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PREFÁCIO
A presente obra tem por traço marcante a oportunidaik da dÍM:u.'f4át, qw: pmpiíe. Sero
pretender respostas acahada~, os organizadores inKtaram Ofl autCJr~ a d$;uúr ..riú.ca c:
didaticamente sobre diferentes a.~pectosdo sistema de propriedade intelt:ctual, p;uúcu-
f,
larmente no que tange à inoV'àção farmacêutica. O rt.'!Iultado foi maior do 'jll(: pr(~...
mado. Abordando tema.~ que vão da prospecção tec:nológica á (..xplor~ãt) ec.oninníca
das patentes por empresa~ e universidades, o texto se aprt!1!enta comú um mosaico de
contribuições que desvendam facetas do sistema de propriedade intelectual ainda p0u-
co discutidas no Brasil.
Os sistemas de patentes e sistema~ similares de proteção foram concebido. orí~
nalmente como sistemas de incentivos à invenção e à inovação, ao garantirao5 invento-
res e criadores a retenção, ao menos parcial, do valor económico adicionado por- 5C!'lIS
inventos nos mercados. Tais sistema~ se revelaràm muito mais do que apenas ÍMO.
Eles se revelaram, também, como importantes fontes de informação, como jJJ:5UU-
mentos de promoção e articulação de investimentos e, finaJmente, como pilares in5rinric.-
nais necessários à sustentação de estruturas cooperativas de pesquisa e ~imenfO.
São hoje reconhecidos, quase universalmente, como in~trument05 que JXXk-m catdjear o
esforço de inovação e promover o desenvolvimento, ao incentivar inovadores tradióonaise
produzir canais para a inclusão de novos atores nas redes globais de ÍJlo\'aÇào.
Como se pode depreender da leitura que segue, constituir um sistema de patentes
que cumpra com tais funções não é tarefa simples nem tampouco isenta de conlJ"adi-
ções. Apesar de baseado em regras simples - essencia1mente na de privilegiar apenas o
que é novo e decorrer de esforço criativo, o sistema é complexo em sua implemenlaÇio.
e requer permanente monitoramento e ajuste às transformações que se operam nos
campos científico, tecnológico e comercial.
I
j
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SETOR FARMACêuTICO
VIII
APRESENTAÇÃO
A dinâmica do Setor Fannacêutico tem como um dos pilares o patenlCamento e por ou-
tro lado a nec~dade do continuo acom(X\n hamento e da prospecção como ferr.unenta
para traçar diretrizes quer de inwstimemo. quer de pesquisas e dC5Cm'Olvimento como
subsídio a tomada de decisào dos órgãos governamentais, cmpres:ários e a 3C3dcmia.
Este livro tem como principal o~ieth'o unir a prospecção tecnológica com a paten-
te com foco no setorfarnlacêutico. Para tamoos capítulos que ocompãem são fnllosde
teses de doutorado e de dissertações de mestrado defendidas no Programa de PÓ5-Gra-
duação, Tecnologia de Processos Químicos e Bioqlúmicos da Escola de QWmica da
UFRJ, na área de gestão e inowçào tecnológica sob minha orientação.
O primeiro capítulo trata de como a patente é explorada no mercado económico e
as percepções da Universidade, no caso a UFR] sobre a importància e as dificuldades no
patenteamento.
No segundo capítulo dedica-se especial atençào à proteç.à o indu.strial para o setor
farmacêutico. Aborda o conteúdo do documento patente, além de demonstrar diferen-
tes modos de explorar bases de dados de patentes.
O capítulo três trata do uso de patentes como infonnação tecnológica. As patentes
são utilizadas, como indicador bibliométrico. para analisar o desenvolvimento tecnol&
gico em diferentes países.
O quarto capítulo explora o patenleamento na área da biotecnologia. os autores
demonstram a necessidade de monitoramento dos direitos conferidos pela patente.
através da interpretação das reivindicações patentárias. fcl.2endo utua introdução sobre
as formas de infração e um histórico sobre as reivindicações e a aplicação da Doutrina
dos Equiwlentes no Brasil e nos Estados Unidos, apresentando um exemplo de deóiio
judicial em biotecnologia envolvendo a aplicação da doutrina dos cquivalelllC':So.
_ _ '''ENTO E PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA
~ Fl\."lMAc8mCO - PATEN I t:I"I'" _
SUMÁRIO
8.3 NANOTICOIOLOGIA NO BRASIL ............... . ... : . '.: ...... ........ ......... . IIi'!
8.4 PROSPECÇAO EM PATENTES COMO FONTE DE TENDENCIAS .... , ..• •• .. . . •.... . .. I ~
8.~ MET~)DOLOGIA DE PROSPECÇÃO . .. ... . . ... ... . .. ...............•• •. .... •.... ' . I ~
8.6 BASE DE.DADOS DE PATENTE:> ...... .... ... ... . ..... .. ...... . .. • . .... ' " '" ". IIii
8.7 ESTRATEGIA DE RECUPERAÇAO DOS DOCUMENTOS ...... . .. . . .... . . ..... · .... . 16:\
8.8 DETENTORES DF. TECNOLOGIA E MERCADOS PROTEGIDOS ....... ... ...•. .... " . . I f~
8.9 ORIGEM DA TECNOLOGIA ... .. ............. . ... .... ......... . ...... . .... . .. . . l fi;
8. 10 DETENT<;>RES DAS TECNOLOGIAS DE O RIGE:M BRASILEIRA .. ......... . . . ......... liO
8.11 PROTE~O DA TECNOLOGIA NO MUNDO ........... ... ... ... .. ·· .. ... ·· ..... . 171
8. 12 PROTEÇAO DA TECNOLOGIA NO BRASIL . ... .... , .. .... .. .... .. '.. . . .. ...... .... Ii!
8.13 ~RINCIPAlS DEPOSITANTES EM NANOTECNOLOGIA NO MUNDO ........... . . ... . li5
8.14 A~ DE APLICAÇÃO ..... ....... . . . ........ ... ...... . .... . . ..... .. .... . . .. . 17i,
8.15 ANALISE EM SEGUNDO NÍVEL: PATENTEAMENTO DE NANOTECNOLOGIA EM
. FÁRMACO~ SINTÉTICOS OU BIOTECNOLÓGICOS / MEDICAMENTOS ........ . ..... li6
8.16 CONCL;USAO ........ . ....... .. ...... . .. . .......... .. ........ . ............... . 179
8, 17 REFERENCIAS .... .. .. ... . . ..... . ... . .. . ............ . ... . . ........ •........... 180
.,
9 PATENTEAMENTO DE COMPOSTOS QUíMICOS
FARMACÊUTICOS - REIVINDICAÇÕES MARKUSH . ....... . o • • • 181
Queli Cruz Bastos; Adriano Campos Moreira Britto; Adelaide Mario de Souza Antunes
INTRODUÇÃO .. '.' ................. . .. ... .. '0 ' •• ••• • • • • • • •181••••• • • ••••••••• • ••• • •• ••
\:\..1'\, \ A' K'i l\" m, ,~,ú H I<- f \~'~i\' k .101 " """,,,,,,,,,,,,.,, ." ... " ..... 27'l
1)\.1\ :\\'AU:\,,~\() nA \~"\)R~t'I..'..~ H'\ ~l'H\.\ K\I n l \)\~:t , ~~~1U Dr PATf.~ãf. .,,, .,, 27'2
I :\,1),1 A'~I\i",;\<\ QI,;\lil:lIl\, ,k 11m \);"' \\\110('\\1,. \1(' \';\""11.... , , • " , , , " , " " , , , , , " , , " .. . m
1~(\.~ A\""~\li\\~~ ," \~"' ;_\\"'~'''~\ "" l\.;""'\\\"""\\h' ,\(- ''''''''\lh' ................... ~ ....................... .......... ........ m
\ 3,' A I' R )SI''''.\X~~O ~\, \'.,'\~~Tf~ RHAT\\', ~ A ,\' .\\'~::-': "\ ~.' ;\U~tt::-,"'fOS
}." N( ~'()N ,t\"~~ ' ) l'R"~\\ . . .......................... .. ...................................... .... ............................ ........... 275
\:\.~ (,,:\)~(':\ .t j ~ .)\-"~ ...... .......... .. .... .. ............. .... .. .. ...... .. .............................................................. ...... ....... 283
1~ .~ Rl·:""''':\otf.Nc. ~, !\S .............. , ...... ..... .... ....... ', ............................................................................. . .............. ~
A EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DA ~
PATENTE E A PERCEPÇÃO DA PROTEÇAO
PELA UNIVERSIDADE
Este capítulo está dividido em duas seções; a primeira I dedicada à exploração eco-
nômica da patente e a segunda,2 à percepção de proteçào pela universidade.
Flávio Merola
Neide Aparecido Ayres
Adelaide Mario de Souza Antunes
INTRODUÇÃO
A nova eslrUtura do mundo capitalista trouxe uma crescente necessidade de proteção
não só dos bens tangíveis. mas também dos bens intangíveis. hgem conseqüência das
novas formas de geração e apropriação do conhecimento, que deixaram de ser acumu-
lativas, identificando uma nova "di\isão política" do mundo, em países delc:'nlores de
conhecimento e em países consumidores deste.
Desta forma, a patente, um bem intangível que é, cada vez mais, desde a criaçào do
sistema internacion~1 ~e .proplied~de indusuial, lIn~a ferramenta de ncgociaçào, que
agrega valor ao patnmol1lo de seu utular, sendo um mSUl.lmento único para incentivar
a competitividade em um sistema econômico capitalista e altamente inovador como o
que se apresenta no cenário amai (PLANO GESTOR INPI, 2002).
, Artigo 88: • A invençào e o modelo de utilidade pertencem exc.lusivamentc ao empregador qua?do de-
correm de contrato de trabalho cuja execuçào ocorra no Brasil e que tenha por obJeLO a pesquIsa O,lI a
atividade inventiva, ou resulte da natureza dos serviço! para os quais foi O empregado conu-,ltado'".
\tWt\\n$ rio t'1\\I)l~\ô\)\'~ é (l<' t')I.'1·ln~~ IWfll"i«1 Ilk dlll'lIIl'n~ult,)' nl~ It'n1lO.'l (~O nnigo
90d\ l.PI ,,~ ~ :.rN, ,lI(i.. , i\) 11\\,,"\"6t~t \lIhf'f'icl ~ ('()mt\ "\\1\ 1\(II(·t\ll\ll"·5 (D!\NNEMANN,
~lQ I ,t~\lt.lll() :m~~... , ' q\l:mcl\\ () It~lv.ltltlr \I lil)\ li I lillll,mid:uit" no el\lprt.~l~or. 1{<1':'0-
bndoosil("\lsdin"iw ' Ilt.), \'1i~) 9(1\1.1 L!'II\"' ~,-iW 96, n It)(Isl,lclo~~l\mll~t' o dIreito da t11\~
"'rlrladç «k uma 11\\'\'I\(:io;n.. rlllpn)r.ltlll II"\.' (k~'I'" 1\,"11 IIlIm 1O~'t'IIç:IO 10m das ~I~pcl).
ocllciasdl ~n'l)\'l'S.1 1)(11-:\:1fllI.".! c ('(lII\nlt.ldtl. omil' 1\ pUlrnlt' 't'\"C(ln~n? ~'11I lima ntl\1dad
rot"IJl\('''t d(,:....'I\\"\Il:\d.'\ t' t~io f}I't'\i"lll {'III S('II rolltl\\to de tmhlllho, lIlJ\'lcladc pela qual o
al\pI~"lo l\.'lo ê n'n\\lI't'mrlo. ..
nlbe t~~·""a .. Iw~t~ pOl\!u. <I'\(' lU dl:lr q"t' \I h," "n",? ~~t(,lIce nocmpregiulo. o
~'\l,;l<lot· rt)\I\(,,{t"\1 mil ~'I\'lí,,>t.'~ pois m\ 1't'.Üidadt' \ 11\\ 1t\1'~. rc:nencc. port,.tnto
'11(010 t:
~ il\\\'I\I\",,' I lIutu!" pt~~\ I~'lit-.I, pt"'~ tOS'" il\\ 'I\~ iu n,jo I~'1Il (Im~(III('r vm 1110 COI~ a en~
pn..--.a l);U~ õ\ \1,,,,1 () \~ l.i.o ill"-'lItor Iml~\lh." I.c rmo 11I\'t'I,I(~IO do <:mweg.-Ido ncst"
~~...... ~.i in"l\I<'q''<ltl,unclItc rohl\.';,,,I\), II '111\'111 s;.11)C se o,k)..'1s1.1d~r n ..o <)lUS rcalm 'lHe
~,\I~\r t,\! c\l~\('leri,~", dc \,"'1M" pmlt.1\t.'r 111JCS.'« ),llIo 1II,,,'mor II\ckpenclemc cio seu
~'\\tpI't~\(kl4',
1.1,3INVENÇÀO MISTA
:\0 \""..., t'm quc \Ul~\ Itw\'n,,,i.o ~~, illtt'lllf\'I;\(la t'Omo im "au,:.i o mi~ta, ou stj.., aquela
que o d~'teIllOl' Oll o p"-'p"é\,irio doi p:.llentc ~ l.'OllllUll, e 0$ direilO$ ~l ('xplor.u;ào da p:l-
k)l1k' pt'fk':Il(."('m Mn ll.' 00 cmpl't)r.ldtl \:Oll\\) .10 t'mpl't1t.1dor, con hecida:li nda por mui-
lOS (,~11O In\'t~u '1('$ de t":'1;lbot'It:'\'imclllo-, li ld Cl't,lbdt'Ct: qUt' os diretos sejrull r('parti-
dos ' ~l.atmctll<" di\'idid( ' em d,,,'\S p:.trtCl ,u't~~'O ~ I d" U'l-"'a propliedade d(' ill\'('nção
ati motidodt' unlkUtk- $.~~' rounun. em pm'1t~ "-,,..tis. qu;lndo resultar d:.1 rontribuiç.lo pes-
so.d 00 .:mpl'1->;'d.;) e (k l't"(,\~~ tb:kl!l.. meios,.nllIlClÍ;u., inst'\!'lçUes ou t'quip:.lmcnlo do
t:t\lpn.~.-tior. ressth~ e."pl't~ di..«pt.\Sl,-:iu f(>l\tratllal em ronmlrio-), Neste artigo 1.1
k ,ri:slldor f.w d;~' imuI(õt'S em t.'OndOl,,",io 0\1 em propriedade, conllt'cido como
·c::ondominio k1'!'\'-' ,\s inwI\<Õt'$ que se l'l\q\\:utr,un n~t ~ arti~ s:io aquelas onde o
etnpn.~.tdor CQUll'ibu. ('QIlI ~ ~\\~ ~ dl'pt~ndenc~\., in~tal"ÇÜt's. md ~ ou ('ql1ip.'\Il\('lltoS,
e () t." I~.tdo rom o ~'U tr.loo.lho. Ü1U'\"t:ullO, l'í'til lhidad - não CSl.'\\".1 pn:\'isnl em seu
comr.lIo de rmb,\Uw: o t:tulM,~\do n~io l'\'{t'bia ql",llllcr rem\Ull'm~\O e,-';U':1 por esta
~~ (DA:\:\['\L\:\::-\ ::.\llH ..
ri mln d~ e''t'tltplo.. se (\ empI't~ldo d~~lr lit.'ellciotr~, Slla parte. {'SI(' de\'t'rã ron-
!>ulr..rroffi'tn~ Ilm"''' \'(',riti....., $.' t m~n() (\l'St:i:1 obtt'l' esta Iit.--en,,-a, ~Ipen, 'em 0\."0
'~uI\O Cq\ o t'mp'~,\dl\l' pode"" (~r " ~ll3 lX\I'1 em olena. 0\1 seja.. ofel"e«f :t
«'n"dn~
:\ lC;\'<ll)de imt'I,,"':: ) mi:<.t\, timtl\Oe"'p~mromo ot'mprt'g'.ldor, qUl\ndoopt1.l-
n-tn por tic:tuci:\T" il\\~";IO <k\-etll t'~{'t't't'l"O .." ...imto <L\ pre-ft'rell('j,l. Ou seja, n ("'.1.<0
~ () (11~A(\O 1ll\'t'tUtlf (>pt.u por Ii«'nciou' l.l l};IIt'Ule ~\r.\ explof<\.i. por tt'rct'iro
de\tt'.i dar p«"tmnc:il:lU ('mpl~~ r, quc poI' ~"n'('~ lem o d("\~r de renl\UlCr.U o seu
c·nlJ~.-do.. pois tlll relu\Ute:r,..,-,," ~\ :\.~·\lr.~l em lri, Qu;.tndo fuI' o emprt'g',\dQI'
que ~ Im~Ur:.l (':\.1~""~1o de ~~\ l"Wl,\, iQ ti It"ll.'t'-lro." t.\m~tlll eslt" l.t 'U\ o t\t"\'t'(
de lt.U' lxt:j"~':l~nti,\ :\O~, {'tll~,~i \1ill\~nt(\r, t.11 ('\ ~not'$t"lx-k'{'t' \) m"ti~ 6..'t~ do 0 :)-
d', ~il &~ 'Icirt: c011le U\'IL RR-\.."U.fJRO . . (1l. nANN 'M-",~ ' ,~IOI),
CAPITuLO 1 • A EXPLORAÇÃO ECONÓMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO ... 5
Entretanto, a lei prevê que quando os com proprietários não entrem em acordo
para a concessão de licença para terceiros de sua invenção, deverá o empregador iniciar
a exploração da patente no prazo de um ano contado da data de concessão da patente,
pois a inexistência da exploração pode acarretar em uma licença compulsória da paten-
te (tal como previsto no arúgo 68 da LPl) , ou até mesmo na caducidade da patente
(artigo 80 da LP! nO9.279/ 96) .
4 Este decreto está di.ponível no ., ittdo INPI, e regulamenta ~r~gos d~ Lei n' 9.279/ 96. relati~osa pat~n
tes de interesse da Defesa Nacional, assim como a retribUlçao deVIda a pesqUIsadores de IOsUtUlÇoeS
públicas pela exploração de patentes.
'Es P ta 'a disponível no sittdo M(,"f, esclarece que o Ministério da Ciência e Tecnologia, no uso de
ta orb nÇo'es ICml;s tendo em vista o disposto nos artigos 88 a 93 da LPI n' 9.279/ 96e no artigo 5' da
suas am UI98; nOS ,,-
Lei 9.609/ ,
artigos .
5' § 3', §§ 1° e 2° do artigo 38, arugo 39 §§'
" I e 2' . d a Le'I 9.. 4"6/
:J .
97 ; no ar u·go
237 da Lei 8.1 J 2/ 90 e nos artigo. 3' e 5' do decreto n' 2553/ 98 (mct. gov.br/ legIS/ lels).
6 Disponível no sittdo planalto.www.planalto.gov.br/ portari as .
6 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOlÓGICA NO SETOA FAAMAC~lJTlCO
ção ou a exploração nmis intensivu no País. pod 'ndo exceder ao., CI\"03 de -for
maior" ou ·ClSO (or~uilo", 7 O que é t'o~llirlllac\o ainda PChl CUP. ond.c lili ral~
deverão ser dct~rnllnadas pelas a\llOl'\(~acle, ela. c~c1a. país, St'nrl~ assIm no Brasil
esta inlerpretaçao deve ser ba~euda nu Cnn. Iltulçao federal. POl5 de acordo (O
esta a patente deve se-r concedida em f~lV()r da economia. do desenvolvimento11\.
da tecnologia nacional. DesU\ forma. em caso de dlh'ida a labticação local d~
tia prevalecer (BORGES. 20(3), Enlrct:UlIO, se o prelendente ã licença compulse).
ria não procurar lU11a licença 'voluntária para explofílÇ<io da patente. pexl ria o titular .
alegar razões legítimas, na medida em que esle desconhecia o interesse de tcrçeirQ, na
exploração de sua patente (artigo 70 da LPr, inciso 111 - DANNEMANN, 200 I ). Cabe
destacar que se a patente estiver em oferta a licença (artigo 64 d a LPr). e não r~
ceher qualquer pro posta de terceiros panl licenciamento, o titular pode alegar
razões legítimas para nào explordção compulsória da sua patente, comprovan-
do, assim, a inviabilidade econômica .
• Comprovar a realização de sérios e efeuvos preparativos para a exploração: No
Brasil nào existe qualquer jurisprudência sobre o que seja tal comprovação
(BORGES, 1998) . Entretanto, a apresentação de um projeto de construção de
instalações de fábrica. devidamente comprovado através de faturas que identifi-
quem a compra de material de construção, ou mesmo a comprovação de COITe$-
pondências que indiquem uma negociação de licença da patente, poderia ser
justificada corno a realização de sérios e efetivos preparativos para a exploração
da patente (DANNEMANN, 2001).
• Justificar a não-fabricação ou comercialização por obstáculo de ordem legal:
Neste caso cabe ao titular alegar inviabilidade econômica de fabricação local,
ainda que consiga abastecer o mercado interno através da importação do pro-
duto cabendo ao titular da patente o ônus da prova, ou seja, o de justificar a
não-exploração da patente. Neste caso, tal como disposto no § 311 do artigo 73 da
LPI vigente no Brasil, cabe julgar se o interessado na licença compulsória cum-
pre os requisitos estabelecidos no artigo 68 § 211 , se o mesmo apresenta legitimi-
dade e capacidade técnica e econômica para explorar a patente, e se este real-
mente visa abastecer o mercado interno. Neste caso, o INPI poderá indeferir o
pedido de licença sem que o titular tenha de interferir e comprovar a inviabilida-
de econômica (DANNEMANN, 2001).
Desta forma cabe esclarecer que até hoje no País não houve a concessão de licença
compulsória por abuso de direitos do titular, abuso este caracterizado pela não-explora-
ção local do produto ou processo patenteado.
7 Tenno jurídico qu~ e.xp~essa ~m fato imprevisível, resultante da ação humana, que gera efeitosj uri<»-
cos para uma relaçaoJundlc~ mdependentemente da vontade das panes. Que evidencia um aconlect
ment? res~ltante de ato alheIO que supere os meios de que se dispo' e para evitá.lo· gue
fortUIto nao se confunde com ~ " . '
_.h
O
rra, grnoe. u>ov
. 'd " a orça maIor, sao aconteCImentos de ordem natural que -raro efe:íj~
JUn ICOS, taIS como enchente. queda de um raio, ele. 0-'
~, ..r •..J{ G I • j\. EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO .•. 9
lores também siio diversifkado~. O titular uunbém tem que optar.se ele pn;"
prio vai rediKir o pedido de patente (l'xemplo de como redigir um pedido de
patente também e~tá disponível no lile do INPI). ou será o seu repre!lentantc,
caso tenha escolhido um agente da propriedade indu~trial.~
o Internacional via Tratado em Matéria de Cooperação de Patentell- PCT: Nes-
te caso o d('posit.alllc dcslja explorar a ~ua invenção em 01l.r05 países, e o cle~
silO via PCT é o indicado se " opção for por mai~ de tri's países. hl<I fonna de
depósito apl't'sellCllllais hend'ícios. t"mll dI, ordem pccuni;iria. pois fica mais
econômico do que depositar em separado em cada paí~. onde os documentos
de trndução e a indicação do procurador sr. acontecemo muito mais tarde (30
meses depois de el'ct uar o depósito do pedido) quando () titular realmente teroÍ a
certeza do mercado a ser explorado, além d~ benefícios de ordem procl.'S'!ual,
tendo em vista o relatólio de bu.'K'.a recehido por elite. que na prática é o resulta-
do oficial da busca internacional realizada por lima Autoridade Oficial de Bus-
ca,9 que irá revelar o potencial de sua invenção, apresentando documentos
que podem impedir 011 não o patenteamento de sua invenção. Entretanto, a
taxa para designação de cinco 011 mais países é li. mesma; sendo a..~im, scria
aconselhável o depósito via PCi.
o Brasil, mais um País, pois pode ser que a invenção não possa ser explorada em
outros países. devido a impedimentos legais, uma ve7.que cada país tem uma le-
gislação distinta para a proteção de uma tecnologia por patente. Neste caso, as
despesas além das mencionadas para o depósito no Brasil, este depositante de-
verá contratar procurador para que o represente neste outro país, e[etu,tr o do-
cumento de tradução e pegar todas as ta.xas equivalentes para o depósito no
ouu'O país. Os preços variam de acordo com cada país escolhido.
o Número de reivindicações: Cada país apresenta diferentes preços para o nll-
mero de reivindicaçôcs do pedido de patente; 110 Brasil, até 10 reivindiC<tções
a tarifa é lInica. mais de 10, o preço varia para cada rcivindicação acrescida
(R$ 15,00 por reivindicação acrescida). Existem países que cobmm por nllme-
1'0 de reivindicações independentes.
~ Profissão regulamentada pelo Decreto Lei n R.93:1 de 211 dejaneiro dr 194fi.l\Cndo os ag~IlI('S habilita_
Q
dos legdlmt'nte para o exercício da f'lInç;io d~ proclImdorcs p~r.llne o IN!'I. Cal)('ndo ao lN PI o cada:;.
lraml'1Il0 c a atllalil.ação do r.adasLro nacional dos agenll's da propricdad(' industrial. cditada pcloAlo
NOlmati\'o \42/ 98, dlsponívd no .•iudo INPI.
" Autorirlade olicial cm busca -um 6rg;io oficial de patente. cl't'd,'nl:iado "da OMI'I para cf'cIUU!' a bit..
ca de anlcrioric!iHles em um pedido l!t-posil ..ld(! via PC""- t;' n"pl'tsc,,'ada pd05 ~t"IA"intt"S e-sfril{lI;oS:
EPO _ esclitóri" d,' pall'nleS ('lIrope,,; SlIé,·ia. AIISll'ia •.lapão. E,,,aclos Unidos, (:hina, AIIstni\ia. F.<pa.
nha. Suíça. Fedcmç:io Russa c Rcpübliça da Uoréia. .
12
A cxplol"aÇ<io econômica de uma patente pelo seu próprio tiluJa r é tuna tarefa
exige não só instalaçõ~s pl'~plias pa:,l fahricaçào d? ~roduto, ~u d~mlvirnt-n.c.o~
~rocc.'lSO patel~le~do, mdurndo equrp<lmCnlOS, loglsuca: ~tnJr.lllàoii~,.. ~
frcada, colOercl.alr1Âçâo, e tudo maIs qu~ pos.~aser nece~~o ~ra ~uco mesmo <nn~
k'Var o seu produto para o mercado, pOIS caso a comeraalmlç.1 0 nao ocorra. od('.ten~
corre o risco de perder o seu privilégio. . .
Dcsla forma, dependendo da ativida~e i~dl.lstrial, ou a matéria. protegida por pa.
tente, a cxplomção de patentes pelo seu propno utular, geralm~nte, e uma fonna de ~
ploração que só as p<''SS03S jurídicas, as empresas de uma maneIra geral, estão GI~
das. E esta forma ele exploração é empreffàda sempre no sentido de a1avancara colllpe.
litividade, sendo uma grande estratégia para domlllaro mercado, m~mo que lemJ)Ora.
riamente, e manter a~sim o titular sempre na frente de seus compeudores.
Um t'xemplo de exploração de patente pelo próprio ti 111 lar é o da emJ>raa
BRAS/LATA Empresa do I<lmo industrial onde as inovações são esporádicas, "fublÍcaçào
de Iaw",CSla empresa com uma receila de venda, de 145 milhões de reais em 2OOl. já
conseguiu 29 patentes, 10 delas no exterior. Como um exemplo de alta persistênda ~
pesquisa e desenvolvimento, esta empresa levou IS anos no desenvolvimento de um_
ma em fechamento de latas de tintas, da qual é líder no mercado nacional Este disposiJi.. '
vo foi alcançado em 1994, desde então já produziram mais de 200 milhões de latas com I
nova tecnologia.
A SUZANO - Companhia de Papel e Celulose conseguiu após 11 anos de pesquisa
ser a primc-ira empresa do mundo a produzir papel de a1la qualidade com 100% de ~ ;
lulose de eucalipto, que permitiu a esta empresa um faturamento de 1,8 bilhões de rais .
no ano de 2001 (FERRAZ,2002).
A empresa EMBRACO, com sede em joinville - Santa CaLarina. reforÇ<lo exemplo
de que desenvolver e patentear um produto gera despesas, entretanto a sua comerciaJi. ;
zação gera lucros. Cerca de 60% de seu faturamento em 2001, em tomo de 1,5 bilhões ;
de reais se deve à venda de produtos criados nos últimos três anos. A busca por algo iné-;
dito sempre foi a mela desla empresa, que possui 682 cartas-patentes. i,
Desta forma. para que o titular possa explorar economicamente sua invenção, t
como demonstrado nos exem pios citados, é necessário que exista, ou seja. desen\'Ohi-;•
. ,
do por ele, um conjunto de atrvos complementares (infra-estrutura, distribuição,lo-!
gística, marketinge assistência técnica) para assim gdrantir a comercialização e o usn,!
~p~~ I
Caso o titular não os tenha, é necessário então buscar esses ativos complementaJUj
atra\,é s de parcerias empresariais, por meio de contratos. Como exemplo hipotético de
uma parceria. pode ser cilado o caso de uma empresa que não tenha condições de dis':
tribuir o seu produto, altamente sofisticado, e que necessite de transporte especial, pa!2'
cobrir a maior parte do tenitório geográfico, ou o pais no qual esla é deteOlora da pa:-
tente, desta fonna ela irá procurar uma empresa de distribuição que possua as condi-
çõesde transporte para este produto. Neste caso, é importante ressaJtarque esta rury:e,2
ria não significa uma cessão de direitos da patente, nem mesmo uma licença para expb-
ração, apenas a distribuição do produto para que este atinja o consumidor final.
Um bom exemplo que demonstra a importância de uma parceria. para se ~
guírcomercializaruma invenção é o da empresa EMBRAER. que para o lançamen.lO· .
9APlT1JLO 1 • A EXPLORAÇÃO ECONOMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO... 13
Mvid.ade de elCplorac;ão nos temtó rios ou países em que !\<mhou a patente, elco IlO(l
-
c.eMr estl.'6 dirdtoS para u ma detenninada região ou país (Ti':JXEI RA, 1997). Por L\~
"/lueexi~tem licenc;as d e patentes para o Br.lSil. que não se estendam a o\ltro..~ paíse~.
('ode ~ (."'}Ccmp liiicado pelas licenças de carát.er exclusivo. onde o tiOllar cede para
apenas uma empresa t'lita e xploração . e nestes casos o contrato devt' ser avcrhado III)
INP!. uma vez 'lut' se refere à transferência de tecnologia, pois envolve o envio de re-
, nns;! de dólarel> ao eXle,ior. Esta forma de exploração é estipulada por um (Ontralo
enfIe a5 parte$. por um praw preestabelecido. onde, em troca desta licença, a t'mpre-
6a reu'h e "lIJaúits (I % a 5 % do faturamento líquido relativo ao valor de venda do pro-
duto T!-.:.cl'AR. 2003} , que pode ser sobre o valor líquido comercializado. pela empre-
ia u'6sionária, por unidad.e de produto comerciali7.ado etc ... Dependendo da matéria
'l ue e!llá k ndo licenciada, assim como o estipulado no conU"llto de transferência de
~nok)'6ia.
Como exemplo pode ser citado o caso do medicamento anti-retroviral, que foi pa·
tent.eadt, pelo l.aboratório Farmacêutico Augouron, e licenciado para o Laboratório
Itoche para ~ exploração no território brasileiro.
1'<0 GlSO da licença não-exc1usi\"d ou simples, também os direitos não são cedidos,
I)t)ís (.'Sta ~ refere apenas à explordção do objeto da patente, pois o titular pode conce-
dedícença para outros explorMem a sua patente, e os ganhos auferidos com tal modali-
~! d e c:xplonu:;ão scr.lo respectivamente menores do que os alcançados por licença
ti(' c;;ifát.er exclusivo. Entretanto, esta modalidade é muito utilizada por instituições de
pe!llluísa. gcwernamental, instituições acadêmicas que tem por finalidade um cunho
IIndal na explordÇào da patente, e não apenas o financeiro (VERGARA, 2000).
O artigo 63 da LPI n" 9.279/96 estabelece que: "O aperfeiçoamento introduzido
e m patente licenciada pertence a quem o fizer, sendo assegUl"lldo à outra parte contra-
rante o direito de preferência pard seu licenciament02". Tal diretrU pode ser interpreta·
da de tQmla que tanto a cedente como a cessionária pode introduzir um aperfeiçoa·
mento na patente, onde <-'Ste é um direito de quem o cria, que pode ser o titular da pa-
tente licenciada, ou aquele que está explorando economicamente esta patente. caben·
tio a (Julrd parte apena~ o direito de preferência para eventual e futuro licenciamento
(DANNEMANN,2001).
O dj~I)<J6to no artigo 64 da LPI nO 9.279/96, permite ao titular de uma patente soli·
d lar ao INJ'f que coloque em oferra sua patente. para fins de comercialização. Desta
forma, a oferta de licença publicada pelo INPI tem por finalidade dar conhecimento a
terceiros de que o titular da patente deseja licenciar a sua. Uma estratégia que pode
L(mtríbuir l)'dra a comercialização de uma patente desenvolvida por um inventor isola-
tio, pasoa física. Porém não significa que seja este o propósito de tal artigo, pois lodos
podem UÚlilAr deste. tanto pessoas rlSicas como jurídicas; entretanto, pessoas físicas
rw., l>Ol>$uem outrOj! meios de divulgar o licenciamento de sua invenção_
Emoora nàoesteja previsto na LPI nO 9.279/96, caso o titular opte por esta decisão.
acaJy,mi por impedir uma licença compulsória de sua patente, quando o titularjustificar
'<lfulta de explordÇào da patente por motivos legítimos. Pois o INPI poderá negara con-
15
( ':mrl rdiu;ão ao Iíc(!/IdalmmlJ), existem inúmeras vantagens para que uma univcr.
-
~i.f1adu.nl)1.t! fl~r ~lile tipo de c"plor~ão.econ?mica de lima patente. fnllo de PCsqUlla
1'11'111(11('" realmula em 8WIJI depenclenClal!, taIs como:
é impulsionada pelo capital de risco, este capital pode ser promovido tanto por particula-
res como por fundos de investimento de capital de risco pois estas empresas investem um
capital inicial para desenvolver a tecnologia até um estágio mais avançado, possibilitando
a'iSim a comercialização de uma invenção.
No Brasil, uma das soluções encontradas para facilitar o surgimento de novos ne-
gócios, a custo baixo. é a incubadora de empresas, que são entidades dedicadas a gerar
novas empresas e prepará-Ias para que se tomem independentes e fortes o bastante
para enfrentarem o mercado competitivo sozinhas.
A disseminação das incubadoras de empresas no mundo teve início na segunda
metade da década de 80. atraindo e realimentando as atividades de pesquisa através de
uma permanente articulação entre as empresas e os laboratórios que lhes dão origem e
suport.e t.ecnológico. Desta forma. a instalação de incubadoras em universidades e
centros de pesquisa é uma tendência mundial.
Dependendo da incubadora, o prazo para a incubação de uma empresa pode levar
de dois a sete anos. dependendo ainda do setor industrial que está relacionado com a
pesquisa, este prazo pode ser ainda maior. como para as pesquisas de síntese e testes de
um composto químico.
INTRODUÇÃO
Nesse mundo globalizado de hqje as alterações ambientais e comportamentaíll rCllul.
talHes são de tall1lagnitud(~, e, às vezes, tão inespeíddas, que as entidades sociaislO não
têm consegllÍdo acompanhá-Ias e, muito menos, adaptar-se a elas, o que as leva a en-
frentar sél1as cdses. Um exemplo disso são os enonnes impactos provocados pelo frc-
qüente emprego de novas tecnologias que, via de re!,'Ta, alteram hábitos, valores c
u-adições que, antes, pareciam imutáveis.
Pode-se dizer, então, que existe um hiato entre o avanço científico e tecnológico e
a capacidade de reação, e de reorganização, das entidades sociais para o trato da nova
realidade.
Sabe-se que, no Brasil, a Universidade esteve, por muitos anos, divorciada da tec·
nologia e de suaaplicaçào real. Apesar de apresentar lIlI1 excelente nível científico, o ní-
vel de fJerjormancetecnológica ainda é insuficiente. Em parte, porque as condições passa-
das não favoreciam o desenvolvimento e o crescimento tecnológicos e no Bra~i1 ainda é,
proporcionalmente, pouco incentivada a extensão universitária.
O Brasil, durante muito tempo, foi (e é, pelo menos na área da Química) um País
em que o empresádo comprava tecnologia. Apesar dos excelentes Institutos existen-
tes no País, isso acontecia por motivos econômicos bem simples, ou seja, além de ser
mais fácil e rápido se conseguir o produto, ainda não havia uma forte interação em-
presai universidade.
"
CAPITULO 1 • A EXPLORAÇÃO ECONÓMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO ...
19
I?f~lizr.n.ente, O que muitos ainda não sabem é que uma publicação antecipada
~od~ InVIabilizar o depósito de um possível pedido de patente, I I uma vez que o mesmo
flcana carente de um dos requisitos de patenteabilidade - a novidade.
. . ~ dilema entre publicar e patentear faz com que o desenvolvimento fique tolhido e a
cnauVI<:Iade brasileira não consiga ser expressa. Com relação a este ponto, é importante se
esclarecer que:
l. Paperse patentes podem conviver pacificamente; isto porque, uma vez deposi-
tado o pedido de patente, a matéria constante do mesmo passa a poder ser
publicada sob forma de paPlff, sem qualquer problema.
2. É necessário desmistificar a idéia de que patente só protege o mais fone. A pa-
tente ou a propriedade intelectual, mais genericamente, protege a criativida-
de, a pesquisa, o invento.
A revolução tecnológica- talvez a revolução mais acentuada de todas as revoluções
já vivenciadas pela humanidade, pois quem tem tecnologia, tem poder-leva a um inter-
câmbio do conhecimento, regulado por princípios comuns de mercado, impõe prote-
ção à propriedade intelectual, e a tendência é de que, no futuro, será cada vez mais difí-
cil se desenvolver um processo de pesquisa estável e auto-sustentável sem a proteção
dessa propriedade.
Contudo, a quem coube (e continua cabendo) a gestão estratégica da proteção in-
telectual: ao Estado, ao cientista/pesquisador, às Universidades ou ainda ao consórcio
universidade/ empresa? Os acontecimentos favoreceram a adoção do modelo bipartite
de gestiio, ou seja, coube tanto ao Governo como à sociedade (representada pelas Uni-
versidades, Institutos de Pesquisa, Organizações, etc.) incentivarem à ciência, tecnolo-
gia e inovação. Isso porque o Estado orientador e/ou sócio vem diminuindo e, alual-
mente, a sociedade pode, por mecanismos diversos que estão ao seu dispor, reposicio-
ná-lo, no sentido de definir uma política mais agressiva de incentivo, de ajuda ou incre-
mento tecnológico.
É claro que todos os incentivos e investimentos feitos pelo Estado,I2 nas áreas de
ciência, tecnologia e inovação (Cf&I) , ainda são poucos, mas podem ser considerados
expressivos, considerando-se que o Brasil é um País com muitas urgências, principal-
mente na área social. Por isso é tão importante que se vá, pouco a pouco, aperfeiçoando
a interferência pública, por meio de parcerias em prol da sociedade.
Embora ainda existam muitas falhas, sendo a própria burocracia responsável, mui-
tas vezes, por equívocos ou empecilhos, a disposição é no sentido de ativdf lima coope-
ração e estimular o desenvolvimento tecnológico e, conseqüentemente, facilitar canais
para a comercialização desses avanços tecnológicos. ·
II Segundo o artigo 8. da LPI. os requisitos de patenteabilidade ..io: novidade, atividade inventiva (' apli-
cação industrial.
12 ('",m a entrada em vigor da Lei da Proptiedade Industrial- LPI (de 1996). principalmente a partir do
ano 2000. vedficou-se um aunlento no incentivo governameutal- alrdvés de seus órgãos ele fomento
como: FINF.P. FAPERJ. CNPq. elc. - para a<questões da (,'1'&1 (Ciência. Tecnologia e Inovação), bt'm
como observou.-se um crescirnento na intcgnu;.ào das comunidades dt'núfica e empreSc"lrial com o gcr
verno em leulas dessa nature7..a.
, .,
I ~ Pnlenle. aqui . nada mais é que o depósito do pedido dt' patente _ a proteção da invenção.
UFPR "BC'~A
BIBI.IOTECA
' ;'\1' 11 \1,,1 t • A EXPLORACÃO ECONOMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO ...
. -.... '-.,- . ' ri ' t H' '1 ~!
