com circunscrição sobre a via.
uma velocidade anormalmente reduzida; Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios
II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu constituídos por unidades autônomas, a sinalização
veículo deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo de regulamentação da via será implantada e mantida
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sem risco nem inconvenientes para os outros conduto- às expensas do condomínio, após aprovação dos pro-
res, a não ser que haja perigo iminente; jetos pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre
III - indicar, de forma clara, com a antecedência ne- a via.
cessária e a sinalização devida, a manobra de redução Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos
de velocidade. pela direita da pista, junto à guia da calçada (meio-
Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruza- -fio) ou acostamento, sempre que não houver faixa
mento, o condutor do veículo deve demonstrar pru- especial a eles destinada, devendo seus condutores
dência especial, transitando em velocidade moderada, obedecer, no que couber, às normas de circulação pre-
de forma que possa deter seu veículo com segurança vistas neste Código e às que vierem a ser fixadas pelo
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
para dar passagem a pedestre e a veículos que te-
Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem
nham o direito de preferência.
circular nas vias quando conduzidos por um guia, ob-
Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo
servado o seguinte:
lhe seja favorável, nenhum condutor pode entrar em
I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deve-
uma interseção se houver possibilidade de ser obri-
rão ser divididos em grupos de tamanho moderado e
gado a imobilizar o veículo na área do cruzamento,
separados uns dos outros por espaços suficientes para
obstruindo ou impedindo a passagem do trânsito
não obstruir o trânsito;
transversal. II - os animais que circularem pela pista de rolamento
Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização deverão ser mantidos junto ao bordo da pista.
temporária de um veículo no leito viário, em situação Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e
de emergência, deverá ser providenciada a imedia- ciclomotores só poderão circular nas vias:
ta sinalização de advertência, na forma estabelecida I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou
pelo CONTRAN. óculos protetores;

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II - segurando o guidom com as duas mãos; b) nas rodovias de pista simples:
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as 1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automó-
especificações do CONTRAN. veis, camionetas e motocicletas;
Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e 2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os
ciclomotores só poderão ser transportados: demais veículos;
I - utilizando capacete de segurança; c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por
II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em as- hora).
sento suplementar atrás do condutor; § 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as com circunscrição sobre a via poderá regulamentar,
especificações do CONTRAN. por meio de sinalização, velocidades superiores ou in-
Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela di- feriores àquelas estabelecidas no parágrafo anterior.
reita da pista de rolamento, preferencialmente no cen- Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior
tro da faixa mais à direita ou no bordo direito da pista à metade da velocidade máxima estabelecida, respei-
sempre que não houver acostamento ou faixa própria tadas as condições operacionais de trânsito e da via.
a eles destinada, proibida a sua circulação nas vias de Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos de-
trânsito rápido e sobre as calçadas das vias urbanas. vem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo ex-
Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou ceções regulamentadas pelo CONTRAN.
mais faixas de trânsito e a da direita for destinada ao Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para
uso exclusivo de outro tipo de veículo, os ciclomotores condutor e passageiros em todas as vias do territó-
deverão circular pela faixa adjacente à da direita. rio nacional, salvo em situações regulamentadas pelo
Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, CONTRAN.
a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclu-
houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quan- sive seus ensaios, em via aberta à circulação, só po-
do não for possível a utilização destes, nos bordos da derão ser realizadas mediante prévia permissão da
pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via
regulamentado para a via, com preferência sobre os e dependerão de:
veículos automotores. I - autorização expressa da respectiva confederação
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com cir- desportiva ou de entidades estaduais a ela filiadas;
cunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos ma-
de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos teriais à via;
automotores, desde que dotado o trecho com ciclo- III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em
faixa. favor de terceiros;
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinaliza- IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos
do pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a custos operacionais em que o órgão ou entidade per-
via, será permitida a circulação de bicicletas nos pas- missionária incorrerá.
seios. Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com a via arbitrará os valores mínimos da caução ou fian-
sua utilização, classificam-se em:
ça e do contrato de seguro.
I - vias urbanas:
a) via de trânsito rápido;
 DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS

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b) via arterial;
PROFISSIONAIS
c) via coletora;
d) via local;
Art. 67-A.  O disposto neste Capítulo aplica-se aos
II - vias rurais:
motoristas profissionais:
a) rodovias;
b) estradas. I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros;
Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via II - de transporte rodoviário de cargas.
será indicada por meio de sinalização, obedecidas Art. 67-C.  É vedado ao motorista profissional dirigir
suas características técnicas e as condições de trânsito. por mais de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas veícu-
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a los de transporte rodoviário coletivo de passageiros ou
velocidade máxima será de: de transporte rodoviário de cargas.
I - nas vias urbanas: § 1o Serão observados 30 (trinta) minutos para des-
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito canso dentro de cada 6 (seis) horas na condução de
rápido: veículo de transporte de carga, sendo facultado o seu
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais; fracionamento e o do tempo de direção desde que não
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras; ultrapassadas 5 (cinco) horas e meia contínuas no
d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais; exercício da condução.
II - nas vias rurais: § 1o-A.  Serão observados 30 (trinta) minutos para des-
a) nas rodovias de pista dupla: canso a cada 4 (quatro) horas na condução de veículo
1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para rodoviário de passageiros, sendo facultado o seu fra-
automóveis, camionetas e motocicletas; cionamento e o do tempo de direção.
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os § 2o Em situações excepcionais de inobservância justi-
demais veículos; ficada do tempo de direção, devidamente registradas,

9
o tempo de direção poderá ser elevado pelo período § 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios
necessário para que o condutor, o veículo e a carga ou quando não for possível a utilização destes, a cir-
cheguem a um lugar que ofereça a segurança e o culação de pedestres na pista de rolamento será fei-
atendimento demandados, desde que não haja com- ta com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da
prometimento da segurança rodoviária. pista, em fila única, exceto em locais proibidos pela
§ 3o O condutor é obrigado, dentro do período de 24 sinalização e nas situações em que a segurança ficar
(vinte e quatro) horas, a observar o mínimo de 11 comprometida.
(onze) horas de descanso, que podem ser fracionadas, § 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento
usufruídas no veículo e coincidir com os intervalos ou quando não for possível a utilização dele, a circula-
mencionados no § 1o, observadas no primeiro período ção de pedestres, na pista de rolamento, será feita com
8 (oito) horas ininterruptas de descanso. prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em
§ 4o Entende-se como tempo de direção ou de con- fila única, em sentido contrário ao deslocamento de
dução apenas o período em que o condutor estiver veículos, exceto em locais proibidos pela sinalização
efetivamente ao volante, em curso entre a origem e e nas situações em que a segurança ficar comprome-
tida.
o destino.
§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de
§ 5o Entende-se como início de viagem a partida do arte a serem construídas, deverá ser previsto passeio
veículo na ida ou no retorno, com ou sem carga, con- destinado à circulação dos pedestres, que não deve-
siderando-se como sua continuação as partidas nos rão, nessas condições, usar o acostamento.
dias subsequentes até o destino. § 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passa-
§ 6o O condutor somente iniciará uma viagem após o gem para pedestres, o órgão ou entidade com circuns-
cumprimento integral do intervalo de descanso previs- crição sobre a via deverá assegurar a devida sinaliza-
to no § 3o deste artigo. ção e proteção para circulação de pedestres.
§ 7o Nenhum transportador de cargas ou coletivo de Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre
passageiros, embarcador, consignatário de cargas, tomará precauções de segurança, levando em conta,
operador de terminais de carga, operador de trans- principalmente, a visibilidade, a distância e a veloci-
porte multimodal de cargas ou agente de cargas or- dade dos veículos, utilizando sempre as faixas ou pas-
denará a qualquer motorista a seu serviço, ainda que sagens a ele destinadas sempre que estas existirem
subcontratado, que conduza veículo referido no caput numa distância de até cinquenta metros dele, obser-
sem a observância do disposto no § 6o. vadas as seguintes disposições:
Art. 67-E.  O motorista profissional é responsável por I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento
controlar e registrar o tempo de condução estipulado da via deverá ser feito em sentido perpendicular ao de
seu eixo;
no art. 67-C, com vistas à sua estrita observância.
II - para atravessar uma passagem sinalizada para pe-
§ 1o A não observância dos períodos de descanso es-
destres ou delimitada por marcas sobre a pista:
tabelecidos no art. 67-C sujeitará o motorista profis- a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indica-
sional às penalidades daí decorrentes, previstas neste ções das luzes;
Código. b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o
§ 2o O tempo de direção será controlado mediante re- semáforo ou o agente de trânsito interrompa o fluxo
gistrador instantâneo inalterável de velocidade e tem- de veículos;
po e, ou por meio de anotação em diário de bordo, ou III - nas interseções e em suas proximidades, onde não
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

papeleta ou ficha de trabalho externo, ou por meios existam faixas de travessia, os pedestres devem atra-
eletrônicos instalados no veículo, conforme norma do vessar a via na continuação da calçada, observadas as
Contran. seguintes normas:
§ 3o O equipamento eletrônico ou registrador deverá a) não deverão adentrar na pista sem antes se certi-
funcionar de forma independente de qualquer inter- ficar de que podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de
ferência do condutor, quanto aos dados registrados. veículos;
§ 4o A guarda, a preservação e a exatidão das informa- b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pe-
ções contidas no equipamento registrador instantâneo destres não deverão aumentar o seu percurso, demo-
inalterável de velocidade e de tempo são de responsa- rar-se ou parar sobre ela sem necessidade.
bilidade do condutor. Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via
sobre as faixas delimitadas para esse fim terão priori-
dade de passagem, exceto nos locais com sinalização
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS
semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposi-
NÃO MOTORIZADOS ções deste Código.
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinaliza-
Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos pas- ção semafórica de controle de passagem será dada
seios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos preferência aos pedestres que não tenham concluído
acostamentos das vias rurais para circulação, poden- a travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo
do a autoridade competente permitir a utilização de liberando a passagem dos veículos.
parte da calçada para outros fins, desde que não seja Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a
prejudicial ao fluxo de pedestres. via manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta de pedestres em boas condições de visibilidade, higie-
equipara-se ao pedestre em direitos e deveres. ne, segurança e sinalização.

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DO CIDADÃO I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um cur-
rículo interdisciplinar com conteúdo programático so-
Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito bre segurança de trânsito;
de solicitar, por escrito, aos órgãos ou entidades do II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o
Sistema Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização trânsito nas escolas de formação para o magistério e o
e implantação de equipamentos de segurança, bem treinamento de professores e multiplicadores;
como sugerir alterações em normas, legislação e ou- III - a criação de corpos técnicos interprofissionais
tros assuntos pertinentes a este Código. para levantamento e análise de dados estatísticos re-
Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sis- lativos ao trânsito;
tema Nacional de Trânsito têm o dever de analisar as IV - a elaboração de planos de redução de acidentes
solicitações e responder, por escrito, dentro de prazos de trânsito junto aos núcleos interdisciplinares univer-
mínimos, sobre a possibilidade ou não de atendimen- sitários de trânsito, com vistas à integração universi-
to, esclarecendo ou justificando a análise efetuada, e, dades-sociedade na área de trânsito.
se pertinente, informando ao solicitante quando tal Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá
evento ocorrerá. ao Ministério da Saúde, mediante proposta do CON-
Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem es- TRAN, estabelecer campanha nacional esclarecendo
condutas a serem seguidas nos primeiros socorros em
clarecer quais as atribuições dos órgãos e entidades
caso de acidente de trânsito.
pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito e como
Parágrafo único. As campanhas terão caráter per-
proceder a tais solicitações.
manente por intermédio do Sistema Único de Saúde
- SUS, sendo intensificadas nos períodos e na forma
DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO estabelecidos no art. 76.
Art. 77-A.  São assegurados aos órgãos ou entida-
Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos des componentes do Sistema Nacional de Trânsito os
e constitui dever prioritário para os componentes do mecanismos instituídos nos arts. 77-B a 77-E para a
Sistema Nacional de Trânsito. veiculação de mensagens educativas de trânsito em
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação edu- todo o território nacional, em caráter suplementar às
cacional em cada órgão ou entidade componente do campanhas previstas nos arts. 75 e 77.
Sistema Nacional de Trânsito. Art. 77-B.  Toda peça publicitária destinada à divulga-
§ 2º Os órgãos ou entidades executivas de trânsito ção ou promoção, nos meios de comunicação social,
deverão promover, dentro de sua estrutura organi- de produto oriundo da indústria automobilística ou
zacional ou mediante convênio, o funcionamento de afim, incluirá, obrigatoriamente, mensagem educativa
Escolas Públicas de Trânsito, nos moldes e padrões es- de trânsito a ser conjuntamente veiculada.
tabelecidos pelo CONTRAN. § 1o Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os -se produtos oriundos da indústria automobilística ou
temas e os cronogramas das campanhas de âmbito afins:
nacional que deverão ser promovidas por todos os ór- I – os veículos rodoviários automotores de qualquer
gãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, espécie, incluídos os de passageiros e os de carga;
em especial nos períodos referentes às férias escolares, II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados
feriados prolongados e à Semana Nacional de Trân- nos veículos mencionados no inciso I.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


sito. § 2o  O disposto no caput deste artigo aplica-se à pro-
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de paganda de natureza comercial, veiculada por inicia-
Trânsito deverão promover outras campanhas no âm- tiva do fabricante do produto, em qualquer das se-
bito de sua circunscrição e de acordo com as peculia- guintes modalidades:
ridades locais. I – rádio;
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de II – televisão;
caráter permanente, e os serviços de rádio e difusão III – jornal;
sonora de sons e imagens explorados pelo poder pú- IV – revista;
blico são obrigados a difundi-las gratuitamente, com V – outdoor.
a frequência recomendada pelos órgãos competentes § 3o  Para efeito do disposto no § 2o, equiparam-se ao
do Sistema Nacional de Trânsito. fabricante o montador, o encarroçador, o importador
Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na e o revendedor autorizado dos veículos e demais pro-
pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio dutos discriminados no § 1o deste artigo.
de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos Art. 77-C.  Quando se tratar de publicidade veiculada
e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Edu- em outdoor instalado à margem de rodovia, dentro ou
cação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos fora da respectiva faixa de domínio, a obrigação pre-
Municípios, nas respectivas áreas de atuação. vista no art. 77-B estende-se à propaganda de qual-
Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste arti- quer tipo de produto e anunciante, inclusive àquela de
go, o Ministério da Educação e do Desporto, mediante caráter institucional ou eleitoral.
proposta do CONTRAN e do Conselho de Reitores das Art. 77-D.  O Conselho Nacional de Trânsito (Contran)
Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante especificará o conteúdo e o padrão de apresentação
convênio, promoverá: das mensagens, bem como os procedimentos envol-

11
vidos na respectiva veiculação, em conformidade com liário que possam gerar confusão, interferir na visibi-
as diretrizes fixadas para as campanhas educativas de lidade da sinalização e comprometer a segurança do
trânsito a que se refere o art. 75. trânsito.
Art. 77-E.  A veiculação de publicidade feita em desa- Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsi-
cordo com as condições fixadas nos arts. 77-A a 77-D to e respectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer
constitui infração punível com as seguintes sanções: tipo de publicidade, inscrições, legendas e símbolos
I – advertência por escrito; que não se relacionem com a mensagem da sinali-
II – suspensão, nos veículos de divulgação da publici- zação.
dade, de qualquer outra propaganda do produto, pelo Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer le-
prazo de até 60 (sessenta) dias; gendas ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à
III - multa de R$ 1.627,00 (mil, seiscentos e vinte e sete prévia aprovação do órgão ou entidade com circuns-
reais) a R$ 8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco crição sobre a via.
reais), cobrada do dobro até o quíntuplo em caso de Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circuns-
reincidência. crição sobre a via poderá retirar ou determinar a ime-
§ 1o  As sanções serão aplicadas isolada ou cumulati- diata retirada de qualquer elemento que prejudique
vamente, conforme dispuser o regulamento. a visibilidade da sinalização viária e a segurança do
§ 2o  Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, trânsito, com ônus para quem o tenha colocado.
qualquer infração acarretará a imediata suspensão da Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade
veiculação da peça publicitária até que sejam cumpri- de trânsito com circunscrição sobre a via à travessia de
das as exigências fixadas nos arts. 77-A a 77-D. pedestres deverão ser sinalizados com faixas pintadas
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do ou demarcadas no leito da via.
Desporto, do Trabalho, dos Transportes e da Justiça, Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina, ofi-
por intermédio do CONTRAN, desenvolverão e imple- cinas, estacionamentos ou garagens de uso coletivo
mentarão programas destinados à prevenção de aci- deverão ter suas entradas e saídas devidamente iden-
dentes. tificadas, na forma regulamentada pelo CONTRAN.
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do Art. 86-A.  As vagas de estacionamento regulamen-
total dos valores arrecadados destinados à Previdên- tado de que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei
cia Social, do Prêmio do Seguro Obrigatório de Danos deverão ser sinalizadas com as respectivas placas in-
Pessoais causados por Veículos Automotores de Via dicativas de destinação e com placas informando os
dados sobre a infração por estacionamento indevido.
Terrestre - DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de 19
Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:
de dezembro de 1974, serão repassados mensalmente
I - verticais;
ao Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito para
II - horizontais;
aplicação exclusiva em programas de que trata este
III - dispositivos de sinalização auxiliar;
artigo.
IV - luminosos;
Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito
V - sonoros;
poderão firmar convênio com os órgãos de educação
VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entre-
nicípios, objetivando o cumprimento das obrigações gue após sua construção, ou reaberta ao trânsito após
estabelecidas neste capítulo. a realização de obras ou de manutenção, enquanto
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não estiver devidamente sinalizada, vertical e hori-


DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO zontalmente, de forma a garantir as condições ade-
quadas de segurança na circulação.
Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras
da via, sinalização prevista neste Código e em legisla- deverá ser afixada sinalização específica e adequada.
ção complementar, destinada a condutores e pedes- Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de pre-
tres, vedada a utilização de qualquer outra. valência:
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condi- I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de
ções que a tornem perfeitamente visível e legível du- circulação e outros sinais;
rante o dia e a noite, em distância compatível com a II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais;
segurança do trânsito, conforme normas e especifica- III - as indicações dos sinais sobre as demais normas
ções do CONTRAN. de trânsito.
§ 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experi- Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste
mental e por período prefixado, a utilização de sinali- Código por inobservância à sinalização quando esta
zação não prevista neste Código. for insuficiente ou incorreta.
§ 3º  A responsabilidade pela instalação da sinalização § 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscri-
nas vias internas pertencentes aos condomínios cons- ção sobre a via é responsável pela implantação da si-
tituídos por unidades autônomas e nas vias e áreas de nalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou
estacionamento de estabelecimentos privados de uso incorreta colocação.
coletivo é de seu proprietário. § 2º O CONTRAN editará normas complementares
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido co- no que se refere à interpretação, colocação e uso da
locar luzes, publicidade, inscrições, vegetação e mobi- sinalização.

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DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, d) de tração animal;
DA FISCALIZAÇÃO E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO e) reboque ou semirreboque;
DE TRÂNSITO II - quanto à espécie:
a) de passageiros:
Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regula- 1 - bicicleta;
mentos a serem adotados em todo o território nacio- 2 - ciclomotor;
nal quando da implementação das soluções adotadas 3 - motoneta;
pela Engenharia de Tráfego, assim como padrões a 4 - motocicleta;
serem praticados por todos os órgãos e entidades do 5 - triciclo;
Sistema Nacional de Trânsito. 6 - quadriciclo;
Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa 7 - automóvel;
transformar-se em pólo atrativo de trânsito poderá ser 8 – micro ônibus;
aprovado sem prévia anuência do órgão ou entidade 9 - ônibus;
com circunscrição sobre a via e sem que do projeto 10 - bonde;
conste área para estacionamento e indicação das vias 11 - reboque ou semirreboque;
de acesso adequadas. 12 - charrete;
Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à se- b) de carga:
gurança de veículos e pedestres, tanto na via quanto 1 - motoneta;
na calçada, caso não possa ser retirado, deve ser devi- 2 - motocicleta;
da e imediatamente sinalizado. 3 - triciclo;
Parágrafo único. É proibida a utilização das ondula- 4 - quadriciclo;
ções transversais e de sonorizadores como redutores 5 - caminhonete;
de velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo 6 - caminhão;
órgão ou entidade competente, nos padrões e critérios 7 - reboque ou semirreboque;
estabelecidos pelo CONTRAN. 8 - carroça;
Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar 9 - carro-de-mão;
ou interromper a livre circulação de veículos e pedes- c) misto:
tres, ou colocar em risco sua segurança, será iniciada 1 - camioneta;
sem permissão prévia do órgão ou entidade de trânsi- 2 - utilitário;
to com circunscrição sobre a via. 3 - outros;
§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela d) de competição;
execução ou manutenção da obra ou do evento. e) de tração:
§ 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de 1 - caminhão-trator;
trânsito com circunscrição sobre a via avisará a co- 2 - trator de rodas;
munidade, por intermédio dos meios de comunicação 3 - trator de esteiras;
social, com quarenta e oito horas de antecedência, de 4 - trator misto;
qualquer interdição da via, indicando-se os caminhos f) especial;
alternativos a serem utilizados. g) de coleção;
§ 3º  O descumprimento do disposto neste artigo será III - quanto à categoria:
punido com multa de R$ 81,35 (oitenta e um reais e a) oficial;

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trinta e cinco centavos) a R$ 488,10 (quatrocentos e b) de representação diplomática, de repartições con-
oitenta e oito reais e dez centavos), independentemen- sulares de carreira ou organismos internacionais acre-
te das cominações cíveis e penais cabíveis, além de ditados junto ao Governo brasileiro;
multa diária no mesmo valor até a regularização da c) particular;
situação, a partir do prazo final concedido pela au- d) de aluguel;
toridade de trânsito, levando-se em consideração a e) de aprendizagem.
dimensão da obra ou do evento e o prejuízo causado Art. 97. As características dos veículos, suas especifica-
ao trânsito. ções básicas, configuração e condições essenciais para
§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservân- registro, licenciamento e circulação serão estabeleci-
cia de qualquer das normas previstas neste e nos arts. das pelo CONTRAN, em função de suas aplicações.
93 e 94, a autoridade de trânsito aplicará multa diária Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá,
na base de cinqüenta por cento do dia de vencimento sem prévia autorização da autoridade competente,
ou remuneração devida enquanto permanecer a irre- fazer ou ordenar que sejam feitas no veículo modifica-
gularidade. ções de suas características de fábrica.
Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usa-
DOS VEÍCULOS dos que sofrerem alterações ou conversões são obri-
gados a atender aos mesmos limites e exigências de
Art. 96. Os veículos classificam-se em: emissão de poluentes e ruído previstos pelos órgãos
I - quanto à tração: ambientais competentes e pelo CONTRAN, cabendo à
a) automotor; entidade executora das modificações e ao proprietário
b) elétrico; do veículo a responsabilidade pelo cumprimento das
c) de propulsão humana; exigências.

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Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres § 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos
o veículo cujo peso e dimensões atenderem aos limites e a periodicidade para que os fabricantes, os importa-
estabelecidos pelo CONTRAN. dores, os montadores e os encarroçadores comprovem
§ 1º O excesso de peso será aferido por equipamento o atendimento aos requisitos de segurança veicular,
de pesagem ou pela verificação de documento fiscal, devendo, para isso, manter disponíveis a qualquer
na forma estabelecida pelo CONTRAN. tempo os resultados dos testes e ensaios dos sistemas
§ 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de e componentes abrangidos pela legislação de segu-
peso bruto total e peso bruto transmitido por eixo rança veicular.
de veículos à superfície das vias, quando aferido por Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condi-
equipamento, na forma estabelecida pelo CONTRAN. ções de segurança, de controle de emissão de gases
§ 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na poluentes e de ruído avaliadas mediante inspeção,
pesagem de veículos serão aferidos de acordo com que será obrigatória, na forma e periodicidade esta-
a metodologia e na periodicidade estabelecidas pelo belecidas pelo CONTRAN para os itens de segurança
CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade de metrologia e pelo CONAMA para emissão de gases poluentes e
legal. ruído.
Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veícu- § 5º Será aplicada a medida administrativa de reten-
los poderá transitar com lotação de passageiros, com ção aos veículos reprovados na inspeção de segurança
peso bruto total, ou com peso bruto total combinado e na de emissão de gases poluentes e ruído.
com peso por eixo, superior ao fixado pelo fabricante, § 6º  Estarão isentos da inspeção de que trata o caput,
nem ultrapassar a capacidade máxima de tração da durante 3 (três) anos a partir do primeiro licenciamen-
unidade tratora. to, os veículos novos classificados na categoria parti-
§ 1º  Os veículos de transporte coletivo de passageiros cular, com capacidade para até 7 (sete) passageiros,
poderão ser dotados de pneus extralargos. desde que mantenham suas características originais
§ 2º  O Contran regulamentará o uso de pneus extra- de fábrica e não se envolvam em acidente de trânsito
largos para os demais veículos. com danos de média ou grande monta.
§ 3º  É permitida a fabricação de veículos de trans- § 7º  Para os demais veículos novos, o período de que
porte de passageiros de até 15 m (quinze metros) de
trata o § 6º será de 2 (dois) anos, desde que mante-
comprimento na configuração de chassi 8x2.
nham suas características originais de fábrica e não
Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utili-
se envolvam em acidente de trânsito com danos de
zado no transporte de carga indivisível, que não se en-
média ou grande monta.
quadre nos limites de peso e dimensões estabelecidos
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos,
pelo CONTRAN, poderá ser concedida, pela autorida-
entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN:
de com circunscrição sobre a via, autorização especial
I - cinto de segurança, conforme regulamentação es-
de trânsito, com prazo certo, válida para cada viagem,
atendidas as medidas de segurança consideradas ne- pecífica do CONTRAN, com exceção dos veículos des-
cessárias. tinados ao transporte de passageiros em percursos em
§ 1º A autorização será concedida mediante requeri- que seja permitido viajar em pé;
mento que especificará as características do veículo ou II - para os veículos de transporte e de condução esco-
combinação de veículos e de carga, o percurso, a data lar, os de transporte de passageiros com mais de dez
e o horário do deslocamento inicial. lugares e os de carga com peso bruto total superior
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

§ 2º A autorização não exime o beneficiário da res- a quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas,
ponsabilidade por eventuais danos que o veículo ou equipamento registrador instantâneo inalterável de
a combinação de veículos causar à via ou a terceiros. velocidade e tempo;
§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre cami- III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veícu-
nhões poderá ser concedida, pela autoridade com cir- los automotores, segundo normas estabelecidas pelo
cunscrição sobre a via, autorização especial de trânsi- CONTRAN;
to, com prazo de seis meses, atendidas as medidas de V - dispositivo destinado ao controle de emissão de
segurança consideradas necessárias. gases poluentes e de ruído, segundo normas estabele-
Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente cidas pelo CONTRAN.
equipado quando transitar, de modo a evitar o derra- VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização no-
mamento da carga sobre a via. turna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho
Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos mí- retrovisor do lado esquerdo.
nimos e a forma de proteção das cargas de que trata VII - equipamento suplementar de retenção - air bag
este artigo, de acordo com a sua natureza. frontal para o condutor e o passageiro do banco dian-
Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando teiro.
atendidos os requisitos e condições de segurança es- § 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos
tabelecidos neste Código e em normas do CONTRAN. obrigatórios dos veículos e determinará suas especifi-
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores cações técnicas.
e os encarroçadores de veículos deverão emitir certi- § 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipa-
ficado de segurança, indispensável ao cadastramento mento ou acessório proibido, sendo o infrator sujeito
no RENAVAM, nas condições estabelecidas pelo CON- às penalidades e medidas administrativas previstas
TRAN. neste Código.

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§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de cará-
os encarroçadores de veículos e os revendedores de- ter publicitário ou qualquer outra que possa desviar a
vem comercializar os seus veículos com os equipa- atenção dos condutores em toda a extensão do pára-
mentos obrigatórios definidos neste artigo, e com os -brisa e da traseira dos veículos, salvo se não colocar
demais estabelecidos pelo CONTRAN. em risco a segurança do trânsito.
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendi- Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encar-
mento do disposto neste artigo. roçadoras e fabricantes de veículos e autopeças são
§ 5o  A exigência estabelecida no inciso VII do caput responsáveis civil e criminalmente por danos causados
deste artigo será progressivamente incorporada aos aos usuários, a terceiros, e ao meio ambiente, decor-
novos projetos de automóveis e dos veículos deles de- rentes de falhas oriundas de projetos e da qualidade
rivados, fabricados, importados, montados ou encar- dos materiais e equipamentos utilizados na sua fabri-
roçados, a partir do 1o (primeiro) ano após a definição cação.
pelo Contran das especificações técnicas pertinentes e Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente
do respectivo cronograma de implantação e a partir por caracteres gravados no chassi ou no monobloco,
do 5o (quinto) ano, após esta definição, para os demais reproduzidos em outras partes, conforme dispuser o
automóveis zero quilômetro de modelos ou projetos já CONTRAN.
existentes e veículos deles derivados. § 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou
§ 6o  A exigência estabelecida no inciso VII do caput montador, de modo a identificar o veículo, seu fabri-
deste artigo não se aplica aos veículos destinados à cante e as suas características, além do ano de fabri-
exportação. cação, que não poderá ser alterado.
Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modi- § 2º As regravações, quando necessárias, depende-
ficação de veículo ou, ainda, quando ocorrer substitui- rão de prévia autorização da autoridade executiva de
ção de equipamento de segurança especificado pelo trânsito e somente serão processadas por estabeleci-
fabricante, será exigido, para licenciamento e registro, mento por ela credenciado, mediante a comprovação
certificado de segurança expedido por instituição téc- de propriedade do veículo, mantida a mesma identifi-
nica credenciada por órgão ou entidade de metrologia cação anterior, inclusive o ano de fabricação.
legal, conforme norma elaborada pelo CONTRAN. § 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permis-
Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao trans- são da autoridade executiva de trânsito, fazer, ou or-
porte individual ou coletivo de passageiros, deverão denar que se faça, modificações da identificação de
satisfazer, além das exigências previstas neste Código, seu veículo.
às condições técnicas e aos requisitos de segurança, Art. 115. O veículo será identificado externamente por
higiene e conforto estabelecidos pelo poder compe- meio de placas dianteira e traseira, sendo esta lacrada
tente para autorizar, permitir ou conceder a explora- em sua estrutura, obedecidas as especificações e mo-
ção dessa atividade. delos estabelecidos pelo CONTRAN.
Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a § 1º Os caracteres das placas serão individualizados
autoridade com circunscrição sobre a via poderá au- para cada veículo e o acompanharão até a baixa do
torizar, a título precário, o transporte de passageiros registro, sendo vedado seu reaproveitamento.
em veículo de carga ou misto, desde que obedecidas § 2º As placas com as cores verde e amarela da Ban-
as condições de segurança estabelecidas neste Código deira Nacional serão usadas somente pelos veículos
e pelo CONTRAN. de representação pessoal do Presidente e do Vice-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


Parágrafo único. A autorização citada no caput não -Presidente da República, dos Presidentes do Senado
poderá exceder a doze meses, prazo a partir do qual Federal e da Câmara dos Deputados, do Presidente e
a autoridade pública responsável deverá implantar o dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Mi-
serviço regular de transporte coletivo de passageiros, nistros de Estado, do Advogado-Geral da União e do
em conformidade com a legislação pertinente e com Procurador-Geral da República.
os dispositivos deste Código. § 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos
Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados Tribunais Federais, dos Governadores, Prefeitos, Se-
ao transporte de passageiros só pode ser realizado de cretários Estaduais e Municipais, dos Presidentes das
acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN. Assembléias Legislativas, das Câmaras Municipais,
Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas dos Presidentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito
características para competição ou finalidade análoga Federal, e do respectivo chefe do Ministério Público e
só poderá circular nas vias públicas com licença espe- ainda dos Oficiais Generais das Forças Armadas terão
cial da autoridade de trânsito, em itinerário e horário placas especiais, de acordo com os modelos estabele-
fixados. cidos pelo CONTRAN.
Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo: § 4o Os aparelhos automotores destinados a puxar
II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares ou a arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a
nos veículos em movimento, salvo nos que possuam executar trabalhos de construção ou de pavimentação
espelhos retrovisores em ambos os lados. são sujeitos ao registro na repartição competente, se
III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não, transitarem em via pública, dispensados o licencia-
painéis decorativos ou pinturas, quando comprometer mento e o emplacamento.
a segurança do veículo, na forma de regulamentação § 4o-A.  Os tratores e demais aparelhos automotores
do CONTRAN. destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola

15
ou a executar trabalhos agrícolas, desde que faculta- § 2º  Os veículos que saírem do território nacional sem
dos a transitar em via pública, são sujeitos ao registro o cumprimento do disposto no § 1º e que posterior-
único, sem ônus, em cadastro específico do Ministério mente forem flagrados tentando ingressar ou já em
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, acessível circulação no território nacional serão retidos até a
aos componentes do Sistema Nacional de Trânsito. regularização da situação.
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos
de uso bélico. DO REGISTRO DE VEÍCULOS
§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados
da placa dianteira. Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado,
§ 7o  Excepcionalmente, mediante autorização espe- reboque ou semi-reboque, deve ser registrado perante
cífica e fundamentada das respectivas corregedorias o órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
e com a devida comunicação aos órgãos de trânsito Federal, no Município de domicílio ou residência de
competentes, os veículos utilizados por membros do seu proprietário, na forma da lei.
Poder Judiciário e do Ministério Público que exerçam
§ 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do
competência ou atribuição criminal poderão tempo-
Distrito Federal somente registrarão veículos oficiais
rariamente ter placas especiais, de forma a impedir a
de propriedade da administração direta, da União,
identificação de seus usuários específicos, na forma de
regulamento a ser emitido, conjuntamente, pelo Con- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de
selho Nacional de Justiça - CNJ, pelo Conselho Na- qualquer um dos poderes, com indicação expressa,
cional do Ministério Público - CNMP e pelo Conselho por pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do
Nacional de Trânsito - CONTRAN. órgão ou entidade em cujo nome o veículo será regis-
§ 8o Os veículos artesanais utilizados para trabalho trado, excetuando-se os veículos de representação e os
agrícola ( jericos), para efeito do registro de que trata previstos no art. 116.
o § 4o-A, ficam dispensados da exigência prevista no § 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo
art. 106. de uso bélico.
§ 9º  As placas que possuírem tecnologia que permita Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certifica-
a identificação do veículo ao qual estão atreladas são do de Registro de Veículo - CRV de acordo com os mo-
dispensadas da utilização do lacre previsto no caput, delos e especificações estabelecidos pelo CONTRAN,
na forma a ser regulamentada pelo Contran. contendo as características e condições de invulnera-
Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Es- bilidade à falsificação e à adulteração.
tados e do Distrito Federal, devidamente registrados Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro
e licenciados, somente quando estritamente usados de Veículo o órgão executivo de trânsito consultará o
em serviço reservado de caráter policial, poderão usar cadastro do RENAVAM e exigirá do proprietário os se-
placas particulares, obedecidos os critérios e limites guintes documentos:
estabelecidos pela legislação que regulamenta o uso I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor,
de veículo oficial. ou documento equivalente expedido por autoridade
Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coleti- competente;
vos de passageiros deverão conter, em local facilmente II - documento fornecido pelo Ministério das Relações
visível, a inscrição indicativa de sua tara, do peso bruto Exteriores, quando se tratar de veículo importado por
total (PBT), do peso bruto total combinado (PBTC) ou membro de missões diplomáticas, de repartições con-
capacidade máxima de tração (CMT) e de sua lotação,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

sulares de carreira, de representações de organismos


vedado o uso em desacordo com sua classificação.
internacionais e de seus integrantes.
Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certifi-
DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL
cado de Registro de Veículo quando:
Art. 118. A circulação de veículo no território nacio- I - for transferida a propriedade;
nal, independentemente de sua origem, em trânsito II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou
entre o Brasil e os países com os quais exista acordo residência;
ou tratado internacional, reger-se-á pelas disposições III - for alterada qualquer característica do veículo;
deste Código, pelas convenções e acordos internacio- IV - houver mudança de categoria.
nais ratificados. § 1º No caso de transferência de propriedade, o pra-
Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de zo para o proprietário adotar as providências neces-
controle de fronteira comunicarão diretamente ao RE- sárias à efetivação da expedição do novo Certificado
NAVAM a entrada e saída temporária ou definitiva de de Registro de Veículo é de trinta dias, sendo que nos
veículos. demais casos as providências deverão ser imediatas.
§ 1º  Os veículos licenciados no exterior não poderão § 2º No caso de transferência de domicílio ou residên-
sair do território nacional sem o prévio pagamento cia no mesmo Município, o proprietário comunicará o
ou o depósito, judicial ou administrativo, dos valores novo endereço num prazo de trinta dias e aguardará
correspondentes às infrações de trânsito cometidas e o novo licenciamento para alterar o Certificado de Li-
ao ressarcimento de danos que tiverem causado ao cenciamento Anual.
patrimônio público ou de particulares, independente- § 3º A expedição do novo certificado será comunicada
mente da fase do processo administrativo ou judicial ao órgão executivo de trânsito que expediu o anterior
envolvendo a questão. e ao RENAVAM.

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Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de gistro de Veículo enquanto houver débitos fiscais e de
Registro de Veículo serão exigidos os seguintes docu- multas de trânsito e ambientais, vinculadas ao veículo,
mentos: independentemente da responsabilidade pelas infra-
I - Certificado de Registro de Veículo anterior; ções cometidas.
II - Certificado de Licenciamento Anual; Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de
III - comprovante de transferência de propriedade, propulsão humana e dos veículos de tração animal
quando for o caso, conforme modelo e normas esta- obedecerão à regulamentação estabelecida em legis-
belecidas pelo CONTRAN; lação municipal do domicílio ou residência de seus
IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de proprietários.
poluentes e ruído, quando houver adaptação ou alte- Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos
ração de características do veículo; automotores destinados a puxar ou a arrastar maqui-
V - comprovante de procedência e justificativa da pro- naria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas será
priedade dos componentes e agregados adaptados ou efetuado, sem ônus, pelo Ministério da Agricultura,
montados no veículo, quando houver alteração das Pecuária e Abastecimento, diretamente ou mediante
características originais de fábrica; convênio.
VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores,
no caso de veículo da categoria de missões diplomá- DO LICENCIAMENTO
ticas, de repartições consulares de carreira, de repre-
sentações de organismos internacionais e de seus in- Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado,
tegrantes; reboque ou semirreboque, para transitar na via, deve-
VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, rá ser licenciado anualmente pelo órgão executivo de
expedida no Município do registro anterior, que pode- trânsito do Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver
rá ser substituída por informação do RENAVAM; registrado o veículo.
VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a § 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de
tributos, encargos e multas de trânsito vinculados ao uso bélico.
veículo, independentemente da responsabilidade pe- § 2º No caso de transferência de residência ou domi-
las infrações cometidas; cílio, é válido, durante o exercício, o licenciamento de
X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto origem.
no art. 98, quando houver alteração nas característi- Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será
cas originais do veículo que afetem a emissão de po- expedido ao veículo licenciado, vinculado ao Certifica-
luentes e ruído; do de Registro, no modelo e especificações estabeleci-
XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular dos pelo CONTRAN.
e de poluentes e ruído, quando for o caso, conforme § 1º O primeiro licenciamento será feito simultanea-
regulamentações do CONTRAN e do CONAMA. mente ao registro.
Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, § 2º O veículo somente será considerado licenciado
os agregados e as características originais do veículo estando quitados os débitos relativos a tributos, en-
deverão ser prestadas ao RENAVAM: cargos e multas de trânsito e ambientais, vinculados
I - pelo fabricante ou montadora, antes da comerciali- ao veículo, independentemente da responsabilidade
zação, no caso de veículo nacional; pelas infrações cometidas.
II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo impor- § 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá com-

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tado por pessoa física; provar sua aprovação nas inspeções de segurança vei-
III - pelo importador, no caso de veículo importado por cular e de controle de emissões de gases poluentes e
pessoa jurídica. de ruído, conforme disposto no art. 104.
Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENA- Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licen-
VAM serão repassadas ao órgão executivo de trânsito ciamento e terão sua circulação regulada pelo CON-
responsável pelo registro, devendo este comunicar ao TRAN durante o trajeto entre a fábrica e o Município
RENAVAM, tão logo seja o veículo registrado. de destino.
Art. 126.  O proprietário de veículo irrecuperável, ou § 1o O disposto neste artigo aplica-se, igualmente,
destinado à desmontagem, deverá requerer a baixa aos veículos importados, durante o trajeto entre a al-
do registro, no prazo e forma estabelecidos pelo Con- fândega ou entreposto alfandegário e o Município de
tran, vedada a remontagem do veículo sobre o mesmo destino.
chassi de forma a manter o registro anterior. Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licen-
Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo ciamento Anual.
é da companhia seguradora ou do adquirente do veí- Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no
culo destinado à desmontagem, quando estes sucede- momento da fiscalização, for possível ter acesso ao de-
rem ao proprietário. vido sistema informatizado para verificar se o veículo
Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só está licenciado.
efetuará a baixa do registro após prévia consulta ao Art. 134. No caso de transferência de propriedade,
cadastro do RENAVAM. o proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão
Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá executivo de trânsito do Estado dentro de um prazo
ser esta comunicada, de imediato, ao RENAVAM. de trinta dias, cópia autenticada do comprovante de
Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Re- transferência de propriedade, devidamente assinado e

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datado, sob pena de ter que se responsabilizar soli- rização emitida pelo órgão ou entidade executivo de
dariamente pelas penalidades impostas e suas reinci- trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se,
dências até a data da comunicação. para tanto:
Parágrafo único. O comprovante de transferência de I – registro como veículo da categoria de aluguel;
propriedade de que trata o caput poderá ser substituí- II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fi-
do por documento eletrônico, na forma regulamenta- xado no chassi do veículo, destinado a proteger o mo-
da pelo Contran. tor e a perna do condutor em caso de tombamento,
Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao trans- nos termos de regulamentação do Conselho Nacional
porte individual ou coletivo de passageiros de linhas de Trânsito – Contran;
regulares ou empregados em qualquer serviço remu- III – instalação de aparador de linha antena corta-pi-
nerado, para registro, licenciamento e respectivo em- pas, nos termos de regulamentação do Contran;
placamento de característica comercial, deverão estar IV – inspeção semestral para verificação dos equipa-
devidamente autorizados pelo poder público conce- mentos obrigatórios e de segurança.
dente. § 1o  A instalação ou incorporação de dispositivos para
transporte de cargas deve estar de acordo com a regu-
DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES lamentação do Contran.
§ 2o  É proibido o transporte de combustíveis, produ-
Art. 136. Os veículos especialmente destinados à con- tos inflamáveis ou tóxicos e de galões nos veículos de
dução coletiva de escolares somente poderão circular que trata este artigo, com exceção do gás de cozinha
nas vias com autorização emitida pelo órgão ou enti- e de galões contendo água mineral, desde que com o
dade executivos de trânsito dos Estados e do Distrito auxílio de side-car, nos termos de regulamentação do
Federal, exigindo-se, para tanto: Contran.
I - registro como veículo de passageiros; Art. 139-B.  O disposto neste Capítulo não exclui a
II - inspeção semestral para verificação dos equipa-
competência municipal ou estadual de aplicar as exi-
mentos obrigatórios e de segurança;
gências previstas em seus regulamentos para as ativi-
III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com
dades de moto-frete no âmbito de suas circunscrições.
quarenta centímetros de largura, à meia altura, em
toda a extensão das partes laterais e traseira da car-
roçaria, com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, DA HABILITAÇÃO
em caso de veículo de carroçaria pintada na cor ama-
rela, as cores aqui indicadas devem ser invertidas; Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automo-
IV - equipamento registrador instantâneo inalterável tor e elétrico será apurada por meio de exames que
de velocidade e tempo; deverão ser realizados junto ao órgão ou entidade
V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispos- executivos do Estado ou do Distrito Federal, do domi-
tas nas extremidades da parte superior dianteira e cílio ou residência do candidato, ou na sede estadual
lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade ou distrital do próprio órgão, devendo o condutor pre-
superior da parte traseira; encher os seguintes requisitos:
VI - cintos de segurança em número igual à lotação; I - ser penalmente imputável;
VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios es- II - saber ler e escrever;
tabelecidos pelo CONTRAN. III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

Art. 137. A autorização a que se refere o artigo ante- Parágrafo único. As informações do candidato à habi-
rior deverá ser afixada na parte interna do veículo, em litação serão cadastradas no RENACH.
local visível, com inscrição da lotação permitida, sendo Art. 141. O processo de habilitação, as normas relati-
vedada a condução de escolares em número superior vas à aprendizagem para conduzir veículos automoto-
à capacidade estabelecida pelo fabricante. res e elétricos e à autorização para conduzir ciclomo-
Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução tores serão regulamentados pelo CONTRAN.
de escolares deve satisfazer os seguintes requisitos: § 1º A autorização para conduzir veículos de propul-
I - ter idade superior a vinte e um anos; são humana e de tração animal ficará a cargo dos
II - ser habilitado na categoria D; Municípios.
IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou gra- Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em
víssima, ou ser reincidente em infrações médias du- outro país está subordinado às condições estabeleci-
rante os doze últimos meses; das em convenções e acordos internacionais e às nor-
V - ser aprovado em curso especializado, nos termos mas do CONTRAN.
da regulamentação do CONTRAN. Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas cate-
Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a com- gorias de A a E, obedecida a seguinte gradação:
petência municipal de aplicar as exigências previstas I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de
em seus regulamentos, para o transporte de escolares. duas ou três rodas, com ou sem carro lateral;
II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não
DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE
abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não
exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lo-
Art. 139-A.  As motocicletas e motonetas destinadas
tação não exceda a oito lugares, excluído o do moto-
ao transporte remunerado de mercadorias – moto-
rista;
-frete – somente poderão circular nas vias com auto-

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III - Categoria C - condutor de veículo motorizado uti- Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o
lizado em transporte de carga, cujo peso bruto total condutor deverá realizar exames complementares exi-
exceda a três mil e quinhentos quilogramas; gidos para habilitação na categoria pretendida.
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado uti- Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-
lizado no transporte de passageiros, cuja lotação exce- -se a exames realizados pelo órgão executivo de trân-
da a oito lugares, excluído o do motorista; sito, na seguinte ordem:
V - Categoria E - condutor de combinação de veículos I - de aptidão física e mental;
em que a unidade tratora se enquadre nas categorias III - escrito, sobre legislação de trânsito;
B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirre- IV - de noções de primeiros socorros, conforme regula-
boque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil mentação do CONTRAN;
quilogramas) ou mais de peso bruto total, ou cuja lo- V - de direção veicular, realizado na via pública, em
tação exceda a 8 (oito) lugares. veículo da categoria para a qual estiver habilitando-se.
§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor de- § 1º  Os resultados dos exames e a identificação dos
verá estar habilitado no mínimo há um ano na cate- respectivos examinadores serão registrados no RENA-
CH.
goria B e não ter cometido nenhuma infração grave
§ 2º O exame de aptidão física e mental será preli-
ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias,
minar e renovável a cada cinco anos, ou a cada três
durante os últimos doze meses.
anos para condutores com mais de sessenta e cinco
§ 2o  São os condutores da categoria B autorizados anos de idade, no local de residência ou domicílio do
a conduzir veículo automotor da espécie motor-casa, examinado.
definida nos termos do Anexo I deste Código, cujo § 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação psi-
peso não exceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cológica preliminar e complementar sempre que a ele
cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o se submeter o condutor que exerce atividade remu-
do motorista. nerada ao veículo, incluindo-se esta avaliação para
§ 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da os demais candidatos apenas no exame referente à
combinação de veículos com mais de uma unidade primeira habilitação.
tracionada, independentemente da capacidade de § 4º Quando houver indícios de deficiência física,
tração ou do peso bruto total. mental, ou de progressividade de doença que possa
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator diminuir a capacidade para conduzir o veículo, o pra-
misto ou o equipamento automotor destinado à movi- zo previsto no § 2º poderá ser diminuído por proposta
mentação de cargas ou execução de trabalho agrícola, do perito examinador.
de terraplenagem, de construção ou de pavimentação § 5o O condutor que exerce atividade remunerada ao
só podem ser conduzidos na via pública por condutor veículo terá essa informação incluída na sua Carteira
habilitado nas categorias C, D ou E. Nacional de Habilitação, conforme especificações do
Parágrafo único.  O trator de roda e os equipamentos Conselho Nacional de Trânsito – Contran.
automotores destinados a executar trabalhos agríco- Art. 147-A.  Ao candidato com deficiência auditiva é
las poderão ser conduzidos em via pública também assegurada acessibilidade de comunicação, mediante
por condutor habilitado na categoria B. emprego de tecnologias assistivas ou de ajudas téc-
Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para nicas em todas as etapas do processo de habilitação.
conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros, § 1o  O material didático audiovisual utilizado em au-
de escolares, de emergência ou de produto perigoso, las teóricas dos cursos que precedem os exames pre-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


o candidato deverá preencher os seguintes requisitos: vistos no art. 147 desta Lei deve ser acessível, por meio
de subtitulação com legenda oculta associada à tra-
I - ser maior de vinte e um anos;
dução simultânea em Libras.
II - estar habilitado:
§ 2o  É assegurado também ao candidato com defici-
a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mí-
ência auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os ser-
nimo há um ano na categoria C, quando pretender viços de intérprete da Libras, para acompanhamento
habilitar-se na categoria D; e em aulas práticas e teóricas.
b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pre- Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de dire-
tender habilitar-se na categoria E; ção veicular, poderão ser aplicados por entidades pú-
III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gra- blicas ou privadas credenciadas pelo órgão executivo
víssima ou ser reincidente em infrações médias duran- de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, de acordo
te os últimos doze meses; com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.
IV - ser aprovado em curso especializado e em curso § 1º A formação de condutores deverá incluir, obriga-
de treinamento de prática veicular em situação de ris- toriamente, curso de direção defensiva e de conceitos
co, nos termos da normatização do CONTRAN. básicos de proteção ao meio ambiente relacionados
Parágrafo único.  A participação em curso especializa- com o trânsito.
do previsto no inciso IV independe da observância do § 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão
disposto no inciso III. para Dirigir, com validade de um ano.
Art. 145-A.  Além do disposto no art. 145, para con- § 3º A Carteira Nacional de Habilitação será confe-
duzir ambulâncias, o candidato deverá comprovar rida ao condutor no término de um ano, desde que
treinamento especializado e reciclagem em cursos es- o mesmo não tenha cometido nenhuma infração de
pecíficos a cada 5 (cinco) anos, nos termos da norma- natureza grave ou gravíssima ou seja reincidente em
tização do Contran. infração média.

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§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habili- Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito
tação, tendo em vista a incapacidade de atendimento sobre legislação de trânsito ou de direção veicular, o
do disposto no parágrafo anterior, obriga o candidato candidato só poderá repetir o exame depois de decor-
a reiniciar todo o processo de habilitação. ridos quinze dias da divulgação do resultado.
§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN po- Art. 152.  O exame de direção veicular será realiza-
derá dispensar os tripulantes de aeronaves que apre- do perante comissão integrada por 3 (três) membros
sentarem o cartão de saúde expedido pelas Forças designados pelo dirigente do órgão executivo local de
Armadas ou pelo Departamento de Aeronáutica Civil, trânsito.
respectivamente, da prestação do exame de aptidão § 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo
física e mental. menos um membro deverá ser habilitado na categoria
Art. 148-A.  Os condutores das categorias C, D e E igual ou superior à pretendida pelo candidato.
deverão submeter-se a exames toxicológicos para a § 2º  Os militares das Forças Armadas e os policiais e
habilitação e renovação da Carteira Nacional de Ha- bombeiros dos órgãos de segurança pública da União,
bilitação. dos Estados e do Distrito Federal que possuírem curso
§ 1o  O exame de que trata este artigo buscará aferir de formação de condutor ministrado em suas corpo-
o consumo de substâncias psicoativas que, compro- rações serão dispensados, para a concessão do docu-
vadamente, comprometam a capacidade de direção e mento de habilitação, dos exames aos quais se houve-
deverá ter janela de detecção mínima de 90 (noventa) rem submetido com aprovação naquele curso, desde
dias, nos termos das normas do Contran. que neles sejam observadas as normas estabelecidas
§ 2o  Os condutores das categorias C, D e E com Car- pelo Contran.
teira Nacional de Habilitação com validade de 5 (cin- § 3º  O militar, o policial ou o bombeiro militar inte-
co) anos deverão fazer o exame previsto no § 1o no ressado na dispensa de que trata o § 2º instruirá seu
prazo de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses a contar da requerimento com ofício do comandante, chefe ou di-
realização do disposto no caput. retor da unidade administrativa onde prestar serviço,
§ 3o  Os condutores das categorias C, D e E com Car- do qual constarão o número do registro de identifi-
teira Nacional de Habilitação com validade de 3 (três) cação, naturalidade, nome, filiação, idade e categoria
anos deverão fazer o exame previsto no § 1o no prazo em que se habilitou a conduzir, acompanhado de có-
de 1 (um) ano e 6 (seis) meses a contar da realização pia das atas dos exames prestados.
do disposto no caput. Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuá-
§ 4o  É garantido o direito de contraprova e de recurso rio a identificação de seus instrutores e examinadores,
administrativo no caso de resultado positivo para o que serão passíveis de punição conforme regulamen-
exame de que trata o caput, nos termos das normas tação a ser estabelecida pelo CONTRAN.
do Contran. Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instru-
§ 5o  A reprovação no exame previsto neste artigo terá tores e examinadores serão de advertência, suspensão
como consequência a suspensão do direito de dirigir e cancelamento da autorização para o exercício da
pelo período de 3 (três) meses, condicionado o levan- atividade, conforme a falta cometida.
tamento da suspensão ao resultado negativo em novo Art. 154. Os veículos destinados à formação de con-
exame, e vedada a aplicação de outras penalidades, dutores serão identificados por uma faixa amarela, de
ainda que acessórias. vinte centímetros de largura, pintada ao longo da car-
§ 6o  O resultado do exame somente será divulgado roçaria, à meia altura, com a inscrição AUTO-ESCOLA
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para o interessado e não poderá ser utilizado para fins na cor preta.
estranhos ao disposto neste artigo ou no § 6o do art. Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado
168 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, apro- para aprendizagem, quando autorizado para servir a
vada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. esse fim, deverá ser afixada ao longo de sua carro-
§ 7o  O exame será realizado, em regime de livre con- çaria, à meia altura, faixa branca removível, de vinte
corrência, pelos laboratórios credenciados pelo De- centímetros de largura, com a inscrição AUTO-ESCO-
partamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, nos LA na cor preta.
termos das normas do Contran, vedado aos entes pú- Art. 155. A formação de condutor de veículo automo-
blicos: tor e elétrico será realizada por instrutor autorizado
I - fixar preços para os exames; pelo órgão executivo de trânsito dos Estados ou do
II - limitar o número de empresas ou o número de Distrito Federal, pertencente ou não à entidade cre-
locais em que a atividade pode ser exercida; e denciada.
III - estabelecer regras de exclusividade territorial. Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autoriza-
Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo ção para aprendizagem, de acordo com a regulamen-
anterior, o condutor que não tenha curso de direção tação do CONTRAN, após aprovação nos exames de
defensiva e primeiros socorros deverá a eles ser sub- aptidão física, mental, de primeiros socorros e sobre
metido, conforme normatização do CONTRAN. legislação de trânsito.
Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credencia-
contratados para operar a sua frota de veículos é obri- mento para prestação de serviço pelas auto-escolas e
gada a fornecer curso de direção defensiva, primeiros outras entidades destinadas à formação de conduto-
socorros e outros conforme normatização do CON- res e às exigências necessárias para o exercício das
TRAN. atividades de instrutor e examinador.

