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PREFÁCIO

A presente obra tem por traço marcante a oportunidaik da dÍM:u.'f4át, qw: pmpiíe. Sero
pretender respostas acahada~, os organizadores inKtaram Ofl autCJr~ a d$;uúr ..riú.ca c:
didaticamente sobre diferentes a.~pectosdo sistema de propriedade intelt:ctual, p;uúcu-
f,
larmente no que tange à inoV'àção farmacêutica. O rt.'!Iultado foi maior do 'jll(: pr(~...
mado. Abordando tema.~ que vão da prospecção tec:nológica á (..xplor~ãt) ec.oninníca
das patentes por empresa~ e universidades, o texto se aprt!1!enta comú um mosaico de
contribuições que desvendam facetas do sistema de propriedade intelectual ainda p0u-
co discutidas no Brasil.
Os sistemas de patentes e sistema~ similares de proteção foram concebido. orí~
nalmente como sistemas de incentivos à invenção e à inovação, ao garantirao5 invento-
res e criadores a retenção, ao menos parcial, do valor económico adicionado por- 5C!'lIS
inventos nos mercados. Tais sistema~ se revelaràm muito mais do que apenas ÍMO.
Eles se revelaram, também, como importantes fontes de informação, como jJJ:5UU-
mentos de promoção e articulação de investimentos e, finaJmente, como pilares in5rinric.-
nais necessários à sustentação de estruturas cooperativas de pesquisa e ~imenfO.
São hoje reconhecidos, quase universalmente, como in~trument05 que JXXk-m catdjear o
esforço de inovação e promover o desenvolvimento, ao incentivar inovadores tradióonaise
produzir canais para a inclusão de novos atores nas redes globais de ÍJlo\'aÇào.
Como se pode depreender da leitura que segue, constituir um sistema de patentes
que cumpra com tais funções não é tarefa simples nem tampouco isenta de conlJ"adi-
ções. Apesar de baseado em regras simples - essencia1mente na de privilegiar apenas o
que é novo e decorrer de esforço criativo, o sistema é complexo em sua implemenlaÇio.
e requer permanente monitoramento e ajuste às transformações que se operam nos
campos científico, tecnológico e comercial.

I
j
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SETOR FARMACêuTICO
VIII

An.mplexidade emana de diferentes fontes. Os documentos de pat~ntc~ rev~laOl


o conteúdo que pretendem proteger. O fazem, em princípio, por ncce~~Ic\ade: nau II(!
POdt'l"ia exiRir de ningu é m respeitar direitos sobre inventos não dados a ~()nh(~(,I~ r. O
segredo industrial, alte rnativamente, evitaria este problema, mas seu custo c qua~ ~ m­
pre de masiado alIO: ele impõe enorme complexidade contratual sempr~ que ~ faz ne-
cessário abrir o conhecimento mantido em sigilo a novos atores, o que c qua.'IC lICOlpre
comercialmente necessário. A natureza da patente, como publicação com valor d e C8-
cdtura de propriedade, reduz dramaticamente este custo e promove a proteção a? m.c II-
mo tempo em que amplia o estoque de conhecimento alcançável por qualquer mdlví-
duo ou organização, desde que a patente, de fato, contenha a informação necessária, c
que essa informação revele algum resultado efetivamente alcançado que rcprellCntc
algo verdadeiramente novo para a técnica. Patentes mal redigidas, imprecisas em lICUII
limites, ou que estendem a proteção ao quejá existia ou ao que ainda não se conseguiu
alcançar, podem ter efeito oposto. Prejudicam investimentosjá realiz.ados, interrom-
pem programas de pesquisa e desenvolvimen to promissores e geram con trovérsia'J udi-
ciais de elevado custo e demorado desenlace. Por essa razão, optam quase todos os F_'1 ta-
dos por examinarem cada patente em oficinas especializadas.
Por conterem, quando bem construídas, a descrição das tecnologias de modo ex-
tensivo, e por situarem de modo preciso seus detentores e as pessoas que as geraram, os
documentos de patentes se tomam importante fonte de informação tecnológica. Em
seu conjunto, constituem o mais completo banco de dados sobre o estado da técnica, a
partir do qual é possível ter acesso não apenas ao conhecimento tecnológico gerado (e
que está ou estará à disposição de todos), mas também a quem fez e faz inovação e fui es-
u<ltégias que cada agente percorre. O resultado é a imediata criação de um balcão de
tecnologias que se organiza como um mercado. A cada um se toma possível idenúficar
conhecimentos que lhe são úteis e cuja utilização pode ser negociada com seu detentor,
assim como competências que podem ser localizadas e chamadas à cooperação. O siste-
ma de patentes se revela, assim, socialmente muito mais eficiente na geração de inova-
ção que os sistemas conUdtuais de proteção de segredos industriais.
Como todo mercado real, constitui-se o me,rcado de conhecimentos protegidos; con-
tud~, ine~tavelment~ impe~~ito e assimé,trico. E necessário dedicar esforço à sua compre-
ensao, seja para toma-lo maisJusto e accssl\/CI, seja para empregá-lo de modo efetr.'O. As dis-
cussões proJ>O::itas nos ~if~rentes capíntlos em tomo do acesso ao conhecimento protegido
e da exploraçao economlca das patentes revelam a nanrreza dessas dificuldades.
. O sistema promove a .revela~~ do con~ecimento tecnológico e representa alter-
na~va segura aos segredos mdustnals, mas nao elimina totalmente dificuldades na utili-
za.çao legal do conhecimento nem elimina o dsco de apropriação ilegal por terceiros.
Dificuldades neste campo existem em todos os lugares• mas sao- especialmente senndas
.
quando, como ocon-e 1:0
BldSiI, nào há Cltltura inovadora consolidada, e mellos ainda
uma cultura de proteçao e respeito à propriedade intelectual.
A melhor forma de participar dos beneffcios da infonnação dis '. I . d
patentes é entendê-lo como estnnura cooperalh", 'b' pon",- noSJS(f'ma _ e
, e contn Ulr para a sua romtruç"do.
PREFÁCIO
IX

o ace~o ao conhecimento de terceiros é mais facilmente negociável quando há. cm COrl-


traparllda, conhecimento a oferecer, e a proteção é mais dCtivd quando interessa a múlti-
plos atores e pode ser feita de modo também cooperdtivo.
. Pont.? ~e partida para participar de tais arranjos abertos de produção e proteção
da movaçao e compreender a natureza incrementaJ do conhecimento humano e do de-
senvolvimento tecnológico que dele decorre, natureza essa que se vê retletida no SiRLC-
ma de patentes e nos sistemas similares de proteção da propriedade intelectual. No
cam.po das paten tes farmacêuticas, como nos demais, se impõem entender a natureza e
os dIlemas da proteção da inovação incrementaJ. Este tema é distintamente abordado
em diversos capítulos desta obra e particularmente endereçado no capítulo dedicado
aos segundos usos farmacêuticos de substâncias conhecidas. Comparece ainda, de
modo especialmente relevante, quando se aborda a proteção nos novos campos de
fronteira tecnológica, como ocorre nos capítulos dedicados à Biotecnologia e à
Nanotecnologia.
Nesses campos, inexistentes quando do desenho do sistema de patentes, antigos
desafios se impõem à reflexão com roupagem nova. A fronteira entre ciência e teenollr
gia torna-se menos límpida, e com ela esvai-se também a distinção simples entre o que é
invento, e portanto patenteável, e o que é mera descoberta, para citar apenas um desses
desafios.
A nãlrpatenteabilidade da ciência se deve não apenas à existência de outros incen-
tivos para a publicação desta particular natureza de conhecimentos, como também à es-
petacular capacidade de transbordamento dos conhecimentos básicos para o campo
das aplicações. A proteção de conhecimentos providos de taJ característica representa-
ria sem dúvida estímulo adicional à publicação, mas a complexidade contratual que de-
correria do grande número de citações terminaria por restaurar a complexidade con-
tratual que o sistema pretende eliminar ou pelos menos reduzir, e no agregado poderia
significar menos inovação, e ~ão m a i s . . _
Pelo que neles se sistemalna, e por tudo que amda falta entender sobre as questoes
neles abordadas, os textos aqui reunidos representam importante leitura para os inte-
ressados no tema da inovação, seja sob a perspectiva do Estado e da elaboração de políti-
cas públicas, seja sob a perspectiva singular de cada produtor de inovações.

Jorge de Paulo Costa Ávila


Presidente do Instituto Nocional do Propriedade Industrial - INPI
· .~

APRESENTAÇÃO

A dinâmica do Setor Fannacêutico tem como um dos pilares o patenlCamento e por ou-
tro lado a nec~dade do continuo acom(X\n hamento e da prospecção como ferr.unenta
para traçar diretrizes quer de inwstimemo. quer de pesquisas e dC5Cm'Olvimento como
subsídio a tomada de decisào dos órgãos governamentais, cmpres:ários e a 3C3dcmia.
Este livro tem como principal o~ieth'o unir a prospecção tecnológica com a paten-
te com foco no setorfarnlacêutico. Para tamoos capítulos que ocompãem são fnllosde
teses de doutorado e de dissertações de mestrado defendidas no Programa de PÓ5-Gra-
duação, Tecnologia de Processos Químicos e Bioqlúmicos da Escola de QWmica da
UFRJ, na área de gestão e inowçào tecnológica sob minha orientação.
O primeiro capítulo trata de como a patente é explorada no mercado económico e
as percepções da Universidade, no caso a UFR] sobre a importància e as dificuldades no
patenteamento.
No segundo capítulo dedica-se especial atençào à proteç.à o indu.strial para o setor
farmacêutico. Aborda o conteúdo do documento patente, além de demonstrar diferen-
tes modos de explorar bases de dados de patentes.
O capítulo três trata do uso de patentes como infonnação tecnológica. As patentes
são utilizadas, como indicador bibliométrico. para analisar o desenvolvimento tecnol&
gico em diferentes países.
O quarto capítulo explora o patenleamento na área da biotecnologia. os autores
demonstram a necessidade de monitoramento dos direitos conferidos pela patente.
através da interpretação das reivindicações patentárias. fcl.2endo utua introdução sobre
as formas de infração e um histórico sobre as reivindicações e a aplicação da Doutrina
dos Equiwlentes no Brasil e nos Estados Unidos, apresentando um exemplo de deóiio
judicial em biotecnologia envolvendo a aplicação da doutrina dos cquivalelllC':So.
_ _ '''ENTO E PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA
~ Fl\."lMAc8mCO - PATEN I t:I"I'" _

, , , , -l I . 'er utiliz."Ido na análise e na solicita_


\llnro <.l'-"UOO .VfiJ........ lUll m o ..t' o para s , d ' ,
-'-r- r --r- ' 'cd ct ' . tde<:wal aphea a a pesqtusa
çkHb ~-.it dt1l$ ~tlllltios rd~lti\Us a propn a e III ,_ ' , ,
, • . s Le,nslaçoes dos tem tonos
erl _. :uh'1.mentock pblll~ese\.~dem,tdos.. A1t'rta par,1 ,\li '" _
. ~~_ ~
. po de pn.>tt,~1O
o e'St:'t> - sera' mm:.'- U""\lll1ente
li' t:>
ou
,
nao. , " '.
~ '- '''',--''' _ _" .' . , . d thecimento em plantas mediclIlals brasllel-
. OlpIu b ~O<:1.U\.'Ull(lt' ,\ ~~\O OCO( d d' 'd
~ ~. . - "'_~"" ~ _'d d o n.'Ús mais ,iro em tennos
~ ",,,,, em ' -l st:.HJ,nt" o o m ,,,,,, e COI\S.l er.\ o r ai' d h ade
e lversl
• -~~ ltma \'tt que detém cem, de 15 a 20% d.,lS espécies de pl~~lS, em, e ospe-
tb.r . dot!. ~~t"1llaS m,ús fÍ(." (lC'iOO pbneta em mimero de espeoes vegetms. A pros.-
P"C\~!o ~ n-.:ili:l'Aeb em -! ~itórios intemacionais de patentes. sendo id~n~licado I ~ 1 de-
, ' [li$. fri no l"'Pt ell\'\)h~o sete empresas e oito instintições publicas, d~ vinte e
cint:-Qn:npr~ pri\3C.bs e mIaS insüntições de pesquisa esu-angeirns. ~ prospecça~ ~pon­
UO .& - COD.lOo pos;\:clst1.1\mdomerGIdodepatentemnento mundial ~m cosmeucos"
O 0lpÍlUk.~ '; aborda a ~pecçào em biotecnologia com foco emfannacos e r.n edl -
C",uneutl"lóS.. O glande mimem til" patentes deposit.ld,lS leva à cO,~stataçao de que, a mter·
~ào (ile:ste seiO(' ('()fU esta tecnologia portadora de futuro Ja pode ser co~s,?erada
romo opoll'tullKbde para o desem:ohimento e a ampliação do setor farmaceuuco.
O oira\u c::spítWo prnrpect,l as p.'\tentes pela classificaçào in ternacional em nano-
~.u e su a respecm.... <\plica~-.i.o nos fánnacos. É observado que os d epositantes de
p1t~tes btN:Ulll g,tnmur os direitos de propriedade de fonua mais ampla possível e
que no ~l em lTbçào aos medicamentos Q câncer é a principal doença a ser u-atada
peh oan<.ll«nologia
O nono capimlo fui dedicado ao patentemoeoto dos compostos químicos farma-
ciubcos atr.nê> das rei,indicações MarK\lsh. Est.1S reinvidicações devem estar devida-
meUle suportada's pelo relatório descriti\'Q. Quanto ao exame, torna-se necessária a
exNnxD de regIas baseadas tanto nos conceitos fundmnentais da química e da farma-
m..tica O)Q)O ll3S ~u\'-as Leis de Patentes, Nesse sentido, os autores demonsu-arn
qu<," se teria melhor' dareza e precisão para a avaliaçào dessas reivindicações, principal-
mente q uando do e.x ame dos pedidos de patente para medicmnentos, os quais afetam
~nlellle a saúde com relação ao acesso aos mesmos.
~o dêrimo capímlo tratamos a questão do patentemnento de novos usos médicos
no ~or-f.um."lCiuÔ<O.. tendo em \ista este asslilltO englobarem aspectos polêmicos e cun-
UO\~J'SO> e, nem sempre, as discussões sobre este terna sào clm-as e conclusivas. Os autores
n:=UtllD qlle' <l. doutrina asstunida por cada país ou região está fortemente associada às
~ éri<as, sociais. politicas e econômicas relacionadas ao patentemnento desta ma-
tnn. A.~m. no que-tm1ge: à proteção das invenções de segundo uso médico, não há um
~ sobre seu pClt~ntemoento: cada país ou região tem adotado suas próprias inter-
~dopontodensta da legalidade da proteção conferida e dos requisitos gerais de
JXl1eIlleabiliWde. influenciados pelas demais questões relacionadas ao tema.
O .~ittl() primeiro car!n~o P~.ra ~ utilização de óleos essenciais, terpenos e
~ no setOf' tànuaciUtK:O aliado a biotecnologia. Os resultados dizem respeito
~aplit:açõesindustriaisdescritas nas patentes concedidas pelo Escritório de Marcas e Pa-
tnltes ~e-Americano, enfatizando a Classificação Internacional das Patentes comO
principal felTamerlla ta.'(onõmica.
APRESENTAÇÃO XIII

() ctl'cimo segundo capítulo trata da prospecção tecnológica em fármacos com


a\";\u tlltX'rrulost,itica. Nesse sentido, foram apresentada~ as potencialidades das ferra-
llu-nt<lS de gestão do conhecimento at.ravés da aplicação da metodologia da Roda do
Conlwrimento, que visa sistematizar em oito passos lógicos o modo de transformar
dad\) cm informação e esta em conhecimento.
O dfcimo terceiro capítulo usa a prospecção tecnológica nas patentes relativas aos
alimentos funcionais no Bra~il. Identifica-se um aumento significativo nos depósitos en-
tre 1995 e 2000. São analisados 3.000 pedidos de patente depositados, levando-se em
conta a~ sulx:lasses da seção A da classificação internacional de patentes. A questão de
grande relevância nos alimentos funcionais é a capacidade de as indústrias, ao mesmo
tempo em que desenvolvem produtos patenteáveis, demonstrarem os benefícios clíni-
cos destes, para que os mesmos possam atender às demandas das populações por pro-
dutos cada vez mais saudáveis.
Nesse sentido, caro leitor, desejo excelente leitura.
Adelaide Antunes
Coordenadora do livro
·,.,

SUMÁRIO

1 A EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO


DA PROTEÇAO PELA UNIVERSIDADE . . . ... . ... ....... . . . .. .. . 1
Flávia Merola; Neide Aparecida Ayres; Adelaide Maria de Souza Antunes
INTRODUÇÃO .... . .... .. ........... ...... .. . ..... . .... ... . ............... ... .. ... .. 1
I.I PROPRIETÁRIO , DETENTOR OU T ITULAR DE UMA PATENTE ....... .... . ....... . .... 1
1.1. I Invenção do Empregador . . ........... . .. .... ... ..... .. ... .. ....... . ... . .. .. . . . 3
I. 1.2 Invençào do Empregado .. .. .......... .. ... ..... .............. .. ....... .. ...... 3
1.1.3 Invenção Mista .................. .. ............ . .. ........ . .............. . .... 4
1.1 .4 Ganhos Obtidos pelo Trabalhador Autónomo. Estágiário, Empresa Contratante e
Contratada. Administração PlÍblica Direta e Indireta .. .. ..... . . ... ... .. ...... ... .. .. 5
1.2 USO DA PATENTE E A EXPLORAÇÃO POR TERCEIROS . . . ............ ... .. . .. .... .. .. 6
1.2.1 Licença Compulsória por Falta de Uso ......... . .. . ....... . ....... . . . .... .. ...... . 7
1.2.2 Cad ucidade por Falta de Uso . . ... .. ..... . .. . . ... ... . .. ... . .. . .... .. .. .. ... . .... 9
1.2.3 Contratação por Terceiros ................. . .. .. .. . .. . ....... . ............ .... .. 9
1.2.4 Depósito e Exploração da Patente pelo Próprio Titular ...... .. .............. .. ..... lO
1.2.5 Uso da Patente Através da Transferência dos Direitos do Titular e pelo Dispositivo da
Concessão de Licença para Exploração por Terceiros ..... . ... . ........ .... .. . . .... 13
1.3 UNIVE RSIDADES E AS vÁRIAS MODALIDADES DE LI CENCIAR UMA PATENTE .. ...... . 15
1.3. 1 Universidades e Uso da Patente em Contratos para Constituição de uma Nova
Empresa - as Incubadoras .... . .. ... .. . . ....... . . .......... ... . .......... . . .. . . 16
1.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................. ...... .... . ........ .... ........ .. ...... 17
1.5 A UNIVERSIDADE NO MUNDO GLO BALIZADO DE HOJ E .. . . . .. ... .................. 18
. 1.5. 1 A A~oção de um Novo Paradigma na Universidade: A Inovação Tecnológica ... .......• 20
1.6 A POSIÇAO DA UF~ FRENTE A ESTE NOVO PARADIGMA ............................ 20
1.6.1 As Percepções dos Prin cipais Patcntcadorcs da UfRJ. na Área da Química . . . ...... .. .. 22
1.7 CONS I,?ERAÇÕES fINAIS . . ......... . . . ...... . .. ........ . .. ...... .. . ...... ...... . 26
1.8 REFERENCIAS ... .... . . ... .......... .. .. .... ... . .. . . . .... . ... . : .. . . .............. 27
xx PATENTEAMENTO & PROSPEcçÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~~
"--'
2 A ESTRATÉGIA DO PATENTEAMENTO E A PROTEÇÃO
INDUSTRIAL DO SETOR FARMACÊUTICO ............ ........ 29
Lúcia Regina Femandes; Adelaide Maria de Souza Antunes
2.1 PROPRIEDADE INDUSTRIAL .................................•..............
• . .. '. 2<J
2.2 ANALISE ESTRATEGICA DE DOCUMENTO DE PATENTE ..................... . " ..... 3Q
2.2.1 Conteúdo do Documento de Patente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . .
, t , .. • • • • • • ••. 30
2.2.2 Estatlstlca de Documentos de Patente .................................. .
. • • •. . •....... 35
2.2.3 Ident~f1caç~o das Estrat~g~as de Pesq~lsa ......................................... 3n
2.2.4 Idenlt~caçao das Estrategla~ de Deposltos .... : ............................... ' ... 3i
2.3 A PROTEÇAO INDUSTRIAL DO SETOR FARMACEUTICO ..... . .................... ~
2.3.1 Modos de Proteção ...................................................... '. '. '10
;:~ ~~SI~ERAÇÃO FINAL ..................................................... " : : : 41
RENCIAS ....................................•........................ " ... 41

3 USO DE PATENTES COMO FONTE DE INFORMAÇÃO


TECNOLÓGICA . ...... . ............................ ...... 43
• Adaílson Santos; Adelaide Maria de Souza Antunes
~ 3.1 BIBLIOMETRIA: UM POUCO DE HISTÓRIA......................................... 43
3.2 O DOCUMENTO DE PATENTE ... .... ... ......... .... ... ........... ... ..... '" .... 45
3.3 EXEMPLOS DE BASES DE DADOS E CAMPOS DE BUSCA ................. . ........... 47
3.3.1 Base de Dados Norte-Americana de Patentes .............. ................... " . .. 47
3.3.2 Base de D~dos Brasileira de Documentos de Patentes .............. . ...... . ........ 50
3.4 CONSII?ERAÇAO FINAL ....................................... .. ................. 50
3.5 REFERENCIAS .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........... .. ... 50

4 PATENTEAMENTO EM BIOTECNOLOGIA: NECESSIDADE


DE MONITORAMENTO DOS DIREITOS CONFERIDOS PELA
PATENTE ............ ... .... . .... ......... .. . ..... .. .... 53
Ana Cristina Müller; Nei Pereira Jr.; Adelaide Maria de Souza Antunes
INTRODUÇÃO .. . . ....... .. ......... . .............................................. 53
4.1 INTERPRETAÇÃO DAS REMNDlCAÇÕES E DOUTRINA DOS EQUIVALENTES ......... . 58
4.1.1 Re ivindicações e Doutrina dos Equivalentes . . ....... . ................. .. . . ....... 59
4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... . ...... .. .. .. ..... .. .................. . ........ , .. 66
4.3 REFERÊNCIAS .. ..... .. .. .. . . .. ....... .. ... . .... . ....... . . ... ................... 67

5 A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA À PESQUISA E


AO DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS E SEUS DERIVADOS:
MODELO PARA A ANÁLISE E SOLICITAÇÃO DE PROTEÇÃO 69
DOS RESULTADOS . ..................................... .
Adriano Campos Moreira Britto; Nei Pereira Jr.; Adelaide Maria de Souza Antunes 69
INTRODUÇÃO ................................ . . ................ .. ................. 70
5.1 TEMAS DE PESQUISA NA ÁREA DE PLAl'<'TAS E DERIVADOS ........ . ................. 71
5.2 A PROPRIEDADE INTELECTUAL - UM PANORA."AA GERAL ............ . ...... . ... , .. : 71
5.2.1 O Sistema de Patentes ............. . .................................. , ... , :: . 77
5.2.2 A Proteção de Variedades de Plant as .. ................................. ' .... : ... 79
5.2.3 O Trips (Trade Related Inte/lectual Property Rights) .............................. .
XXI
SUMÁRIO

5.3 AS Lr<;ISIA<.ilp.') OE PROPRIEDADE INTEI.ECl1JALJWUCAOA<; Á.<; PIAlIo'A.<; E


I)F', ''IVAI)OS
no _ •• • •• •• ••• • •••••••• • •• • •••••••••• • •••• •• ••• .............. ........... 8()
!tA MODf'.I.O P"'RA KEQUEKrR () l'ATf.NTFAMI'.l\'O DOS RFS\.íLTAOOS Df: Pr.';QUISAS
COM I'I..ANTAS~: m :KIVAJ)()S (I' FA'if.: ANÁLISE DOS IU'.';UUAJ>OSJ ... . . . . .. . • ·· .... 82
~•.5 MODEl.O ..... KA Kt:QUf.IU'. R O PATf. NTEA~f.STO DOS Rf.S U LT!,OOS f)~
"~:SQUISAS COM 1'1."'NTAS F. DF:RIVAOOS (2' fASE: ElAOORl\ÇAO. OF.posrrO [
TAAMrJ AÇÁO 1)0 WOU)() IlE IWIl-:Nlr.) .. . ......... .. . ... .... . ...... . ..... ....... 89
5.6 ( :ONSf()EKAçÓt:S FINAIS E JU:COMI'.NIJAçól'_<; . .• ..• • .... ••. ....•..... .•. .••.•.. •• 100
; J.
u"""-·
• 7 nL"- ,,I·... j~'(
L"r " H
~ .lJ"\.J . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . "
••••••.••••••••.••••••••••• 102

6 GESTÃO DO CONHECIMENTO EM PLANTAS MEDICINAIS


BRASILEIRAS ..•.....•.....•...••.•..........•......•••. 103
Lúcia Regina Fernandes; Adelaide Mona de Souzo Mnnes
INTKOI1UÇÃO ..... ..... .. ..... •.• .... . ... . .. ... . ... .... ....•. •..........•.. . .. .. . 103
6.1 DEfiNIÇÃO 00 MODf.LO ...... . ............................ .. .................. lO5
6.2 Mf:TOOOLOGIA Ul1L1ZAOA ............................................. ....... 106
1i.2.1 Lt'V'd.MtalTlenlO d,.. l'fantat Medicinais ...... . ........................... .. ...... 106
6.2.2 llullCa doo Documentos de P"lml" ..••• " ..................... . . .. __ .. . ........ 106
6.2.3 Proce5~mcmO r: Análí... . ................. . . . . . ....... . . . .................. _. 107
6.3 ANÁUS\': 005 RF,SULTAJJOS . ...••.. • ...•.• •.. •.•. . ....•.••••• • ..•.. • • . " '" ••••. 107
1i.11.1 Oocum"ntOll do t:.critooo do Braoil-ISPl ................... . .. .. ............. . 107
6.3.2 l)o<:II",,,nIOll dOI úcrilórioo USI'TO (Americano" EI'O (Europeu}.JAPlO Oapon~)
r: WII'O (Mundial) ..... . ..... • . •.....••.••.•••....•...•.•...••••••••...•. ... 116
liA CONSm\':AAçóF.S FINAL<; ....................................................... 127
6.5 KEFt:IÚ:SGIAS ........•..............•.......•..•...•.••.•.•..••...... ...•.. .•. 123

7 PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM BIOTECNOLOGIA COM


FOCO EM FÁRMACOS E MEDICAMENTOS •....•.•.••..••••.. 131
Ângela Cristina Pereira Ribeiro; Mario de Féníma E.tde de Saxooo;
Adelaide Mafia de Souza Antunes
INTKOOUÇÁO.. . . . . . . . . . .. . . ... . . . .. ... •.. . . . .••.. . •• . .•.... •. . l~l
7.1 PANORl\MA DOS MERCADOS OE BI()'f[(......Ol.üC.t.' FAJUL\ci:L-néóí' ..........•...
MEJ)JCAMf~!\'TOS •.... . . . .. . . . . .... .. . . .. . .. . . .. ...... .... . . . 132
7.2 PROSPECÇÃO l1::.CNOLÓGICA F_\t BI(}T[.O;OLOGlA E fÁR.)L\COS üTiü~;,;oo .. .-.
PATENTES .. .. .... ... ............. ... . ..................... . III
7.3 DOCUMt] \ITO DE PATENTES. C1..ASSIFlC.'ÇÁO JXfER.""OO:-.iAL E-~""" - •.••••
DE I'AITNl-ES .. ............................................... ,. 13õ
7.4 CI.ASSln ~ÇÁO ISTER.'1ACIOSAL DE PA-m."'fES .... _......... _.••• ~ :::: :::: :: ::: 136
7.5 PROSPECÇAO !"A.<; BASES DE PATLVTES SOBRE O SETOR F.\.Il\1ACtL1100
A<;SOCIADO À BIO'n:Cl\:OLOGL\ .............................. _................. 142
7.5.1 l'.5u-alégÍlU d., Bmca na f.5PACESET ............... .. . _... . .. .... __ .. _.. .. .... . 143
7.!i.2 úlralégia de Bwca na Basr SPTO ... . ......... ...... ...... .... ..... . ..... _•.• 1-6
7.5.3 F..Jlralégi:t dr: BUSClIS na liSPTO .. - . ................................ _..... ...... 148
7.5.4 F..!Iu-alél(ia d.., Bmca lU &a.edo IXPl .. . ...... ...... .. ....... .. .. __ . _... _'" _.... 150
7.:.,5 E. ln I~ de Bwca·Bast On-..'mt Inno...uon I.ndn•. ..•....•. ... ... . . .. .... _. .. _• I SI
, 7.6 CONCI.USAO ............. - ... - ....•......•. • ..... • - . . . - ••••• . .. - _... .. • _. " • .. ISã
7 .7 RJ'.FERÊNCIAS .. ......... . ... . ..... .. . .... ........ - ... -.. .. . ... ~ --- -- .. - . _-- --._ .... I:"':'
~
XXII PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~uriC<l
--...::

8 ANÁLISE DE PATENTES PELA CLASSIFICAÇÃO EM


NANOTECNOLOGIA E SUA APLICAÇÃO EM FÁRMACOS . . . .... 159
Mario Simone de Menezes Alencar; Adelaide Mario de Souza Antunes
I NTRODUÇA'Oo .... .. .... ..... .. .... . . . . . . . . . . . . . . .
...... . . . ...... . ... . . .. .... . . . . . I''ii)
8. 1 HISTÓRICO, . . .. .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .... ..................... ... " , 1'''' <0
8.2 MERCADO GLOBAl • • • • • . • • • • . • • • • • • • • • • • . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . • . • ' . 1<1
.~ lJ

8.3 NANOTICOIOLOGIA NO BRASIL ............... . ... : . '.: ...... ........ ......... . IIi'!
8.4 PROSPECÇAO EM PATENTES COMO FONTE DE TENDENCIAS .... , ..• •• .. . . •.... . .. I ~
8.~ MET~)DOLOGIA DE PROSPECÇÃO . .. ... . . ... ... . .. ...............•• •. .... •.... ' . I ~
8.6 BASE DE.DADOS DE PATENTE:> ...... .... ... ... . ..... .. ...... . .. • . .... ' " '" ". IIii
8.7 ESTRATEGIA DE RECUPERAÇAO DOS DOCUMENTOS ...... . .. . . .... . . ..... · .... . 16:\
8.8 DETENTORES DF. TECNOLOGIA E MERCADOS PROTEGIDOS ....... ... ...•. .... " . . I f~
8.9 ORIGEM DA TECNOLOGIA ... .. ............. . ... .... ......... . ...... . .... . .. . . l fi;
8. 10 DETENT<;>RES DAS TECNOLOGIAS DE O RIGE:M BRASILEIRA .. ......... . . . ......... liO
8.11 PROTE~O DA TECNOLOGIA NO MUNDO ........... ... ... ... .. ·· .. ... ·· ..... . 171
8. 12 PROTEÇAO DA TECNOLOGIA NO BRASIL . ... .... , .. .... .. .... .. '.. . . .. ...... .... Ii!
8.13 ~RINCIPAlS DEPOSITANTES EM NANOTECNOLOGIA NO MUNDO ........... . . ... . li5
8.14 A~ DE APLICAÇÃO ..... ....... . . . ........ ... ...... . .... . . ..... .. .... . . .. . 17i,
8.15 ANALISE EM SEGUNDO NÍVEL: PATENTEAMENTO DE NANOTECNOLOGIA EM
. FÁRMACO~ SINTÉTICOS OU BIOTECNOLÓGICOS / MEDICAMENTOS ........ . ..... li6
8.16 CONCL;USAO ........ . ....... .. ...... . .. . .......... .. ........ . ............... . 179
8, 17 REFERENCIAS .... .. .. ... . . ..... . ... . .. . ............ . ... . . ........ •........... 180
.,
9 PATENTEAMENTO DE COMPOSTOS QUíMICOS
FARMACÊUTICOS - REIVINDICAÇÕES MARKUSH . ....... . o • • • 181
Queli Cruz Bastos; Adriano Campos Moreira Britto; Adelaide Mario de Souza Antunes
INTRODUÇÃO .. '.' ................. . .. ... .. '0 ' •• ••• • • • • • • •181••••• • • ••••••••• • ••• • •• ••

9.1 REMNDICAÇOES DE COMPOSTOS COM "FORMULAS MARKUSH" .... . . ............ . 1


9.2 PROBL~MAS ASSOCIADOS A REMNDlCAÇÕES "MARKUSH" .... .. .....• . ... ... ... , . lti
.' 9.3 SOLUÇOES PROPOSTAS . . ... . .. . .... . . .... ...... . ... ..•....••........ . ........ . I!YJ
9.4 CONCLUSÕES .. ............ ... ...•.... .. ...••... ... ......... • .. . ... . .. . .. .. ... 191
9.5 REFERÊNCIAS ..... . .... . •• .. ...... ... ... .......•........... .. ... .. ............ 191

10 QUESTÕES NO PATENTEAMENTO DE NOVOS USOS NO


SETOR QUíMICO-FARMACÊUTICO . .. . .. .. ............ . ... 193
Mario Lucia Abranches do Silvo; Adriano Campos Moreira Britto;
Adelaide Mario de Souza Antunes
o •
10.llNDUSTRlA FARMACEUTlCA ........ ..... . .............. . ............... . .... ..
19!
10.2 PROPRIEDADE INDUSTRIAL .. ... ........ ... ................. . ...... .. ....... .. 1 ~
. '
10.3 I NVENÇOES DE NOVO USO MEDICO . .....•... . .. ...... •• . .. . .. .. ... . .... . . . . .. .
196
. ~I
10.4 CONCl:USAO .. . . ... .............. . .............................. ... .. . .... ... 201
10.5 REFERENCIAS ... . •.......... . . • . • .... . . .... ...... .... . .... • . •.. ... .. .. ..... .. -

11 A UTILlZAÇAO DE ÓLEOS ESSENCIAIS, T~RPENOS


E TERPE~OIDES NOS SETORES ESTRATEGICOS 203
FARMACEUTICO E DA BIOTECNOLOGIA . ......... , . . . . ... .
Adaílson Sontos; Adelaide Mario de Souza Antunes ~
INTRODUÇÃO .. . . . .. . ..... . ... . ....... . ..... . ..........•.. . ...... . .. ... . . ..... . ' . •
SUMÁRIO XXIII

1 1.\ A VTI LlZAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS, COMPOSTOS TERPÊ.NICOS E TERPENÓIDF.s


PE1--\ INDÚSTRIA FARMACÊUTICA . ...... ..... . . ..... ............. ..... ......... 204
11.2 A APLICAÇÃO DA BIOTECNOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO DE INVENÇÕES
COMPREENDENDO ÓLEOS ESSENCWS, COMPOSTOS TERPÊNICOS E TERPENÓIDF.s . 207
11.3 LDENllflCAÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCWS, COMPOSTOS TERPÊNICOS E
TERPENÓLDES EMPREGADOS NAS INVENÇÕES DE NATUREZA FARMACÊUTICA
E BIOTECNOLÓGICA ................................................... . ...... 211
11.4 TlTIJJ.ARES.PROPRIETÁRIOS DAS PATENTES ENVOLVENDO A UTILIZAÇÃO DE
ÓLEOS ESSENCWS. TERPENOS E TERPENÓIDES PELO SETOR FARMACÊUTICO . . . . . 214
11.5 TITlJlARfS.PROPRlETÁRIOS DAS PATENTES ENVOLVENDO A APLICAÇÃO DA
BIOTECNOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO DE INVENÇÕES COMPREENDENDO
ÓLEOS ESSENCWS. COMPOSTOS TERPÊNICOS E TERPENÓIDES .................. 217
11.6 CONCLVSÃO .. . ............................ . . ............................... . 219
11.7 REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 219

12 PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AÇÃO


TUBERCULOSTATICA
' .... . ........... . . . .......... . .. . .. 221
Roberto Ganrni; Adelaide Mario de Souza Antunes
\1I.'TRODUÇÃO .... .. ... . ........... . .. .. ..... .. . .. ....... .. ... . ... ... ..... ........ 221
12.10 MODELO DA RODA DO CONHECiMENTO ... . ....... . ........ .. ............ ... 222
12.2 APLICAÇÃO DO MODELO: TENDÊNCIAS EM FÁRMACOS DE AÇÃO
ruBERCULOSTÁTlCA . ........ . ................. . ... ... ... . .. ...... . . .... . .... 224
12.2. I Principais Drogas de Ação Tuberculostática . ... .... ........................... 226
12.2.2 Busca de Dados . . ......................... .. ..... ... ....... . . . ..... . ...... . 227
12.2.3 Reformatação e Padroni7.ação .... . ................ . . • .. . ...... . . .... ......... 228
12.2.4 Organização da.. Informações .. . ................................•..... ... .... 229
12.2.5 Análise das Informações Tecnológicas ........ .... . .. ... . .... ....... .. ..... ... . 232
12.2.6 Tendências em Drogas Recomendadas pelo Ministério da Saúde .. .. ...... . ...... . . 241
12.2.7 Seleção das Informações e Tratamento Estatístico ........... ...... ...... ...... .. 244
12.2.8 Geração dos Mapas do Conhecimento .. . ........ . ... . . .. ..... " ..... . ......... 247
12.3 C,oNCLUSÕES .. . ....... . ...... . . . ............. .. . . ............. . . . ... ........ 255
12.4 REFERÊNCIAS ............ . .......... . .. ... ... ..... ... .. ..... . ....... . .... .. .. 256

13 PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA PARA PATENTEAMENTO


EM ALIMENTOS FUNCIONAIS NO BRASIL ....... . . ... .. . . .. 259
Mônica Fontes Coe tono; Nel Pereira Jr.; Adelaide Maria de Souza Antunes
13.1 A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS . ............... . .......... . ... . .... .. . . • . ...... .. 259
13.2 O INTERESSE DE PATENTEAMENTO NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS . ....... .... ... 263
13.3 ALIMENTOS FUNCIONAIS .......... .. . .. .... . ........... ... ...... . . .... . ... .. . 264
13.3.1 CLASSES DE AUMENTOS FUNCIONAIS E AS SUBSTÂNCIAS BIOATIVAS .. .. " . . . 266
13.4 A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO E O ACORDO DE PROPRIEDADE
1l'>'TELEC'TUAI............. . ........ . .. . ............ . .......... .. ...... .. ... . .. 268
13.4.1 Trips e os Países em Desenvolvimento ....... . ... .. .... . . . ....... ... ......... . . 269
13.4.2 Patente ...................... . ..... .. . ......... .. ..... . ..... . . ..... . ..... 269
13.4.3 Tipos de Reivindicações Protegidas por Patentes .... .. .......... .. ..... . .. .... . . 270
13.5 A LEI DA PROPRIEDADE INDUSTRiAL DO BRASIL (LPI N° 9.279/ 96) .................... 271
XXIV

\:\..1'\, \ A' K'i l\" m, ,~,ú H I<- f \~'~i\' k .101 " """,,,,,,,,,,,,.,, ." ... " ..... 27'l
1)\.1\ :\\'AU:\,,~\() nA \~"\)R~t'I..'..~ H'\ ~l'H\.\ K\I n l \)\~:t , ~~~1U Dr PATf.~ãf. .,,, .,, 27'2
I :\,1),1 A'~I\i",;\<\ QI,;\lil:lIl\, ,k 11m \);"' \\\110('\\1,. \1(' \';\""11.... , , • " , , , " , " " , , , , , " , , " .. . m
1~(\.~ A\""~\li\\~~ ," \~"' ;_\\"'~'''~\ "" l\.;""'\\\"""\\h' ,\(- ''''''''\lh' ................... ~ ....................... .......... ........ m
\ 3,' A I' R )SI''''.\X~~O ~\, \'.,'\~~Tf~ RHAT\\', ~ A ,\' .\\'~::-': "\ ~.' ;\U~tt::-,"'fOS
}." N( ~'()N ,t\"~~ ' ) l'R"~\\ . . .......................... .. ...................................... .... ............................ ........... 275
\:\.~ (,,:\)~(':\ .t j ~ .)\-"~ ...... .......... .. .... .. ............. .... .. .. ...... .. .............................................................. ...... ....... 283
1~ .~ Rl·:""''':\otf.Nc. ~, !\S .............. , ...... ..... .... ....... ', ............................................................................. . .............. ~
A EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DA ~
PATENTE E A PERCEPÇÃO DA PROTEÇAO
PELA UNIVERSIDADE

Este capítulo está dividido em duas seções; a primeira I dedicada à exploração eco-
nômica da patente e a segunda,2 à percepção de proteçào pela universidade.

Flávio Merola
Neide Aparecido Ayres
Adelaide Mario de Souza Antunes

SEÇÃO 1- A EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DA PATENTE

INTRODUÇÃO
A nova eslrUtura do mundo capitalista trouxe uma crescente necessidade de proteção
não só dos bens tangíveis. mas também dos bens intangíveis. hgem conseqüência das
novas formas de geração e apropriação do conhecimento, que deixaram de ser acumu-
lativas, identificando uma nova "di\isão política" do mundo, em países delc:'nlores de
conhecimento e em países consumidores deste.
Desta forma, a patente, um bem intangível que é, cada vez mais, desde a criaçào do
sistema internacion~1 ~e .proplied~de indusuial, lIn~a ferramenta de ncgociaçào, que
agrega valor ao patnmol1lo de seu utular, sendo um mSUl.lmento único para incentivar
a competitividade em um sistema econômico capitalista e altamente inovador como o
que se apresenta no cenário amai (PLANO GESTOR INPI, 2002).

1.1 PROPRIETÁRIO, DETENTOR OU TITULAR DE UMA PATENTE


A patente é um forte mecanismo para proteção de tecnologia, o único que ofert'ce CllS-
tos/ beneficios eficientes tanto para a sociedade como para o titular e inventol' de lima
patente.

I Desenvolvido por Neide Ayrcs e Adelaide Antunes.


• Desenvolvido po, Flávia Merola e Adelaide Antunes.
~ TalTFAMENTO & PAOSPECÇAO TECNOLóGICA NO SETOR FARMActUTlCo
I.
-
() Ar" , 't tl:1nm~\il\,i '\\0 Ft'{!c'. 1Urasilt'im. cm seus incisos XXVII c XXIX, prevê
,\\1(,,)"'1. t'I\II{"""\HI(\t\in.'\,,~ ~ pn:\lC uüt!:I.'lcliaÇÕ(:'s intclcctmlis Sócio os seus alll()re~ Oll cria.
,I'"~J\ ,'II\(' ~ 11m lil'\'\" 1I\~\\1'1. de ")("'l>onalldadc. 011 seja. um direito incrente à pe~'1()a
(hH r\ml\\r d,1 hW~'I\\,:\t) (nOR< ;ES. ~O(2),
U \\\\'\'mt \'tl\l muonk u\I\:\ 111\'\"1\(:10 é a pes.~oa ~lIe teve a idéia inicial da invenção
~/\)U p::\ft\ il~'\\ n:\ ~m\ t'M \1<1\0 c dCl'elwohimento. E o "mentor intelectual" da inven.
\'l\\). t'1I 1\1;;\\\1<) (\ ·tlt\ll.lr· ê o dmm Q\I pmplietruio da invenção, para quem o autor ce-
tk" o..~ ~\I:\ d"",ltu.'lI);\IIimonia.\s \"d~·rellt.t's a sua criaçào. Desta fonna, a patente é um
1~\Uim~\II\otto:.\\\t\)l" IX.I(\(' lldo ti :\\ltor/ il\\'t'ntorsero titular de uma patente (pessoa fi·
~k~\) . p •.\t' 11\<'10 dt' m\t\\licli,~O l'xprt'So...1. da ccs. \~io tot<t1 ou parcial dos seus direi tos. casos
cm '\lIe () hl\'\"IlIOl'h \\lh\l' tl';\.\\.~I(-rl· 0.'ISe1l8 dirt'itos patrimoniais. para que terceiros pOl!-
S.\I\\ ~:-o:pl\\nlr este bc:m. G\bc:'udo ('IlI~'io ao cedente. ainda que em casos específicos,
('\\\\)O IIn lkt'n~ ,\\:\(~,)hll\t.\l'il\. Qulit'Cnça compulsória o direito de receber os ruyaltu>.s
<.\I;\\I\dos d~\ e."plot~\(,\O de sua palt'll1'C (DANNEMANN, 20(H).
OArt,"~ 00 Alll"'l\\:~\od{' l":uis (CUP) da qual o Brasil é signatário, detennina que
o i"''l'llll>'' t('m \) dil'\'ito dt' ~'r mcndonado como tal na patente, mesmo que ele não
~:~, o t'\'qllt"t'\"tUt:, No U.",.ul, LPI (l.t'i de Pl'Op.iedade Intelectual) n"9.279/96, em seu
arti,,~l t)'! ~t" b<-l('t,'t:' qUe." :1 p.'\len1'C (: um direito que a lei concede ao autor da invenção.
l~c." modo. a tituhll'idade de uma patente é assunto delicado, que pode gerar alo ,
~ms t'()ntlllQiS; portamo, ;U\I~'S de pt.·n~'\r na comercialização de uma patente, ou mes-
\\I0 ltnk'S de depo..u ..u' um pt'dido de:" patellle, as partes interessadas devem procurar do-
('umt'nt."· t' decl:u~\J' todos os pontoS do acordo em mn contrato, pois em propriedade
indusui"l :\ autoriclt.~to c li u.msferi'ncia de direitos patrimoniais do autor ou inventor
, de uma patente se f..v:em de ronua expressa.
Ê.:-m lomo dos dir('itos p;.llrimoniais que se desenvolvem todo os problemas relaú·
, 'w t\ comerd:llit:.\«\o de uma p;.ltente, uma \'ez que, quando a violação destes direitos é
compl'O\-;'ld:l, e:-o:istini sempre uma repercuss<\o de ordem pecuniária, que afetará di reta·
tllt"tlte (\ p;.\trimônio do proprietário deste bem (DANNEl\1ANN. 2(01).
'o p:.lr.\~\lb !?9do <utigo 39 da LPI n"9.279/ 96está definido quem são os requeren·
l~ I~tin~ldos do :\lllor, (IS quais tem o direito de requerer a patente, tais como seus her·
dd. ' seus stll~lres. seus cessionálios ou ouuu titular de direitos detenninado por lei
011 por rontmto dt" tJ~b:"ho. Caso o requerente não tenha sido legalmente nomeado
pdo autor. ou m'iost:~'\ seu herdeim ou sucessor (casos previstos em lei - Código Ci\~1 Bra·
sileiro- p;.ml usufmir a e:xploração deste bem patrimonial). e mesmo assim tenha reque-
l'idtl uma p.'lteme, o anigo 49 da lJ>1 pem\ite ao autor o direito de "adjudicação", isto é,
re'\~.ner p;.u~ o ~u nome () direito de e.xclusividade sobre a matéria objeto da patente.
compn:m.mdo que ~l i",~nçãoé de sua autoria. Desta fonna quando o autor/inventor não
tmní'fel't:'~.r.s dirt'ifos pauimoniais a terceiros, apenas o autor/inventor é quem detém os
direiros p.'\trimoni<Us OrilUldos da sua criação, sendo este o titular.
1'\0 parngnúo PI do artigo 6 Q da LPI n" 9.279/96, está estabelecido que qualquer
~-O;\ fisica oujtnidicil pode depositar mn pedido de patente, desde que tenha legiti-
midade pam obte.la. Sendo assim, depositame ou requerente é, ponanto, aquele que
tem kgitimidade P;ll';l requerera patente, eemnome do qual a patente será concedida.
CAPITUlO 1 • A EXPlORAÇÃO ECONÓMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO" . 3

o requerente legitimado pode resultar de diversas situações, como herança, ces-


são voluntária, ou mesmo de direitos resultantes de um contrato de trabalho, que con-
te nha a previsão especifica da atividade inventiva ou de criação de um empregado, tal
como previsto no artigo 88 da LPI nO 9.279/ 96 (DANNEMANN, 2001).

1.1.1 INVENÇÃO DO EMPREGADOR


A Lei da Propriedade Industrial em seus artigos 88 a 93 regula os principais aspectos en-
volvidos quando uma invenção venha a ser desenvolvida por pessoa física, na vigência
do seu contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
Segundo o estabelecido no artigo 88 da LPI, tan to no cafru.l do artigo como em seu
parágrafo 1°,3 que a invenção pertence ao empregador, com este dispositivo, a lei está
assegurando a titularidade de uma patente relativa a uma invenção que resulte de uma
atividade desenvolvida dentro das instalações de sua empresa, pela utilização de meios e
equipamentos de sua propriedade, onde a invenção foi realizada por profissional cuja
função ou descrição das funções estejam presentes no contrato de trabalho e que previam
a atividade exercida. Desta forma, a retribuição pelo trabalho do inventor ou emprega-
do já está embutida no seu salário, a titularidade da patente que originou esta invenção
é inteiramente do empregador (DANNEMANN, 2001).
Ainda segundo o artigo 88, em seu parágrafo 2°, o legislador cuidou de garantir os
direitos do empregador, determinando uma margem de segurança, ou um prazo para a
extinção dos direitos advindos do contrato de trabalho firmado com o empregado. Evi-
tando que o inventor ou o empregado se desligue da empresa e imediatamente depois
faça o depósito do pedido de patente, requerendo para si o direito de titularidade da in-
venção. Como esta margem e este prazo de segurança não poderiam ser estendidos por
um período muito longo, ou indefinido, foi estabelecido o prazo de 1 (um) ano para a
extinção do vínculo empregaticio, ou seja, só após o desligamento do funcionário é que
este poderá requerer a patente em seu nome.
Entretanto, mesmo a titularidade da patente sendo do empregador, este poderá,
se assim quiser, conceder uma participação nos lucros advindos da exploração da pa-
tente para o empregado ou autor da invenção patenteada. Cabe ressaltar que a lei esta-
belece ainda (artigo 89 da LPI nO 9.279/96) que tal prêmio não deverá ser considerado
pelo empregado para fins legais como aumento salarial ou como uma promoção. Nova-
mente o legislador deu suporte ao empregador, no caso de invenção desenvolvida em
suas dependências físicas, por trabalhador cuja função ou descrição da função contida
em contrato de trabalho já previa tal situação.

1.1.2 INVENÇÃO DO EMPREGADO


A invenção desenvolvida fora do local de trabalho, desvinculada do contrato de trabalho e
não decorrente da utilização de recursos, meios, dados, materiais, instalações ou equipa-

, Artigo 88: • A invençào e o modelo de utilidade pertencem exc.lusivamentc ao empregador qua?do de-
correm de contrato de trabalho cuja execuçào ocorra no Brasil e que tenha por obJeLO a pesquIsa O,lI a
atividade inventiva, ou resulte da natureza dos serviço! para os quais foi O empregado conu-,ltado'".
\tWt\\n$ rio t'1\\I)l~\ô\)\'~ é (l<' t')I.'1·ln~~ IWfll"i«1 Ilk dlll'lIIl'n~ult,)' nl~ It'n1lO.'l (~O nnigo
90d\ l.PI ,,~ ~ :.rN, ,lI(i.. , i\) 11\\,,"\"6t~t \lIhf'f'icl ~ ('()mt\ "\\1\ 1\(II(·t\ll\ll"·5 (D!\NNEMANN,
~lQ I ,t~\lt.lll() :m~~... , ' q\l:mcl\\ () It~lv.ltltlr \I lil)\ li I lillll,mid:uit" no el\lprt.~l~or. 1{<1':'0-
bndoosil("\lsdin"iw ' Ilt.), \'1i~) 9(1\1.1 L!'II\"' ~,-iW 96, n It)(Isl,lclo~~l\mll~t' o dIreito da t11\~
"'rlrladç «k uma 11\\'\'I\(:io;n.. rlllpn)r.ltlll II"\.' (k~'I'" 1\,"11 IIlIm 1O~'t'IIç:IO 10m das ~I~pcl).
ocllciasdl ~n'l)\'l'S.1 1)(11-:\:1fllI.".! c ('(lII\nlt.ldtl. omil' 1\ pUlrnlt' 't'\"C(ln~n? ~'11I lima ntl\1dad
rot"IJl\('''t d(,:....'I\\"\Il:\d.'\ t' t~io f}I't'\i"lll {'III S('II rolltl\\to de tmhlllho, lIlJ\'lcladc pela qual o
al\pI~"lo l\.'lo ê n'n\\lI't'mrlo. ..
nlbe t~~·""a .. Iw~t~ pOl\!u. <I'\(' lU dl:lr q"t' \I h," "n",? ~~t(,lIce nocmpregiulo. o
~'\l,;l<lot· rt)\I\(,,{t"\1 mil ~'I\'lí,,>t.'~ pois m\ 1't'.Üidadt' \ 11\\ 1t\1'~. rc:nencc. port,.tnto
'11(010 t:
~ il\\\'I\I\",,' I lIutu!" pt~~\ I~'lit-.I, pt"'~ tOS'" il\\ 'I\~ iu n,jo I~'1Il (Im~(III('r vm 1110 COI~ a en~
pn..--.a l);U~ õ\ \1,,,,1 () \~ l.i.o ill"-'lItor Iml~\lh." I.c rmo 11I\'t'I,I(~IO do <:mweg.-Ido ncst"
~~...... ~.i in"l\I<'q''<ltl,unclItc rohl\.';,,,I\), II '111\'111 s;.11)C se o,k)..'1s1.1d~r n ..o <)lUS rcalm 'lHe
~,\I~\r t,\! c\l~\('leri,~", dc \,"'1M" pmlt.1\t.'r 111JCS.'« ),llIo 1II,,,'mor II\ckpenclemc cio seu
~'\\tpI't~\(kl4',

1.1,3INVENÇÀO MISTA
:\0 \""..., t'm quc \Ul~\ Itw\'n,,,i.o ~~, illtt'lllf\'I;\(la t'Omo im "au,:.i o mi~ta, ou stj.., aquela
que o d~'teIllOl' Oll o p"-'p"é\,irio doi p:.llentc ~ l.'OllllUll, e 0$ direilO$ ~l ('xplor.u;ào da p:l-
k)l1k' pt'fk':Il(."('m Mn ll.' 00 cmpl't)r.ldtl \:Oll\\) .10 t'mpl't1t.1dor, con hecida:li nda por mui-
lOS (,~11O In\'t~u '1('$ de t":'1;lbot'It:'\'imclllo-, li ld Cl't,lbdt'Ct: qUt' os diretos sejrull r('parti-
dos ' ~l.atmctll<" di\'idid( ' em d,,,'\S p:.trtCl ,u't~~'O ~ I d" U'l-"'a propliedade d(' ill\'('nção
ati motidodt' unlkUtk- $.~~' rounun. em pm'1t~ "-,,..tis. qu;lndo resultar d:.1 rontribuiç.lo pes-
so.d 00 .:mpl'1->;'d.;) e (k l't"(,\~~ tb:kl!l.. meios,.nllIlClÍ;u., inst'\!'lçUes ou t'quip:.lmcnlo do
t:t\lpn.~.-tior. ressth~ e."pl't~ di..«pt.\Sl,-:iu f(>l\tratllal em ronmlrio-), Neste artigo 1.1
k ,ri:slldor f.w d;~' imuI(õt'S em t.'OndOl,,",io 0\1 em propriedade, conllt'cido como
·c::ondominio k1'!'\'-' ,\s inwI\<Õt'$ que se l'l\q\\:utr,un n~t ~ arti~ s:io aquelas onde o
etnpn.~.tdor CQUll'ibu. ('QIlI ~ ~\\~ ~ dl'pt~ndenc~\., in~tal"ÇÜt's. md ~ ou ('ql1ip.'\Il\('lltoS,
e () t." I~.tdo rom o ~'U tr.loo.lho. Ü1U'\"t:ullO, l'í'til lhidad - não CSl.'\\".1 pn:\'isnl em seu
comr.lIo de rmb,\Uw: o t:tulM,~\do n~io l'\'{t'bia ql",llllcr rem\Ull'm~\O e,-';U':1 por esta
~~ (DA:\:\['\L\:\::-\ ::.\llH ..
ri mln d~ e''t'tltplo.. se (\ empI't~ldo d~~lr lit.'ellciotr~, Slla parte. {'SI(' de\'t'rã ron-
!>ulr..rroffi'tn~ Ilm"''' \'(',riti....., $.' t m~n() (\l'St:i:1 obtt'l' esta Iit.--en,,-a, ~Ipen, 'em 0\."0
'~uI\O Cq\ o t'mp'~,\dl\l' pode"" (~r " ~ll3 lX\I'1 em olena. 0\1 seja.. ofel"e«f :t
«'n"dn~
:\ lC;\'<ll)de imt'I,,"':: ) mi:<.t\, timtl\Oe"'p~mromo ot'mprt'g'.ldor, qUl\ndoopt1.l-
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~ () (11~A(\O 1ll\'t'tUtlf (>pt.u por Ii«'nciou' l.l l};IIt'Ule ~\r.\ explof<\.i. por tt'rct'iro
de\tt'.i dar p«"tmnc:il:lU ('mpl~~ r, quc poI' ~"n'('~ lem o d("\~r de renl\UlCr.U o seu
c·nlJ~.-do.. pois tlll relu\Ute:r,..,-,," ~\ :\.~·\lr.~l em lri, Qu;.tndo fuI' o emprt'g',\dQI'
que ~ Im~Ur:.l (':\.1~""~1o de ~~\ l"Wl,\, iQ ti It"ll.'t'-lro." t.\m~tlll eslt" l.t 'U\ o t\t"\'t'(
de lt.U' lxt:j"~':l~nti,\ :\O~, {'tll~,~i \1ill\~nt(\r, t.11 ('\ ~not'$t"lx-k'{'t' \) m"ti~ 6..'t~ do 0 :)-
d', ~il &~ 'Icirt: c011le U\'IL RR-\.."U.fJRO . . (1l. nANN 'M-",~ ' ,~IOI),
CAPITuLO 1 • A EXPLORAÇÃO ECONÓMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO ... 5

Entretanto, a lei prevê que quando os com proprietários não entrem em acordo
para a concessão de licença para terceiros de sua invenção, deverá o empregador iniciar
a exploração da patente no prazo de um ano contado da data de concessão da patente,
pois a inexistência da exploração pode acarretar em uma licença compulsória da paten-
te (tal como previsto no arúgo 68 da LPl) , ou até mesmo na caducidade da patente
(artigo 80 da LP! nO9.279/ 96) .

1.1.4 GANHOS OBTIDOS PELO TRABALHADOR AUTÔNOMO, ESTÁGIÁRIO,


EMPRESA CONTRATANTE E CONTRATADA, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DIRETA E INDIRETA
As disposições dos artigos 92 e 93 da LPI nO 9.279/ 96, assim como as disposições do artigo
89,possibilitarn ao inventor a participação nos ganhos resultantes da exploração de urna
patente. Neste senúdo, cabe sempre ao inventor fazer um contrato, tanto com a entidade
financiadora como a empresa para com a qual trabalha, onde deverão constar todos os
itens referentes à exploração da patente, visando garantir os seus direitos e deveres, evi-
tando problemas futuros. muito embora todos os seus direitos estejam resguardados e
amparddos pela Lei da Propriedade Industrial além das disposições citadas no Código Ci-
vil Brasileiro, e na própria Constituição Federal da República Federativa do Brasil.
No tocante ao inventor que seja um "servidor público". o legislador tratou de pre-
servar os seus direitos, pois o § único do artigo 93 da LPI nO 9.279/96 estabelece que, ao
inventor será assegurada, na forma e condições previstas no estatuto ou regimento in-
terno da entidade a que se refere este artigo, permissão de parcela no valor das vanta-
gens auferidas com o pedido ou com a patente, a título de incentivo.
Este arúgo em especial só foi passível de aplicação após a regulamentação dos arti-
gos 3° a 5° pelo Decreto nO 2.553 de 16/04/1998,4 pois se trata de uma inovação no ce-
nário acadêmico brasileiro. Desta forma, a "entidade" citada no artigo 93 da LPI deverá
prever em seu estatuto ou regimento interno, um prêmio em valor proporcional aos ga-
nhos auferidos com a invenção do empregado. entretanto o legislador foi omisso no
que se refere às conseqüências da ausência de tal previsão pelas entidades envolvidas
(DANNEMANN, 2001). De acordo com o estabelecido pela lei, o Ministério da Ciência
e Tecnologia - MCT estabeleceu a Portaria nO 88 em 23/04/94,5 e o Ministério da Edu-
cação e Cultura - MEC, estabeleceu a Portaria nO 322 de 16/04/98.6 para atender o dis-
posto na lei. As próprias u~iv:rsida~es também estão criando as suas dire~zes. e esta-
tutos para garanúr a premlaçao do mventor, de forma a melhorar a relaçao eXistente

4 Este decreto está di.ponível no ., ittdo INPI, e regulamenta ~r~gos d~ Lei n' 9.279/ 96. relati~osa pat~n­
tes de interesse da Defesa Nacional, assim como a retribUlçao deVIda a pesqUIsadores de IOsUtUlÇoeS
públicas pela exploração de patentes.
'Es P ta 'a disponível no sittdo M(,"f, esclarece que o Ministério da Ciência e Tecnologia, no uso de
ta orb nÇo'es ICml;s tendo em vista o disposto nos artigos 88 a 93 da LPI n' 9.279/ 96e no artigo 5' da
suas am UI98; nOS ,,-
Lei 9.609/ ,
artigos .
5' § 3', §§ 1° e 2° do artigo 38, arugo 39 §§'
" I e 2' . d a Le'I 9.. 4"6/
:J .
97 ; no ar u·go
237 da Lei 8.1 J 2/ 90 e nos artigo. 3' e 5' do decreto n' 2553/ 98 (mct. gov.br/ legIS/ lels).
6 Disponível no sittdo planalto.www.planalto.gov.br/ portari as .
6 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOlÓGICA NO SETOA FAAMAC~lJTlCO

(.'TIIre () r>estlu~r e a unive~idade. Na falta de uma regulamentação específica, a en-


tú!ade aLUa de acordo com a Portaria do MCf ou do M ECo Desta fonna, o que a lei esta-
hcJec.c etipccifícamcote p-dJ"c1 o lief\.jdor público é que este ficará com l/3 das vantageflll
auferidas pelo 6rgãoou entidade em conseqüência da exploração da patente, entretan_
to não é eMlpulado pelo legislador qual deveria ser o valor mínimo a ser repa5Sado ao
K-rvidor/inv(lltor. Desta forma, se o inventor é um servidor público, e sua invenção rc-
c.cbcu finandamcnto de uma Mentidade financiadora w, não sendo a entidade para qual
o fiCrvidor presta ~-rviços, quando da exploração de sua invenção, .ou s~j~, .d~ran te a coo
mercialização desta, o valor arrecadado na sua exploração devera ser dJVldido em três
pann iguais, cabendo a cada parte interessada 1/3 do valor arrecadado, ou seja, 1/3
p"dJ"iI o servidor, 1/3 para o órgão para qual este trabalha e 1/3 para a entidade financia.
dora do invento (BEAKLINI, 2(02).
De acordo com o disposto na LPI n 2 9.279/96, o trabalhador autônomo, o esta-
giário e empresa.~ prestadora~ de serviço têm sua equipar.aç~o ao~ empregados ~sala­
riados; entretanto, c-'Sta equiparação é referente apenas a utulandade de uma inven-
ção que foi reali7.ada durante o período de estágio ou de prestação de serviços. Em se
Iratando de entidades da Administração Pública, diretas, indiretas e funcionais, fede-
r.li~, ('"Staduaís ou municipai~, a premiação é assegurada na fonna e condições previs-
ta5 no estaLUto ou regimento interno da entidade a que se refere este artigo. Para os
demai.~ casos não existe qualquer detenninação estipulada por lei, ficando assim a car-
go do empreg-.tdor.

1.2 USO DA PATENTE E A EXPLORAÇÃO POR TERCEIROS


Os f'cxu-rn legais do titular da patente são estritamente delimitados ao enunciado legal, a
propriedade oriunda da obtenção da Carta Patente assegura ao titular a faculdade de
usar, gCYL.ar e dispor da invenção e que, negativamente, importa a exclusão de qualquer
TJe5.'J03. caracterútica essencial do direito sobre a lXIÍsa (CERQUEIRA apw1 BORGES,
20(3).
A propriedade industrial vi~ à disseminação da informação e à aplicação dos re-
8ulr.adOS; desta forma, no caso específico de patentes, a disseminação dos resultados da
aplicação desta é a comercialização da matéria patenteada. Assim, o fundamento da p0-
lítica indu.~trial, aplicado ao sistema de patentes, é a obrigação da exploração do objeto
privilegiado (BORGES, 2(03). .
Somente? pate~tcamento permite a comercialização. Um inventor pode até doar
() fru,;,> de sua Invençao para seu país, se quiser, mesmo depois de obter a patente, mas
atrave.<J do. r:.l~nteam~n~ poderá trazer também para seu país divisas de outros países
que permlUrclO a conunUldade de suas pesquisas (WOLF, 1998).
2
A LPl 0 9.279/96, ao contrário do antigo Código da Propriedade Industrial não
aprC!lenta u~ arú~~ delimitando um prazo para o início da exploração da pat~nte.
~nde em ~I dL~posJlJVO ~?~ria a ~aducidade da patente por falta de exploração. Entre-
~nlO,.~ 24/08~:2, o I~rw OfZCU:l da União, publicou o Decreto Lei 635, que estendia
a ad~ do Bra.~d aos artJgos I a 12 e 28 da revisão de Estocolm o da Co nvençao
- I nterna-
cAPITuLo 1 • A EXPLORAÇÃO ECONOMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO ... 7

cional para Proteção da Propriedade Industrial-Convenção de Paris (CUP) A partir de


então, a caducidade de uma patente só poderia ser decretada nos ca<;QS em que a licen-
ça compulsória não fosse suficiente para prevenir os abusos por pane do titular da pa-
tente (DANNEMANN, 2001). Desta forma, mesmo na vigência do antigo C,ócligo da
Propriedade Industrial o INPI já não mais admitia a caducidade da patente sem antes
uma prévia concessão de licença compulsória por falta de uso da patente.
Sendo assim, dentro do que estabelece a CUP e a LPI vigente no Brasil, não se iniciará
qualquer medida para instituir a caducidade de uma patente, antes que expire o prazo
de dois anos depois da concessão da primeira licença compulsória, tal como estabelece '
o capuI do artigo 68 da LPI. Neste mesmo artigo, em seu inciso I, é estabelecido que o
abuso de direito do titular é considerado como a não-exploração local do objeto da pa-
tente. Tal regulamentação está então de acordo com o disposto no artigo 5(2) da CUP,
o qual estabelece que: "Cada país-mem bro da União terá a faculdade de adotar medidas
legislativas prevendo a concessão de licenças obrigatória~ para prevenir os abusos que
poderiam resultar do exercício do direito exclusivo conferido pela patente, como, por
exemplo, a falta de exploraçã02". Desta forma, a falta de exploração local da patente só
acarretará em uma licença compulsória se esta não-exploração for considerada um abu-
so de direito do titular comprovado por decisão administrativa ou judicial
(DANNEMANN,2001).

1.2.1 LICENÇA COMPULSÓRIA POR FALTA DE USO


De acordo com o anigo 68 da LPI. poderá ocorrer a licença compulsória nos casos de
não-exploração do objeto da patente no território brasileiro, por falta de fabricação ou
fabricação incompleta do produto, ou ainda, a falta de uso integral do processo paten-
teado, ressalvados os casos de inviabilidade económica, quando será admitida a impor-
tação - não apenas pelo titular mas também por terceiros, a chamada imponação para-
lela, ou ainda, no caso de comercialização que não satisfizer às necessidades do merca-
do. Pois o uso ou comercialização de produto patenteado no Brasil se faz pela fabrica-
ção local, ainda que tal obrigação seja dispensada nos casos previstos na legislação, pois
o parágrafo 42 do artigo em questão faculta a imponação paralela por terceiros quando
também o titular da patente impone, esclarecendo assim que não existe a exigência de
uso efetivo (BORGES, 1998).
Deste modo, a aceitação da importação de produto não fabricado localmente pelo
titular da patente, pela legislação vigente, apenas em casos de inviabilidade económica
comprovada pelo titular, está no fato de se entender que não se pode presumir que a
não fabricação local seja uma intenção do titular de lesar a economia interna brasileira.
Segundo a legislação brasileira, a não exploração da patente pelo titular poderá não ser
considerada um abuso de direito, uma vez que a licença compulsória não poderá ser
concedida se na data de requerimento de licença compulsória por desuso do objeto
patenteado, o titular da patente justificar este desuso por:
• Razões legitimas: De acordo com o artigo 5 A (4) CUP, são f'.u:ões baseadas na
existência de obstáculos económicos, legais ou técnicos, que impeçam a explora-
8 PATENTEAMENTO a PROSPEC o TECNOLOOICA NO SETOR FAAMAC~~

ção ou a exploração nmis intensivu no País. pod 'ndo exceder ao., CI\"03 de -for
maior" ou ·ClSO (or~uilo", 7 O que é t'o~llirlllac\o ainda PChl CUP. ond.c lili ral~
deverão ser dct~rnllnadas pelas a\llOl'\(~acle, ela. c~c1a. país, St'nrl~ assIm no Brasil
esta inlerpretaçao deve ser ba~euda nu Cnn. Iltulçao federal. POl5 de acordo (O
esta a patente deve se-r concedida em f~lV()r da economia. do desenvolvimento11\.
da tecnologia nacional. DesU\ forma. em caso de dlh'ida a labticação local d~
tia prevalecer (BORGES. 20(3), Enlrct:UlIO, se o prelendente ã licença compulse).
ria não procurar lU11a licença 'voluntária para explofílÇ<io da patente. pexl ria o titular .
alegar razões legítimas, na medida em que esle desconhecia o interesse de tcrçeirQ, na
exploração de sua patente (artigo 70 da LPr, inciso 111 - DANNEMANN, 200 I ). Cabe
destacar que se a patente estiver em oferta a licença (artigo 64 d a LPr). e não r~
ceher qualquer pro posta de terceiros panl licenciamento, o titular pode alegar
razões legítimas para nào explordção compulsória da sua patente, comprovan-
do, assim, a inviabilidade econômica .
• Comprovar a realização de sérios e efeuvos preparativos para a exploração: No
Brasil nào existe qualquer jurisprudência sobre o que seja tal comprovação
(BORGES, 1998) . Entretanto, a apresentação de um projeto de construção de
instalações de fábrica. devidamente comprovado através de faturas que identifi-
quem a compra de material de construção, ou mesmo a comprovação de COITe$-
pondências que indiquem uma negociação de licença da patente, poderia ser
justificada corno a realização de sérios e efetivos preparativos para a exploração
da patente (DANNEMANN, 2001).
• Justificar a não-fabricação ou comercialização por obstáculo de ordem legal:
Neste caso cabe ao titular alegar inviabilidade econômica de fabricação local,
ainda que consiga abastecer o mercado interno através da importação do pro-
duto cabendo ao titular da patente o ônus da prova, ou seja, o de justificar a
não-exploração da patente. Neste caso, tal como disposto no § 311 do artigo 73 da
LPI vigente no Brasil, cabe julgar se o interessado na licença compulsória cum-
pre os requisitos estabelecidos no artigo 68 § 211 , se o mesmo apresenta legitimi-
dade e capacidade técnica e econômica para explorar a patente, e se este real-
mente visa abastecer o mercado interno. Neste caso, o INPI poderá indeferir o
pedido de licença sem que o titular tenha de interferir e comprovar a inviabilida-
de econômica (DANNEMANN, 2001).

Desta forma cabe esclarecer que até hoje no País não houve a concessão de licença
compulsória por abuso de direitos do titular, abuso este caracterizado pela não-explora-
ção local do produto ou processo patenteado.

7 Tenno jurídico qu~ e.xp~essa ~m fato imprevisível, resultante da ação humana, que gera efeitosj uri<»-
cos para uma relaçaoJundlc~ mdependentemente da vontade das panes. Que evidencia um aconlect
ment? res~ltante de ato alheIO que supere os meios de que se dispo' e para evitá.lo· gue
fortUIto nao se confunde com ~ " . '
_.h
O
rra, grnoe. u>ov
. 'd " a orça maIor, sao aconteCImentos de ordem natural que -raro efe:íj~
JUn ICOS, taIS como enchente. queda de um raio, ele. 0-'
~, ..r •..J{ G I • j\. EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO .•. 9

1.2.2 CADUCIDADE POR FALTA DE USO


AfXS<lr de a LPI nO9.270/96 brasileira não apresentar d ispositivos disciplinando expres-
samente o dever da exploração da patente, ao contrário do que acontecia com a legisla-
ção anterior de patente, quando estabeleceu as diretrizes para a caducidade de uma pa-
tente, impôs ônus ao titular da patente, cabendo ao titular comprovar a não exploração
da patente, pois está previsto no artigo 80 da Lei da Propriedade Industrial brasileira,
que: "Caducará a patente, de oficio ou a requerimento de qualquer pessoa com legíti-
mo interesse, se, decorridos 2 (dois) anos da concessão da primeira licença compulsó-
ria. esse prazo não tiver sido suficiente para prevenir ou sanar o abuso ou desuso, salvo
motivos justificáveis2".
Dentro deste contexto não houve ainda no Brasil, segundo as determinações da
Lei da Propriedade Industrial vigente, a declaração da caducidade de uma patente, por
falta de exploração comercial da mesma.
Desta forma, a LPI n 2 9.279/ 96, no tocante à obngação de comercialização de uma
patente, direcionou e atrelou a mesma, a caducidade por falta de exploração da paten-
te, mediante a concessão de uma primeira licença compulsória, que como foi demons-
trado anteriormente é um mecanismo complexo, que não pode ser requerido por qual-
quer pessoa. Tal regulamen tação tem por objetivó privilegiar a fabricação local do obje-
to da patente sempre que economicamente viável, facultando alternativamente a im-
portação - não exclusiva do titular- evitando. assim, a criação de reserva de mercado ou
monopólios de importação, pois o controle das práticas de mercado é feito livremente
pela concorrência. Entretanto, para um país em desenvolvimento, seria fundamental a
exploração local da matéria objeto de uma 'p atente, de modo a criar mecanismos de
desenvolvimento social e económico para o País.
Portanto, tanto a caducidade como a licença compulsória por falta de uso de uma
patente são mecanismos que foram estabelecidos para estimular a efetiva industrializa-
ção dos processos e produtos patenteados no país concedente da patente. Além disso, a
proteção por patente no Brasil, amparada pela Constituição da República Federativa
do Brasil, visa ao desenvolvimento económico e social do País.

1.2.3 CONTRATAÇÃO POR TERCEIROS


O uso da patente, para evitar que terceiros a explorem, é uma característica própria do
sistema de propriedade industrial, que recompensa o inventor pela aplicação de seus
resultados. Portanto, a garantia do retomo económico dos investimentos referentes ao
desenvolvimento da tecnologia protegida pelo titular só será efetuada desde que este
comercialize esta invenção, contribuindo para o desenvolvimento técnico, económico
e social do País. Neste sentido, cabe ao titular da patente, zelar pelos seus direitos, impe-
dindo terceiros não autorizados a explorar o produto ou processo patenteado por ele.
Que poderia ser definido como a exploração indireta de uma patente. O titular de uma
patente deve evitar a contrafação de outras patentes, deve estar preparado para defen-
der e executar os direitos da patente contra os competidores que u~am a invenção
patenteada sem autorização ou quem deposita a patente com conteúdo similar.
(!
l"m ('\'ilnrll ('Ol\II, II!\\': o dr tl\1\ ,v, pll lr nl('/I, fo n t('(·.~~í d(Jfjtlc inventor faça ul\la
bn'lCll pn" 1\ c m h.lI\(,fI~ ti dfllln~ de' palt·'lfe. , anICi (kpOIl1fllf a ~lIíllOvcnçào. Com es
medida ser.í lM sl\'d dt't<'Clnr NI' II 1(·t:/lollI/{la lá c'~ul protl'J{lda por patellle, por qUal) ta
, • r. I ' ,I I '
tempo aind~I , fllI L, (),~ pnntos da ~lIa U1wn ii" MO cu IICIIJcn C" com a protcçaojá exilo
• to
t('nle, ou m~lllo !iC i\ sua itW('/I('tlO ~ I ('ai mente lIova c pod • 8cr prol.cl(ida.
O litlllm' de \111m palt'nle dto\'(' (' XlíII' p"('ranl(lo ,par.! _ lomar
I dcc::isbes apropriada~ t
ba.~ada.~ o I('i, l)'lr;ll'cal(ir a po, ~iv('i~ l\IO~ ele (on I nt/uçao ( e /lua píllentc. O!l artig~ 183
a 1St) da Ld n U9,2i9/~IIlt:Slllhd~c(,1II CJ"ui~ Rf~j:utl oH rrllll(~,~ con I111 a, pat,entes, pos.,ibili-
modo ussim ao timlar de lima patt'tlte tontUI' ali t1cvid.t, medida" J<'gais, tanto na esfera
cj.,~1 como penal. pam illlr<~c\ir· tl""('I'iro~ ~crn (I ~l'lI C'nn,~cntinrcnIO de explorar o que lhe'
pertence pordjl'(oilo. Caso o tillll<lr do din'if() nno IOme provid ênci,L~ quanto a este sef}.
tido.jmidic.uncmc {o considcmdo ('omo 11m cons 'nlirnenlo seu, parei a exploração de
produto ou proct'S.~() patenteado por I >1'CC!ÍroS.
Desde que il Carta P-ãlente Coi expcdid<l, cabe ao litular da mesma, em caso de ex.
ploração de palente por terceiros sem o S '11 COIIS' 11limcl1lO, ~jllil.ar uma açào cautelar
ou preliminar de busca e apreensão, antes d • cnlrar com ullla ação penal de queixa cti.
me no Ministério Plihlico (SCIIERE,IBER, 2002).
Outro JXInlO a ser desu\ 'ado no çaso de ex ploração indireta dc patente é a reação
de um tüular contra a~ pa tentes invüliçlas. Conhecer os disposilivos legais que a lei da
propriedade indusuiallhe conced . para evitar que UIllU patente seja concedida inde\i.
damente. ferindo assim os seus direiLOs.l'ermilinclo a este enlrar com subsídios ao exa-
me tf.cnicojunto ao IN!'I , apresentando l.\ocullle nLOs que auxiliem a comprovar que tal
patente nào pode ser concedida. sendo esllll11cdida cabível alé a decisão conclusiva do
exame, que é publicado pelo INPI. Caso a dccisãojá tcnha sido proferida e publicada,
cabe ao mesmo o direito de entrar com pedid,o de nulidade administrativa, no período
de 90 dias conl<ldos da publicação da decisão, pu Cnl.10 com ação judicial de nulidade,
Desta fonna o tilular da patente lem diversos meios legais para combater a contrafaçào
de sua invenção. evitando assim a exploraçüo indircta de sua invenção,

1.2.4 DEPÓSITO E EXPLORAÇÃO DA PATENTE PELO PRÓPRIO TITULAR


O depósito de um pedido de patente implica em despesas, que podem ser elevadas. ou
não, pois dependem de diversos fatores:
• T~maJlh~ da empresa ou ti~ular da invenção (preços di1erenciados para pessoas
fíSICas, mlcroempresas. SOCIedades ou a'lSociações de inluito não-econômico, e
órgãos públicos - Código de Serviços Prestados pelo Instiluto Nacional da Pro-
priedade Indusuial estão disponíveis em http//www.inpi.gov.br).
• Fonna de depósito: Se o titular deseja explorar a sua invenção apenas em um
país, ou se o mesmo des~ja explorar outros mercados.
• A~~as no Brasil: Os custos estão todos disponíveis na página da Internet do
I~I I, entretanto. as despesas dependem de outros fatores, se o titular da patente
vai acompanhar lodo o processamento ou procurar um Escritório de Proprieda-
de Intelectual para o representar, dependendo do porte de tal escrilório os va-
cAPlruLo 1 • A EXPLORAÇÃO ECONÓMICA DA PATENTE E A PERCEpÇÃO ... 11

lores também siio diversifkado~. O titular uunbém tem que optar.se ele pn;"
prio vai rediKir o pedido de patente (l'xemplo de como redigir um pedido de
patente também e~tá disponível no lile do INPI). ou será o seu repre!lentantc,
caso tenha escolhido um agente da propriedade indu~trial.~
o Internacional via Tratado em Matéria de Cooperação de Patentell- PCT: Nes-
te caso o d('posit.alllc dcslja explorar a ~ua invenção em 01l.r05 países, e o cle~
silO via PCT é o indicado se " opção for por mai~ de tri's países. hl<I fonna de
depósito apl't'sellCllllais hend'ícios. t"mll dI, ordem pccuni;iria. pois fica mais
econômico do que depositar em separado em cada paí~. onde os documentos
de trndução e a indicação do procurador sr. acontecemo muito mais tarde (30
meses depois de el'ct uar o depósito do pedido) quando () titular realmente teroÍ a
certeza do mercado a ser explorado, além d~ benefícios de ordem procl.'S'!ual,
tendo em vista o relatólio de bu.'K'.a recehido por elite. que na prática é o resulta-
do oficial da busca internacional realizada por lima Autoridade Oficial de Bus-
ca,9 que irá revelar o potencial de sua invenção, apresentando documentos
que podem impedir 011 não o patenteamento de sua invenção. Entretanto, a
taxa para designação de cinco 011 mais países é li. mesma; sendo a..~im, scria
aconselhável o depósito via PCi.
o Brasil, mais um País, pois pode ser que a invenção não possa ser explorada em
outros países. devido a impedimentos legais, uma ve7.que cada país tem uma le-
gislação distinta para a proteção de uma tecnologia por patente. Neste caso, as
despesas além das mencionadas para o depósito no Brasil, este depositante de-
verá contratar procurador para que o represente neste outro país, e[etu,tr o do-
cumento de tradução e pegar todas as ta.xas equivalentes para o depósito no
ouu'O país. Os preços variam de acordo com cada país escolhido.
o Número de reivindicações: Cada país apresenta diferentes preços para o nll-
mero de reivindicaçôcs do pedido de patente; 110 Brasil, até 10 reivindiC<tções
a tarifa é lInica. mais de 10, o preço varia para cada rcivindicação acrescida
(R$ 15,00 por reivindicação acrescida). Existem países que cobmm por nllme-
1'0 de reivindicações independentes.

Como demonsu-ado, o depósito de Ulll pedido de patente confere despesas ao seu


titular; entretanto, a exploração da patente através de sua comcrcialil.ac;ão. seja pelo o li-
cenciamento, cessão, ou exploração pelo próprio titular, atra\'l's de direito de liSO exclu-
sivo, oriundo da obtenção ela Carta Patente, produ/oreceitas.

~ Profissão regulamentada pelo Decreto Lei n R.93:1 de 211 dejaneiro dr 194fi.l\Cndo os ag~IlI('S habilita_
Q

dos legdlmt'nte para o exercício da f'lInç;io d~ proclImdorcs p~r.llne o IN!'I. Cal)('ndo ao lN PI o cada:;.
lraml'1Il0 c a atllalil.ação do r.adasLro nacional dos agenll's da propricdad(' industrial. cditada pcloAlo
NOlmati\'o \42/ 98, dlsponívd no .•iudo INPI.
" Autorirlade olicial cm busca -um 6rg;io oficial de patente. cl't'd,'nl:iado "da OMI'I para cf'cIUU!' a bit..
ca de anlcrioric!iHles em um pedido l!t-posil ..ld(! via PC""- t;' n"pl'tsc,,'ada pd05 ~t"IA"intt"S e-sfril{lI;oS:
EPO _ esclitóri" d,' pall'nleS ('lIrope,,; SlIé,·ia. AIISll'ia •.lapão. E,,,aclos Unidos, (:hina, AIIstni\ia. F.<pa.
nha. Suíça. Fedcmç:io Russa c Rcpübliça da Uoréia. .
12

A cxplol"aÇ<io econômica de uma patente pelo seu próprio tiluJa r é tuna tarefa
exige não só instalaçõ~s pl'~plias pa:,l fahricaçào d? ~roduto, ~u d~mlvirnt-n.c.o~
~rocc.'lSO patel~le~do, mdurndo equrp<lmCnlOS, loglsuca: ~tnJr.lllàoii~,.. ~
frcada, colOercl.alr1Âçâo, e tudo maIs qu~ pos.~aser nece~~o ~ra ~uco mesmo <nn~
k'Var o seu produto para o mercado, pOIS caso a comeraalmlç.1 0 nao ocorra. od('.ten~
corre o risco de perder o seu privilégio. . .
Dcsla forma, dependendo da ativida~e i~dl.lstrial, ou a matéria. protegida por pa.
tente, a cxplomção de patentes pelo seu propno utular, geralm~nte, e uma fonna de ~
ploração que só as p<''SS03S jurídicas, as empresas de uma maneIra geral, estão GI~
das. E esta forma ele exploração é empreffàda sempre no sentido de a1avancara colllpe.
litividade, sendo uma grande estratégia para domlllaro mercado, m~mo que lemJ)Ora.
riamente, e manter a~sim o titular sempre na frente de seus compeudores.
Um t'xemplo de exploração de patente pelo próprio ti 111 lar é o da emJ>raa
BRAS/LATA Empresa do I<lmo industrial onde as inovações são esporádicas, "fublÍcaçào
de Iaw",CSla empresa com uma receila de venda, de 145 milhões de reais em 2OOl. já
conseguiu 29 patentes, 10 delas no exterior. Como um exemplo de alta persistênda ~
pesquisa e desenvolvimento, esta empresa levou IS anos no desenvolvimento de um_
ma em fechamento de latas de tintas, da qual é líder no mercado nacional Este disposiJi.. '
vo foi alcançado em 1994, desde então já produziram mais de 200 milhões de latas com I
nova tecnologia.
A SUZANO - Companhia de Papel e Celulose conseguiu após 11 anos de pesquisa
ser a primc-ira empresa do mundo a produzir papel de a1la qualidade com 100% de ~ ;
lulose de eucalipto, que permitiu a esta empresa um faturamento de 1,8 bilhões de rais .
no ano de 2001 (FERRAZ,2002).
A empresa EMBRACO, com sede em joinville - Santa CaLarina. reforÇ<lo exemplo
de que desenvolver e patentear um produto gera despesas, entretanto a sua comerciaJi. ;
zação gera lucros. Cerca de 60% de seu faturamento em 2001, em tomo de 1,5 bilhões ;
de reais se deve à venda de produtos criados nos últimos três anos. A busca por algo iné-;
dito sempre foi a mela desla empresa, que possui 682 cartas-patentes. i,
Desta forma. para que o titular possa explorar economicamente sua invenção, t
como demonstrado nos exem pios citados, é necessário que exista, ou seja. desen\'Ohi-;•
. ,
do por ele, um conjunto de atrvos complementares (infra-estrutura, distribuição,lo-!
gística, marketinge assistência técnica) para assim gdrantir a comercialização e o usn,!
~p~~ I
Caso o titular não os tenha, é necessário então buscar esses ativos complementaJUj
atra\,é s de parcerias empresariais, por meio de contratos. Como exemplo hipotético de
uma parceria. pode ser cilado o caso de uma empresa que não tenha condições de dis':
tribuir o seu produto, altamente sofisticado, e que necessite de transporte especial, pa!2'
cobrir a maior parte do tenitório geográfico, ou o pais no qual esla é deteOlora da pa:-
tente, desta fonna ela irá procurar uma empresa de distribuição que possua as condi-
çõesde transporte para este produto. Neste caso, é importante ressaJtarque esta rury:e,2
ria não significa uma cessão de direitos da patente, nem mesmo uma licença para expb-
ração, apenas a distribuição do produto para que este atinja o consumidor final.
Um bom exemplo que demonstra a importância de uma parceria. para se ~
guírcomercializaruma invenção é o da empresa EMBRAER. que para o lançamen.lO· .
9APlT1JLO 1 • A EXPLORAÇÃO ECONOMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO... 13

um novojato comercial, o EMBRAER 170, com capacidade para 70 passageiros, inclu.iu


import<lnte relacionamentos com fornecedores e parceiros sem precedentes na aVIa-
çã o 111lUldial (F~RR.<\Z, 2002).

1.2.5 USO DA PATENTE ATRAVÉS DA TRANSFERÊNCIA DOS DIREITOS DO


TITULAR E PELO DISPOSITIVO DA CONCESSÃO DE LICENÇA PARA
EXPLORAÇÃO POR TERCEIROS
A exploração económica de uma patente seja pelo mecanismo da cessão dos direitos ad-
quiridos pelo titular, ou mesmo através da concessão da licença a terceiros, que tanto
pode ser de caráter exclusivo, ou não-exclusivo, se faz por intermédio de compensação fi-
nanceira ao titular, no caso da cessão, e pelo pag-dmento de royalties no caso da licença.
Tai.~ modalidades serão analisadas em cOI-yunto, pela relação existente entre tais fonnas
de exploração.
Dentro da propriedade industrial, a cessão dos direitos de uma invenção, realizada
pelo autor jinventor, se faz de forma expressa, tanto pela cessão parcial quanto pela ces-
sào total dos direitos patrimoniais, uma vez que o direito moral do criador/inventor
não é tr.lIlsfcrívcl, pois pertence exclusivamente a pessoa do criador/inventor, sendo
um din: ilo de car<Íter da personalidade do mesmo, o qual tem o direito de ter o seu
nome publicado junw de sua criação se assim desejar, assim como o de reivindicar a
autoria da sua obra em qualquer momento.
A cessão de patentes, de acordo com o artigo 58 da LPI n" 9.279/96 pode ser feita
de forma total ou parcial. Entretanto, o conteúdo de uma patente é indivisível, ou seja,
esta contém u/na unidade de invenção, assim se entende que uma patente, ou mesmo
um pedido de patente (pois a cessão pode ocorrer mesmo antes do exame de mérito,
onde ainda não foi concedida a patente em questão), não pode ser cedida em partes
funcionais, uma reivindicação de processo para um e outrd de produto para outro
(BORGES, 2003).
A cessão total de uma patente se faz por intermédio de um contrato entre partes,
com o o~ietivo da mudança do titular dos direitos sobre a patente. Desta fornla, a cessão
dos direitos da patente, que é feita mediante a lr.msferência de titularidade, por docu-
mento de cessão, na práúca comercial é a venda do bem intangível, comparado com a
venda de um bem fTsico (BORGES, 1998).

· 1.2.5.1 LICENÇA DE PATENTES


A concessáo de licença de uma patente, que pode ser exclusiva ou não-exclusiva, é uma
· autorização cedida por quem tem os direitos sobre a patente, para que outrd pessoa faça
lISO do objcto patenteado. Neste caso, o titular da patente se compromete a não empre--
· garo seu poder legal para proibir pessoa autorizada do uso do objeto patenteado. Na
: pr-ática comercial, a licença é a autorização para exploração do direito (como no caso
: do aluguel de um bem físico) (SILVA,2000).
i . A licen ça é praticada quando o negócio jurídico de limita a área geográfica, quan-
[ to à extensão ou modalidade dos direitos. Pois se .o útular de uma patente tem a exclu-
II
f4
PATE'NTEAMF..mO & PfIOSPECCÁO TECNOlOOICA NO SETOR FAAMACt UTiC()

Mvid.ade de elCplorac;ão nos temtó rios ou países em que !\<mhou a patente, elco IlO(l
-
c.eMr estl.'6 dirdtoS para u ma detenninada região ou país (Ti':JXEI RA, 1997). Por L\~
"/lueexi~tem licenc;as d e patentes para o Br.lSil. que não se estendam a o\ltro..~ paíse~.
('ode ~ (."'}Ccmp liiicado pelas licenças de carát.er exclusivo. onde o tiOllar cede para
apenas uma empresa t'lita e xploração . e nestes casos o contrato devt' ser avcrhado III)
INP!. uma vez 'lut' se refere à transferência de tecnologia, pois envolve o envio de re-
, nns;! de dólarel> ao eXle,ior. Esta forma de exploração é estipulada por um (Ontralo

enfIe a5 parte$. por um praw preestabelecido. onde, em troca desta licença, a t'mpre-
6a reu'h e "lIJaúits (I % a 5 % do faturamento líquido relativo ao valor de venda do pro-
duto T!-.:.cl'AR. 2003} , que pode ser sobre o valor líquido comercializado. pela empre-
ia u'6sionária, por unidad.e de produto comerciali7.ado etc ... Dependendo da matéria
'l ue e!llá k ndo licenciada, assim como o estipulado no conU"llto de transferência de
~nok)'6ia.
Como exemplo pode ser citado o caso do medicamento anti-retroviral, que foi pa·
tent.eadt, pelo l.aboratório Farmacêutico Augouron, e licenciado para o Laboratório
Itoche para ~ exploração no território brasileiro.
1'<0 GlSO da licença não-exc1usi\"d ou simples, também os direitos não são cedidos,
I)t)ís (.'Sta ~ refere apenas à explordção do objeto da patente, pois o titular pode conce-
dedícença para outros explorMem a sua patente, e os ganhos auferidos com tal modali-
~! d e c:xplonu:;ão scr.lo respectivamente menores do que os alcançados por licença
ti(' c;;ifát.er exclusivo. Entretanto, esta modalidade é muito utilizada por instituições de
pe!llluísa. gcwernamental, instituições acadêmicas que tem por finalidade um cunho
IIndal na explordÇào da patente, e não apenas o financeiro (VERGARA, 2000).
O artigo 63 da LPI n" 9.279/96 estabelece que: "O aperfeiçoamento introduzido
e m patente licenciada pertence a quem o fizer, sendo assegUl"lldo à outra parte contra-
rante o direito de preferência pard seu licenciament02". Tal diretrU pode ser interpreta·
da de tQmla que tanto a cedente como a cessionária pode introduzir um aperfeiçoa·
mento na patente, onde <-'Ste é um direito de quem o cria, que pode ser o titular da pa-
tente licenciada, ou aquele que está explorando economicamente esta patente. caben·
tio a (Julrd parte apena~ o direito de preferência para eventual e futuro licenciamento
(DANNEMANN,2001).
O dj~I)<J6to no artigo 64 da LPI nO 9.279/96, permite ao titular de uma patente soli·
d lar ao INJ'f que coloque em oferra sua patente. para fins de comercialização. Desta
forma, a oferta de licença publicada pelo INPI tem por finalidade dar conhecimento a
terceiros de que o titular da patente deseja licenciar a sua. Uma estratégia que pode
L(mtríbuir l)'dra a comercialização de uma patente desenvolvida por um inventor isola-
tio, pasoa física. Porém não significa que seja este o propósito de tal artigo, pois lodos
podem UÚlilAr deste. tanto pessoas rlSicas como jurídicas; entretanto, pessoas físicas
rw., l>Ol>$uem outrOj! meios de divulgar o licenciamento de sua invenção_
Emoora nàoesteja previsto na LPI nO 9.279/96, caso o titular opte por esta decisão.
acaJy,mi por impedir uma licença compulsória de sua patente, quando o titularjustificar
'<lfulta de explordÇào da patente por motivos legítimos. Pois o INPI poderá negara con-
15

ccll.4áo da licença cQmpubóría. CiISO o requerenle da mesma não lenha. plimeiramellle.


procurado oblet'a lícença voluntária, uma vez que esta palenle havia sido publicada em
ofc-na de Iic..ença. Entretanto, o tiwlar pode desistir de tal ofecta e m qualquer mo men-
to, não llC:ndo obrihtado pela lei a licenciar sua parenle, uma vez que a oferece u em licen-
ça. (ao d esuta, o titular não será então beneficiado com a disposta no anigo 66 da mes-
ma Id, qUI! reduz pela metade a anuidade da palente oferecida à licença, no período
ç.(,lrnprecndido (~nlre o oferecimento <Ia licença e a concessão da primeira licença.
O 1 Í«~ciam ento d e palentes como uma estratégia económica é considerado um
ímlrumento primord ial para a concentração e coordenação industrial. Constintindo-se
em um dos maÍ!l e ficazes mecanismos de transferência de tecnologia, pois só explora pa-
t.cn te quem rem condições técnicas, am!competence, ou seja. deve ser um especialista no
aMunto ( BARBOSA, 1999) .

1.3 UNIVERSIDADES E AS VÁRIAS MODALIDADES DE LICENCIAR


UMA PATENTE
Dependo do pa ís, e da legislação específica, os contratos entre uma Instituição Acadê-
mica o u Universidade e as empresas interessadas na aquisição de tecnologia, podem ser
de v-árias ca tegoria~:
• Contrato de pesquisa com opção de licença: A empresa financia a pesquisa
(por um período de mais ou menos três anos), podendo ou não optar por li-
ce nciar se e~ ta pesquisa apresentar resultados positivos, com possibilidade de
comercialização.
• Contrato de pesquisa e licença: Neste caso são estabelecidos desde o início tanto
o financiamento da pesquisa como as condições da licença.
• Contrato de opção: Neste tipo de contrato, a pesq uisajá está avançada e o pedido
de patente já foi depositado no órgão competente, e então a empresa pede um
tempo para avaliar a invenção.
• Contrato de licença: É realizado após a concessão da patente, sendo considerado
um tipo raro de contrato, pois as pesquisa~ geradas nos laboratórios das Universi-
dades são geralmente de carnler preliminar, necessitando de um ajuste, ou aca-
hamenlo, transformando assim a pesquisa científica em inovação tecnológica
(AMIM,2001).
Desta forma, tanto a empresa quanto a universidade, as partes envolvidas, devem
sempre considerdr e ponderar os resultados esperados, para então decidir pelo tipo de
COntrato. A empresa por lun lado sempre lenta um contrato onde possa optar pelo de-
pósito de IUll pedido de patente, anles que esta seja efetiva<la através de publicações ci-
entificas. de form a a gardntira novidade absoluta da pesquisa, requisito básico para pro-
leçiio desta por patente. A Universidade por sua vez, precisa e deve estabelecer um pra-
1.0 para que a empresa efetue o depósito do pedido de patente, para então realizar as
~ubliu,çties científica~ de sua invenção, que é um indicador do potencial cienúfico e
lIlov-ador d as instituições universitárias.
,. PATENTF~MENTO & PROSPE9<;ÁO TECNOlÓGICA NO SETOA FARMACtuTlCO
.1(1 " c •

( ':mrl rdiu;ão ao Iíc(!/IdalmmlJ), existem inúmeras vantagens para que uma univcr.
-
~i.f1adu.nl)1.t! fl~r ~lile tipo de c"plor~ão.econ?mica de lima patente. fnllo de PCsqUlla
1'11'111(11('" realmula em 8WIJI depenclenClal!, taIs como:

• P('rintlo maiOl' de finandamento da pesquisa.