Alél\\ disso, é fundamental que a burocracia 1/\ seja minimí1~tda, pO'j~ eru tlIU;W'I ("~
~08" pl'l.Itcção não chega a ser feita (kvido à.~ inllmer.lS exigcndas Ilue devem M'f ttlm·
prill<ls (principallllente por parte das Instituições), () que acaba por dCM:~llrnlllar 11 dr, ...
tista / pesquisador" iniciar ou mesmo a prosseguir com o procesw de pate ntealTlcl'II.t1,
R<,aIi1.011-Se uma pesquisa nos indicadores do CNPq 17,18 e do MGT ,19 com {1olJjet'"
vo Ih- veriticar qual o rankingdas Instituições/Universidades brasileiras em terrnM d(l:
indicadores de fomento à pesquisa e à inovação e de investimentos por linha de açã<r,
indicadores estaduais de ciência e tecnologia; e número de bolsas pard elltfnlUlo à inovd'
çúo para competitividade. Os dados obtidos2o mostraram a USP sempre cm 1u lugar ~#
guida da UFI~J em 2Q •
motivos de logística, e a fim de mapear como as Universidades nra.~í1ci l'$ têm
1'01'
p;('renciado suas invenções, decidiu-se por se fazer um estudo de ca80 díredonado li
UFRJ.
O método utilizado, primeiramente, foi exploratório, feito com base na pesquísa
em bancos de dados públic021 e privado,22 onde se pretendeu analisar, quantitativa-
mente, os depósitos de pedidos de patente feitos em nome da U~J e quais 08 s('''l.IS ma..
ores inventores/patenteadores. Com esses dados utilizou-se o método da pesqt1i~ dC'~
rritiva, que possibilitou a elaboração de questionário/ entrevista feita com 08 maíore~}
patcl1leadorcs da UFRJ -os quais foram previamente selecionados na prirndra busca.
A segunda pane deste capítulo tem por objetivo relatar a~ percepções que 08 princi-
pais patenteadores da UFRJ têm sobre a gestão das patentes feita por esta Univer~idadC'.
14 N... stl' particul;lr entrnm questões como: a quem cabe a titularidade; quem deve ser nomeado inventor;
no raso rle licença da patente, quanto cabe a cada uma das partes etc.
IGNeste particular enu'am questões ligadas às formalidades exigidas para elaboração do relatótlo de um
pedido de patenle.
lO Neste sentido entenda-se burocracia como o.entraves legais existentes na Universidade e o 'ainda' re-
dll1.ido nÚllle1:" de recursos humanos com experiência em patentes para auxiliar 011 profe..wre. nesta
pl'otcção.
17 hll p:/ /www.cnpq.br/esUlusticas/investimelllos/insÜtuicao.hun. .
I~ hup: / /fomentonacional.cnpq.br/dmfomento/home/fmlhome.jsp.
19h IIp:II www.mct.gov. IJ r/ llunl/ temIJlate/frameSet.php?urIFramc=bttp:/
,
/ 200.130.9.7 /cstatla..:avpp/
cstados/abcrlura.hun&obj Mct=lndlcadorcs.
In,t. . . ' . r le apesar de ser notória a imponânciada UNlCAMPeda UFMGn.opate....
r. llllportanlc se mencIOna n.,1 , . . ' • ,,"I ugara
' '
. . - . I' apareceram IJara estes mdlcadores, em 4 c rapecwdmc mc.
tcarnelllO de sua., IIlvençoes. e as •
t i lN PI _ Instituto Nacional da Propriedade Industrial: www.inpi.gov.br. . .
tI t' . d' nibili7.a informaçõeS sobre ped,dOll de p'atentc de váriOS p'..IM:t do
)t'lplllon _ Software pago que ISpO ,
Inllnrlu lndcrcço clclrõruco: www.delphlon.com.
. " nO mínimo, 2 pedidOllde patentecleposit;WO!I.
v. Decidiu-se porelllrevistar os prolessores que tIvessem,
NtO,8. PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FA
. ~
PERFIL 1
Os professores, durante as entrC\lstas. conseguiram se destacar bastante dos demais de.....
\'ido a rua consciência j.i consolidada há anos sobre a importãocia das patentes para o
desenmkimemo do Pai e para a projeçio no mundo globalizado. E. ta bag-dgem foi
adquirida por d de diferentes formas: quer pelo contato que tiveram com colegas
de pa~~ desen\'O"idos dw-ante seu doutoramento, quer pelo contato direto com em-
presas estr.mgciras. ou ainda por intcr-relacionarem"\Se entre si
Isso os po5.gbilitou priorizar o patenteamento.. Apesar do grande número de papm
publicados. eles sabem que no mundo de b~e. qunn não se pTOtege não lem como en-
frenlM a concorrência. .
'.
ROSPECÇÁO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMAC~lfttr.
PATENrEAMENfO & P --~
PERFIL 2 .
. d m consciência da importância das patentes para a UOlver-
05 professores apesar e tere . '
. i I 'mento do País eles não se sentem esumulados a conunuar pa-
Sldade e para o ( esenvo V I ' . .-
parte d o Departamento a que pertencem dentro da InsutUlçao,
lt'lltean d o, quer por .
quer por parle do Governo. ' . .
Já com relação ao Governo. o que e1esalegat'atll,fOl que: ap~sar ~e tersldo p:o~uJ.
(rdda a Lei de Inovação, tanto os editais de fomento a pesqUisa CIentifica, tecnologIca e
". ES30 • d •. . d .
de inovação do CNPq,29 como as avaliações da CAP na area e qUlmlca, alO a sao
incipientes no incentivo ao patenteatnento. No caso da CAPES, para avaliar os cursos de
pós-graduação ela tem considerado como publicações relevantes apenas os artigos em
periódicos nacionais e/ou estnmgeiros; os depósitos de pedidos de patente têm sido
considerados, mas ainda de forma bastantClÍrisignificante.
Por isso, este grupo, apesar de ter capacidade de patentear suas invenções, está
preferindo publicar a patentear.
Com relação à interação com o setor produtivo, o grupo, até o momento, só reali-
zou parceria com órgãos do governo, e nunca recebeu ruyalties pelos pedidos que têm
depositados, quer no Brasil ou no exterior.
Assim como para o perfill, também para eles alei de Inovação (LI) continuaaser
uma incógnita. Esperam que no futuro os editais levem em consideração a LI e passem a
considerar as patentes, também, como publicações válidas para a obtenção de bolsas de
projetos.
dcsellvolvimento do Par!!, ma!lllpC~"r dilil!(1 I,('d ~ !101M 1I"'l1I(I'I11,I14' (lI4(rr/r.llldtt (" ',,"
ln! (} mim oro de Iml'eI"H: (J de pedidoll dcpoIlÍfml"", Tíllvcz iAA<H)/!lIrt"d porll"C ~ linha lU-
pe8quj~a delcII8çja mail! voltad,\ para a parI ' de I!mnultorla II quo lião I(f! ta, r'lJaltmmtc,
muita.~ patentes,
Elite gt1JpO llunbém wsluma InlenlKír tliteUlIlIC"' ' com n IKJI.tJr rmJf1Ul;vo c, /}()r
is!lO, já foram rca1i1'<ldo!l alguns projeloll d e parc('lÍa tom emprClIltll, J~ ntrNal1tt1, tU~IIfI C:
ca.m normalmente a ell(olha do I-lue !lerá deli '"volvido fica i1 cargo da em pr" /la, lIã" d"
pellllui~dor,
Também panu'. les, a Lei de Inovação ai nela é dClIcon hedúa, Vl/IW que wiu ~judou a
obter qualquer financiamento do Governo nem exerceu in/luê nda 80IJre parccl'ÍilJljá
fechada3,
Relalaram a nece~sidadc de os editais corneç"rcrn a valor1í"..íIr (UI P:ttcllIC", II C III '111("
para iSllO sejam criados edilais e8pcdlic08 à iIlOV<lÇ;"IO, A.o!sim, o~ pJ'()rc~!lon~1! que t /II on-
diçôcs ele patenlt~tlr. e nào apenas publicar, poderão 8e ver mail! atr<.rdoll a fazê-Io,
SUI{r.riu, tamb 'm, que. para ilJII'oximar () F:scrit6rio d e Propriedad e I nl c/eclua l diUl
vária., unidades da U F~J, periodicamente al!(uéln do CNcril6r1o eSllvcKlle emllrn dOI! ccn-
tro~da Universidade (cr, CCMN, ces e Ikiloria) , I8.m facilitaria o prlm 'iro conltltu do
profcs.,or com 11m cHperialixla no aHsunto e, com ISHO, haveria lima dil1funií".<Içào do pr(~
cesso, EHtll é, sem dúvida. uma idéi" intcreHHantc. que vale: a p 'lia ser pCIIKa(\a pelo"
gestores int egrantes da PR·l.!,
PERFIL 4
Esses professores. a""irn romo os demfli~. tambémllC dill.,emrn cons ientes da IrnrortJ'I ncia
das palente!! par" o desenvolvimenlo do Pars. principalmente no mundo ~Iohali,..ado d e
hoje,
Na verdadc, o que eles al e~ardm é CJue ainda é muito hurocl'útico ~c faí", 'r UnllIll
gociação Universidade/EJ11pre~a quando ~e lrata de palell' , I lá váriall queMt!") 'H em
jogo, mas 11 principal delas é quanto ao licenciamento excluHivo, ou st;ja, iiI! cmJlrcllt~'
exigem licença exclusiva, ma!! a Universidade nào pode f'aze-Ia por questüeK de cunho
legal. Assim, as empresa.~ acaballl pr ,ferindo negociar uma tecl1olo!(ia qu> não I :!lh~ja
palenleada, e para isso rcembolsam . via fundaçôc8 univcrsitárias, o peM(l'liMa(\or • o seu
laboratório por isso,
l'aracsle gTl_'po, a escolha do desenvolvim 'II to em GI.~O oe ptlrterla varia c:omo de~
t.rito no perfil I, 0\1 seja:
a) Pode partir dos pesquisador 'S o inLCrCll.'jC pela pcMCJui1l<l, <tll<u\(lo, então, procu·
ram as elllpl"t!:l.18 p<uCI tin,u ldar lul pl'l'!jClO (o que OCOll'C mai~ (i'cqilentcmelllc),
b) Pode partir de cmpn!sa a nec:es~ldadc d ' IlcscnvolvimclIto de III~o lJuc III
st'ja de interesse imediato c, para isso. u pan:crÍii seria inler " II,~lIllIC,
Enu'ctanto. fi forma de rcu'Hl\Iição ' diferem tia do perfil I. oU8t;la. pum o~ CIIIIOll
do tipo (a) o pesquisador, quaJ\(lo nào I '1Il pedido de patente. des'lIvolve II MUII I\\VCII-
PATENTEAMENTO & PROSPEcç.AO TECNOI.OOICA NO SlrrOA FAnMI\Ct~
'-..;
çãú pan a empresa. já nos casos do tipo (b) a em prcsa confrtua fJ'pc8CJui8ad()~ fJa,~ r~dli.
= um dc:-lernIÍnado SCf\'Íço p-Ma ela e por ele paga uma dCLCIlrUrlada 'luan Ua. (.a.'\() \
nba .. leT paLCl1lC. a lllL'Sma scrá de tiLUlaridadc da cllIprcPla.
É por Íl>'5O que o Brasil é conhecido por aprc!lCrltar um excelente nível dentificI).
mas um IÚ\--d de ~orm.ancetecnológica jn.~uJiciente. lnlclizmcnte. esta é lima re:tlit\a.
de com a qual as l:niversidades e o BrdSil têm de convivcr. pois os indicadores cm leI'
tDOI; de patente. apesar de terem aumentado nos últimos anos. ainda súoconsidcrd/lrll
muito incipientes.
Assim oomo oos demais perfr.s. a Lei dc Inovação ainda não surtiu efei tos. pois í'rn
nada ajudou na obtenção de financiamentos do Governo nem exerceu qualquer ln·
Huénciasobrealguma parceria que foi fechada. Esperd-5C que no futuro este I.cípico P()~
53 sc apresentar de forma diferente.
sentido de v.tlorizar a Propriedade Intelectual, ainda é preciso mais, muito mais para
que o País dê um salto em direção ao progresso e ao desenvolvimento.
Embora hoje as Universidades não estejam mais tão afastadas da tecnologia e ria
sua real aplicação, tendo adquirido consciência de que é necessário que as pesquisas es-
tt3am ,uJradas, também, para o social, foi possível se verificar que os empecilhos (ideo-
logia 3C3dêmica e publicação de papers) ao desenvolvimento tecnológico de outrora :
airuh pen;rstem-
. ,
Sem desmerecer a pesquisa básica - que indiscutivelmente é muito importante, c
\isro que éa base para rudo-urge que haja um esforço conjunto no sentido de sevalori-
zaras patentes,já que o progresso e o desem'olvimento vêm por meio dela, ou seja, da
proteÇão e da romercialização da propriedade intelectual. Por isso é tão premen te que .
sc cuJrue e dissemine essa idéia junto à Academia.
As entre\ÍSlas deixaram claro que a Academia ainda é cética quando se fala em pa'
tentes, e nem mesmo a Lei de Inovação conseguiu fortalecer a cultura do patenteamen-
10 nas Universidades.
Isso é preocupante, pois no momento em que a tendência mundial é de incentivo
:à Inovação Tecnológica e ao patenteamento, no Brasil ainda prevalece a mera publica-
ção de papers.
O ideal seria que a Universidade estivesse fortemente engajada no movimento
pnHnO\ação, protegendo não só a nossa produção intelectual, mas acima de ludo. de- .
~lvendoo seu papel sociaL Isso certamente fortaleceria o progresso, o crescimento i
econõmiro, a maior distribuição de renda e a justiça social. J
CAPfnJLo 1 • A EXPLORAÇÃO ECONÓMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO...
Sem querer que a Universidade substiula o Estado, pois cada um tem suas atribui-
ções. entl"nde-se que é preciso que ela consiga contribuir mais para a sociedade, em ge-
ral, e para o setor produtivo, em particular.
Isto porque nào se pode mais conceber que um Pais como o Brasil permaneça aco-
modado, sentindo-se confortável, a reboque de outros países que se desenvolvem ple-
namente, como outrora aconteceu.
A UF~J a partir de 2008,já conta, de forma formal, com a criação da Agência de
Inovação e do NIT, ficando, portanto, a gestão das patentes a cargo da PR-2, Pró-Reito-
ria de Pós-Graduação e Pesquisa.
1.8 REFERÊNCIAS
ADP1C ou TRIPS (sigla em inglês) - Acordo Relativo aos Aspectos do Direito da Propriedade Intelectual
Rdacionados com o Comércio. Disponível ern : htlp:/ / pt.wikipedia.org/ wiki/ Acordo_TRIPs. Acesso
em: fcv. 2008.
1l\'PI- Jnstinllo Nacional da Propriedade Indusuial. Disponível e m: htlp:/ / www.inpLgov.br. Acesso em:
l ago.2007. .
I.ri 9.2i9, de 14 de maio de 1996 -IA da Propriedadl! lndlL,trinl (l.P/) - Disponível e m: Imp:/ / www.planaI-
to.gov.br/ CCIVIL./Leis/L9279.htm, Acesso em: fev. 2008.
• TECNOLÓGICA NO SETOA FARMACtVTiC()
PATENTEAMENTO & PROSPECÇAO ...
28
UFRj - Universidade Federal do Rio deJaneiro. Disponível em: http://www.uflj.br. Acesso em: fev. 2008. --
VERGARA, S. C. Universidade Corporativa: a parceria possível entre empresa e universidade tradicional.
Reuista de Administraçã() Púhlica. Rio de Janeiro: FGV, v. 34, n. 50, p. 181-188, seL/out., 2000.
VERGARA, S. C. Universidade Corporativa: a parceria possível entre empresa e universidade tradicional.
Reuista de Administração Pública. Rio de Janeiro: FGV, v. 34, n. 50, p. 181-188, set./ouL, 2000.
A inwnçáu pode· IWr definida como o rp~IlIL."lcl() de críaçãl) ele algllma coi!la alé f)
mome nlo ent;'(l ilwxisb'n"', produto d,) espíriLO invelllivo do homcm, quc soluciona
um prol Mina 11!('JlÍt"o (ROSA, I~IYH). A inv('llção S<lti!dwl. delerminada~ nccessidadL"S de
orde m prálica.
A propriedade indu~tri;'11 é complexa e de cal"dcwrí~li ca.~ 111 ui to pr6pria~. Mesmoem
nível intemacional o ll.~~lInLO llinrla é c10minadn por poucos cspcc:ialisla~ (PAVITr.
HJ98).
A fim de pmlcgcr a produção. a propriedade industrial aparece na forma de )Y.I-
I ml.Cll de invenção, modclOll d ' Ulilidad(~ e modelos e desenhoN indlL~lriais, que são m~
nop6/íc)!IlegaÍll, qU<' reconhecemo privilégio de IJ.~ e cxploração cxclusiv-a ao inventor
l)t)f um prazo determinado, ViSillldo cncor<!jitr o dc:sc:nvolvimentn da indústria pard (j
!\H I ),,~eM (Ie dados hospedadas nos grandes sistemas como o The Dialog Corporation
(F,Ll A) . o STN - Scicntilic and Tecnological Network (Alemanha) e o Questel (Euro-
pa/ \",llA/ A~iil) oferecem citaç(ICS a outras patentes, resumo, informações quc, dissemi-
nada" aos cspeciaJistas sistematicamente, facilitam a opção acertada pela leiUJra do texto
I'ClIllpleto (lo documento. minimizando sobremaneira o tempo despendido na pesquisa.
1;~~[C\ .m~lise permite dcfinir a evolução no tempo do terreno já ocupado por ou-
[ros, c os domfnios que podem ainda ser cobertos por novas invenções. Auxilia da mes-
ma forma na reorientação de pesquisa~ ou mesmo indica a sua intenupção, caso o
ohjt,to ria mesma est~ja protegido.
Enfim, os documentos de patente citados num detenninado documento constituem
um aCt!rvo ilimitado a ser explol""ddo.
A ligurd 2.1 pt:rmite um panorama do que é disponível no conteúdo de um docu-
mento de patente em função do que se deseja conhecer:
Referências contidas
em bases de dados
Monitoramento técnico
preciso setorial
Resumos acesslveis
em linha de uma
base de dados
Descrição
da invenção
Monitoramento técnico
pontual
Exame de
esquemas, figuras
e desenhos
Estudo Monitoramento
do relatório da
de pesquisa concorrência
Acesso via
base de dados
Nível 1:
Referências
Acesso via
boletins
Resumo de alerta
para leitura rápida
Nlvel2:
Referências
Resumo mais elaborado
para lelt~ra mais demorada
Parutlon mais Tardive
-,.
Indispensáveis para o
conhecimento do
conteúdo da patente
FIgura 2.2 Os Tre" s Níveis de Conteúdo I
Fonte: Jacobiak, 1994. nformativo da Patente.
EA~~r.~j~~~~
~ ~~~~..______----~
Ç-\ Q i"iUL02 • A ESTRATÊGIA 00 ~A~MeNTO
-_........ '
...::;T.:.
NíVEL 2 - RESUMOS
Havendo interesse nos dados acima se pode consultar os resumos c as aplicações que
são novidade.
No final dos anos 1980, o Representante do Comércio dos Estados Unidos, por uma
petição instruída pela Pharmaceuücal Manufacturers Associanon - PMA, iniciou proces-
so de investigação sobre a proteção intelectual brasileira, com destaque no selor famla-
cêutico. Tal fiHO fez rena~cer as discussões, vindo a ser apresentado, em março de 1991, o
prqjeto de Lei 824/91, do poder executivo representado pelo então Presidente Fernan-
do Collor de Mello.
O Projeto de Lei 824/9] já trouxe a possibilidade de patenteamento, tanto de pro-
cessoS como de produtos fannacêuticos, inclusive em desenvolvimento no Brasil e nO
exterior, o que gerou controvérsias, principalmente pela indústria nacional, represen-
tada pela Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais - ALANAC, por dlver-
39
· " [Wll.l
...'=-='_'
',,,,,,.,,.~.~ , 11'
. " l'•tHnA
~fI~ (lt~lIl1l/a\' 1t'1I N I ()-( ~IIv(>l'lIflln ntulM - ONUs tl deputados em Ika.,Oia, trnn~forma",.
cllln d l~('lIll~\ (I da mal 1'11\ ('III IImll vt'relaot'lra hlllalha ('ntrc 011 fortes ~etorell cconômi·
l'(I~ nadou \I~ t' fl111\~IIIl('\()nIlIH, por ",cio ele ~t' II~ lohi~tll.~ c representantes no Congresso
Nnrltllll\1.
1\'\1:.1, II nl1\/lil rbi 1111\1 II Idu lia li~ta de ohsc,vaç,io prioJÍllÍria cio governo america·
\0:111
no. devido ~ " ,\tI,,'pl'ovllçiio du I'n~ ' lO ele I.ei H~H/!:ll. EI1I 199;{, o Reprcsentante de Co-
1IIt'.iu tI()~ JI~t"tI()S Ullidos illie;iUII invcstil{açeil!S n "ccssiírias para a imposição de novas
~\\II\·Ú(·s. D\lI''t\utl' c~t c proel'sso, ullIa cOllli~s;io fimllllda por mcmhros dos Ministérios das
Iklil\'Út'S ExteriOl\'~, c1n Il\e II ist ria e Comfrcio e da Ciência e Tecnologia hu~cou esclare-
('t'r lh'lVid,~~ sol)l'(! " L!'i cI(' pmt '\';'íu vigente, provocando a dilaLação do prazo previ~to
pam o tt:rmiuo das invcstil{aç<ies pal1l kvcrciro de 1991, o que foi uma vi lÓri a tática dos di-
plolllat;l~ hmsildros, c1(!viclo à 'L'S.~imllura da l{oc!(Ida do Uruguai (28/ 11 /93) e ao enfra-
qlH:dnlt'lIto rias 'x ' ('s.~ivas imposi~'()es noru..-aOlericanas, uma vez que, com o fim da nova
rodada do GrIl/'l'Ill Af.('1n'lIIrnt 011 'J'arijli anrl 'J'rade- GATf (O Acordo Geral sobre Tarifas e
Coml-. 'io), o Brasil deveria seguir as regra~ c~tabclecida~ pela Organização Mundial do
Comércio-OMe (lAMPIU:IA, 1995).
A~im, ao fim do pra7.0, Michael KanLOr - Representante Comercial dos EsLados
Unidos - rcUrou o 13rasil da lista de observação.
Em abril de 1ml5. o Bra.~il foi novamente inserido na lisLade observação prioritária,
devido às novas petições das inchíst.rias fi-mnacêUlicas, culturais e de informática nor-
t<.>-americanas. Importante desLacar que somenLe o Brasil foi ciLado neSLa lisLa, o que nos
colocou na posição de maus parceirus comerciais dos EsLados Unidos. Ameaçava-se fa-
zer novas illvesüg-ações e, se () governo none-americano considerasse que não haviam
acontecido avanços, noV'dS sançôcs seriam aplicadas, desde sobretaxas de certos produ-
tos brasileiros, como papel e celulose, suco de laranja e aço, até levar a discussão para o
âmbito da Organização Mundial de Comércio, o que geraria sérios prejuízos aos expor-
Ladores nacionais devido ã demora para a decisão.
Deste modo, em 15 de abril de 1996, o poder executivo venceu as resistências, prin-
cipalmente dos partidos de centro-esquerda, e conseguiu aprovar o Projeto de Lei
n O824-H/91, cedendo às prcssões norte-americanas e evitando maiores retaliações co-
merciais. O problema é que,junLamente com a biotecnologia e os fármacos, muitos as-
suntos Lambém eram traLados por este projeto, como licenças compulsóri.as, exaustão
de direitos, PiPeline1 entre outros. Cada um deles trazia problemas específicos de sua área
e todos os problemas unidos dificultavam a aprovação do Prqjeto de Lei. No entanto, su-
peradas as divergência~, finalmente, o projeto de lei foi sancionado na Lei de Propri.e-
dade Industrial, Lei 9.279, em 14 de maio de 1996.
I Significa que as palentes que e8~va~ ?cposiladas o~ concedidas no mercado do exterior, à época da
aprovação da Lei, puderam ser rem~dlcadas no BraSIl, por um prazo de un:' ano e serão concedidas di-
retarnente sem exame, apenas conslderando-se a sua concessao no eXlenor, e pelo prazo que faltar
para que ela lermine no país de origem. dcsde que não tenham sido colocadas no mercado por iniciati-
va direm do litular, ou por terceiros com o seu consentimento; ou que lerceiros no Brasil nào lcnham
reali7.ado sérios preparativos pard a exploração do objelo do pedido da patente. O lNPI apenas exige
das empresas um documento em que es,: afi~e que ainda n~o colo~ou nome~cado o prod~to. Oll por
inicialiva própria ou all'3vés de concessao de licença a lercelros a OIvel mundla' (ANTUNES. 1998).
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR PA~~~
40
2.5 REFERENCIAS
ANTUNES, A.; MERCADO, A. A Afrrn!diz.a~m TtIC1Iológica no BrasiL' a ~a da indústria química epetro-
química. Rio dejaneiro: EQ/UFRj, 1998.
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priedade Industrial. Rio de janeiro, 1996.
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MITTELBACH, M. O sistema brasileiro depatentes. Anais do Seminário de Propliedade Industrial. Belo Hori-
zonte, p. 14, 1985.
NARIN, F.; HAMILTON, K. S.; OUVASTRO, D. The increasing linkage bctween US technology and pu-
blic science. lWearch Policy, v. 26, n. 3, p. 317-330, 1987.
PAVITT, K. Sectoral pattems oftechnical change. /?itsearch Policy, n. 13, p. 34$-373,1984.
PAVITT ln:. BERIN, C.; WYATr, S. Multinationals& indusuial property-thecontrol oftheworld's techno-
logy. Haves/eT, WheatsheaI Books Ltd .. p XI,XX, 1998.
ROSA, E. Patente.r na indústria brasileira de polil1lmJS: um estlldo empírilO. UFRJ. Instituto de MacromolécuL:..
Professora Eloísa Mano. Dissertação de Mesu-ado, 1998.
TACHINARDI, M. A Guerra das p"tenl,s. Rio deJaneirú: Paz c Tt>na, p. 60. 1993.
USO DE PATENTES COMO FONTE DE
INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA
Adaílson Santos
Adelaide Mario de Souza Antunes
Em 1970, pa!f'nles (" balan(o,~ dt' pag;l\llt'nto 1)i\~'l:II';1m li St'r siSlCmaticallleOle fOI\).
-
pilados nos países ind\l.~l1iali 7.<\Cios, Ct)l1lt) indicadores di Il'I.'sultuclo do ('sforço tc:cnolrigi.
cooDurante o petíodo de 1~8()'1 ~1~9, mais 11m indi(" dol' pas.~oll a ren'ber tml4l1nento sis-
temático: os dados sobre "produção (' (,ol\ll~ rcio de prodlltos tecnologicamente avança.
dosft. A esses, ainda [o\;U11 acrt'sl'cllIados outros indicarlort~S gemdos pcla própria "Bihlio-
metria", como o nümero de publicações emjomais científicos, mimero de draçÕt's('m fl.
vistas e em documentos de patcntes, artigo.~ publicarlos cm revistas com clevarlo uFalor dr
Impacto",l indicadores de recursos humanos <kdicados à ciência e tccnologia, ele,
Como desc.nto nos trabalhos de TAGUE-SUTCKIFFE (1992), ROSTAING (1997)
ou MAClAS-CHAPULA (1998), denu'c outJ'Os, a bibliomeuia porle ser definida corno o
estudo dos aspectos quantitativos da produç,io, disseminaç,io e uso da intormação regis-
trada, através do desenvolvimento de padrões e modelos matelll,'iticos que meçam esses
processos, usando seus resultados para elaborar previsões e apoiar lomadas de decisões,
sejam goveman1entais ou não.
Os indicadores biblioméuicos se constituem na plincipaJ ferrament.a para analisar
as atividades desenvolvidas em diferentes países. A utilil.ação das infonnações exuaídas
de documentos de patentes, concedidas ou apena~ solicitadas, na constnlção e inter·
pretação da~ estatísticas é a técnica de maior destaque (CANONGIA t!t aJj~ 2002;
ALBUQUERQUE, 2002; ALBUQUERQUE, 2000..a; ALBUQUERQUE, 2()()()'b; ANTUNES
t!t aIii, 2000; L01ANO, 2002; WILSON, 1987; ARAl(JO, 1984; ARMITAGE, 1980). De acor·
do com Albuquerque (2002), as patentes representam, em maior medida, o produto da
investigação tecnológica e empresarial, uma vez que protegem os conhecimentos que
apresentam interesse econômico em potencial; além disso, a patente é considerada cenTU
um dos indicadores mais eficaz.es para medir o crescimento de determinada ârea tecnológica (dos
SANTOS, 1997).
As principais fontes de informação utilizadas nos estudos bibliométricos para a con~
trução/ elaboração de Bases de Dados lêm sido os documentos de paten tes compilados:
a) No Escritório None-Amelicano (ALBUQUERQUE, 200().c; LOZANO, 2002;
ARCHIBUGI & MJCHIE, 1995; PATEL e PAVITT, 1995; GIULICHES, 1990),
que disponibiliza as patentes concedidas desde 1790 e os documentos deposi·
tados desde 15/03/2001.
b) Ou no Escritório Europeu de Patentes (EurOjJean Patent Office- EPO), que pu-
blica estaústicas sobre patentes desde 1976.
c) Ou na Organização Mundial da Propriedade Industrial, que publica desde
1979.
2 Várias nações africana. de língua inglesa uniram-se cm tomo da African Regional and Industrinl Proptrty
(ARI PO); nações africanas de Iín"Tua francesa fomlaram a Organi.UliWn AfricairuiÚ ÚlPrr>prUti In~i«tutl
«()APl); a. nova., rt!públicas oriundas do desmembramento da antiga URSS (União das Repúblicas So-
cialist... Soviéticas) formaram a Eura.,ian Paletll O>gani.Ultioll (FAPO); além do Escritório Europeu de
Pale ntes.
~ Esta ferralll~nta é um serviço de busca e1etrânica o'llirugratuito disponibilizado pela Organização Eu-
ropéia de Patentes através do seu Escritório ou qualquer outro pertencente a um dos estados-membros
(escrit6rios nacionais) : Alemanha. Auslria. Bélgica. Chipre. Dinamarca, Espanha. Finlândia, França.
Grécia. Irlanda. Itália, I.iccht.enstein. Luxe mburgo. Mônaco, Portugal, Reino Unido, Suécia e Suíça.
(ESPACENET.2004).
1
d) Alc'm diS't)" uma \'t'z que I\.<; 11:lIcntt'S ti'm n:slI;(:\O territorial (~Ó vi!,rorarn nos ,
paiS('S que :\'i' «,nl't'demU\), Ilpt'mlS!l% da.~ patt'ntes em vigor no mundo são ,
\dlitb< c'm 11:\l~ cm dt'St'Il\'o h"nWnln, c por outro I"óo. rerra óe 95% das !XI-
1t'i'IC$ \"àlld\." lK):' pais<."S imhlStt;ali1.ados s:'io ele- elomínio público nos dem~
M
O donunen 10 de p:uellll' identilka «)111 d.l1't'l~1 as ela las til' priolielade e ele (:oncts-
~ da C'arta-palente, (~ im-':-1\I01~, os ti lula re~proptiet<Í tios. !'Cus end(·rt'Ços, t'le., P()SS~
bilit:mdo um ronhf'('imemo imediato ela sua situa\':\o legal e Ii~cililando o eontato 011 a
obtntç.lo de A-1IIO<t,>-/Ioo. ~pt'Cíli«). O :tce"u da informação palentária ii disposi(:\o do
piíbti<u.. dependendo do P'-ú", t'S1:i ('omposla pol' prrlidlJSde p;ltente e patentes roncedi·
das... ou "-pt"n patentes conCt'did.'\S.~ A maiolia elos p;lises, inclusive o Brasil. publica e
toma a<'eS:SÍ\"'e1 ao público os pedidos de p;ltente e as p ,1 tentes fOllcft/idas.
:\ ampl.l g,lJU-l dl" infonnações dispo" í\'ei . lias p;lll'lIIes ele\~~ .1 prol ('(.10 pa lentá-
ria ser.
(i em insti luto jurídit:u d~tinado a conferil' aos limiares elos elireitos.
(ii) MonopóliQ do liSO na proelllçlo eçonômica da invt'lIç:\o.
(iii) Infonna(ào t&nic:oprodlltivlt inexistente no t'stado-<ia-arte (011 estado-<ia-téc·
nica) líleis a SII.'l cria(;ào. Desta fonua, as infol1ua(Õt's contidas nos documentos
de patentes \io apreselll<1r interesse a 11m púhlico composto por dh'f'l'Sos tipos
de IIsu.iJios.J
. F.mp~
• !Me n-a o caso do Sislema I'-,uenlirio Nonr-Am.. ricano al~ o ano de 1999. quando se adotou a divlll~
ção;ao <Xlllh«im..mo públICO dos p«tid<J6 de proleç:\O patemã,; .. ali ap ..escnlõldos, após doze In~
Q)Il!ados do depósito do respecli\'U doc\Unelllo no cscritótio dtOm....e... c 1"'tenl~'S.
~ F.m ... tr.. landode P:lÍS<'S no d<SCtl\'Ohimellto, I", uma tt'ndt'ncia .. m i!(llorar os documentos locai, de
p:urnlamcfllo. o qu ~ um ..nu. confonn .. aponla Annit.~~e ( 191:10). POlljuc fornecem dado. SI)tOll>
C2ln'OS, lllOISlr.l.lldo o lipo de Ie-cnot()~ia desenvohida dOIllt'Slic.menté. bem como as illvençües C.lra tr
grifas romidend4< de .'3Ior pda$ indi....nias (Xlr.l a ..."plo .....ção loe"l.
CAPiTULO 3 • USO DE PATENTES COMO FONTE OE INFORMAÇÃO TECNOlÓGICA
• Uma análise de cunho temporal pode ser realizada sobre um conjunto de patentes
de um determinado selor indusLrial, indicando como tem sido sua emluçio e
apontando novos caminhos de desenvolvimento, para os quais podem ser ~
nados os esforços de modemi7.ação da indúsLria.
• Informação quanto aos efetivos direitos da proteção patentária vigentes em de-
temlinado país. particularmente para evitar violações da patente.
• No caso de tuna negociação de transferência de tecnologia. ° conhecimento das pa-
tentes pelmite a identificação tan to de altemativas técnicas para o atendimento das
necessidades da indúsuia, quanto de empresas capacitadas no setor considerado.
Segundo LOZANO (2002), diversos indicadores foram desenvolvidos a partir das
infonnações existentes em uma carta-patente, sendo que os mais empregados são:
a) Índice de Dependência Tecnológica: Representa o total de patentes concedidas a
não-residentes em relação ao total concedido aos residentes.
b) Índice de Difusão Tecnológica: Represen ta o total de patentes concedidas a resi-
den tes solicitadas no exterior em relação ao total de patentes de residentes do
país.
c) Índice de Auto-sujiciincia Tecnológica: Representa o total de patentes concedidas
a residentes em relação ao total de patentes concedidas no país_
d) Especialiuu;ão Tecnológica: É a disLribuição das patentes solicitadas ej ou conce-
didas de acordo com a classificação intemacional, refletindo a importância
dos diversos setores tecnológicos.
e) A interação entre a ciência básica e o desenvolvimento tecnológico pode ser
estudada com a ajuda de indicadores tecnológicos, como as patentes, através
das citações que estas fazem à literatura cienúfica não-patentária (non.pat.enl
riferencesou NPR's).6
Por último, cabe citar que muitos estudos têm sido realizados com o intuito de
identificar e quantificar o grau de dependência das indúsLrias em relação ao conheci-
mento produzido externamente, isto é, para medir as relações en tre a Ciência e a Tec-
nologia, e uma das formas de medir é através das referências bibliográficas listadas na
folha de rosto dos documentos de patente.
6 Segundo
d" -. Na nn
. ,/ a /" (19 7 '. .
/I . 9 ) esse conjunto de fontes não-científicas irá englobar manuaIS, panf1('los.
ICIOnal'los, enciclopédias, etc.
48 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SElOR FAA~
a~ patenteH conceclirlall por es.~e eHcrit.ório, nos formatos "Simples" (Quick search), *Avan-
-
(lido" (Adllrmr,ffl J(!(lrrh) e por "NIJmero de Concessão da Patente" (Patent Numher &arch).
M(lstm-lic. lia tabela R.I, OH campos de dados bibliográficos disponibili7.ados para consul~
nu Módulo Avançado, o qual foi escolhido para a realização desta pesquisa.
EMlll Base de Dados, necessária para a realização deste capítulo, foi construído por
meio da compilação das patentes norte-americanas concedidas no intervalo de anos dr
1l:lHO a 2003, procurando cobrir um período de vinte anos (vinte e três anos, na verda.
de), a partir do Cnl7.amento dos campos de busca mostrados na tabela 3.1, complemen-
u\dos pela lei tum dos Resumos (Abstracts) e Reivindicações (Claims) nelas contidos.
Tabela 3.1 Ferramentas para busca On Line disponibilizadas pelo Escritório Norte-Americano de
Marcas e Patentes
CÓdigo de Campo Nome de Campo Descrição do Campo
ABST Sumário Contém o sumário da invenção patenteada
Cidade e Pais do Cidade e País em que o titular se localiza no
AC; ACN
Titular momento do exame da patente
Relvlndlcação(ões) Contém o texto das reivindicações, que indicam a
ACLM matéria objeto da invenção e definem o espaço da
proteção da patente
Nome do Titular Nome do individuo ou da entidade a quem a posse
AN da patente foi atribuída no momento do exame da
patente
Data do Depósito do Refere-se à data em que o pedido da patente foi
APD Pedido da Patente devidamente recebido pelo escritório norte-americano
Número do Depósito Refere-se ao número de identificação atribuído pelo
APN do Pedido da escritório norte-americano na data de depósito
Patente
Tipo do Depósito Identifica se o pedido depositado ou a patente
concedida são:
a) Patente de invenção (APT:1)
CCL
Titular
Classificação
Norte-Americana de
--
Classificação de patente utilizada pelo SistefTl8
Patentário Norte-Americano
Patentes ..-/
CAPlTUlO 3 • USO DE PATENTES COMO FONTE DE INFORMAÇAO TECNOLÓGICA 49
Tabela 3.1 Ferramentas para busca On Une disponibilizadas pelo Escritório Norte-Americano de
Marcas e Patentes (continuação)
3.5 REFERêNCIAS
AI J3UQ f'.RQ fI~ t. M. 1l1JÜi. A diltribuiçiio espacial <b produção científica c lc:cnQlól(i('a b~i1cir..: uma
dck.Tiçã(. de e1Utiatic.u de produção local de patcnlCl c anigO!l cicnÚIiC05. JUoviJ/a lJra..ilrira th I~
çàQ. \I. I. n. 2, p. 2'.l.s.25 I.jul../dcz.. 2002.
- . Domcstic pateoc. and ~Iopíng countrits: argumenLS for lheit sludy and d.lIa from 8razi1
(I 9!!().1995). ReI«nrIt Pr1b4 II. 29. n. 9, p. 1047·1060,2000.
- . Info~. conhecimc:nlD c apropriação: now AOhrc o .gnificado econômko das palent~ c os i....
fXILWJ cbt c~CÍ3 de uma «onomia ba.te-Mla no conhecimento. Pmf1Ktivas da CihIcia da 1nJw-i
çàQ. II. b. o. 2. p. 2<U-254. 2000. ~
AR.\IITAGE. E. Palem documcm. as a ~'Ource of infonnation for lhe transfer of technology. World PalLrU
/nfonnaliota, ". 2. II. I, 1980.
CABR>\l~ L L (',0010 acessare utilizar a infomlação tecllolÓ!,<iea contida nos documentos de patente. ln: 11
ENtntl1u fi, ~ /lIlMt uni , ComnrillliztlÇ(jo tk TeC/lo/ogicl, 1999.
C\..'10~GI.\. C:
PEREIRA. M. N. F.: ANTUNF.'>, A M. S. Gestão da Informação e Monitor-dmento Tecnológi-
co: o Mercado dos Funll"OS Genéricos. PersfJt!divas em Ciência da /nfl1r7TUlÇÕb. v. 7, n. 2, p. 15!).166, 200'..1.
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FUl\iANDf.S, L R R M. V. A questão lÚ) conMcimento aplicada à biodivenúúuie com foco em plnntas medicinais
/nn$ikiras. Tese (DoUloradoem Engenharia Química) . I'ós-Gr-dduação em Tecnologia de Químicos e
Bioquímicos da Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Brasil,
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SANTOS, A S. Desenvolvimento de metodologia de prospecção tecnológica em documentos de patente e
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SANTOS, R. N. M. A propriedade industrial como ferr-dffienta de competitividade tecnológica. n ;c.BAHIA
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·"
-
52 PATENTEAMENTO & PROSPECçAo TECNOLÓGICA NO SETOR FARMACê!:!:Dco
,
f
"
I
.1
•
PATENTEAMENTO EM BIOTECNOLOGIA:
NECESSIDADE DE MONITORAMENTO
DOS DIREITOS CONFERIDOS PELA
PATENTE
INTRODUÇÃO
O ambiente cada vez mais competitivo do mundo atuaI e a necessidade de lançar produ-
tos cada vez mais sofisticados, capazes de atingir os mais diversos segmentos e a CUStos
cada vez menores requerem das empresas e da~ instituições de pesquisa um fluxo cons-
tante e crescente de inovações.