20
Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se: o infrator sujeito às penalidades e medidas adminis-
I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo ór- trativas indicadas em cada artigo, além das punições
gão executivo de trânsito; previstas nos crimes de trânsito.
II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado. Parágrafo único. As infrações cometidas em relação
§ 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utiliza- às resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e
do na aprendizagem poderá conduzir apenas mais um medidas administrativas definidas nas próprias reso-
acompanhante. luções.
§ 2o  Parte da aprendizagem será obrigatoriamente re- Art. 162. Dirigir veículo:
alizada durante a noite, cabendo ao CONTRAN fixar- I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Per-
-lhe a carga horária mínima correspondente. missão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ci-
Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida clomotor:
em modelo único e de acordo com as especificações Infração - gravíssima;
do CONTRAN, atendidos os pré-requisitos estabeleci- Penalidade - multa (três vezes);
dos neste Código, conterá fotografia, identificação e Medida administrativa - retenção do veículo até a
CPF do condutor, terá fé pública e equivalerá a do- apresentação de condutor habilitado;
cumento de identidade em todo o território nacional. II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão
§ 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor
da Carteira Nacional de Habilitação quando o condu- cassada ou com suspensão do direito de dirigir:
tor estiver à direção do veículo. Infração - gravíssima; 
§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Penalidade - multa (três vezes);
Habilitação será regulamentada pelo CONTRAN. Medida administrativa - recolhimento do documento
§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão de habilitação e retenção do veículo até a apresenta-
para Dirigir somente terão validade para a condução ção de condutor habilitado;
de veículo quando apresentada em original. III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permis-
§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habili- são para Dirigir de categoria diferente da do veículo
tação expedida e a da autoridade expedidora serão que esteja conduzindo:
registradas no RENACH. Infração - gravíssima;
§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro Penalidade - multa (duas vezes);
no RENACH, agregando-se neste todas as informa- Medida administrativa - retenção do veículo até a
ções. apresentação de condutor habilitado;
§ 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação
Habilitação ou a emissão de uma nova via somente vencida há mais de trinta dias:
será realizada após quitação de débitos constantes do Infração - gravíssima;
prontuário do condutor. Penalidade - multa;
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação Medida administrativa - recolhimento da Carteira
está condicionada ao prazo de vigência do exame de Nacional de Habilitação e retenção do veículo até a
aptidão física e mental. apresentação de condutor habilitado;
§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho au-
na vigência do Código anterior, será substituída por xiliar de audição, de prótese física ou as adaptações
ocasião do vencimento do prazo para revalidação do do veículo impostas por ocasião da concessão ou da

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exame de aptidão física e mental, ressalvados os casos renovação da licença para conduzir:
especiais previstos nesta Lei. Infração - gravíssima;
Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito Penalidade - multa;
deverá ser submetido a novos exames para que possa Medida administrativa - retenção do veículo até o sa-
voltar a dirigir, de acordo com as normas estabeleci- neamento da irregularidade ou apresentação de con-
das pelo CONTRAN, independentemente do reconhe- dutor habilitado.
cimento da prescrição, em face da pena concretizada Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas
na sentença. condições previstas no artigo anterior:
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envol- Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;
vido poderá ser submetido aos exames exigidos neste Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;
artigo, a juízo da autoridade executiva estadual de Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III
trânsito, assegurada ampla defesa ao condutor. do artigo anterior.
§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade exe- Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas
cutiva estadual de trânsito poderá apreender o docu- nos incisos do art. 162 tome posse do veículo automo-
mento de habilitação do condutor até a sua aprova- tor e passe a conduzi-lo na via:
ção nos exames realizados. Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;
Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
DAS INFRAÇÕES Medida administrativa - a mesma prevista no inciso
III do art. 162.
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservân- Art. 165.  Dirigir sob a influência de álcool ou de qual-
cia de qualquer preceito deste Código, da legislação quer outra substância psicoativa que determine de-
complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo pendência:

21
Infração - gravíssima; Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;
de dirigir por 12 (doze) meses. Medida administrativa - recolhimento do documento
Medida administrativa - recolhimento do documen- de habilitação e remoção do veículo.
to de habilitação e retenção do veículo, observado o Parágrafo único.  Aplica-se em dobro a multa prevista
disposto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de no caput em caso de reincidência no período de 12
setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. (doze) meses da infração anterior.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista Art. 174.  Promover, na via, competição, eventos orga-
no caput em caso de reincidência no período de até 12 nizados, exibição e demonstração de perícia em ma-
(doze) meses. nobra de veículo, ou deles participar, como condutor,
Art. 165-A.  Recusar-se a ser submetido a teste, exa- sem permissão da autoridade de trânsito com circuns-
me clínico, perícia ou outro procedimento que permita crição sobre a via:
certificar influência de álcool ou outra substância psi- Infração - gravíssima;
coativa, na forma estabelecida pelo art. 277: Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito
Infração - gravíssima; de dirigir e apreensão do veículo;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito Medida administrativa - recolhimento do documento
de dirigir por 12 (doze) meses; de habilitação e remoção do veículo.
Medida administrativa - recolhimento do documento § 1o   As penalidades são aplicáveis aos promotores e
de habilitação e retenção do veículo, observado o dis- aos condutores participantes.
posto no § 4º do art. 270. § 2o  Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da
no caput em caso de reincidência no período de até 12 infração anterior.
(doze) meses. Art. 175.  Utilizar-se de veículo para demonstrar ou
Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a exibir manobra perigosa, mediante arrancada brusca,
pessoa que, mesmo habilitada, por seu estado físico derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arras-
ou psíquico, não estiver em condições de dirigi-lo com tamento de pneus:
segurança: Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima; Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito
Penalidade - multa. de dirigir e apreensão do veículo;
Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o Medida administrativa - recolhimento do documento
cinto de segurança, conforme previsto no art. 65: de habilitação e remoção do veículo.
Infração - grave; Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
Penalidade - multa; no caput em caso de reincidência no período de 12
Medida administrativa - retenção do veículo até colo- (doze) meses da infração anterior.
cação do cinto pelo infrator. Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente
Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor com vítima:
sem observância das normas de segurança especiais I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, poden-
estabelecidas neste Código: do fazê-lo;
Infração - gravíssima; II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no senti-
Penalidade - multa; do de evitar perigo para o trânsito no local;
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Medida administrativa - retenção do veículo até que a III - de preservar o local, de forma a facilitar os traba-
irregularidade seja sanada. lhos da polícia e da perícia;
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados in- IV - de adotar providências para remover o veículo do
dispensáveis à segurança: local, quando determinadas por policial ou agente da
Infração - leve; autoridade de trânsito;
Penalidade - multa. V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar infor-
Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam mações necessárias à confecção do boletim de ocor-
atravessando a via pública, ou os demais veículos: rência:
Infração - gravíssima; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direi-
Medida administrativa - retenção do veículo e recolhi- to de dirigir;
mento do documento de habilitação. Medida administrativa - recolhimento do documento
Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pe- de habilitação.
destres ou veículos, água ou detritos: Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima
Infração - média; de acidente de trânsito quando solicitado pela autori-
Penalidade - multa. dade e seus agentes:
Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via obje- Infração - grave;
tos ou substâncias: Penalidade - multa.
Infração - média; Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente
Penalidade - multa. sem vítima, de adotar providências para remover o
Art. 173.  Disputar corrida: veículo do local, quando necessária tal medida para
Infração - gravíssima; assegurar a segurança e a fluidez do trânsito:

22
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa;
Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veí- Medida administrativa - remoção do veículo;
culo na via pública, salvo nos casos de impedimento IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada
absoluto de sua remoção e em que o veículo esteja destinada à entrada ou saída de veículos:
devidamente sinalizado: Infração - média;
I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito Penalidade - multa;
rápido: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - grave; X - impedindo a movimentação de outro veículo:
Penalidade - multa; Infração - média;
Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;
II - nas demais vias: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - leve; XI - ao lado de outro veículo em fila dupla:
Penalidade - multa. Infração - grave;
Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta Penalidade - multa;
de combustível: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - média; XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a
Penalidade - multa; circulação de veículos e pedestres:
Medida administrativa - remoção do veículo. Infração - grave;
Art. 181. Estacionar o veículo: Penalidade - multa;
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo Medida administrativa - remoção do veículo;
do alinhamento da via transversal: XIII - onde houver sinalização horizontal delimitado-
Infração - média; ra de ponto de embarque ou desembarque de passa-
Penalidade - multa; geiros de transporte coletivo ou, na inexistência desta
Medida administrativa - remoção do veículo; sinalização, no intervalo compreendido entre dez me-
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinquen- tros antes e depois do marco do ponto:
ta centímetros a um metro: Infração - média;
Infração - leve; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; Medida administrativa - remoção do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo; XIV - nos viadutos, pontes e túneis:
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de Infração - grave;
um metro: Penalidade - multa;
Infração - grave; Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa; XV - na contramão de direção:
Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - média;
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Penalidade - multa;
Código: XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente
Infração - média; freado e sem calço de segurança, quando se tratar de
Penalidade - multa; veículo com peso bruto total superior a três mil e qui-
Medida administrativa - remoção do veículo; nhentos quilogramas:

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V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, Infração - grave;
das vias de trânsito rápido e das vias dotadas de acos- Penalidade - multa;
tamento: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - gravíssima; XVII - em desacordo com as condições regulamenta-
Penalidade - multa; das especificamente pela sinalização (placa - Estacio-
Medida administrativa - remoção do veículo; namento Regulamentado):
VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de Infração - grave;
água ou tampas de poços de visita de galerias subter- Penalidade - multa;
râneas, desde que devidamente identificados, confor- Medida administrativa - remoção do veículo;
me especificação do CONTRAN: XVIII - em locais e horários proibidos especificamente
Infração - média; pela sinalização (placa - Proibido Estacionar):
Penalidade - multa; Infração - média;
Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;
VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - leve; XIX - em locais e horários de estacionamento e para-
Penalidade - multa; da proibidos pela sinalização (placa - Proibido Parar
Medida administrativa - remoção do veículo; e Estacionar):
VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, Infração - grave;
sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refú- Penalidade - multa;
gios, ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores de Medida administrativa - remoção do veículo.
pista de rolamento, marcas de canalização, gramados XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência
ou jardim público: ou idosos, sem credencial que comprove tal condição:

23
Infração - gravíssima; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
Medida administrativa - remoção do veículo. III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamen-
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de tada com circulação destinada aos veículos de trans-
trânsito aplicará a penalidade preferencialmente após porte público coletivo de passageiros, salvo casos de
a remoção do veículo. força maior e com autorização do poder público com-
§ 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abando- petente:
nar o calço de segurança na via. Infração - gravíssima;
Art. 182. Parar o veículo: Penalidade - multa e apreensão do veículo;
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo
Medida Administrativa - remoção do veículo.
do alinhamento da via transversal:
Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, dei-
Infração - média;
Penalidade - multa; xar de conservá-lo:
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüen- I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regula-
ta centímetros a um metro: mentação, exceto em situações de emergência;
Infração - leve; II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior
Penalidade - multa; porte:
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de Infração - média;
um metro: Penalidade - multa.
Infração - média; Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
Penalidade - multa; I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste ultrapassar outro veículo e apenas pelo tempo neces-
Código: sário, respeitada a preferência do veículo que transitar
Infração - leve; em sentido contrário:
Penalidade - multa; Infração - grave;
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, Penalidade - multa;
das vias de trânsito rápido e das demais vias dotadas II - vias com sinalização de regulamentação de senti-
de acostamento: do único de circulação:
Infração - grave; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa.
VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres,
Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos
nas ilhas, refúgios, canteiros centrais e divisores de
pela regulamentação estabelecida pela autoridade
pista de rolamento e marcas de canalização:
competente: 
Infração - leve;
I - para todos os tipos de veículos:
Penalidade - multa;
Infração - média;
VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a
Penalidade - multa;
circulação de veículos e pedestres:
Infração - média; Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrom-
Penalidade - multa; pendo ou perturbando o trânsito:
VIII - nos viadutos, pontes e túneis: Infração - média;
Penalidade - multa.
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Infração - média;
idade - multa; Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedi-
IX - na contramão de direção: dos de batedores, de socorro de incêndio e salvamen-
Infração - média; to, de polícia, de operação e fiscalização de trânsito
Penalidade - multa; e às ambulâncias, quando em serviço de urgência e
X - em local e horário proibidos especificamente pela devidamente identificados por dispositivos regula-
sinalização (placa - Proibido Parar): mentados de alarme sonoro e iluminação vermelha
Infração - média; intermitentes:
Penalidade - multa. Infração - gravíssima;
Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na Penalidade - multa.
mudança de sinal luminoso: Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, es-
Infração - média; tando este com prioridade de passagem devidamente
Penalidade - multa. identificada por dispositivos regulamentares de alar-
Art. 184. Transitar com o veículo: me sonoro e iluminação vermelha intermitentes:
I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como Infração - grave;
de circulação exclusiva para determinado tipo de veí- Penalidade - multa.
culo, exceto para acesso a imóveis lindeiros ou conver- Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transi-
sões à direita: tando em sentidos opostos, estejam na iminência de
Infração - leve; passar um pelo outro ao realizar operação de ultra-
Penalidade - multa; passagem:
II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada Infração - gravíssima;
como de circulação exclusiva para determinado tipo Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito
de veículo: de dirigir.

24
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista Infração - gravíssima;
no caput em caso de reincidência no período de até 12 Penalidade - multa (cinco vezes).
(doze) meses da infração anterior. Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade su-
lateral e frontal entre o seu veículo e os demais, bem ficiente;
como em relação ao bordo da pista, considerando-se, II - nas faixas de pedestre;
no momento, a velocidade, as condições climáticas do III - nas pontes, viadutos ou túneis;
local da circulação e do veículo: IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras,
Infração - grave; cancelas, cruzamentos ou qualquer outro impedimen-
Penalidade - multa. to à livre circulação;
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, pas- V - onde houver marcação viária longitudinal de divi-
seios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, são de fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou
ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista simples contínua amarela:
de rolamento, acostamentos, marcas de canalização, Infração - gravíssima;
gramados e jardins públicos: Penalidade - multa (cinco vezes).
Infração - gravíssima; Parágrafo único.  Aplica-se em dobro a multa prevista
Penalidade - multa (três vezes). no caput em caso de reincidência no período de até 12
Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância (doze) meses da infração anterior.
necessária a pequenas manobras e de forma a não Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à
causar riscos à segurança: direita, para aguardar a oportunidade de cruzar a pis-
Infração - grave; ta ou entrar à esquerda, onde não houver local apro-
Penalidade - multa. priado para operação de retorno:
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autori- Infração - grave;
dade competente de trânsito ou de seus agentes: Penalidade - multa.
Infração - grave; Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que in-
Penalidade - multa. tegre cortejo, préstito, desfile e formações militares,
Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, median- salvo com autorização da autoridade de trânsito ou
te gesto regulamentar de braço ou luz indicadora de de seus agentes:
direção do veículo, o início da marcha, a realização da Infração - leve;
manobra de parar o veículo, a mudança de direção ou Penalidade - multa.
de faixa de circulação: Art. 206. Executar operação de retorno:
Infração - grave; I - em locais proibidos pela sinalização;
Penalidade - multa. II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e tú-
Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o ve- neis;
ículo para a faixa mais à esquerda ou mais à direita, III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajar-
dentro da respectiva mão de direção, quando for ma- dinamento ou canteiros de divisões de pista de rola-
nobrar para um desses lados: mento, refúgios e faixas de pedestres e nas de veículos
Infração - média; não motorizados;
Penalidade - multa. IV - nas interseções, entrando na contramão de dire-
Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, ção da via transversal;

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quando solicitado: V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança,
Infração - média; ainda que em locais permitidos:
Penalidade - multa. Infração - gravíssima;
Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o ve- Penalidade - multa.
ículo da frente estiver colocado na faixa apropriada e Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou
der sinal de que vai entrar à esquerda: à esquerda em locais proibidos pela sinalização:
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transpor- Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o
te coletivo ou de escolares, parado para embarque ou de parada obrigatória:
desembarque de passageiros, salvo quando houver re- Infração - gravíssima;
fúgio de segurança para o pedestre: Penalidade - multa.
Infração - gravíssima; Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário
Penalidade - multa. com ou sem sinalização ou dispositivos auxiliares,
Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um deixar de adentrar às áreas destinadas à pesagem de
metro e cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapas- veículos ou evadir-se para não efetuar o pagamento
sar bicicleta: do pedágio:
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 202. Ultrapassar outro veículo: Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário
I - pelo acostamento; policial:
II - em interseções e passagens de nível; Infração - gravíssima;

25
Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão I - quando a velocidade for superior à máxima em até
do direito de dirigir; 20% (vinte por cento):
Medida administrativa - remoção do veículo e recolhi- Infração - média;
mento do documento de habilitação. Penalidade - multa;
Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em ra- II - quando a velocidade for superior à máxima em
zão de sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial mais de 20% (vinte por cento) até 50% (cinquenta por
ou qualquer outro obstáculo, com exceção dos veícu- cento):
los não motorizados: Infração - grave;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa. III - quando a velocidade for superior à máxima em
Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor mais de 50% (cinquenta por cento):
linha férrea: Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima; Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imedia-
Penalidade - multa. ta do direito de dirigir e apreensão do documento de
Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a res- habilitação.
pectiva marcha for interceptada: Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade in-
I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, pas- ferior à metade da velocidade máxima estabelecida
seatas, desfiles e outros: para a via, retardando ou obstruindo o trânsito, a me-
Infração - gravíssima; nos que as condições de tráfego e meteorológicas não
Penalidade - multa. o permitam, salvo se estiver na faixa da direita:
II - por agrupamento de veículos, como cortejos, for-
Infração - média;
mações militares e outros:
Penalidade - multa.
Infração - grave;
Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de
Penalidade - multa.
forma compatível com a segurança do trânsito:
Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pe-
destre e a veículo não motorizado: I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações,
I - que se encontre na faixa a ele destinada; cortejos, préstitos e desfiles:
II - que não haja concluído a travessia mesmo que Infração - gravíssima;
ocorra sinal verde para o veículo; Penalidade - multa;
III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado
gestantes: pelo agente da autoridade de trânsito, mediante sinais
Infração - gravíssima; sonoros ou gestos;
Penalidade - multa. III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou
IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que acostamento;
não haja sinalização a ele destinada; IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não
V - que esteja atravessando a via transversal para sinalizada;
onde se dirige o veículo: V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja
Infração - grave; cercada;
Penalidade - multa. VI - nos trechos em curva de pequeno raio;
Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem: VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com adver-
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I - em interseção não sinalizada: tência de obras ou trabalhadores na pista;


a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou ro- VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;
tatória; IX - quando houver má visibilidade;
b) a veículo que vier da direita; X - quando o pavimento se apresentar escorregadio,
II - nas interseções com sinalização de regulamenta- defeituoso ou avariado;
ção de Dê a Preferência: XI - à aproximação de animais na pista;
Infração - grave; XII - em declive;
Penalidade - multa. XIII - ao ultrapassar ciclista:
Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar
Infração - grave;
adequadamente posicionado para ingresso na via e
Penalidade - multa;
sem as precauções com a segurança de pedestres e de
XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações
outros veículos:
de embarque e desembarque de passageiros ou onde
Infração - média;
haja intensa movimentação de pedestres:
Penalidade - multa.
Infração - gravíssima;
Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estaciona-
Penalidade - multa.
dos sem dar preferência de passagem a pedestres e a
outros veículos: Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em
Infração - média; desacordo com as especificações e modelos estabele-
Penalidade - multa. cidos pelo CONTRAN:
Art. 218.  Transitar em velocidade superior à máxi- Infração - média;
ma permitida para o local, medida por instrumento Penalidade - multa;
ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito Medida administrativa - retenção do veículo para re-
rápido, vias arteriais e demais vias: gularização e apreensão das placas irregulares.

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Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele Art. 230. Conduzir o veículo:
que confecciona, distribui ou coloca, em veículo pró- I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou
prio ou de terceiros, placas de identificação não auto- qualquer outro elemento de identificação do veículo
rizadas pela regulamentação. violado ou falsificado;
Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de II - transportando passageiros em compartimento de
atendimento de emergência, o sistema de ilumina- carga, salvo por motivo de força maior, com permissão
ção vermelha intermitente dos veículos de polícia, de da autoridade competente e na forma estabelecida
socorro de incêndio e salvamento, de fiscalização de pelo CONTRAN;
trânsito e das ambulâncias, ainda que parados: III - com dispositivo antirradar;
Infração - média; IV - sem qualquer uma das placas de identificação;
Penalidade - multa. V - que não esteja registrado e devidamente licencia-
Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o do;
facho de luz alta de forma a perturbar a visão de outro VI - com qualquer uma das placas de identificação
condutor: sem condições de legibilidade e visibilidade:
Infração - grave; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa; Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - retenção do veículo para re- Medida administrativa - remoção do veículo;
gularização. VII - com a cor ou característica alterada;
Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança
vias providas de iluminação pública: veicular, quando obrigatória;
Infração - leve; X - sem equipamento obrigatório ou estando este ine-
Penalidade - multa. ficiente ou inoperante;
Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir X - com equipamento obrigatório em desacordo com
os demais condutores e, à noite, não manter acesas o estabelecido pelo CONTRAN;
as luzes externas ou omitir-se quanto a providências XI - com descarga livre ou silenciador de motor de ex-
necessárias para tornar visível o local, quando: plosão defeituoso, deficiente ou inoperante;
I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou XII - com equipamento ou acessório proibido;
permanecer no acostamento; XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e
II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser de sinalização alterados;
retirada imediatamente: XIV - com registrador instantâneo inalterável de velo-
Infração - grave; cidade e tempo viciado ou defeituoso, quando houver
Penalidade - multa. exigência desse aparelho;
Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de
tenha sido utilizado para sinalização temporária da caráter publicitário afixados ou pintados no para brisa
via: e em toda a extensão da parte traseira do veículo, ex-
Infração - média; cetuadas as hipóteses previstas neste Código;
Penalidade - multa. XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por
Art. 227. Usar buzina: películas refletivas ou não, painéis decorativos ou pin-
I - em situação que não a de simples toque breve turas;
como advertência ao pedestre ou a condutores de ou- XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autori-

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tros veículos; zadas pela legislação;
II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto; XVIII - em mau estado de conservação, comprometen-
III - entre as vinte e duas e as seis horas; do a segurança, ou reprovado na avaliação de inspe-
IV - em locais e horários proibidos pela sinalização; ção de segurança e de emissão de poluentes e ruído,
V - em desacordo com os padrões e frequências esta- prevista no art. 104;
belecidas pelo CONTRAN: XIX - sem acionar o limpador de para brisa sob chuva:
Infração - leve; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa;
Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em Medida administrativa - retenção do veículo para re-
volume ou frequência que não sejam autorizados pelo gularização;
CONTRAN: XX - sem portar a autorização para condução de esco-
Infração - grave; lares, na forma estabelecida no art. 136:
Penalidade - multa; Infração - grave;
Medida administrativa - retenção do veículo para re- Penalidade - multa e apreensão do veículo;
gularização. XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais
Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de inscrições previstas neste Código;
alarme ou que produza sons e ruído que perturbem XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sina-
o sossego público, em desacordo com normas fixadas lização ou com lâmpadas queimadas:
pelo CONTRAN: Infração - média;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa e apreensão do veículo; XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas
Medida administrativa - remoção do veículo. no art. 67-C, relativamente ao tempo de permanência

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do condutor ao volante e aos intervalos para descan- Infração - grave;
so, quando se tratar de veículo de transporte de carga Penalidade - multa e apreensão do veículo;
ou coletivo de passageiros: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - média; VII - com lotação excedente;
Penalidade - multa; VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou
Medida administrativa - retenção do veículo para bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo
cumprimento do tempo de descanso aplicável. casos de força maior ou com permissão da autoridade
§ 1o  Se o condutor cometeu infração igual nos últimos competente:
12 (doze) meses, será convertida, automaticamente, a Infração - média;
penalidade disposta no inciso XXIII em infração grave. Penalidade - multa;
§ 2o  Em se tratando de condutor estrangeiro, a libera- Medida administrativa - retenção do veículo;
ção do veículo fica condicionada ao pagamento ou ao IX - desligado ou desengrenado, em declive:
depósito, judicial ou administrativo, da multa. Infração - média;
Art. 231. Transitar com o veículo: Penalidade - multa;
I - danificando a via, suas instalações e equipamentos; Medida administrativa - retenção do veículo;
II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via: X - excedendo a capacidade máxima de tração:
a) carga que esteja transportando; Infração - de média a gravíssima, a depender da rela-
b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando; ção entre o excesso de peso apurado e a capacidade
c) qualquer objeto que possa acarretar risco de aci- máxima de tração, a ser regulamentada pelo CON-
dente: TRAN;
Infração - gravíssima; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; Medida Administrativa - retenção do veículo e trans-
Medida administrativa - retenção do veículo para re- bordo de carga excedente.
gularização; Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas
III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis nos incisos V e X, o veículo que transitar com excesso
superiores aos fixados pelo CONTRAN; de peso ou excedendo à capacidade máxima de tra-
IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores ção, não computado o percentual tolerado na forma
aos limites estabelecidos legalmente ou pela sinaliza- do disposto na legislação, somente poderá continuar
ção, sem autorização: viagem após descarregar o que exceder, segundo crité-
Infração - grave; rios estabelecidos na referida legislação complemen-
Penalidade - multa; tar.
Medida administrativa - retenção do veículo para re- Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de por-
gularização; te obrigatório referidos neste Código:
V - com excesso de peso, admitido percentual de tole- Infração - leve;
rância quando aferido por equipamento, na forma a Penalidade - multa;
ser estabelecida pelo CONTRAN: Medida administrativa - retenção do veículo até a
Infração - média; apresentação do documento.
Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilo- Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no
gramas ou fração de excesso de peso apurado, cons- prazo de trinta dias, junto ao órgão executivo de trân-
tante na seguinte tabela: sito, ocorridas as hipóteses previstas no art. 123:
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a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco Infração - grave;


reais e trinta e dois centavos); Penalidade - multa;
b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos qui- Medida administrativa - retenção do veículo para re-
logramas) - R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro gularização.
centavos); Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habili-
c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogra- tação e de identificação do veículo:
mas) - R$ 21,28 (vinte e um reais e vinte e oito cen- Infração - gravíssima;
tavos); Penalidade - multa e apreensão do veículo;
d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogra- Medida administrativa - remoção do veículo.
mas) - R$ 31,92 (trinta e um reais e noventa e dois Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas par-
centavos); tes externas do veículo, salvo nos casos devidamente
e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil quilo- autorizados:
gramas) - R$ 42,56 (quarenta e dois reais e cinquenta Infração - grave;
e seis centavos); Penalidade - multa;
f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$ Medida administrativa - retenção do veículo para
53,20 (cinquenta e três reais e vinte centavos); transbordo.
Medida administrativa - retenção do veículo e trans- Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou
bordo da carga excedente; corda, salvo em casos de emergência:
VI - em desacordo com a autorização especial, expe- Infração - média;
dida pela autoridade competente para transitar com Penalidade - multa.
dimensões excedentes, ou quando a mesma estiver Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as
vencida: especificações, e com falta de inscrição e simbologia

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necessárias à sua identificação, quando exigidas pela VI - rebocando outro veículo;
legislação: VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo
Infração - grave; eventualmente para indicação de manobras;
Penalidade - multa; VIII – transportando carga incompatível com suas es-
Medida administrativa - retenção do veículo para re- pecificações ou em desacordo com o previsto no § 2o
gularização. do art. 139-A desta Lei;
Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsi- IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias
to ou a seus agentes, mediante recibo, os documentos em desacordo com o previsto no art. 139-A desta Lei
de habilitação, de registro, de licenciamento de veícu- ou com as normas que regem a atividade profissional
lo e outros exigidos por lei, para averiguação de sua dos mototaxistas:
autenticidade: Infração – grave;
Infração - gravíssima; Penalidade – multa;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa – apreensão do veículo para
Medida administrativa - remoção do veículo.
regularização.
Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido
§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII
para regularização, sem permissão da autoridade
e VIII, além de:
competente ou de seus agentes:
Infração - gravíssima; a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento
Penalidade - multa e apreensão do veículo; especial a ele destinado;
Medida administrativa - remoção do veículo. b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, sal-
Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa vo onde houver acostamento ou faixas de rolamento
do registro de veículo irrecuperável ou definitivamente próprias;
desmontado: c) transportar crianças que não tenham, nas circuns-
Infração - grave; tâncias, condições de cuidar de sua própria segurança.
Penalidade - multa; § 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b
Medida administrativa - Recolhimento do Certificado do parágrafo anterior:
de Registro e do Certificado de Licenciamento Anual. Infração - média;
Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do Penalidade - multa.
veículo ou de habilitação do condutor: § 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste
Infração - leve; artigo não se aplica às motocicletas e motonetas que
Penalidade - multa. tracionem semirreboques especialmente projetados
Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins para esse fim e devidamente homologados pelo órgão
de registro, licenciamento ou habilitação: competente.
Infração - gravíssima; Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias,
Penalidade - multa. materiais ou equipamentos, sem autorização do órgão
Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via:
ao órgão executivo de trânsito competente a ocorrên- Infração - grave;
cia de perda total do veículo e de lhe devolver as res- Penalidade - multa;
pectivas placas e documentos: Medida administrativa - remoção da mercadoria ou
Infração - grave; do material.

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Penalidade - multa; Parágrafo único. A penalidade e a medida adminis-
Medida administrativa - Recolhimento das placas e trativa incidirão sobre a pessoa física ou jurídica res-
dos documentos. ponsável.
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomo- Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre
tor: circulação, à segurança de veículo e pedestres, tanto
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou no leito da via terrestre como na calçada, ou obstacu-
óculos de proteção e vestuário de acordo com as nor- lizar a via indevidamente:
mas e especificações aprovadas pelo CONTRAN; Infração - gravíssima;
II - transportando passageiro sem o capacete de se- Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a
gurança, na forma estabelecida no inciso anterior, ou critério da autoridade de trânsito, conforme o risco à
fora do assento suplementar colocado atrás do condu- segurança.
tor ou em carro lateral; Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa
III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas física ou jurídica responsável pela obstrução, deven-
em uma roda; do a autoridade com circunscrição sobre a via provi-
IV - com os faróis apagados; denciar a sinalização de emergência, às expensas do
V - transportando criança menor de sete anos ou que responsável, ou, se possível, promover a desobstrução.
não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar de Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de
sua própria segurança: rolamento, em fila única, os veículos de tração ou
Infração - gravíssima; propulsão humana e os de tração animal, sempre que
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; não houver acostamento ou faixa a eles destinados:
Medida administrativa - Recolhimento do documento Infração - média;
de habilitação; Penalidade - multa.

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Art. 248. Transportar em veículo destinado ao trans- Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V ca-
porte de passageiros carga excedente em desacordo racterizar-se-á como infração gravíssima no caso de
com o estabelecido no art. 109: o condutor estar segurando ou manuseando telefone
Infração - grave; celular.
Penalidade - multa; Art. 253. Bloquear a via com veículo:
Medida administrativa - retenção para o transbordo. Infração - gravíssima;
Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de Penalidade - multa e apreensão do veículo;
posição, quando o veículo estiver parado, para fins de Medida administrativa - remoção do veículo.
embarque ou desembarque de passageiros e carga ou Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, deliberada-
descarga de mercadorias: mente, interromper, restringir ou perturbar a circula-
Infração - média; ção na via sem autorização do órgão ou entidade de
Penalidade - multa. trânsito com circunscrição sobre ela:
Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento: Infração - gravíssima;
I - deixar de manter acesa a luz baixa: Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direi-
a) durante a noite; to de dirigir por 12 (doze) meses;
b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública e Medida administrativa - remoção do veículo.
nas rodovias; § 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) ve-
c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de trans- zes aos organizadores da conduta prevista no caput.
porte coletivo de passageiros, circulando em faixas ou § 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidên-
pistas a eles destinadas; cia no período de 12 (doze) meses.
d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores; § 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou
II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de jurídicas que incorram na infração, devendo a auto-
posição sob chuva forte, neblina ou cerração; ridade com circunscrição sobre a via restabelecer de
III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à imediato, se possível, as condições de normalidade
noite; para a circulação na via.
Art. 254. É proibido ao pedestre:
Infração - média;
I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, ex-
Penalidade - multa.
ceto para cruzá-las onde for permitido;
Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:
II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou
I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situa-
túneis, salvo onde exista permissão;
ções de emergência;
III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento,
II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas se-
salvo quando houver sinalização para esse fim;
guintes situações:
IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de
a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir
perturbar o trânsito, ou para a prática de qualquer
a outro condutor que se tem o propósito de ultrapas- folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em casos
sá-lo; especiais e com a devida licença da autoridade com-
b) em imobilizações ou situação de emergência, como petente;
advertência, utilizando pisca-alerta; V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem
c) quando a sinalização de regulamentação da via de- aérea ou subterrânea;
terminar o uso do pisca-alerta: VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;
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Infração - média; Infração - leve;


Penalidade - multa. Penalidade - multa, em 50% (cinquenta por cento) do
Art. 252. Dirigir o veículo: valor da infração de natureza leve.
I - com o braço do lado de fora; Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja
II - transportando pessoas, animais ou volume à sua permitida a circulação desta, ou de forma agressiva,
esquerda ou entre os braços e pernas; em desacordo com o disposto no parágrafo único do
III - com incapacidade física ou mental temporária art. 59:
que comprometa a segurança do trânsito; Infração - média;
IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que Penalidade - multa;
comprometa a utilização dos pedais; Medida administrativa - remoção da bicicleta, me-
V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva diante recibo para o pagamento da multa.
fazer sinais regulamentares de braço, mudar a mar-
cha do veículo, ou acionar equipamentos e acessórios DAS PENALIDADES
do veículo; Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das com-
VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a petências estabelecidas neste Código e dentro de sua
aparelhagem sonora ou de telefone celular; circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previs-
Infração - média; tas, as seguintes penalidades:
Penalidade - multa. I - advertência por escrito;
VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em II - multa;
movimento: III - suspensão do direito de dirigir;
Infração - média; V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
Penalidade - multa. VI - cassação da Permissão para Dirigir;

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VII - frequência obrigatória em curso de reciclagem. § 10.  O proprietário poderá indicar ao órgão executi-
§ 1º A aplicação das penalidades previstas neste Códi- vo de trânsito o principal condutor do veículo, o qual,
go não elide as punições originárias de ilícitos penais após aceitar a indicação, terá seu nome inscrito em
decorrentes de crimes de trânsito, conforme disposi- campo próprio do cadastro do veículo no Renavam.
ções de lei. § 11.  O principal condutor será excluído do Renavam:
§ 3º A imposição da penalidade será comunicada aos I -  quando houver transferência de propriedade do
órgãos ou entidades executivas de trânsito responsá- veículo;
veis pelo licenciamento do veículo e habilitação do II - mediante requerimento próprio ou do proprietário
condutor. do veículo;
Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, III - a partir da indicação de outro principal condutor.
ao proprietário do veículo, ao embarcador e ao trans- Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-
portador, salvo os casos de descumprimento de obri- -se, de acordo com sua gravidade, em quatro catego-
gações e deveres impostos a pessoas físicas ou jurídi- rias:
cas expressamente mencionados neste Código. I - infração de natureza gravíssima, punida com multa
§ 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão no valor de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais
impostas concomitantemente as penalidades de que e quarenta e sete centavos);
trata este Código toda vez que houver responsabilida- II - infração de natureza grave, punida com multa no
de solidária em infração dos preceitos que lhes couber valor de R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e
observar, respondendo cada um de per si pela falta em vinte e três centavos);
comum que lhes for atribuída. III - infração de natureza média, punida com multa
§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade no valor de R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezesseis
pela infração referente à prévia regularização e preen- centavos);
chimento das formalidades e condições exigidas para IV - infração de natureza leve, punida com multa no
o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e valor de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito
inalterabilidade de suas características, componentes, centavos).
agregados, habilitação legal e compatível de seus con- § 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator mul-
dutores, quando esta for exigida, e outras disposições tiplicador ou índice adicional específico é o previsto
que deva observar. neste Código.
§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas in- Art. 259. A cada infração cometida são computados os
frações decorrentes de atos praticados na direção do seguintes números de pontos:
veículo. I - gravíssima - sete pontos;
§ 4º O embarcador é responsável pela infração rela- II - grave - cinco pontos;
tiva ao transporte de carga com excesso de peso nos III - média - quatro pontos;
eixos ou no peso bruto total, quando simultaneamen- IV - leve - três pontos.
te for o único remetente da carga e o peso declarado § 4o  Ao condutor identificado no ato da infração será
na nota fiscal, fatura ou manifesto for inferior àquele atribuída pontuação pelas infrações de sua respon-
aferido. sabilidade, nos termos previstos no § 3o do art. 257,
§ 5º O transportador é o responsável pela infração re- excetuando-se aquelas praticadas por passageiros
lativa ao transporte de carga com excesso de peso nos usuários do serviço de transporte rodoviário de pas-
eixos ou quando a carga proveniente de mais de um sageiros em viagens de longa distância transitando

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embarcador ultrapassar o peso bruto total. em rodovias com a utilização de ônibus, em linhas re-
§ 6º O transportador e o embarcador são solidaria- gulares intermunicipal, interestadual, internacional e
mente responsáveis pela infração relativa ao excesso aquelas em viagem de longa distância por fretamento
de peso bruto total, se o peso declarado na nota fiscal, e turismo ou de qualquer modalidade, excetuadas as
fatura ou manifesto for superior ao limite legal. situações regulamentadas pelo Contran a teor do art.
§ 7o  Não sendo imediata a identificação do infrator, 65 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Códi-
o principal condutor ou o proprietário do veículo terá go de Trânsito Brasileiro.
quinze dias de prazo, após a notificação da autuação, Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo
para apresentá-lo, na forma em que dispuser o Con- órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre
selho Nacional de Trânsito (Contran), ao fim do qual, a via onde haja ocorrido a infração, de acordo com a
não o fazendo, será considerado responsável pela in- competência estabelecida neste Código.
fração o principal condutor ou, em sua ausência, o § 1º As multas decorrentes de infração cometida em
proprietário do veículo. unidade da Federação diversa da do licenciamento do
§ 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não veículo serão arrecadadas e compensadas na forma
havendo identificação do infrator e sendo o veículo estabelecida pelo CONTRAN.
de propriedade de pessoa jurídica, será lavrada nova § 2º As multas decorrentes de infração cometida em
multa ao proprietário do veículo, mantida a origina- unidade da Federação diversa daquela do licencia-
da pela infração, cujo valor é o da multa multiplicada mento do veículo poderão ser comunicadas ao órgão
pelo número de infrações iguais cometidas no período ou entidade responsável pelo seu licenciamento, que
de doze meses. providenciará a notificação.
§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exi- § 4º Quando a infração for cometida com veículo li-
me do disposto no § 3º do art. 258 e no art. 259. cenciado no exterior, em trânsito no território nacio-

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nal, a multa respectiva deverá ser paga antes de sua § 1º Constatada, em processo administrativo, a irregu-
saída do País, respeitado o princípio de reciprocidade. laridade na expedição do documento de habilitação, a
Art. 261.  A penalidade de suspensão do direito de di- autoridade expedidora promoverá o seu cancelamento.
rigir será imposta nos seguintes casos: § 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira
I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 Nacional de Habilitação, o infrator poderá requerer
(vinte) pontos, no período de 12 (doze) meses, confor- sua reabilitação, submetendo-se a todos os exames
me a pontuação prevista no art. 259; necessários à habilitação, na forma estabelecida pelo
II - por transgressão às normas estabelecidas neste CONTRAN.
Código, cujas infrações preveem, de forma específica, Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de di-
a penalidade de suspensão do direito de dirigir. rigir e de cassação do documento de habilitação serão
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de sus- aplicadas por decisão fundamentada da autoridade
pensão do direito de dirigir são os seguintes: de trânsito competente, em processo administrativo,
I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 assegurado ao infrator amplo direito de defesa.
(um) ano e, no caso de reincidência no período de 12 Art. 266. Quando o infrator cometer, simultanea-
(doze) meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois) anos; mente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas,
II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) cumulativamente, as respectivas penalidades.
meses, exceto para as infrações com prazo descrito no Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de ad-
dispositivo infracional, e, no caso de reincidência no vertência por escrito à infração de natureza leve ou
período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) média, passível de ser punida com multa, não sendo
meses, respeitado o disposto no inciso II do art. 263.  reincidente o infrator, na mesma infração, nos últi-
§ 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, mos doze meses, quando a autoridade, considerando
a Carteira Nacional de Habilitação será devolvida a o prontuário do infrator, entender esta providência
seu titular imediatamente após cumprida a penalida- como mais educativa.
de e o curso de reciclagem. § 1º A aplicação da advertência por escrito não elide
§ 3o A imposição da penalidade de suspensão do direi- o acréscimo do valor da multa prevista no § 3º do art.
to de dirigir elimina os 20 (vinte) pontos computados 258, imposta por infração posteriormente cometida.
para fins de contagem subsequente. § 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em pedestres, podendo a multa ser transformada na par-
veículo, habilitado na categoria C, D ou E, poderá op-
ticipação do infrator em cursos de segurança viária, a
tar por participar de curso preventivo de reciclagem
critério da autoridade de trânsito.
sempre que, no período de 1 (um) ano, atingir 14 (qua-
Art. 268. O infrator será submetido a curso de recicla-
torze) pontos, conforme regulamentação do Contran.
gem, na forma estabelecida pelo CONTRAN:
§ 6o Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5o,
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua re-
o condutor terá eliminados os pontos que lhe tiverem
educação;
sido atribuídos, para fins de contagem subsequente.
II - quando suspenso do direito de dirigir;
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § 5º
não poderá fazer nova opção no período de 12 (doze) III - quando se envolver em acidente grave para o qual
meses. haja contribuído, independentemente de processo ju-
§ 8o A pessoa jurídica concessionária ou permissioná- dicial;
ria de serviço público tem o direito de ser informada IV - quando condenado judicialmente por delito de
trânsito;
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dos pontos atribuídos, na forma do art. 259, aos mo-


toristas que integrem seu quadro funcional, exercendo V - a qualquer tempo, se for constatado que o condu-
atividade remunerada ao volante, na forma que dis- tor está colocando em risco a segurança do trânsito;
puser o Contran. VI - em outras situações a serem definidas pelo CON-
§ 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art. TRAN.
162 o condutor que, notificado da penalidade de que
trata este artigo, dirigir veículo automotor em via pú- DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
blica.
§ 10.  O processo de suspensão do direito de dirigir Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na
referente ao inciso II do caput deste artigo deverá ser esfera das competências estabelecidas neste Código e
instaurado concomitantemente com o processo de dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguin-
aplicação da penalidade de multa. tes medidas administrativas:
§ 11.  O Contran regulamentará as disposições deste I - retenção do veículo;
artigo. II - remoção do veículo;
Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar- III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
-se-á: IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator con- V - recolhimento do Certificado de Registro;
duzir qualquer veículo; VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, Anual;
das infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos VIII - transbordo do excesso de carga;
arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175; IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou
III - quando condenado judicialmente por delito de perícia de substância entorpecente ou que determine
trânsito, observado o disposto no art. 160. dependência física ou psíquica;

32
X - recolhimento de animais que se encontrem soltos § 2o A liberação do veículo removido é condicionada
nas vias e na faixa de domínio das vias de circulação, ao reparo de qualquer componente ou equipamento
restituindo-os aos seus proprietários, após o paga- obrigatório que não esteja em perfeito estado de fun-
mento de multas e encargos devidos. cionamento.
XI - realização de exames de aptidão física, mental, § 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providên-
de legislação, de prática de primeiros socorros e de cia que não possa ser tomada no depósito, a autorida-
direção veicular. de responsável pela remoção liberará o veículo para
§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as me- reparo, na forma transportada, mediante autorização,
didas administrativas e coercitivas adotadas pelas au- assinalando prazo para reapresentação.
toridades de trânsito e seus agentes terão por objetivo § 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de
prioritário a proteção à vida e à incolumidade física veículo poderão ser realizados por órgão público, di-
da pessoa. retamente, ou por particular contratado por licitação
§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo pública, sendo o proprietário do veículo o responsável
não elidem a aplicação das penalidades impostas por pelo pagamento dos custos desses serviços.
§ 5o O proprietário ou o condutor deverá ser notifica-
infrações estabelecidas neste Código, possuindo cará-
do, no ato de remoção do veículo, sobre as providên-
ter complementar a estas.
cias necessárias à sua restituição e sobre o disposto
§ 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacio-
no art. 328, conforme regulamentação do CONTRAN.
nal de Habilitação e a Permissão para Dirigir.
§ 6º  Caso o proprietário ou o condutor não esteja pre-
§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do in- sente no momento da remoção do veículo, a autori-
ciso X o disposto nos arts. 271 e 328, no que couber. dade de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias contado
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expres- da data da remoção, deverá expedir ao proprietário
sos neste Código. a notificação prevista no § 5º, por remessa postal ou
§ 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no lo- por outro meio tecnológico hábil que assegure a sua
cal da infração, o veículo será liberado tão logo seja ciência, e, caso reste frustrada, a notificação poderá
regularizada a situação. ser feita por edital.
§ 2o  Não sendo possível sanar a falha no local da § 7o A notificação devolvida por desatualização do en-
infração, o veículo, desde que ofereça condições de dereço do proprietário do veículo ou por recusa desse
segurança para circulação, poderá ser liberado e en- de recebê-la será considerada recebida para todos os
tregue a condutor regularmente habilitado, mediante efeitos.
recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual, § 8o Em caso de veículo licenciado no exterior, a notifi-
contra apresentação de recibo, assinalando-se prazo cação será feita por edital.
razoável ao condutor para regularizar a situação, para § 9o Não caberá remoção nos casos em que a irregula-
o que se considerará, desde logo, notificado. ridade puder ser sanada no local da infração.
§ 3º O Certificado de Licenciamento Anual será de- § 10.  O pagamento das despesas de remoção e estada
volvido ao condutor no órgão ou entidade aplicadores será correspondente ao período integral, contado em
das medidas administrativas, tão logo o veículo seja dias, em que efetivamente o veículo permanecer em
apresentado à autoridade devidamente regularizado. depósito, limitado ao prazo de 6 (seis) meses.
§ 4º  Não se apresentando condutor habilitado no lo- § 11.  Os custos dos serviços de remoção e estada pres-
cal da infração, o veículo será removido a depósito, tados por particulares poderão ser pagos pelo proprie-

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aplicando-se neste caso o disposto no art. 271. tário diretamente ao contratado.
§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção § 12.  O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de
imediata, quando se tratar de veículo de transporte o respectivo ente da Federação estabelecer a cobrança
coletivo transportando passageiros ou veículo trans- por meio de taxa instituída em lei.
portando produto perigoso ou perecível, desde que § 13.  No caso de o proprietário do veículo objeto de
ofereça condições de segurança para circulação em o recolhimento comprovar, administrativa ou judicial-
via pública. mente, que o recolhimento foi indevido ou que houve
§ 6º  Não efetuada a regularização no prazo a que se abuso no período de retenção em depósito, é da res-
refere o   § 2o, será feito registro de restrição adminis- ponsabilidade do ente público a devolução das quan-
trativa no Renavam por órgão ou entidade executivo tias pagas por força deste artigo, segundo os mesmos
de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, que será critérios da devolução de multas indevidas.
retirada após comprovada a regularização. Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de
§ 7o O descumprimento das obrigações estabelecidas Habilitação e da Permissão para Dirigir dar-se-á me-
no § 2o resultará em recolhimento do veículo ao depó- diante recibo, além dos casos previstos neste Código,
sito, aplicando-se, nesse caso, o disposto no art. 271. quando houver suspeita de sua inautenticidade ou
Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos adulteração.
neste Código, para o depósito fixado pelo órgão ou Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro
entidade competente, com circunscrição sobre a via. dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos
§ 1o A restituição do veículo removido só ocorrerá me- neste Código, quando:
diante prévio pagamento de multas, taxas e despesas I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
com remoção e estada, além de outros encargos pre- II - se, alienado o veículo, não for transferida sua pro-
vistos na legislação específica. priedade no prazo de trinta dias.

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Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licencia- tica dos crimes de que trata o caput deste artigo, po-
mento Anual dar-se-á mediante recibo, além dos ca- derá o juiz, em qualquer fase da investigação ou da
sos previstos neste Código, quando: ação penal, se houver necessidade para a garantia da
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; ordem pública, como medida cautelar, de ofício, ou a
II - se o prazo de licenciamento estiver vencido; requerimento do Ministério Público ou ainda median-
III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade te representação da autoridade policial, decretar, em
não puder ser sanada no local. decisão motivada, a suspensão da permissão ou da
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proi-
condição para que o veículo possa prosseguir viagem bição de sua obtenção.
e será efetuado às expensas do proprietário do veículo, Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo
sem prejuízo da multa aplicável. veículo equipado com registrador instantâneo de ve-
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo aten- locidade e tempo, somente o perito oficial encarrega-
der ao disposto neste artigo, o veículo será recolhido do do levantamento pericial poderá retirar o disco ou
ao depósito, sendo liberado após sanada a irregulari- unidade armazenadora do registro.
dade e pagas as despesas de remoção e estada.
Art. 276.  Qualquer concentração de álcool por litro de DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às
penalidades previstas no art. 165. Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual cons-
de tolerância quando a infração for apurada por meio tará:
de aparelho de medição, observada a legislação me- I - tipificação da infração;
trológica. II - local, data e hora do cometimento da infração;
Art. 277.  O condutor de veículo automotor envolvido III - caracteres da placa de identificação do veículo,
em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização sua marca e espécie, e outros elementos julgados ne-
de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clíni- cessários à sua identificação;
co, perícia ou outro procedimento que, por meios téc- IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
nicos ou científicos, na forma disciplinada pelo Con- V - identificação do órgão ou entidade e da autorida-
tran, permita certificar influência de álcool ou outra de ou agente autuador ou equipamento que compro-
substância psicoativa que determine dependência. var a infração;
§ 2o A infração prevista no art. 165 também poderá VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valen-
ser caracterizada mediante imagem, vídeo, consta- do esta como notificação do cometimento da infração.
tação de sinais que indiquem, na forma disciplinada
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração
pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora
da autoridade ou do agente da autoridade de trânsito,
ou produção de quaisquer outras provas em direito
por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovi-
admitidas.
sual, reações químicas ou qualquer outro meio tecno-
§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas admi-
logicamente disponível, previamente regulamentado
nistrativas estabelecidas no art. 165-A deste Código
pelo CONTRAN.
ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer
§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o
dos procedimentos previstos no caput deste artigo.
agente de trânsito relatará o fato à autoridade no pró-
Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização,
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não submetendo veículo à pesagem obrigatória nos prio auto de infração, informando os dados a respeito
pontos de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a do veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III,
penalidade prevista no art. 209, além da obrigação para o procedimento previsto no artigo seguinte.
de retornar ao ponto de evasão para fim de pesagem § 4º O agente da autoridade de trânsito competente
obrigatória. para lavrar o auto de infração poderá ser servidor ci-
Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação vil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar
policial, a apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja designado pela autoridade de trânsito com jurisdição
localizado, aplicando-se, além das penalidades em sobre a via no âmbito de sua competência.
que incorre, as estabelecidas no art. 210. Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da com-
Art. 278-A.  O condutor que se utilize de veículo para petência estabelecida neste Código e dentro de sua
a prática do crime de receptação, descaminho, con- circunscrição, julgará a consistência do auto de infra-
trabando, previstos nos arts. 180, 334 e 334-A do De- ção e aplicará a penalidade cabível.
creto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e
Penal), condenado por um desses crimes em decisão seu registro julgado insubsistente:
judicial transitada em julgado, terá cassado seu do- I - se considerado inconsistente ou irregular;
cumento de habilitação ou será proibido de obter a II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedi-
habilitação para dirigir veículo automotor pelo prazo da a notificação da autuação.
de 5 (cinco) anos. Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida noti-
§ 1º O condutor condenado poderá requerer sua rea- ficação ao proprietário do veículo ou ao infrator, por
bilitação, submetendo-se a todos os exames necessá- remessa postal ou por qualquer outro meio tecnoló-
rios à habilitação, na forma deste Código. gico hábil, que assegure a ciência da imposição da
§ 2º  No caso do condutor preso em flagrante na prá- penalidade.

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§ 1º A notificação devolvida por desatualização do do pagamento, e de 1% (um por cento) relativamente
endereço do proprietário do veículo será considerada ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado.
válida para todos os efeitos. Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto
§ 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, perante a autoridade que impôs a penalidade, a qual
de repartições consulares de carreira e de representa- remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta
ções de organismos internacionais e de seus integran- dias.
tes será remetida ao Ministério das Relações Exteriores § 1º O recurso não terá efeito suspensivo.
para as providências cabíveis e cobrança dos valores, § 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá
no caso de multa. o recurso ao órgão julgador, dentro dos dez dias úteis
§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a subsequentes à sua apresentação, e, se o entender in-
condutor, à exceção daquela de que trata o § 1º do art. tempestivo, assinalará o fato no despacho de encami-
259, a notificação será encaminhada ao proprietário nhamento.
do veículo, responsável pelo seu pagamento. § 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for
§ 4º Da notificação deverá constar a data do término julgado dentro do prazo previsto neste artigo, a au-
do prazo para apresentação de recurso pelo respon- toridade que impôs a penalidade, de ofício, ou por
sável pela infração, que não será inferior a trinta dias solicitação do recorrente, poderá conceder-lhe efeito
contados da data da notificação da penalidade. suspensivo.
§ 5º No caso de penalidade de multa, a data estabele- Art. 286. O recurso contra a imposição de multa po-
cida no parágrafo anterior será a data para o recolhi- derá ser interposto no prazo legal, sem o recolhimento
mento de seu valor. do seu valor.
       Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condu- § 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-
tor autuado poderá optar por ser notificado por meio -se-á o estabelecido no parágrafo único do art. 284.
eletrônico se o órgão do Sistema Nacional de Trânsito § 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apre-
responsável pela autuação oferecer essa opção. sentar recurso, se julgada improcedente a penalidade,
§ 1º  O proprietário ou o condutor autuado que optar ser-lhe-á devolvida a importância paga, atualizada
pela notificação por meio eletrônico deverá manter em UFIR ou por índice legal de correção dos débitos
seu cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito fiscais.
do Estado ou do Distrito Federal. Art. 287. Se a infração for cometida em localidade di-
§ 2º  Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o versa daquela do licenciamento do veículo, o recurso
proprietário ou o condutor autuado será considerado poderá ser apresentado junto ao órgão ou entidade de
notificado 30 (trinta) dias após a inclusão da informa- trânsito da residência ou domicílio do infrator.
ção no sistema eletrônico. Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber
§ 3º O  sistema previsto no caput será certificado digi- o recurso deverá remetê-lo, de pronto, à autoridade
talmente, atendidos os requisitos de autenticidade, in- que impôs a penalidade acompanhado das cópias dos
tegridade, validade jurídica e interoperabilidade da In- prontuários necessários ao julgamento.
fraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser inter-
Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado posto, na forma do artigo seguinte, no prazo de trinta
até a data do vencimento expressa na notificação, por dias contado da publicação ou da notificação da de-
oitenta por cento do seu valor. cisão.
§ 1º  Caso o infrator opte pelo sistema de notificação § 1º O recurso será interposto, da decisão do não pro-

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eletrônica, se disponível, conforme regulamentação do vimento, pelo responsável pela infração, e da decisão
Contran, e opte por não apresentar defesa prévia nem de provimento, pela autoridade que impôs a penali-
recurso, reconhecendo o cometimento da infração, po- dade.
derá efetuar o pagamento da multa por 60% (sessenta Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será
por cento) do seu valor, em qualquer fase do processo, apreciado no prazo de trinta dias:
até o vencimento da multa. I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou
§ 2º  O recolhimento do valor da multa não implica entidade de trânsito da União:
renúncia ao questionamento administrativo, que pode a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais
ser realizado a qualquer momento, respeitado o dis- de seis meses, cassação do documento de habilitação
posto no § 1º. ou penalidade por infrações gravíssimas, pelo CON-
§ 3º  Não incidirá cobrança moratória e não poderá TRAN;
ser aplicada qualquer restrição, inclusive para fins de b) nos demais casos, por colegiado especial integrado
licenciamento e transferência, enquanto não for en- pelo Coordenador-Geral da JARI, pelo Presidente da
cerrada a instância administrativa de julgamento de Junta que apreciou o recurso e por mais um Presidente
infrações e penalidades. de Junta;
§ 4º  Encerrada a instância administrativa de julga- II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou
mento de infrações e penalidades, a multa não paga entidade de trânsito estadual, municipal ou do Distrito
até o vencimento será acrescida de juros de mora Federal, pelos CETRAN E CONTRANDIFE, respectiva-
equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de mente.
Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quan-
acumulada mensalmente, calculados a partir do mês do houver apenas uma JARI, o recurso será julgado
subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao por seus próprios membros.

