Você está na página 1de 9

Da teoria à prática

1. Otrecho a seguir foi extraído de uma crônica em que dois personagens - mãe e filho - conversam a respeito de um
presente do Dia das Mães.

[... ]
- Posso escolher meu presente do Dia das Mães, meu fofinho?
- Não, mãe. Perde a graça. Este ano, a senhora vai ver. Compro um barato.
- Barato? Admito que você compre uma lembrancinha barata. mas não diga isso a sua
mãe. É fazer pouco de mim.
- Ih, mãe, a senhora está por fora mil anos. Não sabe que barato é o melhor que tem, é
um barato!
- Deixe eu escolher, deixe...
- Mãe é ruim de escolha. Olha aquele blazer furado que a senhora me deu n o Natal!
- Seu porcaria, tem coragem de dizer que sua mãe lhe deu um blazer furado?
- Viu? Não sabe nem o que é furado? Aquela cor já era, mãe, já era!
Carlos Orummond de Andrade. Presente para asenhora. ln: Carlos Orummond de Andrade. Os dias lindos. Rio de Janeiro: Record, 1988. p. 129.

Variação sociocultural. Ofilho usa expressões de gíria às quais a mãe, ao ouvi·las, atribui outros sentidos. Ele diz "um barato" com sentido de ' interessante, que agrada', mas a
mãe entende como 'de pouco valor/preço"; ele emprega "furado" no sentido de "inadequado; algo que não agradou", mas a mãe entende como "que tem furos, buracos".
a) Em que tipo de variação linguística o cronista se apoia para criar as situações humorísticas que ocorrem no
diálogo? Justifique sua resposta. ·
b) No texto, o jovem dialoga com a mãe empregando um registro informal. Supondo que ele estivesse se comuni-
cando em uma situação estritamente formal, sugira possibil idades de reestruturar as fa las a seguir que sejam
adequadas a essa nova situação Sugestão: Asenhora está completamente desinformada/desatualizada/alheia aos fatos/ alheia à realidade. Ignora que
· "barato' é o que existe de melhor, é excelente/ótimo/de primeira qualidade! ["barato" não deve ser substi1uida por um
• "A senhora está por fora mil anos. Não sabe que barato é o melhor que tem, é um barato!" sinônimo formal, pois 0 falante
• "Viu? Não sabe nem o que é furado! Aquela cor já era, mãe, já era!" estariacnandoapalavra.:
Sugestão: Percebeu? Ignora/desconhece o que é "furado". Aquela cor já está completamente fora de uso/já caiu em desuso/está ultrapassada/ , mãe, já não se usa
mais! ["furado" não deve ser substituída por se tratar de citação do falante.]
2. Otexto a seguir é a sentença imposta por um juiz ao acusado de um crime. Leia-o e responda aos itens a e b.
Província de Sergipe
O adjunto de promotor público, representando contra o cabra Manoel Duda, porque no
dia 11 do mês de Nossa Senhora Sant'Ana, quando a mulher do Xico Bento ia para a fonte,
já perto dela, o supracitado cabra que estava de tocaia em uma moita de mato, sahiu della de
supetão e fez proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode trazer a
lume, e como ella se recuzasse, o dito cabra abrafolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as
encomendas della de fora e ao Deus dará. Elle n ão conseguiu matrimônio porque ella gritou e
veio em assucare della Nocreto Correia e Norberto Barbosa, que prenderam o cujo em fragrante.
[ ...]
Condeno
O cabra Mánoel Duda, pelo malefício que fez à mulher do Xico Bento, a ser capado [... ].A
execução desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa. ·
Nomeio carrasco o carcereiro.[ ...]
Manoel Fernandes dos Santos
Juiz de Direito da Vila de Porto da Folha.
Sergipe, 15 de outubro de ****.
AlmanaqueBrasil de Cultura Popular. São Paulo: Andreato Comunicação & Cultura, jun. 2004. p. 29.

a) Na indicação da data, o ano foi substituído por asteriscos. Considerando as características da linguagem em-
pregada no texto, indique o ano em que, na sua opinião, essa sentença judicial foi originalmente expedida: 1833

• 1514 • 1600 • 1833 • 19?0 • 2005


b) Utilizando a variedade culta da língua portuguesa atual, reescreva o trecho que vai de "o supracitado cabra" até
"ao Deus dará". Resposta pessoal.

64
Da teoria à prática
a) Oprimeiro falante - pelo menos aparentemente - usa para com o objetivo de estabelecer uma relação de qualificação/especificação
1. Leia este t exto: ["campainha para chamar o criado" = "campainha que as pessoas que têm criado usam para chamá-lo"). Ooutro atribui ao para a ide:a de
finalidade; por isso interpreta "apertar a campainha para chamar o criado" como "apertar a campainha a fim de chamar o criado".