Quando as invenções são a base e a origem das inovações, as empresas modernas
buscam protegê-Ias atravé~ dos direitos conferidos pelas patentes no âmbito da proprie-
dade industrial, obtendo o seu uso exclusivo - o monopólio da produção.
É argumento constantemente utilizado no campo farmacêutico e biotecnológico,
de que os custos de desenvolvimento de produtos, desde a pesquisa até sua colocação
no mercado, atingem cifras aIússimas l (milhões de dólares) . Assim, a inexistência de
um sistema como o de patentes ou de um escopo de proteção inadequado poderia colo-
car em risco o avanço da pesquisa e, conseqüentemente, quem sairia perdendo seria a
própria sociedade que não teria à sua disposição medicamentos de última geração para
o tratamento e/ou profilaxia de diversas doenças.
Já em 1968, segundo a afirmativa publicada em Coo per (1999), a indústria micro-
biológica estabelecia claramente o conceito da necessidade de uma garantia firme de
proteção por patente para suas pesquisas:
"Govemment regulation in the fonn of patent grants Is a boon to the IndustriaI fennentation
industries. The cost of research is so great that the gamble is considered worthwhi/e only if
it is known that strong patent protection for the product or process can be obt8ined. Thus,
the future statement and workings of our patent laws wi/f have a profound effect on industriai
microbiology. ...•
I Por exemplo. o custo médio estimado de desenvolvimento de uma nova droga ~ de cerca de US$ 500 mi-
lhões. de acordo com o relatório anual da Pfizcr (2000).
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOlóGICA NO SETOA FAA~
-
:
Busca de
finanoamento
I
PESQUISA (papel das
agencias d. fomento)
ID~ IA
CONCRETIZADA
Env'odo
resultado da
pesqursa para o
núcleo de pa1en1es
8uscade
anterioridade
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Sim Sim
Atividade Decisão
intensiva empresarial
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Sim
preventiva
Sim
.....
. Elaboraça<l do
pedido de
DI 0_... 1 + - ( _1
Sim patente
Depósito
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I~u ile~ I
'-----1 técnico do
-.
r ;, çã , pedido
,
~
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...
As opções para garantir a eficácia legal dos direitos provenientes da patente vão
desde um simples oferecimento de uma licença para exploração a uma ação de infra-
ção. Entretanto, a deàsão quanto a acionar ou não um concon'ente deve levar em con-
sideração uma série de fatores, dentre eles os CUStOS envolvidos. Ou stja, antes de levar
adiante uma ação de violação de direitos deve-se considerar se a patente em questão é
realmente válida e qual sua eficácia legal, quais os tipos de prejuízos em jogo e se há base
para alegar ~boa fé" na ação judicial a ser impetrada.
Em especial na área biotecnológica, os liúgios envolvem quase sempre patentes re-
lacionadas a tecnologias complexas, demandando muito tempo para chegar a uma de-
cisão ou para ir a julgamento. Adicionalmente, é necessária, na maioria dos casos, a pre-
sença de especialistas a fim de explicar a tecnologia para o juiz, que atuam como peritos,
tomando o processo bastante caro.
Por outro lado,jána época do depósito do pedido de patente, o depositante deve
ter uma boa idéia sobre a proteção que ele deseja obter e do que significa tal proteção,
de forma a assegurar o respeito de terceiros à sua propriedade e, por fim, garantir o re-
tomo financeiro apropriado pela exploração da patente. Tal conhecimento permite
avaliar o impacto da estrutura das reivindicações Oliginais e das modificações, feitas em
conseqüência do proce~mento do exame do pedido, na sua capacidade de lucrar com
a patente concedida (MULLER et alii, 2001). Os propriet.ários de patente precisanl sa-
ber se um concorrente está violando os direitos de sua propriedade, a fim de buscar as
medidas corretivas cabíveis e, para tanto, preciséUll monitorar de fonna constante as
ações de seus concorrentes. Além disso, é fundamental que o titular esteja acompa-
nhando a publicação de novos pedidos de patente de terceiros, em assuntos estreita-
mente relacionados à sua área de atuação, para verificar possíveis ações que possam ser
tomadas com vistas a restringir o escopo dessa proteção ou até mesmo o indeferimento
do pedido ou a nulidade da patente. No caso de pedidos depositados no Brasil é possí-
vel a qualquer interessado, durante o exame técnico do pedido, apresentar doclUllen-
tos e infonnações a útulo de subsídios ao exame (artigo 31, Lei 9.279/96) ou ainda,
após a concessão da patente, requerer a sua nulidade de acordo com o artigo 46 da Lei
9.279/96 sob o argumento de ter sido conceJida contrariando as disposições dessa Lei
(por exemplo, insuficiência descritiva, falta de novidade e atividade inventiva).
Portanto, o valor comercial de uma patente é dependente não apenas do potenci-
al da finna inovadora em explorar ela própria a tecnologia ou buscar parceiros imeres-.
sados nessa exploração como também, em parte, do escopo das suas reivindicações. Se
um concorrente puder competir com o titular de uma patente em relação ao produto
ou processo patenteado, sem violar os direitos sobre o objeto definido nas reivindica-
ções, então os direitos exclusivos do titular perdem o significado. Dessa maneira, o de-
positante de um pedido de patente sempre buscará ampliar ao máximo o escopo das
reivindicações a que ele terá direito.
PATEHTE'AMEHTO&PAOSPEcç,loOTEOIQLÓGIC.ANOSETORf~
4.1.1.1 No Brasil
O t('nno Kreivindicação" surgiu na l.ei Brasileira apenas no Código de Propriedade
Industtial de 1971. Anteriormente, os denominados "pont.os constitutivos" ou "pontos
característicos" tinham o mesmo signiLicado da palavra "reivindicação", ou seja, eram os
pontos constitutivos ou característicos que deternlÍnavam a extensão dos direitos
conferidos pela patente.
O Bra~i1 foi um dos primeiros países a exigir que uma patente incluísse uma parte
específica para estabelecer os limites da proteção - os "pontos constitutivos/ caracterís-
ticos", mais tarde reivindicações. A Lei 3.129 de 1882 em seu artigo 3° dispun ha: "O re-
latório designará com especificação e clareza os caracteres constitutivos da invenção. A
extensão do direito de patente será det.erminada pelos ditos caracteres, fazendo-se dis-
so menção na patente". O Decreto 8.820 de 1882, por sua vez, dizia em seu artigo 22:"0
relatório concl\lirá especificando com clareza e precisão os caracteres ou pontos consti-
tut.ivos do privilégio requetido. os quais dete\1l1inarão a extensão dos direitos garanti-
dos pela patente, conforme a parte final do art. 3° da Lei nU 3.129 de 14.10.18822". Se-
gtllldo Gama Cerqueira (1982) ao comentar o que disse Carvalho de Mendonça 3 a res-
peito da Lei nO 3.129: "A opinião do autor citaoo, em face do que claramente dispunha a
lei, só pode ser interpretada quanto ii fonna das reivindicações ou o modo de formu-
lá-las, e não quanto ii desnecessidade da especificação dos pontos caractelisticos e aos
efeitos destes em r('lação ao direito do inventor~".
Alualmente, o escopo de proteção de uma patent.e deve serdetenninado com base
no m"úgo 41 da Lei n Q 9.279/96. Segundo o artigo 41:
Art. 41 - 'í'\ extensao da proteção conferida pela patente será determinada pelo teor das rei-
vindicações, Interpretado com base no relatório descritivo e nos desenhos2".
~ Oe acorelo com Carv;.lho ele Menelon~'a: "A no~,a lei niio "xi)(C" m"i~ elo que .o relatório d escritivo da in-
venção. Ordinariamente. porén:, •. ";' ~tuc: pretendem a pal.t· nt~ ri" lIl~c~çao prec.sam claramente os
pontos sobre o~ quais versa o pl'lvtlc~to. ~" o que se chama fnlJmdlCaç".s .
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SETOR FARMAct~
60 ~
M 186- "0s crimes deste Capítulo caracterizam-se ainda que a violação não atinja todas as
reMndiCaçóes da patente ou se restrinja à utilização de meios equivalentes ao objeto da
patente".
•(...) Na verdade, talli,.,ytação deixaria ~ porta a~erta ~ra encorajar os copistas inescrupolo-
sos a fazerem altera~oes e substJtU/çoes sem Importancia e não-substanciais no objeto da
patem.e.. Apesar de nao adiCionarem nada,. tais modificações seriam suficientes para colocar
a matena copiada fora dos limites da reIVindicação e, portanto, fora dos limites da lei... Isto
I?rivaria [o inventor] ~o bene~icio de sua invenção e promoveria a ocultação da invenção ao
Invés de sua revelaçao, que e uma das finalidades primárias do sistema de patentes (... )2".
5 Genentech [nc. v. The Wellcome Fdn. Ltd .. 14 U.S.P.Q. 2d 1363 (D. DEL. 1990) .
6 Patente US 4.752.603 (reivindica t'pa purificado e sua purificação a partir de células de me!anoma);
US 4.766.075 (reivindica vetores de DNA e células que codificam t-pa) e US 4.853.330 (reivindica pro-
cesso envolvendo DNA recombinanle para a produção de t·pa).
CAPtrULO 4 • PATENTEAMENTO EM BIOTECNOLOGIA: NECESSIDADE DE MONITORAMENTO... 65
Em relação à fra~e ~500 000 IU /mg", a CorteveriticolI que esta limitação na reivi~
dicação foi introduzida durante o exame técnico do pedido de patente de forma a dIs-
tinguir a invenção (t-pa purH'i cado) do estado da técnica.' A ('JOrte considerou impo .....
tante, devido a revelações de testemunha~, estabelecer o ensaio particular usado paIa
medir a atividade específica. A limitação de 500 000 IU/ mg foi derivada a partir de um
ensaio de fibrina bovina em placa do prodmo purificado e serviu para distinguir o topa
reivindicado do topa descrito no estado da técnica possuindo uma atividade específica
de 266 000 lU / mg, medido pelo mesmo ensaio. A Corte também veJiticoll que o ensaio p0s-
sui uma variaçãode±25%. Frente ao valor descrito no estado da técnica (266000 IU/mg) a
Corte concluiu que a faixa de equivalentes possíveis não poderia exceder ± 25%. Do con-
trário, o titular da patente estaria erroneamente englobando uma faixa de equivalentes
que incluía o estado da técnica. A Corte, portanto, interpretou essa reivindicação como
sendo human tissue plasminogen activaúlr... having specific activity of500,000 lU/mg as m~a
sures using lhe boviru! fibrin plate assay, e detenninou que a faixa de equivalentes estava
dentro do limite compreendido por ± 25%.
Em relação à frase human tissueplasminogen activa/or, o Circuito Federal considerou
que o relatóJio descritivo da patente continha 4 definições que variavam em escopo.
Especificamente, o topa descrito na patente foi definido:
1. Funcionalmente como sendo "capaz de catalisar a conversão do plasminogê-
nío para plasmina, ligar-se à fibJina e ser classificado como um topa baseado
em propriedades imunológicas".
2. Estruturalmente como sendo o topa natural, incluindo variações alélicas natu-
rais do mesmo.
3. Um derivado do topa humano sendo capaz de reter "a região essencial de
Kringle e a região da protease serina.
4. "Todos os produtos contendo a porção enzimática ativa" da proteína nativa.
A Corte afirmou que "essas diversas definições refletem uma falta de arte e estilo ao re-
digiras reivindicações, uma tentativa consciente de cdar ambigüidade a respeito do escopo
das reivindicações ou um desejo de reivindicar uma grande variedade de materiais não des-
critos, ou descritos mas não de fonna a permitir a reprodução da invenção".
Segundo determinado pela Corte, a defmição mais consistente com a forma como
foram redigidas as reivindi:açõe~ para o ~i~ifica~~ da frase "tissue plasminogen activa-
tor" é ser um topa natural, mclumdo vanaçoes alehcas naturais do mesmo.
Uma vez tendo o Circuito Federal interpretado as reivindicações e determinado o
grau de equivalentes passíveis de proteção, as reivindicações foram. então, comparadas
com o produto acusado da empresa GI, chamado FE1X, um mutante do topa recombi-
.,oante humano com uma deleção. Após uma comparação entre a atividade específica
do FEIX e aquele após a interpretação da reivindicação para o topa natural purificado a
Corte concluiu que o produto FE1X não infringia a patente de acordo com a doutri~a
4.3 REFERÊNCIAS
COOPI.R. I. P. Biout:hnology and lhe Law. SL Paul, West Group, v. I, 1999.
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A
, PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA
A PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO DE
PLANTAS E SEUS DERIVADOS: MODELO
PARA A ANÁLISE E SOLICITAÇÃO DE
PROTEÇÃO DOS RESULTADOS
INTRODUÇÃO
Diferentes países possuem dispositivos legais de proteção para as criações intelectuais
que resultem em vantagens econômícas aos seus mentores e, assim, permitam o retomo
do todo ou parte do investimento realizado, constituindo-se, então, em um esúmulo
para a realização de pesquisas futuras e, conseqüentemente, do aumento do conheci-
mento. Alguns dispositivos legais remontam às época~ mais remotas, passando por
aperfeiçoamentos ao longo do tempo, a exemplo do sistema de patentes, outros são ca-
rdcterístico., do mundo aluai (ROSENBERG, 1993; SINNOT, 1998).
Assim, em linhas gerais, o objetivo deste capítulo é a construção de um Modelo para
a análise e, caso seja possível, a proteção dos resultados de pesquisa~ vinculadas às plantas
e seus derivados, o qual pemlita ao interessado uma clara percepção sobre a fomla mais
adequada para resguardar os próprios direitos sobre a sua criação intelectual. Neste senti-
do, é importante a identificação dos sistemas legais disponíveis para o requerimento da Pro-
pliedade Intelectual sobre os resultados de tais pesquisas, seja no Brasil seja no exterior, res-
saltando as suas diferença.~ e salientando os seus escopos de proteção.
Ainda é importante destacar que o dito Modelo pode ser utili7.ado por qualquer in-
teressado na área, independente da sua nacionalidade. Entretanto, a motivação para a
elaboração deste Modelo sempre esteve vinculada aos pesquisadores! empresários bra-
sileiros, enfim naqueles nacionais que realizam pesquisas na área de plantas e merecem
conhecer as opções para protegerem os seus resultados.
Em uma área onde as plantas naturais têm sido cada vez mais valorizadas pelo mer-
cado consumidor, o quão é interessante para o Brasil- país detentor de uma riquíssima
biodiversidade, tal como evidenciado pela figura 5.1 - ter um inslmmento tal como o
Modelo proposto em questão.
I! I
.
Ver MOREIRA. A. C. anterior ao ano de 2006 devido mudança de nome em razão de casamento.
,
ÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UiICO
70 PATENTEAMENTO & PROSPECç _
Biodiversidade:
úmero de espécies de plantas
uma comparaçãO entre o n
De fonna alguma, este Modelo está associado à idéia de "patentear por patentear".
A intenção relativa ao mesmo é agregar valor aos resultados de pesquisas, através da sua
proteção. E esta proteção, sem dúvida alguma, é a base para que a sociedade, posterior·
mente, possa usufruir das aplicações destes resultados.
2 Recotnenda~ que. não apenas neste Ílem (a) . ma., também nos outros itens (h) à (f). o leitor entenda
flue podem ser consideradas panes de uma planta, tais como as sementes. os frutos. as !lores etc.
72 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMAC~~
'asV
~ Os Estados Unidos, a Comunidade Européia, o Japão, a China e a Índia - os outroS territóri oscUj
gislações são comentadas no presente Artigo - também aderiram a esta Convenção.
CAPITULO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 73
• Cabe ressaltar que o Período de Graça corresponde a uma disposição particular das ugislaçõcs supraci-
tadas. não sendo consider<ldo pela maioria dos países. Assim. uma dh'lllgaçào prévia da matétia objeto
da invenção, sob qualquer fonua (oral, escrita etc.), irá m/ringiros territórios nos quais a sua proteção
por patente poderá ser concedida. Apenas aqueles países que conferem o "benefído' do Período de
Graça reconhecerão a novidade da invenção, mas desde que respeitados os prazos est:.tbelecidos pela
d~'posição em questão. Em todos os outros territórios, a matéria será considerada de domínio público,
nao sendo passível de patenteamento.
, Entend~, por "Estado da Técnica", o colyunto de inIorm<lções técnico-cienlíficas pertinentes ao
tem~ da pesquisa e já disponíveis ao público. seja através de documentos de p;\tentes ou 110\0. antes do
depositO do pedido de patente de interesse.
S O depósito de material biológico segue as determinações do Tr:.ttado de Budapeste. o qual é apresenta-
do no lIem 3.1.3.
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SElOR FAAMI\C~lIllCo
14
~
SeçãoD
Seção E
Têxteis e Papel
Construções Físicas
-
SeçãoF Engenharia Mecânica, Iluminação, Aquecimento, Armas e Explosão _
SeçãoG
SeçãoH
Física
Eletricidade
-
~
Fonte. (WlPO.2007e) .
7 Mesmo aqudes países que nã? assinaram oficialmente este Tratado, a exemplo da índj~ (\\~I~.
2007d) . preasam ter o conheamento sobre o seu conteúdo, tendo em vista a sua ampla uuhzaça '
8 De fo~ma a 10r;tU a busca de. jnfo~açã? e ~ arquivamento de documentos de patente os mais ráy~~
e eficazes posslvels, cada Seção esta subdIVIdida em subseçães conforme a figura 5.5. Cada SubstÇ(JI! •
organtzada e Classe$ . . . 'd'diLI ti.
m • as qu:us, por sua vez, englobam subclasses. E as Subclasses estão SUbdlV1 t
Grupos e Subgrupos, caract.enzados por um tema específico.
CAPITULO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 75
1.600
1..!18
1.400 .. -
,...k '1.298
...-...
'" 1.200 .'
8.
2
(!)
1.000
....... - ----A 957
-
. .
{l 800
./ "1 79' 839 7~
600 .
/Y 453 --+-51 7
400
200
O
107
~ 107 --- 297 374
.~ .. Biotecnologia • Medicina
Figura 5.2 Evolução dos Grupos por Área nas Edições da Classificação Internacional de Patentes (CIP) .
Fonle: (WIPO. 20048).
9 As e.talfstica.< rcbJliv-dS ii Oilava Edição da CIP ainda não estão disponíveis e, portanto. não foram cita·
das no prese nte capítulo. Consulta em 26/ 02/ 2008.
76 PATENTEAMENTO & PROSPECçAo TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~1Co
~ ,
--
5.2.1.2 O TRATADO DE COOPERAÇAO EM MATERIA
DE PATENTE (PCT)
Conforme estabelecido através de uma cláusula mandatária da Convenção de Paris, Ou
melhor, mediante a Independência dos Privilégios, um pedido de patente ou uma pa.
tente concedida somente são válidos no território do país no qual foi depositado. I'(~
rém, em virtude da dinâmica do mundo moderno, o depósito de um pedido de patenlt
em cada país onde há o interesse de obter o privilégio concedido pelo Sist.ema de Paten-
tes torna-se, na maioria dos casos, muito laborioso, visto que há a necessidade de efetuar
o pagamento de taxas oficiais e de atender às exigências estabelecida~ em cada le~la
ção nacional no ato do depósito. Desta forma, no intuito de alcançar um efetivo sistema
internacional de patentes, entrou em vigor, no ano de 1978, o acordo multilateral de·
nominado Tratado de Cooperação em Matéria de Paten te (per), o qual é adotado por
mais de 138 Estados-Membros, inclusive o Brasil (WIpa, 2007c).IO
Resumidamente, o per possibilita o depósito de um único pedido em uma autori-
dade nacional, a exemplo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial Brasilej.
ro/ INPI, ou em uma organização internacional designada pelos países-membros do
Acordo, tal como o Escritório Europeu de Patentes (EPa - European Patenl Office). a pe.
dido é internacional, mas a patente não será internacional. No momento apropriado,
este será examinado por cada país selecionado, sempre de acordo com as legislaçÔC1
nacionais. E, mais uma vez, respeitando-se à Convenção de Paris, cada país terá auto-
nomia para avaliar a pertinência da proteção solicitada. Assim, basicamente, a princi-
pal vantagem deste Tratado está associada à facilidade de se efetuar um único depósi.
to de pedido de patente, em apenas um idioma, II designando-se aqueles países onde
há interesse em obter a proteção através da patente, os quais deverão ser confirmad05
posteriormente. A~sim, há uma redução no dispêndio de recursos iniciais e, principal·
mente, adquire-se o tempo necessário para analisar a pertinência da invenção, avalio
ando com maior cautela os territórios nacionais onde a proteção será, realmente, soli·
citada. Uma vez decididos os países, o pedido passa da Fase Internacional para as F.
ses Nacionais, não tendo qualquer validade nos territórios onde a sua entnlda não foi
confirmada. Logo, através do per, os custos com traduções para o idioma local, com a
adequação do pedido a cada legislação nacional e com o pagamento d e taxas oficiaú
são adiados.
10 :?os ~~~os Unidos. a Comunidade Européia, o Japão, a Chilla e a Índia também assinaram este AcOf-
liA maJona
" d os pcdidosde patente - d ' d 'd' . •
tum NOI Th P e epOslta a no I IOma Ingles, seKUidos pelo alemão. Fonte: Infor'fllb
(I970-2(~OÕ), C:ne~I:;.:t 2~~r.ation TTlJaty pcr in 1999, Worltl InUilkctual PmfJerty Organiz.atitm ~
CAPíTULO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO...
77
volvendo materiais biológicos novos, não é fácil de ser atendido, uma vez que não há fa-
cilidade para descrever as característica~ do novo material. Logo, nestes casos, a fim de
permitir a repetição de tais invenções, é possível complementar as informações citadas
em um pedido de patente através do depósito do material biológico em uma Instituição
reconhecida internacionalmente.
Com o objetivo de eliminar ou limitar a multiplicidade de depósito de culturas
(evitando, assim, despesas mais elevadas, visto que uma única taxa é paga) e de fornecer
maior segurança, entrou em vigor, em 1980, o Tratado de Budapeste. Atualmente, 68
países são signatários deste Tratado, mas, dentre estes, não está incluído o Brasil
(WIPO,2007a).12
A~im,a partir do Tratado em questão, perante os órgãos oficiais de patentes dos
seus signatários, um único depósito em uma Instituição Depositária Internacionalmen-
te Reconhecida/ JDAI3 é suficiente para os fins de procedimento em matéria de paten-
tes. Porém, torna~e necessário efettlar tal depósito até a data do depósito do pedido de
patente. Assim, será possível mencionar o número de depósito no relatório descritivo.
12 rodavia. os ~:~taclos Unidos. a Comunidadc Européia. o/apão. a China e a ínrlia ~ão signatádos deste
Trat.1do. O J1ra..i l. ape~ar de não ser signalário. recomenda - par.. la is casos cm que o material biológi·
co é fundal11f"n\;!1 para a r"produção da invenção. mas que mio pode ser desc rito de Iiml1a clara e suti-
cil~nle ao longo do relatório descri ljvo do pedido de palente - a suplcmentação deste reft'rido relat"..
rio. ml'diante o dcp,;,iIO de malerial hiológico em ullIa Insti tuição autorizada pclo Instituto Nacional
da Propriedade Indusl rial/INPI; ou. na ausê ncia eles\;!. elll lima outra indicada cm acordo inte rnaclf>-
nal. Enfim. corno 110 13ra.il não há tal Instiluição autorizada pclo diLO INI'I, 3.< referidrui IDAS tê m sido
IItili7.ad'18 quando da "" cessidade de 8upJe rnc nlar pedidos ele patenle depo~ilados no Pais.
I. A Am"";UIn 1"yfJl! Cu/{urt Collect;Qn (ATCC) é um exemplo de IJ>A_ Uma consuha ao si/_dcsta Instituição
(hll,,:! Iwww.atcc.o ..g/c(lIllITI()n/acrvicc~/ l.at.. nl Dcp.cfm) permite uma noçào sobre os proce,hmen-
los nec(:s.~ário. em uti$ casos.
PATEUTEA.\lENTO & PAOSPECÇÁO TECNOLóGICA NO SET~ FARIMCÊ~
-
Internacional para a Proteção de NO\'3S Variedades de Plantas. comumeme conhecida
como UPOV. Atua1men te, esta Convenção conta com 64 membn>s, dentre estesQ8 Esta-
dos Unidos. a Comunidade Européia, o Japão e a China. O B~i1 também é um dos
Membros, tendo aderido a esta Convenção em Maio de 1999 (UPOV, 2007).
A UPOV sofreu ~isões em 1972, 1978 e 1991, objetivando se adequar, tanto às
uansformações ocorridas na área da biotecnologia. quanto às sucessivas modificações
feitas nos dn-ersos sistemas de proteção da propriedade intelectual, além dos interesses
comerciais de empresários ~inculados ao desenvohimento e ao cultivo de sement~
(UPOV, 20(2). As r~isões de 1978 e 1991 podem ser consideradas como as mais rel~
,,-antes, tendo em lista a grande influência que as mesmas exercem no cenário da agri-
cultura atual. E, dentre as alterações mais importantes, estão: a) A eliminação, pela ver-
são de 1991 , da proibição da dupla proteção de \-'ariedades de plan laS por lUO Sistema
de Proteção conforme à UPOV e , quando o país-membro julgar que é possível, simulta-
neamente pelo Sistema de Patentes; b) O aumento da vigência de proteção, a qual pas-
sou a ser de, no mínimo, 20 anos contados da data da concessão do privilégio (no caso
de ár\'Ores e videiras, esta nova versão e1~-a o referido tempo para, não menos do que 25
anos) . :-.ia \'ersão an terior, tal prazo d~'eria ser de, no mínimo, 15 anos (ou não inferior
a 18 anos, para ár\'ores e videiras) ; e c) A introdução, pela versão de 1991, do conceito
de '\<Uiedade essencialmente dem'3da' .14
Basicamente, a Convenção estabelece que os Estados-Membros devem reconh~
cer o direito exclusivo de uma no\'3 variedade de planta ao seu criador, cuja autorização
deve ser requerida para a uúlização do material de propagação desta 'l.'ariedade com fins
comerciais. Cada Membro tem autonoDÚa para decidir quanto ao atendimento ou não
aos requisitos necessários para a concessão do certificado de nO\'3 'l.'ariedade, sendo a
proteção resultante \-álida apenas dentro do seu território.
Como regra geral,a variedade, para ser protegida deve apresentar (UPOV, 2002):
a) NO'ridade: A \ooedade n~o ~e ter sido oferecida à venda ou negociada
dentro de um prazo supenor aquele estabelecido pela Lei do Estado-Membro
onde a proteção está sendo requerida, sendo, geralmente, de um ano.
b) l>i<;tingüibili~A \ooedade pI"ecisa apresentar urna ou mais características
claramente disuntas em relação a uma outra variedade c' .• .. "
nhecida. uJa eXlStenCla Jél. e co-
Patentes
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"~ exceto por por tubérculo) " .
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L S
3:
Fonte: Britto, AC.M. 2005 (Tese de doutorado). m
~
Observaçóes: PAT = Sistema de Palenles - SPVP (UPOV) = Sistema de Proteção de Variedades de Plantas baseado na UPOV - PP (Sul Generís) = Patente de
Planta (Sistema Sul Generis dos Estados Unidos - item 5.3.2 ) - SPVP (Sui Generís) = Sistema Sul Generls de Proteçâo de Variedades de Plantas da IOOia (item
~U) ,
...
GIl
82 PATENTEAMENTO & PROSPECçAo TECNOLOGICA NO SETOR FARMAC~UTICO
Meio para
Problema Solução
alcançar a
solução
Figura 5.3 Diagrama da Invenção.
Fonte: Britto. A.C.M. 2002 (Tese de doutorado).
Assim, a indagaçào a ser feita pelo próprio pesquisador/empresário pode ser tra-
duzida pela se/:,TlJinte frase: "Será que alguémjá empregou o mesmo meio utilizado (ou
a ser usado) na minha pesquisa para encontrar a solução desejada?"
Com a referida indagação em mente, inicia-se a construção do chamado 'Campo
de Busca/Estratégia de Busca' para a busca por informações relacionadas ao objeto do
tema de pesquisa de interesse. A figura 5.4 detalha o conceito em questão.
o ( ~Hllpo d 'I\ns{", • , i .
(rI H\II' \ '1S ( " I . , C~(, V "CHinelo :\.s 1"0111('8 oe inl()\'Iuação de ambos os tipos de lJ-
.
• , .. , Ilt.llS ( ('vedo S 'I' I I Es
tio (h '1'1'''1\ ' I'" <'OllSH (a( ali qllando houver o irllcrcsse cm mapear o ·ta-
cm ViSlu
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•. .
1'(' : lIl\~) 1\ ' I ' " I
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( C 1111\ ( clel'ltlll1a<lo obJ('IO de pesqUisa, En Lrelanto. tcn o
'I" , : , ~),,(;StOI~ (o "I'('selll . AI'(i~.l, e ulIla vel. que as formas de consulta à UleraUlra
('t 1\l1'l>-\ ,'t'l\lI!tr:\ n'i ' ,,'
', .
I" . , . -
' II sao ( "S ollhecldas neste !)aís. apenas sera cllSCUUda a elaboraçao
(
( It' .\I\II)(l~ ti· I\I\S(" , . l'
o ,11.1 ,llel'uUtr.l Palell(üria,
As hllsrus III• I .ill' ."III\I"\
, ·
,palClll<lna . , pocIelll ser:
a) Ml\nlll\is' . ' . ("II' " .ICIt;'I"· ' 1as pc Ia r ".1I'lzaçao
Il .\( , (Ie procura d e m ' fiormaçoes
- VI'a pa-
pd: ollllldhor, me'diante a COlIslllla de uocumelllOs de patente impressos em
I1l1m ('sp&:k- tI<: "HihliOlcril de 1'<1 (CIllCS" -os conhecidos 'Bancosde Patente'.
b) lnfonlllltil.ndas: Qua.ndo a procura é Ceita mediante a observação de
( :n·RO~ IS ou silos cspeciali711dos na Lileratura Palentária,
O iot·.. 1t' comhinar I.och l~ eSles (lPOS de hIlSGI. pois - a-;sim como na LiteraUlra Técni-
m ,Cit' nu'(jm - NENIW~IA BUSCA NA LITERATURA PATENTÁRlA É 100% SEGURA,
pois t'la dt'JX'llrle do al' eIVO de c;lda fonte de inJOImação utilizada ao longo da busca.
Em relaç;\o ú Bllsca Manual, podel':\ 5t11'brir a seguinte dúvida: "É necessário obser-
\111' tooos os documentos do :tcelvo do 'Banco de Patentes'? Ou será que existe alguma
[mma Ot· sdedon;u' aqudes que sCI';.i o examinados?". Neste sentido. é primordial enfa-
tizarque. de forma al"rtllua, h;í" neces.~idade de folhear lOdos os documentos de paten-
te que compõem um d lerminado acelVO, no sentido de mapear o estado da técnica de
intel"('sse. Pt'lo c( nlnirio. a xistência da CI P- Classificação Intemacional de Patentes-
é justilkarla pda 1111t<l de p.'<lI.iridade qlle resultaria de uma obrigatotiedade quanto à
ronsulta a lodos os dOnUl\('lHos de patente (nacionais ou esuangeiros) até então
arquivadCl~ e relacionados a qualquer ;irea do conhecimento indiscriminadamente.
!.O!-TO, a Busca Mmmal é viabili:wda pelo emprego da refelida CIP. O usuário deli-
neia as subdhisúes (it'S(:1 Cla.,~ificação qlle estão estreitamente relacionadas ao seu tema
de pesquisa {', {'ntúo, consu'Ói um üunpo de Bllsca o mais específico possível.'6 Desta
Jonna, a rccupelnç;io d dados toma-se mais rápida e eficaz, tal como é exemplificado
na tigu ........ 5 .5.
Figura 5.5 Campo de Busca para Temas de Pesquisa que Empregam Extratos de Plama Natural ou
Associações entre Extratos de Plantas Naturais - Sétima Edição da CIP.
Fonte: Britto, A.C.M. 2005 (Tese de doutorado) .
No que diz respeito à Busca Infonnatizada, é interessante destacar que há duas op-
ções para efetuar a coleta de dados Via On-Une, a saber:
a) A utilização da própria CIP (Classificação Internacional de Patentes), onde os
Campos de Busca não diferem daqueles apresentados para a Busca Manual.
b) O emprego de 'Palavras-Chave' , a exemplo de 'Espécie da Plan ta' AND extra-
to AND 'Tipo de Aplicação"}?
A segunda alternativa está disponível na grande maioria dos si/es especializados na
Literatura Patentária. Assim, o usuário pode desenvolver a sua Estratégia de Busca, sele-
cionando as 'Palavras-Chave' de interesse e combinando-as entre Si,lS de modo a recu-
perar documentos de patente estreitamente relacionados com o seu objeto de tema de
pesquisa. Todavia, é prudente ter atenção ao longo da referida seleção e posterior com-
binação entre as ditas palavras,já que qualquer esquecimento pode prejudicar a busca,
aumentando a sua incerteza devido à não-recuperação de um documento que poderia
ser importante para o mapeamento do Estado da Técnica.
As figuras 5.6 e 5.7 apresentam uma relação dos sites considerados mais interes-
santes e que, portanto, sempre deveriam ser consultados quando do mapeamento em
questão. Alguns deles são públicos,. c.onfonne exibido na figura 5.6. Outros são priva-
dos, ?e acordo co~ a. figura 5.7. AdlCI?~almente, é interessante destacar que uns estão
restntos apenas a Literatura Patentana, mas outros também pennite b scas na
. 'fi m u
Literatura Técnic o-ClenU ca.
_ Quando do ténnino da ,busca, a etapa seguin te pode ser denominada de 'Interpreta-
çao dos Resultados da Busca. Ou melhor, deverá ser realizada um a comparaçao
- d eLi:U
.-Iha-
17 'Tipo de aplicação'
. pode
, . ser entendido
. como uma aplicação fa rmaco I'ogJca,
. por exemplo.
18 Neste senudo, o usuano devera empregar os operadores Boole A
universo de procura o mais específico possível. anos ( ND, OR, NOn. a fim de tornar o
~iiJLO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APUCADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 85
CASO HIPOTÉTICO 1
• Trabalho do pesquisador/empresário I: Atividade antiinflamatória do extrato
aquoso da planta Clusia criuva.
• Supor que a anterioridade resultante da busca na literatura Patentária e na lite-
ratura Técnico-Científica seja o documento de patente Americano n 2 USOOooOO,
decorrente do trabalho do pesquisador/ empresário 2: a invenção está relaciona-
da aos efeitos anúpirético e antiinflamatório do extrato aquoso da planta Clusia
muva.
Obsenração: O documento de patente em questão pode ser classificado como
uma referência X em relação aos resultados do trabalho do pesquisador/ empre-
sário I, tendo em vista que o efeito antiinflamatório do extrato aquoso desta
plantajá é conhecido. Logo, o trabalho do pesquisador/ empresário 1 não tem
NOVIDADE e, portanto, não é passível de patenteamento.
Em relação à classificação Y, esta é muito subjetiva. Logo, caso o pesquisador/ em-
presário não consiga defender aATlVIDADE INVENTIVA dos seus resultados frente ao
escopo deste tipo de referência, a probabilidade de um pedido de patente ser concedi-
do é muito baixa. Logo, quando não há defesa, o depósito de pedido de patente não é
aconselhável. Exemplos deste tipo de classificação são fornecidos a seguir:
CASO HIPOTÉTICO 2
• Trabalho do pesquisador/empresário 1: Atividade antimicrobiana do extrato
orgãnico da planta Rheedia longifolia.
• Supor que a anterioridade res~tante da busca na literatura Patentária e na lite-
ratura Técnico-Científica seja o documento de patente Brasileiro No.
BRPIOOOOOOO, decorrente do trabalho do pesquisador/ empresário 2: a invenção
reivindica uma composição f~rma.cêu~ca ~ b~e d~ extra tos de Rheedia gardne-
riana , onde uma das suas aphcaçoes e annnucroblana.
-
Obsenração: O documento de patente em questao pode ser classificado como
uma referência Y em relação aos resultados do trabalho do pesquisador/ empre-
86 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~VTI~
CASO HIPOTÉTICO 3
• Trabalho do pesquisador I empres,lrio I: Atividade analgésica do extrato aquoso
da plant", PhysaJis angulata, onde há eliminação do efciLO coJateral desagradável
representado pela dor de estômago, o qual está associado ao ataque d a mucosa
gástrica,
• Supor que a anteriotidade resultante da busca na Literatura Pale n~ria e n a Lite·
ratura Técnico-Cientílica s~ja o documento de patent~, E~lr0f:>eu N.o,
EPOOOOOOOO, decorrente do trabalho do pesquisadorI empresano 2: ~ mvençao
reivindica apenas o emprego do cxtrato orgânico da planta Physahs angulata
como analgésico,
Observação: O documento de patente em questão pode ser classificado como
uma referência Y em relação aos resultados do trabalho do pesquisadorI empre·
sário I, O examinador do pedido de patente poderá achar óbvia a atividade anal·
gésica do extrato aquoso da mesma espécie de planta, na medida em que o seu
extrato orgânico já apresenta tal atividade, Assim, caso o pesquisadorI empresá·
rio 1 apresente testes comparativos, evidenciando a presença do efeito colateral
em questão quando do emprego do extrato orgânico e a sua inexistência nos ca·
sos em que o extrato aquoso é usado, a chance de obter a proteção por patente
não será reduzida,
Quanto às referências consideradas A, estas não colocam em dúvida, ou melhor,
não comprometem o atendimento aos requisitos de patenteabilidade. Tais referências
são úteis para mapea~ o estado?a técnica de interesse, além de serem de grande auxílio
quando da elabora~ao do pedIdo de patente, Um exemplo deste tipo de rele rência é
apresentado a segUIr.
CASO HIPOTÉTICO 4
• Trabalho do pesquisador/empresátio 1: Atividade antial' , d
raiz da árvore Cinchona calisaya, ergtca os extra tos da
• Supor que a antelioridade resultante da busca na L't ' , ,
' ' o-C' " 1 eratura Patentana e na LIte-
ratura T ecmc lentífica seja o documento de P' ,~
USOOOOOOO, decon'ente do trabalho do pesqu' d atente Amencano n
lsa or/ emp ,. 2 ' •
reivindica uma composição tônica capilar à b d resano : a mvençao
Cinchona succirubra. ase e extratOs da rai7, da árvore
Observação: O documento de patente em ' .
uma referência A em relação aos resultad dquestao pode ser classificado como
, 1 - os o trabalho do ' ,
no , nao comprometendo nem a NOVIDADE pesqutsadorl empresa'
dos resultados do pesquisadorI empre " 1 e nem a ATIVIDADE INVENTIVA
. sano ,Neste cas
ter a proteçao por patente será elevada, ' o, a probabilidade de se olr
CAPtruLO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 81
~--------~~~~~-------~
I Exemplos de Sltes Privados
-.
J
..
CAPITULO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA APESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 89
~-------------~
Resultados de pesquisa
na area de
plantas e derivados
Diagrama da Invenção
na área de
plantas e derivados
Opção 1: Redlrecionamento
da pesquisa
a. TUu'" d4 I ntonl(ão.
h. Funda_ d4 Invenção.
c. Sumárú> d4 Invmçio.
d. Brtvt ~ão d4s Fígunu (.., houver) . Correspondem ao denominado
e. ~1Jd4lluJda da Inumçiio. &/aw.w &scritWo.
f. E.uwaplM.
K. 1Villin~.
h. I.i."mrk .~ (..,hou\'cr).
variações, ou melhor, todas as fOImas possíveis para se realizar tal invenção. Logicamente,
é primordial manter coerência ao se descrever todas as allemativas para a dada invenção.
A descrição minuciosa e exata da pesquisa em questão é feita nos Exemplos. Nova-
mente, fazendo uma analogia com os artigos cienLÍficos, nesta subdivisão do pedido de
patente são revelados os materiais e métodos empregados, assim como os resultados olr
tidos e a discussão dos mesmos.
Em seguida, é necessário apresentara que pode ser denominado de 'o "Coração" do
Documento de Patente': As reivindicações. Estas correspondem às especificidades da in-
venção para as quais a proteção é requerida, ou melhor, os aspectos particulares que os in-
ventores consideram como novidade em relação ao estado da técnica existente até aquele
momento. Uma vez concedida a patente, estas irão delimitar e estabelecer os direitos do
titular da referida patente sobre a matéria-<>bjeto da proteção.20 Desta fOIma. é primordial
ter extrema atenção quando da elaboração do quadro reivindicatório:
Neste sentido, também é importante acrescentar que as Reivindicações deverão,
sempre, estar fundamentadas no Relatório Descritivo. Logo, não serão concedidas pro-
teções para matérias não previstas ao longo da descrição do pedido de patente.
Usualmente, uma reivindicação consiste em três partes:
(i) A parte introdutória.
