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Manual conciso
Prezados professores,
Esta pequena apostila pode ser usada como um manual conciso do livro “Muito
Prazer – Fale o português do Brasil”. Tentamos pensar em questões mais gerais, como:
tipos de aluno e de grupos especialmente para atividades orais, e não apenas para a
seção „panorama‟, como aparecerá aqui. O fato de essa genralidade aparecer nessa seção
tem apenas motivos didáticos.
Além disso, as sugestões aqui apresentadas procuram contemplar a integração
entre professor e aprendizes, assim como entre os aprendizes. No entanto, gostaríamos
de lembrar que a verdadeira integração entre professor e aprendizes, como também
entre os aprendizes, deve se dar primeiramente pela negociação entre as partes, sempre
com base em uma relação de mútuo respeito. E, para que isso ocorra, tanto professor
quanto aprendizes devem responsabilizar-se pelo aprendizado. Também é importante
que o professor tente conhecer os limites linguísticos de seus alunos para ajudá-los, mas
não se esqueça de que eles também têm parte ativa nessa relação, pois uma relação só
pode existir com ambas as partes envolvidas.
Assim, esperamos poder contribuir para que você professor encontre no livro
“Muito prazer – fale o português do Brasil” atividades instigantes e ricas em conteúdo e
didática. E que seus alunos falem o português do Brasil da melhor forma possível e,
principalmente, que eles descubram e se interessem pela língua e cultura do Brasil que
continuam para além das fronteiras desse livro.
As autoras.
PANORAMA
Sugestões:
Aula individual
Três tipos de aluno (em termos linguísticos):
• a) aquele que não sabe nada da língua;
Quando o aluno não fala nada de português, e não tem língua de contato, o ideal
seria: usar muitas gravuras, repetir frases e vocabulário sempre mostrando gravuras, dar
poucas informações e usar um dicionário bilíngue. Neste caso, a linguagem pictórica é
extremamente importante.
Quando o aluno não fala nada de português, mas tem língua de contato, o ideal
seria: usar esta língua como ponte de entendimento, mas sempre lembrando o aluno de
que isso só será feito em um período curto e não durante todo o curso. É importante
evitar longas conversas nessa língua, pois isso pode se transformar em hábito. Caso isto
ocorra, o professor terá muita dificuldade em negociar a retirada da língua de contato.
Glaucia Roberta Rocha Fernandes, Telma de Lurdes São Bento Ferreira e Vera Lúcia Ramos
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Depois disso, podem-se repetir as mesmas sugestões para os aprendizes que não
possuem língua de contato com o professor.
Aula em grupo
Três tipos de grupo (em termos linguísticos):
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Quando há pouco desnível, estamos com um grupo ideal. Neste caso, a troca de
pares não precisa ser tão constante. Mas é bom evitar pares fixos, a fim de incentivar os
alunos a procurarem ouvir outras opiniões, ou seja, de pessoas com quem eles não
costumam fazer par.
Objetivo: os diálogos foram elaborados para tentar recriar situações da vida real do país,
com uma linguagem apropriada para diferentes tipos de contextos (registros formal e
informal). Por meio deles, o aluno entra em contato com as estruturas gramaticais e
vocabulário que serão praticados nos exercícios seguintes.
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Sugestões:
Segundo passo
Terceiro passo
• O professor pode, além do que foi sugerido, escrever o diálogo em tiras de papel
e pedir aos alunos que coloquem o diálogo em ordem. Depois, os alunos podem
ler o diálogo; ou
• O professor pode, além do que foi sugerido, escrever o diálogo em uma folha
avulsa e pedir aos alunos que completem o diálogo, de forma a torná-lo
compreensível. [Não há necessidade de o diálogo ser exatamente como está no
livro]. Depois, os alunos podem ler o diálogo completado por eles; ou
• O professor pode, além do que foi sugerido, pedir aos alunos que, a partir do
diálogo do livro, criem seus diálogos. Depois, os alunos podem ler o que
criaram.
Passos importantes:
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GRAMÁTICA
Sugestões:
Observação: É muito importante deixar claro para o aluno cada passo dado pelo
professor.
CONSTRUÇÃO DO CONTEÚDO
Exercícios escritos
Sugestões:
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Sugira aos alunos que usem expressão corporal e facial para acompanhar o que
dizem - os gestos são um poderoso recurso mnemônico. O exercício, apesar de parecer
uma simples repetição, se feito corretamente, leva o aluno a pensar sobre o que está
dizendo. No entanto, não podemos nos esquecer de que alunos provenientes de
nacionalidades orientais provavelmente não usarão o recurso da expressão corporal e
facial. É preciso respeitar essas diferenças culturais.
