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NOME: DANIELA LOPES DE ASSIS CAMILO RA: 8167715

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Portfólio 2

RELATÓTIO FINAL

Orientadora: Profa. Me. Alessandra Corrêa Farago

SÃO PAULO
2022
Introdução

O trabalho a seguir é sobre o desenvolvimento da alfabetização, trata de análisar amostras de


escritas infantis com base na Psicogênese da lingua escrita, a evolução do processo, e como
identificar as hipóteses de escritas, que tem o professor como um mediador e o aluno como o
protagonista. Antes de tudo é preciso estar ciente que há diferentes níveis de saberes na sala
de aula, e o desenvolvimento das habilidades linguísticas e comunicativas de ler, escrever,
falar e ouvir com compreensão, não acontece espontaneamente, precisam ser ensinadas
sistematicamete, sobretudo nos anos iniciais.Foi realizado uma sondagem e avaliação com
uma criança a fim de diagnosticar a hipotese de escrita apresentada por ela.

Também foi desenvolvido um plano de aula, cujo tema foi alfabetização, uma ferramenta que
norteia as atividades no dia a dia com os alunos, auxiliando o trabalho docente. É importante
que o plano de aula seja coerente com a realidade do aluno, um roteiro á ser seguido para
alcançar os objetivos traçados inicialmente e deve ser alinhado a BNCC, estruturado com as
competências e habilidades condizentes.

A teoria da Psicogênese tem como base o processo da construção da escrita, focando na


criança como protagonista do seu aprendizado.Toda criança passa por fases até ser
alfabetizado, cada aluno tem o seu tempo para transpor cada uma das etapas, e depende de
muitos fatores, podemos citar a qualidade de estimulação e da linguagem. foi formulada e
comprovada por duas psicolinguistas argentinas, Ferreiro e Teberosky.

Ferreiro e Teberosky(1999) acentuam que as crianças aquirem o conhecimento da escrita


através do desenvolvimento cognitivo, onde o ambiente social torna-se importante para o
desenvolvimento da escrita antes do início da alfabetização. Os resultados das autoras
originaram-se de pesquisas e observações de situações pedagógicas, nas quais as crianças
escreviam palavras pequenas nas frases que falavam. A correlação entre as letras e os
segmentos sonoros foi observada fundamentamente por meios da leitura efetuada pelas
crianças(FERREIRO;TEBEROSKY, 1999, p.43).

Emília Ferreiro (2004) com base em Piaget, comprova que a escrita é uma produção social e
como tal sofre inúmeras transformações. Nessa perspectiva, o aprendizado do sistema da
escrita: concebido como resultado de processo ativo no qual o sujeito da apredizagem, desde
seus primeiros contatos com a escrita , constrói e reconstrói hipóteses sobre a natureza e o
funcionamento da língua escrita.

A teoria exposta em “Psicogênese da Língua Escrita” revela que toda criança passa por quatro
fases até sua alfabetização:

· · pré-silábica: quando ainda não consegue relacionar as letras com os sons da língua
falada;

· silábica: quando interpreta de sua maneira, atribuindo valor a cada sílaba;

· silábico-alfabética: quando mistura a lógica da fase anterior com a identificação de


cada silaba;

· alfabética: quando já tem domínio sobre o valor das letras e sílabas.

Objetivos

O trabalho tem como objetivo nos mostrar como compreender a Psicogênese da Língua Escrita
e as hipóteses de escrita ao analisar amostras de escritas infantis.Também como devemos
realizar uma sondagem diagnóstica e registro para acompanhamento dos avanços da
aprendizagem da alfabetização.

De como funciona a organização do trabalho pedagógico de alfabetização, e de que forma


trabalhar desenvolvendo as competências e habilidades dispostas na BNCC.