35
Art. 290. Implicam encerramento da instância admi- mediante representação da autoridade policial, decre-
nistrativa de julgamento de infrações e penalidades: tar, em decisão motivada, a suspensão da permissão
I - o julgamento do recurso de que tratam os arts. 288 ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a
e 289; proibição de sua obtenção.
II - a não interposição do recurso no prazo legal; e Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão
III - o pagamento da multa, com reconhecimento da ou a medida cautelar, ou da que indeferir o requeri-
infração e requerimento de encerramento do processo mento do Ministério Público, caberá recurso em senti-
na fase em que se encontra, sem apresentação de de- do estrito, sem efeito suspensivo.
fesa ou recurso. Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor
Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalida- ou a proibição de se obter a permissão ou a habilita-
des aplicadas nos termos deste Código serão cadas- ção será sempre comunicada pela autoridade judiciá-
tradas no RENACH. ria ao Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e
ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou
DOS CRIMES DE TRÂNSITO réu for domiciliado ou residente.
Art. 296.  Se o réu for reincidente na prática de crime
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de
automotores, previstos neste Código, aplicam-se as suspensão da permissão ou habilitação para dirigir
normas gerais do Código Penal e do Código de Pro- veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções
cesso Penal, se este Capítulo não dispuser de modo penais cabíveis.
diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste
de 1995, no que couber. no pagamento, mediante depósito judicial em favor
§ 1o  Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada
culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código
de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: Penal, sempre que houver prejuízo material resultante
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra subs- do crime.
tância psicoativa que determine dependência; § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao
II - participando, em via pública, de corrida, dispu- valor do prejuízo demonstrado no processo.
ta ou competição automobilística, de exibição ou de- § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts.
monstração de perícia em manobra de veículo auto- 50 a 52 do Código Penal.
motor, não autorizada pela autoridade competente; § 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa
III - transitando em velocidade superior à máxima per- reparatória será descontado.
mitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as
por hora). penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do
§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deve- veículo cometido a infração:
rá ser instaurado inquérito policial para a investigação I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou
da infração penal. com grande risco de grave dano patrimonial a tercei-
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes ros;
previstas no art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas
dezembro de 1940 (Código Penal), dando especial ou adulteradas;
atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de
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e consequências do crime. Habilitação;


Art. 292.  A suspensão ou a proibição de se obter a IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habili-
permissão ou a habilitação para dirigir veículo auto- tação de categoria diferente da do veículo;
motor pode ser imposta isolada ou cumulativamente V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuida-
com outras penalidades. dos especiais com o transporte de passageiros ou de
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição carga;
de se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir VI - utilizando veículo em que tenham sido adultera-
veículo automotor, tem a duração de dois meses a cin- dos equipamentos ou características que afetem a sua
co anos. segurança ou o seu funcionamento de acordo com os
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, limites de velocidade prescritos nas especificações do
o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, fabricante;
em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanen-
a Carteira de Habilitação. temente destinada a pedestres.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de aciden-
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo tes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a
automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar
efeito de condenação penal, estiver recolhido a esta- pronto e integral socorro àquela.
belecimento prisional. Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de ve-
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação ículo automotor:
penal, havendo necessidade para a garantia da ordem Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão
pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofí- ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação
cio, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda para dirigir veículo automotor.

36
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de § 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os
veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para
terço) à metade, se o agente: efeito de caracterização do crime tipificado neste ar-
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de tigo.
Habilitação; Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; a permissão ou a habilitação para dirigir veículo auto-
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo motor imposta com fundamento neste Código:
sem risco pessoal, à vítima do acidente; Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa,
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver com nova imposição adicional de idêntico prazo de
conduzindo veículo de transporte de passageiros. suspensão ou de proibição.
§ 3o  Se o agente conduz veículo automotor sob a in- Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o conde-
fluência de álcool ou de qualquer outra substância nado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no
psicoativa que determine dependência: § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão de Habilitação.
ou proibição do direito de se obter a permissão ou a Art. 308.  Participar, na direção de veículo automotor,
habilitação para dirigir veículo automotor. em via pública, de corrida, disputa ou competição au-
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de tomobilística ou ainda de exibição ou demonstração
veículo automotor: de perícia em manobra de veículo automotor, não au-
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspen- torizada pela autoridade competente, gerando situa-
são ou proibição de se obter a permissão ou a habili- ção de risco à incolumidade pública ou privada:
tação para dirigir veículo automotor.
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
§ 1o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade,
multa e suspensão ou proibição de se obter a permis-
se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302.
são ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 2o A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois
a cinco anos, sem prejuízo das outras penas previstas § 1o  Se da prática do crime previsto no caput resultar
neste artigo, se o agente conduz o veículo com capaci- lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias
dade psicomotora alterada em razão da influência de demonstrarem que o agente não quis o resultado nem
álcool ou de outra substância psicoativa que determi- assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de li-
ne dependência, e se do crime resultar lesão corporal berdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem
de natureza grave ou gravíssima. prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do § 2o Se da prática do crime previsto no caput resul-
acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não tar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o
podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar agente não quis o resultado nem assumiu o risco de
de solicitar auxílio da autoridade pública: produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras
se o fato não constituir elemento de crime mais grave. penas previstas neste artigo.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste ar- Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública,
tigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação
seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando pe-
com morte instantânea ou com ferimentos leves. rigo de dano:

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Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de
que lhe possa ser atribuída: veículo automotor a pessoa não habilitada, com ha-
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. bilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso,
Art. 306.  Conduzir veículo automotor com capacidade ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou
psicomotora alterada em razão da influência de álcool mental, ou por embriaguez, não esteja em condições
ou de outra substância psicoativa que determine de- de conduzi-lo com segurança:
pendência: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, es-
habilitação para dirigir veículo automotor. tações de embarque e desembarque de passageiros,
§ 1o  As condutas previstas no caput serão constatadas
logradouros estreitos, ou onde haja grande movimen-
por:
tação ou concentração de pessoas, gerando perigo de
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de
dano:
álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo
automobilístico com vítima, na pendência do respec-
Contran, alteração da capacidade psicomotora.
tivo procedimento policial preparatório, inquérito po-
§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser
obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, licial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou
exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o
outros meios de prova em direito admitidos, observa- perito, ou juiz:
do o direito à contraprova. Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

37
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, no mínimo, 90 (noventa) dias de antecedência de sua
ainda que não iniciados, quando da inovação, o pro- aplicação.
cedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das
quais se refere. multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em
Art. 312-A.  Para os crimes relacionados nos arts. 302 sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policia-
a 312 deste Código, nas situações em que o juiz apli- mento, fiscalização e educação de trânsito.
car a substituição de pena privativa de liberdade por § 1º O percentual de cinco por cento do valor das mul-
pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação tas de trânsito arrecadadas será depositado, mensal-
de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em mente, na conta de fundo de âmbito nacional destina-
uma das seguintes atividades: do à segurança e educação de trânsito.
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate § 2º O órgão responsável deverá publicar, anualmen-
dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis te, na rede mundial de computadores (internet), dados
especializadas no atendimento a vítimas de trânsito; sobre a receita arrecadada com a cobrança de multas
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospi- de trânsito e sua destinação.
tais da rede pública que recebem vítimas de acidente Art. 320-A.  Os órgãos e as entidades do Sistema
de trânsito e politraumatizados; Nacional de Trânsito poderão integrar-se para a am-
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas pliação e o aprimoramento da fiscalização de trânsito,
na recuperação de acidentados de trânsito; inclusive por meio do compartilhamento da receita
IV - outras atividades relacionadas ao resgate, aten- arrecadada com a cobrança das multas de trânsito.
dimento e recuperação de vítimas de acidentes de Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará
trânsito. a metodologia de aferição de peso de veículos, estabe-
lecendo percentuais de tolerância, sendo durante este
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS período suspensa a vigência das penalidades previstas
no inciso V do art. 231, aplicando-se a penalidade de
Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação vinte UFIR por duzentos quilogramas ou fração de ex-
dos membros do CONTRAN no prazo de sessenta dias cesso.
da publicação deste Código. Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se re-
Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e qua- fere este artigo, até a sua fixação pelo CONTRAN, são
aqueles estabelecidos pela Lei nº 7.408, de 25 de no-
renta dias a partir da publicação deste Código para
vembro de 1985.
expedir as resoluções necessárias à sua melhor execu-
Art. 325.  As repartições de trânsito conservarão por,
ção, bem como revisar todas as resoluções anteriores
no mínimo, 5 (cinco) anos os documentos relativos à
à sua publicação, dando prioridade àquelas que visam
habilitação de condutores, ao registro e ao licencia-
a diminuir o número de acidentes e a assegurar a pro-
mento de veículos e aos autos de infração de trânsito.
teção de pedestres.
§ 1º Os documentos previstos no caput poderão ser
Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existen-
gerados e tramitados eletronicamente, bem como ar-
tes até a data de publicação deste Código, continuam quivados e armazenados em meio digital, desde que
em vigor naquilo em que não conflitem com ele. assegurada a autenticidade, a fidedignidade, a confia-
Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, bilidade e a segurança das informações, e serão vá-
mediante proposta do CONTRAN, deverá, no prazo lidos para todos os efeitos legais, sendo dispensada,
de duzentos e quarenta dias contado da publicação,
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nesse caso, a sua guarda física.


estabelecer o currículo com conteúdo programático § 2º O Contran regulamentará a geração, a tramita-
relativo a segurança e à educação de trânsito, a fim ção, o arquivamento, o armazenamento e a elimina-
de atender o disposto neste Código. ção de documentos eletrônicos e físicos gerados em
Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II decorrência da aplicação das disposições deste Códi-
do parágrafo único do art. 281 só entrará em vigor go.
após duzentos e quarenta dias contados da publica- § 3º Na hipótese prevista nos §§ 1º e 2º, o sistema
ção desta Lei. deverá ser certificado digitalmente, atendidos os re-
Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão quisitos de autenticidade, integridade, validade jurí-
prazo de até um ano para a adaptação dos veículos de dica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves
condução de escolares e de aprendizagem às normas Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
do inciso III do art. 136 e art. 154, respectivamente. Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será come-
Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas morada anualmente no período compreendido entre
pelo CONTRAN, continua em vigor o disposto no art. 18 e 25 de setembro.
92 do Regulamento do Código Nacional de Trânsito - Art. 326-A.  A atuação dos integrantes do Sistema Na-
Decreto nº 62.127, de 16 de janeiro de 1968. cional de Trânsito, no que se refere à política de se-
Art. 319-A.  Os valores de multas constantes deste gurança no trânsito, deverá voltar-se prioritariamente
Código poderão ser corrigidos monetariamente pelo para o cumprimento de metas anuais de redução de
Contran, respeitado o limite da variação do Índice índice de mortos por grupo de veículos e de índice de
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mortos por grupo de habitantes, ambos apurados por
exercício anterior. Estado e por ano, detalhando-se os dados levantados
Parágrafo único. Os novos valores decorrentes do dis- e as ações realizadas por vias federais, estaduais e
posto no caput serão divulgados pelo Contran com, municipais.

38
§ 1o  O objetivo geral do estabelecimento de metas é, III - pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários
ao final do prazo de dez anos, reduzir à metade, no e pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos
mínimo, o índice nacional de mortos por grupo de ve- Municípios.
ículos e o índice nacional de mortos por grupo de ha- § 11.  O cálculo dos índices, para cada Estado e para o
bitantes, relativamente aos índices apurados no ano Distrito Federal, será feito pelo órgão máximo execu-
da entrada em vigor da lei que cria o Plano Nacional tivo de trânsito da União, ouvidos o Departamento de
de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). Polícia Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema
§ 2o As metas expressam a diferença a menor, em base Nacional de Trânsito.
percentual, entre os índices mais recentes, oficialmen- § 12.  Os índices serão divulgados oficialmente até o
te apurados, e os índices que se pretende alcançar. dia 31 de março de cada ano.
§ 3o A decisão que fixar as metas anuais estabelecerá § 13.  Com base em índices parciais, apurados no de-
as respectivas margens de tolerância. correr do ano, o Contran, os Cetran e o Contrandife
§ 4o As metas serão fixadas pelo Contran para cada poderão recomendar aos integrantes do Sistema Na-
um dos Estados da Federação e para o Distrito Federal, cional de Trânsito alterações nas ações, projetos e pro-
mediante propostas fundamentadas dos Cetran, do gramas em desenvolvimento ou previstos, com o fim
Contrandife e do Departamento de Polícia Rodoviária de atingir as metas fixadas para cada um dos Estados
Federal, no âmbito das respectivas circunscrições. e para o Distrito Federal.
§ 5o Antes de submeterem as propostas ao Contran, § 14.  A partir da análise de desempenho a que se refe-
os Cetran, o Contrandife e o Departamento de Polícia re o § 7o deste artigo, o Contran elaborará e divulgará,
Rodoviária Federal realizarão consulta ou audiência também durante a Semana Nacional de Trânsito:
pública para manifestação da sociedade sobre as me- I - duas classificações ordenadas dos Estados e do Dis-
tas a serem propostas. trito Federal, uma referente ao ano analisado e outra
§ 6o  As propostas dos Cetran, do Contrandife e do De- que considere a evolução do desempenho dos Estados
partamento de Polícia Rodoviária Federal serão enca- e do Distrito Federal desde o início das análises;
minhadas ao Contran até o dia 1o de agosto de cada II - relatório a respeito do cumprimento do objetivo
ano, acompanhadas de relatório analítico a respeito geral do estabelecimento de metas previsto no § 1o
do cumprimento das metas fixadas para o ano ante- deste artigo.
rior e de exposição de ações, projetos ou programas, Art. 327. A partir da publicação deste Código, somen-
com os respectivos orçamentos, por meio dos quais se
te poderão ser fabricados e licenciados veículos que
pretende cumprir as metas propostas para o ano se-
obedeçam aos limites de peso e dimensões fixados na
guinte.
forma desta Lei, ressalvados os que vierem a ser regu-
§ 7o  As metas fixadas serão divulgadas em setembro,
lamentados pelo CONTRAN.
durante a Semana Nacional de Trânsito, assim como o
Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer
desempenho, absoluto e relativo, de cada Estado e do
título e não reclamado por seu proprietário dentro do
Distrito Federal no cumprimento das metas vigentes
prazo de sessenta dias, contado da data de recolhi-
no ano anterior, detalhados os dados levantados e as
ações realizadas por vias federais, estaduais e munici- mento, será avaliado e levado a leilão, a ser realizado
pais, devendo tais informações permanecer à disposi- preferencialmente por meio eletrônico.
ção do público na rede mundial de computadores, em § 1o Publicado o edital do leilão, a preparação pode-
sítio eletrônico do órgão máximo executivo de trânsito rá ser iniciada após trinta dias, contados da data de
recolhimento do veículo, o qual será classificado em

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da União.
§ 8o O Contran, ouvidos o Departamento de Polícia duas categorias:
Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Na- I – conservado, quando apresenta condições de segu-
cional de Trânsito, definirá as fórmulas para apura- rança para trafegar; e
ção dos índices de que trata este artigo, assim como a II – sucata, quando não está apto a trafegar.
metodologia para a coleta e o tratamento dos dados § 2o Se não houver oferta igual ou superior ao valor
estatísticos necessários para a composição dos termos da avaliação, o lote será incluído no leilão seguinte,
das fórmulas. quando será arrematado pelo maior lance, desde que
§ 9o Os dados estatísticos coletados em cada Estado e por valor não inferior a cinquenta por cento do ava-
no Distrito Federal serão tratados e consolidados pelo liado.
respectivo órgão ou entidade executivos de trânsito, § 3o Mesmo classificado como conservado, o veículo
que os repassará ao órgão máximo executivo de trân- que for levado a leilão por duas vezes e não for arre-
sito da União até o dia 1o de março, por meio do sis- matado será leiloado como sucata.
tema de registro nacional de acidentes e estatísticas § 4o É vedado o retorno do veículo leiloado como su-
de trânsito. cata à circulação.
§ 10.  Os dados estatísticos sujeitos à consolidação § 5o A cobrança das despesas com estada no depósito
pelo órgão ou entidade executivos de trânsito do Esta- será limitada ao prazo de seis meses.
do ou do Distrito Federal compreendem os coletados § 6o Os valores arrecadados em leilão deverão ser uti-
naquela circunscrição: lizados para custeio da realização do leilão, dividindo-
I - pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão execu- -se os custos entre os veículos arrematados, proporcio-
tivo rodoviário da União; nalmente ao valor da arrematação, e destinando-se os
II - pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade exe- valores remanescentes, na seguinte ordem, para:
cutivos rodoviários do Estado ou do Distrito Federal; I – as despesas com remoção e estada;

39
II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do § 10; § 17.  O procedimento de hasta pública na hipótese
III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de do § 16 será realizado por lote de tonelagem de mate-
crédito com garantia real, segundo a ordem de prefe- rial ferroso, observando-se, no que couber, o disposto
rência estabelecida no art. 186 da Lei no 5.172, de 25 neste artigo, condicionando-se a entrega do material
de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional); arrematado aos procedimentos necessários à desca-
IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade respon- racterização total do bem e à destinação exclusiva,
sável pelo leilão; ambientalmente adequada, à reciclagem siderúrgica,
V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes vedado qualquer aproveitamento de peças e partes.
do Sistema Nacional de Trânsito, segundo a ordem § 18.  Os veículos sinistrados irrecuperáveis queima-
cronológica; e dos, adulterados ou estrangeiros, bem como aqueles
VI – os demais créditos, segundo a ordem de prefe- sem possibilidade de regularização perante o órgão de
rência legal. trânsito, serão destinados à reciclagem, independen-
§ 7o Sendo insuficiente o valor arrecadado para quitar temente do período em que estejam em depósito, res-
os débitos incidentes sobre o veículo, a situação será peitado o prazo previsto no caput deste artigo, sempre
comunicada aos credores. que a autoridade responsável pelo leilão julgar ser
§ 8o Os órgãos públicos responsáveis serão comuni- essa a medida apropriada.
cados do leilão previamente para que formalizem a Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam
desvinculação dos ônus incidentes sobre o veículo no os arts. 135 e 136, para exercerem suas atividades,
prazo máximo de dez dias. deverão apresentar, previamente, certidão negativa
§ 9o Os débitos incidentes sobre o veículo antes da do registro de distribuição criminal relativamente aos
alienação administrativa ficam dele automaticamente crimes de homicídio, roubo, estupro e corrupção de
desvinculados, sem prejuízo da cobrança contra o pro- menores, renovável a cada cinco anos, junto ao órgão
prietário anterior. responsável pela respectiva concessão ou autorização.
§ 10. Aplica-se o disposto no § 9o inclusive ao débito Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem re-
relativo a tributo cujo fato gerador seja a propriedade, formas ou recuperação de veículos e os que comprem,
o domínio útil, a posse, a circulação ou o licenciamen- vendam ou desmontem veículos, usados ou não, são
to de veículo. obrigados a possuir livros de registro de seu movimen-
§ 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o ve- to de entrada e saída e de uso de placas de experiên-
ículo, por qualquer meio, os débitos serão novamente cia, conforme modelos aprovados e rubricados pelos
vinculados ao bem, aplicando-se, nesse caso, o dispos- órgãos de trânsito.
to nos §§ 1o, 2o e 3o do art. 271. § 1º Os livros indicarão:
§ 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será I - data de entrada do veículo no estabelecimento;
depositado em conta específica do órgão responsável II - nome, endereço e identidade do proprietário ou
pela realização do leilão e ficará à disposição do an- vendedor;
tigo proprietário, devendo ser expedida notificação a III - data da saída ou baixa, nos casos de desmonta-
ele, no máximo em trinta dias após a realização do gem;
leilão, para o levantamento do valor no prazo de cinco IV - nome, endereço e identidade do comprador;
anos, após os quais o valor será transferido, definitiva- V - características do veículo constantes do seu certi-
mente, para o fundo a que se refere o parágrafo único ficado de registro;
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do art. 320. VI - número da placa de experiência.


§ 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, § 2º Os livros terão suas páginas numeradas tipogra-
ao animal recolhido, a qualquer título, e não reclama- ficamente e serão encadernados ou em folhas sol-
do por seu proprietário no prazo de sessenta dias, a tas, sendo que, no primeiro caso, conterão termo de
contar da data de recolhimento, conforme regulamen- abertura e encerramento lavrados pelo proprietário e
tação do CONTRAN. rubricados pela repartição de trânsito, enquanto, no
§ 14.  Se identificada a existência de restrição policial segundo, todas as folhas serão autenticadas pela re-
ou judicial sobre o prontuário do veículo, a autoridade partição de trânsito.
responsável pela restrição será notificada para a re- § 3º A entrada e a saída de veículos nos estabeleci-
tirada do bem do depósito, mediante a quitação das mentos referidos neste artigo registrar-se-ão no mes-
despesas com remoção e estada, ou para a autoriza- mo dia em que se verificarem assinaladas, inclusive,
ção do leilão nos termos deste artigo. as horas a elas correspondentes, podendo os veículos
§ 15.  Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da irregulares lá encontrados ou suas sucatas ser apre-
notificação de que trata o § 14, não houver manifesta- endidos ou retidos para sua completa regularização.
ção da autoridade responsável pela restrição judicial § 4º As autoridades de trânsito e as autoridades poli-
ou policial, estará o órgão de trânsito autorizado a ciais terão acesso aos livros sempre que o solicitarem,
promover o leilão do veículo nos termos deste artigo. não podendo, entretanto, retirá-los do estabelecimen-
§ 16.  Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de to.
bens automotores que se encontrarem nos depósitos § 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude
há mais de 1 (um) ano poderão ser destinados à re- ao realizá-lo e a recusa de sua exibição serão punidas
ciclagem, independentemente da existência de restri- com a multa prevista para as infrações gravíssimas,
ções sobre o veículo. independente das demais cominações legais cabíveis.

40
§ 6o Os livros previstos neste artigo poderão ser subs- ANEXO I
tituídos por sistema eletrônico, na forma regulamen- DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES
tada pelo Contran.
Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que Para efeito deste Código adotam-se as seguintes de-
passarão a integrar os colegiados destinados ao julga- finições:
mento dos recursos administrativos previstos na Seção
II do Capítulo XVIII deste Código, o julgamento dos ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista
recursos ficará a cargo dos órgãos ora existentes. de rolamento destinada à parada ou estacionamento de
Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema veículos, em caso de emergência, e à circulação de pe-
Nacional de Trânsito proporcionarão aos membros do destres e bicicletas, quando não houver local apropriado
CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, em serviço, to- para esse fim.
das as facilidades para o cumprimento de sua missão,
fornecendo-lhes as informações que solicitarem, per- AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa,
mitindo-lhes inspecionar a execução de quaisquer ser- civil ou policial militar, credenciada pela autoridade de
trânsito para o exercício das atividades de fiscalização,
viços e deverão atender prontamente suas requisições.
operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patru-
Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento
lhamento.
e vinte dias após a nomeação de seus membros, as
disposições previstas nos arts. 91 e 92, que terão de
AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indiví-
ser atendidas pelos órgãos e entidades executivos de
duo, originário dos alvéolos pulmonares.
trânsito e executivos rodoviários para exercerem suas
competências.
AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao trans-
§ 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes te-
porte de passageiros, com capacidade para até oito pes-
rão prazo de um ano, após a edição das normas, para
soas, exclusive o condutor.
se adequarem às novas disposições estabelecidas pelo
CONTRAN, conforme disposto neste artigo. AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de
§ 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados órgão ou entidade executivo integrante do Sistema Na-
exercerão as competências previstas neste Código em cional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente cre-
cumprimento às exigências estabelecidas pelo CON- denciada.
TRAN, conforme disposto neste artigo, acompanhados
pelo respectivo CETRAN, se órgão ou entidade muni- BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical
cipal, ou CONTRAN, se órgão ou entidade estadual, passando pelos centros das rodas traseiras extremas e o
do Distrito Federal ou da União, passando a integrar o ponto mais recuado do veículo, considerando-se todos
Sistema Nacional de Trânsito. os elementos rigidamente fixados ao mesmo.
Art. 334. As ondulações transversais existentes deve-
rão ser homologadas pelo órgão ou entidade compe- BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de
tente no prazo de um ano, a partir da publicação deste duas rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar
Código, devendo ser retiradas em caso contrário. à motocicleta, motoneta e ciclomotor.
Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no

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Anexo II até a aprovação pelo CONTRAN, no prazo de BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao
trezentos e sessenta dias da publicação desta Lei, após estacionamento de bicicletas.
a manifestação da Câmara Temática de Engenharia,
de Vias e Veículos e obedecidos os padrões interna- BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move
cionais. sobre trilhos.
Art. 337. Os CETRAN terão suporte técnico e finan-
ceiro dos Estados e Municípios que os compõem e, o BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser
CONTRANDIFE, do Distrito Federal. demarcada por linhas longitudinais de bordo que deli-
Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os impor- neiam a parte da via destinada à circulação de veículos.
tadores e fabricantes, ao comerciarem veículos auto-
motores de qualquer categoria e ciclos, são obrigados CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e
a fornecer, no ato da comercialização do respectivo em nível diferente, não destinada à circulação de veícu-
veículo, manual contendo normas de circulação, infra- los, reservada ao trânsito de pedestres e, quando pos-
ções, penalidades, direção defensiva, primeiros socor- sível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização,
ros e Anexos do Código de Trânsito Brasileiro. vegetação e outros fins.
Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir cré-
dito especial no valor de R$ 264.954,00 (duzentos e CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a
sessenta e quatro mil, novecentos e cinqüenta e quatro tracionar ou arrastar outro.
reais), em favor do ministério ou órgão a que couber
a coordenação máxima do Sistema Nacional de Trân- CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de
sito, para atender as despesas decorrentes da implan- carga com peso bruto total de até três mil e quinhentos
tação deste Código. quilogramas.

41
CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte ESTRADA - via rural não pavimentada.
de passageiros e carga no mesmo compartimento.
ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor
CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído alcoólico no ar alveolar.
como separador de duas pistas de rolamento, eventual-
mente substituído por marcas viárias (canteiro fictício). FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias ru-
rais, delimitada por lei específica e sob responsabilidade
CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso do órgão ou entidade de trânsito competente com cir-
que a unidade de tração é capaz de tracionar, indicado cunscrição sobre a via.
pelo fabricante, baseado em condições sobre suas limita-
ções de geração e multiplicação de momento de força e FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas longi-
resistência dos elementos que compõem a transmissão. tudinais em que a pista pode ser subdividida, sinalizada
ou não por marcas viárias longitudinais, que tenham uma
CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos largura suficiente para permitir a circulação de veículos
automotores em sinal de regozijo, de reivindicação, de automotores.
protesto cívico ou de uma classe.
FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das
CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utili- normas estabelecidas na legislação de trânsito, por meio
zado no transporte de pequenas cargas. do poder de polícia administrativa de trânsito, no âm-
bito de circunscrição dos órgãos e entidades executivos
CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao de trânsito e de acordo com as competências definidas
transporte de carga. neste Código.
CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permis-
da luz utilizado na sinalização de vias e veículos (olho- são ou impedimento de locomoção na faixa apropriada.
-de-gato).
FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado
CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao a manter o veículo imóvel na ausência do condutor ou,
transporte de pessoas.
no caso de um reboque, se este se encontra desengata-
do.
CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propul-
são humana.
FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo des-
tinado a diminuir a marcha do veículo no caso de falha
CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à
do freio de serviço.
circulação exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização
específica.
FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar
a diminuição da marcha do veículo ou pará-lo.
CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provi-
do de um motor de combustão interna, cuja cilindrada
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

não exceda a cinquenta centímetros cúbicos (3,05 pole- GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de
gadas cúbicas) e cuja velocidade máxima de fabricação braço, adotados exclusivamente pelos agentes de autori-
não exceda a cinquenta quilômetros por hora. dades de trânsito nas vias, para orientar, indicar o direito
de passagem dos veículos ou pedestres ou emitir ordens,
CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ci- sobrepondo-se ou completando outra sinalização ou
clos, separada fisicamente do tráfego comum. norma constante deste Código.

CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou GESTOS DE CONDUTORES - movimentos conven-


à direita, de mudança da direção original do veículo. cionais de braço, adotados exclusivamente pelos con-
dutores, para orientar ou indicar que vão efetuar uma
CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível. manobra de mudança de direção, redução brusca de ve-
locidade ou parada.
DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento
que tenha a função específica de proporcionar maior se- ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamen-
gurança ao usuário da via, alertando-o sobre situações to, destinado à ordenação dos fluxos de trânsito em uma
de perigo que possam colocar em risco sua integridade interseção.
física e dos demais usuários da via, ou danificar seria-
mente o veículo. INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da le-
gislação de trânsito, às normas emanadas do Código de
ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito e a regula-
tempo superior ao necessário para embarque ou desem- mentação estabelecida pelo órgão ou entidade executiva
barque de passageiros. do trânsito.

42
INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entronca- MICROÔNIBUS - veículo automotor de transporte co-
mento ou bifurcação, incluindo as áreas formadas por letivo com capacidade para até vinte passageiros.
tais cruzamentos, entroncamentos ou bifurcações.
MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas,
INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo com ou sem side-car, dirigido por condutor em posição
para atender circunstância momentânea do trânsito. montada.

LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, diri-
obrigações do proprietário de veículo, comprovado por gido por condutor em posição sentada.
meio de documento específico (Certificado de Licencia-
mento Anual). MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor
cuja carroçaria seja fechada e destinada a alojamento,
LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela escritório, comércio ou finalidades análogas.
municipalidade à circulação, parada ou estacionamento
de veículos, ou à circulação de pedestres, tais como cal- NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-
çada, parques, áreas de lazer, calçadões. -do-sol e o nascer do sol.

LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo
passageiros, que o veículo transporta, expressa em quilo- com capacidade para mais de vinte passageiros, ainda
gramas para os veículos de carga, ou número de pessoas, que, em virtude de adaptações com vista à maior como-
para os veículos de passageiros. didade destes, transporte número menor.

LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização
urbanas ou rurais e que com elas se limita. do veículo, pelo tempo estritamente necessário ao car-
regamento ou descarregamento de animais ou carga, na
LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a ilumi- forma disciplinada pelo órgão ou entidade executivo de
nar a via até uma grande distância do veículo. trânsito competente com circunscrição sobre a via.

LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a ilu- OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico
minar a via diante do veículo, sem ocasionar ofuscamen- baseado nos conceitos de Engenharia de Tráfego, das
to ou incômodo injustificáveis aos condutores e outros condições de fluidez, de estacionamento e parada na via,
usuários da via que venham em sentido contrário. de forma a reduzir as interferências tais como veículos
quebrados, acidentados, estacionados irregularmente
LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos atrapalhando o trânsito, prestando socorros imediatos e
demais usuários da via, que se encontram atrás do veí- informações aos pedestres e condutores.
culo, que o condutor está aplicando o freio de serviço.
PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e
LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do pelo tempo estritamente necessário para efetuar embar-
veículo destinada a indicar aos demais usuários da via que ou desembarque de passageiros.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


que o condutor tem o propósito de mudar de direção
para a direita ou para a esquerda. PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível en-
tre uma via e uma linha férrea ou trilho de bonde com
LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a ilu- pista própria.
minar atrás do veículo e advertir aos demais usuários da
via que o veículo está efetuando ou a ponto de efetuar PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de
uma manobra de marcha à ré. passagem à frente de outro veículo que se desloca no
mesmo sentido, em menor velocidade, mas em faixas
LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumen- distintas da via.
tar a iluminação da via em caso de neblina, chuva forte
ou nuvens de pó. PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à
transposição de vias, em desnível subterrâneo, e ao uso
LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada de pedestres ou veículos.
a indicar a presença e a largura do veículo.
PASSARELA - obra de arte destinada à transposição
MANOBRA - movimento executado pelo condutor de vias, em desnível aéreo, e ao uso de pedestres.
para alterar a posição em que o veículo está no momen-
to em relação à via. PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamen-
to, neste último caso, separada por pintura ou elemento
MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de físico separador, livre de interferências, destinada à cir-
linhas, marcações, símbolos ou legendas, em tipos e co- culação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de
res diversas, apostos ao pavimento da via. ciclistas.

43
PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Ro- RETORNO - movimento de inversão total de sentido
doviária Federal com o objetivo de garantir obediência da direção original de veículos.
às normas de trânsito, assegurando a livre circulação e
evitando acidentes. RODOVIA - via rural pavimentada.

PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e SEMIRREBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se
área rural. apóia na sua unidade tratora ou é a ela ligado por meio
de articulação.
PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo
transmite ao pavimento, constituído da soma da tara SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viá-
mais a lotação. ria que se utilizam de placas, marcas viárias, equipamen-
tos de controle luminosos, dispositivos auxiliares, apitos
PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo e gestos, destinados exclusivamente a ordenar ou dirigir
transmitido ao pavimento pela combinação de um ca- o trânsito dos veículos e pedestres.
minhão-trator mais seu semirreboque ou do caminhão
mais o seu reboque ou reboques. SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e dis-
positivos de segurança colocados na via pública com o
PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada objetivo de garantir sua utilização adequada, possibili-
em caráter de advertência, destinada a indicar aos de- tando melhor fluidez no trânsito e maior segurança dos
mais usuários da via que o veículo está imobilizado ou veículos e pedestres que nela circulam.
em situação de emergência.
SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclu-
PISTA - parte da via normalmente utilizada para a cir- sivamente pelos agentes da autoridade de trânsito nas
culação de veículos, identificada por elementos separa-
vias, para orientar ou indicar o direito de passagem dos
dores ou por diferença de nível em relação às calçadas,
veículos ou pedestres, sobrepondo-se ou completando
ilhas ou aos canteiros centrais.
sinalização existente no local ou norma estabelecida nes-
te Código.
PLACAS - elementos colocados na posição vertical,
fixados ao lado ou suspensos sobre a pista, transmitindo
TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos
mensagens de caráter permanente e, eventualmente, va-
da carroçaria e equipamento, do combustível, das ferra-
riáveis, mediante símbolo ou legendas pré reconhecidas
mentas e acessórios, da roda sobressalente, do extintor
e legalmente instituídas como sinais de trânsito.
de incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso em
POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função quilogramas.
exercida pelas Polícias Militares com o objetivo de preve-
nir e reprimir atos relacionados com a segurança pública TRAILER - reboque ou semirreboque tipo casa, com
e de garantir obediência às normas relativas à seguran- duas, quatro, ou seis rodas, acoplado ou adaptado à tra-
ça de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando seira de automóvel ou camionete, utilizado em geral em
acidentes. atividades turísticas como alojamento, ou para atividades
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

comerciais.
PONTE - obra de construção civil destinada a ligar
margens opostas de uma superfície líquida qualquer. TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veícu-
los, pessoas e animais nas vias terrestres.
REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de
um veículo automotor. TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veícu-
lo de uma faixa demarcada para outra.
REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinali-
zação de regulamentação pelo órgão ou entidade com- TRATOR - veículo automotor construído para realizar
petente com circunscrição sobre a via, definindo, entre trabalho agrícola, de construção e pavimentação e tra-
outros, sentido de direção, tipo de estacionamento, ho- cionar outros veículos e equipamentos.
rários e dias.
ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de
REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em me-
protegida, destinada ao uso de pedestres durante a tra- nor velocidade e na mesma faixa de tráfego, necessitan-
vessia da mesma. do sair e retornar à faixa de origem.

RENACH - Registro Nacional de Condutores Habili- UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versati-
tados. lidade do seu uso, inclusive fora de estrada.

RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automo- VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos


tores. acoplados, sendo um deles automotor.

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VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de
propulsão que circule por seus próprios meios, e que vias destinadas à circulação prioritária de pedestres.
serve normalmente para o transporte viário de pessoas e
coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para VIADUTO - obra de construção civil destinada a trans-
o transporte de pessoas e coisas. O termo compreende por uma depressão de terreno ou servir de passagem su-
os veículos conectados a uma linha elétrica e que não perior.
circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).

VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte RESOLUÇÕES DO CONSELHO NACIO-


de carga, podendo transportar dois passageiros, exclusi-
NAL DE TRÂNSITO (CONTRAN) E SUAS
ve o condutor.
ALTERAÇÕES ATÉ A DATA DE PUBLI-
VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo CAÇÃO DO EDITAL 04/1998; 14/1998;
sido fabricado há mais de trinta anos, conserva suas ca- 18/1998; 168/2004; 254/2007; 277/2008;
racterísticas originais de fabricação e possui valor histó- 292/2008; 300/2008; 303/2008; 304/2008;
rico próprio. 349/2010; 357/2010; 358/2010; 360/2010;
432/2013; 453/2013; 466/2013; 541/2015;
VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, 561/2015; 619/2016; 623/2016; 670/2017
sendo o primeiro um veículo automotor e os demais re- E 723/2018
boques ou equipamentos de trabalho agrícola, constru-
ção, terraplenagem ou pavimentação.

VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor RESOLUÇÃO Nº NC 004/98


destinado ao transporte de carga com peso bruto total
máximo superior a dez mil quilogramas e de passageiros, Art. 1º. Permitir o transporte de cargas e pessoas em
superior a vinte passageiros. veículos novos, antes do registro e licenciamento. Ad-
quiridos por pessoas físicas e jurídicas, por entidades
VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao públicas e privadas e os destinados aos concessioná-
transporte de pessoas e suas bagagens. rios para comercialização, desde que portem a “au-
torização especial” segundo o modelo constante do
anexo I.
VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao
§ 1º. A permissão estende-se aos veículos aos veícu-
transporte simultâneo de carga e passageiro.
los inacabados (chassis), do pátio do fabricante ou do
concessionário até o local da indústria encarroçadora.
VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas
§ 2º. A “autorização especial” valida apenas para des-
e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acosta-
locamento para o município de destino, será expedida
mento, ilha e canteiro central.
para o veículo que portar os Equipamentos Obrigató-
rios previstos pelo
VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por CONTRAN (adequado ao tipo de veículo), com base na
acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em Nota Fiscal de Compra e Venda, com validade de (15)
nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


quinze dias transcorridos da data da emissão, pror-
travessia de pedestres em nível. rogável por igual período por motivo de força maior.
§ 3º. A autorização especial será impressa em (3) três
VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções vias, das quais, a primeira e a segunda serão coloca-
em nível, geralmente controlada por semáforo, com aces- das respectivamente, no vidro dianteiro (para-brisa), e
sibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, no vidro traseiro, e a terceira arquivada na repartição
possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade. de trânsito expedidora.
Art. 2º. Os veículos adquiridos por autônomos e por
VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distri- empresas que prestam transportes de cargas e de pas-
buir o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair sageiros, poderão efetuar serviços remunerados para
das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o quais estão autorizados, atendida a legislação especí-
trânsito dentro das regiões da cidade. fica, as exigências dos poderes concedentes e das au-
toridades com jurisdição sobre as vias públicas.
VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em Art. 3º. Os veículos consignados aos concessionários,
nível não semaforizadas, destinada apenas ao acesso lo- para comercialização, e os veículos adquiridos por
cal ou a áreas restritas. pessoas físicas, entidades privadas e públicas, a serem
licenciados nas categorias “PARTICULAR e OFICIAL”,
VIA RURAL - estradas e rodovias. somente poderão transportar suas cargas e pessoas
que tenham vínculo empregatício com os mesmos.
VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e Art. 4º. Antes do registro e licenciamento, o veículo
similares abertos à circulação pública, situados na área novo, nacional ou importado que portar a nota fiscal
urbana, caracterizados principalmente por possuírem de compra e venda ou documento alfandegário pode-
imóveis edificados ao longo de sua extensão. rá transitar:

45
I - do pátio da fábrica, da indústria encarroçadora 6) pala interna de proteção contra o sol (para sol)
ou concessionária e do Posto Alfandegário, ao órgão para o condutor;
de trânsito do município de destino, nos quinze dias 7) faróis principais dianteiros de cor branca ou ama-
consecutivos à data do carimbo de saída do veículo, rela;
constante da nota fiscal ou documento alfandegário 8) luzes de posição dianteiras (faroletes) de cor bran-
correspondente; ca ou amarela;
II - do pátio da fábrica, da indústria encarroçadora ou 9) lanternas de posição traseiras de cor vermelha;
concessionária, ao local onde vai ser embarcado como 10) lanternas de freio de cor vermelha;
carga, por qualquer meio de transporte; 11) lanternas indicadoras de direção: dianteiras de cor
III - do local de descarga às concessionárias ou indús- âmbar e traseiras de cor âmbar ou vermelha;
trias encarroçadora; 12) lanterna de marcha à ré, de cor branca;
IV - de um a outro estabelecimento da mesma mon- 13) retrorefletores (catadióptrico) traseiros, de cor ver-
tadora, encarroçadora ou concessionária ou pessoa melha;
jurídica interligada. 14) lanterna de iluminação da placa traseira, de cor
§ 1º No caso de veículo novo comprado diretamente branca;
pelo comprador por meio eletrônico, o prazo de que 15) velocímetro,
trata o inciso I será contado a partir da data de efetiva 16) buzina;
entrega do veículo ao proprietário. 17) freios de estacionamento e de serviço, com co-
§ 2º No caso do veículo novo doado por órgãos ou mandos independentes;
entidades governamentais, o município de destino de 18) pneus que ofereçam condições mínimas de segu-
que trata o inciso I será o constante no instrumento rança;
de doação, cuja cópia deverá acompanhar o veículo 19) dispositivo de sinalização luminosa ou refletora de
durante o trajeto. emergência, independente do sistema de iluminação
§ 3º Equiparam-se às indústrias encarroçadoras as do veículo;
empresas responsáveis pela instalação de equipa- 20) extintor de incêndio;
mentos destinados a transformação de veículos em 21) registrador instantâneo e inalterável de velocida-
ambulâncias, veículos policiais e demais veículos de de e tempo, nos veículos de transporte e condução de
emergência. escolares, nos de transporte de passageiros com mais
§ 4º No caso do § 3º deverá ser aposto carimbo no de dez lugares e nos de carga com capacidade máxi-
verso da nota fiscal de compra, com a data da saída ma de tração superior a 19t;
do veículo, pela empresa responsável pela adaptação 22) cinto de segurança para todos os ocupantes do
ou transformação. veículo;
23) dispositivo destinado ao controle de ruído do mo-
§ 5º No caso dos Estados da Região Norte do País, o
tor, naqueles dotados de motor a combustão;
prazo de que trata o inciso I será de 30 (trinta) dias
24) roda sobressalente, compreendendo o aro e o
consecutivos.
pneu, com ou sem câmara de ar, conforme o caso;
§ 6º Para os veículos recém-produzidos, beneficiados
25) macaco, compatível com o peso e carga do veículo;
por regime tributário especial e para os quais ainda
26) chave de roda;
não foram emitidas as notas fiscais de faturamento,
27) chave de fenda ou outra ferramenta apropriada
fica permitido o transporte somente do pátio interno
para a remoção de calotas;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

das montadoras e fabricantes para os pátios externos


28) lanternas delimitadoras e lanternas laterais nos
das montadoras e fabricantes ou das empresas res- veículos de carga, quando suas dimensões assim o
ponsáveis pelo transporte dos veículos, em um raio exigirem;
máximo de 10 (dez) quilômetros, desacompanhados 29) cinto de segurança para a árvore de transmissão
de nota fiscal, desde que acompanhados da relação de em veículos de transporte coletivo e carga;
produção onde conste a numeração do chassi. II) para os reboques e semirreboques:
Art. 5º. Pela inobservância desta Resolução, fica o con- 1) para choque traseiro;
dutor sujeito à penalidade constante do Artigo 230, 2) protetores das rodas traseiras;
inciso V, do Código de Trânsito Brasileiro. 3) lanternas de posição traseiras, de cor vermelha;
4) freios de estacionamento e de serviço, com coman-
RESOLUÇÃO Nº 14/98 dos independentes, para veículos com capacidade
superior a 750 quilogramas e produzidos a partir de
Art. 1º Para circular em vias públicas, os veículos de- 1997;
verão estar dotados dos equipamentos obrigatórios 5) lanternas de freio, de cor vermelha;
relacionados abaixo, a serem constatados pela fisca- 6) iluminação de placa traseira;
lização e em condições de funcionamento: 7) lanternas indicadoras de direção traseiras, de cor
I) nos veículos automotores e ônibus elétricos: âmbar ou vermelha;
1) para choques, dianteiro e traseiro; 8) pneus que ofereçam condições mínimas de segu-
2) protetores das rodas traseiras dos caminhões; rança;
3) espelhos retrovisores, interno e externo; 9) lanternas delimitadoras e lanternas laterais, quan-
4) limpador de para brisa; do suas dimensões assim o exigirem.
5) lavador de para brisa; III) para os ciclomotores:

46
1) espelhos retrovisores, de ambos os lados; III) registrador instantâneo inalterável de velocidade
2) farol dianteiro, de cor branca ou amarela; e tempo:
3) lanterna, de cor vermelha, na parte traseira; a) nos veículos de carga fabricados antes de 1991, ex-
4) velocímetro; cluídos os de transporte de escolares, de cargas peri-
5) buzina; gosas e de passageiros (ônibus e microônibus), até 1°
6) pneus que ofereçam condições mínimas de segu- de janeiro de 1999;
rança; b) nos veículos de transporte de passageiros ou de uso
7) dispositivo destinado ao controle de ruído do motor. misto, registrados na categoria particular e que não
IV) para as motonetas, motocicletas e triciclos: realizem transporte remunerado de pessoas;
1) espelhos retrovisores, de ambos os lados; IV) cinto de segurança:
2) farol dianteiro, de cor branca ou amarela; a) para os passageiros, nos ônibus e microônibus pro-
3) lanterna, de cor vermelha, na parte traseira;
duzidos até 1º de janeiro de 1999;
4) lanterna de freio, de cor vermelha
5) iluminação da placa traseira; b) até 1º de janeiro de 1999, para o condutor e tripu-
6) indicadores luminosos de mudança de direção, lantes, nos ônibus e microônibus;
dianteiro e traseiro; para os veículos destinados ao transporte de passagei-
7) velocímetro; ros, em percurso que seja
8) buzina; permitido viajar em pé.
9) pneus que ofereçam condições mínimas de segu- V) pneu e aro sobressalente, macaco e chave de roda:
rança; a) nos veículos equipados com pneus capazes de tra-
10)dispositivo destinado ao controle de ruído do mo- fegar sem ar, ou aqueles equipados com dispositivo
tor.
automático de enchimento emergencial;
V) para os quadricíclos:
1) espelhos retrovisores, de ambos os lados; b) nos ônibus e microônibus que integram o sistema
2) farol dianteiro, de cor branca ou amarela; de transporte urbano de passageiros, nos municípios,
3) lanterna, de cor vermelha na parte traseira; regiões e microregiões metropolitanas ou conglome-
4) lanterna de freio, de cor vermelha; rados urbanos;
5) indicadores luminosos de mudança de direção, c) nos caminhões dotados de características específi-
dianteiros e traseiros; cas para transporte de lixo e de concreto;
6) iluminação da placa traseira; d) nos veículos de carroçaria blindada para transporte
7) velocímetro;
de valores.
8) buzina;
9) pneus que ofereçam condições mínimas de segu- VI) velocímetro, naqueles dotados de registrador ins-
rança; tantâneo e inalterável de velocidade e tempo, integra-
10) dispositivo destinado ao controle de ruído do mo- do.
tor; Parágrafo único: Para os veículos relacionados nas
11) protetor das rodas traseiras. alíneas “b”, “c”, e “d”, do inciso V, será reconhecida
VI) nos tratores de rodas e mistos: a excepcionalidade, somente quando pertencerem ou
1) faróis dianteiros, de luz branca ou amarela; estiverem na posse de firmas individuais, empresas ou
2) lanternas de posição traseiras, de cor vermelha; organizações que possuam equipes próprias, especia-
3) lanternas de freio, de cor vermelha;
lizadas em troca de pneus ou aros danificados.
4) indicadores luminosos de mudança de direção,

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


dianteiros e traseiros; Art. 3º. Os equipamentos obrigatórios dos veículos
5) pneus que ofereçam condições mínimas de segu- destinados ao transporte de produtos perigosos, bem
rança; como os equipamentos para situações de emergência
6) dispositivo destinado ao controle de ruído do motor. serão aqueles indicados na legislação pertinente
VII) nos tratores de esteiras: Art. 4º. Os veículos destinados à condução de esco-
1) faróis dianteiros, de luz branca ou amarela; lares ou outros transportes especializados terão seus
2) lanternas de posição traseiras, de cor vermelha; equipamentos obrigatórios previstos em legislação
3) lanternas de freio, de cor vermelha; específica.
4) indicadores luminosos de mudança de direção,
Art. 5º. A exigência dos equipamentos obrigatórios
dianteiros e traseiros;
5) dispositivo destinado ao controle de ruído do motor. para a circulação de bicicletas, prevista no inciso VI,
Parágrafo único: Quando a visibilidade interna não do art. 105, do Código de Trânsito Brasileiro terá um
permitir, utilizar-se-ão os espelhos retrovisores late- prazo de cento e oitenta dias para sua adequação,
rais. contados da data de sua Regulamentação pelo CON-
Art. 2º. Dos equipamentos relacionados no artigo an- TRAN.
terior, não se exigirá: Art. 6º. Os veículos automotores produzidos a partir
I) lavador de para brisa: de 1º de janeiro de 1999, deverão ser dotados dos se-
a) em automóveis e camionetas derivadas de veículos
guintes equipamentos obrigatórios:
produzidos antes de 1º de janeiro de 1974;
b) utilitários, veículos de carga, ônibus e microônibus I - espelhos retrovisores externos, em ambos os lados;
produzidos até 1º de janeiro de 1999; II - registrador instantâneo e inalterável de velocidade
lanterna de marcha à ré e retrorefletores, nos veículos e tempo, para os veículos de carga, com peso bruto
fabricados antes de 1º de janeiro de 1990; total superior a 4536 kg;

47
III - encosto de cabeça, em todos os assentos dos auto- querer habilitação em “A” e “B” submetendo-se a um
móveis, exceto nos assentos centrais; único Exame de Aptidão Física e Mental e Avaliação
IV - cinto de segurança graduável e de três pontos em Psicológica, desde que considerado apto para ambas.
todos os assentos dos automóveis. Nos assentos cen- §3º O processo do candidato à habilitação ficará ativo
trais, o cinto poderá ser do tipo subabdominal; no órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado
Parágrafo único: Os ônibus e microônibus poderão ou do Distrito Federal, pelo prazo de 12 (doze) meses,
utilizar cinto subabdominal para os passageiros. contados da data do requerimento do candidato.
Art. 7º. Aos veículos registrados e licenciados em ou- §4º A obtenção da ACC obedecerá aos termos e con-
tro país, em circulação no território nacional, aplicam- dições estabelecidos para a CNH nas categorias “A”,
-se as regras do art. 118 e seguintes do Código de “B” e, “A” e “B”.
Trânsito Brasileiro. Art. 3º Para a obtenção da ACC e da CNH o candidato
Art. 9º. Respeitadas as exceções e situações particu- devera submeter-se a realização de:
lares previstas nesta Resolução, os proprietários ou I – Avaliação Psicológica;
condutores, cujos veículos circularem nas vias públicas II – Exame de Aptidão Física e Mental;
desprovidos dos requisitos estabelecidos, ficam sujei- III – Exame escrito, sobre a integralidade do conteúdo
tos às penalidades constantes do art. 230 do Código programático, desenvolvido em
de Trânsito Brasileiro, no que couber. Curso de Formação para Condutor;
IV – Exame de Direção Veicular, realizado na via pú-
RESOLUÇÃO Nº 18/98 blica, em veículo da categoria para a qual esteja se
habilitando.
Art.1º. Recomendar às autoridades de trânsito com Art. 4º O Exame de Aptidão Física e Mental será pre-
circunscrição sobre as vias terrestres, que por meio liminar e renovável a cada cinco anos, ou a cada três
de campanhas educativas, motivem seus usuários a anos para condutores com mais de sessenta e cinco
manter o farol baixo aceso durante o dia, nas rodovias. anos de idade, no local de residência ou domicílio do
Art.2º. O DENATRAN acompanhará os resultados ob- examinado.
tidos pelos órgãos que implementarem esta medida. §1º O condutor que exerce atividade de transporte re-
munerado de pessoas ou bens terá que
RESOLUÇÃO Nº 168/2004
se submeter ao Exame de Aptidão Física e Mental e a
Avaliação Psicológica de acordo com os parágrafos 2º
Art. 1º As normas regulamentares para o processo
e 3º do Art. 147 do Código de Trânsito Brasileiro.
de formação, especialização e habilitação do condu-
tor de veículo automotor e elétrico, os procedimentos §2º Quando houver indícios de deficiência física, men-
dos exames, cursos e avaliações para a habilitação, tal ou de progressividade de doença que possa dimi-
renovação, adição e mudança de categoria, emissão nuir a capacidade para conduzir veículo, o prazo de
de documentos de habilitação, bem como do reconhe- validade do exame poderá ser diminuído a critério do
cimento do documento de habilitação obtido em país perito examinador.
estrangeiro são estabelecidas nesta Resolução. §3º O condutor que, por qualquer motivo, adquira
algum tipo de deficiência física para a condução de
Do Processo de Habilitação do Condutor veículo automotor, deverá apresentar-se ao órgão ou
entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

Art. 2º O candidato à obtenção da Autorização para Federal para submeter-se aos exames necessários.
Conduzir Ciclomotor – ACC, da Carteira Nacional de Art. 5º Os tripulantes de aeronaves titulares de car-
Habilitação – CNH, solicitará ao órgão ou entidade tão de saúde, devidamente atualizado, expedido pelas
executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, Forças Armadas ou pelo Departamento de Aviação
do seu domicílio ou residência, ou na sede estadual ou Civil – DAC, ficam dispensados do exame de aptidão
distrital do próprio órgão ou entidade, a abertura do física e mental necessário à obtenção ou à renovação
processo de habilitação para o qual deverá preencher periódica da habilitação para conduzir veículo auto-
os seguintes requisitos: motor, ressalvados os casos previstos no §4° do art.
I – ser penalmente imputável; 147 e art. 160 do CTB.
II – saber ler e escrever; Parágrafo único. O prazo de validade da habilitação,
III – possuir documento de identidade; com base na regulamentação constante no caput des-
IV – possuir Cadastro de Pessoa Física – CPF. te artigo, contará da data da obtenção ou renovação
§1º O processo de habilitação do condutor de que tra- da CNH, pelo prazo previsto no §2° do artigo 147 do
ta o caput deste artigo, após o devido cadastramento CTB.
dos dados informativos do candidato no Registro Na- Art. 6º O Exame de Aptidão Física e Mental será exi-
cional de Condutores Habilitados – RENACH, deverá gido quando da:
realizar Avaliação Psicológica, Exame de Aptidão Fí- I – obtenção da ACC e da CNH;
sica e Mental, Curso Teórico-técnico, Exame Teórico- II – renovação da ACC e das categorias da CNH;
-técnico, Curso de Prática de Direção Veicular e Exame III – adição e mudança de categoria;
de Pratica de Direção Veicular, nesta ordem. IV – substituição do documento de habilitação obtido
§2° O candidato poderá requerer simultaneamente em país estrangeiro.
a ACC e habilitação na categoria “B”, bem como re-

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§1º Por ocasião da renovação da CNH o condutor que Dos Exames
ainda não tenha frequentado o curso de Direção De-
fensiva e de Primeiros Socorros, deverá cumprir o pre- Art. 10. O Exame de Aptidão Física e Mental e a Ava-
visto no item 4 do anexo II desta Resolução. liação Psicológica, estabelecidos no art. 147 do CTB,
§2º A Avaliação Psicológica será exigida quando da: seus procedimentos, e critérios de credenciamento dos
a) obtenção da ACC e da CNH; profissionais das áreas médica e psicológica, obedece-
b) renovação caso o condutor exercer serviço remune- rão ao disposto em Resolução específica.
rado de transporte de pessoas ou bens; Art. 11. O candidato à obtenção da ACC ou da CNH,
c) substituição do documento de habilitação obtido após a conclusão do curso de formação, será subme-
em país estrangeiro; tido a Exame Teórico-técnico, constituído de prova
d) por solicitação do perito examinador. convencional ou eletrônica de no mínimo 30 (trinta)
§3° O condutor, com Exame de Aptidão Física e Mental questões, incluindo todo o conteúdo programático,
vencido há mais de 5 (cinco) anos, contados a partir proporcional à carga horária de cada disciplina, orga-
da data de validade, deverá submeter-se ao Curso de nizado de forma individual, única e sigilosa, devendo
obter aproveitamento de, no mínimo, 70% (setenta
Atualização para a Renovação da CNH.
por cento) de acertos para aprovação.
Parágrafo único. O exame referido neste artigo será
Da Formação do Condutor aplicado pelo órgão ou entidade executivo de trânsito
do Estado ou do Distrito Federal, ou por entidade pú-
Art. 7º A formação de condutor de veículo automotor blica ou privada por ele credenciada.
e elétrico compreende a realização de Curso Teórico- Art. 12. O Exame de Direção Veicular previsto no art.
-técnico e de Prática de Direção Veicular, cuja estru- 3º desta Resolução será realizado pelo órgão ou en-
tura curricular, carga horária e especificações estão tidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
definidas no anexo II. Federal e aplicado pelos examinadores titulados no
Art. 8º Para a Prática de Direção Veicular, o candidato curso previsto em regulamentação específica e devi-
deverá estar acompanhado por um Instrutor de Práti- damente designados.
ca de Direção Veicular e portar a Licença para Apren- Parágrafo único. Os examinadores responderão pelos
dizagem de Direção Veicular – LADV expedida pelo atos decorrentes, no limite de suas responsabilidades.
órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou Art. 13. O candidato à obtenção da ACC, da CNH, adi-
do Distrito Federal, contendo no mínimo, as seguintes ção ou mudança de categoria, somente poderá prestar
informações: exame de Prática de Direção Veicular depois de cum-
I – identificação do órgão ou entidade executivo de prida a seguinte carga horária de aulas práticas:
trânsito expedidor; I – obtenção da ACC: mínimo de 20 (vinte) horas/aula;
II – nome completo, número do documento de identi- II – obtenção da CNH: mínimo de 20 (vinte) horas/
dade, do Cadastro de Pessoa Física - CPF e do formu- aula por categoria pretendida;
lário RENACH do candidato; III – adição de categoria: mínimo de 15 (quinze) horas/
III – categoria pretendida; aula em veículo da categoria na qual esteja sendo
IV – nome do Centro de Formação de Condutores – adicionada;
CFC responsável pela instrução; IV – mudança de categoria: mínimo de 15 (quinze)
V – prazo de validade. horas/aula em veículo da categoria para a qual esteja
§1º A LADV será expedida em nome do candidato com mudando.
Parágrafo único. Deverão ser observados, em todos os

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a identificação do CFC responsável e/ou do Instrutor,
casos, 20% (vinte por cento) da carga horária cursada
depois de aprovado nos exames previstos na legisla-
para a prática de direção veicular no período noturno.
ção, com prazo de validade que permita que o proces- Art. 14. O Exame de Direção Veicular será realizado
so esteja concluído de acordo com o previsto no § 3º, perante uma comissão formada por três membros, de-
do art. 2º, desta Resolução. signados pelo dirigente do órgão ou entidade executi-
§2º A LADV será expedida mediante a solicitação do vo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.
candidato ou do CFC ao qual o mesmo esteja vincu- §1º A comissão de que trata o caput deste artigo pode-
lado para a formação de prática de direção veicular e rá ser volante para atender às especificidades de cada
somente produzirá os seus efeitos legais quando apre- Estado ou do Distrito Federal, a critério do respectivo
sentada no original, acompanhada de um documento órgão ou entidade executivo de trânsito.
de identidade e na Unidade da Federação em que te- §2º No Exame de Direção Veicular, o candidato deverá
nha sido expedida. estar acompanhado, durante toda a prova, por no mí-
§3º Quando o candidato optar pela mudança de CFC nimo, dois membros da comissão, sendo pelo menos
será expedida nova LADV, considerando-se as aulas já um deles habilitado na categoria igual ou superior à
ministradas. pretendida pelo candidato.
§4º O candidato que for encontrado conduzindo em §3º O Exame de Direção Veicular para os candidatos
desacordo com o disposto nesta resolução terá a LADV à ACC e à categoria “A” deverá ser realizado em área
suspensa pelo prazo de seis meses. especialmente destinada a este fim, que apresente os
Art. 9º A instrução de Prática de Direção Veicular será obstáculos e as dificuldades da via pública, de forma
realizada na forma do disposto no art. 158 do CTB. que o examinado possa ser observado pelos examina-
Parágrafo único. Quando da mudança ou adição de dores durante todas as etapas do exame, sendo que
categoria o condutor deverá cumprir as instruções pelo menos um dos membros deverá estar habilitado
previstas nos itens 2 ou 3 do Anexo II desta Resolução. na categoria “A”.