• Cnpadd:ule para dc~cnvolvcr, produzir e vender os produtos, se assim for estalJe.
h'rido I' m conlra lo.
• Píl~lIJIICIlILl de hOllorá,;og e1(: licellça, além dos royaÚiefobtidos da venda do pn~
t1ulfI patc/llt:ado (AMIM, 2(01).
Ainda aJIIiílll t.,:"ijilCITI a lguma.'! dCllvantagens:
• Oificuld.ulc cm licenciar pe/iC"jllÍJ!a.~ em estágio preliminar (seedstage).
·1 ~l\lidào por parte da empresa para uma ltlmada de decisão (quanto maior a
(!lIlprellíl maífllenla é Cllle processo).
• Adependência e"íst.ent.e entre a conclusão com êxiltl e dentro dos prazosestabe-
leddOIl nu contra io para a obtenção do financiamento.
• Fillla de inve';Límcnw em mar/retinI?
• A e"í~êncía pela em presa do sigilo da pesquisa. e a limitação no tocante a colabo-
mçà4/ de outr'dJI peKguisaclordJI.
• M udanca na eKlralégía da empresa, que pode acabar por inviabilizar o desenvol·
vimenw da pe/iC"juisa, independentemente do estágio de desenvolvimento que se
t!1I((lJILrI~ a IJClICluí,a (AMIM, 2001).
Oma '''''3 alternaLÍva no que se rcfere às universidades seria a licença não exclusil'a
J)}tra ii 4!"pIL!/1u;;]J) comercial de uma invenção, com ou sem pagamento de royaUies. de-
I'c:mdemlo das drnms'ándas. urna vez q ue lal estratégia não irá comprometer a liberda'
cle 114~ a;:;ãt/ ria uníwnídade no futuro, porque esta seria a fOlma mais apropriada coJn o .
ohít'ÚVO de promover a diJ;lICminação do~ produtos da universidade.
I'or~~.e" motívOK, cabe sempre pontuar todos estes aspectos, e tentar assegurarelll
I'.OJII raIII que IndoJl OK díreílJ)S cedidos pela licença, sejam restituídos a universidade elll
nUlO t1(~ inlt'm'l/ym do OOlltraW (para o Hrasil, vide lei específica e titularidade de Il\11a
lI,wnção g -nula por IJIlla universidade e financiada por uma detenninada instituição).
1'.llIrt~,aJ1fJ}, P',lrJ. dl,;cnvolver um produf.O com uma empresa, não basta apenas fazer?
rt'J(I,• • m ,La patr.nte, geralmente ai! invenções gerada~ nos laboratórios de uma univers~
dm1c normalme nte lião ínoompletali e necessita de um maior aperfeiçoamento. As pa:
'~mlt'1I ')l/"II! iii" apenas dão a parúda no processo de comercialização. Um projeto 50
('.IJ1l1U·W~ aVíUl~r quandtl ~íJ>f.e a transferência de conhecimento do pesquisa?(~~~
~ cl1ll)r~/l'4, pllill4IÓ assim é que IIC consegue avançar o processo de comerclahl.aÇll
(AM IM. 'i1~H ,. .

1.3.1 UNIVERSIDADES E USO DA PATENTE EM CONTRATOS PARA


CON ITUIÇÃO OE UMA NOVA EMPRESA - AS INCUBADORAS cI>
ur
CmnlJ IJll~d~ OI::.i.l)(w.adi)r'JTlaJi de promoção do desenvolvimento de novos procl lle
Ir~;u4i1i 111 r~"í~ :.u:adémiatll, 'Ii constituição de uma nova empresa (stmt 1tp). q
CAPíTuLO 1 • A EXPLORAÇÃO ECONÓMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO ... 17

é impulsionada pelo capital de risco, este capital pode ser promovido tanto por particula-
res como por fundos de investimento de capital de risco pois estas empresas investem um
capital inicial para desenvolver a tecnologia até um estágio mais avançado, possibilitando
a'iSim a comercialização de uma invenção.
No Brasil, uma das soluções encontradas para facilitar o surgimento de novos ne-
gócios, a custo baixo. é a incubadora de empresas, que são entidades dedicadas a gerar
novas empresas e prepará-Ias para que se tomem independentes e fortes o bastante
para enfrentarem o mercado competitivo sozinhas.
A disseminação das incubadoras de empresas no mundo teve início na segunda
metade da década de 80. atraindo e realimentando as atividades de pesquisa através de
uma permanente articulação entre as empresas e os laboratórios que lhes dão origem e
suport.e t.ecnológico. Desta forma. a instalação de incubadoras em universidades e
centros de pesquisa é uma tendência mundial.
Dependendo da incubadora, o prazo para a incubação de uma empresa pode levar
de dois a sete anos. dependendo ainda do setor industrial que está relacionado com a
pesquisa, este prazo pode ser ainda maior. como para as pesquisas de síntese e testes de
um composto químico.

1.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Dentro de um mercado competitivo no atual cenário globalizado, as empresas que não
se preocuparem em proteger suas criações intelectuais correm o grande risco de não
conseguirem usufruir os resultados financeiros do que poderia vir a ser o seu maior pa-
trimónio.já que o valor dos ativos intangíveis, nas últimas décadas. deslocou o eixo da ri-
que7.a e do desenvolvimento das empresas tradicionais para se tores dotados de tecnolo-
gia e conhecimento, onde a competição é baseada na capacidade de transformar infor-
mação em conhecimento.
Dentro deste contexto, procurando incentivar e desenvolver a disseminação da
cultura da propriedade intelectual na sociedade como um todo. para que a população
brdSileira tenha conhecimento dos direitos e deveres a que estão sujeitos os titulares de
lima invenção, como: o direito de explorar sua invenção (de forma não-abusiva). e o de-
ver de divul/"rar a mesma, para o desenvolvimento tecnológico do País, pois desde que o
pedido de patente é publicado (segundo a LPI. 18 meses a partir do seu depósito. po-
dendo este prazo ser antecipado, mediante requerimento do titular da invenção). ele já
eMá disponível ao público, para que toda a sociedade tenha conhecimento dos ensina-
mentos ali contidos. não sendo necessário desta forma, esperar que se torne uma "pa-
tente" para que seja uma fonte de informação e inspiração.
18
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMAr;~U't1CO

SECÃO 11- A PERCEPÇÃO DA PROTEÇÃO PELA


-
UNlvERSIDADE .

INTRODUÇÃO
Nesse mundo globalizado de hqje as alterações ambientais e comportamentaíll rCllul.
talHes são de tall1lagnitud(~, e, às vezes, tão inespeíddas, que as entidades sociaislO não
têm consegllÍdo acompanhá-Ias e, muito menos, adaptar-se a elas, o que as leva a en-
frentar sél1as cdses. Um exemplo disso são os enonnes impactos provocados pelo frc-
qüente emprego de novas tecnologias que, via de re!,'Ta, alteram hábitos, valores c
u-adições que, antes, pareciam imutáveis.
Pode-se dizer, então, que existe um hiato entre o avanço científico e tecnológico e
a capacidade de reação, e de reorganização, das entidades sociais para o trato da nova
realidade.
Sabe-se que, no Brasil, a Universidade esteve, por muitos anos, divorciada da tec·
nologia e de suaaplicaçào real. Apesar de apresentar lIlI1 excelente nível científico, o ní-
vel de fJerjormancetecnológica ainda é insuficiente. Em parte, porque as condições passa-
das não favoreciam o desenvolvimento e o crescimento tecnológicos e no Bra~i1 ainda é,
proporcionalmente, pouco incentivada a extensão universitária.
O Brasil, durante muito tempo, foi (e é, pelo menos na área da Química) um País
em que o empresádo comprava tecnologia. Apesar dos excelentes Institutos existen-
tes no País, isso acontecia por motivos econômicos bem simples, ou seja, além de ser
mais fácil e rápido se conseguir o produto, ainda não havia uma forte interação em-
presai universidade.

1.5 A UNIVERSIDADE NO MUNDO GLOBALIZADO DE HOJE


A Universidade ficou, por muito tempo, afastada das necessidades da sociedade, tempo
este em que as pesquisas eram feitas sem qualquer vínculo com o social. Isso, felizmente.
está mudando, ainda que paulatinamente frente às necessidades impostas pelo mundo
globalizado.
Apesar de haver lIlI1 movimento favorável às mudanças, ainda existem dois gran-
des empecilhos ao desenvolvimento tecnológico nas Universidades:
1. A ideologia acadêmica: Que defende que tudo que é desenvolvido por um ci-
entista/pesqtÚ5ador deve ser de domínio público.
2. A publicação de papers: Que disponibiliza todas as novidades científicas para a
comunidade acadêmica e para quem tiver acesso aos pedódicos especializadOS.

10 N este caso. enteo d. a-se • enu'd a.d es SOCIaIS


' .• como: governos, universidades, ,
empre~, etc. " ~

"
CAPITULO 1 • A EXPLORAÇÃO ECONÓMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO ...
19

I?f~lizr.n.ente, O que muitos ainda não sabem é que uma publicação antecipada
~od~ InVIabilizar o depósito de um possível pedido de patente, I I uma vez que o mesmo
flcana carente de um dos requisitos de patenteabilidade - a novidade.
. . ~ dilema entre publicar e patentear faz com que o desenvolvimento fique tolhido e a
cnauVI<:Iade brasileira não consiga ser expressa. Com relação a este ponto, é importante se
esclarecer que:
l. Paperse patentes podem conviver pacificamente; isto porque, uma vez deposi-
tado o pedido de patente, a matéria constante do mesmo passa a poder ser
publicada sob forma de paPlff, sem qualquer problema.
2. É necessário desmistificar a idéia de que patente só protege o mais fone. A pa-
tente ou a propriedade intelectual, mais genericamente, protege a criativida-
de, a pesquisa, o invento.
A revolução tecnológica- talvez a revolução mais acentuada de todas as revoluções
já vivenciadas pela humanidade, pois quem tem tecnologia, tem poder-leva a um inter-
câmbio do conhecimento, regulado por princípios comuns de mercado, impõe prote-
ção à propriedade intelectual, e a tendência é de que, no futuro, será cada vez mais difí-
cil se desenvolver um processo de pesquisa estável e auto-sustentável sem a proteção
dessa propriedade.
Contudo, a quem coube (e continua cabendo) a gestão estratégica da proteção in-
telectual: ao Estado, ao cientista/pesquisador, às Universidades ou ainda ao consórcio
universidade/ empresa? Os acontecimentos favoreceram a adoção do modelo bipartite
de gestiio, ou seja, coube tanto ao Governo como à sociedade (representada pelas Uni-
versidades, Institutos de Pesquisa, Organizações, etc.) incentivarem à ciência, tecnolo-
gia e inovação. Isso porque o Estado orientador e/ou sócio vem diminuindo e, alual-
mente, a sociedade pode, por mecanismos diversos que estão ao seu dispor, reposicio-
ná-lo, no sentido de definir uma política mais agressiva de incentivo, de ajuda ou incre-
mento tecnológico.
É claro que todos os incentivos e investimentos feitos pelo Estado,I2 nas áreas de
ciência, tecnologia e inovação (Cf&I) , ainda são poucos, mas podem ser considerados
expressivos, considerando-se que o Brasil é um País com muitas urgências, principal-
mente na área social. Por isso é tão importante que se vá, pouco a pouco, aperfeiçoando
a interferência pública, por meio de parcerias em prol da sociedade.
Embora ainda existam muitas falhas, sendo a própria burocracia responsável, mui-
tas vezes, por equívocos ou empecilhos, a disposição é no sentido de ativdf lima coope-
ração e estimular o desenvolvimento tecnológico e, conseqüentemente, facilitar canais
para a comercialização desses avanços tecnológicos. ·

II Segundo o artigo 8. da LPI. os requisitos de patenteabilidade ..io: novidade, atividade inventiva (' apli-
cação industrial.
12 ('",m a entrada em vigor da Lei da Proptiedade Industrial- LPI (de 1996). principalmente a partir do
ano 2000. vedficou-se um aunlento no incentivo governameutal- alrdvés de seus órgãos ele fomento
como: FINF.P. FAPERJ. CNPq. elc. - para a<questões da (,'1'&1 (Ciência. Tecnologia e Inovação), bt'm
como observou.-se um crescirnento na intcgnu;.ào das comunidades dt'núfica e empreSc"lrial com o gcr
verno em leulas dessa nature7..a.
, .,

1.5.1 A ADOÇÃO DE UM NOVO PARADIGMA NA UNIVERSIDADE:


A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
No Brasil, wllsicleramlo o mundo glo?alizado: os avanço~ tecnol~gicos e, principal.
menu' , a promulgação e I'q,'1llamentaçao da leI de Inovaçao d everao favorecer a cri
(ão de políticas de helleficiamento do patenteamento, em detrimento da política d~
mera publicnçào de pa/)('rs, na avaliação dos cientistas/pesquisadores. e
Os indicadores que a sociedade recebe sobre o que est.-i sendo desenvolvido pelO,!
cientistas. pesquisadores e professores nas Universidades é a formação de recursos hu.
manos. 0\1 sttia. está ligado diretamente ao ensino.
Contudo. ainda que os outros indicadores comecem a ser notados como resultado
do progresso do patenteamento, estes ainda sào fracos se comparados com outrO,!
pai es em desenvolvimento.
Felil.l1lente. hoj e mllitos cientistas e pesquisadores já apresentam uma preocupa.
çào prática, ou seja, querem alcançar um resultado, no caso patenteável, e chegar ao
merc(ldo. Por i ·so, s<io estimulados e incentivados pelos órgãos de fomento do Governo
e ulm bém pelo p róprio mercado, visto que grandes empresas, hoje, preferem fazer par.
cerias com gru pos específicos de cientistas na busca de inventos, a fazer o investimento
diretamentc.
E.sse é um fenômeno comum no mundo globalizado. As mega-empresas, em vez de
realizarem - por si nwsmas -as pesquisas. assumindo o risco de milhões e milhões de dó- '
lares. prclcrem fazer parcerias com micro e médias empresas, bem como com núcleos de.
pesquisa. O produto,lilllo dessa pesquisa, que é o invenlo, é, então, transferido a elas me-
diante remuncraç,io [manceira ou econômica.

1.6 A POSIÇÃO DA UFRJ FRENTE A ESTE NOVO PARADIGMA


A Lei da Propriedade lndustrial- LPI, a qual restabeleceu o equilíbrio entre o inventor
e a socied ade, gerou um movimento pró-patenteamento nas Universidades.
H(~e. apesar de muitos cientistas/pesquisadores já terem a consciência de que Q'
ideal é qlle se realizem pesquisas com a finalidade de se alcançar um resultado:
patenteável.
Para atingir () oqjetivo final- que é a proteção por patente 13 - não basta apenas,
consciel1lizar. é pr<>ciso que os a tores envolvidos, ou seja, tanto o Governo como a socie-
dade (!lO DISO as Universidad<>s), criem condições para que esses inventores sejam am~
parados leg'<ll e tecnicamente quando precisarem. ~
,
~

I ~ Pnlenle. aqui . nada mais é que o depósito do pedido dt' patente _ a proteção da invenção.
UFPR "BC'~A
BIBI.IOTECA
' ;'\1' 11 \1,,1 t • A EXPLORACÃO ECONOMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO ...
. -.... '-.,- . ' ri ' t H' '1 ~!

() ,kpllsit() de UI'I1 pedido d(' patente engloha qllclIti'C8 de MlOho t.aflI<11f'W'lf.


( 'Olt", técnir'o,IS as quais que togem à alçada do pesqlli~adnr e, por ís'K1 m<'Mfl<1/ ,,,e('j,.
5mll sl:'r lmh"lhadas por um especialista no assunto ('palenlólogo') ,

Alél\\ disso, é fundamental que a burocracia 1/\ seja minimí1~tda, pO'j~ eru tlIU;W'I ("~
~08" pl'l.Itcção não chega a ser feita (kvido à.~ inllmer.lS exigcndas Ilue devem M'f ttlm·
prill<ls (principallllente por parte das Instituições), () que acaba por dCM:~llrnlllar 11 dr, ...
tista / pesquisador" iniciar ou mesmo a prosseguir com o procesw de pate ntealTlcl'II.t1,
R<,aIi1.011-Se uma pesquisa nos indicadores do CNPq 17,18 e do MGT ,19 com {1olJjet'"
vo Ih- veriticar qual o rankingdas Instituições/Universidades brasileiras em terrnM d(l:
indicadores de fomento à pesquisa e à inovação e de investimentos por linha de açã<r,
indicadores estaduais de ciência e tecnologia; e número de bolsas pard elltfnlUlo à inovd'
çúo para competitividade. Os dados obtidos2o mostraram a USP sempre cm 1u lugar ~#
guida da UFI~J em 2Q •
motivos de logística, e a fim de mapear como as Universidades nra.~í1ci l'$ têm
1'01'
p;('renciado suas invenções, decidiu-se por se fazer um estudo de ca80 díredonado li
UFRJ.
O método utilizado, primeiramente, foi exploratório, feito com base na pesquísa
em bancos de dados públic021 e privado,22 onde se pretendeu analisar, quantitativa-
mente, os depósitos de pedidos de patente feitos em nome da U~J e quais 08 s('''l.IS ma..
ores inventores/patenteadores. Com esses dados utilizou-se o método da pesqt1i~ dC'~
rritiva, que possibilitou a elaboração de questionário/ entrevista feita com 08 maíore~}
patcl1leadorcs da UFRJ -os quais foram previamente selecionados na prirndra busca.
A segunda pane deste capítulo tem por objetivo relatar a~ percepções que 08 princi-
pais patenteadores da UFRJ têm sobre a gestão das patentes feita por esta Univer~idadC'.

14 N... stl' particul;lr entrnm questões como: a quem cabe a titularidade; quem deve ser nomeado inventor;
no raso rle licença da patente, quanto cabe a cada uma das partes etc.
IGNeste particular enu'am questões ligadas às formalidades exigidas para elaboração do relatótlo de um
pedido de patenle.
lO Neste sentido entenda-se burocracia como o.entraves legais existentes na Universidade e o 'ainda' re-
dll1.ido nÚllle1:" de recursos humanos com experiência em patentes para auxiliar 011 profe..wre. nesta
pl'otcção.
17 hll p:/ /www.cnpq.br/esUlusticas/investimelllos/insÜtuicao.hun. .
I~ hup: / /fomentonacional.cnpq.br/dmfomento/home/fmlhome.jsp.
19h IIp:II www.mct.gov. IJ r/ llunl/ temIJlate/frameSet.php?urIFramc=bttp:/
,
/ 200.130.9.7 /cstatla..:avpp/
cstados/abcrlura.hun&obj Mct=lndlcadorcs.
In,t. . . ' . r le apesar de ser notória a imponânciada UNlCAMPeda UFMGn.opate....
r. llllportanlc se mencIOna n.,1 , . . ' • ,,"I ugara
' '
. . - . I' apareceram IJara estes mdlcadores, em 4 c rapecwdmc mc.
tcarnelllO de sua., IIlvençoes. e as •
t i lN PI _ Instituto Nacional da Propriedade Industrial: www.inpi.gov.br. . .
tI t' . d' nibili7.a informaçõeS sobre ped,dOll de p'atentc de váriOS p'..IM:t do
)t'lplllon _ Software pago que ISpO ,
Inllnrlu lndcrcço clclrõruco: www.delphlon.com.
. " nO mínimo, 2 pedidOllde patentecleposit;WO!I.
v. Decidiu-se porelllrevistar os prolessores que tIvessem,
NtO,8. PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FA
. ~

1.6.1 AS PERCEPçOeS DOS PRINCIPAIS PATENTEADORES DA UFRJ


ÁREA DA QUIMICA . .' . ' NA
l'al'fl () prrselll • "~II1c\O. optllll"l!C put IIlilil'.a1' apenas o campo Knome do deposita •
(q1H' no fI'SI! do ~jll' do IN!'I é o campo 71/73) c nele gerar as várias possibilidad nte
"UFIW ( . d Cs de
1\(1\l1~~ c'm qll\' plltlt·rÜ".1l í' parl'(:<:I' a 1!1I1 IaVII~lr' . {' ~d' ou amai a que não a.parecesse!nas
fJllt' I~)~,~ dI;! sua Iillllandndl~ - lal ('III( aI o olun amcnt< para que Ilao se perdCSl
(Jll4llq\l('" pl:tlido dI' titlllaridmk da UFI~J), se
A fim eh, nllnpl~lI1t:nU\1' a pesquisa, decidiu-se usar como "palavra-<:have" todas
1II1itlad('~ cI.~\ UFRI, I'am is.~o. :I ItOI/l11/(i~T(J l~a Univ~rsidade2~ foi acessada, lima vez q~
lIela ,\ po~slVt'1 ~c obler. no ('"mpo da Pos-Graduaçao, uma Itstagem de todas as Suas un~
<I;U\(olô. Foi lalllht m procurado pelo nome das duas principais Fundações (Fundação
José I\ollif:'ido - n ~ 11\ c l'III1('Ia~'iio Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos
T{'(' lIoJ(i/o{i('O~ - COPPE'1'EC).
I)t's!;I rOOlla. (IS I'csllltados 2S obtidos roram os seguintes:

• Ntinu:ro dt'./'cdido~ d 'Patente e m nome da UF~J -112 26 pedidos depositados.


• NlIIllC'nJ d Pl~didos ele Patente em nome da COPPE/COPPETEC/UF~ - 41
pt'flidos depositados.
• Núm 'ro de I't'didos d . Patente cm nome da Fundação José Bonifácio/UF~J - 7
pt'oidos dcpo~itados.
•NIIIJ)ero de P ' didos de Patcnte em nome da EQ/UF~J - 2 pedidos depositados.
•NlÍrll '('O d e I'ed ioo~ de Patente em nome da IQ/UFRJ - 2 pedidos depositados.
• Nlioll'1'O de P('<Iidos de Patl'ntc cm nome da lMA2? - 2 pedidos depositados.
•N(tlll('1'O de Pedidos de Patente em nome da Biofísica/U FRJ - 3 pedidos
depositados.
Os ::L~sllnlOscJlJ(' COllstavam do questionátio eram: a visiio das patentes e sua impor·
tâ ncia para o d('sl'lwolvimento do País; os fatores d e terminantes para o início do paten-
tCHlncl1to; as parCl;l;asj,í realizadas com e mpresas em decorrência do patenteamento
(ou 1):10); a qllem cabe a ddinição do escopo da pesquisa em caso de parceria; a impor-
t..incia ela Lei de Inovaçào para o meio acadêmico; e a questão da atuação do EPl nesse
cenário de patenteamenw_
Depois de r 'alizadas as entrevisl'ls. foram traçados quatro perfis para os entrevistli"
dos ronlónnc descritos abai o:
I. Patclltcadorcs b:l~t.antc conscient.l's e muito ativos.
2. f'at cll tea<!ort:s conscientes e alivos,

~· IY",w,uftj.br / llniclarn'•. php, Ares.'u t'm: ~O/ 02!OR. e- '


V~ RI'~.nhMC' que a Pt""(l'lliUl roi l'('ôllil:1d:, dllmnte o mês rle l\R'0sto d e 2007, pOrlanlo os resultados r~O .'
tCIlI '"I til' I" n'íllitlactc. n (I'ml pode S(' altcmr ulll pou!:o I)(U-:I acessos mais rccemes.
iWE1I1C 111 .11)1'1'0 ('tlglobll 0." dM d(:mni~ unidndes. com exccçào dos pedidos e m nome do IMA. . la '
l'f.~I(, 111111111' fui n tinicu dos 7 P('S'lttlS:ltlOS a n:io apt'Cscnmr. alt'C'lado ao nome da unirladt'. a SI!: .:
"UFR,,., "
CAPITulo t • A EXPlORAçAO ECONÓMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO... 23

3. Patenteadores conscientes e pouco ativos.


4. Patenteadores conscientes, mas muito pouco ativos frente ao potencial
apresentado.

Os perlis acima foram criados posterionnente às entrevistas e podem ser definidos


da seguinte fonna:

• Patenteadores b:lstante conscientes e muito ativos: São aqueles prof<.'SSOres que


se destacam pela grande consciência que têm sobre a importância das patentes
para o desenvohimento do País e para a projeção no mundo globalizado, e, por
is.'iO mesmo, apresentam um grande mimero de pedidos de patente depositados.
• Patenteadores conscientes e ativos: São aqueles professores que sabem da iJn..
portãncia das patentes para o desenvolvimento do País, apesar de nào te("em
muitos pedidos de patente depositados. Neste perfil, os professores gostariam de
poder patentear mais (e teriam condições de fazer isso), mas se sentem tolhidos
Wlto pelo depanamento a que pertencem, dentro da Universidade, como pelo
próprio Go,'Crno e seus órgãos de fomento.
• Patenteadores conscientes e pouco ativos: São aqueles professores que sabem da
importância da~ patentes para o desen\'Olvimento do País, ma'! que não têm co-
tre lJa.!J prioridades a proteção por patente.
• Patenteadores conscientes, mas muito pouco ativos frente ao potencial apresen-
tado: Este perfil em muito se assemelha ao ant.e rior, pois também aqui os profes-
SOI"l:S sabrm da importância da: patentes para o desenmlvimento do Pai"!. mas
não têm entre uas prioridades a proteção por patente. A diferença éque para es-
tes, caso exi! ússe a consciência como no perfi I I, o número de pedidO'l de palen-
te depositados seria muito grande. d~;do às inúmera'l imocnçõcs (e inO\-açõcs
desenmlvidas em seus laboratórios.

1.6.1.1 AS PERCEPÇÕES OBTIDAS EM CADA UM DOS PERFIS

PERFIL 1
Os professores, durante as entrC\lstas. conseguiram se destacar bastante dos demais de.....
\'ido a rua consciência j.i consolidada há anos sobre a importãocia das patentes para o
desenmkimemo do Pai e para a projeçio no mundo globalizado. E. ta bag-dgem foi
adquirida por d de diferentes formas: quer pelo contato que tiveram com colegas
de pa~~ desen\'O"idos dw-ante seu doutoramento, quer pelo contato direto com em-
presas estr.mgciras. ou ainda por intcr-relacionarem"\Se entre si
Isso os po5.gbilitou priorizar o patenteamento.. Apesar do grande número de papm
publicados. eles sabem que no mundo de b~e. qunn não se pTOtege não lem como en-
frenlM a concorrência. .
'.
ROSPECÇÁO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMAC~lfttr.
PATENrEAMENfO & P --~

rodutivo e já realizanun vários projet~ (I


-' ,- direta com o setor P . ~
T()do~ tem tnteraçao a escolha do que será desenvolvido em cillll)
parcetia2K com empresas. Para. este gnlpO,
de parceria pode vatiar, ou seja: -
. . e ela esquisa, quan~o, entao, prc.)curam a~ em.
a) Pode parur deles o tnteress. ~ p sse em finanCiar o seu proJeto.
resas ara saber quem tena mtere . '
p p . 'dade l do desenvolVImento de algo que lhe
h) Pode parur a e. d mpresa a necess . . I
. 50 a 'parceria' sena Idea .
seja de interesse imediato e, parti IS , ..' .
. '0 venha a eXlsur, vai depender do upo de
A questão da titulatidade da patente, cas o'po (a) a titulalidade é da UFRJ ou no
al t nOS casos d o .
conlIato realizado. Norm men e, ' I 'dade entre a UFRJ e a empresa;já nosça..
.
máximo I'
la a poSSI'bld
I I a,
de de uma co-Otll anue 'teoricamente' contratou um serviço e
sos do tipo (b) a titularidade e da empresa, q
pagou por ele. a Lei' de Inovação continua aser uma inc<Íg-
, té para este grupo
Jnteres.o;ante e q~le a . bter financiamentos do Governo nem exerceu
nita. Ela em nada os ajudou a consegUIr o , c . c h d
• . b a l a parcena que 101 ,ec a a.
qualquer influenCia 50 re gum

PERFIL 2 .
. d m consciência da importância das patentes para a UOlver-
05 professores apesar e tere . '
. i I 'mento do País eles não se sentem esumulados a conunuar pa-
Sldade e para o ( esenvo V I ' . .-
parte d o Departamento a que pertencem dentro da InsutUlçao,
lt'lltean d o, quer por .
quer por parle do Governo. ' . .
Já com relação ao Governo. o que e1esalegat'atll,fOl que: ap~sar ~e tersldo p:o~uJ.
(rdda a Lei de Inovação, tanto os editais de fomento a pesqUisa CIentifica, tecnologIca e
". ES30 • d •. . d .
de inovação do CNPq,29 como as avaliações da CAP na area e qUlmlca, alO a sao
incipientes no incentivo ao patenteatnento. No caso da CAPES, para avaliar os cursos de
pós-graduação ela tem considerado como publicações relevantes apenas os artigos em
periódicos nacionais e/ou estnmgeiros; os depósitos de pedidos de patente têm sido
considerados, mas ainda de forma bastantClÍrisignificante.
Por isso, este grupo, apesar de ter capacidade de patentear suas invenções, está
preferindo publicar a patentear.
Com relação à interação com o setor produtivo, o grupo, até o momento, só reali-
zou parceria com órgãos do governo, e nunca recebeu ruyalties pelos pedidos que têm
depositados, quer no Brasil ou no exterior.
Assim como para o perfill, também para eles alei de Inovação (LI) continuaaser
uma incógnita. Esperam que no futuro os editais levem em consideração a LI e passem a
considerar as patentes, também, como publicações válidas para a obtenção de bolsas de
projetos.

2RE.'lSaS parcerias podem ser tanto públicas como privadas.


29 http://www.cnpq.br/editais/ cl/encerrados.htm.Acesso em: 29/02/08.
!lO hup://www.capes.gov.br/avaliacao/ avaliacaopos.htmI.Acesso em: 29/02/08.
PEiRFIL 3
I'~~RC~ pmff"II..,\(Jrc~ tamhém di!l~ftlln rmu«:I('n'CII da ifl1J1m Iti/lda 11:111 1/)11('111':' I ara Il
I!(!

dcsellvolvimento do Par!!, ma!lllpC~"r dilil!(1 I,('d ~ !101M 1I"'l1I(I'I11,I14' (lI4(rr/r.llldtt (" ',,"
ln! (} mim oro de Iml'eI"H: (J de pedidoll dcpoIlÍfml"", Tíllvcz iAA<H)/!lIrt"d porll"C ~ linha lU-
pe8quj~a delcII8çja mail! voltad,\ para a parI ' de I!mnultorla II quo lião I(f! ta, r'lJaltmmtc,
muita.~ patentes,
Elite gt1JpO llunbém wsluma InlenlKír tliteUlIlIC"' ' com n IKJI.tJr rmJf1Ul;vo c, /}()r
is!lO, já foram rca1i1'<ldo!l alguns projeloll d e parc('lÍa tom emprClIltll, J~ ntrNal1tt1, tU~IIfI C:
ca.m normalmente a ell(olha do I-lue !lerá deli '"volvido fica i1 cargo da em pr" /la, lIã" d"
pellllui~dor,
Também panu'. les, a Lei de Inovação ai nela é dClIcon hedúa, Vl/IW que wiu ~judou a
obter qualquer financiamento do Governo nem exerceu in/luê nda 80IJre parccl'ÍilJljá
fechada3,
Relalaram a nece~sidadc de os editais corneç"rcrn a valor1í"..íIr (UI P:ttcllIC", II C III '111("
para iSllO sejam criados edilais e8pcdlic08 à iIlOV<lÇ;"IO, A.o!sim, o~ pJ'()rc~!lon~1! que t /II on-
diçôcs ele patenlt~tlr. e nào apenas publicar, poderão 8e ver mail! atr<.rdoll a fazê-Io,
SUI{r.riu, tamb 'm, que. para ilJII'oximar () F:scrit6rio d e Propriedad e I nl c/eclua l diUl
vária., unidades da U F~J, periodicamente al!(uéln do CNcril6r1o eSllvcKlle emllrn dOI! ccn-
tro~da Universidade (cr, CCMN, ces e Ikiloria) , I8.m facilitaria o prlm 'iro conltltu do
profcs.,or com 11m cHperialixla no aHsunto e, com ISHO, haveria lima dil1funií".<Içào do pr(~
cesso, EHtll é, sem dúvida. uma idéi" intcreHHantc. que vale: a p 'lia ser pCIIKa(\a pelo"
gestores int egrantes da PR·l.!,

PERFIL 4
Esses professores. a""irn romo os demfli~. tambémllC dill.,emrn cons ientes da IrnrortJ'I ncia
das palente!! par" o desenvolvimenlo do Pars. principalmente no mundo ~Iohali,..ado d e
hoje,
Na verdadc, o que eles al e~ardm é CJue ainda é muito hurocl'útico ~c faí", 'r UnllIll
gociação Universidade/EJ11pre~a quando ~e lrata de palell' , I lá váriall queMt!") 'H em
jogo, mas 11 principal delas é quanto ao licenciamento excluHivo, ou st;ja, iiI! cmJlrcllt~'
exigem licença exclusiva, ma!! a Universidade nào pode f'aze-Ia por questüeK de cunho
legal. Assim, as empresa.~ acaballl pr ,ferindo negociar uma tecl1olo!(ia qu> não I :!lh~ja
palenleada, e para isso rcembolsam . via fundaçôc8 univcrsitárias, o peM(l'liMa(\or • o seu
laboratório por isso,
l'aracsle gTl_'po, a escolha do desenvolvim 'II to em GI.~O oe ptlrterla varia c:omo de~
t.rito no perfil I, 0\1 seja:
a) Pode partir dos pesquisador 'S o inLCrCll.'jC pela pcMCJui1l<l, <tll<u\(lo, então, procu·
ram as elllpl"t!:l.18 p<uCI tin,u ldar lul pl'l'!jClO (o que OCOll'C mai~ (i'cqilentcmelllc),
b) Pode partir de cmpn!sa a nec:es~ldadc d ' IlcscnvolvimclIto de III~o lJuc III
st'ja de interesse imediato c, para isso. u pan:crÍii seria inler " II,~lIllIC,
Enu'ctanto. fi forma de rcu'Hl\Iição ' diferem tia do perfil I. oU8t;la. pum o~ CIIIIOll
do tipo (a) o pesquisador, quaJ\(lo nào I '1Il pedido de patente. des'lIvolve II MUII I\\VCII-
PATENTEAMENTO & PROSPEcç.AO TECNOI.OOICA NO SlrrOA FAnMI\Ct~
'-..;

çãú pan a empresa. já nos casos do tipo (b) a em prcsa confrtua fJ'pc8CJui8ad()~ fJa,~ r~dli.
= um dc:-lernIÍnado SCf\'Íço p-Ma ela e por ele paga uma dCLCIlrUrlada 'luan Ua. (.a.'\() \
nba .. leT paLCl1lC. a lllL'Sma scrá de tiLUlaridadc da cllIprcPla.
É por Íl>'5O que o Brasil é conhecido por aprc!lCrltar um excelente nível dentificI).
mas um IÚ\--d de ~orm.ancetecnológica jn.~uJiciente. lnlclizmcnte. esta é lima re:tlit\a.
de com a qual as l:niversidades e o BrdSil têm de convivcr. pois os indicadores cm leI'
tDOI; de patente. apesar de terem aumentado nos últimos anos. ainda súoconsidcrd/lrll

muito incipientes.
Assim oomo oos demais perfr.s. a Lei dc Inovação ainda não surtiu efei tos. pois í'rn
nada ajudou na obtenção de financiamentos do Governo nem exerceu qualquer ln·
Huénciasobrealguma parceria que foi fechada. Esperd-5C que no futuro este I.cípico P()~
53 sc apresentar de forma diferente.

Quanto ao Escritório de Propriedade Intelectual- EPI da UF~J um fato comulll a


q~ todos os entrevistados é que o escritório sempre os assessorou da melhor fonn~
possivel. ainda que carecesse de estruturd e mãO<le-<>bra especiali7..ada.

1.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Depois do estudo de caso feito com a UFRJ, a maior Universidade pública do Brasil, li,
(JOU claro que apesar do esforço desenvolvido por parte do governo e da sociedade no

sentido de v.tlorizar a Propriedade Intelectual, ainda é preciso mais, muito mais para
que o País dê um salto em direção ao progresso e ao desenvolvimento.
Embora hoje as Universidades não estejam mais tão afastadas da tecnologia e ria
sua real aplicação, tendo adquirido consciência de que é necessário que as pesquisas es-
tt3am ,uJradas, também, para o social, foi possível se verificar que os empecilhos (ideo-
logia 3C3dêmica e publicação de papers) ao desenvolvimento tecnológico de outrora :
airuh pen;rstem-
. ,
Sem desmerecer a pesquisa básica - que indiscutivelmente é muito importante, c
\isro que éa base para rudo-urge que haja um esforço conjunto no sentido de sevalori-
zaras patentes,já que o progresso e o desem'olvimento vêm por meio dela, ou seja, da
proteÇão e da romercialização da propriedade intelectual. Por isso é tão premen te que .
sc cuJrue e dissemine essa idéia junto à Academia.
As entre\ÍSlas deixaram claro que a Academia ainda é cética quando se fala em pa'
tentes, e nem mesmo a Lei de Inovação conseguiu fortalecer a cultura do patenteamen-
10 nas Universidades.
Isso é preocupante, pois no momento em que a tendência mundial é de incentivo
:à Inovação Tecnológica e ao patenteamento, no Brasil ainda prevalece a mera publica-
ção de papers.
O ideal seria que a Universidade estivesse fortemente engajada no movimento
pnHnO\ação, protegendo não só a nossa produção intelectual, mas acima de ludo. de- .
~lvendoo seu papel sociaL Isso certamente fortaleceria o progresso, o crescimento i
econõmiro, a maior distribuição de renda e a justiça social. J
CAPfnJLo 1 • A EXPLORAÇÃO ECONÓMICA DA PATENTE E A PERCEPÇÃO...

Sem querer que a Universidade substiula o Estado, pois cada um tem suas atribui-
ções. entl"nde-se que é preciso que ela consiga contribuir mais para a sociedade, em ge-
ral, e para o setor produtivo, em particular.
Isto porque nào se pode mais conceber que um Pais como o Brasil permaneça aco-
modado, sentindo-se confortável, a reboque de outros países que se desenvolvem ple-
namente, como outrora aconteceu.
A UF~J a partir de 2008,já conta, de forma formal, com a criação da Agência de
Inovação e do NIT, ficando, portanto, a gestão das patentes a cargo da PR-2, Pró-Reito-
ria de Pós-Graduação e Pesquisa.

1.8 REFERÊNCIAS
ADP1C ou TRIPS (sigla em inglês) - Acordo Relativo aos Aspectos do Direito da Propriedade Intelectual
Rdacionados com o Comércio. Disponível ern : htlp:/ / pt.wikipedia.org/ wiki/ Acordo_TRIPs. Acesso
em: fcv. 2008.

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lru<jllirnica. ANTUNES, A.; MERCADO, A. (Eds.), 1998.
BARBOSA, A. L. F. SoIn~ PmfrriMtUie do Trabalho 11IIe/tr:tual- Uma Pt'TSf1et'1iua Crúica. Rio de janeiro, UFRj,
1999.
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al e Tccnooigital. Fundação Getúlio Vargas (FGV). Rio de janeiro, 2002.
BORGES. D. B. Uma 17lIrodllCiio à Proflriedade Inteltr:tllaL Lumemjúlis. Rio de janeiro, 2! ed., 1.237 p., 2003.
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priedade Intelectual. Rio deJaneiro, ABPI, p. 3 1-55, 2002.
--o Uma introdução à proprir,rlade inlllÚ'ctllllL Teoria da Conconência, Patentes e Siglas Distintivas. Rio de
janeiro: Lume n jllli.., \'. I , 376 p., 1998.
CAPES - Coordenação de Ape.feiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Disponível ern: http://www.c:a-
pes.go\'.br. Acesso em: fcv. 2008.
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico. Disponível em: http:/ /
ww\V.cnpq.br. Acessos ern : abro e set. 2007, e lev. 2008.
DA:-.INEMANN, S. B.; MOREIRA. I. C.mnl'1ltários à I.ri da Propriedade lndlL,trialt Correlatos. Rio deJaneiro
/ São Paulo: Reno\'3r, 588 p. , 2001.
DELPHlON - Banco de dados privado de patentes. Disponível ern: hup:/ / www.delphion.com.Acessoem:
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FERRAZ, E. O Motor d.11novação. Revista Exame. Rio de Janeiro, cd. 776, n. 20. p. 47-70,02 OllL 2002.
GAIT - C.....mJl Aj!TtmII'fÚ 011 Tari/ls and Trade (Acordo GeraI sobre Tarif:1S e Cornércio) . Disponível em:
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• TECNOLÓGICA NO SETOA FARMACtVTiC()
PATENTEAMENTO & PROSPECÇAO ...
28

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Reuista de Administraçã() Púhlica. Rio de Janeiro: FGV, v. 34, n. 50, p. 181-188, seL/out., 2000.
VERGARA, S. C. Universidade Corporativa: a parceria possível entre empresa e universidade tradicional.
Reuista de Administração Pública. Rio de Janeiro: FGV, v. 34, n. 50, p. 181-188, set./ouL, 2000.

WOLF, M. T. Proprie~industrial naagropecuária:. Workshop biossegurança, proteção de cultivares, acesso


aos recursos geneocos. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1998.
. . A ESTRATÉGIA DO PATENTEAMENTO E A
PROTEÇÃO INDUSTRIAL DO SETOR
., FARMACÊUTICO

Lucia Regina Femandes


Adelaide Maria de Souza Antunes

2.1 PROPRIEDADE INDUSTRIAL


É fato notório que empresas de sucesso se caracterizam por aceitarem sempre grandes
desafios. por fazerem investimen tos em arriscados projetos ou metas e por terem o con-
ceito de inovação contínua institucionalizado em seus valores e hábitos. Nessas empre-
sas isso significa inovar em processos e produtos permanentemente, incentivando a ex-
perimcl1uu;-ão e dando abertura a novas idéias e tecnologias. Um aumento no número
de depósitos de pedidos de patente reflete concretamente essa tendência.
F. examinada então, neste capítulo. a literatura relacionada ao tema propriedade
industrial. Foi dada prioridade à coleta de informações sobre a matéria que privilegiasse
sua importância como um bem, que se inclui na classificação de bens imateriais, mas
que. enlretanlO, deve ser utilizado como um direito de propriedade material, isto é,
pode ser vendido. licenciado. cedido e transmitido.
Foi o~ietjvo. durante a pesquisa bibliográfica, a busca de infomlaçôes voltadas
para a análise e discussão de aspectos econômicos que envolvessem o sistema patentá-
rio. ou seja. a pat.ente como um meio de apropliação financeira do investimento feito
em 1'&D e também como Ulll valioso inslnlmemo de informação.
Propriedade lnrlusuial é um nome coletivo para um conjunto de direit<~s relacicr
narlos com as atividades industriais ou comerciais do inilivíduo ou empresa. E uma ex-
pressão <]Ul' fO'Tcsponde ao direito de propriedade que o homem pode ter sobre suas
Cl'i;\(;Ôt's, obr,ls e prorluçõcs do intelecto, talento c engenho. .
A pmplil'dade industrial, particularmente o S.islema de patentes, surgiu da necCSSl-
dade dos governos,juntament.c com a sociedade, de incentivar a cap<lcidade criativa e a
di\'l\I~"çãu das invenções. Em troca da disseminação do conhecimento, o Estado passou
a ('(ln lÍ:'ri r direit.os de ('xclusivid<lde ao inventor, por certo penudo de tempo, ~ que o
me 'mil explorasse Slm im' nçlio e recuperasse os recursos investidos na pesqwsa, p0-
dendo I'(~il\\'t!sti-Io.~ em novas pesquisas (MITTELBACH. 1985).
30:...._ _ _ _ _ _..;.P.:..,..;.;.T~fN.:.:T:.::EA
::;; :..;M
= . N.:.:T:.::
O..;;"':...;P.:.:A;::
O;::SP.::-:cç
:~ ÁO:::...:.:TE::C:.:.N:.::O;::Loa
=I;::CA:..:..N:.:.O=SET=O::.:A.:..FAA::.:::M:::~~~~
__

A inwnçáu pode· IWr definida como o rp~IlIL."lcl() de críaçãl) ele algllma coi!la alé f)
mome nlo ent;'(l ilwxisb'n"', produto d,) espíriLO invelllivo do homcm, quc soluciona
um prol Mina 11!('JlÍt"o (ROSA, I~IYH). A inv('llção S<lti!dwl. delerminada~ nccessidadL"S de
orde m prálica.
A propriedade indu~tri;'11 é complexa e de cal"dcwrí~li ca.~ 111 ui to pr6pria~. Mesmoem
nível intemacional o ll.~~lInLO llinrla é c10minadn por poucos cspcc:ialisla~ (PAVITr.
HJ98).
A fim de pmlcgcr a produção. a propriedade industrial aparece na forma de )Y.I-
I ml.Cll de invenção, modclOll d ' Ulilidad(~ e modelos e desenhoN indlL~lriais, que são m~
nop6/íc)!IlegaÍll, qU<' reconhecemo privilégio de IJ.~ e cxploração cxclusiv-a ao inventor
l)t)f um prazo determinado, ViSillldo cncor<!jitr o dc:sc:nvolvimentn da indústria pard (j

bem ela comunidade em geral.


A pr'JI,riedadc industrial também indui a protcção a marca~ comerciais e de sel'\;'
ÇO!l, n(/me~ c dt!~igllaçiIC8 comcrcíai8, a reprcKHãu às fal!la.~ indicaçi>es geográficas e a m· '
pre~M ii amcorrênda dc~I'al. ,
Ar. lcíll referellte8 à~ patent 'S ele ínvclH;ão v-JJÍam em diversos asp('ctos de um p<ili \
.
par" outro, llIaJ todas a.~ legí~laçt>cH alimlarn que uma idéia criatiw é pas.~ívcl de palCntea· !
rn nw desde que "preJIClltc trêll cardcteríHl ica.~ báxiciI!I: novidade, aplicação induslrial e I
'Iue rClluhe de atívíc1adc invc:ntivd, frCfJÜentclllentc relacionada a um aV.ulço técnko eOIl- 1 1
fK'l(uieJo pda invenção (INI'I, 1996).
A JYctf,entc de invençâo pode IICr considcr.lda como um COntr"LO entre duas partes:
uma da3 p'an,CII é o inventor, a outra é o púhliw ou a Kocicdade representada pelo Go-
1 I
vcrnv. A liOCiedacle concede ao illvcllLOr, por um pra7.0 limitado, a propriedade e o dire- I
íto CXclUlIiwl da invenção. podendo o IIlCilfnO promover ação judicial contra terceiros I
CJue utili/.clll o ohjelO chi invenção IICm sua aUlOril.açãu. O invenlor, por scu lado, tcm () I
d(.'Vcr d~ dellCrt.'V(:r a invençi~ d~ 1iI110rt!la flue JX',s.~a ~cr e~tcn "ida e r('produ~ida por 1
um tt('l~IC() no as~~nl'~, C(~nlrJhllmd(~ ;l!IHlIlll'ara o <:nnquc~lJnenU) da tecnologIa, o de-
scnvo/\IJfTlenIO e1iJ mduftlna e C'.omérno e para (/ bem ela Moclcclac1e em geral. No final do
I
perfodo de prolcção a Invenção 8Cr.1ulIl hem de todo~, illl() é, de domínio público. 1
,
2.2 ANÁLISE ESTRATÉGICA DE DOCUMENTO DE PATENTE

2.2.1 CONTEÚDO DO DOCUMENTO DE PATENTE I


A ídenaíficaçãtJ de doculTlenlO~ de p'd tcnte de cmprclIall cm SClL~ domínios ue interes.c;e é i
IIIml informação muito vali()!ül IYara uma cmprCil<i concorrente. Os países desenvolvidos 1
fw,cna o t1W 5j~le/lla lú.ad() de IYdS(~1I de dados (:sptcíaJi"adiL~ com illlUilO de txplorar ai- ~
gurus campolj d • 'l<L~ "a.'IC~, Ç~nlo. por cxcl~plo, cI.'Wlifieaç~o inlcrn~~ional de pate~ll,:, .j
IIome de c'napn.'!Ia.~, nome de II1V('lll0rell, P,lIS elc <JI1I(<:m, pais ele deposito, dala ele pnon·
dad 'etc, ;\ wrrcla~'ã(/ entre cstes darJoHé 'Ilécnica mais IItili7.ada par.lxc delerminarocn·
tomo de: IInta c1el('rrninada tC('flul('gía c o pioneiro Ilc~ta lécnica foi Francis Narin. O USO
fia conls1g~m, dU.f/PrÍrtl(. e da análiJK: de illlc;ôCII na <'Iv-aliação de corporaçôell, análises de
/lClJ)r :li íncJuNltíais KlolYaí~ C íltívidade l,CCllológicíl lião méLOdo~ mílizadoH para que se de-
termine a /JeTjfmlwru:e l.Ccnológiríl fi lima C~mprClla, país ou 8ClOr industrial (NAtUN,
1!)!i4).
CAPI Ill~()2 • A ESTRATÉGIA DO PATENTEAMENTO E A PROTEÇAO INDUSTRIAL... 31

!\H I ),,~eM (Ie dados hospedadas nos grandes sistemas como o The Dialog Corporation
(F,Ll A) . o STN - Scicntilic and Tecnological Network (Alemanha) e o Questel (Euro-
pa/ \",llA/ A~iil) oferecem citaç(ICS a outras patentes, resumo, informações quc, dissemi-
nada" aos cspeciaJistas sistematicamente, facilitam a opção acertada pela leiUJra do texto
I'ClIllpleto (lo documento. minimizando sobremaneira o tempo despendido na pesquisa.
1;~~[C\ .m~lise permite dcfinir a evolução no tempo do terreno já ocupado por ou-
[ros, c os domfnios que podem ainda ser cobertos por novas invenções. Auxilia da mes-
ma forma na reorientação de pesquisa~ ou mesmo indica a sua intenupção, caso o
ohjt,to ria mesma est~ja protegido.
Enfim, os documentos de patente citados num detenninado documento constituem
um aCt!rvo ilimitado a ser explol""ddo.
A ligurd 2.1 pt:rmite um panorama do que é disponível no conteúdo de um docu-
mento de patente em função do que se deseja conhecer:

Aviso d& publlcaçào Monitoramento


da patente de da
uma empresa concorrência

Referências contidas
em bases de dados

Monitoramento técnico
preciso setorial
Resumos acesslveis
em linha de uma
base de dados

Descrição
da invenção

Monitoramento técnico
pontual
Exame de
esquemas, figuras
e desenhos

Exame de Monitoramento técnico


reivindicações preciso e de
interesse jurldico

Estudo Monitoramento
do relatório da
de pesquisa concorrência

Figura 2.1 Aspecto Informativo da Patente.


Fonte: Fernandes. 2002 (Tese de doutorado). Adaptado de Jacobiak,1994.
o
• MOlÜtotanltilto da concon"ênda: l'impl('S r"to
clt' ~bc:'r que :\ emp~" - t
~m'Qpatente public-.ld<l em um do,", domi"ios de lllhiô:\de de int~~~
é lUn b :
Importante.
• Monitonmento gtobal de Sl'to~--s tk:nil'<lS e de athidAde dA conromnc.ia: O C().
nho::imenro de-l'eft'rin(-i:\.~ publirada!> 1'\).'\11 \I1n('nle n: s b: ~'S de.' dados J>ertnitt
est.e monitoranl<'nto qll(' pode St'r apl"Oflllld;\do atr.\WS do.,. n.~Utnos..
• Monitoramento téroico pontual: t ('Ql1dutido pela análise d;! dt'Scrição d~\ im~
çào, o exame de esqUCIIl. s. fig1.U-:ts t' desenhos,
• Dominiopotegido: É tomccido no te.\.1O completo. pelas rci\"indiG\~ que ntt~
sitam ser :lnalis.'\d.u O imeresse 1t.~nit.'O neste C,"-"O se som."\ no intere..~ juridim.
E.xistem três niwls de comelido de infol1naçiio nos documentos de p.'\tcntes: as I'f-
ferências, os resumos t' o te.xto completo UACOBlAK. 1994).
Indicam-se, na figura 2.2, as maneinlS que e..xistt!1l\ para acessar infonnação etn
cada um destes níveis.

Acesso via
base de dados
Nível 1:
Referências
Acesso via
boletins

Resumo de alerta
para leitura rápida
Nlvel2:
Referências
Resumo mais elaborado
para lelt~ra mais demorada
Parutlon mais Tardive

Acessfveis nos erscritórios


de patente e em organismos
Nível 3: esp.
Texto

-,.
Indispensáveis para o
conhecimento do
conteúdo da patente
FIgura 2.2 Os Tre" s Níveis de Conteúdo I
Fonte: Jacobiak, 1994. nformativo da Patente.
EA~~r.~j~~~~
~ ~~~~..______----~
Ç-\ Q i"iUL02 • A ESTRATÊGIA 00 ~A~MeNTO
-_........ '
...::;T.:.

NíVEL 1 - REFERÊNCIAS , ' ' muI) o


" " " . ' /!I flí8f-,~m~ IrrLCrrtanOnalJl, ,.aJJI ('
A fOlma mal~ faClI e segura (o o ao ~M) remlltn ar . " . k STN HJlde urna
The Dialog Corporalioll ou o Scícntílic aO/I Tcchnoloj{u:al N(~twor . -. 'ir é'a em-
pe.s<]uisa éconduzida na hasc.de dados WI'I- Worltl d'
Patcnt Jllth.-" Clllo pr.~~I' ,r a ('11""
· ~T ·wI()lIaCà.lwK.-man ......
presa inglesa Dcrwentcujo nÍlm 'ro de ri OCllmenlos IlIroO!)I IZ , fi '00
en~rc 7.500 c 8.000. Ne~tc nível, o monilOramcnw d~ cmpr~ cnncorrc"f~ (! eJ
através de pesquisa de patcntcR. . • . . ciaJÍ7.a-
Podem ser utilizadas como fo"te~ de II1ronnaçaoa Cl)n"ulfa~ r~~eIJlC
das publicadas pelos ~~,critórios Oficiais de Patente nos próprim I:AcríIl",OS ClU, c:m
aJo
guns casos, acessando ali bases destes L'!CrílÓri01l dj~p()nibílí14UW atrav~de .euutla na
IntemeL
Entend~e por referência 011 seguintell eI 'mcntos de informação:
• País de depósito.
• NÍlmero de dep6sito.
• Número de publicação.
• Natureza do documento de patent(!.
• Nome do Inventor.
• Nome do Detentor.
• Data de prioridade .
• Código da Classificação Internacional de Patentes (define ~5etore5 industriais).
• Título da Invenção.
Um primeiro monitoramento bem eficaz pode ser realizado a partir do conheci-
mento de alguns destes elementos que permitem dizer: MEsta nova patente da Empresa
X utiliza a planta Y para produzir o medicamento Z pos.~ibi1itando novo mercado"
(JACOBIAK. 1994).
Especialistas de determinada empresa podem permanentemente ser alertados
através da disseminação de referência~ tratada,.

NíVEL 2 - RESUMOS
Havendo interesse nos dados acima se pode consultar os resumos c as aplicações que
são novidade.

NíVEL 3 - TEXTO COMPLETO


Os textos completos dos documentos de patente podem ser enconlJ'ados. por exemplo.
nos Escritórios Oficiais Nacionais. no Escritório Europeu, ou na ba.~ de dados Derwem e
no USPTO.
A utilização de documento de patente tem como vantagem a sua padronização in-
ternacional. O grande avanço para que isso acontecesse foi o Tratado de Estrasburgo
firmado em 1971 que estabeleceu, para os paÍSe5-membros. um Sistema de Classi6cação
por ramo da técnica. Classificação Internacional de Patente - CIP, sendo adotado por
quase todos os países desenvolvidos e pela maioria dOI! emergentes. É um istema de
34 PATENTEAMENTO & PROSPEC AO TECNOLÓGICA NO

classificação exclusivamente configurado para ordenar a.~ inlolmaçõ .. lé ulraa rir


dução. É resuita e especializada para atender à área ele prodllçrio CCUtltlfl1ic:a. Matro.
, .
60.000 campos tecnoIogIcos - precIsamente
estao . (I esc nto~
' I -cj
n CIIl • c ocU/u 'nlo (MACI':!)O
e BARBOSA, 2000) .
Basicamente compõe-se de 8 seçõcs, 20 subseçõcs, J 18 ChL~IiCS, fi IIi 8uh<:lfUlllr.• .
mais de 64.000 grupos, estando em sua oitava edição.
O campo da CIP é um dos mais importantes pois é esta classificação qu ' pON~i "íll l;l
n
a existência do sistema internacional de infornlação técnico-produtiV'<I, 'm como Pê!'. :
mite a rápida recuperação das informações nele contidas (MACEDO, :l/)()!).
Coube ã Organização Mundial de Propriedade IntelecUlal (OMPI) a rc~ponllllbíl~
dade de elaboração dos padrões de procedimentos de uniformização elo~ clados biblio-
gráficos dos documentos de patente, entretanto, esta padronização não é ohrigaÚlria.
Foi proposto um mínimo de padronização especialmente em rdaçflo ao~ dack>t ;
contidos na folha de rosto. A identificação dos dados da folha de rosLO, bem comu l1a3
publicações oficiais das autoridades governamentais é feita por intermédio do~ "númc- '
ros internacionalmente adotados para a identificação dos dados", c~ja sigla cm inglêsé
lN! D -lntemationalAgreed Numbers for the ldentífzcation ofData. Os dados da foI ha de rOllIO :
devem ser precedidos de um número de dois dígitos envolvidos por circunferência ou '
parênteses.
Os dados mínimos sugeridos pela OMPr são:
(10) Identificação do documento.
(11) Número do documento.
(12) Designação do tipo do documento (pedido, patente, etc).
(I3) Tipo de código de documento conforme o padrão OMP!. ..
(20) Dados de pedidos nacionais. l
(21) Número designado para o pedido nacional.
(22) Data de depósito do pedido. i
(23) Outras datas, incluindo a de depósito das especificações completas após esf>C!"
cificações provisórias ou data de exibição pública. .
(30) Dados de prioridade.
(31) Número designado para a prioridade unionista.
(32) Data de depósito de pedido de prioridade unionista.
(33) Có~igo ~e ~uas letras para a representação de países e outras entidades e O{'
~nIzaç.oes Internacionais que emitam ou registrem títulos de propriedade
mdusmal.
(34) Ide~tifica a autoridade governamental nacional outorgante do número de
didod "da .
~ e ~n~n de ou a autondade regional outorgante do número do pe-
dIdo de pnondade regional.
(40) Datas de acesso ao público.
CAPHlJlO 2 • A ESTRATt:GIA 00 PATENTEAMENTO E A PROTEÇÃO INDUSTRIAL .. 35

(50) Informação Técnica.


(51) c:Ja'Sificação In ternacional de Patente - CIP.
I:í2) Clas.~ificação Nacional.
(54) Título da Invenção.
(60) Referência a outros documentos de patentes nacionais legais ou processual-
mente relacionados, incluindo pedidos não publicados.
(61) Número e, se possível, data de depósito de pedidos anteriores, ou número de
patentes anteriormente concedidas, modelos de utilidade ou similares em re-
lação ao qual o presente documento é aditivo.
(62) Número e, se possível, data de depósito de um pedido anterior em relação ao
qual o presente documento é lima parte dividida.
(63) Número e data do depósito de um pedido anterior em relação ao qual o pedi-
do está relacionado.
(64) Número de uma publicação anterior que é reeditado.
(70) Identificação das partes relacionadas com o documento.
(SO) Identificação de dados relacionados a convenções internacionais além da
Convenção de Paris.

2.2.2 ESTATíSTICA DE DOCUMENTOS DE PATENTE


O monitoramento do ambiente não se limita simplesmente a uma busca de informa-
ções. Com o crescimento permanente da informação é necessário que sejam produzi-
das as análises estratégicas. Um tipo de monitoramento efetivo é aquele conduzido com
informações contidas em documento de patente. A diversidade de fontes de informa-
ções de patente possibilita a escolha da fonte mais adequada para monitoramentos mais
específicos, mais exaustivos e, sobretudo, mais adaptados às necessidades dos diferentes
centros de decisão.
Existem diferentes modos de se explorar uma base de dados de patente:
• O primeiro é aquele que se faz diretamente em linha através de recursos projeta-
dos pelo próprio provedor do banco de dados. A informação obtida é determi-
nada pelos limites impostos pelos sistemas. Estes limites estão principalmente
vinculados aos recursos dos diferentes bancos de dados e a impossibilidade de se
fazer homogeneizações nas amostras de dados extraídos das bases. Com isto os
bancos de dados orientam os usuários na utilização conjunta de suas técnicas de
exploração e de análise da informação recuperada em linha e outras comple-
mentares menos restritivas. Por outro lado, o interesse pelos sistemas de informa-
ção documentária informatizada reside no fato de disponibilizar aos pesquisado-
res uma grande massa de informações que é muito importante, entretanto é ne-
cessário adicionar tratamentos a partir do servidor para que se obtenham os resul-
tados necessários ã sua demanda. Estas adições acarretam elevação nos custos de
acesso e recuperação, indicando .uma necessidade .de no~ metodologias de
análise para que se realizem morutoramentos globaIS e maIS aprofundados.
36

• O segtmdo modo explora a~ infonnações proveJ1Í<."fltes das bucsde dadr. ~


-
d(h';C em tratamentos rcali7.ados localmente. que é o temlO.que ~ ou quand(,~
está desconecrado dos bancos de dados. EstaS témícas. entretanto,~.Q.:
um prévio descanegamento (dnwnwadiTlft; das ínfQ~ que tião ~
sendo depois aplicados tratamentos de infonnaç!o espeófiaf&, pri~
baseados em métodos biblíoméuicos e estatístkos. Como estai témicaI 'Sâr.I1lJaa
complexas necessitam de maior compelência do que o méwdo ~ par;;. tItl-
rem realizadas. Elas aprescnram wna enorme vantagem de!ie podanaJjZM~
formas de tratamento que atenderão melhor às necessidadesde~.l.Jnr.,
análise, com estas características, permite descswolver com glande ~ a c;.
ploração da informação contida em documentos de patel1.kS.
Quaisquer que sejam os meios escolhidos para a rcalizaçãoda.expiorAÇão• .adnot:r-
sidade de fontes de informação de patente permite orientar o momtoramemoem fun..
ção de dois principais critérios: identificação da estratégia de pe5quHa e a iden~
de estratégias de depósitos de patente dos conconentes.

2.2.3 IDENTIFICAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE PESQUISA


A exploração de informação de patente que se presta a este aspeaoestá wba ~
que existe lima conelação entre a política de pesquisa de uma empresa e suapolilicack
depósitos de patente. Este postulado conduz à seguinte questão: para um !ieWf"deatro-
dade técnica, existe relação entre depósitos de patente e desenvolvimento tiaüoo de
uma em presa? Os autores encon trados, que ci tam este problema.. !Oram CoeJr.IJ, 1985c
Pa\i lI, 1984. ('.A)mo conel usão tem-se que para detennínados setores de ari\ldadesÚlc:lD-
cas o desenvolvimento industrial se dá essencialmente sob uma pesquisa ci<::n'l:ÍfiCil~.aca­
dêmica", existindo uma ligação irrefutável da~ inovações de seus produtos e de ~
sos, neste caso temos a relação patentes/ inovações citada por Basberg, 19 7. MUma. for-
te taxa de depósitos de patente, independente do peso das empresas ou dos países de<-
positantes, indica fortemente a emergência de uma inovação radiaU" {CRAUSER.
1989). Sob este aspecto a paten te pode ser considerada como um indicadorda ~u:isa
tecnológica de empresas. Sendo assim parece claro que, dentro de urndetenninadodo-
mínio de atividade técnica, as estratégias de pesquisa dos principais depositantes p0-
dem ser conhecidas a partir da exploração scletiva de informações de diíerenleS cam-
pos de bases de dados de documento de patente. Esra exploração não será rebamr
caso não seja aplicada como um método sistemáúco. Sob esta óóca é necessário qta(' ~
explore seletivamente determinados campos de informação significativa em bases de
dados de patente, relacionados a seguir.
• Deposil3nte: Conduz à identificação e à estimativa de depósitos porempresa. ~
dendo ser avaliado o esforço na área de patente em determinado campo<kaDri-
dade técnica e também possibilita a comparação entre empresas.
• Campos do titulo, descritores, códigos de classificação de patente, resumo: Pd-
mitem a caracterização e a identificação do objeto de cada patente. É possnd~
ser\'ar a conelação existente entre os depositantes e o objelo da patente, goa1l
do assim as derivações temáúcas das empresas.
CAPITULO 2 • A ESTRATÉGIA DO PATENTEAMENTO E A PROTEÇÃO INDUSTRIAL.•. 37

• Inventores: Pennite a identificação do campo de atuação dos profissionais. A


análise desta infonnação pennite tuna melhor compreensão das estruturas e das
políticas de pesquisa de cada empresa, sendo assim possível detenninar:
• Grau de especi.aliz.aç.ão de cada inventor: os inventores são muito especializados ou
de outra fonna dispersos em vários domínios?
• Grau de colaboração entre caM inventor: trabalham em rede ou executam traba-
lhos independentes?
• Evolução da colabora{ão mútua: como evolui durante o tempo e por domínio?
• Grau de Im)(111,ção de cada inventor: existem nesta rede os inven tores de "pólos" de
produção tecnológica importantes; isto é visto pelo número de depósitos de
patente?
• F"qüência de publica{ào de patente por inventor. qual é a periodicidade de apareci-
mento de cada inventor nas patentes?
A exploração do campo "inventor" pennite que melhor seja avaliada a interação
que existe entre a patente e a pesquisa cienúfica. Esta estimativa pode ser realizada por
empresa, para a identificação de indivíduos comuns às publicações de patente e às pu-
blicações cienúflcas. Desta fonna é possível visualizar a razão de contribuição Ciên-
cia/ Patente e avaliar a evolução desta relação com o tempo e por objeto.
O campo relativo aos dados de prioridade unionista pennite que se estude a evolu-
ção e a sua distribuição por zona geográfica de patente. Geralmente estes dados são cor-
relacionados com outros campos (depositante, objeto, inventor, etc.), para se obter
perfis de distribuição de depósitos de patente. Estes perfis são essenciais dentro da
pesquisa de estratégias de depósito.

2.2.4 IDENTIFICAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE DEPÓSITOS


A exploração seletiva de infonnações que se prestam a este aspecto não somente permi-
te wna estimativa precisa mas aponta como cada depositante opta por seus depósitos,
pem1itindo tan1bém uma visão da situação jurídica de cada patente importante.
Esta exploração se prende, sobretudo, ao tratamento da infonnação relativa às ex-
tensões. É possível detenuinar se os depositantes estendem ou não suas invenções, em
quais países, por quais vias de extensão (nacional, Européia ou PGr - Patem Cooperation
Treaty), quando, e com qual freqüência, dentro de quais domínios de atividades.
O tratamento das Í1úonnações relativas ao status jurídico e das diferentes datas (de-
pósito, publicação, domínio público) da patente é o melhor meio de estimar o portfólio
i de patentes de cada depositante. Este portifólio é constinlído de patentes antigas ou re-
. centes, qu,ú é a freqüência de abandono de caráter geral ou por tipo de tecnologia, ou se
existem países mais designados.
O portfólio expressa a abrangência de detenninada empresa em tennos de domí-
nio tecnológico e pode ser avaliado em recursos fmanceiros.
PATENTEAMEN'TO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SE'TOA FARMAC~UTICo
~

2.3 A PROTEÇÃO INDUSTRIAL DO SETOR FARMACÊUTICO


() prill1('\m uetlreln tnundial que faz tnt' nç:io ao selor fannacêuúco é a Convenção de Pari"
t'l\I I H(i:-\, Nrs(a,Ii>I~lm (,8úrula(h~ regras internacionais de proteção à propriedade intclec:
llml, t'llIhom ru~~(' fhcuhalivo an~ paí~ SiK11atários adotarem ou não os pontos do acordo.
Na (:Otw('tl(:~io de I'ari~,.iá se previa a perrnissihilídade para o patenteamento de pT<).
1:(,s.~()S c produtos bnnatêu1icos, sendo acatada pelo ordenamento jurídico de divcl'So!;
país('s no mundo como Estados Unidos, Alemanha e Brasil, entre outros. Ao longo dos
anos, alwm~ países f(mlll1 gl,lrlativamente suprimindo de sua~ legislações a proteção aos
produtos ntrrnacl'uüros e, posle rionnente, aos processos de fabricação destes produtos,
visando f0l1alrcer sua ind(lsuia interna para depois pennitir patentes novamente. Tais
f1ll'dida.~ lião ~orriam rt~ taliações. uma vez que ainda não se produzia em escala global
como hqje e, principalmente, porque a Convenção de Paris pemlina tal faculdade. Mais
tarde, a partir de I!)45, outros países proibiram o patenleamento, como oJapão e Suíça.
visando ao fortalecimento de suas indúsuias, para depois voltarem a aceitá-lo. A Itália
que, cksdc I !):~9, por Decreto de Mussolini não protegia patentes farmacêuticas, passou a
r('('olllwc:er ('m 197H, por uma decisão da Suprema Corte, que considerava inconstituci().
nal a discriminaç.ã o Feita somente com a indústria farmacêutica (TACHINARDI, 1993).
No Ur.:lsil, com a as.~inatura da Convenção de Paris, aceitou-se o patenteamento tan-
to de processos quanto de produtos farmacêuticos. Importante ressaltar que o Brasil foi o
quarto Paí:; a tornar-se signatário e, portanto, um dos primeiros a permitir o patentea-
mento neMe setor. Em 1945, no final da Era Vargas, proibiu-se o patenteamento de pr<r
du(o~ Hmmlcêuticos, pela mesmajustificativa italiana, ou seja, o fortalecimento das indús->
trias nacionais, que eram incipientes naqueles anos.Já em 1969, "devido ao descontenta-
mento com a p{'squisa local e a preocupação com o custo da importação de insumos far-
macêuticos básicos" (EVANS, atmdTACHfNARDI,l993), proibiu-se o patenteamento de
processos f~lI1nacêuticos.
Dois a nos mais t.arde, com a promulgação da Lei 5.772 de 1971, o Código de Pr<r
priedade Industrial u<lzia e m seu corpo a expressa proibição, a seguir:
'í'\11. 90 Não são privilegiáveis:
c) as substâncias, matérias, misturas ou prOdutos alimentícios, químico-farmacêuticos e
medicamentos, de qualquer espécie, bem como os respectivos processos de obtenção
ou modificação. "

No final dos anos 1980, o Representante do Comércio dos Estados Unidos, por uma
petição instruída pela Pharmaceuücal Manufacturers Associanon - PMA, iniciou proces-
so de investigação sobre a proteção intelectual brasileira, com destaque no selor famla-
cêutico. Tal fiHO fez rena~cer as discussões, vindo a ser apresentado, em março de 1991, o
prqjeto de Lei 824/91, do poder executivo representado pelo então Presidente Fernan-
do Collor de Mello.
O Projeto de Lei 824/9] já trouxe a possibilidade de patenteamento, tanto de pro-
cessoS como de produtos fannacêuticos, inclusive em desenvolvimento no Brasil e nO
exterior, o que gerou controvérsias, principalmente pela indústria nacional, represen-
tada pela Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais - ALANAC, por dlver-
39
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~fI~ (lt~lIl1l/a\' 1t'1I N I ()-( ~IIv(>l'lIflln ntulM - ONUs tl deputados em Ika.,Oia, trnn~forma",.
cllln d l~('lIll~\ (I da mal 1'11\ ('III IImll vt'relaot'lra hlllalha ('ntrc 011 fortes ~etorell cconômi·
l'(I~ nadou \I~ t' fl111\~IIIl('\()nIlIH, por ",cio ele ~t' II~ lohi~tll.~ c representantes no Congresso
Nnrltllll\1.
1\'\1:.1, II nl1\/lil rbi 1111\1 II Idu lia li~ta de ohsc,vaç,io prioJÍllÍria cio governo america·
\0:111
no. devido ~ " ,\tI,,'pl'ovllçiio du I'n~ ' lO ele I.ei H~H/!:ll. EI1I 199;{, o Reprcsentante de Co-
1IIt'.iu tI()~ JI~t"tI()S Ullidos illie;iUII invcstil{açeil!S n "ccssiírias para a imposição de novas
~\\II\·Ú(·s. D\lI''t\utl' c~t c proel'sso, ullIa cOllli~s;io fimllllda por mcmhros dos Ministérios das
Iklil\'Út'S ExteriOl\'~, c1n Il\e II ist ria e Comfrcio e da Ciência e Tecnologia hu~cou esclare-
('t'r lh'lVid,~~ sol)l'(! " L!'i cI(' pmt '\';'íu vigente, provocando a dilaLação do prazo previ~to
pam o tt:rmiuo das invcstil{aç<ies pal1l kvcrciro de 1991, o que foi uma vi lÓri a tática dos di-
plolllat;l~ hmsildros, c1(!viclo à 'L'S.~imllura da l{oc!(Ida do Uruguai (28/ 11 /93) e ao enfra-
qlH:dnlt'lIto rias 'x ' ('s.~ivas imposi~'()es noru..-aOlericanas, uma vez que, com o fim da nova
rodada do GrIl/'l'Ill Af.('1n'lIIrnt 011 'J'arijli anrl 'J'rade- GATf (O Acordo Geral sobre Tarifas e
Coml-. 'io), o Brasil deveria seguir as regra~ c~tabclecida~ pela Organização Mundial do
Comércio-OMe (lAMPIU:IA, 1995).
A~im, ao fim do pra7.0, Michael KanLOr - Representante Comercial dos EsLados
Unidos - rcUrou o 13rasil da lista de observação.
Em abril de 1ml5. o Bra.~il foi novamente inserido na lisLade observação prioritária,
devido às novas petições das inchíst.rias fi-mnacêUlicas, culturais e de informática nor-
t<.>-americanas. Importante desLacar que somenLe o Brasil foi ciLado neSLa lisLa, o que nos
colocou na posição de maus parceirus comerciais dos EsLados Unidos. Ameaçava-se fa-
zer novas illvesüg-ações e, se () governo none-americano considerasse que não haviam
acontecido avanços, noV'dS sançôcs seriam aplicadas, desde sobretaxas de certos produ-
tos brasileiros, como papel e celulose, suco de laranja e aço, até levar a discussão para o
âmbito da Organização Mundial de Comércio, o que geraria sérios prejuízos aos expor-
Ladores nacionais devido ã demora para a decisão.
Deste modo, em 15 de abril de 1996, o poder executivo venceu as resistências, prin-
cipalmente dos partidos de centro-esquerda, e conseguiu aprovar o Projeto de Lei
n O824-H/91, cedendo às prcssões norte-americanas e evitando maiores retaliações co-
merciais. O problema é que,junLamente com a biotecnologia e os fármacos, muitos as-
suntos Lambém eram traLados por este projeto, como licenças compulsóri.as, exaustão
de direitos, PiPeline1 entre outros. Cada um deles trazia problemas específicos de sua área
e todos os problemas unidos dificultavam a aprovação do Prqjeto de Lei. No entanto, su-
peradas as divergência~, finalmente, o projeto de lei foi sancionado na Lei de Propri.e-
dade Industrial, Lei 9.279, em 14 de maio de 1996.

I Significa que as palentes que e8~va~ ?cposiladas o~ concedidas no mercado do exterior, à época da
aprovação da Lei, puderam ser rem~dlcadas no BraSIl, por um prazo de un:' ano e serão concedidas di-
retarnente sem exame, apenas conslderando-se a sua concessao no eXlenor, e pelo prazo que faltar
para que ela lermine no país de origem. dcsde que não tenham sido colocadas no mercado por iniciati-
va direm do litular, ou por terceiros com o seu consentimento; ou que lerceiros no Brasil nào lcnham
reali7.ado sérios preparativos pard a exploração do objelo do pedido da patente. O lNPI apenas exige
das empresas um documento em que es,: afi~e que ainda n~o colo~ou nome~cado o prod~to. Oll por
inicialiva própria ou all'3vés de concessao de licença a lercelros a OIvel mundla' (ANTUNES. 1998).
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR PA~~~
40

Paralelamente, havia a necessidade da elabomção de uma lei especifica que 1.I111~


se da variedade de plantas, com caracteres próprios à realidade a){l"ária br.l,ilcira,tend
em vista sua importància para a sociedade atual. A Lei de I'rotcção de Cultivares (Lei n~
9.456) foi aprovada no Congresso Nacional em abril de 1997. Esta ~i é CO IllI?at~ve ll'onl '
o convênio internacional que rege a matéria, a Union pour I,: ProlrcllOn dl'5 Oblhlf1~n.\ VigIt.
tales - UPOV. A lei brasileira protege material de propagaçao das plantas, 011 sqa, pllln-
tas e parte delas (sementes, bulbos e outros). Não se protege o procellso e tampouco ti
produto final (flores, frutos, raízes, etc.). Este, entretanto, não será o~jcto de e~tlJd(t'
deste capítulo.
É importante ressaltar que há ordenamentos como o Regulamento na 8.1 fi7/ 94 dá
Comunidade Européia que exige a indicação de origem geográfica da vaJiedarle veg .
tal a ser protegida. A adoção desse requisito é uma reivindicação brasileira. (',aso tal re..
quisito fosse adotado, isto permitiria que o Brasil recebesse ruyaJJies provenientes dos
produtos desenvolvidos a partir de microorganismos ou plantas nacionais, como ocorre
em muitos casos com corantes noJapão, cosméticos na Europa e remédios em todo 0 ,
mundo. Para a possível concretização deste direito, que por natureza nos pertence, é
necessário que haja conúnua pressão dos diplomatas brasileiros sobre os demais pai ,
como ocorreu na Conferência da Biodiversidade, a EC0-92. e o controle interno da
evasão da biodiversidade, assunto de extrema importãncia para o desenvolvimento
sustentável nacional.
Em setembro de 2001, em Manaus. foi realizado o Semimúio Internacional sobre o
Papel da Proteçào da Propriedade Intelectual nos campos da Biodiversidade e dos C0-
nhecimentos Tradicionais com o intuito de elaborar um documento que pudesse susten·
tar o interesse dos países com alta biodiversidade e da União Européia na C.onferencia da
OMC em Doha, Catar, em novembro de 2001, no que toca aos conflitos existentes entre
os Artigos 7 e 8 da Convençào sobre Diversidade Biológica e o Artigo 27.3 (b) do TRl PS:t -
TradirRelatedAspects ofIntellectualProperty RigIús (Aspectos do Din~ito da Proptiedade Inte-
lectual Relacionados com o Comércio - ADPIC). Entretanto, as questões de acesso a re-
cursos genéticos, bem como a dos subsídios da agricultura, foram adiadas para a próxima
rodada de negociações da OMC em face da necessidade de licenciamento compulsótio
de patentes de medicamentos como antídotos para o AtlUCl.X,3 de interesse dos EUA, freno
te aos acontecimentos oconidos no dia onze de setembro de 2001. em Nova Iorque. bem
como dos medicamentos para AIDS. de interesse de países emergentes.

2.3.1 MODOS DE PROTEÇÃO


Na área farmacêutica, basicamente existem dois meios de incidência de direitos paten'
tários. Um pela patente de processos químicos e outro pela proteção de produtos far-
macêuticos per se.

2 Os Artigos 7 e 8 da CDS regulam? .identificação. monitorrunento e conservação msitu; e o artigo 27.~


(b) do TRlPS regula a patenteablhdade de plantas e animais.
, Antrax é uma doença infecciosa aguda provocada pela bactéria &ciUU$ AtUllracise II sua fofllla III ' . ,;.
rulenta é altamente leia!.
:.. ::.:;'::' .~ 2 • A ESTRATÉGIA DO PATENTEAMENTO E A PROTEÇAO INDUSTRIAL... 41

No caso de processos, o que se patenteia é como se chega a determinado produto


tinal. Na indüsuia química, ao contrário da indli~tria bioLecnológka, existem vários meios
de cheb'<lf~ a um único prodUlD. ou seja, podem exisúr várias patentes de processo para
wn mesmo produto.
Com relação à patente dos produtos farmacêuúcos, o que se patenteia não é somen-
te o processo. mas também o produto final deste processo, o farmaco tJerse. Ao se patente-
ar.~ produto final, não importará como se chegou até ele pois. indiferente do processo
utthzado. o produto final será sempre o mesmo e, logo, protegido pela patente.

2.4 CONSIDERAÇÃO FINAL


De modo a contribuir com a formação de um ambiente propício a proteção de direitos
de propriedade intelectual, que incentive inventores. pesquisadores e empresas a con-
tinuarem a gerar mais inovações no sentido de gerar o "círculo virtuoso" da inovação es-
tudos sobre a apropriação de bens intangíveis é um dos esforços primordiais que países
megadiversos como o Brasil deve levar a tenno para que se elabore soluções para o tão
sonhado desenvolvimento sustentável.
A

2.5 REFERENCIAS
ANTUNES, A.; MERCADO, A. A Afrrn!diz.a~m TtIC1Iológica no BrasiL' a ~a da indústria química epetro-
química. Rio dejaneiro: EQ/UFRj, 1998.
CRAUSER,j. P.; HARVATOPOULOS, Y.; SARNIN, P. Cuide pratique d'analyse des donnés. Paris. Lês Éd..
tionJ d 'Organisatitm, 1989.
COORAY, N. Knowlcdge accumulation and tcchnological advancc. Research Policj, v. 14, p. 8$-95,1985.
INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL. Patentes. ln:. Workshop Sebrae TIB de Pro-
priedade Industrial. Rio de janeiro, 1996.
jACOBlAK, K. F. Liórevetsou7Ud 'injarmatiun. Paris: Dunod, 1994.
LAMPREIA, L. Discurso do Ministro de Eslado das Relações Exteriores na Comissão de Assuntos Econõmi-
cos do Senado Federal. Brasília, p. II, ago., 19!:15.
MACEDO & BARBOSA. Patentes, perquira e tÚ.st1!oo' vimento: um tnanual de fmiPri.edade intekt:tual. Ed.
F10CRUZ, 16J p., 2000.
MITTELBACH, M. O sistema brasileiro depatentes. Anais do Seminário de Propliedade Industrial. Belo Hori-
zonte, p. 14, 1985.
NARIN, F.; HAMILTON, K. S.; OUVASTRO, D. The increasing linkage bctween US technology and pu-
blic science. lWearch Policy, v. 26, n. 3, p. 317-330, 1987.
PAVITT, K. Sectoral pattems oftechnical change. /?itsearch Policy, n. 13, p. 34$-373,1984.
PAVITT ln:. BERIN, C.; WYATr, S. Multinationals& indusuial property-thecontrol oftheworld's techno-
logy. Haves/eT, WheatsheaI Books Ltd .. p XI,XX, 1998.
ROSA, E. Patente.r na indústria brasileira de polil1lmJS: um estlldo empírilO. UFRJ. Instituto de MacromolécuL:..
Professora Eloísa Mano. Dissertação de Mesu-ado, 1998.
TACHINARDI, M. A Guerra das p"tenl,s. Rio deJaneirú: Paz c Tt>na, p. 60. 1993.
USO DE PATENTES COMO FONTE DE
INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA

Adaílson Santos
Adelaide Mario de Souza Antunes

Acoleta e a interpretação de informações disponibilizadas em documentos de patentes


compilados abordam procedimentos bibliométricos, primeiramente serão apresenta-
dos os conceitos relativos à:
(i) Hibliometria.
(ii) DocWllentos de patentes.

3.1 BIBLlOMETRIA: UM POUCO DE HISTÓRIA


o tenllO bibLiometria foi utilizado pela primeira vez pelo pensador francês Paul Otlet em
sua obra Traité de documentatién, publicada em 1934. Mas, foi a partir de 1969 que o tem10
passou a ser amplamente diftmclido, principalmente devido aos trabalhos do pesquisador
norte-americano A1an Pritchard, ao sugeri-Ia como substituta para a expressão "bibliografia
estaústica~, muito usada até então (PRITCHARD, 1969; LAWANl, 1981; FONSECA, 1973
& 19116; SENGUITA., 1992).
Em relação à primeira metade do século XX, os métodos estatísticos nos setores da
Ciência e Tecnologia (C&T) eram exclusivos dos economistas, que analisavam essas
áreas de modo distinto e isolado. Foi em 1930, na antiga União Soviética, que surgiu a
primeira tentativa de medição conjunta?e Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) aplican-
do-se dados estatísticos. Nos Estados Umdos, essa forma de levantamento iniciou-se em
1940, sendo consolidada na década seguinte, com a criação da National Science FOllnda-
tion (NSF) (LOZANO, 20(2). Segundo SOUZA (2002), entre as décadas de 50 e 70 do
século XX, o número de indicadores disponíveis para avaliar C&Taumentou, passando
a ser amplamente coletados e utilizados por profissionais de diferentes fonnações (pes-
quisadores, analistas-políticos, cientistas sociais, econom i sta~, etc.). Nessa época. foram
estabelecidos como indicadores, os investimentos, as despesas, os pagamentos relativos
à aquisição de tecnologia e outros relacionados com o dispêndio em P&D.
44 PATENl'EAMENTO t. PROSPECÇÃO TECNOLOOICA NO SElOR FARMActllTlCo

Em 1970, pa!f'nles (" balan(o,~ dt' pag;l\llt'nto 1)i\~'l:II';1m li St'r siSlCmaticallleOle fOI\).
-
pilados nos países ind\l.~l1iali 7.<\Cios, Ct)l1lt) indicadores di Il'I.'sultuclo do ('sforço tc:cnolrigi.
cooDurante o petíodo de 1~8()'1 ~1~9, mais 11m indi(" dol' pas.~oll a ren'ber tml4l1nento sis-
temático: os dados sobre "produção (' (,ol\ll~ rcio de prodlltos tecnologicamente avança.
dosft. A esses, ainda [o\;U11 acrt'sl'cllIados outros indicarlort~S gemdos pcla própria "Bihlio-
metria", como o nümero de publicações emjomais científicos, mimero de draçÕt's('m fl.
vistas e em documentos de patcntes, artigo.~ publicarlos cm revistas com clevarlo uFalor dr
Impacto",l indicadores de recursos humanos <kdicados à ciência e tccnologia, ele,
Como desc.nto nos trabalhos de TAGUE-SUTCKIFFE (1992), ROSTAING (1997)
ou MAClAS-CHAPULA (1998), denu'c outJ'Os, a bibliomeuia porle ser definida corno o
estudo dos aspectos quantitativos da produç,io, disseminaç,io e uso da intormação regis-
trada, através do desenvolvimento de padrões e modelos matelll,'iticos que meçam esses
processos, usando seus resultados para elaborar previsões e apoiar lomadas de decisões,
sejam goveman1entais ou não.
Os indicadores biblioméuicos se constituem na plincipaJ ferrament.a para analisar
as atividades desenvolvidas em diferentes países. A utilil.ação das infonnações exuaídas
de documentos de patentes, concedidas ou apena~ solicitadas, na constnlção e inter·
pretação da~ estatísticas é a técnica de maior destaque (CANONGIA t!t aJj~ 2002;
ALBUQUERQUE, 2002; ALBUQUERQUE, 2000..a; ALBUQUERQUE, 2()()()'b; ANTUNES
t!t aIii, 2000; L01ANO, 2002; WILSON, 1987; ARAl(JO, 1984; ARMITAGE, 1980). De acor·
do com Albuquerque (2002), as patentes representam, em maior medida, o produto da
investigação tecnológica e empresarial, uma vez que protegem os conhecimentos que
apresentam interesse econômico em potencial; além disso, a patente é considerada cenTU
um dos indicadores mais eficaz.es para medir o crescimento de determinada ârea tecnológica (dos
SANTOS, 1997).
As principais fontes de informação utilizadas nos estudos bibliométricos para a con~
trução/ elaboração de Bases de Dados lêm sido os documentos de paten tes compilados:
a) No Escritório None-Amelicano (ALBUQUERQUE, 200().c; LOZANO, 2002;
ARCHIBUGI & MJCHIE, 1995; PATEL e PAVITT, 1995; GIULICHES, 1990),
que disponibiliza as patentes concedidas desde 1790 e os documentos deposi·
tados desde 15/03/2001.
b) Ou no Escritório Europeu de Patentes (EurOjJean Patent Office- EPO), que pu-
blica estaústicas sobre patentes desde 1976.
c) Ou na Organização Mundial da Propriedade Industrial, que publica desde
1979.

J O fatorde impacto é um indicador bibliométrico palerllearlo pclo In..litttleforScill'nlific Infom,otion-IS1,


cuja proprietária é a Thompson Corporation. O ISI é tI/na clllprcsa-cditora de bases de darlos que bl'"
ca suprir as demandas inforlllacionais da comunidade cicmílica nos difercllI"s çalllpos do .ab,' r, mil'"
tendo uma abrangente base de dados bihliográfica e Illllltidisciplinar de informações cientílicas eh'
mundo. O Falor FI é calculado a parlir cio número cios artiJ{o~ publicados em um ano, em relação à> c>
laçõe. recebida. por esses artigos nos dois llnos posteriores a sua puhlicação (l.07ANO. 2002) .
c~ptrlJl..O:.I • uso DE PATENTES COMO FONTE OE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA 45
~-

011 rrdí*-'lI uCllCnvolvídos fazem o u<;o sistematizado de bases de dados especializados


fú/H () íntuiw de explorar algum campos de informações presentes nas mesmas, por exem-
plo; da);liílicaçào intemadonaJ de patentt-'S, empresas titulares (ou proprielárias), invento-
I CIl cnv"lvido~, naóonalídade dos inventores, nacionalidade da empresa, país de origem da
priorida.de ou do documento de depósito utilizado, país onde foi apresentado pela primei-
ra vez o JX'dido (ou solicitação) de protcção, data da solicitação da proteção patenlária,
da!;t da c e)Oet's,'I<!<) do referido pedido, etc. Os próprios Escritórios (Nacionais e Regionais2 )
dÍllpOníhilizam mecanismos de con~u1ta an tineàs suas coleçõcs de pedidos depositados e pateo-
It!!I cona.'dícla8, como o Escritório Norte-Americano de Marcas e Patentes (United StaIes PaIerú
mui 'J'rrJJJerlllofl O/Jice- USJYfO; hup:/ /www.u~pto.gov), o EscritórioJaponês de Marcas e Pateo-
IL"I (falX1.nPal.eru O.fJia-J1'O; ht1p:/ / wwwjpo.cojp),oINPI do Brasil (através de sua 1uJrnefxrgr!-
hup:/ / www.ínpi.gov.br-ou íntra1ll't),ouo Escritório Europeu de Patentes (EuropeanPaIerú Ojfi-
ce- EPO), atr.lVés do si~tema f..ip@cenet - http://ep.espacenetcom,3 disponibilizado pela
OrwmiT.<IÇào Européia de Patentes através do seu escritório ou qualquer outro pertencente a
um de NeU~ estados-membros (escritórios nacionais). Por sua vez, as bases de dados hospedadas
('1Tl grandes sistemas remotos de informaçào, como 1he DiaJng CarporoJion (EUA;
http://www.dclphi.com), CAMBlA's Patent Lens (Austrália, http://www.patentlens.net). SIN
(·'iciJmJific flnd. ·Jpchrtnlnf..rica1 NetuxJrI~ alemão; http://www.sorinternational.de) ou Orbit/ Questel
(fmncc)i1onc-runericano; http://www.questel.orbitcom) também oferecem citaçõcs de paten-
tes, rt!'lUrnos informativos, etc., que, disseminadas aos especialistas sistematicamente, fàcilitam a
opção (acertada) pela leitura do texto completo do dOClUnento, minimizando sobremaneira o
It:mpo dOiJx..ndido na pesquisa. (FERNANDES, 2(02).

3.2 O DOCUMENTO DE PATENTE


° doc~HTle nt() de patente é a mais importante fonte de informação tecnológica, pois
(ARAUJO, 1984; CABRAL, 1999):
a) Descreve a Informação Tecnológica mais recente em relação ao Estado da
Técnica.
b) Permite o conhecimento de inovações fundamentais para a indústria, imedia-
tamente e a partir da descrição original do invento.
c) Contém 71 % de toda a tecnologia divulgada no mundo. Em contrapartida,
apenas 16% das demais fontes (periódicos, congressos, seminários, etc.)
publicarão integralmente a tecnologia divulgada e menos de 13% dessas
mesmas fontes farão a publicação parcial.

2 Várias nações africana. de língua inglesa uniram-se cm tomo da African Regional and Industrinl Proptrty
(ARI PO); nações africanas de Iín"Tua francesa fomlaram a Organi.UliWn AfricairuiÚ ÚlPrr>prUti In~i«tutl
«()APl); a. nova., rt!públicas oriundas do desmembramento da antiga URSS (União das Repúblicas So-
cialist... Soviéticas) formaram a Eura.,ian Paletll O>gani.Ultioll (FAPO); além do Escritório Europeu de
Pale ntes.
~ Esta ferralll~nta é um serviço de busca e1etrânica o'llirugratuito disponibilizado pela Organização Eu-
ropéia de Patentes através do seu Escritório ou qualquer outro pertencente a um dos estados-membros
(escrit6rios nacionais) : Alemanha. Auslria. Bélgica. Chipre. Dinamarca, Espanha. Finlândia, França.
Grécia. Irlanda. Itália, I.iccht.enstein. Luxe mburgo. Mônaco, Portugal, Reino Unido, Suécia e Suíça.
(ESPACENET.2004).
1

d) Alc'm diS't)" uma \'t'z que I\.<; 11:lIcntt'S ti'm n:slI;(:\O territorial (~Ó vi!,rorarn nos ,
paiS('S que :\'i' «,nl't'demU\), Ilpt'mlS!l% da.~ patt'ntes em vigor no mundo são ,
\dlitb< c'm 11:\l~ cm dt'St'Il\'o h"nWnln, c por outro I"óo. rerra óe 95% das !XI-
1t'i'IC$ \"àlld\." lK):' pais<."S imhlStt;ali1.ados s:'io ele- elomínio público nos dem~
M

(em p'tnic::ul.\( os -CI1\ dt"St'l\\,,-)I\;l\wnto ) .

O donunen 10 de p:uellll' identilka «)111 d.l1't'l~1 as ela las til' priolielade e ele (:oncts-
~ da C'arta-palente, (~ im-':-1\I01~, os ti lula re~proptiet<Í tios. !'Cus end(·rt'Ços, t'le., P()SS~
bilit:mdo um ronhf'('imemo imediato ela sua situa\':\o legal e Ii~cililando o eontato 011 a
obtntç.lo de A-1IIO<t,>-/Ioo. ~pt'Cíli«). O :tce"u da informação palentária ii disposi(:\o do
piíbti<u.. dependendo do P'-ú", t'S1:i ('omposla pol' prrlidlJSde p;ltente e patentes roncedi·
das... ou "-pt"n patentes conCt'did.'\S.~ A maiolia elos p;lises, inclusive o Brasil. publica e
toma a<'eS:SÍ\"'e1 ao público os pedidos de p;ltente e as p ,1 tentes fOllcft/idas.
:\ ampl.l g,lJU-l dl" infonnações dispo" í\'ei . lias p;lll'lIIes ele\~~ .1 prol ('(.10 pa lentá-
ria ser.
(i em insti luto jurídit:u d~tinado a conferil' aos limiares elos elireitos.
(ii) MonopóliQ do liSO na proelllçlo eçonômica da invt'lIç:\o.
(iii) Infonna(ào t&nic:oprodlltivlt inexistente no t'stado-<ia-arte (011 estado-<ia-téc·
nica) líleis a SII.'l cria(;ào. Desta fonua, as infol1ua(Õt's contidas nos documentos
de patentes \io apreselll<1r interesse a 11m púhlico composto por dh'f'l'Sos tipos
de IIsu.iJios.J
. F.mp~

• 1n.."lillli<Õt.'S de pesquisa c dcsen\'Ohimelllo. indusive universidades.


• AUloridades govcmamentais em geral.
• ~ntes da propriedade indumial.
• In\'enton.-s indi\iduais..
• Unn'ersitários e estudantes de nível técnico, ele.
f..sses usuários encontram \-árias po."5ibilidades p;lra lISO dos documentos de paten-
tes remo Conte de infonn3ção lecnológiC".l:
• Patentes recém-publicadas podem atuar como indicadores do est.1do-<ia,,1rte,
apresent.mdo informação mais recente num d<lelO setor da técnica.
• A análise pontua) de 11111 conjulllo de palentes de um dado setor industrial. origi-
oadasde um ou ,'lÍrios países, pode indicar tendências na evollu;ào desse selor.

• !Me n-a o caso do Sislema I'-,uenlirio Nonr-Am.. ricano al~ o ano de 1999. quando se adotou a divlll~
ção;ao <Xlllh«im..mo públICO dos p«tid<J6 de proleç:\O patemã,; .. ali ap ..escnlõldos, após doze In~
Q)Il!ados do depósito do respecli\'U doc\Unelllo no cscritótio dtOm....e... c 1"'tenl~'S.
~ F.m ... tr.. landode P:lÍS<'S no d<SCtl\'Ohimellto, I", uma tt'ndt'ncia .. m i!(llorar os documentos locai, de
p:urnlamcfllo. o qu ~ um ..nu. confonn .. aponla Annit.~~e ( 191:10). POlljuc fornecem dado. SI)tOll>
C2ln'OS, lllOISlr.l.lldo o lipo de Ie-cnot()~ia desenvohida dOIllt'Slic.menté. bem como as illvençües C.lra tr
grifas romidend4< de .'3Ior pda$ indi....nias (Xlr.l a ..."plo .....ção loe"l.
CAPiTULO 3 • USO DE PATENTES COMO FONTE OE INFORMAÇÃO TECNOlÓGICA

• Uma análise de cunho temporal pode ser realizada sobre um conjunto de patentes
de um determinado selor indusLrial, indicando como tem sido sua emluçio e
apontando novos caminhos de desenvolvimento, para os quais podem ser ~
nados os esforços de modemi7.ação da indúsLria.
• Informação quanto aos efetivos direitos da proteção patentária vigentes em de-
temlinado país. particularmente para evitar violações da patente.
• No caso de tuna negociação de transferência de tecnologia. ° conhecimento das pa-
tentes pelmite a identificação tan to de altemativas técnicas para o atendimento das
necessidades da indúsuia, quanto de empresas capacitadas no setor considerado.
Segundo LOZANO (2002), diversos indicadores foram desenvolvidos a partir das
infonnações existentes em uma carta-patente, sendo que os mais empregados são:
a) Índice de Dependência Tecnológica: Representa o total de patentes concedidas a
não-residentes em relação ao total concedido aos residentes.
b) Índice de Difusão Tecnológica: Represen ta o total de patentes concedidas a resi-
den tes solicitadas no exterior em relação ao total de patentes de residentes do
país.
c) Índice de Auto-sujiciincia Tecnológica: Representa o total de patentes concedidas
a residentes em relação ao total de patentes concedidas no país_
d) Especialiuu;ão Tecnológica: É a disLribuição das patentes solicitadas ej ou conce-
didas de acordo com a classificação intemacional, refletindo a importância
dos diversos setores tecnológicos.
e) A interação entre a ciência básica e o desenvolvimento tecnológico pode ser
estudada com a ajuda de indicadores tecnológicos, como as patentes, através
das citações que estas fazem à literatura cienúfica não-patentária (non.pat.enl
riferencesou NPR's).6
Por último, cabe citar que muitos estudos têm sido realizados com o intuito de
identificar e quantificar o grau de dependência das indúsLrias em relação ao conheci-
mento produzido externamente, isto é, para medir as relações en tre a Ciência e a Tec-
nologia, e uma das formas de medir é através das referências bibliográficas listadas na
folha de rosto dos documentos de patente.