(ii) O corpo.
(iii) O linkque lme ambas as partes. A P'U1.e, ou melhor, a frase introdutória identifica a ca-
tegoria da invenção e, às vezes, fornece uma idéia sobre a proposta da mesma (exem-
plo: composição farmacêutica. .. ). O corpo da reivindicação é a descrição específica da
invenção, aquela que o inventor considera nova e, por1arlto, Cl!iO privilégio está sendo
requerido (exemplo: conter uma quantidade fummcologicamente eficaz do extrato
da planta B e, pelo menos, um veíCltlO farmacologicamente aceitável). Finalmente, o
bém utilizando, naárea das pesquisas com planras e rlerivados, as il}formações fornecidas pelo Modelo
proposto pelo presente Artigo para escrev~r o perlido de patente. E itnpor~ante que ele tenhaem men-
te a preocupação com o escopo daproteçao a scr_req\lend~, ~ qual devera ser amplo o suficiente para
evitar que terceiros realizem uma SImples alteraçao ~a matena ob]eto do rlocume~to de patente e pos-
sam, então, reproduzi-Ia sem violar os dlretlos assocIados a tal documemo. ~odavta, também é impor-
tante esclarecer que os elaboradores de pedIdos. de pate~te ..em um~ sltuaçao Ideal , devem ser repre-
sentados por profissionais detentores de conhe:,"le.n to ~ecntco sufiCl~nte para compreender os resul-
tados da pesquisa, mas cl~jo foco de especl"!17A,çao st:la a ~,r.ea da propne.dad~ Itldustnal,. especialmellle
as paI entes. Tais profissionais, apesar de nao terem parll~lpado da reahza~ao da pesqlttSa,.devem ter a
capacidade para elaborar um pedido de patente relauvo a mesma e. pl:tnc~palmente, P~'cclsatn possuir
o traquejo necesslírio para empregar os termos adequados a uma sohcl~çao de proteçao a maIS ampla
possível. E. para ambas as situações, () Modelo resultame deste ArtIgo c extremamente releVllllle.
20 Ainda no que concerne às reivindicações, é in~eress~nle cot.nenmr a resp~it? da op~ni.lo de COOPER
(2000), o qual enfatüa que, durante a proteçao de Itlvençoes b,otec~~)log,cas, '~s .relvt~ldlcaç~es de
produto' e as 'reivindicações de processo' podem ser orgamzadas em dlle~entes IltvelS dem'portanCla.
Em primeiro lugar, estão as 'reivindicaçôcs de produto' (aqueles que sera~ C~)~oc~dos _no mercado) c;
em seguida, estào as reivindicações de processo. O alll.or ~ahenta que ~s relvmdlcaçoes de produto
pOssuem um alto valor, lendo em vista que esta proteçao e absolula, ~ao dependendo da forma pcla
qual o mesmo foi obtido ou da sua aplicaçào. Assim, novas ~oléc~t1as auvas Isoladas de exoatos de plan-
tas podem ser colocadas neste nível mais eleVlldo da c1asslficaçao_
link consiste em ternlOS, tais como: 'ccII-:lct cri7,ada por'; rQmprisill~ inr.hl(tifl~
havinf5. consisting 01 e/r,ll
E tais reivindicações podem ser classificadas cm:
a) Reivindicações Independentes,
b) Reivindicações Dependentes,
• As Rehindicações Independentes definem todos 0.5 ~,lel~lel1~OS ~sscnciais da inv('ll.
çao dentro dos limites em que esta funciona , Uma relvl,n<hcaçao .lIldepe,ndente não
pode ser tão ampla a ponto de abrangel'o estado da técnica, n~1I1 tao restnLa de forma
a conferir oponw1idade para que terceiros produzan~ o oqJeto da patellle, porém
sem violar a mesma, Podem existir tantas reivindicações IIldependenl.es quantas forem
necessárias para proteger a invenção,
No que diz respeito às Reivindicações Dependentes, estas têm por o~ielivo prote-
ger detalhes específicos da invenção, os quaisjá devem estar mais amplamente abranbrio
dos nas relativas reivindicações independentes,
No pedido, também devem ser apresentadas (caso exisl<lIn) as figuras relacionada~à
invenção, as quaisjá foram nomeadas an terionllen te, ou s<oia, no campo Breve Desclição
das Figuras,22 E, quando foro caso, também deverá ser apr-esentada uma Lista de Seqüêno
cias (seja de nucleotídeos, seja de proteínas), comendo as seqüências completas relativas
àqueJas mencionadas sob a fOrnla de números no Relatório Descritivo (exemplo, SEQ ID
n Q I, SEQID n Q 2 etc,), Adicionalmente, deve serinselido um resumo da invenção, o qual
facilitará, posteriornlente, a leitura rápida a respeito da invenção em questão e, portanto,
será interessante quando terceiros realizarem a busca de anteriOlidades,
mesmo decide depositar um pedido de patente,D uma forma gentl, o que dt.'Vcríade~
crever no referido pedido?
a) Título .
Extratos da planta EU1Jharbia myrsiniles c composições medicamcnlO8as haseadas n~
extratos
b) Fundamentos da Invenção
Mencionar que os efeitos colaterais adversos de determinados medicamento!! sintéti-
cos, e até mesmo de alguns princípios ativos eXLraídos de produtos naturais, têm 5e
constituído em uma da~ maiores motivações para a pesquisa dc novos ingredientes
aúvos de baixa toxicidade.
É possível enriquecer a descrição através da citação de alguns exemplos de medica-
mentos que apresentem a desvantagem dos efeiLOs colatcrais desagradáveis. Toma-5C
fundamental delinear o campo dos antiinflamatórios, mencionando, por exemplo, o
caso do ácido aceúlsalisílico, composto clássico CltiO uso prolongado provoca irritação
da mucosa gástrica.
Tendo em vista a matéria objeto do pedido de paten te em questão, é indispensável
relatar o papel desempenhado pelas plantas (em especial, dos seus extratos) através dos
anos, no tratamento de doenças. Os sistemas tradicionais de medicina podem compro-
var esta utilização, a qual também vem merecendo atenção em países europeus e nos
Estados Unidos.
É de grande relevância citar a família ou o gênero ao qual pertence a planta ao;so.
ciada à invenção em questão, Neste momento, é necessário relatar pesquisa~ realizadao;
com outras espécies de tal família ou gênero, no intuito de ilustrar que o extr,ito da
planta Euphorbia myrsinites não era utilizado para nada até então.
Enfim, nesta etapa é importante relatar, sucintamente, os objetos das anteriorida-
des encontradas, seja na Literatura Patentária, seja na Literatura Técnicc>Cíenúfica.
Desta forma, será possível demonstrar o que tem sido feito até então para tratar as infla-
mações (tal descrição será útil para evidenciar as diferenças enLre a presente invenção e
o Estado da Técnica),
, c) Sumário da Invenção
Uma vez tendo apresentado o contexto no qual a presente pesquisa se insere, ou me-
lhor, os fundamentos da invenção, torna-se fundamental citar o seu objetivo.
Logo, o Sumário da lnvenção é iniciado mediante o comentário do objetivo da
I presente invenção, o qual está assoc~ado ao uso de extra,t~s de Eup~,orbía mr:s.inites na
I preparação de medicamentos, partJcularmenle com aOVldade antunlJarnatona.
O próximo passo consiste na sucinta enumeração de todas as concretizações da in-
venção. Assim, neste caso hipotético, seria possível escrever: .
Uma das concretizações da presente invenção se relaciona ao extrato aquoso da
planta Euphorbia myrsinite.s.
PATENTEAMENTO & PROSPEcçÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~~
-......-.
Outra concretização da presente invenção refcre-se aos extraLOs brul~ ohticl!
por l~tamelllo de panes da planta Euphorbia myrsinites com solventes de diferent~
polandades, em particular os solventes orgânicos A. B e C.
Uma outra concretizaçào da presente invenção está relacionada às composições II) •
dicamentosas comendo. como princípio aúvo, o extrato da planta t;utJ!unbía myrsin~
Também se constitui em uma concretização da presente invenção o método de
tratamento. o qual utiliza composições medicamentosa~ contendo o extrato da planta
Euplwrúia myrsinitl's como o ingrediente ativo.
Observações
1. O tenno 'particularmente' foi grifado propositalmente. ~eve-se tomar extre.
mo cuidado para nào limitar a abrangência da proteçao a ser requerida.
Logo, mesmo que não te nham sido reali7.ados testes que comprovem outras
aplicações fannacológicas, o elaborador do pedido não deverá requerer pro-
teção apenas para as composições medicame ntosas antiinflamatórias. No
processo de elaboração do pedido de patente, é necessário pensar que os re-
sultados da busca de anterioridades, os quais toram mencionados na introdu·
ção deste caso hipotético, não apontaram nenhuma utilização da planta em
questão. Logo, se o elaborador restringir às aplicações antiinflamatórias, con·
ferirá, a terceiros, a chance de prepararem uma composição com o referido
extrato e a utilizarem como antiasmática, por exemplo, sem estarem violando
o pedido de patente/ patente concedida em questão. O escopo de proteção
será mais bem compreendido quando dos comentários a respeito das
Reivindicações.
2. O tenno 'concretização da presente invenção' é padronizado, sendo comu·
mente utilizado na elaboração de pedidos de patente.
Observações
]. A f rase "tomando os devidos cuidados para,
mencionar todas as possibilidades
"d
d limites onde a invenção funCIOna eve representar uma constante
d entro os
- do elaborador do pedido d e patente,'poIS uma possl'bil'dad
I e es-
preo~dupaçado 'r como instrUmento para que terceiros reproduzam a inven-
quecI a po e seM dida N 'd
_ ' I dido de patente/ patente conce . este senti o, os ter-
çao sem VlO ar o pe , , ' " d
, 'd h cidos no estado da tecruca, e um os processamentos
mos meto os con e , " - - limi' d '
, "um dos métodos apropnados , mas nao estao ta os,
recomendados, e , , , urificadospor métodos apropriados'
,opclon
. almente' , 'Alternativamente, P ,
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FAAMACtlITiC()
96
-
'urna quantidade farmacologícamente eficaz', 'Em urna concretização preferi-
da', 'preferencialmente', 'o medicamento pode estar na forma de ... ou ...', 'Um
ou mais aditivos podem estar presentes ... , tais corno' e 'etc' ajudam, e muito, a
não limitar o escopo de proteção da invençãoP
2. O trecho "A presente invenção é descrita detalhadamente através dos exem-
plos apresentados a seguir. É necessário frisar que a invenção não está limita-
da a esses exemplos, mas que também inclui variações e modificações dentro
dos limites nos quais ela funciona" é padrão, representando urna preocupa-
ção em mostrar que o item seguinte representa, nada mais, nada menos que
exemplos de reprodução da invenção em questão.
f) Exemplos
Aqui deve ser descrita a pesquisa conforme realizada no laboratório, informando o pro-
cesso de extração exato, o solvente utilizado, a temperatura da operação etc. Adicional-
mente, devem ser descritos os testes que comprovam a atividade fannacológíca alegada,
ou seja, a antiinflamatória.
g) Resumo
Esta parte, normalmente, é semelhante àquela descrita no Sumário da Invenção.
Tendo em vista a extrema relevância das Reivindicações para o alcance da prote-
ção almejada, propositalmente elas são comentadas somente neste momento. Contu-
do, em um documento de patente, as mesmas devem ser apresentadas logo após os
Exemplos.
Assim, observando o caso hipotético em questão, é possível construir um quadro
reivindicatório conforme descrito a seguir:
REIVINDICAÇÕES INDEPENDENTES
1. Extrato de Euphorbia myrsinilel com atividade fannacológica, em especial ativi-
dade antiinflamatória, caracterizado por ser selecionado do grupo consistin-
do no extrato bruto aquoso da planta EuPhorbia myrsinitt>.s, do extrato bruto or-
gânico da planta n'uphorbia myrsinites, de [rações do extrato bruto aquoso da
planta Euphorbia myrsinites, e de [rações do extrato bruto orgúnico da phUlt<\
Euphorbia myrsinite.s.
2. Composição com atividade farmacológica, em esp.ecial a~vidade antiinflmna-
tória, caracterizada por compreender uma quanudade tannacologicam~ntc
2~ À ptimeir'd vista, é possível que o leitor acredite ~er inapropriado u emprego dus ref(·ticlll8 termos nu
I ongo (Ieu m pe dido de patente. Neste senudo, "
e Importante menCIOnar que ao 8("11 ehlbomrlor não
.t O ('
cabe o apel de restringir o escopo da proteçao a se~' requem a. e IInIa arma cOert'nle,.o nI"'''IIO ado-
, f'
ta u relCrI'd o proce'd'lm~nto
~.,
Assim caberá ao exammador
_ . de tal .p"(hclo
. (uncurdar
. . • 011. nau ,'om ti CSI'(>-
-
po d e proteçao e m qllcsta"o
. .' Fm
J
caso de desaprovaçao,
• • ,
fommlara umaexlgt,nCla l..nuca a fim d", "ue u
.,
Observações
1. Conforme ressaltado no item anterior, não é aconselhável restringir o escopo
de proteção apenas aos extratos com atividade antiinflamatória, tendo em vista
que o estado da técnica não cita qualquer outra aplicação farmacológica para o
referido extrato. O mesmo pode ser aplicado à composição medicamentosa e
ao método de tratamento.
2. Normalmente, o pesquisadorI empresário não compreende o motivo da nã<r
restrição comentada na observação acima, argumentando que não realizou
os referidos experimentos no laboratório. Porém, o elaborador do pedido de
patente, caso não seja a mesma pessoa, procura salientar a necessidade deste
procedimento, a fim de proteger os interesses dos inventores e da Instituição
da forma o mais eficaz possível. Logo, é fundamental repetir a frase descrita
no item 7.2: "Aos inventores cabe realizar a invenção e, aos elaboradores de
pedido de patente, cabe 'inventar' a invenção".24
Neste momento, e de acordo com o que foi descrito no Capítulo 5 desta Tese, cabe
relembrar que, como as matérias passíveis de proteção dependem das Legislações que
regulam a Propriedade Industrial, quer seja no Brasil quer seja no exterior, as reivindi-
cações permitidas sofrerão variações. Logo, nem todas as reivindicações independentes
supracitadas serão permitidas, ao mesmo tempo, em pedidos de pa~entc depositados
no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa, no Japão, na China e na lndia.
Assim, considerando a tabela 5.2, o quadro reivindicatório permitido pelas seis
Legislações diferentes poderia ser construído de acordo com a tabela 5.4.
N E.st3 frase é considerada de forma intensa quando da elahoração de pedidos de patente na Fundação
()swaldo Cruz. P...ssoalmcJlte. duramc todo o meu treinamento em Propriedade Industrial. foi o u)pi-
<'Oqu<! mereceu (e continua a nlerecer umaatençào deveras especial). Afinal. não é nem um poucoób-
via a determinação do limite entre a protcção cautelosa e o exagero. ou melhor, a incoerência.
98
REIVINDICAÇÕES DEPENDENTES
1. ExtraÚJ de Euplwrbia myrsinil.es com 1Úivídm1e farmacológica, em especiaJ. atividade
antiin.JU:t.mat6ria, camcteriurdo por ser selecíonado do grupo wnsistindo do extraw
úruto lUJuoso da planta Euplwrbia myrsinil.es, do extraw bruto orgâ7lÚ.o da plar/Ja
EupJwr&ia myrsinites, de fraçôe5 do extraw úruw lU[lUJSO da planta Euph.orbia mym-
nites, e de fraçôe5 do extraw úruw orgânico da planta Euphorbia my,sinites.
1.1. Extrato de acordo com a I eivindicação 1 caracterizado por ser uma das
frações do extrato bruto orgânico de folhas de Euphorbia myrsinites obti-
da por cromatografia em coluna.
2. ComposÍfãO com atividade famuu:oliJgica, em especial atividade antiin.JU:t.matória, aJo-
racteri.uulaporcompreerulerumaqun.ntidadefarmaaJlogicamenleejicaz.deumatroto
selecúmado do grupo consistindo do extraw úruw aquoso da planta Euph.orbia m,yrsint-
tes, do extraw úruw orgânico da planta EuphortJia myrsinil.es, de frlJ{ijes do extraw bnáo
aquoso da planta EupJwr&ia myrsinites, tú frlJfÕes do extraw bruJ.o mgânico da pUmta
EupJwr&ia myrsinites e de, peW menos, um veículo fa'T7TUJCOÚJgiCamenle aceitávtL
2.1. Composição de acordo com a reivindicação 2 caracterizada pelo fato
de as fração ser uma das frações do extrato metanólico da raiz da planta
EuphorlJia myrsinites.
3. Método terapéutico, em especial para o tratamenÚJ das in.JU:t.mI1fÕes, ~ por
empregar uma romposição com lÚividade farma.coWgica romposta por uma qu;anJidade
farma.cologicamente ejica:r. tú um extraw selecicmado do grupo consistindo do extmID
úru.W aquoso da planta EuphorlJia myrsinil.es, do extraw úruw orgânico do ~ E-up-
horlJia myrsinites, defrlJfÕes do extraw úruw aquoso ~ plam,a !!-up1wrbüJ "9~: :
frações do extraw úrulo cngânico da plantaEuphorbia lIijl3mUts e. por, pdo ~
veículo farma.cologicamente aceitáveL ' .
OAl'llUIJ) ~ • /lo PROPAIEO/loOe INTELECTUAL APUCADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 99
H
iI6 1'"", qUI! o lell,or tcnhl\ 11ma Idéia, no Brasil um pedido de patente leva. em média de 5 a 8 anos, conta-
do. da dam da lollciUlÇào de protcçfio no seu lel'rit6lio. para ser concedido sob a Comla de uma ' Carta
PIIIMIC' OU. CflU 'I, indef(!lido, Nos utndos Unidos, oprazojáé bem menor: cerca de 2 anos a partir do
c:\1U/ depó.llo,
ÇÃ0 TECNOLOOICA NO SElOR FARMAC~uncc
100 PATENTEAMENTO & PROSPEC -
, ~~e do pedido. a patente seja negada. o dilO objeto cairá em domínio público oLogoo
26Caso . aposoex~..
o UOerpagando ao detentor da patente pe Io dOIrelto o d a rerendao explomçào comercIai. o
se um ~~ro~v
_ · E
o recisará efeluar o dito pagamento o sequer tal detentor terá que devolver a
o
o mes mo nao_ mais bpOd A parúr da data da negaçao - da patente e. que o mesmo não terá direito a re-
soma até entaO rece I ao
ce ber mais nadao hi . oco dos poucos depOSitas . o de pedid os de patente por Instituições de PesquI:;a o
27 E por exe mplo , no ston 01 o - nao
esta situaçao - e. omcomwu IoN es leso'
casos. geraImente nao
- e. realiza
o do o
o~ Universidades Brasl eiras. e os resultados citados no documento de patente possam passar para a
mento dcesc. ala de forma "fi
qu uemmalSperlo
o dasocle
00 d d " I'
a e o ara tanto.
o
c o - de parcen-o
a lormahzaçao
a cala industTl°al e, portanto . rqo ro dito cscalonamento e de pOSSI°boIlltaro alcance do mercado. st'na
U o
es eles capazes de rea na
as com aqu
muito interessanteo
CAPITUI.O 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA APESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO." 101
-
exemplo, Ill'm mt'~mo 11m aproveitamento do pequeno escopo de proteção concedido
pela Lei dt' I'l'Opricdarlc Industrial Brasileira (Lei n 2 9.279/96).
A m\ldança cnltllral deve ser uma das conseqüências de políticas públicas que vi-
srll1, lião apenas elevar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento no Bra, il
(aperfeiçoando a~ infra-cstmturas técnic<xientífica~ e etc,), mas também a utilização
dos Sistemas dt: Protcção de resultados de pesquisas, A Lei n 2 } 0.973 de 2 de dezembro
de 2004. 0\1 melhor, ii comumente denominada "Lei de Inovação" pode representar
um importante passo para o alcance desta tão enratizada mudança cultural. Afinal, esta
lei estahdt'ce uma série de medidas que incemivam a inovação e a pesquisa científica e
!"cnológica no país, li exemplo das parceria~ público-privadas e da criação dos Núcleos
de Inovação Tecnológica nas Instituições Ciemíficas e Tecnológica~.
Com este intuito, será primordial a clara distinção entre 'pesquisa' e 'desenvolvi-
mento tecnológico' . A noção de que a 'pesquisa' é um componente essencial de pesqui-
sa e desenyo!\imento tecnológico - mas que, sozinha, não é suficiente - precisa ser di-
fundida. E necessário que haja geração de conhecimento no contexto do desenvolvi-
mento de uma aplicação prática, daí a importância do 'desenvolvimento tecnológico'.
Não é exagero algum enfatizar a relevância da propriedade intelectual para o Bra-
sil, um país em desenvolvimento, dotado de uma biodiversidade riquíssima, possuidor
de recursos humanos com competência para explorar este presente da natureza, mas
que, contudo, não tem consciência da necessidade de resguardar os seus direitos.
Caso tal mudança cultural não seja realizada:
• Os elementos da rica biodiversidade brasileira - "o ouro verde" - continuarão a
ser protegidos por estrangeiros .
• O Brasil manterá a sua posição de mero divulgador de informações preciosas
para o desenvolvimento e a posterior proteção de resultados e pesquisas. tam-
bém por estrangeiros.
5.7 REFERÊNCIAS
RElER, F. K.; CRESPI, R. S,; STRAUSS,]. Bio Technology and Paten/ Protectian - An lntemaci<mal Reuiew. Paris,
France,OECD, 1985.
BRITIO, A. C. M .28 A prqpriedade intekctual aplicadn à pesquisa e lU) tkst1lvolvimento tk plantas e seus dmvtJ..
dos:motklo para a anãlis.. solicitação tkproteção duesv.lllUÚls. Tese de Doutorado. Rio deJaneiro, 2005.
CEU _ The Couru:il o/ the Europtan Union. Couneil Regulation (EC) n. 2 100/ 94. 1994. Disponível em:
<hllP:/ / www.cpvo.cu.int/ documents/ lex/394R2100/PT394R2100.pdf>. Acesso em: 1 ago. 2005.
COOPERo J. p, Biotechnology and lhe Law, St. Paul: West Croup, v. 2, p. 2,30, 2000.
!NDtA. Act 530/2001. The Protectian o/Plnnt Varietm andFarmer's'lUghts Act, 2001. 2001. Disponí\'el em:
<hup:/ /www,grain.org/brUiles/india-pvp-2001-en.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2005.
INPI - Institulo Naeional da Propriedade Indusuial , Ato NOTT1U1I.iuo n. 127. 1997. Disponível em:
<http://www.inpi.gov.br/>. Acesso em: 18 oul 2005.
:.li Ver MOREIRA, A. C. anterior ao ano de 2006 devido à mudança de nome em razão de casamento.
102 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMACêl.lTJCo
-
MACEDO. M. F. G.: BARBOSA. A. L. F. Palenl~.!. P/!Jqui.!fI & De.!envolvimenw - Um Manual dI! Prapritlkllk
IndustriaL Rio dcJanciro: Editora FIOCRUZ. 161 p .• 2000.
MACEDO. M. F. G.: MÜLLER. A. C. A.: MOREIRA. A C. PalenleamenlO nn BiotecnolrlKia - Um Guia Prático
f)aTa os Elaboradores de Pedidns dI! Palenll!J. Brasília: Editora Embrapa. 200 p .• 200 I.
INTRODUÇAO
-
A introdução da Convenção da Diversidade Biológica e o crescimento dos processos bi-
otecnológicos têm recentemente levado os cientistas a um movimento rápido no cam-
po da bioprospecção ou exploração da diversidade biológica direcionados para fontes
genéticas e bioquímicas comercialmente valoráveis (MORAN, 2001).
O Brasil é considerado o país de mais rico em termos de diversidade biológica, um
dos maiores do mundo, e detém cerca de 15% a 20% das espécies de plantas, além de
hospedar alguns dos ecossistemas mais ricos do planeta em número de espécies vegetais
(CARVALHO, 2004). Portanto, com grandes possibilidades de ser um País com desta-
que no desenvolvimento da Biotecnologia, transformando essa riqueza em bens ativos,
traduzindo em vantagens competitivas no mercado global.
Seria a bioprospecção um mecanismo inovador que irá:
a) Ajudar a produzir novos sistemas terapêuticos e preservar o sistema médico
tradicional?
b) Conservar ambas diversidades, a biológica e a cultural, pela demonstração
dos seus valores médico, econômico e social?
c) Fornecer tecnologia e outros benefícios aos países ricos em biodiversidade,
porém, tecnologicamente pobres?
Essas são questões ainda em discussão em amplos comitês e fóruns científicos nacio-
nais e internacionais.
O acesso responsável da biodiversidade e sua utilização em favor da saúde huma-
n_a, da pr~dução de ~limentos, .animais e vegetais e de um desenvolvimento mais limpo,
sao questoes .que eXigem uma mfra-estrutura adequada, marcos regulatórios apropria-
do! e. procedimentos éticos que permita usar, de forma responsável e segura, esse patri-
momo legado pela Natureza.
"''''AO TECNOLóGICA NO SElOR FARMAC~
PATENTEAMENTO & PROSPE"", -
104
/: -
Caracterfsticas da empresa
Descriçào: Texto e imagem. Esta base possui os documen tos do PGr - Pa-
tmt Cooperatíon Treat. Contém resumo e imagem completa dos documen-
tos dos 175 países-membros desde 1978.
• Instituto Nacional da Propriedade Industrlal- INPI
Cobertura: desde 1990
Descriçào: Dados que constam da RPI - Revista de Propriedade Industrial,
publicaçào do INPI. Contém dados bibliográficos dos depósitos de pedidos
de patente de invençào no INPI.
Os campos pesquisados nas folhas de rosto dos documentos de patente foram: nú-
mero do documento; inventor(es); detentor(es); país da prioridade unionista; data da
prioridade unionista; identificação no caso de pedido PGr se o Brasil foi designado e o
nome da planta quando existente.
6.2.3 PROCESSAMENTO E ANÁLISE
OS dados referentes aos documentos de patente selecionados compuseram a base de
dados PATPLAN, desenvolvida pelo SIQUlM - Sistema de Informação da Indústria
Química da Escola de Química da UFRJ.
Para a identificação de esuatégias de empresas foram elaboradas tabelas e gráf1cos
com o auxílio de recursos computacionais do Access.
o ? intuito foi e~~ir o m~omo de inf~rmações dos documentos coletados para
Identificar a apropnaçao de dIreito comerCIal envolvendo plantas medicinais brasilei-
ras. Deve ser_ressalta~o que os r~sultados aI~anç~dos representam tendências e permi-
tem conc\usoes relativas ao penodo de reahzaçao da pesquisa.
6.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS
o·a d escn°ta ,os resu'Itad os' ai cançados sao
Seguinrlo-seametodolooi- - apresentados a seguir.
Detentores
Foram encontrados 112 detentores distintos. Existem dez detentores com mais de um
depósito de patente e estão discriminados na tabela 6.1:
Tabela 6.1 Detentores de Patentes em Plantas no Brasil com mais de uma Patente
Eltecom Empreendimentos e BR 3
Participações LIda.
Fiocruz BR 3
Jlb,lnc. US 2
L'Oreal FR 2
CNPq BR 2
USP BR 2
CNPq SR 2
FIOCRUZ SR 3
UERJ SR 1
Unicamp SR 1
UFAJ SR 1
USP SR 2
Institute Malgache de FR 1
Recherche Apliques
Fonte: Femandes, 2002 (Tese de doutorado) .
Inventores
Foram encontrados 178 inventores distintos sendo 79 brasileiros. TrêsdocuOleolOS não
possuem este campo discdminado.
A instituição dos inventores está identificada na Lista 1.
Plantas em extinção
Comparand<r5e as plantas estudadas com as discriminadas na Portaria lbama n2 37-N,
de 03/ 04/ 92 - Espécies ameaçadas de extinção, verifica-se apenas um documento com
a espécie Aloé, cuja titular é Miriam Saliba da Silva.
30
25
20
- r-
f-
15 t-
10 r-
-
5 :--
o 1..-. n
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
f-
País de prioridade
A distribuição de pedidos de depósitos de patente por país de prioridade é apresentada
no gráfico 6.2.
70~---------------------------------------------,
60
,
."'-
50
Gráfico 6.2 Distribuição dos Pedidos de Depósito de Patente por Pais de Prioridade.
(BR - Brasil; US - Estados Unidos; DE - Alemanha; FR - França; KR - Coréia; IT - Itália; GB -
Reino-Unido ; JP - Japão ; CH,- Suíça; AU - Austrália; CU - Cuba; ES - Espanha; MK - México;
EP - Escritório Europeu; AT - Austria; NL - Holanda; ZA - África do Sul; HU - Hungria; DK -
Dinamarca).
Fonte: Fernandes. 2002 (Tese de doutoradO).
2 O s pedidos .ctepositados no INPI em 1999 não foram todos publicados até a data da busca-janeiro de
2001, por nao haver amda transcorrido os 18 meses d e sigilo para muitos desses pedidos.
PEC/"ÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMACtl!'IV...
116 PATENTEAMENTO & PROS 'V ~
94 36
254
DETENTORES
Das 4) 8 empresas e/ ou pessoas físicas que constam como detentores de tecnologia." a...
empresas que .apresentaram os dez maiores números de documentos con tam da tabela
6.4 ~ ~ez MaIores De tentores. Estes 248 documentos representam 25% do total de
deposltos.
VI 18 Noevir Cc Ud (Jp)
Constata-se que a empresa Shiseido Co Ltd representa cerca de 7% do total dos do-
cumentos recuperados nos 4 escritórios intemacionais. As nove maiores detentoras são
empresas japonesas, totalizando 237 documentos, o que representa cerca de 24% do to-
tal de depósitos.
DETENTOR X PLANTA
O interesse em plantas medicinais das empresas relacionadas na tabela 6.4 foi identifi-
cado conforme descrito a seguir:
.
lantas \l\("clicimlls. produto pai \. 'lll('tla
Em 19151ança o f1ow\ine. com\~se e:.,"kP,han' Iilhodo fUI,(hltlnr, Sllil't o III)(ICII>
decabe\oecaspa desen,,'O\vidopor S lmlO rll t " II
•. . . Co\ ' b" ' an.\." ~\la fortllatum Imbu lOU ptlt doi~
sou em 1908 na Umversldade de um 1,1 t: t' ~. " • •
., . a. \0 relOl'lll\r ao 10\1-1'10 pa, ou.\ U( "P\\1 n
anosemumaempresafannaceutlcaamenC.ln. t- " I ' I
. .d . neiros projeto.." (bi (1 dt' tI'\lIr tllIm \11;\ ( ,
lugar de seu paI na empresa e um e seus pl1l , .
cosméticos ao lado da Fannácia.
Em 1917 a empresa desen\'ohe sete diferente s tonal~da~l('~ d I ti, r,('~ail\. O~Ih:\
inovação marcante para a época. Frngrânciasa p:.wtirde e 'sl·l\C1asJ"p()lIéS."~ tI.\ iI\1lel el'
ra e glicinia foram dese1l\'o\vidas em 1918.
Em 1939 cria um Centro de Pesquisa com cnfoque nus lire, ' de ie ndas da vida,
fannacologia. Fannacêutica e pesquisa a\'an(ada da pele.
Em 1953 cria o Instituto de Ciências da Beleza, única org,tnil<lç:io tkstt> tipo 111.1
mundo.
Em meados dos anos 50 descobre que o hinoquitio\ de um cipreste de Tal' .Il\ t' .\
útil na prevenção de cáries e a empresa inclui esta subst<incia t'm st:lI creme dental.
Em 1985 lança a linha de produtos Essencial f.nelW que fal. uso de il1gn.~dit'nlell
botânicos como o óleo de semente de chá chinês, Em 1~6 une-se ao ~r\l\->o rnll1t'~s ÜI-
ri ta SA. e, em 1988. ao Zotos lntemationallnc. líder de fomecrool ' S de produtt>.S pro-
fissionais para salões de beleza nos EUA.
Em 1988 lança 46 produtos fanllacêuticos niio-éticos desclWohidos ('1\\ tO\~illlllO
com outras empresas fannacêuticas e estabelece a internacionalil<\çào da pesq\lisa t· dL"
senvolvimenlo da empresa. com a inauguração de Cenu'OS de P&D na Europa, t'm Puris
e. em 1989. nos EUA em ConnecticuL este ano também ~iuda!\ fundar o 'ut ~\I\C()\lS
Biology Research Center, na Harvard Uni\'ersit)'. sendo este o primeiro celltr\} tkdic~I'
do à pesquisa dennatológica no mundo. Sim tiza. em 198'-J, a arb\llina t'nconu'utla nas
folhas de pêra e no mirulo \'ennelho japonês que impc;.-de a uti\id"de da I\wlallina "as
células que as geram e que são causadoras de sardas e manchas I\a P<-"Ie.
Nos negócios de fragrâncias funda em 1990, em P:l.Iis. a Ikauté Presti)!; Internnl
nal, desenvolvendo o aparelho Classificador Tridimen~ional de R\I~IS. Em 19m h;I\~~
a Shiscido LiV1
1-
lan Cosmetics que é • tuna• joilll
~
vm/ull'com
.
a BeijinR
•• •
l,iv\\:\n
•
('.o Fll\' "
\ t ,.1Ct\ ,
na }<'rança, está localizada a sua pnn.'eu:a fabnca europeIa que mdui l\egôciQ.~ l'l\l pl'\..
dutos para cuidados da pele e fragl'anoas. Em 19<J3 ~anç.\ o pn)d~IIO úko 0lwlml. 11\1\
adjuvante na cirurgia da catarata e tr~nsplante de c~mea, A P.~II' dt'st • \tIO n "'aioda
dos produtos é fabricada fora do Ja~o. em suas untdades loc:.t~Il<\~las t'lI\ 5 1l;\(:ll':I, EI\\
1994 a linha Pureness utili:T.a ingredientes de plalllas c frur.\S. nao he mdo dl\l"Q d '(lu >
país seriam originárias.
Foram identificados 51 nomes de plantas. O maior il\lt'ft"S.,o;e dCl\t:\ empl'e& ('~t.
nas seguintes plantas: Equisdltm aror,nsiscol.n 7 doc\Unenl~.I-:ttpltortlilH:)\\~ tle :t\l~n.uil\'
du.'! com 5. Utilização das 51 plantas: vasodllatador~ cosmellco: COS\\I('("t' \llICO; IOl\lt'o ( ...
pilar, preparado para pennanente; antica.~pa e antiOltidante, cmpo: I, 1l0periooQ d
1989 a 1999. depositou 68 pedidos no jAPIO.
"t
l'e1a (1i~lrih\liç;i()
. anilai
. ' d('fK'~itn!\
cio!' , fk I)(·rlitlo"
' " lIilldl)
. () Inrf'r---A
, __ (r,.
... C'lnpr('~
n:t prllleçó'ln etc !llIaS fonnul. «;0(''1 apo!\ I ~~I:l, 11110 da pmullIl)(ítção tia COltwn ;i,o ~
Divcrsicla(!l- molô,,'Íca. . t.
Em 1996 fez uma joint venture com a Phytera Ine dos EUA para a reahzaçao de Um
programa de screeningde espécies de plantas de diversas partes do mun~o, condução de
testes de segurança, bem como a formulação de novOS produtos a par~r de extratos de
plantas e testes clínicos de candidatos a produtos principalmente n~ areas de alergia e
desordem do sistema imunológico. A Phytera lnc possuía, antes da )oznt ~entu:e, produ·
tos para gripe, sintomas de menopausa, disfunções nelVosas, desordens digestivas e pro-
blemas de pele.
. ~m 1997, converteu 500 toneladas de eJVas em produtos e su~ vendas :oram de 4,1
mtlhoes de dólareS e em 2000 suas vendas alcançaram 18,7 milhoes de doi ares.
Atualmente é a maior produtora de fitoterápieos utilizando a medicina Tradicio-
nal Japonesa denominada Kampo, comercializando 129 preparações Kam p03 e 42
produtos não-éticos.
Foram encontrados 12 nomes de plantas associados à empresa.
A planta de interesse é o Jaborandi. Utilização das 12 plantas: antiviral, fitoterápi-
C?, tônico capilar, preparado para cáries, desodorante e cosmético. A empresa, no pe-
nodo de 1979 a 1999, depositou 18 pedidos noJAPIO e 1 pedido no USPTO.
O interesse da Tsumura na proteção de direitos comerciais vem desde 1979, ante-
rior à promulgação da Convenção sobre Diversidade Biológica, sendo que o grande sal-
to acontece em 1996.
V - Pola Chemieal Ind Ine - Japão
Realiza pesquisas p~ncipa~mente en~olvendo p~an~ da Medicina Ayurveda como, por
exemplo, a Wllhama somnifera. POSSUi patentes mdianas que geraram controvérsias na-
quele país pois estão embasadas em conhecimento tradicional indiano milenar.
Fo~ encontrad~s 11 nomes de plantas associados a esta empresa. As plantas de
interesse sao: AnstolochUl com 4 documentos e Curcuma longa com 3. Utilização das 11
plantas: cosmético; tônico capilar e fitoterápico. A empresa, no período de 1986 a 1999,
depositou 18 pedidos no JAPIO.
A Pola demonstra, desde 1986, um interesse em proteger suas fonnulações antes
mesmo da Convenção sobre Diversidade Biológica.
Em st'tt'mbro ele 20()() seu (:<Ipital Hocial foi de 27,1 milhilClld(: t!6IarClJ. (:mn 1 .~J6
emprq:çddos, 41 cMcritcírioM no.Japão, EUI\, Canadá. 1\1(:manha, Itá lia e Taiwan. ~í7;t
'pesq\li~a plinrípalnll:ntc com planll:l8 marinh a.~ do Mar de Tok<ml c plaOl.Mda f(ore!lta
Negra da Alemanha.
FOr,IITI e ncontrados 8 nomes de planta.~. O maior inI.CrC811C delta crnpr(.~ Clltá nas
-plantas: Melissn (!Oicinab:5 com 10 documento!! e Hosm,(lrimu 00 íânalif com Ô. Utilí7açá11
das 8 plantas: cosmético; tôn ico ca pilar; ( ! litotcrápico.
A empresa, no período de HJ90 a 1999, depositou 19 pcdidc)8 no JAPJO. Verífl-
'. cou-se que a Noeviriniciaem 1996uma política de proteçãodo conhecimento ~crddo.
I\I~ '~:" tI.1lal. 110 ~ ' l' 1IIt1,\ (~IIII)1 I', n dn i~lkl() <!o sécul :' csl' gr:ífi,co I~ma daroque
;t p(;11 ( ' \I ele 1MI 11 Irall It' II lo • ,() 01 n' a parIu' tia ( ,OIlVl'nçaO sobre,~lv rstdade Biológi.
t a , O~ lh 11m 11th H' O' I )('I ulo. IH' It.' CllllltlU "('PI' 'sclltmn o pOl'tfoho d patenlessõda
T\\l ~ h{l , uma \'t' )' I(U(' n :l('{il'tln pam P('~q\liM dt IIOVO)! !;ínnacos com a Yamanouchi foi
lirllmdo ('111 \1~Olll() (\(' :ZOO I,
PLANTAS EM EXTINÇÃO
Comp .mel .s planl' lU dadas com as dis 'minad li na Portaria lbama n,!! 37-N,
de 03/ 04/ 92 - ~ . pécie . a.m açad de xúnção. verifica-se na tabela 6,5 as empresas
qu up" ntam do um n ' d pedid d d p6 ilO d pat nte f i sp i . ameaça-
d d' exti nç ,
CAPITULO 6 • GESTÃO DO CONHECIMENTO EM PLANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS
- 123
Kuracay Co Ud Costus
Lehigh Univ Brosimum
UonCorp Bowdichia nítida, Dalbergia e Jaborandi
LMVH Researche Bertho/lethia e Simarouba
Mikimoto Pharm Co Ud Dalbergia
Nichirei KK Dalbergia
Nissei Marine Kogyo KK Dalbergia
PVP Soc. Anônima Jaborandí
Shiseido Co Ud Dalbergia e Jaborandí
Soc. Prod. Nestlé Jaborandí
Takahashi Masaru Costus
Takasago ln!. Corpo Ucuúba
Tsumura & Co o Jaborandi
Tsutsunri Shigetoshi Jaborandi
Fonte: Fernandes. 2002 (Tase de doutorado).
INVENTOR
Tratand<He do campo inventor, o gráfico 6.4 mostra os que apresentaram o maior nú-
mero de documentos.
30
,....
25
,... ,..
20 l- I-- .. I-
15 . l - I- I- f- .f- I-
I'"
10 f- I- l - f- f- f- f- f- I- I- f- I- f-
r- ln
I- l - I- 1-"'"1-
5 I- 'l - I- i- i- f- i- f- i- l - I - I- f- t- I- l - I- I-
O
o o
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124
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMACÊUTleo
-
INVENTOR X DETENTOR
A tabela 6.6 apresenta os inventores mais produtivos e sua instituição de origem.
.