- A coisa que mais gosto de fazer é acordar cedo e apertar a


campainha para chamar o criado...
- O quê? Você tem criado?
- Não! Criado, não... Eu tenho uma campainha ...
Sírio Possenti. Os humores da língua: análises linguísticas de piadas.
Campinas: Mercado de Letras, 1998. p. 59.

a) Coment e a ambiguidade da relação semântica estabelecida, nesse diálogo, pela preposição para.
b) Se o primeiro falante dissesse: "campainha de chamar criado", o diálogo continuaria a ter o efeito humorístico?
Explique. b) Não, pois a única relação semântica estabelecida pela preposição [deJseria a de qualificação/ especificação; assim, o outro falante não teria como
atribuir a essa preposição a ideia de finalidade.

2. Leia esta tira humorística:


-"
.!,l
] u
As vacinas serão dadas Pelo menos não pegarei ::i

..
E
o
por ricos acionist as que
o caçarão e o acertarão
f.
;;;
gripe, certo? lii
~
-~
e:
::i
.:..
.....
, >
: :!
com dardos com o Você .o
,j: 'õ as doses. ~
provavelment e e
tE
::
1 .!

""
está pensando
~
§
-o
·:; ~ que são vacinas <:
~
~.:·
o contra gripe, *'
o

~
ill
., não é? (X)
m
lrj ,...
.!:.
~
~ o
Scott Adams. Dilbert. Folha deS.Paulo, 29 jun. 1998.

O humor crítico dessa historinha baseia-se num jogo de sentidos obtido pelo emprego de duas preposições.
a) Explique o que o funcionário de gravata entendeu com a primeira fala do outro personagem e o que esse, na
verdade, pretendeu dizer. Ofuncionário de gravata supôs que a vacina tinha a finalidade de evitar que ele (e os demais funcionários da empresa)
cont raísse gripe. Com "vacinas "-ªl:ª gripe', o outro quis d iz~r que ~s vacinas t [nham a finalidade de provocar gripe nos funci_onár:os. _
b) No segundo quadro, o personagem esclarece quem aplicara as vacinas. Levando em conta essa mformaçao
e observando o outro personagem que aparece também no segundo quadro, explique a crítica veiculada por
. · h Atira critica o menosprezo que a empresa [e por extensão as empresas) tem pelos empregados. No caso, o funcionário servirá de diversão para ucos ac:cn:s:as,
essa t 1ri n a. que realizarão um safán [observar as roupas do ac1on:sta) para~ o funcmnáno como se e:e fosse um bicho e acertá-lo com dardos que c•usam gn?e

3. (UFMG) Leia estes textos:


TEXTO1

,,,, ,,,,1,
111,

Fernando Gonsales. Níquel Náusea.


Disponível em: <httpJ/www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 29 mar.2014.

439
Da teoria à prática
1. Otrecho a seguir, extraído de um romance, relata um encontro entre dois personagens: Chico Bento e Conceição,
comadre dele.

Por que a comoveu tanto o al-


voroço triste com que foi recebida
por Chico Bento quando chegou
com as passagens?

Raquelde Queiroz. Oquinze. Riode Janeiro:


J. Olympio, 1969. p. 57.

a) Osujeitoé "ela" (Conceição). Para identificar esse sujeito, basta observar osentido da locução "foi recebida', uma vez que,quando uma pessoaé "recebida', obviamente, é ela quem 'chegou'.
Relativamente à forma de ocorrência do [ s) sujeito [ s) de dois dos verbos desse trecho, responda aos itens de a a e.
a) O sujeito de "chegou" não ocorre explicitamente na oração, mas é identificável pelo contexto. Identifique-o e
explique como você raciocinou para fazer a identificação. b} Não seria possível identificar osujeito de 'chegou', que poderia ser tanto
"ele' (Chico Bento) quanto "ela" (Conceição).
b) Se a forma "recebida" fosse substituída por "abraçada", que problema de sentido ocorreria no período?
e) Se fosse feita a substituição referida em b, qual seria a maneira mais simples de evitar o problema? Reescreva
o trecho, fazendo a substituição e introduzindo a alteração que você propôs.
c) Bastaria explicitarosujeito de "chegou': [...) oalvoroçotriste com que foi abra~da por Chico Bento quando ela chegoucom as passagens.
2. Otexto 1, a seguir, é parte de uma ca rta publicada na seção "Opinião do leitor" de um jornal; o texto 2 é parte de
uma entrevista concedida por um ator. Leia-os e responda aos itens de a a d.