3.3 EXEMPLOS DE BASES DE DADOS E CAMPOS DE BUSCA

3.3.1 BASE DE DADOS NORTE-AMERICANA DE PATENTES


OEsc'"
. ntono N orte-amencano
. . Slates Patent and Trademark Office- USPTO)
(Unzted
disponibiliza em sua homejJageum serviço on linede busca de dados bibliográficos para

6 Segundo
d" -. Na nn
. ,/ a /" (19 7 '. .
/I . 9 ) esse conjunto de fontes não-científicas irá englobar manuaIS, panf1('los.
ICIOnal'los, enciclopédias, etc.
48 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SElOR FAA~

a~ patenteH conceclirlall por es.~e eHcrit.ório, nos formatos "Simples" (Quick search), *Avan-
-
(lido" (Adllrmr,ffl J(!(lrrh) e por "NIJmero de Concessão da Patente" (Patent Numher &arch).
M(lstm-lic. lia tabela R.I, OH campos de dados bibliográficos disponibili7.ados para consul~
nu Módulo Avançado, o qual foi escolhido para a realização desta pesquisa.
EMlll Base de Dados, necessária para a realização deste capítulo, foi construído por
meio da compilação das patentes norte-americanas concedidas no intervalo de anos dr
1l:lHO a 2003, procurando cobrir um período de vinte anos (vinte e três anos, na verda.
de), a partir do Cnl7.amento dos campos de busca mostrados na tabela 3.1, complemen-
u\dos pela lei tum dos Resumos (Abstracts) e Reivindicações (Claims) nelas contidos.
Tabela 3.1 Ferramentas para busca On Line disponibilizadas pelo Escritório Norte-Americano de
Marcas e Patentes
CÓdigo de Campo Nome de Campo Descrição do Campo
ABST Sumário Contém o sumário da invenção patenteada
Cidade e Pais do Cidade e País em que o titular se localiza no
AC; ACN
Titular momento do exame da patente
Relvlndlcação(ões) Contém o texto das reivindicações, que indicam a
ACLM matéria objeto da invenção e definem o espaço da
proteção da patente
Nome do Titular Nome do individuo ou da entidade a quem a posse
AN da patente foi atribuída no momento do exame da
patente
Data do Depósito do Refere-se à data em que o pedido da patente foi
APD Pedido da Patente devidamente recebido pelo escritório norte-americano
Número do Depósito Refere-se ao número de identificação atribuído pelo
APN do Pedido da escritório norte-americano na data de depósito
Patente
Tipo do Depósito Identifica se o pedido depositado ou a patente
concedida são:
a) Patente de invenção (APT:1)

APT b) Redepósito de uma patente de invenção (APT:2) :


l
c) Desenho industrial (APT:4)
d) De interesse à defesa nacional (APT:5)
,
e) Patente de planta (APT:6)
Estado Estado norte-americano em que o titular se locaJiZ8 no
AS Norte-Americano do momento do exame da patente

CCL
Titular

Classificação
Norte-Americana de
--
Classificação de patente utilizada pelo SistefTl8
Patentário Norte-Americano
Patentes ..-/
CAPlTUlO 3 • USO DE PATENTES COMO FONTE DE INFORMAÇAO TECNOLÓGICA 49

Tabela 3.1 Ferramentas para busca On Une disponibilizadas pelo Escritório Norte-Americano de
Marcas e Patentes (continuação)

Código de Campo Nome de Campo Descrição do Campo

Referências Contém as patentes estrangeiras citadas


FREF Estrangeiras como referências no Relatório Descritivo
da patente em questão

Cidade e País do Cidade e Pais em que o(s) Inventor(es) se localiza(m)


IC; ICN no momento do exame da patente
Inventor

Classificação Contém a classificação internacional à qual


ICl Intemacional de a patente foi atribuída
Patentes

Nome do Inventor Nome do individuo responsável pela


lN
invenção-objeto da patente

Estado Estado norte-americano em que o inventor se localiza


IS Norte-Americano do no momento do exame da patente
Inventor

Data da Concessão Contém a data em que a patente foi oficialmente


ISO
da Patente concedida pelo escritório da patente

Advogado ou Agente Campo contém o nome do representante


LREP
legal do Requerente da patente
Outras Referências Outras referências consideradas importantes para o
estado-da-técnica do pedido ou da patente, incluindo
OREF
livros, jornais, artigos científicos, conferências, etc.
Exclui qualquer documento de patente
Informações do PCT Contém a informação sobre os depósitos realizados
no Escritório Norte-Americano através do mecanismo
PCT
do PCT, como o número e data de depósito do PCT
.
numero e data da publicação do PCT, dentre outros
'

Número da Patente Contém a numeração atribuída


PN Concedida às patentes concedidas
Prioridade Contém os dados que indicam em que país
PRIR
.
Estrangeira estrangeiro um pedido depositado
reivindica a prioridade
Referências Contêm os documentos de patentes
norte-americanos considerados importantes
REF para o estado-da-técnica do pedidO ou da patente.
Exclui os documentos de patentes estrangeiras
e outras referências

TIL Título Contém o titulo da patente


Fonte: Elaborado a paror do S/te da USPTO.
PATENTEAMf:NTO & PRosPECÇÃo TECNOLóGICA NO SElOR FARMAc~~
--.
I tiemrqui 1TIt>I1lC. a (.~tmtllr., foi inici.1CIa pelo intelvalo (ISD/I9R()()JOl·>200~ I 23I)
/It'J.(\Jiclo pdOSC',u11IXl'I primári~de busca no Título (Tn.( ). Resumo (ABST!) e Reivindi~
(-t (AC.l.M().Ao§ IÓpicosciwJos, lICliuI ;I(:rt.....ccntada~a'll:>t.&a'l nos cam pus de ·docunlell~
de p.lorida(\c" (!'RIIV). "rm'l
de localv4.\odo Requerente- (ACN/) , "país de loca1i73Çãodo
iovemnr" (Ia 'I ), "nOI11 do Requerente" (AN/). etc., à medida que sejam solicitados.

3.3.2 BASE DE DADOS BRASILEIRA DE DOCUMENTOS DE PATENTES


A on"trução desta segunda B."\.~ de Dado oc.orreu de forma restrita aos campos di po.
nibili7.ados na rcspecú a Base de Dados.
Apresentando estrutura de im-c ti/,raçã.o mais simples. a Base de Dados rlisponibili-
zada pelo Instituto. 'a ional da Propriedade IndustriaJ (INPI) permite a realil..aç.-10 de
hU!iCa.~ apenas nos campos Título, Hesuf1I(), DepositanU e (')assiJlCOÇ(ÜJ InlLrnaCitJnaL

3.4 CONSIDERAÇÃO FINAL


NCSl capítulo. enfati7..01H1e a patente de invenção c.om.o importante ills!rumento para a
cnwra lla inflJmll'lçào tecnológica e a utilizaçã.o destas informações na c.onstmção e inter-
pretação de íncliooores bibliométricos (de nature7.a estatística). Caracterizou"\Se, ainda,
(~U ' principai font.e8 de informação utilizadas nos estudos bibliométricos têm sido os
(kJC'Umffil~ oe palcnleS concedidos pelo E.~rilÓrio Norte-American.o de Marcas e Pa-
u·o!" . /)a mMma forma, foram aprest'otados os aspect.oS pertinentes ao campo do co-
nhccilll llIu da BibJjometria, visto seu importante emb-dSamCnl.o teórico para a c.ompre-
rn~án (> onstmçào da~ ft"munentas de bu.'1C3 a serem \Itili7..ada~. Também abordott~ a
aplíç.io do fi rramffi!a1 bibHométrico na c.onstrução de (,owl«Ítrumlo a p<trtir de dad05
IInpiladtJS na b-dSe de: dados do Imtituto Nacional da Propriedade Industrial.

3.5 REFERêNCIAS
AI J3UQ f'.RQ fI~ t. M. 1l1JÜi. A diltribuiçiio espacial <b produção científica c lc:cnQlól(i('a b~i1cir..: uma
dck.Tiçã(. de e1Utiatic.u de produção local de patcnlCl c anigO!l cicnÚIiC05. JUoviJ/a lJra..ilrira th I~
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CAPffiJlO 3 • USO OE PATENTES COMO FONTE DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA 51

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·"

-
52 PATENTEAMENTO & PROSPECçAo TECNOLÓGICA NO SETOR FARMACê!:!:Dco

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~1):ls.26, 1987.

,
f
"

I
.1

PATENTEAMENTO EM BIOTECNOLOGIA:
NECESSIDADE DE MONITORAMENTO
DOS DIREITOS CONFERIDOS PELA
PATENTE

Ano Cristina Müller


Nei Pereira Jr.
Adelaide Mario de Souza Antunes

INTRODUÇÃO
O ambiente cada vez mais competitivo do mundo atuaI e a necessidade de lançar produ-
tos cada vez mais sofisticados, capazes de atingir os mais diversos segmentos e a CUStos
cada vez menores requerem das empresas e da~ instituições de pesquisa um fluxo cons-
tante e crescente de inovações.
Quando as invenções são a base e a origem das inovações, as empresas modernas
buscam protegê-Ias atravé~ dos direitos conferidos pelas patentes no âmbito da proprie-
dade industrial, obtendo o seu uso exclusivo - o monopólio da produção.
É argumento constantemente utilizado no campo farmacêutico e biotecnológico,
de que os custos de desenvolvimento de produtos, desde a pesquisa até sua colocação
no mercado, atingem cifras aIússimas l (milhões de dólares) . Assim, a inexistência de
um sistema como o de patentes ou de um escopo de proteção inadequado poderia colo-
car em risco o avanço da pesquisa e, conseqüentemente, quem sairia perdendo seria a
própria sociedade que não teria à sua disposição medicamentos de última geração para
o tratamento e/ou profilaxia de diversas doenças.
Já em 1968, segundo a afirmativa publicada em Coo per (1999), a indústria micro-
biológica estabelecia claramente o conceito da necessidade de uma garantia firme de
proteção por patente para suas pesquisas:

"Govemment regulation in the fonn of patent grants Is a boon to the IndustriaI fennentation
industries. The cost of research is so great that the gamble is considered worthwhi/e only if
it is known that strong patent protection for the product or process can be obt8ined. Thus,
the future statement and workings of our patent laws wi/f have a profound effect on industriai
microbiology. ...•

I Por exemplo. o custo médio estimado de desenvolvimento de uma nova droga ~ de cerca de US$ 500 mi-
lhões. de acordo com o relatório anual da Pfizcr (2000).
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOlóGICA NO SETOA FAA~

:a :ú-ea de paten tes em biotecnologia. por ser um campo extremamenf.e CtJmPItxt',li


collccito de técniro no assunto deixou de ser uma lÍnica pessoa parei tomar-<'IC uma el/ulpt
de especialislas que conhecem as dificuldades a serem encontrada~ durante, por f:'XCmpllJ,
a donagem de um gene. Sendo assim. quando a pesqtúsa em questão diz respeito ao dOeI).
,~imemo de tUna "aúna recombinante. devem estar envolvidos, por exemplo, proli.W!~
n."ti da át~ de imunologia. técnicos conhecedores da área de biologia molecular e especia-
listas em desenvohimento de bioprocessos (MACEDO et ali~ 2001) .
Os questionamentos por parte dos examinadores em relação ao rC<luísíto da atM-
dade inventiva da iO\'enção tOll1am~e cada vez mais comuns e o tipo de pergunta fJUt
''em sendo h-ita, no campo da engenharia genética, diz respeito ao tema: Maté que JX)~
lO seria ób,io para um técnico no assunto praticar/ executar com uma razoável expecllJli.
m de sucesso um procedimento/ método que tenha sido sugerido". Ou sc:ja, o fato ck
que Olllr.l.<; pessoas ou OUITaS equipes estão trabalhando contemporaneamente no m",
mo p~ieto pode sugerir que se trata de uma área il1leressante para explorar 0\1 "óbvia
para tentar~, mas nào implica necessariamel1le que aqueles envolvidos ou que pen!lam
em eO\'oNer~ terão uma expectativa razoável de sucesso. Uma razoável expectativa de
SIIC<"SSO não de,,'e ser confundida com o desejo de ser bem sucedido. Uma razoável CJ(.
pectativa de SllCesso implica na habilidade do técnico no assunto em prever, de fonna
r.u:o;Í\·eI. tendo por base o conhecimento existente antes do início de um projeto de
pesquisa. uma conclusão bem sucedida do dito projeto em um limite de tempo aceitá-
,oel (Case Law of 111e Boards of Appeal of the European Patent Office, 1998).
Assim, uma primeira etapa seria verificar a possibilidade de proteger por patente o re-
sultado das pesquisas geradas. Para tanto, é fundamen tal que alguns aspectos de proprieda- .
de indusuial sejam avaliados, quando da análise de um projeto de pesquisa, a saber:

(i) Realizar busca de antelioridades e verificar o atendimento aos requisitos de


patenteabilidade.
(ii) Confim1ar com os inventores a ausência de divulg-dção do resultado da pes-
quisa e, até mesmo, o envio de artigos para publicação.
(iii) Atendidos os requisitos de patenteabilidade elaborar a primeird minuta do pedido 1
de patente a partir das informações técnicas enviadas pelos inventores. ;
(iv) ln c1u.i r sempre que possível, equivalentes funcionais da invenção com vistaS a;
amphru: o escopo de proteção e impedir que terceiros trdbalhem em pontOS ;
onde ~ mvençao funciona, e que não foram realizados, empiricamente, pelo~
pesqUIsador. •

(v) Em ~at~le!o: confirmar quais são os inventores do pedido e a que empre-


sas/mstltUlçoes os mesmos pertencem.
(vi) Em caso de inventores
. exte roos ven'fiIcar se h ouve formahzaçao
, - da parcena.
.
(vii) Em caso de resposta afi . . .[:
, rmatJva ao Item anterior verificar se o acordo prev
clausulas de propriedade. .
(\iii) [denúfu:ar o percentual de contrihuição intelectual de cada ~nven.tor para a
roncreti7.ação da invenção. na medida <.m que no caso de co-tJwlandade essa
informação \"aí influir no percentual que caberá a cada empresa/instituição.
(ix) \"criticar se houve ou haverá outraS font<.'S ("Xtemas de financiamento para o
proj<.1O além do aportado pda própria cmpre.'ia/instituição.
(x) l\egociar. sempre que po~~ívcl, a titularidade para a empresa/instituição
e propor um acordo entre a'\ partes prevendo o percentual que cabe~á
â(s ) outra(s) empresas/in.'ltituição(ôes) como resultado da exploraçao
comercial da invenção.
A figura 4.1 ilu'itra um modelo para o patenteamento de criações.
Entretantt" a di'iCU.'I.~ não pode ser considerada como encerrada após o depósi to
do pedido de privilégio e !lua pexteríor conces.'iáo, poi~ é jll~tamente aí que o titular da
patente deve estar ainda mai.s vigilante com relação â manutenção de seus direitos de
propriedade. 01 eventuai.1 problemas de violação de patentes da empresa por parte de
lerct'Ír05 podem lICrminimi7.adO.'l pela habilidade do especialista em patentes durante a
ralação do pedido de patente e, especialmente, a elaboração da.<; reivindicações.
Ck ca~llIde violação de direitt1ll :Ião extremamente comuns e, por vezes, envolvem
(luantíanultl1llasque podem levar, inclusive. à falência da empresa violadora. Portanto,
oentcndimento da.'\ regras que permeiam o sistema de propriedade industrial (em par-
tícular, da violação de di rci 11>.'l patentários) é imponante, mesmo para as empresas que
não tenham como prática atuar no patenteamento dos seus produtos e/ ou processos.
O desenvolvimento de um produto pode se tomar um pesadelo quando se descobre, só
no Clllágío de sua introdução no mercado, que a sua comercialização é impossibilitada
pela (."Xi~téncia de patente de propriedade de terceiros. O desa5tre é ainda maior quan-
do uma empr~a chega a colocar no mercado um produto e/ou usar um processo que
~tá ~n patente. Exemplificando, a empresa International Recúfier Corp., na época
com venda.~anuaill no fY<ltamar de I] 9 rnilhôcs de dólares, foi obrigada por decisão judi-
ciaI, em vi'lta de uma ação de violação de direitos patentários movida pela empresa Pfi-
7..(:r ('.orp., a ('TIl,rcgar a sua unídade veterinária (venda5 anuais de US$ 30 milhões)
como forma de pagament.o ela soma ele cerca de 56 milhões de dólares ordenada pelo
juízo A finna In ternaljonal Rcctifier Corpo violou a patente da doxiciclina, a qual é per-
l<.'TIccnte à Pfi7.cr (COOPER, 1999).
fwrENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SETOR FARMA~~

-
:
Busca de
finanoamento

I
PESQUISA (papel das
agencias d. fomento)

ID~ IA
CONCRETIZADA

Env'odo
resultado da
pesqursa para o
núcleo de pa1en1es

8uscade
anterioridade

NAo
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Sim Sim
Atividade Decisão
intensiva empresarial
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Sim
preventiva

Sim

.....
. Elaboraça<l do
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FigI.n 4.1 AuxogIama para patenteamento de criações.


Foce. MlII ER. A..CA Tese doutofado EQ/UFAJ. 2005.
CAf'/'TlA.o 4 • PATENTEAMENTO EM BIOTECNOlOOIA: NECESSIDADE OE MONITORAMENTO... 57

As opções para garantir a eficácia legal dos direitos provenientes da patente vão
desde um simples oferecimento de uma licença para exploração a uma ação de infra-
ção. Entretanto, a deàsão quanto a acionar ou não um concon'ente deve levar em con-
sideração uma série de fatores, dentre eles os CUStOS envolvidos. Ou stja, antes de levar
adiante uma ação de violação de direitos deve-se considerar se a patente em questão é
realmente válida e qual sua eficácia legal, quais os tipos de prejuízos em jogo e se há base
para alegar ~boa fé" na ação judicial a ser impetrada.
Em especial na área biotecnológica, os liúgios envolvem quase sempre patentes re-
lacionadas a tecnologias complexas, demandando muito tempo para chegar a uma de-
cisão ou para ir a julgamento. Adicionalmente, é necessária, na maioria dos casos, a pre-
sença de especialistas a fim de explicar a tecnologia para o juiz, que atuam como peritos,
tomando o processo bastante caro.
Por outro lado,jána época do depósito do pedido de patente, o depositante deve
ter uma boa idéia sobre a proteção que ele deseja obter e do que significa tal proteção,
de forma a assegurar o respeito de terceiros à sua propriedade e, por fim, garantir o re-
tomo financeiro apropriado pela exploração da patente. Tal conhecimento permite
avaliar o impacto da estrutura das reivindicações Oliginais e das modificações, feitas em
conseqüência do proce~mento do exame do pedido, na sua capacidade de lucrar com
a patente concedida (MULLER et alii, 2001). Os propriet.ários de patente precisanl sa-
ber se um concorrente está violando os direitos de sua propriedade, a fim de buscar as
medidas corretivas cabíveis e, para tanto, preciséUll monitorar de fonna constante as
ações de seus concorrentes. Além disso, é fundamental que o titular esteja acompa-
nhando a publicação de novos pedidos de patente de terceiros, em assuntos estreita-
mente relacionados à sua área de atuação, para verificar possíveis ações que possam ser
tomadas com vistas a restringir o escopo dessa proteção ou até mesmo o indeferimento
do pedido ou a nulidade da patente. No caso de pedidos depositados no Brasil é possí-
vel a qualquer interessado, durante o exame técnico do pedido, apresentar doclUllen-
tos e infonnações a útulo de subsídios ao exame (artigo 31, Lei 9.279/96) ou ainda,
após a concessão da patente, requerer a sua nulidade de acordo com o artigo 46 da Lei
9.279/96 sob o argumento de ter sido conceJida contrariando as disposições dessa Lei
(por exemplo, insuficiência descritiva, falta de novidade e atividade inventiva).
Portanto, o valor comercial de uma patente é dependente não apenas do potenci-
al da finna inovadora em explorar ela própria a tecnologia ou buscar parceiros imeres-.
sados nessa exploração como também, em parte, do escopo das suas reivindicações. Se
um concorrente puder competir com o titular de uma patente em relação ao produto
ou processo patenteado, sem violar os direitos sobre o objeto definido nas reivindica-
ções, então os direitos exclusivos do titular perdem o significado. Dessa maneira, o de-
positante de um pedido de patente sempre buscará ampliar ao máximo o escopo das
reivindicações a que ele terá direito.
PATEHTE'AMEHTO&PAOSPEcç,loOTEOIQLÓGIC.ANOSETORf~

4.1 INTERPRETAÇÃO DAS REIVINDICAÇÕES E DOUTRINA DOS


-
EQUIVALENTES
A pr.iúca mundial quanto ao ~p() da protcç.w que I!C procura através de um pedidodt;
palCnU! é (Idinído porsua~ rdvindícaç(JCl!. ou !l<ja, é o texto da~ reivindicações que Ik-t(-r_
mina 0'1 limito dC18 dirdlO'l a'iscguradO'l pela patente. Como resultado, embora o eoJCoPQ
de proteÇão não Kja limitado a uma interpretação literal da~ reivindicações, uma patente
não conferc protcção aí) conceito inventivo b'.í.~ico ou conceito invenúvo geral.
Como n:w-a geral p',tla a determinação de urna infrdção, d<.'Vc !ICJ' verificado se (, pr~
duto ou proCC!i/lO a<.1.1'1aflo ~sui toda'! a.~ caracteri'ltica~ da ou de uma das rei\indicaçi)O
independenlCll de uma patente. f: freqücntemente interpretado que a adição de caract.e.
rl'ifica" à ín\'enção rdvindicacJ.a não descaracteri7.a a infração, pouco importando se ~
característica." adicionai~ são em ~i conhecida~ ou nova.~, ainda que invenúva.~.
A interpretação da reivindicação fya~ia-sc no fato de det<.-nninar-se o significado le·
gaI d~ tenn05 da'! rdvindica.ções. consq.,'uido atrdvéll de interpretação com fyd.~ no reja.
tório dCIICritivo. bto ta.rnhém pode ser alcançado pela fundamentação em informaçi)a
prcvi.,,~ na hi~tú ria do <.-xame técnico. Além dis.~I, é de grande ..yuda a bu'lCa da~ palavra~
utilizada." na." rcivindicaÇÕCll em dicionários técnicos ou livr()~ de autores renomados,2
quando a Iín~(.-m (Ia.~ reivindicações ainda permanecer ambígua após consideração
da'! evidéncílUl intrínseca'!.
Para a questão da detcrminação da ahrangéncia de uma rci\1ndicação, conside-
re-1lC. como ponto de partida, quc a infração dc uma reivindicação pode ocorrer basica-
mente dI: dua~ fe)rmas distínta.~, a saber:
(i) 'nfração literal.
(ii) Jnfnlção por equivalência .
• Uma infração literal ocorre quando cada elemento do produto infrator coinci-
de com a definição comida na reivindicação. Na infração literal pode haver ne-
ces~idade de interpretar o significado ou a abrangência de determinada ex.
pressão na reivindicação, porém interpretada a expressão e eSl4lbelecida sua
extensão a correspondência com o elemento do produto infr,u:or é imediata.
• A infração por equivalência, uma da~ f()rmas de infração não-literal, se apre-
IICnta quando o elemento do produto infrator não se enquadra diretamente na
definição do elemento da reivindicação. no entanto, ele constitui um equiva·
lente técnico funcional deste último, A admissão desse tipo de infração é im-
ponante para evitar urna injusta pcrda dc protcção devida à redação inadequa-
da das rcivindicaçô(!s de urna patente, assim como para evitar que terceiros
não-autorií'.ados beneficiem-lle indevidamente de tal patente. Uma vez que o
llW'H ohriga (Iue o período de vigência de uma patente seja de, pelo menOS.

7 Evidênrh•• "xtrfll,wca. cor"prccllclcllI rlicíl)Il;\ri()~ técnico •• encíclopédiaa c livro" de autores rcnomll'


dv. e dl'vem Ner IlNath.N apcnaIJ lfU311c1o ,III evid~ndU!l intrínsccalI (relatório dcscri livo da pau'nH:. c Hit-
tftria do Exame Técnico) niiu Nãu .ufi denlcI para c.cfarcccr o Nij(oificarlo do, termos definidos nas rei-
. vindica,,'; 'H. .
CAPiTULO 4 • PATENTEAMENTO EM BIOTECNOLOGIA: NECESSIDADE DE MONITORAMENTO... 59

20 anos (no caso do BI'<lNiI a nossa It'gislaçiio ('stipulou20 ano~) a inteTpretação


literal de uma reivilldicação pode tornar-se inadequada devido ã contínua ino-
vaç;io tecnoI6p;ica, ('1\1 cSI)(-~cial no caso de invençôes pioneiras. O primeiro pas-
so na del('nninaç;io da aplicabilidade da equivalência está em investigar-se se
isso é I'('allllcllte necess.írio, ou st:ja, se a tel1l1inologia literal das reivindicações
já não é suficiente para estabelecer uma clara situaçào de infração.

4.1.1 REIVINDICAÇÕES E DOUTRINA DOS EQUIVALENTES

4.1.1.1 No Brasil
O t('nno Kreivindicação" surgiu na l.ei Brasileira apenas no Código de Propriedade
Industtial de 1971. Anteriormente, os denominados "pont.os constitutivos" ou "pontos
característicos" tinham o mesmo signiLicado da palavra "reivindicação", ou seja, eram os
pontos constitutivos ou característicos que deternlÍnavam a extensão dos direitos
conferidos pela patente.
O Bra~i1 foi um dos primeiros países a exigir que uma patente incluísse uma parte
específica para estabelecer os limites da proteção - os "pontos constitutivos/ caracterís-
ticos", mais tarde reivindicações. A Lei 3.129 de 1882 em seu artigo 3° dispun ha: "O re-
latório designará com especificação e clareza os caracteres constitutivos da invenção. A
extensão do direito de patente será det.erminada pelos ditos caracteres, fazendo-se dis-
so menção na patente". O Decreto 8.820 de 1882, por sua vez, dizia em seu artigo 22:"0
relatório concl\lirá especificando com clareza e precisão os caracteres ou pontos consti-
tut.ivos do privilégio requetido. os quais dete\1l1inarão a extensão dos direitos garanti-
dos pela patente, conforme a parte final do art. 3° da Lei nU 3.129 de 14.10.18822". Se-
gtllldo Gama Cerqueira (1982) ao comentar o que disse Carvalho de Mendonça 3 a res-
peito da Lei nO 3.129: "A opinião do autor citaoo, em face do que claramente dispunha a
lei, só pode ser interpretada quanto ii fonna das reivindicações ou o modo de formu-
lá-las, e não quanto ii desnecessidade da especificação dos pontos caractelisticos e aos
efeitos destes em r('lação ao direito do inventor~".
Alualmente, o escopo de proteção de uma patent.e deve serdetenninado com base
no m"úgo 41 da Lei n Q 9.279/96. Segundo o artigo 41:

Art. 41 - 'í'\ extensao da proteção conferida pela patente será determinada pelo teor das rei-
vindicações, Interpretado com base no relatório descritivo e nos desenhos2".

Já o artigo 186, em seu Título~, ~pí~lIlo_I. dispõe sobre a aplicação da "equiV<llên-


cia" na d eterminação de uma posslVelll1fraçao.

~ Oe acorelo com Carv;.lho ele Menelon~'a: "A no~,a lei niio "xi)(C" m"i~ elo que .o relatório d escritivo da in-
venção. Ordinariamente. porén:, •. ";' ~tuc: pretendem a pal.t· nt~ ri" lIl~c~çao prec.sam claramente os
pontos sobre o~ quais versa o pl'lvtlc~to. ~" o que se chama fnlJmdlCaç".s .
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SETOR FARMAct~
60 ~

M 186- "0s crimes deste Capítulo caracterizam-se ainda que a violação não atinja todas as
reMndiCaçóes da patente ou se restrinja à utilização de meios equivalentes ao objeto da
patente".

Ainda no Capítulo relativo aos crimes de infração de patente, citamos:

M 183 - Comete crime contra patente de invenção ou de modelo de utilidade quem:


1_ fabrica produto que seja objeto de patente de invenção ou de modelo de utilidade, sem
autorização do titular, ou . _ .
II-usa meio ou processo que seja objeto de patente de invenção, sem autoflzaçao do titular.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano ou multa.
M 184 - Comete crime contra patente de invenção ou de modelo de utilidade quem:
1_ exporta, vende, expõe ou oferece à venda, tem em estoque, oculta ou recebe, para utiliza-
ção com fins econômicos, produto fabricado com violação de patente de invenção ou de
rnoóeJo de utilidade, ou obtido por meio ou processo patenteado; ou
lI-impof1a produto que seja objeto de patente de invenção ou de modelo de utilidade ou ob-
tido por meio ou processo patenteado no Pais, para fins previstos no inciso anterior, e que
não tenha sido colocado no mercado extemo diretamente pelo titular da patente ou com seu
consentimento.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa
M 185 - Fornecer componente de um produto patenteado, ou material ou equipamento
para realizar um processo patenteado, desde que a aplicação final do componente, material
ou equipamento induza, necessariamente, à exploração do objeto da patente.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

. A rusposição acima dá ao titular o direito de impedir que terceiros pratiquem atos


~ com relação a um componente ou parte, cuja aplicação finaI necessariamente resultará
no uso da invenção ou do modelo de utilidade patenteado, ainda que esse componente
ou parte não ~a separadamente reivindicado.
A decisão judiciaI proferida no caso Taurus Blindagens Ltda. X Pier Luigi Nava,
ainda à luz da Lei de Propriedade IndustriaI Brasileira de 1971 (Lei n º 5.772/71 ), CorIS-
tituiu-se em um marco no direito patentário brasileiro, uma vez que uma interpretação
restritívadoartigo 14, §2º da Lei n 2 5.772/71 poderia levar à conclusão de que o escopo
da proteção garantida pela patente seria exclusivamente determinado com base em '
uma interpretação literal do texto de suas reivindicações.
Es& decisão foi proferida pela 6 1 Câmara Cívil de Porto Alegre, em 17 de maio de
1988, com relação à Apelação Cível proposta por Taurus Blindagens Ltda. contra uma
decisão de primeira instância de uma ação indenizatória proposta por Pier Luigi Nava.
titular da patente brasileira PI 804777. O titular alegou que esta patente, que tinha
como objeto de proteção um capacete esportivo, tinha sido infringida por Taurus.
A aplicabilidade da Doutrina dos Equivalentes pode ser depreendida do seguinte
trecho da decisão proferida pela 61 Câmara Cívil de Porto Alegre:

"Constituí contrafação, no sentido de que infringe o privilégio, a fabricação de produto com


aprCNeitamento da idéia inventiva básica protegida, ainda que sem completa e absoluta cor-
respondência com a descrição patenteada. mercê de acréscimos e alterações que. àquela.
estranhos, todavia, não a desfiguram2".
CAP!nJLO 4 • PATENTEAMENTO EM BIOTECNOLOGIA: NECESSIDADE DE MONITORAMENTO... 61

4.1.1.2 Nos Estados Unidos


Pe Ia Lei de Patentes de 1836 o depositante deveria "especificar particularmente
. e desta-
_
car, à parte, a melhoria ou a combinação que ele reivindicava como sendo sua mvençao
ou descoberta" (Patent Act of 1836). Posteriormente, em 1870, o Congresso reforçou as
exigências sobre as reivindicações na medida em que o depositante deveria sal~en~r,
particularmente, e reivindicar distintamente a parte, aperfeiçoamento ou combmaçao
que ele reivindica como sendo sua invenção.
O desenvolvimento das reivindicações afetou profundamente o sistema de paten-
tes norte-americano. As reivindicações surgiram para atender a duas finalidades:
(i) Elas satisfaziam a barganha do depositante com o Estado através da revelação
da invenção ao público.
(ii) Elas informavam ao público o que eles podiam ou não fazer durante o mon<r
pólio temporal conferido pela patente. Em meados do século XIX, as reivin-
dicações assumiram um papel central na definição da extensão da proteção.
Entretanto, o desenvolvimento de um sistema dotado de reivindicações necessaria-
mente começou a reduzir o escopo de proteção disponível de acordo com os testes iniciais
usados em casos de infração. Sendo assim, em 1853 a Suprema Corte Norte-Americana
passou a proteger os titulares de patentes afi1111ando que o escopo de proteção engloba-
ria uma faixa de equivalentes. As cortes passaram, então, a decidir o escopo de proteção
em duas zonas ana1ítica~ distintas: a infração literal e a infração por equh-,llentes.
As wrtes americanas procuraram equilibrar esses interesses díspares - pl'Oteção
para o público atrdvés das reivindicações e proteção para os inventores atr.wés da dOIl-
trina dos equivalentes-vinculando-as à regra de todos os elementos (tlltollt'le/lltllt mie).
Pela regra de todos os elementos para que um dispositivo acusado inlliJ'~ia a reivindica-
ção de uma patente tal dispositivo precisa possuir cada elemento da reivindicaç;io. s ' ia
de forma literal ou por cquiV'dlentes. Em outr.IS palavras. Sl' o dispositivo acusado não
apresentar exatamente o elemento reivindicado. e n;io for um equivalente desse ele-
mento, então. esse dispositivo não viola a reivindicação patt'nuÍlia.
A regra de todos os elemelllos represt'nta. na lei de patent.t's amt'tinm:t, IIIIl ('qui! i-
brio entre o interesse público e o interesse do inwntor. E permitido lima ('ena flexibili-
dade quando da aplicação da doutrina dos equivalentes no que fO nn'nlC ii ilpliraçiio da
regra de todos os elementos, Não é requerida exata cOl'l'espondl'ncia um a um entre os
element.os reivindicados e os elementos do disposit.ivo sohaC'ltSOc,ç:\o oe \;ola(;'Io: IIIll de-
mento do dispositivo acusado pode funcionar como o t'q\lh~llcntt' paI';' dois dt' IIlCtltos
reivindicados e vice-versa. Mas. a questão flll1damcnt;u no escopo dos equh~tlcntes é
que. para ocorrer a infração, cada elemento da rdvinclic"ç:1o de,'t' ·ltislÍr 110 dis!X).~itivo
acusado. sC',ja de forma literal 011 por t'quiv.llentl'.
Para a verificaçiio da eqllivalência. as cortes mnt'ricllnas I'cqnt'I't"1lI qll(' todas as \i.
mitações nas reivindicações stOiam enronU1\('las, Isto é. cnoa ('kmcnto do disp<).~itivo
acusado deve estar induido no si).{nifit:adn dt' IInHl Iimit:l~'à() ron't'spIIH(lt'nte 1It\ rd"in-
dicaçào. Por outro lado. a relaçf\() enu'C a Iimit:u;.io e () t'\t' lIIl'nlll cunstitllti\'o da
identidade está c1a.'lSificada de acordo com tri- ' tipos:
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FAAMACÊ~
62
--....
(í) Idcntidade literal verdadeird, requerendo lima identidade exala entre UIl\
lermo limitante específico e seu elemento correspondente, lal como a limitt.
çào 4garra/prego" (nail) c uma garrd/ prego (nail) no dispositivo aCll~d().
(ii) Identidade literal geral (general literal id.entily) requerendo que um elerncnlo
na reivindicação est~ja incluído no sentido de um termo limitallle geral, tal
como a limitação "membro conector" e uma garra/prego no disposio..o
ac usado.
(iii) Identirlade funcional , requerendo a mesma função entre um termo limitantt
específico e um elemento, tal como a limitação "parafuso" e uma gana/prego
no dispositivo acusado. ,.
De acordo com a doutrina dos equivalentes aplicada nas cortes americana~ 4equ~
valente" ou "equivalentemente idênticos" significa "corresponde" ou ~rtualmente
idênúco", especialmente, "em efeito ou função". Identidade de acordo com a doutrina
dos equivalentes não requer identidade completa para cada finalidade e em cada aspec.
to, mas requer identidade substancial com relação ã função, meio (means) e resultado.
É requerido que as limitações das reivindicações e os elementos do dispositivo ou p~
cesso acusado sejam comparados em relação a suas funções, meios e resultado.

TESTE EM TRÊS PARTES - TESTE GRAVER TANK'S


O caso GraverTank & Manufacturing Co. v. Unde Air Products4 datado de 1950 é con-
siderado como a base para toda a modema lei norte-americana no que se refere à dou-
trina dos equivalentes.
A patente em questão reivindica um fluxo elétrico para solda formado, em parte, a
partir de um silicato de um metal alcalino tenoso como, por exemplo, o magnésio. O
fluxo acusado era virtualmente idêntico, exceto pelo fato de que continha um silicato
de manganês o qual não é um metal alcalino tenoso. Logo, a corte estava diante do se-
guinte fato: até onde a substituição de manganês por magnésio, algo que não é um me-
tal alcalino tenoso por algo que é, estaria dentro da esfera da doutrina dos equivalentes.
A corte explicou que limitar o escopo de proteção de uma patente para o escopo l~
teral de suas reivindicações converteria a patente em algo sem valor e utilidade:

•(...) Na verdade, talli,.,ytação deixaria ~ porta a~erta ~ra encorajar os copistas inescrupolo-
sos a fazerem altera~oes e substJtU/çoes sem Importancia e não-substanciais no objeto da
patem.e.. Apesar de nao adiCionarem nada,. tais modificações seriam suficientes para colocar
a matena copiada fora dos limites da reIVindicação e, portanto, fora dos limites da lei... Isto
I?rivaria [o inventor] ~o bene~icio de sua invenção e promoveria a ocultação da invenção ao
Invés de sua revelaçao, que e uma das finalidades primárias do sistema de patentes (... )2".

A corte" e~ qu:s~o fo~u1o~ ~ que subseqüentemente passaria a ser conhecido


como teSte tnpartIte : um dlsposluvo ou processo é equivalente se ele realiza subt

4 GravnTanJr & Manu/acturingCo.


19"0 . U .S.P.Q
v. LimieAir ProdUClJ, Co., 339 U.S. 605 ,85 . d StalelO. 1'..-
. (U mie
I
lenlS Quarter Y) 328," . .
CAPITULO 4 • PATENTEAMENTO EM BIOTECNOLOGIA: NECESSIOADE OE MONITOAAMENTO,.. 63

tandalmente a mesma função, substancialmente da mesma maneira fYdT'a chegar 1IU!JI;tan.


ciaJmentc ao mLosmo resultado. A corte também res.'!altou duas caracteri~ticas fundamL'"JllaÍlS
de wn equivalente:
(i) A~ diferenças entrea característica reivindicada e seu equivalente representa
uma alteração ~nã<Hlllbstancial" (insuhstantial change).
(ii) Um elemento reivindicado e seu equivalente apresentam uma "intervariação
conhecida".

LIMITAÇÕES PARA A APLICAÇÃO DA DOUTRINA DOS EQUIVALENTES:


NATUREZA DA HISTÓRIA DO EXAME TÉCNICO (PAOSECUTION HISTOAY
ESTOPPEL OU FILE WAAPPEA ESTOPPEL)
A história do exame técnico é também chamada de "arquivo envolto" (jilewralJflerJ por-
que o seu efeito suspensório resulta das informações contidas em um arquivo que fk.a
guardado na Repartição de Patentes em um envoltório chamado file wralJflere que con-
tém toda a história do exame técnico do pedido de patente, ou seja, todos os pareceres
emitidos pela Repartição de Patentes, as respostas do depositante aos mesmos bem
como outros documentos pertinentes ao caso. Assim como a doutrina dos equivalentes,
a história do exame técnico é baseada, na eqüidade. O princípio da eqüidade visa equili-
brar os direitos do titular da patente e os dos concorrentes. Como o titular de uma pa.-
tente é beneficiado com a doutrina dos equivalentes para proteger seu direito de exclu-
sividade sobre a invenção, nada maisjusto que seja oferecido aos competidores a histó-
ria do exame técnico para proteger seus direiLOs às suas próprias inovações ou ao direito
de usar formas ou modificações não cobertas pela patente, ou seja, que estejam fora do
escopo da patente.
A origem da história do exame técnico nos Estados Unidos remonta à época das
decisões tomadas pela Suprema Corte anteriores a 1900; entretanto, a natureza e a fina-
lidade da mesma ainda não são muiLO claras.
A palavra eslhfrPelsugere que a históri~ do exame técnico é a base para um tipo espe-
cial de defesa segundo a qual os supostos mfratores podem recorrer, em ações de viola-
ção de direitos de patente para escapar de acusações de infração por equivalência. A his-
tória do exame técnico também pode ser usada como uma ferramenta indispcn.'iávcl
para a interpretação de uma reivindicação.
De uma maneira geral, os competidores podem utilizar-se como base para a aplica.-
ção da história do exame técnico os seguintes atos do depositante:
(i) Sustentação de uma interpretação restrita das reivindicações patentárias
como não abrangendo detelminadas concretizações que tomariam o pedido
inválido, inclusive com reformulações nos termos das reivindicações.
(ii) Cancelamento de reivindicações.
(iii) Argumentos usados para distinguir a invenção do estado da técnica. Quando
o depositante adiciona uma limitação não necessária para distinguir sua in-
venção do estado da técnica, mesmo que o faça erroneanlente, as chances são
enormes de que as cortes considerem irreversível tal limitação.
~~
~
_ _ _ _ _ _2P~AT~E~NT!!EAM~~ENT~O~&~P:!:R~O~SPE~C~Ç~ÁO~TE~C~NOL~OG~1CA::=:.:NO::.::::..::.;SET::.;..;;OR
..;.;.;..F;..:AR.::..~~~
~

EXEMPLO DE DECISÃO JUDICIAL EM BIOTECNOLOGIA ENVOLVENDO A


APLICAÇÃO DA DOUTRINA DOS EQUIVALENTES .
(i) Tissu~ P/as1ninogm Activt1ÚJT ("t-pa") _ Decisão nos Estados Umdos (SEIDE. 1997).
. . • . 5
O hUglo .
envolvendo topa (ussue p Iasmmog
. e n acu'valOr) deu-se entre a empr....
.....,
Genentech, Wellcome Foundauon . (WelLco11l~) e Ce ne u'cs Insútute
6
rGI"). O caso
'
Cnr..
~., ..
preendia três patentes da Cenentech sobre a produção de topa. As empresas ~ellc0llle.
e GI, que prodUZIam" vanantes de topa de segun d a gera, ça-o foram acusadas. . de mfr:>r~_
. .......,.
As reivindicações foram interpretadas pela corte disuital como sendo hmItadas ao t1>4
humano (e DNAcodificando o mesmo) ou seu vanante . al e' l'ICO.
que ocorre naturalmen,
te. A corte não considerou que ocorria infração literal por nã? acredll~: que o t-pa varj.-
ante de segunda geração fosse topa humano ou um vanante alehco que ocorra
naturalmente.
Ao analisar, portanto, a infração por equivalência a corte dis.oital considerou quea
invenção reivindicada e os produtos acusados possuíam substano~mente.a mesma ~IJ-'
ção (clivagem da proteína precursora inativa, de fonna a prodUZIr a enZ1m~ plaslllUla,
responsável pela dissolução dos coágulos sangüíneos) e alcançou substanoaImente o;
mesmo resultado (estímulo ã dissolução dos coágulos). .
A empresa GI apelou ao Circuito Federal da decisão da corte disoital argüindo que,
a corte simplesmente aplicou de fonna mecânica o teste oipartite sem envolver outras.
considerações.
O Circuito FederaI chegou a uma decisão contrária. Em sua detenninação, a Corte,1,
primeiramente interpretou o escopo e o significado das reivindicações levando em co
sideração a História do Exame Técnico e o Estado da Técnica. Após a adequada inter.1
pretação das reivindicações, a Corte reverteu a decisão de que GI infringia as patentes do'
topa de acordo com a dounina dos equivalentes,já que GI nào obtinha substanciaImente o'
mesmo resultado, substancialmente da mesma forma.
Conforme já citado, as três patentes dizem respeito ao topa. A patente US 4.752.603
reivindicava ~ topa humano (proteína) possuindo uma atividade específica significati-
vamente ma~~r d? que a apr~~en~da no estado da técnica. As patentes US 4.766.075 e
4.853.330 relVlndlcavam sequenclas de DNAcodificando o topa humano recombinantf
e um processo para a produção do topa humano recombinante, respectivamente. O
produto acusado da empresa GI, chamado FEIX, era um mutante do topa humano que
sofreu uma deleção.
O Circuito Fede~ r~visou a História do Exame Técnico, o relatório descritivo da
pate?te e o es.~do?a t~cJ1lca de forma a determinar o sentido da frase "500.000 lU j mg'
contIda n~ reIVl~dlcaç~~ de'pro~uto do topa purifi~do e da frase "human tissue plasmi-
noge? aCtIva~o: na relVlndi~açao de produ~o_relatIva ao topa recombinante. Esta atitu-
de fOi necessana tendo em VISta que a defimçao de ambas as frases não era encontrada
nas reivindicações per se.

5 Genentech [nc. v. The Wellcome Fdn. Ltd .. 14 U.S.P.Q. 2d 1363 (D. DEL. 1990) .
6 Patente US 4.752.603 (reivindica t'pa purificado e sua purificação a partir de células de me!anoma);
US 4.766.075 (reivindica vetores de DNA e células que codificam t-pa) e US 4.853.330 (reivindica pro-
cesso envolvendo DNA recombinanle para a produção de t·pa).
CAPtrULO 4 • PATENTEAMENTO EM BIOTECNOLOGIA: NECESSIDADE DE MONITORAMENTO... 65

Em relação à fra~e ~500 000 IU /mg", a CorteveriticolI que esta limitação na reivi~­
dicação foi introduzida durante o exame técnico do pedido de patente de forma a dIs-
tinguir a invenção (t-pa purH'i cado) do estado da técnica.' A ('JOrte considerou impo .....
tante, devido a revelações de testemunha~, estabelecer o ensaio particular usado paIa
medir a atividade específica. A limitação de 500 000 IU/ mg foi derivada a partir de um
ensaio de fibrina bovina em placa do prodmo purificado e serviu para distinguir o topa
reivindicado do topa descrito no estado da técnica possuindo uma atividade específica
de 266 000 lU / mg, medido pelo mesmo ensaio. A Corte também veJiticoll que o ensaio p0s-
sui uma variaçãode±25%. Frente ao valor descrito no estado da técnica (266000 IU/mg) a
Corte concluiu que a faixa de equivalentes possíveis não poderia exceder ± 25%. Do con-
trário, o titular da patente estaria erroneamente englobando uma faixa de equivalentes
que incluía o estado da técnica. A Corte, portanto, interpretou essa reivindicação como
sendo human tissue plasminogen activaúlr... having specific activity of500,000 lU/mg as m~a­
sures using lhe boviru! fibrin plate assay, e detenninou que a faixa de equivalentes estava
dentro do limite compreendido por ± 25%.
Em relação à frase human tissueplasminogen activa/or, o Circuito Federal considerou
que o relatóJio descritivo da patente continha 4 definições que variavam em escopo.
Especificamente, o topa descrito na patente foi definido:
1. Funcionalmente como sendo "capaz de catalisar a conversão do plasminogê-
nío para plasmina, ligar-se à fibJina e ser classificado como um topa baseado
em propriedades imunológicas".
2. Estruturalmente como sendo o topa natural, incluindo variações alélicas natu-
rais do mesmo.
3. Um derivado do topa humano sendo capaz de reter "a região essencial de
Kringle e a região da protease serina.
4. "Todos os produtos contendo a porção enzimática ativa" da proteína nativa.
A Corte afirmou que "essas diversas definições refletem uma falta de arte e estilo ao re-
digiras reivindicações, uma tentativa consciente de cdar ambigüidade a respeito do escopo
das reivindicações ou um desejo de reivindicar uma grande variedade de materiais não des-
critos, ou descritos mas não de fonna a permitir a reprodução da invenção".
Segundo determinado pela Corte, a defmição mais consistente com a forma como
foram redigidas as reivindi:açõe~ para o ~i~ifica~~ da frase "tissue plasminogen activa-
tor" é ser um topa natural, mclumdo vanaçoes alehcas naturais do mesmo.
Uma vez tendo o Circuito Federal interpretado as reivindicações e determinado o
grau de equivalentes passíveis de proteção, as reivindicações foram. então, comparadas
com o produto acusado da empresa GI, chamado FE1X, um mutante do topa recombi-
.,oante humano com uma deleção. Após uma comparação entre a atividade específica
do FEIX e aquele após a interpretação da reivindicação para o topa natural purificado a
Corte concluiu que o produto FE1X não infringia a patente de acordo com a doutri~a

7 O e'lado da técnica revelava um aúvador possuindo atividade específica de 266.000 IU/mg.


66 PATENTEAMENTO & PROSPEcçAo TECNOLÓGICA NO SETOR FAAMA~~
~

dos equivalentes. A aúvidade específica da proteína FE lX..confonn~ relatada pelas a.c..


sados. era de 253 000 JU/ mg e, portanto, estava fora da fa.l}ca de eqUlv.ilentes permitida
para a patente, isto é SOO ()()(} IU/mg ± 25%, ou 375 000 a 625 000 IU/mg.
A comparação feita pela cone emre o FEl X e o t-pa .re~ndicado. t~m?ém_IC\"Ou a
Corte aconcluirque o DNAque codificava o FEIX não infnngta essas reMndicaçOC'S nettl
de {onna literal. nem por equivalentes. Primeiro a Cone mencionou que FE 1X .não ert
um "t-pa nanlral~, e depois passou a analisar a pos.sibilidade de FEl X ser ttm.eqU1~'aI<"n~
do topa reivindicado. A C.on.e concluiu. enfim, que. de acordo com o teste tnpartlte CSla-
belecido em Graun-1ànk, o FE I X não era um equi\'aleme de ltm t-pa natural atTa\'és da •
comparação das propriedades do FEIX com a definição nmcionaI do topa natural.
A Cone mencionou que a função do topa natural é definida no relatório descriti\1> .
da patente como "cataI)'zing the conversion of plasminogen to plasmin. and binding lo
·fibrin~. A Cone, posterionnente, mencionou que FEIX não podia definitivamente li-
gar-5C à fibrina já que a região envolvida na ligação à fibrina havia sido deletada em .
FEIX, apesar de estar mantida em FEIX Ulna outra porçào do topa natural, a chamada
região Kringle, também considerado como estando envolvido na ligação à fibrina. Ao
Corte, então, entendeu que devido à alteração na ligaç.ão à fibrina, o produto acusado .
FEl X não podia ser considerado como funcionado substancialmente da mesma fo~
que o topa natural reivindicado na patente.
A corte também afinnou que o FEl X não atingia substancialmente o mesmo rc-
sultado que o topa natural, pois o FEIX possui uma meia-vida de cerca de 40 minutos
contra cerca de 4 minutos para o topa natural. A corte entendeu que, como o estado da'
ciência na área de modelagem de proteínas ainda era imprecisa àquela época, era in,
suficiente para cOl15iderar FE I X como equivalente ao topa natural de acordo com a
doutrina dos equivalentes. o fato de mostrar apenas que a região Kringle 2 da proteí-
na desempenhava um certo papel na função de ligação do topa recombinante paten-
teado e do produLO acusado FEIX. Portanto, a corte concluiu que FEIX não funcio-
nava substancialmente da mesma forma nem atingia substancialmente o mesmo re>
sultado do topa reivindicado e, portanto, a patente não era violada.

4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS


o presente Capítulo relatou a importància do sistema de patentes, as peculiaridades do
paten.te~ento em. biotecnologia e a necessidade de monitoramento da eficácia legal!
dos direItos confendos pela patente, a fim de evitar violar patente de terceiros bem;
como garantir que terceiros não infrinjam os direitos dos Útulares.
. Foi ~iscutida, ainda, a interpretação das reivindicações patentárias, fazendo uma
I~troduçao s~bre as formas de infração e um histórico sobre as reivindicações e a apli ;
çao da Doutnna dos Equivalentes no Brasil e nos Estados Unidos. Apresenta-5C, ain
um exemplo de decisão judicial em biotecnologia envolvendo a aplicação da doutri
dos equivalentes.
CAPf'UlO " « PATENTEAMENTO EM BIOTECNOLOGIA: NECESSIDADE DE MONITORAMENTO... 67

Apesar de toda a discussão conduzida sobre a aplicação da Doutrina dos Equiva-


lemes. o depositante deve ter em mente que a mesma é a exceção e somente deve ser
buscada quando a ilúração literal não for capaz de comprovar a infração.
Portanto, a busca do depositante deve ser sempre pelo maior escopo literal de suas
rei";ndicaçi>es, na medida em que maximizar o escopo de acordo com a Doutrina dos
Equi\âlentes de..-e ser a exceção e não a regra .
•-\ssi:m.05 illleresses do depositante estarão mais bem servidos quando da busca por
um maior escopo literal de proteção. Essa proteção é alcançada pela elaboração de reivindi-
cações de escopo variado, iniàando-se pelo maior escopo que poderia vir a ser protegido.
Combinar re.i\indicações com limitações estruturais e aquelas do tipo jingerprint são uma
boa opção. Ainda mais particularmente, o depositante deve preparar um conjunto de rei-
\indicações COI I espondentes sendo do tipo meamjJlusfunction. Nesse caso, as limitações nas
reMndicações não são do tipo est11lurral ou material, permitindo uma in terpretação das re-
nindicações de fonna mais ampla, com vistas a conferir proteção para as "estruturas" que
estio no escopo do relatório descritivo, assim como para seus equivalentes.

4.3 REFERÊNCIAS
COOPI.R. I. P. Biout:hnology and lhe Law. SL Paul, West Group, v. I, 1999.
EL'ROPfAl' PAITNT OFFICE. Case Law Df lhe Boards Df Appeal Df lhe European Palent Office, 3: ed., 1998.
MÜ..LE.R. A. C. A.; PEREIRAJÚl'.10R, N.; ANfUNES, A. M. S. Abrangência e Interpretação de Reivindi-
ClÇOO- R~ da ABPI, 2001.
MlJl.l..f..R. A. c. A. Palmúammto t11I Biotb:nologia: Abrangência e InterprelaçtÜJ de Reivindicações. Tese (Douto-
rado em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquimicos). Rio de janeiro: Escola de Quími·
ca/ ü FRj.2003.
G.~\IA C. J. TraliJdoda Propriedade IndustTiaL Rio de janeiro: Editora Revista dos Tribunais, 2~ ed., v. I, 1982.
MACEDO. M. f . G.; MÜu..ER. A. C. A.; MOREIRA. A. C. Patenteamento em Biotecnologia: Um guia práti-
co para elaboradores de pedidos de patente. Embrapa, 2001.
A
, PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA
A PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO DE
PLANTAS E SEUS DERIVADOS: MODELO
PARA A ANÁLISE E SOLICITAÇÃO DE
PROTEÇÃO DOS RESULTADOS

Adriana Campos Moreira Britto l


Nei Pereira Jr.
Adelaide Maria de Souza Antunes

INTRODUÇÃO
Diferentes países possuem dispositivos legais de proteção para as criações intelectuais
que resultem em vantagens econômícas aos seus mentores e, assim, permitam o retomo
do todo ou parte do investimento realizado, constituindo-se, então, em um esúmulo
para a realização de pesquisas futuras e, conseqüentemente, do aumento do conheci-
mento. Alguns dispositivos legais remontam às época~ mais remotas, passando por
aperfeiçoamentos ao longo do tempo, a exemplo do sistema de patentes, outros são ca-
rdcterístico., do mundo aluai (ROSENBERG, 1993; SINNOT, 1998).
Assim, em linhas gerais, o objetivo deste capítulo é a construção de um Modelo para
a análise e, caso seja possível, a proteção dos resultados de pesquisa~ vinculadas às plantas
e seus derivados, o qual pemlita ao interessado uma clara percepção sobre a fomla mais
adequada para resguardar os próprios direitos sobre a sua criação intelectual. Neste senti-
do, é importante a identificação dos sistemas legais disponíveis para o requerimento da Pro-
pliedade Intelectual sobre os resultados de tais pesquisas, seja no Brasil seja no exterior, res-
saltando as suas diferença.~ e salientando os seus escopos de proteção.
Ainda é importante destacar que o dito Modelo pode ser utili7.ado por qualquer in-
teressado na área, independente da sua nacionalidade. Entretanto, a motivação para a
elaboração deste Modelo sempre esteve vinculada aos pesquisadores! empresários bra-
sileiros, enfim naqueles nacionais que realizam pesquisas na área de plantas e merecem
conhecer as opções para protegerem os seus resultados.
Em uma área onde as plantas naturais têm sido cada vez mais valorizadas pelo mer-
cado consumidor, o quão é interessante para o Brasil- país detentor de uma riquíssima
biodiversidade, tal como evidenciado pela figura 5.1 - ter um inslmmento tal como o
Modelo proposto em questão.
I! I
.
Ver MOREIRA. A. C. anterior ao ano de 2006 devido mudança de nome em razão de casamento.
,
ÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UiICO
70 PATENTEAMENTO & PROSPECç _

Biodiversidade:
úmero de espécies de plantas
uma comparaçãO entre o n

Agura 5.1 A Biodiversidade de Diferentes Regiões.


Fonte: (THE CRUCIBLE GROUP. 1994).

De fonna alguma, este Modelo está associado à idéia de "patentear por patentear".
A intenção relativa ao mesmo é agregar valor aos resultados de pesquisas, através da sua
proteção. E esta proteção, sem dúvida alguma, é a base para que a sociedade, posterior·
mente, possa usufruir das aplicações destes resultados.

5.1 TEMAS DE PESQUISA NA ÁREA DE PLANTAS E DERIVADOS


Como conseqüência do embasamento técnic<H:iemífico adquirido pelo Homem, este
já é capaz de, na maioria dos casos, explicar as características das plantas disponíveis na
natureza e de, inclusive, alterá-Ias de fonna a obter um resultado específico.

Logo, é possível organizar as pesquisas na área de plantas e seus derivados em dois


grandes campos de investigação:

1. Pesquisas a partir de plantas naturais.

2. Pesqu~~ envolvend? ~lantas geneticamente modificadas.Todavia, o presen·


te capitulo apenas Ira abordar as pesquisas com plantas naturais e seUS
derivados.
CAPnULO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA APESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 71

Aírdvés do levantamento realizado tanto na Literatura Científica quanto na Litera-


tura Patentária, foi possível identificar diferentes temas de pesquisas a partir de plantas
naturais, tai~ como:
a) Aplicação(ções) de extrato de planta2 natural.
b) Aplicação(ções) de associações entre extratos de plantas naturais.
c) Aplicação(ções) de associações entre extrato (s) de planta(s) natural (is) e ex-
tr,uo(s) proveniente(s) de microorganismos ou animais.
d) Aplicação(ções) de composto(s) químico(s) ativo(s) isolado(s) de plantas
naturais.
c) Aplicação(ções) de associações entre extrato(s) de planta(s) natural(is) e
composto(s) químico(s) isolado(s) de outras plantas, ou de microorganis-
mos, ou de animais, ou sintético (s).
f) Processo(s) de obtenção de extrato(s) de planta(s) natural(is) ou de seu(s)
composto(s) químico(s) ativo(s).

5.2 A PROPRIEDADE INTELECTUAL - UM PANORAMA GERAL


A Propriedade Intelectual compreende os seguintes itens:
a) CvjJyright, o qual lida, principalmente, com obras literárias, musicais, artísti-
cas, fotográficas e audiovisuais.
b) Propriedade Industrial, a qual abrange patentes, marcas, desenho industrial
e repressão às falsas indicações geográficas e aos atos de concorrência desleal.
c) As novas variedades de plantas. As outras subdivisões da propriedade intelectual
são o software e as criações em topologia de circuitos integrados (MACEDO et
aJi~ 2(01).

Cada subdivisão supracitada possui leis e regulamentações próprias. Contudo, em


virtude do tema abordado pelo presente Artigo, os únicos elementos analisados são a
Propriedade Industrial (especificamente as Patentes), e as novas variedades de plantas.

5.2.1 O SISTEMA DE PATENTES


A PATENTE representa um acordo entre o inventor e a sociedade. Através deste acordo,
o Estado concede, ao inventor, o monopólio da invenção; ou seja, a propriedade da cria-
ção e o direito de excluir terceiros da exploração de um novo processo produtivo ou da fa-
bricação de um produto novo por um determinado período de tempo. Porém, em troca
do monopólio concedido, o inventor tem o dever de divulgar a sua invenção; permitindo
à sociedade o livre acesso (incluindo a reprodução apenas para fins de pesquisa, e não co-
merciais) ao con hecimen to da matéria objeto da PATENTE, o que taro bém a caracteriza
como uma fonte de informação tecnológica (MACEDO; BARBOSA, 2000).

2 Recotnenda~ que. não apenas neste Ílem (a) . ma., também nos outros itens (h) à (f). o leitor entenda
flue podem ser consideradas panes de uma planta, tais como as sementes. os frutos. as !lores etc.
72 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMAC~~

A Convençào de Paris para a Proteção ?a Propri:dade In~~strial, ~)U .Convençàr,


-
da União de Paris - CUP, ou simplesmente Convençao de Pans , consutu\~ no Tnais
antigo acordo econõmico internacional ainda vigente, o qual, em decorrência da ne.
cessidade de adaptação à evolução nas relações econômicas entre os países, sofreu d~
versas revisões, sendo a última datada de 1968 (Revisão de ~stocolmo ~. Os países signa-
tários da Convenção formam a União de Paris para a Proteçao da Propnedade Industrial
Atualmente, conta com 172 Estados-Membros. O Brasil aderiu à referida convenção em
julho de 1884 (WIPO, 2007b).3
A CUP contém artigos que regulam as relações internacionais para as patentes de iI}.
venção, modelo de utilidade, desenho industrial, marcas; indicações de procedência e a
proteção contra a concorrência desleal. Alguns destes artigos são apenas recomendados
aos países para constar de suas legislações, porém outros se constituem em artigos manda-
tários, devendo ser respeitados por todos os Estados-Membros, a seguir (WIPO, 2004b):
• Independência dos privilégios: De acordo com esta disposição, não há uma pa-
tente internacional, visto que os direitos resultantes da propriedade indusuial,a
exemplo dos relacionados às patentes, apenas são reconhecidos nos territórios
dos países que os concederam.
• Tratamento Nacional: Para os não-residentes de um país da União, serão rec(}
nhecidos os mesmos direitos e obrigações daqueles residentes, incluindo idênti-
cos procedimentos para processar os pedidos de privilégios.
• Prioridade Unionista: O direito de prioridade confere a um requerente de privi-
légio em um país-membro da União, denominado país de origem, a primazia
com referência a qualquer outro depositante que haja efetuado um depósito
após a data daquele original. Isso significa que o marco da novidade para aquela
criação é, durante um certo prazo, a data do depósito do pedido de patente no
primeiro país. Mesmo que esse pedido venha a ser depositado com reivindicaçãO
de prioridade, em um segundo país, depois de um outro pedido de patente paI1I
o mesmo objeto, o potencial proprietário é aquele que requereu, pela primeira
vez, a patente para a criação. O direito de prioridade é de um ano para patentes
de invenção.
Adicionalmente, uma matéria objeto de pesquisa, para ser patenteável, precisa
atender alguns requisitos adotados internacionalmente, especificamente três:
1. Novidade: O requisito da NOVIDADE exige que o conhecimento técnico
contido na invenção não esteja disponível ao público. A maioria dos países &
tabelece que esta não-revelação deve ser obedecida até a data do depósito do
t
Pedido de Patente. Porém, alguns outros, tais comó'ó Brasil, os EstadoS Vo
dos, o Canadá e o Japão, possuem um dispositivo chamado "Período de.~:
ça" em suas Legislações de Propriedade Industrial. Através de tal diSPOSIU~
a divulgação da invenção, dentro de um prazo que anteceda o depósitO do

'asV
~ Os Estados Unidos, a Comunidade Européia, o Japão, a China e a Índia - os outroS territóri oscUj
gislações são comentadas no presente Artigo - também aderiram a esta Convenção.
CAPITULO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 73

dido de patente. não comprometerá o at('ndimento 00 reql.llsllo da


NOVIDADE. Para o Brasil, os Estados tJnidm c o Canalhi, e~te pCliodo cor-
responde a 12 mcses, sendo que, noJap.io, o prnzo estipuhldo t! de 6 mesc~.4
2. Atividade Inventiva: Aprest'ntar ATIVIDAm: INVENTIVA significa que a in-
vençào não é obvia pant um esp('cialista técnico n;l ;irca abrangida pela maté-
ria-oqjeto da invenção. Logo, a maté!ia a ser protegida não pode ser urna sim-
ples substituição de nl<\teriai~ ou de meios conhecidos por OULro.~ que tenham
conhecida a meMna funç;io. ou CJuc não s ja uma mera combinação de meios
conhecidos sem que h~ja um eleito técnico novo e inesperddo. As.~im, além
da novidade em relação ao "Estado da Técnica",5 a invenção deve envolver
uma significativa criatividade em relaçiio li téc.nica conhecida.
3. Aplicação Industriai: Este r(.'quisilo está vinculado " nec(.'S.~idade de a invenção
apresentar finalidade de U>;Q na produção t:conômica. seriada c indll~triaI; abran-
gendo todos os ramos da atividade econômica de f.'lbricação de mercadotias, tais
como a agricultura, a pesca, a produção de vinhos. a exu-ação mineral, a indli~oia
de transformação, bem como quaisquer equipamentos. instrumentos e aparatos
usados nestes setores ou no setor de serviços, inclusive a produção doméstica e ar-
tesanal. A APUCAÇÃO INOUSTRW. abrange produtos e processos.
Adicionalmente. é necessário apresentar:
• Suficiência Descritiva: A matéria objeto do pedido de patente deve ser descrita
de fonna clara, possibilitando a sua realização por um técnico especialista no as-
sunto. Este requisito. no caso de invenções relacionadas à biotecnologia. especi-
almente aquelas envolvendo materiais biológicos novos, não é fácil de ser atendi-
do, visto que não há faci lidade para descrever as características do novo material.
Logo, a fim de pennitir a sua repetição, é necessário o depósito do material bio-
lógico em uma Instituição reconhecida internacionalmente. 6

• Cabe ressaltar que o Período de Graça corresponde a uma disposição particular das ugislaçõcs supraci-
tadas. não sendo consider<ldo pela maioria dos países. Assim. uma dh'lllgaçào prévia da matétia objeto
da invenção, sob qualquer fonua (oral, escrita etc.), irá m/ringiros territórios nos quais a sua proteção
por patente poderá ser concedida. Apenas aqueles países que conferem o "benefído' do Período de
Graça reconhecerão a novidade da invenção, mas desde que respeitados os prazos est:.tbelecidos pela
d~'posição em questão. Em todos os outros territórios, a matéria será considerada de domínio público,
nao sendo passível de patenteamento.
, Entend~, por "Estado da Técnica", o colyunto de inIorm<lções técnico-cienlíficas pertinentes ao
tem~ da pesquisa e já disponíveis ao público. seja através de documentos de p;\tentes ou 110\0. antes do
depositO do pedido de patente de interesse.
S O depósito de material biológico segue as determinações do Tr:.ttado de Budapeste. o qual é apresenta-
do no lIem 3.1.3.
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SElOR FAAMI\C~lIllCo
14
~

5.2.1.1 O ACORDO DE ESTRASBURGO - A CLASSIFICAÇÃO


INTERNACIONAL DE PATENTES
~o Sistema de PateIlles. o inventor, em lroca do monopólio c~nccdido, deve divlI!!('dr,
sua invenção. pemlitindo à socierulde? livre a~esso ao conh~c.lmcnto da mmélia ol~rl~
da PATEr-.'TE. Desta fonna, esta também adqlUre a caractensllca de •uma fonte dI' in~Ot·
mação tecnológica. Conmdo, para que a Patente possa s~r caractcnzada como tal, há a
necessidade de que a ilúonnaçào possa ser arquivada de fonua que os usuálios tenham
condições de recuperá-Ia facilmente.
Antes da assinatura do Tratado de Esu-asburgo (1971), cada país arquivava os seu.l
documentos de pateIlle de um modo próprio, ou seja. não havia um sistema padroniza.
do. E, como os requisilos de patenteabilidade já mencionados devem ser atendidos
nào apenas no território onde a proteção foi requerida, mas sim mundialmente, era im:
praticável realizar a busca de aIlleIioIidades em grande escala. Logo, tomou-se necessá-
rio avaliar as fonnas de arquivameIllo e recuperação das infonnações até então
empregadas.
Como resultado desta preocupação, o Tratado de Esu-asburgo instituiu a C!assif~
cação IIllemacional de Patentes (CIP), a qual se constitui em uma ferramenta de grano
de rele\'ância para os usuários deste sistema de proteção de invenções. Alualmente. a
maioria dos países utiliza as suas nomlas para unifomlizar o arquivamento e facilitara
recuperação do conhecimento tecnológico hwnano. 7
A dila Oassificação engloba lodas as áreas da tecnologia. as quais estão organizadas em
oito seçõcs principais. a exemplo da seçào refereme às Necessidades Hwnanas.8 A tabela
5.1 cita, de uma fomla geral, a abrangência de cada seção mencionada anterionnente.
Tabela 5.1 Áreas do Conhecimento Humano Cobertas pela CIP
ÁREA DO CONHECIMENTO HUMANO
SeçãoA Necessidades Humanas

SeçãoB Operações de Processamento e Transporte

SeçãoC Química e Metalurgia

SeçãoD
Seção E
Têxteis e Papel
Construções Físicas
-
SeçãoF Engenharia Mecânica, Iluminação, Aquecimento, Armas e Explosão _

SeçãoG
SeçãoH
Física
Eletricidade
-
~

Fonte. (WlPO.2007e) .

7 Mesmo aqudes países que nã? assinaram oficialmente este Tratado, a exemplo da índj~ (\\~I~.
2007d) . preasam ter o conheamento sobre o seu conteúdo, tendo em vista a sua ampla uuhzaça '
8 De fo~ma a 10r;tU a busca de. jnfo~açã? e ~ arquivamento de documentos de patente os mais ráy~~
e eficazes posslvels, cada Seção esta subdIVIdida em subseçães conforme a figura 5.5. Cada SubstÇ(JI! •
organtzada e Classe$ . . . 'd'diLI ti.
m • as qu:us, por sua vez, englobam subclasses. E as Subclasses estão SUbdlV1 t
Grupos e Subgrupos, caract.enzados por um tema específico.
CAPITULO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 75

A Iim de acompanhar a evolução da tecnologia, a CIP é revisada, a cada cinco anos,


por IIllJ comitê de especialistas constituído no ãmbito da OMPI. Atualmente, esta Classi-
Ikaç,io está regida pela sua oitava edição, possuindo cerca de 70.000 grupos contendo
infonnaçôes re levantes sobre o conhecimento humano (WIPO, 2007e) .9
A figura 5.2 revela a evolução dos grupos relacionados à Biotecnologia e à Medicina
ao longo d(' alguma~ edições da CIP, sempre no intuito de acompanhar o desenvolvimen-
to tecnológico.

1.600
1..!18
1.400 .. -
,...k '1.298
...-...
'" 1.200 .'
8.
2
(!)
1.000
....... - ----A 957
-
. .
{l 800
./ "1 79' 839 7~
600 .
/Y 453 --+-51 7
400
200
O
107
~ 107 --- 297 374

CIP 1 CIP2 CIP3 CIP4 CIP5 CIP6


Edição da CIP

.~ .. Biotecnologia • Medicina
Figura 5.2 Evolução dos Grupos por Área nas Edições da Classificação Internacional de Patentes (CIP) .
Fonle: (WIPO. 20048).

Logo, é primordial entatizar que a Literatura Patentária é uma fonte de informa-


ção de grande valor, a qual merece e precisa ser conhecida pelos cientistas e pelos em-
presários, lima vez que contém informações inéditas e aUlais, as quais, mesmo quando
disponibilizadas em outras fontes de informação, somente o são após um certo período
de tempo. Segundo a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), mais
de 70% da informação tecnológica disponível em todo o mundo somente pode ser en-
contrada nos documentos de patente, nào tendo sido divulgada em nenhuma outra li-
teratura. E mesmo quando há divulgação em outros veículos, a publicação do
documento de patente ocorre com maior antecedência (MACEDO; BARBOSA, 2000).

9 As e.talfstica.< rcbJliv-dS ii Oilava Edição da CIP ainda não estão disponíveis e, portanto. não foram cita·
das no prese nte capítulo. Consulta em 26/ 02/ 2008.
76 PATENTEAMENTO & PROSPECçAo TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~1Co

~ ,
--
5.2.1.2 O TRATADO DE COOPERAÇAO EM MATERIA
DE PATENTE (PCT)
Conforme estabelecido através de uma cláusula mandatária da Convenção de Paris, Ou
melhor, mediante a Independência dos Privilégios, um pedido de patente ou uma pa.
tente concedida somente são válidos no território do país no qual foi depositado. I'(~
rém, em virtude da dinâmica do mundo moderno, o depósito de um pedido de patenlt
em cada país onde há o interesse de obter o privilégio concedido pelo Sist.ema de Paten-
tes torna-se, na maioria dos casos, muito laborioso, visto que há a necessidade de efetuar
o pagamento de taxas oficiais e de atender às exigências estabelecida~ em cada le~la­
ção nacional no ato do depósito. Desta forma, no intuito de alcançar um efetivo sistema
internacional de patentes, entrou em vigor, no ano de 1978, o acordo multilateral de·
nominado Tratado de Cooperação em Matéria de Paten te (per), o qual é adotado por
mais de 138 Estados-Membros, inclusive o Brasil (WIpa, 2007c).IO
Resumidamente, o per possibilita o depósito de um único pedido em uma autori-
dade nacional, a exemplo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial Brasilej.
ro/ INPI, ou em uma organização internacional designada pelos países-membros do
Acordo, tal como o Escritório Europeu de Patentes (EPa - European Patenl Office). a pe.
dido é internacional, mas a patente não será internacional. No momento apropriado,
este será examinado por cada país selecionado, sempre de acordo com as legislaçÔC1
nacionais. E, mais uma vez, respeitando-se à Convenção de Paris, cada país terá auto-
nomia para avaliar a pertinência da proteção solicitada. Assim, basicamente, a princi-
pal vantagem deste Tratado está associada à facilidade de se efetuar um único depósi.
to de pedido de patente, em apenas um idioma, II designando-se aqueles países onde
há interesse em obter a proteção através da patente, os quais deverão ser confirmad05
posteriormente. A~sim, há uma redução no dispêndio de recursos iniciais e, principal·
mente, adquire-se o tempo necessário para analisar a pertinência da invenção, avalio
ando com maior cautela os territórios nacionais onde a proteção será, realmente, soli·
citada. Uma vez decididos os países, o pedido passa da Fase Internacional para as F.
ses Nacionais, não tendo qualquer validade nos territórios onde a sua entnlda não foi
confirmada. Logo, através do per, os custos com traduções para o idioma local, com a
adequação do pedido a cada legislação nacional e com o pagamento d e taxas oficiaú
são adiados.

5.2.1.3 O TRATADO DE BUDAPESTE


Conforme mencionado no início do item 3.1, a matéria objeto do pedjdo de patente
deve apresentar Suficiência Descritiva, ou melhor, precisa ser descrita de forma clara,
po~~bilitando a sua realização por um técnico especialista no assunto. Porém, este re-
qUiSIto, no caso de invenções relacionadas à biotecnologia, especialmente aquelas el\"

10 :?os ~~~os Unidos. a Comunidade Européia, o Japão, a Chilla e a Índia também assinaram este AcOf-
liA maJona
" d os pcdidosde patente - d ' d 'd' . •
tum NOI Th P e epOslta a no I IOma Ingles, seKUidos pelo alemão. Fonte: Infor'fllb
(I970-2(~OÕ), C:ne~I:;.:t 2~~r.ation TTlJaty pcr in 1999, Worltl InUilkctual PmfJerty Organiz.atitm ~
CAPíTULO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO...
77

volvendo materiais biológicos novos, não é fácil de ser atendido, uma vez que não há fa-
cilidade para descrever as característica~ do novo material. Logo, nestes casos, a fim de
permitir a repetição de tais invenções, é possível complementar as informações citadas
em um pedido de patente através do depósito do material biológico em uma Instituição
reconhecida internacionalmente.
Com o objetivo de eliminar ou limitar a multiplicidade de depósito de culturas
(evitando, assim, despesas mais elevadas, visto que uma única taxa é paga) e de fornecer
maior segurança, entrou em vigor, em 1980, o Tratado de Budapeste. Atualmente, 68
países são signatários deste Tratado, mas, dentre estes, não está incluído o Brasil
(WIPO,2007a).12
A~im,a partir do Tratado em questão, perante os órgãos oficiais de patentes dos
seus signatários, um único depósito em uma Instituição Depositária Internacionalmen-
te Reconhecida/ JDAI3 é suficiente para os fins de procedimento em matéria de paten-
tes. Porém, torna~e necessário efettlar tal depósito até a data do depósito do pedido de
patente. Assim, será possível mencionar o número de depósito no relatório descritivo.

5.2.2 A PROTEÇÃO DE VARIEDADES DE PLANTAS


Os sistema~ legais relativos à proteção de novos tipos de plantas são recentes, quando
comparddos à'! leis de patentes nacionais, a~ quais já possuem uma longa história. Se-
gundo Beier et alii (J 9R5), este atraso é, em parte, devido ao fato de a tecnologia de gera-
ção científica de plantas ter despontado somente no início do século XX, quando as leis
da genética foram esclarecida'!. A partir deste momento, o cultivo de plantas passou a
ser considerado uma ciência de grdnde relevància em diferentes setores industriais, a
exemplo da indústria alimentícia, de combustíveis e de vestuário. contribuindo para
aperfeiçoamentos na quantidade, qualidade e custos de produção.
Contudo, a proteção das novas variedades de plantas através do sistema de paten-
tes era considerada inapropriada peJas legislações nacionais, tendo em vist<\ a alegada
dificuldade em relatar a planta como um todo apenas através da escrita, e de forma a
apresentar a suficiência descritiva para ser fielmente reproduzida por out.ro especialis-
ta. As'!im, a fim de reconhecer os direitos dos criadores de plantas e homogenei7.ar as le-
gislações nacionais relacionadas ao presente t.ema, foi realizada, em 1961, uma Confe-
rência Diplomática na cidade de l'alÍs, a qual resultou no Primeiro ALO da Convenção

12 rodavia. os ~:~taclos Unidos. a Comunidadc Européia. o/apão. a China e a ínrlia ~ão signatádos deste
Trat.1do. O J1ra..i l. ape~ar de não ser signalário. recomenda - par.. la is casos cm que o material biológi·
co é fundal11f"n\;!1 para a r"produção da invenção. mas que mio pode ser desc rito de Iiml1a clara e suti-
cil~nle ao longo do relatório descri ljvo do pedido de palente - a suplcmentação deste reft'rido relat"..
rio. ml'diante o dcp,;,iIO de malerial hiológico em ullIa Insti tuição autorizada pclo Instituto Nacional
da Propriedade Indusl rial/INPI; ou. na ausê ncia eles\;!. elll lima outra indicada cm acordo inte rnaclf>-
nal. Enfim. corno 110 13ra.il não há tal Instiluição autorizada pclo diLO INI'I, 3.< referidrui IDAS tê m sido
IItili7.ad'18 quando da "" cessidade de 8upJe rnc nlar pedidos ele patenle depo~ilados no Pais.
I. A Am"";UIn 1"yfJl! Cu/{urt Collect;Qn (ATCC) é um exemplo de IJ>A_ Uma consuha ao si/_dcsta Instituição
(hll,,:! Iwww.atcc.o ..g/c(lIllITI()n/acrvicc~/ l.at.. nl Dcp.cfm) permite uma noçào sobre os proce,hmen-
los nec(:s.~ário. em uti$ casos.
PATEUTEA.\lENTO & PAOSPECÇÁO TECNOLóGICA NO SET~ FARIMCÊ~
-
Internacional para a Proteção de NO\'3S Variedades de Plantas. comumeme conhecida
como UPOV. Atua1men te, esta Convenção conta com 64 membn>s, dentre estesQ8 Esta-
dos Unidos. a Comunidade Européia, o Japão e a China. O B~i1 também é um dos
Membros, tendo aderido a esta Convenção em Maio de 1999 (UPOV, 2007).
A UPOV sofreu ~isões em 1972, 1978 e 1991, objetivando se adequar, tanto às
uansformações ocorridas na área da biotecnologia. quanto às sucessivas modificações
feitas nos dn-ersos sistemas de proteção da propriedade intelectual, além dos interesses
comerciais de empresários ~inculados ao desenvohimento e ao cultivo de sement~
(UPOV, 20(2). As r~isões de 1978 e 1991 podem ser consideradas como as mais rel~
,,-antes, tendo em lista a grande influência que as mesmas exercem no cenário da agri-
cultura atual. E, dentre as alterações mais importantes, estão: a) A eliminação, pela ver-
são de 1991 , da proibição da dupla proteção de \-'ariedades de plan laS por lUO Sistema
de Proteção conforme à UPOV e , quando o país-membro julgar que é possível, simulta-
neamente pelo Sistema de Patentes; b) O aumento da vigência de proteção, a qual pas-
sou a ser de, no mínimo, 20 anos contados da data da concessão do privilégio (no caso
de ár\'Ores e videiras, esta nova versão e1~-a o referido tempo para, não menos do que 25
anos) . :-.ia \'ersão an terior, tal prazo d~'eria ser de, no mínimo, 15 anos (ou não inferior
a 18 anos, para ár\'ores e videiras) ; e c) A introdução, pela versão de 1991, do conceito
de '\<Uiedade essencialmente dem'3da' .14
Basicamente, a Convenção estabelece que os Estados-Membros devem reconh~
cer o direito exclusivo de uma no\'3 variedade de planta ao seu criador, cuja autorização
deve ser requerida para a uúlização do material de propagação desta 'l.'ariedade com fins
comerciais. Cada Membro tem autonoDÚa para decidir quanto ao atendimento ou não
aos requisitos necessários para a concessão do certificado de nO\'3 'l.'ariedade, sendo a
proteção resultante \-álida apenas dentro do seu território.
Como regra geral,a variedade, para ser protegida deve apresentar (UPOV, 2002):
a) NO'ridade: A \ooedade n~o ~e ter sido oferecida à venda ou negociada
dentro de um prazo supenor aquele estabelecido pela Lei do Estado-Membro
onde a proteção está sendo requerida, sendo, geralmente, de um ano.
b) l>i<;tingüibili~A \ooedade pI"ecisa apresentar urna ou mais características
claramente disuntas em relação a uma outra variedade c' .• .. "
nhecida. uJa eXlStenCla Jél. e co-

Uniformidade: A \ooedade d~'e seI" signifi ti


c)
ve após a sua reprod - da ca ~ente homogênea, inclusi·
uçao sexua ou propagaçao vegetativa.
d) útabilidade: A \'afÍedade precisa apresentar - . .. _.
sendo possÍ\'e1 a sua propagaçã ual caractensucas essenCiaIS estavelS,
_____ o sem q quer alteração de tais características.
,< senciaJlDaltr
Tal ruJ!ÍY.U pode..". definida
de .
.
como sendo dem'3.da de uma cultivar' . .
roullem do ~:o<ta) e. d""" ComIa. tendo a capacidad d inICIai (ou, até mesmo, de onua es-
genoopo ou da co hi_~ -" e e expressar as cara t . .
cerne às <aracterísticas ,~ __ m~~o de genótipos da cultivar da c enstlcas essenciaisqut
c-""eme dlSuntas e resultantes d tal d . qu~ denvou, exceto no que coO-
e en\"açao. .
CAPiTULO 15 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 79

e) Denominação: É necessário fornecer um nome à nova variedade, o qual per-


mita a sua identificação precisa, evitando, assim, a confusão com uma varieda-
dejá existente ou com uma outra futura.
O it.em a seguir, relacionado ao Acordo de Aspectos de Propriedade Intelectual
Relacionados com o Comércio (TRI PS) foi destacado em virtude da sua relevância para
li proteção dos resultados de pesquisas relativas a todos os ramos tecnológicos, tendo in-
11\1(~ nci"d() a proteção das criações intelectuais em todos os países signatários, seja medi-
ante a proteção por patentes, seja mediante a proteção por uma forma sui generis, a
exemplo da proteção cOlllumente adotada para as novas variedades de plantas que foi
dcscriuI ant.eriormente.

5.2.3 O TRIPS (TRADE RELATED INTELLECTUAL PROPERTY RIGHTS)


O TRI PS ( Tradl! Relatefi lnlRlJ.ectual Propmy Rights) é resul tan te da Rodada Uruguai de ne-
gociações multilaterais, caracterizando-se como o instrumento mais completo em direi-
tos de propriedade intelectual. (wro, 1995). Entrou em vigor a partir de 01 deJaneiro
de 1995, possuindo disposições relacionadas a: Cofryright., incluindo programas de com-
puuldor e banco de dados; Marcas; Indicações geográficas; Desenhos Industriais; Paten-
tes; Circuitos integrados, e Trade Secrels.
De acordo com as disposições do TRIPS, os seus países signatários devem conceder
proteção para produto ou processo em lodos os setores tecnológicos, desde que estes
atendam aos requisitos de patemeabilidade. Porém, em relação a plantas, este Tratado
estabelece que os Membros também podem considerar como não-patenteáveis plantas
e processos essencialmente biológicos para a produção de plantas, excetuand<H;e os
processos não-biológicos. Não obstante, os Membros concederão proteção a variedades
vegetais, seja por meio de patentes, seja por meio de um sistema sui generis eficaz, seja
por uma combinação de ambos.
Um outrO aspecto relacionado ao Acordo TRIPS está relacionado aos procedi-
mentos adotados quando da violação de suas cláusulas mandatárias. Uma vez compro-
vada a existência da violação, o Membro afetado pode aplicar retaliações cruzadas ao
signatário infrator. Adicionalmente, de acordo com tal Acordo, as legislações patentárias
nacionais devem confet;r os direitos negativos de excluir terceiros de fabricar, lIsar e ven-
der, incluindo a importação do produto protegido pela patente. Isto já aliado ao inerente
direito afirmativo do tilUlar de uso exclusivo do invento - o monopólio de produção.
Adicionalmente. o prazo mínimo de vigência das patentes deve ser de 20 anos a contar
da data do depósito do pedido.
Ao;sim. atllalmente, é possível identificar diferenças nas legislações nacionais relaciona-
d.as à proteção dos resultados de pesquisas com pl~tas, sendo os privilégios concedidos me-
diante o sistema de patentes ou por wn sIStema SUl gmens, a exemplo do sistema de proteção
das variedades de planta~ descrito antet;ormente, dependendo de como os países signatários
se adapt,lI<1m ao Acordo supracitado: E es~1S diferenç~ são abordadas neste capítulo; p0-
rém, l$peciJicamentc, entre as Le~tslaç~s d.e Propn~~ade Intelectual do Brasil, da Eu-
ropa, dos Estados Unidos, doJapao, da Indta e da Chma.
80= --_ _ _ _ _ _.::P~
;:; AT!!.:N.!.!
!!rF.:!:A::M!:.!.!N!2.!!'l0Sf' ;E.qAO TE'CNOLÓOICA NO SETOR FARMl\Ct~

5.3 AS LEGISLAÇÕES DE PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADAS


As PLANTAS E DERIVADOS
A. lahda !\.~ lI prt'S('l lla as l1Ialc:l'ias passíVt'b (II: proll'~'ão IIU~ l.crrit6rio!l ~IIP.radtado~, a,
qllais t' SlúIIllssociadas "S p\al\t",!lnatlll~\is e seus d(;'riv"do~. l~ 1I~lro~tan tc: fmar que e ~
lahC'l1l foi elaborada:\ partir da OllSl·tV.ll;.io d,ls sc!(uintcs Lcglslaço(!s:

Patentes

u) nmsil - Ld li ' I'l'Oprit-da(k Industrial, Lei nU 9.279.


b) F..~tados Unidos _ Ct'ldil(o de Pat('lItcs dos Eswdos Unidos (Unil.erl S/a/Rol (~
'/It/tI J' _ Plllmls) , ou mclhol" a UtililY ratent e a Plartt Pate nt.

e) t llmpa - COIlVl.'n"io EUl'op('ia de Patentes (J~lt/'(l/X'ftn Pntenl Ctmvenliml/FPq,


d) Jap.\o - Lei de Patentes nO220/) 999.
c) China - Ld d e Patentes cla RepIH.lliea Popular da China (Pallmtl,aw oflhePe()o
1'/" ~ç Urlmblic uf Chi'lla).
t) índia - Patcnts ( /h/l.l'nd1l/tlnt) Act. 2005.

Sistemas de Proteção de Variedades de Plantas (baseados na UPOV):


a) Brnsil - Lei de Cllltiv'c\l'Cs (L i n" 9.456/ 97).
b) Estados Unidos - Pla"l Vm~ety Pmtrclion ACI,

c) Eun pa - Reglllamento EC n Q 2.100/94 (CEU, 1994) .


d) Jap:io - Lei n~ R3/ 1998.
c) Ch i na - Rl'gfllllliotlS({IlieP,!(lpl~ 's /(e/mblic o/,China on lhe Protcc/ion ofNew Varielies
,{ P/anis.

Sistemas de Proteção de Variedades de Plantas (Sul Generls):


a) índia - Ato• .para a PrOL . ) de Variedades de Plalltas e d os D'.rell:os
, ' çào , dA
os gn-'
cullorcs - 1I1t1 Pmll!f/lOn o) 11(/,'/11 VIll'il'lies and Fat1ner's' P' I' A . d' "A
53". Is \'iP,S ct, ou am .1, lO

I ~ S<')(llndu eSle Sislt'mn SI/jr",,,,,,,.<. .ais ""ri~d"rks cnnhecida,. , ' , ' ,


da di",inKilil itietade, unil'o nnidarlc:, e"l"hilidac\e III ' 11\ ti •~', preCI"llm IIp~nas atend"r aos requIsIte»
, e tel nllll\ c\cnonllnaçào ( INDlA. 2001) ,
Tabela 5.2 PesqI +sas com Pl.ANTAS NATllRAiS e Derivados - MatÉrias Passi'iSs de P.....açã • pao Ssa. a de Paa = s'O:.. SSEL6 :Ie ~
~ - de V..,F(bries de
'1"\\1. ," ',-, ,-, '
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LfnIéoila a!Wa isdada de !.ma planta ta X : r..~ x '.," x " X


n:n.aI ~ - 1 ' \' , i. .!
Q
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compostos qoíllicos aIivosa paJtir de - "._ ';i .,.. - -'" r-
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contendo peio menos, tnl extraio ou
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c::omposiçóes farmacêuticas contendo • l".:' .t:' ( ~l o
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pelo menos, t.nl extrato ou uma molécula " 'l .' ~ ' l l "-,
, t: para o
apenas ' ~i, ~
ariva isolada de uma planta natural "t , ~i ',. , corpo 1"- m
~ ~+~"~ -
"/J.' 4 ~ ~A' :~ ',~, r -~ ~
- I
animal) ~
, ~
~
Variedade de planta X ~ X _ X (reprodução X " X X X o
(reproduçao sexuada, ou , '" f;!

~
[<i assexuada, reprodução - ; ' , . ,
"~ exceto por por tubérculo) " .
~ ~~ -
L S
3:
Fonte: Britto, AC.M. 2005 (Tese de doutorado). m

~
Observaçóes: PAT = Sistema de Palenles - SPVP (UPOV) = Sistema de Proteção de Variedades de Plantas baseado na UPOV - PP (Sul Generís) = Patente de
Planta (Sistema Sul Generis dos Estados Unidos - item 5.3.2 ) - SPVP (Sui Generís) = Sistema Sul Generls de Proteçâo de Variedades de Plantas da IOOia (item
~U) ,

...
GIl
82 PATENTEAMENTO & PROSPECçAo TECNOLOGICA NO SETOR FARMAC~UTICO

5.4 MODELO PARA REQUERER O PATENTEAMENTO DOS


-
RESULTADOS OE PESQUISAS COM PLANTAS E DERIVADOS
(1ª FASE: ANÁLISE DOS RESULTADOS)
Nesta etapa é realizada a análise dos n :sultados de urna pesquilla, a fim de identificar~
os mesmos são, ou nào, passíveis de patentcamcnto.
Ao longo da análise supracitada, o 'Diagnlma da Invenção' possui um papel de df!$.
taque. Este diagrama é uma csquematjzação muito simples, ma~ de grande utilidade
para a compreensão da pesquisa,já que revela o meio empreg'"<ldo (ou a ser empreg-d<lo)
para alcançar a solução de um problema inicial, o qual motivou (ou motiva) a realização
do pr~ieto. O meio representa a matéria-<>bjeto do trabalho desenvolvido (ou a ser de.
senvolvido) pelo pesquisador/empresário, conforme representado na figura 5.3.

Meio para
Problema Solução
alcançar a
solução
Figura 5.3 Diagrama da Invenção.
Fonte: Britto. A.C.M. 2002 (Tese de doutorado).

Assim, a indagaçào a ser feita pelo próprio pesquisador/empresário pode ser tra-
duzida pela se/:,TlJinte frase: "Será que alguémjá empregou o mesmo meio utilizado (ou
a ser usado) na minha pesquisa para encontrar a solução desejada?"
Com a referida indagação em mente, inicia-se a construção do chamado 'Campo
de Busca/Estratégia de Busca' para a busca por informações relacionadas ao objeto do
tema de pesquisa de interesse. A figura 5.4 detalha o conceito em questão.

Campo de Busca = Literatura Técnico-Científica + Literatura Patentárla

Literatura Patentária=Busca Manual + Busca Informatizada


Busca Manual =CIp·
Busca Informatizada = Via On.Une
Via On-Une = sites públicos + sites privados

Figura 5.4 Esquematização de um Campo de Busca Geral.


Fonte: Brillo, A.C.M. 2005 (Tese de doutorado) .
• CIP corresponde à Classificação Internacional de Patentes.
C'.Af'ITULO 6 • A PROPRI DA
D INT LECTUAL APLICADA APESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 83

o ( ~Hllpo d 'I\ns{", • , i .
(rI H\II' \ '1S ( " I . , C~(, V "CHinelo :\.s 1"0111('8 oe inl()\'Iuação de ambos os tipos de lJ-
.
• , .. , Ilt.llS ( ('vedo S 'I' I I Es
tio (h '1'1'''1\ ' I'" <'OllSH (a( ali qllando houver o irllcrcsse cm mapear o ·ta-
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( C 1111\ ( clel'ltlll1a<lo obJ('IO de pesqUisa, En Lrelanto. tcn o
'I" , : , ~),,(;StOI~ (o "I'('selll . AI'(i~.l, e ulIla vel. que as formas de consulta à UleraUlra
('t 1\l1'l>-\ ,'t'l\lI!tr:\ n'i ' ,,'
', .
I" . , . -
' II sao ( "S ollhecldas neste !)aís. apenas sera cllSCUUda a elaboraçao
(
( It' .\I\II)(l~ ti· I\I\S(" , . l'
o ,11.1 ,llel'uUtr.l Palell(üria,
As hllsrus III• I .ill' ."III\I"\
, ·
,palClll<lna . , pocIelll ser:
a) Ml\nlll\is' . ' . ("II' " .ICIt;'I"· ' 1as pc Ia r ".1I'lzaçao
Il .\( , (Ie procura d e m ' fiormaçoes
- VI'a pa-
pd: ollllldhor, me'diante a COlIslllla de uocumelllOs de patente impressos em
I1l1m ('sp&:k- tI<: "HihliOlcril de 1'<1 (CIllCS" -os conhecidos 'Bancosde Patente'.
b) lnfonlllltil.ndas: Qua.ndo a procura é Ceita mediante a observação de
( :n·RO~ IS ou silos cspeciali711dos na Lileratura Palentária,
O iot·.. 1t' comhinar I.och l~ eSles (lPOS de hIlSGI. pois - a-;sim como na LiteraUlra Técni-
m ,Cit' nu'(jm - NENIW~IA BUSCA NA LITERATURA PATENTÁRlA É 100% SEGURA,
pois t'la dt'JX'llrle do al' eIVO de c;lda fonte de inJOImação utilizada ao longo da busca.
Em relaç;\o ú Bllsca Manual, podel':\ 5t11'brir a seguinte dúvida: "É necessário obser-
\111' tooos os documentos do :tcelvo do 'Banco de Patentes'? Ou será que existe alguma
[mma Ot· sdedon;u' aqudes que sCI';.i o examinados?". Neste sentido. é primordial enfa-
tizarque. de forma al"rtllua, h;í" neces.~idade de folhear lOdos os documentos de paten-
te que compõem um d lerminado acelVO, no sentido de mapear o estado da técnica de
intel"('sse. Pt'lo c( nlnirio. a xistência da CI P- Classificação Intemacional de Patentes-
é justilkarla pda 1111t<l de p.'<lI.iridade qlle resultaria de uma obrigatotiedade quanto à
ronsulta a lodos os dOnUl\('lHos de patente (nacionais ou esuangeiros) até então
arquivadCl~ e relacionados a qualquer ;irea do conhecimento indiscriminadamente.
!.O!-TO, a Busca Mmmal é viabili:wda pelo emprego da refelida CIP. O usuário deli-
neia as subdhisúes (it'S(:1 Cla.,~ificação qlle estão estreitamente relacionadas ao seu tema
de pesquisa {', {'ntúo, consu'Ói um üunpo de Bllsca o mais específico possível.'6 Desta
Jonna, a rccupelnç;io d dados toma-se mais rápida e eficaz, tal como é exemplificado
na tigu ........ 5 .5.