Exemplo
Exemplo
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Josué: Ela gosta de fazer exercícios?
Karina: _____ Acho ________________________________________ que não.
Josué: Então é melhor ela ficar.
Karina: É... __ Acho _______________________________________ que sim.
3. Desembaralhar o diálogo
Exemplo
(linha) Karina: que não. ao está? você aberto sei acha parque?
_____________________________________
Exercício oral
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Obs: As sugestões apresentadas aqui podem ser aplicadas ao exercício Aplicação Oral
do Conteúdo presente no final de cada unidade.
Sugestões:
As entrevistas, que são atividades mais dirigidas, bem como os exercícios mais
abertos, podem ser transformados em diálogos escritos ou até mesmo em redações.
Exemplo
Use as sugestões abaixo para formular perguntas. Faça as perguntas aos colegas.
(Unidade 10 – Lição C)
2. Prolongar o exercício
Os exercícios orais podem ser feitos mais de uma vez com diferentes colegas.
Também é interessante pedir que os alunos reportem a outros alunos o que descobriu
conversando com o primeiro colega.
Qualquer tópico das atividades orais pode ser usado para uma apresentação mais
elaborada por parte do aluno, a ser realizada frente ao grupo, com uso de som, fotos e
vídeos. O item “Algo que você achava que fosse, mas não era” do exercício visto acima
pode, por exemplo, servir de base para uma apresentação sobre o que o aluno achava do
Brasil antes de vir para cá e como sua visão mudou depois de um tempo aqui.
COMPREENSÃO AUDITIVA
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dessa variedade, o professor pode criar atividades inusitadas e criativas para manter a
motivação e interesse dos alunos.
Sugestões:
1. Ouvir e Contar
3. Palavras-chave
PRONÚNCIA DO PORTUGUÊS
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Sugestões:
Após prática do diálogo em sala de aula, o professor pode pedir que os alunos
gravem suas próprias vozes lendo o diálogo. Isso pode ser feito em aula ou como lição
de casa. As gravações podem ser analisadas pelo professor, que dará um retorno
individual aos alunos acerca do que pode ser melhorado.
VOCABULÁRIO
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COLOCAÇÕES
(retirado de Tagnin, Stella: O jeito que a gente diz. Disal, 2005)
O que são segundo Firth: Casos de coocorrência léxico-sintática, ou seja, palavras que
usualmente “andam juntas”
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varrido (como intensificador) ocorre com louco ou doido, ou seja, „louco
varrido‟/„doido varrido‟.
Categorias:
Colocações adjetivas (estruturas Adj+ S)
Colocações verbais
Existem substantivos que coocorrem naturalmente com determinados verbos:
Colocações adverbiais
Caso o aprendiz escolha a palavra que “não se diz”, embora seu interlocutor não
tenha dificuldade em entendê-lo, estará certamente denunciando sua condição de
“falante ingênuo” (Fillmore, 1979).
Mais informações:
Lewis, Michael. Implementing the Lexical Approach – Putting Theory into
Practice. LTP, 1997
Lewis, Michael (ed). Teaching Collocation – Further Developments in the
Lexical Approach. LTP, 2000
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Lindstromberg, Seth et al. Teaching chunks of Language. Helbling Languages,
2008
Tagnin, Stella. O jeito que a gente diz. Disal, 2005
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LEITURA
O professor pode pedir que os alunos falem sobre o texto (resumo, discussão
entre os alunos e professor) e encontrem as palavras-chave.
Seria proveitoso o professor enfatizar não somente as perguntas relacionadas à
compreensão do texto, mas também fazer com que os alunos falem sobre si e suas
preferências. [as perguntas, relacionadas ao texto, e às preferências podem ser em
formato de bate-papo].
Terceiro passo
Atividade significativa: professor e/ou alunos podem levar para a sala de aula
material do dia-a-dia, por exemplo: um artigo da internet sobre o mesmo assunto lido
em aula.
REDAÇÃO
Sugestão:
Exemplo:
CORREÇÃO DE ERROS
(adaptado de Kenneth Beare, About.com)
Para que os alunos reflitam sobre seu trabalho e seus erros (especialmente os
alunos de nível intermediário e acima), é interessante discutir com eles a importância da
correção de seus próprios erros. Os alunos terão, como base, uma chave para correção
(símbolos), a qual lhes apontará os possíveis problemas, e assim eles terão a chance de
refazer o trabalho sozinhos.
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Corrigindo erros - Chave para a correção
T = tempo verbal
P = pontuação
Prep = preposição
PE = palavra errada
GR = gramática
√ = palavra faltando
O = ortografia
As autoras.
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