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Art. 15. Para veículo de quatro ou mais rodas, o Exame III – uma falta média: 02 (dois) pontos negativos;
de Direção Veicular deverá ser realizado: IV – uma falta leve: 01 (um) ponto negativo.
I - em locais e horários estabelecidos pelo órgão ou Parágrafo único. Será considerado reprovado na prova
entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito prática de direção veicular o candidato que cometer
Federal, em acordo com a autoridade responsável pela falta eliminatória ou cuja soma dos pontos negativos
via; ultrapasse a 3 (três).
II - com veículo da categoria pretendida, com trans- Art. 19. Constituem faltas no Exame de Direção Vei-
missão mecânica e duplo comando de freios; cular, para veículos das categorias “B”, “C”, “D” e “E”:
III – com veículo identificado como “aprendiz em exa- I – Faltas Eliminatórias:
me” quando não for veículo destinado à formação de a) desobedecer à sinalização semafórica e de parada
condutores. obrigatória;
Parágrafo único. Ao veículo adaptado para portador b) avançar sobre o meio fio;
de deficiência física, a critério médico não se aplica o c) não colocar o veículo na área balizada, em no má-
inciso II. ximo três tentativas, no tempo estabelecido;
Art. 16. O Exame de Direção Veicular, para veículo de d) avançar sobre o balizamento demarcado quando
quatro ou mais rodas, é composto de duas etapas: do estacionamento do veículo na vaga;
I – estacionar em vaga delimitada por balizas remo- e) transitar em contramão de direção;
víveis; f) não completar a realização de todas as etapas do
II – conduzir o veículo em via pública, urbana ou rural. exame;
§1º A delimitação da vaga balizada para o Exame Prá- g) avançar a via preferencial;
tico de Direção Veicular, em veículo de quatro ou mais h) provocar acidente durante a realização do exame;
i) exceder a velocidade regulamentada para a via;
rodas, deverá atender as seguintes especificações, por
j) cometer qualquer outra infração de trânsito de na-
tipo de veículo utilizado:
tureza gravíssima.
a) Comprimento total do veículo, acrescido de mais 40
II – Faltas Graves:
(quarenta por cento) %; a) desobedecer a sinalização da via, ou ao agente da
b) Largura total do veículo, acrescida de mais 40 (qua- autoridade de trânsito;
renta por cento) %. b) não observar as regras de ultrapassagem ou de mu-
§ 2º Caberá à autoridade de trânsito do órgão ou en- dança de direção;
tidade executivo de trânsito do Estado e do Distrito c) não dar preferência de passagem ao pedestre que
Federal definir o tempo máximo para o estaciona- estiver atravessando a via transversal para onde se di-
mento de veículos em espaço delimitado por balizas, rige o veículo, ou ainda quando o pedestre não haja
para três tentativas, considerando as condições da via concluído a travessia, mesmo que ocorra sinal verde
e respeitados os seguintes intervalos: para o veículo ;
a) para a categoria “B”: de dois a cinco minutos; d) manter a porta do veículo aberta ou semi-aberta
b) para as categorias “C” e “D”: de três a seis minutos; durante o percurso da prova ou parte dele;
c) para a categoria “E”: de cinco a nove minutos. e) não sinalizar com antecedência a manobra preten-
Art. 17. O Exame de Direção Veicular, para veículo de dida ou sinalizá-la incorretamente;
duas rodas, será realizado em área especialmente des- f) não usar devidamente o cinto de segurança;
tinada para tal fim em pista com largura de 2m, e que g) perder o controle da direção do veículo em movi-
deverá apresentar no mínimo os seguintes obstáculos: mento;
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I – ziguezague (slalow) com no mínimo quatro cones h) cometer qualquer outra infração de trânsito de na-
alinhados com distância entre eles de 3,5m (três e tureza grave.
meio metros); III – Faltas Médias:
II – prancha ou elevação com no mínimo oito metros a) executar o percurso da prova, no todo ou parte dele,
de comprimento, com 30cm (trinta centímetros) de sem estar o freio de mão inteiramente livre;
largura e 3cm (três centímetros) de altura com entra- b) trafegar em velocidade inadequada para as condi-
da chanfrada; ções adversas do local, da circulação, do veículo e do
III – sonorizadores com réguas de largura e espaça- clima;
c) interromper o funcionamento do motor, sem justa
mento de 0,08m (oito centímetros) e altura de 0,025m
razão, após o início da prova;
(dois centímetros e cinco milímetros), na largura da
d) fazer conversão incorretamente;
pista e com 2,5m (dois e meio metros) de comprimen-
e) usar buzina sem necessidade ou em local proibido;
to; f) desengrenar o veículo nos declives;
IV – duas curvas sequenciais de 90o (noventa graus) g) colocar o veículo em movimento, sem observar as
em “L” (ele); cautelas necessárias;
V – duas rotatórias circulares que permitam manobra h) usar o pedal da embreagem, antes de usar o pedal
em formato de “8” (oito). de freio nas frenagens;
Art. 18. O candidato será avaliado, no Exame de Di- i) entrar nas curvas com a engrenagem de tração do
reção Veicular, em função da pontuação negativa por veículo em ponto neutro;
faltas cometidas durante todas as etapas do exame, j) engrenar ou utilizar as marchas de maneira incorre-
atribuindo-se a seguinte pontuação: ta, durante o percurso;
I – uma falta eliminatória: reprovação; k) cometer qualquer outra infração de trânsito de na-
II – uma falta grave: 03 (três) pontos negativos; tureza média.

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IV – Faltas Leves: b) conduzir o veículo provocando movimento irregular
a) provocar movimentos irregulares no veículo, sem no mesmo sem motivo justificado;
motivo justificado; c) regular os espelhos retrovisores durante o percurso
b) ajustar incorretamente o banco de veículo destina- do exame;
do ao condutor; d) cometer qualquer outra infração de trânsito de na-
c) não ajustar devidamente os espelhos retrovisores; tureza leve.
d) apoiar o pé no pedal da embreagem com o veículo Art. 21. O Exame de Direção Veicular para candidato
engrenado e em movimento; portador de deficiência física será considerado prova
e) utilizar ou Interpretar incorretamente os instrumen- especializada e deverá ser avaliado por uma comis-
tos do painel do veículo; são especial, integrada por, no mínimo um examina-
f) dar partida ao veículo com a engrenagem de tração dor de trânsito, um médico perito examinador e um
ligada; membro indicado pelo Conselho Estadual de Trânsito
g) tentar movimentar o veículo com a engrenagem de – CETRAN ou Conselho de Trânsito do Distrito Federal
tração em ponto neutro; - CONTRADIFE, conforme dispõe o inciso VI do art. 14
h) cometer qualquer outra infração de natureza leve. do CTB.
Art. 20. Constituem faltas, no Exame de Direção Vei- Parágrafo único. O veículo destinado à instrução e ao
cular, para obtenção da ACC ou para veículos da ca- exame de candidato portador de deficiência física de-
tegoria “A”: verá estar perfeitamente adaptado segundo a indica-
I – Faltas Eliminatórias: ção da Junta Médica Examinadora podendo ser feito,
a) iniciar a prova sem estar com o capacete devida- inclusive, em veículo disponibilizado pelo candidato.
mente ajustado à cabeça ou sem viseira ou óculos de Art. 22. No caso de reprovação no Exame Teórico-téc-
proteção; nico ou Exame de Direção Veicular, o candidato só po-
b) descumprir o percurso preestabelecido; derá repetir o exame depois de decorridos 15 (quinze)
c) abalroar um ou mais cones de balizamento; dias da divulgação do resultado, sendo dispensado do
d) cair do veículo, durante a prova; exame no qual tenha sido aprovado.
e) não manter equilíbrio na prancha, saindo lateral- Art. 23. Na Instrução e no Exame de Direção Veicular
mente da mesma; para candidatos às categorias “B”, C”, “D” e “E”, deve-
f) avançar sobre o meio fio ou parada obrigatória; rão ser atendidos os seguintes requisitos:
g) colocar o(s) pé(s) no chão, com o veículo em movi- I – Categoria “B” – veículo motorizado de quatro ro-
mento; das, excetuando-se o quadriciclo;
h) provocar acidente durante a realização do exame. II – Categoria “C” – veículo motorizado utilizado no
i) cometer qualquer outra infração de trânsito de na- transporte de carga, registrado com Peso Bruto Total
tureza gravíssima. (PBT) de, no mínimo, 6.000 kg;
III – Categoria “D” – veículo motorizado utilizado no
II – Faltas Graves:
transporte de passageiros, registrado com capacidade
a) deixar de colocar um pé no chão e o outro no freio
mínima de vinte lugares;
ao parar o veículo;
IV – Categoria “E” – combinação de veículos, cujo ca-
b) invadir qualquer faixa durante o percurso;
minhão trator deverá ser acoplado a um reboque ou
c) fazer incorretamente a sinalização ou deixar de
semirreboque, registrado com Peso Bruto Total (PBT)

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fazê-la;
de, no mínimo, 6.000kg ou veículo articulado cuja lo-
d) fazer o percurso com o farol apagado;
tação exceda a vinte lugares.
e) cometer qualquer outra infração de trânsito de na-
Art. 24. Quando se tratar de candidato à categoria “A”,
tureza grave.
o Exame de Direção Veicular deverá ser realizado em
e) cometer qualquer outra infração de trânsito de na-
veículo de duas rodas com cilindrada acima de 120
tureza grave. (cento e vinte) centímetros cúbicos.
III – Faltas Médias: Art. 25. A aprendizagem e o Exame de Direção Veicu-
a) utilizar incorretamente os equipamentos; lar, para a obtenção da ACC, deverão ser realizados
b) engrenar ou utilizar marchas inadequadas durante
em qualquer veículo de duas rodas classificado como
o percurso;
ciclomotor.
c) não recolher o pedal de partida ou o suporte do
Art. 26. Os condutores de veículos automotores habi-
veículo, antes de iniciar o percurso;
litados na categoria “B”, “C”, “D” ou “E”, que pretende-
d) interromper o funcionamento do motor sem justa
rem obter a categoria “A” e a ACC, deverão se subme-
razão, após o início da prova;
e) conduzir o veículo durante o exame sem segurar ter aos Exames de Aptidão Física e Mental e de Prática
o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente de Direção Veicular, comprovando a realização de, no
para indicação de manobras; mínimo, 15 (quinze) horas/aula de prática de direção
f) cometer qualquer outra infração de trânsito de na- veicular em veículo classificado como ciclomotor.
tureza média. Art. 27. Os examinadores, para o exercício de suas
IV – Faltas Leves: atividades, deverão ser designados pelo dirigente do
a) colocar o motor em funcionamento, quando já en- órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou
grenado; do Distrito Federal para o período de, no máximo, um

51
ano, permitida a recondução por um período de igual §3º Os conteúdos e regulamentação dos cursos espe-
duração, devendo comprovar na data da sua designa- cializados constam dos anexos desta resolução.
ção e da recondução: §4º O órgão ou entidade executivo de trânsito do Es-
I – possuir CNH no mínimo há dois anos; tado ou do Distrito Federal registrará no RENACH, em
II – possuir certificado do curso específico, registrado campo específico da CNH, a aprovação nos cursos es-
junto ao órgão ou entidade executivo de trânsito do pecializados, conforme codificação a ser definida pelo
Estado ou do Distrito Federal; órgão máximo executivo de trânsito da União.
III – não ter cometido nenhuma infração de trânsito de § 5º As entidades que, quando da publicação da Reso-
natureza gravíssima nos últimos doze meses; lução nº. 168/04, se encontravam credenciadas para
IV – não estar cumprindo pena de suspensão do direi- ministrar exclusivamente cursos especializados, para
to de dirigir e, quando cumprida, ter decorrido doze continuidade do exercício de suas atividades, deverão
meses; efetuar recadastramento, renovando-o a cada dois
V – não estar cumprindo pena de cassação do direito anos.
de dirigir e, quando cumprida, ter decorrido vinte e Da Expedição da Carteira Nacional de Habilitação e
quatro meses de sua reabilitação. da Permissão Internacional para Dirigir Veículo.
§1º São consideradas infrações do examinador, puní- Art. 34. A ACC e a CNH serão expedidas pelo órgão ou
veis pelo dirigente do órgão ou entidade executivo de
entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distri-
trânsito dos Estados ou do Distrito Federal:
to Federal, em nome do órgão máximo executivo de
a) induzir o candidato a erro quanto às regras de cir-
culação e conduta; trânsito da União, ao condutor considerado apto nos
b) faltar com o devido respeito ao candidato; termos desta resolução.
c) praticar atos de improbidade contra a fé pública, § 1º Ao candidato considerado apto nas categorias “A”,
contra o patrimônio ou contra a administração públi- “B” ou “A” e “B”, será conferida Permissão para Diri-
ca ou privada. gir com validade de 01(um) ano e ao término desta,
§2º As infrações constantes do §1º serão apuradas em o condutor poderá solicitar a CNH definitiva, que lhe
procedimentos administrativos, sendo assegurado o será concedida desde que tenha cumprido o disposto
direito constitucional da ampla defesa e do contradi- no §3° do art. 148 do CTB.
tório que determinarão em função da sua gravidade e § 2º Ao candidato considerado apto para conduzir
independentemente da ordem seqüencial, as seguin- ciclomotores será conferida ACC provisória com vali-
tes penalidades: dade de 01(um) ano e, ao término desta, o condutor
a) advertência por escrito; poderá solicitar a Autorização definitiva, que lhe será
b) suspensão das atividades por até 30 (trinta) dias; concedida desde que tenha cumprido o disposto no
c) revogação da designação. §3° do art. 148 do CTB.”
Art. 28. O candidato a ACC e a CNH, cadastrado no §3° A CNH conterá as condições e especializações de
RENACH, que transferir seu domicilio ou residência cada condutor e terá validade em todo o Território Na-
para outra Unidade da Federação, terá assegurado o cional, equivalendo ao documento de identidade, pro-
seu direito de continuar o processo de habilitação na
duzindo seus efeitos quando apresentada no original
Unidade da Federação do seu novo domicílio ou resi-
e dentro do prazo de validade.
dência, sem prejuízo dos exames nos quais tenha sido
§4° Quando o condutor possuir CNH, a ACC será in-
aprovado.
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serida em campo específico da mesma, utilizando-se


Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo
para ambas, um único registro conforme dispõe o § 7o
aplica-se também, aos condutores que estiverem em
do art.159 do CTB.
processo de adição ou mudança de categoria.
§5°. Para efeito de fiscalização, fica concedido ao
condutor portador de Permissão para Dirigir, prazo
Dos Cursos Especializados
idêntico ao estabelecido no art. 162, inciso V, do CTB,
aplicando-se a mesma penalidade e medida adminis-
Art. 33. Os Cursos especializados serão destinados a
trativa, caso este prazo seja excedido.
condutores habilitados que pretendam conduzir veí-
Art. 35. O documento de Habilitação terá 2 (dois) nú-
culo de transporte coletivo de passageiros, de escola-
meros de identificação nacional e 1 (um) número de
res, de produtos perigosos ou de emergência.
identificação estadual, que são:
§1º Os cursos especializados serão ministrados:
I – o primeiro número de identificação nacional - Re-
a) pelos órgão ou entidade executivo de trânsito do
gistro Nacional, será gerado pelo sistema informati-
Estados e do Distrito Federal;
zado da Base Índice Nacional de Condutores - BINCO,
b) por instituições vinculadas ao Sistema Nacional de
composto de 9 (nove) caracteres mais 2 (dois) dígitos
Formação de Mão-de-Obra.
verificadores de segurança, sendo único para cada
§2º As instituições em funcionamento, vinculadas ao
condutor e o acompanhará durante toda a sua exis-
Sistema Nacional de Formação de Mão-de-Obra cre-
tência como condutor não sendo permitida a sua reu-
denciadas pelo órgão ou entidade executivo de trân-
tilização para outro condutor.
sito do Estado ou do Distrito Federal deverão ser reca-
II – o segundo número de identificação nacional - Nú-
dastradas em até 180 (cento e oitenta) dias da data da
mero do Espelho da CNH) será formado por 8 (oito)
publicação desta Resolução, com posterior renovação
caracteres mais 1 (um) dígito verificador de segurança,
a cada dois anos.

52
autorizado e controlado pelo órgão máximo executivo Das Disposições Gerais
de trânsito da União, e identificará cada espelho de
CNH expedida; Art. 41A. Para efeito desta resolução, os dados reque-
III – o número de identificação estadual será o núme- ridos para o processo de habilitação e os constantes do
ro do formulário RENACH documento de coleta de RENACH são de propriedade do órgão máximo execu-
dados do candidato/condutor gerado a cada serviço, tivo de trânsito da União.
composto, obrigatoriamente, por 11 (onze) caracteres, Art. 42. O condutor que tiver a CNH cassada poderá
sendo as duas primeiras posições formadas pela sigla requerer sua reabilitação, após decorrido o prazo de
da Unidade de Federação expedidora, facultada a uti- dois anos da cassação.
lização da última posição como dígito verificador de Art. 42A. A reabilitação de que trata o artigo anterior
segurança. dar-se-á após o condutor ser aprovado no
§1º O número do formulário RENACH identificará a curso de reciclagem e nos exames necessários à obten-
Unidade da Federação onde o condutor foi habilita- ção de CNH da categoria que possuía, ou de categoria
do ou realizou alterações de dados no seu prontuário inferior, preservada a data da primeira habilitação.
pela última vez. Art. 43. Os candidatos poderão habilitar-se nas cate-
§2º O Formulário RENACH que dá origem às infor- gorias de “A” à “E”, obedecida a gradação prevista no
mações na BINCO e autorização para a impressão da Art. 143 do CTB e a no Anexo I desta resolução, bem
CNH, deverá ficar arquivado em segurança, no órgão como para a ACC.
ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Dis- Art. 43A. O processo de habilitação de candidato que
trito Federal. procedeu ao requerimento de sua abertura anterior à
Art. 36. A expedição do documento único de habilita- vigência desta norma, permanecerá ativo no órgão ou
ção dar-se-á: entidade executivo de trânsito do Estado ou Distrito
I – na autorização para conduzir ciclomotores (ACC); Federal, pelo prazo de doze meses a partir da data de
II – na primeira habilitação nas categorias “A”, “B” e publicação desta resolução.”
“A” e “B”; Art. 43B. Fica o órgão máximo executivo de trânsito da
III – após o cumprimento do período permissionário, União autorizado a baixar as instruções necessárias
atendendo ao disposto no §3º do art. 148 do CTB; para o pleno funcionamento do disposto nesta reso-
IV – na adição ou alteração de categoria; lução, objetivando sempre a praticidade e a agilidade
V – em caso de perda, dano ou extravio; das operações, em benefício do cidadão.
VI – na renovação dos exames, atendendo ao disposto
no art. 150 do CTB; RESOLUÇÃO Nº 254/2007
VII – na aprovação dos exames do processo de reabi-
litação; Art. 1º Os veículos automotores, os reboques e semir-
VIII – na alteração de dados do condutor, exceto mu- reboques deverão sair de fábrica com as suas partes
dança de endereço; envidraçadas equipadas com vidros de segurança que
IX – no reconhecimento da Carteira de Habilitação atendam aos termos desta Resolução e aos requisitos
estrangeira. estabelecidos na NBR 9491 e suas normas comple-
Parágrafo Único. Nos processos de adição, mudança mentares.
de categoria ou renovação, estando ainda válida a §1º Esta exigência se aplica também aos vidros desti-
CNH do condutor, o órgão ou entidade executivo de nados a reposição.

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trânsito do Estado ou do Distrito Federal, deverá en- Art. 2º Para circulação nas vias públicas do territó-
tregar a nova CNH, mediante devolução da anterior rio nacional é obrigatório o uso de vidro de segurança
para inutilização. laminado no para brisa de todos os veículos a serem
Art. 39. Compete ao órgão máximo executivo de trân- admitidos e de vidro de segurança temperado, unifor-
sito da União e ao órgão ou entidade executivo de memente protendido, ou laminado, nas demais partes
trânsito do Estado ou do Distrito Federal, inspecionar envidraçadas.
o local de emissão da CNH. Art. 3º A transmissão luminosa não poderá ser inferior
Art. 40. A Permissão Internacional para Dirigir será a 75% para os vidros incolores dos Para brisas e 70%
expedida pelo órgão ou entidade executivo de trân- para os para brisas coloridos e demais vidros indispen-
sito do Estado ou Distrito Federal detentor do registro sáveis à dirigibilidade do veículo.
do condutor, conforme modelo definido no Anexo VII § 1º Ficam excluídos dos limites fixados no caput deste
da Convenção de Viena, promulgada pelo Decreto nº artigo os vidros que não interferem nas áreas envidra-
86.714, de 10 de dezembro de 1981, contendo os da- çadas indispensáveis à dirigibilidade do veículo. Para
dos cadastrais do RENACH. estes vidros, a transparência não poderá ser inferior
Parágrafo único. A expedição do documento referido a 28%.
neste artigo dar-se-á após o cumprimento dos requi- § 2º Consideram-se áreas envidraçadas indispensáveis
sitos mínimos exigidos em normas específicas, com à dirigibilidade do veículo, conforme ilustrado no ane-
prazo de validade igual ao do documento nacional. xo desta resolução:
Art. 40 A. O CONTRAN definirá, no prazo máximo de I - a área do para brisa, excluindo a faixa periférica
noventa dias da data publicação desta resolução, re- de serigrafia destinada a dar acabamento ao vidro e
gulamentação especificando modelo único do docu- à área ocupada pela banda degrade, caso existente,
mento de ACC, Permissão para Dirigir e CNH. conforme estabelece a NBR 9491;

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II – as áreas envidraçadas situadas nas laterais dian- atendidas as mesmas condições de transparência para
teiras do veículo, respeitando o campo de visão do o conjunto vidro-pictograma/inscrição estabelecidas
condutor. no § 1º do art. 3º desta Resolução.
§ 3º Aplica-se ao vidro de segurança traseiro (vigia) Art.10 A verificação dos índices de transmitância lu-
o disposto no parágrafo primeiro, desde que o veícu- minosa estabelecidos nesta Resolução será realizada
lo esteja dotado de espelho retrovisor externo direito, na forma regulamentada pelo CONTRAN, mediante
conforme a legislação vigente. utilização de instrumento aprovado pelo INMETRO e
Art. 4º Os vidros de segurança a que se refere esta homologado pelo DENATRAN.
Resolução, produzidos no Brasil, deverão trazer mar- Art. 11 O disposto na presente Resolução não se apli-
cação indelével em local de fácil visualização conten- ca a máquinas agrícolas, rodoviárias e florestais e aos
do, no mínimo, a marca do fabricante do vidro e o veículos destinados à circulação exclusivamente fora
símbolo de conformidade com a legislação brasileira, das vias públicas e nem aos veículos incompletos ou
definido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Nor- inacabados.
malização e Qualidade Industrial – INMETRO. Art. 12 O não cumprimento do disposto nesta Resolu-
Art. 5º Fica a critério do DENATRAN admitir, exclusi- ção implicará na aplicação das penalidades previstas
vamente para os vidros de segurança, para efeito de no inciso XVI do art. 230 do Código de Trânsito Bra-
comprovação do atendimento às exigências desta Re- sileiro.
solução, os resultados de testes e ensaios obtidos por
procedimentos equivalentes, realizados no exterior. RESOLUÇÃO Nº 277/2008
§ 1º Serão aceitos os resultados de ensaios admitidos
por órgãos reconhecidos pela Comissão ou Comuni- Art.1° Para transitar em veículos automotores, os
dade Europeia e os Estados Unidos da América, em menores de dez anos deverão ser transportados nos
conformidade com os procedimentos adotados por es- bancos traseiros usando individualmente cinto de se-
ses organismos. gurança ou sistema de retenção equivalente, na forma
prevista no Anexo desta Resolução.
§ 2º Nos casos previstos no § 1º deste artigo, a iden-
§1º. Dispositivo de retenção para crianças é o conjun-
tificação da conformidade dos vidros de segurança
to de elementos que contém uma combinação de tiras
dar-se-á, alternada ou cumulativamente, através de
com fechos de travamento, dispositivo de ajuste, par-
marcação indelével que contenha no mínimo a mar-
tes de fixação e, em certos casos, dispositivos como:
ca do fabricante e o símbolo de conformidade da Co-
um berço portátil porta-bebê, uma cadeirinha auxiliar
missão ou da Comunidade Europeia, constituídos pela
ou uma proteção anti choque que devem ser fixados
letra “E” maiúscula acompanhada de um índice nu-
ao veículo, mediante a utilização dos cintos de segu-
mérico, representando o país emitente do certificado,
rança ou outro equipamento apropriado instalado
inseridos em um círculo, ou pela letra “e” minúscula pelo fabricante do veículo com tal finalidade.
acompanhada de um número representando o país §2º. Os dispositivos mencionados no parágrafo ante-
emitente do certificado, inseridos em um retângulo e, rior são projetados para reduzir o risco ao usuário em
se dos Estados Unidos da América, simbolizado pela casos de colisão ou de desaceleração repentina do ve-
sigla “DOT”. ículo, limitando o deslocamento do corpo da criança
Art. 6º O fabricante, o representante e o importador com idade até sete anos e meio.
do veículo deverão certificar-se de que seus produtos § 3º As exigências relativas ao sistema de retenção,
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obedecem aos preceitos estabelecidos por esta Reso- no transporte de crianças com até sete anos e meio de
lução, mantendo-se em condição de comprová-los, idade, não se aplicam aos veículos de transporte co-
quando solicitados pelo Departamento Nacional de letivo, aos de aluguel, aos de transporte autônomo de
Trânsito -DENATRAN. passageiro (táxi), aos veículos escolares e aos demais
Art. 7º A aplicação de película não refletiva nas áreas veículos com peso bruto total superior a 3,5t.
envidraçadas dos veículos automotores, definidas no Art. 2º Na hipótese de a quantidade de crianças com
art. 1°, será permitida desde que atendidas as mesmas idade inferior a dez anos exceder a capacidade de lo-
condições de transparência para o conjunto vidro- tação do banco traseiro, será admitido o transporte
-película estabelecidas no Artigo 3° desta Resolução. daquela de maior estatura no banco dianteiro, utili-
§ 1° A marca do instalador e o índice de transmissão zando o cinto de segurança do veículo ou dispositivo
luminosa existentes em cada conjunto vidro-película de retenção adequado ao seu peso e altura.
localizadas nas áreas indispensáveis à dirigibilidade Parágrafo único. Excepcionalmente, nos veículos do-
serão gravados indelevelmente na película por meio tados exclusivamente de banco dianteiro, o transporte
de chancela, devendo ser visíveis pelos lados externos de crianças com até dez anos de idade poderá ser rea-
dos vidros. lizado neste banco, utilizando-se sempre o dispositivo
Art. 8º Fica proibida a aplicação de películas refletivas de retenção adequado ao peso e altura da criança.
nas áreas envidraçadas do veículo. Art. 3°. Nos veículos equipados com dispositivo su-
Art. 9° Fora das áreas envidraçadas indispensáveis à plementar de retenção (airbag), para o passageiro do
dirigibilidade do veículo, a aplicação de inscrições, pic- banco dianteiro, o transporte de crianças com até dez
togramas ou painéis decorativos de qualquer espécie anos de idade neste banco, conforme disposto no Ar-
será permitida, desde que o veículo possua espelhos tigo 2º e seu parágrafo, poderá ser realizado desde
retrovisores externos direito e esquerdo e que sejam que utilizado o dispositivo de retenção adequado ao

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seu peso e altura e observados os seguintes requisitos: Art. 9º O não cumprimento do disposto nesta Resolu-
I – É vedado o transporte de crianças com até sete anos ção sujeitará os infratores às penalidades previstas no
e meio de idade, em dispositivo de retenção posicio- art. 168 do CTB.
nado em sentido contrário ao da marcha do veículo.
II – É permitido o transporte de crianças com até sete RESOLUÇÃO Nº 292/2008
anos e meio de idade, em dispositivo de retenção po-
sicionado no sentido de marcha do veículo, desde que Art. 1º Estabelecer as modificações permitidas em ve-
não possua bandeja, ou acessório equivalente, incor- ículo registrado no Órgão Executivo de Trânsito dos
porado ao dispositivo de retenção; Estados ou do Distrito Federal.
III - Salvo instruções específicas do fabricante do veí- Parágrafo único: Os veículos e sua classificação quan-
culo, o banco do passageiro dotado de airbag deverá to à espécie, tipo e carroçaria estão descritos no Anexo
ser ajustado em sua última posição de recuo, quando I da Resolução 291/08–CONTRAN.
ocorrer o transporte de crianças neste banco. Art. 2º As modificações permitidas em veículos, bem
Art. 4º. Com a finalidade de ampliar a segurança dos como a exigência para cada modificação e a nova
ocupantes, adicionalmente às prescrições desta Reso- classificação dos veículos após modificados, quanto ao
lução, o fabricante e/ou montador e/ou importador do tipo/espécie e carroçaria, para fins de registro e emis-
veículo poderá estabelecer condições e/ou restrições são de CRV/CRLV, constam no Anexo desta Resolução.
específicas para o uso do dispositivo de retenção para Parágrafo único: Além das modificações previstas nes-
crianças com até sete anos e meio de idade em seus ta Resolução, também são permitidas as transforma-
veículos, sendo que tais prescrições deverão constar do ções em veículos previstas no Anexo II da Resolução n°
manual do proprietário. 291/08 – CONTRAN, as quais devem ser precedidas
Parágrafo único. Na ocorrência da hipótese prevista de obtenção de código de marca/modelo/versão nos
no caput deste artigo, o fabricante ou importador de- termos nela estabelecidos.
verá comunicar a restrição ao DENATRAN no reque- Art. 3º As modificações em veículos devem ser prece-
rimento de concessão da marca/modelo/versão ou na didas de autorização da autoridade responsável pelo
atualização do Certificado de Adequação à Legislação registro e licenciamento.
de Trânsito (CAT).
Parágrafo único: A não observância do disposto no ca-
Art. 5º. Os manuais dos veículos automotores, em
put deste artigo incorrerá nas penalidades e medidas
geral, deverão conter informações a respeito dos cui-
administrativas previstas no art. 230, inciso VII, do Có-
dados no transporte de crianças, da necessidade de
digo de Trânsito Brasileiro.
dispositivos de retenção e da importância de seu uso
Art. 4º Quando houver modificação exigir-se-á reali-
na forma do artigo 338 do CTB.
zação de inspeção de segurança veicular para emissão
Art. 6º. O transporte de crianças em desatendimento
do Certificado de Segurança Veicular – CSV, conforme
ao disposto nesta Resolução sujeitará os infratores às
sanções do artigo 168, do Código de Trânsito Brasi- regulamentação específica do INMETRO, expedido por
leiro. Instituição Técnica Licenciada pelo DENATRAN, res-
Art. 7º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua peitadas as disposições constantes na tabela do Anexo
publicação, produzindo efeito nos seguintes prazos: desta Resolução.
I – a partir da data da publicação desta Resolução as Parágrafo único: O número do Certificado de Segu-
autoridades de trânsito e seus agentes deverão ado- rança Veicular – CSV, deve ser registrado no campo
das observações do Certificado de Registro de Veículos

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tar medidas de caráter educativo para esclarecimen-
to dos usuários dos veículos quanto à necessidade do – CRV e do Certificado de Registro e Licenciamento de
atendimento das prescrições relativas ao transporte de Veículos – CRLV, enquanto que as modificações devem
crianças; ser registradas nos campos específicos e, quando es-
II - a partir de 360 (trezentos e sessenta) dias após tes não existirem, no campo das observações do CRV/
a publicação desta Resolução, os órgãos e entidades CRLV
componentes do Sistema Nacional de Trânsito deve- Art. 5º Somente serão registrados, licenciados e em-
rão iniciar campanhas educativas para esclarecimento placados com motor alimentado a óleo diesel, os veí-
dos condutores dos veículos no tocante aos requisitos culos autorizados conforme a Portaria nº 23, de 6 de
obrigatórios relativos ao transporte de crianças; junho de 1994, baixada pelo extinto Departamento
III - Em 730 dias, após a publicação desta Resolução, Nacional de Combustíveis – DNC, do Ministério de
os órgãos e entidades componentes do Sistema Na- Minas e Energia e regulamentação especifica do DE-
cional de Trânsito fiscalizarão o uso obrigatório do NATRAN.
sistema de retenção para o transporte de crianças ou Parágrafo único: Fica proibida a modificação da es-
equivalente. trutura original de fábrica dos veículos para aumentar
Art. 8º Transcorrido um ano da data da vigência plena a capacidade de carga, visando o uso do combustível
desta Resolução, os órgãos executivos de trânsito dos Diesel.
Estados e do Distrito Federal, bem como as entidades Art. 6º Na troca do sistema de suspensão não será
que acompanharem a execução da presente Resolu- permitida a utilização de sistemas de suspensão com
ção, deverão remeter ao órgão executivo de trnsito da regulagem de altura.
União, informações e estatísticas sobre a aplicação Parágrafo único: Para os veículos que tiverem sua sus-
desta Resolução, seus benefícios, bem como sugestões pensão modificada, deve-se fazer constar no campo
para aperfeiçoamento das medidas ora adotadas. das observações do Certificado de Registro de Veículo

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- CRV e do Certificado de Registro e Licenciamento de ção, emitida por profissional legalmente habilitado e,
Veículo - CRLV a nova altura do veículo medida ver- no caso de eixos direcionais ou auto direcionais, notas
ticalmente do solo ao ponto do farol baixo (original) fiscais dos componentes de direção, os quais deverão
do veículo. ser sem uso.
Art. 7º É permitido, para fins automotivos, exceto para Art. 10 Dos veículos que sofrerem modificações para
ciclomotores, motonetas, motocicletas e triciclos, o uso viabilizar a condução por pessoa com deficiência ou
do Gás Natural Veicular – GNV como combustível. para aprendizagem em centros de formação de con-
§1º Os componentes do sistema devem estar certifica- dutores deve ser exigido o CSV - Certificado de Segu-
dos no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da rança Veicular.
Conformidade, conforme regulamentação específica Art.11 Os veículos pré cadastrados, cadastrados ou
do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e modificados a partir da data de entrada em vigor des-
Qualidade Industrial – INMETRO. ta Resolução devem ser classificados conforme a tabe-
§2º Por ocasião do registro será exigido dos veículos la constante no Anexo.
automotores que utilizarem como combustível o Gás Art. 12 Em caso de complementação de veículo ina-
Natural Veicular – GNV: cabado tipo caminhão, com carroçaria aberta ou fe-
I - Certificado de Segurança Veicular – CSV expedido chada, os órgãos executivos de trânsito dos Estados e
por Instituição Técnica Licenciada pelo DENATRAN e do Distrito Federal devem registrar no Certificado de
acreditada pelo INMETRO, conforme regulamentação Registro de Veículos - CRV e Certificado de Registro e
específica, onde conste a identificação do instalador Licenciamento de Veículos – CRLV o comprimento da
registrado pelo INMETRO, que executou o serviço. carroçaria.
II – O Certificado Ambiental para uso de Gás Natu- Art. 13 Fica garantido o direito de circulação, até o
ral em Veículos Automotores – CAGN, expedido pelo sucateamento, aos veículos modificados antes da en-
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos trada em vigor desta Resolução, desde que os seus
Naturais Renováveis – IBAMA, ou aposição do número proprietários tenham cumprido todos os requisitos
do mesmo no CSV. exigidos para a sua regularização, mediante compro-
§ 3º Anualmente, para o licenciamento dos veículos vação no Certificado de Registro de Veículo – CRV e
que utilizam o Gás Natural Veicular como combustí- no Certificado de Registro e Licenciamento de Veícu-
vel será exigida a apresentação de novo Certificado de lo– CRLV.
Segurança Veicular – CSV. Art. 14 Serão consideradas alterações de cor aquelas
Art. 8º Ficam proibidas: realizadas através de pintura ou adesivamento em
I - A utilização de rodas/pneus que ultrapassem os li-
área superior a 50% do veículo, excluídas as áreas en-
mites externos dos para lamas do veículo;
vidraçadas.
II - O aumento ou diminuição do diâmetro externo do
Parágrafo único: será atribuída a cor fantasia quan-
conjunto pneu/roda;
do for impossível distinguir uma cor predominante no
III – A substituição do chassi ou monobloco de veículo
veículo.
por outro chassi ou monobloco, nos casos de modifica-
Art. 15 Na substituição de equipamentos veiculares,
ção, furto/roubo ou sinistro de veículos, com exceção
em veículos já registrados, os Órgãos Executivos de
de sinistros em motocicletas e assemelhados
Trânsito dos Estados e do Distrito Federal devem exigir
IV – A alteração das características originais das mo-
las do veículo, inclusão, exclusão ou modificação de a apresentação dos seguintes documentos em relação
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dispositivos da suspensão. ao equipamento veicular:


Art. 9º O Instituto Nacional de Metrologia, Normali- I - Equipamento veicular novo ou fabricado após a en-
zação e Qualidade Industrial - INMETRO deverá esta- trada em vigor da Portaria nº 27 do DENATRAN, de 07
belecer programa de avaliação da conformidade para de maio de 2002:
os seguintes produtos: a) CSV;
a) eixo veicular para caminhão, caminhão-trator, ôni- b) CAT;
bus, reboques e semirreboques; c) Nota Fiscal;
b) eixo direcional para caminhões, caminhões-trato- II - Equipamento veicular usado ou reformado fabri-
res, ônibus, reboques e semirreboques; cado antes da entrada em vigor da Portaria nº 27 do
c) eixo auto direcional traseiro para caminhões, cami- DENATRAN, de 07 de maio de 2002:
nhões-tratores, ônibus, reboques e semirreboques a) CSV,
§ 1º: Para as modificações previstas nas alíneas deste b) comprovação da procedência, através de nota fiscal
artigo, será exigido o Certificado de original de venda ou mediante declaração do proprie-
Segurança Veicular – CSV, a Comprovação de atendi- tário, responsabilizando-se civil e criminalmente pela
mento à regulamentação do INMETRO e Nota Fiscal procedência lícita do equipamento veicular.
do eixo, o qual deverá ser sem uso.
§ 2º: Enquanto o INMETRO não estabelecer o progra- RESOLUÇÃO Nº 300/2008
ma de avaliação da conformidade dos produtos elen-
cados neste artigo, os DETRANs deverão exigir, para Art. 1º Estabelecer o procedimento administrativo
fins de registro das alterações, o Certificado de Segu- para submissão do condutor a novos exames para que
rança Veicular – CSV, a Nota Fiscal do eixo sem uso, possa voltar a dirigir quando for condenado por crime
Anotação de Responsabilidade Técnica para a adapta- de trânsito, ou quando envolvido em acidente grave.

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Art. 2º Os procedimentos de que trata esta Resolução III - a finalidade da notificação:
serão adotados pela autoridade do órgão executivo de a) dar ciência da instauração do processo administra-
trânsito de registro da habilitação, em processo ad- tivo; e
ministrativo, assegurada a ampla defesa, no caso de b) estabelecer data do término do prazo para apresen-
condutor envolvido em acidente grave. tação da defesa.
Parágrafo único. Os órgãos e entidades do Sistema § 1º A notificação será expedida ao condutor por re-
Nacional de Trânsito – SNT deverão prover os órgãos messa postal, por meio tecnológico hábil ou por os ou-
executivos de trânsito de registro da habilitação das tros meios que assegurem a sua ciência.
informações necessárias ao cumprimento desta Reso- § 2º Esgotados todos os meios previstos para notificar
lução. o condutor, a notificação dar-se-á por edital, na forma
da lei.
Do condutor condenado por delito de trânsito § 3º A ciência da instauração do processo e da data do
Art. 3º O condutor condenado por delito de trânsito término do prazo para apresentação da defesa tam-
deverá ser submetido e aprovado nos seguintes exa- bém poderá se dar no próprio órgão ou entidade de
mes: trânsito responsável pelo processo.
I - de aptidão física e mental; § 4º Da notificação constará a data do término do
II - avaliação psicológica; prazo para a apresentação da defesa, que não será
III - escrito, sobre legislação de trânsito; e inferior a trinta dias contados a partir da data da no-
IV - de direção veicular, realizado na via pública, em tificação da instauração do processo administrativo.
veículo da categoria para a qual estiver habilitado. § 5º A notificação devolvida por desatualização do
Art. 4º O disposto no artigo 3º só poderá ser aplicado endereço do condutor no RENACH será considerada
após o trânsito em julgado da sentença condenatória. válida para todos os efeitos legais.
Art. 5º A autoridade de trânsito, após ser cientificada § 6º A notificação a pessoal de missões diplomáticas,
da decisão judicial, deverá notificar o condutor para de repartições consulares de carreira e de representa-
entregar seu documento de habilitação (Autorização/ ções de organismos internacionais e de seus integran-
Permissão/Carteira Nacional de Habilitação) fixando tes será remetida ao Ministério das Relações Exteriores
prazo não inferior a quarenta e oito horas, contadas a para as providências cabíveis, passando a correr os
prazos a partir do seu conhecimento pelo condutor.
partir do recebimento.
Art. 10. A defesa deverá ser interposta por escrito, no
§ 1º Encerrado o prazo previsto no caput deste artigo,
prazo estabelecido, contendo, no mínimo, os seguintes
deverá ser efetuado o bloqueio no RENACH.
dados:
§ 2º Se o condutor for flagrado conduzindo veículo,
I - nome do órgão de registro da habilitação a que se
após encerrado o prazo da entrega do documento de
dirige;
habilitação, este será recolhido e encaminhado ao ór-
II - qualificação do condutor;
gão de trânsito do registro da habilitação.
III - exposição dos fatos, fundamentação legal do pedi-
Art. 6º O documento de habilitação ficará apreendido do, documentos que comprovem a alegação; e
e após o cumprimento da decisão judicial e de sub- IV - data e assinatura do requerente ou de seu repre-
missão a novos exames, com a devida aprovação nos sentante legalmente habilitado, mediante procuração,
mesmos, será emitido um novo documento de habili- na forma da lei, sob pena de não conhecimento da
tação mantendo-se o mesmo registro. defesa.

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Parágrafo único A defesa deverá ser acompanhada de
Do condutor envolvido em acidente grave cópia de identificação civil que comprove a assinatura
do condutor.
Art. 7º O disposto no parágrafo 1º do art. 160 tem por Art. 11. Recebida a defesa, a instrução do processo far-
finalidade reavaliar as condições do condutor envolvi- -se-á através de adoção das medidas julgadas perti-
do em acidente grave nos aspectos físico, mental, psi- nentes, requeridas ou de ofício, inclusive quanto à re-
cológico e demais circunstâncias que revelem sua ap- quisição de informações a demais órgãos ou entidades
tidão para continuar a conduzir veículos automotores. de trânsito.
Art. 8º O ato instaurador do processo administrativo Parágrafo único. Os órgãos e entidades do Sistema
conterá a qualificação do condutor, descrição sucinta Nacional de Trânsito, quando solicitados, deverão dis-
do fato e indicação dos dispositivos legais pertinentes. ponibilizar, em até trinta dias contados do recebimen-
Parágrafo único. Instaurado o processo, far-se-á a res- to da solicitação, os documentos e informações neces-
pectiva anotação no prontuário do condutor, a qual sários à instrução do processo administrativo.
não constituirá qualquer impedimento ao exercício Art.12. Concluída a análise do processo administra-
dos seus direitos. tivo, a autoridade do órgão executivo de trânsito de
Art. 9º A autoridade de trânsito competente para de- registro da habilitação proferirá decisão motivada e
terminar a submissão a novos exames deverá expedir fundamentada.
notificação ao condutor, contendo no mínimo, os se- Art. 13. Acolhida as razões de defesa, o processo será
guintes dados: arquivado, dando-se ciência ao interessado.
I - a identificação do condutor e do órgão de registro Art. 14. Em caso de não acolhimento da defesa, ou
da habilitação; do seu não exercício no prazo legal, a autoridade de
II - os fatos e fundamentos legais que ensejaram a trânsito determinará ao condutor a submissão aos se-
abertura do processo administrativo; e guintes exames:

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I - de aptidão física e mental; Art. 2º Para uniformizar os procedimentos de fiscali-
II - avaliação psicológica; zação deverá ser adotado o modelo da credencial pre-
III - escrito, sobre legislação de trânsito; visto no Anexo II desta Resolução.
IV - noções de primeiros socorros; e § 1º A credencial confeccionada no modelo definido
V - de direção veicular, realizado na via pública, em por esta Resolução terá validade em todo o território
veículo da categoria para a qual estiver habilitado. nacional.
Art. 15. A autoridade de trânsito após determinar a § 2º A credencial prevista neste artigo será emitida
submissão a novos exames notificará o condutor, uti- pelo órgão ou entidade executiva de trânsito do Muni-
lizando os mesmos procedimentos dos §§ 1º, 2º e 5º cípio de domicílio da pessoa idosa a ser credenciada.
do art. 9º desta Resolução, e contendo no mínimo os § 3º Caso o Município ainda não esteja integrado ao
seguintes dados: Sistema Nacional de Trânsito, a credencial será expe-
I - prazo de no mínimo quarenta e oito horas, a con- dida pelo órgão ou entidade executiva de trânsito do
tar do seu recebimento, para a entrega do documento Estado.
de habilitação, quando determinada a sua apreensão Art. 3º Os veículos estacionados nas vagas reservadas
pela autoridade executiva estadual de trânsito, nos de que trata esta Resolução deverão exibir a creden-
termos do parágrafo 2º do artigo 160, do CTB. cial a que se refere o art. 2º sobre o painel do veículo,
II - identificação do órgão de registro da habilitação; com a frente voltada para cima.
III - identificação do condutor e número do registro do Art. 4º O uso de vagas destinadas às pessoas idosas
em desacordo com o disposto nesta Resolução carac-
documento de habilitação;
teriza infração prevista no art. 181, inciso XVII do CTB.
IV - número do processo administrativo; e
Art. 5º A autorização poderá ser suspensa ou cassa-
V - a submissão a novos exames e sua fundamentação
da, a qualquer tempo, a critério do órgão emissor, se
legal. verificada quaisquer das seguintes irregularidades na
Art. 16. Encerrado o prazo para a entrega do docu- credencial:
mento de habilitação à Autoridade de Trânsito, a deci- I - uso de cópia efetuada por qualquer processo;
são será inscrita no RENACH. II - rasurada ou falsificada;
Art. 17. No curso do processo administrativo de que III - em desacordo com as disposições contidas nesta
trata esta Resolução não incidirá nenhuma restri- Resolução, especialmente se constatada que a vaga
ção no prontuário do condutor, inclusive para fins de especial não foi utilizada por idoso.
mudança de categoria do documento de habilitação, Art. 6º Os órgãos ou entidades com circunscrição so-
renovação e transferência para outra unidade da Fe- bre a via têm o prazo de até 360 (trezentos e sessenta)
deração, até a ciência da notificação de que trata o dias, a partir da data de publicação desta Resolução,
art. 15. para adequar as áreas de estacionamento específicos
§ 1º O processo administrativo deverá ser concluído existentes ao disposto nesta Resolução.
no órgão executivo estadual de trânsito que o instau-
rou, mesmo que haja transferência do prontuário para RESOLUÇÃO Nº 304/2008
outra unidade da Federação.
§ 2º O órgão executivo estadual de trânsito que ins- Art. 1º As vagas reservadas para veículos que trans-
taurou o processo e determinou a submissão a novos portem pessoas portadoras de deficiência e com di-
exames, deverá comunicá-la ao órgão executivo esta- ficuldade de locomoção serão sinalizadas pelo órgão
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dual de trânsito para onde foi transferido o prontuá- ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via
rio, para fins de seu efetivo cumprimento. utilizando o sinal de regulamentação R-6b “Estacio-
Art. 18. O curso de reciclagem previsto no art. 268 III namento regulamentado” com a informação comple-
e IV do CTB e os exames descritos nesta resolução de- mentar conforme Anexo I desta Resolução.
verão ser realizados pelo órgão executivo de trânsito Art. 2º Para uniformizar os procedimentos de fiscali-
responsável pelo prontuário do condutor ou por enti- zação deverá ser adotado o modelo da credencial pre-
dade credenciada, por ele indicada, exceto o exame de visto no Anexo II desta Resolução.
§ 1º A credencial confeccionada no modelo proposto
prática de direção veicular que é realizado exclusiva-
por esta Resolução terá validade em todo o território
mente por aquele órgão.
nacional.
Parágrafo único. O órgão executivo de trânsito poderá
§ 2º A credencial prevista neste artigo será emitida
autorizar em caráter excepcional a realização dos exa-
pelo órgão ou entidade executiva de trânsito do muni-
mes e da reciclagem em outra unidade da Federação.
cípio de domicílio da pessoa portadora de deficiência
e/ou com dificuldade de locomoção a ser credenciada.
RESOLUÇÃO Nº 303/2008
§ 3º A validade da credencial prevista neste artigo será
definida segundo critérios definidos pelo órgão ou en-
Art. 1º As vagas reservadas para os idosos serão si- tidade executiva do município de domicílio da pessoa
nalizadas pelo órgão ou entidade de trânsito com portadora de deficiência e/ou com dificuldade de loco-
circunscrição sobre a via utilizando o sinal de regu- moção a ser credenciada.
lamentação R-6b “Estacionamento regulamentado” § 4º Caso o município ainda não esteja integrado ao
com informação complementar e a legenda “IDOSO”, Sistema Nacional de Trânsito, a credencial será expe-
conforme Anexo I desta Resolução e os padrões e cri- dida pelo órgão ou entidade executiva de trânsito do
térios estabelecidos pelo CONTRAN. Estado.