16 ('ali:;, I tuna--.._ '" .r r


q\_"
"" ,,11' ......... ( '.IP ofrrc<'c" - o\)"l"tunidade de s:lber quais <IS pastas
. ... tÜmlro M uma b'-
,,.,.,,·ta
~-
...
,'--' b .•.. .-
.... \} .... _lI'I"f1Wlt,~ .. lI" dt'\'l"I-:io ser consuh:ulns.
. dt' formn
d a - caso. eXistam documentos de patente
p<'ninC'''Ics em ~Im:~tl ~'lllll I~ .. IO de dClenlllllado tema e pesqUIsa - encontrar os mesmos.
84 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FAAMAClhJflCO
--
Seção: A - Necessidades Humanas
Subseção: Saúde e Lazer
Classe: A61 - Ciência Médica e Veterinária; Higiene.
Subclasse: A61 K - Preparos para fins médicos, odontológicos ou higiênicos.
Grupo: A61 K35/00 _ Preparações medicinais contendo materiais de constituição
desconhecida.

Subgrupo: A61 K35/78 corresponde ao subgrupo onde estão arquivados os documentos de


patente relacionados aos 'Materiais Provenientes de Plantas'.

Figura 5.5 Campo de Busca para Temas de Pesquisa que Empregam Extratos de Plama Natural ou
Associações entre Extratos de Plantas Naturais - Sétima Edição da CIP.
Fonte: Britto, A.C.M. 2005 (Tese de doutorado) .

No que diz respeito à Busca Infonnatizada, é interessante destacar que há duas op-
ções para efetuar a coleta de dados Via On-Une, a saber:
a) A utilização da própria CIP (Classificação Internacional de Patentes), onde os
Campos de Busca não diferem daqueles apresentados para a Busca Manual.
b) O emprego de 'Palavras-Chave' , a exemplo de 'Espécie da Plan ta' AND extra-
to AND 'Tipo de Aplicação"}?
A segunda alternativa está disponível na grande maioria dos si/es especializados na
Literatura Patentária. Assim, o usuário pode desenvolver a sua Estratégia de Busca, sele-
cionando as 'Palavras-Chave' de interesse e combinando-as entre Si,lS de modo a recu-
perar documentos de patente estreitamente relacionados com o seu objeto de tema de
pesquisa. Todavia, é prudente ter atenção ao longo da referida seleção e posterior com-
binação entre as ditas palavras,já que qualquer esquecimento pode prejudicar a busca,
aumentando a sua incerteza devido à não-recuperação de um documento que poderia
ser importante para o mapeamento do Estado da Técnica.
As figuras 5.6 e 5.7 apresentam uma relação dos sites considerados mais interes-
santes e que, portanto, sempre deveriam ser consultados quando do mapeamento em
questão. Alguns deles são públicos,. c.onfonne exibido na figura 5.6. Outros são priva-
dos, ?e acordo co~ a. figura 5.7. AdlCI?~almente, é interessante destacar que uns estão
restntos apenas a Literatura Patentana, mas outros também pennite b scas na
. 'fi m u
Literatura Técnic o-ClenU ca.
_ Quando do ténnino da ,busca, a etapa seguin te pode ser denominada de 'Interpreta-
çao dos Resultados da Busca. Ou melhor, deverá ser realizada um a comparaçao
- d eLi:U
.-Iha-

17 'Tipo de aplicação'
. pode
, . ser entendido
. como uma aplicação fa rmaco I'ogJca,
. por exemplo.
18 Neste senudo, o usuano devera empregar os operadores Boole A
universo de procura o mais específico possível. anos ( ND, OR, NOn. a fim de tornar o
~iiJLO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APUCADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 85

da entre cada documento e ncontrado e os resultados da pesquisa cuja patenteabilidade


e~l;i sendo aValiada. A tabela 5.3 resume as possíveis classificações destes documentos.

Tabela 5.3 Classificação dos Documentos Resultantes da Busca de Anterioridades


x Documento de particular relevância em relação à novidade.
y Documento de particular relevância em relação à atividade inventiva.
Documento que define o Estado da Técnica em geral, não sendo considerado de
A
particular relevância.
Documento referente a uma revelação oral, uso, exibição, ou outros meios que não o
o documento impresso.
Fonte: Britto, A.C.M. 2002 (Tese de doutorado).

A seguir são apresentados alguns casos hipotéticos:

CASO HIPOTÉTICO 1
• Trabalho do pesquisador/empresário I: Atividade antiinflamatória do extrato
aquoso da planta Clusia criuva.
• Supor que a anterioridade resultante da busca na literatura Patentária e na lite-
ratura Técnico-Científica seja o documento de patente Americano n 2 USOOooOO,
decorrente do trabalho do pesquisador/ empresário 2: a invenção está relaciona-
da aos efeitos anúpirético e antiinflamatório do extrato aquoso da planta Clusia
muva.
Obsenração: O documento de patente em questão pode ser classificado como
uma referência X em relação aos resultados do trabalho do pesquisador/ empre-
sário I, tendo em vista que o efeito antiinflamatório do extrato aquoso desta
plantajá é conhecido. Logo, o trabalho do pesquisador/ empresário 1 não tem
NOVIDADE e, portanto, não é passível de patenteamento.
Em relação à classificação Y, esta é muito subjetiva. Logo, caso o pesquisador/ em-
presário não consiga defender aATlVIDADE INVENTIVA dos seus resultados frente ao
escopo deste tipo de referência, a probabilidade de um pedido de patente ser concedi-
do é muito baixa. Logo, quando não há defesa, o depósito de pedido de patente não é
aconselhável. Exemplos deste tipo de classificação são fornecidos a seguir:

CASO HIPOTÉTICO 2
• Trabalho do pesquisador/empresário 1: Atividade antimicrobiana do extrato
orgãnico da planta Rheedia longifolia.
• Supor que a anterioridade res~tante da busca na literatura Patentária e na lite-
ratura Técnico-Científica seja o documento de patente Brasileiro No.
BRPIOOOOOOO, decorrente do trabalho do pesquisador/ empresário 2: a invenção
reivindica uma composição f~rma.cêu~ca ~ b~e d~ extra tos de Rheedia gardne-
riana , onde uma das suas aphcaçoes e annnucroblana.
-
Obsenração: O documento de patente em questao pode ser classificado como
uma referência Y em relação aos resultados do trabalho do pesquisador/ empre-
86 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~VTI~

sário I, O examinador do pedido de patentt! poderá a~har óbvia ~ atividadc a.n~i.


microbiana de uma outra espécie do ~ênero Rhe~(ha, lima, ~~z ql~e. a espeCle
Rheedia gardnelianajá apresenta tal atividade, A~s~rn, caso seja po~slve1, o p<:s.
quisador I empresário 1 deverá esclarecer li nã(H)hv,~c1adc ela propnedade anti·
microbiana da espécie que utilizou ao longo do pn~Jeto

CASO HIPOTÉTICO 3
• Trabalho do pesquisador I empres,lrio I: Atividade analgésica do extrato aquoso
da plant", PhysaJis angulata, onde há eliminação do efciLO coJateral desagradável
representado pela dor de estômago, o qual está associado ao ataque d a mucosa
gástrica,
• Supor que a anteriotidade resultante da busca na Literatura Pale n~ria e n a Lite·
ratura Técnico-Cientílica s~ja o documento de patent~, E~lr0f:>eu N.o,
EPOOOOOOOO, decorrente do trabalho do pesquisadorI empresano 2: ~ mvençao
reivindica apenas o emprego do cxtrato orgânico da planta Physahs angulata
como analgésico,
Observação: O documento de patente em questão pode ser classificado como
uma referência Y em relação aos resultados do trabalho do pesquisadorI empre·
sário I, O examinador do pedido de patente poderá achar óbvia a atividade anal·
gésica do extrato aquoso da mesma espécie de planta, na medida em que o seu
extrato orgânico já apresenta tal atividade, Assim, caso o pesquisadorI empresá·
rio 1 apresente testes comparativos, evidenciando a presença do efeito colateral
em questão quando do emprego do extrato orgânico e a sua inexistência nos ca·
sos em que o extrato aquoso é usado, a chance de obter a proteção por patente
não será reduzida,
Quanto às referências consideradas A, estas não colocam em dúvida, ou melhor,
não comprometem o atendimento aos requisitos de patenteabilidade. Tais referências
são úteis para mapea~ o estado?a técnica de interesse, além de serem de grande auxílio
quando da elabora~ao do pedIdo de patente, Um exemplo deste tipo de rele rência é
apresentado a segUIr.

CASO HIPOTÉTICO 4
• Trabalho do pesquisador/empresátio 1: Atividade antial' , d
raiz da árvore Cinchona calisaya, ergtca os extra tos da
• Supor que a antelioridade resultante da busca na L't ' , ,
' ' o-C' " 1 eratura Patentana e na LIte-
ratura T ecmc lentífica seja o documento de P' ,~
USOOOOOOO, decon'ente do trabalho do pesqu' d atente Amencano n
lsa or/ emp ,. 2 ' •
reivindica uma composição tônica capilar à b d resano : a mvençao
Cinchona succirubra. ase e extratOs da rai7, da árvore
Observação: O documento de patente em ' .
uma referência A em relação aos resultad dquestao pode ser classificado como
, 1 - os o trabalho do ' ,
no , nao comprometendo nem a NOVIDADE pesqutsadorl empresa'
dos resultados do pesquisadorI empre " 1 e nem a ATIVIDADE INVENTIVA
. sano ,Neste cas
ter a proteçao por patente será elevada, ' o, a probabilidade de se olr
CAPtruLO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 81

Enfim, após avaliar cada documento resultante da busca de anterioridades, o peS--


quisador/ empresário chegará à conclusão acerca da patenteabilidade, ou não, dos re-
sultados da sua pesquisa. A partir desta análise, poderei optar, ou não, pelo depósito de
um pedido de patente. A figura 5.6 ilustra o raciocínio a ser seguido.

Exemplos de Sltes Públicos

- Site do European Patent Office (esp@cenet) - http://ep.espacenet.com:


Característícas: Acervo ' completo"; buscas pela CIP e por 'Palavras-Chave';
possibilita a visualização (e a impressão) integral da maioria
dos documentos. Idioma do site: inglês.

- Site do Deutsches Patent und Markenamt (DEPATISnet)-


http://depatisnet.dpma.de/depatisnet?window=1&space=main&content=recherche&action=einst
eiger&session=QpnLNWhJMbI1117375285637 &stamp=3134:
Caracteristicas: Acervo ' completo"; buscas pela CIP e por 'Palavras-Chave';
possibilita a visualização (e a impressão) integral da
maioria dos documentos. Idiomas do site: alemão e inglês.

- Site do Instituto Nacional da Propriedade IndustrialllNPI - http://www.inpi.gov.br:


Características: Acervo composto apenas por documentos de patente brasileiros;
buscas somente por 'Palavras-Chave'; não possibilita a
visualização (e a impressão) integral dos documentos. apenas de
alguns dos seus dados. a exemplo de resumos. Idioma do site: português.

- Site do United States Patent Office/USPTO - http://www.uspto.gov/patft!index.html:


Características: Acervo composto apenas por documentos de patente americanos;
buscas pela CIP e por 'Palavras-Chave'; possibilita a
visualização (e a impressão) integral dos documentos. Idioma
do site: inglês.

- Site do Japanese Patent Office/JPO - http://www19.ipdl.ncipi.go.jp/PA1/cgi_


bin/PA 1INIT?1127170770718:
Características: Acervo composto apenas por documentos de patente japoneses;
buscas pela CIP e por 'Palavras-Chave'; possibilita a
visualização integral dos documentos, incluindo a sua
tradução para o inglês - a qual pode ser impressa. Idioma
do site: inglês.

Agura 5.6 Exemplos de Sites Públicos para a Busca Informatizada.


Fonte: BRmo. A.C.M. 2005 (Tese de doutorado).
88 PATENTEAMENTO & PAOSPECçAo TECNOLÓGICA NO SETOA F~

~--------~~~~~-------~
I Exemplos de Sltes Privados

- Site do Oialog - http://www.dialog.com:


Caracterlsticas: Permite a busca tanto na Literatura Técnico-Cientifica quanto na
Literatura Patentária. No caso da Literatura Patentária, possui acerv
·completos"; buscas por 'Palavras-Chave' e possibilita a visualizaçãoOS
integral da m~ioria dos d?cumentos (uma exceção está associada aos
documentos Japoneses, Já que apenas os resumos são apresentadOS)
Idioma do site: inglês. .

- Site do Derwent World Patent Index - http://scientific.thomson .com/productsldwpil:


Caracteristicas: Permite a busca na Literatura Patentária. Possui acervos
·completos"; buscas por 'Palavras-Chave' e pela CIP; porém, não
possibilita a visualização integral de todos os documentos,
mas sim de todos os resumos. Idioma do site: inglês.

- Site do SciFinder Scholar - http://www.cas.org/SCIFINDERlSCHOLAR/:


Caracteristicas: Também permite a busca tanto na Literatura Técnico-Cientlfica quanto
na Literatura Patentária. No caso da Literatura Patentária, possui acervos
·completos" e buscas por 'Palavras-Chave' e moléculas químicas;
porém, não possibilita a visualização integral de todos os documentos,
mas sim de todos os resumos. Idioma do site: inglês.
"I
- Site do Oelphion - http://www.delphion.com:
Caracterlsticas: Possibilita a busca somente na Literatura Patentária. Possui acervos
·completos" e buscas por 'Palavras-Chave', porém possibilita a
visualização (e a impressão) integral apenas para documentos
americanos, europeus (documentos de patente regionais) e via
o Tratado PCr. Nos outros casos, só há acesso aos resumos.
Idioma do site: inglês.

-.
J

Figura 5.7 Exemplos de Sites Privados para a Busca Informatizada.


Fonte: BRITTO, A.C.M. 2005 (Tese de doutorado).

..
CAPITULO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA APESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 89

~-------------~
Resultados de pesquisa
na area de
plantas e derivados

Diagrama da Invenção
na área de
plantas e derivados

Esquematização Caso atenda


do campo/estratégia
aos requisitos de r-----------,
de busca. patenteabilidade
I Elaborador do
pedido de patente

Busca nas Fontes


Análise dos
de Informação
resultados da busca
relevantes aos temas de
pesquisas na área
de plantas e derivados

Opção 1: Redlrecionamento
da pesquisa

Caso não atenda Opção 2: Publicação do artigo


aos requisitos de (divulgação preventiva)
patenteabilidade ' - - - - - - -_ _ _ _ _.-1

Figura 5.8 Dos Resultados da Pesquisa à Decisão sobre o Patenteamento.


Fonte: BRITTO, A.C.M. 2005 (Tese de doutorado).

5.5 MODELO PARA REQUERER O PATENTEAMENTO DOS


RESULTADOS DE PESQUISAS COM PLANTAS E DERIVADOS
(2" FASE: ELABORAÇÃO, DEPÓSITO E TRAMITAÇÃO DO PEDIDO
DE PATENTE)
Uma vez tendo a certeza de que os resultados de uma determinada pesquisa na área de
plantas e derivados são passíveis de patenteamento, e a opção de depositar um pedido
de patente seja escolhida, em primeiro lugar, o pedido de patente precisa ser elabora-
do. Afinal, este documento corresponde àquele que será apresentado, ou melhor, de-
positado junto às Repartições de Propriedade Industrial Oficiais.
90 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TeCNOLÓGICA NO SerOR FARMAq~

o pedido de patente apresenta uma estrutura padroni7.ada, a qual é diferente da.


-
quela ~omumente descrita em um artigo científico. Sem exagero~,.c~rca de 7?% do
cOlltelldo de um artigo cienlÍfico corresponde apenas a uma sutxhVlsaO do pedido de
patente, os Exemplos. . . .
As itúonnaçõcs contidas em um docwnento de patente estão distnbUldas ao longo do:

a. TUu'" d4 I ntonl(ão.
h. Funda_ d4 Invenção.
c. Sumárú> d4 Invmçio.
d. Brtvt ~ão d4s Fígunu (.., houver) . Correspondem ao denominado
e. ~1Jd4lluJda da Inumçiio. &/aw.w &scritWo.
f. E.uwaplM.
K. 1Villin~.

h. I.i."mrk .~ (..,hou\'cr).

i. FIf:U1"JS "'" houvt"J') .


j. /lnu_ d4 InvençãIJ.

o Título da Invenção, como o próprio termo diz, representa a denominação con-


ferida à pcs<Juisa, nào devendo conter adjetivos, tais como "melhor", "maravilhoso" etc.
1'\0 que diz respeito aos Fundamentos da Invenção, o mesmo retrata o cenário da
área tecnológica a~sociada à matéria objeto da invenção. Esta subdivisão deve salientar
os principais problema~caracterísúcos do campo da invenção, o que tem sido feito para
solucioná-Ios, (juais as desvantagens associadas e, principalmente, aquilo que ainda ne-
cessi ta ser rea Ii7..ado.
O Sumário da Invenção apresenta o objeto do pesquisador como a solução para a
eliminação de dificuldades ainda existentes no ramo tecnológico em questão, caracteri-
zando-a como aquilo que necessitava ser (e foi) desenvolvido. Neste sentido, fornece
uma breve noção sobre as concreti7..açõcs da invenção.
Através da Breve Descrição da~ Figuras, o elaborador nomeia cada figura integran-
te do pedido, esclarecendo. por exemplo, as suas legendas.
O relato profundo da invenção pode ser encontrado no tópico denominado Des--
cri~ão Detalhada da Invenção. Geralmente: este é um dos campos que os pesquisadores
maIS. debatem co~ os_e1abor:ado~es do pedido (caso não sejam a mesma pessoa), tendo
e~ VIsta a generaJJ7..aça~ aqUI realizada. N:ste s~ntido, na área da Propriedade Industrial,
ha lima fra~ que traduz. todo este debate: Aos mventores cabe real'Izar a IIlvençao
. - e, aos
elaboradores de pedidos de patente, cabe 'inventar' a invenç-ao "19 .
Descrever detalhadamente a invenção não significa rei ta . alo
zado pelos pesquisadores em seus laboratórios mas sim pe ~ r ape~as o que fOldasre 1-
, nsar e, entao, prever to as
19 F.ota distinção entre 'inventores' e 'elaborac\ores' não elim' d .
mesmos serem a mesma pessoa. Porém, neste caso é fund ma, e fOlma alguma, a possibilidade de os
LC a sua invenção", não se restringindo somente a~s resul~~ental que o 'mventor-elaborador' "inven·
os decorrentes do seu trabalho; mas Iam'
CApiTULO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA APESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 91

variações, ou melhor, todas as fOImas possíveis para se realizar tal invenção. Logicamente,
é primordial manter coerência ao se descrever todas as allemativas para a dada invenção.
A descrição minuciosa e exata da pesquisa em questão é feita nos Exemplos. Nova-
mente, fazendo uma analogia com os artigos cienLÍficos, nesta subdivisão do pedido de
patente são revelados os materiais e métodos empregados, assim como os resultados olr
tidos e a discussão dos mesmos.
Em seguida, é necessário apresentara que pode ser denominado de 'o "Coração" do
Documento de Patente': As reivindicações. Estas correspondem às especificidades da in-
venção para as quais a proteção é requerida, ou melhor, os aspectos particulares que os in-
ventores consideram como novidade em relação ao estado da técnica existente até aquele
momento. Uma vez concedida a patente, estas irão delimitar e estabelecer os direitos do
titular da referida patente sobre a matéria-<>bjeto da proteção.20 Desta fOIma. é primordial
ter extrema atenção quando da elaboração do quadro reivindicatório:
Neste sentido, também é importante acrescentar que as Reivindicações deverão,
sempre, estar fundamentadas no Relatório Descritivo. Logo, não serão concedidas pro-
teções para matérias não previstas ao longo da descrição do pedido de patente.
Usualmente, uma reivindicação consiste em três partes:
(i) A parte introdutória.
(ii) O corpo.
(iii) O linkque lme ambas as partes. A P'U1.e, ou melhor, a frase introdutória identifica a ca-
tegoria da invenção e, às vezes, fornece uma idéia sobre a proposta da mesma (exem-
plo: composição farmacêutica. .. ). O corpo da reivindicação é a descrição específica da
invenção, aquela que o inventor considera nova e, por1arlto, Cl!iO privilégio está sendo
requerido (exemplo: conter uma quantidade fummcologicamente eficaz do extrato
da planta B e, pelo menos, um veíCltlO farmacologicamente aceitável). Finalmente, o

bém utilizando, naárea das pesquisas com planras e rlerivados, as il}formações fornecidas pelo Modelo
proposto pelo presente Artigo para escrev~r o perlido de patente. E itnpor~ante que ele tenhaem men-
te a preocupação com o escopo daproteçao a scr_req\lend~, ~ qual devera ser amplo o suficiente para
evitar que terceiros realizem uma SImples alteraçao ~a matena ob]eto do rlocume~to de patente e pos-
sam, então, reproduzi-Ia sem violar os dlretlos assocIados a tal documemo. ~odavta, também é impor-
tante esclarecer que os elaboradores de pedIdos. de pate~te ..em um~ sltuaçao Ideal , devem ser repre-
sentados por profissionais detentores de conhe:,"le.n to ~ecntco sufiCl~nte para compreender os resul-
tados da pesquisa, mas cl~jo foco de especl"!17A,çao st:la a ~,r.ea da propne.dad~ Itldustnal,. especialmellle
as paI entes. Tais profissionais, apesar de nao terem parll~lpado da reahza~ao da pesqlttSa,.devem ter a
capacidade para elaborar um pedido de patente relauvo a mesma e. pl:tnc~palmente, P~'cclsatn possuir
o traquejo necesslírio para empregar os termos adequados a uma sohcl~çao de proteçao a maIS ampla
possível. E. para ambas as situações, () Modelo resultame deste ArtIgo c extremamente releVllllle.
20 Ainda no que concerne às reivindicações, é in~eress~nle cot.nenmr a resp~it? da op~ni.lo de COOPER
(2000), o qual enfatüa que, durante a proteçao de Itlvençoes b,otec~~)log,cas, '~s .relvt~ldlcaç~es de
produto' e as 'reivindicações de processo' podem ser orgamzadas em dlle~entes IltvelS dem'portanCla.
Em primeiro lugar, estão as 'reivindicaçôcs de produto' (aqueles que sera~ C~)~oc~dos _no mercado) c;
em seguida, estào as reivindicações de processo. O alll.or ~ahenta que ~s relvmdlcaçoes de produto
pOssuem um alto valor, lendo em vista que esta proteçao e absolula, ~ao dependendo da forma pcla
qual o mesmo foi obtido ou da sua aplicaçào. Assim, novas ~oléc~t1as auvas Isoladas de exoatos de plan-
tas podem ser colocadas neste nível mais eleVlldo da c1asslficaçao_
link consiste em ternlOS, tais como: 'ccII-:lct cri7,ada por'; rQmprisill~ inr.hl(tifl~
havinf5. consisting 01 e/r,ll
E tais reivindicações podem ser classificadas cm:
a) Reivindicações Independentes,
b) Reivindicações Dependentes,
• As Rehindicações Independentes definem todos 0.5 ~,lel~lel1~OS ~sscnciais da inv('ll.
çao dentro dos limites em que esta funciona , Uma relvl,n<hcaçao .lIldepe,ndente não
pode ser tão ampla a ponto de abrangel'o estado da técnica, n~1I1 tao restnLa de forma
a conferir oponw1idade para que terceiros produzan~ o oqJeto da patellle, porém
sem violar a mesma, Podem existir tantas reivindicações IIldependenl.es quantas forem
necessárias para proteger a invenção,
No que diz respeito às Reivindicações Dependentes, estas têm por o~ielivo prote-
ger detalhes específicos da invenção, os quaisjá devem estar mais amplamente abranbrio
dos nas relativas reivindicações independentes,
No pedido, também devem ser apresentadas (caso exisl<lIn) as figuras relacionada~à
invenção, as quaisjá foram nomeadas an terionllen te, ou s<oia, no campo Breve Desclição
das Figuras,22 E, quando foro caso, também deverá ser apr-esentada uma Lista de Seqüêno
cias (seja de nucleotídeos, seja de proteínas), comendo as seqüências completas relativas
àqueJas mencionadas sob a fOrnla de números no Relatório Descritivo (exemplo, SEQ ID
n Q I, SEQID n Q 2 etc,), Adicionalmente, deve serinselido um resumo da invenção, o qual
facilitará, posteriornlente, a leitura rápida a respeito da invenção em questão e, portanto,
será interessante quando terceiros realizarem a busca de anteriOlidades,

APLlCAÇÃO(ÇÕES) DE EXTRATO DE PLANTA NATURAL - CASO HIPOTÉTICO


Sup~n~a qU,e o pesquisa?or/em presário 1 deseja realizar Wll pr~jeto para identificar
possl~els aphca~oes rel,aClonadas,a p,lant~ Eu~horbia myrsinites, Após realizar uma bu.:r
c~ de ll~formaçoes, na, hteratura t<:crucoo<:tentífica e na literatura patentária, verifica que
nao eXJstem antenondades relaClo~adas a tal pl~ta, A pesquisa prossegue e o mesmo
percebe que os extratos aquosos (alem dos provementes do emprego de solventes orgâ0
nicos~, B e c.) da pl~~ Euphorbia myrsinites apresentam atividade antiinflamatória,
DepOIS
,
de uma atuahzaçao
• h
da busca de anterioridades
' '
a fim de ga ran u' r que, nes te pe-
nodo de tempo, nao ouve qualquer divulgação relacionada à planta em questão, o

fi A escolha d estes termos-empregados como linh-é muito im O • " •• ' . ./w,


...... '" são conSIderados fomlas "abenas" ou seia I p rtante , Comprismp;; mcllldmi e ,
V""6 , " ' aque as que penTIltem d' o I I reVIS-
tos ao longo da descrição da invenção, O termo'r.() , , a a I(ao (e e ementoS p •
(MACEDO el alii. 2001), Ainda é importanteesclare YlSlSll1Igo[. por sua vez, é considerado "fechado
em inglês, pois os seus usos são muito comuns no ex~:r~ue ~als lennos f~ram escntos propositalmenle
'caracterizada por', ou as suas variações- 'caracterizad~or, , ~ BraSIl, ~ IIIl1CO linA permitido é o ternl~
etc (INPI, 1997) , por, car-actenzada pelo'; 'caracterizadopelo
22 Geralmente, um pedido de patente é elaborado
" a Igumas vanações
Pod em eXIStir ' • exatamente
quanto à referid 'd • con~orme esta ordem de divisões, POf<'
-'Jll
,
guras são apresentadas imediatamente apo's a a 01, enaçao, Nos Estados Unidos por exemplo, as f~

d a aprescntaçao
o d os Fundamentos da Inven pmnell'a
- T págin
" a d e um pedIdo
" de patente antes mesn10
conteu' d o d o pe d I'd o d e patente segue o me çao, odaVla
" " In d ependente desta peqllena
• alteraçao. o
o

smo raClOClnlO a '


PI esentado no presente item,
CAPITULO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO,..

mesmo decide depositar um pedido de patente,D uma forma gentl, o que dt.'Vcríade~
crever no referido pedido?

a) Título .
Extratos da planta EU1Jharbia myrsiniles c composições medicamcnlO8as haseadas n~
extratos

b) Fundamentos da Invenção
Mencionar que os efeitos colaterais adversos de determinados medicamento!! sintéti-
cos, e até mesmo de alguns princípios ativos eXLraídos de produtos naturais, têm 5e
constituído em uma da~ maiores motivações para a pesquisa dc novos ingredientes
aúvos de baixa toxicidade.
É possível enriquecer a descrição através da citação de alguns exemplos de medica-
mentos que apresentem a desvantagem dos efeiLOs colatcrais desagradáveis. Toma-5C
fundamental delinear o campo dos antiinflamatórios, mencionando, por exemplo, o
caso do ácido aceúlsalisílico, composto clássico CltiO uso prolongado provoca irritação
da mucosa gástrica.
Tendo em vista a matéria objeto do pedido de paten te em questão, é indispensável
relatar o papel desempenhado pelas plantas (em especial, dos seus extratos) através dos
anos, no tratamento de doenças. Os sistemas tradicionais de medicina podem compro-
var esta utilização, a qual também vem merecendo atenção em países europeus e nos
Estados Unidos.
É de grande relevância citar a família ou o gênero ao qual pertence a planta ao;so.
ciada à invenção em questão, Neste momento, é necessário relatar pesquisa~ realizadao;
com outras espécies de tal família ou gênero, no intuito de ilustrar que o extr,ito da
planta Euphorbia myrsinites não era utilizado para nada até então.
Enfim, nesta etapa é importante relatar, sucintamente, os objetos das anteriorida-
des encontradas, seja na Literatura Patentária, seja na Literatura Técnicc>Cíenúfica.
Desta forma, será possível demonstrar o que tem sido feito até então para tratar as infla-
mações (tal descrição será útil para evidenciar as diferenças enLre a presente invenção e
o Estado da Técnica),

, c) Sumário da Invenção
Uma vez tendo apresentado o contexto no qual a presente pesquisa se insere, ou me-
lhor, os fundamentos da invenção, torna-se fundamental citar o seu objetivo.
Logo, o Sumário da lnvenção é iniciado mediante o comentário do objetivo da
I presente invenção, o qual está assoc~ado ao uso de extra,t~s de Eup~,orbía mr:s.inites na
I preparação de medicamentos, partJcularmenle com aOVldade antunlJarnatona.
O próximo passo consiste na sucinta enumeração de todas as concretizações da in-
venção. Assim, neste caso hipotético, seria possível escrever: .
Uma das concretizações da presente invenção se relaciona ao extrato aquoso da
planta Euphorbia myrsinite.s.
PATENTEAMENTO & PROSPEcçÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~~
-......-.
Outra concretização da presente invenção refcre-se aos extraLOs brul~ ohticl!
por l~tamelllo de panes da planta Euphorbia myrsinites com solventes de diferent~
polandades, em particular os solventes orgânicos A. B e C.
Uma outra concretizaçào da presente invenção está relacionada às composições II) •
dicamentosas comendo. como princípio aúvo, o extrato da planta t;utJ!unbía myrsin~
Também se constitui em uma concretização da presente invenção o método de
tratamento. o qual utiliza composições medicamentosa~ contendo o extrato da planta
Euplwrúia myrsinitl's como o ingrediente ativo.

Observações
1. O tenno 'particularmente' foi grifado propositalmente. ~eve-se tomar extre.
mo cuidado para nào limitar a abrangência da proteçao a ser requerida.
Logo, mesmo que não te nham sido reali7.ados testes que comprovem outras
aplicações fannacológicas, o elaborador do pedido não deverá requerer pro-
teção apenas para as composições medicame ntosas antiinflamatórias. No
processo de elaboração do pedido de patente, é necessário pensar que os re-
sultados da busca de anterioridades, os quais toram mencionados na introdu·
ção deste caso hipotético, não apontaram nenhuma utilização da planta em
questão. Logo, se o elaborador restringir às aplicações antiinflamatórias, con·
ferirá, a terceiros, a chance de prepararem uma composição com o referido
extrato e a utilizarem como antiasmática, por exemplo, sem estarem violando
o pedido de patente/ patente concedida em questão. O escopo de proteção
será mais bem compreendido quando dos comentários a respeito das
Reivindicações.
2. O tenno 'concretização da presente invenção' é padronizado, sendo comu·
mente utilizado na elaboração de pedidos de patente.

d) Breve Descrição das Figuras


Como figuras podem ser apresentados os gráficos de testes in vitro e / ou in vivo sobre a
atividade e/ ou toxicidade dos extratos da invenção. As referidas figuras são nomeadas
neste campo e apresentadas após os exemplos.

e) Descrição Detalhada da Invenção


Utilizar todas
. as infonnações. relacionadas
.. à pesquisa'tomando
o s d'd eVl os CUI
'dados
para menCIonar todas as pOSSibilIdades
. _ dentro dos limites onde a'mvençao - fu nCIon.
. a
_ . Por exemplo, na' descnçao da extração, devem ser previstos t o d os os processos nll.Y"
/'--
SlvelS, com altemattvas
. para os solventes
. _ a serem uúlizados s . "
, eJam estes orgamc OU. os
aquosos, assim como para as condlçoes da sua realização (te )
mperanlra etc. .
Assim, é aconselhável escrever:
Os extratos da presente invenção podem ser obn'd - 'd . "o
- . N os por metodos conheCI OS"
estado da tecruca. o caso do extrato aquoso a infusã -
,
d cr
o e um os processamentos re<l .
CAPiTULO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 95

mendados. Em relação ao extrato bruto orgânico, a maceração estática com solventes


de' diferentes poladdades é um dos métodos apropdados.
Os solventes orgânicos empregados incluem, mas não estão limitados aos solven-
tes A. B e C.
Os extratos brutos resultantes podem, opcionalmente, ser concentrados no intui-
to de se obter um concentrado com atividade farmacológica. A concentração do ext.ra-
to bruto aquoso pode ser realizada mediante desidratação, por exemplo. por Iiofiliza-
ção. Em relação aos exu-atos brutos orgânicos, os concentrados podem ser obtidos por
ftIu-ação seguida de evaporação do solvente.
Tanto o extrato bruto aquoso quanto o extrato bruto orgânico podem ser empre-
gados diretamente nas forn1U lações da presente invenção, Alternativamente, os referi-
dos extl-atos podem ser purificados por métodos apropriados, como, por exemplo, fra-
donamento por cromatografia em coluna. As frações resultantes podem, então, consti-
tuir o princípio ativo de algumas formulações da presente invenção,
Na presente invenção, as composições medicamentosas contendo, como ingredi-
ente ativo, uma quantidade farmacologicamente eficaz de um extrato bruto de Euphor-
bia myrsinites, ou suas frações, podem ser administradas via trato digestivo, ou via pa-
renteral ou via cutãnea. Em uma concretização preferida desta invenção, o ingrediente
ativo está na faixa de 1 a 50% em peso, E ainda, preferencialmente, tais composições são
administradas de 8 em 8 horas.
Para a administração oral, o medicamento pode estar na forma de comprimidos,
pilulas, cápsulas ou na forma de suspensões ou soluções, Tanto as composições sólidas
quanto aquelas na forma de soluções ou suspensões contêm o ingrediente ativo em mis-
turas com veículos farmacologicamente aceitáveis, não tóxicos. Um ou mais aditivos p0-
dem estar presentes na referida mistura, tais como conservantes, corantes, flavodzantes,
espessan tes etc.
Os excipientes empregados nas composições sólidas incluem, mas não se limitam
às substâncias D e E. No caso das suspensões ou soluções, podem ser utilizados os
excipientes F, G etc.
A presente invenção é descrita ~eta1ha~am~nte ~~v~s dos exemplos apresenta-
dos a seguir. É necessário frisar qu~ a mv~nçao nao esta ~~Itada a ess~s exempl~, mas
que também inclui variações e modificaçoes dentro dos limites nos quaIS ela funCiona,

Observações
]. A f rase "tomando os devidos cuidados para,
mencionar todas as possibilidades
"d
d limites onde a invenção funCIOna eve representar uma constante
d entro os
- do elaborador do pedido d e patente,'poIS uma possl'bil'dad
I e es-
preo~dupaçado 'r como instrUmento para que terceiros reproduzam a inven-
quecI a po e seM dida N 'd
_ ' I dido de patente/ patente conce . este senti o, os ter-
çao sem VlO ar o pe , , ' " d
, 'd h cidos no estado da tecruca, e um os processamentos
mos meto os con e , " - - limi' d '
, "um dos métodos apropnados , mas nao estao ta os,
recomendados, e , , , urificadospor métodos apropriados'
,opclon
. almente' , 'Alternativamente, P ,
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FAAMACtlITiC()
96
-
'urna quantidade farmacologícamente eficaz', 'Em urna concretização preferi-
da', 'preferencialmente', 'o medicamento pode estar na forma de ... ou ...', 'Um
ou mais aditivos podem estar presentes ... , tais corno' e 'etc' ajudam, e muito, a
não limitar o escopo de proteção da invençãoP
2. O trecho "A presente invenção é descrita detalhadamente através dos exem-
plos apresentados a seguir. É necessário frisar que a invenção não está limita-
da a esses exemplos, mas que também inclui variações e modificações dentro
dos limites nos quais ela funciona" é padrão, representando urna preocupa-
ção em mostrar que o item seguinte representa, nada mais, nada menos que
exemplos de reprodução da invenção em questão.

f) Exemplos
Aqui deve ser descrita a pesquisa conforme realizada no laboratório, informando o pro-
cesso de extração exato, o solvente utilizado, a temperatura da operação etc. Adicional-
mente, devem ser descritos os testes que comprovam a atividade fannacológíca alegada,
ou seja, a antiinflamatória.

g) Resumo
Esta parte, normalmente, é semelhante àquela descrita no Sumário da Invenção.
Tendo em vista a extrema relevância das Reivindicações para o alcance da prote-
ção almejada, propositalmente elas são comentadas somente neste momento. Contu-
do, em um documento de patente, as mesmas devem ser apresentadas logo após os
Exemplos.
Assim, observando o caso hipotético em questão, é possível construir um quadro
reivindicatório conforme descrito a seguir:

REIVINDICAÇÕES INDEPENDENTES
1. Extrato de Euphorbia myrsinilel com atividade fannacológica, em especial ativi-
dade antiinflamatória, caracterizado por ser selecionado do grupo consistin-
do no extrato bruto aquoso da planta EuPhorbia myrsinitt>.s, do extrato bruto or-
gânico da planta n'uphorbia myrsinites, de [rações do extrato bruto aquoso da
planta Euphorbia myrsinites, e de [rações do extrato bruto orgúnico da phUlt<\
Euphorbia myrsinite.s.
2. Composição com atividade farmacológica, em esp.ecial a~vidade antiinflmna-
tória, caracterizada por compreender uma quanudade tannacologicam~ntc

2~ À ptimeir'd vista, é possível que o leitor acredite ~er inapropriado u emprego dus ref(·ticlll8 termos nu
I ongo (Ieu m pe dido de patente. Neste senudo, "
e Importante menCIOnar que ao 8("11 ehlbomrlor não
.t O ('
cabe o apel de restringir o escopo da proteçao a se~' requem a. e IInIa arma cOert'nle,.o nI"'''IIO ado-
, f'
ta u relCrI'd o proce'd'lm~nto
~.,
Assim caberá ao exammador
_ . de tal .p"(hclo
. (uncurdar
. . • 011. nau ,'om ti CSI'(>-
-
po d e proteçao e m qllcsta"o
. .' Fm
J
caso de desaprovaçao,
• • ,
fommlara umaexlgt,nCla l..nuca a fim d", "ue u
.,

pedido de patente s~ja adequado as suas cXlgcnclBs.


CAPfnJLO 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APUCADA APESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO...

eficaz de um extrato seJecionado do grupo consistindo do exlrato bruto


aquoso da planta Euplwrbia myrsinites, do extrato bruto orgânico da planta
Euplurrbia myrsinites, de frações do extrato bruto aquoso da planta Euphorbia
myrsinites, de frações do extrato bruto orgânico da planta l~uplwrftia 1n'JTliniJes
e de, pelo menos, um veículo farmacologicamente aceitável.
3. Método terapêutico, em especial para o tratamento das inflamações, caracte--
rizado por empregar uma composição com atividade farmacológica comp05-
ta por uma quantidade farmacologicamente eficaz de um extrato selecíona-
do do grupo, consistindo do extra to bruto aquoso da planta Euphmbia myl:,ínj.
tes, do extrato bruto orgãnico da planta Euphorbia myrsinites, de frações do ex-
trato bruto aquoso da planta Euphorbia myrsinites, de [rações do extrato bruto
orgãnico da planta Euphorbia myrsinites e por, pelo menos, um veículo fànna-
cologicamente aceitável.

Observações
1. Conforme ressaltado no item anterior, não é aconselhável restringir o escopo
de proteção apenas aos extratos com atividade antiinflamatória, tendo em vista
que o estado da técnica não cita qualquer outra aplicação farmacológica para o
referido extrato. O mesmo pode ser aplicado à composição medicamentosa e
ao método de tratamento.
2. Normalmente, o pesquisadorI empresário não compreende o motivo da nã<r
restrição comentada na observação acima, argumentando que não realizou
os referidos experimentos no laboratório. Porém, o elaborador do pedido de
patente, caso não seja a mesma pessoa, procura salientar a necessidade deste
procedimento, a fim de proteger os interesses dos inventores e da Instituição
da forma o mais eficaz possível. Logo, é fundamental repetir a frase descrita
no item 7.2: "Aos inventores cabe realizar a invenção e, aos elaboradores de
pedido de patente, cabe 'inventar' a invenção".24
Neste momento, e de acordo com o que foi descrito no Capítulo 5 desta Tese, cabe
relembrar que, como as matérias passíveis de proteção dependem das Legislações que
regulam a Propriedade Industrial, quer seja no Brasil quer seja no exterior, as reivindi-
cações permitidas sofrerão variações. Logo, nem todas as reivindicações independentes
supracitadas serão permitidas, ao mesmo tempo, em pedidos de pa~entc depositados
no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa, no Japão, na China e na lndia.
Assim, considerando a tabela 5.2, o quadro reivindicatório permitido pelas seis
Legislações diferentes poderia ser construído de acordo com a tabela 5.4.

N E.st3 frase é considerada de forma intensa quando da elahoração de pedidos de patente na Fundação
()swaldo Cruz. P...ssoalmcJlte. duramc todo o meu treinamento em Propriedade Industrial. foi o u)pi-
<'Oqu<! mereceu (e continua a nlerecer umaatençào deveras especial). Afinal. não é nem um poucoób-
via a determinação do limite entre a protcção cautelosa e o exagero. ou melhor, a incoerência.
98

. ...-+.. AssoCiadOS aos Res\llaOOS de


Tabela 5A ReMndicaç6es PermitidaS em PedidoS de Pil..,.""
Pesquisas com Extratos de Plantas Naturals
pedIdO PedOdo
Pedido Pedido Pedido
Pedido DepoSItadO no DepOSItadO na Depo;"'iW'ana
Oe~ltado Depositado na ChIna India
De~no Japão
nos e.tados Epo
8r••1I
Unidos
Reivindicação 1 RefyindiCaçào 1 ReMndicação 1 ReMo Idic ac;ãc' 1
Rei'>í óc..;ão 2 AeNI..d jc ação 2
ReMndicaçâo 2 ReMndicaçâo 2 ReMndocaçâo 2 ReM tdicaçãn 2
ReMndlcaçào 3 ReMnóICaçâo 3
(apenas pata o
oorpo animal)

Fonte: Britto. A.C.M. 2005 (Tese de doutorado) .

As reivindicações dependentes são válida.. para os mesmos territórios que as res-


pectiva... reivindicações independentes. E, no caso hipotético em questão, poderiam es-
tar associada.. , por exemplo:

REIVINDICAÇÕES DEPENDENTES
1. ExtraÚJ de Euplwrbia myrsinil.es com 1Úivídm1e farmacológica, em especiaJ. atividade
antiin.JU:t.mat6ria, camcteriurdo por ser selecíonado do grupo wnsistindo do extraw
úruto lUJuoso da planta Euplwrbia myrsinil.es, do extraw bruto orgâ7lÚ.o da plar/Ja
EupJwr&ia myrsinites, de fraçôe5 do extraw úruw lU[lUJSO da planta Euph.orbia mym-
nites, e de fraçôe5 do extraw úruw orgânico da planta Euphorbia my,sinites.
1.1. Extrato de acordo com a I eivindicação 1 caracterizado por ser uma das
frações do extrato bruto orgânico de folhas de Euphorbia myrsinites obti-
da por cromatografia em coluna.
2. ComposÍfãO com atividade famuu:oliJgica, em especial atividade antiin.JU:t.matória, aJo-
racteri.uulaporcompreerulerumaqun.ntidadefarmaaJlogicamenleejicaz.deumatroto
selecúmado do grupo consistindo do extraw úruw aquoso da planta Euph.orbia m,yrsint-
tes, do extraw úruw orgânico da planta EuphortJia myrsinil.es, de frlJ{ijes do extraw bnáo
aquoso da planta EupJwr&ia myrsinites, tú frlJfÕes do extraw bruJ.o mgânico da pUmta
EupJwr&ia myrsinites e de, peW menos, um veículo fa'T7TUJCOÚJgiCamenle aceitávtL
2.1. Composição de acordo com a reivindicação 2 caracterizada pelo fato
de as fração ser uma das frações do extrato metanólico da raiz da planta
EuphorlJia myrsinites.
3. Método terapéutico, em especial para o tratamenÚJ das in.JU:t.mI1fÕes, ~ por
empregar uma romposição com lÚividade farma.coWgica romposta por uma qu;anJidade
farma.cologicamente ejica:r. tú um extraw selecicmado do grupo consistindo do extmID
úru.W aquoso da planta EuphorlJia myrsinil.es, do extraw úruw orgânico do ~ E-up-
horlJia myrsinites, defrlJfÕes do extraw úruw aquoso ~ plam,a !!-up1wrbüJ "9~: :
frações do extraw úrulo cngânico da plantaEuphorbia lIijl3mUts e. por, pdo ~
veículo farma.cologicamente aceitáveL ' .
OAl'llUIJ) ~ • /lo PROPAIEO/loOe INTELECTUAL APUCADA À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO... 99
H

g. l . M ·tudo lCl"'dpêulico de acordo com a reivindicação 3 CaraCLeri7aoo


prlo faLO de o inJ,(rcdiente ativo da composição farmacológica consistir no
I:XlralO bnlto aqll(')1IO da r-1Íz da planta Euphorbia myrsinites.
ObMentOçHOI A ("xprc~~i\o Hde acordo com a reivindicação" traduz a dependência
d;l~ rrivlndiraçilc. cm que~tão cm relação àquelas principais, ou seja, independentes

\ lma VI' Zfinalil.ólcla a elahoração de um pedido de patente, a etapa seguinte é refe-


rrnte ílO MI'II cll."p('~il(). Nl~8tc momcnto, aparece uma dúvida muito pertinente, a saber:
"l ~1I1 (miro pedido valerá pal"'d todo o Mundo?" Então, é fundamental esclarecer que
NAO. A pwwção por patente é territorial, sendo válida apenas naqueles territórios em
que I"r ~CJlidt.;Hla.
l'o,,6n, nào l' 1Il:('e~sário que os depósitos em todos os territórios selecionados se-
jam rcali~<ldo~ ao mcsmo tempo, Normalmente, o que ocorre é a realização do primei-
ro dl' Jl6~ilO - (I chamado ' pedido de patente prioritário' - dentro do país de origem
dO(8) invc l)t()r(e~).
A~~im, ~(:K'lÍlIdll urna das disposições mandatárias da CUP - a Prioridade Unionis-
ta. utili~,aofle II prazo de 12 meses a contar da data do primeiro depósito supracitado
para, dentro de tal período e ca~o seja de interesse, efetuar os depósitos daqueles co-
nh ericl()~ 'orno 'pedidos de patente correspondentes' nos outros territórios desejados,
Em "da território no qual a proteção foi requerida, o pedido de patente será exa-
minado~, CiW) () cx(\minador concorde com a patenteabilidade do mesmo, a patente
gerá concedida mediante expedição do documento denominado 'Carta-Patente',
Porém, o examinador poderá ter dúvidas e, assim, solicitar informações ao(s) in-
ven1.0r«(~ K) at.ravés da~ conhecidas 'Exigências Técnicas' , Então, após a apresentação
oa..~ I'C:HpOS1.a~ aos questionamentos feitos, tal Examinador irá emitir um parecer, Desta
fomla, ('alio aceite as explicações do(s) inventor(es), a patente será concedida, Caso
conlrár'io, irá emitir uma nova exigência técnica, no intuito de que, se as informações
fim:m .iulgada.~ salisfatórias, a patente possa ser concedida posteriormente, Contudo,
há 11m número máximo oe vezes em que um Examinador pode elaborar tais questiona-
1lICnWII: J,« :ralmente, de dua,s a três vezes, E, se ao final, o rn.e~mo considerar o objeto do
pedido ele patente ocsprovldo de qualquer um. dos requIsitos de patenteabilidade, o
dito pedido será indeferido, Portanto, a proteçao por patente não será concedida,
Nl~lItC momento, é oportun~ despertar a ate.nção do leitor para o fato de que a ex-
pc('tativa de direitos, sobre o ob.Jeto de um pedido de patente, tem início no dia, na
hora, no~ minutos c nos segundos exatos em que o ped!do prioritário for depositado. E
eMa expectat.iva poderá ser c~nfirmada após a concessao da patente, ou anulada quan-
do d() indeferimento do pedldo,2S
E, como a solicita.ção de proteção e a posterior concessão da patente não represen-
tam o "nm~, mas apenas etapas entre as respectivas etapas de obtenção de resultados e do

iI6 1'"", qUI! o lell,or tcnhl\ 11ma Idéia, no Brasil um pedido de patente leva. em média de 5 a 8 anos, conta-
do. da dam da lollciUlÇào de protcçfio no seu lel'rit6lio. para ser concedido sob a Comla de uma ' Carta
PIIIMIC' OU. CflU 'I, indef(!lido, Nos utndos Unidos, oprazojáé bem menor: cerca de 2 anos a partir do
c:\1U/ depó.llo,
ÇÃ0 TECNOLOOICA NO SElOR FARMAC~uncc
100 PATENTEAMENTO & PROSPEC -

-' ssário esperar a patente ser conec·


alcance dos seus benefícios pela Sociedade, nao e nece o c ••~ ... _ "
o d dido de patente sqa elelU<lUd. LU
dida para que a exploração comercial do o b~eto o pe .
" d dOdo de patente propnamente
Esta etapa, entre a realil.açào do deposito e pe I - A o
dito e a referida exploração comercial do seu objeto, merece ate~~od' Pesqd 'dUlSa,
. b O o o - -
pa ra cUJo o ~eto fOI requenda proteçao, nao po e d parar após o deposito o pc Iode
. ~ _
patente. 27 Afinal como enfatizado na área da Propriedade Industnal, A patente nao
é um quadro a s~r pendurado em uma parede". Se isto acontecer: o al~ance.da prote-
ç~o, ou melhor, a própria essência do sistema de patentes não tera sen~do. Sim, pode-
ra haver proteção para o autor da criação intelectual, o qual a c?ncrel1z.o~ de fo~a a
atender aos requisitos para a obtenção do privilégio. Contudo, e n:cessano que h~a o
retorno do todo ou, pelo menos, de parte do investimento reah~do a? l<~ngo ~os
anos de pesquisa. Este retorno \~rá da exploração comercial e, entao, sera remveStldo
em novas pesquisas ... É um cicloo .. e, cada vez que a Humanidade tiver acesso a estas
'novidades', poderá ser beneficiada

5.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES


No presente capítulo, observou-se que a proteção para os resultados destes temas de
pesquisas é conferida seja mediante o Sistema de Patentes, seja através dos Sistemas de
Proteção de Variedades de Plantaso Dependendo das Legislações dos territórios de inte-
resse - neste Artigo, o Brasil. os Estados Unidos, a Europa, o Japão, a China e a Índia - o
escopo de proteção será mais abrangente ou não.
Portanto, espera-se que o MODELO proposto seja um significativo instrumento
para a proteção dos resultados das pesquisas vinculadas às plantas e derivados. Contu-
do, para que este desejo seja alcançado, é fundamental que a importância da proteção
de resultados de pesquisa seja consolidada no território brasileiro oÉ necessária uma
mudança cultural o
Os brasileiros, em sua maioria, sentem-se felizes e orgulhosos em mostrar clara-
mente todos os seus progressos no campo técnico-científicoo Pode-se mencionar o
exemplo das publicações científicas proveni:ntes de pesquisadores nacionais, as quais
têm crescido anualmente, forn~~endo subsldlOs p~a que outros cientistas (principal-
mente estrangeiros) possam unlt:ar os seus c?~teudos :omo base para futuros desen-
volvimentos. Porém, a preocupaçao com a prevIa proteçao dos resultados contidos nes-
tes trabalhos é praticamente inexistente; não havendo, na área de plantas naturais, por

, ~~e do pedido. a patente seja negada. o dilO objeto cairá em domínio público oLogoo
26Caso . aposoex~..
o UOerpagando ao detentor da patente pe Io dOIrelto o d a rerendao explomçào comercIai. o
se um ~~ro~v
_ · E
o recisará efeluar o dito pagamento o sequer tal detentor terá que devolver a
o

o mes mo nao_ mais bpOd A parúr da data da negaçao - da patente e. que o mesmo não terá direito a re-
soma até entaO rece I ao
ce ber mais nadao hi . oco dos poucos depOSitas . o de pedid os de patente por Instituições de PesquI:;a o
27 E por exe mplo , no ston 01 o - nao
esta situaçao - e. omcomwu IoN es leso'
casos. geraImente nao
- e. realiza
o do o
o~ Universidades Brasl eiras. e os resultados citados no documento de patente possam passar para a
mento dcesc. ala de forma "fi
qu uemmalSperlo
o dasocle
00 d d " I'
a e o ara tanto.
o
c o - de parcen-o
a lormahzaçao
a cala industTl°al e, portanto . rqo ro dito cscalonamento e de pOSSI°boIlltaro alcance do mercado. st'na
U o
es eles capazes de rea na
as com aqu
muito interessanteo
CAPITUI.O 5 • A PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADA APESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO." 101
-
exemplo, Ill'm mt'~mo 11m aproveitamento do pequeno escopo de proteção concedido
pela Lei dt' I'l'Opricdarlc Industrial Brasileira (Lei n 2 9.279/96).
A m\ldança cnltllral deve ser uma das conseqüências de políticas públicas que vi-
srll1, lião apenas elevar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento no Bra, il
(aperfeiçoando a~ infra-cstmturas técnic<xientífica~ e etc,), mas também a utilização
dos Sistemas dt: Protcção de resultados de pesquisas, A Lei n 2 } 0.973 de 2 de dezembro
de 2004. 0\1 melhor, ii comumente denominada "Lei de Inovação" pode representar
um importante passo para o alcance desta tão enratizada mudança cultural. Afinal, esta
lei estahdt'ce uma série de medidas que incemivam a inovação e a pesquisa científica e
!"cnológica no país, li exemplo das parceria~ público-privadas e da criação dos Núcleos
de Inovação Tecnológica nas Instituições Ciemíficas e Tecnológica~.
Com este intuito, será primordial a clara distinção entre 'pesquisa' e 'desenvolvi-
mento tecnológico' . A noção de que a 'pesquisa' é um componente essencial de pesqui-
sa e desenyo!\imento tecnológico - mas que, sozinha, não é suficiente - precisa ser di-
fundida. E necessário que haja geração de conhecimento no contexto do desenvolvi-
mento de uma aplicação prática, daí a importância do 'desenvolvimento tecnológico'.
Não é exagero algum enfatizar a relevância da propriedade intelectual para o Bra-
sil, um país em desenvolvimento, dotado de uma biodiversidade riquíssima, possuidor
de recursos humanos com competência para explorar este presente da natureza, mas
que, contudo, não tem consciência da necessidade de resguardar os seus direitos.
Caso tal mudança cultural não seja realizada:
• Os elementos da rica biodiversidade brasileira - "o ouro verde" - continuarão a
ser protegidos por estrangeiros .
• O Brasil manterá a sua posição de mero divulgador de informações preciosas
para o desenvolvimento e a posterior proteção de resultados e pesquisas. tam-
bém por estrangeiros.

5.7 REFERÊNCIAS
RElER, F. K.; CRESPI, R. S,; STRAUSS,]. Bio Technology and Paten/ Protectian - An lntemaci<mal Reuiew. Paris,
France,OECD, 1985.
BRITIO, A. C. M .28 A prqpriedade intekctual aplicadn à pesquisa e lU) tkst1lvolvimento tk plantas e seus dmvtJ..
dos:motklo para a anãlis.. solicitação tkproteção duesv.lllUÚls. Tese de Doutorado. Rio deJaneiro, 2005.
CEU _ The Couru:il o/ the Europtan Union. Couneil Regulation (EC) n. 2 100/ 94. 1994. Disponível em:
<hllP:/ / www.cpvo.cu.int/ documents/ lex/394R2100/PT394R2100.pdf>. Acesso em: 1 ago. 2005.
COOPERo J. p, Biotechnology and lhe Law, St. Paul: West Croup, v. 2, p. 2,30, 2000.
!NDtA. Act 530/2001. The Protectian o/Plnnt Varietm andFarmer's'lUghts Act, 2001. 2001. Disponí\'el em:
<hup:/ /www,grain.org/brUiles/india-pvp-2001-en.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2005.
INPI - Institulo Naeional da Propriedade Indusuial , Ato NOTT1U1I.iuo n. 127. 1997. Disponível em:
<http://www.inpi.gov.br/>. Acesso em: 18 oul 2005.

:.li Ver MOREIRA, A. C. anterior ao ano de 2006 devido à mudança de nome em razão de casamento.
102 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMACêl.lTJCo
-
MACEDO. M. F. G.: BARBOSA. A. L. F. Palenl~.!. P/!Jqui.!fI & De.!envolvimenw - Um Manual dI! Prapritlkllk
IndustriaL Rio dcJanciro: Editora FIOCRUZ. 161 p .• 2000.
MACEDO. M. F. G.: MÜLLER. A. C. A.: MOREIRA. A C. PalenleamenlO nn BiotecnolrlKia - Um Guia Prático
f)aTa os Elaboradores de Pedidns dI! Palenll!J. Brasília: Editora Embrapa. 200 p .• 200 I.

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6 GESTÃO DO CONHECIMENTO EM
PLANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS

Lúcia Regina Fernandes


Adelaide Maria de Souza Antunes

INTRODUÇAO
-
A introdução da Convenção da Diversidade Biológica e o crescimento dos processos bi-
otecnológicos têm recentemente levado os cientistas a um movimento rápido no cam-
po da bioprospecção ou exploração da diversidade biológica direcionados para fontes
genéticas e bioquímicas comercialmente valoráveis (MORAN, 2001).
O Brasil é considerado o país de mais rico em termos de diversidade biológica, um
dos maiores do mundo, e detém cerca de 15% a 20% das espécies de plantas, além de
hospedar alguns dos ecossistemas mais ricos do planeta em número de espécies vegetais
(CARVALHO, 2004). Portanto, com grandes possibilidades de ser um País com desta-
que no desenvolvimento da Biotecnologia, transformando essa riqueza em bens ativos,
traduzindo em vantagens competitivas no mercado global.
Seria a bioprospecção um mecanismo inovador que irá:
a) Ajudar a produzir novos sistemas terapêuticos e preservar o sistema médico
tradicional?
b) Conservar ambas diversidades, a biológica e a cultural, pela demonstração
dos seus valores médico, econômico e social?
c) Fornecer tecnologia e outros benefícios aos países ricos em biodiversidade,
porém, tecnologicamente pobres?
Essas são questões ainda em discussão em amplos comitês e fóruns científicos nacio-
nais e internacionais.
O acesso responsável da biodiversidade e sua utilização em favor da saúde huma-
n_a, da pr~dução de ~limentos, .animais e vegetais e de um desenvolvimento mais limpo,
sao questoes .que eXigem uma mfra-estrutura adequada, marcos regulatórios apropria-
do! e. procedimentos éticos que permita usar, de forma responsável e segura, esse patri-
momo legado pela Natureza.
"''''AO TECNOLóGICA NO SElOR FARMAC~
PATENTEAMENTO & PROSPE"", -
104

' d noS!!O planeta fe,i r<:alizada, em 1 992~


Para diminuir a perda d~ flora e ô~ fauna ~ Convenção da Diversidade Biológi.
a'lsinada por 178 países, no Rio de)ane.Jro, Bí~~J I',a deve trater benefícios para a hl~
cica
ca (CDS), que estabeleceu que adlversl~C blo og d sobre o uso e a disponibilidade
manidade,reconhecendoaindaasobcramadosEs~, ~s (SILVA 1997 e Confcréncía
dos recursos biológicos cnconlrados em seus tcmtor?S to 1992), Tem como ohje.
das Naçôes Unida~ sobre o Meio Ambiente e Descn~o Vlmen , nentes e o comparti.
tivos a conservação da biodiversidade, o uso sustentavel dos co~~da.<; fontes enéticas
lhamento equiparável dos benefícios resultantes do uso comerCIa g.
, d grupos interessados envolvidos
O grande desafio da CD B e mostrar como to os os ' I
. . . '
pod em ganhar com uso da bIodiversidade atraves o r d econ hecimento dos, \Ia ores eco-

nômico, sóciocultural e ambiental das biofontes e dos custos de preserva-las.


Os acordos para explorar a divel1lidade biológica para u<;o c~m~rcia~ das f~n~ h!o-
químicas e genética'! podem ser chamados de ·Prospecção da B~<>?JVers~ruu:e ou Blo-
prospeção" (REIO, 1993). A coleção comerci.al de espécies biologICa5 nao e al~~ novo,
porém, seus valores têm aumentado devido ao aumento da demanda de matenas-pn-
mas bioquímica'! e genéticas por produtos biotecnológicos (M~CHESN~, 1996). ~r~ ....
tos bioprospectivos incluem farmacêuticos, medicinas botâmcas, agroblotecnolOgIcos,
horticultura, cosméticos e produtos de cuidado pessoal (lAIRD, 19(9). Nesse capítulo o
eofoque será somente os produtos bíoprospectivos farmacêuticos/medicamentos advin·
dos do uso de Biotecnologias (SANTANA, 2004).
Neste capítulo é apresentado um modelo para gestão do conhecimento a partir de
três níveis (recursos naturais, produtivo tecnológico e proteção comercial) e cinco di·
mensões (biodiversidade, indústria fannacêutica, indústria de cosméticos, fitoterápicos
e propriedade industrial), As cinco dimensões representam agregação de valor aos pro-
dutos naturais. O modelo foi aplicado num estudo de caso em documentos de patente
dos Escritórios de Propri~dade Intelec~u~ dos. Estados Unidos, do Japão, do EPO (e ....
ropeu), da WIPO (~~ndJal) e do ~rasll, Identificando fonnulações que utilizam plan-
tas medicinais bíàStlelras, de propnedade de empresas nacionais e estrangeiras.
A motivação para este modelo se deve em:
• Fomentar ações que pri?riz~m o ~tre~ento ~ontín~o de documentos de pa-
tentes que envolvam a dIverSIdade bl?:ogIca naCIonal; Isto serviria de subsídio ao
corpo diplomático quando das reumoes da Organização Mundial de Comércio
(OM C) , em e~pe?al no que se. refere a ne~o~iações s?bre,ac~sso a recursos gené-
ticos e apropnaçao de con,heClmento tradlc!onal ou a AgencIa Brasileira de Inte-
ligência - ABIN no ~Iane}amento, execuçao.e acompanhamento de ações go-
rnamen tais com VIStas a defesa da soberama do Estado e da sociedade ou às
:gências de Fom~nto pa~a que ~ej~ priorizadas.determi,nadas linhas de pes-
, a no país ou as propnas InsútUlçoes de PesqUIsa atraves de seus Escritórios
qUIS' T f," d T .
de Propriedade Intelectual e . r<m:s ere~~la e e~nologIa na negociação de
.as tecnológicas internacIOnaIS maIsJUstas e até mesmo às empresas nado-
pa~cen e se interessem em desenvolver suas próprias fonnulações utilizando-se
ndasaIS qu por ventura não foram depositadas, portanto não proteoidas no país ou
que . d ' " bl' ,o' ,
até fazendo uso das que estejam em ommlo pu ICO apos o prazo de vigência da
patente.
CApiTULO 6 • GESTÀO DO CONHECIMENTO EM PLANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS
- 105

• Disseminar e incentivar o uso de tecnologias em domínio público, por não terem


sido protegidas no país por depósitos de patentes, que utilizem a nossa biodiver-
sidade desde que atendida a sustentabilidade da espécie.
• Difundir o uso das informações contida~ em documentos de patentes como ele-
mento de prospecção tecnológica.
• Incentivar pennanentemente a criação de Escritórios de Transferência de Tec-
nologias que orientem sobre os procedimentos de proteção do conhecimento
bem como a comercialização de tecnologias, principalmente nas instituições
que trabalhem direta ou indiretamente com a diversidade biológica brasileira.
• ConstnlÍr capacitação de pessoal e infra~strutura na área de propriedade inte-
lectual e transferência de tecnologia, com enfoque nos negócios tecnológicos
envolvendo a diversidade biológica do Brasil.
. lnvestig-ar os documentos citados na descrição do estado da técnica e dos citados
pelos analistas do Escri tório de Patentes Internacionais, no sentido de identificar
e comprovar a apropriação de conhecimento tradicional associado a espécies da
biodiversidade brasileira.
• Acompanhar, permanentemente, a evolução dos grupos de pesquisa nacionais
que trabalhem com plantas medicinais bem como o resultado comercial oriundo
destas pesquisas.

6.1 DEFINIÇÃO DO MODELO


O modelo conceituai utilizado no Estudo de Caso deste capítulo está representado na
figura 6.1:

Documentos de patente Resultados empresariais


associados a empresas - Posição de mercado
- Evolução da posição
que utilizam plantas
de mercado etc.
medicinais brasileiras .
Base de Dados PATPLAN*

/: -

Caracterfsticas da empresa

~gura 6.1 Modelo Conceituai do Estudo de Caso.


ante: Fernandes. 2002 (Tese de Doutorado).
& PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~I "",.
PATt:NTEAMENTO ~
106

6.2 METODOLOGIA UTILIZADA

6.2.1 LEVANTAMENTO DAS PLANTAS MEDICINAIS


. . 'al C"101• constltl.1\
A etapa InICt • 'd a pc Iole,"'ntamento
.. de 1'
119. . . brd.~ilciFd.\
espécies vege tais
indicadas para fins medicinais. Os nomes for-am obtidos e m hvros de ~~dlcma popular
e em publicações sobre le\rantamentos eUlobotânicos e etnofarmacologlc~s (GARCEZ,
2000; QUINTÃO. 2000; SOARES, 2000; GILBERT, 1999; FLORA ME?ICINAL, Igt.J9;
PANlZZA, 1997; CARIBE /lt aLii, 1991; GIACOMETII, 1983; LOFWENTHAL, lY80;
M.ARANCA, 1979; CORREA, 1978; RIZZINI et alii, 1976; SAMPAIO, 1946) .
Os nomes botânicos e as respectivas famílias das plantas selecionadas foram manti·
dos como nas monografias originais, sem avaliação de sinonímia botânica. Foi conside·
rado também um nome vulgar de cada espécie.

6.2.2 BUSCA DOS DOCUMENTOS DE PATENTE


As bases de dados utilizadas para a identificação dos documentos de patente envolvendo
planras medicinais brasileiras foram as disponibilizada através do endereço eletrônico da
base de propriedade do INPI disponibilizada em sua hmne pagF! http:// www.inpi.gov.br e
http:// www.de\phion.com.
Nesta base Delphion foram rastreados documentos dos seguintes Escritórios: o
USPTO - United StaI.es Patent and Tradema.rk Officedos EUA; do EPO - E1lropean Patent Offi·
ce; da WlPO - World Intelectual Property Organizalion e do Japan Patent lnfannation Organizati-
on - JAPIO. A cobertura das bases utilizadas está descrita abaixo:
• Unired States Patent and Tra.d.emark Office - USPTO
Cobertura: 1971 - presente, atualizada semanalmente.
Descrição: Texto completo e imagens de todas as patentes publicadas
pelo USPTO desde 1974.
• European Patent Office - EPO
Cobertura: 1979 - presente, atualizada semanalmente.
Descrição: A coleção do EPO contém texto completo e imagens dos de-
pósitos de pedidos de patente de invenção publicados desde 1979 e das pa-
tentes concedidas desde 1980 .
• Japan Pa1ent lnformation Organization - JAPIO
Cobertura: 1976 - presente, atualizada mensalmente.
Descrição: Depósitos de pedidos de patente de invenção em inglês não
examinados, de prioridades japonesas ou não. Texto e imagem .
• World Inte11ectual Property Organi.wtion - WIPO
Cobertura: 1978 - presente, atualizado semanalmente.
CAPíTULO 6 • GESTÃO DO CONHECIMENTO EM PLANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS 107

Descriçào: Texto e imagem. Esta base possui os documen tos do PGr - Pa-
tmt Cooperatíon Treat. Contém resumo e imagem completa dos documen-
tos dos 175 países-membros desde 1978.
• Instituto Nacional da Propriedade Industrlal- INPI
Cobertura: desde 1990
Descriçào: Dados que constam da RPI - Revista de Propriedade Industrial,
publicaçào do INPI. Contém dados bibliográficos dos depósitos de pedidos
de patente de invençào no INPI.

Para melhor identificação dos depósitos de pedidos de patente de invenção que


envolvessem plantas medicinais brasileiras, foram realizadas reuniões com Especialista
em Biotecnologia do Instituto Nacional de Propriedade lndustrial- INPl. Recorrendo
à Classificação Internacional de Patentes, foi definida a seguinte subclasse de interesse
para este estudo:

A61 K 0150 preparados para finalidades médicas, odontológicas ou higiênicas

Os campos pesquisados nas folhas de rosto dos documentos de patente foram: nú-
mero do documento; inventor(es); detentor(es); país da prioridade unionista; data da
prioridade unionista; identificação no caso de pedido PGr se o Brasil foi designado e o
nome da planta quando existente.
6.2.3 PROCESSAMENTO E ANÁLISE
OS dados referentes aos documentos de patente selecionados compuseram a base de
dados PATPLAN, desenvolvida pelo SIQUlM - Sistema de Informação da Indústria
Química da Escola de Química da UFRJ.
Para a identificação de esuatégias de empresas foram elaboradas tabelas e gráf1cos
com o auxílio de recursos computacionais do Access.
o ? intuito foi e~~ir o m~omo de inf~rmações dos documentos coletados para
Identificar a apropnaçao de dIreito comerCIal envolvendo plantas medicinais brasilei-
ras. Deve ser_ressalta~o que os r~sultados aI~anç~dos representam tendências e permi-
tem conc\usoes relativas ao penodo de reahzaçao da pesquisa.
6.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS
o·a d escn°ta ,os resu'Itad os' ai cançados sao
Seguinrlo-seametodolooi- - apresentados a seguir.

6.3.1 D~CU~ENTOS DO ESCRITÓRIO DO BRASIL -INPI


A pesqUIsa fOI conduzido o . o do ,
rl o-se a asSl lcaçao Intem iniCIO
- CI o
Ofi - a no este novo mllenio na hO'TlU! page do INPI utilizan-
' Id P
mentos de depósito d aClona o e a~ente: A61K. Foram I'ecupelados III docu-
. e patente de Invençao Os d d fi d
encontram-se a seguir. . a os oram trata os e os resultados
_ ÓGICA NO SETOR FARMAC~UTICO
PATENTEAMENTO & PROSPECÇAO TECNOL -
108

• d documentos que não seja


A base do INPI não pern1ite uma boa recuperaçao
• c
e uisadas por nome as 1.1'19
por Classificação Internacional, assim sendo nao 10ram pesq
plantas. • Id tificadas no Estudo de
Os 111 documentos recuperados contem 156 Plantas en d
Caso no INPI-BR A identificação das plantas foi através da leitura do resumo e cada
documento.

Detentores
Foram encontrados 112 detentores distintos. Existem dez detentores com mais de um
depósito de patente e estão discriminados na tabela 6.1:

Tabela 6.1 Detentores de Patentes em Plantas no Brasil com mais de uma Patente

Detentor País de Prioridade Nº de Patentes

Afrânio Aragão Craveiro (a) BR 4

Eltecom Empreendimentos e BR 3
Participações LIda.

Fiocruz BR 3

Song Bae Kim (b) KR 2

Claudio D'Arrigo (e) IT 2

Jlb,lnc. US 2

L'Oreal FR 2

CNPq BR 2

USP BR 2

Clóvis Melhor dos Santos (d) BR 2


. .
aUppia sidoides Cham.·, Myracrodruom urundeuva Fr. Al/.·, Spondlas momblm , Alplma speclosa K . Schaum.
() -
e
Alpinia zerumbet Pers.
(b) Pu/satil/a radix e U/maceae córtex.
(c) Pittosporaceae.
(d) Bignonia eso/eta Vell. (Batata-de-caboclo).
Fonte: Femandes, 2002 (Tese de doutorado).
CApiTULO 6 • GESTÃO DO CONHECIMENTO EM PLANTAS MEDICINAIS BRASIlflAAS
109

Foram nove as It1SlilUiçõc~ de 1'&D que apareceram comodetentor<L~. wodocr)..


minadas na tabela 6.2: .

Tabela 6.2 Detentor /Instnuiçêo de P&D


Instituição Detentora Pai. de PrIoI1dade N9 de patentes
CETREDE SR 1

CNPq SR 2

FIOCRUZ SR 3

UERJ SR 1

Unicamp SR 1

UFAJ SR 1

USP SR 2

Korea Institute 01 Science and KR 1


Technology

Institute Malgache de FR 1
Recherche Apliques
Fonte: Femandes, 2002 (Tese de doutorado) .

Inventores
Foram encontrados 178 inventores distintos sendo 79 brasileiros. TrêsdocuOleolOS não
possuem este campo discdminado.
A instituição dos inventores está identificada na Lista 1.

LISTA 1 -INSTITUIÇÕES DE P&D DOS INVENTORES E RESPECTIVAS


PLANTAS
• Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
Laboratório de ImunofaJ1l1acologia Celular, Deplo. de Bioquímica Mé-
dica do InstituLO de Ciências Biomédicas.
Pesquisadores: Bartira Rossi Bergnam, Sõnia Soares Costa, Vera Lúcia
Gonçalves Koatz - Líder de pesquisa do Laboratório.
Plantas: Kalanchoe pinnala e Kalanchoe ÚTasiliellsis.
• Universidade Federal do Ceará - UFCE
Este centro possui 17 pedidos de depósito de patente sendo 8 de fitoter....
picos, como pode ser visto na 1unfU!~da Insútuição. Na busca realizada
para este trabalho fOraJn recuperados 4.
OGtCA NO SETOR FÂRMACtU'r~
r
A "ENTO & PROSPEcÇÃO TECNOL -
PArE NT..,....
t IO
• . Alexandre Cahral Cmwiro.
· · ' Afaga-o Craveiro. "
1'~uisad01"es: Ai r.lOl O . co José A Matos. 1caro (,u: mào
. ' .. Noélia Pereinl Mendes, FrancIs ..
fnmn sca . 1 ma Lacerda M1 ac a
h' do .
Pinto Vieira. Mana racC
Planta: Spnndias rrumúri17l..
-CNPq
Primeiro Documento M Depósito: . r' .
Maruns- U F·M T (Farm a..
Pesquisadores: Domingos TabaJara de O IVClra , .
UFMT (Depto de QUlmlca).
cologia) e Paulo Teixeira de Souza J r - .
Planta: Cl1>phyUum bra.çiliense Cam. (guanandi).
Segundo Documente de LJepósite: ,
Fran ciscoJose de Abreu
Pesquisadores: Glauce Socorro de Barros Vilana e
Matos - UFCE.
Planta: Miracrodrnom urundeuva Fr. Ali.
Como estes pesquisadores constam de um mesmo depósito, identifica-se
uma cooperação entre gnJpos de pesquisa de duas Universidades Federais.
-FlOCRUZ
Primeiro Documente de Depósite:
Pesquisadores: Márcia Magalhães Monteiro - Núcleo de lmunofannaco-
logia (Bolsista do CNPq).
Ana Luíza Berenger - Biogeoquímica, Etnofannacologia, Elucidação
Estrutural de Produtos Naturais, Maria Raquel Figueiredo.
Planta: IVteedia longifólia.
Segundo Documente de DepósiUJ:
Centro de Pesquisas Gonçalo Muniz - LASP (Salvador).
lmunopatogênese da infecção pelo HIV-l.
Pesquisadores: Dumith Chequer Bou-Habib, Geraldo Argolo Ferraro,
Elvira Maria Saraiva.
Planta: Pechiera australis.
Terceiro Documente de Depósite:
Pesquisadores: Therezinha Coelho Barbosa Tomazini - Laboratório de
Química de Produtos Naturnis e Ricardo Ribeiro dos Santos - Depto. Bi-
oquímica e Biologia Molecular.
Planta: Physalis angulata.
-~06 • GESrAO 00 CONHECIMENTO EM PlANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS
111

• lJSP / Laboratório Ache

Pesquisadores: Elisaldo Luiz de Aral!jo Carlini - Depto. de Ciência~ Fisi.


ológicas da Faculdade de Ciências M ~dic.1s da rm1andade Santa Calla e
Pedro Ros Petro\'ick - Faculdade de Fannácia da UFRGS . Líder de Pes-
'
quisa em Desemolvimelllo Galênico de Fitoterápicos.
Planta: .\IaylmtL.t i/ia/oIia.
• USP / Laboratório Biosintélica
O documento disa;mina como inyenlores as próprias instituições.
Planta: Hrlnvplms aphrodiSÜJca (nó-de<achon·o).
· U1\1CAMP
Pesquisadores: Vera Lúcia Garcia Rehder - Diy. Química Sintética do
O>QBA.
Rodney Alexandre Ferreira Rodrigues - Diy. de Fitoquímica,
Octaa1io Machado Ribeiro - Procurador.
Planta: Arlemisia annua L
-Iostitut Malgache de Rechercbes Appliquees (Madagascar)
Pesquisadores: Albert Rakoto Ratsimamanga - Fundador do Instituto,
Suzanne Rakoto Ratsimamanga - Co-diretora do Instituto,
Phillipe Roso.
Planta: Eugmia jamholana Lamarck.
-UERJ
Pesquisador: Roberto Soares de Moura - Ciências da Saúde.
Planta: MikanÜl gliJmeraúL
- Korea Instilute of Science and Technology
Song-Hae Bok - Bioproducts Research Group do Korea Research Institu-
teof Bioscience and Biotechnology.
Tae-SookJeong - Natural Products Chemistry Group do Korea Research
Institllte of Bioscience and Biotechnology.
Planta: Cítrico (casca).
Fonte: Fernandes. 2002 (Tese de doUtorado).

• O ">tudo foi feito na uSP.


PATEI'oITEAMENTO &PROSPEcçÃO TECNOLóGICA NO S 0fI FARMACf.~
112 ...,

A Lista 2 apresenta as Empresas Nacionais e n:sp(,clivo~ lnve IlIOl'C~K e Plnrllílll.

USTA 2 _ EMPRESAS NACIONAIS DETENTORAS DE PATENTES NO BRASIL,


RESPECTIVOS INVENTORES E PLANTAS
• Laboratório Catarinense
Inventores: Paulo Cesar Sander - Cromato~rafia Líquida Lahoratório
Catarinense, Eduardo Augusto Morcil1l- UFPR* - SeLOr de Cít!nda.'1 da
Saúde (professor aposentado), Deplo. de Farmácia e Dcpto. d(' J\()t.iiní·
ca (Professor Sênior), Tadafissa F\~ii - Laborat.ório Catarinensc, Zílma
R - Labol1ltório Catarinense.
Planta: Trichilia.
* A UFPR não aparece como detentol1l no documento.
• Sibras Laboratórios
Inventores: Alexandre MarchiOli Simões.
Plantas: Solanum paniculalum L.; Simaruha amara A.; Quassia amara L.
• lidifanna Fannácia Homeopática e Produtos Naturais Ltda.
Inventores: Lilian Guilhermina Hauer Reicherl.
Planta: Ave11oz.
• Natureza e Vida Produtos Naturais e Homeopatia Ltda.
Inventores: Fernando Bernardes Ferreil1l.
Planta: Capsicum.
• Eltcom Empreendimentos e Participações Ltda.
PriTMiro Documento lÚ Depósit{):
Inventores: Marçal de Queiroz Paulo, Maria Lúcia Carvalho . .
Planta: Schinus terirnlJilhijolius.
Segurulo Documento lÚ Depósito:
Inventores: Marçal de Queiroz Paulo.
Planta: Erigrrrom bonanensis.
Terceiro Documento de Depósito:
Inventores: Marçal de Queiroz Paulo, Luiz Francisco Pranowski.
Plantas: Mentha villosa e Mentha crispa.

Fonte: Fernandes. 2002 (fese de doutorado).


CAf'lTULO
_
li • OESTAO 00 CONHECIMENTO EM r..,.""
'" .....AS MEDICINAIS 8RA9lt.ElAAS
113

A~iaçõe~en tre hlllti llliçôesde P&D eEmrJr{~Q5N ' . pod . .


das na tal ' Ia 6.3. ' I aoonals em ser íd :nuftea-

r.bela 6.3 Associações entre InstitulÇ6et de P&O e Empresas

Oet.ntor P.I. d. Prioridade NO de PatentH

USP e Laboratório Biosintética SR 1

USP e Laboratório Ache aR 1

UFPA e Laboratório Catartnense SR 1

fon«t: Fernandes. 2002 (Tese de douIorldo).

A Lista 3 discrimina as empresas C5l rangeira.~ que deposíraram no Brasil identifica-


das como detentoras.

U STA 3 - EMPRESAS ESTRANGEIRAS DETENTORAS E RESPECTIVAS


PLANTAS
• Archer Daniels Midland Co (US) - soj~ 1.re\'O vermelho; Kudzu; linho; cacau.
• Asta Medica Aktiengesellschaft (DE) - Plamogo /ana%Ja L
• Bionordica Arzeneimiuel Gmbh (DE) - Cimifuga l'lJaI'II(.I5(l
• Boston Medical Center Ine (US) - não discriminada..
• Cenu'O Nacional de Sanidad Agropecuaria (CU) - Rhiwphm-a mang/L L
• CSIR (ZA) - Tricfux;aulQ1/..
• Dr. Wilhnar Sc.hwabe Gmbh & Co (DE) - H'JP"icum fJt'tfomJum L
• FEVA V N (NL) - não discriminada.
• H . E. Stanley Phannaeeuticals (US) - cal"-aJho (casca).
• Hcilmiuelbetrieb lsemhagen Gmbh (EP) - Solvia o.fJicituúis.
• Ida Developmcnt AI S - Alpinia gaJanga.
• JI-B. Ine (US) - não di~riminada.
• Johson&Johnso n (US) I Alta I;l Nilkhlmkasem I John Hopki.ns - ScuJe/laTia bai-
caiLnsis.
• Kcmin Industries fne (US) - Tagt!its. CafJsÜ1tm.
• l..aboralories Remilea (FR) - não discriminada.
• L' ÓreaI ( FR) - IriLúJcerI,r.. 1.abiJoL.
• Natural Medico Tech AIS (US) - não c.fiscriminada.
• cem Pharmaco (US) - NI'X11L
. • Phyt.olCCh Umited (GB) - não discriminada.
• ROC (FR) - ~ büo/Ja.
ÃO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMActUTlcO
PATENTEAMENTO & PROSPECç
"4 _

. . Thimus vulgaris; Mentha piperita;


• Ropaphann BV (MK) - Onganmn vulgans; . S lureasullricata; Carumcor.
''h . S h rt s .
l .tm.tls sery"~.um~ alurfa o ,ew I, ~.
:r r. Saturea monlana, a
• nda pun ata; Mosla japonica; Sal-
. tÍC1U1T, T'hi m.tI,s zugis; Ocimum graltsSl1nUm, Mora ~
via oJfici1l.alis. ,
• Schaper & Bruemer Gmbh & Co (DE) - Tanacelum parlhemum.
• Societe des Produits Nestle SA. (eH) - não discriminada.
• The Procter & Gamble Co (US) - Psyllium.
• Tomifann S R L (DE) - não disctiminada.
• Unilevcr !\1V (US) - TrirJwdestna lanicum.
• Wamer Lambert Co (US) - mamão.

Fonte: Femandes, 2002 (Tese de doutorado).

Plantas em extinção
Comparand<r5e as plantas estudadas com as discriminadas na Portaria lbama n2 37-N,
de 03/ 04/ 92 - Espécies ameaçadas de extinção, verifica-se apenas um documento com
a espécie Aloé, cuja titular é Miriam Saliba da Silva.

Evolução dos Pedidos de Patentes


A distribuição anual dos pedidos de depósitos de patente na última década é apresenta-
da no gráfico 6.1.
35

30

25

20
- r-

f-

15 t-

10 r-
-
5 :--

o 1..-. n
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
f-

Gráfico 6.1 Distribuição Anual dos Pedidos de Depósito de Patente.


Fonte: Fernandes. 2002 (Tese de doutorado). . .
CAf'lTU.!:O 6 • GESTÃO 00 CONHECIMENTO EM PlANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS
- 115

A análise sobre o patenteamento no Brasil envolvendo plantas medicinais brasi-


leiras passa necessariamente pela avaliação do que ocorria antes e depois da Lei de
Propriedade Industrial (LPl) , ou seja. o ano de 1996.
Evidentemente, em face da nà~proteçào patentária na área de medicamentos vi-
gente no País até 1996, a ocorrência de pedidos de patentes era pouco significativa e, as-
sim mesmo, os pedidos que ocorreranl até 1994 pelas disposições da LPI, com a redação
dada pela MP n~ 2014. foram indeferidos2•
E evidente. se comparados os últimos anos, o crescente aumento de depósitos de
pedidos de patente no Brasil envolvendo fitoterápicos.
Como a Nova Lei de Propriedade Industrial sancionada em 1996 concede paten te
para produto e processo farmacêuticos. tomou o mercado brasileiro atrativo para as
empresas internacionais, fazendo com que o número de depósitos na área fannacêuti-
ca cresça ano a ano. O patenteamento no setor de fitoterápicos tem apresentado um
comportamento característico e sinalizador do crescente interesse de empresas que de-
senvolvem tecnologia e protegem seus produtos e processos através de patente. Em últi-
ma análise este número crescente de patentes pode indicar também o interesse na
comerdalização dos produtos fitoterápicos no Brasil.

País de prioridade
A distribuição de pedidos de depósitos de patente por país de prioridade é apresentada
no gráfico 6.2.
70~---------------------------------------------,
60
,
."'-
50

Gráfico 6.2 Distribuição dos Pedidos de Depósito de Patente por Pais de Prioridade.
(BR - Brasil; US - Estados Unidos; DE - Alemanha; FR - França; KR - Coréia; IT - Itália; GB -
Reino-Unido ; JP - Japão ; CH,- Suíça; AU - Austrália; CU - Cuba; ES - Espanha; MK - México;
EP - Escritório Europeu; AT - Austria; NL - Holanda; ZA - África do Sul; HU - Hungria; DK -
Dinamarca).
Fonte: Fernandes. 2002 (Tese de doutoradO).

2 O s pedidos .ctepositados no INPI em 1999 não foram todos publicados até a data da busca-janeiro de
2001, por nao haver amda transcorrido os 18 meses d e sigilo para muitos desses pedidos.
PEC/"ÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMACtl!'IV...
116 PATENTEAMENTO & PROS 'V ~

Os países que mais depositam no Brasl'1 sao


- os EstadOS. Unidos, aAlemanha, a Fran..
ça e a Coréia.
.
Dos 111 documentos de patente Idenu " o P1971462~1I
'fiIcad os no Brasil somente . .~.
do Laboratório Remilea (FR) , reivindicou proteção com base na pnondade UniOnista
mediante depósito per.

6.3.2 DOCUMENTOS DOS ESCRITÓRIOS USPTO (AMERICANO), EPO


(EUROPEU), JAPIO (JAPONÊS) E WIPO (MUNDIAL)
Foram encontrados 1.133 documentos de patente envolvendo plantas medicinais na
busca realizada, no início desta década, na base de dados Delphion. Foram pesquisados
1.119 nomes científicos e vulgares de plantas medicinais brasileiras. Dos 1.133 docu-
mentos recuperados foram considerados iguais os documentos EP-A (depósito) e EP-B
(concessão), retirando-se esta duplicidade restaram 976 documentos.
Estes 976 documentos contêm 244 plantas estudadas, 1.774 inventores e 418 em-
presas. Em cinqüenta e cinco documentos nào estão discriminados os detentores e, em
16, oS,inventores. Os documentos recuperados estão divididos conforme apresentado
no gráfico 6.3.

94 36

254

o JAPIO • USPTO WIPO [dEPO

JAPIO - Japan Patent Information Organization


USPTO - United States Patent and Trademark Office
WIPO - World Intellectual Property Organization
EPO - European Patent Office
Gráfico 6.3 Distribuição dos Pedidos de Depósito por Escritório de Patente.
Fonte: Fernandes. 2002 (Tese de doutorado).

Dos 976 documentos de patente relativos a plantas medicinais resgatados nos 4


escritórios internacionais, o Escritório do Japào foi responsável por 61 % do total de
patenteamento, seguido do escritório dos EUA com 26%, a WIPO com 9% e o EPO
com 4%.
Após tratamento dos cam pos resgatados nas foI has de rosto dos documentos de pa-
tente as informações extraídas estão desclitas nos itens a seguir.
CAl'fTULO 6 • GESTÃO DO CONHECIMENTO EM PlANTAS MEOICINAlS BRASIt..EJAAS
117

DETENTORES
Das 4) 8 empresas e/ ou pessoas físicas que constam como detentores de tecnologia." a...
empresas que .apresentaram os dez maiores números de documentos con tam da tabela
6.4 ~ ~ez MaIores De tentores. Estes 248 documentos representam 25% do total de
deposltos.

Tabela 6.4 Dez Maiores Detentores

Ordem N!! de Patentes Detentor


I 68 Shiseido Cc Ud (JP)

II 27 üon Corp (JP)

III 30 !(ao Corp (JP)

IV 19 Tsumura & Cc (JP)

V 18 PoIa Chem Ind loe (JP)

VI 18 Noevir Cc Ud (Jp)

VII 17 Ichimaru Pharcos Cc Ud (JP)

VIII 15 Taisho Pharm Cc Ud (JP)

XIX 13 Sansho Seiyaku Cc Ud (Jp)

X 12 Mikimoto Pharm. Co Ud (Jp)

Fonte: Base PATPLAN. própria.

Constata-se que a empresa Shiseido Co Ltd representa cerca de 7% do total dos do-
cumentos recuperados nos 4 escritórios intemacionais. As nove maiores detentoras são
empresas japonesas, totalizando 237 documentos, o que representa cerca de 24% do to-
tal de depósitos.

DETENTOR X PLANTA
O interesse em plantas medicinais das empresas relacionadas na tabela 6.4 foi identifi-
cado conforme descrito a seguir:

I - Shiseido Co Ltd - Japão


Fundada em 1872 foi a primeira farmácia em estilo ocidental doJapão. Em 1888 lança o
creme dental Fukuhara, época em que o japonês da classe média ainda não tinha o
hábito da escovação.
A sua atuação conjunta com a universidade foi explicitada em 1897 quando lança o
produto Eudemúne com formulação baseada em substâncias de plantas medicinais do Dr.
Nagayoshi Nagai, da Universidade Imperial de Tóquio, atuaI Universidade de Tóquio.
- --"""'"""#.0 TECNOLÓGICA NO a~TOt\ I'''''M!, t utl ' O
p"T€NTEAMENTO 3. ~n::",'C ...
118

.
lantas \l\("clicimlls. produto pai \. 'lll('tla
Em 19151ança o f1ow\ine. com\~se e:.,"kP,han' Iilhodo fUI,(hltlnr, Sllil't o III)(ICII>
decabe\oecaspa desen,,'O\vidopor S lmlO rll t " II
•. . . Co\ ' b" ' an.\." ~\la fortllatum Imbu lOU ptlt doi~
sou em 1908 na Umversldade de um 1,1 t: t' ~. " • •
., . a. \0 relOl'lll\r ao 10\1-1'10 pa, ou.\ U( "P\\1 n
anosemumaempresafannaceutlcaamenC.ln. t- " I ' I
. .d . neiros projeto.." (bi (1 dt' tI'\lIr tllIm \11;\ ( ,
lugar de seu paI na empresa e um e seus pl1l , .
cosméticos ao lado da Fannácia.
Em 1917 a empresa desen\'ohe sete diferente s tonal~da~l('~ d I ti, r,('~ail\. O~Ih:\
inovação marcante para a época. Frngrânciasa p:.wtirde e 'sl·l\C1asJ"p()lIéS."~ tI.\ iI\1lel el'
ra e glicinia foram dese1l\'o\vidas em 1918.
Em 1939 cria um Centro de Pesquisa com cnfoque nus lire, ' de ie ndas da vida,
fannacologia. Fannacêutica e pesquisa a\'an(ada da pele.
Em 1953 cria o Instituto de Ciências da Beleza, única org,tnil<lç:io tkstt> tipo 111.1
mundo.
Em meados dos anos 50 descobre que o hinoquitio\ de um cipreste de Tal' .Il\ t' .\
útil na prevenção de cáries e a empresa inclui esta subst<incia t'm st:lI creme dental.
Em 1985 lança a linha de produtos Essencial f.nelW que fal. uso de il1gn.~dit'nlell
botânicos como o óleo de semente de chá chinês, Em 1~6 une-se ao ~r\l\->o rnll1t'~s ÜI-
ri ta SA. e, em 1988. ao Zotos lntemationallnc. líder de fomecrool ' S de produtt>.S pro-
fissionais para salões de beleza nos EUA.
Em 1988 lança 46 produtos fanllacêuticos niio-éticos desclWohidos ('1\\ tO\~illlllO
com outras empresas fannacêuticas e estabelece a internacionalil<\çào da pesq\lisa t· dL"
senvolvimenlo da empresa. com a inauguração de Cenu'OS de P&D na Europa, t'm Puris
e. em 1989. nos EUA em ConnecticuL este ano também ~iuda!\ fundar o 'ut ~\I\C()\lS
Biology Research Center, na Harvard Uni\'ersit)'. sendo este o primeiro celltr\} tkdic~I'
do à pesquisa dennatológica no mundo. Sim tiza. em 198'-J, a arb\llina t'nconu'utla nas
folhas de pêra e no mirulo \'ennelho japonês que impc;.-de a uti\id"de da I\wlallina "as
células que as geram e que são causadoras de sardas e manchas I\a P<-"Ie.
Nos negócios de fragrâncias funda em 1990, em P:l.Iis. a Ikauté Presti)!; Internnl
nal, desenvolvendo o aparelho Classificador Tridimen~ional de R\I~IS. Em 19m h;I\~~
a Shiscido LiV1
1-
lan Cosmetics que é • tuna• joilll
~
vm/ull'com
.
a BeijinR
•• •
l,iv\\:\n

('.o Fll\' "
\ t ,.1Ct\ ,
na }<'rança, está localizada a sua pnn.'eu:a fabnca europeIa que mdui l\egôciQ.~ l'l\l pl'\..
dutos para cuidados da pele e fragl'anoas. Em 19<J3 ~anç.\ o pn)d~IIO úko 0lwlml. 11\1\
adjuvante na cirurgia da catarata e tr~nsplante de c~mea, A P.~II' dt'st • \tIO n "'aioda
dos produtos é fabricada fora do Ja~o. em suas untdades loc:.t~Il<\~las t'lI\ 5 1l;\(:ll':I, EI\\
1994 a linha Pureness utili:T.a ingredientes de plalllas c frur.\S. nao he mdo dl\l"Q d '(lu >
país seriam originárias.
Foram identificados 51 nomes de plantas. O maior il\lt'ft"S.,o;e dCl\t:\ empl'e& ('~t.
nas seguintes plantas: Equisdltm aror,nsiscol.n 7 doc\Unenl~.I-:ttpltortlilH:)\\~ tle :t\l~n.uil\'
du.'! com 5. Utilização das 51 plantas: vasodllatador~ cosmellco: COS\\I('("t' \llICO; IOl\lt'o ( ...
pilar, preparado para pennanente; antica.~pa e antiOltidante, cmpo: I, 1l0periooQ d
1989 a 1999. depositou 68 pedidos no jAPIO.
"t
l'e1a (1i~lrih\liç;i()
. anilai
. ' d('fK'~itn!\
cio!' , fk I)(·rlitlo"
' " lIilldl)
. () Inrf'r---A
, __ (r,.
... C'lnpr('~
n:t prllleçó'ln etc !llIaS fonnul. «;0(''1 apo!\ I ~~I:l, 11110 da pmullIl)(ítção tia COltwn ;i,o ~
Divcrsicla(!l- molô,,'Íca. . t.

" .. Uon Corporatlon - Japão


Criadal'lll .1991 para a pl'tl(lu(.:in de "ahúclI, pm"fI dt, dr·nlc. xatnPIl.• (' dClerg file. ,lIfili-
z.'l11lalúias-plillla~ de CXlr:ltos de plallld.~. 1'0. ,"i o Li"n RCM,.-.uch IlI1Ililutc.
Fonllll ic\t'nlilicac\o~ 31 nom 'S c\e planluA. Ati plíllllit'l de m.tic)r irllcn~~ p;lrd CSI..
ell1prt·~ Sliu: J~'IIj..11'IIin wryol)".yllfJ/fI C' I'h'yúmth", nimlri, C'dtla lima c(IIn 3 d()cumento~.
Utili1l\(':\o elas ~ 1 piam. : lint"I'. ele (';Ih<.'lo; c(~mético; fitfllcr.ípico; Pn"parndo
Mntal e lixadnr de pcrhml(·.
A empt't'sa, no pt'nodo d(' 1!l77 a I ~~I. (1(',)(l4IilnIl27IH'díd~ unJAMO,
VCtitico\1,,~c <lue a empresa ro. mi um. politi • ele' d · pó!lilm d e J>:tlentn de inven-
çiio co1l1pl'c('ndt'mlo ronllltlaçik. mm planta~ 111 <IicinaÍ!l an,('rior à Convenção lIObrc
Din:n;idade Biol6gica. Entreulnlo. 1\ )I.lrtir de' l~", há um jnl('r~ exprc!8.\i\'o na
protC(ão dt'stas fonnulaçõcs.

111- O KAO Corporation - Japão


Fundada em 1887, cm Tóquio. P;\r;:I fabri r5<1hõa. Alualmenle 5eU n gócio é limpeza.
beleza e saúde. Em 1982 inicia sua linha dt, ('C)smé{k~ ......n 1~J4 cria um Centro de
P&D que conta inclusive com uma Divisão ele I>ropricdacle Intcl«tual c, no mundo.
possui as seguintes empresas:
• Kao Taiwan Corporation - Taiwan.
• Philippines Kao Inc - Filipinas.
• Kao Inc Co Ltd - Tailândia.
• Kao Indoncsia Chcm - Indonésia.
• The AndrewJergt'ns Co - EUA.
• Kao Specialilies Amcrica LLC - EUA.
• Qltim Kao SA de Gil - M{-xi o.
• Goldwdl Gmhl I - Alemauha.
• Kao chcmicals GmuH - Akm.ulha.
• Kao Corp SARL - França.
• Kao Corp - Espanha.
Em 2000 seus nt'g6cio!! cm co-~Itlrtico.~ repl'1.·S("ntar.un 526 Illilhôes de d<ilares.
Foram encon Irados) 8 nomes dt' plan t".~. ~ planta.~ dt· maior intefl'SSC p.1r;:tt:sta em-
presa são: Euphurllia com 6 docun1('nto.~, Cumnnn Im~ C01l1 5 e Pi,," "p", (:om 4. titi-
zação das 18 p\anta.~: preparado bucal; filotrr;,pico; l'osmélico c ' ",Isodibmdor.
A empresa, no período de H184 a 1m. lkpositOll:'\O pedidos lloJAPfO.
A dísuib\li{ão dos pedidos de dep6.orito cvirltnd.\ o inicio d luna politica de prolt'-
ção do conhecimento a partir de IY94.·
OSPECÇAO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMA,I''''
120 PATENTEAMENTO & PR ~~
~

IV - Tsumura & Co - Japão .


