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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XII


COLEGIADO DO CURSO DE PEDAGOGIA
GUANAMBI-BAHIA
Disciplina Processos de Alfabetização
Profª: Sônia Maria Alves de Oliveira Reis
Discente: Tatiane Rodrigues Gomes

ATIVIDADE AVALIATIVA – Valor (10 pontos).

INSTRUÇÕES:
1) A atividade avaliativa deverá ser respondida individualmente.
2) Serão considerados nas respostas às questões dissertativas: capacidade de síntese, coerência,
clareza e, principalmente, autonomia das ideias.

Responda as questões objetivas (1 e 2).

1 A teoria de Emília Ferreiro propõe explicar o processo de construção da linguagem escrita


pela criança. A respeito dessa teoria, analise os itens abaixo:
I. Antes de iniciar um processo de alfabetização formal, a criança já construiu interpretações e
elaborações internas a respeito da língua escrita.
II. As garatujas produzidas pelas crianças não são simples desenhos sem sentido, pois podem
representar a maneira pela qual interpreta os sinais ao seu redor.
III. A aprendizagem da linguagem escrita é a construção de um sistema de representação.
IV. O nível silábico e o nível silábico-alfabético são níveis de conceitualização da escrita segundo
Emília Ferreiro.

Assinale a alternativa correta:

A) Apenas o item IV está incorreto.


B) Apenas os itens II e III estão incorretos.
C) Apenas os itens I e III estão corretos.
D) Apenas o item IV está correto.
E) Todos os itens estão corretos.

2 A Psicogênese da língua escrita estabelece níveis de conceitualização que revelam as


hipóteses das crianças acerca da aquisição da leitura e da escrita. De acordo com Emília
Ferreiro, podemos afirmar que

I. no nível denominado Pré-Silábico, a criança tem leitura global, individual e instável do que
escreve: só ela sabe o que quis escrever.
II. no nível denominado Silábico, já supõe que a escrita representa a fala; tenta fonetizar a escrita e
dar valor sonoro às letras.
III. no nível denominado Silábico-Alfabético, já supõe que a menor unidade de língua seja a sílaba.
IV. no nível denominado Silábico a criança não estabelece vínculo entre fala e escrita; demonstra
intenção de escrever através de traçado linear com formas diferentes; usa letras do próprio nome ou
letras e números numa mesma palavra.
V. no nível denominado Silábico-Alfabético, a criança passa a fazer uma leitura termo a termo; (não
global).

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VI. no nível denominado Silábico-Alfabético, a criança consegue combinar vogais e consoantes
numa mesma palavra, numa tentativa de combinar sons, sem tornar, ainda, sua escrita socializável.
VII. no nível denominado Silábico-Alfabético, a criança compreende o modo de construção do
código da escrita.
VIII. no nível denominado Alfabético, a criança pode omitir letras.
IX. no nível denominado Alfabético, a criança é ortográfica.

Assinale a alternativa que contemple as assertivas corretas.

A) Apenas I, II, III, VI, VII e IX.


B) Apenas I, II, VII e VIII.
C) Apenas II, V, VI, VII, VIII e IX.
D) Apenas II, III, IV, VI, VIII e IX.
E) Apenas I, II, V, VI e VIII.

QUESTÕES DISSERTATIVAS:

A partir da situação fictícia apresentada a seguir, responda a questão 03


Ana Carolina, professora de uma escola pública de ensino fundamental, séries iniciais, procurou a
coordenadora pedagógica para relatar que uma aluna de sua turma da 2º ano do ensino fundamental
vem apresentando dificuldades de aprendizagem na escrita e na leitura, especialmente: trocar e
“engolir” letras na escrita; pular palavras na leitura e errar ditado.

3 Hipotetizando que você fosse professor(a) alfabetizador(a) nessa escola, a partir de seus
conhecimentos prévios, como trabalharia com essa aluna?