TEXTO 1

Em São Paulo, implantaram uma indústria da multa


que fica cada vez mais faminta. Agora, em um trecho de uma
avenida o limite é 70 kpl/h e, duas quadras mais à frente, cai
p ara 60. E o motorista, além de ficar atento à confusão do
trâns~to, tem que se prevenir contra essas armadilhas.

TEXTO 2

Entrevistador: Você começou no teatro. Como foi o início?


Ator: Ah ... isso foi meio por acaso, eu era desligado com essas
coisas... de futuro ... profissão... mas chega uma hora
né ... qu e você se sente pr essionado... você tem que
achar o seu caminho. Aí, um dia, botei na cabeça que ia
ser ator.

Oprodutor do texto, por não saber ou não querer especificar quem implantou aindústria de multas, põe overbo na31 pessoa do plural para indeterminar osujeito.
a) No trecho 1, o que teria levado o produtor do texto a empregar o verbo "implantar" na 3ª pessoa do plural?
b) No trecho 2, o pronome "você" aparece na fala dos dois interlocutores. Ambos empregaram esse pronome com
a mesma fina 1ida d e? j UStifi que. N.ão..Na fala do entrevistador,você designa oator entrevistado. Na fala do ator, ovocê tem sentido geral,indefinido,
significando qualquer pessoa, todos.
e) Existe um ponto em comum entre a opção do produtor do trecho 1 pelo verbo na 3! pessoa do plural e a opção
do ator pelo pronome "você"? Justifique. Sim, ambos buscam indeterminar (tornar mais vago) osujeitados enunciados de que esses elementos
d) Os dois recursos referidos no item e são co~~e~~~1~ usados nas mesmas situações de comunicação? Explique.
Não. Indeterminar osujeito empregando overbo na 31 pessoado plural é usual tanto na língua escrita quanto na línguaoral, em situações formais ou informais de
comunicação. Oemprego de "você' comamesma finalidade é típico da língua oral eocorre mais frequentementeem situações informais [oupouco formais].

491
SINTAXE
b) Na palavra "conosco·. Todo o segmento que vai de "que o sinal" até ' conosco'
a) Apalavra ' que• classifica·se como conjunção [subordinativa) integrante, pois inicia funciona como objeto direto de "acho'. (Observar que todo o trecho poderia ser
oração subordinada substantiva. trocado por "isso": "Acho isso").
6. Observe a cena e leia a opinião do perspicaz garotinho Calvin.

~ ~~ o
ÀS VE;ZES i=u ACHO Gui= SINAl MAIS
f;VIDf;Ní!< Pi= GUi= f;lc'ISTf; VIDA INíf;L16i=NTi=
A respeito da organização sintática da frase do texto,
responda aos itens a seguir.
1~
5 -,~
~ f;M ALGUM LUGAR DO UNIVi=RSO, ' O
Pi= GUi= NIN6Ul; M ATÉ AGORA Ti=Ní OU
f;lllTRAR lôM CONTATO CONOSCO.
a) Como se classifica a palavra que introduz o objeto
l,' f / e) [sinal mais evidente] "de
direto do verbo "acho"?
b) Em que palavra do texto termina o objeto direto de
que existe vida inteligente em
algum lugar do universo·. "acho"?
--t sinal mais evidente disso. e) Nesse contexto, a palavra "sinal" é um nome de
sentido incompleto. Transcreva a oração que fun-
ciona como complemento nominal desse nome.
d) Aoração "de que ninguém até agora tentou entrar
em contato conosco" associa-se a um elemento
·'~ 4
·iiw Cal . &H bb textual_em elipse.
_ Identifique
_ esse elemento e dê
B1 atterson· v1n o es
a funçao da oraçao em relaça o a ele. d) Trata-se do nome
7. Considere este período: ' sinal": ' é o [sinal] de que ninguém...'. Tal como no item e, a oração em questão funciona como complemento nominal de 'sinal'.

No meio da noite, acordei com a impressão de que sentira que a casa toda havia tremido.

Reescreva a frase, excluindo a palavra "que" e empregando na forma reduzida as orações por ela introduzidas.
Depois, classifique as orações reduzidas. No meio da noite, acordei com a impressão de sentir a casa toda tremer. Classificação: "de sentir" - oração
subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo [completa o nome ' impressão"); 'a
8• Leia
· estes trec hos do texto Wao se pode ser sem re beld'10 e 1"dent1T1que a afi1rmaçao
- ·incorreta. casa toda tremer' - oração
subordinada substantiva
Resposta: e.
objetiva direta reduzida de
infinitivo [completa o verbo
Não se pode ser sem rebeldia 'sentir' ).