Foi criada em 1893. Em 1924 foram fundados o TS.u,?~I~:aes~~I~~a~~~tI~~t~~r phar.
maceutical Science e o Tsumura Herbal Garden, e mlCta p ./ou~
ofJapanese Botany. . .' .
Trabalha com a Toyama Medical and Pharmaceuucal Umverslty que mclui na sua
grade curricular a disciplina Kampo e publica, desde 1995, a Kampo To~ay. o

Em 1996 fez uma joint venture com a Phytera Ine dos EUA para a reahzaçao de Um
programa de screeningde espécies de plantas de diversas partes do mun~o, condução de
testes de segurança, bem como a formulação de novOS produtos a par~r de extratos de
plantas e testes clínicos de candidatos a produtos principalmente n~ areas de alergia e
desordem do sistema imunológico. A Phytera lnc possuía, antes da )oznt ~entu:e, produ·
tos para gripe, sintomas de menopausa, disfunções nelVosas, desordens digestivas e pro-
blemas de pele.
. ~m 1997, converteu 500 toneladas de eJVas em produtos e su~ vendas :oram de 4,1
mtlhoes de dólareS e em 2000 suas vendas alcançaram 18,7 milhoes de doi ares.
Atualmente é a maior produtora de fitoterápieos utilizando a medicina Tradicio-
nal Japonesa denominada Kampo, comercializando 129 preparações Kam p03 e 42
produtos não-éticos.
Foram encontrados 12 nomes de plantas associados à empresa.
A planta de interesse é o Jaborandi. Utilização das 12 plantas: antiviral, fitoterápi-
C?, tônico capilar, preparado para cáries, desodorante e cosmético. A empresa, no pe-
nodo de 1979 a 1999, depositou 18 pedidos noJAPIO e 1 pedido no USPTO.
O interesse da Tsumura na proteção de direitos comerciais vem desde 1979, ante-
rior à promulgação da Convenção sobre Diversidade Biológica, sendo que o grande sal-
to acontece em 1996.
V - Pola Chemieal Ind Ine - Japão
Realiza pesquisas p~ncipa~mente en~olvendo p~an~ da Medicina Ayurveda como, por
exemplo, a Wllhama somnifera. POSSUi patentes mdianas que geraram controvérsias na-
quele país pois estão embasadas em conhecimento tradicional indiano milenar.
Fo~ encontrad~s 11 nomes de plantas associados a esta empresa. As plantas de
interesse sao: AnstolochUl com 4 documentos e Curcuma longa com 3. Utilização das 11
plantas: cosmético; tônico capilar e fitoterápico. A empresa, no período de 1986 a 1999,
depositou 18 pedidos no JAPIO.
A Pola demonstra, desde 1986, um interesse em proteger suas fonnulações antes
mesmo da Convenção sobre Diversidade Biológica.

VI - Noevir Co Ltd - Japão


ada em 1964 com o nome de J. H. Okura & Co para importar partes de aviões. A
Fun d , . dAl
partir de 1971 inicia importações de cosmeuco~ a emanha. Em 1978. troca a sua ra-
o ia! ara Noevir Co Ltd e começa a pesquisar, desenvolver, produzir e comerciali-
zaosoc p
, . cosmecêuticos. Em 1979 estabelece-se nos EUA. Suas vendas desde
zar cosmeucos e '
_ C' través de consultoras a exemplo da Natura e da Avon.
1982, sao leItas a
" Kam o são reembolsáveis pelo Seguro Nacional de Saúde do Japão.
~ Todos os fitoteraplCOS P
CAPtrll~~ ij • GESTÃO 00 CONHECIMENTO EM PLANTAS MEDiCINAIS DRASIU!lAAcJ 121

Em st'tt'mbro ele 20()() seu (:<Ipital Hocial foi de 27,1 milhilClld(: t!6IarClJ. (:mn 1 .~J6
emprq:çddos, 41 cMcritcírioM no.Japão, EUI\, Canadá. 1\1(:manha, Itá lia e Taiwan. ~í7;t
'pesq\li~a plinrípalnll:ntc com planll:l8 marinh a.~ do Mar de Tok<ml c plaOl.Mda f(ore!lta
Negra da Alemanha.
FOr,IITI e ncontrados 8 nomes de planta.~. O maior inI.CrC811C delta crnpr(.~ Clltá nas
-plantas: Melissn (!Oicinab:5 com 10 documento!! e Hosm,(lrimu 00 íânalif com Ô. Utilí7açá11
das 8 plantas: cosmético; tôn ico ca pilar; ( ! litotcrápico.
A empresa, no período de HJ90 a 1999, depositou 19 pcdidc)8 no JAPJO. Verífl-
'. cou-se que a Noeviriniciaem 1996uma política de proteçãodo conhecimento ~crddo.

VII - Ichimaru Pharcos Co Ltd - Japão


Seus negócios incluem pesquisa e desenvolvimento de matéría'l-prímas para COMTIéü..
. cos, fármacos e alimentos. São substâ n cia~ produzida~ a panir de produto~ naturais de
ervas utilizadas na medicina tradicional Chinesa e Européia. Sua, matéría'l-priffia1 gO
. compradas de diversas partes do mundo mantendo-se os padrões de alta qualidade. São
~ pesquisadas, principalmente, substâncias naturais que s<;jam cfetiycIS no anúenvelhecí-
~ mento , branqueamento da pele, umidilicação da pele e na prevenção da queda do ca-
. belo. Todos os seus produtos possuem depósito de patente e são testados quanto a rua
~ segurança de acordo com o Ministério da Saúde e Bem-Estar do Japão.
. Foram encontrados 17 nomes de plantas. O maior interesse é na planta Agave.
'. com 2 documentos. Utilização das 17 plantas: cosmético; antialérgico e tônico capilar. A
empresa, no período de 1988 a 1999, depositou 17 pedidos no JAPIO.
Verificou-se uma política de depósitos a partir de 1994, com grande expressão em
1998.

VIII - Taisho Pharmaceutica/s - Japão


Começa sua produção em 1912 com produtos não-éticos e passa, a panir de 1955, para
produtos éticos. Possui um Centro de P&O desde 1974. Em março de 2000 suas vendas
foram de 2,02 milhões de dólares, com um quadro de 4.563 empregados. Trabalha com
Medicina Tradicional Chinesa, principalmente com antiinflamatórios e produtos para
desordens imunológicas.
Em agosto de 2001, assina com a Yamanouchi Pharmaceutical Co Ltd um acordo
°
para pesquisa de novos fármacos. intuito é a utilização das duas bibliotecas de com-
postos aumentando as chances de criação de novos fármacos. A Yamanouchi foi funda-
.da em 1923 e apresentou, em março de 2001 , vendas de 3,42 milhões de dólares com
um quadro de 9.300 empregados.
Foram encontrados 5 nomes de plantas associados a esta empresa. As plantas de
maior interesse desta empresa são: Muirapuama com 7 documentos, Ptychopetalum e
AristoÚJchia com 3 documentos cada. Utilização das 5 plantas: fitofármaco; cosmético e
fitoterápico. A empresa, no período de 1992 a 1999, depositou 12 pedidos noJAPIO, 1
pedido no USPTO, 1 pedido no EPO e 1 na WIPO. No pedido da WIPO designou o
Brasil, entretanto, não foi efetuado o depósito no INPI - BR.
r.

I\I~ '~:" tI.1lal. 110 ~ ' l' 1IIt1,\ (~IIII)1 I', n dn i~lkl() <!o sécul :' csl' gr:ífi,co I~ma daroque
;t p(;11 ( ' \I ele 1MI 11 Irall It' II lo • ,() 01 n' a parIu' tia ( ,OIlVl'nçaO sobre,~lv rstdade Biológi.

t a , O~ lh 11m 11th H' O' I )('I ulo. IH' It.' CllllltlU "('PI' 'sclltmn o pOl'tfoho d patenlessõda
T\\l ~ h{l , uma \'t' )' I(U(' n :l('{il'tln pam P('~q\liM dt IIOVO)! !;ínnacos com a Yamanouchi foi
lirllmdo ('111 \1~Olll() (\(' :ZOO I,

IX - Sansho S /yaku Co Ltd - Japáo


J'~'h\ <"1 111'\'('1''' !,I Ului ('('IIIr<) de \wslJllisa. Forarn encolltrados 16 nomes de plantas, A
I'lallla li llIaior hll(·n'. . \' 'a I1vmgo, rom 2 t! 0 <': \II \1('11 tos. As 16 plant3ssão utili7Ãdasape-
IlõL-' pa m co, mi'ficH. A l' ulprl'sa. no pcríodo d ' 199:\ ii 1!)!l!1, depositou 12 pedidos no
.IAPIU ' I lK'tlitlo!lu SITI'O.
1> ' I urdo ('o", a di. trihuiçiio d pt:didos. ti l'mprCStl apr 'senta interesse em depo-
!!il:1 na :ír(,i\ de fiIOfl~rtí pic() d ~d l!.)94.

X - Mlklmoto Pharmaceutlca/ Co Ltd - Japão


TI,;\h"lh:\ ("11\ pltl'('('ria mm o Instit\lI C forWakan-Yaku (Traditional SincrJapa-
Rt'S('f\I'('h
lll' IIt' Medkil1t') (' II ToY,lma M('dlcal and Pharmacelltical University. Esta empresa pa-
I 111<.' 011 a utlllmção da planta Adlla/Mn V{/sim (Vasca), com ~\ljvidade branqueadora e
olllioxldallt c. FOI, m ('I1C'ont ,doll 11 nomes de planltlS associados a esta empresa.
A1l planUlJl de inlcrc !le )!ào : Cymbo/JOf...mn. com 4 documentos, Hymen~ courbaril e
PIt {{Intlm,f rútllt,; nul 11m ('um 2 do Ul1lenlOS, UtjJjzaç.ão das 11 plantas: cosmético;
Ollllll'('{'\Ilko t' th nko capilar, A cmpreAA, no p ' riodo de 1992 a 1999. depositou 12
pC'dldoll no JAP10.
A Mikilllotu inicia . \la poHlka de protcção de formulaçôes nitidamente a partir da
COIlVt'nçilu i'lohl'e nlv ""id de Bio16gka quando, no ano seguinte. deposita 5 pedidos
d e patenrc. () qut~ 1e a crer ml.\'ar~ de lecnol gias deI! nvolvidas provavelm nte antes
ti ' 1992,

PLANTAS EM EXTINÇÃO
Comp .mel .s planl' lU dadas com as dis 'minad li na Portaria lbama n,!! 37-N,
de 03/ 04/ 92 - ~ . pécie . a.m açad de xúnção. verifica-se na tabela 6,5 as empresas
qu up" ntam do um n ' d pedid d d p6 ilO d pat nte f i sp i . ameaça-
d d' exti nç ,
CAPITULO 6 • GESTÃO DO CONHECIMENTO EM PLANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS
- 123

Tabela 6.S Empresas Associadas a Espécies Ameaçadas de Extinção

Empresa Espécie ou Gênero


Kishimoto Sangyo KK Araucaria angustifolia

Kuracay Co Ud Costus
Lehigh Univ Brosimum
UonCorp Bowdichia nítida, Dalbergia e Jaborandi
LMVH Researche Bertho/lethia e Simarouba
Mikimoto Pharm Co Ud Dalbergia
Nichirei KK Dalbergia
Nissei Marine Kogyo KK Dalbergia
PVP Soc. Anônima Jaborandí
Shiseido Co Ud Dalbergia e Jaborandí
Soc. Prod. Nestlé Jaborandí
Takahashi Masaru Costus
Takasago ln!. Corpo Ucuúba
Tsumura & Co o Jaborandi
Tsutsunri Shigetoshi Jaborandi
Fonte: Fernandes. 2002 (Tase de doutorado).

INVENTOR
Tratand<He do campo inventor, o gráfico 6.4 mostra os que apresentaram o maior nú-
mero de documentos.
30
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25
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20 l- I-- .. I-

15 . l - I- I- f- .f- I-
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10 f- I- l - f- f- f- f- f- I- I- f- I- f-
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124
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMACÊUTleo
-
INVENTOR X DETENTOR
A tabela 6.6 apresenta os inventores mais produtivos e sua instituição de origem.

.
Tabela 6 6 Inventor e Detentor

Inventor Detentor

Product Development Center Shiseido Cc Ltd


Yagi Eiichiro

Shimomura Kenji Miklmoto Pharm. Co Ltd

Naganuma Masako Shlseldo Research Center

Komazaki Hisayuki Shiseido Co Ltd

Ola Masahiro (1) Fukuoka University

Nanba Tsuneo (2) Toyama Medicai and Dental University

Hirayama Yutaka Lion Corp

Oshima Koichi (3) Universidade de Tóquio

Shibata Yuki Tokyo Kasei Kogyo Cc Ltd

Soda Makoto Sansho Seiyaku Co Ltd

Xu Za-Qi Sarawak Medichen Pharmaceut Inc

Ravin Michael MediChem Ufe Sciences Inc.

Hakamata Yusuke Lion Corp

Hattori Yukio Mikimoto Pharm. Co Ltd

Meybeck Alain LMVH Recherehe

Dumas Marc LMVH Recherehe

UnUn Sarawak Mediehen Pharmaeeut Ine

Miyahara Reiji (01) Universidade de Tóquio

Fukuda Minoru Shiseido Co Ltd

(1) Trabalha em parceria com a Empresa Shiseido Cc Ltd (dezenove depós"os).


(2) Trabalha em parceria com:
Nissan Chemicallnd. Ltd I Tsurui Yakuhin Kogyo KK (um depós"o).
Showa Shell Sekiyu KK (dois depósitos) .
Showa Shell Sekiyu KK e Skiraki Kimiyasu (dois depósitos) .
Mikimoto Pharm. Co Ltd (doze depósitos).
(3)Trabalha em parceria com:
Sansho Seiyaku Co Ltd e Sum"omo Forestry Cc Ltd (seis depós"os).
Sumitomo Forestry Co Ltd (nove depósitos) .
(4)Trabalha em parceria com a Empresa Shiseido Cc Ud (doze dep6s"os).
Fonte: Femandes. 2002 (Tese de doutoradO).
-
CAP/f~~". • GESTÃO DO CONHECIMENTO EM PlANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS 125

PLANTA X DETENTOR
Ase){ui r fimun se1ecionadas as empresas que apresentaram pelo menos cinco documen-
toS ahor<lando a mesma planta ou gênero.

Tabela 6.7 Plantas que Apresentam pelo Menos Cinco Documentos de Depósito de Patente

N° de doe. Nome da Planta Detentor (Empresa)

12 Mammea americana Sarawak Medichem Pharmaceut Inc

10 Melissa officinalis Noevir Co Ltd

8 Jaborandi Tsumura & Co (1)

8 Equisetum arvensis Shiseido Co Ltd

7 Muirapuama Taisho Pharm Co Ltd

7 Euphorbia Shiseido Co Ltd

6 Rosmarínus officinalis Noevir Co Ltd

6 Euphorbia KaoCorp

6 Euphorbia Procyon Pharmaceutical Inc

5 Tamarindus Shiseido Co Ltd

5 Simaba LVMH Recherche

5 Curcuma longa Kao Corp

5 Ambrosía Immunologic Pharm Corp

5 Amaranthus caudatus The Univ. of California

(1) Esta emprasa é detentora da patente de purificação da pilocarpina que é o prlncfpio ativo do colfrio para glau-
coma fabrtcado pela Merck.
Fonte: Femandes, 2002 (Tese de doutorado).

PATENTES ESTRANGEIRAS COM NOMES DE PLANTAS EM PORTUGUÊS


A~ Ihlhas de rosto dos documentos de patente que citam o nome vulgar de planta brasi-
leir<l '1\1 português ou indicam a planta como originária do Brasil, podem ser visualiza-
das na I1\bela ti8.
12&

Detentot N' da Pnor1d8de o.tacto


~
PIai .. -
LabotatOíres
Unlonl.ta
FR1~1 ~1Or"i8
Bom -
SerobtoIogtques
/tc:aQ1. ~ yaI,. da maa C«)o,
JP Q6.331347 O8fll/96 Cedro f'Ol(O. CoiIlaQo.,. ..
~ Mc:q"O. MuIaorarça.
liooCorp Pau amareto. Pau C1 an:o.
Pracwt)!l SUCI ~ Se 04lQ
arnareta
H;yc/) dO Pará. Manlpazn'Io,
JP 09-121672 2"~
LIonCorp ~. Sacaca. Ouna.
MurrrU1t

Uon Corp JP ~ 01/12JII7 Scotp4. Onsa. ~


p~

Mikimoto JP 622&4 VJfJ2H1 JaIoba


Phannacevt Co Ud
JP 236078 2OO9J88 MguIona dO BrasIl. "'''doroba 00
Shiseido Co ltd eras.
Shiseido Co Ud JP4&472 17102R7 CarQuep CBac' !'aIS Q81~)
Shiseido Co ltd J P70845 07!CfW7 Otapeu de cxuo. E.tva de páIúno
JP 88719 24/00f:T7 ~ Muorapuama Cpó CICM),
Shiseido Co Ud MeoIrasw /TIIStO
Shiseido Co Ud JP207248 16107/'P Graoo
Shiseido Co Ud JP 8571.6 1&mt98 ~

JP10324656 16111198 'Bac:chaJs 98J ~eIbdes mainty cf


Shisaido Co Ud Braz I an grow!h'
Shiseido Co Ud JP 1Q-.345728 04I12J96 ~dOBIasII

JP92620 25.U3I94 f>ata.Oe.vac:a, C8jUeIro, )atObQ.


SunáofyUd st.ma roxa.ar 9CO casca.
muIungu, pancama

TaishO PtIarmaCeUt JP~ 26112196 Murapuama que cresce na BaCIa


CoUd Amazónica 00 6rasal
JP 11..()73131 18103199 Muirapuama que cresce na Baoa
Taisho PI\arrTI8C8\J\ AmazOOca 00 BrasIl
CoUd
JP 08-302758 '''/11196 Muirapuama
Taisho~
CoUd
JP 10-293265 15110198 Munpuarna crescendo no . . do
Taisho f'harm8(leUt Rio Amazonas no 8t8
CoUd
(")fonIe:
ElIa.".uma W01973Al deIigI
0If'40 o BruiI. Ç()II\ dIiIII Oe cMi :.... Oll \~
di ~).
•• ICIeI. 2002 (T. .
CAPiTULO 6 • GESTÃO DO CONHECIMENTO EM PLANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS 127

6.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Considerando-se a grande diversidade vegetal do Brasil, o número de plantas que cons-
tituíram matéria de propriedade de direitos comerciais é relativamente baixo.
Os 111 depósitos feitos no INPI envolveram sete empresas e oito instituições públi-
cas de pesquisa brasileiras e vinte e cinco empresas e duas instituições de pesquisa es-
uangeiras. As empresas ou instituições de pesquisajaponesas não tiveram interesse em
depositar no Brasil.
Foi identificado que o Laboratório Remilea (FR) tem uma associação com a em-
presa Vitro Bio (FR). Ravi Shrivastava, Diretor Científico da Vitro Bio, é o inventor da PI
9714625 (BR) sendo que o Laboratório Remilea é o detentor deste pedido per com
prioridade francesa. A Vitro Bio é uma empresa incubada no Biopôle Clermont em Li-
magne, França, com interesses de propriedade de direitos comerciais no Brasil.
Na busca realizada nos quatro escritórios internacionais duas empresas brasileiras
apresentaram pedidos de depósito: o Laboratório Catarinense e o Instituto de Medici-
na Tropical de São Paulo. Conclui-se que não há interesse por parte das empresas brasi-
leiras em proteger suas formulações através de patentes, ou existe o desconhecimento
sobre propriedade intelectual.
A predominância de propriedade de direitos comerciais é maior na área de
cosméticos.
A Empresa Shiseido responde por 7% do patenteamento, todos tendo o Japão
como país de prioridade. A tendência verificada nos documentos do Escritório dos
Estados Unidos foi o índice bastante alto em cosmecêuticos, que atuam como cosméti-
cos e como medicamentos, pois a legislação neste País, para cosméticos, é bem mais
branda que a dos medicamentos. Na Europa, entretanto, a legislação de cosméticos é
bastante rígida,justificando o menor número de documentos de patente no EPO.
O resumo dos documentos de patente disponibilizado na folha de rosto mostra que
a maioria dos documentos não faz menção à parte da planta utilizada nas formulações.
O número bastante baixo de documentos associados à formulação de fármacos é
devido às plantas não possuírem, disponíveis em literatura científica, estudos farmaco-
lógicos in vivo para as atividades e a legislação ser bas~nte rigorosa para liberação da ad-
ministração destes fármacos em seres humanos. EXiste um movimento mundial para
que as plantas medicinais utilizadas em cosméticos tenham uma comprovação científi-
ca de sua eficácia.
A Aveda Corporation possui relacionamento com algumas comunidades indígenas
brasileiras. Na busca foram recuperados 3 documentos envolvendo a planta copruba:
US 5888251, WO 9955293, US 6045589, sendo que o depósito WO não apresenta o Brasil
como país designado. Nos três documentos a Aveda é a única detentora ficando explicita-
da a exclusão das comunidades Kaiowá-Guarani e Yawanawá-Katuk.ina da propriedade
dos direitos comerciais.
A Hoescht apresenta três documentos: US 4717727 (curare);JP 11236383 (casea-
ria) e US 6107335 (casearia). A Henkel, no depósito WO 9915145, designa o Brasil
com prioridade alemã, cita a planta Lawsonia. A Merck apresenta 4 depósitos: US
5508390; US 5256416 e EP 436690 (Acanthospermum hispidum) e a US 3713980 (Thevet·
hia peruviana).
PA"fENTEAMENTO & PROSPECÇÃO teCNOLÓGICA NO SETOR FAAMACtvrr-..
128
~

A I'. Ol"al t E~nk.ies da flora Ameaçadas de Extinção. publicada em 1!li'"


LISta la (e . r- - -"das d . . . ed'" . ""<:, ~
. ' 10- . . Dentre estas. esmo mc.ltu uas especles rn IcmaJs: uma rio C'
13C1on3 I espeocs- - . pj:/.. ' , ~,
·• ,hJ. --,_:.1- (amica) e a outra da Amazoma, w<.arpw mterrJfJhyUus ()aba
nld o. L~'mll0l"'om l7K""WJ I"o\!).
di-do<cn-ado). . .. . . .
, . 1. I
FOI poss.l\'(" IC en u'ficar
• -19 documentos nos quatro escnlonos mtemaclonai.
. . - " ~ Illl) A

no I!'\PI-BR que cif'.l\'al1l espécies consIderadas como em exunçao pela legi.,I~


brasileira. 7 I . d .• .
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r..sle estu o c onfil,na o que Almeida, '. 199 • conc
' . U1U a eXlslenCla de um elo .
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oo-econOlll1COCU ItUl-di
1qlle reúne Brasil •
Africa. ASla .
(exceLO Chma) •.•
e outros pai-.I..
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..·\Jllcnca Lat'na
)" .sob o u'tulo de regt'
. ões em desenvolVImento.
. . assoCIando mumera.~ ~f\Á
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Cles c I\'t"".,.).~'as "anlíll'as

de plantas medicinais brasIleIras com
•.
outras
. • .
tantas daquel" .....
""'"
·- . dicaçN,., de lISOS para tratamentos fitoteraplcos Identlcos.
gtoes com I\l • "" ~ . , ' " ,
Há um desconhecimento das potenCIalIdades das plantas medICInaIs brasileiras
Os produtos ol;undos desta biodiversidade. apresentam baixo valo,r agrega~o, repr~
zindo-se ;L'<Sim o u-adicional modelo extl'3UVO predador que leva a exaustao dos recur.
sos. sem a conu-apartida do desenvolvimento tecnológico brasileiro.
O Bl'3SiI é apontado como o possível segundo mercado mundial de cosméticos e
toalete no ano de 2010 (LAlRD, 2000).lsto pode ser um indicativo para as grandesern-
presas desenvolverem produtos que contenhanl plantas oriundas da biodiversidade
brasileira e. conseqüentemente, proteger'e m este mercado no Brasil.

6.5 REFERÊNCIAS
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:.:~.::.;,;.~IS:...:B:::.AASI~::.:l:.::EJfWI
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S:\ NTANt\. M . •'. E. () Pl'1fil da /I"JI~n "O Ilrau/.: 1"~I"""/()j./0:Il",,, f1llmll""ul"dústria,Hk 8;"J/h;MÚ>-
!(ia.. nissell;,~ ão de M C~lrado. EQI rRJ. 2004.
SOARES, D. Qunl""""/''''I '- J'-" p/mllil! t mJ(L1 ""d,ntUJu- Rio de JanC'iro: Editora PrO\=7.ano, 2000.
PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM
BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM
FÁRMACOS E MEDICAMENTOS

Ângela Cristina Pereira Ribeiro


Maria de Fátima Ebole de Santana
Adelaide Maria de Souza Antunes

INTRODUÇÃO
A Biotecnologia é uma das tecnologias portadoras de futuro que tem con tribuído com a
estruturação de novos sistemas econômico e social, a partir da manipulação das meno-
res estruturas que compõem os seres vivos. O termo Biotecnologia representa um conjun-
to de tecnologias habilitadoras que utilizam sistemas biológicos, organismos vivos ou
suas partes funcionantes, ou ainda seus derivados para a produção ou modificação de
produtos e processos para uso específico, bem como para gerar novos serviços de valor
agregado e alto impacto em diversos segmentos industriais.
A utilização desta Biotecnologia inovadora está promovendo uma verdadeira revolu-
ção no tratamento de doenças, no uso de novos medicamentos para aplicação humana
e animal, na multiplicação e reprodução de espécies vegetais e animais, no desenvolvi-
mento e melhoria de alimentos, na utilização sustentável da biodiversidade, na recupe-
ração e tratamento de resíduos, dentre outras áreas, com potencial cada vez maior de
inovações.
A evolução histórica da Biotecnologia pode ser dividida em três grandes períodos:
a Primeira Geração da Biotecnologia (data do início dos anos 2000 a.C. até o fim do sé-
culo XIX), a Segunda Geração da Biotecnologia (data do final do século XIX e até um
pouco mais da metade do século XX, aproximadamente até o final da década de 1960)
e a Terceira Geração da Biotecnologia (teve início na década de 1970 e prossegue até
esta nova década). Cada geração foi marcada por importantes acontecimentos ou des-
cobertas científicas que envolvem as Ciências Biológicas (SANTANA, 2004).
A Primeira Geração da Biotecnologia foi marcada pela arte de cmzar espécies de
p~antas e animais, pelo uso de leveduras e o desenvolvimento de técnicas de fermenta-
çao do pão e do álcool.
TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UTICO
132 PATENTEAMENTO & PROSPECÇ ÁO -

, s esforços sistemáticos da ciência


A St-gunda (A-raç:io da Biotecnologia vem com o , ) od
,' . , ' . ' - t'itels, por exemp o, para a pr u-
em ul1hzar nllCl'OOrgmllsmos que I)odtam ter aphcaçoes 'd l ' " 'd '
.._ . ' : ,, . ~, . ,, d arco desse peno o 101 a I enu-
4,;.\0 de vacmas, pemcllmas e antlblOtlCOS. Mas, o gran e m ) 'd' - da estnltura h
• -
Jlcaçao do DNA como material genético e. posteno ' nn ente a e UCI açao e-
, , - h d'ta"
. , )' a tranSmlSS<lO ere 1 na.
hCOldal do DNA e por mt'io da qual pa"-'lou-se a exp lear d B' ).
, , ) 'd mo a "Era a lotecno ogla
Ja a Terceira e última Geração, mais con leCI a co .' d b
~ S C'"
Mo d erna , • eus fatos revolucionaram a lenCla com o um todo deVIdo a esco erta
' .
de difusão e multiplicação de células tornando possível ~eprogramar,Il.l1C~oor?a~ls­
mos com características desejáveis, o que passou a ser de in teresse em vanas mdustnas
como a química, a fannacêutica, a de alimentos, entre outras,

7.1 PANORAMA DOS MERCADOS DE BIOTECNOLOGIA


FARMACÊUTICO/ MEDICAMENTOS
Há grande expectativa de que a Biotecnologia Moderna venha alterar as rotinas de ob-
tenção de inovações de grandes corporações como já se evidencia no setor fannacêuti-
co e principalmente a partir da elucidação do genoma humano em 2001 e também do
seqüenciamemo do DNA de muitos microorganismos de interesse industrial, A produ-
ção de novas vacina~ e fánnacos de base biotecnológica apresenta-se por muitos corno o
futuro promissor da indústria fannacêutica e de medicamentos,
O mercado mundial em tennos de faturamento de medicmnentos é estimado em
US$ 735 bilhões, estando o Brasil no 8° rankingmundial dentre os 10 maiores mercados
(IMS Jlea/lh, 2007).
Os países desenvolvidos respondem por cerca de 90% das exportações e mais de
~O% ?as imp?r~ções mun?i~is ~e produtos fannacê~ticos: As principais razões para
ISSO sao: relevancla do comercIo mtrafinna; recursos dlspol11veis para P&D e gastos ele-
vados com saúde por ~art~ d~ popul~ção desses, países (FEBRAFARMA, 2006).
Paralelamente,
, a mdusma da BiotecnolOgia vem crescendo ra pi'damente d es d e
1980, tendo maIS que dobrado seu faturamento mundial na décad d 90 d d
US$ 8 bilhões para US$ 20 bilhões (MASCARENHAS, 2001 apUd;~STP:~~U~;
2000). De acordo com CARVALHO (2004), o mercado mundial de Biote ' '.'
vimenta recursos estimados entre US$ 45 e US$ 80 bilhões por ano tra cn?logIaJa ~o­
dústria de valores expressivos, Apesar de o Brasil possuir um 'd ta pOIS de u~a 10-
termos de diversidade biológica, a sua indústria é considerad gran e bem ",latenal em
recursos em torno de US$ 500 milhões anuais (MASCAREN~quena mOVImentando
1,06% a 0,64% do mercado mundial. ,2001) , portanto entre
O gráfico 7.1 apresenta o crescimento do mercado gl bal '
do cm 2005 pela IMS Health Midas, o de Biotecnologia estima-
CAPi!ULO 7 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM FÁRMACOS... 133

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1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Ano
Gráfico 7.1 Evolução do Mercado Global de Biotecnologia, 2005.
Fonte: IMS Health MIDAS MAT, 2005.

No mercado mundial de Biotecnologia, estima-se que o principal país em tennos


de venda sejam os Estados Unidos com 83% do volume anual de vendas. em seguida a
União Européia com 13% e em terceiro a Ásia com 3%.

7.2 PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM BIOTECNOLOGIA E


FÁRMACOS UTILIZANDO PATENTES
A prospecção tecnológica é um dos ramos dos estudos prospectivos que busca
identificar as principais mudanças tecnológicas. em um horizonte temporal definido.
para mapear as oportunidades e perceber o risco envolvido na mudança do paradigma
tecnológico.
A Prospecção Tecnológica pode ser considerada como uma atividade estruturada.
através de métodos e abordagens pré-definidos, com a finalidade de identificar tecnolo-
gias e/ou diretrizes tecnológicas, que venham atender às demandas sociais e econômi-
cas do(s) grupo(s) de interesse. Se conduzida de fonna sistemática. contribui para a
construção de uma visão compartilhada do futuro e alcance dos impactos desejados
(BAHRUTH,2oo4).
A Biotecnologia tem sido destacada como tecnologia portadora do futuro e conse-
qüentemente. com alto componente de desenvolvimento econômÍco e social. em vários
países. principalmente nos últimos anos.
No que se refere à prospecção tecnológica, foram identificadas no estudo de
Antunes, Canongia et alii (2002). 8 tecnologias portadoras de futuro, por meio de bus-
cas em sites especializados disponíveis na Internet. em que 6 são apresentadas a seguir
PATENTEAA ENTO 3. PROSPECÇÃO TECNOlóGIcA NO $ETOR F~
134

po r tt' n"1ll imp.'\cto din"to em seres hlUnanOl' e "plicação em Saúde: ~fateriais Bioinler..
-
ti\"Os ( MU). Biônicos (B) , Gognitronic.t (C) , Genotipo (G), Ciência Combinatória
(CC), P\'\)(hl\';\O de ~lolêculas (r ~l ).
Na din: -:'\ 0, aind..\. de exemplos de prospecção que apontam a Biotecnologia
fomo 11'fI de linha e considerando as redes de conhecimento que impulsionam tais
aV'lll(Q"- podem-l'e f'CS."i< haros l't"suhadosobridos na pesquisa realizada na Françasobll:
as tecnologias de maior impacto no século x..'\.I, que contou lamo com a participação de
pt'S(luis;.\dore · como do gl<lnde público. Resultados colocam a Biotecnologia em desta-
que quer no que se rcfereà &uide (cura do câncer. elTadicação daAIDS, vacinas), quer
no setor de Enelgia fontes n"no\'\\1:'is e limpas) para transporte como combusúvel.
(l1'\ro CHl ~llE nplld Al' IT l'\ES, 200:?).
1'\0 que t.mge a aplicação da Biotecnologia como forte tendência em Saúde
pode-se citar que ..\S laçães nid..lS colocaram em evidência o potencial da Biolecnolo-
gi-l neste novo milênio, estando esta áI1:'a como suporte ao alcance dos objetivos deite
grupo at€ :!O 15. confonne Iil/m;",,,, Dt.'I.JtdI'f1/1ll'll.l Gools - MDGs, principalmente na re-
dução dos indices de mortalidade de doenças que ainda nos dias autais encontralTMe
sem cura, bem como na melhoria da qualidade de \ida.
Assim, o setor híbrido que \1:'111 se delineando combinando o setor Fannacêutico e
o da Biotecnologia demonsu<l a dinâmica e a interaçà.o cada vez mais presente nos dias
aluai .
llbos se <:ar.\ctenzam por intensa P&D e risco, com exigências de altos padrões
de qualidade. e as e trdtégias de mercado incluem ele,<-ado patenteamenLo e 11I.arketing.
além de serem fortemente regulados.. ot:a-se que as empresas deste setor híbrido, vêm
se aprox.imando, seja por twes colabot-ativas ou por fusões e aquisições: tendo como
marco compeH~ucia de alto tÚ'-cl em P&D, promO\1:'ndo estreito relacionamento com
mtl'1:'t'Sidades e centros de pesquisas.
Nest.\ direçào tem se const.\t.\do que as bigfannas tê m investido em P&D orienta-
das ao estudo da genômica. da pmteômica e dos trangênicos, principalmente nos últi-
mos 10 anos (Lollt,;\)', ~)()()-l). Sendo assim, a Biotecnologiajá C1iou mais de 200 novas le-
mpias e \:acinas, incluindo produtos para tratar câncer. diabetes, HIV/AIDS e doenças
alllo-imllnes. Atllahnente. segundo a Bioll'f'h,lOlog)' bllfllsh)! Orgrwi;..aliQn, existem mais de
400 produtos médicos biotecnológicos t>\ll testes clínicos para o.u<uamento de mais de
200 doenças, incluindo vários tipos de câncer. doença de Alzhetmer, doenças do cora-
ção. diabetes. t"SClerose múltipla, AIOS e atute. (BIOTECH, ~7).
Segundo Ulll estudo realizado por ANTU 'ES (2003) atravcs da busca na base de
dados ~fedline (reconhecida base de dados da área bionl~~ca). para os anos de 200 I e
2002. colTObot,;\a relevân ia dos artigos da área biotecno1oglC' \ conforme descrito anle-
rionnente. A t.\bela 7.1, apresenta os dados. d lvidos como verdad' ' .
f\s natentes siio consideradas pelos pafses esen",? enus tnstru-
• r . ' '~IO 'trueclda sobre O retomo tatu fi
roemos de desem.'Ohi menlo lecnologtro c \'!SaO I da
,'wro paten ,
te ofierec
caos d enn.'
o \lance-
iro roffiQd... produção que ntra\ do Inonopo 1 r~llantes,
~0 7 • PROSPEcçÃO TECNOLÓGICA EM BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM FÁRMACOS... 135
-
Tabela 7.1 Total de artigos na área de biotecnologia para os Anos 2001 92002

ooença Total de Artigos Artigos Associados à % Bio
Medllne Biotecnologia

oaenças cronicas 209.441 50.728 24


CardiovaSCUlares 95.810 17.421 18

Diabetes 12.556 2.678 21

Câncer 101.075 30.629 30

Doenças 84.145 14.510 17


Infedocontagiosas 20
31.919 6.335
VIfÓIiCaS
11 .359 1.675 15
Parasíticas 16
40.667 6.500
Bacterianas

Doenças 6.602 1.064 16


negligenciadas 22
2.026 440
Malária 21
733 152
l.eishmaniose 472 12
3.843
Tubefculose

Fonte: AI1Iunes. 2003.

A prospecção de patentes se baseia em dois pilares cujo conhecimento é impres-


cindível: as bases de dados e os campos selecionados. Existem várias bases de dados dis-
poníveis que diferem, principalmente, quanto ã abrangência geográfica e às formas de
busca de patentes. Quando se trata da prospecção, os dados do documento de patentes
são os campos que podem ser utilizados na base de dados.
O objetivo deste capítulo é prospectar em patentes o setor farmacêutico e a biotec-
nologia, através da utilização de quatro bases de patentes.

7.3 DOCUMENTO DE PATENTES, CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL


E BASE DE PATENTES
Antes de apresentar o estudo de caso é importante levar em consideração alguns
fatores.
O documento de patente é composto por dados dentre os quais a WIPO - World
lnúllectual Property Organization considera fundamentais, como:
• Identificação do Documento.
• Número do Documento.
• Designação do tipo de documento (pedido, patente. etc.).
• Data de depósito do pedido.
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UTI~
136

• OUtraS datas, incluindo a de depósito das especificações completas após especifi-


cações provisórias ou data de exibição pública.
• Dados de prioridade.
• Código de duas letraS para a representa~ão de ~aíses e outraS e.ntidad~s e o~nÍ7.a-
ções internacionais que emitam ou regtstram utulos de propnedade mdustnal.
• Informação técnica.
• Classificação internacional de patente.
• Título da invenção.
• Referência a outros documentos de patentes nacionais legais ou processualmen_
te relacionados, incluindo pedidos não publicados.
• Identificação das partes relacionadas com o documento.
• Identificação de dados relacionados a convenções internacionais além da Con-
venção de Paris.

7.4 CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE PATENTES


A Classificação Internacional de Patentes é essencial, quando usada corretamente, pois
oferece um critério objetivo para acessar documentos relevantes.
O sistema da Classificação Internacional de Patentes resultou dos esforços conjun-
tos de órgãos de propriedade industrial de numerosos países. A base para esse esforço
cooperativo foi um tratado internacional multilateral, a "Convenção Européia para a
Classificação Internacional de Patentes de Invenções", celebrado em 1954.
Esta classificação é vista como uma ferramenta de busca organizada de informa-
ções tecnológicas, investigação do desenvolvimento e conhecimento das tendências de
propriedade industrial.
A atualização da classificação é feita a cada 5 anos e é realizada por uma comissão
de peritos que se reúne periodicamente para avaliar o sistema e aperfeiçoá-lo, conside-
rando, principalmente, os avanços tecnológicos.
A Classificação Internacional de Patentes divide a técnica em setores principais,
contando, a atual revisão (& edição), com aproximadamente 70.000 subdivisões. Os 8
(oito) se tores principais são denominados de seções, a saber:
Seção A - Necessidades Humanas.
Seção B - Operações de Processamento; Transporte.
Seção C - Química e Metalurgia.
Seção D - Têxteis e Papel.
Seção E - Construções Fixas.
- F E Mecânica / Iluminação / Aquecimento.
S eçao - ng.
Seção G - Física.
Seção H - Eletricidade.
~tVlO '1
- • PROSPECçAO TECNOLÓGICA EM BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM FÁRMACOS...
137

A;; Sl'(ÚeS s;,,\O rlividirlas em slIbseções. ClUOS títulos antecedem as classes.


Exemplo: eçào A - Necessidades Humanas .

• Snl~l~ções
• Agricultura.
• Produtos alimentícios/Tabaco.
• Artigo para uso pessoal ou doméstico.
• Saúde e Recreação.
As classes, por sua vez, sào compostas por dois dígitos numéricos, dispostos após os
ótulos das subseções.
Exemplo: A61 - Ciência médica e veterinária e Higiene

As classes sào divididas em subclasses, identificadas por um símbolo (letra) coloca-


do apôs o ntunero da classe.
E.'templo: A 61 B Diagnóstico; Cirurgia; Identificação

As subclasses possuem subdivisões, compostas por símbolo numérico colocado de-


pois do símbolo da seção, do símbolo da classe e do símbolo da subclasse. A hierarquia é
representada pelo número de pontos que sucedem as subclasses.
Exemplo: C / OO GRUPO PRINCIPAL.
C/02 • SUBGRUPO DE NÍVEL L
C/04 •• SUBGRUPO DE NÍVEL 2.
E..~emplo: A61 K 6/00 - Preparações para odontologia
A61 K 6/02 - Uso de preparações para dentes artificiais, para obturar ou
para o capeamento de dentes.
A6lK 6/027 - Uso de elementos não-metálicos ou seus compostos, por
exemplo, carbono.

BASES DE PATENTES
Para identificar as principais tendências relacionadas aos temas a serem prospectados
tom<Hie necessária escolha de bases de patentes de forma a abranger, geográfica e estra-
tegicamente, os maiores centroS de patenteamento. A seguir, veremos uma descrição
breve de cada base:

BASE DO ESCRITÓRIO EUROPEU DE PATENTES (ESPACENET)


SPACENET pertence ao Escritório de Patente Europeu (EPO) e possibilita busca de pa-
tentes publicadas em vários países, bem ~omo a bu.sc~ no mundo, sendo esta a mais
abrangente. Seu conteúdo contempla mais de 60 mühoes de patentes de todo o mun-
do, com período de abrangência a partir de 1836.

UNrrEO STATES PATENT ANO TRAOEMARK OFFICE (USPTO)


Esçt. base pertence ao Departamento de Comércio Americano Cltio papel é coletar pa-
&enteS para proleção dos inventores e registrar trademarils. O USPTO coopera com o
138 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓOICA NO 6fITOA fl'AA!1~'fCl

Selaelone uma dlll .felll geDQr_b,


psra fjffjtuar a p8Iqul ••
1. 0 . . . . . . O mecanismo "te cnnfiC/l/reoQ
automaticamente para Wor/cJwldll

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Figura 7.1 Visualização de busca avançada da ESPACENET.


Fonte:Elaboração Própria.

Escritório de Patente Europeu (EPO) e o Escritório de Patente dOJapão (11'0) confor-


me aos acordos trilaterais. O USPTO é também um escritório de recepção, lima Auwrí.
dade Internadonal de Busca e da Examinação Preliminar para as aplí~õclI de patente
internacionais arquivadas de acordo com o Tratado da Cooperação da PaI "H.C.
A base possui mais de 7 milhões de patentes, com período de a '>nln~ênda deliCie
1790. De acordo com a figura 7.2 a busca pode ser feita utiIí7.ando:
• Issued Patents (PatFf): Base das patentes americanas concedidas. Apn:lU!ur.a /.eX-
tos completos de patentes desde 1976 e imagem completa de pate m II C!" p erio-
do en tre 1790 e 1976.
• Published Applicatúms (AppIT): Base de. pedi~()s de paten tes. AprclI'lHa t:exf.O
completo de pedidos de patentes a partJr de 2001.
CAPITULO 7 • PAOSPEC Ao T eNOlÓGICA M /;JIOTFCNOl.OOIA COM roca CM O.fUAACOliL
13t

o HHIl õ!ft to;t ~lt o~ " llt Qllt h lHl Jrl'Hh' III AIH ""U,
113U,1) (lll., II~MI hdP;-h Pi\Q ilr.U.H·~ fjuul •• f.lll ' ,Ht. . .J,,,,'jj~

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• Ad\I."ced S..rch I • ,y,._d ..,,,tII
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1IM.v.,........
• $mlUl & Evtnl HllfOfV'
• OIl1ba .. Con.. nl'
.Holp fi,.. I Base de patontes concodld81
I
~ ..."v..",..".,. ..................
1....... U_HlfIMy/
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a"M de P!)(lÍÓOf de pWJrrtM
(oopótrto.,
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Inlormatlon Appllclb.. to Botll Oltlbi... lI.tetH UII'TO "McH
tmportllnl N011atl .nd Pollcl .. .. PUM". ,...dl
How to Acce ... nd VI.w Full "IDI Iml""
Ptobl."" U.lng 1M OetabOM.7.
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Figura 7.2 Opções de seleçAo da base USPTO.


Fonte: Elaboração Próprta através do s/ta USPTO.

Na figUrei 7.3 é dest:\cada a "1I~ca na ba'IC de pedidO!! de patentes (PuhlirhedApt'/icar


tirms). Diferent.e da ESPACENET é necc~sário digitar a identificação do campo I acom-
panhada de uma harra de scpara~'ã() (/), K'ltá di.'lponívcl tamhém a tabela com O!Icódi-
gos dos campos que podem ser utilil'.adOll, Alravés da tabela. pode-8e acessara, fo~e
exemplos de busca.

, o. ca m't'OI pn·.. ·I1" •• II ... dílf'r"'If". ha,u'. de d,,,J,,,, .,1(, rl'r"rentC8 .... lnforma('...x .• contídaos no doeu-
ns~'II (J ( \I ,"" e lll<' 1"lr" a , , ' U ('"-,U II ,a I I4t Ve ~"r 1"('1 la "Jc lunna a ('untcrnpJ:ar o rrnbdm() dC' ín-
f . . ~ ., , " prollll,,·c'(.:HfJ.
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,·c""l.'iio â c(JnJ p;J'lIúlí,ladc cum <1 "'ma c ã exclu.• ;;o de documcnlO<ll
140 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~l1TlCO

US PATENT Se TRADEMARK OFFICE


-
-, ..
D ... T ........ ~

i. M'"".
P"'TENT Al'PUC ... TION FULL nXT "'NO ...... Olt

- ,e'!: ' fig,


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Dota ounel t~roqll ~.,_"'r ll, 2007.

( ~~._o_-
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» Dnoosou n.>.1 COl05,n / ~l Eumple:tdMMleottM)TIq•••dltO.(..... .,n.1'eaII$)
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5tiocIv.... 1Bda1
1- ~
1"-" I
I- I

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Tabela dos
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lI»i "...... I>1 t!n tiiltIi N im$:
P'D o... IC ÚIYmI!!:~.
dos campos TIL

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iii< IS Lovmor St.1te
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ICN
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lDvt1II:or Comtr;
GO\'UU11enI tatreSl
SPEC AN Assi~Xame
cc. L.. CW........ AC As~Cgy
la. AS às~Im~Stue
APT ~rv.. .'CN ASmttu--my
iAPN . . "........ JCIl Pre-GnmPubicatiogDogmmr Kmd Code
iAPD
PItlll
•• RUI' R!à!~~~I2i!!!
PCT PCT lnfOlllUtiop

Figura 7.3 Visualização de busca avançada da base americana USPTO.


Fonte: Elaboração Própria através do site USPTO.

INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INTELECTUAL (lNPI)


Esta base está vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte-
rior (MDIC) do Brasil.
Estão disponíveis 50 mil regisr:os ~ibliográficos e resumo~ dos pedidos publicados
no Brasil desde 1992. sendo a atualizaçao da base semanal. O utulo, o resumo e o n
do inventor serão divulgados apos , a fase d e SlgI
"1 o d o pe.did o de patente. A figuraome
7.4
ilustra a página de acesso à base onde podem ser escolhIdos os campos para busca.
~o 1 • PROSPECÇAO TECNOlÓGICA EM BIOTECNOlOGIA COM FOCO EM FÁRMACOS...
- 141

(PI! t~". ao.. _ I "'t~ .... _1lIIMnIIM 1......7)

Fcrnf!(;I."...dwwes de PtSQIiM ': j ' . ~ . . . . . . . . -4 t 11 'ln i fi L


h ~IOSA"YAllÇllDl\

Figura 7.4 Visualização da pesquisa na base brasileira INPI.


Fonte: Elaboração Própria através do site do INPI

DERWENT INNOVATlON INDEX


Esta base pertencente a Thomson Scientific Solution com mais de 10 milhões de inven-
ções e 20 milhões de patentes tem sido registrados desde 1963, oferecendo uma gama
de invenções no mercado mundial. Esta tem acesso pago.
A Derwtml é uma felTamema da pesquisa que oferece o acesso via I l1lemet aos regis-
tros da patente com links para patentes e artigos citados e origens de dados da patente
completa. Ela compreende registros da patente da lJerwt.l1t H'Qrld Palmts Indexe da Der-
tlim Patents Citation lrulex. A figura 7.5 apresenta a má..'iCara da busca avançada.
SPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~~
PATENTEAMENT O & PRO ~

Identificaçao
dos campOs

Figure 7.5 Visualização de busca avançada da DelWent Innovation Index.


Fonte: Elab0t8çào própria através dos/te DERWENT.

7.5 PROSPECÇÃO NAS BASES DE PATENTES SOBRE O SETOR


FARMACÊUTICO ASSOCIADO À BIOTECNOLOGIA
As ba~es de dados e os campos de busca foram utilizados para prospecção de patentes li-
gadas a fánnacos/ medicamentos e biotecnologia, fazendo a sinergia entre eles.
A seleção de campos para busca das patentes relacionadas à Biotecnologia e Fár-
macos/ Medicamentos foi feita priorizando a Classificaçào Internacional de Patentes e
as palavras-chave no titulo e no resumo.
Assim. relativo às classes/subclasses para estudo tem~e para:
• Fánnacos/Medicamentos
C07: Química Orgânica (fármacos)
A61 K: Preparações para Finalidades Médicas, Odontológicas ou Higiêni-
cas (formulações. ou seja. medicamentos)
• Biotecnologia
C12M: Aparelhos para Enzimologia ou Microbiologia
C12N: Microorganismos ou Enzimas; suas Composições
C12P: Processos de Fermentação ou Processos que utilizem enzimas para
sintetizar wna composição ou composto qlÚrniCO desejado ou para sepa-
rar isômeros óticos de uma mistura racêmica.
-
CAPlrOl O1
• PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM FÁRMACOS

5.1 ESTRATÉGIAS DE BUSCA NA ESPACENET


...
143

~~rabelas 7.2 a 7.4 apresentam a identificação e a descrição dos campos utilizado~. os re-
Irados de cada ano (entre 2005 e 2007) e o número total de patentes relacionada~. res-
SUctivarnente,
pe somente
. a fánnacos/medicamentos; somenle à Biotecnologia e aos dois
temas, concomitantemente.

Tabela 7.2 Patentes ligadas somente a fármacos/ medicamentos entre .2oo~ e 2007. Campos
Utilizados: Classificação Internacional de Patentes (IPC) e Data de pubhcaçao

Campo Estratégia Descrição 2005 2006 2007 Total de


Patentes
(2005 A 2007)

A61K Preparação para >100.000 >100.000 42.633 >242.633


Finalidades
Médicas.
Odontológicas
ou Higiênicas
Classificação
C07 Química Orgânica >100.000 95.843 32.242 >228.085
Internacional
de Patentes A61Kand C07 Preparação para 65.981 50.871 18.620 135.472
Finalidades
Médicas.
Odontológicas
ou Higiênicas e
Química Orgânica

Fonte: Base ESPACENET.

Tabela 7.3 Patentes ligadas somente à Biotecnologia entre 2005 e 2007. Campos utilizados:
Classificação Internacional de Patentes (IPC) . Palavra(s)-chave no título ou no resumo e Data de
publicação

Campo Estratégia Descrição 2005 2006 2007 Total de


Patentes
(2005 A 2007)
C12M Aparelhos para 5.612 4.883 1.883 12.378
Enzimologia ou
Microbiologia

C12N Microorganismos 43.752 36.234 12.246 92.232


ou Enzimas
Classificação
Internacional de C12P Fermentação 17.187 14.067 4.863 36.117
Patentes
IPC: C12M or Aparelhos para 53.285 44.147 15.275
C12N orC12P 112.707
Enzimologia ou
Microbiologia ou
Microorganismos
ou Enzimas ou
Fermentação
• O TECNOLOGICA NO SElOR FARt.Mcttrr
144 PATENTEAMENTO & PROSPECÇA . ~

. . te 2005 e 2007. Campos Ulilizad<>lr.


Tabela 7.3 Patentes ligadas somente à Biotecnologia en~ no título ou no resumo e Data ó&
Classificação Internacional de Patentes (IPC), Palavra(s) ave
pu bl'IcaçaO

Campo
- (contmuaçao)
' -

Estratégia DescriçãO 2005 2006 2007 Tota/c.


Pat.....
-
(2005 A 2007)

587 489 106 1.182


Palavra(s)-chave BIOTECH* Biotecnologia
no título ou
resumo

Classificação (Aparelhos para


Internacional de Enzimologia ou
Patentes (C12M or Microbiologia ou
Microorganismos 405 316 63 784
C12N ar C12P)
Palavra(s)-chave and BIOTECH* ou Enzimas ou
no título ou Fermentação) e
resumo Biotecnologia

Fonte: Base ESPACENET.

Tabela 7.4 Patentes de fármacos! medicamentos ligadas à Biotecnologia. Campos utilizados:


Classificação Internacional de Patentes (IPC), Palavra(s)-chave no título ou no resumo e Data de
publicação

Campo Estratégia Desc:rição 2005 2006 2007 Total de


Patentes
(2005 A 2007)

A61Kand C07 Preparação para 180 91 21 292


and C12M Finalidades Médicas.
Odontológicas ou
Higiênicas e Química
Orgânica e Aparelhos
para Enzimologia ou
Microbiologia

A61Kand C07 Preparação para 13.765 9.857 3.274 26.896


Classificação and C12N Finalidades Médicas.
Internacional Odontológicas ou
dePatentes Higiênicas e Química
Orgânica E
Microorganismos ou
Enzimas

A61Kand C07 Preparação para 5.531 4.668 1.631 11 .830


and C12P Finalidades Médicas,
Odontológicas ou
Higiênicas e Química
Orgânica e Fermentação
('~O 7 • pRQSPEC O TECNOLÓGICA M BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM FÁRMACOS,.. 145

f1b1111.4 Patentes de fárm


cosi medicamentos ligadas à Biotecnologia, Campos utilizados:
~ Intem clonai de P tentes (IPC), Palavra(S)"cheve no titulo ou no resumo e Data de
~ (con/l'nuação)
..
CIft'PO E'ITI"o11 Dllorll/lo 20011 2006 2001 Tatll de
patent..
(2005 A 2007)

(;I8SSificaçAo Prep ração pare


~I Finalidades Médicas,
dePatootes (AS1Kand Odontológicas ou
C07) and Higiénicas e Oulmlca
Palavm(s)· 48 36 6 90
Orgânica II Blot cnologla
BIOTECH"
àlaveno
UIuIoou
rewno
Rlnte: Base ESPACENET.

7.5.2 ESTRATÉGIA DE BUSCA NA BASE USPTO


Nesta base. foram uüli7.arlos os sC'g\limcs campos:
l e1.: C)assiHcaçRo lnt m adonal de Patentes.
TrL: n ll ' (;a 11 0 título ela pat n tc.
AB..'\T: Bus t\ no I sumo ela patente.
pt): Data dto aplicação da pat(~ nt · .
ASt/-.'1lir.lIíl talx'las 7.5 a 7.7 mOSlr:.un
a eSl.nltégia c () número de pate ntes encon tra-
das no pt'liodo e ntn" () 1/ 01 /2001') 02/05/2007, respectivamente. para fánnacos/m e-
di('l\ml'nto.~; p.'\r:\ hioll!l:nologia concomitanlC'1n ' ntc para fármacos/ med icamentos e
biolt'<'nolobrill .

Tl bela 7.5 Patentes 119 d s somente a fármacos! medicamentos. Campos utilizados:


Classificação InternaCional de Patentes (ICL) e Data de aplicação (APD)
c.mpo E'ITI~II Oe,crlçlo Total de Patente,
(2005 A 2001)

AP
~ 1K$ ANO
'01 .>20()'70502
p~r8r.~ P.811l
F~nOlld de.
M c:n H tlgntol gleas ou
22.897
gl nloas
CIasslftcaÇl\o
InlllmaciQhat de Qulmloa OrgAnloa 2.091
Patlll'ltes ~7$ ANO
'01·>20070502
tCL
ICUC07$ "f0 IClJA61K$ PMI~11lr.Mr' Fln~lIdadea 384
. o 101 6go SOu
Hlgi nlclls e U~Tlloa Org nica
NO
A.POi2OOSO 101» 20070502

=
Fonte. Base USPTO.
~ 60 Ilunoa""-,,lO UMcIo neetl bIn ptll1l buaoIi utiliza, todos oe grupoa e eul'lgrupoe di subcIasae
...... ~tmplo. A6'K.
, PATEN~AMENTO & ~OSPECçAO r ECNOl.óGICA NO SElOR FAAMACt~
-
TIb,'. ·U ~ ligadGS somon\$À Biotecnologl . C mpos Utilizados: ClasslflceçAo
lnternaaoMI Pa (ICL). TlruIO d8 patente (lTL). Resumo da patente (ABSl) e Data de
tIIl.'!IIOIIIQjIlo (APO)
.

c.'PO Estra~ o.lcrlçAo Tota' de Patente,


(2005 A 2007)

1CUC12M$ ANO Aparelhos para 1.301


AP0!20050101- >20070502 Enzlmolo~ia ou
Mlcrobio ogia

ICUCl 2N$ ANO Microorganismos ou 5.564


APOI2OO50101->20070502 enzimas

ICUC12P$ ANO Processos de 3.669


APOI2OO50101->20070502 Fermentaçâo ou
Processos que utilizem
enzimas para sintetizar
uma composição ou
composto qUI mico
Oe! sit ação desejado ou para separar
lntemaàoOaI de isómeros 6ticos de uma
Patentes mistura racêmica
(lClJC12M$ OR IClJC12N$ Aparelhos para 8.791
OR IClJCI2P$~NO Enzimologla ou
APOI2OO50101-> 70502 Microbiologia ou
Microorganismos ou
Enzimes ou Processos de
Fermentação ou
Processos que utilizem
enzimas para sintetizar
uma composi:rn0 ou
composto qu mico
desejado ou para separar
isómeros 6ticos de uma
mistura racêmica
Titulo (TTlIBIOTECH$ OR Biotecnologia
ABSTIBIOTECH$) ANO 51
Resumo APOI2OO50101 ->20070502

as ssificação (lClJC12M$ OR IClJC12N$ Aparelhos para 9.996


tntemacioll8l de OR ICIJC12P$) OR Enzimologia ou
Pateiltes (TTlIBIOTECH$ OR Microbiologia ou
ABSTIBIOTECH$) ANO Microorganismos ou
TItulo APO/20050101->20070502 Enzimas ou Processos de
Fermentação ou
Resumo Processos que utilizem
enzimas para sintetizar
uma composição ou
composto qUlmico
desejado ou para separar
isómeros 6ticos de uma
mistura racêmica ou
Biotecnologia

Foote: a- USPTO.
• 147

-
~ Estratégia Descrição Total de Patentes
(2005 A 2007)

• (tCL ~ (~ANDICUA61KS) Preparação para 4


, :o (TIL'SIOTECH$ OR FanaIidades Médicas,
ASSTiBK>TECHS OR Odontológicas OU
~l 2S) ANO Higiénicas e Química
Qassf cação
APO;'200501 01 -> 20070502 Orgânica e Biotecnologia
~ a llacion2i de
Patat es (1Ct.JOl1S ANO 1CUA61KS) Preparação para O
TO*> O (TTLIBIOTECHS OR FnaIidades Médicas.
ABST2~TECHS) ANO Odontológ1cas ou
Resumo Higiénicas e Química
Am"200501 01-> 20070502
Orgànica e Aparelhos
para EnzimoIogia ou
Microbdogia

(IClIC07$ ANO 1ClJA61 K$ Preparação para O


ANO JCl.K;t2S) ANO FIIlaJidades Médicas,
Af>D/2.{Y;:B)10t-> 20070502 OdonloJógicas ou
Oassaic ~ Higiênicas e Quú nica
• m nacional de Orgânica e (Aparelhos
PalEnIes para Enzimologia ou
Microbiologia ou
Biotecnologia)

FonIe: Base USPTO.

o gmpo de patentes de interseção das tabelas 7.5 a 7.7 são destacados na tabela 7.8.
SPECÇÂO TECNOLÓGICA NO SETOR FARM~
PATENTEAMENTO & PRO "
148
t das Campos utilizados: Classiflcação
Tabela 7.8 Grupo de patentes de Inters8Ç o resg~L) Àesumo da patente (ABSn e Data de
Internacional de Patentes (ICL), Titulo da patente '
aplicação (APO) Total de
...
Oescrlçáo
Estratégia Pelent"
Campo
(2005 A 2007)

Preparação para Finalidades 384


Classificação ICUC07$ ANO ICUA61 K$ Médicas, Odontol6gicas o~
Internacional ANO Higiênicas e Oulmica Orgânica
de Patentes APOI2OO50101->20010502 e MlcroorganlsmOs ou
Enzimas
(preparação para Finalidades 9996
Título (ICUC12M$ OR ICUC12N$
OR ICUC12P$) OR Médicas, Odontol6Prlcas ou
Resumo Hlgiênlcas e Ou mica
~IOTECH$OR
A T/BIOTECH$) ANO Orgânica) e (Mlcroorganlsmos
APOl2OO501 01-> 20070502 ou Enzimas ou biotecnologia)
(Preparação para Finalidades 4
Classificação (ICUC07$ ANO ICUA61 K$)
Internacional ANO WtUBIOTECH$ OR Médicas, OdontolóPricas ou
de Patentes . AB T/BIOTECH$ OR Higiênlcas e Qu mica
ICUCI2S) ANO Orgânica) e (Processos de
APOI2OO50101->2oo70502 Fermentação ou Processos
que utilizem enzimas para
sintetizar uma composição ou
composto qulmico desejado
ou para separar isOmeros
6ticos de uma mistura
racêmlca)
Fonle: Base USPTO.

7.5.3 ESTRATÉGIA DE BUSCAS NA USPTO


A basC( ~Illplericana.,além ~de,pos..,ibili,-:"r a h.\lsea pela Classilkação Internacional de Pa-
tente C )0 poSSUI, um_ co 11(0 pr6pnoollS ' .
Cla.-;..,il1cation o \1 a ar
ao q\l'·
'
, ,- é'ft'lla
' I'Icaçao ' no
momento da publtedçao. K"SC campo mdm da!\Sc e s\lhclasse. .
I>-.ara ilusu-ar o uso da elas! ificaçào amcl;cana, foram cnCOnll".\d ·;1$ as' c 1aSSt:s c su Ir
classes:

BIOTECNOLOGIA
Classe 435: Química. Biologia Mole ular e Microbiologia.
Subclasse 41: Microorganismos, cultura de célula d tccl'd o ou (On7:lma
.
para sintetizar um composto químico desejado Oll composição.

MEDICAMENTOS
Classe 024 Equipamentos Médico e Laboratorial.
Subclasse 100: Produto Fannacêutico.
A tabela 7.9 apresenta os resultados obtidO-'\ utilimndo i\ cta..-;..,ificaçim anl('I;cana.
CAPiTULO 7 • PROSPECÇÃO TECNOlÓGICA EM BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM FÁRMACOS ...
149

Tabela 7.9 Patentes encontradas de fármacos/ medicamentos ligadas à Biotecnologia a partir do


código americano. Campos utilizados: Classificação Americana Atual - Classe/ Subclasse (CCl) e
Data de aplicação (APD)

Campo Estratégia Descrição Total de


Patentes
(2005 A 2007)
CCU435$ Química: Biologia Molecular 15463
and e Microbiologia
APD/200501 01 -> 20071231
CCU435/41 Microorganismos, cultura 45
and de célula de tecido ou
APD/20050101->2oo71231 enzima para sintetizar um
composto qlJímico
desejado ou composição
CCUD24$ Equipamento Médico e 1
and Laboratorial
APD/2oo50101->2oo71231
CCUD24/1oo Produto Farmacêutico O
and
APD/2oo50101->2oo71231
CCU435$ and CCUD24$ Qufmica: Biologia Molecular O
and e Microbiologia e
Classificação APD/20050101->2oo71231 Equipamento Médico e
Americana Atual - Laboratorial
Classe/ Subclasse
CCU435/41 and CCUD24$ Microorganismos, cultura O
and de célula de tecido ou
APD/2oo501 01->20071231 enzima para sintetizar um
composto químico
desejado ou composição e
Equipamento Médico e
Laboratorial
CCU435$ Química: Biologia Molecular O
and e Microbiologia e Produto
CCUD24/100 Farmacêutico
and
APD/20050101->2oo71231
CCU435/41 Microorganismos, cultura O
and de célula de tecido ou
CCUD24/1oo enzima para sintetizar um
and composto qulmico
APD/20050101->2oo71231 desejado ou composição e
Produto Farmacêutico
Fonte: Base usPro

códig~~acor~o com os resultados da tabela 7.9, é nítida a necessidade de disseminação do


hOje regis:o da USPTO. A dificuldade está na classificação de todas as patentes até
lo. na base e na concordância da classificação e ao que a patente se refere.
150
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLOOICA NO SETOR FARMACêvnca
--
7.5.4 ESTRATÉGIA DE BUSCA NA BASE DO INPI
Nesta base. assim como na ESPACENET. foram utilizados. além dos códigos da classiJl.
caçào internacional. propostos inicialmente, códigos mais específi~o~. Vale r~tar.
que essa base possibilita a obtenção de patentes tanto na data de depOSito no Pats quan-
to na data de pliOlidade, isto é. data do primeiro depósito no mundo.
A data de depósito é a data registrada no ato do Protocolo, do depósito de pedido
de Patente nacional ou data de depósito registrada no país de origem do depósito de
pedido PCT. Pode-se especificar um período de datas do seu interesse na pesquisa O
fOrn\Rto da data deverá ser especificado como dia, mês e ano (dd/mm/aaaa).
A data da prioridade está relacionada aos casos que tenha sido reivindicada priori-
dade de depósito estrangeiro. As recome ndações de busca são as mesmas da data de
depósito.
~.ta~la 7.10 apresenta as estratégias usadas nesta base, ressaltando a diferença
na uulizaçao do campo de data de depósito e de data de prioridade.

T~beIa 7.10 Patentes encontradas na Base do INPI referentes à data de depósito e à data de
prioridade entre 01101 /2005 e 31/05/2007, Campos utilizados: Classificaça'o data de depósit'o e
~de~~ .

Data de Data de
Depósito Prioridade
Identificação do
Campo na Base Estratégia Descrição Total de Total de
Patentes Patentes
(2005 A 2007) (2005 A 2007)
A61K Preparação fcara 472 9
Finalidades M dicas
Odontológicas ou •
Higiênicas
C07 Química orgânica 208 12
C12M Aparelhos para 7 O
enzimologia ou
Microbiologia

C12N Microorganismos ou 47 5
enzimas; suas
Composições
Classificação
C12P Processos de 30 2
fermentação ou
processos que utilizem
enzimas para sintetizar
uma composição ou
composto qUlmico
desejado ou para separar
isõmeros éticos de uma
mistura racêmica
Preparações medicinais 4 O
A61K31/OO
contendo Ingredientes
Atil/OS Orgânicos
CAPITULO 1 • PROSPECÇÃO TECNOLóGICA EM BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM fM»&COS
- 151

Tebela 7.10 Patentes encontradas na Base do INPI referentes à data de dep6sM e à data de
priOridade entre 01/01/2005 e 31/05/2007. Campos utilízados: Classificação, data de depóst.o e
data de prioridade (continuação)

Data de Data de
Depósito ~

Identificação do
campo na Base Estratégia Descrição Total de Total de
Patentes p , I !5

(2005 A 2007) (2005A2007t


A61K36/oo Preparações medicinais 4 O
contendo materiais
de constituição
Indeterminadas derivados
de algas. líquens. fungos
ou plantas. ou derivados
dos mesmos. por
exemplo. medicamentos
tradicionais à base
de ervas

Classificação A61K38/oo Preparações medicinais 2 O


contendo peptídeos
A61K39/00 Preparações medicinais 7 1
contendo antígenos
ou anticorpos
A61K48/00 Preparações medicinais 2 O
contendo material
genético o qual é inserido
nas células dos corpos
vivos para tratar
doenças genéticas
Fonte: Base INPI.

7.5.5 ESTRATÉGIA DE BUSCA-BASE DERWENT INNOVATlON INDEX


A pesquisa nesta base foi feita a partir do Código Internacional de Patentes e de pala-
vras-chave buscadas no titulo e no resumo. num período de indexação da base e ntre os
anos de 2005 e 2007.
Nesta base, a busca foi feita utili7..ando os seguintes campos:
• IP: lnternational Patent Classification Code (Código Internacional de Qassifi<:a:
ção de Patentes).
• TS: Topic (palavras-chave presentes no titulo e/ou resumo) ,
• Data de publicação da patente.
152 PATENTEAM NTO & PROSPECÇAO TECNOU')(jI~A NO

. A estratégia cie busca inicial/oi fdla a rarlir de rruta r{l/lI/{o ~(·p'\I(ulalllt· IIIf'. TlllhI
posteriol'junçào dos assuntos de intert's~c. Isso é v:illdo quando pan Nalwl' " 11th" f()rir
patel1les de um gmpo cspecífi '0 cm relaçúo no total.
. Nesse caso, podL'''.se relacionar o nümero de ral entes do hl(lI('('IlOlog-iu 111(1111113 a
fannacos com o número tolal de patenles em hiOlt·cllolo/{ia.
As tabelas 7.11 a 7.13 apl'csenlmn a~ cSlraléhrjas c os resllhlldo~ 1lt'lIl a h'L~t· dt: Il;lIr lll" ,

Tabela 7.11 Patentes ligadas somente a fármacos/ medlcamanlos. Campos ~,tllI%adoa : CÓdigo
Internacional de Classificação de Patentes (IP) e dala de publicação da pahmte

Campo Eatratégla O.acrlçAo Total dt


Paton'tI
(2005 A 2007)

IP ... A61K* Preparaçêo para Finalidades 84.678


Médicas, Odontológicas ou
Higiénicas
Código Internacional
de Classificação de IP· CD7· Ouimlca Orgânica 150.933
Patentes
IP=(A61K* ANO Preparaçêo para Finalidades 19.7215
CD7·) Médicas, Odontológicas ou
Higiénicas e Oulmlca Orgânica

Fonte: Base Derwent Innovation Index.


:::.·P..::.F.C;:;'Çx:.A.:.:O:...T:.:;:E;.:;
.. 'lO7·• '.,IS
C4PI," --- C:.:.NO;;;L:;O:.:;:G;;.:IC:;;.,A:.:;:E::.;M:..::B:.:IO::.:T..::E.:::CN::O~L~OO=
IA~C~O=M:..::F:::.
OCO ~~EM~FAR
~MA _-.!:'53~
=COS~~..:...
.
~

bela 7.1:1/"·dentes IIgad s somente é Biotecnologia. Campos utilizados: Código InternaCiOnal


T' CI8SSlflC8 \i\O de Patentes (IP), Palavras chave no titulo e resumo (TS)
dO
E.tr.t~l. D.acrlç60 Total d. patent..
camPO
(2005 A 2007)
.... Aparelhos para
IP. C12M* Enzlmol~ia ou 4.510
Microblo ogia
Mlcroorganismos ou 23.207
IP- C12N* Enzimas
Processos de
Fermentação ou
Processos que utilizem
enzJmas para sintetizar
uma composição ou 10.188
IP· C12P* composto qUImico
desejado ou para
separar isómeros
6t1cos de uma mistura
Código Internacional racêmica
de Classificação de
Patentes Aparelhos para
Enzimologia ou
MicrobiOlogia ou
Microorganismos ou
Enzimas ou Processos
de Fermentação ou
IP=(C12M* OR C12N* Prooessos que utilizem 32.285
OR C12P*) enzimas para sintetizar
uma composição ou
composto qulmico
desejado ou para
separar isômeros
6ticos de uma mistura
racêmica
Biotecnologia 1.411
Palavra-chave no título TS=BIOTECH*
eno resumo
Aparelhos para
Enzimologia ou
Microbiologia ou
Micnoorllanismos ou
Enzimas ou
Processos de
Códip'0 Intemacional Fermentação ou
de C assificação de IP=~12M* OR C12N* Processos que utilizem
Patentes RC12P~OR enzimas para sintetizar 33.149
TS=BIOT CH* uma composição ou
Palavra-chave no titulo
eno resumo composto qUI mico
desejado ou para
separar isómeros
6ticos de uma mistura
racêmicaou
Biotecnologia
Fonte: Base Derwent Innovatlon Index.
1"=,:,-""
r.'

-
o..cflÇio (2005 A 2U07)
C Mpo .tr1lt~1a

PrapnrllÇAo pata FI!\8hooóeS MédIC8S.


IP . ~61K* "NO ()donlolc>gJC8S ou HIgJênlC3S e QUlmlC3 27
72 ANO
\IP . 12M·)

IP - ~61K* ANO
72
QrgànICA E ApareU10S para Ent1fTl()log1êl ou

Prepafl~ par
Ml(';(()bIoIOgl8
FINlII(.1adeS MédICaS. 3.117
-
C AND
(11'. 12N')
Odonlo
OrgânICO
lC8S ou HIÇ/,(jo1CaS • Químtca
MlCfoor~ ou Enzmas
~raçAo para FiMltdadeS Médocas.
lo16gtCM ou H~ ti QuimIC8
-
la lfIctI o
IP .. ~61K· ANO Or~nlCal 8 (PrOC8S5OS de FermentaÇào ou
~~~"V')jll - C 7~ ANO
rocesllOl Que utilizem entlf'MS para 1.304
s...\101l\''. (lP- 12P') l.nte1Wlr uma c:ompoIIÇào ou coo;:.0
químicO ~adO ou pata separai os
61100. uma mcs1Uf8 ,aoêmICa)
AparelhoS pata EI\Zlt'IlOI09Iêl ou
MICT~IO ou MlCfoor~ ou
IP- ,C1 2M* OR EnZImM ou rOC8!lIOl de etmentaÇão ou
C 2N* OR Processos que vIJIrZom 8111"nas para 32285
C12P*) alntllllZ8l uma ~ou ~
QUlfI1IOO ~ ou para sepaj81 OS
6ticoa uma natura racéf'lCa
IP- t61K* ANO 6:,~a F = Ué:1- as..
C 7''bANO ar ou lC3S e 0uin1Ca 54
(TS - BI TECH* gMoca 8 bK:lCeci iIlIIOgIa
)
Classificação
Intem Cional-
CIassoI
Subclasae
IPGt61 K* ANO
7*) ANO
tIP .. C12M* OR
S- BlOTECH*)
~~
Orgânica 8 ~Oos
Microbiologia

~eparação
9'ê<
ou
lC3S
=
';ralrdades
Hã .. as.
E 0uimIca
ea "ligia) ou
Enzwid0g0
81

ontológicas ou ~ toé:'>c as.


IPGt61K* ANO para FW- •
7*) ANO
: - C12N*OR Orgâmca) 8 (MiCloorganismos ~0un1Ica 3.140
- SIOTECH*) ou biotaalOlogia) E.nzJmas

~~~ Ftnabdades Mécficas


IPGt61K* ANO O~ (~~8aumcà
8
7*) ANO . SSOS Que utilizem Fermeotaçào ou
.r - C12P* OR sintetiZar uma composIÇào EW'I2Jmas para 1.344
S-SIOTECH*) qulmlco desejado
6ticos da uma ~
ou
s:w
ou oornposto
ISOmeIOS
biotealOlogia}-moca ou
p VfII-ohave ~ para Finalidades
tol6gicas ou HlQiémcas M~ICa$.
no tlIuto • no .

IP'ChA61K* ANO ~nloa) (~para


reeumo e E8 Ouimica
;r.;ANO ou k:robio\Ogl8 ou ~
(lP - ~C 2M* OR Enzimas ou Processos de ~ou
Proces$OS que utilizem' ou 3.580
C 2N*OR
sintetilar uma composação~ para
C12P?eOR
quimIco desejado ou para sep8I~
mistura~
TS - BIO eH-)
6tlcoS de uma
BIotaalOlogia) IIlca ou

Fonte: BIIM [)em"" tnncWlbOf\ IndU.


~1
- • PKJSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM FÁRMACOS...
155

RESULTADOS
O~~ rei," blL'iCa'l em diferentes bases de dados, diferentes resultados na
f}iPACENET onde são indexadas patentes do mundo todo:
- A f?~u.lação. (medic~ento) código (A61K) com a Química Orgânica C07
(pnnClplOs atJvos orgamcos) com o termo biotecnologia resultou em 90 de
patentes.
- A formulação com a Química Orgânica e microorganismos ou enzimas resultou
em 26.896 patentes.
- A formulação com a Química Orgânica e fermentação somou 11.830 patentes.

NA BASE AMERICANA USPTO


- A formulação (A61 K) + C07 (síntese do princípio ativo) aliada ao termo Biotec-
nologia resultou em 4 depósitos de patentes nos últimos 2 anos.

NA BASE DEWRENT
- A formulação (A61K) + CD7 (síntese do princípioativo) + o termo Biotecnologia
somam 54 patentes.
- Quando a intersecção da formulação (A61K) + síntese orgânica + descrição
(Cl 2P). O resultado passa para 1.304 patentes.
-Já a união da formulação (A61K) com a síntese orgânica (C07) e (C12N) mi-
croorganismos ou enzimas o número de depósitos chegou a 3.117 patentes.

7.6 CONCLUSÃO
Devido ao grande número de patentes encontradas, constata-se que a interseção do se-
lor farmacêutico com a biotecnologiajá pode ser considerada como oportunidade para
/J descnvolvimento e ampliação do selOr.

Em relação à prospecção, foi observada a necessidade do conhecimento prévio,


tanto no a'lSu nto quanto na estratégia de busca, de forma a obter resultados tão
próximos quanto desejados.
O tratamento diferenciado dos grupos de patentes obtidos em cada base de dados
aliado à necessidade de investigação detalhada da Classificação Internacional de Paten-
tes, revelou a complexidade da prospecção do tema proposto.
Quanto às bases utiIi7Âdas, notou-se que:
• Baxc de Patentes do Escritório Europeu (ESPACENET) possui o maior número
de: documentos, visto que abrange patentes publicadas no mundo todo, e por
i.'1S0 dc.:ve-sc estar atento à qualidade de informação obtida.
• Base americana USPTO apresentou resultado amplo quando foram cruzados os
códigos relativos a fármacos/medicamentos e à biotecnologia.
• Ba'IC bra.'Iileird JNPI não apresentou resultados relevantes.
• Base DelWent. além de ter mostrado bons resultados, possibilita o refinamento
da busca.
ECÇÃO TECNOLóGICA NO SETOR FARMAC~U'Ti"~
156 PATENTEAMENTO & PROSP ~

t mplou de maneira diversificada


A Olelodo)ogt'a proposta neste trabaII10 con e . I 'a
- Cabe ressaltar que os resu lados aq .
busca de patentes como método de prospecçao. . UI
.. .sas futuras servmdo como base para
obtidos podem ser de grande utibdade para pesqUl •
nO\'3S busc.~ c metodologias de prospecção.

7.7 REFERÊNCIAS
AN11.TNf:'i. A.: CANONGtA c.: MENDES. C.; MANGUEIRA, A. C; TlBAU, F.; ARNOR: M.; NICOMEDES.
n .: PERElRA ..IR N. OporttmidndeStmBioternologia: vistÜJmacro.da~rea. (Estudo reahzado pa~ a Funda-
{ão RIO·IUO. coord geral Prol'. Adelaide Antunes e coord. tecmca Claudia Canongm). Rio deJanel-
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A1'o'TUNr.s, A.; CAl'lONGIA. c.: BORCHIVER. S; MENDES, c.; MANGUEIRA, A. C; TlBAU , F.; ARNOR, M.
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MORAN. K.:. STEVEN. R K.; GARLSON, T.]. BiodiversiI:y Prospeaing: Lessans and Prospects. Annu. Rev.
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REm. W. V.: l.AIRD, S. A.; MEYER. C. A.; GAMEZ, R; SITrENFELD, A. et aliL Biotüvmity Prospecting: Using
('~ R«so.fmlS /ar SI~ftaiMlJle ~ Washington, DC: World Resourc. InstiL, 1993.

RIRF.lRO. . E,<tuMM1'wktp«tdO ~MPa_IigodM/lFánnacos/ MedicamnrkJseBiotecnoIogia. Proje-


lO FInai de Cllrso apl~ntl\do à Escola de QuímicalUFRj, dez., 2007.
CAPiTULO 7 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM BIOTECNOLOGIA COM FOCO EM FÁRMAc(J1l" 151
' iii.

5AlVfANA. M. F. E. O Perfil da Biotecnologia no Brasil: InvestímenwJ, FvrmtJ{ÕMJe IUcurw / lU7fl/11l/n U i IrvlÚIlrVJ


tk Biotecnologia. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de P~adtl3(,ãl1 ('1" T(?(:(/(A;1<Ía
de Processos Químicos e Bioquímicos/Escola de Quírníca/UfRj.jul., 2004.
SILVA. M. Recursos Biológicos. Revista tk Biotecnologia. 2003. Dí!lponívcl t:m: hurr,/ / www.1JÍlAuwAt,
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EPO _ Escritório Europeu de Patentes. Home pagc: http://cp.c~paccnct.C(lm.
USPTO _ United States Patem and Trademark OfTicc. Homc p'dge: hup:/ /_w. tJ.~pIO.g(H.
ANÁLISE DE PATENTES PELA
CLASSIFICAÇÃO EM NANOTECNOLOGIA
E SUA APLICAÇÃO EM FÁRMACOS

Mono Simone de Menezes Alencar


Adelaide Mario de Souza Antunes

INTRODUÇÃO
A nanotecnologia é o entendimento e controle de material em dimensões menores que
100 nanômetros, onde fenômenos singulares permitem novas aplicações. Em outras
palavra" a nanolecnologia envolve a constmção e liSO de eslmtUI1\S funcionais p~ieta­
das em escala atômica ou molecular, com pelo menos lima de suas dimensões medidas
em nanômetros. Nesta escala, dois fatores combinam-se para alterar as propliedades fí-
sicas, químicas e biológicas dos materiais: o primeiro refere-se ao efeito quiintico l que se
manifesta de fonna mais evidente; e o segundo é observado porque quanto menor o ta-
manho da molécula, mais imponante Lornam-se os efeitos de superfície, pelo aumento
da proporção entre sua área e volume.
Esta tecnologia tem sido importante foco de pesquisa em todo o mundo, havendo
mais de 60 países com programas específicos para () desenvolvimento nanoternolôgico
(ROCCO, 2005). No Brasil. a Po!íüca Industrial Tecnológica e de Comércio Exterior
(PITCE), lançada em 2004. colocou a nanotecnologia C01110 11m c\o.~ tema~ portadores
de futuro. ao lado da biotecnologia e da bioma~. A parür daí várias açõt·s fOl'llll1 toma-
das a nível governamental para seu esúmulo.
Conhecer as lendência~ int.ernacionais da nanolecnologia é. port,1I110, mister p.·\l11
() melhor aproveitamento dos invesLÍmentos nacionais. sc;jalll públicos ou privados. Este
capírulo apresenta metodologia prospectiva. alravé ela am\Jise de patentes. pam idt:nti-
fkação de líderes mundiais e focos de patentt·amento.

I T,unl~m (~ hamad() ele confinam!'ll lo qllântÍt"o. rt'f"rN(' an .,reito cóllIslIClo pdo 1>"'1"1'11<) m\merod .. :\to-
",o. IIU" lilllilÃi O 1lI0vlmrlllo dos elétroll8 gurandu nova.- propl'it.'d ;\d.,s lisinu ao IlIntetiu!.
,)('()\I ()~ ml'maro~. lima vez que a mcsrna
I \\ ' ~t' nl\'\c!III\C\1" \H'~I li{ \I l ' 1'
N\\IIII\ \II: I~(' 1'111 , I' . ' . "' . . t _ 1t:loticall par.l () Ilcst~ I1VO Vllllellto sobe-
"\1 :\1. 11111111 '" ptllllml qllt' t'~le:l ~i t) Opl;ut ~ I ~" r.1
\\1111\ IIl1dll!ml,

8.' HISTÓRICO
\ \;i ~êt'1I1\~'\ II
' ' l ra nào com este nome, Um dOs
1\I\\\It'1II IIlm'l\ li 1I<lIlOI('CIIO Iogm, cm lO • - . ... '
. ' , I ,; . (!lIosa "sl.a\r.lln pi csenlCs na IInta
t'x\'mp\{l,,\ t 1\11(' 1I:llloptll'l1culas tle nllvao ( til so \\(;,10., . . , .
. , " . " ., " ll1i!~l\IoS Nu entanto a mantpu-
11;\\\\)11\1\\, ,It'st'II""lv\üa pdos rhmcS\:s la mais ( e (OIS. -'. '~ I XX
, . . , I' .
1~lç\\\l tl\l," IImlt'n:lIs na CSflll;\ lIallO so 01 pus.~ Vt •
"í" '\ \) ' \1'111' do I1n,l\ do scCll o , , .
• . ' .
, . \ .
O \'()IWC\lU I'ckrt'nl(' I lInIlO\t'C\'lO O!{1a 01 \I1ICI.1 I I' " , '. , 11ClIIC dls ululo por Richard
· .
' , I I . ' .
I'{"'lIImll. <:OIl('rl\\I:\\ (I SIC\) nllle\'l('ano qut:. ('II • v:1.. I Il)r,l' '11'lrlll"va que as leiS que reiTem a
" • . .!'
' • • I ' ' tl I ...t '1"
(I1II\('n~IO 111\1\\\ \'tI );;I() 11m alllentn mente \II 1'1 e ll , s. le ' PCI'lll'lt'l rldo novas
, " pOSSibIlidades
IIt'lIlIlrlt\\t:llid:lllr lias rslntt\ll~\S, No entanto, o tenno NanotecnololP a fOI cunh~do. em
Hl7·1. pur Nlllill -l';IIIIKllchi da Universidade de Tokio, rcferenciando-se a maquma.~
~)\1, 1\1\'\.'i~ d ' \1I\crfmela menor qlle um mícron,
Em 19~1 o drsen\l'olvimenlo do minoscópio de t\lne1amento atômico 2, inventado
pm ~\'d I\lnni)!; l' 1kim;ch Rohrcr, ela mM de Zurich, foi 1IIll marco importante para a
(','ohu;:'o tl;\I\olccnolúKica, na medida em que foi o ptimeiro instrumento capaz de ~e­
mI' h\l~T\'ns r(· ..ls de supertTdes com I'csolu~'ilo atómica. Seus inventores foram agracia-
t\o.~ C(I\II o Prêmio Nllhd de Física cm 1986. Começaram então os ptimeiros aVeU\ços da
11'\ll\II~II()I(~Ki",
Em 1986 Robert Cml. I larold Kroto e Richard Smalley da Universidade dc Rice
110,'1 ....'\t:\do., nidos des obliram uma nova forma de blocos de construção, os fulere-
tios. Esles s;io n lerccim 1'0\111<\ alolr6pica do carbono. uma molécula com 60 átomos or-
~,\IIil'ldo.~ como uma bola de futcbol- suas faces, de 20 hexágonos e 12 pentágonos, e~
\;io dislribuídas da mesma nmn ' i..:\ que os gomos da bola. A molécula do fulereno apre-
)lenta JJl'Upricdades biológicas, em células vivas, e de supercondutividade, abrindo uma
110\".\ Iwrcepc:ilu das po.'\Sibilidadcs da nanotccnologia. Esta descoberta, que inaugurou
ul\la 1\0\-.\ CI';I 11;11<\ a Química do Carbono, I'endeu aos seus inventores o Prêmio Nobel
de Química de \996.
Em 1991, Sumio 1ijima da NEC Corporation, desenvolveu o nanotubo de carbono,
EsI' \un bloco de conslntçào lonnado por uma rolha de carbono enrolada de fonna a
unir suas .xtl-emictadcs, [o\1l\(Uldo um tubo com diâmetros da ordem de nanômetros. Os
m\l\otubos de carbono não quebram nem deformam quando dobrados ou submetidos à
alla pres.-;;io. constltuind()-6C o matetial de maior resistência mecânica conhecida, além de
('8\:;'U' entre 0." mdhort.'S condutores de calor e serem capazes de u-aJlsportar eleuicidade.
partir de então começa a expansão da nanotecnologia, com a fablialção de novos
m;l\etiais aUd'~s da manipulação em escala atômicrt, A fabricação de produtos nanomé-
lricos tem basicamente dua.~ abordagens: "crescendo de baixo para cima" (boltan-up) e
-('SCulpindo de cima para baixo" (lop-dawn) , Es.~es dois modelos são fundamentalmente
dikn·nl'Cs. l'Ulto na sua abordaKCm para criar a.~ esUuturas como na ciência que a funda-
menla, gemndo aplicações em áreas diferentes.

1 bll iIlI1;I"'8: SM .. "ht~ 11,...""li"l( mirm.,/'Of><'. 011 mais \L<lIahncnle STM.


CAPITULO 8 • ANÁLISE DE PATENTES PELA CLASSIFICAÇAO EM NANOTECNOLOGIA... 161

A 1)()1I0n-:up ocorre ii partir de íítOllloS e moléculas, como cm um "lego", cOllst.ruinno


blocos a pa~'u~' de IIIll processo de ilUl(K)J'!('tll\il~ÇÜO Oll de aut<HI,~TUp'Ullellto. TratéHlc de
uma dcposlçao lenta t~ (~m concliçôcs extrcmamente controladas de áwmos sobre uma
superfície. Essa met?dol.ogia em geral é utilizada em produtos de l1le norc.~ dimensões,
baslc,UllCI1W cm apltn lçoes voltadas pam ciêllci,L~ médic,L~, biológicas e químicas.
Na abordagem IOIHlowno processo OCOITC CO/110 lima escultura reduzindo a ma tL'"
ria pam.l(lmanl~os l1le n(~'~s cm dircç<'io à nanoescala. Este processo é mais adotado em
aphcaçoes nas arcas d e IIslca e engenharia, como no domínio da nanoeletrônica e na-
nofotônica. 3
Desde então inÍlmeras instituições em todo o mundo tem se voltado para a nanotec-
nologia, devido ao seu potencial de aplicação em diferentes selores industriais. A nanotec-
nologia não somente gera inovações, /lias também a criação de uma nova indústria "genéri-
ca" que vai penetrar e translonnar ouU'a~ indlÍstria~. Por isso diz~ que a nanotecnologia é
dismptiva, por redel:inir indústrias existentes e envolvê-Ias em novas combinações.

8.2 MERCADO GLOBAL


Do ponto de vista econômico, a nanotecnolo!,ria é um dos maiores focos de atividades
de pesquisa. desenvolvimento e inovação em todos os países industrializados (BAKER,
2005). Em oito anos o investimento global na área aumentou nove vezes: de US$ 432
milhões em 1997 para cerca de US$ 4,1 bilhões em 2005. A Europa, oJapão e os Estados
Unidos tiveram aproximadamente o mesmo investimento governamental, cerca de
US$ 1 bilhão para 2005 (SCHULTE, 2005; FOSTE R, 2005).
Três são as plincipais vertentes do desenvolvimento da nanotecnologia, segundo o
European NanoRoadMap:4 eletrônica, energia, e o setor de saúde e cuidados pessoais.
Em e1etrônica, os equipamentos semicondutores, técnicas de fabricação de circuitos
í integrados, sen.sor~s e ~i~positivos,d~ arm~enamento d~ d~dos são aplicaç~~s .que se de~
I tacam. Os atuals dIspOSItivos e1etrol1lCOS sao.baseado~ pnnclpalmente em slllcIO e atraves
de técnicas de litografia. Embora a tecnol?gt~ envol,,:,d.a eS~Ja e.m constante evolução, há
I dificuldades nos processos que Íl?põem hm~tes ~.~lll1ltuan~~o dos bl<>,cos de silício. A
, ~anotecnologia mostra-se promissora ,em dIspOSItiVOS eletron.lcos atr~ves do us~ de ~o­
! hmeros orgânicos e nanotubos de Cal bono que podem fabncar eqll1pamemos mUlto
I menores.
; A habilidade de controlar a matéria de forma precisa a nível atômico e molecular
! pode ser usada não só para aumentar a efici~ncia e r~duzjr custo~ dos sistemas existen·
f tes, mas também oferecer novas formas de cnar energta. O pot~nClal de desenv~lvimen.
r lo deste setor sugere que se pod~ ~slum~mr na n~notecnol.ogta uma das soluçoes p~ra
, os pro bl emas energe'u' cos mundIaiS. Na area de. .nanoenergta,.fontes ,. baseadas em
' celu-
"
.!
/, Ias solares e ce'1.1'
luas a co
aplicações desenvolvidas.
mbusu'vel . termocletncldade e batenas tem Sido
.
as pnnclpals

-
\ AN ' . ., . da nanociência e da nanotecnologia. quelida com a imeração da
anofotolllca e uma dasfronlel ra5 • . (GOMES. S.L.. 20(7). .
luz com a maléria em escala nanomcl nca . .
1 P . . I' d Européia com o obleuvo de prospectar o futuro da nanotecnolo-
r°teto palrocinado pela Comun\(.I. e . rsos e investimentos nas áreasidemificadas no projeto.
gJa no período 200()..20 16. visando onenlar reeu
PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SET~ f~ .
PATENTEAMENTO & --....;;:
162

. . ao selor de saúde e cuidados pes.',oais abrall~ ulIQ


A nanotecnolog1a ~ph~ada. I' do encapsulamento e liberação de dn'lgas (
grande variedade de aphcaço~s, tn~ um S' apoio cinírgt'cc; dispositivos para. im...~
, . d di gnósUCO e Imagcn " ......' ...
delivery); teCl11cas e a, . . . 'mplanláveis para rcconstilUi<.-.~o de l~~
incluindo sensores e pro teses, matenals I ~
ossos; além de usos cosméticos como filu'os solares.

8.3 NANOTECNOLOGIA NO BRASIL .. .


'd . . . , . I das de pesquisas envolvendo nallO<:lcnCll\. e nano.
Embora tenham u o mlClaovas ISO a '. '
tecnologia, pode-se citar como marco inicial da área de fo~a ?rg<Ull1.ada I~O Bl<ISIl o
ano de 2001. Neste ano houve a Conferência Nacional de ClenCla. Tecnol~gt~ e 11\O\õt-
ção. cujo Livro Verde dedicou uma seção ao tema. Neste mesmo ano fOi .c nado pelo
CNPq a Iniciativa Brasileira em Nanotecnologia,.f~~l~ndo redes ~e pesqUlsa coo~ra­
tiva no tema. O Ministério da Ciência e Tecnologta mlClOU o finanCiamento do InstltulQ
do Milênio de Nanociências e de outros temas próximos dentrO do mesmo programa.
No começo de 2004 o MDICS lançou a Política Industrial, Tecnológica e de ('A)-
mércio Exterior, usualmente chamada de PITCE. Baseada na estratégia de Pl;Orizar
áreas da economia do conhecimento, fonte de progresso tecnológico para demais.<;t>l<r
res da economia, esta política elegeu algumas tecnologias portadoras de futuro. Essas
áreas são a nanotecnologia, a biotecnologia e a biomassa, selecionados por terem maior
capacidade ou necessidade de desenvolver vantagens competitivas.
Para atender a demanda lançada pela PITCE, em agosto de 2005 o Presidente Lula
lança o Programa Nacional de Nanotecnologia (PNN), com aporte de R$ 71 milh&s
para 2005/2006, provenientes dos Fundos Setoriais e dos recursos orçamentáJ;os do
PPA6 2004-2007.
É importante também destacar o inicio do envolvimento mais expressivo do Setor
Produtivo Nacional com a Nanotecnologia. O evento Nanotec2005, na Cidade de &10
Paulo, teve expressiva participação do setor empresarial, embora também contasse com
parcerias do setoracadêmico, dos institutos de pesquisa e do Governo. Segundo TO~l"­
(2005) "seu mérito principal foi contribuir para a tomada de consciência do setor em-
presarial diante das possibilidades da Nanotecnologia, bem como ressaltar a importân-
cia da colaboração com a universidade. No plano interno das empresas, o evento m~""
trou a necessidade de investimentos em recursos humanos e modernização inst.rumen-
tal, como requisitos a serem incorporados no planc:;jamento estratégico. Ao mesmo
tempo, despertou atenção para a necessidade de investimentos na área de produção de
insumos específicos e para a formação de grupos de planejamento em assuntoS de
Nanotecnologia".
Por outro lado, a sociedade civil também tem começado a se voltar para as questões
que envolvem o uso da nanotecnologia. Nos Fóruns Sociais Mundiais ocorddos em
2005 (Porto Alegre) e 2006 (Caracas), houveram debates públicos 'obre essa tenuíucn.