Inicialmente começaria com um poema, onde seria entregue uma cópia do poema para cada aluno e
em seguida será feita a leitura deste de forma coletiva para que todos aprendessem o texto. Após
esta etapa, iria fragmentar o poema por linhas e misturar para que eles a colocassem em ordem. Na
sequência de forma coletiva serão selecionadas algumas palavras onde individualmente e no
caderno eles irão fazer a separação das silabas destas palavras. Por fim iremos escrever estas silabas
em uma cartolina, recortar e fazer um circulo no chão onde as silabas estarão espalhadas e
tentaremos formar novas palavras com elas.

4. Veja essa amostra de escritas de crianças matriculadas na Escola X do município de Guanambi:

a) Palavras escritas por crianças da educação infantil, de aproximadamente 5 anos de idade:

2
b) Palavras escritas por crianças do 1º ano do ensino fundamental, de aproximadamente 6 anos
de idade:

A/4

Responda:
a) Você considera que essas crianças da educação infantil da Escola X do município de
Guanambi já se encontram alfabetizadas, ou seja, já descobriram adequadamente as relações
fonológicas entre sons da fala (fonemas) e letras da escrita (grafemas)? Justifique.

Apenas uma delas, Pois ao analisar nota-se que o AI1 se encontra no nível silábico com valor
sonoro, pois ele representa uma por meio de uma vogal ou consoante cada silaba atribuindo o valor
sonoro devido de cada silaba aqui ela começa a atribuir letras ao valor sonoro das silabas.
AI2 encontra-se no nível pré-silabico, pois não faz uma relação com o som, e atribui de forma
aleatória de acordo com o tamanho sendo que coisas grandes devem ter nomes grandes e coisas
pequenas devem ter nomes pequenos, não relacionando a fala com a escrita. Já o AI3 está no nível
silábico alfabético, pois ele já representa o som da fala, faz a combinação de vogais e consoantes
para chegar ao som.

b) Para que você acha que as crianças do 1º ano do ensino fundamental, de aproximadamente 6
anos de idade usa o símbolo ç ? O que você acha que elas estão marcando com esse
símbolo? É simples invenção?

Para reproduzir os traços da escrita, complementar as sentenças, seria como uma forma de variação
de caracteres. Nesta sentença ele estaria sendo utilizando para complementar a escrita da sentença,
pois neste nível pré-silábico a criança considera como palavras as que são escritas com mais de 3
letras, então ela faz o uso, do “Ç” para complementar de forma aleatória.

5. Veja o seguinte texto de um aluno de ensino fundamental da rede privada de Guanambi:


trata-se de um aluno do 3º ano do ensino fundamental, tido como aluno fraco e encaminhado
para o atendimento extraescolar (primeiramente bancas de reforço escolar e, em seguida,
psicopedagogo):

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a) Categorize os “erros” ortográficos desse aluno pelo tipo de correspondência fono-ortográfica
e veja em que tipo de processo ele mais incide.

Na escrita do aluno nota-se a omissão de letras, junção ou separação não convencional das
palavras, inversão de letras, transcrição fonética, falta de pontuação e o uso indevido de
acentos. Nota-se também que ele se encontra no nível alfabético, pois ele já percebe a
função social da escrita, escreve de acordo com o fonema, compreende a construção do
código da escrita, produz textos de forma convencional, contudo a sua escrita ainda não é
socializável.

b) De acordo com a categorização que você fez, a que tipo de conteúdos de ortografia você
daria prioridade ao ensinar a alunos como esse? Que tipo de atividade proporia?

A reescrita de textos e mais produções textuais, coesão e coerências das frases, pontuação, a escrita
de palavras e o uso adequado das letras. Seria viável uma revisão de todas estas ortografias
anteriormente citadas, e saber o que é cada uma e como usar devidamente por meio de exercícios de
prática, logo mais a reescrita de poemas, histórias, piadas de diversos gêneros textuais que estes já
tenham tido acesso, e só assim retornaria a escrita livre de temas variados que estes viriam a
construir no decorrer das aulas.