Eu acho que os adultos, pais e professores,


deveriam compreender melhor que a rebeldia,
afinal, faz parte do processo de autonomia, quer
dizer, não é possível ser sem rebeldia. [...]Tem
professores que acham que a única saída para a
rebelião, para a rebeldia é a castração. Eu confesso
que tenho grandes dúvidas em tomo do castigo.
Eu acho que a liberdade não se autentica
sem o limite da autoridade, mas o limite que a au -
toridade se deve propor a si mesma, para propor
ao jovem a liberdade, é um limite que necessa-
riamente não se explicita através de castigos.[...] Jovens em manifestação pelo impeachment do
A liberdade que não faz uma coisa porque então presidente Collor {PortoAlegre-RS, 1992).
tem o castigo não está "eticizando-se". É preciso
que eu aceite a necessidade ética, aí o limite é o compromisso e n ão a imposição [... ].O castigo
não faz isso. O castigo pode criar docilidade, silêncio. Mas os silenciados não mudaram o mundo.
Paulo Freire. Nãose podeser sem rebeldia. ln: FREIRE, Ana M. A. (Org. ]. Pedagogiados sonhos possíveis. São Paulo: Ed. Unesp, 2001.

a) Trata-se de um texto dissertativo, no qua l marcas linguísticas como "eu acho que", "eu confesso que tenho",
"que eu aceite" evidenciam um posicionamento nitidamente pessoal do autor relativamente ao tema.
b) A forma verba l "eticizando-se" (terceiro parágrafo), que significa "tornando-se ética", está entre aspas por ser
um neologismo, uma palavra inventada pelo autor do texto.
e) No período "Eu confesso que tenho grandes dúvidas em torno do castigo", a segunda oração funciona como
objeto direto da primeira. .
_ d) 'E" [verbo de ligação J +'preciso' [predicativo J + oração subjet iva
d) Em "E preciso que eu aceite a necessidade ética [ ... ] ", a segunda oração funciona como sujeito da primeira.
e) Se, no período "Eu acho que a liberdade não se autentica sem o limite da autoridade", a oração principal for
substituída por "É inquestionável'', a segunda oração, que funciona como objeto direto, passará a funciona r
como sujeito, mas não haverá alteração alguma no grau de subjetividade da afirmação expressa nesse período.
(A oração realmente passará a funcionar como sujeito, mas a frase perderá o grau de subjetividade expresso por "eu acho".)

570
Da teoria à prática
1. Considere as proposições a seguir e pontue, se necessário, o período composto relativo a cada uma de :
a) Proposição: Todos os senadores são eleitos pelo povo .
• Os senadores, que são eleitos pelo povo, têm a obrigação moral de defender os interesses do país
b) Proposição: Apenas parte dos brasileiros gosto de basquete.
• Os brasileiros que gostam de basquete assistem, pela TV, aos jogos do campeonato norte-ameri:::
e) Proposição: Nem todo jogador de futebol tem salários milionários.
• Os jogadores de futebol cujos salários são milionários gostam de exibir carrões luxuosos. ad·e·
'.
d) Proposição: Todos as emissoras públicas de TV têm compromisso com a cidadania.
• As emissoras públicas de TV, que têm compromisso com a cidadania , merecem ser prestigia:.:.
pectadores. adjetiva explicawa

2. Considere este enunciado.


Durante as férias, li o romance Serras azuis, livro de Geraldo França
de Lima que ficou desaparecido durante mais de três anos.
Aoração, sendo reS1ritiva, só pode se referir ao livro, não a "Geraldo França de Lima",já que este é um ser único e, portanto, não há, nesse ~=­
como restringir seu significado. Ou seja foi o livro Serras azuis que ficou desaparecido; não seu al.'tOr.
a) Nele, a oração "que ficou desaparecido durante mais de três anos" apresenta uma informacª:
sobre seu autor? Justifique, baseando-se na classificação sintática dessa oração no contex::
b) Haveria, na frase, alguma mudança de sentido se, antes do relativo "que", fosse introdc:
Explique. Sim. Oa maneira como o período está pontuado, o segmento "livro de Geraldo frança de Lima que ficou desaparecido __
funciona como aposto de "o romance Serras azuis" e, dentro do segmento, o relativo "que· retoma ' livro'. Se, antes do r~ •
vírgula, o aposto passa a ser apenas o segmento "livro de Geraldo França de Lima• e o relativo "que• poderá retomar u::._
3. Considere estes dois períodos: 1. 'o romance Serras azuis' (para indicar que foi esse romance que ficou desaparecida:. 2
(para indicar que foi ele, o autor, que ficou desaparecido durante ma·s
1. A Terra que é um planeta do Sistema Solar viaja em torno do Sol a uma velocidade 2
108 000 km/ h.
2. Será que a Terra que as futuras gerações habitarão estará muito diferente da Terra que
conhecemos hoje?
a] Período 1. ATerra, que é um olanet·
Um deles não está adequadamente pontuado. Terra, como integrante do Sistema s: ·:
a oração adjetiva ' que é um planeta e:
a) Identifique esse período, pontue-o e justifique sua resposta. necessariamente, explicativa; daí a - :
b) Explique por que no outro período não se pode acrescentar nenhum sinal de pontuaçã:::
Em 2, as orações adjetivas "que as futuras gerações habitarão' e 'que conhecemos hoje" atribuem ao nome "Terra· características e. ~
4. (lnsper-SP) Leia 0 texto: o~orrênc1as; são, portanto, duas ~Terras". Assim, para distingui-las, as orações adjetivas pre: -
nao devem ser separadas com virgulas.