Tabela 6 6 Inventor e Detentor
Inventor Detentor
PLANTA X DETENTOR
Ase){ui r fimun se1ecionadas as empresas que apresentaram pelo menos cinco documen-
toS ahor<lando a mesma planta ou gênero.
Tabela 6.7 Plantas que Apresentam pelo Menos Cinco Documentos de Depósito de Patente
6 Euphorbia KaoCorp
(1) Esta emprasa é detentora da patente de purificação da pilocarpina que é o prlncfpio ativo do colfrio para glau-
coma fabrtcado pela Merck.
Fonte: Femandes, 2002 (Tese de doutorado).
6.5 REFERÊNCIAS
:\L\l1:IO.-\. M. 1.. Elllofanllal'Ologia rompamda: ,,"'odologia tk integ'Tll{M quimiossistmuilica. Tese d~ doutorado
- NPPN. UFR,). 165 p., 1997.
CARIBÉ.].: CAMPOS.]. Pim,las l{ueajlldmn o lumrml-gtliaprriJiaJ para a qx,caaJuaJ. Editora Cultrix- p(1lQ.
mento, 1991.
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Brasllia. \'. I, II, III, IV, V, \ , 19i5.
FLORA MEDlCJ, 'AL GtOO tk saMe & orler,laçiio tnnpêutica.. Flora Medicinal, Rio de Janeiro, 1999.
GlACOMElTI. D.jardi,n, horta, pomar tllJ rasa d, r.ampo. Editora Nobel, São Paulo, 1983,
lAIRD, S. A. Benefit-shalÍllg "best practice" in the phannaceutical and botanical medicine indlJStrie$. b
SVARSTAD. H . & DHIWON, S. S. (Eds.). Bioprospecting: From biodiversity in the Soum tomedír;l-
Iles in the 1'\orth, 2000.
LOWE.NTi-l'\L, H. Nossa Iwrta. Edi tora Melhoramentos, 1980.
INTRODUÇÃO
A Biotecnologia é uma das tecnologias portadoras de futuro que tem con tribuído com a
estruturação de novos sistemas econômico e social, a partir da manipulação das meno-
res estruturas que compõem os seres vivos. O termo Biotecnologia representa um conjun-
to de tecnologias habilitadoras que utilizam sistemas biológicos, organismos vivos ou
suas partes funcionantes, ou ainda seus derivados para a produção ou modificação de
produtos e processos para uso específico, bem como para gerar novos serviços de valor
agregado e alto impacto em diversos segmentos industriais.
A utilização desta Biotecnologia inovadora está promovendo uma verdadeira revolu-
ção no tratamento de doenças, no uso de novos medicamentos para aplicação humana
e animal, na multiplicação e reprodução de espécies vegetais e animais, no desenvolvi-
mento e melhoria de alimentos, na utilização sustentável da biodiversidade, na recupe-
ração e tratamento de resíduos, dentre outras áreas, com potencial cada vez maior de
inovações.
A evolução histórica da Biotecnologia pode ser dividida em três grandes períodos:
a Primeira Geração da Biotecnologia (data do início dos anos 2000 a.C. até o fim do sé-
culo XIX), a Segunda Geração da Biotecnologia (data do final do século XIX e até um
pouco mais da metade do século XX, aproximadamente até o final da década de 1960)
e a Terceira Geração da Biotecnologia (teve início na década de 1970 e prossegue até
esta nova década). Cada geração foi marcada por importantes acontecimentos ou des-
cobertas científicas que envolvem as Ciências Biológicas (SANTANA, 2004).
A Primeira Geração da Biotecnologia foi marcada pela arte de cmzar espécies de
p~antas e animais, pelo uso de leveduras e o desenvolvimento de técnicas de fermenta-
çao do pão e do álcool.
TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UTICO
132 PATENTEAMENTO & PROSPECÇ ÁO -
- 55
ro-
50 t-
45 ,.... -
40 r- -
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., - - I- - - -
-
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po r tt' n"1ll imp.'\cto din"to em seres hlUnanOl' e "plicação em Saúde: ~fateriais Bioinler..
-
ti\"Os ( MU). Biônicos (B) , Gognitronic.t (C) , Genotipo (G), Ciência Combinatória
(CC), P\'\)(hl\';\O de ~lolêculas (r ~l ).
Na din: -:'\ 0, aind..\. de exemplos de prospecção que apontam a Biotecnologia
fomo 11'fI de linha e considerando as redes de conhecimento que impulsionam tais
aV'lll(Q"- podem-l'e f'CS."i< haros l't"suhadosobridos na pesquisa realizada na Françasobll:
as tecnologias de maior impacto no século x..'\.I, que contou lamo com a participação de
pt'S(luis;.\dore · como do gl<lnde público. Resultados colocam a Biotecnologia em desta-
que quer no que se rcfereà &uide (cura do câncer. elTadicação daAIDS, vacinas), quer
no setor de Enelgia fontes n"no\'\\1:'is e limpas) para transporte como combusúvel.
(l1'\ro CHl ~llE nplld Al' IT l'\ES, 200:?).
1'\0 que t.mge a aplicação da Biotecnologia como forte tendência em Saúde
pode-se citar que ..\S laçães nid..lS colocaram em evidência o potencial da Biolecnolo-
gi-l neste novo milênio, estando esta áI1:'a como suporte ao alcance dos objetivos deite
grupo at€ :!O 15. confonne Iil/m;",,,, Dt.'I.JtdI'f1/1ll'll.l Gools - MDGs, principalmente na re-
dução dos indices de mortalidade de doenças que ainda nos dias autais encontralTMe
sem cura, bem como na melhoria da qualidade de \ida.
Assim, o setor híbrido que \1:'111 se delineando combinando o setor Fannacêutico e
o da Biotecnologia demonsu<l a dinâmica e a interaçà.o cada vez mais presente nos dias
aluai .
llbos se <:ar.\ctenzam por intensa P&D e risco, com exigências de altos padrões
de qualidade. e as e trdtégias de mercado incluem ele,<-ado patenteamenLo e 11I.arketing.
além de serem fortemente regulados.. ot:a-se que as empresas deste setor híbrido, vêm
se aprox.imando, seja por twes colabot-ativas ou por fusões e aquisições: tendo como
marco compeH~ucia de alto tÚ'-cl em P&D, promO\1:'ndo estreito relacionamento com
mtl'1:'t'Sidades e centros de pesquisas.
Nest.\ direçào tem se const.\t.\do que as bigfannas tê m investido em P&D orienta-
das ao estudo da genômica. da pmteômica e dos trangênicos, principalmente nos últi-
mos 10 anos (Lollt,;\)', ~)()()-l). Sendo assim, a Biotecnologiajá C1iou mais de 200 novas le-
mpias e \:acinas, incluindo produtos para tratar câncer. diabetes, HIV/AIDS e doenças
alllo-imllnes. Atllahnente. segundo a Bioll'f'h,lOlog)' bllfllsh)! Orgrwi;..aliQn, existem mais de
400 produtos médicos biotecnológicos t>\ll testes clínicos para o.u<uamento de mais de
200 doenças, incluindo vários tipos de câncer. doença de Alzhetmer, doenças do cora-
ção. diabetes. t"SClerose múltipla, AIOS e atute. (BIOTECH, ~7).
Segundo Ulll estudo realizado por ANTU 'ES (2003) atravcs da busca na base de
dados ~fedline (reconhecida base de dados da área bionl~~ca). para os anos de 200 I e
2002. colTObot,;\a relevân ia dos artigos da área biotecno1oglC' \ conforme descrito anle-
rionnente. A t.\bela 7.1, apresenta os dados. d lvidos como verdad' ' .
f\s natentes siio consideradas pelos pafses esen",? enus tnstru-
• r . ' '~IO 'trueclda sobre O retomo tatu fi
roemos de desem.'Ohi menlo lecnologtro c \'!SaO I da
,'wro paten ,
te ofierec
caos d enn.'
o \lance-
iro roffiQd... produção que ntra\ do Inonopo 1 r~llantes,
~0 7 • PROSPEcçÃO TECNOLÓGICA EM BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM FÁRMACOS... 135
-
Tabela 7.1 Total de artigos na área de biotecnologia para os Anos 2001 92002
•
ooença Total de Artigos Artigos Associados à % Bio
Medllne Biotecnologia
• Snl~l~ções
• Agricultura.
• Produtos alimentícios/Tabaco.
• Artigo para uso pessoal ou doméstico.
• Saúde e Recreação.
As classes, por sua vez, sào compostas por dois dígitos numéricos, dispostos após os
ótulos das subseções.
Exemplo: A61 - Ciência médica e veterinária e Higiene
BASES DE PATENTES
Para identificar as principais tendências relacionadas aos temas a serem prospectados
tom<Hie necessária escolha de bases de patentes de forma a abranger, geográfica e estra-
tegicamente, os maiores centroS de patenteamento. A seguir, veremos uma descrição
breve de cada base:
2• ...... ht:wm.
-
Il..........'_flhlfte~
o HHIl õ!ft to;t ~lt o~ " llt Qllt h lHl Jrl'Hh' III AIH ""U,
113U,1) (lll., II~MI hdP;-h Pi\Q ilr.U.H·~ fjuul •• f.lll ' ,Ht. . .J,,,,'jj~
"II'.ul f ull
.t", ..",. 1141" ,,~
,
,J_ufW 11f1"IJ~ On'.f'If.,,,,
roo-- -_._._
"ubl,."."........
....
AfIII/iU_. ,_'"
a
_- . .
(~ ~c1! 1Mm
... ...... , ..-..-. .
.,.."'--.....,.
~., ~
, " ......
~.,.,.~ ~ . ~
.Qul.. S..",h • Qu,,* .... <11
• Ad\I."ced S..rch I • ,y,._d ..,,,tII
• Pattlll NUmMf S..n:h
I
• vtew Pattm Fult PI;' 1m,.,.. .V~p~~,~~~~
1IM.v.,........
• $mlUl & Evtnl HllfOfV'
• OIl1ba .. Con.. nl'
.Holp fi,.. I Base de patontes concodld81
I
~ ..."v..",..".,. ..................
1....... U_HlfIMy/
• fio'" f,...
a"M de P!)(lÍÓOf de pWJrrtM
(oopótrto.,
I
Inlormatlon Appllclb.. to Botll Oltlbi... lI.tetH UII'TO "McH
tmportllnl N011atl .nd Pollcl .. .. PUM". ,...dl
How to Acce ... nd VI.w Full "IDI Iml""
Ptobl."" U.lng 1M OetabOM.7.
A41pon won I" o,.,. ( Olltlnl
p---.,.,. _-,.,..,
T...... Holp '" ....",.. .., , _ CI
, ...... ".
. ..-..
~tpHnf,. u........
o..ntMHf,J,. p...,."... f i .
1M ._
, o. ca m't'OI pn·.. ·I1" •• II ... dílf'r"'If". ha,u'. de d,,,J,,,, .,1(, rl'r"rentC8 .... lnforma('...x .• contídaos no doeu-
ns~'II (J ( \I ,"" e lll<' 1"lr" a , , ' U ('"-,U II ,a I I4t Ve ~"r 1"('1 la "Jc lunna a ('untcrnpJ:ar o rrnbdm() dC' ín-
f . . ~ ., , " prollll,,·c'(.:HfJ.
•.
Q
,I'::
...
',l)~:~:OC III't,"n I1.:l/l(t" "rI"~
n. .... · llf-CI' n~ C"J llteli.
,'0'
,·c""l.'iio â c(JnJ p;J'lIúlí,ladc cum <1 "'ma c ã exclu.• ;;o de documcnlO<ll
140 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~l1TlCO
i. M'"".
P"'TENT Al'PUC ... TION FULL nXT "'NO ...... Olt
( ~~._o_-
~tn ~u:s
-........".
» Dnoosou n.>.1 COl05,n / ~l Eumple:tdMMleottM)TIq•••dltO.(..... .,n.1'eaII$)
!
L ·1
5tiocIv.... 1Bda1
1- ~
1"-" I
I- I
.-
iii< IS Lovmor St.1te
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CC"T
lDvt1II:or Comtr;
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SPEC AN Assi~Xame
cc. L.. CW........ AC As~Cgy
la. AS às~Im~Stue
APT ~rv.. .'CN ASmttu--my
iAPN . . "........ JCIl Pre-GnmPubicatiogDogmmr Kmd Code
iAPD
PItlll
•• RUI' R!à!~~~I2i!!!
PCT PCT lnfOlllUtiop
Identificaçao
dos campOs
~~rabelas 7.2 a 7.4 apresentam a identificação e a descrição dos campos utilizado~. os re-
Irados de cada ano (entre 2005 e 2007) e o número total de patentes relacionada~. res-
SUctivarnente,
pe somente
. a fánnacos/medicamentos; somenle à Biotecnologia e aos dois
temas, concomitantemente.
Tabela 7.2 Patentes ligadas somente a fármacos/ medicamentos entre .2oo~ e 2007. Campos
Utilizados: Classificação Internacional de Patentes (IPC) e Data de pubhcaçao
Tabela 7.3 Patentes ligadas somente à Biotecnologia entre 2005 e 2007. Campos utilizados:
Classificação Internacional de Patentes (IPC) . Palavra(s)-chave no título ou no resumo e Data de
publicação
Campo
- (contmuaçao)
' -
AP
~ 1K$ ANO
'01 .>20()'70502
p~r8r.~ P.811l
F~nOlld de.
M c:n H tlgntol gleas ou
22.897
gl nloas
CIasslftcaÇl\o
InlllmaciQhat de Qulmloa OrgAnloa 2.091
Patlll'ltes ~7$ ANO
'01·>20070502
tCL
ICUC07$ "f0 IClJA61K$ PMI~11lr.Mr' Fln~lIdadea 384
. o 101 6go SOu
Hlgi nlclls e U~Tlloa Org nica
NO
A.POi2OOSO 101» 20070502
=
Fonte. Base USPTO.
~ 60 Ilunoa""-,,lO UMcIo neetl bIn ptll1l buaoIi utiliza, todos oe grupoa e eul'lgrupoe di subcIasae
...... ~tmplo. A6'K.
, PATEN~AMENTO & ~OSPECçAO r ECNOl.óGICA NO SElOR FAAMACt~
-
TIb,'. ·U ~ ligadGS somon\$À Biotecnologl . C mpos Utilizados: ClasslflceçAo
lnternaaoMI Pa (ICL). TlruIO d8 patente (lTL). Resumo da patente (ABSl) e Data de
tIIl.'!IIOIIIQjIlo (APO)
.
Foote: a- USPTO.
• 147
-
~ Estratégia Descrição Total de Patentes
(2005 A 2007)
o gmpo de patentes de interseção das tabelas 7.5 a 7.7 são destacados na tabela 7.8.
SPECÇÂO TECNOLÓGICA NO SETOR FARM~
PATENTEAMENTO & PRO "
148
t das Campos utilizados: Classiflcação
Tabela 7.8 Grupo de patentes de Inters8Ç o resg~L) Àesumo da patente (ABSn e Data de
Internacional de Patentes (ICL), Titulo da patente '
aplicação (APO) Total de
...
Oescrlçáo
Estratégia Pelent"
Campo
(2005 A 2007)
BIOTECNOLOGIA
Classe 435: Química. Biologia Mole ular e Microbiologia.
Subclasse 41: Microorganismos, cultura de célula d tccl'd o ou (On7:lma
.
para sintetizar um composto químico desejado Oll composição.
MEDICAMENTOS
Classe 024 Equipamentos Médico e Laboratorial.
Subclasse 100: Produto Fannacêutico.
A tabela 7.9 apresenta os resultados obtidO-'\ utilimndo i\ cta..-;..,ificaçim anl('I;cana.
CAPiTULO 7 • PROSPECÇÃO TECNOlÓGICA EM BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM FÁRMACOS ...
149
T~beIa 7.10 Patentes encontradas na Base do INPI referentes à data de depósito e à data de
prioridade entre 01101 /2005 e 31/05/2007, Campos utilizados: Classificaça'o data de depósit'o e
~de~~ .
Data de Data de
Depósito Prioridade
Identificação do
Campo na Base Estratégia Descrição Total de Total de
Patentes Patentes
(2005 A 2007) (2005 A 2007)
A61K Preparação fcara 472 9
Finalidades M dicas
Odontológicas ou •
Higiênicas
C07 Química orgânica 208 12
C12M Aparelhos para 7 O
enzimologia ou
Microbiologia
C12N Microorganismos ou 47 5
enzimas; suas
Composições
Classificação
C12P Processos de 30 2
fermentação ou
processos que utilizem
enzimas para sintetizar
uma composição ou
composto qUlmico
desejado ou para separar
isõmeros éticos de uma
mistura racêmica
Preparações medicinais 4 O
A61K31/OO
contendo Ingredientes
Atil/OS Orgânicos
CAPITULO 1 • PROSPECÇÃO TECNOLóGICA EM BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM fM»&COS
- 151
Tebela 7.10 Patentes encontradas na Base do INPI referentes à data de dep6sM e à data de
priOridade entre 01/01/2005 e 31/05/2007. Campos utilízados: Classificação, data de depóst.o e
data de prioridade (continuação)
Data de Data de
Depósito ~
Identificação do
campo na Base Estratégia Descrição Total de Total de
Patentes p , I !5
. A estratégia cie busca inicial/oi fdla a rarlir de rruta r{l/lI/{o ~(·p'\I(ulalllt· IIIf'. TlllhI
posteriol'junçào dos assuntos de intert's~c. Isso é v:illdo quando pan Nalwl' " 11th" f()rir
patel1les de um gmpo cspecífi '0 cm relaçúo no total.
. Nesse caso, podL'''.se relacionar o nümero de ral entes do hl(lI('('IlOlog-iu 111(1111113 a
fannacos com o número tolal de patenles em hiOlt·cllolo/{ia.
As tabelas 7.11 a 7.13 apl'csenlmn a~ cSlraléhrjas c os resllhlldo~ 1lt'lIl a h'L~t· dt: Il;lIr lll" ,
Tabela 7.11 Patentes ligadas somente a fármacos/ medlcamanlos. Campos ~,tllI%adoa : CÓdigo
Internacional de Classificação de Patentes (IP) e dala de publicação da pahmte
-
o..cflÇio (2005 A 2U07)
C Mpo .tr1lt~1a
IP - ~61K* ANO
72
QrgànICA E ApareU10S para Ent1fTl()log1êl ou
Prepafl~ par
Ml(';(()bIoIOgl8
FINlII(.1adeS MédICaS. 3.117
-
C AND
(11'. 12N')
Odonlo
OrgânICO
lC8S ou HIÇ/,(jo1CaS • Químtca
MlCfoor~ ou Enzmas
~raçAo para FiMltdadeS Médocas.
lo16gtCM ou H~ ti QuimIC8
-
la lfIctI o
IP .. ~61K· ANO Or~nlCal 8 (PrOC8S5OS de FermentaÇào ou
~~~"V')jll - C 7~ ANO
rocesllOl Que utilizem entlf'MS para 1.304
s...\101l\''. (lP- 12P') l.nte1Wlr uma c:ompoIIÇào ou coo;:.0
químicO ~adO ou pata separai os
61100. uma mcs1Uf8 ,aoêmICa)
AparelhoS pata EI\Zlt'IlOI09Iêl ou
MICT~IO ou MlCfoor~ ou
IP- ,C1 2M* OR EnZImM ou rOC8!lIOl de etmentaÇão ou
C 2N* OR Processos que vIJIrZom 8111"nas para 32285
C12P*) alntllllZ8l uma ~ou ~
QUlfI1IOO ~ ou para sepaj81 OS
6ticoa uma natura racéf'lCa
IP- t61K* ANO 6:,~a F = Ué:1- as..
C 7''bANO ar ou lC3S e 0uin1Ca 54
(TS - BI TECH* gMoca 8 bK:lCeci iIlIIOgIa
)
Classificação
Intem Cional-
CIassoI
Subclasae
IPGt61 K* ANO
7*) ANO
tIP .. C12M* OR
S- BlOTECH*)
~~
Orgânica 8 ~Oos
Microbiologia
~eparação
9'ê<
ou
lC3S
=
';ralrdades
Hã .. as.
E 0uimIca
ea "ligia) ou
Enzwid0g0
81
RESULTADOS
O~~ rei," blL'iCa'l em diferentes bases de dados, diferentes resultados na
f}iPACENET onde são indexadas patentes do mundo todo:
- A f?~u.lação. (medic~ento) código (A61K) com a Química Orgânica C07
(pnnClplOs atJvos orgamcos) com o termo biotecnologia resultou em 90 de
patentes.
- A formulação com a Química Orgânica e microorganismos ou enzimas resultou
em 26.896 patentes.
- A formulação com a Química Orgânica e fermentação somou 11.830 patentes.
NA BASE DEWRENT
- A formulação (A61K) + CD7 (síntese do princípioativo) + o termo Biotecnologia
somam 54 patentes.
- Quando a intersecção da formulação (A61K) + síntese orgânica + descrição
(Cl 2P). O resultado passa para 1.304 patentes.
-Já a união da formulação (A61K) com a síntese orgânica (C07) e (C12N) mi-
croorganismos ou enzimas o número de depósitos chegou a 3.117 patentes.
7.6 CONCLUSÃO
Devido ao grande número de patentes encontradas, constata-se que a interseção do se-
lor farmacêutico com a biotecnologiajá pode ser considerada como oportunidade para
/J descnvolvimento e ampliação do selOr.
7.7 REFERÊNCIAS
AN11.TNf:'i. A.: CANONGtA c.: MENDES. C.; MANGUEIRA, A. C; TlBAU, F.; ARNOR: M.; NICOMEDES.
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SuJm.Uos à PoJiIiro Paihlil'a na átm de Satítie _ 1rnnlll{ão: Mapas /Ú) conhecimen/.o sobre tendências jn~ e
t"O?fI{Nfn.Nas na";'mais"", domças minims, infeaocantagiosas e iÚJenfOS negligenciados. (Estudo re~11.ado para
o C.entro ete Gestiio e Estudos Estr.ltégicos _ CGEE, com 3 volumes, coord geral Prof'. Adelrude AnnlOe8
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I\AHRlrrH. E. PmsfJ'f:ÇtÜJ tl'f.11o/ógica na priorização de atividndes de C&T: caso QTROP-TB. Rio de Janeiro:
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°
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INTRODUÇÃO
A nanotecnologia é o entendimento e controle de material em dimensões menores que
100 nanômetros, onde fenômenos singulares permitem novas aplicações. Em outras
palavra" a nanolecnologia envolve a constmção e liSO de eslmtUI1\S funcionais p~ieta
das em escala atômica ou molecular, com pelo menos lima de suas dimensões medidas
em nanômetros. Nesta escala, dois fatores combinam-se para alterar as propliedades fí-
sicas, químicas e biológicas dos materiais: o primeiro refere-se ao efeito quiintico l que se
manifesta de fonna mais evidente; e o segundo é observado porque quanto menor o ta-
manho da molécula, mais imponante Lornam-se os efeitos de superfície, pelo aumento
da proporção entre sua área e volume.
Esta tecnologia tem sido importante foco de pesquisa em todo o mundo, havendo
mais de 60 países com programas específicos para () desenvolvimento nanoternolôgico
(ROCCO, 2005). No Brasil. a Po!íüca Industrial Tecnológica e de Comércio Exterior
(PITCE), lançada em 2004. colocou a nanotecnologia C01110 11m c\o.~ tema~ portadores
de futuro. ao lado da biotecnologia e da bioma~. A parür daí várias açõt·s fOl'llll1 toma-
das a nível governamental para seu esúmulo.
Conhecer as lendência~ int.ernacionais da nanolecnologia é. port,1I110, mister p.·\l11
() melhor aproveitamento dos invesLÍmentos nacionais. sc;jalll públicos ou privados. Este
capírulo apresenta metodologia prospectiva. alravé ela am\Jise de patentes. pam idt:nti-
fkação de líderes mundiais e focos de patentt·amento.
I T,unl~m (~ hamad() ele confinam!'ll lo qllântÍt"o. rt'f"rN(' an .,reito cóllIslIClo pdo 1>"'1"1'11<) m\merod .. :\to-
",o. IIU" lilllilÃi O 1lI0vlmrlllo dos elétroll8 gurandu nova.- propl'it.'d ;\d.,s lisinu ao IlIntetiu!.
,)('()\I ()~ ml'maro~. lima vez que a mcsrna
I \\ ' ~t' nl\'\c!III\C\1" \H'~I li{ \I l ' 1'
N\\IIII\ \II: I~(' 1'111 , I' . ' . "' . . t _ 1t:loticall par.l () Ilcst~ I1VO Vllllellto sobe-
"\1 :\1. 11111111 '" ptllllml qllt' t'~le:l ~i t) Opl;ut ~ I ~" r.1
\\1111\ IIl1dll!ml,
8.' HISTÓRICO
\ \;i ~êt'1I1\~'\ II
' ' l ra nào com este nome, Um dOs
1\I\\\It'1II IIlm'l\ li 1I<lIlOI('CIIO Iogm, cm lO • - . ... '
. ' , I ,; . (!lIosa "sl.a\r.lln pi csenlCs na IInta
t'x\'mp\{l,,\ t 1\11(' 1I:llloptll'l1culas tle nllvao ( til so \\(;,10., . . , .
. , " . " ., " ll1i!~l\IoS Nu entanto a mantpu-
11;\\\\)11\1\\, ,It'st'II""lv\üa pdos rhmcS\:s la mais ( e (OIS. -'. '~ I XX
, . . , I' .
1~lç\\\l tl\l," IImlt'n:lIs na CSflll;\ lIallO so 01 pus.~ Vt •
"í" '\ \) ' \1'111' do I1n,l\ do scCll o , , .
• . ' .
, . \ .
O \'()IWC\lU I'ckrt'nl(' I lInIlO\t'C\'lO O!{1a 01 \I1ICI.1 I I' " , '. , 11ClIIC dls ululo por Richard
· .
' , I I . ' .
I'{"'lIImll. <:OIl('rl\\I:\\ (I SIC\) nllle\'l('ano qut:. ('II • v:1.. I Il)r,l' '11'lrlll"va que as leiS que reiTem a
" • . .!'
' • • I ' ' tl I ...t '1"
(I1II\('n~IO 111\1\\\ \'tI );;I() 11m alllentn mente \II 1'1 e ll , s. le ' PCI'lll'lt'l rldo novas
, " pOSSibIlidades
IIt'lIlIlrlt\\t:llid:lllr lias rslntt\ll~\S, No entanto, o tenno NanotecnololP a fOI cunh~do. em
Hl7·1. pur Nlllill -l';IIIIKllchi da Universidade de Tokio, rcferenciando-se a maquma.~
~)\1, 1\1\'\.'i~ d ' \1I\crfmela menor qlle um mícron,
Em 19~1 o drsen\l'olvimenlo do minoscópio de t\lne1amento atômico 2, inventado
pm ~\'d I\lnni)!; l' 1kim;ch Rohrcr, ela mM de Zurich, foi 1IIll marco importante para a
(','ohu;:'o tl;\I\olccnolúKica, na medida em que foi o ptimeiro instrumento capaz de ~e
mI' h\l~T\'ns r(· ..ls de supertTdes com I'csolu~'ilo atómica. Seus inventores foram agracia-
t\o.~ C(I\II o Prêmio Nllhd de Física cm 1986. Começaram então os ptimeiros aVeU\ços da
11'\ll\II~II()I(~Ki",
Em 1986 Robert Cml. I larold Kroto e Richard Smalley da Universidade dc Rice
110,'1 ....'\t:\do., nidos des obliram uma nova forma de blocos de construção, os fulere-
tios. Esles s;io n lerccim 1'0\111<\ alolr6pica do carbono. uma molécula com 60 átomos or-
~,\IIil'ldo.~ como uma bola de futcbol- suas faces, de 20 hexágonos e 12 pentágonos, e~
\;io dislribuídas da mesma nmn ' i..:\ que os gomos da bola. A molécula do fulereno apre-
)lenta JJl'Upricdades biológicas, em células vivas, e de supercondutividade, abrindo uma
110\".\ Iwrcepc:ilu das po.'\Sibilidadcs da nanotccnologia. Esta descoberta, que inaugurou
ul\la 1\0\-.\ CI';I 11;11<\ a Química do Carbono, I'endeu aos seus inventores o Prêmio Nobel
de Química de \996.
Em 1991, Sumio 1ijima da NEC Corporation, desenvolveu o nanotubo de carbono,
EsI' \un bloco de conslntçào lonnado por uma rolha de carbono enrolada de fonna a
unir suas .xtl-emictadcs, [o\1l\(Uldo um tubo com diâmetros da ordem de nanômetros. Os
m\l\otubos de carbono não quebram nem deformam quando dobrados ou submetidos à
alla pres.-;;io. constltuind()-6C o matetial de maior resistência mecânica conhecida, além de
('8\:;'U' entre 0." mdhort.'S condutores de calor e serem capazes de u-aJlsportar eleuicidade.
partir de então começa a expansão da nanotecnologia, com a fablialção de novos
m;l\etiais aUd'~s da manipulação em escala atômicrt, A fabricação de produtos nanomé-
lricos tem basicamente dua.~ abordagens: "crescendo de baixo para cima" (boltan-up) e
-('SCulpindo de cima para baixo" (lop-dawn) , Es.~es dois modelos são fundamentalmente
dikn·nl'Cs. l'Ulto na sua abordaKCm para criar a.~ esUuturas como na ciência que a funda-
menla, gemndo aplicações em áreas diferentes.
-
\ AN ' . ., . da nanociência e da nanotecnologia. quelida com a imeração da
anofotolllca e uma dasfronlel ra5 • . (GOMES. S.L.. 20(7). .
luz com a maléria em escala nanomcl nca . .
1 P . . I' d Européia com o obleuvo de prospectar o futuro da nanotecnolo-
r°teto palrocinado pela Comun\(.I. e . rsos e investimentos nas áreasidemificadas no projeto.
gJa no período 200()..20 16. visando onenlar reeu
PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SET~ f~ .
PATENTEAMENTO & --....;;:
162
ção que formem materiais ou estruturas com as propriedades solicitada~. A'iSim. na nanolCC-
nologia o uso de patentes para avaliar as tendências tecnológicas é particularmente útil, poi~
nos últimos anos inovações com aplicações comerciais têm surgido frcqücntemente da área
acadêmica, com uso em diversos setores industriais. A observação do movimento de prolL"Ção
intelectual dessas patentes fomece informações úteis, uma vez que uma única pat.ente pode
ter importantes ramificações.
. Além da informação tecnológica e de tendências, as empresas podem também
onentar e evitar disputas e gastos desnecessários com P&D, e melhorar o planejarnen-
to futuro das pesquisas.
Segundo o Manual de Oslo, publicado pela OECD e traduzido pela FlNEP:
8 Indicadores .bibliométricos
' são aqueles baseados no estudo quantitativo de d Ocumentos cle
' núfilcos
e/ ou tecnologtcos,
9 No ano de 2006.Japão, Coréia e China somaram cerca de 54% de todas as patentes depositadas,~P
do a Derwen1lnnwalion Index,
10 Uma boa revisão de indicadores científicos e tecnológicos em nanotecnologia pode ser encon{t3da
em Hulhnan & Meyer. 2003,
~08 • ~::-l: DE PAlt:NTES PELA CLASSIFICAÇAO EM NANOTECNOI.OOIA. .. 165
~
todo o JUundo.l-"OIllO também no U'<uamcnto dos dados, incluindo informaçô clI adido-
=:" Dentre as bast's comt'rciais destaca"\~e a DenlJf.'nt Worltl Paltml' Inr1ex (l}Wl'[), produ-
pela Tlwtnpsem Scif.nlific, que agrega infonnaçôes de mail! de 40 rnilhÓCll de
documentos de patentes de 41 paíst~s.
Embora seja t.,rifada, as universidades plíblicas, instituições de pCsqUL'Ia c algumas
OlIuasentidades que se enquadram em certos parámelfos definido pelo governo II tem
acesso livre a DWPI através do Portal de Periódicos da CAPES/MEC.
A base DWPI foi escolhida para este estudo, considerando que minimiza a~ limita-
{ÔeS técnicas do uso de patentes dada sua ampli tude, possibilidades diversificadas de
busca e infomlações adicionais agregadas, como resumo detalhado e em inglês.
"Nano-estrutura" designa uma disposição precisa de matéria de escala atómica que t~m
configuração de forma particular incluindo, pelo menos, um elemento essencial, em um unl-
co bloco, que:
(i) está formado por um único átomo, uma única molécula ou um conjunto de átomos ou mo-
léculas extremamente pequeno, conjunto que não é detectável completamente por meio de
um microscópio ótico,
(ii) foi formado pela manipulação individual de seus átomos ou moléculas como unidades In-
dividuais durante sua fabricação,
'7 Criada em 1968, a partir do Acordo de Estrasburgo, a CIP facilita a sistematização c organizaç.'io da. in-
fornlaçôcs conlidas no documento patcnt.ário t lornando a..'\ bases de dados de palcntcsgr"andcs Slstt'nl;':\
de informação t';cnico-produüV<ls,
,. Desde janeiru de 2006 c.tá cm vigor a oitava edição da CIP,
11) Parct mais int"orma<.:õcs ver o site www.lhcVanlagcPoinLcoln .
C.~1>f1~P_': ~ElEPATENltSPB.A~a.t ~TI:(;N()l~.
- 167
~r---------------------------~~~
800
3.500
°700
c
., '"
S ~ ~
""" 3.~ e
c c Q~
'" ~ 500 2.500 c:.:g
-~ ~rn
~~ ~-
o."U 400 2.~ o. e:::J
oS Q
~~ ~:::J
• o 300 1.500 . l;l
z~ z
.g 200 1.~ .
100 500
0+---~r----+----~----+----1-----+0
2000 2001 2002 2003 2005
lWl de prioridade
.-. N' de paIenIIIs __ N' de paIeI\tes acumuladas
Figura 8.1 Evolução histórica do patenteamento em natl()(eaoologia
Fonte: Elaboração Plóplia.
EUA 458
China 432
Alemanha 278
França 95
Rússia 40
EP 33
ReinoUnido 31
Taiwan 29
AustráfI3 23
Suécia 18
wO 1.
Brasil 10
.
FonIe: Baboraçâo Ptaproa..
'
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMA~~
168
-
Obse rva-se que há quase 50 patentes depositadas no Escritório Mundial (WQ) en
Escritório Europeu (EP). Os pedidos depositados nesses escritórios são realizados
20
para;'
ci li tar o processo de pedido de patenteamento em diversos países. Então é necessário
verificar os países de primeiro depósito dessas patentes. As tabelas 8.2 e 8.3 apresentam os
países detentores de tecnologia para as patentes WO e EP, respectivamente.
Japão 3
Singapura 3
Alemanha 2
EUA 2
China 1
Espanha 1
Itália 1
Coréia 1
Fonte. Elaboração Pr6pna.
Austrália 13
Bélgica 1
China 3
Alemanha 1
Japão 5
Coréla 3
Holanda 1
EUA 4
Tabela 8.4 Países lideres em origem de tecnologia, com mais de 10 patentes em nanotecnologia
país de OrIgem da N° de Patentes % sobre o Total de
Tecnologia Nanopatentes
França 95 2,6%
Rússia 40 1,1%
Austrália 36 1,0%
ReinoUnido 31 0,9%
Taíwan 29 0,8%
Suécia 18 0,5%
BrasH 10 0,3%
Fonte: Elaboração Própria.
WO
1.047 28,9%
23,7%
--
~
857
China
823 22,7% -
Coréia
784 21 ,6%
EP
410 11 ,3%
Austrália
382 10,5%
Alemanha
100 2,8%
França
Taiwan 99 2,7%
índia 44 1,2%
Rússia 41 1,1%
Canadá 39 1,1%
Brasil 36 1,0%
México 36 1,0%
Reino Unido 33 0,9%
Espanha 14 0,4%
Singapura 14 0,4%
-
África do Sul
- Pr6pna.
Fonte: Elaboraçao
10 0,3%
-
Os dados mostram que cerca de quase 30% das patentes foram deposIta ais
. das atraVés
do Organização Mundial da Propriedade Industrial (OMPI, em inglês WIPO) , e mais
de 20% no Escritório Europeu, confirmando a tendência de patenteamento em mda
de um país. A análise das patentes depositadas nos escritórios internacionais, m~s:ras
bel 8 7
na ta a . , 10. d'Ica que os mesmos países-líderes depositam em am b as ms. titUlçoe .
CAPíTULO 8 • ANÁLISE DE PATENTES PELA. CLA.SSIFICAÇÃO EM NANOTECNOLOGIA... 173
.
Tabela 87 Número de nanopatentes depositadas nos Escritórios Internacionais
JAPÃO 610
EUA 603
AUSTRÁLIA 388
WO 1047 292
CORÉIA
CHINA 257
ALEMANHA 185
JAPÃO 640
EUA 631
CORÉIA 326
EP 784
AUSTRÁLIA 319
CHINA 309
ALEMANHA 160
3M INNOVATIVE PROPERTIES CO
EUA
COLUMBIAN CHEM CO
f 4 paterrtes
UNIV MICHIGAN
--
UNIV OKLAHOMA
UNIV PRINCETON
ASTRAZENECA
Reino Unido
INGENIA TECHNOLOGY LTO
3 patentes
NANOMAGNETICS LTO
China
1 patente MOXI F & FANG M & SAN J & SUN Y & YUE S (Individual)
Holanda
1 patente ECIM TECHNOLOGIES BV & FOUNTAIN TECHNOLOGIES 10 BV
Itália
1 patente ACS DOBFAR SPA & AMERICAN BIOSCIENCE INC
.
Tabeta 8 9 Principais depositantes em nanotecnologia [2000-2006)
nOde Patent. . Principais Depositantes País do % sobre o Total
DepositantE de
Nanopatentes
21Um fa lO in~61ilo roi observado nesta pesquisa: um depositante individual detém o maior n ' d
palcIlU" sobre nanotecnoJogia. T raIa-se do Sr. Yang M., que enu'e dezembro d e 200 1 e re umero de
:100" ,' . ,. vere lro e
. ~ uCpOSllnu Y! I pa l (! ~tes r~re re nt e~ a rormulações de plan tas em ro rma nano particulada. Uma s-
( PIlS,1 (' Xa ll~llVa nao locahzou vlIl culaçao destas patentes com nenhuma instituição de pes ' pe
IJfc'a ' •111 parllcu. I • d . qUIsa o u e m-
o ar, o que , ugere que nao se pO. e considerar esses dados em te nnos d e tendência. sen-
do UII1 pOnto lora de cUlva c, portanto. exchndo das analises apresen tadas neste capítulo.
PATENTEAMENTO & PROSPECçAO TECNOLÓGICA NO SETOA fATiMA'"
, """'VTi('J\
-...:::!
.
Tabela 810 Aplicações das patentes e respectivo número de patentes
EletrÔnlca 756 -
~
Sensores 325
Semicondutores 313
~
Dlsplays 305
Catalisadores 273
Área médica/diagnóstica 143
Células combustíveis 133
CD?
síntese
farmoquímica
135 patentes
882 A61K
nanotecnologia formulação
3.623 patentes 126 patentes
C12
síntese
fármaco-bioquímica
136 patentes
Palies ProtegidoS
N° de Patentes
27
--
~
Japão
24 -...
wO ~
23
EP
23 --..
EUA
Austrália
18 -
11
China
11
Alemanha
Coréia
11 -
3
Brasil
2
México
1
Canadá
1
França
India 1
Itália 1
Noruega 1
Nova Zelândia 1
Taiwan 1
África do Sul 1
- Própria.
Fonte: Elaboraçao
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AC~lJl'ICO
~
es t es recentes instrumentos ainda não puderam ter seus resultados ITlcnslJr.:ldos'. ne'stc
tudo, Os resultados apresentados oferecem UIll panorama do mt'rcado internacional :8-
aos pesquisadores brasileiros, ao mesmo tempo que sel~ uma ferramenta para an,í;:~1I
comparativa em um futuro próximo do resultado das açoes governamentais no seto se
r,
8.17 REFERÊNCIAS
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PATENTEAMENTO DE COMPOSTOS
9 QUíMICOS FARMACÊUTICOS -
REIVINDICAÇÕES MARKUSH
INTRODUÇÃO
As empresas fannacêuúcas mundiais estão sempre em busca do desenvolvimento de
novos mec!icamentos realizando grandes investimentos em P&D. Para que um novo
medicamento seja ofertado ã população centenas de invenções são necessárias. No en-
tanto, a descoberta de um fármaco seguro e eficaz é resultado de investimentos que po-
dem chegar a US$ 800 milhões de dólares, onde sua pesquisa e desenvolvimento reque--
rem alta tecnologia e prazos de 10 a 15 anos de pesquisa (DIMASI, 2003). SPILKER
(1989 apud CARDINAL e HATnELD, 2000) ressalta que, para cada dez mil compostos
químicos sinteúzados, apenas dez alcançam o desenvolvimento clínico e apenas um
será aprovado para a introdução comercial. Por outro lado, o custo de desenvolvimento
de um medicamento genérico é relativamente modesto, leva alguns anos e custam cer-
ca de USS I a 2 milhões com alta possibilidade de sucesso e entrada no mercado dentro
de pouco tempo após a expiração da proteção patentária (GRABOWSKI, 2002).