5 Ministério de Desenvolvimento. Indústria e Comércio Exterior.


• Plano Plurianual.
~o 8
- • ANÁUSE DE PATENTES PELA CLASSIFICAÇÃO EM NANOTECNOlOOIA,,,

A Rede de Pesquisa ~m Nano~~logia, Sociedade e Meio Arnhiclltc _ JU:NANOSOMA,'


que promove o engajamento publico em nanotecnologia. 3tr.lVés de evenlo8 r<~" e virtu-
ais. mantém projeto de difusão e populari7Ãção de ciência. Seu ohjclivo é infonnat e di&.
cutir nanotecnologia com os diversos públicos nãCH!spccialisllS. come, estuclantCII e pr(~
fissionaisdo ensino médio, profissionalizante e universitário, sindicat.ü5, associações eu:,

8.4 PROSPECÇÃO EM PATENTES COMO FONTE DE TENDêNCIAS


De forma resumida, pode-se dizer que as patentes são desenvolvida'! com o ol~etív() d.e
estimular e proteger a criatividade dos autores. Pdo seu próprio sistema, as patenlC$
contém informações inéditas, e por isso reconhecidamente importante f<lOte ele
tendências tecnológicas (STEMBRlDGE, 2007).
Historicamente no Brasil, quando comparado com outros países, há um pccjucno
número de patentes depositadas por brasileiros. No entanto, nos úlúmos anos há um
movimento mais intenso pela aproximação da Ciência, Tecnologia e Jnovt.IÇão, csúmu-
Iando o patenteamento nacional. O conhecimento gerado no país c, em especial, pejas
instituições de ensino e pesquisa tem tido uma importante presença nas patentes liga-
das a novas tecnologias. Este fato ocorre uma vez que cada vez mai'! inovações são ger...
das a partir de pesquisas acadêmicas. O mercado solicita produtos com detenninadall
características, e é no laboratório acadêmico que sào feitas as pesqui..o;a.~ para gerar a
teçnologia necessária para criar aquele produto.
Como visto anteriormente, a nanotecnologia trabalha com a manipulação do material
em escala atômica É a partir da especificação das propriedades físicas, químicas c/ou bjolóW-
(aS que são pesquisadas as substáncias e dimensões necessárias para formar blocos de OO/lSl11.J-

ção que formem materiais ou estruturas com as propriedades solicitada~. A'iSim. na nanolCC-
nologia o uso de patentes para avaliar as tendências tecnológicas é particularmente útil, poi~
nos últimos anos inovações com aplicações comerciais têm surgido frcqücntemente da área
acadêmica, com uso em diversos setores industriais. A observação do movimento de prolL"Ção
intelectual dessas patentes fomece informações úteis, uma vez que uma única pat.ente pode
ter importantes ramificações.
. Além da informação tecnológica e de tendências, as empresas podem também
onentar e evitar disputas e gastos desnecessários com P&D, e melhorar o planejarnen-
to futuro das pesquisas.
Segundo o Manual de Oslo, publicado pela OECD e traduzido pela FlNEP:

Os dados de patentes tanto as solicitações como as concessóes, funcionam como um re-


sultado interm&diário da atividade de inovação e também fomecem Informa~()es sobre 8S
C8pacI/aÇÕ9s inovadoras da empresa. Por exemplo. uma empresa que solicitou patentes é
Presumivelmente capaz de desenvolver inovações que são noves para o mundo (oculonaJ-
: : : apenas novas para o mercado. dependendo das estratégies de patenteamenlD das
s emPf8saS) (OECO, 1997. p.131).
;Para
- Il\ais
--
d~t:athes Vt:r hup:/ /nanolccnotogia.illcuhac!ol'aJapcsp.br/ porlaJ.
PECçAO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMACWrIC()
PATENTEAMENTO & PR OS -
164

" " ,Hé consiclenu.1o


na li te ratllra Cllp dali7.ada UI!)
O \l~0 de indicadores blbhometnc?s a'nalisar ativiclauclI de pCKquisa, Eatatút,j..
método eficiente pa ra comparar, mOOltora~ e d' d de inovaçl0 O nllmero d~ ~
cas sobre patent.es têm sido utilizadas como ln Ica ores, c ·I/. ' d
" '11 tem seu VlITor tccno oglCO, IICn o IIIll
tentes concedida~ a uma empresa ou pais re e " ,
,. ' d volvimento de uma nOVd tccnolnm.
modo efetivo de se verificar a emergência e esen - 0-

(BRAUN et alii, 1997),


Mas não se pode negar as limitações existentes no uso de patentes. ~gumas e~
presas utilizam o patenteamento apenas para reservar o mercado, sem de fato prodUZIr
as inovações, Do ponto de vista técnico, o primeiro problema é o volume de dados: ape-
nas no ano de 2006 foram publicada~ mais de 1,4 milhões de patentes em todo o mundo
(STEMBRlDGE, 2007), Uma outra barreira a ser transposta é a linguagem: a maioria
das patentes não são publicadas em inglês, e especialmente problemática são aqueli15
com caracteres não-romanos Gaponesas, chinesas, russas etc), Com o crescimento do
número de patentes depositadas pelos Tigres Asiáticos,9 esta é também uma questão
crítica, Estas limitações devem ser analisadas no momento da definição da metodologia
a ser adotada no estudo, sendo necessário o uso de ferramentas especialistas para
localização dos dados das patentes da área de interesse e para extração de informação a
partir do conjunto de dados,

8.5 METODOLOGIA DE PROSPECÇÃO


A pesquisa para levantamento de patentes pode ser feita em diferentes bases de dados e,
de acordo com suas opções de busca, por diversas técnicas,lO

8.6 BASE DE DADOS DE PATENTES


Atualmente encontram-se
, disponíveis
, , na Internet diversas bases d e d a d os d e paten tes ,
com acesso gratUIto, As maIS Importantes são:
• USPTO: Esc~tório Americano de patentes, que disponibiliza duas bases: de pa_
tentes depositadas e de patentes concedidas nos Estados Unidos,
• Espacenel: Disponibilizada
, pelo Escritório Europeu de P a ten tes, d'lSpOOl'b'l'
I !la a
busca de patentes
_, depositadas neste escritório assim com
' o as patentes eposl'ta-d
das no japao, e tambem uma base de dados mundial,
• JNPI: Do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual tn' de-
, B iI ,res ta as patentes
posltadas no ras,
Existem também bases de dados comerciais que oferecem ace tarif: d aten-
" fi - , I I sso a oasp
tes, por agregar valor a 111 orrnaçao, seja pe o vo ume de dados, incluindo patentes de

8 Indicadores .bibliométricos
' são aqueles baseados no estudo quantitativo de d Ocumentos cle
' núfilcos
e/ ou tecnologtcos,
9 No ano de 2006.Japão, Coréia e China somaram cerca de 54% de todas as patentes depositadas,~P­
do a Derwen1lnnwalion Index,
10 Uma boa revisão de indicadores científicos e tecnológicos em nanotecnologia pode ser encon{t3da
em Hulhnan & Meyer. 2003,
~08 • ~::-l: DE PAlt:NTES PELA CLASSIFICAÇAO EM NANOTECNOI.OOIA. .. 165
~

todo o JUundo.l-"OIllO também no U'<uamcnto dos dados, incluindo informaçô clI adido-

=:" Dentre as bast's comt'rciais destaca"\~e a DenlJf.'nt Worltl Paltml' Inr1ex (l}Wl'[), produ-
pela Tlwtnpsem Scif.nlific, que agrega infonnaçôes de mail! de 40 rnilhÓCll de
documentos de patentes de 41 paíst~s.
Embora seja t.,rifada, as universidades plíblicas, instituições de pCsqUL'Ia c algumas
OlIuasentidades que se enquadram em certos parámelfos definido pelo governo II tem
acesso livre a DWPI através do Portal de Periódicos da CAPES/MEC.
A base DWPI foi escolhida para este estudo, considerando que minimiza a~ limita-
{ÔeS técnicas do uso de patentes dada sua ampli tude, possibilidades diversificadas de
busca e infomlações adicionais agregadas, como resumo detalhado e em inglês.

8.7 ESTRATÉGIA DE RECUPERAÇÃO DOS DOCUMENTOS


Para a seleçào de patentes relacionadas à nanotecnologia, em um primeiro momento
pode-se pensar em buscar todos os documentos que contenham a expressão nano. No
entanto, comprovadamente esta estratégia mostrou-se inadequada uma vez que recu-
pera talsos documentos (que tenha medida em nanômetros, mas que não se refira a na-
nOlecnologia, por exemplo) e exclui patentes relacionadas à nanotecnologia com ter-
mos importantes relacionados a área como quantum dots l2 e fulereno. 13
Outro método é a seleçào de palavras-chave para identificar patentes da área de
nanotecnologia. Esta foi realizada em estudo anterior,14 que contou com uma lista de
tennosobtida a partir da consulta a especialistas. Este método tem a desvantagem de ne-
cessitar um grande esforço de padronização uma vez que, mesmo entre os pesquisado-
res, os termos em nanotecnologia e suas grafias ainda não estào consolidados. IS Deve-se
ter cuidado também na seleção de especialistas de forma a represen tar todo o universo
que eO\'Oh>-e a nanotecnologia.
O uso de luna classificação que padronize a linguagem é uma abordagem que mini-
miza essas questões. Nas publicaçôcs científicas há vocabulários controlados, tesauros e
sistemas de classificação amplamente utilizados pelas publicaçôes. 16 Para os documentos

II Para mais del3lhes \>'er o site do Ponal de Periódicos: hllP:/ /www.periodicos.capes.br.


n Quanlva-dols, ou pontos quânticos são eslruturas cristalinas nanométricas com capacidade de modifi-
car a hAL Consider3-5e que o ponto quântico possui maior flexibilidade que outros materiais fluores-
centes, lomand<H> adequado a aplicações computacionais onde a luz é utilizada para processar infor-
mações ( MeT. Pequeno Glossário de Nanotecnologia. 2006) .
IS F~o é uma no\'ÕI fonna molecular de carbono. descoberta em 1985. A mais comum é o buckmim-
teríulereno (<:60) . com 60 átomos de carbono fonnando lima estrutura esférica. Existem fulen:nos
maiores, com 70 a 500 álomos de carbono (MeT. Pequeno Glossário de Nanotecnologia. 2006) .
• 4 Ver AI..t:NCAR, M. S. M.; AN1LJNES. A. M. S.: PORTER, A. L. Nanopatenting patterns in re\ation lo
product life C)'cle. T«ItMlogicoI F<mJCt1<ung & SocUU CJwn~ v. 74. p. 1661-1680.2007.
\~ EncontnHe na literatura. pore.xemplo. diferentes grafias para o mesmo tenno: nanotube. nano tube.
na.oo-rube .
•• Como ~cmplo. pode-se citar o MeSH, utilizado para indexação de publicações na área médica e
biológica. . .
___ ----------~~~~~~~~~S~P~E~C~Ç~ÂO~T~EC~N~O~L~Ó~G~IC~A
PATENTEAMENTO & PR ~N~O~S~ET~O~R~FAR
__M~~
~'~.~~~..
.!~?i
_
na I de Palentes (CIP), 17 uljlizacla pela Slfandc
' r

atentários, há a Classificaçao ln:crnaclo >' A CÍP telll rc:vísõclI pcri6dif:w;I ~ induÍJJ.


P , a 'I ndexaçao das pate ntes, ' I r ,
maioria dos palses para, , _ ' d ' 'urdo cum C) dcscnvolvJluento ( ;L~ l.cu1lt:lli,
do, alterando ou excluindo c1asslficaçoes, e ac ,
, r' ,-CIP 2000 foi criada uma classe cxclwilva p'i lraan;s.
A partIr da scllma ecl!çao da . ,em d tada no presente estudo.
r ' '

notccnologia: B82, que é a base da estr'atcgta a o


_ da área mesmo na oitava edição da CIP, a BR2 é suhdividi-
Conlm11ando o frescor, , fabrica ão ou seu tratamenlO.
da em apenas uma subclasse: 8828, para nano-cslrlllura~,
slruturas lêm caractensll ca
,5
I' . d ' . '
'! parlJcuart.~ Ireta.
Segundo nota d esta sub cIasse, as nan o-c ' rl d f: h ' • L'_
, d l dos mélo os . e a ncaçao. "",Ia
mente ligadas a seus tamanhos, mdepen en~emen e , .. , .,
acepção atende a definição de nanotecnologta adotada neste estudo c. apresentada no
início do capítulo.
A subclasse B828 não abrange também eslruturas química,> ou biológicas 1)/i'rJI!, es-
pecificamente previstas em outras classificações, A nota define ainda:

"Nano-estrutura" designa uma disposição precisa de matéria de escala atómica que t~m
configuração de forma particular incluindo, pelo menos, um elemento essencial, em um unl-
co bloco, que:

(i) está formado por um único átomo, uma única molécula ou um conjunto de átomos ou mo-
léculas extremamente pequeno, conjunto que não é detectável completamente por meio de
um microscópio ótico,

(ii) foi formado pela manipulação individual de seus átomos ou moléculas como unidades In-
dividuais durante sua fabricação,

A análise das acima chamadas "outras classificações", em co-ocorrência com a classe


B82 mostra as tendências em nano tecnologia,

8.8 DETENTORES DE TECNOLOGIA E MERCADOS PROTEGIDOS


Re,alizando a ~us~a na base d,e dados Deru:ent, para a CIP=B82, foram extraídas aqllela~
cUJo ano de pnondade, ou s,eja, ano do pnmeiro depósito, esteja no período entre 2000
e 2006 compondo um conjunto de 4,534 patentes, O tratamento dos dados foi feito
com a ajuda do software Vantage Point®,19 especializado em data e /eXt mininf{.
Ao se observar o número de patentes acumuladas no período, nota-se uma tendên-
cia crescente de patenteamento, A figura 8.1 mostra a evolução histórica do patentca-
mento em nanotecnologia,

'7 Criada em 1968, a partir do Acordo de Estrasburgo, a CIP facilita a sistematização c organizaç.'io da. in-
fornlaçôcs conlidas no documento patcnt.ário t lornando a..'\ bases de dados de palcntcsgr"andcs Slstt'nl;':\
de informação t';cnico-produüV<ls,
,. Desde janeiru de 2006 c.tá cm vigor a oitava edição da CIP,
11) Parct mais int"orma<.:õcs ver o site www.lhcVanlagcPoinLcoln .
C.~1>f1~P_': ~ElEPATENltSPB.A~a.t ~TI:(;N()l~.
- 167

~r---------------------------~~~
800
3.500
°700
c
., '"
S ~ ~
""" 3.~ e
c c Q~
'" ~ 500 2.500 c:.:g
-~ ~rn
~~ ~-
o."U 400 2.~ o. e:::J
oS Q
~~ ~:::J
• o 300 1.500 . l;l
z~ z
.g 200 1.~ .
100 500
0+---~r----+----~----+----1-----+0
2000 2001 2002 2003 2005
lWl de prioridade
.-. N' de paIenIIIs __ N' de paIeI\tes acumuladas
Figura 8.1 Evolução histórica do patenteamento em natl()(eaoologia
Fonte: Elaboração Plóplia.

8.9 ORIGEM DA TECNOLOGIA


Para se verificar a origem d.."lle0101ogia é utilizado o país onde ocorre o primeiro depó-
sito da patente. A tabela 8.1 apresenta os Escritórios de primeiro depósito e respectivo
número de patentes depositatt\S.. lendo como linha de cone aqueles com mais d e 10 pa-
tentes depositadas.
Tabela 8.1 Escritórios de pc im eilO depósito com mais de 10 pateoles em oanotecoologia
Escritório de Primeiro Depósito N" de Patentes
Japão 1.586
Coroo 506

EUA 458

China 432

Alemanha 278
França 95
Rússia 40

EP 33

ReinoUnido 31

Taiwan 29
AustráfI3 23
Suécia 18
wO 1.
Brasil 10
.
FonIe: Baboraçâo Ptaproa..
'
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMA~~
168
-
Obse rva-se que há quase 50 patentes depositadas no Escritório Mundial (WQ) en
Escritório Europeu (EP). Os pedidos depositados nesses escritórios são realizados
20
para;'
ci li tar o processo de pedido de patenteamento em diversos países. Então é necessário
verificar os países de primeiro depósito dessas patentes. As tabelas 8.2 e 8.3 apresentam os
países detentores de tecnologia para as patentes WO e EP, respectivamente.

Tabela 8.2 Pafses de origem da tecnologia das patentes WO em nanotecnologia

Pafs de Origem da Tecnologia N° de Patentes

Japão 3

Singapura 3

Alemanha 2

EUA 2

China 1

Espanha 1

Itália 1

Coréia 1
Fonte. Elaboração Pr6pna.

Tabela 8.3 Pafses de origem da tecnologia das patentes EP em nanotecnologia

Pais de Origem da Tecnologia N° de Patentes

Austrália 13

Bélgica 1

China 3

Alemanha 1

Japão 5

Coréla 3

Holanda 1

EUA 4

Fonta. Elaboração Própria .

possí~) através do Tratado de Cooperação em Matéria de Patente (PCT) , assinado


.., Esta fncilidade foi
por mais de uma centena de países, incluindo o Brasil, em ]978. . .
I

[ CApm!LO 8 • ANÁlISE DE PATENTES PELA ClASSIFICAÇAO EM NANOTECNOLOGIA... 169


-~~~~~~~~~~~~----~

rara veóficar os países líderes em origem de tecnologia, foi realilada a totalização


do número de patentes e países da'! tabelas 8.1, 8.2 e 8.3, gerando a tabela 8.4.

Tabela 8.4 Países lideres em origem de tecnologia, com mais de 10 patentes em nanotecnologia
país de OrIgem da N° de Patentes % sobre o Total de
Tecnologia Nanopatentes

Japão 1.594 44,0%

Caéia 510 14,1%

EUA 464 12,8%

China 436 12,0%

Alemanha 281 7,8%

França 95 2,6%

Rússia 40 1,1%

Austrália 36 1,0%

ReinoUnido 31 0,9%

Taíwan 29 0,8%

Suécia 18 0,5%

BrasH 10 0,3%
Fonte: Elaboração Própria.

Nesta tabela observa-se que há um conjunto de cinco países-líderes em origem de


tecnologia, com mais dc 200 patentes, que representam 90% das patentes de nanotec-
nologia dCf>O!'Iitadas no período do estudo, como se pode observar na tabela 8.1. Os paí-
ses asiáticos Oapão, Coréia c China) destacam-se sendo o Japão o principal país deste
conjunto.
Nota-se também um segundo conjunto, de menor volume de patenteamento, en-
tre JOe I00 rrdtente~, ondc outra~ regiões geográficas se apresentam, incluindo o Brasil
como único reprcllentante da América Latina dentre os países detentores de patentes
relaci"nada~ à nanotecnologia.
Ao se çomJYdrar os números de patentes por país apresentados nas tabelas 8.1 e 8.4,
OhseIVd~ que 0tI 5 líderes têm depósitos tanto no Escritório Mundial como no Euro-
peu, A AUlItrália dcstac:we por mostrdr estrdtégia de depó~ítos em nanotecnologia na
EUfop-A, uma vez que um terço de suas patentes foram inicialmente depositadas no
E8critório F:uropeu.
PATENTEAMENTO & PROSPEcçÃO TECNOLóGICA NO SETOR F~
170
~

8.10 DETENTORES DAS TECNOLOGIAS DE ORIGEM BRASILEIRA


Nas dez patentes brasileiras ídentifica-se fortemente a presença das Instituições de ~
no e Pesquisa, com cinco patentes de Universidades, send o ~ma em ~rc.e~a COJn em.
presa. Duas patentes são de Centros de Pesquisa. O s pesqmsadores mcmlduais estão
presentes em três patentes, cuja pesquisa na Platafonna Lattes/CNPq pennite identil}.
car que duas dessas patentes pertencem a pesquisadores da USP - Universidade de São
Paulo (BR200307075-A e BR200406154-A) e uma d e um pesquisador da UFPE - l~
versidade Federal de Pernambuco (BR200403087-A). A título d e ilustração, a tabe1a 8.5
mostra os depositantes, o número da patente e o título das mesmas.

Tabela 8.5 Patentes brasileiras sobre nanotecnologia

Depositante N° da Patente Título

BR200305604-A Gas and ionizing radiation mooitoring


polyaniline silicon nano heterojunction
incfudes an inexpensive portabIe D.I.Y.
aid giving 500-10 KGy dose linear
UNIV FEDERAL response
PERNAMBUCO BR200501872-A Preparation of porous aluminum oxide
doped with cartx>n comprises heat
treatment of organic acid eIectroIyte. and
incorporation of the cartx>n in lhe nano
porousoxide
BR200406547-A Surface modification of e.g . medical
UNIV FEDERAL MINAS equipment comprises application of a
GERAIS long chain blood controllayer reducing
thrombosis susceptibility
BR200404306-A Obtaining cosmetic or pharmaceutical
UNICAMP UNIV EST
composition containing poIymeric
CAMPINAS
nano-particfes
W020070092()().A2; Preparation of nanocomposite for e.g.
BR200503777-A producing sheets and paneis. by adding
BRASKEM SA ; solvent and oil to organophilic cfay with
UNIV FEDERAL DO RIO shaking. heating polymer up to its meIting
GRANDE DO SUL point separatefy. and mixing
clay-containing emulsion with meIted
polymer
BR200405676-A Electro-catalyst for use as anode in direcl
oxidation of alcohols in fueI cells with
COMISSAO NACIONAL proton exchanging membrane. contains
ENERGIA NUCLEAR metallic nano-partides. platinum-tin base.
elements incfuded in series of IanthanideS
and various olhar elements
ANÁLISE DE PATENTES PELA CLASSIFICAÇÃO EM NANOTECNOLOGIA
.• oITULO 8 • .• 171
~
85 Patentes brasileiras sobre nanoteenologia (continuação)
r~blla .
N° da Patente Título
[)eposJtant8
BR200501895-A Nanopartiele manufacture using laser for
e.g. cancer treatment. involves immersing
erA CENT TECNICO target object in predetermined liquid .
AEROESPACIAL solution and focusing laser to surface of
target object to create ablation and expel
nanopartieles trom target object
- BR200307075-A Production of polyolefin nano composites
using smectite elay modified by
DELBEM M F; quaternary ammonium salts has
DEMARQUffiE N R ; intercalation 01 the fused polymer.
VALENZUELA DIAS F R employing e.g. hexadecyl benzyl
ammonium ehloride
BR200406154-A Crystalline partides dispersion and
transport system 10r use in e.g. medical
applications. disperses erystalline
LOPES BADRA BENTLEY
particles in hydrophilie environment. and
MV
develops and prepares crystalline
partides for use in biological environment

BR200403087 -A Biomedical silver controlled release


SANTA CRUZ OLIVEIRA biocompatible nano material has a
PD vitroceramie support enhaneing
antibaeterial and anti-inflammatory action
.
Fonte. Elaboraçao Própria .

8.11 PROTEÇÃO DA TECNOLOGIA NO MUNDO


Estrategicamente os detentores de patentes depositam em vátios países visando pro te-
~rsua'proPriedade intelectual. Para avaliar quais os mercados estão sendo protegidos,
dasanalisou os países de depósito das patentes. No conjunto total das patentes analisa-
Illúl' ~% está protegida em mais de um país, mostrando o interesse no patenteamento
bplo.
lO Atabela 8.6 apresenta os escritórios e respectivo número de depósitos C01l1111aiS de
uú !latentes. Em relação aos mercados protegidos,
. - tam bé m e-
oJapao ' com maIor
o pais .
Ulero _de depOSltOs:
tudo " cerca de 60% das patentes envolvendo nanotecno Iogta
. d este
. es-
. estao depOSlla. d os no Japão. . . .
-o TECNOLÓGICA NO SETOR FARMACÊlltl,,_
ENTO & PROSPECÇA ~
PATENTEAM
172
s em nanotecnologia
. número d e patente
, sito e respectivo
Tabela 8.6 Países de depo
Escritórios de Depósito
N0 de Patentes % sobre o Total dQ
Nanopatentes --
60,8% --.
2.204
-JapãO
1.148 31 ,7% --
EUA

WO
1.047 28,9%

23,7%
--
~

857
China
823 22,7% -
Coréia
784 21 ,6%
EP
410 11 ,3%
Austrália
382 10,5%
Alemanha
100 2,8%
França

Taiwan 99 2,7%

índia 44 1,2%

Rússia 41 1,1%

Canadá 39 1,1%

Brasil 36 1,0%
México 36 1,0%
Reino Unido 33 0,9%
Espanha 14 0,4%
Singapura 14 0,4%
-
África do Sul
- Pr6pna.
Fonte: Elaboraçao
10 0,3%
-
Os dados mostram que cerca de quase 30% das patentes foram deposIta ais
. das atraVés
do Organização Mundial da Propriedade Industrial (OMPI, em inglês WIPO) , e mais
de 20% no Escritório Europeu, confirmando a tendência de patenteamento em mda
de um país. A análise das patentes depositadas nos escritórios internacionais, m~s:ras
bel 8 7
na ta a . , 10. d'Ica que os mesmos países-líderes depositam em am b as ms. titUlçoe .
CAPíTULO 8 • ANÁLISE DE PATENTES PELA. CLA.SSIFICAÇÃO EM NANOTECNOLOGIA... 173

.
Tabela 87 Número de nanopatentes depositadas nos Escritórios Internacionais

Escritórios N° de Patentes Países com Maior Freqüência de Depósito


Internacionais

JAPÃO 610
EUA 603
AUSTRÁLIA 388
WO 1047 292
CORÉIA
CHINA 257
ALEMANHA 185

JAPÃO 640

EUA 631
CORÉIA 326
EP 784
AUSTRÁLIA 319
CHINA 309
ALEMANHA 160

Fonte: Elaboração Própria.

8.12 PROTEÇÃO DA TECNOLOGIA NO BRASIL


Das trinta e seis patentes depositadas no Brasil, 40% é de origem americana. Estas 14 pa-
tentes tem como depositantes principalmente empresas, sendo a IDC LLC e ROHM &
HAAS e a GOODYEAR as líderes com 3, 3 e 2 patentes, respectivamente. Nesse cOrylIDto
enconucun-se também 3 patentes de origem acadêmica e uma de depositantes individuais.
As quatro patentes alemãs dep?~itadas no Brasil são fonnadas por parcerias entre empre-
sas, das quais a DEGUSSA paruclpa de duas patentes. A única patente chinesa depositada
no Brasil tem como ~e~entores pessoas ~sicas. A patente italiana é detida por uma parceria
entre uma empre~ l~l~a e un~a amencana. A tabela 8.8 apresent.., os países de origem de
tecnologia.~ os pnnapaIS depositantes das patentes depositadas no Brasil. As dez patentes
brasileirasJa foram apresentadas na tabela 8.5. .
...........NTO & PROSPECçAO TECNOLóGICA NO S!;TOR FAR"
PATEAI~~ '~ACÊUl
174
~
"""""ad e detentores das patentes depositadas no BraSil
. ,
Ta bela 8 8 PsI ses de V'''''~ e
Depositante. [nO de Patente.)
Pai, ~ Prioridade
IDC LLC (3J

ROHM & HAAS CO (31

GOODYEAR TIRE & RUBBER CO (2J

3M INNOVATIVE PROPERTIES CO
EUA
COLUMBIAN CHEM CO
f 4 paterrtes
UNIV MICHIGAN

--
UNIV OKLAHOMA

UNIV PRINCETON

RESASCO D & RESASCO D E (Individual)

DMC2 DEGUSSA METALS CATALYSTS CERDEC AG &


OMG & COAG KG &
CERDEC KERAMISCHE FARBEN AG &
-
UMICORE & CO AG KG &
Alemanha
4 patentes
GOLDSCHMIDT AG TH & DEGUSSA AG -
ERAMET & COMILOG CHEM SA & TIMCAL SA -
ARMINES ASSOC RECH DEV METHODES & TIMCAL SA

ASTRAZENECA
Reino Unido
INGENIA TECHNOLOGY LTO
3 patentes
NANOMAGNETICS LTO

França SGOBAIN RECH SA


2 patentes SOLVAYSA

China
1 patente MOXI F & FANG M & SAN J & SUN Y & YUE S (Individual)

Holanda
1 patente ECIM TECHNOLOGIES BV & FOUNTAIN TECHNOLOGIES 10 BV

Itália
1 patente ACS DOBFAR SPA & AMERICAN BIOSCIENCE INC

Fonte: Elaboraça-o Pró pria.


C"pITU ~O 8 • ANÁLISE OE PATENTES PELA CLASSIFICAÇAO EM NANOTECNOLOGIA... 175

8.13 PRINCIPAIS DEPOSITANTES EM NANOTECNOLOGIA


NO MUNDO
Corno viMto anterionncntc oJ apão é o país-lídcr em tecnologia e em pr<?teção de m,erca-
do, ~e lldo purl<:mto e~perad() que o~ princi pais depositantes st;jam ta mbém deste pais. Os
trê~ pl'ill1cil'O~ deten tores são instituições ligadas ao governo japonês. A tabela 8.9 apre;
st'n tn os d epo~it<mtes2 1 com mais de 30 patentes, info nnando também o país do depoSI-
tan te e o percentual de represen tatividade deste detentor frente ao total de pa~en ~es ?~s­
te estuuo. Os deposiwlltes-líderes são japoneses e coreanos, com apenas uma msutUlçao
fmll r(!~a. ObselVd-se que não há a ocorrência de parcerias entre as empresas topo

.
Tabeta 8 9 Principais depositantes em nanotecnologia [2000-2006)
nOde Patent. . Principais Depositantes País do % sobre o Total
DepositantE de
Nanopatentes

OOKURITSU GYOSEI HOJIN BUSSHITSU ZAIRYO Japão 2,8%


126 (Nationallnstitute for Material Science)
116 JAPAN SCI & TECHNOLOGY AGENCY Japão 2 ,6%

DOKURITSU GYOSEI HOJIN SANGYO GIJUTSU Japão 2.4%


111 SO (Nationallnstitule of Advanced Industrial S&1)
106 CANON KK Japão 2 ,3%

100 SAMSUNG ELECTRONICS CO LTD Coréia 2,2%

67 SONYCORP Japão 1.5%

62 KAGAKU GIJUTSU SHINKO JIGYODAN Coréia 1,4%

54 INFINEON TECHNOLOGIES AG Japão 1,2%


49 UNIV QINGHUA China 1,1%
46 KOREA ADV INST SCI & TECHNOLOGY Coréia 1,0%
43 FUJI PHOTO FILM CO LTO Japão O,goA,
41 FUJITSU LTD Japão 0,9%
39 COMMISSARIAT ENERGIE ATOMIQUE França 0 ,9%
35 NIPPON TELEGRAPH & TELEPHONE CORP Japão 0 ,8%
32 NECCORP Japão 0,7%
32 UNIVNAGOYA Japão 0 ,7%
Fonia. Elaboração Própria.

21Um fa lO in~61ilo roi observado nesta pesquisa: um depositante individual detém o maior n ' d
palcIlU" sobre nanotecnoJogia. T raIa-se do Sr. Yang M., que enu'e dezembro d e 200 1 e re umero de
:100" ,' . ,. vere lro e
. ~ uCpOSllnu Y! I pa l (! ~tes r~re re nt e~ a rormulações de plan tas em ro rma nano particulada. Uma s-
( PIlS,1 (' Xa ll~llVa nao locahzou vlIl culaçao destas patentes com nenhuma instituição de pes ' pe
IJfc'a ' •111 parllcu. I • d . qUIsa o u e m-
o ar, o que , ugere que nao se pO. e considerar esses dados em te nnos d e tendência. sen-
do UII1 pOnto lora de cUlva c, portanto. exchndo das analises apresen tadas neste capítulo.
PATENTEAMENTO & PROSPECçAO TECNOLÓGICA NO SETOA fATiMA'"
, """'VTi('J\
-...:::!

8.14 ÁREAS DE APLICAÇÃO


Um outro olhar é alravés dos lermos mais cita?os n? campo ele USO .(hL~ !)alt· IIII·~. ÂII;j.
lise e classificação desses lermos permitem a Iden uficaçao da~ aplr('a<;ot's ;j~ (Iu.. i~.
patentes se referem. Esta etapa de busca e classificação dos ~enn(~s foi rt'ali';u!;i af r"~I~:
de texi mining, e é apresentada na tabela 8.10. ": m:todologla aplICada IJl'f 1/1/1( ' a d~i.
ficação de uma patente em mais de uma aplrcaçao (por exemplo, 11111 selllíllr para a
área médica).

.
Tabela 810 Aplicações das patentes e respectivo número de patentes

Aplicações das Patentes N° de Patente.

EletrÔnlca 756 -
~

Sensores 325
Semicondutores 313
~

Dlsplays 305
Catalisadores 273
Área médica/diagnóstica 143
Células combustíveis 133

Área farmacêutica 127


Baterias 121
Células solares 78
Área cosmética 75
Energia 64
Fonte: Elaboração Própna.

8.15 ANÁLISE EM SEGUNDO NíVEL: PATENTEAMENTO DE


NANOTECNOlOGIA EM FÁRMACOS SINTÉTICOS OU
BIOTECNOlÓGICOS / MEDICAMENTOS
Visando focar especificamente o setor de fármacos, o co~unto de patentes foi refinado
de form a a conter apenas as patentes de nanolecnologia (B82) que lenham também 05
códigos A61 K (Preparações para propósitos médicos, dentais ou de higiene), que é consI-
derado como a fOlmulação para produção de medicamentos. Esse conjunlo é combina-
~o com CO? (Química Orgânica), síntese de farmoquímicos ou Cl2 (Bioquímica; cerve-
.I::áJcool: vm~o; vinagre; microbiologia; enzimologia; engenharia genética ou de muta'
ça?), síntese farmaco-bioquímico. Em suma, a estratégia foi: B82 e A61 K e [C07 ou CI ~l,
cLUa representação gráfi' da I de Jf\'
. . ,. ca e mostra na figura 8.2, sendo a área destacada aque a ,
tel esse para as anáJlses posteriores.
177
CAPinJLO 8 • ANÁLISE DE PATENTES PELA CLASSIFICAÇA-o EM NANOTECNOLOGIA...

CD?
síntese
farmoquímica
135 patentes

882 A61K
nanotecnologia formulação
3.623 patentes 126 patentes

C12
síntese
fármaco-bioquímica
136 patentes

Figura 8.2 Representação gráfica do conjunto de patentes selecionado sobre nanotecnologia e


fármacos/medicamentos.
Fonte: Elaboração Própria.

o universo d e patentes relacionadas à nanotecnologia e a fármacos totaliza 30 pa-


tentes, sendo 22 d epositadas em mais de um país. Seguindo a metodologia apresentada
anteriormente, identificamos as tendências tecnológicas e de mercado destas patentes.
Em termos de origem de tecnologia, os Estados Unidos e a Alemanha lideram com
9 patentes cada, seguido pelo Japão com 8 patentes. As demais patentes estão distribuí-
das entre França, Reino Unido, Itália e Coréia, com uma patente cada.
Em relação ao mercado protegido, observa-se na tabela 8.11 que o Japão também
se apresenta em primeiro lugar, seguido do Escritório Mundial de Patentes e do Escritó-
rio Europeu, seguindo a tendência identificada na nano tecnologia de proteger a paten-
te em vários países.
PATENTEmENTO & PROSPECÇÃO TECNOlÓGICA NO SETOR FARMACE~
178 --.::
P ' s protegidos e respectivo número de patentes
Tabela 8.11 alse

Palies ProtegidoS
N° de Patentes

27
--
~

Japão
24 -...
wO ~

23
EP
23 --..
EUA
Austrália
18 -
11
China
11
Alemanha

Coréia
11 -
3
Brasil
2
México
1
Canadá
1
França
India 1

Itália 1

Noruega 1

Nova Zelândia 1

Taiwan 1

África do Sul 1
- Própria.
Fonte: Elaboraçao

Em termos de depositantes apenas duas empresas contêm mais de uma patente: a


SONYINfEUROGMBHeaNANOFRAMESINC.dentreasmaisdequarentapresentes.
Para buscar as tendências nas áreas de aplicação, foram selecionados os termos re-
ferentes ao uso das patentes no setor farmacêutico.
Em relação às doenças, destaca-se o câncer, citado em 30% das patentes. OutraS
doenças citadas são doenças auto-imunes (incluindo H IV-I ), cardiovasculares, inflama-
tórias, e infecções bacterianas importantes como tuberculose e cólera. O alvo dos fár·
macos/medicamentos do corpo mais citados nesse conjunto de patentes são fígado, 0s-
sos, seios, cólon, pulmão, próstata, pele e estômago. Outros temas de destaque são os
sistemas de drugdelivcry e composições antitumorais. Encontram-se também patentes
sobre agentes terapêuticos e auxiliares para diagnósticos.
179
OM'11111 () II • ANAliSE DF- PATENTES PElA OlASSIFICAÇÃO EM NANOTECNOLOGIA...
---
1116 CONCLUSÃO
• , :I para iden ti ti ca-
t) 11~\l til' CI,,~~ltkil dill In!t'rI\acJollal dI" Palenl.C~ (CIP) como metoc o d
'
\';\11 I' IllliíllH\" ( I\" pnl t' IlI\" ~ ele mlllolcc:nologla moslrou-se v I
ál'da como ferramenta
22 T' d e
I lrOMIII'I'\~II, Em t'Hllldo rt',dl7.Uc\o por ALENCAR, PORTER e ANTUNES, a ana lse e
' ele 1111\ conlunto
Pillt' IIII'M ~I ' I1· 1' I1111111 Ias IItravrs . ' h ave relativa~' a nanotecno-
I pa Iavras-c
(e AJ '
101lhl, IndinllhlN por t'Npcdalisla. rrNlIlto'lI similar ao encontrado neste trabalho. em
t1 1~~II. llS l't'suhudllNt' llcolltl1ldll~ na amílise do universo de patentes coletad~ mostra-
mlll"";\" nllnhados ml1\ os pl'illcipai~ focos de pesquisa identificados pela European
N\\IIIII~oadMap : cklrc\ nica. t'n e r~ia e saúde,
()h~t'IVH--'it' hllllhr l1\ fllle, como em outras área~. os depositantes buscam garantir os
f\lrdll~~\1t: proprlt-e1ade ele fill'lna mais ampla possível. Há vários depósitos para a ~anufa­
tlim tlt' e1t'II'I'IIIinadll nalloprodulo incluindo aplicações em áreas bastante dIVersa:"
(:llllltll'XI'lIIplll ]loclt.'lIe ('ilar a palente da BASF [W02002l4377-Aj cujo útulo é "Ma,:,lZ
dt' tll\'lIIlIlac;i'lt's dl~ disprrsiio nanomolecular para pesquisar nanodispersantes em meIos
dI' IIplin l(l\o, tais ('omo mrmacos contendo um nanodispersante. um meio de aplicação e
um hll{l'Cllit'IlI(' ativo," No campo referente ao liSO da patente, é descrito que a mesma é
pum II "pl'l)(lu~:"'IO rle 100 a 100,000 formulações de dispersão nanomolecular, para pes-
quisaI' I\m~IS IUmodispersames efetivos para estabilização de uma solução de materiais
t'1'lI1'lI ou insoh'lvel em um meio de aplicação. por exemplo: ingredientes ativos como fár-
macos, u!{cntes de protcção de sementes, vitaminas. corantes. pigmentos orgânicos ou
inol')(.lI1icos, química tina. catalisadores. enzimas,filJers. retardadores de chama, inibido-
I'l:S de escala. para 11m material integrado combinatoriaI".

Especificamente no selor de fánnacos é interessante observar que o cãncer é a


prinripal doença a ser atacada com o uso da nanotecnologia na saúde. Nos primórdios
r\as pt'sfluisas nanotecnológicas. um dos principais fomentadores nessa área de pesqui-
sa ti)i li NASA, visando aos avanços na cOITida espacial. Suas pesquisas objetivavam mo-
nil0l1\r as céllllas potencialmente cancerígenas para tratá-las antes do inicio da doença
rll' forma a permitir a presença do homem no espaço por mais tempo.
Em lermos de Brasil. encontram-se dez patentes brasileiras depositadas. na sua
maioria por universidades. mostrando que é necessária a aproximação do setor pro-
dUlivll das pesquisas no setor, As patentes de pesquisadores individuais vai de encontro
(lo .trabalho pUbl,icado por A~ENCAR •. CANONGIA e ANTUNES,23 que mostra que o
paiS aprescma IlIvc1 de pesq\llsa promIssor em nanotecnologia. quando comparado a
paíscs emergentes. sendo a USP e a UNICAMP as instituições que mais se destacam,
A recenle Lei de Inovação promete ser um importante facilitador da aproximação
univrrsidade-empresa, A~im como a PITCE (Política IndustriaI, Tecnológica e de Co-
mérdo Exterior) que destaca a nanotecnologia como prioritária e portadora de futuro,

~ AI .ENCAR, M. :": 101.; PORTE,R. A. L.; Ai'lTUNES, A. M. S. Nanopatenting patterns in relation to ro-
dun hfe '·yrlc. 7frlmo/tlf<lcall'orera.,tlllg & Soctal Change, v. 74, p.1661-1680, 2007. P
?> ALENCAR, M. S. 101.; CANONGI , A. C.; ANTUNES, A. M. S. The trendsand geographyofnanotechno-
h)l(lc,,1 rt·scarch. Jomma -/71lmw/wnaljoltrnal 0fC.eography, v. 184, p. 3748, 2006.
!~~______~P~A~T:::.E:.:NT:..;E::.A:::M:..:E::..:N:.:..TO=..:.&_P_R..;.O..;.S_PE_C_Ç,-A_O_T_E_C_N_O_LÓ_G--"IC.;..;A.;..;N;.:O;..:S:.:ET:..:..:::O:.:R!";FA~R~M~
AC~lJl'ICO
~

es t es recentes instrumentos ainda não puderam ter seus resultados ITlcnslJr.:ldos'. ne'stc
tudo, Os resultados apresentados oferecem UIll panorama do mt'rcado internacional :8-
aos pesquisadores brasileiros, ao mesmo tempo que sel~ uma ferramenta para an,í;:~1I
comparativa em um futuro próximo do resultado das açoes governamentais no seto se
r,

8.17 REFERÊNCIAS
ALENCAR, M. S. M.; PORTER, A. L.: ANTUNF.S, A, M. S. Nanopalenljng pallcrns in rclalion lO P I
tife cycle, 7~hnoÚJgicai Fom:asting & Social Chll1/gr', v, 74, p, 1661-1680,2007, 1'0( IIq

ALENCAR, M. S. M,; CANONGIA, c.; ANTUNES, A. M. S. TIle lrenrls anrl geo~phy of nanolcrhnolog;.
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PATENTEAMENTO DE COMPOSTOS

9 QUíMICOS FARMACÊUTICOS -
REIVINDICAÇÕES MARKUSH

QueJi Cruz Bastos


Adriona Campos Moreira Britto
AdeJaKJe Merio de Souza Antunes

INTRODUÇÃO
As empresas fannacêuúcas mundiais estão sempre em busca do desenvolvimento de
novos mec!icamentos realizando grandes investimentos em P&D. Para que um novo
medicamento seja ofertado ã população centenas de invenções são necessárias. No en-
tanto, a descoberta de um fármaco seguro e eficaz é resultado de investimentos que po-
dem chegar a US$ 800 milhões de dólares, onde sua pesquisa e desenvolvimento reque--
rem alta tecnologia e prazos de 10 a 15 anos de pesquisa (DIMASI, 2003). SPILKER
(1989 apud CARDINAL e HATnELD, 2000) ressalta que, para cada dez mil compostos
químicos sinteúzados, apenas dez alcançam o desenvolvimento clínico e apenas um
será aprovado para a introdução comercial. Por outro lado, o custo de desenvolvimento
de um medicamento genérico é relativamente modesto, leva alguns anos e custam cer-
ca de USS I a 2 milhões com alta possibilidade de sucesso e entrada no mercado dentro
de pouco tempo após a expiração da proteção patentária (GRABOWSKI, 2002).
Entretanto, em virtude da ~de ,facilidade que existe em copiar as moléculas quí-
micas bem como suas formulaç~, alem do fato de a produção de medicamentos po-
der ser realizada em plantas relaovamente pequenas, uma das maiores preocupações-
não somente por parte da indústria farmacêuúca, como também das universidades e
insútuições de pesquisa que estão inse_ridas no desenvolvimento de novos compostos
farmacêuúcos - é justamente a proteçao por patentes.
O sistema de patentes foi criado para esúmular? d:senvolvimento tecnológico. A
patente cumpre um duplo papel: o de proteger as cnaçoes e o de servir como uma rica
fonte de informação técnico-científica. Neste sistema, o inventor se compromete com a
sociedade em divulgar seu invento em troca do monopólio temporário para exploração
de sua invenção (geralmente, 20 anos), impedindo desta fonna que terceiros explorem
ECÇÁO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UTICO
PATENTEAMENTO & PROSP _
182

sem licenciamento e pagamento de royfllliP..!


comercialmente o o~ieto patentead o
(MACEDO et a.li~ 2001), ,. gumento para que as indústrias
• 'do uulizadas como ar ,
As patentes també m tem SI , ' , reaver seus inveslimentos em
, da - d 'Iio temporano, possam
aU"ave~ conceSco;ao. este monopo tos ara documen tação necessária
pesqUisa e desenvolVimento (P &D). bem como nos gas P ."
. . . , - d vicrilância samtana competente.
ao registro do medicamento Junto ao orgao e o' . b . d I
- " ão pode scr su esl.1ma o pe as em-
Assim sendo o valor da proteçao patentana n
• ' , 01 d ndimentos com produtos quc fo-
presas que deixaram de a1Tecadar ate 80 10 e seus re
ram su bsUtm . 'dos por genencos
' . quan d o as pa te ntes expiram . Os outros 20% ficam pela
marca (MARK.\<IAN et alii, 2004). . _
Pode-se assim dizer que os interesses em patentear uma 1l1vençao no ~n~rcado de
medicamentos incluem: o fato de a patente conferir ao seu detentor o direito de ex-
cluir terceiros de explorar comercialmente sua invenção; ser um meio de obter retor-
no nos investimentos em P&D; e permitir auferir divisas pelo seu licenciame nto e
acesso a novos mercados. Segundo BARBOSA (2003, p. 616) .. [ ... ] o propósito da pa-
tente é incentivar a produção de novas tecnologias, através da garantia jurídica da ex-
clusividade de seu uso".
Portanto, d.:1.do os efeitos substanciais que uma patente pode ter na competição e, en-
tão. sobre preços de medicamentos, os critérios que são aplicados para o exame e concessão
da patente faIl1lacêutica são exu'emmnente relevantes pala a política da saúde pública.
Pal"a tal, o presente capítulo tem por objetivo mostrar características das reivindicações de
compostos químic<rfarmacêuticos com "fólmulas Markush", os problemas associados a
elas e as soluções propostas.

9.1 REIVINDICAÇÕES DE COMPOSTOS COM "FÓRMULAS


MARKUSH"
A proteção de um composto químico frumacêutico por patentes é datl . d
, d . . d' - d a por meio o
conteudo as relVln lcaçoes, e po e ser
. .cal"acterizada
- por sua estrlltu ra qllll11lca
" ( Clor- '
mula geral); por sua nomenc1atU\a ofiCial da IUPAC e por Sllas
• <
p ropne. ti acIes fíISICa."
'
confonne demonstrado na tabela 9.1. '
Af'fTlJLO 9 • PATENTEAMENTO DE COMPOSTOS
S- OUIMICOS FAAMAC~UTI
COS...

,.8 bela 9.1 Exemplos de reivindicações de com postos qulmlcos

Relvlndlcaçlo

composto caractarizado por ter a f6rmula estrutural.


SUbstância ativa - AAS
- analgésico. antnérmiCO
OH vaSOdilatador. •
I
((
~
I o
::::.... o
I
09' ' eH .

composto caracterizado por ser o ácido 2-etanoato-benz6ico.


Nomanclatura oficial - IUPAC.

Composto caracterizado por ter o peso molecular de 180 e o espectro Substancia ativa - produto de
na região do infravermelho conforme figura 1. uma reaçao Qulmlca.

0,75


õ
c 0,6
g
E
'c"
~ 0,45

0,3

300 200 100


Número de onda

Fonte: Elaboração pr6pria.

Desse modo, quando um composto q\límico é caracterizado porslIa fórmula estru-


tural, ele pode ser representado através das chamadas "fónnulas Markush", No presen-
t~ ca.pílUlo será dada ênfase a reivindicações relacionadas a compostos qllímico-fanna-
ceuucos, clÚa estrutura é uma "fórmula Markush"_

. A "fónnula Markush" é lima express:.lo genélica para uma classe de 5ubst.àncias quí-
lar "convenclonalmente
mIcas . . em um esque Ieto moIecu-
empregada nas patentes. e constste
que e substituído por uma ou mais subestnttums variáveis que são acompanhadas da
PA1ENTEAM NTO & PROSPECçAo TECNOLÓGICA NO SEiOR FAAMN-.L. __
~
Ij~ (Útd,(-/iníçf)L'li dessas porçi)cs vMiáveis da molécula (SIMMONS, 1991).lJeII8e I
t~íi/lIt ü/J<:) ti", el>truJUra pode incluir de centenas a, até mesmo, milhÕCII de JX~í\' . ~l(j,J,
. I ,. d "C'
1)($/1;. A IW;w<!. fi. I apresenta um exemp () OplCO e uma Jonnu a Marku., h"
I (.1$ (J'Il).
ql~ dt
;i.('J"I/'I!oC/.,m Mlf .NE (199 J), pode represen tar cerca de 1.967.324J)()()estruUJrdlldilltj ,
nta..

Onde: A= NH ou CH;
=
B O, S, NR ou C=X;
X=OouS;n=Oou1, onde n=OquandoA:;N',
R = selecionado de H, halo, alquil, haloalquil,
nitro, amino, alquilamino, OH arilalcóxi e alcóxl',
Rl' R2' R3 = H, alquil, aralquil ou fenil
(substituído por um ou mais substituintes);
R3 e R4 formam uma ligação dupla e Rs = H ou aIqui
=
quando A N;
~ e Rs formam uma ligação dupla e R3 forma uma ~
=
ligação com A quando A C, com a condição de que ao
menos um dos R1 e R2 é H ou alquil.
Figura 9.1 Exemplo de "Fórmula Markush".
Fonte; Bliboração prÓpria.

o termo "Markush" surgiu em 1923, quando o Dr. Eugene A. Markush depositou


um pedídode patente nos Estados Unidos, o qual estava associado a um método de pre-
parar corantes de piraz.olina. Porém, o tipo de reivindicação, depositado por Eugeoe
Markush, foi considerado inespecífico pelo examinador de patente norte-americano.
Todavia, depois de apelar à Comissão de Patentes nos Estados Unidos, a patente foi coo-
cedida <''1n 1924 como US 1,506,316.

Markush não foi o primeiro inventor a tentar abranger mais de um composto em


um único pedido de patente. Quando comparada a reivindicações anteriores, sua rei-
vindicação foi relativamente simples, possuindo uma linguagem genérica e wna Jista.
gem curta de compostos específicos. Mas, os examinadores insistiam que uma rer.iIJd)-
cação não poderia abranger compostos alternativos. Entretanto, após a decisão na C0-
missão d e Patentes nos Estados Unidos, as reivindicações "Markush" foram citadas por
outros pedidos de patentes, e o nome "fórmulas Markush" foi vinculado a reivindi<2-
~wntendo fragmentos químicos "se1ecionados de grupos consistindo em" uma ~
de alternativas. Com o passar do tempo, o formato conhecido como uma reivindiC3Ç30
"Markwsh" tornou-5C padrão, significando uma estrutura química com substilUÍIl1e5
variáveis (SIMMONS, 1991).

~ ,~o, as reivindicações do tipo "Markush" permitem "... amp~ ~ P~


~Ma POSl;II~d~~ que, mesmo não tendo sido executadas, são viáveis e visualizá\~a:
ur <W1)()!iSlbdldades realizadas e descritas no relatório descritivo" (MACEDO. 2001. P.
No entanlo , surgem dú~idas com relaçào ao e5(:opo d e pl'Ot"C(;\() rle;j._ IlC'tlhli \~ \111
palenleScom "fónnulas Markush". E, nesle sentido. é pmdelllt' lelllhmrq"t' Il~ " 'I\.1mll-
caçôes são as especificidades da invenç;io pam as q"ai~ a 1>"\1<0'\';\1.1 é 1"'1" .lidll, nlI m e-
lhor, os aspectos paniculares que os inventores con~iden\l11 como l10vidade em 1~1,,(c\.)
ao estado da lécnica eXiSle11le alé aquele momento. Desta m;\neil,;\. ('l ll~ ,klhllh,ml t' ('1.
tabelecem os direitos do titularda patente sobre;l matrlia ol~elO de Im)trt,';\n. rntlm . ,,~
reivindicações são, de fato, a invençiio (M ULLF.R ri alii,l!()O I ). l'",~allh 1,111""""'''1\;\\' tI
em estabelecer critérios e limites de fonna a satisfazer t;lnto tI detelHonla palrllle tI""\
I
to ao lISuário é objeto de grande discllssào. lendo cm \~sta o 1\.1I1e in11);\('1tI clt·l>I.'Ii\~ 1);\le ll-
tes de medicarne11l0s na saúde. Os críticos das patentes ampl"" hisam qnt' :,~ m('sml\s Irl1-
dem a desencorajar a inoV'dçiiosubseqüente porouu'O., pcsquis:-.dôl'es lIil lile.l ~\';l I"iI l~""
tente. Em COnlrdSle, os defensores de pt.-didos limitados dcstac:tlll q"e t'stes in.'t~"th~ 1I\
outrO!la "comornar" a patenle, proporcionando menos resltiç"){'~ ,\ IX!StI"i"'111t1m ,,< lIIt h ..
lida por outrem. Estes também ressaltam que tais pedidos tcndem 1\ ('st"bel,...,,'r .Ih,-hn.
menos contestáveis, ou seja, menos vulnel'llveis a A~'1i<'8.i1l!lid"i8.
Uma v~z que o Acordo TRlPS (Acordo sobre Asp<'t'tos !l,\S Ilil'chn. dr I'I~\I)I;('{II"
de Intelectual) permite que os pafscs-membros do WTO (Wmftl '1\",1. (h)ll1"'MlIi"'.)
adotem sua, próprias definições de padrões de patcntl'abilidaclc. 011" ;111••" h\V~'II\~it'8
d~-vem apresentar novidade, aLividade inventiva e apliclI,ào indusui"l. tnalll'lII ncnhuIII
momento determina qualquer especificação com relação au crilí!lilllllili,,,,du pm tlen.
nir a patenteabilidade, esta flexibilidade permite que dilt-rcntes t'litÍ'rh~. "':Ialll ;\.10111\-
dos em cada país. Dessa forma, uma ampla reivindica,àn, COII\O a de 11111<1 1" "1\1111'<1
"MarkIL.h" pode ser analisada de difercntcs maneiras. dc acon.!n tnnl lIS crlt,<rlú.,
adotados em cada país-membro da wro,
. A prática mundial quanto ao escopo da proteção que se pl'tlrUI1\ ""'IW' , ,II' 11111 pe-
dIdo de palente é definido por suas reivindicações, oU1Wía, é o texto das ,,'ivlndl n\~'I)('lI
que dctennina os limites dos direitos a~seKllmdos pela patente conl<mll(' dilo ante'l"iUI'
mente, Portanto, a invençiio definida na.. reivindicaçi,c. dl.'Ve ser a IIIcsnla tlc,~l'Iit" nu
r~latório descritivo. Assim, no Brasil, lodo seu contetido est.\ fundamClltadn ""srxp"sl.
çoes feitas no relalório, como delermina o artigo 25 da 1..1'1 (l.EI n" \1,:.17\1, 14 / 0!)/ 1\1\11\) .
Além disso, conforme o An, 24 da LPI (LEI n· 9,279, 14/ 05/ I \1\1(\) t1clcrmltlR '1" 1\ I,,>
venção ou criação deva ser descrita de forma perfeitamcnte clanl e rompl.,t .. ue 1\10tlu R
permitir sua reproduçáo por um técnico no a..sunlO,
A falta de suficiência descritiva pode ser uma ..mio para I\CR:lf 011 hlV\Illrl:lf Imm 1)11>
tente, principalmente na área farmacêutica, poi~ wl árt~" tem illlCrt'8.~C púrtltulllr IW~t'
requerimento (no caso da necessidade de lima licen,a compul.ór;u ou ap,~~ II putcmc
expirar para a reproduçáo de medicamenlos genéricos) .
. Outro requisito aV'dliado em um documento ele patente é cm rela("" ~ unltlRtlt' ri ..
In"cnção. A unidade de invenção do pedido de patcnle se refere a ullIa únlen lt\wl\ç"n,
ou a 11m único grupo de invenções inter-rclacionada., de rnanclrn II Ç.tllllpl'(·crllll't, 'III
u", único Conailo inventivo, ou seja, a resolução de um únicu problema técnico,
PATENT AM NTO & PROSPEcçÃO TECNOLóGICA NO SETOfl FARM.a.C~ ......
88
~
Um rSt'opo dr I'I'nl('('âo ri" mna p:H('n tt' inaot'quado ('~IQ('aria em risco o <!\Ia
tia Iws'l"illll 1', n"'S(''lllf'''lt'IIl(''''It~, "II' m ~lit11\ pn dt'ndo st:~,a a própria SOCiedade n~{)
mio !t'ria .\ ~"I\ IHSPll~i(lio I1wflil'alllt'nlOs d e lí llllna !:{eraçao pam o tratamento ~;ue
I11'olil:IX111 til' dl\'\' l'mlS dOt'''(llS (COOI'ER. :lOOO\. OU

lli:Ullt' cio t'Xpl~~tI) arima, li st'){lIir St'l";lO apresentados os pl'ob,l~mas relacionad


!'t'hintlit'aç,ks "~I;trkllsh"l' sllhl~'lks propostas rOllloasc 1I0S rcq\llsltos de patentea~~
dadt' adoladns pdns ('Scrilt',,;OS cI,' pall'lItl' do Jap.jo, dos Eslados Unidos (Unik-d ,'It Ii~
I'tllml (?1/irf' - USPTO) (' da Europa (I;'/lIV/'I'tlll. l'alel11 Offir:e - EPO). <llt.!

9.2 PROBLEMAS ASSOCIADOS A REIVINDICAÇÕES "MARKUSH"


O: pmhklll:lS rdariollados às rchilldka~'ücs "Markush" súo decorrentes do fato des
sCI'{'m ('al~,ct<'ri1.\(ias ponldinições genéricas, ou s,:ja, UIll "composto" químico é d;
nielo por lima ()l'llIl1la estrutural que pode dar OIigem a milhões de compostos. I-
lIm dos primeiros problemas relacionados às reivindicações "Markush", que são
por n:llul"('7.,\ ilmplas, é a busca por anterioridades para se estabelecer o critériodenOli-
dllde: pois, em virtllde dos milhõt's ele compostos Cjue podem ser pesCjuisados, esta se
toma descslilllu l:m te. Ess >fa to ocorre devielo aos programas utilizados para buscadt
composlos ~Markllsh" screm lahoriosos e, conseqüentemen te, consumirem consideri
vd tempo para a prt'paração do banco de dados, o que toma a ocorrência de erros '"'
'1ltt'ntc duranle o processamento. Além disso, pesquisas muito abrangentes podem k-
var a 11m ~mnde IIlimem de fa lsos resul tados. tornanelo o banco de dados muito faro r
in e fi caz (USTINOVA & CHELlSHEVA, 1996).
OUU'o fator problemütico é a avaliação da su ficiê ncia desCI;tiva, pois em reivindica-
ções "Markllsh" muito amplas. parte da re h~l1e1i cação nào é suportada no relatóliod~
crilivo pe lo modo de exew tar a inve nção. A insu ficiência de exemplos experimem.m
com relação ao processo de pre paraçào desses composlos, ou d ados experimentais que
comprovem suas atividades biológicas, é uma camcterística desse tipo de patente. Sro-
do assim, é um laLOr problemático. uma vez que é invi.lvel forn ecer esses dados expt'~
me ntais partI "Markltsh" que originam milhões de compostos, ou st:ja, os exemplos não
cobrem todas as classes d e compostos d escritas na rei\~ndicação. O manual de proc~
menlO de exame d e pate nt es do escrilóriojaponês (2001) é bem enfeltico com relaÇllOa
lillul de suficiê ncia descritiva, e descreve que as reivindicações "Markush" viol,~~~~
de Patentes do Japão quando o relatório descritivo da pate nte não possui SlÚ1Clt'UCt3
descritivo!. Tall11anual d escreve o seguinte exemplo:

"Exemplo 1: Quando uma reivindicação descreve um processo de preparaçãO de ~


benzeno substituldo por nitração, onde o grupo substituinte do benzeno (X) é eH, /XIfTI
COOH. No relatório descritivo o material inicial usado é tolueno, onde X é eH:/, E~:b6fI'
m~mento encontra-se descrito no relatório descritivo exemplos onde o matarial é ~OOH. os
ZÓICO (para X=COOH), Portanto, tendo em vista a grande diferença e~tre eH' :a •(Ex8f11i"
exemplos nSo cobrem todas as classes de compostos descritas na relvmdlcaç .
1
natlon Guldellne for Patent and Utili/y Model in Japan, PartoI, Cap. 1, p. 24, 2(0 ).
APATENTE DE SELEÇAO
Aind;1 C'1lI ,fi 111(':"10 c/a 'hlra c/r liu'jdl'nda dt:lóCrí/ ;Y,., ",mi fYfll.clH.c ((1m uma f4nnula "MM.
kll~h mll!!o alllpla poc/e c/,Ir CI/'ll( '/li a IIl1y;aJl pa/ell/e/!, (:uoht:Cula. O/frW "V44,..,.,'d de
sdcçâo ",

Uma · "altIlW d e Sdcc,:.io" fllllI ' li('r t1dinída rum',:

'uma patente sob li qusl um único elemento ou um pequono legmonto den/fo ~ um gflJpQ
mais abrangente conhecido é 'soloclonodo' 8 rolvln<JIC8do I~. ~
numa caracter/Sllcs particular nAo monclonada no (Jrupo m8l8fítJrafY,J!ifTfIJ" (CCRREA. 2fJ(j(),
P, 51),

Uma inycnção ~ con~idcracJa c(jmo lima IIClcçâo (ltJando prn'rachc lJ't:. rCljuÍlhÍw.
I (EPO, ~()OO):

J, A sclcçüo é pequena em relaçáo ao (jl~ícro oonhocído,


2, A scJcção mio é próxima de 'Iualiju(.·r ponto ~pccífíoo n,'Vt.iado fl(JS doeu-
rn cnlo~ do estado da récnica, príncírYdlm(:nw no (-u'rnplo,

3, Otvc I 'r um efeito técníco di~t ínto do conhecido,

ku ~rn, tais pedidoli, sclccíonam~ composw/I pcrt.enct.'f'Itc.'t a uma f6rmuJa "',Uar-


s~ p~mcipal, ()~ (Iuai.~ não foram exemplificados quanto ao tt:u pmcewJ de pnV'"
~~o e a dcmon~lraçã() da sI/a atívídade hí()l~rjca no pedído orígínalmenre deposita-
de Contendo a "fórmula Ma rku~h"), Como exemplo, pode lIcr cítado o documento
patente EP {)(}5969H IS /, (1 qual d 'li origem a patente de sdeçâo EP J073639 .B L

~ Apatentc EP 005!Jfi91i H/ d(!1jCrt.-vc um com~ de fónnuJa l. oonfonne tabela 9.2-


t(ia
com/'X>!ltCJ
,
é t10'I' , /" . "'~ ",,~~., _,I
17ado como farrnaco fJard trataITlel1tol1 c U1Ja~ ue uuoo........ f<."M.uJan-
aUt~lIn un lUdl,
"'- '1e c mflamaç(x..~
' pal.OlÓ1-.ríca.~)
_
, '
- ' .
:i~lúatkdfJ('II~r ' . .~,.r.lí'
nra;14" rne/íl dI: CkJI"'nlr,\ (I.. ..1J11..íml1rJídarle c í,,~(JC::t
fJ
' -"'--'-m.úJ, ..-s..
t-""-~~ ~ ... """ ~
rifa do fr"tltIfX!rtckntr de ín\ulína. "íp'" ffltc.'maI""" ~lic,}.;uU'lCt' rCU1I~. doença ínfia..
cnrno óIllna,:ltt~ r""rf3M e "urrou dt.en{a4 !1ntfc la í~ dncn~ha" p;apd priuópal.12Í5
. ,~tll(', d~mmc c Ól1(-rI(a tk Alzhcimet',
PATI;NTEAMENTO A PROSPE O TECNOLOOICA NO SEToR FAA~
188

Tabela 9.2 Composto de fórmula "Markush" I (EP 0059698 8 1) 8 composIQ de formula II


(EP 107363981)

EP 0059698 B1
Carboxamldas heteroclclicas, composições EP 1073639 81
contendo esses compostos, processo para aua Derivados de Quinolina
preparação e métodos de tratamento

Objetlvo: para tratamentos cllnicos de doenças Objetivo: para tratamentos cllnicos de doen.;as
resultantes da auto-imunidade e inflamações resultantes da auto-imunidade e inflamaÇÕes
patológicas. patológicas com Btivldades farmaCOlógicas
superiores aos dos compostos descritos na
"Markush" original - EP 0059698.

R"
A, I R, OR, O

R,
CONR, R.
N"o
I
A, R
R, CH,
R.
Composto de fórmula I Composto de fórmula II

Onde: R" R, e R, podem ser H, alqulla inferior, =


Onde: R elila. n-propila. isopropila. n-Mla.
alcóxi Inferior e outros; isobutila, sec-butila e alila;

R. =alquila Inferior e outros; R. = H e tátions inorgânicos e orgânicos


farmaceuticamente aceitáveis;
Rs = fenila e outros;
Rs = metila. etila, n-propila, isopropila, met6xi,
RI) = alqulla Inferior; cloro, bromo, CF, e OCHxFy; em que x =Oa 2,
y = 1 a 3 com B condição de que x + y = 3;
A, = OH e outros;
R. = H; R, e R. tomados juntos são metilenodi6x1.
A, = O e outros.

Obs: o termo significa a cadeia com átomos


de carbono variando de 1 a 6.
Os grupamentos grifados não foram
exemplificados no relatório descritivo.

A partir desse composto de fórmula "Markush" I, o mesmo inventor descobriu


que, quando da substituição de determinados grupamentos específicos que não foram
'.
expli cltamente reve Iad os atraves
' de testes ou exemplos de preparaçao
- no docu mento
de patente EP 0059698 Bl, foi possível obter um composto de fórmula II (EP 1073639
Bl), com propriedades melhoradas com relação ao composto de fórmula I (tabela 9.2).
cAPITULO 9 • PATENTEAMENTO DE COMPOSTOO OUIMICOO FAIlMACêUTICOfL 189

Desse modo. a pateTllc 1'.1' O();,%IJI~ lU deli orí~cm íl fY"Wlltc de ~Icção F.P
1073639 UI, onde O1IlCSICII aprclICllladnjl wlr'Jlwy"rarn 'lu ',a rmrtír da jlCleção de de-
tcnninadOllI'lT~pal11enI08 prClIClIlt:1I nu (;OrllpIl8W ti . fórmu la I, foi pO~!lívcl obter um
composto de fomlUla II, 'Iue a pn:SCrlta íltívidadc8 farmacológi,a., superiorcs ao!! dos
compostoS dcscriwlI na ~Markullh" oril{inal.
Uma patente de sclcção 'em (lue elltar Iy,IM:ada cm alguma Ydntagcm IIl1mtandal
do composto com relação a "Marku.~h" original, (lU cm alguma dewdntaj(cm evitada
deste. Caso o composto reivindicado aprclI<:rll.c a rm:!lma ativídadc biológica do!! com-
poswsjá descritOll na "Marku.~h", 'mão nenhuma conlribuição é identificada para cs.~
composto seledonado da mesma.
Um ponto polémico da conc(~go de JYdlClltelHlc !lClcção rt."lIide no fato de esta'! pa-
tentes não preencherem o re(juisilO de nuvidade. Algllnll c.~pecíalí!lta.~ afirmam que o
faLO do composto estar descrit.o na "fórmula MarklJ.~h" no pedido original é suficiente
para que o dito composto c'Steja compreendido no C!itado da t.écnica. Em oposição, ou-
lrosespecíalista~ parlem do princípio de que o comJX~to M:lecíonac1o e!taria revelado,
quando descrito específícamente nOll exemplOll da patente original.
As indú.~tria~ farmacêutica'! têm utilizado (''1Itratégia~ de perpet.uação da proteção
patentária a fim de maximi7.arllCw lucros na recuperação com ~'3.'ItOll em P&D. O o~jeú­
\'O é estender o prazo de proteção a fármacos que t'Sujam com ruas patente! originais
presI.CS a expirdr. Dentre esta'! estratégias destacanHe as "patentC!i de scleção". Desta
forma, um número cada vez menor de comp(~t01l é dt-scrito sob a argumentação de me-
lhores efeiws técnjCOll, podendo até mesmo chegar a um único fármaco.
Dessa forma, teJlHe o chamado evergreenínf{, através do qual as indú.'ltria'l farmacêu-
úcas tentam aumentar o prazo de proteção }Ydtentária (onde uma mesma molécula
pode gerar dezena'! de patentes) e con!ltruir, d=~ forma, uma barreird formada com
relação ao monopólio daquele produto. Enr.retanto. uma patente de lICleção não neces-
sariamente é obtida pclo mesmo inventor da "Markwh" princípal, o que acaba dando
margem a processos j udírum.
A partir dOll pontOll eXpOlltOll acima tom<HC necessário estabelecer critérios para
a\'aliar o escopo de prot.eÇâo de uma reivindicação "Markwh".

9.3 SOLUçÕeS PROPOSTAS


Tendo em vista os manuais de exame dos escritórios de patentes dos Estados Unidos
(200I),Japão (2001) e EPO (2007), e com base nOll requísítOll de patenteabílidade das
lei~dc Patente. foram traÇadas alguma'! prop05ta~ para solução das dificuldades encon-
tradas quanto ao escopo de proteção de uma reivindicação "Markush".
. Primeiramente. deve lICr estabelecido o critério da unidade de invenção que, des-
creve rei\indicaçõcs "~farkush" de comp05tOll químico-farmacêuticos. Esse conceito
JlOdc ser \'ÍsLO da seguinte forma:
a)
Todos os compostos originados da fórmula prinápal devem possuír proprie--
dades
. em comum, além de terem que ser utilizados para o mesmo fim , ou
lIeJa, conforme o exemplo de "Marku.'lh" na figura 9.2, todos os compostos de-
Vem POSSuir o mesmo centro ativo com aÚ\'idade antiínflarnalória..
TECNOlOGICA NO SETOR FARMACtUTICO
190 PATENTEAMENTO& PROSPE CÇÃO

b) -rodos os possl\'CIS
- . compostos onglll
.' ados de lima fórmulaI "Markush
'
M
ler.l.o
C'
. .
que apresentar uma estnllllr.! pnnClpa con I 1\In1 a
, lOdos
. , c cs, ou seja, con lor-
M

. o S os com!>oslOS ongmacios
9 2 • tod
me d emonSlrad o na fi gllra.. , . daquela Mar-
..us h" tera'o que possUir
I. . O cen IIO •alh-o anlÍ-innamatono como eSlnllllm
principal.

.,,------------------------.,,
SO~1
o ,,
,
,,......
,
,,
.
Centro atlvo
antllnflamatór'lO

Nh' "Ar
~-- ---------------------_:
FIgura 9.2 "Fórmula Mat1wsh'. onde OS significados de R, e R2 encontram·se dispostos no pedido
de paten1e P!9710372.
FonIe: EIMloreç60 p6pi ..

Quando uma " ivindiração "~ I arkllsh não apresenta unidade de invenção. as bus-
M

11 pnr antt'-riHridadc." ~ 1IJrnam muito amplas e, conseqilclIlemen te. devem ser reali-
r.HOO com IM.~ nos c(Jmpc"t(~ cX('mplificados no relatório cit~scr itiv(). Antes de dar
pros"CJ.~ujmf;"nto ao E'xam , a requerente (leve ser inforlllada da falta ele lInielacie ele in-
vençào c, d .' fonn.... dcteoninar rl'l3.Ís ~rupos d(~ com postos deverão ser examinados.
Com rclaçàoà sufici ~ n ia c1cscriúva. os C1('mplos experimentais, dispostos no rela·
tório dc..'S('1Ítivo, são requisitos . >nru..il para avaliar urna pat.ente com reivindicação
-Markllsh-. No rel.al.ó riod riÚ\'O, os exemplos experimentais de proccs.'\o de prq>ara-
.- () ou de atÍ\'Ídadc biológica dos compostos d !Vem se estencler ti tudas a.~ classes de
compostos alternativos da -Marku.<;h· ora r'i\'indica(la, pois nào 11(: pode predizer ou ('l(-
trdpolarque diferent.es classes de compostos, dO!! possíveis substituintes, possam ser ol~
tid.u por uma mesma maneird de preparo, \-isto que a nallJre7.a das reaçõcs é difen'l\le
(\ide exemplo I). Seguindo a mesma linha d e pemamt'nto, não é evidente para UI1l trc-
ni () no ~ sunto que os compostos Cl~as cla<;scs de possíveis slIbstituintes _ q\le não fo-
ram exemplificclcla.., segundo . ua ação - tenham a mesma atividadc dos (ompostoS
exC'mplifi aclM. A...sim, dt."Vem estar exemplificados substituintclI da~ diferenlt'S classes,
para que eles esttjam reveladM de fonna Iam e precisa.
[) fomla anáJog-d, nào é t.'vidente para um técnicu no "''lSunto que os compost~,
cujas c:b . de ubstilUjntcs não foram exemplificadas, lenham as mcsma~ camcterísÚ'
C3S fisico-quimicaJ dos compostos exempliJicddO!! (equivalentes óbvios). Isto é. não se
pode aJiml3T qUe" a ati\;dade fannacológica d~ compostos, com substituintcs perten·
cem a clas.ses distintas daquelas xempliJicadas, st:ja uma decorrência óbvia a partir
da obsen.ação da aúvidade farmacológica dos compostos exemplificados.
CAPiTULO 9 • PATENTEAMENTO OE COMPOSTOS QUíMICOS FARMAC~UTICOS ... 191

Ustinova e Chelishev-a (1996) descrevem que não é possível obter o có nl.role t.otal
nesse tipo de reivindicação, mas os dados experimentais seriam requerimentos necessá-
rios para suportar as reivindicações e conu'olar a complexidade de estrutura\ "Mar-
kush". Con-ea (2006), em seu artigo, também descreve que os escritórios de patente de-
veriam exigir dos requerentes informações, tais como testes e experimentos, que tor-
nassem possível a reprodução destes.
De acordo com os aspectos apresentados com relação a uma ampla proteção tal
como de uma reivindicação "Markush", e as soluções propostas, a melhor opção seria
estabelecer critérios mais consistentes com relação ã patenteabílidade desses compos-
tos, exigindo que essas reivindicações sejam menos amplas e devidamente suportada~
por exemplos experimentais. Um outro fator relevante, para que uma reivindicação
"Markush" esteja de forma clara e precisa, seria evitar temlOS que acarretam indefini-
ção, tais como: aril, alquil, alquileno etc, sem especificar o número de átomos de
carbono.

9.4 CONCLUSÕES
Diante do exposto, vale ressaltar que, a partir de reivindicações devidamente suporta-
das pelo relatório descritivo, não somente o pesquisador - como também os examina-
dores de pedidos de patentes e programadores para busca por anterioridades - teriam
melhor clareza e precisão para a avaliação dessas reivindicações. Estas características
têm CJue ser levadas em consideração quando do exame dos pedidos de patente de me-
dicamentos, os quais afetam grandemente a saúde com relação ao acesso aos mesmos.
Portanto, quanto ao exame, toma-se necessária a existência de regra~ baseadas, tanto
nos conceitos fundamentais da química e da fannacêutica, como nas respectivas Leis de
Patentes.

9.5 REFERÊNCIAS
BARBOSA. D. B. U,na introduç'io à frroIJriedluJe industrial Rio de Janeiro: Lúmen Juris. 2~ ed .• 2003.
BRASil .. LI.'Í nV 9.279. de J4 de maio de 1996. Regula dirl.'Ítos e ohrigaçúes relativos a propriedade industrial.
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r.ARDINA!.. L. B.; HATFIELD. D. E. lnlernal KnuwledgeCnmeraliml: lhe &eflTch Lllborfltoryand fnnlJValifJePr(}-
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192
-..
Et;ROPL"'-" PÁ~T OffiCL ' - - ~ wlid;J ftjl'MI't/IMfI4tiNIll, }tllmtntit!llIlIA, l1Ii"ffl), lW,h1llijr 1)1
25: 2( :n ~Iunidl. +S sep.. ::'Oüll..
EUROPL"'-" PAT'E.'" OffiCE - (ilt~~]ilr ÂXfl.tIlil/M," iR tJtt. part c.~ C'lIp, III. ~!)()7,
GR\BOWSKl. H. ~ i_UhOIt #M ,~m:.<:IlO .\ '''' 1'h"''''II~II'iNll.J.lUm/l1 n.f Illlmlflllimlll/'hl'ltI111/" IIIi
v. :;. o- 4.. p. 8-t!.h.<;'.60. 200'! IH.

JAP.-\." PATE..'TornCE-Em~.. GNidI-li,.,j-.rAltt't'tlllld lItility AttllM I".lII/m II, p 1I"I.1.C'lIp. 1.21)1)1.


~l-\CEDO. !oL f. G.; Ml1..LER.. A. C A.; MOREIRA. A. ('~ J'aJM'Ú'ólIlU'IlIII"IIII1iIlIt't'III)I"g1f1, III IMIl'!. f./)1ht~~
Comunicações par.t Transferência de Te<nolo~l\, I! t'd,. 200 L

!oL'\Rk."lA.." . G. O.; ESPI~A. M. 1.; PH.\.1\l, p, H. PHInIU /IS SI/nt'l-."'Itll.t /i,r /tl i milflMI mui NQII~Çflh.,'lltd{J11/; /I...
SIMItn.,jovnwJ oj.\l~ v, 30. n~ 4. p. 5:?9-5+1.l\ug" 21)()!.

MIl.SE. G. W. A. ~onic fonoulation ofChemical Compo.~ition, \\'mM f'fII,.,tlllljitnnntll)n, v, I !I, 11::2


76-80. 1991. • p.

!ofUu..ER. A. C.A; PEREIR-\.JR. N,; Al\rruNES. A. M, S, Eçropo d/ls "";lIi/lllirll\'fIIos SI/I! 'IIt"'111'1'IfI(lúl.llMsli1d4
A.BPI. n t :;3. p. 2&30. 2001.
sr.!oruo~. E.. s. 1M emJlt1ltQt"ojMm*ush strwtllmSnllrhillg: \ '()f'/Ibl/lmy ,JS SylllfIX,J . Chem. Illf. C,QmpuL Se1.
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SPILK.E.R. B. /lluIIiNJtitmaI Drvg eo"pallits: JSSII,-s in Dtllg. Discovery anel DevelopnwlIl. Rolwn Pr~". NOI
Yorl., .l\Y. 1989.
l/r>.1 TFD SfATES PATE...'IIT ornCE (USPTO) - Manual ofPalell1. Examining Proccel\ll'e (MI'EJl). 8!f.dj.
tion. August 2001 - Latest Re-.'ision Octobcr 2005-, 800 Resui tion in ApplicaúolIs Filc:d Undrr ~5
U.s.c. III; Double Palenting. 803.02 Markush Claims (R...I\].
USTIl\OVA. E.. A ; CHEUSHEVA. O , v, Are Markllsh Stmcntres Mallt'f!l (Ir ChcmislI')' anel Law 01'jUllfí~·
ments of me lmagination? World Palnlt bifonM/Úm, v. 18, nO I, p. 2g..!l1. ) !)!)6.
QUESTÕES NO PATENTEAMENTO DE
NOVOS USOS NO SETOR
QUíMICO-FARMACÊUTICO

Mario Lucia Abronches da Silvo


Adriano Campos Moreira Britto
Adelaide Mario de Souza Antunes

10.1 INDÚSTRIA FARMACêuTICA


A indüsu;a f~umacêUlica está fortemente relacionada à ciência e ao conhecimento, nes-
t(' tipo de indústria, é a força motriz por trás da inovação. formando um bem intangível

de imenso v.llor (REEKUM, 1999) . Assim, a pesquisa voltada para produção e acúmulo
tte I\O\lOS con hecimentos é intensiva na indústria farmacêutica, que ao longo de sua his-
túria ilprcsentoll tiuno acelerado de inovações. O lançamento de produtos novos ou
mdhomdos ('onstitui elemento central no padrão de competição da indústria, exigin-
do devlldos inveslimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e testes clínicos, e
que conta ainda ('om respaldo do sistema internacional de propriedade intelectual e
e · pl't'S.~lvt)s gastos em marlleting e propaganda.
Atualmente, esúma~e que o invesúmemo em P&D para cada novo produto seja de
US$800 milhões ou aproximadanlente 30% do custo total do novo produto (MOERMAN,
2005). AI~m de alll>S investimentos, o desenvolvimento de novas drogas, principalmente a
S ll'e:!C de novos ptincfpios ati\lOS, demanda muito tempo, entre 10 e 15 a110S para entrar
m romercialil.<lção. Os tiscos en\lOlvidos no desenvolvimento de novos princípios ativos
tamhém são elevados, de CHda 10.000 moléculas sintetizadas somente 5 têm chance de se-
t~m t'OllwrdaliZ<ldas (OUVEIRA. 2004).
Purtanlo, como o desenvolvimento de uma nova substância ativa demanda tempo,
alto t usto e risco altfssimo, as empresas farmacêuticas devem ter ação internacional
[X~r.\ gam nlir o relomo de seus investimentos (OLIVEIRA. 2004). Em suas relações
Q:lllll)(-lllivõ.ls, ('ssas empresas tentam ganhar e assegurar uma vantagem tecnológica em
c ~"tã . : I as terapêuticas al1<1vés da apropriação de conhecimento novo e específico.
~Sl:h fl:mua, a ICCllologia resultante dos processos de conhecimento é protegida por di-
ttl da propriedade intelectual, dos quais as patentes são os mais importantes nesta in-
du uill (Ri<: RUM, 1U99).
11'94~_ _ _ _ _ _ _~PA:..T~E:c:N:..!.T:::EA::M:::E:::N~T~O:..:&:::..;...:PR~O:::S:::P..::E:.:C:.:lC::..;A.::O...:.T..::E.::C:.:NO.:::::LÓ:::;G:::;I.:::C::::.A.:.:N~O:..::S!!:ET:.!:O~R~FA~R~M~~I
.:.; AC~U""'"
~

As.<im, rlifl'rentemcnlc dt' outros segmentos merrad()16gir()~ n()~ quais " , ,


" " \ .. ....,11\((' I
ver alg!uma possibilidade de a.-;segurar Il1Vel~ mll1lmOS {e rctorno !lIIaucdro 'Il , I.
, ' . ' ' r.1\'1·~ rl
mecanismos altemauvos, la l ~ ('o mo, know-/zow e c:1pacldadc de prodll~' ào, 110 li(' , c
macêutico a queslào palenulria assulllc importância cxtraordinária de~c1c o~ IO~' raro
, 'l as. p,ara o,d i vlmento
' l'~t'\I(1()
mais incipientes de CSlratq~ csenvo {Ic n()~()s c()mposto~. cm ral ' 5
do extremo risco dos vultuosos mvesumcntos em P&D (ROCHA, :l005) . ~()

10.2 PROPRIEDADE INDUSTRIAL


A patente é um privilégio conferido pelo Estado que assegura ao seu titular li ('XciII ' ,
dade - d
de exploraçao Iogla
a tecno ' pawntea d a, sa Ivarguan d o o {\"IrClto ao titular (I SII'I-
'
' . , el~

Pedir terceiros
, de explorar (prodUZir, vender, comprar,
_ _ etc.) oseu ol>,.'cto I}~
estocar "l\t...
gido, E importante que fique claro que nessa relaçao e ntre o Estado e o detcntorrl~ a.
tente ocorre uma troca, em que o titular, ao ter assegurado o seu monopólio tempo~1
se compromete a divulgar sua invençào, Deste modo. a materiali7.ação do conhccirncn:
to tecnológico em um ativo comercializável propicia ganhos adequados aos inovadores
c fomenta a rápida difusão de conhecimentos cientílicos e inovações (ROCIIA, 200rl) ,
Na indústria, a patente é tipicamente um instnunento para garantir o retomo <los
investimentos realizados, através da comercialização dos produtos patenteados e ain<la
pelo pagamento de royalties (direitos de propriedade). Ma.~ a patente tem também um
objetivo social e desenvolvimentista, visto que quando uma patente é concedida. em
troca de exclusividade, o inventor é obrigado a revelar os dados de seu invento à socie-
dade, que poderá utilizá-los para gerar novos produtos e conhecimento (ARORA,
1997).
Deste modo, um sistema de patentes eficaz viabiliza a inovação tecnológica e o <lt"
senvolvimento científico, fomenta e incentiva investimentos estrangeiros no mercado
interno, é fator preponderante para a produção de riquezas, proporciona a segurança
jurídica necessária ao desenvolvimento das relações econômicas e possibilita o
relacionamento paritário do país com outras democracias (ROCHA, 2005).
A indúsuia fannacêutica é apontada pela literatura como um dos casos em que a
propriedade inteleculal é considerada mais relevante para estimular inovações tecnológi-
ca~. Essa questão é, contudo, controvertida, e a propriedade intelectual e, cm particular.
as patentes podem ser consideradas uma barreira institucional à entrada, assegur.lndodi-
reitos exclusivos e lucros de monopólio da inovação/diferenciação de produto, A \~s;io
c?nvencional, entretanto, advoga que a concessão de direitos de patente asseg\traexc1I1S~
Vidade de exploração dos fOltos da inovação ao seu detentor (monopólio temporário)
por
'dum detelmi na d openo ' d o (dado pelo prazo de validade da patente, de 20 anos, a nll'
r
I:!r adatadodepósit ) d ' , 'I' d· '<lção e.
, o. urante o qual aufenna os lucros de monopo 10 a 1110\
com ISSO recupe ' . ltOf
se ob' ' , rana os elevados custos de P&0 incorridos. Em contrapartida, OJlwct
ngana a revelar detall dam .' t >tJidll pelo'
patente ,la ente o conteúdo tecnológico da matena pro (l" ,~,_
,que podera ser de 1 'da' " ode \,.ull ...-
de da patente (BAS senvo VI e aperfeiçoada por terceiros apos o pr.v.
TOS, 2005),
195
CAPiTUlO la • OUESTÕES NO PATtNTEAMENTO DE NOVOS uSOS,..

AJ!-,'lms de seus crÍlkos atribuem ao sistema de palentes os altos pr~ços do.'I ~e~i~­
OIenlOS inovadores. O monopólio de patenles causa grandes disLOl'çoes econonucas.
.
que IlO caso de mcdlcaJllt"ntos pro\'ocaJl1 aumcnlOS de preços, em me' dia. d e_· 300% a
400% sobre os praticados no mercado COIllp<"titi\'O (UAI\.ER. 2(05).
O conLra~u'!-,'llmento da indúsuia é de que as p.'llenleS abrangem menos de 2% dos
medicamentos da lista de e '~enciai ' da Organi7.açáo Mundial de Saúde e cobrem a~
nas 30% a 40% dos medicamentos ~ticos, ao passo que cada produto patenteado en-
frenta a competição ck dua.~ a dez moléculas substitutas próximas destinadas ao mt.'s mo
tratamento. A indúsuia argumenta, ainda, que o pra1.o eteli\'O de exploração d~ paten..
te é infe,ior ao seu prazo de \'alidade kg;ll, elll virtude de haver um lon~o penod o ~e
tempo entre o patenteamento do produto e o seu lançamento no mercado em funçao
dos pralOs dos testC'S exigidos pela regulação. O pra7.0 de efeLin) beneficio da patente
seria, assim. dt, apt' llas 6.5 anos (IFPMA. 2004).
S.io internacionalmente protegidos por patentes "mto os produtos mais inovado-
res. wnMüuídos por medicamentos que aparecenull pela primeira \'e1. no mercado,
quanto os d<'SC:nvolvidos posteriormente com atjvidade terapêutica semdhante ao pro..
c\UIO original, mas com características químicas dift'rentes deste (1/11' 100') . A~ patentes
,)()Ôem proteger ainda outros aspectos de desenvohimt'nto de um novo medicaJnento.
tais ('(uno, ('litcroisômeros puros. fomlas nistaJinas, mélOdos de preparaçào. combina..
<Ó<:5 de doi., 011 mai inh'l'edientes ativos. excipientes, fomlas de do. . agens. aplicações e.
l'O) al!{III1S paí~ . méttxlos de trat.amento e diagnóstico.

A patel~tc depositada sohre a síntese de um novo plincípio ativo é chamada dc pa-


tl·llIe..ha.'IC. E a mais almlllgentc. pois protegc a molécula do ptincípio ativo em si, nào
podendo ser explorada . cm o conS('timento de seu titular nos países onde estiver depo-
sitada e em vigor. n{1O importando a fornla fannaccutica. nt'm 'l.~ociações. tipos de exci..
pientc, utili7.ação indicada, pois a slIbstància em si fica impedida de exploração. Os de-
Sl'llvolvimelllos slIhseqilentC'S vão sendo patenteados com o tempo. ori~nando um
cOI~iunto de patentes que detemlina um grau de proibição totalmente valiável de dro..
ga para droga e de empresa inov.tdora para empresa inov<\dora. Os desenvolvimentos
dedl'l>gllS gt>ralmente recat'm em nova~ rotas de obten"io ou emprego de intcmu"diátios
mais pcrfonnames. nO\'OS sais fannaceuticamenle mais accitáveis. novas fonnas C1istali-
nas. novas fonnas famlaci:\Itica~. as.'IOCiaçõcs com OUtIas drogas, novos métodos de trata..
mento e novJS aplicações (OLIVEIRA. 2(04),

, ::;:;~ (,,~u tamboim"):.T!1lllH1Ç d(', lI1edic;unl'n~Q I'llja ~lnJtm.. ql~im~c.a é similar ao mt.-dic;unen-
ol
~ d'en:nna e ct!lo pcritllannafol"K'co e .erdpcUl1CO lIao difere S'h'lllhcalh'alllcnte li", •• ",. Genl.
n.~ o m"", " 1 ' . I .. •
ainda ' ~' "~~'{' 1ll0 sum ar COlIIl'm o mesmo lI11f eo qllll~ICO que o medicamento de "cf<-rcncia,
lIlen '1~(' sela dif('n:n~ na nn.ul'('ta de algun d(' st"1~Ha(ltc:lls. (fume: ,;".~ TI). Glo&\I;o de Medic _
Ill$; l~rrollo. EVdJulIciún y soo Washill!(101l O.C.: urs. I !)CJ<J. p. 15j). a
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SETOR FARMAC~lJTICo
196 ---.;:

10.3INVENÇÓES DE NOVO USO MÉDICO. _. ' .


A diferenciação de produtos como padrão de compeUçao Impltca a necessidade da bus.
ca contínua de inovação de produto pela empresa para m~nter?~ mesmo ~mpliar sua
- n o mercado , requerendo o engajamento
pa rIJ·C1paçao
· .. _ slstemallcoI em atlV!dades de
P&D que assegurem um fluxo pennanente de inovaçoes a se~em ançadas no mercado
ou mantidas em estoque para evenluais ataques de ~ompe~dores. O lançamento de
produtos no mercado dependerá da capacidade de mova5ao. da e~pre~, principal.
mente em setores baseados na ciência. em que a transferenCla e o hcenclamento de
tecnologia não são usuais (BASTOS. 2(05) .
En tretanto, a cada dia o mister da pesquisa científica na área farmacêutica resta
mais desafiador. Com efeito, restam redu zidas as possibilidades de obtenção de novas
moléculas e, mesmo que inéditas, que apres~ntem melhores ,re.sultados em COntejo
com os procedimentos terapêuticos já conheCIdos da classe medica (ROCHA, 2005).
In úmeros artigos recen tes destacam a existência de uma crise de criatividade no setor
farmacêutico relacionada à diminuição constante do número de novas entidades químicas
(NEQ's) efetivamente inovadoras. Especialistas do setor industrial falmacêutico conside-
ram que a capacidade inovadora da indústria farmacêutica que faz pesquisa de novos fár.
macos não está compatível com a densidade de investimentos realizados em pesquisa. de-
senvolvimento e inovação (PD&I). Por exemplo, dados da associação representativa da in-
dústria farmacêutica norte-americana (PhRMA) estimam que foram investidos em PD&I
na indústria farmacêutica mundial, em 2003, US$ 33 bilhões, valor recorde, enquanto o
número de NEQ's inovadoras não aumentou proporcionalmente (BARREIRO, 2005).
Assim, em decorrência da complexidade, morosidade e onerosidade do processo de
obtenção de novas moléculas, o foco da pesquisa na área farmacêutica foi deslocado para
o descobrimenlO de novos usos de substâncias já conhecidas. Esse fato é evidente a partir
da observação do reduzido número de novas drogas que são clinicamente testadas e apro-
vadas para a comercialização a cada ano. As indústrias farmacêuticas estão agora focadas
na descoberta de novas propriedades ou usos de drogas conhecidas (ALI, 2005).
Em tese, as invenções de novo uso são aquelas relacionadas à aplicação de um obje-
to já conhecido para a obtenção de um resultado novo e inventivo. Na área fannacêuti·
ca, as invenções desta natureza podem ser de dois tipos:

(i) Primeiro uso médico: Novo uso, como medicamento, de um produto já co-
nhecido com uso fora do campo médico.
(ii ) Segundo uso médico: Novo uso médico de um produto já conhecido como
medicamenlO .
•~im co,:"o empregado para a proteção de outros tipos de invenções na área faro
maceutJca, o, sl~tema de patentes também é utilizado para a proteção das invenções de
novo uso médICO. Por exemplo, o citrato de sildenafil foi originalmente patenteadO
para o tratamento de doenças cardiovasculares, mas, posteriormente, o segundo 1150
deste composto - no tratamento da disfunção erétil _ foi reivindicado em uma ouna
patente.
CAPfnJLO 10 • QUESTÓES NO PATENTEAMENTO DE NOVOS USOS... 197

Entretanto, as questões envolvidas no patenteamento das invençôes de novo \ISO


médico são complexas, tendo em vista que abrangem a~pectos ligados à legalidade da
proteção conferida, aos requisitos gerais de patenteabildade destas invençôes, a05 con-
ceitos éticos e sociais, e aos fatores políticos e económicos envolvidos.
Com relação à legalidade da proteção das invenções de novo liSO médico, o Acor-
do TRIPs ou AD IPC ( Trade Reúlted Asper:ts ofIntelkrtualPm!JeTty Rightsou AaY/'.do .~obre!}spec-
/OS dos DireitiJS lÚl Propriedade Intelectual relacionado ao Comircio) 2 não forn ece mdlca~ao s_o-
bre este assunto, uma vez que apenas demanda dos países-membros da Orgam7.açao
Mundial do Comércio (OMC)3 que concedam patentes a produtos e processoS em ~o­
dos os setores tecnológicos. O texto do Acordo TRIPs não especifica qualquer _excessa?
aos novos tlSOS de substâncias já conhecidas, mas também não exige a concessao de taiS
patentes. Desta forma, o Acordo deixa os países signatários livres para determinar suas
próprias abordagens em relação ao patenteamento de novos usos.
Os requisitos gerais de patenteabilidade das invenções foram padronizados pelo
Acordo TRI Ps, na forma do Artigo 27. I - "... qualquer invenção, de produto ou de processo, em
todos os setores tecnológicos, será patenteáve~ desde que seja nova, envolva um passo inventivo e
seja passível de aplicação industrial... ". Assim, para os países-membro da OMC, uma maté-
ria objeto de proteção, para ser patenteável, deve atender aos requisitos estabelecidos
em TRIPs: novidade, atividade inventiva e aplicação industriaI.
Em um pedido de patente, a avaliação dos requisitos de patenteabilidade de deter-
minada matéria deve ser baseada no conteúdo das reivindicações, que traçam o escopo
jurídico da exclusividade. Neste contexto, a redação dada às reivindicações é de extre-
ma importància para a determinação dos limites dos direitos do titular assegurados pela
patente.
No caso das invenções de segundo uso médico, os requisitos de patenteabilidade
também devem ser observados tendo como base as reivindicações contidas no pedido
de patente. Con tudo, as reivindicações de novo uso não podem ser direcionadas ao pro-
duto em si, - .. Composto X caracterizado pelo fato de ser para o tratamento lÚl doença Y' - uma
vez que o composto químicojá faz parte do estado da técnica e, conseqüentemente, tais
reivindicações não atendem o requisito novidade. Assim sendo, como o composto quí-
mico não é novo, as reivindicações devem ser direcionadas ao novo uso deste composto.
Entretanto, reivindicações do tipo" Uso do composto X para o tratamento lÚllÚlença Y'
são consideradas equivalentes às reivindicações de método de tratamento do corpo hu-
mano, que são excluídos de patenteamento em aproximadamente 80 países em todo o
mundo. Tal fato é previsto no Artigo 27.3 de TRIPS, que estabeleceu que os paí-

! 17lIPSouADlPC(TradeRelaJedAspectsoflntellectunlPropertyRightsouAcurdiJsolmaspectosdosDireitosdaProprieda-
dt I~ual relacimuuW ao Camircio): trata dos direitos de autor e conexos, marcas, indicações geográficas, de-
senhos mdustriais, patentes, topografias de circuitos integrados, proteção do segredo de negócio e controle
da concorrência desleal. Estabelece princípios básicos, quanto à existência, abrangência e exercício dos direi-
3 lOs de propriedade intelectual. (Fonte: http://www.inpi.gau.úr/menu-esquerdo/palmlli/pas/a-.acordas/tripOllml).