O poder da vírgula
Numa prova de português do ensino fundamental, ante a pergun:_
a função do apóstrofo, um aluno respondeu: UApóstrofos são os amigos
juntaram naquela jantinha que o Leonardo fotogr afou" .
A frase, além de alertar sobre os avanços de que precisamos na e::
cação, é didática quanto aos cuidados no uso da língua portuguesa. :-
herdamos dos lusos, do galego e do latim.
O erro gritante que o aluno cometeu ao confundir dois termos cc=
recida foi agravado com a colocação da vírgula depois de "amigos de :
Josué Gomes d; ~
Da teoria à prática
1. Considere as proposições a seguir e pontue, se necessário, o perío do composto relativo a cada uma delas:
a) Proposição: Todos os senadores são eleitos pelo povo.
• Os senadores, que são eleitos pelo povo, têm a obrigação moral de defender os interesses do país. adjetive -

b) Proposição:Apenas parte dos brasileiros gosta de basquete.


• Os brasileiros que gostam de basquete assistem, pela TV, aos jogos do campeonato norte-americano. a:l ;

e) Proposição: Nem todo jogador de futebol tem salários milionários.


• Os jogadores de futebol cujos salários são milioná rios gostam de exibir carrões luxuosos. adjetiva restritiva

d) Proposição: Todas as emissoras públicas de TV têm compromisso com a cidadania.


•As emissoras públicas de TV, que têm compromisso com a cidadania , merecem ser prestigiadas pelos _
pectadores. adjetiva explicativa

2. Considere este enunciado.


Durante as férias, li o romance Serras azuis, livro de Geraldo França
de Lima que ficou desaparecido durante mais de três anos.
Aoração, sendo restritiva, só pode se referir ao livro, não a "Geraldo França de Lima", já que este é um ser único e, portanto, não há, nesse contexto,
como restringir seu significado. Ou seja foi o livro Serras azuis que ficou desaparecido; não seu autor.
a] Nele, a oração "que ficou desaparecido durante mais de três anos" apresenta uma informação sobre o li\ -:
sobre seu autor? Justi fique, baseando-se na classificação sintática dessa oração no contexto do trecho.
b) Haveria, na frase, alguma mudança de sentid o se, antes do relativo "que", fosse introduzida uma vír~~
Explique. Sim. Da maneira como o período está pontuado, o segmento ' livro de Geraldo França de lima que ficou desaparecido durante mais de tr~s •·
funciona como aposto de ' o romance Serras azuis' e, dentro do segmento, o relativo 'que" retoma "livro·. Se, antes do relativo, for introduzid:
vírgula, o aposto passa a ser apenas o segmento ' livro de Geraldo França de Lima' e o relativo ' que' poderá retomar indiferentemente dois te
3. Considere estes dois períodos: 1. 'o romance Serras azuis' [para indicar que foi esse romance que ficou desaparecido]; 2. 'Geraldo França d~ .
(para indicar que foi ele, o autor, que ficou desaparecido durante mais de três anos, e não o

1. A Terra que é um planeta do Sistema Solar viaja em torno do Sol a uma velocidade aproximada de
10s·ooo km/h.
2. Será que a Terra que as futuras gerações habitarão estará muito diferente da Terra que
conhecemos hoje?
a] Período 1.A Terra, que é um planeta do Sistema Solar, viaja
Um deles não está adequadamente pontuado. Terra, como integrante do Sistema Solar, é um elemento único, -
• , . . . a oração adjetiva ' que é um planeta do Sistema Solar' precisa ~
a) Identifique esse peno do, pontue-o e JUSt1f1q ue sua resposta. necessariamente, explicativa; daí a necessidade das vírgulas.

b) Explique por que no outro período não se pode acrescentar nenhum sinal de pontuação.
Em 2, as orações adjetivas "que as futuras gerações habitarão' e ' que conhecemos hoje' atribuem ao nome ' Terra' características que o diferenciam em suas e.
4. (lnsper-SP) Leia o texto: ocorrências; são, portanto, duas ' Terras'. Assim, para distingui-las, as orações adjetivas precisam ser restritivas e, por·.
não devem ser separadas com virgulas.