Entretanto, em virtude da ~de ,facilidade que existe em copiar as moléculas quí-
micas bem como suas formulaç~, alem do fato de a produção de medicamentos po-
der ser realizada em plantas relaovamente pequenas, uma das maiores preocupações-
não somente por parte da indústria farmacêuúca, como também das universidades e
insútuições de pesquisa que estão inse_ridas no desenvolvimento de novos compostos
farmacêuúcos - é justamente a proteçao por patentes.
O sistema de patentes foi criado para esúmular? d:senvolvimento tecnológico. A
patente cumpre um duplo papel: o de proteger as cnaçoes e o de servir como uma rica
fonte de informação técnico-científica. Neste sistema, o inventor se compromete com a
sociedade em divulgar seu invento em troca do monopólio temporário para exploração
de sua invenção (geralmente, 20 anos), impedindo desta fonna que terceiros explorem
ECÇÁO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UTICO
PATENTEAMENTO & PROSP _
182
Relvlndlcaçlo
Composto caracterizado por ter o peso molecular de 180 e o espectro Substancia ativa - produto de
na região do infravermelho conforme figura 1. uma reaçao Qulmlca.
0,75
•
õ
c 0,6
g
E
'c"
~ 0,45
0,3
. A "fónnula Markush" é lima express:.lo genélica para uma classe de 5ubst.àncias quí-
lar "convenclonalmente
mIcas . . em um esque Ieto moIecu-
empregada nas patentes. e constste
que e substituído por uma ou mais subestnttums variáveis que são acompanhadas da
PA1ENTEAM NTO & PROSPECçAo TECNOLÓGICA NO SEiOR FAAMN-.L. __
~
Ij~ (Útd,(-/iníçf)L'li dessas porçi)cs vMiáveis da molécula (SIMMONS, 1991).lJeII8e I
t~íi/lIt ü/J<:) ti", el>truJUra pode incluir de centenas a, até mesmo, milhÕCII de JX~í\' . ~l(j,J,
. I ,. d "C'
1)($/1;. A IW;w<!. fi. I apresenta um exemp () OplCO e uma Jonnu a Marku., h"
I (.1$ (J'Il).
ql~ dt
;i.('J"I/'I!oC/.,m Mlf .NE (199 J), pode represen tar cerca de 1.967.324J)()()estruUJrdlldilltj ,
nta..
Onde: A= NH ou CH;
=
B O, S, NR ou C=X;
X=OouS;n=Oou1, onde n=OquandoA:;N',
R = selecionado de H, halo, alquil, haloalquil,
nitro, amino, alquilamino, OH arilalcóxi e alcóxl',
Rl' R2' R3 = H, alquil, aralquil ou fenil
(substituído por um ou mais substituintes);
R3 e R4 formam uma ligação dupla e Rs = H ou aIqui
=
quando A N;
~ e Rs formam uma ligação dupla e R3 forma uma ~
=
ligação com A quando A C, com a condição de que ao
menos um dos R1 e R2 é H ou alquil.
Figura 9.1 Exemplo de "Fórmula Markush".
Fonte; Bliboração prÓpria.
'uma patente sob li qusl um único elemento ou um pequono legmonto den/fo ~ um gflJpQ
mais abrangente conhecido é 'soloclonodo' 8 rolvln<JIC8do I~. ~
numa caracter/Sllcs particular nAo monclonada no (Jrupo m8l8fítJrafY,J!ifTfIJ" (CCRREA. 2fJ(j(),
P, 51),
Uma inycnção ~ con~idcracJa c(jmo lima IIClcçâo (ltJando prn'rachc lJ't:. rCljuÍlhÍw.
I (EPO, ~()OO):
EP 0059698 B1
Carboxamldas heteroclclicas, composições EP 1073639 81
contendo esses compostos, processo para aua Derivados de Quinolina
preparação e métodos de tratamento
Objetlvo: para tratamentos cllnicos de doenças Objetivo: para tratamentos cllnicos de doen.;as
resultantes da auto-imunidade e inflamações resultantes da auto-imunidade e inflamaÇÕes
patológicas. patológicas com Btivldades farmaCOlógicas
superiores aos dos compostos descritos na
"Markush" original - EP 0059698.
R"
A, I R, OR, O
R,
CONR, R.
N"o
I
A, R
R, CH,
R.
Composto de fórmula I Composto de fórmula II
Desse modo. a pateTllc 1'.1' O();,%IJI~ lU deli orí~cm íl fY"Wlltc de ~Icção F.P
1073639 UI, onde O1IlCSICII aprclICllladnjl wlr'Jlwy"rarn 'lu ',a rmrtír da jlCleção de de-
tcnninadOllI'lT~pal11enI08 prClIClIlt:1I nu (;OrllpIl8W ti . fórmu la I, foi pO~!lívcl obter um
composto de fomlUla II, 'Iue a pn:SCrlta íltívidadc8 farmacológi,a., superiorcs ao!! dos
compostoS dcscriwlI na ~Markullh" oril{inal.
Uma patente de sclcção 'em (lue elltar Iy,IM:ada cm alguma Ydntagcm IIl1mtandal
do composto com relação a "Marku.~h" original, (lU cm alguma dewdntaj(cm evitada
deste. Caso o composto reivindicado aprclI<:rll.c a rm:!lma ativídadc biológica do!! com-
poswsjá descritOll na "Marku.~h", 'mão nenhuma conlribuição é identificada para cs.~
composto seledonado da mesma.
Um ponto polémico da conc(~go de JYdlClltelHlc !lClcção rt."lIide no fato de esta'! pa-
tentes não preencherem o re(juisilO de nuvidade. Algllnll c.~pecíalí!lta.~ afirmam que o
faLO do composto estar descrit.o na "fórmula MarklJ.~h" no pedido original é suficiente
para que o dito composto c'Steja compreendido no C!itado da t.écnica. Em oposição, ou-
lrosespecíalista~ parlem do princípio de que o comJX~to M:lecíonac1o e!taria revelado,
quando descrito específícamente nOll exemplOll da patente original.
As indú.~tria~ farmacêutica'! têm utilizado (''1Itratégia~ de perpet.uação da proteção
patentária a fim de maximi7.arllCw lucros na recuperação com ~'3.'ItOll em P&D. O o~jeú
\'O é estender o prazo de proteção a fármacos que t'Sujam com ruas patente! originais
presI.CS a expirdr. Dentre esta'! estratégias destacanHe as "patentC!i de scleção". Desta
forma, um número cada vez menor de comp(~t01l é dt-scrito sob a argumentação de me-
lhores efeiws técnjCOll, podendo até mesmo chegar a um único fármaco.
Dessa forma, teJlHe o chamado evergreenínf{, através do qual as indú.'ltria'l farmacêu-
úcas tentam aumentar o prazo de proteção }Ydtentária (onde uma mesma molécula
pode gerar dezena'! de patentes) e con!ltruir, d=~ forma, uma barreird formada com
relação ao monopólio daquele produto. Enr.retanto. uma patente de lICleção não neces-
sariamente é obtida pclo mesmo inventor da "Markwh" princípal, o que acaba dando
margem a processos j udírum.
A partir dOll pontOll eXpOlltOll acima tom<HC necessário estabelecer critérios para
a\'aliar o escopo de prot.eÇâo de uma reivindicação "Markwh".
b) -rodos os possl\'CIS
- . compostos onglll
.' ados de lima fórmulaI "Markush
'
M
ler.l.o
C'
. .
que apresentar uma estnllllr.! pnnClpa con I 1\In1 a
, lOdos
. , c cs, ou seja, con lor-
M
. o S os com!>oslOS ongmacios
9 2 • tod
me d emonSlrad o na fi gllra.. , . daquela Mar-
..us h" tera'o que possUir
I. . O cen IIO •alh-o anlÍ-innamatono como eSlnllllm
principal.
.,,------------------------.,,
SO~1
o ,,
,
,,......
,
,,
.
Centro atlvo
antllnflamatór'lO
Nh' "Ar
~-- ---------------------_:
FIgura 9.2 "Fórmula Mat1wsh'. onde OS significados de R, e R2 encontram·se dispostos no pedido
de paten1e P!9710372.
FonIe: EIMloreç60 p6pi ..
Quando uma " ivindiração "~ I arkllsh não apresenta unidade de invenção. as bus-
M
11 pnr antt'-riHridadc." ~ 1IJrnam muito amplas e, conseqilclIlemen te. devem ser reali-
r.HOO com IM.~ nos c(Jmpc"t(~ cX('mplificados no relatório cit~scr itiv(). Antes de dar
pros"CJ.~ujmf;"nto ao E'xam , a requerente (leve ser inforlllada da falta ele lInielacie ele in-
vençào c, d .' fonn.... dcteoninar rl'l3.Ís ~rupos d(~ com postos deverão ser examinados.
Com rclaçàoà sufici ~ n ia c1cscriúva. os C1('mplos experimentais, dispostos no rela·
tório dc..'S('1Ítivo, são requisitos . >nru..il para avaliar urna pat.ente com reivindicação
-Markllsh-. No rel.al.ó riod riÚ\'O, os exemplos experimentais de proccs.'\o de prq>ara-
.- () ou de atÍ\'Ídadc biológica dos compostos d !Vem se estencler ti tudas a.~ classes de
compostos alternativos da -Marku.<;h· ora r'i\'indica(la, pois nào 11(: pode predizer ou ('l(-
trdpolarque diferent.es classes de compostos, dO!! possíveis substituintes, possam ser ol~
tid.u por uma mesma maneird de preparo, \-isto que a nallJre7.a das reaçõcs é difen'l\le
(\ide exemplo I). Seguindo a mesma linha d e pemamt'nto, não é evidente para UI1l trc-
ni () no ~ sunto que os compostos Cl~as cla<;scs de possíveis slIbstituintes _ q\le não fo-
ram exemplificclcla.., segundo . ua ação - tenham a mesma atividadc dos (ompostoS
exC'mplifi aclM. A...sim, dt."Vem estar exemplificados substituintclI da~ diferenlt'S classes,
para que eles esttjam reveladM de fonna Iam e precisa.
[) fomla anáJog-d, nào é t.'vidente para um técnicu no "''lSunto que os compost~,
cujas c:b . de ubstilUjntcs não foram exemplificadas, lenham as mcsma~ camcterísÚ'
C3S fisico-quimicaJ dos compostos exempliJicddO!! (equivalentes óbvios). Isto é. não se
pode aJiml3T qUe" a ati\;dade fannacológica d~ compostos, com substituintcs perten·
cem a clas.ses distintas daquelas xempliJicadas, st:ja uma decorrência óbvia a partir
da obsen.ação da aúvidade farmacológica dos compostos exemplificados.
CAPiTULO 9 • PATENTEAMENTO OE COMPOSTOS QUíMICOS FARMAC~UTICOS ... 191
Ustinova e Chelishev-a (1996) descrevem que não é possível obter o có nl.role t.otal
nesse tipo de reivindicação, mas os dados experimentais seriam requerimentos necessá-
rios para suportar as reivindicações e conu'olar a complexidade de estrutura\ "Mar-
kush". Con-ea (2006), em seu artigo, também descreve que os escritórios de patente de-
veriam exigir dos requerentes informações, tais como testes e experimentos, que tor-
nassem possível a reprodução destes.
De acordo com os aspectos apresentados com relação a uma ampla proteção tal
como de uma reivindicação "Markush", e as soluções propostas, a melhor opção seria
estabelecer critérios mais consistentes com relação ã patenteabílidade desses compos-
tos, exigindo que essas reivindicações sejam menos amplas e devidamente suportada~
por exemplos experimentais. Um outro fator relevante, para que uma reivindicação
"Markush" esteja de forma clara e precisa, seria evitar temlOS que acarretam indefini-
ção, tais como: aril, alquil, alquileno etc, sem especificar o número de átomos de
carbono.
9.4 CONCLUSÕES
Diante do exposto, vale ressaltar que, a partir de reivindicações devidamente suporta-
das pelo relatório descritivo, não somente o pesquisador - como também os examina-
dores de pedidos de patentes e programadores para busca por anterioridades - teriam
melhor clareza e precisão para a avaliação dessas reivindicações. Estas características
têm CJue ser levadas em consideração quando do exame dos pedidos de patente de me-
dicamentos, os quais afetam grandemente a saúde com relação ao acesso aos mesmos.
Portanto, quanto ao exame, toma-se necessária a existência de regra~ baseadas, tanto
nos conceitos fundamentais da química e da fannacêutica, como nas respectivas Leis de
Patentes.
9.5 REFERÊNCIAS
BARBOSA. D. B. U,na introduç'io à frroIJriedluJe industrial Rio de Janeiro: Lúmen Juris. 2~ ed .• 2003.
BRASil .. LI.'Í nV 9.279. de J4 de maio de 1996. Regula dirl.'Ítos e ohrigaçúes relativos a propriedade industrial.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília. DF. seção I. p. 8353.15 maio 1996.
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R0Sf>ECS.Ão T ~OLóal~ ~Q s OA I'ARMAGtllT!<Xl
192
-..
Et;ROPL"'-" PÁ~T OffiCL ' - - ~ wlid;J ftjl'MI't/IMfI4tiNIll, }tllmtntit!llIlIA, l1Ii"ffl), lW,h1llijr 1)1
25: 2( :n ~Iunidl. +S sep.. ::'Oüll..
EUROPL"'-" PAT'E.'" OffiCE - (ilt~~]ilr ÂXfl.tIlil/M," iR tJtt. part c.~ C'lIp, III. ~!)()7,
GR\BOWSKl. H. ~ i_UhOIt #M ,~m:.<:IlO .\ '''' 1'h"''''II~II'iNll.J.lUm/l1 n.f Illlmlflllimlll/'hl'ltI111/" IIIi
v. :;. o- 4.. p. 8-t!.h.<;'.60. 200'! IH.
!oL'\Rk."lA.." . G. O.; ESPI~A. M. 1.; PH.\.1\l, p, H. PHInIU /IS SI/nt'l-."'Itll.t /i,r /tl i milflMI mui NQII~Çflh.,'lltd{J11/; /I...
SIMItn.,jovnwJ oj.\l~ v, 30. n~ 4. p. 5:?9-5+1.l\ug" 21)()!.
!ofUu..ER. A. C.A; PEREIR-\.JR. N,; Al\rruNES. A. M, S, Eçropo d/ls "";lIi/lllirll\'fIIos SI/I! 'IIt"'111'1'IfI(lúl.llMsli1d4
A.BPI. n t :;3. p. 2&30. 2001.
sr.!oruo~. E.. s. 1M emJlt1ltQt"ojMm*ush strwtllmSnllrhillg: \ '()f'/Ibl/lmy ,JS SylllfIX,J . Chem. Illf. C,QmpuL Se1.
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SPILK.E.R. B. /lluIIiNJtitmaI Drvg eo"pallits: JSSII,-s in Dtllg. Discovery anel DevelopnwlIl. Rolwn Pr~". NOI
Yorl., .l\Y. 1989.
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tion. August 2001 - Latest Re-.'ision Octobcr 2005-, 800 Resui tion in ApplicaúolIs Filc:d Undrr ~5
U.s.c. III; Double Palenting. 803.02 Markush Claims (R...I\].
USTIl\OVA. E.. A ; CHEUSHEVA. O , v, Are Markllsh Stmcntres Mallt'f!l (Ir ChcmislI')' anel Law 01'jUllfí~·
ments of me lmagination? World Palnlt bifonM/Úm, v. 18, nO I, p. 2g..!l1. ) !)!)6.
QUESTÕES NO PATENTEAMENTO DE
NOVOS USOS NO SETOR
QUíMICO-FARMACÊUTICO
de imenso v.llor (REEKUM, 1999) . Assim, a pesquisa voltada para produção e acúmulo
tte I\O\lOS con hecimentos é intensiva na indústria farmacêutica, que ao longo de sua his-
túria ilprcsentoll tiuno acelerado de inovações. O lançamento de produtos novos ou
mdhomdos ('onstitui elemento central no padrão de competição da indústria, exigin-
do devlldos inveslimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e testes clínicos, e
que conta ainda ('om respaldo do sistema internacional de propriedade intelectual e
e · pl't'S.~lvt)s gastos em marlleting e propaganda.
Atualmente, esúma~e que o invesúmemo em P&D para cada novo produto seja de
US$800 milhões ou aproximadanlente 30% do custo total do novo produto (MOERMAN,
2005). AI~m de alll>S investimentos, o desenvolvimento de novas drogas, principalmente a
S ll'e:!C de novos ptincfpios ati\lOS, demanda muito tempo, entre 10 e 15 a110S para entrar
m romercialil.<lção. Os tiscos en\lOlvidos no desenvolvimento de novos princípios ativos
tamhém são elevados, de CHda 10.000 moléculas sintetizadas somente 5 têm chance de se-
t~m t'OllwrdaliZ<ldas (OUVEIRA. 2004).
Purtanlo, como o desenvolvimento de uma nova substância ativa demanda tempo,
alto t usto e risco altfssimo, as empresas farmacêuticas devem ter ação internacional
[X~r.\ gam nlir o relomo de seus investimentos (OLIVEIRA. 2004). Em suas relações
Q:lllll)(-lllivõ.ls, ('ssas empresas tentam ganhar e assegurar uma vantagem tecnológica em
c ~"tã . : I as terapêuticas al1<1vés da apropriação de conhecimento novo e específico.
~Sl:h fl:mua, a ICCllologia resultante dos processos de conhecimento é protegida por di-
ttl da propriedade intelectual, dos quais as patentes são os mais importantes nesta in-
du uill (Ri<: RUM, 1U99).
11'94~_ _ _ _ _ _ _~PA:..T~E:c:N:..!.T:::EA::M:::E:::N~T~O:..:&:::..;...:PR~O:::S:::P..::E:.:C:.:lC::..;A.::O...:.T..::E.::C:.:NO.:::::LÓ:::;G:::;I.:::C::::.A.:.:N~O:..::S!!:ET:.!:O~R~FA~R~M~~I
.:.; AC~U""'"
~
Pedir terceiros
, de explorar (prodUZir, vender, comprar,
_ _ etc.) oseu ol>,.'cto I}~
estocar "l\t...
gido, E importante que fique claro que nessa relaçao e ntre o Estado e o detcntorrl~ a.
tente ocorre uma troca, em que o titular, ao ter assegurado o seu monopólio tempo~1
se compromete a divulgar sua invençào, Deste modo. a materiali7.ação do conhccirncn:
to tecnológico em um ativo comercializável propicia ganhos adequados aos inovadores
c fomenta a rápida difusão de conhecimentos cientílicos e inovações (ROCIIA, 200rl) ,
Na indústria, a patente é tipicamente um instnunento para garantir o retomo <los
investimentos realizados, através da comercialização dos produtos patenteados e ain<la
pelo pagamento de royalties (direitos de propriedade). Ma.~ a patente tem também um
objetivo social e desenvolvimentista, visto que quando uma patente é concedida. em
troca de exclusividade, o inventor é obrigado a revelar os dados de seu invento à socie-
dade, que poderá utilizá-los para gerar novos produtos e conhecimento (ARORA,
1997).
Deste modo, um sistema de patentes eficaz viabiliza a inovação tecnológica e o <lt"
senvolvimento científico, fomenta e incentiva investimentos estrangeiros no mercado
interno, é fator preponderante para a produção de riquezas, proporciona a segurança
jurídica necessária ao desenvolvimento das relações econômicas e possibilita o
relacionamento paritário do país com outras democracias (ROCHA, 2005).
A indúsuia fannacêutica é apontada pela literatura como um dos casos em que a
propriedade inteleculal é considerada mais relevante para estimular inovações tecnológi-
ca~. Essa questão é, contudo, controvertida, e a propriedade intelectual e, cm particular.
as patentes podem ser consideradas uma barreira institucional à entrada, assegur.lndodi-
reitos exclusivos e lucros de monopólio da inovação/diferenciação de produto, A \~s;io
c?nvencional, entretanto, advoga que a concessão de direitos de patente asseg\traexc1I1S~
Vidade de exploração dos fOltos da inovação ao seu detentor (monopólio temporário)
por
'dum detelmi na d openo ' d o (dado pelo prazo de validade da patente, de 20 anos, a nll'
r
I:!r adatadodepósit ) d ' , 'I' d· '<lção e.
, o. urante o qual aufenna os lucros de monopo 10 a 1110\
com ISSO recupe ' . ltOf
se ob' ' , rana os elevados custos de P&0 incorridos. Em contrapartida, OJlwct
ngana a revelar detall dam .' t >tJidll pelo'
patente ,la ente o conteúdo tecnológico da matena pro (l" ,~,_
,que podera ser de 1 'da' " ode \,.ull ...-
de da patente (BAS senvo VI e aperfeiçoada por terceiros apos o pr.v.
TOS, 2005),
195
CAPiTUlO la • OUESTÕES NO PATtNTEAMENTO DE NOVOS uSOS,..
AJ!-,'lms de seus crÍlkos atribuem ao sistema de palentes os altos pr~ços do.'I ~e~i~
OIenlOS inovadores. O monopólio de patenles causa grandes disLOl'çoes econonucas.
.
que IlO caso de mcdlcaJllt"ntos pro\'ocaJl1 aumcnlOS de preços, em me' dia. d e_· 300% a
400% sobre os praticados no mercado COIllp<"titi\'O (UAI\.ER. 2(05).
O conLra~u'!-,'llmento da indúsuia é de que as p.'llenleS abrangem menos de 2% dos
medicamentos da lista de e '~enciai ' da Organi7.açáo Mundial de Saúde e cobrem a~
nas 30% a 40% dos medicamentos ~ticos, ao passo que cada produto patenteado en-
frenta a competição ck dua.~ a dez moléculas substitutas próximas destinadas ao mt.'s mo
tratamento. A indúsuia argumenta, ainda, que o pra1.o eteli\'O de exploração d~ paten..
te é infe,ior ao seu prazo de \'alidade kg;ll, elll virtude de haver um lon~o penod o ~e
tempo entre o patenteamento do produto e o seu lançamento no mercado em funçao
dos pralOs dos testC'S exigidos pela regulação. O pra7.0 de efeLin) beneficio da patente
seria, assim. dt, apt' llas 6.5 anos (IFPMA. 2004).
S.io internacionalmente protegidos por patentes "mto os produtos mais inovado-
res. wnMüuídos por medicamentos que aparecenull pela primeira \'e1. no mercado,
quanto os d<'SC:nvolvidos posteriormente com atjvidade terapêutica semdhante ao pro..
c\UIO original, mas com características químicas dift'rentes deste (1/11' 100') . A~ patentes
,)()Ôem proteger ainda outros aspectos de desenvohimt'nto de um novo medicaJnento.
tais ('(uno, ('litcroisômeros puros. fomlas nistaJinas, mélOdos de preparaçào. combina..
<Ó<:5 de doi., 011 mai inh'l'edientes ativos. excipientes, fomlas de do. . agens. aplicações e.
l'O) al!{III1S paí~ . méttxlos de trat.amento e diagnóstico.
, ::;:;~ (,,~u tamboim"):.T!1lllH1Ç d(', lI1edic;unl'n~Q I'llja ~lnJtm.. ql~im~c.a é similar ao mt.-dic;unen-
ol
~ d'en:nna e ct!lo pcritllannafol"K'co e .erdpcUl1CO lIao difere S'h'lllhcalh'alllcnte li", •• ",. Genl.
n.~ o m"", " 1 ' . I .. •
ainda ' ~' "~~'{' 1ll0 sum ar COlIIl'm o mesmo lI11f eo qllll~ICO que o medicamento de "cf<-rcncia,
lIlen '1~(' sela dif('n:n~ na nn.ul'('ta de algun d(' st"1~Ha(ltc:lls. (fume: ,;".~ TI). Glo&\I;o de Medic _
Ill$; l~rrollo. EVdJulIciún y soo Washill!(101l O.C.: urs. I !)CJ<J. p. 15j). a
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SETOR FARMAC~lJTICo
196 ---.;:
(i) Primeiro uso médico: Novo uso, como medicamento, de um produto já co-
nhecido com uso fora do campo médico.
(ii ) Segundo uso médico: Novo uso médico de um produto já conhecido como
medicamenlO .
•~im co,:"o empregado para a proteção de outros tipos de invenções na área faro
maceutJca, o, sl~tema de patentes também é utilizado para a proteção das invenções de
novo uso médICO. Por exemplo, o citrato de sildenafil foi originalmente patenteadO
para o tratamento de doenças cardiovasculares, mas, posteriormente, o segundo 1150
deste composto - no tratamento da disfunção erétil _ foi reivindicado em uma ouna
patente.
CAPfnJLO 10 • QUESTÓES NO PATENTEAMENTO DE NOVOS USOS... 197
! 17lIPSouADlPC(TradeRelaJedAspectsoflntellectunlPropertyRightsouAcurdiJsolmaspectosdosDireitosdaProprieda-
dt I~ual relacimuuW ao Camircio): trata dos direitos de autor e conexos, marcas, indicações geográficas, de-
senhos mdustriais, patentes, topografias de circuitos integrados, proteção do segredo de negócio e controle
da concorrência desleal. Estabelece princípios básicos, quanto à existência, abrangência e exercício dos direi-
3 lOs de propriedade intelectual. (Fonte: http://www.inpi.gau.úr/menu-esquerdo/palmlli/pas/a-.acordas/tripOllml).
.OMe ou wro (Organização Mundial do Comércio ou World Trade Organization): organismo multilateral
m;emacio nal , para construção, defesa e desenvolvimento do sistema mundial do comércio. Foi criad~
:: ~A~ordode Marraqueche, em 15 de abril de 1994, entrando em vigorem 1 dejaneiro de 1995. (/rm-
tP.//Wtuw.mpl.gov.úr/rrumu-esquerdo/patente/pasta_acordos/trips_hlml).
198 PATENTEAMENTO &PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETO
R FARMAC~lft
~
scs-membros do Acordo podem considerar como nã(~patcntc;ívcis os Illét I
nóstico. lenlpêuticos e cirúrgicos pant o tratamento de seres humanos ;)t0( I(~~.dc dial(.
Assim, a exclusão desta matéria foi facultada a caela país sig-nalário. PC)rlan~ (\'~llIlnai~.
fato de o elemento da reivindicação que confere Jlovidade c alividade inven~: ( tàVJd o ac.,
I lima docnça, CXiSlc IIn Iva ' '']V ,
ção ser o novo lL~O de um composto no tnllamento (e ' II,
inerente relativa à proibição na maioria das leis nacionais e regionais conlra o ~'ll~IlJl;il)
mento de métodos de tnltamento. aI.( nica.
No início dos anos 80, o Escritório de Patentes da Suíça Contornou () proolCOl'
lacionado às reivindicações de novo uso, propondo como soluçào a seguinlc . . rccl.'! :~.
,!çao,
.. Uso do composto X na prtparação de um medicamento para o tratamento da doença Y', denoll .:
nada reivindicação de Mforma suíça" (12). 11
Segundo os proponentes da "forma suíça", as referidas reivindicações satisfaze
os requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial em duas parte~ ~
reivindicação:
(i) A primeinl parte da reivindicação, relacionada a "um processo industrial para
a prepanlção de um medicamento usando o composto X", proporciona a
devida aplicação industrial.
(ii) A segunda parte, relacionada ao "tnltamento da doença V", provê a novidade
e atividade inventiva à matéria objeto de proteção (13).
Entretanto, existem opiniões contrárias à concessão de proteção às invenções de
novo uso médico. Os oponentes argumentam que o patenteamento de novos usos médio
cos, atnlvés das reivindicações de "forma suíça", expande o escopo de proteção de fomla
inconsistente em relação ao requisito novidade, visto que tais reivindicações conferem
proteção panl o uso do composto panl a prepanlção de um medicamento que 1100mal·
mente será o mesmo empregado panl a primeinl indicação tentpêutica. Adicionalmente
à falta de nO\idade, outnl objeção levantada contnl o patenteamento de novos usos médio
cos está relacionada à não-apljcabilidade industrial, uma vez que o elemento novo é um
efeito identificado e não um produto ou um método de preparação (CORREA, 2(06).
Não há uma outnl doutrina internacionalmente aceita a respeito da proteção por pa-
tentes das invenções de novo uso médico. Alguns países - por exemplo, Estados Unidos e
países da Comunidade Européia - decidinlill conceder patentes panl novos usos como pa-
tentes de produto, outros como patentes de processo, ou como uma categoria separada de
patente. Outros países - por exemplo, Argentina - decidinlill negar a patenteabilidade de
tais novos usos por falta de novidade, invenrividade ou aplicabilidade industrial, ou porque
tal uso pode equivaler a um método de tnltamento médico (o que pode ser excluído de pa-
~teabilidade sob as ordens do TRIPS), ou porque novos usos sào apenas dcscobcrL1s rela-
nonadas a um produto conhecido e, portanto, não são invenções reais.
CAPITULO 10 • QUESTOES NO PATENTEAMENTO DE NOVOS USOS". 199
, :,:?s Estad;,s U~idos, .por exemplo, o Código de patentes vigente, U.r:íled Sl~
Code 111le 35 -} alent, adm ite o patenteamento de novos usos de produto~Ja conhecI-
dos em qualque r área do conhecimento. A Scção 101 deste Código estabelece um am-
plo escopo ~e !naté ria patenteável, incluindo qualquer processo, máquina, manufa~~
ra e composJ~ao, conta.nto que seja novo e útil e atenda às d emais condições e req.~ ls~
toS estabeleCidos no código. Em relação ao termo "processo", a Seção 100 (b) do Códt-
go determina que este signif1ca qualquer processo, arte, ou método, e inclui também
um novo uso d e um processo, máquina, manufatura, composição ou matéria. s
Além de conceder proteção às invenções de segundo uso médico, os Estados Uni-
dos ainda permitem o patenteamento de métodos terapêuticos. O entendimento do
órgão competente (USPTO) 6 é que um método terapêutico equivale a um processo
(Seção IDO (b) do Código) e, portanto, é patenteável desde que seja novo, não-óbvio e
útil, e satisfaça a todas as demais condições impostas no código de patentes do país (Se-
ção 101 do Código).?
Diferente dos Estados Unidos, os países contratantes da Convenção Européia de
Patentes (EPC) 8 não concedem proteção aos métodos de tratamento do corpo huma-
no ou animal. O Escritório de Patentes Europeu (EPO) nega a concessão do privilégio
para a maté ria com base no Artigo 53(c) EPC. 9-10
Por outro lado, o patenteamento de segundo uso médico é permitido pelo Escritó-
rio de Patentes Europeu (EPO), desde que a matéria-objeto de proteção preencha os
requisitos de patenteabilidade determinados na Convenção (Artigo 52(1) EPC).II As
condições necessárias para a concessão de privilégio às invenções de novo uso médico
sào delimitadas pelas ruretrizes de exame do EPO (Guidelines for Examination in lhe
• UnilLd Slnln ú><ü Ti/~ 35 -Palenl..s: legislação de patentes vigente nos Estados Unidos, revisada em setem-
bro de 2007 (revisão 6).
• lJniüd States Code TitIe 35 - Patents, http://www.uspto.gov/ main/ patents.htm. acesso 15/ 03/ 2008.
, 6 USPTO _ 'Uniled 5toJes Palenl and Trademmk Offzce ou Escritório de Marcas e Patentes dos Estados UniMs":
Agência Fede ral Americana responsável pelo exame e concessão de patentes, e exame e registro de
marcas.
; MmuaJ rfPtItmtExamining Procedure (MPEP). http://WWW.USplO.gov/ we/ offices/ pac/ mpep/ mpep.htm. aces-
-\O 15/ 03/ 2008.
[pC - 'EuropeanPalent Convention": Criada em Munique (1973), a Convenção Européia de Patentes vi-
abilizoua implantação da patente européia unificada (regional) nos países contratantes. A 13! Edição
da EPC está em vigor desde 13 de dezembro de 2007.
9 Artigo 53(c) EPC (13" Ed_): "Exceções a patenteabilidade: ... (c) Métodos flara tratamen/Q do corpo humano ou
alliOMI por cirurgia ou teraPia e mitodos de diagnóstico praticados no corpo humano ou animal; esta pruvisão não
lt afJlica a produt.os, mi particular, su1Jst.âncias OU composições, para o 1LIO em quaisquer destes mé/(}(ú)s."
I. F,,~_
:-U!:"'U. Patent Convention (EPC), llttp:/ /www.epo.org/patents/ law/ legal-texts/ epc.html. acesso
1:>/ OMW08.
" A..:-
. -'"!lU 5%(1) EPC (l~ Ed.): 'Pa/entes ellropiúls podem ser concedidas para quaisqller invrnç&s, em todos os
'<""/lOS da 1.trnoI4gW., desde ~que sejam nuvas, envolvam tt1n passo inventivo e sejam smcetívris de aplicaçãb ;n-
dlUlrinl.. •
PA TT.:: ITENdEl'lTO < PAOSPECÇÁO TECNOLÓGICA NO SETQfl F~
~o Br..lSil, õ\ Lei n" 9.279 de H de maio de ] 996 (LPI n V 9.279/ 96), que reguladire..
tos e obrigações relativos à propriedade indusuial, em seu Artigo ] ~VlII, 14 exclui a pro-
teçào de métodos terapêuticos para aplicação no corpo hlmlano ou animal, por nào se-
rem considerados imenção nem modelo de utilidade.
Em contrap..-utid.'l, a legi~lação brasileira de Propriedade Industrial (LPI ni
9.279/ 96) nào estabelece e:\:plicitamente a concessão ou e.xclusào de p..'llentes para no\'o
uso médico de substâncias já conhecidas. Entretanto, o item 2.39 das "Direuizes para o
exame de pedidos de p.'llentes nas áreas de biotecnologia e farmacêutica depositados
após 31/12/ ]994· do lnstituito racional da Propriedade lndusoial (lNPl) apresenta ori-
entações para o exame de pedidos relacionados às imcnções de segundo lISO médico. Se-
gtmdo estas d.ireuizes., as reÍ\indicações direcionadas às imenções de 5eglmdo uso méd}.
co de'\'em ser do tipo "fonna suíça·.15
Portanto, o Brasil, através da competência conferida ao INPl, apresenta uma p0-
sição fa\'Orável ao patenteanlento de invenções de segundo lISO médico, desde que
atentam aos requisitos de patenteabilidade estabelecidos no Artigo &! da LPI ni
9.279/96. 16 Entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), res-
ponsável pela anuência pré\;a aos pedidos de patente na área farmcacêutica,17 nega a
anuência aos pedidos relatiyos a no\'os usos. Sobre este assunto, a ANVISA declarou
que Quanlo a pedidos que tenham pormvi1wicaç.ãao "novo uso· destwstâncias-A Dirttlr
&
ria Coleginda nn mmião realizada dia 26 d~ fU1Vt1rÚJro de 2(0) 1M1'ifestotl-se 110 ~tinte mlti-
do: -A lJi1?loria Cokgiada considerou q'u o i I/.stilulo i lesivo ti sa ride pública, ao desmvoM IMI-
lo cient íjico e ternoú5gico do país, podmdo dijiClúlar o aasso da população aos I1Iedical1lt1llos. NtSII
I! Guidelines.
" Guidelines ,for , Examioatioo 'm th-~ Euro pean P atent OffiIce. h tlp:/ / www,epo.org/ patents/ lawI Ie-
gal-texts/ gUldehnes,hunl. acesso em 15/ 03/ 2008.
1< Artigo IO-~da LPI o·9.~9/96: '~ão,suonsidn-a i"....."ç.M """ IIIOtklodetllilidade:... \-11/ -lintKasn';'.
lolÚJs opemünios, bma como """odas In-apiullcos ou dediagrtóstiro., paro aplicaç.M no corpo h UlIIDno ou olli_ •
15 Direuizes para o exame de pedidos d " ,
após 31 / 12/ 1994" INPI h , e patente nasareas de bIOtecnologia e farmacêuúca deposlr.tdos
em 17/ 03/ 2008.' • ltp./ / ""'\\..mpl,go\'.br/menll~lIerdo/ patente/ past.·unanllal, aces;o
16 Artigo 8~da LPI o' 9.279/ 96, "É ~ a;.. _ ,
vt!7Itiuas t aplicação industriaL: vroçao qtu alnlda aos ffl[Uisilos de novidades, atividadts ..
~go 22S:C da LPI o' 9.279/ 96: "A concessão de
17 • ' .
pmJla anuntcia da Agência Nacjqnal de Vi . ', ' f>a0t~~paro produtos, frrocn.so.'jmTll(lCt't/JtCoslÜflt'ldlrá M
14. 2.2001). • g>úinaa Sam/ana - ANWSA. (Artigo illcluido prla Ln ,,'/O. 19t1. til
fllllll2.!,9.,!,}illl:fllCl. ti NO PAn.'!N:.:.
.: r!F."A~M::!!E:!;-N~r~Q.;p~,:E.!.
,N!:O~V~O~~S.!:!U.:!;SO;!;S~,:.;.
.. _ _ _ _ _ _ _ _ _....:20~:..:.1
~r' i\lldn, IIc'I' ItIiIl 11., 101 Iii O I·OI\I't·H~fifl t1I1 IHIlI i' lIrI" pt'l~\'ia 1\ ('a!l()~ de ,)ef\idos de pateOlt.~
ii.' Iif'Mllndu 11_11," 1" (:.! I) ,
10,4 CONCLUSÃO
/11'1\ ,"'\' n 1'1111'1111 1111 (hl~ hl\'t'll(' t'M dI' 1it'J.{lIntlo UNO mérlico engloba a.~peclOS pol~micos
r rIlIlIlIlW')lII~ c' , IU' II\ ~\!\lI\ln', IIN diN('\I!lSi)(.~ Nohre este t.ema Só10 c\ar-",~ e concluslYdS. A
dllllll'ltlll 1\11,\11111 rI.\ 1"'" ('IHIII pais OIlI't'~l:lfl CNt~\ lilI1t' Il\t'llte fL'I.'IO<.;ada às questões éticas,
_"daIN,!,,,lu lr I~ t· I'I'ollÔIHiraxl'd,Idol\adas au palc'lIteamcnto desta matéria. Assim. no
'1"1'1111 11.(1' I 111'011\ ':\0 tllI~ ItIVI'I\~" (~M d!' sl'!{lIndn liSO mérlico. mio há UIll consen~sobre
M'" P;lh'1I1I'lIlIwlltO. n ul" pais (III l'e!{i:\o lelll adotado suas pr6prias intc'Fretaçoes ~?
1")11111 d.-ViNil' (,Ia 1('l.(lIlIlIiu II' tia prfltt· ... ~-I() ronli' lida e dos requisit.os gentis de patenteablh-
tlailr', illlhl(' \ll'lad()~ fJ 'laN c1clllals '!"estil's n :lacionadas ao tema.
1I"J\t:R.Il. Hl/f/,,,rl'lJ( d"'J(m,,.,,,,.h: III/UlI (m' IIt" isnl'" 'Wa.~hington D. G.: unlel' for Economic and Policy Re-
1It3rch. www.c:~pr. lle l, :./004.
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COI
Técnicos _ Esclarecimentos sobre pedidos de patentes dos produtos e processos fannacêuti-
hltp://www.anvi.sa.gov.br/divulga/infonnes/2004/250804.hlm. acesso em 16/ 03/ 2008.
;
A UTILIZAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS,
TERPENOS E TERPENÓIDES NOS
SETORES ESTRATÉGICOS
FARMACÊUTICO E DA BIOTECNOLOGIA
Ac1aJ7son Sontos
AdelGlde Maria de Souza Antunes
INTRODUÇÃO
Ó!eosessenciais são produtos naturais de reconhecida importância para a humanidade,
extraídos de fontes vegetais, e formados por compostos pertencentes a uma ou mais
classes de substâncias químicas orgânicas, sendo os mais importantes, os terpenos e os
terpenóides. O interesse tecnológico e indusuial reside no emprego dos óleos essenciais
nos graus purificados, concentrados, beneficiados, ou das substâncias isoladas dos mes-
mos, ay.t utilização será conforme a empresa ou indúsuia cliente em questão (como per-
fumaria e cosmética, polímeros, agricultura, fannacêutica e alimentos), estando vincula-
da à estratégia de inovação tecnológica e comercial, e demandando esforços em pesquisa
e desenvohimento.
Dentre os selOres "indusuiais" clientes dos óleos essenciais, terpenos e terpenói-
des, a indústria farmacêutica possui especial destaque.Já a Biotecnologia vem se conso-
lidando, nos últimos anos, como importante área do conhecimento humano em que
suas técnicas e tecnologias tem sido aplicadas a estes produtos de origem natural.
Um extenso esmdo de prospecção tecnológica (SILVA-SANTOS, 2005), consistin-
do na compilação das patentes de invenção concedidas pelo Escritório Norte-Americano
de Marcas e Patentes [procedimento mais difundido entre os pesquisadores que se dedi-
cam ao esmdo das patentes (ALBUQUERQUE, 2000; PATEL & PAVllT, ]995;
GRILIGIES, 1990; ARCHffiUGI & MICHIE, 1995; LOZANO, 2002) 1deu oriuem a uma
base de ~dos abrangendo o período compreendido entre os anos ] 980-2003~ As paten-
tes compiladas foram redistribuídas e organizadas em conformidade com a Classificação
Internacional das Patentes (CIP), importante ferramenta taxonômÍca utilizada em estu-
dos desta natureza.