.OMe ou wro (Organização Mundial do Comércio ou World Trade Organization): organismo multilateral
m;emacio nal , para construção, defesa e desenvolvimento do sistema mundial do comércio. Foi criad~
:: ~A~ordode Marraqueche, em 15 de abril de 1994, entrando em vigorem 1 dejaneiro de 1995. (/rm-
tP.//Wtuw.mpl.gov.úr/rrumu-esquerdo/patente/pasta_acordos/trips_hlml).
198 PATENTEAMENTO &PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETO
R FARMAC~lft
~
scs-membros do Acordo podem considerar como nã(~patcntc;ívcis os Illét I
nóstico. lenlpêuticos e cirúrgicos pant o tratamento de seres humanos ;)t0( I(~~.dc dial(.
Assim, a exclusão desta matéria foi facultada a caela país sig-nalário. PC)rlan~ (\'~llIlnai~.
fato de o elemento da reivindicação que confere Jlovidade c alividade inven~: ( tàVJd o ac.,
I lima docnça, CXiSlc IIn Iva ' '']V ,
ção ser o novo lL~O de um composto no tnllamento (e ' II,
inerente relativa à proibição na maioria das leis nacionais e regionais conlra o ~'ll~IlJl;il)
mento de métodos de tnltamento. aI.( nica.
No início dos anos 80, o Escritório de Patentes da Suíça Contornou () proolCOl'
lacionado às reivindicações de novo uso, propondo como soluçào a seguinlc . . rccl.'! :~.
,!çao,
.. Uso do composto X na prtparação de um medicamento para o tratamento da doença Y', denoll .:
nada reivindicação de Mforma suíça" (12). 11
Segundo os proponentes da "forma suíça", as referidas reivindicações satisfaze
os requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial em duas parte~ ~
reivindicação:
(i) A primeinl parte da reivindicação, relacionada a "um processo industrial para
a prepanlção de um medicamento usando o composto X", proporciona a
devida aplicação industrial.
(ii) A segunda parte, relacionada ao "tnltamento da doença V", provê a novidade
e atividade inventiva à matéria objeto de proteção (13).
Entretanto, existem opiniões contrárias à concessão de proteção às invenções de
novo uso médico. Os oponentes argumentam que o patenteamento de novos usos médio
cos, atnlvés das reivindicações de "forma suíça", expande o escopo de proteção de fomla
inconsistente em relação ao requisito novidade, visto que tais reivindicações conferem
proteção panl o uso do composto panl a prepanlção de um medicamento que 1100mal·
mente será o mesmo empregado panl a primeinl indicação tentpêutica. Adicionalmente
à falta de nO\idade, outnl objeção levantada contnl o patenteamento de novos usos médio
cos está relacionada à não-apljcabilidade industrial, uma vez que o elemento novo é um
efeito identificado e não um produto ou um método de preparação (CORREA, 2(06).
Não há uma outnl doutrina internacionalmente aceita a respeito da proteção por pa-
tentes das invenções de novo uso médico. Alguns países - por exemplo, Estados Unidos e
países da Comunidade Européia - decidinlill conceder patentes panl novos usos como pa-
tentes de produto, outros como patentes de processo, ou como uma categoria separada de
patente. Outros países - por exemplo, Argentina - decidinlill negar a patenteabilidade de
tais novos usos por falta de novidade, invenrividade ou aplicabilidade industrial, ou porque
tal uso pode equivaler a um método de tnltamento médico (o que pode ser excluído de pa-
~teabilidade sob as ordens do TRIPS), ou porque novos usos sào apenas dcscobcrL1s rela-
nonadas a um produto conhecido e, portanto, não são invenções reais.
CAPITULO 10 • QUESTOES NO PATENTEAMENTO DE NOVOS USOS". 199

, :,:?s Estad;,s U~idos, .por exemplo, o Código de patentes vigente, U.r:íled Sl~
Code 111le 35 -} alent, adm ite o patenteamento de novos usos de produto~Ja conhecI-
dos em qualque r área do conhecimento. A Scção 101 deste Código estabelece um am-
plo escopo ~e !naté ria patenteável, incluindo qualquer processo, máquina, manufa~~­
ra e composJ~ao, conta.nto que seja novo e útil e atenda às d emais condições e req.~ ls~­
toS estabeleCidos no código. Em relação ao termo "processo", a Seção 100 (b) do Códt-
go determina que este signif1ca qualquer processo, arte, ou método, e inclui também
um novo uso d e um processo, máquina, manufatura, composição ou matéria. s
Além de conceder proteção às invenções de segundo uso médico, os Estados Uni-
dos ainda permitem o patenteamento de métodos terapêuticos. O entendimento do
órgão competente (USPTO) 6 é que um método terapêutico equivale a um processo
(Seção IDO (b) do Código) e, portanto, é patenteável desde que seja novo, não-óbvio e
útil, e satisfaça a todas as demais condições impostas no código de patentes do país (Se-
ção 101 do Código).?
Diferente dos Estados Unidos, os países contratantes da Convenção Européia de
Patentes (EPC) 8 não concedem proteção aos métodos de tratamento do corpo huma-
no ou animal. O Escritório de Patentes Europeu (EPO) nega a concessão do privilégio
para a maté ria com base no Artigo 53(c) EPC. 9-10
Por outro lado, o patenteamento de segundo uso médico é permitido pelo Escritó-
rio de Patentes Europeu (EPO), desde que a matéria-objeto de proteção preencha os
requisitos de patenteabilidade determinados na Convenção (Artigo 52(1) EPC).II As
condições necessárias para a concessão de privilégio às invenções de novo uso médico
sào delimitadas pelas ruretrizes de exame do EPO (Guidelines for Examination in lhe

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-\O 15/ 03/ 2008.
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abilizoua implantação da patente européia unificada (regional) nos países contratantes. A 13! Edição
da EPC está em vigor desde 13 de dezembro de 2007.
9 Artigo 53(c) EPC (13" Ed_): "Exceções a patenteabilidade: ... (c) Métodos flara tratamen/Q do corpo humano ou
alliOMI por cirurgia ou teraPia e mitodos de diagnóstico praticados no corpo humano ou animal; esta pruvisão não
lt afJlica a produt.os, mi particular, su1Jst.âncias OU composições, para o 1LIO em quaisquer destes mé/(}(ú)s."
I. F,,~_
:-U!:"'U. Patent Convention (EPC), llttp:/ /www.epo.org/patents/ law/ legal-texts/ epc.html. acesso
1:>/ OMW08.
" A..:-
. -'"!lU 5%(1) EPC (l~ Ed.): 'Pa/entes ellropiúls podem ser concedidas para quaisqller invrnç&s, em todos os
'<""/lOS da 1.trnoI4gW., desde ~que sejam nuvas, envolvam tt1n passo inventivo e sejam smcetívris de aplicaçãb ;n-
dlUlrinl.. •
PA TT.:: ITENdEl'lTO < PAOSPECÇÁO TECNOLÓGICA NO SETQfl F~

Europelll1 P-;Jlent OffiC't") . I; Estas diretriz~ prt'\-(oem a proteçào das invenç~ d


-
gundo uso mroiro. se nO\"aS e im~nthõ\:, empfl1.,r.mdo reÍ\indicaçõesdo tipo "U~:;
S'1I~t.fnrin au rn/ltf1'O.\-;ção X poro n ''''''Pnro("GO dt tI m nudlrn"""Jo poro n aplu:n(M 11'rrl/'MII'
r (-fórma suí",-) 011 .. Mriool> til' fm'fXtm{ão dI' um mt'dim"""lo tmprtgrulo na apliraçiio':
ropNlticn Z, mrocll'fÍ::.ndo prla falo qlll' a :mbstõ"ria x,: IlSllda 13
W

~o Br..lSil, õ\ Lei n" 9.279 de H de maio de ] 996 (LPI n V 9.279/ 96), que reguladire..
tos e obrigações relativos à propriedade indusuial, em seu Artigo ] ~VlII, 14 exclui a pro-
teçào de métodos terapêuticos para aplicação no corpo hlmlano ou animal, por nào se-
rem considerados imenção nem modelo de utilidade.
Em contrap..-utid.'l, a legi~lação brasileira de Propriedade Industrial (LPI ni
9.279/ 96) nào estabelece e:\:plicitamente a concessão ou e.xclusào de p..'llentes para no\'o
uso médico de substâncias já conhecidas. Entretanto, o item 2.39 das "Direuizes para o
exame de pedidos de p.'llentes nas áreas de biotecnologia e farmacêutica depositados
após 31/12/ ]994· do lnstituito racional da Propriedade lndusoial (lNPl) apresenta ori-
entações para o exame de pedidos relacionados às imcnções de segundo lISO médico. Se-
gtmdo estas d.ireuizes., as reÍ\indicações direcionadas às imenções de 5eglmdo uso méd}.
co de'\'em ser do tipo "fonna suíça·.15
Portanto, o Brasil, através da competência conferida ao INPl, apresenta uma p0-
sição fa\'Orável ao patenteanlento de invenções de segundo lISO médico, desde que
atentam aos requisitos de patenteabilidade estabelecidos no Artigo &! da LPI ni
9.279/96. 16 Entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), res-
ponsável pela anuência pré\;a aos pedidos de patente na área farmcacêutica,17 nega a
anuência aos pedidos relatiyos a no\'os usos. Sobre este assunto, a ANVISA declarou
que Quanlo a pedidos que tenham pormvi1wicaç.ãao "novo uso· destwstâncias-A Dirttlr
&

ria Coleginda nn mmião realizada dia 26 d~ fU1Vt1rÚJro de 2(0) 1M1'ifestotl-se 110 ~tinte mlti-
do: -A lJi1?loria Cokgiada considerou q'u o i I/.stilulo i lesivo ti sa ride pública, ao desmvoM IMI-
lo cient íjico e ternoú5gico do país, podmdo dijiClúlar o aasso da população aos I1Iedical1lt1llos. NtSII

I! Guidelines.
" Guidelines ,for , Examioatioo 'm th-~ Euro pean P atent OffiIce. h tlp:/ / www,epo.org/ patents/ lawI Ie-
gal-texts/ gUldehnes,hunl. acesso em 15/ 03/ 2008.
1< Artigo IO-~da LPI o·9.~9/96: '~ão,suonsidn-a i"....."ç.M """ IIIOtklodetllilidade:... \-11/ -lintKasn';'.
lolÚJs opemünios, bma como """odas In-apiullcos ou dediagrtóstiro., paro aplicaç.M no corpo h UlIIDno ou olli_ •
15 Direuizes para o exame de pedidos d " ,
após 31 / 12/ 1994" INPI h , e patente nasareas de bIOtecnologia e farmacêuúca deposlr.tdos
em 17/ 03/ 2008.' • ltp./ / ""'\\..mpl,go\'.br/menll~lIerdo/ patente/ past.·unanllal, aces;o
16 Artigo 8~da LPI o' 9.279/ 96, "É ~ a;.. _ ,
vt!7Itiuas t aplicação industriaL: vroçao qtu alnlda aos ffl[Uisilos de novidades, atividadts ..
~go 22S:C da LPI o' 9.279/ 96: "A concessão de
17 • ' .
pmJla anuntcia da Agência Nacjqnal de Vi . ', ' f>a0t~~paro produtos, frrocn.so.'jmTll(lCt't/JtCoslÜflt'ldlrá M
14. 2.2001). • g>úinaa Sam/ana - ANWSA. (Artigo illcluido prla Ln ,,'/O. 19t1. til
fllllll2.!,9.,!,}illl:fllCl. ti NO PAn.'!N:.:.
.: r!F."A~M::!!E:!;-N~r~Q.;p~,:E.!.
,N!:O~V~O~~S.!:!U.:!;SO;!;S~,:.;.
.. _ _ _ _ _ _ _ _ _....:20~:..:.1

~r' i\lldn, IIc'I' ItIiIl 11., 101 Iii O I·OI\I't·H~fifl t1I1 IHIlI i' lIrI" pt'l~\'ia 1\ ('a!l()~ de ,)ef\idos de pateOlt.~
ii.' Iif'Mllndu 11_11," 1" (:.! I) ,

10,4 CONCLUSÃO
/11'1\ ,"'\' n 1'1111'1111 1111 (hl~ hl\'t'll(' t'M dI' 1it'J.{lIntlo UNO mérlico engloba a.~peclOS pol~micos
r rIlIlIlIlW')lII~ c' , IU' II\ ~\!\lI\ln', IIN diN('\I!lSi)(.~ Nohre este t.ema Só10 c\ar-",~ e concluslYdS. A
dllllll'ltlll 1\11,\11111 rI.\ 1"'" ('IHIII pais OIlI't'~l:lfl CNt~\ lilI1t' Il\t'llte fL'I.'IO<.;ada às questões éticas,
_"daIN,!,,,lu lr I~ t· I'I'ollÔIHiraxl'd,Idol\adas au palc'lIteamcnto desta matéria. Assim. no
'1"1'1111 11.(1' I 111'011\ ':\0 tllI~ ItIVI'I\~" (~M d!' sl'!{lIndn liSO mérlico. mio há UIll consen~sobre
M'" P;lh'1I1I'lIlIwlltO. n ul" pais (III l'e!{i:\o lelll adotado suas pr6prias intc'Fretaçoes ~?
1")11111 d.-ViNil' (,Ia 1('l.(lIlIlIiu II' tia prfltt· ... ~-I() ronli' lida e dos requisit.os gentis de patenteablh-
tlailr', illlhl(' \ll'lad()~ fJ 'laN c1clllals '!"estil's n :lacionadas ao tema.

10.5 REFER êNCIAS


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"'m:ormes
COI
Técnicos _ Esclarecimentos sobre pedidos de patentes dos produtos e processos fannacêuti-
hltp://www.anvi.sa.gov.br/divulga/infonnes/2004/250804.hlm. acesso em 16/ 03/ 2008.

;
A UTILIZAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS,
TERPENOS E TERPENÓIDES NOS
SETORES ESTRATÉGICOS
FARMACÊUTICO E DA BIOTECNOLOGIA

Ac1aJ7son Sontos
AdelGlde Maria de Souza Antunes

INTRODUÇÃO
Ó!eosessenciais são produtos naturais de reconhecida importância para a humanidade,
extraídos de fontes vegetais, e formados por compostos pertencentes a uma ou mais
classes de substâncias químicas orgânicas, sendo os mais importantes, os terpenos e os
terpenóides. O interesse tecnológico e indusuial reside no emprego dos óleos essenciais
nos graus purificados, concentrados, beneficiados, ou das substâncias isoladas dos mes-
mos, ay.t utilização será conforme a empresa ou indúsuia cliente em questão (como per-
fumaria e cosmética, polímeros, agricultura, fannacêutica e alimentos), estando vincula-
da à estratégia de inovação tecnológica e comercial, e demandando esforços em pesquisa
e desenvohimento.
Dentre os selOres "indusuiais" clientes dos óleos essenciais, terpenos e terpenói-
des, a indústria farmacêutica possui especial destaque.Já a Biotecnologia vem se conso-
lidando, nos últimos anos, como importante área do conhecimento humano em que
suas técnicas e tecnologias tem sido aplicadas a estes produtos de origem natural.
Um extenso esmdo de prospecção tecnológica (SILVA-SANTOS, 2005), consistin-
do na compilação das patentes de invenção concedidas pelo Escritório Norte-Americano
de Marcas e Patentes [procedimento mais difundido entre os pesquisadores que se dedi-
cam ao esmdo das patentes (ALBUQUERQUE, 2000; PATEL & PAVllT, ]995;
GRILIGIES, 1990; ARCHffiUGI & MICHIE, 1995; LOZANO, 2002) 1deu oriuem a uma
base de ~dos abrangendo o período compreendido entre os anos ] 980-2003~ As paten-
tes compiladas foram redistribuídas e organizadas em conformidade com a Classificação
Internacional das Patentes (CIP), importante ferramenta taxonômÍca utilizada em estu-
dos desta natureza.
11.1 A UTILIZAÇÃO OE 6~EOS ESSENCIAIS, COMPOSTOS TERP~ICOs
TERPENÓlOES PELA INDUSTRIA FARMACêuTICA !
O conheci mell lo Iccllol r"Kico panl a Illi lí7.u) io riO!! (,!c:o!! ( __-r,óai~ e (:lKOJ"""t" ,~ . ,
c~,s/lerpel~6id.('s 110 sCI~r ~;um"(,(:lIlko ,el?c."ntn~: ~~d~ad(J na SttlJdaw; Ali) ~ (J,;~
çocs p a r.J flll a hdacll's O!C(hnIN. ()d()n l ()I ()j.Qc.a~ 0 11 h'j.Qt.mc:a". jX1"U.."fIC(!Otc a~, A ,It'{;J
(Nect.'ssidadcs I -hllllalla~). As tahcla.~ I I.J c l U! apf<:lICrtlam O!l I(JUpOll C MJhl(nlJfir"<!:t C.:/'
pam o pt.'ríodo 1!JHo-~.Wm. (1111 k fomm CnC( mIJdd o!l I .~JH d oculTlt."fIl.o!l de J1atI:JJIQ. P

Tabela 11 .1 Grupos de Classificação Internacional de Patentes relativos ao USO dos óleos


essenciais e compostos terpênicos/terpenóldes no setor farmacêutiCo
Grupos
A61K 6/00
Descrição
Preparação Dental
--
A61K 9/00 Preparação Medicinai caracterizada pela forma fisica f'lfIP"àaI

A61K31 /00 Preparação Medicinal contendo ingredientes atívos orgânicos


Preparação Medicinal contendo materiais de constituição indeterll lÍlCIda
A61K 35/00 (como extratos de plantas) ou seus produtos de reação
Preparação Medicinal caracterizada pelo USO de ingredientes
A61K 47/00 não-ativos. por exemplo. carreadores, adruv08 inertes

Fonte: Santos. 2005 (Tese de Doutorado) .

Tabela 11.2 Subgrupos de Classificação Internacional de Patentes relativos ao uso dos óleos
essenciais e compostos terpênicos/terpenÓides no setor farmacêutico
Grupos Descrição
Preparações para uso dentário em dentições artificiais, para preenchimento ou
A61K6/02 capeamento
Preparação Medicinal caracterizada pela forma física especial como dispersores ou
A61K 9/1 0 emulsões
Preparação Medicinal caracterizada pela forma física especial como materiais
A61K9/ 14 particulados
Preparação Medicinal caracterizada pela forma física especial como pílulas.
A61K9/20 pastilhas ou comprimidos
Preparação Medicinal contendo ácidos, anidridos, haletos ou sais desses como
A61K 31 / 185
ingredientes ativos orgânicos

A61K31/33 Preparação Medicinal contendo compostos heterocíclicos como ingredienteS


orgânicos ativos

A6131/70 Preparação Medicinal contendo carboidratos e açúcares como ingredientes ativOS


orgânicos ou derivados

A61K35/78 Preparação Medicinal contendo materiais de constituição indeterminada (~


extrato de plantas) ou seus produtos de reação como ingredientes allvos orgãníCOS
Preparação Medicinal contendo materiais de constituição indetermina~a (como
A61K47/46 extrato de plarltas) ou seus produtos ~e reação como ingredientes NAo-aJiVOS

Fonte: Santos, 2005 (Tese de Doutorado).


organtcos
-
~o 11
- • A unLIZAÇÃO DE ÓlEOS ESSENCIAIS. TERPENOS E TERPENÓIDES .. . 205

o gráfiCO 11 .1 detalha a distribuição desses documentos através dos grupos e dos


sUbgrUpos da CIP.

'~ r:::=r====~::===
, 10 t
9O t---I
70 t - - - j
so t - - - j

r--
~ t---I
,0~-"""'~_-.1_~
26 &~~~
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- 22

-- AS1 K 6102 20
18
,.
\
'6

- ~
outros
'2
'0
tLJ:::;::LJ=;:i...t::;::1W:::;
A6' K 9/'0 AS' K 9120 """""

!
A61 K 9114
Alô1 K 47/046 A61 K 6100
3% 9%
A61 K 9/00
../"-~ 7%

:~r=~==========
200
K
A61 47%
31/00 5' o T+:::~::~::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
410
150 ........... 3'0
100 2'0
~ t::j ____t:::~:J::~J:==: 110
'O+-~~~-J--~~-===~~~~
ASl K 35178 A61 K 31 /33 A61 K 31170 Outros
N· de patentes: N = 1.298 A61 K 31/185

Gráfico 11 .1 Grupos e Subgrupos da CIP aplicados às patentes concedidas pelo Escritório


Nort&-Americano de Marcas e Patentes referentes à utilização dos óleos essenciais. compostos
terpénicos e terpenóides no setor farmacêutico para o período de 1980·2003.
Fonte: SANTOS. 2005 (Tese de doutorado).
(Obs.l) Descrição dos Grupos: A61 K 6/00 - Preparação Dental; A61 K 9/00 - Preparação Medicinal caracterizada
pela forma fisica especial; A61 K 31 /00 - Preparação Medicinal conlendo ingredientes ativos orgâniCOS; A61 K
31/33 - Preparação Medicinal contendo compostos heterocíclicos como ingredientes orgânicos alivos; A61K
35100 - Preparação Medicinal contendo materiais de constituição indeterminada (como extratos de plantas) ou
seus produtos de reação; A61 K 35f78 - Preparação Medicinal contendo materiais de constituição indeterminada
(como extratos de plantas) ou seus produtos de reação como ingredientes ativos orgânicos; A61K 47/00 -
Preparação Medicinal caracterizada pelo uso de ingredientes não·alivos. por exemplo. carreadores. aditivos
inertes.
(Obs2) Oescriçâo dos Subgrupos: A61 K 6/02 - Preparações para uso dentario em dentições artificiais. para
preenchimento ou capeamento; A61 K 31/33 - Preparação Medicinal contendo compostos heterocíclicos como
Ingredientes orgânicos ativos; A61 K 9/10- Preparação Medicinal caracterizada pela forma física especial como
~es ou emulsões; A61 K 9/14 - Preparação Medicinal caracterizada pela forma fisica especial como
materiais particulados; A61 K 9/20 - Preparação Medicinal caracterizada pela forma fisica especial como ptlulas,
Pastdhas ou compnmidos; A61 K 31/1 85 - Preparação Medicinal contendo acidos. anidridos. haletos ou sais
desses como ingredientes ativos orgânicos; A61 K 31 f70 - Preparação Medicinal contendo carboidratos e
ar;úcares COmo ingredientes ativos orgânicos ou derivados; A61 K 35f78 - Preparação Medicinal contendo
~ de constrtuição indeterminada (como extratos de plantas) ou seus produtos de reação como
~16ntes alivos orgâniCOS; e A61 K 47/46 - Preparação Medicinal .contendo materiais de c.oostrtuição •
lnada (como extratos de plantas) ou seus produtos de reaçao como Ingredientes NAO alivos organicos.
~ ~L______!P~AT~N~T§EA~M~E§!N~T:90~&:..!P2R!::O~S~P::::C:::Ct::;A..:;O:..T:..:E:.:C;.;..N;;:;O;;:;Lo;;;.a;;;.I..;;C;.;A.:.;N:.:::o~s:::e;:.:TO~R::!.~FA~R~M~AC~~lJlIC()
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H
G
F
E
O
C
B
A
O 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
N° de patentes: N" 1.298
Oréftco 11 .2 Aplicações Medicinais abrangidas pelos óleos essenciais, compostos terpênicos e
terpen6ides pelas patentes concedidas pelo Escritório Norte-americano de Marcas e Patentes para
o perlodo de 1980·2003 no Setar Farmacêutico.
(Obs,) DflSOric;Ao: A - Composições Dermatológicas; B - ComposiçOes Antibióticas; C - Composições
ArIlIlÇj69iCas; O - ComposiÇões NutriCionais; E - ComposiçOes Antiinflamatórias; F - Composições
NeurOlógicas: G - Composições Gastrointesllnais; H - Composições para inoculação: 1- Composições
MjlJvãntes: J - Tableto& para uso farmacêutico; K - Composições Aromatizantes; L - Composições
~tf.l8(ltóll!ntes; M - ComposiÇões para o Iratamento de doenças do coração; N - Composições
AntIo!looorlgenB8; O ' ComposiÇões Dentais; P - Composições para o tratamento do tecido ósseo;
() ~ ComPOSiQõelt Dietéticas; R - Composlc;Oes para 8 redução do colesterol; S _ Composições indutoras à
I!I!IPó!lttllmunol6glo!l celular: T - Composições Antioxidantes; U - Composições Oftálmicas.
I'OtIIe: SIlt1t09. ~OO5 (Tese de Doutorado);
~ULo 11 • A UTlUZAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS, TERPENOS E TERPENÓIDES ... 207

Além das aplicaçôes medicinais apontadas no Gráfico 2. também foi listado um


co~junto de 94 patentes abrangendo as utilizaçôes divers<L": composições ancstésicas;
composiçôcs para o tratamento da queda do cabelo; composiçôes para procriação;
composições estabilizames; composiçôes inibidoras da atividade enzimática; comp<.,si-
çócS antidiabéticas; composições antialérgicas; formulações injetáveis; composições
para o tratamento da disfunção erétiI; composições para o u-atamento da incontinên-
cia; composições antitussivas; composições para o tratamento da dismenorréia e
composições para o tratamento da endometriose.

11.2 A APLICAÇÃO DA BIOTECNOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO DE


INVENÇÕES COMPREENDENDO ÓLEOS ESSENCIAIS, COMPOSTOS
TERPÊNICOS E TERPENÓIDES
Para o período analisado (1980-2003). foram encontrados 326 documentos de patentes
abordando o desenvolvimento de invenções compreendendo óleos essenciais. compos-
tostcJ1>ênicos e te rpenóides. O conhecimento tecnológico para a utilização da biotec-
nologia nas patentes dos óleos essenciais e compostos terpênicos/terpenóides encon-
tra-se indexado nas Subclasses da Classificação Internacional de Patentes AO I II (Plan-
t.a.~ novas ou processos para obtenção das mesmas; Reprodução de plantas por meio de
técnicas de cuhurade tecidos). da Seção A (Necessidades Humanas). e C12N (Microor-
ganisrnos ou enzimas, suas composições; Propagação. preservação. ou manutenção de
microorganismos ou tecido. engen haria genética ou de mutações. meios de cultura),
da St.'Çào C (Química). como mostrado na tabela 11.3.
Dos Gmpos apon tados na tabela 11.3, 7 responderam por 95 % das 326 paten tes re-
gistradas nesta pesquisa (ou seja, 3]0 patentes). e seus principais Subgmpos são mostra·
dos no gráfico 11.3.
Tabela 11.3 Grupos de Classificação Intemacional de Patentes relativos à aplicação da
Biotecnologia em óleos essenciais e compostos terpênicoslterpenóides

Grupos Descrição

A01H 1/00 Proce!'SOs para modificação de genótipos

A01H3/00

A01H 4/00
Processos para modificação de fenótipos

Reprodução de plarltas por meio das técnicas de cultura de tecidos


--
A01H 5/00 Plantas floríferas, isto é, angiospermas -
A01H 7/00 Gimnospennas, por exemplo, coníferas -
Microorganismos por exemplo, protozoários; Suas composições; Processos de
propagação, manutenção ou preservação de microorganismos ou suas
-
C12N 1/00 composições; Processos de preparação ou isolamento de composições; Processos
de preparação ou isolamento de composição contendo microorganismos; Meios de
cultura para tal

Células não diferenciadas de animais ou plantas, por exemplo, linhagem de células'


C12N 5/00 Tecidos; Sua cultura ou manutenção; Seus meios de cultura '

C12N 7/00 Vírus; Bacteriófagos; Suas composições; Sua preparação ou purificação

Enzimas, por exemplo, ligases; Pró-enzimas; Suas composições; Processos para


C12N 9/00 preparar, ativar, inibir, separar, ou purificar enzimas

Enzimas ligadas a carreador ou nele imobilizados; Células microbianas ligadas a


C12N11/00 carreador ou nele imobilizadas; Sua preparação

Tratamento de microorganismos ou enzimas com energia elétrica ou ondular, por


C12N 13/00 exemplo, magnetismo, ondas sônicas

Mutação ou engenharia genética; DNA ou RNA concernentes à engenharia genética,


C12N 15/00 vetores, por exemplo, plasmídeos ou seu isolamento, preparação ou purificação;
Uso de seus hospedeiros

Fonte: Santos, 2005 (Tese de Doutorado).


CAPiTULO 11 • A UTILIZAÇÃO OE ÓLEOS ESSENCIAIS, TERPENOS E TERPENÓIOES ... 209

20
20
15
15
10 r- 10 l- r-
5 l-
S l- r-
O
O
20 A01H 1/04 \Ulr05 ;;:000

15

10 A01H 1/00 A01H4/00


r- 5% 5%
5 I- C 12n 9/00
f- '4
6% C12N 15/00 60
O 33% r-
C12N 9/88 Oulros
10%5/00t=~=:J~
C12N
I-
r--
30 , . . - - - - - --, /
5 f- I--
20
r
10 A01H 5/00 o
31 % C12N 15182 C12N 15129 Oulros
O +-1.."-'''--.-'_'--,
C12N 5/04 Oulros 20 100 ,..--...........-_ __
r-
r-
10 r-- f- 50