58
Art. 3º Os veículos estacionados nas vagas reservadas das em bagageiros ou presas a suportes apropriados
de que trata esta Resolução deverão exibir a creden- devidamente afixados na parte superior externa da
cial que trata o art. 2º sobre o painel do veículo, ou em carroçaria.
local visível para efeito de fiscalização. §1° O fabricante do bagageiro ou do suporte deve
Art. 4º O uso de vagas destinadas às pessoas portado- informar as condições de fixação da carga na parte
ras de deficiência e com dificuldade de locomoção em superior externa da carroçaria e sua fixação deve res-
peitar as condições e restrições estabelecidas pelo fa-
desacordo com o disposto nesta Resolução caracteriza
bricante do veículo
infração prevista no Art. 181, inciso XVII do CTB. §2° As cargas, já considerada a altura do bagageiro
Art. 5º. Os órgãos ou entidades com circunscrição so- ou do suporte, deverá ter altura máxima de cinquenta
bre a via têm o prazo de até 360 (trezentos e sessenta) centímetros e suas dimensões, não devem ultrapassar
dias, a partir da data de publicação desta Resolução, o comprimento da carroçaria e a largura da parte su-
para adequar as áreas de estacionamento específicos perior da carroçaria.
existentes ao disposto nesta Resolução. Art. 6º Nos veículos de que trata esta Resolução, será
admitido o transporte eventual de carga indivisível,
RESOLUÇÃO Nº 349/2010 respeitados os seguintes preceitos:
I- As cargas que sobressaiam ou se projetem além do
Art. 1º Estabelecer critérios para o transporte eventual veículo para trás, deverão estar bem visíveis e sinali-
de cargas e de bicicletas nos veículos classificados na zadas. No período noturno, esta sinalização deverá ser
espécie automóvel, caminhonete, camioneta e utilitá- feita por meio de uma luz vermelha e um dispositivo
refletor de cor vermelha.
rio.
II- O balanço traseiro não deve exceder 60% do valor
Art. 2º O transporte de cargas e de bicicletas deve res- da distância entre os dois eixos do veículo.
peitar o peso máximo especificado para o veículo. Art. 7º Será admitida a circulação do veículo com
Art. 3º - A carga ou a bicicleta deverá estar acondicio- compartimento de carga aberto apenas durante o
nada e afixada de modo que: transporte de carga indivisível que ultrapasse o com-
I- não coloque em perigo as pessoas nem cause danos primento da caçamba ou do compartimento de carga.
a propriedades públicas ou privadas, e em especial,
não se arraste pela via nem caia sobre esta; Regras aplicáveis ao transporte de bicicletas na
II- não atrapalhe a visibilidade a frente do condutor parte externa dos veículos
nem comprometa a estabilidade ou condução do ve-
ículo; Art. 8º A bicicleta poderá ser transportada na parte
III- não provoque ruído nem poeira; posterior externa ou sobre o teto, desde que fixada em
IV- não oculte as luzes, incluídas as luzes de freio e os dispositivo apropriado, móvel ou fixo, aplicado direta-
mente ao veículo ou acoplado ao gancho de reboque.
indicadores de direção e os dispositivos refletores; res-
§ 1º O transporte de bicicletas na caçamba de cami-
salvada, entretanto, a ocultação da lanterna de freio nhonetes deverá respeitar o disposto no neste tema da
elevada (categoria S3); Resolução.
V- não exceda a largura máxima do veículo; § 2º Na hipótese da bicicleta ser transportada sobre o
VI- não ultrapasse as dimensões autorizadas para ve- teto não se aplica a altura especificada no parágrafo
ículos estabelecidas na Resolução CONTRAN nº 210, 2º do Artigo 5°.
de 13 de novembro de 2006, que estabelece os limites Art. 9º O dispositivo para transporte de bicicletas para
de pesos e dimensões para veículos que transitam por aplicação na parte externa dos veículos deverá ser for-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


vias terrestres e dá outras providências, ou Resolução necido com instruções precisas sobre:
posterior que venha sucedê-la. I- Forma de instalação, permanente ou temporária, do
VII- todos os acessórios, tais como cabos, correntes, dispositivo no veículo,
lonas, grades ou redes que sirvam para acondicionar, II- Modo de fixação da bicicleta ao dispositivo de
proteger e fixar a carga deverão estar devidamente transporte;
III- Quantidade máxima de bicicletas transportados,
ancorados e atender aos requisitos desta Resolução.
com segurança;
VIII- não se sobressaiam ou se projetem além do veí- IV- Cuidados de segurança durante o transporte de
culo pela frente. forma a preservar a segurança do trânsito, do veículo,
Art. 4º Será obrigatório o uso de segunda placa trasei- dos passageiros e de terceiros.
ra de identificação nos veículos na hipótese do trans- Art. 10 Para efeito desta Resolução, a bicicleta é consi-
porte eventual de carga ou de bicicleta resultar no en- derada como carga indivisível.
cobrimento, total ou parcial, da placa traseira. Art. 11 O não atendimento ao disposto nesta Resolu-
§1° A segunda placa de identificação será aposta em ção acarretará na aplicação das penalidades previstas
local visível, ao lado direito da traseira do veículo, po- nos artigos 230, IV, 231, II, IV e V e 248 do CTB, con-
dendo ser instalada no para choque ou na carroceria, forme infração a ser apurada.
admitida a utilização de suportes adaptadores.
§2° A segunda placa de identificação será lacrada na RESOLUÇÃO Nº 357/2010
parte estrutural do veículo em que estiver instalada
Art. 1º Estabelecer diretrizes para a elaboração do
(para choque ou carroceria).
Regimento Interno das Juntas Administrativas de Re-
cursos de Infrações – JARI, constantes do Anexo desta
Regras aplicáveis ao transporte eventual de cargas
Resolução.
Art. 5º Permite-se o transporte de cargas acondiciona-

59
RESOLUÇÃO Nº 358/2010 I - elaborar e revisar periodicamente a distribuição ge-
ográfica dos credenciados;
Art.1º O credenciamento de instituições ou entidades II - credenciar as instituições e entidades que cumpri-
públicas ou privadas para o processo de capacitação, rem as exigências estabelecidas nesta Resolução;
qualificação e atualização de profissionais, e processo III - credenciar os profissionais que atuam nas referi-
de formação, qualificação, atualização e reciclagem das instituições ou entidades credenciadas, vinculan-
de candidatos e condutores obedecerá ao estabelecido do-os a estas e disponibilizando-lhes senhas pessoais
nesta Resolução. e intransferíveis, de acesso aos sistemas informatiza-
§ 1º As atividades exigidas para o processo de forma- dos do órgão executivo de trânsito do Estado ou do
ção de condutores serão realizadas exclusivamente Distrito Federal;
pelos órgãos e entidades executivos de trânsito dos IV - garantir, na esfera de sua competência, o suporte
Estados e do Distrito Federal, ou por instituições ou técnico ao sistema informatizado disponível aos cre-
entidades públicas ou privadas por estes credenciadas denciados;
para: V - auditar as atividades dos credenciados, objetivan-
I - Processo de capacitação, qualificação e atualização do o fiel cumprimento das normas legais e dos com-
de profissional para atuar no processo de habilitação promissos assumidos, mantendo supervisão adminis-
de condutores – Entidades credenciadas com a fina- trativa e pedagógica;
lidade de capacitar diretor geral, diretor de ensino e VI - estabelecer as especificações mínimas de equipa-
instrutor de trânsito para os Centros de Formação de mentos e conectividade para integração dos creden-
Condutores - CFC, conforme definido no art. 7º desta ciados aos sistemas informatizados do órgão executi-
Resolução, e examinador de trânsito, através de cursos vo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal;
específicos teórico-técnico e de prática de direção; VII - definir referências mínimas para:
II - Processo de formação de condutores de veículos a) identificação dos Centros de Formação de Conduto-
automotores e elétricos – Centros de Formação de res e dos veículos de aprendizagem, devendo a expres-
Condutores – CFC e Unidades das Forças Armadas e são “Centro de Formação de Condutores“ ou a sigla
Auxiliares que possuírem cursos de formação dirigidos “CFC” constar na identificação visual;
exclusivamente para os militares dessas corporações; b) selecionar o material, equipamentos e ação didáti-
ca a serem utilizados;
III - Processo de atualização e reciclagem de condu-
VIII - estabelecer os procedimentos pertinentes às ati-
tores de veículos automotores e elétricos – Centros de
vidades dos credenciados;
Formação de Condutores – CFC;
IX - apurar irregularidades praticadas por instituições
IV - Processo de qualificação de condutores em cursos
ou entidades e pelos profissionais credenciados, por
especializados e respectiva atualização – Serviço Na-
meio de processo administrativo, aplicando as penali-
cional de Aprendizagem – Sistema “S”.
dades cabíveis previstas nesta Resolução;
§ 2º O credenciamento das instituições e entidades, X - elaborar estatísticas para o acompanhamento dos
referidas no parágrafo anterior, é específico para cada cursos e profissionais das entidades credenciadas;
endereço, intransferível e renovável conforme estabe- XI - controlar o número total de candidatos por turma
lecido pelo órgão executivo de trânsito dos Estados ou proporcionalmente ao tamanho da sala e à frota de
do Distrito Federal. veículos do CFC, por meio de sistemas informatizados;
XII - manter controle dos registros referentes a conte-
DOS ÓRGÃOS OU ENTIDADES EXECUTIVOS DE údos, freqüência e acompanhamento do desempenho
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

TRÂNSITO DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL dos candidatos e condutores nas aulas teóricas e prá-
ticas, contendo no mínimo as seguintes informações:
Art. 2º Compete ao órgão ou entidade executivo de a) cursos teóricos: conteúdo, turma, datas e horários
trânsito dos Estados e do Distrito Federal credenciar iniciais e finais das aulas, nome e identificação do ins-
instituições ou entidades para a execução de ativida- trutor, lista de presença com assinatura do candidato
des previstas na legislação de trânsito, na forma esta- ou verificação eletrônica de presença;
belecida pelo CONTRAN. b) cursos práticos: quilometragem inicial e final da
Parágrafo único. Os órgãos ou entidades executivos aula, horário de início e término, placa do veículo,
de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, por de- nome e identificação do instrutor, ficha de acompa-
legação do Departamento Nacional de Trânsito, são nhamento do candidato com assinatura ou verificação
os responsáveis, no âmbito de sua circunscrição, pelo eletrônica de presença.
cumprimento dos dispositivos do CTB e das exigências Parágrafo único. Os órgãos ou entidades executivos
da legislação vigente, devendo providenciar condições de trânsito dos Estados e do Distrito Federal poderão
organizacionais, operacionais, administrativas e peda- estabelecer exigências complementares para o proces-
gógicas, em sistema informatizado, por meio de rede so de credenciamento, acompanhamento e controle,
nacional, para permitir o registro, acompanhamento e desde que respeitadas as disposições desta Resolução.
controle no exercício das funções exigidas nesta Reso-
lução, conforme padrão tecnológico estabelecido pelo DO CREDENCIAMENTO DE INSTITUIÇÕES E ENTI-
Órgão Máximo Executivo de Trânsito. DADES
Art. 3º Constituem atribuições dos órgãos e entidades
executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Fede- Art. 4º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados
ral, para o processo de credenciamento, acompanha- e do Distrito Federal poderão credenciar entidades,
mento e controle dos entes credenciados: com capacidade técnica comprovada, para exercerem

60
as atividades de formação de diretor geral, diretor de II - manter atualizado e em perfeitas condições de uso
ensino e instrutor de trânsito para CFC, e de examina- o material didático-pedagógico e acervo bibliográfico;
dor de trânsito, através de cursos específicos teórico- III - promover a atualização do seu quadro docente;
-técnico e de prática de direção. IV - atender às convocações do órgão ou entidade exe-
§ 1º As entidades referidas no caput deste artigo serão cutivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal;
credenciadas por período determinado, podendo ser V - manter atualizadas as informações dos cursos ofe-
renovado, desde que atendidas as disposições desta recidos e do respectivo corpo docente e discente, no
Resolução. sistema informatizado do órgão ou entidade executivo
§ 2º As entidades, já autorizadas anteriormente pelo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal;
DENATRAN até a data de 25 de julho de 2006, em VI - manter o arquivo dos documentos pertinentes ao
caráter provisório, com a finalidade de capacitar di- corpo docente e discente por 5 (cinco) anos conforme
retor geral, diretor de ensino e instrutor de trânsito legislação vigente;
para CFC, e examinador de trânsito, poderão conti- VII - emitir certificado de conclusão do curso.
nuar normalmente suas atividades, exclusivamente na
localidade da autorização, submetendo-se às exigên- DAS INSTITUIÇÕES CREDENCIADAS PARA FOR-
cias do Órgão Executivo de Trânsito do Estado ou do MAÇÃO, ATUALIZAÇÃO E RECICLAGEM DE CONDU-
Distrito Federal e as disposições desta Resolução. TORES - CENTROS DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES
Art. 5º São exigências mínimas para o credenciamen- - CFC
to:
I - requerimento da unidade da instituição dirigido ao Art. 7º As auto-escolas a que se refere o art. 156 do
órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou CTB, denominadas Centros de Formação de Condu-
do Distrito Federal; tores – CFC são empresas particulares ou sociedades
II - infraestrutura física e recursos instrucionais neces- civis, constituídas sob qualquer das formas previstas
sários para a realização do(s) curso(s) proposto(s); na legislação vigente.
III - estrutura administrativa informatizada para in- § 1º Os CFC devem ter como atividade exclusiva o
terligação com o sistema de informações do órgão ou ensino teórico e/ou prático visando a formação, atu-
entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito alização e reciclagem de candidatos e condutores de
Federal; veículos automotores;
IV - relação do corpo docente com a titulação exigida § 2º Os CFC serão credenciados pelo órgão ou entida-
no art.18 desta Resolução; de executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Fe-
V - apresentação do plano de curso em conformida- deral por período determinado, podendo ser renovado
de com a estrutura curricular contida no Anexo desta por igual período, desde que atendidas as disposições
Resolução; desta Resolução.
VI - vistoria para comprovação do cumprimento das § 3º Para efeito de credenciamento pelo órgão de trân-
exigências pelo órgão ou entidade executivo de trânsi- sito competente, os CFC terão a seguinte classificação:
to do Estado ou do Distrito Federal; I – “A” – ensino teórico técnico;
VII - publicação do ato de credenciamento e registro II – “B” – ensino prático de direção; e
da unidade no sistema informatizado do órgão ou en- III – “AB” – ensino teórico técnico e de prática de di-
tidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito reção.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


Federal; § 4º Cada CFC poderá se dedicar ao ensino teórico
VIII - participação dos representantes do corpo fun- técnico ou ao ensino prático de direção veicular, ou
cional, em treinamentos efetivados pelo órgão ou en- ainda a ambos, desde que certificado e credenciado
tidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito para tal.
Federal, para desenvolver unidade de procedimentos § 5º O CFC só poderá preparar o aluno para o exame
pedagógicos e para operar os sistemas informatiza- de direção veicular se dispuser de veículo automotor
dos, com a devida liberação de acessos mediante ter- da categoria pretendida pelo candidato.
mo de uso e responsabilidades. § 6º As dependências físicas do CFC deverá ter uso
Parágrafo único. O credenciamento das entidades cre- exclusivo para o seu fim.
denciadas com a finalidade de capacitar diretor geral, Art. 8º São exigências mínimas para o credenciamen-
diretor de ensino e instrutor de trânsito para CFC, e to de CFC:
examinador de trânsito é específico para cada endere- I – Infraestrutura física:
ço, sendo expedido pelo órgão executivo de trânsito do a) acessibilidade conforme legislação vigente;
Estado ou do Distrito Federal da circunscrição em que b) se para ensino teórico-técnico: sala específica para
esteja instalado, que o cadastrará no Órgão Executivo aula teórica, obedecendo ao critério de 1,20 m2 (um
de Trânsito da União. metro e vinte centímetros quadrados) por candidato,
Art. 6º São atribuições das entidades credenciadas e 6 m² (seis metro quadrados) para o instrutor, com
com a finalidade de capacitar diretor geral, diretor de medida total mínima de 24m2 (vinte e quatro metros
ensino e instrutor de trânsito para CFC, e examinador quadrados) correspondendo à capacidade de 15 (quin-
de trânsito, através de cursos específicos teórico-técni- ze) candidatos, sendo que a capacidade total máxima
co e de prática de direção: não poderá exceder a 35 (trinta e cinco) candidatos
I - atender às exigências das normas vigentes; por sala, respeitados os critérios estabelecidos; mobi-

61
liada com carteiras individuais, em número compatí- § 2º Qualquer alteração nas instalações internas do
vel com o tamanho da sala, adequadas para destro e CFC credenciado deve ser previamente autorizada
canhoto, além de cadeira e mesa para instrutor. pelo órgão executivo de trânsito do Estado ou do Dis-
c) espaços destinados à Diretoria Geral, Diretoria de trito Federal, após vistoria para aprovação.
Ensino, Secretaria e Recepção; § 3º Os veículos de aprendizagem devem estar equi-
d) 2 (dois) sanitários, sendo um feminino e outro pados com duplo comando de freio e embreagem e
masculino, com acesso independente da sala de aula, retrovisor interno extra para uso do instrutor e exami-
constante da estrutura física do CFC; nador, além dos equipamentos obrigatórios previstos
e) área específica de treinamento para prática de di- na legislação.
reção em veículo de 2 (duas) ou 3 (três) rodas em con- § 4º Os veículos de aprendizagem da categoria “A” de-
formidade com as exigências da norma legal vigente, vem estar identificados por uma placa de cor amarela
podendo ser fora da área do CFC, bem como de uso com as dimensões de 30 (trinta) centímetros de largu-
compartilhado, desde que no mesmo município; ra e 15(quinze) centímetros de altura, fixada na parte
f) fachada do CFC atendendo às diretrizes de identi- traseira, em local visível, contendo a inscrição “MOTO
dade visual, conforme regulamentação específica do ESCOLA” em caracteres pretos.
órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou § 5º Os veículos de aprendizagem das categorias B, C,
do Distrito Federal; D e E, devem estar identificados por uma faixa ama-
g) infraestrutura tecnológica para conexão com o sis- rela de 20 (vinte) centímetros de largura, pintada na
tema informatizado do órgão ou entidade executivo lateral ao longo da carroceria, a meia altura, com a
de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. inscrição “AUTO-ESCOLA” na cor preta, sendo que, nos
II - Recursos Didático-pedagógicos: veículos de cor amarela, a faixa deverá ser emoldura-
a) quadro para exposição escrita com, no mínimo, 2m da por um filete de cor preta, de no mínimo 1 cm (um
x 1,20m; centímetro) de largura.
b) material didático ilustrativo; § 6º Os veículos de aprendizagem devem conter iden-
c) acervo bibliográfico sobre trânsito, disponível aos tificação do CFC atendendo às diretrizes de identidade
candidatos e instrutores, tais como Código de Trânsito visual, conforme regulamentação específica do órgão
Brasileiro, Coletânea de Legislação de Trânsito atuali- ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Dis-
zada e publicações doutrinárias sobre trânsito; trito Federal, vedada a utilização de qualquer outro
d) recursos audiovisuais necessários por sala de aula; motivo de inscrição ou informação.
e) manuais e apostilas para os candidatos e condu- § 7º Os veículos destinados à aprendizagem devem
tores; ser de propriedade do CFC e estar devidamente re-
III - Veículos e equipamentos de aprendizagem: gistrados e licenciados no município-sede do CFC,
a) para a categoria “A” - dois veículos automotores de admitindo-se contrato de financiamento devidamente
duas rodas, de no mínimo 120cc (cento e vinte cen- registrado.
tímetros cúbicos), com câmbio mecânico, não sendo § 8º O CFC é responsável pelo uso do veículo destina-
admitida alteração da capacidade estabelecida pelo do à aprendizagem, ainda que fora do horário autori-
fabricante, com, no máximo, cinco anos de fabricação; zado para a prática de direção veicular.
b) para categoria “B” - dois veículos automotores de § 9º O Diretor-Geral poderá estar vinculado a no má-
quatro rodas, exceto quadriciclo, com câmbio mecâni- ximo dois CFC, mediante autorização do órgão ou en-
co, com no máximo oito anos de fabricação; tidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

c) para categoria “C” - um veículo de carga com Peso Federal, desde que não haja prejuízo em suas atribui-
Bruto Total - PBT de no mínimo 6.000Kg, não sendo ções.
admitida alteração da capacidade estabelecida pelo § 10. O Diretor de Ensino deverá estar vinculado ape-
fabricante, com no máximo quinze anos de fabricação; nas a um CFC.
d) para categoria “D” - um veículo motorizado, classi- Art. 9º O processo para o credenciamento de Centro
ficado de fábrica, tipo ônibus, com no mínimo 7,20m de Formação de Condutores constituir-se-á das se-
(sete metros e vinte centímetros) de comprimento, uti- guintes etapas:
lizado no transporte de passageiros, com no máximo I - Apresentação da seguinte documentação:
quinze anos de fabricação; a) requerimento do interessado dirigido ao órgão ou
e) para categoria “E” - uma combinação de veículos entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
onde o veículo trator deverá ser acoplado a um rebo- Federal, acompanhado dos seguintes documentos:
que ou semirreboque registrado com PBT de no mí- - Carteira de Identidade e CPF (fotocópia autenticada);
nimo 6.000Kg e comprimento mínimo de 11m (onze - Certidão negativa da Vara de Execução Penal do Mu-
metros), com no máximo quinze anos de fabricação; nicípio sede do CFC e do Município onde reside;
f) um simulador de direção ou veículo estático. - Certidão negativa do registro de distribuição e de
IV – Recursos Humanos: execuções criminais referentes à prática de crimes
a) um Diretor-Geral; contra os costumes, a fé pública, o patrimônio, à ad-
b) um Diretor de Ensino; ministração pública, privada ou da justiça e os previs-
c) dois Instrutores de Trânsito. tos na lei de entorpecentes, expedidas no local de seu
§ 1º As dependências do CFC devem possuir meios domicílio ou residência;
que atendam aos requisitos de segurança, conforto - Certidão negativa expedida pelo cartório de distri-
e higiene, às exigências didático-pedagógicas, assim buições cíveis, demonstrando não estar impossibilita-
como às posturas municipais vigentes. do para o pleno exercício das atividades comerciais

62
(insolvência, falência, interdição ou determinação Art. 10. Compete a cada CFC credenciado para minis-
judicial etc.), expedidas no local de seu domicílio ou trar os cursos de formação, atualização e reciclagem
residência; de condutores:
- Comprovante de residência. I - realizar as atividades necessárias ao desenvolvi-
b) contrato social, devidamente registrado, com capi- mento dos conhecimentos técnicos, teóricos e práticos
tal social compatível com os investimentos; com ênfase na construção de comportamento seguro
c) certidões negativas de débitos federais, estaduais e no trânsito, visando a formação, atualização e reci-
municipais; clagem de condutores de veículos automotores, nos
d) certidões negativas do FGTS e do INSS; termos do CTB e legislação pertinente;
e) cartão do CNPJ, Inscrição Estadual e Inscrição Mu- II - buscar a caracterização do CFC como uma unidade
nicipal; de ensino, atendendo integralmente aos padrões esta-
f) declaração do (s) proprietário (s) do CFC de que irá belecidos pela legislação vigente quanto às instala-
dispor de: ções físicas, recursos humanos e didáticos, identidade
- infraestrutura física conforme exigência desta Reso- visual, sistema operacional, equipamentos e veículos;
lução e de normas vigentes; III - cadastrar seus veículos automotores, destinados
- recursos didático-pedagógicos, com a devida lista- à instrução prática de direção veicular junto ao ór-
gão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou
gem dos mesmos;
do Distrito Federal, submetendo-se às determinações
- veículos de aprendizagem conforme exigência desta
estabelecidas nesta Resolução e normas vigentes;
Resolução;
IV - manter o Diretor-Geral e/ou o Diretor de Ensino
- recursos humanos exigidos nesta Resolução, listados presente nas dependências do CFC, durante o horário
nominalmente com a devida titulação. de funcionamento;
II - Cumpridas as exigências do item I, o interessa- V - promover a qualificação e atualização do quadro
do será convocado para que, num prazo de até 150 profissional em relação à legislação de trânsito vigen-
(cento e cinquenta dias), apresente a documentação te e às práticas pedagógicas;
e as exigências técnicas abaixo relacionadas para a VI - divulgar e participar de campanhas institucionais
realização da vistoria técnica pelo órgão ou entidade educativas de trânsito promovidas ou apoiadas pelo
executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal: órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou
a) alvará de localização e funcionamento fornecido do Distrito Federal;
pelo órgão competente; VII - contratar, para exercer as funções de Diretor-Ge-
b) cópia da planta baixa do imóvel; ral, Diretor de Ensino e Instrutor de Trânsito, somente
c) cópia da RAIS da empresa, ou CTPS do corpo fun- profissionais credenciados junto ao órgão ou entidade
cional; executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal,
d) atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros; providenciando a sua vinculação ao CFC;
e) relação do (s) proprietário(s); VIII - manter atualizado o planejamento dos cursos
f) comprovação da titulação exigida de formação e de acordo com as orientações do órgão ou entidade
qualificação do corpo diretivo e instrutores; executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal;
g) apresentação da frota dos veículos identificados IX - manter atualizado o banco de dados do órgão
conforme art. 154 do CTB e referências mínimas para executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Fede-
identificação estabelecidas pelo órgão executivo de ral, conforme o artigo 3º, inciso XII desta Resolução;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


trânsito do Estado ou do Distrito Federal, com os res- X - manter o arquivo dos documentos pertinentes ao
pectivos certificados de segurança veicular – CSV, re- corpo docente e discente por 5 (cinco) anos conforme
ferentes à transformação de duplo comando de freios legislação vigente.
e embreagem para autorização da mudança de cate- Art. 11. Para a renovação do credenciamento, o CFC
deverá apresentar índices de aprovação de seus can-
goria;
didatos de, no mínimo, 60% (sessenta por cento) nos
h) laudo da vistoria de comprovação do cumprimento
exames teóricos e práticos, respectivamente, referen-
das exigências para o credenciamento, realizada pelo
tes aos 12 (doze) meses anteriores ao mês da renova-
órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou ção do credenciamento.
do Distrito Federal. § 1º Para os efeitos da operacionalização do caput
III - Assinatura do termo de credenciamento após o deste artigo, o órgão ou entidade executivo de trân-
cumprimento das etapas anteriores, com a devida sito do Estado ou do Distrito Federal deve estabelecer
aprovação da vistoria pelo órgão ou entidade executi- ações d acompanhamento, controle e avaliação das
vo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. atividades e dos resultados de cada CFC, de forma sis-
IV - Publicação do ato de credenciamento e registro do temática e periódica, emitindo relatórios e oficiando
CFC no sistema informatizado do órgão ou entidade aos responsáveis pelas entidades credenciadas.
executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. § 2º Quando o CFC não atingir o índice mínimo esta-
V - Participação do corpo funcional do CFC em trei- belecido no caput deste artigo, em períodos que não
namentos efetivados pelo órgão ou entidade executivo ultrapassem 3 (três) meses, o órgão ou entidade execu-
de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, para pa- tivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal deverá
dronizar procedimentos pedagógicos e operar o siste- solicitar ao Diretor de Ensino do CFC uma proposta de
ma informatizado, com a devida liberação de acesso planejamento para alteração dos resultados, sanando
mediante termo de uso e responsabilidade. possíveis deficiências no processo pedagógico.

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§ 3º Persistindo o índice de aprovação inferior ao esta- III - promover a atualização técnico-pedagógica do
belecido no caput deste artigo, após decorridos 3 (três) seu quadro docente;
meses, os instrutores e os diretores do CFC deverão IV - disponibilizar veículos automotores compatíveis
participar de treinamento de reciclagem e atualiza- com a categoria a que se destina o curso;
ção extraordinários sob a responsabilidade do órgão V - manter atualizadas as informações dos cursos ofe-
ou entidade executivos de trânsito do Estado ou do recidos e dos respectivos corpos docente e discente, no
Distrito Federal. sistema do órgão ou entidade executivo de trânsito do
Estado ou do Distrito Federal;
DAS UNIDADES DAS FORCAS ARMADAS E AUXI- VI - manter o arquivo dos documentos pertinentes ao
LIARES QUE POSSUÍREM CURSOS DE FORMAÇÃO DE corpo docente e discente por 5 (cinco) anos conforme
CONDUTORES legislação vigente.

Art. 12. As unidades das Forças Armadas e Auxilia- DAS INSTITUIÇÕES CREDENCIADAS PARA A QUA-
res que possuírem cursos de formação de condutores, LIFICAÇÃO DE CONDUTORES EM CURSOS ESPECIA-
conforme previsto no §2º do artigo 152 do CTB, para LIZADOS INSTITUIÇÕES DO SERVIÇO NACIONAL DE
ministrar estes cursos, deverão credenciar-se junto ao APRENDIZAGEM SISTEMA “S”
órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou
do Distrito Federal, no âmbito de sua circunscrição, Art. 15. As instituições do Serviço Nacional de Apren-
que a registrará junto ao Órgão Máximo Executivo de dizagem, credenciadas pelos órgãos
Trânsito da União, atendendo às exigências estabele- entidades executivos de trânsito dos Estados e do Dis-
cidas nesta Resolução. trito Federal, promoverão a qualificação de conduto-
Art. 13. São exigências mínimas para o credenciamen- res e sua respectiva atualização, por meio da oferta de
to das unidades das Forças Armadas e Auxiliares: cursos especializados para condutores de veículos de:
I - requerimento da unidade interessada em ministrar a) Transporte de escolares;
cursos de formação de condutores, dirigido ao órgão b) Transporte de produtos perigosos;
ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Dis- c) Transporte coletivo de passageiros;
trito Federal; d) Transporte de emergência;
II - infraestrutura física e recursos instrucionais neces- e) Outros transportes especializados, na forma regula-
sários para a realização do curso proposto;
mentada pelo CONTRAN.
III - estrutura administrativa informatizada para in-
Parágrafo único. As instituições referidas no caput
terligação com o sistema de informações do órgão ou
deste artigo serão credenciadas por período determi-
entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
nado, podendo ser renovado, desde que atendidas as
Federal;
disposições desta Resolução.
IV - relação dos recursos humanos: instrutores de trân-
Art. 16. São exigências mínimas para o credenciamen-
sito, coordenadores geral e de ensino da Corporação,
to das instituições do Serviço Nacional de Aprendiza-
devidamente capacitados nos cursos de instrutor de
gem:
trânsito e diretor geral e de ensino, credenciados pelo
órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou I - requerimento da unidade da Instituição dirigido ao
do Distrito Federal; órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou
V - apresentação do plano de curso em conformidade do Distrito Federal;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

com a legislação vigente; II - infraestrutura física e recursos instrucionais neces-


VI - realização de vistoria para comprovação do cum- sários para a realização do(s) curso(s) proposto(s);
primento das exigências pelo órgão ou entidade exe- III - estrutura administrativa informatizada para in-
cutivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal; terligação com o sistema de informações do órgão ou
VII - emissão do ato de credenciamento; entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
VIII - publicação do ato de credenciamento e registro Federal;
da unidade militar no sistema informatizado do órgão IV - relação do corpo docente com a titulação exigida
ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Dis- no artigo 22 desta Resolução, e d coordenador geral
trito Federal; dos cursos;
IX - participação do corpo funcional da unidade mi- V - apresentação do plano de curso em conformidade
litar em treinamentos efetivados pelo órgão ou enti- com a estrutura curricular exigida nesta Resolução;
dade executivos de trânsito do Estado ou do Distrito VI - realização de vistoria para comprovação do cum-
Federal, para padronização de procedimentos peda- primento das exigências pelo órgão ou entidade exe-
gógicos e operacionais e do sistema informatizado, cutivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal;
com a liberação de acesso mediante termo de uso e VII - emissão do ato de credenciamento;
responsabilidades. VIII - publicação do ato de credenciamento e registro
Art. 14. São atribuições da unidade das Forças Arma- da unidade do Sistema “S” no sistema informatizado
das e Auxiliares, credenciada para ministrar o curso: do órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado
I - atender às exigências das normas vigentes, no que ou do Distrito Federal;
se refere ao curso de formação de condutores; IX - participação do corpo funcional em treinamentos
II - manter atualizado o acervo bibliográfico e de ma- efetivados pelo órgão ou entidade executivo de trânsi-
terial didático-pedagógico; to do Estado ou do Distrito Federal, para padronização

64
de procedimento pedagógicos e operacionais do siste- d) certificado de conclusão do curso específico de ca-
ma informatizado, com a devida liberação de acesso pacitação para a atividade;
mediante termo de uso e responsabilidade. e) comprovante de residência;
Art. 17. São atribuições de cada unidade das Institui- f) contrato de trabalho com o CFC devidamente ano-
ções do Serviço Nacional de Aprendizagem, creden- tado na Carteira de Trabalho e Previdência Social;
ciada para ministrar cursos especializados: g) certidão negativa do registro de distribuição e de
I - atender às exigências das normas vigentes; execuções criminais referentes às práticas de crimes
II - manter atualizado o acervo bibliográfico e de ma- contra os costumes, fé pública, patrimônio, à adminis-
terial didático-pedagógico; tração pública, privada ou da justiça e os previstos na
III - promover a atualização do seu quadro docente; lei de entorpecentes, expedidas no local de seu domi-
IV - atender às convocações do órgão ou entidade exe- cílio ou residência.
cutivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal;
V - manter atualizadas as informações dos cursos ofe- DAS UNIDADES DAS FORÇAS ARMADAS E AUXI-
recidos e dos respectivos corpos LIARES
docente e discente, no sistema informatizado do ór-
gão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Art. 20. As exigências para o exercício da atividade de
Distrito Federal; instrutor de trânsito e de Coordenadores Geral e de
VI - manter o arquivo dos documentos pertinentes aos Ensino e respectiva documentação para credencia-
corpos docente e discente por 5 (cinco) anos conforme mento junto ao órgão ou entidade executivo de trân-
legislação vigente. sito do Estado ou do Distrito Federal são as referidas
nos incisos I e II, do art.19 desta Resolução.
DOS PROFISSIONAIS DAS ENTIDADES CREDEN-
CIADAS COM A FINALIDADE DE CAPACITAR DIRETOR DOS INSTRUTORES NÃO VINCULADOS A UM
GERAL, DIRETOR DE ENSINO E INSTRUTOR DE TRÂN- CENTRO DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES
SITO PARA OS CFC, E EXAMINADOR DE TRÂNSITO
Art. 21. A instrução de prática de direção veicular para
Art. 18. São exigências para os profissionais destas obtenção da CNH poderá ser realizada por instrutores
instituições: de trânsito não vinculados a um CFC, mediante prévia
I - Curso superior completo, pós-graduação lato-sensu autorização do órgão executivo de trânsito do Estado
e experiência na área de trânsito, quando Coordena- ou do Distrito Federal, nas localidades que não conta-
dor Geral. rem com um CFC.
II - Curso superior completo, cursos relacionados ao § 1º O instrutor não vinculado deverá atender às exi-
tema de sua disciplina e curso específico na área do gências previstas para o instrutor de trânsito, confor-
trânsito, quando membro do corpo docente.
me inciso II do art.19.
§ 2º O instrutor de prática de direção veicular não
DOS CENTROS DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES
vinculado só poderá instruir 1 (um) candidato a cada
– CFC
período de 6 (seis) meses.
§ 3º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados ou
Art. 19. São exigências para o exercício das atividades
do Distrito Federal devem conceder a autorização para
dos profissionais destas instituições:
instrutor não vinculado, por candidato, com vistas ao

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


I – Diretor Geral e Diretor de Ensino:
a) no mínimo 21 (vinte e um) anos de idade; registro e à emissão da Licença para Aprendizagem de
b) curso superior completo; Direção Veicular – LADV.
c) curso de capacitação específica para a atividade; § 4º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados ou
d) no mínimo dois anos de habilitação. do Distrito Federal devem manter atualizados os ca-
II – Instrutor de Trânsito: dastros de instrutores de direção veicular não vincula-
a) no mínimo 21 (vinte e um) anos de idade; dos, em suas respectivas circunscrições.
b) curso de ensino médio completo; § 5º O veículo eventualmente utilizado pelo instrutor
c) no mínimo um ano na categoria “D”; não vinculado, quando autorizado, deverá observar o
d) não ter sofrido penalidade de cassação de CNH; disposto no parágrafo único do art. 154 do CTB.
e) não ter cometido nenhuma infração de trânsito de
natureza gravíssima nos últimos 60 (sessenta) dias; DAS INSTITUIÇÕES DO SERVIÇO NACIONAL DE
f) curso de capacitação específica para a atividade e APRENDIZAGEM SISTEMA “S”
curso de direção defensiva e primeiros socorros.
Parágrafo único. Para credenciamento junto ao ór- Art. 22. São exigências para os profissionais destas
gão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Instituições:
Distrito Federal, os profissionais referidos neste artigo I – Quando na função de Coordenador Geral:
deverão apresentar: a) mínimo de 21 (vinte e um) anos de idade;
a) Carteira Nacional de Habilitação válida; b) curso superior completo;
b) Cadastro de Pessoa Física - CPF; c) curso de capacitação específico exigido para Diretor
c) Diploma ou certificado de escolaridade expedido Geral de CFC;
por instituição de ensino devidamente credenciada d) dois anos de habilitação.
pelo órgão competente; II – Quando na função de Coordenador de Ensino:

65
a) mínimo de 21 (vinte e um) anos de idade; IV - Não ter sofrido penalidade de suspensão do direi-
b) curso superior completo; to de dirigir ou cassação de CNH e não ter cometido
c) curso de capacitação específico exigido para Diretor nenhuma infração de trânsito de natureza gravíssima
de Ensino de CFC; nos últimos 12 (doze) meses;
d) dois anos de habilitação. V - Curso para examinador de trânsito.
Parágrafo único. Para credenciamento junto ao órgão § 1º Para serem designados pela autoridade executiva
executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, os profis-
os Coordenadores, Geral e de Ensino, deverão apre- sionais referidos neste artigo deverão apresentar:
sentar: a) Carteira Nacional de Habilitação válida;
a) Carteira de Identidade; b) Cadastro de Pessoa Física - CPF;
b) Cadastro de Pessoa Física – CPF; c) Certificado de conclusão de curso superior devida-
c) documento comprobatório de conclusão de curso mente reconhecido pelo Ministério da Educação;
superior devidamente reconhecido pelo Ministério da d) Certificado de conclusão do curso específico de ca-
Educação; pacitação para a atividade;
d) certificado de conclusão de curso de Diretor Geral e) Comprovante de residência;
ou de Diretor de Ensino em Instituição credenciada f) Certidão Negativa da Vara de Execução Criminal do
pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Esta- Município onde reside e do local onde pretende atuar.
do ou do Distrito Federal; § 2º As exigências para o exercício da atividade de
e) CNH válida. examinador de trânsito nas unidades das Forças Ar-
Art. 23. São exigências para os Instrutores de Cursos madas e Auxiliares e respectiva documentação para
Especializados previstos na legislação vigente: credenciamento junto ao órgão ou
I - No mínimo 21 (vinte e um) anos de idade; entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
II – Nível médio completo; Federal, são as referidas no § 1º deste artigo.
III – Curso de capacitação para instrutor especializado;
IV - Um ano de habilitação em categoria compatível DOS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NOS PROCES-
com as exigidas para o curso especializado em que SOS DE CAPACITAÇÃO, FORMAÇÃO, QUALIFICAÇÃO,
atuam; ESPECIALIZAÇÃO, ATUALIZAÇÃO E RECICLAGEM DE
V - Não ter sofrido penalidade de suspensão do direi- CANDIDATOS A CNH E CONDUTORES
to de dirigir ou cassação de CNH e não ter cometido
nenhuma infração de trânsito de natureza gravíssima Art. 25. São atribuições dos profissionais que atuam
nos últimos 12 (doze) meses. nos processos de capacitação, formação, qualificação,
§ 1º Para credenciamento junto ao órgão ou entidade especialização, atualização e reciclagem de recursos
executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, humanos, candidatos e condutores:
o instrutor de curso especializado deverá apresentar: I - O Instrutor de trânsito é o responsável direto pela
a) Carteira Nacional de Habilitação válida; formação, atualização e reciclagem de candidatos e
b) Cadastro de Pessoa Física - CPF; de condutores e o Instrutor de cursos especializados,
c) Certificado de conclusão de curso médio devida- pela qualificação e atualização de condutores, com-
mente reconhecido; petindo-lhes:
d) Certificado de conclusão do curso de instrutor espe- a) transmitir aos candidatos os conteúdos teóricos e
cializado na área de atuação; práticos exigidos pela legislação vigente;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

e) Certidão Negativa da Vara de Execução Criminal b) tratar os candidatos com urbanidade e respeito;
do Município onde residem e do local onde pretendem c) cumprir as instruções e os horários estabelecidos no
atuar. quadro de trabalho da instituição;
§ 2º As entidades que, quando da publicação da Re- d) utilizar crachá de identificação com foto, quando
solução nº 168/04, se encontravam credenciadas para no exercício da função que será fornecido pelo órgão
ministrar exclusivamente cursos especializados, têm executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal;
assegurada a continuidade do exercício de suas ativi- e) frequentar cursos de aperfeiçoamento ou de atuali-
dades, devendo: zação determinados pelo órgão executivo de trânsito
a) efetuar recadastramento junto ao órgão executivo do Estado ou do Distrito Federal;
de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, renovan- f) acatar as determinações de ordem administrativa e
do-o a cada dois anos; pedagógica estabelecidas pela Instituição;
b) cumprir as exigências previstas nos artigos 22 e 23 g) Avaliar se o candidato está apto a prestar exame de
desta Resolução. direção veicular após o cumprimento da carga horária
estabelecida.
DOS EXAMINADORES DE TRÂNSITO II - O Diretor Geral é o responsável pela administração
e o correto funcionamento da Instituição, competin-
Art. 24. São exigências mínimas para o exercício da do-lhe, além de outras atribuições determinadas pelo
atividade de examinador de trânsito, observadas as Órgão Máximo Executivo de Trânsito da União:
disposições contidas no art. 152 do CTB: a) estabelecer e manter as relações oficiais com os ór-
I - No mínimo 21(vinte e um) anos de idade; gãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito;
II - Curso superior completo; b) administrar a instituição de acordo com as normas
III - Dois anos de habilitação compatível com a cate- estabelecidas pelo órgão ou entidade executivo de
goria a ser examinada; trânsito do Estado ou do Distrito Federal;

66
c) decidir, em primeira instância, sobre os recursos h) frequentar cursos de aperfeiçoamento ou de atuali-
interpostos ou reclamações feitas por candidato ou zação determinados pelo órgão ou entidade executivo
condutor contra qualquer ato julgado prejudicial, pra- de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.
ticado nas atividades escolares; IV - O Examinador de Trânsito é o responsável pela
d) dedicar-se à permanente melhoria do ensino, vi- realização dos exames previstos na legislação, com-
sando à conscientização das pessoas que atuam no petindo-lhe:
complexo do trânsito; a) avaliar os conhecimentos e as habilidades dos can-
e) praticar todos os atos administrativos necessários didatos e condutores para a condução de veículos au-
à consecução das atividades que lhe são próprias e tomotores;
possam contribuir para a melhoria do funcionamento b) tratar os candidatos e condutores com urbanidade
da instituição; e respeito;
f) assinar, em conjunto com o Diretor de Ensino, os c) cumprir as instruções e os horários estabelecidos
certificados de conclusão de cursos de formação, atu- pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Esta-
alização e reciclagem, com a identificação da assina- do ou do Distrito Federal;
tura; d) utilizar crachá de identificação com foto, emitido
g) aplicar as penalidades administrativas ao pessoal pela autoridade responsável do órgão ou entidade
que lhe é subordinado, nos termos desta Resolução; executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal,
h) manter, em local visível, tabela de preços dos servi- quando no exercício da função;
ços oferecidos; e) frequentar cursos de aperfeiçoamento ou de atuali-
i) comunicar, por escrito, ao órgão ou entidade execu- zação determinados pelo órgão ou entidade executivo
tivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal au- de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.
sências e impedimentos, por motivo de força maior,
podendo ser autorizada a sua substituição pelo Dire- DO FUNCIONAMENTO DAS ENTIDADES CREDEN-
tor de Ensino, por um prazo de até 30 (trinta) dias; CIADAS
j) ministrar aulas, em casos excepcionais, quando da
substituição de instrutores, mediante autorização do Art. 26. Todas as entidades credenciadas devem cele-
órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou brar contrato de prestação de serviços, com o candida-
do Distrito Federal; to, contendo as especificações do curso quanto a pe-
k) comunicar, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ríodo, horário, condições, frequência exigida, prazo de
ao órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado validade do processo, valores e forma de pagamento.
ou do Distrito Federal o desligamento de qualquer um Parágrafo único. A exigência de celebração do contra-
de seus instrutores ou diretores; to de prestação de serviço não se aplica às unidades
l) frequentar cursos de aperfeiçoamento ou de atuali- das Forças Armadas e Auxiliares.
zação determinados pelo órgão ou entidade executivo Art. 27. Os horários de realização das aulas serão re-
de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. gulamentados pelo órgão ou entidade executivo de
III - O Diretor de Ensino é o responsável pelas ativi- trânsito do Estado ou do Distrito Federal.
dades escolares da instituição, competindo-lhe, dentre Parágrafo único. A carga horária diária máxima per-
outras atribuições determinadas pelo órgão ou enti- mitida nos cursos teóricos é de 10 (dez) horas/aula e,
dade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito no curso de prática de direção veicular, 3 (três) horas/
Federal:

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aula, sendo, no máximo, duas aulas práticas consecu-
a) orientar os instrutores no emprego de métodos, téc-
tivas por candidato ou condutor.
nicas e procedimentos didáticopedagógicos, dedican-
Art. 28. As entidades que permanecerem inativas por
do-se à permanente melhoria do ensino;
um período superior a 90 (noventa) dias poderão ter
b) disponibilizar informações dos cursos e dos respec-
o credenciamento cancelado pelo órgão ou entidade
tivos corpos docente e discente nos sistemas informa-
executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Fede-
tizados do órgão ou entidade executivos do Estado ou
ral, excetuando-se as unidades das Forças Armadas e
do Distrito Federal;
Auxiliares.
c) manter e arquivar documentos pertinentes aos cor-
pos docente e discente por 05 (cinco) anos; Parágrafo único. A instituição ou entidade que tiver
d) organizar o quadro de trabalho a ser cumprido pe- seu credenciamento cancelado, somente poderá re-
los Instrutores; tornar às atividades, mediante um novo processo de
e) acompanhar, controlar e avaliar as atividades dos credenciamento.
instrutores a fim de assegurar a eficiência do ensino;
f) representar o Diretor Geral junto ao órgão ou en- DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
tidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
Federal, quando este se encontrar impedido por quais- Art. 29. Compete aos órgãos e entidades executivos de
quer motivos, desde que previamente comunicado a trânsito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito
estes órgãos; de suas circunscrições, fiscalizar as entidades públicas
g) ministrar aulas teóricas, em casos excepcionais, ou privadas por eles credenciadas.
quando da substituição de instrutores, mediante auto- Art. 30. As irregularidades deverão ser apuradas por
rização do órgão ou entidade executivo de trânsito do meio de processo administrativo, e penalizadas de
Estado ou do Distrito Federal; acordo com o estabelecido nesta Resolução.

67
Art. 31. São consideradas infrações de responsabilidade Art. 36. As instituições e entidades e os profissionais
das instituições ou entidades e do Diretor Geral, creden- credenciados que agirem em desacordo com os pre-
ciados pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito ceitos desta Resolução estarão sujeitos às seguintes
dos Estados e do Distrito Federal, no que couber: penalidades, conforme a gravidade da infração:
I - negligência na fiscalização das atividades dos ins- I - advertência por escrito;
trutores, nos serviços administrativos de sua respon- II - suspensão das atividades por até 30 (trinta) dias;
sabilidade direta, bem como no cumprimento das III - suspensão das atividades por até 60 (sessenta)
atribuições previstas nesta Resolução e normas com- dias;
plementares do órgão ou entidade executivo de trân- IV - cassação do credenciamento.
sito do Estado ou do Distrito Federal; § 1º A penalidade de advertência por escrito será apli-
II - deficiência técnico-didática da instrução teórica ou cada no primeiro cometimento das infrações referidas
prática; nos incisos I e II do art. 31, incisos I e II do art. 32 e
III - aliciamento de candidatos por meio de represen- incisos I, II, III e IV do art. 34.
tantes, corretores, prepostos e similares; e publicidade §2º A penalidade de suspensão por até 30 (dias) será
em jornais e outros meios de comunicação, mediante aplicada na reincidência da prática de qualquer das
oferecimento de facilidades indevidas e/ou ilícitas. infrações previstas nos incisos I e II do art. 31, incisos I
IV - prática de ato de improbidade contra a fé pública, e II do art. 32 e incisos I, II, III e IV do art. 34 ou quan-
contra o patrimônio ou contra a administração públi- do do primeiro cometimento da infração tipificada no
ca ou privada; inciso III do art. 31.
Art. 32. Será considerada infração de responsabilidade § 3º A penalidade de suspensão por até 60 (sessenta)
específica do Diretor de Ensino: dias será imposta quando já houver sido aplicada a
I - negligência na orientação e fiscalização das ati- penalidade prevista no parágrafo anterior nos últimos
vidades dos instrutores, nos serviços administrativos 5 (cinco) anos.
de sua responsabilidade direta, bem como no cum- § 4º O período de suspensão será aplicado proporcio-
primento das atribuições previstas nesta Resolução e nalmente à natureza e à gravidade da falta cometida.
normas complementares dos órgãos ou entidades exe- § 5º Durante o período de suspensão, a entidade e os
cutivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal; profissionais credenciados que forem penalizados não
II - deficiência no cumprimento da programação esta- poderão realizar suas atividades.
belecida para o(s) curso(s); § 6º A penalidade de cassação será imposta quando já
III - prática de ato de improbidade contra a fé pública, houver sido aplicada a penalidade prevista no § 3º e/
contra o patrimônio ou contra a administração públi- ou quando do cometimento das infrações tipificadas
ca ou privada. no inciso IV do art. 31, inciso III do art. 32 e inciso V
Art. 33. As infrações previstas para os coordenadores do art. 34.
das entidades públicas ou privadas, das unidades do § 7º Decorridos cinco anos da aplicação da penalida-
Serviço Nacional de Aprendizagem e das unidades de ao credenciado, esta não surtirá mais efeitos como
das Forças Armadas e Auxiliares, credenciadas para registro de reincidência para novas penalidades. § 8º
ministrar os cursos referidos nesta Resolução, são as Na hipótese de cancelamento do credenciamento por
mesmas constantes dos artigos 31 e 32, respectiva- aplicação da penalidade de cassação, somente após
mente. 5 (cinco) anos, poderá a entidade requerer um novo
Art. 34. São consideradas infrações de responsabilida- credenciamento
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

de específica do instrutor e do examinador:


I - negligência na transmissão das normas constantes DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
da legislação de trânsito, conforme estabelecido no
quadro de trabalho, bem como o cumprimento das Art. 37. O processo administrativo será iniciado pela
atribuições previstas nesta Resolução e normas com- autoridade de trânsito, de oficio ou mediante repre-
plementares do órgão ou entidade executivo de trân- sentação, visando à apuração de irregularidades pra-
sito dos Estados ou do Distrito Federal; ticadas pelas instituições e profissionais credenciados
II - falta de respeito aos candidatos; pelo órgão ou entidade executivo de trânsito dos Esta-
III - deixar de orientar corretamente os candidatos no dos ou do Distrito Federal, observando o princípio da
processo de aprendizagem; ampla defesa e do contraditório.
IV - deixar de portar o crachá de identificação como § 1º Em caso de risco iminente, a Administração Públi-
instrutor ou examinador habilitado, quando a serviço; ca poderá motivadamente adotar providências acau-
V - prática de ato de improbidade contra a fé pública, teladoras sem a prévia manifestação do interessado.
contra o patrimônio ou contra a administração públi- § 2º O representado será notificado da instauração do
ca ou privada; processo administrativo.
VI – realizar propaganda contrária à ética profissional; Art. 38. A autoridade, de ofício ou a requerimento do
VII – obstar ou dificultar a fiscalização do órgão execu- representado, poderá determinar a realização de pe-
tivo de trânsito estadual ou do Distrito Federal. rícias ou de quaisquer outros atos necessários à eluci-
Art. 35. As penalidades serão aplicadas pelo órgão ou dação dos fatos investigados.
entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Art. 39. Concluída a instrução o representado terá o
Federal responsável pelo credenciamento, após deci- prazo de 10 (dez) dias para apresentar defesa escrita,
são fundamentada. contados do recebimento da notificação.

68
Art. 40. Após o julgamento, a autoridade de trânsito (um) ano para adequação às exigências de infraestru-
notificará o representado da decisão. tura física estabelecidas nesta Resolução.
Parágrafo único. Da decisão da autoridade de trânsito Art. 48. Os Instrutores e Examinadores de Trânsito,
caberá recurso à autoridade superior no prazo de 30 credenciados pelos órgãos ou entidades executivos de
(trinta) dias. trânsito dos Estados e do Distrito Federal, serão perio-
Art. 41. Aplicam-se subsidiariamente ao processo ad- dicamente avaliados em exame nacional, na forma da
ministrativo, no que couber, as disposições da Lei nº Resolução nº 321/09 do CONTRAN.
9.784, de 29 de janeiro de 1999.
RESOLUÇÃO Nº 360/2010
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 1º. O condutor de veículo automotor, oriundo de
Art. 42. As diretrizes, disposições gerais e estrutu- país estrangeiro e nele habilitado, desde que penal-
ra curricular básica dos cursos para a capacitação e mente imputável no Brasil, poderá dirigir no Território
atualização dos profissionais para atuar na formação, Nacional quando amparado por convenções ou acor-
atualização, qualificação e reciclagem de candidatos dos internacionais, ratificados e aprovados pela Repú-
e condutores fazem parte do Anexo desta Resolução. blica Federativa do Brasil e, igualmente, pela adoção
Art. 43. É vedada a todas as entidades credenciadas a do Princípio da Reciprocidade, no prazo máximo de
transferência de responsabilidade ou a terceirização 180 (cento e oitenta) dias, respeitada a validade da
das atividades para as quais foram credenciadas. habilitação de origem.
Art. 44. As informações sobre o processo de formação § 1° O prazo a que se refere o caput deste artigo ini-
dos profissionais, dos candidatos e condutores referi- ciar-se-á a partir da data de entrada no âmbito terri-
dos nesta Resolução, deverão estar contempladas em torial brasileiro.
módulo do Registro Nacional de Condutores Habilita- § 2º O órgão máximo Executivo de Trânsito da União
dos - RENACH, no prazo de até 360 dias, a partir da informará aos demais órgãos ou entidades do Sistema
data de entrada em vigor desta Resolução. Nacional de Trânsito a que países se aplica o disposto
Art. 45. O Órgão Máximo Executivo de Trânsito da neste artigo.
União estabelecerá os procedimentos para operacio- § 3° O condutor de que trata o caput deste artigo de-
nalização da integração dos órgãos ou entidades exe- verá portar a carteira de habilitação estrangeira, den-
cutivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, tro do prazo de validade, acompanhada do seu docu-
com as seguintes finalidades: mento de identificação.
I - definir padrões de qualidades e procedimentos de § 4° O condutor estrangeiro, após o prazo de 180 (cen-
monitoramento e avaliação dos processos de capaci- to e oitenta) dias de estada regular no Brasil, preten-
tação, qualificação e atualização de profissionais, e de dendo continuar a dirigir veículo automotor no âmbito
formação, qualificação, atualização e reciclagem de territorial brasileiro, deverá submeter-se aos Exames
candidatos e condutores; de aptidão Física e Mental e avaliação Psicológica, nos
II – permitir a disseminação de praticas e experiências termos do artigo 147 do CTB, respeitada a sua cate-
bem sucedidas na área de educação de trânsito; goria, com vistas à obtenção da Carteira Nacional de
III – padronizar e desenvolver os procedimentos didáti- Habilitação.
cos básicos, assegurando a boa formação do condutor; § 5º Na hipótese de mudança de categoria deverá ser
IV – integrar todos os procedimentos e as informa- obedecido o estabelecido no artigo 146 do Código de

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


ções quanto à formação, habilitação e desempenho de Trânsito Brasileiro.
candidatos, permitindo, simultaneamente, o acompa- § 6° O disposto nos parágrafos anteriores não terá ca-
nhamento das entidades e organizações formadoras e ráter de obrigatoriedade aos diplomatas ou cônsules
fiscalizadoras. de carreira e àqueles a eles equiparados.
Art. 46. É assegurado o direito ao exercício da profis- Art. 2º. O condutor de veículo automotor, oriundo de
são aos instrutores de trânsito que já estejam creden- país estrangeiro e nele habilitado, em estada regular,
ciados nos órgãos ou entidades executivos de trânsito desde que penalmente imputável no Brasil, detentor
dos Estados e do Distrito Federal até a entrada em vi- de habilitação não reconhecida pelo Governo brasi-
gor da Lei nº 12.302, de 2 de agosto de 2010. leiro, poderá dirigir no Território Nacional mediante
§1º. Os demais profissionais que já estejam credencia- a troca a sua habilitação de origem pela equivalen-
dos junto aos órgãos ou entidades executivos de trân- te nacional junto ao órgão ou entidade executiva de
sito dos Estados e do Distrito Federal terão o prazo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal e ser apro-
5 (cinco) anos para adequação às exigências estabe- vado nos Exames de Aptidão Física e Mental, Avalia-
lecidas nesta Resolução, observado o disposto no art. ção Psicológica e de Direção Veicular, respeitada a sua
152 do CTB. categoria, com vistas à obtenção da Carteira Nacional
§2º Para fins de credenciamento junto ao órgão ou de Habilitação.
entidade executivo de trânsito do Estado e do Distrito Art. 3°. Ao cidadão brasileiro habilitado no exterior
Federal, serão aceitos os certificados de cursos conclu- serão aplicadas as regras estabelecidas nos artigos 1°
ídos até a data da entrada em vigor desta Resolução. ou 2°, respectivamente, comprovando que mantinha
Art. 47. As instituições ou entidades já credenciadas residência normal naquele País por um período não
pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos inferior a 06 (seis) meses quando do momento da ex-
Estados e do Distrito Federal terão o prazo de até 1 pedição da habilitação.