11.1 A UTILIZAÇÃO OE 6~EOS ESSENCIAIS, COMPOSTOS TERP~ICOs
TERPENÓlOES PELA INDUSTRIA FARMACêuTICA !
O conheci mell lo Iccllol r"Kico panl a Illi lí7.u) io riO!! (,!c:o!! ( __-r,óai~ e (:lKOJ"""t" ,~ . ,
c~,s/lerpel~6id.('s 110 sCI~r ~;um"(,(:lIlko ,el?c."ntn~: ~~d~ad(J na SttlJdaw; Ali) ~ (J,;~
çocs p a r.J flll a hdacll's O!C(hnIN. ()d()n l ()I ()j.Qc.a~ 0 11 h'j.Qt.mc:a". jX1"U.."fIC(!Otc a~, A ,It'{;J
(Nect.'ssidadcs I -hllllalla~). As tahcla.~ I I.J c l U! apf<:lICrtlam O!l I(JUpOll C MJhl(nlJfir"<!:t C.:/'
pam o pt.'ríodo 1!JHo-~.Wm. (1111 k fomm CnC( mIJdd o!l I .~JH d oculTlt."fIl.o!l de J1atI:JJIQ. P
Tabela 11.2 Subgrupos de Classificação Internacional de Patentes relativos ao uso dos óleos
essenciais e compostos terpênicos/terpenÓides no setor farmacêutico
Grupos Descrição
Preparações para uso dentário em dentições artificiais, para preenchimento ou
A61K6/02 capeamento
Preparação Medicinal caracterizada pela forma física especial como dispersores ou
A61K 9/1 0 emulsões
Preparação Medicinal caracterizada pela forma física especial como materiais
A61K9/ 14 particulados
Preparação Medicinal caracterizada pela forma física especial como pílulas.
A61K9/20 pastilhas ou comprimidos
Preparação Medicinal contendo ácidos, anidridos, haletos ou sais desses como
A61K 31 / 185
ingredientes ativos orgânicos
'~ r:::=r====~::===
, 10 t
9O t---I
70 t - - - j
so t - - - j
r--
~ t---I
,0~-"""'~_-.1_~
26 &~~~
2'
- 22
-- AS1 K 6102 20
18
,.
\
'6
- ~
outros
'2
'0
tLJ:::;::LJ=;:i...t::;::1W:::;
A6' K 9/'0 AS' K 9120 """""
!
A61 K 9114
Alô1 K 47/046 A61 K 6100
3% 9%
A61 K 9/00
../"-~ 7%
:~r=~==========
200
K
A61 47%
31/00 5' o T+:::~::~::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
410
150 ........... 3'0
100 2'0
~ t::j ____t:::~:J::~J:==: 110
'O+-~~~-J--~~-===~~~~
ASl K 35178 A61 K 31 /33 A61 K 31170 Outros
N· de patentes: N = 1.298 A61 K 31/185
v
. .
U
T
S
R
Q
p \
O
N
M
L T
K
J
f
-
H
G
F
E
O
C
B
A
O 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
N° de patentes: N" 1.298
Oréftco 11 .2 Aplicações Medicinais abrangidas pelos óleos essenciais, compostos terpênicos e
terpen6ides pelas patentes concedidas pelo Escritório Norte-americano de Marcas e Patentes para
o perlodo de 1980·2003 no Setar Farmacêutico.
(Obs,) DflSOric;Ao: A - Composições Dermatológicas; B - ComposiçOes Antibióticas; C - Composições
ArIlIlÇj69iCas; O - ComposiÇões NutriCionais; E - ComposiçOes Antiinflamatórias; F - Composições
NeurOlógicas: G - Composições Gastrointesllnais; H - Composições para inoculação: 1- Composições
MjlJvãntes: J - Tableto& para uso farmacêutico; K - Composições Aromatizantes; L - Composições
~tf.l8(ltóll!ntes; M - ComposiÇões para o Iratamento de doenças do coração; N - Composições
AntIo!looorlgenB8; O ' ComposiÇões Dentais; P - Composições para o tratamento do tecido ósseo;
() ~ ComPOSiQõelt Dietéticas; R - Composlc;Oes para 8 redução do colesterol; S _ Composições indutoras à
I!I!IPó!lttllmunol6glo!l celular: T - Composições Antioxidantes; U - Composições Oftálmicas.
I'OtIIe: SIlt1t09. ~OO5 (Tese de Doutorado);
~ULo 11 • A UTlUZAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS, TERPENOS E TERPENÓIDES ... 207
Grupos Descrição
A01H3/00
A01H 4/00
Processos para modificação de fenótipos
20
20
15
15
10 r- 10 l- r-
5 l-
S l- r-
O
O
20 A01H 1/04 \Ulr05 ;;:000
15
o
C12N 1/20 Oulros A01H 5/10 Oulros
N Q de patentes: N = 326
Gráfico 11.3 Grupos e Subgrupos da Classificação Internacional de Patentes listados nas patentes
concedidas pelo Escritório Norte-americano de Marcas e Patentes referentes à aplicação da
Biotecnologia em óleos essenciais e compostos terpênicos/terpenóides para o período de
1980-2003.
Obs.: A01H 5/00 - Plantas floríferas, isto é, angiospermas; A01H 5/10 - Sementes de angiospermas;
C12N 1/00 - Processos de propagação, manutenção ou preservação de microorganismos ou suas
composições; Meios de cultura para tal; C12N 1/20 - Propagação de bactérias em meios de cultura que
utilizam hidrocarbonetos terpênicos; C12N 5/00 - Células não·diferenciadas de plantas; Tecidos ; Sua
cultura ou manutenção; Seus meios de cultura; C12N 5/04 - Propagação de células vegetais individuais
ou em suspensão ou seus tecidos ; C12N 15/00 - Mutação ou engenharia genética; DNA ou RNA
concernentes à engenharia genética, vetores, por exemplo, plasmídeos ou seu isolamento, preparação
ou purificação; Uso de seus hospedeiros ; C12N 15/82 - Introdução de material genétíco exógeno
usando vetores ou sistemas de expressão especialmente adaptados à organismos distintos de E. coll
como, por exemplo, Lactobacillus, Micromonospora . O Grupo AOl H 4/00 não possui subgrupos
registrados na Classificação Internacional de Patentes.
Fonte: Santos, 2005 (Tese de Doutorado).
~~~____________~PA~T~E~N~T~EA~M~E~N~T~O~&~P~A~O~S~P~E~C~Ç~Ã~O~T~EC~N~O~L~6~G~I~CA~N~O~S~ET~O~R~F~AR~M~A~C~~~1
~10 ~
A apr~caçao
- d- S' tecnologia cm invenções envolvendo óleos essenciais e Com
a ,c:. I' 'b' -e por 4 grdndes coniuntos: PO$.
(Os lcrpêlllcos/ teq)enOI d cs (Istn tllU-S :J
-
Tabela 11.4 Categorias de Óleos essenciais empregados nas Invenç6ee de natureza far~
Farmec6ut1ca BIotecnoiogIa
--
(N° de PatentH) (NOd.P~)
- (N° de Patente.)
Outros compostos citados foram os terpenos felandreno e sabineno; além dos ter-
penóides ácido jasmônico, eudesmol, citral, citronelal, eucaliptol, farnesol, geraniol,
isopiperitenol,jasmonato de metila, mentona, nerol, rodinol e a-terpineol.
Obsezva-se que, em relação aos óleos essenciais, compostos terpênicos e terpenói-
des que mais se destacaram, há uma relação direta entre ambos os grupos de produtos
naturais, visto que:
(iii) O f{nifko 11.6 apresenta a.~ principais empresa., proprietárias das palem '
concedidas pelo Escritório Norte-Americano de ~Iarcas c Patentes referem:
à utilil.aÇ,io dos óleos essenciais, compostos lerpênicos c tcrpenóides no selOr
tànllacêutico.
Palses
Outros 1=======::31
NL ~:::J
CAl==::=:J
IL l=:==::::J
CH ~====:::l
FR i::=====::::J
IT~~~
GSP=:
DE~~~=====:J
Jp1= I
US~~~S=~~~~~~~~==~~~
o 50 100 150 200 250
Total de titulares-proprietários por pais
Gráfico 11.4 Distribuição geoeconõmica dos Trtulares-Proprietários para as patentes conc:ecli<m
pelo Escritório Norte-Americano de Marcas e Patentes referentes à utilização dos óleos essenciais.
compostos terpênicos e terpenóldes no setor farmacêutico para o periodo de 1980-2003.
Obs,: CA - Canadá; CH - Suíça; DE - Alemanha; FR - França: GB - Grã-Bretanha; IL -Israef:
IT - Itália; JP - Japão; US - Estados Unidos da América. Outros: Argentina. AustraJia. Bélgica. cma.
Colômbia. Coréia do Sul, Dinamarca, Espanha. Grécia, India. 1r1anda. México, Países
BaixoslHoIanda, Portugal, Suécia, Taiwan e Uruguai.
Fonte: Santos, 2005 (Tese de OoutOllldo).
IOP5
16%
Centr~de
pesquisa
3% Universidades
3%
Orí1lcO 11.5 Natureza e partícípaçâo refatíva dos Tnulares-Proprietários para patentes concedidas
~ f8Ctlt6r1o ~lCano de Marcas e Patentes referentes à utilização dos óleos essenciaiS,
~ tef~ e terpeo6ides no selor farmacêutico para o período de 1980-2003.
0bI.: IOP • 1tIdMduaJ!y Ownt.d Patant
Foru: fHWlIOI, 2005 (T~ de OouIorado).
Empresas
I I I I I .I.
Avri. Ptlarma Grou P - - .
- c
l'Oreal (FR ) ~
8IyflolO.My6f..8quibb (US )
Abbolt (US
Scharlng-Plough (US)
,
Merel< (DE )
I
.~
Merele US 19.732
AstraZeneca UK 16.480
Novartis eH 11.961
Wyeth US 11 .717
:lo O W:í lko II .Hdetalha ti nature/.,a e a participação relativa dos proprietários ci-
tados (firlll a~ comerciais. centros de pesquisa etc.).
B. O griifko II .~J apre~ent.a a~ principai~ empresa~ proprietária~ das patentes
C'on('(:clidax pelo E~c rit6rio Norte-Americano de Marcas e Patentes envolven-
tio a aplicação da Hiott:cnologia no desenvolvimento de invenções compre-
clldentlo óleos essenciais. compostos terpênicos e terpenóides.
O~ gráficos 11.7 c I J.8 mostra qlle as empresas responderam por 254 documentos
11)111 326 pate nte!! rCKístrada.~. I'am um total de 96 companhia~, apenas 17 empresas obti-
vrram rC!lllltad{J~ igllais ou slIperiores a duas patentes por firma (gráfico 11.9).
I PI I...
I
Outros I
De P
NZ
~
OB P
NL I
eH
JP -
I -
US - c _
- • -
-
- '-I
o 10 20 30 40 50 60 70 80
I Total de titulares-proprietários por país
I ~o Qrtfloo 11.7 DistribuiÇão geoeconOmica dos Titulares-Proprietários para as patentes concedidas
Escrh6rlo Norte-Americano de Marcas e Patentes referentes à aplicação da Biotecnologia em
dG~ eS8enclals e compostos terpênicos/terpen6ides para o período de 1980-2003.
~c~ - Sul<;a; OE - Alemanha: OB - Grê·Bretanha; JP - Japão; NL - Países Baixos/Holanda; NZ - Nova
0I'it . ~ ' US · Estados Unidos da América. Outros: Austrália. Canadá, Dinamarca, França, Espanha e índia
t . anto8, 2005 (Tese de doutorado).
PAr Nr~MrNr() & PROSP 9(AO TWNOLÓGICA NO SETOR F~
218 ~
Firmai
78%
"' ' .
~.-
Centros de
posqulsa Universidades IOPS
8% 13% 1%
Gráfico 11.8 Natureza e partlclpaçAo relativa dos Titulares-Proprietários para patentes concedidas
pelo Escrlt6rlo Norte-Americano de Marcas e Patentes referentes à aplicação da Biotecnologia em
61eos essenciais e compostos terpênlcos/terpen6ldes para o periodo de 1980-2003.
Oba.: IOP - Indlvldually Owned Patont.
Fonta: Santos, 2005 (Teso de Doulorado).
Empr....
Woyerhaeuser Company (US)
Unlon Camp Corporatlon
The Conard-Pyle Company (US)
Ploneer HI-Bred Internatlonal , Inc. (US)
Melto Sangyo Kabushlkl Kalsha (JP)
Kalamazoo Holdlngs, Inc. (US)
Jeddeloh Farms (US)
IGI Blotecnology, Inc. (US)
Chattem, Inc. (US)
Calgene, Inc. (US)
Ball Hortlcultural Company (US)
Aromatlc8, Inc. (US)
Mlcrollfe Technlcs, Ind. (US)
Maxygen, Inc, (US)
Armstrong NUNlerle8, Ind. (US)
Monsanto Company (US)
Jackson & Perklns Company (US)
7 8
O 1 2 3 4 5 6
N' de patentes: N • 326
Gráfico 11.9 Principais Empresas proprietérias das patentes concedidas peio Escritório .
Norte-americano de Marcas e Patentes referentes à aplicação da Biotecnologia em óleos essenciaiS
e compostos terpênlcos/terpenóides para o parlOdO de 1980-2003.
Oba.: CA - Canadá; JP - JapAo; US - Estados Unidos da América.
Fonte: Sant08, 2005 (Tese de Doutorado)
0 P1TULO 11 • A UTIUZAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS. TERPENOS E TERPENÓIOES ...
219
Observa-se que , além da redu ZI'd a quanu'd a d e de patentes por emprC!la registradA
.
neste s~tor, ocorre a concentração de resulr:ados para os titulares-proprietáriOll nor-
te-amencanos. Todas as empresas envolvidas com a~ Subclasses ADI H e C12N (l3iotec-
nologia) integraram apenas a Classe 5 (Empresa~ titulares-proprietárias com número
de patentes entr~ 1-19/ empresa), incluindo as "gig-,mtes~ norte-americanas Pioneer
Hi-Bred Internauonal e Monsanto.
Verificou-se a pouca expressividade para a aplicação da biotecnolq,ria nas invenções
relacionadas com o tema investigado no Escritório Norte-Americano de Marca, e Paten-
tes,mesmoapósa introduçãodoArt. 27.3 (b) da TRlPsdaOMC (proteção patentáriaso-
bre microorganismos e processos microbiológicos, e utulos de patentes ou sistema ruí ge-
neri5de propriedade sobre plantas), em 1995. Tal situação mostrou-se mais agravante, ao
comparar-se os dados encontrados para as Subclasses ADI H e CI2N (326 patentes) com o
conjunto dos demais documentos encontrados neste trabalho (7.978 patentes) ou com o
universo das 43.671 patentes concedidas pelo Escritório Norte-Americano envolvendo es-
sas mesmas Subclasses (AOIH e CI2N) em período similar de tempo (1980 a 2003).
11.6 CONCLUSÃO
Apresenr:aram-se, no presente Capítulo, os resulr:ados encontrados para a prospecção das
tecnologias e utilizações industriais dos óleos essenciais, compostos teIpênicos e terpenói-
des descritas nas patentes concedidas pelo Escritório de Marcas e Patentes Norte-Ameri-
cano segmenr:ados por meio de suas respectivas cadeias produtivas. Enfocou-se os setores
industriais da Farmacêutica e Biotecnologia. Setores estes, aqui denominados "Estratégi-
cos", em função do número de patentes a eles relacionados. Para tanto, foram consulta-
dos os campos descritores contidos nas folhas de rosto destes documentos e efetuada aná-
lise de seus resumos e quadros reivindicatórios. Dentre os descritores avaliados, enfati-
lOU-se a Classificação Internacional das Patentes como principal ferramenta taxonômica.
11.7 REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, E. M. et alii.lnjlJTTTU1{Õo, conJuximenÚJe apropria{ão: nota.s soilreo silfTlificaiÚ)econômico das pu-
/mles e os ;mpaclbs da emergbu;ia tk U1IUI economia baseada no conhecimento. Perspectivas da Ciência da
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CF.UKEIA/RE, W.; DUPPEN, D. V. A ral;onal drngpolicy is pos.<ibÚ': campaignjarrat;o1lal drugpolicy and chellP,
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220 PATENTEAMENTO & PROSPECçAo TECNOLÓGICA NO SETOR FAAMAC U'ftco
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PATEL, P.; PAvrrr. K. PalúrnS 0/ technololfical activilJ: their _a.!ureml!~t antl inll!T!I/'tIM jri1'l. ln: ST( )N ~,
MA."'.
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BJackwell. 1995. •
SAl\{fOS. A. S. ~nvolvimmlo tU metodologia tU pmspe~âo tecnoltígica em docu.mllnl<Jj de !m/P.nle e em , rmtmll
transferir/da de lKMlogia. como irulrummlo.< /Jflra tomada de decifâo: 0$ Ca.!OJ da, !}(lIimIP.., de 6kf/,II!'''I!fIcÍ(~Íldt
das cm/traJos da indústria brasileira tU aromas e jragrânCÍlLf. (Tese de Doutorado J I'JlCula de ('IJI .t
. '" 1Il~
ca/VF~J . Rio de Janeiro. 397 p., 2005.
PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM
-
Rtxx:.'Co Glenini
Aae;c·ce NlOflQ de Souza Antunes
INTRODUÇÃO
O séruIo XX foi caracterizado pelo cenário de mudanças. Estas podem ser observadas na
uansfonnação das organizações, do trabalho e da educação e na sociedade. Mais especifi-
c:amente de-.·em ser discutidas as novas perspectivas abertas pelas tecnologias da informa-
ção e da comunicação, seus impactos nas organizações e a função do conhecimento
como elemento de competitividade.
Adinâmica competitiva que se apresenta para o século XXI, caracterizada por um
ambiente de mercado globalizado e pela hipercompetição, exige das empresas a busca
incessante pelo aprimoramento tecnológico, assim como exige também uma maior ra-
cionalização nos gastos, inclusive em P&D. Neste cenário, o direcionamento tecnológi-
co das empresas deve ser guiado por sua visão de mercado e por suas perspectivas de
crescimento futuro (GIANNINI e ANTUNES, 2001).
Contudo, entre a decisão estratégica de investir e a apropriação dos ganhos de
competitividade resultantes, há um grande número de etapas, nas quais a tônica é a in-
ceneza. Para minimizar estes riscos o conhecimento dos mecanismos de competição e
das tendências tecnológicas da indústria é fundamental. Vindo ao encontro desta ne-
cessidade, as ferramentas de gestão da informação se convertem em uma poderosa
arma de planejamento, pois permitem visualizar, de forma rápida e concisa, a estrutura
e o ambiente competitivo no qual a empresa está inserida.
As inovações tecnológicas, tanto as incrementais como as radicais, vem continua-
mente alterando a base de competição e de concorrência no mercado internacional. O
í :h~ento das tendências de direciona~ento t~cnológic? e ~ ~jetórias das tec-
ogIas que atualmente representam o de5zgndommante na mdustna pode gerar uma
~ capacitação na previsão de possíveis rupturas - provocadas pela inovação tecno-
Utna -no processo de desenvolvimento da técnica. Esta capacidade pode se converter
enorme vantagem competitiva para a empresa que a possui.
222 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SElOR FARMAC~l1l'l~_
~
Com o desenvolvimento de mecanismos de armazenamento. tratamento
. \. . • . c tr-drl
miss,lO de dados. cada vC7.mais sofisticados e conll; veIs. a prevlsao tecnológica cios . $o
cipais movimentos futuros passou a despertar gr,lIldr al(·nção nos meios acadêllli~ P~Tl
nanceiros c empresariais. K~tc pro(TSSO de lazer liSO das tcmol.o~ias de infonllaçàoOs. fi.
gerar beneficios competiti\'Os. wm se tornando cada vez maIs Importante dentr:ara
grandes corpo,:~ões e fornece um (,Ol~j_u~to bastant.e.ronfiável ~c i~formaçõesque ~
vem como subSidio para tmçar as eSU<lteglas compelJUV<ls que glllarao as tomadasd I
cisão futuras da empresa e/ ou do investidor (GlANNINI. 20(4). e{e.,
LÉVY (1993) considera que as nOVdS I t~cllologias da informação. da mesma fo
que a in~enção da escrit.a por volta de 3000 a.c. e da imprensa por Gutemberg. nos:~
lo XV, sao as :~cnologias da inteligência, no sentido de se constituírem em novas fe~
mentas cogmuvas.
As novas tecnologias U<lnsformaram de maneira fundamental as práticas de man
jo da infonnação. A diversidade de novos documentos em meios eletrônicos (hifJertext:
documentos de t.ext.o, imagens, planilhas etc.) diminui o peso relativo dos documento~
impressos, ao passo que as facilidades de acesso propiciadas pelas redes demandam que
sejam pensadas novas fonnas de U<ltamento e recuperação.
FULD (1994) comenta que achar dados certamente não é frroblerna nestes dias; achar o
tiPo certo de informação é que é. Mas infonnação é meio, não finalidade. Só tem sentido
como fonna de viabilizar outros verdadeiros fins demandados pela sociedade: cultura,
ciência, ensino, aprendizagem e atividades econômicas.
~~
\.._---~ ----~v---------
V
Aprendizado Propecção
Figura 12.1 A Roda do Conhecimento.
Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).
-St-<mndo
. '" dados •do .Ministén'o
_ d a Sau'd e, no Brasll' a slt.uaçao
. - segue aproxima
. d a-
lllente a mesma tendenCla, sao cerca de 50 milhões de infectados e enLre 1980 a 2005 f(....
gi.;;tfOlt-SC mais de 2.1 milhões de casos. I A taxa de ocorrência é de aproximadamente
,·'l.ooocasos/ ano (taxa de 47 casos/lOO.OOO habitantes), a mortalidade é de 6.000 paci-
?
('Jltes/ an e a faixa ~a população mais atingida é de adultos de IS a 50 anos. O risco de
Í1úKçáo e de aproximadamente 0,8%, basicamente devido à vacinação em massa com
!)CC na primeira inffincia e revacinação aos sete anos; atualmente a cobertura de vaci-
0l1Ção no País é de aproximadamente 100% (BRASIL, 2002 A B). Aproximadamente
lO%- a 20% das pessoas infectadas manifestam a doença.
ContudO, dados do Ministério da Saúde indicam um aumen to da incidência em
It1(\o o território nacional a partir da década de 1980 devido, principalmente, ao au-
n}t'1110 do número de pessoas infectadas pelo HIV, condição na qual a tuberculose ma-
nifesr.l'St'COmo infecção oportunista (BRASIL, 2002 B). Em aproximadamente 25% dos
~it"ntes HIV-positivos desenvolvem tuberculose (BRASIL, 2002A ).
Atuberculose humana é quase exclusivamente causada pelo Mycobacterium tWJeYC'lllo-
.!is. Essa micobactéria se caracteriza por ser álcool-ácido-resistente (BAAR) e por exibir ba-
ixa taxa de crescimento, levando aproximadamente seis semanas para realização da cul-
nua in vitro. Tem, também, a capacidade de permanecer em estado de latência fisiológica
dur,mle longo tempo, por parasitismo inu-acelular (STEDMAN, 1996).
Até o início do Séc. XX, todos os esforços para impedir ou atenuar a tubérculos pelos
métodos de imunização foram inúteis. Na tentativa de obter suspensões homogêneas nas
(\~~de AI. bovis, micobactéria muito virulenta, isolada por Nocard, no Instituto Pasteur
de Paris, Albert Calmette, auxiliado por CamiUe Guérin, obteve casualmente um fenôme-
no de mutação, repicando as culturas em batata impregnada em bile de boi. Essa amostra
de OOOlos foi batizada com o nome de BCG (bacilo de Calmette-Guérin) e utili7.ada
com sucesso na imunização ativa de bovinos, provocando ausência de virulência (SAM-
PAIO e RIVfITI, 1998).
Aaplicação da vacina BCG continua sendo a principal fom1ade imunização contra a
Illberculose em recém-nascidos, sendo a eficácia desta profilaxia de cerca de 80% (PAC-
li[ t IXNES, 1989). A aplicação é feita por via intradénnica não havendo contra-indica-
çio a~luta a seu uso, exceto pela presença de eczema ou piodermite extensa.
-----
I
~dados do Ministério da Salíde: consulta em
- .PdJ. Aces.'lO em 25/03/2008.
hIlP://pmtal.saude.guu.úr/porlal/arqllitlos/Pdf/lltber-
12.2.1 PRINCIPAIS DROGAS DE AÇÃO TUBERCULOSTÁTICA
mfllmplclna
I'r'/"I I II a /;ulI(Jia da" RífamicinítS que aLUam fonnando complexos c8tó.Íveis eom
f'
f\ .' <N p"limeI1L~e Ird(·lc rlana. Em conseqüência, não se forma oARN-Jnens.lgeiro, Iro :.
( ~" lf l!l""f' a lrilll~criçf\(J da informação genética. Têm, portanto. ação baclcriostáu' .
':'''~ I. IfI 11(0. rl f'v ido ao falo de O~ germes a bnlllgidos por seu espectro apresentarem ~~
MJIIIIHladc a ron c('ntrnçõe~ muilo haixas desses antibióticos, os níveis s.mgtiíneos
oblido~ J.'(J(J<~III, na prática, ler alividade bactericida (STEDMAN, 1996)
"~ rifilrnpiC'Íllas mio ~e relacionam com nenhum o ulrO gmpo de antibióticos ulili.
1. 1(1011 CIIl d íllicllll. Slla.~ fórmula!! estmturais são ba,tante complexas. Ela é considerada
r'xlrCrnalJlellte dicaz con lra o M. tu)JerC'llÚJ.fi.f, só sendo comparada à isoniazida. A eMe
ralll ~omc"!IC quc a rirampidna podc ser, se comparada à maiori.a dos tuberculostálicos,
{,oI18ider,tda muito pouco tóxica. Assim, é considerada uma droga de primeira linha no
tratantento da doença (FONSECA, 1994).
Isonlazlda
Segundo Tavarel4 (1996) a isoniazida continua sendo considerada a droga primária
para a quimioterapia da tuberculose. Todos os pacientes com doença causada por ce-
pa3 de M. tubercllwsís sensíveis à isoniazida devem receber o medicamento, se puderem
tolerá·lo (BRASIL, 2002"). A isoniazida mostra-se altamente eficaz no tratamento experi-
mental induzida em animais, sendo notavelmente superiora estreptomicna, pois penetra
com lacilidade nas células e é igualmente eficaz contra bacilos que crescem no interior
dítS células e os que crescem em meios de cultura.
Quando bacilos crescem in vitro na presença de concentrações crescentes de isoni·
azida, verifica-se o rápido desenvolvimento de mutantes resistentes à droga. mesmo
quando esta está presente em altas concentrações. Todavia, nào OCOITe resistência cm"
zada entre a isoniazida e oulros fármacos utilizados no tratamento da tuberculose. A,
evidê ncias atuais sugerem que o mecanismo de resistência está relacionado à incapaci·
dade da droga em penetrar ou ser captada por ele (FONSECA, 1994) .
Etambutol
Qua.~ todas as cepas de M. tuherC'llÚJSis bem como diversas cepas do com pelxo M iroba(~
num mostram-se sensíveis ao etambutol. O etambutol nào possui nenhum efeito sobre
outras bactéría~. A droga suprime o crescimento da maioria dos bacilos da tllberculose
resi., tentcs à isoniazida e à estreptomicina. A resistência ao etambutol d esenvolvNe mu'
ito le ntamente in vitro. O etambutol tem sido utilizado com êxito notável no tmtamento
de várias formas de tuberculose quando administrado concomitantemente com II
illoníazida (TAVARES, 1996).
_.nIT>" o 12
~.. v~
• PROSPEt"t" 1 0
""'"
Toce ÓG ~
" NOL ICA EM FÁRMACOS COM AÇAO rua ACULO!JT ATlCA
Pirazinamida
Apirazinall1idaéoan;iJo"opl·r.l·
.' '" . é'!JI"(l1 IanU:O!IIUIIIIII
" ".mI·COSlflt . . ' 1a. rL".X ' I )('a!lvl!
. ' 1,I(
' I , 1m
l-'CI-~-
nei?a m.t1lhVapenas ~1Il presença de pi I li){ri r.l Il1l' 11 !C' árido, O~ hacíl()~ lia tul)(!/"culol!C
no mtenor ~Ios mOllont?s. iII lJitro s<io destn lido~ pela <Iro",,,. nllma COIlcen'ração d~
J2,5 m?/1. \ '('nfica-se o rJpldo desenvolvimento da r{'~i~!ênc:ia ~(: a píl'azinarnida (M 1111-
lizada t.SOladaJ.llentc. A pirazinalllida tornoU-Sl' importalllC fOlllponl'ntc fia !rl'3"í:l a
curto prazo (6 meses) com múltiplas drogas para a tuucrculos(! (FONSECA, 1!PJ1).
Estreptomicina
Descoberta por Waksman. CI11 1944. a partjr de cultllnl~ de .'i/1'l'!JlomYf;e.f f(ri.lrlLI. íl 'srrep-
tomicina foi o segundo antibiótico a ser lILili7Aldo em clíllica, lo~o it p6~ ii pcníncílina.
Existem estreptomicinas A e B (Illanosidoestreptomicina) porém ~Ó íl A é IItili7,ad a cm
clínica (TAVARES. 1996) . Embora cocuse bacilos Gram-rx~~itivossljam lTIodenulamcntc
sen~veis. o principal uso ria Streptonúcina é o comoate aOs bacilos Gmrn-neg-ativo!l e, mai.
ainda. em relação ~ micobactérias (FONS~:CA, 1994).
O mecanismo de ação mais aceiLO para a esu'epl.Ornicina contra a M. tubl'Tculosis cle-
vida à inibição do processo de u-aduçào genética. A cSLrcp!ornicina é empregada princi-
palmente no tratamento da tuberculose e em poucas outras indicações micobacteria-
na.~ (PICON, DEI RICARDI ei alli, 2002). A principal funçüo da estrepl.omicina - basica-
mente na fomla de sullato, utilizada sempre em associaçüo com outras drogas, é evitar
ou retardar o aparecimento de resistência bacLeriana (BRASIL, 2002A ).
A estrepLomicina. por sua eficácia e hajxo preço, ainda é lima das drogas de eleição
no esquema uíplice. O baixo custo do U, lIamenLO adquire especial importância em paí-
ses menos desenvolvidos. No longo pr.vo. contudo. ii tendência é a sub.~!ülliçào pela ri-
fampicina, havendo mesmo oca~iões em que esta suhstituição se impôe, como nos casos
de pacientes pediátricos. no tratamento grave da doença, como a neurolllberculose. e
nas [onnas resisten Les (TAVARES, ) 996).
Etionamida
A etionarnida é uma droga secundária a ser utili7.ada em a~sociação medicamentosa
com outras drogas, sendo utilizada também no tratamento da Lepra. Pertence ao grupo
das piridinas, com osseguinLes nomes químicos de 2-etil4-piridinocarhotiamida; 2-ctili-
5Onicotinarnida; 3-etil-ison icotinarnida; 2-etil4- tiocarbamoil-piridina.
Oe>ta fomla foram utiJizad ' inicialll~ente os acenus da ~ de Dados Drug lndec,
onde foram Ie'\'amados ( prudut(\S 1'Clauvos a tuberculose, uuhzando palaVIas-cha
combinadas como hJJnmklSÍsc l!lbt'Jru/~tlltio.. p;ua que fossem incluídos os coa<lju\'an~
ao Lratamemo {' produtos C\~o fi>co princip;tI nào seja a nlbercllJ~: mas que possa s:
US; d.'l para e\te agra\U. As b:\..'<eS de dados em CD-ROM que foram utilizadas do EscritÓrio
• Outros usos: Identifica outras aplicações para a droga, podendo ser o tratamen-
to de outras doenças, quanto usos diversos da indústria farmacêutica.
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EUA Japão Inglatera Alemanha França Outros
Gráfico 12.1 Número e patentes por país e orígem.
FQrI/IJ: Goarnni, 2004 (Tese óe doutorado).
Detentores de tecnologia
Diferentemente da origem, existe muita dispersão entre os de positantes. Foram identi.
licaJlos 270 diferentes detentores de tecnologia, sendo que os dez maiores depositário:
detêm apena~ J 7% do total de patentes. O gráfico 12.2 mostra os principais detentore
de JYdtcnt.e8 na área da tuberculose.
50
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Il"!o
40
i
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E 30
'D
-8 & ""
e 20
~
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Z
10 t-
o I I I ,
Pesquisadores Governo A. Einstein Institut Up John
isolados dos EUA College of Pasteur Company
Medicine
Gráfico 12.2 Principais detentores de tecnologia
Fonte: Glanninl, 2004 (Tese de .dOt.rtor·adQ).
, ".i<-' .•
. . .. ."
. Os detel1\o~es d~ p;lIentt~ sfin as pí'ssoag' sicas !lIIJlIrídifll~ 1'11111 dirt'ito ti f'X pllll'l
çao da, te~no,I0,A'm ot!Jt'I~) til) dOclImenlo, !)a '1I11i1i~1I dI) 1111111'0 dtl I'rlll'"/1'~I IIII'tI'lVMiIJ
uma dIStrl~l1Iça() cio patetltefllflcnto t'nlrc dnroj,fl'lIpON di~llnlo~ dI' tl r f/o.hu llw., II fI
bcr: Pesql11sac\on:ll (pessoa física), el\lpl'l'~as, IIl1ivt'r~1c hldt,~, IIfI Ildt1 ~ do Wwrl "0 ~, III.t j.
tu toS de pesqll1sa,
A,pesar do cxpres.~ivo tlüme1'O ele 1101'11\111"11 11l~ rl'j.{INI t' Idn~ 1'111 11(/1111' (1/' 111'.' I' tl~r
dores Isolados e de qualJ'O dos dez maiOI't'M dtHt'llIOI'("M til! 1t't' nnl"l-\iu .~ "'III f'1l.ltladt,.
públicas O~I de J)('squisa, obse lvih~e 'lllt: f' llIpl'l'sa~ ~1111 1 II IIhll'tl~ dllllutlol'la do~ do/ 111/1("
LOS, aproxnnadamente 60% do tOla l, rOllq llnnlo 1I1\ 1Vt'I'Nidatl t'~ !'I II ~II IIII ON dt' l'rllljlll ..a
detê m aproximadamente ROC}t1 das pnlenlt's II l1uliKadus (j (I" I-\0vrl'no. (l pt'~rlltl~Htlon~1í
isolados d etêm aproximadament e 10%, () gr;itlcu 1~,!\ 1ll0~II'" jlMH1II1Mpt'I'~:)f/ ,II' d:u I,,~,
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I I
Empresas Unlversldadea Instituto do GovernOR P08Qul odoro.
pesqulaQ
Gráfico 12,3 Distribuição dos detentores de patentes,
Fonte: Gianninl, 2004 (Tese de doutorado) ,
Outra tendência nítida que se observa é () dcp6silo ela p"tl'nlt~ por lima (tni a enu·
. 'dade, não sendo comum à associação (~ntrc agentes para ii pC~'l"iNa c registro ele lt~<:lI o.
lOgias, Somente em 7,6% das palenles analisadas identHieoll-1lc l\ pl'CN'lIça de tn ai,~ de
,11m agente detentor de direitos sobre os documento)!, Neste)! caNO, oh~cl'Va ..~c (lU ' a.'I par·
'c<:nas mais comuns são as que envol vem empresa-<'llnpl'CSU CIll I >l'c~all-llIlivcnlÍdadc, O
gráfico 12.4 ilustra estes dados,
232
20
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UTICo
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o I I I I I
Empresa- Empresa- Empresa- Universidade- Universidade- Instituto-
Empresa Universidade Instituto Universidade Instituto Instituto
Gráfico 12.4 Parcerias entre os agentes detentores de tecnologia.
Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).
--
PAS
pronase
.'
96
65
Estreptomlcma 64
-Isomaz
. l'da
37
Tipepidina 36
~ ..
AifamplClna 34
-Etambutol 25
Pirazinamida 25
-
nocarlide 17
R~anbutin 16
Capreomicina 14
Claritromicina 14
Cicloserina 13
Ciacetacida 9
Fenamisal 9
Protionamida 8
Capreomicina 7
Enviomicina 7
OfIoxacina 6
Terizidona 5
Processo de fabricação
Apenas 22% das patentes pesquisadas tratam de processo de produção. A maior parte
destas patentes está relacionada à melhoria no processo produtivo. Foram localizadas
patentes de processo para produção de todas as drogas, as com maior número são as
tradicionais PAS e estreptomicina, o gráfico 12.5 mostra estes dados.
PATENTEAMENTO & Pfl()SPECÇÃO TECNOLóGICA NO SETOR FAAMAC~
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PAS Estreptomícína Pronese TIOCar1ide ClantromlClna Rlfambitim Pirazinamida
Gráfico 12.5 Drogas com maiOf número de patentes de processo.
Fonte: Gíannini, 2004 (Tese de doutorado).
Formas de apresentação
Apena'! 7,2% das patentes tratam das formas de aplicação dos medicamentos Os siste-
ma, de líberclção controlada dos medicamentos são a principal categoria citada. O gráfi-
co 12.6 mOlltra os dados_
25
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outroS USOS
Aproximarlam cntc 55% d()~ docum e nto,~ apontam o\l1ras ilplicaçõ<,s para a!! droga!!.
De IUllaf~rm :\ gé:'ral. (~S1a~ aplicações podem ser divididas no comhale a outras mi-
crobactenas. combate a outras doenças e outras aplicaçõc!I. Os gráficos] 2.7 a 12.9
mostram estes 'l"t'sultados. .
172
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, \ f( 1Ii.\ as "pi icaçôes cm medicamen tos, foram 10~alil,adas outras aplicaçÕ(-s
<h'og,ls pc'sqllisadas. Destaca o uso como agente desmfetante aplicação VOIt,'1da P<\ra~
illdlistri.l tlt· aviação (muito utilizado em vôos longos) e no controle das ioreo" PiIr" a
lalall'li, I) ('~t<l('al!l-S(' tamI)em
' as ap I'lCaçoe~ . dustnas
- nas 111 ' 'I '
( e cosmeticos alil hfi<l\<
e de,Oes -""
III .m de (lImaS aplicaçôes em medicina. E interessante notar a aplicação comonentUs,
pl'Ott·ttlr <lu pele. todas as patentes relativas à droga fenamisal. agente
25~---------------------------------- ____
20-+--i
Processos de diagnóstico
Por diagnóstico, entenda-se os meios pelos quais se identifica a presença do patógeno
no organismo de uma pessoa, seja de fonna direta ou indireta. A análise destaS patentes
revelou que estaS podem ser reunidas em quatro grupos distintos, de acordo com o pro-
cedimento utilizado para a detecção do agente agressor. A tabela 12.2 resume as defini-
ções desta classificação dos processos de diagnose.
CAPITULO 12 • PROSPEcçÃO TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AçAO TUBERCULOSTÁTICA 237
Tlpo Descrição
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I. I
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Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4
=1CO.12.10 Formas de diagnóstico da tuberculose.
: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).
Q uanto aos detentores dos direitos sobre as pa lellteS ele dinRn(í~l'.ko \ II!In
de lima fo rma geral. os princip<lis detentores s.10 empl't'sas, com H~ rt'RI~l ro~' ~i ll',
· . ' , ~lCil i I
pelas universidades. com 47 registros de patentes. OS lIlstlllllns (k prs'llli,~ dt'1, ( r"
documentos, os governos e os pesquisadores isolados 9. A tabela 12.3 11loslra ('S I t'1? 3\1
buição por tipo de diagnóstico. A ta~la 12.4 mosU, 1os plincipais dctento\'t,s ;l~'\ (h~hi.
It'rl). (~
logia segundo o tipo de diagnóstico. E inte ressante notar que () Til)O 'I. 1Il{' noO., I)'.11('111
da de lodos, somente três empresas detêm os direitos sobl't' est.as patente: A all'lIl' n':l'
test AG detém quatro documentos, a dinamarquesa Dako AI S c a arnericllIl'llllr'
•
ii!).
1110 I).
vest Corporation detém duas patentes cada.
1 39 27 16 8 8
•
2 26 19 16 1 1
3 9 1 7 - -
4 8 - - - -
Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).
1 Institut Pasteur 11
Pathogenesis Corporation 9
Johns-Hopkins University 11
2 Affymetrix Incorporated 9
Albert Einstein College of Medicine 8
Innogenetics N.V. 4
3 Astra Pharmaceutical 3
Institut Pasteur 2
Biotest AG 4
4 DakoAlS
.