o
C12N 1/20 Oulros A01H 5/10 Oulros

N Q de patentes: N = 326
Gráfico 11.3 Grupos e Subgrupos da Classificação Internacional de Patentes listados nas patentes
concedidas pelo Escritório Norte-americano de Marcas e Patentes referentes à aplicação da
Biotecnologia em óleos essenciais e compostos terpênicos/terpenóides para o período de
1980-2003.
Obs.: A01H 5/00 - Plantas floríferas, isto é, angiospermas; A01H 5/10 - Sementes de angiospermas;
C12N 1/00 - Processos de propagação, manutenção ou preservação de microorganismos ou suas
composições; Meios de cultura para tal; C12N 1/20 - Propagação de bactérias em meios de cultura que
utilizam hidrocarbonetos terpênicos; C12N 5/00 - Células não·diferenciadas de plantas; Tecidos ; Sua
cultura ou manutenção; Seus meios de cultura; C12N 5/04 - Propagação de células vegetais individuais
ou em suspensão ou seus tecidos ; C12N 15/00 - Mutação ou engenharia genética; DNA ou RNA
concernentes à engenharia genética, vetores, por exemplo, plasmídeos ou seu isolamento, preparação
ou purificação; Uso de seus hospedeiros ; C12N 15/82 - Introdução de material genétíco exógeno
usando vetores ou sistemas de expressão especialmente adaptados à organismos distintos de E. coll
como, por exemplo, Lactobacillus, Micromonospora . O Grupo AOl H 4/00 não possui subgrupos
registrados na Classificação Internacional de Patentes.
Fonte: Santos, 2005 (Tese de Doutorado).
~~~____________~PA~T~E~N~T~EA~M~E~N~T~O~&~P~A~O~S~P~E~C~Ç~Ã~O~T~EC~N~O~L~6~G~I~CA~N~O~S~ET~O~R~F~AR~M~A~C~~~1
~10 ~

A apr~caçao
- d- S' tecnologia cm invenções envolvendo óleos essenciais e Com
a ,c:. I' 'b' -e por 4 grdndes coniuntos: PO$.
(Os lcrpêlllcos/ teq)enOI d cs (Istn tllU-S :J

a) P.-ocessos pard produzir modificações ou mutações.


b) P.-ocessos para p.-opagação ou reprodução por meio das técnicas de Cultura.
c) Manipulação específica de processos enzimáticos.
d) Produtos finais detlV<ldos de processos de modifi~ção ?~ mutação .. Observa.se.
ainda, a predominâncÍi. da aplkação da engenhana geneuca na malllpulaçào das
semelHes de plantas fl()ríkJ~t~ do grupo das angiospermas (A61~5/1O) e em pI'{).
cessas para o Ísolament.o e prqxu"dção de DNA ou RNA para ser mtroduzido como
material gcn~lic:o exógeno em um vetor. com o objetivo de regular a expressão ou
os sistemas de expl cssâo t'lll hospedeiros eucariotos, como bactérias (C12N 1/ 20)
ou células vegetais (C12N 15/ 82).
Os processos para a produção de seres vivos modificados ou mutantes relaciona_
dos à produção de óleos essenciais, terpenos e terpenóides totalizaram 100 patentes
(30,67% do total de 326 patentes), tendo sido aplicados aos vegetais, seres procariontes.
bactérias, vírus, fungos e leveduras, dentre outros. Em relação à modificação ou
mutação de vegetais, foram identificadas as seguintes áreas:
a) Processos para produzir mutações utilizando agentes químicos (AO 1H 1/06).
b) Processos para produzir modificações de fenótipos através da iluminação
(AOlH 3/ 02).
c) Células vegetais modificadas pela introdução de material genético exógeno.
como vírus (C12N 5/ 14ou C12N 15/ 34), vetores (C12N 15/ 63) ou processos
não-incluídos em outro local (CI2N 15/ 87).
A modificação ou mutação dos demais seres vivos, incluindo os vírus, repartiu-se em:
a) Vírus modificados pela introdução de material genético exógeno oriundo de
vegetais (CI2N 7/ 01).
b) Introdução de material genético exógeno usando vetores ou sistemas de expres-
são especialmente adaptados à E. colí como hospedeiro (CI2N 15/70) ou dife-
rentes de E. coli, por exemplo, Lactd)(J.CiUus, Micrornorwspara (C12N 15/ 82).
Os processos para a produção de seres vivos modificados ou mutantes através da in-
trodução de material genético exógeno usando vetores ou sistemas de expressão dife-
rentes de E. coli como hospedeiros (C12N 15/82) respondeu por mais da metade das
patentes computadas neste subconjunto, isto é, 51 patentes_
O subconiunto dos "processo d - _.' .
/ s e propagaçao ou reproduçao por melO das tecm-
cas de cultura respondeu p 2485% (81
aplica ã d B' . or .' o patentes) das 326 patentes registradas para a
ç o a JotecnologIa. TaIS aplicações dividiram-se entre:
a) Reprodução de plantas . "
e a sua seleção (AOl H r;;4~elo das tecmcas de cultura de tecido (AO 1H 4/ 00)
CAPffiJlo " • A UTlLlZAçAO DE ÓlEOS ESSENCIAIS. TERPENOS E TERPENÓIDES ... 211

b) Prop."\gação de b;\ctétias em meios de cultur.l que utili7.am hidrocarbonetos


tt'lpt;ni<'os (CI2N 1/20).
c) Propagação de ('(' lulas vegetais individuais 0 11 em suspensão, 0 11 seus tecidos
(CI2~ 5 / (4). f,.xcetuando o subgrupo C l2N 5/ 04, com 24 patentes, os ou-
u'OS 'l1bgnlpos I'espondcr.lm por menos de 19 patentes, cada.
A uoliza\-ão dt, manipulações específicas de processos enzimáticos somou 34 pa-
tcntes (10.43%) das 326 patentes listadas, As em:imas e processos a c1a~ relacionadas:
a) Oxidon-roI1I:L'\("s (CI2N 9/ 02).
b) Tr.msferases (C I~N 9/ 10).
c) Hidrolases (C I2N 9/ 14) .
d) liases (C12N 9/ 88).
e) Isomerases (CI2N 9/ 90).
Também foram listadas:
a) Formação de cOl~ugados enzimáticos (CI2N 9/ 96).
b) Preparação de células híbtidas por fusào de fragmentos de DNA ou RNA de
genes que codificam enzimas ou pró-enzimas (CI2N 15/ 52).
Além desses subconjuntos, listaram-se os "produtos finais derivados de processos
M
de modificação ou mutação como flores (AOI H 5/ 02) ou suas sementes (AO I H 5/ 10),

e gimnospermas (AO I H 7/00). Em cOl~unto, estas aplicações somaram 37,42% (122


patentes) do total de 326 patentes. Partkulannente, o subgrupo AOl H 5/1 Orespondeu
por 92 documentos.
O reduzido número de patentes de planta encontrados (total de 122) concorda
com o estudo de ASSUMPÇÃO (2004) para o período 1995-1998 sobre a concessão de
patentes de planta por esse escritório. Neste estudo, foi mostrado que menos de 0,50%
das 471.845 patentes de invenção concedidas no mesmo período, isto é, 1.704 patentes,
referiam-se ao patenteamento de plantas (a maioria referindo-se às plantas e flores de
ornamentação). O patenteamento de plantas, estabelecido sob condições específicas, é
uma particularidade do sistema patentário norte-americano.

11.3 IDENTIFICAÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS, COMPOSTOS


TERPÊNICOS E TERPENÓIDES EMPREGADOS NAS INVENÇÕES DE
NATUREZA FARMACÊUTICA E BIOTECNOLÓGICA
A leitura do Resumo e Quadro Reivindicatório das patentes selecionadas, e referentes
aos selares estratégicos Fannacêutico e da Biotecnologia, revelou que, dentre os óleos
essenciais empregados nas invenções de natureza farmacêutica e biotecnolóoica, cinco
categ . O'
onas destacaram-se, como pode ser visto na tabela 11.4.
212 PATENTEAMENTO & PAOSPEcçÀO TECNOlÓGICA NO SET(,)q FAAM~ICI)

-
Tabela 11.4 Categorias de Óleos essenciais empregados nas Invenç6ee de natureza far~

Categorias de Óleos Essenciais


Setor Tecnológico

Farmec6ut1ca BIotecnoiogIa
--
(N° de PatentH) (NOd.P~)

Condimentos (cravo. gengibre. pimenta. alho) 599 -


Cítricos (lt>ranja. limão. pomelo e bergamota) 376 21

Mentas (hortelã·pimenta e Mentha spicata) 214 22

Lenhosos (pinho e de eucalipto) 202 45

Florais (rosa damascena) 84 28


Fonte: Santos. 2005 (Tese de Doutorado).

Em relação aos compostos terpênicos c terpenóides, três família~ de composl.O!l


químicos se destacaram:
a) Hidrocarbonetos terpênicos contendo exclusivamente hidrogênio e carbo-
no em sua estrutura química, com 186 patentes.
b) Álcoois terpênicos, com 338 patentes.
c) Cetonas terpênicas, com 208 patentes (ver tabela 11.5).
-
CAPiTULO 11 • A UTILlZAÇAo DE ÓLEOS ESSENCIAIS. TERPENOS E TERPENÓIDES ... 213

Tabela 11:5 Compostos terpênicos e terpen6ides empregados nas Invenções de natureza


farmacêutica
- Setor Tecnol6glco
Famillas de Compostos Biotecnologia
Farmacêutica
(N° de Patente.)

- (N° de Patente.)

Umoneno (88) Umoneno (31)

Hidrocarbonetos terpênicos contendo exclusivamente Plneno (41) Farneseno (11)


hidrogênio e carbono Pineno (5)
Valenceno (5)

Mentol (305) Geranlol (9)


Unalol (6)
Mentol (7)
Álcoois terpênicos
Terpineol (5)
Citronelol (4)
Álcool perillco (3)

Cânfora (192) Cânfora (12)

Cetonas terpênicas Carvona (5)


Nootkatona (4)

Fonte: Santos. 2005 (Tese de Doutorado).

Outros compostos citados foram os terpenos felandreno e sabineno; além dos ter-
penóides ácido jasmônico, eudesmol, citral, citronelal, eucaliptol, farnesol, geraniol,
isopiperitenol,jasmonato de metila, mentona, nerol, rodinol e a-terpineol.
Obsezva-se que, em relação aos óleos essenciais, compostos terpênicos e terpenói-
des que mais se destacaram, há uma relação direta entre ambos os grupos de produtos
naturais, visto que:

a) A via comum de obtenção do limoneno é a sua extração dos óleos essenciais


de frutas cítricas.
b) Avia mais difundida para a obtenção da cânfora é a extração do óleo essencial
de cânfora.
c) O mentol é obtido pela extração de óleos essenciais de menras.
d) O pineno pode ser extraído de óleos essenciais das espécies pinho ou
eucalipto.
214 PATENTEAMENTO & PROSPEcçAO TECNOLÓGICA NO SE'TOR F~
~
11 .4 TITULARES.PROPRIETÁRIOS DAS PATENTES ENVOLVENDO A
UTILIZAÇÃO OE ÓLEOS ESSENCIAIS, TERPENOS E TERPENÓIDES peLO
SETOR FARMACÊUTICO
A respeito dos tjtularcs-nwnriclitrios das patentes consideradas no presente c- '
f" f" ' d I.' d U' I ap1tulo
prcdolllillur'dln 'l~ firmas comerciais localml ,L~ nos r~~ta os nI( os cJapào. Ase, ü' '
. l Ie l ,ra
C1a ' 'I'Iro (~ XP I'!CIta
. 111(' II HJr' cst.it re,1' I'1(,
hele-
' . I Cl).
(i) O ~r';Ífico liA aprcscnw" distribuição geoeconômica do.~ titulares-prop ' ,
, rias l':lIl"l1tt'. I danoll"
n()~ ' - ti e ocos
. d íI~ à 1Il!'1Il<u;ao ' ) essenflalS,
. . terpenos enefá.
.... .' . ter.
[.>enoh.t'S p lo Sl'tor rarm::\('('ullco.
(ii) O W~íf:co 11.5 dclitlhaa natureza e a parlicipação relativa dos proprierários .
tados (firma., comerciais, celllros de pesquisa etc.). C).

(iii) O f{nifko 11.6 apresenta a.~ principais empresa., proprietárias das palem '
concedidas pelo Escritório Norte-Americano de ~Iarcas c Patentes referem:
à utilil.aÇ,io dos óleos essenciais, compostos lerpênicos c tcrpenóides no selOr
tànllacêutico.

Palses
Outros 1=======::31
NL ~:::J
CAl==::=:J
IL l=:==::::J
CH ~====:::l
FR i::=====::::J

IT~~~
GSP=:

DE~~~=====:J
Jp1= I

US~~~S=~~~~~~~~==~~~
o 50 100 150 200 250
Total de titulares-proprietários por pais
Gráfico 11.4 Distribuição geoeconõmica dos Trtulares-Proprietários para as patentes conc:ecli<m
pelo Escritório Norte-Americano de Marcas e Patentes referentes à utilização dos óleos essenciais.
compostos terpênicos e terpenóldes no setor farmacêutico para o periodo de 1980-2003.
Obs,: CA - Canadá; CH - Suíça; DE - Alemanha; FR - França: GB - Grã-Bretanha; IL -Israef:
IT - Itália; JP - Japão; US - Estados Unidos da América. Outros: Argentina. AustraJia. Bélgica. cma.
Colômbia. Coréia do Sul, Dinamarca, Espanha. Grécia, India. 1r1anda. México, Países
BaixoslHoIanda, Portugal, Suécia, Taiwan e Uruguai.
Fonte: Santos, 2005 (Tese de OoutOllldo).

_0 gráfico 1).5 mostrou que as empresas listadas, 455 companhias. responderaJ1l


por. 18% (ou 1.012 documentos) das 1.298 patentes encontradas. Apenas 16 empresa!
°fibuveram resultados superiores à taxa apresentada registrando 5 011 mais patenteS por
rma (gráfico 11.6). •
-(;If/'t!f.Jt(111 " " UT!!-flA2AO DE Óleos ESSENCIAIS.TERPENOS E TERPENÓIOES".
' -
215

N' de palMltes: N • 1,298

IOP5
16%
Centr~de
pesquisa
3% Universidades
3%
Orí1lcO 11.5 Natureza e partícípaçâo refatíva dos Tnulares-Proprietários para patentes concedidas
~ f8Ctlt6r1o ~lCano de Marcas e Patentes referentes à utilização dos óleos essenciaiS,
~ tef~ e terpeo6ides no selor farmacêutico para o período de 1980-2003.
0bI.: IOP • 1tIdMduaJ!y Ownt.d Patant
Foru: fHWlIOI, 2005 (T~ de OouIorado).

Empresas
I I I I I .I.
Avri. Ptlarma Grou P - - .
- c

l'Oreal (FR ) ~

procter & Gamble (US)


GIiJXD-Smílh-Kllne (OS
Pfízer (US )
, .
- ..
.

8IyflolO.My6f..8quibb (US )

Abbolt (US
Scharlng-Plough (US)
,
Merel< (DE )
I

.~

Ameóc:an Horne Products


.
Monsanto (US)
f<Imberly-Clar1< (US) - ..
Takeda Co. (JP) ,

Kao Co, (JP)


Bayer(OE) ~
Conopco (US)
,
o 10 20 30 40 50 60 70
N° de patentes: N =1.298
Gtíflco 1f.e Principais Empresas propríetárias das palentes concedidas pelo Escritório
=-~ ele Marcas e Patentes referentes à utilização dos óleos essenciais, compostos
. " e terpenókIee no SelOr farmacêutico para o perlodo de 1980-2003.
lInft: s.wo..2006 (T... de doutorado),
~21!.!6~_ _ _ _ _ _...!.P~A~T~EN~TEA~~M~E!.!NT.:.:O~&~PR:.::O~S:::P.:E:.::C..:tÇ:..:AO::...:..TE::;C::.:.N.:.;O::..:L:.::Ó..::G::.:IC::.A:.:.N:.::O::..:S::!ET~
_
O!!R,!::F"'~R~M~
AC~

Dentre as empresas atuantes no setor fànnacêutico, encontram-se cinco d.


principais companhias farmacêuticas mundiais, em termos de vendas e marlte(,.~: d~
tados no penodo 2002-2003, como mostra tabela 11 .6. Dentre as 20 empresas eh~
maior número de patentes registradas, além das pertencentes ao setor farnla ~orn o
. ceuti
encontraram-se empresas-Iíderes nos segmentos de alImentos, cosméticos e hi . co,
pessoal: L'Oreal (nacionalidade francesa; alUa em cosmética e cosmecêutica), pr'6lene
& Cambie (lIorre-americana; hig-icne pessoal), Monsanto (norte-americana; biot OCter
logia alimcnúcia) e Kimberly-Clark (norte-americana; higiene pessoal). ecno.

Tabela 11.6 As 9 maiores empresas do setor farmacêutico no período 2002-2003 em termos d


vendas mundiais e

Empresa Nacionalidade Vendas (US$ milhões)


...
Pflzer US 26.949 --
GlaxoSmlthKJine UK 24.521

Merele US 19.732

Brlstol-Myers Squlbb US 19.423

AstraZeneca UK 16.480

Alfentis Pharma Group FR 15.822

Johnson & Johnson US 14.851

Novartis eH 11.961

Wyeth US 11 .717

Obs.: eH - Suíça; FR - França; UK - Reino Unido; US - Estados Unidos da América.


Em negrito encontram-se as empresas depositárias citadas no GRÁFICO 6.
Fonte: Ceukelaire & Duppen, 2004; BRAR, 2003.

o setor da Farmacêutica acumulou o maior número de patentes concedidas por


segmento industrial com 1.298 patentes. Do conjunto das empresas farmacêuticas que se
destacaram, nenhuma delas integrou a Classe 1 (Empresas titulares-proprietárias com
número de patentes superior a 100/ empresa) e a Classe 3 (Empresas titulares-proprietá-
rias com número de patentes entre 40-59/ empresa). Apenas a franco-germânica Aventis
foi listada na Classe 2 (Empresas titulares-proprietárias com número de patentes entre
6O-99/ empresa). As empresas Pfizer (US) e ClaxoSmithKline (CB) enquad~ na
Qasse 4 (Empresas titulares-proprietárias com número de patentes entre 20-39/ empre-
sa) . As demais firmas acabaram compondo a Qasse 5 (Empresas titulares-proprietárias com
número de patentes entre 1-19/ empresa), incluindo empresas como Merck (DE), AbOOtt
(US), Hoechst (DE), Idernitsu (JP), Schering-Plough (US), etc.
C~PlrlJLO 11 • A Ul IU1.AÇAO O ÓLEOS ESStNCIAIS. TERPENOS E TERPENÓIOES ... 211

11.5 TITULAR ES-PROPRIETARIOS DAS PATENTES ENVOLVENDO A


APLICAÇÃO DA BIOTECNOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO DE
INVENÇOES COMPREENDENDO ÓLEOS ESSENCIAIS, COMPOSTOS
TERPf!NICOS E TERPENÓIDES
1':01 ~( ' Il1f'lh ,, " ça ,H, I' Xposto no item 4 anterior, predominaram os tiLUlares-propriet~ri.os
IO('fllil.;\lIOH11()~ E.\ t ad(J~ U ltid()~ c.lap;i o. Novamente. a seqüência de Gráficos expliCIta
melho r esta 8itllac,:;}o:
J. O f.( r:í lk n 11.7 " presc nta a distribuição geoeconõmica dos titulares-pro~rietá­
río~ d a~ pafl· ltt c~ (,l1volve ndn a aplicação da Biotecnologia no desenv~l~men­
to ()(, i\l V('II Ç(,t'~ cOlllpreendendo óleos essenciais. compostos terpemcos e
t ('fl'(' \I ( ,i( k ~.

:lo O W:í lko II .Hdetalha ti nature/.,a e a participação relativa dos proprietários ci-
tados (firlll a~ comerciais. centros de pesquisa etc.).
B. O griifko II .~J apre~ent.a a~ principai~ empresa~ proprietária~ das patentes
C'on('(:clidax pelo E~c rit6rio Norte-Americano de Marcas e Patentes envolven-
tio a aplicação da Hiott:cnologia no desenvolvimento de invenções compre-
clldentlo óleos essenciais. compostos terpênicos e terpenóides.
O~ gráficos 11.7 c I J.8 mostra qlle as empresas responderam por 254 documentos
11)111 326 pate nte!! rCKístrada.~. I'am um total de 96 companhia~, apenas 17 empresas obti-
vrram rC!lllltad{J~ igllais ou slIperiores a duas patentes por firma (gráfico 11.9).

I PI I...
I
Outros I

De P
NZ
~
OB P
NL I

eH
JP -
I -
US - c _
- • -
-
- '-I

o 10 20 30 40 50 60 70 80
I Total de titulares-proprietários por país
I ~o Qrtfloo 11.7 DistribuiÇão geoeconOmica dos Titulares-Proprietários para as patentes concedidas
Escrh6rlo Norte-Americano de Marcas e Patentes referentes à aplicação da Biotecnologia em
dG~ eS8enclals e compostos terpênicos/terpen6ides para o período de 1980-2003.
~c~ - Sul<;a; OE - Alemanha: OB - Grê·Bretanha; JP - Japão; NL - Países Baixos/Holanda; NZ - Nova
0I'it . ~ ' US · Estados Unidos da América. Outros: Austrália. Canadá, Dinamarca, França, Espanha e índia
t . anto8, 2005 (Tese de doutorado).
PAr Nr~MrNr() & PROSP 9(AO TWNOLÓGICA NO SETOR F~
218 ~
Firmai
78%
"' ' .
~.-

Centros de
posqulsa Universidades IOPS
8% 13% 1%
Gráfico 11.8 Natureza e partlclpaçAo relativa dos Titulares-Proprietários para patentes concedidas
pelo Escrlt6rlo Norte-Americano de Marcas e Patentes referentes à aplicação da Biotecnologia em
61eos essenciais e compostos terpênlcos/terpen6ldes para o periodo de 1980-2003.
Oba.: IOP - Indlvldually Owned Patont.
Fonta: Santos, 2005 (Teso de Doulorado).

Empr....
Woyerhaeuser Company (US)
Unlon Camp Corporatlon
The Conard-Pyle Company (US)
Ploneer HI-Bred Internatlonal , Inc. (US)
Melto Sangyo Kabushlkl Kalsha (JP)
Kalamazoo Holdlngs, Inc. (US)
Jeddeloh Farms (US)
IGI Blotecnology, Inc. (US)
Chattem, Inc. (US)
Calgene, Inc. (US)
Ball Hortlcultural Company (US)
Aromatlc8, Inc. (US)
Mlcrollfe Technlcs, Ind. (US)
Maxygen, Inc, (US)
Armstrong NUNlerle8, Ind. (US)
Monsanto Company (US)
Jackson & Perklns Company (US)
7 8
O 1 2 3 4 5 6
N' de patentes: N • 326
Gráfico 11.9 Principais Empresas proprietérias das patentes concedidas peio Escritório .
Norte-americano de Marcas e Patentes referentes à aplicação da Biotecnologia em óleos essenciaiS
e compostos terpênlcos/terpenóides para o parlOdO de 1980-2003.
Oba.: CA - Canadá; JP - JapAo; US - Estados Unidos da América.
Fonte: Sant08, 2005 (Tese de Doutorado)
0 P1TULO 11 • A UTIUZAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS. TERPENOS E TERPENÓIOES ...
219

Observa-se que , além da redu ZI'd a quanu'd a d e de patentes por emprC!la registradA
.
neste s~tor, ocorre a concentração de resulr:ados para os titulares-proprietáriOll nor-
te-amencanos. Todas as empresas envolvidas com a~ Subclasses ADI H e C12N (l3iotec-
nologia) integraram apenas a Classe 5 (Empresa~ titulares-proprietárias com número
de patentes entr~ 1-19/ empresa), incluindo as "gig-,mtes~ norte-americanas Pioneer
Hi-Bred Internauonal e Monsanto.
Verificou-se a pouca expressividade para a aplicação da biotecnolq,ria nas invenções
relacionadas com o tema investigado no Escritório Norte-Americano de Marca, e Paten-
tes,mesmoapósa introduçãodoArt. 27.3 (b) da TRlPsdaOMC (proteção patentáriaso-
bre microorganismos e processos microbiológicos, e utulos de patentes ou sistema ruí ge-
neri5de propriedade sobre plantas), em 1995. Tal situação mostrou-se mais agravante, ao
comparar-se os dados encontrados para as Subclasses ADI H e CI2N (326 patentes) com o
conjunto dos demais documentos encontrados neste trabalho (7.978 patentes) ou com o
universo das 43.671 patentes concedidas pelo Escritório Norte-Americano envolvendo es-
sas mesmas Subclasses (AOIH e CI2N) em período similar de tempo (1980 a 2003).

11.6 CONCLUSÃO
Apresenr:aram-se, no presente Capítulo, os resulr:ados encontrados para a prospecção das
tecnologias e utilizações industriais dos óleos essenciais, compostos teIpênicos e terpenói-
des descritas nas patentes concedidas pelo Escritório de Marcas e Patentes Norte-Ameri-
cano segmenr:ados por meio de suas respectivas cadeias produtivas. Enfocou-se os setores
industriais da Farmacêutica e Biotecnologia. Setores estes, aqui denominados "Estratégi-
cos", em função do número de patentes a eles relacionados. Para tanto, foram consulta-
dos os campos descritores contidos nas folhas de rosto destes documentos e efetuada aná-
lise de seus resumos e quadros reivindicatórios. Dentre os descritores avaliados, enfati-
lOU-se a Classificação Internacional das Patentes como principal ferramenta taxonômica.

11.7 REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, E. M. et alii.lnjlJTTTU1{Õo, conJuximenÚJe apropria{ão: nota.s soilreo silfTlificaiÚ)econômico das pu-
/mles e os ;mpaclbs da emergbu;ia tk U1IUI economia baseada no conhecimento. Perspectivas da Ciência da
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CF.UKEIA/RE, W.; DUPPEN, D. V. A ral;onal drngpolicy is pos.<ibÚ': campaignjarrat;o1lal drugpolicy and chellP,
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220 PATENTEAMENTO & PROSPECçAo TECNOLÓGICA NO SETOR FAAMAC U'ftco
--
LOZANO. R. S. Indicadores tU 105 sistemas tU ciencia, ucnolof(fa e innOl1acífrn. V,convmla Illduatrlw l, n .lI4 ~.
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PATEL, P.; PAvrrr. K. PalúrnS 0/ technololfical activilJ: their _a.!ureml!~t antl inll!T!I/'tIM jri1'l. ln: ST( )N ~,
MA."'.
P. (Org.), Handbook ofthe Economic$ ofIn nova uon and J cchnolugl ca l Cl!atJ!lc. O.'(ml'
BJackwell. 1995. •
SAl\{fOS. A. S. ~nvolvimmlo tU metodologia tU pmspe~âo tecnoltígica em docu.mllnl<Jj de !m/P.nle e em , rmtmll
transferir/da de lKMlogia. como irulrummlo.< /Jflra tomada de decifâo: 0$ Ca.!OJ da, !}(lIimIP.., de 6kf/,II!'''I!fIcÍ(~Íldt
das cm/traJos da indústria brasileira tU aromas e jragrânCÍlLf. (Tese de Doutorado J I'JlCula de ('IJI .t
. '" 1Il~
ca/VF~J . Rio de Janeiro. 397 p., 2005.
PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM

2 FÁRMACOS COM AÇÃO


TUBERCULOSTÁTICA

-
Rtxx:.'Co Glenini
Aae;c·ce NlOflQ de Souza Antunes

INTRODUÇÃO
O séruIo XX foi caracterizado pelo cenário de mudanças. Estas podem ser observadas na
uansfonnação das organizações, do trabalho e da educação e na sociedade. Mais especifi-
c:amente de-.·em ser discutidas as novas perspectivas abertas pelas tecnologias da informa-
ção e da comunicação, seus impactos nas organizações e a função do conhecimento
como elemento de competitividade.
Adinâmica competitiva que se apresenta para o século XXI, caracterizada por um
ambiente de mercado globalizado e pela hipercompetição, exige das empresas a busca
incessante pelo aprimoramento tecnológico, assim como exige também uma maior ra-
cionalização nos gastos, inclusive em P&D. Neste cenário, o direcionamento tecnológi-
co das empresas deve ser guiado por sua visão de mercado e por suas perspectivas de
crescimento futuro (GIANNINI e ANTUNES, 2001).
Contudo, entre a decisão estratégica de investir e a apropriação dos ganhos de
competitividade resultantes, há um grande número de etapas, nas quais a tônica é a in-
ceneza. Para minimizar estes riscos o conhecimento dos mecanismos de competição e
das tendências tecnológicas da indústria é fundamental. Vindo ao encontro desta ne-
cessidade, as ferramentas de gestão da informação se convertem em uma poderosa
arma de planejamento, pois permitem visualizar, de forma rápida e concisa, a estrutura
e o ambiente competitivo no qual a empresa está inserida.
As inovações tecnológicas, tanto as incrementais como as radicais, vem continua-
mente alterando a base de competição e de concorrência no mercado internacional. O
í :h~ento das tendências de direciona~ento t~cnológic? e ~ ~jetórias das tec-
ogIas que atualmente representam o de5zgndommante na mdustna pode gerar uma
~ capacitação na previsão de possíveis rupturas - provocadas pela inovação tecno-
Utna -no processo de desenvolvimento da técnica. Esta capacidade pode se converter
enorme vantagem competitiva para a empresa que a possui.
222 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SElOR FARMAC~l1l'l~_
~
Com o desenvolvimento de mecanismos de armazenamento. tratamento
. \. . • . c tr-drl
miss,lO de dados. cada vC7.mais sofisticados e conll; veIs. a prevlsao tecnológica cios . $o
cipais movimentos futuros passou a despertar gr,lIldr al(·nção nos meios acadêllli~ P~Tl­
nanceiros c empresariais. K~tc pro(TSSO de lazer liSO das tcmol.o~ias de infonllaçàoOs. fi.
gerar beneficios competiti\'Os. wm se tornando cada vez maIs Importante dentr:ara
grandes corpo,:~ões e fornece um (,Ol~j_u~to bastant.e.ronfiável ~c i~formaçõesque ~
vem como subSidio para tmçar as eSU<lteglas compelJUV<ls que glllarao as tomadasd I
cisão futuras da empresa e/ ou do investidor (GlANNINI. 20(4). e{e.,
LÉVY (1993) considera que as nOVdS I t~cllologias da informação. da mesma fo
que a in~enção da escrit.a por volta de 3000 a.c. e da imprensa por Gutemberg. nos:~
lo XV, sao as :~cnologias da inteligência, no sentido de se constituírem em novas fe~
mentas cogmuvas.
As novas tecnologias U<lnsformaram de maneira fundamental as práticas de man
jo da infonnação. A diversidade de novos documentos em meios eletrônicos (hifJertext:
documentos de t.ext.o, imagens, planilhas etc.) diminui o peso relativo dos documento~
impressos, ao passo que as facilidades de acesso propiciadas pelas redes demandam que
sejam pensadas novas fonnas de U<ltamento e recuperação.
FULD (1994) comenta que achar dados certamente não é frroblerna nestes dias; achar o
tiPo certo de informação é que é. Mas infonnação é meio, não finalidade. Só tem sentido
como fonna de viabilizar outros verdadeiros fins demandados pela sociedade: cultura,
ciência, ensino, aprendizagem e atividades econômicas.

12.1 O MODELO DA RODA DO CONHECIMENTO


A simples geração de infonnações não consegue responder à~ demandas dos desafios
da economia moderna. Muito além disto, é necessário gerar conhecimento e aprendiza.
gem para que a infonnação passe a ter significado. Neste sentido, surge o mote princi.
pai deste capítulo que é apresentar uma metodologia de busca, padronização, t.rata·
mento e significado de infonnações, possibilitando a U<lnsformação de dados em co-
nhecimento, sempre utilizando ferramentas computacionais comuns e de larga disse-
minação, além de conceitos de fácil assimilação e aplicação.
Todo processo produtivo requer um método. Da mesma fonna, equiparando-se a
transfonnação dos dados em conhecimento ao processo industrial, a geração de inteli·
gência necessita-se de uma seqüência lógica de passos que pennitam agregar valor aos
dados e à informação. Para representar a metodologia, desenvolveu-se o conceito de
Roda do Conhecimento que é uma seqüência lógica de oito passos que pennitem partir
de dados brutos e gerar conhecimento GIANNINI (2004).
Inicialmente, pode-se dividir o problema da U<lnsfonnação do dado em conheci·
mento em duas etapas básicas: O levantamento de dados e o U<ltamento da informação.
A eta~a de levantamento de dados compreende todas as etapas necessárias para apre-
p_araçao do dado para a U<lnsfonnação em conhecimento. Estas fases são a compreen·
sao do problema, aquisição de dados, adequação da forma e a padronização.
~o 12 • PROSPECçÃO TECNOlÓGICA EM FÃAMACOS COM AÇÃO TUBERCULOSTÁnCA 223

Neste ~r:e~se d~nvolve a percepção do problema e do objetivo finai. Na se-


qúênó a , o . a o pa . ro~do, que já exibe um componente de informação, necessita
ser prospectado, umformJzado . e tratado para que gan h e a· - requen·da para
Slgn ifi caçao
se transformar em con heCImento. Assim, se desenvolve visão clara dos resultados e de
suas l~taÇões, qu~ vão reaiirnentar a percepção do problema. A proposição da roda do
conhecunento esta base~da na necessidade de passar do nível da informação e do resul-
rado para gerar ~onhe~lmento e aprendizado. Neste sentido, a metodologia deve ser
completamente mterallva, de fácil implementação e disseminação e baseada em tecno-
logias comume n te disponíveis.
Em Giannini e Antunes (2005) pode-se encontrar uma descrição da metodologia.
ooseando-se em uma seqüê ncia de oito etapas conforme figura 12.1, a seguir descritas:
• Desenvolvimento da percepção do setor: que significa a compreensão do tipo de
problema a ser e nfrentado e o estabelecimento dos resultados-alvo .
• Busca e roleta de dados: que é o levan lamento de dados relevantes em bases de dados.
• Refonnatação e padronização: que representa a montagem de bancos de dados,
para o que foram desenvolvidas rotinas computacionais para ler e converter os da-
dos para os formatos usuais dos so.ftwares de gerenciamento de banco de dados.
• Busca das infonnações tecnológicas: que vem a ser o levantamento das informa-
ções con tidas nos documen tos, tan to as de referência quan to às tecnológicas que
devem ser prospectadas.
• Organização das informações: que compreende a sistematização de todas as in-
[armações extraídas do banco de dados para geração de estatísticas.
• Seleção de infonnações: que é a etapa que visa reduzir o número de variáveis e
de classes de forma a controlar a complexidade da análise.
• Tratamento estatístico: segundo a metodologia de análise de wrrespondincias múl-
tiplas, visando transformar os sistemas os dados.
• Geração de mapas: que são plotagens bidimensionais que sintetizam as informa-
ções constantes nos bancos de dados, visando simplificar e facilitar a interpreta-
ção das informações geradas (figura 12.1).
222~4~_ _ _ _ _...2P~AT!!E~NT~EAM~~E!:!NT~O~&~PRO~~S:;
PE:..:C~ÇÁ=O...:..T::;
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Conhecimento

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V
Aprendizado Propecção
Figura 12.1 A Roda do Conhecimento.
Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).

12.2 APLICAÇÃO DO MODELO: TENDÊNCIAS EM FÁRMACOS DE


AÇÃO TUBERCULOSTÁTICA
A seguir é apresentado estudo d e caso para aplicação da Roda de Conhecimento cons-
Lruída através da tese de doutorado Giannini, 2004. A tubercu lose é lima doença crôni·
ca, infectocontagiosa e que se caracteriza anátomo-patologicamente pela presença de
granulomas e de necrose caseosa central (STEDMAN, 1996). A doe nça j á é conhecida
desde a Antiguidade, sendo encontrados relatos no antigo Egito e nas civilizaçôes
pré-<:olombianas no Pem. Como exemplo, os egípcios já isolavam os seus doentes e, po.r
esta e outras medidas, eram considerados por Heródoto como um dos povos mais sadl'
os da antiguidade (BARNES e BARROW, 1993).
No mundo são registrados aproximadamente 10 milhões de casos novos por ano,
que resultam em aproximadamente três milhões de mortes (SOUZA e VASCONCE-
_ • ..tn. o 12 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA
~" ~ EM FÁRMACOS COM AçAo TUBERCULOSTÁnCA 22S

LOS. 2(05). Importante


. . ressaltar que apenas 18,5% de t.odas as mortes em adultos en-
1ft"
15 e 59 anos. !::suma-se que til n telÇO
· d a populaçao
. mundial tenha contato com ()
ag-Pllle t.<ttL'ador
.' e que metade dos d oentes nunca tenha passado por alf,TUIll upo . d e t.m-
&Ullt"lllO (BEfHLEM, 1998),

-St-<mndo
. '" dados •do .Ministén'o
_ d a Sau'd e, no Brasll' a slt.uaçao
. - segue aproxima
. d a-
lllente a mesma tendenCla, sao cerca de 50 milhões de infectados e enLre 1980 a 2005 f(....
gi.;;tfOlt-SC mais de 2.1 milhões de casos. I A taxa de ocorrência é de aproximadamente
,·'l.ooocasos/ ano (taxa de 47 casos/lOO.OOO habitantes), a mortalidade é de 6.000 paci-
?
('Jltes/ an e a faixa ~a população mais atingida é de adultos de IS a 50 anos. O risco de
Í1úKçáo e de aproximadamente 0,8%, basicamente devido à vacinação em massa com
!)CC na primeira inffincia e revacinação aos sete anos; atualmente a cobertura de vaci-
0l1Ção no País é de aproximadamente 100% (BRASIL, 2002 A B). Aproximadamente
lO%- a 20% das pessoas infectadas manifestam a doença.
ContudO, dados do Ministério da Saúde indicam um aumen to da incidência em
It1(\o o território nacional a partir da década de 1980 devido, principalmente, ao au-
n}t'1110 do número de pessoas infectadas pelo HIV, condição na qual a tuberculose ma-
nifesr.l'St'COmo infecção oportunista (BRASIL, 2002 B). Em aproximadamente 25% dos
~it"ntes HIV-positivos desenvolvem tuberculose (BRASIL, 2002A ).
Atuberculose humana é quase exclusivamente causada pelo Mycobacterium tWJeYC'lllo-
.!is. Essa micobactéria se caracteriza por ser álcool-ácido-resistente (BAAR) e por exibir ba-
ixa taxa de crescimento, levando aproximadamente seis semanas para realização da cul-
nua in vitro. Tem, também, a capacidade de permanecer em estado de latência fisiológica
dur,mle longo tempo, por parasitismo inu-acelular (STEDMAN, 1996).
Até o início do Séc. XX, todos os esforços para impedir ou atenuar a tubérculos pelos
métodos de imunização foram inúteis. Na tentativa de obter suspensões homogêneas nas
(\~~de AI. bovis, micobactéria muito virulenta, isolada por Nocard, no Instituto Pasteur
de Paris, Albert Calmette, auxiliado por CamiUe Guérin, obteve casualmente um fenôme-
no de mutação, repicando as culturas em batata impregnada em bile de boi. Essa amostra
de OOOlos foi batizada com o nome de BCG (bacilo de Calmette-Guérin) e utili7.ada
com sucesso na imunização ativa de bovinos, provocando ausência de virulência (SAM-
PAIO e RIVfITI, 1998).
Aaplicação da vacina BCG continua sendo a principal fom1ade imunização contra a
Illberculose em recém-nascidos, sendo a eficácia desta profilaxia de cerca de 80% (PAC-
li[ t IXNES, 1989). A aplicação é feita por via intradénnica não havendo contra-indica-
çio a~luta a seu uso, exceto pela presença de eczema ou piodermite extensa.

-----
I
~dados do Ministério da Salíde: consulta em
- .PdJ. Aces.'lO em 25/03/2008.
hIlP://pmtal.saude.guu.úr/porlal/arqllitlos/Pdf/lltber-
12.2.1 PRINCIPAIS DROGAS DE AÇÃO TUBERCULOSTÁTICA

mfllmplclna
I'r'/"I I II a /;ulI(Jia da" RífamicinítS que aLUam fonnando complexos c8tó.Íveis eom
f'

f\ .' <N p"limeI1L~e Ird(·lc rlana. Em conseqüência, não se forma oARN-Jnens.lgeiro, Iro :.
( ~" lf l!l""f' a lrilll~criçf\(J da informação genética. Têm, portanto. ação baclcriostáu' .
':'''~ I. IfI 11(0. rl f'v ido ao falo de O~ germes a bnlllgidos por seu espectro apresentarem ~~
MJIIIIHladc a ron c('ntrnçõe~ muilo haixas desses antibióticos, os níveis s.mgtiíneos
oblido~ J.'(J(J<~III, na prática, ler alividade bactericida (STEDMAN, 1996)
"~ rifilrnpiC'Íllas mio ~e relacionam com nenhum o ulrO gmpo de antibióticos ulili.
1. 1(1011 CIIl d íllicllll. Slla.~ fórmula!! estmturais são ba,tante complexas. Ela é considerada
r'xlrCrnalJlellte dicaz con lra o M. tu)JerC'llÚJ.fi.f, só sendo comparada à isoniazida. A eMe
ralll ~omc"!IC quc a rirampidna podc ser, se comparada à maiori.a dos tuberculostálicos,
{,oI18ider,tda muito pouco tóxica. Assim, é considerada uma droga de primeira linha no
tratantento da doença (FONSECA, 1994).

Isonlazlda
Segundo Tavarel4 (1996) a isoniazida continua sendo considerada a droga primária
para a quimioterapia da tuberculose. Todos os pacientes com doença causada por ce-
pa3 de M. tubercllwsís sensíveis à isoniazida devem receber o medicamento, se puderem
tolerá·lo (BRASIL, 2002"). A isoniazida mostra-se altamente eficaz no tratamento experi-
mental induzida em animais, sendo notavelmente superiora estreptomicna, pois penetra
com lacilidade nas células e é igualmente eficaz contra bacilos que crescem no interior
dítS células e os que crescem em meios de cultura.
Quando bacilos crescem in vitro na presença de concentrações crescentes de isoni·
azida, verifica-se o rápido desenvolvimento de mutantes resistentes à droga. mesmo
quando esta está presente em altas concentrações. Todavia, nào OCOITe resistência cm"
zada entre a isoniazida e oulros fármacos utilizados no tratamento da tuberculose. A,
evidê ncias atuais sugerem que o mecanismo de resistência está relacionado à incapaci·
dade da droga em penetrar ou ser captada por ele (FONSECA, 1994) .

Etambutol
Qua.~ todas as cepas de M. tuherC'llÚJSis bem como diversas cepas do com pelxo M iroba(~
num mostram-se sensíveis ao etambutol. O etambutol nào possui nenhum efeito sobre
outras bactéría~. A droga suprime o crescimento da maioria dos bacilos da tllberculose
resi., tentcs à isoniazida e à estreptomicina. A resistência ao etambutol d esenvolvNe mu'
ito le ntamente in vitro. O etambutol tem sido utilizado com êxito notável no tmtamento
de várias formas de tuberculose quando administrado concomitantemente com II
illoníazida (TAVARES, 1996).
_.nIT>" o 12
~.. v~
• PROSPEt"t" 1 0
""'"
Toce ÓG ~
" NOL ICA EM FÁRMACOS COM AÇAO rua ACULO!JT ATlCA

Pirazinamida
Apirazinall1idaéoan;iJo"opl·r.l·
.' '" . é'!JI"(l1 IanU:O!IIUIIIIII
" ".mI·COSlflt . . ' 1a. rL".X ' I )('a!lvl!
. ' 1,I(
' I , 1m
l-'CI-~-
nei?a m.t1lhVapenas ~1Il presença de pi I li){ri r.l Il1l' 11 !C' árido, O~ hacíl()~ lia tul)(!/"culol!C
no mtenor ~Ios mOllont?s. iII lJitro s<io destn lido~ pela <Iro",,,. nllma COIlcen'ração d~
J2,5 m?/1. \ '('nfica-se o rJpldo desenvolvimento da r{'~i~!ênc:ia ~(: a píl'azinarnida (M 1111-
lizada t.SOladaJ.llentc. A pirazinalllida tornoU-Sl' importalllC fOlllponl'ntc fia !rl'3"í:l a
curto prazo (6 meses) com múltiplas drogas para a tuucrculos(! (FONSECA, 1!PJ1).

Estreptomicina
Descoberta por Waksman. CI11 1944. a partjr de cultllnl~ de .'i/1'l'!JlomYf;e.f f(ri.lrlLI. íl 'srrep-
tomicina foi o segundo antibiótico a ser lILili7Aldo em clíllica, lo~o it p6~ ii pcníncílina.
Existem estreptomicinas A e B (Illanosidoestreptomicina) porém ~Ó íl A é IItili7,ad a cm
clínica (TAVARES. 1996) . Embora cocuse bacilos Gram-rx~~itivossljam lTIodenulamcntc
sen~veis. o principal uso ria Streptonúcina é o comoate aOs bacilos Gmrn-neg-ativo!l e, mai.
ainda. em relação ~ micobactérias (FONS~:CA, 1994).
O mecanismo de ação mais aceiLO para a esu'epl.Ornicina contra a M. tubl'Tculosis cle-
vida à inibição do processo de u-aduçào genética. A cSLrcp!ornicina é empregada princi-
palmente no tratamento da tuberculose e em poucas outras indicações micobacteria-
na.~ (PICON, DEI RICARDI ei alli, 2002). A principal funçüo da estrepl.omicina - basica-
mente na fomla de sullato, utilizada sempre em associaçüo com outras drogas, é evitar
ou retardar o aparecimento de resistência bacLeriana (BRASIL, 2002A ).
A estrepLomicina. por sua eficácia e hajxo preço, ainda é lima das drogas de eleição
no esquema uíplice. O baixo custo do U, lIamenLO adquire especial importância em paí-
ses menos desenvolvidos. No longo pr.vo. contudo. ii tendência é a sub.~!ülliçào pela ri-
fampicina, havendo mesmo oca~iões em que esta suhstituição se impôe, como nos casos
de pacientes pediátricos. no tratamento grave da doença, como a neurolllberculose. e
nas [onnas resisten Les (TAVARES, ) 996).

Etionamida
A etionarnida é uma droga secundária a ser utili7.ada em a~sociação medicamentosa
com outras drogas, sendo utilizada também no tratamento da Lepra. Pertence ao grupo
das piridinas, com osseguinLes nomes químicos de 2-etil4-piridinocarhotiamida; 2-ctili-
5Onicotinarnida; 3-etil-ison icotinarnida; 2-etil4- tiocarbamoil-piridina.

12.2.2 BUSCA DE DADOS


O levantamento prospectivo foi realizado buscando identificar as drogas de combate à
tuberculose, assim como as patentes relativas ao dia"rnósLÍco e à prevenção em bancos
de dados nacionais e internacionais disponíveis em CD-ROM , em papel e através de act......
50 on.lineaos Sistemas Internacionais de Bancos de Dados. Vet1ficoll-se o volllme de do-
t cumentos de patentes que divulgam e protegem as tecnologias discriminando as drogas
l de ação tuburculostática.
AATENTEAMENTQ & PROSPECÇÃO TECNOlOO!cA NO SETOfl F~
--..;:~

Par.l cad.' ,mm d: drogolS foram selecionados d ocumentos relatn'OS ao prOd


pn)(.;~.
~ d(" pl'udu .io. de associações medicoUllenlos,lS. esquemas de tratamento Ulo,
tuben:ul se t'i ou p.'l.nt outra..~ docn\-;iS, fonnulações e formas de apresent.-II;ào...~
I
«(."S(~ f'oram MU de bu..~ as pateotel' sobn:- fOllllas d e pr'C"ençoes
- e d e mecanismOs~elll
d
did...~}óslko. e

Oe>ta fomla foram utiJizad ' inicialll~ente os acenus da ~ de Dados Drug lndec,
onde foram Ie'\'amados ( prudut(\S 1'Clauvos a tuberculose, uuhzando palaVIas-cha
combinadas como hJJnmklSÍsc l!lbt'Jru/~tlltio.. p;ua que fossem incluídos os coa<lju\'an~
ao Lratamemo {' produtos C\~o fi>co princip;tI nào seja a nlbercllJ~: mas que possa s:
US; d.'l para e\te agra\U. As b:\..'<eS de dados em CD-ROM que foram utilizadas do EscritÓrio

Europeu de Pmellles, dos F..st:ldos Unidos e do J apão, complementado au-avés de bUSca


(JJt-li~_ Ao fin;ú, foram locali14tdos 819 dOClilllenlos rele".mtes.

12.2.3 REFORMATAÇÃO E PADRONIZAÇÃO


Os dados das piltente\ selecionadas - que fOl-am recuperados em meio e1etrônico no
formato tt'xto puro (.IXt) - foram importados para um banco de dados (figura 12.2) no
fomlato MS!\(l~ (arqtÚ\US .mbd). se~ú ndo o procedimento automático descrito em
GIA IN I 'I (2004). APÓS a importação. foram realizadas três rodadas de unifo1l11ização
de tennos, visando padronizar as fomlas d e entrada, de fonua a evitar duplicidade de
infom1ação e/ ou perda de significado esta tístico. Partindo dos dados constantes do
banco obtido, fomm pesquisadas infOlmações sobre as tecnologias objeto de
patenteamento, segundo os se~lintes aspectos:
• Processo: Idenúfica tecnologias indusuiais para obtenção das drogas, podendo
ser 110\'aS ro las, modificações em processos, eqw pamentos, rendimentos etc.
• Associação: Medicamentos que utilizam a droga em combinação com outros fár-
macos no combate à tuberculose .
• Associação e outros usos: Medicamentos que utilizam a droga em combinação
com outros rnrrnacos para tratar outras doenças .

• Fonnas de apresentação: Identifica a forma de administração do medicamento


ao paciente, podendo ser drágeas, tabletes, mecanismos de liber-ação controla-
da, üüeções etc.

• Tratamento: Identifica esquemas de tratamento, ou seja, associação de diferen-


tes medicamentos, utilizados no tratamento da tuberculose.

• Outros usos: Identifica outras aplicações para a droga, podendo ser o tratamen-
to de outras doenças, quanto usos diversos da indústria farmacêutica.

• Diagnóstico: Identifica mecanismos e procedimentos para identificação do


agente causador no organismo.

• Prevenção: Identifica as fonna de imunização para prevenir a ocorrênàa da doença.


fAPtTULO 12 • PROSPECÇAo TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AçAO TUBERCULOSTATICA 229

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Flgura 12.2 Banco de dados reformatado·.


Fonle: Giannini, 2004 (fese de doutorado),
·0 nome do produ1o é codificado no Banco de Dados (BD), portanto não aparece o nome do mesmo, A figura é
apenas um exemplo de formatação do BD,

o processo de uniformização deste banco de dados apresentou características par-


ticulares. Por tratar-se de tema extremamente técnico e específico, com terminologia e
sinonímia hermética e própria, foi necessário um massivo apoio na literatura especiali-
zada, além de diversas rodadas de consultas a especialistas médicos, Uma descrição de-
talhada dos procedimentos de uniformização, bem como a descrição de rotinas compu-
tacionais de automação parcial do processo, está disponível em GIANNINI (2004),

12.2.4 ORGANIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

Análise das informações de registro


AanáJise dos registros do documento compreende os campos que trazem informações
sobre a origem das tecnologias, que são os que especificam o número da patente, a prio-
ridade de depósito, os detentores da tecnologia e a origem das empresas,

País de origem da tecnologia


Neste nível, pode-;<;e iden tificar que apesar de constarem paten tes de 32 diferentes países na
base de dados, mais de 50% do total de documentos provêm dos Estados Unidos da Améri-
ca e aproximadamente 80% dos documentos são originados de apenas cinco países (EUA,
Japão, Alemanha, Inglaterra e França), conforme pode ser observado no gráfico 12.1.
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EUA Japão Inglatera Alemanha França Outros
Gráfico 12.1 Número e patentes por país e orígem.
FQrI/IJ: Goarnni, 2004 (Tese óe doutorado).

Detentores de tecnologia
Diferentemente da origem, existe muita dispersão entre os de positantes. Foram identi.
licaJlos 270 diferentes detentores de tecnologia, sendo que os dez maiores depositário:
detêm apena~ J 7% do total de patentes. O gráfico 12.2 mostra os principais detentore
de JYdtcnt.e8 na área da tuberculose.

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Pesquisadores Governo A. Einstein Institut Up John
isolados dos EUA College of Pasteur Company
Medicine
Gráfico 12.2 Principais detentores de tecnologia
Fonte: Glanninl, 2004 (Tese de .dOt.rtor·adQ).
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. . .. ."
. Os detel1\o~es d~ p;lIentt~ sfin as pí'ssoag' sicas !lIIJlIrídifll~ 1'11111 dirt'ito ti f'X pllll'l
çao da, te~no,I0,A'm ot!Jt'I~) til) dOclImenlo, !)a '1I11i1i~1I dI) 1111111'0 dtl I'rlll'"/1'~I IIII'tI'lVMiIJ
uma dIStrl~l1Iça() cio patetltefllflcnto t'nlrc dnroj,fl'lIpON di~llnlo~ dI' tl r f/o.hu llw., II fI
bcr: Pesql11sac\on:ll (pessoa física), el\lpl'l'~as, IIl1ivt'r~1c hldt,~, IIfI Ildt1 ~ do Wwrl "0 ~, III.t j.
tu toS de pesqll1sa,
A,pesar do cxpres.~ivo tlüme1'O ele 1101'11\111"11 11l~ rl'j.{INI t' Idn~ 1'111 11(/1111' (1/' 111'.' I' tl~r
dores Isolados e de qualJ'O dos dez maiOI't'M dtHt'llIOI'("M til! 1t't' nnl"l-\iu .~ "'III f'1l.ltladt,.
públicas O~I de J)('squisa, obse lvih~e 'lllt: f' llIpl'l'sa~ ~1111 1 II IIhll'tl~ dllllutlol'la do~ do/ 111/1("
LOS, aproxnnadamente 60% do tOla l, rOllq llnnlo 1I1\ 1Vt'I'Nidatl t'~ !'I II ~II IIII ON dt' l'rllljlll ..a
detê m aproximadamente ROC}t1 das pnlenlt's II l1uliKadus (j (I" I-\0vrl'no. (l pt'~rlltl~Htlon~1í
isolados d etêm aproximadament e 10%, () gr;itlcu 1~,!\ 1ll0~II'" jlMH1II1Mpt'I'~:)f/ ,II' d:u I,,~,

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Empresas Unlversldadea Instituto do GovernOR P08Qul odoro.
pesqulaQ
Gráfico 12,3 Distribuição dos detentores de patentes,
Fonte: Gianninl, 2004 (Tese de doutorado) ,

Outra tendência nítida que se observa é () dcp6silo ela p"tl'nlt~ por lima (tni a enu·
. 'dade, não sendo comum à associação (~ntrc agentes para ii pC~'l"iNa c registro ele lt~<:lI o.
lOgias, Somente em 7,6% das palenles analisadas identHieoll-1lc l\ pl'CN'lIça de tn ai,~ de
,11m agente detentor de direitos sobre os documento)!, Neste)! caNO, oh~cl'Va ..~c (lU ' a.'I par·
'c<:nas mais comuns são as que envol vem empresa-<'llnpl'CSU CIll I >l'c~all-llIlivcnlÍdadc, O
gráfico 12.4 ilustra estes dados,
232

20
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UTICo

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Empresa- Empresa- Empresa- Universidade- Universidade- Instituto-
Empresa Universidade Instituto Universidade Instituto Instituto
Gráfico 12.4 Parcerias entre os agentes detentores de tecnologia.
Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).

12.2.5 ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES TECNOLÓGICAS

Fármacos para combate à tuberculose


No tocante ao objeto de patenteamento - as drogas para combate à tuberculose propri-
amente ditas - foram encontrados documentos relativos a 27 difere ntes fármacos, sen-
do notável a concentração de patentes em drogas mais u-adicionais no combate à tuber-
culose, como o PAS (p-<l?lino-salicilato de sódio) e a esu'eptomicina. O ntunero de pa'
tentes por fármaco pode ser observado na tabela 12.1.
(;AI'trULO 12 • PROSPECÇÃO TECNOlÓGIC
_ A EM FÁRMACOS COM AÇÃO TUBERCULOSTÁTICA 233

TSbe1a 12.1 Número de patentes por dro


9a pesquisada
...
proga
N° de Documentos

--
PAS
pronase
.'
96
65
Estreptomlcma 64
-Isomaz
. l'da
37
Tipepidina 36
~ ..
AifamplClna 34
-Etambutol 25
Pirazinamida 25
-
nocarlide 17

R~anbutin 16

Capreomicina 14

Claritromicina 14

Cicloserina 13

Ciacetacida 9

Fenamisal 9

Protionamida 8

Capreomicina 7

Enviomicina 7

OfIoxacina 6

Terizidona 5

Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).

Com menos de cinco documentos aparecem as drogas: aminossalicilato de cálcio,


morinamida, pasiniazida, acetilcisteína, etionamida, cic10serina e metaniazida

Processo de fabricação
Apenas 22% das patentes pesquisadas tratam de processo de produção. A maior parte
destas patentes está relacionada à melhoria no processo produtivo. Foram localizadas
patentes de processo para produção de todas as drogas, as com maior número são as
tradicionais PAS e estreptomicina, o gráfico 12.5 mostra estes dados.
PATENTEAMENTO & Pfl()SPECÇÃO TECNOLóGICA NO SETOR FAAMAC~
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PAS Estreptomícína Pronese TIOCar1ide ClantromlClna Rlfambitim Pirazinamida
Gráfico 12.5 Drogas com maiOf número de patentes de processo.
Fonte: Gíannini, 2004 (Tese de doutorado).

Formas de apresentação
Apena'! 7,2% das patentes tratam das formas de aplicação dos medicamentos Os siste-
ma, de líberclção controlada dos medicamentos são a principal categoria citada. O gráfi-
co 12.6 mOlltra os dados_
25

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Liberação Administração Cápsulas ou Aplicação


controlada tópica drágeas intra muscular
Gráfico 12.6 Sistemas de aplicação dos medicamentos.
Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).
S:ApITU~O 12 • PROSPECçAO TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AçAO TUBEACULOsrÁTICA 235

outroS USOS
Aproximarlam cntc 55% d()~ docum e nto,~ apontam o\l1ras ilplicaçõ<,s para a!! droga!!.
De IUllaf~rm :\ gé:'ral. (~S1a~ aplicações podem ser divididas no comhale a outras mi-
crobactenas. combate a outras doenças e outras aplicaçõc!I. Os gráficos] 2.7 a 12.9
mostram estes 'l"t'sultados. .
172

Outras doenças O Outras microbactérias • Outros usos


Gráfico 12.7 Outras aplicações das drogas.
Fonte: Gianini. 2004 (Tese de doutorado),

No combate às infecções provocadas por outras micobactérías. destacam-se a AI.


Itprae (causadora da hansen íase) , M. Ixruis, M . avium e M. aJricanum. No tocan te ~ ou t~
doenç.as, o u-atamento do câncer, ouuas doenças respiratórias e as doenças renaIs. O gra-
fico 12.8 mosna estes números.

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~~ 12.~ Outras doenças tratadas com as drogas pesquisadas.


. . Giannlni. 2004 (Tese de doutoradO).
PATENTEAMENTO & PROSPECÇAO TECNOLÓGICA NO SETOR FAA'McÊlrh.....

~
, \ f( 1Ii.\ as "pi icaçôes cm medicamen tos, foram 10~alil,adas outras aplicaçÕ(-s
<h'og,ls pc'sqllisadas. Destaca o uso como agente desmfetante aplicação VOIt,'1da P<\ra~
illdlistri.l tlt· aviação (muito utilizado em vôos longos) e no controle das ioreo" PiIr" a
lalall'li, I) ('~t<l('al!l-S(' tamI)em
' as ap I'lCaçoe~ . dustnas
- nas 111 ' 'I '
( e cosmeticos alil hfi<l\<
e de,Oes -""
III .m de (lImaS aplicaçôes em medicina. E interessante notar a aplicação comonentUs,
pl'Ott·ttlr <lu pele. todas as patentes relativas à droga fenamisal. agente

25~---------------------------------- ____
20-+--i

Agente Aplicações Protetor Aplicações Aplicações Adjuvantes


desinfectante cosméticas de pele médicas alimentíceas de vitaminas
Gráfico 12.9 Outras aplicações para as drogas pesquisadas.
Fonte: Glannlnl, 2004 (Tese de doutorado).

Processos de diagnóstico
Por diagnóstico, entenda-se os meios pelos quais se identifica a presença do patógeno
no organismo de uma pessoa, seja de fonna direta ou indireta. A análise destaS patentes
revelou que estaS podem ser reunidas em quatro grupos distintos, de acordo com o pro-
cedimento utilizado para a detecção do agente agressor. A tabela 12.2 resume as defini-
ções desta classificação dos processos de diagnose.
CAPITULO 12 • PROSPEcçÃO TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AçAO TUBERCULOSTÁTICA 237

Tabela 12.2 Tipologia dos processos de diagnóstico da tuberculose

Tlpo Descrição

Identificação da presença de compostos associados ao agente pat6geno, sejam


1
produtos de excreção, citoplasmáticos ou nucleares

Determinação da virulência em questão do pat6geno e/ou a determinação da


2 resistência do pat6geno a determinadas drogas

Identificação da presença de anticorpos e/ou compostos associados à reação do


3 sistema imune ao patógeno

Cultura in vitro e posterior caracterização, por qualquer meio aplicado, da presença


4 do patógeno na amostra

Fonte: GiMn!ni, 2004 (Tese de doutorado) .

No total, foram idenúficados 187 documentos que tratam de processos de diagnose,


sendo que em alguns casos, os métodos descritos podem se inserir em mais de um tipo da
classificação acima. Esta justaposição da classificação foi observada em 19 casos, nos quais
os tipos I e 2 são simultaneamente aplicados. O gráfico 12.10 resume os dados para cada
tipo de diagnóstico, onde se nota uma larga predominância dos tipos 1 e 2 nos processos
de identificação das bactérias do complexo M. tuherr:ulosis.

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I I
I. I
I
Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4
=1CO.12.10 Formas de diagnóstico da tuberculose.
: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).
Q uanto aos detentores dos direitos sobre as pa lellteS ele dinRn(í~l'.ko \ II!In
de lima fo rma geral. os princip<lis detentores s.10 empl't'sas, com H~ rt'RI~l ro~' ~i ll',
· . ' , ~lCil i I
pelas universidades. com 47 registros de patentes. OS lIlstlllllns (k prs'llli,~ dt'1, ( r"
documentos, os governos e os pesquisadores isolados 9. A tabela 12.3 11loslra ('S I t'1? 3\1
buição por tipo de diagnóstico. A ta~la 12.4 mosU, 1os plincipais dctento\'t,s ;l~'\ (h~hi.
It'rl). (~
logia segundo o tipo de diagnóstico. E inte ressante notar que () Til)O 'I. 1Il{' noO., I)'.11('111
da de lodos, somente três empresas detêm os direitos sobl't' est.as patente: A all'lIl' n':l'
test AG detém quatro documentos, a dinamarquesa Dako AI S c a arnericllIl'llllr'

ii!).
1110 I).
vest Corporation detém duas patentes cada.

Tabela 12.3 Distribuição dos depositantes por tipo de diagnóstico

Tipo Empresas Institutos de Universidades Governol PllqUlasdor..


Pesquisa

1 39 27 16 8 8

2 26 19 16 1 1

3 9 1 7 - -
4 8 - - - -
Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).

Tabela 12.4 Principais detentores de tecnologia por tipo de diagnóstico

Tipo Detentor N° de Patent..

Albert Einstein College 01 Medicine 14

1 Institut Pasteur 11
Pathogenesis Corporation 9
Johns-Hopkins University 11
2 Affymetrix Incorporated 9
Albert Einstein College of Medicine 8
Innogenetics N.V. 4
3 Astra Pharmaceutical 3
Institut Pasteur 2
Biotest AG 4
4 DakoAlS
.
2
-
Immunivest Corporation
Fonte.. Glannlnl, 2004 (Tese de doutorado),
2
-
-
CAPITULO 12 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AÇÃO TUBERCULOSTÃTICA 239

Sistemas de prevenção
Processos de imunização são procedimentos profiláticos que dotam o indivíduo de re-
sistência à detenninado tipo de doença. Uma análise criteriosa dos registros de patente
que tratam de imunização contra tuberculose permitiu a criação de uma classificação
destes documentos, primeiramente em dois grupos distintos, quais sejam:
1. Vacinas químicas: Vacinas que utilizam substâncias químicas para simular a
presença do agente agressor e provocar reação do sistema imune.
2. Vacinas in vivo: Inserção de organismo vivo, geneticamente modificado ou
não, para provocar reação do sistema imune.
Estes dois grupos puderam ser, ainda, divididos em classes, de acordo com o meca-
nismo de ação no organismo receptor. A tabela 12.5 mostra esta tipologia.

Tabela 12.5 Tipologia dos sistemas de prevenção

Tipo Classe Descrição

1A Inserção direta no organismo receptor de material


genético do agente patogênico
1 16 Simulação da presença do agente no organismo
receptor pela inserção de produtos excretados pelo
patógeno que geram reação no sistema imune

2A Inserção no organismo receptor de uma variedade


passivada do patógeno ou de outra micobactéria

26 Inserção de frações nucleotídicas do patógeno


responsáveis pela resposta do sistema imune em uma
2 célula hospedeira não-patogênica

2C Inserção de !rações nucleotídicas do patógeno


responsáveis pela resposta do sistema imune no código
genético de uma célula hospedeira

Fonte: Giannini. 2004 (Tese de doutoradO).

A tabela 12.6 resume os documentos localizados em cada tipo de vacina, onde se


nota uma larga predominância do tipo IA que se configura na tendência absoluta dos
processos de imunização. O gráfico 12.11 mostra esta distribuição.
240 PATENTEAMENTO & PROSPECÇAO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMAC~l1TtCO

-
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o - I I I I
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lipo 1A lipo 1B Tipo2A Tipo2B lipo 2C
Gráfico 12.11 Formas de prevenção da tuberculose.
Fonte: Gianini. 2004 (Tese de doutorado),

Quanto aos detentores dos direitos sobre as patentes de prevenção, nota-jje que as
empreas possuem um número bastante expressivo de documentos. Contudo, a mesma
tendência de desconcentração que se observa no patenteamento como um todo tam-
bém se manifesta nos processos de prevenção. Até por isto, na análise dos maiores de-
tentores em cada categoria, aparecem com mais freqüência universidades e institutos
de pesquisa. As tabelas 12.6 e 12.7 mostram esta distribuição.

Tabela 12.6 Distribuição dos depositantes por tipo de vacina

Tipo Empresas Institutos de Universidades Governos Pesquisadores


Pesquisa

1A 19 13 13 1 5

18 7 3 2 - 1

2A 2 5 - 1 -

28 4 - 2 - -
2C 4 1 - - -
Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado) ,
qPlTUI.O 12 • PROSPECÇÃO TECNOLóoICA EM FÁRMACOS COM AÇÃO TUBERCULosrÁnCA 241

Tabela 12.7 Principais detentores de tecnologia por tipo de vacl na


TipO Detentor N° de Patentes
IA Albert Einstein College of Medicine 1

Institut Pasteur 1

Innogenetics N.v. 5

113 ImmunoAG 4

University of Calitomia 3

Honen Corporation e Institut Pasteur 2

2A University of IlIínois 3
Comell Research Foundation 2

213 Astra Pharmaceutical 2

2C BASF 2
Fonte: Glanmnl. 2004 (Tese de doutorado).

12.2.6 TENDÊNCIAS EM DROGAS RECOMENDADAS PELO MINISTÉRIO DA


SAÚDE
As drogas ql1C fazem parte do programa brasileiro para o tratamento da tuberculose são
etambutol, isoniazida, pirazinamida, rifampicina, estreptomicina e etionamida.

Etambutol
Os principais detentores dos direitos sobre as patentes da etambutol são universida-
des. que detém 44% do lotai de patentes. O principal patenteador é a Universidade
de Yashiva (US), através do Albert Einstein College ofMedice, detentora de quatro pa-
tentes. Entre as cm presas, a dispersão observada é grande, não havendo empresas com
domínio de um número expressivo de patentes (tabela 12.8).

Tabela 12.8 Tendências no patenteamento de etambutol

Campo de Aplicação N° de Patentes Tendência

Processo O -
15 Glicopepitídicos e outros
AsSOCiação
tuberculostáticos
Outras aplicações 20 Outras infecções por micobactérias

Apresentação 1 -
-
Tratamento

Fonte: Glannlnl. 2004 (Tese de doutorado).


5 -
-
242 PATENTEAMENTO & PROSPECCÃO TECNOlóGICA NO SETOR FAAM."'~
....'''lTtICO

Isoniazida
Obsen'lHie que a dispersão dos detentores de tecJlolQhl'ja é muito gnmde. no IOlal ~ . .
desdetém as 37 patentes2 deste prcxluto. ObsclV.H\C um discreto predomínio de e~(~Ocla.
que possuem J I patellle\. e unjversidades. com nove documentos. (tahela 12.9). prCsw!.

Tabela 12.9 Tendências no patenteamento de isoniazida

Campo de Aplicação N° de Patentes Tendência --


Processo O -
Assodação 15 Outros tuberculostátlcos -
Owas aplicações 20 Outras Infecções por Micobactér1aa

Apresentação 4 Formas de apresentação


-
Tratamento 3 -
Fonte: Giannini. 2004 (Tese de doutorado).

Plrazinamlda
Das 25 patentes locali7.adas, ] 5 são propriedade de empresa~. Entre estas, apenas a Cyuíx
Corpor.~tion detém mais de um documento (três no LOtai, versando sobre a'l.'\Ociaçôt'll).
AJorn esta empresa, a única outra entidade a possuir mais de uma patente é a Universida·
de Johns-Hopkins. com duas patentes sobre outrdS aplicaçôes (tabela 12.10).

Tabela 12.10 Tendências no patenteament03 de pirazinamida


Campo de Aplicação N° de Documentos Tendência

Processo
O -
13 PoHmeros bloatlvo8 e outras
Associação drogas
16 Outras infecções bacterianas e
Owas aplicações fungicida

3 Mecanismos de aplicação
Aplicação tópica

Tratamento 2 -
Fonte: Giannlni, 2004 (Tese de doutorado).

2 A mesma patente de um medicamento pode ter mais de um caso de aplicação.


~o 12 • PROSPECÇÃO TECNOlÓGICA EM FÁRMACOS COM AÇÃO TUBERCULOSTATlCA
- 243

R"ampicina
Da mesma fonna que os anteriores. nào se obsena uma concentração de patentes, 34
entidades são detentoras dos direitos da~ patentes de rifampicina locali7.adas. O Albert
Einstein College of Medice da Universidade de Yashi\3 é a instituição com maior
número de documentos, três no total (tabela 12.1]).

Tabela 12.11 Tendências no patenteamE!fltOS de rifampicina

campo de Aplicação N" de Patentes Tendência

PrOGtlSSO 3 -
AssoCiação 12 Polímeros bioativos e outraS drogas

Outras aplicações 22 Outras infecções por Micobactérias

Aplicação 3 Mecanismos de aplicação tópica

Tratamento 3 -
FonIe: Glannini. 2004 (Tese de doutorado).

Estreptomicina (e seus sais)


Os principais depositantes de patentes sobre eSLreptomicina sào o governo dos Estados
Unidos, com oito documentos (quaLro sobre processos e quatro sobre associações e ou-
tras aplicações) e o Albert Einstein College of Medicine, que detém seis documentos,
ba~icamente sobre ouLraS aplicações para a eSLreptomicina (tabela 12.12).

Tabela 12.12 Tendências no patenteamentcil de Estreptomicina

Campo de Aplicação N° de Patentes Tendência

Processo 20 Otimização e cepas de streptomices

Associação 27 Polímeros bioativos e outras drogas

Outras aplicações 39 Outras ínfecções por Micobactérias

~ção 8 Mecanismos de aplicação tópica

Tratamento 6 -

Fonte: Glannini, 2004 (Tese de doutorado).


.,..,.. & PROSPECÇÃO TECNOLóGICA NO SETOR F~RMACàmCO
P"TEN~ME",V ~
244

Etlonamida .
Foram localil.adas apenas duas patentes que versam sobre a etionalmda. ambas relalhas
a processos de produção. Uma de pro~)li('dade ~a ~mpresa ~B Aropha~-~v~k.
(Inglaterra) e outra de um pt'Squisador Isolado. Nao tomm locall1..adas referenClas as
outrdS fonnas de entrada sdecionadas.

12.2.7 SELEÇÃO DAS INFORMAÇÕES E TRATAMENTO ESTATíSTICO

Definição das Variáveis


A definição das variáveis para compor o tratamento estaústico passa pela transfonnação
do banco de dados em lima tabela llulTIélica de vaJiáveis discretas (GREENACRE,
1984). Para consU"lIção da tabela de dados, foram consideradas codit1caçõcs constantes
na tabela 12.13. onde as identificações do campo abreviação significa a fonna como a
cla'ISC será mostrada no decorrer da análise.
Note que em diversas vaJiáveis o número de classes foi reduzido, agrupando-se al-
gumas cla-;ses originais. Este procedimento foi adotado para melhorar a respost,\ do
método (redu7.ir o espalhamento) e melhorar a visualização final dos mapas.
Como variáveis suplementares foram definidas as empresas depositantes e as dro-
ga.~ pesquisadas. assim definidas por serem fund;unentais para a compreensão do tema.
Como o número de classes ficaJia muito grande (gerando distorção na representação).
foi estabelecido um corte mínimo de frenqüência, sendo fixado (de modo arbitrário)
um mínimo de 1Oocorrência~, ou seja, drogas com um mínimo de 10 patentes deposita-
das e empresas que possuam ao menos 10 patentes (sobre qualquer tema). Estes dados
podem ser vistos na tabela 12.14.
CAPITULO 12 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AÇÃO TUBERCULOSTÁTICA 245

Tabela 12.13 Definição das variáveis para o tratamento e9tatlstlco


Variável Classe CÓdigo Abrevlaç60
EUA 1 USA
Europa 2 UEU
País de origem
Japão 3 JPA
Outros perses 4 OUP
Empresas 1 EMP
Universidades 2 UNI
Classe depositante Institutos de pesquisa 3 INS
Governos 4 GOV
Pesquisadores 5 PES
Não 1 PAN
Depósito em parceria
Sim 2 PAS

Processo de Não 1 PCN


produção Sim 2 PCS
Não 1 ASN
Associação de drogas
Sim 2 ASS
Não 1 TAN
Tratamento
Sim 2 TAS
Não trata 1 OAN
Outras doenças 2 OAD
Outros usos
Outras micobactérias 3 OAM
Outras aplicações 4 OAA
Não 1 APN
Aplicação
Sim 2 APS
Não trata 1 ooN

npo1 2 001
Diagnóstico
Tipo 2 3 002

Tipos 3 e4 4 DG3

Não trata 1 VCN

Prevenção Tipo 1 2 VC1

3 VC2
npo2

Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).


PATENTEAMENTO & PROSPEcçAo TECNO\..ÓGICA t.a«TOR 'NV'~f)
2411

Tabela 12.14 Definição das van á veis sup emen res para o

VarUlVel Classe Código Abf~

Outros 1 DPO
Pesquisadores 2 pt:O

Govermnenl 01 lhe USA 3 OOS


A. Einstein CoI. Medicine 4 AE;C

Institut Pasteur 5 INP

Upjohn Company 6 UPJ


Kaken Chemical Co. 7 I<AK
Pathogenesis Co. a PAT
Depositantes
Johns-Hopkins University 9 JHU
Abbott laboratories 10 ABa
Cytrix Corporation 11 CYT
Emory University 12 EMO

Merck 13 MER
University 01 Calilornia 14 UOC
Allymetrix Incorporated 15 AFF
Pharmacia 16 PHA
Ácido p-amino sullônico 1 PAS
Pronase 2 PRO
Estreptomicina 3 STR
Isoniazida 4 ISSO
TIpepidina 5 TlP
Rifampicina 6 R1F
Drogas Etambutol 78 ETA
Pirazinamida 9 PlR
TIocarlide 10 T1C
Rifanbutin 11 RIS
Capreomicina 12 CAP
Claritromicina 13 CLA
Cicloserina 14 CIC
Fonte: Glannini 2004 (Tese de doutorado).
~ l'ECNOlÓG!CA EM FÁRMACOS COM "çAO TVBEACULOSTÁTICA
-
CN'i'JU.O 12 • 247

.Par.l gerar inlnnn.,ÇÕe$ com significân cia, é 1lC"'Ces-o;álio primeiramente validar esta-
. Para tanto, uma série de provas es-
tisliaunem e as relações entre as \<Uiá\'eis st"ltx.ionada ...
ClItísti<:as deo.Wl ser realizad."lS na tabela d e dados p.~ gerar as infonnaçõcs. O método
ulilizado para operar esm tranSfOIDlaçio é a amilise de co rrespondências. que é lima feTra-
menu descrima,/ ex-ploratótia dcsen had.-. para analisar tabdas de duas ou mais "ariáv~~
djscret3S.. que compreende algtID1as medidas da correspondência e nU-e as colunas (vana-
,ris) e as linhas (obsen <lç()es ou casos) . O resultado provém infomlações que pemlitem
explorar a estrutura d as variá"e is categoriais presentes na tabela original.
A técnica foi desen\'Ohida pelo franco-libanêsJean-Paul BenzécIi entre o final da dé-
cada de 1960 e o início da década de 19iO, basicamente \'Oltada f><~ aplicações em estu-
dos de lingüística (GREL"ACRE, 1984) . Descrições detalhadas da metodologia. detalhes
computacionais e d e aplicações podem ser obtidas em BE."IZÉRCI (1980), Benzérci
(1992). Técnicas similares foram desenvolvidas independentemente e nomeadas como
optimlll Sfa/ing. recifnuaú averagi ng, aptimal samng, quantijicalüm met/wd e Iwmogeneity analysis
(HOFFMAN e fRAJ'\fKE. 1986). A aplicação prática do método, utilizando a base de da-
dos mostrada neste capínIlo, pode ser vista em Giannini (2004).
De umafonna simples, a metodologia consiste numa séIie de transfomlações ope-
radas na tabela de dados, de fonna a gerar um novo sistema de coordenadas (eixos) que
penuita plotar em gráJicos simples, de duas ou três dimensões, grandes massas de da-
dos. Esta plotagem se dá sem a perda das relações de significância entre as variáveis.
O eixo ou fator pode ser entendido como sendo uma combinação linear das variáveis,
que resultam num vetor cuja direção fornece o novo sistema de coordenadas resultante
da aplicação da análise de cOITespondências múltiplas à tabela oIiginal. Em suma, o mé-
todo pennite transfonnar proximidades estatísticas em distâncias euclidianas.

12.2.8 GERAÇÃO DOS MAPAS DO CONHECIMENTO


Uma vez selecionados os eixos, pode-se gerar os mapas plotando as vaIiáveis seleciona-
das no novo sistema de coordenadas. A tabela 12.15 mostra as coordenadas no novo sis-
tema de eixos.
PATEKf~NTO & ~ TECH()lÓGIICA NO SETOR F~"ACêunco
-
.~

V.,.., Q ....
Dim. 1
CootdeI '8'1a.
DIm.2 -
US -0,429 0,452

EU 0273 -0.947
Pais
JP 1.227 0.239

OUP -0.215 0.220


EM? 0.342 -0.082
UNI -0,909 0,876
Oeposítante dasse IHS -0,795 -1 .182
GCN 0.439 0.746
PEO 0,233 -0.520
PAH 0.089 -0.052
Parceria
PAS -1,006 0,641
PCN -0,261 O,ln
Processo
PCS 0,881 -0.596
ASN -0,467 -0,281
Anociaçêo
ASS 0,692 0,416
DON 0,357 0,149
001 -1.2l9 -0.461
0iagn6sti00
0G2 -1 ,457 0 .005
0G3 -0,584 -1 .968
VCN 0 .116 0.102
Pr8Y8l1Çâo VCl -1 ,163 -1 .014
VC2 -0.574 -0,517
TRN 0,049 -0,102
Tratamento
TAS -0,353 0.734
OUN -0,052 -0.701
OUO 0.466 0.794
Outros usos
OUM -OSZ1 0 .673
OUO 1,153 ...(),263

N'N -0,041 -O.~


Aplicação
APS 0::;0 0,730
CAPiTULO 12 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AÇÃO TUBERCULOSTÁTICA 249

Tabela 12.15 Coordenadas falorials (continuação)

Coordenadas
Variável Classe
Olm.1 Olm.2

DPO 0,206 -<l,163

PES 0,233 -<l,520

GUS 0,208 1,001

AEC -2,086 0 ,772

INP -1 ,338 -1,579

UPJ -<l,1 85 0,494

KAK 1,289 0 ,682

PAT -<l,731 0 ,340


Depositante
JHU - 1,397 1,169

ABB 0,634 -0,303

CYT 0,028 0 ,853


EMO - 1,097 1,818
MER 0,312 0 ,744
UNC -<l,824 0 ,41 6
AFF - 1,1 72 0,347
PHA - 1,133 1,447
PRN -<l,281 -0,229
PAS 0,671 -0,257
STR 0,936 0 ,118
ISSO 0,027 0 ,296
TlP -<l,422 0 ,233
RIF -<l,344 0 ,437
- Produto ETA -<l,498 0,401
o

PIR -<l,462 0,603


.
TIC 0,121 0 ,230

y 7:'(:,
RIB 0,340 0 ,422
,.
0-'
CAP 0,398 -0,064
~o
l. CLA 0,459 0 ,374
l'CAJ.
~ CIC 0,067 0 ,042
FOnt~: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).
250 PArENrEAMENro & PROSPECÇÁO TECNOLOOICA NO SErOR FARMACt~
---....
Processos de diagnóstico e prevenção
o mapa da Jij.,'1 I1'õ:\ 1~Ui m OS!!"a a pIOI;\lo(t'lII dos processos d e p rev(!o ção e diagn()~lico
Obse"ra",~e que as d uas vnri;íveis SC'j.,TlIClll a mesma te ndência, as c1as~e~ que rt'Jlrei\en ta~
a l1ào-mc nção d esles pro('cssos no docume nto (DGN e VCN - mhela 1~. 1 3) mOStram
coordc nadas muito pr6xirnas IIrna da O Utl. 1 e a.~ duas esl;i o ue m disl<lnciadas da.~ demaL,
d asscs.

~' 20 Plot 01 colunn coordlnates: dlmenslon: 1x 2


1::
Q)
Input table (rows x columms): 30 x 30 (burt table)

-.S 0,5

#.
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.- s,it>l,l.,f.i.
_ ~:~!.i(. _E
(genvl>lue:",22212,iH
~ _ _ 'f.
11% of inertia)
.'

Figura 12.3 Plotagem dos processos de prevenção e diagnóstico.


Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado).

Agregando a este mapa as coordenadas de plotagem dos depositantes, obtém-se o


mapa da figura 12.4, no qual pode-se observar uma clara divisão dos depositantes em
três categorias:
• Um grupo próximo às variáveis DGN e VCN, indicando que não, patenteiam
processos de diagnóstico e prevenção.
• Um grupo próximo às classes dos processos de prevenção e diagnóstico, indican-
do associação.
• Um único depositante, Instituto Pasteur (INP) localizado no mesmo quadrante
dos processos, indicando forte influência destas variáveis no posicionamento do
. Instituto.
CAPiTULO 12 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM ACAQ TUtlEACUl.OSTATIQ.l.
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Figura 12,4 Plotagem de diagnóstico a prevenção com os depositantes,


Fonte: Glannini, 2004 (Tese de doutorado).

Plotando agora as classes relativas aos processosjuntamente com as c1asst's dns d(..
positantes, observa-se uma nít.ida divisão em dois blocos rlist intos CJIIC refletclI\ a 1ll"I\III;\
tendência, a tendência geral de que os processos de diagnóstico (~ pl't'vt'IIC;\O H'lIde m II
ser pesquisados por Universidades (UNI) e Instit.utos de PcsCJuisa (INS). ct>nqllalllo os
Pesquisadores (PES) , Empresas (EMP) e os Govemos (GOV) tendem a 'ficaI' haslallt c
próximos das classes de não-depósito, o que indica que eslas classes d tlcpositantl'!I ten-
dem a não depositar patentes sobre processos de prevenção c diagnôsli o , Estas I'l'la-
ções podem ser vistas na figura 12,5,
ROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC ~UTiCO
PATENTEAMENTO & P . ~
252

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figu'a 12.5 PIoIagem de ple~eilção e diagnóstico com as classes de depositantes.
FicnIe: Garnni, 2D04 (Tese de doutomdo).

PROCESSO DE FABRICAÇÃO DAS DROGAS


A figura 196 uaz a plotagem das drogas e variável do processo de produção. Nota-5e
aml niridez a dnisão em dois grupos polarizados em tomo das classes da variável
p_. , 550 de produção:
• Ea:mbutoI (ErA), rifàmpicina ( RIF) , isoniazida (ISO ) e tipipidina (TlP) estão
haqaote próximos da classe que indica não tratar de processo.;
• PAS. rifamburim (RIB), protionamida (PRO ), claritromicina (CLA) e tiocarlide
(TIC) tendem a ter mais documentos tratando de p rocessos.
• ~ região intennediária., praticamente eqüidistante, estão a estrep tomicina,
(SIR;. pirazinami(la ( PIR) e a cidoserina (CIC).
CAf'IlU:o 12 • PROSPECÇAo TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AÇÁO TUBERCULOSTÁTICA 253
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Agora 12.6 PIotagem das drogas e dos processos de produção.


fa1le: Giamini, 2004 (Tese de doutorado).

't mUZAÇÃO DAS DROGAS


Afiglua 12,7 mostra a plotagem das variáveis sobre associação medicamentosa, outros
foJlllasde apresentação e esquemas de tratamento. Deste mapa, pode-se depreen-
der algumas relações importantes:

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Oirnensioo 1; EigefIvaiue: ,22212 (11.11~ ct " lia)
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Figura 12.7 PIotagem das variáveis de utilização das dl'ogas.


Fonte: Glannini. 2004 (Tese de doutorado).

• Nota-se que as variáveis que indicam não tratar desres assunws rendem a ficar no
mesmo quadrante, muito separadas das demais.
• A aplicação das drogas no combate a outras infecções micobacterian:as (OAlf)
está próxima dos esquemas de tratamento (TRS) .
• As associações medicamentosas (ASS ) estão relacionadas com as f OTIDaS de apre-
sentação e o combate a outras doenças.
• O uso destas drogas para outros fins que não a fonnulação de medicammros
(OAA) está isolado em um quadrante, sem relação com as demais \'alÍá\'eÍs.
Plotando os deposi tan tesjun tamente com estas variá,'eis, obtém-se o mapa da fJgU-
ra 12,8, onde podem ser vistas algumas relações, como:
Algtms depositantes que tendem a não depositar patentes com estes 0~eÚ\'OS es-
tão muito próximas das variáveis que indicam não tratar dos temas. comoAbbou Labo-
ratones (ABB) e os Pesquisadores Isolados (PEQ) .
• O Instituto Pasteur (INS) aparece muito distante de todos os pontos, denotando
pouca associação com estes depósitos.
• Os depositantes Governos dos EUA (CUS), Emory University (E.\fO) e C~1IÍX
Corporation (CYf) estão muito relacionados às aplicações das drogas em oumas
doenças,
• Por sua vez, em tomo da aplicação ao combate a outras infecções mic~
nas (OAM), estão os depositantes Affimatrix (AFF). Universíty of CalifónlJ3
(UOC), Pathogenesis (PAn, .A lber Einstein College ofMedícine <AEf!!:';:;
menorgrau,johns-Hopkins University (JHU), Phamacia (PHAe Mcrck \,YU-O' •
~fTULO 12 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AçAO TUBERCULOSTÁTICA 255

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Figura 12.8 Plotagam das variáveis de utilização com os depositantes.
Fonte: Giannini, 2004 (Tese de doutorado) .

12.3 CONCLUSÕeS
A visão que a humanidade tem do mundo variou enormemente no decorrer da histó-
ria. Da cosmovisão mítica da Antigüidade até o ceticismo mecanicista. o pensamento
humano passou por um grande número de estágios.
No decorrer do último século. a humanidade testemunhou uma grande revolução
nas ciências básicas que transfom1Ou a lógica. a epistemologia e também, através das
aplicações tecnológicas, a vida cotidiana. Porém, ao mesmo tempo, persiste uma gran-
de defasagem en tre a nova visão do mundo que emerge do estudo dos sistemas naturais
e os valores que ainda predominam na filosofia, nas ciências do homem e na vida daso-
ciedade modema.
A informação sempre foi o insumo básico do desenvolvimento. Quando o homem
associou a faJa e a imagem e criou a escrita, permitiu a transmissão e a armazenagem de
informação. A imprensa, o telefone, o rádio, a televisão e, mais recentemente, as tecno-
logias da informação e da comunicação, são etapas do desenvolvimento que proporcio-
naram grandes revoluções ao longo dos séculos XIX e XX, acelerando o intercãmbio de
informações.
Tanto do ponto de vista dos beneficios que trará à sociedade, como dos beneficios
econômicos que podem advir com a ampliação das possibilidades de formação. novas
oportunidades de mercado ou no desenvolvimento de setores produtivos, conclui-se
que a sociedade da informação e do conhecimento é uma realidade. Esta é uma respos--
ta à dinãmica da evolução, ao crescimento vertiginoso de experiências, invenções. ino-
~, vações, que acontece dentro de um enfoque sistêmico - onde o diálogo entre as formas
de saber e a interdisciplinaridade é fator determinante de sucesso.
PATEN~ENTO A PROSPECQ"O til NO CXlICA NO tOM fA"MIIC~U'I''9!2

A~_f.,cilidad('s qu(' es~iio ~l'nrlo prtllWrdotílll1 I~ prltl~ IIvllntO!i dIlIN'II(lII'I(I" II" II


fonnaçao, talHo CI1I Il'laçao ao llllmelllo da ( IPllridudt''' 111'111111('111111\<'11111 "I" Iii f'
memo de grandes VOhll1ll'S de illfol1l11l\'ÕI'~ de /êmon 1'111 111 vw 1I1111~ nl ph lfl~ f' ('flllI ,/111'"
n.?res Ct..:'to.~, assil.l~ COIllO (,Ill l'elaçno no verti/ol11101lfl cll'~(,llVfllvltl1t'1I1f1 IIn!l flllnllllll;tl-
çoes, c:'~o posslblht;mdo o ("f'CScil1leIllO do I lIt ('f('I'.~C (1111' !lilll t'11111~ dI' ItlOlllt rmlllll' l1lf1
t~~ologtco, que tem por ()l~jeti\'O subsidiar u tOlllada til' d('d~l\o t' l1'ln/(lr UIlIflf'lilJl C~'tj
l('gtca$ da empresa. ..
. Is lo porque a produção orient<lda pam 01.'1 l\('rell.~idl1dc~ do cnnlllllll ldor n. II" ~1I1J.
(lentc f.'ara g-dt:tn~ r o sucesso da empresa. O IIH1ni10111m('I1 'O 'l'('11016/o1Í1'fI(' " 'fllnt!;l'
mental l.mportanna para que S<' po.'iS.1 identificar a.~ aJ1lCil~'n~ c urll('dpal' lIpfll""I1I(hl(I~~
que, penllltalll a conquista. ou ao menos ii manlllell(lio, de IInll\ Plllli<,:lio ('0111PI:',It lV;l li",
voravel.. O sucesso das em presas est. cada vcz mais lkpClldclltI: ela ~"u cllpacldade de:
compeur em escala global. mas panl isto é preciso collhc('cr o lImbi('llle da indlíMrla. lI~
competidores e as melhores práticas de gestoio, de limlla a Ininimi1.flf a~ Incel't '1"lA. A
gestão do conhecimento pode fome('(~1' parle dCSl ' conhecimcnto ~ohr' lIalllhi nt
competitivo.
Nesta pesquisa foram apresentadas as pOlencialidades das "crram('nt(\~ de '-tcsf<10
do conhecimento, através da aplicação da metodologia da J{oda do Conhcclm rito,
que visa sistematil..ar em oito passos l ó~,.; cos o modo de translbrmar cl;l(lo cm infonna.
ção e infonnação em conhecimenlo. Esta aplicação foi concretizada ncsl 'ca pitulo no
caso de prospecção de infonnações tec noló~,.i G1S em patenles em {firma os para o
combate à tuberculose.
Os resultados, ao mesmo tempo sintéticos e abr.lI1gcnt 'S, demonstram qu 'a 3111íll.
se lógica e racional das infonnaçôes disponíveis (patenles sóio do IIIll ' ntos púhlicm),
através da aplicação de uma metodologia de análise rigo rosa dos co nleú do.~ tccnol<Í'-ti.
cos associada e a um processo de validação cstalíslica, pe rnlite lima boa visualizaçóio do
mercado, possibilitando um excelente nível de resumo das inlormaçõe~ re l e vantc~,
Combinando profundidade, facilidade e fidelidade aos dados origillai ~, O~ mapa"
sintetizam o posicionamento tecnológico de um dado selor e forneccm informações Sl,.
bre os direcionamentosda indúsuia, utilizando documenlos de patcnt e omo fonLCsde
informação, uma fonte de dados, explica. pública e de alta confiabilidacIe,

12.4 REFERÊNCIAS
ANTUNES, A. M. S. Mapas do Cunh.«imtm/o sobre TendhlCÜJJ !tllmlllrilma~' , CmnlJl'wnrUL! NllritmaÍJ ' 111 J)IJI/II(IOI
Crónicas, Injtc/ocOnJagiosas e N~ Rio dcJanciro: FINEI', 20ml.

SARNES. P. F. E.; BARROWS, S. A. Tuberculosi.s ill tlI41990s. ÂlInaLI oj/lIlmll" Ml'flicill~ // 9(M, p. 4lJO.IO,
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--; Correspondena Annlysis /Jalldboolt. Nova Iorque: Marcel Dckkcr, /992.

BETHLEM, N. Pneumologia. São Paulo: Alheneu, 1998.


qJ'fTULO 12 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM FÁRMACOS COM AÇÃO TUBERCULOSTÁTICA 257

BRASIL. MINlm:R10 DA SAÚDE. Atualizaçoo das Recom.endal;oopara Tralamentode OrlnfecçM HN/Tuber-


cuJosumAduÚou Adole.scentes. Série A: Nonnase Manuais Técnicos, n!! 136. Brasília: Ministério da Saú-
de. Ca~em~ d e Atenção Básica: Manual Técnico para o Controle da Tuberculose. Série A: Nonnas e
ManuaIs Tecrucos. n:! 148. Brasília: Ministério da Saúde. 2002.
FONSECA. A. L Antibióticos na Clínica Diária. Rio de Janeiro: EPUC. 1994.
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LÉVY. P. As Tecnologins de lntelipjncia: O futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34,
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STI:OMAN. T. L. Stedman DicWnário Médico. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 1996.
TAVARES, W. Manual de antibióticos e quimioterápicos anüinfecciosos. São Paulo: Ateneu. 1996.

.
PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA PARA
PATENTEAMENTO EM AUMENTOS
FUNCIONAIS NO BRASIL

-
Môrllco Fontes Coewno
Net ~ro Jr.
Adelaide Mano de Souza !vJtunes

13.1 A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS


Segundo o Decreto-Lei n 2 986, de 21 de outubro de 1969, alimento é -toda substância
ou mistura de substâncias, nos estados sólido, líquido. pastoso ou em qualquer outra
forma adequada, destinadas a fornecer ao organismo humano os elementos normais à
sua formação, manutenção e desenvolvimentoft (BRASIL, 1969).
No Brasil a indústria de alimentos pode ser definida como um numeroso conj unto
de micro, pequenas, médias e grandes plantas industriais, pulverizadas por todo o terri-
tório, com a maioria delas atuando em mercados regionais (normalmente as micro, pe-
quenas e médias) e poucas empresas operando em nível nacional (nonualmente as
grandes) (BORSCHIVER apudTROCCOLI, 1996; TEPEDINO, 2(01) .
Faz parte do chamado complexo do agronegócio, que reúne o conjw1to de ativida-
. des relacionadas à produção e distribuição de insumos rurais, a produção dos agriculto-
. res, o armazenamento e o processamento dos produtos rurais e seus subprod~tos. Ela
corresponde ao último nível da cadeia do agronegócio. englobando um conjunto de
., atividades bastante heterogêneo, que vai desde o simples beneficiamento de ~rodutos
agropecuários até atividades tecnologicamente complexas e de maior agregaçao de va-
lor às matérias-primas agropecuárias (ARAÚJO, 2002).
;. , . d d parte às múltiplas ftul-
é
~ ç- d •
(, oes os alimentos nas sociedades contemporaneas. s
°
A Indústria de alimentos está diretamente liga a em gran e ' d
alimentos alem e supn .
'fi
'rem as
- associa-
;,necessidades calóricas dos indivíduos, podem cumprir hoje, també~, uo:: pessoas
~das à saúde, tais como: reduzir colesterol (~lucana, fitosterol), ser a equa
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R ' ' . b ' as bebidas (IBGE),
essaJta-se que a denominação alimentos mclUl tam em
260 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMAC~UTICO

portadoras do diabetes (diel) : não engordar (lighl) , dentre outraS. Os alí_~-nentm devem
ser vistos não só como capazes de saciar a fome, mas tam bém para preventr do~n ça~ cau-
sadas por deficiências de vitaminas e minerais, fornecer energia e por possllIrelll com-
ponentes integrantes das estruturas celulares.
O consumo de alimentos continuará a se ampliar, em decorrê ncia do (Tes~imento
da população mundial, algo em torno de 95 milhões de pessoas por ano na decada de
90, e, co,!, expressivo crescimento econômico previsto para economias emergentes tal
como a Asia e do aumento da renda per capila. .
O Brasil é um dos principais produtores de C01nrrwdilies agrícola~ e de ahment~s
processados nos primeiros níveis da cadeia. Existe um grande potencial para o cresCi-
mento da indúsuia agroalimentar e também para um comércio mais intenso, tanto de
fonna global como enU-e as Américas.
Regisua-se, no ano de 2005, que a indúsuia de alimentos do País apresentava
16,4% de participação na indústria da uansformação, com 20,1% das vagas de emprego
desta correspondendo também a 9,7% do PIB. As empresas que compõem o setor são
em sua maioria representadas por microempresas, com 85,3% do total, seguidas pelas
pequenas empresas com 10,7% do total (ABIA, 2005) .
O crescimento do faturamento da indúsuia de alimentação, composta por produ-
tos alimentares e bebidas, também pode ser considerado uma informação fundamental
para a avaliação do aumen to da importância deste ramo indusuial. O mercado de ali-
mentos é dinâmico e apresenta ainda um grande potencial de crescimento. Isto pode
ser obsel\lado no gráfico 13.1.

200 184,2
175,9
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Ano
Gráfico 13.1 Faturamento da indústria de alimentação brasileira no período de 1998-2005.
Fonte: Caetano. 2007 - Tese DSc. com dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (ABIA).
CJi'lf\A:0'3 • f'flOSPECÇÃO TECNOlÓGICA PARA PATENTEAMENTO EM AUMENTOS ..•
261

o gráfiCO 13.2 mostra o conúnuo crescimento do setor agroindustrial brasileiro.


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-... Total agronegócio __ Total de alimentos ~ Total agropecuária


Gráfico 132 8IoIução das exportações por selar relacionado à agroindústria no período de
1996 a 2005_
for1Ie; CaeCaoo. 2fJJ7 - Tese DSc. com dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação.

Obsen"a-5e que a participação da agIiculmra nãeralimenúcia (exemplo: álcool,


fumo) é pequena no loral do agronegócio, devendo-se o crescimento das exportações
do agronegócio principalmente à parte relacionada aos alimentos.
.\ participação do setoralimentos industrializados no total de exportações brasílei-
rasé bastante significam", e tem se mantido constante no decorrer dos anos, como pode
serobsemldo no gráfico J3.3, fato este que também conuibui para a importância do
selor alimentos para o País.
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17,9 17,4 17,9 18 17,7
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Ano
Gráftço13.3 Participação (%) do setor alimentos industrializados no total de exportações brasileiras.
~.,CãelaflO. 2005 caetano. 2007 - Tese DSc.
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--
262 PATENTEAMENTO & PROSPECçAO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UTlC~

As exportações brasileiras são em sua maioria dt" prodlllos itI11OIura/rrn1mwditÚ'so\l


nos primeiros níveis de processamenlO. que sem dúvida SilO produtos importantes, mas
o País tem potencial para também ocuparsegmentos de produtos prontos e embalados,
que podem também ser adicionados de maior valor agregddo.
O setor de alimentos. de um modo geral. é avaliado como sendo estratégico para a
economia do País, sendo um setor que está em fase de desenvolvimento e de implanta_
ção constante de novas tecnologias. A globalização dos mercados leva à necessidade de
constantes aprimoramentos dos processos produtivos, visando à obt.enção de produtos
com melhor qualidade c menor preço e ao aumento da produtividade.
. O processo de inovação tecnológica na indúsu'ia de alimentos no mundo é carac-
tenzado por ampla interface com ouu'os set.ores industriais. A indústria de alimentoses-
t~mul~ inovações em toda a cadeia agroaliment<\r, tais como nos produtores de maté-
na-pnma (agricultura). em fornecedores de aditivos, no setor de embalagens, na distri-
buição atacadista e varejista, e em indústrias de bens de capital (EMBRAPA. 2000).
A grande influência do desenvolvimento econômico global e dos ~ustes na politi-
ca está provocando alterações na indústria brasileira de alimentos. Estas têm sido esti-
muladas pelo fluxo aberto de infonnações. dos investimentos, da tecnologia e da mu-
dança de hábitos do consumidor (consumidor mais exigente, aumento da participação
das mulheres no mercado de trabalho, o mercado dirigido ao singlerepresentado por 4
milhões de pessoas no Brasil. o consumidor-mirim, o crescimento da população idosa)
(TEPEDINO, 2001).
A integração da atividade econômica implica competitividade em nível mundial e
ao longo da cadeia alimentar. Com a finalidade de melhorar a produção e conseqüen-
temente os lucros, o mercado pressiona para a especialização ou diversificação e agrega-
ção de valor à produção. A tendência é de agregar também valores funcionais aos pro-
dutos, buscando a segurança alimentar e a melhoria de nutrientes e do funcionamento
do organismo do ser humano, como é o caso dos alimentos funcionais ou nuu-acêuti-
cos2 , que têm apresentado crescimento em sua produção.
O desenvolvimento de produtos alimentícios com funções que estão além das qua-
lidades nutricionais e sensoriais, e que levem em considel-ação os aspectos relacionados
à relação dieta/saúde/doença, é uma realidade, onde há necessidade de se efetltar
mais pesquisas que comprovem os efeitos dos compostos biologicamente ativos na pre-
venção ou tratamento de doenças.

2 São aqueles que além de possibilitarem uma nutrição adequada em vitaminas, minerais. fibras. ca;
boidratos e outros nutrientes. contribuem também para a prevenção e o tratamento de doençasc['O-
nlco-degeneral:!vas.
~o 13 • PROSPECÇÃO TECNOLOoICA PARA PATENTEAMENTO EM AUMeNTOR,,,

-
13.2 O INTERESSE DE PATENTEAMENTO NA INDÚSTRIA DE
ALIMENTOS
C.om a entr.tdaenn;gor da LPI nO9.279j9fi e a ronst:qiknlc WllC('HH,\() de pal(:n't'Apara
rodutOS c procCSSQs alimentícios. não é difícil condllir que a~ IlIt: lhl)re~ condiçile~
~ra a obtenção de pa~e~tes na ,lrea alimentícia seriam d(~~ raíHe~ fllIC ~'H~llem \I~1l do·
sen\'OlvimenlO tccnologlco avançado na mesma. Estes pal!\('s c\(>lem maIor capaclliadc
de especializar ou diversificar c agregar valor à produção. a fim de melhonlr o nível ' ii
estabilidade dos lucros.
O crescimento da pesquisa e do desenvolvimento da área bioWCI1oló){ica. c. ncsl.C
caso. da produção de novas vmiedadcs de plan.as tende ti influenciar em muiw a inclúM-
uia apimentar. De acordo com BERMEJO (2001) dificilmente pode-1le eSfOlher
um cardápio sem que haja no mesmo uma enorme quantidade de procJlIl.O~ alimenta-
rescujas características estão protegidas por patentes biotecnológica~J. Têm-1lc pat(:n-
tCS registradas sob scqüências genéticas do arroz. do tomate. da lentilha, da soja. do fran-
go. de peixes (anun. bacalhau. salmão), de cenoura~. dentre muitos outros alimentos.
BERJ\fEJO (2001) indica que no ano 2000. que os alimentos de maior interesse par.!
a indústria biotecnológica no mundo. e. portanto. os possíveis detentores do maior nú-
mero de patentes. muitas vezes de grande ampHtude. são os alimentos básicos para a hu-
maJúdade. e. por conseguinte. os que despertam maior interesse econômico, como. por
exemplo. a soja. os cercais. a~ batatas. Pode-se verificar isto citando o exemplo do milho,
onde as cinco empresas com maior número de patentes são titulares de 84.9% dos 2.1 RI
pedidos regisLrados até então para variedades de planta~.
V1DAL (1996) vê com apreensão o futuro da agricultura bra~i1eira, que ainda está
em grande pane nas mãos de agricultores nacionais. devido à proteção dada à~ sementes.
Com essa legislação teme-sc que o seu controle pa<;se para as poucas corporações transna-
donais de sementes. defensivos agrícolas e fertilizantes. aumentando a dependê ncia ex-
tema do setor.
Um estudo realizado por GUIMARÃES (1998) , entre pesquisadores do Conselho
de Pesquisa em Ciência Biológica e Biotecnologia (BBSCR4) da Gr.1-Bretanha e da
Embrapa no Brasil, sobre os impactos socioeconômicos do patenteamento em biotec-
nologia, indica que. de modo geral. os pesquisadores de ambos os gmpos "percebem o
patenteamento como algo que pode causar prejuízos ao desenvolvimento científico e
que interessa mais aos países exportadores de tecnologias e às grandes companhias do
setor agropecuário, especialmente às produtoras de produtos químicos. 2"
Isto não deve ser interpretado como uma posição totalmente contrária ao patentea-
mento. que já demonstrou ter muitas vantagens para o desenvolvimento tecnológico e o
crescimento econômico mundial; entretanto, deve servir como uma sinalização para que

! Alei de patentes brasileira não protege a planta em si. mas P?dc pro~egcr processos de ?blenção c p'ro-
dUlosonde a mesma é utilizada. A nova variedade de planta e proleglrla no BraSil atraves da Lei de Cu 1-
, tivare.~ (Lei 9.456 de 25 de abril de 1997).
} 4 1'ht Biolechrwwgy and Biowgical Sciences /Usearcil Council (Reino Unido).
264 PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~lJT!CO

critérios C aspectos técnicos relacionados à concessão de patentes sejam discutidos e ade-


quados à realidade de cada país.
Todos es.~es dados e fatos demonstram a importância do segmento de alimentos
no complexo industrial do País c podem nos levar a concluir o porquê do interesse dos
países desenvohidos cm obter direi tos patentários no Brasil para a área de alimentos. O
Brasil é considerado como um dos mais promissores e rentáveis mercados do mundo
dentre os países em desenvolvimento. Entretanto, a grande tendência mundial, incIusi-
\'C do Brasil, na busca por produtos de melhor desempenho, com atributos voltados para
a melhoria nutricional e de saúde das populações, faz com que a pesquisa e o desenvolvi_
mento de novos produtos se tomem um caminho inevitável para o crescimento.
Os valores investidos nesta busca só trarão retomo favorável aos grandes comple-
xos industriais alimentícios, a partir do momento em que estes se tomarem detentores
das novas tecnologias de fabricação dos produtos, e conseqüentemente as proteger por
direitos da propriedade industrial, mais especificamen te por meio de patentes. Isto ga-
rantirá aos grandes investidores o monopólio sobre a produção em uma área de vital
importância para o ser humano.
Este desenvolvimento está levando a indústria alimentícia a um destino muito pa-
recido com o vivido hoje pela indústria farmacêutica, onde os investimentos em pesqui-
sa não são para qualquer um e o resultado desta pesquisa é protegido por direitos de
propriedade industrial e causa grande diferenciação nos mercados.
Uma colocação de VIDAL (1996) é importante para a reflexão: "Na medida em
que a produção da riqueza mundial depende cada vez mais do trabalho intelectual, o
controle do que resulta desse poder toma-se o grande instrumento de dominação."
Esta conclusão emitida no trabalho de Vidal retrata de forma bastante clara um dos mo-
tivos mais aparentes da busca incessante de grandes empresas internacionais pela pro-
teção fornecida pelo documento de patente.

13.3 ALIMENTOS FUNCIONAIS


O termo alimento funcional foi introduzido pela primeira vez no Japão por volta de
1980, devido ao seu uso como parle de um programa de redução dos custos de seguro,
saúde, tendo em vista o aumento sustentado na expectativa de vida da população. Para
reduzir as despesas com medicamentos, foi implantado um programa denominado
FOSHU (Foods for sPecifzed Health Ust?) , em que os alimentos deveriam ser baseados em
ingredientes naturais, consumidos como parte da dieta alimentar, e deveriam cumprir
funções específicas no organismo, tais como: melhoria dos mecanismos de defesa bioló-
gica, prevenção ou terapia de alguma enfermidade ou disfunção, melhoria das condições
físicas e mentais e do estado geral de saúde e retardo no processo de envelhecimento or-
gãnico (GAZZONI, 2002).
Muito ainda se discute sobre uma definição ideal do que poderia ser considerado
como um alimento funcional e um ingrediente funcional, mas algumas das definições

, Alimentos para liSOS específicos de saúde.


~O 13 • PROsPECÇÃO TECNOLOGICA PARA PATENTEAMENTO EM ALIMENTOS ... 285

já ap~tadas guardam entre si a.Igunl<ll! similaridades c podem e~dal't'('cr de quais ti·


pos de alimento que se está falando.
5.-\AI? opud SAl'\'DE.RS (1998) dil que "s.'i.o nlllsidum(\os "limt'nlOlI fi ml'Íol\allll <UI"I....
les que, al~ de fornecerem a nuuiç;io básica. promovem li saúdc'. b'.'K·S alilJl('nl~'~ 1)()1i.~'~
~ poten~ para promover a saúde através de nwcUlismos n;"to pn:visl( IS alrav6 (Ia l1l ~ln­
çao_~\'enaonal. devendo ser salientado que t.ossc cll-iIO rcstril.lgL'I'SC ii pr< >I\loç;io (Ia II<lIld .
e nao a cura de doenças".
Para a F~da~ào para a InO\'lção cm Medicilla d(~ NOV'd J érsei, nllu"dcêlllico é
-qualquer substanCIa que pode ser considerada UIll alimCII1tlOIl parll' dt· \1m alilm:nlll c
pfO\i: benefícios medicinais ou de saílde, incluindo a prevenção c: o tral<llllcnlO ele- do-
enças.- Já os "alimentos funcionais sáo aqueles produtos pOlendahllcllle salldi:ívcis in-
cluindo qualquer ingrediente ou alimento modificado que pode prover 11m benel'ício
de saúde além dos nutrientes tradicionais que ele contém" (MEOICrNENET, 20(3).
lAJOLO (2001) define alimento funcional como o "alimento semelhante cm apa-
rência ao alimento convencional, consumido como parle da dieUl usual, capaz de pro-
duzir demonstrados efeitos metabólicos c fisiológicos Ílteis na manutenção de uma boa
saúde física e mental, podendo auxiliar na redução do risco de doenças crôn ico. dcge-
ner.un'3S, além das suas funções nutricionais básicasH. já ingrediente funcional seria o
"composto responsável pela ação biológica contida no alimento",
É importante ressaltar que pílulas e cápsulas, de um modo geral, não sào conside-
radas como alimentos funcionais (BLADES, 2000). Isto é, para ser considerado como
um alimento funcional este deve ser derivado de ingredientes de ocorrência natural.
Deve também ser consumido como parte da dieta diária e apresentar uma funçào parti-
cular após a sua ingestão regulando algum processo metabólico específico, como, por
exemplo: regular a função intestinal, aumentar a resistência do organismo etc.
As propriedades benéficas decorrem de substãncias presentes nos alimentos, que
possuem ação específica sobre determinados processos fisiológicos ou bioquímicos do
organismo humano (GAZZONI, 2002).
Os efeitos positivos de um alimento funcional são o de manter e melhorar o estado
de saúde ou reduzir os riscos de uma doença. O passo inicial na pesquisa e desenvolvi-
menlOde um alimento funcional é a identificação de uma interação específtca e poten-
cialmente benéfica entre um ou mais componentes do alimento e uma função do orga-
nismo (LEMOS, 2(02). Os alimentos funcionais não podem ser desenvolvidos apenas
com a simples adição dos ingredientes apropriados. Devem ser considerados os efeitos
no processamento e os dos ingredientes adicionados na qualidade e na segurança final
do produto desenvolvido.
Dentro do mercado de alimentos, o mercado dos alimentos funcionais é relativa-
mente novo e a estimativa do seu tamanho e potencial varia muito e depende direta-
mente da definição de alimento funcional que se utilize. Este grande potencial de mer-
cado tem despertado o interesse de setores industriais de alimentos e farmacêutico.
Segundo o relatório da Agriculture and Agri-Food Canada de 2004, o mercado mun-
dial de alimentos funcionais gira em tomo de US$ 10 a 30 bilhões.
A / '\,1111,(.. fi cio ado de <tlíltl('nt~ lun íonaí, n~ ~~ Unjdo~ de acorc.!Q
IIWrc
( mI" l li'fo;;I(/J.'" InrllnfT'V 2f/OO d;! R(x 1'1,:1' 010<11 r;HI" • cm I !1.I'J a~ \' ' nd~ de al imenl~ e be.
bllla, '"11 jll"a!, t'~la allH'lIllornud ' Sfl bilhi)("jllcmdoal ançaclot'fl12'KI4 a laiude
U~ '0,9 hilhi'x."I,

Uc' ;1('(11 110 nll" a f.,lIlh",.h"flIlluM'a rcItAnlJâfllion. JY,mindo de lima definiçào rcs-
11 ii. 11(' alilll('IIIO\ IIlf\r i(jnai~. qlle in lui 1"Om 'nte "limenlQ.\ e bebjda.. com um cúU",1
t' ~p('('ífko. II valúr t1v lIIercado romhínad(j de Europa. AU~lrdlía •.Japáo e I'~tad~ ni-
c1()~ 1' 1111 ~1!l'J lo; (·,.illlado cm US 5.7 hilhilcs, Quandl) a definição é expandida. para
lo('h,i,. alimelltos '1UI: podem ser caractt'rizad(J~ como funcionais, ma~ não restritO!!
;'P(' II ;t~ ;j'l'I qlle apre cnlarn rúúm, o tama nho de te mercado é eSlimado cm cerca de
li~ 30 hilhilcs.

No.J<lpão, (JS nUlracêutícu\ constituem um mercado de US 4 bilhões, ocuJYdndo


UIll III~ar írnlxlf1ant(' na rcvolu ão d e saúde no País. Em comparação, pouco se 5abcso-
hl(" a indústria rio'! nutracêulÍco ' e dos alimentos funcionais na América do , uI
(LEONG. 200!).

13,3.1 CLASSES DE ALIMENTOS FUNCIONAIS E AS SUBSTÂNCIAS


BIOATIVAS
Sq{undo Cr.weíro & Craveiro (2003), os alimentos funcionais se apresentam classifica-
cI()~cm fJ\líltro CHl 'JoÇoria.~ principais: alimentos que aprt--sentam beneHcios tradicionai~
para jl S:Il'ldc' ' In rC'laç.io ii outros similarell (ex. frutas e verduras), alimentos processa-
dos fJu . tellham sido modificados (ex. teor reduzido de gorduras), alimentos com in-
)l;n'di 'nle f IIncionaís especificamente in orporddos (ex. fibras e organismos probióti-
cos) e novos alim 'mos produzidos por biotccnologia (ex. introdução de gen com
propriedade ('sp cílica de um alimento em outro),
Dell tre 01.0; substáncía~ billativd.~, cons1ÍtuínIL"S naturais dos alimentos, nutrientes ou
ml0·nutrienlcs e flu > apresentam propriedades funcionais fílliológkas podemos destacar.
• Fibras «)ligofIsacarideos): São suhstância~ de alto peso molecular, polis.~c.arídcos
nà<Xtmiláceo!l, que possuem ação importante como reguladoras do processo diges-
tivu, na redllção do colesterol e no metaboli~mo dos ácidos biliares. Estào incluída:
na ampla calegoria dos carboídratos, podendo ser clas.5ificadas como solt"tveis, ínso-
hiveís 011 mistas (SMD, 2006). A aveia é um alimento rico em fibras solúveis de
P-glucana, redutoras de colesterol total e da lipoproteína de baixa densidade (LDl.) .

• Ácidos graxos polünsaturados (AGPls): São também conhecidos pela sigla


PUFA,K, de onde derivam-se substâncias que auxiliam na redução da agregação
plaquctária, da pressão sanguínea, da v1scosidade do sangue, da híperplasia vas-

" F.mle:: www.lfl.org/ divisi()ns/ nlltracclIllC.aI5.


7 Aleg-"ção funcional reivindicada quando do registro para comerciali7.ação do alimento.
H Poly'"""'/llrtJtro /ally atids.
13 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA PARA PATENTEAMENTO EM AUMENTOS
~L0 ... 267
~ .

cu lare dasarriunias cardíacas


' · (ANDLAUERe FÜRST, . s-ao representados
2002)
I
principalmente pe o O mega-3 e Omega-6 .

• proteínas, peptídeos ~ aminoácidos: As proteínas são compostos orgânicos de


alto peso molecular formada~ pelo encadeamento de aminoácidos send
-' . b ' oo
com~osto o:gamco mais ~ ul~~ante de matéria viva. Pode-se dizer que as proteí-
nas sao pohmeros de ammoaCldos e que os aminoácidos são monômeros dos
pepúdeo~ e das proteínas: Os prin:ipais representantes deste grupo são: as imu-
noglobul~n~, soroal,bumma: cas~mas, lactoferrina, glicopeptídeos, e aminoáci-
dos (glutamlco, aspartJco, mptofano, leucina, valina, dentre outros) .
• Antioxidant~: São ~ubst.áncias que funcionam protegendo os lipídios e os flui-
doS corporaJs da açao de degradação dos radicais livres. Os mais conhecidos es-
tão nos grupos dos carotenóides (caro te nos e licopeno), limonóides (limoneno,
pineno, eucaliptol) e Ilavonóides (flavonóis e antocianinas). Têm-se mostrado
eficientes na redução dos riscos de alguns cânceres.
• Probióticos: Microorganismos viáveis que exibem um efeito benéfico sobre a saú-
de do hospedeiro após ingestão, devido à melhoria das propriedades da micro-
flora intestinal. São bactérias produtoras do ácido lático. As principais bactérias
do ácido láúco são aquelas relacionadas às cadeias de Lactobacillus acidofJhilus,
Laclobacillus salivarius e Lactobacillus casei e Bifidobacterium (HOLZAPFEL &
SCHILLINGER, 2002).
• Prebióticos: São componentes alimentares não-digeríveis que afetam benefica-
mente o hospedeiro, por estimularem seletivamente a proliferação ou atividade
de populações de bactérias desejáveis no cólon (SAAD, 2006). São alguns tipos
de fibras alimentares (oligossacarídeos), isto é, carboidratos de alto peso mole-
cular não-digeríveis pelo organismo humano, como lactulose e a rafinose, inuli-
na e fruto-oligossacarídeos (HOLZAPFEL E SCHILLlNGER, 2002).
• Simbióticos: Segundo Holzapfe\ & Schillinger (2002), referem-se a um produto
onde um probiótico e um prebiótico ~~o combina?os. C? efeito simbiótico pode ser
direcionado para duas diferentes regJoes-alvo: ao mtesnno delgado e ao grosso.
• Compostos enólicos: Compostos_ que possue~ ativi~a~e anÚinflamatóri~_ e
anti-radicais livres, melhoram a açao do sistema ImunologJco, regulam a pressao
arterial e protegem o sistema vascular. Dentre os fenóis temo~ os flav~nóides (fla-
vonas e isoflavonas).já os polifenóis são os componenles.auvos :naJs.esl';ldado.s
do chá verde, representados principalmente pelas catequm~de tem sld~dl~ve~u-
ga dos na prevençao - p n'ncipalmente do câncer de mama, am a sem eVl enClas
conclusivas.
- stos orga-nicos ativadores de enzi-
Alimentossulfuradosenitrogenad os- Saocompo _' d",
dANJO 2004) Sao representa os pnnCl
masnadetoxificação do fígado (MORAES apu , 'd BnlXelas brócolis) que
ai ' Ih
P ment.e pelas cruClferas (repo o, couve, couve-flor couve e ,
_' de glicosídeos armaze-
tê . . I t que sao um grupo
mcomo componente ativo os glicos mo a os, . 'fi (HASLER. 1998).
getals cruel eros
nados dentro dos vacúolos celulares de tod os os ve
268 PATENTEAMENTO & PROSPEcçÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMACtunco

13.4 A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO E O ACORDO DE


PROPRIEDADE INTELECTUAL
Criada com o principal ol~etivo de administrar e aplicar uma estnltura institucional co-
mum para a criação de relações comerciais entre os paíscs-melnbms, gelidas alravt'sdQ&
aconios comerciais multilaterais e plurilaterais, a OMe contava em II de janeiro de
2007 com 150 países-membros!!. O Acordo da OMC em seus anexos 1,2 e 3 fom1am o
cOI~junto denominado "Acordos Multilaterais de Comércio", que são acordos de aplica(,;ào
obrigatória para todos os países-membros, ao contráJio dos Acon:los do Anexo 4, denomi-
nados "Acon:los Plurilaterais", que sào acordos de aplicação facultativa, nào criando obrig...
ções para os países-membros que não os aceitarem (L1CKS, 1999).
. Dentro do grupo de acordos multilaterais da OMC, há um acordo específico deno-
mmado Acordo sobre Direitos de Propriedade I ntelectual relativos ao Comércio ( Tmdt
Related AstJeCIS of lntelpctual PrajJerty RighL5 - TRlPS). Constitui-se fundam entalmente de
parâmetros mínimos de proteção e garante através do seu Artigo 27.1 que uqualquer in-
venção, de produto ou de processo, em todos os setores tecnológicos. será patenteável.
desde que seja nova, envolva um passo inventivo e seja passível de aplicação industrial".
Garante também que "as patentes serdo disponíveis e os direitos patentários serão usu-
fn.úveis sem discriminação quanto ao local de invenção. quanto a seu setor tecnológico
e quanto ao fato de os bens serem importados ou produzidos localmente".
O Artigo 27 estabelece também que os Membros podem considerar como não-pa-
tenteáveis as invenções cuja exploração em seu território seja necessário evitar p.Uâ pro-
teger a ordem pública ou a moralidade, inclusive para proteger a vicia ou a saúde huma-
na, animal ou vegetal ou para evitar sérios prejuízos ao meio ambiente, métodos diag-
nósticos, terapêuticos e cirúrgicos para o tratamento de seres humanos ou de animais.
plantas e animais, exceto microorganismos e processos essencialmente biológicos P,mI
a produção de plantas ou animais, excetuando-se os processos não-biológicos e micro-
biológicos, podendo ser utilizado outro mecanismo rui ~neris para a proteçáo das
variedades vegetais.
O Acordo TRIPS entrou em vigor no Brasil a partir de 12 de janeiro de 1995. sendo
que de acordo com o que diz o Comunicado Oficial da própria OMC. ~no que toca à i.m-
plementação do acordo, ele prevê um período de transição de um ano panl os países
desenvolvidos trazerem sua legislação e prática à confOlmidade. Países em desenvoh~­
mento e países em processo de transformação de uma economia planejada centIahnen-
te para uma economia de mercado terão um período de transição d e cinco anos, e os
países menos desenvolvidos terão 11 anos" (BARBOSA, 1997).
°
Acordo TRIPS possui também algumas salvaguardas ao poder de monopólio
conferido pelas patentes, sendo que a mais importante diz respeito ã possibilidade de
concessão de licença compulsória, dispositivo útil em caso de abuso de direitos por
parte do detentor da patente (RÊGO, 2001)
De acordo com Correa (1995) , o Acordo TRlPS consolidou uma nova fomla de
protecionismo. que não é exercido através de tarifas e sim através d a apropriação do C(T

9 Fonte: http://www.wto.org/ english/thewto_e/ whatis_e/ tiCe/ org6_e.hun.


CI'JT1cnLO usado para produzir bCllll e !lCrvíço~. r.llt<, alta C!xJIrt''I!Iào 1\0 1" '1 I I i
n . ';0 dos pai.ses (Iescnvo IVI(' In~, tuna (:olldu,:aIJ
hc ' - JI('cc'!llIaría
" 11;11 a I/nlftu'W(' I (, ' . " " . tn(l
_
' na V1S~ . . • ' ,'". ' , • r a II1llV:t(;lI)
c esu mular o !II1XO de l.ecn<,IoKla e ( "1"1..11 para O~ lJ'dl~~ Cllllh~' I'lv Iv'
I: p~fll ' - .1/ .II/1ento.
13.4. 1 TRIPS E OS PAfsE,S EM DESENV~LVIMENTO
segundo Rêgo (2?01), os paI ses em descnvolvlmento r'!lÍlItirdrn à idé.ía d e iurdc) dall diJlo
ussôes que cul~maram c~m o Acordo TRIPS, por julgarem flu e is!!o t.cria ímplicaç.. 8
c ciais e ecOnÔITIlCaS negativas, mas foram persuadidoll (Iuandu 0 8 pai!ICI dClIClIvolvirloll
:~eitaram disc~úr qlleSI(j~s d~ inlere~~~ dos, r~aíllCs cl,n dcs<:nVlJlvirnell'c), c"mo ~al­
\oa.guardas, a~JCullllra e. lCXl.el~. Na pratica, vanus aTlaI L~la, reconhecell' que ()l\ l);tillCII
em desenvolVImento nao obuveram qualquer compcnsação pelas C()nccs~1 que

fize~ ponto de visl.a ele Arnoldi (2{)()2), a integração da propriedade imcJe<:tual num
sistema comercial in.e rnacional oferece pot.enciais oportunidadcs, lIobretudo em lon-
o prazo, em termos d e m e lhor acesso a novos mercados c maior incentivo para invcMi-
g entoS estrangeiros e d e transferência de tecnolog-ia. Em contrapartida, pode também
;rar efeitos negativos em ma,l~ria de preços: difusão de ~ecnolo,g-ia, além d e OUlro~ re-
lativos à reforma de suas pohllcas de proteçao da propnedade II1telcctual e os CtIJltos
dela decorrentes com importante repercussão social e cconÔrníca.
Um estudo da Conferência das Nações Unidas em Comércio e Desenvolvimcnto
(UNCTADIO), publ,ica?o em 2001, mostra ~u,e se deve d~ aten~o ~ do~s a~pectos im-
portantes para aval~açao dos custos ~ beneflClos de TRlPS, O pnmelro e que al é~ do
fortalecimento do sIstema de proleçao este deve coordenar-se com programas maIs va.'l-
toS de desenvolvime nto tecnológico, incluindo o desenvolvimento humano e o aperfci-
çoamento das capacídad~s téc~ic~. O segundo ,refere-se ao fato d,e que ~s benefíci~s
potenciais do Acordo sera~ ~al~ eVIdentes em p~lseS co~ uma ~ase mduslr:al e tecnolo-
gica mais avançada, onde Ja eXIsta processo de 1I10vaçao (ARNOLDI, 2002) .

13.4.2 PATENTE
Na sua Eonnulação clássica, constitui~e d e um direito, conferido pelo Estado, que dá ao
seu titular a exclusividade da exploração de uma invenção, por um período determina-
do de tempo!!, como contrapartida pelo acesso do p~blico ~os conhe:i~en,to~ab~ngi­
dos peJo invento, Extinto esse prazo, o objeto prote~do cal ~m dO~l1Jl1Jo pubhco fican-
do à disposição de quem queira utilizar a tecnolOgIa desta II1vençao. '.
A invenção pode ser definida como o resultado de criação de alguma COIsa ~Ie ~
momento então inexistente, produto do espírito inventivo do homem, que solUCIOna
um problema técnico (ROSA, 1998) . " d arte e que se utilize de
Éde grande importância para qualquer ~ec,mc.? ve~ ~~:nno invenção e dcsc(}-
documentos de patente, a compreensã~ da dl~tJ~ça~ e~o ~umano. Descoberta se fde-
berta, Invenção é tudo aquilo desenvolVIdo pe o rnte ec

10 U' T d nd Dcvelopmcnt. , r.t


nJlcd Nations Conferencc on ra e a ntedei nven~.àoe !5 anos pa
, . . " é 20 anos para pale
II De acordo com TRIPS, o prazo filllmlO de pi Oleçao
modelos de utilidade ,
PATENiEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UTICO
270

re a algo já existente na natureza que era desconhecido e que em algum momento é rc-
vclado ( ROSE..'\'BERG, 2000).
A patente é do ponto de vista da indústria um meio de aprorriaç~o do inv<:stim<:n-
\O feito em Pesquisa e Desenvohimento (P&D) e um instrumento de mformaçao valio-
so para o depositante e até para sua própria concorrência.

13.4.3 TIPOS OE REIVINDICAÇÕES PROTEGIDAS POR PATENTES


O artigo 42 da LPI detenuina os direitos do titular de uma patente.

')I.rt 42 - A patente confere ao seu titular o direito de impedir terceiro. sem o seu consenti-
mento, de produzj~ US8J, colocar à venda, vender ou importar com estes propósitos: 11

(/) ProduJo.OOjeto de patente.

(II) P/ocesso ou produto obtido diretamente por processo patenteado. •

Com ba..<;e neste artigo. depreende-se que a legislação brasileira recon hece dois gru-
pos principais de objetos passíveis de proteção por patentes. o de produto e o de proces-
so-Se não houver patente no Brasil para aquele produto, processo ou produto derivado
daquele processo, estes poderão. por exemplo. até ser importados de outro país.

Reivindicação de produto
Protege um produto e é a proteção mais valiosa,já que impede a possibilidade de se ter o
produto, não importa o meio de obtenção. Pode ser obtida para uma substància ou para
uma família de substâncias quimicamente relacionadas (fóm1Ulas "Markush"), um equipa-
mento, um artigo. tuua composição etc. Por exemplo: um aditivo ou um medicamento.

Reivindicação de processo
É aquela que protege uma seqüência de etapas necessárias à obtenção de um produto.
Tem menos força que uma reivindicação de produto. porque é possível se ter várias ma-
neiras para chegar a um mesmo produto. Por exemplo: um processo para síntese de um
composto, um processo para fabricação de uma drágea revestida.
Com base neste artigo. uma patente pode proteger lima categoria ou categorias di-
ferentes de reivindicações. De um modo geral essas categOlias de rehindicações. en-
quadrados em produto ou processo, podem ser: o produto ou processo per se, composi-
ções. dispositivos. artigos, medicamento etc.
Estas são de uma fonna geral. as fOll11as de reivindicações mais 11 til izadas, não signi-
ficando que as mesmas não possam aparecer com uma série de preâmbulos diferentes.
mas que de uma fOll11a ou de outra vão se encaixar em uma destas categOlias.

12 Fonte: Lei 09 9.279/ 96.


~o 13 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA PARA PATENTEAMENTO EM ALIMENTOS ...

- 211

13.5 A LEI DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL DO BRASIL (LPI N2 9.279/96)


f,!Il1991. o Poder E,xccutivo. represen \<l.do pelo então Presiden te Femando Collor de
Mello. apôs ter instituído uma abertllra dos mercados nacionais, apresentou o Projeto
de a
Lei n" 824/ 91. quejá u'azia pos.~ibilidade do patenteamento de produtos e proces-
SOS quimico..fannacêuticos. alimentícios e medicamentos. A batalha que foi travada a se-
)!uirempenml por albrl.lm tempo a votação do referido Projeto. tendo os Estados Unidos in'le-
rido o Brasil. (Xli' dlül~ \'ezes. na sua lista de observ"ção prioritária, com ameaças de sanções
COI1lt:rOaise até de encaminh.unento do caso ii OMe, tendo em vista que na opinião dos nor-
tt-aIlleaicanos o Brasil discriminava os direitos de proteção à propriedade inteleclUal em ra-
zão da área tecnológica (VALENT'\::, 2(02).
C..om a aprovaçào do TRIPS, o Brasil que j ,í estava inserido em um processo de alte-
ração da \egislaçào de propriedade inrlusuial, através do Projeto de Lei n 2 824-0/91,
continuou sofrendo pressões diplomáticas do governo norte-americano, visando às m<r
dificaçÕCS no referido projeto, que o adaptassem àq uilo que os países desenvolvidos
consideravam como uma política adequada de proteçào à propriedade intelectual
(DIAS. 1994) . Ainda segundo Dias (1994), persistiam no referido Projeto de Lei uma sé-
rie de omissões, indefinições e obstáculos legais que interfeririam no desenvolvimento
econômico brasileiro e que coincidentemente eram aqueles fatores denunciados pelo
governo norte-americano como sendo inadequados para a garantia da propriedade
tecnológica e que afetariam comercialmente as empresas americanas que dependem
de suas inovações para obter e manter uma supremacia comercial no mercado
internacional.
Deste modo, o Brasil foi obrigado a rever pontos importantes que estavam relaci<r
nados às áreas tecnológicas anterionnente nà<rprivilegiáveis e além de se adequar total-
mente às regras impostas pelo Acordo TRlPS, teve que adotar outras concessões na le-
gislação que podem ser consideradas como um TRIPS plus l4 •
Em 14 de maio de 1996 foi promulgada a nova Lei da Propriedade Indusuial (LPI
nO 9.279/ 96) ,que, dentre outros aspectos, confere proteção através de patentes às subs-
tâncias ou produtos alimentícios, fannacêuticos e às matérias ou substãncias obtidas
por meio ou processo químico, assim como, aos processos de obtenção ou modificaçào
das substâncias, matérias ou produtos alimentícios, químico-fannacêuticos e medica-
mentos, além da introduçào do dispositivo temporário conhecido como pipeline
(BRASIL, 1996).

l! Embora a LP/trate de propriedade industrial (patentes, marcas. desenho industrial etc.) nesle lexto
tralaremos apenas do lema patentes, por ser o campo de atuação do trabalho de pesqUIsa reahzado..
" p~ a propriedade intelectual adotar um sistema TRIPS plus é equivalen~e a adOlar regras q~~e estao
alem do exib>ido no Acordo TRIPS, e isto tem sido feilo através de acordos bilateraIS entre os pruses.
272

13.5.1 A LEI N9 10..196 DE 14 OE FEVEREIRO OE 2001


Em <kzembro de 199!.t, o, \'\'nto br.,,"'lt'i"J puhliCtl\l I MrtHcI;1 I', (IV" ôna 11° 2.01 1, ln.
trodlllindo modi.~ fl<) :ln,i~ m d.1 1 'II\~ ~I,~i'.I/~Ii, lelldo ~itl(l ii 1Ilt'~ln", r(·t'(Jj •
. fada imim<'t'3S \ttcs., até que ('fII' H de k \ t:I'\'im tI<- :t(l(l I I\\i Ipl'n\ ula ,,<"lu Cc Illl{r ', 110
~ e ill<'Ot'pOl~ à leiturA d.1 tl'i n~ ~,:tnl/ ~lt.\.
Em linhas ~rais. a u-i o" hl, I~, i ( I: 1'~,tt'l'~ .1l..... ll('llil-k ~ qUI' t'ClIIl('lIh tl11l :l\ ~Ill~
Iân~ou prodUI.DS atimenlioo r";\nl\,I('(~\llift..~ e a..~ m;\I(:.;a... (lU ~lIh.,u'\I\('ia.~ nhtill;L\ 1}(lr
mcio,0\1, pruc~ quimit-o., ~m ('\lHlO 01' pt\X't'i'$OS dt, nhtt'l K.jo ou llIOI IiIkaç.l(l (\.\.\
,,- qU(\IIir\>.{~\l1l\a(,t\\llirn~ (> 1I1('(liflltn('Oto~.
Ihstãnci:as., Illaléria:s 01.1 produtO!' nlilllt'nticio"
a~tltando como principais :Uter.a.,'\x'S l'\'Iaci(lIl, d,L~ à m'a alilllt"l1tfd I, tiS ~(')(tlillt('~:
, ?s pedid de II:l!'t-ind.\'s, 1\\'" ri . 1S 0 11 pludI Hf .... obtidos pc.!' 1II1'i(", CIII I'\'(I('{'!I.~O~
q lllm (Os ou SUbH..'itKw" m.\ti'fi.I.' l1li$llu,\.~ .\u produto,.. ali'I\l'lItidc .s, qllimin I:'nna.
dUrK-os e rnt.'dt..-atne nh ' de ttll.\lqller l'!;pot'cit', bt'llI l'nmo \lS !'CSPN'l ivos pl't.ll'l'~~( l~ oe
o btenção 0\1 modúi • :0.. depositad( ~ lué :\ I de.' llwt'lIIh,,, rlt' I~19·1 . 11.\0 ('(lnv('ftid()~
cm pipeún . <'St.lo a m lIl13ticU1\e.'lllt' inol'krid\ ~ (BRASI L ~)O() I ),
Aos pedtrl . de p . par..l btellçúo ollllloc.liti( . \~':i\l de produtos Ihnllll('Culj.
cos, medicam en( e a1 l nlCl\lício-, dqxlStt3d ~ ('lItl't' 1vdcjallt'lro de 1\19:1 c I" Ik~ maio
de 1997, ser..\o indcfcrid '{ SR:\! lL _ 101 ,
Muita di..o;ntSSão foi criada H\ tomo dl"l'la t\[ :did.1 PI\)"is{ ria q\ll' vt'io II SI' tOl'llar
lei Para muitos foi wn re~ 1}\',\cqle.i1"O cm It't1lIOS thlS t'QlltC~~ôcs dad'L~ pela Ld 119
9,279/ 96. paraoutrus uma illle,,~ .\0 illCOlIslitlldumll t1\1 K~t:ld(} cmlllna Iq.:-isla('~\lIj.i
amplamente discutida..

13.6 AVAUAÇÃO DA INFORMAÇÃO CONTIDA EM UM DOCUMENTO


DEPATENTE
o sistema de patentt'S é collsiderado. h~it\ uma d.L~ IImiOl'''s Iblltes clt, illl(Jn\la~'.\o It'<'-
nológica. passí\'lel de ser utilinKI. porqll;,~ u("r pe" 1:\ que ICllh" illlt'l't'SM: ('III dCSt'lIvul-
"imenlo econômico e tecnológico. o IUl"SIlIO tcmpo t"m q\l ' ale nde o illV('II\OI' (011 ti
depositante do pedido), ao g-.ll'antir4he uma prott.'Çàu t{''''POI, ria tio S "\I illycntn,l\I('n-
de também àqueles que nào sendo OS delclIlo,'t'S do direito palellt.iriu, podem se llfili-
zarde tais infomla(Ões pa.ra ocle>eU\ h,menlo de nO\'\ ' In\.dnh's . \lm1L~ t('ç \lolo~i;\~ ti
panir deste,
lnluneras \<Ultagens são apR"SCnt;l<l.\S pdo ~Ielíl<\ (il- illll.mlla,'úc,'s t'OlIlid\\ ('11\ do,
cumentos de patente; tecnologia fim'f:\~...a\l\t;l«mmdn t'\mlwdnWI 11\1.\0 Iksl illad\~~ .\
produção, dassificaç.io lecl\~"a (".lpaz d nil'm\1'l1S illl\lll\la~'úl"S. ( IllIpk-lIIt'lIwrida·
de das infom~ pela scqüência de tklCUIllt'lUllS du t"St:ldo da It'cllim. (l1i~itmlidadc,
anlalidadc. rompetiÜ\idade tt'<:1\K"a t' ('('(}m"mim, l~\thu\\ir.\t:~\(\ l' IInil(l('lIIid"dt.. dos tio-
Clunemos e quebra d:\ bartrir.llin~üiSl"-'\ M.·\t',U1O t' l\I IU\~' ,\, ~l(l()
Desta fornla. a COIIstnl ào de mil d X Ul\\e\\ln de P_\lt'lIlt" tunm......... un", t"mpi\ I1\lIil(\
importante do p~ de palel\te;.ul\cnto•.~i. tlue ~ il\ti.ln\\,,\~'s nt"lt" 1'0111111""" <tu III-
do cfuulgadas. tomam-se infom~ muito ,~\lw
~LO 13 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA PARA PATENTEAMENTO EM ALIMENTOS ...

-
13.6. 1 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE UM DOCUMENTO DE PATENTE
273

Um docwnento de patente é possível extrair-se uma série de informações bibliográ-


De
ficas e técnicas de ai ta re I evanCia, apresentadas em sua folha de rosto, de forma padroni-
A •

da. Esta padronização mínima de informações bibliográficas, proposta pela OMPI, é


;a'ta
leI
através do chamado código INID - International Agreed Numbers for the ldentifi-
15
catio n of Data .
Estes dados são identificados em um documento de patentes através de um núme-
ro composto por dois dígitos, indicado entre parêntesis, conforme mostrado na tabela
13.1. Em geraI, os países selecionam algumas destas informações para constar em seus
documentos de patente.
As informações técnicas estão contidas no chamado corpo do documento de pa-
tente. Este documento apresenta-se dividido em Resumo, Relatório descritivo, Quadro
reivindicatório e Desenhos.
I'A' f NTI'AMrNfO & PROSPEOçAo TECNOI.ÓOICA NO SElOR FARMAC~UTICO
~~------------------ -
,..~ 13.1 ~ INID ptlt11W11zMoa p{l1 OMPI e ullttllldOI nalS folhas de rosto de pedidos
(1Q ~l<\II~'1t\ 00 m\lit\).~ p<l18 ~

eod\go Slgnllloado

(10) Iiltlnllllcaçl\o do documllnlO

(1\) NlrmlJro do documenlo

(Ii!) OIllllílllaÇ o do IIpc do documento (pedido, Patente)

(13) Tipo llo eO<lllJo dt! documento oonformo o padrão OMPI

(20) DadOR do podidos nacionais

~ 1) NÚfl1tlf() dasignodo para o podido nacional


(2) Data ele depOsito do pedido

( .)
Outros diltflS. ln lulndo 1\ de depOsito dll8 especificações completas após especificações
provisórias ou data de exlbiçl\o pública
( O) Dados de prioridade

(3 1) NúmQro deslgnndo pare II prioridade unionista

(3.2) O Ita de depósito de pedido de prioridade unionista


Código de duns letras pare a representaçl\o de palses e outras entidades e organizações
(33) Intomocionals que emitnm ou registrem tltulos de propriedade industrial
Identifica a utoridnde governamental nacional outorgante do número de pedido de prioridade
(3-4) ou autoridade regional outorgante do número do pedido de prioridade regional

(40) Datas de acesso ao público

(50) Informação técnica

(51) Classificação Internacional de Patente - CIP

(52) Classificação nacional

(54) Titulo da invenção

Referl\ncla 8 outros documentos de patentes nacionais legais ou processualmente


(60) relacionados, Incluindo pedidos não publicados
Número e, 8e passivei, data de depósito de pedidOS anteriores, ou número de patentes
(61) IInterlormente concedldlls, modelos de utilidade ou similares em relação ao qual o presente
documento é aditivo

Num ro e. 8e passIvei, data de depOsito de um pedido anterior em relação ao qual o presente


(62) documento é uma parte dividida
Número e dtlt do depOsllo de um pedido anterior em relação ao qual o pedido está
(63) relacionado

(64) Numero de uma publlcaçêo anterior que é reeditado

(70) Identlncaçllo dai partes relacionadas com o documento

(80) Identlncaçllo de dadol rei clon dOI a convençOea Internacionais além da Convenção de Paris

Fonto: C80t no, 2001 - Tele OSo. oom dadol (WIPO).


ilú.' • !'!lOSPECÇAO ~OGtCA PAAA PATENTEAMF.NTO EM AlIMeNTOS.~ 275

13-6.2 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DO DOCUMENTO DE PATENTE


\, Inl\-)!'" I( 'lé:"l!. 'IU:lIiI:lli",s j.t di 'uticl ll!'l acima s:io fontes importantes. a'! qua~ serão
l\lili,.I(I;~ pat \ k\':.mt;'\JlIcnto d dados. "palcs de orientar o monitoramento do
0( . ' n\ Ihi l\l(·l\hl lt·o\QI6).t1l ).
() k.',~mlt\l\\t'IltO rl~tc. ""dos ~ realirodo atr.wés d > Ba.'iCS de Dados Clipccializada'l em
'>I~"" tlt' tlnl'lllllt'''tllS dt' 1"'.111.'111('. muit, s d('l.l, pro\'idas pelos próprios E.<aitórios Oficiai,
"", 1t<'llh . (\ 'I' \\R.l1SI Y ro. fSpil el\('\ (EP» C O\ll.ra, B.'\.<;(.~ de DadO!! particulares. ~
\,,\>lno SI'N"\ Ik",,·1It h1I\O\ >:ltiOlls lmlt'x I 7. que s;io bases providas por organizaç~ parti-
("l;\l~ dt~'I\'md.\~ ('(1m (I ohj('lhu de f(IO\('n :r a\ informações mais necessárias à identifl-
,1\: n e .10 ;\(\ll\\panh:\llWnIO d.1S pedidO!! de patl'11te d ~iti\dos no mundo. sendo que
(, \;1 lI\\la dd:\~ npl\'SCnm S\l:l.~ C. m «'"stk, ~ prúrril~ de formatação, indexação e níveis de
inl, '1111;I\'\in,
A(\t..'linic;:io de q\l~ü~ inrQO\mçôes e d:\(105 scr:i.o uúJizados e como será feito o trata-
1\1('\\t(1 c~t:\Iil'tico (\t'sles, d eve $('r li ·tinida <k a ordo com os objetivos traçados por
l\(l"dc que pl't'lt'nrle rcalil~\r o u'1h.,lho de monitornmcnto tecnológico. Deste modo, é
":1."('~ lia 1111\:\ :\\':Ilia .io ('J;t('ri()I ' I do.' campos de informação que serão explorndos.
rumo, por eXt'llIplo. C Ia....."iCt açãn d patctlte.' i; Título e resumo; País de prioridade;
\k'posilal\tc: RCÍ\indica ôc. ; hmmlo r e no de dcpósito.

13.1 A PROSPECÇÃO EM PATENTES RELAT1VAS A ALIMENTOS E


ALIMENTOS FUNCIONAIS NO BRASIL
A partir dt" :lgom serão apl't'!>-entados alguns dos dados coletados. com os respecti\'os re-
'ult<ldos analisados, nUlo da pesquisa reali1..ada com os pedidos de patente de alimentos
cllquuol'ad nas Subcla~ da Seçào A (de A21 O - tratamento. cozimento, produtos
de pa<lalia ate 23P - modelagem ou proces....'\mento de produtos alimentícios) da
CJ3.l -i1ir.1C;:io Intt' macional de Patentes, depositados no período de 01/01/1994 a
31 / 1~ 2003.
Com a análise <lo conteúdo de pedidos de patente de alimentos depositados no
BI~I.~i1. é pos... íwl a\<Iliar a e\'olução após a entrada em \igor da LPI dos depósitos em área
de grande impul1úncia, conhecer as slIbál-eas onde tem havido interesse, investimento
em pesquisa, tkscn\'ol\'imenlo de pr~dutos e proce~~ .alimentícios. mape~do os
a\-anços do conhecime nto nesta e \'enfiüllldo as posslblhdades de desenv~lvlmentos
futuros.

, ,, ,

.. ~<k putente. alemã. composta pordoculllcnlos do EPO. desde 1978. FOOle~llItp:~ I www.cu.orgl
<lUNE/08SS/ epfullss. hunl. , . d jO 'Ihõn
I) de pat~te IIlualimd M!mnnalmente. CO.IO dados desde 196..'\. e abr.lngendo, ~ , mI ••
tk temes de mais de 40 alltoridades Jnumbms.
........."pe,,"An TECNOLÓGICA NO SETOR FARMAC~UT1CO
216 PATENTEAMENTO & r""" vv-

A) Análise da evolução dos depósitos de pedidos de paten~e ., .


Na pesquisa realizada foram encontrados 3.000 pedidos de patent~ relativos a area alI-
, . .____ I ' -'-- J'á pubhcados, e que foram
menIJaa. enquadrados dentro das Subc~s se eClonaU<L3. . . •
depositados no período de 01/0l/1994 a 31/12/2003.1 8 Os re~en:os pedidos es~o
apresentados no gráfico. de acordo com o total de pedidos depoSita os por ano (gráfl-
co 13.4).

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1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Ano
Gráfico 13.4 Distribuição anual dos pedidos de patente depositados nas Subclasses selecionadas
da área alimentícia, no peóodo de 1994 a 2003*.
Fonte: Caetano, 2007 - Tese DSc.
*A pesquisa foi realizada com dados até 2003, tendo em vista que o levantamento foi realizado em 2005, os
pedidos levam 18 meses em sigilo e, além disso, o INPI tem levado um tempo maior que os 18 meses para
realizar a publicação dos mesmos.

De acordo com a legislação em vigor, para os pedidos depositados até 31/12/1994


não era dada proteção por patentes para "as substâncias, matérias, misturas ou produ-
tos alimentícios, químico-farmacêuticos e medicamentos, de qualquer espécie, bem
como os respectivos processos de obtenção ou modificação" (CPI 5772/71). Entretan-
to, verifica-se alguns depósitos de pedidos neste período, que pode ter como explicação
a expectativa de alteração da legislação de propriedade industrial tendo em vista que já
estava em tramitação no Congresso Nacional, desde 1991, um Projeto de Lei versando
sobre este assunto.

18 Operíodo da pesquisa engloba os.pedidos depositados até 2003 porque após o depósito, os pedidos fI-
cam 18 ':'leses em slgtlo para depoIS serem publicados. Além disso, tem havido atrasos nas publicações
dos pedidos por pane do INPI e como a pesquisa foi realizada em 2005, haveria dificuldades de se ter
dados maIS concretos.
A ",.,..jr lU! HXI1J, ilHO tI'l clltt'od:1 mn vll(llr IIfl I\n",1I C!U At'On l(, T IU I'S, Cltllltl'VQo4IC
um ~lJmlm/J) m) dCI,(JIIlw de: p elidI/_eh! JI;}U'II It! til",
Suhd:IKMCII _rlllclf)ll,1I11lA p l'l'\C'I) ' cm-
Itd l1rcr.t ~límetllkl". Ik J'JlJ1 Im''<I ) UH/) houve UIII uumell to cl • I H,H7% ti.,
rlrpr..hll ti
)Cdl(Jt)ll de p'dl~1II ' . O IHltlor 11;111" tiO /llílllCI'O ele ""p~lIll1J~ rf etuadl)~ tlCAI!:I :11 til clC'II"itC,
~,t.rC(;t,.tn,,," J~ri~I() "'1(11 1l1,Hla ii 1I1"'ovolç;lo da I ,l'l lI u U.:.!7U/IJII, De I UI/!'i JlMIl I mJH"
(Iu.antid~~ de I )(~(hd(JII dCJ>(Jlilf;j(lo. pallllOIl d(~ I (\~ fiam ~:.! I, IJ lIue! dClllolI~t l'n li III ou-
Illdltl)d.e 3!'J.Mj% na (11~lIticJade rll.' dcpó~ito~ rrt·tll:ld()H.,Já cm 1Y~'7 () I 11'1111 e 1'0 ele drpó-
JÍWllIluuÇ/JU !~I 7 P dJljt)H, ( I filie r 'Huholl cm IHlI num ' nlll de 1:\,1~% no~ dCJl6Nltll~
em rrJaçãSl a 1iJ'J(j.
J)e HIJ7 a 2000. vc::ríli 'a~ el\1(' a P(!lI;l r de ler havido um aumen to no l11ílllero de (Ie-
l)Óliílllt. Cllte Ie ,rtaJl«.'VC:: cm patamar H r('gll la rC'~. cOllllllédia unual de nlllllenlO til) lili-
mefade dep(l8i tJ.IfI em tomo d e Ii.~'()% . ~(" ndl/ CfuC' o aliO de 2000 ~c ra .....ctct'il.QU 01110 o
;t1Jf) em flUC "correu o máximo dI" (kl'{)l;jto~,
No período de 20() I a ~()():j . ~11)lj(' rva~c cHtabiJi1.ação relativo! no tIIJmel'O de d cpú.~i­
U'" clewatlOll fie_ta área.
Com relação C::IIJ ~dIiQtrllentc a()~ pcdidQ~ de patente relacionados a a li lllellt (),~ c/ou
ÍIl!Vedieflt.cl fiJncÍLmai" loí cnconlJCldo um wtal de 3~1:I podidos de patente deposil;\d()"
JW IUJx:1aMet IIClccionadall da Seção A da área alimcnúcia. que estão disltibu(d(),~ numa
térie anual tlO gráfico J3.5.

oo ~--------------------------------------

o
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Ano
tWfIco 13.5 Total de pedidos de patente relacionados a alimentos ou Ingredientes funcionais
<Iepos\tados nas subclasses seleclonadas da área allmentlcla, no perlodo de 1994 a 2003,
FonIe: Ceetano. 2007 - Tete OSc.

Estes 328 pedidos correspondem a 10,26% do total de depósitos rcali z<\dos no pc-
rfodo de 1994 a 2003 nas subclasses selccionadas.
2l'a,_ _ _ _ _ _ _..:P,:..:\\.:.:T..::l;~:.:.:.:::::::::ENT~O:::..:::&:.:.PROSPE~.:::...::::CÇA::!:.-::::O:..;TE=C:.:N=O=L6G=I=CA:..:.:.:N;;;.O..::S:.::ET:.;..O=R:..:.:.:FA.:R::.:M~A::::C:::Ê::UTl~C~O

m'~(l\1t" o depósito dt'Stes pedidos também seguiu até o ano 2000, linha de
(
~il\ t"'tltt\ ,,' tnil,u' a_~i ~',idt'.ncia(L-l p;ua o to tal gemi apresentado, e\idenciando-se um
t dto- n~'l:ilUn dt' (kpú,<Jtos no ano de 2000 e um pequeno declínio a parúr de 200 I.
; \ f'\\ I\,,'\( do,) tntal (k" <kpósitos de pedidos de alimentos el ou ingredientes funcionais
tk- inwn " bra-;i!ciro& pode SIl'r yi.«m no gráfico 13.6.

'~'I---------------------------------------

s
I ••
r.-
r-
I
r- r0-
r- ,....- ' i.

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r-- '-- r-- r-- t--- . t-

o no
1994 1995
r
1996 1997 1998
.
1999 2000 2001
-
~

2002 2003
Mo
Griftco 13.6 E\di lÇáo do depósito de pedidos de patente relacionados a alimentos e/ou
ill9redlenles fur lCioi l8&S de btuIar-depositante brasileiro, no período de 1994 a 2003, nas subclasses
~ da área aIit."" .ticia
ktnIe: Ci ali 10. 2001- Tese 0Sc.

~"ào se obsena um
crescimento acentuado no total de depósitos de pedidos rela·
cionadosa alimentos e/ ou ingredientes funcionais de brasileiros. Verifica-se um salto
na quantidade de depósitos no período de promulgação e primeiro ano da entrada
em \igor da LPI. entre 1996 e 1998, mas depois há ocorrências de épocas de elevação e
de queda. mantendo-se os depósitos aproximadamente dentro da mesma ordem de
grandeza.

B) Análise por país de origem do titular-depositante


O gráfico 13.7 apresenta a distribuiçlo do total de pedidos de patente relacionados a alimen-
tos e/ ou ingredientes funcionais depositados no período de 01/01/1994 a 31/ 12/2003 por
p;m de OIigOU do tirular-depositante (pessoas FJSica e Jurídica).
O país que aparece com o maior número de depósitos de pedidos de patente nas
subclasses selecionadas da Seção A d a área alimentícia com 31,67% do total de pedidos
depositados no período é os Estados Unidos. O Brasil aparece ocupando o segundo lu-
gar. com 15,85% dos pedidos depositados. seguido pelo Escritório Europeu com 14,94%.
~SPEcçAo TECNOlóGICA PARA PATENTEAMENTO EM AUME'NTOS, •.
-
(;Af'Ina,O 13 •
219

Outros
DK 12.50%
2.74%

SR
15.85%
GS FR EP
2.74% 3.96% CH
4.57% 14.94%

Total :: 328 pedidos


GrtfIc:O 13.7 Distnbulção do total de pedidos relacionados a alimentos e/ou ingredientes funclonals.
dejX)'jitadQs no período de 1994 a 2003. nas subclasses selecionadas da área alimentlcia. por pais
de ougem do titular-<lepositante.
()bs; USs Eslados Unidos. EP=Escrit6rio Europeu de Patentes. CH = Surça. FR- França. GB - GrA·Bretanha.
BR- BrasII. JP- Japéo e DK ~ Dinamarca. Outros=todos os outros parses juntos.
FooU: CaeIano. 2007 - Tase DSc.

C) Análise quanto ao tipo de titular-depositante


Do total de pedidos depositados relacionados a alimentos e/ou ingredientes flmcionais.
80.49%. isto é. 279 pedidos pertencem à PessoaJurídica (Empresas. Universidades. Funda-
ções, Institutos e Centros de Pesquisa) e 14.94 %. equivalentes a 49 pedidos. pertencem à
Pessoa Física e estão disuibuídos de acordo com o gráfico 13.8.
Pessoa tisica
14.94%

Inst./Fun.lCP/Univ.
4,57%

,t..
Empresas
80,49% Tolal " 328 pedidos
~.13.8 Distribuição dos pedidos de patente relacionados a alimentos ou Ingredientes
~-..unaJS das subclasses selecionadas da área allmentlcla, depositados no perlodo de 1994 a
~ , de acordo com o tipo de titular-depositante.
~~"'nstitut08, Fund.=Fundaçôes, CP .. Centros de Pesquisa e Unlv.-Unlversldedss.
. Caetano, 2007 - Tase DSc. .
PATENTEAMENTO & PROSPECÇÃO TECNOLÓOICA NO SElOR FARMAC~vnco

A pilrl ldpa(llo d()~ InslltlllOlI. Fundaçtles, Centrol! de Pesquisa e Universidades é


nUlllo pt"'lIlt'lI I \.", l't'\a\,'llo no total. A lluperioridade quantitativa aprellCntada pelas
l'~l\lp\'t\ 111 lira hastlll\t.C' riam para este ~l'IIpO específico.
A dilltrihlli\,','ltl dos (it'püsitos relacionado!! a Empresas por país de origem do titu-
I.\l~k\l()."it "'tt' ~ mostl ui" 1\0 ~n\(ico 13.\).

Outr()s
23.4 %
" .---'" US
39,39%

eH
5.68% SR
4.17% EP
18,56% Total =264 pedidos
Grâflco 13.9 Distribuição dos pedidos de patentes relacionados a alimentos elou ingredientes
funcionais de Empresas, de acordo com o país de origem do titular-depositante, que foram
depositados no perlodo de 1994 a 2003.
Obs: US -Eslados Unidos. EP- Escrllórlo Europeu de Patentes, BR .. Brasil. CH=Suíça. JP=Japáo.
Outros- todos 09 outros poises juntos.
Fonte: caeteno, 2007 - Tese DSc.

s E...tados Unidos apareccm como o maior detentor de depósitos na área. Dos


264 pedidos r lacionados a alimentos e/ou ingredientes funcionais depositados por
Empresas, 39,39% dest.es pcrtencem a invenções de origem americana. As invenções
com origem nos países do Escritório Europeu respondem por 18,56% destes pedidos.
Brasil aparece com apenas 4,17% destes depósitos.
O gnü1 o 13.10 moSl.ra a disu'ibuição dos pedidos relacionados a alimentos e/ ou
ingredientes funcionais de Pessoa Física por país de origem do titular-depositante.
A an.ilise da distribuição dos pedidos relacionados a alimentos e/ou ingredientes
funcionais de Pessoa Física por país de origem do titular-depositante demonstra a lide-
rança absoluta de brasileiros com 75,51 % dos 49 pedidos depositados. Os Estados Uni-
dos apare e m com 8.16% dos depósitos realizados por Pessoa Física.
CAPITULO 13 • PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA PARA PATENTEAMENTO EM AUMENTOS ...
281

Outros
8.16

Total = 49 pedidos
Gráfico 13.10 Distribuição dos pedidos de patentes relacionados a alimentos ou ingredientes
funcionais das subclasses selecionadas da área alimentícia. depositados no período de 1994 a 2003
por Pessoa Física. de acordo com o país de origem do titular-depositante.
Fonte: CaetanO. 2007 - Tese DSc

D) Análise por Empresas maiores depositantes


A tabela] 3.2 mostra os dez (10) maiores depositantes de pedidos de patente relaciona-
dos a alimentos e/ou ingredientes funcionais nas subclasses selecionadas daSeçãoAda
área alimenúcia no período de 01/01/1994 a 31/12/2003.

Tabela 13.2 Os dez maiores depositantes de pedidos relacionados a alimentos ou ingredientes


funcionais nas subclasses selecionadas da área alimentícia no periodo de
1994 a 2003

Empresa Total de Pedidos

Nestlé S A (CH) 42

The Procter & Gamble (US) 14

DSM IP Assets (NL) 11

Burcon Nutrascienee Corp.(CA) 10

Protein Technology Int. Ine. (US) 11

K. K. Yakult Honsha (JP) 8


Unilever N V (US) 8

Ajlnomoto CooInc. (JP) 7

I _Sigma Tau Ind. Farm. (IT) 6

I'-~',2007-T
.Solaa LLC (US)
... DSo
5
282 PATENTEAME/lfTO & PROSPECÇÃO ~ NO SE IOf1F~

(~s ucz (10) mai()r~de~itaJ1l~de pedidos de patentesrebcionados a alimentos


('/ 011 m,L,'1whe ntes / unClonalS foram r~ponsáveis por 37,19% dos depósitos realizados
d l'nln' os 328 pedidos de patente ayaJiados. NO\"aJlJeme verif"JGHe que dentro ~
COT!JUllto rios uez maiores depositantes só se enconlram empresas.

E) Análise pela distribuição nas Subclasses da área de alimentos


selec /onadas.
A distribuição do total de pedidos de patente relacionados a alimeotose/ ou ~
tes funcionais, depositados no período de OI l O1/ 1994 a 31 / 12/ 2003 por cada uma das
subclasses selecionadas da Seção A da área alimentícia encontr.l-5e no gráfico 13.11.

250

200

I
'"
o
'"O

~ 150
G)
'"O I~
Ql
e 100 .111
E
."z
50
r-

o t:::'l I n ....t:l.
A21D A22C A23B A23C AnO A23F A23G A23J A23l A23P
Subclasse da CIP
Gráfico 13,11 Distribuição do total de pedidOS de patenle , ' h absa ait,IeIms ou illgtedit!i 7
funcionais depositados no peóodode 1994 a 2003 por cada SlO ' [: J e selecionada da CIP.
Fonte: Caetano, 2007 - TBSe DSc.

A subclasse A23L, defuúda na CIP como alimentos, produtos alimentícios e bebi-


das nã~alcoólicas, não abrangidos pelas Subclasvs de A23B a A23j - que compreen-
dem produtos de farinhas, carnes, ovos, peixes, legumes e IiuI3S semipron wJns. cafe,
chá,leite, cacau e derivados-é a responsável por 61 .59% do local de pedidos relaciona-
dos a alimentos elou ingredientes funcionais depositados.. Em seguida Iemse a Sub-
classe A23J, que se refere a composições à base de proteínas para prodUlosalimenócios,
contribuindo com 16,77% dos pedidos deposilados e a A23C, produtos d e btirinio.
com 10,67%.
A Subclasse A22C, processamento de carnes, aves doméstias ou peixes, e A23P.
modelagem ou processamento de produtos alimentícios, não abrangidOSeJD OUlJ'aSUb-
classe isolada, não apresentam nenhum pedido relacionado a alimento e/ ou
ingrediente funcional.
~.3 • ~ TECNOC.OGlCA PARA PATENTEAMENTO EM AUI,4ENTO .. 283
-
A ~lJJdc)loltia apJkada JlO d(.~m'Ol ..ín)('nl.u c!t" le "halho pl'I'",lIill reunir um
'unw de ;nÍOf1nat.')o 5i1(T1ili atiV'dS I(cr•.tr Icndênciall ac:cn:a. clu pal(' 11l 'ólnwnhl na
c;on'
de alllncJlliJ!t nu Br....~L ~o caw lUai~(.:"pcufi Q ,,"ahJ!ildo IlCllLa ' I"~ ,a mcto<lolo,
~.oi .lIplíe'.3(i:.& á ;,ira de aljmertlQ!l Juncjonais.

13.8 CONCLUSÕES
• Onúmcro redurido dedcp6siLO!! no ano de Hl91 e o aumento b;tstantc ~iRnifka­
óvo nC5leSdepó'>iI.O!!, princípalrncl1lc /lU período de I ~'!í a :WOO, dCtllonSII<I1';\1JI
o deúvo inreresse pcla área aJirncntíóa artSs a introdução de n()vo.~ aSpCCl().~ k....
gaís para regerem u 'i lema de palerllc5 nacional.
• ()os 3.(JOO pedidos de patelllc relativos ii área aHlllclllícia. deposiLados 110 perío-
do de 1994 a 2003 nas subclas'>CS seleciolladas da Seção A da CIP, 3 l,hi% pcrt n-
cem aos Estados Unjdos e 20,3i% ao Brasil. Os 32H pedidos de parentc relaciona-
dos a alimentos e/ ou ingredienles com car.lCterísticas fu ncionais, COI'" SpOIl-
dem;il 10,26% do tolal de depósitos reali~..ados no período.
• A participação ignificativa de grandes grupos indusu'iais internacionais, no~ de-
pó!rit~ de pedidos de patente para a clas.'>C dos ali mentos funcionais, sendo 11
grande maioria destes de origem americana ou européia, mostr,l a impol'l:mcia
de5tl:' segmento para a economia mundial.
• Fkou demonstrada tamhém que dentre os maiores depositantes de pedidos nes-
ta área. enconrram-llC empresas com área de atuação diversificada. Temos apre-
tet1Ç3 de empresa.~ dedicadas qua'>C que exclusivamente à <lrea alimentícia e tam-
bém empresas que se tomaram co nh ecid a~ pela al.Uação na área farmacêutica,
produt~ de higiene e cosméti c~, e que se voltaram também para a área alimen-
úcia. Isto demon5tra que a diversidade de atuação e o int.ercsse das empresas na
área de alimentos têm sido despenados .
• Para a área dos alimentos e/ou ingredientes funcionais a suhclasse cm que mais
houve depósitos foi a A23L que é bastante genérica e está definida na CI P corno
alimentos, produtos alime núoos e bebidas-não alcoólicas c que exclui prooutos
tais como produtos de farinhas, carnes, ovos, peixes, legumes e fnuas se mipro-
cessados, café, chá, leite, cacau e derivados, de/inidos em OUlms subclasses.
• A área mais específica de paLCnteamenlO, onde se concentrou a maioria dos de-
pósitos, foi o Grupo A23L 1/00, que se refere a alimentos ou produtos alime ntí-
cios, sua preparação ou tratamento. Dentro desta definição estão incluídos: ml....
rodos gerai~ de c07imento, remoção de compostos indesejados e tratamento tisi-
co, doces em geral, produtos de mel, cereais, massas, produtos à ba.~e de malte,
processamento de grãos, frutas e especiarias, produtos à base de carnes, 0\'08 e
frutos do mar e produtos dietéticos.
• Os principais compostos bioativos relacionados aos alimentos c/ ou ingredientes
funcionais, a que se referem os 328 pedidos de patente avaliados durante o traba-
lho de pesquisa são relacionados aos compostos fenó licos (flavonas, isollavonas,
polifenóis), proteínas e alimentos de natureza proléica (aminoácidos, lcucina,
caseína) e as fibras (polissacarideos nã<ramiláceos - cereais).
PATENTEAMENTO &PROSPEcçÃO TECNOLÓGICA NO SElOR FARMAC~unCO

• VC'ril1cn C' (Iue lIiferença~ n.os conceit.o~ ad.otad.oS tant.o para os a1iment.os quan-
lu pm'll os hl)(Tec1iel1les funci.onais em vários países é um fator muito relevante
pil!".! 1\ nvaliaçilo do rle~envolvimento de pr.odut.o~ e processos r~lacíonad.os a ~s­
les. bto porque pam um .o c.onceito é restrit.o e só c.onsidera os alimentos propna-
mente dit(~~. arlicionad.os .011 naturalmente contendo um ingrediente funcional.
l'am .oIIU'O.~. de vI~"o mais abrangente. n.o conceito p.odem ser incluídas as vitam~­
mu isolada.~. as cápMIIa!! c.ontendo um ingrediente específic.o, os suplementos ali-
mt'nlid.os .
• A av.\liaçií.o d.o desenvolviment.o destes pr.odut.os e process.os também é afetada
pela rlilicllldade de tratament.o da fr.onteira que faz a distinçã.o entre aliment.os
.ou ingredientes funci.onais e .os medicamentos.
'. QucstÚ.o de grande relevância para a área d.os alimentos funci.onais é a capacidade
de as indústria!! a.o mesm.o lempo em que desenv.olvem produt.os patenteáveis, de-
monSlrclrem .os benefícios clínic.os destes, para que os mesm.os possam atender às
demandas das populações por produtos cada vez mais saudáveis e que possa ser
;tgreg-drlO valor aos produtos desenvolvidos.

13.9 REFERêNCIAS
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•••_ _ _ _J2~85~

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