69
Art. 4°. O estrangeiro não habilitado, com estada re- tente ou pela Polícia Judiciária, em caso de consumo
gular no Brasil, pretendendo habilitar-se para condu- de outras substância psicoativas que determinem de-
zir veículo automotor no Território Nacional, deverá pendência;
satisfazer todas as exigências previstas na legislação III – teste em aparelho destinado à medição do teor
de trânsito brasileira em vigor. alcoólico no ar alveolar (etilômetro);
Art. 5°. Quando o condutor habilitado em país estran- IV – verificação dos sinais que indiquem a alteração
geiro cometer infração de trânsito, cuja penalidade da capacidade psicomotora do condutor.
implique na proibição do direito de dirigir, a autori- § 1º Além do disposto nos incisos deste artigo, tam-
dade de trânsito competente tomará as seguintes pro- bém poderão ser utilizados prova testemunhal, ima-
vidências com base no artigo 42 da Convenção sobre gem, vídeo ou qualquer outro meio de prova em di-
Trânsito Viário, celebrada em Viena e promulgada reito admitido.
pelo Decreto n° 86.714, de 10 de dezembro de 1981: § 2º Nos procedimentos de fiscalização deve-se priori-
I – recolher e reter o documento de habilitação, até zar a utilização do teste com etilômetro.
que expire o prazo da suspensão do direito de usá-la, § 3° Se o condutor apresentar sinais de alteração da
ou até que o condutor saia do território nacional, se a capacidade psicomotora na forma do art. 5º ou haja
saída ocorrer antes de expirar o prazo; comprovação dessa situação por meio do teste de eti-
II – comunicar à autoridade que expediu ou em cujo lômetro e houver encaminhamento do condutor para
nome foi expedido o documento de habilitação, a sus- a realização do exame de sangue ou exame clínico,
pensão do direito de usá-la, solicitando que notifique não será necessário aguardar o resultado desses exa-
ao interessado da decisão tomada; mes para fins de autuação administrativa.
III – indicar no documento de habilitação, que o mes-
mo não é válido no território nacional, quando se tra- DO TESTE DE ETILÔMETRO
tar de documento de habilitação com validade inter-
nacional. Art. 4º O etilômetro deve atender aos seguintes re-
Parágrafo único. Quando se tratar de missão diplo- quisitos:
mática, consular ou a elas equiparadas, as medidas I – ter seu modelo aprovado pelo INMETRO;
cabíveis deverão ser tomadas pelo Ministério das Re- II – ser aprovado na verificação metrológica inicial,
lações Exteriores. eventual, em serviço e anual realizadas pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - IN-
Art.6°. O condutor com Habilitação Internacional para
METRO ou por órgão da Rede Brasileira de Metrologia
Dirigir, expedida no Brasil, que cometer infração de
Legal e Qualidade - RBMLQ;
trânsito cuja penalidade implique na suspensão ou
Parágrafo único. Do resultado do etilômetro (medição
cassação do direito de dirigir, terá o recolhimento e
realizada) deverá ser descontada margem de tole-
apreensão desta, juntamente com o documento de
rância, que será o erro máximo admissível, conforme
habilitação nacional, ou pelo órgão ou entidade exe-
legislação metrológica, de acordo com a “Tabela de
cutivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.
Valores Referenciais para Etilômetro” constante no
Parágrafo único. A Carteira Internacional expedida Anexo I.
pelo órgão ou entidade executiva de trânsito do Esta-
do ou do Distrito Federal não poderá substituir a CNH. DOS SINAIS DE ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE PSI-
COMOTORA
RESOLUÇÃO Nº 432/2013
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

Art. 5º Os sinais de alteração da capacidade psicomo-


Art. 1º Definir os procedimentos a serem adotados tora poderão ser verificados por:
pelas autoridades de trânsito e seus agentes na fisca- I – exame clínico com laudo conclusivo e firmado por
lização do consumo de álcool ou de outra substância médico perito; ou
psicoativa que determine dependência, para aplicação II – constatação, pelo agente da Autoridade de Trânsi-
do disposto nos arts. 165, 276, 277 e 306 da Lei nº to, dos sinais de alteração da capacidade psicomotora
9.503, de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito nos termos do Anexo II.
Brasileiro (CTB). § 1º Para confirmação da alteração da capacidade
Art. 2º A fiscalização do consumo, pelos condutores de psicomotora pelo agente da Autoridade de Trânsito,
veículos automotores, de bebidas alcoólicas e de ou- deverá ser considerado não somente um sinal, mas
tras substâncias psicoativas que determinem depen- um conjunto de sinais que comprovem a situação do
dência deve ser procedimento operacional rotineiro condutor.
dos órgãos de trânsito. § 2º Os sinais de alteração da capacidade psicomotora
Art. 3º A confirmação da alteração da capacidade psi- de que trata o inciso II deverão ser descritos no auto
comotora em razão da influência de álcool ou de ou- de infração ou em termo específico que contenha as
tra substância psicoativa que determine dependência informações mínimas indicadas no Anexo II, o qual
dar-se-á por meio de, pelo menos, um dos seguintes deverá acompanhar o auto de infração.
procedimentos a serem realizados no condutor de ve-
ículo automotor: DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
I – exame de sangue;
II – exames realizados por laboratórios especializados, Art. 6º A infração prevista no art. 165 do CTB será
indicados pelo órgão ou entidade de trânsito compe- caracterizada por:

70
I – exame de sangue que apresente qualquer concen- § 1º Os documentos gerados e o resultado dos exames
tração de álcool por litro de sangue; de que trata o inciso I deverão ser anexados ao auto
II – teste de etilômetro com medição realizada igual de infração.
ou superior a 0,05 miligrama de álcool por litro de § 2º No caso do teste de etilômetro, para preenchi-
ar alveolar expirado (0,05 mg/L), descontado o erro mento do campo “Valor Considerado” do auto de in-
máximo admissível nos termos da “Tabela de Valores fração, deve-se observar as margens de erro admis-
Referenciais para Etilômetro” constante no Anexo I; síveis, nos termos da “Tabela de Valores Referenciais
III – sinais de alteração da capacidade psicomotora para Etilômetro” constante no Anexo I.
obtidos na forma do art. 5º.
Parágrafo único. Serão aplicadas as penalidades e DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
medidas administrativas previstas no art. 165 do CTB
ao condutor que recusar a se submeter a qualquer um Art. 9° O veículo será retido até a apresentação de
dos procedimentos previstos no art. 3º, sem prejuízo condutor habilitado, que também será submetido à
da incidência do crime previsto no art. 306 do CTB fiscalização.
caso o condutor apresente os sinais de alteração da
Parágrafo único. Caso não se apresente condutor ha-
capacidade psicomotora.
bilitado ou o agente verifique que ele não está em
condições de dirigir, o veículo será recolhido ao depó-
DO CRIME
sito do órgão ou entidade responsável pela fiscaliza-
Art. 7º O crime previsto no art. 306 do CTB será carac- ção, mediante recibo.
terizado por qualquer um dos procedimentos abaixo: Art. 10. O documento de habilitação será recolhido
I – exame de sangue que apresente resultado igual ou pelo agente, mediante recibo, e ficará sob custódia do
superior a 6 (seis) decigramas de álcool por litro de órgão ou entidade de trânsito responsável pela autu-
sangue (6 dg/L); ação até que o condutor comprove que não está com
II - teste de etilômetro com medição realizada igual a capacidade psicomotora alterada, nos termos desta
ou superior a 0,34 miligrama de álcool por litro de Resolução.
ar alveolar expirado (0,34 mg/L), descontado o erro § 1º Caso o condutor não compareça ao órgão ou en-
máximo admissível nos termos da “Tabela de Valores tidade de trânsito responsável pela autuação no prazo
Referenciais para Etilômetro” constante no Anexo I; de 5 (cinco) dias da data do cometimento da infração,
III – exames realizados por laboratórios especializados, o documento será encaminhado ao órgão executivo
indicados pelo órgão ou entidade de trânsito compe- de trânsito responsável pelo seu registro, onde o con-
tente ou pela Polícia Judiciária, em caso de consumo dutor deverá buscar seu documento.
de outras substâncias psicoativas que determinem de- § 2º A informação de que trata o § 1º deverá constar
pendência; no recibo de recolhimento do documento de habili-
IV – sinais de alteração da capacidade psicomotora tação.
obtido na forma do art. 5º.
§ 1º A ocorrência do crime de que trata o caput não DISPOSIÇÕES GERAIS
elide a aplicação do disposto no art. 165 do CTB.
§ 2º Configurado o crime de que trata este artigo, o Art. 11. É obrigatória a realização do exame de alco-
condutor e testemunhas, se houver, serão encaminha- olemia para as vítimas fatais de acidentes de trânsito.
dos à Polícia Judiciária, devendo ser acompanhados Art. 12. Ficam convalidados os atos praticados na vi-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


dos elementos probatórios. gência da Deliberação CONTRAN nº 133, de 21 de de-
zembro de 2012, com o reconhecimento da margem
DO AUTO DE INFRAÇÃO
de tolerância de que trata o art. 1º da Deliberação
CONTRAN referida no caput (0,10 mg/L) como limite
Art. 8º Além das exigências estabelecidas em regula-
mentação específica, o auto de infração lavrado em regulamentar.
decorrência da infração prevista no art. 165 do CTB
deverá conter: RESOLUÇÃO Nº 453/2013
I – no caso de encaminhamento do condutor para exa-
me de sangue, exame clínico ou exame em laboratório Art. 1º É obrigatório, para circular nas vias públicas,
especializado, a referência a esse procedimento; o uso de capacete motociclístico pelo condutor e pas-
II – no caso do art. 5º, os sinais de alteração da ca- sageiro de motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo
pacidade psicomotora de que trata o Anexo II ou a motorizado e quadriciclo motorizado,devidamente
referência ao preenchimento do termo específico de afixado à cabeça pelo conjunto formado pela cinta ju-
que trata o § 2º do art. 5º; gular e engate, por debaixo do maxilar inferior.
III – no caso de teste de etilômetro, a marca, modelo Parágrafo único. Ocapacete motociclístico deve estar
e nº de série do aparelho, nº do teste, a medição rea- certificado por organismo acreditado pelo Instituto
lizada, o valor considerado e o limite regulamentado Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
em mg/L; Industrial –INMETRO, de acordo com regulamento de
IV – conforme o caso, a identificação da (s) testemu- avaliação da conformidade por ele aprovado.
nha (s), se houve fotos, vídeos ou outro meio de prova Art. 2º Para fiscalização do cumprimento desta Re-
complementar, se houve recusa do condutor, entre ou- solução, as autoridades de trânsito ou seus agentes
tras informações disponíveis. devem observar:

71
I -Se o capacete motociclístico utilizado é certificado Art. 5º As especificações dos capacetes motociclísticos,
pelo INMETRO; viseiras, óculos de proteção e acessórios estão contidas
II -Se o capacete motociclístico está devidamente afi- no Anexo desta Resolução.
xado à cabeça; Art. 6º O Anexo desta Resolução encontram-se dispo-
III -Aaposição de dispositivo retrorrefletivo de segu- níveis no sitio eletrônico www.denatran.gov.br.
rança nas partes laterais e traseira do capacete mo- Art. 7º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
tociclístico, conforme especificado no item I do Anexo; publicação.
IV -A existência do selo de identificação da conformi-
dade do INMETRO, ou etiqueta interna com a logo- RESOLUÇÃO Nº 466/2013.
marca do INMETRO, especificada na norma NBR7471,
podendo esta ser afixada no sistema de retenção; Art. 1º Esta Resolução estabelece procedimentos para
V -O estado geral do capacete, buscando avarias ou o exercício da atividade de vistoria de identificação
danos que identifiquem a sua inadequação para o uso; veiculara ser realizadapelos órgãose entidadesexe-
Parágrafo único. Os requisitos descritos nos incisos III cutivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal,
e IV deste artigo aplicam-se aos capacetes fabricados ouporpessoa jurídica de direito público ou privado,
a partir de 1º de agosto de 2007. habilitada para a prestação dos serviços de vistoria
Art. 3º O condutor e o passageiro de motocicleta, mo- veicular.
toneta, ciclomotor, triciclo motorizado e quadriciclo §1ºAhabilitaçãoparaa realizaçãodo serviço de que
motorizado, para circular na via pública, deverão utili- trata esta Resolução constitui atribuiçãodosórgãos e
zar capacete com viseira, ou na ausência desta, óculos entidades executivos de trânsito dos Estados e do Dis-
de proteção, em boas condições de uso. trito Federal.
§ 1º Entende-se por óculos de proteção, aquele que §2ºOsórgãos e entidades executivos de trânsito dos
permite ao usuário a utilização simultânea de óculos Estados e do Distrito Federalpoderãoexercer direta-
corretivos ou de sol. mente a atividade de vistoria de veículos automotores
§ 2º Fica proibido o uso de óculos de sol, óculos cor- por meio de servidores públicos especialmente desig-
retivos ou de segurança do trabalho (EPI) de forma nados.
singular, em substituição aos óculos de proteção.
§ 3º Quando o veículo estiver em circulação, a viseira Das disposições preliminares
ou óculos de proteção deverão estar posicionados de
forma a dar proteção total aos olhos, observados os Art. 2º A vistoria de identificação veicular, por oca-
seguintes critérios: sião da transferência de propriedade ou de domicilio
I - quando o veículo estiver imobilizado na via, inde- intermunicipal ou interestadual do proprietário do
pendentemente do motivo, a viseira poderá ser total- veículo,é de responsabilidade dos órgãos e entidades
mente levantada, devendo ser imediatamente resta- executivos de trânsito dos Estados ou do Distrito Fede-
belecida a posição frontalaos olhos quando o veículo ral e poderá ser realizada por pessoa jurídica de direito
for colocado em movimento; público ou privado previamente habilitada.
II - a viseira deverá estar abaixada de tal formapossi- §1º A emissão do laudo único de vistoria de identifi-
bilite a proteção total frontalaos olhos, considerando- cação veicular será realizada exclusivamente por meio
-se um plano horizontal, permitindo-se, no caso dos eletrônico e só terá validade no âmbito do Sistema
capacetes com queixeira, pequena abertura de forma Nacional de Trânsito se registrado no Sistema de Cer-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

a garantir a circulação dear; tificação de Segurança Veicular e Vistorias -SISCSV,


III - no caso dos capacetes modulares, além da viseira, mantido pelo DENATRAN.
conforme inciso II, a queixeira deverá estar totalmente §2º A vistoria de identificação veicular tem como ob-
abaixada e travada. jetivo verificar:
§ 4º No período noturno, é obrigatório o uso de viseira I -a autenticidade da identificação do veículo e da sua
no padrão cristal. documentação;
§ 5º É proibida a aposição de película naviseira do ca- II -a legitimidade da propriedade;
pacete e nos óculos de proteção. III -se os veículos dispõem dos equipamentos obriga-
Art. 4º Dirigir ou conduzir passageiro em descumpri- tórios, e se estes estão funcionais;
mento às disposições contidas nesta Resolução impli- IV -se as características originais dos veículos e seus
cará nas sanções previstas no CTB, conforme abaixo: agregados foram modificados e, caso constatada al-
I - com o capacete fora das especificações contidas no guma alteração, se esta foi autorizada, regularizada
art. 2º, exceto inciso II, combinado com o Anexo: art. e se consta no prontuário do veículo na repartição de
230, inciso X, do CTB; trânsito.
II - utilizando viseira ou óculos de proteção em des- §3º Os equipamentos obrigatórios são aqueles previs-
cumprimento ao disposto no art. 3º ou utilizando ca- tos pelo Código de Trânsito Brasileiro-CTB, Resoluções
pacete não afixado na cabeça conforme art. 1º: art. do CONTRAN e Portarias do DENATRAN.
169 do CTB; §4º É vedada a realização de vistoria de identificação
III – não uso de capacete motociclístico, capacete não veicular em veículo sinistrado com laudo pericial de
encaixado na cabeça ou uso de capacete indevido, perda total.
conforme Anexo: incisos I ou II do art. 244 do CTB, Art. 3º Havendo habilitação de pessoa jurídica pelos
conforme o caso. órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados

72
e do Distrito Federal, para a realização de vistoria de f) prova de inexistência de débitos inadimplidos pe-
identificação veicular, deverá o DENATRAN conceder rante a Justiçado Trabalho, mediante a apresenta-
o acesso ao SISCSV. ção de certidão negativa, nos termos do título VII-A
§1º O acesso de que trata este artigo será realizado por da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
intermédio do órgão ou entidade executivo de trânsito Decreto-Lei n.º 5.452/1943;
do Estado e do Distrito Federal contratante, que res- g) certidão negativa de falência, expedida pelo distri-
sarcirá ao DENATRAN os custos referentes aos aces- buidor da sede da pessoa jurídica, com data inferior
sos à base de dados do Registro Nacional de Veículos a 60 (sessenta) dias, contados da data do início do
Automotores -RENAVAM pelo SISCSV, nos termos da processo administrativo de habilitação, acompanhada
regulamentação a ser editada pelo DENATRAN. de prova da competência expedida por cartório dis-
§ 2º A pessoa jurídica habilitada pelos órgãos e enti- tribuidor.
dades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito III -documentação relativa à qualificação técnica:
Federal somente poderá operar em vistoria de identifi- a) comprovação de possuir em seu quadro de pessoal
cação veicular após a concessão do acesso ao SISCSV, permanente, vistoriadores com qualificação compro-
cabendo ao órgão ou entidade responsável pelo cre- vada por meio de certificado ou diploma de conclusão
denciamento a fiscalização da conformidade dos ser- de curso de treinamento em vistoria de identificação
viços prestados. veicular, regulamentado pelo DENATRAN;
b) Licença ou Alvará de Funcionamento, com data de
Dos requisitos para habilitação do exercício dos validade em vigor, expedido pela Prefeitura do Muni-
serviços de vistoria de identificação veicular cípio ou pelo Governo do Distrito Federal;
c) comprovação de canal aberto de ouvidoria ou servi-
Art. 4º Os órgãos e entidades executivos de trânsito ço de atendimento ao consumidor;
dos Estados e do Distrito Federal promoverão a habili- d) Apólice de Seguro de Responsabilidade Civil Profis-
tação da pessoa jurídica de direito público ou privado sional, segurada no valor de R$ 500.000,00 (quinhen-
para o exercício da atividade de vistoria de identifi- tos mil reais), e em vigor durante o prazo de validade
cação veicular, mediante cumprimento dos seguintes do contrato de exercício dos serviços de vistoria de
requisitos: identificação veicular, em nome da contratada, para
I -documentação relativa à habilitação jurídica: eventual cobertura de danos causados ao consumidor
a) ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vi- pela pessoa jurídica habilitada;
gor, devidamente registrado, e, no caso de sociedades e) comprovante de quitação do seguro contratado;
por ações, acompanhado de documentos da eleição f) comprovação da atuação exclusiva no mercado de
de seus administradores, devendo constar do objeto vistoria de identificação veicular, mediante certidão
social a atividade exclusiva de vistoria de identificação emitida pelo órgão competente e cópia do contrato
social vigente;
veicular, excetuando-se as pessoas jurídicas de direito
g) declaração de abster-se de envolvimentos comer-
público que se dediquem à atividade de ensino e pes-
ciais que possam comprometer a isenção no exercício
quisa técnico-científica;
da atividade de vistoria de identificação veicular, assi-
b) decreto de autorização, em se tratando de empresa
nada pelo representante legal da pessoa jurídica.
ou sociedade estrangeira em funcionamento no País,
IV -documentação relativa à infraestrutura técnico-
e ato de registro ou autorização para funcionamento
-operacional:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


expedido pelo órgão competente, quando a atividade
a) projeto atual aprovado e registrado pelo Município
assim o exigir;
e fotos atualizadas do estabelecimento identificando
c) cópia da lei de criação, em se tratando de pessoa a existência de local adequado para estacionamento
jurídica de direito público. de veículos, com dimensões compatíveis para realizar
II -documentação relativa à regularidade fiscal, traba- as vistorias de identificação veicular em áreas cober-
lhista e econômico-financeira: tas, possibilitando o desenvolvimento das vistorias de
a) prova de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas identificação veicular ao abrigo das intempéries, sen-
Jurídicas -CNPJ; do vedado o uso de estruturas provisórias. No caso de
b) prova de inscrição no cadastro de contribuintes veículos pesados, com peso bruto total superior 4.536
estadual e municipal, se houver, relativo à sede da Kg, as vistorias de identificação veicular poderão ser
pessoa jurídica, pertinente ao seu ramo de atividade realizadas em área descoberta no pátio da empresa;
e compatível com o objeto contratual ou estatutário; b) deter controle informatizado através de tecnologia
c) prova de regularidade para com a Fazenda Federal, de biometria para a emissão do laudo único padro-
Estadual e Municipal da sede da pessoa jurídica, na nizado pelo SISCSV e demais exigências técnicas de-
forma da lei; terminadas por regulamentação específica do DENA-
d) prova de regularidade relativa à Seguridade Social TRAN e descritas no manual do sistema, em especial
e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), relativas à segurança, identificação e rastreabilidade;
demonstrando situação regular no cumprimento dos c) Certificado de Sistema de Qualidade, padrão ISO
encargos sociais instituídos por lei; 9001:2008, com validade atestada pela entidade cer-
e) comprovação, na forma da lei, de regularidade tificadora, acreditada pelo INMETRO ou signatária de
na entrega da Relação Anual de Informações Sociais acordos internacionais de reconhecimento mútuo no
-RAIS ao Ministério do Trabalho e Emprego-MTE; campo da acreditação.

73
§1º A Apólice de Seguro de Responsabilidade Civil III -informar ao DENATRAN a relação de empresas
Profissional e o Certificado ISO 9001:2008 devem ter que podem executar a atividade de vistoria de identi-
caráter individual e intransferível, não sendo aceitos ficação veicular, com nome, endereço, CNPJ, prazo de
apólices de seguros e certificados coletivos. vigência do contrato e nome do preposto responsável;
§2ºCaberá ao órgão ou entidade executivo de trânsi- IV-monitorar e controlar todo o processo de vistoria de
to dos Estados e do Distrito Federal regulamentar as identificação veicular, inclusive a emissão do laudo e
demais características de infraestrutura técnico-ope- qualquer documento eletrônico disponível na central
racional, em relação ao disposto no inciso IV deste SISCSV, seja quando realizada por meios próprios ou
artigo. por meio de pessoa jurídica de direito público ou pri-
§3ºOs órgãos e entidades executivos de trânsito dos vado, utilizando-se de tecnologia da informação ade-
Estados ou do Distrito Federal, no ato da habilitação quada que realize a integração dos dados necessários,
da pessoa jurídica de direito público, poderão dispen- conforme regulamentação específica do DENATRAN;
sar o cumprimento dos requisitos dispostos neste arti- V –fiscalizar, anualmente, a pessoa jurídica habilitada
go, com exceção da documentação descrita na alínea no exercício da atividade de vistoria de identificação
“d” do inciso I, na alínea “a” do inciso II, nas alíneas veicular, “in loco” e por meio do SISCSV, independente-
“b”, “c” e “g” do inciso III e nas alíneas “a” e “b” do in- mente de solicitação do DENATRAN ou de notificação
ciso IV, do presente artigo. judicial ou extrajudicial, podendo requisitar documen-
§4ºOs órgãos e entidades executivos de trânsito dos tos, esclarecimentos, e ter livre acesso a todas as ins-
Estados e do Distrito Federal poderão deixar de exigir talações da empresa;
o disposto no inciso III, alínea “f” deste artigo quando VI-zelar pela uniformidade e qualidade das vistorias
a habilitação referir-se à pessoa jurídica de direito pri- de identificação veicular;
VII-advertir, suspender ou cassar a pessoa jurídica ha-
vado sem fins lucrativos.
bilitada nos casos de irregularidades previstas nesta
§ 5ºÉ proibida a participação de sócio ou proprietário
Resolução, informando antecipadamente ao DENA-
de pessoa jurídica habilitada para a prestação de ser-
TRAN, por meio de ofício, a data de início e término
viços de vistoria veicular, que exerça outra atividade
da imposição da penalidade;
empresarial regulamentada pelo CONTRAN ou DE- VIII -celebrar o instrumento jurídico necessário, com a
NATRAN. autoridade policial competente, para acesso às infor-
Art. 5ºA área de atuação para o exercício da atividade mações registradas no SISCSV e prover os meios para
de vistoria de identificação veicular será determina- disponibilização dessas informações eletronicamente;
da pelo órgão ou entidade executivo de trânsito dos IX –Comunicar à Polícia Civil do Estado e do Distri-
Estados e do Distrito Federal, observado o município to Federal qualquer identificação veicular suspeita de
sede da pessoa jurídica e as Circunscrições Regionais fraude ou irregularidades, na forma do disposto no
de Trânsito -CIRETRAN. art. 311 do Código Penal;
Parágrafo único. O órgão ou entidade executivo de X-cumprir e fazer cumprir as disposições regulamen-
trânsito do Estado ou do Distrito Federal poderá, a seu tares da atividade de vistoria de identificação veicular.
critério, estender, precariamente, quando solicitado, o Art. 7ºCompete ao DENATRAN, depois de informado
âmbito de atuação da pessoa jurídica habilitada para pelos órgãos e entidades executivos de trânsito dos
município ou região de determinada CIRETRAN que Estados e do Distrito Federal, o rol de empresas ha-
não disponha de meios próprios para o exercício da bilitadas aptas a executar a atividade de vistoria de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

atividade de vistoria de identificação veicular ou na identificação veicular:


qual não haja pessoa jurídica habilitada para a lo- I- disponibilizar, em sítio eletrônico, a relação atuali-
calidade, desde que a CIRETRAN esteja vinculada à zada de pessoas jurídicas habilitadas para a atividade
mesma autoridade executiva de trânsito. A extensão de vistoria de identificação veicular, com nome, ende-
da área de atuação perde efeito quando ocorrer habi- reço, CNPJ, prazo de vigência do contrato e nome do
litação de pessoa jurídica para o Município. preposto responsável;
II-cumprir e fazer cumprir as disposições regulamen-
Das Competências tares da atividade de vistoria de identificação veicular;
III-fiscalizar, quando motivado e a qualquer tempo, a
atividade de vistoria de identificação veicular, no que
Art. 6ºCompete aos órgãos e entidades executivos de
se refere ao acesso ao SISCSV, independentemente de
trânsito dos Estados e do Distrito Federal:
notificação judicial ou extrajudicial, podendo, para
I -publicar no Diário Oficial do Estado ou Distrito Fe-
isso, firmar convênios ou acordos de cooperação téc-
deral o extrato do contrato de prestação de serviços de
nicae informar aos órgãos e entidades executivos de
vistoria de identificação veicular celebrado com pes- trânsito dos Estados edo Distrito Federalcasohaja a
soa jurídica de direito público ou privado; constataçãodeinfração passível de punição ou qual-
II–disponibilizar, permanentemente e em destaque, no quer irregularidade;
seu sítio eletrônico, a relação atualizadadas pessoas Art. 8ºCompete à pessoa jurídica de direito público ou
jurídicas habilitadas para a atividade de vistoria de privadohabilitadapara o exercício da atividade de vis-
identificação veicular, incluindo nome, endereço, tele- toria de identificação veicular:
fones para contato, CNPJ, área geográfica de atuação, I -prestar serviço adequado, na forma prevista nas re-
prazo de vigência do contrato e nome do preposto res- soluções, normas e regulamentos técnicos aplicáveis à
ponsável; vistoria de identificação veicular;

74
II -atualizar o inventário e o registro dos bens vincula- I -advertência por escrito;
dos àcontrataçãoda pessoa jurídica; II -suspensão das atividades por 30, 60 ou 90 dias;
III -cumprir as normas técnicas pertinentes à atividade III -cassação do credenciamento.
de vistoria de identificação veicular; §1º A aplicação dassanções de suspensão das ativida-
IV -permitir aos encarregados da fiscalização livre des por 30, 60 ou 90 dias acarretará,automaticamente,a
acesso, em qualquer época, aos equipamentos e às suspensão do acesso ao SISCSV pelo respectivo tempo.
instalações integrantes da vistoria de identificação § 2ºAs irregularidades serão apuradas junto aosór-
veicular, aos registros operacionais e aos registros de gãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e
seus empregados; do Distrito Federal, mediante processo administrativo,
V -manter atualizada a documentação relativa à re- observando-se a legislação aplicável, bem como o di-
gularidade fiscal, nas esferas municipal, estadual e reito à ampla defesa e ao contraditório.
federal, permitindo aos encarregados da fiscalização Art. 10.Constituem infrações passíveis de advertência
livre acesso aos documentos comprobatórios; por escrito:
VI -comunicar previamente ao órgãoou entidadee- I -apresentar, culposamente, informações não verda-
xecutivo de trânsito doEstado ou do Distrito Federal deiras às autoridades de trânsito e ao DENATRAN;
qualquer alteração, modificação ou introdução técni- II -registrar laudo de vistoria de identificação veicular
ca capaz de interferir na execução da atividade de vis- de forma ilegível ou sem oferecer evidência nítida;
toria de identificação veicular, e ainda, referente aos III -preencher laudos em desacordo com o documento
seus instrumentos constitutivos, bem como a decreta- de referência;
ção do regime de falência; IV -deixar de prover informações que sejam devidas às
VII -informar ao órgãoou entidadeexecutivo de trânsi- autoridades de trânsito e ao DENATRAN;
to doEstado ou do Distrito Federalas falhas constata- V -manter não-conformidade crítica aberta por tempo
das na emissão dos laudos de vistoria de identificação superior a 30 (trinta) dias ou outro prazo acordado
veicular; com as autoridades de trânsito e com o DENATRAN;
VIII -responder civil e criminalmente por prejuízos VI -deixar de registrar informações ou de tratá-las;
causados em decorrência das informações e interpre- VII-praticar condutas incompatíveis com a atividade
tações inseridas no laudo de vistoria de identificação de vistoria de identificação veicular.
veicular, salvo aquelas oriundas do banco de dados Art. 11.Constituem infrações passíveis de suspensão
BIN/RENAVAM/RENAMO, independentemente do li- das atividades por 30 (trinta) dias na primeira ocor-
mite da apólice de seguro prevista no art. 4º, desta rência, de 60 (sessenta) dias na segunda ocorrência e
Resolução; de 90 (noventa) dias na terceira ocorrência:
IX -comunicar imediatamente à autoridade policial I -reincidência de infração punida com aplicação de
quando detectar veículo cuja identificação seja suspei- advertência por escrito;
ta de fraude ou irregularidades insanáveis,para fins de II -deixar de exigir do cliente a apresentação de docu-
apuração criminal. mentos obrigatóriosprevistos na legislação de trânsito;
X –comprovar, anualmente, perante o órgão ou en- III -emitir laudo de vistoria de identificação veicular
tidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito em desacordo com o respectivo regulamento técnico;
Federal, o cumprimento dos requisitos de habilitação IV -realizar vistoria de identificação veicular em desa-
fixados nesta norma. cordo com o respectivo regulamento técnico;
§1º O serviço adequado previsto no inciso I deste ar- V -emitir laudos assinados por profissional não habi-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


tigo corresponde àquele que satisfaz as condições de litado;
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atu- VI -deixar de armazenar em meio eletrônico registro
alidadeecortesia na sua prestação. de vistoria de identificação veicular, não manter em
§2ºA atualidade compreende a modernidade das téc- funcionamento o sistema de biometria e outros meios
nicas, dos equipamentos e das instalações e a sua con- eletrônicos previstos;
servação, bem como a melhoria e expansão do serviço. VII -deixar de emitir ou emitir documento fiscal de for-
§3ºA pessoa jurídicade direito público ou privado ha- ma incorreta;
bilitadasomente poderá emitir laudos de vistoria de VIII -utilizar quadro técnico de funcionários sem a
identificação veicular referentes às placas de veículos qualificação requerida;
dos municípios abrangidos por sua habilitação,ou a IX -deixar de utilizar equipamento indispensável à rea-
serem transferidos para os respectivos municípios. lização da vistoria de identificação veicular ou utilizar
equipamento inadequado ou de forma inadequada;
Das sanções administrativasaplicáveis às empresas X -deixar de conceder, a qualquer tempo, livre acesso
habilitadas às autoridades de trânsito e ao DENATRAN às suas
instalações, registros e outros meios vinculados à ha-
Art. 9ºA pessoa jurídica de direito público ouprivado- bilitação, por meio físico ou eletrônico;
habilitadapara o exercício da atividade de vistoria de XI -utilizar pessoal subcontratado para serviços de vis-
identificação veicularsujeitar-se-áàs seguintes sanções toria de identificação veicular;
administrativas, conforme a gravidade da infração e XII -deixar de manter o Seguro de Responsabilidade
sua reincidência, aplicadas pelo órgão executivo de Civil Profissional.
trânsito dos Estados edo Distrito Federal aque estiver Art. 12.Constituem infrações passíveis de cassação do
vinculada, observada a ampla defesa e o contraditório: habilitado:

75
I -reincidência da irregularidade punida com aplica- Art. 20.As Empresas Credenciadas em Vistoria de Veí-
ção de sanção administrativa de suspensão das ativi- culos – ECVs e as Unidades de Gestão Central – UGC,
dadespor 90 (noventa) dias; credenciadas pelo DENATRAN, permanecerão habili-
II -realizar vistoria de identificação veicular fora das tadas no SISCSVaté a data da entrada em vigor desta
instalações da pessoa jurídica habilitada; Resolução, ou até o termino doprazo de vigência do
III -fraudar o laudo de vistoria de identificação veicular; credenciamento, vedada a prorrogação, ou o queocor-
IV -emitir laudo de vistoria de identificação veicular rer primeiro.
sem a realização da vistoria; Parágrafo único. As empresas credenciadas como Uni-
V -manipular os dados contidos no arquivo de sistema dades de Gestão Central –UGC pelo DENATRAN, no
de imagens. curso da vacatio legisdesta Resolução, somente pode-
VI-repassar a terceiros, a qualquer título, as informa- rão exercer suas atividades junto às Empresas Creden-
ções sobre veículos e proprietários objeto de vistoria. ciadas em Vistorias de Veículos –ECVs credenciadas
Art. 13.Além das infrações e penalidades previstas pelo DENATRAN.
nosartigos anteriores,será considerada infração ad-
ministrativa passível de cassação do habilitado, qual- RESOLUÇÃO Nº 541/2015
quer ato que configure crime contra a fé pública, a
administração pública e a administração da justiça, Art. 1º Acrescentar o § 4º ao art. 1º da Resolução
previstosno Decreto-Lei 2.848/40, e atos de improbi- CONTRAN nº 277, de 28 de maio de 2008, com a se-
dade administrativa previstos na Lei nº 8.429/92, em guinte redação:
especial a ofensa aos princípios constitucionais da le- § 4º Todo veículoutilizado notransporteescolar, inde-
galidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e pendentemente de sua classificação, categoriae do
interesse público. peso bruto total -PBT do veículo,deverá utilizar o dis-
positivo de retenção adequado para o transporte de
Art. 14.Osórgãos e entidadesexecutivosde trânsito dos
crianças com até sete anos e meiode idade.”
Estados edo Distrito Federalpoderão suspender cau-
telarmente, sem prévia manifestação do interessado,
561/2015
as atividades de vistoria de identificação veicular da
pessoa jurídica de direito público ou privado, motiva- Art.1º Aprovaro Manual Brasileiro de Fiscalização de
damente, em caso de risco iminente, nos termos do Trânsito –MBFT, Volume II–Infrações de competência
art. 45, da Leinº9.784/99. dos órgãos e entidades executivos estaduais de trânsi-
Art. 15.A pessoa jurídica cassadapoderá requerer sua to e rodoviários.
reabilitação para o exercício da atividade de vistoria Art. 2º Compete ao órgão máximo executivo de trân-
de identificação veicular depois de decorridos 2 (dois) sito da Uniãoatualizar o MBFT–Volume II, em virtude
anos daaplicação da penalidade. de norma posterior que implique a necessidade de al-
Art. 16.As sanções aplicadas às pessoas jurídicas habi- teração de seus procedimentos.
litadassão extensíveisaos sócios, sendo vedada a par-
ticipação destes na composiçãosocietária deoutras- 1. APRESENTAÇÃO
pessoasjurídicasque realizem asatividadesde que trata
esta Resolução. O Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito
contempla os procedimentos gerais a serem observados
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

Das disposições finais e transitórias pelos agentes de trânsito, conceitos e definições e está
estruturado em fichas individuais, classificadas por código
Art. 17.No caso de alteração de endereço das instala- de enquadramento das infrações e seus respectivos
ções da pessoa jurídica habilitada, esta somente pode- desdobramentos.
rá voltar a operar após a vistoria prévia do órgão ou As fichas são compostas dos campos, abaixo
entidade executivo de trânsito do Estado edo Distrito descritos, destinados ao detalhamento das infrações com
Federal. seus respectivos amparos legais e procedimentos:
Art. 18.Os modelos de requerimento e os demais ·Tipificação resumida–descreve a conduta
formulários necessários à instrução do processo ad- infracional de acordo com Portaria do Denatran.
ministrativo dehabilitaçãoda pessoa jurídica serão ·Código do enquadramento–indica ocódigo da
padronizados em ato específico do órgãoou entidade infração e seu desdobramento.
executivo de trânsitodo Estado ou do Distrito Federal. · Amparo Legal–indica o artigo, inciso e alínea do
Art. 19.O Laudo de Vistoria de identificação veicular CTB.
terá validade somente se emitido, monitorado e con- · Tipificação do Enquadramento-descreve a conduta
trolado por meiodo SISCSV, nos termos da legislação infracional de acordo com o CTB.
vigente e atendidos os requisitos técnicos e funcionais · Natureza –informa a classificação da infração de
acordo com a sua gravidade.
especificados em Portaria do DENATRAN.
· Penalidade–informa a sanção aplicada a cada
Parágrafo único.Os órgãos e entidades executivos de
conduta infracional.
trânsito dos Estados e do Distrito Federal promove-
· Medida Administrativa–indica o procedimento
rãosua inscrição no DENATRAN para integraçãodas
aplicável à conduta infracional.
pessoas jurídicas habilitadascom oSISCSV, conforme
· Infrator–informaoresponsável pelo cometimento da
regulamentação específica do DENATRAN.
infração.

76
· Competência–indica o órgão ou entidade de trânsito IPVA: Imposto sobre Propriedades de Veículos
com competência para autuar. Automotores
·Pontuação–informao número de pontos computados ITL: Instituições Técnica Licenciadas
ao infrator. ITT: Instituto Tecnológico de Transporte eTrânsito
· Pode configurar crime–informaa previsão de ITV: Inspeção Técnica Veicular
eventual ilícito criminal. LCP:Lei das Contravenções Penais
· Sinalização–informa a necessidade da sinalização NBR: Normas Técnicas Brasileiras
para configurar a infração. PBT: Peso Bruto Total
· Constatação da infração–indica as situações nas PBTC: Peso Bruto Total Combinado
quais a abordagem é necessária para a constatação da PM:Polícia Militar
infração. PPD: Permissão para Dirigir
· Quando Autuar–indica as situações que configuram RBMLQ: Rede Brasileira de Metrologia Legal e
a infração tipificada na respectiva ficha. Qualidade
· Não Autuar–indica as situações que não configuram RENACH: Registro Nacional de Condutores
a infração tipificada na respectiva ficha ou remete a Habilitados
outros enquadramentos. RENAVAM:Registro Nacional de Veículos
· Definições e Procedimentos–menciona dispositivos Automotores
legais, estabelece definições e indica procedimentos RNE:Registro Nacional de Estrangeiro
específicos. Res.: Resolução
· Campo ‘Observações’-indica ou sugere informações SNT: Sistema Nacional de Trânsito
a serem registradas no campo ‘observações’ do auto de
infração. 3. INTRODUÇÃO
· Regulamentação–relaciona asnormas aplicáveis.
A fiscalização, conjugada às ações de operação de
2. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS trânsito, de engenharia de tráfego e de educação para
o trânsito, é uma ferramenta de suma importância na
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas busca de uma convivência pacífica entre pedestres e
ACC: Autorização para Conduzir Ciclomotor condutores de veículos.
AE: Autorização Especial As ações de fiscalização influenciam diretamente
AGETRAN: Agência Municipal de Transporte e na segurança e fluidez do trânsito, contribuindo para a
Trânsito efetiva mudança de comportamento dos usuários da via,
AIT: Auto de Infração de Trânsito e de forma específica, do condutor infrator, através da
Art: Artigo imposição de sanções, propiciando a eficácia da norma
CF: Constituição Federal jurídica.
CLA: Certificado de Licenciamento Anual Nesse contexto, o papel do agente de trânsito é
CMT: Capacidade Máxima de Tração desenvolver atividades voltadas à melhoria da qualidade
CNH: Carteira Nacional de Habilitação de vida da população, atuando como facilitador da
CNPJ: Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica mobilidade urbana ou rural sustentáveis, norteando-
CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente se, dentre outros, pelos princípios constitucionais da
CONTRAN: Conselho Nacional de Trânsito legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


CP: Código Penal eficiência.
CPF: Cadastro de Pessoa Física Desta forma o presente Manual tem como objetivo
CRLV: Certificado de Registro e Licenciamento de uniformizar procedimentos, de forma a orientar os
Veículo agentes de trânsito nas ações de fiscalização.
CRV: Certificado de Registro de Veículo
CSV: Certificado de Segurança Veicular 4. AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO
CTB: Código de Trânsito Brasileiro
CTV: Combinaçãopara Transporte de Veículos O agente da autoridade de trânsito competente para
CTVV: Convenção de Trânsito Viário de Viena lavrar o auto de infração de trânsito (AIT) poderá ser
CVC: Combinaçãode Veículos de Carga servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial
Dec.: Decreto militar designado pela autoridade de trânsito com
DENATRAN: Departamento Nacional de Trânsito circunscrição sobre a via no âmbito de sua competência.
DER:Departamento de Estradas de Rodagem Para que possa exercer suas atribuições como agente
DETRAN:Departamento Estadual de Trânsito da autoridade de trânsito, o servidor ou policial militar
DNIT:Departamento Nacional de Infraestrutura de deverá ser credenciado, estar devidamente uniformizado,
Transportes conforme padrão da instituição, e no regular exercício de
DPRF: Departamento de Polícia Rodoviária Federal suas funções.
Ex.: Exemplo O veículo utilizado na fiscalização de trânsito deverá
GLP: Gás Liquefeito de Petróleo estar caracterizado.
GNV: Gás Natural Veicular O agente de trânsito, ao constatar o cometimento da
INMETRO: Instituto Nacional de Metrologia infração, lavrará o respectivo auto e aplicará as medidas
Normalização e Qualidade Industrial. administrativas cabíveis.

77
É vedada a lavratura do AIT por solicitação de 7. AUTUAÇÃO
terceiros, excetuando-se o caso em que o órgão ou
entidade de trânsito realize operação (comando) de Autuação é ato administrativo da Autoridade de
fiscalização de normas de circulação e conduta, em que Trânsito ou de seus agentes quando da constatação
um agente de trânsito constate a infração e informe ao do cometimento de infração de trânsito, devendo ser
agente que esteja na abordagem; neste caso, o agente formalizado por meio da lavratura do AIT.
que constatou a infração deverá convalidar a autuação O AIT é peça informativa que subsidia a Autoridade de
no próprio auto de infração ou na planilha da operação Trânsito na aplicação das penalidades e sua consistência
(comando), a qual deverá ser arquivada para controle e está na perfeita caracterização da infração, devendo ser
consulta. preenchido de acordo com as disposições contidasno
O AIT traduz um ato vinculado na forma da Lei, não artigo 280 do CTB e demais normas regulamentares, com
havendo discricionariedade com relação a sua lavratura, registro dos fatos que fundamentaram sua lavratura.
conforme dispõe o artigo 280 do CTB. O AIT não poderá conter rasura, emenda, uso
O agente de trânsito deve priorizar suas ações no de corretivo, ou qualquer tipo de adulteração.
sentido de coibir a prática das infrações de trânsito, O seu preenchimento se dará com letra legível,
devendo tratar a todos com urbanidade e respeito, preferencialmente, com caneta esferográfica de tinta
sem, contudo, omitir-se das providências que a lei lhe azul.
determina.” Poderá ser utilizado o talão eletrônico para o registro
da infração conforme regulamentação específica.
5. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO O agente só poderá registrar uma infração por auto e,
no caso da constatação de infrações em que os códigos
Constitui infração a inobservância a qualquer preceito infracionais possuam a mesma raiz (os três primeiros
da legislação de trânsito, às normas emanadas do dígitos), considerar-se-á apenas uma infração.
Código de Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito e Exemplo: veículo sem equipamento obrigatório e com
a regulamentação estabelecida pelo órgão ou entidade equipamento obrigatório ineficiente/inoperante, utilizar
executiva do trânsito. o código 663-71e descrever no campo ‘Observações’ a
O infrator está sujeito às penalidades e medidas situação constatada (ex: sem o estepe e com o extintor
administrativas previstas no CTB. de incêndio vazio).
As infrações classificam-se, de acordo com sua As infrações podem ser concorrentes ou
gravidade, em quatro categorias, computados, ainda, os concomitantes:
seguintes números de pontos: São concorrentes aquelas em que o cometimento de
I -infração de natureza gravíssima, 7 pontos; uma infração tem como pressupostoo cometimento de
II -infração de natureza grave, 5 pontos; outra.
III -infração de natureza média, 4 pontos; Por exemplo: veículo sem as placas (art. 230, IV), por
IV -infração de natureza leve, 3 pontos. falta de registro(art. 230, V).
Nesses casos,o agente deverá lavrarum único AIT,
6. RESPONSABILIDADE PELA INFRAÇÃO com base no art. 230, V.
São concomitantesaquelas em que o cometimento
As penalidades serão impostas ao condutorouao de uma infração não implica o cometimento deoutra,na
proprietário do veículo, salvoos casos de descumprimento forma do art. 266 do CTB.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

de obrigações e deveres impostos a pessoas físicas ou Por exemplo: dirigir veículo com a CNH vencida há
jurídicas expressamente mencionadas no CTB. mais de trinta dias (art. 162, V)e de categoria diferente
para a qual é habilitado(art. 162,III).
6.1 Proprietário Nesses casos,o agente deverá lavraros doisAIT.
Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela O agente de trânsito, sempre que possível, deverá
infração referente à prévia regularização e preenchimento abordar o condutor do veículo para constatar a infração,
dasformalidades e condições exigidas para o trânsito do ressalvadosos casos nos quaisa infração poderá ser
veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de comprovada sem a abordagem. Para esse fim, o Manual
suas características, componentes, agregados, habilitação estabelece as seguintes situações:
legal e compatível de seus condutores, quando esta for · Caso 1: possível sem abordagem -significa que
exigida, e outras disposiçõesque deva observar. a infração pode ser constatada sem a abordagem do
condutor.
6.2 Condutor · Caso 2: mediante abordagem   significa que a
Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infração só pode ser constatada se houver a abordagem
infrações decorrentes de atos praticados na direção do do condutor.
veículo. · Caso 3: vide procedimentos -significa que, em
alguns casos, há situações específicas para abordagem
6.3 Pessoa Física ou Jurídica expressamente do condutor.
mencionada no CTB O AIT deverá ser impresso em, no mínimo, duas vias,
A pessoa física ou jurídica é responsável por infração exceto o registrado em equipamento eletrônico.
de trânsito, não vinculada a veículo ou à sua condução, Uma via do AIT será utilizada pelo órgão ou entidade
expressamente mencionada no CTB. de trânsito para os procedimentos administrativos de

78
aplicação das penalidades previstas no CTB. A outra via 8.2 -Remoção do Veículo
deverá ser entregue ao condutor, quando se tratar de A remoção do veículoconsiste em deslocar o veículo
autuação com abordagem, ainda que este se recuse a para odepósito fixado pela autoridade de trânsito com
assiná-lo. circunscrição sobre a via. Tem por finalidade restabelecer
Nas infrações cometidas com combinação de veículos, as condições de segurança,fluidez da via, garantir a
preferencialmente será autuada a unidade tratora. Na boa ordem administrativa, dentre outras hipóteses
impossibilidade desta, a unidade tracionada. estabelecidas pela legislação.
A medida administrativa de remoção é independente
8. MEDIDAS ADMINISTRATIVAS da penalidade de apreensão e não se caracteriza como
medida antecipatória desta.
Medidas administrativassão providências de caráter A remoção deve ser feita por meio de veículo
complementar, exigidas para a regularização de situações destinado para esse fim ou, na falta deste, valendo-se da
infracionais, sendo, em grande parte, deaplicação própria capacidade de movimentação do veículo a ser
momentânea, e têm como objetivo prioritário impedir removido, desde que haja condições de segurança para
a continuidade da prática infracional, garantindo a o trânsito.
proteção à vida e à incolumidade física das pessoas, e A remoção do veículo não será aplicada se o condutor,
não se confundem com penalidades. regularmente habilitado, sanar a irregularidade no local,
Compete à autoridade de trânsito com desde que isso ocorra antes que a operação de remoção
circunscriçãosobre a via e seus agentes aplicar as tenha sido iniciada, ou quando o agente avaliar que
medidas administrativas, considerando a necessidade de a operação de remoção trará ainda mais prejuízo à
segurança e fluidez do trânsito. segurança e/ou fluidez da via.
A impossibilidade de aplicação de medida Este procedimento somente se aplica para o veículo
administrativa prevista para infração não invalidará a devidamente licenciado e que esteja em condições de
autuação pela infração de trânsito, nem a imposição das segurança de circulação.
penalidades previstas. A restituição dos veículos removidos só ocorrerá após
o pagamento das multas, taxas e despesas com remoção
8.1-Retenção do Veículo e estada, além de outros encargos previstos na legislação
especifica.
Consiste na sua imobilização no local da abordagem,
para a solução de determinada irregularidade. 8.3 -Recolhimento do Documento de Habilitação
A retenção se dará nas infrações em que esteja
prevista esta medida administrativa. O recolhimento do documento de habilitação tem
Quando a irregularidade puder ser sanada no local por objetivo imediato impedir a condução de veículos
onde for constatada a infração, o veículo será liberado nas vias públicas enquanto perdurar a irregularidade
tão logo seja regularizada a situação. constatada.
Na impossibilidade de sanar a falhano local da Odocumento de habilitação será recolhido pelo
infração, o veículo poderá ser retirado por condutor agente, mediante recibo, sendo uma das vias entregue,
regularmente habilitado,desde que não ofereça risco obrigatoriamente, ao condutor, e ficará sob custódia do
à segurança do trânsito,mediante recolhimento do órgão ou entidade de trânsito responsável pela autuação
Certificado de Licenciamento Anual-CLA/CRLV, contra até que o condutor comprove que a irregularidade foi

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


recibo, notificando o condutor do prazo para sua sanada.
regularização. Caso o condutor não compareça ao órgão ou
Não se apresentando condutor habilitado no local da entidade de trânsito responsável pela autuação em até
infração, o veículo será recolhido ao depósito. 5 (cinco) dias da data do cometimento da infração, o
No prazo assinalado no recibo, o infrator deverá documento será encaminhado ao órgão executivo de
providenciar a regularização do veículo e apresentá-lo trânsito responsável pelo seu registro.
no local indicado, onde, após submeter-se àvistoria, terá Sanada a irregularidade, a restituição do documento
seu CLA/CRLV restituído. de habilitação se dará semqualquer outra exigência.
No caso de não observância do prazo estabelecido O recibo expedido pelo agente não autoriza a
para a regularização, o agente da autoridade de trânsito condução do veículo.
deverá encaminhar o documento ao órgão ou entidade
de trânsito de registro do veículo. 8.4 -Recolhimento do Certificado de Licenciamento
Havendo comprometimento da segurança do trânsito Anual (CLA/CRLV)
e/ou no caso docondutor sinalizar que não regularizará
a situação, a retenção do veículopoderá ser transferida Consiste no recolhimento do documento que certifica
para local mais adequado ou para o depósito do órgão o licenciamento do veículo com o objetivo de garantir
ou entidade de trânsito. que o proprietário promova a regularização da infração
Quando se tratar de transporte coletivo conduzindo constatada.
passageiros ou de veículo transportando produto Seráaplicada quando não for sanadaa irregularidade,
perigoso ou perecível, desde que o veículo ofereça nos casos em que esteja prevista a medida administrativa
condições de segurança para circulação em via pública, de retenção do veículoou a penalidade de apreensão do
a retenção pode deixar de ser aplicada imediatamente. veículo;

79
Quandohouver fundada suspeita quanto à inautenticidade ou adulteração, deverão ser adotadas as medidas de
polícia judiciária.
De acordo com a Resolução do CONTRAN nº 61/1998, o CLA é o Certificado de Registro e Licenciamento de
Veículos (CRLV).
Todo e qualquer recolhimento de CLA deve ser documentado por meio de recibo, sendo que uma das vias será
entregue, obrigatoriamente, ao condutor.
Após o recolhimento do documento pelo agente, a Autoridade de Trânsito do órgão autuador deverá adotar
medidas destinadas ao registro do fato no RENAVAM.