Descrição detalhada, analítica e reflexiva de todas as etapas desenvolvidas:

1ª etapa - Análise dos vídeos

Análise do vídeo: Alfaletrar- fases icônica, garatuja e pré-silábica


As primeiras fases da aprendizagem da linguagem escrita, um processo que requer muita
atenção e sensibilidade do professor, no início a criança quando lhe é pedido que escreva algo,
ela desenha, porque ela não sabe que oque se representa são os sons das palavras e não
oque a palavra é, por isso é chamada geralmente de fase icônica, por representar as palavras
como ícones. Depois elas passam para a fase de garatujas, elas vêem que as pessoas não
estão desenhando, e pelo fato de se escrever, na maioria das vezes, com letras cursivas elas
começam a fazer as garatujas, e elas ainda não percebem que as palavras representam o som,
para se dar esse salto é preciso dar atividades que elas prestem atenção nos sons, por isso a
importância das atividades com músicas na educação infantil, as rodas com as cantigas. E já
quando elas conseguem diferenciar os sons e sílabas, mas usam as letras de forma aleatória, e
a quantidade difere da fala para a escrita elas estão na fase pré silábica.

Análise do vídeo: Alfaletrar- fase silábica sem /com valor sonoro

A fase silábica sem valor sonoro é o momento que a criança começa a perceber que a cadeia
sonora que á palavra segmentada, é dividida por pedacinhos, que são as sílabas, usam uma
letra aleatória para cada sílaba, embora ainda não saibam o conceito de sílabas. Nesta fase a
professora precisa intensificar os sons das letras, para que a criança identifique a letra que
representa, e costumam confundir as letras que tem os sons parecidos,como por exemplo o P
com o B, a partir desse momento elas passam a usar as letras que tem o som mais forte para
representar aquela sílaba, essa fase é identificada como silábica com valor sonoro.

Análise do vídeo: Alfaletrar- fase silábica- alfábética e alfabética

Na fase do silábico alfabético a intervenção da professora é muito importante para ajudar a


organizar os pensamentos e representar os sons que são percebidos mais claramente,
caracteriza-se pela correspondência entre fonemas e grafemas, a criança ainda escreve como
se pronúncia, sem considerar as normas de ortografia, incentivar o aluno a ler oque escreveu
ajuda a perceber os sons e quais letras usar. Passa-se rápidamente para o alfabético, que é
escrever uma letra para cada fonema, ainda que se escreva PETEKA com K, pois ainda ela
não está ortográfica.

2ª parte- Análises das Amostras de Escritas

Escrita 1 - Antônio
A amostra caracteriza-se como silábico alfabética, intermediário, ora escreve silábicamente
ora alfabeticamente, quase alfabético.

Escrita 2 - Odirley

A amostra caracteriza-se como garatujas, quer imitar uma letra cursiva, tem convenção de
escrita, de cima para baixo, e da esquerda para direita.

Escrita 3 - Fernando

A amostra caracteriza-se como silábico alfabética, intermediário, ora escreve silabicamente


ora alfabeticamente, quase alfabetizado, com problema de segmentação sem espaço.

Escrita 4 - Pedro

A amostra caracteriza-se como alfabética, próxima á escrita convencional, ainda não tem
conhecimento ortográfico.
Escrita 5 - Daiana

A amostra caracteriza-se como pré- silábica, ela sabe escrever o nome dela, ela deve ter já
memorizado a escrita dele, inclusive em letra cursiva, possui a convenção de escrita de cima
para baixo e da direita para a esquerda, conhece um repertório de letras além das letras do seu
nome, varia as letras, não fica repetindo, escreve com letras aleatórias, uma leitura global, não
estabelece relação nenhuma com oque fala.

Escrita 6 - Talita

A amostra caracteriza-se como silábico sem valor sonoro, para cada sílaba que ela falou
colocou uma letra, mas não usa a letra referente a cada sílaba, silábico quantitativo, ela tem
noção da quantidade de pausas.

Escrita 7 - Cleonilda
A amostra caracteriza-se como silábico com valor sonoro, é qualitativo porque ela pensa na
qualidade sonora, representa cada sílaba com a letra mais forte.

Escrita 8 - Taís

A amostra caracteriza-se como silábico sem valor sonoro, para cada sílaba que ela falou
colocou uma letra, mas não usa a letra referente a cada sílaba, silábico quantitativo, ela tem
noção da quantidade de pausas.

Escrita 9 - Ricardo

A amostra caracteriza-se como silábico com valor sonoro, é qualitativo porque ele pensa na
qualidade sonora, ela representa cada sílaba com a letra mais forte.
Escrita 10 - Fábio

A amostra caracteriza-se como pré- silábica, ele sabe escrever seu nome, seu repertório de
letras está restrito as letras do seu nome, varia as letras dentro da palavra, e sabe que uma
palavra é escrita diferente da outra, e a quantidade de letras faladas não corresponde a
quantidade de letras escritas.