O poder da vírgula
Numa prova de português do ensino fundamental. ante a pergunta sobre qual er2
a função do apóstrofo, um aluno respondeu : ''.Apóstrofos são os amigos de Jesus, que se
juntaram n a quela jantinha que o Leon ardo fotografou".
A frase, além de alertar sobre os avanços de que precisamos na excelência da edu -
cação, é didática quanto aos cuidados no uso da língua portuguesa, preciosidade qt.:e
herdamos dos lusos, do galego e do latim.
O erro gritante que o aluno cometeu ao confundir dois termos com sonoridade pa-
recida foi agravado com a colocação da vírgula depois de amigos de Jesus". N

Josué Gomes da Silva. Folha de S.Paulo, 2sE·

584
7. Considere este título de reportagem de jornal:

( Homens dizem que -só pensariam em sexo se fossem mulheres~ )


\ ~
A ordenação sin.....
tá-t i-c-a -;nadequa:-dessa frase pos,;,;;;;;;:n::r que, segundo os homenso ~~~
1. Eles não pensam em sexo; caso fossem mulheres, pensariam. ~~t
2. Se eles fossem mulheres, sexo seria a única coisa em que pensariam. fl1Jss~1i.~~

~m relação ao título da reportagem, faça o seguinte: Homens dizem que só se fossem mulheres pensariam em sexo
a) Alterando apenas o posicionamento da oração adverbial, reescreva o período para que fique claro o sentido 1.
b) Faça o mesmo para deixar claro o sentido 2. Homens dizem que, se fossem mulheres.só pensariam em sexo.
c) Alterando apenas a posição da palavra "só", obtenha o sentido 1. Homensdizemquepensariamemsexo só sefossemmulheres.
d) Faça a mesma alteração para obter o sentido 2. Homensdizemquepensariam ~ emsexosefossemmulheres.
8 Leia esta opinião. 8. a] 'as pessoas leem pouco" - consequência; ' porque os livros são caros• - causa; "os livros são caros• - consequência; ' porque as tiragens
• são muito pequenas• - causa; "as tiragens são muito pequenas• - consequência; "porque as pessoas leem pouco" - causa.

b] Todas ocorrem duas vec.


No Brasil, as pessoas leem pouco porque os em uma das ocorrências a
livros são caros; os livros são caros porque as oração é a causa, na outra :
tiragens são muito pequenas; as tiragens são é a consequência.
muito pequenas porque as pessoas leem pouco.

Esse período foi construído para criar um círculo vicioso entre os fatos por ele expressos.
a) Indique, em cada par de orações que forma m o período, qual é a causa e qual é a consequência.
b) Considerando a resposta ao item a, qual é a característica em comum entre as orações que formam o período?
c) Considerando a resposta ao item b, explique em que consiste um raciocínio construído sob a forma de um círculo
vicioso. c] Um fato Aé a causa que gera, como consequência, um fato B; este por sua vez é a causa que tem como consequência um fato Ce assim
sucessivamente, até que o último fato volta a ser o A, exprimindo não mais uma causa, e sim uma consequência do penúhimo fato, ' fechando" assim o
círculo. Esquematicamente: A [causa J~ B [consequência J, B [causa] ~ C[consequência J, C [causa] ~ A [consequência/ causa].

(Unicamp-SP) Um jornal de São Paulo veiculou a seguinte propaganda.

' }
i Se no Brasil ninguém paga caro por mentir, por que você vai }
pagar caro pela verdade? Ass ine o Jornal X a parti r de R$ XX,XX. ~

a] 'Pagar caro" pode significar "sofrer as consequências, ser punido, ser castigado" e "gastar uma alta quantia em dinheiro".
a) A propaganda explora dois sentidos de "pagar caro". Quais? b] Otexto procura passar a ideia de que
· · · I O · ? ojornal é barato e de que é honesto, diz a
b) A propagan da procura construir certas imagens para o JOrna . ua1s. verdade, não distorce os fatos noticiados.
c) Para construir essas imagens, a propaganda torna natural uma imagem estereotipada do Brasil.
Comente a importância da construção sint ática "se[ ... ] por que [ ... ]" e do pronome "ninguém" nesse
processo.
Caderno
c] Oemprego de 'ninguém" pressupõe que, no Brasil, são corriqueiras as declarações/opiniões baseadas na mentira, de atividade'
no despudor; a conjunção se introduz, sob a forma de condição, o referido pressuposto e a forma por que introduz uma
Na p. 52, são propostc:
pergunta na qual está implícita ajustificativa - o baixo preço do jornal - para o leitor tornar-se um assinante. a,
outros exercícios sobre o
desta unidade
(Orações subordinadas
adverbiais].
Divirta-se...