9.HABILITAÇÃO

CATEGORIA ESPECIFICAÇÃO
A · Todos os veículos automotores e elétricos, de duas ou três rodas, com ou sem carro
lateral.
· Ciclomotor, caso o condutor não possua ACC.
· Não se aplica a quadriciclos, cuja categoria é a B.
B · Veículos automotores e elétricos, de quatro rodas cujo Peso Bruto Total (PBT) não
exceda a 3.500 kg e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista,
contemplando a combinação de unidade acoplada, reboque, semirreboque ou
articulada, desde que atenda a lotação e capacidade de peso para a categoria.
· Veículo automotor da espécie motor-casa, cujo peso não exceda a 6.000 kg, ou cuja
lotação não exceda a 8 lugares, excluído o do motorista.
· O trator de roda e os equipamentos automotores destinados a executar trabalhos
agrícolas, quando conduzidos em via pública.
C · Todos os veículos automotores e elétricos utilizados em transporte de carga, cujo
PBT exceda a 3.500 kg.
· Tratores, máquinas agrícolase de movimentação de cargas, motor-casa, combinação
de veículos em que a unidade acoplada, reboque, semirreboque ou articulada, não
exceda a 6.000 kg de PBT.
· Todos os veículos abrangidos pela categoria B.

Para a condução de veículos automotores é obrigatório o porte do documento de habilitação, apresentado no


original e dentro da data de validade.
O documento de habilitação não pode estar plastificado para que sua autenticidade possa ser verificada.
São documentos de habilitação:
-Autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC) -habilita o condutor somente para conduzir ciclomotores e
cicloelétricos
-Permissão para Dirigir (PPD) -categorias Ae B
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

9.1 Condutor oriundo de país Estrangeiro

O condutor de veículo automotor, oriundo de país estrangeiro e nele habilitado, poderá dirigir portando Permissão
Internacional para Dirigir (PID) ou documento de habilitação estrangeira, acompanhados de documento de identificação,
quando o país de origem do condutor for signatário de Acordos ou Convenções Internacionais, ratificados pelo Brasil,
respeitada a validade da habilitação de origem e o prazo máximo de 180 dias da sua estada regular no Brasil.

10. DISPOSIÇÕES FINAIS:

Ocondutor demotocicleta, motoneta e ciclomotor, quando desmontado e puxando ou empurrando o veículonas


vias públicas, não se equipara ao pedestre, estando sujeito às infrações previstas no CTB.
O conteúdo dos itens do Sumáriodeste Manualse aplica, no que couber, à fiscalização das infrações previstas
noManual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito –Volume I.
EsteManual recepcionará tacitamente as eventuaisalterações da legislação de trânsito.

RESOLUÇÃO Nº 619/2016

Art. 1º Estabelecer e normatizar os procedimentos para a aplicação das multas por infrações, a arrecadação e o re-
passe dos valores arrecadados, nos termos do inciso VIII do art. 12 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que
institui o Código de Trânsito Brasileiro – CTB.
Art. 2º Para os fins previstos nesta Resolução, entende-se por:

80
I - Auto de Infração de Trânsito: é o documento que dá § 5º O Auto de Infração de Trânsito valerá como notifi-
início ao processo administrativo para imposição de cação da autuação quando for assinado pelo condutor
punição, em decorrência de alguma infração à legis- e este for o proprietário do veículo.
lação de trânsito. § 6º Para que a notificação da autuação se dê na for-
II - notificação de autuação: é o procedimento que dá ma do § 5º, o Auto de Infração de Trânsito deverá con-
ciência ao proprietário do veículo de que foi come- ter o prazo para apresentação da defesa da autuação,
tida uma infração de trânsito com seu veículo. Caso conforme § 4º do art. 4º desta Resolução.
a infração não tenha sido cometida pelo proprietário § 7º O talão eletrônico previsto no inciso II do § 1º des-
do veículo, deverá ser indicado o condutor responsável ta Resolução trata-se de sistema informatizado (sof-
pelo cometimento da infração. tware) instalado em equipamentos preparados para
III - notificação de penalidade: é o procedimento que este fim ou no próprio sistema de registro de infrações
dá ciência da imposição de penalidade bem como in- dos órgãos ou entidades de trânsito, na forma discipli-
dica o valor da cobrança da multa de trânsito. nada pelo DENATRAN.
IV - autuador: os órgãos e entidades executivos de
trânsito e rodoviários competentes para julgar a de- DA NOTIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO
fesa da autuação e aplicar penalidade de multa de
trânsito; Art. 4º À exceção do disposto no § 5º do artigo ante-
V - arrecadador: os órgãos e entidades executivos de rior, após a verificação da regularidade e da consis-
trânsito e rodoviários que efetuam a cobrança e o re- tência do Auto de Infração de Trânsito, a autoridade
cebimento da multa de trânsito (de sua competência de trânsito expedirá, no prazo máximo de 30 (trinta)
ou de terceiros), sendo responsáveis pelo repasse dos dias contados da data do cometimento da infração, a
5% (cinco por cento) do valor da multa de trânsito à Notificação da Autuação dirigida ao proprietário do
conta do Fundo Nacional de Segurança e Educação de veículo, na qual deverão constar os dados mínimos
Trânsito – FUNSET; definidos no art. 280 do CTB.
VI - RENACH: Registro Nacional de Condutores Habi- § 1º Quando utilizada a remessa postal, a expedição
litados; VII - RENAVAM: Registro Nacional de Veículos se caracterizará pela entrega da notificação da autu-
Automotores; VIII - RENAINF: Registro Nacional de In- ação pelo órgão ou entidade de trânsito à empresa
frações de Trânsito. responsável por seu envio.
Art. 3º Constatada a infração pela autoridade de § 2º Quando utilizado sistema de notificação eletrôni-
trânsito ou por seu agente, ou ainda comprovada sua ca, a expedição se caracterizará pelo envio eletrônico
ocorrência por aparelho eletrônico ou por equipamen- da notificação da atuação pelo órgão ou entidade de
to audiovisual, reações químicas ou qualquer outro trânsito ao proprietário do veículo.
meio tecnológico disponível, previamente regulamen- § 3º A não expedição da notificação da autuação no
tado pelo Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, prazo previsto no caput
será lavrado o Auto de Infração de Trânsito que deverá deste artigo ensejará o arquivamento do Auto de In-
conter os dados mínimos definidos pelo art. 280 do fração de Trânsito.
CTB e em regulamentação específica.
§ 4º Da Notificação da Autuação constará a data do
§ 1º O Auto de Infração de Trânsito de que trata o
término do prazo para a apresentação da Defesa da
caput deste artigo poderá ser lavrado pela autoridade
Autuação pelo proprietário do veículo ou pelo condu-
de trânsito ou por seu agente:
tor infrator devidamente identificado, que não será in-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


I - por anotação em documento próprio;
ferior a 15 (quinze) dias, contados da data da notifica-
II - por registro em talão eletrônico isolado ou aco-
ção da autuação ou publicação por edital, observado
plado a equipamento de detecção de infração regu-
o disposto no art. 13 desta Resolução.
lamentado pelo CONTRAN, atendido o procedimento
definido pelo Departamento Nacional de Trânsito – § 5º A autoridade de trânsito poderá socorrer-se de
DENATRAN; ou meios tecnológicos para verificação da regularidade e
III - por registro em sistema eletrônico de processa- da consistência do Auto de Infração de Trânsito.
mento de dados quando a infração for comprovada § 6º Os dados do condutor identificado no Auto de
por equipamento de detecção provido de registrador Infração de Trânsito deverão constar na Notificação
de imagem, regulamentado pelo CONTRAN. da Autuação, observada a regulamentação específica.
§ 2° O órgão ou entidade de trânsito, sempre que pos- § 7º Torna-se obrigatório atualização imediata da
sível, deverá imprimir o Auto de Infração de Trânsito base nacional, por parte dos órgãos e entidades exe-
elaborado nas formas previstas nos incisos II e III do cutivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal,
parágrafo anterior para início do processo adminis- sempre que houver alteração dos dados cadastrais do
trativo previsto no Capítulo XVIII do CTB, sendo dis- veículo e do condutor.
pensada a assinatura da Autoridade ou de seu agente.
§ 3º O registro da infração, referido no inciso III do Da Identificação do Condutor Infrator
§ 1° deste artigo, será referendado por autoridade de
trânsito, ou seu agente, que será identificado no Auto Art. 5º Sendo a infração de responsabilidade do con-
de Infração de Trânsito. dutor, e este não for identificado no ato do cometi-
§ 4º Sempre que possível o condutor será identifica- mento da infração, a Notificação da Autuação deverá
do no momento da lavratura do Auto de Infração de ser acompanhada do Formulário de Identificação do
Trânsito. Condutor Infrator, que deverá conter, no mínimo:

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I - identificação do órgão ou entidade de trânsito res- § 3º Ocorrendo a situação prevista no parágrafo an-
ponsável pela autuação; terior, o prazo para expedição da notificação da autu-
II - campos para o preenchimento da identificação do ação de que trata o inciso II, parágrafo único, do art.
condutor infrator: nome e números de registro dos do- 281 do CTB, será contado a partir da data do proto-
cumentos de habilitação, identificação e CPF; colo do Formulário de Identificação do Condutor In-
IV - campo para a assinatura do proprietário do veícu- frator junto ao órgão autuador ou do prazo final para
lo; IV - campo para a assinatura do condutor infrator; indicação.
V - placa do veículo e número do Auto de Infração de § 4º Em se tratando de condutor estrangeiro, além do
Trânsito; atendimento às demais disposições deste artigo, deve-
VI - data do término do prazo para a identificação do rão ser apresentadas cópias dos documentos previstos
condutor infrator e interposição da defesa da autua- em legislação específica.
ção; § 5º O formulário de identificação do condutor infra-
VII - esclarecimento das consequências da não identi- tor poderá ser substituído por outro documento, desde
ficação do condutor infrator, nos termos dos §§ 7º e 8º que contenha as informações mínimas exigidas neste
do art. 257 do CTB; artigo.
VIII - instrução para que o Formulário de Identifica- § 6º Os órgãos e entidades de trânsito deverão regis-
ção do Condutor Infrator seja acompanhado de cópia trar as indicações de condutor no RENACH, adminis-
reprográfica legível do documento de habilitação do trado pelo DENATRAN, o qual disponibilizará os regis-
condutor infrator e do documento de identificação do tros de indicações de condutor de forma a possibilitar
proprietário do veículo ou seu representante legal, o o acompanhamento e averiguações das reincidências
qual, neste caso, deverá juntar documento que com- e irregularidades nas indicações de condutor infrator,
prove a representação; articulando-se, para este fim, com outros órgãos da
IX - esclarecimento de que a indicação do condutor in- Administração Pública.
frator somente será acatada e produzirá efeitos legais § 7º Constatada irregularidade na indicação do con-
se o formulário de identificação do condutor estiver dutor infrator, capaz de configurar ilícito penal, a Au-
corretamente preenchido, sem rasuras, com assinatu- toridade de Trânsito deverá comunicar o fato à auto-
ras originais do condutor e do proprietário do veículo ridade competente.
e acompanhado de cópia reprográfica legível dos do- § 8º O documento referido no inciso II do § 1º deverá
cumentos relacionados no inciso anterior; conter, no mínimo, identificação do veículo, do pro-
X - endereço para entrega do Formulário de Identifi- prietário e do condutor, cláusula de responsabilidade
cação do Condutor Infrator; e pelas infrações e período em que o veículo esteve na
XI - esclarecimento sobre a responsabilidade nas esfe- posse do condutor apresentado, podendo esta última
ras penal, cível e administrativa, pela veracidade das informação constar de documento em separado assi-
informações e dos documentos fornecidos. nado pelo condutor.
§ 1º Na impossibilidade da coleta da assinatura do
condutor infrator, além dos documentos previstos nos Responsabilidade do Proprietário
incisos deste artigo, deverá ser anexado ao Formulário
de Identificação do Condutor Infrator: Art. 6º O proprietário do veículo será considerado res-
I - ofício do representante legal do Órgão ou Entida- ponsável pela infração cometida, respeitado o dispos-
de identificando o condutor infrator, acompanhado de to no § 2º do art. 5º, nas seguintes situações:
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cópia de documento que comprove a condução do ve- I - caso não haja identificação do condutor infrator
ículo no momento do cometimento da infração, para até o término do prazo fixado na Notificação da Au-
veículo registrado em nome dos Órgãos ou Entidades tuação;
da Administração Pública direta ou indireta da União, II - caso a identificação seja feita em desacordo com o
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios; ou estabelecido no artigo anterior; e
II - cópia de documento onde conste cláusula de res- III - caso não haja registro de comunicação de venda
ponsabilidade por infrações cometidas pelo condutor e à época da infração.
comprove a posse do veículo no momento do cometi- Art. 7º Ocorrendo a hipótese prevista no artigo ante-
mento da infração, para veículos registrados em nome rior e sendo o proprietário do veículo pessoa jurídica,
das demais pessoas jurídicas. será imposta multa, nos termos do § 8º do art. 257 do
§ 2º No caso de identificação de condutor infrator em CTB, expedindo-se a notificação desta ao proprietário
que a situação se enquadre nas condutas previstas nos do veículo, nos termos de regulamentação específica.
incisos do art. 162 do CTB, serão lavrados, sem pre- Art. 8º Para fins de cumprimento desta Resolução, no
juízo das demais sanções administrativas e criminais caso de veículo objeto de penhor ou de contrato de
previstas no CTB, os respectivos Autos de Infração de arrendamento mercantil, comodato, aluguel ou arren-
Trânsito: damento não vinculado ao financiamento do veículo,
I - ao proprietário do veículo, por infração ao art. 163 o possuidor, regularmente constituído e devidamente
do CTB, exceto se o condutor for o proprietário; e registrado no órgão ou entidade executivo de trânsito
II - ao condutor indicado, ou ao proprietário que não do Estado ou Distrito Federal, nos termos de regula-
indicá-lo no prazo estabelecido, pela infração cometi- mentação específica, equipara-se ao proprietário do
da de acordo com as condutas previstas nos incisos do veículo.
art. 162 do CTB. Parágrafo único. As notificações de que trata esta Re-

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solução somente deverão ser enviadas ao possuidor § 8º Caso a autoridade de trânsito não entenda como
previsto neste artigo no caso de contrato com vigência medida mais educativa a aplicação da Penalidade de
igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias. Advertência por Escrito, aplicará a Penalidade de Multa.
§ 9º A notificação devolvida por desatualização do
Da Defesa da Autuação endereço do infrator junto ao órgão ou entidade exe-
cutivo de trânsito responsável pelo seu prontuário será
Art. 9º Interposta a Defesa da Autuação, nos termos considerada válida para todos os efeitos.
do § 4º do art. 4º desta Resolução, caberá à autorida- § 10. Na hipótese de notificação por meio eletrônico,
de competente apreciá-la, inclusive quanto ao mérito. se disponível, o proprietário ou o condutor autuado
§ 1º Acolhida a Defesa da Autuação, o Auto de Infra- será considerado notificado 30 (trinta) dias após a in-
ção de Trânsito será cancelado, seu registro será ar- clusão da informação no sistema eletrônico.
quivado e a autoridade de trânsito comunicará o fato § 11. Para cumprimento do disposto no § 1º, o infrator
ao proprietário do veículo. deverá apresentar, ao órgão ou entidade responsável
§ 2º Não sendo interposta Defesa da Autuação no pra- pela aplicação da penalidade, documento emitido
zo previsto ou não acolhida, a autoridade de trânsi- pelo órgão ou entidade executivo de trânsito respon-
to aplicará a penalidade correspondente, nos termos sável pelo seu prontuário, que demonstre as infrações
desta Resolução. cometidas, se houverem, referente aos últimos 12
(doze) meses anteriores à data da infração, caso essas
DA PENALIDADE DE ADVERTÊNCIA POR ESCRITO informações não estejam disponíveis no RENACH.
§ 12. Até que as providências previstas no § 5º sejam
Art. 10. Em se tratando de infrações de natureza leve disponibilizadas aos órgãos autuadores, a Penalidade
ou média, a autoridade de trânsito, nos termos do art. de Advertência por Escrito poderá ser aplicada por so-
267 do CTB, poderá, de ofício ou por solicitação do licitação da parte interessada.
interessado, aplicar a Penalidade de Advertência por § 13. Para atendimento do disposto neste artigo, os
Escrito, na qual deverão constar os dados mínimos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados
definidos no art. 280 do CTB e em regulamentação e do Distrito Federal deverão registrar e atualizar os
específica. registros de infrações e os dados dos condutores por
§ 1º Até a data do término do prazo para a apresenta- eles administrados nas bases de informações do DE-
ção da defesa da autuação, o proprietário do veículo, NATRAN.
ou o condutor infrator, poderá requerer à autoridade
de trânsito a aplicação da Penalidade de Advertência DA NOTIFICAÇÃO DA PENALIDADE DE MULTA
por Escrito de que trata o caput deste artigo.
§ 2º Não cabe recurso à Junta Administrativa de Re- Art. 11. A Notificação da Penalidade de Multa deverá
cursos de Infrações – JARI da decisão da autoridade conter:
que aplicar a Penalidade de Advertência por Escrito I - os dados mínimos definidos no art. 280 do CTB e
solicitada com base no § 1º, exceto se essa solicitação em regulamentação específica;
for concomitante à apresentação de defesa da autu- II - a comunicação do não acolhimento da Defesa da
ação. Autuação ou da solicitação de aplicação da Penalida-
§ 3º Para fins de análise da reincidência de que trata de de Advertência por Escrito;

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o caput do art. 267 do CTB, deverá ser considerada III - o valor da multa e a informação quanto ao des-
apenas a infração referente à qual foi encerrada a conto previsto no art. 284 do CTB;
instância administrativa de julgamento de infrações e IV - data do término para apresentação de recurso,
penalidades. que será a mesma data para pagamento da multa,
§ 4º A aplicação da Penalidade de Advertência por Es- conforme §§ 4º e 5º do art. 282 do CTB;
crito deverá ser registrada no prontuário do infrator V - campo para a autenticação eletrônica, regulamen-
depois de encerrada a instância administrativa de jul- tado pelo DENATRAN; e
gamento de infrações e penalidades. VI - instruções para apresentação de recurso, nos ter-
§ 5º Para fins de cumprimento do disposto neste arti- mos dos arts. 286 e 287 do CTB.
go, o DENATRAN deverá disponibilizar transação es- Parágrafo único. O órgão ou entidade integrante do
pecífica para registro da Penalidade de Advertência Sistema Nacional de Trânsito responsável pela expe-
por Escrito no RENACH e no RENAVAM, bem como, dição da Notificação da Penalidade de Multa deverá
acesso às informações contidas no prontuário dos utilizar documento próprio para arrecadação de mul-
condutores e veículos para consulta dos órgãos e enti- ta que contenha as características estabelecidas pelo
dades componentes do Sistema Nacional de Trânsito. DENATRAN.
§ 6º A Penalidade de Advertência por Escrito deverá Art. 12. Até a data de vencimento expressa na No-
ser enviada ao infrator, no endereço constante em seu tificação da Penalidade de Multa ou enquanto per-
prontuário ou por sistema de notificação eletrônica, manecer o efeito suspensivo sobre o Auto de Infração
se disponível. de Trânsito, não incidirá qualquer restrição, inclusive
§ 7º A aplicação da Penalidade de Advertência por Es- para fins de licenciamento e transferência, nos arqui-
crito não implicará em registro de pontuação no pron- vos do órgão ou entidade executivo de trânsito res-
tuário do infrator. ponsável pelo registro do veículo.

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DA NOTIFICAÇÃO POR EDITAL Art. 15. Das decisões da JARI caberá recurso em se-
gunda instância na forma dos arts. 288 e 289 do CTB.
Art. 13. Esgotadas as tentativas para notificar o infra- Art. 16. O recorrente deverá ser informado das deci-
tor ou o proprietário do veículo por meio postal ou sões dos recursos de que tratam os artigos 14 e 15.
pessoal, as notificações de que trata esta Resolução Parágrafo único. No caso de deferimento do recurso
serão realizadas por edital publicado em diário oficial, de que trata o art. 13, o recorrente deverá ser informa-
na forma da lei, respeitados o disposto no §1º do art. do se a autoridade recorrer da decisão.
282 do CTB e os prazos prescricionais previstos na Lei Art. 17. Somente depois de esgotados os recursos, as
nº 9.873, de 23 de novembro de 1999, que estabelece penalidades aplicadas poderão ser cadastradas no RE-
prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva. NACH.
§ 1º Os editais de que trata o caput deste artigo, de
acordo com sua natureza, deverão conter, no mínimo, DO VALOR PARA PAGAMENTO DA MULTA
as seguintes informações:
I - Edital da Notificação da Autuação: Art. 18. Sujeitam-se ao disposto no § 4º do art. 284 do
a) cabeçalho com identificação do órgão autuador e CTB apenas os autos de infrações lavrados a partir de
do tipo de notificação; 1º de novembro de 2016.
b) instruções e prazo para apresentação de defesa da
autuação; Para pagamento até a data de vencimento indicada
c) lista com a placa do veículo, número do Auto de na Notificação de Penalidade:
Infração de Trânsito, data da infração e código da in- Art. 19. Pelo valor equivalente a 80% (oitenta por cen-
fração com desdobramento. to) do valor original da multa conforme caput do art.
II - Edital da Notificação da Penalidade de Advertência 284, conforme:
por Escrito: I - fórmula: Valor original x 0,80 = valor a pagar.
a) cabeçalho com identificação do órgão autuador e Art. 20. Pelo valor equivalente a 60% (sessenta por
do tipo de notificação; cento) do valor original da multa, quando da opção
b) instruções e prazo para interposição de recurso, ob- precedente de recebimento da Notificação pelo siste-
servado o disposto no § 2º do art. 10 desta Resolução; ma de notificação eletrônica, quando disponibilizada
c) lista com a placa do veículo, número do Auto de pelo órgão máximo executivo de trânsito da União aos
órgãos autuadores, conforme previsto no § 1º do art.
Infração de Trânsito, data da infração, código da in-
284 do CTB, conforme:
fração com desdobramento e número de registro do
I - fórmula: Valor original x 0,60 = valor a pagar.
documento de habilitação do infrator.
III - Edital da Notificação da Penalidade de Multa:
Para pagamento após a data de vencimento
a) cabeçalho com identificação do órgão autuador e
indicada na Notificação de Penalidade:
do tipo de notificação;
Art. 21. Para quitação no período compreendido entre
b) instruções e prazo para interposição de recurso e
a data imediata após o vencimento, até o último dia
pagamento;
do mês seguinte ao do vencimento, pelo valor original
c) lista com a placa do veículo, número do Auto de da multa acrescido de juros relativos ao mês de paga-
Infração de Trânsito, data da infração, código da infra- mento, no percentual de 1% (um por cento), conforme:
ção com desdobramento e valor da multa. I - fórmula: Valor original x 1,01 = valor corrigido a
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§ 2º É facultado ao órgão autuador publicar extrato pagar.


resumido de edital no Diário Oficial, o qual conterá Art. 22. Para quitação após o mês subsequente ao do
as informações constantes das alíneas “a” e “b” dos vencimento, pelo valor original da multa, acrescido da
incisos I, II ou III do §1º deste artigo, sendo obrigatória variação mensal da taxa referencial do Sistema Espe-
a publicação da íntegra do edital, contendo todas as cial de Liquidação e de Custódia - Selic, definida pelo
informações descritas no §1º deste artigo, no seu sítio somatório dos percentuais mensais, não capitalizados,
eletrônico na Internet. divulgados para o período entre o mês subsequente
§ 3º As publicações de que trata este artigo serão vá- ao do vencimento e o mês anterior ao do pagamen-
lidas para todos os efeitos, não isentando o órgão de to, inclusive e adicionado ainda, o percentual de 1%
trânsito de disponibilizar as informações das notifica- (um por cento) relativo a juros do mês de pagamento,
ções, quando solicitado. qualquer que seja o dia desse mês considerado, con-
§ 4º As notificações enviadas eletronicamente dispen- forme:
sam a publicação por edital. I - fórmulas: Período = incluir mês subsequente ao
vencimento e excluir o mês de pagamento.
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS II - valor: Valor original x fator multiplicador = valor
a pagar
Art. 14. Aplicadas as penalidades de que trata esta III - fator multiplicador: 1,01 + (Σ percentuais mensais
Resolução, caberá recurso em primeira instância na da SELIC do período)
forma dos artigos 285, 286 e 287 do CTB, que serão § 1º O cálculo do acréscimo de mora e o valor atu-
julgados pelas JARI que funcionam junto ao órgão de alizado devido, com base na variação da taxa SELIC
trânsito que aplicou a penalidade, respeitado o dis- indicado neste artigo serão mantidos pelo órgão arre-
posto no § 2º do art. 10 desta Resolução. cadador, que aplicará a variação mensal acumulada

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da taxa básica de juros SELIC, proveniente do somató- Parágrafo único. O recolhimento do percentual de 5%
rio dos índices de correção no período divulgados pelo (cinco por cento) do valor arrecadado das multas de
Banco Central do Brasil – BACEN, cujo índice obtido e trânsito à conta do FUNSET pelos órgãos autuadores
montante atualizado serão definidos com duas casas da União dar-se-á na forma estabelecida pela Secre-
decimais, desprezadas as demais sem arredondamen- taria do Tesouro Nacional – STN, do Ministério da Fa-
to, como forma de uniformizar o valor resultante. zenda.
§ 2º O cálculo adicional de juros de mora, não capi- Art. 25. Os demais órgãos e entidades integrantes do
talizado, com índice fixo de 1% (um por cento), re- Sistema Nacional de Trânsito, arrecadadores de mul-
lativo ao acréscimo do mês de pagamento, em que tas de trânsito, de sua competência ou de terceiros, e
não ocorrerá o cômputo da variação mensal da taxa recolhedores de valores à conta do Fundo Nacional de
SELIC, será também mantido pelo órgão arrecadador, Segurança e Educação de Trânsito – FUNSET deverão
complementando o valor final do débito vencido, vá- prestar informações ao DENATRAN até o 20º (vigési-
lido até o último dia útil do mês de pagamento con- mo) dia do mês subseqüente ao da arrecadação, na
siderado. forma disciplinada pelo próprio DENATRAN.
§ 3º O usuário devedor da multa imposta será orien- Art. 25-A Os órgãos e entidades integrantes do Sis-
tado por texto na Notificação de Penalidade sobre a tema Nacional de Trânsito poderão firmar, sem ônus
para si, acordos e parcerias técnico-operacionais para
validade do documento para fins de pagamento, cujo
viabilizar o pagamento de multas de trânsito e demais
prazo coincide com o vencimento indicado, após o que
débitos relativos ao veículo com cartões de débito ou
deverá ser consultado o órgão autuador e/ou arreca-
crédito, disponibilizando aos infratores ou proprietá-
dador, para a obtenção do valor atualizado para pa-
rios de veículos alternativas para quitar seus débitos à
gamento. vista ou em parcelas mensais, com a imediata regula-
§ 4º Interposto recurso no prazo legal, se julgado im- rização da situação do veículo.
procedente, a incidência de juros de mora deverá ser § 1º Os órgãos e entidades integrantes do Sistema Na-
considerado a partir do encerramento da instância cional de Trânsito deverão solicitar autorização ao De-
administrativa. partamento Nacional de Trânsito - DENATRAN para
§ 5º A interposição do recurso fora do prazo legal en- viabilizar o pagamento de multas de trânsito e demais
sejará a cobrança de juros de mora a partir do venci- débitos relacionados a veículos com cartões de débito
mento da Notificação de Penalidade. ou crédito.
§ 2º A autorização de que trata o § 1º será expedida
A ARRECADAÇÃO DAS MULTAS E DO REPASSE pelo DENATRAN por meio de Ofício ao dirigente má-
DOS VALORES ximo da entidade solicitante.
§ 3º Os órgãos e entidades integrantes do Sistema
Art. 23. Os órgãos e entidades executivos de trânsito e Nacional de Trânsito autorizados pelo DENATRAN po-
executivos rodoviários dos Estados, do Distrito Federal derão promover a habilitação, por meio de contrata-
e dos Municípios, integrantes do Sistema Nacional de ção ou credenciamento, de empresas credenciadoras
Trânsito – SNT, para arrecadarem multas de trânsito (adquirentes), subcredenciadora (subadquirentes) ou
de sua competência ou de terceiros, deverão utilizar facilitadoras para processar as operações e os respec-
o documento próprio de arrecadação de multas de tivos pagamentos.
trânsito estabelecido pelo DENATRAN, com vistas a § 4º As empresas referidas no §3º deverão estar pre-

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garantir o repasse automático dos valores relativos ao viamente credenciadas pelo DENATRAN, na forma de
FUNSET. normativo a ser editado por aquele órgão, e serem
§ 1º O recolhimento do percentual de 5% (cinco por autorizadas, por instituição credenciadora supervisio-
cento) do valor arrecadado das multas de trânsito à nada pelo Banco Central do Brasil, a processar paga-
mentos, inclusive parcelados, mediante uso de cartões
conta do FUNSET é de responsabilidade do órgão de
de débito e crédito normalmente aceitos no mercado,
trânsito arrecadador.
sem restrição de bandeiras, e apresentar ao interes-
§ 2º O pagamento das multas de trânsito será efetua-
sado os planos de pagamento dos débitos em aberto,
do na rede bancária arrecadadora.
possibilitando ao titular do cartão conhecer previa-
§ 3º Não é permitido o parcelamento de multas de mente os custos adicionais de cada forma de paga-
trânsito. mento e decidir pela opção que melhor atenda às suas
§ 3º O recebimento de multas pela rede arrecadadora necessidades.
será feito exclusivamente à vista e de forma integral, § 5º Os encargos e eventuais diferenças de valores a
podendo ser realizado parcelamento, por meio de car- serem cobrados por conta do parcelamento via cartão
tão de crédito, por conta e risco de instituições inte- de crédito ficam a cargo do titular do cartão de crédito
grantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). que aderir a essa modalidade de pagamento.
Art. 24. Os órgãos autuadores da União, para arreca- § 6º Os órgãos e entidades integrantes do Sistema Na-
darem multas de trânsito de sua competência, deve- cional de Trânsito que adotarem essa modalidade de
rão utilizar a Guia de Recolhimento da União – GRU arrecadação de multas por meio de cartões de débito
do tipo Cobrança, observado o Decreto n.º 4.950, de 9 ou crédito deverão encaminhar relatórios mensais ao
de janeiro de 2004 e a Instrução Normativa da Secre- DENATRAN contendo o montante arrecadado de for-
taria do Tesouro Nacional - STN nº 2, de 22 de maio ma discriminada, para fins de controle dos repasses
de 2009, e suas alterações posteriores. relativos ao FUNSET.

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§ 7º Na ausência de prestação de contas a que se re- do Estado ou Distrito Federal e comunicadas ao Mi-
fere o §6º, o DENATRAN poderá suspender a autoriza- nistério das Relações Exteriores para as providências
ção para que os órgãos e entidades de trânsito admi- cabíveis, na forma definida pelo DENATRAN.
tam o pagamento parcelado ou à vista de multas de Art. 27. A contagem dos prazos para apresentação
trânsito por meio de cartões de débito ou crédito. de condutor e interposição da Defesa da Autuação e
§ 8º O parcelamento poderá englobar uma ou mais dos recursos de que trata esta Resolução será em dias
multas de trânsito vinculadas ao veículo. consecutivos, excluindo-se o dia da notificação ou pu-
§ 9º A aprovação e efetivação do parcelamento por blicação por meio de edital, e incluindo-se o dia do
meio do Cartão de Crédito pela Operadora de Cartão vencimento.
de Crédito libera o licenciamento do veículo e a res- Parágrafo único. Considera-se prorrogado o prazo até
pectiva emissão do Certificado de Registro de Licen- o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado,
ciamento do Veículo - CRLV. sábado, domingo, em dia que não houver expediente
§ 10º O pagamento parcelado de multas já vencidas ou este for encerrado antes da hora normal.
deverá ser acrescido de juros de mora equivalentes à Art. 28. No caso de falha nas notificações previstas
taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e nesta Resolução, a autoridade de trânsito poderá refa-
de Custódia (SELIC), nos termos do § 4º do art. 284 do zer o ato, observados os prazos prescricionais.
CTB, conforme disciplinado pelos artigos 21 e 22 desta Art. 29. A notificação da autuação e a notificação da
Resolução. penalidade de multa deverão ser encaminhadas à
§ 11º O valor total do parcelamento, excluído a taxa pessoa física ou jurídica que conste como proprietária
sobre a operação de Cartão de Crédito, deverá ser con- do veículo na data da infração, respeitado o disposto
siderada como receita arrecadada, para fins de aplica- no § 6º do art. 10.
ção de recurso, conforme o art. 320 do CTB, bem como § 1º Caso o Auto de Infração de Trânsito não cons-
para fato gerador do repasse relativo ao FUNSET. te no prontuário do veículo na data do registro da
§ 12º Ficam excluídos do parcelamento disposto neste transferência de propriedade, o proprietário atual será
artigo: considerado comunicado quando do envio, pelo órgão
I – as multas inscritas em dívida ativa; ou entidade executivos de trânsito, do extrato para
II – os parcelamentos inscritos em cobrança adminis- pagamento do IPVA e demais débitos vinculados ao
trativa; veículo, ou quando do vencimento do prazo de licen-
III – os veículos licenciados em outras Unidades da Fe- ciamento anual.
deração; e § 2º O DENATRAN deverá adotar as providências ne-
IV – multas aplicadas por outros órgãos autuadores cessárias para fornecer aos órgãos de trânsito respon-
que não autorizam o parcelamento ou arrecadação sáveis pela expedição das notificações os dados da
por meio de cartões de crédito ou débito. pessoa física ou jurídica que constava como proprie-
§ 13º O órgão ou entidade de trânsito autuador da tário do veículo na data da infração.
multa de trânsito é o competente para autorizar o § 3º Até que sejam disponibilizadas as informações de
parcelamento, em caráter facultativo, podendo dele- que trata o § 2º, as notificações enviadas ao proprie-
gar tal competência, na forma do art. 25 do CTB. tário atual serão consideradas válidas para todos os
§ 14º O DENATRAN ficará responsável por autorizar efeitos, podendo este informar ao órgão autuador os
e fiscalizar as operações dos órgãos de trânsito que dados do proprietário anterior para continuidade do
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adotarem a modalidade de parcelamento com Cartão processo de notificação.


de Crédito para o pagamento das multas de trânsito, § 4º Após efetuar a venda do veículo, caso haja Auto
bem como para credenciar as empresas, regulamen- de Infração de Trânsito em seu nome, a pessoa física
tando as disposições deste artigo. ou jurídica que constar como proprietária do veículo
§ 15º O credenciamento de pessoas jurídicas para na data da infração deverá providenciar atualização
prestação dos serviços previstos nesta Resolução será de seu endereço junto ao órgão ou entidade de trânsi-
feito exclusivamente pelo DENATRAN e deverá ser an- to de registro do veículo.
tecedido da comprovação de: § 5º Caso não seja providenciada a atualização do en-
I – habilitação jurídica; dereço prevista no § 4º, a notificação devolvida por
II – regularidade fiscal e trabalhista; esse motivo será considerada válida para todos os
III – qualificação econômico-financeira; e efeitos.
IV – qualificação técnica Art. 30. É facultado antecipar o pagamento do valor
correspondente à multa, junto ao órgão ou entidade
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS de trânsito responsável pela aplicação dessa penalida-
de, em qualquer fase do processo administrativo, sem
Art. 26. Nos casos dos veículos registrados em nome prejuízo da continuidade dos procedimentos previs-
de missões diplomáticas, repartições consulares de tos nesta Resolução para expedição das notificações,
carreira ou representações de organismos internacio- apresentação da defesa da autuação e dos respectivos
nais e de seus integrantes, as notificações de que trata recursos.
esta Resolução, respeitado o disposto no § 6º do art. Parágrafo único. Caso o pagamento tenha sido efetu-
ado antecipadamente, conforme previsto no caput, a
10, deverão ser enviadas ao endereço constante no re-
Notificação da Penalidade deverá ser expedida com a
gistro do veículo junto ao órgão executivo de trânsito

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informação de que a multa encontra-se paga, com a IV - leilão: modalidade de licitação entre quaisquer
indicação do prazo para interposição do recurso e sem interessados para a venda de veículos removidos ou
código de barras para pagamento. recolhidos a qualquer título a quem oferecer o maior
Art. 31. Os procedimentos para apresentação de defe- lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
sa de autuação e recursos, previstos nesta Resolução,
atenderão ao disposto em regulamentação específica. DOS PROCEDIMENTOS DE CUSTÓDIA
Art. 32. Aplica-se o disposto nesta Resolução, no que
couber, às autuações em que a responsabilidade pelas Art. 3º Os procedimentos e os prazos de custódia dos
infrações não sejam do proprietário ou condutor do veículos recolhidos em razão de penalidade ou medi-
veículo, até que os procedimentos sejam definidos por da administrativa aplicada por inobservância a pre-
regulamentação específica. ceito do CTB e legislação complementar, abandono ou
Art. 33. Aplicam-se a esta Resolução os prazos prescri- acidentes de trânsito, obedecerão ao disposto nesta
cionais previstos na Lei nº 9.873, de 23 de novembro Resolução.
Parágrafo único. A remoção de veículo, a qualquer tí-
de 1999, que estabelece prazo de prescrição para o
tulo conforme o estabelecido no CTB deverá ser instru-
exercício de ação punitiva.
ída por meio de processo administrativo, devidamente
Parágrafo único. O DENATRAN definirá os procedi-
protocolizado pelo órgão responsável por sua custó-
mentos para aplicação uniforme dos preceitos da lei
dia, onde serão anexados os documentos em ordem
de que trata o caput pelos demais órgãos e entidades cronológica, a partir do Termo de Remoção ou docu-
do Sistema Nacional de Trânsito. mento equivalente, obrigatoriamente emitido e inclu-
Art. 34. Fica o DENATRAN autorizado a expedir nor- sive a cópia do prontuário do veículo recolhido, onde
mas complementares para o fiel cumprimento das dis- conste a situação atualizada de seu registro.
posições contidas nesta Resolução.
Do Registro e Notificação de Recolhimento
RESOLUÇÃO Nº 623/2016
Art. 4º Caberá ao agente da Autoridade de Trânsito,
Art. 1º Os procedimentos administrativos quanto à re- responsável pelo recolhimento do veículo, emitir a no-
moção e custódia de veículos em decorrência de pena- tificação por meio do termo de recolhimento de veícu-
lidade aplicada ou medida administrativa adotada por lo ou documento equivalente, mediante identificação
infração à Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, na e assinatura, ou por meio de sistema informatizado
forma prevista em seu artigo 271 e para a realização que possibilite a identificação do responsável, que dis-
de leilão de veículos removidos ou recolhidos a qual- criminará:
quer título, por órgãos e entidades componentes do I - os objetos deixados no veículo por conveniência e
Sistema Nacional de Trânsito – SNT, nos termos do art. inteira responsabilidade do condutor;
328 do CTB, e alterações promovidas pela Lei 13.160, II - os equipamentos obrigatórios ausentes;
de 25 de agosto de 2015, e pela Lei nº 13.281, de 4 de III - o estado geral da lataria, pintura e pneus;
maio de 2016, combinada com a Lei nº 8.666, de 21 de IV - os danos do veículo causados por acidente e a sua
junho de 1993, deverão ser realizados de acordo com condição de trafegar em vias públicas;
o estabelecido nesta Resolução. V - identificação do proprietário e do condutor, sempre
que possível;

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Das Definições VI - dados que permitam a precisa identificação do
veículo, registrado a termo, se irregular;
VII - o prazo para a retirada do veículo, sob pena de
Art. 2º Para os fins previstos nesta Resolução, enten-
ser levado a leilão.
de-se por:
§ 1º O termo de recolhimento de veículo ou documen-
I - remoção de veículos: medida administrativa apli-
to equivalente será preenchido em, no mínimo, duas
cada pelo agente da Autoridade de Trânsito, quando
vias, admitida a hipótese de uso de arquivos informa-
da constatação da infração de trânsito que caracterize tizados que permitam sua impressão e utilização em
a necessidade de se retirar o veículo do trânsito, que processos instruídos, sendo:
será recolhido em local apropriado, conforme o esta- I - a primeira destinada ao proprietário ou condutor
belecido no art. 271 do CTB. do veículo recolhido, a qualquer título;
II - recolhimento: ato de encaminhamento do veículo II - a segunda destinada ao órgão ou entidade respon-
ao pátio de custódia a qualquer título, decorrente de sável pela custódia do veículo, que instruirá o devido
remoção, retenção, abandono ou acidente, realizado processo administrativo;
por órgão público ou por particular contratado por li- III - a terceira, se necessário, à entidade contratada ou
citação pública, inclusive por meio de pregão. conveniada pelo acolhimento do veículo em depósito,
III - custódia de veículos: procedimento administrativo quando for o caso; e
de guarda e zelo de veículo recolhido a local apropria- IV - a quarta, se necessário, ao agente de trânsito res-
do diretamente por órgão público responsável pelo ponsável pelo recolhimento.
recolhimento, por órgão público conveniado, por par- § 2º O condutor do veículo flagrado, mesmo que não
ticular contratado por licitação, inclusive por meio de habilitado e ainda que não seja o proprietário que
pregão, ou mediante credenciamento. conste do registro, poderá ser notificado e receber o

87
termo de recolhimento ou documento equivalente, mento todos os veículos que contenham gravames em
com eficácia de notificação. favor do mesmo agente financeiro, sendo válidas as
§ 3º Considera-se notificado o proprietário ou condu- notificações postais por comunicação eletrônica.
tor presente no momento do recolhimento, ainda que
se recuse a assinar o termo de recolhimento. Das Disposições Complementares Intermediárias
§ 4º Caso o proprietário ou condutor não estejam
presentes no momento do recolhimento do veículo, a Art. 6º Em caso de veículo transportando carga de
autoridade competente deverá expedir notificação de produto perigoso ou perecível e de transporte coletivo
recolhimento, no prazo de 10 (dez) dias, contados do de passageiros, a remoção imediata poderá não ocor-
fato, por remessa postal ou qualquer outro meio tec- rer, a critério do agente, verificadas as condições de
nológico hábil, em nome e para o endereço de quem segurança para circulação, nos termos do § 5º do art.
constar no registro do veículo para que seja retirado 270 do CTB.
no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data de Art. 7º O veículo sob custódia que não puder ser iden-
recolhimento ou remoção. tificado, ou que tiver sua identificação adulterada, terá
§ 5º A notificação devolvida por desatualização do en- assegurado os seguintes procedimentos de verificação,
dereço do proprietário do veículo ou por recusa desse inclusive como condição para ser levado à Leilão:
de recebê-la será considerada recebida para todos os I - emissão de laudo pericial oficial ou laudo de vis-
efeitos. toria do órgão ou entidade responsável pela custódia
§ 6º Caso restem frustradas as tentativas de notifi- do veículo, visando à busca da autenticidade de seus
cação presencial, postal ou por qualquer outro meio caracteres, da sua documentação, bem como a legiti-
tecnológico hábil, a notificação poderá ser feita por midade da propriedade, enquadrando-se o veículo em
edital, a partir do qual passará a contar os 60 (sessen- uma das seguintes situações:
ta) dias para a alienação por leilão. a) veículo com identificação não reconhecida ou não
§ 7º O agente de trânsito recolherá o Certificado de assegurada: leiloar como sucata inservível, qualquer
Registro e Licenciamento de Veículo – CRLV, contra en- que seja seu estado de conservação;
trega de recibo ao proprietário ou condutor, ou infor- b) veículo de identificação alterada com confirmação
mará, no termo de recolhimento ou documento equi- de sua identificação correta, com restrições judiciais,
valente, o motivo pelo qual não foi recolhido. administrativas ou policiais: notificar a autoridade
§ 8º Para os veículos com restrição judicial ou policial, responsável pela restrição para proceder à retirada
a autoridade responsável pela restrição será notifica- do veículo em depósito, desde que pagas as despesas
da, o que implica ciência de que o veículo poderá ser com remoção e estada, ou para a autorização do lei-
levado à leilão caso não seja regularizado e liberado, lão, que poderá ocorrer se não houver manifestação
no prazo de 60 (sessenta) dias. da autoridade no prazo de 60 (sessenta) dias a contar
Art. 5º O órgão ou entidade responsável pela custódia, da notificação;
além da expedição da via do termo de recolhimento c) veículo de identificação alterada com confirmação
ou documento equivalente, decorrido o prazo de 30 de sua identificação correta, assegurada por dados
(trinta) dias sem a retirada do veículo, expedirá edital verdadeiros, sem restrições judiciais, administrativas
de notificação de retirada do veículo. ou policiais: emitir notificação ao proprietário e/ou
§1° O edital de notificação de retirada do veículo será agente financeiro que constem do registro do veículo,
publicado em portal na Internet do próprio órgão ou exigindo a regularização de dados por remarcação de
caracteres e nova emissão de documentos, no prazo
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afixado nas dependências do órgão em local de livre


acesso ao público, pelo prazo de 10 (dez) dias, para máximo de 60 (sessenta) dias a contar do recolhimen-
que o veículo seja retirado com a devida quitação dos to, que se não atendido será incluído em procedimen-
débitos a ele vinculados e regularizado, sob pena de to de Leilão;
ser incluído em procedimento de alienação por leilão, d) veículo com identificação duplicada, sem confirma-
decorrido o prazo legal. ção de sua identificação correta, com alertas e restri-
§ 2° A notificação por edital deverá conter: ções no registro do veículo original: notificar as autori-
I - o nome do proprietário do veículo; dades que inseriram as anotações no Sistema Registro
II - o nome do agente financeiro, ou do arrendatá- Nacional de Veículos Automotores – RENAVAM, solici-
rio do veículo, ou da entidade credora, ou de quem se tando que efetuem a exclusão de tais dados, para que
sub-rogou nos direitos, quando for o caso; o veículo recolhido seja levado a Leilão como sucata;
III - os caracteres da placa de identificação e do chassi e) veículo com identificação duplicada, com confirma-
do veículo, quando houver; ção de sua identificação correta, com ou sem alertas
IV - a marca e o modelo do veículo. ou restrições no registro do veículo original: notificar
§ 3º O edital deverá ser encaminhado por meio de as autoridades que inseriram as observações no Siste-
comunicação eletrônica ao agente financeiro, arren- ma RENAVAM, solicitando que efetuem a exclusão de
dador do bem, entidade credora ou a quem tenha se tais dados, em razão da correta identificação do veícu-
sub-rogado aos direitos do veículo, caso o endereço lo, de seu legítimo proprietário e agente financeiro, se
conste no prontuário ao qual o veículo esteja vincu- houver, que serão notificados a efetuar a regulariza-
lado. ção de dados por remarcação de caracteres e reemis-
§ 4º Para o caso de notificação postal, decorrente de são de documentos, no prazo máximo de 60 (sessenta)
gravames financeiros registrados no prontuário do dias do recolhimento do veículo, que se não atendido
veículo, poderão ser agrupados em um mesmo docu- será incluído em procedimento de Leilão;

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II - não demonstrada a autenticidade da identificação preveja que seja realizado em único procedimento,
do veículo recolhido ou a legitimidade da sua pro- com mesmo edital e leiloeiro, com veículos ofertados
priedade, o veículo será incluído em procedimento de em lotes separados e com arremates depositados em
leilão como sucata inservível, qualquer que seja seu contas bancárias distintas, sob controle e conciliação
estado de conservação, registrando-se a termo que tal de cada órgão específico.
alienação não constará do Sistema RENAVAM – Mó-
dulo Leilão, por ausência de identificação. Das Providências que Antecedem a Realização do
III - o recurso obtido com leilão de veículo para o qual Leilão
seja autorizada a sua alienação antecipada será in-
tegralmente revertido a crédito da conta indicada no Art. 13. O órgão ou entidade responsável pelo leilão,
seu respectivo termo autorizatório de venda, com seus durante os procedimentos preparatórios de sua rea-
débitos desvinculados, na forma preconizada em Lei. lização, deverá verificar a situação de cada veículo
Art. 8º A restituição do veículo sob custódia somente junto ao órgão executivo de trânsito responsável pelo
ocorrerá mediante prévio pagamento de todos os dé- registro, para detectar:
bitos incidentes devidos, bem como o reparo de qual- I - restrição judicial ou policial;
quer componente ou equipamento obrigatório que II - registro de gravames financeiros;
não esteja em perfeito estado de funcionamento. III - débitos relativos a tributos, encargos e multas de
§ 1° Se o reparo exigido no caput demandar providên- trânsito e ambientais, identificando os respectivos cre-
cia que não possa ser tomada no depósito, a autorida- dores.
de responsável pela remoção liberará o veículo para § 1° O veículo que apresentar restrição judicial ou po-
reparo, na forma transportada, mediante autorização, licial poderá ser retirado pela autoridade responsável
assinalando prazo para reapresentação. pela restrição, desde que a manifestação ocorra no
§2° A despesa de remoção e estada será devida inte- prazo de 60 (sessenta) dias de sua notificação e que
gralmente, por período contado em dias, a partir do sejam pagas as despesas com remoção e estada do
recolhimento do veículo, limitado ao prazo máximo
veículo.
de 6 (seis) meses.
§ 2° O leilão de veículo que apresentar restrição judi-
Art. 9º Cumpridas todas as exigências e decorridos os
cial ou policial ocorrerá após a autorização da auto-
prazos previstos nesta Resolução, os processos admi-
ridade responsável pela restrição ou em caso de des-
nistrativos de recolhimento de veículos serão concluí-
cumprimento do estabelecido no § 1°.
dos por termo final e conservados por cinco anos.
§ 3° As instituições financeiras poderão habilitar-se
aos créditos remanescentes, após deduzidos os valores
DA ALIENAÇÃO POR MEIO DE LEILÃO
dos encargos legais do montante obtido no leilão.
Art. 10. Constatada a permanência do veículo recolhi- § 4º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito
do em depósito do órgão público responsável, do ór- dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua
gão público conveniado, do particular contratado por circunscrição, deverão fornecer aos órgãos e entida-
licitação, inclusive por meio de pregão, ou mediante des executivos e rodoviários de trânsito da União, dos
credenciamento, não reclamado por seu proprietário, Estados e Municípios, que não sejam operadores das
por período superior ao previsto no caput art. 328 do rotinas do Sistema RENAVAM, o acesso ao referido sis-
CTB, este será levado à alienação por meio de Leilão. tema, para consulta da situação do veículo.