Sondagem e avaliação diagnóstica de alfabetização

Nome da Criança: Guilherme de Assis Camilo Data da sondagem: 24/05/2022

Data de nascimento: 07/11/2014


Hipótese de escrita da criança: alfabético

Análise da amostra de escrita da criança entrevistada


A sondagem foi feita com meu filho de sete anos.

1 º passo: Pedi para que ele participa se do meu trabalho da faculdade, e ele se demonstrou
muito disposto á ajudar.

2º passo: Peguei uma folha sem pauta e uma canetinha, disse á ele que escrevesse as
palavras como se fosse uma lista, do jeito que ele acha que se escreve, que não teria certo ou
errado.

Quando eu falava a palavra ele ficava repetindo e pensando como se escrevia, repetia de
maneira sílabada.

Ao terminar queria saber se acertou a escrita.

Caracteriza- se como alfabético, apresenta todas relações entre grafemas e fonemas, ainda
não tem conhecimento ortográfico, o que fica bem evidente quando ele usa os RR, com
problema de segmentação sem espaço.

Elaboração do plano de aula de alfabetização

Plano de aula
Título da aula: Nome próprio e segmentação em sílabas

Tempo necessário: 50 minutos

Ano: alunos do 1º ano do ensino fundamental

Objetivos da aula: identificar e construir o próprio nome, dando ênfase na segmentação em


sílabas e na relação fonema grafema

Práticas de linguagem: Análise linguística e semiótica

Objetos de conhecimento(conteúdos): Construção do sistema alfabético

Competência Específica: Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de


interação nos diferentes campos de atuação da vida social e utilizando-a para ampliar suas
possibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares)
e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social.

Habilidades: As habilidades á serem desenvolvidas são (EF01LP05) Reconhecer o sistema


de escrita alfabética como representação dos sons da fala,(EF01LP06) Seguimentar oralmente
palavras em sílabas.

Estratégia de ensino: Expositiva dialogada, dizer aos alunos que eles vão aprender á
montar o nome deles e dos amiguinhos.

Detalhamento da aula: Esta aula sera realizada a partir da estratégia de ensino expositiva
dialogada, onde se tem a participação ativa dos alunos. Iniciaria a aula perguntando à
turma se alguém sabe o que é “nome próprio”. Depois que chegarem á conclusão de que se
trata do nome de cada pessoa, pergunta: Como será que formamos um nome?O que
utilizamos para escrevê-lo?Concluir dizendo que para formar um nome nós juntamos letras.

Realize uma atividade oral em que se fala o nome de uma criança e a turma seja desafiada a
contar as sílabas, batendo as palmas. A professora fala o nome de uma criança, por exemplo:
RAFAELA e pergunta: Quantas sílabas vocês contaram? Então o nome RAFAELA tem quantas
sílabas? Complemente: Isso mesmo! RAFAELA tem quatro sílabas.

Após a atividade oral, entregue para cada ALUNO recortes de papel de mesmo tamanho e na
quantidade de sílabas do nome de cada criança,por exemplo, para a RAFAELA entregue quatro
pedaços de papel.

Entregue também a ficha do nome de cada criança com riscos dividindo-o em sílabas
(RA/FA/E/LA) para que as crianças possam realizar a cópia.

Explique às crianças que cada sílaba deve ser escrita em um pedaço de papel.

Circule entre as crianças observando seus registros e realize as intervenções necessárias até
que todos os nomes tenham sido escritos de forma correta. Por exemplo:
Se alguma sílaba estiver errada, oriente-a: Observe esta parte do seu nome na ficha. Está
correto?

Se alguma sílaba estiver faltando, peça que a criança observe a ficha e compare com o que
escreveu.

Após a escrita, recolha a ficha do nome, embaralhe os pedaços de papel com sílabas e desafie
a criança a montá-lo.

Caso alguma criança a presente muita dificuldade incentive-a a consultar o painel de nomes da
sala de aula e quando necessário dê pistas de como encontrar o seu nome.

Para os alunos alfabéticos pediria para tentar montar o nome do amiguinho.