6. Observe, a seguir, diferentes escritas de crianças em processo de alfabetização. Algumas delas


foram feitas antes de as crianças entrarem para a escola. Mas todas resultaram de ditados feitos por
adultos – professores ou não. Foram esses adultos que escreveram o que as escritas infantis queriam
dizer.

Na verdade, essas crianças estão "brincando" de escrever, estão tentando "imitar" a


escrita dos adultos alfabetizados. Mas, para simular essa escrita, estão manifestando
seu pensamento sobre o que é a escrita e como ela funciona.

Escrita 1

4
Escrita 2

Escrita 3

Escrita 4

5
Escrita 5
REI DA SEUVA
PASARINO
TUBARANO
QROQRODILO

A) Por meio dessas escritas, analise e evidencie:


 O que as crianças devem pensar sobre a escrita para escrever desse modo? Para isso, utilize o
quadro abaixo.
O que a criança pensa sobre a escrita?
Escrita 1 PRÉ-SILABICA
Ela acredita que desenhar e escrever tem o mesmo significado, e assim ela se
aventura pela escrita e por meio da reprodução de desenhos equivalentes.
Escrita 2 PRÉ-SILABICA
Está supõe que a escrita representa o nome dos objetos, sendo que coisas grandes
devem ter nomes grandes e a pequena tem nomes pequenos, desenhado e
rabiscando o equivalente ao tamanho.
Escrita 3 SILABICO COM VALOR SONORO
Neste caso a criança já percebe a correspondência entre as letras e o que é falado,
atribuindo valor de sílaba, onde cada sílaba é representada por uma vogal ou
consoante equivalente à silaba.
Escrita 4 SILABICO SEM VALOR SONORO
Representa de forma aleatória um a letra para cada silaba
Aqui a criança não percebe a correspondência do som com a silaba especifica,
então ela representa cada sílaba como uma letra aleatória.
Escrita 5 ALFABÉTICO
Por fim, esta apresenta estabilidade na escrita e conhece o valor sonoro das
letras, contudo ela procura adequar a escrita à fala surgindo assim algumas
dificuldades ortográficas.

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7 Débora tem 12 anos e já “repetiu de ano” duas vezes. Ela está numa turma equivalente ao 5º ano do
Ensino Fundamental. Lê e escreve com tanta dificuldade que não se considera alfabetizada. Numa
entrevista com a coordenadora de sua escola, ela disse: “não sei escrever direito; quando faço alguma
coisa, faço errado”. Na mesma entrevista, quando indagada sobre as pessoas que, em sua casa, sabem
ler e escrever, ela respondeu que todos sabiam, menos ela e sua irmã. Sua irmã está no 4º ano do
Ensino Fundamental e tem dez anos.

O caso de Débora baseia-se em diferentes casos reais de crianças com dificuldades no


aprendizado da leitura e da escrita. Mas a maior parte das informações foi extraída de
casos relatados e analisados pela professora Ana Maria Prado Barbosa. Ela atua como
docente e como coordenadora na rede de ensino do Estado de Minas Gerais.

