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Cortejo cultural 2018

Tema: “Nos trilhos da História”


Este ano o cortejo da Liberdade faz um passeio de trem em que irá
contar de forma contagiante, através de cantos e danças, a história de
luta e liberdade do povo Mossoroense.

1º ATO
Motim das Mulheres, Guerra das Mulheres ou Revolta das Mulheres:
1875
O movimento que ocorreu a 4 de setembro de 1875 em Mossoró, interior
do Rio Grande do Norte. Naquele dia, cerca de trezentas mulheres saíram pelas ruas da
cidade em passeata, com o objetivo de protestar contra a obrigatoriedade do alistamento
militar. As mulheres fizeram de refém o escrivão de paz e em praça pública rasgaram o
livro e os papéis que recrutavam os homens mossoroenses.
Revoltadas, mulheres nordestinas invadiram repartições públicas e
delegacias, armadas com pedras e pedaços de pau, para rasgar documentos que
convocavam seus maridos para o Exército ou para a Marinha.
A sede do jornal O Mossoroense (terceiro mais antigo do Brasil e o
quarto da América Latina ainda em atividade) foi o principal palco do motim. Entre as
líderes da revolta, estavam Joaquina de Souza, Maria Filgueira e Anna Rodrigues
Braga, conhecida como Anna Floriano, esta última chegou a empunhar um espeto de
ferro para defender a redação do jornal local da invasão dos mandantes de um político
que queria impedir a publicação dos fatos.

2º ATO
Resistência ao Bando de Lampião
1927

Em 1927 a cidade de Mossoró vivia um período de expansionismo


comercial e industrial. Possuía o maior parque salineiro do país, três firmas comprando,
descaroçando e prensando algodão, casas compradoras de peles e cera de carnaúba,
contando com um porto por onde exportava seus produtos e sendo, por assim dizer, um
verdadeiro empório comercial, que atendia não só a região oeste do Estado, como
também algumas cidades da Paraíba e até mesmo do Ceará.
Por se tratar de um polo comercial onde circulava várias riquezas,
Lampião e seu bando resolve escrever um bilhete ao chefe do executivo, o Prefeito
Rodolfo Fernandes que nega a quantia pedida pelo cangaceiro, daí por diante o temido
cangaceiro ameaça invadir a cidade. O Prefeito por sua vez se prepara para tal combate,
fazendo trincheiras e convocando os homens da cidade a se preparar para invasão, que
aconteceu dia 13 de junho do ano de 1927, os cangaceiros foram recebidos a bala,
atualmente essa história é retratada nos espetáculos da cidade como Chuva de Bala e
Auto da Liberdade, momento onde todos os mossoroenses comemoram a expulsão de
lampião e captura do cangaceiro Jararaca, sepultado nesta cidade, onde o povo acredita
que o mesmo virou santo.

3º ATO
Primeiro Voto Feminino da América Latina
1927

O Rio Grande do Norte marcou a luta mundial dos movimentos


feministas, à época crescente em todos os lugares. O Estado era governado por Juvenal
Lamartine e coube a ele o pioneirismo de autorizar o voto da mulher, em eleições, o que
não era permitido no Brasil, mesmo a proibição não constando da Constituição Federal.
Foi em 1927.
Celina Guimarães Viana, nascida em Mossoró em 1890. Votou pela
primeira vez em 25 de novembro, no ano de 1927. Professora, juíza de futebol, mulher
atuante em Mossoró, foi a primeira eleitora inscrita no Brasil. Após tirar seu título
eleitoral, um grande movimento nacional levou mulheres de diversas cidades do Rio
Grande do Norte e outros nove estados da Federação a fazerem a mesma coisa.
Celina Guimarães votando no prédio onde hoje funciona a Biblioteca
Municipal. Com a mulher eleitora, vieram outras conquistas de espaço na sociedade.
Veio a primeira mulher a eleger-se deputada estadual no Brasil e a luta pela
emancipação feminina foi ganhando impulso em todo o país, levando o voto feminino a
ser regulamentado em 1934.
O episódio tem importância mundial, pois mais de uma centena de países
ainda não permitia à mulher o direito de voto. Na própria Inglaterra civilizada o voto,
apesar de permitido antes, só foi regulamento após Mossoró inscrever sua primeira
eleitoral.

4ºATO

Abolição da Escravatura em Mossoró


1888
A abolição dos escravos no Brasil aconteceu no ano de 1888, quando a
princesa Isabel assinou a Lei Áurea, abolindo o trabalho escravo, propiciando a
liberdade para os negros que eram escravizados no país. O fato foi, e continua sendo,
motivo de orgulho para o país como sendo um ato de respeito ao ser humano.
Mas outro fato, também ligado a abolição dos escravos, e exaltado de
forma diferenciada em Mossoró, é que, segundo a história, cinco anos antes da
assinatura da Lei Áurea, mais precisamente no dia 30 de setembro de 1883, o município
aboliu seus escravos. De acordo com historiadores, a decisão foi recebida como um
grito de liberdade e até hoje a data é comemorada a cada ano com mais entusiasmo
pelos mossoroenses.
A abolição dos escravos em Mossoró é uma das maiores festas da
cidade, hoje lembrado e comemorado como a encenação do espetáculo Auto da
Liberdade e nas ruas de Mossoró no Cortejo da Liberdade que acontece no dia 30 de
Setembro na Avenida Rio Branco, momento esse que os mossoroenses festejam a
Liberdade e se orgulham de sua história.

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