606
UNIDADE 27 PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDI NAÇÃO

- ,.
:uindo
EXERCICIOS DE FIXAÇAO
1. Nos itens abaixo, reúna cada par de orações em um único período, usando uma conjunção coordenativa que expli-
cite adequadamente a relação lógico-semântica entre elas. Depois, indique se essa relação é de adição, oposição,
alternância, conclusão ou explicação.
a) Sabemos muito sobre o universo. Às vezes, não sabemos o nome de nosso vizinho.
Sabemos muito sobre o universo, mas/ porém/ no entanto. às vezes, não sabemos o nome de nosso vizinho. Oposição
b) Conversei com eles ontem à tarde. Mostrei-lhes as vantag_ens de nossa proposta.
Conversei com eles ontem à tarde e mostrei-lhes as vantagens de nossa proposta. AdiÇlio
c) Com a fa lta de chuvas, a veQetação rasteira secou. O periQo de incêndio era constante.
Com a falta de chuvas, a vegetação rasteii'lí secou, por isso/portanto/ logo o perigo de mcêndio era constante Conclusão
d) Lute com toda disposição do mundo. Desista de seus maiores sonhos.
-ação. Lute com toda disposição áo mundo, ou desista de seus maiores sonhos. Alternância
e) Lute com toda disposição do mundo. A realização de seus sonhos depende só de você.
Lute com toda disposição do mundo, pois/porque a realização de seus sonhos depende só de você. Explicação

2. Leia esta tira humorística:

Hagar, deChris Brown e. Folha de S.Paulo, São Paulo, 12 abr. 2000.

~:ão Nesse diálogo, a palavra ou liga dois termos de uma mesma oração; por sua vez, a pa lavra então estabelece um
vínculo entre a frase do último quadrinho e a resposta dada por Hagar. Essas duas pa lavras evidenciam, respec-
tivamente, as seguintes relações sintático-semânticas: Resposta: d
a) adição - oposição. e) oposição - adição. e) exclusão - adição.
b) adição - explicação. d) exclusão - conclusão.

3. Leia estas interessantes "definições":

Relatividade
Educação
É aquilo que nos faz olhar o bife maior e tirar o menor.
Cinismo
É aquilo que nos faz olhar o bife menor e tirar o maior.
Miséria
É aquilo que nos faz olhar o bife maior e o bife menor e não tirar nenhum.
Gula
É aquilo que n os faz olhar o bife menor e o bife maior e comer os dois.
Max Nunes. Opescoço da girafa.
o. São Paulo: Companhiadas Letras, 199?. p. 41-2.

a) Na primeira definição, o e tem valor semâ ntico de adição ou de oposição?


Oe temvalor de opos1cão [e=mas 1.
b) E na segunda, qual o valor semânt ico do e? Tambémoposiçào [e= mas].
e) Nas duas ocorrências da terceira definição, essa conjunção tem o mesmo valor semântico? Justifique.
Não. No primeiro caso, o e tem valor de adiçãoi no segundo, ae oposição.
d) Na quarta, o valor semântico ao e e o mesmo nos dois casos? Justifique.
Sim, nos dois casos o e tem valor de adição.