Débora vive na região metropolitana de Belo Horizonte, na periferia de uma das várias
cidades que compõem essa região. Sua família é pobre e, às vezes, passa por períodos difíceis.
Mas seus pais são alfabetizados e, de acordo com ela, sua mãe, “anota as coisas para não ficar
devendo” e seu pai “costuma escrever as contas”. De outras pessoas que, na vizinhança, usam a
escrita, Débora lembra-se de uma vizinha que escreve para saber “o que faz no serviço e as coisas
que está precisando em casa”.
Débora já sabe que a escrita representa sons da língua, o que é um passo muito importante em
seu processo de alfabetização. Ela escreve e lê corretamente muitas palavras: algumas porque
decorou sua forma; outras porque são mais simples. Por exemplo, num ditado, escreveu
corretamente “caneta” e “caderno”, dentre outras palavras.
Mas Débora apresenta também erros de escrita estranhos, que não condizem com seus
acertos: ela troca sempre, por exemplo, o P pelo T, duas letras muito diferentes graficamente e que
representam sons também muito diferentes, escrevendo “latis”, em vez de “lápis”; “latiseira”, em
vez de “lapiseira”. Débora, do mesmo modo, escreve de maneira pouco previsível outras palavras:
“zir”, em vez de “giz”, “sena”, em vez de “semana”, “trino”, em vez de “tio”.
Na leitura, a lentidão, a hesitação e a necessidade de decompor cada sílaba mostram como,
para ela, é difícil decodificar palavras. Tão difícil que, lendo textos, o sentido de palavras e
passagens se perde. Débora manifesta várias dificuldades na leitura: não consegue ler globalmente
as palavras; sílabas pouco comuns (e, em geral, mais difíceis para um aprendiz) terminam por exigir
um grande dispêndio de tempo e de energia, como em “elefante”, “tigre”, “leão” e “coelho”.
Com certeza, Débora já sabe muitas coisas importantes sobre a linguagem escrita. Mas
deveria saber muito mais aos 12 anos, no 5º ano do Ensino Fundamental: em razão de suas
dificuldades na codificação e na decifração de palavras, apresenta sérias limitações para escrever e
ler textos; apresenta sérias limitações para usar a escrita na escola para aprender novos conteúdos e
para desenvolver novas habilidades.

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De acordo com as informações da coordenadora da escola onde Débora estuda, ela é uma
menina bem comportada e quieta. Está sempre com o uniforme limpo, o cabelo arrumado em
tranças que correm rentes à sua cabeça. No recreio, conversa com os colegas, brinca, corre. Débora
é uma menina que não possui qualquer deficiência cognitva ou linguística.
A coordenadora da escola de Débora estava fazendo uma complementação de seu curso de
Pedagogia. E Débora se correspondeu com um dos professores da coordenadora. Na primeira carta,
ela escreveu, com a ajuda da coordenadora:

CEALE. Ciclo Inicial de Alfabetização. Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, 2004.
p.12-14.

Na primeira carta, o professor disse a Débora para desculpá-lo pela letra ruim. Foi por isso que ela
respondeu que não era para se preocupar com a sua letra.

a) Responda:
 Essa aluna está alfabetizada? Por quê?

Sim, Pois Débora já consegue ler e escrever algumas palavras, e consegue também compreender
e escrever textos.

 Que conhecimentos e capacidades já possuem?

Débora já sabe que a escrita representa sons da língua. Ela escreve e lê corretamente muitas
palavras: algumas porque decorou sua forma; outras porque são mais simples.

 Que conhecimentos precisam desenvolver?

Ela precisa se desenvolver mais na escrita, pois ela apresenta erros de escrita estranhos. Na leitura
também, pois ela apresenta lentidão, dificuldade na decodificação das palavras, hesitação e a
necessidade de decompor cada sílaba para fazer a leitura.

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 Considerando as informações sobre a presença da linguagem escrita no contexto em que
vive Débora, você julga que, para ela, seria importante que a sala de aula fosse um ambiente
alfabetizador? Por quê?

Não, o ideal seria o alfabetizar letrando, pois Débora já é alfabetizada e para que se efetive de forma
mais efetiva e significativa ela tinha que passar para um nova fase que seria usar a escrita, pois ela
já descobriu e aprendeu ela, e com esta prática do alfabetizar letrando que consiste em ensinar a ler
e escrever no contexto das práticas sociais e da escrita Débora teria um avanço ainda mais
significativos.

 Débora é letrada? Justifique sua resposta.

Não, pois ser letrado quer dizer ler e produzir textos de diversos tipos e gêneros, ser letrada é uma
condição ainda mais complexa que ser alfabetizada, pois consiste em uma formação ainda mais
ampla que vai além do apenas saber ler e escrever usualmente.

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