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Resumo- Capítulo A Psicogênese DA Língua Escrita- Versão


Final
Letramento E Alfabetização (Universidade Estadual do Paraná)

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Baixado por Thaise Gama (thaisegama3@gmail.com)
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A criança, desde a sua pouca idade, é reprodutora e produtora de textos.


Pode-se observar nas crianças tentativas claras de escritas que passam por fases
que correspondem aos momentos do seu próprio desenvolvimento, no entanto, é
necessário a distinção entre a imitação da escrita e a interpretação da escrita. Com
o objetivo de responder a inquietação de como ocorre a aquisição da leitura e da
escrita, de acordo com o conteúdo exposto em Psicogênese da língua escrita, as
crianças passam por cinco níveis até que estejam alfabetizadas. Para compreender
sobre a escrita da criança, o texto evidencia alguns estudos realizados de várias
maneiras com crianças: pedindo-lhes que escrevessem o nome próprio, nome de
algum amigo ou familiar, entre outros. Os resultados obtidos, suscitaram em
pesquisas e formulações de níveis ordenados para análise da língua escrita. No
nível I, escrever é reproduzir os traços da escrita que a criança identifica como forma
básica de escrita. Neste sentido, se a escrita básica for a de impressa, será
reproduzido grafismo com características que são próprias desse forma de escrever:
letras separadas entre si e compostas por linhas curvas e retas; já, se a forma de
escrita for cursiva, os grafemas serão unidos e com uma linha ondulada. No que se
refere a interpretação da escrita, neste nível, a intenção do escritor é mais
considerada que os resultados objetivos de sua escrita. Neste momento, fica
evidente que a escrita não funcionará como forma de transmissão de conteúdo, visto
que, cada escritor interpretará sua própria escrita, mas não poderá interpretar a do
outro. Nesta fase, outro fator interessante e muito comum, é que as crianças,
enquanto criam hipóteses de escritas, associem o tamanho das palavras com letras
de seu próprio nome –provavelmente a criança já terá tido contato com as letras de
seu nome –, com o tamanho ou idade dos objetos a serem representados pela
escrita – não há distinção entre a imagem das coisas e as palavras que as
representam – e misturem com desenhos para garantir o significado do que
pretendem mostrar. Se a letra tida como forma básica de escrita for a de impressa, é
comum também que haja a aparição de números, já que essa forma de grafismo se
aproxima de números e letras. Dessa forma, observa-se que cada letra vale pelo
todo e que, neste nível, a criança faz uma leitura global da escrita. No nível II, a
forma dos grafismos é mais definida e mais próxima à das letras. As crianças que se
encontram nessa fase compreendem, também, que para escrever coisas diferentes

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deve haver diferenças na escrita, no entanto, mesmo neste momento, nota-se a falta
de grafismos, introdução de letras aleatórios para escrever algo e alternância na
ordem das letras. Cabe enfatizar que no momento que a criança identifica que
elementos diferentes podem criar totalidades diferentes, acontece um grande salto
no desenvolvimento cognitivo, associado ao progresso da escrita. Durante o curso
desse desenvolvimento, a criança pode, também, ter adquirido modelos estáveis de
escritas, formas fixas, em que se destaca seu nome próprio. Cada letra vale como
parte de um todo e não tem valor em si mesma. É importante ressaltar que a
aquisição de formas fixas de escrever está intrinsecamente ligada e sujeitas aos
aspectos culturais e pessoais e que, a partir desta aquisição, aparecem dois tipos de
reações que são opostos: bloqueio e utilização dos modelos para escrever outras
coisas. O bloqueio é compreendido a partir da ideia de que se aprendemos a
escrever copiando outras escritas, quando há ausência desse modelo, não há
possibilidades de escritas. Já a utilização dos modelos conhecidos para elaborar
novas escritas, somente difere do nível anterior, no fato de que as letras são mais
fáceis de serem identificadas e que uma disponibilidade maior de formas gráficas.
No nível III, denominado pela hipótese silábica, a criança atribui tentativas de
apresentar um valor sonoro em cada uma das letras encontradas na escrita. Nesta
etapa, cada letra vale uma sílaba e, sendo assim, conforme exemplificado no texto
pelas autoras, para se escrever “SAPO” a criança escreve “AO”, onde faz o uso das
vogais para corresponder uma grafia a cada sílaba. Nesse nível hipótese silábica, há
duas características importantes que desaparecem da escrita até então utilizadas,
são as exigências de variedade e de quantidade mínima de caracteres. A criança,
portanto, descobre que a quantidade de letras que utilizará para escrever uma
palavra, pode corresponder com a quantidade de partes em que ela reconhece
quando a emite oralmente. O Nível IV, caracteriza-se pela passagem silábica para a
alfabética. Neste nível, existem duas maneiras/formas de se corresponder os sons e
as grafias: a silábica, que é distinguida pelo som produzido a uma emissão de voz; e
a alfabética, definida pela análise fonética, elementos sonoros da linguagem que
apresentam letras em seu correspondente. A exemplo deste nível silábico-alfabético,
“MARIA PAULA” escreve “MAIA PAUL”, “MESA” se escreve “EZA”. Portanto, nesta
época ocorrem as análises sonoras da palavra, juntamente as várias
perguntas/pedidos de reasseguramento da criança, onde ela pode perguntar “qual é

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o to?” E em seguida, “qual é o T?”, perguntas que se referem ou a uma sílaba, ou a


um fonema isolado. Na sequência, há o nível V, considerado o final desta evolução,
denominado por: a escrita alfabética. Neste nível a criança já consegue
compreender os fonemas e as grafias, ou seja, já passou pela barreira de códigos,
compreende que cada caractere de uma palavra apresenta um valor sonoro menor
que a sílaba, e consegue ler e expressar o que pensa ou fala por meio da análise
sonora dos fonemas à palavra que irá escrever. Neste momento, a dificuldade
apresentada pela criança será na ortografia, mas não no que se refere a escrita em
seu sentido estrito, por exemplo, a criança ao escrever “MESA” pode ser que
escreverá “MEZA”. Sua confusão se concentrará no campo sonoro e qual letra
deverá utilizar, contudo, é possível a distinção de letra e sílaba, palavra e frase.
Dessa forma, fica notório que toda criança passa por níveis ordenados, e, a medida
que a criança entende que é possível ler e escrever o que se fala, é que ela
compreende a natureza e a lógica do sistema alfabético. As autoras expõe, também,
a importância da aquisição da leitura e da escrita para o desenvolvimento cognitivo,
além de explicitar o que acreditam ser a definição de escrita, inferindo à ultima
como um objeto significante que direciona ao significado.

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