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§ 5º Serão disponibilizadas aos órgãos e entidades
Da Competência executivos e rodoviários de trânsito de que trata o §
4° todas as rotinas referentes a leilão do Sistema RE-
Art. 11. O órgão ou entidade responsável pelo envio NAVAM.
do veículo ao depósito é competente para realização Art. 14. Esgotados os prazos de notificações previstos
do leilão, devendo o seu dirigente máximo autorizar nesta Resolução e não tendo comparecido nenhum
expressamente a abertura do processo administrativo, dos notificados para a quitação dos débitos e retirada
bem como designar o leiloeiro. do veículo, será feita a verificação final das condições
Parágrafo único. A realização do leilão poderá ocorrer de cada veículo, para fins de avaliação.
diretamente pelo órgão, por órgão público convenia- Art. 15. A avaliação dos veículos será feita pelo órgão
do, ou leiloeiro, podendo ainda ser designada comis- ou entidade responsável pelo procedimento de leilão,
são de leilão para a realização de atos instrumentais pela comissão de leilão, ou ainda por profissional ter-
que auxiliem a sua realização e sua execução. ceirizado, devidamente autorizado e habilitado, que
Art. 12. Os órgãos ou entidades de trânsito compo- deverá:
nentes do SNT e regularmente habilitados junto aos I - identificar os veículos conservados, que se encon-
sistemas RENAVAM e Registro Nacional de Infrações tram em condições de segurança para trafegar em via
de Trânsito – RENAINF poderão realizar leilão de for- aberta ao público, e os veículos que deverão ser leilo-
ma compartilhada, cujos ajustes serão definidos em ados como sucata;
comum acordo, nos termos desta Resolução. II - estabelecer os lotes de sucata a serem leiloados;
Parágrafo único. O leilão compartilhado será realizado III - proceder à avaliação de cada veículo e de cada
conforme ajuste firmado entre os órgãos e entidades lote de sucata, estabelecendo o lance mínimo para ar-
cooperantes, recomendando-se que este instrumento rematação de cada item; e

89
IV - atribuir a cada veículo identificado como sucata tal do bem, à destinação exclusiva para a reciclagem
um valor proporcional ao valor total do lote no qual siderúrgica e à captação ambientalmente correta de
esteja incluído. fluídos, combustíveis e demais materiais e substâncias
Parágrafo único. O órgão ou entidade responsável reconhecidos como contaminantes do meio ambiente.
pelo leilão poderá reclassificar a avaliação do veícu- Art. 17. Para os veículos avaliados como sucata, o ór-
lo, realizada por profissional terceirizado, levando em gão ou entidade responsável pelo procedimento de
conta os princípios da economicidade, celeridade pro- leilão deverá:
cessual e eficiência. I - inutilizar a identificação gravada no chassi que
Art. 16. São considerados como sucata os veículos que contêm o registro VIN e suas placas, nas hipóteses de
estão impossibilitados de voltar a circular ou cuja au- sucatas aproveitáveis ou de sucatas aproveitáveis com
tenticidade de identificação ou legitimidade da pro- motor inservível;
priedade não restar demonstrada, não tendo direito à II - solicitar a baixa ao órgão executivo de trânsito de
documentação. registro do veículo, após a realização da venda e do
§ 1º São critérios mínimos para classificação de veícu- recolhimento dos débitos pendentes, quitados com os
los como sucata: recursos do leilão, antes da entrega ao arrematante.
I - danos de grande monta; III - emitir ou solicitar ao órgão de registro do veículo a
II - impossibilidade de reparo gerando causa impedi- certidão de baixa de veículo, para entrega ao arrema-
tiva à circulação; tante, com cópia juntada a processo vinculado ao do
III - motor cuja numeração não seja possível confir- leilão, que reúna as certidões ou solicitações de todas
mar, por motivo de corrosão, inexistência ou divergên- as sucatas leiloadas no respectivo procedimento.
cia de cadastro nos sistemas Base Índice Nacional e Art. 18. O órgão ou entidade responsável pelo pro-
Base Estadual do RENAVAM, ilegibilidade ou qualquer cedimento de leilão, após a publicação de seu edital,
outro motivo que impossibilite a identificação, desde deverá registrar no sistema RENAVAM a indicação de
que não caracterize fraude; que o veículo será levado a leilão, exceto no caso de
IV - veículo artesanal sem registro; ou sucatas com ausência de sua identificação.
V - veículo registrado no exterior e não licenciável no § 1º No caso de inoperância do Sistema RENAVAM, o
Brasil. órgão ou entidade responsável pelo procedimento de
§ 2º Os veículos classificados como sucata são dividi- leilão deverá emitir comunicado oficial ao órgão de-
dos em: tentor do registro do veículo de que este será leiloado,
I - sucatas aproveitáveis: aquelas cujas peças poderão bastando tais informações para que o órgão de regis-
ser reaproveitadas em outro veículo, com inutilização tro do veículo adote todos os procedimentos devidos.
de placas e chassi em que conste o Número de Identi- § 2º Atendido o disposto no caput, o órgão executivo
ficação do Veículo – registro VIN; de trânsito responsável pelo registro do veículo deve-
II - sucatas inservíveis: aquelas transformadas em rá informar, no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis,
fardos metálicos, por processo de prensagem ou tri- a existência de débitos, restrições ou outros encargos
turação, sendo desnecessária a inutilização de placas incidentes sobre o prontuário do veículo, ao órgão ou
e numeração do chassi quando a prensagem ocorrer entidade de trânsito preparador do leilão, devendo
em local supervisionado pelo órgão responsável pelo alertar sobre fato impeditivo à alienação.
leilão;
III - sucatas aproveitáveis com motor inservível: aque- Da Realização do Leilão
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las cujas peças poderão ser reaproveitadas em outro


veículo, com exceção da parte do motor que conste Art. 19. Cumpridas todas as exigências para a reali-
sua numeração, devendo ser inutilizadas as placas e zação da alienação, o órgão ou entidade responsável,
chassi em que conste o Número de Identificação do por meio do leiloeiro designado, expedirá o edital de
Veículo – registro VIN. leilão, listando todos os veículos em lotes, como con-
§ 3º Os veículos definidos como sucatas e inseridos servados ou sucatas.
em processos de leilão somente poderão ser vendidos § 1º O edital de leilão deverá conter, no mínimo:
como destinação final e sem direito à documentação, I - para a alienação de veículos conservados, destina-
como sucatas prensadas para empresas regulares do dos à circulação:
ramo de siderurgia ou fundição, ou como sucatas a) objeto da alienação por leilão, com descrição su-
aproveitáveis para empresas do ramo do comércio de cinta e clara, indicação de marca, modelo, ano de fa-
peças usadas reguladas pela Lei n° 12.977, de 20 de bricação, número do motor e cor predominante dos
maio de 2014, e normativos do CONTRAN. veículos ofertados;
§ 4º Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de b) locais, datas e horários onde poderão ser examina-
bens automotores que se encontrarem recolhidos há dos os lotes dos veículos relacionados;
mais de 1 (um) ano poderão ser destinados à recicla- c) condições para a participação no leilão e as restri-
gem como material ferroso, independentemente da ções legais;
existência de restrições sobre o veículo. d) endereços e formas de acesso às informações à dis-
§ 5º A alienação prevista no § 4º será realizada por tância, para o fornecimento de elementos e esclareci-
tonelagem de material ferroso, condicionando-se a mentos sobre o leilão;
entrega do material arrematado à realização dos e) local, data e horário de realização do leilão;
procedimentos necessários de descaracterização to- f) a indicação do leiloeiro;

90
g) o valor inicial dos lotes e a forma de pagamento m) condições e locais para a retirada das sucatas
dos arremates; prensadas; e
h) critério para julgamento dos lances ofertados; n) outras indicações específicas ou peculiares da alie-
i) sanções para o caso de inadimplemento; nação.
j) instruções e normas para os recursos previstos em § 2º Para os veículos definidos como sucatas aprovei-
lei; táveis para comércio de suas partes, o edital conterá
k) condições e locais para a retirada dos veículos ar- apenas os dados necessários de avaliação, que permi-
rematados; tam distinção da marca, modelo, ano de fabricação,
l) outras indicações específicas ou peculiares da alie- número do motor e cor predominante, considerando a
inutilização obrigatória de seus dados identificadores.
nação.
§ 3º Os editais de leilão deverão indicar que aqueles
II - para a alienação de sucatas aproveitáveis e suca-
que tiverem crédito sobre o veículo poderão requerer
tas aproveitáveis com motor inservível destinadas ao a sua habilitação para exercer direito sobre o crédito
comércio de peças e componentes: identificado, obedecida a ordem de prevalência legal,
a) objeto da alienação por leilão, indicando marca, sendo considerados notificados desde a publicação do
modelo, ano de fabricação, número do motor e cor edital.
predominante dos veículos ofertados; Art. 20. O edital de leilão será publicado com a ante-
b) locais, datas e horários onde poderão ser examina- cedência mínima de 15 (quinze) dias da sua realiza-
dos os lotes dos veículos relacionados; ção, observadas as seguintes condições:
c) condições para a participação do leilão e as restri- I - o Aviso de Leilão, sintetizando as características do
ções legais; leilão, o local, data e hora de sua realização, os tipos
d) exigências de comprovação do ramo de atividade de veículos ofertados, se destinados à circulação, suca-
de comércio de peças usadas, conforme previsto na Lei tas aproveitáveis, sucatas aproveitáveis com motor in-
nº 12.977, de 2014, e normativos do CONTRAN; servível ou sucatas inservíveis, e os endereços e meios
e) exigências para a retirada dos veículos sucatas; para a obtenção do edital completo, será publicado:
f) endereços e formas de acesso às informações à dis- a) no Diário Oficial; e
tância, para o fornecimento de elementos e esclareci- b) em jornal de grande circulação no Estado ou na
mentos sobre o leilão; região em que ocorrerá o leilão.
II - o edital completo, até a data de sua realização,
g) local, data e horário de realização do leilão;
terá a sua publicação:
h) a indicação do leiloeiro;
a) afixada em dependências do órgão ou entidade de
i) o valor inicial dos lotes e a forma de pagamento dos trânsito, suas unidades descentralizadas e no local de-
arremates; signado para a sua realização; e
j) critério para julgamento dos lances ofertados; b) disponível no sítio eletrônico na Internet do órgão
k) sanções para o caso de inadimplemento; ou entidade responsável pelo leilão.
l) instruções e normas para os recursos previstos em Art. 21. Na data e hora previstas será promovido o
lei; leilão, conduzido por leiloeiro designado formalmente
m) condições e locais para a retirada dos veículos su- pelo órgão responsável e que constará do edital, sendo
catas arrematados; e ofertados os lotes a interessados.
n) outras indicações específicas ou peculiares da alie- Art. 22. Os lotes arrematados serão descritos em nota
nação. de arremate ou documento equivalente, emitida pelo

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III - para a alienação de sucatas inservíveis, transfor- leiloeiro ou órgão ou entidade responsável pelo leilão,
madas em fardos metálicos: que conterá o número do lote, o valor do arremate,
a) objeto da alienação por leilão, indicando tratar-se nome, CPF ou CNPJ do arrematante e, no caso de lei-
de sucatas inservíveis; loeiro oficial, o valor da comissão.
b) locais, datas e horários onde poderão ser examina- Art. 23. Os valores oriundos dos arremates serão de-
dos os lotes dos veículos relacionados; positados em conta do Tesouro Público ou em conta
c) condições específicas para a participação do leilão e específica na agência bancária em que o órgão dete-
as restrições legais; nha suas movimentações regulares em conformidade
d) exigências de comprovação do ramo de atividade, com a Lei, sob a responsabilidade de quem detenha a
de siderurgia ou reciclagem, exercida pelo interessado; autorização de movimentação das contas bancárias
do órgão ou entidade.
e) exigências de preparação, retirada de fluídos e
Art. 24. O veículo poderá ser restituído ao proprietário
prensagem dos veículos sucatas inservíveis;
até o último dia útil anterior à realização da sessão do
f) endereços e formas de acesso às informações à dis-
leilão, desde que quitados os débitos e regularizado.
tância, para o fornecimento de elementos e esclareci- Parágrafo único. Na hipótese de o antigo proprietário
mentos sobre o leilão; reaver o veículo a qualquer tempo, por qualquer meio,
g) local, data e horário de realização do leilão; os débitos serão novamente vinculados ao bem.
h) a indicação do leiloeiro;
i) o valor inicial por quilo e total do peso estimado; Da Entrega ao Arrematante
j) critério para julgamento dos lances ofertados;
k) sanções para o caso de inadimplemento; Art. 25 Realizado o leilão, o órgão ou entidade respon-
l) instruções e normas para os recursos previstos em sável por este procedimento providenciará o registro
lei; no sistema RENAVAM do extrato do leilão, conforme

91
dispuser o manual do referido sistema ou, em caso Art. 31. Os processos de leilão serão instruídos com os
de inoperância do sistema, comunicará oficialmente seguintes documentos:
o fato ao órgão ou entidade executivo de trânsito de I - autorização para a realização do procedimento;
registro do veículo. II - despacho de autorização de realização do proce-
§1º O órgão ou entidade executivo de trânsito de re- dimento;
gistro do veículo, confirmada a realização do procedi- III - documento oficial, designando a Comissão de
mento, deverá proceder à desvinculação dos débitos e Avaliação, se for o caso;
demais ônus incidentes sobre o prontuário do veículo IV - indicação de leiloeiro oficial ou designação de lei-
leiloado existentes até a data do leilão e não quitados loeiro;
com os recursos obtidos na alienação, no prazo máxi- V - termo de compromisso firmado com o leiloeiro;
mo de 10 (dez) dias. VI - cópia do aviso de leilão e comprovante de sua
§2º Para a desvinculação obrigatória das multas de publicação;
veículos leiloados, devem ser seguidas as rotinas pre- VII - parecer jurídico emitido sobre o leilão;
vistas no Sistema RENAINF no prazo máximo de 10 VIII - edital de leilão contendo a relação dos veículos,
(dez) dias. em anexo, com:
§3º Para veículo leiloado como sucata, o órgão deten- a) lote ao qual pertence o veículo;
tor do seu registro deverá efetivar a baixa e expedir a b) marca e modelo;
respectiva certidão, na forma da Lei nº 8.722, de 27 de c) placa ou chassi, se houver;
outubro de 1993. d) lance mínimo;
§4º O arrematante de veículo destinado à circulação e) avaliação do veículo
será responsável unicamente pelo pagamento dos tri- IX - termo de ocorrências do leilão e prestação de con-
butos incidentes sobre o veículo arrematado a partir tas do leiloeiro;
da aquisição, a ser calculado de forma proporcional, a X - relatório financeiro do leilão;
contar do mês da realização do leilão. XI - notificações aos ex-proprietários sobre os saldos
§5º Para os veículos leiloados como conservados, o credores, se houver;
arrematante terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias XII - termo de encerramento ou ata de realização do
para o registro perante o órgão executivo de trânsito, leilão, assinado pelo leiloeiro ou pela comissão desig-
contados a partir de sua liberação pelo órgão ou enti- nada, se houver;
dade responsável pelo leilão. XIII - termo de homologação do leilão, assinado pela
Art. 26. O veículo conservado, destinado à circulação, autoridade competente do órgão.
será entregue ao arrematante, livre e desembaraça-
do de quaisquer ônus, ficando este responsável pela Do Rateio dos Valores Arrecadados e Rendimentos
regularização e transferência de propriedade perante Auferidos
o órgão ou entidade executivo de trânsito detentor de
seu registro. Art. 32. O valor integral arrecadado com os arremates
Art. 27. Ao arrematante de veículo leiloado como su- no leilão será depositado em conta bancária do ór-
cata será fornecida a certidão de baixa do registro pre- gão ou entidade responsável por sua realização, cujos
vista no art. 4º do Decreto nº 1.305, de 9 de novembro valores arrecadados deverão ter a seguinte ordem de
1994, e art. 7º da Lei 12.977, de 2014, atestando sua prevalência:
baixa, que será emitida pelo órgão detentor do regis- I - os custos necessários ao ressarcimento com o pro-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

tro do veículo. cedimento licitatório, em montante a ser definido na


forma indicada no §1º;
DOS REGISTROS FINANCEIROS E CONTROLES DO II - despesas com remoção e estada;
PROCEDIMENTO III - tributos vinculados ao veículo:
a) taxas de licenciamento; e
Art. 28. Os órgãos ou entidades que não realizam con- b) imposto sobre a propriedade de veículos automo-
trole contábil nos sistemas oficiais do Governo Fede- tores – IPVA.
ral deverão manter todos os controles financeiros de- IV - os credores trabalhistas, tributários e titulares de
monstrados por documentos inseridos nos respectivos crédito com garantia real, segundo a ordem de prefe-
processos administrativos, autuados e devidamente rência estabelecida no art. 186 da Lei nº 5.172, de 25
instruídos. de outubro de 1966.
Art. 29. Os recursos administrativos demandados con- V - multas de trânsito devidas ao órgão responsável
tra atos do leiloeiro ou da Comissão de Avaliação, pelo Leilão;
formalmente designados, serão resolvidos pela auto- VI - multas de trânsito devidas aos demais órgãos in-
ridade de instância superior à que se subordinam, e, tegrantes do SNT, segundo a ordem cronológica da
sobre a decisão desta, os recursos serão apreciados aplicação da penalidade;
pela autoridade competente. VII - Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causa-
Parágrafo único. Em qualquer fase recursal é faculta- dos por veículos automotores de via terrestre, ou por
da a assistência jurídica. sua carga, a pessoas transportadas ou não – Seguro
Art. 30. O procedimento de Leilão será homologado DPVAT;
por termo próprio, assinado pela autoridade compe- VIII - multas ambientais; e
tente, após a confirmação de atendimento de todas as IX - demais créditos, segundo a ordem de preferência
exigências normativas. legal.

92
§ 1º O montante dos custos do procedimento a ser I - requerimento de retirada do saldo registrado com
ressarcido será demonstrado em planilha anexada ao indicação da conta bancária a ser creditada;
processo do leilão e as parcelas proporcionais a serem II - no caso de pessoa física, cópia de documento de
deduzidas do valor de arremate de cada veículo serão identidade e do CPF, ou, no caso de pessoa jurídica,
definidas da seguinte forma: cópia do contrato social e do CNPJ;
I - pela aplicação da fórmula de proporção simples III - comprovante de quitação do financiamento ano-
para obtenção do coeficiente de percentual, que será tado no registro do veículo, se for o caso;
obtido multiplicando-se por 100 o valor de arremate § 3º Os saldos credores não reclamados serão manti-
de cada veículo, dividindo-se o resultado pelo valor dos em registros e contas bancárias do órgão ou en-
total dos arremates do leilão, onde: sendo CP = Coefi- tidade realizadora do leilão, pelo prazo de 5 (cinco)
ciente de proporcionalidade; VAV = Valor de Arremate anos, a contar da data do Termo de Homologação do
do Veículo e VTA = valor total dos arremates, se obte- Leilão, findo o qual serão recolhidos ao Fundo Nacio-
rá a seguinte expressão: CP = (VAV x 100) / VTA. nal de Segurança e Educação de Trânsito – FUNSET,
II - O coeficiente de percentual de cada veículo assim conforme previsão contida no art. 6º, inciso VII da Lei
obtido será aplicado sobre o valor total dos custos de- nº 9.602, de 21 de janeiro de 1998, sendo que o re-
monstrados, cujo resultado será a parcela do ressarci- passe deverá ser realizado por meio de Guia de Re-
mento relativa a cada um desses veículos. colhimento da União – GRU, a ser disciplinado pelo
§ 2º Os recursos arrecadados com a alienação de veí- Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN.
culos sucatas, que não tiveram sua identificação con-
firmada, serão destinadas exclusivamente ao órgão ou Da Cobrança dos Débitos Remanescentes
entidade responsável pela realização do Leilão.
§ 3º As multas de trânsito devidas a outros órgãos Art. 36. Havendo insuficiência de recursos para quita-
de trânsito serão quitadas após aquelas de direito do ção dos débitos e despesas previstas, o órgão ou en-
próprio órgão realizador do leilão, obedecida à ordem tidade responsável pelo leilão deverá comunicar aos
cronológica de imputação das mesmas, podendo o ór- demais órgãos e entidades de trânsito credores, para
gão realizador do leilão adotar o critério de recolher a que promovam à desvinculação de tais débitos do re-
maior quantidade de multas que o recurso destinado gistro do veículo.
permitir. Art. 37. Os débitos que não forem cobertos pelo valor
Art. 33. Aqueles que tiverem crédito sobre o veículo alcançado com a alienação do veículo, poderão ser
poderão requerer a habilitação nos termos desta Reso- cobrados pelos credores na forma da legislação em
lução, a partir do lançamento do edital até o encerra- vigor, por meio de ação própria e inclusão em Dívida
mento da sessão de lances, sendo que o pagamento se Ativa em nome dos ex-proprietários.
dará após a quitação dos débitos previstos nos incisos
I a VIII do art. 32, se houver saldo, e obedecida a or- RESOLUÇÃO Nº 670/2017
dem cronológica de habilitação.
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, o edi-
Art. 1º Esta Resolução disciplina o processo adminis-
tal de leilão é considerado a notificação para todos os
trativo para a troca de placas de identificação de veí-
habilitados.
culos automotores nos casos em que for comprovada
Art. 34. Os rendimentos auferidos em razão da aplica-
a existência de outro veículo automotor circulando
ção financeira dos arremates em conta específica do
com combinação alfanumérica de placas igual à do

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


órgão responsável pela realização do leilão desde a
veículo original.
sua realização até a promoção das providências indi-
cadas nesta Seção, se houver, serão rateados propor- Art. 2º Para efeito desta Resolução, considera-se:
cionalmente utilizando-se o coeficiente de percentual a) veículo clonado: veículo original que teve a sua Pla-
disposto no Inciso I do § 1° do art. 32 desta Resolução. ca de Identificação Veicular (PIV) aplicada em outro
veículo;
Dos Saldos Credores b) veículo dublê ou clone: veículo que utiliza a combi-
nação alfanumérica da PIV do veículo clonado (origi-
Art. 35. Restando saldo do produto apurado na ven- nal), apresentando ou não as mesmas características
da de cada veículo, quitados os débitos e as despesas do veículo original (marca, modelo, cor, dentre outras),
previstas nesta Resolução, este deverá ser mantido com adulteração ou não do Número de Identificação
em conta remunerada na agência bancária pública Veicular (VIN) gravado no chassi.
ou privada que o órgão detenha suas movimentações Art. 3º A troca de placas de identificação de veículos
regulares. automotores de que trata esta Resolução, com a subs-
§1º O órgão ou entidade responsável pelo Leilão no tituição de caracteres alfanuméricos de identificação,
prazo de até 30 (trinta) dias, contados da sua realiza- será realizada mediante a instauração de processo ad-
ção, deverá notificar o ex-proprietário para que realize ministrativo pelo órgão executivo de trânsito da uni-
o levantamento do saldo. dade da federação em que estiver registrado o veículo.
§2º Comparecendo o interessado para o recebimen- Art. 4º A instauração do processo administrativo de
to do saldo credor registrado em seu nome, o órgão que trata o artigo 3º terá início com a apresentação de
responsável acatará o requerimento por meio de pro- requerimento pelo proprietário do veículo, acompa-
cesso administrativo autuado, que terá anexados os nhado da documentação comprobatória da existência
seguintes documentos: de veículo dublê ou clone.

93
Parágrafo único. Após a instauração do processo ad- II - criar novo registro no Sistema RENAVAM para o
ministrativo e enquanto não for realizada a troca de veículo original, com as mesmas informações do re-
placas, será inserida restrição administrativa de “sus- gistro anterior, exceto pelos caracteres CL nas 2 últi-
peita de clonagem” no cadastro do veículo original, mas posições do VIN e do número do motor, gerando
sendo facultada a retirada da restrição a pedido do novo número de RENAVAM e nova PIV;
proprietário do veículo. III - realizar novo emplacamento do veículo original,
Art. 5º O requerimento de que trata o artigo 4º deverá com a nova PIV;
ser instruído com os seguintes documentos: IV - retirar os dados do proprietário do registro cujo
I - cópias reprográficas: VIN termine em CL, incluindo no campo relativo à
a) do documento de identificação pessoal do reque- propriedade a expressão “Registro de veículo clone”;
rente e do Cadastro de Pessoa Física (CPF), para pes- V - anotar a restrição administrativa “Registro de veí-
soas naturais; culo clone” no registro cujo VIN termine em CL;
b) do contrato social e suas alterações e do Cadastro VI - realizar a “baixa por clonagem” do registro do
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), para pessoas ju- veículo cujo VIN termine em CL.
rídicas; § 1º. Nos casos em que incidir gravame financeiro so-
c) do Certificado de Registro de Veículo (CRV), frente bre o veículo, deverá ser oficiada a instituição finan-
e verso; ceira credora, ou o responsável pelo gerenciamento
d) do Certificado de Registro e Licenciamento de Veí- eletrônico do gravame, a fim de que seja suspensa ou
culo (CRLV), frente e verso; cancelada a restrição financeira, cabendo à instituição
e) da notificação de autuação por infração de trânsito financeira credora a responsabilidade exclusiva para
que incidiu indevidamente sobre o veículo; a inclusão da restrição sobre a nova placa designada.
f) da imagem do veículo, no caso de infração regis- § 2º. Nos casos em que incidir restrição judicial sobre
trada por sistema automático metrológico ou não- o veículo, o Juízo responsável pela restrição deverá ser
-metrológico de fiscalização; informado acerca das alterações realizadas no regis-
tro do veículo original.
g) do microfilme de Auto de Infração de Trânsito la-
§ 3º. Nos casos em que incidir restrição “RFB” sobre o
vrado por Agente de Trânsito;
registro do veículo, a Receita Federal do Brasil deverá
h) do recurso interposto perante o órgão autuador,
ser informada acerca das alterações realizadas no re-
conforme o caso;
gistro do veículo original.
II - fotografias coloridas da frente, da traseira e das
Art. 7º A troca de placas de identificação de veículos
laterais do veículo de propriedade do requerente, para
automotores de que trata esta Resolução deverá ser
confronto com os demais documentos, devendo ser
precedida do pagamento de todos os débitos, impos-
descritos ou indicados todos os pontos divergentes en-
tos, taxas e multas vinculados ao registro do veículo
tre o veículo clonado e o veículo dublê ou clone; automotor, exceto aqueles gerados pelo veículo dublê
III - informações que possibilitem a comprovação da ou clone.
existência de veículo dublê ou clone; Art. 8º Os procedimentos administrativos em curso re-
IV - cópia do expediente que autorizou a remarcação lativos às infrações cometidas com o veículo original
do chassi, na hipótese da identificação do chassi e serão migrados para o novo cadastro do veículo.
agregados demonstrar que a gravação não é original Parágrafo único. Deverá ser excluída do prontuário do
ou que tenha ocorrido a sua substituição. proprietário/condutor a pontuação relativa às multas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

V - laudo de vistoria de identificação veicular, nos por infrações que tenham sido comprovadamente co-
moldes da Resolução CONTRAN nº 466, de 11 de de- metidas com o veículo dublê ou clone.
zembro de 2013, e suas alterações, para a constata- Art. 9º As infrações cometidas pelo veículo dublê ou
ção da originalidade dos caracteres de identificação clone serão registradas para o veículo que possua os
(chassi e seus agregados), com a coleta das respectivas caracteres CL ao final do VIN registrado no RENAVAM,
imagens; para eventual atribuição de responsabilidade aos in-
VI - laudo pericial, elaborado pelo Instituto de Crimi- fratores.
nalística competente, com as características do veícu-
lo. RESOLUÇÃO 723/2018.
§ 1º Os originas dos documentos mencionados nas
alíneas “a” e “e”, do inciso I, poderão ser solicitados Art. 1° Referendar a Deliberação CONTRAN nº 163,
no curso do processo administrativo, para conferência. de 31 de outubro de 2017, publicada no Diário Oficial
§ 2º Poderão ser solicitados outros documentos além da União (DOU) do dia 01 de novembro de 2017, nos
dos previstos neste artigo, sempre que necessário à termos desta Resolução.
instauração e instrução do processo administrativo de Art. 2º Esta Resolução estabelece o procedimento ad-
que trata esta Resolução. ministrativo a ser seguido pelos órgãos e entidades
Art. 6º Concluído o processo administrativo com a componentes do Sistema Nacional de Trânsito (SNT),
comprovação da existência de veículo dublê ou clone, quando da aplicação das penalidades de suspensão
deverá o órgão executivo de trânsito dos estados ou do do direito de dirigir e de cassação do documento de
Distrito Federal: habilitação, decorrentes de infrações cometidas a par-
I - inserir os caracteres “CL” ao final do VIN e do nú- tir de 1º de novembro de 2016, bem como do curso
mero de motor no registro do veículo original; preventivo de reciclagem.

94
Art. 3º A penalidade de suspensão do direito de dirigir POR INFRAÇÃO ESPECÍFICA
será imposta nos seguintes casos:
I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 Art. 8º Para fins de cumprimento do disposto no inciso
(vinte), no período de 12 (doze) meses; II do art. 3º, o processo de suspensão do direito de di-
II - por transgressão às normas estabelecidas no CTB, rigir deverá ser instaurado da seguinte forma:
cujas infrações preveem, de forma específica, a pena- I - para as autuações de competência do órgão exe-
lidade de suspensão do direito de dirigir. cutivo de trânsito estadual de registro do documen-
Art. 4º A cassação do documento de habilitação será to de habilitação do infrator, quando o infrator for o
imposta nos seguintes casos: proprietário do veículo, será instaurado processo único
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator con- para aplicação das penalidades de multa e de suspen-
duzir qualquer veículo; são do direito de dirigir, nos termos do § 10 do art. 261
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, do CTB;
II - para as demais autuações, o órgão ou entidade
das infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos
responsável pela aplicação da penalidade de multa,
arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175, todos do CTB.
encerrada a instância administrativa de julgamen-
Art. 5º As penalidades de que trata esta Resolução
to da infração, comunicará imediatamente ao órgão
serão aplicadas pela autoridade de trânsito do órgão executivo de trânsito do registro do documento de ha-
de registro do documento de habilitação, em processo bilitação, via RENAINF ou outro sistema, para que ins-
administrativo, assegurados a ampla defesa, o contra- taure processo administrativo com vistas à aplicação
ditório e o devido processo legal. da penalidade de suspensão do direito de dirigir.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no inciso I do
DA SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR caput, o procedimento de notificação deverá obedecer
às disposições constantes na Resolução CONTRAN nº
Art. 6º Esgotados todos os meios de defesa da infração 619, de 06 de setembro de 2016, e suas alterações e
na esfera administrativa, a pontuação prevista no art. sucedâneas, devendo constar ainda:
259 do CTB será considerada para fins de instauração I - na notificação de autuação: a informação de que,
de processo administrativo para aplicação da penali- mantida a autuação, serão aplicadas as penalidades
dade de suspensão do direito de dirigir. de multa e de suspensão do direito de dirigir;
Art. 7º Para fins de cumprimento do disposto no inciso II - na notificação de penalidade: as informações refe-
I do art. 3º serão consideradas as datas do cometi- rentes à penalidade de multa e à penalidade de sus-
mento das infrações. pensão do direito de dirigir, nos termos do art. 15
§ 1º Os órgãos e entidades componentes do SNT que desta Resolução.
aplicam a penalidade de multa deverão comunicar,
por meio do registro no RENAINF ou outro sistema DO CURSO PREVENTIVO DE RECICLAGEM
eletrônico, aos órgãos executivos de trânsito de regis-
tro do documento de habilitação, a pontuação corres- Art. 9º Para fins de cumprimento do disposto nos §§
pondente, após o encerramento da instância adminis- 5º, 6º e 7º do art. 261 do CTB, o órgão executivo de
trativa da infração. trânsito de registro do documento de habilitação do
§ 2º Será instaurado um único processo administrativo condutor aplicará a regulamentação prevista para o
para aplicação da penalidade de suspensão do direito art. 268 do CTB.
§ 1º Para instauração do processo definido no caput,
de dirigir quando a soma dos pontos relativos às in-

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o condutor que, no período de 12 (doze) meses, for
frações cometidas atingir 20 (vinte), no período de 12
autuado por infrações cuja soma dos pontos atinja 14
(doze) meses.
(quatorze) pontos, poderá requerer junto ao órgão de
§ 3º Não serão computados pontos nas infrações que registro do documento de habilitação a participação
preveem, por si só, a penalidade de suspensão do di- no curso preventivo de reciclagem.
reito de dirigir. § 2º Também fará jus ao estabelecido no § 1º o con-
§ 4º Ressalvada a hipótese do §3º, todas as demais dutor que, possuindo uma soma de pontos por infra-
infrações previstas no CTB deverão ser consideradas ções inferior a 14 (quatorze) pontos, no período de
para cômputo de pontuação, independentemente de 12 (doze) meses, seja uma vez mais autuado, dentro
sua natureza, inclusive as de responsabilidade do pro- desse período, e a soma dos pontos das infrações seja
prietário. superior a 14 (quatorze) e não ultrapasse os 19 (deze-
§ 5º A qualquer tempo, havendo anulação judicial ou nove) pontos.
administrativa do autos de infração, o órgão autuador § 3º Poderá fazer o requerimento o condutor que,
deverá efetuar nova comunicação aos órgãos de regis- mesmo já tendo atingido a soma exata de 14 (quator-
tro da habilitação, para que sejam adotadas providên- ze) pontos, no período de 12 (doze) meses, for autua-
cias quanto a processos administrativos de suspensão do por infrações que não ultrapassem 19 (dezenove)
ou cassação do direito de dirigir eventualmente ins- pontos, sendo eliminada a pontuação, observado o
taurados com base nas autuações anuladas. disposto no §6º deste artigo.
§ 6º Configurada a hipótese do §5º, o órgão de re- § 4º Para fins de instauração, análise e deferimento
gistro da habilitação anulará, de ofício, a penalidade do processo do curso preventivo de reciclagem, não é
eventualmente aplicada, cancelando registro no RE- necessário o trânsito em julgado das infrações relacio-
NACH, ainda que já tenha havido o encerramento da nadas no requerimento do condutor ou a existência da
instância administrativa. pontuação respectiva no RENACH.

95
§ 5º Novo requerimento para o curso preventivo de § 8º Os órgãos de registro do documento de habilita-
reciclagem só poderá ser realizado uma vez a cada ção para fins de instauração do processo de suspensão
período de 12 (doze) meses, contado da data de con- ou cassação deverão considerar, exclusivamente, as
clusão do último curso preventivo de reciclagem. informações constantes no RENAINF ou outro sistema
§ 6º Concluído com êxito o curso preventivo de reci- informatizado.
clagem, a pontuação das infrações relacionadas será
eliminada para todos os efeitos legais. DA APRESENTAÇÃO DE DEFESA E DE RECURSO

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE SUSPENSÃO Art. 11. Os critérios gerais para apresentação de de-
DO DIREITO DE DIRIGIR fesa, recursos ou outros requerimentos deverão seguir
as disposições constantes na Resolução CONTRAN nº
Art. 10. O ato instaurador do processo administrativo 299, de 04 de dezembro de 2008, e suas sucedâneas.
de suspensão do direito de dirigir de que trata esta
Resolução, conterá o nome, a qualificação do infrator, DA APLICAÇÃO DA PENALIDADE
a(s) infração(ões) com a descrição sucinta dos fatos e a
indicação dos dispositivos legais pertinentes. Art. 12. Concluída a análise do processo administra-
§ 1º Instaurado o processo, far-se-á a respectiva ano- tivo, a autoridade do órgão ou entidade de trânsito
tação no prontuário do infrator, a qual não constituirá proferirá decisão motivada e fundamentada.
qualquer impedimento ao exercício dos seus direitos. Art. 13. Acolhidas as razões da defesa, o processo será
§ 2º A autoridade de trânsito deverá expedir notifi- arquivado, dando-se ciência ao interessado.
cação ao infrator, contendo no mínimo, os seguintes Art. 14. Não apresentada, não conhecida ou não aco-
dados: lhida a defesa, a autoridade de trânsito do órgão de
I - a identificação do infrator e do órgão de registro do registro do documento de habilitação aplicará a pe-
documento de habilitação; nalidade de suspensão do direito de dirigir.
II - a finalidade da notificação, qual seja, dar ciência Art. 15. Aplicada a penalidade, a autoridade de trân-
da instauração do processo administrativo para impo- sito do órgão de registro do documento de habilitação
deverá notificar o condutor informando-lhe:
sição da penalidade de suspensão do direito de dirigir
I - identificação do órgão de registro do documento de
por somatório de pontos ou por infração específica;
habilitação, responsável pela aplicação da penalidade;
III - a data do término do prazo para apresentação da
II - identificação do infrator e número do registro do
defesa;
documento de habilitação;
IV - informações referentes à(s) infração(ões) que
III - número do processo administrativo;
ensejou(aram) a abertura do processo administrativo,
IV - a penalidade de suspensão do direito de dirigir
fazendo constar:
aplicada, incluída a dosimetria fixada, e sua funda-
a) o(s) número(s) do(s) auto(s) de infração(ões); mentação legal;
b) órgão(s) ou entidade(s) que aplicou(aram) a(s) V - a data limite para entrega do documento de habi-
penalidade(s) de multa; litação físico ou para interpor recurso à JARI;
c) a(s) placa(s) do(s) veículo(s); VI - a data em que iniciará o cumprimento da pena-
d) tipificação(ões), código(s) da(s) infração(ões) e lidade fixada, caso não seja entregue o documento de
enquadramento(s) legal(is); habilitação físico e não seja interposto recurso à JARI,
e) a(s) data(s) da(s) infração(ões); e
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

nos termos do artigo 16 desta Resolução.


f) o somatório dos pontos, quando for o caso. § 1º O prazo de que trata o inciso V não será inferior
§ 3º A notificação será expedida ao infrator por re- a 30 (trinta) dias.
messa postal, por meio tecnológico hábil ou por outro § 2º No caso de perda, extravio, furto ou roubo do
meio que assegure a sua ciência. documento de habilitação físico válido, o condutor de-
§ 4º A ciência da instauração do processo e da data do verá providenciar a emissão da 2ª via, para que seja
término do prazo para apresentação da defesa tam- juntada ao processo, a fim de se dar início ao cumpri-
bém poderá se dar no próprio órgão ou entidade de mento da penalidade.
trânsito, responsável pelo processo, mediante certidão Art. 16. A data de início do cumprimento da penalida-
nos autos. de será fixada e anotada no RENACH:
§ 5º Da notificação constará a data do término do I - em 15 (quinze) dias corridos, contados do término
prazo para a apresentação da defesa, que não será do prazo para a interposição do recurso, em 1ª ou 2ª
inferior a 15 (quinze) dias contados a partir da data da instância, caso não seja interposto, inclusive para os
notificação da instauração do processo administrativo. casos do documento de habilitação eletrônico;
§ 6º A notificação devolvida, por desatualização do II - no dia subsequente ao término do prazo para en-
endereço do infrator no RENACH, será considerada trega do documento de habilitação físico, caso a pena-
válida para todos os efeitos legais. lidade seja mantida em 2ª instância recursal;
§ 7º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, III - na data de entrega do documento de habilitação
de repartições consulares de carreira e de representa- físico, caso ocorra antes das hipóteses previstas nos
ções de organismos internacionais e de seus integran- incisos I e II.
tes será remetida ao Ministério das Relações Exteriores § 1º Na notificação de resultado dos recursos de 1ª e
para as providências cabíveis, passando a correr os de 2ª instâncias deverão constar as informações defi-
prazos a partir do seu conhecimento pelo infrator. nidas no art. 15, no que couber.

96
§ 2º A inscrição da penalidade no RENACH conterá a IV - quando não houver abordagem, não será instau-
data do início e término da penalidade, período du- rado processo de cassação do documento de habili-
rante qual o condutor deverá realizar o curso de re- tação:
ciclagem. a) ao proprietário do veículo, nas infrações original-
§ 3º Cumprido o prazo de suspensão do direito de di- mente de sua responsabilidade;
rigir, caso o condutor não realize ou seja reprovado no b) nas infrações de estacionamento, quando não for
curso de reciclagem, deverá ser mantida a restrição no
possível precisar que o momento inicial da conduta se
RENACH, que deverá ser impeditivo para devolução
deu durante o cumprimento da penalidade de suspen-
ou renovação do documento de habilitação, impres-
são de 2ª via do documento de habilitação físico ou são do direito de dirigir.
emissão de Permissão Internacional para Dirigir - PID. V - é possível a instauração do processo de cassação
§ 4º Caso o condutor já tenha cumprido o prazo de do documento de habilitação do proprietário que não
suspensão do direito de dirigir e seja flagrado na con- realizar a indicação do condutor infrator de que trata
dução de veículo automotor sem ter realizado o cur- o art. 257, § 7º, do CTB.
so de reciclagem, e estiver portando o documento de § 2º Na hipótese prevista no inciso II do caput:
habilitação físico, esta deverá ser recolhida e caso não I - o processo administrativo será instaurado após
esteja portando ou se trate de documento eletrônico, esgotados todos os meios de defesa da infração que
caberá a autuação do art. 232 do CTB, observado o configurou a reincidência, na esfera administrativa,
disposto no § 4º do art. 270 do CTB. devendo o órgão executivo de registro do documento
Art. 17. Os órgãos e entidades executivos de trânsito de habilitação observar as informações registradas no
dos Estados e do Distrito Federal deverão aplicar a pe- RENAINF ou outro sistema;
nalidade de suspensão do direito de dirigir, conforme II – para fins de reincidência, serão consideradas as
o disposto no art. 261 do CTB. datas de cometimento das infrações, independente-
Art. 18. O documento de habilitação físico, que tiver
mente da fase em que se encontre o processo de apli-
sido entregue, ficará acostado aos autos e será devol-
cação de penalidade da primeira infração;
vido ao infrator depois de cumprido o prazo de sus-
III – em relação à primeira infração, serão aplicadas
pensão do direito de dirigir e comprovada a realização
e aprovação no curso de reciclagem, no caso de do- todas as penalidades previstas;
cumento de habilitação eletrônico este deverá ser re- IV – em relação à infração que configurar reincidên-
gularizado na forma estabelecida pelo Departamento cia, caso haja previsão de penalidade de suspensão do
Nacional de Trânsito. direito de dirigir, esta deixará de ser aplicada, em ra-
zão da cassação.
DA CASSAÇÃO DO DOCUMENTO DE HABILITAÇÃO § 3º Poderá ser instaurado mais de um processo admi-
nistrativo para aplicação da penalidade de cassação,
Art. 19. Deverá ser instaurado processo administrativo concomitantemente.
de cassação do documento de habilitação, pela auto- § 4º Após a aplicação da penalidade de cassação, o
ridade de trânsito do órgão executivo de seu registro, órgão executivo de trânsito de registro do documen-
observado no que couber as disposições dos Capítulos to de habilitação deverá registrar essa informação no
IV, V e VI, desta Resolução, quando: RENACH nos seguintes termos: “Documento de habili-

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


I - suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir tação cassado”, com as datas de início e de término da
qualquer veículo; penalidade, observado o disposto no art. 16.
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, Art. 20. Decorridos 02 (dois) anos da cassação do do-
das infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos cumento de habilitação, o infrator poderá requerer a
arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175, todos do CTB.
sua reabilitação, submetendo-se a todos os exames
§ 1º Na hipótese prevista no inciso I do caput:
necessários, na forma estabelecida no §2º do art. 263,
I - o processo administrativo será instaurado após
do CTB.
esgotados todos os meios de defesa da infração que
enseja a penalidade de cassação, na esfera adminis- Parágrafo único. Decorrido o prazo previsto no caput,
trativa, devendo o órgão executivo de registro do do- o condutor será considerado inabilitado até a conclu-
cumento de habilitação observar as informações re- são do processo de reabilitação.
gistradas no RENAINF ou outro sistema; Art. 21. A não concessão do documento de habilitação
II - caso o condutor seja autuado por outra infração nos termos do §3º do art. 148, do CTB, não caracteriza
que preveja suspensão do direito de dirigir, será aberto a penalidade de cassação da Permissão para Dirigir.
apenas o processo administrativo para cassação, sem Art. 22. No caso de perda, extravio, furto ou roubo do
prejuízo da penalidade de multa; documento de habilitação físico válido, o condutor de-
III - a autoridade de trânsito de registro do documento verá providenciar a emissão da 2ª via, para que seja
de habilitação do condutor, que tomar ciência da con- juntada ao processo, a fim de se dar início ao cumpri-
dução de veículo automotor por pessoa com direito de mento das penalidades de cassação do documento de
dirigir suspenso, por qualquer meio de prova em direi-
habilitação e de suspensão do direito de dirigir, que
to admitido, deverá instaurar o processo de cassação
iniciará em 10 (dez) dias corridos caso essa providên-
do documento de habilitação;
cia não seja adotada.

97
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS pelo órgão ou entidade de trânsito que o instaurou,
mesmo que haja transferência do prontuário para ou-
Art. 23. Esgotadas as tentativas para notificar o con- tra unidade da Federação.
dutor por meio postal ou pessoal, as notificações de § 2º Na hipótese do § 1º, o órgão ou entidade de trân-
que trata esta Resolução serão realizadas por edital, sito que aplicar a penalidade de suspensão do direito
na forma disciplinada pela Resolução CONTRAN nº de dirigir ou cassação do documento de habilitação
619, de 06 de setembro de 2016, e suas sucedâneas. deverá comunicá-la ao órgão executivo estadual de
Art. 24. Aplicam-se a esta Resolução, os seguintes pra- trânsito de registro do documento de habilitação do
zos prescricionais previstos na Lei nº 9.873, de 23 de condutor para o cadastramento da penalidade no RE-
NACH.
novembro de 1999:
§ 3º A interposição de recurso intempestivo não impe-
I - Prescrição da Ação Punitiva: 5 anos;
de o cadastramento da penalidade no RENACH.
II - Prescrição da Ação Executória: 5 anos;
Art. 26. A apresentação de defesas, recursos e outros
III - Prescrição Intercorrente: 3 anos. requerimentos previstos nesta Resolução poderá ser
§ 1º O termo inicial da pretensão punitiva relativo à realizada por meio eletrônico, quando disponível pelo
penalidade de suspensão do direito de dirigir será: órgão.
I - no caso previsto no inciso I do art. 3º desta Resolu- Art. 27. Os atos referentes aos processos de que trata
ção, o dia subsequente ao encerramento da instância esta Resolução deverão ser registrados no RENACH e
administrativa referente à penalidade de multa que no RENAINF.
totalizar 20 ou mais pontos no período de 12 meses; Art. 28. As disposições desta Resolução aplicam-se, no
II - no caso do inciso I do art. 8º desta Resolução, a que couber, à Permissão para Dirigir, à Autorização
data da infração; para Conduzir Ciclomotor e à Permissão Internacional
III - no caso do inciso II do art. 8º desta Resolução, o para Dirigir.
dia subsequente ao encerramento da instância admi- § 1º Havendo prazo a ser cumprido em relação a qual-
nistrativa referente à penalidade de multa. quer uma das penalidades previstas nesta Resolução
§ 2º O termo inicial da pretensão punitiva relativo à aplicada ao condutor portador de Permissão para Di-
penalidade de cassação do documento de habilitação rigir, o reinício do processo de habilitação de que trata
será: o § 4º do art. 148 do CTB somente se dará ao fim
I - no caso do inciso I do art. 19 desta Resolução, a desse prazo, ainda que a CNH já tenha sido emitida
data do fato; em razão de efeito suspensivo, dispensado o curso de
II - no caso do Inciso II do art. 19 desta Resolução, o reciclagem.
dia subsequente ao encerramento da instância admi- § 2º A não obtenção da CNH, tendo em vista a incapa-
nistrativa referente à penalidade de multa da infração cidade de atendimento do disposto no § 3º do art. 148
que configurou a reincidência. do CTB, não exige a instauração do processo adminis-
§ 3º Interrompe-se a prescrição da pretensão punitiva trativo descrito nesta Resolução.
com: Art. 29. Os prazos de suspensão do direito de dirigir
I - a notificação de instauração do processo adminis- para processo instaurado em decorrência da conta-
gem de 20 (vinte) ou mais pontos, em que haja uma
trativo;
ou mais infrações praticadas antes de 1º de novembro
II - a aplicação da penalidade de suspensão do direito
de 2016, serão os estabelecidos no art. 16 da Resolu-
de dirigir ou de cassação do documento de habilita-
ção CONTRAN nº 182, de 09 de setembro de 2005.
ção;
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Parágrafo único. Para os casos anteriores à publicação


III - o julgamento do recurso na JARI, se houver. da Deliberação CONTRAN nº 163/2017, que já tenha
§ 4º Suspende-se a prescrição da pretensão punitiva a penalidade inscrita no RENACH, mas não tenha data
ou da pretensão executória durante a tramitação de de início do cumprimento da mesma, os órgãos e en-
processo judicial, do qual o órgão tenha sido cientifi- tidades pertencentes ao SNT deverão adotar a medida
cado pelo juízo. administrativa de recolhimento da CNH e encaminhá-
§ 5º Incide a prescrição intercorrente no procedimento -la aos DETRANs de registro do documento para apo-
administrativo paralisado por mais de três anos. sição do início e fim do cumprimento da respectiva
§ 6º A declaração de prescrição acarretará o arqui- penalidade.
vamento do respectivo processo de ofício ou a pedido Art. 30. As informações de que trata o § 2º do art.
da parte. 16 referentes às penalidades aplicadas sob a égide da
§ 7º A declaração da prescrição das penalidades desta Resolução CONTRAN nº 182, de 2005, deverão ser
Resolução não implicará, necessariamente, prejuízo lançadas pelos órgãos executivos de trânsito no prazo
da aplicação das demais penalidades e medidas ad- de 12 (doze) meses da publicação desta Resolução, na
ministrativas previstas para a conduta infracional. forma estabelecida no art. 16.
Art. 25. No curso do processo administrativo de que
trata esta Resolução não incidirá nenhuma restrição Art. 31. Ficam convalidadas as penalidades e medidas
no prontuário do infrator, inclusive para fins de mu- administrativas aplicadas sob a égide da Resolução
dança de categoria do documento de habilitação, CONTRAN nº 182, de 2005.
renovação e transferência para outra unidade da Art. 32. Ficam revogadas as disposições da Resolução
Federação, até a efetiva aplicação da penalidade de CONTRAN nº 182, de 2005, com exceção do art. 16,
suspensão ou cassação do documento de habilitação. que permanecerá aplicável às infrações cometidas an-
§ 1º O processo administrativo deverá ser concluído tes de 1º de novembro de 2016.

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EXERCÍCIO COMENTADO HORA DE PRATICAR!

1. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP - 2013) 1. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP - 2013)
A velocidade mínima permitida pelo CTB nas vias é De acordo com o art. 96 do CTB, os veículos se classifi-
Os sinais de trânsito, de acordo com o art. 87 do CTB, cam quanto
classificam-se em verticais, horizontais,
a) à espécie, ao gênero e à finalidade.
a) dispositivos auxiliares, luminosos, sonoros e gestos. b) à tração, ao gênero e à espécie.
b) dispositivos auxiliares, luminosos, sonoros e de orien- c) ao gênero, à categoria e à finalidade.
tação. d) à tração, à espécie e à categoria.
c) luminosos, sonoros, gestos e de orientação. e) à espécie, à categoria e à finalidade.
d) perpendiculares, dispositivos auxiliares, luminosos e
sonoros. 2. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP - 2013)
e) perpendiculares, luminosos, sonoros e gestos. Os crimes de homicídio e lesão corporal previstos no CTB
são
Resposta: Letra A
De acordo com o art. 87, do CTB, os sinais de trânsito a) eventualmente culposos.
classificam-se em: verticais, horizontais, dispositivos b) eventualmente dolosos.
de sinalização auxiliar, luminosos, sonoros e gestos do c) culposos.
agente de trânsito e do condutor. d) dolosos.
e) culposos e dolosos.
2. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP - 2013) 3. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP -
Quanto à espécie, um ônibus é um veículo 2013) O art. 307 do CTB tem o seguinte texto: “Violar a
suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a
a) de carga.
habilitação para dirigir veículo automotor imposta com
b)de passageiro.
fundamento neste Código”. A infração a esse disposto
c) especial
acarreta
d) de tração.
e) misto.
a) detenção de 3 a 6 meses, com nova imposição adicio-
nal de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
Resposta: Letra B
b) detenção de 6 meses a 1 ano e multa.
Conforme disposto no art. 96, II, a, 9, do CTB, os veí-
c) multa.
culos classificam-se quanto à espécie de passageiros,
dentre eles, o ônibus. d) detenção de 3 a 6 meses e multa.
e) detenção de 6 meses a 1 ano, com nova imposição
adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proi-
3. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP - 2013) bição.

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Transitar com o veículo derramando ou lançando sobre
a via combustível ou lubrificante que esteja utilizando é 4. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP - 2013)
Nos termos do art. 61 e de seu § 1.º do CTB, a velocidade
a) infração leve, cuja penalidade é multa, e a medida ad- máxima permitida para a via será indicada por meio de
ministrativa consiste na retenção do veículo. sinalização. Onde não existir sinalização regulamentado-
b) infração grave, apenada com multa. ra, a velocidade máxima, nas vias urbanas, será:
c) infração grave, cuja penalidade é multa, e a medida
administrativa consiste na retenção do veículo. a) 60 km/h nas vias de trânsito rápido, 40 km/h nas vias
d) infração gravíssima, cuja penalidade é multa, e a me- arteriais, 20 km/h nas vias coletoras e 10 km/h nas vias
dida administrativa consiste na retenção do veículo. locais.
e) infração média, cuja penalidade é multa, e a medida b) 90 km/h nas vias de trânsito rápido, 70 km/h nas vias
administrativa consiste na retenção do veículo. arteriais, 50 km/h nas vias coletoras e 40 km/h nas vias
locais.
Resposta: Letra B c) 100 km/h nas vias de trânsito rápido, 80 km/h nas vias
Nos termos do art. 231, do CTB, transitar com o veícu- arteriais, 60 km/h nas vias coletoras e 50 km/h nas vias
lo, danificando a via, suas instalações e equipamentos, locais.
ou derramando, lançando ou arrastando sobre a via d) 80 km/h nas vias de trânsito rápido, 60 km/h nas vias
carga que esteja transportando, combustível ou lubri- arteriais, 40 km/h nas vias coletoras e 30 km/h nas vias
ficante que esteja utilizando, ou qualquer objeto que locais.
possa acarretar risco de acidente, considera infração e) 70 km/h nas vias de trânsito rápido, 50 km/h nas vias
gravíssima, com penalidade de multa, e medida admi- arteriais, 30 km/h nas vias coletoras e 20 km/h nas vias
nistrativa de retenção do veículo para regularização. locais.

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5. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP - 2013) e) teste do etilômetro com medição igual ou superior a
Nos termos do CTB, um veículo identifica-se, obrigatoria- 0,10 miligrama (0,10 mg/L) de álcool por litro de ar
mente, por expirado mais sinais de alteração da capacidade psi-
comotora.
a) documento e placa traseira.
b) gravação do chassi ou monobloco e placas dianteira 9. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP - 2013)
e traseira. De acordo com o art. 17 do CTB, são competências das
c) documento e gravação do chassi ou monobloco. JARIs:
d) documento e placas dianteira e traseira.
e) gravação do chassi ou monobloco. a) julgar recursos, solicitar informações das entidades
executivas e rodoviárias de trânsito sobre recursos in-
6. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP - 2013) terpostos e encaminhar informações sobre problemas
A indicação de representante para compor a comissão isolados nas autuações.
examinadora de candidatos portadores de deficiência b) opinar sobre recursos, solicitar informações das enti-
física à habilitação para conduzir veículos automotores dades executivas e rodoviárias de trânsito sobre re-
compete cursos interpostos e encaminhar informações sobre
problemas comuns às autuações.
a) ao CETRAN e ao CONTRANDIFE. c) julgar recursos, solicitar informações das entidades
b) à JARI. executivas e rodoviárias de trânsito sobre recursos in-
c) ao DETRAN. terpostos e encaminhar informações sobre problemas
recorrentes nas autuações.
d) ao DENATRAN.
d) opinar sobre recursos, determinar providências às en-
e) ao CONTRAN.
tidades executivas e rodoviárias e encaminhar infor-
mações sobre problemas comuns às autuações.
7. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP - 2013)
e) opinar sobre recursos, determinar providências às en-
Para a suspensão do direito de dirigir, por pontuação,
tidades executivas e rodoviárias e encaminhar infor-
será instaurado processo administrativo para aplicação mações sobre problemas recorrentes nas autuações.
da penalidade com seguinte fórmula:
10. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP -
a) ao ultrapassar 20 pontos, o restante permanecerá em 2013) Nos termos da vigente legislação de trânsito,
saldo para o período seguinte de 12 meses em outro compete às Polícias Militares dos Estados e do Distrito
processo. Federal:
b) será instaurado um único processo quando a soma-
tória dos pontos atingir 20 pontos no período de 18 a) fiscalizar o trânsito, como agente, em convênio com
meses. órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com au-
c) será instaurado um único processo quando a soma- toridade sobre a via, junto com os demais agentes cre-
tória dos pontos, no período de 12 meses, atingir 20. denciados.
d) serão instaurados processos distintos quando a soma- b) fiscalizar o trânsito, como titular, sem convênio com
tória dos pontos, no período de 18 meses, atingir 20. órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com au-
e) será instaurado um único processo quando a soma- toridade sobre a via, junto com os demais agentes cre-
tória dos pontos atingir 15 pontos no período de 12 denciados.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO

meses. c) observar o trânsito, como agente, em convênio com


órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com au-
8. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP - 2013) toridade sobre a via, exceção feita aos demais agentes
Para aferição da alcoolemia na caracterização da infração credenciados.
administrativa do art. 165 do CTB, a resolução CONTRAN d) fiscalizar o trânsito, como agente, em convênio com
432/2013 estabelece os seguintes critérios: órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com au-
toridade sobre a via, exceção feita aos demais agentes
a) exame de sangue com qualquer concentração de ál- credenciados.
cool e sinais de alteração da capacidade psicomotora. e) fiscalizar o trânsito, como titular, sem convênio com
b) teste do etilômetro com medição igual ou superior a órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com au-
0,05 miligrama (0,05 mg/L) de álcool por litro de ar toridade sobre a via, exceção feita aos demais agentes
expirado ou exame de sangue com concentração igual credenciados.
ou superior a 6 decigramas (6 dg/L) de álcool por litro
de sangue. 11. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP -
c) teste do etilômetro com medição igual ou superior a 2013) Espaço livre destinado pela municipalidade à cir-
0,05 miligrama (0,05 mg/L) de álcool por litro de ar culação, parada ou estacionamento de veículos, ou à cir-
expirado mais sinais de alteração da capacidade psi- culação de pedestres, é
comotora.
d) exame de sangue com qualquer concentração de ál- a) passagem.
cool ou teste do etilômetro com medição igual ou su- b) rua.
perior a 0,05 miligrama (0,05 mg/L) de álcool por litro c) caminho.
de ar expirado ou sinais de alteração da capacidade d) avenida.
psicomotora. e) logradouro público.

100
12. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP -
2013) São requisitos para o candidato proceder à aber-
tura do processo de habilitação:
GABARITO

a) ser maior de 18 anos, saber ler e escrever e possuir 1 D


documento de identidade.
b) ser penalmente imputável, saber ler e escrever e pos- 2 C
suir documento de identidade e CPF. 3 E
c) ser maior de 18 anos, saber ler e escrever e possuir
4 D
documento de identidade ou outro documento.
d) ser penalmente imputável e possuir documento de 5 B
identidade e CPF. 6 A
e) ser maior de 18 anos e possuir documento de identi-
7 C
dade e CPF.
8 D
13. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP - 9 C
2013) O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece
ordem de prevalência na sinalização. Assinale a alternati- 10 A
va que expressa essa hierarquia. 11 E
12 B
a) Sinais, normas, ordens do agente e semáforo.
b) Normas, sinais, semáforo e ordens do agente. 13 E
c) Normas, semáforo, sinais e ordens do agente. 14 C
d) Ordens do agente, sinais, semáforo e normas. 15 B
e) Ordens do agente, semáforo, sinais e normas.

14. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP -


2013) As vias abertas à circulação, de acordo com sua
utilização, classificam-se em:

a) urbanas (trânsito rápido, coletora, servidão e local) e


rurais (rodovias, estradas e arterial).
b) urbanas (trânsito rápido, rodovias, estradas e passa-
gens) e rurais (local, coletora e arterial).
c) urbanas (trânsito rápido, arterial, coletora e local) e ru-
rais (rodovias e estradas).
d) urbanas (trânsito rápido, arterial, rodovias e coletora) e
rurais (estradas, passagens e local).
e) urbanas (trânsito rápido, arterial, passagens e coletora)
e rurais (rodovias, estradas e locais).

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO


15. (DETRAN-SP – Agente de trânsito – VUNESP -
2013) A velocidade mínima permitida pelo CTB nas vias é

a) a metade da máxima estabelecida, independentemen-


te das condições da via e do trânsito.
b) a metade da máxima estabelecida, respeitadas as con-
dições da via e do trânsito.
c) 70% da máxima estabelecida, respeitadas as condições
da via e do trânsito.
d) 60% da máxima estabelecida, respeitadas as condi-
ções da via e do trânsito.
e) 60% da máxima estabelecida.

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ANOTAÇÕES

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