Recursos/materiais: Painel como nomes escritos com letra de imprensa maiúscula e em


estrutura de uma lista.Fichas individuais com o nome de cada aluno marcado as sílabas por
uma barra e pedaços de papeis para serem escritos as sílabas. peda tores

NOVA ESCOLA

Professor-autor: Michele Rabelo

Mentor: Priscila Medeiros

Análise do Projeto:

aluno passa até ser alfabetizado, de modo geral a leitura e a escrita são prática em que se
utiliza de signos linguisticos, e não podem ser compreendidas fora do seu contexto social onde
foi produzida. Nestas circunstâncias deve ser levada em conta a intenção do autor, oque ele
quis representar através do que escreveu ou registrou. " Uma palavra sem significado é um
som vazio; portanto, o significado é um critério da palavra e um componente indispensável"
(VYGOSTKY, 2002, p. 84).

Em estudos como o de Magda Soares pode se constatar que não inicia se na escola, a criança
traz consigo vários saberes e experiências adquiridos em seu cotidiano.

Quando o professor diagnostica no início do processo as diferença em uma mesma sala,


quanto ao nível de aprendizagem da leitura e escrita, ele se organiza melhor com as atividades
a serem trabalhadas.

Ao realizarmos a sondagem colocamos em prática o conhecimento adquirido com a análise das


amostras, e constatamos a teoria na prática, uma ferramenta que nos proporcionou uma
experiência de vivenciar um pouquinho de como é a alfabetização, propondo contribuir com o
desenvolvimento dos estudos.

O mesmo ocorre com a criação do plano de aula, pois a partir dos aspectos teóricos abordados
na proposta da Base Nacional Comum Curricular, conseguimos elaborar uma ferramenta a qual
orienta o trabalho docente.

Considerações

O trabalho trouxe um enorme conhecimento sobre a prática da alfabetização na psicogênese


da linguagem escrita, mostrou como é o processo de alfabetização, que o aluno passa por
muitas fases, cada um no seu tempo de desenvolvimento, e a importância de observá- los,
para poder trabalhar da maneira correta, e do papel fundamental do professor como mediador.

Percebemos que não devemos ensinar a ler e escrever mecanicamente, a criança vai
evoluindo, construindo suas hipóteses, passando de desenhar para fazer letras, depois vai
diferenciando as letras e logo após vai fonetizar a escrita, e que os erros também são
construtivos e farão parte do aprendizado. Sabemos que o aluno é protagonista da sua
aprendizagem, que não chegam vazios no ensino infantil, já trazem alguns conhecimentos, pois
ao seu redor, a escrita está presente em tudo que se vê, em jornais, televisão, cartazes, placas
e muito mais, por isso é tão importante o contato com os livros desde pequeno antes mesmo
da sua alfabetização, a leitura para a criança, as cantigas de roda, tudo agregará em seu
desenvolvimento cognitivo.

Para que o aluno alcance a hipótese alfabética é preciso muita técnica, com trabalho
sistemático e diário, não só praticar a leitura de texto e a produção de texto, é preciso trabalhar
com as palavras, brincar com as palavras, jogar com as palavras.

Quando trabalhamos com o diagnóstico das hipóteses de escrita, vimos como devemos avaliar
a evolução de nossos alunos e como planejar as atividades e adequadas para que todas as
crianças avancem até compreendrem o sistema da escrita.

Ao praticarmos a criação do plano de aula vimos como se organizar para dar uma aula, para se
ter exito no processo ensino-aprendizagem, leva nos a pensar oque queremos que nossos
alunos aprendam, nos conteúdos das aulas, os objetivos á alcançar e como iremos avaliar.

Práticando as metodologias nos aproximamos do contexto real, conquistamos um aprendizado


tendo um total aproveitamento de nossos conhecimentos.

Referências

- FREIRE, Angela. Concepções de Alfabetização. Secretaria Municipal de Educação e Cultura


de
Salvador. SMEC Coordenadoria de Ensino e Apoio Pedagógico CENAP. Salvador: Bahia. 2011

- FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto

Alegre: Artmed, 1999.

- ANASTASIOU, L. G. C.; ALVES, L. P. A. (Orgs.). Processos de ensinagem na universidade:

pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville: Univille, 2005.

- SOARES, M.Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. São Paulo: Contexto,
2020.(Biblioteca Pearson).

BRASIL.Ministério da Educação e Cultura.Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

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