6 17
7. A respeito de uma notícia sobre política publicada em um provedor da internet , um internauta fez o seguinte comentário:
.se não está conforme a variedade Obs.: Osujeito de "sabe(m)' é o pronome
os verbJS"sabem' e "fazem· deveriam
:regados nosingular [sabe-faz).uma
A 1 d N , d
CU pa nao e OS po I ICOS, e esse povo
rt· , relativo "que·, que retoma "povo imbecil";
osujeitode"faz[em)' éelíptico:ele[s) .
.e se associam aotermo"povo' imbecil que não Sabem 0 que fazem. b) Resposta pessoal. Sugestão: Também "existem•
"1 no singular, embora com sentido de muita gente que não ·sobem"o que "fozem'com a
_ . _ . , . _ língua portuguesa. Essa construção, empregando
a) Comente a adequaçao ou madequaçao desse enunciado a variedade padrao. 'gente" [singular) e •existem/sabem/fazem· [plural
b) Suponha que você tivesse lido essa opinião e resolvesse postar um comentário irônico a respeito de sua estru-
turação gramatical. Redija uma frase curta em que se evidencie a ironia. funcionaria como uma paródia e evidenciaria, principalmente
pelo uso das aspas nas formas verbais, uma crítica irônica ao problema de concordância da frase original; também cr~ i caria, de forma implícita, a virulência/agressividade do
internauta el)1 relação ao povo (do qual, aliás, ele também faz parte].
8• Certa ocasião, uma notícia publicada na internet fazia referência ~
a erros de portu guês [ortografia e con co rdância J em redações de ~
alunos que haviam participado de uma das edições do En em. ~
Entre inúmeros internautas que expuseram suas opiniõe s a ~
respeito do assunto, um se expressou assim: .,,~e
m
CI>
Por causa dessas aberrações, estão impedindo <i:
os estudantes de ingressar na universidade via SISU.
Se fossem um curso meia boca onde sobram vagas
tudo bem mas é inadmissível para quem vai concorrer
medicina onde uma diferença de 1O pontos podem ou
não determinar seu futuro.

Considerando o tema da notícia e o fato de as opiniões serem expostas em um veículo de comunicação a que todos
podem ter acesso, responda aos itens a seguir:
a) O internauta teria, ou não, a opção de empregar livremente qualquer registro linguístico para expressar sua
opinião? Não. Como se trata de um espaço público (internet) e a notícia tratava justamente de erros gramaticais, a linguagem utilizada (principalmente por ser usada
para criticar os erros] deveria adequar-se à norma culta (no mínimo em sua modalidade distensa, menos formal].
b) Nesse trecho, há inúmeras ocorrências que, do ponto de vista linguístico, desqualificam a opinião do internauta.
Identifique e comente, resumidamente, pelo menos quatro delas.
1. ' fossem' - deveria ser 'fosse" [sujeito: "um curso']; 2. 'meia boca' - gíria; deveria ser, por ex., "fraco' ou "pouco concorrido'; 3. "tudo bem" (coloquial) - deveria
ser, por ex., ' seria aceitável"; 4. "onde" - sem referência a lugar; deveria ser "em que/no qual"; 5. Ausência da vírgula entre "bem" e "mas"; 6. concorrer a uma vaga em
medicina; 7. ausência da vírgula depois de "medicina• [a oração seguinte teria que ser adjetiva explicativa); 9. "onde" (idem 4) - deveria ser:· ... medicina, em que...";
9. ' podem• - deveria estar no singular. ' pode' [sujeito: uma diferença de 10 pontos).

O trecho abaixo, transcrito de uma reportagem sobre Oubai, cidade dos Emirados Árabes Unidos, faz
referência à situação de um grupo de operários que trabalhavam em uma obra na cidade. Leia-o e responda
aos itens de a a e:
Uma agente de r ecrutam ento indiana está tentando ajudar 133 homens
que enviou a Dubai para cumprir um contrato que n ão foram p agos. cu-
jos passaportes foram confiscados, que vivem em condições desuman as e
insalubres e foram privados at é de água potável.
Carta Capital. n. 517. p.14.

aJOreferente detodos os pronomes relativos é o termo '133 homens·.

a) Nesse trecho, os pronomes relativos destacados têm um mesmo referente. Identifique-o.


Caderno
b) Em uma de suas ocorrências, o relativo que inicia um segmento t extual no qual se t em a de atividades
impressão de haver um erro de concordâ ncia verbal. Identifique esse trecho e comente, Na p. 57, são propostos
outros exercidos sobre o
do ponto de vista sintático, o que causa essa impressão. Depois, explique por que, na assunto desta unidade
verdade não ocorre o suposto erro. b) otrecho é:·... para cumprir um contrato que não foram pa2os•. oque parece (Concordância verbal
' retomar 'um contrato" [sing.]; isso exigiria o verbo no singular: 'não foi pago'. -l•parte].
e) Que alteração poderia ser feita no texto, de maneira a evitar a impressão de erro? Divirta·se...
Como o que se refere a •133 homens· [plural), a flexão do verbo está correta: '133 homens... que não foram pa2os."

Sugestões: 1. Acrescentar uma virgula entre "contrato" e "que' [...um contrato, que não foram pagos... ]. 2. Alterar a redação: "...para cumprir um contrato. Esses
- ens não foram pagos, seus passaportes foram confiscados e eles vivem em condições desumanas e insalubres, inclusive privados de água potável.".

663
- -- - - - - -

- -------
- -- -

Você também pode gostar