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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO | UDESC-ESAG | 2016/1| PROFª DRª THAIS WAIDEMAN NIQUITO

 Os modelos neoclássicos são teorias do crescimento econômico


embasadas no capital, focalizando a modelagem da acumulação
do capital físico e humano.
 Entretanto, também enfatizam a importância da tecnologia. Não há
crescimento econômico na ausência de progresso tecnológico, e
as diferenças na produtividade ajudam a explicar por que alguns
países são ricos e outros, pobres.
 A da teoria neoclássica do crescimento
consiste no fato de que embora a tecnologia seja um componente
central da teoria neoclássica, não é modelada.
 As melhorias tecnológicas ocorrem de modo exógeno, a uma taxa
constante, 𝑔, e as diferenças de tecnologia entre economias
permanecem inexplicadas.

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O QUE É TECNOLOGIA?

 Tecnologia é a maneira como os insumos do processo produtivo


são transformados em produto.
 As de produção. Novas ideias
permitem que um pacote de insumos gere produtos maiores ou
melhores.
 Exemplos: uso do estanho (armas, latas de armazenamento de
alimentos, tela de toque de smartphones), criação das
lampadas elétricas, uma abordagem diferente para lojas de
varejo (Wall Mart), o modelo Fordista de produção, etc.

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ECONOMIA DAS IDEIAS
 Romer (1980) formalizou a relação existente entre a economia das
ideias e o crescimento econômico:

Ausência de Retornos Concorrência


Ideias Rivalidade Crescentes Imperfeita

 As . O fato de que a Toyota tira proveito da


adoção de métodos de estocagem just-in-time não impede que a
GM se valha dessa mesma prática. Uma vez criada a ideia,
qualquer um que a conheça pode beneficiar-se dela.
 As . O grau de excludabilidade de um
bem é dado pela medida em que o proprietário da ideia pode
cobrar uma taxa pelo seu uso. Os sistemas de direito autoral e de
patentes asseguram aos inventores que registram suas ideias o
direto de cobrar pelo seu uso.
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ECONOMIA DAS IDEIAS

 Bens sujeitos ao problema


da “ ”
são rivais, mas têm um
baixo grau de
excludabilidade.

 Exemplo: superpastoreio
das terras comuns
partilhadas pelos
camponeses ingleses na
Idade Média. O custo da
colocação de uma cabeça
de gado a mais na
pastagem comum era
dividido entre todos os
camponeses, mas os
benefícios eram captados
por apenas um deles. O
resultado era um número
ineficientemente alto de
animais, capaz de destruir
os campos comuns.

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ECONOMIA DAS IDEIAS

 Bens não rivais, que são


essencialmente não-
excluíveis, com frequência
são chamados de
.

 Exemplo: defesa nacional.


Não há como proteger
apenas uma parcela da
população de uma cidade
de um ataque de guerra.

 Algumas ideias podem ter


essa dupla característica.
Por exemplo, o cálculo, a
compreensão científica da
medicina e a fórmula de
Black-Scholes para a
formação de preços de
opções financeiras são
outros exemplos.

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ECONOMIA DAS IDEIAS
 Bens excluíveis permitem a seus produtores captar os benefícios
que geram
 Bens não excluíveis envolvem substanciais “ ”
de benefícios, que não são captados por seus produtores. Tais
transbordamentos são denominados .
 Bens com externalidade positiva tendem a ser produzidos
abaixo do ótimo pelos mercados, oferecendo uma
oportunidade clássica para a intervenção governamental na
melhora do bem-estar (exemplo: pesquisa básica e a defesa
nacional são financiadas primordialmente pelo governo)
 Bens com externalidade negativa tendem a ser produzidos em
excesso pelos mercados, e a regulamentação governamental
pode ser necessária, se os direitos de propriedade não
puderem ser bem definidos.

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ECONOMIA DAS IDEIAS
 Bens que são rivais devem ser produzidos cada vez que forem vendidos;
os não rivais só precisam ser produzidos uma vez (envolvem um custo
fixo de produção e um custo marginal zero).
 A economia das “ideias” possui estreita ligação com a presença de
eà .
 A ligação com os retornos crescentes é quase imediata, uma vez que
se admita que as ideias estão associadas a custos fixos.
 Exemplo: o sucesso comercial farmacêutico (uma vacina contra a
gripe comum, digamos) exige despesas com pesquisa que são feitas
apenas uma vez.
 Uma indagação comum a respeito da determinação dos preços de
produtos farmacêuticos: “Se o custo marginal de produção é muito baixo,
por que o produto é tão caro? A resposta é que existe uma ineficiência – a
eficiência exige que o preço seja igual ao custo marginal.
 Contudo, em muitos sentidos, trata-se de uma ineficiência necessária.

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DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL
E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

 Um dos aspectos fundamentais da economia das ideias é que esta


envolve custos potencialmente elevados, que só serão desembolsados
uma vez, no desenvolvimento das invenções.
 Patentes e direitos autorais são mecanismos legais que permitem
assegurar aos inventores um poder de monopólio, durante algum tempo,
a fim de que possam recuperar um retorno por suas invenções  usam o
sistema legal para influir sobre o grau de excludabilidade das ideias.
 Sem isso, a concorrência baseada na imitação pode eliminar os
incentivos para que o inventor desenvolva um projeto.

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DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL
E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

PIB PER CAPITA E TAXAS DE


CRESCIMENTO MUNDIAIS, 1500-2000

 Os melhores dados que temos


indicam que não houve crescimento
sus tentado da renda per capita desde
as origens da humanidade (entre 1
milhão a.C.) e 1500 d.C.

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DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL
E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

“Antes de tudo, como teve início o crescimento sustentado?”


 North (1981) e outros historiadores econômicos defendem que o
desenvolvimento dos direitos de propriedade intelectual é responsável
pelo crescimento econômico moderno.
 Só quando os indivíduos são encorajados pela promessa crível de
grandes retornos, por meio do mercado, é que ocorre a inovação
sustentada.
 O crescimento econômico sustentado e rápido fez sua primeira aparição
no cenário mundial durante os séculos XVIII e XIX, depois de literalmente
milhões de anos de relativa estagnação. Exatamente por qual motivo se
deu essa mudança ainda é um dos grandes mistérios da história e da
economia.
 É tentador concluir que uma das causas foi o estabelecimento de
, que permitiram aos empreendedores captar,
como retorno privado, alguns dos enormes retornos sociais gerados por
suas inovações
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POPULAÇÃO E IDEIAS
 O número de potenciais inovadores também será crucial para determinar
o número total de novas ideias que a economia produzirá.
 Se 100 pessoas puderem chegar a 10 novas ideias a cada ano, então
200 pessoas poderão chegar a 20. E, como as ideias são não rivais,
20 novas ideias para a produção, em vez de 10, efetivamente duplica
as possibilidades de produção de todos.
 À medida que aumenta a população absoluta, o mesmo ocorre com o
número absoluto de novas ideias, as quais podem ser copiadas um
número infinito de vezes, sem redução de sua disponibilidade.
 No modelo de Solow vimos que um incremento populacional mais rápido
reduz permanentemente o nível de renda per capita, ao longo de uma
trajetória de crescimento equilibrado  ele considerava os bens como
rivais.
 Nos modelos que desenvolvemos veremos que o efeito positivo da
população sobre as ideias será o motor fundamental do crescimento
econômico.
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• JONES, C. I. Introdução à teoria do crescimento econômico. 3ª Edição.
Rio de Janeiro: ELSEVIER, 2015.

Obrigada!

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