2
-
Immunivest Corporation
Fonte.. Glannlnl, 2004 (Tese de doutorado),
2
-
-
CAPITULO 12 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AÇÃO TUBERCULOSTÃTICA 239
Sistemas de prevenção
Processos de imunização são procedimentos profiláticos que dotam o indivíduo de re-
sistência à detenninado tipo de doença. Uma análise criteriosa dos registros de patente
que tratam de imunização contra tuberculose permitiu a criação de uma classificação
destes documentos, primeiramente em dois grupos distintos, quais sejam:
1. Vacinas químicas: Vacinas que utilizam substâncias químicas para simular a
presença do agente agressor e provocar reação do sistema imune.
2. Vacinas in vivo: Inserção de organismo vivo, geneticamente modificado ou
não, para provocar reação do sistema imune.
Estes dois grupos puderam ser, ainda, divididos em classes, de acordo com o meca-
nismo de ação no organismo receptor. A tabela 12.5 mostra esta tipologia.
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lipo 1A lipo 1B Tipo2A Tipo2B lipo 2C
Gráfico 12.11 Formas de prevenção da tuberculose.
Fonte: Gianini. 2004 (Tese de doutorado),
Quanto aos detentores dos direitos sobre as patentes de prevenção, nota-jje que as
empreas possuem um número bastante expressivo de documentos. Contudo, a mesma
tendência de desconcentração que se observa no patenteamento como um todo tam-
bém se manifesta nos processos de prevenção. Até por isto, na análise dos maiores de-
tentores em cada categoria, aparecem com mais freqüência universidades e institutos
de pesquisa. As tabelas 12.6 e 12.7 mostram esta distribuição.
1A 19 13 13 1 5
18 7 3 2 - 1
2A 2 5 - 1 -
28 4 - 2 - -
2C 4 1 - - -
Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado) ,
qPlTUI.O 12 • PROSPECÇÃO TECNOLóoICA EM FÁRMACOS COM AÇÃO TUBERCULosrÁnCA 241
Institut Pasteur 1
Innogenetics N.v. 5
113 ImmunoAG 4
University of Calitomia 3
2A University of IlIínois 3
Comell Research Foundation 2
2C BASF 2
Fonte: Glanmnl. 2004 (Tese de doutorado).
Etambutol
Os principais detentores dos direitos sobre as patentes da etambutol são universida-
des. que detém 44% do lotai de patentes. O principal patenteador é a Universidade
de Yashiva (US), através do Albert Einstein College ofMedice, detentora de quatro pa-
tentes. Entre as cm presas, a dispersão observada é grande, não havendo empresas com
domínio de um número expressivo de patentes (tabela 12.8).
Processo O -
15 Glicopepitídicos e outros
AsSOCiação
tuberculostáticos
Outras aplicações 20 Outras infecções por micobactérias
Apresentação 1 -
-
Tratamento
Isoniazida
Obsen'lHie que a dispersão dos detentores de tecJlolQhl'ja é muito gnmde. no IOlal ~ . .
desdetém as 37 patentes2 deste prcxluto. ObsclV.H\C um discreto predomínio de e~(~Ocla.
que possuem J I patellle\. e unjversidades. com nove documentos. (tahela 12.9). prCsw!.
Plrazinamlda
Das 25 patentes locali7.adas, ] 5 são propriedade de empresa~. Entre estas, apenas a Cyuíx
Corpor.~tion detém mais de um documento (três no LOtai, versando sobre a'l.'\Ociaçôt'll).
AJorn esta empresa, a única outra entidade a possuir mais de uma patente é a Universida·
de Johns-Hopkins. com duas patentes sobre outrdS aplicaçôes (tabela 12.10).
Processo
O -
13 PoHmeros bloatlvo8 e outras
Associação drogas
16 Outras infecções bacterianas e
Owas aplicações fungicida
3 Mecanismos de aplicação
Aplicação tópica
Tratamento 2 -
Fonte: Giannlni, 2004 (Tese de doutorado).
R"ampicina
Da mesma fonna que os anteriores. nào se obsena uma concentração de patentes, 34
entidades são detentoras dos direitos da~ patentes de rifampicina locali7.adas. O Albert
Einstein College of Medice da Universidade de Yashi\3 é a instituição com maior
número de documentos, três no total (tabela 12.1]).
PrOGtlSSO 3 -
AssoCiação 12 Polímeros bioativos e outraS drogas
Tratamento 3 -
FonIe: Glannini. 2004 (Tese de doutorado).
Tratamento 6 -
Etlonamida .
Foram localil.adas apenas duas patentes que versam sobre a etionalmda. ambas relalhas
a processos de produção. Uma de pro~)li('dade ~a ~mpresa ~B Aropha~-~v~k.
(Inglaterra) e outra de um pt'Squisador Isolado. Nao tomm locall1..adas referenClas as
outrdS fonnas de entrada sdecionadas.
npo1 2 001
Diagnóstico
Tipo 2 3 002
Tipos 3 e4 4 DG3
3 VC2
npo2
Tabela 12.14 Definição das van á veis sup emen res para o
Outros 1 DPO
Pesquisadores 2 pt:O
Merck 13 MER
University 01 Calilornia 14 UOC
Allymetrix Incorporated 15 AFF
Pharmacia 16 PHA
Ácido p-amino sullônico 1 PAS
Pronase 2 PRO
Estreptomicina 3 STR
Isoniazida 4 ISSO
TIpepidina 5 TlP
Rifampicina 6 R1F
Drogas Etambutol 78 ETA
Pirazinamida 9 PlR
TIocarlide 10 T1C
Rifanbutin 11 RIS
Capreomicina 12 CAP
Claritromicina 13 CLA
Cicloserina 14 CIC
Fonte: Glannini 2004 (Tese de doutorado).
~ l'ECNOlÓG!CA EM FÁRMACOS COM "çAO TVBEACULOSTÁTICA
-
CN'i'JU.O 12 • 247
.Par.l gerar inlnnn.,ÇÕe$ com significân cia, é 1lC"'Ces-o;álio primeiramente validar esta-
. Para tanto, uma série de provas es-
tisliaunem e as relações entre as \<Uiá\'eis st"ltx.ionada ...
ClItísti<:as deo.Wl ser realizad."lS na tabela d e dados p.~ gerar as infonnaçõcs. O método
ulilizado para operar esm tranSfOIDlaçio é a amilise de co rrespondências. que é lima feTra-
menu descrima,/ ex-ploratótia dcsen had.-. para analisar tabdas de duas ou mais "ariáv~~
djscret3S.. que compreende algtID1as medidas da correspondência e nU-e as colunas (vana-
,ris) e as linhas (obsen <lç()es ou casos) . O resultado provém infomlações que pemlitem
explorar a estrutura d as variá"e is categoriais presentes na tabela original.
A técnica foi desen\'Ohida pelo franco-libanêsJean-Paul BenzécIi entre o final da dé-
cada de 1960 e o início da década de 19iO, basicamente \'Oltada f><~ aplicações em estu-
dos de lingüística (GREL"ACRE, 1984) . Descrições detalhadas da metodologia. detalhes
computacionais e d e aplicações podem ser obtidas em BE."IZÉRCI (1980), Benzérci
(1992). Técnicas similares foram desenvolvidas independentemente e nomeadas como
optimlll Sfa/ing. recifnuaú averagi ng, aptimal samng, quantijicalüm met/wd e Iwmogeneity analysis
(HOFFMAN e fRAJ'\fKE. 1986). A aplicação prática do método, utilizando a base de da-
dos mostrada neste capínIlo, pode ser vista em Giannini (2004).
De umafonna simples, a metodologia consiste numa séIie de transfomlações ope-
radas na tabela de dados, de fonna a gerar um novo sistema de coordenadas (eixos) que
penuita plotar em gráJicos simples, de duas ou três dimensões, grandes massas de da-
dos. Esta plotagem se dá sem a perda das relações de significância entre as variáveis.
O eixo ou fator pode ser entendido como sendo uma combinação linear das variáveis,
que resultam num vetor cuja direção fornece o novo sistema de coordenadas resultante
da aplicação da análise de cOITespondências múltiplas à tabela oIiginal. Em suma, o mé-
todo pennite transfonnar proximidades estatísticas em distâncias euclidianas.
V.,.., Q ....
Dim. 1
CootdeI '8'1a.
DIm.2 -
US -0,429 0,452
EU 0273 -0.947
Pais
JP 1.227 0.239
Coordenadas
Variável Classe
Olm.1 Olm.2
y 7:'(:,
RIB 0,340 0 ,422
,.
0-'
CAP 0,398 -0,064
~o
l. CLA 0,459 0 ,374
l'CAJ.
~ CIC 0,067 0 ,042
FOnt~: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).
250 PArENrEAMENro & PROSPECÇÁO TECNOLOOICA NO SErOR FARMACt~
---....
Processos de diagnóstico e prevenção
o mapa da Jij.,'1 I1'õ:\ 1~Ui m OS!!"a a pIOI;\lo(t'lII dos processos d e p rev(!o ção e diagn()~lico
Obse"ra",~e que as d uas vnri;íveis SC'j.,TlIClll a mesma te ndência, as c1as~e~ que rt'Jlrei\en ta~
a l1ào-mc nção d esles pro('cssos no docume nto (DGN e VCN - mhela 1~. 1 3) mOStram
coordc nadas muito pr6xirnas IIrna da O Utl. 1 e a.~ duas esl;i o ue m disl<lnciadas da.~ demaL,
d asscs.
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Õ Oimension 1; Eiganvalua: ,22212 (11,11% of Inertla)
Plotando agora as classes relativas aos processosjuntamente com as c1asst's dns d(..
positantes, observa-se uma nít.ida divisão em dois blocos rlist intos CJIIC refletclI\ a 1ll"I\III;\
tendência, a tendência geral de que os processos de diagnóstico (~ pl't'vt'IIC;\O H'lIde m II
ser pesquisados por Universidades (UNI) e Instit.utos de PcsCJuisa (INS). ct>nqllalllo os
Pesquisadores (PES) , Empresas (EMP) e os Govemos (GOV) tendem a 'ficaI' haslallt c
próximos das classes de não-depósito, o que indica que eslas classes d tlcpositantl'!I ten-
dem a não depositar patentes sobre processos de prevenção c diagnôsli o , Estas I'l'la-
ções podem ser vistas na figura 12,5,
ROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC ~UTiCO
PATENTEAMENTO & P . ~
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figu'a 12.5 PIoIagem de ple~eilção e diagnóstico com as classes de depositantes.
FicnIe: Garnni, 2D04 (Tese de doutomdo).
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Oirnensioo 1; EigefIvaiue: ,22212 (11.11~ ct " lia)
. . .
• Nota-se que as variáveis que indicam não tratar desres assunws rendem a ficar no
mesmo quadrante, muito separadas das demais.
• A aplicação das drogas no combate a outras infecções micobacterian:as (OAlf)
está próxima dos esquemas de tratamento (TRS) .
• As associações medicamentosas (ASS ) estão relacionadas com as f OTIDaS de apre-
sentação e o combate a outras doenças.
• O uso destas drogas para outros fins que não a fonnulação de medicammros
(OAA) está isolado em um quadrante, sem relação com as demais \'alÍá\'eÍs.
Plotando os deposi tan tesjun tamente com estas variá,'eis, obtém-se o mapa da fJgU-
ra 12,8, onde podem ser vistas algumas relações, como:
Algtms depositantes que tendem a não depositar patentes com estes 0~eÚ\'OS es-
tão muito próximas das variáveis que indicam não tratar dos temas. comoAbbou Labo-
ratones (ABB) e os Pesquisadores Isolados (PEQ) .
• O Instituto Pasteur (INS) aparece muito distante de todos os pontos, denotando
pouca associação com estes depósitos.
• Os depositantes Governos dos EUA (CUS), Emory University (E.\fO) e C~1IÍX
Corporation (CYf) estão muito relacionados às aplicações das drogas em oumas
doenças,
• Por sua vez, em tomo da aplicação ao combate a outras infecções mic~
nas (OAM), estão os depositantes Affimatrix (AFF). Universíty of CalifónlJ3
(UOC), Pathogenesis (PAn, .A lber Einstein College ofMedícine <AEf!!:';:;
menorgrau,johns-Hopkins University (JHU), Phamacia (PHAe Mcrck \,YU-O' •
~fTULO 12 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AçAO TUBERCULOSTÁTICA 255
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E -1,5 -1 ,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 .
Õ , Di~ension 1; Eigenvalue: ,22212 (11 ,11% of inertia) ."
Figura 12.8 Plotagam das variáveis de utilização com os depositantes.
Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado) .
12.3 CONCLUSÕeS
A visão que a humanidade tem do mundo variou enormemente no decorrer da histó-
ria. Da cosmovisão mítica da Antigüidade até o ceticismo mecanicista. o pensamento
humano passou por um grande número de estágios.
No decorrer do último século. a humanidade testemunhou uma grande revolução
nas ciências básicas que transfom1Ou a lógica. a epistemologia e também, através das
aplicações tecnológicas, a vida cotidiana. Porém, ao mesmo tempo, persiste uma gran-
de defasagem en tre a nova visão do mundo que emerge do estudo dos sistemas naturais
e os valores que ainda predominam na filosofia, nas ciências do homem e na vida daso-
ciedade modema.
A informação sempre foi o insumo básico do desenvolvimento. Quando o homem
associou a faJa e a imagem e criou a escrita, permitiu a transmissão e a armazenagem de
informação. A imprensa, o telefone, o rádio, a televisão e, mais recentemente, as tecno-
logias da informação e da comunicação, são etapas do desenvolvimento que proporcio-
naram grandes revoluções ao longo dos séculos XIX e XX, acelerando o intercãmbio de
informações.
Tanto do ponto de vista dos beneficios que trará à sociedade, como dos beneficios
econômicos que podem advir com a ampliação das possibilidades de formação. novas
oportunidades de mercado ou no desenvolvimento de setores produtivos, conclui-se
que a sociedade da informação e do conhecimento é uma realidade. Esta é uma respos--
ta à dinãmica da evolução, ao crescimento vertiginoso de experiências, invenções. ino-
~, vações, que acontece dentro de um enfoque sistêmico - onde o diálogo entre as formas
de saber e a interdisciplinaridade é fator determinante de sucesso.
PATEN~ENTO A PROSPECQ"O til NO CXlICA NO tOM fA"MIIC~U'I''9!2
12.4 REFERÊNCIAS
ANTUNES, A. M. S. Mapas do Cunh.«imtm/o sobre TendhlCÜJJ !tllmlllrilma~' , CmnlJl'wnrUL! NllritmaÍJ ' 111 J)IJI/II(IOI
Crónicas, Injtc/ocOnJagiosas e N~ Rio dcJanciro: FINEI', 20ml.
SARNES. P. F. E.; BARROWS, S. A. Tuberculosi.s ill tlI41990s. ÂlInaLI oj/lIlmll" Ml'flicill~ // 9(M, p. 4lJO.IO,
1993.
BENZECR1.]. P. L 'allalyst eles donnks. v 2: I'anal}'!le deli corre~p()ndan Ce8, Paris: Hordus, 19HO.
--; Correspondena Annlysis /Jalldboolt. Nova Iorque: Marcel Dckkcr, /992.
.
PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA PARA
PATENTEAMENTO EM AUMENTOS
FUNCIONAIS NO BRASIL
-
Môrllco Fontes Coewno
Net ~ro Jr.
Adelaide Mano de Souza !vJtunes
portadoras do diabetes (diel) : não engordar (lighl) , dentre outraS. Os alí_~-nentm devem
ser vistos não só como capazes de saciar a fome, mas tam bém para preventr do~n ça~ cau-
sadas por deficiências de vitaminas e minerais, fornecer energia e por possllIrelll com-
ponentes integrantes das estruturas celulares.
O consumo de alimentos continuará a se ampliar, em decorrê ncia do (Tes~imento
da população mundial, algo em torno de 95 milhões de pessoas por ano na decada de
90, e, co,!, expressivo crescimento econômico previsto para economias emergentes tal
como a Asia e do aumento da renda per capila. .
O Brasil é um dos principais produtores de C01nrrwdilies agrícola~ e de ahment~s
processados nos primeiros níveis da cadeia. Existe um grande potencial para o cresCi-
mento da indúsuia agroalimentar e também para um comércio mais intenso, tanto de
fonna global como enU-e as Américas.
Regisua-se, no ano de 2005, que a indúsuia de alimentos do País apresentava
16,4% de participação na indústria da uansformação, com 20,1% das vagas de emprego
desta correspondendo também a 9,7% do PIB. As empresas que compõem o setor são
em sua maioria representadas por microempresas, com 85,3% do total, seguidas pelas
pequenas empresas com 10,7% do total (ABIA, 2005) .
O crescimento do faturamento da indúsuia de alimentação, composta por produ-
tos alimentares e bebidas, também pode ser considerado uma informação fundamental
para a avaliação do aumen to da importância deste ramo indusuial. O mercado de ali-
mentos é dinâmico e apresenta ainda um grande potencial de crescimento. Isto pode
ser obsel\lado no gráfico 13.1.
200 184,2
175,9
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Ano
Gráftço13.3 Participação (%) do setor alimentos industrializados no total de exportações brasileiras.
~.,CãelaflO. 2005 caetano. 2007 - Tese DSc.
,
--
262 PATENTEAMENTO & PROSPECçAO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UTlC~
2 São aqueles que além de possibilitarem uma nutrição adequada em vitaminas, minerais. fibras. ca;
boidratos e outros nutrientes. contribuem também para a prevenção e o tratamento de doençasc['O-
nlco-degeneral:!vas.
~o 13 • PROSPECÇÃO TECNOLOoICA PARA PATENTEAMENTO EM AUMeNTOR,,,
-
13.2 O INTERESSE DE PATENTEAMENTO NA INDÚSTRIA DE
ALIMENTOS
C.om a entr.tdaenn;gor da LPI nO9.279j9fi e a ronst:qiknlc WllC('HH,\() de pal(:n't'Apara
rodutOS c procCSSQs alimentícios. não é difícil condllir que a~ IlIt: lhl)re~ condiçile~
~ra a obtenção de pa~e~tes na ,lrea alimentícia seriam d(~~ raíHe~ fllIC ~'H~llem \I~1l do·
sen\'OlvimenlO tccnologlco avançado na mesma. Estes pal!\('s c\(>lem maIor capaclliadc
de especializar ou diversificar c agregar valor à produção. a fim de melhonlr o nível ' ii
estabilidade dos lucros.
O crescimento da pesquisa e do desenvolvimento da área bioWCI1oló){ica. c. ncsl.C
caso. da produção de novas vmiedadcs de plan.as tende ti influenciar em muiw a inclúM-
uia apimentar. De acordo com BERMEJO (2001) dificilmente pode-1le eSfOlher
um cardápio sem que haja no mesmo uma enorme quantidade de procJlIl.O~ alimenta-
rescujas características estão protegidas por patentes biotecnológica~J. Têm-1lc pat(:n-
tCS registradas sob scqüências genéticas do arroz. do tomate. da lentilha, da soja. do fran-
go. de peixes (anun. bacalhau. salmão), de cenoura~. dentre muitos outros alimentos.
BERJ\fEJO (2001) indica que no ano 2000. que os alimentos de maior interesse par.!
a indústria biotecnológica no mundo. e. portanto. os possíveis detentores do maior nú-
mero de patentes. muitas vezes de grande ampHtude. são os alimentos básicos para a hu-
maJúdade. e. por conseguinte. os que despertam maior interesse econômico, como. por
exemplo. a soja. os cercais. a~ batatas. Pode-se verificar isto citando o exemplo do milho,
onde as cinco empresas com maior número de patentes são titulares de 84.9% dos 2.1 RI
pedidos regisLrados até então para variedades de planta~.
V1DAL (1996) vê com apreensão o futuro da agricultura bra~i1eira, que ainda está
em grande pane nas mãos de agricultores nacionais. devido à proteção dada à~ sementes.
Com essa legislação teme-sc que o seu controle pa<;se para as poucas corporações transna-
donais de sementes. defensivos agrícolas e fertilizantes. aumentando a dependê ncia ex-
tema do setor.
Um estudo realizado por GUIMARÃES (1998) , entre pesquisadores do Conselho
de Pesquisa em Ciência Biológica e Biotecnologia (BBSCR4) da Gr.1-Bretanha e da
Embrapa no Brasil, sobre os impactos socioeconômicos do patenteamento em biotec-
nologia, indica que. de modo geral. os pesquisadores de ambos os gmpos "percebem o
patenteamento como algo que pode causar prejuízos ao desenvolvimento científico e
que interessa mais aos países exportadores de tecnologias e às grandes companhias do
setor agropecuário, especialmente às produtoras de produtos químicos. 2"
Isto não deve ser interpretado como uma posição totalmente contrária ao patentea-
mento. que já demonstrou ter muitas vantagens para o desenvolvimento tecnológico e o
crescimento econômico mundial; entretanto, deve servir como uma sinalização para que
! Alei de patentes brasileira não protege a planta em si. mas P?dc pro~egcr processos de ?blenção c p'ro-
dUlosonde a mesma é utilizada. A nova variedade de planta e proleglrla no BraSil atraves da Lei de Cu 1-
, tivare.~ (Lei 9.456 de 25 de abril de 1997).
} 4 1'ht Biolechrwwgy and Biowgical Sciences /Usearcil Council (Reino Unido).
264 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~lJT!CO
Uc' ;1('(11 110 nll" a f.,lIlh",.h"flIlluM'a rcItAnlJâfllion. JY,mindo de lima definiçào rcs-
11 ii. 11(' alilll('IIIO\ IIlf\r i(jnai~. qlle in lui 1"Om 'nte "limenlQ.\ e bebjda.. com um cúU",1
t' ~p('('ífko. II valúr t1v lIIercado romhínad(j de Europa. AU~lrdlía •.Japáo e I'~tad~ ni-
c1()~ 1' 1111 ~1!l'J lo; (·,.illlado cm US 5.7 hilhilcs, Quandl) a definição é expandida. para
lo('h,i,. alimelltos '1UI: podem ser caractt'rizad(J~ como funcionais, ma~ não restritO!!
;'P(' II ;t~ ;j'l'I qlle apre cnlarn rúúm, o tama nho de te mercado é eSlimado cm cerca de
li~ 30 hilhilcs.
fize~ ponto de visl.a ele Arnoldi (2{)()2), a integração da propriedade imcJe<:tual num
sistema comercial in.e rnacional oferece pot.enciais oportunidadcs, lIobretudo em lon-
o prazo, em termos d e m e lhor acesso a novos mercados c maior incentivo para invcMi-
g entoS estrangeiros e d e transferência de tecnolog-ia. Em contrapartida, pode também
;rar efeitos negativos em ma,l~ria de preços: difusão de ~ecnolo,g-ia, além d e OUlro~ re-
lativos à reforma de suas pohllcas de proteçao da propnedade II1telcctual e os CtIJltos
dela decorrentes com importante repercussão social e cconÔrníca.
Um estudo da Conferência das Nações Unidas em Comércio e Desenvolvimcnto
(UNCTADIO), publ,ica?o em 2001, mostra ~u,e se deve d~ aten~o ~ do~s a~pectos im-
portantes para aval~açao dos custos ~ beneflClos de TRlPS, O pnmelro e que al é~ do
fortalecimento do sIstema de proleçao este deve coordenar-se com programas maIs va.'l-
toS de desenvolvime nto tecnológico, incluindo o desenvolvimento humano e o aperfci-
çoamento das capacídad~s téc~ic~. O segundo ,refere-se ao fato d,e que ~s benefíci~s
potenciais do Acordo sera~ ~al~ eVIdentes em p~lseS co~ uma ~ase mduslr:al e tecnolo-
gica mais avançada, onde Ja eXIsta processo de 1I10vaçao (ARNOLDI, 2002) .
13.4.2 PATENTE
Na sua Eonnulação clássica, constitui~e d e um direito, conferido pelo Estado, que dá ao
seu titular a exclusividade da exploração de uma invenção, por um período determina-
do de tempo!!, como contrapartida pelo acesso do p~blico ~os conhe:i~en,to~ab~ngi
dos peJo invento, Extinto esse prazo, o objeto prote~do cal ~m dO~l1Jl1Jo pubhco fican-
do à disposição de quem queira utilizar a tecnolOgIa desta II1vençao. '.
A invenção pode ser definida como o resultado de criação de alguma COIsa ~Ie ~
momento então inexistente, produto do espírito inventivo do homem, que solUCIOna
um problema técnico (ROSA, 1998) . " d arte e que se utilize de
Éde grande importância para qualquer ~ec,mc.? ve~ ~~:nno invenção e dcsc(}-
documentos de patente, a compreensã~ da dl~tJ~ça~ e~o ~umano. Descoberta se fde-
berta, Invenção é tudo aquilo desenvolVIdo pe o rnte ec
re a algo já existente na natureza que era desconhecido e que em algum momento é rc-
vclado ( ROSE..'\'BERG, 2000).
A patente é do ponto de vista da indústria um meio de aprorriaç~o do inv<:stim<:n-
\O feito em Pesquisa e Desenvohimento (P&D) e um instrumento de mformaçao valio-
so para o depositante e até para sua própria concorrência.
')I.rt 42 - A patente confere ao seu titular o direito de impedir terceiro. sem o seu consenti-
mento, de produzj~ US8J, colocar à venda, vender ou importar com estes propósitos: 11
Com ba..<;e neste artigo. depreende-se que a legislação brasileira recon hece dois gru-
pos principais de objetos passíveis de proteção por patentes. o de produto e o de proces-
so-Se não houver patente no Brasil para aquele produto, processo ou produto derivado
daquele processo, estes poderão. por exemplo. até ser importados de outro país.
Reivindicação de produto
Protege um produto e é a proteção mais valiosa,já que impede a possibilidade de se ter o
produto, não importa o meio de obtenção. Pode ser obtida para uma substància ou para
uma família de substâncias quimicamente relacionadas (fóm1Ulas "Markush"), um equipa-
mento, um artigo. tuua composição etc. Por exemplo: um aditivo ou um medicamento.
Reivindicação de processo
É aquela que protege uma seqüência de etapas necessárias à obtenção de um produto.
Tem menos força que uma reivindicação de produto. porque é possível se ter várias ma-
neiras para chegar a um mesmo produto. Por exemplo: um processo para síntese de um
composto, um processo para fabricação de uma drágea revestida.
Com base neste artigo. uma patente pode proteger lima categoria ou categorias di-
ferentes de reivindicações. De um modo geral essas categOlias de rehindicações. en-
quadrados em produto ou processo, podem ser: o produto ou processo per se, composi-
ções. dispositivos. artigos, medicamento etc.
Estas são de uma fonna geral. as fOll11as de reivindicações mais 11 til izadas, não signi-
ficando que as mesmas não possam aparecer com uma série de preâmbulos diferentes.
mas que de uma fOll11a ou de outra vão se encaixar em uma destas categOlias.
- 211
l! Embora a LP/trate de propriedade industrial (patentes, marcas. desenho industrial etc.) nesle lexto
tralaremos apenas do lema patentes, por ser o campo de atuação do trabalho de pesqUIsa reahzado..
" p~ a propriedade intelectual adotar um sistema TRIPS plus é equivalen~e a adOlar regras q~~e estao
alem do exib>ido no Acordo TRIPS, e isto tem sido feilo através de acordos bilateraIS entre os pruses.
272
-
13.6. 1 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE UM DOCUMENTO DE PATENTE
273
eod\go Slgnllloado
( .)
Outros diltflS. ln lulndo 1\ de depOsito dll8 especificações completas após especificações
provisórias ou data de exlbiçl\o pública
( O) Dados de prioridade
(80) Identlncaçllo de dadol rei clon dOI a convençOea Internacionais além da Convenção de Paris
, ,, ,
.. ~<k putente. alemã. composta pordoculllcnlos do EPO. desde 1978. FOOle~llItp:~ I www.cu.orgl
<lUNE/08SS/ epfullss. hunl. , . d jO 'Ihõn
I) de pat~te IIlualimd M!mnnalmente. CO.IO dados desde 196..'\. e abr.lngendo, ~ , mI ••
tk temes de mais de 40 alltoridades Jnumbms.
........."pe,,"An TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UT1CO
216 PATENTEAMENTO & r""" vv-
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1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Ano
Gráfico 13.4 Distribuição anual dos pedidos de patente depositados nas Subclasses selecionadas
da área alimentícia, no peóodo de 1994 a 2003*.
Fonte: Caetano, 2007 - Tese DSc.
*A pesquisa foi realizada com dados até 2003, tendo em vista que o levantamento foi realizado em 2005, os
pedidos levam 18 meses em sigilo e, além disso, o INPI tem levado um tempo maior que os 18 meses para
realizar a publicação dos mesmos.
18 Operíodo da pesquisa engloba os.pedidos depositados até 2003 porque após o depósito, os pedidos fI-
cam 18 ':'leses em slgtlo para depoIS serem publicados. Além disso, tem havido atrasos nas publicações
dos pedidos por pane do INPI e como a pesquisa foi realizada em 2005, haveria dificuldades de se ter
dados maIS concretos.
A ",.,..jr lU! HXI1J, ilHO tI'l clltt'od:1 mn vll(llr IIfl I\n",1I C!U At'On l(, T IU I'S, Cltllltl'VQo4IC
um ~lJmlm/J) m) dCI,(JIIlw de: p elidI/_eh! JI;}U'II It! til",
Suhd:IKMCII _rlllclf)ll,1I11lA p l'l'\C'I) ' cm-
Itd l1rcr.t ~límetllkl". Ik J'JlJ1 Im''<I ) UH/) houve UIII uumell to cl • I H,H7% ti.,
rlrpr..hll ti
)Cdl(Jt)ll de p'dl~1II ' . O IHltlor 11;111" tiO /llílllCI'O ele ""p~lIll1J~ rf etuadl)~ tlCAI!:I :11 til clC'II"itC,
~,t.rC(;t,.tn,,," J~ri~I() "'1(11 1l1,Hla ii 1I1"'ovolç;lo da I ,l'l lI u U.:.!7U/IJII, De I UI/!'i JlMIl I mJH"
(Iu.antid~~ de I )(~(hd(JII dCJ>(Jlilf;j(lo. pallllOIl d(~ I (\~ fiam ~:.! I, IJ lIue! dClllolI~t l'n li III ou-
Illdltl)d.e 3!'J.Mj% na (11~lIticJade rll.' dcpó~ito~ rrt·tll:ld()H.,Já cm 1Y~'7 () I 11'1111 e 1'0 ele drpó-
JÍWllIluuÇ/JU !~I 7 P dJljt)H, ( I filie r 'Huholl cm IHlI num ' nlll de 1:\,1~% no~ dCJl6Nltll~
em rrJaçãSl a 1iJ'J(j.
J)e HIJ7 a 2000. vc::ríli 'a~ el\1(' a P(!lI;l r de ler havido um aumen to no l11ílllero de (Ie-
l)Óliílllt. Cllte Ie ,rtaJl«.'VC:: cm patamar H r('gll la rC'~. cOllllllédia unual de nlllllenlO til) lili-
mefade dep(l8i tJ.IfI em tomo d e Ii.~'()% . ~(" ndl/ CfuC' o aliO de 2000 ~c ra .....ctct'il.QU 01110 o
;t1Jf) em flUC "correu o máximo dI" (kl'{)l;jto~,
No período de 20() I a ~()():j . ~11)lj(' rva~c cHtabiJi1.ação relativo! no tIIJmel'O de d cpú.~i
U'" clewatlOll fie_ta área.
Com relação C::IIJ ~dIiQtrllentc a()~ pcdidQ~ de patente relacionados a a li lllellt (),~ c/ou
ÍIl!Vedieflt.cl fiJncÍLmai" loí cnconlJCldo um wtal de 3~1:I podidos de patente deposil;\d()"
JW IUJx:1aMet IIClccionadall da Seção A da área alimcnúcia. que estão disltibu(d(),~ numa
térie anual tlO gráfico J3.5.
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1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Ano
tWfIco 13.5 Total de pedidos de patente relacionados a alimentos ou Ingredientes funcionais
<Iepos\tados nas subclasses seleclonadas da área allmentlcla, no perlodo de 1994 a 2003,
FonIe: Ceetano. 2007 - Tete OSc.
Estes 328 pedidos correspondem a 10,26% do total de depósitos rcali z<\dos no pc-
rfodo de 1994 a 2003 nas subclasses selccionadas.
2l'a,_ _ _ _ _ _ _..:P,:..:\\.:.:T..::l;~:.:.:.:::::::::ENT~O:::..:::&:.:.PROSPE~.:::...::::CÇA::!:.-::::O:..;TE=C:.:N=O=L6G=I=CA:..:.:.:N;;;.O..::S:.::ET:.;..O=R:..:.:.:FA.:R::.:M~A::::C:::Ê::UTl~C~O
m'~(l\1t" o depósito dt'Stes pedidos também seguiu até o ano 2000, linha de
(
~il\ t"'tltt\ ,,' tnil,u' a_~i ~',idt'.ncia(L-l p;ua o to tal gemi apresentado, e\idenciando-se um
t dto- n~'l:ilUn dt' (kpú,<Jtos no ano de 2000 e um pequeno declínio a parúr de 200 I.
; \ f'\\ I\,,'\( do,) tntal (k" <kpósitos de pedidos de alimentos el ou ingredientes funcionais
tk- inwn " bra-;i!ciro& pode SIl'r yi.«m no gráfico 13.6.
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1999 2000 2001
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2002 2003
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Griftco 13.6 E\di lÇáo do depósito de pedidos de patente relacionados a alimentos e/ou
ill9redlenles fur lCioi l8&S de btuIar-depositante brasileiro, no período de 1994 a 2003, nas subclasses
~ da área aIit."" .ticia
ktnIe: Ci ali 10. 2001- Tese 0Sc.
~"ào se obsena um
crescimento acentuado no total de depósitos de pedidos rela·
cionadosa alimentos e/ ou ingredientes funcionais de brasileiros. Verifica-se um salto
na quantidade de depósitos no período de promulgação e primeiro ano da entrada
em \igor da LPI. entre 1996 e 1998, mas depois há ocorrências de épocas de elevação e
de queda. mantendo-se os depósitos aproximadamente dentro da mesma ordem de
grandeza.
Outros
DK 12.50%
2.74%
SR
15.85%
GS FR EP
2.74% 3.96% CH
4.57% 14.94%
Inst./Fun.lCP/Univ.
4,57%
,t..
Empresas
80,49% Tolal " 328 pedidos
~.13.8 Distribuição dos pedidos de patente relacionados a alimentos ou Ingredientes
~-..unaJS das subclasses selecionadas da área allmentlcla, depositados no perlodo de 1994 a
~ , de acordo com o tipo de titular-depositante.
~~"'nstitut08, Fund.=Fundaçôes, CP .. Centros de Pesquisa e Unlv.-Unlversldedss.
. Caetano, 2007 - Tase DSc. .
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓOICA NO SElOR FARMAC~vnco
Outr()s
23.4 %
" .---'" US
39,39%
eH
5.68% SR
4.17% EP
18,56% Total =264 pedidos
Grâflco 13.9 Distribuição dos pedidos de patentes relacionados a alimentos elou ingredientes
funcionais de Empresas, de acordo com o país de origem do titular-depositante, que foram
depositados no perlodo de 1994 a 2003.
Obs: US -Eslados Unidos. EP- Escrllórlo Europeu de Patentes, BR .. Brasil. CH=Suíça. JP=Japáo.
Outros- todos 09 outros poises juntos.
Fonte: caeteno, 2007 - Tese DSc.
Outros
8.16
Total = 49 pedidos
Gráfico 13.10 Distribuição dos pedidos de patentes relacionados a alimentos ou ingredientes
funcionais das subclasses selecionadas da área alimentícia. depositados no período de 1994 a 2003
por Pessoa Física. de acordo com o país de origem do titular-depositante.
Fonte: CaetanO. 2007 - Tese DSc
Nestlé S A (CH) 42
I'-~',2007-T
.Solaa LLC (US)
... DSo
5
282 PATENTEAME/lfTO & PROSPECÇÃO ~ NO SE IOf1F~
250
200
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o t:::'l I n ....t:l.
A21D A22C A23B A23C AnO A23F A23G A23J A23l A23P
Subclasse da CIP
Gráfico 13,11 Distribuição do total de pedidOS de patenle , ' h absa ait,IeIms ou illgtedit!i 7
funcionais depositados no peóodode 1994 a 2003 por cada SlO ' [: J e selecionada da CIP.
Fonte: Caetano, 2007 - TBSe DSc.
13.8 CONCLUSÕES
• Onúmcro redurido dedcp6siLO!! no ano de Hl91 e o aumento b;tstantc ~iRnifka
óvo nC5leSdepó'>iI.O!!, princípalrncl1lc /lU período de I ~'!í a :WOO, dCtllonSII<I1';\1JI
o deúvo inreresse pcla área aJirncntíóa artSs a introdução de n()vo.~ aSpCCl().~ k....
gaís para regerem u 'i lema de palerllc5 nacional.
• ()os 3.(JOO pedidos de patelllc relativos ii área aHlllclllícia. deposiLados 110 perío-
do de 1994 a 2003 nas subclas'>CS seleciolladas da Seção A da CIP, 3 l,hi% pcrt n-
cem aos Estados Unjdos e 20,3i% ao Brasil. Os 32H pedidos de parentc relaciona-
dos a alimentos e/ ou ingredienles com car.lCterísticas fu ncionais, COI'" SpOIl-
dem;il 10,26% do tolal de depósitos reali~..ados no período.
• A participação ignificativa de grandes grupos indusu'iais internacionais, no~ de-
pó!rit~ de pedidos de patente para a clas.'>C dos ali mentos funcionais, sendo 11
grande maioria destes de origem americana ou européia, mostr,l a impol'l:mcia
de5tl:' segmento para a economia mundial.
• Fkou demonstrada tamhém que dentre os maiores depositantes de pedidos nes-
ta área. enconrram-llC empresas com área de atuação diversificada. Temos apre-
tet1Ç3 de empresa.~ dedicadas qua'>C que exclusivamente à <lrea alimentícia e tam-
bém empresas que se tomaram co nh ecid a~ pela al.Uação na área farmacêutica,
produt~ de higiene e cosméti c~, e que se voltaram também para a área alimen-
úcia. Isto demon5tra que a diversidade de atuação e o int.ercsse das empresas na
área de alimentos têm sido despenados .
• Para a área dos alimentos e/ou ingredientes funcionais a suhclasse cm que mais
houve depósitos foi a A23L que é bastante genérica e está definida na CI P corno
alimentos, produtos alime núoos e bebidas-não alcoólicas c que exclui prooutos
tais como produtos de farinhas, carnes, ovos, peixes, legumes e fnuas se mipro-
cessados, café, chá, leite, cacau e derivados, de/inidos em OUlms subclasses.
• A área mais específica de paLCnteamenlO, onde se concentrou a maioria dos de-
pósitos, foi o Grupo A23L 1/00, que se refere a alimentos ou produtos alime ntí-
cios, sua preparação ou tratamento. Dentro desta definição estão incluídos: ml....
rodos gerai~ de c07imento, remoção de compostos indesejados e tratamento tisi-
co, doces em geral, produtos de mel, cereais, massas, produtos à ba.~e de malte,
processamento de grãos, frutas e especiarias, produtos à base de carnes, 0\'08 e
frutos do mar e produtos dietéticos.
• Os principais compostos bioativos relacionados aos alimentos c/ ou ingredientes
funcionais, a que se referem os 328 pedidos de patente avaliados durante o traba-
lho de pesquisa são relacionados aos compostos fenó licos (flavonas, isollavonas,
polifenóis), proteínas e alimentos de natureza proléica (aminoácidos, lcucina,
caseína) e as fibras (polissacarideos nã<ramiláceos - cereais).
PATENTEAMENTO &PROSPEcçÃO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMAC~unCO
• VC'ril1cn C' (Iue lIiferença~ n.os conceit.o~ ad.otad.oS tant.o para os a1iment.os quan-
lu pm'll os hl)(Tec1iel1les funci.onais em vários países é um fator muito relevante
pil!".! 1\ nvaliaçilo do rle~envolvimento de pr.odut.o~ e processos r~lacíonad.os a ~s
les. bto porque pam um .o c.onceito é restrit.o e só c.onsidera os alimentos propna-
mente dit(~~. arlicionad.os .011 naturalmente contendo um ingrediente funcional.
l'am .oIIU'O.~. de vI~"o mais abrangente. n.o conceito p.odem ser incluídas as vitam~
mu isolada.~. as cápMIIa!! c.ontendo um ingrediente específic.o, os suplementos ali-
mt'nlid.os .
• A av.\liaçií.o d.o desenvolviment.o destes pr.odut.os e process.os também é afetada
pela rlilicllldade de tratament.o da fr.onteira que faz a distinçã.o entre aliment.os
.ou ingredientes funci.onais e .os medicamentos.
'. QucstÚ.o de grande relevância para a área d.os alimentos funci.onais é a capacidade
de as indústria!! a.o mesm.o lempo em que desenv.olvem produt.os patenteáveis, de-
monSlrclrem .os benefícios clínic.os destes, para que os mesm.os possam atender às
demandas das populações por produtos cada vez mais saudáveis e que possa ser
;tgreg-drlO valor aos produtos desenvolvidos.
13.9 REFERêNCIAS
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